Cultura Brasileira
Profa. Dra. Cláudia Souza Passador– FEARP-USP
Tropicall
O Indígena na Formação da Família Brasileira
• 5 milhões de índios no Brasil na época do Descobrimento
• Portugal com pouco mais de 3 milhões de habitantes na época do descobrimento
• Oferecer mulheres aos visitantes – Deuses
• Parentesco pelo lado do pai
Antecedentes
Função das índias • afazeres domésticos • educação dos filhos • agricultura
Função dos índios
• caça • pesca • guerreiro • guia • desbravador • defesa
Mitos e Crenças
Comidas • Mandioca • Milho • Tabaco • inhame
Crenças e mitos • Cor vermelha • Caipora • Ornamentações
Artefatos • Cerâmicas • Redes de algodão
Outras características
Banho x português porcalhão Pajés, curandeiros Brincadeiras entre crianças
• Imitar bichos • Bodoque • Jogo de bola de borracha • Peia queimada
Curumins • influência os pais • ridicularizavam os pajés
O Português
Contemporizador - nem ideais absolutos, nem preconceitos inflexíveis
• Espanhol sem a flama guerreira • Sem ortodoxia
Tendências para o cruzamento e miscigenação
Iludir-se de uma mística imperialista
No Brasil a catedral seria substituída pela Casa Grande
O Português e o Mouro
Fluxo e refluxo - conquista e reconquista
Mestiços Europeu
Contribuições importantes na agricultura
Navegação
“O Mouro forneceu aos colonizadores do Brasil os elementos técnicos de produção e utilização da cana de açúcar
O Mouro foi a grande força operária de Portugal
• Foi o técnico, lavrador, irrigação
• Laranjeiras, algodão e bicho da seda
• Cuscuz, janela quadriculada, azulejo, telha mouriscada, comidas oleosas
Origem dos Negros Brasileiros
Primeiro grupo cultura sudanesa ( Yoruba ou nagô, Dahomey ou gegê e os Fanti-Ashanti ou minas)
Segundo grupo
culturas islamisadas ( os Peuhl, os Mandinga e os Haussas do norte da Nigéria). Revolta dos Malés
Terceiro grupo
culturas congo-angolesas (os Bantu )
Senhores faziam filhos com escravas aos montes • “O Brasil foi Sifilizado antes de civilizado”
O Negro e a Colônia
Alguns dentistas, curandeiros e professores eram negros,
alforriados ou não;
Sociedade de desigualdade, opressão e imposição;
O negro era mão de obra e gerador de riqueza;
Senhores não andavam, e sim eram carregados nos
ombros de seus criados”
A pureza de muitas senhoras brasileiras se manteve a custa da prostituição das escravas negras
Língua
Havia o português falado nas casas grandes e o falado nas senzalas:
• nas casas grandes, um português mais puro, disseminado pelos jesuítas e depois pelos padres.
• nas senzalas, um português mais coloquial
O convívio com os negros fez com que vocábulos africanos penetrassem na língua portuguesa.
• As crianças negras que brincavam com os filhos dos senhores, a babá das crianças dos senhores, a cozinheira, etc.
A diferença entre o português do Brasil e o de Portugal se acentuava cada vez mais.
Amoleceu a língua (me diga, me fale)
Outros Fatores
Fatores preponderantes: escravidão e monocultura
Senhores: viris somente no sexo
Rede: símbolo do ócio dos senhores (palidez, fraqueza, cor amarela)
Patriarcado
Patrimonialismo
Papel do mestiço
Organização Social da Colônia (Caio Prado)
Sistema econômico colonial era asfixiante: não sobra lugar para outras atividades
• Grande proprietário domina e dirige
• Autoridade pública é fraca e distante
• Igreja também depende do proprietário
• Pequenas diferenças nas regiões
Administração Pública na Colônia (Caio Prado)
A administração portuguesa ignorava separação das funções e poderes estatais, bem como relações externas e jurídicas
Delegação de poder do rei: nasce a divisão das funções, porém mais formal que funcional.
