Transcript

SENADO IMPERAL

ANNO DE 1884LIVRO 3

ANAIS DO SENADO

Secretaria Especial de Editorao e Publicaes - Subsecretaria de Anais do Senado Federal

TRANSCRIO

yuribeloCaixa de texto ANNAES DO SENADO DO IMPERIO DO BRAZIL

Indice de 1 a 31 de Julho de 1884 ACTAS:

Em 2 de Julho Pag. 16. Em 5 de Pag. 26. Em 10. Pag. 163. Em 30. Pag. 254.

ADDITAMENTO:

DO SR. LEO VELLOSO

So bre o t ransportado pela es trada de f erro d e Baturit, e o e xportado p ela alfandega da F ortaleza, n os annos de 1883 1884. Pag. 240. ADDITIVOS:

DA COMMISSO DE ORAMENTO

Ao oramento do ministerio do imperio. Pag. 32:

DOS SRS. CASTRO CARREIRA, PAULA PESSOA E JAGUARIBE

Sobr e o pr olongamento da es trada de f erro d e

Baturit Quixad Pag. 123.

DOS MESMOS SENHORES

Sobre a repartio do correio do Cear. Pag. 123. DO SR. LIMA DUARTE

Aut orizando o governo p ara permittir que a es trada

de ferro Principe do GroPar, no seu prolongamento para a povoao d o R io P reto p ossa utilisar-se d o le ito da e strada Unio e I ndustria, par a as sentamento de s eus t rilhos, a comear de dez k ilometros alm de Pet ropolis at o Ar al, comtanto qu e o f aa d e mo do que no obste a o t rafego da mesma es trada, s endo es ta, nos t rechos a ssim ut ilisados, conservada pela estrada de ferro concessionaria. Pag. 123.

DOS SRS. VIRIATO DE MEDEIROS, PAULA E CASTRO

CARREIRA Aut orizando o go verno a f azer as oper aes de

credito necessarias para a continuao da estrada de ferro de Sobral e construco do aude de Itacolomy. Pag. 184.

DOS SRS. RIBEIRO DA LUZ, FAUSTO DE AGUIAR E OUTROS

Ao oramento de justia, Pag. 252.

AFFONSO CELSO (O SR.) DISCURSOS:

Oramento de ministerio do imperio. (Sesso em 7 de Julho.) Pag. 30.

Oramento de mi nisterio do i mperio. (Sesso em 9. ) Pags. 82 a 84.

Pl anta c adastral da c idade do Ri o de J aneiro. (Sesso em 21.) Pag. 108.

Oramento do ministerio da agricultura. (Sesso em 21.) Pags. 176 a 185.

Explicaes ministeriaes. (Sesso em 31.) Pags. 261 e 262.

BARO DA LAGUNA (O SR.) DISCURSOS:

Mel horamento da b arra do nor te da pr ovincia d e Santa Catharina (Sesso em 24 de Julho) Pags. 219 e 220.

BARO DE MAMOR (O SR.) DISCURSOS: Regul amento da h ygiene pu blica ( Sesso em 3 de

Julho) Pags. 24 e 25. Or amento do mi nisterio do i mperio ( Sesso em 9)

Pags. 75 a 77. Or amento do mi nisterio do i mperio ( Sesso em 9)

Pags. 83 a 84. Assembla provincial do Par (Sesso em 11) Pags.

101 a 104. BARO DE MAROIM (O SR.) DISCURSOS: O passamento do Sr. senador Diniz (Sesso em 4 de

Julho) Pag. 28. CARNEIRO DA ROCHA (MINISTRO DA AGRICULTURA) (O SR.) DISCURSOS:

Cr edito ao mi nisterio da agr icultura par a a construco das l inhas t elegraphicas no Par an ( Sesso em 3) Pag. 19.

Out ro c redito par a a d esobstraco do r io de S. Francisco (Sesso em 3) Pag. 23.

Or amento d o mi nisterio da agricultura ( Sesso em 16) Pags. 128 a 137.

Idem idem (Sesso em 21) Pags. 108 a 201. Idem idem (Sesso em 26) Pags. 228 a 230. Idem idem (Sesso em 25) Pags. 233.

CASTRO CARREIRA (O SR.) DISCURSOS:

Regul amento da h ygiene pu blica ( Sesso em 3 de Julho) Pags. 26.

Or amento do mi nisterio do i mperio ( Sesso em 9) Pags. 79 e 80.

Or amento d o mi nisterio da agricultura ( Sesso em 15) Pags. 119 a 123. CHRISTIANO OTTONI (O SR.) DISCURSOS:

Par ecer da c ommisso de l egislao s obre segurana individual. (Sesso em 1 de Julho.) Pags. 6 a 14.

Oramento do ministerio da agricultura. (Sesso em 17.) Pags. 147 a 150.

Re presentao de negociantes, et c., de S. J os de Porto-Alegre. (Sesso em 28.) Pags. 247.

E xplicaes mi nisterianas. (Ses so em 3 1) Pags . 260 e 261. CONDE DE BAEPENDY (O SR.) DISCURSOS:

A reforma de eleio de camaras municipaes e juizes de paz. (Sesso em 22.) Pags. 201 e 202. CORREIA (O SR.) DISCURSOS:

Cr edito ao mi nisterio da agr icultura par a a construco de linhas telegraphicas no Paran. (Sesso em 3 de Julho.) Pags. 20 a 22.

Regul amento d a hygi ene p ublica. ( Sesso em 3. ) Pags. 26 e 27.

O passamento do Sr. senador Diniz. (Sesso em 4.) Pags. 28.

Repr esentao d a c amara municipal do S. Fi delis, provincia do Rio de Janeiro.(Sesso em 7.) Pag. 30.

Oramento do mi nisterio do i mperio. (Sesso em 7. ) Pags. 32 a 48.

Commisso de emprestimos. (Sesso em 10.) Pags. 80 a 90.

,272 Indice

Oramento do ministro do imperio. (Sesso em 10.) Pags. 91 a 101.

Oramento do ministerio do imperio. (Sesso em 12.) Pag. 107. Planta cadastral da cidade do Rio de Janeiro. (Sesso em 12.)

Pags. 108. Oramento do m inisterio da agricultura. (Sesso em 14. ) Pags.

109 a 113. Idem, idem. (Sesso em 18.) Pags. 153 a 160. Tarifas da estrada de ferro de Baturit. (Sesso em 26.) Pags.

243 e 244. Representao d e n egociantes, l avradores e pr oprietarios d a

villa de S. Jos de Porto-Alegre. (Sesso em 28.) Pags. 245 a 247. Oramento do ministerio da justia. (Sesso em 28.) Pags. 248

a 252. Iseno do imposto de sello. (Sesso em 28.) Pags. 253. Explicaes ministeriaes. (Sesso em 31.) Pags. 256 a 260.

CRUZ MACHADO (O SR.) DISCURSOS: Explicaes s obre a n o publicao do discurso do Sr. S ilveira

da Motta pronunciado na sesso de 3 0 de Jul ho. (Sesso em 1 d e Jul ho) Pag. 4.

Reforma da el eio de camaras municipaes e d e juizes de paz. (Sesso em 14.) Pags. 113 e 114.

Idem, idem (Sesso em 14.) Pag. 117. DANTAS ( PRESIDENTE DO C ONSELHO.) ( O SR.)

DISCURSOS: Parecer da com misso d e l egislao so bre r eclamaes d e

segurana individual.(Sesso em 1 de Julho.) Pags. 4 a 6. Deportao de redactor d e um j ornal i taliano. (S esso em 8. )

Pag. 51. Negocios da Bahia. (Sesso em 9.) Pag. 73. Commisso de emprestimos. (Sesso em 10.) Pags. 90 e 91. Explicao. (Sesso em 25.) Pags. 231 e 232. Explicaes ministeriaes. (Sesso em 31.) Pags. 255 e 256. EMENDAS: Para qu e as representaes so bre s egurana i ndividual s ejo

enviadas ao governo. Pag. 14. Approvao em parte. Pag. 24.

DA COMMISSO DE ORAMENTO Ao oramento do ministro do imperio. Pag. 30. DO SR. CASTRO CARREIRA Ao oramento do Imperio. Pag. 32. DO SR. SOARES BRANDO Idem . Pag. 32. DO SR. CRUZ MACHADO Idem . Pag. 32. DO SR. RIBEIRO DA LUZ E OUTROS SRS. SENADORES

Ao oramento do Imperio. Pag. 79. DO SR. BARO DE MAMOR Autorisando o governo a dar gratificao, no excedente a verba

votada, a os m edicos qu e desi gnar p ara e xercerem q uaesquer a ttribuies no servio sanitario, salvo a direco da Junta de Hygiene Publica, que ser o centro de todo aquelle servio, reunindo-se-lhe a do Instituto Vaceinico, e harmonisando a s a ttribuies dos di versos r egulamentos q ue, pela n ova organizao provisoria, forem inconciliaveis. Pag. 84.

DO SR. BARROS BARRETO Para s upprimir-se o n. 2 dos additivos d a com misso de

oramento que passou em 2 discusso. Pag. 85.

EMENDAS APPROVADAS EM 2 DISCUSSO PELO SENADO Sobre o oramento d a d espeza de m inisterio da j ustia pa ra o

exercito de 1884 1885. Pag. 106. DA COMMISSO DE CONSTITUIO Sobre a eleio de um senador por Minas. Pag. 106. DO SR. CRUZ MACHADO A reform a da el eio de cam aras m unicipaes e de j uizes de

paz. Pag. 114. DO SR. JUNQUEIRA Ao oramento da agricultura. Pag. 145. DO SR. CRUZ MACHADO Para qu e, sem augmento da ver ba consignada pa ra o pess oal

do s ervio tel egraphico d a es trada de fe rro D . P edro II, fiquem d esde j equiparados os vencimentos do c hefe desse s ervio nos vencimentos dos outros chefes de servio da mesma estrada. Pag. 166.

DA COMMISSO Ao oramento da agricultura. Pag. 199. DO SR. JUNQUEIRA Ao oramento da agricultura. Pag. 221.

DO SR. JOO ALFREDO, CUNHA E FIQUEIREDO E OUTROS

Ao oramento de agricultura. Pag. 232. DO SR. CORREIA (ADDITIVO) A pena de destituio comminada aos cor retores e agentes de

leiles na ultima parte do art. 9 de decreto n. 806 de 26 de Julho de 1851 e no art. 13 do decreto n. 858 de 10 de Novembro do mesmo anno, pela falta de a presentao d o co nhecimento d o i mposto d e i ndustrias e pr ofisses para o registro na j unta com mercial, ser t ambem a pplicada em ca so identico aos interpretes do commercio. Pag. 252.

DOS SRS. LEO VELLOSO, VISCONDE DE PARANAGU E MEIRA DE

VASCONCELLOS

Para que o governo seja igualmente autorisado a conceder um anno de l icena com os r espectivos ord enados ao d esembargador da relao d e C uyab A ntonio Jo aquim R odrigues, e ao j uiz d e di reito d a comarca de S anta philomena Jos de Azevedo e S ouza, para t ratarem de sua saude. Pag. 268.

DO SR. FERNANDES DA CUNHA Idem um ann o de l icena c om ord enado em favor do

desembargador da relao de Goyaz, Manoel Carvalho da Costa. Pag. 268.

FAUSTO DE AGUIAR (O SR.) DISCURSOS: Eleio das camaras municipaes e de juizes de paz. (Sesso em

14 de julho.) Pags. 114 e 115. Idem, idem. (Sesso em 18.) Pag. 158.

FERNANDES DA CUNHA (O SR.): Observaes so bre um a l icena a o des embargador Manoel

Carvalho da Costa. (Sesso em 31.) Pag. 268.

