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Page 1: Aplicação do Espiritismo Encontro 11 As virtudes a serem cultivadas (III)

Aplicação do Espiritismo

Encontro 11

As virtudes a serem cultivadas (III)

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Compreensão, Tolerância

“O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, e consiste em não se ver

superficialmente os defeitos alheios, mas em se procurar salientar o que há de bom e virtuoso no

próximo. Porque, se o coração humano é um abismo de corrupção, existem sempre, nos seus mais ocultos refolhos, os germes de alguns bons

sentimentos, centelha vivaz da essência espiritual”.

ESE. Cap. X. Bem-aventurados os Misericordiosos. Item 18. Dufétre)

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A maneira de procurar entender as justificativas ou as atitudes daqueles com quem estamos

dialogando, leva-nos, certamente, a uma disposição de não interferência nos próprios

pontos de vista, portanto, de isenção, de imparcialidade, de neutralidade.

Para sermos compreensivos precisamos estar preparados para aceitar as reações, a conduta, o modo de ser das pessoas, sem prejulgamento ou condenações. Precisamos estar preparados para aceitar as criaturas como elas são, do jeito que

elas se expressam, até mesmo quando corrompidas, criminosas, assaltantes, prostituídas

ou viciadas.

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Encarando-as com o pressuposto de que possuem uma essência espiritual e

como tal são passiveis de bons sentimentos, com potencialidades

latentes, sujeitas ao desenvolvimento, a nossa firme convicção nesses valores espirituais poderá transmitir aos seres mais difíceis a confiança que um dia

esperavam para sair do estado conturbado e se conduzir a um rumo

seguro em sua vida.

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A rigor não temos mesmo muitos meios de avaliar as profundezas do caráter de

ninguém, pois quaisquer conclusões apressadas são falsas.

A atitude mais prudente, honesta e cristã é a de compreensão e tolerância, para

com quaisquer indivíduos. Esse é o nosso comportamento mais produtivo.

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O sentimento de tolerância é uma conseqüência da compreensão. Como

não nos cabe salientar os erros e defeitos alheiros, nem mesmo criticá-

los, devemos admitir, desculpar, aceitar, perdoar, atenuar e mesmo comutar

esses erros.

Em nosso relacionamento comum, como podemos ser compreensivos e

tolerantes?

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a) Evitando fazer comentários desairosos e deprimentes em relação a quaisquer

criaturas;

b) Aceitando as reações alheias sem nos aborrecer e sem condená-las;

c) Ouvindo serenamente, por mais chocantes e pavorosas que sejam suas

narrações, aqueles que nos confiem seus problemas, sem esboçarmos escândalo, mas ajudando-os a encontrar, por eles

mesmos, os caminhos da saída;

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d) Afastando, de todas as maneiras, ressentimentos, mágoas ou remorsos

que os dissabores provocados por alguém estejam nos perturbando a

tranqüilidade;

e) Eliminando a intransigência nas nossas analises em relação ao comportamento do próximo;

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f) Ponderando com isenção e equilíbrio as infrações cometidas por

funcionários, na oficina de trabalho ou no meio domestico, aproveitando as experiências deles para renovar-lhes

as oportunidades de acertos;

g) Não nos referindo a exemplos próprios de boa conduta para

recomendar procedimentos a outrem;

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h) Transformando a austeridade punidora dos maus comportamentos

entre familiares em colóquios abertos, ouvindo e comentando coletivamente em torno dos problemas, para que se

chegue calmamente às correções cabíveis.

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“Sede indulgentes, meus amigos, porque a indulgência

atrai, acalma, corrige, enquanto o rigor desalente,

afasta e irrita”.

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Perdão

“Espíritas, não esqueçais nunca que, tanto por palavras como por atos, o perdão das

injurias não deve ser uma expressão vazia. Pois que vos dizeis espíritas, sede-o.

Esquecei o mal que vos tenham feito e não penseis senão numa coisa: no bem que

podem fazer”.

ESE. Cap. X. Bem-aventurados os Misericordiosos. Item 14. Perdão das Ofensas. Simeão.)

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Quantos males nesse mundo não poderiam ser evitados com o perdão?

Por quais razões é ainda a criatura humana tão inflexível, e se deixa

envenenar pelos ódios?

Centralizamos em nós mesmos a importância de tudo e não percebemos o sentido coletivo da nossa existência.

É sempre o eu, o meu, para mim, comigo, em mim, ou seja, o egoísmo, o

egocentrismo.

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O que nos atinge no monumento glorioso e sensível do nosso eu é

motivo de reação imediata, de defesa, revide, vingança. Quanto mais posses e poder tivermos,

mais fortemente responderemos e maiores proporções assumem

nossas reações às ofensas. Geram-se inimizades, conflitos,

guerras.

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Perdoar é ainda um grande desafio para todos nós, nas menores coisas que

nos envolvem; alguém que nos resvala por descuido na rua já recebe

nossa reclamação; aquele que nos toma a frente na fila do ônibus é logo puxado para trás; alguns centavos a

menos num troco recebido causa uma discussão; um cumprimento menos atencioso de um vizinho já nos torna

inimigos ferrenhos.

