Análise Cinética da Técnica da Remada em Praticantes de Surf
Marcelo Stein1, Markus Stein1, Jonas Gurgel1,2, Flávia Porto2, Luciano Castro1, Rafael Ferreira1,2, Fabiano Gonçalves1,2, Iuri Schroeder1,2
1LAPAFI/ FEFID/ PUCRS, 2Núcleo de Pesquisa em Biomecânica Aeroespacial – NUBA /MicroG /IPCT /PUCRS
INTRODUÇÃOA Biomecânica é uma ciência que
analisa e avalia o movimento sob o prisma da Física. A Cinética, um dos ramos da Dinâmica da Física, constitui-se de uma das abordagens da Biomecânica e preocupa-se em analisar o movimento levando-se em consideração as forças que o geraram.
Uma das vertentes da Biomecânica trata-se do estudo de movimentos e técnicas desportivas visando à caracterização do mesmo e às melhorias no desempenho do atleta.
PROBLEMAA prática do surf é bastante
difundida pelo mundo, entretanto, buscas na literatura científica apontam para a carência de estudos científicos que abordam este esporte.
OBJETIVO O presente estudo teve o objetivo de analisar e avaliar, por meio da Cinética, a remada de surfistas, buscando estabelecer as relações existentes entre potência, força e intensidade durante a braçada no surf.
METODOLOGIA
AMOSTRA n= 10
Homens, 20-30 anos. Fatores de inclusão: prática de surf de, no mínimo, 1 ano; sem lesão osteomioarticular.
PROTOCOLO Execução de 30s de braçada, no estilo remada, sobre uma prancha numa piscina.
Local de realização do teste: Escola de Natação do Parque Esportivo da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
INSTRUMENTOS Célula de carga (Kratos®, Modelo S, 470N); Prancha de surf tamanho 6’2; Placa de circuito com amplificador instrumental (INA121); Conversor A/D DataQ® DI – 194 com 10 bits e 240Hz; e
SAD (Sistema de Aquisição de Dados, versão 2.61.07mp); Software de aquisição WinDataQ®; Software SPSS 11.5 for Windows® e notebook (Toshiba Satellite 1905 Pentium IV 2GHz).
As variáveis força (N), freqüência (Hz) e potência do sinal (root mean square) foram analisadas. Para análise estatística dos dados, foi utilizada a função de Regressão Linear.
PROCEDIMENTOSNa extremidade da prancha, foi
acoplado um cabo preso a uma célula de carga de modo que o equipamento ficasse ao nível da prancha (figuras 1 e 2). Posteriormente, foi solcitado ao voluntário que executasse o protocolo (figura 3).
Figura 1 – Artifício utlizado para a colocação da célula de carga ao nível da prancha sem danificá-la.
Figura 2 – Vista geral da preparação do ambiente de teste.
Figura 3 – Execução do protocolo de teste na piscina.
RESULTADOSO teste de correlação de Pearson
entre força e freqüência indicaram que as variáveis tiveram correlação positiva (0,3374). Analisando-se a igualdade entre as médias, foi calculada, para cada praticante, a média do RMS das remadas para cada braço. Tal procedimento representa uma forma de controlar a variância entre as remadas do mesmo surfista, resultando em dez observações (médias). Através do teste t para amostras pareadas (p<0,05), verificou-se que as diferenças encontradas nas médias de potência (RMS) da remada com cada braço não foram estatisticamente significativas (tabela ).
Tabela 1 – Teste de correlação de Pearson.
CONCLUSÕESDiante dos resultados obtidos, dos
dados analisados e do referencial teórico pesquisado, conclui-se que este estudo apresenta considerável significância no que se refere à cientificidade da pesquisa na área do surf. Quanto aos dados registrados, torna-se importante a confirmação da amostra como significativa através do teste estatístico de aprovação, considerando a amostra relativamente pequena em relação ao número estimado de surfistas existente em Porto alegre (RS).
CONTATOLaboratório de Microgravidade
Núcleo de Pesquisa em Biomecânica Aeroespacial
Tel.: (51) 3320 – 3565/ Ramal 4402www.ipct.pucrs.br/microg/nuba