FRANCO DE S (MINISTERIO DO IMPERIO) (O SR.) DISCURSOS: Regulamento da hygiene publica. (Sesso em 3 de Julho.) Pags.

25 e 26. Oramento do m inisterio do imperio. (Sesso em 8.) P ags. 51 a

53. Idem idem. (Sesso em 9.) Pags. 85 e 86. Explicaes ministeriaes. (Sesso em 31.) Pags. 262 e 263.

HENRIQUE DAVILA (O SR.) DISCURSOS: Oramentos d e m inisterio d a a gricultura, (S esso em 15 de

Julho.) Pags. 123 a 125. Idem, idem. (Sesso em 17.) Pags. 150 a 152. Relatorio do engenheiro Julio Rovy. (Sesso em 22.) Pags. 186

a 190.

Indice 273

Tarifas da e strada d e f erro de Ba turit. (Se sso e m 26 .) Pags. 237 a 240.

Idem idem. (Sesso em 28.) Pag. 244. Anniversario natalicio de S. A, a Princeza Imperial. (Sesso

em 30 de Julho.) Pags. 254 e 255. IGNACIO MARTINS (O SR.) DISCURSOS: Oramento do m inisterio da agri cultura. (Sesso em 16 de

Julho.) Pags. 126 a 128.

JAGUARIBE (O SR.) DISCURSOS: Oramento do ministro da agr icultura. (Se sso e m 16 de

Julho.) Pags. 132 a 139. Reclamao sobre a lguns erros e m u m di scurso

pronunciado na Sesso de 16. Pags. 152 e 153. Oramento do ministerio da a gricultura. (Sesso em 23 .)

Pags. 211 a 220. Tarifas da estrada d e ferro de Ba turit. (Sesso e m 2 6.) Pa gs.

240 a 243. JOS BONIFACIO (O SR.) DISCURSOS:

Reforma da eleio de camaras municipaes e de juizes de paz. (Sesso em 21.) Pags. 185 e 186.

Idem, idem. (Sesso em 22.) Pag. 203.

JUNQUEIRA (O SR.) DISCURSOS: Credito ao ministerio da agricultura para a desobstruco do

rio de S. Francisco. (Sesso em 3 de Julho.) Pags. 23 e 24. Oramento do ministro do imperio. (Sesso em 8.) Pag. 54. Negocios da Bahia. (Sesso em 9.) Pag. 73. Oramento do ministro da agr icultura. (Sesso e m 1 7.)

Pags. 140 a 146. Representao do Imperial Instituto Bahiano de A gricultura,

da dire ctoria da A ssociao C ommercial e de varios la vradores e negociantes. (Sesso em 21.) Pags. 165 a 168.

Oramento do ministro da agr icultura. (Sesso e m 2 4.) Pags. 225 e 228.

Credito ao ministerio da ag ricultura. (Sesso em 28.) Pag . 254.

Explicaes ministeriaes. (Sesso em 31.) Pags. 263 a 266. JURAMENTO E posse do Sr. senador I gnacio M artins (por M inas) Pag.

109.

LEO VELLOSO (O SR.) DISCURSOS: Parecer da commisso de legi slao s obre repr esentao

para a segurana individual (Sesso em 1 de Julho.) Pags. 14 a 16. Tarifa da estrada de ferro de Baturit (Sesso em 26.) Pags.

236 e 237. Licena ao de sembargador Br usque, Se sso e m 3 1) Pa g.

267 e 268.

LICENAS: Ao desembargador Brusque. Pag. 24.

LIMA DUARTE (O SR.) DISCURSOS: Projecto do s enado s obre comarcas (Sesso e m 9 de

Julho.) Pag. 74. Parecer sobre a el eio de u m senador por Minas Sesso

em 10) Pag. 89. Matana de gado (Sesso em 12) Pags. 105 e 106.

NUNES GONALVES (O SR.) DISCURSOS: Oramento do ministerio d a a gricultura ( Sesso em 22 de

Julho) Pags. 190 e 198. Idem idem (Sesso em 25) Pags. 232 e 233. OBSERVAES DO SR. PRESIDENTE: Sobre uma reclamao do Sr. Silveira da Motta. (Sesso em

1 de Julho.) Pag. 4. Sobre o pa recer d a commisso d e c onstituio s obre a

eleio de um senador por Minas. Pag. 87. Sobre a planta cadastral da cidade do Rio de Janeiro. Pags.

107 e 108. Sobre a re forma d a elei o de camaras municipaes e de

juizes de paz. Pags, 117 e 118.

A um discurso do Sr. Paes de Mendona. Pags. 223 e 224. Sobre uma reclamao do Sr. Viriato de Medeiros. (Sesso

em 28.) Pag. 245. Sobre o requerimento de t arifas da e strada de ferro de

Baturit. Pags. 247 e 248.

PAES DE MENDONA (O SR.) DISCURSOS: Oramento do ministerio da a gricultura. (Sesso em 24 .)

Pags. 221 e 222.

PARECERES: DA COMMISSO DE LEGISLAO Sobre a pre teno do c apito Joaquim Silverio de Azevedo

Pimentel, depositario publico da crte. Pag. 29. Approvao, dep ois de algu mas obs ervaes de S rs.

presidente e Junqueira. Pag. 29. DA COMMISSO DE ORAMENTO Sobre as despezas do ministerio da agricultura. Pags. 63 a

72. DA COMMISSO DE ESTATISTICA Sobre a p etio de di versos elei tores, m oradores no lug ar

denominado Corrego de Prata pertencente ao municipio do Carmo na provincia do Rio de Janeiro, na qual represento contra a anomalia de serem as suas relaes civis e ecclesiasticas naquelle municipio, que pertence ao 8 di stricto eleitoral, onde podem ser eleitos vereadores e juizes de p az, e ex ercerem, en tretanto o i mportantissimo di reito do voto no municipio de Cantagallo, que pertence ao 7 districto e pedem a sua passagem deste districto para o 8 Pag. 73.

DA COMMISSO DE CONSTITUIO

Sobre a eleio de um senador por Minas. Pags. 87 a 89.

DA COMMISSO DE ORAMENTO Sobre um credito ao ministerio da agricultura. Pags. 204 e

205.

PRESIDENTE (O SR.) DISCURSO: Passamento do Sr. senador Diniz. (Sesso em 4 de Julho.)

Pags. 27 e 28.

PROJECTO: Do Sr. Baro da Laguna, Sobre o melhoramento da barra do

norte da provincia de Santa Catharina. Pag. 221.

REDACES: Emendas do senado prop osta do go verno q ue f ixa a

despeza do m inisterio da m arinha para o exercicio de 18841885, emendada pela camara dos deputados. Pag. 29.

Da emenda approvada pelo senado proposio da camara dos deputados relativamente aos professores das escolas municipaes. Pag. 119.

Emendas do senado proposio que ora as despezas do ministerio do imperio para o exercicio de 1884 1885, emendada pela camara dos deputados. Pags. 138 e 139.

REPRESENTAES:

De Augu sto de Almeida T orres, p ropondo-se a c onstruir e custear e rde complementar do s ystema de viao ferrea do Imperio conforme o traado do engenheiro Honorio Bicalho. Pag. 17.

Dos guardas da escola polytechanica, pedindo augmento de seus vencimentos, e quiparando-os aos do s bedei s da e scola de medicina e i nspectores do collegio de Ped ro I I, cujas categorias s o iguaes s dos supplicantes. Pag. 63.

Do bacharel Francelizio Adolpho Pereira Guimares, juiz de direito da comarca do Tiet,

274 Indice

na p rovincia de Paulo, pedindo ao poder legislativo que mande por l ei, para todos os fi ns legaes, que o sup remo tribunal de justia c onte mais na sua antiguidade de juiz de direito, o prazo decorrido de 8 de Ma ro de 1870, em que foi declarado avulso, a 2 7 de Junho do mesmo anno, em que lhe foi desionada a comarca de S. Borja, para nella ter exercicio. Pag. 231. REQUERIMENTOS:

DO SR. CORREIA Para que o projecto sobre a construco de linhas telegraphicas

no Paran, seja de novo presente commisso de oramento para toma-lo em consi derao c om a p roposta relativa despeza d o m inisterio da agricultura. Pag. 22.

DO MESMO SENHOR S obre o out ro c redito p ara a desobstruco do ri o de S .

Francisco ao mesmo ministerio. Pag. 22. DO BARO DE MAMOR Para que s e adie a discusso sobre o r egulamento da hygiene

publica at pr oxima se sso l egislativa, se antes n o f r rem ettido ao senado o pr ojecto sujeito deliberao da cam ara dos deputados sobre identico assumpto. Pag. 25.

DO SR. SILVEIRA DA MOTTA Sobre a deportao do redactor de um jornal italiano. Pag. 51. Retirado a seu pedido. Pag. 51. DO SR. VIRIATO DE MEDEIROS P ara que por i ntermedio do m inistro se cretario de est ado dos

negocios da fazenda, s eja o se nado i nformado, se a ac tual direco d os telegraphos p restou as su as co ntas ao th esouro na cional, d e to dos os dinheiros p or el la r ecebidos p ara a c onstruco da l inha telegraphica do Imperio, e se estas contas foro documentadas segundo as regras exigidas pels m esmo thes ouro, fi cando el le d irector assi m qui te com o th esouro nacional. Pag. 73.

Approvao. Pag. 74. DO SR. JUNQUEIRA P ara q ue, p or i ntermeio d o m inisterio d a j ustia, s e pea ao

governo i nformaes de qual o est ado ac tual d o p rocesso i nstaurado n a villa de Chique-Chique, provincia da Bahia, contra mais de 50 eleitores por supposto crime de roubo. 73.

DO SR. JOO ALFREDO P ara se a diar a di scusso do o ramento do i mperio at que

sejo impressas no Jornal do Commercio as emendas que acabaro de ser offerecidas. Pag. 86.

DO SR. CORREIA S obre um a c ommisso d e em prestimos. P ag. 90. R etirado a

pedido de seu autor. 91. DO SR. BARO DE MAMOR Sobre a assembla provincial do Par. Pag. 104. DO SR. LIMA DUARTE Sobre matana de gado. Pag. 106. DO SR. FAUSTO DE AGUIAR P ara s e a diar a di scusso da reforma da eleio de cam aras

municipaes e de juizes de pa z at i mpresso das em endas offerecidas nesta sesso (14) no jornal da casa. Pag. 115.

DO SR. VIEIRA DA SILVA Sobre a reforma da eleio de camaras municipaes e de juizes

de paz. Pag. 118. DO SR. HENRIQUE DAVILA P ara que p or i ntermedio do m inisterio da a gricultura e obras

publicas se obtenha a publica-

o no Diario Official do relatorio enviado aquelle ministerio pelo engenheiro civil, o Sr. Julio J. Revy, a 21 de Setembro de 1881, relativamente s tarifas da estrada de ferro de Baturit. Pag. 184.

DO SR. JOS BONIFACIO P ara q ue o p rojecto s obre a el eio de cam aras m unicipaes e

juizes de paz com as emendas v commisso de legislao. Pag. 230. DO SR. CHRISTIANO OTTONI P ara q ue a r epresentao da c amara m unicipal de S . Jo s de

Porto-Alegre, seja remettida ao g overno, para que a tom e na c onsiderao que merecer. Pag. 247.

DO SR. RIBEIRO DA LUZ P ara q ue as emendas sobre l icenas sej o destacadas e

remettidas commisso de penses e ordenados. Pag. 268.

RIBEIRO DA LUZ (O SR.) DISCURSOS: Or amento d o m inisterio do i mperio (S esso em 9 d e Jul ho)

Pags. 77 a 79. R epresentao da c amara m unicipal da ci dade das D ores da

Ba Esperana, na provincia de Minas. (Sesso em 2.) Pags. 205 a 211. Licenas a funccionarios. (Sesso em 31.) Pag. 268.

