Obs. No aguardo da Zuleica resolver estas 3 obs. O restante está pronto e adequado. Fabi 13/09/06
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DA FREQÜÊNCIA FUNDAMENTAL
Short-term acoustic analysis of older voice: fundamental frequency characterization
Erika Mifune (1); Vanessa da Silva Saraiva Justino (2); Zuleica Camargo (3); Fabiana
Gregio (4)
(1) Fonoaudióloga, local de trabalho (se for consultório, colocar nome fantasia), maior
titulação (especialista em?)(2) Fonoaudióloga, local de trabalho, maior titulação (especialista em?)(3) Fonoaudióloga, Professora Assistente-Doutora do Departamento de Lingüística da
Faculdade de Comunicação e Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo; Doutora em Lingüística Aplicada a Estudos da Linguagem pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, (4) Fonoaudióloga do Laboratório de Fala do Centro de Especialização em
Fonoaudiologia Clínica; Mestre em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Artigo Original
Voz
Título resumido: Análise de f0 da voz do idoso
V
RESUMO Objetivo: realizar a caracterização da freqüência fundamental (f0), por meio dos
correlatos perceptivo-auditivos e acústicos, de ambos os gêneros na terceira idade e
discutir prováveis diferenças de mudanças de f0 na fala, relacionando os achados dos
idosos aos dados de literatura de indivíduos adultos jovens. Métodos: foram
selecionados quatro indivíduos do gênero masculino e quatro do gênero feminino com
idades variando entre 60 e 76 anos (média = 69,8), todos falantes do português
brasileiro que não apresentavam nenhuma alteração importante no aparelho fonador.
As amostras utilizadas foram gravadas em ambiente acusticamente tratado e,
posteriormente, analisadas acusticamente, sendo, na seqüência, submetidas ao
julgamento perceptivo-auditivo. Resultados: os valores obtidos da média da freqüência
fundamental da fala (FFT) na sílaba pré-tônica da palavra “arara”, situada no início da
frase, foram de 151Hz (DP=18Hz) nos falantes do gênero feminino e de 114,1Hz (DP=
41Hz) no gênero masculino. Para a sílaba tônica do mesmo vocábulo, os valores
encontrados foram de 175Hz (DP=14,1Hz) no gênero feminino e de 117,4Hz (DP=
32,8Hz) no gênero masculino. Conclusão: verificou-se: declínio de f0 mais acentuado
nos idosos do gênero feminino, comparado aos dados da literatura de f0 de indivíduos
jovens do mesmo gênero e; os indivíduos idosos, por meio do julgamento perceptivo-
auditivo, foram identificados corretamente quanto ao gênero, porém com idades abaixo
da idade cronológica real.
DESCRITORES: Idoso, Voz, Acústica da fala
VI
ABSTRACT
Purpose: to carry through the characterization of the basic frequency (f0) of both the
sorts in the third age and to argue probable differences of changes of f0 in speak,
relating the findings to the literature data. Methods: four individuals of masculine sort
and four of the feminine sort with ages had been selected varying between 60 and 76
years (average = 69,8), all falantes of the Brazilian Portuguese who did not present no
important alteration in the fonador device. The used samples had been recorded in
environment acusticamente treated e, later, analyzed acusticamente, being, in the
sequence, submitted to the percipient-auditory judgment. Results: the gotten values of
the average of the basic frequency of speak (FFT) in the daily pay-tonic syllable of the
word “plough at the beginning”, situated of the phrase, had been of 151Hz (DP=18Hz) in
the falantes of the feminine sort and of 114,1Hz (DP= 41Hz) in the masculine sort. For
the tonic syllable of the same vocábulo, the joined values had been of 175Hz
(DP=14,1Hz) in the feminine sort and of 117,4Hz (DP= 32,8Hz) in the masculine sort.
Conclusion: it was verified: decline of f0 more accented in the aged ones of the
feminine sort, compared with the data of the literature of f0 of young individuals of the
same sort e; the aged individuals, by means of the percipient-auditory judgment, had
been identified how much to the sort, however with ages below of real the chronological
age correctly.
KEYWORDS: aged, voice, Speech Acoustics
VII
INTRODUÇÃO As mudanças associadas à idade são altamente específicas, com variação entre
indivíduos da mesma idade, bem como variação em relação aos órgãos e ritmo de
mudança distinto 1.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, nos países em
desenvolvimento, adota-se 60 anos como idade para definir a população idosa 2.
Anteriormente, foi estabelecido que o indivíduo seria considerado idoso a partir dos 65
anos, considerando apenas os aspectos cronológicos e com base em dados
estatísticos 1. Outra definição da terceira idade parte de base biológica, indicando o
declínio de várias funções vitais 1.
Até aproximadamente 25 anos de idade, o ser humano passa por processo de
desenvolvimento, por meio do qual atinge o ápice de suas funções. Nos anos que se
seguem, tal processo modifica-se para o envelhecimento, no qual há uma série de
alterações as quais têm início em torno de 25 a 30 anos e acelera-se a partir dos 40. O
processo de envelhecimento é progressivo e degenerativo, caracterizado por menor
eficiência funcional; é universal nas espécies e intrínseco, no sentido de que não é
determinado por fatores ambientais, apesar de ser influenciado por eles 1.
