UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS
CURSO DE ADMINISTRACAO
Victoria Pastor Lopes
TRABALHO DE CONCLUSAO DE ESTÁGIO
Análise do receptivo de cruzeiros marítimos em Porto Belo - SC
TIJUCAS – SC 2008
2
VICTORIA PASTOR LOPES
TRABALHO DE CONCLUSAO DE ESTÁGIO
Análise do receptivo de cruzeiros marítimos em Porto Belo - SC
Trabalho de Conclusão de Estágio do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão - Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI – CECIESA - Gestão -Tijucas. Orientador: Prof. Nelson Zunino Duarte
TIJUCAS – SC 2008
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família, pais, irmãs e marido, pelo apoio e confiança.
Ao orientador do estágio, Prof. Nelson Zunino Duarte, por toda sua dedicação e paciência.
4
"Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e
de repente você estará fazendo o impossível”. São Francisco de Assis
5
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do Estagiário
Victoria Pastor Lopes
b) Área de Estágio
Marketing
c) Professor Responsável por Estágios
Profº Luciano Dalla Giacomasa
d) Supervisor de campo
Antônio Carlos Lopes
e) Orientador de Estágio
Prof. Nelson Zunino Duarte
6
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Razão social
Lopes & Lopes Agencia de Turismo Ltda ME
b) Endereço
Av. Gov. Celso Ramos 2460, S5, Porto Belo, SC
c) Setor de desenvolvimento do estágio
Marketing
c) Duração do estágio
240 horas
e) Nome e cargo do supervisor de campo
Antônio Carlos Lopes
Proprietário
f) Carimbo e visto da empresa
7
RESUMO O turismo de cruzeiros marítimos é uma das áreas que mais tem crescido nos últimos tempos, e o município de Porto Belo – SC integra a rota Sul americana, e recebe a cada temporada de verão esses visitantes. A fim de melhor atender essa demanda foi realizado um estudo do tipo exploratório analisando em um primeiro momento a oferta turística primaria, a oferta turística secundária e os diferentes ambientes que afetam ao turismo e ao turismo de cruzeiros em particular. Posteriormente foram identificados os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças. Os principais pontos fortes provêm da oferta primária, já os pontos fracos na sua maioria resultam a partir da oferta turística secundária, e é a partir dos quais surgem necessidades não atendidas. Pretende-se que o estudo sirva para a adequação dessas necessidades.
Palavra – chave: cruzeiros marítimos, oferta turística, produto turístico.
8
ABSTRACT
The cruise shipping tourism is one of the areas that has grown more in recent times, and the city of Porto Belo – SC makes part of the South American route, and receives every summer season those visitors. In order to better meet this demand, it was done an exploratory study examining in a first moment the primary tourist offer, secondary tourist offer and the different environments that affect tourism and cruise tourism in particular. Later, strengths, weaknesses, opportunities and threats were identified. The main strengths came from the primary tourist offer, and the weaknesses were mostly derived from the secondary tourist offer, and from which unmet needs arise. It is pretended that this study serves for the adequacy of those needs.
Key-words: cruises, tourist offer, tourist product.
9
LISTA DE ILUSTRACOES
Desenho 1: Terminal de passageiros, vista desde o mar................................. 53
Foto 1: Vista aérea da baía de Porto Belo........................................................ 39
Foto 2: Ilha de Porto Belo................................................................................. 39
Foto 3: Ilha de Porto Belo................................................................................. 39
Foto 4: Trilha Reserva Morro dos Zimbros....................................................... 40
Foto 5: Vista aérea da Praia do Perequê.......................................................... 40
Foto 6: Praia central de Porto Belo................................................................... 41
Foto 7: Oficinas líticas Panelas de Bugre......................................................... 41
Foto 8: Costão das Vieras................................................................................ 42
Foto 9: Praia do Araçá...................................................................................... 42
Foto 10: Enseada do Caixa D`Aço................................................................... 43
Foto 11: Praia do Estaleiro............................................................................... 44
Foto 12: Trapiche dos pecadores..................................................................... 44
Foto 13: Igreja Matriz Senhor Bom Jesus dos Aflitos....................................... 45
Foto 14: Alambique do Pedro Alemão.............................................................. 46
Foto 15: Alambique do Pedro Alemão.............................................................. 46
Foto 16: Casa de arquitetura história, Alto Perequê e Santa Luzia.................. 46
Foto 17: Casa de arquitetura história, Alto Perequê e Santa Luzia.................. 46
Foto 18: Vila artesanal de pesca...................................................................... 47
Foto 19: Artesanato local.................................................................................. 49
Gráfico 1: Faixa etária dos entrevistados......................................................... 60
Gráfico 2: Grau de instrução dos entrevistados............................................... 60
Gráfico 3: Renda Familiar................................................................................. 61
Gráfico 4: Grupo de acompanhantes da viagem.............................................. 61
Gráfico 5: Motivo da viagem............................................................................. 62
Gráfico 6: Residência passageiros brasileiros................................................. 63
Gráfico 7: Residência passageiros estrangeiros.............................................. 63
Gráfico 8: Gasto dos passageiros brasileiros por dia....................................... 64
Gráfico 9: Gasto dos estrangeiros.................................................................... 64
Gráfico 10: Gasto médio per capita fora dos navios durante total da viagem.. 65
Gráfico 11: Intenção de retorno à Porto Belo de passageiros brasileiros........ 65
Gráfico 12: Intenção de retorno à Porto Belo de passageiros estrangeiros..... 65
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Resumo dos impactos econômicos.................................................. 34
Tabela 2: Histórico de escalas de cruzeiros em Itajaí e Porto Belo.................. 72
11
LISTA DE ABREVIATURAS
ABREMAR – Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas ANTAQ – Agencia Nacional do Transporte Aquaviário ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária CLIA – Cruise Lines International Association COMTUR – Conselho Municipal de Turismo CONIT – Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte DPF – Departamento da Policia Federal FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICCL – International Council of Cruise Lines IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural SANTUR – Santa Catarina Turismo
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 14 1.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 15
1.3 JUSTIFICATIVA.......................................................................................... 15
2. REVISÃO TEÓRICA..................................................................................... 17 2.1 TURISMO................................................................................................... 17
2.2 MERCADO TURÍSTICO............................................................................. 18
2.3 MARKETING TURÍSTICO.......................................................................... 19
2. 3.1 Composto Mercadológico....................................................................... 20
2.3.2 Produto Turístico...................................................................................... 21
2.3.3 Ambientes do Marketing Turístico........................................................... 22
2.4 PLANEJAMENTO DE MARKETING........................................................... 25
2.5 CRUZEIROS MARITIMOS......................................................................... 27
2.6 MERCADO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS................................................ 30
2.7 CRUZEIROS MARITIMOS NO BRASIL..................................................... 31
3. METODO...................................................................................................... 35 3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA.............................................................. 35
3.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO................................................................. 35
3.3 COLETA DE DADOS.................................................................................. 36
3.4 TRATAMENTO E ANALISE DOS DADOS................................................. 36
4. RESULTADOS DO ESTUDO....................................................................... 37 4.1 OFERTA TURISTICA PRIMÁRIA............................................................... 37
4.1.1 Características genéricas do município................................................... 37
4.1.2 Belezas Naturais e Atrativos Turísticos................................................... 39
4.1.3 Tradição e Cultura................................................................................... 47
4.1.4 Atrações turísticas regionais.................................................................... 49
4.2 INFRAESTRUTURA................................................................................... 50
4.3 AMBIENTE INTERNO................................................................................ 55
4.3.1 Organismos Oficiais................................................................................. 55
4.3.2 Empresas do turismo emissivo................................................................ 58
4.3.3 Grupo Misto............................................................................................. 58
4.4 MICRO AMBIENTE..................................................................................... 59
13
4.4.1 Consumidores.......................................................................................... 59
4.4.2 Parceiros.................................................................................................. 66
4.4.3 Concorrentes........................................................................................... 69
4.5 MACRO AMBIENTE................................................................................... 73
4.6 ANALISE SWOT......................................................................................... 77
CONSIDERAÇOES FINAIS............................................................................. 81 REFERÊNCIAS................................................................................................ 83
1 INTRODUÇÃO
O turismo é uma das indústrias mais dinâmicas e que mais cresce no mundo,
e uma das áreas que se destaca nesse crescimento é a dos cruzeiros marítimos. O
aumento continuado do número de pessoas que escolhem essa modalidade de
férias é uma tendência que se confirma com o fato do aumento das frotas das
companhias de cruzeiros e o aumento de pedidos para a construção de novos
navios.
No Brasil verifica-se que ano após ano ampliam-se as variedades de roteiros
marítimos oferecidos, a quantidade de navios, e a permanência dos mesmos na
costa do país. Existem cada vez mais opções para esse tipo de viagens, navios
grandes e luxuosos com capacidade para mais de 3700 passageiros, também
roteiros mais completos e outros mais econômicos.
O primeiro navio de passageiros que parou em Porto Belo, Santa Catarina, foi
no ano 1997, o mesmo aconteceu fortuitamente devido a imprevistos no porto de
Itajaí. Desde então, a cada ano aumenta o numero de escalas na cidade, para a
temporada 2008/2009 estão confirmadas 47 escalas. É evidente que a cidade
deixou de ser um acaso para as companhias, mas ainda existe muito trabalho a ser
feito para acompanhar o crescimento desse mercado.
Em Santa Catarina e no sul do país, Porto Belo é a cidade que mais recebe
navios de cruzeiro, possui excelente localização geográfica, águas abrigadas e
beleza natural que faz com que a cada temporada novas companhias a escolham
como destino. Outros portos utilizados no Estado que recebem cruzeiros são: Itajaí,
Florianópolis, Imbituba e São Francisco do Sul.
A importância do receptivo, facilidades e infra-estrutura nas cidades é
essencial para se destacar dentro de tantos destinos existentes e para se manter
como escolha dentro da rota dos cruzeiros. A responsabilidade do mesmo não é
somente do setor publico, oferecendo a infra-estrutura adequada, mas também das
empresas privadas vinculadas ao setor, e da comunidade como um todo para cada
vez mais oferecer melhores atrações, serviços e produtos.
A Lopes & Lopes Agencia de Turismo Ltda., fundada no ano de 2002 em
Porto Belo, realiza a operação de excursões de algumas companhias de cruzeiros
15
desde o ano de 2005. A empresa tem como certa a necessidade de identificação
das potencialidades de Porto Belo como porto turístico de cruzeiros marítimos para
atrair mais visitantes. Conseqüentemente a empresa poderá consolidar-se na
atuação de receptivo dentro dessa área neste mercado.
1.1 OBJETIVO GERAL
Estudar as potencialidades do Município de Porto Belo para o receptivo de
cruzeiros marítimos.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar o ambiente interno.
Analisar o micro ambiente.
Analisar o macro ambiente.
Identificar as potencialidades.
Identificar carências de produtos.
1.3 JUSTIFICATIVA
O crescimento do mercado dos cruzeiros marítimos coloca em evidencia a
necessidade de um estudo sobre o potencial turístico da cidade de Porto Belo na
recepção de navios, para assim melhorar sua competitividade como destino.
Sediada em Porto Belo e com três anos de experiência no receptivo de cruzeiros, a
Casa do Turista busca se consolidar na atuação dessa área.
16
A facilidade no acesso as informações, o envolvimento e interesse do
proprietário com o projeto, a boa comunicação com o trade turístico do setor e o
baixo custo que representa, possibilitam e favorecem a execução deste estudo.
A maior parte do conhecimento que o poder público e a iniciativa privada
possuem ao respeito deriva principalmente da experiência dos últimos 10 anos. Até
o momento não existem estudos que tratem do assunto e que possam orientar
ações para aprimorar o receptivo.
17
2 REVISÃO TEÓRICA
Este capitulo tem por objetivo proporcionar um quadro de referencias teóricas,
a partir de citações de autores reconhecidos, para lograr assim uma melhor precisão
nos conceitos e críticas sobre o assunto a ser estudado. Também objetiva orientar a
consecução dos objetivos deste estudo. Serão abordados os temas de conceito do
turismo, produto turístico, oferta turística, serviços de turismo, marketing turístico e
cruzeiros marítimos.
2.1 TURISMO
O turismo, segundo a Organização Mundial do Turismo, “são atividades que
as pessoas realizam durante suas viagens e permeância em lugares distintos,
daqueles onde vivem, por um período inferior a um ano consecutivo, com fins de
lazer, negócios e outros”.
Na linguagem da Teoria Geral de Sistemas, o turismo deve ser considerado
um sistema aberto que, conforme definido na estrutura dos sistemas, permite a
identificação de suas características básicas, que se tornam os elementos do
sistema (BENI, 1998).
O mesmo autor afirma que no turismo, tanto a área estatal como a
empresarial tem como objetivo real o lucro. O estado espera da atividade turística o
superávit no balanço de pagamentos na conta especifica, e as empresas que atuam
no setor igualmente dimensionam a prestação de seus serviços em razão da
lucratividade dos investimentos necessários. Ao estado compete o investimento
social não só na infra-estrutura de apoio à atividade, mas também na implantação de
programas de turismo socializado.
Lemos (2002) identifica os agentes econômicos do turismo que se inter-
relacionam, sendo estes: o governo da localidade receptora, a comunidade
receptora, os trabalhadores do setor, as empresas de maneira geral, as empresas
de hospedagem, o sistema financeiro da localidade receptora, as operadoras
18
turísticas, as empresas de transporte, as agencias de viagem, os turistas, o sistema
financeiro da localidade emissora e os governos das localidades emissoras. Determina também que os fatores de produção do turismo são: recursos naturais,
capital e trabalho.
2.2 MERCADO TURÍSTICO
A melhor maneira de estudar o mercado turístico é por meio da sua
segmentação; técnica que permite decompor a população em grupos homogêneos,
e também a política de marketing que divide o mercado em partes homogêneas,
cada uma com seus próprios canais de distribuição, motivações diferentes e outros
fatores (BENI, 1998). A oferta turística pode ser dividida em duas partes segundo Baptista (2003),
por um lado existe a oferta turística primária ou original, composta pelo patrimônio
cultural, arqueológico, histórico, arquitetônico, cultural e natural. Por outro lado, a
oferta derivada ou construída (alojamento, alimentação, animação, lazer, diversão,
esporte, etc) e infra-estrutura e serviços de natureza econômica e social, embora
não destinados exclusivamente a servir os visitantes e turistas (transportes,
comunicações, saneamento básico, água, eletricidade, serviços de saúde,
segurança, etc).
