FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO
FECAP
Curso de Administração
FÁBIO DE ARRUDA
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS:
UM ESTUDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
DA EMPRESA AZUL LINHAS AÉREAS BRASILEIRAS S. A.
São Paulo
2013
FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO
FECAP
Curso de Administração
FÁBIO DE ARRUDA – MAT.: 12020719
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS:
UM ESTUDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
DA EMPRESA AZUL LINHAS AÉREAS BRASILEIRAS S. A.
Trabalho de Análise das Demonstrações Financeiras apresentado a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP, como requisito de Nota Intermediária Semestral. Prof. Orientador: Marco Antônio Guimarães Verrone
São Paulo
2013
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC – Ativo Circulante
ANC – Ativo Não Circulante
ACF – Ativos Circulantes Financeiros
PC – Passivo Circulante
PNC – Passivo Não Circulante
RLP – Realizável em Longo Prazo
ELP – Exigível em Longo Prazo
AP – Ativo Permanente
PL – Patrimônio Liquido
BP – Balanço Patrimonial
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
NE – Notas Explicativas
CT – Capitais de Terceiros
CP – Capital Próprio
PCT – Participação de Capitais de Terceiros
CE – Composição do Endividamento
IPL – Imobilização do Patrimônio Liquido
IRNC – Imobilização dos Recursos Não Correntes
LG – Liquidez Geral
LC – Liquidez Corrente
LS – Liquidez Seca
LI – Liquidez Imediata
GA – Giro do Ativo
ML – Margem de Lucro
RA – Rentabilidade do Ativo
RPL – Rentabilidade do Patrimônio Liquido
PMRE – Prazo Médio de Renovação de Estoques
PMRV – Prazo Médio de Recebimento de Vendas
PMPC – Prazo Médio de Pagamento de Compras
CO – Ciclo Operacional
CF – Ciclo Financeiro
CSP – Custo do Serviço Prestado
DO – Despesas Operacionais
DC – Despesas Comerciais
DA – Despesas Administrativas
NCG – Necessidade de Capital de Giro
CCP – Capital Circulante Próprio
CCL – Capital Circulante Líquido
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1
2. OBJETIVO ........................................................................................................................................ 3
3. METODOLOGIA ............................................................................................................................... 4
4. DADOS COLETADOS ........................................................................................................................ 5
4.1 Balanços Patrimoniais ................................................................................................................... 6
4.2 Demonstrações dos Resultados dos Exercícios ............................................................................. 8
4.3 Nota Explicativa número 24 .......................................................................................................... 9
4.4 Cálculos dos Índices de Estrutura de Capitais, Liquidez e Rentabilidade .................................... 10
4.5 Gráficos auxiliares ....................................................................................................................... 11
4.5.1 Índices de Estrutura de Capitais ........................................................................................... 11
4.5.2 Índices de Liquidez ................................................................................................................ 12
4.5.3 Índice de Rentabilidade ........................................................................................................ 13
4.6 Análise Vertical, Análise Horizontal Encadeada e Análise Horizontal Anual ............................... 14
4.7 Cálculos dos Índices de Atividade ou Rotatividade ..................................................................... 17
4.7.1 Gráficos dos Prazos Médios ........................................................................................... 18
4.8 BP e DRE resumidos .................................................................................................................... 19
4.9 Contas Cíclicas ............................................................................................................................. 20
4.10 Necessidade de Capital de Giro, Capital Circulante Próprio e Capital Circulante Líquido ........ 21
4.10.1 Gráficos Auxiliares – NCG, CCP e CCL (em percentual) ....................................................... 22
4.10.2 Gráficos Auxiliares – NCG, CCP e CCL (em valores monetários) ......................................... 23
4.11 O modelo de Du Pont ................................................................................................................ 24
4.11.1 Fórmula de Du Pont adaptada a empresa ......................................................................... 25
4.12 Cálculos do EBITDA .................................................................................................................... 26
4.12.1 Indicadores relacionados ao EBITDA .................................................................................. 27
4.13 Estatísticas do Setor Aéreo ....................................................................................................... 28
4.13.1 Gráficos auxiliares das Estatísticas do Setor Aéreo ............................................................ 30
5. ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................................................ 33
5.1. Índices de Estrutura de Capitais ................................................................................................. 33
5.2 Índices de Liquidez ...................................................................................................................... 38
5.3 Índices de Rentabilidade ............................................................................................................. 41
5.4 Índices de Atividade e Rotatividade (Prazos Médios) ................................................................. 47
5.5 Análise da Gestão de Caixa, Dinâmica e Política da empresa através dos índices dos Prazos
Médios ............................................................................................................................................... 48
5.6 Análise do EBITDA ....................................................................................................................... 50
5.7 Observações Importantes ........................................................................................................... 51
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 55
1
1. INTRODUÇÃO
Assim como tudo parte de um ponto, antes, de iniciar-se uma análise das
demonstrações financeiras da empresa é importante contextualizar-se com o próprio
objeto de estudo.
A origem da empresa se dá a partir de janeiro de 2008, quando o então e principal
acionista, o Sr. David Neelemam, anuncia a criação de uma nova companhia aérea
brasileira. A localização escolhida para sua sede foi a cidade de Barueri / SP. Em
março de 2008 é lançada uma campanha de marketing (em forma de concurso) para
se realizar a escolha do nome da empresa. Passado dois meses, em maio de 2008,
é registrada a nova companhia aérea com o nome de Azul Linhas Aéreas Brasileiras
S. A.
O objeto social, registrado, é prioritariamente, a participação direta no capital de
sociedades dedicadas à atividade de transporte aéreo. A companhia é controladora
da Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A. (100%) e possui participação na Entidade de
fins específicos denominada Canela Investments LLC, situada no estado de
Delaware / EUA. Esta entidade foi constituída com o propósito da aquisição de
aeronaves no exterior para arrendamento mercantil à empresa controlada Azul
Linhas Aéreas Brasileiras S.A..
Passado todo período de constituição organizacional, e bem antes do previsto, em
dezembro de 2008 a empresa começa suas atividades com a operação de voos
intermunicipais e regionais (os chamados voos domésticos). Seu primeiro voo ocorre
do aeroporto de Campinas para Salvador. A empresa estabelece como sua sede
operacional o aeroporto de Viracopos / Campinas, de onde aplica sua estratégia em
operar voos regionais para cidades ainda não alcançadas pelos concorrentes e aos
poucos vai expandindo sua malha aérea.
A Azul escolhe por adquirir aeronaves da Embraer, estas, que se apresentam
menores, em quantidade de assentos, porém oferecem maior espaço interno aos
passageiros, cerca de sete centímetros a mais de espaço entre as poltronas, com
2
desempenho mais eficiente, maior economia de combustível, e com acesso de
financiamento aos bancos nacionais como, por exemplo, o BNDES, por a Embraer
ser uma empresa Nacional.
Atualmente a Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A. faz parte do grupo das maiores
companhias aéreas nacionais, como TAM e GOL. Sua participação atual no
mercado é de 16%. Seu principal foco é a atuação em aeroportos “secundários”,
onde as duas maiores concorrentes do setor não atuam. Assim, passa a adquirir
cada vez mais participação de mercado, de duas formas distintas: criando rotas
onde não havia voos regionais (domésticos) e atraindo para o mercado um público
que era carente desse tipo de prestação de serviços.
3
2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é fazer uma análise detalhada de como anda e se
comporta a situação econômica e financeira da empresa Azul Linhas Aéreas
Brasileiras S.A., durante três anos consecutivos, sendo eles: 2009, 2010 e 2011.
Este estudo se dá através do uso de recursos fornecidos pela empresa e de
ferramentas teóricas estudadas durante a disciplina de análise das demonstrações
financeiras que é parte integrante do curso de administração ministrado pelo Centro
Universitário Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado.
Para isso, ocorrerá a utilização de vários recursos, sendo eles, tanto, os fornecidos
pela empresa, como por exemplo, suas Demonstrações Contábeis que por força da
Lei das S. A. devem ser obrigatoriamente divulgadas ao público logo após o
encerramento dos exercícios contábeis. Sejam, esse público, órgãos
governamentais, investidores, e ainda fornecedores, ou clientes, e até mesmo toda a
sociedade. Juntamente a estes recursos próprios da empresa, entra na análise, a
utilização de várias ferramentas. As que serão utilizadas aqui neste trabalho são: a
reordenação dos Balanços Patrimoniais e DREs. As Análises Verticais e as Análises
Horizontais dos Balaços e DREs. Os cálculos dos índices de estrutura de capitais,
liquidez e endividamento. Os cálculos dos índices de atividade e rotatividade,
fazendo uma observação sobre a dinâmica e a política da empresa, através de
observações dos gráficos dos prazos médios. Ainda como a utilização do método de
Du Pont para se conseguir entrar mais a fundo e ter base para inferências quanto ao
contexto operacional, financeiro e de estratégias de tomadas de decisões pela
empresa ao longo dos exercícios contábeis. A utilização do cálculo do EBITDA em
complemento a análise da gestão de caixa, e por fim, comparações feitas através da
compilação de dados das duas principais concorrentes do setor e a empresa
estudada, formando gráficos auxiliares para comparações. Tudo compondo
importante referencial de avaliação qualitativa de como se comporta a empresa.
Importante ressaltar que nesse estudo, suas duas principais concorrentes e mais a
empresa estuda compõem cerca de 70% do setor aéreo nacional. O que torna esses
gráficos de relevada importância significativa.
4
3. METODOLOGIA
Os dados coletados da empresa serão sintetizados e apresentados de forma
reordenada e mais simplificados.
Em seguida, utilizaram-se as ferramentas descritas anteriormente.
Primeiramente será feita uma análise com os primeiros grupos de índices, onde
muitos teóricos os chamam de: “tripé da análise” que são os índices de estrutura de
capitais, liquidez e endividamento.
Passando-se pela observação da dinâmica da empresa, quanto ao seu
comportamento e política de negócios, observada através dos gráficos dos prazos
médios apresentados. Estes, dando-se mais embasamento na análise da gestão de
caixa.
Buscando-se maior entendimento da situação econômica e financeira através de um
conjunto de análises verticais, análises horizontais de método encadeado e análises
horizontais de método anual, concomitantemente com aspectos revelados pelo
método de Du Pont.
Por fim, a observância das informações retiradas dos dados reunidos das duas
maiores concorrentes e a empresa, todos, compilados, apresentados em forma de
números e gráficos, compondo um instrumento de análise qualitativa do setor aéreo.
5
4. DADOS COLETADOS
As Demonstrações Financeiras da empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A., dos
anos de 2009, 2010 e 2011, foram adquiridas através do site da empresa no link
intitulado: números de crescimento, localizado dentro dos links: Conheça a Azul /
Sobre a Azul.
Este relatório (documento) apresenta todos os requisitos para se confiar uma boa
análise, pois está devidamente composto pelos itens a seguir. (MARION, 2010)
- Balanço Patrimonial (BP);
- Demonstrações dos Resultados dos Exercícios (DRE);
- Demonstrações dos Resultados Abrangentes;
- Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido;
- Demonstrações dos Fluxos de Caixa;
- Demonstração do Valor Adicionado;
- Notas Explicativas;
- Relatório da Administração;
- Parecer dos Auditores Independentes.