SILVEIRA MARTINS (O SR.) DISCURSOS: Explicaes ministeriaes (Sesses em 31 de Jul ho) Pags. 266 e

267. SILVEIRA DA MOTTA (O SR.) DISCURSOS:

Reclamaes sobre a p ublicao da sesso do dia 30 de Junho (Sesso em 1 de Julho) Pags. 3 e 4.

Parecer da commisso de l egislao sobre representaes para segurana individual. (Sesso em 3.) Pags. 23 e 24.

D eportao do redactor d e um j ornal i taliano. (S esso em 8. ) Pags. 49 a 51.

Oramento do m inisterio do i mperio, (Sesso em 9.) P ags. 81 e 82. SOARES BRANDO (O SR.) DISCURSOS:

Or amento do m inisterio do i mperio. (S esso em 9 de Jul ho.) Pags. 80 a 82.

SUBSTITUTIVOS:

D o S r. A ffonso C elso p ara q ue os p apeis so bre a planta cadastral d a ci dade do R io de Ja neiro sej o de volvidos ao g overno p ara resolver em vi sta d os documentos que l he foro fo rnecidos e m andar processar a divida que se reconhecer como de exercicio findo. Pag. 108. TEIXEIRA JUNIOR (O SR.) DISCURSOS:

Credito ao ministerio da agricultura para a desobstruco do rio de S. Francisco. (Sesso em 3 de Julho.) Pag. 23. VIEIRA DA SILVA (O SR.) DISCURSOS:

Eleio de camaras municipaes e de juizes de pa z. (Sesso em 14.) Pags. 115 a 117.

Idem, idem, (Sesso em 28.) Pags. 161 a 165. Idem, idem, (Sesso em 24.) Pags. 230 a 233. Idem, idem, (Sesso em 25.) Pags. 233 e 234.

VIRIATO DE MEDEIROS (O SR.) DISCURSOS:

Credito ao ministerio da agricultura para a c onstruco da l inha telegraphica no Paran. (Sesso em 3 de Julho.) Pag. 17.

Outro credito ao m esmo m inisterio para a des obstruco do ri o S. Francisco. (Sesso em 3) Pag. 22.

A repartio dos telegraphos. (Sesso em 9.) Pag. 73. Idem, idem. (Sesso em 21.) Pag. 168. O ramento do m inisterio da agricultura. (S esso em 21.) Pags.

168 a 176. Idem, idem. (Sesso em 24.) Pags. 224 e 225.

Indice 275

Reclamaes sobre a acta da sesso de 26. (Sesso em 28.) Pags. 244 e 245. VOTAES:

De um credito ao ministerio da marinha. Pag. 4.

De um c redito ao ministerio da agr icultura. Pag. 4.

Appr ovao da emenda of ferecida n o parecer d a c ommisso de i nstruco p ublica, substitutiva da proposio da camara dos deputados n. 24 de 18 83, dis pondo que os pr ofessores das escolas municipaes gozaro quanto vitaliciedade e jubilao dos mesmos favores que a lei concede aos professores geraes.

Ap provao do r equerimento do Sr . Baro de M amor, par a qu e s e ad ie a dis cusso do projecto of ferecido no pa recer da c ommisso de saude pu blica, s obre o regulamento an nexo ao decreto n. 8,387 de 19 de Janeiro de 1882. Pag. 30.

Do oramento do imperio. Pag. 104. De um credito ao ministerio da marinha. Pag.

105. Sobr e os venc imentos d os pr ofessores das

escolas municipaes. Pag. 105. Do or amento do m inisterio da agricultura.

Pags. 234 a 236.

SENADO

40 SESSO EM 1 DE JULHO DE 1884

PRESIDENCIA DO SR BARO DE COTEGIPE

Summario Reclamao. Discurso do Sr. Silveira da Motta. Observaes dos Srs. presidente e 1 secretario Ordem do dia Votao de um credito ao ministerio da marinha Votao do requerimento de adiamento do parecer da commisso de legislao, sobre reclamaes de segurana individual. Observaes do Sr. presidente Votao de creditos ao ministerio da agricultura Reclamaes sobre segurana individual. Discursos dos Srs. Dantas (presidente do conselho) e Ottoni. Emenda. Discurso do Sr. Leo Velloso. Adiamento.

A's 11 horas da manh acharo-se presentes 31 Srs. s enadores, a s aber: Baro de Cotegi pe, C ruz Machado, Baro de Mamanguape, Luiz Felippe, Nunes Gonalves, de Lamare, Paes de Mendona, Chichorro, Jos Boni facio, Cas tro Carrei ra, Junqueira, Correi a, Barros Barreto, Lui z Carl os, Bar o da Laguna, Leo Velloso, Faus to de Aguiar, J oo Al fredo, A ffonso Celso, M eira de Vas concellos, Pa ula Pessoa, O ttoni, Silveira da Motta, Vi sconde de Muritiba, Vi sconde de Pelotas, V iriato de M edeiros, Si lveira Lobo, Baro de Maroim e Dantas.

Deixro de c omparecer, c om c ausa participada, os Srs. Di niz, Baro de Souz a Q ueiroz, Conde de Baepend y, Diogo Velho, O ctaviano, Henrique d'Av ila, Si nimb, G odoy, Fernand es da Cunha, Saraiva, Lima Duarte, Vieira da Silva, Martinho Campos e Visconde do Bom-Retiro.

O Sr. Presidente abrio a sesso. Leu-se a ac ta da s esso antec edente e, no

havendo quem sobre ella fizesse observaes, deu-se por approvada.

Comparecro depoi s de a berta a s esso os Srs. Cunha e Fi gueiredo, Ribeiro da Luz , Baro de Mamor, Vi sconde de Paranagu , Laf ayette, Si lveira Martins, Anto, Soares Brando, Uc ha Cav alcanti, Carro e Jaguaribe.

O Sr. 1 Sec retario dec larou que no hav ia expediente.

O Sr. 2 Sec retario dec larou que no hav ia pareceres.

RECLAMAO

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: Sr pres idente, pedi a pal avra para f azer uma rec tificao ou reclamao s obre a publ icao do s debates de hontem.

Quando s e pz em di scusso o parec er da commisso de l egislao, concernente s representaes da lavoura, eu pedi a palavra ao Sr. 1 secretario, pois que V. Ex. no estava na mesa, pedi a palavra pel a orde m, dec larando que ti nha em v ista fazer um reque rimento de adiamento, e dando c omo razo des se requeri mento a ausencia do nobre presidente do

conselho, que s e ti nha reti rado antes , a 1 hora , m ais ou m enos, po r ter, s egundo s e di sse, de es tar na camara para assistir discusso da receita do Imperio.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): Apoiado.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: C om esse fundamento S. Ex . ti nha se reti rado pouc o dep ois de meio-dia.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): Muito depois.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: M as, tendo eu declarado o fim para que tinha pedido a palavra, o meu nobre a migo, o Sr. 1 s ecretario, que pres idia ento aos nossos trabalhos, ponderou-me que, pa ra que eu pudesse apresentar o requerimento de adi amento, era preciso que pedi sse a pal avra sobre a materia, e que nesse caso perderia uma vez de fallar.

A' v ista des ta obs ervao do nob re 1 secretario, declarei que, no querendo perder uma vez de fallar, pediria a algum outro collega para offerecer o requerimento.

Ento, ac hando-se perto de m im o hon rado senador por Perna mbuco, o Sr. Ucha, S. Ex. offereceu-se para apres entar o requeri mento, como effectivamente o fez.

Mas, Sr. pres idente, nada disto c onsta do Jornal do Commercio; nem o que eu di sse nem o que o Sr. 1 s ecretario disse, nem o que f ez; o que c onsta o c ontrario; c onsta que, pondo-se em di scusso a materia, o Sr. Ucha of fereceu um requeri mento de adiamento.

Isto no a v erdade. A o misso s em duvida insignificante; mas eu fao esta rec lamao, s mente para no dar ao Jornal o di reito de es colher para publicar o que j ulgar i mportante, despr ezando aquillo que no s eu entender f r insignificante. No elle que tem o direito de julgar destas cousas; deve transcrever escrupulosamente o que se passa na sesso.

Esta rec lamao tem s mente por f im que V. Ex. faa alguma advertencia a tal respeito.

J que es tou c om a pal avra, Sr. pres idente, approveitarei a oc casio para f undamentar u m requerimento, que mandarei m esa, pedi ndo por cpia ao gov erno, pel a reparti o c ompetente, os pareceres do c onselho de es tado, quand o foi ultimamente c onsultado s obre o pro jecto ou questionario do nobre pres idente do c onselho a respeito do proj ecto de em ancipao do el emento servil.

Os j ornaes j dero al guma noti cia de stes pareceres. O governo, nas discusses que tem havido, no te m c ontrariado o que se publ icou a res peito da sesso do conselho de e stado, m as o pai z es t ancioso por saber de tudo que s e pas sa sobre tal assumpto.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): Tudo ter publicidade sem demora.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: Tudo q uanto fr

4 Sesso em 1 de Julho de 1884 publicidade, principalmente nesta materia, necessario.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): J era pensamento do governo dar conhecimento de tudo.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: Se V. Ex. promette, eu at desisto do requerimento.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): No ha duvida, pde des istir, porque mandarei a t odos os senadores e deputados, e sem demora.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: Estou satisfeito, porque tem de haver di scusso ampla sobre es ta materia e j usto que nos preparemos com os elementos que ha para o nosso juizo.

Por i sso, vi sta da segurana que nos d o nobre presidente do c onselho, des isto de apres entar o meu requerimento, f icando subsistente smente a recl amao que f iz sobre a publicao dos debates.

O SR. PRESIDENTE: Devo i nformar ao nobre s enador que no ac hei-me hont em pres idindo o s t rabalhos do s enado, mas que, se ha f alta, esta no do Jornal do Commercio, que publica litteralmente o que l he enviado daqui, porque o s ervio de t achygraphia e da organi sao da s s esses e st completamente separado do da publ icao; qual quer f alta que haja, pois, da preparao tachygraphica.

O SR. CRUZ MACHADO (1 secretario): Sr. presidente, eu t ive a honra de presidir a sesso de hont em, depois que V . E x. s e aus entou, e, ent rando em di scusso o parecer da c ommisso de legislao rel ativo s repres entaes da l avoura, o nobre s enador pel a provi ncia de Goyaz pedi o a palavra pel a ordem , de clarando que i a propor o adi amento d a discusso. E nto, obs ervando-lhe eu q ue n o podi a p ropor o adiamento sem que pedisse a palavra sobre a materia, accrescia que ant es de S . Ex. j dous nobres s enadores ti nho pedi do a palavra, s endo que dem ais s e us asse da pal avra s obre a materia, embora para propr o a diamento, perderia uma vez de fallar. O nobre s enador, em vi sta di sto, cedeu i nteiramente da palavra. O Sr. Ucha ento pedio a palavra sobre a materia, com consentimento dos dou s senadores i nscriptos e propoz o adiamento. Assim que effectivamente o resultado deste incidente foi que o S r. Uc ha, f allando s obre a m ateria, propoz o adiamento; pare cendo-me que b astaria ser i sto conhecido do publico...

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: Isso que no exacto. O SR. 1 SECRETARIO: ...e encarregado dos debates,

perguntando-me como, se deveria proceder relativamente a est a occurrencia, au torisei eu a publ icao do modo por que se fez. Se ha culpa, culpa meu est.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: Ento est absolvido.

ORDEM DO DIA

VOTAO DE UM CREDITO AO MINISTERIO DA MARINHA Votou-se e foi approvada a em enda of ferecida pel o Sr.

