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GRANCURSOS 2011

 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA EORÇAMENTÁRIA

PROF FLÁVIO ASSIS

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SUMÁRIOASSUNTO PÁGINA

1. INTRODUÇÃO 03

2. EVOLUÇÃO DO ORÇAMENTO NO BRASIL 03

3. CONCEITOS DE ORÇAMENTO E QUESTÕES DE PROVA 06

3.1 MODELO ORÇAMENTÁRIO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 10

3.2 AS LEIS ORÇAMENTÁRIAS 15

3.2.1 O PLANO PLURIANUAL 16

3.2.2 A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS 29

3.2.3 A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL 30

4. ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DA EXECUÇÃO-DEC. PROG.R. FINANC. 40

5. TIPOS DE ORÇAMENTO – CLÁSSICO x PROGRAMA 476. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 49

7. CRÉDITOS ADICIONAIS 51

8. RECEITA PÚBLICA – TIPOS E CLASSIFICAÇÕES E RECEITA NA LRF 53

9. DESPESA PÚBLICA- TIPOS, CLASSIFICAÇÕES E DESPESA NA LRF 71

10. RESTOS A PAGAR 102

11. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 103

12. SUPRIMENTO DE FUNDOS 104

13. CARTÃO DE PAGAMENTOS DO GOVERNO FEDERAL 105

14. CONTA ÚNICA DO TESOURO NACIONAL 110

15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 111

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

1. INTRODUÇÃO

  Nas sociedades organizadas o sistema jurídico está estruturado para que os cidadãos, osdestinatários das ações estatais, não sejam surpreendidos por medidas intempestivas tomadas pelosgovernantes. Este fato, por si só, justifica a imprescindibilidade da existência do orçamento público, cujasorigens se confundem com o surgimento do Estado de Direito. Aliás, a questão de ordem financeira do

 poder público foi a primeira área a ser atingida na passagem do Estado Absoluto para o Estado de Direito.A concepção de que os gastos dos governantes devem ser previamente autorizados vem desde o longínquoano de 1217, com a edição da Magna Chart a Libertatum do Reino Unido.

A trajetória histórica do orçamento público remonta aos tempos de antanho, a uma época em que orei ou imperador era o próprio Estado. Não havia, então, distinção entre as finanças particulares dosoberano e as do Governo.

Com o crescimento do Estado, tornou-se necessário proceder a uma melhor organização de suasreceitas e despesas, nascendo assim o orçamento público. O seu aprimoramento o transformou em umaferramenta indispensável para as instituições governamentais. Sua história foi marcada por árduas emultisseculares lutas políticas, que o tornaram um instrumento absolutamente necessário ao equilíbrio dosinteresses antagônicos em volta do poder. Tem sido assim em todas as esferas de governo, desde a suaorigem até os dias de hoje, em face de sua relevância para todos os segmentos da sociedade.

A origem etimológica da palavra orçamento, de acordo com Pinto (1956) , está, em geral,fortemente vinculada ao termo italiano orzar e ou ao latino ordior , orsus  sum, ordir i ( urdir), que tem osignificado de planejar, calcular. Percebe-se que o efeito de planejar as ações está há muito tempo

intimamente vinculado às ações orçamentárias.

2. A EVOLUÇÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL

A vinda do rei D. João VI ao Brasil permitiu ampliar a abertura dos portos brasileiros. Com maioresimpostos aduaneiros, iniciou-se o processo de organização das finanças públicas, culminando com acriação, em 1808, do Erário Público e do Regime de Contabilidade.

  No Brasil, o orçamento público também sempre constituiu um poderosíssimo instrumento decontrole dos recursos financeiros gerados pela sociedade, os quais retornam a essa mesma sociedade na

forma de bens e serviços prestados. É tão importante que, historicamente, todas as constituiçõesfederais e estaduais, bem como as leis orgânicas dos municípios, sempre consagraram dispositivos sobre a

 programação como categoria do orçamento público, desde a época do Império até os dias atuais.

A primeira constituição do Brasil, outorgada em 25/03/1824 por Dom Pedro I, atribuiu à Câmarados Deputados a iniciativa das leis para instituir impostos (art. 36, nº 1) e estabeleceu a exigência daapresentação de uma proposta de orçamento. No seu art. 172 estabelecia; “O ministro da Fazenda, [...]apresentará à Câmara dos Deputados anualmente, [...] o orçamento geral de todas as despesas públicas doano futuro e da importância de todas as contribuições e rendas públicas”. 

Dessa maneira, a competência de elaboração da proposta ficou a cargo do Executivo, porém a suaaprovação constituiu-se em competência da Assembléia Geral (Câmaras dos Deputados e Senado). Algunstratadistas -entre eles Baleeiro -afirmam que “o primeiro orçamento nacional elaborado com esse

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dispositivo que abrigava as principais regras da matéria foi votado para o exercício de 1831-1832”. Asdécadas que se seguiram não evidenciaram registros maiores na questão da organização das finanças

 públicas.

A segunda constituição brasileira, promulgada em 24/02/1891, veio logo após a proclamação daRepública. Com ela foram implantadas importantes modificações na distribuição de competências para aelaboração, tramitação e aprovação do orçamento. O Poder Legislativo passou a ter competência para

elaboração do orçamento de todos os poderes da nova República.

Por outro lado, a Lei n.º 30, de 08 de janeiro de 1892, que fixava as responsabilidades do Presidenteda República, estabelecia que a não-apresentação da proposta de orçamento constituía crime contra as leisorçamentárias. Tal fato trouxe um impasse entre os poderes, só superado pela decisão tomada no sentido deque o Executivo apresentaria a proposta como subsídio ao Poder Legislativo, que deliberaria.

Em 1922 foi aprovado pelo Congresso Nacional o Código de Contabilidade da União. Para aépoca, o Código foi considerado uma evolução tecnológica nas finanças públicas, ao imprimir novasnormas técnicas que possibilitaram ordenar em nível de União - e, posteriormente, por semelhança, nos

Estados e municípios -, procedimentos orçamentários, financeiros, patrimoniais, administrativos etc.,visando à busca de melhor eficiência na gestão dos recursos.

Em 1926, mediante uma reforma na constituição, foi finalmente realizada a transferência decompetência da elaboração da proposta orçamentária para o Poder Executivo, o que já acontecia na prática.

Com o advento da terceira constituição da Nação, outorgada em 16/07/1934 , perdeu espaço oLegislativo e voltou a reinar absoluto o Executivo, a quem cabia elaborar e decretar o orçamento. Nela asquestões de ordem orçamentária mereceram destaque, ao serem classificadas em uma seção própria. Nessaconstituição, a competência para elaboração da proposta orçamentária era atribuída ao Presidente da

República, cabendo ao Legislativo a sua votação com auxílio do Tribunal de Contas. Na realidade, a falta de ordem jurídico-constitucional e de leis complementares sobre limitações às

emendas inseridas pelos legisladores deu ao orçamento uma modalidade do “tipo misto”, com co- participação entre ambos os poderes.

A quarta constituição brasileira foi decretada em 10/11/1937, como resultado de um regime político fortemente autoritário, denominado Estado Novo. Aqui as abordagens de ordem orçamentáriatambém mereceram destaque, ao serem tratadas em capítulo especial com seis artigos. Segundo essesartigos, a proposta do orçamento deveria ser formatada por um departamento administrativo a ser criado

 junto à Presidência da República.

A sua votação e aprovação caberiam não só a Câmara dos Deputados, mas também ao ConselhoFiscal, uma espécie de Senado Federal, que também contaria com dez membros de confiança nomeados

 pelo Presidente da República. Giacomoni afirma: “A verdade é que essas duas câmaras legislativas nuncaforam instaladas e o Orçamento federal foi sempre elaborado e decretado pelo chefe do Executivo”. 

O regime estadonovista criou, em 1938, o Departamento de Administração do Serviço Público(DASP), que iniciou o planejamento orçamentário no Brasil, tendo como objetivo principal organizar anualmente a proposta orçamentária, de acordo com as instruções do Presidente da República.

Em 1938, como resultado da Primeira Conferência de Técnicos da Contabilidade Pública eAssuntos da Fazenda, promovida pelo Governo Federal, foram feitas as primeiras tentativas de

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  padronização, que tiveram como base o padrão orçamentário elaborado pelo Conselho Técnico deEconomia e Finanças.

A quinta constituição do Brasil foi promulgada em 18/09/1946, logo após a redemocratização doPaís. Pelo seu conteúdo, o Executivo continuou a elaborar o projeto de lei orçamentária, passando, porém, aencaminhá-lo às casas do Congresso para discussão e aprovação, inclusive com a prerrogativa de emendas.

Essa constituição de 1946, denominada “planejamentista”, explicita as necessidades de se criarem planos setoriais e regionais, com reflexo direto na monetarização do orçamento, ao estabelecer vinculaçõescom a receita. A experiência brasileira na construção de planos globais, até 1964, caracterizou-se por “contemplar somente os elementos de despesa com ausência da programação de objetivos, metas e recursosreais, intensificando as desvinculações dos Planos e dos Orçamentos”. 

O regime político resultante do movimento dos militares, em 1964, assumiu característicasautoritárias nunca vistas antes. Em conseqüência, a sexta constituição brasileira outorgada em 24/01/1967,estabeleceu regras de orçamento única e exclusivamente a favor do centralizador Poder Executivo,estendendo-as inclusive aos Estados e municípios. A grande decepção, em matéria de orçamento, ficou por 

conta da retirada sumária das prerrogativas do Poder Legislativo quanto às iniciativas de leis e emendas quecriassem ou aumentassem despesas. Assim rezava o artigo 65:

“ É de competência do Poder Executivo a iniciativa das leis orçamentárias e das que abramcréditos, fixem vencimentos e vantagens dos servidores públicos, concedam subvenção ou auxílio ou dequalquer modo autorizem, criam ou aumentam despesas.” 

 §1.º -Não será objeto de deliberação a emenda de que decorra aumento de despesa global ou de cadaórgão, projeto ou programa, ou as que visem a modificar o seu montante, natureza e objetivo.

O Executivo, ao encaminhar a proposta orçamentária, torna explicito o conflito de interesses entre

as possíveis alocações de recursos e a distribuição dos custos entre os diversos segmentos da sociedade.Além disso, não transitavam pelo Poder Legislativo o orçamento monetário, que continha a programação da

 política monetária e cambial, e o orçamento das empresas estatais, que abrangia as empresas públicas, associedades de economia mista, suas subsidiárias e suas controladas, direta ou indiretamente, as autarquias,as fundações e os órgãos autônomos da administração indireta.

Portanto, não passando pelo Poder Legislativo o orçamento monetário e o orçamento das empresasestatais, segundo Cruz, “as peças orçamentárias que iam ao encontro do Congresso Nacional tinham ainexpressiva participação de menos do que 20% dos recursos financeiros a movimentar”.

Apesar de tudo, de fundamental importância para o processo orçamentário em todas as esferas degoverno -federal, estadual, municipal e do Distrito Federal – tem sido, indubitavelmente, o papeldesempenhado pela Lei 4320, de março de 1964. Nesse seu longo período de vigência, em momento algumserviu de empecilho para o surgimento de significativas reformas orçamentárias e financeiras, da adoção detécnicas mais modernas, o que lhe dá, efetivamente, o honroso aspecto de lei básica de orçamento.Comumente conhecida como Lei 4320/64, estabeleceu, logo no seu art. 2º: “A Lei de Orçamento conterá adiscriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa detrabalho do governo...”

Em 1967, o Decreto-Lei 200, de 25 de março, criou o Ministério do Planejamento e Coordenação

Geral, com a competência de elaborar a programação orçamentária e a proposta orçamentária anual. Por suavez, o Ministro instituiu a Subsecretaria de Orçamento e Finanças, hoje Secretaria de Orçamento Federal(SOF), com a atribuição de órgão central do sistema orçamentário.

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A década de 1980 iniciou-se, no campo político, com fortes pressões populares pela distensão doregime autoritário e abertura institucional. Os movimentos sociais ganharam as ruas e a finalidade da base

 política do regime veio à tona. Abriu-se espaço para as eleições -as “diretas já” -para Presidente daRepública, e para a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte. A redemocratização do País e asliberdades individuais foram resgatadas.

Finalmente, em 05 de outubro de 1988, o País recebeu sua sétima Carta Magna, em vigor 

atualmente. Essa constituição atribuiu ao processo orçamentário uma seção especial e à parte:

Titulo VI 

 – Da Tributação e do Orçamento, Capítulo II das Finanças Públicas, Seção II dos Orçamentos.

A partir da sua promulgação ocorreram mudanças substanciais na prática orçamentária, devido àsalterações impostas. Como decorrência, em nível de Estados e municípios, novas práticas avançadasforam introduzidas.

 No campo técnico, as reformulações adotadas deram maior democratização às políticas públicas e

uma participação mais ampla do Poder Legislativo no estabelecimento da programação econômico-financeira do Estado. Assim, a Constituição Federal (CF) resgatou as prerrogativas do Congresso Nacionalde criar despesas e emendar a proposta orçamentária do Executivo e recuperou para a área de decisão doPoder Legislativo os assuntos referentes aos orçamentos das entidades descentralizadas.

A hierarquia dos instrumentos de planejamento orçamentário integrado está estabelecida no artigo165 da CF, que diz: “Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II – asdiretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais”, São documentos inovadores em relação aos processosorçamentários anteriores.

Observa-se que todo o processo alocativo de recursos está sob a égide da lei, e nada se faz emtermos de despesa pública sem que exista uma autorização legislativa. Na prática, é a plena vivência do princípio da universalização orçamentária na ordem constitucional.

Em atendimento à própria Constituição Federal, surgiu, em 2000, a Lei Complementar deResponsabilidade Fiscal – LRF, de n.º 101/2000, que introduziu inovações na administração das finanças

 públicas, instituindo mecanismos de transparência fiscal e controle social dos gastos públicos.

3. - CONCEITOS DE ORÇAMENTO E QUESTÕES DE PROVA

A gestão de uma instituição, independentemente de sua natureza jurídica, tem no seu orçamento uminstrumento capaz de orientar as decisões que devem ser tomadas no sentido de alcançar os objetivos

 pretendidos, através da materialização das ações pensadas e programadas para um período determinado, nocaso, um ano.

A elaboração do orçamento permite identificar previamente os recursos disponíveis e mobilizáveis,que serão aplicados segundo as prioridades estabelecidas em função da política implementada pelogovernante. Por isso, o orçamento tem-se constituído no mais importante instrumento de gestão dosrecursos públicos.

 No decorrer da história, a evolução conceitual do orçamento público, decorrente dos avanços dosconhecimentos teóricos empíricos da realidade na qual se inseriu, permite conceituá-lo de várias formas,desde a mais simples até uma concepção mais aprofundada.

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A primeira delas, a mais simples de todas, diz: “Orçamento é a fixação das despesas a serem pagasem dado exercício, as quais serão contrabalançadas com a previsão da receita necessária”. 

Limita-se, por um lado, a uma relação de receitas a serem arrecadadas – que são as origens – e, deoutro lado, a uma relação de despesas – que são as aplicações -, sem nenhum compromisso em deixar transparentes os motivos e os objetivos do gasto e sem entrar no mérito do que se faz.

A segunda conceituação do orçamento público é tê-lo como um forte instrumento de controlesobre as finanças das entidades governamentais. Nesse sentido, Giacomoni diz “... o orçamento públicoserviu como instrumento de controle, tanto do legislativo sobre o Executivo, como desse sobre suas

 próprias unidades integrantes”. Complementa Antony: “...a elaboração do orçamento ocorre como parte do processo de controle administrativo”. 

Para desempenhar esse papel, o orçamento revestiu-se de classificações orçamentárias elementaresde receitas e despesas e uma roupagem que permitiram registros contábeis que atendam às necessidades dosetor público. Constituir-se-ia numa boa fórmula de controle, ao colocar frente a frente as receitas e asdespesas.

Na terceira forma de conceituação, o orçamento público tem como função principal ser uminstrumento de administração para materialização das ações do governo para que ele próprio possafuncionar e assim alcançar os objetivos voltados para a sociedade. Aqui nasce a idéia de orçamento-

 programa que estabelece os propósitos, os objetivos e as metas inseridas em uma estrutura de programas arealizar, fazendo a ligação entre o planejamento e as finanças e permitindo que os planos expressos emunidades de medida o sejam também em termos de dinheiro, possibilitando assim levá-los à execução

 prática. Essa conceituação aproxima o planejamento, o orçamento e os recursos financeiros.

Finalmente, a quarta conceituação é bem mais recente. Ao orçamento público é dado o caráter de

 principal documento para divulgação das ações do governo junto á sociedade. Nesta conceituação embute-se uma das principais obrigações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é a publicação periódica e sistemática das informações sobre as receitas e as despesas da instituição pública, para que ocidadão possa saber o que está acontecendo e exercer sua cidadania na fiscalização do que o governo faz.Voltou o orçamento às suas origens, a ser o principal instrumento de controle social sobre o dinheiro

 público.

 Na verdade, o orçamento é, antes de tudo, uma decisão de governo ou um exercício de poder e,nesse sentido, não só uma questão técnica, mas também política. Isto significa que todo orçamento públicoimplica a determinação de prioridades, relacionadas, por sua vez, com a capacidade de intervenção e

negociação de certos setores da sociedade ou com opções do próprio governo local. O orçamento permite aidentificação dos recursos disponíveis, que serão aplicados segundo as prioridades estabelecidas e afinadascom a política adotada pelo gestor público.

Pode-se dizer que o desenvolvimento do orçamento público implicou num grande avanço para ademocracia e para as liberdades individuais, ao corroborar, na sua trajetória histórica, a separação dos

 poderes, condição sine qua non para um regime político democrático. Ao longo do tempo transformou-seem um instrumento de bem-estar social, que deseja reduzir as despesas e diminuir a carga tributária. Ésinônimo de esclarecimento das responsabilidades dos governantes perante a sociedade. Um bomorçamento pode prestar serviços e estimular o desenvolvimento. Se elaborado na direção certa, promove emmuito o bem-estar social, mas se elaborado de forma errada, atrapalha e até inibe o desenvolvimento.

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A sua origem e seus fundamentos são encontrados na própria história dos regimes democráticos. Asua força, o seu prestígio e a sua expressão na vida das sociedades estão na razão direta da maior ou menor consciência política das nações.

QUESTÕES DE PROVAS

1) Julgue os itens abaixo, relativos às normas legais do orçamento público.a) A Lei do Plano Plurianual deve estabelecer as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração

Pública para as despesas de capital e para as despesas com subvenções econômicas.  b) A autorização contida na Lei Orçamentária Anual para a realização de operação de crédito por 

antecipação de receita não é considerada dispositivo estranho à previsão de receitas e à fixação dedespesa e nem fere o princípio da exclusividade.

c) São vedados a transposição, o remanejamento e a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, sem prévia autorização regulamentar.

d) É admitida a abertura de créditos extraordinários para atender a despesas imprevisíveis e urgentes,mediante utilização, na esfera federal, de medida provisória.

e) Sob pena de crime de responsabilidade, nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exercíciofinanceiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão na LOA.

GABARITO: E,C,E,C,E

2) A respeito da LDO, que veio representar uma alteração significativa no processo de elaboração doorçamento, julgue os itens que se seguem.

a) A LDO vem ensejar aos legisladores o conhecimento da situação global das finanças doEstado, proporcionando-lhes uma antevisão da proposta orçamentária orçamentária a ser 

 posteriormente elaborada. b) O prazo para o encaminhamento da proposta orçamentária ao Poder Legislativo está previsto

na Constituição, que determinou que o projeto deverá ser remetido até oito meses e meio antesdo encerramento do exercício financeiro.

c) O Poder Legislativo deverá devolver o projeto ao Poder Executivo, para sanção, até oencerramento do primeiro período da sessão legislativa ou durante o recesso parlamentar de

 julho.d) A LDO conterá orientações para a elaboração das propostas orçamentárias a serem observadas

ao longo de todo o mandato do Presidente da República..e) A LDO poderá inclusive, dispor, sobre alterações na legislação tributária.

GABARITO: C,C,E,E,C

3)  No que concerne à tramitação do projeto de lei do orçamento, no âmbito do Poder Legislativo, julgueos itens abaixo.

a) A discussão e a votação da proposta oriunda do Poder Executivo, assim como das emendas

aprovadas da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, deverão ocorrer emcada uma das Casas do Congresso Nacional. b) A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização somente pode aprovar emendas

que indiquem os recursos necessários, em especial, os provenientes de excesso de arrecadaçãoverificado no exercício financeiro anterior.

c) O Congresso Nacional deverá devolver o projeto de lei orçamentária anual, para sanção presidencial, em até trinta dias do encerramento do exercício financeiro.

d) O parecer da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização sobre as emendasapresentadas será conclusivo e final, salvo requerimento para que a emenda seja submetida àvotação, assinado por um décimo dos congressistas e apresentado à mesa do Congresso Nacionalaté o dia anterior ao estabelecido para a discussão da matéria.

e) Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditosespeciais e suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

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GABARITO:E,E,E,C,C

4)  No que concerne aos procedimentos relativos à promulgação da lei orçamentária anual, julgue os itensabaixo.

a) Aplicam-se as normas relativas aos demais processos legislativos. b) A promulgação somente poderá ocorrer após a votação dos vetos presidenciais.c) A sanção representa a concordância do Chefe do Poder Executivo com os termos da lei decretada pelo

Poder Legislativo.d) O Presidente da República terá um prazo não superior a trinta dias para sancionar a lei orçamentáriaanual.

e) O Presidente da República terá quinze dias para comunicar ao Presidente do Senado as razões do veto,caso exista.

GABARITO:C,E,C,C,E

05) A respeito do tratamento constitucional e doutrinário vigente conferido ao orçamento público, julgueos itens abaixo.

a) A disciplina básica do orçamento público é estabelecida pela Constituição da República, que estatui os

seus princípios e as regras que tratam da receita e da despesa, desde a autorização para a cobrança detributos até a previsão para os gastos, sendo reconhecida pela doutrina a existência de umaverdadeira constituição orçamentária.

 b) O plano decenal, o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual constituem etapasde planejamento orçamentário.

c) Salvo em caso de calamidade pública ou social, é vedada, expressamente, a realização de despesas oua assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.

d) Não é possível, em nenhuma hipótese, a rejeição do projeto de lei orçamentária anual.e) No que concerne à histórica e polêmica questão doutrinária relativa à natureza jurídica do orçamento,

na conhecida e clássica posição de León Duguit, o orçamento tem estrutura e natureza complexas: notocante à receita, é uma lei quando autoriza a cobrança de tributos; no que diz respeito à fixação da

despesa, tem natureza administrativa ou de ato-condição.GABARITO: C,E,E,E,C

06) Em relação às normas constitucionais que regulam os orçamentos públicos, julgue os itens que seseguem.

a) A matéria veiculada na lei orçamentária anual restringe-se à previsão de receita e à fixação dasdespesas. Afora isso, a única matéria passível de ser veiculada nessa lei diz respeito à autorização

 para a abertura de créditos suplementares e à contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.

 b) O orçamento da seguridade social é veiculado em lei própria, diversa daquela em que se veicula o

orçamento da União, haja vista a natureza autárquica da entidade que gere esses recursos e anecessidade de se impedir que o Executivo Federal os desvie para despesas em outras áreas.c) O orçamento das fundações públicas universitárias faz parte do Orçamento Geral da União.d) A Constituição não admite a vinculação de receita de impostos a qualquer órgão ou a qualquer 

despesa, ressalvada, apenas, a destinação aos fundos de participação dos Estados, do Distrito Federale dos Municípios.

e) As leis que estabelecem os orçamentos anuais são de iniciativa privativa do Presidente da República. A par disso, na apresentação de emendas ao projeto do Executivo, é imprescindível que se indiquem osrecursos necessários à nova despesa proposta – admitidos, apenas, os provenientes da anulação deoutras despesas.

GABARITO:C,E,C,E,C

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07) Desde seus primórdios, a instituição orçamentária foi cercada por uma série de regras, com afinalidade de aumentar-lhe a consistência no cumprimento de sua principal tarefa, que é auxiliar ocontrole parlamentar sobre os executivos. No Brasil, a prática orçamentária, que é fundamentada nessasregras, também chamadas princípios orçamentários,

a) não respeita o princípio da unidade, dada a existência do orçamento fiscal, do orçamento das estatais edo orçamento da seguridade social.

 b) respeita o princípio da universalidade, mesmo não havendo a exigência de inclusão das receitas e dasdespesas operacionais das empresas estatais.

c) não respeita o princípio do orçamento bruto, porquanto permite que algumas despesas sejam deduzidasde certas receitas.

d) respeita o princípio da anualidade, mesmo havendo a exigência de elaboração de planos plurianuais.e) respeita o princípio da exclusividade, mesmo havendo a possibilidade de o orçamento conter 

autorizações para a abertura de créditos suplementares.GABARITO: E,C,E,C,C

STF/2008 - Com base na doutrina e nas legislações orçamentária e financeira públicas, julgue os itens abaixo.

08) A adoção do orçamento moderno está associada à concepção do modelo de Estado que, desde antes do final doséculo XIX, deixa de caracterizar-se por mera postura de neutralidade, própria do laissez-faire, e passa a ser mais intervencionista, no sentido de corrigir as imperfeições do mercado e promover o desenvolvimentoeconômico.

09) Com a Constituição de 1891, que se seguiu à Proclamação da República, a elaboração da proposta orçamentária passou a ser privativa do Poder Executivo, competência que foi transferida para o Congresso Nacional somentena Constituição de 1934.

GABARITO: C, E

3.1 O MODELO ORÇAMENTÁRIO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988

Título VI

Capítulo II

Seção II

DOS ORÇAMENTOS

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos emetas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para asrelativas aos programas de duração continuada.

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração públicafederal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da

lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política deaplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

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§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumidoda execução orçamentária.

§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaboradosem consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administraçãodireta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioriado capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, daadministração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre asreceitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de naturezafinanceira, tributária e creditícia.

§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terãoentre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação deoperações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

§ 9º - Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem comocondições para a instituição e funcionamento de fundos.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual eaos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento

comum.§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadasanualmente pelo Presidente da República;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nestaConstituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação dasdemais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, naforma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

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§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podemser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídasas que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

 b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

 b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quandoincompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificaçãonos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cujaalteração é proposta.

§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serãoenviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se

refere o art. 165, § 9º.§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, asdemais normas relativas ao processo legislativo.

§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiaisou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ouadicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas asautorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto daarrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e

serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividadesda administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a

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 prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bemcomo o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dosrecursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para

outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridadesocial para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionadosno art. 165, § 5º;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de

receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesascom pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Inciso incluído

 pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98)

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para arealização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de quetrata o art. 201. (Inciso incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem  prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de

responsabilidade.§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que foremautorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, casoem que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeirosubseqüente.

§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis eurgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto noart. 62.

§ 4º E permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os artigos 155 e156, e dos recursos de que tratam os artigos 157, 158, 159, I, a e b, e II, para prestação de garantia oucontragarantia à União e para pagamentos de débitos para com esta. (Parágrafo incluído pela EmendaConstitucional nº 3, de 17/03/93)

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementarese especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, ser-lhes-ãoentregues até o dia 20 de cada mês, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

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§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos efunções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas emantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aosacréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas eas sociedades de economia mista.

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduaisaos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. (Parágrafoincluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98)

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na leicomplementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão asseguintes providências:

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;

II - exoneração dos servidores não estáveis.

(Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98)

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar ocumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder ocargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, oórgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Parágrafo incluído pela EmendaConstitucional nº 19, de 04/06/98)

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente aum mês de remuneração por ano de serviço. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de04/06/98)§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação

de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Parágrafoincluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98)

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98)

QUESTÕES DE PROVA - TCU

10)Com a Constituição de 1891, que se seguiu à Proclamação da República, a elaboração da propostaorçamentária passou a ser privativa do Poder Executivo, competência que foi transferida para oCongresso Nacional somente na Constituição de 1934.

11)Tem-se observado, no Brasil, que o calendário das matérias orçamentárias e a falta de rigor nocumprimento dos prazos comprometem a integração entre planos plurianuais e leis orçamentárias anuais.

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GABARITO: E, C

TST-2008

Com base nos conceitos e na legislação acerca de orçamentos públicos, julgue os itens a seguir.

