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SEMINRIO TEOLGICO BATISTA DO TRINGULO MINEIRO CURSO DE TEOLOGIA PESQUISA TEOLGICA

APOLOGTICA CRIST NO SCULO XVI

RENATO ANSIO DA COSTA JUNIOR

UBERABA / 2011

RENATO ANSIO DA COSTA JUNIOR

APOLOGTICA CRIST NO SCULO XVI

Trabalho de Produo de Conhecimento apresentado na matria de Pesquisa Teolgica do Seminrio Teolgico Batista do Tringulo Mineiro.

Professor Orientador: Miss. Lbia

A Deus, por ter me ajudado a chegar at aqui e a todos que acreditam que o valor da vitria no se mede pelo ouro conquistado, nem pelos ttulos e condecoraes, mas pela vocao de querer continuar lutando com f e humildade.

"SENHOR, tu me sondas e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. No havendo ainda palavra alguma na minha lngua, eis que logo, SENHOR, tudo conheces." Salmos 139:1-4

"Irmos, no deis crdito a qualquer esprito; antes, provai os espritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem sado pelo mundo afora." (1 Jo 4:1)

RESUMO

No incio da Igreja Crist, presses externas e internas requeriam definies claras e defesas da verdade, e isso deu origem teologia. Os primeiros Pais que assumiram a defesa da verdade so, por essa mesma razo, chamados apologetas, ou como so chamados hoje em dia Apologistas. Os mais importantes entre eles foram: Justino, Taciano, Atengora e Tefilo de Antioquia. Eles defendiam o cristianismo mostrando que no havia provas em prol das acusaes feitas contra seus adeptos. No satisfeitos com a mera defesa, eles tambm atacaram seus oponentes. Finalmente, os apologistas tambm sentiram a incumbncia de estabelecer o carter do cristianismo como uma positiva revelao de Deus. A apologtica tem um papel importante na construo positiva da verdade. Consideraram-no uma filosofia, porque contm um elemento racional e responde satisfatoriamente s indagaes em que todos os verdadeiros filsofos se tm ocupado, porm tambm consideraram-no anttese direta da filosofia, porquanto livre de todas as meras noes e opinies, p ter-se originado de uma revelao sobrenatural. Deve-se admitir que aqueles primeiros Pais deram grande prominncia s verdades racionais, buscando demonstrar sua racionalidade. No quero atravs deste trabalho abrir mo da apologtica crist tradicional, mais levar a enfoque que a apologtica crist no presente sculo deve ser um instrumento para conquistar pessoas. Apologtica crist no sculo XXI estimula os leitores a que examine e formule abordagens em defesa do evangelho, adequadas s suas necessidades e oportunidades particulares. Uma apologtica insensvel individualidade humana e variedade de situaes nas quais as pessoas se encontram cair rapidamente no vazio. Assim, a apologtica deve ser revitalizada com criatividade: cincia por propor-se a conferir integridade e profundidade intelectuais evangelizao, assegurando que a f permanea arraigada na mente e no corao, ao mesmo tempo que arte por ser uma tentativa criativa de combinar a proclamao do evangelho com as necessidades e preocupaes das pessoas.

SUMRIO

RESUMO .................................................................................................................. 05

1. INTRODUO...................................................................................................... 11 1.1 Tema Central ..................................................................................................... 12 1.1.1 O ambiente mercadolgico............................................................................... 12 1.1.2 Os desafios do setor ........................................................................................ 13

4. CONCLUSO E RECOMENDAES................................................................. 86 4.1 Concluso ......................................................................................................... 86

5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................... 90

INTRODUO

Geralmente muitos cristos nunca ou quase nunca ouviram falar em apologia e uma grande parcela nunca leu nada sobre o assunto. O que apologia? Para que serve? Onde emprega-la? Para sabermos o que apologia precisamos primeiro saber o que no . O Que No Apologia. 1. Apologia no criticar a religio dos outros. 2. Apologia no menosprezar as demais crenas. 3. Apologia no declarar guerra aos demais credos. O dicionrio "Aurlio sculo XXI" define apologia como: "Discurso para justificar, defender ou louvar." A palavra grega nos escritos neotestamentario para "responder" apologia. Essa palavra aparece em I Pedro 3:15 "antes santificai em vossos coraes a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansido e temor a todo aquele que vos pedir a razo da esperana que h em vs". Portanto, apologia dentro do contexto evanglico-eclesistico, a habilidade de responder com provas adequadas e slidas a f crist perante as demais religies. J que o cristianismo uma religio de fatos, ou como bem expressou certo apologista: " uma religio que apela aos fatos da histria", ela se serve de tais meios para fundamentar seus argumentos. A apologia parte inseparvel da teologia, sendo que aquela, serve-se desta, para desenvolver um plano lgico e sistemtico nas questes

argumentativas concernentes f crist. O cristianismo uma religio que por sua natureza exclui quaisquer outros credos como verdadeiros, a no ser ele mesmo. Por isso, ele entra em choque com as demais religies existentes, que so sem excees, produtos das idias dos homens, que na nsia de sua procura pelo sagrado, por Deus, aliena-se nas suas prprias imaginaes, resultado da depravao total da qual est sujeita a humanidade sem Deus. Enquanto as demais religies apresentam vrios

intercessores e deuses e, mormente, vrios caminhos que levam a tais deidades, o cristianismo por sua vez apresenta um s mediador e um s caminho que leva exclusivamente a apenas um nico Deus verdadeiro.

Neste choque de crenas a apologia se torna indispensvel. Ela nasce forosamente como uma resposta ao ataque s doutrina que muitas vezes se apresenta sob diversas faces. Quase todas as epstolas foram escritas visando defesa da f crist (no sentido de corrigir erros doutrinrios) contra os ataques de fora, e muitas vezes de dentro da prpria igreja. Se houver consenso entre as afirmaes que dizem que a verdade e a moral foram substitudas pelo engano e pelo relativismo, estamos, ento, diante de um problema estrutural que desafia educadores, lderes e todos aqueles que ainda acreditam na verdade absoluta revelada por Deus nas Escrituras Sagradas. Temos um cenrio moldado pelo pensamento ps-moderno em todas as suas esferas. E suas implicaes podem ser detectadas principalmente na religio, na poltica, na educao e na tica. Para o ps-modernismo, a nica verdade que no existe verdade, segundo o escritor colombiano Daniel Salinas. A narrativa de outro autor nos ajudar a compreender melhor o contexto da ps-modernidade: Enquanto a modernidade um manifesto auto-suficincia humana e autogratificao, o ps-modernismo uma confisso de modstia e, at mesmo, de desesperana. No h verdade. H apenas verdades. No h razo suprema. S existem razes. No h uma civilizao privilegiada, e muito menos cultura, crena, norma e estilo. Existe somente uma multido de culturas, de crenas, de normas e de estilos. No h justia universal. Existem apenas interesses de grupos. No h uma grande narrativa do progresso humano. Existem apenas histrias incontveis, nas quais as culturas e os povos se encontram hoje. No existe realidade simples, e muito menos a realidade de um conhecimento universal e objetivo. O que existe, de fato, apenas uma incessante representao de todas as coisas em funo de todas as outras. Diante desse quadro, no podemos, de forma alguma, ignorar o que est acontecendo nossa volta, como se no pudssemos enxergar ou, pior ainda, como se no estivssemos interessados em enxergar, simplesmente por acharmos que