Deste documento principal foram feitas reorganizações, visando à simplificação dos
dados do BP, DRE e apresentação de algumas Notas Explicativas (NE) para melhor
entendimento de alguns itens a serem analisados. (MATARAZZO, 1998)
6
4.1 Balanços Patrimoniais
Figura 1. ATIVO de 2009, 2010 e 2011. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
ATIVO
Circulante
Caixa e equivalentes de caixa (Nota 5) 166.708 96.909 131.664
Aplicações financeiras (Nota 6) - 10.744 9.631
Aplicações financeiras vinculadas (Nota 7) - - 31.034
Contas a receber (Nota 8) 60.312 67.375 260.243
Estoques (Nota 9) 7.933 10.178 18.968
Tributos a recuperar 7.301 7.349 11.741
Instrumentos financeiros derivativos (Nota 21) - 782 9.164
Despesas antecipadas (Nota 10) 6.691 3.156 22.013
Outros ativos 9.566 588 958
Total Circulante 258.511 197.081 495.416
Não Circulante
Aplicações financeiras vinculadas (Nota 7) 20.686 41.338 19.736
Tributos diferidos (Nota 16) 7.804 7.804 7.804
Depósitos (Nota 12) 27.327 52.692 88.216
Despesas antecipadas (Nota 10) 1.912 6.868 19.162
Outros ativos 2.612 2.499 2.815
Total Não Circulante 60.341 111.201 137.733
Ativo Permanente*
Investimentos (Nota 13) - - -
Imobilizado (Nota 14) 579.073 911.302 1.322.057
Intangível (Nota 15) 7.144 12.175 16.961
Total Não Circulante e Permanente* 646.558 1.034.678 1.476.391
TOTAL DO ATIVO 905.069 1.231.759 1.971.807
Azul S.A.
Balanços Patrimoniais em 31 de dezembro de 2009, 2010 e 2011 (Em milhares de reais)
Consolidado
2009 2010 2011
7
Continuação
Figura 2. PASSIVO de 2009, 2010 e 2011. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
PASSIVO
Circulante
Empréstimos, financiamentos e debêntures (Nota 17) 75.893 73.329 165.706
Fornecedores 48.870 97.172 198.011
Receita diferida (Nota 18) 60.679 94.901 136.568
Salários, provisões e encargos sociais 11.420 24.285 48.659
Prêmio de seguros a pagar 4.809 1.296 14.507
Títulos a recolher 3.814 10.708 13.530
Instrumentos financeiros derivativos (Nota 21) - 32.428 6.855
Outras contas a pagar 7.119 2.653 -
Total Circulante 212.604 336.772 583.836
Não Circulante
Empréstimos, financiamentos e debêntures (Nota 17) 405.224 706.852 1.273.875
Instrumentos financeiros derivativos (Nota 21) - - 45.148
Provisões para contingências (Nota 28) - 467 2.762
Total Não Circulante 405.224 707.319 1.321.785
Patrimônio Líquido
Capital social (Nota 19) 400.708 400.708 400.708
Reserva de capital (Nota 19) 3.116 5.365 9.869
Outros resultados abrangentes (Nota 19) - -4.255 -24.790
Prejuizos acumulados -116.583 -214.150 -319.601
Total Patrimônio Líquido 287.241 187.668 66.186
TOTAL DO PASSIVO 905.069 1.231.759 1.971.807
Consolidado
2009 2010 2011
8
4.2 Demonstrações dos Resultados dos Exercícios
Figura 3. DRE de 2009, 2010 e 2011. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Receitas (Nota 23)
Passageiros 352.208 786.721 1.558.256
Cargas 918 13.496 32.919
Outras 23.728 70.913 139.052
Total de receitas 376.854 871.130 1.721.227
Custo dos serviços prestados (Nota 24) -389.310 -748.084 -1.427.310
Lucro (Prejuizo) bruto -12.456 123.046 293.917
Despesas operacionais
Comerciais (Nota 24) -39.901 -60.216 -103.170
Administrativas (Nota 24) -90.485 -113.673 -165.651
Total de despesas operacionais -130.386 -173.889 -268.821
Lucro (Prejuizo) operacional -142.842 -50.843 25.096
Resultado financeiro (Nota 25)
Receitas financeiras 89.327 11.834 49.102
Despesas financeiras -46.876 -58.558 -179.649
Total do Resultado financeiro 42.451 -46.724 -130.547
Prejuizo antes do imposto de renda e da contribuição social -100.391 -97.567 -105.451
Imposto de renda e contribuição social do exercício (Nota 16) - - -
Prejuízo do exercício -100.391 -97.567 -105.451
2010
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios
findos em 31 de dezembro de 2009, 2010 e 2011(Em milhares de reais)
2011
Consolidado
2009
9
4.3 Nota Explicativa número 24
Figura 4. Nota Explicativa número 24. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Figura 5. Resultado do Cálculo de Outras Despesas Operacionais. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Total Total TotalCustos dos
Serviços
Prestados
Despesas
Comerciais
Despesas
Adm.
Pessoal 118.897 208.191 381.794 292.980 9.672 79.142
Combustível de Aviação 165.647 341.006 684.442 684.442 - -
Arrendamento mercantil de aeronaves 26.736 57.371 95.686 95.686 - -
Seguro de aeronaves 5.552 8.019 10.996 10.996 - -
Comerciais e publicidade 39.901 54.004 93.498 - 93.498 -
Tarifas aeroportuárias 19.715 38.651 78.016 78.016 - -
Prestação de serviços 45.821 83.200 138.255 95.187 - 43.068
Depreciação e amortização 32.255 51.258 87.541 80.324 - 7.217
Material de manutenção e reparo 15.991 33.228 60.915 60.915 - -
Outras despesas operacionais 49.181 47.045 64.988 28.764 - 36.224
Total 519.696 921.973 1.696.131 # # # # # # # 10 3 .170 16 5.6 51
Nota 24. Custo dos Serviços Prestados, despesas comerciais e administrativas
Consolidado
2009 2010 2011 2011 (Detalhado)
2009 2010 2011
Outras Despesas Operacionais "Comerciais e Administrativas" 455.153 805.325 1.501.908
Consolidado
10
4.4 Cálculos dos Índices de Estrutura de Capitais, Liquidez e Rentabilidade
Figura 6. Cálculos dos índices tripé da análise. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
2009 2010 2011
Participação de
Capitais de Terceiros215% 556% 2879%
Composição do
Endividamento34% 32% 31%
Imobilização do
Patrimônio Líquido204% 492% 2023%
Imobilização dos
Recursos Não
Correntes
85% 103% 96%
Liquidez Geral 146% 118% 103%
Liquidez Corrente 122% 59% 85%
Liquidez Seca 118% 55% 82%
Liquidez Imediata 78% 32% 30%
Giro do Ativo 0,4 0,7 0,9
Margem Liquida -26,6% -11,2% -6,1%
Rentabilidade do Ativo -11,1% -7,9% -5,3%
Rentabilidade do
Patrimônio Liquido-17,5% -10,3% -20,8%
Observações sobre
as fórmulas:
Capital Próprio = PL.
Capital de Terceiros = (PC + PNC) ou ELP.
(Inv. + Imob. + Intangíl): é conhecido com o extinto Ativo Permanente.
ELP = Exigível em Longo Prazo.
RLP = Realizável em Longo Prazo.
ACF = Ativo Circulante Financeiro: são todas as contas de caixa, bancos e aplicações financeiras
disponíveis.
PL Médio: é o valor médio do PL entre dois anos; exercício do ano anterior e exercício do ano
base.
Tipo Descrição FórmulaResultados dos Cálculos
Índices de Estrutura
de Capitais
(Endividamento)
Índices de Liquidez
(Capacidade de
Pagamento)
Índices de
Rentabilidade
(do ponto de vista da
empresa e do ponto
de vista dos sócios)
11
Gráficos Auxiliares
215%
556%
2879%
0%
500%
1000%
1500%
2000%
2500%
3000%
Participação de Capitais de Terceiros
2009
2010
2011
34%32%
31%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Composição do Endividamento
2009
2010
2011
204%
492%
2023%
0%
500%
1000%
1500%
2000%
Imobilização do Patrimônio Líquido
2009
2010
2011
85%
103%96%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Imobilização dos Recursos Não Correntes
2009
2010
2011
4.5 Gráficos auxiliares
Estes gráficos foram elaborados para facilitar e aumentar a sensibilidade no
momento da análise. Fica-se melhor entender valores percentuais do que números
de montantes monetários. (MARION, 2010)
4.5.1 Índices de Estrutura de Capitais
Figura 7. Gráficos auxiliares – Índices de Estrutura de Capitais. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
12
4.5.2 Índices de Liquidez
Figura 8. Gráficos auxiliares – Índices de Liquidez. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
146%
118%
103%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
Liquidez Geral
2009
2010
2011
122%
59%
85%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
Liquidez Corrente
2009
2010
2011
118%
55%
82%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
Liquidez Seca
2009
2010
2011
78%
32%30%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
Liquidez Imediata
2009
2010
2011
13
4.5.3 Índice de Rentabilidade
Figura 9. Gráficos auxiliares – Índices de Rentabilidade.
Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
0,4
0,7
0,9
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Giro do Ativo
2009
2010
2011
-26,6%
-11,2%
-6,1%
-30,0%
-25,0%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
Margem Líquida
2009
2010
2011
-11,1%
-7,9%-5,3%
-30,0%
-25,0%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
Rentabilidade do Ativo
2009
2010
2012 -17,5%
-10,3%
-20,8%
-30,0%
-25,0%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
2009
2010
2011
14
4.6 Análise Vertical, Análise Horizontal Encadeada e Análise Horizontal Anual
Figura 10. Análises conjuntas: Vertical, Horizontal Encadeada e Anual do BP (ATIVO). Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
ATIVO
Circulante
Caixa e equivalentes de caixa (Nota 5) 166.708 18,4% 100% 96.909 7,9% 58% -42% 131.664 6,7% 79% 36%
Aplicações financeiras (Nota 6) - 10.744 0,9% 9.631 0,5% -10%
Aplicações financeiras vinculadas (Nota 7) - - 31.034 1,6%
Contas a receber (Nota 8) 60.312 6,7% 100% 67.375 5,5% 112% 12% 260.243 13,2% 431% 286%
Estoques (Nota 9) 7.933 0,9% 100% 10.178 0,8% 128% 28% 18.968 1,0% 239% 86%
Tributos a recuperar 7.301 0,8% 100% 7.349 0,6% 101% 1% 11.741 0,6% 161% 60%
Instrumentos financeiros derivativos (Nota 21) - 782 0,1% 9.164 0,5% 1072%
Despesas antecipadas (Nota 10) 6.691 0,7% 100% 3.156 0,3% 47% -53% 22.013 1,1% 329% 597%
Outros ativos 9.566 1,1% 100% 588 0,0% 6% -94% 958 0,0% 10% 63%
Total Circulante 258.511 28,6% 100% 197.081 16,0% 76% -24% 495.416 25,1% 192% 151%
Não Circulante
Aplicações financeiras vinculadas (Nota 7) 20.686 2,3% 100% 41.338 3,4% 200% 100% 19.736 1,0% 95% -52%
Tributos diferidos (Nota 16) 7.804 0,9% 100% 7.804 0,6% 100% 0% 7.804 0,4% 100% 0%
Depósitos (Nota 12) 27.327 3,0% 100% 52.692 4,3% 193% 93% 88.216 4,5% 323% 67%
Despesas antecipadas (Nota 10) 1.912 0,2% 100% 6.868 0,6% 359% 259% 19.162 1,0% 1002% 179%
Outros ativos 2.612 0,3% 100% 2.499 0,2% 96% -4% 2.815 0,1% 108% 13%
Total Não Circulante 60.341 6,7% 100% 111.201 9,0% 184% 84% 137.733 7,0% 228% 24%
Ativo Permanente*
Investimentos (Nota 13) - - - -
Imobilizado (Nota 14) 579.073 64,0% 100% 911.302 74,0% 157% 57% 1.322.057 67,0% 228% 45%
Intangível (Nota 15) 7.144 0,8% 100% 12.175 1,0% 170% 70% 16.961 0,9% 237% 39%
Total Não Circulante e Permanente* 646.558 71,4% 100% 1.034.678 84,0% 160% 60% 1.476.391 74,9% 228% 43%
TOTAL DO ATIVO 905.069 100,0% 100% 1.231.759 100,0% 136% 36% 1.971.807 100,0% 218% 60%
AH
Anual
Consolidado
Balanços Patrimoniais em 31 de dezembro de 2009, 2010 e 2011 (Em milhares de reais)
Azul S.A.
