RECICLAGEM TECNOLÓGICA
AGRÍCOLA/RECICLATEC-AGRI
Escola Agrícola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Edgar de Souza Cordeiro
Maria da Providência Peixoto Rebelo
Email: [email protected]
RESUMO:
A Escola Agrícola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Edgar de Souza Cordeiro coloca em ação o
projeto piloto Reciclagem Tecnológica Agrícola - RECICLATEC-AGRI que focaliza um problema comum a sala de
informática, o acúmulo de sucata tecnológica na própria instituição. O projeto tem uma proposta inovadora,
educativa, inclusiva e sustentável que vem minimizar o acúmulo de artefatos tecnológicos na escola. As ações do
projeto estão pautadas na política dos 3R: reduzir, reutilizar e reciclar. O trabalho está desenvolvido em três etapas
com ações praticas intercaladas com teóricas e pesquisa in lócus. Para melhor compreensão do trabalho foi
necessário fazer um resgate histórico da instituição. Os resultados parciais estão publicados na homepage da escola
http://escolagricolabragancapa.blogspot.com.br/ como também apresentados a comunidade no desfile de 7 de
setembro. As ações do projeto continuam sendo desenvolvidas pelos alunos, professores e parceiros. O resultado
dessa etapa acontecerá na segunda mostra no Museu Pedagógico: construindo as memórias da escola bragantina a
ser realizado novembro de 2015.
Palavras-chaves: educação ambiental, tecnologia educacional e sustentabilidade
1. INTRODUÇÃO:
A Escola Agrícola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Edgar de Souza
Cordeiro(doravante denominada de Escola Agrícola), preocupada com o meio ambiente e a
sustentabilidade vem desenvolvendo o projeto denominado - Reciclagem Tecnológica Agrícola /
RECICLATEC-AGRI - que discuti e aponta alternativas para os problemas ambientais e
econômicos no que tange o acúmulo de materiais tecnológicos dentro do espaço da escola. Um
problema que já aflige todas as escolas que possuem salas de informática.
O projeto piloto encontra-se em andamento e está dividido em três etapas. A primeira, a
desmontagem dos monitores e CPUs; a segunda, mouses e teclados; a terceira, será a
implantação do projeto nas escolas da rede municipal na qual será adaptada a realidade a cada
unidade educacional. As atividades deste processo estão sendo divulgados através fanpage
http://escolagricolabragancapa.blogspot.com.br/; http://ntebragantino.wordpress.com e no do
facebook da escola.
Para conhecer melhor a escola onde o projeto esta sendo desenvolvido faz-se necessário
situar um pouco de sua história, pois é uma instituição educacional diferenciada por ter um
currículo pautado na valorização da educação ambiental e sustentabilidade e das atividades
agrícolas do homem no campo.
1.1 Breve Diagnóstico e Histórico da Escola
A Escola Agrícola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Edgar de Souza Cordeiro está
situada na Antiga estrada de Ferro no bairro da Vila Sinhá. É uma instituição educacional que
vem atuando dentro da linha de educação integral, com foco na educação do campo baseada na
agricultura familiar na cidade de Bragança. Fundada em 1992 com recursos do Fundo de
Desenvolvimento da Educação Fundamental – FUNDEF, no governo de Jader Barbalho
Fontenelle e administrada pela I UNIDADE REGIONAL DE EDUCAÇÃO – I URE com a
parceria da Secretaria Municipal de Bragança e o apoio da Escola Técnica de Castanhal.
De 1992 a 1998, funcionou de 5ª a 8ª séries em regime de internato. Possuía uma ótima
estrutura física que favorecia o processo de ensino-aprendizagem. Os alunos passavam de
segunda a sexta-feira na escola e retornavam para suas casas aos finais de semana. A maioria dos
alunos era do município de Bragança, mas especificamente da região das colônias do
Montenegro, do Benjamim, Cacoal do Piritoró, Santo Antonio dos Monteiros e Santo Antonio
dos Soares. Como também dos municípios vizinhos de Augusto Correa, Viseu, Capitão Poço e
Ourem.
