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  • Primeiros socorros

  • Senac-SP 2006

    AdministrAo regionAl do senAc no estAdo de so PAulo

    Gerncia de Desenvolvimento Claudio Luiz de Souza Silva

    Coordenao TcnicaRosngela Gonalves Ribeiro

    Assistente de Coordenao TcnicaHernandes Antonio Oliveira da Cunha

    Elaborao do Material DidticoMarisa Amaro Malvestio

    IlustraesDiogo Pace

    Edio e ProduoEdies Jogo de Amarelinha

  • Primeiros socorros

    2006

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    Senac So Paulo

    sUmrio

    1. Introduo / 6

    2. AvAlIAo PrImrIA dA vtImA / 12

    3. reAnImAo CArdIoPulmonAr / 24

    4. obStruo de vIAS AreAS / 40

    5. emergnCIAS ClnICAS / 48

    6. FerImentoS / 57

    7. QueImAdurAS / 77

    8. leSeS de oSSoS e ArtICulAeS / 87

    9. IntoxICAeS / 100

    10. ACIdenteS Com AnImAIS PeonhentoS / 106

    11. trAnSPorte e movImentAo de vtImAS / 115

    12. mAterIAIS bSICoS de PrImeIroS SoCorroS / 124

    bIblIogrAFIA / 126

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    Sobre a autora:

    MarISa aMaro MaLVeStIo enfermeira, mestre e doutora em Enfermagem

    pela Universidade de So Paulo (EEUSP). Enfermeira da Unidade de Suporte Avanado

    do Servio de Atendimento Mvel de Urgncias (SAMU), de So Paulo, tambm

    professora universitria nas disciplinas de Pronto Socorro e Terapia Intensiva e instrutora

    em suporte bsico e avanado de vida pelo Department of Ambulances Services

    Toronto/Canad e pelo SAMU-So Paulo.

    Dicas Da autora:

    Para o instrutor: O aprendizado dos procedimentos de primeiros socorros ser mais

    efetivo se forem utilizadas tcnicas de dramatizao em sala de aula. Incentive seus alunos a

    participarem como vtimas (encenando os principais sinais e sintomas) e como socorristas,

    na prestao dos cuidados preconizados. Avaliaes prticas tambm so muito teis e

    solidificam o aprendizado. Recorra ao item Reviso, ao final de cada captulo, para ratificar

    o aprendizado das tcnicas.

    Para o aluno: Participe ativamente das dramatizaes e ensine os procedimentos mais

    simples aos outros membros de sua famlia.

    Boa sorte !

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    CAPTULO 1InTrODUO

    IMPortNCIa Do ateNDIMeNto De PrIMeIroS SoCorroS

    Ao longo das ltimas dcadas, os problemas do corao e da circulao e ainda os aciden-tes e a violncia interpessoal, tm sido fortemente relacionados s causas de doena e morte em todo o mundo.

    Seja nos grandes centros urbanos diante do estresse da vida e do trabalho ou nas reas rurais com materiais e instrumentos agrcolas, as pessoas esto expostas a doenas ou acidentes, mesmo que de forma pouco percebida. Adultos e crianas esto sob risco at dentro de suas prprias casas e durante os momentos de lazer, quando quedas, engasga-mento e outros pequenos agravos e acidentes so comuns.

    O que h de comum em todas estas circunstncias a iminncia de risco para a vida a que todos ns estamos expostos e a dependncia do socorro imediato.

    Sempre haver algum disposto a ajudar, mesmo que no tenha a menor idia do que deve ou no ser feito. Nessa disponibilidade encontramos 2 aspectos positivos: cidadania e soli-dariedade, que so princpios fundamentais para a vida em sociedade. No entanto, preci-so mais que isso para salvar ou manter uma vida at a chegada de socorro especializado. preciso conhecimento de primeiros socorros.

    Inmeros estudos demonstram a importncia dos primeiros socorros realizados de forma correta pela pessoa mais prxima. Pode ser a secretria de um executivo, o colega traba-lhando na mquina ao lado, a vizinha em um grande condomnio ou a equipe de brigadistas e a equipe mdica de uma grande indstria.

    Olhe ao seu redor. Quem voc v? E se voc precisasse de socorro nesse momento?

    Este colega ou familiar pode lhe ajudar muito se dominar algumas informaes e tiver trei-namento prtico. So heris? No. So pessoas preparadas.

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    A proposta deste livro apresentar de forma organizada e ilustrada os procedimentos de primeiros socorros, em uma linguagem e formato acessvel ao pblico leigo, de nvel mdio ou tcnico, servindo de apoio ao aprendizado prtico dos procedimentos.

    Seja voc tambm uma pessoa preparada.

    Sorte de quem estiver ao seu lado.

    PrIMeIroS SoCorroS ou SuPorte bSICo De VIDa?

    Primeiros socorros o conjunto de medidas voltadas ao atendimento temporrio e ime-diato de um agravo sade ocorrido fora do ambiente hospitalar. So medidas simples, que no exigem muitos conhecimentos ou materiais e que podem ser realizadas por qualquer pessoa treinada.

    Tais medidas so prestadas no local da ocorrncia e englobam a avaliao e deteco de situaes de risco para a vida da vtima, alm da realizao de procedimen-tos simples com o objetivo de manter a vida e evitar o agravamento da condio inicial, incluindo o acionamento de um servio de emergncia ou at mesmo a realizao do transporte para uma unidade hospitalar mais prxima.

    PrIMeIroS SoCorroS

    Princpios

    - Atendimento no local da ocorrncia

    - Avaliao da vtima

    - Atendimento das prioridades (manuteno da vida)

    - Impedir agravamento da situao

    - Acionar servio de emergncia e/ou transportar com segurana

    Espera-se, assim, aumentar as chances de sobrevivncia de uma pessoa, dando a ela a oportunidade de chegar viva a um hospital e se beneficiar do cuidado especializado.

    Sob influncia internacional, as tcnicas de primeiros socorros tm sido denominadas atu-almente de tcnicas de Suporte bsico vida (SBV), enfatizando sua caracterstica prin-cipal que a manuteno da vida. No Brasil, essa denominao tm sido mais utilizada quando os procedimentos so realizados por pessoal da sade.

    As tcnicas de primeiros socorros tm sido amplamente divulgadas para os trabalhadores da rea da sade, para militares e principalmente para leigos. So profissionais do turismo, de segurana no trabalho, de segurana privada, professores, trabalhadores da indstria e comrcio e tantas outras reas, que em comum possuem interesse pelo assunto, seja por motivos legais, profissionais ou pessoais.

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    Os profissionais da sade ou de outras reas, quando treinados para esse tipo de atendi-mento, tornam-se um importante elo na cadeia de sobrevivncia da vtima e sua correta atitude traz benefcios bvios s pessoas, podendo significar a diferena entre a vida e a morte.

    reGraS bSICaS De PrIMeIroS SoCorroS

    1. Pedir ajuda. Sempre.

    2. Saber acionar o servio de emergncia de sua cidade.

    3. Cuidar da sua prpria segurana e das pessoas ao seu redor.

    4. Impedir aglomeraes.

    5. Avaliar a vtima dentro dos princpios de priorizao.

    6. Jamais oferecer medicamentos ou lquidos sem prescrio mdica.

    7. Zelar pelo conforto e privacidade da vtima.

    1. Pedir ajuda. Sempre.

    Em qualquer circunstncia, solicite sempre a presena de outra pessoa para auxili-lo.

    Seja para abrir uma janela, afrouxar roupas, cintos e sapatos ou realizar outro procedimen-to qualquer, inclusive, acionar por telefone o servio mdico da empresa ou diretamente o servio de emergncia de sua cidade.

    Se necessrio, afaste-se brevemente da cena e v buscar ajuda rapidamente, retornando em seguida.

    2. acionar o servio de emergncia

    O acesso rpido ao atendimento especializado crucial para a vida da vtima. Na maioria das capitais do pas e nas cidades de maior porte j est disponvel o Servio de Atendimento Mvel de Urgncia, SAMU, que atende vtimas de agravos cl-nicos, traumticos, cirrgicos ou mesmo psiquitricos.

    O Corpo de Bombeiros executa prioritariamente o atendi-mento s vtimas de traumas e/ou que necessitem de salva-mento (incndio, afogamentos, encarceramentos, etc.). O mais importante saber que estes servios geralmente atendem por nmeros telefnicos gratuitos e padronizados para todo o Brasil: para o SAMU disque 192 e para os Bombeiros, 193. A ligao gratuita e no necessita carto.

    BOMBEIROSDisque

    193

    SAMUDisque

    192

    Sua Cidade_________

    Disque

    ____

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    Ao ligar, tenha em mente as seguintes informaes para no perder tempo:

    - Endereo exato do local onde est a vtima, com um ponto de referncia.

    - O que ocorreu e o que j foi feito.

    - Seu nome e telefone para contato.

    Se sua cidade no possui servios desse tipo, busque saber a alternativa que a prefeitura local tm para esses casos. Geralmente h um servio de ambulncias acionado dire-tamente pelo telefone do hospital mais prximo. Nesse caso, aproveite para anotar o nmero ao lado.

    3. Segurana na cena do evento

    Observe riscos potenciais como:

    Presena de fogo Trnsito perigoso

    Cachorro bravo Carro ligado

    Gs e/ou Fumaa Vazamento de combustvel

    Corrente eltrica ou fios desencapados Ribanceira

    Produtos qumicos Perigo de desabamento

    Muito cuidado ao se aproximar da vtima. Observe se a cena em que ela se encontra segura para voc, para ela e para todos em volta. Garantir sua segurana deve ser sua principal prioridade.

    Pea ajuda aos bombeiros de sua cidade, informando-os sobre a urgncia e a gravidade dos acontecimentos.

    Se possvel, utilize medidas de preveno contra infeces, como lavar bem as mos antes de iniciar os procedimentos e use luvas, mscaras e aventais, descartando-os no lixo ao final do atendimento.

    Na impossibilidade do uso de lu-vas, evite contato direto com sangue e outras secrees.

    Se a vtima est agressiva ou hostil como no caso de tentativas de suicdio, portadores de armas ou de vtimas de violncia

    por terceiros (quando o agressor ainda se encontra na cena do evento e no permite o acesso a/ou atendimento), acio-

    ne imediatamente o socorro e informe a situao. Se a situao de risco, afaste-se e aguarde a ajuda solicitada.

    Manobrashericas s

    aumentam osris cos e o nmero

    de vtimas ,inc luindo voc !

    S e pos s vel, lavebem as mos

    antes e depois doatendimento e

    us e luvas !

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    4. Impedir aglomeraes

    Muitos curiosos podem se aproximar de voc e da vtima, dificultando as aes de socorro e at mesmo a circulao de ar. Oriente-os para que se afastem, informando da im-portncia do espao para o sucesso do atendimento.

    Procure no se exaltar, pois haver sempre muitos palpites e observaes sobre a vtima e sobre sua atuao. Pea a algum para organizar o ambiente, para que no haja distrao de sua parte. Aos mais exaltados, uma boa atitude pedir algum favor como por exemplo: Se voc quer ajudar, arrume um cobertor para aquecer a vtima ou ento Arrume panos lim-pos e secos. Ele se afastar para cumprir a tarefa, deixando o ambiente mais calmo.