Barros B arreto s ubstitutiva da propos ta do poder legislativo, convertida em projecto de l ei pela camara dos deputados, n. 4 de 1884, abri ndo ao m inisterio d a m arinha u m c redito de 35:643$666 para augmento da verba Batalho naval durante o exercicio de 18841885.

Foi c onsiderado prej udicado o art . 2 da m esma proposta.

Foi a propos ta assim emendada adoptada para pas sar 3 discusso.

VOTAO DO RE QUERIMENTO DE A DIAMENTO DO PARECER D A C OMMISSO D E LEG ISLAO SO BRE RECLAMAES DE SEGURANA INDIVIDUAL

O SR. PRESIDENTE: Seguia-se a vot ao do adiamento do pare cer da commisso d e l egislao sobre a s representaes de camaras municipaes. Este adiamento era at a pres ena do S r. pres idente do c onselho. Estando S . Ex. presente julgo prejudicado o requerimento.

CREDITOS AO MINISTERIO DA AGRICULTURA

Votou-se e foi approvado o requerimento do Sr. Viriato de Medeiros, pedi ndo o adi amento da 2 di scusso da pro posio da c amara dos deput ados n. 1 19 de 1883, c oncedendo ao ministerio da agri cultura u m c redito de 50; 000$ p ara a continuao prolongamento da linha telegraphica, na provincia do Paran, at que possa comparecer o Sr. ministro da agricultura.

Votou-se e f oi i gualmente approvado o req uerimento do mesmo s enhor, pedi ndo o adi amento da 2 di scusso d a proposio da c amara dos d eputados n. 120 de 1883, concedendo ao m inisterio da agri cultura um credito de 20 0:000$ para c ontinuao das obras de des obstruco do R io S . Francisco, at que poss a comparecer o Sr. ministro da agricultura.

PARECER DA COMMISSO DE LEGISLAO SOBRE

RECLAMAES DE SEGURANA INDIVIDUAL Proseguio a 1 di scusso do par ecer da c ommisso de

legislao para que s ejo arc hivadas vari as repres entaes contendo quei xas c ontra a s perturbaes causadas pel a violencia na propaganda abol icionista, e pedi ndo pro videncias que garanto a tranquillidade publica e segurana individual.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): N em porque ser muito breve a res posta, que vou dar, deixar de s er completa.

No m e julgo no dever, Sr. presidente, de trazer agora ao debat e t udo quant o aprouv e f az-lo a al guns de m eus honrados collegas, que tm discutido o parecer da commisso de legislao.

O meu fim, neste momento, dizer que voto pelo parecer desta commisso...

O SR. CHRISTIANO OTTONI: E eu contra. O SR. DANTAS (presidente do conselho): ...que

acho nos prec isos termos, attendendo a que, pedi ndo os representantes provi dencias, que garant o s uas pess oas, s eus direitos, s ua s egurana i ndividual, a c ommisso de l egislao no podia, a meu vr, dar outra resposta, seno a que se contm no seu breve, mas luminoso parecer.

Se a commisso j ulgasse que nas l eis do pai z n o poderio encontrar os representantes as garantias de que di zem carecer, e sem as quae s fi caro m erc de vi olencias resultantes da propaganda abol icionista, c omprehendo q ue no se l imitasse a di zer que nen huma provi dencia se tornava necessaria, al m das que j es to ao al cance do gove rno, e accrescentasse que ao governo c umpria, t omando em a tteno estas repres entaes, provei do re medio ao mal a t on de l he coubesse...

O SR. CHRISTIANO OTTONI: Ou propr medidas. O SR. DANTAS (presidente do conselho): Propr

medidas no; e ex actamente a d esnecessidade di sto que estou mostrando...

O SR. CHRISTIANO OTTONI: As medidas legislativas. O SR. DANTAS (presidente do conselho): ...e v ou

entrar no e xame do as sumpto p rescindindo de qual quer out ra considerao.

Tres s o a s repres entaes present es: u ma da c amara municipal da ci dade do Ri o Novo; outra da c amara municipal da cidade de Barbacena, e finalmente outra de diversos cidados de Sarandy.

Nestas representaes, queixo-se os representantes de perturbaes, de que s e acho ameaadas (note bem o senado, do que s e ac ho ameaadas) as res pectivas l ocalidades, p elas violencias da propaganda abol icionista; e pede m ao poder legislativo providencias que garanto a t ranquillidade publica e a segurana individual.

Nisto vai envol vida um a grave c ensura aos pode res publicos...

O SR. NUNES GONALVES: Ao governo. O SR. DANTAS (presidente do conselho): N o s

ao governo o poder judiciario tambem, e ao

Sesso em 1 de Julho de 1884 5 legislativo, aos poderes publ icos port anto. No pos so ac eitar a emenda do nobre senador pelo Maranho.

O SR. NUNES GONALVES: Quanto a m im, s ao governo.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: E ' um a si tuao que reclama remedios legislativos.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): M as, senhores, quem no tem razo so os representantes, porque s fallo de a meaas vagas , de perturbaes, e m vi rtude da propaganda abolicionista. Lendo estas representaes, vi que se trata s implesmente de u ma cousa que es t no ar, que se arreceia...

O SR. LEO VELLOSO: N o houve pos itivao de factos.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): No houve...

O Sr. Leo Velloso d outro aparte. O SR. DANTAS (presidente do conselho): M as,

senhores, s e no ha seno uma a meaa no ar , c omo poderemos contra isso proceder? E' impossivel.

Desamos, por m, aos factos, vejamos onde e c omo a vida, a propriedade e a t ranquillidade public a f oro ameaadas nestas t res localidades, procuremos ver qual o pen samento dos representantes, recl amando a a tteno d os poderes do E stado, se suas queixas, so ou no fundadas.

Sr. presi dente, sabido que de tempos a e sta par te a opinio favoravel, ou emancipao dos escravos ou abolio, tem tomado grande e not avel d esenvolvimento. E' sabido que uma propaganda, se tem feito e contina neste sentido.

Os que se acho frente della, ou pela imprensa, ou nos clubs ou na s c onferencias, ex terno s uas i das, proc uraro sustenta-las, justifica-las. E' possivel, admitto mesmo, que nest e empenho, que alis nada tem de condemnavel, alguns se tenho excedido, m as t ambem certo que i sso no t em pa ssado de opinies, de palavras; nada ouvi ainda que possa ser qualificado, nem como t entativa s equer de ameaa e de pert urbao da tranquillidade publica.

Quanto ao di reito de propri edade, distingamos; ex acto que no smente o abol icionista, mas o emancipador, e ent re os ultimos se acha o governo, promovem efficazmente os meios de caminhar por u m do s dous modos par a o t erreno da grande aspirao que nos domina a todos; a extinco da escravatura no Brazil. Se e sta as pirao no p de dei xar de mais ou menos inquietar os i nteresses de ssa e specie de propri edade, como impedi-lo? Que m t eria es te pod er? Pois pde parec er m enos regular, menos legal, o s facto de haver propaganda no sentido da em ancipao ou da abol io da escravido no B razil? Ninguem e m boa c onsciencia, c onhecendo as l eis, poder responder pela affirmativa...

O Sr. Silveira da Motta d um aparte. O SR. DANTAS (presidente do conselho): . ..porque

teria como resposta uma disposio salutar desta Constituio (o orador mostra a Constituio) na qual innegavelmente encontro todas as garantias a liberdade e a ordem...

O SR SILVEIRA LOBO: O passado e o presente esto mostrando.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): P erdo. Deixemos a quem pensar contra ns levantar outra bandeira; no me assusto; a controversia que apura as boas opinies, as que no podem soffrer o embate da discusso que a si mesmas se condemno.

Vivemos nu ma monarchia on de l ivremente se prga a republica.

A na o pde di zer que t em uma f rma de governo na qual no h c onquista do progr esso e da c ivilisao que no possa ser realizada.

O SR. SILVEIRA LOBO: A d emocracia es t bani da deste paiz.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): Nunc a esteve, e cada vez mais ella ganha terreno,

(Troco-se apartes entre os Srs. presidente do conselho e Silveira Lobo.)

Mas, Sr. presidente, fui desviado, e ainda bem: preciso termos a c oragem de honrar o s ystema s ob o qual e stamos vivendo.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: No tem questo. O SR. DANTAS (presidente do conselho): Diz o 4

art. 179 da nossa liberrima Constituio. O SR. SILVEIRA LOBO: Na letra, apoiado. O SR. DANTAS (presidente do conselho): Se o no

na pratica, no della, antes nossa a culpa. O SR. SILVEIRA LOBO: Ainda mais essa. O SR. DANTAS (presidente do conselho): E V. Ex.

collaborou tambem grandemente para isto, no pde de clinar da responsabilidade, commigo e com todos at certa poca.

O SR. SILVEIRA LOBO: Sem duvida, eu pensava que estava c onstruindo seco de est rada para a dem ocracia, mas para a democracia pura.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): O 4 do art. 179 da Constituio diz o seguinte:

Todos pode m communicar os seus pen samentos po r palavras, esc riptos, e publ ica-los pel a i mprensa, sem dependencia de censura, comtanto que hajo de responder pelos abusos, que commetterem ao exercicio deste direito, nos casos e pela frma, que a lei determinar.

Ora, adm ittamos que t enha havi do e xcessos; ou e stes excessos e staro s ob a s anco da l ei penal , ou es taro na alada da lei civil. No primeiro caso, cabe o procedimento official da justia, ou do individuo prejudicado; no segundo caso ahi est nas nossas leis o meio pelo qual quem se julgar offendido pde promover a repara o da vi olencia que houver s offrido nos seus direitos.

Quanto a proc edimento off icial d a j ustia, nada c onsta, nada foi prat icado pelos propagandistas que t orne necessaria a interveno da autoridade criminal sujeitando-os a processo.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: Nada. O SR. DANTAS (presidente do conselho): O q ue

que se censura? So as demonstraes de alegria. Repetirei o que j d isse na outra c amara: Houve

porventura excesso de al egria, demasiado regos ijo; mas como impedir?

Quizero c ommemorar um facto e dero t oda a expanso as alegrias originadas desse facto.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: Fac to que o governo applaudio no relatorio.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): O facto foi de t al ordem, que o governo, em honra s ua o de claro, expedio telegramma para o presidente do Cear congratulando-se...

O SR. CHRISTIANO OTTONI: E o rel atorio da agricultura tambem.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: O governo applaudio. O SR. DANTAS (presidente do conselho): ...em seu

nome, e em nome do Imperador. O SR. SILVEIRA DA MOTTA: Sim, senhor. O SR. NUNES GONALVES: Depoi s de mittio o

presidente! O SR. DANTAS (presidente do conselho): M as,

permitta-me o senado diz-lo, nada enf raquece m ais o s governos do que a vacillao em enunciar e seguir resolutamente o proprio pensamento.

Espero que no ser por es te lado que peque o a ctual gabinete; e este proposito manterei quaesquer que tenho de ser as consequencias.

Diante, poi s, da s rec lamaes cont inuadas da opi nio, por t odos os seus orgos, para que o governo as sumisse a attitude c lara e de finida que l he c abia t omar na quest o do elemento s ervil, t ocando-me a res ponsabilidade do gov erno, procederei, na minha l inguagem e nos meus a ctos, com franqueza que a ninguem possa illudir.

6 Sesso em 1 de Julho de 1884

O SR. CHRISTIANO OTTONI: Deus o ajude. O SR. DANTAS (presidente do conselho): A t e ste

momento nada tenho motivos p ara rec ommendar a nenhu ma autoridade que proceda criminalmente contra os propagandistas.

Tenho ac ompanhado t odas a s occurrencias, e s ei at onde ellas tem chegado. Se sahirem das raias da legalidade, hei de c umprir energi camente o meu dever e us ar inexoravelmente dos meios de repres so que me f aculta a l ei. Se e sta me parecesse insufficiente, viria ao parlamento pedir outras medidas.

