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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CAMPUS NORTE DA ILHA

UNISUL BUSINESS SCHOOL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DE GESTAO ESTRATÉGICA EM SEGURANÇA

PÚBLICA

ANÁLISE DO PERFIL DO ALUNO SOLDADO EM SANTA CATARINA

Júlio César da Silva Major BM [email protected]

ORIENTADOR: Cap. PM Clóvis Colpani (Msc)

Florianópolis (SC), dezembro de 2006

JÚLIO CÉSAR DA SILVA MAJOR BM

ANÁLISE DO PERFIL DO CANDIDATO AO CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADO BOMBEIRO MILITAR EM SANTA CATARINA

Esta monografia foi julgada adequada para a obtenção do Título de Especialização de Gestão Estratégica em Segurança pública, aprovada em sua forma final pelos professores abaixo assinados, da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.

Apresentada à Banca Examinadora, integrada pelos Professores:

Capitão PM Clóvis Colpani (Msc) Orientador

Coronel PM Fred Harry Sachauffert Membro da Banca

Major BM Evandro Carlos Gevaerd (Msc) Membro da Banca

Florianópolis (SC), janeiro de 2007

O novo incomoda. Por quê? Porque desafia. Mas, queiram ou não, o novo sempre vem. E, para nossa felicidade, O novo geralmente vence. E quando o novo vence, A máquina do mundo gira melhor. Novos projetos deixam as tristezas Numa agenda que não se abre mais. Novas crianças surgem para nos dar as mãos. Novos passos exigem de nós coragem. Nos levam a novos passos. O novo nos torna pessoas melhores Porque nos torna novas pessoas. O novo é lindo. Assim como os sonhos, O novo não envelhece. Por isso vivo o velho de maneira nova!!

(Autor desconhecido)

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus pelo dom da vida e da sensibilidade que me foi

dado, além da vocação como anjo da guarda.

Muitas foram as pessoas que me ajudaram nessa caminhada.

Agradeço meus familiares, que me proporcionaram incentivo através da sua

paciência nos momentos em que estive ausente, para que completar mais uma

etapa.

À Polícia Militar do Estado de Santa Catarina e à Corporação do Corpo de

Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina, pelo apoio e incentivo desde o início

dos estudos até a conclusão deste trabalho, possibilitando-me todo o tipo de

experiência profissional.

Também ao Orientador, que sempre dedicou atenção e força para continuar lutando

pelos nossos objetivos.

À Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, por acreditar de forma incessante

no povo de sua Terra.

RESUMO

Pretende-se refletir a respeito do aluno freqüentador do curso de Formação de Soldado Bombeiro Militar no Estado de Santa Catarina. A metodologia escolhida foi primeiramente a pesquisa bibliográfica, de autores conceituados, seguida de pesquisa de campo de cunho qualitativo, descritivo. A pesquisa de campo propiciou as bases teóricas para a formação do perfil do Bombeiro Militar inserido dentro desta instituição. Delimitando assim as principais interrogações existentes, haverá uma busca para melhor compreender o profissional, bem como, de forma mais ampla e minuciosa, o processo que envolve a valorização dos nossos militares através do incentivo à educação. Identificar o perfil do Aluno Soldado, visando direcionar a campanha para novas inclusões e esclarecer à comunidade o perfil do profissional que está inserido no serviço do CBMSC. Tendo em vista que o profissional Bombeiro Militar atua diretamente com a comunidade, busca-se identificar seu perfil, fazendo-se uma análise do Aluno Soldado. A educação envolve todo um instrumental de formação humana, permeada pela percepção do mundo, da comunicação, do auto-conhecimento e de conhecimento das necessidades humanas.

Palavras-chaves: Perfil. Corpo de Bombeiro. Soldado.

LISTA DE ABREVIATURAS

APH: Atendimento Pré-Hospitalar

B-3: Seção de Instrução e Ensino

CBMSC: Corpo de Bombeiros Militares de Santa Catarina

CEBM: Centro de Ensino do Bombeiro Militar

CFO: Curso de Formação de Oficiais

CFS: Curso de Formação de Sargentos

CFSD/2006: Curso de Formação de Soldados/2006

CSPM: Curso Superior da Polícia Militar

NDA: Nenhuma das Anteriores

NR: Não respondeu

PF: Polícia Federal

PMSC: Polícia Militar de Santa Catarina

PR: Paraná

PRF: Polícia Rodoviária Federal

RS: Rio Grande do Sul

SC: Santa Catarina

UNISUL: Universidade do Sul de Santa Catarina

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01 – Nível de instrução do profissional bombeiro – 1994.........................26

GRÁFICO 02 – Nível de instrução do profissional bombeiro – 2004/05....................27

GRÁFICO 03 – Sexo do aluno soldado.....................................................................32

GRÁFICO 04 – Idade do aluno soldado....................................................................33

GRÁFICO 05 – Naturalidade do aluno soldado.........................................................34

GRÁFICO 06 – Cidade de origem do aluno soldado.................................................35

GRÁFICO 07 – Cidade de lotação do aluno soldado ................................................36

GRÁFICO 08 – Estado civil do aluno soldado...........................................................37

GRÁFICO 09 – Número de dependentes do aluno soldado .....................................38

GRÁFICO 10 – Profissão que exercia.......................................................................39

GRÁFICO 11 – Tempo em que exercia esta profissão .............................................40

GRÁFICO 12 – Escolaridade ....................................................................................41

GRÁFICO 13 – Freqüenta algum curso ....................................................................42

GRÁFICO 14 – Possui parentes co-relacionados a Militares Estaduais ...................43

GRÁFICO 15 – Motivo que o levou a ingressar no CBMSC .....................................44

GRÁFICO 16 – Já ingressou ou tentou ingressar em alguma força policial..............45

GRÁFICO 17 – Qual curso pretende fazer na corporação........................................46

GRÁFICO 18 – Em qual instituição pretende ingressar ao sair do CBMSC..............47

GRÁFICO 19 – Modo que tomou conhecimento do curso para CFSD/2006 ............48

GRÁFICO 20 – Que proposta salarial seria considerada por você? (Valor acrescido

do atual, para deixar a corporação)...........................................................................49

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA ...................................................................................10

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................10

1.3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................10

1.4 HIPÓTESES........................................................................................................11

1.5 OBJETIVOS ........................................................................................................11

1.5.1 Objetivo Geral ..................................................................................................11

1.5.2 Objetivos Específicos .......................................................................................12

2 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA...............................13

2.1 ORGANOGRAMA CORPO DE BOMBEIRO MILITAR – SC ................................16

3 CORPO DE BOMBEIRO MILITAR: EDUCAÇÃO E RENOVAÇÃO......................17

3.1 A EDUCAÇÃO COMO CONSTRUÇÃO DO SABER............................................17

3.2 A VISÃO ESTRATÉGICA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR .....................23

3.3 PERFIL DO PROFISSIONAL BOMBEIRO MILITAR............................................24

4 MÉTODO DA PESQUISA......................................................................................29

4.1 DELIMITAÇÃO DE PESQUISA ...........................................................................29

4.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA.........................................................................................30

4.3 COLETA DE DADOS...........................................................................................31

4.4 PLANO DE ANÁLISE DOS DADOS.....................................................................31

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS...........................................32

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................50

6.1 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................52

REFERÊNCIAS.........................................................................................................53

ANEXO .....................................................................................................................54

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil parece ter despertado para a relevância da temática da educação.

Ao lado da atuação governamental orientada pelos objetivos de expansão de todos

os níveis de ensino e implementação de políticas de avaliação e controle de

qualidade, também as sociedades civil e militar demonstram interesse e participam

do processo de reconhecimento da necessidade de melhoria dos índices de

escolaridade, como requisito para real possibilidade de desenvolvimento do País.

