Transcript

Uma Introduo Contemporaneidade

Sociedade Tradicional X Sociedade Moderna As mudanas nas relaes sociais e trabalhistas

Sociologia do Trabalho Professor: Rafael Portinho SENAI/CIMATEC

Sociedades Primitivas (ou tradicionais): Reciprocidade generalizada (fenmeno oposto = reciprocidade negativa). Coeso social caracterizada pela solidariedade mecnica (mile Durkheim). Fenmeno social difuso: altrusmo. Marcel Mauss = O circuito da ddiva = a troca um circuito de dar-receberretribuir, onde o dom (objeto de troca), percebido simbolicamente (no utilitarista; alm do seu carter material). Envolve interesse e desinteresse (conscincia e no conscincia). Laos sociais: estabelecidos pela familiaridade, amizade = confiana interpessoal Trabalho: atividade que se confunde com as atividades domsticas. A casa como local de trabalho. O indivduo gerencia todo o processo do seu trabalho. Elemento estruturante: conscincia coletiva transmitida nas relaes de troca interpessoal, transmitindo valores e normas sociais imbutidos em bens simblicos. A organizao da sociedade atravs de prticas tradicionais.

-

-

-

-

-

Sociedade Tradicional

Mudana Social

-

-

-

Renascimento A Revoluo Industrial (Inglaterra, sec. XVIII/XIX). Transformou as relaes sociais de troca (o dar-receber-retribuir, para a coeso do todo social). Iluminismo (Enciclopedismo, sculo das luzes, Ilustrao): a busca pelo estado de natureza (Hobbes, Rousseau, Locke). Economia: Adam Smith. = o rompimento com as ideologias tradicionais. O cincia social como uma cincia natural (inspirao na fsica Isaac Newton) = consolidao d Estado-nao, a expanso de direitos civis, e a reduo da influncia de instituies hierrquicas como a nobreza e a Igreja. Revoluo Americana (1776) o direito liberdade, vida e busca da felicidade. Revoluo Francesa (1789) a trindade: liberdade, igualdade e fraternidade.

Sociedades Modernas

Novos aspectos scio-culturais: confiana sistmica, individualismo (fenmeno social tpico: egosmo), solidariedade orgnica. Pluralidade dos papeis sociais: ora pai, ora funcionrio, ora cliente, ora cidado. Novos aspectos poltico-econmicos: democracia e capitalismo Surgimento de sociedades secundrias: mercado, sistemas burocrticos (o Estado e seus rgos; instituies da sociedade civil: cooperativas, sindicatos; instituies de fins lucrativos: empresas, fbricas, firmas). A educao institucionalizada. Nas sociedades primitivas, essas relaes eram caracterizadas por uma reciprocidade generalizada (altrustas), onde as relaes de trocas envolviam interesse e desinteresse, inter-conhecimento e inter-reconhecimento. Assim compreende-se como uma sociedade pode se organizar sem a presena de uma supra-estrutura, como o Estado. Trabalho: impessoalidade nas relaes; novos espaos sociais de interao: a firma. A expropriao da auto-gerncia, o cargo de chefia (o gerente), a racionalizao do processo de trabalho. Surgimento da carga horria (controle do tempo) e do pagamento como indenizao pela perda de liberdade e autonomia.

Sociedade Secundria

As mudanas na relao capital-trabalho

-

Domstico X fabril; manufatura X maquinofatura; interpessoalidade X impessoalidade; Vadiagem e cio X racionalidade e controle do processo de trabalho.

Aspectos positivos das mudanas sociais: - Dignidade Humana: a liberdade como direito (surgimento dos direitos do humanos) - pluralidade de escolhas, diversificao na vida e abertura de novas perspectivas. Novas oportunidades para o viver. A modernidade fornece elementos que reduzem a negatividade do excesso de altrusmo difuso nas sociedades tradicionais. - Fim da escravido e servido - Imparcialidade da justia (justia racional X justia religiosa) - Respeito s diferenas entre os indivduos e a busca da igualdade poltica entre os diversos grupos sociais (mulheres, negros, homossexuais, empobrecidos, etc.) Aspectos negativos da mudana social: - Egosmo e o individualismo - Utilitarismo nas relaes de troca social - Distanciamento entre os indivduos - Enfraquecimento do papel e laos sociais da famlia - A burocratizao da socilizao - A reificao do humano

Pink Floyd Another Brick in the Wall (Um outro tijolo no muro) Papai se foi atravs do oceano, Deixando apenas uma lembrana: Um instantneo no lbum de famlia. Papai, o que mais voc deixou para mim? Papai, o que voc deixa para trs, para mim? No total, foi apenas um tijolo no muro, No total, foi tudo apenas tijolos no muro...

Ns no precisamos de nenhuma educao, Ns no precisamos de nenhum controle de pensamento, Nenhum sarcasmo sombrio na sala de aula, Professores, deixem as crianas em paz. Ei! Professor! Deixe as crianas em paz! No total, apenas outro tijolo no muro, No total, voc apenas outro tijolo no muro...