As funções não eram bem definidas: atribuições, competências e estrutura administrativa
Cartas de lei, alvarás, cartas e provisões régias, ordens, acórdãos, assentos: conjunto embaralhado
Mesmos cargos, nomes diferentes, funções específicas, visão imediatista
Ninguém sabia ao certo o que era permitido ou proibido Relação contraditória entre os textos legais e a prática A administração portuguesa estendeu ao Brasil sua
organização e seu sistema
Administração Pública na Colônia (Caio Prado)
Os delegados régios não davam um passo sem a ordem ou consentimento expresso do conselho. Morosidade
Restrição dos poderes, estreito controle, fiscalização opressiva das atividades funcionais
Devido a distância e morosidade da metrópole: sobra uma boa margem a autonomia, arbítrio e abuso
Críticas a Administração da Colônia
Falta de organização, eficiência do seu funcionamento.
Complexidade dos órgãos, a confusão de funções e competência; a ausência de clareza na confecção das leis, a regulamentação espalhada, desencontrada e contraditória.
“O excesso de burocracia dos órgãos centrais em que se acumula um funcionalismo inútil e numeroso...não poderiam resultar noutra coisa senão naquela monstruosa, emperrada e ineficiente máquina burocrática que é a administração colonial.” (Caio Prado Júnior)
Justiça cara, morosa e complicada, inacessível
O Homem Cordial
Aversão ao rigor. Reação ao meio em que vivemos
A vida íntima do brasileiro nem é bastante coesa, nem bastante disciplinada
O brasileiro é livre para se abandonar a todo repertório de idéias, gestos e formas que encontre em seu caminho, assimilando-os freqüentemente sem maiores dificuldades
Vida Familiar. Hábitos bastantes fortes e coesos
Burocracia
No Brasil não há expressividade desse tipo de cultura
burocrática (igualitária, formal, legal)
Funcionário Patrimonial (habilidades pessoais) X Burocrata
Mais fácil identificação as estruturas oriundas das
chamadas células da família
Estrutura familiar - permeou todas as instituições
brasileiras - Patriarcado
Acaba ocorrendo mesmo nas instituições ditas
democráticas que seriam naturalmente antiparticularistas
Homem Cordial
O Amor é tão Cordial quanto o ódio
Expressão do fundo emotivo de nossa formação cultural,
que de alguma forma se torna coercitivo
Quase todo convívio social brasileiro orienta-se por uma ética de fundo emotivo
Estrutura sociais vinculadas a um convívio mais familiar
Antes de se tocar a alma, tem que se tocar os olhos e ouvidos (bispo português em visita ao Brasil no século XXVIII)
O Jeitinho
É definido como uma forma especial de se resolver algum problema ou situação difícil ou proibida, seja pela forma de conciliação, esperteza ou habilidade social
Somos um país onde o NÃO, ou qualquer tipo de negativa não é o limite
Fórmula cultural assimilado por todas as classe sociais
Jeitinho demais leva a corrupção. Corrupção envolve algum ganho material significativo
Linha tênue entre jeitinho e corrupção
Favor não é um Jeitinho, o Jeitinho não envolve favor, mas sedução
Samba
A Administração Pública e o Jeitinho
A burocracia é o domínio do jeitinho
Burocracia significa apelo as normas, ao formalismo, aos papéis dos agentes, à estrutura de poder
Não há organização burocrática no Brasil em que não exista a possibilidade de um jeitinho
“Só não se há jeito para a morte”
Você sabe com quem está falando?
Sobre o Jeitinho
Discurso Positivo • Sintetiza o nosso lado simpático, alegre, cordial • Beleza sensualidade, cheio de possibilidade • Elemento que humaniza as relações • Torna os iguais mais iguais • É um elemento pessoal não institucional • Se tornou um meio legítimo de fazer frentes às crises
Discurso negativo • Reflexões críticas de nossas instituições sociais • Lei de Gerson • Exemplo negativo, falta de isonomia • Usado pela política para esconder contradições sociais • Corrupção
Abaporu
Antropofagi
a
Caio Prado Junior Sérgio Buarque de
Holanda
Florestan Fernandes
-Transição colônia –
nação, longo processo
histórico ainda não
terminado;
-O café deu origem
cronologicamente à
última das três grandes
aristocracias do pais,
senhores de engenho,
grandes mineradores, e
então os fazendeiros de
café.
- Independência resultou
mais das divergências
entre os próprios
portugueses do que do
desejo de separação dos
brasileiros;
-Extrema concentração
social e regional de
riqueza;
-Ordem dentro da
ordem;
-Possibilidade de mando,
de senhor a nível político.
Murais
“O que é defeito na colônia pode se converter em qualidade na nação, inovação em civilizações recém formadas, bem como seu papel
empreendedor.” Caio Prado Junior