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ATUALIDADES

Apresentação

Nos últimos anos, as principais instituições responsáveis pela organização de concursos públicos no Brasil, como o Cespe/UnB, a Esaf, o NCE/UFRJ, Cesgranrio, entre outras, vêm mudando a proposta básica de seus trabalhos, principalmente na forma de elaboração das provas e nos programas (conteúdos) a serem exigidos dos candidatos. Entre as mudanças, uma muito interessante é quanto à exigência de um servidor público-cidadão, e, para que isso ocorra, incluíram um conteúdo, normalmente denominado de atualidades, na área de conhecimentos gerais. É óbvio que um servidor público consciente de sua cidadania possui um maior compromisso político e social, com a conseqüente melhor prestação de seus serviços à sociedade, na qual a qualidade de seu trabalho passa a se destacar não em detrimento, mas se somando ao bom atendimento à população. Outro fator importante para o conteúdo de atualidades a ser explorado nas provas de concurso público é que ele se transforma no principal instrumento na proposta de um conteúdo interdisciplinar e contextualizado. Portanto, é muito útil para se utilizado em conjunto com a maioria dos demais assuntos a serem questionados, como informática, língua portuguesa, meio ambiente, direito, etc. Normalmente, a maioria dos candidatos a concursos, quanto ao conteúdo de atualidades, comete falhas em sua preparação para as provas ao menosprezarem a importância do conteúdo de atualidades no resultado final das provas, fazendo o seguinte discurso: para o conteúdo de atualidades, basta ler revistas e jornais e pronto, estou preparado. É óbvio que ficar sabendo dos acontecimentos e transformações, que um mundo cada vez mais globalizado está produzindo, é importante, mas não são muito proveitosas essas informações sem o acompanhamento de um contexto histórico, pelo menos dos fatos mais importantes das últimas décadas. Isso porque a realidade dialética, quanto a causas e efeitos, nos mostra que o momento atual resulta de fatos importantes do passado, principalmente do pós-Segunda Guerra e, sem essas informações, fica difícil ordenar os acontecimentos atuais e, mais complicado ainda, projetar possibilidades viáveis de resultados na forma de organização e funcionamento das sociedades num futuro próximo. Portanto, esse conteúdo tem como maior objetivo auxiliar as pessoas interessadas na compreensão do necessário quanto aos assuntos e das formas de cobrança do conteúdo de atualidades como vêm ocorrendo nos concursos públicos no país. Boa sorte

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O Mundo em Transformação

ATUALIDADES ECONÔMICAS, POLÍTICAS

E SOCIAIS

Os acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001, que culminaram com a destruição do “World Trade Center” em Nova Iorque e com a parte oeste do prédio do Pentágono em Washington/DC nos EUA, não podem ser encarados como um fato isolado, que após algum tempo será esquecido e substituído por novos fatos. Na realidade, este acontecimento é precedido de momentos também importantes, mas em menor escala de importância global. O 11 de setembro também antecede mudanças nos acontecimentos, que nos próximos anos, deverão alterar de forma significativa o comportamento dos EUA, a nação mais poderosa do planeta, modificando suas relações com os demais países e interferindo no modo de vida dos cidadãos de todo o mundo. Também não pode ser analisado somente de acordo com uma variável ou um ato terrorista e, sim, de acordo com as variáveis - econômicas, políticas, sociais, geoestratégicas, ambientais e culturais.

Enfim, o dia 11 de setembro de 2001, como fato histórico e não cronológico, indica o primeiro dia do século 21, só que este dia não terminou, pois terá desdobramentos e, é certo, que os EUA iria responder à agressão sofrida, basta lembrar que o governo norte - americano rapidamente mudou o critério de interpretação ao ato sofrido, classificando o 11 de setembro não mais como ato terrorista e, sim, como ato de guerra, pois assim, poderia responder ao ataque, inclusive com o apoio da ONU. Como veio a ocorrer, ao atacar a teocracia dos talebans no Afeganistão em 2002, e a guerra contra o Iraque em 2003.

FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001

A Política Externa dos EUA

Com o retorno dos republicanos ao poder, o país mais poderoso do mundo passa a se comportar de forma mais impositiva em relação aos seus principais parceiros e, principalmente, quanto aos países do sul. George W. Bush defendeu em campanha: “governar de costas para o mundo e de frente para os EUA”. Numa posição clara de recrudescimento nas relações externas.Recentemente, em entrevista, George W. Bush se auto-denominou como o presidente

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da guerra.

O governo republicano de George W. Bush

Em janeiro de 2001 os EUA não participam oficialmente do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, comprovando a proposta de campanha de “governar de costas para o mundo e de frente para os EUA”. Os EUA retomam o desenvolvimento tecnológico com objetivo estratégico militar acelerando o projeto Guerra nas Estrelas (Star War), gerando protestos mundiais quanto aos riscos de provocar nova corrida armamentista, pois outros países serão obrigados a desenvolver seus projetos armamentistas. Protestos estes vindos principalmente da China Popular e da Rússia, que mesmo sendo parceiros dos EUA, podem avançar em seus projetos de defesa espacial.

Os EUA avançam nas pesquisas e na reconstrução de laboratórios e centros de pesquisas no interior do país para desenvolver novas armas químicas e biológicas, rompendo os acordos internacionais do pós - segunda Guerra. Ao mesmo tempo que identifica o eixo do mal formado pela Coréia do Norte, Iraque e Irã e, mais recentemente classificou Cuba, Venezuela e Brasil como eixo do mal da América Latina.

O presidente norte - americano torna público que vai conseguir autorização ou o ajuste rápido (fast track) do Congresso de seu país para implantar a Alca – Área de Livre Comércio das Américas. Com o 11 de setembro, o Congresso dos EUA aprovam o TAP – Permissão para Acordos Comerciais, mesmo não tendo a maioria de republicanos. Passa a reduzir rapidamente os impostos e os juros internos, demonstrando que sua economia está entrando em recessão, provocando elevado déficit fiscal e comercial. Em julho de 2003 os EUA reduzem os juros internos para 1% ao ano, são os juros internos mais baixos desde 1958. Em 2004, voltou a elevar os juros internos para 2% ao ano, num claro aviso aos países periféricos como o Brasil, que vai retornar a política de atração dos

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investimentos externos para financiar seu déficit.

Em reunião (2001) do Grupo dos Sete (G-7) mais a Rússia (G-8), em Gênova, os discursos do governo norte - americano são de imposição e não de propostas a serem discutidas. Os EUA afirmam publicamente que, apesar das mudanças feitas na Reunião sobre Clima mundial, não vai assinar o Protocolo de Kyoto (1997), decisão tomada ao término da 3ª Reunião sobre Clima, na Alemanha, em 2001. Abandona, em solidariedade a Israel, a 3ª Reunião sobre Racismo, Xenofobismo e Outras Formas de Segregação, ocorrida entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro de 2001- portanto véspera do 11 de setembro - em Durban na África do Sul, por não aceitar discutir o “sionismo” como forma de segregação, nem discutir sobre a questão do povo palestino, principalmente quanto à necessidade de implantação de um Estado Palestino, que desde o final do ano de 2000 está vivendo uma nova Intifada (revolta) ou Guerra das Pedras. A Intifada atual foi provocada pelo passeio que Ariel Sharon, líder do Likud – partido ortodoxo judeu - fez na região do antigo Templo Sagrado Judeu, atual área onde existe a Praça das Mesquitas, em Jerusalém, local da terceira mesquita mais importante para os povos islâmicos, a Mesquita de Al’Qsar. É óbvio que o passeio de Ariel Sharon foi acompanhado de 3.000 seguranças judeus e que tinha a intenção de provocar uma reação dos povos islâmicos, principalmente dos palestinos, no próprio território do Estado de Israel e nas regiões da Faixa de Gaza e Cisjordânia, seu objetivo maior era o de atrair os votos dos eleitores de Israel para seu partido conservador, o LIKUD, termina conquistando a maioria no Parlamento Israelense, sendo indicado para primeiro - ministro.

FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 O atentado com caminhão-bomba no “World Trade Center”, em 1993, que de acordo com a imprensa, em seis anos, fez desaparecer cerca de 90% das empresas multinacionais que possuíam escritórios centrais naquele local. Os atentados nas Embaixadas Americana no Quênia e na Tanzânia, (África, 1999).

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Já colocados como atentados de responsabilidade da Al-Qaeda, com o comando do milionário saudita Osama Bin Laden.

A explosão no navio torpedeiro dos EUA na região do Golfo de Áden, no Estreito de Bab El’Mandeb, rota petrolífera, entre a Somália (Chifre Sul da África) e a Arábia Saudita, atentado praticado por dois homens bombas.

A Política Externa Dos Eua No Pós - Segunda Guerra

Fase crítica com avanços rápidos no confronto ideológico entre os EUA e a URSS. Denominada de Guerra Fria ou corrida armamentista. Nos EUA temos o Maccartismo ou período de caça às bruxas. O desenvolvimento do poder de destruição em massa combinado com a pressão psicológica interna no país tornam-se os principais instrumentos de imposição para sufocar a oposição nos EUA e pressionar os países quanto ao terror mundial e os riscos quanto a uma nova guerra mundial, que acaba gerando uma neurose nuclear.

A Guerra na Coréia

Com a derrota do império japonês na Segunda Guerra Mundial, os territórios antes ocupados militarmente por esta potência passam a ser disputados pelos novos mandatários mundiais, entre eles a Península da Coréia, pois logo após a vitória da Revolução Chinesa e com o apoio da URSS a China Popular invade a parte norte da península em apoio aos grupos socialistas da região. Em contrapartida, os EUA passam a apoiar os coreanos na parte sul do território, resultando numa guerra que durou de 1948 a 1953 e a divisão pelo paralelo 37 criando a Coréia do Norte – socialista, e a Coréia do Sul – capitalista, hoje um Tigre Asiático.

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A Coréia do Norte permanece socialista, formando uma gerontocracia, e hoje ameaça o mundo ao tentar desenvolver pesquisas para produzir armas nucleares.

A Guerra no Vietnã classificada como um dos países que formam o

eixo do mal.

A grande derrota militar dos EUA, no período da Guerra Fria, provocou certo enfraquecimento de um de seus ícones de sustentação, pois o nacionalismo anglo-saxônico, protestante, conservador, não consegue convencer a opinião pública nacional, quanto aos elevados gastos, os anos de guerra e às mortes de milhares de jovens brancos americanos, bem como o uso de armas de extermínio em massa nesta guerra, como o mapalm ou fogo químico, o agente laranja, um desfolhante químico e o agente azul que, de acordo com as autoridades norte-americanas eliminava as plantações de arroz, produto básico no regime alimentar da população vietnamita.

A sociedade norte-americana passa a questionar a política externa de seu governo.

A pergunta é: o que o Vietnã representa como ameaça para o mundo?

Em conseqüência da guerra do Vietnã, que eleva a oferta e uma rápida desvalorização do dólar no mercado internacional, o governo dos Estados Unidos abandona o câmbio dólar/ouro - fixo, adotado desde a Conferência de Bretton Woods em 1944 e passa a usar o sistema de câmbio flutuante, desregulamentando todo o comércio mundial. E desde então seu banco central (FED) não assume mais a paridade dólar ao ouro ao mesmo tempo em que se aproxima cada vez mais da República Popular da China adotando a famosa Doutrina Nixon. Com a prática da política de dupla diplomacia, onde não interessa o tipo de parceiro, e ,sim, a derrota do inimigo, isto é, o principal é a derrota da URSS. A sociedade americana sofre alterações em sua base de organização, principalmente quanto aos valores e formas de comportamento nacionalista, o nacionalismo anglo-saxônico perde força competindo com outras formas de comportamento também nacionalistas, mas que acabam dividindo a opinião pública do país, provocando uma maior heterogeneidade de valores e mudanças no comportamento de sua sociedade como:

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» nacionalismo regionalizado – o californiano, o texano, o nova-iorquino, etc.; » nacionalismo coorporativo – a defesa dos interesses econômicos em grupos organizados de interesse comum; » nacionalismo hifenado ou étnico – o crescimento mais rápido da população não-branca, gera uma forma de nacionalismo étnico afro-americano, asiático-americano, hispânico – norte - americano, etc. » O poder político e econômico anglo-saxônico que sustentava as oligarquias no poder havia perdido uma de suas bases de sustentação, o nacionalismo, com isto diminuiu o apoio interno na sustentação de novos conflitos contra o inimigo externo.

O inimigo externo, a URSS, está desaparecendo rapidamente, pois quando a URSS invade o Afeganistão e passa a sofrer com os atos de guerrilha praticados por grupos afegãos financiados pelos EUA, numa guerra que vai de 1978 a 1988, a partir de 1984, quando a URSS inicia o processo da Perestroika (restauração econômica) e a Glasnost (transparência política), que dura até 1991.

A Guerra no Golfo em 1991

Operação Tempestade no Deserto, nome oficial da guerra para os EUA, comandada por Colin Power, ou guerra pré-datada ou guerra vídeo game devido às transmissões ao vivo dos confrontos entre a força de coalizão, na época formada principalmente por EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália contra o Exército Iraquiano. É a grande oportunidade depois da guerra do Vietnã de os EUA recuperarem o apoio da opinião pública de seu país. Quando o Iraque invade militarmente o território do Kwait ao mesmo em tempo que bombardeia o território do Estado de Israel, é a grande oportunidade de o poder bélico norte-americano recuperar o apoio da opinião pública dos EUA.

Em 1991 a URSS estava em ritmo acelerado de desmembramento, tanto que é declarada extinta oficialmente em 25 de dezembro. Portanto, era preciso mostrar ao mundo que uma grande potência

(os E.U.A) havia sobrevivido ao desgaste da corrida armamentista

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das últimas décadas. É importante lembrar que a estratégia iraquiana de lançar mísseis atingindo o território de Israel tinha como objetivo provocar uma resposta do país, com isto, o Iraque queria envolver todos os países islâmicos na guerra, inclusive com o apoio da OLP – Organização para a Libertação da Palestina e da Jordânia. Mas os EUA forneceram dinheiro e os antimísseis patriotas para que Israel suportasse os ataques e não respondesse militarmente aos ataques do Iraque. As estratégias e o elevado poder bélico, inclusive com armas de última geração utilizadas na guerra do Golfo tinham endereço certo:

Mostrar a supremacia bélica dos EUA para o mundo. Convencer a sociedade norte-americana de que era possível ser rápido, gastar pouco e provocar elevada destruição do inimigo externo.

NOTAS

» Dados oficiais dos EUA mostram que morreram 100 soldados aliados e 500.000 iraquianos nesta guerra. » Observe-se que na guerra do Golfo atual (2003) o comportamento dos EUA é semelhante ao da guerra de 1991, declarando o término da guerra o mais rápido possível. Lamentavelmente, o número de perdas de soldados norte-americanos e britânicos em combate após a declaração oficial do término da guerra pelo presidente George W. Bush já é superior ao número de mortos no período de confronto declarado. O mesmo fato vem ocorrendo na guerra contra o terrorismo internacional praticada no Afeganistão, onde os Taliban continuam provocando baixas na Força norte-americana.

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Força norte-americana. » Atualmente, cerca de 250.000 soldados e familiares, dos EUA, Reino Unido, Austrália e Canadá, que participaram da guerra do Golfo em 1991 sofrem seqüelas violentas em razão dos medicamentos que tomaram para evitar as armas químicas e biológicas que poderiam ser usadas pelo Iraque naquela época. » É importante lembrar que este desgaste pós – guerra provocou a não reeleição - de George Bush, que foi derrotado por Bill Clinton. » O bombardeio aéreo praticado pela Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte, na Iugoslávia (atual Sérvia-Montenegro) veio a comprovar esta supremacia bélica. É a primeira vez que a Otan usa seu poder bélico contra um Estado-nação. » Com a independência das repúblicas da Eslovênia, Croácia, Bósnia - Herzegovina, Macedônia e a autonomia da região de Kosovo. Em 2003 o nome Iugoslávia desaparece, sendo transformada em Sérvia e Montenegro, um novo nome para o que restou da grande Iugoslávia do período de Jozip Tito. É interessante observar que as repúblicas da Sérvia e Montenegro formam um país, mas com dois parlamentos e duas moedas, portanto, caminhando no sentido contrário do projeto da União Européia. » A partir desta situação, os EUA passam a defender o “modo de vida norte-americano” como o modelo ideal para o mundo, calcado numa espécie de “fundamentalismo” tecnológico e econômico, pois ao defender a

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econômico, pois ao defender a política da dupla diplomacia, o dólar como poder econômico para os “amigos” e do poder bélico tecnológico para os “inimigos”, acaba substituindo o inimigo externo, a ex-URSS com seu socialismo real, pelo fundamentalismo dito religioso do mundo islâmico. » Osama Bin Laden e as organizações radicais islâmicas mais famosas, como o Hamas – nos acampamentos palestinos, a Jihad Islâmica – sediada no Egito, o Hezbollah e o Amal no Líbano, são grupos que foram parceiros dos EUA na guerra contra a União Soviética (1979/1988), no Afeganistão, agora são transformados em inimigos do mundo ocidental, pela forma de organização e funcionamento de suas sociedades, passam a ser considerados obstáculos para os avanços da globalização, portanto, inimigos do capitalismo neoliberal e dos EUA.

Em outubro de 2004, Yasser Arafat, líder do Al´Fatha - grupo palestino criado em 1959, líder da OLP desde a década de 60 do século passado, apresenta debilidade física devido a idade já avançada e ao enclausuramento imposto por Israel, em Hamala, Centro da Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia, sendo levado para a França para tratamento. Em 1º de novembro, pela primeira vez o Comando Central da Autoridade Palestina (ANP) tem uma reunião sem a presença de Yasser Arafat. Em outubro de 2004, o Parlamento de Israel aprova a proposta de retirar as Colônias judaicas legais e ilegais na Região da Faixa de Gaza, a partir de 2005. O Estado de Israel insiste em implantar seu Plano Unilateral para implantação do Estado Palestino, mas não admite que este crie sua própria força armada. O Plano Unilateral de Israel, comandado pelo Premier Ariel Sharon tem o apoio do Governo dos EUA. É bom lembrar que George W. Bush é o primeiro presidente dos EUA a discordar do Plano da ONU, apoiando para que Israel ocupe a área

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que vai além da Poligonal definida em 1947 na Cisjordânia. O Tribunal Internacional de Justiça de Haia condenou a construção do “Muro da Vergonha” que Israel insiste em continuar construindo para controlar o deslocamento do povo Palestino em relação ao estado de Israel, dificultando, dessa forma, o livre trânsito do povo palestino nessa região. Continua a Intifada (Revolta ou Guerra das Pedras) iniciada em setembro de 2000, na qual cerca de 5.000 pessoas já morreram, sendo a maioria dos palestinos.

O Sionismo

O sionismo teve seu início de forma organizada, no final do século XIX na Europa, onde o fortalecimento econômico-financeiro da comunidade judaica havia conquistado uma grande capacidade de influência nas decisões dos impérios europeus, principalmente no império britânico, o mais poderoso na época.

Sionismo significa o direito de o povo judeu retornar para os lugares sagrados na região da Palestina, no Oriente Médio, onde haviam fundado a cidade de Jerusalém e nela construído o Grande Templo de Salomão, onde ficava a Arca Sagrada com os dez mandamentos, de onde foram expulsos nos anos 68/70 d.C. pelo Império Romano, sionismo representa, também, o direito de o povo judeu, ser judeu em qualquer lugar que tenha nascido e/ou viva no mundo.

Ao expulsar o povo judeu da Palestina, os romanos 68 d.C. destruíram o templo sagrado, restando somente o muro das lamentações. Séculos depois, os islâmicos construíram nesta área a Praça das Mesquitas, onde Maomé veio a morrer. É nesta Praça das Mesquitas que está localizada a Mesquita de Al´Qsar, a terceira mesquita mais importante para o mundo islâmico, somente superada em importância pelas mesquitas de Meca e Medina – a terra do profeta.

Avanços do Sionismo

1º)No início do século XX, os judeus, que já controlavam a economia dos impérios europeus, passaram a comprar propriedades rurais na Palestina, financiando para que grupos de famílias judias da Europa Oriental (Polônia, Áustria, Rússia, etc.), que eram perseguidos pelos governos e sociedades, fossem deslocados para estas fazendas na Palestina, surgindo deste projeto os primeiros kibutzins, ou propriedades coletivas, os heróis da criação do Estado de

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Israel, como Ben Guryon, Golda Meir, etc.

2º)Em 1917 ocorre a Resolução Balfor, onde um diplomata

britânico defende o direito de o povo judeu criar um Estado próprio na Palestina, pois o Império Turco-Otomano estava sendo derrotado pelos ingleses que estavam começando a dominar o Oriente Médio.

3º)Em 1922 a Liga das Nações Européias, liderada pelo Império

Britânico, vota a favor da criação de um Estado judeu na Palestina, pois nesta região já existia um protetorado britânico, portanto, controlada por um Império Ocidental.

4º)1939/1945 – Segunda Guerra Mundial

Ocorre o holocausto, em que nove milhões de pessoas são mortas nos campos de concentração e deste total quase 6 milhões são judeus, juntamente com milhões de pessoas de outras minorias étnicas ou religiosas ou em diáspora como os ciganos, testemunhas de Jeová, os islâmicos, etc. Quando estes fatos são revelados para o mundo no pós-Segunda Guerra, a mudança do eixo de poder mundial está se deslocando para a grande águia ou nova Roma na América do Norte, os EUA vãos substituindo os Impérios Europeus no comando mundial. Nem a superpotência que emergia nem os judeus podiam perder esta oportunidade histórica, reivindicando seus direitos de criação e implantação de um Estado judeu na Palestina.

5º)1947 – Resolução da ONU, no qual Oswaldo Aranha, diplomata brasileiro e primeiro primeiro secretário geral, presidente da Organização das Nações Unidas declara o seu voto de minerva, com a seguinte posição:

- término do protetorado britânico na Palestina; - criação do Estado de Israel, com um pouco mais da metade do território; - criação do Estado Palestino dividido em duas áreas; uma em contato com o mar Mediterrâneo, a região da Faixa de Gaza (Egito) e outra na região da Cisjordânia (Jordânia), exceto as regiões neutras como Jerusalém. Portanto o Estado Palestino desde quando foi criado, era dividido pelo Estado de Israel, que teria o controle geoestratégico da região; - criação das zonas neutras, principalmente da cidade de Jerusalém, que ficaria sob administração internacional da ONU.

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6º)1948 – Com a saída dos britânicos, os judeus declaram que

estão implantando seu Estado, de acordo com a Resolução da ONU.

– O mundo árabe, islâmico de forma geral, não aceita a forma de criação do Estado Palestino, a RAU – Liga Árabe Unida, faz a primeira guerra – Egito, Síria, Jordânia e Arábia Saudita – contra Israel, os árabes são derrotados, ficando bem claro que ao lado do Estado de Israel temos toda a força do poder econômico e bélico dos países ocidentais, principalmente dos EUA e Inglaterra.