Eu no preciso de braos ao meu redor E eu no preciso de drogas para me acalmar. Eu vi a escrita no muro, No acho que eu precise de qualquer coisa. No, no acho que eu precise de qualquer coisa. No total, foi tudo apenas tijolos no muro, No total, vocs foram todos apenas tijolos no muro...

Vamos imaginar!

Voc sabe com quem est falando? X Quem voc pensa que ?

Do capitalismo liberal busca pela justia social (1 Parte)

1 momento: breve explanao sobre o Marxismo (uma viso econmica oposta Adam Smith) a busca radial pela justia social. 2 momento: Taylorismo

Sociologia do Trabalho Professor: Rafael Portinho SENAI/CIMATEC

Reviso: -A primeira revoluo industrial sintetiza uma primeira fase do capitalismo a constituio da fbrica moderna, com a mecanizao , d um tom das relaes capital-trabalho e completa a subordinao real do trabalho pelo capital. A industrializao o processo que revoluciona as relaes sociais de produo durante todo o sculo XIX. A formao do Estado-nao e os elementos formais de cidadania representam a ruptura com as amarras do feudalismo. (DRUCK, p.30. Terceirizao: (des)fordizando a fbrica).

Para entender o que significa essa subordinao do trabalho pelo capital necessrio antes compreender alguns conceitos marxistas

Um preldio a alguns conceitos marxistas: Materialismo-histrico: a metodologia de Karl Marx usada para explicar o devir das sociedades. Entende-se que o processo histrico um movimento dialtico em espiral, ou seja, caracterizado pelo conflito entre a tese e a anttese cujo resultado uma sntese, que, por sua vez, tornar-se- uma tese de um novo sistema, dando origem a sua anttese, surgindo uma nova sntese que diferente de qualquer tese ou anttese anteriormente existente. dialtico porque um conflito de duas partes opostas (tese a anttese) e espiral porque o movimento nunca se repete, progressivo-mutvel. O que gera a mudana estrutural de uma sociedade a mudana das condies materiais de existncia, a alterao dos meios de produo que move o mundo para o novo. Feudalismo CapitalismoSocialismo (passagem para o comunismo)

Capitalismo

Comunismo

Marx inicia a primeira parte do seu livro O Manifesto do Partido Comunista com a frase: A histria de todas as sociedades que existiram at hoje a histria de lutas de classes (p.45).

Capitalismo: um estrutura social oriunda da luta dos servos com os senhores feudais. Nesse novo sistema, os burgueses so os detentores de capital (portanto dos meios de produo) e o trabalhadores tornam-se peas (parte do capital) no processo de obteno de mais-valia (a diferena entre o valor da mercadoria e o valor a fora de trabalho investida para gerar essa mercadoria = fonte do lucro do burgus). Alienao: a alienao se manifesta a partir do momento que o objeto fabricado se torna alheio ao sujeito criador, ou seja, ao criar algo fora de si, o funcionrio se nega no objeto criado. As indstrias utilizam de fora de trabalho, sendo que os funcionrios no necessitam ter o conhecimento do funcionamento da indstria inteira, a produo totalmente coletivizada, necessitando de vrios funcionrios na obteno de um produto, mas nenhum deles dominando todo o processo - individualizao. Capital: todo bem que possui valor de uso (utilidade especfica, qualitativa) e valor de troca (pode-se quantificar comparativamente). A fora de trabalho capital, pois podemos mensur-lo atravs do dinheiro (smbolo de valor de troca). Capital, portanto, tanto a mercadoria como os prprios meios de produo (as mquinas, a infra-estrutura, a fbrica, etc.) que produziram essa mesma mercadoria.

O que o Taylorismo? uma cultura do trabalho caracterstico nos primrdios da industrializao nos Estados Unidos que objetivava garantir resultados eficazes e eficientes (maior produo em menor perodo de tempo). Suas principais caractersticas so: - A represso; - A disciplinarizao; - A retirada da autonomia dos operrios (para evitar a vadiagem) tornando o trabalho mais eficiente; - A transferncia do conhecimento do operrio para a gerncia (fortalecendo a hierarquizao e subordinao) = o que Marx critica em seu conceito de alienao.

Quem foi Frederick Winslow Taylor? Foi o pai da administrao cientfica do trabalho nascido em 1856 e falecido em 1915. Breve histrico: Comeou sua vida profissional numa fbrica (Midvale Steel Company). Neste local, percebeu a maneira como os operrios trabalhavam. Taylor notou que cada trabalhador tinha sua maneira de realizar as atividades. Concluiu que a padronizao do trabalho em cada atividade poderia encurtar o tempo gasto para atingir o resultado. Com isso, Taylor chegou s seguintes concluses: -O trabalhador deve realizar uma atividade especfica e repetitiva; -Cada movimento do trabalhador deve ser pensado e padronizado; -O trabalhador deve :ser pago pela quantidade de produo e no pela hora de servio; -Desta forma, torna-se vivel calcular o tempo de trabalho gasto para a execuo de uma atividade e prever possveis erros = maior controle sobre o trabalhador e maior garantia de bom resultado.

