ASPECTOS DA BIOLOGIA, REPRODUÇÃO E MANEJO DE HOPLIAS MALABARICUS
Willes Marques Farias
Graduando em Tecnologia em Aquicultura
CLASSIFICAÇÃO SISTEMÁTICA
Hoplias malabaricus (Traíra)
Classe: Actinopterygii;
Ordem: Characiformes;
Família: Erythrinidae;
Gênero: Hoplias;
Espécie: Hoplias malabaricus (Bloch, 1794).
Fonte: Google Imagens
CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE
Espécie Carnívora (ictiófago);
Possui ampla distribuição geográfica na América do Sul, ocorrendo em todas bacias amazônicas;
Encontradas em ambientes lênticos, como: Açudes, lagos, barreiros e riachos;
Fonte: Google Imagens Fonte: Google Imagens
CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE
Apresentam dentes exclusivamente caninos ou cônicos;
Apresenta-se diferenciada entre os characidae pela ausência de nadadeira adiposa;
O nome Hoplias tirado da palavra grega oplon-opla, com o sufixo ias – significando armadura, em alusão, quer à couraça defensiva do crânio;
CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE
Ai que se engana!
Porque o nome “Traíra”?
Gíria utilizada no Brasil para identificação;
Age por trás, deixando parceiros em apuros;
CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE
As traíras apresentam:- Corpo alongado e roliço;- Nadadeira anal 11 raios;- Nadadeira peitoral 13 raios;- Nadadeira dorsal 14 raios;- Dentes caninos no maxilar;- Língua com placas de dentículos, ásperas
ao tato.
Possuem listras
escuras alternadas
com espaços claros.
Fonte: Google Imagens
CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE
Estão entre os peixes mais consumidos e procurados na região de Piracicaba – SP;
Entre as espécies capturadas no reservatório na Barra de Bonita, a traíra possui maior frequência de captura;
Os peixes mais capturados e comercializados pela população ribeirinha do rio Piracicaba foram: Cascudo Lipossareus sp., Corvina Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) e Traíras (Silvano et al.,1992).
CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE
Exemplares da espécie chegam até 3 Kg;
Trairão chegar até 30 kg;
H. malabaricus: Máx. 3Kg.
H. lacerdae: Máx. 30 Kg.
HÁBITO ALIMENTARO aparelho digestivo possui as característicasencontradas nos carnívoros: Boca relativamente grande;
Dentes caninos numerosos e resistentes;
Estômago tamanho médio com paredes musculares não muito reforçadas e uma única cavidade e;
Intestino curto.
HÁBITO ALIMENTAR Na fase larval planctófago;
Durante a absorção do saco vitelino, alimentam-se de plâncton (rotíferos; protozoários);
No 3º e 4º dia, já acrescentam em sua dieta exemplares mais evoluídos, como: Cladóceros e Copépodos;
Os juvenis são insetívoros, carnívoros e muito vorazes;
Hábitos noturnos e podem caçar durante todo o dia;
Na fase adulta, dão preferência aos peixes, sendo classificados como: piscívoros ou ictiófagos;
HÁBITO ALIMENTAR A traíra na fase juvenis para adulta é
essencialmente ictiófaga, preferindo piabas, acarás e lambaris e pequenos camarões;
Come muito pouco, resistindo muito bem a um período de jejum;
O hábito piscívoros na fase adulta é bastante útil em criação de tilápias:
- Utilizada como forma de controle de população de peixes que se proliferam muito rápido.
REPRODUÇÃO NO AMBIENTE NATURAL
Faz pequenas desovas durante a temporada reprodutiva – parcelada;
Procuram e constrói a toca (beiras de rios ou córregos) de mais ou menos 20 cm chamado de ninho;
Fêmeas depositam os ovos, o macho fertiliza e cuida da prole até sua eclosão;
O cuidado do macho são intensos, tornando-o algumas vezes mais agressivo.
REPRODUÇÃO O Manejo dos tanques são de extrema
importância;
Tanques de Terra;
Neste locais, monta-se estruturas feitas de madeiras ou alvenaria;
Área de 40cm de prof. por 30cm de largura, chamadas de ninhos;
Recomenda-se sua colocação em lugares com 40cm de coluna d´água, próximos as margens;
REPRODUÇÃO
Kakabans
Aguapés ou Kakabans;
Estruturas que simulam uma vegetação natural;
Montadas com pequenas tiras de plástico amarradas;
Tanques com 100-200 m2;
1 peixe por m2;
REPRODUÇÃO• Serão recolhidos do ninho e levados até as incubadoras ;
• Caixas isopor podem servir como incubadoras;
• Nelas, deveram apresentar: termostato (26ºC) e oxigenação até a eclosão;
• Após isso, as larvas serão recolhidas e levadas até o tranque preparado (adubado);
• Ótima produção de plâncton.
Fonte: Pedro Pierro Mendonça
REPRODUÇÃO A reprodução artificial de traíras
apresenta algumas dificuldades;
A coleta de sêmen dos machos é bastante complicada;
Espécie de desova parcelada;
LARVICULTURA Etapa muito importante para a produção
de Traíra H. malabaricus;
Alimenta-se de plâncton após a absorção do saco vitelino;
- Rotíferos e Protozoários maiores e;
3º e 4º dia em diante;- Predominam os Copépodos e
Cladóceros;
LARVICULTURA Piscicultura da Região Sul do Brasil;
Comercialização bem desenvolvida;
Oferecem Náuplios de Artêmia as larvas;
Após 10 dias – transferidos aos viveiro previamente preparados;
Quando chegam na fase juvenil, alimentam-se de lambaris – espécie forrageira;
CRESCIMENTO DE JUVENIS
Juvenis são insetívoros, carnívoros e vorazes, não aceitam ração;
Apresentam um grande problema em tanques de criação com manejo incorreto;
Torna-se predadores de juvenis de outras espécies;
Praga;
Os ovos são transportados pelas aves, ficando aderidos às suas patas, pernas e bicos.
Explica o surgimento desta espécie em açudes isolados onde não foram colocados.
CRESCIMENTO DE JUVENIS
Por não aceitarem alimento artificial (ração), o canibalismo pode ser intenso em tanques de criação onde o manejo alimentar é inadequado;
Diminuindo a produtividade;
Para suprir a sua necessidade – Fornecer espécies forrageiras como lambaris e acarás;
QUALIDADE DA ÁGUA É um fator de extrema importância em
relação ao bem estar em peixes;
Estando em ótimas condições, proporciona um ótimo desempenho nos peixes;
O controle da qualidade da água pode ser útil para evitar surtos epizoóticos, provocados por bactérias, fungos, vírus e parasitas.
QUALIDADE DA ÁGUA Apresentam grande resistência a baixas
concentrações de OD, podendo chegar a 2 mg/L;
Sobrevivem durante um longo período escondido no barro em tanques, lagos ou lagos secos;
Está ativa com temperatura acima 18ºC;
Em meses frios, costuma-se se enterrar para suportar a baixa temperatura da água;
TRANSPORTE Etapa muito importante para o transporte
de peixes para a comercialização;
Seja em pesque-pague ou destinado para o abate;
É necessário realizar alguns procedimentos preparatórios antes de transportar os animais;
Peixes adultos e juvenis sofram jejum durante algum tempo (6 h);
TRANSPORTE Durante o jejum, haverá o esvaziamento
do trato digestório;
Diminuição de dejetos na água;
Mantendo a água em boas condições;
Dejetos e excretos contribuem na diminuição do OD – suportam até 2 mg/L;