Nota Com a início da implantação do estado de Israel em 1948, acaba a diáspora do povo judeu, ao mesmo tempo em que começa a diáspora do povo palestino.

7º)1956 – Com medo de que o governo terceiro-mundista do Egito, sob o comando de Gamal Abdel Nasser, que tinha o apoio soviético, bloqueasse o Canal de Suez, os ingleses e franceses apóiam Israel que invade a Península do Sinai. Posteriormente, os EUA e a URSS determinam o fim da guerra, demonstrando para o mundo a nova relação de poder.

8º)1967 – A Guerra dos Seis Dias. Em menos de duas décadas de implantação, o Estado de

Israel passa para a fase de expansão, ocupando militarmente os territórios sagrados nos países islâmicos, como o Sinai (Egito) com o porto e a Península de Aq’Aba, conquistando saída pelo Mar Vermelho, a Cisjordânia, com as cidades sagradas e o Mar Morto, as Colinas de Golan (Síria), sendo que esta última, por ser estratégica, até hoje não foi devolvida.

Notas a) 1982 – Israel invade o sul do Líbano, criando uma área militar “tampão”, expulsando a OLP – Organização para a Libertação da Palestina, posteriormente substituída naquele território pelo Hezbollah, organização financiada pela Síria. b) é deste período que surge o ódio que os povos islâmicos, principalmente os palestinos, possuem pelo líder judeu Ariel Sharon, pois, nesta época, ele era o comandante militar que coordenou o processo de ocupação do sul do Líbano, alegam que Ariel Sharon permitiu que as milícias cristãs libanesas, aliadas dos judeus, invadissem os campos de concentração nesta região e praticassem um

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os campos de concentração nesta região e praticassem um genocídio contra o povo palestino, provocando os massacres de Sabra e Shatila. Israel só abandonou a área em dezembro de 2000, a saída vergonhosa, como a identificam os judeus ortodoxos.

9º)1973 – A guerra do “Yom Kippur”, o dia do perdão para o povo judeu. Os árabes tentam reconquistar os lugares dominados por Israel na Guerra dos Seis Dias, mas são derrotados.

Notas a) Não é mera coincidência, nesse mesmo ano ocorrer a primeira crise do petróleo. b) É correto afirmar que esta foi a última guerra oficial entre islâmicos e judeus, mas que os conflitos não mudaram, pois a importância da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os petrodólares, alteram o equilíbrio de poder no Oriente Médio. c) A região da Palestina perde importância para outra área no Oriente Médio, o Golfo Pérsico, cercado totalmente por países islâmicos e com a maior reserva mundial conhecida de petróleo .

A Questão Palestina Com o início da diáspora em 1948, o povo palestino – árabe, islâmico e sunita, passa a confrontar o Estado de Israel e seu exército, através de grupos político organizados desde a década de 50 surge Yasser Arafat, criando a Al’Fatha, que logo domina a OLP – Organização para a Libertação da Palestina, que tinha como princípios não reconhecer a existência do Estado de Israel nem o direito de o povo judeu viver na região da Palestina. Na década de 70 o mundo árabe passa a utilizar o petróleo como forma de pressão política e econômica, pois no início dessa década o Golfo Pérsico fornecia dois terços do petróleo consumido diariamente no planeta. Em 1979 um novo golpe para a economia internacional, pois a revolução islâmica no Irã acaba provocando nova crise mundial do petróleo. A queda da Dinastia Pahlevi, que foi colocada no poder em 1953, graças a um golpe de estado fomentado pela Cia norte-americana, qcom a implantação de valores ocidentais, que entram em choque com uma sociedade fundamentalista islâmica, pois a maioria de sua população é de origem persa xiita,

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que atende ao comando dos Aiatolás. Com a revolução em 1979 no Irã os líderes religiosos implantam uma teocracia e declaram seu ódio aos valores ocidentais, principalmente aos EUA.

Nota Surge um ponto divisor entre o panarabismo e o pan-islamismo, sendo este último muito mais abrangente e radical do que o primeiro, pois acaba envolvendo todo o mundo islâmico, enquanto o pan-arabismo defende a união do mundo árabe, que corresponde somente a 20% da populaçãoatual.

Em 1986, percebendo as mudanças mundiais, a OLP, liderada por Yasser Arafat, inicia uma nova estratégia contra o Estado de Israel, com o objetivo de chamar a atenção do mundo, quanto às precárias condições de vida do povo palestino nos acampamentos controlados pelo Exército de Israel, criam o processo da intifada para substituir os grupos paramilitares no confronto à força militar de Israel. Intifada – Na revolta ou Guerra das Pedras os líderes dos grupos organizados palestinos convocam a população civil palestina nos acampamentos que, utilizando paus, pedras e palavras de ordem, enfrentam os soldados do Exército de Israel. Como o confronto é entre uma população civil e um exército organizado, o número de mortes do lado palestino é maior, mas serve para chamar a atenção do mundo para a questão palestina. Portanto, a intifada não é uma guerra comum, onde se enfrentam exércitos organizados, podendo terminar ou começar a qualquer momento, de acordo com os interesses de seus líderes. Desde o início da atual intifada (200) até hoje, foram cerca de 5000 pessoas, principalmente palestinos.No ano de 2003, morreram 55000 brasileiros de forma violenta, destes cerca de 40.000 devido ao uso de armas de fogo.

A INTIFADA ATUAL (setembro de 2000 em diante) Seu início foi provocado por Ariel Sharon, líder do Likud, partido conservador de Israel, que passeia protegido por centenas de seguranças pela Praça das Mesquitas em Jerusalém, provocando, assim, os povos islâmicos, ao mesmo tempo em que conquistava os votos da maioria dos judeus. Seu partido vence as eleições e tornaprimeiro-ministro de Israel.

O B S E R V A Ç Ã O

É interessante lembrar que Ariel Sharon circula pela Praça das Mesquitas em Jerusalém, mas justifica sua atitude alegando que está visitando os lugares sagrados onde existia o Grande Templo com a Arca Sagrada e os dez mandamentos, templo este construído pelos judeus e destruído pelos romanos no primeiro século da era cristã.

É certo que a atual intifada não pode mais ser encarada pela imprensa com aquele aspecto de revolta ou guerra das pedras, pois os palestinos estão melhor organizados para reagirem contra o Exército de Israel, com milícias, mísseis e, principalmente, homens e mulherespopulação civil do Estado de Israel, fato raro nas intifadas anteriores.

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Esta autorização traz problemas para o mundo, inclusive para a América Latina. Basta lembrar do caso da guerra na Colômbia, onde alegam que o IRA Republicano Irlandês apóia as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o ressurgimento do grupo Sendero Luminoso no Peru e a situação na tríplice fronteira - Brasil, Argentina e Paraguai - em Foz do Iguaçu, a imprensa dos EUA procura formar a opinião publica, tentando provar que daquela região sai apoio financeiro para os grupos fundamentalistas Islâmicos. A guerra no Afeganistão é o primeiro momento sério do pós - 11 de setembro de 2001. Pela primeira vez na história moderna e contemporânea, não temos guerra envolvendo dois ou mais Estados – Nações e, sim, o Estado - Nação mais poderoso do planeta contra territórios e populações pobres. A guerra é no territóAfeganistão, mas é contra o terrorismo internacional, alegando que o governo teocrático formado pelo Mulá Omá e seus talebans protegiam Osama Bin Laden e seus seguidores da Al’Qaeda. A guerra no Afeganistão não acabou, mas são criadas as condições para mais um conflito contra o Iraque. Para isto, foi necessário retirar o diplomata brasileiro Maurício Bustani do comando da Opaq - ONU - Organização para Proscrição de Armas Químicas, ao mesmo tempo em que se tentava provar que o Iraque possuía armas destruição em massa. Dessa vez, o objetivo maior na guerra do Golfo era derrubar o governo sunita de Saddan Hussein e impor um governo pró

Em julho de 2003 a Organização Internacional do Trabalho (OIT), julgou a forma como o diplomata brasileiro Maurício Bustani foi retirado da presidência da Opaq. O resultado do processo o inocentou e, inclusive, exigiu que lhe fosse paga uma indenização de mais de 70.000 dólares. Enquanto presidente da Opaq (1996/2002), Maurício Bustani conseguiu reduzir em um terço o número de depósitos de armas químicas no mundo. Hoje ele é embaixador brasileiro no Reino Unido, está sendo cogitado para receber o Prêmio Nobel da Paz, pois se o Iraque tivesse entrado para a Opaq ficaria difícil para os EUA justificar, a guerra, pois o Iraque, como membro da Opaq estaria sujeito às regras e normas internacionais de controle de armas de extermínio em massa, inclusive teria que permitir a visita de inspetores internacionais sem prévio aviso ao país. Maurício Bustani doou sua indenização para entidades beneficentes no Brasil.

Com a vitória no Iraque, os EUA aproveitam para pressionar a Síria quanto ao apoio dado aos grupos islâmicos pareordenamento geopolítico no Oriente Médio, é preciso reduzir a atuação destes grupos como o Hamas, o Jihad, o Hezbollah e, com isto, facilitar as negociações com

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Israel para implantação do Estado Palestino. O projeto mapa de rota ou mapa da paz ou mapa do caminho é elaborado pelos 4 (EUA, União Européia, Rússia e ONU) para firmar um tratado de paz árabe - Judeu que permita a implantação de um Estado palestino definitivo até 2005.

O B S E R V A Ç Ã O

Em 25/05/2003, o Parlamento de Israel aprova por 12 votos a favor, sete contra e quatro abstenções, o projeto mapa de rota proposto pelos 4 (EUA, União Européia, Rússia e ONU).

O Fundamentalismo Islâmico

Em 622 d.C., quando o grande profeta do Islã recebe as mensagens de Alá, através do Arcanjo Gabriel, seu objetivo maior era o de unificar os povos árabes, pois o que prejudicava a união dos povos árabes era a prática do politeísmo. O Islamismo tem muito dos princípios tanto judaicos como cristãos. É óbvio, os valores que interessavam no processo de unificação dos povos árabes, facilitando o crescimento político, econômico e militar desta civilização. Em 632 d.C., com a morte de Maomé, o Islã sofre a sua primeira divisão séria, criando a figura dos xiitas e dos sunitas. Na realidade, todos são moderados e/ou radicais no comportamento terrestre, pois suas reações dependem muito da ação que venham a sofrer. Por ter apoiado o Iraque de Saddam Hussein na Guerra do Golfo, Yasser Arafat e a OLP perdem o apoio, principalmente econômico, dos países islâmicos, que passam a proteger e financiar novos grupos paramilitares que estejam dispostos a enfrentar o Estado de Israel, provocando o crescimento de grupos comIslâmica, o Hezbollah, etc.

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Nota Devemos tomar cuidado com a imprensa ocidental pois como normalmente é colocado, estes grupos são formados somente por homens e mulheres bombas e que praticam exclusivamente atos terroristas. Um bom exemplo disto é o Hamas, grupo organizado nos acampamentos palestinos, que inicialmente foi sustentado por Israel para fazer oposição à OLP que na época confrontava o Estado de Israel. Na década de 80 a OLP muda seu comportamento tornando-se negociadora e política, Israel pára de apoiar o Hamas, que passou para o controle iraniano. Hoje, mais de 90% dos seguidores do Hamas trabalham na área social, como educação, saúde, alimentação e habitação dos palestinos, nos acampamentos e, menos de 10% é que fazem parte do Hamas militar. Mas são estes últimos que se destacam na imprensa mundial.

O ORIENTE MÉDIO NA DÉCADA DE 90

1993 A OLP reconhece a existência do Estado de Israel e o direito de o povo judeu, também, viver na região da Palestina, dando início a um processo de reconhecimento mútuo, que acabou resultando no Tratado de Oslo I.

1994 Israel devolve para autogestão do povo palestino a cidade de Jericó (na Cisjo rdânia) e a cidade portuária na Faixa de Gaza no litoral do Mediterrâneo, como primeira etapa de devolução de territórios aos Palestinos e que futuras devoluções resultariam na implantação de um Estado palestino definitivo. 1995 O líder trabalhista no poder em Israel, Isaac Rabin é assassinado por um jovem judeu ligado ao Likud, perturbando as eleições em Israel e favorecendo a vitória dos conservadores, que, representados por Benjamin Netanyahu, dificulta o processo de paz, ao criar novas colônias iseria implantado o Estado palestino, hoje ocupado militarmente pelo Exército de Israel, ao mesmo tempo em que expande seus domínios na cidade de Jerusalém. Para administrar as áreas devolvidas por Israel, os grupos palestinos, liderados pela OLP criam um Estado Provisório, organizando sua estrutura política, econômica, social e de segurança com as milícias, sem eleições, o Governo de Israel não permite que seja criado um modelo de força armada palestina.

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ANP - Autoridade Nacional Palestina comandada por Yasser Arafat, é uma espécie de executivo provisório. CNP - Conselho Nacional Palestino formado por representantes dos principais grupos palestinos, de acordo com a sua representatividade na população, portanto, com a maioria da OLP – Organização para a Libertação da Palestina, liderada por Yasser Arafat. Em 2003 e criado o cargo de primeiro ministro palestino com o objetivo de afastar Yasser Arafat das negociações de Paz de Acordo com o Plano dos Quatro.

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Nota Em 1995, o CNP – Conselho Nacional Palestino- reconhece a existência do Estado de Israel e o direito do povo judeu também viver na região da Palestina. Isto já havia sido reconhecido em 1993 pela OLP. Em 2003 o Plano dos Quatro provoca nova expectativa de paz para a região do Oriente Médio, com a proposta de implantação do Estado palestino definitivo até 2005. Em 2002 o Conselho de Segurança da ONU aprova o plano dos quatro, isto é, um plano de paz para a região Palestina, inclusive com a proposta de implantação do Estado palestino. Este plano foi elaborado em comum acordo entre os EUA, União Européia, Rússia e ONU, e foi aprovado por unanimidade no Conselho de Segurança, pois dos 15 países que formam o Conselho de Segurança da ONU, somente a Síria se absteve de votar, os 14 países restantes votaram a favor da proposta de implantação de um Estado palestino. Em outubro de 2003, com os atentados provocados pelos homens e mulheres - bombas palestinos, Israel toma a decisão de atacar o sul da Síria alegando que nesta área os palestinos estão se organizando militarmente. Como a Síria está ocupando uma das cadeiras provisórias do Conselho de Segurança da ONU, solicitou uma reunião de emergência do Conselho com a justificativa de que sofrera um ato de guerra por parte de Israel. Mais uma vez as autoridades americanas saíram em defesa de Israel, George W. Bush declarou que Israel tem o direito de reagir contra qualquer ataque que venha a sofrer de seus inimigos no Oriente Médio. Como os EUA ocupam uma das cadeiras permanentes no Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto, é certo que a ONU não poderá tomar medidas que forcem Israel a mudar seu comportamento bélico com os países distintos, a falta de apoio do Conselho de Segurança acabou inviabilizando a proposta da Síria. O Plano dos Quatro (rota ou caminho) fica cada vez mais distante como solução para a região da Palestina.

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Formação Dos Megablocos E Blocos Supranacionais

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1. Internacionalização – desde o momento em que o ser humano começou a se organizar em uma forma de produção, o processo de internacionalização passou a avançar.

Houve momentos de avanços como o período dos impérios absolutistas e, finalmente, com a formação dos Estados sustentarem, estes Estados, foram obrigados a aumentar suas relações com outras sociedades organizadas. expressos nas trocas de valores culturais, sociais, bens e serviços, diplomáticos e, principalmente pelas guerras, gerando avanços tecnológicos e provocando mudanças na base do sistema produtivo, normalmente resultando num aumento do comércio internacional.

2. Transnacionalização – fenômeno percebido a partir dos anos 1960. As filiais das empresas multinacionais paulatinamente vão substituindo as matrizes em valor

de produção, produtividade e competitividade no comércio mundial.

O processo de transnacionalização da produção acabou provocando e também a transnacionalização das finanças, onde os fluxos financeiros internacionais (capital especulativo) atingem dimensões superiores à inversão estrangeira direta no comércio internacional. De acordo com definição internacional, a diferença entre as empresas multinacionais e as mais recentes, ou as transnacionais é que enquanto estas últimas são resultado da formação de trustes ou fusões, as anteriores sobreviviam na forma de cartelização. Outra diferença é que se depender dos países centrais, as matrizes param de produzir totalmente. Portanto, está ocorrendo uma transferência muito rápida da produção para os países do sul, enquanto o desenvolvimento e contrfinanceiro internacional e os pólos de avanços tecnológicos permanecem nos países centrais. Exemplo muito didático desta situação é o caso dos dois cartéis que dominavam a produção e comercialização de cervejas e refrigerantes no Brasil, a Brama e a Antárticapois os produtos importados ficaram competitivos para o mercado consumidor interno, acabando com o privilégio que usufruíam em relação ao consumidor brasileiro. Os cartéis decidiram pela formação de um truste ou fusão, extinguindo as empresas de estrutura obsoleta e criaram a Ambev ações de empresas congêneres na Argentina, 36% da Quilmes, 80% da Cervejaria do Sul no Equador, maparte de sua produção para países vizinhos do Brasil, desde que seja mais vantajoso quanto aos custos.

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3. Globalização – fenômeno que engloba tanto a internacionalização como a transnacionalização, mas que avança, atingindo outros valores numa sociedade, por exemplo, a uniformização comportamental provocada pela massificação dos sistemas de comunicação.

Uma sociedade se globaliza na proporção direta de sua capacidade de consumo, principalmente através de imagens e informações transmitidas pelos meios de comunicação, como a televisão, o que a globalização apresenta para uma sociedade não são some nte produtos, mas, sim, idéias quanto ao mercado, à democracia, à educação, à família, à sexualidade, ao trabalho, ao lazer etc. Um fator importante, responsável pelos avanços da globalização foi o esgotamento da fase pósSegunda Guerra, denominada de Gucorrida armamentista bipolar, que permitiu a recuperação econômica e o crescimento dos países que atualmente formam os blocos econômicos supranacionais, como o Nafta, União Européia, Mercosul, etc.

Os avanços da nanotecnologia provoca mudanças na base do sistema produtivo, onde a produção em escala ou forma de produção mais flexível ou toyotista, onde os novos instrumentos como a informática, a robótica e a automação, resultantes dos aciências estratégicas, com o crescimento da nanotecnologia e a biotecnologia, acabam provocando transformações na estrutura de funcionamento, substituindo o trabalho humano. Os resultados da nova tecnologia provocando aumento na produção, produtividade, diversidade e queda no custo final dos produtos fabricados, ao mesmo tempo em que a maior eficiência tecnológica força um processo de reciclagem da mão-de-obra, provoca instabilidade política e social, gerando desemprego estrutdo comportamento xenofobista.

XENOFOBISMO

Desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ao meio daquele que as ajuíza, ou pelo que é incomum ou vem de fora do país; xenofobismo.

Toda esta situação acaba gerando crise de modernidade, onde as sociedades mais avançadas atingem a fase póscomando o que significa poder, como a tecnologia de ponta e o sistema financeiro internacional, ao mesmo tempo em que força uma desconcentrperdem valor estratégico, transferindo estas atividades para os países periféricos. Por ser um processo mais complexo, seus resultados são mais complexos ainda, provocando e até forçando, de acordo com a conveniência dos países centna forma de funcionamento das sociedades, como:

Formação dos megablocos e blocos econômicos supranacionais. Retorno do pensamento liberal, sob nova roupagem, na manutenção do comando mundial. Teoria do estado mínimo. Nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT) com a transnacionalização . Que provoca um fortalecimento do ultranacionalismo, na forma de fundamentalismos religiosos e etno/xenofobismo, como forma de reação às mudanças provocadas

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O Neoliberalismo

A teoria do Estado mínimo defendida pelo pensamento neoliberal corresponde à defesa dos países ricos que, através de suas principais representações internacionais, como o FMI, o Bird, e suas empresas, capital e o controle que possuem sobre o conhecimento científico, forçam os países pobres a reduzir o poder de seus Estados como agente econômico, obrigando-os a implantar reformas estruturais, como privatizar as estatais estruturais e esmonetária e cambial, facilitando a entrada das empresas e do capital estrangeiro, forçando os países periféricos a eliminarem o protecionismo. Os representantes dos países centrais defendem a idéia de que os governos dos países pobres devem ter sob sua responsabilidade direta apenas a área da educação, de preferência que o Estado cuide somente do ensino fundamental, o restante deve ser privatizado. Esta situação ficou bem exposta no 31º Fórum EconôDavos, na Suíça em janeiro de 2001 para onde os EUA não enviaram representantes oficiais, demonstrando a nova política externa da superpotência nas relações internacionais, ao mesmo tempo em que ocorria o histórico primeiro Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, no Brasil, onde grupos organizados que participavam do fórum depredaram uma lanchonete, bem como invadiram uma fazenda no Paraná que estava plantando transgênicos.

O Novo Papel Das Organizações Internacionais

BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento 1980 O Plano de Reformas Estruturais.

Para facilitar a liberação de recursos para o Terceiro Mundo, basta que os países tomem as seguintes medidas:- Implantem as reformas – previdenciária, tributária, fiscal, orçamentária, político-partidária, judiciária, trabalhista, sindical - Avancem no processo de privatizações. 1983 Plano de Reformas Setoriais ou Estratégicas. - Liberalizar a agricultura, como a forma de cultivo da soja no Centro-Oeste do Brasil. - Privatizar ou terceirizar os serviços como tratamento de água, esgoto, coleta e tratamento de lixo, etc. - Privatizar setores estratégicos, como o setor energético (comunicações), bancário, de transportes, sistema viário, de comunicações, etc. O Fundo Monetário Internacional (FMI) assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir o cumprimento das medidas impostas pelo neoliberalismo. Para isto, elabora o plano econômico neoliberal, que respeitando a situação política, econômica, cultural e social de cada país, mantém seu objetivo principal, que é obrigar os países periféricos a abrir ou internacionalizar sua economia, como o Plano Real no Brasil e o Plano Cavallo na Argentina. 1989 É assinado nos EUA o Manifesto ou Consenso de Washington numa tentativa de legitimação do processo de implantação das reformas neoliberais na América Latina.

Análise Geopolítica

Como os países periféricos eram na maioria governados de forma autoritária sob controle da elite militar, era convenieforam úteis enquanto a prioridade maior dos países centrais capitalistas era conter os avanços dos movimentos populares de tendência socialista, mas, como, agora o interesse é comercial e econômico, a manutenção dos militares no poder poderia prejudicar a implantação dos blocos econômicos. A nova tecnologia resulta numa transferência de atividades produtivas para o Terceiro Mundo, alterando o papel de cada país no comércio internacional, a DIT Internacional do Trabalho, isto é, o papel representado por cada país no processo de reordenamento mundial.

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A tecnologia de ponta resulta em novas máquinas e nova forma de produção, tendo como conseqüência o desemprego estrutural e, fortalecendo, como reprocesso de globalização, de movimentos étnicos separatistas e o nacionalismo exacerbado.