O envelhecimento saudável ou senescência é aquele no qual as mudanças
funcionais são gradativas e permitem que as células tenham condições de adaptação
ao novo ritmo, sem ruptura, mantendo qualidade de vida 3. Com a passagem dos anos,
o indivíduo sofre diminuição nas habilidades do corpo, registrando perda no controle
neuromuscular e dos processos perceptivos, o que também ocorre no aparelho fonador,
levando a mudanças significativas dos parâmetros vocais em conseqüência do declínio
das funções dos órgãos da fala 4.
O controle da voz depende de um delicado balanço pulmonar, laríngeo e de
elementos articulatórios e ressoadores, os quais, por sua vez, dependem da integridade
funcional e estrutural dos sistemas muscular, neural, endócrino e esquelético. Certas
alterações fisiológicas podem modificar o processo natural de produção da fala. Os
parâmetros mais freqüentemente citados são a redução da capacidade vital pulmonar,
osteoporose da coluna espinhal e costelas, ossificação das cartilagens da laringe e
atrofia muscular e das mucosas respiratórias e laríngeas 5.
9
No mecanismo respiratório, as trocas gasosas no pulmão também se modificam
com o avanço da idade. No que se refere à fala, destacam-se várias mudanças, tais
como: calcificação das cartilagens costais, mudanças nas articulações dos ossos das
vértebras, alteração das relações de estruturas por motivo de mudança postural e tônus
muscular reduzido 1,6.
As modificações observadas na respiração refletem as mudanças externas na
caixa torácica, bem como as alterações internas nos brônquios e alvéolos. Os músculos
respiratórios encontram-se atrofiados, com relativa conservação do trofismo do
diafragma. Existe a tendência ao comportamento inspiratório, com menor elasticidade e
hiperdistensão dos alvéolos, aumentando o volume dos pulmões. A expiração é a parte
do processo onde se observa a maior alteração, com aumento do volume residual,
diminuição da capacidade de tossir e expectorar, e diminuição da atividade ciliar,
reduzindo ainda mais a defesa dos pulmões ¹.
Várias mudanças anatômicas são descritas na laringe dos seres humanos com o
envelhecimento, de ordem muscular 2,4,6, nas cartilagens 4,6 e na mucosa 2,3-5. Os
músculos laríngeos são comprometidos pela nutrição insuficiente e sofrem alterações
degenerativas, as quais são relatadas pela diminuição da vascularização 1. Os
músculos extrínsecos laríngeos podem perder sua elasticidade e tonicidade e a laringe
passa a ocupar uma posição mais baixa no pescoço, processo conhecido como ptose
laríngea 4,6. Ocorre também o estiramento excessivo dos ligamentos de aparatos de
suspensão e atrofia das fibras musculares do pescoço 7. Na musculatura intrínseca da
laringe observa-se degeneração de gordura dos tecidos, acarretando em diminuição da
elasticidade de ligamentos 4.
No caso das cartilagens laríngeas, a perda de elasticidade manifesta-se como
progressiva ossificação, com diminuição de algumas mobilidades das juntas laríngeas,
atrofia das pregas vestibulares, sendo visível a superfície da prega vocal no exame
laríngeo, mudanças na cobertura das pregas como uma fina mucosa de epitélio,
mudança nos vasos sanguíneos da laringe e fragilidade aumentada nos vasos
sangüíneos, resultando em tendência a hemorragia submucosa 6.
A partir dos 20 anos, na mulher, há uma intensificação da ossificação das
cartilagens laríngeas, que ficam mais rígidas e menos distensíveis 4. As alterações mais
10
marcantes na estrutura de pregas vocais foram registradas na lâmina própria da prega
vocal, o que tende a provocar espessamento e edema, com diminuição da densidade
de fibroblastos, fibras de colágenos e elásticas.
No gênero masculino, a camada intermediária das pregas vocais torna-se fina,
enquanto a camada profunda fica espessa, pois as fibras colágenas tendem a se tornar
mais espessas e densas 2, 3-5. Às vezes, ocorre a deterioração do contorno na camada
profunda da lâmina própria 3, 5.
No envelhecimento da laringe, as alterações observadas são mais marcantes e
mais precoces no gênero masculino 7, bem como as referências da voz presbifônica são
mais acentuadas no gênero masculino 8.
O músculo vocal tende a tornar-se atrofiado com o envelhecimento. As
alterações hormonais, principalmente a falta de estrógeno com a menopausa,
modificam as estruturas e as secreções da mucosa, com conseqüente edema 5.
Após os 65 anos, aproximadamente, a voz começa seu declínio, acompanhando
as outras funções do corpo. Contudo, nem sempre espelha as mudanças
extremamente rápidas que ocorrem no funcionamento físico corporal, de modo que a
prática de esportes é reforçada por permitir ao idoso boa forma física geral, o que
diretamente exerceria influência positiva sobre a voz 3.