O Corpo de Bombeiros Militar, como instituição partícipe neste processo,

principalmente após sua emancipação da Polícia Militar de Santa Catarina, ocorrida

no ano de 2003, vem adotando os programas de formação e educação continuada

em serviço para seus integrantes, tendo como pressupostos básicos a supremacia

da qualidade educacional do seu efetivo e a preocupação com o atendimento à

sociedade.

Pretende-se refletir a respeito do aluno freqüentador do curso de Formação

de Soldado Bombeiro Militar da cidade de Blumenau/SC.

A metodologia escolhida foi primeiramente a pesquisa bibliográfica, de

autores conceituados, seguida de uma pesquisa de campo de cunho qualitativo,

descritivo. A pesquisa de campo propiciou as bases teóricas para a formação do

perfil do militar bombeiro inserido dentro da instituição.

Delimitando assim as principais interrogações existentes, haverá uma busca

para melhor compreender de forma mais ampla e minuciosa o processo que envolve

a valorização dos nossos militares através do incentivo à educação.

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1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Analisar o perfil do candidato ao Curso de Formação de Soldado Bombeiro

Militar em Santa Catarina, buscando um comparativo entre estes profissionais,

visando direcionar a campanha para novas inclusões e demonstrar o perfil do

profissional que está inserido no serviço do CBMSC.

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Tendo em vista que o profissional Bombeiro Militar atua diretamente com

o usuário (comunidade), busca-se identificar seu perfil, fazendo-se uma análise do

Aluno Soldado.

Com as constantes alterações na legislação que orienta o perfil do

soldado Bombeiro Militar, o crescimento no grau de estudo e o atual processo de

emprego no País, houve uma mudança considerável no perfil do Bombeiro Militar em

10 anos, e é esta mudança que se procura identificar, na tentativa de se responder

se, a mudança no perfil dos candidatos ao CFSd BM pode influenciar

as estratégias de divulgação dos concurso e sua forma de realização?

1.3 JUSTIFICATIVA

Justifica-se este tema com base na visão distorcida que a comunidade

(usuário) tem, em sua maioria, do profissional Bombeiro Militar como aquele que tem

nesta profissão sua última chance.

Hoje, ao contrário, a corporação conta com profissionais formados nos

mais diversos cursos e graduações.

Pode-se verificar isto até mesmo numa releitura da Lei, em que se exige

graduação média (ensino médio ou antigo segundo grau).

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Hoje se verifica nas corporações grande número de Bombeiros Militares

com graduação superior, especialização e mestrado. O que traz outra visão do

antigo Bombeiro Militar, que em muitas vezes possuía apenas o curso primário.

Esta pesquisa poderá ser utilizada pela corporação para promoção de

novos concursos, para eventuais cursos, e na busca de uma interligação com a

comunidade (usuário).

1.4 HIPÓTESES

Busca investigar com este trabalho:

a) O perfil do Aluno Soldado;

b) Comparar o perfil do Aluno Soldado com a realidade brasileira.

Trabalha-se com a hipótese de que atualmente a maioria dos Alunos

Soldados ou pessoa que se candidata à vaga de Bombeiro Militar possui bom nível

de escolaridade (curso superior ou técnico), uma boa estrutura familiar e vem de

serviços que lhe proporcionavam bons rendimentos.

Se a Corporação possuir uma análise detalhada do perfil dos

candidatos ao Curso de Formação de Soldado Bombeiro Militar, então maior há

probabilidade de que a seleção dos candidatos seja eficiente.

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Objetivo Geral

Identificar o perfil do Aluno Soldado Bombeiro Militar de Santa Catarina.

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1.5.2 Objetivos Específicos

Com este trabalho, procuraremos responder:

a) O perfil do Aluno Soldado;

b) Criar um suposto perfil do novo Bombeiro Militar, a partir das

observações.

Na certeza de que este trabalho não seja uma experiência abstrata, mas

subsidie reflexões no sentido de ampliar os conceitos sobre a construção do saber

dentro de outras instituições, sejam elas civis ou militares, este estudo tentará

proporcionar embasamento técnico e científico àqueles que realmente desejam

profissionais qualitativamente melhores e mais humanizados para atender

diferencialmente a uma sociedade que tanto nos valoriza.

13

2 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA

Em 16 de setembro de 1919, foi sancionada pelo então Governador do

Estado de Santa Catarina, Doutor Hercílio Luz, a Lei Estadual nº 1.288, que criava a

Seção de Bombeiros, constituída de integrantes da então Força Pública.

Somente em 26 de setembro de 1926, foi inaugurada a Seção de Bombeiros

da Força Pública, hoje Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC, com

a presença do Governador do Estado, Secretário do Interior e Justiça, Presidente do

Congresso Representativo e do Superior Tribunal de Justiça, Chefe de Polícia e

outras autoridades, além de muitas pessoas do povo.

A nova Seção, instalada provisoriamente nos fundos do prédio onde

funcionava a Inspetoria de Saneamento, na Rua Tenente Silveira, tinha como

Comandante o 2º Tenente Waldomiro Ferraz de Jesus, e era constituída pelas

seguintes Praças: 1º Sargento Júlio João de Melo; 2º Sargento João Luciano Nunes;

3º Sargento Audério Silvério dos Santos; Cabos-de-esquadra Francisco Pereira de

Alcântara, Elyseu Brasil, Bento Quirino Cavalheiro; Soldados Antônio Maestri,

Geraldo Paumert, João Joaquim dos Santos, Ricardo Pereira de Castilhos, José

Ismael Vieira, Manoel Gonçalves de Mello, José Almeida do Oliveira, Antônio dos

Santos Carvalho, Domingos Pereira de Castilhos, Martinho Diogo Mafra, Hygino

Godinho de Oliveira, Secundino da Costa Lemos, Antenor Quadros, José Pereira de

Arcanjo, Adolfo Xavier de Freitas, Francisco Adriano Rodrigues, Constantino Idalino

de Arcanjo, José Amaro Luiz, Nelson Gomes dos Santos; e os Soldados Corneteiros

João Luiz da Rosa e Silva e João Onofre da Cunha.

Era instrutor o 2º Tenente Domingos Maisonette, do Corpo de Bombeiros do

Distrito Federal, auxiliado pelo 2º Sargento da mesma Corporação, Antônio

Rodrigues de Farias.

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Depois das palavras do Governador do Estado, dando por instalada a Seção

de Bombeiros, foi lida a seguinte ata:

"Aos vinte e seis dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e vinte

e seis, às dez horas, à Rua Tenente Silveira, com a presença do Exmo. Sr. Coronel

Antônio Vicente Bulcão Viana, no exercício do cargo de Governador do Estado, das

altas autoridades civis, do Sr. Coronel Pedro Lopes Vieira, oficialidade da Força

Pública, representantes da imprensa e outras pessoas, foi declarado, pelo Exmo. Sr.

Governador, estar inaugurada a primeira Seção de Bombeiros da Cidade de

Florianópolis.

A Seção terá presentemente um efetivo de vinte e sete Praças e um Oficial

tirados dos Quadros da Força Pública e que desde quinze do corrente começaram a

receber instrução técnica ministrada pelo Oficial para tal fim contratado no Corpo de

Bombeiros do Rio de Janeiro.

Dispõe de duas bombas a vapor, uma dita manual e uma manual cisterna,

seis seções de escadas de assalto, uma de gancho para assalto em sacadas, dois

aparelhos hidrantes de incêndio e ferramentas de sapa, não tendo ainda o número

de mangueiras e outros acessórios, que, logo que venham, permitirão o seu

funcionamento regular e eficiente.

O Exmo. Sr. Coronel Governador mandou consignar na presente ata os seus

agradecimentos ao preclaro estadista Dr. Adolfo Konder, que, a seu pedido, obteve

no Rio de Janeiro a parte mais importante do material necessário e por quantia

relativamente insignificante, graças a seu prestígio pessoal, energia e esforço de

trabalho.

