UNIVERSIDADE DE SO PAULO
ESCOLA POLITCNICA DA USP
LACASEMIN LABORATRIO DE CONTROLE AMBIENTAL, HIGIENE E SEGURANA NA
MINERAO
EAD ENSINO E APRENDIZADO DISTNCIA
eHO-011
HIGIENE OCUPACIONAL E ATIVIDADES INDUSTRIAIS
ALUNO
SO PAULO, 2015
EPUSP/LACASEMIN
DIRETOR DA EPUSP JOS ROBERTO CASTILHO PIQUEIRA EQUIPE DE TRABALHO CCD COORDENADOR DO CURSO DISTNCIA SRGIO MDICI DE ESTON
VICE - COORDENADOR DO CURSO DISTNCIA WILSON SHIGUEMASA IRAMINA PP PROFESSOR PRESENCIAL JOO JOS BARRICO DE SOUZA PATRCIA DIAS RICARDO CABRAL RICARDO METZNER SRGIO COLACIOPPO WILSON SIGUEMASSA IRAMIN CPD CONVERSORES PRESENCIAL PARA DISTNCIA DANIEL UENO DE CASTRO PRADO GARCIA DANIELLE VALERIE YAMAUTI FELIPE THADEU BONUCCI FLVIA DE LIMA FERNANDES SEIJI RENAN MICHISHITA
FILMAGEM E EDIO KARLA JULIANE DE CARVALHO THALITA SANTIAGO DO NASCIMENTO
IMAD INSTRUTORES MULTIMDIA DISTNCIA DIEGO DIEGUES FRANCISCA FELIPE BAFFI DE CARVALHO LUAN LINHARES MATEUS DELAI RODRIGUES LIMA PEDRO MARGUTTI DE ALMEIDA CIMEAD CONSULTORIA EM INFORMTICA, MULTIMDIA E EAD CARLOS CSAR TANAKA JORGE MDICI DE ESTON SHINTARO FURUMOTO
GESTO TCNICA
MARIA RENATA MACHADO STELLIN
APOIO ADMINISTRATIVO NEUSA GRASSI DE FRANCESCO VICENTE TUCCI FILHO
Todos os direitos reservados. Proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meio ou processo, sem a prvia autorizao de todos aqueles que possuem os direitos autorais sobre este
documento.
Sumrio
eHO - 011 Higiene Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
SUMRIO
CAPITULO 1. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDSTRIA DA CONSTRUO CIVIL .... 1
1.1. INTRODUO ........................................................................................................... 2
1.2. UMA ATIVIDADE DE VARIADOS PORTES E NVEIS DE COMPLEXIDADE ........ 2
1.3. AMPLA GAMA DE ATIVIDADES .............................................................................. 3
1.4. AGENTES AMBIENTAIS ........................................................................................... 4
1.5. EXEMPLOS DE RISCOS PRESENTES EM ATIVIDADES NA INDSTRIA DA
CONSTRUO CIVIL ...................................................................................................... 6
1.5.1. ESCAVAES ..................................................................................................... 6
1.5.2. MONTAGEM DE ESTACAS ................................................................................ 8
1.5.3. CONCRETAGEM ................................................................................................. 8
1.5.4. TRABALHOS EM ALTURA .................................................................................. 9
1.5.5. INSTALAES PROVISRIAS .......................................................................... 9
1.5.5.1. As instalaes eltricas provisrias compem um item especial. Nelas
podem ocorrer acidentes devido a: ........................................................................... 10
1.5.5.2. Acessos provisrios. Neles os acidentes podem ocorrer devido a: ............ 10
1.5.6. IAMENTO DE CARGAS .................................................................................. 11
1.5.7. CANTEIROS DE OBRA ..................................................................................... 12
1.5.8 INSTALAES HIDRULICAS, SANITRIAS E SOCIAIS .............................. 12
1.5.9 FERRAMENTAS MANUAIS................................................................................ 13
1.5.10 FERRAMENTAS ELTRICAS E PNEUMTICAS GERADORES E
COMPRESSORES ....................................................................................................... 13
1.5.11 FERRAMENTAS PLVORA ......................................................................... 14
1.6. TESTES ................................................................................................................... 15
CAPITULO 2. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDSTRIA QUMICA ............................. 16
2.1. CONTEXTUALIZANDO A HIGIENE OCUPACIONAL ............................................ 17
2.2. AGENTES E RISCOS ASSOCIADOS AO AMBIENTE DE TRABALHO ............... 20
2.2.1. CONCEITOS BSICOS ..................................................................................... 20
2.2.1.1. Risco ............................................................................................................. 20
2.2.1.2. Agente ........................................................................................................... 21
2.2.1.3. Perigo ............................................................................................................ 21
2.2.1.4. Exposio...................................................................................................... 21
2.2.2. RISCOS OCUPACIONAIS ................................................................................. 22
2.2.2.1. Agentes Fsicos ............................................................................................ 23
2.2.2.2. Agentes Biolgicos ....................................................................................... 24
2.2.2.3. Agentes Qumicos......................................................................................... 25
2.2.3. RECONHECIMENTO DOS RISCOS ................................................................. 26
2.2.4. FATORES DETERMINANTES DA OCORRNCIA DE DANOS ...................... 29
2.2.4.1. Natureza do agente ...................................................................................... 29
2.2.4.2. Tempo de exposio .................................................................................... 29
2.2.4.3. Concentrao ou intensidade ....................................................................... 29
2.2.4.4. A susceptibilidade individual ......................................................................... 30
2.3. ASPECTOS DE TOXICOLOGIA OCUPACIONAL ................................................. 30
2.3.1. FISIOLOGIA DA RESPIRAO ........................................................................ 30
2.3.2. MECANISMO DA RESPIRAO ...................................................................... 32
Sumrio
eHO - 011 Higiene Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
2.3.3. TOXICOLOGIA ................................................................................................... 33
2.3.3.1. Risco, Toxicidade e Periculosidade. ............................................................ 35
2.3.3.2. Exposio...................................................................................................... 36
2.3.3.3. Locais de Ao de uma Substncia Qumica .............................................. 36
2.3.3.4. Vias de Penetrao / Absoro .................................................................... 37
2.3.3.5. Distribuio, Metabolismo Excreo e Eliminao. ..................................... 38
2.3.3.6. Efeitos Agudos e Efeitos Crnicos ............................................................... 39
2.3.3.7. Classificao das Aes de Substncias Qumicas Sobre O Homem ........ 40
2.3.3.8. Riscos de Partculas ..................................................................................... 44
2.3.3.9. Aspectos Preventivos ................................................................................... 45
2.3.3.10. Avaliao da Toxicidade ............................................................................. 46
2.3.3.11. Os Indicadores Biolgicos .......................................................................... 48
2.4. INTERFACE MEDICINA E HIGIENE OCUPACIONAL .......................................... 49
2.4.1. O PAPEL DA MEDICINA OCUPACIONAL E DA HIGIENE INDUSTRIAL ....... 49
2.4.2. A PESQUISA BIBLIOGRFICA COMO RECONHECIMENTO DE RISCOS ... 49
2.5. A AVALIAO AMBIENTAL ................................................................................... 51
2.5.1. AVALIAO ....................................................................................................... 51
2.5.2. AMOSTRAGEM ................................................................................................. 52
2.5.2.1. Fundamentos da Amostragem ..................................................................... 52
2.5.3. ANLISE ............................................................................................................ 69
2.5.3.1. Mtodo Analtico ........................................................................................... 69
2.5.3.2. Classificao da NIOSH ............................................................................... 70
2.5.3.3. Preparao das Amostras ............................................................................ 70
2.5.4. CONDIES CLIMTICAS ............................................................................... 71
2.5.4.1. Presso atmosfrica no local de amostragem e no local de calibrao ..... 71
2.5.4.2. Temperatura natural no local de amostragem e no local de calibrao...... 71
2.5.4.3. Umidade relativa do ar .................................................................................. 71
2.5.4.4. Velocidade do Vento ..................................................................................... 71
2.5.5. TRANSPORTE/ARMAZENAMENTO DA AMOSTRA ....................................... 72
2.5.6. PESSOAL PARA COLETA ................................................................................ 72
2.5.7. INTERPRETAO DOS RESULTADOS .......................................................... 72
2.5.7.1. Clculo da exposio utilizando mtodo de amostragens instantneas ..... 73
2.5.7.2. Clculo da exposio utilizando mtodo de amostragens contnuas e
pessoais ..................................................................................................................... 73
2.5.7.3. Clculo da exposio para mistura de vrias substncias (Diversos
Contaminantes no Mesmo Ambiente/Atividade) ....................................................... 75
2.5.7.4. Comparao com Limites de Tolerncia ...................................................... 75
2.6. CONTROLE ............................................................................................................. 76
2.6.1. CONCEITO DO NVEL DE AO: .................................................................... 76
2.6.2. MODELO CONCEITUAL PARA CONTROLAR OS RISCOS NO AMBIENTE: 77
2.6.3.MEDIDAS GENRICAS DE CONTROLE: ......................................................... 77
2.6.3.1. Relativas ao ambiente .................................................................................. 77
2.6.3.2. Relativas ao homem ..................................................................................... 79
2.7. TESTES ................................................................................................................... 80
CAPITULO 3: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA SIDERRGICA ................... 82
Sumrio
eHO - 011 Higiene Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
3.1. INTRODUO ......................................................................................................... 83
3.2. RUDO...................................................................................................................... 84
3.3. STRESS TRMICO ................................................................................................. 86
3.4. AERODISPERSIDES ........................................................................................... 87
3.5. EMISSES DE FORNOS DE COQUE ................................................................... 88
3.5.1. EMISSES DE HIDROCARBONETOS AROMTICOS MONOS E
POLINUCLEARES ....................................................................................................... 88
3.5.2. OS HIDROCARBONETOS AROMTICOS MONO-NUCLEARES .................. 88
3.5.3. OS HIDROCARBONETOS AROMTICOS POLINUCLEARES (PAH) ............ 90
3.6. RISCOS POTENCIAIS ............................................................................................ 92
3.6.1. MATRIAS PRIMAS .......................................................................................... 92
3.6.2. PREPARAO DAS MATRIAS-PRIMAS ....................................................... 93
3.6.3. ALTOSFORNOS .............................................................................................. 95
3.6.4. ACIARIA ............................................................................................................. 96
3.6.5. LAMINAO ...................................................................................................... 97
3.7. TCNICAS DE SEGURANA .............................................................................. 100
3.7.1. SUBSTITUIO DE SUBSTNCIAS TXICAS ............................................. 100