Beni (1998) também divide a oferta turística, de modo semelhante. Os
recursos destinados a matérias-primas constituem a oferta original. A oferta turística
derivada reagrupa o conjunto das prestações de serviços das empresas de turismo.
A oferta original é composta por todos os elementos hídricos sob todas suas
formas, a flora, a fauna, valores criados pela atividade humana como historia,
arquitetura, cultura, folclore, etc. O proprietário desses elementos é a sociedade, e o
governo é prestador especial de turismo, revestido de uma importância maior para a
prosperidade futura do país. (Ibidem)
A oferta turística derivada é composta pelos transportes, pelas diversas
formas de alojamento, lazer e recreação, pelos organizadores de viagens, e pelas
agencias de viagens. A mesma não pode satisfazer a demanda a não ser que haja
19
uma combinação entre os diversos fatores da oferta derivada e da oferta original.
(Ibidem)
Ao se referir à demanda no turismo, o autor estabelece que são demandados
bens e serviços que se complementam entre si. Sendo a viagem um movimento
entre dois pontos (emissor e receptor), verifica se que a demanda turística é
demanda por esse movimento, e depende tanto das características relativas a esses
dois pontos quanto do custo desse movimento. (Ibidem)
2.3 MARKETING TURÍSTICO
Existem inúmeras definições de marketing turístico, mas partindo do
significado do marketing de forma genérica este é “o processo administrativo e social
pelo qual indivíduos e grupos obtém o que necessitam e desejam, por meio da
criação, oferta e troca de produtos e valor com outros (KOTLER, 2003, p.3).
Baseando em Kotler, Vaz (2001, p.18) determina que: “Marketing Turístico é
um conjunto de atividades que facilitam a realização de trocas entre os diversos
agentes que atuam, direta ou indiretamente, no mercado de produtos turísticos”.
“O marketing, mais do que uma atitude, uma política ou uma gestão centradas
no presente, deve privilegiar uma persistente e organizada visão/antecipação do
futuro” (BAPTISTA, 2003, p22).
O marketing turístico representa um meio de conceber uma situação
orientada para o equilíbrio entre a satisfação das necessidades dos turistas e as
necessidades e os interesses dos destinos ou das organizações. O marketing em
turismo é um processo de gestão através do qual, as organizações de turismo
identificam os seus clientes selecionados, presentes e potenciais, e se comunicam
com eles para compreender e influenciar as suas necessidades, desejos e
motivações a níveis local, regional, nacional e internacional, com o objetivo de atingir
a satisfação turística e maximizar os objetivos da organização (BAPTISTA, 2003).
20
2.3.1 Composto mercadológico
O estudo e uso do mix de marketing são indispensáveis para qualquer
atividade, Kotler (2003) o define como um conjunto de ferramentas de marketing
táticas e controláveis que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no
mercado alvo, todo que a empresa pode fazer para influenciar a demanda de seu
produto. Agrupa as ferramentas em quatro variáveis: produto, preço, praça e
promoção.
Produto: engloba o formato ou forma daquilo que é oferecido aos clientes
potenciais; as características do produto conforme desenvolvidas pelas decisões
estratégicas da gerência em resposta aos desejos, necessidades e benefícios
buscados pelo consumidor. Para o turismo, os componentes do produto incluem:
design, estilo e ambiência da oferta, o elemento do serviço e a marca
(MIDDLENTON, 2002).
Preço: denota os termos publicados ou negociados da transação de troca de
um produto, na qual o produtor deseja atingir um volume de vendas pretendido e os
objetivos da receita, e o cliente visa maximizar suas percepções de “bom negocio”
nas escolhas entre produtos alternativos. No turismo há um preço publicado/regular
para um produto e um ou mais preços promocionais ou com descontos. Sendo que
as promoções atendem às exigências de determinados segmentos do mercado ou à
necessidade de manipular a demanda para contabilizar os efeitos dos períodos de
sazonalidade ou da concorrência. (Ibidem)
Promoção: inclui propaganda, mala direta, promoção de vendas,
merchandising, atividades de força de vendas, produção de brochuras,
comunicações na Internet e atividades de relações publicas; estas técnicas são
utilizadas para fazer com que clientes potenciais conheçam os produtos. È
importante o relacionamento entre a promoção e os outros “Ps”, aos quais está
integralmente relacionada no processo de marketing, devido que a mesma é apenas
uma das alavancas para gerenciar a demanda. (Ibidem)
21
Praça: o produto turístico pode ser colocado à disposição do consumidor
através de vários canais de distribuição, desde a representação comercial de uma
operadora junto às agencias de viagens e setores especiais, como imprensa e
associações, até a venda pessoal (VAZ, 2001). Middleton (2002) aclara que o local
não significa apenas a localização de uma atração ou instalação turística, significa
local de todos os pontos-de-venda que dão aos clientes acesso aos produtos.
2.3.2 Produto Turístico
Segundo Moesch (2000), o produto turístico é o somatório de uma dinâmica
sociocultural, que gera um fenômeno recheado de objetividade/subjetividade. Essa
dinâmica é uma combinação complexa de inter-relacionamentos entre produção e
serviços, em cuja composição integra-se uma pratica social com base cultural, com
herança histórica, a um meio ambiente diverso, cartografia natural, relações sociais
de hospitalidade, troca de informações inter-culturais.
Lage e Milone, 2001, p.51 definem o produto turístico como:
[...] conjunto de bens e serviços relacionados a toda e qualquer atividade de turismo. Especificamente, o produto turístico pode ser definido como um produto composto, equivalente a uma amalgama formado pelos seguintes componentes: transporte, alimentação, acomodação e entretenimento (...) o potencial colocado à disposição do consumidor é muito grande e apresenta infinitas combinações.
O produto turístico não é um bem, no turismo você compra a promessa de
uma programação de atividades cuja qualidade você não teve ainda como
comprovar. Adicionalmente o produto turístico não é um bem estocável. Para
apresentar lucratividade precisa ser consumido ininterruptamente. Essa situação
torna o produto turístico extremamente vulnerável, a variações de demanda ditadas
por problemas sazonais (VAZ, 2001)
Outro risco do produto turístico provem da dificuldade de serem
estabelecidos padrões aprimorados de qualidade, que possibilitem aferir e controlar
o desempenho. Isso decorre da impossibilidade de experimentação antecipada, o dá
margem a expectativas diversas. (Ibidem)
22
Os critérios que os turistas utilizam na avaliação dos serviços e produtos
turísticos são bem menos uniformes e específicos. Dá origem a reações e graus de
satisfação muito diferentes em relação a um determinado serviço, destino ou
produto. (Ibidem)
O manifesto pelo autor anterior coincide com a caracterização de Kotler
(2003) sobre os serviços. A intangibilidade dos mesmos faz com que os prestadores
de serviços tendam adicionar qualidades tangíveis a suas ofertas intangíveis, para
diminuir as incertezas. Além disso, tanto o prestador de serviços quanto o cliente
afetam o resultado do serviço devido à inseparabilidade do serviço em si com o
fornecedor. Quanto à característica de heterogeneidade a mesma se deve a que os
serviços dependem de quem, quando, onde e como são fornecidos. Por último a
perecibilidade não é um problema quando a demanda é estável, mas quando existe
flutuação, as empresas prestadoras de serviço freqüentemente se vêem diante de
difíceis problemas.
Para Vaz (2001) o produto turístico possui três dimensões. A dimensão
genérica ou fator de atratividade constitui o principal beneficio proporcionado pela
localidade ao turista, aquilo que realmente constitui o principal motivo da viagem. A
dimensão geográfica ou pacote turístico, conjunto de serviços que são objeto do
contrato entre a operadora turística e o turista. Por último a dimensão ampliada ou
prestatividade, conjunto de esforços de atendimento que resultam em qualidade de
serviços, satisfazendo o cliente, de modo de cativá-lo e conquistá-lo para uma nova
visita no futuro.
2.3.3 Ambientes do Marketing Turístico
O conhecimento da composição dos ambientes no qual o turismo se
desenvolve e a influencia que cada um desses ambientes exerce é fundamental
para a atuação no setor.
Baptista (2003) reconhece dois ambientes do marketing do turismo. O meio envolvente externo geral ou macro ambiente do marketing, que inclui a
estrutura, a segmentação e as tendências do mercado, a demografia, a cultura, a
23
ecologia, a tecnologia e o aparecimento de novos produtos e/ou serviços, os canais
de distribuição e o seu poder de negociação, a concorrência e as suas práticas de
venda (no turismo, sobretudo os outros destinos). E o meio envolvente interno, organizacional, funcional ou micro ambiente de marketing que inclui natureza
dos produtos e/ou serviços, sistema de gestão de qualidade, níveis de preços,
sistemas de informação do grau de satisfação dos clientes, sistema de assistência
técnica e apoio pós venda, sistemas de publicidade, promoção, ação comercial e
distribuição.
Já Vaz (2001), entende que o ambiente de marketing turístico pode ser
dividido em três grandes áreas de influencia, a seguir:
Ambiente Interno: e ambiente gerador do produto, que pode se dividir em
quatro grupos: os Organismos Oficiais, as Empresas que desenvolvem Turismo
Receptivo, as que desenvolvem Turismo Emissivo e o grupo misto, formado por
associações e entidades representativas. As ameaças deste ambiente podem
nascer de problemas como falta de equipamento adequado, despreparo de
funcionários e devem ser considerados também os sistemas gerenciais que
conduzem os trabalhos.
Microambiente: composto pelos turistas e pelas empresas que formam o
trade turístico direta e indiretamente ligado à localidade (concorrentes, fornecedores,
intermediários). Pode ser divido em 3 grupos.
- Consumidores: todos os turistas que constituem a demanda atual e
potencial da localidade ou de uma organização turística considerada. Mudanças de
preferência e tendências são as principais ameaças. Monitoração constante desses
fatores, através de pesquisas, é um dos instrumentos de prevenção a serem
utilizados para evitar problemas mercadológicos.
- Parceiros: compreendem os fornecedores e os intermediários, além das
operadoras, empresas que entram na composição ou na distribuição do produto. Os
fornecedores são todas empresas que direta ou indiretamente, entram na montagem
do produto turístico, como: hotéis, restaurantes, transportadoras, centros de
visitação e outros tipos de estabelecimentos fazem parte do conjunto de serviços
24
que são oferecidos ao turista. As operadoras são as empresas que montam o pacote
turístico, a partir das condições oferecidas e negociadas com os fornecedores, e o
encaminham para distribuição mercadológica através dos intermediários. Este grupo
faz parte do micro ambiente da localidade turística quando na ótica do Turismo
Receptivo. Na ótica do Turismo Emissivo, as operadoras situam se no Ambiente
Interno, funcionando como produtoras. Os intermediários são as empresas que
vendem o produto turístico ao consumidor final, ou dentro de uma cadeia de
distribuição. Neste grupo estão as agencias de viagens, as empresas de
representação comercial, bens como os representantes diretos de venda.
- Concorrentes: organizações turísticas que concorrem direta ou
indiretamente com a organização turística tomada como referencia. Podem ser os
demais produtores (operadoras turísticas) no caso dos pacotes turísticos, podem ser
outras localidades, no caso de organismos oficiais, e podem ser outros
fornecedores, se tomarmos como referencia os serviços de hospedagem,
alimentação, transporte, etc.
Macro ambiente: compreende uma esfera mais ampla, estão fatores que
influenciam todas as organizações que fazem parte do micro ambiente. Neste
ambiente, as organizações turísticas não têm condições de alterar ou agir sobre o
ambiente. Está composto por:
Ambiente Demográfico: a população é sempre um dos principais fatores que,
em bruto, condicionam o desempenho do mercado turístico. Situações como
tamanho e crescimento da população, sua distribuição geográfica em centros
urbanos ou no meio rural, a densidade populacional nas grandes e médias cidades,
exercem papel direcionador da atividade turística por representar a origem do
turismo.
Ambiente econômico: constituído por dados como Receita Individual e
Familiar, a existência de renda discricionária, que permite os gastos com o lazer,
além de fatores mais abrangentes como: inflação, crescimento econômico de uma
região ou pais, nível de emprego.
25
Ambiente Político-legal: envolve todo o processo legislativo de uma
circunscrição administrativa, cujas leis podem beneficiar ou desfavorecer o turismo,
dependendo das prioridades que sejam estabelecidas.
Ambiente Sociocultural: conjunto de manifestações culturais, costumes e
crenças que refletem no comportamento e nos modos de vida das comunidades, no
sentido de que, por um lado, definem as motivações de viagem e, por outro, se
relacionam com a questão da conscientização turística.
Ambiente Tecnológico: toda a estrutura de recursos técnicos que influenciam
o turismo de modo direto ou indireto. A melhoria dos meios de transporte, a criação
de novos meios de comunicação e de organização administrativa definem novas
realidades para as quais as organizações turísticas necessitam estar
constantemente atentas.
Ambiente Ecológico: influi diretamente no mercado turístico, por constituir um
de seus principais fatores de atratividade (o clima, a paisagem, os acidentes
naturais). Por outro lado, o comprometimento de sua condição natural, decorrente da
intervenção humana, pode também desfavorecer a atividade turística.
2.4 PLANEJAMENTO DE MARKETING
Dentro de um mercado altamente competitivo como o atual caracterizado
pelas rápidas mudanças, resulta indispensável para as empresas o planejamento,
para conseguir atingir os objetivos.
A concepção da estratégia baseia se na identificação, na analise e na
interpretação conclusiva das variáveis do meio envolvente externo e na capacidade
de analise critica (diagnostico) do meio envolvente interno. A abordagem dos temas
estratégia e planejamento, na ótica da preparação das empresas para um
desempenho competitivo, terão necessariamente de ponderar a complexidade dos
26
meios envolventes, geral e especifico que as afetam e condicionam cuja percepção
depende da competência técnica e da cultura empresarial (BAPTISTA, 2003).
Compatibilizarão entre analise externo e interno, isto é entre as ameaças e
oportunidades identificadas na primeira e os pontos fortes e fracos na segunda,
procurando a melhor aplicação possível dos esforços e recursos da empresa
direcionada para a obtenção de resultados capazes de assegurar o alcance dos
seus objetivos. (Ibidem, 2003)
Segundo Kotler (2006), a avaliação das forças, fraquezas, oportunidades e
ameaças é denominada de análise SWOT (do inglês strengths ,weakness,
opportunities, threats). Ela envolve o monitoramento dos ambientes interno e
externo.