no seremos atingidos por essa avalanche de pensamentos. Mas no bem assim. Muito pelo contrrio. Quando observamos os contedos didticos do ensino fundamental ao acadmico, conseguimos identificar sim as abordagens sobre os conceitos relativistas e desconstrutivos relacionados aos temas fundamentais da estrutura de uma sociedade, tais como: famlia, religio e tica. Identificamos nos livros didticos baseados no pensamento ps-moderno idias que propagam reverncia me Natureza e ainda propem o fim das diferenas religiosas, morais e ticas, sob a gide do pluralismo e do multiculturalismo. O pluralismo outorga a todas as religies o mesmo valor soteriolgico, moral e espiritual, ressaltando que nenhuma cultura pode ser considerada melhor do que qualquer outra. justamente esse o ambiente que est formando as novas geraes. Segundo o escritor Charles Colson, a maneira como vemos o mundo pode mudar o mundo. Como isso pode acontecer? Quando o cristo se compromete a viver sua f. Diante disso, devemos encarar a nossa f com seriedade e compromisso, sem ignorar que o ser humano um ser pensante e necessita de respostas. E a nica maneira que temos de fornecer respostas que atendam s mais profundas necessidades do ser humano mediante a verdade absoluta revelada por Deus nas Escrituras Sagradas. Portanto, o desafio est diante de ns, de todos ns, e, principalmente, dos lderes e educadores cristos. tempo de tocar a trombeta em Sio, de alertar sobre os perigos iminentes, antes que seja tarde demais. No podemos nos sentir satisfeitos com discursos improvisados, simplistas, sem contedo. necessrio que haja dedicao e renncia, para que o povo de Deus se faa mais sbio e preparado para enfrentar um mundo que se transforma a cada dia. O que nos remete reflexo do escritor Samuel Escobar: Estamos entrando numa poca bem diferente daquela que chamamos de tempos modernos. Nessa poca denominada ps-moderna, temos a obrigao e o dever, como servos de Deus, de anunciar e viver a f crist. F esta que tem sobrevivido por vinte sculos, que tem passado de uma cultura para outra. A f que, h muito, deixou de pertencer somente aos europeus, pois se espalhou por todo o planeta. Se agirmos dessa maneira, o cristianismo deste sculo ser um cristianismo

diferente, porque ser mltiplo e global. A pessoa central desse cristianismo ser o nosso Senhor Jesus Cristo, cuja memria e presena tiveram a capacidade de transcender a todas as culturas. E continuar sendo assim. Essa a nossa firme esperana.

1. APOLOGTICA CRIST E SUAS METOLOGIAS

A questo da metodologia basicamente a questo da epistemologia. Nosso alvo avaliar as vrias cosmovises que esto competindo pela lealdade do povo. Mas para fazer isso precisaremos uma base de conhecimento. Como que eu posso conhecer a verdade? Qualquer sistema de apologtica um sistema de epistemologia, embora seja mais que isso tambm. Ele mais porque um outro alvo do sistema a comunicao da cosmoviso crist. Para comunicar preciso um ponto de contato com o no-crente. Portanto, qualquer sistema de apologtica, para ser completo, deve ter pelo menos as seguintes partes: 1) Um ponto de partida lgico, 2) um ponto de contato com o descrente, ou seja, terreno comum, 3) provas da verdade, 4) o papel do raciocnio, 5) a base da f em Deus, Cristo e a Bblia. O significado destes aspectos de uma apologtica deve ficar claro ao explicar as metodologias abaixo. Existe muito debate sobre a metodologia adequada para defender a f, mas elas podem ser resumidas dentro de trs grupos maiores.

1.1 A apologtica tradicional 1.1.1 Evidencialismo

Os evidencialistas tomam a postura de que a melhor maneira de se comprovar a existncia de Deus e a veracidade da Bblia apelar para a evidncia da histria. Eles apontam para a evidncia da ressurreio de Jesus, por exemplo, como a prova de que Ele Deus. O evidencialismo caracterizado pela tendncia de se asseverar que a verdade do Cristianismo pode ser demonstrada como sendo altamente provvel. Os evidencialistas comeam a partir do empirismo e a abordagem deles pode ser analisada assim: a) Ponto de partida lgico - O empirismo comea a partir do dado emprico para construir uma cosmoviso. Ele pressupe que exista uma correspondncia entre a realidade exterior e as percepes interiores na mente humana e que os cinco

sentidos so confiveis. Outros pressupostos incluem a unidade da experincia, a regularidade das leis da natureza e causalidade. claro que o evidencialismo no depende apenas dos fatos, mas tambm de alguns pressupostos metafsicos, embora nem todos os empiristas admitam isso. b) Terreno comum - Os evidencialistas dizem que a coisa que temos em comum com os no-crentes so os fatos. Um fato um fato, eles dizem. Eles pressupem que os fatos so os mesmos para todo mundo que eles tm o mesmo significado. Alguns evidencialistas admitem que temos em comum com os descrentes as formas lgicas do raciocnio humano. c) Prova da verdade - Algo verdadeiro se ele consistente com os fatos. Por isso eles do muita nfase aos fatos histricos: a ressurreio de Jesus, etc. Para eles a evidncia exige um veredito. (Da, o ttulo do livro de Josh McDowell). d) O papel do raciocnio - Os evidencialistas dependem da lgica indutiva. Eles tentam raciocinar a partir dos fatos (a ordem no universo, a ressurreio) para os princpios metafsicos (a existncia de Deus, a divindade de Cristo). e) A base da f - Certeza absoluta impossvel, segundo os evidencialistas. O melhor que podemos esperar um alto grau de probabilidade. Eles dizem que entre as vrias cosmovises possveis, o cristianismo o mais provvel e deve ser aceito. Quais so os problemas do evidencialismo? Os evidencialistas insistem que apologtica no pode comear a partir do pressuposto do Deus da Bblia. A epistemologia deles, ento, comea no mesmo lugar da epistemologia do descrente. Os dois pressupem que o universo pode ser interpretado pela mente humana sem referncia a Deus. Os princpios para interpretar o mundo existem no prprio mundo. Mas, se o descrente pode descobrir a verdade e interpretar o universo sem Deus, ento por que ele precisa de Deus? E como que o evidencialista sabe que existe uma correspondncia entre as percepes na sua mente e o mundo exterior dele? A no ser que ele possa resolver os problemas inerentes epistemologia do empirismo, o apologista no pode comprovar a possibilidade do conhecimento. Sem uma base de conhecimento no possvel comprovar a existncia de Deus. Minha avaliao que o evidencialismo pode ser muito til contanto que ele seja colocado num arcabouo de pressupostos suficientes para o sustentar. O evidencialismo s no basta para comprovar o cristianismo.