12 O orçamento público passa a ser utilizado sistematicamente como instrumento da política fiscal dogoverno a partir da década de 30 do século XX, por influência da doutrina keynesiana, tendo funçãorelevante nas políticas de estabilização da economia, na redução ou expansão do nível de atividade.

13 A utilização da política orçamentária para os propósitos de estabilização econômica implica promover ajustes no nível da demanda agregada, expandindo-a ou restringindo-a, e provocando aocorrência de deficits ou superavits.

14 De acordo com a atual legislação brasileira, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) disporá sobreas alterações na legislação tributária, que, para todos os fins, não estarão sujeitas aos princípios daanterioridade e da anualidade.

15 Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias destinadas ao Poder Judiciário ser-lhe-ãoentregues até o dia 20 de cada mês, na proporção das liberações efetuadas pelo Poder Executivo àssuas próprias unidades orçamentárias.

GABARITO: C,C,E,E

3.2 - COMENTÁRIOS RELACIONADOS COM O ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃOFEDERAL DE 1988

O texto constitucional promulgado em 1988 trouxe inovações significativas na sistemática deelaboração e de apreciação dos instrumentos que compõem o chamado “modelo orçamentário”. O principalarcabouço legal do processo de planejamento e de orçamento está inscrito nos arts. 165 a 169 daConstituição Federal1 e tem como expoente formal três documentos interdependentes, a saber: a Lei do

 Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). A preocupação central dos Constituintes de 88, ao aprovar essas normas, foi vincular os processos de planejamento ao de orçamento.

Desse modo, foi determinado no art. 165, § 4º, da CF, que “...Os planos e programas nacionais,regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional”. Adicionalmente, o § 1º do art. 167, estabelece que“...Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem préviainclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a sua inclusão, sob pena de crime deresponsabilidade”.

3.2.1 - A Lei do Plano Plurianual é uma lei ordinária, editada a cada quatro anos e, segundo dispõe o § 1ºdo art. 165 do texto constitucional, “...estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metasda administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativasaos programas de duração continuada”.

A elaboração do projeto de lei do PPA inicia-se no Poder Executivo, sendo coordenado pelaSecretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento eGestão (SPI/MPO). Esse projeto deve ser enviado ao Congresso Nacional até 31 de agosto do primeiro anode cada mandato presidencial e tem validade para um período de quatro exercícios financeiros. A suaexecução inicia-se no segundo ano do mandato presidencial e encerra-se no primeiro ano do mandato

  presidencial subseqüente. O PPA veio substituir o antigo Orçamento Plurianual de Investimentos.Comparativamente ao seu antecessor, que abrangia apenas três exercícios, o PPA apresenta, além do valor 

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das despesas de capital (construção de edificações públicas, estradas etc.), também as metas físicas a serematingidas por tipo de programa e ação, bem como lista as despesas de duração continuada (benefícios

 previdenciários), condicionando toda a programação do orçamento ao planejamento de longo prazo.

3.2.1.1 - O Modelo do PPA 2008-2011

Princípios

O planejamento da ação governamental no horizonte de curto, médio e longo prazos é umaexigência sem a qual a Estratégia de Desenvolvimento não se viabiliza . O PPA ,como um dos instrumentosde planejamento previstos na Constituição Federal, organiza os principais objetivos, diretrizes e metas daAdministração Pública Federal (APF) para o período de quatro anos e deve orientar os demais planos e

 programas nacionais, regionais e setoriais .

 Nesse sentido, o PPA é um instrumento de planejamento mediador entre o planejamento de longo prazo e os orçamentos anuais que consolidam a alocação dos recursos públicos a cada exercício .

O Brasil tem avançado, nos últimos anos, no que se refere ao planejamento da ação de governo, demodo a:

a) organizar esforços rumo a objetivos de longo prazo;

 b) considerar os impactos futuros da ação presente;

c) buscar integrar a visão do território na estratégia de desenvolvimento;

d) incluir a participação da sociedade na definição e no acompanhamento do planejamento nacional;

e) implementar um modelo de gestão por resultados .

Seguindo essa tendência, o PPA 2008-2011 se orienta pelos seguintes princípios:

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a) convergência territorial: orientação da alocação dos investimentos públicos e privados, visando a umaorganização mais equilibrada do território;

 b) integração de políticas e programas, tendo o PPA como instrumento integrador das políticas do GovernoFederal para o período de quatro anos, a partir de um horizonte de 20 anos; 

c) gestão estratégica dos projetos e programas considerados prioritários para a Estratégia deDesenvolvimento, de modo a assegurar o alcance dos resultados  pretendidos;

d) monitoramento, avaliação e revisão contínua dos programas, criando condições para a melhoria daqualidade e produtividade dos bens e serviços públicos;

e) transparência na aplicação dos recursos públicos, mediante ampla divulgação dos gastos e dos resultadosobtidos;

f)participação social no acompanhamento do ciclo de gestão do PPA como importante instrumento deinteração entre o Estado e o cidadão, para aperfeiçoamento das políticas públicas .

A Metodologia do PPA 2008-2011

O elemento organizativo central do PPA é o Programa, entendido como um conjunto articulado deações orçamentárias, na forma de projetos, atividades e operações especiais, e ações não-orçamentárias,com intuito de alcançar um objetivo específico.

Os programas estruturam o planejamento da ação governamental para promover mudanças em umarealidade concreta, sobre a qual o Programa intervém, ou para evitar que situações ocorram de modo a gerar resultados sociais indesejáveis . Os programas também funcionam como unidades de integração entre o

 planejamento e o orçamento .

O fato de que todos os eventos do ciclo de gestão do Governo Federal estão ligados a programas

garante maior eficácia à gestão pública . Os programas funcionam como elementos integradores do processo de planejamento e orçamento, ao estabelecerem uma linguagem comum para o PPA, a definiçãode prioridades e metas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a elaboração dos Orçamentos Anuais e a

 programação orçamentária e financeira.

O êxito na execução do Plano é expresso pela evolução de indicadores, que possibilitam a avaliaçãoda atuação governamental em cada programa, e do conjunto de programas por meio dos indicadoresassociados aos objetivos de governo. Dessa forma, pretende-se assegurar a convergência dos meios nadireção dos objetivos a alcançar .

A gestão por programas implica, ainda, trabalhar de forma cooperativa, cruzando as fronteirasministeriais, estimulando a formação de equipes e de redes com um fim comum, sem ignorar o ambienteorganizacional em que as estruturas e hierarquias permanecem válidas . A transparência para a sociedade e acapacidade de instrumentalizar o controle social são também contribuições do modelo, o que faz doPrograma o referencial ideal para a discussão pública das propostas de governo e a explicitação doscompromissos assumidos com o cidadão .

Plano Plurianual 2008-2011 - Gestão do Plano

A gestão do PPA tem por objetivo viabilizar os compromissos assumidos com a sociedade, por meio de uma ação decididamente voltada para resultados . Para que os resultados previstos no Plano sejam

alcançados, é necessária a gestão eficiente dos programas, o que requer o desenvolvimento de competênciagerencial para a implementação dos programas e das ações pelos órgãos setoriais. O processo de gestão do

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PPA é composto pelas etapas de elaboração, implementação, monitoramento, avaliação e revisão dos programas . Essas etapas formam o ciclo de gestão do PPA representado na figura abaixo.

O modelo de gestão do PPA 2008-2011, no âmbito dos órgãos e entidades responsáveis pelos programas, preserva a unidade de responsabilidade para todas as etapas do processo de gestão . Os agentescentrais na implementação, no monitoramento e na avaliação dos programas são os gerentes de programa eos coordenadores de ação .

A gestão do Programa é de responsabilidade do gerente de programa, que poderá contar com oapoio de um gerente-executivo . O gerente de programa é o titular da unidade administrativa, à qual oPrograma está vinculado. Compete ao gerente de programa:

a)gerenciar a execução do Programa, observando os seus objetivos e a execução eficiente dos recursosalocados;

 b)monitorar a execução do conjunto das ações do Programa;

c)buscar mecanismos inovadores para financiamento e gestão do Programa;

d)gerir as restrições que possam influenciar o desempenho do Programa;

e)validar e manter atualizadas as informações da gestão de restrições e dos dados gerais do Programa sobsua responsabilidade, mediante alimentação do Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento(SIGPlan);

f)promover a avaliação do Programa quanto à sua concepção, implementação e resultados .

Assim como ocorre no nível do Programa, cada ação tem um responsável direto – o coordenador deação. Compete ao coordenador de ação:

a)viabilizar a execução e o monitoramento de uma ou mais ações do Programa;

 b)responsabilizar-se pela obtenção do produto expresso na meta física da ação;

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c)utilizar os recursos de forma eficiente, segundo normas e padrões mensuráveis;

d)gerir as restrições que possam influenciar a execução da ação;

e)estimar e avaliar o custo da ação e os benefícios esperados;

e)efetivar o registro do desempenho físico, da gestão de restrições e dos dados

f)gerais das ações sob sua responsabilidade no SIGPlan .

Este modelo de responsabilidade se completa, preferencialmente, na forma colegiada, exercida por meio de comitês gestores constituídos por representantes dos órgãos e entidades que possuem ações emcada Programa, do qual participam coordenadores de ação e gerentes de programa .

Qualificação do desenho dos programas por meio da análise do modelo lógico

O processo de revisão dos programas finalísticos será precedido de análise de seu modelo lógico, demodo a avaliar o desenho do Programa e ajustá-lo no que for necessário durante a execução para umamelhor gestão por resultados.

Todo programa tem por base uma teoria que o sustenta. Conhecê-la significa aprofundar oconhecimento sobre a natureza, gravidade e extensão do problema ou demanda da sociedade que originou oPrograma . Do mesmo modo se avança no conhecimento sobre o funcionamento do Programa, ou seja,como se pretende intervir e com que recursos, estratégias e ações. Além disso, a identificação das relaçõescausais entre as ações dos programas e os resultados pretendidos cria condições para que se possam avaliar melhor os efeitos do Programa.

Em suma, a análise do modelo lógico permite compreender como se origina o problema oudemanda, como se desenvolve, como se explica, como se propõe intervir de modo eficaz para mitigar suascausas, como monitorar sua execução e avaliar seus resultados. Todos esses elementos são necessários paraum bom desenho de programa .

Aprimorar a qualidade do desenho do Programa por meio da análise do modelo lógico possibilitaráavançar na capacidade de gestão por resultados e criar entendimento comum entre os principaisinteressados no Programa quanto à sua estrutura e resultados;

Gestão de Riscos

Considerando que a gestão das políticas públicas ocorre em um ambiente em permanente mudança,sujeito a eventos imprevistos nem sempre sob a governabilidade do gestor responsável pelo programa ouação pública, a gestão de riscos assume um papel fundamental na gestão do novo PPA .

Uma ação com natureza de projeto, por exemplo, pode sofrer impactos na sua execução de naturezalegal, técnica, orçamentária, financeira, política, dentre outras, capazes de gerar atrasos no seu cronogramaou mesmo inviabilizá-la . Nesse caso, os prejuízos sociais são grandes, pois fica o Poder Público incapaz decumprir com o planejado e gerar o bem ou o serviço a população beneficiária.

O sistema de monitoramento das ações e dos programas do PPA incorporará a análise de risco paraevitar que isso ocorra . A análise compreende a identificação, análise qualitativa (natureza, relevância e

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impacto potencial do risco), análise quantitativa (probabilidade do risco), plano de resposta emonitoramento da evolução do risco .

Dessa forma, os programas e as ações do PPA contarão com um instrumento de gestão capaz deantecipar eventos que representem potencial ameaça à sua execução, além de gerar respostas tempestivas

 para assegurar o melhor nível de execução e efetividade dos programas;

Participação Social no processo de elaboração, monitoramento, avaliação e revisão do PPA

A participação social é uma das alavancas para o avanço da democracia, pois promove ocompartilhamento das decisões sobre os rumos do País . Por meio da participação ativa, as demandas dasociedade podem ser incorporadas na definição do planejamento público, no aperfeiçoamento das políticas

 públicas e no controle social de sua implementação e resultados .

  Nesse sentido, a atuação do Governo Federal tem sido a de valorizar os espaços de gestão participativa das políticas públicas . A criação e a consolidação do Conselho Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (CDES) formado por 102 representantes da sociedade civil e do Governo Federal, a

contínua interlocução com conselhos setoriais, sindicatos, associações de empresários e organizaçõessociais, e a realização de conferências de âmbito nacional têm incorporado à agenda pública novos temas .As 39 conferências realizadas no período 2003-2006 mobilizaram mais de 2 milhões de pessoas nadiscussão e proposição de políticas e ações governamentais . Esse diálogo amplo tem estabelecido aogoverno e à sociedade compromissos voltados à construção de políticas públicas orientadas para odesenvolvimento inclusivo e sustentável do País .

O PPA 2008-2011 é canal fundamental para a ampliação e consolidação da participação socialcomo mecanismo auxiliar nos processos decisórios do Estado. Representa a continuidade desse espaço de

 participação cidadã, já verificada na elaboração do PPA 2004-2007, com avanços que buscam induzir, na

sociedade, o desafio de participar do monitoramento da implementação do PPA, dos processos de revisãoanual e, assim, efetivar um processo de controle social da gestão pública . Para isso, é necessária aconstrução dos mecanismos institucionais de participação social que contemplem as expectativas dasociedade civil de exercer o direito democrático do controle social .

O PPA 2008-2011 é orientado pelas seguintes diretrizes para a participação social no processode elaboração do Plano:

a)incorporação da Agenda Nacional de Desenvolvimento (AND), formulada no âmbito do CDES, nasOrientações Estratégicas de Governo para o período 2008-2011;

 b)valorização dos canais de participação social existentes e das propostas já construídas nesses espaços(conselhos, conferências, fóruns, etc);

c)construção conjunta de prioridades pelos ministérios e conselhos setoriais;

d)retorno de informações para os atores envolvidos em todas as etapas do processo .

Seguindo essas diretrizes, os ministérios foram orientados a promover consultas aos conselhosrepresentativos da sociedade nas diversas áreas de abrangência do PPA, em particular na discussão dosObjetivos e Orientações Estratégicas Setoriais .

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É importante ressaltar, ainda, que a participação da sociedade não se encerrará com oencaminhamento do PPA 2008-2011 ao Congresso Nacional. O desafio maior é a construção demecanismos capazes de assegurar a participação e o controle social na gestão do Plano, especialmente nasetapas de monitoramento e avaliação dos programas e das ações do PPA .

O monitoramento e avaliação do cumprimento dos objetivos setoriais, por exemplo, deverão ser realizados pelos ministérios, com a participação dos diversos conselhos sociais .

Assim, ao longo do período do Plano, os ministérios poderão debater com os segmentosrepresentativos da sociedade os resultados das políticas setoriais, por meio da evolução dos indicadores, a

 partir da implementação do conjunto dos programas . Essa avaliação dos objetivos setoriais será utilizadacomo subsídio para a avaliação dos objetivos de Governo, atribuição do Ministério do Planejamento,Orçamento e Gestão (MP) .

Ainda nesse sentido, o Governo Federal organiza iniciativa inovadora na esfera pública federal, decriação de uma Rede de Controle Social dos Empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento(REPAC) . O grande volume de empreendimentos em execução no âmbito do PAC exige um esforço

adicional do governo e da sociedade para que os recursos destinados ao Programa sejam executados comeficiência e gerem os resultados esperados para a sociedade brasileira .

A manifestação da sociedade, de entidades não-governamentais e atores interessados noacompanhamento dos empreendimentos do PAC permitirá a captação da percepção quanto aos resultadosdos empreendimentos, seu grau de sustentabilidade e outras questões que poderão antecipar eventuais

 problemas na implementação dos projetos ou maximizar seu impacto .

Durante a avaliação dos resultados dos Programas do PPA, a ser realizada pelos órgãosresponsáveis pela execução, está prevista, ainda, a utilização de mecanismos de participação social, de

modo a incorporar visões dos beneficiários e parceiros sociais relevantes na gestão do Programa . Aavaliação anual, com contribuições de atores sociais interessados, permite trazer para o cenário de revisãodos programas elementos relevantes para seu aperfeiçoamento e avanço de resultados .

O Governo Federal, desse modo, adotará mecanismos que permitam o acompanhamento do PPAcom a colaboração da sociedade e a divulgação de seus resultados .

A Estrutura do Plano

A lógica de estruturação do PPA 2008-2011 se apresenta de modo a dar coerência às ações degoverno, articulando a dimensão estratégica e tático-operacional do Plano . A dimensão estratégica inclui aVisão de Longo Prazo para o Brasil, expressa na AND, os 10 Objetivos de Governo e os Objetivos Setoriais. A dimensão tático-operacional é composta dos programas e ações do PPA, conforme representado nafigura abaixo.

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A Estratégia de Desenvolvimento para o PPA 2008-2011 é o eixo organizador do Plano e por meio

dele se viabiliza . Passa a incorporar os resultados alcançados no período anterior e avança ao propor novosdesafios para o período 2008-2011, a partir dos compromissos assumidos pelo Presidente Luiz Inácio Lulada Silva em seu Programa de Governo . As diretrizes e prioridades apresentadas no PPA propõem levar oBrasil na direção da Visão de Longo Prazo expressa na AND .

Os desafios a serem enfrentados no período do PPA 2008-2011, para fazer avançar a agenda dedesenvolvimento, são expressos em 10 Objetivos do Governo Federal:

1) Promover a inclusão social e a redução das desigualdades;

2) Promover o crescimento econômico ambientalmente sustentável, com geração de empregos edistribuição de renda;

3)Propiciar o acesso da população brasileira à educação e ao conhecimento com eqüidade, qualidade evalorização da diversidade;

4)Fortalecer a democracia, com igualdade de gênero, raça e etnia, e a cidadania com transparência, diálogosocial e garantia dos direitos humanos;

5)Implantar uma infra-estrutura eficiente e integradora do Território Nacional;

6)Reduzir as desigualdades regionais a partir das potencialidades locais do Território Nacional;

7)Fortalecer a inserção soberana internacional e a integração sul-americana;

8.)Promover um ambiente social pacífico e garantir a integridade dos cidadãos;

9).Promover o acesso com qualidade à Seguridade Social, sob a perspectiva da universalidade e daeqüidade, assegurando-se o seu caráter democrático e a descentralização .

LEI Nº 11.653, DE 7 ABRIL DE 2008.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

CAPÍTULO I

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DA ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PLANO

Art. 1o Esta Lei institui o Plano Plurianual para o quadriênio 2008-2011, em cumprimento ao disposto no §1º do art. 165 da Constituição Federal.

§ 1o Integram o Plano Plurianual os seguintes anexos:

I - Anexo I - Programas Finalísticos;II - Anexo II - Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais; e

III - Anexo III - Órgãos Responsáveis por Programas de Governo.

§ 2o Não integram o Plano Plurianual os programas destinados exclusivamente a operações especiais.

Art. 2o O Plano Plurianual 2008-2011 organiza a atuação governamental em Programas orientados para oalcance dos objetivos estratégicos definidos para o período do Plano.

Art. 3o Os programas e ações deste Plano serão observados nas leis de diretrizes orçamentárias, nas leisorçamentárias anuais e nas leis que as modifiquem.

§ 1o A gestão fiscal e orçamentária e a legislação correlata deverão levar em conta as seguintes diretrizes da política fiscal:

I - elevação dos investimentos públicos aliada à contenção do crescimento das despesas correntes primáriasaté o final do período do Plano;

II - redução gradual da carga tributária federal aliada ao ganho de eficiência e combate à evasão na

arrecadação;

III - preservação de resultados fiscais de forma a reduzir os encargos da dívida pública.

§ 2o Serão considerados prioritários, na execução das ações constantes do Plano, os projetos:

I - associados ao Projeto-Piloto de Investimentos Públicos - PPI e ao Programa de Aceleração doCrescimento - PAC; e

II - com maior índice de execução ou que possam ser concluídos no período plurianual.

ATENÇÃO.....ATENÇÃO.....TÓPICO MUITO COBRADO PELAS BANCAS

Art. 4o Para efeito desta Lei, entende -se por:

I - Programa: instrumento de organização da ação governamental que articula um conjunto de açõesvisando à concretização do objetivo nele estabelecido, sendo classificado como:

a) Programa Finalístico: pela sua implementação são ofertados bens e serviços diretamente à sociedadee são gerados resultados passíveis de aferição por indicadores;

 b) Programa de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais: aqueles voltados para a oferta de serviçosao Estado, para a gestão de políticas e para o apoio administrativo;

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II - Ação: instrumento de programação que contribui para atender ao objetivo de um programa, podendo ser orçamentária ou não-orçamentária, sendo a orçamentária classificada, conforme a suanatureza, em:

a) Projeto: instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo umconjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão

ou aperfeiçoamento da ação de governo;

b) Atividade: instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo umconjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produtonecessário à manutenção da ação de governo;

c) Operação Especial: despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamentodas ações do governo federal, das quais não resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob aforma de bens ou serviços.

Art. 5o Os valores financeiros, metas físicas e períodos de execução estabelecidos para as açõesorçamentárias são estimativos, não se constituindo em limites à programação das despesas expressas nasleis orçamentárias e em seus créditos adicionais, ressalvado o disposto no § 2o do art. 6o.

Art. 6o Somente poderão ser contratadas operações de crédito externo para o financiamento de açõesorçamentárias integrantes desta Lei.

§ 1o As operações de crédito externo que tenham como objeto o financiamento de projetos terão comolimite contratual o valor total estimado desses projetos.

§ 2o Os desembolsos decorrentes das operações de crédito externo de que trata o caput deste artigo estão

limitados, no quadriênio 2008-2011, aos valores financeiros previstos para as ações orçamentáriasconstantes deste Plano.

CAPÍTULO II - DA GESTÃO DO PLANO - Seção I

Art. 7o A gestão do Plano Plurianual observará os princípios de eficiência, eficácia e efetividade ecompreenderá a implementação, monitoramento, avaliação e revisão de programas.

Art. 8o O Poder Executivo manterá sistema de informações gerenciais e de planejamento para apoio àgestão do Plano, com característica de sistema estruturador de governo.

Art. 9o Caberá ao Poder Executivo estabelecer normas complementares para a gestão do Plano Plurianual2008-2011.

Parágrafo único. O Poder Executivo manterá atualizado, na Internet, o conjunto de informações necessáriasao acompanhamento da gestão do Plano.

Seção II - Projetos de Grande Vulto

Art. 10. Consideram-se, para efeito deste Plano, como Projetos de Grande Vulto, ações orçamentárias do

tipo projeto:

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I - financiadas com recursos do orçamento de investimento das estatais, de responsabilidade de empresas decapital aberto ou de suas subsidiárias, cujo valor total estimado seja igual ou superior a cem milhões dereais;

II - financiadas com recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social, ou com recursos do orçamentodas empresas estatais que não se enquadrem no disposto no inciso anterior, cujo valor total estimado sejaigual ou superior a vinte milhões de reais.

§ 1o O projeto de grande vulto deverá constituir ação orçamentária específica a nível de título, com objetodeterminado, vedada sua execução à conta de outras programações.

§ 2o O disposto no § 1o deste artigo somente se aplicará ao projeto de lei orçamentária do ano subseqüenteao da assinatura do convênio ou contrato de repasse, na hipótese de projeto de caráter plurianual custeadocom dotação destinada a transferências voluntárias para o financiamento de projetos de investimentosapresentados por Estados, Distrito Federal e Municípios.

§ 3o (VETADO)

§ 4o Serão adotados critérios e requisitos adicionais para a execução, acompanhamento e controle, interno eexterno, incluindo a avaliação prévia da viabilidade técnica e socioeconômica, sempre que o custo totalestimado do projeto de grande vulto for igual ou superior a:

I - cem milhões de reais, quando financiado com recursos do orçamento de investimento das estatais, deresponsabilidade de empresas de capital aberto ou de suas subsidiárias; ou

II - cinqüenta milhões de reais, quando financiado com recursos do orçamento fiscal e da seguridade socialou com recursos do orçamento das empresas estatais que não se enquadrem no disposto no item anterior.

§ 5o O Órgão Central do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal:I - estabelecerá critérios e parâmetros para a avaliação dos projetos de grande vulto de forma diferenciadaem função de faixas de valor e de tipos de intervenção;

II - poderá regulamentar as características e a necessidade de individualização, em projetos orçamentáriosespecíficos, de que trata o § 1o deste artigo, dos empreendimentos contemplados na programação do PlanoPlurianual.

Seção III - Do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC

Art. 11. As ações do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC constantes do Plano Plurianual 2008-2011 integram as prioridades da Administração Pública Federal, e terão tratamento diferenciado durante o período de execução do Plano, na forma do disposto nesta Lei.

§ 1o (VETADO)

§ 2o (VETADO)

Art. 12. O Poder Executivo fica autorizado a suplementar, por decreto, dotações consignadas nas ações doPrograma de Aceleração do Crescimento - PAC, integrantes da lei orçamentária anual e devidamenteidentificadas no SIAFI, até o limite de 30% (trinta por cento) de cada ação, mediante o cancelamento de até

30% (trinta por cento) de cada ação orçamentária integrante do PAC, exceto se outro critério for fixado pelalei orçamentária anual.

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Art. 13. Os limites mínimos de contrapartida, fixados nas leis de diretrizes orçamentárias, poderão ser reduzidos mediante justificativa do titular do órgão concedente, que deverá constar do processocorrespondente, quando os recursos transferidos pela União destinarem-se ao atendimento das açõesrelativas ao PAC.

Art. 14. O Órgão Central de Planejamento e Orçamento Federal processará o cadastramento dosempreendimentos do PAC e o monitoramento das execuções física, orçamentária e financeira de cada

empreendimento.

§ 1o O Órgão Central de Planejamento e Orçamento Federal definirá os requisitos, critérios e condiçõesdiferenciadas para o cumprimento do disposto neste artigo em função de faixas de valor e tipos deintervenção, por segmento ou setor.

§ 2o Caberá ao Poder Executivo enviar ao Congresso Nacional relatório quadrimestral com as ações erespectivas metas consolidadas, bem como os resultados de implementação e execução de suas ações.

Seção IV - Das Revisões e Alterações do Plano

Art. 15. A exclusão ou a alteração de programas constantes desta Lei ou a inclusão de novo programa serão propostas pelo Poder Executivo por meio de projeto de lei de revisão anual ou específico de alteração daLei do Plano Plurianual.

§ 1o Os projetos de lei de revisão anual, quando necessários, serão encaminhados ao Congresso Nacionalaté 31 de agosto.

§ 2o Os projetos de lei de revisão do Plano Plurianual conterão, no mínimo, na hipótese de:

I - inclusão de programa:

a) diagnóstico sobre a atual situação do problema que se deseja enfrentar ou sobre a demanda da sociedadeque se queira atender com o programa proposto;

 b) indicação dos recursos que financiarão o programa proposto;

II - alteração ou exclusão de programa:

a) exposição das razões que motivam a proposta.

§ 3o Considera-se alteração de programa:

I - modificação da denominação, do objetivo ou do público-alvo do programa;

II - inclusão ou exclusão de ações orçamentárias;

III - alteração do título, do produto e da unidade de medida das ações orçamentárias.

§ 4o As alterações previstas no inciso III do § 3o poderão ocorrer por intermédio da lei orçamentária ou deseus créditos adicionais, desde que mantenham a mesma codificação e não modifiquem a finalidade da açãoou a sua abrangência geográfica.

§ 5o A inclusão de ações orçamentárias de caráter plurianual poderá ocorrer por intermédio de lei de

créditos especiais desde que apresente, em anexo específico, as informações referentes às projeções plurianuais e aos atributos constantes do Plano.

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Art. 16. O Poder Executivo fica autorizado a:

I - alterar o órgão responsável por programas e ações;

II - alterar os indicadores dos programas e seus respectivos índices;

III - incluir, excluir ou alterar ações e respectivas metas, no caso de ações não- orçamentárias;

IV - adequar a meta física de ação orçamentária para compatibilizá-la com alterações no seu valor, produto,ou unidade de medida, efetivadas pelas leis orçamentárias anuais e seus créditos adicionais ou por leis quealterem o Plano Plurianual;

V - incorporar as alterações de que trata o § 3o do art. 15 desta Lei, decorrentes da aprovação da lei

orçamentária para 2008, podendo ainda incluir os demais elementos necessários à atualização do PlanoPlurianual;

VI - incorporar anexo contendo relação de obras inacabadas, observando as decisões do Tribunal de Contas

da União sobre o assunto.Seção V - Do Monitoramento e Avaliação

Art. 17. O Poder Executivo instituirá o Sistema de Monitoramento e Avaliação do Plano Plurianual 2008-2011, sob a coordenação do Órgão Central do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal, competindo-lhe definir diretrizes e orientações técnicas para seu funcionamento.