A maquinofatura, de certa forma, retira dos trabalhadores o conhecimento sine qua non para a produo. Por exemplo: a habilidade de tear (conhecimento prtico e tcnico imprescindvel a uma pessoa na manufatura) pode ser realizada por mquinas e, por sua vez, o ser humano (representado pela sua fora de trabalho) fica subordinado ao capital (o trabalhador se torna subordinado s mquinas no sistema fabril).

Taylor defende: - Uma maior hierarquizao social no local de atividade dos trabalhadores; - Separao do trabalho manual do intelectual, realizado pela gerncia cientfica (controle efetivo do capital sobre o trabalho) a expropriao do saber operrio. - A gerncia ganha poder e dita normas, as quais devem ser cumpridas para evitar demisses. - O autoritarismo, a represso e a premiao (bnus salariais para os melhores funcionrios), nesse sentido, so fundamentais para garantir a cooperao e harmonia entre trabalhadores e empregados. - Taylor prope que os trabalhadores passem por formaes e cursos para se qualificarem e se adaptarem as normas uma forma de alcanar esse objetivo harmonioso

HAVEY: A disciplinarizao da fora de trabalho envolve, em primeiro lugar, alguma mistura de represso, familiarizao, cooptao e cooperao, elementos que tm que ser organizados no somente no local de trabalho como na sociedade como um todo. A socializao do trabalhador nas condies de produo capitalista envolve o controle social bem amplo das capacidades fsicas e mentais [...].

O Taylorismo no Brasil: -Surge atravs das substituies de importao da era Vargas (dcada de 30) taxao das importaes para estimular a produo interna; -Representou a transio do Brasil de um sistema de base agroexportadora para uma sociedade de base urbano-industrial; - quando surge as leis trabalhistas; -Ruptura com a poltica do caf-com-leite que mantinha o sistema oligrquico at ento vigente = Centralizao do Estado frente aos poderes regionais. A nova repblica X repblica velha.No Estado Novo (1937) foram criados: o Conselho Nacional do Petrleo, a Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia Hidreltrica do So Francisco e a Fbrica Nacional de Motores, inicialmente planejada para ser fbrica de avies. Fato incentivador: Acordo de Washington (EUA solicita o apoio dos pases vizinhos aos Aliados contra o Eixo na II Guerra Mundial. Os EUA concede um emprstimo de $100 milhes para a modernizao e implantao do projeto siderrgico brasileiro (ao reconhecer a ameaa do Eixo contra os brasileiros = torpedos alemes contra 5 submarinos brasileiros.

O surgimento do SESI e do SENAI em 1942: - Visou a qualificao do quadro de funcionrios dos empresrio para que estes se adaptassem nova cultura do trabalho (racionalizao, disciplina produtiva eficiente e dinamismo) - Isso objetivou substituir operrios estrangeiros (fonte de lutas sindicais no pas at ento). Surge assim o Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (o SENAI) e o Servio Social da Indstria (SESI).

Os primrdios do sindicalismo no Brasil:A viso de Vargas na harmonizao dos operrios com os patres

-A regulao sobre o trabalhador (seus direitos e deveres) amarrou a classe proletria brasileira ao Estado atravs dos seus sindicatos burocratizados, sufocando-os.

- O corporativismo no Brasil foi uma medida normativa instaurada pelo Estado. Surge no perodo do crescimento urbano, formao de uma classe proletria,

Corporativismo de Estado sindicatos regidos por interesses estatais e burocratizados (rede de organizaes de representao de interesse dos empresrios e trabalhadores urbanos, reguladas e controladas pelo poder pblico). = caso tpico brasileiro.

Corporativismo de Associao a partir da demanda de sindicatos prexistentes onde o Estado entra em acordo com o setor privado sem dominar (enclausurar) esse setor = como ocorreu em alguns pases europeus, como a Sua.

COSTA, Vanda Maria Ribeiro. Origens do Corporativismo Brasileiro. In: BOSCHI, Renato (org.) Corporativismo e Desigualdade: a construo do espao pblico no Brasil. Rio de Janeiro: Rio Fundo Editora, 1991, pp.113-145.

Em vez do Estado dialogar com a sociedade civil j organizada e interessada para a satisfao de interesses, o governo do presidente Getlio Vargas enforcou a sociedade civil com suas normas e burocracia, quebrando a autonomia dos sindicatos trabalhistas na medida em que este se anexou ao corpo estatal como mais um rgo pblico.

Muitos direitos sociais foram oferecidos, at mesmo indo alm das reivindicaes dos trabalhadores, como se o Estado previsse as futuras demandas. A construo dos direitos sociais e a formao do sindicato no vieram de forma natural (atravs da sociedade como um todo), mas sim artificial pela interveno estatal.

