INSPER INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA
Americo Corrêa Junior
MBE 26
Artigo
BIM – COMO A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
PODE AJUDAR A MELHORAR OS PROCESSOS
NA CONSTRUÇÃO CIVIL
São Paulo – 2011
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1. INTRODUÇÃO
A indústria da construção vive sob constante pressão para atender as tendências de
mercado, cumprir com códigos e regulamentações e como qualquer outra indústria precisa ser
cada vez mais eficaz e lucrativa. Arquitetos, engenheiros, construtoras e incorporadores
precisam inovar para criar e construir melhores projetos. Necessitam ainda prever e analisar o
impacto desses projetos no meio ambiente e serem eficientes na comunicação, colaboração e
documentação desses projetos por todo ciclo de vida do edifício.
Estas demandas forçam os profissionais da área a procurar por melhores meios de
superar os desafios de sustentabilidade, globalização e mudanças climáticas que causam
catástrofes naturais como as que acabamos de vivenciar na região serrana do estado do Rio de
Janeiro.
A sustentabilidade na construção civil tornou-se prioridade nos últimos anos, mas não
é questão nova. Há um bom tempo, engenheiros e arquitetos vêm desenvolvendo projetos,
levando em consideração restrições de caráter ambiental e a eficiência energética é pauta em
todos os projetos – seja na energia requerida para um sistema de climatização de um edifício
ou naquela gasta numa rede de sistema de transporte.
No Brasil, os grandes desafios da atualidade são atender a enorme demanda de
crescimento nos segmentos de habitação e infraestrutura e estarmos prontos para receber em
2014 e 2016 respectivamente a Copa do Mundo e as Olimpíadas. As maiores preocupações do
setor hoje são a falta de mão de obra (qualificada ou não) e treinamento destes profissionais
em todos os níveis.
Uma parte vital hoje em qualquer negócio é o uso adequado das ferramentas de
Tecnologia da Informação e na construção civil não é diferente. Há alguns anos vimos
escutando a respeito de um novo conceito chamado Building Information Modeling ou BIM
que está transformando o mercado de AEC (Arquitetuta, Engenharia e Construção).
Promovendo novas formas de desenvolver e gerenciar projetos, quebrando barreiras e
melhorando a comunicação entre equipes de projeto e obra.
O BIM oferece informações mais confiáveis e consistentes por meio do escopo do
projeto permitindo seu melhor entendimento, melhor colaboração e uma visualização mais
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rica. E o mais importante – ajuda a economizar tempo e dinheiro evitando mudanças e
retrabalho, reduzindo drasticamente a ocorrência de interferências entre disciplinas,
aumentando assim a produtividade e eficiência.
Através deste documento vamos rever um pouco qual é a dinâmica e as causas dos
problemas na construção civil, saber como a TI historicamente tem ajudado na relação
projeto/obra e entender melhor o novo conceito de BIM e sua nova proposta.
Na segunda parte iremos destacar alguns casos de implementação no Brasil e em
seguida dar algumas recomendações de como uma empresa pode começar a obter os
benefícios desta tecnologia.
2. INEFICIÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO – ONDE ESTÁ O PROBLEMA?
O mercado da construção civil é extremamente fragmentado e setorizado. Nele
encontramos incorporadoras, construtoras, projetistas, consultores, sub-empreiteiras,
prestadores de serviço, fabricantes de materiais, etc. Há um sem número de empresas e
categorias profissionais envolvidas e com os mais diferentes níveis de conhecimento e acesso
a tecnologias.
Se estreitarmos um pouco o universo da contrução para a área de edificações ainda
assim a quantidade de empresas e profissionais envolvidos é enorme. E não podemos pensar
somente no mercado local, pois a globalização existe e não se pode negá-la. Numa atividade
que possui tamanha complexidade, a existência de muitos problemas que incorrem em perdas
associadas aos mais diversos motivos é inevitável.
Até onde sabemos, a construção civil nunca teve um processo sistêmico para analisar
estas perdas, porém as suas causas são conhecidas e impactam na qualidade do produto final.
Aqui destacamos as principais:
Baixa qualidade dos projetos – em alguns casos o custo causado por um mau projeto
pode vir a ser mais alto que o custo do próprio projeto.
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Má compatibilização de projetos – quando a coordenação entre as disciplinas não é
bem feita, acarretará em erros de interferência compromentendo prazos e elevando
custos.
Complexa construtibilidade do projeto ou a capacidade de um projeto ser construído.
Gerenciamento de materiais inadequado – que envolve o levantamento de quantidades,
planejamento de compras, armazenamento e manuseamento.
Processos ineficientes de fluxo de trabalho.
Pouca segurança na construção.
Mão-de-obra desqualificada (falta de treinamento e capacitação)
Se olharmos essas causas com mais detalhe veremos que a questão básica é sempre a
falta, a fragmentação, a desassociação da informação, a forma indevida ou inadequada de
como ela é transmitida ou recebida ou ainda a incapacidade dos indivíduos em interpretá-la.