1.1.2 Racionalismo O racionalismo uma epistemologia que tenta conhecer a verdade dedutivamente. Vrios filsofos (Anselmo, Descartes) tentaram o comprovar cristianismo atravs do racionalismo. a) Ponto de partida lgico - O racionalismo comea a partir de axiomas ou pressupostos que no podem ser negados. O cogito ergo sum (penso, logo, existo) de Descartes um exemplo. b) Terreno comum - O ponto de contato entre os no-crentes a validade universal das leis da lgica: a lei da no-contradio, a lei da identidade, e a lei do meio excludo. Estas leis compem a estrutura da mente humana e definem as possibilidades na realidade. A lei da no-contradio Uma proposio no pode ser afirmada e negada ao mesmo tempo, no mesmo sentido, e ainda ser verdadeira. A lei da identidade A=A A no igual a no-A A lei do meio excludo - ou A = B ou A no = B, no existe uma terceira opo, por exemplo, ou Scrates um homem ou no um homem. No pode ser um ente que seja parcialmente homem. c) Prova da verdade - A consistncia lgica a prova da verdade final. d) O papel do raciocnio - O processo de raciocinar, segundo o racionalismo, deduzir as concluses que se seguem logicamente dos axiomas. A razo puramente dedutiva. e) A base da f crist a certeza dos silogismos lgicos. Problemas? O problema do racionalismo que os argumentos so apenas to bons como os pressupostos. Um argumento pode ser vlido e ainda falso por ter falsos pressupostos. O racionalismo pretende construir um argumento com pressupostos fundamentados no mundo finito e concluir com um Deus infinito. Mas pressupostos finitos (pensou, logo existo, etc.) no so suficientes para chegar a um Ser Infinito. O raciocnio, para ser suficiente, deve comear a partir de um ponto de referncia infinito.

1.1.3 Misticismo a) Ponto de Partida lgico - Testemunho pessoal sobre sua experincia de Deus. b) Terreno comum - No existe terreno comum porque os no-crentes no podem entender o que eles no experimentaram. c) Prova da verdade - A auto-autenticao da experincia. O mstico responde aos incrdulos ao dizer: Jesus mudou a minha vida. A prova final a realidade de um encontro com Deus. d) O papel do raciocnio - A razo pode interpretar a experincia, mas ela incapaz de avaliar a verdade da experincia. As vezes o raciocnio visto como um obstculo a uma experincia de Deus. e) A base da f - Os msticos dizem que eles tm uma certeza psicolgica. A f irracional. Problemas? Os Mrmons tm a sua experincia, os Hindus, e todas as outras religies tambm. A experincia precisa de um ponto de referncia objetivo para valid-la.

1.2 Metodologias recentes 1.2.1 Verificacionismo

Os

verificacionalistas

combinam

os

mtodos

tradicionais

e

ainda

acrescentam outras provas. Eles propem que a probabilidade da veracidade da religio crist pode ser aumentada atravs da viabilidade existencial. Um sistema que no vivel ao nvel prtico considerado improvvel. a) Ponto de partida lgico - Eles propem a existncia de Deus como uma hiptese que precisa ser testada. b) Terreno comum - Os verficacionalistas dizem que todos os homens tm em comum os fatos da experincia, as leis da lgica, a busca de valores e as leis morais.

c) Prova da verdade - Consistncia sistemtica, ou seja, aquilo que corresponde aos fatos (com menos problemas do que outros sistemas), sem contradies lgicas, e pode ser vivido sem hipocrisia o mais provvel. d) O papel do raciocnio - A razo humana o juiz que verifica a hiptese atravs da lgica e experincia. e) A base da f - A probabilidade intelectual e a certeza moral so as bases da f, segundo os verificacionalistas. O cristianismo a cosmoviso mais provvel e esta probabilidade to alta que exige certeza moral. Problemas? O verficacionalismo uma combinao do empirismo, o racionalismo e o misticismo. Comeando com os pontos de partida finitos que estes sistemas tm, ele sofre as mesmas fraquezas.

1.2.2 Pressuposicionalismo

Os pressuposicionalistas discordam, dizendo que os apstolos no pregavam que a veracidade da Palavra de Deus era apenas provvel. Eles atacavam a estrutura do pensamento dos pecadores e ns devemos fazer o mesmo. Ento os pressuposicionalistas procuram expor os pressupostos dos incrdulos e demonstrar a sua insuficincia. Atravs da destruio dos alicerces do pensamento pago, as idolatrias do mundo so derrubadas e o Evangelho apresentado como a nica esperana. a) Ponto de partida lgico - Os pressuposicionalistas comeam onde a Bblia comea, com o pressuposto do Deus Trino da Bblia e a inerrncia das Escrituras. b) Terreno comum - O ponto de contato com o descrente o fato de que ele uma criatura de Deus, feito imagem dEle e que ele mora no mundo que Deus criou. No existe terreno comum entre o sistema (epistemologia) do descrente e do crente, porque a interpretao do mundo feita pelo descrente pressupe que Deus no existe. Mas o descrente no consistente com os seus prprios pressupostos. Ele aceita vrias verdades que ele roubou do sistema cristo. Podemos aproveitar este terreno comum para falar com eles. Por exemplo, os humanistas aceitam

relativismo tico e negam que existem absolutos morais, mas quando algum rouba o carro deles, eles insistem que roubar errado. c) Prova da verdade - As reivindicaes da Bblia so auto-autenticadas. No fim, a prova da verdade do sistema cristo que, se no fosse verdadeiro, no existiria verdade. Os pressupostos da cosmoviso crist so necessrios para qualquer predicao. d) O papel do raciocnio - O crente pode se colocar no lugar do no-crente para mostrar-lhe os resultados do seu sistema no-cristo. O crente usa a razo para desconstruir a cosmoviso do no-crente e revelar os seus absurdos e problemas. Alm disso, o crente mostra que a Bblia contm uma cosmoviso que suficiente para resolver os problemas da epistemologia, da tica, da ontologia, e da teleologia. e) A Base da f - No fim das contas, a Palavra de Deus e a autoridade de Deus so as bases da f crist. Os pressuposicionalistas dizem que a veracidade da f rist absoluta.

2. DEFENDER A F OU NO? CRTICA OU APOLOGIA?

2.1 O conselho de Gamaliel, reflete o pensamento Cristo?

Em nosso Brasil hodierno, as seitas pseudo-crists tem se multiplicado com tal rapidez, que possvel presenciar diariamente o surgimento de diversas instituies eclesisticas que, apesar de exibirem a alcunha de crists ou evanglicas, pouca semelhana tm com Cristo e seu evangelho. Tais movimentos, apesar de falarem no nome de Deus, trazem em seu bojo doutrinrio uma srie de preceitos alheios Palavra de Deus. Correntes de libertao, pregaes triunfalistas com nfase em prosperidade financeira e muitos milagres so exibidos pelos apstolos do momento. Estas lideranas costumam valer-se dos milagres para autenticar seus ministrios e amedrontar aqueles que lhes so contrrios. A intimidao espiritual e a falta de exegese autntica so as marcas destes ministrios emergentes. Certo tele-apstolo, costuma respaldar-se nos milagres que produz. Olha o milagre a igreja! Quero ver dizer agora que eu no sou homem de Deus. reverbera Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. Se essa obra no for de Deus, vai acabar; mas se ela for de Deus, ningum vai nos parar - diz o apstolo, supostamente respaldado pelo conselho de Gamaliel, em At 5.34-39:

Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que, por um pouco, levassem para fora os apstolos; e disse-lhes: Vares israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens.Porque, antes destes dias, levantou-se Teudas, dizendo ser algum; a este se ajuntou o nmero de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo aps si; mas tambm este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.

E agora digo-vos: Dai de mo a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra de homens, se desfar, mas, se de Deus, no podereis desfaz-la, para que no acontea serdes tambm achados combatendo contra Deus.

O argumento apresentado por Gamaliel, famoso rabino da seita dos Fariseus, tem sido perpetuado como sendo um conselho verdadeiro e inspirado. Muitos defensores dos novos movimentos de f tambm se valem deste argumento quando dizem:

No fale do bispo tal, porque ele ungido de Deus. Alis, se ele no de Deus, como a igreja dele cresce tanto? Deixa ele, pois se essa obra for de Deus, voc estar lutando contra Deus!