3.7.2. MODIFICAO DE PROCESSO/EQUIPAMENTO ........................................ 100
3.7.3. ENCLAUSURAMENTO .................................................................................... 101
3.7.4. SEGREGAO OU ISOLAMENTO ................................................................ 101
3.7.5. VENTILAO GERAL DILUIDORA ................................................................ 102
3.7.6. VENTILAO LOCAL EXAUSTORA .............................................................. 102
3.7.7. UMECTAO................................................................................................... 103
3.7.8. LIMPEZA INDUSTRIAL ................................................................................... 103
3.7.9. MANUTENO ................................................................................................ 104
3.7.10. CONTROLE DE SUBSTNCIAS QUMICAS ............................................... 104
3.7.11. TRATAMENTO DE RESDUOS .................................................................... 104
3.7.11.1. Controle do calor....................................................................................... 105
3.7.11.2. Regime de trabalho-descanso.................................................................. 105
3.7.11.3. Controle de rudo ...................................................................................... 105
3.7.11.4. Proteo individual ................................................................................... 107
3.8. TESTES ................................................................................................................. 108
CAPITULO 4: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA DA MINERAO .............. 109
4.1. INTRODUO ....................................................................................................... 110
4.1.1. CONCEITUAO ............................................................................................ 110
4.1.2. A HIGIENE OCUPACIONAL NA MINERAO .............................................. 110
4.2. ETAPAS DA MINERAO.................................................................................... 111
4.2.1. PESQUISA MINERAL ...................................................................................... 111
4.2.2. LAVRA .............................................................................................................. 111
4.2.2.1. Lavra a cu aberto ...................................................................................... 112
4.2.2.2. Lavra Subterrnea ...................................................................................... 113
4.2.3. TRATAMENTO ................................................................................................. 113
4.3. PRINCIPAIS AGENTES FSICOS, QUMICOS E BIOLGICOS ASSOCIADOS
ATIVIDADE DE MINERAO ...................................................................................... 115
4.3.1. POEIRA ............................................................................................................ 115
Sumrio
eHO - 011 Higiene Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
4.3.2. GASES TXICOS, FUMAAS E RADNIO .................................................. 117
4.3.3. RUDO .............................................................................................................. 119
4.3.4. VIBRAES DE MOS E BRAOS E DE CORPO INTEIRO ....................... 120
4.3.5. CALOR ............................................................................................................. 121
4.3.6. ERGONOMIA ................................................................................................... 121
4.3.7. RISCOS BIOLGICOS .................................................................................... 122
4.3.8. RISCOS PSICOLGICOS ............................................................................... 123
4.4. PRINCIPAIS ASPECTOS DE SEGURANA NA MINERAO .......................... 123
4.5. CONSIDERAES ............................................................................................... 124
4.6. TESTES ................................................................................................................. 125
CAPITULO 5: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA METALRGICA AUTOMOBILSTICA ......................................................................................................... 126
5.1. INTRODUO ....................................................................................................... 127
5.3. TESTES ................................................................................................................. 131
CAPTULO 6. NANOTECNOLOGIA ................................................................................ 132
6.1. INTRODUO ....................................................................................................... 133
CAPITULO 7: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA VIDREIRA ......................... 135
7.1. INTRODUO ....................................................................................................... 136
7.2. MATERIAIS CONSTITUINTES DE VIDROS E SUAS CARACTERSTICAS. ..... 137
7.4. OS PROCESSOS DE FABRICAO DE VIDRO E OS PROCESSOS DE
FABRICAO DE PRODUTOS DE VIDRO ................................................................ 139
7.4.1. FABRICAO DE EMBALAGENS .................................................................. 141
7.4.2 FABRICAO DE VIDROS PLANOS .............................................................. 142
7.4.3 FABRICAO DE L DE VIDRO ..................................................................... 143
7.5. TESTES ................................................................................................................. 144
CAPITULO 8: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDUSTRIA FARMACUTICA ............. 145
8.1. INTRODUO ....................................................................................................... 146
8.2. LIMITES DE EXPOSIO OCUPACIONAL NA INDSTRIA FARMACEUTICA 148
8.2.1. CARACTERSTICAS DOS PROCESSOS FARMACUTICOS: .................... 148
8.2.2. DADOS QUE DEVEM SER DESCRITOS NA PESQUISA DE NOVAS
DROGAS FARMACUTICAS: ................................................................................... 148
8.2.3. LIMITE DE EXPOSIO OCUPACIONAL BASEADO NA PERFORMANCE 149
8.3. ETAPAS A INVESTIGAR NOS INCIDENTES DA DOENA OCUPACIONAL QUE
ENVOLVEM INGREDIENTE ATIVOS FARMACUTICOS ......................................... 151
8.3.1. ETAPAS PRELIMINARES DE INVESTIGAO DO INCIDENTE: ................ 151
8.3.2. AVALIAO DOS DADOS & ETAPAS ........................................................... 152
8.3.3. CHEGANDO A UMA CONCLUSO: ............................................................... 152
8.4. TESTES ................................................................................................................. 154
CAPITULO 9. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDSTRIA DO PETRLEO ................ 156
9.1. INTRODUO ....................................................................................................... 157
9.2. CONCEITOS.......................................................................................................... 157
9.3. INDSTRIA DO PETRLEO ................................................................................ 158
9.3.1. A CONSTITUIO DO PETRLEO ............................................................... 158
9.3.2. A JAZIDA PETROLFERA ............................................................................... 159
Sumrio
eHO - 011 Higiene Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
9.3.3. A EXPLORAO DE PETRLEO .................................................................. 159
9.3.4. A PERFURAO DE UM POO DE PETRLEO ......................................... 160
9.3.5. A COMPLETAO DO POO PARA PRODUO ....................................... 160
9.3.6. A EXTRAO DO PETRLEO DA JAZIDA ................................................... 160
9.3.7. OS PROCESSOS DE SEPARAO .............................................................. 161
9.3.8. TRANSPORTE ................................................................................................. 162
9.3.9. REFINO ............................................................................................................ 163
9.3.10. CENTROS DE PESQUISAS .......................................................................... 164
9.4. RISCOS OCUPACIONAIS NA INDSTRIA DO PETRLEO .............................. 165
9.4.1. EXTRAO E PRODUO DE PETRLEO ................................................. 165
9.4.2. REFINARIAS .................................................................................................... 166
9.5. ESTUDOS DE CASOS .......................................................................................... 167
9.5.1. MATERIAL RADIATIVO DE OCORRNCIA NATURAL ASSOCIADO
PRODUO DE PETRLEO .................................................................................... 167
9.5.2. EXPOSIO EM CONVS DE NAVIOS QUMICOS ..................................... 169
9.5.2.1. Reconhecimento ......................................................................................... 169
9.6. TESTES ................................................................................................................. 171
CAPITULO 10: HIGIENE OCUPACIONAL E A INDSTRIA DE ELETRICIDADE ....... 173
10.1. INTRODUO ..................................................................................................... 174
10.2. O CHOQUE ELTRICO ...................................................................................... 175
10.3. ARCOS ELTRICOS, QUEIMADURAS E QUEDAS ......................................... 176
10.4. CAMPOS ELETROMAGNTICOS ..................................................................... 178
10.5. OUTROS RISCOS............................................................................................... 179
10.6. MEDIDA BSICA DE PROTEO ..................................................................... 180
10.6.1. DESENERGIZAO ...................................................................................... 180
10.6.1.1. Seccionamento ......................................................................................... 181
10.6.1.2. Impedimento de reenergizao ................................................................ 181
10.6.1.3. Constatao da ausncia de tenso ........................................................ 181
10.6.1.4. Instalao de aterramento temporrio com equipotencializao dos
condutores dos circuitos .......................................................................................... 182
10.6.1.5. Instalao da sinalizao de impedimento de energizao .................... 182
10.6.1.6. Comentrios .............................................................................................. 182
10.7. EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL (EPI)........................................ 183
10.7.1. CONSIDERAES ........................................................................................ 183
10.7.2. PROTEO DO CORPO INTEIRO .............................................................. 183
10.7.2.1. Vestimentas de trabalho ........................................................................... 183
10.7.2.2. Caractersticas das roupas de proteo contra arcos: ............................ 184
10.7.2.3. Escolha da vestimenta de proteo ......................................................... 184
10.7.3. PROTEO DA CABEA ............................................................................. 185
10.7.3.1. Creme protetor solar ................................................................................. 185
10.7.4. PROTEO DOS OLHOS E FACE .............................................................. 185
10.7.4.1. culos de proteo ................................................................................... 185
10.7.5. EPI PARA PROTEO DOS MEMBROS SUPERIORES ........................... 185
10.7.5.1. Luva de pelica ........................................................................................... 186
10.7.6. PROTEO DOS MEMBROS INFERIORES ............................................... 186
Sumrio
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10.8. TESTES ............................................................................................................... 187
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 189
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
eHO - 011 Higiene Ocupacional e Atividades Industriais / LACASEMIN, 4o ciclo de 2015.