O processo de ensino-aprendizagem acontecia nas salas ambientes construídas no próprio espaço da escola chamadas de Unidades Educativas de Produção – UEPs e nas salas de aulas convencionais. A escola tinha 4 UEPs: agroindústria, olericultura, suinocultura e fruticultura, estas salas ambientes faziam parte da área diversificada(agrotecnica). As disciplinas: agricultura, zootecnia, cooperativismo, infraestrutura e agroindústria interagiam com as disciplinas do núcleo comum (português, matemática, história, geografia, educação artística, ciências e outras). Estas salas ambientes, que atualmente são ruínas ficavam distribuídas nos 82 hectares que a escola possuía. Foto 1 Foto 2
Ruínas das Unidades Educacionais de Produção-UEPs de agricultura e agroindústria
Apesar de sua estrutura física adequada, professores capacitados, técnicos e funcionários
treinados para atuarem nesta escola de tempo integral, com foco na educação do campo,
infelizmente apresentaram problemas financeiros e foi fechada, funcionando somente seis(6)
anos sob a gestão do Governo do Estado em parceria com o município de Bragança.
Após dois(2) anos fechada volta a funcionar em 2000 agora sob inteira responsabilidade
do governo municipal. Neste ano inicia sua matrícula com alunos da 5ª série, atualmente 6º ano e
atendendo somente estudantes dos campos bragantinos (Lago, Ferreira, Maniteua, Jacareteua,
Cafeteua, Pindoval, Japetá, Retiro, São José, Santa Clara, Jandiá, Urubuquara, Flexeira e Bom
Jardim) e da área de ocupação(invasão) que foi se estabelecendo ao redor da escola. Essa foi
forma de tentar amenizar o problema da ocupação indevida, que foi adentrando o espaço da
escola. Ela continua com seu perfil de educação integral, mas agora todos os alunos permanecem
em regime de semi-internato. Sendo de inteira responsabilidade da SEMED o deslocamento dos
alunos, em virtude destes serem provenientes de uma única comunidade, os campos bragantinos.
Essa foi a forma que a SEMED encontrou para revitalizar esse espaço educacional.
Em 2008, o governo municipal fez uma parceria com o Instituto federal do Pará – IFPA
doando o terreno onde a escola está inserida. Após essa parceria a escola que há 22 anos de
serviços educacionais prestados a comunidade bragantina, vem enfrentando o dilema de
desapropriação, está esperando o encerramento do período letivo de 2015 ser concluído para
entregar o espaço ao IFPA. A doação do terreno da escola foi a contrapartida para que essa
Instituição se estabelecesse em nosso município. Mas até o momento a comunidade escolar está
esperando da SEMED à ordem de transferência para um novo local, essa é uma expectativa que
vem se alastrando desde o início da parceria quando se iniciou a construção do instituto.
Em virtude deste fato a maioria dos projetos da parte agrotécnica que estavam ocupando
área territorial foram sendo desapropriados e os recursos advindos da SEMED suspensos.
Durante o período de 2008 a 2015 a escola vem funcionando com os recursos dos programas
governo federal, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, como o
Programa Mais Educação e o Programa PROINFO, “Programa Nacional de Tecnologia
Educacional, este tendo como principal objetivo promover o uso pedagógico das tecnologias de
informação e comunicação nas redes públicas de educação básica” e os componentes deste
programa, o principal alvo do projeto em estudo, o Recicalagem Tecnológica
Agrícola/RECICLATEC-AGRI.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Desafios da Educação que Proporcionam Conhecimento
A Escola Agrícola vem desenvolvendo suas atividades de modo a apropriar-se dos
recursos que tem disponível. Como sempre um dos focos da instituição foi a educação ambiental
e a sustentabilidade que fazem parte do currículo educacional em todos os níveis de ensino e, é
através de atividades integradas que os professores desenvolvem ações educativas voltadas à
compreensão dos desafios que integram os estudos socioambientais enfatizando as alternativas e
soluções.
A dificuldade enfrentada no que tange o processo de incertezas de estadias e
desativação da escola gerou uma diminuição das atividades práticas na parte agrotécnica, porém
temos que dar continuidade e contribuir no processo de aprendizagem da comunidade escolar.