Ambiente externo (oportunidades e ameaças): monitora importantes forças
macro ambientais (econômicas, demográficas, tecnológicas, político-legais e
socioculturais) e significativos agentes micro ambientais (clientes, concorrentes,
distribuidores, fornecedores) que afetam sua capacidade de obter lucros. (Ibidem)
Para Oliveira (1996) a análise externa é a etapa que analisa as ameaças e
oportunidades que estão no ambiente da empresa e as melhores maneiras de evitar
ou usufruir dessas situações. Alguns dos tópicos abordados são: mercado nacional
e regional, mercado internacional, evolução tecnológica, aspectos econômicos e
financeiros, aspectos socioeconômicos e culturais, aspectos políticos, entidades de
classe, órgãos governamentais, mercado de mão de obra, concorrentes.
Um objetivo importante da avaliação ambiental é o reconhecimento de novas
oportunidades. Uma oportunidade de marketing existe quando a empresa pode
lucrar ao atender às necessidades dos consumidores de determinado segmento.
Existem três fontes principais de oportunidades de mercado. A primeira é oferecer
algo cuja oferta seja escassa. A segunda é oferecer um produto ou serviço existente
de uma maneira nova ou superior. A terceira fonte em geral leva a um produto ou
serviço totalmente novo (KOTLER, 2006).
Por outro lado a análise do ambiente interno verifica os pontos fortes, fracos
e neutros. Os pontos neutros devem ser considerados, pois, muitas vezes, não há
condições de estabelecer se determinada atividade ou aspecto está beneficiando ou
prejudicando a empresa. Alguns dos fatores a serem considerados são: produtos e
serviços atuais, novos produtos e serviços, promoção, imagem constitucional,
comercialização, sistema de informações, estrutura organizacional, tecnologia,
27
suprimentos, parque industrial, recursos humanos, estilo de administração,
resultados empresariais, recursos financeiros/finanças, controle e avaliação
(OLIVEIRA, 1996).
É fundamental para o sucesso da estratégia que a área de atuação da
empresa seja escolhida considerando o que ela melhor pode fazer, ou seja, a
empresa deve ser puxada por suas principais capacidades. Isso não significa que a
empresa deva abandonar atividades nas áreas nas quais não esta devidamente
capacitada. No caso de a empresa ter de realizar atividades em áreas em que não
haja pontos fortes, o reconhecimento desta fraqueza torna mais fácil o processo
corretivo. (Ibidem)
O negocio não precisa corrigir todas as suas fraquezas, nem deve se
vangloriar de todas as suas forças. A questão é se o negocio deve se limitar às
oportunidades para as quais dispõe dos recursos necessários ou se deve examinar
melhores oportunidades, para as quais pode precisar adquirir ou desenvolver
maiores forças. Algumas vezes um desempenho ruim não se deve à falta de forcas
necessárias nos distintos departamentos, e sim a que eles não trabalham em
conjunto como uma equipe (KOTLER, 2006).
2.5 CRUZEIROS MARÍTIMOS
Palhares (2002) diz que a diferença entre o transporte marítimo convencional
e os cruzeiros marítimos é que no primeiro a principal função é transportar pessoas,
enquanto no cruzeiro é fazer com que seus hospedes desfrutem da infra-estrutura
que possui o navio, além de visitarem os pontos turísticos ao longo da viagem.
Coulson (apud LOCKWOOD e MEDLIK, 2003) também se manifesta no
mesmo sentido, o cruzeiro atende a todos os requisitos que os clientes esperam de
suas férias, com destinos exóticos, salões luxuosos, padrão de serviços
extremamente alto, oportunidade de encontrar pessoas, entretenimento a bordo,
tudo incluído no preço. Em geral, os únicos itens não incluídos são excursões em
terra, taxas portuárias, gorjetas e bebidas, mas algumas linhas de luxo incluem
28
esses itens no preço. O cruzeiro pode ser atraente para todas as pessoas, não
importa qual seja o orçamento ou interesse. Existem cruzeiros para todos os gostos. Segundo Amaral (2002), a chegada dos mega-navios como o “Voyager of the
seas”, que oferecem atrações e benefícios inimagináveis como pista de patinação,
piscina com ondas, etc., provocou que diminuíssem o número de escalas, já que não
conseguem navegar em alguns itinerários. Por outro lado essa proposta de menor
número de escalas, direcionando os hóspedes para dentro do navio, vem sendo
revista pelas companhias de cruzeiros, por causa de uma não muito boa aceitação,
voltando a oferecer um número maior de escalas. A alternativa de parar cada dia em
um novo porto, com atrações diferentes é muito mais atraente.
...“fica muito mais agradável a perspectiva de acordar cada dia em um novo
porto, que oferece diferentes atrações e alternativas para todos os hóspedes,
fugindo do tédio gerado pela excessiva permanência em um só ponto turístico”
(AMARAL, 2002, p13).
Os cruzeiros marítimos exigem algumas condições básicas além de água,
suas regiões de atuação são determinadas por aspectos como condições de
navegabilidade, clima, proximidade do mercado consumidor, atrativos naturais e
turísticos em geral (AMARAL, 2001).
Os portos são classificados em dois tipos. Portos de trânsito: portos para
escalas durante um cruzeiro, sem embarques e desembarques, os atrativos
turísticos, neste caso, devem permitir e oferecer opções de excursões terrestres em
quantidade suficiente para operar com navios de porte e com qualidade adequada
ao perfil dos turistas, com ônibus com ar-condicionado e infra-estrutura básica
ampliada. Portos principais: embarques e desembarques em larga escala,
concentrando o início e o término de um cruzeiro. Normalmente esses portos
oferecem fácil acesso a aeroportos internacionais e estão em localização próxima
aos maiores mercados consumidores de cruzeiros e em condições geográficas que
permitem a criação de roteiros atrativos. (Ibidem, 2001)
Devido ao objeto do trabalho, destaca-se o que o mesmo autor menciona ao
respeito dos portos de transito. A existência de terminais de embarque e/ou
estações marítimas para passageiros tem menos importância que a atratividade
turística local. Justifica-se assim, a ausência de investimentos nesse sentido, que
seria repassado às empresas marítimas e cobrado dos turistas, que usufruiriam
muito pouco de tais estruturas. (Ibidem)
29
Os clientes de cruzeiros marítimos estão cada vez mais exigentes e
conscientes da qualidade do serviço oferecido, porém serão notados os casos de
grande discrepância entre opções oferecidas a bordo e as condições oferecidas em
terra, muitas vezes por órgãos públicos ou por concessionárias de exploração de
serviços. Esse tipo de contraste sem dúvida prejudica a avaliação geral de um
cruzeiro por parte dos clientes. (Ibidem)
“Existe, pois a necessidade real de se reduzir tal diferença, melhorando a
infra-estrutura local e a qualidade dos serviços, com adequação básica à operação
de navios de padrão internacional e às tendências do mercado” (AMARAL, 2002, p.
41).
O mesmo autor também ressalta que devem ser oferecidos custos
operacionais portuários compatíveis com os padrões internacionais, os quais devem
ser mantidos em patamares justos e correspondentes aos serviços oferecidos, com
estrutura básica e, eventualmente, estrutura ideal ampliada.
A ABREMAR destaca varias vantagens para os destinos que recebem
cruzeiros marítimos, como:
Aumento na economia regional: o movimento de pessoas nos destinos
alavanca as economias locais, influi diretamente na expansão dos negócios ligados
ao turismo e abre oportunidades de emprego e geração de renda, propiciando a
melhoria da infra-estrutura de serviços.
Excelente divulgação dos lugares: os cruzeiros funcionam como suporte
promocional dos destinos. E, para transmitirem uma boa imagem, os pontos de
destino se esforçam para reforçar seus diferenciais competitivos.
Equilíbrio do fluxo turístico: na alta temporada, os cruzeiros ajudam a
absorver o excesso de turistas quando os meios de hospedagem já estão com
capacidade esgotada. E, na baixa temporada, auxiliam a potencializar o fluxo
turístico, exercendo papel importante na redução da sazonalidade dos destinos
turísticos. O resultado influencia, ainda, a expansão de postos de trabalho.
Preocupação ambiental: os cruzeiros permitem visitas a lugares
ecologicamente preservados sem a necessidade de aparatos e intervenções que
30
podem prejudicar ecossistemas inteiros, colaborando para a conservação das
regiões de acesso restrito.
Expansão do consumo: turistas e tripulantes são grandes consumidores de
produtos e serviços dos locais visitados, já que o curto período de permanência nos
destinos obriga o turista a realizar ali seus gastos. Estima-se um aumento de vendas
até 40% no comércio local.
Vantagens para as agências: os cruzeiros marítimos são responsáveis por
novas fontes de receitas. Há aumento na venda de passagens e,
conseqüentemente, transporte até o porto, diária em hotéis durante o deslocamento,
seguros e pacotes turísticos.
Cultura do retorno: a visita rápida aos destinos funciona como forte apelo para
que o turista volte em outra oportunidade com mais tempo.
Vantagens para a economia do país: além dos gastos de turistas e tripulantes,
muitos dos insumos adquiridos para a operação do navio são nacionais, como
combustíveis, materiais de limpeza, bebidas, frutas, alimentos básicos, entre outros.
Impacto na geração de emprego: na temporada de 2005/2006 no Brasil foram
aproximadamente 24 mil empregos diretos e indiretos. Acredita-se que este número
tenha sido elevado, na Temporada 2007/2008, para mais de 32 mil.
2.6 MERCADO DE CRUZEIROS MARÍTIMOS
O segmento de viagens de cruzeiros marítimos é um dos que mais cresce
dentro da atividade turística no mundo, e de forma um pouco mais recente no Brasil.
Segundo a CLIA (Cruise Lines International Association) no ano de 2006, 12 milhões
de pessoas viajaram de cruzeiro, sete por cento a mais do que no ano anterior.
A globalização tem influenciado de certa forma este fenômeno. Existem varias
definições para a globalização, mas a que melhor se adapta para o mercado de
31
cruzeiros segundo Perucic (2007) é a definição de Scholte, que vê a globalização
como uma des-territorialização, ou seja, o crescimento de relações supra territoriais
entre as nações ou como um grupo de processos que torna o mundo em um só
lugar, mudando o significado e a importância da distancia e identidade nacional.
O aumento no número de passageiros tem afetado as estratégias das
companhias de cruzeiros, principalmente na internacionalização dos seus negócios.
As companhias de cruzeiros estão se expandindo para mercados estrangeiros para
diminuir riscos do negócio, atrair a maior quantidade de passageiros possíveis e
atingir uma economia de escala. Elas fretam navios de uma região para outra, e
particularmente naquelas regiões planejadas de ser novos mercados. Assim podem
evitar circunstâncias políticas desfavoráveis ou outras desvantagens em
determinada região, oferecer novos itinerários para seus clientes fieis,
simultaneamente conquistar novos mercados e contribuir para que a população de
viaje de navio e também no desenvolvimento de portos. O navio se torna um destino
turístico que viaja de destino para destino, e conseqüentemente um único exemplo
de des-territorialização do mesmo destino turístico (PERUCIC, 2007).
Segundo o autor o desenvolvimento do turismo de cruzeiros oferece uma
clara manifestação de como a economia global reflete e promove novas formas de
des-territorialização do capital, trabalho, e lugares turísticos. A poderosa
centralização dos negócios faz mais difícil a entrada de operadores independentes,
o que torna o mercado de cruzeiros com características oligopólicas.
Atualmente três grandes corporações dominam o mercado de cruzeiros. Elas
detêm 76,9% do total de tonelagem bruta. Duas corporações são lideres globais,
Carnival Corporation e Royal Caribbean Cruise Lines, tem mais dos 68 % do total de
tonelagem bruta, seguidas da Star Cruises com 8,7%. (INSTITUTE OF SHIPPING
ECONOMICS AND LOGISTICS, 2006 apud PERUCIC, 2007)
2.7 CRUZEIROS MARITIMOS NO BRASIL
No inicio de 1962, foi inaugurado o Departamento de Cruzeiros Marítimos
quando chegaram os navios da Companhia Costeira de Navegação, dando impulso
inicial ao turismo de cruzeiros, que prosseguiu entre os anos 70 e 80, mas parou
32
quando os cruzeiros marítimos enfrentaram a proibição total da operação de
cabotagem (navegação com origem e destino dentro dos limites do país), prevista
em norma da Constituição de 88, revogada em 1996, que reabriu o turismo de
Cruzeiros, e partir de quando o setor passou a conviver com a desregulamentação.
Até então, apenas eram permitidas viagens entre portos internacionais ou
navios vindos da Argentina e Caribe, que faziam escalas em portos brasileiros, fato
que contribuiu para inibir o desenvolvimento do setor.
Com a desregulamentação, os navios passaram a integraram-se à paisagem
de várias cidades à beira-mar do país.
A região que detém o maior número de cruzeiros marítimos é o Caribe, que
há mais de 50 anos, tem sido o destino preferencial do mercado norte-americano. O
Mediterrâneo, por sua vez, tem sido o destino mais consumido pelos europeus no
verão do hemisfério norte. Em ambos os casos os roteiros se repetem, e não sendo
mais uma novidade. Seus consumidores tendem a procurar novos destinos e novos
navios, por este motivo existem hoje em construção mais de 100 navios, entre os
quais se incluem os mega navios da série Genesis, da Royal Caribbean, que
acomodam mais de 4.600 passageiros. Os novos navios devem substituir aos atuais
nos roteiros tradicionais, enquanto os antigos procurarão novos destinos.
Coulton (apud LOCKWOOD E MEDLIK, 2003) destaca que as tendências
socioeconômicas estão influenciando a demanda por cruzeiros, a classe média
emergente em países como Coréia e o Brasil produz novos mercados de potenciais
clientes, ricos e com boa formação educacional.
A América do Sul e a Antártica tem sua imagem associada à selva e aos
animais selvagens exercendo grande fascínio sobre muitos viajantes, principalmente
para aqueles acostumados a navegar pelo Caribe. Existem navios que passam pela
costa da América do Sul somente em roteiros do tipo exóticos e de duração superior
a sete dias. As empresas que operam esse roteiro, o fazem somente durante o
inverno europeu, mas o panorama tende a ser alterado gradativamente com o
aumento da permanência dos navios nesses destinos e até, em um futuro próximo,
com navios operando por todo o ano (AMARAL, 2001).