O declínio da voz não coincide com uma idade pré-determinada, ou seja, a idade
cronológica não estabelece relação direta com a qualidade vocal em função dos fatores
individuais envolvidos, de modo que uma pessoa de determinada idade cronológica
pode ser, biologicamente, mais jovem ou mais velha, dependendo da velocidade média
do seu relógio biológico ¹.
Para alguns, a voz prontamente revela os efeitos do envelhecimento. Vozes que
demonstram características envelhecidas denotam mudanças na freqüência
fundamental (f0), menor controle de intensidade ou mudanças na qualidade vocal, que
denotam sinais de status físico diminuído 3. É constantemente referido aumento dos
valores de f0 para o gênero masculino 6, 9 e o oposto para o feminino, com relato de
diminuição de tais valores após os 65 anos de idade 9-10.
A freqüência fundamental, ou primeiro harmônico, corresponde ao número de
ciclos glóticos por segundo, refletindo as características biomecânicas das pregas
11
vocais (estrutura laríngea e forças musculares de tensão e rigidez) em sua interação
com a pressão subglótica 11. Oscilam aproximadamente entre 100 a 150Hz para
homens e 200 a 300Hz para as mulheres durante a fala. Os demais harmônicos, isto é,
as freqüências adicionais são freqüências múltiplas inteiras da f0 12. O pitch vocal é uma
grandeza perceptível correspondente à freqüência fundamental, mas é normalmente
usado como sinônimo desta última, pois são praticamente similares dentro da faixa de
limites da freqüência fundamental e intensidade da voz humana 13. A f0 tende a
decrescer com o avanço da idade 13.
Em ambos os gêneros, a f0 da fala foi estudada em jovens adultos até a terceira
idade. Diferentes modelos de mudança com a idade podem ser observados tanto em
homens como em mulheres 15. Vários estudos enfocaram as modificações que ocorrem
na voz com o processo de envelhecimento, dentre os quais destacou-se o aumento da
freqüência fundamental nos homens 2, 3, 8, 9 e a manutenção ou redução da f0 nas
mulheres 2, 3, 10, fazendo com que as vozes dos indivíduos idosos se parecessem entre
si e perdessem parte da possibilidade de identificação referente ao gênero do falante
pela emissão vocal 3, 9, 14. Outros confirmam o mesmo, porém afirmam que a f0
permanece praticamente estável no gênero feminino 6, 16-17.
Especificamente, a f0 da fala pode apresentar-se rebaixada nos adultos jovens
do gênero feminino até a meia-idade e aumentou na passagem para a terceira idade. A
f0 da fala nas mulheres fica constante até aos 20 anos de idade e após os 50 anos,
revela uma queda 14. Presumivelmente, a queda dos níveis hormonais pelo processo de
envelhecimento leva a voz feminina a se tornar mais grave e a tessitura vocal mais
restrita 8, como resultado de edema vocal 9.
Algumas pesquisas evidenciaram o contrário, a tendência de aumento de f0 da
fala em mulheres com idade avançada, entretanto é referida mudança sutil na f0 da fala
durante a passagem das mulheres da meia-idade para a terceira idade 14.
No campo de estudo de investigação de freqüência fundamental na população
idosa 2, 14, detectaram valores da freqüência fundamental em grupo de mulheres idosas
mais altos do que nos grupos de mulheres da meia-idade e jovens. Os autores
concluíram que a estabilidade da freqüência fundamental diminuiu depois da meia-
12
idade nas mulheres, além da diminuição do controle laríngeo e / ou ajuste respiratório
para a fonação.
Há concordância geral entre vários estudos feitos com a população masculina,
em que a média da freqüência fundamental da voz falada alcança níveis baixos durante
a meia idade, e a elevação gradual da freqüência fundamental na voz falada inicia-se
às vezes, após 65 anos de idade 18-19.
A média da freqüência fundamental da fala (FFF) e suas variações foram
traçadas em função da idade cronológica tanto para homens e mulheres. Os dados
encontrados foram consistentes entre os estudos que apontaram mudanças
descendentes no FFF de homens durante meia-idade, mais marcantes com o avanço
da idade. A média da FFF para mulheres adultas não demonstrou mudanças nos
resultados referidos para os homens 6.
Em estudo conduzido com amostras de leitura de texto padronizado e contagem
de números de 150 homens normais com idade de 17 a 30 anos, brasileiros falantes do
português (média = 19.4) sem histórico ou queixas de maiores disfunções laríngeas. A
média do valor de FFF foi 134.9 17.9 Hz para leitura e 130.5 18.5 Hz para
contagem. A diferença de 4.4 Hz foi estatisticamente significativa 20.
O ultimo estudo foi replicado em 140 sujeitos do gênero feminino, falantes do
português brasileiro com idades entre 17 e 30 anos (média = 23.3) em dois diferentes
tipos de atividades: leitura oral e contagem de números 23. O valor da média de FFF
obtida para leitura oral foi 213.9 Hz (DP = 9.0Hz) e 200.1 Hz (DP = 26.4 Hz) para
contagem de números.