3. A TI NA CONSTRUÇÃO CIVIL HOJE – A ERA CAD
Nos anos 80 as empresas de construção civil passaram a adotar ferramentas de TI de
forma isolada dentro de seus departamentos. Esta adoção foi feita visando resolver problemas
pontuais. Hoje os sistemas mais usados são: Enterprise Resource Planning (ERP), Computer
Aided Design (CAD), Facilities Management Program (FMP), Electronic Data Interchange
(EDI), soluções de comércio eletrônico, sites de colaboração e hospedagem de projetos,
cotações Online e Electronic Data Management Systems (EDMS).
Sabemos que todas estas soluções permitem um nível de integração limitado entre si e
entre as empresas que as utilizam. Mesmo assim, ao longo desses 30 anos, principalmente as
construtoras acabaram contratando profissionais ou empresas desenvolvedoras de aplicações
para terem soluções customizadas ao seu modelo de negócios. Estas aplicações têm auxiliado
em vários processos mas ainda não permitem que as informações possam tramitar de forma
totalmente associada e centralizada. Outro problema é que normalmente os profissionais de TI
que desenvolvem tais aplicações tem pouco conhecimento ou ignoram totalmente o
funcionamento de outros sistemas como EDMs ou CADs.
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Os sistemas CAD ganharam muita popularidade por auxiliar até certo ponto na troca
de informações de projeto e facilitar a edição e reimpressão de desenhos. A adoção de tais
sistemas permitiu um enorme ganho de produtividade reduzindo equipes e tempos de projeto
se comparado ao método de produção manual. Tais sistemas também eram usados
inicialmente de forma isolada. Com o passar dos anos começaram a se comunicar com
softwares de orçamento, planilhas e bancos de dados permitindo um melhor nível de
integração entre equipes de projeto e outros departamentos (Ex.: planejamento e orçamento).
Escritório de arquitetura Aflalo & Gasperini em São Paulo – Brasil com pranchetas (anos 70) e
utilizando sistemas CAD (2011)1
A evolução do CAD nos últimos 20 anos passou por dois grandes momentos. O
primeiro com o surgimento dos CADs 3D e mais recentemente com o advento dos sistemas
orientados a objeto. O CAD 3D trouxe a possibilidade de engenheiros de estruturas
analisarem os esforços do edifício a partir de modelos digitais e dar mais liberdade aos
arquitetos para experimentar e visualizar suas idéias, o que neste caso abriu portas para o
aparecimento de uma categoria específica de aplicações e profissionais voltados à criação de
modelos para visualização e produção de imagens e animações fotorrealísticas para marketing
e apresentações de vendas.
Os programas CAD orientados a objetos também evoluíram e se especializaram,
passando a existir aplicações CAD específicas para projetos de máquinas, aeronaves,
embarcações, plantas industriais e edificações. Na indústria esses sistemas foram um dos
1 Fonte – Acervo fotográfico da Aflalo & Gasperini Arquitetos
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grandes agentes de uma revolução no desenvolvimento de produtos e na cadeia de
suprimentos através dos conceitos de Product Lifecycle Management (PLM)2 e Prototipagem
Digital3.
Na área de edificações estes programas surgiram um pouco depois e somente agora
estão se popularizando. As razões do atraso se devem à própria estruturação do mercado e a
sua fragmentação como já citamos e à falta de computadores capazes de suportar o
processamento de um modelo 3D com a complexidade de informações de um edifício. Mas o
aparecimento destes programas está também iniciando uma grande mudança no mercado da
construção.
4. BIM – O NOVO CONCEITO
4.1 DEFININDO BIM
Existem muitas definições para BIM. Uma das primeiras que surgiu foi a de Chuck
Eastman em 1999 4 – “Processo de gestão de toda a informação produzida e utilizada nas
diferentes fases do ciclo de vida da edificação utilizando um modelo que representa as
características físicas e funcionais dos elementos.” Basicamente o BIM permite que todos os
profissionais envolvidos com o processo de construção possam trabalhar de forma integrada
onde cada responsável pela sua área ou disciplina possa adicionar informação (criar elementos
3D com dados associados ou “modelar”), analisar, fazer simulações, visualizar, medir, etc,
tudo digitalmente antes que o edifício seja construído.