Art. 18. Os Órgãos do Poder Executivo responsáveis por programas, nos termos do Anexo III desta Lei,deverão manter atualizadas, durante cada exercício financeiro, na forma estabelecida pelo Órgão Central doSistema de Planejamento e Orçamento Federal, as informações referentes à execução física das ações

orçamentárias e à execução física e financeira das ações não-orçamentárias constantes dos programas sobsua responsabilidade.

§ 1o Para efeito de subsídio aos processos de tomada e prestação de contas, os registros no sistema deinformações gerenciais e de planejamento serão encerrados até 15 de fevereiro do exercício subseqüente aoda execução;

§ 2o Aplica-se aos órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e o Ministério Público da União, responsáveis por programas, o disposto no caput e no §1o deste artigo.

Art. 19. O Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional, até o dia 15 de setembro de cada exercício,relatório de avaliação do Plano, que conterá:

I - avaliação do comportamento das variáveis macroeconômicas que embasaram a elaboração do Plano,explicitando, se for o caso, as razões das discrepâncias verificadas entre os valores previstos e os realizados;

II - demonstrativo, na forma dos Anexos I e II desta Lei, contendo, para cada programa a execução física eorçamentária das ações orçamentárias nos exercícios de vigência deste Plano;

III - demonstrativo, por programa e por indicador, dos índices alcançados ao término do exercício anterior edos índices finais previstos;

IV - avaliação, por programa, da possibilidade de alcance do índice final previsto para cada indicador e decumprimento das metas, indicando, se for o caso, as medidas corretivas necessárias;

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V - as estimativas das metas físicas e dos valores financeiros, para os três exercícios subseqüentes ao da  proposta orçamentária enviada em 31 de agosto, das ações orçamentárias constantes desta Lei e suasalterações, das novas ações orçamentárias previstas e das ações não-orçamentárias, inclusive as referidasnos artigos 22 e 23 desta Lei.

Parágrafo único. As estimativas de que trata o inciso V são referências para fins do cumprimento dodisposto no inciso IV, § 2o, art. 7o, da Lei no 8.666, de 1993, e no art.16 da Lei Complementar no 101, de 4

de maio de 2000.

Seção VI - Da Participação Social

Art. 20. O Poder Executivo e o Poder Legislativo promoverão a participação da sociedade na elaboração,acompanhamento e avaliação das ações do Plano de que trata esta Lei.

Parágrafo único. As audiências públicas regionais ou temáticas, realizadas durante a apreciação da propostaorçamentária, com a participação dos órgãos governamentais, estimularão a participação das entidades dasociedade civil.

Art. 21. O Órgão Central do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal garantirá o acesso, pelaInternet, às informações constantes do sistema de informações gerenciais e de planejamento para fins deconsulta pela sociedade.

Parágrafo único. Os membros do Congresso Nacional terão acesso irrestrito, para fins de consulta, aossistemas informatizados relacionados à elaboração, acompanhamento e avaliação do Plano Plurianual.

CAPÍTULO III

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. Ficam dispensadas de discriminação no Plano as ações orçamentárias cuja execução restrinja-se aum único exercício financeiro.

Art. 23. Ficam dispensadas de discriminação nos anexos a que se refere o art. 1o:

I - as atividades e as operações especiais cujo valor total para o período do Plano seja inferior a setenta ecinco milhões de reais;

II - os projetos cujo custo total estimado seja inferior a vinte milhões de reais.

Parágrafo único. As ações orçamentárias que se enquadrarem em um dos critérios estabelecidos nos incisosI e II do caput e no art. 22 comporão o “Somatório das ações detalhadas no Orçamento/Relatório Anual deAvaliação”, constante de cada programa.

Art. 24. O Poder Executivo divulgará, pela Internet, pelo menos uma vez em cada um dos anossubseqüentes à aprovação do Plano, em função de alterações ocorridas:

I - texto atualizado da Lei do Plano Plurianual;

II - anexos atualizados incluindo a discriminação das ações a que se referem os arts. 22 e 23, em função dosvalores das ações aprovadas pelo Congresso Nacional;

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III - relação atualizada das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, com sua programação plurianual.

Parágrafo único. As ações não-orçamentárias que contribuam para os objetivos dos programas poderão ser incorporadas aos anexos a que se refere o inciso II ou apresentadas em anexo específico, devidamenteidentificadas.

Art. 25. Ficam revogados os §§ 1º e 3o do art. 20 da Lei no 11.514, de 13 de agosto de 2007.

Art. 26. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de abril de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

 João Bernardo de Azevedo Bringel 

3.2.2 – LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),  por sua vez, é uma lei ordinária com validade apenas para um exercício. De acordo com o § 2º do art. 165 do texto constitucional, a LDO “compreenderá asmetas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações dalegislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras de fomento”.Estabelece, assim, de forma antecipada, as diretrizes, as prioridades de gastos e as normas e parâmetrosque devem orientar a elaboração do projeto de lei orçamentária para o exercício seguinte ( lista de projetos

 prioritários, normas sobre convênios, fixação das metas de resultado primário, relação dos riscos fiscais).

As prioridades e metas definidas pela LDO para os programas e ações são apresentadas em anexoao texto legal, constituindo-se num detalhamento anual de metas estabelecidas no PPA e que foramselecionadas para constar do projeto de lei orçamentária de cada exercício.

Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a LDO passou também a conter doisAnexos de extrema importância para orientar o governo e a sociedade sobre a condução da política fiscal.Trata-se do Anexo de Metas Fiscais, onde são estabelecidos os resultados primários esperados para os

 próximos exercícios, e que dão uma dimensão da austeridade dessa política; e o Anexo de Riscos Fiscais,onde são enumerados os chamados passivos contingentes, ou seja, aquelas dívidas que ainda não estãocontabilizadas como tal, mas que, por decisão judicial, poderão vir a aumentar a dívida pública.

A elaboração do projeto da LDO inicia-se no Poder Executivo e o projeto é encaminhado até 15 deabril de cada ano ao Congresso Nacional, devendo por este ser aprovado até 17 de julho, sob pena de não seinterromper o primeiro período da sessão legislativa.

 No Poder Executivo, o órgão que coordena a elaboração desse projeto da LDO é a Secretaria deOrçamento Federal (SOF) do Ministério de Orçamento e Gestão (MPO). A Secretaria do Tesouro Nacional(STN) do Ministério da Fazenda (MF) também colabora na feitura desse documento, principalmente nasquestões relacionadas à dívida mobiliária federal e às normas sobre execução orçamentária. Cabe apontar que as normas de direito financeiro, baixadas pela Lei n.º 4320, de 1964, são ainda as que estabelecem asregras básicas de elaboração, execução e controle dos planos e orçamentos. Porém, face, principalmente,

aos novos comandos orçamentários introduzidos pela Constituição de 88, essa lei ficou desatualizada.

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Assim, diante da ausência da lei complementar prevista no § 9.º do art. 165 da CF, que viria asubstituir a referida lei, a LDO tem exercido também o papel de suprir as lacunas e imperfeições legaissobre a matéria, atuando de forma a compatibilizar as normas infra-constitucionais com as disposiçõescontidas no texto da Lei Maior.

3.2.3 – LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

A Lei Orçamentária Anual (LOA) é igualmente uma lei ordinária com validade para cadaexercício fiscal. Consoante o § 5.º do art. 165 da Constituição, essa lei deve conter três orçamentos: oorçamento fiscal, o orçamento da seguridade social e o orçamento de investimento das empresas estatais.Os dois primeiros envolvem toda a programação de gastos dos Poderes da União, seus fundos, autarquias efundações. Em suma, abrangem toda a administração pública, direta e indireta. O orçamento deinvestimentos das empresas estatais contém a previsão de investimentos das entidades em que a União,direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

Os orçamentos fiscal e da seguridade social listam todos os gastos da União, como os destinados àmanutenção da máquina pública, os desembolsos com saúde, educação, defesa, estradas, portos, benefícios

 previdenciários, folha de pessoal, juros da dívida etc., bem como todas as receitas que são esperadas paraserem arrecadadas. O projeto de lei orçamentária deve ser enviado ao Congresso Nacional até 31 de agostode cada ano, e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. Sua elaboração é coordenada

 pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério de Planejamento e Orçamento e Gestão (SOF/MPO)que prepara a minuta da Mensagem Presidencial e encaminha a proposta ao Congresso Nacional.

Pela análise conjunta desses três instrumentos, depreende-se que a concepção do processo de planejamento e orçamento no Brasil confere ao PPA, à LDO e à LOA uma atuação integrada, que pode ser assim resumida: o PPA estabelece o planejamento de longo prazo, por meio dos programas e ações degoverno, enquanto a LOA fixa o planejamento de curto prazo, ou seja, materializa anualmente as ações e

 programas a serem executados por meio de projetos, atividades e operações especiais. À LDO, por sua vez,cabe o papel de estabelecer a ligação entre esses dois instrumentos, destacando do PPA os investimentos egastos prioritários que deverão compor a LOA, e definir as regras e normas que orientam a elaboração dalei orçamentária que irá vigorar no exercício seguinte ao da edição da LDO. O diagrama a seguir ilustra ointer-relacionamento entre os diversos instrumentos legais que compõem o ordenamento jurídico dos planose orçamentos.

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3.3 - O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO ANUAL

O processo de elaboração do orçamento público federal começa no Poder Executivo, com aexpedição das regras gerais pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF). O diagrama a seguir ilustra essetrâmite.

A partir disso, os órgãos setoriais (Ministérios da Educação, Saúde, Agricultura etc.) fazem olevantamento das necessidades de gastos das áreas que compõem cada ministério e apresentam suas

 propostas à SOF, a quem compete compatibilizar as expectativas de gastos com o nível de receita que ogoverno espera arrecadar da sociedade. Os Poderes Legislativo e Judiciário também elaboram suas

 propostas, dentro dos parâmetros fixados pela LDO, e enviam-nas à SOF para que sejam integradas ao projeto de lei do orçamento.

  Não é tarefa fácil para a SOF definir os “grandes números” do orçamento. Embora a leiorçamentária deva ser contabilmente equilibrada, com receitas esperadas iguais às despesas fixadas, por trásdessa estrutura estão parâmetros que afetam a sociedade como um todo. Contabilmente o orçamento estásempre equilibrado, pois se as receitas esperadas forem inferiores às despesas fixadas, e o governo resolver não cortar gastos, a diferença deve ser coberta por operações de crédito que, por lei, devem também constar 

do orçamento.

A meta de inflação, a taxa média de juros, a taxa média de câmbio, a evolução da massa salarial, aexpectativa de crescimento real do PIB, o montante do refinanciamento da dívida, o resultado primáriodesejado, entre outros, são parâmetros decisivos para a apresentação da proposta orçamentária. Os cinco

 primeiros são estabelecidos pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda e repassados àSecretaria da Receita Federal, para fazer as previsões de receitas, e à SOF, para fixar alguns itens de receita.

Em regra, procura-se fixar a despesa dentro do montante esperado da receita. Porém, há situaçõesque, a despeito da priorização de gastos, as intenções de despesas não podem ser mais comprimidas e o

orçamento é elaborado prevendo deficit (despesas fixadas maiores que as receitas que se espera arrecadar).

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 Nesses casos, para financiar o excesso de gasto, o governo recorre a operações de crédito ouempréstimos, junto à iniciativa privada nacional ou a entidades estrangeiras. Esses empréstimos tambémdevem estar previstos na lei orçamentária, para contrabalançar o excesso de despesa. Por essa razão é quedizemos que o orçamento é sempre contabilmente equilibrado.

Retornemos ao processo de elaboração do orçamento. Uma vez concluída a proposta, esta éencaminhada ao Presidente da República, juntamente com uma Exposição de Motivos do Ministro do

Planejamento, Orçamento e Gestão, onde são apresentadas as perspectivas da economia e das finanças públicas para o exercício referido. Estando de acordo, o Presidente da República remete-a, em forma de projeto de lei, ao Congresso Nacional, por meio de Mensagem Presidencial, até o dia 31 de agosto de cadaano. Como co-responsável e participante na elaboração dos instrumentos de planejamento e orçamento,cabe ao Congresso Nacional analisar e aprovar os projetos de leis que compõem o processo orçamentário.

Os projetos relativos ao PPA, à LDO e à LOA são apreciados conjuntamente pelas duas Casas doCongresso Nacional, cabendo à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização - CMO-examinar e emitir parecer sobre os referidos projetos, também em sessão conjunta.

A forma constitucional prevista para a atuação do Congresso Nacional, em sua participação naelaboração dos planos e orçamentos, dá-se por meio de emendas aos referidos projetos de lei. Nos planos eorçamentos, os parlamentares, por meio das emendas, procuram aperfeiçoar a proposta encaminhada peloPoder Executivo, visando a uma melhor alocação dos recursos públicos. Desse modo, identificam aslocalidades onde desejam que sejam executados os projetos ou inserem novas programações com o objetivode atender às demandas das comunidades que representam.

As emendas parlamentares são sujeitas a restrições de diversas ordens. A norma constitucional,conforme art. 166, § 3.º, estabelece as regras fundamentais para a aprovação de emendas parlamentares ao

 projeto de lei orçamentária anual, quais sejam:

I. não pode acarretar aumento na despesa total do orçamento, a menos que sejam identificados omissões ouerros nas receitas, devidamente comprovados;

II. é obrigatória a indicação dos recursos a serem cancelados de outra programação, já que normalmente asemendas provocam a inserção ou o aumento de uma dotação;

III. não pode ser objeto de cancelamento as despesas com pessoal, benefícios previdenciários, juros,transferências constitucionais e amortização de dívida;

IV. é obrigatória a compatibilidade da emenda apresentada com as disposições do PPA e da LDO.

Assim, ressalvado o caso de identificação de receita não incluída ou subestimada na proposta, aatuação parlamentar dá-se fundamentalmente por um remanejamento de dotações orçamentárias de uma

 para outra programação.

A aprovação das emendas deve observar não apenas as restrições constitucionais, mas também osaspectos legais específicos eventualmente existentes em cada programação, bem como as disposições dasResoluções do Congresso Nacional. A Resolução n.º 01/2006-CN determina que cabe à CMO:

V. examinar e emitir parecer sobre os PLs do Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias, Orçamento Anual,Créditos Adicionais e Extraordinários e Contas apresentadas pelo Poder Executivo, que incluirá, além das

suas, as relativas aos outros Poderes e ao Ministério Público (ao Tribunal de Contas da União – TCU - cabeemitir parecer prévio sobre essas contas);

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VI. examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais;

VII. examinar e emitir parecer sobre a execução orçamentária e financeira, informações do TCU sobre obracom indício de gestão irregular, a gestão fiscal dos órgãos, a avaliação quadrimestral das metas fiscais, oscontingenciamentos e a avaliação do impacto fiscal das políticas monetária, creditícia e cambial.

Após a aprovação pela Comissão Mista de Orçamento, o substitutivo segue para a apreciação pelo

Plenário do Congresso Nacional. Uma vez aprovado o substitutivo pelo Plenário do Congresso, agorachamado de autógrafo, este é enviado ao Presidente da República para sanção e publicação da leiorçamentária, dentro de um prazo máximo de quinze dias úteis. Ocorrendo vetos, o Congresso terá trintadias para apreciá-los, podendo torná-los sem efeito, caso seja esta a decisão da maioria dos congressistas.

3.3.1 – ELABORAÇÃO DA PROPOSTA PARA 2011

O Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA – da União para o exercício de 2011 será enviado peloPresidente da República ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de 2010.

O processo de elaboração do PLOA se desenvolve no âmbito do Sistema de Planejamento e de

Orçamento Federal e envolve um conjunto articulado de tarefas complexas, compreendendo a participaçãodos órgãos central, setoriais e das unidades orçamentárias do sistema, o que pressupõe a constantenecessidade de tomada de decisões nos seus vários níveis. Para nortear o desenvolvimento do seu processode trabalho, a SOF toma como base um conjunto de premissas, que compreende:

- Orçamento visto como instrumento de viabilização do planejamento do Governo;

- Ênfase na análise pela finalidade do gasto da Administração, transformando o orçamento eminstrumento efetivo de programação de modo a possibilitar a implantação da avaliação dos programas eações;

- Aprimoramento das metodologias de cálculo das despesas obrigatórias, quais sejam, aquelas queconstituem obrigações constitucionais e legais da União, nos termos do art. 9o, § 2o, da LRF (LeiComplementar no 101, de 4 de maio de 2000);

- Administração do processo por meio de cronograma gerencial e operacional com etapas claramenteespecificadas, produtos definidos e configurados, participação organizada e responsável dos agentesenvolvidos e divulgação de informações, garantindo o crescimento da confiança e da credibilidade nosdiversos níveis da Administração;

- Ciclo orçamentário desenvolvido como processo contínuo de análise e decisão ao longo de todo oexercício;

- Integração da execução orçamentária com a elaboração, conferindo racionalidade e vitalidade ao processo, por meio da padronização e agilização na produção de informações gerenciais que subsidiem,simultaneamente, as decisões que ocorrem no desencadeamento dos dois processos;

- Incorporação das repercussões de decisões geradas em uma das instâncias, que afetam odesenvolvimento da outra;

- Criação de instrumentos de atualização das projeções da execução e da elaboração do orçamento para subsidiar a tomada de decisão no âmbito das metas fiscais a serem atingidas; e

- Elaboração do projeto, aprovação e execução da lei orçamentária realizada de modo a evidenciar atransparência da gestão fiscal, observando o princípio da publicidade e permitindo o amplo acesso dasociedade às informações relativas a cada uma das etapas do processo.

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No que concerne especificamente aos procedimentos de elaboração da proposta orçamentária, asistemática planejada para 2011 pretende contemplar, de forma integrada, as especificidades do órgãocentral, dos órgãos setoriais e das unidades orçamentárias. Essa sistemática está calcada nos seguintes

 princípios:

- O Plano Plurianual 2008-2011 estabelece os programas que constarão dos orçamentos da União

 para os exercícios compreendidos no mesmo período;

- O instrumento que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária é a Lei deDiretrizes Orçamentárias;

- O orçamento viabiliza a realização anual dos programas mediante a quantificação das metas e aalocação de recursos para as ações orçamentárias (projetos, atividades e operações especiais);

- A elaboração dos orçamentos da União é de responsabilidade conjunta dos órgãos central e setoriaise das unidades orçamentárias; e

O processo de elaboração da proposta orçamentária para os Poderes Legislativo e Judiciário e para oMinistério Público da União apresenta as seguintes peculiaridades:

- O art. 14 do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2011 - PLDO 2011 determina umadata específica para entrega das respectivas propostas setoriais à Secretaria de Orçamento Federal;

- O Poder Judiciário e o Ministério Público da União deverão encaminhar parecer de mérito doConselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, que constarão dasInformações Complementares ao Projeto de Lei Orçamentária de 2011, conforme estabelecido no § 1º doart. 14 do PLDO 2011; e

- O art. 18 do PLDO 2011 estabelece metodologia específica para efeito da elaboração de suasrespectivas propostas orçamentárias.

3.3.1.1 -ETAPAS E PRODUTOS DO PROCESSO DE ELABORAÇÃOAs etapas do processo de elaboração, os responsáveis e os produtos gerados estão relacionados na

tabela a seguir:

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3.3.1.2 PAPEL DOS AGENTES NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO

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a)Secretaria de Orçamento Federal

- Definição de diretrizes gerais para o processo orçamentário federal;

- Coordenação do processo de elaboração dos Projetos de Lei de Diretrizes Orçamentárias Anuais – PLDO e doorçamento anual da União;

- Análise e definição das ações orçamentárias que comporão a estrutura programática dos órgãos e Unidadesorçamentárias no exercício;

- Fixação de normas gerais de elaboração dos orçamentos federais;

- Orientação, coordenação e supervisão técnica dos órgãos setoriais de orçamento;

- Fixação de parâmetros e referenciais monetários para a apresentação das propostas orçamentárias setoriais;

- Análise e validação das propostas setoriais;

- Consolidação e formalização da proposta orçamentária da União; e

- Coordenação das atividades relacionadas à tecnologia de informações orçamentárias necessárias ao trabalhodesenvolvido pelos agentes do sistema orçamentário federal.

b)Órgão SetorialO órgão setorial desempenha o papel de articulador no seu âmbito, atuando verticalmente no processo

decisório e integrando os produtos gerados no nível subsetorial, coordenado pelas unidades orçamentárias. Suaatuação no processo de elaboração envolve:

- Estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração da proposta orçamentária - Avaliação da adequação daestrutura programática e mapeamento das alterações necessárias;- Formalização ao MP da proposta de alteração da estrutura programática;- Coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento da qualidade das informações constantes do cadastro de

 programas e ações;

- Fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais monetários para apresentação das propostasorçamentárias das unidades orçamentárias;- Definição de instruções, normas e procedimentos a serem observados no âmbito do órgão durante o processo deelaboração da proposta orçamentária;- Coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária no âmbito do órgão setorial;- Análise e validação das propostas orçamentárias provenientes das unidades orçamentárias; e- Consolidação e formalização da proposta orçamentária do órgão.

c)Unidade OrçamentáriaA unidade orçamentária desempenha o papel de coordenadora do processo de elaboração da proposta

orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o trabalho das unidades administrativas componentes.Trata-se de momento importante do qual dependerá a consistência da proposta do órgão, no que se refere a metas,

valores e justificativas que fundamentam a programação.As unidades orçamentárias são responsáveis pela apresentação da programação orçamentária detalhada da

despesa por programa, ação orçamentária e subtítulo. Seu campo de atuação no processo de elaboração compreende:

- Estabelecimento de diretrizes no âmbito da unidade orçamentária para elaboração da proposta orçamentária;- Estudos de adequação da estrutura programática do exercício;- Formalização ao órgão setorial da proposta de alteração da estrutura programática sob a responsabilidade de suasunidades administrativas;- Coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das informações constantes do cadastro de açõesorçamentárias;- Fixação, de acordo com as prioridades, dos referenciais monetários para apresentação das propostas orçamentáriasdas unidades administrativas;- Análise e validação das propostas orçamentárias das unidades administrativas; e- Consolidação e formalização da proposta orçamentária da unidade orçamentária.

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3.3.1.3. INSTRUÇÕES PARA O DETALHAMENTO DA PROPOSTA SETORIAL

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a)Descrição das Atividades do Detalhamento da Proposta Setorial

Para a elaboração da proposta orçamentária 2011 o sistema de informação a ser utilizado será oSIOP – Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento, que integra as bases do SIGPLAN e do SIDOR,facilitando assim, a entrada dos dados e a melhoria da informação. Os órgãos setoriais que utilizamsistemas próprios internos para transmissão dos dados da sua proposta ao SIOP terão que realizar transmissões com as informações, mesmo que parciais, para a Secretaria de Orçamento Federal – SOF pelo

menos uma vez por semana ( por exemplo: às quartas-feiras, dependendo da comunicação pela SOF atravésde Ofício-Circular) durante o período de elaboração das suas propostas orçamentárias .

Com base nos referenciais monetários, os Órgãos Setoriais detalham, no SIOP, a abertura desseslimites em nível da estrutura funcional e programática da despesa. Dentro do escopo da escassez derecursos, cada Órgão Setorial primará, no processo de alocação orçamentária, pela melhor distribuição,tendo como princípio a ótica das prioridades e da qualidade do gasto.

Vale registrar que o detalhamento da proposta orçamentária para as despesas comsentenças/precatórios e com a parcela da dívida contratual, que não diz respeito aos Encargos Financeirosda União, é feito diretamente pela Secretaria de Orçamento Federal – SOF. As informações para elaboração

da proposta relativa a essas despesas são captadas pela SOF junto, respectivamente, aos TribunaisSuperiores e aos Órgãos Setoriais.

A captação da proposta setorial para 2011 será aberta segundo o cronograma no SIOP, por UnidadeOrçamentária e tipo de detalhamento e apresentará as seguintes particularidades:

- A proposta das Unidades Orçamentárias será feita no SIOP e encaminhada aos seus respectivosÓrgãos Setoriais para análise, revisão e ajustes. Tanto no momento das Unidades Orçamentárias quanto nodos Órgãos Setoriais a proposta é elaborada por tipo de detalhamento orçamentário compatível com asações orçamentárias, desdobradas por subtítulos pertinentes a cada tipo de detalhamento;

- As fontes de recursos serão indicadas na fase da elaboração da proposta, ressaltando que a proposta setorial deverá incluir o detalhamento das despesas a serem custeadas com recursos oriundos de:

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- Para as despesas custeadas pelas demais fontes, deverá ser utilizado o identificador de fonte de recursos“105 – Recursos do Tesouro a Definir”. A associação das fontes efetivas a essas despesas é processada pelaSOF.

- O encaminhamento das propostas dos Órgãos Setoriais à SOF será feita para o conjunto das UnidadesOrçamentárias e por tipo de detalhamento; e

- Será realizada uma verificação, pelo SIOP, da compatibilidade das propostas encaminhadas pelos ÓrgãosSetoriais, com os limites orçamentários estabelecidos, condição básica para se iniciar a fase de análise noâmbito da Secretaria. Caso sejam constatadas incompatibilidades, o próprio Sistema não permitirá que a

 proposta elaborada seja encaminhada, requerendo assim, ajustes nos valores informados.

A utilização do SIOP para a captação da proposta é descrita no Manual de Operação do Sistema.

Em consonância com a estrutura programática, a proposta orçamentária setorial para 2011 seráconsolidada por programa, com detalhamento das respectivas atividades, projetos e operações especiais,conforme os seguintes diagramas:

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3.3.1.4. ELABORAÇÃO DA MENSAGEM PRESIDENCIAL

A mensagem presidencial é o instrumento de comunicação oficial entre o Presidente da República eo Congresso Nacional, com a finalidade de encaminhar o Projeto de Lei Orçamentária Anual, estando seuconteúdo regido pelo art. 11 do PLDO 2011.

A elaboração da mensagem presidencial é realizada sob a coordenação da SOF e envolve a  participação da Casa Civil da Presidência da República, da Assessoria Econômica - ASSEC/MP, doDepartamento das Empresas Estatais – DEST/MP, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA/MP, da Secretaria de Gestão – SEGES/MP, da Secretaria de Política Econômica – SPE/MF, da

Secretaria do Tesouro Nacional – STN/MF, da Receita Federal do Brasil – RFB/MF, do Banco Central doBrasil e dos Órgãos Setoriais.

O processo de elaboração da mensagem presidencial está descrito, resumidamente, nas seguintesatividades:

- As diretrizes de elaboração da mensagem serão desenvolvidas por grupo composto pela Casa Civil daPresidência da República, ASSEC/MP, DEST/MP, IPEA/MP e SPE/MF, e encaminhadas à SOF paraimplementação;- A SOF solicitará contribuições para elaboração das partes da mensagem presidencial aos responsáveis

 pelas áreas Econômica, Setorial e Empresas Estatais, que as prepararão e encaminharão à SOF;

- A SOF consolidará as contribuições, produzindo uma versão preliminar da mensagem presidencial; e- A SOF formatará, imprimirá e encadernará a mensagem presidencial na sua versão final, após a aprovaçãodo texto junto à direção do MP e à Casa Civil da Presidência da República.

4. ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DA EXECUÇÃO

4.1. DECRETO DE PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

4.1.1. Contexto 

Com o advento das metas fiscais e do maior controle sobre os gastos públicos, tanto para equilibrar os orçamentos como para indicar transparência dos compromissos governamentais com a dívida pública, aadministração pública buscou programar orçamentária e financeiramente a execução das suas despesas,

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atendendo a dispositivos legais que exigem o pronto conhecimento e correção das discrepâncias entrereceita e despesas primárias, bem como o monitoramento do cumprimento das metas de superávit primário,que é o quanto de receita a União, os Estados, os Municípios e as empresas estatais conseguem economizar,sem considerar os gastos com os juros da dívida.