Análise
Vertical
AH
Encadeada
AH
Anual
AH
Anual
AH
Encadeada2009
Análise
Vertical
Análise
Vertical2010 2011
AH
Encadeada
15
Continuação
Figura 11. Análises conjuntas: Vertical, Horizontal Encadeada e Anual do BP (PASSIVO). Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
PASSIVO
Circulante
Empréstimos, financiamentos e debêntures (Nota 17) 75.893 8,4% 100% 73.329 6,0% 97% -3% 165.706 8,4% 218% 126%
Fornecedores 48.870 5,4% 100% 97.172 7,9% 199% 99% 198.011 10,0% 405% 104%
Receita diferida (Nota 18) 60.679 6,7% 100% 94.901 7,7% 156% 56% 136.568 6,9% 225% 44%
Salários, provisões e encargos sociais 11.420 1,3% 100% 24.285 2,0% 213% 113% 48.659 2,5% 426% 100%
Prêmio de seguros a pagar 4.809 0,5% 100% 1.296 0,1% 27% -73% 14.507 0,7% 302% 1019%
Títulos a recolher 3.814 0,4% 100% 10.708 0,9% 281% 181% 13.530 0,7% 355% 26%
Instrumentos financeiros derivativos (Nota 21) - 32.428 2,6% 6.855 0,3% -79%
Outras contas a pagar 7.119 0,8% 100% 2.653 0,2% 37% -63% -
Total Circulante 212.604 23,5% 100% 336.772 27,3% 158% 58% 583.836 29,6% 275% 73%
Não Circulante
Empréstimos, financiamentos e debêntures (Nota 17) 405.224 44,8% 100% 706.852 57,4% 174% 74% 1.273.875 64,6% 314% 80%
Instrumentos financeiros derivativos (Nota 21) - - 45.148 2,3%
Provisões para contingências (Nota 28) - 467 0,0% 2.762 0,1% 491%
Provisão para perda de investimento (Nota 13) - - -
Total Não Circulante 405.224 44,8% 100% 707.319 57,4% 175% 75% 1.321.785 67,0% 326% 87%
Patrimônio Líquido
Capital social (Nota 19) 400.708 44,3% 100% 400.708 32,5% 100% 0% 400.708 20,3% 100% 0%
Reserva de capital (Nota 19) 3.116 0,3% 100% 5.365 0,4% 172% 72% 9.869 0,5% 317% 84%
Outros resultados abrangentes (Nota 19) - -4.255 -0,3% -24.790 -1,3% 483%
Prejuizos acumulados -116.583 -12,9% 100% -214.150 -17,4% 184% 84% -319.601 -16,2% 274% 49%
Total Patrimônio Líquido 287.241 31,7% 100% 187.668 15,2% 65% -35% 66.186 3,4% 23% -65%
TOTAL DO PASSIVO 905.069 100,0% 100% 1.231.759 100,0% 136% 36% 1.971.807 100,0% 218% 60%
Consolidado
2009 2010 2011Análise
Vertical
AH
Encadeada
AH
Anual
Análise
Vertical
AH
Encadeada
AH
Anual
Análise
Vertical
AH
Encadeada
AH
Anual
16
Continuação
Figura 12. Análises conjuntas: Vertical, Horizontal Encadeada e Anual da DRE. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Figura 13. Análises conjuntas: Vertical, Horizontal Encadeada e Anual da NE 24. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Receitas (Nota 23)
Passageiros 352.208 93,5% 100% 786.721 90,3% 223% 123% 1.558.256 90,5% 442% 98%
Cargas 918 0,2% 100% 13.496 1,5% 1470% 1370% 32.919 1,9% 3586% 144%
Outras 23.728 6,3% 100% 70.913 8,1% 299% 199% 139.052 8,1% 586% 96%
Total de receitas 376.854 100,0% 100% 871.130 100,0% 231% 131% 1.721.227 100,0% 457% 98%
Custo dos serviços prestados (Nota 24) -389.310 -103,3% 100% -748.084 -85,9% 192% 92% -1.427.310 -82,9% 367% 91%
Lucro (Prejuizo) bruto -12.456 -3,3% 100% 123.046 14,1% -988% -1088% 293.917 17,1% -2360% 139%
Despesas operacionais
Comerciais (Nota 24) -39.901 -10,6% 100% -60.216 -6,9% 151% 51% -103.170 -6,0% 259% 71%
Administrativas (Nota 24) -90.485 -24,0% 100% -113.673 -13,0% 126% 26% -165.651 -9,6% 183% 46%
Total de despesas operacionais -130.386 -34,6% 100% -173.889 -20,0% 133% 33% -268.821 -15,6% 206% 55%
Lucro (Prejuizo) operacional -142.842 -37,9% 100% -50.843 -5,8% 36% -64% 25.096 1,5% -18% -149%
Resultado Financeiro (Nota 25)
Receitas financeiras 89.327 23,7% 100% 11.834 1,4% 13% -87% 49.102 2,9% 55% 315%
Despesas financeiras -46.876 -12,4% 100% -58.558 -6,7% 125% 25% -179.649 -10,4% 383% 207%
Total do Resultado financeiro 42.451 11,3% 100% -46.724 -5,4% -110% -210% -130.547 -7,6% -308% 179%
Prejuizo antes do imposto de renda e da contribuição social -100.391 -26,6% 100% -97.567 -11,2% 97% -3% -105.451 -6,1% 105% 8%
Imposto de renda e contribuição social do exercício (Nota 16) - - -
Prejuízo do exercício -100.391 -26,6% 100% -97.567 -11,2% 97% -3% -105.451 -6,1% 105% 8%
Demonstrações dos Resultados dos Exercícios
findos em 31 de dezembro de 2009, 2010 e 2011 (Em milhares de reais)
AH
Encadeada
AH
Anual
Análise
Vertical
AH
Encadeada
AH
Anual2011
Análise
Vertical2009
Análise
Vertical
AH
Encadeada
AH
Anual2010
Consolidado
Pessoal 118.897 22,9% 100% 208.191 22,6% 175% 75% 381.794 22,5% 321% 83%
Combustível de Aviação 165.647 31,9% 100% 341.006 37,0% 206% 106% 684.442 40,4% 413% 101%
Arrendamento mercantil de aeronaves 26.736 5,1% 100% 57.371 6,2% 215% 115% 95.686 5,6% 358% 67%
Seguro de aeronaves 5.552 1,1% 100% 8.019 0,9% 144% 44% 10.996 0,6% 198% 37%
Comerciais e publicidade 39.901 7,7% 100% 54.004 5,9% 135% 35% 93.498 5,5% 234% 73%
Tarifas aeroportuárias 19.715 3,8% 100% 38.651 4,2% 196% 96% 78.016 4,6% 396% 102%
Prestação de serviços 45.821 8,8% 100% 83.200 9,0% 182% 82% 138.255 8,2% 302% 66%
Depreciação e amortização 32.255 6,2% 100% 51.258 5,6% 159% 59% 87.541 5,2% 271% 71%
Material de manutenção e reparo 15.991 3,1% 100% 33.228 3,6% 208% 108% 60.915 3,6% 381% 83%
Outras despesas operacionais 49.181 9,5% 100% 47.045 5,1% 96% -4% 64.988 3,8% 132% 38%
Total 519.696 100,0% 100% 921.973 100,0% 177% 77% 1.696.131 100,0% 326% 84%
Outras Despesas Operacionais "Com. e Adm." 455.153 100% 805.325 177% 77% 1.501.908 330% 86%
Destaque para as contas mais s igni ficativas do CSP, Desp. Com. e Adm.
Destaque para a variação percentual das contas de um ano para outro
Legenda:
Nota 24. Custo dos Serviços Prestados, despesas comerciais e administrativas
Consolidado
AH
Encadeada
AH
Anual2010
Análise
Vertical
AH
Encadeada
AH
Anual2011
Análise
Vertical
AH
Encadeada
AH
Anual2009
Análise
Vertical
17
4.7 Cálculos dos Índices de Atividade ou Rotatividade
Figura 14. Cálculo dos Índices de Atividade ou Rotatividade. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
2009 2010 2011
Prazo Médio de
Renovação de EstoquesPMRE* (Azul S.A.)
Não se calcula, po is os Estoques são irrelevantes
e o CM V ≠ CSP, o que descarta também Compras 0 0 0
Prazo Médio de
Recebimento de VendasPMRV* (Azul S.A.) -0,4 -11 26
Prazo Médio de
Pagamento de ComprasPMPC* (Azul S.A.) 48 54 59
Ciclo Operacional (CO) Ciclo Operacional (CO) -0,4 -11 26
Ciclo Financeiro (CF) Ciclo Financeiro (CF) -48 -66 -33
Compras* Giro de Vendas 1027 32 14
Giro de Renovação
de EstoquesGiro de Compras 8 7 6
Giro de Recebimento
de Vendas
Giro de Pagamento
de Compras
Índices de Atividade ou Rotatividade Adaptação das Fórmulas para a Azul S.A.
Observações Importantes
É importante ressaltar que esses cálculos representam um modelo teórico, este modelo
geralmente é aplicado à em empresas comerciais e industriais. Estas empresas utilizam o
CMV ou o CPV. Isso não se aplica a empresas comerciais do tipo Prestadoras de
Serviço que utilizam o CSP.
No caso da empresa Azul S.A. Linhas Aéreas, que é uma empresa comercial,
PRESTADORA DE SERVIÇOS, serão feitas adaptações de modelo teórico para atingir os
efeitos reais dos Prazos Médios da empresa.