2.1.1 Onde est o problema com o conselho de Gamaliel?

Em primeiro lugar, devemos reconhecer que na Bblia h registros inspirados e mandamentos inspirados. Ela descritiva e prescritiva. Por exemplo: A Bblia descreve algumas das mentiras de Satans, mas ela no ensina a mentira. As mentiras do diabo, portanto, so descries e no prescries. Ela tambm descreve o adultrio de Davi, mas no prescreve o adltrio. Ela descreve a traio de Judas, mas isso no quer dizer que o cristo deve trair a confiana dos seus amigos. A boa heremenutica nos exorta a reconhecer que nem tudo o que est na Bblia um mandamento para o cristo. O mesmo acontece com o conselho de Gamaliel. A Bblia o descreve, mas no prescreve sua atitude como correta. Ora, Gamaliel sequer era cristo; muito pelo contrrio: Ele era membro da seita que mais se ops ao cristianismo durante os primeiros anos da sua existncia. Alm disso, a premissa de Gamaliel no resiste prova da histria: A experincia humana tem se encarregado de provar que o argumento deste rabino judeu no passa de uma grande falcia. Quantas seitas que surgiram desde antes do advento do cristianismo, e que perduram at hoje?

Tomemos como exemplo o budismo. A seita fundada por Sidharta Gautama mais de 500 anos antes do nacimento de Cristo perdura at hoje, tendo milhares de adeptos ao redor do mundo. Ora, se o argumento de Gamaliel estiver correto, ento serei forado a crer que o budismo, religio que ensina a reencarnao, animismo e tantas outras abstraes, tambm de Deus! Lembre-se que passaram mais de dois milnios e a religio contina crescendo em nmero de adeptos, inclusive no Brasil. O mesmo pode ser dito do Confucionismo, Jainsmo e Taosmo, todas com mais de quatro sculos antes do cristianismo! Numa tradio mais recente est o maometismo (islamismo), com cerca de quinze sculos de histria, o que segundo o conselho de Gamaliel, mais do que suficiente para justificar a f terrorista que se impe por meio da espada.

2.1.2 Gamaliel versus Paulo de Tarso

Apesar de ter sido instrudo aos ps de Gamaliel, o ex-fariseu Paulo de Tarso no se deixava enganar pelo seu estranho pressuposto do antigo mestre. O apelo tolerncia de Gamaliel fora abandonado to logo o cristianismo comeou a ser bombardeado pelas doutrinas dos falsos mestres. Diferente de Gamaliel e seu apelo conivncia, o apstolo dos gentios se ops a tudo aquilo que pusesse tropeo a obra de Deus:

* Repreendeu a Pedro na cara, por sua dissimulao Gl 2.11-14 * Mandou Tito tapar a boca dos falsos mestres Tt 1.10-11 * Chamou os falsos obreiros de ces Fp 3.2 * Citava nomes, quando julgava preciso 2 Tm 2.17; 2Tm 4.10

Paulo no estava disposto a seguir o conselho de Gamaliel. Ele j no estava submisso ao antigo rabi. Seu mestre agora era outro, o Cristo.

2.1.3 Gamaliel versus Jesus Cristo

Penso sinceramente que estes que se respaldam em Gamaliel esto em franca oposio ao evangelho. Ora, diferente do rabino fariseu, que em sua extrema prudncia nos conclama a abrir mo do sublime dom de discernir, crendo que Deus dar aos falsos mestres o mesmo destino de Teudas e Judas Galileu (At 5.36-37), ordenando sobre eles perseguio e matando-os espada (bem ao estilo dos fariseus!), Cristo nos ensina a discernir a conduta dos falsos mestres, julgando-os luz dos seus frutos:

Acautelai-vos, porm, dos falsos profetas, que vm at vs vestidos como ovelhas, mas interiormente so lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? [...] Toda rvore que no d bom fruto corta-se e lana-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis Mt 7.15-19

Jesus ensinou que no devemos nos deixar seduzir por milagres, pois, diferente do que diz o teleapstolo da Igreja Mundial do Poder de Deus, os milagres no autenticam o ministrio de ningum:

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrar no Reino dos cus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que est nos cus. Muitos me diro naquele Dia: Senhor, Senhor, no profetizamos ns em teu nome? E, em teu nome, no expulsamos demnios? E, em teu nome, no fizemos muitas maravilhas? E, ento, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartaivos de mim, vs que praticais a iniqidade Mt 7.21-23

Ora, ainda sobre milagres, cabe dizer que Joo Batista no realizou nenhum milagre (Jo 10.41), mas Jesus testificou dele dizendo que ele foi o maior entre os homens (Mt 11.11). Por outro lado, o ministrio de Judas foi seguido por sinais (Mt 10.1), mas Jesus testificou contra ele chamando-o de diabo! (Jo 6.70)

2.2 Devemos Julgar?

"Procuro algum pra resolver meu problema, pois no consigo me encaixar nesse esquema, so sempre variaes do mesmo tema, meras repeties. a extravagncia vem de todos os lados, e faz chover profetas, apaixonados, morrendo em p, rompendo em f dos cansados....que ouvem suas canes... estar de bem com a vida muito mais que renascer....deus j me deu sua palavra..e por ela que eu ainda guio meu viver! Reconstruindo o que Jesus derrubou.. recosturando o vu que a cruz j rasgou.. ressuscitando a lei, pisando na graa, negociando com deus! No show da f milagre to natural, que at pregar com a mesma voz normal. nesse evangeliqus universal....se apossando dos cus...esto distante do trono, caadores de deus ao som de um shofar. E mais um dolo importado dita as regras para nos escravizar: proibido pensar !!!!!"

Gostei demais desta msica do grande Joo Alexandre, que foi muito feliz em seu novo cd " Proibido Pensar" em abordar um tema to necessrio para a reflexo do povo de Deus. Recomendo o CD. Nestes ltimos dias o que mais nos deparamos as heresias que esto sendo pregadas em muitas igrejas por a. A cada dia ficamos mais indignados com tamanha distoro Bblica, o Evangelho genuno est sendo deixado de lado e sendo trocado por uma teologia popular voltada ao misticismo, aos modismos, as falsificaes bblicas e fetiches populares. Apstolos, pai-pstolos, gurus gospel tem surgido por a trazendo um "outro evangelho". A palavra de Deus em sua essncia trocada por modismos, por hierarquias eclesisticas, por dinheiro e por interesses particulares destes "super crentes". So tantos "chofr profticos" que no aguento mais tanta barulheira. tanto "mantra gospel" que meus ouvidos j esto estourando, tanto r-pl-pl que meu senso de racionalidade clama por socorro! Quebra de maldies hereditrias onde o crente nunca se converte de verdade, sees de descarrego, sabonetes de arruda, rosa ungida, sal grosso... tanto "copo d'agua consagrado" que d at vontade de ir ao banheiro. Unes especiais, urros, gritos, histerias, regresses, encontros tremendos, pastores poderosos, super apstolos.