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Por que tamanhas suscetibilidades?

Como podemos sair desse estado íntimo?

O doce e suave perdão nos responderá pelo bem que nos proporcionara.

Experimentemos e examinemos o seu valor.

Vejamos como exercita-lo:

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a) Controlando nossos impulsos de menosprezo e indiferença a quem nos tenha esquecido uma cortesia social;

b) Desarmando-nos intimamente, segurando nossos braços e mãos no contato impetuoso com as multidões, no aperto das calcadas, coletivos ou

estádios;

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c) Tolerando o rosto contraído de um vizinho que mal nos olha no elevador,

na área comum, na feira ou nos arredores do nosso bairro;

d) Não nos deixando magoar com o colega de trabalho mal-humorado ou com o chefe irritado que nos ofenda;

e) Evitando contendas calorosas em assuntos familiares, esquecendo a

necessidade de explicações ou pedidos de desculpa de parentes, por falhas

aparentemente injustificáveis;

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f) Aceitando sem exigências irritantes a maneira de ser desse ou daquele nosso integrante do lar, que mesmo contrários

ao que de melhor deles esperamos realizam seu aprendizado na escola da

vida;

g) Cultivando o esquecimento de nós mesmos, nos sacrifícios voluntários ao que possuímos de importante em nosso

eu, o que nos torna invulneráveis às agressões, aos maus tratos e às

injúrias;

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h) Afastando planos de represálias ou idéias de endurecimento para com

aqueles afetos mais queridos que nos abandonaram ao esquecimento;

i) Alimentando o coração de clemência, sempre que formos caluniados,

injustiçados, ofendidos, agredidos, aplacando, assim, os tormentos da

revolta.

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“Perdoai, empregai a indulgência, sede caridosos, generosos, e até mesmo pródigos no vosso amor,

porque o Senhor vos dará; curvai-vos, que o Senhor vos levantará; humilhai-vos, que o Senhor vos

assentará em lugar de destaque”.

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Brandura, Pacificação

“Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a terra”.

(Mateus, 5:5)

“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus”.

(Mateus, 5:9)

“Ao enunciar essas máximas, Jesus fez da brandura, da moderação, da mansuetude, da

afabilidade e da paciência uma lei”.

ESE, Cap IX. Bem-Aventurados os Brandos e Pacíficos. Injurias e Violências.)

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Como reagirmos com brandura num mundo de violência?

Como sermos pacíficos num mundo de guerras?

Quando os ódios se acirram e as revoltas crescem contra os poderosos

do mundo e contra as injustiças humanas, nas lutas pelos privilégios que todos esperam e acham que tem direito, como aplicarmos a brandura e

a pacificação?

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Por que motivos? Com quais resultados?

Qual o significado das palavras do Cristo ao dizer que os brandos

herdarão a Terra? Poderá parecer um contra-senso?

Para que a brandura e a pacificação tenham realmente lugar nos corações

dos homens, muito terão que mudar os quadros atuais do panorama terrestre.

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O clima nebuloso de conflitos e crimes não poderá perdurar por muito mais tempo; haverá

certamente um limite aos abusos do mal. Quando? Não o sabemos. A cada um que

entende que algo deve ser feito para por um fim a tudo isso, concentre suas forças e faça sua

parte, o melhor que puder, porque eles formarão o mundo do amanha e receberão o resultado do seu esforço, as recompensas do seu trabalho.

Cada um de nós é chamado a contribuir na edificação desse mundo melhor. E entre as ferramentas e os instrumentos empregados

estão, sem duvida, a brandura e a pacificação. Como utilizá-las? Vejamos:

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a) Dissipando quaisquer sentimentos de contrariedade por motivos comuns que nos

aborreçam;

b) Guardando a calma e a serenidade mesmo quando em nossa volta o mundo ameace

desabar;

c) Mantendo a paz interior nas horas em que tudo nos induz a cometer desatinos;

d) Conciliando discórdias entre familiares ou amigos nos mal entendidos comuns;

e) Dosando a afabilidade e a doçura no relacionamento com os nossos colegas de trabalho mais instáveis emocionalmente;

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f) Apaziguando ânimos exaltados nas contendas entre parente ou companheiros de

serviço;

g) Dispensando menor importância aos bens terrenos, deixando de nos encolerizar pelas

ganância de adquiri-los;

h) Buscando na prece e na meditação serena a renovação das forcas e disposições no bem;

i) Abastecendo os valores intelectuais com leituras freqüentes, análises e conclusões

dos preceitos evangélicos a serem seguidos nas diferentes circunstancias da existência.

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“Quando a lei de amor e caridade se constituir em lei da Humanidade,

deixará de existir o egoísmo; o fraco e o pacifico não serão mais explorados

nem espezinhados pelo forte e o violento. Será esse o estado da Terra quando, segundo a lei do progresso e

a promessa de Cristo, ela estiver transformada num mundo ditoso, pelo

afastamento do mal”.


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