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    rea Temtica: Finanas

    Demonstrao de Fluxo de Caixa Atividade Operacional versus indicadores financeiros de liquidez: anlise da gesto financeira

    AUTORES JOS ROBERTO DE SOUZA FRANCISCO Universidade Federal de So Joo del-Rei [email protected] HUDSON FERNANDES AMARAL Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] ALINE RABELO ASSIS Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] LUIZ ALBERTO BERTUCCI Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] RESUMO Um dos assuntos mais preocupantes para a administrao das organizaes a questo da liquidez, na qual est associada ao risco e a rentabilidade do negcio. Neste sentido uma pergunta se coloca: Qual a relao entre o fluxo de caixa operacional e a liquidez da empresa? O objetivo deste artigo verificar a relao entre a movimentao do fluxo de caixa operacional e os indicadores de liquidez com o intuito de verificar se existe uma maior eficincia na atividade de fluxo de caixa operacional corresponde eficcia no desempenho dos ndices de liquidez da empresas. Sabendo-se que a matria-prima dos bancos o recurso financeiro, este artigo procura pesquisar a movimentao do fluxo de caixa operacional em relao aos indicadores de liquidez da empresa. Utilizou-se a correlao entre o fluxo de caixa operacional e os indicadores de liquidez, em seguida a regresso linear para verificar a referncia que os ndices de liquidez exercem sofre o fluxo de caixa operacional. Conclui-se que existe pouca intensidade de relacionamento entre as variveis fluxo de caixa operacional e ndices de liquidez das instituies financeiras do setor bancos listadas na BOVESPA, constantes da Governana Corporativa, no perodo de 2008 e 2009. Palavra Chave: Fluxo de Caixa, Indicadores Financeiros e Gesto Financeira. ABSTRACT One of the most troubling for the administration of organizations is the issue of liquidity, which is associated with the risk and profitability. In this sense a question arises: What is the relationship between operating cash flow and liquidity of the company? The objective is to verify the relationship between the movement of operating cash flow and liquidity indicators in order to ascertain whether there is greater efficiency in the activity of operating cash flow corresponds to the effective performance of the liquidity ratios of companies. Knowing that the raw material of banks is the financial resource, this paper aims to research the movement of the operating cash flow in relation to indicators of liquidity. We used the correlation

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    between operating cash flow and liquidity indicators, then linear regression to check the reference that the liquidity ratios exert suffers the operating cash flow. We conclude that there is little intensity of relationship between variables operating cash flow and liquidity ratios of financial institutions sector banks listed on the BOVESPA, contained in the Corporate Governance, between 2008 and 2009. Key words: Cash Flow, Financial Ratios and Financial Management.

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    1 INTRODUO A Demonstrao do Fluxo de Caixa (DFC) uma evidncia das modificaes ocorridas no saldo de disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa) da empresa em um determinado perodo, atravs de fluxos de recebimentos e pagamentos. A DFC utiliza uma linguagem e conceito mais simples, possui uma melhor comunicao com a maioria dos leitores das demonstraes contbeis. Normalmente tambm chamada de Cash Flow, Oramento de Caixa, Fluxo de Recursos Financeiros, Fluxo de Capitais, Fluxo Monetrio e Movimento de Caixa.

    Esta pea contbil surgiu por meio da FRS 1 (Accounting Standards Boards First standard) que foi introduzida como pea obrigatria para as mdias e grandes companhias como preparao da DFC entre as outras Demonstraes Financeiras. A DFC surgiu como fonte de substituio da Demonstrao de Fundos de Caixa, conforme SSAP 10, ao qual comeou no Reino Unido em 1975. J nos EUA foi introduzida em 1991. Esta criao, e consequentemente substituio, foi devido a duas razes: primeira em funo de movimento similar ocorrido nos EUA, com a introduo do FASB em 1987, por intermdio da SFAS 95 Statement of cash Flows ao qual obrigou a elaborao e publicao da DFC como parte integrante das Demonstraes Financeiras. Estes padres ou propostas foi implantados tambm, no Canad, Austrlia, Frana, Japo, Nova Zelndia e na frica do Sul. Em 1991 ocorreu a apresentao de sua estrutura por intermdio do Comit de Padres de Normas Internacionais de Contabilidade; e segunda devido a insatisfao geral da SSAP 10, ao qual foi criticado em funo de sua flexibilidade. As companhias se aproximaram dessa Demonstrao em diferentes maneiras, e porque o significado de fundos no foi determinado de forma clara para dar o surgimento das variaes de maneira com que as companhias interpretassem essa norma. No Brasil, o incio do processo sobre a DFC comeou com a edio do Projeto de Lei 3.741/2000, ao qual se apresentava como uma ferramenta til para o processo de tomada de deciso e definia-se sua estrutura de composio. Desde o ano de 2000 at o ano de 2007, este projeto de lei encontrava-se em tramitao junto ao Congresso Nacional, at que por intermdio da Lei 11.638/2007, a DFC tornou-se obrigatria sua elaborao e publicao para a empresa surtindo efeitos a partir do ano de 2008.

