ATTALI
LA CRISE
LA CRISE, ET APRÈS?
Jacques Attali1
GANÂNCIA
•O motor do capitalismo financeiro aparece mais claramente do que
nunca: é a ganância.
•Os mais ricos que sentem que uma crise ameaça, continuam buscando
os rendimentos máximos.
•Os dirigentes financeiros, os “iniciados”, que só têm lealdade em relação
a eles mesmos dividem em 2002, 10 bilhões de bônus.
•O mercado, cada vez mais arriscado leva cada um a querer permanecer
“líquido”.
•Quem perde é o futuro porque o futuro não tem poder de decisão.
A IDEOLOGIA DA POSITIVE ATITUDE
•Consiste em convencer-se que um objetivo é facilmente atingível se a
pessoa o quiser com bastante sinceridade, força e concentração.
•Cada um começa a pensar que, para conseguir um bom emprego, a
receita consiste em ser otimista.
•Ninguém pode tornar-se um executivo se anunciar possíveis desastres.
O realismo é confundido com pessimismo.
IDEOLOGIA
• A ideologia que serve de base para o poder de um grupo, deve também
ter a capacidade de explicar a vida das pessoas, de dar para elas uma razão
para trabalhar, mesmo aqueles que sofrem por causa dela.
• Nossas sociedades preferiram a liberdade individual a qualquer outro
valor (justiça, solidariedade, imortalidade...).
1 ATTALI, Jacques, La crise, et après?, Paris, Fayard, 2008
• A apologia da liberdade individual transforma a deslealdade e a cobiça
em valores aceitáveis e destrói a estabilidade dos empregos, a do direito e vai
contra o altruísmo.
• Hoje, a ideologia liberal teria uma grande dificuldade em explicar que o
capitalismo mundial só serve uma pequena minoria e que é justo repassar,
como nos outros anos, 10 bi para os banqueiros e que a democracia que ele
deveria equilibrar leva em consideração os interesses dos mais pobres e das
próximas gerações.
• Sentindo que o sistema só sobrevive na apologia de sua própria
precariedade, as pessoas deduzem uma lógica da urgência e da impaciência.
• Democracia e mercado se tornarão valores ameaçados.
• Essa crise pode desencadear um movimento de revolta e de violências
políticas sem precedente, junto com a volta ao ódio de classes.
SENTIDO DA CRISE
•Essa crise é a oportunidade para entender como um pequeno grupo de
pessoas, sem produzir riquezas, confisca legalmente, sem controle de
ninguém, uma parte essencial do valor produzido.
•Como esse grupo, tendo conseguido pegar tudo o que podia, manda os
contribuintes pagar seus bônus e remunerações.
•Força os governos a achar em poucos dias o dinheiro sempre negado
para os mais desfavorecidos e os esfomeados do mundo inteiro.
REVOLUÇÃO TEÓRICA
•O encadeamento da crise começa pelo agravamento nos países
desenvolvidos das desigualdades sociais que limitam a demanda.
•Continua pela decisão implícita da sociedade americana de fazer dos
seu sistema financeiro um substituto a uma justa distribuição de renda.
QUATRO VERDADES
•Cada um, livre de fazer o que bem entende, vai até o fim do que pode
servir seus interesses, mesmo prejudicando os dos seus próprios
descendentes.
•A humanidade só pode sobreviver se cada um tomar consciência que
ele tem interesse no melhor estar dos outros.
•O trabalho, em todas as suas modalidades, principalmente se tiver uma
finalidade altruísta, é a única justificativa para a apropriação de riquezas.
•O tempo é o único ingrediente verdadeiramente escasso; e quem
contribui pelo seu trabalho a aumentar a disponibilidade do tempo e a dar-lhe
uma plenitude deve ser particularmente bem remunerado.
1.
2. Jacques Attali em “La crise, et après?” p. 194