Artes Plásticas
Elaborado por:
Alexandra Alves
Ruben Alves
Data:
20 de Maio de 2003
Programa do XII Governo Constitucional
“Apostar no Homem, valorizar o futuro.”
· Afirmação da identidade cultural, que se prende fundamentalmente com a valorização da língua
portuguesa e do património;
· Democratização da cultura, criando condições de acesso aos bens culturais;
· Acção supletiva do Estado no sentido de diminuir progressivamente o peso de Estado na cultura;
· Reformulação do funcionamento dos museus portugueses de forma a garantir uma maior e melhor
possibilidade de acesso ao património que neles está depositado. Ao mesmo tempo será garantida
uma efectiva circulação de obras de arte.
• medidas de apoio à criação e divulgação da cultura portuguesa;
• construção de infra-estruturas polivalentes com pólos regionais, de modo a divulgar a produção
nacional; e, de aumento de parceiros culturais.
• fomentar o mecenato privado,
• fomenta também a descentralização através da colaboração das autarquias e de
outros parceiros como é o caso das fundações e associações.
Programa do XIII Governo Constitucional
A cultura sob tutela do Ministério da Cultura Estado com um papel mais intervencionista
Evolução do orçamento para o Ministério da Cultura
Assim as Artes Plásticas: passaram a ser instrumento de propostas concretas,
denunciando para o efeito, uma posição altamente intervencionista do Governo ao assumir
a intenção da “reformulação e autonomização institucionais dos departamentos do
Ministério da Cultura responsáveis pelas Artes Plásticas e pela fotografia”
Fruto desta posição, passaram a ser objectivos estratégicos do Ministério da Cultura:
• A criação do Instituto de Arte Contemporânea – com competências no apoio à criação e aos
criadores contemporâneos; no apoio à produção de eventos de arte contemporânea e na difusão
da arte portuguesa contemporânea no país e no estrangeiro;
• A criação do Centro Português de Fotografia – com competências para fomentar a produção
fotográfica portuguesa; salvaguardar e valorizar o património fotográfico nacional (conservação);
promover a formação de técnicos e investigadores no campo da fotografia; divulgar e promover a
fotografia portuguesa no estrangeiro e a fotografia internacional em Portugal.
• O apoio directo à instalação do Museu de Arte Contemporânea de Serralves;
• O apoio à atribuição de um núcleo museológico permanente do Centro Cultural de Belém, no
domínio da arte contemporânea.
• Democratização que assenta no acesso dos cidadãos às práticas culturais.
• Descentralização que assenta na cooperação alargada com as autarquias e instituições
culturais locais.
• Internacionalização através da participação de instituições e agentes culturais portugueses
em projectos internacionais e da promoção da cultura portuguesa no exterior.
• Profissionalização através da associação entre as instituições culturais do Estado e as
instâncias de formação e de reciclagem contínua dos profissionais e do apoio a projectos
culturais de índole educativa e formativa.
• Reestruturação que implicou uma desconcentração institucional num conjunto de organismos
flexíveis e dotados de elevada autonomia, de forma a garantir mais eficácia das intervenções. A
prioridade à especialização profissional e reforço da transparência e rigor na relação do Estado
com os parceiros na intervenção cultural.