1
CAPITULO 1. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDSTRIA DA CONSTRUO CIVIL
OBJETIVOS DO ESTUDO
Este captulo tem por objetivo familiarizar os profissionais da Indstria da
Construo no reconhecimento dos riscos presentes nos ambientes de trabalhos que
possam provocar acidentes e doenas do trabalho.
Ao trmino deste captulo voc dever estar apto a identificar no ambiente de
trabalho da Indstria da Construo:
Os agentes qumicos, inclusive suas consequncias e formas;
Os agentes fsicos e seus efeitos no organismo dos trabalhadores;
Os agentes biolgicos e quais atividades tornam mais provveis esse contato;
Os agentes ergonmicos e de acidentes, bem como as medidas de preveno
cabveis.
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
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1.1. INTRODUO
A atividade da construo civil antiqussima. Comeando nos tempos das cavernas,
evoluindo para a construo de tendas, passando pela transposio de obstculos
naturais, como riachos, aclives e vos, a construo civil esteve sempre presente. No da
maneira como a conhecemos hoje, seja pelo seu nvel de conhecimento e instrumental,
mas de uma maneira emprica que, uma vez que desse resultado, transformava-se em
uma soluo definitiva.
1.2. UMA ATIVIDADE DE VARIADOS PORTES E NVEIS DE COMPLEXIDADE
A construo civil evoluiu medida do surgimento de necessidades, seja do ponto
de vista da aplicao, seja do ponto de vista da soluo desenvolvida.
As tendas, essenciais para ampliao das fronteiras humanas, eram basicamente
rudimentares estruturas de galhos cobertas por peles de animais. Materiais foram sendo
adaptados e paredes adquiriram formas.
Pequenas construes foram criadas. Inicialmente toscas, estas construes eram
totalmente dependentes, em termos de durabilidade, das intempries.
Sculos passaram. Novos materiais foram incorporados: madeira, pedras. Outros
foram criados: argamassas e cravos.
A construo cresceu horizontal e verticalmente.
Necessidades tinham que ser satisfeitas. Havia gua? Onde fazer as necessidades
fisiolgicas?
As construes continuavam a crescer. Ncleos populacionais formavam-se.
Construes de maior altura foram sendo criadas.
As necessidades aumentavam em termos quantitativos e qualitativos. No bastava
ter gua: ela tinha que ser em quantidade suficiente e ter boa qualidade.
Outros sculos se passaram. Prdios surgiram. Construes arrojadas e
pretensiosas buscavam arranhar os cus.
Cimento e ao eram utilizados. Novos processos construtivos desenvolvidos:
edifcios com estrutura em ao, estrutura em concreto, estrutura em ao e concreto.
Pontes, inicialmente no mais do que rvores derrubadas para transpor os
obstculos transformaram-se em complexas estruturas que combinam diferentes
materiais e tcnicas construtivas.
Tneis foram escavados e muitos deles se transformaram no jazigo de seus
construtores: desabamentos ocorriam com frequncia.
Diques surgiram para armazenar gua.
Prdios industriais foram criados.
Estradas, inicialmente no mais do que trilhas abertas no meio das matas
transformaram-se em enormes rodovias.
Gigantescos centros comerciais, que mesclam atividades hoteleiras, comerciais e
de servios so construdos ao redor do mundo.
Estruturas submarinas so desenvolvidas.
Aeroportos so construdos, para volumes extraordinrios de trfego areo, cargas
e passageiros.
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
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A construo civil esteve e est presente em cada uma destas atividades, alm da
construo de estdios, hospital, templos, hotis, escolas, usinas hidreltricas, apenas
para citar algumas.
Por esta curta descrio possvel reconhecer-se a enorme variedade de tipos de
atividades envolvidas sob o ttulo construo civil.
O setor de construo civil historicamente um grande empregador de mo de
obra. Pelas prprias caractersticas dos trabalhos e das condies em que so
realizadas, a qualificao da mo de obra por vezes baixa, sendo frequente rotatividade
de pessoal.
Uma caracterstica presente no processo de desenvolvimento das obras de
construo civil so as chamadas montagens provisrias. Elas so provisrias, pois
temporariamente substituem ou so as bases para as instalaes definitivas.
1.3. AMPLA GAMA DE ATIVIDADES
As operaes em construo civil envolvem desde a limpeza e preparao de
terrenos, que pode envolver desde ferramentas manuais at enormes equipamentos de
terraplanagem, passando por escavaes, que podem ter alguns centmetros at
centenas de metros de profundidade e montagens estruturais que vo desde a
construo de um barraco de madeira at enormes estruturas de edifcios.
O universo da construo civil contempla desde servios de alvenaria, a instalao
de acabamentos at a execuo de trabalhos submersos e uma srie de atividades
auxiliares.
Estas atividades auxiliares podem englobar entre outras, o carregamento manual
de cargas, a execuo de escavaes, servios de carpintaria, de soldagem, de pintura e
de colagem de revestimentos.
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
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1.4. AGENTES AMBIENTAIS
Segundo a Norma Regulamentadora 9 (NR9- Programa de Preveno de Riscos
Ambientais) da portaria 3214 do Ministrio do trabalho e Emprego, os agentes no
ambiente de trabalho so classificados em fsicos, qumicos e biolgicos.
Como exemplo de agentes fsicos, temos.
Rudo: como os que ocorrem nos equipamentos de grande porte, nas bombas, nas
lixadeiras e serras circulares, que pode provocar perda auditiva e efeitos extra-
auditivos;
Vibraes: como as que ocorrem nos marteletes pneumticos, nos vibradores de
concreto, nos equipamentos de terraplanagem e nas ferramentas portteis, que
podem produzir doenas osteomusculares relacionadas ao trabalho;
Temperaturas: extremas, como as que ocorrem em obras a cu aberto ou em
aplicaes de asfaltos e outros materiais betuminosos, que podem levar a
desidratao, desmaios e at a morte;
Presses anormais: como as existentes em escavaes de estruturas de pontes e
viadutos, que podem levar a alteraes dos sistemas de saturao de gases no
organismo e de controle de presso;
Radiaes ionizantes: como, por exemplo, a utilizada em gamagrafias para
verificao de soldas e estruturas), que podem levar a alteraes somticas ou
genticas e
Radiaes no ionizantes: como a infravermelha emitida nos equipamentos de
solda oxiacetilnica ou a ultravioleta emitida por equipamentos de soldagem
eltrica, que podem produzir alteraes nos olhos e na pele, inclusive com a
possibilidade de cncer.
Com relao aos agentes qumicos, as substncias, seja na forma de lquidos,
slidos, poeiras, fumos, nvoas e gases ou vapores, podem penetrar no organismo
humano atravs da via respiratria, da absoro pela pele e da ingesto. A ingesto pode
se dar pelo do fato dos trabalhadores comerem, beberem ou fumarem em seus locais de
trabalho, possibilitando assim a ingesto das substncias existentes no ambiente ou
ainda da falta de hbito de lavar as mos antes de se alimentarem ou hidratarem ou
fumarem.
As substncias qumicas presentes nas atividades de construo civil so
numerosas: desde o cimento, substncia alcalina e agressiva s vias respiratrias,
pele e aos olhos, passando pelas tintas e seus solventes, que podem ter efeitos
narcticos e crnicos diversos, pelos cidos empregados nas limpezas de superfcies,
que podem atacar os tecidos humanos e pelas colas e adesivos empregados, com efeitos
semelhantes aos das tintas e vernizes, cada qual com sua caracterstica e agressividade
e demandando medidas de controle e proteo apropriadas.
Os agentes biolgicos por sua vez referem-se a bactrias, fungos, bacilos,
parasitas, protozorios e vrus, que se encontram presentes no universo da construo
civil em atividades de desmatamento, de escavao, de saneamento bsico (gua e
esgoto) e de manuseio de resduos, alm das prprias condies de higiene e sade
existentes nos canteiros de obras e instalaes de apoio (restaurantes, alojamentos,
banheiros, fornecimento de gua potvel, entre outras)
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
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A NR5 (Comisso Interna de Preveno de Acidente) por sua vez ao tratar do mapa
de risco acrescenta tambm os agentes ergonmicos e os riscos de acidentes.