E para constar das efemérides da instituição que se funda, lavrou-se esta

ata, que vai assinada pelos presentes”.

A Seção de Bombeiros atendeu o seu primeiro chamado no dia 5 de

outubro, quando extinguiu, com emprego da bomba manual, um princípio de

incêndio que se originara no excesso de fuligem da chaminé da casa do Sr. Achilles

Santos, na Rua Tenente Silveira, nº 6.

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A primeira descentralização da Corporação ocorreu em 13 de agosto de

1958, com a instalação de uma Organização Bombeiro Militar no município de

Blumenau.

A Lei Estadual nº 6.217, de 10 de fevereiro de 1983, criou a atual

Organização Básica da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, por ser

orgânico daquela Corporação.

Em 13 de junho de 2003, a Emenda Constitucional nº 033 concedeu ao

Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC o status de Organização

independente, formando, junto com a Polícia Militar, o grupo de Militares Estaduais.

A Lei Estadual Complementar nº 259, de 19 de janeiro de 2004, fixa o novo

efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina em 4.123

militares e 144 civis.

Em 29 de setembro de 2004, o Decreto Estadual nº 2.497 aprovou o

Regulamento de Uniformes do CBMSC; e o Decreto Estadual nº 2.499 instituiu a

Carteira de Identidade - CI funcional dos bombeiros militares.

Em 27 de dezembro de 2004, a Lei Estadual nº 13.240, criou o Fundo de

Melhoria do Corpo de Bombeiros Militar - FUMCBM.

A Lei Estadual nº 13.385, de 22 de junho de 2005, criou as condecorações e

Títulos Honoríficos do CBMSC.

Está em tramitação o projeto de lei que cria nova organização básica da

Corporação.

O Projeto de Lei de Organização Básica prevê como Órgão de Direção o

Comando-Geral - CmdoG CBM, com seu Estado Maior-Geral - EMG CBM; como

Órgão de Apoio, as Diretorias Administrativa e de Ensino; e como Órgão de

Execução, as Diretorias de Atividades Técnicas e Operacional; está subdividida em

sete Batalhões de Bombeiro Militar - BBM; o 1º BBM em Florianópolis, o 2º BBM em

Curitibanos, o 3º BBM em Blumenau, estes três ativados; o 4º BBM em Criciúma, o

5º BBM em Chapecó, o 6º BBM em Itajaí e o 7º BBM em Lages, estes também

ativados, bem como o Grupamento de Busca e Salvamento - GBS.

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A Missão da corporação é “Prover e manter serviços profissionais e

humanitários que garantam a proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente,

visando proporcionar qualidade de vida à sociedade”.

2.1 ORGANOGRAMA CORPO DE BOMBEIRO MILITAR – SC

FONTE: Corpo de Bombeiro Militar – SC, 2006.

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3 CORPO DE BOMBEIRO MILITAR: EDUCAÇÃO E RENOVAÇÃO

3.1 A EDUCAÇÃO COMO CONSTRUÇÃO DO SABER

Vivemos na era globalizada. Atualmente, com a chegada do fenômeno de

“internacionalização” da economia, que reflete diretamente nos níveis de

empregabilidade e nas condições de vida da população, a procura por educação tem

aumentado a cada ano. Dependendo do preparo de cada um e do momento

considerado, a globalização tanto pode ser uma ameaça como uma oportunidade

para o indivíduo ou mesmo grupo de indivíduos serem absorvidos pelo mercado de

trabalho. Pessoas com maior idade estão perdendo o emprego por causa de seus

(relativamente) altos salários, sendo substituídos por estrangeiros nos melhores

empregos e por recém-formados nos escalões mais baixos, estes com salários de

técnicos.

Escapam os que são altamente qualificados ou os que conseguiram se

manter atualizados. Percebe-se então que a educação se afirma como elemento

condicionante da própria inserção do indivíduo na sociedade, visto que em um

mundo dominado pelos conceitos de informação e conhecimento, reforça a sua

importância no sentido de se constituir em requisito de desenvolvimento, tanto do

indivíduo como das próprias sociedades.

Ao analisarmos o passado recente de nossa Corporação, percebemos que

os militares da referida instituição não conciliavam os estudos com a vida da

caserna. Na época de sua fundação, ainda nos idos do Império, há dois séculos, o

espírito de sacrifício, a coragem, a vontade de ajudar o próximo e o heroísmo eram

os únicos ingredientes para adentrar nesta instituição.

Tal fato se perpetuou até meados da década de 80, portanto em pleno

século XX, onde a fluência em leitura e escrita não era considerada pré-requisito

18

necessário para ingresso na Corporação. Inclusive, era sabido que alguns soldados

sequer sabiam ler, como pode ser comprovado através da ficha de Identificação

Pessoal. Sem estímulo para estudar, estabeleceu-se, silenciosamente, a cultura da

ignorância, onde bíceps e tríceps eram mais importantes e primordiais que o saber.

Tal concepção era fortemente influenciada pela rápida industrialização do

início do século XIX, onde predominava a concepção Taylorista de homem e de

trabalho. A filosofia vigente pregava que o homem valia o que produzia,

transformando o trabalhador em verdadeira máquina, adestrando-o para o trabalho.

Tal situação se traduziu no Brasil através de políticas educativas e a criação de

inúmeras instituições educativas organizadas para tal fim. Giroletti (1999, p.1) nos

apresenta uma visão maior acerca do pensamento da época: “O adestramento do

homem para o trabalho sempre foi e será uma das mais importantes tarefas da

administração. A ela grande atenção tem sido dedicada, como uma das condições

essenciais para a conquista da boa produtividade”.

Em nosso país, a perspectiva do adestramento e do treinamento tem sido

dominante até recentemente. Analisando as legislações brasileiras que tratam de

educação, segundo a ótica de Raposo (2005), se percebeu que os objetivos

educacionais nem sempre refletiram as necessidades humanas básicas,

reproduzindo em muitos casos a ideologia dominante e o momento histórico--

econômico e social vigente. Exemplificando, a Constituição Imperial de 1824

estabeleceu entre os direitos civis e políticos a gratuidade da instrução primária para

todos os cidadãos e previu a criação de colégios e universidades.

Já a Constituição Republicana de 1891, adotando o modelo federal,

preocupou-se em discriminar a competência legislativa da União e dos Estados em

matéria educacional. Coube à União legislar sobre o ensino superior enquanto aos

Estados competia legislar sobre ensino secundário e primário, embora tanto a União

quanto os Estados pudessem criar e manter instituições de ensino superior e

secundário. Rompendo com a adoção de uma religião oficial, determinou a

laiscização do ensino nos estabelecimentos públicos.

A Constituição de 1934 inaugura uma nova fase da história constitucional

brasileira, na medida em que se dedica a enunciar normas que exorbitam a temática

19

tipicamente constitucional. Apresenta dispositivos que organizam a educação

nacional, mediante previsão e especificação de linhas gerais de um plano nacional

de educação e competência do Conselho Nacional de Educação para elaborá-lo,

criação dos sistemas educativos nos Estados, prevendo os órgãos de sua

composição como corolário do próprio princípio federativo, e destinação de recursos

para a manutenção e desenvolvimento do ensino.

O retrocesso na Constituição de 1937 é patente. O texto constitucional

vincula a educação a valores cívicos e econômicos. Não se registra preocupação

com o ensino público, sendo o primeiro dispositivo no trato da matéria dedicado a

estabelecer a livre iniciativa. A centralização é reforçada não só pela previsão de

competência material e legislativa privativa da União em relação às diretrizes e

bases da educação nacional, sem referência aos sistemas de ensino dos Estados,

como pela própria rigidez do regime ditatorial.