Com o surgimento do Ministério da Cultura alguns pontos passaram a ser prioritários:
DOMÍNIOS 1995 1996 1997 1998 1999
Variação 1999/1995
Valor (%)
1. PATRIMÓNIO 12,6 13,4 12,6 14,2 14,9 2,3 18,8%
2. ARQUIVOS, BIBLIOTECAS, LIVRO E LEITURA
4,6 5,1 5,6 5,6 6,3 1,7 37,4%
3. ARTES DO ESPECTÁCULO E ARTES VISUAIS
3,5 4,5 5,6 6,7 6,7 3,2 92,1%
4. TEATROS NACIONAIS, CNB e ONP 3,3 4,0 4,1 4,3 5,1 1,8 53,0%
5. CINEMA, AUDIOVISUAL E MULTIMÉDIA
2,9 3,7 3,7 5,2 5,2 2,3 77,7%
6. ACTIVIDADES DE APOIO E SÓCIO-CULTURAIS
3,2 3,4 3,3 3,6 3,9 0,8 24,9%
TOTAL 30,0 34,1 34,9 39,7 42,1 12,0 40,0%
Orçamento do MC por domínios de actuação de 1995 a 1999
Serviços dependentes do Ministério da Cultura
Organismos tutelados (sector das artes plásticas)
• Criação de 2 importantes organismos,
– Instituto de Arte Contemporânea (IAC)
– Centro Português de Fotografia (CPF)
O Instituto de Arte Contemporânea (IAC)
Objectivos:
• o objectivo de actuar no universo da arte contemporânea;
• apoiar os jovens criadores, dando corpo ao pleno desempenho da sua actividade;
• apoiar a criação na difusão e produção dos seus aspectos mais importantes e inovadores;
• proporcionar ao público a fruição e compreensão dos fenómenos artísticos contemporâneos;
• apoiar a produção de eventos de arte contemporânea,
•Difundir a arte portuguesa contemporânea no país e no estrangeiro;
Acções do IAC:
• Prestação de serviços de consultadoria, administração cultural, assistência técnica ao Estado, etc;
• Realização de edições próprias, promover a produção de material de apoio ao público;
• Realização de formações profissional a outros;
• Realização de aquisições de obras de arte.
O Centro Português de Fotografia (CPF)
Objectivos:
• Promover a execução da política nacional para a fotografia e para o património fotográfico;
• Salvaguardar e valorizar o património fotográfico nacional, de acordo com a legislação em vigor;
• Promover a formação de técnicos de investigação no campo da produção fotográfica;
• Divulgar e promover a fotografia portuguesa no estrangeiro;
• Salvaguardar e garantir os direitos do Estado e dos cidadãos consubstanciados nos arquivos
fotográficos à sua guarda ou na sua dependência.
As acções do CPF:
• Exercer o direito de inspecção técnica em todos os arquivos de fotografia e colecções;
• Exercer, em nome do Estado o direito de preferência nos casos de alienação de espécies fotográficas
valiosas ou de interesse, ainda não inventariadas;
• Promover a qualidade dos arquivos fotográficos, incentivando e apoiando as instituições a que
pertencem ou de que dependem na implantação de sistemas de gestão definindo directivas técnicas e
garantindo o crescente acesso aos espólios;
• Promover o conhecimento dos criadores e das colecções nacionais e de temática nacional;
• Celebrar protocolos de produção e contratos de prestação de serviços com outras pessoas públicas
ou privadas, nacionais ou estrangeiras, no âmbito da fotografia;
Programa do XIV Governo Constitucional (1999)
“Inovar com a convicção de que a cultura é uma dimensão estratégica do desenvolvimento do país.”
Política de cultura assente nos valores da cidadania.
Programa XV do Governo Constitucional
No que diz respeito ao Património o Governo propõe-se:
• Afirmar o conceito de "herança cultural", capaz de enformar todo o apoio do Estado à Cultura;
• Considerar o património integrado e vivo, não limitado aos monumentos mas englobando conjuntos
urbanos e rurais e edifícios;
• Proceder ao levantamento rigoroso do inventário do património móvel nacional;
• Recuperar imóveis desafectados destinando-os a fins públicos;
• Actuar vigorosamente contra o roubo e tráfico ilícito de obras;
No âmbito da sua política cultural, o Governo:
• Continuará a apoiar o projecto da Casa da Música do Porto;
• Apoiará, a consagração, de Coimbra como Capital Nacional da Cultura 2003;
• Desenvolverá, no que diz respeito aos Arquivos, uma política sistemática de criação de arquivo;
• Redimensionará e ampliará a Rede de Leitura Pública;
• Apoiara os Teatros Nacionais, as Orquestras Nacionais e a Companhia Nacional de Bailado
proporcionando o acesso do maior número possível de pessoas às grandes obras e valores da
dramaturgia, da música, da ópera e da dança.
Orçamentos do Ministério da Cultura ano 2002
O montante global da proposta do orçamento do MC para 2002 é de 305,6 milhões de
€, (61,3 milhões de contos), sendo as fontes de financiamento as que se discriminam
no quadro seguinte:
Euros
Fontes de Financiamento Valor Estrutura%
1. Orçamento de Estado (OE) 195.763.214 64,1
2. Receitas Próprias 49.557.684 16,2
3. Fundos Comunitários e Outras Fontes 60.307.350 19,7
TOTAL 305.628.248 100,0
Cerca de 64,1% do orçamento do MC é financiado por transferências provenientes do
Orçamento do Estado, 16,2% por Receitas Próprias e 19,7% por Fundos Comunitários e
Outras Fontes.