É cada vez mais difícil analisar de forma sedimentada a realidade econômica mufácil perceber como as situações política e social são resultados diretos da realidade econômica e do poder de manipulação do capital financeiro internacional. É possível distinguir como a implantação das idéias neoliberais alteram a forma de funcionamento das sociedades, principalmente na eliminação dos valores coletivos e avanços do individualismo. Em contrapartida, o mundo se surpreende cada vez mais com os discursos de cunho social das autoridades nacionais e internacionais, quanto à necessidade de investir na solução das questões que afetam as populações do Terceiro Mundo, como a fome, a tuberculose, a Aids, o ebola, o analfabetismo, o excedente populacional, as guerras tribais, de interesse econômico para as empresas multinacionais, como as guerras de diamantes na África. O processo de exclusão também está atingindo parcela significativa das populações dos países ricos, tanto na Europa como na América do Norte. O Terceiro Mundo, incluindo o Brasil, foi submetido às idéias neoliberais, de forma muito rápida. As elites nacionais embarcaram nestas idéias, implantaram seus planos econômicos, sem preocupações quanto à capacidade de absorção dessas mudanças por suas sociedades.

Um bom exemplo dessa realidade foi o Encontro do Grupo dos Oito (G-8), em julho de 2001, em Gênova, na Itália, onde, pela primeira vez, os sete países mais ricos e a Rússia, priorizam, em suas discussões, uma pauta onde a maioria dos itens é de cunho social, devido ao processo de exclusão provocado pela globalizaçperdão de 50% da divida externa dos vinte países mais pobres e, na criação de um fundo de três bilhões de dólares para o continente africano.

O processo de globalização nos países do Sul ou periféricos

Como sistema socioeconômico, o capitalismo passa por ciclos de crescimento, intercalado por fases de estagnação. Esta situação é conseqüência direta dos momentos onde ocorre avanço tecnológico, que vão refletir em novas formas de produção e produtos, com novos fatores que mudam a importância de cada país ou bloco de países, quanto ao comando e ao grau de dependência.

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O processo de globalização fortaleceu mais ainda os processos anteriores, aumentando a dinâmica de internacionalização e a transnacionalização em níveis jamais esperados pelos especialistas. Os países centrais entram na fase pós-urbano/industrial, isto é, detêm o controle sob a nova tecnologia e o sistema financeiro, enquanto a maioria das fábricas, principalmente aquelas que exigem elevado uso de matéria-prima, recursos energéticos e que não necessitam de mão-de-obra muito qualificada e degradam o meio ambiente, são transferidas para os países periféricos.

Está caracterizado o modelo atual, onde deve ser desconcentrado, com distribuição das atividades mais antigas da produção para o Terceiro Mundo, das atividades mais antigas, enquanto fica mantida a concentração do high tech e do poder de capital. Os laboratórios e centros de pesquisas, com pessoal altamente qualificado e os centros financeiros, ficam concentrados nos países centrais, enquanto fábricas de automotores, eletroeletrônicos, brinquedos, siderurgia, química pesada, etc., são rapidamente transferidas para os países pobres.

NOTA

Um bom exemplo desta situação é o que está acontecendo na China Popular: com a abertura econômica localizada nas Zonas Econômicas Especiais, em seu litoral, é o país que mais cresce economicamente nas duas últimas décadas do século XX e início do século XXI, mas sua luta maior é quanto à transferência de tecnologia de ponta e o controle do capital externo. Para superar esta situação, o país pratica a pirataria tecnológica, onde mais de 90% dos softwares utilizados no país são cópias ilegais, gerando prejuízo de bilhões de dólares para as multinacionais. O Brasil, a exemplo dos demais países latino-americanos, está lutando para assumir este novo papel nas relações internacionais, mas esta nova forma de dependência exige mudanças internas estruturais, tanto econômicas como financeiras que vão refletir na realidade política, social e cultural de sua população.

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O mundo está cada vez menor graças ao sistema de comunicação em massa que quantifica, podendo também até qualificar o número de informações para as sociedades, permitindo um acompanhamento mais próximo das atividades do Estado, ao mesmo tempo em que o próprio Estado está diminuindo seu poder de comando direto nas atividades econômicas e financeiras com as medidas neoliberais. Portanto, não podemos dizer que houve um aumento no índice de corrupção, ou de incompetência administrativa, enfim, de prepotência das autoridades e mau uso dos recursos públicos; o que aumentou foi a transparência das informações e a capacidade de cobrança da sociedade. Já foi o tempo do empreguismo, das propinas, dos elefantes brancos, onde tudo ficava fora do conhecimento da sociedade civil, isto é, o Estado concentrador de poder não permitia que as informações chegassem ao conhecimento da sociedade. É preciso que as autoridades se conscientizem de que não estão mais acima do bem e do mal. Enquanto está ocorrendo a fase de transição, o Terceiro Mundo vai vivendo com o acúmulo de crises econômicas, financeiras e de escândalos políticos.

Processo Histórico

A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX são momentos históricos que podem ser analisados de acordo com vários fatores que provocam transformações no comportamento das sociedades organizadas. Uma forma interessante é interpretar esse momento como uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações cada vez mais rápidas e profundas devido ao término das revoluções burguesas e o início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o crescimento das potências emergentes, como os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, os resultados são os avanços tecnológicos, que aumentam a produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando a capacidade de consumo e elevando a exploração dos recursos naturais, seguidos de uma degradação ambiental superior a homeostase, isto é, superior à capacidade de recuperação natural do planeta, formando novos mercados consumidores nos países do sul, com expansão e posterior esgotamento da fase neocolonial, modificando de forma drástica a forma de produção que era de subsistência nos povos dos novos continentes, impondo a forma de produção no estilo plantation e, com conseqüências imediatas na realidade sociocultural e econômica dos povos africanos, americanos e da Ásia Tropical.

A disputa pela hegemonia mundial provoca a Primeira Guerra, a primeira revolução socialista vitoriosa na Rússia, seguida da crise de superprodução do sistema capitalista em 1929 e chega ao auge com a Segunda Guerra Mundial. Terminando, assim, com a fase do capitalismo industrial ou selvagem, e iniciando o que hoje classificamos de capitalismo monopolista ou financeiro.

Estas mudanças alteram as relações internacionais de forma radical em seu eixo de comando, onde a “Nova Roma” (EUA), substitui os impérios europeus, e nas formas como estas relações vão acontecer no pós-Segunda Guerra. Em resumo, para substituir os antigos mandatários internacionais, a superpotência capitalista que surge no pósprecisam criar novas estruturas econômicas, políticas, financeiras, trabalhistas e militares que atendam aos seus interesses e esvaziem os poderes dos antigos “donos” do planeta, os impérios europeus. Os EUA precisavam de novas formas de parceria como também de novas entidades internacionais que através de sua ingerência, tornassem os princípios da “Doutrina Monroe” (o comando da América), para a “Doutrina Truman”, assumindo o comando mundial. Por isto, ocorreu a Conferência de “Bretton Woods” nas proximidades da cidade de Washington DC. Podeo “pontapé inicial” para que, nas próximas décadas fossem surgindo novas organizações mundiais para atender aos interesses da superpotência norte-americana.

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Conferência de Bretton Woods (1944)

Reunião entre quarenta e quatro nações, em New Hampshircujo objetivo principal era restabelecer uma ordem monetária internacional, de acordo com a nova realidade nas relações de poder do pós-Segunda Guerra Mundial. Havia a necessidade de se definir as novas regras para regular as relações econômicas e comerciais entre os países, resultando em quatro pontos.

a) A criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. b) A criação de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis em relação à nova moeda mundial, oscilando numa banda cambial (2,5%) deno máximo, 1,25% ou menos 1,25% em relação ao dólar norte-americano. c) O FMI funcionaria como uma política de seguro, auxiliando na capacidade de liquidez dos paísestaxas cambiais. d) A criação de um código de ação, onde todos os países membros, ao superarem a crise cambial resultante do período conturbado das primeiras décadas do século XX, retornariam para um sistema de pagamentos multilaterais baseados na conversão da moeda. Criação do Banco Mundial É uma instituição de desenvolvimento. Nas próximas décadas o Banco Mundial será dividido em quatro organizações para atuação de acordo com objetivos específicos. 1) CFI – Corporação Financeira Internacional. Entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para financiar investimentos particulares e as empresas privadas que investem no Terceiro Mundo. 2) ADI – criada em 1960, a Associação de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do orçamento dos paísesfinanciar a juros muito baixos e em longo prazo os países mais periféricos ou até os países que mesmo não sendo da extrema periferia, apresentam grandes bolsões de pobreza absoluta de acordo com os critérios de IDH –elaborados pela Organização das Nações Unidas a partir de 1991. A última reunião do G-8 – Grupo dos Sete Países mais ricos e da Rússia, em julho de 2001, na cidade de Gênova, na Itália, acabou resultando no perdão de parte da dívida das vinte nações mais pobres do mundo. Grande parte desta díempréstimos feitos pela ADI. Um bom exemplo do uso deste recurso é o projeto IDH 14 no período FHC, desenvolvido no Brasil, para tentar minimizar a situação de

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miséria que atinge as 14 áreas mais pobres em nosso país. Estes recursos correspondem às dívidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo com a defesa feita pelo Vaticano, entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idéias com o ano do Jubileu de Ouro. Infelizmente, a realidade mundial, principalmente quanto às formas como estes recursos foram utilizados pelos países pobres, inviabilizou o perdão esperado pelas sociedades mais pobres do mundo. 3) Agim – Agência de Garantia aos Investimentos Multilaterais, órgão do Banco Mundial que procura dar garannão econômicas que possam prejudicar as empresas que investem nos países subdesenvolvidos. Se uma multinacional implanta uma filial num país pobre, e ocorre um golpe de Estado, e a sua filial é nacionalizada, a Agim cobre os prejuízo 4) Criação do Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento lida diretamente com os governos dos países subdesenvolvidos, facilitando sua credibilidade no mercado financeiro internacional e fazendo a intermediação entrFinanceiro Internacional e as necessidades de recursos desses países, oferecendo assessoria técnica e econômica através de suas equipes ou missões, como são chamadas. Portanto, o Bird recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo empréstimos a juros de mercado e repassa estes empréstimos a juros mais altos para os países do Terceiro Mundo. Quando o Bird toma tal atitude, o país favorecido passa a ter maior credibilidade no Mercado Financeiro Internacional e, além dos empréstimos diretos do Bird, pode recorrer aos bancos e financeiras privadas para conseguir mais dinheiro. Os lucros obtidos por essas transações são altíssimos e, na maioria das vezes, são repassados para países centrais, principais mantenedores deste órgão. O Bird nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, pois além dos altos recursos em ativo que possui só o que o Terceiro Mundo deve e paga em serviços e juros da dívida externa por ano é o suficiente para cumprir seus compromissos com estas entidades e ainda sobra muito. Sua lucratividade para os países centrais é tão elevada que sua classificação internacional é AAA, isto é, possui total confiança ao fazer pedidos de empréstimos no mercado internacional. A última informação sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial sobre a realidade socioeconômica dos países pobres. O interessante desta pesquisa é que o Bird começa a defender a idéia de retrocesso; os países subdesenvolvidos devem voltar a priorizar as atividades primárias como agricultura, pecuária e extrativismo, na forma de desestimular ou até desmontar sua modernização industrial. A justificativa para tal comportamento do Bird é quanto à capacidade competitiva desses países no comércio mundial.

Conseqüências imediatas: -Plano Marshall para a Europa. -Plano Colombo para a Ásia. -Criação do “cordão sanitário” para os novos países, de independência concedida, que surgem no Terceiro Mundo, principalmente na Ásia Tropical, África e América Latina, ou países que já existiam, e que adquirem importância na realidade da Guerra Fria, no pós-Segunda Guerra, como o Brasil na América do Sul.

Criação do FMI – Fundo Monetário Internacional

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De acordo com sua criação, o FMI tem como função manter a estabilidade do sistema monetário e financiar os déficits da balança de pagamento dos países-membros. -É uma instituição monetária. -Extinção do lastro ouro e implantação do câmbio dólar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 onça), equivalem a 35 dólares americanos, o FED – “Federal Reserv Board”, o Banco Central dos EUA, garantiria a paridade. Com isto, temos a dolarização da economia mundial. Ao mesmo tempo em que os EUA adotam o câmbio fixo, obriga à adoção pelos países, do câmbio fixo flutuante, isto é, todas as moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor não poderia exceder a mais que 1,25%, ou menos de 1,25% (oscilação de 2,5%) do valor do dólar no mercado internacional. Esta medida foi mais política do que econômica, pois a Conferência de Bretton Woods, mais especificamente, o FED – Banco Central Norte-Americano, não levou em consideração as diferenças econômicas dos países no mundo, principalmente as políticas inflacionárias.

O B S E R V A Ç Ã O

O principal papel do FMI era o de socorrer os países-membros, principalmente na manutenção do câmbio e na correção das balanças de pagamentos, na década de 70, os EUA abandonam o câmbio fixo e adotam o câmbio flutuante. O motivo mais sério para esta mudança foi a emissão muito elevada de dólares necessários para sustentar a guerra do Vietnã, que provocou uma desvalorização muito rápida da moeda no mercado internacional. Os EUA mudam o seu sistema cambial, pois seria um desastre econômico se o FED (banco central), continuasse mantendo a paridade dólar – ouro. É quase certo que boa parte de suas reservas deste metal seria trocada pelo excesso de dólares que existia no mercado externo.

Ao adotar o câmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentação no comércio mundial, pois mudou o seu câmbio, mas não apresentou soluções para o câmbio fixo–flexível com banda cambial, que havia sido adotado para o mundo na Conferência de Bretton Woods. Em 1976, na Conferência do FMI na Jamaica, os países mais importantes no comércio mundial legalizam o câmbio flutuante e para compensar a desregulamentação no comércio internacional, adotaram o DES – Direito Especial de Saque, ucalculada pela média ponderada das 16 moedas mais usadas no comércio. Com isto, conseguiram regularizar alguns aspectos do comércio mundial. Com a mudança cambial, o FMI perdeu boa parte de sua importância; portanto, podemos dizer que Bretton Woods, a única atividade que lhe sobra é dar assistência aos déficits na balança de pagamentos, ditando padrões para as políticas econômicas nacionais e monitorando as taxas cambiais dos países devedores. Sua principal função eracrise econômica através dos SDRs (Special Drawing Rights), isto é, descontos especiais de saquespelo FMI, cujo valor corresponde ao movimento das taxas cambiais das cinco moedas mais importantes dos paísesYene, Marco, Franco e a Libra Esterlina. Com a implantação do Banco Central Europeu e a adoção do Euro por onze países-membros da União Européia, em primeiro de janeiro de 1999, o DES – Desconto Especial de Saque passou a ter como critérios o Dólar, o Yene, a Libra Esterlina e o Euro, portanto, hoje, são quatro moedas. Se ocorrer a efetivação do Euro, sendo adotado pelos quinze países-membros, como está previsto para 2002, os critérios para estipular o valor do DES, podem mudar novamente. Até hoje (2003) o Reino Unido, Dinamarca e Suécia não adotaram o Euro.

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Portanto, com a adoção do Euro pela Grécia em 01/01/2002, 12 países da União Européia adotaram a moeda supranacional.

CRIAÇÃO DO GATT

Conferência de Havana, 1948 – Acordo Geral de Tarifas e Comércio, atual OMC

– Organização Mundial do Comércio (Reunião de Montevidéu, 1985). É importante salientar que no pós 2ª guerra, a idéia era criar a OIC – Organização Internacional do Comércio, mamaioria dos países periféricos não concordaram, a solução mais prática foi a criação do GATT. Portanto, este órgão, em seu início, não era oficial, isto é, não teve a concordância da maioria dos países. Em 1995, em conseqüência da rodada do Uruguai (1985), o GATT foi substituída por uma organização mais próxima da nova realidade do comércio mundial, a OMC. É importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria das nações, mas, até hoje, não foi aprovado o seu regulamento para o comércio mundial. Criação da ONU – Organização das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco -1945.

O B S E R V A Ç Ã O

* Precedida pela Conferência de Yalta e um pouco antes da Conferência de Potsdan, que vieram a redefinir o papel da Europa na nova realidade mundial.

Criação da Otan, 1949 – Organização do Tratado do Atlântico Norte (militar).

Para atender aos interesses dos EUA, são criadas gradativamente organizações que sob o seu comando vão determinar o comportamento do mundo capitalista no confronto com o império soviético e seus paísesbipolarização ou ordem mundial e todas as suas características, como: expansão dos monopólios e oligopólios (multinacionais), caracterizando a formação de trustes, cartéis, holdings e a prática do dumping; término do liberalismo com fortalecimento do Estado; corrida armamentista e espacial; desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares de destruição em massa, até chegarmos a tecnologias atuais como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgênicos e nas questões étnicas sobre os avanços na clonagem.

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A década de 80 é considerada a “década perdida”. O esgotamento do sistema implantado após a Segunda Guerra Mundial é bem nítido, pois, tanto os EUA como a URSS tinham capacidade de destruir várias vezes seu inimigo, mas sabiam que se alguém tomasse esta atitude estaria destruindo a si próprio. Não existe mais a vantagem militar da primeira iniciativa. É nesta situação que se percebe as intransigências dos EUA, quanto a continuar com o projeto Guerra nas Estrelas e a não-assinatura do Tratado de Kioto, mesmo com suas mudanças, na reunião do G-8, em Gênova – 2001.

O mundo teria que mudar, pois as superpotências e seus parceiros estavam gastando trilhões de dólares/década para sustentar uma situação que poderia atingir um ponto irreversível, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro grito de alerta é dado pela ONU, onde prova que um ano de gastos militares significava, no mínimo, 25 anos sem fome em todo o planeta. Não podendo esquecer que a maioria das tecnologias desenvolvidas eram consideradas estratégicas; sendo assim, não eram transferidas para a economia normal, a população não tinha acesso aos novos conhecimentos nem aos produtos que poderiam ser desenvolvidos desse conhecimento.

Esta situação é acelerada com a implantação de reformas políticas e econômicas na URSS (glasnost, Perestroikadéficit público e orçamentário norte-americano em conjunto com o déficit da balança comercial. Neste momento, surge um questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma de recursos que eram investidos na corrida armamentista, nas atividades geoestratégicas? O que aconteceria com as inovações tecnológicas das últimas décadas? Será que a economia normal e a população do planeta seriam capazes de absorver, de forma tão rápida, tudo isto?

Para que isto ocorresse, era necessário, no mínimo, mudar a estrutura formada no pós-Segunda Guerra e criar novas relações internacionais, como: o término da bipolarização e o início da multipolarização acompanhada do capital volátil, da multipolarização, do retorno dos movimentos migratórios mundiais, das crises especulativas com o seu efeito dominóneoliberais, da redemocratização do Terceiro Mundo, do desemprego estrutural com o retorno do xenofobismo e do etnocentrismo ou conflitos étnicos, principalmente nos países que apresentavam melhor qualidade de vida. As novas tecnologias geram excedentes de mão-de-obra, pois os resultados da nanotecnologia, principalmente com o uso da robótica, informática e automação provocam mudanças na base do sistema de produção, rompendo com o fordismo e avançando no toyotismoestrutural, e maior produção, produtividade, diversidade, queda no custo final, portanto maior competitividade para os produtos maquinofatureiros.

Enfim, a terceira revolução tecnológica, onde a biotecnologia, a robótica, a automação e a nanotecnologia reformulam as novas formas de produção, localização e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar com o lugar de instalação das fábricas sistemas de comunicações e transportes facilitam a integração planetária de forma muito rápida.

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Com a globalização, o poder bélico e geoestratégico caem para o segundo plano. Hoje, país-potência é definido pela capacidade tecnológica, de planejamento, produção, produtividade e competitividade no mercado global. E não basta para o indivíduo a especialização; é necessário que ele seja qualificado, capaz de assimilar novos conhecimentos e técnicas para se manter na área produtiva e manter o seu emprego.

Nestes pontos, os EUA não são mais hegemônicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Japão em conjunto com seus paíse4s periféricos forçam um processo, no mínimo, antagônico. A tendência de globalização acaba forçando a criaçcaracterizando uma inédita regionalização, dentro do processo global. Está sendo formado o novo “jogo de xadrez” nas relações mundiais.

Os Megablocos ou Blocos Econômicos Supranacionais

1º) UNIÃO OU COMUNIDADE EUROPÉIA – UE OU CE Processo Histórico

A União Européia é o mais antigo e o melhor estruexistentes na globalização. Sua formação resulta da necessidade dos Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra, e às necessidades dos Estados Unidos, que através do Plano Marshall deu início ao processo de contenção à tendência expansionista soviética neste continente.

A base de tudo se deu em 1944, quando foi criado o BENELUX – União Econômica entre a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1952 no tratado de Paris, foi criada a Ceca – Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Benelux, a Alemanha Ocidental (RFA), a França e a Itália, surgindo o Grupo dos 6. Esta união fica mais fortalecida com a formação do Grupo de Roma em 1956 formando o MCE – Mercado Comum Europeu ou CEE – Comunidade Econômica Européia, e a Euratom– Europa Atômica, sendo que esta última organização tinha como objetivo desenvolver tecnologia para implantar usinas termonucleares e reduzir as dependências de importações de petróleo e de carvão mineral pelos países europeus. Em 1959/60 foi criada e implantada a Aelc ou Efta – Associação Européia de Livre Comércio, unindo o Reino Unido com os escandinavos, e é óbvio, para competir com o Mercado Comum Europeu. Desde a criação do Grupo de Roma, o objetivo deste bloco era chegar ao máximo de integração econômica e monetária para o futuro o livre trânsito de pessoas, produtos, tecnologia e capital entre os países-membros, e se possível chegar a um comando central e a uma moeda única, com a visão de criar no futuro uma estrutura nos modelos de uma união política e econômica. São os princípios quanto à idéia da Casa Comum Européia. Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados ao MCE, mas a geopolítica mundial, com o acirramento da Guerra Fria (EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização. Nas décadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente com a redução dos riscos de uma guerra nuclear entre as

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superpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos países europeus. a) 1986 - o Ato Único Europeu Proposta de transformação do MCE ou CEE em U.E. ou CE – Comunidade Européia. * criação de um Banco Central (1/1999);

* fortalecimento do Parlamento Europeu (proporcional à população e ao poder econômico/tecnológico de cada membro);Criação de uma moeda bancária, o ECU – European Currient Unit – unidade monetária européia –moeda única da Europa; * criação da OSCE – Organização de Segurança da Comunidade Européia, que substituiria a Otan, exclusivamente, para a defesa do continente. Proposta de unificação das leis trabalhistas. Eliminação das fronteiras econômicas, respeitando o espaço, o regime e as características políticomembro. O sonho de unificação do sistema educacional, com o mesmo conteúdo para todos os países, porém, respeitando as culturas region b) 1991 – Assinatura do Tratado de Maastricht Ocorre a ratificação dos principais tópicos do Ato Único Europeu. Os países mais pobres – Portugal, Espanha, Grécia, e República da Irlanda (católica) – alegam que: ao adotarem a moeda única, o processo de conversão das moedas nacionais para a moeda única iria prejudicá-los. Além do lado geopolítico como a perda de um símbolo de nacionalidade ou identidade cultural e histórica. A solução foi tomar medidas corretivas antes da implantação da União Européia, criando em 1992 o Tratado do Porto. c) 1992 – Assinatura do Tratado do Porto. Principais medidas. União entre o MCE (CEE) e a Aelc (Efta) criando o EEE – Espaço Econômico Europeu. Os países mais ricos priorizam seus investimentos na recuperação dos países-membros mais pobres, investindo em larga escala nos países atlânticos ou mediterrâneos, como Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália, o famoso Mezzogiorno, e na República da Irlanda, a Irlanda católica no arquipélago das ilhas britânicas.