Diante de tudo isso, muitos Cristos infelizmente tem se calado para tanta heresia, pois existe um conceito errado de que no devemos julgar nada, que no o nosso papel estar julgando o que ocorre com estas pessoas, principalmente se vamos falar de algum lder que esteja em um comportamento que vai contra as escrituras. Resumindo, querem nos calar mesmo! J no bastasse a perseguio contra os Cristos que hoje em dia ocorre em muitos lugares no mundo, inclusive no Brasil, ainda temos que aguentar a distoro bblica de que jamais deveremos abrir a boca de pastor x, apstolo y, pois so os "ungidos de Deus". Nestes ningum fala, at Davi foi repreendido pelo profeta Natan, mas estes lderes contemporneos no podem ser repreendidos por algum erro ou heresia. proibido pensar, proibido julgar! Muitas mentes esto sendo cauterizadas por esta "nova doutrina". Existem algumas passagens Bblicas que muitos Cristos tm interpretado erroneamente a respeito de julgamento. Meu compromisso nesta postagem desmistificar e esclarecer ao Povo de Deus de que no devemos nos calar jamais, pelo contrrio, devemos por obrigao exortar e lutar pelo Evangelho genuno de Cristo, afinal, quem ama luta pela verdade, pois "O amor no se alegra com a injustia, mas regozija-se com a verdade". (1 Co 13:6). A primeira passagem Biblica a ser analisada talvez a mais usada para afirmar que nunca devemos julgar ningum que esteja praticando e difundindo um erro ou algo que vai contra as Escrituras. Esta passagem Mateus 7:1

No julgueis, para que no sejais julgados.

Em primeiro lugar deixo claro que aqui JESUS claramente probe o julgamento. Mas a grande questo se JESUS probe qualquer julgamento ou somente certo tipo de julgamento. O versculo 1 por si mesmo no nos d uma resposta para esta pergunta. Por isso temos que aplicar uma regra fundamental para poder interpretar a Bblia. Analisar sempre o contexto da passagem citada para poder saber de que se trata a mesma, pois sabemos que texto fora de contexto um pr-texto para formar at mesmo uma heresia. Aqueles que citam esta passagem isoladamente para dizer que no devemos julgar ningum e ser tolerante esto gravemente equivocados.

Para sabermos de que tipo de Julgamento JESUS proibiu nesta passagem vamos analisar o contexto:

Pois, com o critrio com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos mediro tambm. Por que vs tu o argueiro no olho de teu irmo, porm no reparas na trave que est no teu prprio? Ou como dirs a teu irmo: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipcrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, ento, vers claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmo Mt 7:2-5

Analisando o contexto podemos ver claramente que JESUS probe especificamente o julgamento hipcrita. Jesus diz aos judeus no versculo 1 que eles no devem julgar. No versculo 2, ele d a razo pela qual eles no devem julgar: o padro que eles usam para julgar os outros ser o mesmo padro que os outros usaro para julg-los. Eles no devem ignorar seus prprios pecados, enquanto condenando os mesmos pecados nos outros. Fazer isto julgar com um padro Duplo, ou seja, julgar hipocritamente. No hipcrita condenar o irmo por uma pequena falta, ou mesmo tentar ajud-lo a sobrepuj-la, quando voc mesmo culpado de uma falta maior? Esta a grande questo que JESUS estava colocando diante do povo nesta passagem. Note que o pecado dos dois pecadores (a pessoa e seu irmo) o mesmo em dois respeitos. Primeiro, o mesmo em natureza: em ambos os casos um pedao de madeira estava no olho da pessoa. Segundo, ambos esto atualmente pecando: o pedao de madeira estava no olho deles naquele momento. A diferena entre as suas faltas somente uma de tamanho: um pedao pequeno, e o outro grande. hipocrisia algum cujo pecado maior condenar algum cujo pecado menor, sendo em ambos os casos o mesmo tipo de pecado (vs 5). Em outras palavras, uma mulher que est abortando um feto de oito meses no est na posio de repreender um homem que mata um caixa de banco, e o homossexual no est na posio de criticar infidelidades num casamento homossexual! Mateus 7:1, de acordo com o seu contexto, no probe todo julgamento e intolerncia, mas somente o julgamento e intolerncia hipcrita. De fato, ele requer de ns que, aps nos arrependermos dos nossos prprios pecados, condenemos o pecado do irmo como pecado, e ajudemo-lo a se voltar dele.

tira primeiro a trave do teu olho , diz Jesus, e ento, vers claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmo. Mt 7:5

Jesus ordena uma intolerncia genuna, e no hipcrita, do pecado que o irmo comete. Outra passagem bastante utilizada Joo 8:7-11. O contexto a histria da mulher que foi pega no prprio ato de adultrio e trazida a Jesus pelos escribas e fariseus. No versculo 7, Jesus diz aos escribas e fariseus: Aquele que dentre vs estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. No versculo 11 ele fala para a mulher: Nem eu tampouco te condeno; vai e no peques mais. Os defensores da tolerncia usam estas palavras para argumentar que ningum deveria condenar outras pessoas, pois no melhor que elas. Embora explicaremos o que significa julgar em maior detalhe mais tarde, estendamos por ora que, quando algum julga, ela d um veredicto: Culpado ou inocente. Aps ser julgada, a pessoa sentenciada: A pessoa culpada condenada (sentenciada ao castigo) e a inocente liberta. O ponto que julgar e condenar so duas coisas distintas, relacionadas, mas no idnticas. Tendo isso em mente, note que Jesus de fato julga esta mulher, mas no a condena. Ao dizer-lhe vai e no peques mais, Jesus indica que ela tinha pecado. Em si mesma, a acusao dos fariseus estava correta, e Jesus julgou o pecado como sendo pecado. Isto mostra intolerncia pela ao pecaminosa! Seguindo o exemplo de Jesus, devemos dizer aos pecadores que mostrem arrependimento genuno no mais cometendo pecado. Embora Jesus tenha julgado a mulher, ele no a condenou. Ela pode ir embora: ela no foi executada. O evangelho para o pecador penitente :

Portanto, agora, nenhuma condenao h para os que esto em Cristo Jesus. Rm 8:1

Esta a mensagem que Jesus d mulher; o prprio Jesus foi condenado por ela! Ele suportou o castigo que lhe era devido, para que ela pudesse ser livre! A resposta de Jesus aos fariseus expe o julgamento hipcrita deles no assunto (o propsito primrio deles, certamente, no tinha nada a ver com a mulher;

era pegar Jesus em suas prprias palavras. Todavia, Jesus sabia que os fariseus se orgulhavam da justia prpria deles, e respondeu luz deste fato). Os fariseus, Jesus Recorda-os, tambm eram culpados de pecado, e especificamente de adultrio, quer fsico ou no corao. Porque tambm no eram livres de pecado, tambm eram dignos de morte como ela. Assim, ao desejar saber que julgamento ela deveria ter recebido, eles revelaram sua prpria hipocrisia e motivao errnea. Joo 8:7 e 11 nos ensinam como tratar com outros que pecam. O versculo 11 nos ensina que devemos desejar o arrependimento do pecador; o versculo 7 nos ensina que no devemos fazer isso hipocritamente, nem com motivos errneos ou de uma maneira imprpria. Contudo, a passagem no quer dizer que nunca devemos considerar as pessoas responsveis por seus pecados ( isto , julgar o pecado como sendo pecado). Agora gostaria de colocar as passagens Bblicas que nos ordenam julgar.