A Constituição de 1946 retoma os princípios das Constituições de 1891 e

1934. A competência legislativa da União se circunscreve às diretrizes e bases da

educação nacional. A competência dos Estados é garantida pela competência

residual, como também pela previsão dos respectivos sistemas de ensino. A

educação volta a ser definida como direito de todos, prevalece a idéia de educação

pública, a despeito de franqueada à livre iniciativa. São definidos princípios

norteadores do ensino, entre eles ensino primário obrigatório e gratuito, liberdade de

cátedra e concurso para seu provimento não só nos estabelecimentos superiores

oficiais como nos livres, merecendo destaque a inovação da previsão de criação de

institutos de pesquisa. A vinculação de recursos para a manutenção e o

desenvolvimento do ensino é restabelecida.

A Constituição de 1967 mantém a estrutura organizacional da educação

nacional, preservando os sistemas de ensino dos Estados. Todavia, percebemos

retrocessos no enfoque de matérias relevantes: fortalecimento do ensino particular,

inclusive mediante previsão de meios de substituição do ensino oficial gratuito por

bolsas de estudo; necessidade de bom desempenho para garantia da gratuidade do

ensino médio e superior aos que comprovarem insuficiência de recursos; limitação

da liberdade acadêmica pela fobia subversiva; diminuição do percentual de receitas

vinculadas para a manutenção e desenvolvimento do ensino.

20

A Constituição de 1969 não alterou o modelo educacional da Constituição de

1967. Não obstante, limitou a vinculação de receitas para manutenção e

desenvolvimento do ensino apenas para os municípios. Como se vê, o tratamento

constitucional dispensado à educação reflete ideologias e valores. A perspectiva

política e a natureza pública da educação são realçadas na Constituição Federal de

1988, não só pela expressa definição de seus objetivos, como também pela própria

estruturação de todo o sistema educacional.

Dados da Unesco comprovam que o resgate do Ensino Médio com bases

científicas, no Brasil, fortaleceu-se no final dos anos 60 e início dos anos 70,

possibilitando a continuidade da Educação no Ensino Superior.

A legislação educacional promulgada sob a égide do golpe de 64 e tendo o

economicismo como sustentação teórico-ideológica esteve vigente até bem pouco

tempo, embora profundamente questionada e, em parte, superada, especialmente

nos Estados e municípios onde a gestão educacional passou a ser controlada por

forças políticas democráticas.

Atualmente, a concepção educativa mais aceita entre filósofos, pedagogos,

psicólogos e estudiosos afins afirma o interesse pelo desenvolvimento global do

indivíduo, como enfatiza o artigo 205 de nossa Carta Magna promulgada em 1988.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,

será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho. (grifo nosso)

A Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação corrobora com esta visão

ao afirmar em seu artigo 2º que:

A Educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

21

Dentro desta concepção, a educação deve ser considerada como processo

para o desenvolvimento global do homem, levando em conta os aspectos bio-psico-

social, filosófico e histórico, complementando a ação da família e da comunidade.

Pensar a educação desta forma é considerar todo ser humano segundo o

ideal grego, ou seja, a formação do cidadão para o exercício da democracia. Esse

pensamento se baseia em uma concepção crítica de educação que entende que é

na prática social que as pessoas constroem seus saberes. O educando é sujeito e

construtor de seu próprio conhecimento mediado pela ação do educador. Contudo,

sabemos que só é possível conceber a educação dessa forma, trazendo a realidade

sócio-política e econômica para dentro de nossas salas de aula, dando-lhe um

sentido histórico.

A educação é o processo pelo qual a sociedade forma seus membros a sua imagem e em função de seus interesses. Por conseqüência, educação é formação do homem pela sociedade, ou seja, o processo pelo qual a sociedade atua constantemente sobre o desenvolvimento do ser humano no intento de integrá-lo no modo de ser social vigente e de conduzi-lo a aceitar e buscar os fins coletivos. (PINTO, 1999, p.29).

Podemos destacar uma forte movimentação acerca de uma educação

holística que envolve uma formação integral do educando, compreendendo corpo e

alma, ou seja, o ser humano deverá ser formado para a ação cooperativa, para a

solidariedade, para a aceitação do outro, para a noção de limites e para construir a

noção do dever. Nesse plano, estamos ingressando no que se deve entender como

formação e desenvolvimento dos princípios da Ética e da Moral, necessárias a todos

seres humanos.

Vivenciamos a atitude de comandantes que, atentos a essa mudança

globalizada, buscam investir no aperfeiçoamento profissional e cultural de seus

subordinados, almejando uma melhoria de qualidade e desempenho no ambiente

laboral.

A aquisição de conhecimento e a sua utilização prática na forma de habilidades tornaram-se, ao longo dos últimos dois séculos, nos fins e meios para todas as atividades nas sociedades modernas e constituem em

22

instrumentos fundamentais a serem possuídos por cada indivíduo. O modo de aquisição e de distribuição desses conhecimentos e habilidades se constituiu em paradigma que organiza todos os processos educativos, e estabelece o grau de responsabilidade para sua implementação por parte do poder público ou da iniciativa privada, nos planos individuais ou coletivos, particulares e universais. (RODRIGUES, 2001, p. 5)

Ao quebrarem paradigmas, reverteu-se um quadro de estagnação nos

recursos humanos através do incentivo à educação continuada, viabilizando um

salto de qualidade profissional nunca visto. A prática social dos homens ocorre

através de ações e pensamentos cujos resultados compreendem uma formulação

teórica que servirá de base para um novo agir, percebe-se então o grande propósito

do Corpo de Bombeiros Militar que, atento à busca pelo conhecimento dos militares

que compõem as suas fileiras, viabilizou esse processo trazendo a Universidade e

os Cursos Profissionalizantes e de capacitação para dentro dos Quartéis, com isso

proporcionando melhoria qualitativa dos serviços prestados à sociedade.

[...] não pode existir quantidade sem qualidade (economia sem cultura, atividade prática sem inteligência, e vice-versa), qualquer contraposição dos termos é, racionalmente, um contra-senso. E realmente, quando se contrapõe a qualidade à quantidade, [...] o que em realidade se faz é contrapor certa qualidade a outra qualidade, certa quantidade a outra quantidade, isto é, faz-se uma determinada política e não uma afirmação filosófica. (GRAMSCI, 2005, p. 46)

Os profissionais desta área sofrem pressões e necessidades de

aprimoramento para atender a sociedade cada vez mais exigente por serviços de

qualidade. Ressalta-se que o aprimoramento cultural e intelectual tem contribuído

para solucionar situações conflitantes, sejam estas no campo operacional ou

administrativo e é evidente que há uma relação direta entre a competência desses

profissionais e a qualidade de atendimento, que é a nossa função precípua.

23

3.2 A VISÃO ESTRATÉGICA DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

O Corpo de Bombeiros hoje tem a missão constitucional prevista no Art. 142

da Constituição Federal e Art. 130 da Constituição Estadual. Ao longo de sua

existência têm buscado cumprir suas missões muitas vezes com sacrifício da própria

vida de seus integrantes que, quando ouvem o alarme, esquecem todos os seus

problemas e colocam sua missão acima de tudo.

Na mente da população, competia ao Corpo de Bombeiros o único mister de

apagar fogo, salvar vidas, enfim, responder prontamente ao suplício do nosso povo.

Desconhecedora da real missão do homem do fogo, a população compartilhou por

vários anos com uma força de pronta resposta aos sinistros.

Sob a égide do novo Comando, o Corpo de Bombeiros Militar se tornou uma

Corporação mais versátil, que se apartou da reatividade e passou a ser pró-ativa,

com foco na prevenção dos sinistros e de acidentes, na busca de diminuir ou

minimizar as conseqüências danosas dos mesmos. A partir daí, saiu dos quartéis e

foi ao encontro da comunidade. Muitas foram às palestras em empresas, repartições

públicas, escolas, universidades e outros órgãos.