    5. avaliar a vtima dentro dos princpios de priorizao

    Se a cena segura para voc, a prioridade sempre a vida da vti-ma. Procure no se apavorar com as leses. Por mais que a leso seja muito severa, o princpio de atendimento o de identificar rapidamente situaes que coloquem a vida em risco.

    Estas situaes englobam agravos no sistema respiratrio e circulatrio, portanto, proble-mas com a respirao, o corao e presena de sangramentos. A forma de abordagem para essas situaes ser apresentada no prximo captulo.

    6. No oferecer medicamentos ou lquidos sem prescrio mdica

    Sempre haver algum a sugerir o uso de medicamentos ou com a conhe-cida gua com acar. Jamais oferea e/ou administre quaisquer tipos

    de medicamentos e at mesmo gua para a pessoa a quem voc est socorrendo.

    Por causa do alimento, da gua ou do medicamento administrado, a cirurgia que sua vtima vai precisar para ser salva pode ter que ser adiada ou ento o medicamento pode ter um efeito adverso e

    piorar a condio inicial, causando at mesmo um engasgamento.

    Se houver demora para o atendimento especializado e a vtima persistir com sede, apenas molhe sua boca com um pano limpo umedecido com gua potvel. O alvio trar mais cal-ma e confiana.

    7. Zelar pelo conforto e privacidade da vtima

    Isto pode ser conseguido com atitudes simples como: afastar curiosos, aquecimento corporal e principalmente explicando para a vtima tudo que est sendo feito por ela. tambm prudente e acolhedor, ouvir as queixas e outras observaes da vtima. Se possvel, preserve os pertences pessoais ou pea a algum para faz-lo.

    Lembre-se que um ambiente claro, arejado e o simples afrouxamento de cintos, sapatos e blusas trazem muito conforto. Pea a algum para lhe ajudar a fazer isso.

    Pea a algum paracontrolar oambiente

    e d tarefas aosmais exaltados !

    S e a cena s egura,a prioridade avida da vtima e

    no as les es queela apres enta.

    S e a cena s egura,a prioridade avida da vtima e

    no as les es queela apres enta.

    P rezar pelo conforto,informar o que es ts endo feito e ouvir

    as queixas s oaes que

    tranqilizam avtima.

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    No caso de vtima de trauma, at que a avaliao tenha terminado, no a movimente mesmo que seja para coloc-la em posio mais confortvel ou para fugir de condies adversas (sol, chuva , terra, etc) e at mesmo para retir-la da rua para favorecer o trnsito. Nesse caso, tambm vlido lembrar que no se deve mobiliz-la para colocar travessei-ros ou bolsas sob a cabea, devido ao risco de leo desconhecida na coluna.

    Qual a sua dvida ?

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    IMPortNCIa e obJetIVoS

    A execuo da avaliao primria da vtima o primeiro e principal passo dos primeiros socorros. Seu objetivo procurar e intervir em situaes que coloquem a vida da vtima em risco imediato.

    Trata-se de uma seqncia bvia de aes baseadas nas prioridades de vida e, portan-to, sempre que voc for chamado a prestar socorro, dever iniciar a abordagem segundo esta seqncia que tambm conhecida por avaliao inicial ou Avaliao do abC ou Avaliao Inicial da Vtima.

    o que isso?

    Por que ABC?

    Em ingls, temos:

    a= Airway = Vias areas

    b=Breathing = Respirao

    C= Circulation = Circulao

    Durante a execuo da avaliao primria, se for detectada uma alterao de vias areas, respirao ou circulao, imediatamente deve-se intervir para a correo do problema. Este o princpio do Trate enquanto avalia. No texto, sempre que uma alterao for apre-sentada, ser informado o captulo onde constam as intervenes pertinentes.

    Ainda que as prioridades e a sequncia de aes sejam sempre as mesmas, h diferenas quando se trata de uma vtima em agravo clnico ou traumatico e ainda quando tais aes so realizadas por leigos e por profissionais da sade.

    CAPTULO 2AvALIAO PrIMrIA DA vTIMA

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    Didaticamente, ser apresentada inicialmente a avaliao primria destinada ao paciente em agravo clnico em uma abordagem para socorristas leigos e ao final do captulo as aes necessrias e exclusivamente pertinentes aos profissionais da sade em qualquer situao.

    Leigos:

    Crianas e jovens em idade escolar, Seguranas, Professores, trabalhadores da indstria e comrcio etc.

    Profissionais da Sade:

    Mdicos, Enfermeiros, Tcnicos e auxiliares de enfermagem etc.

    PaSSoS Da aVaLIao PrIMrIa Da VtIMa

    Avaliao da cena

    Avaliao da conscincia

    Avaliao e abertura das vias areas

    Avaliao da respirao

    Avaliao da circulao

    1o. PaSSo: aVaLIao Da CeNa

    Em qualquer circunstncia, antes de entrar em contato com a vtima, tenha certeza que a cena segura para voc e para todos a sua volta. Enquanto caminha at a vtima, aproveite para observar a cena e colher informaes.

    Observe:

    Qual o nmero de vtimas?

    H riscos potenciais para voc e a vtima, como fumaa, fiao eltrica cada? Chuva? Fogo?

    A vtima se movimenta? Sua posio muito estranha?

    A vtima fala?

    H sangue, vmito ou comprimidos sua volta?

    H veculos envolvidos? H vazamento de combustvel?

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    Se a vtima se movimenta ou fala, trata-se de um bom sinal.

    Ao falar ela demonstra que est respirando e que h circulao sangunea e voc saber que ela est viva. Ao se movimentar demonstra algum grau de conscincia.

    Um acidente de trnsito entre uma moto e um caminho provavelmente ter deixado o motociclista com inmeras leses e sangramentos e portanto com um grau de gravi-dade maior.

    Ao verificar a presena de fogo, produtos qumicos, poste atingido ou fiao cada, oriente imediatamente algum para chamar o corpo de bombeiros.

    Oua:

    a prpria vtima

    as pessoas ao redor

    Algum pode dizer que a vtima rolou escada abaixo, ou ento que teve fortes dores no peito antes de se tornar inconsciente e cair pela escada. Isso pode lhe ajudar a direcionar sua avaliao.

    Perceba odores:

    medicamentos

    gases e fumaa

    combustvel

    hlito da vtima

    etc.

    Esta percepo lhe ajudar a perceber riscos potenciais e outros sinais importantes apre-sentados pela vtima. O hlito com odor etlico pode significar intoxicao alcolica, por exemplo.

    Assim que voc conseguir estabelecer a ausncia de riscos potenciais, inicie o contato com a vtima partindo para os passos 2 a 5. Voc no deve consumir mais que 20 segundos para execut-los.

    2o. PaSSo: aVaLIao Da CoNSCINCIa

    o que isso? CoNSCINCIa?

    Estado fisiolgico gerado pelo crebro que nos garante a capacidade de perceber e responder organizadamente aos estmulos do ambiente.

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    Se o ambiente seguro para voc, chegue perto da vtima, ajoelhe-se a seu lado, prximo

    da cabea e do tronco, e comece checando a conscincia.

    Na descrio abaixo, considere que se trata de um caso clnico e portanto no h qual-quer suspeita de trauma (queda ou outro tipo de acidente).

    Chame a vtima.

    Toque seus ombros.

    Pergunte: Voc est bem?

    Se a vtima apresenta resposta (palavras ou

    balbucio) pergunte:

    - Qual seu nome?

    - O que aconteceu?

    - Voc sabe onde voc est?

    Falar um evidente sinal de vida pois, para isso preciso que a vtima respire e possua circulao.

    Se ela consegue dizer seu nome, o que aconteceu e onde est, caracteriza-se um bom grau de conscincia sobre si mesmo e o ambiente. Nesse caso, lembre-se que se trata de um caso clnico e no h suspeita de trauma ento, coloque-a em posio de recuperao e, nesse caso, v direto ao 3o passo.

    Posio de Recuperao:

    Vtima lateralizada esquerda, com braos e pernas flexionados e apoiados na superfcie.

    Objetivo: favorecer a circulao, a respirao, o conforto e a drenagem de secrees pela boca.

    Checando a conscincia

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    Se a vtima no apresentar resposta, dizemos que a vtima est inconsciente. Nes-

    se caso:

    - Chame imediatamente por ajuda (regra bsica de primeiros socorros)

    - Oriente para que algum chame o servio de emergncia (192, 193 ou outro)

    - Inicie o passo 3.

    3o. PaSSo: abertura DaS VIaS areaS

    o que isso? VIaS areaS?

    Caminho do ar pelo nariz e boca at os pulmes.

    Posicione uma de suas mos sobre a testa da vtima

    Posicione dois dedos de sua outra mo sob o queixo da vtima

    Realize um leve movimento de inclinao da cabea da vtima para trs, elevando-lhe o queixo. Essa a Manobra de inclinao da cabea. Observe que:

    - Com a manobra, a boca se abrir levemente

    - Aproveite para checar se dentro da boca h prteses, alimentos ou lquidos que

    possam atrapalhar a respirao

    - Em caso positivo, retire-os com a sua prpria mo

    Abrir as vias areas no garantia de que o ar esteja realmente entrando e saindo.

    Portanto, terminada essa fase, prepare-se para executar o 4o passo.

    Manobra de Inclinao da Cabea

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    4o. PaSSo: aVaLIao Da reSPIrao

    Mantenha a Manobra de inclinao da

    cabea

    Execute a tcnica do Ver, ouvir e

    Sentir para verificar se a vtima respira,

    aproximando sua face da face da vtima e

    olhando na direo do trax.

    Use at 10 segundos para determinar:

    - os movimentos de expanso do trax

    (para cima e para baixo), enquanto o ar

    entra e sai dos pulmes (VER)

    - os sons da respirao (OUVIR)

    - o ar que sai do nariz e da boca da vtima

    na sua prpria face (SENTIR)

    Se a vtima no respira, trata-se de ParaDa reSPIratrIa e preciso intervir

    imediatamente. Passe pgina 16.

    Se a vtima respira, inicie o 5 passo.

    5o.PaSSo: aVaLIao Da CIrCuLao

    Essa fase inclui a verificao da presena de si-nais de circulao e da existncia de sangramen-tos visveis, incluindo sua contenso se necessrio. Lembre-se que a presena de respirao o mais evidente sinal de que h circulao do sangue.

    Se a vtima estiver inconsciente e respirando,

    mantenha a Manobra de inclinao da ca-

    bea.

    Verifique a presena de sinais de circulao:

    o A vtima respira?

    o Tosse?

    o Se movimenta?

    A ausncia de sinais de circulao caracteriza a PARADA CARDIORRESPIRATRIA e preciso intervir imediatamente. Passe pgina 16.

    Tcnica do Ver, Ouvir e Sentir

    Voc sabia que...A melhor forma de checagem da circulao atravs da verificao de pulso nas artrias cartidas (do pescoo)?No entanto, estudos demonstraram que os leigos tm muita dificuldade para checar a presena de circulao atravs do pulso. por isso que se d nfase ao ensino da checagem de sinais de circulao para esse grupo.

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    A presena de sinais de circulao caracteriza que h circulao. Passe para a fase de avaliao de presena de sangramentos.

    Observe rapidamente se h algum sangramento externo no corpo.

    H sangramento? Exponha a regio e controle-o rapidamente executando a tc-nica de contenso de hemorragias chamada de Compresso direta da leso:

    - coloque um pano limpo e seco diretamente sobre a leso.

    - faa compresso com sua mo.

    - faa um breve enfaixamento do local.