No julgueis segundo a aparncia, e sim pela reta justia. Joo 7:24

Outras passagens na Escritura nos ordenam positivamente a julgar. Uma passagem que nos diz isso claramente esta citada acima. Ela se encontra no contexto da discusso de Jesus com os judeus que questionaram sua doutrina, e tinham-no acusado de ter um diabo (Jo 7:20) e de quebrar o dia do Sbado curando um homem (Jo 5:1-16). A eles Jesus diz: No julgueis segundo a aparncia, e sim pela reta justia. Ao dizer no julgueis, Jesus no pretende proibir o julgamento como tal, mas proibir certo tipo de julgamento, como a parte positiva deste versculo deixa claro. Podemos julgar, mas quando o fizermos, devemos julgar justamente. O julgamento exterior e superficial isto , julgar simplesmente sobre base do que parece ser o caso, sem conhecer todos os fatos um julgamento imprudente, injusto e sem discernimento, que contrrio ao nono mandamento da lei de Deus. Deus odeia tal julgamento. O Julgamento justo feito usando a lei de Deus como o padro pelo qual discernimos se o que parece ser o caso realmente o caso. I Corntios 5 um captulo importante com respeito ao dever positivo de julgar. Primeiro, no versculo 3 Paulo declara, sob a inspirao do Esprito, que ele tinha julgado um membro da igreja em Corinto que estava vivendo no pecado da

fornicao. Seu julgamento foi seja entregue [tal pessoa] a Satans para destruio da carne, para que o esprito seja salvo no Dia do Senhor Jesus. Este um julgamento ousado da sua parte. Segundo, nos versculos 9-13, Paulo lembra aos santos do seu dever de julgar as pessoas que esto dentro da igreja, quanto a se eles esto obedecendo ou no a lei de Deus. Aqueles que alegam ser cristos e so membros da igreja, mas que so julgados como sendo impenitentemente desobedientes a qualquer mandamento da lei de Deus (vs 9-10), devem ser excludos da comunho da Igreja. Paulo, sob a inspirao do Esprito, diz para a igreja no tolerar pecadores impetinentes.

Outras passagens: Outras passagens tambm indicam que nossa responsabilidade julgar. Jesus pergunta s pessoas em Lucas 12:57: E por que no julgais tambm por vs mesmos o que justo?. Jesus repreende os escribas e fariseus em Mateus 23:23 e Lucas 11:23, dizendo: Ai de vs, escribas e fariseus, hipcritas! Pois que dais o dzimo da hortel, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juzo, a misericrdia e a f; deveis, porm fazer essas coisas e no omitir aquelas. Era o dever deles, de acordo com a lei, julgar mas eles tinham falhado neste dever. Paulo orou para que o amor do filipenses aumentasse mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepo. (Fl 1:9). Ele diz aos Corintos: Falo como a criteriosos; julgai vs mesmos o que digo. (1 Co 1:15). Os cristos so solicitados a examinar tudo e reter o bem (1 Ts 5:21). Eles tambm so obrigados a provar se os espritos so de Deus: "Irmos, no deis crdito a qualquer esprito; antes, provai os espritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem sado pelo mundo afora." (1 Jo 4:1) Mesmo nas reunies crists eles devem "julgar" o que ouvem: "Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou trs, e os outros julguem." (1 Co 14:29). Os Crentes de Corinto receberam ordens para julgar imediatamente a imoralidade existente entre os seus membros (1 Co 5:1-8). Mesmo o estrangeiro de passagem no deve ser hospedado se for verificado que no se trata de uma pessoa alicerada na verdadeira f ( 2 Jo 10,11). E um antema (maldio) deve ser proferido contra aqueles que apresentarem um tipo diferente de evangelho (Gl 1:9).

3. APOLOGTICA ATUAL, CONTEMPORNEA E EVANGELSTICA

3.1 A lgica na Apologia 3.1.1 A Lgica simplesmente uma ferramenta no arsenal do apologista Cristo.

Lgica de suma importncia na apologia. Para defender a f crist, o Cristianismo tem que usar a verdade, os fatos, e a razo adequadamente. O apologista do Cristianismo deve escutar e analisar as objees de seus antagonistas, e em seguida dever fazer comentrios fortes e racionais em resposta aos assuntos levantados. A Lgica simplesmente uma ferramenta no arsenal do apologista Cristo; um sistema de argumentar racionalmente. o princpio pelo qual os pensamentos chegam a concluses corretas. A apologtica aquela rea na teologia crist que acentua argumentos racionais para a existncia de Deus e evidncias de usos substanciais para as reivindicaes bblicas. Ela atrai a razo humana evidncia. Claro que, algumas pessoas so melhores na arte de pensar logicamente que outras, e no h nenhuma garantia que usando a lgica para melhorar a habilidade de argumentar com algum, garantir a converso de tal pessoa por isso. Afinal de contas, a lgica no o que salva a pessoa, mas sim Jesus Cristo atravs da ao do Esprito Santo! Ento, o propsito no uso da lgica na apologia remover barreiras intelectuais que impedem uma pessoa de aceitar o Jesus histrico como seu nico e suficiente Salvador. No cabe usar a Lgica como resposta para todos os problemas que enfrenta o Cristianismo, ou mesmo todas as objees levantadas contra ele. Ela tem seus limites. No pode garantir sabedoria. No pode provar ou pode contestar a inspirao das coisas de Deus. Todavia ela de fundamental importncia para os apologistas. Os primeiros apologistas a usarem a lgica desta maneira a servio do Cristianismo foram Agostinho, Anselmo, e Toms de Aquino. Destacam-se como apologistas contemporneos, Norman Geisler , William Craig, Gleason Archer. Jr, Josh MacDowell, para citar apenas alguns poucos.

3.1.2 Como os oponentes do Cristianismo usam a Lgica?

Um oponente do Cristianismo poderia usar problemas de lgica como um tipo de evidncia contra a existncia de Deus. Considere esta objeo como exemplo:

Proposio: Deus Todo-Poderoso (pode fazer todas as coisas). Declarao: Deus poderia criar algo to grande e pesado como uma pedra que nem mesmo Ele teria condies ou fora para ergu-la.? Argumento: J que Deus no pode criar uma pedra assim, ento Ele no pode ser Todo-Poderoso. Agora, caso Deus conseguisse levantar essa pedra j no seria o Todo-Poderoso, visto no criar uma pedra pesada demais. Concluso: Desde que Deus pode fazer todas as coisas e ns mostramos que h coisas que ele no pode fazer, ento, Deus no existe. Analisando superficialmente, esta lgica poderia ser difcil responder. Mas, tudo o que ns temos que fazer pensar um pouco mais e poderemos ver que o problema levantado acima no lgico. Contra argumentando: Quando dizemos que Deus Todo-Poderoso, no queremos com isto dizer que Ele seja o Todo-Poderoso-Absurdo. absurdo e impossvel Deus criar uma pedra que Ele mesmo no consiga erguer. Deus no faz as coisas que seja impossvel por definio. A pergunta de certa maneira no faz sentido, pois admitir que Deus pode criar tal pedra admitir tambm que ele no pode tudo; e admitir que ele no pode criar a pedra o mesmo que negar sua onipotncia. Ento, no se tem a nenhum fundamento que possa dar margem a um raciocnio legtimo. Proposio: Deus no pode violar a prpria natureza dele; quer dizer, Ele no pode ir contra o que Ele naturalmente. Declarao: a natureza de Deus no Lhe permite mentir, no ser Deus, no ser Todo-Poderoso etc. Concluso: Ento, a declarao de que Deus pode fazer todas as coisas, no verdade e a concluso levantada contra Deus tambm no verdadeira.