Evidencia-se a competência do Comando do Corpo de Bombeiros, enquanto

líderes se fundamentando em dois preceitos básicos, sendo estes a supremacia da

qualidade educacional do seu efetivo e a preocupação com o atendimento à

sociedade. Pode-se, portanto, resumir a visão estrategista do Comando da

Corporação em questão em duas palavras: Competência e Qualidade.

Etimologicamente, a palavra doutrina contém a mesma raiz de docere

(ensinar). Em sua origem, doutrina seria o que se transmite pelo ensino: um corpo

de conhecimentos estruturados de maneira coerente e uniforme com a finalidade de

compreender a realidade e possibilitar sua transformação.

Percebe-se, portanto, que investindo no profissional militar, trazendo a

educação para dentro dos quartéis, se gera a otimização dos serviços prestados à

sociedade, sendo o grande diferencial desse propósito atingido, não somente a

24

aquisição de viaturas ou equipamentos, mas sim a valorização dos Recursos

Humanos de nossa Instituição.

Que depois do salto tem sempre lugar o aperfeiçoamento da nova forma de ser, ou seja, embora surja sempre algo qualitativamente novo, em muitos casos tem-se a impressão de uma simples variação dos modos reativos do ser fundante em novas categorias de efetividade, naquelas categorias que constituem precisamente o novo do ser na nova formação. (RODRIGUES, 2001, p.3).

Não adianta em nada termos apenas o certificado exclusivo ‘internacorpuris’

se não tivermos uma chancela universitária porque amanhã você também terá um

certificado com valorização para sua vida profissional e para o futuro. Sem dúvida

nenhuma a Academia oxigena todos nós, que somos tanto militares como civis, e

esse pensamento já vem do próprio oficialato que já questionava porque nós não

tínhamos esse reconhecimento no CFO (Curso de Formação de Oficiais).

Acrescenta ainda que “hoje o soldado do Corpo de Bombeiros, o Oficial do

Corpo de Bombeiros tem a sua chancela profissional e a sua chancela acadêmica”.

Enfatizando que “o futuro da Corporação, tem que estar junto com a Universidade".

(RODRIGUES, 2001, p.3).

Faz-se necessária a reflexão de cada um de nós, enquanto indivíduos

partícipes desse processo, para a importância de atitudes como essa, bem como da

manutenção e conservação da doutrina atual, quebrando paradigmas tão somente

através da educação.

3.3 PERFIL DO PROFISSIONAL BOMBEIRO MILITAR

Primeiro de tudo, a educação não é uma propriedade individual, mas

pertence por essência à comunidade. O caráter da comunidade se imprime em cada

um dos seus membros e é no ser humano, muito mais que nos animais, fonte de

toda a ação e de todo o comportamento; em nenhuma parte o influxo da

comunidade nos seus membros tem maior força que no esforço constante de

25

educar, em conformidade com o seu próprio sentir, cada nova geração. (JAEGER,

1999)

Em estudo realizado através de coleta de dados, aplicado a 100 militares da

nossa Corporação, sendo todos pertencentes ao quadro das praças, utilizando-se

como instrumento metodológico um questionário contendo assertivas abertas e

fechadas.

Buscando demonstrar o perfil atual do profissional bombeiro militar, tanto

emocional quanto intelectualmente, decidiu-se em um primeiro momento falar um

pouco sobre o conceito de paradigma. Buscando a acepção etimológica do

vocábulo, descobriu-se em Aurélio (2001, p. 546) que paradigma “significa padrão,

modelo, ou seja, o que serve de base ou norma para avaliação, medida, conduta.”

Tentou-se a partir do conceito acima, demonstrar que o profissional

bombeiro militar possui hoje um novo modelo, ou seja, encontra-se com outro

padrão de conduta, baseado no auto-conhecimento, na busca pelo aperfeiçoamento

e saber, não apenas no âmbito interno de sua Corporação, mas principalmente no

retorno à sala de aula de uma Escola ou Faculdade, transformando a sua realidade

num verdadeiro resgate das possibilidades humanas da liberdade, força de vontade,

capacidade e responsabilidade pelas escolhas.

Para o filósofo e psicólogo Rogers (1998), o homem seria dotado de

possibilidades de se desenvolver e de se realizar tendendo naturalmente para a

atualização de suas possibilidades. Percebemos que na Corporação Bombeiro

Militar os indivíduos se consideram em sua grande maioria autênticos. Uma pessoa

autêntica é aquela que se auto-realiza e está sempre se descobrindo, aberta a

experiências. Ainda segundo Rogers (1999), o campo experiencial consiste em tudo

o que nos cerca e que nos fornece um sentido.

Certas vezes, rejeitamos determinadas experiências por preconceito ou

rigidez, e com isso o nosso eu e nossa experiência se empobrecem e, assim,

entramos pouco em contato com nossos sentimentos, o que pensamos e como

agimos. Percebe-se também no perfil do Bombeiro Militar uma grande capacidade

de criatividade.

26

O homem em sua existência precisa transpor grandes e inquietantes desafios, para tanto, necessita investir na sua capacidade de descobrir soluções criativas que permita superá-los. Acreditamos que o que permite isso é o trabalho constante de inovação que consiste em se permitir verdadeiramente entrar em contato com a sua pessoa de forma livre e criativa. (ROGERS, 1999, p.56).

A motivação pelo seu trabalho e pela sua vida é evidente nesse profissional,

dessa forma é alguém que se lança em desafios, que não teme pensar diferente,

não refuta o novo e não é conformista. Tem bastante sensibilidade e confiança em

estabelecer novos relacionamentos com o mundo que o cerca, vivendo

criativamente.

Intelectualmente o Bombeiro Militar apresentou um salto qualitativo em

menos de uma década, como demonstram os gráficos I e II, a seguir.

30,00%

65,00%

4,00% 1,00%

1º Grau2º GrauAbandono da faculdadeCursavam a faculdade sem perspectiva de concluir

GRÁFICO 01 – Nível de instrução do profissional bombeiro – 1994 FONTE: MONTEIRO, 2005.

A pesquisa efetuada em 1994 concluiu que um terço da corporação, ou seja,

30% (54 homens) dos profissionais avaliados, responderam que possuíam o ensino

médio (2º grau), ou seja, conseguiram concluir o processo de educação básica.

27

Outros 30% possuíam apenas o ensino fundamental (antigo 1º grau), e apenas 5%

conseguiram adentrar nas cátedras universitárias, sendo que, deste total, 4% (7

homens) já haviam abandonado a faculdade por não conseguir conciliar o serviço

militar com o acadêmico. Apenas 1% (2 homens) de todo contingente da Corporação

estava regularmente freqüentando um nível superior, mas sem perspectiva de

conclusão.

Os grandes vilões apontados pelos militares foram a falta de estímulo, a

intolerância dos chefes e a incompatibilidades de horários, por conta da escala de

serviço e funções burocráticas.

Hoje, vivenciamos uma nova realidade onde, ao coletarmos os dados

atinentes a situação intelectual desses profissionais no ano de 2004, nos deparamos

com uma gloriosa situação. Segundo uma pesquisa realizada por Monteiro (2005)

com o Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Ceará, a imensa maioria, 80% (150

homens) estão cursando ou acabaram de ingressar em uma Faculdade (conveniada

com a Corporação), 10% (15 homens) freqüentam ou freqüentaram curso técnico

(conveniado com a Corporação) e 10% (15 homens) estão em outras faculdades

mas com o apoio da Corporação. Veja o quadro demonstrativo atual:

10,00%

10,00%

80,00%

Cursando faculdadeCursando curso técnicoCursando faculdade com apoio do CBM

GRÁFICO 02 – Nível de instrução do profissional bombeiro – 2004/05 FONTE: MONTEIRO, 2005.