Diante dos achados relatados, o objetivo deste estudo foi traçar estimativas da
freqüência fundamental, investigando, por meio dos correlatos perceptivo-auditivos e
acústicos, as diferenças entre os gêneros dos falantes idosos e prováveis mudanças na
terceira idade, as quais causem impacto aos ouvintes, em comparação com dados da
literatura de adultos jovens.
13
MÉTODOSO grupo estudado foi composto por oito indivíduos falantes do português
brasileiro, na faixa etária acima de 60 anos – limite para se considerar a população
idosa em países em desenvolvimento 2. As idades variaram entre 60 e 76 anos (média
= 69,8) para o gênero masculino e 71 e 75 anos (média = 73) para o feminino.
O grupo estudado foi dividido em dois subgrupos, compostos por quatro
indivíduos do gênero masculino – denominados respectivamente de A, B, C e D e,
quatro do gênero feminino – E, F, G e H, de forma a permitir a abordagem diferenciada
de parâmetros vocais para ambos os gêneros. Foram excluídos do estudo os indivíduos
com alterações decorrentes de doenças neurológicas, periféricas ou centrais ou que
tiveram sofrido intercorrências no aparelho fonador, tais como cirurgias ou traumas que
implicassem mudanças anatômicas.
A seleção da casuística partiu da aplicação prévia de um questionário (Figura 1)
que buscou investigar queixa de alteração vocal e outros aspectos que pudessem
interferir na qualidade vocal, constituindo os critérios de exclusão acima delineados.
Nenhum dos falantes passou por tratamento vocal e relatou esforço ao falar. Três
indivíduos (A, E, C) referiram passado otológico, dois indivíduos (G, H) distúrbio
hormonal e um (D) distúrbio digestivo. Quanto aos hábitos, um (H) relatou ter fumado
durante muito tempo, porém referiu não fazer mais uso do tabaco no momento da
pesquisa e um (C) referiu ser fumante. Dois participantes (G, H) responderam praticar
atividades físicas e dois (B, H) participação em coral. Cinco destes indivíduos são
estudantes da Faculdade da Terceira Idade e três funcionários da pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Os demais não mantêm vínculos com a instituição.
A coleta de dados incluiu a gravação de amostras de fala do texto padronizado.
O texto utilizado teve predomínio de sons sonoros (Figura 2) e foi elaborado no
Laboratório Integrado de Análise Acústica da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (LIAAC-PUCSP). Durante as gravações, todos os falantes realizaram a mesma
seqüência de tarefas constando de dados de identificação e de duas leituras do mesmo
texto. Previamente à gravação, os indivíduos foram instruídos a realizar a leitura do
texto padronizado, a fim de se familiarizarem com o material utilizado.
14
As amostras de fala foram coletadas e digitalizadas no Laboratório de Rádio da
Faculdade de Comunicação e Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (COMFIL-PUCSP), contando com o apoio de profissionais técnicos e
equipamentos da gravação que garantiram a qualidade das amostras (ambiente tratado
acusticamente, registro digital de amostras para controle do sinal, evitando saturação e
distorção das amostras). Os indivíduos estudados foram divididos em dois grupos de
gravação, pois esta foi realizada em datas diferentes. No primeiro grupo, foi utilizado
microfone de marca Shure, modelo M-7 e no segundo grupo foi utilizado o microfone da
marca Sennheiser e835, modelo SM7. Para cada situação de coleta, o microfone
capacitivo de alta fidelidade foi fixado a dez centímetros da boca do falante e situado
lateralmente para melhor registro, eliminando efeitos de estouro de oclusão ou fricção
que poderiam impor saturação do sinal. O indivíduo permaneceu sentado durante a
gravação.
Os microfones foram conectados à entrada de linha da mesa de som da marca
Shure, modelo M267, direcionando os estímulos registrados ao software Sound Forge
6.0, monitorados pela reprodução do traçado acústico no monitor do PC com
processador Pentium III, HD 40 gigabytes, memória 256 RAM megabytes. Tais
amostras também foram registradas em modalidade de gravação mono com freqüência
de amostragem de 44100 Hz, 16 bits de quantização. Os dados processados e
digitalizados pelo programa Sound Forge 6.0 foram gravados em CD-R Maxell 650
megabytes com o uso de gravador de CD Sony CDR.
Na seqüência, as amostras de fala da emissão “arara” foram destacadas do texto
e tiveram a freqüência de amostragem ajustada para 22.050Hz e analisadas no
programa Multispeech da Kay Elemetrics Corporation instalado no computador
Microtec, Windows 95, 64 megabytes de memória RAM do LIAAC-PUCSP, seguindo os
parâmetros 1024 pontos (tamanho da análise), sem suavização, com pré-ênfase de
0.098, janelamento hanning, intensidade mínima de 0 dB e máxima de 80 dB e faixa de
freqüência de 0 a 11025 Hz. Realizou-se a inspeção em curto termo, nos traçados FFT
(Fast Fourier Transform) e traçados da forma da onda.