Outras Observações
*Compras: Compras = Ef - Ei + CMV* ........................................................(Empresas comerciais)
*Custo da Mercadoria Vendida (CMV): CMV = - EF + Ei - C ................(Empresas comerciais)
Porem, o CMV* ≠ CPV* ≠ CSP*, assim o Custo da Mercadoria Vendida não pode ser usado no cálculo de Prazos Médios em empresas do tipo
Prestadoras de Serviços. Isso ocorre porque os Estoque são irrelevantes ao negócio, o que leva a descartar também o cálculo de Compras*
*Vendas ≡ Receita Líquida
PMPC*(Adap.) = [(Fronecedores + Outras Obrigações) / (Compras + Outras Despesas Operacionais "Vendas e Adm")] x 360
Outras Despesas Operacionais*, aparecem detalhadas na NOTA 24
Outras Obrigações*, no caso da Azul S.A., são as Receitas Diferidas , que, por sua vez, são compostas por:
Transportes à Executar e Programa Todo Azul
Resultado (em dias)Descrição Fórmula Descrição Fórmula
18
4.7.1 Gráficos dos Prazos Médios
Figura 15. Gráficos dos Prazos Médios. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
19
4.8 BP e DRE resumidos
Figura 16. BP e DRE resumidos. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
2009 2010 2011 2009 2010 2011
166.708 107.653 172.329 75.893 73.329 165.706
60.312 67.375 260.243 48.870 97.172 198.011
7.933 10.178 18.968 11.420 24.285 48.659
23.558 11.875 43.876 76.421 141.986 171.460
258.511 197.081 495.416 212.604 336.772 583.836
60.341 111.201 137.733 405.224 706.852 1.273.875
0 467 47.910
405224 707319 1321785
- - -
579.073 911.302 1.322.057
7.144 12.175 16.961 403.824 406.073 410.577
- -4.255 -24.790
586.217 923.477 1.339.018 -116583 -214150 -319601
287.241 187.668 66.186
905.069 1.231.759 1.971.807 905.069 1.231.759 1.971.807
BP resumido (em milhares de reais)
Imobilizado
Intangível
Sub Total
Total do Ativo
ConsolidadoAtivo
Ativo Circulante
Disponível
Contas a Receber
Estoques
Sub total
Ativo Permanente
Investimentos
Finaciamentos
Patrimônio Líquido
PassivoConsolidado
Passivo Circulante
Fornecedores
Outras
Capital e Reservas
Prejuízos Acumulados
Total do Passivo
Empréstimos
Outras
Outros
Ativo Não Circulante
Sub total
Outras
Sub total
Salários
Sub total
ELP
Sub total
2009 2010 2011
376.854 871.130 1.721.227
-389.310 -748.084 -1.427.310
-12.456 123.046 293.917
-39.901 -60.216 -103.170
-90.485 -113.673 -165.651
-142.842 -50.843 25.096
89.327 11.834 49.102
-46.876 -58.558 -179.649
42.451 -46.724 -130.547
-100.391 -97.567 -105.451
- - -
-100.391 -97.567 -105.451
DRE resumido (em milhares de reais)
(=) Lucro / Prej. Operacional
(=) Lucro / Prej. antes IR/CSLL
(=) Lucro Líquido
(-) IR e CSLL
(-) CSP
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
Comerciais
Administrativas
DRE
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
(+/-) Resultado Financeiro
Consolidado
Receita Líquida
20
4.9 Contas Cíclicas
Figura 17. Contas Cíclicas. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
60.312 100% 67.375 112% 260.243 431%
7.933 100% 10.178 128% 18.968 239%
68.245 100% 77.553 114% 279.211 409%
48.870 100% 97.172 199% 198.011 405%
60.679 100% 94.901 156% 136.568 225%
11.420 100% 24.285 213% 48.659 426%
120.969 100% 216.358 179% 383.238 317%
Duplicatas a Receber ≡ Contas a Receber (Nota 08)
Salários a Pagar ≡ Salários, provisões e encargos sociais
Ativo Circulante Cíclico = Duplicatas a Receber + Estoques
Passivo Circulante Cíclico = Fornecedores + Receita Diferida + Salários a Pagar
Necessidade de Capital de Giro (NCG) = Ativo Circulante Cíclico - Passivo Circulante Cíclico
Capital Circulante Próprio (CCP) = PL - (AP + RLP)
Capital Circulante Líquido (CCL) = AC - PC
Total
Passivo Circulante Cíclico
• Contas Cíclicas
2009 2010 2011AH
Encadeada
AHEncadeada
AHEncadeada
Salários, prov. e enc. sociais
Estoques
Fornecedores
Receita Diferida
Consolidado
Ativo Circulante Cíclico
Contas a Receber
Total
21
4.10 Necessidade de Capital de Giro, Capital Circulante Próprio e Capital
Circulante Líquido
Figura 18. NCG, CCP e CCL. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
-R$ 52.724 100% -R$ 138.805 263% -R$ 104.027 197%
-R$ 359.317 100% -R$ 847.010 236% -R$ 1.410.205 392%
R$ 45.907 100% -R$ 139.691 -304% -R$ 88.420 -193%
• Necessidade de Capital de Giro
• Capital Circulante Próprio
• Capital Circulante Líquido
Capital Circulante
Próprio (CCP)
Capital Circulante
Líquido (CCL)
Necessidade de
Capital de Giro (NCG)
Consolidado
AHEncadeada
2011AH
Encadeada
Montante ($)
2009AH
Encadeada2010
Montante ($)
Montante ($)
22
4.10.1 Gráficos Auxiliares – NCG, CCP e CCL (em percentual)
Figura 19. Gráficos Auxiliares NCG, CCP e CCL (em percentual). Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Gráficos Auxiliares
100%114%
409%
0%
50%
100%
150%
200%
250%
300%
350%
400%
450%
ACC
2009
2010
2011
100%
179%
317%
0%
50%
100%
150%
200%
250%
300%
350%
400%
450%
PCC
2009
2010
2011
100%
263%
197%
0%
50%
100%
150%
200%
250%
300%
NCG
2009
2010
2011
100%
236%
392%
0%
50%
100%
150%
200%
250%
300%
350%
400%
CCP
2009
2010
2011
100%
-304%
-193%
-350%
-300%
-250%
-200%
-150%
-100%
-50%
0%
50%
100%
CCL
2009
2010
2011
23
4.10.2 Gráficos Auxiliares – NCG, CCP e CCL (em valores monetários)
Figura 20. Gráficos Auxiliares NCG, CCP e CCL (em valores monetário). Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Gráficos Auxiliares
68.24577.553
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
ACC (em milhares de $)
2009
2010
2011
279.211
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
PCC (em milhares de $)
2009
2010
2011
383.238
216.358
120.969
-R$ 160.000
-R$ 140.000
-R$ 120.000
-R$ 100.000
-R$ 80.000
-R$ 60.000
-R$ 40.000
-R$ 20.000
R$ 0
NCG (em milhares de $)
2009
2010
2011
-52.724
-138.805
-104.027
-R$ 1.500.000
-R$ 1.000.000
-R$ 500.000
R$ 0
CCP (em milhares de $)
2009
2010
2011
-847.010
-359.317
-1.410.205-R$ 150.000
-R$ 100.000
-R$ 50.000
R$ 0
R$ 50.000
CCL (em milhares de $)
2009
2010
2011
-139.691
-88.420
45.907
24
4.11 O modelo de Du Pont
Figura 21. Modelo Teórico de Du Pont. Fonte: (MARION, 2010)
Vendas LíquidasCusto da
Mercadoria
Vendida
Despesas de
Vendas
Lucro Líquido - (Menos) + (Mais) + (Mais)
Custo TotalDespesas
Operacionais
Despesas
Administrativas
+ (Mais)
Margem Líquida : (Dividido)Despesas
Financeiras
+ (Mais)
Despesas Não
Operacionais
ROA
(Return On Assets)
Vendas
Líquidas+ (Mais)
Taxa de Retorno Sobre
o Investimentox (Multiplicado) Outras Despesas Provisão para IR
+ (Mais)
Vendas
LíquidasOutras
Disponível
+ (Mais)
Giro do Ativo ; (Dividido) Ativo CirculanteDuplicatas a
Receber
+ (Mais) + (Mais)
Estoques
Ativo TotalRealizável
em longo Prazo
Investimento
+ (Mais) + (Mais)
Ativo
Permanente*Imobilizado
+ (Mais)
Intangível
+ (Mais)
Diferido
Modelo Du Pont
25
An
o20
0920
1020
11
Val
or
165.
647
341.
006
684.
442
An
o20
0920
1020
11A
H (E
nc
.)10
0%20
6%41
3%
Val
or
376.
854
871.
130
1.72
1.22
7
AH
(E
nc
.)10
0%23
1%45
7%A
no
2009
2010
2011
Val
or
389.
310
748.
084
1.42
7.31
0A
no
2009
2010
2011
AH
(E
nc
.)10
0%19
2%36
7%V
alo
r22
3.66
340
7.07
874
2.86
8
AH
(E
nc
.)10
0%18
2%18
2%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
-100
.391
-97.
567
-105
.451
AH
(E
nc
.)10
0%97
%10
5%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
39.9
0160
.216
103.
170
AH
(E
nc
.)10
0%15
1%25
9%
An
o20
0920
1020
11A
no
2009
2010
2011
Val
or
-477
.245
-968
.697
-1.8
26.6
78V
alo
r13
0.38
617
3.88
926
8.82
1
AH
(E
nc
.)10
0%20
3%38
3%A
H (E
nc
.)10
0%13
3%20
6%A
no
2009
2010
2011
Val
or
90.4
8511
3.67
316
5.65
1
An
o20
0920
1020
11A
H (E
nc
.)10
0%12
6%18
3%
Val
or
-26,
6%-1
1,2%
-6,1
%
AH
(E
nc
.)10
0%42
%23
%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
89.3
2711
.834
49.1
02
An
o20
0920
1020
11A
H (E
nc
.)10
0%30
%12
3%
Val
or
42.4
51-4
6.72
4-1
30.5
47
AH
(E
nc
.)10
0%-1
10%
-308
%
An
o20
0920
1020
11
An
o20
0920
1020
11V
alo
r46
.876
58.5
5817
9.64
9
Val
or
376.
854
871.
130
1.72
1.22
7A
H (E
nc
.)10
0%65
%19
9%
AH
(E
nc
.)10
0%23
1%45
7%
An
o20
0920
1020
11
An
o20
0920
1020
11V
alo
r16
6.70
810
7.65
317
2.32
9
Val
or
-11,
1%-7
,9%
-5,3
%A
H (E
nc
.)10
0%65
%10
3%
AH
(E
nc
.)10
0%71
%48
%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
60.3
1267
.375
260.
243
AH
(E
nc
.)10
0%11
2%43
1%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
376.
854
871.
130
1.72
1.22
7A
no
2009
2010
2011
AH
(E
nc
.)10
0%23
1%45
7%V
alo
r7.
933
10.1
7818
.968
AH
(E
nc
.)10
0%12
8%23
9%
An
o20
0920
1020
11A
no
2009
2010
2011
An
o20
0920
1020
11V
alo
r25
8.51
119
7.08
149
5.41
6V
alo
r7.
301
7.34
911
.741
Val
or
0,4
0,7
0,9
AH
(E
nc
.)10
0%76
%19
2%A
H (E
nc
.)10
0%10
1%16
1%
AH
(E
nc
.)10
0%17
0%21
0%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
-78
29.
164
AH
(E
nc
.)-
100%
1172
%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
6.69
13.
156
22.0
13
AH
(E
nc
.)10
0%47
%32
9%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
905.
069
1.23
1.75
91.
972.
167
An
o20
0920
1020
11
AH
(E
nc
.)10
0%13
6%21
8%V
alo
r9.
566
588
958
AH
(E
nc
.)10
0%6%
10%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
60.3
4111
1.20
113
7.73
3
AH
(E
nc
.)10
0%18
4%22
8%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
--
-
An
o20
0920
1020
11A
H (E
nc
.)-
--
Val
or
646.
558
1.03
4.67
81.
476.