Mas es pero que nunc a chegaremos l ; que nest a immensa e di fficil, mas tambem gl oriosa jornada, e m que no s achamos t odos, have mos de c aminhar a t ao f im sem necessidade de meios excepcionaes contra quem quer que seja.

Pdem e star tranquillos, fazendeiros e lav radores, de cujo nu mero po sso at de certo modo di zer que f ao part e, porque s e propri amente no o s ou, pert eno a u ma numerosissima familia que tem ao trabalho servil ligados todos os seus interesses. Muito mais imperiosos porm do que e stes, so os i nteresses da civilisao e os do p aiz e m suas rel aes economicas ou humanitarias.

Os proprios fazendeiros, pre ciso fazer-lhes esta honra, ero os pri meiros a pedi r que o governo ds se um a soluo questo, poi s que tudo era pref ervel a deixa-la revel ia, se m saberem a lei em que vivio.

Pois bem, o governo apparece e occupa o lugar que julga competir-lhe: o parl amento e st aber to, as medidas vo ser apresentadas, a di scusso s e i niciar, e af inal que m t em d e decidir ha de prof erir sua deciso. Se ella for de accrdo com o pensamento do governo act ual, convencer-se-ha est e que prestou algum servio.

No que es teja c orrendo at rs de gl orias; eu mesmo medi, quando e stive e m Ro ma, a di stancia que vai da Rocha Tarpeia ao Capi tolio. O que ac tua em mim a c onvico de que neste a ssumpto cumpre proc eder c om inteira prudenc ia, mas tambem caminhar com grande deciso.

Eis, senhores, a verdade. Podem, repi to, e star tranquillos os f azendeiros. E u

comprehendo que f actos de sgraados s e tm dado, e ffeitos da maldita instituio esta da escravido. (Apoiados.)

Ella v m de s eculos, no t emos di sso a responsabilidade, mas es tamos, mo grado nos so, c arregando com as suas c onsequencias desgra adas. Trabal hemos t odos, portanto, para que em um prazo que a prudencia aconselhar, ella desapparea da f ace do pai z. Isso se ha de c onseguir com moderao, e de meios violentos nunca seria eu que m lanasse mo.

No sou abolicionista, como j me querem pintar. Na pos io e m que me ac ho e c om o program ma que

annunciei, nat ural que me fao a lvo de el ogios e de accusaes igualmente immerecidas. Mas afinal ha de fazer-se a cada um dos que t iverem cooperado nes ta obra a j ustia a que tiverem direito.

Quantas prophec ias sinistras no s e f izero quando nesta mesma quest o i nterviero E usebio de Quei roz e m ais tarde o Visconde do Rio-Branco?

Entretanto nenhu ma de ssas prophecias se real izou, e depois disto o paiz tem caminhado e prosperado.

Pois prec isamente o que espero ha de ac ontecer agora. S e ha que m tenha melhores i das do que eu, pe o de mos post as que appare a, porque l he rogarei que ve nha m e substituir; se porm na ha que m as tenha melhores, deixem que alguma cousa se faa. Numa questo destas ninguem procede por c ondescendencias; no as s olicito ne m aos meus mais intimos amigos; appello para todos elles desta e da out ra casa; a nenhum pedirei o voto.

UM SR. SENADOR: E por i sso que pedi mos o projecto.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): Elle vem em breve.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: V enha o proj ecto. A demora que o diabo.

O SR. DANTAS (presidente do conselho): P ara que diz isso o honrado senador, meu mestre, que me est apoiando? No ha dem ora. Preciso de al gum tempo de meditao; um artigo, um paragrapho nes te assumpto exigem muita ref lexo, e eu no tinha projecto feito.

UM SR. SENADOR: A sesso vai acabar-se. O SR. DANTAS (presidente do conselho):

Apresentar-se-ha o proj ecto d entro de pouc os di as. Es sa impaciencia, e sse a odamento, eu no t eria c om ni nguem. J disse que ne m o s pare ceres do c onselho de e stado se a cho commigo. P edi, e f ui genti l e generos amente att endido, a meu honrado amigo e collega senador de Minas-Geraes que tomasse s i o s trabalhos da c onferencia do conselho de est ado, reunindo-os, revendo-os pondo-os e m orde m para serem impressos. O nobre s enador que t em s ervido de s ecretario n o conselho de est ado i nterinamente por s er o mais moo, o qu e sem duvida lhe agradavel (riso), fez-me o favor de tomar essa incumbencia, e na frma d o c ostume, del la se est desempenhando c om a maior pr esteza; e t anto a ssim q ue um exemplar j me f oi mostrado; um l ivro, que ser di stribuido, como ha pouc o prometti, pel os honrados s enadores, pel os S rs. deputados, e o mesmo entregue imprensa, porque todo o pai z tem di reito de c onhecer est as cousas. No ha, poi s, demora alguma.

Depois des tas consideraes, S r. pres idente, prec isarei porventura dizer mais alguma cousa? Creio que no. (Muito bem; muito bem!)

A meia hora depoi s do m eio dia o S r. presidente deixou a cadeira da pres idencia, que passou a ser occupada pelo Sr. 1 secretario, na ausencia do Sr. vice-presidente.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: S r. presidente, em toda a m inha vi da parl amentar, mais c urta, apezar de s er eu mais velho, do que a do meu illustrado amigo o Sr. Martinho Campos, cuja aus encia l amento, pri ncipalmente pel o motivo que a determina, tem-me causado sempre desgosto achar-se com este amigo e m al guma di vergencia. P oucas vezes t em i sso acontecido.

Na pres ente di scusso e nas q uestes c onnexas co m esta dus repres entaes da lavoura, probl ema complexo que comprehende t udo o que ag ita pres entemente a nossa sociedade; na pres ente ques to ac hava-se t o radi calmente divergente de S . Ex., to profundamente separado, que traz-me consolao encontrar um ponto em que vou s ustenta-lo contra o parecer da c ommisso e contra o que ac aba de di zer o nobre presidente do c onselho; o que t ambem para mim mgoa, porque desde o primeiro dia t enho applaudido o programma do ministerio, e sperando al is a s ua real izao, res ervando-me o direito de e xaminar as medidas que forem propostas, de amplia-las, rest ringi-las, aprec ia-las, emfim, c om l iberdade, mas liberdade de amigo.

Consola-me achar uma occasio em que me colloque de novo ao l ado do ant igo c ompanheiro do t empo dos hi storicos contra os progressistas na camara dos deputados.

S. E x. t em razo quando di z que a c ommisso no reflectio bem, m andando s implesmente archivar estas representaes.

No, Sr. presidente; taes documentos, quer na s ua letra, quer no seu espirito, quer nas referencias a tudo que se passa roda de ns , rec ordo, apon to ao c orpo l egislativo g randes necessidades publ icas, para c uja satisfao o governo n o es t armado com os meios necessarios.

Nesta parte divirjo completamente da nobre c ommisso; o c aminho que devem s eguir e stas repres entaes, serem remettidas ao governo, chamando o senado com seriedade a sua atteno para ellas, e para as questes com ellas connexas.

Esta re messa de repres entaes ao governo s er um auxilio ao programm a do ministerio, ser um pedido de urgenc ia para a apresentao de medidas; porque ser calamidade que se encerre o parl amento e ste anno sem t er dado al gum pa sso no caminho que parece encetar o nobre presidente do conselho.

Sesso em 1 de Julho de 1884 7

O SR. DANTAS (presidente do conselho): P eo permisso ao honrado s enador para retirar-me, porque s ou obrigado a ir para a camara, o que muito sinto.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: Tambem eu sinto muito, mas V. Ex. ler-me-ha.

Sr. pres idente, o e stado da nossa s ociedade, maximo nos districtos ruraes, no normal. Parte das queixas da lavoura so fundadas; ellas muitas vezes so exageradas, como tambem do out ro l ado s e ex agera; m as pa rte da s quei xas t em fundamento.

No ha duvida que ha prop aganda para ac celerar a emancipao, propaganda l icita, propag anda que as l eis no vedo, propaganda que o gov erno no t inha o direito de reprimir; no ha duvi da qu e es sa propaganda, ainda no abus ando, innocentemente, ha de enc ontrar cho nos districtos ruraes; este cho ha de s oar aos ouvi dos dos i nfelizes que es to na escravido, e ao s quaes ha 1 8 annos os podere s publ icos promettem a liberdade, promessa at hoje mentida.

Esta agi tao de opi nies, e choando nos ani mos dos miseros produz nec essariamente o desespero. Daqui a insubordinao da es cravatura; daqui negar-se el la ao t rabalho, como j s e e st negando e m al gumas p artes. Daqui a f alta de aco do s que di rigem, por que es to real mente e m posi o precaria em di strictos ruraes , onde a populao es crava superior dos livres. Daqui a falta de segurana dos livres; daqui ainda um sentimento de rec eio, de medo, que t o mo inspirador como o desespero da outra parte.

Eu narrei ao senado uma srie de factos que demonstro completamente o que agora ac abei d e aff irmar, e que, se affirmasse pel a pri meira vez; po deria t alvez parec er as sero dogmatica; mas eu narrei longamente... e ninguem me contestou, durante 17 di as, desde 9 a t 26 de Junho, d ia em que o nobre senador por M inas me oppoz al gumas p roposies generi cas e apostrophes um tanto apaixonadas.

Dei, port anto, prviamente, demonstrao das proposies agora enunciadas.

Este e stado no nor mal: reclama provi dencias no smente do governo, mas do corpo l egislativo; medidas novas , no simplesmente applicao das l eis que temos. Este estado to grave, t o anormal, que a reac o da l avoura j c hegou, como fi z ver ao s enado, ao ex tremo depl oravel de f azer propaganda para que nenhum jury condemne escravo criminoso; absolva-o e entregue aos senhores para fazerem justia por suas mos.

Um j ornal da crte, que ne sta part e no pude l er se m estremecimento, chegou a di zer que os escravos entregues aos senhores, l io aprender a dar ouvidos aos abolicionistas! O senado sabe a que qualidade de lies se allude...

Ora, i sto normal? E ' l icito deixar passar sem att eno dos poderes publicos um estado de cousas, em que uma classe da s ociedade cra um a j ustia dom estica appl icavel a out ra classe que l he est s ujeita? O senhor s e c onstitue pol icia para inquirir, promotor para accusar, juiz para sentenciar e executor de sentena! E muito e spanto l he cans aria quem lhe f allasse em defensor. E' isto justia? pde o governo consentir que continue este estado de cousas?

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: O meio acabar com a escravido.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: Mas este meio depende de lei.

Causou-me vi vissima impresso e t risteza obs ervar que sobre este facto, que denuncio, que, deixem gabar-me disto, fui o primeiro que a treveu-se a denunci ar em publico, que s obre este facto t o grave o m eu nobre am igo, senador por M inas, no dissesse u ma s pal avra, no l he f izesse a mais pequena alluso; no e mtanto, t inha eu di to: afiano a verac idade da informao; no s tenho conhecimento de factos j praticados, mas annunciro-me a propaganda alguns fazendeiros, um dos quaes pes soa illu strada. Co mprehende-se que at rocidades podem re sultar de sta j ustia a por tas f echadas, ai nda no suppondo aos senhores ms intenes.

Seria pedant ismo pret ender demonstra-lo ao senado; mas seja-me licito exemplificar, narrando um

facto de que fui testemunha e que c ausou-me i mpresso t o profunda que, cem annos que eu vi va, m ais de c incoenta j se passro, cem annos que eu viva, no o esquecerei.

O facto em si pouco importante, mas caracterisa bem a justia domestica distribuida nas fazendas.

Era eu be m moo, mero es tudante, se m responsabilidade de familia; v adiando nas f rias, dirig i-me em passeio a u ma f azenda de pess oa de am izade. O f azendeiro ainda vi vo, pelo que o senado me pemittir que no o n omeie, nem mencione o districto em que o facto se deu; o milagre sem o santo.