2 Product Lifecycle Management (PLM), é o processo que administra o ciclo de vida completo de um produto
desde sua concepção, passando pelo seu projeto e fabricação, até sua comercialização e eliminação. (fonte –
Wikipedia) 3 Prototipagem Digital permite aos departamentos de projeto, engenharia, manufatura, vendas e marketing
explorar um produto virtualmente e de forma completa antes que ele seja produzido. (fonte – Wikipedia) 4 BIM Handbook A Guide to Building Information Modeling for Owners, Managers, Designers, Engineers and
Contractors (Charles Eastman, Paul Teicholz, Rafael Sacks, Kathleen Liston)
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4.2 HISTÓRIA DO BIM
O conceito de Building Information Modeling começou realmente a tomar forma no
final dos anos 90 e início dos anos 2000. Antes disso haviam algumas estudos acadêmicos
especialmente na Inglaterra que se transformaram em softwares. Eles traziam um conceito
parecido mas que na época ninguém havia cunhado um termo para diferenciá-los dos outros
sistemas CAD que também estavam surgindo. O Really Universal Computer Aided
Production System (RUCAPS) foi um deles. Ele partia de um conceito de “geometria de
caixa” onde vistas 2D pré criadas de um objeto 3D eram coladas em um prisma retangular.
Estes elementos podiam ser modelados, criados por linhas de código ou por uma lista de
parâmetros. O problema destas tecnologias na época eram o seu próprio custo (o Sonata –
sucessor do RUCAPS custava cerca de 30 mil libras) e eram necessários computadores do
tipo mainframes, o que os tornava inviáveis. Em meados dos anos 90 um grupo de formandos
do MIT junto com alguns ex funcionários da empresa de software Parametric Technologies
Corporation (PTC) conseguiu recursos através de investidores anjo para tornar comercial uma
idéia que revolucionaria a indústria de softwares para construção. Em 1997 foi fundada a
empresa Revit Technologies Corporation para colocar no mercado o Revit, o primeiro
software para modelagem de edifícios paramétrico que veio a ser comprado pela Autodesk no
ano de 2002.
5. VANTAGENS DO USO
Building Information Modeling é muito mais do que simplesmente um software de
criação de modelos 3D paramétrico. O surgimento do conceito pode ter acontecido ao mesmo
tempo que surgiram estes programas, mas o BIM tem um escopo muito mais amplo. Suas
vantagens são percebidas durante todo o ciclo de vida de um edifício – desde a fase de estudos
de viabilidade e concepção até o momento em que a edificação é demolida por completo.
Um bom exemplo é a liberdade para explorar idéias e fazer mudanças no modelo 3D
ao mesmo tempo que estão sendo geradas as vistas. No CAD tais mudanças incorrem em uma
perda de tempo enorme para que os desenhos sejam refeitos e tenham consistência entre si.
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Pense no caso de uma alteração em uma janela em um projeto de uma casa. O desenhista deve
verificar planta, corte, fachada, detalhes, etc., e manualmente corrigir cada vista do projeto,
uma a uma. Além disso, a planilha de quantitativos (que geralmente está em um arquivo de
MS Excel) também deve ser corrigida para refletir a mudança bem como o memorial
descritivo (normalmente contido em um arquivo de MS Word). No BIM se a janela é alterada
no modelo 3D, todos os desenhos (que são estas vistas ou representações gráficas do modelo)
são alterados automaticamente, assim como os quantitativos e qualquer outra documentação
que faça referência ao modelo.
Outro benefício imediato do BIM é a capacidade de coordenação entre as diferentes
disciplinas. Ao ter as partes do edifício modeladas em 3D é possível trazer todo o conjunto
para dentro de softwares como o Vico Office da Vico Software e verificar se não estão
ocorrendo interferências. Este recurso economiza muito tempo e evita a verificação manual.
Algumas empresas nos EUA já implantaram esta metodologia diretamente no canteiro de
obras e algumas até investem na criação de cavernas digitais inicialmente adotadas na
indústria automobilística e em projetos de plantas industriais.
“BIM Kiosk” em um canteiro de obras5
Quando o modelo é compartilhado com a construtora, ele pode ser analizado do ponto
de vista de etapas de construção e proposto o melhor plano de ataque da obra. Além disso
5 BIM Kiosk - Fonte: http://modulusconsulting.com/node/14 é uma solução que compreende uma estação de
campo com softwares para revisão 3D do modelo BIM
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durante a construção a construtora pode comparar o cronograma planejado com o cronograma
que está sendo executado minimizando os impactos e recuperando atrasos.
Para o proprietário do empreendimento, a existência de um modelo melhora a
qualidade do gerenciamento do edifício quanto à sua conservação e manutenção. Este modelo
pode ser entendido como um “as built” porque ele representa efetivamente o que foi
construído e guarda toda a inteligência e as propriedades de cada elemento.
O conceito de Building Information Modeling permite que as tarefas de projeto e a
montagem de desenhos possam ser desenvolvidas ao mesmo tempo e não em série como
normalmente ocorre. Os desenhos vão evoluindo à medida que o processo criativo evolui.
Quando ocorre uma mudança, as consequências daquela mudança são automaticamente
coordenadas através do projeto permitindo que os projetistas possam entregar um produto
melhor e mais rápido. Durante a obra, a construtora pode usar o modelo (ou criar um) para
acelerar a quantificação e obter uma estimativa de custos mais precisa. Este mesmo modelo
pode ser usado para revisar as estimativas e o planejamento da obra. O BIM também acelera a
implantação de edifícios padrão em terrenos com condições diferentes (ex. redes de lojas ou
supermercados) quando é necessária a construção de lojas similares em locais diferentes para
se obter ganho de escala.