3.2 Uma Necessidade para o Evangelismo

indiscutvel o fato da apologtica se tornar cada vez mais necessria para a proclamao da Palavra de Deus. Apologtica no consiste apenas em defender a f crist, mas tambm em anunci-la ou servir como um instrumento indispensvel para esta anunciao. A apologtica sem o evangelismo praticamente v e o evangelismo sem a apologtica se torna cada vez mais ineficaz. A simples defesa do cristianismo intil quando no temos posteriormente a essencial proclamao da Palavra. A defesa til para a proclamao e deve estar intimamente relacionada a esta ltima. preciso entender o quanto apologtica til, mas tambm o quanto ela pode se tornar intil quando no utilizada de forma correta. O apologista cristo Francis A. Schaeffer dizia que o homem moderno, quase em sua totalidade, est tomado pelo relativismo. O pensamento moderno mudou drasticamente o homem e para tanto se torna imprescindvel que as formas de evangelismo tambm sofram intensas mutaes. Uma destas mutaes aliar-se forosamente a apologtica. O relativismo a que Schaeffer se referia pode ser verificado na prtica. Estou evangelizando uma jovem de 21 anos, ela diz que todas as coisas etreas que formam o homem, tais como moral e sentimentos, tem fundamentao orgnica. Este pensamento conduz necessariamente ao relativismo, pois reduz a moral a um mero mecanismo orgnico (como um hormnio, por exemplo), e pensando assim existe uma relativizao do certo e do errado. O homem reduzido a um ser impessoal e suas atitudes no so essencialmente certas ou erradas, mas indicam sua necessidade de sobrevivncia. Como na selva os animais lutam pelo seu espao (e no precisam se culpar se matam um ao outro para conquistar seus objetivos), os homens tambm no precisam se culpar se passam por cima do seu prximo isso inclusive necessrio para a manuteno da raa humana. A minha pergunta a seguinte: como possvel simplesmente evangelizar uma pessoa assim? O evangelismo puro e simples neste caso no surtir muito efeito, pois a mente desta jovem est tomada pelo relativismo. Se ela no diferencia o certo e o errado, simplesmente dizer a ela que Cristo morreu em seu lugar se torna

algo incompleto e ineficaz. Aqui nasce a apologtica, enquanto uma ferramenta eficaz para o evangelismo. No caso desta jovem, preciso prov-la que somos munidos sim de uma moral, que est longe de ser um mecanismo puramente orgnico, e para tanto necessito da apologtica. Preciso defender racionalmente minha f e mostr-la como seu pensamento est baseado na irracionalidade. A partir da ser possvel evangelizar, sem estar falando ao vento. Insisto novamente que a apologtica importante, mas que deve ser seguida do evangelismo, ou tudo volta estaca zero. A apologtica deve fazer parte do processo evangelstico, e precisa contar para tanto com o essencial auxlio do Esprito Santo. imprescindvel preparar a nova gerao para evangelizar utilizando-se da apologtica. A cada evoluo da cincia, a cada nova filosofia, o homem se afasta mais da realidade da Palavra de Deus. A cincia vai se multiplicando e a amor se esfriando. Cabe a ns, como cristos, defender e comunicar o Evangelho transformador nos adaptando as inevitveis transformaes do mundo.

3.3

Dilemas e Perigos do Pluralismo Ps-Moderno

Um dos elementos mais salientes do ps-modernismo contemporneo a exaltao do pluralismo, da diversidade, do inclusivismo. Valorizar as diferenas e as peculiaridades de cada grupo ou segmento da sociedade, principalmente de minorias historicamente oprimidas e desprezadas, a atitude politicamente correta, isto , normativa, segundo os cnones da nova mentalidade. Os inclusivistas alegam estar lutando contra males antigos como o racismo, a intolerncia, o patriarcalismo, e certamente a histria est repleta de horrveis injustias nessas reas. Todavia, o que muitos no percebem, ou no querem perceber, que a nfase irrestrita na diversidade e no multiculturalismo est sorrateiramente lanando as sementes de novas formas de intolerncia e diviso entre os seres humanos. Utilizando uma imagem bblica (Mt 13.25), enquanto os homens dormem esto surgindo as razes de graves problemas para as geraes futuras.

3.3.1 A questo religiosa

Em nome do multiculturalismo e da pluralidade, o Ocidente est rejeitando de modo cada vez mais explcito as suas origens crists. O mundo ocidental fruto do cristianismo. A f crist foi o elemento mais importante na formao histrica e cultural das naes europias e americanas. claro que houve muitos fatores negativos nesse processo. A atitude correta seria descartar esses aspectos condenveis e preservar os traos positivos, muito mais relevantes. Todavia, o que se v uma rejeio em bloco da herana crist em favor de uma cosmoviso materialista e anticrist. Nos Estados Unidos, qualquer atividade de cunho cristo est sendo progressivamente banida das escolas e outras instituies pblicas. proibido orar nesses locais, ler a Bblia, comemorar as datas do calendrio cristo e expor a cruz ou qualquer outro smbolo que tenha alguma conotao crist. Quando essa exposio ocorre, os smbolos de outras religies devem ser colocados ao lado dos smbolos cristos. No entanto, a nao norte-americana deve a sua grandeza justamente s suas razes crists e evanglicas. O que est ocorrendo uma forma de suicdio cultural e nacional. Mas ocorre algo ainda mais grave. Na medida em que o cristianismo marginalizado, outros sistemas religiosos se sentem livres para exercer maior influncia na sociedade. O ser humano religioso por natureza. Durante muito tempo se acreditou que a nica alternativa ao cristianismo seria o secularismo, uma viso materialista da vida. A experincia tem demonstrado que isso nem sempre ocorre. Outras religies ou filosofias religiosas podem ocupar os espaos vazios na vida e na cultura. o que tem ocorrido com a Nova Era e outras formas de neopaganismo que esto em voga no Ocidente. o que tambm tem ocorrido com uma religio que desperta ao mesmo tempo temor e fascnio o islamismo. O caso da Europa revelador. A Unio Europia tem 30 milhes de muulmanos. Se a Turquia for admitida, esse nmero subir para 105 milhes. Os muulmanos no se integram sociedade, no se deixam assimilar, mas preservam fortemente a sua identidade cultural, formando verdadeiros enclaves. Estudiosos islmicos de renome, como Tariq Ramadan, advogam uma adaptao temporria s normas culturais vigentes at que se possa modific-las. O que ele defende a gradual islamizao da Europa. Tudo isso enquanto a sociedade assiste passivamente,

concedendo regalias a um grupo religioso que, em muitos pases nos quais dominante, se mostra cruelmente repressor dos adeptos de outras convices.