Como agentes ergonmicos podem ser exemplificados e identificados com
facilidade em atividades do setor de construo civil:
O esforo fsico intenso, observado no carregamento e descarregamento de
materiais e equipamentos;
A postura inadequada, presente em uma ampla gama de atividades, desde as de
solda, at a colocao de acabamentos, como pisos e revestimentos;
O trabalho em turnos, caracterstico em algumas fases das obras, como as que
envolvem concretagens, e no caso de usinas eltricas praticamente ao longo de
toda a obra;
O ritmo de trabalho, resultado das presses para cumprimento de prazos e
atendimento a operaes em sequncia;
O controle rgido de produtividade, em que o trabalhador alm do cumprimento de
suas tarefas tem suas ausncias, inclusive de natureza fisiolgica, rigidamente
controladas resultando em pouca ou nenhuma autonomia;
Monotonia e repetitividade;
Jornadas prolongadas, de 12 ou mais horas de durao, por vezes por semanas
seguidas;
Geradores de estresse fsico (decorrente das condies e do ambiente de trabalho)
ou psquico (decorrente das relaes que se estabelecem no ambiente de trabalho,
seja entre o trabalhador e seus pares, seja com os seus superiores hierrquicos).
Como riscos de acidentes podem ser citados e exemplificados:
Arranjo fsico inadequado, o que pode incluir falta de espao, ou a existncia de
obstculos ou do piso em ms condies na rea, que possam resultar em quedas
em um mesmo nvel ou entre nveis diferentes ou ainda a necessidade de grandes
deslocamentos para trazer peas ou ferramentas;
Mquinas e equipamentos sem proteo, como por exemplo, as serras circulares
utilizadas nos setores de marcenaria;
Ferramentas inadequadas ou defeituosas, como por exemplo, uma chave de fenda
que utilizada como talhadeira, ou um alicate que utilizado como martelo;
Iluminao inadequada, especialmente crtica em ambientes internos e durante os
trabalhos noturnos;
Eletricidade, seja durante a utilizao de equipamentos energizados, por exemplo,
com cabos, interruptores e tomadas adaptadas ou mal conservadas, seja pela
existncia de instalaes eltricas no protegidas com acesso a qualquer pessoa,
ou ainda a execuo de trabalhos de manuteno por pessoas no habilitadas;
A possibilidade de incndio e exploso, seja pela execuo de trabalhos a quente
(geradores de calor ou fascas) nas proximidades de materiais inflamveis, seja
pela precariedade das instalaes eltricas ou ainda pelo incorreto manuseio e
armazenamento de substncias inflamveis;
Armazenamentos inadequados, que se caracterizam desde a utilizao de
prateleiras acima da capacidade at o armazenamento em que partes dos materiais
projetam-se para fora das prateleiras, incluindo o armazenamento de materiais
inflamveis em condies inadequadas;
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Animais peonhentos, presentes nas atividades iniciais de desmatamento e em
reas localizadas em regies rurais.
1.5. EXEMPLOS DE RISCOS PRESENTES EM ATIVIDADES NA INDSTRIA DA
CONSTRUO CIVIL
1.5.1. ESCAVAES
Desabamentos que podem ocorrer devido a:
Corte inadequado do terreno. Caractersticas geomorfolgicas do terreno no so
corretamente consideradas; Falha nas medidas de conteno dos taludes. Suporte
inadequado s caractersticas geomorfolgicas do terreno; Queda de material externo.
Materiais externos incorretamente armazenados terminam por projetar-se para o interior
da escavao; Falha no isolamento de rea. Presses excessivas nos taludes
decorrentes da proximidade de grandes cargas sejam veculos, peas ou equipamentos;
Soterramentos que podem ocorrer devido a:
A falha nos meios de escape da escavao; falha da existncia ou treinamento de
observador externo;
As quedas (externas e internas s escavaes) que podem ocorrer devido a:
A falha de sinalizao; falha nos meios de acesso (escadas improvisadas, por
exemplo);
Intoxicaes que podem ocorrer devido a:
As infiltraes gasosas, como por exemplo, metano, que alm da intoxicao
representa risco de incndio e de exploses; infiltraes lquidas sejam de substncias
qumicas, como cidos, bases, sejam de materiais biolgicos, provenientes, por exemplo,
de redes de esgoto; resduos slidos encontrados durante a execuo da escavao,
resultantes, por exemplo, de inadequada disposio de materiais, sejam de natureza
qumica, seja de natureza biolgica.
Incndios e exploses que podem ocorrer devido a:
A ruptura de linhas ou reservatrios que contenham substncias lquidas ou
gasosas e que podem tambm gerar intoxicaes; ruptura de linhas ou reservatrios que
contenham combustveis lquidos ou gasosos e que podem tambm gerar intoxicaes;
e/ou linhas eltricas energizadas.
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A seguir a representao esquemtica de um corte transversal de uma escavao.
Do lado esquerdo um material slido indevidamente disposto;
Do lado direito uma linha de esgoto com vazamento;
A primeira linha abaixo da escavao uma linha eltrica energizada;
A linha mais abaixo da escavao de um produto qumico inflamvel e txico;
A escavao est sinalizada e h limitao de distncia at a borda de veculos,
equipamentos e materiais;
H uma escada para acesso e sada da escavao.
Figura 1.1. Representao esquemtica de um corte transversal de uma
escavao.
Medidas de Preveno
O terreno com suas caractersticas geomorfolgicas e existncia, posicionamento e
demarcao de tubulaes de linhas deve ser conhecido antes do incio das escavaes.
A rea deve ser sinalizada e isolada.
Os trabalhadores devem ser treinados e supervisionados.
Deve-se fazer o monitoramento de gases, lquidos e slidos durante a escavao.
As linhas eltricas devero ser desenergizadas e as contendo fluidos e gases
drenadas.
Medidas de conteno apropriadas devem ser adotadas, incluindo a permanncia
de observador externo s atividades de escavao.
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1.5.2. MONTAGEM DE ESTACAS
Tombamento de bate-estacas durante seu deslocamento. Ocorre pelo inadequado
calamento do equipamento ou pelo desconhecimento das caractersticas
geomorfolgicas do terreno;
Quebra da estrutura do bateestacas. Ocorre por fadiga ou por impacto da
estrutura contra obstculos;
Rompimento do cabo. Ocorre por fadiga ou por manuseio indevido;
Projeo de materiais, decorrente do impacto entre a estaca e a parte mvel do
equipamento;
Rudo;
Vibraes, que alm dos problemas ocupacionais podem provocar srios
problemas estruturais s construes vizinhas que podem colocar em risco outras
pessoas que nada tm a ver com a obra;
Prensamento ou esmagamento de dedos e mos.
Medidas de Preveno
Conhecer as caractersticas geomorfolgicas do terreno;
Apoiar, nivelar e deslocar bate-estacas corretamente;
Inspeo e manutenes preventivas em equipamentos e cabos;
Treinar e supervisionar os trabalhadores envolvidos na operao;
Isolar e sinalizar a rea;
Utilizao correta de EPIs em bom estado de conservao.
1.5.3. CONCRETAGEM
Operao que consiste no bombeamento do concreto at o ponto de utilizao. O
bombeamento feito por bombas de deslocamento positivo.
Rompimento de linhas de alta presso;
Falha no isolamento e sinalizao de rea para o pblico em geral;
Falha no isolamento e sinalizao de rea para os demais trabalhadores;
Contato da pele, olhos e inalao de substncias alcalinas;
Vibraes dos equipamentos principais e auxiliares (vibradores de concreto, por
exemplo);
Rudo.
Medidas de Preveno
Sinalizao e isolamento de reas, compreendendo no s as linhas, mas tambm
os veculos e equipamentos envolvidos na operao;
Inspeo e manuteno preventiva em equipamentos e tubulaes;
Utilizao correta de EPIs em bom estado de conservao;
Existncia de chuveiros, lava-olhos e equipamentos para emergncias.
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1.5.4. TRABALHOS EM ALTURA
Relaciona-se a qualquer atividade a mais de 2,0 metros do piso. Dois itens
merecem especial ateno: a queda de trabalhadores e a queda de materiais.
Queda de trabalhadores que pode ocorrer devido a:
Falha em equipamentos (andaimes, escadas e bandejas de proteo);
Falha de isolamento e sinalizao (sacadas, escadas, poos de elevador, por
exemplo);
Falta, m utilizao ou falha de EPIs (cintures e trava-quedas).
Queda de materiais, sobre pessoas ou equipamentos, que podem ocorrer
devido a:
Falha em equipamentos (andaimes, escadas, redes de proteo e bandejas de
proteo);
Falha no isolamento e sinalizao (nas reas abaixo da execuo dos trabalhos.
Medidas de Preveno
Sinalizar e isolar a rea (tanto para trabalhadores, quanto pedestres e veculos);
Dimensionamento, inspeo e manuteno preventiva de andaimes e escadas;
Trabalho em telhados devero ser executados somente com os apropriados e em
bom estado EPIs e EPCs (cabos e suportes);
Os trabalhos em telhados devero se proibidos: sobre fornos e similares em
funcionamento, durante chuvas e vendavais e aps chuvas;
Treinar e supervisionar os trabalhadores envolvidos na operao;
Utilizao correta de EPIs em bom estado de conservao.