Foram analisados: a freqüência fundamental, referente à vogal [a] da palavra
“arara”; as sílabas pré-tônicas e; as tônicas. No texto, o referido vocábulo repetia-se no
15
início e no final de frases. De cada emissão vocálica, foi selecionado um trecho da
amostra que apresentava estrutura harmônica bem definida no espectrograma de
banda estreita (1024 pontos), correspondente ao período estacionário da vogal, a partir
do qual foi traçado o espectro FFT, no qual identificou-se o pico do primeiro harmônico
em termos de freqüência e de amplitude do componente fundamental.
Na seqüência, os achados das amostras de fala dos idosos foram comparados a
estudos da literatura, referentes à população adulta jovem.
Do ponto de vista de julgamento perceptivo-auditivo, 60 graduandas do Curso de
Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo julgaram os estímulos
contendo trecho do texto das duas leituras de cada falante, organizado em dezesseis
faixas gravadas aleatoriamente, quanto ao gênero do falante e estimativa de faixa
etária, não tendo sido informadas previamente sobre tais características.
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo sob o número xxx completar
Estatística – colocar aqui como os dados foram apresentados
16
RESULTADOSOs resultados obtidos na análise das amostras das vozes dos indivíduos
selecionados são apresentados quanto aos valores de freqüência fundamental (f0) e
dados de avaliação perceptivo-auditiva.
Os valores de f0 para as emissões da vogal [a] em contexto encadeado no
vocábulo “arara” são expostos de forma diferenciada para o vocábulo posicionado no
início (Tabelas 1 e 2) e no final de sentença (Tabela 3 e 4), de forma distinta para os
gêneros.
Os dados comparativos de f0 para ambos os gêneros são apresentados na
Figura 3 e comparativamente com o estudo de f0 para indivíduos adultos jovens na
Figura 4.
Achados de julgamento perceptivo-auditivo, referentes à faixa etária e gênero,
são respectivamente apresentados nas Figuras 5 e 6.
DISCUSSÃOOs dados apresentados são discutidos com relação aos valores de f0 para
ambos os grupos estudados (homens e mulheres acima de 60 anos de idade), além de
comparação os dados da literatura para adultos jovens de ambos os gêneros, falantes
do português brasileiro 20-21.
Conforme exposto na Tabela 1, há menção de ajustes de voz crepitante em dois
falantes do gênero masculino, apenas em uma leitura e, em sua maioria, na sílaba pré-
tônica (total de três vogais com ajustes de voz crepitante). A média de f0 na sílaba pré-
tônica foi de 114,14Hz (DP = 41Hz) e na sílaba tônica foi de 117,43 Hz (DP = 32,8 Hz).
Nota-se uma pequena diferença de freqüência de 3,3Hz do valor da média de f0 entre
as sílabas. Em relação à diferença de amplitude entre primeiro e segundo harmônicos,
em média, nota-se estar equilibrado, com indícios de periodicidade do sinal.
Na Tabela 3, foi relacionado o maior número de ocorrências de ajustes de voz
crepitante em relação à Tabela 1, especialmente para falantes do gênero masculino no
final da sentença. Para a sílaba pré-tônica registrou-se média de 102,7 Hz (DP = 23 Hz)
e para a sílaba tônica 92,8 Hz (DP = 22 Hz). Houve diferença de 10Hz em relação a
24
vogal [a] pré-tônica e tônica. Em relação à Tabela 1, foi provável observar que os
valores obtidos foram menores (diferença de 11,3Hz na sílaba pré-tônica e 24,5Hz na
sílaba tônica), principalmente por situar-se no final do enunciado, em que sendo de
modalidade declarativa, tende à diminuição de f0 ao final. A média da relação entre o
primeiro e segundo harmônicos manteve-se novamente equilibrada.
A Tabela 2 mostra três falantes do gênero feminino que revelaram ajustes de voz
crepitante somente na sílaba pré-tônica, no início da sentença e apenas em uma leitura
(total de 3 vogais com ajustes de voz crepitante). As médias de f0 obtidas no gênero
feminino foram 150 Hz (DP = 20,8 Hz) na sílaba pré-tônica e 178 Hz (DP = 14,8Hz) na
tônica (diferença de 28Hz). A média da relação de amplitude entre o primeiro e segundo
harmônico manteve-se relativamente equilibrado.
Na Tabela 4 foram encontrados três sujeitos do gênero feminino com ajustes de
voz crepitante nas duas leituras tanto nas sílabas pré-tônicas como nas tônicas (total de
onze vogais) situadas no final da sentença. Foram evidenciados resultados das medias
de f0 na silaba pré-tônica em 146,8 Hz (DP = 27 Hz) e da sílaba tônica em 122,5 Hz
(DP = 21,7 Hz) com diferença de 24Hz. No gênero feminino, o valor da vogal [a]
posicionado no início da emissão evidencia o maior que o valor encontrado (diferença
de 4Hz da sílaba pré-tônica e 53Hz da sílaba tônica). A média da relação de amplitude
entre o primeiro e segundo harmônicos também se manteve equilibrada.