Em 1964, a edição da Lei nº 4.320 já evidenciava a preocupação do legislador quanto ao fielcumprimento do equilíbrio entre receitas e despesas no orçamento, permitindo que o Poder Executivo se

organizasse de forma a prevenir as oscilações que aconteceriam no decorrer do exercício financeiro,invocando a necessidade de estipular cotas trimestrais para a execução da despesa. Em 2000, a Lei deResponsabilidade Fiscal – LRF trouxe a necessidade de incorporar metas de resultado fiscal, além deressaltar o descompasso provável entre receitas e despesas, de modo a equilibrar o orçamento em tempohábil para não prejudicar o desempenho do governo nas três esferas: federal, estadual e municipal. Já a Leide Diretrizes Orçamentárias – LDO completa os dispositivos legais da determinação do controle fiscal edos recursos disponibilizados, informando, entre outros parâmetros, qual será a base contingenciável, asdespesas que não são passíveis de contingenciamento, assim como o estabelecimento de demonstrativos dasmetas de resultado primário e sua periodicidade. 

4.1.2. Estrutura

O mecanismo utilizado para limitação dos gastos do Governo Federal é o Decreto de ProgramaçãoOrçamentária e Financeira, mais conhecido como “Decreto de Contingenciamento”, juntamente com aPortaria Interministerial que detalha os valores autorizados para movimentação e empenho e para

  pagamentos no decorrer do exercício. O Decreto pode ser analisado sob assuntos distintos einterdependentes:

- Programação e Execução Orçamentária;- Execução Financeira;- Operações de Crédito;

- Competência para alterações de limites;- Despesas com Pessoal;- Vedações, Esclarecimentos e Informações e- Metas Fiscais.

4.1.3. Objetivos

a) Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para o exercício;  b) Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursosfinanceiros para o Governo Federal;

c) Cumprir a Legislação Orçamentária (Lei 4.320/1964 e LC nº 101/2000 – LRF); ed) Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro e proporcionar ocumprimento da meta de resultado primário.

4.1.4. Bases Legaisa) Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964:

 Art. 47 Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixadas, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária ficaautorizada a utilizar.

 Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá os seguintes objetivos:

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- assegurar às unidades orçamentárias em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes amelhor execução do seu programa anual de trabalho; - manter, durante o exercício, na medida do possível, o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimoeventuais insuficiências de tesouraria.

b) Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF:

 Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizesorçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

  Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizadosexclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em queocorrer o ingresso.”

 Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar ocumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei dediretrizes orçamentárias.

 § 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujosempenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

 § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente,inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizesorçamentárias.

 § 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo oscritérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

 § 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará ocumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1º do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

  § 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliaçãodo cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetárias, creditícia e cambial, evidenciando oimpacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.

c) O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2011:

“Art. 69. Os Poderes e o MPU deverão elaborar e publicar por ato próprio, até 30 (trinta) dias após a publicação da Lei Orçamentária de 2011, cronograma anual de desembolso mensal, por órgão, nos termosdo art. 8º da Lei Complementar nº 101, de 2000, com vistas ao cumprimento da meta de resultado primárioestabelecida nesta Lei.

 § 1º No caso do Poder Executivo, o ato referido no caput deste artigo e os que o modificarem conterão, em

milhões de reais:

 I - metas quadrimestrais para o resultado primário dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social;

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 II - metas bimestrais de realização de receitas primárias, em atendimento ao disposto no art. 13 da LeiComplementar nº 101, de 2000, discriminadas pelos principais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as contribuições previdenciárias para o Regime Geral da Previdência Social e para o Regime Próprio de Previdência do Servidor Público, a contribuição para o salário-educação, asconcessões e permissões, as compensações financeiras, as receitas próprias das fontes 50 e 81 e as demaisreceitas identificando-se separadamente, quando cabível, as resultantes de medidas de combate à evasão e

à sonegação fiscal, da cobrança da dívida ativa e da cobrança administrativa; III - cronograma de pagamentos mensais de despesas primárias à conta de recursos do Tesouro Nacional e de outras fontes,excluídas as despesas que constituem obrigação constitucional ou legal da União, constantes da Seção I do Anexo IV desta Lei, ou custeadas com receitas de doações e convênios, e incluídos os restos a pagar,que deverão também ser discriminados em cronograma mensal à parte, distinguindo-se os processados dosnão processados;

 IV - demonstrativo de que a programação atende às metas quadrimestrais e à meta de resultado primárioestabelecida nesta Lei; e

V - metas quadrimestrais para o resultado primário das empresas estatais federais, com as estimativas de

receitas e despesas que o compõem, destacando as principais empresas e separando-se, nas despesas, osinvestimentos.

  § 2º Excetuadas as despesas com pessoal e encargos sociais, precatórios e sentenças judiciais, oscronogramas anuais de desembolso mensal dos Poderes Legislativo e Judiciário e do MPU terão comoreferencial o repasse previsto no art. 168 da Constituição, na forma de duodécimos.

 Art. 70. Se for necessário efetuar a limitação de empenho e movimentação financeira, de que trata o art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000, o Poder Executivo apurará o montante necessário e informará acada um dos órgãos referidos no art. 20 daquela Lei, até o 20º (vigésimo) dia após o encerramento dobimestre, observado o disposto no § 4º deste artigo.

  § 1º O montante da limitação a ser promovida pelos órgãos referidos no caput deste artigo seráestabelecido de forma proporcional à participação de cada um no conjunto das dotações orçamentáriasiniciais classificadas como despesas primárias fixadas na Lei Orçamentária de 2011, excluídas as:

 I - que constituem obrigação constitucional ou legal da União integrantes da Seção I do Anexo IV desta Lei;

  II - “Demais Despesas Ressalvadas” da limitação de empenho, conforme o art. 9º, § 2º, da LeiComplementar nº 101, de 2000, relacionadas na Seção II do Anexo IV desta Lei;

 III - relativas às atividades dos Poderes Legislativo e Judiciário e do MPU constantes do Projeto de Lei

Orçamentária de 2011;

 IV - classificadas com o identificador de resultado primário 3; eV - custeadas com recursos de doações e convênios.

 § 2º As exclusões de que tratam os incisos II e III do § 1º deste artigo aplicam-se integralmente, no caso dea estimativa atualizada da receita primária, demonstrada no relatório de que trata o § 4º deste artigo, ser igual ou superior àquela estimada no Projeto de Lei Orçamentária de 2011, e proporcionalmente à frustração da receita estimada no referido Projeto, no caso de a estimativa atualizada ser inferior.

 § 3º Os Poderes e o MPU, com base na informação a que se refere o caput deste artigo, editarão ato, até o

30º (trigésimo) dia subsequente ao encerramento do respectivo bimestre, que evidencie a limitação deempenho e movimentação financeira.

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 § 4º O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional e aos órgãos referidos no art. 20 da LeiComplementar no 101, de 2000, no mesmo prazo previsto no caput deste artigo, relatório que seráapreciado pela Comissão Mista de que trata o art. 166, § 1º, da Constituição, contendo:

 I - a memória de cálculo das novas estimativas de receitas e despesas primárias e a demonstração danecessidade da limitação de empenho e movimentação financeira nos percentuais e montantesestabelecidos por órgão;

 II - a revisão dos parâmetros e das projeções das variáveis de que tratam o inciso XXV do Anexo II e o Anexo de Metas Fiscais desta Lei;

  III - a justificação das alterações de despesas obrigatórias, explicitando as providências que serãoadotadas quanto à alteração da respectiva dotação orçamentária, bem como os efeitos dos créditosextraordinários abertos;

 IV - os cálculos da frustração das receitas primárias, que terão por base demonstrativos atualizados deque trata o inciso XII do Anexo II desta Lei, e demonstrativos equivalentes, no caso das demais receitas, justificando os desvios em relação à sazonalidade originalmente prevista;

V - a estimativa atualizada do superávit primário das empresas estatais, acompanhada da memória doscálculos para as empresas que responderem pela variação; e

VI - cálculo do excesso da meta de superávit primário a que se refere o art. 3º, § 1º, inciso II, e

 § 2º, desta Lei, quando o relatório referir-se ao primeiro bimestre de 2011.

 § 5º Aplica-se somente ao Poder Executivo a limitação de empenho e movimentação financeira cujanecessidade seja identificada fora da avaliação bimestral, devendo ser encaminhado ao Congresso Nacional relatório nos termos do § 4º deste artigo antes da edição do respectivo ato.

 § 6º O restabelecimento dos limites de empenho e movimentação financeira poderá ser efetuado a qualquer tempo, devendo o relatório a que se refere o § 4º deste artigo ser encaminhado ao Congresso Nacional eaos órgãos referidos no art. 20 da Lei Complementar no 101, de 2000.

 § 7º Os prazos para publicação dos atos de restabelecimento de limites de empenho e movimentação financeira, quando for o caso, serão de até:

 I - 30 (trinta) dias após o encerramento de cada bimestre, quando decorrer da avaliação bimestral de quetrata o art. 9º da Lei Complementar no 101, de 2000; ou

 II - 7 (sete) dias úteis após o encaminhamento do relatório previsto no § 6º deste artigo, se não for 

resultante da referida avaliação bimestral.

 § 8º O decreto de limitação de empenho e movimentação financeira, ou de restabelecimento desses limites,editado nas hipóteses previstas no caput e no § 1º do art. 9º da Lei Complementar no 101, de 2000, e nos §§ 3º, 5º e 7º deste artigo, conterá as informações relacionadas no art. 69, § 1º, desta Lei.

 § 9º O relatório a que se refere o § 4º deste artigo será elaborado e encaminhado também nos bimestres emque não houver limitação ou restabelecimento dos limites de empenho e movimentação financeira.

 § 10. O Poder Executivo prestará as informações adicionais para apreciação do relatório de que trata o § 4ºo deste artigo no prazo de 5 (cinco) dias úteis do recebimento do requerimento formulado pela Comissão

Mista de que trata o art. 166, § 1º, da Constituição. § 11. Não se aplica a exigência de restabelecimentodos limites de empenho e movimentação financeira proporcional às reduções anteriormente efetivadas,quando tiver sido aplicado a essas reduções o disposto no § 2º deste artigo.

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 Art. 71. Não serão objeto de limitação de empenho e movimentação financeira, conforme o art. 9º, § 2º, da Lei Complementar nº 101, de 2000, as despesas:

 I - relativas às obrigações constitucionais e legais da União integrantes da Seção I do Anexo IV desta Lei;

 II - relacionadas como “Demais Despesas Ressalvadas” na Seção II do Anexo IV desta Lei; e

 III - custeadas com recursos provenientes de doações e convênios. Parágrafo único. As despesas de quetrata o inciso II deste artigo poderão ser objeto da limitação prevista no caput em relação ao montante nãoexcluído na forma do inciso II do § 1º do art. 70 desta Lei, observado o disposto no § 2º desse artigo. “

4.1.5. Necessidade de Financiamento do Governo Central - NFGC

O monitoramento do cumprimento das metas fiscais é contínuo. Ocorre durante todo o processo deelaboração e execução orçamentária. Nesse sentido, o cálculo da NFGC serve como referência paraevidenciar a trajetória dos principais itens de receita e despesa primárias. A ocorrência de fatossupervenientes, que impliquem a alteração dos valores estimados, tem repercussão em todo processoalocativo. Isto demanda, em muitos casos, uma revisão dos limites orçamentários da programação dadespesa.

Por exemplo, no caso de redução da receita estimada em certo momento, é necessário reacomodar adespesa de forma a não comprometer as metas já assumidas na LDO. O inverso também pode ocorrer.

No ciclo orçamentário o cálculo das Necessidades de Financiamento serve como guia paraacompanhamento dos principais agregados de receita e despesa públicas primárias. Nesse sentido a meta deresultado primário, a previsão das receitas contabilizadas e as estimativas das despesas primáriasobrigatórias limitarão a fixação do nível das demais despesas públicas.

4.1.6. Processo de Elaboração dos Limites para Movimentação e Empenho na Secretaria deOrçamento Federal – SOF

Logo após a sanção e publicação da LOA, é necessário, nos trinta dias subsequentes, oestabelecimento da programação financeira e do cronograma anual de desembolso mensal, por parte dosPoderes e Ministério Público, tendo em vista a exigência contida no art. 8º da Lei Complementar no 101, de4 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, seguindo regras estabelecidas nas leis dediretrizes orçamentárias anuais.

O art. 9º da LRF dispõe que, se verificado ao final de um bimestre que a realização da receita poderánão comportar o cumprimento das metas de resultado primário estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, osPoderes e o MPU promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes,limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei de DiretrizesOrçamentárias - LDO.

Atualmente a SOF adota um processo de estudo e definição de limites para movimentação eempenho das despesas discricionárias por meio da experiência obtida com o acompanhamento e controle daexecução orçamentária no decorrer do exercício financeiro. Para tanto, a Secretaria leva em conta a

 performance do Órgão na execução de suas programações prioritárias, além da análise sob a ótica de blocos

da despesa, tais como: recursos empenhados e liquidados referentes às despesas de funcionamento doÓrgão, gastos com diárias e passagens, programações constantes no rol de metas da LDO, entre outras.

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Ademais, implementaram-se para o estudo alguns ajustes internos em relação à programação doÓrgão, com a finalidade de mensurar e realçar de forma clara o real papel dos setoriais e com o objetivo

 principal de facilitar a discussão com a instância política, nesse caso, a Presidência da República.

Tais ajustes são imprescindíveis e norteiam a visão da Secretaria no estabelecimento dos limites paramovimentação e empenho, proporcionando celeridade ao processo, que foi baseado em Agregadores deProdução, ou seja, um conjunto de ações que mensuram a realidade de cada Órgão, qual papel da instituição

e quais resultados esperados com a alocação.

4.1.7 ELABORAÇÃO E FORMALIZAÇÃO DOS ATOS LEGAIS - *****IMPORTANTE*****

Cabe à Secretaria de Orçamento Federal – SOF a elaboração dos atos legais e da documentaçãoacessória das alterações orçamentárias aprovadas. Os documentos são elaborados por tipo de alteraçãoorçamentária e podem ser:

- Decreto do Poder Executivo para créditos suplementares autorizados na Lei Orçamentária e para osDe/Para institucionais;

- Projeto de Lei para os créditos suplementares dependentes de autorização legislativa e para oscréditos especiais. Cabe salientar que os projetos de lei são produzidos separadamente por área temática;

- Medida Provisória para os créditos extraordinários; e

- Portaria do Secretário da SOF para alterações de fonte de recursos, de identificador de uso, ou deidentificador de resultado primário.

Elaborados e revisados os atos legais e sua documentação acessória, a formalização é efetivada peloSecretário de Orçamento Federal. Para cada tipo de ato legal elaborado existe um caminho diferente até sua

 publicação. Caso seja uma portaria da SOF, ela é enviada diretamente à Imprensa Nacional para publicação.

Se for um Decreto, um Projeto de Lei ou uma Medida Provisória, a SOF encaminha o documento aoMinistro do Planejamento Orçamento e Gestão, que o envia à Casa Civil para validação do Presidente daRepública. Em se tratando de um Decreto, após a assinatura pelo Presidente, este é enviado para publicaçãona Imprensa Nacional. Os Projetos de Lei são remetidos ao Congresso Nacional para que sejam apreciadose votados. O envio destes PL’s ao Congresso é materializado pela publicação de uma MensagemPresidencial no Diário Oficial da União. E no caso de créditos extraordinários, que são efetivados por Medida Provisória, a Casa Civil a encaminha para publicação e dá conhecimento ao Congresso Nacional.

4.1.8. EFETIVAÇÃO DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS NO SIAFI

Após a publicação dos atos legais no Diário Oficial da União, a SOF procederá à efetivação doscréditos publicados no SIOP e transmitirá as informações à Secretaria do Tesouro Nacional – STN para queseja efetuada a sua disponibilização no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal

 – SIAFI. A STN então gera notas de dotação para as Unidades Gestoras para que possam utilizar os créditosdisponíveis.5 – TIPOS DE ORÇAMENTO

5.1 Orçamento Clássico ou Tradicional

Antes do advento da Lei nº 4.320, de 17/3/64, o orçamento utilizado pelo Governo Federal era oorçamento tradicional. O orçamento clássico se caracterizava por ser um documento de previsão de receita

e de autorização de despesas, estas classificadas segundo o objeto de gasto e distribuídas pelos diversosórgãos, para o período de um ano. Em sua elaboração não se enfatizava, primordialmente, o atendimentodas necessidades da coletividade e da Administração; tampouco se destacavam os objetivos econômicos e

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sociais. A maior deficiência do orçamento tradicional consistia no fato de que ele não privilegiava um programa de trabalho e um conjunto de objetivos a atingir. Assim, dotava um órgão qualquer com asdotações suficientes para pagamento de pessoal e compra de material de consumo e permanente para oexercício financeiro. Os órgãos eram contemplados no orçamento, sobretudo de acordo com o quegastavam no exercício anterior e não em função do que se pretendia realizar (inercialidade).

5.2 Orçamento de Desempenho ou de Realizações

O orçamento clássico evoluiu para o orçamento de desempenho ou de realizações, onde se buscavasaber “as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra”. Assim, saber o que aAdministração Pública compra tornou-se menos relevante do que saber para que se destina a referidaaquisição. O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não poderia, ainda, ser consideradoum orçamento-programa, visto que lhe faltava uma característica essencial, que era a vinculação ao Sistemade Planejamento.

5.3 Orçamento-Programa

A adoção do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em 1964, a partir da edição da Leinº 4.320. O Decreto-Lei nº 200, de 23/2/67, menciona o orçamento-programa como plano de ação doGoverno Federal, quando, em seu art. 16, determina: “em cada ano será elaborado um orçamento-programaque pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizado no exercício seguinte e que servirá deroteiro à execução coordenada do programa anual”.

O orçamento-programa está intimamente ligado ao Sistema de Planejamento e aos objetivos que oGoverno pretende alcançar, durante um período determinado de tempo.

O Orçamento-programa pode ser definido como sendo “um plano de trabalho expresso por umconjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários à sua execução”. Como seobserva, o orçamento-programa não é apenas documento financeiro, mas, principalmente, instrumento deoperacionalização das ações do governo, viabilizando seus projetos/atividades/operações especiais emconsonância com os planos e diretrizes estabelecidos, oferecendo destaque às seguintes vantagens:

a) melhor planejamento de trabalho;

b) maior precisão na elaboração dos orçamentos;

c) melhor determinação das responsabilidades;

d) maior oportunidade para redução dos custos;e) maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Executivo, do Legislativo e do público;

 f) facilidade para identificação de duplicação de funções;

 g) melhor controle da execução do programa;

h) identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e relativos;

i) apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do inter-relacionamento entre custos e programas; e

 j) ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta.

Orçamento Tradicional x Orçamento-Programa

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O Orçamento Tradicional

 – não é baseado em uma programação;

 – distribui recursos segundo os objetos de gasto (pessoal, material de consumo, etc.);

 – força os diferentes setores públicos a pressionarem a Administração superior em busca de maioresrecursos;

 – conduz os responsáveis superiores a procederem a cortes indiscriminados no montante dos recursossolicitados, no intuito de adequar a despesa à estimativa de receita ou a superestimarem as receitas, paraatender às pressões nas despesas;

 – não incentiva a busca da economicidade por parte do administrador, já que não possui mecanismos decontrole de custos dos produtos oferecidos.

O Orçamento-Programa

 – atribui recursos para o cumprimento de determinados objetivos e metas; e não para um conjunto decompras e pagamentos;

 – atribui responsabilidade ao administrador;

 – permite interdependência e conexão entre os diferentes programas do trabalho; – permite mobilizar recursos com razoável antecedência;

 – permite identificar duplicidade de esforços;

 – permite o controle de custos dos produtos oferecidos pelo governo à sociedade.

Observação:  Na teoria, o orçamento-programa estabelece os objetivos como critérios para alocação derecursos. Na prática brasileira, o compromisso com a tradição orçamentária tem consumido a maior partedos recursos.

CAIU EM PROVA - Elaboração do Orçamento-Programa

TCU 2007) No programa do orçamento, é articulado um conjunto de ações que concorrem para umobjetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores fixados no PPA, visando à solução de um

 problema ou ao atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade. De acordo com a suafinalidade, os programas compreendem quatro modalidades: programas finalísticos, programas de gestãode políticas públicas, programas de serviços ao Estado e programas de apoio administrativo. Quanto àscaracterísticas que cercam os programas finalísticos, julgue o item a seguir.

29)Os programas finalísticos abrangem as ações de governo relacionadas à formulação, coordenação,supervisão e avaliação de políticas públicas.

Gabarito: (e) – cabe ressaltar que hoje são apenas dois tipos de programas: os finalísticos e os deapoio às políticas públicas

1) Leia as afirmações I, II e III e depois assinale a afirmação correta.

I. O chamado orçamento de base zero é a base sobre a qual se aplica a idéia de planejamento plurianual.

II. O orçamento-programa propicia o controle político sobre as finanças públicas, mas não alinha as

despesas dos diferentes órgãos do governo com o plano de trabalho do governo, suas políticas eestratégias.

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III. O orçamento desempenho é um avanço em relação ao orçamento tradicional ao buscar indicar os benefícios a serem alcançados pelos diversos gastos e assim possibilita medir o desempenhoorganizacional.

a) I e III estão corretas. b) II e III estão corretas.

c) I, II e III estão corretas. d) Apenas II está correta. e) Apenas III está

correta.

2) O orçamento-programa constitui modalidade de orçamento em que a previsão dos recursosfinanceiros e sua destinação decorrem da elaboração de um plano completo. Para autores como JoãoAngélico, o orçamento-programa distingue-se do orçamento comum, tradicional, porque este inicia-se com a previsão de recursos para a execução de atividades instituídas, enquanto, no orçamento-

 programa, a previsão da receita é a etapa final do planejamento.

3) O orçamento-programa, como atualmente concebido, é instrumento do planejamento e, desse modo,tem de integrar-se aos planos e programas governamentais. A esse propósito, uma das condições paraa aprovação de emendas aos projetos de lei do orçamento anual e de suas alterações é a de que sejamcompatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias. 

GABARITO: 1) E 2)C 3)C

Identificam-se, na elaboração de um orçamento-programa, algumas fases nítidas e necessárias, quais sejam:

1. Determinação da situação identificação dos problemas existentes.

2. Diagnóstico da situação identificação das causas que concorrem para o aparecimento dos problemas.

3. Apresentação das soluções: identificação das alternativas viáveis para solucionar os problemas.

4. Estabelecimento das prioridades: ordenamento das soluções encontradas.

5. Definição dos objetivos: estabelecimento do que se pretende fazer e o que se conseguirá com isso.

6. Determinação das tarefas: identificação das ações necessárias para atingir os objetivos.

7. Determinação dos recursos: arrolamento dos meios: recursos humanos, materiais, técnicos,institucionais e serviços de terceiros necessários.

8. Determinação dos meios financeiros: expressão monetária dos recursos alocados.

6- PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOSO orçamento público surgiu para atuar como instrumento de controle das atividades financeiras do

governo. Entretanto, para real eficácia desse controle, faz-se mister que a constituição orgânica doorçamento se vincule a determinadas regras ou princípios orçamentários. Divergem os escritores na fixação

dos princípios e, em conseqüência, torna-se extensa a relação que apresentam. Entre os principaissolicitados pelos tratadistas, destacamos os seguintes:

Anualidade: de conformidade com o princípio da anualidade, também denominado periodicidade, as previsões de receita e despesa devem referir-se, sempre a um período limitado de tempo. Ao período devigência do orçamento denomina-se exercício financeiro. No Brasil, de acordo com o art. 34 da Lei nº4.320/64, o exercício financeiro coincide com o ano civil: 1º de janeiro a 31 de dezembro;

Unidade: o orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento e não mais que um para dadoexercício financeiro. Visa-se com esse princípio eliminar a existência de orçamentos paralelos;

Universalidade: o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas referentes aos Poderes daUnião, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. (art. 165, § 5º, CF);

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Exclusividade: o orçamento deve conter apenas matéria orçamentária e não cuidar de assuntos estranhos, oque, aliás, está previsto no art. 165, § 8º da Constituição. O princípio da exclusividade foi introduzido noDireito brasileiro pela reforma constitucional de 1926. Sua adoção como norma constitucional pôs fim àsdistorções das famosas “caudas orçamentárias”. Exceção feita à autorização para abertura de créditossuplementares e contratação de operações de créditos;

Especificação: este princípio tem por escopo vedar as autorizações globais, ou seja, as despesas devem ser 

classificadas com um nível de desagregação tal que facilite a análise por parte das pessoas. De acordo comoart. 15 da Lei nº 4.320, 17/3/64, a discriminação da despesa na lei-de-meios far-se-á, no mínimo, por elementos (pessoal, material, serviços, obras, etc.). As leis de Diretrizes Orçamentárias também vêmdeterminando que o Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional os projetos de lei orçamentária e doscréditos adicionais em meio eletrônico com sua despesa regionalizada e discriminada, no caso do projeto delei orçamentária, por elemento de despesa;

Publicidade: o conteúdo orçamentário deve ser divulgado (publicado) através dos veículos oficiais decomunicação/divulgação para conhecimento público e para a eficácia de sua validade, que é princípio paratodos os atos oficiais do governo. No caso específico, a publicação deve ser feita no Diário Oficial  da

União;

Equilíbrio:  por equilíbrio se entende que, em cada exercício financeiro, o montante da despesa não deveultrapassar a receita prevista para o período. O equilíbrio não é uma regra rígida, embora a idéia deequilibrar receitas continue ainda sendo perseguida, principalmente a médio ou longo prazo. Uma razãofundamental para defender esse princípio é a convicção de que ele constitui o único meio de limitar ocrescimento dos gastos governamentais e do conseqüente endividamento público;

Orçamento Bruto: todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução. Segundo Giacomoni, “a regra pretende impedir a inclusão, no

orçamento, de importâncias líquidas, isto é, a inclusão apenas do saldo positivo ou negativo resultante doconfronto entre as receitas e as despesas de determinado serviço público”. De acordo com o art. 6º da Leinº 4.320/64, “todas as despesas constarão da Lei de Orçamento pelo seus totais, vedadas quaisquer deduções”.

Não-Afetação: este princípio está expresso no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal, que estatui: “Évedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produtoda arrecadação a que se referem os arts. 158 e 159 (FPE, FPM, FCO, FNO, FNE), a destinação de recursos

 para manutenção e desenvolvimento de ensino, como determinado pelo art.212 e a prestação de garantias àsoperações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem assim o disposto no § 4º

deste artigo (vinculação de receitas próprias para prestação de garantia à União).

QUESTÕES DE PROVA

01)O princípio do equilíbrio orçamentário permanece, no Brasil, como norma de hierarquia constitucional

GABARITO: E

02)O princípio da unidade orçamentária, mais recentemente, foi relativamente esvaziado, passando-se a

admitir a existência de orçamentos setoriais, que, afinal, podem ser consolidados em um único

documento que permita a visão geral do conjunto das finanças públicas. Diante de tal mudança, hoje já é

possível falar-se em um princípio da totalidade.

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03)De acordo com o princípio do orçamento bruto, as receitas e despesas públicas devem constar da lei

orçamentária, de forma a possibilitar que nela se incluam apenas saldos positivos ou negativos

resultantes do confronto entre as receitas e as despesas de determinado serviço público.

GABARITO: C, E

7 - CRÉDITOS ADICIONAIS

São as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento.Em outras palavras, podemos considerar os créditos adicionais como instrumentos de ajustes orçamentários,que visam atender às seguintes situações: corrigir falhas da Lei de Meios; mudanças de rumo das políticas

 públicas; variações de preço de mercado dos bens e serviços a serem adquiridos pelo governo; e situaçõesemergenciais inesperadas e imprevisíveis.

