M S P A TR ÍC IA D ’ E LB O U X R O D R IG U E S
Aspectos psicológicos presentes na avaliação da
adoção de crianças
Sumário
Especificidades do trabalho do psicólogo na área jurídica.
Avaliação do cadastro dos pretendentes-motivação, lugar destinado à criança, elaboração da infertilidade, perfil almejado pelos pretendentes.
Importância da revelação do histórico da adoção.
Trabalho de preparação da criança que será inserida em família substituta.
Acompanhamento do estágio de convivência.
O trabalho do psicólogo no contexto jurídico
A demanda da justiça por um discurso de verdade- aspectos do exame psicológico, histórico positivista.
Atenção da Psicologia para com aspectos singulares, subjetivos e particulares a cada sujeito avaliado.
Importância dos elementos históricos e biopsicossociais da avaliação.
Características relacionadas à compreensão e à intervenção da avaliação psicológica.
Avaliação do cadastro de adoção
Cadastro de pretendentes à adoção de um filho
Motivação – Compreensão de qual é a disponibilidade interna dos pretendentes e o que faz com que recorram ao tribunal de justiça para adotar um filho.
Lugar destinado à criança na família adotante e no discurso de cada requerente.
Elaboração da infertilidade.
Filho idealizado, criança real-elementos narcísicos e identitários na escolha do perfil da criança.
Avaliação do cadastro de requerentes
Revelação-possibilidade e interesse em informar a criança sobre seu histórico de vida e a respeito de seus genitores.
Diferenças entre saber que foi gerado por um casal e perceber que foi desejado como filho pelos pais
adotantes.
Maturidade e estrutura de personalidade do
requerente-modo de relação com sua própria família de origem; qualidade da união matrimonial; estabilidade na vida profissional e na emocional.
Avaliação do cadastro de requerentes
Modo como o interessado foi educado, de que forma recebeu limite e disciplina dos pais ou cuidadores.
Flexibilidade para aceitar a mudança significativa em sua vida com a chegada do filho.
A preferência e compreensão do que é ser criança e conhecimentos sobre desenvolvimento infantil e tolerância quanto ao seu passado, quando tratar-se
de crianças mais velhas.
Preparo da criança abrigada:
A criança necessita conhecer quem é a família que irá adotá-la por meio de fotos, encontros no abrigo e passeios.
Caso vá ter irmãos, ela precisa entrar em contato com eles e o psicólogo deverá avaliar a abertura e receptividade de ambas as partes.
Será necessário que se trabalhe a reflexão e conscientização sobre a família idealizada e a família real
Os primeiros encontro deverão ser respaldados e monitorados, pois gera muita ansiedade tanto da parte da criança como da parte dos requerentes
Preparo da criança abrigada:
A criança precisa compreender que o estágio de convivência é uma garantia para que seja verificado se ela está sendo protegida, orientada e amada
Será preciso que ela se despeça dos amigos do abrigo e ela tem o direito de levar seus pertences da
instituição para casa
Um ponto delicado é a troca de escola e a adaptação
da criança a nova instituição de ensino
Estágio de convivência
No caso de criança pequenas até um ano de idade, esse período pode ser mais curto por volta de seis meses, uma vez que a integração pode ocorrer de forma mais equilibrada e tranquila.
O psicólogo deverá acompanhar com rigor como
acontece a adaptação da criança à família, verificar as impressões e reflexões críticas que os adotantes fazem desse período e da própria criança, aferir a sua aceitação pela família extensa.
Adoção internacional
Os requerentes possuem residência fixa fora do país e são selecionados e avaliados por equipes em suas cidades de origem
Os cadastros são estudados e aprovados aqui no Brasil de modo a que seja feito um alinhamento com
as crianças e adolescentes brasileiros disponíveis para adoção
As agências internacionais fazem a intermediação das famílias estrangeiras com a equipe técnica da Vara da Infância e Juventude
Preparo da Criança para uma adoção internacional
Como o estágio de convivência dura só um mês, ela deverá ter notícias da família com muita antecedência a partir da troca de e-mails, telefonemas e fotos.
Assim que os pretendentes chegam ao Brasil eles conhecerão a criança ou adolescente no próprio abrigo com o respaldo de tradutores e da equipe técnica.
Caso haja confiança e empatia a criança passa a permanecer sob a guarda provisória da família e vai para o hotel em que ela se encontra em companhia dos profissionais da agência internacional.
Preparo da criança para adoção internacional
Existem aspectos relevantes para serem trabalhados:
clima,
culinária local,
língua dos adotantes,
modo de exercer a autoridade e de expressar afeto,
a perda dos colegas e monitores do abrigo
o luto pela perda da família biológica
a possibilidade de ocorrer um fracasso no processo e ela ter que voltar para o abrigo
BRASIL (2007) Estatuto da Criança e do Adolescente
CARVALHO,A. Infância Brasileira e Contextos de Desenvolvimento. São Paulo: Casa do Psicólogo,2002.
MELÃO, J.R.M. Diálogos Interdisciplinares: a psicologia e o serviço social nas práticas judiciárias. São Paulo: Casa do Psicólogo,2007
OLIVEIRA, R. Quero Voltar para Casa. São Paulo: AASPTJ, 2007.
Crianças e Adolescentes (Des)Acolhidos: a perspectiva da filiação no processo de institucionalização. São Paulo,2001. Dissertação, PUC-SP.
WEBER,L, KOSSOBUDZKI,L. Filhos da solidão: institucionalização, abandono e adoção. Curitiba:Governo do Estado do Paraná, 1996.
Bibliografia de referência
Contatos e trocas de experiências e impressões
Ms Patrícia D’Elboux Rodrigues
E-mail: [email protected]
Professora do curso de Psicologia da Universidade
Anhembi Morumbi-Campus Centro