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Nota • O Tratado do Porto impõe a todos os países-membros que o déficit público não pode ultrapassar 3,5% ao ano a partir de 1997.

• A inflação de todos os países-membros deve ficar no máximo 1,5% acima dos três países-membros com menor inflação, no ano posterior à avaliação. • As taxas cambiais devem flutuar, no prazo mínimo de dois anos, dentro das bandas definidas pelo sistema monetário europeu. • A dívida pública não pode exceder a 60% do PIB.

Estava avançando o pensamento neoliberal, com o exemplo da Dama de Ferro Britânica, com a proposta de reduzir a capacidade de influência do Estado na economia, diminuindo o welfare state – isto é, o estado do bem-estar social, provocando queda na qualidade de vida das populações e ressurgindo o etno/xenofobismo, com a criação de grupos radicais na Europa e, com riscos da ultradireita reconquistar o poder em alguns países-membros. Veja os exemplos atuais na Áustria, Alemanha e França e Itália. d) 01/01/1993 – Início de implantação do Tratado de Maastricht. * Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre os países-membros. Resumindo: abertura interna e aumento do protecionismo. É a globalização com regionalização sendo colocada na prática. Como são medidas que alteram as estruturas de funcionamento das sociedades envolvidas, é necessário esperar um pouco para ver os seus resultados e se possível corrigir as possíveis distorções que venham a surgir. O melhor exemplo desta situação foi o elevado processo de migração das regiões periféricas em direção aos países centrais, gerando uma super-oferta de mão-de-obra, menos qualificada, no mesmo momento em que os países centrais estava enturbano/industrial, onde as novas formas de produção, resultante da 3ª RTC, com as novas máquinas substituindo os trabalhadores, enquanto a transferência da 2º RTC para as periferias estavam percorrendo caminho inverso, este foi um dos priacabaram gerando o recrudescimento dos grupos radicais na Europa, a violência, com assassinatos, seqüestros, sem esquecer que as organizações ilegais da Europa Oriental aproveitaram para avançar em direção ao mundo capitalista da Europaforçando alguns países como a Alemanha, Bélgica, França, etc., para que tomassem o caminho contrário ao proposto pelo Tratado de Maastricht, fechando suas fronteiras por algum período para o livre trânsito dos indivíduos da União Eu 1996 – Tratado de Amsterdã os países da União Européia concordaram em preparar as condições para a entrada dos países remanescentes do ex-bloco socialista, conforme forem superando a fase de transição; eles serão absorvidos pela UE, até 2010. 1998 – A República Tcheca, a Polônia, a Finlândia e a Eslovênia solicitam suas entradas para a União Européia.aceito, mas elas precisam, para serem aceitos como membros efetivos, tomar medidas internas, principalmente na retirada do alto controle do Estado em suas economias, lembranças do período socialista. e) 01/01/1999 – Implantação parcial do Euro – moeda única. * 11 países adotam o Euro, portanto, ainda é uma moeda provisória e não existe a sua emissão, servindo mais como moeda bancária * Dos 15 países que formam a União Européia, a Suécia, Dinamarca, Reino Unido e Grécia não adotam o Euro.

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f) Dez/2000 – Os 15 países da União Européia discutem a inclusão de mais 15 países na organização, são na maioria países remanescentes do ex-bloco socialista (Leste Europeu). Esta inclusão deverá ocorrer de acordo com as mudanças que estão sendo implantadas pelos países do leste, quanto mais rápido eliminarem o alto poder do Estado em suas economias, mais rapidamente eles serão incluídos na União Européia. A União Européia pretende concluir este processo até o ano de 2010. g) 01/01/2002 – Adoção do Euro como moeda supranacional . Com conversão até 06/06/2002. Conclusão do Tratado de Maastricht quanto às propostas aprovadas em 1991, com funcionamento do megabloco europeu na globalização. O Euro passa a circular como dinheiro na forma de notas e moedas para todos os países-membros e para os paísesAndorra, Vaticano, San Marino e Mônaco, exceto para o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia. O bloco passa a funcionar em uma união política e monetária. * a União Européia é presidida por um dos países membros, numa periodicidade semestral, de acordo com sorteio. h) Junho de 2003 – Reunião de Salônica, na Grécia Término da presidência semestral sob o comando da Grécia. É decidido pela inclusão de mais 10 países, principalmente os países do leste europeu ou do ex-bloco socialista. É apresentado o esboço da constituição dos Estados Unidos da Europa. i) 1º de julho de 2003 – o Governo italiano, assume a presidência da União Européia será um dos últimos a exercer esta função, pois surgirá uma nova forma de administração devido à proposta futura de eleição do Presidente dos Estados Unidos da Europa (EUE). O primeiro ministro da Itália é Sílvio Berlusconi, empresário de grande poder econômico, mas que tem restrições quanto às propostas de avanço da União Européia, portanto, não é a pessoa mais indicada para o momento de mudanças previstas para a União Européia.

O B S E R V A Ç Ã O

Na reunião de Salônica é decidido que em 1º de março de 2004, após plebiscitos, os 10 novos países serão incluídos na União Européia, e que será apresentada a Constituição dos EUE bem como as normas e data para eleição do primeiro Presidente dos Estados Unidos da Europa.

j) Em 31 de dezembro de 2003 termina a presidência desastrosa da Itália na União Européia devido ao seu primeiro ministro, o megaempresário Silvio Berlusconi. l) Em 1º de janeiro de 2004 a Irlanda assume a presidência da União Européia com as seguintes propostas para o primeiro semestre de 2004: Reaproximar a União Européia dos Estados Unidos da América, tentando amenizar os choques recentes quanto à guerra unilateral dos EUA contra o Iraque e a rápida valorização do Euro em relação ao dólar. Organizar o melhor possível a inclusão dos novos países na organização em 1º de maio para reduzir as insatisfações populares.

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Aprovar a constituição do estado supranacional. Trabalhar as normas eleitorais quanto à eleição do presidente dos EUE, com futura indicação do premier pelo Parlamento Europeu. m) Em 1º de maio de 2004, os 10 novos membros são incluídos na União Européia, com restrições, não adotando a moeda única, com cotas para o comércio e para a migração em direção aos países centrais. • Dos 10 novos países, 8 são originários do Ex. Bloco Socialista, sendo que a Polônia corresponde a metade da população dos 10 países. • Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Croácia, Malta e Chipre. Observação: Não esqueça • Os países satélites como Mônaco, San Marino, Andorra e Vaticano já adotaram o Euro. • O Reino Unido (Inglaterra), Dinamarca e Suécia que já faziam parte da EU e os 10 novos membros não adotaram o Euro. n) Em outubro/2004 – O Parlamento Europeu aprova a inclusão da Turquia que deverá ser concluída até 2015. o) Em outubro/2004 – Os governantes de 25 países, reunidos em Roma, em homenagem ao tratado de Roma (1957), que deu origem ao bloco econômico, aprovam a constituição européia que deverá ser discutida no Parlamento Europeu. p) Em 1º de março de 2004, coincidindo com o atentado em Madri, a União Européia declara que está implantando as primeiras medidas propostas pelo Protocolo de Kyoto.

2º) Megabloco do Pacífico ou do Iene Este megabloco é considerado informal, pois sua formação resulta da expansão econômica das “ilhas-mães” do arquipélago japonês, que nas últimas décadas foi transferindo capital, tecnologia e indústrias para os países periféricos ao seu território. Portanto, não existe uma organização formal; são os poderes econômico e tecnológico do Japão que determinam o seu comportamento. Também não é possível dizer o número de países-membros devido à informalidade. E, ao contrário dos demais blocos econômicos, não impede que sejam formados blocos menores e formais em seu interior. Os principais blocos formais ou áreas de livre comércio no interior do bloco do Pacífico são a Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático e Asean foi utilizada como base para a formação da Apec- Área de Cooperação Econômica Ásia-Pacifico. O CER ex Nafta – Área de Comércio Restrito entre a Austrália e a Nova Zelândia e um bloco que deveria ter início em 2003, mas que não avançou devido a conflitos entre seus principais membros, principalmente na Região de Caxemira, é a Saarc ou Alcam – Área de Livre Comércio da Ásia Meridional, formada pela Índia, Paquistão, Bangladesh e Sri Lanka.

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Formação do Bloco do Pacífico:

a) Japão – desenvolvido; único país central e, portanto, do norte. b) Tigres Asiáticos tradicionais – Coréia do Sul, Formosa, Hong-Kong e Singapura, a partir da década de 70. c) Novos Tigres Asiáticos (décadas 80) – Indonésia, Filipinas, Tailândia, Malásia, etc. c) Litoral da China (décadas 80/90) – Implantação das ZEEs – Zonas Econômicas Especiais, no litoral da China Socialista. d) Austrália e Nova Zelândia na Oceania. Para melhor compreensão da evolução deste megabloco é necessário interagir os resultados das mudanças na sociedade japonesa e a realidade mundial do pós-Segunda Guerra. Pré-requisitos históricos: Até a primeira metade do século XIX, o Japão apresentava uma elevada descentralização de poder, onde a lei das espadas ou dos samurais é que definiam o espaço de comando de cada família tradicional os famosos Xogunatos. Na realidade, a sociedade japonesa já percebia, devido aos ataques e saques em seu litoral, que ou mudava seu sistema de governo ou continuaria sofrendo as ameaças dos impérios ocidentais, expansionistas e militarizados da época, inclusive da frota naval norte-americana. Na segunda metade do século XIX, a formação da era ou Dinastia Meiji, transforma completamente o quadro geopolítico da sociedade japonesa, formando um império absolutista, também expansionista e militarizado, a exemplo dos dominadores ocidentais, que passa a estender seus domínios econômicos e militares por vasta área do Continente Asiático. Com a derrota na Segunda Guerra, o Japão é obrigado a se ocidentalizar, provocando significativas mudanças na forma de organização de sua sociedade.

1. Fica sob o controle militar norte-americano entre 1945 e 1950.

2. Passa a funcionar como Monarquia Parlamentarista. 3. Não pode ter Forças Armadas e só pode gastar 1% de seu PIB na organização de uma força de segurança. 4. Fica sob a proteção do guarda-chuva nuclear dos EUA. 5. Os Zaibatsus – monopólios econômicos controlados pelas famílias tradicionais japonesas são colocados na ilegalidade. Os riscos provocados pela tendência expansionista Sino-Soviética na região e a guerra na península da Coréia acabam forçando os EUA e o Mundo Ocidental a ajudar na recuperação da economia do Japão; surge o Plano Colombo, com as mesmas características que o Plano Marshall para o continente europeu, mas não com a mesma grandeza de recursos.

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Década de 60 – o milagre japonês

Medidas que foram tomadas: 1. Adoção do Neomalthusianismo. 2. Subvalorização do Iene. 3. Poupança interna. 4. Utilização da mão-de-obra abundante, barata, técnica, perfeccionista e coletivista. 5. Intensa espionagem industrial, desenvolvendo a política do copiar para aperfeiçoar e, se possível, miniaturizar os produtos industriais ocidentais, com o objetivo de reduzir os custos. 6. Retorno do Zaibatsus com os monopólios de famílias tradicionais ou conglomerados econômicos. 7. Reforma agrária. Ao tomar essas medidas, o Japão recupera toda a forma fordista de produção e, como seus produtos ficam altamente competitivos no mercado internacional, passa a acumular um superávit na balança comercial, enquanto os demais países desenvolvidos estão aumentando seus déficits. Para desenvolvermos melhor estas idéias, considere esse momento como o período de reconstrução da Segunda Revolução Técnico-Científica (2ª RTC), o fordismo.

Década de 70 – fase da expansão econômica para sua periferia

As crises do petróleo, 1973/1979, e outros fatores externos como a mudança de câmbio dos EUA, e a guerra do Vietnã, afetaram de forma significativa a capacidade produtiva do Japão, pois mais de 95% de seu consumo de petróleo era importado de países-membros da Opep, principalmente do Golfo Pérsico, reduzindo sua competitividade no mercado externo e, conseqüentemente, seu superávit comercial. Com isso, o Japão é o primeiro país a iniciar a implantação da Terceira Revolução Técnico-Científica (3ª RTC), ao mesmo tempo em que transferia a Segunda Revolução para a sua periferia. Substituindo os investimentos ocidentais que nas décadas de 50 e 60 foram aplicados na Ásia, alguns países que faziam parte do “cordão sanitário” são transformados nos Tigres Asiáticos ou pequenos dragões, como a Coréia do Sul, Singapura, Taiwan ou Formosa e o protetorado britânico da ilha de Hong Kong. Sendo que este último foi devolvido para a China popular em 1997.

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É interessante observar que ao iniciar a Terceira Revolução Tecnológica, o Japão não muda somente as técnicas de produção, devido ao uso da robótica, da informática e da automação, mas muda também o sistema de produção, passando do fordismo para o toyotismo, isto é, conceitos básicos como flexibilidade, informação e qualidade rompem com a estrutura fordista de produção capitalista, a rigidez do sistema de produção capitalista ocidental nos EUA e Europa não suporta as renovações high tec, perdendo rapidamente a capacidade produtiva e a competitividade em relação aos produtos japoneses e periféricos do Japão. Acabou a fase de produção com elevado estoque de matérias-primas, energia, quantidade e especialização do trabalhador; tudo deve funcionar de acordo com as necessidades do mercado, produção, qualidade, administração e qualificação da mão-de-obra, que são requisitos integrados e fundamentais para manter a competitividade no comércio mundial.

Os Tigres Asiáticos se transformaram em verdadeiras plataformas ou corredores de exportação, controlados pelo capital e pelas empresas japonesas. São os famosos NICs – novos cinturões industriais ou NIPs – novos países industriais. Está sendo criada a estrutura inicial do megabloco que irá surgir no continente asiático.

Década de 80 – os avanços do megabloco

Os Tigres Asiáticos transferem parte da 2ª RTC para a sua periferia e recebem nova remessa de indústrias com transferência tecnológica do país central (Japão). Estão sendo criados os Novos Tigres Asiáticos, como a Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas, Vietnã, etc., também denominados de NIPs ou NICs; na língua inglesa são chamados de países de recente (newly) industrialização.

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A Abertura Econômica Localizada na China Popular

Nessa mesma década, a República Popular da China começa a colocar em prática as suas propostas já defendidas na década anterior, de “socialismo de mercado” ou “um país com dois sistemas”, isto é, uma abertura econômica localizada onde o Estado permanece com poder centralizado, mas alia-se ao capital internacional para explorar os recursos naturais e principalmente a mão-de-obra barata, obediente e em excesso, que recebe centavos de dólares por hora trabalhada, além do total cerceamento a liberdades trabalhistas e sociais.

O interior do país permanece sob controle total do Estado. No litoral são criadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), onde leis especiais favorecem a atração dos investimentos externos e o “boom” no crescimento econômico. Na formação das empresas do tipo joint ventures, isto é, uma união do capital externo e as mais de 120000 estatais chinesas.

Principais conseqüências da abertura econômica chinesa 1. Supera o Brasil como o país mais industrializado do Sul

(subdesenvolvidos). 2. Aproximadamente 50% dos recursos anuais investidos no

Terceiro Mundo vão para as ZEEs, no litoral da China. 3. Passa a receber investimentos de bilhões de dólares

provenientes dos gigantes econômicos, isto é, dos chineses que vivem em diáspora.

4. Abertura das bolsas de valor em Beijing e em Xangai. 5. Seu superávit comercial, principalmente com os EUA, é de

bilhões de dólares ao ano, se tornando a terceira população em poder de compra, só superada pela população dos EUA e do Japão. Isto não quer dizer que tenha melhorado muito a qualidade de vida de seus 1,3 de bilhão de pessoas.

6. Milhares de suas empresas pertencem ao Estado, provocando concorrência desleal, com elevado índice de pirataria industrial e tecnológica, com prejuízos de bilhões de dólares/ano para as transnacionais. Cerca de 97% dos softwares são piratas.

7. É considerado o país que mais desrespeita os direitos humanos, quanto às mulheres, crianças e idosos.

8. É uma potência militar que ainda faz testes nucleares. 9. Mais de 95% das execuções/ano no mundo, dois terços de

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seu Código Penal prevê a pena de morte, inclusive para a emissão de cheque sem fundo.

10.De acordo com a OMC, cerca de 75% dos brinquedos fabricados no mundo são produzidos pela China Popular.

NOTA Em 1997, a China Popular inicia negociações com os EUA para entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC); no início de 2001 foi aceito o seu pedido, mas sua entrada como membro está condicionada a exigências quanto a questões econômicas como a espionagem industrial e a pirataria, onde mais de 90% dos CDs com músicas, jogos eletrônicos e a maior parte dos software são produtos copiados das empresas multinacionais, gerando prejuízo de bilhões de dólares para estas empresas.

Além das questões dos direitos humanos, como execuções das penas de morte, os tratamentos dados às minorias étnicas, às mulheres, crianças e velhos, combinados com as questões militares como os testes nucleares ainda praticados pelo governo do país. Atualmente, a grande discussão entre os países e autoridades da OMC, é quanto ao seguinte aspecto: se a República Popular da China for aceita como membro da OMC, essa entidade pode rasgar os seus estatutos. Outros defendem que, ruim com ela na OMC, pior sem ela, pois a pirataria industrial e comercial continuaria dando altos prejuízos para as empresas transnacionais no sistema globalizado. Em dezembro de 2001, na 3ª Reunião da OMC em Katar, no Golfo Pérsico, a China é aceita como membro da OMC, permanecendo socialista e com algumas concessões como a manutenção dos subsídios agrícolas para manter os 70% de sua população na área rural. Atualme nte a gripe do frango prejudicou a economia dos países asiáticos da mesma forma que a pneumonia asiática. O Brasil é um dos países que mais tira vantagens desta situação com um aumento nas exportações de seus produtos e subprodutos primários. Em novembro de 2004, sete representações oficiais de países asiáticos e da União Européia – China, Vietnã, Coréia do Sul, Alemanha, etc. – vieram ao Brasil. A China Popular é o 3º país com maior comércio com o Brasil; só superada pelos EUA e Argentina.

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Com esta visita, o Brasil assinou o acordo bilateral com os seguintes resultados: - o Brasil reconhece que a China pratica economia de mercado e que a OMC é a instância para resolver as questões quanto a prática de dumping, concorrência desleal, principalmente quanto a pirataria tecnológica, subsídios ou protecionismo praticado pelas partes envolvidas; - a China se comprometeu em investir cerca de 2 bilhões de dólares em infra-estrutura para facilitar o escoamento e a produção agropecuária e mineral brasileira. Inclusive com a proposta de alugar propriedades rurais para aumentar a produção e o agronegócio. Atenção: Nessas visitas ao Brasil, os países aproveitam para discutir a reestruturação do Conselho de Segurança da ONU, assunto que interessa ao Brasil, Índia, Japão e Alemanha, que reivindicam o direito a uma cadeira permanente nesse conselho. Essa situação discutida pela ONU será decidida em setembro de 2005. Sua solução requer a aprovação de 2/3 da plenária da ONU, hoje com 191 membros.

Década de 90 – as crises econômicas com queda na produção

O Japão entra em recessão econômica, pois os grandes mercados consumidores estão criando suas próprias estruturas na Terceira Revolução Tecnológica; os mercados europeu e norte-americano estão fortalecendo suas barreiras protecionistas quanto às importações, reduzindo rapidamente o superávit comercial japonês.

Com isso, o país é obrigado a aumentar a capacidade de consumo interno, melhorando os salários, reduzindo a jornada de trabalho e elevando o poder aquisitivo de sua sociedade, ao mesmo tempo em que avança mais ainda na renovação tecnológica do sistema de produção, entrando na fase típica atual dos países mais desenvolvidos, que é de contração das tecnologias de ponta e descontração das atividades mais antigas para a sua periferia. Portanto, o Japão está entrando na fase pós-urbano-industrial. Em 1996/97, os países asiáticos entram em profunda crise econômica devido à fuga dos investimentos especulativos, o chamado “efeito saquê” está terminando a bolha especulativa, que tanto favoreceu ao crescimento asiático na década de 80. A Austrália e a Nova Zelândia são incluídas no Megabloco Asiático

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partir deste momento, o mais correto é dizer bloco do Pacífico e não asiático, pois há uma expansão do bloco em direção à Oceania. Por ser informal, o Megabloco da Ásia não impede que países em seu interior se organizem em blocos supranacionais de acordo com suas identidades ou necessidades.

• Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático. • Criada em 1967, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e

Tailândia, com previsão de implantar uma área de livre comércio até 2003. São países de organização social bastante rígida, considerados cópias não perfeitas do modelo japonês, pois sofreram processo de industrialização sem tecnologia, com alta dependência externa; suas economias são controladas pelos gigantes econômicos, isto é, os chineses étnicos já a política e o poder de estado são controlados por elites tradicionais.

• O CER – Acordo Comercial de Relações Econômicas mais Estreitas, substituiu o NAFTA criado na década de 60, funcionando como área de livre comércio entre a Austrália e a Nova Zelândia.

• Saarc – Associação do Sul Asiático para a Cooperação Regional, criada em 1993, funciona como área de livre comércio entre Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka.

• APEC – Ásia – Pacífico Cooperação Econômica – obedece a duas etapas: união dos países industrializados até 2010 e dos países não industrializados até 2020. Essa organização tem como proposta básica estruturar as relações econômicas e comerciais entre os países do Pacífico, para aumentar a competitividade com a área do Atlântico Norte, área secular de maior intensidade comercial e econômica do planeta. De acordo com a proposta, deve fazer parte da Apec todo o Megabloco Informal da Ásia, mais o Nafta – Área de Livre Comércio da América do Norte e mais o Chile e Peru.

• Em novembro de 2004 - a última reunião da Apec aconteceu no Chile.

3º) MEGABLOCO AMERICANO Com as mudanças ocorridas na década de 80, os EUA precisam refazer sua geoestratégia de dominação mundial, pois o poder bélico não se traduz mais no único fator de supremacia, e os megablocos da Europa e da Ásia estão atuando a pleno vapor na defesa e implantação da nova ordem mundial. É a etapa capitalista da globalização e da 3ª Revolução Industrial, a famosa Revolução Tecnológica.