Encontrei na est rada o f azendeiro, recolhendo-se com a familia de u ma excurso de algu ns dias. Chegados c asa, que tinha f icado sem pessoa alguma l ivre, passando o s enhor a s ua revista, deu por f alta de u m capado na c va; t inha s ido furtado, concluio-se.

Comero as i nquiries. E u cons ervava-me no m eu lugar de hos pede, mas o reduc to no era vasto e dond e estava ouvia o que si dizia e podia acompanhar a indagao.

Um pouc o de t oucinho f resco achado em u ma s enzala, um pou co de c arne de porc o, t ambem fresca, e m out ra, demonstrro que o c apado t inha s ido comido pelos escravos. A pers picacia do inquerito c hegou na m elhor boa f a e sta concluso. Comeou ento a vergastada para confessarem.

Mais de 20 negros f oro c hicoteados; deu-s e panc ada toda a t arde; a m aior part e confessro; s oube-se quem sangrou o porco, quem o esquartejou, quaes os que tivero parte na distribuio.

Quando c omeou aquel la nova t ortura i nquisitorial, afflicto t irei da m inha malinha de es tudante u m l ivro; metti-me com e lle por u m c aminho de mato at onde nada ouvi sse, e l fiquei at a noi te, a chando minha vol ta o silencio e a paz restabelecidos.

Devo confessar que das conversas que ouvi f icou-me a mim tambem a pers uaso de q ue o f acto f ra completamente averiguado.

Entretanto dahi a dous ou tres dias, reunida na var anda toda a familia, veio entrando o terreiro pelo seu p o capado que tinha sido comido pelos escravos.

Vinha m agro, c arnes f lacidas, c oberto de f eridas c heias de insectos dos que gera a mosca varegeira, parecia um cadaver que s urgia do t umulo para vi r c onfundir a pers picacia do inquerito. A verdade era que o pobre ani mal, e scapando do cercado e pers eguido pel os c es, j ferido de dent adas, se entranhra espavorido pelo mato, de onde vol tava para e ncher de remorsos o autor das sevicias de que fra causa innocente.

Estenda-se est a j ustia do mestica aos f actos de muito mais al ta gravi dade, que agora se pass o, e vej a-se onde va i parar esta sociedade.

Isso por um l ado. P or out ro l ado, j dec larei q ue a escravatura no s e acha em estado norm al, que, os l avradores tm razo em pedi r provi dencias, mas que i ndispensavel estudar as c ausas do m al, e no s mente appl icar a lei, o u invocar o cadafalso.

Quando, S r. presi dente, o feniano na I nglaterra vi bra o punhal, quando o communista no continente accende o petroleo, quando o nihilis ta na Rus sia mina as suas ex ploses de dynamite, o s governos res pectivos no s e limito a pun ir-o regicida, o incendiario, o a ssassino; vo e studar o fundo da questo, o es tado da s ociedade, vo ver as c ausas qu e m ais contribuem para que a es tatistica c riminal s e aug mente, quaes so as cl asses donde s ahem os des ordeiros e a ssassinos; examino as c ondies e m q ue es sas c lasses se acho, procuro melhorar o s eu bem estar, medito meios de e vitar os crimes, antes do que puni-los.

E' deste estudo que nasceu o to discutido socialismo do Estado, que t anto preo ccupa o aut ocrata, rei de facto da Allemanha.

Na Irlanda, cujo estado tem tanta analogia com o no sso, bem que a classe inferior seja livre, quando a

8 Sesso em 1 de Julho de 1884 luta se t rava ent re os repres entantes d a c onquista, donos do solo, e a popula o cujo suor o fertilisa, quando essa luta chega ao pont o de s erem ass assinados os d onos da terra, ou e stes mandarem queimar as cabanas dos pobres rendeiros, o governo inglez t ambem no se l imita a organ isar pol icia e mandar batalhes; vai ent ender-se com os d onos da t erra ouve os rendeiros, f iscalisa os c ontatos de arre ndamento a pont o de intervir nos aj ustes e l imitar os p reos. N o garant e s mente a segurana aos donos dos grandes latifundios, protege tambem o fraco contra o forte.

E ness es ex emplos que nos d evemos i nspirar. S e o corpo l egislativo s e di spersar est e ann o s em adopt ar medidas srias sobre a ques to que s e agita, assumir perante a hi storia uma grande responsabilidade.

Qual o meio? O meio aquel le que inspirar aos infelizes escravos a esperana da emancipao, porque dessa esperana nascer a sua resignao e a tranquillidade dos senhores.

Sem u ma a ccelerao s ria d a emancipao, de modo que o seculo presente no legue a escravido ao futuro; a guerra civil nos a meaa, e a pei or das guer ras es sa, porque exarcebada por odios de ra a, e ac cesa de u m l ado pel o desespero, de out ro pel o medo, pai xes am bas que s o pessimas conselheiras. Tal sendo a s ituao, quando v m ao senado representaes que com ella tm connexo immediata, licito archiva-las?

Hei de mandar emenda, pedindo que se lhes d deste o mais util.

A remessa ao governo equivale a um pedido de urgencia para as meditas pro mettidas, ainda q ue, sejamos j ustos, o ministerio no pde ser por ora accusado de procrastinao.

Primeiro, prec isamos est udar as c onsultas do c onselho de estado.

O SR. SILVERIA DA MOTTA: J es to i mpressas e at revistas.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: A lm di sso, pens o alguns que para a ex ecuo des ta part e do progra mma pde faltar maioria ao gabi nete: mas nesse caso, ant es de qual quer crise, antes de qualquer questo de confiana, necessario votar as leis de meios; qualquer que seja o governo, deve ter faculdade de cobrar os impostos sem dictadura. Assim pois, no ha por ora demora, mas entendo que a di scusso deve preceder no s l como aqui no senado. O debate prepara as solues.

Estou, port anto, j ustificado do ac to que prat iquei provocando esta discusso; estou justificado mesmo pelo orador que comeou dizendo ser o deba te inconveniente, mas iniciou-o fallando quatro horas.

Ha dem onstrao mais c abal? quando u m parl amentar amestrado como o S r. M artinho C ampos, que no obstruccionista, porque se declarou ministerial, acha materia para fallar quatro horas?

Assim o di scurso do nobre senador e o do nobre presidente do conselho, tudo est mostrando que esta discusso deve proseguir, tanto quanto no prejudique a passagem das leis de meios.

Houve da part e do meu a migo c ontra mim quei xas amargas; l evou s ua pai xo ao pont o de qualificar o que chama petroleiros, incendiarios, homens das lanternas de Pariz, e dizer-me os seus soldados!

Sr. presidente, eu nunca fui a uma festa abolicionista. O SR. SILVERIA DA MOTTA: Eu fui. O SR. CHRISTIANO OTTONI: Nunca f iz um discurso,

nunca proferi uma opinio fra desta casa. Em parte esta minha absteno ve m de que j no tenho o vigor que t ive e m ras antigas, al m do que t enho o l ongo ha bito de, c umpridos o s meus dev eres of ficiaes, re colher-me ao s eio de minha f amilia, consagrando o res to do di a a deveres domesticos, ao repous o e ao es tudo, proc urando m esmo quando m e rec olho es quecer muita cousa que me agitou de manh.

Devo a es te teor de vida e ter chegado i dade em que estou com alguma saude.

Assim ret irado, quando mesmo s e averi guasse a existencia de desordeiros, anarchistas, mashorqueiros, com que consciencia serio chamados meus soldados?

Tambem se quei xou d e que s ou i nimigo da l avoura; entretanto o senado sabe que, impressionado como estava pela marcha que s egue e ste nego cio da em ancipao, e m 1882 proferi um longo discurso que f oi um grito de al erta aos poderes publicos. Tudo quanto disse em 1882 repeti em 1883, e reproduzi este anno.

Nos annos passados ninguem me disse sim, ninguem me disse no, nem ao menos o ministerio daquelle tempo me disse pde ser que sim, pde ser que no.

Fui ac olhido c om o s ilencio, c om i ndifferena t o completa, que e m 1883, quando vi m repet ir a s minhas representaes, eu di sse ao s enado: devo c rr que o qu e eu disse o anno passado foro dislates, porque ninguem fez caso, e o que ni nguem approva e ni nguem re futa deve s er e vidente insensatez.

Pois bem; o que disse em 1882 e 1883 foi o que repeti no dia 9 em presena do ministerio, estimulado pelo programma por elle apres entado, que m e parec eu abri r um hori zonte de esperanas para os que pens o c om eu; apenas c om alguns additamentos rel ativos a ob servaes feitas do anno pa ssado para c.

Tambem, e m 1883, no ac hei com contradico nem adheso; c ontinuei, por m, a cum prir o meu dever c omo o entendo; voltei tribuna no dia 9, e at o dia 26 nem palavra. S depois que o nobre s enador por M inas-Geraes, evidentemente inquieto e agi tado pel o progra mma do ministerio, e n o pel a minha voz pouc o aut orisada, c omo o s f actos que ac abo de allegar esto provando, acudio tribuna.

Como ent o, se eu me limitei a dar a minha opinio, e ninguem me respondeu; se eu sou o pri meiro a rec lamar que preciso att ender f alta de segurana dos l ivres no s d istrictos ruraes, como sou inimigo da lavoura?

Sr. pre sidente, no di a 9, quando t ive a honra de fallar perante o s enado, a propos ito do program ma do ministerio, estava me ouvindo um fazendeiro, senhor de grande escravatura, homem i llustrado, que s enti no enc ontrar hoj e para p edir-lhe licena e dec linar o s eu nom e; esse homem, ao s ahir eu des ta casa, apert ou-me as duas mos, e di sse-me: Sei que muitos fazendeiros f icar zangados com voc, mas eu a cho que voc foi quem disse a verdade. Eu o applaudo.

Surgiro 17 di as depoi s as a margas quei xas do meu nobre am igo c ontra as minhas imprudencias. S ahindo desta casa, chegou-se a mim u ma p essoa que me c onjuncta e apresentou-me es ta carta que ac abava de r eceber d e um fazendeiro.

Est es te ligado a u ma familia de fazendeiros que nada possue que no s eja representado por t erra, cafezal e es cravos, cuja s orte, port anto; depende es sencialmente da quest o de braos para o trabalho.

O signatario da carta uma intelligencia culta, medico de alguma reputao.

Vexa-me l er u m peri odo porque muito l isongeiro minha pes soa, mas o s enado com prehende que devo pr de parte vs modestias, c itando documento que prova para o caso de que tratamos. Diz a carta:

Tenho gos tado muito e est ou enthusiasmado com o s discursos do velho; sempre o homem das grandes occasies e das grandes idas. Se puzerem em pratica as medidas que el le suggerio, quando os ani mos entrarem e m calma, a l avoura o endeosar, porque ha de rec onhecer que quem pro curou conciliar os i nteresses par ticulares com a el evao do B razil ao numero das na es c ivilisadas. D por m im u m abr ao ao velho.

O senado comprehende com quanta emoo recebi este abrao.

Procurarei no me deixar arrastar, por i ncidentes como este, ao cacoete de fallar de mim; todavia ha circumstancias em que no podem os de t odo abster-nos, por ex emplo, agora , quando o meu particular e muito prezado amigo, Sr. Dr. Martinho Campos,

Sesso em 1 de Julho de 1884 9

accusou-me de i ncoherencia, dizendo que em 1871 es tava eu a seu lado, com a di fferena que el le estava na s ua fazenda, e eu aqui, na qual idade de m embro de um club da l avoura e do commercio, guerreando a emancipao.