Avaliar se este trecho não explica os resultados das tabelas e não deveria estar
nos resultados. Não há comparação com a literatura.
O ajuste de voz crepitante, caracterizado pela combinação dos ajustes de
crepitância e modal, caracteriza-se por pulsos irregulares, com baixos valores de f0 21, o
que explica os valores de f0 mais graves nos vocábulos “arara” situados no final da
emissão e nas sílabas pré-tônicas, os quais revelaram maior ocorrência de ajustes de
voz crepitante.
Os maiores valores de f0 registrados no vocábulo “arara” situados no início da
emissão, e em posição tônica e sem ocorrência de ajustes de voz crepitante foram
considerados para composição da Figura 3, em termos de comparação aos dados da
presente pesquisa com os achados considerados em estudo 20-21, adotados como
referência para falantes do português brasileiro. Observamos rebaixamento da f0 nos
25
sujeitos idosos em ambos os gêneros. No gênero masculino, a faixa do desvio padrão
alcança a média de f0 dos jovens e o mesmo não ocorre no gênero feminino. Diante
disso, somente os falantes do gênero feminino revelaram mudança no valor de f0 em
relação à idade, em comparação aos adultos jovens do mesmo gênero.
Apesar de referências a maiores alterações laríngeas no gênero masculino 2, 3-4, 6,
8-9, a mudança da freqüência fundamental ocorreu no gênero feminino.
Entretanto, algumas alterações na estrutura da laringe podem explicar a
mudança de f0 ocorrida no gênero feminino, como a atrofia do músculo vocal 5,
processo de ptose laríngea 4,6, estiramento excessivo dos ligamentos de aparatos de
suspensão 7, a degeneração de gordura dos tecidos 5, a intensificação da ossificação
das cartilagens laríngeas, que ficam mais rígidas e menos distensíveis 6 e mucosa que
se torna espessa 3,4-5.
Fatores como alterações hormonais podem estar relacionados ao agravamento
da freqüência fundamental, principalmente a menopausa, que modifica as estruturas e
as secreções da mucosa, com conseqüente edema, de modo que a voz feminina tende
a se tornar mais grave e a tessitura vocal restrita, o que ocorre principalmente quando
associado a um quadro de tabagismo 5, 7.
Os dados coletados nesta pesquisa estão em concordância com estudos
referentes à tendência à diminuição de freqüência fundamental no gênero feminino no
processo de envelhecimento 2, 3,14-15, 18-19.
Os dados do presente estudo opuseram-se a outros trabalhos no sentido de que
não foram detectadas tendências a agudização de f0 nos homens e níveis estáveis
para o gênero feminino 2, 3, 6, 8, 10, 15-19. Observou-se que a f0 permanece estável no
gênero masculino e agrava-se no gênero feminino.
Fator importante refere-se ao fato dos falantes não terem sido julgados como
representantes de faixa etária acima de 60 anos. Em sua maioria, os falantes foram
julgados em diferenças maiores que 20 anos da idade real em relação à atribuída (B ,
D, E, G, H). O falante G atingiu maior diferença do grupo (35 anos de diferença da
idade real à atribuída).
Acreditava-se que com a redução da freqüência fundamental nas mulheres
idosas, ocorreria uma proximidade com a f0 dos idosos do gênero masculino, o que
26
poderia acarretar dificuldade da identificação do gênero do falante pela emissão vocal.
Porém, a pesquisa relevou que o número de respostas ao julgamento perceptivo-
auditivo em relação ao gênero do falante (Figura 4) esteve de acordo com o gênero real
dos falantes, denotando que os falantes foram identificados corretamente quanto ao
gênero, mesmo diante da proximidade de f0.
Na Figura 1 observa-se que o valor de f0 em média no gênero feminino é maior
em comparação ao gênero masculino, com diferença de 37Hz em posição pré-tônica e
57,6Hz em posição tônica no início da emissão e ao final da emissão, obteve-se a
diferença de 43,3Hz na sílaba pré-tônica e 29,7Hz na sílaba tônica. Nota-se que há
diferença do valor de f0 em média entre os gêneros dos falantes. Tal achado
corresponde aos dados de julgamento perceptivo-auditivo quanto ao gênero dos
falantes anteriormente comentados.
Estudos apontam que os sujeitos idosos com boas condições físicas e de saúde
possuem características vocais semelhantes às de pessoas mais jovens 3. Acredita-se
que tal fato explique a diferença grande entre a idade real à idade atribuída nos falantes
G e H, já que foi retratado no questionário prévio (Figura 1) que esses dois falantes têm
como hábito praticar exercícios físicos, bem como justifique a diferença da idade real
entre a idade atribuída dos falantes B e H, visto que ambos participam de coral,
desenvolvendo trabalho e cuidados vocais constantes 3.