Ao usar o BIM, equipes de projeto podem executar mais trabalhos com menos
pessoas. Uma equipe menor significa menores custos e menos chance de ocorrer falhas de
comunicação. Uma vez que os desenhos são coordenados pelo software e podendo ainda ser
mais completos, o custo das mudanças e da coordenação na administração da construção fica
reduzido. Como o modelo pode conter todas as informações de custos fica muito mais fácil
saber quanto a mais ou a menos se irá gastar com tais mudanças e se valerão a pena. Com as
ferramentas e processos atuais, tais mudanças são muito onerosas e tomam muito tempo para
serem redesenhadas. Como é impossível fazer uma simulação em 2D, acaba-se deixando de
lado uma solução que poderia ter sido muito melhor para o empreendimento.
É possível gastar menos tempo e dinheiro na administração e no planejamento da
construção porque a qualidade dos desenhos executivos é melhor. O capital investido fica
mais centralizado na obra em si (materiais e equipamentos) e menos no projeto e na correção
de erros.
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Em edifícios comerciais, o Building Information Modeling pode ser usado ainda para
acessar e gerenciar informações físicas do edifício tais como identificação dos locatários,
divisão por departamentos e inventário de mobiliário e equipamentos bem como dados
financeiros como área rentável ou custo alocado por departamento. O acesso a estas
informações melhoram tanto a gestão como o gerenciamento dos custos de operação do
edifício.
O BIM também é fundamental na questão da sustentabilidade. Como citamos no
início, cada vez mais os arquitetos e engenheiros têm sido cobrados à desenvolver seus
projetos pensando em como um edifício poderá minimizar os impactos ao meio ambiente
tanto na fase de construção como durante sua operação. Um estudo feito nos Estados Unidos
constatou que cerca de 72% de toda a energia elétrica gasta no país é consumida em
edifícios6.
A sustentabilidade na construção deve considerar o consumo de energia e água, os
materiais, uso do solo e a vegetação. Ao redor do mundo vários selos, etiquetagens e
certificações estão surgindo para orientar e servir de parâmetro para que os edifícios sejam
mais eficientes em consumo de energia e recursos naturais não renováveis. Nos Estados
Unidos foi criado o Green Building Council que lançou a certificação Leadership in Energy
and Environmental Design (LEED) que está se expandindo ao redor do mundo e já tem
representação no Brasil. A França desenvolveu o Haute Qualité Environment (HQE) que tem
a certificação Alta Qualidade Ambiental (AQUA) como seu equivalente em nosso país e o
selo PROCEL Edifica que é a iniciativa local. Um modelo BIM também pode conter dados
climáticos, posicionamento e orientação do edifício servindo como modelo energético que
possibilita dar respostas mais consistentes. À medida que o projeto vai evoluindo, resultados
como o consumo de energia, água e análise de emissão de carbono podem ser obtidos. É
possível simular mudanças no layout dos ambientes e zonas térmicas, tamanho e forma das
aberturas ou escolha de materiais específicos baseado em fatores ambientais tais como luz
solar, proteção com brises e conforto acústico para potenciais economias. Estas análises há
algum tempo só seriam viáveis através de cálculos complexos ou da construção de protótipos
e medições in loco.
6 Fonte: Environmental Information Administration (2008). EIA Annual Energy Outlook
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Maquete física para a Nova Biblioteca da PUC-RJ (Arq. Angelo Bucci) e captura de tela do software
Autodesk Ecotect para análise térmica de energia solar7
6. BARREIRAS PARA O USO DO BIM
A adoção do BIM tem sido relativamente lenta se comparada a adoção dos sistemas
CAD. Observa-se que o problema da resistência à implementação não é pela tecnologia em si.
Muitos escritórios de projeto argumentam que não começam a usar porque as outras
disciplinas ainda não usam, mas não entendem que o simples fato de já terem sua parte
modelada em três dimensões e carregada de informações traz benefícios. Um atributo
fundamental do BIM que o diferencia de outras tecnologias de design que o antecederam não
é somente a geometria 3D, mas a informação estruturada, organizada, definida e
intercambiável.
No final de 2003, a empresa de software Autodesk contratou uma pesquisa
independente que avaliava as mudanças, vantagens e desafios de processo, que estavam
acontecendo nas empresas que haviam adquirido o software Revit Building. Um resultado
chave da pesquisa revelava que quase todos os participantes tinham dificuldades com
mudanças. Para complementar o estudo, a Autodesk fez uma pesquisa na Internet com seus
clientes de Revit Building, que incluía perguntas relativas a mudanças. Nessa pesquisa 82%
dos entrevistados notaram que seu processo de projeto estava mudando devido à utilização do
7 Fonte: Acervo fotográfico da SPBR Arquitetos (Arq. Angelo Bucci) www.spbr.arq.br e Imagem do software
Autodesk Ecotect
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software e 80% relataram que a documentação que estavam entregando principalmente de
projeto executivo também estava mudando tanto em qualidade como em conteúdo.