28

Como principal incentivador desta mudança, os militares interrogados

responderam que foi a postura inovadora do Comando que serviu de incentivo para

o retorno aos estudos, onde houve uma perfeita adequação de horários, com

estímulos financeiros e psicológicos, pois os militares se sentiram valorizados e,

como respostas positivas ao Comando, ingressaram na Faculdade.

Buscamos coletar informações com a família dos militares investigados,

dezoito esposas (o equivalente a 10% da coleta principal) responderam

questionamentos sobre o que havia mudado no comportamento de seus maridos

com o retorno aos estudos, qual a visão da família frente a essa nova realidade e

qual a principal mudança familiar apresentada com a volta aos estudos do militar.

Constatamos que 70% apontaram como mudança no comportamento um maior

diálogo entre o marido e a família, 30% alegaram o aumento do compromisso

profissional. Todas (100%) foram unânimes em afirmar que apoiaram o marido na

volta aos estudos e o mais interessante foi no tocante à educação dos filhos, onde

90% enfatizaram que a principal mudança familiar se deu pelo exemplo do pai para

os seus filhos que ainda estão em idade escolar, pois serviu de grande incentivo

para os estudos dos mesmos.

Outro fator relevante que deve ser mencionado sobre a nossa pesquisa foi a

colocação de vários militares que tiveram sua auto estima fortalecida graças aos

trabalhos desenvolvidos junto a comunidade, como, por exemplo, o Projeto Social

desenvolvido por nossa corporação, chamado “Alerta Vermelho”, onde colocam em

prática o aprendizado da Faculdade, além de estarem inseridos em um projeto social

em que acreditam e são valorizados.

Em suma, percebeu-se que o Bombeiro Militar em sua grande maioria já

detém nível superior (universitário), possui fortes laços matrimoniais, é envolvido em

projetos de prevenção junto à comunidade, satisfeito com o seu trabalho e confiante

em seu Comando. Além de destacar a qualidade de atendimento, junto à sociedade,

prestada pelo efetivo e tão bem aceita pela comunidade, criando um vínculo maior

com a mesma, oferecendo-lhe uma maior segurança através do trabalho preventivo.

29

4 MÉTODO DA PESQUISA

Para que um conhecimento possa ser considerado, torna-se necessário

identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação, ou,

em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a esse

conhecimento.

Este trabalho será baseado no método científico, que para Gil (2002, p.26)

depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos”, para que seus

objetivos sejam alcançados.

4.1 DELIMITAÇÃO DE PESQUISA

O método de abordagem que foi desenvolvido na pesquisa é o dedutivo.

“Essa abordagem examina os casos de aplicação da teoria em estudos avaliativos,

aplicando métodos estatísticos, componentes principais, ou análise fatorial e

buscando indicadores comuns aos casos analisados”. (LAKATOS; MARCONI, 2002,

p. 47).

A pesquisa adotada neste estudo foi a pesquisa descritiva, que, na

concepção de Gil (2002), tem como principal objetivo descrever características de

determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre

variáveis. Uma de suas características mais significativas reside na utilização de

técnicas padronizadas de coletas de dados.

embora definidas como descritivas em razão de seus objetivos, acabam servindo para propiciar uma nova visão do problema, o que as aproxima das pesquisas exploratórias. Ainda afirma que as pesquisas descritivas, juntamente com as exploratórias, são as utilizadas pelos pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. (GIL, 2002, p.47).

30

O tempo de aplicação da pesquisa foi de 14 de setembro de 2006 (data do

término do CSPM) a 26 de setembro do mesmo ano (data de conclusão do CFSDs).

4.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA

Esta pesquisa propôs analisar o perfil do candidato ao Curso de Formação

de Soldado Bombeiro Militar em Santa Catarina.

A População ou universo da pesquisa representa a totalidade de elementos

que apresentam uma coleção de atributos similares. Gil (2002, p. 43) define

população ou universo como o conjunto de elementos que possuem determinadas

características.

Basicamente, os tipos de amostragem estão classificados em dois grandes

grupos: Amostragem probabilística e não probabilística.

há a possibilidade de ser submetida a tratamento estatístico, o que permite compensar erros amostrais e outros aspectos relativos à representatividade e relevância da amostra. Isso significa que cada um dos elementos da população-alvo tem uma probabilidade conhecida e diferente de zero de ser escolhida num processo de sorteio. (LAKATOS; MARCONI, 2002, p. 41).

Enquanto que, de acordo com Martins (2000), a amostragem não

probabilista ocorre quando há uma escolha deliberada dos elementos da amostra.

Nesses casos, não é possível generalizar os resultados da pesquisa para a

população, pois as amostras não probabilísticas não garantem a representatividade

da população.

A amostra selecionada por conveniência do pesquisador compreende 100

(cem) Alunos do Curso de Formação de Soldado Bombeiro Militar em Santa

Catarina. Essa amostra nos permite generalizações sobre a população. Sinalizando,

entretanto, ferramentas e aspectos gerenciais pouco evidenciadas.

31

4.3 COLETA DE DADOS

O processo de coleta de dados foi realizado por meio de questionário

envolvendo o B-3 de Curitibanos e Blumenau, e o Centro de Ensino do Bombeiro

Militar.

Além disso, lançou-se mão da pesquisa bibliográfica, sendo consideradas

fontes biográficas: livros de leitura corrente ou de referência, revistas científicas,

jornais, páginas de web/sites, dissertações e teses. Tal acervo foi utilizado no

momento de elaboração dos questionários, como também na análise e interpretação

dos dados coletados. “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida mediante matéria já

elaborada, principalmente livros e artigos científicos”. (GIL, 2002, p.50).

4.4 PLANO DE ANÁLISE DOS DADOS

Ressalta-se que a interpretação e análise dos dados que foram tabulados e

organizados na etapa anterior, deve ser feita a atender aos objetivos da pesquisa e

para comparar e confrontar dados e provas com o objetivo de confirmar ou rejeitar

as hipóteses ou os pressupostos da pesquisa.

Os dados foram analisados com base numa combinação dos enfoques

qualitativos e quantitativos. Os dados quantitativos foram analisados utilizando-se

métodos estatísticos simples, como freqüência, percentual e percentual acumulado.

32

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Abaixo segue a análise dos dados obtidos através da aplicação do

questionário (Anexo), demonstrando o perfil do Aluno Soldado da CBMSC.

85,00%

15,00%

Masculino Feminino

GRÁFICO 03 – Sexo do aluno soldado FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

A pesquisa demonstrou que 85,00% dos Alunos Soldados são do sexo

masculino. Apesar de não haver restrições quanto ao sexo do candidato, ainda

persiste maioria masculina.

33

21,00%

76,00%

3,00%

18 a 20 anos 21 a 30 anos Acima de 31 anos

GRÁFICO 04 – Idade do aluno soldado FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quanto à idade do Aluno Soldado, verifica-se através do gráfico 04 que

76,00% destes estão na faixa etária entre 21 e 30 anos; e 21,00% indicaram ter

entre 18 e 20 anos; apenas 3,00% declararam possuir idade superior a 31 anos.

34

77,00%

8,00%

2,00%13,00%

SC PR RS Outros

GRÁFICO 05 – Naturalidade do aluno soldado FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quanto a sua Naturalidade, observou-se que 77,00% dos Alunos Soldados

entrevistados declararam ser do Estado de Santa Catarina; 8,00% apontaram ser do

Estado do Paraná, e 2,00% indicaram ser do Estado do Rio Grande do Sul. Destaca-

se que 13,00% afirmaram vir de outros Estados brasileiros.