    (Veja mais sobre essa tcnica na pgina 42)

    No h sangramento? Encerra-se a avaliao primria.

    CoNSIDeraeS Sobre a aVaLIao PrIMrIa Para LeIGoS eM CaSoS De trauMa

    Estabilizao manual da cabea

    Para estes casos, alguns cuidados especiais so fundamentais para evitar leses na coluna.

    Caso voc suspeite de uma queda ou outro tipo de trauma na vtima, execute a seqncia prevista para a avaliao inicial. Porm, observe as seguintes regras:

    Pea vtima para no se movimentar.

    Com suas 2 mos, segure firmemente a cabea da vtima, para impedir-lhe os

    movimentos e promover a estabilizao manual da cabea (voc pode pedir auxlio

    a algum para fazer isso).

    No coloque a vtima em posio de recuperao.

    Se a vtima respira com facilidade no execute a manobra de inclinao da cabea,

    apenas a estabilizao manual.

    Caso a vtima esteja inconsciente ou necessite de auxlio para respirar, execute a manobra

    de inclinao como apresentado e prossiga com a avaliao primria. A necessidade de

    permeabilizao das vias areas prioritria e no deve ser atrasada.

    Compresso direta da leso

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    CoNSIDeraeS Sobre a aVaLIao PrIMrIa Para ProFISSIoNaIS De SaDe

    So poucas, porm de muita importncia, as alteraes da avaliao primria quando reali-zadas por profissionais da sade. Tais alteraes se devem ao maior conhecimento tcnico desse grupo de socorristas. Alm da descrio dada para o leigo, observe:

    Se a vtima est inconsciente e voc no souber nada sobre ela (vtima inconsciente e

    sem histria) trate como se houvesse a possibilidade de trauma e execute a estabilizao

    manual da cabea, prosseguindo com os outros passos da avaliao primria.

    Para as vtimas inconscientes com suspeita de trauma, no utilize a tcnica de inclinao

    da cabea para abrir as vias areas, pois h o risco de existir uma leso na coluna.

    Execute uma das seguintes tcnicas, para a mesma finalidade:

    Manobra de elevao do queixo: coloque uma das mos sobre a testa da vitima,

    fixando a cabea na superfcie. Com a outra mo, coloque o dedo polegar atrs da

    arcada dentria inferior da vtima (dentro da boca) e os outros dedos, pelo lado de

    fora da boca, embaixo do queixo. Execute a elevao do queixo.

    Manobra da mandbula ou da trao da mandbula:

    Posicione-se atrs da cabea da vtima e apie

    os cotovelos na superfcie. Estabilize manual-

    mente a cabea, porm, coloque seus dedos

    atrs do angulo da mandbula, movendo-a

    para frente e para cima.

    Para avaliar a circulao utilize a tcnica de

    checagem do pulso carotdeo, associado aos

    sinais de circulao e a verificao da presena

    de sangramentos externos.

    Nos adultos, o pulso carotdeo deve ser a

    opo:

    Palpe a traquia linha mdia do pescoo,

    com os dedos indicador e mdio.

    Deslize os dedos sobre o pescoo da vti-

    ma por cerca de 2 cm para o seu lado.

    Verifique se o pulso presente ou ausente

    Ateno: A freqncia cardaca no de

    interesse nesse momento.

    Manobra de elevao do queixo

    Manobra de propulso da mandbula

    Tcnica de checagem do pulso carotdeo

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    Consideraes especiais sobre a avaliao primria em crianas abaixo de 1 ano

    Existem duas diferenas fundamentais na execuo das tcnicas de avaliao primria de crianas abaixo de 1 ano e de adultos. So elas:

    Para a tcnica de abertura de vias areas sem suspeita de trauma, a manobra de incli-nao da cabea no deve permitir a extenso excessiva do pescoo e sim apenas

    uma leve extenso, pois a coluna cervical do beb bastante frgil. Para as manobras

    de abertura de vias areas na suspeita de trauma, quando realizadas por leigos ou pro-

    fissionais, so vlidas as mesmas orientaes dadas para o adulto.

    Para os leigos a checagem da circulao, os sinais de circulao procurados so: tosse, choro ou

    movimentos.

    Para os profissionais de sade, o pulso braquial o mais indicado, pois o pescoo do beb muito

    curto, dificultando e falseando a deteco da art-

    ria cartida.

    A tcnica de deteco do pulso braquial simples:

    o Coloque 2 dedos na parte interna do brao do beb altura do tero medial.

    o Faa uma leve compresso com seus dedos e perceba o pulso.

    DVIDaS MaIS CoMuNS:

    1. o que fazer se a vtima SeM SuSPeIta De trauMa estiver inconsciente e

    lateralizada ou de bruos?

    Se voc j abordou a vtima e certificou-se

    que no h suspeita de trauma, iniciou a avaliao

    primria com a checagem da conscincia e

    detectou que ela se encontra inconsciente e

    est diante dessa posio que impede o restante

    da avaliao, ser necessrio rolar a vtima

    sobre si mesma da seguinte maneira:

    Ajoelhe-se ao lado da vtima altura dos ombros do lado mais seguro e vivel para a

    rolagem.

    Pulso braquial em bebs

    Tcnica de rolagem de vtimas sem suspeita trauma

  • 21

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    Apie uma das mos sob o pescoo e cabea da vtima. Se necessrio, reposicione os braos e as pernas da vtima, de forma a facilitar o

    movimento de rolagem.

    Com a outra de suas mos, segure a vtima por baixo do brao. Iniciar o movimento firme e lento de rolagem para o lado do socorrista, fazendo com

    que o corpo seja movimentado como um todo, at a posio apropriada.

    Retome os passos da avaliao primria.

    2. o que fazer se a vtima CoM SuSPeIta De trauMa, estiver lateralizada ou de bruos?

    Existem algumas possibilidades:

    Vtima consciente e respirando, assistida por leigos ou por profissionais da sade:

    No movimente a vtima. Execute a estabilizao da cabea e a oriente para no se movimentar. Solicitar apoio de um servio de emergncia, enquanto faz a contenso de possveis

    hemorragias.

    Ateno: Sero apresentadas ao final da apostila e do curso outras possibilidades de

    atuao, caso sua cidade no possua um servio de emergncia profissional ou seja

    impossvel cham-lo.

    Vtima inconsciente e respirando, assistida por leigos ou profissionais da

    sade:

    Chame ajuda. Estabilize a cabea e tente observar se ela respira aproximando-se o mximo

    possvel, ao menos para observar se o trax se eleva.

    Verifique a presena de sinais de circulao. Se houver respirao e sinais de circulao, no tente movimentar a vtima, contenha

    as possveis hemorragias e aguarde o servio de emergncia.

    Se no houver respirao e/ou sinais de circulao, caracteriza-se a parada cardiorrespiratria e, para prosseguir com a reanimao, ser necessrio que

    ela esteja deitada em decbito dorsal horizontal, preferencialmente sobre uma

    superfcie plana e rgida. Para isso, o socorrista dever rolar a vtima sobre si

    mesma, conforme a tcnica j descrita. O ideal ter a ajuda de 1 ou 2 pessoas para

    executar a rolagem rapidamente.

    Ateno: Sero apresentadas ao final da apostila e do curso outras possibilidades de

    atuao caso sua cidade no possua um servio de emergncia profissional ou seja

    impossvel cham-lo.

  • 22

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    3. o que fazer caso uma pessoa sofra um desmaio?

    O desmaio ou perda repentina e breve da conscincia ocorrem devido diminuio tem-porria da oxigenao ou do suprimento de glicose para o encfalo.

    No caso da vtima inconsciente e respirando sem suspeita de trauma execute a avalia-o primria e pea a algum para providenciar auxilio de um servio de emergncia. En-quanto isso, eleve as pernas da vtima e continue chamando e tocando os ombros da vtima a fim de provocar estimulao para que ela recobre a conscincia.

    No jogue gua ou utilize lcool ou ter para a pessoa cheirar. Apenas aguarde e acom-panhe suas respostas. Em situaes simples, a vtima retornar conscincia em alguns minutos.

    Qual a sua dvida ?

  • 23

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    Vtima no res pondePea ajuda imediata e

    Abra as vias areas(manobras com ou s em trauma)

    Vtima res pondeFaa as 3 perguntas bsicas :

    Qual seu nome?S abe onde est?

    O que aconteceu com voc?S e no h trauma, coloque em pos io de recuperao.

    S e h trauma, no movimente a vtima e faa aestabilizao manual da cabea

    Pea ajuda imediata.

    V tima est respirando?C hecar a R es pirao

    (Tcnica do Ver, Ouvir e S entir)

    A vtima respira .C hecar s inais de circulao ou pulso eexecutar compresso direta da leso

    No respira.

    (ver Parada respiratria e cardiorrespiratria)

    A vtima tem circulao.S e no h trauma, coloque em pos io de recuperao.

    S e h trauma, no a movimente, faa a estabilizao manual dacabea e pea ajuda imediata.

    S e a cena s egura para voc.. .

    C hecar conscincia.C hame a vtima.

  • 2

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    CAPTULO 3rEAnIMAO CArDIOPULMOnAr rCP

    IMPortNCIa e CoNCeItuao bSICaO corpo humano altamente dependente do oxignio e dos nutrientes que o sangue transporta. Este sangue propulsionado pela corrente circulatria para todo o corpo, atravs do impulso conseguido com a fora de contrao do corao, que o leigo conhece como batimento cardaco. Se no houver respirao (oxigenao) e batimento cardaco (para provocar a circulao), o corpo entrar em falncia.

    Se no h respirao caracteriza-se a PARADA RESPIRATRIA (PR). Mesmo que haja

    batimento cardaco, o sangue no oxigenado e as clulas de nosso corpo sofrem. Nesse

    caso, se no forem tomadas medidas de reanimao, o quadro pode se agravar, culminando

    com a parada da atividade do corao.

    Se no h respirao e batimento cardaco, trata-se de PARADA CARDIORRESPIRATRIA,

    PCR. Nesse caso, em cerca de 4 a 6 minutos, o crebro iniciar um processo de perda de

    suas capacidades. Entre o 6o e o 10 minuto, inicia-se o processo de MORTE BIOLGICA

    ou MORTE CEREBRAL, com perda irreversvel das funes cerebrais.

    4 a 6 minutos :incio do processode leso cerebral

    10 minutos :morte biolgica

  • 2

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    ParaDa reSPIratrIa

    a interrupo sbita da funo respiratria, cujo resul-tado, em alguns minutos, a parada cardaca e a leso cerebral irreversvel.

    ParaDa CarDIorreSPIratrIa

    a interrupo sbita da funo cardaca e respiratria, cujo resultado, em alguns minutos, a leso cerebral irreversvel.

    As causas mais comuns de PR so os engasgamentos, traumas e doenas como asma e outras que afetam diretamente a correta ventilao e oxigenao.

    As causas mais comuns da PCR esto ligadas a problemas cardacos propriamente ditos, prin-cipalmente a alteraes eltricas conhecidas por arritmias e a diminuio de oxigenao.

    No atendimento a esse grupo de emergncias o tempo o principal inimigo. Com atitudes corretas, lgicas e rpidas podemos melhorar muito a possibilidade de sobrevivncia.

    Pesquisadores norte-americanos desenvolveram uma forma de raciocnio lgico para ex-plicar o atendimento a PCR. Trata-se da corrente de sobrevivncia .

    Corrente da SobrevivnciaFonte: American Heart Association. Suporte bsico de vida, 1999.