Além da resistência a mudanças, outro problema no Brasil é a falta de investimento em
tecnologia e treinamento. Nos escritórios de arquitetura quando se contrata um arquiteto ou
estagiário, este já tem que trazer em seu curriculum conhecimentos em software CAD (via de
regra o AutoCAD). Na maioria das vezes o profissional tem que ser um autodidata ou pagar
do próprio bolso para aprender alguma nova tecnologia, e quando ele já vem com o
conhecimento, normalmente ele já sabe usar uma versão de software muito mais atual do que
a instalada na empresa em que trabalha. Investir em uma nova metodologia de projeto
(especialmente em arquitetura) ainda se faz mais complicado porque poucos escritórios de
projeto têm métricas para medir sua produtividade e não acreditam em cálculos de ROI
quando se fala de ferramenta de projeto.
7. OPORTUNIDADES NO MERCADO BRASILEIRO – O MOMENTO
CERTO
Há uma série de fatores positivos que levam todos à crer que este é o melhor momento
do país. Estabilidade econômica, taxa de câmbio, redução da taxa de juros, disseminação de
crédito imobiliário, construtoras abrindo capital, a credibilidade do país no exterior,
investimentos externos, o PAC e eventos internacionais (copa do mundo e olimpíadas),
commodities (petróleo, minérios), população economicamente ativa, enfim. Pelo menos no
setor da construção civil, há um otimismo generalizado e não é por menos.
Os investimentos em construção no período de 2005 a 2009 aumentaram em 46% 8
indicando uma taxa média de 10,3% ao ano, o que representa 5,2% a mais do que o IGP-DI.
No mesmo período o PIB da construção subiu 52,26% (18,21% acima do INCC). Somente em
2009 cresceu 4,5% e em 2010 estima-se que irá registrar um aumento 10%.
8 Fonte: FGV/Abramat
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Crescimento do PIB na Construção em milhões de Reais9
A expansão do crédito na área habitacional e de infraestrutura e os recursos destinados
ao programa Minha Casa Minha Vida vêm garantindo um forte crescimento das atividades
com reflexos em toda a cadeia. Os números do primeiro semestre de 2010 encerraram com
taxas de crescimento de dois dígitos se comparados com o mesmo período de 2009. Segundo
um levantamento da Caixa Econômica Federal, até setembro de 2010 já haviam sido
aprovados os financiamentos para mais de 630mil unidades habitacionais na faixa entre 0 e 10
salários mínimos. Para 2011 a Caixa prevê um incremento de 30% na carteira de
crédito imobiliário.
Até julho de 2010, a cadeia da construção como um todo já havia recuperado as perdas
observadas a partir do final de 2008. A produção física de insumos registrou um aumento de
15,23% na comparação com o mesmo período de 2009 e de 3,5% em relação ao mesmo
período de 2008. O faturamento da indústria, que havia caido mais fortemente, apresentou
uma elevação real de 13,84% na comparação com 2009 e de 0,85% em relação ao ano de
2008 10
.
A criação de novos postos de trabalho vêm aumentando de forma consistente e
confirma o aquecimento do setor. A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE realizada em seis
regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre,
9 Fonte: IBGE
10 Fonte: FGV/Abramat
14
Salvador e Recife) registrou um crescimento de 8,87% da ocupação na construção na
comparação com o mesmo período de 2009. O emprego com carteira registra taxas ainda mais
expressivas, com elevação de 14,83% na mesma comparação. Em toda a cadeia o nível de
emprego entre 2005 e 2009 cresceu cerca de 17% ou 4% ao ano.
A indústria de materiais para a construção trabalha hoje a um nível superior a 90% de
sua capacidade produtiva. A previsão de investimentos das mesmas não para de subir . A
Associação Brasileira das Empresas de Materiais para a Construção (ABRAMAT) pesquisa
mensalmente seus associados e de outubro de 2009 a setembro de 2010 as respostas
mostraram um aumento de 51% para 78% no percentual de empresas interessadas em investir
no desenvolvimento de novos produtos e expansão da capacidade industrial.