A viso de Vargas sobre a pluralidade de interesses e a estratgia contra os possveis conflitos polticos (um jogo anti-democrtico na democracia):-O desmembramento de partidos = criao de sindicatos atrelados ao Estado que favorecia a desnecessidade da presena de partidos polticos para representar interesses dos trabalhadores. - Sindicatos livres se tornam ilegais, necessitando passar pelo crivo do Estado. Isto significa enquadrar o sindicato ao Estado para estabelecer o iderio taylorista. Essa era uma forma de evitar conflitos e, assim, harmonizar a relao proletrioburgus no pas.

Atividade em Sala:

- Leitura da poesia Operrio em construo de Vinicius de Moraes em voz alta - Formar 8 equipes com 5 alunos -Escrever um pequeno texto sobre a correlao entre o contedo da poesia com o contedo passado em sala. - Debate em sala sobre o tema

Do capitalismo liberal busca pela justia social (2 Parte)

O Fordismo, O Welfare State e a Periferia do Fordismo

Sociologia do Trabalho Professor: Rafael Portinho SENAI/CIMATEC

Reviso de Marx: - Karl Marx (1818-1883) = pai da teoria marxista crtica ao capitalismo. - Capitalismo na viso de Marx = sistema de produo que envolve produo de mercadoria e de servios vendidos a uma ampla faixa de consumidores. Dois elementos principais da empresa capitalista = 1) capital (qualquer bem, incluindo dinheiro, mquinas ou mesmo fbricas, que possa ser usado ou investido para produzir bens futuros; 2) Mo-de-obra assalariada (conjunto de trabalhadores que possuem os meios de sua sobrevivncia, mas precisam encontrar emprego pelos detentores de capital). -Aqueles que detm o capital so os capitalistas (os burgueses, os patres). Os subordinados ao capital so os proletrios. - Tomada de conscincia (a conscincia de classe) = momento em que os proletrios adquirem conscincia de sua situao como classe oprimida e unem-se para tomar os meios de produo dos capitalistas para instaurar a ditadura socialista. Desta forma, redistribuindo a riqueza de forma igualitria rumo ao comunismo (quando enfim termina para Marx o conflito de classes).

Ilha das Flores (Jorge Furtado)

A passagem do Taylorismo para o Fordismo - Taylor preocupava-se em melhorar a eficincia industrial, mas deu pouca importncia s conseqncias de tal eficincia = a produo em massa exige mercados em massa. - O estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador do Ford Motor Company, foi quem primeiro percebeu essa ligao. Ele reconhecido como o pai do mtodo de produo em srie na dcada de 20 do sculo passado. - O taylorismo se intensifica no mundo com o surgimento de novas formas de organizao do processo do trabalho na fbrica. Essa extenso dos princpios do gerenciamento cientfico de Taylor que se chama fordismo. - Esse modo de produo intensifica as atividades da fbrica, multiplicando a capacidade produtiva e favorecendo ainda mais a acumulao do capital. A expropriao do conhecimento operrio por parte da gerncia ainda maior, tornando, como diria Marx, o operrio ainda mais alienado (desapropriado do bem) e seu trabalho reificado (posto que, na economia capitalista, as relaes se do entre coisas, no entre pessoas reduzidas mercadoria). - O fordismo uniu tarefas isoladas dentro de um sistema de produo contnua, corrente = linha de montagem com esteira rolante.

Linha de montagem da FORD (1920-30)

Charlin Chaplin em Tempos Modernos (1936)

Linha de montagem do video-game Wii da Nitendo (sculo 2006)

-O fordismo, enquanto cultura de trabalho, ganha universalidade e intensifica-se aps a Segunda Guerra Mundial. De fato, esse perodo ps-guerra foi de mudanas no s na cultura do trabalho, mas tambm nas Ciencias Humanas (ex: as idias de Sartre e a desconstruo do essencialismo a partir do existencialismo), reflexes internacionais sobre a paz (aps os massacres da segunda guerra),o relativismo, o desenvolvimento dos direitos humanos e das idias socialistas, a luta pelo respeito s diferenas, etc. - No mundo do trabalho verifica-se o surgimento do Estado de Bem-estar Social e o welfare empresarial.

As Razes do Welfare State Empresarial: - O fordismo, sendo uma intensificao do taylorismo, exps os prejuzos e danos causados pela industrializao e as idias de Taylor (a represso, a falta de iniciativa do trabalhador, o abuso laborativo, etc.). Os movimentos sindicais, inspirados nos ideais socialistas, crescem e passam a reivindicar mais direitos e proteo social. -O Estado passa a ser clamado para intervir na relao capital-trabalho, garantindo aos trabalhadores seus anseios demandados na arena poltica. Essa foi uma medida de garantir a permanncia e ampliao das prticas fordistas, j que estas fortaleciam o modo americano de trabalhar e de viver (american way of life) e precisava fazer frente ao bloco socialista ento vigorado desde a Revoluo Russa. Alm do mais, a economia j vinha mostrando, desde a crise de 1929, que a mo invisvel da teoria liberal econmica era insuficiente para garantir justia social, equidade, etc., o que fortalecia a necessidade de um Estado interventor. -Elementos que compem o Fordismo (segundo Graa Druck ): o trabalho assalariado (formal) e o welfarte state empresarial.