    A DFC tem como propsito prover informaes relevantes sobre os pagamentos e recebimentos de uma empresa, assim, destina-se a controlar as alteraes ocorridas, durante o exerccio, no saldo de caixa e equivalentes de caixa. A DFC reflete origem de todo o dinheiro que entrou no caixa em determinado perodo, bem como, o resultado do seu fluxo financeiro, permitindo ao administrador melhorar o planejamento financeiro da empresa, e assim poder evitar que o caixa possua faltas ou excessos e que se conhea antecipadamente as suas necessidades de dinheiro. A DFC contm a Necessidade de Capital de Giro, ferramenta importante para analisar se a empresa possui condies de saldar suas dvidas, receber investimentos, bem como avaliar as situaes presentes e futuras do caixa da empresa, tudo para que ela no se aproxime da insolvncia. Certamente evidencia de forma mais abrangente todas as transaes que afetam o capital de giro. Informaes relativas a operaes operacionais, de financiamento e investimentos, de curto prazo, da empresa durante o exerccio e ressaltar as alteraes na posio financeira. Segundo Brigham e Houston (1996) a anlise de capital de giro na gesto financeira um assunto bastante pormenorizado na administrao financeira e em finanas corporativas.

    No intuito de analisar a situao econmico-financeira e patrimonial das organizaes, est sendo comum o uso de indicadores contbeis pelas empresas e por diversos usurios, tornando-se possvel diagnosticar problemas futuros e/ou realizao de projees. Um dos assuntos mais preocupantes para a administrao das organizaes a questo da liquidez, na

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    qual est associada ao risco e rentabilidade do negcio, sendo que uma gesto inadequada do mesmo pode conduzir empresa ao estgio de insolvncia.

    Os Bancos so classificados junto ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) como instituies financeiras captadoras de depsitos vista. Sendo representado por ele mesmo no SFN para viabilizar produtos e servios bancrios aos seus clientes referentes ao Servio de Compensao de Cheques e Outros Papis (BACEN, 2010). Destaca-se que papis diversos so atribudos aos Bancos, inclusive a caracterstica de criador de moeda, uma vez que intermedia a posio dos recursos captados e os recursos doados pelos seus clientes/correntistas, por meio de movimentao de recursos financeiros. Alm disso, podem ajudar a reduzir os spreads, que, conforme Fortuna (1999:121), a diferena entre o custo do dinheiro tomado e o preo do dinheiro vendido, como, por exemplo, na forma de emprstimo. Portanto, uma das principais funes dos Bancos a intermediao financeira entre os recursos captados (geradores de obrigaes) e recursos repassados (geradores de aplicaes e investimentos) a seus clientes, promovendo a expanso do crdito e o aumento do volume de circulao de recursos em moeda corrente junto a sociedade obtendo assim, aumento da gerao de resultados econmicos e financeiros. Assim, tem como funo integrar os recursos financeiros, desenvolver produtos e servios, facilitando o acesso ao meio circulante e aumentar a alavancagem financeira.

    Face ao exposto, e estando o atual cenrio econmico e financeiro caracterizado por permanentes mudanas e incertezas, uma questo de pesquisa importante se coloca: Qual a relao entre o fluxo de caixa operacional e a liquidez da empresa?

    Nesse contexto, o objetivo deste artigo verificar a relao entre a movimentao do fluxo de caixa operacional e a performance dos indicadores de liquidez com o intuito de verificar se uma maior eficincia na atividade de fluxo de caixa operacional corresponde a eficcia no desempenho dos ndices de liquidez da empresas listadas na BOVESPA, no segmento de instituies financeiras do setor bancos.

    O estudo se justifica, pois, a matria-prima dos bancos o recurso financeiro, e neste artigo est pesquisando a movimentao do fluxo de caixa operacional com os indicadores de liquidez da empresa de posse a facilitar o entendimento por parte de diversos usurios das demonstraes financeiras a optarem pelos ndices de liquidez e a DFC no momento da anlise, ao invs de retirar vrios deles em que h semelhanas e discrepncias entre si. 2 REFERENCIAL TERICO 2.1 Demonstrao do Fluxo de Caixa

    A Administrao tem como foco atingir mecanismos para alcanar suas metas a curto, mdio e longo prazo. Neste sentido um fato se torna imprescindvel para anlise, competitividade entre as empresas do mercado, e ainda mais no caso das Instituies Financeiras ao qual sua matria prima se apresenta como o recurso financeiro.

    Tais como as outras Demonstraes Financeiras a DFC torna-se muito necessria para que os usurios possam tomar suas decises, como tambm para anlise econmica e outras avaliaes sobre o futuro do fluxo de caixa. Historicamente, o fluxo de caixa trouxe informao relevante, pois ilustra como a empresa gerou seu caixa e como gastou. Serve tambm como um cronmetro na medio do grau de utilizao do recurso financeiro no futuro. Possibilita uma relao entre a rentabilidade e a capacidade de gerao de caixa, em medio com a qualidade do lucro ganho. Adicionalmente oferece informaes financeiras que frequentemente desenvolvem modelos de ativos para comparao do valor presente com valores futuros de caixa, alm da capacidade de predio e anlise no perodo.

    GLAUTER e UNDERDON (1994:242), indicam que: A cash flow statement in conjunction with a balance sheet provides information on liquidity, viability and financial adaptability. The balance sheet provides information about an entitys financial position at a particular point in time including assets, liabilities

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    and equity and their relationship with each other at the balance sheet date The balance sheet is often used to obtain information on liquidity, but the information is incomplete for this purpose as the balance sheet is drawn up at a particular point in time.