    Os elos da corrente representam a seqncia no atendimento a PCR:

    o 1 elo: Rpido reconhecimento da PCR realizando a avaliao primria e solicitando de ajuda.

    o 2 elo: Incio precoce das manobras de RCP (assunto deste captulo).o 3 elo: Acesso desfibrilao precoce que corresponde ao uso de um equipamento

    chamado DESFIBRILADOR, para combater um grupo especfico de arritmias

    causadoras de PCR.

    o 4 elo: Atendimento especializado nas fases pr e intra-hospitalar.

  • 2

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    Cada elo importante. Quanto mais precoce o reconhecimento

    da PCR, o incio das manobras e o acesso ao cuidado

    especializado maior sero a chance de sobrevida da vtima.

    Neste aspecto, torna-se muito importante chamar

    ajuda, pois a ativao de um servio de emergncia

    pode abreviar o tempo de chegada do desfibrilador

    ou ao hospital.

    O treinamento de primeiros socorros para leigos se

    restringe prioritariamente aos 2 primeiros elos da

    cadeia.

    No entanto com a disseminao do uso do

    desfibrilador externo automtico, Dea,

    tm sido comum que leigos e profissionais da sade no mdicos

    recebam treinamento para a utilizao desse recurso.

    A seguir apresentada a tcnica de RCP para vtimas adultas de agravo clnico (sem

    suspeita de trauma), quando realizada por socorristas leigos.

    Assim como no captulo anterior, ao final deste captulo sero apresentadas as adequaes

    da tcnica de RCP pertinentes aos profissionais da sade, bem como as adequaes de

    acordo com a variao da idade da vtima e sobre o uso do DEA.

    reaNIMao CarDIoPuLMoNar (rCP)

    Uma vez iniciada a avaliao primria, se for detectada a ausncia de respirao (e conse-

    qentemente de circulao), deve-se iniciar a RCP imediatamente.

    A RCP o conjunto de procedimentos utilizados nas vtimas de parada cardiorrespiratria, cujo

    objetivo oxigenar e provocar uma circulao sangunea de maneira artificial, at a chegada de

    uma equipe de emergncia.

    Para a melhor compreenso dos procedimentos de re-

    conhecimento da PCR a seguir, volte pgina de Re-

    viso da avaliao primria antes de iniciar a prxima

    leitura.

    Voc sabia que..

    1. No Brasil muitos shoppings, clubes e empresas tm optado por manter

    DEA em suas dependncias?

    2. Em todo o mundo as companhias de aviao so obrigadas a manter

    DEA em suas aeronaves?

    3. Na cidade de So Paulo h uma lei de 2005, que obriga a existncia de DEA em locais com circulao de

    mais de 2.500 pessoas?

    Voc sabia que...Tem sido utilizado o termo RCPC

    (Reanimao Cardiopulmonar Cerebral), porque ele d maior

    nfase necessidade de preservao das funes

    do crebro?

  • 2

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    reCoNHeCIMeNto Da PCr

    1o. PaSSo: aVaLIao Da CeNa

    Cena segura? Caso positivo, siga com a avaliao.

    2o. PaSSo: aVaLIao Da CoNSCINCIa

    Chame e toque a vtima. A vtima no responde aos estmulos, est in-

    consciente.

    Chame imediatamente por ajuda. Oriente para que algum chame o servio de

    emergncia.

    Coloque a vtima em posio dorsal (rolar se necessrio).

    3o. PaSSo: abertura DaS VIaS areaS

    Utilize a manobra de inclinao da cabea

    4o. PaSSo: avaliao da reSPIrao

    Utilize a tcnica do Ver, ouvir e Sentir. Para o leigo, se a vtima no respirar, est

    constatada a parada cardiorrespiratria.

    Inicie imediatamente as manobras de reanima-o, fazendo 2 insuflaes (respiraes de

    resgate) com uma das tcnicas descritas nas

    pginas seguintes.

    Avaliao da conscincia

    Tcnica do Ver , Ouvir e S entir

    Manobra de inclinao da cabea

  • 2

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    o Mtodo boca-a-boca:

    - Mantenha a manobra de inclinao da cabea.

    - Use 2 dedos da sua mo para apertar e tampar a extremidade das narinas.

    - Execute a insuflao:

    o Inspire normalmente e, abrindo bem sua boca, cubra toda a boca da vtima com a sua, insuflando o ar de forma uniforme por apenas 1 segundo.

    o O trax da vtima deve se elevar indicando que o ar passou pelas vias areas e alcanou os pulmes.

    o Afaste brevemente sua boca do contato com a vtima e perceba o ar sair.

    o Faa isso 2 vezes seguidas.

    o Mtodo boca-mscara:

    A mscara um dispositivo cuja funo servir

    de barreira contra o contato com saliva, sangue

    e secrees. H mscaras confeccionadas em

    plstico (descartvel) ou silicone (reutilizvel).

    A de silicone chamada de mscara de bolso

    e provoca a cobertura simultnea da boca e

    do nariz da vtima, facilitando a insuflao.

    Mtodo boca-a-boca

    Mtodo Boca-Mscara (reutilizvel)

  • 2

    Primeiros Socorros

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    A mscara descartvel de plstico exige que se execute o fechamento das narinas como na tcnica boca-a-boca.

    O segredo de ambas a correta instalao na face do paciente:

    - Mantenha as vias areas abertas;

    - Posicione a mscara na face da vtima, conforme o tipo;

    - Execute a insuflao:

    o Inspire normalmente e insufle o ar atravs da mscara por apenas 1 segundo

    o O trax da vtima deve se elevar

    o Afaste a mscara brevemente e execute nova insuflao em seguida

    Aps a utilizao da mscara de bolso (silicone), faa uma boa limpeza com gua e sabo e aps

    secar, passe uma gaze embebida em lcool, deixando-a secar naturalmente.

    Uso de reanimador ventilatrio manual por um socorrista

    o Mtodo com reanimador ventilatrio manual: conhecido como Amb, o reanimador um dispositivo tpico do ambiente hospitalar. Porm, pode ser utilizado em primeiros socor-

    ros. Sua utilizao ideal exige 2 pessoas, uma para segurar a mscara sobre a face da vtima

    e manter as vias areas abertas e outra para comprimir o reservatrio de ar. No entanto,

    com habilidade, uma s pessoa pode conseguir efetivar seu uso. Neste caso, os segredos

    so a colocao da mscara na face da vtima e a compresso efetiva do reservatrio.

  • 30

    Primeiros Socorros

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    O objetivo destas tcnicas prover oxignio e permitir a sada de gs carbnico. O segredo da utilizao da respirao boca-a-boca ou boca-mscara a abertura de vias areas e o completo selamento entre a boca e a vtima ou mscara e a vtima.

    Lembre-se: Ao utilizar qualquer uma destas tcnicas, o ar insuflado para dentro do pulmo

    da vtima dever provocar a elevao do trax, caracterizando que o ar venceu as vias

    areas e chegou aos pulmes. Caso encontre dificuldade para fazer a 1a. insuflao, antes

    de executar a 2a. reposicione a cabea, executando novamente a manobra de inclinao

    da cabea para abrir as vias areas de forma mais efetiva e alcanar o objetivo da elevao

    do trax. Se ainda assim houver dificuldade, assuma a existncia de obstruo das vias

    areas.

    5o. PaSSo: aVaLIao Da CIrCuLao

    Para o leigo, se a vtima no apresenta respirao mesmo aps as 2 ventilaes de resgate, as manobras de RCP com compresses torcicas externas devem ser iniciadas

    imediatamente. Tais manobras sero responsveis por manter a circulao do sangue

    e, portanto, a oxigenao das clulas.

    6o. PaSSo: INCIo DaS MaNobraS De rCP

    Para o incio das compresses torcicas externas, posicione a vtima sobre uma superfcie rgida e plana (o cho a melhor opo).

    Posicione-se altura dos ombros da vtima, ajoelhando-se. Para esta tcnica, tenha 3 preocupaes: posicionar suas mos, posicionar seu corpo e

    executar as compresses .

    Posio das mos para a compresso torcica externa: - Posicione uma mo sobre a outra e entrelace os dedos.

    - Coloque as mos sobre o trax da vtima, entre os mamilos.

  • 31

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    Posio do corpo

    Posio do corpo: Agora que voc posicionou as mos, mantenha os cotovelos extendidos, os braos firmes e com os ombros na direo das mos. Faa a compresso

    exclusivamente sobre o osso esterno (ao centro do trax).

    Executar as compresses: Para maior eficcia, faa compresses fortes, rpidas e sem parar, usando o peso de seu corpo e a articulao do quadril, para rebaixar o trax em

    cerca de 3,5 a 5,0 cm no adulto.

    Essa compresso far com que o corao expulse o sangue para a corrente circulatria.

    Ao final, permita que o trax volte totalmente a posio normal. Esta liberao provocar o enchimento do corao com sangue novamente.

    Posicionamento das mos nacompresso torcica externa

    No apie as mos es palmadass obre o trax da vtima,

    para no favorec er a oc orrnc iade fratura de c os telas .

  • 32

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    Uma vez realizadas as 2 respiraes de resgate e dado incio s compresses torcicas, continue de forma rtmica, a fazer as compresses em uma freqncia de aproximada-mente 100 por minuto, intercalando com insuflaes. Como se trata de uma vtima adulta, se o socorrista estiver realizando o procedimento sozinho ou em dupla, a relao ser sempre de 30 compresses torcicas para cada 2 insuflaes (30:2).

    30 compresses torcicas + 2 insuflaes = 1 ciclo

    Execute 5 ciclos completos (ou ciclos por 2 minutos) e verifique a respirao. Se ainda no houver respirao, repita outros 5 ciclos (ou ciclos por 2 minutos) e assim su-cessivamente.

    O socorrista leigo deve continuar as compresses e ventilaes at que a vtima comece a dar sinais de presena de circulao ou at que profissionais de sade assumam o aten-dimento.

    CoNSIDeraeS eSPeCIaIS Sobre a rCP

    Sero consideradas nessa abordagem as diferenas na RCP quando efetuada nas variadas faixas etrias, pelos profissionais da sade e quando do uso do DEA.

    Compres s oE xpulso do sangue para a corrente circulatria

    L iberaoE nchimento do corao com sangue

    Mantenha o contato de suasmos com o trax da vtima

    durante todo o tempo(compresses e liberao)

    Quanto melhor a realizaodas compresses (frequncia,

    profundidade e recuo dotrax), maior o uxosanguneo produzido

    Compres s oE xpulso do sangue para a corrente circulatria

    L iberaoE nchimento do corao com sangue

    Mantenha o contato de suasmos com o trax da vtima

    durante todo o tempo(compresses e liberao)

    Quanto melhor a realizaodas compresses (frequncia,

    profundidade e recuo dotrax), maior o uxosanguneo produzido

  • 33

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    DIFereNaS SeGuNDo a FaIXa etrIa Para o SoCorrISta LeIGo

    As instituies internacionais que pesquisam e divulgam as recomendaes sobre RCP em todo o mundo dividem as faixas etrias para esse fim em: adultos, crianas (de 1 a 8 anos) e menores de 1 ano (lactentes).