3.3.2 Gnero e sexualidade

A humanidade tem uma longa histria de opresso e injustias contra determinadas pessoas em razo de seu gnero ou orientao sexual. Durante sculos, a mulher foi mantida numa posio de subservincia e inferioridade nas mais diversas culturas. O movimento feminista do sculo 20 despertou a conscincia da sociedade para esse mal e deu uma grande contribuio ao defender a dignidade e igualdade da mulher. Todavia, o feminismo radical adotou posturas extremadas que questionaram fortemente muitos aspectos da organizao social vigente, em particular o entendimento do casamento e da famlia. As feministas radicais reivindicam total liberdade na rea da sexualidade e do uso do corpo. Esse precedente estimulou outro segmento social a abraar a mesma agenda contestadora e revolucionria os homossexuais. De um grupo essencialmente invisvel, marginalizado e oprimido, os homossexuais se organizaram num dos movimentos mais influentes das sociedades ocidentais. Contando com o apoio crescente da mdia e a simpatia da opinio pblica (ver, por exemplo, a Marcha Gay em So Paulo), esse grupo tem obtido direitos inimaginveis at poucas dcadas atrs. No entanto, o movimento homossexual vem defendendo agendas que se aproximam perigosamente de novas formas de discriminao e opresso contra os que divergem de seu estilo de vida. Os lderes do movimento demonstram atitudes e linguagem extremamente agressivas contra os seus crticos, aos quais acusam de homofobia. Especialmente preocupante o esforo nas reas poltica e jurdica, ditado pelo inclusivismo relativista, visando a aprovao de sanes legais contra pessoas e instituies que se posicionem contra o comportamento homossexual. o que ocorre com alguns projetos em tramitao no Congresso Nacional brasileiro. Se essas leis forem aprovadas, isso ir resultar em uma onda de intolerncia contra os cristos conservadores, com o cerceamento da sua liberdade de conscincia, opinio e expresso. Enquanto isso, sob o olhar complacente da sociedade, o poderoso e

articulado lobby homossexual move a sua cruzada contra os adversrios, na forma de agresses verbais e processos judiciais.

3.3.3 A problemtica racial

As cincias j demonstraram a relatividade do conceito de raa. As diferentes raas partilham exatamente do mesmo patrimnio gentico, da mesma humanidade. Raa no tanto um conceito biolgico quanto social e cultural. No Ocidente, pessoas de pele escura foram consideradas inferiores por causa da escravido africana. Todavia, na antiguidade a escravido no obedecia a qualquer critrio racial. Era comum negros e mulatos terem escravos brancos capturados em guerras. A Amrica Latina foi a primeira regio do mundo em que trs grandes grupos humanos (caucasiano, africano e asitico-aborgene) se uniram para formar um novo grupo populacional. Em contraste com outras naes, com seus bairros tnicos e suas escolas e igrejas segregadas, os brasileiros sempre se orgulharam da convivncia pacfica entre pessoas de todas as origens. Todavia, em nome do multiculturalismo, o atual governo vai lentamente impondo sociedade uma diviso segundo premissas raciais, como o sistema de cotas para admisso nas universidades. At mesmo representantes da comunidade negra esto alarmados com os riscos envolvidos nessas iniciativas inconseqentes. Os analistas observam corretamente que as chamadas aes afirmativas do governo deviam contemplar os pobres e marginalizados em geral, no importa qual seja a cor da sua pele. Se as pessoas comearem a ser classificadas pela sua raa, isso no vai produzir o senso de unidade e coeso to importante para a construo da nacionalidade e da cidadania. Um caso interessante ocorreu com a comunidade germnica durante o Estado Novo. Aps mais de um sculo de vida no Brasil, os alemes do sul mantinham-se isolados da sociedade, com suas instituies em que se utilizava quase exclusivamente o idioma de origem. Com o incio da II Guerra Mundial, Getlio Vargas tornou obrigatrio o uso da lngua portuguesa e isso contribuiu para a integrao desse grupo na vida nacional.

CONCLUSO

Nenhum argumento est isento de fraquezas e imperfeies. Muitas respostas lgicas elaboradas por apologistas foram refutadas por crticos inimigos do Cristianismo. Mas, os crticos no ficam sem receber respostas dos cristos, em troca, aqueles refutaram as refutaes destes e vice-versa. Isto acontecer de um lado para o outro, num processo contnuo at Jesus voltar. No obstante, Deus ordenou-nos a fazer o melhor possvel para defender a f crist, e a lgica um dos meios para se fazer isto. No h nada a temer. Na realidade, se voc aceita a verdade de que a lgica " pertence " a Deus, ento isto deveria ser um incentivo para que possamos usa-la na defesa da f crist. Por outro lado, porm, no deixe que isto se torne um dolo; quer dizer, no a resposta a todos os problemas que enfrentamos. Na posio de evangelistas, e em nossos esforos para ganhar as pessoas para Jesus, precisamos usar a lgica, como tambm a evidncia, orao, a palavra de Deus, amor, bondade, etc. Algumas passagens da Escritura parecem proibir o julgamento, enquanto outras claramente exigem isso. Estudando os contextos daquelas que parecem proibir o julgamento, descobrimos que o que proibido no realmente o julgamento em si, mas sim um tipo errneo de julgamento. Deus odeia o julgamento hipcrita! Mas Deus ama o julgamento justo da parte dos seus filhos. Que ele ama isso claro a partir do fato de ordenar que o pratiquemos, e de ter dado sua lei como um padro pelo qual podemos cumprir tal mandamento. Portanto, dever de todo Cristo Julgar! Mas este "julgar" no significa fazer injrias, calnias ou fofocas sobre a pessoa que est no erro. Se vemos que algum est se desviando do Evangelho ou pregando heresias, o nosso objetivo principal deve ser alertar, repreender, exortar e conduzir o pecador ao arrependimento e a restaurao. Caso a disciplina seja indispensvel, ela deve ser feita com seriedade, amor e tristeza, sempre objetivando o arrependimento, e no a condenao eterna do pecador. E com muito temor tambm, afinal, no somos pessoas perfeitas e ningum deve ser julgado ou condenado injustamente. E tambm nosso dever estar alertando ao Corpo de Cristo sobre determinadas heresias que porventura continuam a ser pregadas e os autores da mesma no querem dar ouvidos.

Irmos, se algum for surpreendido nalguma falta, vs, que sois espirituais, corrigi-o com esprito de brandura; e guarda-te para que no sejas tambm tentado. Gl 6:1

Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer no, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina. Pois haver tempo em que no suportaro a s doutrina, pelo contrrio, cercar-se-o de mestres segundo as suas prprias cobias, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusaro a dar ouvidos verdade, entregando-se a fbulas. 2 Tm 4:2-3

"Aventura-se algum de vs, tendo questo contra outro, a submet-lo a juzo perante os injustos e no perante santos? Ou no sabeis que os santos ho de julgar o mundo? Ora, se o mundo dever ser julgado por vs, soi, acaso, indignos de julgar as coisas mnimas? No sabeis que havemos de julgar os prprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!. Entretanto, vs, quanto tendes a julgar negcios terrenos, constitus um tribunal daqueles que no tm nenhuma aceitao na igreja. Para vergonha vo-lo digo. No h, porventura, nem ao menos um sbio entre vs, que possa julgar no meio da irmandade?" Co 6:1-5

bvio que existem argumentos vlidos na defesa do pluralismo. Afinal, a diversidade tnica, religiosa e cultural um fato inquestionvel. Todavia, devemos nos perguntar que grau de diversidade uma sociedade pode suportar sem que acabe se fracionando e sucumbindo. Sem uma nfase correspondente na unidade, em elementos compartilhados por todos, nenhum organismo social pode sobreviver. Foi o que entenderam os primeiros cristos, conforme expressou sabiamente o apstolo Paulo: Dessarte, no pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher, porque todos vs sois um em Cristo Jesus (Gl 3.28; cf. Cl 3.11). Apologtica crist no sculo XXI mostra ao leitor que a f crist no lida apenas com sentimentos ou emoes; lida tambm com crenas.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Comentrios e consultas

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Sites e Artigos na Internet

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