A partir do estudo realizado, foi possível constatar que os valores da freqüência
fundamental das amostras de fala apresentaram-se diminuídos na população do gênero
feminino, quando comparados às estimativas de população jovem adulta. Já em relação
ao gênero masculino, houve estabilidade de freqüência fundamental.
Os resultados ressaltam: a importância de abordagem de particularidades de
emissão vocal em indivíduos idosos, não sendo possível generalizar padrões de f0 para
grupos de falantes de gênero feminino e masculino e; a individualidade do processo de
envelhecimento.
27
CONCLUSÃO Verificou-se, em relação à freqüência fundamental (f0), diferença das médias de
valores de f0 nos idosos estudados quanto aos gêneros masculino e feminino e
constatou-se mudanças quanto à faixa do adulto jovem concentradas no gênero
feminino. No gênero feminino foi encontrado rebaixamento no valor de f0 enquanto no
gênero masculino, houve estabilidade de tal valor.
Os indivíduos idosos, por meio julgamento perceptivo-auditivo, foram
identificados corretamente quanto ao gênero, porém no que se refere à idade, foram
atribuídas, em sua maioria, idades abaixo da idade cronológica real, com diferenças
maiores que vinte anos de idade.
28
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29
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Recebido em: 14/05/2006
Aceito em: 22/08/2006
Endereço para correspondência:
R. Taguá, 305 ap. 303 Liberdade - São Paulo - SP
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30
FIGURAS E TABELAS
Tabela 1 - Valores de f0 para duas emissões de vogal [a] em posição pré-tônica e tônica do vocábulo " arara" no início da sentença para quatro indivíduos do gênero masculino
Sílaba pré-tônica
Arara
Sílaba tônica
Arara
H1 H2 H1 H2
f0 (Hz)
Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
f0 (Hz)
Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
A - 1 114 44 331 36 * 80 43 194 41
A - 2 * 80 47 160 44 80 47 181 48
B - 1 * 80 53 171 52 114 56 205 54
B - 2 80 50 160 50 114 54 205 54
C - 1 103 53 205 45 114 53 205 48
C - 2 # # # # # # # #
D - 1 171 55 331 48 160 56 354 47
D - 2 171 55 343 48 160 55 320 49
M.114,1
451 243 46,14
117,4
352 237,71 48,7
DP 41 4,2 87,45 5,24 32,8 5 69 4,4
* - ajuste de voz
crepitante.
# - Não foi possível analisar, pois na gravação, o sujeito não produziu o
enunciado "Arara".
1 - Leitura 1.
2 - Leitura 2.
M. – Média.
DP - Desvio Padrão.
31
Tabela 2 - Valores de f0 para duas emissões de vogal [a] em posição pré-tônica e tônica do
vocábulo “arara” no início da sentença para quatro indivíduos do gênero feminino
Sílaba pré-tônica Arara Sílaba tônica Arara
H1 H2 H1 H2
f0 (Hz)Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
f0 (Hz)
Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
E - 1 154 27 329 29 165 22 340 22
E - 2 * 154 31 329 30 186 30 362 29
F - 1 171 50 331 46 171 50 354 44
F - 2 * 171 52 331 50 205 52 377 46
G - 1 125 53 285 45 171 53 343 46
G - 2 125 54 263 45 171 54 342 45
H - 1 148 54 285 52 160 54 354 52
H - 2 * 160 53 308 44 171 51 365 49
M. 150 44,5 311,33 40,83178,1
743,5 353 38,66
DP 20,80412,14495
7829,757
8,9758936
42
14,89
213,8527 14,478 10,46
* - Ajuste de voz
crepitante.
1 - Leitura 1.
2 - Leitura 2.
M. - Média.
DP - Desvio Padrão.
32
Tabela 3 - Valores de f0 para duas emissões de vogal [a] em posição pré-tônica e tônica do
vocábulo “arara” no final da sentença para quatro indivíduos do gênero masculino
Sílaba pré-tônica AraraSílaba tônica
Arara
H1 H2 H1 H2
f0 (Hz)Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
A - 1 # # # # 80 40 171 41
A - 2 * 80 43 160 40 & & & &
B - 1 * 98 25 192 27 83 22 166 26
B - 2 * 83 20 150 23 * 62 16 140 21
C - 1 103 25 192 22 103 25 192 23
C - 2 93 25 181 24 83 25 166 24
D - 1 114 50 251 42 114 49 251 37
D - 2 148 49 297 46 125 51 251 43
M. 102,71 33,85203,2
932 92,85 32,57 191 30,71
DP 23,092 12,9152,47
810,24 21,965 13,93 43,6 9,28
* - ajuste de voz crepitante.
1 - Leitura 1.
2 - Leitura 2.
# - Não foi possível analisar, pois na gravação, o sujeito falou somente a
sílaba tônica [ra].
& - Não foi possível analisar, pois na gravação, o sujeito falou somente a
sílaba pré-tônica [a].
M. - Média.
DP - Desvio Padrão.