751
AH
(E
nc
.)10
0%16
0%22
8%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
579.
073
911.
302
1.32
2.05
7
AH
(E
nc
.)10
0%15
7%22
8%
An
o20
0920
1020
11
Val
or
7.14
412
.175
16.9
61
AH
(E
nc
.)10
0%17
0%23
7%
Ati
vo C
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lan
te
De
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+ (m
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+ (m
ais
)
+ (m
ais
)
Co
nta
s a
Re
ceb
er
+ (m
ais
)
4.11.1 Fórmula de Du Pont adaptada a empresa
Figura 22. Fórmula de Du Pont aplicada à empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
26
4.12 Cálculos do EBITDA
O EBITIDA, nada mais é do que a sigla em inglês para o termo:
Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização.
O seu cálculo ajuda na interpretação da análise de caixa, fazendo parte de um
método intermediário de análise. (VERRONE, 2013)
Para a empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A. os dados são apresentados na
figura abaixo.
Figura 23. Cálculos do EBITDA da empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
2009 2010 2011
-100.391 -97.567 -105.451
- - -
89.327 11.834 49.102
-46.876 -58.558 -179.649
42.451 -46.724 -130.547
32.255 51.258 87.541
-R$ 25.685 R$ 415 R$ 112.637
(+) Resultados Financeiros (Nota 25)
EBITDA: Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amorization
LAJIDA: Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização
Resultados dos CálculosDRE
(=) EBITDA
Lucro (Prejuízo) Líquido
(+) Depreciação e Amortização
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
(+) Imposto de Renda e Contribuição Social (Nota 16)
27
4.12.1 Indicadores relacionados ao EBITDA
A partir do cálculo do EBITDA é possível construir uma série de índices que explica
qual é a margem de ganho da empresa descontados os efeitos dos impostos,
despesas financeiras, depreciação e amortização. Assim como indica a capacidade
da empresa em gerar caixa para pagar os juros decorrentes de seus
endividamentos. (VERRONE, 2013)
Figura 24. Cálculo dos Indicadores do EBITDA para a empresa Azul. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
2009 2010 2011
162055% 1125%
229%
-1224%
-7%
-29%Índice de Cobertura de Juros
Passivo Financeiro Líquido /
EBITIDA
Resultados dos Cálculos
Índicadores relacionados ao EBITDA
0% 7%
4%
Descrição
Margem EBITDA
Fórmula
28
4.13 Estatísticas do Setor Aéreo
Figura 25. Estatística do Setor Aéreo – parte 1.
Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Tipo Descrição Índices 2009 2010 2011 2009 2010 2011 2009 2010 2011
Participação de
Capitais de TerceirosPCT 900% 450% 653% 234% 209% 383% 215% 556% 2879%
Composição do
EndividamentoCE 38% 42% 38% 40% 27% 43% 34% 32% 31%
Imobilização do
Patrimônio LíquidoIPL 647% 355% 468% 127% 118% 176% 204% 492% 2023%
Imobilização dos
Recursos Não CorrentesIRNC 99% 98% 93% 53% 47% 55% 85% 103% 96%
Liquidez Geral LG 111% 122% 115% 68% 71% 59% 146% 118% 103%
Liquidez Corrente LC 85% 90% 97% 99% 163% 87% 122% 59% 85%
Liquidez Seca LS 81% 86% 93% 93% 153% 83% 118% 55% 82%
Liquidez Imediata LI 47% 48% 45% 57% 118% 34% 78% 32% 30%
Giro do Ativo GA 75% 79% 81% 69% 77% 71% 42% 71% 87%
Margem Liquida ML 13% 6% -2% 15% 3% -10% -27% -11% -6%
Rentabilidade do Ativo RA 10% 5% -2% 10% 2% -7% -11% -8% -5%
Rentabilidade do
Patrimônio LiquidoRPL 96% 34% -11% 34% 7% -34% -17% -10% -21%
Índices de
Estrutura
de Capitais
(Endividamento)
Índices de
Liquidez
(Capacidade de
Pagamento)
Índices de
Rentabilidade
Do ponto
de vista:
- da empresa
- dos sócios
Fornecido por: Érica Martins
Os dados apresentados foram estraídos das Demosntrações Financeiras e das Análises das Demonstrações Financeiras realizadas pelos três grupos que
pesquisam estas empresas, estes dados serão utilizados no Trabalho da Disciplina de Análise das Demonstrações Financeiras do Curos de ADM da FECAP -
Turma 4NA (1ºSem-2013).
Fornecido por: Murílo Donadon Fornecido por: Fábio de Arruda
Estatísticas do Setor Aéreo: Um comparativo dos Índices entre as empresas: TAM, GOL e AZUL
Empresas e as evoluções anuais dos exercícios contábeis
Empresas
29
Continuação
Figura 26. Estatística do Setor Aéreo – parte 2.
Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Tipo Descrição Índices TAM Gol Azul TAM Gol Azul TAM Gol Azul 2009 2010 2011
Participação de
Capitais de TerceirosPCT 900% 234% 215% 450% 209% 556% 653% 383% 2879% 450% 405% 1305%
Composição do
EndividamentoCE 38% 40% 34% 42% 27% 32% 38% 43% 31% 38% 34% 37%
Imobilização do
Patrimônio LíquidoIPL 647% 127% 204% 355% 118% 492% 468% 176% 2023% 326% 322% 889%
Imobilização dos
Recursos Não CorrentesIRNC 99% 53% 85% 98% 47% 103% 93% 55% 96% 79% 83% 81%
Liquidez Geral LG 111% 68% 146% 122% 71% 118% 115% 59% 103% 109% 104% 93%
Liquidez Corrente LC 85% 99% 122% 90% 163% 59% 97% 87% 85% 102% 104% 90%
Liquidez Seca LS 81% 93% 118% 86% 153% 55% 93% 83% 82% 97% 98% 86%
Liquidez Imediata LI 47% 57% 78% 48% 118% 32% 45% 34% 30% 61% 66% 36%
Giro do Ativo GA 75% 69% 42% 79% 77% 71% 81% 71% 87% 62% 75% 80%
Margem Liquida ML 13% 15% -27% 6% 3% -11% -2% -10% -6% 0% -1% -6%
Rentabilidade do Ativo RA 10% 10% -11% 5% 2% -8% -2% -7% -5% 3% 0% -5%
Rentabilidade do
Patrimônio LiquidoRPL 96% 34% -17% 34% 7% -10% -11% -34% -21% 38% 10% -22%
Índices de
Estrutura
de Capitais
(Endividamento)
Índices de
Liquidez
(Capacidade de
Pagamento)
Índices de
Rentabilidade
Do ponto
de vista:
- da empresa
- dos sócios
Ano do Exercício
Comparativo dos índices entre as empresas (ano a ano)
201120102009 Média do Setor
30
4.13.1 Gráficos auxiliares das Estatísticas do Setor Aéreo
Figura 27. Estatística do Setor Aéreo – Gráficos dos Índices de Estrutura de Capitais Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Gráficos Auxiliares
900%
234% 215%
450%
209%
556%653%
383%
2879%
0%
500%
1000%
1500%
2000%
2500%
3000%
PCT2009 2010 2011
38%40%
34%
42%
27%
32%
38%43%
31%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
CE2009 2010 2011
647%
127%204%
355%
118%
492% 468%
176%
2023%
0%
500%
1000%
1500%
2000%
IPL2009 2010 2011
99%
53%
85%
98%
47%
103%
93%
55%
96%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
IRNC2009 2010 2011
TAMGolAzul
TAMGolAzul
TAMGolAzul
TAMGolAzul
31
Continuação
Figura 28. Estatística do Setor Aéreo – Gráficos dos Índices de Liquidez. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
Continuação
111%
68%
146%
122%
71%
118% 115%
59%
103%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
LG2009 2010 2011
85%
99%
122%
90%
163%
59%
97%87% 85%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
LC2009 2010 2011
81%93%
118%
86%
153%
55%
93%
83% 82%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
LS2009 2010 2011
47%
57%
78%
48%
118%
32%45%
34%30%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
LI2009 2010 2011
TAMGolAzul
TAMGolAzul
TAMGolAzul
TAMGolAzul
32
Figura 29. Estatística do Setor Aéreo – Gráficos dos Índices de Rentabilidade.
Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
75%
69%
42%
79% 77%
71%
81%
71%
87%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
GA2009 2010 2011
13%15%
-27%
6%3%
-11%
-2%
-10%
-6%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
ML
ML2009 2010 2011
10% 10%
-11%
5%
2%
-8%
-2%
-7%-5%
-15%
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
RA2009 2010 2011
96%
34%
-17%
34%
7%
-10% -11%
-34%
-21%
-40%
-20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
RPL2009 2010 2011
TAMGolAzul
TAMGolAzul
TAMGolAzul
TAMGolAzul
33
5. ANÁLISE DOS DADOS
Apresentados os recursos e ferramentas, segue-se a análise das demonstrações
financeiras da empresa Asul Linhas Aéreas Brasileiras S.A.
5.1. Índices de Estrutura de Capitais
Os índices de estrutura de capitais, que representam o endividamento da empresa,
apresentam os seguintes comportamentos, ao longo dos três exercícios.
A Participação de Capitais de Terceiros vem aumentando ano após ano.
De 2009 para 2010 o índice sobe 159%, tendo aumento ainda mais brusco de 2010
para 2011 de 418%. Olhando com base do primeiro para o último ano o crescimento
é de 1239%.
Esses fatos são explicados pelos seguintes fatores: um aumento nas contas do PC,
sendo a mais representativa delas a conta de Fornecedores, que numa análise
horizontal constata-se aumento de 2009 para 2010 de 99%, de 2010 para 2011
aumento de 104%. E na conta de Empréstimos / Financiamentos do PNC que
cresce de 2009 para 2010 em 74% e de 2010 para 2011 em 80%. Juntamente a isto,
ocorre à diminuição da conta do PL. De 2009 para 2010 ela diminui 35% e de 2010
para 2011 cai ainda mais em 85%. A explicação da diminuição da conta do PL é
devido a diluição do patrimônio líquido em decorrência dos Prejuízos Acumulados ao
longo dos três exercícios.
34
A combinação dos aumentos das contas do PC e PNC inversamente proporcional a
uma diminuição das contas do PL fazem o Índice de Participação de Capitais de
Terceiros disparar.
Importante observação que se faz, é que houve maior aumento nas contas do PNC
do que nas contas do PC. O PNC subiu de 2009 para 2010 em 75% e de 2010 para
2011 em 87%, já o PC subiu de 2009 para 2010 em 58% e de 2010 para 2011 em
73%. O que mostra que a empresa está se endividando mais a longo prazo.
No que diz respeito a comparação com o setor aéreo. A Azul apresenta esse índice
abaixo da média em 2009, tendo um salto em 2010, passando um pouco a média,
utilizando-se mais de CT nesse ano perto de seus concorrentes. E em
2011extrapola, ficando muito acima da média passando-se a utilizar-se 13 vezes
mais de CT.
Sua Composição do Endividamento, que representa o endividamento a curto prazo,
vem diminuindo, ano após ano. O que é bom para a empresa. Pois, no geral, os
índices de estrutura de capitais são do tipo quanto menor, melhor.
É fácil observar a diminuição desse índice, ao longo dos três exercícios, olhando no
gráfico da figura 7.