Era Ouro Enfim justia social? -A partir de 1950, firma-se o perodo histrico conhecido como era ouro, pois nunca o capitalismo havia acumulado tanta riqueza. -O perodo fordista destacou-se pela imensa produtividade e poder de compra do trabalhador. poca de grandes parques de diverses (montanha-russa), alta comercializao de doces (o chiclete) e tipos variados de chocolate, a popularizao do cinema, etc. - o surgindo uma cultura de massa densa e uniforme. A ampliao de uma classe (a mdia) caracterizada por um cotidiano previsvel, com as horas claramente agrupadas em trabalho, famlia e lazer para grande parte da populao. - Pode-se dizer tambm que o perodo que se firma o poderio cultural estadunidense e a consolidao de uma cultura global. A retomada do Panis et Ciercenses como forma de conquistar e conter as massas atravs do prazer imediato, da felicidade arquitetada.

Panis et Circenses

Eu quis cantar Minha cano iluminada de sol Soltei os panos Sobre os mastros no ar Soltei os tigres E lees nos quintais Mas as pessoas da sala de jantar So ocupadas em nascer e morrer... Mandei fazer De puro ao luminoso punhal Para matar o meu amor e matei s 5 horas na Avenida Central Mas as pessoas da sala de jantar So ocupadas em nascer e morrer..

Mandei plantar Folhas de sonho no jardim do solar As folhas sabem procurar pelo sol E as razes, procurar, procurar...

Mas as pessoas da sala de jantar Essas pessoas da sala de jantar So as pessoas da sala de jantar Mas as pessoas da sala de jantar So ocupadas em nascer e morrer...

Anos Dourados O Fordismo no Brasil -No Brasil, a era ouro ficou conhecida como anos dourados, refletindo o aumento da riqueza, os momentos de glria da capital do pas na poca; o Rio de Janeiro; a bossa nova; etc. - o perodo presidencial de Juscelino Kubitschek e a implantao de novas indstrias pesadas e automobilstica, assim como a melhoria da infra-estrutura nacional (estradas e a construo de Braslia). - Como vimos anteriormente, os sindicatos atrelados ao aparelho do Estado tinham sua capacidade de mobilizao e resistncia reduzida. Nesse quadro de segurana na relao proletrio-burgus, Juscelino Kubitschek iniciou o chamado perodo do desenvolvimentismo no pas a partir da propagao do seu Plano de Metas no exterior em busca de investimentos, garantida pela suposta paz social. - Lipietz (1991) afirma que existe um fordismo perifrico em pases semiindustrializados, como o Brasil.

O Fordismo Perifrico O Caso Brasileiro

- O que caracteriza esse fordismo perifrico o fato de que as estaes de trabalho e as produes aos nveis de fabricao qualificada permanecem em pases exteriores. - A dependncia tecnolgica entre pases perifricos com paises centrais acarreta na desigualdade na relao econmica. O que acontece no processo de substituio de importao nesses pases (incentivada pela Comisso Econmica para a Amrica Latina a CEPAL) que os produtos acabados valem mais que os produtos mais bsicos e que no requerem tanta tecnologia.

-Os pases perifricos se industrializam, a partir da elevao da taxa de importao, centrando sua economia em indstrias de base e de primeiro tratamento da matria-prima, no fomentando indstrias que requerem conhecimento mais apurado, como a robtica e tecnologias de informao. - Esses produtos bsicos so exportados aos pases centrais que realizam a parte mais qualificada do processo, j que exige mais tecnologia e trabalho intelectual (idia do produto concepo , pesquisa e produo tecnolgica, etc.). - Ao final da relao econmica entre esses pases, os perifricos importam esses produtos com valor agregado nas mos dos centrais num valor elevado e de desvantagem. O que tambm ocorre, muitas vezes, que os pases perifricos tornam-se territrio de montagem do produto final (exemplo ideal e extremo de tal processo: as maquiladoras, no Mxico), o que no requer mo de obra especializada.