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NOTA O Presidente Reagan inicia o processo ao criar o superdólar, mudando a política econômica interna e favorecendo a entrada de produtos externos, acelerando a capacidade de consumo da sociedade norte-americana; é a fase do reaganomics. No final da década de 80 e início da de 90, o Presidente George Bush passa a defender “a iniciativa para as Américas”, com a proposta de uma área de livre comércio para todos os países da América, à exceção de Cuba, que permaneceria sofrendo o boicote mundial, decretado pela ONU em em 1962, devido a crise dos mísseis; é a proposta de criação da Alca – Acordo de Livre Comércio das Américas.

Na década de 90 ocorre o declínio como importância na produção industrial do Cinturão das Manufaturas, o grande símbolo da Segunda Revolução, de características Fordista, localizado às margens dos grandes lagos e nordeste dos EUA; com suas megalópoles, cidades industriais e a estrutura fordista de produção passa a ser chamado de cinturão cinzento ou cinturão das neves (rust/frost belt). Como características de decadência, o declínio da produção nesta área expulsa milhões de trabalhadores para novas regiões do território norte-americano. Há um declínio na produção industrial, mas não podemos esquecer que é nessa área que encontramos a maior concentração de escritórios centrais das grandes empresas norte-americanas, bem como a maior concentração de financeiras e a maior bolsa de valores do mundo.

Ao mesmo tempo em que assistimos ao crescimento vertiginoso do símbolo da Terceira Revolução Tecnológica, o denominado Cinturão do Solcom, o desenvolvimento do vale do silício na Califórnia, mais as regiões do Golfo do Texas, península da Flórida e o noroeste, surge um novo pólo tecnológico, com elevado crescimento socioeconômico e populacional nas cidades de Los Angeles,

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Nova Orleans e Miami, que substituem o antigo pólo econômico do nordeste ou cinturão das manufaturas, símbolo da segunda revolução técnico-científica, com as cidades de Chicago, Pittsburgo, Detrid, Cleveland e até Nova York, passa a ser denominado cinturão cinzento, das neves ou decadência, com expulsão de milhões de trabalhadores que foram substituídos pelos resultados da nanotecnologia.

Nas atividades industriais mais antigas começa a substituição da forma de produção pelas novas máquinas, gerando excedente de mão-de-obra, enquanto nas atividades da terceira revolução, há carência de trabalhadores qualificados, forçando a necessidade de se recrutar mão-de-obra qualificada em todo o mundo, para atender sua carência na área de pesquisas e desenvolvimento de novas técnicas e produtos na área de tecnologia de ponta, nos países desenvolvidos. Não restam dúvidas. O país que mais reduziu a taxa de desemprego, diminuiu a violência de uma forma geral e elevou a capacidade de consumo de sua sociedade a níveis nunca imaginados foram os EUA, na década de 90. Como exemplo, podemos afirmar que na segunda metade da última década, os EUA cresceram uma economia brasileira a cada dois anos. Fica claro que entraria em queda de produção a partir do momento que reduzisse os juros internos e isto já começou a acontecer com a posse do novo presidente, no início de 2001.

NOTA Na verdade, o governo americano está defendendo o retorno da “Doutrina Monroe” e o abandono das doutrinas “Truman” e “Nixon”, aumentando seu domínio sobre o continente e tentando bloquear a invasão dos produtos europeus e asiáticos. Mas, em hipótese nenhuma, admite avançar além do livre comércio com os seus parceiros americanos, pois não admite reduzir as suas barreiras alfandegárias e nem discute quanto ao poder de interferência da Lei Super 301, que protege as suas multinacionais no mundo.

Como o congresso norte-americano não autoriza o ajuste rápido até 2002(fast track) para a Alca e os países latino-americanos

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mais importantes, entre eles o Brasil, contestam o conteúdo da proposta por não incluir questões sociais e somente econômicas; os EUA elaboram um projeto alternativo, criando o Nafta – área de livre comércio da américa do norte, unindo-se com o Canadá e o México, o Nafta pode ser classificado como megabloco pela sua grandeza econômica, populacional e territorial, além de envolver dois países do norte e um do sul. a) 1992 – O Congresso norte-americano autoriza o fast track, isto é, o “ajuste rápido”, permitindo a criação da Nafta. b) 01/01/1994 – Início de implantação do Nafta De imediato, 50% dos produtos passam a ser negociados livremente, fazendo com que o México acreditasse que estava abrindo as portas do primeiro mundo, para logo depois descobrir que estava enganado ao sofrer a Revolta de Chiapas, com o surgimento do Movimento Zapatista de Libertação Nacional, provocando convulsão interna e rápida fuga do capital volátil, resultando no famoso efeito tequila, o país entra em estado de falência, recebendo ajuda internacional de 51 bilhões de dólares, aumentando sua vulnerabilidade econômica. Alca – Acordo de Livre Comércio das América

• A proposta norte-americana é de iniciar a sua implantação a partir de 2003, lembrando que o Congresso norte-americano reluta em autorizar o fast track e, caso a Alca seja implantada a partir de 2003, irá prejudicar a conclusão do Mercosul. Com isso, o Brasil procura aliados na tentativa de manter a implantação da Alca a partir de 2005, pois acredita que o Mercosul estaria mais fortalecido.

• A proposta da Alca é de criar uma área de livre comércio para toda a América, exceto para Cuba, por isso é bom não confundir com a idéia de mercado comum, pois zona de livre comércio não permite o livre trânsito de pessoas, capital, tecnologia e mercadorias e nem propõe a unificação de tarifas e impostos entre os países-membros, mas, tão somente uma lista de produtos que podem ser negociados com tarifa zero.

• Em 15 de fevereiro de 2003 os 34 países que compõem a Alca apresentam suas listas para início da área de livre comércio, esta lista é diferente das listas das outras áreas de livre comércio, pois os EUA exigem e os países apresentam uma lista dos produtos que não podem ser negociados com tarifa zero, ao mesmo tempo em que os EUA não admitem discutir o elevado índice de protecionismo e subsídios que pratica para proteger sua produção interna, alegando que após iniciar a Alca os países que se sentirem prejudicados podem recorrer à OMC.

Em 1994, a Primeira Cúpula das Américas, reunida em Miami, EUA, definiu como meta o ano de 2005 para o aumento da integração, por meio da Alca – Área de Livre Comércio das Américas. Em março de 1996, na reunião de San José da Costa Rica, os

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países latino-americanos conseguem separar o setor agrícola de atividades como o aço e a indústria de automotores; é uma vitória do Mercosul, contrariando os interesses dos EUA e do Canadá. É formado um grupo específico de negociações para o setor agrícola, que ficou sob a presidência da Argentina e de El Salvador, enquanto o grupo de estudos sobre subsídios, anti-dumping e direitos compensatórios ficou presidido pelo Brasil. Em 1998, temos a Segunda Cúpula das Américas, em Santiago do Chile, onde o único fato importante foi a declaração do Presidente norte-americano quanto aos obstáculos para implantação da ALCA, pois não conseguia a autorização do Congresso dos EUA. Nos dias 20, 21 e 22 de abril de 2001, na Confederação do Canadá, na Província de Quebec, cidade de Montreal acontece a Terceira Cúpula das Américas. A principal decisão foi à ratific ação do dia 1º de janeiro de 2006 como data oficial para início de implantação da Alça, ao mesmo tempo em que libera para que todos os países criem ou avancem na implantação de áreas de livre comércio localizadas até 2005; com isso, na prática, a Alca já está sendo implantada. Foi também em Montreal que ocorreu a Reunião dos Povos Americanos, os grupos e partidos antiglobalização, nos dias 18, 19 e 20 de janeiro de 2001. Em dezembro de 2003 acontece a Cúpula Ministerial da Alca em Miami, no Estado da Flórida.

• Esta reunião é resultado de encontros, conferências e reuniões anteriores como a reunião fracassada da OMC em Cancún, a reunião do FMI em Bali, a conferência dos países andinos com a participação do presidente Lula, o Consenso de Buenos Aires – proposta pós-neoliberalismo, assinado entre Nestor Kichener e o Presidente brasileiro, o encontro dos países Ibero-americanos na Bolívia pós-queda do governo deste país e principalmente pelo trabalho diplomático e geopolítico feito pelo Estado brasileiro,resultando num encontro entre o ministro Celso Amorim e Robert Zoellick representante do governo norte-americano para a Alca.

• Na Reunião de Cúpula Ministerial em Miami, o governo americano abre mão da proposta de Alca abrangente e negocia o que é possível ser implantado a partir de 2005. Com isto, as questões problemáticas como as compras governamentais, a área de serviços e conhecimentos, por enquanto ficam fora das negociações da Alca.

• Esta nova proposta de ALCA passa a ser denominada pela imprensa de Alca flexível, light ou a la carte.

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Mercosul

O Mercado Comum do Sul é um bloco regional, com formação sul x sul (pobre x pobre); portanto, a exemplo das organizações entre nações periféricas já existentes, como a Aladi (ex Alalc), o MCCA, o Pacto Andino atual CAN – Comunidade Andina, a Asean e o Caricom, é de difícil implantação e mais difícil o seu funcionamento, principalmente porque apresentam economia monótona, isto é, os seus membros são todos emergentes, portanto, apresentam os mesmos problemas, como dependência tecnológica, dívidas externa e interna muito altas, instabilidade política, desigualdades sociais, etc.

Sua criação é resultado de tentativas de sobrevivência num mundo cada vez mais globalizado, onde os megablocos ameaçam, com as idéias neoliberais de internacionalização da economia, teoria do estado mínimo, privatização das estatais, e o domínio do capital volátil, enfraquecendo os governos locais e forçando a eliminação das fronteiras econômicas, que conseqüentemente, podem desestruturar as economias dos países mais fragilizados; isto é, romper com a estrutura de estado-nação e internacionalizar a economia dos países do sul. É o choque atual entre o projeto de globalização e a sua defesa de uma economia internacionalizada e o nacionalismo defendido por elites locais e/ou minorias étnicas excluídas do processo.

Etapas de criação/implantação do Mercosul

1º 1986 – Acordo Bilateral Brasil x Argentina. • Consequência do término da Operação Condor;

os EUA não apóiam mais os regimes autoritários. • Redemocratização na América Latina.

NOTA * Brasil – Plano Cruzado e moratória. Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo colégio eleitoral (Tancredo Neves), José Sarney, seu vice substitui o último presidente militar, General João Baptista de Figueiredo.

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de Figueiredo. * Argentina – Plano Alfonsin ou Austral. O presidente civil eleito substitui o general Galtieri, responsável pela Guerra das Malvinas.

Os planos econômicos inicialmente consistiam em congelamento de preços e salários, eliminando o processo hiper-inflacionário e permitindo após décadas de descontrole que a população pudesse fiscalizar os preços dos produtos de seu consumo diário, surgindo os famosos fiscais do Sarney. Logo após as eleições de 1985, que elegeram os constituintes, o governo lança mais um pacote econômico, o plano cruzado dois, descongelando os preços e criando o sistema de gatilho para os salários, com a conseqüente queda do poder aquisitivo de nossa população. * É assinado o protocolo do Mercosul.

2º 1991 - Assinatura do Tratado de Assunção • Início de implantação do Mercosul, como área de livre

comércio onde cada país membro apresentou sua lista dos produtos que podiam ser comercializados com tarifa zero.

• Mas têm como projeto de criar uma área de livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e empresas no estilo europeu. Portanto, como pro jeto, não é uma área somente de livre comércio, como a Alca ou o Nafta.

• Países-membros com direito de voto, voz e veto: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

• Argentina – implantação do Plano Cavallo. • É o único país que adota a lei da conversibilidade das

moedas, a lei da conversibilidade vai além da lei da paridade das moedas, que foi adotada no Brasil com o Plano Real e também na maioria dos países que adotaram as medidas neoliberais em suas economias.

• Na lei da conversibilidade das moedas, a Argentina adota o câmbio fixo, onde um peso passa a valer exatamente o mesmo que um dólar. Não pode ser esquecido que a lei da conversibilidade, na teoria, é a ante-sala da dolarização, pois, além da paridade, a moeda norte-americana passa a ter a mesma liberdade de movimentação, entrada e saída que o peso, a moeda nacional, acontece que se o dólar tem o mesmo valor que o peso na Argentina no mercado internacional, isto não é verdadeiro, o dólar vale bem mais, portanto para o cidadão argentino, era bem mais prático e confiável negociar e movimentar suas atividades usando o dólar e não o peso.

• Na prática, a economia da Argentina chegou a ficar cerca de 80% dolarizada, tanto que hoje, na tentativa de superar a crise, a Argentina tenta um processo de pesificação,

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crise, a Argentina tenta um processo de pesificação, procurando recuperar a moeda nacional como única em circulação no país.

3º Dez/1994 – Reunião do Mercosul em Ouro Preto

(MG). Com a participação de Fernando Henrique Cardoso, presidente eleito no primeiro turno, mas ainda não empossado. 01/01/1995 O Mercosul passa a funcionar como União Aduaneira. Adota a TEC – Tarifa Externa Comum para as importações.

• Brasil - Plano Real. • Onde um real é igual ou aproximadamente igual a um dólar,

adotando o sistema de banda cambial ou câmbio fixo – flutuante.

• Argentina - Plano Cavallo (ante-sala da dolarização, pois, além da lei da paridade, a Argentina adota a lei da conversibilidade da moeda, onde mantém a moeda nacional, o peso, mas o dólar norte-americano têm a mesma liberdade de circulação em sua economia, peso = um dólar) ou política de câmbio fixo; somente a Argentina e Hong Kong, funcionam desta forma tão radical.

O B S E R V A Ç Ã O

Na prática, a lei da conversibilidade das moedas ou cambial coloca a Argentina na ante-sala da dolarização. É costume dizer que a moeda do país ficou virtual (peso.com), pois quem manda é a moeda norte-americana.

• Vejamos o exemplo atual: com a crise de janeiro de 1999, o Brasil desvalorizou rapidamente o real, pois adotou o sistema de banda cambial; já a Argentina não pode fazer o mesmo, pois ao adotar o sistema de paridade com a moeda norte-americana, sua população passou a assumir compromissos em dólares; portanto se o governo argentino desvalorizar o peso, haverá uma hipervalorização das dívidas de sua população, podendo provocar um grau de insatisfação tão intenso que pode desestabilizar o governo local, e isso iria atingir de imediato os demais países do Mercosul, podendo provocar novo efeito cascata ou dominó, como os efeitos Tequila do México”, o efeito “Saquê da Ásia” ou o efeito “Vodka da Rússia”; aliás, esse é um dos grandes problemas da globalização neoliberal, pois se ocorre uma internacionalização maior das economias, também é verdade que ocorre uma internacionalização das crises, do desemprego estrutural, da exclusão dos menos preparados, que poderá fortalecer os defensores do pensamento ultra nacionalista, isto é, da defesa radical das

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pensamento ultra nacionalista, isto é, da defesa radical das fronteiras nacionais, o que não interessa aos atuais países dominadores.

• 1996 – o Chile pede para entrar como membro efetivo do Mercosul, ao mesmo tempo em que está negociando sua entrada para o Nafta e a Apec.

4º 1997 – Reunião de Fortaleza. • A Bolívia formaliza o pedido de entrada como membro

efetivo, mas permanece, a exemplo do Chile, como “associados” ou parceiros preferenciais, até tomarem as medidas econômicas necessárias. Conseguem privilégios criando uma área de livre comércio com a União Aduaneira dos países-membros do Mercosul.

• Surge a idéia da moeda única, mas com discordâncias entre o Brasil e a Argentina.

• Em agosto de 2003 o Peru formaliza sua entrada como parceiro no Mercosul, aliás, esta proposta é de interesse de todos os países que formam a Confederação Andina, portanto, é possível que rapidamente a Venezuela, o Equador e a Colômbia formalizem suas entradas como parceiros preferenciais ou associados, com área de livre comércio em relação à união aduaneira que, pelo menos na teoria caracteriza o Mercosul.

• É importante notar que a proposta dos países da Confederação Andina de entrarem para o Mercosul é resultado da reunião de junho de 2003 entre os EUA e o Brasil, onde as propostas do governo norte-americano de apoio ao Projeto Fome Zero, auxílio na recuperação das micro e pequenas empresas brasileiras e de discutir a prática de elevado protecionismo comercial em relação aos produtos brasileiros, destacou o Brasil como principal representante da América Latina nas negociações com os EUA na proposta de implantação da Alca. Não podemos esquecer que a reunião dos EUA com o Brasil foi a convite do governo norte-americano e que o presidente brasileiro mudou seu comportamento quanto à data apropriada para início de implantação da Alca. Defendendo que a Alca é um ato mais político que econômico e que é possível seu início de implantação a partir de 2005 e não em 1º de janeiro de 2006, como foi decidido entre os 34 países-membros da Alca, na terceira Cúpula das Américas em abril de 2001, em Montreal no Canadá.

O B S E R V A Ç Ã

A integração do Mercosul aumentou em mais de 400% o comércio entre os países-membros, enquanto que, ao mesmo tempo, o aumento do comércio com os EUA não chegou a 25%, o que preocupou a superpotência. Dizer que aumentou em mais de 400% o

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foi superior, em valores, ao aumento de 25% do comércio deste com os EUA. O Mercosul não representa 2% do comércio mundial.

5º 13/01/1999 – Crise do Real – efeito samba ou cachaça.

• O Brasil abandona a banda cambial, pois não utiliza mais a reserva cambial para manter próxima a equivalência do real com o dólar norte-americano.

• O Brasil adota o câmbio flutuante, permitindo que o valor da moeda nacional oscile de acordo com a lei da oferta e da procura em relação ao dólar. De 1999 até o início de 2001, o Banco Central não intervém no controle, mantendo a flutuação limpa; a partir de fevereiro de 2001, quando o dólar ultrapassa a faixa de dois reais, o Banco Central passa a intervir no mercado de moedas, iniciando uma fase de flutuação suja.

• A desvalorização da moeda brasileira inverte a balança comercial com a Argentina, provocando um significativo déficit para a Argentina, com fuga dos investimentos e das empresas para o Brasil.

• A Argentina não pode desvalorizar a sua moeda, o peso, pois adotou a conversibilidade cambial com a moeda norte-americana.

• Ao desvalorizar o real, houve uma valorização dos salários mínimos, que já eram mais elevados, na Argentina, Uruguai e Paraguai, aumentando as exportações brasileiras e reduzindo as importações dos países vizinhos, gerando a partir desta data uma inversão na balança comercial que passa a favorecer o Brasil.

6º Julho de 2000 – Reunião de Buenos Aires • Demonstra que a crise está passando (otimismo). • Na verdade, a crise Argentina já dura mais de 30

meses. • Assinatura do Acordo Automobilístico, a loucura dos

35% • Proposta de acelerar a entrada do Chile e da Bolívia como membros do Mercosul. 7º janeiro de 2001, Crise na Argentina, com a ajuda do FMI, FED e Bird. Em contrapartida, o País aumenta a idade de aposentadoria das mulheres para 65 anos, reduz em média 15% os salários dos servidores públicos, não esquecendo, da mesma forma que ocorre no Brasil, há tempos esses salários não eram corrigidos, e, propõe a privatização do sistema de saúde.

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sistema de saúde. O governo argentino entra em conflito de poder com o Congresso argentino, quanto às reformas estruturais necessárias para sair da crise. 8º A ajuda do FMI para a Argentina pode ajudar a economia brasileira ao evitar o efeito cascata ou efeito dominó. 9º Com o objetivo de se resguardar devido à provável declaração de falência pela Argentina, o Brasil firma um novo acordo com o FMI, alegando que o empréstimo de 15 bilhões de dólares é somente uma garantia de qye não existe a intenção de usar estes recursos. O Brasil acaba assumindo compromissos mais pesados com o FMI, como uma redução no déficit primário, etc. Isso no mês de agosto de 2001. Nesse momento a equipe econômica da Argentina encontra-se com o EUA, reunida com o FMI, tentando superar a crise. 10º para 2005 – esta prevista a conclusão da implantação do Mercosul, situação cada vez mais difícil, pois o Chile retomou as negociações com os EUA para firmar um acordo de livre comércio, fato que vem a ser concluído no final de 2002 e a Argentina só consegue sair da crise atual com sujeição profunda às imposições do FMI. E os resultados desta dependência cfomo o FMI nós conhecemos. Em abril de 2001, a visita ao Brasil do novo superministro da economia argentina já pronuncia novas tempestades para a América Latina como um todo e, mais especificamente, para o Mercosul. É o ministro Cavallo que, ao retornar, começa a romper com a TEC; com isso, o Mercosul, na prática, deixa a fase de união aduaneira, regredindo para área de livre comércio. Se o Mercosul for concluído, situação cada vez menos provável, podemos dizer que começa a funcionar como Mercado Comum a partir de 2005, como foi previsto no projeto inicial. Em outubro de 2003 a Argentina e o Brasil assinam o Consenso de Buenos Aires, os especialistas estão classificando este consenso de pós-neoliberalismo, portanto, contrário aos consensos de Washington (1989) e de Brasília (1994).

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A Nova Ordem Mundial

Globalização regionalizada – principais blocos econômicos mundiais

Os países podem constituir diversos tipos de integração econômica, como: -Acordo Bilateral. -Zona de Livre Comércio: os países associados eliminam as barreiras incidentes sobre os produtos comercializados entre eles. Cada país possui, porém, ampla liberdade no que se refere à sua política interna e no tocante à política comercial com os países-membros. Exemplos: Nafta (Alca), Asean.

• União Aduaneira: além da eliminação das barreiras comerciais entre eles, os países-membros adotam política comercial uniforme em relação aos países externos à União. Adota-se uma pauta aduaneira comum em relação a esses outros países.

Exemplo: na teoria, o Mercosul.

• Mercado Comum : além das características da união aduaneira, fica permitido o livre trânsito de pessoas e de capitais entre os países. É adotada uma política comercial comum com uma coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais. Pode requerer a harmonização das legislações nacionais.

Exemplo: o antigo MCE/CEE – Mercado Comum Europeu ou Comunidade Econômica Européia.

• União Econômica e Monetária: adoção de políticas macroeconômicas setoriais e sociais comuns e adoção de uma moeda comum.

Exemplo: a atual União ou Comunidade Européia.

• Integração econômica total: as políticas monetária, fiscal e social são uniformes, sendo instituída uma autoridade supranacional para a administração dessa integração.