São classificados em:

 – suplementares;

 – especiais;

 – extraordinários.

a) Crédito Suplementar

É destinado ao reforço de dotação orçamentária já existente. Utilizados quando os créditos orçamentáriossão ou se tornam insuficientes (como, por exemplo, aumento de um insumo utilizado pelo governo). Estescréditos estão relacionados diretamente ao orçamento, já que suplementam dotações já existentes. Suaabertura depende da existência de recursos disponíveis para acorrer à despesa e será precedida de exposição

 justificativa. É autorizado por lei, e aberto por decreto do Poder Executivo. A Lei de Orçamento Anual

  poderá conter autorização para que o Poder Executivo abra créditos suplementares (somente) atédeterminada importância.

b) Crédito Especial

É destinado às despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica na Lei de Meios. O créditoespecial cria novo item de despesa, para atender a um objetivo não previsto no orçamento. Sua aberturadepende da existência de recursos disponíveis para acorrer à despesa e será precedida de exposição

 justificativa. É autorizado por lei e aberto por decreto do Poder Executivo. Se a lei de autorização do créditofor promulgada nos últimos quatro meses do exercício, poderá ser reaberto no exercício seguinte, nos

limites de seu saldo, sendo incorporado ao orçamento do exercício financeiro subseqüente. ATENÇÃO: ATUALMENTE AS BANCAS TÊM SEGUIDO O PREVISTO NA LDO QUE SERVIU  DE BASE PARA A LOA 2011 E ART. 56, PARÁGRAFO 8º DA LEI 12.309/10, ENTENDENDO QUE OS CRÉDITOS ADICIONAIS APROVADOS PELO CONGRESSO NACIONAL SERÃOCONSIDERADOS AUTOMATICAMENTE ABERTOS COM A SANÇÃO E PUBLICAÇÃO DA

 RESPECTIVA LEI.

c) Crédito Extraordinário

É destinado a atender despesas urgentes e imprevisíveis, como as decorrentes de guerra, comoção internaou calamidade pública. Caracteriza-se assim:

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a) pela imprevisibilidade do fato, que requer ação urgente do Poder Público;

b) por não decorrer de planejamento e, pois, de orçamento.

Independe da existência prévia de recursos disponíveis. Abertos por Medida Provisória.

Se a abertura do crédito for promulgada nos últimos quatro meses do exercício, poderá ser reaberto noexercício seguinte, nos limites de seu saldo, sendo incorporado ao orçamento do exercício financeirosubseqüente.

Consideram-se recursos disponíveis para fins de abertura de créditos suplementares e especiais,além da reserva de contingência:

I - O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;

II - Os provenientes do excesso de arrecadação;

III - Os resultados de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionaisautorizados em lei; e

IV - O produto de operações de crédito autorizados em forma que juridicamente possibilite aoPoder Executivo realizá-las.

V – os créditos sem destinação específica, conforme previsto no art. 166, parágrafo 8º da CF/88.

Entende-se por:

Superávit financeiro – a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se,ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas;

Excesso de arrecadação – o saldo positivo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício, excluída a importância dos créditosextraordinários abertos no exercício.

Por fim, o ato que abrir o crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a classificação dadespesa, até onde for possível.

QUESTÕES DE PROVA

01) A reabertura de créditos especiais não utilizados, que tiverem sido autorizados até quatro meses antesdo encerramento do exercício, está condicionada à existência de superavit financeiro apurado no

 balanço patrimonial, ao final desse mesmo exercício.

02) A CF, ao tratar dos créditos extraordinários, referiu-se, corretamente, às despesas imprevistas, e nãoàs imprevisíveis, pois, no primeiro caso, admite-se que houve erro de previsão, enquanto, nosegundo, as despesas não podiam mesmo ser previstas.

Os créditos adicionais são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadasna Lei de Orçamento. Sobre as informações que devam constar na abertura do crédito adicional, julgue o seguinte item.

03) O ato que abrir crédito adicional deve indicar a importância, espécie e a classificação da despesa,até o limite em que for possível.

GABARITO: E, E, C

Os créditos adicionais são autorizações de despesa não computada ou insuficientemente dotada naLei de Orçamento, classificando-se, entre eles, os créditos especiais. Esses créditos

04)têm por finalidade atender a despesas imprevisíveis e urgentes e exigem tramitação diversa daaplicada aos demais créditos adicionais.

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Segundo o art. 165 da Constituição Federal de 1988, leis de iniciativa do Poder Executivoestabelecerão o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. Com basenesses dispositivos legais, julgue o item abaixo.

05)Recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual,ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditosespeciais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

GABARITO: E, C

8. RECEITA PÚBLICA

Em sentido amplo (LATO SENSU), os Ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estadodenominam-se Receitas públicas, catalogadas como orçamentárias, quando representam disponibilidades derecursos financeiros para o erário público, ou extra-orçamentárias, quando não representamdisponibilidades de recursos para o erário.

Em sentido estrito (STRICTO SENSU), chamam-se públicas apenas às receitas orçamentárias.

8.1) Receita Extra Extra-orçamentária

São recursos financeiros de caráter temporário, não se incorporam ao patrimônio público e nãointegram a Lei Orçamentária Anual. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivosexigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa.

Exemplos: depósitos em caução, fianças, operações de crédito por antecipação de receitaorçamentária – ARO4, emissão de moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.

Veja como o assunto é cobrado c

Com relação às receitas e despesas públicas e aos créditos orçamentários, julgue os seguintes itens.

102.(CESPE/TST/ANALISTA/2008) A receita extra-orçamentária é representada no balanço

 patrimonial como passivo financeiro, por se tratar de recursos de terceiros que transitam peloscofres públicos.

( C )

8.2) Receita OrçamentáriaSão disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício orçamentário e

constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execuçãodas políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado em programas eações cuja finalidade precípua é atender às necessidades públicas e demandas da sociedade.

Essas receitas pertencem ao Estado, transitam pelo patrimônio do poder público, aumentam-lhe osaldo financeiro, e via de regra, por força do princípio orçamentário da universalidade, estão previstas naLei Orçamentária Anual – LOA.

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 Nesse contexto, embora haja obrigatoriedade de a LOA lhes registrar a previsão de arrecadação, amera ausência formal do registro dessa previsão, no citado documento legal, não lhes retiram o caráter deorçamentárias, haja vista o art. 57 da Lei no 4.320, de 1964, determinar classificar-se como receitaorçamentária toda receita arrecadada que porventura represente ingressos financeiros orçamentários,inclusive se provenientes de operações de crédito, exceto: Operações de Crédito por Antecipação de Receita

 – ARO´s, emissões de papel moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.

O detalhamento das classificações orçamentárias da receita, no âmbito da União, é normatizado por meio do instrumento normativo “Portaria”, elaborado pela Secretaria de Orçamento Federal – SOF, órgãodo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

As Receitas Orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios:

1. Natureza;2. Fontes de Recursos;3. Grupos;4. Indicador de Resultado Primário; e5. Receitas do Orçamento da Seguridade Social.

8.2.1) Classificação da Receita Orçamentária por Natureza

A classificação da receita por natureza visa a identificar a origem do recurso segundo o fato gerador.

A fim de possibilitar identificação detalhada dos recursos que ingressam nos cofres públicos, estaclassificação é formada por um código numérico de 8 dígitos que a subdividide em seis níveis – CategoriaEconômica, Origem, Espécie, Rubrica, Alínea e Subalínea:

Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido dos trabalhadores, aloca-se areceita pública correspondente na Natureza de Receita código “1112.04.10”, segundo esquema abaixo:

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Como se depreende do nível de detalhamento apresentado, a classificação por natureza é a de nívelmais analítico da receita; por isso, auxilia na elaboração de análises econômico-financeiras sobre a atuaçãoestatal.Veja como o CESPE cobra o assunto:

CESPE/TCU – ANALISTA - O 1.º nível da codificação da natureza da receita é utilizadopara mensurar o impacto das decisões do governo na economia nacionalGABARITO - C

8.2.1.1)Categoria Econômica da ReceitaO § 1o e o § 2o do art. 11 da Lei no 4.320, de 1964, classificam as receitas orçamentárias em“Receitas Orçamentárias Correntes” e “Receitas Orçamentárias de Capital”. A codificação correspondenteseria:

1 - Receitas Correntes

Receitas orçamentárias correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam asdisponibilidades financeiras do Estado com efeitos positivos sobre o patrimônio líquido e constitueminstrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações orçamentários, com vistas asatisfazer finalidades públicas.

De acordo com o § 1o do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam-se como correntes as receitas provenientes de tributos; de contribuições; da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial); da exploração

de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); de recursos financeiros recebidos deoutras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em

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despesas correntes (Transferências Correntes); por fim, demais receitas que não se enquadram nos itensanteriores (Outras Receitas Correntes).

2 - Receitas de Capital

Receitas Orçamentárias de Capital também aumentam as disponibilidades financeiras do Estado e sãoinstrumentos de financiamento dos programas e ações orçamentários, a fim de se atingirem as finalidades

 públicas. Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobreo patrimônio líquido.

De acordo com o § 2o do art. 11 da Lei no 4.320, de 1964, com redação dada pelo Decreto-Lei no1.939, de 20 de maio de 1982, Receitas de Capital são as provenientes tanto da realização de recursosfinanceiros oriundos da constituição de dívidas e da conversão, em espécie, de bens e direitos, quanto derecursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e destinados a atender despesasclassificáveis em despesas de capital.

Veja como o assunto é cobrado:95.(CESPE/STF/ANALISTA/2008) Uma diferença que usualmente se estabelece entre receitascorrentes e receitas de capital é o caráter recorrente das primeiras e esporádico das últimas. Domesmo modo, entre as receitas próprias e as receitas de transferências: as primeiras são livres, e asúltimas, vinculadas. ( E )

104.(CESPE/TST/ANALISTA/2008) Constituem receitas de capital as receitas imobiliárias e asintergovernamentais das quais não decorra exigência de contraprestação por parte do beneficiário

dos recursos ( E )

105.(CESPE/TST/ANALISTA/2008) As despesas de pessoal permanente de um órgão ou entidade podem ser classificadas como correntes ou de capital, dependendo de o pessoal ser empregado nasatividades normais, de manutenção do órgão ou entidade, ou alocado a um projeto de que resultaráum investimento. ( E )

158. (CESPE/TCU/ANALISTA/2008) A Lei n.º 4.320/1964 representa o marco fundamental da

classificação da receita orçamentária. Nessa lei, é explicitada a discriminação das fontes de receitas pelas duas categorias econômicas básicas, com destaque, entre as receitas correntes, para asreceitas tributárias compostas por impostos, taxas e contribuições sociais.

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( E )

8.2.1.2 Origem da Receita

A Origem é o detalhamento das categorias econômicas “Receitas Correntes” e “Receitas de Capital”,com vistas a identificar a natureza da procedência das receitas no momento em que ingressam noOrçamento Público.

Os códigos da origem para as receitas correntes e de capital, de acordo com a Lei no 4.320, de 1964,são:

Esquema da Classificação das Receitas Públicas, incorporando-se Categoria Econômica e Origem:

77) As receitas provenientes de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, deaplicações de disponibilidades em operações de mercado e de outros rendimentos oriundos derenda de ativos permanentes devem ser classificadas como receitas correntes.

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( C )

96 .(CESPE/STF/ANALISTA/2008) Receitas imobiliárias e de valores mobiliários constituemreceita patrimonial, que se classifica como receita corrente, para qualquer esfera da administração.( C )

8.2.1.3 Espécies de Receita

É o nível de classificação vinculado à Origem que permite qualificar com maior detalhe o fatogerador das receitas. Por exemplo, dentro da origem Receita Tributária, identifica-se as espécies“Impostos”, “Taxas” e “Contribuições de Melhoria”.

8.2.1.4 RubricaAgrega determinadas espécies de receitas cujas características próprias sejam semelhantes entre si;

dessa forma, detalha a espécie, por meio da especificação dos recursos financeiros que lhe são correlatos.

Exemplo: A rubrica “Impostos sobre o Patrimônio e a Renda” é detalhamento da espécie “Impostos”.

8.2.1.5 AlíneaA alínea é o detalhamento da rubrica e exterioriza o “nome” da receita que receberá o registro pela

entrada de recursos financeiros.

Exemplo: A alínea “Impostos sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza” é o detalhamento darubrica “Impostos sobre o Patrimônio e a Renda”.

8.2.1.6 SubalíneaA subalínea constitui o nível mais analítico da receita, utilizado quando há necessidade de se detalhar 

a Alínea com maior especificidade. Exemplo: A subalínea “Pessoas Físicas” é detalhamento da alínea “Impostos sobre a Renda e

Proventos de Qualquer Natureza”.

8.3) Classificação da Receita por Fontes de Recursos

Essa classificação orçamentária busca identificar as origens dos ingressos financeiros que financiamos gastos públicos. Determinadas naturezas de receita, devidamente catalogadas, são agrupadas em fontesde recursos obedecendo a uma regra previamente estabelecida. Por meio do orçamento público, essas fontessão alocadas em determinadas despesas de forma a evidenciar os meios para atingir os objetivos públicos.

Frente ao exposto, é a classificação que permite demonstrar a correspondência entre as fontes de

financiamento e os gastos públicos, pois exterioriza quais são as receitas que financiam determinadasdespesas.

A classificação de fonte de recursos consiste de um código de três dígitos:

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111. (CESPE/ANEEL/ANALISTA/2010) Com relação à classificação da receita por fonte derecurso, julgue o item a seguir.

( E ) A classificação da receita por fonte de recursos procura identificar quais são os agentesarrecadadores, fiscalizadores e administradores da receita e qual o nível de vinculação das mesmas.

8.4) Classificação da Receita por Grupos

A Classificação da receita por grupos identifica quais agentes públicos possuem competência legal para arrecadar, fiscalizar e administrar as receitas públicas; dessa forma, é instrumento orçamentário-gerencial identificador de determinados segmentos arrecadadores do setor público.

Cada grupo de receita é formado pela associação entre tipos específicos de unidades orçamentárias ede naturezas de receita que atendam a certas particularidades sob a ótica orçamentária.

Os grupos são de: “Receitas Próprias”, “Receitas Administradas”, “Receitas de Operações deCrédito”, “Receitas Vinculadas” e “Demais Receitas”.

1) Receitas PrópriasClassificam-se neste grupo, segundo o art. 4o da Portaria SOF no 10, de 22 de agosto de 2002

receitas cuja arrecadação tem origem no esforço próprio de órgãos e demais entidades nas atividades defornecimento de bens ou serviços facultativos e na exploração econômica do próprio patrimônio eremunerada por preço público ou tarifas, bem como o produto da aplicação financeira desses recursos.

Geralmente, têm como fundamento a bilateralidade, cuja natureza é contratual, e, por isso, criamobrigações recíprocas para as partes contratantes.Via de regra, são amparadas pelo Código Civil elegislação correlata.

São recursos que, por um lado, não possuem destino específico e, por isso, não são vinculadas por lei à determinada despesa; por outro, pertencem à unidade orçamentária arrecadadora.

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Arrecadadas por meio de Guia de Recolhimento da União – GRU, são centralizadas numa conta dereferência do Tesouro Nacional mantida junto ao Banco do Brasil, que tem prazo de dois dias (d+2) pararepassar os recursos para a Conta Única do Tesouro no Banco Central*.

2) Receitas Administradas

São as receitas auferidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, que detém a competência para

fiscalizar, arrecadar e administrar esses recursos, com amparo legal no Código Tributário Nacional e leisafins.

Recolhidas por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais – DARF ou Guia daPrevidência Social – GPS, utilizando-se dos bancos arrecadadores credenciados pela Secretaria da ReceitaFederal do Brasil – SRFB. A partir da data em que o contribuinte efetua o pagamento do tributo, ou seja, dadata de arrecadação (d), o banco tem um dia útil (d+1) para repassar os recursos para a Conta Única doTesouro no Banco Central*.

3) Receitas de Operações de Crédito

Receitas financeiras provenientes da colocação de títulos públicos no mercado ou da contratação deempréstimos e financiamentos junto a entidades estatais ou privadas.

4) Receitas Vinculadas

Pertencem a esse grupo receitas que são vinculadas, por Lei, a determinada finalidade específica,exceto as classificadas como “Receitas Administradas”.

Geralmente, são receitas cuja fiscalização, administração e arrecadação ficam a cargo das própriasentidades arrecadadoras, às quais resta a obrigação de efetuar o recolhimento para a Conta Única doTesouro.

Exemplos: recursos de concessões, autorizações e permissões para uso de bens da União ou paraexercício de atividades de competência da União.

5) Demais Receitas

Grupo destinado às receitas previstas em Lei ou de natureza contratual, que não estejam enquadradasem nenhum dos grupos anteriores.

8.5) Classificação da Receita por Identificador de Resultado Primário

Esta classificação orçamentária da receita tem por objetivo identificar quais são as receitas que

compõem o resultado primário do Governo.

Receita primária é o somatório das receitas fiscais líquidas (aquelas que não geram obrigatoriedadede contraprestação financeira, como ônus, encargos e devolução).

O cálculo da Receita Primária é efetuado somando-se as Receitas Correntes com as de Capital e,depois, excluindo da conta as receitas: de operações de crédito e seus retornos (juros e amortizações), deaplicações financeiras, de empréstimos concedidos e do superávit financeiro.

Receitas Financeiras são as provenientes de operações de crédito internas e externas, de aquisição detítulos de capital, de aplicações financeiras, de juros, de amortizações e do superávit financeiro.

A receita é classificada, ainda, como Primária (P) quando seu valor é incluído na apuração doResultado Primário no conceito acima da linha, e Não-Primária ou Financeira (F) quando não é incluído

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nesse cálculo. Esse conceito surgiu quando o Brasil adotou metodologia de apuração do resultado primáriooriunda de acordos com o Fundo Monetário Internacional - FMI.

8.6) Classificação das Receitas do Orçamento da Seguridade Social:

As receitas que financiam a Seguridade Social são previstas pelo art. 195 da Magna Carta brasileira,e a forma de composição delas, pelos arts. 11 e 27 da Lei no 8212, de 1991, que “instituiu o Plano de

Custeio da Seguridade Social”.

Essas receitas classificam-se como “Contribuições Sociais” e “Demais Receitas”, por meio daseguinte metodologia:

1) Contribuições Sociais

Para integrarem o Orçamento da Seguridade Social, devem cumprir dois requisitos básicos:

1 - Quanto à origem, a norma constitucional ou infraconstitucional instituidora deve explicitar que areceita se destina ao financiamento da Seguridade Social; e

2 - Quanto à finalidade, a receita criada deve ser destinada para as áreas de saúde, previdência ouassistência social.

2) Demais Receitas

  No que tange às Demais Receitas, consideram-se receitas do Orçamento da Seguridade Socialaquelas que:

1 - Sejam próprias das unidades orçamentárias que integrem exclusivamente o Orçamento da Seguridade;ou seja, das unidades que compõem os Ministérios da Saúde, da Previdência Social, da Assistência Social edo Fundo de Amparo ao Trabalhador, subordinado ao Ministério do Trabalho; ou

2 - A classificação orçamentária caracterize como originárias da prestação de serviços de saúde,independentemente das entidades às quais pertençam; ou

3 - Vinculem-se à Seguridade Social por determinação legal.

8.7 Estágios ou Fases de Execução da Receita Orçamentária

O Orçamento Público adota o regime de caixa para os ingressos das receitas púbicas arrecadadas noexercício financeiro, em conformidade com o art. 35 da Lei no 4.320, de 1964:

“(...) pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas.”

 Segundo o art. 22 do Decreto Legislativo no 4.536, de 28 de janeiro de 1922, que organiza o Código

de Contabilidade da União, a receita orçamentária percorre três estágios até que ocorra a efetiva entrada derecursos nos cofres públicos, na Conta Única do Tesouro Nacional: Previsão, Arrecadação e Recolhimento.

Dessa forma, do ponto de vista orçamentário, os estágios seriam:

Previsão: é a estimativa, a projeção do que se espera arrecadar durante o exercício financeiro. Serve de base para a fixação da despesa orçamentária. A partir das previsões da receita inicia-se o processo de discussão

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de alocação desses recursos, envolvendo todos os entes públicos alcançados pelo Orçamento, para posterior autorização junto ao Poder Legislativo.

Arrecadação: consiste no recebimento da receita pelo agente devidamente autorizado, agentesarrecadadores, por meio de estabelecimentos bancários oficiais ou privados, devidamente credenciados, afim de se liquidarem obrigações com o ente público.

Recolhimento: estágio no qual os agentes arrecadadores entregam o produto da arrecadação para o CaixaÚnico: Conta Única do Tesouro Nacional, no Banco Central do Brasil, no caso da União. É apenas nesseestágio que ocorre a efetiva entrada dos recursos financeiros arrecadados nos cofres públicos.

69) (CESPE/MI/ANALISTA/2009)  De modo a dar uniformidade aos cálculos de projeção dareceita orçamentária, é necessário considerar a variação de preços por meio de um mesmo índice,aplicado indistintamente a todas as receitas.

70) (CESPE/MI/ANALISTA/2009)   Todas as receitas públicas devem passar pelo estágio dolançamento, em que se verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, calcula-

se o montante devido, identifica-se o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe-se a aplicação da penalidade cabível.

(CESPE/ANTAQ/PROVA2/2009) Julgue os itens subsequentes com relação a receitas públicas.76)  No que concerne a estágios da receita, o lançamento de ofício é efetuado pela administraçãosem a participação do contribuinte.GABARITO: E, E, C

8.8 Origens e Espécies de Receita Orçamentária

a) Receitas Tributárias

Tributo é uma das origens da receita corrente na classificação orçamentária por categoria econômica.Quanto à procedência, trata-se de receita derivada cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estadocustear as atividades que lhe são correlatas. Sujeitam-se aos princípios da reserva legal e da anterioridadeda Lei, salvo exceções.

O art. 3º do Código Tributário Nacional – CTN define tributo da seguinte forma:

"Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, quenão constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada".

O art. 4o do CTN preceitua que a natureza especifica do tributo, ao contrário de outros tipos dereceita, é determinada pelo fato gerador, sendo irrelevante para caracterizá-lo:

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I – a sua denominação; eII – a destinação legal do produto de sua arrecadação.

O art. 5o do CTN e os incisos I, II e III do art. 145 da CF/88 tratam das espécies tributárias impostos,taxas e contribuições de melhoria.

1) Impostos

Os impostos, segundo o art. 16 do CTN, são espécies tributárias cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, o qual nãorecebe contraprestação direta ou imediata pelo pagamento.

O art. 167 da Constituição Federal proíbe, salvo em algumas exceções, a vinculação de receita deimpostos a órgão, fundo ou despesa. Os impostos estão enumerados na Constituição Federal, ressalvando-seunicamente a possibilidade de utilização, pela União, da competência residual prevista no art. 154, I, e dacompetência extraordinária, no caso dos impostos extraordinários de guerra prevista no inciso II do mesmoartigo.

2) Taxas

As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito dasrespectivas atribuições, são, também, espécie de tributo na classificação orçamentária da receita, tendo,como fato gerador, o exercício regular do poder de polícia administrativa, ou a utilização, efetiva ou

 potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição - art.77 do CTN:

“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, noâmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, oua utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”

 Nesse contexto, taxas são tributos vinculados porque o aspecto material do fato gerador é prestaçãoestatal específica "diretamente referida ao contribuinte, em forma de contraprestação de serviços” – porém,via de regra, são tributos de arrecadação não-vinculada, pois as receitas auferidas por meio das taxas não seencontram afetas a determinada despesa, salvo, se a lei que instituiu o referido tributo assim determinou.

A taxa está sujeita ao princípio constitucional da reserva legal e, sob a ótica orçamentária,classificam-se em: Taxas de Fiscalização10 e Taxas de Serviço.

Taxas de Fiscalização ou de Poder de Polícia

São definidas em lei e têm como fato gerador o exercício do poder de polícia, poder disciplinador, por meio do qual o Estado intervém em determinadas atividades, com a finalidade de garantir a ordem e a

segurança. A definição de poder de polícia está disciplinada pelo art. 78 do CTN:

“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinandodireito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse públicoconcernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, aoexercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, àtranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direito individuais e coletivos.”

Taxas de Serviço PúblicoSão as que têm como fato gerador a utilização de determinados serviços públicos, sob ponto de vista

material e formal. Nesse contexto, o serviço é público quando estabelecido em lei e prestado pela

administração pública, sob regime de direito público, de forma direta ou indireta.

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A relação jurídica, nesse tipo de serviço, é de verticalidade, ou seja, o Estado atua com supremaciasobre o particular. É receita derivada e os serviços têm que ser específicos e divisíveis.

Conforme o art. 77 do CTN: “Os serviços públicos têm que ser específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte,ou colocados à sua disposição.”

Para que a taxa seja cobrada, não há necessidade de o particular fazer uso do serviço, basta que oPoder Público coloque tal serviço à disposição do contribuinte.

3) Contribuição de MelhoriaÉ espécie de tributo na classificação da receita orçamentária e tem como fato gerador valorização

imobiliária que decorra de obras públicas, contanto que haja nexo causal entre a melhoria havida e arealização da obra pública. De acordo com o art. 81 do CTN:

 “A contribuição de melhoria cobrada pela União, Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, noâmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de quedecorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o

acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.”

b) Receitas de ContribuiçõesSegundo a classificação orçamentária, Contribuições são origem da categoria econômica receitas

correntes.

O art. 149 da Magna Carta estabelece competir exclusivamente à União instituir contribuiçõessociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,como instrumento de atuação nas respectivas áreas, e o § 1o do artigo em comento estabelece que Estados,Distrito Federal e Municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em

 benefício destes, de regimes de previdência de caráter contributivo e solidário.

As contribuições classificam-se nas seguintes espécies:

1) Contribuições Sociais

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Classificada como espécie de contribuição, por força da Lei nº 4.320/64, a contribuição social étributo vinculado a uma atividade estatal que visa atender aos direitos sociais previstos na ConstituiçãoFederal. Pode-se afirmar que as contribuições sociais atendem a duas finalidades básicas: seguridade social(saúde, previdência e assistência social) e outros direitos sociais como, por exemplo: o salário educação.

A competência para instituição das contribuições sociais é da União, exceto das contribuições dos

servidores estatutários dos Estados, DF e Municípios, que são instituídas pelos mesmos. As contribuiçõessociais estão sujeitas ao princípio da anterioridade nonagesimal, o que significa dizer apenas poderão ser cobradas noventa dias após a publicação da Lei que as instituiu ou majorou.

2) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico

A contribuição de intervenção no domínio econômico – CIDE é tributo classificado no orçamento público como uma espécie de contribuição que atinge um determinado setor da economia, com finalidadequalificada em sede constitucional – intervenção no domínio econômico – instituída mediante um motivoespecífico.

Essa intervenção se dá pela fiscalização e atividades de fomento, como por exemplo,

desenvolvimento de pesquisas para crescimento do setor e oferecimento de linhas de crédito para expansãoda produção. Exemplo de contribuição de intervenção no domínio econômico é o Adicional sobre Tarifas dePassagens Aéreas Domésticas, que são voltadas à suplementação tarifária de linhas aéreas regionais de

 passageiros, de baixo e médio potencial de tráfego.

3) Contribuição de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas 

Espécie de contribuição que se caracteriza por atender a determinadas categorias profissionais oueconômicas, vinculando sua arrecadação às entidades que as instituíram. Não transitam pelo Orçamento daUnião.

Estas contribuições são destinadas ao custeio das organizações de interesse de grupos profissionais,como, por exemplo: OAB, CREA, CRM e assim por diante. Visam também ao custeio dos serviços sociaisautônomos prestados no interesse das categorias, como SESI, SESC e SENAI.

É preciso esclarecer que existe uma diferença entre as contribuições sindicais aludidas acima e ascontribuições confederativas. Conforme esclarece o art. 8º da Constituição Federal: Assim, há a previsãoconstitucional de uma contribuição confederativa, fixada pela assembléia geral da categoria, e uma outracontribuição, prevista em lei, que é a contribuição sindical. A primeira não é tributo, pois será instituída

 pela assembléia geral e não por lei. A segunda é instituída por lei, portanto compulsória, e encontra suaregra matriz no art. 149 da Constituição Federal, possuindo assim natureza de tributo.

4) Contribuição para o Custeio de Serviço de Iluminação Pública

Instituída pela Emenda Constitucional n° 39, de 19 de dezembro de 2002, que acrescentou o art. 149-A à Constituição Federal, possui a finalidade de custear o serviço de iluminação pública. A competência

 para instituição é dos Municípios e do Distrito Federal.

"Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivasleis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo deenergia elétrica." 

Municípios e DF, a partir dessa autorização constitucional, iniciaram a regulamentação por Lei

Complementar, visando a dar eficácia plena ao citado artigo 149-A da constituição da República Federativado Brasil.

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Sob a ótica da classificação orçamentária, a “Contribuição para o Custeio de Serviço de IluminaçãoPública” é Espécie da Origem “Contribuições”, que integra a Categoria Econômica “Receitas Correntes”.

c) Receitas Patrimoniais

São receitas provenientes da fruição dos bens patrimoniais do ente público (bens mobiliários ouimobiliários), ou, ainda, de participações societárias. São classificadas no orçamento como receita corrente

e de natureza específica de origem como receita patrimonial.