A Periferia do Fordismo Perifrico O Caso Baiano - A industrializao do nordeste brasileiro se inicia, de forma mais consolidada, em 1960, estimulada pelo incentivo fiscal do governo atravs da Superintendncia do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), aps algumas mudanas que desenvolveram a infra-estrutura da regio, fundamentais para o desenvolvimento. - Dois exemplos que favoreceram essa mudana foram: a implantao da Usina Hidroeltrica de Paulo Afonso no Rio So Francisco (dentro do territrio baiano) que possibilitou o desenvolvimento dessa infra-estrutura para a regio nordeste (a substituio da termoeltrica pela hidroeltrica, aumentando a capacidade de produo e enriquecimento na regio); e a instalao da Companhia Siderrgica Nacional (CSN) em 1941. - Esses projetos deram incio substituio de importao para a instaurao de indstrias de base, possibilitando a produo industrial na regio, pondo fim a um sistema econmico pautado na monocultura (exemplo disso, na Bahia, foram a cana-de-acar e o cacau, que eram as principais economias da regio at 1950) e manufatura.

-O incentivo da Sudene para a regio nordeste foi chamado de industrializao incentivada, momento em que empresas privadas so atradas pela mo-deobra barata e pelos incentivos fiscais do Estado. atravs desses incentivos que surgem grandes indstrias que absorveram um grande numero de mo de obra de Salvador e Regio Metropolitana (especialmente as situadas no recncavo baiano Candeias, So Francisco do Conde, Madre de Deus, etc.), como: o Centro Industrial de Aratu (CIA), Plo Petroqumico de Camaari, etc. - Esse processo de industrializao tardia na Bahia se deu de forma complementar estrutura industrial do centro-sul do pas. O fordismo no se estabelece de forma completa na Bahia. Se h um carter perifrico do fordismo brasileiro, no caso da Bahia, h uma periferia do capitalismo perifrico (DRUCK, 1999, p. 171). Essa periferia da periferia deve-se ao fato de que os elementos que compem o fordismo por exemplo, o trabalho assalariado (emprego formal) e o welfare state empresarial so ofertados a uma pequena parcela da sociedade, ficando a maioria no trabalho informal por conta prpria, como os trabalhadores domsticos, baianas de acaraj, ambulantes, flanelinhas, etc.

A Desfordizao da Fbrica

A Superao do Fordismo pela Implantao do Modelo Toyotista

Sociologia do Trabalho Professor: Rafael Portinho SENAI/CIMATEC

Reviso: Taylorismo: gerncia cientfica -A busca da eficincia atravs do maior controle sobre o trabalhador: - Estratgia: represso; prmio por produo; organizao; especificao; qualificao; padronizao da atividade e racionalizao do processo laborativo. Fordismo: fortalecimento dos princpios tayloristas. -A introduo da esteira na linha de montagem e gradativa intensificao da demanda consumidora. Conseqncia: estocagem de produtos; maior especificao da atividade; maior controle sobre o trabalhador; resposta urgente demanda dos sindicatos por melhores direitos trabalhistas; Welfare State Empresarial; trabalhador assalariado; formao de uma classe densa e uniforme (a classe mdia); maior internacionalizao do capital e maior explorao capitalista em outras regies do mundo (o neocolonialismo) o fordismo perifrico.

A Crise do Fordismo -Final de 1960 -Esgotamento de um modo de regulao do capitalismo e de um modo de gesto e organizao do processo de trabalho. - Queda de produtividade no trabalho - Crescente perda de competitividade da economia americana no mercado internacional. - Lutas e resistncias no local de trabalho. Avana o poder dos sindicatos. - Exigncia dos trabalhadores por maior autonomia. As manifestaes no se limitam aos locais de trabalho, mas se generalizam para os vrios setores da sociedade, em particular entre os jovens e estudantes, que questionam o modo americano de viver, de suas qualificaes e da rigidez dos padres racionais que dominavam no somente o trabalho, mas tambm o no-trabalho. Movimentos de indisciplina social = proposta de sociedades alternativas, como que numa volta primitiva e sem controle social, sustentada muito mais na emoo, no amor, e no na guerra.

A Crise do Estado de Bem-Estar Social e o surgimento do Neoliberalismo Reviso: -The New Deal (presidente Franklin Roosevelt), dcada de 30 = srie de programas sociais (inspirou a poltica de Vargas no Brasil) -A teoria de Keynes de 1936 - The General Theory of Employment, Interest and Money - Acordo dos pases ricos - Bretton Woods (1944) = para regular a poltica econmica internacional. Surgimento BIRD (Banco Internacional para a Reconstruo e Desenvolvimento) que deu origem ao FMI (Fundo Monetrio Internacional) e ao BD (Banco Mundial)

Crise Internacional do Capitalismo -O choque do petrleo, em 1973, fez elevar as taxas de juros norte-americanas, o que aumentou ainda mais a dvida externa de pases subalternos ao FMI. - Razes poltica = Guerra de Yom Kipur foi a revanche do mundo rabe (palestino) contra Israel (estado judeu), apoiado pelos EUA, devido a perda dos pases rabes na guerra dos 6 dias em 1967. Essa guerra fez com que a Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo (OPEP) aumentasse os royalties (imposto cobrado por proprietrios de produto ou marca s empresas que as comercializam ex: imposto cobrado a franquias). As empresas mais afetadas foram as dos EUA que vendem derivados de petrleo (ex: Shell). O petrleo subiu mais de 300% de preo. - Razes econmicas: os produtos derivados de petrleo (ex: gasolina, itens plsticos, etc.) eram vendidos aos pases exportadores de petrleo a um preo muito elevado, portanto era necessrio tornar esse comrcio mais justo, aumentando o valor da matria-prima.