A sazonalidade está intimamente ligada a questões como clima e condições
de navegação para destino. A América do Sul é uma das poucas exceções, pois
apresenta boas condições para operação de navios de cruzeiro durante o ano todo;
a restrição ao período entre novembro e abril está ligada à baixa estação européia,
33
de onde migram os navios que atuam na costa da América do Sul, o que impede sua
oferta ininterrupta, ainda que existam condições para isso na região sul-americana.
Atualmente os cruzeiros marítimos impactam na economia brasileira, estes
impactos podem ser verificados na Tabela 1, segundo dados fornecidos pela
Abremar (2008).
34
Tabela 1: Resumo dos impactos econômicos no Brasil dos cruzeiros marítimos. Fonte: Abremar, 2008.
35
3. MÉTODO
O presente capítulo descreve os métodos utilizados na pesquisa para que a
mesma tenha validade científica, sendo abordados o delineamento da pesquisa,
participantes da mesma e as técnicas para coleta e análises de dados.
3.1. DELINEAMENTO DA PESQUISA
O estudo se orientou na identificação das potencialidades turísticas da cidade
de Porto Belo para o receptivo de cruzeiros marítimos, por tanto o delineamento do
mesmo foi à avaliação formativa. Segundo Roesch (2005), tem o propósito de
melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou processos, normalmente implica um
diagnóstico do sistema atual e sugestões para sua reformulação, e a possibilidade
de implementação e observação dos efeitos.
O estudo foi classificado do tipo exploratório que conforme Gil (1995) é
desenvolvido com o objetivo de proporcionar uma visão geral, de tipo aproximativo,
acerca de determinado fato.
Possui uma abordagem qualitativa, que para Roesch (2005) nesse caso é
apropriada para a avaliação formativa, quando se trata de melhorar um plano, propor
planos construindo uma intervenção, e não para avaliar resultados.
3.2. PARTICIPANTES DO ESTUDO
Segundo Roesch (2005 p. 138), “uma população é um grupo de pessoas ou
empresas que interessa entrevistar para o propósito do estudo”. Foram
considerados como participantes envolvidos no estudo organismos oficiais,
empresas que atuam no setor e localidades concorrentes.
36
3.3. COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada a partir de fontes primárias e secundárias. Os
dados primários foram obtidos através de observação participante aberta e
entrevistas não padronizadas. Já os dados secundários foram obtidos através de
registros, documentos, índices e relatórios.
Segundo Roesch (2005) a observação participante pode ser de forma
encoberta, quando o pesquisador se torna empregado da empresa e sua intenção
de pesquisa não é de conhecimento de ninguém; ou de forma aberta, quando o
pesquisador tem autorização para observar, entrevistar e participar no ambiente de
estudo. Para Gil (1995) as pesquisas do tipo exploratório envolvem levantamento
bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. (GIL,
1995).
Os dados secundários foram obtidos a partir de registros, documentos,
relatórios, artigos e arquivos disponíveis nas diversas instituições.
3.4. TRATAMENTOS E ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram tratados mediante análise de conteúdo que segundo Roesch
(2005), a informação colhida é apresentada na forma de textos e podendo-se
levantar inferências válidas ou indicadores quantitativos para interpretação de
resultados.
Foram estabelecidas as seguintes categorias de análise:
- Oferta turística primária ou original.
- Oferta turística derivada.
- Infra-estrutura.
- Clientes.
- Concorrentes.
37
4 RESULTADO DO ESTUDO
O presente capítulo está dividido em duas partes, a primeira consiste em uma
descrição da oferta turística primária, infra-estrutura, análise do ambiente interno,
análise do microambiente e análise do macro ambiente. Sendo que o microambiente
está segmentado em clientes, parceiros (oferta turística derivada) e concorrentes,
completando assim as categorias de análise. Já a segunda parte concentra-se em
identificar as potencialidades e carências de produtos mediante análise SWOT.
4.1 OFERTA TURISTICA PRIMARIA
A oferta turística primária ou original está composta pelas belezas naturais,
história, cultura, folclore, arquitetura. A importância da preservação da mesma
permite a sustentabilidade do destino turístico.
4.1.1 Características genéricas do município
Porto Belo esta localizada á 65 km da capital catarinense de Florianópolis, no
centro-norte de Santa Catarina, possui uma localização geográfica privilegiada,
próximo de grandes centros turísticos como Florianópolis (ao sul) e Balneário
Camboriú (ao norte), além da proximidade de acesso a BR-101.
A história de Porto Belo começa antes da chegada do homem branco, a região
é habitada a cerca de 4.000 anos. Primeiro por caçadores coletores e mais
recentemente por indígenas guaranis, localmente eram denominados Carijós, que
deixaram suas marcas em petroglifos e sambaquis (amontoado de conchas).
Os europeus chegaram no século XVI, fizeram varias paradas quando
dirigiam-se em busca de riquezas ao Rio da Prata, uma dessas visitas foi a de
Sebastião Caboto, em 1527.
38
No século XVIII, a preocupação de Portugal ante as ameaças sobre seus
domínios, iniciou uma política de colonização destas terras, e por volta de 1753
enviou 60 casais das ilhas dos Açores para colonizar a Enseada das Garoupas,
antigo nome da região. A característica da economia dos açorianos era a pequena
produção, pequenos latifúndios para a subsistência.
No inicio do século XIX, foi concedida sesmaria a famílias da Ericeira, cidade
litorânea próxima de Lisboa. Estes novos colonos tinham a missão de fundar na
Enseada das Garoupas, um estabelecimento para pescarias, aproveitando a
abundancia de peixes na região, a partir desse momento a região passou a se
chamar de Nova Ericeira.
Em 1833 com o desmembramento de São Francisco, elevou-se à categoria de
vila e passou a se chamar Porto Belo, alterando também seus limites, ao norte
limitava com o Rio Gravata, ao sul com São Miguel, ao leste com o oceano atlântico e
ao oeste com Lages.
Com o passar do tempo outras regiões foram crescendo e se desmembrando,
sendo a última emancipação a de Bombinhas em 1992. O crescimento imobiliário e
de atividades turísticas ocorrido nas praias vizinhas, mantiveram Porto Belo à
margem, podendo assim, conservar algumas singularidades. Hoje o município
possui uma área de 96,5 km2, e uma população de 13.232 habitantes (IBGE, 2007).
A cidade é rica em história, folclore e cultura, possui 176 anos de emancipação
política, sendo o 6o município mais antigo do Estado de Santa Catarina. Algumas das
suas construções são datadas do período colonial e ainda mantêm o charme de uma
“Vila de Pescadores”.
Suas principais atividades econômicas estão relacionadas ao turismo e à
pesca.
39
Foto 1: Vista aérea da baía de Porto Belo. Fonte: Natasha Japp, 2006.
4.1.2 Belezas Naturais e Atrativos Turísticos
Ilha de Porto Belo: localizada em frente o bairro central do município, distante
apenas 900 metros do continente, conserva suas características naturais, sendo
exemplo de sustentabilidade turística. Representa o principal atrativo turístico de
Porto Belo. A ilha é cheia de curiosidades e lendas do imaginário popular.
Fotos 2 e 3: Ilha de Porto Belo. Fonte: Arquivo Ilha de Porto Belo, 2005.
40
Reserva Morro dos Zimbros: reserva do tipo RPPN, trilha ecológica pela Mata
Atlântica conservada com mirantes panorâmicos da baía, diversas espécies de
pássaros encontram refugio no local, possui também um pequeno centro de
visitantes.
Foto 4:Trilha Reserva Morro dos Zimbros.
Fonte: Arquivo Reserva Morro dos Zimbros, 2006.
Praia do Perequê: o nome vem do Tupi-Guarani “Pira-Iquê” (local de entrada
de peixes para se alimentar e desovar). É a praia mais extensa do município; ideal
para o lazer em família, própria para banho e prática de esportes de areia e
náuticos.
Foto 5:Vista aérea da Praia do Perequê.
Fonte: Arquivo Ilha de Porto Belo, 2005.
41
Praia de Porto Belo: A praia de Porto Belo está localizada no bairro central,
águas tranqüilas protegidas pela Ilha de Porto Belo. Na região central da praia se
encontram registros importantes do período pré-histórico do município, oficinas
líticas conhecidas na região como “panelas de bugre”, vestígios dos índios carijós,
da tribo Tupi-Guarani que habitaram a região.
Foto 6: Praia Central de Porto Belo. - Foto 7: Oficinas líticas Panelas de Bugre
Fonte: Arquivo Secretaria de Turismo de Porto Belo, 2006.
Costão das Vieiras: Costão de pedras que separa a de praia Perequê da
praia centro de Porto Belo. O costão é recortado por pequenas, porém muito belas
praias, a origem do nome “vieiras”, surgiu de um molusco que se criava neste local.
Foto 8: Costão das Vieiras.
Fonte: Arquivo Secretaria de turismo de Porto Belo, 2006.
42
Praia do Baixio: A praia do Baixio está localizada no bairro do centro, possui
uma faixa de areia maior possibilitando condições favoráveis para a prática de
esportes na areia e náuticos.
Praia do Araçá: O bairro possui as características de uma charmosa e
pequena vila de pescadores, no Araçá ainda permanecem conservados os costumes
e hábitos culturais dos primeiros colonizadores, manifestações populares como boi
de mamão, terno de reis, pau de fita, entre outros. Seus habitantes, em grande
maioria, vivem exclusivamente da pesca.
Foto 9: Praia do Araçá. Fonte: Casa do Turista, 2006.
Enseada do Caixa D´Aço – É um porto natural conhecido internacionalmente
desde o período do Brasil Colonial. Esta denominação surgiu em 1777, quando o
almirante português Robert Mac-Douall comandante da esquadra portuguesa,
refugiou-se no local com seus 11 navios para evitar o combate com as forcas
espanholas. Ao encontrar o refúgio seguro escreveu um relato a corte portuguesa
43
que “havia encontrado uma enseada segura como uma Caixa de Aço”, sendo este
um dos primeiros registros encontrados em Portugal sobre esta região.
Foto 10: Enseada do Caixa D´Aço.
Fonte: Natasha Japp, 2004.
Praia do Estaleiro: praia de características agrestes e de águas
transparentes, são próprias para banho e também excelentes para o mergulho. A
vegetação é exuberante, mantendo inclusive a vegetação de restinga na área de
praia, possui costões rochosos que contribuem com a atratividade desta praia.
44
Foto 11: Praia do Estaleiro.
Fonte: Secretaria de Turismo de Porto Belo, 2007.
Praça dos Pescadores e Trapiche Municipal: O local possui representa a
memória viva dos colonizadores açorianos que vieram da região pesqueira de
Ericeira em Portugal, os pescadores nativos que freqüentam a Praça ainda fazem lá
a rede artesanal de pesca. Conhecedores de muitas histórias os pescadores
conduzem os visitantes em suas embarcações artesanais para passeios turísticos
pela baía, e até a Ilha de Porto Belo.
Foto 12: Trapiche dos Pescadores
Fonte: Arquivo Secretaria de Turismo, 2007.
45
Igreja Matriz Senhor Bom Jesus dos Aflitos: erguida em 1814, sendo a
segunda construção em alvenaria de Porto Belo. Construída em típico estilo colonial,
utilizou-se de mão-de-obra escrava, suas paredes foram solidificadas com óleo de
baleia (material utilizado nas construções açorianas, já que naquele tempo não havia
cimento); e a construção foi financiada por doações da população. Tombada pelo
patrimônio histórico; sendo um dos principais atrativos culturais do município.
Foto 13: Igreja Matriz Senhor Bom Jesus dos Aflitos.
Fonte: Natasha Japp, 2005.
Alambique do Pedro Alemão: De tradição familiar, o Alambique do Pedro
Alemão fabrica de forma artesanal uma das melhores cachaças da região. No local,
aprende-se todo o processo de fabricação através da visitação aos alambiques.
46
Fotos 14 e 15: Alambique do Pedro Alemão.
Fonte: Fonte: Arquivo Secretaria de Turismo de Porto Belo, 2007
Sertão de Santa Luzia: Bairro localizado no interior do município, aonde existe
engenhos para a fabricação de farinha e açúcar e também tem um grande potencial
para turismo rural e ecológico. Possui exemplares do patrimônio arquitetônico e
histórico com casas que mostram “eiras” e “beiras”.
Fotos 16 e 17: Casas de Arquitetura histórica, Alto Perequê e Santa Luzia.
Fonte: Arquivo Secretaria de Turismo de Porto Belo, 2007.
Vila Artesanal de Pesca – Santa Luzia: reúne uma comunidade pesqueira de
Porto Belo, onde os pescadores nativos foram construir suas moradas, após a
grande “especulação imobiliária” da região central da cidade. Local tranqüilo,
agradável e repleto de peixarias que comercializam os frutos do mar frescos.
47
Encontra-se a tradicional “Petisqueira do Nelinho” que mantêm o estilo da tradicional
culinária local “a moda do pescador”.
Foto 18: Vila artesanal de pesca.
Fonte: Arquivo Secretaria de Turismo de Porto Belo, 2007.
Sertão do Valongo: Antigamente, muitos engenhos da região utilizavam mão-
de-obra escrava, e com a abolição da escravatura, muitas famílias de escravos
refugiaram-se na região hoje conhecida como Sertão do Valongo, aonde até hoje a
maioria da população é de descendência negra. A comunidade foi recentemente
reconhecida como o primeiro remanescente de quilombo no estado.
4.1.3 Tradição e Cultura
Os povos que migraram da Ilha dos Açores em Portugal tiveram que adaptar
a sua cultura (costumes, crenças, gastronomia) com as condições que encontraram
nesta região. No geral, sua forma de vida era do sustento do mar. Pessoas que
enfrentavam os perigos do oceano para conseguir seu sustento; possuíam
arquitetura, gastronomia, dança, música, religiosidade e costumes únicos. Fortes
traços desta cultura podem ser encontrados na cidade de Porto Belo, em suas
tradições e costumes ainda preservados e pouco modificados ao longo do tempo.
48
Terno de Reis: manifestação religiosa de herança de base açoriana. O
evento tem início em 24 de dezembro e vai até 06 de janeiro, dia de Reis. O grupo
de Terno de Reis sai pela cidade cantando e louvando o nascimento de Deus
menino, percorrendo várias casas a cada noite, onde são recebidos com bebida e
comida.