Todos estes indicadores apontam para o mesmo caminho. Para suportar esta demanda
de crescimento é necessário que as empresas repensem os seus processos e trabalhem de
forma mais eficiente. Em palestra recente durante um evento voltado ao setor, a diretora da
empresa Núcleo de Gestão e Inovação (NGI) – Maria Angélica Covelo Silva analisando o
cenário atual da construção civil, destacou cinco razões pelas quais as empresas devem
investir, inovar e olhar atentamente para o conceito de BIM:
O rápido crescimento do volume de produção
O aumento e a complexidade técnica dos novos empreendimentos
A escassez e qualidade da mão de obra
A obsolescência dos sistemas construtivos
Incompatibilidade dos produtos e processos de produção com as necessidades
atuais
8. BIM NO BRASIL – QUEM JÁ COMEÇOU E QUAIS AS INICIATIVAS
Várias empresas estão cientes que para se manterem competitivas devem iniciar o
quanto antes a adotar o novo conceito. Os escritórios de arquitetura foram os primeiros à
avaliar as ferramentas BIM. Aflalo & Gasperini, Athié|Wohnrath, CFA Cambiaghi, Paulo
Baruki e Contier Arquitetura são alguns exemplos. Além destes, podemos citar como
empresas de projeto multidisciplinares a MHA Engenharia, Engevix e EPC e como
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construtoras a Gafisa, Matec e Método Engenharia (esta última inclusive estruturou um
departamento chamado de Núcleo BIM).
Além das empresas algumas universidades já passaram a incluir softwares BIM nos
cursos de arquitetura e engenharia. A Universidade São Judas Tadeu (USJT) é a pioneira no
uso da ferramenta em laboratório para os alunos de arquitetura. Lá o software Autodesk Revit
foi introduzido na grade curricular desde 2004 e os alunos saem formados com uma boa
bagagem para poder ocupar lugar nos principais escritórios de arquitetura do país. Podemos
citar ainda a Universidade Presbiteriana Mackenzie e a Poli-USP que oferecem cursos dos
softwares Revit e Civil 3D respectivamente e a Unicamp que traz dentro do curso de pós-
graduação uma disciplina que trata além de outros temas inovadores o uso do BIM.
As associações de classe e entidades também estão trabalhando ativamente para
conhecer e estruturar o mercado e permitir que a adoção desta nova tecnologia seja feita de
forma mais organizada e rápida se comparada ao CAD. Levamos mais de 15 anos para ter
uma norma CAD para os escritórios de arquitetura e ainda assim muitos deles não utilizam
esse padrão.
Hoje, cerca de 8 anos após o surgimento do conceito a Associação Brasileira dos
Escritórios de Arquitetura (AsBEA) já criou um grupo de estudos e envia relatórios para seus
associados com informações de recursos e intercambialidade entre os diferentes sistemas
disponíveis no mercado. O mesmo está fazendo o Sindicato da Construção Civil – Regional
São Paulo (SINDUSCON-SP) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desde o
ano passado vem desenvolvendo a norma BIM que irá regulamentar a nomeclatura e
organização das informações contidas nos modelos e objetos.
A construtora Método Engenharia fundada em 1973 sempre foi pioneira na introdução
de novas tecnologias, técnicas de produção industrial e planejamento. Também sempre se
destacou como líder no gerenciamento de projetos, utilizando as melhores práticas do PMI.
Há 3 anos, por iniciativa de um de seus jovens talentos do programa de Trainees, que adotou
como tema de projeto aplicativo a implementação do BIM, vem obtendo resultados
significativos.
No segundo semestre de 2008 iniciaram o primeiro projeto piloto utilizando um
edifício econômico como exemplo. Durante seis meses investiram em capacitação de pessoal
e na validação de ferramentas de software e a partir daí começaram a perceber ganhos na
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análise crítica do projeto. Após um ano de trabalho, começaram a usar os conceitos de BIM
para a elaboração de propostas e integração com seus orçamentos. Nesta fase conseguiram
alcançar uma redução de 65% do custo do levantamento além de observar uma maior
capacidade de rastrear e confiar nas informações disponíveis nos modelos BIM.
“O Building Information Modeling se mostrou rapidamente um conceito importante a
ser adotado na empresa pois demonstrou ganhos reais para o nosso negócio” comenta Joyce
Delatorre – coordenadora do núcleo de BIM. Hoje a construtora possui uma equipe de seis
profissionais com objetivos bem claros:
Desenvolvimento de procedimentos, padronizações e melhores práticas para
utilização do BIM
Disseminação do conceito da tecnologia na empresa
Formação de profissionais que serão inseridos em processos da empresa
Vigilância Tecnológica em BIM
Gestão de Projetos em BIM
Os profissionais do núcleo também participam do grupo de trabalho BIM da AsBEA e
da comissão para o desenvolvimento da norma BIM da ABNT. Joyce comenta ainda que o
BIM vem facilitando a conversa entre as áreas internas e também com os clientes e sub-
contratadas.
No ano passado a construtora iniciou um projeto arrojado após terem demonstrado a
um grande cliente os benefícios que o BIM lhes traria. Este cliente (uma grande
incorporadora) decidiu investir na infraestrutura e formação da sua equipe interna e dos
projetistas parceiros para o desenvolvimento de um edifício comercial de aproximadamente
70.000 metros quadrados todo em BIM. Neste caso a adoção do conceito permitiu a análise de
diferentes cenários e estudo de soluções alternativas. Possibilitou também a integração com o
planejamento da obra e o estudo da logística de canteiro pelo 4D. O 4D, conceito que está
intimamente associado ao conceito BIM permite que o modelo 3D do edifício possa estar
associado ao planejamento da construção que hoje já é montado com softwares específicos.