O Surgimento do movimento contra as idias keynesianas para reduzir a interveno dos Estados nacionais na economia. Principal fator: estagflao, composto por: -Taxas de lucratividade continuamente decrescentes (ex. causal: a rigidez do mtodo taylorista e fordista de produo) - Mercado de aes enfraquecido (sobretudo nos EUA) - Alta contnua da inflao nos pases desenvolvidos (ex causal: a crise do petrleo). - O Paradoxo(?): enquanto os pases centrais fortaleciam o seu poder estatal na sua economia, nos pases perifricos, com o surgimento do FMI e BD, houve um movimento inverso. O poder estatal desses pases perifricos tornaram-se subalternos aos ditames da poltica econmica internacional. Conseqncia: abertura econmica ao capital externo. Ser que o Keynesianismo de uma certa forma impulsionou o neoliberalismo nos pases perifricos?

A Crise de Acumulao de Capital (segundo Alan Bihr, 1999). Fatores propiciadores: 1) A diminuio dos ganhos de produtividade: devido aos mtodos contraprodutivos que multiplicavam os tempos mortos, prolongava o tempo de circulao dos produtos entre os diferentes postos de trabalho e contribua para a estocagem no final da cadeia. Tudo isso aumentou, na classe proletria, o absentesmo, a dilapidao, a sabotagem, as greves, etc. fazendo baixar a produtividade. 2) Elaborao da composio orgnica do capital: relao entre a massa do trabalho morto (matrias-primas e meios de trabalho) e a do trabalho vivo que ele mobiliza. Relao entre a massa do capital consumido e o valor criado pelo trabalho vivo. Aumento do capital fixo em relao ao capital circulante que leva a uma diminuio da rotao do capital, diminuindo a taxa de lucro. Diante disso, os empresrios buscaram solucionar o problema, porm de forma paliativa: a) pela desvalorizao de elementos do capital constante (os equipamentos produtivos); e b) pela generalizao do trabalho por turnos (trabalho em equipe).

3) A Saturao da norma social de consumo: os produtos tpicos da poca fordista (como a geladeira, o carro, a televiso, etc.) so bens durveis e chega-se um momento, pela falta de diversidade da oferta, que a produtividade cai. Alm do mais, os custos aumentam cada vez mais tanto para o Estado (construo de estradas e energia eltrica) quanto para o empresrio (pelas conquistas das reivindicaes operrias). 4) Desenvolvimento do trabalho improdutivo: a massa do trabalho improdutivo cresceu mais do que a do trabalho produtivo o prprio fordismo foi condenado a uma inflao dos custos de organizao.

Alm dessas crises, veja abaixo outros fatos que influenciaram a mudana social no pensamento coletivo: - Crise da cultura global: a crtica cultura de massa norte-americana (a valorizao do oriente). A contracultura da dcada de 68 e a revalorizao do tradicionalismo - Ps-modernismo e a Escola de Frankfurt. - Os hippies contra a Guerra do Vietn (1959-1975). - Woodstock e o Festival da Record -O Tropicalismo

Conseqncia das Crises (a busca da soluo da recesso econmica): -Maior internacionalizao do capital (avano da globalizao) -Surgimento de blocos econmicos em defesa de interesses regionais (ex: MERCOSUL) = A nova ordem mundial (fim da Guerra Fria) - Maior concorrncia de empresas (devido ao fim das ditaduras na AL e abertura da economia) -Surgimento do neoliberalismo, em destaque na dcada de 80 = Ronald Reagan, Margaret Thatcher, Fernando Collor

A crise e o Neoliberalismo no Brasil - O empresariado brasileiro, que antes apoiava a ditadura, rebelou-se contra ela, exigindo maior participao democrtica nas tomadas de deciso poltica e econmica = generalizao da revolta contra a ditadura (insatisfao de patres). - Greves operrias e presso da fora sindical (ex: a do ABC paulista de 1978), somados aos movimentos estudantis, aceleraram o processo democrtico nacional. - Esse modelo no Brasil favorecido com a eleio do presidente Fernando Collor (1989) que iniciou um processo de maior abertura econmica no Brasil, atravs da reduo das alquotas de importao e um programa de privatizao e desregulamentao da economia. O neoliberalismo, sendo instalado como modelo poltico, fez crescer o desemprego no pas (impulsionou a forte concorrncia de empresas estrangeirais, acarretando falncia de empresas brasileiras e desestatizao de rgos pblicos, significando a diminuio de nmero de empregados com carteira assinada).