    Ressalta-se, porm, que conforme Resoluo n. 3.604 de 29/08/2008 do BACEN, determina que o valor do Patrimnio Lquido inferior a R$2.000.000,00 (dois milhes de reais) seja considerado na data data-base de 31 de dezembro do exerccio imediatamente anterior. A seguir artigo 1 da Resoluo 3604 de 29/08/2008, do BACEN:

    Art. 1 As instituies financeiras e demais instituies autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem elaborar e publicar a Demonstrao dos Fluxos de Caixa (DFC), a partir da data-base de 31 de dezembro de 2008. Pargrafo nico. As cooperativas de crdito singulares e as sociedades de crdito ao microempreendedor e empresa de pequeno porte esto dispensadas da elaborao e publicao da DFC, desde que tenham patrimnio lquido, na data-base de 31 de dezembro do exerccio imediatamente anterior, inferior a R$2.000.000,00 (dois milhes de reais).

    A DFC passa a ser obrigatria no Brasil a partir de 2008. Sobre esse tema, ainda temos orientaes do Financial Accounting Standards Board (FASB) Padres da Contabilidade Financeira, rgo normatizador das prticas contbeis americanas, e do Internatinal Accounting Standards Committee (IASC), rgo que estabelece normas internacionais de contabilidade. ESTRUTURA DA DFC Desta maneira o SFAS 95, definiu a DFC a estrutura de composio em trs fluxos das atividades, sendo Atividade Operacional, Financiamento e Investimento. Atividade Operacional Demonstra o fluxo de caixa composto das atividades operacionais da companhia onde so apresentadas as movimentaes dos recursos de caixa inerentes s atividades e negcios dentro do objeto social da empresa. Apresenta tambm, a conciliao entre a rentabilidade operacional e o ganho ou perda contbil em relao ao fluxo de caixa lquido. Normalmente estas informaes so destacadas dentro da atividade operacional. Detalha tambm, algumas atividades importantes nos negcios da companhia, tais como: Returno sobre os investimentos e servios financeiros onde so discriminados ganhos recebidos, incluindo os juros; dividendos recebidos; e ouros crditos; Tributao onde so includas em linha separadas a tributao do governo federal e a tributao sobre o capital rentabilizado. Atividade de Investimento Demonstra o fluxo de caixa composto das atividades de investimento contemplando aquelas que no so oriundas das atividades operacionais, mas que mantm relao com o objeto social da companhia e fornecem capacidade para a gerao dos negcios da empresa. So exemplos dessa atividade: negociao com ativos fixos, investimentos em aes com permanncia de manuteno das atividades da empresa e transferncia de equivalncia de caixa. Atividade de Financiamento Demonstra o fluxo de caixa composto do compromisso da empresa perante obrigaes de captao de recursos, sendo considerado o capital de terceiros e capital prprio. So exemplos dessa atividade: integralizao de capital social, chamada de capital social, operaes de debntures, lanamento de bnus, captao de emprstimos a curto e longo prazo, apresentao do lucro ou prejuzo do exerccio.

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    RECONHECIMENTO COM O BALANO PATRIMONIAL A DFC em conjunto com o Balano Patrimonial, apresenta informaes sobre

    liquidez, viabilidade e adaptabilidade financeira da empresa. O Balano Patrimonial informa sobre a posio financeira da entidade, e em particular os dados incluindo os ativos, obrigaes e patrimnio lquido e relao com as demais contas do Balano Patrimonial num dado momento. Assim sendo a DFC normalmente utilizada em conjunto com a Demonstrao do Resultado do Exerccio e o Balano Patrimonial, para mensurao do fluxo de caixa futuro.

    A DFC deve se reportar com o Balano Patrimonial, fazendo com que a movimentao de um determinado perodo corresponda aos fluxos de caixa gerados neste mesmo perodo. De tal forma que se possam mensurar as atividades ocorridas entre o Balano Patrimonial e a DFC. A DFC elaborada atravs do Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do Exerccio, pois demonstra a origem e a aplicao de todo o dinheiro que transitou pelo Caixa e o resultado de seu fluxo financeiro. Portanto, seguem os principais pontos de importncia da DFC: representao dinmica (filmagem) da situao financeira; detalhar as variaes das transaes ocorridas na empresa decorrentes das atividades operacionais e no operacionais (investimentos e financiamentos); agilidade e segurana em suas atividades financeiras refletindo com preciso a situao econmica da empresa em termos financeiros futuros; linha de crdito: facilita a anlise e o clculo na seleo das linhas de crdito; nvel de caixa: fixa o nvel de caixa, em termos de capital de giro; excedentes de caixa: verifica a possibilidade de aplicar possveis excedentes de caixa; emprstimos e financiamentos: permite estudar um programa saudvel de emprstimos e financiamentos; resgates de dbitos: projeta um plano efetivo de resgate de dbitos; programao: permite programar os ingressos e egressos de caixa; planejamento: planeja os egressos de acordo com as disponibilidades de caixa; recursos: determina quanto de recursos prprios a empresa dispe em dado perodo e analisa a convenincia do comprometimento desses recursos; intercmbio entre departamentos: proporciona o intercmbio entre diversos departamentos da empresa com a rea financeira; permite a elaborao de um melhor planejamento financeiro de forma que no ocorra excesso de caixa; demonstrar como a empresa gera e usa os recursos de caixa e equivalentes de caixa. TIPOS DE DFC A DFC pode ser apresentada por meio de mtodos, sendo o mtodo direto ao qual apresenta a movimentao do fluxo de caixa por meio do Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do Exerccio, e o mtodo indireto ao qual apresenta a movimentao do fluxo de caixa somente por meio do Balano Patrimonial. Conforme discriminado abaixo:

    Mtodo Direto mtodo pouco utilizado pelas companhias, devido a um certo grau de subjetividade na trajetria dos fluxos de caixa gerados pelas atividades da companhia, pois utiliza a movimentao do fluxo de caixa por meio do Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do Exerccio salutar informar que este mtodo demonstra com maior particularidade todo o fluxo de caixa gerado pela empresa. Mtodo Indireto mtodo mais elaboro pelas companhias, em funo do grau de facilidade de demonstrao das trajetrias dos fluxos de caixa gerado pelas atividades da companhia. mais utilizado devido grau de objetividade das atividades da empresa. Uma vez que mensura-se a variao das contas patrimoniais do Balano Patrimonial separadas por suas atividades. Ressalta-se que demonstra separadamente o lucro lquido do exerccio e as atividades no geradores de fluxo de caixa.

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    Campo Filho, (1999:23) diz que no mundo dos negcios, o dinheiro o denominador

    comum maioria das transaes. Portanto, as finanas tm se comprometido substancialmente com a metodologia de gesto da administrao em empresas. Atualmente a administrao financeira vista como uma decomposio da gesto de fluxos de caixa, ao qual a viso da administrao moderna se compromete gerao de recursos financeiros suficientes para atingir a meta de remunerao dos acionistas.

    Assim sendo, Gitman, (1997:586), diz que: O Fluxo de Caixa a espinha dorsal da empresa. Sem ele no se saber quando haver recursos suficientes para sustentar as operaes ou quando haver necessidade de financiamentos bancrios. Empresas que necessitem continuamente de emprstimos de ltima hora podero se deparar com dificuldades de encontrar bandos que as financiem.

    Desse modo a gesto do fluxo de caixa revela-se de extrema importncia, pois atravs dela que a empresa poder gerir seus negcios e mensurar seus componentes de custos para definio precisa do preo de suas mercadorias, sem a necessidade de obteno de recursos externos e alheiros a sua vontade fazendo com que estes recursos deixem de integrar a composio do preo final de venda.

    A necessidade de se desenvolver demonstraes de fluxo de caixa decorre do aumento da complexidade das atividades operacionais, o que provoca grandes disparidades entre o perodo no qual os lanamentos de receitas e despesas so apresentados e o perodo em que os correspondentes fluxos de caixa realmente ocorrem. Tal complexidade pode provocar uma maior oscilao no fluxo de caixa. Fatores externos, tais como a inflao ou mudanas no cenrio econmico, afetam mais rapidamente os fluxos de caixa do que o lucro contbil (Hendriksen, 1982:109)

    O estudo da Demonstrao de Fluxo de Caixa procura compreender como se processa a formao da liquidez da empresa, uma vez que esta Demonstrao extrada do Balano Patrimonial e tambm, da Demonstrao do Resultado do Exerccio. Assim, a identificao das atividades que esto utilizando recursos de caixa apontada para a composio de gerao do lucro da empresa. Ao analisarmos o fluxo de caixa das empresas nos permitido mensurar possveis fragilidades na estrutura patrimonial da empresa e se necessrio for, apontar medidas corretivas para sua correo. Neste sentido S (2006:11) define fluxo de caixa como:

    O mtodo de captura e registro dos fatos e valores que provoquem alteraes no saldo de caixa e sua apresentao em relatrios estruturados, de forma a permitir sua compreenso e anlise. Para os efeitos desta definio, a expresso caixa significa moeda e todos os valores que possam ser prontamente convertidos em moeda.

    Neste artigo ser trabalhado a Atividade Operacional por ter vinculao com as transaes referente s negociaes do objeto social da empresa. 2.2 Fluxo de Caixa Operacional

    Corresponde a principal atividade de aplicao de recursos. Relaciona-se com as receitas e gastos decorrentes de mercadorias e prestao de servios, mantendo uma relao com o Capital Circulante Lquido da empresa.

    O SFAS 95, define: As atividades operacionais devem incluir todas as transaes e outras ocorrncias que no sejam definidas como atividades investimento ou de financiamento. As atividades operacionais normalmente envolvem a produo e a entrega de bens e a prestao de servios. O fluxo de caixa das atividades operacionais geralmente se refere ao caixa gerado pelas transaes e outras ocorrncias que entram na determinao do lucro lquido.

    Assim sendo, evidencia a aplicao de geradoras de receitas, com o intuito de atender a atividade fim da empresa, tais como: venda de mercadorias e prestaes de servios; honorrios comisses e Royalties; pagamentos de fornecedores; pagamento e empregados ou por conta de cooperados; prmios e sinistros para seguradora; pagamento e recebimento de contratos de intermediao e negociao de ativos de curto prazo.