    Todo o processo de avaliao primria e reconhecimento da PCR e de RCP semelhante para todas as faixas etrias. H, porm, algumas diferenas:

    CRIANAS DE 1 A 8 ANOS:

    o As compresses devem ser realizadas de forma a rebaixar de 1/3 a da profundi-dade do trax.

    o As compresses podem ser realizadas com 1 ou 2 mos desde que rebaixem a profundidade recomendada.

    o A relao compresso/ventilao para 1 socorrista 30:2. Caso conte com um segundo socorrista passa a 15:2.

    LACTENTES (MENORES DE 1 ANO) :

    o Nas insuflaes para os bebs e crianas pequenas, o boca-a-boca na reali-dade, boca a boca/nariz, isto , com nossos lbios, selamos ao mesmo tempo a

    boca e o nariz do beb.

    o A tcnica de localizao correta para a compresso torcica externa nos menores de 1 ano (lactentes) :

    - Posicione o lactente sobre uma superfcie rgida ou sobre o prprio socorrista

    (pernas e/ou braos)

    - Coloque 2 dedos (um ao lado do outro), cerca de 1 dedo abaixo da linha dos

    mamilos, no centro do trax (sobre o osso esterno)

    - Comprima o suficiente para rebaixar o trax de 1/2 a 1/3 de sua profundidade

    - Mantenha a freqncia de 100 com-

    presses por minuto

    o A relao compresso ventilao para 1 socorrista sozinho 30:2. Caso conte com

    um segundo socorrista, 15:2. A verifica-

    o da respirao deve ser a cada 5 ciclos

    ou 2 minutos.Tcnica de compresso torcica para bebs

  • 3

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    DIFereNaS SeGuNDo a FaIXa etrIa Para o ProFISSIoNaL De SaDe

    Considere as observaes apresentadas para as diferentes faixas etrias quanto a tcnica de compresses e relao ventilao/compresso e ainda:

    Utilize a tcnica de verificao de pulso para a determinao da circulao:

    o Adultos e crianas de 1 a 8 anos: pulso carotdeo ou femoral

    o Menores de 1 ano: braquial (preferencial) ou femoral

    Nos menores de 1 ano, quando em 2 socorristas, d preferncia a realizar as compres-ses utilizando os 2 polegares entre os mamilos, com as mos circundando o trax.

    utILIZao Do DeSFIbrILaDor eXterNo autoMtICo Na rCP

    O corao mantm sua atividade normal de bombeamento do sangue graas a um com-plexo sistema eltrico que garante contraes rtmicas e ininterruptas. Qualquer anorma-lidade nesse sistema pode provocar arritmia cardaca e alteraes diversas no bombea-mento do sangue.

    Dentre as arritmias mais comuns est a Fibrilao Ventricular (FV), que provoca uma alte-rao sbita e completa do bombeamento do sangue, deixando os rgos e principalmente o crebro sem suprimento sanguneo. Simultaneamente FV, ocorre a parada da respira-o o que caracteriza a PCR. Esse tipo de arritmia d origem a um agravo conhecido por Mal sbito de origem cardaca e est presente em cerca de 63% dos casos de PCR.

    A RCP bem realizada garante suprimento de oxignio mnimo necessrio a manuteno dos rgos vitais, mas no corrige a FV. O nico tratamento para a FV a oferta de uma corrente eltrica externa, um choque, ou seja, a chamada Desfibrilao Ventricular.

    Quanto mais precoce for a desfibrilao nesses casos, maiores as chances da vtima sobre-viver. Estudos demonstraram que a cada 1 minuto de atraso na realizao da desfibrilao, as chances de sobrevivncia diminuem 10%.

    Indicar e realizar a desfibrilao um ato mdico. No entanto com o advento do DEA, esse procedimento tornou-se vivel e aumentou a possibilidade de acesso rpido ao recur-so a toda a populao.

    O DEA um equipamento eletro-eletrnico simples e porttil, que utiliza comandos de voz e de grficos para guiar o socorrista durante a seqncia de RCP que pode incluir ou no a realizao de desfibrilao automtica, dependendo da necessidade da vtima.

    O DEA pode ser usado em clubes, academias, condomnios e shoppings dentre tantos ou-tros locais, e at por policiais e bombeiros na rua, pois exige apenas o conhecimento sobre RCP e sobre a utilizao do prprio equipamento.

  • 3

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    O equipamento tm a capacidade de:

    o Guiar o socorrista durante a RCP.

    o Analisar ritmo cardaco da vtima.

    o Detectar se a desfibrilao necessria ou no.

    o Informar o socorrista sobre a necessidade por meio de comandos de voz ou imagem (desenhos e luzes).

    o Iniciar a carga e fornecer a energia (choque) automaticamente sem precisar do coman-do do socorrista.

    o Analisar se outros choques so necessrios diante da persistncia da arritmia.

    o Guiar o socorrista sobre os passos a serem tomados at a chegada do socorro ou ao hospital.

    Para a utilizao do equipamento basta lig-lo, instalar eletrodos especiais no trax do pa-ciente e seguir as orientaes por comando de voz ou luzes.

    Os eletrodos so auto-adesivos e contm ilustraes sobre como devem ser posicionados. Fique atento, pois dentre as diversas marcas do equipamento pode haver uma pequena variao sobre o posicionamento dos eletrodos e por isso, deve-se observar a ilustrao que o acompanha.

    Diante da disponibilidade do DEA, a RCP sofre algumas pequenas adequaes, tanto para o leigo quanto para o profissional de sade:

    o At a chegada do equipamento DEA, mantenha a realizao de RCP com os ciclos de compresses e ventilaes conforme a tcnica, a idade e seu nvel de preparo.

    o Se a PCr foi presenciada e o Dea est imediatamente disponvel, d preferncia ao uso do equipamento (1 choque), antes de realizar o primeiro ciclo de RCP com compresses

    e ventilaes (tempo X benefcio).

    o Aps cada choque realizado pelo equipamento, retome imediatamente a RCP, comeando pelas compresses, at que o equipamento informe se houve sucesso na reverso da

    arritmia.

    o Lembre-se que a cada 5 ciclos (ou 2 minutos) a RCP deve ser interrompida para a verificao da presena de respirao e/ou sinais de circulao.

    o O DEA pode ser utilizado em crianas acima de 1 ano. Nesse caso, esteja atento:o At 8 anos ser necessrio o uso de eletrodos prprios para a idade. Na ausncia

    de tais eletrodos e diante da necessidade de uso em benefcio da criana, pode ser

    utilizado o eletrodo adulto.

    o Mesmo se a PCR for presenciada e o DEA estiver disponvel, execute 5 ciclos antes do uso do equipamento. Motivo: Diante da fase de crescimento, a criana tm o

    metabolismo maior que o adulto e, portanto, maior consumo de oxignio.

  • 3

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    DVIDaS MaIS CoMuNS!

    1. Quais so as complicaes mais comuns da rCP?

    A complicao mais comum a distenso gstrica, que acontece devido entrada de ar para o estmago durante as ventilaes. Esta distenso pode levar ocorrncia de vmito durante a RCP. Diante disso, posicione a vtima lateralizada esquerda para impedir que ela aspire o contedo expelido.

    Outras complicaes esperadas so: desarticulao das costelas com o osso esterno, fra-tura da clavcula, fraturas do esterno, apndice xifide e costelas, alm de laceraes de rgos internos. Caso voc desconfie da ocorrncia desses agravos, no interrompa a RCP, pois o custo/benefcio para o paciente ainda positivo para a RCP.

    2. em quais situaes no se deve iniciar a rCP?

    No se devem iniciar as manobras de RCP para os casos em que a MORTE BVIA, isto , quando no h dvidas que a vtima est morta. So os casos de:

    o decapitao

    o segmentao de tron co

    o carbonizao

    o estado de putrefao e natimorto (criana que acaba de nascer) j em estado de putre-fao

    Em qualquer outra circunstncia, somente o mdico poder decidir sobre o tema.

    3. Quando interromper a rCP?

    Devemos interromper a RCP quando:

    a respirao e o batimento cardaco forem restabelecidos normalidade

    um profissional da sade assumir as manobras de RCP

    um mdico, lhe orientar a parar e declarar a vtima como morta

    a situao no oferece segurana para voc continuar (incndio iminente, risco de ex-ploso, aglomerao de pessoas com risco para a violncia, etc.)

    o socorrista exausto e incapaz para continuar as manobras de RCP

  • 3

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    4. Se a vtima a respirao e os outros sinais de circulao forem recuperados, o que devo fazer?

    Se a respirao e a circulao forem restabelecidas, fundamental manter vigilncia sobre vtima nos momentos seguintes a PCR:

    o Realize a avaliao primria a cada minuto

    o Mantenha a vtima aquecida

    o Procure manter um amigo ou familiar prximo

    o Encaminhe e/ou acompanhe a vtima at uma unidade hospitalar (d preferncia para o transporte por unidade do servio de emergncia de sua cidade)

    5. Quais os erros mais comuns durante a realizao da rCP?

    Os erros mais comuns so:

    No abrir as vias areas de forma suficiente, mantendo a cabea pouco inclinada para trs ou mesmo elevando pouco a mandbula

    Deixar escapar ar durante as ventilaes com qualquer dos mtodos aprendidos

    Dobrar os cotovelos na compresso torcica externa

    No localizar o ponto correto da compresso do trax

    Fazer compresses bruscas ou sem fora o suficiente para rebaixar o trax at o ponto desejado

    Manter ritmo incorreto (mais lento ou mais veloz que o preconizado)

    Qual a sua dvida ?

  • 3

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    PaSSo a PaSSo Da rCP Para LeIGoSAdulto Crianas de 1 a 8 anos Lactente (menor de 1 ano)

    Checar conscincia

    Chamar e tocar a vtima. Se no houver resposta. Chamar ajuda.

    Vias areas

    Abrir as vias areas com a manobra de inclinao da cabea (casos clnicos ou de trauma).

    respirao

    Checar se h respirao com a tcnica Ver, Ouvir e SentirSe no houver respirao, realizar 2 respiraes de resgate.

    Cada ventilao em 1 segundo com visualizao da elevao do trax.

    Circulao

    1 ou 2 socorristas:Executar 30 compresses para

    cada 2 ventilaes.

    Compresses fortes, rpidas e sem parar entre os mamilos, ao centro do trax ao ritmo de

    100/min.

    1 socorrista:Executar 30 compresses para

    cada 2 ventilaes.

    2 socorristas:Executar 15 compresses para

    cada 2 ventilaes.

    Compresses fortes, rpidas e sem parar entre os mamilos, no centro do trax, ao ritmo de

    100/min.

    Opo para o uso de 1 ou 2 mos.

    1 socorrista:Executar 30 compresses para

    cada 2 ventilaes.

    2 socorristas:Executar 15 compresses para

    cada 2 ventilaes.Compresses: com 2 dedos,

    1cm abaixo da linha dos mamilos.

    Checagem da respirao e de sinais de circulao

    A cada 5 ciclos.Se respirao ausente, reiniciar ciclos.

    Manter at a chegada do sistema de emergncia.

    Dea

    Executar ciclos de RCP at a chegada do equipamento.

    Ligar e instalar eletrodos para adultos.

    Seguir comandos.

    Se PCR presenciada e DEA disponvel imediatamente, preferir uso do DEA e em

    seguida, se necessrio, executar RCP.

    Executar ciclos de RCP at a chegada do equipamento.

    Ligar e instalar eletrodos para crianas (se ausente, usar eletrodos para adultos).

    Mesmo na PCR presenciada, executar 5 ciclos de RCP

    antes do uso.

    No recomendado.

