SER SUSTENTÁVELTexto : Luciana S. Rabello de Oliveira, Ribanildo Bezerra e Ulisses Praxedes
Revista sensatez, Edição 1, pg 44,45,46, ano 2011 Produção: Claudia Elias Neves Grillo e Nilza Paschoalini Rossatto
O poeta Kahlil Gibran numa citação diz: “É belo dar quando solicitado; é mais belo porém, dar por
haver apenas compreendido”.
O conceito de sustentabilidade está intimamente ligado às ações que levam a prática do bem coletivo.
Por natureza, ser sustentável é uma condição aliada a virtudes como a sabedoria, a fraternidade e a justiça
social; e não meramente a sazonal “onda” de práticas sustentáveis e ecoeficientes, que viraram tendências, mantenedoras de um determinado grupo ou mercado.
O ser sustentável traduz uma posição de vida.
Um exercício de bem-fazer... de reunir gestos, atitudes e ações capazes de tornar o mundo melhor.
Vai muito além de uma economia de luz, de papel. Vai muito além de plantar árvores. A sustentabilidade deve ser um modo de vida, uma campanha eterna em nosso interior que se difunde ao exterior e muda tudo que está
em nossa volta.
Numa época onde o “ter” já não mais se sustenta, é o “ser” que impõe e se justifica. Se o “ter” tanto subtrai pela posse
para universos tão particulares, é o “ser” que busca a integração. E é por este ultimo olhar que somos parte de
um todo, de corpo, alma e mundo.
O fato é que muito antes de se ganhar um nome, este sentimento tão atávico em nós que exprime o quanto estamos enraizados no processo da criação natural, já era expresso em ações e até em poesia como no
sentimento presente no Cântico do Irmão Sol onde o jovem Francisco da cidade Italiana de Assis que no século XIII declamava: “Louvado sejas o
Senhor, por nossa irmã, a mãe Terra que nos sustenta e governa”.
Hoje em dia, mesmo em lugares onde a fé é mais pragmática, é a sustentabilidade a crença mais em voga, isto porque visto sob todos os prismas não há o que discutir: desenvolvimento e progresso, só de forma sustentável.
Pois em tempos de hoje podemos vivenciar o ecologicamente correto, uma relação economicamente viável, para que vivamos de
forma socialmente mais justa e culturalmente aceitável.
Em menos de dez anos no Brasil os indicadores já mostram avanços de um país que se insere nesta pertinente discussão global. Segundo o
site planeta sustentável, 97 empresas brasileiras possuem a certificação AS 8000 referente ás boas condições de trabalho ocupando
o quarto lugar atrás da Itália, Índia e China.
Também é do Brasil o grupo de 417 empresas que seguem o Pacto Global, ou seja, os compromissos assumidos com o meio ambiente, os direitos humanos e combate a corrupção, propostos pela ONU em 1999. neste aspecto o Brasil ocupa uma honrosa quarta posição mundial atrás da França, Espanha e México.
Portanto, já não é mais utópico o sonho de que pequenas revoluções pessoais no olhar mais diferenciado para o meio em que vivemos
possam ser o estopim de uma grande transformação.
A responsabilidade é universal.
E que, onde somos eternos aprendizes dessa grande escola natural chamada terra, possamos fazer a nossa parte com competência suficiente para que
nossas atitudes sejam transmitidas às novas gerações de forma sincera, ética e verdadeiramente eficaz.
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