Boi-de-Mamão: encenação folclórica muito forte no litoral de Santa Catarina.
Uma dramatização da morte e ressurreição do Boi, com a participação de figuras
personalizadas como o Boi Malhado, o Vaqueiro, a Maricota entre outros, além da
cantoria.
Pau-de-Fita: dança típica que simboliza a fertilidade da terra, um grupo de
pessoas dança em volta de um mastro de madeira com fitas coloridas que vão
sendo entrelaçadas durante a execução da dança.
Queima das Cruzes: Procissão da igreja católica, composta por fiéis de
várias localidades inclusive cidades vizinhas a Porto Belo. Todos saem em romaria
de suas paróquias carregando cada qual a sua cruz, rezando e cantando durante
procissão que vai até a Igreja Matriz de Porto Belo. Em frente à igreja é rezada uma
missa e após a celebração é feita a queima das cruzes que cada fiel carregou
durante a procissão. A “Fogueira das Cruzes” simboliza a eliminação dos erros e dos
pecados de cada um.
Artesanato: A cidade possui variedade no artesanato, objetos de cerâmica,
entalhes de madeira, pinturas e miniaturas de barcos. Peças influenciadas pela
cultura açoriana, indígena e pelas belezas naturais da região.
49
Foto 15: Artesanato local. Fonte: Arquivos Casa do Turista, 2006.
4.1.4 Atrações turísticas regionais
A continuação foram identificadas as principais atrações turísticas que os
passageiros dos de cruzeiros marítimos podem visitar a não mais de 100 km de
distância de Porto Belo.
Balneário Camboriú: localizado a 30 km, um dos principais destinos turísticos
do Estado, combinação de boa infra-estrutura, praias, comercio variados, shopping
centers, bares, restaurantes e vida noturna agitada. Destaca-se o Parque Unipraias,
teleférico que combina natureza, entretenimento e vista panorâmica.
Beto Carrero World: localizado a 65 km, maior parque temático de América
Latina, oferece mais de 80 atrações, distribuídas em sete áreas temáticas com
brinquedos radicais, infantis, zoológico e shows ao vivo com artistas nacionais e
internacionais.
Blumenau: localizada a 95 km, cidade de colonização alemã, que conserva
suas tradições. Importante centro da indústria têxtil e de produção de cristais, a
50
cidade também é conhecida nacionalmente pela Oktoberfest, a maior festa da
cerveja do Brasil. Sobressaem às construções em estilo enxaimel, os museus da
Família Colonial, do Cristal e a Vila Germânica.
Bombinhas: município vizinho, localizado a 4 km do centro de Porto Belo.
Famosa pela beleza de suas praias e transparência da água para a prática de
mergulho. Escolhido terceiro melhor destino de praia pela revista Viagem e Turismo.
Florianópolis: localizada a 70 km (descritivo página 70).
Nova Trento: localizada a 55 km, conhecida pelos Santuários Santa Paulina e
Nossa Senhora do Bom Socorro. Cidade de tradição trentino - italiana que conserva
costumes e gastronomia típica. Belezas naturais como trilhas ecológicas,
cachoeiras, córregos e cascatas.
Santo Amaro da Imperatriz: localizada a 85 km, ao seu grande manancial
natural. Oferece muitas opções de lazer, com suas águas termais e atrativos
naturais. Destaca se a prática de rafting e canoagem.
4.2 Infra-estrutura
Porto
O nome da cidade de Porto Belo deriva do fato de que sempre foi
considerado um porto natural, que ainda mantém as características de uma vila de
pescadores. As condições geográficas da baía e tranqüilidade das águas
possibilitam as paradas de embarcações de grande porte, conseqüentemente não
possui um porto estruturado. Condição que não é relevante quando se trata de
portos de transito no caso de cruzeiros marítimos, onde os atrativos turísticos
representam um dos fatores mais significativos para que os passageiros possam
desfrutar dos mesmos.
51
Atualmente são utilizadas as estruturas do Iate Clube e do trapiche municipal
localizado no centro da cidade para receber aos turistas de cruzeiros, onde a equipe
da Secretaria de Turismo organiza a operação de embarque e desembarque dos
passageiros. O transporte dos mesmos é realizado por tenders (embarcações
próprias do navio).
O Iate Clube possui facilidades como restaurante, sanitários, acesso restrito,
heliporto, espaço suficiente para organismos oficiais como a Receita Federal,
Vigilância Sanitária e Policia Federal. Encontra se localizado a 2 km do centro da
cidade, os passageiros tem a disposição o serviço de taxis ou bondinho panorâmico
para se trasladar.
Já o trapiche municipal não possui esse tipo de estrutura, mas é escolhido por
algumas companhias devido a sua localização que permite que os passageiros
desembarquem praticamente na praia e no centro para utilizar os serviços da
cidade. Segundo manifestações de Márcia Leite, Diretora de Operações da MSC
Cruzeiros, o fato dos passageiros desembarcarem num local assim, sem ter que se
transportar desde uma área portuária, é uma situação muito agradável para os
turistas. Mesmo assim, também encontra se a disposição no trapiche municipal o
serviço de táxis. Estas duas estruturas têm possibilitado receber até três cruzeiros
num mesmo dia.
Porto Belo se encontra na rota sul dos cruzeiros, alguns deles são
provenientes de países vizinhos como Uruguai e Argentina, ocasionando a
necessidade de serviços alfandegários para os navios que entram ou saem do
Brasil. Uma das principais limitações que possui o porto é que carece de serviços
alfandegários. Esta situação vem sendo contornada a cada temporada de diversas
formas, mas ainda não se tem uma solução definitiva. Isto tem provocado que
alguns cruzeiros deixarem de fazer escalas em Porto Belo, provocando um maior
custo e perda de tempo para as companhias, e também perdas para o comercio
local.
Um dos projetos da Prefeitura junto a Secretaria de Turismo de Estado e ao
Ministério de Turismo, é o Terminal Turísticos de Passageiros, que vem solucionar
alguns dos entraves administrativos e de infra-estrutura enfrentados até o momento.
A previsão para o começo das obras segundo o Secretário de Turismo de Porto
Belo, Marcos Jaques, é para o primeiro semestre de 2009, após a aprovação da
ultima licença ambiental da Marinha para a utilização do espelho de água.
52
O local onde atualmente está instalado o trapiche do município de uso público
no centro da cidade irá ser utilizado para o novo terminal. O projeto compreende
uma reestruturação do espaço terrestre e do espaço aquático.
O espaço terrestre compreende:
- Estrutura de píer e terminal de embarque e desembarque de passageiros;
- Estrutura para atendimento turístico da Secretaria Municipal de Turismo;
- Salas para atendimento: Segurança Pública, SANTUR, Receita Federal,
Ministério da Saúde, Serviços de Apoio aos Operadores de Cruzeiros
Marítimos;
- Serviços gerais de manutenção;
- Sanitários;
- Bancos de jardim;
- Postes de jardim com luminárias;
- Calçadas;
- Jardinagem.
No espaço aquático será contemplado um pier em formato de “L”, totalizando
180m de comprimento e 5m de largura. O Espaço da rampa do pier compreenderá
as seguintes estruturas:
- Locais com rebaixo para atraque de embarcações;
- Pontos com escada de acesso para proporcionar embarque e desembarque
seguro de passageiros;
- Ponto de controle do pier;
- Rampa de acesso para passageiros com necessidades especiais;
- Farolete;
- Postes com luminárias.
53
Desenho 1: Terminal de passageiros, vista desde o mar. Fonte: Secretaria Municipal de Turismo de Porto Belo.
Estradas
O centro da cidade encontra se a 5 km da BR-101, permitindo um acesso
rápido a outros centros urbanos de maior porte e atrativos regionais próximos, a
mesma encontra se em parte asfaltada e em parte pavimentada com lajotas.
Sendo este o único acesso a cidade de Porto Belo e Bombinhas, no período
de alta temporada, principalmente durante o reveillon e carnaval, produzem se
congestionamentos significativos em certos horários, esta situação pode
comprometer as excursões terrestres dos passageiros.
Urbanização
O crescimento das atividades turísticas no litoral cento - norte de Santa
Catarina caracteriza-se por ter uma ocupação desorganizada e conseqüentemente
as belezas naturais afetadas. Devido que Porto Belo é um dos municípios mais
antigos de Santa Catarina, o centro da cidade foi planejado como uma quadrícula,
permitindo uma melhor circulação nesta parte da cidade, situação não encontrada
54
nas cidades vizinhas como Itapema e Bombinhas. Apesar disto apresentam-se
situações de falta de planejamento urbano, como a falta de recuo das construções
provocando calcadas estreitas ou falta de calcadas que dificultam o trânsito de
pedestres.
Fora da região do centro, o bairro que apresenta maiores problemas é o de
Araçá, a estrada principal é muito estreita, que não só dificulta a circulação como
também carece de espaço para estacionamento, apresentando construções sem
recuo e nas encostas dos morros.
No entanto, o centro da cidade tem conseguido manter construções de tipo
horizontal, favorecendo assim a paisagem de “vila de pescadores”. O plano diretor
atual é bastante restritivo e visa conservar as características de vila, permite a
construção de térreo mais um andar e meio no centro, e também estimula a
construção em estilo colonial mediante um desconto no IPTU de 50%.
Saneamento básico
A cidade de Porto Belo possui tratamento de água realizado pela empresa
Casan, mas o maior problema identificado é que o fato de não possuir tratamento de
efluentes, situação que não só compromete a saúde dos moradores e visitantes,
como também prejudica as belezas naturais, principal fator atraente do município.
Segurança
Durante os meses de verão, a policia militar desenvolve um operativo de
reforço, aumentando o numero de efetivos nas ruas e maiores controles rodoviários
também com blits diárias.
Nos dias de escala de cruzeiros é realizado uma vigilância maior no local de
desembarque e principais áreas de movimentação dos visitantes.
Serviços de saúde
Ao ser uma cidade pequena, Porto Belo não possui centros de atendimento
de alta complexidade, tendo que derivar os pacientes, dependendo da patologia,
55
para cidades próximas como Balneário Camboriú ou Itajaí. Possui nove postos de
saúde, duas ambulâncias e 15 médicos no serviço municipal.
Nos dias de parada de cruzeiro, não existe um plantão exclusivo no local de
desembarque, as ocorrências são atendidas mediante solicitação da Secretaria de
Turismo.
4.3 AMBIENTE INTERNO
A análise do ambiente interno compreende os organismos oficiais, empresas
de turismo emissivo e o grupo misto (associações).
4.3.1 Organismos oficiais
Para os objetivos do estudo serão considerados dentro do ambiente interno
os organismos oficiais que atuam de forma direta na operação de receptivo ou
possuem uma influencia significativa no assunto específico.
SANTUR
Empresa de economia mista, que tem como objetivo o fomento e a divulgação
da política estadual de turismo encontram-se vinculada à Secretaria de Estado de
Turismo, Cultura e Esporte. Sua missão é promover e fomentar as indústrias do
lazer e do entretenimento com qualidade, visando o desenvolvimento sócio
econômico gerado pelo turismo. No que respeita aos cruzeiros marítimos a Santur
promove o Estado de Santa Catarina participando em eventos do setor como o Sea
Trade em Miami e o Cruise day em São Paulo. Nos dias de escalas de cruzeiros
está presente para divulgar o Estado de Santa Catarina aos passageiros.
56
Secretaria da Receita Federal
A Secretaria da Receita Federal do Brasil é um órgão subordinado ao
Ministério da Fazenda, responsável pela administração dos tributos de competência
da União. Auxilia, também, o Poder Executivo Federal na formulação da política
tributária brasileira, além de trabalhar para prevenir e combater a sonegação fiscal, o
contrabando, o descaminho, a pirataria, a fraude comercial, o tráfico de drogas e de
animais em extinção e outros atos ilícitos relacionados ao comércio internacional.
Realiza a gestão e execução dos serviços de administração, fiscalização, controle
aduaneiro, atingindo assim os cruzeiros marítimos que saem ou entram no país.
Secretaria de Turismo de Porto Belo
As atividades que desenvolve no que respeita especificamente aos cruzeiros
marítimos são:
- Organização da operação de receptivo dos cruzeiros na cidade envolvendo
uma série de atividades: desembarque, embarque e contagem dos passageiros;
prestação de informações aos passageiros; organização do espaço físico (trânsito,
vendedores ambulantes, curiosos, ônibus de excursão e taxis) e apresentação de
grupo de danças típicas.
- Atividades de pesquisa.
- Divulgação e promoção do destino em feiras e nos escritórios das
companhias de cruzeiros.
- Mantêm informado o comercio local quanto às datas, numero de
passageiros e principais idiomas utilizados.
- Oferece cursos para capacitação no atendimento aos passageiros de
cruzeiros e turismo em geral.
Secretaria de Turismo do Estado e Ministério de Turismo
As ações de ambos os organismos estão focadas principalmente em obras de
infra-estrutura para o turismo, por exemplo, as verbas para a realização do terminal
turístico de passageiros de Porto Belo provem da articulação das duas entidades.
57
Além de ações que beneficiam o turismo como um todo; outra ação do
Ministério de Turismo é o curso de guias com credenciamento do Ministério do
Turismo para a capacitação da mão de obra local, que esta sendo oferecido na
atualidade.
Agencia Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa
A agência promove a proteção da saúde da população por intermédio do
controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços
submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos
insumos e das tecnologias a eles relacionados. Além disso, exerce o controle de
portos, aeroportos e fronteiras e a interlocução junto ao Ministério das Relações
Exteriores e instituições estrangeiras para tratar de assuntos internacionais na área
de vigilância sanitária.
Departamento da Polícia Federal - DPF
Sua função é exercer a segurança pública para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimonio. Dentro das varias tarefas do
DPF, algumas atingem aos cruzeiros maritimos como: prevenir e reprimir o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas, o cotrabando e o descaminho, sem prejuízo da
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
e exercer as funções de polícia marítima, aeroportuaria e de fronteiras.
Agencia Nacional do transporte aquaviário – ANTAQ
A entidade integra a Administração Federal indireta, vinculada ao Ministério
dos Transportes. Tem por finalidade:
- Implementar em sua esfera de atuação, as políticas formuladas pelo
Ministério dos Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de
Transporte - CONIT.
- Regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de
transporte aquaviário e de exploração da infra-estrutura portuária e aquaviária,
exercida por terceiros, com o objetivo de: garantir a movimentação de pessoas e
bens, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança, conforto, regularidade,
58
pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas; harmonizar os interesses dos
usuários com os das empresas concessionárias, permissionárias, autorizadas e
arrendatárias, e de entidades delegadas, preservando o interesse público; e arbitrar
conflitos de interesse e impedir situações que configurem competição imperfeita ou
infração contra a ordem econômica.
4.3.2 Empresas do Turismo Emissivo:
Agencias de viagem
Responsáveis pela distribuição do produto. Uma importante parte do
faturamento das agencias de viagens provem da venda de pacotes de cruzeiro, as
companhias marítimas pagaram 28.639,89 milhões de reais na temporada de 2005 –
2006. (ABREMAR, 2008) O agente de viagens é a segunda fonte de informação
para a escolha de uma viagem de cruzeiro, sendo que a primeira é parentes e
amigos.
4.3.3 Grupo Misto
Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas –
ABREMAR
A entidade tem o objetivo de regulamentar, promover e expandir ainda mais a
atividade de Cruzeiros Marítimos no Brasil. As principais propostas que a ABREMAR
defende são:
- Reforço ao programa de fortalecimento da infra-estrutura portuária, com
melhoria e construção de novos piers de atracação para os botes dos navios e dos
acessos rodoviários e ferroviários.
- Revisão da percentagem de contratação de brasileiros para viagens de
cabotagem turística por mais de 90 dias, dentro das condições oferecidas pelo
mercado nacional.
- Regulamentação definitiva para os Cruzeiros de Cabotagem de forma a
propiciar segurança aos armadores e harmonia aos agentes do sistema,
59
possibilitando a inserção do Brasil à posição que merece no ranking mundial desse
efervescente e sólido mercado turístico.
Conselho Municipal de Turismo - Comtur
Conselho com representantes da prefeitura e da comunidade que realiza
reuniões periódicas para analisar e orientar sobre diversos assuntos do turismo na
cidade. No que se refere aos cruzeiros marítimos ajuda no planejamento geral do
receptivo, como: quantidade e roteiro de bondinhos, estacionamento, local e direção
de saída dos ônibus de excursão e planejamento da área a ser isolada.
4.4 MICRO AMBIENTE
A análise do micro ambiente está composta pelos consumidores, as
empresas turísticas ligadas direta ou indiretamente à localidade e concorrentes.
4.4.1 Consumidores
O estudo do perfil dos turistas de cruzeiros é muito importante devido que o
conhecimento das características, preferências e hábitos dos mesmos servem como
referencia para adequar as instalações, os serviços e os produtos, e assim melhorar
a satisfação dos mesmos.
Uma pesquisa realizada pela FIPE entre dezembro de 2005 e janeiro de 2006
caracteriza os turistas e a demanda de cruzeiros marítimos no Brasil. Foram
entrevistadas 1123 pessoas que viajaram nas principais companhias marítimas;
84,5% dos entrevistados foram os chefes de família e/o conjugue.
Conseqüentemente a faixa etária (Gráfico 1) da maioria encontra-se entre os 41 e 50
anos.
60
Faixa Etária dos Entrevistados
6,60%10,40%
22,10%
28,20%25,40%
7,40%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
16 a 24 anos 25 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos 61 a 70 anos
Gráfico 1: Faixa etária dos entrevistados. Fonte: FIPE, 2006.
Grau de Instrução
0,10% 0,80% 1,60%
22,30%
54,60%
20,60%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
PrimárioIncompleto
PrimárioCompleto
GinasialCompleto
ColegialCompleto
SuperiorCompleto
Pós-graduaçãocompleta
Gráfico 2: Grau de instrução dos entrevistados. Fonte: FIPE, 2006.
Em relação ao grau de instrução pode ser observado que 54,60% possuem
ensino superior completo (Gráfico2), resultando coerente no que se refere aos níveis
de renda, quase 80% supera uma renda familiar de R$ 5.000,00 (Gráfico 3).
61
Renda Familiar
20,50%
33,20%
21,80%
14,90%
9,60%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
Até R$ 5.000,00 Mais de R$5.000,00 até R$
10.000,00
Mais de R$10.000,00 até R$
15.000,00
Mais de R$15.000,00 até R$
20.000,00
Mais de R$ 20.000
Gráfico3: Renda Familiar. Fonte: FIPE, 2006.
Em referência ao grupo de acompanhantes na viagem (Gráfico 4) pouco mais
de 50% viaja com a família ou parentes; seguido pelos casais que representam
30,60%.
Grupo de acompanhantes da viagem
4,50%
30,60% 30,40%
11,30%
22,10%
1,20%0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
Sozinho Casal sem filhos Casal com filhos Grupo de amigos Outro grupofamiliar
Outros
Gráfico 4: Grupo de acompanhantes da viagem. Fonte: FIPE, 2006.
62
Motivo da viagem
61,80%
13,40%7,60%
2,50% 2% 1% 0,50% 0,40%
10,80%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Viver aexperienciade viajar de
navio
Conhecervarias
localidadesda costabrasileira
Diversãonoturna /shows ao
vivo / bailes
Conhecerpessoas
Viagem deincentivo /
prêmio
Jogar nocassino
Gastronomia É moda /chique /
charmoso
Outro
Gráfico 5: Motivo da viagem. Fonte: FIPE, 2006.
Quanto ao motivo da viagem se evidencia a situação de que a maioria dos
passageiros experimenta este tipo de viagem por primeira vez, sendo o principal
motivo, viver a experiência de uma viagem de cruzeiro (Gráfico 5). No entanto,
quanto ao grau de fidelidade com a viagem de cruzeiros, dos 68,2% que
responderam que era a primeira viagem desse tipo; 94,8% manifestam a intenção de
repetir a modalidade de viagem. As informações de fidelidade são coerentes com a
tendência de crescimento de cruzeiros ano a ano.
Dados da Secretaria de Turismo de Porto Belo trazem informações
especificas sobre os visitantes brasileiros e estrangeiros de cruzeiros na cidade de
Porto Belo. Referente à origem dos turistas no nível nacional destacam-se as
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (Gráfico 6) como os principais pólos
emissivos; e no nível internacional os principais países emissivos são Estados
Unidos e Argentina (Gráfico 7).
63
Cidade
39,1
13,17,87
3,313,031,8
31,8831,88
05
1015202530354045
1
São PauloRio de JaneiroSantosBelo HorizonteCuritibaSalvadorOutrasOutros
Gráfico 6: Residência passageiros brasileiros. Fonte: Sec. Turismo de Porto Belo, 2008.
Residência Permanente
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1
Estados UnidosArgentinaCanadáChileInglaterraItáliaOndurasFrançaÍndiaÁfricaBaliEspanhaFinlândiaIndonésiaUruguai
Gráfico 7: Residência passageiros estrangeiros. Fonte: Sec. Turismo de Porto Belo, 2008.
Um dado relevante para o estudo é o gasto médio dos passageiros por dia
realizado na cidade de Porto Belo referente a compras, alimentação, transporte,
64
passeios, entre outros. Esse gasto incide diretamente na economia local do
município de Porto Belo e municípios próximos também (Gráfico 8) e (Gráfico 9).
Gasto Médio em Porto Belo
29,1
34,1
13,2
5,93 2,6 4
7,8
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1
Até R$ 50,00
R$ 51,00 a R$ 100
R$ 101,00 a R$300,00 R$ 301,00 a R$500,00 R$ 501,00 a R$1000,00 R$ 1001,00 a R$1500,00Acima de R$1500,00 Sem resposta
Gráfico 8: Gasto dos passageiros brasileiros por dia. Fonte: Sec. Turismo de Porto Belo, 2008.
Gasto Médio em Porto Belo
0
10
20
30
40
50
60
1
Até R$ 50,00
R$ 51,00 a R$ 100
R$ 101,00 a R$300,00R$ 301,00 a R$500,00R$ 501,00 a R$1000,00R$ 1001,00 a R$1500,00
Gráfico 9: Gasto dos passageiros estrangeiros. Fonte: Sec. Turismo de Porto Belo, 2008.
Dentro dos itens nos quais os passageiros mais gastam durante o total da
viagem, fora do navio, encontram se em primeiro lugar compras de souvenires,
seguido por gastos com alimentação, e em terceiro lugar com passeios (Gráfico 10).
65
Gasto medio per cápita fora do navio
R$ 97,86R$ 193,28
R$ 368,16
R$ 113,14R$ 24 R$ 10,99
R$ 0,00R$ 50,00
R$ 100,00R$ 150,00R$ 200,00R$ 250,00R$ 300,00R$ 350,00R$ 400,00
Trans
porte
Alimenta
cao
Souve
nirs
Passe
ios Tu
rístic
os
Diversa
o Notur
na
Outro
Gráfico 10: Gasto médio per capita fora dos navios durante o total da viagem.
Fonte: Fipe, 2006.
As viagens de cruzeiros representam uma importantíssima forma divulgação
de um destino turístico, motivando as pessoas a retornarem em outra oportunidade
com maior tempo de permanência, gerando assim mais receitas a localidade. Esse
fato se evidencia na alta intenção de retorno medida com passageiros brasileiros,
82% e estrangeiros 78%, (gráfico 11) e (gráfico 12) respectivamente.
Pretende retornar a Porto Belo sem ser
via Cruzeiro
78%
22%
Sim
Não
Pretende Retornar a Porto Belo
82%
18%
Sim
Não
Gráfico 11: intenção de retorno à Porto Belo de passageiros brasileiros. Fonte: Sec. Turismo de Porto Belo, 2008.
Gráfico 12: intenção de retorno à Porto Belo de passageiros estrangeiros. Fonte: Sec. Turismo de Porto Belo, 2008.
66
Resumindo, os passageiros de cruzeiros caracterizam se por ter uma faixa
etária principalmente entre 30 e 60 anos, um nível de escolaridade superior, alto
poder aquisitivo, viajam na sua maioria acompanhados por familiares, sendo no
momento uma novidade a viagem de cruzeiro, já que a maioria é passageiro de
primeira viagem, no entanto, com alta incidência de repetir esta modalidade de
férias, e de retornar aos destinos conhecidos em outra oportunidade.
Adicionalmente as informações levantadas nas pesquisas, em linhas gerais,
os passageiros de cruzeiros esperam encontrar na cidade serviços de alto padrão
equiparáveis aos encontrados dentro do navio, incluindo um tratamento diferenciado.
4.4.2 Parceiros
As empresas que formam parte da composição do produto turístico desde o
ponto de vista do receptivo de cruzeiros marítimos são diversas, algumas delas são
localizadas em Porto Belo e outras se encontram em outros municípios próximos, e
se vem influencias por este tipo de turismo, estas representam à oferta turística
ampliada. A continuação segue uma breve descrição da atuação das empresas que
atuam em Porto Belo.
Alimentação
Os principais restaurantes que atendem o público dos cruzeiros em Porto
Belo são: Ilha de Pirão, Panela de Barro, Restaurante du Cais, Restaurante e
Petiscaria Ilha de Porto Belo, e Restaurante La Ponte. Não foram considerados na
analise estabelecimentos em outras localidades, distantes do centro ou que não
servem almoço.
Os restaurantes mencionados, exceto o Restaurante Panela de Barro que
serve buffet à kilo, são especializados em frutos do mar a la carte. Apesar desta
situação limitar a variedade das opções de refeições, a maioria deles oferece no
cardápio pratos com outros tipos de carne.
67
Segundo consulta aos proprietários dos estabelecimentos, ao todo eles têm
capacidade para atender 1500 pessoas rotativamente, em varias oportunidades eles
se encontram saturados em dias de parada de cruzeiro, não podendo responder a
demanda de forma adequada. Além de atender aos passageiros de navio, servem
aos outros turistas de verão que visitam a região.
Em referencia à qualidade das refeições, estas em geral atingem o nível das
exigências dos passageiros, no entanto a forma a apresentação dos pratos e
arrumação do ambiente em alguns casos é simples.
Existe uma barreira no que se refere à mão de obra, devido ao fenômeno de
sazonalidade no litoral, muitos restaurantes terminam contratando pessoas sem o
treinamento adequado, provocando algumas deficiências no atendimento.
Além dos restaurantes mencionados, existem opções como lanchonetes,
panificadoras, cafés e sorveterias no centro da cidade.
Transporte
Na continuação foram consideradas as empresas e principais serviços
utilizados pelos passageiros.
Geneve - Santa Luiza: empresa localizada em Brusque realiza o transporte
das excursões vendidas abordo dos navios quase em sua totalidade, trabalha com
cruzeiros marítimos há 14 anos. Possui uma frota de 35 ônibus e contrata terceiros
quando necessário.
Praiana: empresa que fornece o serviço de transporte mediante o
equipamento de bondinho panorâmico. Quando o desembarque dos passageiros é
realizado no Iate Clube de Porto Belo, a mesma efetua o traslado até o centro da
cidade; e quando o desembarque é no píer municipal do centro, efetua um passeio
para a Santa Luzia e outro para a Vila do Araçá com contratação de um guia local.
Associação de Taxistas de Porto Belo: formada por uma frota de 33 carros,
possui um tarifário diferenciado para navios, não utilizam taxímetro. Fato que
produze insegurança e irritação nos visitantes sobre o valor cobrado. Em vários dias
68
encontra se saturado o serviço, obrigando a chamar taxis dos municípios vizinhos. A
falta de conhecimento de outro idioma também dificulta a satisfação do cliente.
Associação dos Pescadores Artesanais: possui uma frota de 14 embarcações
com capacidade entre 10 e 20 pessoas e uma escuna para 65 pessoas que operam
no trapiche municipal. Realiza principalmente o transporte à ilha de Porto Belo e
passeios para o Caixa D´Aço e praia do Estaleiro.
Ilha de Porto Belo
O empreendimento além de ser um atrativo dentro da oferta turística primária,
também faz parte da oferta turista derivada devido a sua estrutura ampliada para o
atendimento dos visitantes. A mesma compreende infra-estrutura para ancoradouro
de embarcações, quiosque de informações, aluguel de equipamentos de praia como
cadeiras e guarda-sóis, guarda volumes, quiosques de praia de petiscos e lanches,
trilha ecológica auto-guiada pela mata atlântica com inscrições rupestres, passarelas
para evitar o pisoteamento da vegetação, restaurante de comidas típicas, loja de
souveniers, sanitários, serviço de telefone e internet, prática de esportes náuticos. O
controle de visitantes é realizado através de um estudo de capacidade de carga.