1.5.5. INSTALAES PROVISRIAS
As instalaes provisrias podem se relacionar obra em execuo ou aos
servios e instalaes de apoio, como reas de vivncia e alojamentos. Estas instalaes
podem ser eltricas, hidrulicas, sanitrias, sociais, relacionadas a meios de acesso,
como rampas, escadas e passagens e aos prprios canteiros de obras.
fundamental ter-se claro que provisrio uma caracterstica ligada a tempo (no
definitivo), no se relacionando, de maneira nenhuma, a algo mal feito, ou que
comprometa a segurana e sade dos trabalhadores e do pblico em geral.
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1.5.5.1. As instalaes eltricas provisrias compem um item especial. Nelas podem
ocorrer acidentes devido a:
Mau dimensionamento da instalao, que pode levar a um superaquecimento dos
circuitos e incndio;
M manuteno da instalao e equipamentos, possibilitando a ocorrncia de
contatos eltricos (indiretos- com partes que no deveriam estar energizadas);
Falta de controle de acesso aos quadros de fora e cabines, possibilitando a
ocorrncias de contatos eltricos (diretos- com partes que deveriam estar
energizadas).
Medidas de Preveno
A instalao dever ser dimensionada de acordo com o preconizado na NR 10;
Inspeo e manuteno das linhas, extenses, e de cabos e carcaas de
ferramentas eltricas;
Equipamentos e instalaes devem estar corretamente aterrados;
Sinalizao e bloqueio do acesso aos quadros de fora (somente pessoal habilitado
e autorizado);
Treinamento do pessoal;
Restringir a execuo dos servios de eletricidade somente aos eletricistas e
Sinalizar e bloquear linhas e equipamentos em manuteno.
1.5.5.2. Acessos provisrios. Neles os acidentes podem ocorrer devido a:
M execuo dos acessos, o que pode resultar em desequilbrios e quedas;
Falta de corrimos;
Degraus com altura variada;
Degraus com largura variada;
M conservao de escadas mveis e fixas;
Rampas com inclinao superior a 18 sem travas;
Mau dimensionamento, que pode tornar o acesso instvel e at ao seu colapso.
Medidas de Preveno
Dimensionar os acessos de maneira correta;
Utilizar materiais apropriados e em bom estado de conservao;
Montagem dos acessos de maneira correta;
Inspeo peridica e manuteno preventiva.
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1.5.6. IAMENTO DE CARGAS
O iamento mecanizado de cargas faz parte de grande parte das obras de
construo civil. Durante estas operaes podem ocorrer acidentes devido a:
Equipamento imprprio para o levantamento da carga, seja pelas suas
caractersticas construtivas, seja pela sua capacidade de carga;
E equipamento fora de condies seguras de operao. Neste caso o equipamento
do tipo e com a capacidade apropriados, porm no se encontra em condies
operacionais;
Condies locais que no so levadas em considerao, como por exemplo as
caractersticas do terreno, a existncia de obstculos, os ngulos de elevao e
abaixamento de carga, o comprimento da lana do equipamento no iamento e
abaixamento da carga e a disponibilidade e condio dos meios de acesso;
Desconsiderar as condies adversas (ventos e chuvas);
Condies e dimensionamento de cabos e acessrios;
Pessoas envolvidas na operao, com pouco ou nenhum conhecimento, pouca
experincia, deficincias de comunicao (para execuo das tarefas de iamento),
presena ou participao na tarefa ou local de execuo;
Medidas de Preveno
Execuo de um plano de levantamento de carga, que inclua:
O que ser levantado, considerando peso e dimenses e o ngulo
e o comprimento da lana do equipamento;
Para onde a carga ser levada, considerando distncias e ngulos;
A resistncia mecnica do solo
Como a carga ser fixada, considerando cabos e acessrios;
Qual o equipamento a ser empregado, considerando tipo e
capacidade;
Quais as limitaes, considerando acessos e obstculos, inclusive
tubulaes e redes eltricas;
Quem far a operao, considerando operadores e auxiliares,
meios de comunicao e linguagem de comunicao;
Sinalizao da rea;
Isolamento de rea;
Preveno relacionada ao equipamento de levantamento de carga;
Verificar os registros e observaes relacionadas manuteno
preventiva;
Inspecionar o equipamento antes de coloc-lo em operao;
Verificar a tabela de carga do equipamento, tendo em conta os
deslocamentos que sero feitos com a carga;
Ateno especial deve ser dada a deformaes da lana,
vazamentos, funcionamento de freios e embreagens, estado de
cabos do equipamento e correta instalao de protees de partes
mveis;
Preveno relacionada aos cabos e acessrios;
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Os cabos devem ser apropriados ao uso, em termos de carga e
tipo, no esquecendo de considerar o ngulo de abertura dos
cabos;
Manuseio correto de cabos e acessrios;
Inspeo prvia a cada utilizao;
Correta fixao e distribuio dos cabos;
Acessrios apropriados aplicao;
Inspeo prvia ao uso;
Preveno relacionada s pessoas;
Treinamento e verificao da eficcia do treinamento;
Conhecimento e experincia no equipamento e
Reunir os envolvidos antes da operao, para conhecimento da
operao a realizar, do trajeto, dos obstculos, da linguagem e dos
meios de comunicao disponveis.
1.5.7. CANTEIROS DE OBRA
Os canteiros de obra interferem com outras atividades realizadas no mesmo local e
recebem a interferncia destas outras atividades. Podem ocorrer acidentes devido a:
No verificar a interferncia do canteiro com outras atividades e de outras
atividades com o canteiro;
No dispor de meios de sinalizao e de combate a incndios;
No observar distncias para carregamento de cargas manuais.
Medidas de Preveno
Conhecer as operaes no local (externas e internas);
Programar operaes e meios de preveno e de proteo;
Manter em correto funcionamento as protees coletivas (compressores, serras,
etc);
Treinar operadores;
Dispor de meios auxiliares para transporte de carga e limitar cargas mximas
individuais transportadas.
1.5.8 INSTALAES HIDRULICAS, SANITRIAS E SOCIAIS
Os problemas se relacionam falta de higiene, proliferao de vetores e
transmisso de doenas, podendo ocorrer nos seguintes locais:
Sanitrios;
Refeitrios;
Cozinhas;
Alojamentos.
Medidas de Preveno
gua potvel disponvel e em condies apropriadas de consumo;
Instalaes apropriadas, em termos de projeto e manuteno;
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Manuteno da limpeza e do bom funcionamento dos equipamentos;
Orientao dos trabalhadores com relao higiene e limpeza;
Orientao dos cozinheiros, assistentes e pessoal da limpeza, quanto higiene,
limpeza e resduos;
Exames mdicos peridicos;
Inspeo dos locais e instalaes.
1.5.9 FERRAMENTAS MANUAIS
Acidentes com ferramentas manuais ocorrem muitas vezes pelo mau uso ou pela
adaptao ou pela criao de ferramentas. O servio de uma maneira mal executado,
criando um risco adicional.
O instrumento criado pode quebrar produzindo;
Ferimentos nos executantes;
Ferimentos nos passantes e
Danos materiais.
Outra condio com potencial para acidentes se refere ao transporte das
ferramentas, muitas vezes feito de forma adaptada, em bolsos de calas e camisas.
Medidas de Preveno
Treinamento;
Uso de EPIs;
Inspeo peridica das ferramentas;
Substituio das ferramentas danificadas;
Recolhimento das ferramentas quebradas ou gastas;
Utilizao de caixas e cintures apropriados para o transporte de ferramentas.
1.5.10 FERRAMENTAS ELTRICAS E PNEUMTICAS GERADORES E
COMPRESSORES
Como exemplos de ferramentas manuais podem ser citadas furadeiras, lixadeiras,
serras circulares entre outras.
Acidentes e doenas com ferramentas portteis ocorrem muitas vezes pela
projeo de materiais e componentes e pela perfurao de tubulaes.
Outros riscos presentes so:
Rudo;
Poeiras;
Vibraes;
Riscos eltricos;
Rompimento (estouro) de mangueiras;
Troca de ferramentas como equipamento em movimento e/ou energizado;
Partes mveis;
Asfixia (utilizao de equipamentos com motor a exploso e que produzam gases
e/ou material em suspenso).
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Medidas de Preveno
Treinamento;
Manter acessrios para troca de ferramentas;
Manter reas isoladas durante a execuo das tarefas;
Utilizar diagramas atualizados de localizao de tubulaes e fiaes;
Inspecionar e manter emendas e conexes eltricas em bom estado;
Inspecionar e manter ligaes de mangueiras em bom estado;
Inspecionar e manter proteo de elementos mveis;
Providenciar ventilao no local de execuo da atividade.
1.5.11 FERRAMENTAS PLVORA
Os principais riscos presentes na operao de ferramentas a plvora so:
Furar em local indevido, seja em termos estruturais, de tubulaes ou de circuitos
eltricos;
Projeo de materiais;
Atingir pessoas e equipamentos atrs das paredes a perfurar;
Rudo;
Vibraes.