Exemplo: a partir de 2004 os Estados Unidos da Europa, com 25 países-membros e a eleição do presidente supranacional.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) Após a depressão de 1930, muitos países recorreram a diversos tipos de barreiras comerciais que protegiam as atividades

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econômicas, locais da concorrência estrangeira: tarifas elevadas, restrições quantitativas, controle do câmbio, restrições sanitárias, etc. A fim de evitar a continuidade dessas restrições ao comércio, que segundo a teoria econômica diminui o nível de bem-estar das nações envolvidas, foi previsto, após a Segunda Guerra Mundial, criar-se uma organização que teria como finalidade a redução dos obstáculos ao intercâmbio comercial, a elaboração de um código de normas comerciais, bem como atuar como um instrumento de ação internacional no campo do desenvolvimento do comércio internacional. Em 1948 foi criado um Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade – GATT), que passou a constituir o único instrumento norteador das regras do comércio internacional. Em dezembro de 1993 foi encerrada a Rodada Uruguai, que desde 1985 vinha sendo discutida. Esta reunião abordou, principalmente, uma redução geral das tarifas de importação. Em 1º de janeiro de 1995, o GATT foi sucedido pela Organização Mundial do Comércio – OMC. É importante observar que o regulamento para normatizar o comércio internacional não foi aprovado pelos países-membros; portanto, o comércio internacional encontra-se desregulamentado, por isso, a solução para um país recorrer quanto a formas desleais de protecionismo e/ou subsídios que estejam prejudicando seu comércio externo é o pedido de um painel junto à OMC. Portanto, por não ter seu regulamento aprovado, a OMC só toma alguma medida se for provocada por um pedido de painel. Embora um dos seus objetivos seja a eliminação do tratamento discriminatório no comércio internacional, a OMC não proíbe a formação de blocos econômicos ou aduaneiros que objetivem à remoção de barreiras ao comércio entre os países participantes desses blocos. São esses os principais blocos econômicos mundiais: União Européia Em janeiro de 1948 foi criada a Organização Européia de Cooperação Econômica, em conseqüência da reconstrução econômica dos países da Europa no pós - Segunda Guerra Mundial, com apoio do Plano Marshall. Em 1952, foi constituída a Comunidade Européia do Carvão e do Aço, que eliminou, para o carvão, o aço e o minério de ferro, todas as restrições comerciais entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo (formando o Benelux), mais a Alemanha Ocidental, França e Itália. Em 1955, foi estruturada a Comunidade Econômica Européia (CEE), também conhecida por Mercado Comum Europeu, formalizada pelo Tratado de Roma, que entrou em vigor em 1958. Com o tempo, foram ingressando outros países da Europa. Em linhas gerais, são esses os objetivos visados pelo Tratado de

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linhas gerais, são esses os objetivos visados pelo Tratado de Roma:

NOTA -eliminação de direitos alfandegários entre os países-membros; -estabelecimento de tarifa e de política comercial comuns em relação aos países não-membros; -eliminação de obstáculos à livre movimentação de pessoas, serviços e capitais; -coordenação das políticas econômicas dos países-membros, etc.

Em 1992 foi firmado o Tratado da União Européia, também conhecido como Tratado de Maastricht , que estabelece a integração total até 1999. São os seguintes os países-participantes: Áustria, Bélgica, Grã-Bretanha, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha e Suécia. Associação Européia de Livre Comércio – Aelc Foi constituído em 1959 para uma ma ior cooperação entre os países da parte norte da Europa Ocidental (países escandinavos), com o objetivo de fazer concorrência ao Mercado Comum Europeu. Tem como objetivo a liberdade de comércio e a ampliação dos mercados por meio da abolição progressiva das tarifas de importação, dela fazem parte a Áustria, Finlândia, Islândia, Liechtenstein, Noruega, Suécia e Suíça. Associação Latino-americana de Livre Comércio – Alalc Em 1960 foi constituída a Associação Latino-Americana de Livre Comércio - Alalc, pelo Tratado de Montevidéu, compreendendo a

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Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Os objetivos de eliminação de barreiras comerciais e formação de um amplo mercado comum foram prejudicados pelos seguintes fatores: instabilidade política em diversos países, espírito de soberania nacional, ausência de uma autoridade supranacional, ausência de economias complementares, alto grau de divergência de custos. Esses problemas levaram à criação, em 1980, da “Associação Latino-americana de Integração”, Aladi, com os mesmos países signatários da Alalc e com o mesmo objetivo de criação de um mercado comum latino-americano. Mercado Comum Centro-Americano – MCCA Criado em 1960 e constituído por Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Portanto, com os principais países da América Central Continental. Mercado Comum do Caribe – Caricom Criado em 1968, inicialmente como Associação de Livre Comércio do Caribe, é constituído hoje por Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Montserrat, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago. Acordo de Livre Comércio da América do Norte – Nafta Em 1989 entrou em vigor o Acordo Comercial entre os Estados Unidos e o Canadá, objetivando criar uma zona de livre comércio. Em 1992 houve o ingresso do México e a adoção do nome atual, com vigência a partir de 1994. Há previsão de eliminação das barreiras comerciais em 15 anos. Mercado Comum do Sul – Mercosul Em março de 1991 foi assinado o Tratado de Assunção para a constituição de um mercado comum entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, entrando em vigor efetivamente em novembro de 1991. Esse mercado compreenderá:

NOTA -Eliminação de direitos aduaneiros e restrições não-tarifárias à circulação de mercadorias e outras medidas necessárias à livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos.

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serviços e fatores produtivos. -Estabelecimento de uma tarifa externa comum e adoção de política externa comum. -Coordenação das políticas macroeconômicas.

Objetiva-se a liberalização comercial com reduções tarifárias progressivas até atingir-se alíquota zero, sem restrições não-tarifárias. A ocorrência de problemas de competitividade que as indústrias nacionais possam enfrentar em decorrência da abertura poderá ensejar a criação temporária de salvaguardas. Serão criadas tarifas externas comuns e constituídas uniões aduaneiras. O problema é que estas salvaguardas poderão proteger as filiais de multinacionais já instaladas nesses países em relação a multinacionais concorrentes não instaladas.

O Mercosul está aberto à adesão dos países da Aladi.

Desenvolvimento Sustentável I

A partir do momento em que o ser humano foi forçado pela carência de recursos naturais a se fixar num determinado espaço físico, teve início o desenvolvimento das primeiras atividades econômicas, como a agricultura, a pecuária e a criação de animais domésticos, e sua relação com a natureza se tornou predatória, afetando a biodiversidade e degradando cada vez mais as três camadas globais, levando a uma possível destruição total do planeta; a física nuclear, a bioquímica, a ciência espacial, a petroquímica, etc., estabelecem o “equilíbrio do terror”, racionalizando a teoria da “destruição mútua assegurada”. É a fase das guerras localizadas no terceiro mundo, como as guerras das Coréias, Vietnã, Cuba, Nicarágua, etc. Essa situação perdura até a década de 70, onde os gastos com a corrida armamentista atingem um nível insuportável, inclusive e principalmente para os países do terceiro mundo.

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Em 1972 ocorre a Primeira Conferência Internacional sobre Meio Ambiente em Estocolmo, que, em resumo, procura alertar o mundo, principalmente as superpotências da época, quanto à forma de desenvolvimento econômico e tecnológico que estava sendo implantada nas últimas décadas e seus resultados devastadores em relação às condições naturais do planeta. A fase da “neurose nuclear” e das armas químicas e biológicas começa a despertar uma consciência ambiental. Pela primeira vez, de forma mais organizada, o ser humano toma conhecimento sobre assuntos e palavras como ecologia, biodiversidade, consciência ecológica ou ambiental e surgem as primeiras organizações não-governamentais (ONG’s). Os próximos anos seriam de avanço nos estudos sobre as degradações ambientais inimagináveis nas décadas anteriores; o efeito estufa, a ruptura na camada de ozônio, as chuvas ácidas, o envenenamento dos solos e das águas, a maré vermelha, a maré negra. As principais resoluções de Estocolmo foram:

NOTA O direito a um ambiente sadio e equilibrado e à justiça social; Planejamento ambiental;

Alerta aos riscos da urbanização descontrolada; A busca de fontes alternativas de energia; A ciência deve estar aliada à

Em 1980, como resultado da 1ª Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, surge a “estratégia mundial para a conservação”, onde se destacam os seguintes tópicos:

Desenvolvimento sustentável – significa continuar produzindo, porém com o uso racional e controlado dos recursos naturais, isto é, um sistema de exploração mais racional dos recursos naturais, que preserve o equilíbrio ecológico, reduzindo os danos ao meio

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Esta posição é muito combatida pelos ambientalistas, que acreditam que os adeptos ao Capitalismo, utilizam esta expressão para continuar degradando a natureza, enganando e fugindo das pressões exercidas pela sociedade. Nosso futuro comum – pela primeira vez, há um estudo que demonstra as desigualdades na distribuição da renda e a pobreza em relação à destruição do meio ambiente.

É através desta idéia que surgem os “ecomalthusianos” como dissidência dos “neomalthusianos” do período da Guerra Fria. Os ecomalthusianos alegam que o crescimento demográfico das populações nos países pobres poderá tornar irreversível a recuperação do meio ambiente degradado. Os países pobres passam a ser pressionados pelo grande capital e pelos países-potências, numa forma de transferência de responsabilidade, esquecendo que esses países ricos foram os que mais degradaram o meio ambiente para se desenvolverem, se tornando os maio res devastadores da natureza, sendo responsáveis pela maior parte dos desequilíbrios ambientais até agora existentes. Vinte anos após Estocolmo, acontece na cidade do Rio de Janeiro a segunda conferência mundial para o meio ambiente, a Rio ou Eco 92. Marcada pelas divergências entre os interesses do “norte” em relação aos países do “sul”, esta conferência teve como base o “relatório Brundtland”, que defendia alterações no modelo consumista atual, propondo a sua troca por um modelo mais sustentável ecologicamente, resultando em cinco propostas:

» A Carta da Terra – os países ricos são os principais responsáveis pela degradação ambiental, portanto, devem investir mais em sua preservação. » Agenda 21 – exige o cumprimento da Carta da Terra até a virada do século. » Convenção para a Biodiversidade

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dos elementos que poluem a atmosfera e alteram a dinâmica climática do planeta. » Convenção das Florestas – todo país é soberano sobre o uso de suas florestas, ao mesmo tempo em que elimina as barreiras comerciais para a madeira e a borracha natural, desde que a exploração seja feita de forma racional.

Os EUA não assinaram os principais compromissos resultantes da ECO 92. Como resultado da pressão exercida pelas sociedades mais desenvolvidas, principalmente dos consumidores do “norte” e das organizações não-governamentais (ONG’s), ao menos como propostas, os governos, principalmente os do “sul” são obrigados a tomarem algumas medidas concretas sobre o meio ambiente e a preservação dos seus recursos naturais, por exemplo: ISO 9.000 – são produtos cujas empresas apresentam preocupações e/ou inovações no uso mais racional dos recursos naturais e na qualidade do ambiente para seus trabalhadores; ISO 14.000 – além da qualidade ambiental, estas empresas expõem uma estrutura de funcionamento onde seu projeto apresenta proposta de gestão ambiental; Todo projeto de produção econômica ou de ocupação de novos espaços naturais deve apresentar estudos sobre o meio ambiente, que deve passar pela análise e aprovação dos órgãos ambientais; EIA – Estudo de Impacto Ambiental – é um relatório técnico sobre as características naturais da área a ser ocupada; Rima – Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente – é um estudo que procura descrever o nível de alterações ambientais que a área irá sofrer, as medidas técnicas que devem ser tomadas para reduzir estas alterações e as formas de como recuperar o máximo possível à área que será modificada, pois, desenvolvimento sustentável significa mudar o comportamento consumista das sociedades e as formas de produção, isto é, mudar o sistema socioeconômico, enfim a forma como está funcionando o capitalismo. É fácil perceber que medidas ambientais estão sendo exigidas cada vez mais pelas sociedades e que, ao menos nos discursos, os empresários e as autoridades governamentais concordam com estas cobranças. Não podemos esquecer que esta consciência ecológica varia de cultura para cultura, e que mudar um modelo econômico, político e social, demanda elevados gastos, renovações tecnológicas e certo espaço de tempo. Com isto, na prática, percebemos que as preocupações ambientais aumentaram, mas mudanças práticas no comportamento humano pouco aconteceram, e a qualidade ambiental do planeta continua cada vez pior, como demonstrou a conferência sobre clima, em 1995, na

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vez pior, como demonstrou a conferência sobre clima, em 1995, na cidade de Berlim. Por isso, autores mais recentes estão substituindo a frase “desenvolvimento sustentável” por “sociedades sustentáveis”.

“Desenvolvimento sustentável” é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades. (Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento).

Considera-se que:

• as necessidades dos pobres são prioritárias; • por desenvolvimento entende-se o progresso humano, em

todas as suas facetas – cultural, econômica, social e política –”que deve ser possível a todos os países, sejam eles desenvolvidos ou em desenvolvimento”;

• essa sustentabilidade não é rígida; antes, deve admitir a possibilidade de mudanças, às quais se reage com adaptações;

• está implícita uma preocupação com a igualdade social entre as pessoas de uma mesma geração e entre pessoas de uma geração e de outra; uma geração não deve destruir os recursos, impedindo outra de usá-los. (Fonte: CMMAD, 1991, p. 46).

O acordo firmado em julho de 2001, na Conferência de Berlim, exceto pelos EUA, sobre o Tratado de Kioto (1997), apesar das modificações sofridas, representou um grande avanço para o meio ambiente, com o compromisso dos países em reduzir em 2% a poluição atmosférica praticada no ano de 1990. No momento, a discussão é mais séria, mas não exclusiva quanto ao meio ambiente e quanto aos limites permitidos ao ser humano na área da transgenia e da clonagem.

O Ser Humano e os Recursos Naturais

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É possível viver sem explorar os

recursos oferecidos pelo planeta? Desde o momento em que o ser humano começa a desenvolver a sua capacidade de raciocínio e inicia certos questionamentos, são cada vez maiores as preocupações quanto ao meio ambiente em que vivemos, é justo e muito sadio quando as crianças criticam a forma de se comportar dos adultos, pois estes degradam, contaminam, destruindo a natureza.

Vamos estudar um pouco esta relação tão séria que existe entre as pessoas e a natureza, partindo do princípio de que para criticar é necessário conhecer. Podemos começar com a seguinte pergunta: Quem depende de quem? É o ser humano que depende da natureza ou é a natureza que depende de nós? A resposta certa é: nem o ser humano depende da natureza nem a natureza depende do ser humano, pois não se deve separar um do outro; na realidade, nós vivemos no mesmo espaço que a natureza. E é óbvio que ao destruí-la estaremos destruindo as nossas próprias condições de sobrevivência no planeta. Em sala de aula, é comum ouvir alguns alunos fazerem críticas, ou até perguntarem a si mesmos – como as pessoas podem ser tão cruéis com a natureza? Precisamos proteger urgentemente o meio ambiente. Esquecendo que foram os recursos retirados da natureza que permitiram a construção de sua casa, da escola, do hospital, do asfalto, de seu caderno, sua caneta, a roupa que está vestindo e tudo mais. Ao ser alertado sobre esta situação, normalmente os alunos ficam em dúvida quanto às críticas feitas, e perguntam: se não podemos viver sem os recursos da natureza, como vamos poder preservá-la. Se os alunos estão preocupados com esta situação, já temos um longo caminho percorrido para o bom andamento de nossas aulas, mas falta muito para ser aprendido, pois, como foi colocado antes – é preciso conhecer para poder e saber criticar. Muita gente faz críticas, mas, por não dominar o assunto, normalmente suas críticas são respondidas de forma mais competente, e quem criticou não tem mais como continuar o debate, caindo no vazio. Sabendo que o ser humano e a natureza fazem parte de um todo, que não se excluem e sim se completam, vamos estudar um pouco desta natureza, pois na próxima oportunidade de debates eu quero saber mais para falar mais, defendendo melhor as minhas idéias.

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saber mais para falar mais, defendendo melhor as minhas idéias. Na verdade, a natureza é formada por quatro camadas globais: a Atmosfera, a Hidrosfera, a Litosfera. As três primeiras camadas se relacionam, e partes de cada uma se somam e vão formar a quarta e a mais importante camada que é a Biosfera. Vamos estudar um pouco de cada uma delas.

AS QUATRO CAMADAS GLOBAIS DO PLANETA 1ª Atmosfera É a camada de ar que está em volta do planeta, devido à força de atração da Terra. Quanto mais próximo da superfície, maior é a concentração de gases, principalmente o nitrogênio e o oxigênio, quanto mais elevada a altitude, os gases vão diminuindo e a temperatura também. É nesta camada que ocorrem os fenômenos atmosféricos como a formação de nuvens, as precipitações, os relâmpagos, os trovões, os furacões e os tornados. 2ª Hidrosfera É a camada de água nos estados líquido, sólido e gasoso que formam os lagos, oceanos, mares, rios, geleiras, lençol subterrâneo e inclusive faz parte da atmosfera, na forma gasosa, como umidade do ar. Corresponde a ¾ da superfície do planeta, e como a atmosfera, a hidrosfera é fundamental para a existência de vida no planeta. 3ª Litosfera É a camada de rochas ou a crosta (casca), parte sólida que forma a superfície da Terra. É formada por solo e subsolo. É na litosfera e na hidrosfera que se concentra a maior parte da vida no planeta. 4ª Biosfera É a soma de partes das três camadas globais anteriores: a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera, formando a camada onde temos os seres vivos do planeta.

Vejamos: De onde vem o ar que respiramos?

A água que bebemos? E os alimentos que consumimos?

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O ar vem da atmosfera, a água vem da hidrosfera e a maioria dos alimentos são produzidos na superfície da litosfera, e que ao alterar uma destas camadas, não tenha dúvidas que estarei alterando todas as demais camadas direta ou indiretamente. Conclusão: nós estudamos de forma separada os assuntos, mas não podemos esquecer que eles se completam, formando um todo, que é o planeta onde vivemos, e que vivem todas as outras espécies, e todos precisam dos recursos naturais para que a vida não seja extinta. Permanece a pergunta: como vou fazer para não prejudicar a natureza, se não é possível viver sem explorá-la? A resposta é muito simples: basta explorar racionalmente, de acordo com as nossas necessidades, retirando da natureza somente o que for preciso para a nossa sobrevivência; não retirar mais do que isto, não produzir excessos para ter lucros acima do necessário para uma vida tranqüila, se importar com o que vai acontecer com as futuras gerações, só assim meus descendentes terão como viver no futuro. Esta proposta de mudança no comportamento de uma sociedade tem um nome: desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento Sustentável II

Desenvolvimento sustentável é o uso racional dos recursos oferecidos pela natureza.

Não conseguimos viver sem explorar os recursos da natureza, mas explorar com preocupações ambientais é bem diferente do que é feito atualmente pelo ser humano. Vejamos alguns exemplos de desenvolvimento não sustentado no Brasil e no mundo. Estamos falando da forma como o ser humano explora atualmente os recursos da natureza, isto é, com descontrole ou pouca preocupação quanto à preservação dos recursos naturais. Exemplo 1. A matança de jacarés do Pantanal. Na década de 70, o governo brasileiro não estava preparado para enfrentar o surto de exploração do couro de jacaré no Pantanal Mato-grossense.

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Os coure iros mataram milhares de jacarés para exportarem somente o couro de sua cauda, pois virou moda no mundo fazer artefatos de uso pessoal, como bolsas, sapatos e cintos, com esta parte do couro deste animal. Acontece que o jacaré é um dos principais predadores de peixe carnívoro dos rios tropicais, e a intensa matança provocou um desequilíbrio no ecossistema desta região, permitindo que a piranha aumentasse em número altíssimo, ameaçando os rebanhos de gado nas fazendas, os demais animais e até o ser humano. Elas só atacam em bando, e como aumentaram muito rápido, pois não tinha mais jacarés o suficiente para consumi-las, começou a faltar alimento para estes peixes, provocando quebra na cadeia alimentar. Quando o governo passou a controlar a matança do jacaré e a exportação de seu couro, em poucos anos o bioma voltou a ser equilibrado entre as espécies do Pantanal. Atualmente, o governo do Estado do Mato Grosso do Sul está colocando em discussão para a sociedade a necessidade de liberar de novo a caça aos jacarés no Pantanal, pois a espécie passou a ser tão protegida que aumentou muito rápido provocando uma redução na quantidade de peixes da região. Com novo desequilíbrio para o ecossistema. Exemplo 2. A prática rudimentar de mineração. O Garimpo no Brasil. Legalmente, o Brasil é um dos poucos países no mundo que permite a prática do garimpo, pois todo o mundo sabe o quanto esta atividade é destrutiva para a natureza. Ela desmata, eliminando a vegetação, provoca erosão, acabando com o solo fértil, atinge o lençol freático contaminando as águas subterrâneas, assoreia os rios e represas e ainda lança produtos químicos no solo, nas águas e na atmosfera, enfim, a atividade de garimpo é uma das atividades econômicas que mais altera o meio ambiente. O mercúrio, utilizado para separar o ouro dos demais minerais, pode provocar o famoso “efeito Minamata”. Descoberto numa baía com este nome no Japão, que o excesso de mercúrio nos organismos dos seres vivos pode afetar o sistema nervoso, podendo provocar a loucura e até a morte das espécies, inclusive do ser humano, e atrofia da parte extrema dos membros, (dedos, mãos, pés, etc.). Acontece que o mercúrio, a exemplo de outros minerais como o cobre, ao ser absorvido por um vegetal ou animal, não eliminado em nenhum dos níveis da cadeia alimentar, portanto, ao chegar nos últimos consumidores desta cadeia, é encontrado em quantidades superiores ao permitido para a maioria destes organismos. Atualmente, no Brasil, principalmente no Norte e Centro-Oeste do País, são despejados milhares de toneladas/ano de mercúrio nos rios, nas lagoas, na vegetação e na atmosfera. A cada ano assistimos uma parte do País sendo destruída ou contaminada devido à ganância de algumas pessoas e de grandes empresas. Esta situação já atingiu um nível tão sério de alteração do meio ambiente, que o Brasil que nunca teve reservas de mercúrio em seu subsolo, já está produzindo este mineral num processo de reciclagem das bacias de deposição, nas áreas de garimpo do ouro.