35

4,00%5,00% 17,00%

9,00%65,00%

Blumenau Itajaí Florianópolis Curitiba Outros

GRÁFICO 06 – Cidade de origem do aluno soldado FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

No que tange a cidade de origem dos Alunos Soldados, verifica-se através

do gráfico 06 que 65,00% dos Alunos Soldados afirmaram ser de Curitiba (PR);

17,00% indicaram ser de Itajaí (SC); 9,00% apontaram Florianópolis (SC) como

cidade de origem; 4,00% apontaram Blumenau (SC), e 5,00% declararam vir de

outras cidades.

36

15,00%

9,00%

34,00%

42,00%

Blumenau Itajaí Florianópolis Outros

GRÁFICO 07 – Cidade de lotação do aluno soldado FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

O gráfico 07 demonstra que 34,00% dos Alunos Soldados serão lotados na

cidade de Florianópolis; 15,00% na cidade de Blumenau; 9,00% serão lotados na

cidade de Itajaí; e 42,00% em diversas outras cidades. Deve-se destacar neste

ponto que as cidades citadas (Florianópolis, Blumenau e Itajaí) são consideradas

cidades metropolitanas, possuindo elas comandos do CBMSC e atendendo em

Companhias, Pelotões e Grupos Bombeiros Militares várias outras cidades

circunvizinhas.

37

67,00%25,00%

1,00% 7,00%

Solteiro Casado Separado Relação Estável

GRÁFICO 08 – Estado civil do aluno soldado FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quanto ao estado civil do Aluno Soldado, verifica-se que 67,00% declararam

ser solteiros; 25,00% afirmaram ser casados; 7,00% apontaram ser relação estável,

e 1,00% declararam ser separados.

38

70,00%

28,00%

2,00%

Nenhum 01 a 02 03 ou mais

GRÁFICO 09 – Número de dependentes do aluno soldado FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

O gráfico 09 demonstra que 70,00% dos Alunos Soldados não possuem

dependentes (filhos menores de 18 anos); 28,00% declararam possuir entre um e

dois filhos, e 2,00% afirmaram possuir três ou mais filhos.

39

27,00%26,00%

2,00%

22,00%

8,00%

7,00%8,00%

Militar Técnico Professor Vendas Estudante Outros NR

GRÁFICO 10 – Profissão que exercia FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quanto a profissão que o Aluno Soldado exercia anteriormente à sua

aprovação ao CBMSC, verifica-se que 27,00% afirmaram exercer profissão na área

militar; 8,00% declararam atuar na área técnicas, e outros 8,00% na área de vendas;

7,00% apontaram atuar como professores; 26,00% afirmaram atuar em outras áreas

(áreas diversas); 22,00% declararam ser estudantes, e 2,00% não responderam a

questão. Destaca-se nesta que não se questionaram características da função

declarada pelo Aluno Soldado.

40

20,00%

32,00%26,00%

22,00%

Menos de 1 ano 01 a 02 anos 03 a 05 anos Mais de 5 anos

GRÁFICO 11 – Tempo em que exercia esta profissão FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

No que tange ao tempo em que exercia a função declarada na questão

anterior, o gráfico 11 demonstra que 32,00% dos Alunos Soldados afirmaram

exercer a função entre um e dois anos; 26,00% declararam exercê-la entre três e

cinco anos; 22,00% apontaram exercer a função a mais de cinco anos, e 20,00% a

exerciam a menos de um ano.

41

31,00%

53,00%

16,00%

2º Grau Completo 3º Grau Incompleto 3º Grau Completo

GRÁFICO 12 – Escolaridade FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quanto à escolaridade do Aluno Soldado, verifica-se que 53,00% dos

entrevistados possuem o 3º Grau Incompleto, vale destacar que não foi questionado

se haviam desistido do curso ou se estavam cursando; 31,00% afirmaram ter o 2º

Grau Completo, e 16,00% declararam possuir o Superior (3º Grau) Completo.

42

21,00%

79,00%

Sim Não

GRÁFICO 13 – Freqüenta algum curso FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

O gráfico 13 demonstra que 79,00% dos Alunos Soldados freqüentam algum

curso, nesta questão, não se questionou as características do curso; 21,00%

declararam não freqüentar qualquer curso.

43

52,00%

48,00%

Sim Não

GRÁFICO 14 – Possui parentes co-relacionados a Militares Estaduais FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quanto ao fator se o Aluno Soldado possui ou não algum parente co-

relacionado à Militares Estaduais, verifica-se pelo gráfico 14 que 52,00% afirmaram

possuir algum parentesco com Militares.

44

52,00%

27,00%

21,00%

Vocação Salário Outros

GRÁFICO 15 – Motivo que o levou a ingressar no CBMSC FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quanto ao motivo que levou o Aluno Soldado a ingressar no CBMSC,

verifica-se que 52,00% afirmaram ter ingressado por vocação; 27,00% declararam

interesse pelo salário; e 21,00% declararam outros motivos (curiosidade,

oportunidade, mercado menos competitivo).

45

60,00%

40,00%

Sim Não

GRÁFICO 16 – Já ingressou ou tentou ingressar em alguma força policial FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

O gráfico 16 demonstra que 60,00% dos Alunos Soldados já ingressaram ou

tentaram ingressar em alguma outra força policial. Não foi questionado o motivo de

não terem ingressado ou estarem “trocando” de força.

46

52,00%

4,00%10,00%

4,00%

8,00%15,00%

7,00%

CFO CFS APHSalvamento em altura Perícia em incêndio OutrosNR

GRÁFICO 17 – Qual curso pretende fazer na corporação FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quanto aos cursos específicos (militar) que os Alunos Soldados gostariam

ou pretendem fazer durante o exercício da função na corporação, destaca-se que

52,00% optaram por fazer o CFO (Curso de Formação de Oficiais); 15,00%

apontaram o APH (Atendimento Pré-Hospitalar); 8,00% afirmaram interesse pelo

CFS (Curso de Formação de Sargentos).

47

63,00%3,00%

3,00%

5,00%

10,00%

2,00%4,00%

10,00%

Ministério Público Judiciário Magistério Polícia FederalPRF Outros NDA NR

GRÁFICO 18 – Em qual instituição pretende ingressar ao sair do CBMSC FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

A pesquisa procurou identificar em que instituição o Aluno Soldado teria

interesse em ingressar, cogitando-se sua saída do CBMSC, verificou-se que 63,00%

não responderam a esta questão; 10,00% afirmaram que optariam pela Polícia

Federal, e outros 10,00% pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

48

5,00%11,00% 5,00%

47,00%32,00%

Jornal Televisão/Rádio Internet Outros NR

GRÁFICO 19 – Modo que tomou conhecimento do curso para CFSD/2006 FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quanto à forma que tomou conhecimento do curso para CFSD/2006,

verificou-se que 47,00% dos Alunos Soldados afirmaram ter tomado conhecimento

através da Internet; 5,00% apontaram a Televisão/Rádio e outros, 5,00% indicaram

ter conhecimento do curso através do jornal; 32,00% declararam outros meios

(amigos, conversas com terceiros etc.), e 11,00% não responderam a questão.

49

2,00%9,00%3,00%

15,00%

71,00%

R$500,00 R$750,00 R$1.000,00 Outros NR

GRÁFICO 20 – Que proposta salarial seria considerada por você? (Valor

acrescido do atual, para deixar a corporação) FONTE: Pesquisa CBMSC, 2006.

Quando questionados sobre que valor (acrescido do salário percebido hoje

na corporação) eles tenderiam a deixar o serviço Militar Estadual, verificou-se que

71,00% dos entrevistados indicaram levar em consideração uma proposta que

tivesse como valor inicial, em média, R$2.000,00 (no mínimo) acima do valor

recebido atualmente; 15,00% informaram que considerariam um valor de

R$1.000,00, e 9,00% não responderam a questão.

50

6 CONCLUSÃO

A educação envolve todo um instrumental de formação humana, permeada

pela percepção do mundo, da comunicação, do auto-conhecimento e de

conhecimento das necessidades humanas. E se propõe a prover as formas de

superação dessas necessidades, sejam elas materiais ou psíquicas, de superação

ou de reconhecimento de limites.