Como medidas de preveno, cita-se:
Treinamento;
Controle da utilizao das ferramentas;
Controle do estado das ferramentas;
Isolamento de rea, em volta e atrs;
Utilizao de EPIs;
Utilizao de diagramas atualizados, estruturais, eltricos e de tubulaes;
Bloqueio das fontes de energia durante a utilizao das ferramentas a plvora.
Cumpre observar que as atividades descritas neste texto, seus riscos e meios de
preveno no abrangem e nem tm a pretenso de abranger todo o universo da
construo civil, e devem ser tomadas como meramente ilustrativas.
Os profissionais de Segurana, Sade e Meio Ambiente devem, conjuntamente
com os envolvidos nas reas operacionais, ter presentes que a preveno o melhor, o
mais barato e o mais amplo instrumento para evitar acidentes, sejam pessoais,
ambientais ou materiais e doenas ou reduzir suas consequncias, alm de promover a
sade o bem estar no trabalho e fora dele, tornado os ambientes e as atividades
simultaneamente mais seguros, mais saudveis, mais produtivos e sustentveis.
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
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1.6. TESTES
1. Um exemplo de agente qumico:
a) Rudo.
b) Substncias contendo solventes.
c) Vibraes.
d) Iluminao deficiente.
e) n.d.a.
2. Na operao de concretagem esto presentes agentes:
a) Fsicos.
b) Qumicos.
c) Fsicos e Qumicos.
d) Biolgicos.
e) n.d.a.
3. Ao utilizar-se uma ferramenta de plvora deve-se:
a) Carregar o dispositivo anti-resvalo sistmico.
b) Substituir o dispositivo anti-resvalo sistmico.
c) Bloquear o dispositivo anti-resvalo sistmico.
d) Desabilitar o dispositivo anti-resvalo sistmico.
e) n.d.a.
4. Servios em telhados molhados so permitidos:
a) Sempre.
b) Nunca.
c) Depende de quo molhado o telhado esteja.
d) Depende da previso do tempo.
e) n.d.a.
5. Como exemplos de radiao no ionizante, temos:
a) Raios X.
b) Raios gama.
c) Raios ultravioleta.
d) Raios iso-mndricos.
e) n.d.a.
6. Raio gama exemplo de:
a) agente fsico.
b) agente qumico.
c) agente ergonmico.
d) agente biolgico.
e) n.d.a.
Captulo 1. Higiene Ocupacional e a Indstria da Construo Civil
Captulo 2. Higiene Ocupacional e a Indstria Qumica
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CAPITULO 2. HIGIENE OCUPACIONAL E A INDSTRIA QUMICA
OBJETIVOS DO ESTUDO
Este documento tem como objetivo orientar e familiarizar o profissional da Indstria
Qumica no reconhecimento de situaes potencialmente perigosas, podendo assim
aplicar medidas de controle de engenharia antes que agresses srias sade do
trabalhador sejam observadas.
Ao trmino deste captulo voc dever estar apto a:
Estabelecer uma relao causa-efeito diante do meio agressivo, cujo produto um
diagnstico;
Fazer a anlise e classificao de riscos na indstria qumica;
Entender e utilizar as diversas tcnicas de controle dos riscos sade que uma
indstria qumica pode ter;
Classificar e reconhecer as aes de substncias qumicas sobre o homem, para
que assim se possam tomar eventuais medidas de segurana.
Captulo 2. Higiene Ocupacional na Indstria Qumica
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2.1. CONTEXTUALIZANDO A HIGIENE OCUPACIONAL
a cincia voltada preveno dos riscos sade do trabalhador, oriundos do
ambiente geral, e principalmente:
Do ambiente;
Da atividade profissional.
No entanto, para se estabelecer a relao doena-trabalho, necessrio a
participao e integrao de vrias outras cincias. Observemos o seguinte ciclo vicioso
(vide figura 2.1):
Um ambiente ou uma atividade insalubre e que para a execuo de suas
atividades, o trabalhador esteja exposto. Diante do meio agressivo, espera-se que o
trabalhador ou um grupo destes venham a apresentar sintomas que relacionam o(s)
agente(s) presente(s) com a manifestao do dano ou agravo sade. O trabalhador
busca auxlio especializado. O profissional competente estabelece uma relao causa-
efeito, cujo produto um diagnstico. Estabelece-se o tratamento mdico adequado e,
digamos, o trabalhador segue a risca at tornar-se novamente sadio. Momento este em
que retorna a atividade laborativa, em um ambiente que continua insalubre e novamente
se expe. Acaba de se instalar um Ciclo Vicioso, onde os sintomas, diagnstico e
tratamento se repetem at o trabalhador tornar-se, mais uma vez sadio. Isto poder at
se repetir. Mas, num dado momento no ser mais possvel retornar a condio inicial.
Quanto maior o desequilbrio, maiores dificuldades de retorno condio original, o que
muitas vezes no possvel.
Figura 2.1. Ciclo Vicioso de um Ambiente Insalubre.
Observando este Ciclo Vicioso, observamos que somente a integrao
multidisciplinar da Engenharia de Segurana e da Medicina Ocupacional, no campo da
Higiene Industrial pode interromper este ciclo. Ou seja, s poder ser rompido quando:
Tratarmos o trabalhador doente;
Tratarmos seu respectivo trabalho.
Em resumo, quando transformarmos o ambiente ou a atividade SALUBRES.
Atividade ou Ambiente
Insalubre Exposio
Sintomas
Diagnstico
Tratamento
Trabalhador Sadio
Captulo 2. Higiene Ocupacional na Indstria Qumica
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O contedo de toda a compilao de informaes, conceitos, critrios e
ponderaes reunidos neste documento ter como enfoque a discusso, as boas prticas
e a anlise da atuao no campo da Higiene Ocupacional, cuja necessidade foi
identificada h muito tempo, mas, somente nas ltimas dcadas que teve seu maior
desenvolvimento at ser considerada como cincia. Portanto, trata-se de uma cincia
nova. E como nova cincia s dificuldades j iniciam pela falta de consenso na
denominao:
Higiene Industrial;
Higiene Ocupacional;
Higiene do Trabalho.
Seu maior desenvolvimento ocorreu nos Estados Unidos da Amrica, onde ficou
conhecida como Higiene Industrial, onde o termo Industrial possui um significado mais
amplo que indstrias. Est relacionado com toda atividade laborativa, portanto a traduo
literal no a mais adequada. Fazemos parte de uma corrente de Higienistas que
considera a denominao Higiene Ocupacional como a mais adequada, por refletir na
lngua portuguesa o real escopo desta cincia.
No Brasil, h uma tendncia de se aceitar a denominao Higiene do Trabalho.
Simplesmente por estar em conformidade com as demais denominaes:
Medicina do Trabalho;
Engenharia de Segurana do Trabalho;
Tcnico de Segurana do Trabalho;
Enfermagem do Trabalho.
muito comum observarmos os profissionais falarem Sade Ocupacional como
um sinnimo de Medicina Ocupacional. Todavia, quanto aceita que o estado de sade
o resultado da interao dinmica de fatores ligados ao agente, ao ambiente e ao
hospedeiro (homem) a sinonmia no se sustenta. Como demonstra o modelo do
Tringulo Epidemiolgico, na figura 2.2.
Agente Hospedeiro Ambiente
(Homem)
Figura 2.2. Tringulo Epidemiolgico.
Tringulo
Epidemiolgico
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A doena no uma entidade esttica, e sim um processo que se inicia antes
mesmo que o prprio homem seja afetado. A sade, segundo a definio dada pela
Organizao Mundial da Sade (OMS), um estado de completo bem estar fsico,
mental e social. E no meramente a ausncia de doena ou defeito. Desta definio
podemos observar duas palavras chaves: completo e estado. Na primeira sugere uma
perfeita interao entre os aspectos fsico, mental e social; considerado o perfeito
funcionamento do organismo humano e membros, a sade psquica e as relaes do
indivduo. E a segunda, estado, sugerindo que a sade dinmica e pode mudar de grau
a cada instante. Ou seja, a sade o resultado de foras em constante reao e a
ocorrncia de doenas em indivduos, isto significa que a sua distribuio por grupos
humanos pode ser melhor compreendida se considerarmos as mltiplas causas;
entendendo como causa aquilo que produz um resultado ou um efeito.
O estmulo desencadeador do processo doena originado do desequilbrio na
interao dinmica destes trs elementos, por modificaes qualitativas e/ou
quantitativas do agente, ou do hospedeiro, ou do ambiente, de dois deles ou dos
trs.
Agente: um elemento, uma substncia cuja presena ou ausncia pode em
seguida a um contato efetivo com o hospedeiro humano susceptvel, em condies
ambientais favorveis, servir de estmulo ao incio ou perturbao de um processo
patolgico.
Hospedeiro: A contribuio est relacionada com os hbitos, costumes,
condicionamentos da idade, sexo, grupo tnico, estado civil e ocupao, bem como
outros Fatores Intrnsecos, que tem na carga gentica (gentipo) e na eficincia
de mecanismos de defesa gerais e especficos sua expresso mxima.
Ambiente: Abrange quatro grandes elementos. O ambiente fsico (clima, tempo,
geografia, estrutura geolgica, etc.); o ambiente biolgico (o universo das coisas
vivas que circundam o homem e tudo alm do prprio homem) e o ambiente social
e econmico.