Agências de turismo receptivo
As agências que realizam o serviço de excursões oficiais dos navios em
Santa Catarina são: Ritser Turismo de Blumenau, Casa do Turista de Porto Belo,
Nascere Turismo de Florianópolis, Nova Alman Turismo de Florianópolis e Cgtur de
Balneário Camboriú, todas elas tem atuado no receptivo em Porto Belo e outros
portos.
Oferecem tours principalmente para Blumenau, Florianópolis, Parque
Unipraias, Balneário Camboriú e Beto Carrero.
Conforme Antônio Carlos Lopes, proprietário da agência Casa do Turista, as
companhias marítimas exigem das agências uma serie de itens para poder fornecer
esse serviço e atingir a qualidade esperada por parte das companhias de cruzeiros,
como:
69
- Contratação de guias com experiência e credenciados pela Embratur, Porto
Belo carece desse tipo de mao de obra, tendo que contratar guias de Balneário
Camboriú ou Florianópolis.
- Ônibus, microônibus ou vans equipadas com ar condicionado e em
quantidade suficiente;
- Respeito estrito ao roteiro da excursão, no que se refere à local de paradas
e tempos;
- Roteiros atrativos, com relevância turística, estrutura dos locais de paradas,
de alimentação e compras.
Comercio
No centro de Porto Belo existem varias opções de compras concentradas em
aproximadamente 900 metros ao longo da avenida principal. As lojas que
predominam são as de lembranças, artesanatos e decoração; e em menor
proporção lojas de roupas, entre outras.
Outros serviços disponíveis no centro da cidade são: agências bancárias do
Banco do Brasil e Besc, caixas eletrônicos do Itaú e Bradesco, correios, farmácias,
telefones, internet, supermercado.
Alguns comércios tem se preocupado para brindar um melhor atendimento
aos turistas de cruzeiros, contratando atendentes que falam outros idiomas e
recebimento em cartões de crédito e moedas estrangeiras, já que não existe casa de
cambio na cidade.
4.4.3 Concorrentes
O estudo trata se de uma localidade como produto turístico, por tanto, foram
considerados como concorrentes outras localidades de Santa Catarina que também
recebem cruzeiros marítimos, Itajaí, São Francisco do Sul, Imbituba e Florianópolis.
70
São Francisco do Sul
Cidade histórica e portuária, fundada há mais de 500 anos, localizada numa
ilha costeira ao noroeste de SC, dotada da grande baia da Babitonga, com águas
calmas, que permitem uma navegação segura. A principal atividade econômica do
município esta voltada às atividades relacionadas ao porto comercial.
Os principais atrativos turísticos são: o centro histórico cerca de 150 casarios
centenários tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, destaque se a
Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça e o Museu do Mar. Envolta a ilha, e em parte
do continente existem diversas praias com mata atlântica preservada.
A pesar de não possuir um histórico de paradas de cruzeiros marítimos,
somente recebeu um navio da Island Cruices, a cidade conta com uma boa estrutura
de receptivo, com o Terminal Turístico de Passageiros no centro histórico que possui
serviços de alfandegamento.
Algumas das limitações encontradas para o receptivo são: proibição da
circulação de ônibus no centro histórico o que dificulta o transporte para as
excursões, e outra limitante é a maior distância para os principais atrativos do
Estado como Beto Carrero (80 km), Bal. Camboriú (110 km), Blumenau (129 km),
Bombinhas (143 km) e Florianópolis (195 km), além de que o trânsito geralmente é
intenso desde o centro até a BR 101, podendo demorar até 40 minutos somente
nesse trecho.
Florianópolis
Capital do Estado de SC, praticamente todo o território fica numa ilha, tendo
uma infinidade de belezas naturais como praias diversas, lagoas, dunas, mata
atlântica, entre outras. Possui bons serviços e infra-estrutura, e ao mesmo tempo
mantém o patrimônio cultural dos colonizadores açorianos, se destaca o centro
histórico com o Mercado Publico e as construções coloniais. Famosa também por
sua gastronomia e cultivo de ostras.
Referente aos cruzeiros marítimos, não possui Terminal Turístico para
Passageiros, o desembarque é realizado no trapiche da praia das Laranjeiras (norte
da ilha), também ao igual que Porto Belo não possui serviços de alfandegamento.
71
Outra limitação importante se refere ao ponto de fundeio, que expõe o navio a
ventos mais fortes do quadrante nordeste, provocando mar agitado, fato que já
impediu que algumas escalas na cidade fossem realizadas, ou provocou
transferência das escalas para outros portos.
Também os congestionamentos de transito na época de verão dificultam as
excursões terrestres.
Imbituba
Localizada na costa sul de SC, sua economia é baseada na mineração do
carvão vegetal e em seu porto comercial.
Conhecida pelas diversas enseadas que atraem as baleias francas e pelas
praias adjacentes famosas para a prática do surf. Destaca se o Museu da Baleia e o
Projeto da Baleia Franca. Encontra se próxima a locais turísticos importantes como
Florianópolis, Laguna, Garopaba e praia do Rosa, porém as condições rodoviárias
atuais e congestionamentos dificultam seriamente as excursões terrestres, problema
que será resolvido com a conclusão da duplicação da BR-101.
Porto estruturado principalmente para o transporte de carga, possui serviços
de alfandegamento, sendo esta uma das principais vantagens, não possui terminal
exclusivo para passageiros.
Itajaí
Localizada na foz do rio Itajaí-Açú, possui um dos principais portos comerciais
da região sul e maior porto pesqueiro do Brasil.
A cidade tem uma região urbana bem estruturada, boas instalações
comerciais e um variado setor de serviços, alguns dos principais atrativos no centro
são: o Mercado Público, a Igreja Imaculada Conceição, Igreja Matriz e o Museu
Histórico. Entorno a cidade os atrativos turísticos principais são: as praias de
Geremias, Brava, do Atalais, Cabeçudas e dos Amores.
As principais vantagens de Itajaí para o receptivo de cruzeiros consistem em
que possui um terminal exclusivo para passageiros, serviços de alfandegamento,
proximidade a BR-101 e aos principais atrativos turísticos do Estado.
72
Adicionalmente, algumas companhias estão utilizando o porto não somente
como transito, mas também como porto principal, realizando embarque e
desembarque de passageiros.
Algumas desvantagens observadas são que a cidade não tem uma vocação
turística, já que a principal atividade econômica gira em torno do porto comercial,
outro ponto desfavorável é que o local de desembarque se encontra numa área
portuária, e também por ser um porto comercial os custos de operação para as
companhias são maiores, devido que é necessário o pagamento de taxas portuárias
de praticagem e rebocador.
No momento o porto de Itajaí e de Porto Belo são os que vêm aumentando a
quantidade de escalas a cada ano. Conforme indica a Tabela 1.
Número de escalas Temporada Itajaí Porto Belo
1997/1998 - 2
1998/1999 - 7
1999/2000 - 15
2000/2001 1 15
2001/2002 1 29
2002/2003 7 20
2003/2004 7 18
2004/2005 9 18
2005/2006 21 25
2006/2007 11 34
2007/2008 23 38
2008/2009* 24 47
Tabela 2: Histórico de escalas de cruzeiros em Itajaí e Porto Belo.
Fonte: Sec. de Turismo de Itajaí e Sec. de Turismo de Porto Belo.
*Números previstos.
73
4.5 MACRO AMBIENTE
Foram analisados os seguintes ambientes: demográfico, econômico, político-
legal, tecnológico e ecológico. Sendo que em todos eles foi considerado como
marco de abrangência o Brasil para a análise.
Ambiente Demográfico
O tamanho da população brasileira é de 183.987.291 de habitantes com uma
densidade demográfica de 22 hab./km2, concentrada nas regiões sudeste, sul e
centro-oeste, que são as de maior desenvolvimento socioeconômico, juntas
representam 64,3% da população do Brasil.
Considerando que somente a região metropolitana de São Paulo, equivale a
10,5% do total do país. A taxa de urbanização de 83,3%, em 2006, mostra que o
processo de urbanização está crescendo anualmente. (IBGE, 2006) Colocando a
região sudeste como o maior pólo emissivo de turistas no país.
De acordo com as projeções, o país contará em 2050, com uma população
total de 259,8 milhões de habitantes, o que representará um crescimento de 38,8%.
O Brasil vem tendo uma continua queda nas das taxas de crescimento: 1,93%
entre 1980 e 1991 e 1,64% entre 1991 e 2000. (IBGE, 2003) O efeito combinado da
redução dos níveis da fecundidade e da mortalidade resulta em alterações na
composição etária da população, mudando rumo a uma população adulta e idosa.
Ambiente econômico
A economia brasileira vem atravessando por um ciclo contínuo de
crescimento, que tem o robustecido o país para resistir à crise mundial atual,
considerada a maior depois da crise dos 30. A crise está provocando contração do
crédito e redução da demanda externa. Os fundamentos da resistência segundo o
governo federal baseiam-se em: baixa vulnerabilidade externa; controle da inflação;
gestão responsável das finanças publicas e solidez do sistema financeiro.
74
Uma evidencia desse crescimento continuo é aumento do PIB no segundo
trimestre de 2008, 6,1% em relação ao mesmo período de 2007, sendo este o 26to
aumento consecutivo, confirmando o mais longo ciclo de crescimento da serie
trimestral medida desde 1991. (IBGE, 2008)
O consumo das famílias representa cerca de 61% do PIB, reflete o aumento
dos empregos formais, da massa salarial real e do nível de crédito. Alguns dos
setores que mais contribuíram para o resultado do PIB, foram a agropecuária
(7,1%), a industria (5,7%) e os serviços (5,5%).
Um dos principais fenômenos do ciclo de desenvolvimento é a emergência de
uma nova classe media que criou no país um mercado de massa, devido a fatores
como: ganhos de renda, aumento do salário mínimo, expansão do emprego, controle
da inflação e programas sociais que melhoraram a distribuição de renda. Uma
pesquisa do Centro de Estudos Sociais, da FGV, indica que a classe C representa
50% da população, somando as classe A e B, o Brasil passou a contar com 120
milhões de consumidores, um dos maiores mercados do mundo.
No âmbito do turismo, segundo pesquisas da FIPE/USP o mercado brasileiro
apresenta um mercado potencial de turistas na população urbana de 25.860.373
pessoas consideradas com renda acima de quatro salários mínimos.
Classe de Renda De 1 a 4
salários mínimos
De 4 a 15 salários mínimos
Acima de 15 salários mínimos
Total
População Urbana
79.316.225 45.690.881 7.712.007 132.719.113
Turistas 16.950.003 20.335.553 5.524.820 42.810.376 Tabela 2: mercado brasileiro. Fonte FIPE/USP
A taxa de câmbio é um indicador econômico que influencia de forma
significativa a demanda de cruzeiros marítimos, principalmente os de cabotagem no
Brasil, devido que os valores dos cruzeiros são todos em dólar. Portanto um
aumento na taxa do dólar inibe as vendas para turistas brasileiros.
Ambiente Político-legal
A exploração da modalidade turística dos cruzeiros marítimos se ampara em
dois eixos segundo a conceituação da ANTAQ:
75
- Cruzeiro de Cabotagem ou Doméstico, conjuga três requisitos: embarque
inicial de passageiros em portos brasileiros, navegação exclusiva entre portos
nacionais e desembarque também em portos nacionais.
- Cruzeiro Internacional, que se inicia no exterior ou mesmo no Brasil, percorre
águas internacionais, atracando em portos nacionais ou estrangeiros e com
desembarque final no local de origem.
No Brasil a legislação existente está comprometendo a vinda dos cruzeiros
internacionais, caracterizados como de longo curso. As autoridades consideram aos
cruzeiros internacionais, com escala em mais de um porto nacional, como
navegação de trânsito doméstico, ou de cabotagem; sendo que não recebem nem
deixam passageiros nas escalas e permanecem no país por períodos curtos. Esta
interpretação obriga a que estes cumpram exigências burocráticas e tributárias.
Por exemplo, os cruzeiros internacionais, se escalam em dois ou mais portos,
são obrigados a solicitar para os tripulantes o Visto de trabalho de tipo V, o que torna
a operação muito custosa para as companhias de navegação.
Também os navios estão sujeitos às normas expressas pela Instrução
Normativa 137, cujo Art. 1º reza: “a entrada de navio estrangeiro no território
nacional e a sua movimentação pela costa brasileira, em viagem de cruzeiro que
incluir escala em portos nacionais, bem assim as atividades de prestação de
serviços e comerciais, inclusive relativas a mercadorias de origem estrangeira,
destinadas ao abastecimento da embarcação e à venda a passageiros, serão
submetidos ao tratamento tributário e ao controle aduaneiro estabelecidos nesta IN”.
Por tanto a legislação não é clara, ao aplicar o sistema tributário brasileiro,
quando segundo o conceito da ANTAQ, o navio estaria de passagem pelo Brasil.
Por exemplo, segundo o presidente da Abremar, Eduardo Nascimento, um
cruzeiro internacional, com 700 tripulantes, fazendo escala somente nos portos de
Salvador e Rio de Janeiro, terá de pagar de R$ 250 mil, não incluindo as despesas
com despachantes.
Ambiente Ecológico
O Brasil possui quase 8 000 quilômetros de praias banhadas por sol na maior
parte do ano, uma costa recortada com uma exuberância de belezas naturais e
76
biodiversidade única no mundo, condição que favorece significativamente a atração
de turistas.
No entanto, os problemas de desmatamento, extração ilegal de madeira,
tráfego de animais, ocupação irregular em áreas de preservação permanente, falta
de fiscalização, entre outros; comprometem os atrativos turísticos.
No caso do litoral de muitas cidades brasileiras, incluídas cidades de Santa
Catarina, a ocupação tem acontecido de forma desorganizada, de uma forma não
sustentável.
No que se refere aos cruzeiros marítimos e o ambiente ecológico, os mesmos
permitem visitas a lugares ecologicamente preservados, portanto, sem a
necessidade de aparatos e intervenções que venham a prejudicar regiões de acesso
restrito.
Segundo um relatório da ICCL, representante das 16 maiores linhas de
cruzeiros do mundo, vem sendo desenvolvidas convenções e tratados para
estabelecer leis internacionais aplicáveis a todos os navios de passageiros de
comercio internacional, no que respeita ao meio ambiente. Estas convenções
internacionais colocam um marco para padrões ambientais e de segurança ao redor
do mundo.