“Dessa forma pudemos discutir com o nosso cliente através de um recurso visual qual o
melhor plano de ataque da obra.”
A meta para 2011 é a integração do BIM com o sistema de ERP da empresa e os
cronogramas de planejamento. Esta integração permitirá aos executivos da empresa
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acompanhar dia a dia os indicadores de performance de cada empreendimento e dar mais
previsibilidade para a tomada de decisões.
Apesar dos ganhos, a adoção do BIM para a Método apresentou dificuldades internas e
externas:
INTERNAS
Custo do investimento (Hardware + Softwares + Capacitação)
Tecnologia nova no mercado brasileiro: Ausência de metodologia e boas
práticas
Resistências e incertezas geradas pela mudança de cultura interna e do mercado
EXTERNAS
Falta de profissionais capacitados no mercado (Principalmente Instalações)
Resistência dos projetistas: Propriedade intelectual dos projetos
Interoperabilidade entre softwares de diferentes fornecedores
Fabricantes de Materiais para Construção: Desenvolvimento de bibliotecas de
elementos para serem usadas nos softwares BIM
A conclusão para a Método é que ao colocar todos estes prós e contras na balança o
saldo é positivo e a tendência é que seja cada vez maior.
Quanto aos resultados esperados, na área de projetos o BIM está representando maior
confiabilidade (redução dos erros de compatibilização), maior produtividade (rápida resposta
nas alterações de escopo) e otimização do projeto (estudo das análises de viabilidade, análise
de desempenho e sustentabilidade). Nas áreas de orçamento e planejamento, a implementação
do BIM está auxiliando na automatização da quantificação, na rastreabilidade das
informações, no cálculo da demanda real dos serviços por fases e/ou setor e ainda no estudo
do impacto das alterações de escopo.
Outra empresa que está adotando o uso do conceito BIM é o escritório de arquitetura
Aflalo & Gasperini Arquitetos. Fundada em 1962 a A&G sempre teve uma postura inovadora,
tanto que foi o primeiro escritório de arquitetura do Brasil a adquirir uma impressora de
grande porte (plotter) logo no início dos anos oitenta. Sua atividade são projetos de
Arquitetura e Urbanismo, abrangendo o setor comercial e de serviços, o setor residencial
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multifamiliar e unifamiliar, o setor hoteleiro, o setor público e social, o setor recreacional e
também o setor industrial. Possuem hoje uma equipe com cerca de sessenta profissionais.
O principal incentivador é o arquiteto Miguel Aflalo que representa a terceira geração
da família entre seus colaboradores. Ele mantém a tradição da empresa e acredita que o
escritório precisa estar sempre em busca de novas maneiras de trabalhar e se manter atual. Em
2009, com o apoio dos sócios eles decidiram investir em equipamentos, software e
treinamento e assim como a Método Engenharia, criaram um grupo interno responsável pela
difusão da metodologia de desenvolvimento de projeto em 3D. Antes disso o escritório já
havia tentado mudar várias vezes sem sucesso porque não haviam montado um plano
estratégico de implementação.
Miguel destaca como os principais benefícios o maior controle sobre as interferências,
os conflitos e as decisões a serem tomadas e isso gera uma maior qualidade no projeto. Para
ele este é um momento de transição porque o escritório ainda não adotou a metodologia em
todas as equipes, mas vê que este é um caminho sem volta. Esta será a nova base de trabalho e
o motor da empresa para o futuro.
Um fato interessante percebido internamente é que os profissionais têm se sentido
mais integrados uma vez que o processo de trabalho usando o conceito de BIM exige uma
colaboração maior entre os participantes. Isto reflete diretamente em aspectos de recursos
humanos como a satisfação pessoal com o trabalho e no ambiente da empresa. Para ele isso
representa um estímulo não só para os funcionários que já estão usando a nova metodologia,
mas também para os que ainda não foram envolvidos no processo e estão ansiosos para mudar
e usar a nova ferramenta.
No mês de abril de 2011 eles terminaram o primeiro projeto feito totalmente em BIM
desde os estudos conceituais até a entrega final dos desenhos executivos. “Este projeto foi
uma quebra de paradigma. Ele demonstra que já estamos aptos a abandonar o CAD
tradicional e partir para um terceiro momento na evolução da Aflalo & Gasperini” afirma
Miguel.
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9. MELHORES PRÁTICAS – SUGESTÕES DE COMO INICIAR O USO DO
BIM
Não há uma receita pré-definida e universal para que as empresas ligadas ao setor da
construção possam usar para implementar o BIM. Porém é essencial entender que para que
uma implementação de BIM tenha sucesso, deve-se reconhecer que os processos internos da
organização, seja ela uma empresa de projeto, construtora, incorporadora, ou qualquer outro
participante do ciclo planejamento/projeto/obra/manutenção, sofrerão mudanças. Os
benefícios são muitos, mas nem sempre os beneficiários são os próprios geradores da
informação. A questão é perceber onde está surgindo valor e aproveitá-lo da melhor forma
possível.