  • 3

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    PaSSo a PaSSo Da rCP Para ProFISSIoNaIS Da SaDe

    Adulto Crianas de 1 a 8 anos Lactente (menor de 1 ano)

    Checar conscincia Chamar e tocar a vtima. Se no houver resposta, chamar ajuda.

    Ateno para a caracterizao de caso clnico ou de trauma.

    Vias areasCaso clnico: manobra de inclinao da cabea.

    Caso de trauma: Elevao do queixo ou propulso da mandbula.

    respirao Checar se h respirao com a tcnica Ver, Ouvir e Sentir. Se no houver respirao, realizar 2 respiraes de resgate. Cada ventilao em 1 segundo com visualizao da elevao do trax.

    Circulaochecagem do pulso

    Checagem do pulso carotdeo (ou femural). Se ausente caracteriza-se a PCR. Iniciar RCP. No caso de hemorragias visveis, executar

    compresso direta da leso.

    Checagem do pulso Braquial. Se ausente = PCR. Iniciar RCP. Se hemorragias,

    executar compresso direta.

    Circulaoiniciar rCP

    1 ou 2 socorristas:Executar 30 compresses

    para cada 2 ventilaes.

    Compresses fortes, rpidas e sem parar entre os mamilos, ao centro do trax ao ritmo de 100/min.

    1 socorrista:Executar 30 compresses para cada 2

    ventilaes

    2 socorristas:Executar 15 compresses para cada 2

    ventilaes.

    Compresses fortes, rpidas e sem parar entre os mamilos, ao centro do trax ao ritmo

    de 100/min.

    Opo para o uso de 1 ou 2 mos.

    1 socorrista:Executar 30

    compresses para cada 2 ventilaes

    2 socorristas:Executar 15

    compresses para cada 2 ventilaes

    Compresses: com 2 dedos (preferir 2

    polegares), abaixo da linha dos mamilos

    Checagem da respirao e da

    circulao

    A cada 5 ciclos.Se respirao ausente, reiniciar ciclos.

    Manter at a chegada do sistema de emergncia.

    Dea

    Executar ciclos de RCP at a chegada do

    equipamento.Ligar e instalar eletrodos para

    adultos.Seguir comandos.

    Se PCR presenciada e DEA disponvel imediatamente, preferir uso do

    DEA e, em seguida, se necessrio, executar RCP.

    Executar ciclos de RCP at a chegada do equipamento.

    Ligar e instalar eletrodos para crianas (se ausente, usar eletrodos para adultos).

    Mesmo na PCR presenciada, executar 5 ciclos de RCP antes do uso.

    No recomendado.

  • 0

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    IMPortNCIa e CoNCeItuao bSICa

    A obstruo das vias areas por um corpo estranho (OVACE) o chamada de engasga-mento. Na maioria das vezes, causada por alimentos, lquidos ou pequenos objetos (prteses, tampinhas, etc.), que ficam presos nas vias areas e bloqueiam a passagem do ar.

    Voc sabia que

    A maior causa de obstruo das vias areas na v-tima inconsciente a lngua, que cai para trs durante o relaxamento da musculatura da?

    Esse bloqueio extremamente grave pois impede a vtima de respirar normalmente po-dendo levar morte por parada respiratria em alguns minutos.

    A vtima consciente pode ter uma obstruo leve ou grave .

    CAPTULO 4OBSTrUO DAS vIAS ArEAS

    OB S TR UO L E VEVtima consegue toss ir e falar

    O que fazer? Mantenha-se prximo Incentive a tosse

    OB S TR UO GR AVEVtima tem diculdades para

    tossir e falar

    O que fazer?Inicie a manobra de Heimlich

    S inal Universal de Asxia:mos ao redor da garganta eboca aberta na tentativa de

    puxar o ar.

    OB S TR UO L E VEVtima consegue toss ir e falar

    O que fazer? Mantenha-se prximo Incentive a tosse

    OB S TR UO GR AVEVtima tem diculdades para

    tossir e falar

    O que fazer?Inicie a manobra de Heimlich

    S inal Universal de Asxia:mos ao redor da garganta eboca aberta na tentativa de

    puxar o ar.

    OB S TR UO L E VEVtima consegue toss ir e falar

    O que fazer? Mantenha-se prximo Incentive a tosse

    OB S TR UO GR AVEVtima tem diculdades para

    tossir e falar

    O que fazer?Inicie a manobra de Heimlich

    S inal Universal de Asxia:mos ao redor da garganta eboca aberta na tentativa de

    puxar o ar.

  • 1

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    obStruo LeVe

    Neste tipo de obstruo, a vtima (adulto, criana ou beb), ainda consegue respirar, tos-sir e falar (ou balbuciar). Mesmo assim, precisa de acompanhamento, pois o quadro pode se agravar repentinamente.

    Nessa condio :

    No se afaste da vtima

    Tente acalm-la

    Incentive a respirao e a tosse para expelir o corpo estranho

    obStruo GraVe

    Se apesar das orientaes anteriores a vtima no apresentar melhora ou se houver algum dos sinais abaixo, prepare-se para intervir imediatamente:

    Vtima muito ansiosa

    Tosse fraca ou silenciosa

    Chiado alto durante a inspirao

    Extrema dificuldade para respirar, tossir e falar

    Cianose labial (arroxeamento)

    Sinal universal de asfixia! (vtima coloca as mos na garganta)

    Parada respiratria

    Nessas condies, inicie manobras de desengasgamento com compresses abdominais, conhecidas como MANOBRA DE HEIMLICH.

    MaNobra De DeSeNGaSGaMeNto Para VtIMaS CoNSCIeNteS

    MANOB R A DE HE IML IC HMtodo que utiliza compres s es noabdome para promover a s ada decorpos es tranhos das vias areas .

    Manobra de Heimlich para Adultos (e crianas maiores de 1 ano) conscientes

  • 2

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    essa manobra recomendada para adultos e crianas acima de 1 ano.

    Com a vtima sentada ou em p, posicione-se atrs dela.

    Mantenha suas pernas levemente afastadas para amparar uma possvel queda da vti-ma;

    Passe os braos por baixo das axilas da vtima e envolva com eles a cintura;

    Feche uma das mos em punho cerrado e encoste-a no centro do abdome da vtima altura da crista ilaca (quadril);

    Com a outra mo, agarre o punho cerrado;

    Com as duas mos posicionadas, pressione o abdome com golpes rpidos e seqen-ciais, para dentro e para cima (em direo cabea) at a sada do objeto ou at a

    vtima conseguir executar, sem ajuda, uma boa tosse;

    Apesar das compresses, a vtima pode manter-se em obstruo total (engasgamento) e, neste caso, esperado que ela se torne inconsciente, devido diminuio de oxige-

    nao do crebro. Nessa situao, observe as manobras citadas abaixo, recomendadas

    para as vtimas inconscientes;

    OBS: Para a vtima obesa ou em gravidez adiantada, execute compresses torcicas

    semelhante a RCP (punho cerrado altura dos mamilos, no centro do trax) .

    MaNobra De DeSeNGaSGaMeNto Para VtIMaS INCoNSCIeNteS

    Respiraes de resgateAbertura das vias areas e verificao de respirao

  • 3

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    Se a vtima tornar-se inconsciente ou for encontrada nessa condio :

    Deite-a de costas no cho (decbito dorsal horizontal);

    Execute a avaliao primria, iniciando com a abertura das vias areas (manobra de inclinao da cabea);

    Verifique se h respirao, com a tcnica do Ver, Ouvir e Sentir, (provavelmente no haver respirao);

    Execute 2 respiraes de resgate. Para isso:

    o Examine rapidamente a boca para ver se h objetos ou prteses atrapalhando a respirao (retire com os dedos somente o que puder visualizar);

    o Observe se h dificuldade na passagem do ar na primeira ventilao; o Se houver dificuldade, execute nova tentativa de inclinao da cabea antes da

    segunda respirao de resgate;

    o Se o ar no passar mesmo aps a nova tentativa de abertura das vias areas carac-teriza-se o engasgamento na vtima inconsciente.

    Compresses torcicas

    Execute 30 compresses torcicas e 2 ventilaes (semelhante executada durante a RCP, relembre pg. 20) at a sada do objeto ou at a vtima conseguir respirar sozinha.

    Esteja atento para antes das 2 ventilaes, executar a manobra de inclinao da cabea

    e examinar a boca para ver se h objetos atrapalhando a respirao.

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    Repita a operao, quantas vezes for necessrio at a sada do objeto;

    Providencie transporte imediato para o hospital ou aguarde o servio de emergncia, mantendo as manobras.

    obSerVaeS:

    1. A tosse um timo sinal de retorno respirao espontnea. Nesse caso, posicione a

    vtima lateralizada esquerda imediatamente.

    2. Se a vtima apresentar vmitos, para evitar a aspirao e a piora do engasgamento,

    coloque-a lateralizada esquerda, como no item anterior. No entanto, saiba que a

    presena desse sinal no indica retorno da respirao. Mantenha os passos descritos,

    recomeando pela checagem da respirao.

    3. Para as crianas de 1 a 8 anos, ao executar as compresses abdominais, lembre-se de

    no utilizar fora excessiva, para no causar leses aos rgos internos.

    MaNobra De DeSeNGaSGaMeNto Para VtIMaS MeNoreS De 1 aNo (LaCteNteS)

    As crianas com menos de 1 ano so as maiores vtimas de obstruo de vias a-reas, seja por aspirao de leite, alimentos ou por pequenos objetos aspirados.

    Para as crianas desta idade, devemos es-tar atentos a sinais como: dificuldade para respirar, chiados, arroxeamento dos l-bios, palidez da pele e ansiedade.

    As manobras de desobstruo para estas vtimas so diferentes das utilizadas nos adultos:

    No se realiza compresso abdomi-nal, mesmo na criana consciente;

    A tcnica recomendada corresponde a uma associao entre 5 golpes nas

    costas seguidas de 5 compresses to-

    rcicas, semelhantes a RCP para esta

    faixa etria.

    Desobstruo em bebs: S eqncia degolpes no dorso

    Desobstruo em bebs S eqncia decompresses torcicas

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    Observe a seqncia de desengasgamento para o beb:

    Execute a avaliao da responsividade;

    Execute a manobra de inclinao da cabea para a abertura de vias areas;

    Avalie a presena de respirao com a tcnica do Ver, Ouvir e Sentir;

    Se respirao ausente, execute 2 respiraes de resgate com a tcnica apropriada para a idade. O ar provavelmente no ir passar. Nesse caso, reposicione a cabea e tente

    novamente a respirao;

    Se o ar no passar, vire a criana de bruos, sobre um de seus braos e/ou pernas, com a cabea mais baixa que o corpo;

    Aplique 5 golpes firmes no dorso, entre as escpulas;

    Retorne em posio dorsal (barriga para cima) e ainda com a cabea mais baixa, aplique 5 compresses torcicas, iguais s realizadas na RCP;

    Avalie as vias areas e a respirao;

    Repita todo o processo, se necessrio.

    Qual a sua dvida ?

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    PaSSo a PaSSo Da tCNICa De DeSeNGaSGaMeNto (CoNSCIeNteS)Adulto Crianas de 1 a 8 anos Lactente (menor de 1 ano)

    avaliar sinaisde dificuldade respiratria

    Vtima respira, tosse ou fala? obstruo leve: Mantenha-se prximo Estimule a tosse eficiente

    Dificuldade para respirar, tossir ou falar?obstruo grave: Sinal universal de asfixia? Pergunte: Voc est engasgado ?