Estrutura das Fontes de Financiamento
Repartição do Orçamento pelos Serviços e Organismos, segundo as Fontes de Financiamento
5 - Estrutura do Orçamento por domínios de actuação
Orçamento do MC por Domínios de Actuação
100,0305.628.248TOTAL
10,72,4
32.574.3127.412.812
Actividades de Apoio Sócio-Culturais
8,826.895.466Cinema, Audiovisual e Multimédia
11,936.292.028Arquivos, Bibliotecas, Livro e Leitura
15,146.099.253Teatros Nacionais, CNB e ONP
9,31.3
28.489.9043.860.535
Artes do EspectáculoArtes Visuais
40,6124.003.938Património (Arquitectónico, Museológico e Arqueológico)
Domínio do Património -----» 41,0%
Teatro, do Bailado e da Música ----» 15,1%
Arquivos, Bibliotecas, Livro e Leitura
----» 11,9%, dos quais 52,1% são PIDDAC
Artes do espectáculo ----» 9,3%
Actividades Sócio - culturais ----» 2,4%
Artes Visuais ----» 1,3%
Resultados relativos do orçamento total.
Estrutura do Orçamento por domínios de actuação - 2002
6 – Programa Operacional da Cultura do Quadro Comunitário de Apoio – QCA III
Entrou em vigor em 2000 no qual está prevista a existência de um Programa Operacional para a cultura, que atribui a
este sector um volume de financiamento comunitário de 262 milhões de euros.
Os objectivos prioritários do Programa Operacional da Cultura (POC) são os seguintes:
• Valorizar o Património Histórico e Cultural, através da recuperação e animação de locais históricos e culturais, bem
como da modernização e dinamização dos museus nacionais;
• Favorecer o acesso de toda a população aos valores e bens culturais.
100,0036.960.00038.318.000TOTAL
2,07764.503792.593Medida 2.3 - Assistência Técnica
4,731.748.1691.812.401Medida 2.2 - Utilização das Novas Tecnologias da Informação para Acesso
à Cultura
14,215.250.4265.443.340Medida 2.1 - Criação de uma Rede Fundamental de Recintos Culturais
21,007.763.0988.048.334Eixo Prioritário 2 - Favorecer o Acesso a Bens Culturais
38,9314.390.19114.918.921Medida 1.2 - Modernização e Dinamização dos Museus Nacionais
40,0614.806.71115.350.745Medida 1.1 - Recuperação e Animação de Sítios Históricos e Culturais
79,0029.196.90230.269.666Eixo Prioritário 1 - Valorizar o Património Histórico e Cultural
Estrutura2002
20022001Eixo Prioritário/Medida
(Euros)
7 – Evolução dos orçamentos do Ministério da Cultura
Analisando:
Desde 1995 até 2002 verificou-se um acréscimo global do Orçamento da Cultura de 96,1%,
tendo passado de 149,7 para 293,5 milhões de €.
Análise do Sector das Artes Plásticas
Total de Financiamento das Artes Plásticas Artes Plásticas (1985 - 1995)
Exemplo paradigmático – Fundação de Serralves
Breve apresentação da Instituição
A Fundação de Serralves é uma instituição cultural de âmbito europeu, ao
serviço da comunidade nacional, que tem como missão sensibilizar e
interessar o público para a arte contemporânea e o ambiente, através do
Museu de Arte Contemporânea como centro pluridisciplinar, do Parque como
património natural vocacionado para a educação e animação ambientais e de
um centro de reflexão e debate sobre a sociedade contemporânea.
A Fundação dispõe de um conjunto serviços destinados ao grande público,
de modo a tornar a sua visita mais agradável e enriquecedora.
Assim, e no edifício do Museu dispõe de:
• Restaurante / Cafetaria.
• Livraria / Loja especializada
• Biblioteca e Centro de documentação
•Casa de Chá situada no Parque
Criação e Objectivos:
Por necessidade de existência de uma instituição museológica nacional que acolhesse e tornasse
acessível a produção, bem como, o progresso evolutivo da arte moderna, e por resolução do Conselho
de Ministros, o Estado Português adquire o Parque de Serralves, para aí instalar o Museu Nacional de
Arte Contemporânea.