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    Corroborando, Zdanowicz, (1998:33) diz que: O fluxo de caixa o instrumento que permite demonstrar as operaes financeiras que so realizadas pela empresa, facilitando a anlise e deciso, de comprometer os recursos financeiros, de selecionar o uso das linhas de crdito menos onerosas, de determinar o quanto a organizao dispe de capitais prprios, bem como utilizar as disponibilidades da melhor forma possvel.

    Assim, as aplicaes de capitais prprios e de terceiros permite a empresa proporcionar maior uso desses recursos no sentido de ampliar seus resultados de forma que tenha possibilidade de maior taxa de retorno sobre o investimento realizado pelos capitais investidos. Entretanto a boa gesto financeira est no equilbrio de utilizao das disponibilidades financeira em quantidade necessria para que a empresa possa saldar suas obrigaes e dispor de liquidez financeira desejada. 2.3 Anlise Financeira de Liquidez

    A empresa tem como meta a maximizao dos lucros ou tambm, a minimizao dos custos, em decorrncia da aplicao dos recursos financeiros disponibilizados pela empresa em sua atividade operacional. Assim os indicadores de liquidez, por meio do fluxo de caixa visa prever a relao entre dados financeiros da empresa no sentido de averiguar situaes que possam provocar descontrole a curto prazo.

    Neste sentido, Zdanowicz, (1998: 60) diz que: Uma anlise de indicadores desta espcie, projetada para muitos anos aps, invariavelmente, mostra que medidas devem ser tomadas para a obteno de melhorias imediatas. O mais importante que isso conduz ao desenvolvimento dos planos estratgicos a longo prazo referentes, por exemplo, a mercados futuros, retorno estimado de investimento aplicados, eliminao de atividades pouco produtivas e diversificao da empresa.

    A anlise financeira de liquidez tem como base o Balano Patrimonial da empresa, ao qual se utiliza como mensurao para o processo de tomada de deciso. Neste sentido a aplicabilidade dos ndices de liquidez faz com que por meio desses os gestores tem possibilidade de obter uma capacidade de predio sobre os fatos ocorridos no passado e que serviram de base para os prximos processos de definio quanto aos rumos da empresa.

    Segundo Matarazzo (1998:19), a anlise de balanos comea onde termina a contabilidade, que tem como finalidade captar, organizar e compilar os fatos econmico-financeiros expressos em moeda, os quais iro compor as demonstraes financeiras. Estas ltimas sero transformadas pelo analista em informaes que permitiro concluir se a empresa merece ou no crdito, se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou no condies de pagar suas dvidas, se ou no lucrativa, se vem evoluindo ou regredindo.

    Portanto, um facilitador para extrarem dados e conseguir informaes preditivas se d por meio de comparaes de indicadores econmicos. Essas comparaes so feitas atravs da anlise de ndices, denominada anlise de gesto financeira tradicional. Esta anlise muito utilizada como base para tomada de decises de investimento ou concesso de financiamento (KASSAI, 2002). A anlise por meio de ndices econmico-financeiros tem como foco relacionar as contas ou um grupo de contas das demonstraes financeiras com o intuito de mensurar a posio financeira e tambm, medir o nvel de desempenho da empresa.

    Segundo S (1995), o balano representa a base da anlise, que tem como finalidade conhecer a capacidade de crdito e de solvncia, tendncias de expanso de um negcio e rentabilidade da empresa. A determinao da finalidade a primeira tarefa na anlise, definindo se o objeto de investigao o sistema financeiro, o econmico, o patrimonial, a capacidade administrativa ou outros. Esta anlise apontar quocientes que indicam a liquidez, a rentabilidade, participao de capitais e outros.

    A anlise por meio de ndices econmico-financeiros resume-se em relacionar contas e grupos de contas das demonstraes contbeis na forma de ndices com o intuito de medir a

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    posio econmica financeira e os nveis de desempenho da organizao (VAN HORNE, 1998; SANTOS; RENGEL & HEIN, 2009). Em relao aos ndices econmico-financeiros os mais utilizados e difundidos na literatura esto classificados em quatro grupos: ndices de liquidez, ndices de endividamento, ndices de rentabilidade e ndices de atividade. Para o presente estudo focou-se nos ndices de liquidez, por entendermos que este ndice est relacionado com a movimentao de fluxo de caixa da empresa. A liquidez de uma empresa mensurada por sua capacidade de atender a suas obrigaes em curto prazo, no vencimento. A liquidez diz respeito solvncia da situao financeira global da empresa a facilidade com que ela pode pagar suas contas (GITMAN, 2001).

    Ressalta-se que a avaliao da liquidez da empresa realizada atravs do clculo dos chamados ndices de liquidez obtidos a partir das informaes contidas nas demonstraes financeiras e tem por objetivo verificar a capacidade da empresa em pagar os compromissos financeiros assumidos. Assim a interpretao dos resultados, quando tomados isoladamente pela tica da liquidez, tem-se que, quanto maior for o valor de um indicador, maior tende a ser a liquidez da empresa (VIEIRA, 2008:23).