Em 2009 o CE era de 34%, cai 2 pontos percentuais em 2010 indo para 32% e mais
1 ponto percentual em 2011, mantendo uma uniformidade e tendência de queda,
chegando em 31%.
Isto confirma a hipótese anterior de que a empresa está se endividando mais a longo
prazo, pois quanto menor a CE, menor as dívidas de curto prazo, consequentemente
maior as de longo prazo.
Este fato pode ser explicado por um maior aumento das contas do PNC, do que um
aumento, mas não de forma proporcional, das contas do PC.
35
Na comparação com o setor a Azul foi a empresa que teve os melhores índices de
CE durante os três exercícios, ficando os três anos abaixo da média de mercado.
A Imobilização do Patrimônio Líquido vem se elevando de um ano para outro cada
vez mais.
De 2009 para 2010 ocorre um aumento nesse índice de 141%. E de 2010 para 2011
de 311%. Olhando com base do primeiro para o último ano o crescimento é de
892%.
Toda essa brusca variação no índice pode ser explicada pelo fato do surgimento da
empresa. A empresa entrou no mercado em 2008, portanto possui cinco anos de
existência, e nesses primeiros anos é natural que ela passe por um processo de
imobilização. Outra forma de se explicar o que está acontecendo e o que confirma a
hipótese de imobilização da empresa é observar o comportamento da conta de
Imobilizado.
Fazendo-se uma análise vertical do ativo, observa-se o tamanho da
representatividade da conta. Em 2009 ela representava 64% de todo o ativo. Passa
em 2010 a representar 74%, tendo uma leve diminuição representativa em 2011
chegando em 67%. Outra forma de se verificar é a observação através de uma
análise horizontal, que também confirma a hipótese de imobilização. Tendo de 2009
para 2010 um aumento de 57% e de 2010 para 2011 de 45%.
O objeto social da empresa é o transporte aéreo. No seu processo de estruturação
da empresa, é natural de se esperar a aquisição de aeronaves que é o seu principal
imobilizado. Olhando a NE 14, observa-se que as aeronaves e motores compoem a
subconta mais representativa da conta de imobilizado. Representando em 2009,
92% da conta, em 2010 mantendo os mesmos 92% e dimuindo um pouco em 2011
para 88%.Tudo isso confirma a hipótese do aumento muito grande da conta de
imobilizado.
36
Esse aumento, acompanhado de forte diminuição da conta do PL (diluição do
Patrimônio Líquido como já citado) explica o comportamento do índice. Como tais
fatos ocorrem de forma inversamente proporcional (aumento do numerador e
diminuição do denominador), faz-se com que o índice suba bruscamente ao longo
dos anos.
Outra informação interessante que se pode observar é que provavelmente a
empresa está pagando esse imobilizado com financiamentos a longo prazo. O que
confirma isso é observarmos na figura 7, onde o gráfico de PCT e de IPL
praticamente são espelhos um do outro. E ainda, se traçássemos uma linha
juntando todos os pontos médios dos gráficos, visualizaríamos facilmente essa
tendência, que seria o endividamento cada vez maior em decorrência da
imobilização e este sendo feito a longo prazo, conforme figura abaixo.
Figura 29. Linha de Tendência. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
215%
556%
2879%
0%
500%
1000%
1500%
2000%
2500%
3000%
Participação de Capitais de Terceiros
20092010
204%
492%
2023%
0%
500%
1000%
1500%
2000%
Imobilização do Patrimônio Líquido
20092010
34% 32%
31%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Composição do Endividamento
2009
2010
2011
37
Em comparação com o setor aéreo a empresa apresentou esse índice abaixo da
média em 2009, subindo um pouco acima da média em 2010, mas disparando muito
acima da média em 2011.
O último índice, Imobilização dos Recursos Não Correntes também se demonstra
com crescimento. Em 2009 era de 85% passando para 103% em 2010 o que mostra
uma variação de crescimento de 21%. O que se explica pelos fatos anteriormente
citados, quanto a criação da empresa e sua imobilização.
A peculiaridade nesse índice é que para cada $ 1,00 de RNC (PL + ELP), a empresa
imobilizou $ 0,85 em 2009, aumentando para $ 1,03 em 2010. Demonstrando que
ela imobilizou 100% dos RNC e ainda precisou de mais 3 pontos percentuais do PC
para essa imobilização. E de 2010 para 2011, para cada $ 1,00 de RNC ela imobiliza
$ 0.96. Significando uma recuperação e não mais precisando retirar do seu PC para
tal imobilização.
Já o que explica a redução do índice entre 2010 e 2011 é novamente a subconta do
Imobilizado de Aeronaves e Motores. De 2009 para 2010 a empresa adquiriu 26
aviões e de 2010 para 2011 apenas 23 aviões. Conforme pode ser observado na NE
do Imobilizado. Assim a empresa comprou menos o que leva a um endividamento
um pouco menor.
Olhando o setor a empresa apresenta esse índice nos três exercícios acima da
média. Reforçando assim a hipótese de imobilização que se dá na maior parte na
aquisição de aeronaves. O que coincide com a estratégia de negócios da empresa.
Que é aumentar a malha aérea e conseguir mais clientes.
38
5.2 Índices de Liquidez
Os índices de Liquidez, que representam a capacidade de pagamento da empresa,
apresentam os seguintes comportamentos ao longo dos três exercícios.
A Liquidez Geral, ou seja, a sua capacidade de pagamento a curto e longo prazo,
vem diminuindo ano após ano. Em 2009 era 146%, passando em 2010 a ser 118%
terminando em 2011 com 103%. Cai 19% de 2009 para 2010 e 13% de 2010 para
2011. Numa análise horizontal encadeada do primeiro para o último ano cai 29%.
Mesmo assim encontra-se numa condição favorável.
Para cada $ 1,00 de dívidas de curto e longo prazo, a empresa tem $ 1,46 de ativos
realizáveis, nos mesmos prazos, para pagar essas dívidas em 2009, diminuindo
para $1,18 em 2010, e diminuindo um pouco mais para $1,03 em 2011.
Independente da queda ainda honra suas dívidas de curto e longo prazo com ativos
nos mesmos prazos.
Esse fato pode ser explicado por um maior aumento das contas do PC e ELP, que
de 2009 para 2010 tem um aumento de 58% e 75%, em relação a um aumento, das
contas somadas do AC e RLP, mas não proporcional. Onde, de 2009 para 2010 tem
diminuição de 24% no AC, mas aumento de 84% no RLP. Assim os aumentos
somados dos ativos ficam em 60% e dos passivos em 133% o que diminui o índice.
O mesmo comportamento ocorre de 2010 para 2011. Ou seja, a empresa tem cada
vez menos capacidade de pagamento em curto e longo prazo.
Porém como dito, isso não significa necessariamente uma condição ruim. Fato disso,
é a comparação com o setor. A Azul é a empresa que melhor apresenta o índice de
LG durante os três exercícios em comparação com a média do mercado, conforme
pode ser observado na figura 26.
39
Sua Liquidez Corrente, que é a capacidade de pagamento a curto prazo, apresenta
diminuição ao longo dos anos.
Entre 2009 e 2010 este índice cai, um pouco mais que a metade, numa análise
vertical 52% e passa de 122% em 2010 para 59% em 2011. Mas apresenta
recuperação de 2010 para 2011, numa mesma análise vertical, um aumento de 44%
elevando-se a 85%. Porém esse aumento não representa uma recuperação total e
sim parcial, pois no primeiro ano o índice era de 122% e no último 85%, que numa
análise horizontal encadeada representa queda de 30%. Isto é explicado pelo fato
de ter ocorrido forte diminuição das contas do AC, juntamente com forte aumento
das contas do PC. Estas contas, que por sua vez, passam a representar o dobro das
contas do AC.
O fato que explica esse comportamento é a diminuição da conta Caixa de 2009 para
2010. Ela que é a conta mais representativa do AC diminui 42% e mesmo com o
aumento das demais contas representativas do AC, faz o AC cair em 24%. Em
contrapartida pelo lado do PC ocorre elevado aumento nas contas de Fornecedores
e Receita Diferida, as duas mais representativas. Uma aumenta em 99% enquanto a
outra em 56%. Tudo isso culmina numa elevação do PC em 58%.
A Liquidez Seca, que é a capacidade de pagamento a curto prazo sem os Estoques,
apresenta comportamento semelhante ao da Liquidez Corrente. Isso não deveria ser
diferente, pois os Estoques no caso da empresa Azul são compostos por peças de
manutenção de aeronaves e uniformes, conforme diz a NE 3.6.
Os Estoques, comparados ao valor de todo o ativo, não possuem
representatividade. Esse fato pode ser evidenciado através de uma análise vertical,
onde a representatividade dessa conta nos três exercícios é de: 0,9%; 0,8 % e 1,0%.
Comprovando ser desprezível para fins de cálculo.
Assim a subtração dos valores dos Estoques no cálculo do índice, não provocam
efeitos significativos, ou seja, não alteram a representatividade do índice. Por isso,
se observarmos, os gráficos desses dois índices na figura 8, verificaremos que eles
40
são exatamente espelhos um do outro. E pela inexpressividade dos Estoques o
índice de LS apresenta o mesmo comportamento do que o de LC. Isso é comum em
empresas do tipo prestadoras de serviço. Onde os estoques não representam muita
importância para o modelo de negócios. Essa inexpressividade dos Estoques no
setor pode ser evidenciada usando a mesma comparação com os gráficos dos
índices de liquidez do setor mostrados na figura 28.
A Liquidez Imediata vem diminuindo, ou seja, a empresa tem cada vez menos ACF
para pagar o seu PC. A diminuição desse índice de 2009 para 2010 de 78% para
38% pode ser explicada pela diminuição das contas que compõe o Ativo Circulante
Financeiro ou Disponíveis, a principal delas a conta Caixa, como dito antes,
apresenta queda de 42%. E um aumento nas contas do PC. De 2010 para 2011,
mesmo ocorrendo aumento dos Disponíveis, ocorre aumento, de forma não
proporcional, muito maior, nas contas do PC, o que mantém o índice praticamente
no mesmo patamar do ano anterior, com leve diminuição. Sai de 32% para 30%.
Ao observa-se todos os índices de liquidez da Azul; LG, LC, LS e LI. Todos eles,
perante o setor apresentam-se acima da média em 2009, passando para abaixo da
média em 2010 e apresentando recuperação em relação ao ano anterior, ficando
bem próximo da média em 2011. Isto pode ser observado olhando-se os gráficos
dos índices de liquidez do setor na figura 28.
Uma última observação é que os índices de liquidez da empresa do primeiro para o
ultimo ano apresentam queda; LG e LI. Os de LC e LS apresentam queda e
recuperação parcial de 2010 para 2011, mais ainda queda de 2009 para 2011.
41
5.3 Índices de Rentabilidade
Utilizando-se do Médoto de Du Pont ilustrado na figura 29, juntamente com as
análises dos Índices de Rentabilidade e de todas outras ferramentas apresentadas é
possível extrair e explicar as seguintes informações.
Os índices de Rentabilidade, que demonstram a rentabilidade por parte da empresa
e a rentabilidade por parte dos sócios, se comportam da seguinte maneira.
O Giro do Ativo, que representa o ganho na produtividade, vem aumentando ao
longo dos três exercícios. O que é muito bom para a empresa.
Este índice é explicado por um forte aumento nos investimentos (Ativo Total) e,
também, com forte aumento do faturamento (Vendas), ano após ano. Demonstra
que o investimento feito está se revertendo em faturamento.