Se a l iquidao de ste pon to nada adi antasse para as controversias do di a, eu deveri a l imitar-me a prot estar; mas a questo t em actualidade, porque as m edidas que eu l embrei ao senado em 1882 e, em 1883, e no discurso de 9 do mez passado, so as mesmas que t inha lembrado em 1871. E isto que lhes d algum valor, pelo menos demonstrando que eu, estudo a questo desde aquel le t empo, e que a m inha c onvico prof unda e sincera. S e erro, dura ha 13 annos , e es t por t al modo radicado, que j agora muito difficil que se desenraize.

Sr. presidente, eu no fui membro do club da lavoura, no combati a emancipao dos escravos.

Tenho aqui a prova, scripta nameal (mostrando um folheto).

Em 1871, quando s e fundou o t al cl ub que, e mbora dissesse no queria combater a emancipao, todavia tinha esse intuito...

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: Como agora. O SR. CHRISTIANO OTTONI: O seu aparte obriga-me

a abrir um parenthesis, embora com risco de perder o fio do que ia dizendo; mas o parenthesis vale a pena.

Qual agora a s ituao e m relao s inceridade dos emancipadores? Ou o a l inguagem do s ho mens publ icos: ao que dizem, ha no Brazil s um escravocrata, que o Sr. Martinho Campos; t odos os mais so emancipadores, querem apressar a emancipao; s elle quer o statu quo.

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: E este que sincero. O SR. CHRISTIANO OTTONI: De c erto; o uni co que

tem franqueza elle, confesso-o com prazer. Digo m ais: apre cio muito a i ntelligencia daquel le a migo,

sei o que el le quer di zer, quando diz: sou escravocrata. Amigo da escravido como instituio, elle no o ; ser escravocrata, na posio del le, quer di zer que es t pers uadido de que nada s e deve fazer; que a s egurana publica exige que marchemos como temos marchado, porque as sim a es cravido ac abar quand o Deus fr servido levar para melhor vida todos os esc ravos, daqui a 60 ou 70 annos. E o que elle chama se escravocrata.

Todos di zem querer apres sar a e mancipao, mas ninguem quer dar um passo para isso.

E por i sso que quando o ministerio nos diz: Augmente-se o f undo de e mancipao e m l arga propor o, res pondo sempre: Esperemos o projecto.

A pharase da falta do throno este anno a m esma da do anno passado desenvolver o systema da lei, augmentar o fundo de e mancipao com o imposto lanado s obre o s provent os do trabalho esc ravo; mas a falla d o t hrono do anno pass ado se traduzio nos cinco tostes que tem cahido no ridiculo, e eu t enho medo de que, em lugar de c inco tostes, nos queiro propor dez, quinze, ou vinte tostes. Fechemos o parenthesis.

O c lub da l avoura f undou-se dizendo que queri a emancipao, com tanta sinceridade, como todos dizem hoje que a querem . No o s pro curei. Foro minha c asa vari os fazendeiros pedir-me que f osse ajuda-los a combater a lei de 28 de Setembro, e eu l hes respondi: No vou l, porque o que os senhores querem que nada s e f aa; no os aj udarei nes se intuito, porque est ou c onvencido de que indeclinavel necessidade a emancipao da escravatura. Foi minha casa o Sr. B aro de Benovente, que bas tante cavalheiro para no contestar-me sabendo que digo a verdade. Foi minha casa o Sr. Dr. Ignacio de Cam pos, i rmo do am igo a que m e ref iro, e bom irmo, bom amigo, muito leal, muito verdadeiro, cuja morte senti profundamente; foi minha casa por si e da parte de seu illustre irmo e teve a mesma resposta eu l no ia para ajuda-los

a combater a l ei de 28 de Setembro, porque o que el les querio era que nada se fizesse.

Garantiro-me, por m, que n o queri o c ombater a emancipao em absoluto smente no lhes parecia bom aquelle meio. A vi sta de sta dec larao, consenti e m apparec er no cl ub como membro honorario, pedi a pal avra e e xternei minhas idas, que esto aqui (mostrando um folheto).

Combati a lei, verdade; mas em nome de que principio? Sustentei que a l ibertao dos que nas cessem dei xando-os captivos de f acto at o s 21 annos i mportava prepar ar um a calamidade para o f uturo de n ossa sociedade; era pr oclamar esses novos en tes c idados e e mbaraar at a maioridade sua educao, dei xando-os na s enzala; era, quando c hegassem maioridade, l anar c ada anno na s ociedade 20, 000, 18,000, 15,000 individuos (est neste folheto por estas mesmas palavras) chamados cidados, civados dos vicios da senzala, sem familia, sem peculio e sem a mor ao trabalho: enx ergava ni sso s erios perigos.

Sustentei ainda que a l ei de 28 d e Setembro, em vez de procurar t ransformar, como eu j ulgava necessario, a esc ravatura em classe de t rabalhadores livres, impedia esta reforma matando o principio da familia.

Sustentei mais, que a lei deixava a gerao existente dos escravos entregue s ua sorte, o que era um a iniquidade, depois de c inco annos de prom essas de l iberdade. Foro e stas as minhas criticas.

Tolere o s enado, no o i ncommodarei c om l ongas leituras; aqui est o res umo das minhas opinies; a publ icao de 1871 (lendo):

Excluida por impraticavel a s imples abolio, resto tres systemas, cada um dos quaes tem por s i algumas opinies: 1, a fixao de um prazo, al m do qual t odos f iquem livres se m indemnisao, ida recentemente apresentada pelo Sr. Joaquim Nabuco...

O SR. SILVEIRA DA MOTTA: E que eu apres entei em 1871 em emenda, fixando o prazo de 20 annos.

O S r. Chri stiano Ot toni... 2, em ancipao grad ual e progressiva por u m f undo d e a mortizao (ne m chamei emancipao), est abelecendo-se regras de pref erencia; 3 , libertao dos que nascerem.

Segue um resumo das razes por que o 1 m ethodo me parecia i mpraticavel; v m depoi s os motivos por que eu condemnava t ambem o 3; e finalmente as vant agens que enxergava no 2 s ystema, por mim preferido, um grande f undo de emancipao para libertar por familias; eu tinha a peito manter o pri ncipio da f amilia, que nos podi a garant ir, re pito, a transformao da escravatura em classe de trabalhadores livres.

O SR. JUNQUEIRA: No occasio, mas peo licena a V . E x. para di zer que ac ho t udo i sso i nferior l ei de 28 de Setembro. Deixe passar, so opinies.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: No a ques to, mas sempre responderei. Seja como fr, estivesse eu ou no es tivesse em erro, depois que a l ei de 28 de Setembro foi lei do m eu paiz, comprehendendo be m que o pri ncipio nel la e stabelecido so livres t odos os que nasc erem no B razil t ornou-se u m p rincipio irrevogavel, desde ento no sahi della.

Mas, ex aminando m inha 3 obj eco, i sto , que a escravatura existente ficou entregue sua sorte, que o ve rdadeiro emancipador fi cou sendo a morte, e sta obj eco fi cou de p; remedio para ella no offende a lei de 28 de Setembro. Eis do que hoje trato.

Mas, antes de ir adiante: entre as minhas advertencias aos fazendeiros, de que m o meu a migo di sse que eu er a s ocio, ajudando-os a res istirem, entre as m inhas advertencias vinha esta (lendo o folheto):

Estou convencido que a resistencia cga a toda a ida de reforma nest e el emento de no ssa s ociedade produzi r males incalculaveis.

Seja-me per mittido no de monstrar e sta these, no divagar pelos dominios da philosophia, no repetir as allegaes j to sedias das exigencias da

10 Sesso em 1 de Julho de ilegvel civilisao, mas fazer um a s obs ervao a res peito des sa resistencia cga que ha quem at tribua l avoura e que f olgo d e ver no o seu pensamento.

Instituirei u ma c omparao rasteira, deri vada de um facto natural, que o agricultor bem conhece.

Tem o l avrador um t erreno proprio para c ultura, mas ameaado de inundao por uma torrente que vem do alto: qual o meio de preserva-lo? Construir um aude sem derivar a corrente? Fechado o a ude o ni vel d agua s ubir, s ubir sempre at assoberba-lo; e en to de duas u ma: ou o aude arras ado e a torrente c obre t odo o pai z de d estroos e rui nas; ou seno o arrasa, o t ransforma e m f ormidavel c ascata, aug mentando co m os ef feitos da quda os es tragos que s em a repres a poderia ter produzido; estragos t anto m ais form idvel, quanto m aior f or a altura de res istencia. Construi porm ao lado do a ude um canal de deri vao, encaminhai a corrente (exactamente o que hoj e estou pedi ndo) e a verei s, e m vez de destruir, f ertilisar e ser utilisada como fora motriz.

Tal era a m inha at titude, que em rel ao es cravatura existente no mudou at hoje.

Aqui est o que eu propuz e m 1884, aqui est o que propuz em 1883, aqui e st o qu e pr opuz em 1882, aqui e st o que eu lembrei em 1871, data da impresso deste folheto.

J tinha i ndicado em pagi na a nterior o i mposto para um fundo largo de emancipao (lendo):

Como seria l anado e arre cadado es te i mposto ad valorem? O meio eff icaz de evi tar os abus os a que a medida naturalmente est sujeita seria o seguinte:

Abaixo de um l imite f ixado n a l ei, c ada propri etario arbitrar o val or de c ada esc ravo no act o da matricula, e seja esse o pre o f eito para a manumisso. M as sobre e sse pre o declarado rec aia a t axa ad valorem, q ue no deve e xceptuar idade, sexo, estado, nem molestia ou saude.

O esc ravo no arrol ado f icar l ivre. O s que fossem avaliados em pouc o, para l esar o i mposto, s erio em ancipados pelo baixo preo; os que o ex agerassem, no serio proferidos e pagario m uito t empo t axa des proporcionada. Taes os correctivos.

S acc rescentei e ste anno, i da que me o ccorreu recentemente, que o preo uma vez m arcado, se durar annos a escravido, no pde ser fi xo, c ada a nno deve s offrer u ma diminuio.

Aqui est o e scravocrata de 18 71 de que f allro ao senado.

Sr. presi dente, se fosse ver dade que eu t ivesse sido algum di a def ensor da e scravido, eu no t eria e scrupulo e m declarar pres entemente (t anto m e i mpressiono as circumstancias) que es tou arrependi do, que a m inha at titude presente a expiao do peccado.

O SR. JAGUARIBE: A poiado, i sso muito honros o; todos nos tivemos escravos.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: S eguiria ni sto um exemplo l ouvavel de g rande t alento, herdei ro de grande intelligencia, que s e poz t esta do m ovimento abol icionista. Fui ouvi-lo pela primeira vez em uma conferencia das que se movio no Ri o de J aneiro par a repri mir a revol ta i nsensata dos padres romanos contra o pode c ivil. O di scurso desse orador, realmente notavel, c omeou por es tas pal avras: Senhores, a pres ente orao u ma peni tencia publ ica para r emir-me de u m grande peccado.

E o c aso que e m S. Paulo, n o verdor dos annos , t inha elle em conferencia publica ensaiado os primeiros ilegvel de sua eloquencia, assumindo a def esa dos ul tramontanos, contra dous padres protestantes que expunho doutrina pura do Evangelho.

Fez peni tencia! Eu a faria tambem. Mas, graas a Deu s, no tenho peccado nes ta m ateria, a no ser no t er pres tado a meu pai z mais servios, no t er pres tado t alvez s ervio al gum: mas o assumpto nunca deixou de preoccupar-me; se nada fiz, foi porque nada vi que eu pudesse fazer.

Nas objeces que fazia lei de 28 de Setembro, no era o meu argumento Achilles o do direito de

propriedade do homem sobre o homem. Nunca mesmo alleguei a razo s ubsidiaria dos 300 anno s que durou a es cravido no Brazil.