Quanto à procedência, tratam-se de receitas originárias. Podemos citar como espécie de receita patrimonial as compensações financeiras, concessões e permissões, dentre outras.

Compensações Financeiras

A receita de compensação financeira tem origem na exploração do patrimônio do Estado, que éconstituído por recursos minerais, hídricos, florestais e outros, definidos no ordenamento jurídico. Taiscompensações são devidas à União, aos Estados e aos Municípios, de acordo com o disposto na legislaçãovigente, como forma de participação no resultado dessa exploração.

Elas têm como finalidade recompor financeiramente os prejuízos ou danos causados (externalidadesnegativas) pela atividade econômica na exploração desses bens, assim como proporcionar meio deremunerar o Estado pelos ganhos obtidos por essa atividade.

De acordo com o art. 20, § 1º da Constituição Federal“É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos

da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, derecursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivoterritório, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração”.

d) Receitas Agropecuárias

São receitas correntes, constituindo, também, uma origem de receita específica na classificaçãoorçamentária. Quanto à procedência, tratam-se de uma originária, com o Estado atuando como empresário,em pé de igualdade como o particular.

Decorrem da exploração econômica, por parte do ente público, de atividades agropecuárias, taiscomo a venda de produtos: agrícolas (grãos, tecnologias, insumos etc.); pecuários (semens, técnicas eminseminação; matrizes etc.); para reflorestamentos e etc.

e) Receitas IndustriaisTratam-se de receitas correntes, constituindo outra origem específica na classificação orçamentária

da receita. São receitas originárias, provenientes das atividades industriais exercidas pelo ente público.Encontram-se subdivididas nessa classificação receitas provenientes de atividades econômicas, tais como:da indústria extrativa mineral; da indústria de transformação; da indústria de construção; e outras receitasindustriais de utilidade pública.

f) Receitas de Serviços

São receitas correntes, cuja classificação orçamentária constitui origem específica, abrangendo asreceitas decorrentes das atividades econômicas na prestação de serviços por parte do ente público, tais

como: comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares, armazenagem, serviços recreativos,culturais, etc. Tais serviços são remunerados mediante preço público, também chamado de tarifa. Exemplos

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de naturezas orçamentárias de receita dessa origem são os seguintes: serviços comerciais; serviços detransporte; serviços portuários, etc.

g) Transferências Correntes

 Na ótica orçamentária, são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas de manutenção ou funcionamento relacionadas a uma finalidade pública específica, mas que não correspondam a uma contraprestação direta em bens e serviços a quemefetuou a transferência.

Os recursos da transferência são vinculados à finalidade pública, e não a pessoa. Podem ocorrer anível intragovernamental (dentro do âmbito de um mesmo governo) ou intergovernamental (governosdiferentes, da União para Estados, do Estado para os Municípios, por exemplo), assim como recebidos deinstituições privadas. Nas transferências correntes, podemos citar como exemplos as seguintes espécies:

 Transferências de Convênios

Recursos oriundos de convênios, com finalidade específica, firmados entre entidades públicas dequalquer espécie, ou entre elas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comumdos partícipes e destinados a custear despesas correntes.

Transferências de Pessoas

Compreendem as contribuições e doações que pessoas físicas realizem para a Administração Pública.

h) Outras Receitas Correntes

 Neste título, inserem-se multas e juros de mora, indenizações e restituições, receitas da dívida ativa eas outras receitas não classificadas nas receitas correntes anteriores. Podemos citar como exemplos asseguintes espécies, dentre outras:

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Receitas de Multas

As multas também são um tipo de receita pública, de caráter não tributário, constituindo-se em ato de  penalidade de natureza pecuniária aplicado pela administração púbica aos administrados. Dependem,sempre, de prévia cominação em lei ou contrato, cabendo sua imposição ao respectivo órgão competente(poder de polícia). Conforme prescreve o § 4º do art. 11 da Lei no 4.320, de 1964, as multas classificam-se

como “outras receitas correntes”. Podem decorrer do descumprimento de preceitos específicos previstos nalegislação pátria, ou de mora pelo não pagamento das obrigações principais ou acessórias nos prazos previstos.

Receitas da Dívida Ativa

São os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, exigíveis em virtude dotranscurso do prazo para pagamento. Este crédito é cobrado por meio da emissão de certidão de dívida ativada Fazenda Pública da União, inscrita na forma da lei, com validade de título executivo. Isso confere àcertidão da dívida ativo caráter líquido e certo, embora se admita prova em contrário.

 

Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública proveniente da obrigação legal relativa atributos e respectivos adicionais, atualizações monetárias, encargos e multas tributárias. Dívida Ativa nãoTributária são os demais créditos da Fazenda Pública.

As receitas decorrentes de dívida ativa tributária ou não tributária devem ser classificadas como“outras receitas correntes”.

 Na Categoria Econômica: 2 - Receitas de Capital, temos as seguintes Origens, de acordo com a Leinº 4.320, de 1964.

i) Receitas de Operações de Crédito

Origem de recursos da Categoria Econômica “Receitas de Capital”, são recursos financeiros oriundosda colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos obtidas junto a entidades públicas ou

 privadas, internas ou externas. São espécies desse tipo de receita:- Operações de Crédito Internas;- Operações de Crédito Externas;- Operações Oficiais de Crédito – Retorno.

 j) Alienação de Bens

Origem de recursos da Categoria Econômica “Receitas de Capital”, são ingressos financeiros comorigem específica na classificação orçamentária da receita proveniente da alienação de bens móveis ou

imóveis de propriedade do ente público.

 Nos termos do artigo 44 da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, é vedada a aplicação da receita decapital decorrente da alienação de bens e direitos que integrem o patrimônio público, para financiar despesas correntes, salvo as destinadas por lei aos regimes previdenciários geral e próprio dos servidores

 públicos.

l) Amortização de Empréstimos

São ingressos financeiros provenientes da amortização de financiamentos ou empréstimos

concedidos pelo ente público em títulos e contratos.

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 Na classificação orçamentária da receita são receitas de capital, origem específica “amortização deempréstimos concedidos” e representam o retorno de recursos anteriormente emprestados pelo poder 

 público.

Embora a amortização de empréstimos seja origem da categoria econômica “Receitas de Capital”, os juros recebidos, associados a esses empréstimos, são classificados em “Receitas Correntes / de Serviços /Serviços Financeiros”.

m) Transferências de Capital: Na ótica orçamentária, são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de Direito público ou

 privado e destinados para atender despesas em investimentos ou inversões financeiras11, a fim de satisfazer finalidade pública específica; sem corresponder, entretanto, a contraprestação direta ao ente transferidor.

Os recursos da transferência ficam vinculados à finalidade pública e não a pessoa. Podem ocorrer anível intragovernamental (dentro do âmbito de um mesmo governo) ou intergovernamental (governosdiferentes, da União para Estados, do Estado para os Municípios, por exemplo), assim como recebidos deinstituições privadas (do exterior e de pessoas).

n) Outras Receitas de CapitalSão classificadas nessa origem as receitas de capital que não atendem às especificações anteriores;

ou seja: na impossibilidade de serem classificadas nas origens anteriores. 

40. (CESPE/DPU/ANALISTA/2010) São receitas orçamentárias da União os impostos sobre

A) a propriedade predial e territorial urbana.

B) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.

C) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporteinterestadual e intermunicipal e de comunicações, ainda que as operações e as prestações seiniciem no exterior.

D) operações de crédito, câmbio e seguro, ou sobre operações com títulos ou valores mobiliários.

E) a propriedade de veículos automotores.

GABARITO: B

(CESPE/MI/ANALISTA/2009) A respeito do processo orçamentário e dos métodos e das técnicas

 para a sua efetivação, julgue os itens a seguir.

66 A classificação institucional da receita representa a estrutura orgânica e administrativagovernamental, correspondendo a dois níveis hierárquicos: o órgão e a unidade orçamentária.GABARITO: C

8.9 – RECEITA PÚBLICA NA LRF

DA RECEITA PÚBLICAArt. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão eefetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.

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Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe odisposto no caput, no que se refere aos impostos.

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos dasalterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outrofator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção

 para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ouomissão de ordem técnica ou legal.

§ 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesasde capital constantes do projeto de lei orçamentária.

§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, nomínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos eas estimativas das receitas para o exercício subseqüente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas

memórias de cálculo.Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, emmetas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas decombate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa,

 bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

Da Renúncia de Receita

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia

de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em quedeva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelomenos uma das seguintes condições:

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da leiorçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo

 próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput , por meio doaumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou

criação de tributo ou contribuição.§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção emcaráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique reduçãodiscriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput  deste artigodecorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas asmedidas referidas no mencionado inciso.

§ 3o O disposto neste artigo não se aplica:

I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, naforma do seu § 1o;

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II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança.

9. DESPESA PÚBLICA

Quase a totalidade dos doutrinadores acata o conceito de despesa pública formulado por Aliomar Baleeiro. Segundo ele, a despesa pública pode significar:

[...] o conjunto dos dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de direito público, parao funcionamento dosserviços públicos...; ou;

[...] a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentrode uma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo.

Essas definições guardam características importantes da despesa pública. A mais importante delas éa de que deve ser sempre antecedida de previsão orçamentária, que fará a fixação do total de despesas.Devemos notar que a Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbem a realização dedespesas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.

Vale lembrar que nem todo desembolso de recursos representa uma despesa pública. Existemdesembolsos que representam meras saídas de recursos dos cofres públicos, como veremos em seguida.Da mesma forma que ocorre com a receita pública, a despesa pública está relacionada com o orçamentoanual, podendo ser classificada dentro dos conceitos de desembolsos Orçamentários, tratados aqui comodespesas, e os desembolsos Extra-Orçamentários, que por sua vez não são despesas.

Em respeito ao princípio orçamentário da universalidade, todas os desembolsos orçamentários sãocaracterizados como despesas e deverão possuir previsão no orçamento. Cabe ressaltar que as restituiçõesde tributos são saídas de caixa que apesar de se relacionarem com a execução orçamentária da receita nãose caracterizam como despesas orçamentárias, enquadrando-se, portanto, como desembolsos extra-

orçamentários, independentemente do exercício em que ingressou a receita.

Os desembolsos extra-orçamentários, como a própria denominação sugere, não estão previstos noorçamento e correspondem a fatos de natureza financeira decorrentes da própria gestão pública. São valoresque saem dos cofres públicos em contrapartida de baixas de passivos financeiros, não alterando o

 patrimônio da entidade. Como exemplos podemos citar:

• devolução em caução;• devolução de depósito judiciais;• devolução de depósitos para quem de direito;•

 pagamento de consignações.

Como podemos ver, há disciplina bastante específica que regula a realização de despesas públicas paraessa ou aquela finalidade.

9.1 - Estágios de execução da despesa

De forma mais ampla a execução da despesa se realiza mediante cumprimento de várias etapasalém daquelas citadas pela lei 4.320/1964, como estágios da despesa, dentre as quais vale destacar:

a) fixação orçamentária

 b) processo licitatório;

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c) emissão da nota de empenho;

d) produção dos bens ou serviços, pela parte contratada;

e) registro da liquidação da despesa;

f) efetivação do pagamento.

9.1.1 Empenho

De acordo com o art. 58 da Lei nº 4.320/1964 "... é o ato emanado de autoridade competente quecria para o Estado obrigação de pagamento  pendente ou não de implemento de condição (grifos nossos)".Além disso, o "caput" do art. 59 da referida lei assinala que deve ser observado que o valor empenhado não poderá exceder o limite de crédito concedido na dotação orçamentária própria (ver também o art. 167,inciso II, da CF/88). Isto quer dizer que poderão ser feitos tantos empenhos quantos forem necessários,desde que o somatório deles não ultrapasse o montante da dotação. O Empenho possui três modalidades:

a) Empenho ordinário - é emitido para certo e determinado credor e relativo a uma única parcela de valor 

indivisível . Exemplo: A compra de artigos de escritório e a contratação de pequenos serviços de terceiros;

 b) Empenho por estimativa - não sendo conhecido o valor da despesa, emite-se um empenho estimativo. Isto não significa que o credor e o objeto de despesa sejam também desconhecidos. A estimativa refere-seapenas ao valor. Exemplo: O pagamento de contas de água, energia e telecomunicações. Ver art. 60, § 2º, daLei nº 4.320/1964 e;

c) Empenho global - engloba pagamentos parcelados relativos a contratos. O credor e a obrigação são  perfeitamente definidos. É semelhante ao Empenho ordinário, diferindo apenas pelo seu histórico(pagamento parcelado). Exemplo: O contrato para o asfaltamento de uma via de acesso de uma cidade àestrada federal ou estadual mais próxima. Em cada uma das etapas concluídas da obra, de acordo com o

contrato firmado, exige-se o pagamento de uma parcela contratual. Outro exemplo são os contratosreferentes a aluguéis. Ao findar o mês, exige-se o pagamento da parcela daquele período. Ver art. 60 da Leinº 4.320/1964.

Observações Importantes sobre o Empenho

i - " É vedada a realização de despesas sem prévio empenho." A despesa empenhada posteriormente ésujeita a crime de responsabilidade. Somente em casos urgentes, caracterizado na legislação em vigor, seráadmitido que o ato de empenho seja contemporâneo à realização da despesas. ( Ver arts. 60, da Lei nº 4.320/1964; 24, § único, Decreto nº 93.872/1986)

ii - Com relação à definição do empenho criar para o Estado a obrigação de pagamento é bastantediscutível. O empenho por si só não cria a obrigação de pagamento, podendo ser cancelado ou anuladounilateralmente.

iii - É vedado o empenho no último mês de mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo (1/12) dasdespesas previstas no orçamento vigente (ver art. 59 da Lei nº 4.320/1964). Somente admite-se exceção aesta norma nos casos comprovados de calamidade pública.

iv - "Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nomedo credor, a especificação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação

 própria " (grifos nossos).A este respeito ver arts. 61 da Lei nº 4.320/1964; 25 e 29 do Decreto nº93.872/1986. Por especificação entende-se o programa de trabalho (classificação funcional-programática) ea classificação por natureza da despesa (classificação por categorias econômicas e por elementos dedespesa). Ver arts. 60 da Lei nº 4.320/1964; e arts. 29, § único, e 30 do Decreto nº 93.872/1986.

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v - "Em casos especiais, previstos na legislação específica, será dispensada a emissão da nota deempenho." (Art.60, § 1º, da Lei nº 4.320/1964). É preciso retomar a discussão sobre a diferença existenteentre empenho e nota de empenho, pois não são a mesma coisa. Primeiro, é possível empenhar-se

 previamente a despesa, sem que haja a necessidade da emissão do documento Nota de Empenho. Segundo,empenha-se a despesa previamente, com a obrigatoriedade da emissão da Nota de Empenho. Desde queregulamentadas na lei complementar ou supletiva estadual ou municipal, são passíveis de dispensa da Notade Empenho, quando for o caso, as seguintes despesas ou obrigações:

a) Relativas a contratos de adesão, de convênios ou contratos expressos, ou de ajustes ou acordos  firmadosentre entidades governamentais da mesma esfera e de esfera diferente; ou entre entidades de direito privadodas quais façam parte como acionistas;

 b) Originárias de mandamentos constitucionais ou de leis, tais como o PASEP, encargos patronais, sociais etrabalhistas, inativos, pensionistas e outras;

c) Oriundas de mandamentos constitucionais, da Lei Orgânica dos Municípios ou de outra lei e quecaracterize transferências inter ou intragovernamentais; e

d) Referentes a contratos de empréstimos ou financiamentos, independentemente de destinação do seu produto.

vi -" As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual , serãoempenhadas em cada exercício financeiro  pela parte nele a ser executada . Ver art. 27 do Decreto nº93.872/1986.

vii - “ O empenho da despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos osfins salvo quando:

a) vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

 b) vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em curso a liquidação da despesa, ou seja deinteresse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

c) se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; e

d) corresponder a compromisso assumido no exterior. (Ver art. 35 do Decreto nº 93.872/1986).

viii - "A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterize o empenho,implicará sua anulação parcial ou total, revertendo a importância correspondente à respectiva dotação ...".Ver art. 35 do Decreto nº 93.872/ 86.

9.1.2.Liquidação

De acordo com o art. 63 da Lei nº 4.320/1964, "... consiste na verificação do direito adquirido pelocredor, tendo por base títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito "(grifo nosso).

Posteriormente, o Decreto nº 93.872/1986, em seu art. 36, acrescentou as palavras grifadas no texto "...direito adquirido pelo credor  ou entidades beneficiárias..." e "... respectivo crédito ou habilitação dobenefício” (grifo nosso).

A liquidação é o que se pode chamar de uma auditoria de bens e serviços e tem a finalidade de apurar:

a) a origem e o objeto que se deve pagar; b) a importância exata a pagar; e

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c) a quem deve se pagar a importância, para extinguir a obrigação.

A liquidação da despesa por fornecimentos feitos, obras executadas ou serviços prestados terá por base:

a) o contrato, ajuste ou acordo; b) a Nota de Empenho; e c) os comprovantes da entrega do material ou prestação efetiva do serviço.

9.1.3 – Pagamento

Conforme o art. 62 da Lei nº 4.320/1964, "...o pagamento da despesa só poderá ser efetuado quando ordenadoapós sua regular liquidação.". É preciso observar que a liquidação da despesa  permite a administração públicareconhecer a dívida como líquida e certa, só então nasce a obrigação de  pagar. De acordo o art. 64 da supracitada lei, "a ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga." E

 prossegue em seu § único, " a ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviçosde contabilidade."

Com a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional , promovida pelo Decreto nº 93.872/ 86, em seuart. 43, ficou estabelecido que a ordem de pagamento é dada em documento próprio assinado pelo ordenador dedespesas e pelo agente responsável pelo setor financeiro. O documento próprio denomina-se "Ordem Bancária" e

disciplinado pela Instrução Normativa/STN nº 04, de 13.08.2002. O pagamento será efetuado mediante saque contra aconta única do Tesouro Nacional, para crédito em conta bancária do credor, no banco por ele determinado, podendoser efetuado em espécie, quando autorizado (ver art. 43 do Decreto nº 93.872/ 86).

Atualmente, a ordem de pagamento é dada por meio de emissão, no Sistema Integrado de AdministraçãoFinanceira do Governo Federal – SIAFI, de ordem bancária autorizada pelo ordenador de despesas e pelo agenteresponsável pelo setor financeiro.

9.2 - Estrutura da Programação Orçamentária da DespesaA compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e organização, as quais são

implementadas por meio de um sistema de classificação estruturado com o propósito de atender às exigências deinformação demandadas por todos os interessados nas questões de finanças públicas, como os poderes públicos, asorganizações públicas e privadas e os cidadãos em geral.

9.2.1 - Programação QualitativaA estruturação atual do orçamento público considera que as programações orçamentárias estejam organizadas

em Programas de Trabalho, e que esses possuam programação física e financeira. O Programa de Trabalho, que definequalitativamente a programação orçamentária, deve responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas quecaracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista operacional, composto dos seguintes blocos de informação:Classificação por Esfera, Classificação Institucional, Classificação Funcional e Estrutura Programática, conformedetalhado a seguir:

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A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o orçamento é fiscal (F), da seguridade social(S) ou de investimento das empresas estatais (I), conforme disposto no § 5º do art. 165 da Constituição:

- Orçamento Fiscal Fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades daadministração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

- Orçamento de Investimento Investimento: orçamento das empresas em que a União, direta ouindiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e

- Orçamento da Seguridade Social: abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, daadministração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

O § 2º do art. 195 da Constituição estabelece que a proposta de orçamento da seguridade social seráelaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social,tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada

área a gestão de seus recursos.

 Na base do Sistema de Orçamento o campo destinado à esfera orçamentária é composto de doisdígitos e será associado à ação orçamentária, com os seguintes códigos:

Veja como o assunto é cobrado em prova:(CESPE/MI/ANALISTA/2009) A respeito do processo orçamentário e dos métodos e das técnicas

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 para a sua efetivação, julgue os itens a seguir.

65. Quando se divide a despesa pública nas parcelas que serão utilizadas pela União, pelos estados,  pelo Distrito Federal e pelos municípios, realiza-se a classificação da despesa por esferaorçamentária

67.(CESPE/ANTAQ/PROVA2/2009) A classificação por esfera aponta em qual orçamento será

alocada a despesa, ao passo que a classificação institucional aponta em que área da despesa a açãogovernamental será realizada.

GABARITO: E, E

  No âmbito da seguridade social, que engloba saúde, previdência e assistência social, oorçamento é financiado por recursos vinculados a esse segmento, inclusive suas respectivasmultas e juros. Esses recursos totalizaram, em 2006, R$ 274,6 bilhões.

 Aplicados os critérios predefinidos, os dispêndios do sistema de seguridade social atingiram R$303,2 bilhões, o que evidencia um resultado negativo de R$ 28,6 bilhões. Todavia, caso nãohouvesse a desvinculação de 20% das receitas de contribuições, por força da EmendaConstitucional n.º 27/2000, a seguridade social apresentaria saldo positivo de R$ 5,3 bilhões, ouseja, a causa do deficit da seguridade pode ser atribuída à desvinculação das receitas da União.

 Relatório e pareceres prévios sobre as contas do governo da república: exercício de 2006.Tribunal de Contas da União. Brasília: TCU, 2007, p. 125-8 (com adaptações).

A partir do texto acima, julgue o itens que se segue.

162.(CESPE/TCU/ANALISTA/2008) As despesas da seguridade social podem ser executadas por órgão ou entidade na esfera institucional da saúde, da previdência social ou da assistênciasocial, ou seja, por órgão ou entidade vinculados aos ministérios correspondentes a essas áreas,independentemente da natureza da despesa.

9.2.2 - Classificação Institucional

A classificação institucional, na União, reflete a estrutura organizacional e administrativagovernamental e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária.As dotações orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu menor nível são

consignadas às unidades orçamentárias, que são as estruturas administrativas responsáveis pelas dotaçõesorçamentárias e pela realização das ações. Órgão Orçamentário é o agrupamento de unidadesorçamentárias.

O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois primeirosreservados à identificação do órgão e os demais à unidade orçamentária.

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Um órgão ou uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma estruturaadministrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os “órgãos” “Transferênciasa Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais deCrédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.

9.2.3. Classificação Funcional da Despesa

A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder basicamente à indagação “emque” área de ação governamental a despesa será realizada. Cada atividade, projeto e operação especialidentificará a função e a subfunção às quais se vinculam. A atual classificação funcional foi instituída pelaPortaria no 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rolde funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de açãogovernamental nas três esferas de Governo. Trata-se de uma classificação independente dos programas e deaplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União, oque permite a consolidação nacional dos gastos do setor público.

a) Função

A classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à função,que pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. Afunção está relacionada com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa,que guarda relação com os respectivos Ministérios.

A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se pode associar um  bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos,indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. Nesse caso, as ações estarãoassociadas aos programas do tipo "Operações Especiais" que correspondem aos códigos abaixorelacionados e que constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA:

 A codificação para a Reserva de Contingência foi definida pelo art. 8º da Portaria Interministerial no163, de 4 de maio de 2001, alterado pelo art. 1º da Portaria Conjunta STN/SOF, de 18 de junho de 2010,

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vigorando com a seguinte redação: "Art. 8º A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em atos dasdemais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no art. 5o , inciso III, da Lei Complementar no 101, de 2000, sobcoordenação do órgão responsável pela sua destinação, bem como a Reserva do Regime Próprio de Previdência do Servidor – RPPS, quando houver, serão identificadas no orçamento de todas as esferasde Governo pelos códigos “99.999.9999.xxxx.xxxx” e “99.997.9999.xxxx.xxxx”, respectivamente, no que

 se refere às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa acodificações das ações e o respectivo detalhamento. Parágrafo Único. As reservas referidas no caput  serão identificadas, quanto à natureza da despesa, pelo código “9.9.99.99.99” ".

Veja como o CESPE cobra o assunto:

A despesa pública envolve uma série de aspectos jurídicos, técnicos, financeiros e orçamentários.Acerca desse assunto, julgue os itens:

71 (CESPE/MI/ANALISTA/2009) Com relação à natureza da despesa orçamentária, a reserva de

contingência não é classificada como despesa corrente nem como despesa de capital.GABARITO: C 

b) Subfunção

A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação funcional, representa um nível deagregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica dasações que se aglutinam em torno das funções. As subfunções podem ser combinadas com funções diferentesdaquelas às quais estão relacionadas na Portaria nº42, de 1999. As ações devem estar sempre conectadas às

subfunções que representam sua área específica. Existe também a possibilidade de matricialidade naconexão entre função e subfunção, ou seja, combinar qualquer função com qualquer subfunção, mas não narelação entre ação e subfunção. Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão.Assim, a programação de um órgão, via de regra, é classificada em uma única função, ao passo que asubfunção é escolhida de acordo com a especificidade de cada ação. A exceção à matricialidade encontra-sena função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas que só podem ser utilizadas conjugadas.

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Estrutura Programática

Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivosestratégicos definidos para o período do Plano Plurianual – PPA, que é de quatro anos.

9.2.3.1 - Programa

O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto deações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou o atendimento de determinadanecessidade ou demanda da sociedade.

O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. Em termos de estruturação,na concepção inicial da reforma orçamentária de 2000, o plano deveria terminar no programa e o orçamentocomeçar no programa, o que confere a esses instrumentos uma integração desde a origem. O programa,como módulo integrador, e as ações, como instrumentos de realização dos programas. Essa concepçãoinicial foi modificada nos PPA’s 2000/2003 e 2004/2007, elaborados com nível de detalhamento de ação.

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A organização das ações do Governo sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefíciosgerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos.

a) Órgão responsávelÓrgão responsável pelo gerenciamento do programa, mesmo quando o programa for integrado por 

ações desenvolvidas por mais de um órgão (programa multissetorial).

b) Unidade responsávelUnidade administrativa responsável pelo gerenciamento do programa, mesmo quando o programa for 

integrado por ações desenvolvidas por mais de uma unidade.

c) DenominaçãoExpressa os propósitos do programa em uma palavra ou frase-síntese de fácil compreensão pela

sociedade. Não há restrição quanto ao uso de nomes de fantasia. Por exemplo: "Abastecimento de EnergiaElétrica"; "Combate à Violência contra as Mulheres"; "Saneamento Rural"; "Primeiro Emprego".

d) Problema 

É uma situação indesejável declarada por uma autoridade como evitável ou uma necessidade nãoatendida, identificada na sociedade. Deve ser formulado como condição negativa, evitando-se enunciar aausência de alguma solução específica.

e) Objetivo do programaO objetivo expressa o resultado que se deseja alcançar, ou seja, a transformação da situação a qual o

 programa se propõe modificar. Deve ser expresso de modo conciso, evitando a generalidade, dando a idéiado que se pretende de forma clara, categórica e determinante.

Exemplo: Programa: Acesso à AlimentaçãoObjetivo: Garantir à população em situação de insegurança alimentar o acesso à alimentação digna,

regular e adequada à nutrição e manutenção da saúde humana.

f)Público alvoEspecifica o(s) segmento(s) da sociedade ao(s) qual(is) o programa se destina e que se beneficia(m)

direta e legitimamente com sua execução. São os grupos de pessoas, comunidades, instituições ou setoresque serão atingidos diretamente pelos resultados do programa. A definição do público-alvo é importante

 para identificar e focar as ações que devem compor o programa.