O momento certo para iniciar uma implementaçao de BIM é o quanto antes. Se você é
um profissional envolvido no mercado de AEC, tente se educar sobre o conceito e as
tecnologias disponíveis e como estas tecnologias podem trazer benefícios para sua equipe de
projeto e seus clientes (ou os clientes da empresa que você trabalha). BIM é sinônimo de
colaboração e visão sistêmica, assim sempre que for assitir a uma palestra, webcast, ler um
artigo ou fazer um treinamento, convide um amigo, seu chefe ou até mesmo o diretor de sua
empresa.
Não entenda o BIM como um substituto direto do CAD. BIM é muito mais que CAD.
O CAD veio para acelerar um processo antes feito através de meios não digitais e que há
cerca de 30 anos vêm ajudando muito a atualizar e transmitir desenhos. E desenhos são
apenas um meio de transmitir parte da informação necessária da construção. A produção de
desenhos é um processo mecanizado que depende apenas de um desenhista com aptidões
técnicas em ferramentas de desenho. Com o advento do CAD criamos um termo para estes
desenhistas digitais – os chamados “CADISTAS”. Devemos tomar muito cuidado agora para
não criarmos os “BIMISTAS”. A criação de modelos é muito mais um processo de projeto do
que um processo de desenho 3D.
Se sua empresa é uma construtora, pergunte aos seus fornecedores de projeto se já
estão experimentando ferramentas BIM. Peça um modelo de exemplo para você começar a
explorá-lo. Não é necessário que este fornecedor lhe envie o arquivo original. Ele poderá lhe
enviar em formatos somente para visualização (Ex.: DWF 3D, NWD, PDF3D,etc.) e você
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conseguirá vê-los através de softwares de visualização gratuitos como o Autodesk Design
Review, Adobe Acrobat Reader, Navisworks Review, etc. Tente conhecer ferramentas que
ajudem em estudos conceituais e de viabilidade como Google SketchUp, Rhino, Autodesk
Civil 3D, Revit e ou de integração e checagem de modelos tais como Navisworks Manage,
Solibri, VICO, entre outras. Uma das maiores vantagens para sua empresa será a integração
entre planejamento, compatibilização e orçamento.
Procure iniciar um projeto piloto internamente e determine bem os objetivos deste
primeiro teste. Não queira fazer tudo logo na primeira vez e não envolva toda sua equipe (a
menos que ela seja bem pequena – algo entre 3 ou 4 pessoas). Para este piloto quebre
paradigmas. Entenda que o resultado do BIM é diferente do CAD e seu alcançe é muito
maior. Numa segunda etapa expanda o escopo para um novo piloto envolvendo mais pessoas
ou até mesmo tente um piloto com empresas de outras áreas.
Existem muitos mitos que foram criados tão logo se começou a falar em BIM. Como
por exemplo, que não podemos dizer que BIM é uma ou mais ferramentas de software ou
também que um projeto para ser BIM deve ter todas as disciplinas modeladas. É importante
entendermos que o BIM pode ser usado em diferentes etapas do ciclo de vida da construção,
mas não é obrigatóriose utilizar em todas para poder colher benefícios. O caso das empresas
apresentadas mostra que é possível obter ganhos já nos primeiros usos ou em partes
específicas do processo.
Peça ajuda ou pergunte para quem já tentou. Apesar da competição e a busca de novas
tecnologias como diferencial competitivo, muitas empresas estão sempre dispostas a
compartilhar suas experiências. Mesmo que esta ajuda seja de empresas de outro setor ou até
do seu fornecedor de software. Este ainda é um momento em que todos estão aprendendo.
Alguns já estão mais adiantados e outros menos.
Lembre-se que os softwares também estão evoluindo e muito rápido. Vários
fabricantes de software têm lançado releases anuais ou oferecem contratos de manutenção
(assinatura) porque o desenvolvimento é constante. Se você conheceu um software há 2 ou 3
anos atrás não pense que já sabe tudo sobre ele. Primeiro porque talvez você não o conheceu
totalmente (especialmente se não o adotou) e segundo porque muitos recursos novos são
incorporados e outros são melhorados.
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Por fim, não se esqueça que implementar BIM é muito mais uma decisão de negócio
do que uma decisão técnica. Não delegue o conhecer deste conceito à “garotada da empresa
que sabe tudo de CAD”. Tampouco deixe que a decisão de adotar esta nova tecnologia deva
ser tomada pelo departamento de TI porque o BIM irá mudar processos de negócios e fluxos
de trabalho internos e externos. A TI (através do BIM) é um meio como foram o compasso, o
escalímetro e os esquadros e pode ajudar a melhorar o seu negócio e de seus clientes.