De 2009 para 2010 o índice sobe de 0,4 para 0,7, traduzindo-se em um aumento de
70% no ganho do giro. Isto é explicado pelo aumento de investimentos (Ativo Total)
de 36% que resulta num aumento de faturamento de 113% em 2010.
Desses investimentos totais o que eleva o faturamento é o aumento de aeronaves, o
que provoca um maior número de operações de voo, consequentemente
aumentando as vendas. Isso pode ser explicado observando-se que a conta do
Imobilizado apresenta crescimento de 157%, sendo a principal justificativa para o
aumento no faturamento de 113%. Importante lembrar que a conta de Imobilizado é
a conta mais representativa do AP e RLP com 64%, observada por uma análise
vertical do ativo total. Confirmando a hipótese de um aumento de ganho no giro por
capital investido.
De 2010 para 2011 essa política se repete. O índice sobe de 0,7 para 0,9
traduzindo-se em novo aumento de 30% no ganho do giro de um ano para outro.
42
Explicado pelos mesmos motivos anteriores. Agora um aumento de investimentos
(Ativo Total) de 82% que resulta num aumento de faturamento de 226% em 2011.
Desses investimentos totais o que eleva o faturamento continua sendo o
investimento em aeronaves. A conta do Imobilizado passa a apresentar crescimento
de 71%, sendo a principal justificativa para o aumento no faturamento de agora
226%.
A Margem de Lucro, que representa o quanto a empresa ganha sobre as vendas, no
caso da Azul, que está negativa, é ruim, mas vem aumentando ao longo dos
exercícios, ou seja, o seu prejuízo vem diminuindo. A constatação apresentada pela
tendência no índice, mostra que a empresa atingirá lucro nós próximos exercícios,
se nada mudar, conseguirá reverter o faturamento em lucro.
Em 2009 a ML foi de 26,6 pontos percentuais negativa. O que causou esse prejuízo
pode ser explicado por um Custo Total maior do que o faturamento. O que causou
maior impacto no Custo Total foram as contas de CSP e de Despesas Operacionais.
Em CSP o maior impacto vem da Conta de Combustível de Aviação. Essa hipótese
é mais bem explicada através da observância e de uma análise vertical feita do valor
representativo dessa conta dentro do CSP que esta ilustrado na figura 13, onde em
2009 o Combustível de Aviação representava aproximadamente 32% de todo o
CSP.
Já as Despesas Operacionais também contribuem para um maior Custo Total, como
o aumento de campanhas de marketing para aumento do faturamento, o que
acarreta Despesas Comerciais, esta, que é uma subconta da conta de Despesas
Operacionais. E uma maior contratação de funcionários, ou como a empresa mesmo
trata de “tripulação”, ilustrado a seguir no quadro 1, estes, fazendo parte da
subconta de Despesas Administrativas. Veja quadro abaixo.
43
Item 2010 2011 Maio/2012
Tripulantes-Azul (funcionários) 3.500 4.500 5.000
Clientes Transportados 6 milhões 12 milhões 19 milhões
Voos diários 200 350 400
Aeronaves 26 49 55
Destinos 28 42 49
Participação de mercado 7,48% quase 10% 10%
Quadro 1. Números da Azul.
Fonte: (SITE DA EMPRESA, 2013)
De 2009 para 2010 a ML negativa, diminui para 11,2%. O que explica isso é um
aumento no faturamento de 131% e uma diminuição leve no prejuízo de 3%. O
aumento do faturamento, como já foi dito, é puxado por por aumento de
investimentos em ativos que resultam em faturamento maior. Então a explicação
para o prejuízo vem, da mesma explicação da ML de 2009. As vendas sobem 131%,
mas o Custo Total sobe 103% e apesar de dar prejuízo esse custo sobe de forma
menos proporcional as vendas o que eleva o índice saíndo de 26 pontos negativos
para 11. Só que desta vez existe uma peculiaridade. O Custo Total sobe puxado
pelas contas de CSP, Despesas Operacionais e Despesas Financeiras.
O CSP sobe 92% puxado pelo aumento de 106% na subconta Combustível de
Aviação. Já a conta de Despesas Operacionais que sobe em 33% de 2009 para
2010, é puxada por um aumento de 51% na subconta de Despesas Comerciais
(reforçando a hipótese de forte campanha de marketing) com aumento, mais que
44
ainda menor de 26% na subconta de Despesas Administrativas (reforçando a
estratégia da empresa – aumento de operações de voo exigem aumento de
pessoal).
A inversão da conta de Resultados Financeiros também participa do aumento
causado no Custo Total, onde em 2009 era positiva contribuindo de forma boa ao
cálculo e passa em 2010 a ser negativa, agora contribuindo com o aumento do
Custo Total. O que explica essa elevação de aumento das Despesas Financeiras é a
aquisição de aeronaves (arrendamento mercantil de aeronaves mostradas na NE
17).
De 2010 para 2011 a ML negativa, diminui ainda mais, indo para 6,1%.
Apresentando melhora constante ao longo dos anos. O que é bom para a empresa.
A explicação para isso é novamente um maior aumento no faturamento que de 2010
para 2011 é de 226%, contra 8% de aumento no Prejuízo. O prejuízo em 2011 é
explicado porque todo o aumento do faturamento de 226% é engolido pelo aumento
do Custo Total que de 2010 para 2011 é de 180%. A situação de aumento no Custo
Total volta a se repetir, puxada, agora por um aumento de 175% no CSP. Esse que
se explica mais uma vez por um aumento na subconta de Combustível de Aviação
de 207%. E na elevação em 73% na conta de Despesas Operacionais, por sua vez
composta pela subconta de Despesas Comerciais que também apresenta elevação
de 108%. Junto com a subconta de Despesas Administrativas com aumento de 57%.
Somado a um aumento de 198% em Receitas Financeiras (que passa a contribuir
novamente no aumento do Custo Total, pois a sua subconta de Despesas
Financeiras agora aumenta em 134%).
45
-11,1%
-7,9% -5,3%
-30,0%
-25,0%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
Rentabilidade do Ativo
2009
2010
2012
-26,6%
-11,2%
-6,1%
-30,0%
-25,0%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
Margem Líquida
2009
2010
2011
0,4
0,7
0,9
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Giro do Ativo
2009
2010
2011
A Rentabilidade do Ativo, que representa a rentabilidade da empresa, também está
negativa, mas também apresenta melhora e aumento ano após ano, ao logo dos três
exercícios. Isto está ocorrendo devido a diminuição do Prejuízo sobre o Ativo Total
evidenciado na ML que mede o quanto se ganha na margem (Lucro Líquido sobre o
total de investimentos) e ao aumento do GA que mede quanto se ganha na
produtividade (Faturamento sobre o total de investimentos).
Os fatos evidenciados anteriormente na análise do GA e da ML provocam a
diminuição constante do valor negativo da RA.
Este comportamento pode ser explicado pelo fato da empresa estar aumentando o
GA e aumentando a ML.
De 2009 para 2010 a RA sai de 11,1 pontos percentuais negativos para 7,9 pontos
percentuais negativos. E de 2010 para 2011 ela melhora ainda mais saindo de 7,9
pontos percentuais negativos para 5,3 pontos percentuais negativos.
Através de uma observação nos gráficos dos índices de rentabilidade da figura 9,
verifica-se, que se nada mudar, a empresa pode começar a ter retorno positivo nos
próximos exercícios. Traçando-se uma linha nos pontos médios dos histogramas
dos três gráficos de rentabilidade GA, ML e RA; observa-se uma tendência de
crescimento facilmente. Como mostrados na figura a seguir.
Figura 30. Tendência de crescimento da RA. Fonte: (Elaborado como parte das ferramentas para a análise)
46
A Rentabilidade do Patrimônio Líquido, que representa a rentabilidade dos sócios,
também está negativa.
O comportamento desse índice de 2009 para 2010 que sai de 17,5 pontos
percentuais negativos para 10,3 pontos percentuais negativos, apresenta sim uma
melhora de 7,2 pontos percentuais e esse ganho se deve ao fato de ter ocorrido
diminuição no Prejuízo Líquido em 3 pontos percentuais, conforme mostra a análise
vertical de 2009 para 2010. Concomitantemente a uma diminuição do PL em 35
pontos percentuais.
Assim para cada $ 1,00 de patrimônio líquido, a empresa teve prejuízo de $ 0,17 em
2009, diminuindo esse prejuízo para $ 0,13 em 2010.
O que preocupa é o aumento no índice de 2010 para 2011 onde ele passa de 10,3
pontos percentuais negativos para 20,8 pontos percentuais negativos.
Uma hipótese para esse fato é a de o Prejuízo Líquido tem um aumento em 6,1
pontos percentuais de 2010 para 2011 e concomitantemente a uma diluição
(diminuição do PL) em 8 pontos percentuais. Como a empresa volta a ter prejuízo a
rentabilidade dos sócios volta a piorar.
Assim o que para cada $ 1,00 de patrimônio liquido em 2009, a empresa passa a ter
prejuízo de $ 0,20 em 2011.
Porém é importante ressaltar que o PL vem diminuindo por conta do surgimento da
empresa, comum em fase de início de operação.
47
5.4 Índices de Atividade e Rotatividade (Prazos Médios)
Aqui, pode se dizer que é a parte mais crítica da análise da empresa, pois o analista
que não se atentar ao modelo de negócios da empresa pode se equivocar na
observação dos gráficos dos prazos médios. O que pode levar a inferências
errôneas por parte de analistas não cuidadosos.
A empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A. é uma empresa do ramo de
transportes aéreos, configurada dentro do tipo de empresas prestadoras de serviços.
Nessas empresas prestadoras de serviços a maior particularidade é que a conta de
Estoques se torna inexpressiva para fins de cálculos dos prazos médios. Isso
também leva a inutilização dos cálculos dos valores de Compras. Nos modelos de
negócios de empresas do tipo comerciais e industriais utilizam-se para fins dos
cálculos dos PMRE, o CMV e o CPV, para se encontrar o valor de Compras. Como
nas empresas do tipo prestadoras de serviço o estoque é desconsiderado, acarreta
que também se desconsidera o valor de compras. Isso tudo produz a anulação do
PMRE, fazendo-se que o CO, seja no caso da Azul equivalente ao CF. Isso pode ser
observado analisando os gráficos dos prazos médios que estão na figura 15.
Adiante serão comentados, em maiores detalhes os efeitos que tudo isso trás aos
prazos médios.
Para se entender a dinâmica e a política operacional e financeira da empresa,
baseando-se nos prazos médios é necessário, no caso de empresas do tipo
prestadoras de serviço, fazer-se adaptações nas fórmulas de PMRV e de PMPC.
Essas adaptações podem ser verificadas detalhadamente nas fórmulas adaptadas
que constam nos cálculos dos índices de atividade e rotatividade ilustrados no canto
direito da figura 14. E as observações feitas nesse quadro (com fundo cinza)
explicam essas alterações.
48
5.5 Análise da Gestão de Caixa, Dinâmica e Política da empresa através dos
índices de Prazos Médios
De 2009 para 2010, a empresa apresentou um aumento no seu prazo de
recebimento de vendas, aproximadamente, de 10 dias negativos (de -0,4 para -11).