Serralves apresenta-se, então, como forma institucional de uma fundação, constituída por uma parceria
entre o Governo Português, que assegura anualmente todas as despesas de manutenção, através do
subsídio anual concedido pelo Ministério da Cultura, instituições privadas e públicas e particulares.
A Fundação de Serralves tem como objectivo central a promoção de actividades culturais no
domínio de todas as artes.
No âmbito dos objectivos principais do Museu de Arte Contemporânea, salientam-se a organização de um
espólio de arte contemporânea.
Formas de Financiamento
- Financiamento decorrente do Orçamento do Estado;
- Os rendimentos das suas actividades, (bilhetes, Loja, Restaurante, alugueres, etc.);
- Diversos apoios;
- Entre outras fontes.
São objectivos de Serralves:
• Promover actividades culturais no domínio de todas as artes, (relevância para as artes plásticas);
• Formação de colecção de colecção de arte contemporânea;
• Realização de exposições permanentes e temporárias;
• Descentralização;
• Difusão e internacionalização
Conclusão
• A cultura ainda não é em Portugal o motor de desenvolvimento que pode ser para a nossa sociedade.
• Importa referir a importância da privatização ou desestatização.
• A questão da privatização tem - se desenvolvido em torno de dois grandes temas, o tema da eficácia
económica e o da desburocratização.
• Aspectos positivos que privatização acarreta: um maior dinamismo e competitividade com estímulo à
iniciativa por parte das instituições culturais.
• Existe uma clara falta de avaliações cuidadosas.
• Conceito importante no domínio desta matéria é sem dúvida alguma o conceito de formação dos
públicos. O ensino artístico com vista à constituição de futuros públicos e a formação artística
propriamente dita é claramente importante para uma maior participação do público.
• Com os Recursos Humanos, técnicos e financeiros necessários era importante formar e criar novos
públicos, até porque o Estado só se preocupa com a oferta e não com a procura.
• A forte dependência existente em relação ao Estado e outros tipos de subsídios. As artes plásticas não
são ainda um campo favorável ao desenvolvimento de receitas próprias, sendo portanto necessário e
peremptória uma mudança na actual linha orientadora das políticas actuais.
• É importante e urgente direccionar novos recursos para outras áreas menos desenvolvidas, tais como
as artes plásticas, arquivos e bibliotecas.
• O balanço geral da última década é positivo, contudo, há que ter em conta as preferências dos
públicos de forma a desenvolver políticas culturais direccionadas especificamente para os sectores
culturais menos procurados.
• Este balanço apesar de ser positivo, só veio privilegiar apenas alguns sectores como por exemplo o o
sector do Património e da Leitura.
Bibliografia
• CARRILHO, Manuel Maria – Hipóteses de Cultura. Lisboa: Editorial Presença, 1999.
• GOMES, Rui Telmo, “Objectifs de la politique culturelle et mesures stratégiques adoptées au plan
nacional en vue de la societé de l’information, - le cas de Portugal”, em Ericarts, 2001
• MOREIRA, Isabel Martins – Galerias de Arte e o seu Público.
• SANTOS, Maria de Lurdes Lima dos, coord. – As políticas Culturais em Portugal: relatório nacional:
programa europeu de avaliação das políticas culturais nacionais. Lisboa: Observatório das Actividades
Culturais, 1998.p. 119-137 (OBS - Pesquisas; 3). ISBN 972 – 8488-02-5.
Outras fontes:
• Anuário Estatístico de Portugal 2000, INE (capitulo 8, Cultura, Desporto e Recreio). p. 123, 125 e 127.
ISSN 0871-8741
• Associações culturais e recreativas, INE (Instituto Nacional de Estatística) 1995. p. 13-35
• Estatísticas da Cultura, Desporto e Recreio, 1991-2000. INE (Instituto Nacional de Estatística.
• Grandes Opções do Plano, 1991-2001
• Orçamento do Estado, 1991-2001.
• Programas do Governo, XI, XII, XIII e XIV.
Internet: www.min-cultura.pt.www.portugal.gov.ptwww.unesco.org
Entrevistas:Entrevista com a Dr.ª Cristina Passos da Fundação de Serralves.