Devido que é uma indústria baseada em transportar passageiros para locais
onde possam experimentar e desfrutar das belezas providenciadas pela natureza ou
do ser humano, os membros da ICCL reconhecem que os problemas ambientais,
fazem dano à sua imagem e conseqüentemente as perspectivas do negócio. Por
esse motivo têm investido substancialmente em adotar tecnologias avançadas para
diminuir o impacto ambiental. Principalmente tecnologias para o tratamento de
efluentes, que quando totalmente desenvolvidas e provadas, espera se remover os
sedimentos e impurezas dos efluentes e transformar em água limpa que poderá ser
reutilizada ou despejada sem impacto ambiental.
O comprometimento com o meio ambiente se vê demonstrado mediante a
redução de resíduos de quase 50% a longo da última década.
Ambiente Tecnológico
Atualmente, segundo a OMT, o Brasil é o 36º principal destino do mundo em
número de visitantes e o 39º em faturamento. No ranking mundial de competitividade
77
no turismo, divulgado Fórum Econômico Mundial o Brasil acabou em 59º lugar.
Estas posições devem se em grande parte às deficiências na área de infra-estrutura,
péssimas condições das estradas e os gargalos dos aeroportos, e aos problemas de
violência. (ANUÁRIO DE TURISMO –REVISTA EXAME, 2007)
Adicionalmente aos problemas mencionados, no que se refere ao turismo de
cruzeiros marítimos especificamente, a ABREMAR destaca que o Brasil, não dispõe
de portos satisfatórios para o recebimento de cruzeiristas. Os berços de atracação
são insuficientes, são precárias as instalações para turistas, muitos portos são
cercados de muitas favelas, onde a violência apresenta altas taxas de violência, os
lugares são sujos e de difícil acesso para um transporte turístico de qualidade. Os
visitantes acabam tendo má impressão dos pontos de atracação.
4.6 ANÁLISE SWOT
Após a descrição dos diferentes ambientes foram analisados os pontos fortes,
fracos, oportunidades e ameaças para o turismo de cruzeiros em Porto Belo.
Pontos fortes
- Condições geográficas da baía de Porto Belo, segurança para a navegação
e fundeio.
- O porto natural implica menores custos que os portos estruturados e beleza
paisagística.
- Localização próxima a BR-101.
- Proximidade de outros atrativos do Estado.
- Vocação Náutica.
- Vocação Turística, o turismo como uma das principais atividades
econômicas.
- História, sexto município mais antigo de Santa Catarina.
- Belezas Naturais.
- Cultura e tradições açorianas.
- Empreendimento Ilha de Porto Belo, centro de lazer.
- Construções horizontais no centro da cidade, aspecto de vila de pescadores.
78
- Artesanato local.
- Estrutura Iate Clube é adequada para o receptivo.
- Boa qualidade das refeições em restaurantes.
- Existência de comercio local voltado para o turista.
Pontos fracos
- Falta de alfandêgamento.
- Falta de Terminal Turístico de Passageiros.
- Dificuldade de se transformar em um porto principal.
- Trânsito terrestre, falta de escoamento, principalmente na alta temporada.
- Ocupação do território desordenada.
- Calçadas estreitas ou falta das mesmas.
- Falta de tratamento de efluentes.
- Mão de obra despreparada.
- Falta de guias locais credenciados.
- Falta de decoração da cidade, restaurantes e lojas.
- Frota pequena de táxis e não utilização de taxímetro.
- Falta de outros meios de transporte terrestre como locação de carros e vans.
- Pouca diversificação de restaurantes.
- Capacidade de atendimento dos restaurantes saturada em alguns dias.
- Falta de produtos turísticos acabados em Porto Belo.
- Falta de casa de câmbio.
Oportunidades
- Crescimento do turismo de cruzeiros no Brasil e no exterior.
- Consideração do Brasil como um destino exótico e atraente para turistas
estrangeiros.
- Alavanca a economia local, aumentando o emprego e renda.
- Divulgação do destino sem custo.
- Diminuição da sazonalidade.
- Turistas com renda alta.
- Alta taxa de retorno dos passageiros ao destino visitado.
79
- Ciclo contínuo de crescimento da economia brasileira.
- Aumento da classe media no Brasil.
- Aumento dos índices de emprego e renda no Brasil.
- População do Brasil como grande pólo emissivo.
- Diminuição da sazonalidade nos destinos turísticos.
Ameaças
- Falta de infra-estrutura nos portos brasileiros para atender este tipo de
demanda.
- Falta de infra-estrutura em aeroportos e rodovias.
- Legislação laboral pouco favorável para os armadores nos navios de
cabotagem.
- Falta de regulamentação do setor.
- Concorrente forte – Porto de Itajaí.
- Cotação do dólar.
- Desaceleração da economia mundial.
- Altos índices de violência no Brasil, inibem a vinda de turistas estrangeiros.
Os pontos fortes que representam maior vantagem competitiva são as
condições geográficas de navegabilidade e fundeio da baía de Porto Belo, e a
beleza cênica, condições que colocam a cidade em uma condição única
comparando com outros portos do Estado de Santa Catarina. Em relação aos
demais pontos fortes identificados, os mesmos poderiam ser potencializados.
Dentro dos pontos fracos pode-se destacar que a resolução de dois deles
representaria uma mudança de patamar no receptivo de cruzeiros em Porto Belo,
sendo estes a falta de alfandegamento e a construção do Terminal Turístico de
Passageiros. Os outros aspectos apontados como pontos fracos são também
importantes, porém com um peso relativo menor, já que a maioria deles é comum
aos outros portos concorrentes dentro do Estado.
As principais oportunidades observadas são: o crescimento no mundo deste
tipo de viagem turística e o ciclo de crescimento da economia brasileira, enquanto a
primeira desencadeia as outras oportunidades de âmbito mais local, a segunda
coloca o país como um importante pólo consumidor para os cruzeiros de cabotagem.
80
As ameaças na esfera nacional e internacional poderão diminuir a freqüência de
escalas, já que as companhias migram de uma região a outra no o mundo segundo
as diferentes conjunturas para manter a rentabilidade. Para um melhor
aproveitamento das principais oportunidades mencionadas e para contornar as
ameaças, os investimentos em infra-estrutura tornam se imprescindíveis.
Numa esfera mais próxima a Porto Belo, o porto de Itajaí surge como o maior
competidor, podendo este ocasionar que Porto Belo perca importância significativa
na rota dos cruzeiros. Este fato pode ser agravado porque até o momento nenhum
investimento de médio ou grande porte foi realizado pelo poder público, apesar de
Porto Belo ter maior número de escalas no histórico de dez anos.
81
CONSIDERACOES FINAIS
O crescimento do turismo de cruzeiros marítimos no mundo, e mais
recentemente no Brasil, colocam os portos que recebem este tipo de demanda na
situação de adequar a infra-estrutura e os serviços oferecidos para poder
acompanhar este crescimento de uma forma mais competitiva. A partir deste cenário
surge a necessidade de realizar um estudo sobre as potencialidades de Porto Belo
no receptivo de cruzeiros marítimos.
Conforme a teoria, o turismo consiste em uma combinação de inter-
relacionamentos, onde estão envolvidos diferentes setores da sociedade, cultura,
história e ambiente natural, que junto à oferta turística ampliada (infra-estrutura e
serviços) formam como síntese o produto turístico, neste caso uma localidade.
Para uma melhor compreensão deste fenômeno, foram descritos em um
primeiro momento a oferta turística primária ou original, a oferta turística ampliada e
os diferentes ambientes, que conforme Vaz (2001) são: ambiente interno, micro
ambiente e macro ambiente; completando assim os diversos fatores que conformam
e influenciam o produto turístico.
Após o descritivo destes fatores, foram levantados os pontos fortes, pontos
fracos, ameaças e oportunidades, como forma de analisar e interpretar as variáveis
externas e internas, necessárias para o planejamento estratégico.
Consequentemente surgem algumas sugestões de melhorias que podem
contribuir para a consolidação do destino.
Uma das carências identificadas foi que a pesar da cidade ser rica em belezas
naturais (oferta primária), as mesmas não estão à disposição em forma de produto
turístico acabado com condições de ser oferecidas aos turistas de cruzeiros, com
exceção da Ilha de Porto Belo. Alguns dos produtos que poderiam ser formatados
são a Reserva Morro dos Zimbros, o mergulho na praia do Estaleiro, tour histórico e
panorâmico, criação de um Museu para resgate da história e cultura local, criação de
um orquidário com espécies da Mata Atlântica, que causa fascínio principalmente
em turistas estrangeiros. Estas seriam algumas formas para que os visitantes além
de desfrutar melhor da localidade, tenham mais opções de consumo e movimentem
ainda mais a economia local, já que na maioria dos casos são pessoas com alto
poder aquisitivo.
82
O serviço de transporte terrestre realizado por taxis também apresentou
algumas deficiências como frota insuficiente e tarifas pouco claras pela falta de uso
de taxímetro, indica-se a adoção desta tecnologia para evitar constrangimentos com
os visitantes. Também se sugere que, devido à alta percentagem de passageiros
que viajam em grupo familiar, o transporte de vans surge como uma alternativa para
satisfazer essa demanda. Propõe se a criação de uma associação deste tipo de
transporte, com a devida regulamentação para o cadastramento.
A pouca qualificação de mão-de-obra é outro dos problemas encontrados,
surgindo à necessidade de intensificar cursos, palestras e bolsas de estudo para o
setor.
No entanto, o maior condicionante que limita Porto Belo para que realize um
salto categórico no receptivo de cruzeiros marítimos, está relacionado à infra-
estrutura devido à falta de um terminal turístico de passageiros adequado, e a
impossibilidade de alfandegamento.
Também as obras de saneamento básico são prioritárias para garantir a
qualidade de vida dos habitantes e turistas. Sugere-se uma maior fiscalização sobre
o uso do território para evitar danos ambientais e deterioro da paisagem.
Pretende-se que a contribuição deste trabalho sirva para aprimorar os produtos
e serviços, para assim diminuir a distância entre as necessidades e a oferta,
mediante um melhor planejamento tanto do setor público como do setor privado.
83
REFERÊNCIAS ANUÁRIO turismo. In: Portal Exame. Disponível em: http://portalexame.abril.com.br/static/aberto/turismo/anuario_exame_turismo/m0125847.html> Acesso em 15 out. 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REPRESENTANTES DE EMPRESAS MARITIMAS. O potencial e o impacto dos cruzeiros marítimos no Brasil. Disponível em: <http://www.viagensdenavio.com.br/images/cruzeiros.pesquisa.abremar.pdf> Acesso em: 12 set. 2008. ______. Um setor em movimento. Disponível em: <www.abremar.com.br> Acesso em: 12 set. 2008. AMARAL, Ricardo. Cruzeiros marítimos. Barueri: Manole, 2002. BAPTISTA, Mario. Turismo: gestão estratégica. São Paulo: Verbo, 2003. BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do turismo. , 2. ed. São Paulo: SENAC, 1998. CRUISES LINES INTERNATIONAL ASSOCIATION. The cruise industry: a $35.7 Billion Partner in U.S Economic Growth. Disponível em: <http://www.cruising.org/Press/research/2006.CLIA.EconomicSummary.pdf> Acesso em: 16 set. 2007 CONHEÇA a Antaq. Antaq serviços online. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/Portal/antaq.asp>. Acesso em 20 set. 2008. DEPARTAMENTO da Polícia Federal. In: WIKIPEDIA a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Departamento_de_Pol%C3%ADcia_Federal> Disponível em: Acesso em 20 set. 2008. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1995. INTERNATIONAL COUNCIL OF CRUISE LINES. Industry as a partner for sustainable development. United Kingdom, 2002. Disponível em: <http://www.cruising.org/industry/unep.pdf> Acesso em: 16 set. 2007.
84
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Contagem da população 2007. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/default.shtm> Acesso em: 09 out. 2008 KOHL, Dieter Hans Bruno. Porto Belo: sua historia, sua gente. 2. ed. Blumenau: Odorizzi, 2001. KOTLER, Philip. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber.. Rio de Janeiro: Campus: Elsevier, 5. ed 2003. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo, SP: Pearson Education do Brasil, 2006. LAGE, Beatriz Helena Gelas; MILONE, Paulo César. Economia do turismo. , 7. ed. São Paulo: Atlas, 2001. LEMOS, Leandro de. Turismo: que negocio e esse: uma analise da economia do turismo. 3.ed. Campinas: Papirus, 2002. MEDLIK, S.; LOCKWOOD, A. Turismo e hospitalidade no século XXI. 1. ed. Barueri: Manole, 2003. MIDDLETON, Victor T. C.; CLARKE, Jackie. Marketing de turismo: teoria & prática. Rio de Janeiro: Campus, 2002. MOESCH, Marutschka Martini. A produção do saber turístico. São Paulo: Ed. Contexto, 2000. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e praticas. 10.ed. São Paulo: Atlas, 1996. PALHARES, Guilherme Lohmann. Transportes turísticos. Sao Paulo: Aleph, 2002.
PERUCIC, D. The Impact of Globalization on Supply and Demand in the Cruise Industry. Tourism and Hospitality Management, Vol. 13, No. 3, 2007. SANTUR. Missão. Disponível em: <http://www.santur.sc.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=78&Itemid=118>Acesso em: 20 set. 2008.
85
Secretaria da Receita Federal. Conheça a Receita Federal. Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/SRF/ConhecaRFB.htm> Acesso em: 20 set. 2008. RABAHY, Wilson Abrahão; KADOTA, Décio K. Avaliação de alguns impactos econômicos das viagens em Cruzeiros Marítimos no Brasil. FIPE/ IPETURIS, São Paulo, 2006. Disponível em: <http://www.abremar.com.br/pdf/Avaliacao_de_Impactos_Economicos.pdf> Acesso em: 12 set. 2008. ________________. Caracterização da demanda das viagens de cruzeiros no Brasil. FIPE/ IPETURIS, São Paulo, 2006. Disponível em: <http://www.abremar.com.br/pdf/Caracterizacao_da_Demanda_de_Viagens.pdf > Acesso em: 12 set. 2008. ROESCH, Sylvia Maria de Azevedo. Projetos de estágio do curso de administração. 3. ed. São Paulo, SP: Atlas, 2005. TURISMO. In: WIKIPEDIA a enciclopédia livre. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Turismo>Acesso em: VAZ, Gil Nuno. Marketing turístico: um roteiro estratégico para projetos mercadológicos públicos e privados. São Paulo: Pioneira, 2001.
86