Exemplo: Programa: Acesso à Alimentação

 Público Alvo: Famílias com renda familiar per capita menor ou igual a ½ salário mínimo.

g) JustificativaA justificativa para a criação do programa deve abordar o diagnóstico e as causas da situação-

 problema para a qual o programa foi proposto; alertar quanto às conseqüências da não implementação do programa; e informar a existência de condicionantes favoráveis ou desfavoráveis ao programa. Além disso, para programas novos, é necessário estimar a despesa prevista para o período do Plano e a origem dosrecursos que irão custear o programa.

h) Objetivo setorial associadoEspecifica o principal objetivo setorial para o qual o programa contribui.

 j) Tipos de programa

ATENÇÃO...... CAI EM PROVA82

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Os Programas são classificados em dois tipos:

- Programas Finalísticos: dos quais resultam bens ou serviços ofertados diretamente à sociedade,cujos resultados sejam passíveis de mensuração;

- Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais: são programas voltados aosserviços típicos de Estado, ao planejamento, à formulação de políticas setoriais, à coordenação, à avaliação

ou ao controle dos programas finalísticos, resultando em bens ou serviços ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto inclusive por despesas de natureza tipicamente administrativas.

k) Horizonte temporalEstabelece o período de vigência do programa, podendo ser contínuo ou temporário. Um programa

 pode ser de natureza contínua mesmo que parte de suas ações seja de natureza temporária. No caso de programa temporário, serão informados o mês e ano de início e de término previstos, e o seu valor globalestimado. O término previsto a ser considerado é o do programa, ainda que se situe aquém ou além do

 período de vigência do PPA.

l) Estratégia de implementação do Programa

Indica como serão conduzidas as ações, quais os instrumentos disponíveis ou a serem constituídos, ea forma de execução (direta, descentralizada para Estados, Distrito Federal e Municípios e transferências)  para atingir os resultados pretendidos pelo programa. Deve-se considerar, também, na descrição daestratégia de implementação, aspectos como critérios de elegibilidade para acesso aos bens e serviçosofertados pelo programa, responsabilidades no gerenciamento e na execução das ações (Órgãos e UnidadesAdministrativas), a forma de implementação das ações, explicitando os agentes e parceiros (federal,estadual, municipal e privado) envolvidos, e a contribuição de cada um para o sucesso do programa; e osmecanismos (sistemas) utilizados no monitoramento da execução das ações do programa.

n) IndicadorInstrumento capaz de medir o desempenho do programa. Deve ser passível de aferição, coerente com

o objetivo estabelecido, sensível à contribuição das principais ações e apurável em tempo oportuno. Oindicador permite, conforme o caso, mensurar a eficácia, eficiência ou efetividade alcançada com aexecução do programa.

Exemplo: Objetivo: "Reduzir o analfabetismo no País"

 Indicador : "Taxa de analfabetismo" (relação percentual entre a população não-alfabetizada e a população total)

Para cada programa finalístico é obrigatório haver ao menos um indicador. Para os programas deapoio às políticas e áreas especiais a presença de indicadores é facultativa.

O indicador possui os atributos especificados a seguir:

Denominação:Forma pela qual o indicador será apresentado à sociedade.

Unidade de medida:Padrão escolhido para mensuração da relação adotada como indicador. Por exemplo, para o indicador 

"taxa de analfabetismo" a unidade de medida seria "porcentagem", e para o indicador "taxa de mortalidadeinfantil" a unidade de medida seria "1/1000" (1 óbito para cada 1000 nascimentos).

Índice de referência:

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Situação mais recente do problema e sua respectiva data de apuração. Consiste na aferição de umindicador em um dado momento, mensurado com a unidade de medida escolhida, que servirá de base para

 projeção do indicador ao longo do PPA.

Índices esperados ao longo do PPA:Situação que se deseja atingir com a execução do programa, expresso pelo indicador, ao longo de

cada ano do período de vigência do PPA.

Índice ao final do programa (somente para programas temporários):Resultado que se deseja atingir com a conclusão da execução do programa. Deve ser preenchido

apenas no caso dos programas temporários.

Fonte:Órgão responsável pelo registro ou produção das informações necessárias para a apuração do

indicador e divulgação periódica dos índices. As informações utilizadas na construção dos indicadores poderão ser produzidas pelos próprios órgãos executores dos programas ou outros integrantes da estruturado Ministério responsável. Estes deverão manter sistemas de coleta e tratamento de informações com estafinalidade. Em muitos casos, entretanto, as informações serão buscadas junto a outras fontes que podem ser 

instituições oficiais ou mesmo privadas, quando de reconhecida credibilidade: IBGE, FIPE, FGV, BancoCentral, DIEESE, ANBID, entre outras.

Periodicidade:Freqüência com a qual o indicador é apurado. Por exemplo: anual (apurado uma vez ao ano); mensal

(apurado uma vez ao mês); bienal (apurado a cada dois anos).

Base geográfica:Menor nível de agregação geográfica da apuração do índice, podendo ser municipal, estadual,

regional ou nacional.

Fórmula de cálculo:Demonstra, de forma sucinta e por meio de expressões matemáticas, o algoritmo que permite calcular 

o valor do indicador. Por exemplo, para o indicador "Espaço aéreo monitorado", a fórmula de cálculo poderia ser "Relação percentual entre o espaço aéreo monitorado e o espaço aéreo sob jurisdição do Brasil",assim como para o indicador "Incidência do tétano neonatal" a fórmula de cálculo poderia ser "Relação

 percentual entre o número de casos novos de tétano neonatal e o total da população menor de um ano deidade".

9.2.3.2 - Ação

As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem par atender 

ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ouvoluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções,auxílios, contribuições, etc, e os financiamentos.

As ações, conforme suas características, podem ser classificadas como atividades, projetos ouoperações especiais.

a) Projeto  é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo umconjunto de operações, que se realizam num período limitado de tempo, das quais resulta um produtoque concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo.

b) Atividade

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É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendoum conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ouserviço necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: “Fiscalização e monitoramento dasOperadoras de Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde”.c) Operação Especial

Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de

governo, das quais não resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ouserviços. Citam-se abaixo alguns exemplos, que não se configuram uma lista exaustiva sobre o tema:

1. Amortização, juros, encargos e rolagem da dívida contratual e mobiliária;

2. Pagamento de aposentadorias e pensões;

3. Transferências constitucionais ou legais por repartição de receita (FPM, FPE, Salário-Educação,Compensação de Tributos ou Participações aos Estados, Distrito Federal e Municípios,Transferências ao GDF);

4. Pagamento de indenizações, ressarcimentos, abonos, seguros, auxílios, benefícios previdenciários, benefícios de assistência social;

5. Reserva de contingência, inclusive as decorrentes de receitas próprias ou vinculadas;

6. Cumprimento de sentenças judiciais (precatórios, sentenças de pequeno valor, sentenças contraempresas, débitos vincendos, etc.);

7. Operações de financiamento e encargos delas decorrentes (empréstimos, financiamentos diretos,concessão de créditos, equalizações, subvenções, subsídios, coberturas de garantias, coberturas deresultados, honras de aval, assistência financeira) reembolsáveis ou não;

8. Ações de reservas técnicas (centralização de recursos para atender concursos, provimentos,nomeações, reestruturação de carreiras e etc.);

9. Complementação ou compensação financeira da União;

10. Contraprestação da União nos contratos de Parcerias Público-Privadas;

11. Contribuição a organismos e/ou entidades nacionais ou internacionais;

12. Integralização e/ou recomposição de cotas de capital junto a entidades internacionais;

13. Contribuição à previdência privada;

14. Contribuição patronal da União ao Regime de Previdência dos Servidores Públicos;

15. Desapropriação de ações, dissolução ou liquidação de empresas;

16. Encargos financeiros (decorrentes da aquisição de ativos, questões previdenciárias ou outrassituações em que a União assuma garantia de operação);

17. Operações relativas à subscrição de ações;

18. Indenizações financeiras (anistiados políticos, programas de garantias de preços, etc);

19. Participação da União no capital de empresas nacionais ou internacionais e

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20. Outras.

d) TítuloForma pela qual a ação será identificada pela sociedade e será apresentada no PPA, LDO’s e LOA’s.Expressa, em linguagem clara, o objeto da ação.

 Exemplos: "Aquisição de Equipamentos para a Rede Federal de Educação Profissional Agrícola" e"Distribuição de Alimentos a Grupos Populacionais Específicos."

 No caso de projetos de grande vulto, a individualização do projeto em título específico é obrigatória.

e) FinalidadeExpressa o objetivo a ser alcançado pela ação, ou seja, o porquê do desenvolvimento dessa ação. Por exemplo, para o título "Atendimento à População com Medicamentos para Tratamento dosPortadores de HIV/AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis" a finalidade é "Garantir à

  população acesso aos medicamentos para tratamento dos portadores da Síndrome daImunodeficiência Adquirida - HIV/Aids e das doenças sexualmente transmissíveis - DST, visando ao

aumento da sobrevida e a interrupção do ciclo de doenças".

f) DescriçãoExpressa, de forma sucinta, o que é efetivamente feito no âmbito da ação, seu escopo e delimitações.

Por exemplo, para o título "Atendimento à População com Medicamentos para Tratamento dos Portadoresde HIV/AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis" a descrição é "Aquisição, acondicionamento,conservação, transporte e distribuição de medicamentos para o tratamento ambulatorial e domiciliar doscasos positivos da doença; manutenção das empilhadeiras hidráulicas; locação de câmaras frigoríficas;transporte de cargas e encomendas; despesas com o despachante aduaneiro, bem como as despesas com oagente financeiro".

g) ProdutoBem ou serviço que resulta da ação, destinado ao público-alvo ou o investimento para a produção

deste bem ou serviço. Cada ação deve ter um único produto. Em situações especiais, expressa a quantidadede beneficiários atendidos pela ação. Exemplos: "Servidor treinado" e "Estrada construída".

h) Unidade de medidaPadrão selecionado para mensurar a produção do bem ou serviço.

i) Especificação do produtoExpressa as características do produto acabado, visando sua melhor identificação.

 j) Tipo de açãoInforma se a ação é Orçamentária, ou seja, demanda recursos orçamentários, ou se é Não-

Orçamentária, ou seja, não demanda recursos orçamentários do ente.

k) Forma de implementaçãoIndica a forma de implementação da ação12, descrevendo todas as etapas do processo até a entrega

do produto, inclusive as desenvolvidas por parceiros. Deve ser classificada segundo os conceitos abaixo:

Direta : Ação executada diretamente ou sob contratação pela unidade responsável, sem que ocorratransferência de recursos financeiros para outros entes da Federação (Estados, Distrito Federal eMunicípios), como, por exemplo, a ação "Fiscalização dos Serviços de Transporte Ferroviário"

executada diretamente pelo Governo Federal.

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Descentralizada: Atividades ou projetos, na área de competência da União, executados por outroente da Federação (Estado, Município ou Distrito Federal), com recursos repassados pela União,como, por exemplo, a ação "Prevenção, Controle e Erradicação das Doenças da Avicultura", deresponsabilidade da União, executada por governos estaduais com repasse de recursos da União.

Transferência, que se subdivide em:

Obrigatória : Operação especial que transfere recursos, por determinação constitucional ou legal,aos Estados, Distrito Federal e Municípios, como, por exemplo, a ação "Transferência da cota-partedo salário-educação”;

Outras: Operação especial que transfere recursos a entidades privadas sem fins lucrativos,organizações não-governamentais e outras instituições, como, por exemplo, a ação "Contribuição àOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO".

Observação: Conforme art. 45 do PLDO 2011, a destinação de recursos a Estados, Distrito Federal,Municípios e consórcios públicos para a realização de ações cuja competência seja exclusiva do

concedente, que tenham sido delegadas aos referidos entes da Federação com ônus para a União, daqual resulte contraprestação na forma de bem ou direito que se incorpore ao patrimônio doconcedente não se considera como transferência voluntária.

Linha de crédito: Ação realizada mediante empréstimo de recursos aos beneficiários da ação.Enquadram-se também nessa classificação os casos de empréstimos concedidos por estabelecimentooficial de crédito a Estados e Distrito Federal, Municípios e ao Setor Privado. Exemplos:"Financiamento a Projetos na Área de Serviços de Saúde" e "Financiamento Habitacional paraCooperativas e Associações Populares (Crédito Solidário)".

l) Detalhamento da ImplementaçãoExpressa o modo como a ação será executada, podendo conter dados técnicos e detalhes sobre os

 procedimentos que fazem parte da execução da ação.

m) Tipo de Inclusão da AçãoIdentifica quem teve a iniciativa de criação da ação: projeto de lei orçamentária, projeto de lei de

crédito especial, projeto de lei do Plano Plurianual ou emenda parlamentar.

n) Base legalEspecifica os instrumentos normativos que dão respaldo à ação e permite identificar se uma ação é

Transferência Obrigatória ou se trata de aplicação de recursos em área de competência da União. Exemplos:Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997, art. 8º, parágrafo único; Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de1990, art. 12, § 1º; Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 5º, inciso I; e Decreto nº 73.841, de 13 demarço de 1974.

o) Unidade responsávelÉ a unidade administrativa, entidade, inclusive empresa estatal ou parceiro (Estado, Distrito Federal,

Município, ou Setor Privado) responsável pela execução da ação.

p) Custo total estimado do projetoAtributo específico dos projetos e ações não-orçamentárias de caráter temporário, que trata do custo

de referência do projeto, a preços correntes, desde o seu início até a sua conclusão.

q) Duração do pro projeto

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Atributo específico dos projetos e ações não-orçamentárias de caráter temporário, que se refere àsdatas de início e previsão de término do projeto.

r) Repercussão financeira do projeto sobre o custeio da UniãoAtributo específico dos projetos que indica o impacto (estimativa de custo anual) sobre as despesas

de operação e manutenção do investimento após o término do projeto e em quais ações esse aumento ou

decréscimo de custos ocorrerá, caso o mesmo venha a ser mantido pela União.A execução de um determinado projeto geralmente acarreta incremento no custo de atividades. Por exemplo, ao construir um hospital a ser mantido pela União, haverá um incremento no custo das atividadesde manutenção hospitalar da União. Se por alguma razão o impacto for nulo, deverá ser justificado omotivo. Por exemplo, a União ao construir uma escola a ser operada pelo governomunicipal, não terá custos futuros, uma vez que as despesas de manutenção incorrerão sobre outro ente daFederação.

s) EtapasTrata-se do último atributo específico dos projetos e ações não-orçamentárias de caráter temporário.

Os projetos, as ações não-orçamentárias e, em alguns casos, os subtítulos (localizadores de gasto) podem ter suas etapas intermediárias detalhadas. Os atributos de cada etapa são:

- Título da etapa: Forma pela qual a etapa será identificada para a sociedade. Expressa, de formaclara, o objeto da etapa. Exemplos: "Remodelagem do cais"; "Prolongamento do cais acostável";"Implantação de sistemas de combate a incêndio"; e "Aquisição de sinais náuticos".

- Descrição da etapa: Expressa, de forma sucinta, o que é efetivamente feito no âmbito da etapa.Exemplo: "Remodelagem do cais do Porto com obras na cortina de estacas-prancha".

- Resultado da etapa: Expressa, de forma sucinta, o resultado esperado ao final da etapa. Exemplos: "Caisampliado" e "Segurança operacional implementada".

- Valor da etapa: Expressa o custo estimado da etapa em preços correntes.

- Ordem da etapa: Ordem numérica de execução da etapa.

9.2.3.3 - Subtítulo (Localização do Gasto)

As atividades, projetos e operações especiais serão detalhados em subtítulos, utilizadosespecialmente para especificar a localização física da ação, não podendo haver, por conseguinte, alteraçãoda finalidade da ação, do produto e das metas estabelecidas.

A adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantaçãodas políticas públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da açãogovernamental.

A localização do gasto poderá ser de abrangência nacional, no exterior, por Região (NO, NE, CO,SD, SL), por Estado ou Município ou, excepcionalmente, por um critério específico, quando necessário. ALDO da União veda que na especificação do subtítulo haja referência a mais de uma localidade, áreageográfica ou beneficiário, se determinados.

 Na União, o subtítulo representa o menor nível de categoria de programação e será detalhado por esfera orçamentária, grupo de natureza de despesa, modalidade de aplicação, identificador de uso e fonte derecursos, sendo o produto e a unidade de medida os mesmos da ação orçamentária.9.3 - Estrutura Programática na Base do Sistema de Orçamento

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a) Programa Na base do Sistema, o campo que identifica o Programa contém quatro (4) dígitos.

 

b) Ação e Subtítulo : Na base do Sistema a Ação é identificada por um código alfanumérico de 8 dígitos:

Ao observar o 1º dígito do código pode-se identificar o tipo de ação:

Programas e Ações Padronizados

9.3.1 Programas Padronizados da UniãoSão programas com atributos padronizados referentes ao custeio da máquina estatal e que são

compostos de ações específicas para este fim. Exemplos de programas padronizados: 0750 - ApoioAdministrativo; 0901 – Operações Especiais: Cumprimento de Sentenças Judiciais; 0902 - OperaçõesEspeciais: Financiamentos com Retorno, etc. Estes programas padronizados estão vinculados ao Órgão92.000 – Atividades Padronizadas.

9.3.2 Ações Padronizadas da UniãoAs ações padronizadas da União identificam-se quando uma mesma ação é realizada pelos diversos

órgãos e unidades orçamentárias da administração pública federal.Exemplo: 2272 - Gestão e Administração do Programa.

 Nas ações padronizadas da União, os únicos atributos que são passíveis de alteração pelos Órgãossão: função e unidade administrativa responsável pela execução da ação, forma e descrição daimplementação e base legal.

9.3.3 Ações Padronizadas Setoriais

As ações padronizadas setoriais identificam-se quando uma mesma ação é realizada por duas ou maisunidades orçamentárias no âmbito do órgão setorial correspondente.

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Exemplo: 8621 - Estudos para Projetos de Obras de Infra-Estrutura Hídrica, esta ação existe nasunidades 53.101- Ministério da Integração Nacional; 53.201 – CODEVASF, e 53.204 - DNOCS no

 programa 0515 dentro do Órgão 53.000 - Ministério da Integração Nacional.

 Nas ações padronizadas setoriais a maior parte dos atributos são editáveis, ficando bloqueados paraalteração, em nível de Unidade Orçamentária, os atributos de Título da Ação, Tipo de Ação, Produto,Unidade de Medida, Função, Subfunção, Finalidade e Descrição. Esses atributos só podem ser alterados

 pelo Órgão Setorial correspondente e/ou pelo Órgão Central.

Nota: É importante ressaltar que o detalhamento do PPA é feito por órgão, programa e ação, ou seja, nãohá discriminação das unidades orçamentárias.

9.4 - Componentes da Programação Física e Financeira

Programação Física

Meta Física

Meta física é a quantidade de produto a ser ofertado por ação, de forma regionalizada, se for o caso,num determinado período e instituída para cada ano. As metas físicas são indicadas em nível de subtítulo eagregadas segundo os respectivos projetos, atividades ou operações especiais.

Vale ressaltar que o critério para regionalização de metas é o da localização dos beneficiados pelaação. Exemplo: No caso da vacinação de crianças, a meta será regionalizada pela quantidade de crianças aserem vacinadas ou de vacinas empregadas em cada Estado, ainda que a campanha seja de âmbito nacionale a despesa paga de forma centralizada. O mesmo ocorre com a distribuição de livros didáticos.

Componentes da Programação Financeira

Natureza de Despesa

Os arts. 12 e 13 da Lei no 4.320, de 1964, tratam da classificação da despesa por categoria econômicae elementos. Assim como no caso da receita, o art. 8o estabelece que os itens da discriminação da despesamencionados no art. 13 serão identificados por números de código decimal, na forma do Anexo IV dessaLei, atualmente consubstanciados no Anexo II da Portaria Interministerial no 163, de 2001. O conjunto deinformações que formam o código é conhecido como classificação por natureza de despesa e informa acategoria econômica, o grupo a que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento.

 Na base do Sistema de Orçamento o campo que se refere à natureza de despesa contém um código

composto por seis algarismos:

ATENÇÃO: CAI EM PROVA

9.5 - Categoria Econômica da Despesa

A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas 13, com os seguintescódigos:

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3 – Despesas Orçamentárias Correntes : classificam-se nessa categoria todas as despesas que nãocontribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

4 - Despesas Orçamentárias de Capital : classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem,diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

Veja como o assunto é cobrado em prova:

114. (CESPE/ANEEL/ANALISTA/2010) Acerca das categorias econômicas da despesaorçamentária, julgue o item subsequente.

O que diferencia as despesas orçamentárias de capital das despesas orçamentárias correntes é o fatode estas contribuírem diretamente ou não para a formação ou aquisição de um bem de capital.( E )(CESPE/ANTAQ/PROVA2/2009) Com relação às despesas públicas, julgue os próximos itens.

80. Segundo a natureza da despesa, amortização, juros e encargos da dívida deverão ser classificados na categoria econômica de despesas de capital.( E ) 

105.(CESPE/TST/ANALISTA/2008) As despesas de pessoal permanente de um órgão ou entidade podem ser classificadas como correntes ou de capital, dependendo de o pessoal ser empregado nasatividades normais, de manutenção do órgão ou entidade, ou alocado a um projeto de que resultaráum investimento.

( E ) 

9.6 - Grupo de Natureza da Despesa

***EXTREMAMENTE IMPORTANTE MEMORIZAR ESSA CLASSIFICAÇÃO***

É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto,conforme discriminado a seguir:

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1 - Pessoal e Encargos SociaisDespesas orçamentárias com pessoal ativo, inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos, cargos,

funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, taiscomo vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e

 pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bemcomo encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência, conformeestabelece o caput do art. 18 da Lei Complementar 101, de 2000.”

2 - Juros e Encargos da DívidaDespesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito

internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.

3 - Outras Despesas CorrentesDespesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições,

subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica"Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.

4 - InvestimentosDespesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a

aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações,equipamentos e material permanente.

5 - Inversões FinanceirasDespesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulosrepresentativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operaçãonão importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além de outrasdespesas classificáveis neste grupo.

6 - Amortização da DívidaDespesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária oucambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

9 – Reserva de ContingênciaDespesas orçamentárias destinadas ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem comoeventos fiscais imprevistos, inclusive a abertura de créditos adicionais.

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Veja como o CESPE cobra o assunto:

55. (CESPE/DPU/ANALISTA/2010) Acerca das receitas e despesas, assinale a opção correta.

A) Se determinado ministério adquirir imóvel para ocupação de seus servidores, essa dotação éclassificada como inversão financeira.

B) Quando órgão público realiza pagamento de salário de seu pessoal, que seja regido pelaConsolidação das Leis Trabalhistas, está sendo realizada despesa de capital.

C) Caso certo órgão público converta bens e direitos em espécie, tem-se a denominada receitacorrente.

D) A destinação de recurso de fundação pública federal para realizar obra de conservação de seu próprio patrimônio imobiliário é classificada como despesa de capital.

E) O recurso decorrente da cobrança de taxa cobrada por autarquia federal é classificado comoreceita de capital.

ATENÇÃO: QUESTÃO A SER COMENTADA EM SALA DE AULA

9.7 - Modalidade de AplicaçãoA modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serão aplicados mediante transferência

financeira, inclusive a decorrente de descentralização orçamentária para outras esferas de Governo, seusórgãos ou entidades, ou diretamente para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; ou,então, diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade noâmbito do mesmo nível de Governo.

A modalidade de aplicação objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos recursos

transferidos ou descentralizados.

20 - Transferências à União30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal31 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal – Fundo a Fundo40 - Transferências a Municípios41 - Transferências a Municípios – Fundo a Fundo50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais

71 - Transferências a Consórcios Públicos80 - Transferências ao Exterior 90 - Aplicações Diretas91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dosOrçamentos Fiscal e da Seguridade Social99 - A Definir 

Especificações:20 - Transferências à União

Despesas orçamentárias realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, mediantetransferência de recursos financeiros à União, inclusive para suas entidades da administração indireta.

30 - Transferências a Estados e ao Distrito FederalDespesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos

Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive para suas entidades da administração indireta.

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31 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal – Fundo a FundoDespesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos

Municípios aos Estados e ao Distrito Federal por intermédio da modalidade fundo a fundo.

40 - Transferências a MunicípiosDespesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos

Estados aos Municípios, inclusive para suas entidades da administração indireta.

41 - Transferências a Municípios – Fundo a FundoDespesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União, dos

Estados ou do Distrito Federal aos Municípios por intermédio da modalidade fundo a fundo.

50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins LucrativosDespesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades sem

fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.

60 - Transferências a Instituições Privadas co com Fins Lucrativos

Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades comfins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública.

70 - Transferências a Instituições MultigovernamentaisDespesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas

e mantidas por dois ou mais entes da Federação ou por dois ou mais países, inclusive o Brasil.

71 - Transferências a Consórcios PúblicosDespesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas

sob a forma de consórcios públicos nos termos da Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005, objetivando aexecução dos programas e ações dos respectivos entes consorciados.

80 - Transferência Transferências ao Exterior  Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a órgãos e

entidades governamentais pertencentes a outros países, a organismos internacionais e a fundos instituídos por diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil.

90 - Aplicações DiretasAplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de

descentralização de outras entidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade Social, noâmbito da mesma esfera de governo.

91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos

Orçamentos Fiscal e da Seguridade SocialDespesas orçamentárias de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e

outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes da aquisição demateriais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quandoo recebedor dos recursos também for órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ououtra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de Governo.

99 - A DefinirModalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo ou para classificação orçamentária da

Reserva de Contingência e da Reserva do RPPS, vedada a execução orçamentária enquanto não houver suadefinição.

9.8 Elemento de Despesa

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Tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros,diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obrase instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a administração

 pública utiliza para a consecução de seus fins. Os códigos dos elementos de despesa estão definidos noAnexo II da Portaria Interministerial nº 163, de 2001.

É vedada a utilização em projetos e atividades dos elementos de despesa 41-Contribuições, 42-

Auxílios e 43-Subvenções Sociais, o que pode ocorrer apenas em operações especiais.

É vedada a utilização de elementos de despesa que representem gastos efetivos (ex.: 30, 35, 36, 39,51, 52, etc) em operações especiais.

01 - Aposentadorias, Reserva Remunerada e Reformas03 – Pensões04 - Contratação por Tempo Determinado05 - Outros Benefícios Previdenciários06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso07 – Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência

08 - Outros Benefícios Assistenciais09 - Salário-Família10 - Outros Benefícios de Natureza Social11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar 13 - Obrigações Patronais14 - Diárias – Civil15 - Diárias – Militar 16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar 18 - Auxílio Financeiro a Estudantes19 – Auxílio-Fardamento20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores21 - Juros sobre a Dívida por Contrato22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita 1426 - Obrigações decorrentes de Política Monetária27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos30 - Material de Consumo31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras

32 - Material, Bem ou Serviço para Distribuição Gratuita33 - Passagens e Despesas com Locomoção34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização35 - Serviços de Consultoria36 – Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física37 - Locação de Mão-de-Obra38 - Arrendamento Mercantil39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica41 – Contribuições42 – Auxílios43 - Subvenções Sociais

45 - Equalização de Preços e Taxas46 - Auxílio-Alimentação47 - Obrigações Tributárias e Contributivas

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48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas49 - Auxílio-Transporte51 - Obras e Instalações52 - Equipamentos e Material Permanente61 - Aquisição de Imóveis62 - Aquisição de Produtos para Revenda63 - Aquisição de Títulos de Crédito

64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos67 - Depósitos Compulsórios71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada74 – Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação da Receita76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado

81 - Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas91 - Sentenças Judiciais92 - Despesas de Exercícios Anteriores93 - Indenizações e Restituições94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado98 - Investimentos – Orçamento de Investimentos99 - A Classificar 

9.9 Identificador de Uso - IDUSO

Esse código vem completar a informação concernente à aplicação dos recursos e destina-se a indicar se os recursos compõem contrapartida nacional de empréstimos ou de doações ou destinam-se a outrasaplicações, constando da lei orçamentária e de seus créditos adicionais.

9.10 - Identificador de Doação e de Operação de Crédito - IDOC

O IDOC identifica as doações de entidades internacionais ou operações de crédito contratuaisalocadas nas ações orçamentárias, com ou sem contrapartida de recursos da União. Os gastos referentes àcontrapartida de empréstimos serão programados com o Identificador de Uso – IDUSO – igual a 1, 2, 3 ou

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4 e o IDOC com o número da respectiva operação de crédito, enquanto que, para as contrapartidas dedoações serão utilizados o IDUSO 5 e respectivo IDOC.

O número do IDOC também pode ser usado nas ações de pagamento de amortização, juros eencargos para identificar a operação de crédito a que se referem os pagamentos.

Quando os recursos não se destinarem a contrapartida nem se referirem a doações internacionais ou

operações de crédito, o IDOC será 9999. Neste sentido, para as doações de pessoas, de entidades privadasnacionais e as destinas ao combate à fome, deverá ser utilizado o IDOC 9999.