Para isso, precisamos ser estimulados a vencer barreiras para que possamos possibilitar um
desempenho favorável e reaproveitar ou até reconstruir oportunidades. Mantoan (2013, p.62)
enfatiza que: “As dificuldades e limitações são reconhecidas, mas não conduzem/restringem o
processo de ensino, como comumente acontece”. A instituição escolar está vivenciando mais do
que nunca um espaço de diversidades no que se refere a aspecto físico, social e político.
Professor, aluno e comunidade escolar têm sua forma peculiar de compreender a situação
vivenciada pela escola, todos devem manter o foco e, reinventar estratégias mediadoras de
aprendizagem.
A escola Agrícola foi a primeira escola da rede municipal que recebeu a implantação do
Programa PROINFO(Programa Nacional de Tecnologia Educacional) com dezesseis
computadores para serem distribuídos na sala de informática. Durante o seu funcionamento, já
recebeu duas upgrades(pregão: FNDE 45/2007 e pregão FNDE83/2008), para realizar a
substituição pois os computadores que não estão funcionando ficam ocupando espaço na escola.
Para amenizar uma parte desse problema, surgiu a idéia do Projeto Reciclagem Tecnológica
Agrícola – RECICLATEC-AGRI que apresenta aos alunos uma nova visão sobre a sucata de
componentes arquitetônicos tecnológicos existentes na escola, este que já é um dos grandes
problemas a ser enfrentado pelas escolas públicas.
Conforme pesquisa recente, não existe nenhum órgão público em nosso município, tais
como Secretaria de Educação do Estado, Núcleo de Tecnologia Educacional – NTE que tenha
um espaço apropriado para o descarte desse material proveniente das escolas e não dispõe de
nenhum programa ou projeto que contemple o reaproveitamento desses equipamentos. Por esse
motivo, RECICLATEC-AGRI, em parceria com o NTE/Bragança colocou em ação o projeto
Piloto da política dos 3R: reaproveitar, reutilizar e reciclar.
A política dos 3R indica o que fazer para contribuir em cada uma destas metas e ajudar o
ambiente de forma sustentável. O primeiro passo, “é reduzir os resíduos produzidos para evitar
danos ambientais” (DIAS, 2005, p. 08). A produção de produtos com uma maior longevidade e
durabilidade são condições importantes para a redução. Outra meta importante é a reutilização
dos objetos de forma a contribuir para diminuir a acumulação de resíduos. Por fim a reciclagem,
transformar os materiais inúteis em novos produtos ou matérias.
2. METODOLOGIA
2.1 Projeto em Ação
Atualmente a preocupação com o meio ambiente é tema gerador de muitos projetos nas
Instituições Educacionais de norte a sul do país, principalmente pelo acúmulo de objetos como as
garrafas pets, papelões, sacos plásticos que são campeões na sujeira dos grandes centros urbanos
e já invadiram também as pequenas cidades do interior, como é o caso de Bragança – Pa.
Algumas instituições implantaram projetos ambientais, que vêm desenvolvendo ações educativas
e inclusivas a respeito da preservação da natureza, conscientizando através de palestras, ações
sociais e oficinas com alunos professores e comunidade sobre o descarte de lixo na natureza.
A Escola Agrícola se viu diante de um problema do século XXI, que está caminhando a
longos passos, e infelizmente já é uma realidade a ser enfrentada pelas escolas que possuem sala
de informática, o acúmulo de sucata tecnológica, oriundas de artefatos de computadores
acumuladas nas escolas que sem ter um destino apropriado, acabam sendo descartados nos rios e
no lixão da cidade.
Diante deste problema, a professora da sala de informática da Escola Agrícola e
multiplicadora do NTE, Maria da Providência Peixoto Rebelo, preocupada com esse acúmulo de
sucata tecnológica na própria instituição e em outras escolas públicas, colocou em ação o projeto
piloto “Reciclagem Tecnológica Agrícola - RECICLATEC-AGRI em parceria com o Núcleo de
Tecnologia Educacional –NTE/Bragança”. O projeto visa desenvolver atividades sócio,
educativa e inclusiva direcionadas à formação de alunos, professores e comunidade escolar.