    3 METODOLOGIA 3.1 Classificao da pesquisa

    O procedimento metodolgico deste artigo foi classificado, conforme Vergara (2000), como sendo exploratrio e descritivo, pois foi realizada em rea onde existe pouco conhecimento acumulado e sistematizado alm de expor caractersticas de determinada populao ou de determinado fenmeno. Quanto aos meios de investigao foi classificado como pesquisa bibliogrfica ao passo que o estudo foi obtido de forma sistemtica desenvolvida com base em material publicado, constitudo de livros e em base de dados extrada do software de economtica. Esta pesquisa tem carter quantitativo, ao qual foi quantificvel em nmeros, dados e opinies utilizados para classific-los e analis-los de modo a surtir efeitos para utilizao dos software de anlise tcnica estatsticas SPSS Statistical Package for the Social Sciences. Nesta pesquisa busca-se descrever a correlao entre o fluxo de caixa operacional e os indicadores de liquidez com o intuito de verificar a relao entre os dois indicadores de movimentao de recursos financeiros. Em seguida foi aplicada modelagem de regresso linear no sentido de verificar a referncia que os ndices de liquidez exercem sofre o fluxo de caixa operacional. Em relao a avaliao quantitativa esta compreende organizar, sumarizar, caracterizar e interpretar os dados numricos coletados. O tratamento desses dados desenvolvido por meio de ferramentas estatsticas. Neste estudo coletou-se os fluxos de caixa operacional e os ndices de liquidez onde foi feito comparao destes ndices e variveis das companhias analisadas neste perodo.

    A justificativa para esta classificao consubstancia-se no fato de o estudo descrever a importncia da anlise do fluxo de caixa para a tomada de deciso atravs da anlise quantitativa de ndices e fluxos de caixa operacional que demonstram capacidade financeira de curto prazo das companhias, por meio das informaes divulgadas nas demonstraes financeiras das companhias listadas no segmento Bancos da BOVESPA, referentes aos anos 2008 e 2009, uma vez que a obrigatoriedade pela elaborao e publicao da DFC, iniciou-se a partir do ano de 2008, motivo pelo qual o perodo da pesquisa limitou-se a estes perodos. 3.2 Descrio dos procedimentos utilizados

    Na primeira etapa, realizou-se uma reviso da literatura sobre estudos da Demonstrao de Fluxo de Caixa e indicadores de liquidez. Desse modo, o foco da reviso bibliogrfica centrou-se na compreenso dos indicadores de liquidez que esto relacionados com a anlise do Fluxo de Caixa Operacional das companhias e conseqentemente a influncia destes no fluxo financeiro das empresas Na segunda etapa da pesquisa, foram

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    coletadas as Demonstraes Financeiras das companhias brasileiras do segmento Bancos listadas nos nveis de governana corporativa da BOVESPA (N1, N2 e NM) referente aos anos de 2008 e 2009 para a identificao do fluxo de caixa operacional e dos ndices de liquidez. A terceira etapa consistiu na anlise e interpretao destes dados de gesto operacional e financeira com o intuito de comparar os fluxos de caixas operacionais com os indicadores de liquidez. Na quarta e ltima etapa foi possvel emisso de informaes calcadas no tratamento estatstico de posse a comprovar o levantamento de dados das empresas objeto de estudo.

    3.3 Coleta e operacionalizao dos dados

    Referente populao-alvo objeto desta pesquisa optou-se por uma amostragem no probabilstica do tipo intencional. As empresas investigadas foram as companhias brasileiras de capital aberto, extradas do site da BOVESPA, que tivessem como classificao o setor Bancos do subsetor Intermedirios Financeiros. Ainda como requisito para compor a amostra optou-se pelas empresas que esto listadas em algum nvel de Governana Corporativa da BOVESPA, desta forma, do total de 28 companhias foram excludas 02 companhias da amostra. A amostra final selecionada por amostragem no probabilstica do tipo intencional das companhias do setor Bancos da BOVESPA que esto listadas em algum nvel de Governana Corporativa. No final, a amostra totalizou com 26 companhias do setor Bancos (Quadro 1).

    Quadro 1 Relao das Companhias pesquisas no site BOVESPA n. Companhias n. Companhias 1 ABC BRASIL 14 CRUZEIRO SUL 2 ALFA CONSORC 15 DAYCOVAL 3 ALFA HOLDING 16 INDUSVAL 4 ALFA INVEST 17 ITAUSA 5 AMAZONIA 18 ITAUUNIBANCO 6 BANESE 19 MERC BRASIL 7 BANESTES 20 MERC INVEST 8 BANPARA 21 NORD BRASIL 9 BANRISUL 22 PANAMERICANO

    10 BICBANCO 23 PARANA 11 BRADESCO 24 PINE 12 BRASIL 25 SANTANDER BR 13 BRB BANCO 26 SOFISA

    Fonte: Dados da Pesquisa, 2010.

    Aps definida a amostra e coletado os dados das demonstraes financeiras padronizadas obteve-se os valores relativos ao fluxo de caixa operacional e dos indicadores de liquidez do perodo de 2008 a 2009 das empresas investigadas. Os indicadores de liquidez objeto da anlise foram: liquidez geral e liquidez corrente. Optou-se por estes indicadores por entender que so estes os que possuem a mesma finalidade em detrimento a capacidade preditiva para comparar com o fluxo de caixa operacional das companhias. O Quadro 2 demonstra a composio das variveis utilizadas na pesquisa.