33
Tabela 4 - Valores de f0 para duas emissões de vogal [a] em posição pré-tônica e tônica do
vocábulo “arara” no final da sentença para quatro indivíduos do gênero feminino
Sílaba pré-tônica
Arara
Sílaba tônica
Arara
H1 H2 H1 H2
f0 (Hz)Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
f0 (Hz)Intensidade (dB)
E - 1 * 154 26 326 22 * 132 19 264 20
E - 2 * 83 25 186 28 * 83 25 171 26
F - 1 * 145 27 274 28 * 124 27 269 27
F - 2 145 25 300 26 * 124 25 254 18
G - 1 * 166 28 337 26 * 145 23 300 24
G - 2 166 28 337 27 * 150 23 306 25
H - 1 150 26 311 24 119 23 233 20
H - 2 166 27 337 24 103 19 212 19
M. 146,88 26,5 301 25,625 122,5 23 251,13 22,375
DP 27,373 1,19 51,5 2,13 21,75 2,83 45 3,50
* Ajuste de voz crepitante.
1 - Leitura 1.
2 - Leitura 2.
M. - Média.
DP – Desvio Padrão.
34
Data:
Pesquisadora:
IDENTIFICAÇÃO
Nome:
Idade: D/N: Gênero: M [ ] F [ ]
Ocupação:
Dia / Horários disponíveis:
Telefone p/ contato:
HISTÓRICOTratamentos efetuados:
Toma algum medicamento?
Faz acompanhamento médico? Que especialidade?
Tem tremores? [ ] Sim [ ] Não
Tem depressão? [ ] Sim [ ] Não
Consegue andar em linha reta? [ ] Sim [ ] Não
Tem dificuldade para realizar certos movimentos? [ ] Sim [ ] Não
Hábitos
Fumo [ ] Álcool [ ] Drogas [ ] Atividades físicas [ ]
Obs:
Distúrbios
Alérgicos [ ] Faríngicos [ ] Bucais [ ] Nasais [ ] Otológicos [ ] Pulmonares [ ]
Digestivos [ ] Hormonais [ ] Neurovegetativos [ ] Outros [ ]
Antecedentes pessoais
Estados mórbidos e tratamentos clínicos ou cirúrgicos:
Antecedentes familiares
_____________________________________________________________________________________________
___
Já procurou médico por problema vocal? [ ] Sim [ ] Não
Já fez terapia vocal? [ ] Sim [ ] Não
Faz força para falar? [ ] Sim [ ] Não
35
Figura 1 - Questionário aplicado para a composição do grupo estudado
36
TEXTOS COM PREDOMÍNIO DE SONS SONOROS
Li uma alegoria de um jovem nobre, abordando a viagem de uma ave
na Índia. A líder das aves é uma bela e animada arara1. É a rainha e ninguém duvida da
realeza dela. Reina, venerada na região do vale dourado. A arara2 exibiu os dons
maravilhosos a ela doados, originados de um dom divino. Aos brados diz: “Vamos
dominar o ódio e ganhar o reino do Deus amado”.3 Divulga às demais aves as verdades
e misérias da vida e julga a maioria dos inimigos dos valores morais de maneira
ardorosa. Diz às aves da árdua jornada aos valores do amor, da humildade e da
nobreza e ganha aliados valorosos. Ela ainda verbalizava e já formas aladas voavam
mirando o ideal de vida a elas divulgado. Baseadas nos novos valores ajudaram umas
as outras de verdade e ganharam o galardão real, banhado em ouro.
Vocábulo destacado na análise da f0. Situa-se no final da frase.2 Vocábulo destacado na análise da f0. Situa-se no início da frase.3 Frase selecionada para o julgamento perceptivo-auditivo. (em itálico)
Figura 2 – Texto padronizado para leitura na sessão de gravação de fala
37
Figura 3 - Valores da média da f0 obtidos entre os indivíduos idosos dos gêneros feminino e masculino em emissões de padrão encadeado nos contextos de sílabas pré-tônicas e tônicas em posição inicial e final do enunciado
38
GÊNERO MASCULINO GÊNERO FEMININO
Figura 4 - Os valores de freqüência fundamental dos indivíduos idosos, comparativamente a estimativas de estudos para indivíduos adultos jovens (Castro et al, 1994)
39
Gênero masculino
Gênero feminino
GÊNERO MASCULINO GÊNERO FEMININO
01020304050607080
A B C D E F G HFalantes
Idade
idade real dosfalantes
média da idadeatribuída aosfalantes pelogrupo dejulgadores
Gráfico 1 Figura 5 - Julgamento perceptivo-auditivo das amostras de fala quanto à idade real e idade atribuída aos falantes do grupo estudado
N° de julgamentos (N =
480)
Figura 6 - Julgamento perceptivo-auditivo das amostras de fala quanto ao gênero real e gênero atribuído aos falantes do grupo estudado
40
Gêneromasculino
Gênerofeminino
GÊNERO REAL DO FALANTE
GÊNERO ATRIBUÍDO AO FALANTE