A evoluo da Higiene Industrial como cincia teve reflexos, particularmente, nos
cursos de medicina. A Ctedra de Higiene do trabalho j fazia parte do curso de
medicina da Universidade de so Paulo USP antes de 1969. Com a reforma
universitria, passou a fazer parte do Ncleo das disciplinas de Sade Ocupacional,
evoluindo para o laboratrio de Higiene do Trabalho, hoje Higiene Industrial e finalmente
Aspectos da Higiene do Trabalho, hoje Patologia Ocupacional.
Assim, numa viso ampla e atendendo as necessidades de evoluo dos tempos
modernos, o que melhor reflete o real escopo Sade do Trabalhador.
dentro desse escopo de Sade do trabalhador que vamos nos dedicar, de agora
em diante, nica e exclusivamente de uma das cincias que contribuem para a
manuteno do estado de sade dos trabalhadores. Nos dedicaremos Higiene
Ocupacional, assim definida por Frank Patty em 1948 como:
A Higiene Industrial visa a antecipar e reconhecer situaes potencialmente
perigosas e aplicar medidas de controle de engenharia antes que agresses srias
sade do trabalhador sejam observadas.
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Mais tarde, e sob o entendimento da ACGIH American Conference of
Governmental Industrial Hygienists, o conceito ganhou a seguinte redao:
A cincia arte devotada ao reconhecimento, avaliao e controle dos fatores
ambientais e tenses originados no local de trabalho, que podem causar doenas,
comprometimento sade e ao bem estar, ou desconforto significante e influncia entre
os trabalhadores, ou membros de uma comunidade.
Desse conceito, aspectos importantes devem ser adequadamente analisados:
As fases da Higiene Industrial - Antecipao, Reconhecimento, Avaliao e
Controle;
A atuao sobre os fatores ambientais;
A extenso do objetivo de mera preveno de doenas proteo da sade;
A considerao dos cuidados com a comunidade, alm dos trabalhadores.
Abrange campos correspondentes a outras tcnicas. Convm lembrar que est na
linha da preocupao atual por uma viso integral da sade, incluindo a patologia
especfica e no especfica, as manifestaes subclnicas, a fadiga, o desconforto e as
tenses psicolgicas do trabalho.
2.2. AGENTES E RISCOS ASSOCIADOS AO AMBIENTE DE TRABALHO
2.2.1. CONCEITOS BSICOS
Para uma boa compreenso do texto, ficam adotados os seguintes conceitos para
as palavras mais comumente empregados em sade ocupacional que engloba as
atividades de higiene e toxicologia ocupacional, ergonomia e medicina do trabalho.
2.2.1.1. Risco
a probabilidade da ocorrncia de alteraes ou danos sade (agravos
sade), quando os agentes ou fatores de risco esto presentes e a exposio se faz de
uma determinada forma, e em intensidade e tempo suficientes (para causar o agravo
aludido). Assim, lcito se dizer, risco de acidentes, risco de doenas, risco de
pneumoconiose, risco de intoxicao, etc. O termo risco, embora no texto da legislao
brasileira seja utilizada indiscriminadamente como sinnimo de agente, no material,
mas sim um termo estatstico, indicando a probabilidade de um agravo sade de
ocorrer. Esta explicao fica mais clara quando se responde pergunta: qual o risco do
trabalhador adquirir silicose na operao de jateamento de areia? A resposta natural
incluir termos do tipo grande ou muito grande, 60%, praticamente certo, indicando
a probabilidade e nunca, a poeira de slica livre cristalizada, ou a falta de proteo
respiratria adequada.
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2.2.1.2. Agente
Ou fator de risco, o fator de natureza fsica, qumica, biolgica ou ergonmica,
que possa causar danos sade do trabalhador, quando a exposio ocorrer de uma
determinada forma, durante um tempo e em intensidade suficientes para causar o dano
aludido. Este sim o termo correto para nomear um determinado fator causal do mal ou
molstia, presente no ambiente de trabalho e com ela relacionado. lcito, pois, se dizer
que o agente ou fator de risco da silicose a poeira respirvel de slica livre cristalizada,
ou que o agente da dermatite alrgica do pedreiro o cimento, ou que o agente do
quadro de intoxicao do reparador de baterias automotivas o chumbo, etc.
importante se fazer uma ressalva, no entanto: a legislao brasileira ora em vigor (NR-15,
portaria MTb 3214/78, modificada pela portaria MTb/SSMT 25/94) que ao definir riscos
ambientais exclui o agente ergonmico, naturalmente porque o aspecto ergonomia
merece um captulo especial dentro do contexto da legislao (NR-17).
2.2.1.3. Perigo
a condio ou situao em que, na dependncia da ocorrncia de certas
condies, o dano sade pode ocorrer. Diz-se que existe a situao de perigo e esta
se transforma em agravo sade (leso por acidente ou doena), se a exposio
situao ocorrer de uma determinada forma. O trabalho com jateamento de areia uma
situao de perigo. Havendo exposio (e isto sempre ocorre, mesmo com a utilizao de
protees usuais), ocorre o dano, ou pelo menos, corre-se o risco de uma silicose.
2.2.1.4. Exposio
o contato efetivo e eficaz (sob o ponto de vista da ocorrncia do acidente ou da
doena) entre o hospedeiro (o trabalhador) e o agente. Para que a doena ocorra,
necessrio que o contato se faa atravs da via e da forma adequadas (pele, inalao,
ingesto, etc. para substncias qumicas, a orelha para o rudo, etc.), durante um
determinado perodo (durao) a uma intensidade ou concentrao eficazes do agente.
Vale dizer que, diagnsticos etiolgicos (causa) feitos por mdicos que detectam a perda
auditiva do tipo induzida pelo rudo, baseados em informaes ou no tipo da atividade da
empresa, sem o conhecimento exato e detalhado da atividade exercida pelo paciente,
correm o risco de grave erro. O fato de o indivduo ter trabalhado em uma indstria txtil,
sabidamente ruidosa, no d a esse mdico, o direito de fazer o diagnstico de doena
ocupacional, sem conhecer a atividade exercida e o tempo despendido em cada uma das
atividades.
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2.2.2. RISCOS OCUPACIONAIS
Para fins didticos, os riscos ocupacionais podem ser divididos em dois grandes
grupos. O primeiro, de riscos de acidentes tipos ou tpicos, e nele esto enquadrados os
riscos de leses que, em geral, acontecem imediatamente aps o contato entre o agente
e o hospedeiro. Nestes casos, o estabelecimento de nexo entre a causa e o efeito
relativamente fcil. Em geral so causados por agentes mecnicos, trmicos, eltricos ou
ergonmicos e at mesmo por alguns agentes qumicos. As consequncias destes
fenmenos so conhecidas no Brasil como ACIDENTES DO TRABALHO. As atividades de
coordenao do controle destes agentes numa Empresa ficam sob a responsabilidade da
equipe de Segurana do Trabalho.
No outro grupo, o de risco de doenas, esto enquadrados os riscos de alteraes
na sade ou mesmo de doenas relacionadas com o trabalho. Em geral, so leses que
aparecem aps algum tempo, i.e. existe um lapso de tempo (latncia) entre o contato
(geralmente vrios contatos, que se repetem dia-a-dia) e a ocorrncia da alterao ou
doena. Necessitam de um contato mais demorado do trabalhador com o agente ou
agentes causadores. No possvel precisar o(s) momento(s) do contato com o agente
que tenha causado a manifestao da alterao ou doena.
Tambm, com a finalidade didtica, costuma-se dividir os agentes em quatro
subgrupos, de acordo com a sua natureza: agentes qumicos, agentes fsicos, agentes
biolgicos e agentes ergonmicos. Usualmente, ocupam-se com estes agentes, a equipe
de Sade Ocupacional, assim entendida a interao entre a Toxicologia Ocupacional
(caractersticas e propriedades toxicolgicas dos agentes), Medicina Ocupacional
(cuidados com o hospedeiro homem/trabalhador) e a higiene ocupacional (como e
quanto destes agentes esto presentes no ambiente, e como se faz a exposio) e a
ergonomia (condies de trabalho).
No entanto, vale salientar que embora em Sade Ocupacional seja costumeiro se
dividir os agentes nestas quatro categorias, as normas legais, tanto trabalhistas como
previdencirias se referem a apenas trs tipos de agentes: o de natureza qumica, fsica e
biolgica. Desta forma, ficam excludos os agentes de natureza ergonmica.
Para se designar os agentes de natureza fsica, qumica e biolgica, de doenas
ocupacionais, costuma-se empregar a denominao de RISCOS AMBIENTAIS dentro da NR
9 (redao dada pela portaria MTb/SSMT 25/94). Mais correto seria denomin-las de
agentes ambientais de doenas ocupacionais ou doenas relacionadas com o trabalho. A
portaria exclui desta definio, os agentes ergonmicos que, por serem entendidos como
agentes que interferem no conforto do trabalhador (embora possam tambm causar
doenas e/ou leses), foram tratados de forma distinta e fazem parte do escopo da NR-
17 (redao dada pela Portaria MTb n 3.751 de 23/11/1990).
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Tabela 2.1. Agentes do tipo ergonmico.