9.11 - Classificação da Despesa por Identificador de Resultado Primário

O identificador de resultado primário, de caráter indicativo, tem como finalidade auxiliar a apuraçãodo resultado primário previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, devendo constar no Projeto de LeiOrçamentária Anual – PLOA e na respectiva Lei em todos os grupos de natureza da despesa, identificando,de acordo com a metodologia de cálculo das necessidades de financiamento, cujo demonstrativo constaráem anexo à Lei Orçamentária. Conforme estabelecido no § 5º do art. 7º da PLDO 2011, nenhuma ação

  poderá conter, simultaneamente, dotações destinadas a despesas financeiras e primárias, ressalvada a

reserva de contingência.

9.12 - DESPESA PÚBLICA NA LRF

Da Geração da Despesa

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração dedespesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.

Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesaserá acompanhado de:

I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos doissubseqüentes;

II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com alei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:

I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que estejaabrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a

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realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para oexercício;

II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme comas diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suasdisposições.

§ 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e metodologia de cálculoutilizadas.

§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser alei de diretrizes orçamentárias.

§ 4o As normas do caput constituem condição prévia para:

I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;

II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182 da Constituição.

Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.

§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput  deverão ser instruídos com aestimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.

§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada

ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1 o do art. 4o,devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente dereceita ou pela redução permanente de despesa.

§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação dealíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

§ 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo proponente, conterá as premissas e metodologia decálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano

 plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

§ 5o A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das medidas referidas no§ 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento deremuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.

§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Das Despesas com Pessoal

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatóriodos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos,cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies

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remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos daaposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais dequalquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de

 previdência.

§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores eempregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal".

§ 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dosonze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita correntelíquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinqüenta por cento);

II - Estados: 60% (sessenta por cento);

III - Municípios: 60% (sessenta por cento).

§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas:

I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;

II - relativas a incentivos à demissão voluntária;

III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;

IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o §2o do art. 18;

V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursostransferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da EmendaConstitucional no 19;

VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos provenientes:

a) da arrecadação de contribuições dos segurados;

 b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição;c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto daalienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.

§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciaisserão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.

Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:

I - na esfera federal:

a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas daUnião;

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 b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição eo art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativasa cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercíciosfinanceiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;

d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;

II - na esfera estadual:

a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;

 b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;

d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;III - na esfera municipal:

a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver;

 b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.

§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos deforma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida,verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei

Complementar.Do Controle da Despesa Total com Pessoal

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:

I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1odo art. 169 da Constituição;

II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.

Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoalexpedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgãoreferido no art. 20.

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final decada quadrimestre.

Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, sãovedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:

I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os

derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista noinciso X do art. 37 da Constituição;

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II - criação de cargo, emprego ou função;

III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada areposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde esegurança;

V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e assituações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limitesdefinidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá deser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entreoutras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição.

§ 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pelaextinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos.

§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova cargahorária.

§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:

I - receber transferências voluntárias;

II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as

que visem à redução das despesas com pessoal.

§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

Das Despesas com a Seguridade Social

Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendidosem a indicação da fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constituição, atendidas ainda asexigências do art. 17.

§ 1o É dispensada da compensação referida no art. 17 o aumento de despesa decorrente de:

I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação pertinente;

II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;

III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu valor real.

§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de saúde, previdência e assistência social,inclusive os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.

10 - RESTOS A PAGAR 

O que são Restos a Pagar?

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O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadas conforme o exercício a que pertençam. Se uma despesa foi empenhada em um exercício e somente foi paga no exercício seguinte, eladeve ser contabilizada como pertencente ao exercício do empenho e o seu pagamento deve ser consideradoextra-orçamentário.

Conceito : Consideram-se Restos a Pagar, ou resíduos passivos, de acordo com art. 36 da Lei nº 4.320/1964, as despesas empenhadas mas não pagas dentro do exercício financeiro (31.12). Para maiores

esclarecimentos sobre o assunto, veja também arts. 35 e 67 do Decreto nº 93.872/ 86.

As despesas inscritas em Restos a Pagar classificam-se em:

a) Processadas - são despesas em que o credor  já tenha cumprido com as suas obrigações, ou seja, que játenha entregue o material ou executado o serviço ou etapa de uma obra, dentro do exercício, tendo,

 portanto, direito líquido e certo e em condições de receber pagamento imediato.

 b) Não Processadas - são as despesas que dependem , ainda da prestação do serviço ou fornecimento domaterial, isto é, o direito do credor não foi apurado. São despesas ainda não liquidas.

9.1 Inscrição em Restos a Pagar

Faz-se necessário recordar o estágio de Empenho da Despesa em que o art. 35 do Decreto nº93.872/ 86 determina que a despesa empenhada e não liquidada será considerado anulado em 31 dedezembro, para todos os fins, salvo quando:

a) ainda vigente para cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

 b) vencido o prazo para cumprimento da obrigação, mas esteja em curso a liquidação da despesa, ou seja,de interesse da Administração, exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

c) se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; e

d) corresponder a compromisso assumido no exterior.

Os empenhos enquadrados nas ressalvas anteriormente citadas, bem como as despesas já liquidadase não pagas, serão automaticamente inscritos em Restos a Pagar, no encerramento do exercício.

Observações Importantes sobre Restos a Pagar 

i - Os Restos a Pagar não processados terão validade até 31 de dezembro do exercício financeiro

subseqüente, a partir de então serão cancelados (prescrição interrompida).

ii - A inscrição da despesa em Restos a Pagar deverá ser feita pelo valor devido, ou caso o valor sejadesconhecido, pelo valor estimado. Neste caso, duas hipóteses podem ocorrer:

a) o valor a ser pago é superior ao valor inscrito : a diferença deverá ser empenhada à conta de Despesas de Exercícios Anteriores; e

 b) o valor a ser pago é inferior ao valor inscrito: o saldo deverá ser anulado.

iii -  É vedada a reinscrição de empenhos em Restos a Pagar . O reconhecimento de eventual direito do

credor deverá ser feito através da emissão de nova Nota de Empenho, no exercício de recognição, à contade Despesas de Exercícios Anteriores, respeitando-se a categoria econômica própria.

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iv - "Os Restos a Pagar com prescrição interrompida" não significa dizer que o direito do credor tambémesteja cancelado. O direito creditório terá validade por 5 (cinco) anos a partir da data da inscrição emRestos a Pagar.

11 - DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

 Não é demais lembrar que o regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadasconforme o exercício a que pertençam. Cabe apenas fazer uma diferenciação neste caso. Se uma despesa foioriginada no exercício de 2006, digamos, e somente foi paga no exercício de 2009, sua contabilizaçãodeverá ser feita à conta de "Despesas de Exercícios Anteriores" de forma a evidenciar o regime deexercício.

Conceito: São as dívidas resultantes de compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àquelesem que devem ocorrer os pagamentos.

Ocorrência de Despesas de Exercícios Anteriores - Poderão ser pagas à conta de Despesas de ExercíciosAnteriores, desde que autorizadas pelo ordenador de despesas, respeitada a categoria econômica própria:

a) as despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito própriocom saldo suficiente para atendê-las, que não tenham processado em época própria; assim entendidasaquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercíciocorrespondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;

 b) os Restos a Pagar com prescrição interrompida; assim considerada a despesa cuja inscrição comoRestos a Pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor; e

c) os compromissos decorrentes de obrigação de pagamento criada em virtude de lei e reconhecidos apóso encerramento do exercício.

12 -SUPRIMENTO DE FUNDOS

O que é Suprimento de Fundos?

A Administração Pública prevê, em determinadas situações, a utilização de sistemática especial para realizar despesas que, por  sua natureza ou urgência não possam aguardar o processamento normal daexecução orçamentária. Essa previsão está definida no art. 74, § 3º, do Decreto-lei nº 200/67 ; nos arts. 68 e69 da Lei nº 4.320/65; nos arts. 45 e 47 do Decreto nº 93.872/1986; e na IN/STN nº 10/91.

Conceito: O Suprimento de Fundos (ou Adiantamento) consiste na entrega de numerário a servidor, sempre

 precedida de empenho prévio na dotação própria à despesa a realizar , e que não possa subordinar-se ao processo normal de execução da despesa. O ordenador de despesas é a autoridade competente paraconceder suprimento de fundos fixando-lhe o valor.

As Despesas Realizáveis por Suprimento de Fundos

De acordo com o art. 45 do Decreto nº 93.872/1986, são passíveis de realização de despesas por meio desuprimento de fundos:

a) "serviços especiais que exijam pronto pagamento em espécie (ver Decreto nº 95.804, de 9/3/88);

 b) quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e

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c) para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, nãoultrapassar o limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.

A Concessão de Suprimento de Fundos

O Decreto nº 93.872/1986, em seu art. 45, § 3º, determina que não se concederá suprimento de fundos a:

a) servidor responsável por dois suprimentos;

 b) servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material a adquirir, salvo quando não houver narepartição outro servidor;

c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de suaaplicação; e

d) servidor declarado em alcance, ou que esteja respondendo a inquérito administrativo (IN/STN nº 12/87).Por    servidor em alcance entende-se por aquele que não prestou contas do suprimento no prazoregulamentar, ou que não teve aprovadas suas contas em virtude de desvio, desfalque, falta ou má

aplicação verificados na prestação de contas, bem ou valores confiados a sua guarda.

Ato de concessão e prazo de aplicação

O prazo de aplicação do suprimento não deve exceder a 90 dias e nem ultrapassar o exercíciofinanceiro. O servidor tem prazo de 30 dias para prestar contas do suprimento, uma vez que tenha expiradoo prazo de aplicação. A prestação de contas da importância aplicada até 31 de dezembro deverá ser apresentada até o dia 15 de janeiro do exercício subseqüente. Portanto, neste caso específico, o prazo reduz-se para 15 dias. O suprido deverá apresentar a indicação precisa dos saldos em seu poder no dia 31.12, paraefeito de contabilização e reinscrição da respectiva responsabilidade. De acordo com a Portaria MF no 95 oato de concessão deverá indicar o mecanismo de movimentação do suprimento, se por conta corrente ou

cartão corporativo do governo.

13. Cartão de Pagamentos do Governo Federal

Poderão ser adquiridos/pagos pelo Cartão de Crédito Corporativo do Governo Federal, sem prejuízo das demais formas de pagamento, previstas na Legislação:

a) Aquisição de bilhetes de passagens aéreas, acional/internacional, com tarifas promocionais, reduzidas ounão;

 b) Compras de materiais e serviços realizadas com os afiliados;

c) Saque em moeda corrente, para atender as despesas enquadradas como Suprimento de Fundosobservando (Dec. Nº 93.872/1986 – art. 45 a 47) e Legislação Complementar .

O uso do Cartão de Crédito Corporativo é exclusivo das Unidades Gestoras dos Órgãos e entidadesda Administração Pública Federal Direta, Autárquica e Fundacional, que aderirem ao contrato n° 060/2001firmado entre a União por intermédio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e a BBAdministradora de Cartões de Créditos S/A – BB Cartões.

O Ordenador de Despesas é a autoridade competente para assinar em nome da Unidade Gestora, a

Proposta de Adesão e para indicar outros portadores de Cartão da respectiva Unidade.

De uma maneira geral, são atribuições do Ordenador:

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1) assinar proposta de adesão.

2) Indicar nome de portadores de Cartão.

3) Será o responsável pelo cumprimento das regras contratuais/demais instruções.

4) Será o responsável pelo pagamento das despesas.

5) Definir o limite de crédito total da Unidade Gestora Titular.

6) Definir o limite de crédito a ser concedido a cada um dos portadores de cartão por ele autorizados, e ostipos de gastos permitidos (bens, serviços, passagens aéreas, saque).

7) Autorizar emissão de empenho.

8) Comunicar à BB Cartões, alteração dos limites de crédito.

9) Glosar valores indevidos.

10) Efetuar o pagamento, impreterivelmente, até o dia 28 de cada mês, ou até o quinto dia útil subseqüentea data em que forem disponibilizados pela BB Cartões as informações solicitadas do respectivodemonstrativo mensal.

11) Será o responsável pelo pagamento de eventuais encargos devidos à BB Cartões por descumprimentodo prazo estabelecido para pagamento mensal, inclusive aqueles de correntes de glosas indevidas.

12) O Ordenador/Portador do Cartão serão responsáveis pelo ressarcimento de eventuais transaçõesfraudulentas com o Cartão Roubado, Furtado, Perdido ou Extraviado, mesmo que efetuadas por 

terceiros, até a data e hora da comunicação da ocorrência à central de atendimento da BB Cartões.Dos limites financeiros para concessão e utilização

Com a implantação da sistemática de movimentação de suprimento de fundos por meio do cartãocorporativo do governo foram estabelecidos valores limites para concessão de suprimento e despesas de

 pequeno vulto, sendo:

SUPRIMENTO DE FUNDOS

Para a execução de obras e serviços de engenharia obedecerá o limite de 5% do teto fixado para a

modalidade licitação de convite aplicado ao caso (Lei 8.666/93, art.23, inciso I, alínea a), representandoatualmente R$ 7.500,00 (R$150.000,00 x 5%).

Para outros serviços e compras em geral obedecerá o limite de 5% do teto fixado para a modalidadelicitação de convite aplicado ao caso (Lei 8.666/93, art.23, inciso II, alínea a), representando atualmenteR$ 4.000,00 (R$80.000,00 x 5%).

As despesas de pequeno vulto, máximo de cada nota fiscal, limitam-se a 0,25% do valor definido para amodalidade de licitação Convite. Para execução de obras e serviços de engenharia representa R$ 375,00(R$150.000,00 x 0,25%) e para compras e serviços em geral representa hoje R$ 200,00 (R$80.000,00 x0,25%).

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Suprimento concedido por meio do cartão Corporativo do Governo : com o intuito de incentivar autilização do cartão de crédito corporativo do Governo os percentuais definidos no item anterior, nestecaso, ficam alterados de 5% para 10%, e de 0,25% para 1%, conforme descrito abaixo:

Execução de obras e serviços de engenharia: representando atualmente R$ 15.000,00(R$150.000,00 x 10%). Outros serviços e compras em geral: representando atualmente R$ 8.000,00(R$80.000,00 x 10%). Despesas de pequeno vulto para execução de obras e serviços de engenharia:

representando hoje R$ 1.500,00 (R$150.000,00 x 1%).

Despesas de pequeno vulto para compras e outros serviços: representando hoje R$ 800,00(R$80.000,00 x 1%).

Obs.: ATUALMENTE A LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO ASSUNTO ESTÁ DEFINIDA NOSDECRETOS 5.355/05 E DECRETO 6.370/08.

Presidência da República

Casa CivilSubchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 5.355 DE 25 DE JANEIRO DE 2005.

Texto compilado

Dispõe sobre a utilização do Cartão de Pagamento doGoverno Federal - CPGF, pelos órgãos e entidades daadministração pública federal direta, autárquica efundacional, para pagamento de despesas realizadasnos termos da legislação vigente, e dá outras

 providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, daConstituição, e tendo em vista o disposto no art. 15, inciso III, da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993,

DECRETA:

Art. 1o A utilização do Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF, pelos órgãos e entidades daadministração pública federal integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social, para pagamento dasdespesas realizadas com compra de material e prestação de serviços, nos estritos termos da legislaçãovigente, fica regulada por este Decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Parágrafo único. O CPGF é instrumento de pagamento, emitido em nome da unidade gestora eoperacionalizado por instituição financeira autorizada, utilizado exclusivamente pelo portador neleidentificado, nos casos indicados em ato próprio da autoridade competente, respeitados os limites desteDecreto. (Redação dada pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Art. 2o Sem prejuízo dos demais instrumentos de pagamento previstos na legislação, a utilização doCPGF para pagamento de despesas poderá ocorrer na aquisição de materiais e contratação de serviçosenquadrados como suprimento de fundos, observadas as disposições contidas nos arts. 45, 46 e 47 doDecreto no 93.872, de 23 de dezembro de 1986, e regulamentação complementar. (Redação dada peloDecreto nº 6.370, de 2008)

Parágrafo único. Ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e daFazenda poderá autorizar a utilização do CPGF, como forma de pagamento de outras despesas. (Redaçãodada pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

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Art. 3o Além de outras responsabilidades estabelecidas na legislação e na regulamentação específica, para os efeitos da utilização do CPGF, ao ordenador de despesa caberá:

I - definir o limite de utilização e o valor para cada portador de cartão;

II - alterar o limite de utilização e de valor; e

III - expedir a ordem para disponibilização dos limites, eletronicamente, junto ao estabelecimento bancário.

Parágrafo único. O portador do CPGF é responsável pela sua guarda e uso.

Art. 4o É vedada a aceitação de qualquer acréscimo no valor da despesa decorrente da utilização doCPGF.

Art. 5o Não será admitida a cobrança de taxas de adesão, de manutenção, de anuidades ou dequaisquer outras despesas decorrentes da obtenção ou do uso do CPGF.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às taxas de utilização do CPGF no exterior e aosencargos por atraso de pagamento.

Art. 7o O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá expedir normas complementares para cumprimento do disposto neste Decreto.

Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9o Revogam-se os Decretos nos 3.892, de 20 de agosto de 2001, e  4.002, de 7 de novembro de2001.

Brasília, 25 de janeiro de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

 Antonio Palocci Filho

DECRETO Nº 6.370, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2008.

Vigência

Altera os Decretos nos 5.355, de 25 de janeiro de2005, que dispõe sobre a utilização do Cartão de

Pagamento do Governo Federal - CPGF, e 93.872, de23 de dezembro de 1986, que dispõe sobre aunificação dos recursos de caixa do Tesouro

 Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente,e determina o encerramento das contas bancáriasdestinadas à movimentação de suprimentos defundos.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 15, inciso III, da Lei no 8.666, de 21 de junhode 1993,

DECRETA:

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Art. 1o Os arts. 1o e 2o do Decreto nº 5.355, de 25 de janeiro de 2005, passam a vigorar com a seguinteredação:

“Art. 1º A utilização do Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF, pelos órgãos e entidades daadministração pública federal integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social, para pagamento dasdespesas realizadas com compra de material e prestação de serviços, nos estritos termos da legislaçãovigente, fica regulada por este Decreto.

Parágrafo único. O CPGF é instrumento de pagamento, emitido em nome da unidade gestora eoperacionalizado por instituição financeira autorizada, utilizado exclusivamente pelo portador neleidentificado, nos casos indicados em ato próprio da autoridade competente, respeitados os limites desteDecreto.” (NR)

“Art. 2º Sem prejuízo dos demais instrumentos de pagamento previstos na legislação, a utilização doCPGF para pagamento de despesas poderá ocorrer na aquisição de materiais e contratação de serviçosenquadrados como suprimento de fundos, observadas as disposições contidas nos arts. 45, 46 e 47 doDecreto no 93.872, de 23 de dezembro de 1986, e regulamentação complementar.

Parágrafo único. Ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e daFazenda poderá autorizar a utilização do CPGF, como forma de pagamento de outras despesas.” (NR)

Art. 2o O Decreto no 93.872, de 23 dezembro de 1986, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 45. ..............................................................................

I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento;

.......................................................................................................

§ 5º As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio do Cartão de Pagamento doGoverno Federal - CPGF.

§ 6o É vedada a utilização do CPGF na modalidade de saque, exceto no tocante às despesas:

I - de que trata o art. 47; e

II - decorrentes de situações específicas do órgão ou entidade, nos termos do autorizado em portaria peloMinistro de Estado competente e nunca superior a trinta por cento do total da despesa anual do órgão ou

entidade efetuada com suprimento de fundos.” (NR)“Art. 45-A. É vedada a abertura de conta bancária destinada à movimentação de suprimentos de fundos.” (NR)

“Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para atender a peculiaridades dos órgãos essenciais da Presidência da República, da Vice-Presidência da República, doMinistério da Fazenda, do Ministério da Saúde, do Departamento de Polícia Federal do Ministério daJustiça, das repartições do Ministério das Relações Exteriores no exterior, bem assim de militares e deinteligência, obedecerão ao Regime Especial de Execução estabelecido em instruções aprovadas pelosrespectivos Ministros de Estado, vedada a delegação de competência.

Parágrafo único. A concessão e aplicação de suprimento de fundos de que trata o caput, com relação aoMinistério da Saúde, restringe-se a atender às especificidades decorrentes da assistência à saúde indígena.”(NR)

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Art. 3o A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda encerrará as contas bancáriasdestinadas à movimentação de suprimentos de fundos até 2 de junho de 2008.

§ 1o O prazo previsto no caput não se aplica aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do MinistérioPúblico da União e dos Comandos Militares. (Incluído pelo Decreto nº 6.467, de 20080)

§ 2o Para os órgãos citados no § 1o, poderão ser abertas novas contas bancárias destinadas à movimentação

de suprimento de fundos.(Incluído pelo Decreto nº 6.467, de 20080)

Art. 4o Ficam revogados:

I - o Decreto no 2.289, de 4 de agosto de 1997;

II - o Decreto no 5.026, de 30 de março de 2004;

III - o art. 6o do Decreto no 5.355, de 25 de janeiro de 2005; e

IV - o Decreto no 5.635, de 26 de dezembro de 2005. 

Art. 5o Este Decreto entra em vigor em 3 de março de 2008.

Brasília, 1º de fevereiro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Guido Mantega Paulo Bernardo Silva

14. Conta única do Tesouro Nacional- Conceito e Previsão LegalO Decreto-Lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, ao promover a organização da Administração

Federal e estabelecer diretrizes para a Reforma Administrativa, determinou ao Ministério da Fazenda que promovesse a unificação dos recursos movimentados pelo Tesouro Nacional, através de sua Caixa junto aoagente financeiro da União, com o objetivo de obter maior economia operacional e racionalizar a execuçãoda programação financeira de desembolso. Essa determinação legal foi cumprida em setembro de 1988,com a promulgação da Constituição, quando todas as disponibilidades do Tesouro Nacional, existentes nosagentes financeiros, foram transferidas para o Banco Central do Brasil, em uma conta única centralizada,exercendo o Banco do Brasil a função de agente financeiro do Tesouro Nacional.

C.F. Artigo n. º 164 §3.

“As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central (...)”.

A instituição da Conta Única possibilitou a racionalização da administração financeira, reduzindo a  pressão sobre o caixa do Tesouro, além de agilizar os processos de transferência de recursos e os pagamentos a terceiros. As regras dispondo sobre a unificação dos recursos do Tesouro Nacional em ContaÚnica foram estabelecidas inicialmente no decreto n. º 93.872, de 23 de dezembro de 1986, nos seguintestermos:

“CAPÍTULO I – 

Da Unificação dos Recursos de Caixa do Tesouro Nacional

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Art 1º A realização da receita e da despesa da União far-se-á por via bancária, em estrita observância ao princípio de unidade de caixa (Lei nº 4.320/1964, art. 56 e Decreto-lei nº 200/67, art. 74).

Art 2º § 1º Para os fins deste decreto, entende-se por receita da União todo e qualquer ingresso de caráter originário ou derivado, ordinário ou extraordinário e de natureza orçamentária ou extra-orçamentária, sejageral ou vinculado, que tenha sido decorrente, produzido ou realizado direta ou indiretamente pelos órgãoscompetentes.

Art 3º Os recursos de caixa do Tesouro Nacional compreendem o produto das receitas da União, deduzidasas parcelas ou cotas -partes dos recursos tributários e de contribuições, destinadas aos Estados, ao DistritoFederal, aos Territórios e aos Municípios, na forma das disposições constitucionais vigentes.

Parágrafo único. O Banco do Brasil S.A. fará o crédito em conta dos beneficiários mencionados neste artigotendo em vista a apuração e a classificação da receita arrecadada, bem assim os percentuais de distribuiçãoou índices de rateio definidos pelos órgãos federais competentes, observados os prazos e condiçõesestabelecidos na legislação específica (Decreto-lei nº 1.805/80, § 1º, do art. 2º).

Art 5º O pagamento da despesa, obedecidas as normas reguladas neste decreto, será feito mediante saquescontra a conta do Tesouro Nacional (Decreto-lei nº 200/67, parágrafo único do art. 92).

....”

A conta única do Tesouro Nacional mantida no Banco Central constitui a unificação de todas asdisponibilidades financeiras das unidades gestoras do governo federal participantes do Sistema Integrado deAdministração Financeira - SIAFI.

A partir da edição da Medida Provisória nº 1.782, de 14.12.1998, atual MP 2.170-36, de23.08.2001, as disponibilidades das Autarquias, Fundos e Fundações públicas passaram obrigatoriamente a

ser movimentados sob os mecanismos da conta única.

Art. 1º Os recursos financeiros de todas as fontes de receitas da União e de suas autarquias e fundações públicas, inclusive fundos por elas administrados, serão depositados e movimentados exclusivamente por intermédio dos mecanismos da conta única do Tesouro Nacional, na forma regulamentada pelo Poder Executivo.

15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTONY, Robert N. Contabilidade gerencial . São Paulo:Atlas, 1970.

BALEEIRO, Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1968.

BRASIL. Lei 4320, de 17 de março de 1964. Estatui normas quais de direito financeiro para elaboração econtrole dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. DiárioOficial da União , Brasília, DF, 18 mar. 1964.

  ______. Ministério do Planejamento e Coordenação Geral. Disponível em:<http://www.planejamento.gov.br/. Acesso em: 10 jul 10.

 ______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988.

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 ______. Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, Rio deJaneiro, 1938.

 ______. Decreto nº 4536, de 28 de janeiro de 1922. Organiza o código de contabilidade da União. Rio deJaneiro: Imprensa Nacional, 1938.

BURKHEAD, Jesse. Orçamento público . Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1971.

CRUZ, Flávio da. Comentários sobre a reforma orçamentária de 1988. Revista Contabilidade Vista &Revista . Belo Horizonte, v.4, n.1, p.16-22, fev. 1992.

D'AURIA, Francisco. Contabilidade pública . 9. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959.

GIACOMONI; James. Orçamento público . 4. ed. São Paulo:Atlas, 1992.

KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e desempenho: administre seus custos para ser maiscompetitivo. Tradução de O.P. Tradução. São Paulo: Futura, 1998.

LYRAFILHO, João. Despesas versus receita . Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti Editores, 1956.

PINTO, Pedro A. Dicionário de Sinônimos . Rio de Janeiro. Ed. Científica, 1956.

PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL

 – PNEF. Gestão democrática dos recursos. Brasília

 – DF: Teixeira Gráfica e Editora Ltda, 2004.

PYRR, Peter A. Orçamento base zero . Tradução de José Ricardo Brandão Azevedo. São Paulo:Interciência, 1981.

PINTO, Pedro A. Dicionário de Sinônimos . Rio de Janeiro: Ed. Científica, 1956.

As principais fontes de sustentáculo do conteúdo deste tópico são: a clássica obrade BURKHEAD, Jesse. Orçament o  públic o . Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,1971. p. 4 -15, e o MANUAL TÉCNICO DO ORÇAMENTO, VERSÃO 2011.

LEGISLAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – Seção II – DOS ORÇAMENTOS, Artigos 165 a 169http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htmLEIS COMPLEMENTARESLei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp101.htmLei nº 4320, de 17 de Março de 1964http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320.htmEstatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos ebalanços da União, dos Estados, dos Municípios e do DF.LEIS ORDINÁRIASLei nº 12.017 de 13 de agosto de 2009 (LDO 2009)Lei 12.214 de 26 de janeiro de 2010 (LOA 2010)

Lei nº 11.653 de 7 de abril de 2008 (PPA 208-2011)Lei nº 10.180 de 6 de fevereiro de 2001http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10180.htm

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Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, deAdministração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do PoderExecutivo Federal, e dá outras providências.Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0200.htmDispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a ReformaAdministrativa e dá outras providências.

DECRETOSDECRETO Nº 93.872/86Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio de 2001https://www.portalsof.planejamento.gov.br/bib/legislacao/portarias/PortInterm_SOF-STN_163_040501.pdf Dispõe sobre normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União,Estados, Distrito Federal e Municípios e dá outras providências.Portaria SOF nº 1, de 19 de fevereiro de 2001https://www.portalsof.planejamento.gov.br/bib/legislacao/portarias/Portariasof_01_190201.pdf Dispõe sobre a classificação orçamentária por fontes de recursos.

Portaria MOG nº 42, de 14 de abril de 1999http://www.planejamento.gov.br/orcamento/conteudo/legislacao/portarias/portaria_42_14_04_99.htmAtualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1o do art. 2oe § 2o do art. 8o, ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitosde função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outrasprovidências.

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