    Quadro 2 Variveis utilizadas na pesquisa Varivel Descrio Frmula/Dados

    FCO Mostra a capacidade de recebimento e pagamento a curto prazo principal atividade geradora de receita da empresa e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento

    FCO = AO - PO

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    ILG

    Mostra a capacidade de pagamento da empresa a curto e longo prazo. calculada pela diviso do Ativo Circulante mais o Ativo Realizvel a Longo Prazo pelo Passivo Circulante mais o Passivo Exigvel a Longo Prazo.

    ILG = AC+RLP PC+ELP

    ILC Mostra a capacidade de pagamento da empresa a curto prazo. calculada pela diviso do Ativo Circulante pelo Passivo Circulante.

    ILC = AC PC

    Fonte: Dados da Pesquisa, 2010. As variveis do fluxo de caixa operacional foram comparadas com os ndices de

    liquidez para verificar a relao entre as variveis das companhias analisadas, segundo a modelagem de correlao, e em seguida aplicou-se a modelagem de regresso linear para identificar qual o fora de predio do Fluxo de Caixa Operacional em relao aos ndices de liquidez. Posteriormente emitiu-se opinio a respeito dos dados estatsticos para assim analisarmos a eficincia da gesto financeira das empresas. 4 ANLISE DE RESULTADOS

    Para testar a relao entre as variveis desta pesquisa calculou-se o coeficiente de correlao, que de acordo com Dancey e Reidy (2006:179) anlise de correlao proporciona descobrir se existe um relacionamento entre as variveis. A intensidade do relacionamento de coeficiente de correlao pode ser positivo ou negativo e a fora desta correlao pode variar entre 0 e 1, conforme Dancey e Reidy (2006:186), abaixo:

    Figura 1 Graus dos coeficientes de correlao. Fonte: Dancey e Reidy (2006:188).

    Em seguida foi utilizada a modelagem de regresso linear que de acordo com Dancey e Reidy (2006:389), conduz uma anlise de regresso linear, obtendo uma equao de regresso, que nos mostra a maneira como y muda enquanto resultado de uma mudana em x. Abaixo est descrita a frmula da equao da regresso linear simples:

    + 0,6 - 0,6

    Moderado + 0,5 - 0,5

    + 0,4 - 0,4

    + 0,3 - 0,3 Fraco + 0,2 - 0,2

    + 0,1 - 0,1

    Y = a + bx

    Perfeito + 1 - 1

    + 0,9 - 0,9 Forte + 0,8 - 0,8

    + 0,7 - 0,7

    Zero 0

  • 12

    Onde, y = varivel dependente a = constante (intercepto y) b = coeficiente angular x = varivel independente (explanatria)

    Portanto com base na modelagem de correlao e posteriormente na modelagem de regresso linear simples, ser explicado o comportamento das variveis fluxo de caixa operacional e liquidez corrente e liquidez geral do perodo de 2008 e 2009, das empresas listadas na BOVESPA participantes da Governana Corporativa do segmento de instituies financeiras do setor bancos.

    Tabela 1 Correlao entre o Fluxo de Caixa Operacional x Liquidez Corrente e Liquidez Geral ano base 2008

    Fonte: Dados da Pesquisa, 2010.

    Em relao correlao referente ao ano de 2008, constata-se que o nvel de relacionamento entre o FO e os LC e LG, foram na ordem de 0,089 e 0,237, respectivamente, portanto, considerado fraco. Isso corresponde dizer que a movimentao do fluxo de caixa operacional interfere com pouca relevncia em relao aos ndices de liquidez.

    Grfico 1- Disperso entre Fluxo de Caixa Operacional x ndice de Liquidez Corrente - ano base 2008

    y = -2E-08xR2 = 11,903

    FO

    LC

    LC Linear (LC)

    Fonte: Dados da Pesquisa, 2010.

    Correlations

    1 ,089 ,237,333 ,122

    26 26 26,089 1 ,657**,333 ,000

    26 26 26,237 ,657** 1 ,122 ,000

    26 26 26

    Pearson Correlation Sig. (1-tailed)NPearson Correlation Sig. (1-tailed)NPearson Correlation Sig. (1-tailed)N

    FO

    LI

    LG

    FO LI LG

    Correlation is significant at the 0.01 level (1-tailed). **.

  • 13

    Com base no nvel de correlao do fluxo de caixa operacional em relao ao ndice de liquidez corrente pesquisou-se tambm a regresso linear simples onde se contatou que a reta de regresso apresentou tendncia negativa, ou seja, medida que o fluxo de caixa operacional aumenta os ndices de liquidez corrente diminui, ou vice versa. Entretanto ao analisarmos o coeficiente de regresso (R2) o mesmo apresentou um percentual de predio de -11,903% de fora de relacionamento o que considerado com relevncia fraca.

    Grfico 1- Disperso entre Fluxo de Caixa Operacional x ndice de Liquidez Geral - ano base 2008

    y = 5E-09x + 1,2112R2 = 0,0561

    FO

    LG

    LG Linear (LG)

    Fonte: Dados da Pesquisa, 2010.

    Com base no nvel de correlao do fluxo de caixa operacional com em relao ao ndice de liquidez geral pesquisou-se tambm a regresso linear simples onde se contatou que a reta de regresso apresentou tendncia positiva, ou seja, medida que o fluxo de caixa operacional aumenta os ndices de liquidez geral aumenta. Entretanto ao analisarmos o coeficiente de regresso (R2) o mesmo apresentou um percentual de predio de 0,0561% de fora de relacionamento o que considerado extremamente baixa.