“A formação humana só estará completa se acompanhada do

desenvolvimento de princípios de conduta que possam ser reconhecidos como de

validade universal”. (RODRIGUES, 2001, p.252)

Hoje, temos na corporação militares motivados em sua profissão, capazes

de atender qualitativamente melhor a população e, principalmente, militares

dispostos a superar desafios por acreditarem irrefutavelmente em seu Comando.

Quanto à pesquisa, podemos concluir que:

a) Atualmente 85,00% dos Alunos Soldados são do sexo masculino;

b) A faixa etária do Aluno Soldado está entre 21 e 30 anos;

c) Quanto a sua Naturalidade, 77,00% dos Alunos Soldados são do Estado

de Santa Catarina;

d) Quanto à cidade de origem, apesar de a maioria ser natural de Santa

Catarina, constatou-se que 65,00% são originários da cidade de Curitiba

(PR), pois trabalhavam ou residiam nesta cidade antes de prestar o

concurso para o CFSD/2006;

e) Verificou-se que 34,00% dos Alunos Soldados serão lotados na cidade

de Florianópolis; 15,00% na cidade de Blumenau; 9,00% serão lotados

na cidade de Itajaí, e 42,00% em diversas outras cidades;

51

f) Quanto ao estado civil do Aluno Soldado, 67,00% são solteiros, e apenas

25,00% são casados;

g) Quanto à profissão que o Aluno Soldado exercia anteriormente à sua

aprovação ao CBMSC, 27,00% exerciam profissão na área militar;

h) Quanto à escolaridade do Aluno Soldado, 53,00% possuem o 3º Grau

Incompleto;

i) Quanto ao motivo que levou o Aluno Soldado a ingressar no CBMSC,

verifica-se que 52,00% ingressaram por vocação, e 27,00% declararam

interesse pelo salário;

j) Que 60,00% dos Alunos Soldados já ingressaram ou tentaram ingressar

em alguma outra força policial;

k) Que 52,00% dos Alunos Soldados gostariam ou pretendem fazer,

durante o exercício da função na corporação, o CFO (Curso de

Formação de Oficiais);

l) Que 10,00% dos Alunos Soldados tem interesse na Polícia Federal, em

caso de sua saída do CBMSC;

m) Verificou-se que 47,00% dos Alunos Soldados tomaram conhecimento do

CFSD/2006 através da Internet.

A partir deste estudo, foi possível concluir que existem transformações

importantes em nossas vidas que podem ocorrer graças a posturas e decisões

tomadas no momento certo por pessoas que são de certa forma detentoras do

poder, como, por exemplo, a atitude do Comando atual do Corpo de Bombeiros

Militar que, ao incentivar o seu efetivo para o retorno a sala de aula e não bastando

o incentivo, viabilizou esse processo, celebrando convênios com algumas

instituições educacionais, visando tão somente a boa formação intelectual do seu

pessoal, gerou um novo quadro de formação intelectual do nosso pessoal.

52

6.1 CONSIDERAÇÕES

Portanto, escolher a educação com estratégia de comando é realmente a

melhor e mais importante decisão tomada pelos nossos Gestores, onde os mesmos

terão a oportunidade de potencializar, em seus militares, além do conhecimento

pelas vivências, a auto-estima, o espírito crítico, preparando-os para responder de

forma criativa e responsável aos desafios que encontrarem na complexa tarefa do

servir, além disso, devemos compreender a importância do tema para a continuidade

da nossa formação militar.

A educação é necessariamente fundamental para o crescimento humano da

Corporação, e para que esse crescimento ocorra, é crucial que os militares estejam

bem preparados profissional e intelectualmente para atender cada vez melhor o

cidadão, buscando assim o reconhecimento da profissão, através da excelência dos

serviços prestados.

Conquistando por fim a confiança da nossa população e das autoridades

que criam condições para o Corpo de Bombeiros Militar poder trabalhar de forma

técnica e profissional.

53

REFERÊNCIAS

BRASIL, República Federativa. Constituição de 1988. ________. Lei nº 9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. CBMSC. Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. A Instituição. Disponível em <http://cb.sc.gov.br>. Acesso em 01 nov. 2006. FROTA, J. A. D. Doutrina e comando. Fortaleza: Premius, 2002. FERREIRA, A. B. H. de. Miniaurélio século XXI. 5ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. GIL, A.C. Como Elaborar projetos de pesquisa. 4ed. São Paulo: Atlas, 2002. GIROLETTI, D. A. O Homem tecido: Estudo da Formação da Disciplina Fabril nas Primeiras Indústrias Têxteis de Minas Gerais. Belo Horizonte: FAFICH/DCP, 1999. GRAMSCI, A. Concepção dialética da história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. JAEGER, W. W. Paidéia: A Formação do Homem Grego. 3ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. LAKATOS, E. M., MARCONI, M. A. Metodologia Cientifica. 3ed. São Paulo. Atlas, 2002. MARTINS, G. A. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 2ed. São Paulo: Atlas, 2000. MONTEIRO, R. B. A Mudança da Corporação: incentivo a educação. Brasília: CCF, 2005. PINTO, A. V. A Formação do Educador: Sete Lições sobre Educação de Adultos. 10ed. São Paulo: Cortez, 1999. RAPOSO, G. R. A educação na Constituição Federal de 1988. (2005) Disponível em: <http://www.jus.com.br/doutrina>. Acesso em 14 nov. 2006. RODRIGUES N. Educação e sociedade. São Paulo: Cortez, 2001. ROGERS, C. R. Sobre o poder pessoal. São Paulo: Martins Fontes, 1998. ________. C. R. Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

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ANEXO

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QUESTIONÁRIO

1) Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

2) Idade ( ) 18 a 20 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) Acima de 30 anos

3) Naturalidade ( ) Santa Catarina ( ) Paraná

( ) Rio Grande do Sul ( ) Outro estado ________________________

4) Cidade de origem ___________________________________________________________________

5) Cidade de (lotação) ___________________________________________________________________

6) Estado civil ( ) Solteiro ( ) Casado

( ) Separado ( ) Relação Estável

7) Número de dependentes ( ) Nenhum ( ) 01 a 02 ( ) 03 a 05

8) Profissão que exercia ___________________________________________________________________

9) Tempo em que exercia esta profissão ( ) Menos de 1 ano ( ) 01 a 02 anos

( ) 03 a 05 anos ( ) Mais de 05 anos

10) Escolaridade ( ) 2º Grau Completo ( ) 3º Grau Incompleto

( ) 3º Grau Completo ( ) outro _________________________________

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11) Freqüenta algum curso ( ) Sim ( ) Não

12) Possui parentes co-relacionados a Militares Estaduais ( ) Sim ( ) Não

13) Qual motivo que o levou a ingressar no CBMSC ( ) Vocação ( ) Salário ( ) Outro ______________________

14) Já ingressou ou tentou ingressar em alguma força policial ( ) Sim ( ) Não

15) Qual curso pretende fazer na corporação ( ) CFO ( ) CFS

( ) APH ( ) Salvamento em altura

( ) Perícia em incêndio ( ) Outro ______________________________________

16) Em qual instituição pretende ingressar ao sair do CBMSC ( ) Ministério Público ( ) Judiciário

( ) Magistério ( ) Polícia Federal

( ) PRF ( ) NDA ( ) Outro

________________________

17) Modo que tomou conhecimento do concurso para CFSD/2006 ( ) Jornal ( ) Televisão/Rádio

( ) Internet ( ) Outro _____________________________________

18) Que proposta salarial seria considerada por você? (Valor acrescido do atual, para deixar a corporação).

( ) R$500,00 ( ) R$750,00

( ) R$1.000,00 ( ) Outro ___________________