Ciso do Proletariado Frente Crise do Capital (segundo Bihr)Tipologias de proletrios: 1) Os proletrios estveis e com garantias 2) Os proletrios excludos do trabalho; 3) A massa flutuante de trabalhadores instveis (grupo intermedirio entre os estveis e os excludos). Este ltimo tipo o que mais cresce na crise do trabalho e subdivide-se em outros quatro: a) os subcontratados (so os proletrios das empresas que operam sob encomenda so terceirizados); b) os trabalhadores de tempo parcial; c) os trabalhadores temporrios (aqueles sob contrato de durao determinada CDD , no contendo qualquer garantia de emprego permanente, ex: os auxiliares das administraes e dos servios pblicos); d) os estagirios (basicamente jovens, mas que tambm incluem cada vez mais trabalhadores mais velhos por incentivo do Estado como um paliativo para evitar os riscos sociais e polticos), e e) os trabalhadores da economia subterrnea (os que trabalham clandestinamente).

O novo modelo de organizao capital-trabalho: Por que Japo? A Guerra da Coria (Norte comunista e Sul capitalista) 1950 a 1953 = favoreceu recuperao do Japo (e da Toyota) aps a II Guerra Mundial. A impossibilidade do modelo taylorista-fordista no Japo devido: grande quantidade de mo-de-obra no especializada; ao pequeno mercado consumidor interno; pouca matria-prima. A resposta ( preciso um novo modelo): fabricao de pequenas quantidades de diversos modelos de produtos, voltados para o mercado externo. Com isso o Japo gerou divisa para a adquirir matrias-primas (assim como alimento, j que a terra/agricultura escassa nesse pas). Ademais, pode tambm importar mais os equipamentos e bens de capital necessrios para a sua reconstruo no ps-guerra, desenvolvendo ainda mais a sua industrializao.

-

-

-

-

Os Reflexos do Toyotismo na Bahia -O complexo petroqumico na Bahia passa a adotar o modelo japons de gesto, na medida em que precisa reduzir os custos para encarar o mercado concorrido. - O modelo japons tambm se caracteriza pela reduo do conflito entre empregadores e patronato. Na Bahia, a desintegrao da classe trabalhadora (atravs da subcontratao) favoreceu ao enfraquecimento dos sindicatos, o que por sua vez no tinha fora para estabelecer conflitos. - Esse processo de reduo de conflitos entre classes se deu aps uma grande greve no complexo petroqumico, em 1985. ...precisa destruir radicalmente a resistncia operria e sindical, atravs do desmantelamento, da desintegrao, da individualizao dos coletivos de trabalhadores, buscando reduzir e limitar, ao mnimo necessrio, a socializao do trabalho e a construo de sujeitos coletivos... (DRUCK, p. 184, 1999). - Isso tudo possvel na medida em que, para a reduo dos custos, passa a se contratar empresas terceiras, com mo-de-obra especializada e menos qualificada, para realizar atividades que antes eram exercidas por funcionrios (de carteira assinada) das prprias empresas.

-A crise do trabalho assalariado faz crescer o setor tercirio da economia (prestao de servios) e as iniciativas liberais para prover e garantir o auto-sustento. - Novos conceitos, como flexibilizao e precarizao do trabalho, por sua vez, significam perda de direitos trabalhistas e sociais, impossibilitando o acesso ao emprego diante da garantia de melhores direitos, especialmente aos mais jovens:Este um processo que atinge hoje todas as faixas etrias e um nmero crescente de profisses, mas que no momento atinge duramente jovens e velhos, alm de pessoas de meia idade que no lograram adaptar-se s novas condies de trabalho no interior das instituies. [...] Flexibilidade, precarizao so conceitos contemporneos que esto ligados retrao dos direitos e proteo social dos trabalhadores e que tendem a se consolidar, na medida em que o trabalho perdeu fora poltica frente ao capital. (PAIVA, p. 52, 2000)

- Reivindicaes sindicais enfraquecem diante da dominao do capital financeiro, que passa a ditar as novas regras de uma sociedade neoliberal. Diante da flexibilizao do trabalho, a noo de qualificao do trabalho (caracterstica do fordismo), tende a ser substituda pela noo de competncia, no toyotismo.A velocidade da nova era dispensa longos cursos, mas demanda exatido, rapidez de resposta, capacidade de lidar com novas linguagens. [...] . A noo de competncia parece trazer consigo uma outra mentalidade em relao ao trabalho e um outro conjunto de skills que comea com a alfabetizao tecnolgica e termina na naturalizao da fragmentao, precarizao e intensificao do trabalho.

(PAIVA, p. 57, 2000).

- A noo de competncia, no lugar de qualificao, significa que cada trabalhador se torna capaz de realizar atividades e de resolver os problemas que podem suceder no processo de trabalho. a transferncia da gerncia do empregador para o operrio (auto-gerncia), exigindo mais deste, pois este tem que ser capaz de lidar com imprevistos, saber informtica, ingls, administrao, etc., e no somente uma atividade especfica e montona.


Recommended