    Dificuldade para respirar Chiados Arroxeamento dos lbios Palidez da pele Ansiedade

    Manobra de de-sengasgamento

    (Heimlich)

    Manobra de Heimlich: Compresses abdominais com golpes

    rpidos e seqenciais, para dentro e para cima at a sada do objeto ou at a vtima conseguir executar sem ajuda, uma boa tosse.

    obS: Esteja atento para a ocorrncia de inconscincia (desmaio). Nesse caso, execute a tcnica para desengasgamento de inconscientes. Para vtimas obesas ou em gravidez adiantada, execute compresses torcicas semelhantes RCP.

    5 golpes no dorso

    5 Compresses torcicas: como na RCP

    Prosseguir como na tcnica descrita para menores de 1 ano inconscientes

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    PaSSo a PaSSo Da tCNICa De DeSeNGaSGaMeNto (INCoNSCIeNteS)

    Adulto Crianas de 1 a 8 anos Lactente (menor de 1 ano)

    Checar conscincia

    Chamar e tocar a vtima. Se no houver resposta. Chamar ajuda.

    Vias areasAbrir as vias areas com a manobra de inclinao da cabea (casos clnicos ou de trauma)

    respirao

    Checar se h respirao com a tcnica Ver,Ouvir e Sentir.Se no houver respirao realizar 2 respiraes de resgate.

    Provavelmente haver dificuldade na passagem do ar.Tentar reposicionar a cabea entre uma respirao e outra.

    Na ausncia ou dificuldade de passagem do ar, assumir a presena de obstruo de vias areas

    Manobras de desobstruo

    1 ou 2 socorristas:Executar 30 compresses para

    cada 2 ventilaesCompresses fortes,

    rpidas e sem parar entre os mamilos, ao centro do trax

    ao ritmo de 100/min.

    1 socorrista:Executar 30 compresses para

    cada 2 ventilaes

    2 socorristas:Executar 15 compresses para

    cada 2 ventilaes

    Compresses fortes, rpidas e sem parar entre os mamilos, ao centro do trax

    ao ritmo de 100/min.

    Opo para o uso de 1 ou 2 mos.

    5 golpes no dorso

    5 Compresses torcicas: como na RCP

    Checagem da respirao

    A cada 5 ciclos ou at a sada do objeto.Se respirao ausente, reiniciar ciclos.

    Manter at a chegada do sistema de emergncia.

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    As emergncias clnicas tratadas nesse captulo sero: a convulso, a dor no peito (de ori-gem cardaca) e o desmaio (inconscincia). Outras emergncias clnicas j foram abordadas como a PCR e a obstruo de vias areas.

    CoNVuLSo

    A convulso ou crise convulsiva ma desordem eltrica involuntria e repentina do c-rebro. Caracteriza-se por perda da conscincia, acompanhada de contraes musculares violentas. As causas mais comuns desse tipo de agravo so:

    oTumores cerebraisoM formao vascular cerebraloFebre (em crianas at 3 anos)oInfeces como a meningiteoDesequilbrios na qumica corporal

    oAbuso de drogas ou de lcooloTrauma na cabeaoAcidente vascular enceflico (derrame)oReduo no fluxo sanguneo do crebrooEpilepsia

    Existem vrios tipos de convulso, ou melhor, vrias formas de manifestao da crise. No entanto, vamos abordar aquelas mais comuns e necessitam de ajuda imediata.

    Lembre-se que...

    Com a perda da conscincia e o enrijeci-mento dos msculos, a vtima tende a cair ao cho e ferir-se gravemente. Esteja aten-to e se possvel ajude-a a no se ferir.

    CAPTULO 5EMErGnCIAS CLnICAS

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    Voc sabia que...

    A convulso generalizada pode ser precedida de sinais que avisam que ela est iniciando?

    a chamada aura epilptica.

    Pode ser um grito, viso turva e alucinaes visuais, entre outros. Alguns epilpticos j se deitam ao cho na iminncia da aura para no se machucar.

    Cuidado!!!!

    Se a vtima apresentar convulses repetidas, sem voltar to-talmente a conscincia entre uma e outra, caracteriza-se o estado epiltico. Essa condio grave pois o encfalo pode sofrer com a insuficincia respiratria progressiva.

    A convulso generalizada a mais comum. Nela, todas as funes do encfalo so atin-gidas. Pode durar 2 a 5 minutos e a vtima apresenta:

    o Perda da conscincia;

    o Enrijecimento da musculatura;

    o Contraes involuntrias, repetidas e violentas dos msculos dos braos e pernas, le-

    vando a movimentos abruptos e desordenados;

    o Dificuldade respiratria;

    o Perda do controle dos esfinceteres (levando perda da urina e at de fezes);

    o Salivao excessiva.

    Ao final das contraes, h um relaxamento do corpo e um perodo de inconscincia, ca-racterizando o final da convulso. Nessa fase, gradualmente a vtima retoma a conscincia. Porm, cansada e confusa. Pode haver sonolncia por horas.

    A convulso parcial dura poucos segundos e aquela em que a vtima apresenta:

    o Olhar fixo e ausente;

    o Rpido piscar de olhos;

    o Movimentos com a boca que lembram a mastigao (em alguns casos).

  • 0

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    A maioria das vtimas de convulso pode ser auxiliada apenas com medidas de manuteno vida. Porm, h muito preconceito em relao a elas. A crendice popular em torno da epilepsia (doena) e a convulso (seu principal sintoma) enorme. Fala-se que o indivduo enrola a lngua, que a saliva contagiosa e que epilepsia se pega no contato com o corpo da vtima em convulso.

    Na verdade, os msculos da lngua sofrem contraes assim como todo o restante dos msculos do corpo. Diante dessa contrao ou mesmo quando a vtima relaxa ao final da crise, a lngua pode obstruir a passagem do ar pelas vias areas. H ainda a possibilidade da vtima morder a lngua durante a crise e asfixiar-se com o sangue. Esquea as crendices.

    PrIMeIroS SoCorroS S VtIMaS De CoNVuLSo

    Os objetivos do atendimento de primeiros socorros vtima em convulso so: proteger contra leses e acompanhar a respirao e circulao, atravs da avaliao primria.

    Saiba o que No FaZer durante a convulso!

    o No impea os movimentos da vtima, segurando seus braos e pernas.

    o No jogue gua ou bata no rosto.

    o No tente abrir a boca da vtima mesmo que ela esteja sangrando. Aguarde a fase de relaxamento.

    o No coloque qualquer objeto entre os dentes ou para segurar a lngua.

    o No oferea bebidas e medicamentos.

    DuraNte a CoNVuLSo

    o Se possvel, possvel, proteja a vtima da queda.

    o Afaste objetos que possam causar ferimentos (mveis, pedras etc.).

    o Proteja a cabea de impactos no cho, colocando uma bolsa ou travesseiro.

    o Se houver muita salivao conveniente lateralizar a cabea para evitar o engasgamen-to. No faa esse tipo de procedimento se houver suspeita de leso na coluna (Veja o

    captulo sobre leses nos ossos).

    o Afrouxe roupas e retire os culos se for o caso.

    o Afaste os curiosos.

    o Aguarde o final da crise convulsiva (fase de relaxamento).

  • 1

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    APS O FINAL DA CONVULSO (FASE DE RELAXAMENTO)

    Posio de recuperao

    o Coloque a vtima em posio de recuperao para facilitar a drenagem de secrees.

    o Realize a avaliao primria repetidamente durante todo o atendimento.

    o Esteja preparado para a necessidade de RCP.

    o Afaste curiosos e cubra a vtima se necessrio.

    o Se necessrio faa a contenso de sangramentos.

    o Oriente para o repouso at o transporte.Muitas vezes, quando o socorrista conseguir at a vtima, a convulso j ter acabado. Lembre-se de que se trata de um evento rpido. Nesse caso, inicie sua abordagem pela avaliao inicial da vtima:

    o Verifique a consicncia, chamando a vtima.

    o Observe as vias areas, realizando a abertura se necessrio.

    o Verifique se a vtima respira.

    o Se tudo OK!, proceda como na fase de relaxamento.

    DVIDaS MaIS CoMuNS Sobre a CoNVuLSo

    1. possvel fingir uma convulso? o que fazer?

    possvel e, por vezes, ser impossvel identificar um fato real de um forjado. Fortes emo-es, alteraes psiquitricas e at mesmo um desejo inconsciente de mais ateno podem levar uma pessoa a fingir uma convulso, principalmente a parcial. No se arrisque que-rendo identificar a situao e desmascarar a vtima. Faa o atendimento como apresentado anteriormente e oriente a pessoa e a famlia para procurar ajuda especializada.

  • 2

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    2. o que fazer para evitar convulses em uma criana que apresenta febre alta?

    As convulses por febre alta em crianas so mais comuns at os 3 anos de idade. Se a tem-peratura exceder 37,5C, retire o excesso de roupas, coloque-a em um ambiente arejado e providencie um banho morno. Se no houver melhora, pode-se tentar outro banho ou experimentar o uso de compressas frias. Providencie acompanhamento mdico. O uso de medicamentos deve ser restrito orientao mdica.

    Dor No PeIto

    Voc sabia que...

    50% das mortes por problemas cardacos aconte-cem subitamente e antes da chegada ao hospital? Geralmente so quadros que evoluem para PCR por arritmia (fibrilao ventricular).

    As doenas do corao compem a principal causa de morte nos pases desenvolvidos e em desenvolvimento. Essas doenas levam a morte precoce de adultos jovens ou mesmo de adultos em idade mais avanada, causando grande impacto social por romper a estru-tura das famlias.

    Dentre as doenas cardacas, destacam-se aquelas que levam dificuldade na oxigenao das clulas do corao como o infarto agudo do miocrdio e a angina, cujo sinal mais evi-dente a dor no peito ou dor torcica de origem cardaca.

    Qual a sua dvida ?

  • 3

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    A dor no peito pode ser percebida em intensidade varivel e suas caractersticas clssicas so:

    o Variao de sensaes, desde a opresso, queimao e aperto no peito (suportveis) at a sensao de intensa dor;

    o Localizada no centro do peito, podendo irradiar para o lado esquerdo, ombros, pesco-o, mandbula, braos e mos (geralmente do lado esquerdo);

    o Se infarto agudo, a dor pode se prolongar por 30 minutos ou mais;

    o Pode ser acompanhada de dificuldade para respirar, nuseas, vmitos , palidez e su-dorese.

    Os idosos e diabticos podem apresentar quadros semelhantes, porm sem dor ou com

    uma mnima dor, difcil de caracterizar. So os chamados infartos silenciosos ou assinto-

    mticos.

    Existem ainda outras doenas que podem levar dor torcica ou confundir-se com ela. H

    quadros de angina (dor, em latim), cuja dor pode melhorar simplesmente com o repouso

    e enganar a vtima e o socorrista. Somente uma equipe especializada poder fazer tal

    diferenciao. Por isso, chame sempre o servio de emergncia.

    fato conhecido que quanto mais precoce for restabelecido o fluxo do sangue e oxignio

    para o corao, maiores sero as chances de sobrevivncia da vtima. Logo, preciso dimi-

    nuir o tempo entre o incio dos sintomas e o atendimento hospitalar.