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Exemplo 3. Poluição provocada por petróleo. Maré negra. O navio petroleiro Comandante Exxon Valdez teve problemas no litoral do Alasca, e foi obrigado a despejar mais de 250.000 litros de óleo cru na costa oeste deste Estado norte-americano, rapidamente o petróleo se espalhou pelas águas da região matando as espécies e destruindo boa parte da belíssima natureza da área. As autoridades ambientais internacionais calculam que levará décadas para que esta área seja totalmente recuperada. Caso isto seja correto, o que será dos manguezais e sua biodiversidade na baía da Guanabara, onde o acidente com o oleoduto da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) despejou 1 milhão e quinhentos mil litros de óleo , e os quatro milhões e quinhentos mil litros de óleo despejados nos rios na região da refinaria de Araucária no Paraná, além de um milhão e trezentos mil litros de óleo que estão a mais de mil e trezentos metros de profundidade nos reservatórios da plataforma 36 (P-36) a maior plataforma flutuante do mundo, que custou 500 milhões de dólares e afundou no litoral da região Sudeste. Exemplo 4. O acidente nuclear de Chernobyl No ano de 1985 tivemos o pior acidente nuclear da história da humanidade. O 4º reator nuclear da usina de Chernobyl, localizado na Ucrânia, território da antiga URSS, apresentou vazamento muito acima do aceitável para a permanência das pessoas naquela região. A nuvem radiativa provocada por esse acidente atingiu extensas áreas da Europa, o norte e nordeste da África e boa parte da Ásia. Até hoje, as pessoas, os animais e os vegetais desta região sofrem as conseqüências deste desastre, principalmente com o elevado índice de câncer. Com estes exemplos, fica fácil perceber que o termo desenvolvimento sustentado, não significa um mero modismo de época, e sim uma proposta de mudanças no comportamento do ser humano, onde haveria uma maior harmonia entre os avanços científicos e a natureza. Exemplo 5. Vazamentos O vazamento de uma bacia de decantação de efluentes químicos, cloro, soda cáustica e mercúrio da fabrica de papel em Cataguases, no córrego Pombal, afluente do rio Paraíba do Sul, atingindo os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os órgãos ambientais autorizam a abertura de represas aumentando a vazão dos rios para escoar os produtos químicos em direção ao Oceano Atlântico. Acontece que o cloro afeta a reprodução dos animais e o mercúrio provoca o efeito “mimata”, portanto, não podemos antecipar as conseqüências deste acidente para os ecossistemas naquela região. Exemplo 6. A maré negra, acidentes com vazamento de petróleo e seus derivados. 1.300.000 litros de óleo despejados na baía de Guanabara devido ao vazamento de um oleoduto da refinaria Duque de Caxias ( Reduc- RJ). 4.500.000 litros de óleo com o vazamento de um terminal na refinaria de Araucária, no Paraná.

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O acidente com a maior plataforma flutuante do mundo, a P36, no litoral do sudeste, 1.300.000 litros de óleo estão a 1.200 metros de profundidade nos reservatórios da plataforma. È provável que a produção da P36 tornaria o Brasil auto suficiente na produção de petróleo.

Hidropolítica É cada vez maior a conscientização mundial quanto a um dos maiores, se não for o maior dos problemas para as futuras gerações, a falta de água para o consumo humano. Inclusive já existem lugares no planeta em que esta realidade não é mais futurista e sim uma realidade.

ÁGUA NO MUNDO

NOTA

A água total existente no planeta apresenta a seguinte distribuição: 97,5% – água salgada. 2,5% – água doce. Por sua vez, a água doce encontra-se nos seguintes percentuais: 69% em geleiras e neves permanentes. 30% de água subterrânea. 0,7% em outras situações, tais como umidade do solo, pantanais e solos congelados. 0,3% em rios e lagoas.

A água cobre cerca de 70% da superfície da Terra, mas somente 1% está à disposição da vida terrestre. Aproximadamente 113 trilhões de metros cúbicos, a maior parte da água que existe está localizada nos oceanos e mares, que possuem uma elevada concent ração de elementos, principalmente os sais, impedindo o uso direto pelo ser humano, outra parte significativa da água encontra se nas calotas polares e nas geleiras eternas nos picos das montanhas ou no estado gasoso na atmosfera.

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A ÁGUA NO ESTADO LÍQUIDO

NOTA Água parada ou meio lêntico. -salgada = oceanos e mares. -doce = lagos e lagoas.

Juntando os lagos, lagoas, rios e a água subterrânea, temos a água doce, que corresponde a 3% da água no estado líquido. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o mínimo recomendável para o consumo humano é de 2.000 litros de água/pessoa/ano, para uso pessoal. No Oriente Médio, este consumo já é de 500 litros d’água por ano/indivíduo, demonstrando que a falta de água nesta região é uma questão de sobrevivência tanto para os islâmicos como para os judeus do Estado de Israel. Um bom exemplo desta situação no Oriente Médio é a situação crítica do famoso mar Morto, que está evaporando 10% a mais ao ano do que o recebimento de novas águas do rio Jordão e das chuvas; isto está acontecendo por que os países estão captando as águas antes que elas cheguem ao mar Morto. O Brasil é o país das águas, pois do total de água doce existente no mundo, cerca de 15%, ou seja, 17 trilhões de metros cúbicos banham principalmente as seis bacias hidrográficas mais importantes do País. Infelizmente os rios são “a lata do lixo” da sociedade brasileira, vejamos os exemplos de despejos nos rios brasileiros:

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-arsênico – pelas indústrias de vidros e tintas; -cromo – siderúrgicas, curtumes e explosivos.

A agricultura é responsável, por meio da erosão dos solos, pelo lançamento de 1 bilhão de toneladas/ano de solo fértil nos rios, provocando assoreamento, enchentes, secas, etc. Em contrapartida ao grande manancial hídrico no Brasil, por questão cultural, ideológica e até mesmo pela abundância, que muitos acreditam ser infinita, nosso país é um dos que mais polui as águas. No Brasil, de cada 100 pessoas internadas em hospitais públicos, 70 estão doentes por causa da água poluída.

DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS NO PLANETA

1º Hidrografia – É a parte da geografia que estuda a distribuição das águas sobre a superfície da Terra, está dividida em: Oceanografia – Estuda a distribuição e as características dos oceanos e mares. Potamografia – Estuda a distribuição e as características dos rios. Limnografia – Estuda a distribuição espacial das águas continentais doces. OCEANOGRAFIA – Oceanos e ares.

2º Cerca de 70% da superfície do planeta são representados pelos oceanos e mares; esta proporção aumenta se acrescentarmos toda a cobertura líquida que se concentra na litosfera e na atmosfera. Se a crosta terrestre se achatasse, seria coberta por uma camada de água com mais de 400 metros de altura. Os oceanos são grandes extensões de água salgada, dentro dos quais se situam extensões menores denominadas de mares. Os continentes são massas de terra que se elevam acima dos oceanos e estão concentrados principalmente no hemisfério norte. Os mares são classificados em três tipos, de acordo com o tipo de ligação que possuem com os oceanos ou outros mares. Podem ser:

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costeiros ou abertos, quando se comunicam com amplas aberturas com os oceanos; mediterrâneos ou interiores, quando são completamente envolvidos por terra, comunicando-se através de canais ou estreitos, e fechados ou isolados, quando não possuem nenhuma comunicação com os oceanos. Normalmente os oceanos são classificados em número de quatro:

NOTA PACÍFICO: É o mais extenso e mais profundo, localizado entre os continentes asiático, a Oceania e a costa oeste do continente americano. ATLÂNTICO: É o 2º mais extenso e profundo, localizado entre os continentes africano, europeu e a costa

MOVIMENTOS DAS ÁGUAS MARINHAS Ondas – São movimentos superficiais produzidos pelos ventos. A fricção dos ventos ao tocar a superfície das águas produz ondulações que, segundo a intensidade dos ventos, podem converter-se em ondas. Mares – São oscilações verticais periódicas que o nível das águas marinhas apresenta. São provocadas pela atração da lua, do sol e dos outros astros, podem ser marés altas vivas ou de sizígia ou marés de quadratura ou marés baixas. Ocorrem em média a cada seis horas de forma intercalada. A atração exercida pelos astros não afeta somente os oceanos e mares, os continentes também são atraídos, só que não percebemos a atração em corpos sólidos como percebemos em corpos líquidos. Correntes marinhas – Deslocamentos das águas oceânicas, cuja velocidade seja superior a 12 milhas marítimas por dia (1.852 m). São causadas pelos ventos constantes, pelo movimento de rotação da Terra e pelas diferenças de temperatura, de salinidade e do relevo submarino. • De acordo com a temperatura e as regiões de origem, as correntes marinhas podem ser:

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O B S E R V A Ç Ã O

Quentes – provenientes da zona equatoria l, como a corrente do Brasil no litoral orienta do Nordeste, e a corrente do Golfo do México. Frias – formadas nas regiões polares, como a corrente do Labrador, de Humboldt e da Groenlândia.

O relevo submarino não é muito diferente do relevo apresentado pelos continentes, com cadeias de montanhas, áreas de intensa sedimentação, e afloramentos cristalinos formando áreas de planaltos. A única diferença marcante é que não existem os agentes externos para aplainarem ou erodirem às superfícies. A forma mais prática de classificação do relevo submarino é de acordo com a sua profundidade: a) Plataforma continental – área que vai de zero metro, contato com o continente até 200 ou 300 metros de profundidade, é a região mais rica dos oceanos, pois nela encontramos a maior concentração das espécies marinhas e o processo de fotossíntese. b) Talude continental – vai de 300 até 2.000 metros de profundidade. É nesta área que se encontram às maiores espécies. c) Região pelágica – vai de 2.000 até 5.000 metros de profundidade. d) Região abissal – a partir de 5.000 metros de profundidade. Nesta região encontramos as áreas mais profundas da Terra chegando a mais de 11.000 metros como as fossas das Marranas no oceano Pacífico. Observação: Os terremotos e vulcanismos no relevo submarino provocam as grandes ondas ou tsunámis, podendo causar intensa destruição nas áreas de baixa altitude no litoral dos continentes e das ilhas.

Hidrografia

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Os rios, cursos de água que se deslocam sobre a superfície dos continentes graças à força da gravidade, normalmente são alimentados pelas chuvas, neve, rios subterrâneos ou pelo desgelo nas elevadas altitudes montanhosas.

Classificação e definições dos rios quanto ao equilíbrio com o meio natural:

Bacia hidrográfica – corresponde a toda região de influência direta exercida pelos rios, na caracterização do clima, da vegetação, do tipo de solo, do tipo de relevo, etc. Rede hidrográfica – significa somente a área onde se formam os leitos dos rios, isto é, a área por onde o rio está passando.

Elementos de uma rede hidrográfica.

1. Nascente – é o local onde surgem as primeiras águas, que iniciam a formação de um rio. Jusante – é quando se acompanha o curso do rio em direção à foz. Montante – é quando deslocamos no sentido contrário do deslocamento das águas do rio, indo em direção às nascentes. Margens – são os lados dos rios. Leito – é a parte dos rios por onde fluem as

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cúbicos por segundo. Exemplo: rio Amazonas - 90.000 metros cúbicos por segundo de água transportada próximo da foz. Regime – é o tipo principal de abastecimento d’água que um rio recebe durante o ano, podendo ser pluvial (chuvas), térmico (degelo) ou complexo, quando não existe um regime predominante. Talvegue – é a linha de maior profundidade de um rio. Confluência – é o ponto de encontro entre os rios. Foz – ponto final de um rio, podendo ser de três tipos: Deltaica – forma diversos canais em seu final, devido à intensa sedimentação. Estuário – quando o rio deságua livremente no oceano. Mista – quando é delta e estuário ao mesmo tempo, como a foz do rio Amazonas. Meandros – são as curvas, provocadas pela erosão das encostas, no traçado dos rios. 11. Os rios também podem ser classificados de acordo com a sua interação com as condições naturais, principalmente com o tipo de clima na região. Rios perenes – são aqueles rios que nunca secam durante o ano. Rios intermitentes – são os rios que só possuem água na estação das chuvas. Rios temporários – são os cursos d’água que se formam somente nos momentos em que está chovendo.

Formações Lacustres São massas de água doce, salgada ou salobra, acumuladas nas partes mais baixas da crosta terrestre nas áreas continentais, formando os lagos, lagoas e as lagunas. Lagos – de acordo com a depressão onde se formam, os lagos são classificados em três tipos:

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Lagos tectônicos – são acumulações em depressões formadas por movimentos tectônicos da crosta terrestre, como os lagos de Vitória, Tanganica e Alberta na parte leste do continente africano; Lagos vulcânicos – são os lagos que se formam pelo acúmulo de água em áreas de vulcões extintos; Lagos glaciários – quando as geleiras deslizam, provocam intensa erosão sobre as rochas e vão depositando o material erodido junto com elevado volume de água nas áreas mais baixas. Lagunas – são formações litorâneas, normalmente de água salobra, acumuladas em áreas alagadas formadas por restingas. Lagoas – estágio final de lagos primitivos no interior dos continentes. Possuem pequenas dimensões tanto na profundidade como na extensão.

Tecnicamente analisando, no Brasil, não existem lagos, pois o território é muito antigo e erodido. Onde existiam lagos a área já foi totalmente soterrada pela atuação, durante milhares de anos, dos agentes externos.

Biosfera Na verdade, a camada global biosfera é formada por partes significativas das três camadas globais: a litosfera, a atmosfera e a hidrosfera, que ao se juntarem indicam a porção da superfície do planeta onde se desenvolveram os seres vivos. Com a interação das três camadas naturais, que foi possível desenvolver as condições para que as espécies da fauna (animais) e da flora (vegetais) pudessem surgir e evoluírem até as espécies que existem atualmente, inclusive o ser humano.

Imagens da Biosfera Na natureza tudo está relacionado, e é um grande engano do ser humano imaginar que não está ligado a ela. Na verdade nós fazemos

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parte da natureza, pois tudo o que utilizamos, modificando ou não, vem diretamente dela, basta você olhar ao seu redor, de onde vieram os tijolos, seu caderno de anotações, sua caneta ou lápis, o carro de sua família ou o ônibus, tudo vem de transformações de materiais que encontramos na natureza. Portanto, o ser humano faz parte da natureza apesar de sua capacidade de modificá-la, transformando o que encontra em utensílios, materiais, máquinas que melhorem o seu conforto. Apesar da interação que existe entre tudo que existe na natureza, alguns fatores são fundamentais para dar seqüência à vida das espécies na biosfera, entre estes fatores é fundamental entendermos um pouco a importância que o sol, única estrela do sistema solar, tem para a existência da vida em nosso planeta. Sem a luminosidade dos raios solares e sua transformação em calor na Terra, nada do que existe hoje seria possível. A radiação solar é responsável pelas diferenças de temperatura, por todo o ciclo hidrológico, pela fotossíntese exercida pelos vegetais, permitindo a prática da agricultura e pelo desenvolvimento das espécies vegetais, base da cadeia alimentar, sem os raios solares não teríamos a claridade que ilumina um lado da Terra, enfim, seria um planeta onde nada do que conhecemos com vida não existiria. Com todo este conhecimento, o ser humano ainda desrespeita a natureza, degradando, poluindo, queimando a vegetação, despejando produtos químicos nos rios, nos oceanos, transferindo partículas de minerais pesados, radiativos, ácidos para atmosfera, criando grandes depósitos de lixo químico, orgânico, tóxicos, enfim, o ser humano ainda não acredita que um dia os recursos oferecidos pela natureza possam acabar.

Imagens de Degradações Ambientais Para entender como o ser humano altera de forma significativa a natureza é preciso estudar os domínios morfoclimáticos e tirar respostas de como podemos utilizar a natureza sem modificá-la, de forma a prejudicar a nossa própria existência. Você aprendeu o que significa desenvolvimento sustentável e agora vamos tentar compreender como o ser humano altera o meio ambiente.

Domínios Fitogeográficos

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Chamamos de domínio fitogeográfico o conjunto de tudo aquilo que existe na natureza.

Estudamos ao mesmo tempo, o relevo, climas, tipos de solos, vegetação, hidrografia, geologia, suas relações e a importância para os seres vivos do planeta. Como a vegetação é uma das partes que mais se destaca chamando a atenção das pessoas, normalmente utilizamos a formação vegetariana que predomina num determinado espaço geográfico para indicar o domínio morfoclimático. Na verdade, a forma como chamamos o conjunto da natureza muda de uma ciência ou disciplina para outra, mas o assunto estudado e o resultado final são os mesmos. Tentar compreender a natureza e os resultados positivos ou não da interferência humana nas condições naturais do planeta, são sinônimos chamar de domínio morfoclimático, domínio climatobotânic o, bioma, biocenose, ecossistema ou meio ambiente.

Os principais domínios morfoclimáticos do Brasil são: Domínio da Amazônia Legal; Domínio da Mata Atlântica; Domínio da Mata de Araucária ou Pinhais; Domínio da caatinga; Domínio do cerrado e Domínio da Campanha Gaúcha ou Pampa.

Além das áreas de equilíbrio dos domínios morfoclimáticos temos as áreas de transição com formações não menos importantes como o Pantanal do Mato Grosso ( estação biosfera, tombada pela Unesco), os manguezais no litoral, a formação de cocais e babaçuais ou palmeirais na sub-região do meio norte (MA/PI).

A Humanidade e as Principais Causas das Alterações Ambientais

É interessante observar como os avanços no conhecimento da humanidade implicam numa regressão cada vez maior quanto à consciência ambiental. Até o momento, verifica-se que quanto mais o ser humano desenvolve a sua capacidade de transformar os

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recursos da natureza, mais ele degrada estes recursos, pois tem uma visão distorcida quanto a sua relação com a natureza, importando-se mais com o lucro imediato do que com a preservação das riquezas naturais necessárias para a sobrevivência das futuras gerações.

A Partir de Qual Momento, na História da Humanidade, as Degradações Ambientais Começaram a Ser Um Caso Sério? No início da história da humanidade, quando o pouco de habitantes que existiam no planeta viviam em total harmonia com a natureza, quase não existiam alterações ambientais sérias, que viessem a prejudicar a qualidade de vida das pessoas. A partir do momento em que alguns grupos organizados passaram da vida nômade para a vida sedentária agrícola, e as alterações no meio ambiente começaram, de forma simples, já tem início à interferência humana na distribuição das espécies no planeta. Quanto mais o ser humano se organizava, tornando suas sociedades mais complexas e competitivas, a degradação ambiental aumentava na mesma proporção.

NOTA

Com o advento da primeira revolução industrial, no século XVIII, na Inglaterra é que esta situação acelera de forma irremediável, pois a partir deste século a humanidade passa por uma longa fase de crescimento demográfico, com mudanças significativas nas suas formas de comportamento econômico, político, social e cultural, principalmente na mudança muito rápida da área rural para os conglomerados urbanos, iniciando um período histórico onde prevalece o consumismo descontrolado, principalmente nos países ricos. Acontece que este consumismo necessita de matérias-primas; com isto, a exploração descontrolada dos recursos naturais vai atingir todo o planeta, inclusive nos países mais pobres que são obrigados a explorar cada vez mais os recursos naturais para abastecer o elevado consumo dos países mais poderosos.

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Estudiosos do meio ambiente já levantaram que nas áreas muito poluídas, como as grandes cidades, existem mais de três mil poluentes suspensos no ar. Estes poluentes provocados pelas indústrias com as suas grandes chaminés, os automotores e, por incrível que pareça, pelas residências. Qual é a nossa parcela de responsabilidade na poluição do ar ao fazermos um bom churrasco no final de semana? O carvão foi responsável pela retirada de algum vegetal para ser produzido, sem esquecer que as carvoarias no Brasil são responsáveis por uma boa parte da exploração da mão-de-obra infantil em nosso país, e o quanto de gases são lançados no ar, ao assarmos as carnes do churrasco. Você já imaginou a quantidade de produtos químicos, como detergentes e matéria orgânica, como restos de comida, cada família no mundo despeja nos esgotos que vão para os rios e depois acabam chegando nos oceanos, ao lavar as louças ou as roupas de uma casa? Sabemos que, infelizmente, a intensidade da degradação do meio ambiente acompanha o desenvolvimento de uma civilização, portanto, quanto mais desenvolvida for uma nação, mais há tendência de aumentar o uso de máquinas e o consumismo das pessoas: com isto, ela é obrigada a aumentar o uso dos recursos naturais, o número elevado de automóveis, indústrias com chaminés, a queima de combustíveis fósseis como os derivados de petróleo, as usinas nucleares, as represas nos rios, o desmatamento para a construção de cidades, estradas, etc., agravando cada vez mais as condições naturais.

O B S E R V A Ç

Se o desenvolvimento é responsável pela maior degradação ambiental do planeta, não fica difícil concluir que os maiores poluidores da natureza são os países ricos do hemisfério norte, se os maiores poluidores do meio ambiente são os países desenvolvidos, também são os países mais poluídos do

Agora é possível dar alguns exemplos mais abrangentes dos resultados negativos para o planeta das poluições provocadas pelo ser humano. A melhor forma de trabalharmos esta realidade é apresentando primeiro como isto acontece e depois mostrando alguns exemplos entre milhares que existem atualmente.

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Você sabia que algumas espécies de animais e vegetais estão sendo afetados em sua reprodução devido ao elevado índice de poluição em seus habitats, e que eles estão correndo o risco de desaparecerem do planeta?

Os ursos polares estão ficando em menor quantidade no pólo norte, pois a sua reprodução é cada vez menor. A queda na reprodução desses animais foi provocada, entre outros fatores, pelo excesso de cloro nas águas geladas na região da calota polar. Esse excesso de cloro tem a sua origem no grande número de indústrias de fabricação de papel no Canadá, nos EUA e no norte da Europa, pois o cloro é um dos elementos químicos utilizados nestas fábricas para clarear o papel. Quando o excesso de cloro é despejado nos rios, o cloro acaba chegando até os oceanos. É certo que cada folha de papel que rasgamos e jogamos no lixo também tem a sua parcela de responsabilidade na poluição da natureza. Na década de 70 a cidade de Cubatão, no Estado de São Paulo, atingiu um nível de poluição tão sério que começou a afetar a natalidade e a mortalidade infantil, assustando a sociedade brasileira e os governantes da época. Uma das soluções encontradas para reduzir esta degradação na cidade industrial foi obrigar as empresas a colocarem filtros especiais nas chaminés das fábricas e a aumentar o monitoramento, controlando o índice de poluição do ar. Logo vieram os protestos dos empresários, pois medidas para conter a poluição exigem recursos e isto poderia inviabilizar boa parte da atividade econômica da região, podendo gerar desemprego, fuga de capitais etc. Os órgãos ambientais tentam recuperar a mata tropical desta região de serras já quase extinta. Para esta recuperação, os técnicos tiveram uma idéia altamente criativa para a época, pois era muito caro e demorado utilizar equipes terrestres para semear ou plantar mudas de espécies nativas, é muito difícil devido ao relevo acidentado. Afinal de contas, qual foi a grande idéia desses técnicos? Pegaram milhares de sementes de espécies da mata, envolveram numa gelatina nutritiva e jogaram as sementes de helicóptero ou aviões de pequeno porte nas áreas mais inacessíveis da região, acreditando que as pessoas não chegariam a estes locais.

Por que esta idéia poderia dar certo? A gelatina nutritiva cumpriria duas funções importantes: primeiro, atenuaria a queda das sementes lançadas pelos aviões; segundo, a gelatina supriria as necessidades iniciais de nutrientes para que as

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sementes pudessem germinar.

Por que esta idéia não deu muito certo? O nível de poluição desta área já é tão elevado que, além de poluir o ar, também já poluiu os solos, e alterou o clima da região; concluindo: a mata tropical Atlântica é nativa desta região, mas o ecossistema foi tão alterado que as suas espécies não conseguiram se desenvolver naturalmente nesta área.