O maior objetivo do projeto é sensibilizar a comunidade escolar sobre os perigos do
descarte indevido dos artefatos eletrônicos de computadores em local não apropriado, em vez de
despachar para o lixão, vamos prolongar a vida útil através do reaproveitamento desta sucata
tecnológica, transformando-a em objetos de utilidade, peças artísticas, material didático e assim,
promover uma nova visão ambiental e responsabilidade individual pelo descarte. Com essa ação
evitaremos a proliferação de lixo eletrônico dentro dos espaços educacionais.
O desenvolvimento da proposta do projeto RECICLATEC-AGRI teve início no mês de
maio de 2015 com a apresentação aos alunos do 8º ano onde ouvimos também sugestões a
respeito do que poderíamos criar, pois a intenção nesta primeira fase era dar prioridade a
produção que estaria voltada a parte diversificada (agrotécnica) e realizar uma mostra no desfile
de 7 de setembro.
Partimos com a ação de desmontagem dos monitores para selecionar o que seria
essencial para dar inicio a essa fase. Reunimos os alunos na sala de leitura sob a parceria dos
professores: Elizangela das Neves(sala de leitura), Antonio Jorge Borges Ferreira (monitor do
Mais Educação). Esta fase sob responsabilidade do monitor do programa mais educação que
conduziu a oficina de desmontagem, foi a primeira etapa do processo na prática, monitores e
CPU’s sendo desmontados e os componentes menores como teclados e mouses ficando para a
segunda etapa. A prioridade no momento era o trabalho com componentes eletrônicos maiores,
já que ocupavam um grande espaço na escola. Outro fato foi que estávamos precisando de
recursos para adquirir vasos para transpor as plantas e ornamentar a escola. Lixeiras que
indicassem que tipo de resíduo deveriam ser colocados para que a coleta na escola ficasse mais
organizada.
Na sala de informática iniciamos o projeto RECICLATEC-AGRI partindo dos
questionamentos: O que é o lixo eletrônico? O que pode ocasionar o descarte deste material
eletrônico no ambiente? Como pode ser reaproveitado? Qual a diferença de reaproveitar,
reutilizar e reciclar? O lixo eletrônico é ecologicamente correto, economicamente viável,
socialmente justo e culturalmente aceito? Será que o reaproveitamento desses artefatos
eletrônicos garante uma rentabilidade aos produtores? A problematização foi um desafio, uma
reflexão que motivou o aluno a buscar, procurar investigar, decifrar o objeto de estudo e partir
em busca do conhecimento para aprender. Gasparin (2005, p.47) afirma:
“O importante, nesse momento, é que os alunos se conscientizem de que problematizar significa questionar a realidade, pôr em dúvida certezas, levantar questões acerca das evidências, interrogar o cotidiano, o empírico, o conteúdo escolar”.
Conversamos sobre o assunto para conhecermos o que faz parte do lixo eletrônico.
Vários materiais foram citados pelos alunos, mas nos detemos no tema do projeto. Dando
seqüência, foi organizada uma visita in locos no lixão do Marrocos para que os alunos pudessem
entrevistar os catadores e essa coleta desse respaldo ao projeto e conseqüentemente, elo para as
outras áreas do conhecimento como ciências, matemática, história, geografia, língua inglesa.
Cada grupo ficou com uma pergunta e responsável pelas fotos e gravação das
informações, pois mais à frente iremos necessitar desse material para a divulgação na fanpage e
rede social da escola. São encontrados com freqüência carcaças de computador e televisão aqui
no lixão da cidade? Para onde são levados os materiais selecionados por vocês? Os tubos de
imagem dos televisores e computadores têm um destino aqui em Bragança ou em outro lugar? A
associação de vocês tem algum projeto que trabalhe o reaproveitamento desses materiais para
confeccionar produtos artísticos? Qual o encaminhamento que é dado aos materiais (sacos
plásticos, latas, vidro, papelão, eletrônicos) selecionados aqui no lixão? Fotos abaixo:
Foto 4 Foto 5
Professores e alunos e no lixão do Marrocos para realizarem a pesquisa.