Antes de levantar qualquer hipótese para esse alongamento do prazo de
recebimento de vendas é importante falar de duas contas que compõe os prazos
médios da empresa. São elas: Contas a Receber (equivalente a Clientes) e a conta
de Receita Diferida (esta que é composta por: Transportes a Executar e Programa
Todo Azul - conforme cita a Nota Explicativa 18). A relação entre essas contas é
interessante, pois elas advém do aumento no volume de negócios, mais clientes
para a empresa, seja “a curto prazo” – Contas a Receber ou “a longo prazo” –
Transportes a executar.
Uma provável hipótese para esse alongamento do prazo de pagamento oferecido
aos clientes, é que devido a uma forte política de marketing a empresa passa a
receber mais clientes, tanto aqueles que compram passagens para viajar em pouco
tempo (Contas a Receber), quanto aqueles que pagam pelas passagens com muito
tempo de antecedência e fica a empresa responsável e encarregada de executar o
transporte futuro (dai a conta Receita Diferida). A consequência desses dois fatos
resulta num prazo de recebimento de vendas negativo em aproximadamente 11
dias. O tipo de modelo de negócio da empresa, explica isso, ou seja, a empresa
recebe antes de executar o serviço.
Esse alongamento do prazo de pagamento aos clientes vem acompanhado do
alongamento do prazo de pagamento aos fornecedores. O prazo de pagamento aos
fornecedores teve alongamento de aproximadamente 6 dias negativos (de -49 para -
54). Uma provável hipótese seria que a empresa esta negociando com seus
fornecedores e consegue maior prazo para o pagamento. Maior prazo de pagamento
resulta num giro de pagamento de compras menor e isso é confirmado, podendo ser
observado num adendo ao lado dos gráficos de 2009 para 2010, em que se vê o giro
49
do pagamento caindo de 8 vezes ao ano para 7 vezes ao ano. A ocorrência desses
dois alongamentos, tanto do PMRV quanto do PMPC, resulta num alongamento de
aproximadamente 16 dias no Ciclo Financeiro (de 49 para 65 dias) assim, a empresa
que em 2009 já possuía uma situação favorável do seu ciclo de caixa, ou seja, não
apresentava a necessidade de capital e giro, passa a ter uma situação ainda melhor
em 2010.
De 2010 para 2011 ocorre uma inversão no prazo de pagamento oferecido aos
clientes. O PMRV que estava negativo em aproximadamente 11 dias passa para
aproximadamente 26 dias positivos (de -11 para 26) apresentando alteração de
aproximadamente 37 dias. Isso ocorre pelo aumento brusco da conta de Contas a
Receber. Confirmando a hipótese de forte política de marketing e do aumento de
participação de mercado, junto com a consolidação da empresa perante os clientes,
atraindo mais passageiros a empresa. Outra provável hipótese seria a diminuição no
período de um ano de pessoas que compraram passagens com grande
antecedência. Elas devem ter comprado passagens para viajar num período mais
curto. Na verdade ocorre também aumento na conta de Receita Diferida, mas esse
aumento não é proporcional ao aumento da conta de Contas a Receber. Isso explica
a inversão do índice. O PMPC apresenta de 2010 para 2011 um alongamento de 5
dias (de 54 para 59) o que confirma, e se mantém, a política de compra com maior
prazo de pagamento aos fornecedores. Seu Ciclo Financeiro apesar da inversão do
PMRV ainda se mantém bom, passando agora a apresentar aproximadamente 33
dias negativos, dando novamente uma situação favorável pelo terceiro ano seguido.
Isso que se traduz, mais uma vez, numa situação cômoda, ou seja, de folga no ciclo
de caixa, sem necessidade de capital de giro.
50
5.6 Análise do EBITDA
Durante os três exercícios observa-se que no início a empresa não possui a
capacidade de geração de caixa, o que vem de encontro ao fato da entrada da
empresa no mercado, ou seja, sua constituição.
No segundo exercício essa situação já se reverte, mas ainda em baixa capacidade,
apresentada por leve recuperação observada através do cálculo do EBITDA onde a
conta passa a ser positiva.
Finalmente no terceiro exercício essa capacidade se demonstra muito boa e
confirma todas as informações contidas nas ferramentas analisadas, tanto nas
planilhas de BP e DRE, quanto nas Análises Verticais, Horizontais Encadeadas e
Anuais, assim como na planilha de Du Pont, referentes ao crescimento constante de
faturamento.
Outra análise importante é que a partir do segundo exercício a empresa possui a
capacidade de cobertura dos juros. Isso é fundamental para que dê sequência na
estratégia apresentada pela empresa que é a aquisição de aviões com
financiamentos de longo prazo. Estes que consequentemente apresentam custos
financeiros, mas que pela análise podem ser cobertos.
51
5.7 Observações Importantes
Verificando-se os resultados dos cálculos dos montantes monetários referentes à
necessidade de capital de giro da empresa, ilustrados na figura 18, confirma-se a
hipótese de situação favorável, ou seja, sem necessidade de capital de giro nos três
anos consecutivos. Que também são ilustradas nos gráficos da figuras 19 e 20. Na
figura 19 em valores percentuais e na figura 20 em valores monetários. A NCG($)
apresenta-se negativa, ou seja, não há tal necessidade. O que é bom para a
empresa.
Em contrapartida a essa situação muito favorável da empresa, vem a situação de
diminuição do CCP em decorrência da diluição do PL causada por Prejuízos
Acumulados. O que significa um custo de capital cada vez mais alto, pois passa a
contar cada vez mais com CT para executar suas operações e saldar suas dívidas.
Isso também pode ser evidenciado, por uma simples observação na figura 18, na
linha dos montantes dos exercícios, onde esses valores da conta são cada vez mais
negativos, ou seja, cada vez mais eu tenho menos CCP. Essa diminuição do CCP
também poder ser vista no gráfico da figura 19 (mostrado em percentual). As
colunas do histograma são de representação relativa (em percentual) assim, esses
aumentos das colunas do histograma representam realmente o aumento cada vez
maior de CT.
Em 2009, no que diz respeito ao CCL, o AC era maior do que o PC, resultando num
montante positivo. Em 2010 ocorre uma inversão, o PC passa a ser maior do que o
AC, resultando num montante negativo. Em 2011 o PC continua maior do que o AC
só que desta vez em menor proporção, resultando num montante negativo só que
menor do que o montante anterior.
Assim, mas uma vez é visível o fato de que a empresa vem num processo de
estruturação, onde grande parte dela se dá por conta da sua imobilização, esta
puxada pela aquisição de aviões. E a variação de uma aquisição menor de aviões
de 2010 para 2011 também se refletem no gráfico dos montantes do CCL.
52
6. CONCLUSÃO
Pelos dados apresentados da empresa, nos três exercícios, pode-se concluir que a
saúde financeira da empresa não está muito adequada, pois apresenta crescimento
constante de endividamento, seguida pela perda de liquidez e ainda não consegue
auferir lucro. Existem vários fatores que podem embasar essa tese, mas antes de
revelá-los, é interessante ressaltar que a companhia foi criada em dezembro de
2008 e foram analisados os três primeiros anos de suas Demonstrações Contábeis.
Esses primeiros anos coincidem com um período de estruturação, por onde a
empresa passa por forte imobilização.
Começado por analisar a estrutura de capitais, evidencia-se um aumento do seu
endividamento e, este, causado pela grande aquisição de aeronaves para inicio de
suas operações, necessária para expandir a sua malha aérea, com fins de atingir
maior público e consequentemente aumentar o faturamento. Tudo isso que coincide
com a estratégia de negócios da empresa. Um ponto interessante nesse
endividamento é que ao longo desses três anos ele vem aumentando, só que com
dividas cada vez maiores de longo prazo, do que dividas de curto prazo. Tendo a
empresa uma folga maior para poder fazer o investimento do seu ativo se tornar
recebíveis e honrar suas dívidas. O que vem acontecendo e pode ser observado na
análise do EBITDA, ou seja, a empresa vem gerando caixa suficiente para honrar
suas dívidas, mesmo os índices apresentando uma constante diminuição de sua
capacidade de pagamento tanto a curto quanto a longo prazo.
O problema da Liquidez é que dividas maiores de longo prazo feitas com maior
participação de capital de terceiros, também acarretam um custo maior (contrapondo
o fato de que o capital próprio é mais barato). A empresa está diluindo o seu capital
próprio e adquirindo dívidas à base de financiamentos. Com isso aumenta cada vez
mais a participação de capitais de terceiros no negócio, isto, provoca
consequentemente maior aumento de despesas financeiras que vem a afetar a
lucratividade da empresa, pois diminuem o lucro e também afetam sua liquidez, por
isso ela se demonstra com perda de liquidez ao longo dos três exercícios. Outro fato
53
interessante é que a Azul, por adquirir aeronaves da Embraer, paga um preço menor
perto de seus concorrentes que operam com AIR Bus por exemplo. Aviões mais
caros de serem adquiridos. Isso é muito bom, pois se não fosse operar com esses
aviões ela teria um custo ainda maior.
A questão da rentabilidade, demonstra-se no caso da Azul com retorno negativo
sobre todo o investimento feito no negócio. Porém, como já citado, ao se criar um
negócio, durante o seu projeto já se espera um tempo para que haja a recuperação
de todo o capital investido. E o que a análise da Azul demonstra é que
independentemente do tempo que a gestão empresarial calculou para se começar a
ter esse retorno, a tendência apresentada na análise da empresa mostra que em
breve, e se nada mais mudar, o retorno chegará. O que já pode ser visto na DRE do
último exercício, onde a empresa já apresentou Lucro Operacional e também pode
ser observado na análise do EBTDA onde no segundo e terceiro exercício a
empresa já possui a capacidade de geração de caixa. Infelizmente a lucratividade
vem sendo dragada por uma despesa financeira muito elevada. Mas que se
confirmar a hipótese de que a empresa está se endividando a longo prazo através
de financiamentos, e que esses financiamentos, começarão a diminuir também ao
longo dos anos, provavelmente a empresa começará a ter lucro em breve. Este ,
puxado, principalmente pelo forte aumento de participação no mercado que vem
exercendo desde sua criação. Assim como mostram dados retirados da empresa
sobre sua participação no mercado: em 2009 era de 7,8%, passando para quase
10% em 2010, mantendo-se em torno de 10% em 2011 e atualmente em 2013 conta
com 16% de participação. Além do que vem aumento muito fortemente o seu
faturamento.
Tudo isso vem confirmando a estratégia de negócios da empresa que basicamente é
a aquisição de aeronaves e aumento da malha aérea nacional com o intuito de atrair
novos passageiros e aumento constante de clientes e voos. Os investimentos feitos
estão se revertendo em faturamento como mostra a análise do giro do negócio.
Faltam, ainda à empresa, alguns ajustes enquanto aos seus custos totais, para que
esse faturamento se converta em lucro. Afinal as despesas com combustível de
aviação e despesas financeiras são as principais causadoras do custo total maior.
54
Perto de suas concorrentes, a Azul é atualmente a Cia. Aérea que melhor apresenta
os números de rentabilidade do mercado, mesmo estes estando negativos. O que os
seus índices de rentabilidade mostram é que, se nada mais mudar, a tendência é
atingir lucro nos próximos exercícios. E tendo em vista o mercado aéreo nacional,
que está passando, por assim dizer, por “fortes turbulências”, evidencia-se que a
Azul começa a voar por “céus azuis” ou como diriam os aeronautas: “céu de
brigadeiro”.
55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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