    PrIMeIroS SoCorroS S VtIMaS De Dor No PeIto

    objetivos no atendimento de primeiros socorros ao paciente

    com dor no peito de origem cardaca:

    oReconhecer as caractersticas da dor e associ-las ao evento car-daco;

    o Atuar imediatamente para impedir o avano e a ocorrncia de PCR;

    oAcionar precocemente o servio de emergncia, para diminuir o tempo de chegada ao hospital.

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    o O fundamental tranqilizar a vtima.o Impea esforos e emoes, mesmo que mnimos.o Mantenha a vtima de preferncia sentada, aquecida e confortvel.o Arejar o ambiente e afrouxar roupas, cintos etc.o Realize frequentemente a avaliao primria na busca de intercorrncias com a respi-

    rao e circulao.

    o Esteja preparado para a ocorrncia de PCR.o Se DEA disponvel, pea para algum providenciar imediatamente.

    DeSMaIo

    O desmaio tambm conhecido como sncope e se caracteriza por um episdio repentino de perda da conscincia por um perodo curto. Por si s o desmaio no determina uma doena, mas um sinal de inmeras delas.

    Geralmente causado por alteraes no fornecimento de oxignio e glicose para o encfa-lo, como por exemplo, na exposio prolongada a ambientes quentes, alimentao prec-ria e exerccios fsicos excessivos. Dor, medo e excitao so causas provveis tambm.

    Sinais e sintomas que caracterizam o desmaio:

    o Perda da conscincia (perda do contato com o ambiente).o Relaxamento dos msculos.o Palidez.o Pele fria e mida.o Retomada rpida da conscincia (1 a 2 minutos).

    Qual a sua dvida ?

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    PrIMeIroS SoCorroS S VtIMaS De DeSMaIo

    o Realize a avaliao primria da vtima (para determinar a inconscincia, abrir vias areas e certificar-se que a vtima respira e tm circulao).

    o Mantenha a vtima deitada e aquecida.

    o Eleve os membros inferiores para facilitar a circulao cerebral.

    o Areje o ambiente e afrouxe roupas, cintos etc.

    o Repita a avaliao primria na busca de intercorrncias com a respirao e circulao.

    o Durante a retomada da conscincia, no permita que a vtima se levante imediatamente.

    o Acionar o servio de emergncia.

    Qual a sua dvida ?

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    PaSSo-a-PaSSo

    CoNVuLSo

    Durante a crise:

    Proteja a vtima da queda

    Afaste objetos que possam

    causar ferimento;

    Proteja a cabea;

    Lateralizar a cabea para

    evitar o engasgamento;

    Afrouxe as roupas e retire

    os culos;

    Afaste os curiosos;

    Aguarde o trmino da

    convulso.

    aps a crise:

    Coloque a vtima em

    posio de recuperao;

    Realize a avaliao

    primria;

    Esteja preparado para a

    necessidade de RCP;

    Afaste os curiosos e cubra

    a vtima;

    Oriente para o repouso.

    No faa:

    Impedir movimentos

    Jogar gua ou bater no

    rosto;

    Tentar abrir a boca ou

    colocar algo

    dentro dela;

    Oferecer alimentos,

    medicamentos ou bebidas;

    Transportar a vtima

    durante a crise.

    Dor No PeIto

    Tranqilizar a vtima;

    Impea esforos e emoes, mesmo que mnimos;

    Mantenha a vtima de preferncia sentada, aquecida e confortvel;

    Arejar o ambiente e afrouxar roupas, cintos etc.;

    Realize frequentemente a avaliao;

    Esteja preparado para a ocorrncia de PCR;

    Se DEA disponvel, pea para algum providenciar imediatamente.

    DeSMaIo

    Realize a avaliao primria da vtima;

    Mantenha a vtima deitada e aquecida;

    Eleve os membros inferiores para facilitar a circulao cerebral;

    Areje o ambiente e afrouxe roupas, cintos etc.;

    Repita a avaliao primria;

    Durante a retomada da conscincia, no permita que a vtima se levante;

    Acionar o servio de emergncia.

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    CoNCeItoS bSICoS

    Os ferimentos so leses nos tecidos da superfcie interna ou externa do corpo humano, incluindo as diferentes camadas da pele, os msculos e os rgos internos.

    Existem inmeros critrios para a classificao dos ferimentos. No entanto, em geral, eles podem ser fechados ou abertos.

    Nos fechados no h ruptura da pele e pode haver sangramento interno, j nos abertos h ruptura da pele e possibilidade de sangramentos externos visveis.

    A gravidade de um ferimento medida pela intensidade do sangramento e pelo local atin-gido. J a gravidade do sangramento varia pelo tipo de vaso sanguneo atingido. Observe abaixo:

    CAPTULO 6FErIMEnTOS

    Sangramento arterial:

    Vermelho vivo

    Em jato

    Intenso e pulstil

    Sempre grave

    Sangramento venoso:

    Vermelho escuro

    Fluxo estvel e lento

    Grave se no controlado

    Sangramento capilar:

    Fluxo bem lento

    Baixa intensidade

    Uniforme

    Sem gravidade

    Caractersticas do sangramento em relao ao tipo de vaso atingido(apresentao de sangramento externo)

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    SaNGraMeNtoS INterNoS

    Geralmente os sangramentos internos acontecem por um trauma contuso ou fechado (chutes e socos, quedas, acidentes de trnsito etc.) que podem resultar at em fraturas e leses em rgos internos.

    Nesse caso, apesar de no existir leso na parte externa da pele, os tecidos internos e os vasos se romperam internamente, causando sangramento e como no possvel control-lo, torna-se uma situao grave.

    Lembre-se...

    Em geral, o tratamento para estas leses apenas

    intra-hospitalar e com cirurgia.

    Algumas vezes possvel observar estes sangramentos apesar de serem internos. o caso dos hematomas (manchas roxas) ou dos sangramentos que se exteriorizam pelas orelhas, nariz, vagina, uretra, nus e ainda dos ferimentos por arma de fogo e por faca, quando se pode supor a existncia de leses internas.

    Devemos estar atentos para a ocorrncia de sangramentos internos nos casos de:

    fraturas de ossos (fmur, mero ou pelve);

    presena de dor acompanhada de hematoma e rigidez no abdome;

    presena de hematomas no trax acompanha-dos de dificuldade para respirar.

    SaNGraMeNtoS eXterNoS

    As causas mais comuns de sangramentos externos so: arranhaduras, ferimentos com agentes pontiagudos (pregos), perfuro-cortantes (faca, tesoura etc.), mordedura de ani-mais e ferimentos por arma de fogo, entre outros.

    Apesar de muitas vezes os ferimentos terem uma aparncia drstica e serem acompanha-dos de muita dor, nem sempre so classificados de graves, a menos que estejam sangrando de forma descontrolada ou comprometam a respirao (como no caso dos ferimentos das vias areas, face, pescoo ou trax).

    Pea a algum paracontrolar oambiente

    e d tarefas aosmais exaltados !

    Voc sabia

    Que numa fratura de fmur fechada, pode-se perder at 2 litros de sangue, por leso da artria femoral?

  • Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    tCNICaS bSICaS De CoNteNSo De SaNGraMeNtoS

    importante conhecer as formas mais simples de contenso de hemorragias antes mesmo dos tipos de ferimentos mais comuns. Para executar qualquer uma das tcnicas que sero apresentadas, preciso expor o ferimento e se possvel determinar rapidamente a causa.

    Os mtodos de contenso so: compresso direta da leso, elevao da parte afetada, compresso de pontos arteriais (compresso indireta) e aplicao de gelo ou compres-sas frias.

    CoMPreSSo DIreta Da LeSo

    Lembre-se que...

    no devemos executar a presso direta sobre ferimentos com objetos encrava-dos ou sobre ossos fraturados.

    Compresso direta da leso

    o mtodo mais simples e usual.

    Promove diminuio do fluxo sanguneo e favorece a formao do cogulo no local do fe-rimento. Pode ser realizado com bandagens, curativo pronto, gazes, ataduras e at mesmo com as prprias mos da vtima ou do socorrista at que se consiga outro material. O uso de camisetas limpas ou outros tecidos (lenis, toalhas, etc), tambm incentivado. Jamais utilize papel absorvente ou algodo hidrfilo pois estes encharcam facilmente.

    a tcnica consiste em:

    Colocar o material ou as mos diretamente sobre a leso;

    Pressionar firmemente, utilizando a palma das mos por cerca de 10 a 15 minutos;

    Observar o curativo, no permitindo que fique ensopado de sangue. Neste caso, no o remova, apenas coloque outro sobre ele reaplicando a presso com a mo.

  • 0

    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    eLeVao Da Parte aFetaDa

    Compresso direta e elevao da parte afetada

    Sempre associada compresso direta da leso, essa uma boa opo para ferimentos nas extremidades do corpo (braos e pernas).

    Com a elevao da parte afetada, h diminuio do fluxo de sangue para a leso devido ao da gravidade, o que diminui o sangramento. Neste caso, basta elevar a regio acima do nvel do corao.

    Lembre-se que...

    no devemos elevar extremidades em caso de suspeita de fraturas, luxaes e mesmo no caso de objetos encravados.

    CoMPreSSo De PoNtoS arterIaIS

    Lembre-se que...

    A tcnica de compresso indireta no elimina a necessidade de compresso direta e se possvel de elevao da parte afetada

    Se as tcnicas anteriores forem insuficientes para conter a hemorragia ou o local do feri-mento estiver em difcil acesso, pode-se tentar a compresso de um ponto arterial anterior ao local do ferimento.

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    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    A tcnica consiste em aplicar uma presso com os dedos, sobre pontos onde se perceba o pulso de uma artria, passando sobre uma superfcie ssea. Esta tcnica exige conhecimen-tos anatmicos e habilidade do socorrista.

    Os principais e mais fceis pontos para compresso indireta so:

    Artria femoral para as leses em membros inferiores ( altura da virilha).

    Artria braquial para leses em membros superiores (regio interna do brao).

    Artria radial para as leses da mo ( altura do pulso, abaixo do dedo polegar).

    aPLICao De GeLo ou CoMPreSSaS FrIaS

    Estes recursos promovem constrio dos vasos da regio do ferimento, diminuindo leve-mente o fluxo sanguneo para o local e conseqentemente o sangramento.

    So bem indicados nas leses fechadas (contuses), para impedir a formao de hemato-mas decorrentes do extravasamento interno de sangue.

    So cuidados importantes em sua aplicao:

    No coloque o gelo ou a compressa diretamente sobre a pele;

    Providencie um pano fino (meia, pano de prato, camiseta, gazes, etc.), para colocar entre o saco de gelo e a pele do local;

    Controle o tempo de aplicao das compressas (mximo de 10 a 15 minutos).

    Lembre-se que...

    deve-se proteger a pele da vtima com um tecido fino, para evitar a queimadura dos tecidos pelo frio ou pelo congelamento

    tIPoS De FerIMeNtoS

    1.FerIMeNto FeCHaDo

    Lembre-se...1. Avalie a segurana da cena.2. A prioridade a vida.Inicie sempre pela avaliao primria, principalmente na vtima

    inconsciente.3. Se possvel use luvas ou outra barreira de plstico ou pano grosso.4. Lave as mos antes e aps o cuidado com a vtima.

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    Primeiros Socorros

    Senac So Paulo

    Leso provocada por objeto contundente e rombudo que no provoca a abertura da pele. Porm, nas camadas inferiores, leva a rompimento de tecidos e vasos com conse-qente ex