    Tabela 2 Correlao entre o Fluxo de Caixa Operacional x Liquidez Corrente e Liquidez Geral ano base 2009

    Fonte: Dados da Pesquisa, 2010.

    Correlations

    1 ,153 ,188,227 ,179

    26 26 26 ,153 1 ,839**,227 ,000

    26 26 26 ,188 ,839** 1 ,179 ,000

    26 26 26

    Pearson Correlation Sig. (1-tailed) NPearson Correlation Sig. (1-tailed) NPearson Correlation Sig. (1-tailed) N

    FO

    LC

    LG

    FO LC LG

    Correlation is significant at the 0.01 level (1-tailed).**.

  • 14

    Em relao correlao referente ao ano de 2009, constata-se que o nvel de relacionamento entre o FO e os LC e LG, foram na ordem de 0,153 e 0,188, portanto considerado fraco. Isso corresponde dizer que a movimentao do fluxo de caixa operacional interfere com pouca relevncia em relao aos ndices de liquidez.

    Grfico 3 - Disperso entre Fluxo de Caixa Operacional x ndice de Liquidez Corrente - ano base 2009

    y = 1E-08x + 1,3757R2 = 0,0235

    FO

    LC

    LC Linear (LC)

    Fonte: Dados da Pesquisa, 2010.

    Com base no nvel de correlao do fluxo de caixa operacional em relao ao ndice de liquidez corrente pesquisou-se tambm a regresso linear simples onde se contatou que a reta de regresso apresentou tendncia positiva, ou seja, medida que o fluxo de caixa operacional aumenta os ndices de liquidez corrente aumenta. Entretanto ao analisarmos o coeficiente de regresso (R2) o mesmo apresentou um percentual de predio de 0,0235% de fora de relacionamento o que considerado sem relevncia.

    Grfico 4- Disperso entre Fluxo de Caixa Operacional x ndice de Liquidez Geral - ano base 2009

    y = 1E-08x + 1,3085R2 = 0,0353

    FO

    LG

    LG Linear (LG)

    Fonte: Dados da Pesquisa, 2010.

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    Com base no nvel de correlao do fluxo de caixa operacional em relao ao ndice de liquidez geral pesquisou-se tambm a regresso linear simples onde se constatou que a reta de regresso apresentou tendncia positiva, ou seja, medida que o fluxo de caixa operacional aumenta os ndices de liquidez corrente aumentam. Entretanto ao analisarmos o coeficiente de regresso (R2) o mesmo apresentou um percentual de predio de 0,0353% de fora de relacionamento o que considerado sem relevncia. 5 CONSIDERAES FINAIS

    A questo central deste estudo pode ser respondida, medida que evidenciou-se a relao do fluxo de caixa operacional com os ndices de liquidez. Por meio dos tratamentos dos dados estatsticos do coeficiente de Pearson, constatou-se que a fora de associao entre as variveis fraca ao longo do perodo analisado das empresas financeiras do setor bancos listadas na BOVESPA, ou seja, o aumento do fluxo de caixa operacional no acarretou aumento significativo na liquidez das empresas. Em outras palavras, corresponde dizer que aumentando sua capacidade de fluxo de caixa operacional no significa, necessariamente, que a empresa ir gerar maior liquidez em recursos financeiros a curto prazo.

    Assim, os percentuais de poder de predio estiveram na ordem de -11,903% (FO/LC) e 0,0561% (FC/LG) em 2008 e na ordem de 0,0235% (FO/LC) e 0,0353% (FC/LG) em 2009, o que em relao s porcentagens apresentadas acima tambm vem constatar que estes percentuais so pouco relevantes.

    Neste sentido tanto o tratamento estatstico por meio da modelagem correlao quanto o tratamento estatstico por meio da modelagem regresso linear, demonstram que estas tcnicas quando trabalhadas em conjunto possuem uma capacidade de assertividade muito eficaz, medida em que foram colocadas em prova nesta pesquisa. Portanto, podemos concluir que existe evidncia de pouca intensidade de relacionamento entre as variveis fluxo de caixa operacional e ndices de liquidez das empresas financeiras do setor bancos listadas na BOVESPA, constantes da Governana Corporativa, no perodo de 2008 e 2009.

    Como limitao desta pesquisa, importante destacar que o perodo analisado correspondeu aos anos de 2008 e 2009, em funo da no disponibilidade da DFC, por parte das empresas estudadas.

    Como sugestes de trabalhos futuros poder-se- realizar novas pesquisas utilizando outras tecnicas estatisticas, bem como um periodo de tempo maior. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS BACEN. Banco Central do Brasil. Disponvel em: . Acesso em maio/2010. BOVESPA Bolsa de Valores de So Paulo. Disponvel em: . Acesso em maio de 2010. BRASIL. PRESIDNCIA DA REPBLICA. Braslia. Resoluo 3604, de 29/08/2008. Disponvel em: . Acesso em maio/2010. BRIGHAM, E. F. and HOUSTON, J. F. 1996. Fundamentals of Financial Management. Oxford: Harcourt Brace. CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstrao dos fluxos de caixa: uma ferramenta indispensvel para administrar sua empresa. 1 ed. So Paulo: Atlas, 1999.

  • 16

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