2.2 Resultado parcial da pesquisa
Com o resultado em mãos os alunos irão produzir um informativo a respeito da Política
dos 3R: reaproveitar, reutilizar e reciclar. Dando relevância a coleta de dados que realizaram no
lixão, onde descobriram que existe material sendo descartado quando são jogados no aterro os
catadores procuram separar para si, retiram as peças, muitas vezes mesmo não sabendo se estão
boas, “agente separa o ferro e o cobre que tem para vender, o resto fica aqui .” são palavras do
senhor que se diz responsável pelo lixão. Uma catadora, “também os meninos pegam o teclado,
CDs como este pra brincar”, ela apontou para o chão para indicar a quantidade de CD que tinha
perto da gente.
Uma parte dessa produção teórica está acontecendo na sala de informática. A orientação
fica por conta da mentora do projeto e da professora Joelma Lima multiplicadora do NTE.
Observou-se que a apropriação do conhecimento in lócus aliada a tecnologia, quando estas se
juntam ao objeto de estudo e da vida dos alunos faz a diferença. Romper com as paredes da sala
de aula e da escola, envolve à comunidade que a cerca além de outros espaços produtores de
conhecimento. Toda esta construção teórica está sendo intercalada com a prática, o resultado
dessa transformação desse material eletrônico em material artístico e didático será apresentado
na IV Mostra da Escola Agrícola.
Os monitores de computadores transformados em lixeiras ecológicas para serem reutilizados no
espaço da escola. Também viram vaso de flores onde já fazem parte da decoração. A
transformação dos monitores em ninho de aves para que os frangos de postura pudessem ter um
local seguro e apropriado para a produção de ovos. Essas ações ajudaram a amenizar um
problema do acúmulo tecnológico dentro da sala de informática e abraçou o complexo temático
que vem mostrar a “Valorização dos sujeitos da Escola Agrícola para a ressignificação do
conhecimento agroecológico e inclusivo” e contemplar o 4º eixo sustentabilidade e economia
solidária. Veja abaixo:
Foto 6 Foto 7 Foto 8
As fotos acima mostram a oficina de desmontagem; a transformação do monitor em um ninho para aves e os monitores transformados em vasos para decorar o pátio da escola.
A segunda etapa do projeto deu-se inicio no final de setembro, estamos priorizando os
CD’s, teclados e mouse para produzir alguns objetos como: Bolsas, chaveiros, grampos,
sandálias, estojos, abajur, porta calendário, luminária e serão necessários alguns matérias como:
fio elétrico, fita isolante, lâmpadas, cola quente, linha de crochê, miçangas etc. Para essa etapa é
necessário mais recursos para a construção desses novos produtos além de tempo com a turma,
pois eles estão em fase das avaliações. Enquanto isso, estamos dando prioridade a produção
informativo.
O RECICLATEC-AGRI é um projeto que vem se mostrando de grande relevância para a
escola, alguns projetos que surgiram à partir de sua atuação como: projeto de inglês, ‘Os Signos
Linguísticos na Linguagem Tecnológica das Redes Sociais(Facebook e Whatsapp)". Projeto de
História, “Escola Sustentável”. E se consolidou o projeto “Natal Solidário” de Educação
Religiosa, o qual despertou ainda mais o interesse e valorização das oportunidade que este alunos
têm e a falta de oportunidade de muitas crianças remexendo o lixão para a sobrevivência.
Vale ressaltar que tem outros projetos, que já fazem parte do currículo da escola e vem
sendo desenvolvido pelos professores da parte agrotécnica, onde o meio ambiente e a
sustentabilidade é foco principal. O projeto RECICLATEC-AGRI deu oportunidades de criar
condições para “contribuir para uma mudança da postura pedagógica do professor e para um
repensar deste sobre a sua própria prática” (MENEZES, 1993, p.17). Para alguns foi o ponto de
partida no seu fazer pedagógico, para outros a oportunidade que precisavam para quebrar
paradigmas.