AGENTES DO TIPO ERGONMICO
Postura ao exercer a atividade;
Esforo fsico;
Movimentos repetitivos;
Iluminao e esforo visual;
Contorto trmico (temperatura e umidade);
Nvel de ateno exigido;
Nmero de tarefas por funo ou posto de trabalho;
Complexidade das tarefas;
Repetitividade das tarefas;
Monotonia.
So, pois, RISCOS AMBIENTAIS, para os efeitos da NR-9: os agentes fsicos,
qumicos e biolgicos, existentes nos ambientes de trabalho que, em funo de sua
natureza, concentrao ou intensidade e tempo de exposio, so capazes de causar
danos sade do trabalhador.
2.2.2.1. Agentes Fsicos
So agentes fsicos, energias que podem estar presentes no ambiente de trabalho,
sob diversas formas. Como se trata de um grupo restrito de entidades, aconselha-se
mant-los escrito em formulrio de investigao de campo, onde far-se-o anotaes de
outras naturezas, tais como a forma de contato, tempo de exposio, intensidade (se
medida ou presumida), etc. So eles:
Rudo
Vibraes
Infra e ultrassons
Temperaturas extremas
Calor excessivo
Frio excessivo
Nveis anormais de presso atmosfrica
Hiperbarismo
Hipobarismo
Radiaes ionizantes
Raios-X, raio alfa, raio beta, raio gama.
Radiaes no ionizantes
Micro-ondas
Ultravioleta
Infravermelho
Laser
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2.2.2.2. Agentes Biolgicos
So agentes de natureza biolgica, os micro-organismos tais como bactrias,
fungos, bacilos, parasitas, protozorios, vrus e outros. A caracterizao da exposio do
trabalhador a este tipo de agente se faz por convico do examinador.
O anexo 14 da NR-15 - Atividades e Operaes Insalubres da Portaria 3.214/78
exemplifica algumas atividades em que a insalubridade caracterizada qualitativamente,
como de grau mximo ou de grau mdio.
Insalubridade de grau mximo
Trabalhos ou operaes, em contato permanente com:
Pacientes em isolamento por doenas infectocontagiosas, bem como objetos de
seu uso, no previamente esterilizados;
Carnes, glndulas, vsceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejees de animais
portadores de doenas infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose);
Esgotos (galerias e tanques); e
Lixo urbano (coleta e industrializao)
Insalubridade de grau mdio
Trabalhos e operaes em contato permanente com pacientes, animais ou com
material infecto-contagiante, em:
Hospitais, servios de emergncia, enfermarias, ambulatrios, postos de vacinao
e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da sade humana (aplica-se
unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que
manuseiam objetos de uso desses pacientes, no previamente esterilizados);
Hospitais, ambulatrios, postos de vacinao e outros estabelecimentos destinados
ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha
contato com tais animais);
Contato em laboratrios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e
outros produtos;
Laboratrios de anlise clnica e histopatologia (aplica-se to-s ao pessoal
tcnico);
Gabinete de autpsias, de anatomia e hitoanatomopatologia (aplica-se somente ao
pessoal tcnico);
Cemitrios (exumao de corpos);
Estbulos e cavalarias; e
Resduos de animais deteriorados.
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2.2.2.3. Agentes Qumicos
So agentes de natureza qumica, as substncias qumicas que podem estar
presentes no ambiente de trabalho. Em geral, apresentam-se sob a forma de gases ou
vapores, ou aerodispersides.
De acordo com a NR-9, consideram-se agentes qumicos as substncias,
compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratria, nas
formas de poeiras, fumos, nvoas, neblinas, gases ou vapores, ou que pela natureza da
atividade de exposio possam ter contato ou sr absorvidos pelo organismo atravs da
pele ou por ingesto. (NR9, Portaria MTb 3.214/78, modificada pela Portaria n 25 de
29/12/1994.).
Quanto forma como se apresentam, os agentes qumicos podem ser classificados
em:
Gases: Substncias que esto no estado gasoso em condies normais de
temperatura e presso (temperatura de 25 C e presso de 760 mmHg). No tem
forma nem volume, e tendem a se expandirem indefinidamente.
Vapores: Fase gasosa de uma substncia que a 25 C e 760 mmHg lquida ou
slida. A concentrao de vapores no ar, a uma temperatura determinada, no
pode aumentar indefinidamente (saturao).
Aerodispersides: Assim definidos os agentes qumicos que se apresentam sob a
forma de partculas dispersas no ar e que tem a propriedade de assim
permanecerem por longos perodos, podendo pois serem inaladas pelos
trabalhadores. So subdivididos em dois subgrupos: slidos e lquidos. So slidos
as poeiras e os fumos enquanto so os lquidos, as neblinas e as nvoas.
Poeiras: so partculas slidas geradas por ruptura mecnica de partes slidas
maiores. Os dimetros das partculas geradas so maiores que 0,5 m
(micrmetros).
Fumos: so partculas slidas geradas por condensao de vapores de
substncias que so slidas temperatura e presso normais. Os dimetros das
partculas geradas so menores que 0,5 m. Na sua gerao, geralmente se
oxidam, reagindo com o oxignio do ar atmosfrico.
Neblinas: so partculas lquidas geradas por ruptura mecnica de lquidos.
Otamanho das partculas geradas so maiores que 0,5 m. So tambm
conhecidas como spray.
Nvoas: so partculas lquidas geradas por condensao de vapores de
substncias que so lquidas a temperatura e presso normais. Os dimetros das
partculas geradas so menores que 0,5 m.
Ateno: So consideradas partculas na faixa respirvel aquelas que se
apresentam com dimetro entre 0,5 m a 10 m.
Fibras: Consideram-se fibras, as partculas slidas que apresentam uma relao
de comprimento e dimetro de 3:1 (trs para um). Destas, so ditas respirveis, as
que se apresentam com dimetro menor que 3 m (vide figura 2.3).
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Comprimento (3 d)
Dimetro (d)
Figura 2.3. Relao Comprimento X Dimetro de Partculas.
2.2.3. RECONHECIMENTO DOS RISCOS
O Reconhecimento dos fatores de risco uma fase fundamental da prtica da
Higiene Ocupacional da Medicina do Trabalho, pois trata-se de uma etapa de suma
importncia para o desenvolvimento das atividades e diagnstico da situao de
exposio. Se um risco no for devidamente reconhecido, possvel que nem venha a
ser avaliado. O que comprometeria todo um conjunto de atividades, redundando,
finalmente, em probabilidades concretas de danos sade do trabalhador exposto. H
uma tendncia generalizada na prtica inconsequente da Higiene Ocupacional em se
dedicar mais tempo medindo o agente ambiental e pouco tempo em reconhecimentos
superficiais dos fatores de risco. J afirmamos que trata-se de uma etapa fundamental,
que se no for bem realizada, poder comprometer todo o objetivo da Sade
Ocupacional, que transformar os ambientes ou atividades salubres, de modo que esteja
em harmonia com o trabalhador sadio, e os objetivos maiores da promoo da sade dos
trabalhadores. Ao contrrio do que se imagina, o reconhecimento dos fatores de risco
no uma atividade fcil e o profissional, mesmo que experiente, deve estar preparado
para dificuldades. Tais como:
Desconhecimento das propriedades fsicas e toxicolgicas do agente;
Desconhecimento, na totalidade, das caractersticas agressivas do agente;
Desconhecimento da presena do agente em determinado local ou como
componente/contaminante de um produto industrial (composio qumica);
Falta de interesse, ainda predominante em algumas organizaes ou lideranas,
em detalhar assuntos relativos promoo da sade do trabalhador;
Pouco tempo dedicado ao RECONHECIMENTO maior valorizao MEDIDA
DO FATOR DE RISCO IMEDIATISMO.
Deve-se ter como premissa que para tornar os ambientes ou atividades salubres
preciso sabermos onde estamos e para onde vamos, ou queremos ir. E isto s ser
possvel atravs de amostras representativas da exposio do trabalhador a todos os
fatores de risco, compatibilizando com nveis aceitveis de exposio. Alis, o agente
ser identificado e depois avaliado, desde que haja indicao de que o risco existiu ou
existe pelo menos potencialmente. Documentar a visita ao local de trabalho, identificando
o objetivo da atividade ou processo no contexto geral da fbrica, assim como, descrever
as atividades de cada uma das funes ou posto de trabalho essencial.
Reconhecer um risco ambiental significa identificar os possveis danos ou
alteraes sade dos trabalhadores, causados pela sua exposio aos fatores
ambientais. Isto implica num conhecimento detalhado das matrias-primas, produtos
intermedirios, subprodutos, produtos finais (caractersticas fsico-qumicas,
apresentao, toxicologia, e outras), mtodos e processos de produo, instalaes
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industriais, etc. Um estudo terico abrangendo estes aspectos, bem como o lay out da
fbrica, os processos de fabricao, etc. de fundamental importncia, e deve ser
seguido de visitas ao local de trabalho, visando conhecer em detalhes, a prtica do
processo produtivo.
Ao se iniciar a avaliao de um grupo de trabalhadores, deve-se em primeiro lugar
fazer uma visita preliminar, Esta visita, denominada visita preliminar deve ser detalhada o
bastante para identificar e definir pontos:
rea: deve ser definida a menor possvel, utilizando-se referncias fixas como
edifcios, colunas e equipamentos de grande porte;
Nmero de expostos: verificar quantos