Sempre pens ei que a vi olencia e a i njustia, p roque opprimem muitas geraes, no perdera o caracter de injustia e violencia. (Apoiados). Nunca deixei de pens ar tambem que nesta materia o di reito de prop riedade prova dem ais: s e q uizerem considerar o ho mem como c ousa, e s ustentar o di reito de propriedade, s egundo a phras e da Cons tituio, e m toda a sua plenitude, c omo da propri edade s obre as c ousas, c hegar a concluses monstruosas.

O SR. MEIRA DE VASCONCELLOS: Ne m o direito permitte essa comparao absoluta.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: S e o di reito de propriedade de ve s er m antido c omo nos di zem, c omo no s quebro a cabea todos os dias, em toda a sua plenitude, ento a lei de 28 de Setembro roubou os s enhores de esc ravos tirando-lhes os filhos de s uas escravas a que t inho tanto direito, j isto se allegou na imprensa, como aos bezerros de seu gado.

Os servios dos i ngenuos, so o utro ex emplo. O d ireito dos senhores das mis a e sse servio at 21 anno s u m direito perfeito pela lei...

O SR. SILVEIRA MARTINS: Como i ndemnisao de alimentao.

O SR. CHRISTIANO OTTONI: .. .que o concedeu como indemnisao pel o t rabalho de c ria-los, ves ti-los, al imenta-los, e da privao dos servios das mis emquanto amamento.

E u m di reito perf eito. Di r-se-hia, port anto: por q ue no inventariar es te di reito, aval ia-lo, t esta-lo, vend-l o, al iena-lo? Entretando o governo expedio um aviso, muito louvavel alis, em que dec lara que o s ervio do s i ngenuos i ntransferivel, e ninguem at hoje contestou esta doutrina.

Poderia continuar a deduzi r out ras provas de que u m tal argumento, o do di reito de propriedade, em toda a sua plenitude, d lugar a verdadei ros absurdos. Em semelhante materia no se pde fazer seno leis de transaco. (Apoiados.)

Em 1871, se o poder l egislativo olhasse smente para o direito absoluto, para a j ustia eterna, para a di gnidade humana, nada poderia fazer seno decretar: de hoj e em diante todos os habitantes do Brazil so reconhecidos livres. Era isto o que era justo, era isto o que no soffreria objeces.

Mas a lei teve necessidade de attender as circumstancias, e vio que esta justia, absoluta seria, vistas as circumstancias, a ruina do paiz; que a transformao instantanea era a m orte e um paiz no t em o di reito de s uicidar-se m esmo em homenagem a um grande principio. Dahi veio este meio de emancipao gradual e no de em ancipao de u ma vez; dahi veio o p rincipio de indemnisao que a l ei e stabeleceu que t odo o pai z ad optou e que tenho sustentado sempre. Tudo isto porque era preciso entrar em uma transaco.

Quem compra um objecto furtado obri gado a re stitui-lo ao s eu dono, tendo apena s a co c ontra que m o vend eu. Por consequencia s e ni nguem t inha o di reito de i r A frica bu scar homens, civilisados ou s elvagens, e f azer del les s eus escravos; se a es cravido, quant o s ua ori gem, u m c rime, um a violencia; e se o que nul lo e m s ua ori gem no pde produzir direitos, aquelles que dizem: meu direito, comprei com o meu dinheiro, no s e lembro da nul lidade da f onte; e poder-s e-lhes-hia dizer: ide reclamar vosso dinheiro a quem vos vendeu o que no podia vender.

A transaco, porm, as concesses de equidade o que estabelece a i ndemnisao e a emancipao gradual . O nobre senador por M inas negou um f acto que o nobre pres idente do conselho affirmou na camara dos deputados e repetio no senado, facto que es t diante dos olhos de todo o m undo, que s no visto por quem quer f echar os olhos, o f acto de l avrar em todo o paiz, de nort e a sul e de l este a oste, a propaganda, pedindo a accelerao da emancipao dos escravos.

S. Ex. o negou completamente e disse ao governo

Sesso em 1 de Julho de 1884 11

no ha t al, so os incendiarios, so os pe troleiros, s o aquel les que querem nes te paiz as Lanternas de Pariz; e um jornal desta crte reperc utio e stas a sseveraes, di zendo: l adroeira, patifaria, pouca vergonha, no s ei que m ais, no t enho facilidade de decorar tal diccionario.

A primeira asseverao foi absoluta, ero s anarchistas e desordeiros os que t omavo part e na propaganda. Rec lamei no dia seguinte, lembrando o que tinha dito na camara dos deputados o nobre pres idente do c onselho duas horas depoi s. No s egundo discurso, e de quat ro horas, o honrado s enador por M inas modificou a asseverao, reconheceu o que no pde negar, que ha muita gente, que no so petroleiros, que no so incendiarios, que no querem especular, que no querem l ibertar os escravos para us ufruir os servios del les e que pedem s eriamente a emancipao.

E um movimento de opi nio em que t omo part e, c omo temos vi sto, deput ados, s enadores, ex -ministros, magistrados, advogados, professores, representantes de todas as classes mais respeitaveis da nossa sociedade; sero todos petroleiros?

Entre os que se tem pronunciado na crte, para citar s os de fra do parl amento, occorrem-me os Srs. conselheiro Liberato Barroso, de sembargador ilegvel rapipe. D r Busch Varella e outros homens eminentes da nossa sociedade.

Entre el les mencionarei, pri ncipalmente, o Sr. marechal Beaurepaire Roban; e o es pecifico de propos ito porque, e m relao a opinies adiantadas, o primeiro, est frente de todos; especifico ainda o s eu nome, porque nes ta questo ha ent re mim e el le u ma di vergencia de opi nies; el le no re ca di ante da libertao simultanea de todos os escravos e eu reco; no dou o meu voto a esta ida.

Especifico o seu no me, a inda porque um caracter nobilissimo e r espeitabilissimo ( apoiados), u m cidado encaneccido no servio do pai z, que ninguem conhece de pert o, que no res peite ( apoiados), u m c hefe de familia ex emplar, u m cidado que no s e c ollocaria na pos io e m que es t nes te assumpto, seno por motivos respeitaveis.

Fazendo es ta apol ogia do S r. marechal Beaurepaire Rohan, talvez possa ser averbado de s uspeito por s er seu amigo intimo de sde os banc os da ac ademia, e m que fomos condiscipulos, e eu aprec io m uito es tas rel aes; c omo a do actual S r. m inistro da m arinha, m eu companheiro de banco, commandante dos guardas -marinha, quando eu o era o me u amigo at hoje.

O s enado desc ulpe e stas rec ordaes, so-me muito gratas. A lembrana de meus condiscipulos, de meus mestres, de meus commandantes, de meus c ompanheiros da marinha, de meus collegas no magisterio, de meus discipulos, de todos os que formo cl asse d os velhos da marinha... m uito me affaga o corao; de todos ou qua si t odos recebe si gnaes de apre o e estima; przo muito e ssas rel aes e de monstraes de apre o que me so escudo contra miserias em que t enho tropeado nas agitaes da vida.

No ha port anto s pet roleiros, s incendiarios, ha movimento s rio de t odo o pai z, a res istencia a el le u ma insensatez ( apoiados), s acrificar o f uturo do pai z. E por s e propr o m inisterio a di rigir o movimento que eu s ou ministerial, s-lo-hei emquanto tiver essa esperana.

Entre os a trabiliarios e anarchistas m encionou o m eu amigo, c om igual pezar para m im, o pess oal da es cola polytechnica que fundou alli, disse elle, um antro de anarchia e de subverso social.

Eu aqui t rago o s e statutos do c entro abol icionista da escola pol ytechnica; aqui t rago as c inco representaes que el le tem f eito s ubir ao c orpo l egislativo; aqui poi s es to as peas de convico necessarias para se instruir o processo.

Se o governo no appro va aqu ella f undao, j f oi a t onde podi a i r prohi bindo as r eunies nas s alas da esc ola polytechnica; no vai alm o seu direito.

O que f rma a es cola polytechnica no e as pedras e as taboas de que construido o edificio, que j foi

emprestado para u ma ex posio, que nada t em com a engenharia; j foi emprestado at para um baile.

Que importava, pois, que numa sala, quando est ociosa, cidados s e reuno e m sociedade publ ica, para est udar verdadeiras necessidades publicas? No vejo inconveniente.

Entretanto, no negarei ao gove rno o pod er de l avrar a prohibio; j que os membros da ass ociao del la no s e queixo, no serei mais realista do que o rei.

Mas quem l hes pde t irar o d ireito de es tudar es tas questes, de que o f uturo de nos so pai z est ess encialmente dependente?

Dissero e m apart es de di versos banc os e da mesa: o direito de petio no da escola, do individuo.

Pois bem: no se trata da escola, mas de uma associao formada de pes soas que a el la pert encem, e c om el la relacionadas.

Aqui esto as provas. Os est atutos do c entro abol icionista da esc ola

polytechnica em seu art. 3 dizem (l): So membros effectivos do centro todas as pessoas que

pertencendo ao pess oal docente, academico ou ad ministrativo da escola polytechnica, ou por ella formada, adherirem aos fins desta sociedade.

E claro que a referencia escola, s tem por fim designar a classe de cidados, que formo a associao.

Todos os bachareis al li f ormados es to comprehendidos. E todo esse povo-professores, secretarios, bibliothecarios, bedeis, alumnos, e t odos que f ormo f ormados pel a es cola, no num ero dos quaes est que m f alla ao s enado. Todos fazem part e da escola pol ytechnica? Os engenhei ros que est o nas estradas de ferro so da es cola pol ytechnica? Portanto no a es cola, caso unico em que o governo podia fiscalisar; no isso verdade.

Agora o que pretendem? Art. 1 . ..tendo por f im accelerar a abol io dos escravos

por todos os meios legaes. Aqui est o que pret endem: fazer accelerar pelos meios

legaes a abolio da escravido; isto o que a associao deseja recommendar; os meios esto indicados no art. 2, que diz:

1 A ppello a t odas a s i nstituies esc olares do Brazil para se organisarem em sociedades abolicionistas.

Aqui e st a circular ex pedida; se eu no t ivesse por systema poupar ao senado l ongas l eituras, vers e-hia que uma simples di ssertao contra a esc ravido. P ois c rime di ssertar theorica e phi losophicamente em favor da l iberdade? E ant ro de anarchia e de s ubverso social a s ala onde s e reunem c idados para estudos desta natureza?

2 A ppello s na es est rangeiras para que os s eus subditos no posso possuir escravos no Brazil.

Ha nada m ais justo? Pois quando a I nglaterra combate a escravido em todo o mundo pde o inglez ter escravos no Brazil?

O SR. SILVEIRA MARTINS: E contra a lei ingleza. O SR. CHRISTIANO OTTONI: Eu sei que ha c idados

estrangeiros po ssuidores de e scravos ent re ns. P ortugal, por exemplo, depois de por largos annos ter inundado o nosso paiz de africanos bo aes; depoi s de t er arrecadado os c apitaes que s e retirro de A frica para f azer s eus caminhos de f erro; depois de ter lucrado mais do que ninguem com o commercio de escravos, decente que no t olerando s uas l eis a esc ravido c onsinta a posse de escravos a seus subditos aqui residentes?

Ha nada m ais s imples do que prom ulgar o governo portuguez uma lei que di ga o s ubdito Portuguez, embora em paiz estrangeiro, que comprar esc ravos, perder o di reito de ci dado Portuguez? P orventura a s ociedade que pede i sto pde s er considerada como um antro de anarchia e de subverso social?

Ha aqui t ambem u ma repres entao, obj ecto do 2, dirigida aos poderes publicos no mesmo sentido. Faa ou no faa o poder legislativo uma lei a este respeito, proceda como entender mais conve-

12


Recommended