Algo interessante foi o surgimento da idéia do projeto “Os Signos Linguísticos na Linguagem
Tecnológica das Redes Sociais(Facebook e Whatsapp)". A professora de inglês Caroline de
Sousa estava apresentando aos alunos do 8º ano o dicionário para realizarem uma atividade de
tradução de texto. Neste momento tinha acabado de falar da vasta informação que os teclados
com seus signos lingüísticos representam, e que na sua maioria das vezes usamos, mas não
conhecemos o seu real significado(@,#,* e outros). Então, aproveitei e também falei a respeito
dos signos (EMOTICONS) do whatsapp e Facebook que são freqüentes na comunicação dos
alunos nas redes e grupos sociais. Surgiu o novo projeto de língua inglesa em parceria com a sala
de informática, o qual visa proporcionar ao aluno a possibilidade de descobrir alguns signos
lingüísticos com seus significantes e significados utilizados na linguagem tecnológica das redes
sociais(Facebook e Whatsapp).” Mais informações a respeito se encontra publicado na fanpage
da escola com o título “Os Projetos RECICLATEC-AGRI e Os Signos Línguisticos se
encontram”. Veja:
Foto 10 Foto 11
Explicações a respeito do novo projeto “Os Signos Linguísticos na Linguagem Tecnológica das Redes Sociais(Facebook e Whatsapp)” e a apresentação do dicionário tradutor.
CONCLUSÃO
Mediante a relevância da proposta de trabalho percebe-se o envolvimento dos alunos e
professores nesta fase, mesmo não estando concluída criou-se uma expectativa onde é
demonstrada a cada aula. É notório a agilidade que eles demonstram ao digitarem e estão sempre
preocupados com a formatação do texto. Outro fato que chamou atenção é que alguns alunos
eram desinteressados, mas atualmente a turma inteira participa nas atividades do projeto.
Esse é um resultado parcial. Todas as ações foram pensadas e articuladas a fim de
favorecer o melhor envolvimento dos alunos no processo. Isso foi marcante porque os alunos e
professores começaram a trazer componentes de computador para serem reutilizados. Já que com
a apresentação do projeto no dia 7 de setembro as escolas que queriam se desfazer das carcaças
deixaram de fazer a doação, pois também estão querendo colocar em pratica o projeto,
transformar esses artefatos em vasos e lixeiras para serem utilizados na decoração da escola.
Temos certeza que com esta ação educativa, ainda na primeira etapa do projeto já
conseguimos reduzir a quantidade de resíduos e os impactos sobre o ambiente. Além de
prolongar a longevidade dos materiais e evitar a produção de resíduos, onde alguns deles foram
concebidos para serem utilizados diversas vezes, por isso reutilizamos o que era considerado lixo
e agora é arte didática e pedagógica e tem uma grande utilidade na escola.
A terceira etapa do projeto é a apresentação da proposta a Secretaria Municipal de
Educação para que seja a maior parceira na adesão desta ação sócio, educativa e inclusiva,
associada a política dos 3R: reaproveitar, reutilizar e reciclara componentes arquitetônicos de
computadores. As escolas que têm interesse em se apropriar e colocar em prática o projeto pode
contribuir também com o ambiente, sendo autorizados a fazer as devidas alterações para atender
a realidade da sua comunidade educacional, e assim, colaborar nesta ação educativa, inclusiva e
sustentável
REFERÊNCIA:
DIAS, G. F. 40 Contribuições pessoais para a sustentabilidade, São Paulo, guaia, 2005.
GASPARIN, J. L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3ª Edição. Campinas, SP:
Autores Associados, 2005.
MANTOAN, M.T.E. Caminhos Pedagógicos da Inclusão. São Paulo: Memnon, edições
científicas, 2013.
MENEZES, S. P. (1993). Logo e a Formação de Professores: o uso interdisciplinar do
computador na educação. São Paulo. Dissertação de Mestrado na ECA/USP, São Paulo.
VASCONCELLOS, C. S. Construção do Conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad,
1999.