Degradações Ambientais Principais Tipos Afinal, quais são as principais degradações ambientais que afetam o nosso planeta? Como elas ocorrem? E o que temos que fazer para que não aconteçam mais? 1º) POLUIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1,25 bilhão de pessoas vivem em cidades com níveis inaceitáveis de matéria particulada em suspensão na atmosfera. Em muitas áreas no mundo, principalmente nas grandes cidades, o ar já está tão poluído que podemos dizer que começa a faltar o ar para as pessoas respirarem. A situação vai se agravando de acordo com o nível de alterações ao meio ambiente que o ser humano vai provocando, trazendo problemas de saúde para a população, principalmente para as crianças, mulheres gestantes e as pessoas de idade mais avançada. Os problemas mais freqüentes são respiratórios, de pele, perda dos pêlos, desânimo e etc. Afinal, quais são estas alterações ambientais? a) Ilhas de Calor A grande concentração de pessoas, máquinas consumindo energia e a impermeabilização dos solos com concreto, asfalto e prédios, por exemplo, alteram a temperatura, que normalmente, nesta situação, fica mais elevada que o normal. Modificada pela ação antrópica, este fenômeno é chamado de ilhas de calor. b) Inversão Térmica A inversão térmica, normalmente é um processo natural provocado pelo encontro de massas de ar com temperaturas, umidade e pressão atmosférica diferentes. Em situações normais, provoca a

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formação da neblina ou cerração, podendo chegar até a formação de geada. Em lugares onde este fenômeno ocorre com maior freqüência, como a neblina em Londres, na Inglaterra, nós chamamos de FOG; e nos lugares onde o ser humano esteja poluindo muito o ar, nós denominamos de SMOG. Esta situação ocorre com muita freqüência nos grandes centros urbanos, principalmente naqueles que são mais industrializados e com muito tráfego de automóveis. Inversão térmica, como o próprio nome indica, é quando a temperatura do ar fica contrária ao normal, isto é, o avanço de uma massa de ar fria expulsa o ar mais quente para altitudes elevadas, ficando na superfície o ar mais frio dessa massa de ar. Uma das principais causas da inversão térmica em área muito poluída, é que o ar frio da superfície impede que o material poluído se disperse para altitudes mais elevadas, afetando, assim, o ar que as pessoas vão respirar.

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Notou que há sempre uma época do ano em que os problemas de saúde das crianças e de pessoas idosas se agravam, principalmente com problemas de respiração. Você, que mora numa cidade grande, observe da próxima vez que isto acontecer pois vai coincidir com as mudanças de temperatura na região em que você está morando.

c) Chuva Ácida Na verdade, toda chuva é ácida, com pH abaixo de 5; mas quando ocorre em áreas muito poluídas, ao precipitar, os pingos d’água entram em combinação química com certos tipos de minerais em suspensão, resultando em uma chuva com maior acidez. Quando esta água bate na superfície, a acidez pode queimar a vegetação, causando problemas de pele nos animais, inclusive no ser humano, corroer os monumentos, o concreto e as estruturas metálicas, como pontes, torres de comunicações, etc. d) Problemas na Camada de Ozônio A camada de Ozônio (O3), na verdade, não é uma camada daquelas que formam a atmosfera, como vimos, mas, sim, uma pequena quantidade deste gás que se concentra na camada chamada de estratosfera, junto com outros gases. A quantidade de ozônio em relação aos gases que compõem a atmosfera é mínima, mas a sua importância para a existência da vida no planeta é máxima, pois são as moléculas de ozônio que impedem que a maior parte dos raios ultravioletas, que são prejudiciais à vida, cheguem livremente à superfície da Terra. Se a camada de ozônio diminuir muito, pode provocar mutações genéticas nas espécies ou até eliminar por completo a existência da vida no planeta. Nas últimas décadas o ser humano passou a fabricar algumas moléculas, artificialmente, em laboratórios. Entre estas moléculas estão os clorofluorcarbonos, normalmente chamados de CFCs. Estes gases são muito utilizados nas indústrias, principalmente nos

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aparelhos de refrigeração como geladeiras, aparelhos de ar-condicionado, freezers e nos produtos em sprays, como desodorantes, lubrificantes e insetic idas. O grande problema é que acredita-se que as moléculas de CFCs são responsáveis pela ruptura do ozônio, diminuindo a sua quantidade; os raios ultravioletas chegam em maior quantidade na superfície da Terra, podendo trazer problemas seriíssimos para todas as espécies de animais e vegetais existentes. Os maiores responsáveis pela liberação de CFCs para a atmosfera são os países desenvolvidos do hemisfério norte, mas as conseqüências deste ato se espalham por todo o planeta. O melhor exemplo desta situação é a região da Antártida no Pólo Sul, pois é uma das áreas mais afetadas pela eliminação do ozônio pelos CFCs. Fotos de satélites mostram que nesta área a camada de ozônio está desaparecendo. e) Agravamento do Efeito Estufa Você já observou que sempre que um automóvel fica totalmente fechado o ar dentro dele fica muito quente? Na verdade, está ocorrendo o efeito estufa. Como isto acontece é simples: os raios solares passam livremente pelos vidros do carro; ao baterem na parte de dentro se transformam em calor, os vidros e a lataria (chaparia) do carro não permitem que o calor saia, forçando um maior aquecimento da parte interna do automóvel. Na natureza ocorre de forma parecida, pois os raios solares chegam até a superfície e se transformam em calor; mas quando começam a adquirir altitude, alguns gases da atmosfera, como o dióxido de carbono, impedem a sua propagação, por isto que na superfície do planeta é mais quente do que nas elevadas altitudes. O efeito estufa é um processo natural, e sem ele não teríamos as condições normais para o desenvolvimento da vida como conhecemos hoje. Acontece que o ser humano está acelerando o processo do efeito estufa ao lançar milhares de toneladas/dia de gases como o dióxido de carbono para a atmosfera, aumentando e agravando o efeito estufa, e provocando um aquecimento artificial na Terra. Este aquecimento pode vir a provocar nas próximas décadas um descongelamento parcial das calotas polares. Ao descongelar partes das geleiras, esta água vai ser transferida, no estado líquido, para os oceanos, podendo inundar boa parte do espaço ocupado pelos continentes, diminuindo o espaço para a ocupação humana e de outras espécies no planeta.

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No Brasil, boa parte do litoral atual desapareceria. Veja como exemplo a cidade de Recife, capital do Estado de Pernambuco, onde sua altitude média é de 0,6 metros. Se o Oceano Atlântico aumentar suas águas em dois ou três metros, boa parte desta cidade ficaria debaixo d’água, prejudicando a população. Na verdade, isto aconteceria

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estufa, alteraria os climas em todos os lugares, e as populações que vivem em lugares de baixa altitude seriam afetadas por inundações.

Poluição da H idrosfera Como estudamos anteriormente, água é sinônimo de vida. Sem ela, nenhuma espécie viva do planeta teria condições de sobreviver. Infelizmente, o ser humano passou séculos para enxergar essa realidade, e enquanto não percebia a importância da água, foi destruindo os mananciais de água potável, principalmente com o crescimento da atividade industrial e a sede de consumismo que se alastrou, alterando a forma de viver da maioria dos povos no planeta. Entre os resultados negativos desta atitude humana, alguns são mais sérios ou percebidos mais claramente pelas pessoas no seu cotidiano. a) O esgotamento sanitário A maioria dos esgotos produzidos pelas pessoas é lançada nas águas continentais ou nos oceanos sem nenhum tratamento que possa evitar que excessos de matérias orgânicas, minerais e produtos não degradáveis, como plásticos, interfiram no equilíbrio dos ecossistemas. Só para que você tenha noção do que estamos falando, no Brasil, 63% do esgoto produzido é lançado, in natura, isto é, sem nenhum tratamento sequer, nos rios e no Oceano Atlântico. Os esgotos desequilibram um ecossistema devido ao excesso de nutrientes que provoca o crescimento acima do normal de algumas espécies, prejudicando as demais, pois você deve lembrar que as espécies estão inter-relacionadas, portanto, quando uma cresce além do normal, afeta o crescimento de outras espécies. b) Eutrofização O excesso de nutrientes (matéria orgânica) proveniente do esgoto satura as águas, causando um crescimento acelerado de certas espécies de algas nos lugares de água parada como lagos, lagoas e rios de planícies, reduzindo a quantidade de oxigênio; com isto, as outras espécies morrem em grande quantidade. Quando os excedentes de plantas morrem liberam mau cheiro terrível afetando as pessoas.

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Este excesso de matéria orgânica em decomposição das plantas mortas traz consigo vírus e bactérias que podem transmitir doenças para o ser humano. c) Maré vermelha Nos oceanos e mares o excesso de nutrientes pode provocar o crescimento das algas e , além de impedirem a luminosidade normal, prejudicando a fotossíntese dos vegetais, liberando toxinas quando morrem, envenenando a maioria das espécies causando-lhes a morte. Maré vermelha é um processo normal na natureza, principalmente nas áreas de águas temperadas, mas a interferência do ser humano, ao lançar esgoto nas águas aumenta este processo, atingindo até as regiões tropicais como o Brasil. d) Maré negra É provocada pelo excesso de petróleo bruto e seus derivados em alto mar ou pelos vazamentos dos terminais marítimos especializados. Como o petróleo não se mistura com a água, ficando mais concentrado na superfície, provoca uma redução na renovação do oxigênio e elimina as defesas das espécies, principalmente das aves e dos animais marinhos. Com o despejo deste material as praias ficam inutilizadas para o uso do ser humano, prejudicando as atividades econômicas e o lazer. e) Lençol freático É a área onde a água se concentra no subsolo. Com o despejo de esgoto nos solos, ocorre infiltração que contamina o lençol freático, tornando a água imprópria para o consumo humano e para a prática da agropecuária, pois as águas subterrâneas contaminam-se com bactérias e vírus dos esgotos e podem afetar a saúde das espécies. f) Contaminação por agrotóxicos Os fertilizantes químicos, fabricados em laboratórios, são utilizados para aumentar a produção agrícola, pois servem para tornar o solo mais fértil e eliminar as pragas que prejudicam os vegetais. O problema é que as pessoas não sabem exatamente quanto fertilizante deve ser utilizado para determinado produto agrícola e nem como devem se proteger para evitar o envenenamento com tais produtos. Na agricultura contemporânea, geralmente, mais importante é o lucro que se vai conseguir com essa produção do que a qualidade ou a saúde de quem vai consumir estes produtos. Com isto, passou a predominar o cultivo de monoculturas mecanizadas, que provocam intenso desmatamento que vai ter como resultado imediato a erosão, levando boa parte dos solos para os rios. Nos rios ocorre assoreamento com o desaparecimento dos leitos e o excesso de agrotóxicos afeta a saúde dos vegetais e animais que utilizam essa água, novamente chegando a afetar o próprio causador do desastre, o ser humano. Cabe ressaltar, um dos resultados mais negativos devido ao uso excessivo de agrotóxicos está na perda violenta da biodiversidade, já que estes produtos não eliminam somente as pragas existentes num lugar, e sim, terminam por provocar a extinção ou fuga de seu hábitat, da maior

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parte das espécies existentes na natureza, e que não são prejudiciais ao ser humano. Atualmente, vem acontecendo uma coisa curiosa com algumas espécies, principalmente, aves; no Brasil, elas passaram a viver e a se reproduzir no espaço urbano. O problema começou nas décadas de 50 para 70, quando em nosso país o processo de urbanização foi muito rápido, provocando uma fuga da maioria das espécies para áreas que não estavam urbanizadas. Nesta mesma época começava uma espécie de “revolução agrícola”, pois a agricultura de subsistência nas pequenas e médias propriedades rurais começava a ser substituída pela monocultura mecanizada, com agrotóxicos, para a exportação em grandes propriedades. A perda da biodiversidade afetou tanto o ecossistema que, para sobreviverem, algumas espécies foram obrigadas a migrar para as áreas urbanas; isto não quer dizer que é o ideal, mas, ao menos, estas espécies estão sobrevivendo. g) Vazamentos de petróleo e seus derivados O consumo dos combustíveis fósseis, principalmente do petróleo, provoca um intenso tráfego marítimo, pois na maioria das vezes a produção do petróleo acontece num país, mas vai ser consumido por vários outros países, até mesmo em outros continentes. Para isso foram construídos enormes navios: os famosos navios petroleiros, que chegam a transportar milhares de litros dessa matéria-prima, deslocando-se a milhares de quilômetros para abastecer o consumo mundial. Quando terminam a viagem, esses petroleiros costumam ir para alto-mar fazer a limpeza das sobras de petróleo, jogando essas sobras no mar. Milhares de barris de petróleo todo ano são despejados nos oceanos e mares, poluindo as águas, pois o petróleo não se mistura à água, matando os animais, impedindo a luminosidade e reduzindo a oxigenação das águas. Além disso, ocorrem os acidentes, quando os navios podem se incendiar durante dias ou até semanas ou serem obrigados a despejar grandes quantidades de petróleo nas águas para não afundarem ou pegarem fogo. Isso também ocorre nas refinarias e nos terminais marítimos quando acontecem os vazamentos de petróleo ou de um dos seus derivados nos oleodutos e gasodutos que atravessam extensas áreas nos continentes, como o gasoduto Bolívia–Brasil que sai de La Paz até a refinaria de Paulínia no Estado de São Paulo, os gasodutos que atravessam a América do Norte do Alaska e do Golfo do México e o gasoduto que sai da Sibéria Russa e chega aos países europeus ocidentais como a França e a Alemanha. h) Poluição pelas indústrias Além do material lançado pelas chaminés das indústrias, a maioria delas também despeja efluentes líquidos nos rios e nos oceanos. São centenas de produtos com minerais metálicos, radioativos e tóxicos, que, se não tomados os devidos cuidados técnicos ambientais, poluem as águas, os solos, eliminando os vegetais e os animais da região ou afetando todo o

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solos, eliminando os vegetais e os animais da região ou afetando todo o planeta. i) Represamento dos rios É comum para o ser humano alterar o curso de um rio para melhor aproveitamento econômico, produzindo energia hidrelétrica, reservatório de água para tratamento e abastecimento para as cidades, para a irrigação, etc. Infelizmente, e apesar de alguns estudiosos considerarem essa atividade uma das menos degradadoras do meio ambiente, o represamento de um rio elimina os solos férteis de várzeas, acaba com a vegetação mais rica de suas margens, além de expulsar a população ribeirinha para lugares menos favoráveis. Enfim, o ser humano é hoje o grande responsável pela queda na sua qualidade de vida, pois é ele que modifica o meio de forma negativa, para depois sofrer as conseqüências dessa atitude.

Poluição da Litosfera

a) Lençol freático É a área onde a água se concentra no subsolo. Com o despejo de esgoto nos solos, ocorre infiltração que contamina o lençol freático, tornando a água imprópria para o consumo humano e para a prática da agropecuária, pois as águas subterrâneas contaminam-se com bactérias e vírus dos esgotos e podem afetar a saúde das espécies. b) Contaminação por agrotóxicos Os fertilizantes químicos, fabricados em laboratórios, são utilizados para aumentar a produção agrícola, pois servem para tornar o solo mais fértil e eliminar as pragas que prejudicam os vegetais. O problema é que as pessoas não sabem exatamente quanto fertilizante deve ser utilizado para determinado produto agrícola e nem como devem se proteger para evitar o envenenamento com tais produtos. Na agricultura contemporânea, geralmente, mais importante é o lucro que se vai conseguir com essa produção do que a qualidade ou a saúde de quem vai consumir estes produtos. Com isto, passou a predominar o cultivo de monoculturas mecanizadas, que provocam intenso desmatamento que vai ter como resultado imediato a erosão, levando boa parte dos solos para os rios. Nos rios ocorre assoreamento com o desaparecimento dos leitos e o excesso de agrotóxicos afeta a saúde dos vegetais e animais que utilizam essa água, novamente chegando a afetar o próprio causador do desastre, o ser humano. Cabe ressaltar, um dos resultados mais negativos devido ao uso excessivo de agrotóxicos está na perda violenta da biodiversidade, já que estes produtos não eliminam somente as pragas existentes num lugar, e sim, terminam por provocar a extinção ou fuga de seu

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hábitat, da maior parte das espécies existentes na natureza, e que não são prejudiciais ao ser humano. Atualmente, vem acontecendo uma coisa curiosa com algumas espécies, principalmente, aves; no Brasil, elas passaram a viver e a se reproduzir no espaço urbano. O problema começou nas décadas de 50 para 70, quando em nosso país o processo de urbanização foi muito rápido, provocando umafuga da maioria das espécies para áreas que não estavam urbanizadas. Nesta mesma época começava uma espécie de “revolução agrícola”, pois a agricultura de subsistência nas pequenas e médias propriedades rurais começava a ser substituída pela monocultura mecanizada, com agrotóxicos, para a exportação em grandes propriedades. A perda da biodiversidade afetou tanto o ecossistema que, para sobreviverem, algumas espécies foram obrigadas a migrar para as áreas urbanas; isto não quer dizer que é o ideal, mas, ao menos, estas espécies estão sobrevivendo. c) Vazamentos de petróleo e seus derivados O consumo dos combustíveis fósseis, principalmente do petróleo, provoca um intenso tráfego marítimo, pois na maioria das vezes a produção do petróleo acontece num país, mas vai ser consumido por vários outros países, até mesmo em outros continentes. Para isso foram construídos enormes navios: os famosos navios petroleiros, que chegam a transportar milhares de litros dessa matéria-prima, deslocando-se a milhares de quilômetros para abastecer o consumo mundial. Quando terminam a viagem, esses petroleiros costumam ir para alto-mar fazer a limpeza das sobras de petróleo, jogando essas sobras no mar. Milhares de barris de petróleo todo ano são despejados nos oceanos e mares, poluindo as águas, pois o petróleo não se mistura à água, matando os animais, impedindo a luminosidade e reduzindo a oxigenação das águas. Além disso, ocorrem os acidentes, quando os navios podem se incendiar durante dias ou até semanas ou serem obrigados a despejar grandes quantidades de petróleo nas águas para não afundarem ou pegarem fogo. Isso também ocorre nas refinarias e nos terminais marítimos quando acontecem os vazamentos de petróleo ou de um dos seus derivados nos oleodutos e gasodutos que atravessam extensas áreas nos continentes, como o gasoduto Bolívia–Brasil que sai de La Paz até a refinaria de Paulínia no Estado de São Paulo, os gasodutos que atravessam a América do Norte do Alaska e do Golfo do México e o gasoduto que sai da Sibéria Russa e chega aos países europeus ocidentais como a França e a Alemanha. d) Poluição pelas indústrias Além do material lançado pelas chaminés das indústrias, a maioria delas também despeja efluentes líquidos nos rios e nos oceanos. São centenas de produtos com minerais metálicos, radioativos e tóxicos, que, se não tomados os devidos cuidados técnicos ambientais, poluem as águas, os solos, eliminando os vegetais e os animais da região ou afetando todo o planeta. e) Represamento dos rios É comum para o ser humano alterar o curso de um rio para melhor

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aproveitamento econômico, produzindo energia hidrelétrica, reservatório de água para tratamento e abastecimento para as cidades, para a irrigação, etc. Infelizmente, e apesar de alguns estudiosos considerarem essa atividade uma das menos degradadoras do meio ambiente, o represamento de um rio elimina os solos férteis de várzeas, acaba com a vegetação mais rica de suas margens, além de expulsar a população ribeirinha para lugares menos favoráveis. Enfim, o ser humano é hoje o grande responsável pela queda na sua qualidade de vida, pois é ele que modifica o meio de forma negativa, para depois sofrer as conseqüências dessa atitude.

Internacionalização da Amazônia

Há séculos que os poderosos alegam que “é uma injustiça a Amazônia pertencer somente aos portugueses e espanhóis” depois, com a independência do Brasil transferiram esta interpretação para os brasileiros. Mas, nas últimas décadas, este discurso vem adquirindo uma forma mais radicalizada de defesa quanto a Amazônia ser um território internacional, inclusive passando do discurso para atitudes práticas, com o objetivo de forçar o Brasil a tomar medidas concretas na área de preservação e proteção da região amazônica, ao mesmo tempo em que força o governo brasileiro a facilitar ocupações de organizações estrangeiras com a justificativa de estarem fazendo estudos científicos e estratégicos por representantes dos países desenvolvidos nesta região.

Desde o século XVIII os ingleses faziam esse tipo de discurso. No século XIX, os norte-americanos já pensavam na necessidade de provocar divisões, criando vários países no lugar do Brasil. Recentemente algumas notícias e discursos de autoridades internacionais, como os da última campanha presidencial nos EUA, onde o candidato republicano e o candidato democrata, defenderam o perdão de parte da dívida externa dos países pobres, em troca de áreas de florestas tropicais, a transformação do pantanal e parte do cerrado em estação biosfera patrimônio natural da humanidade pela Unesco, os mapas nas escolas dos EUA, onde a Amazônia Legal é apresentada como território internacional, etc. Por trás desta realidade aparece a pergunta: o que existe de tão importante na Amazônia? É uma pergunta que envolve questões

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ambientais, econômicas e estratégicas tão complexas, que fica impossível num trabalho curto que tem como objetivo imediato levantar tópicos de atualidades, sem pesquisas e dados bibliográficos. Mas é possível fazer um levantamento histórico, complementado por dados atuais da imprensa nacional e mundial, e desenvolver os principais tópicos que justifiquem o interesse mundial pela região.

1) O que há na Amazônia? 2) Meio Ambiente É um grande reservatório de água potável; Apresenta 65% da biodiversidade tropical do planeta; É um grande regulador térmico; É a maior concentração de biomassa. Recursos minerais – áreas conhecidas Serra do Navio: “manganês”; Serra dos Carajás: ferro, manganês, cobre,

2) Quais são os principais problemas da Amazônia?

A prática da “grilagem” de terras; A elevada degradação ambiental: Dos projetos de mineração; Do mercúrio nos garimpos; Dos desmatamentos e queimadas. O contrabando de animais silvestres, madeira e minerais, que gera bilhões de dólares por ano; O narcotráfico, que utiliza a área como rota internacional, e para produção e refino,

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A biopirataria, em que empresas de países ricos copiam o conhecimento milenar dos índios, a partir dele sintetizam produtos e obtêm bilhões de dólares em lucros. A influência de “estrangeiros” nas populações nativas, o que provoca aculturação, degradação e até extinção povos e culturas milenares; Os grupos paramilitares, como as Farc, que utilizam a área como proteção e para se abastecerem, rompendo com as fronteiras nacionais.

Quando Descobrimos a Amazônia

Durante séculos, o tratamento de “inferno verde” para a Amazônia foi muito útil para os interesses internacionais, pois o Brasil não se preocupou em ocupar a região. Nas décadas de 60 para 70, o governo brasileiro criou o Projeto Radar da Amazônia (projeto Radam), que, utilizando Radares Passivos de Visão Lateral (RVLs) doados pelos EUA, conseguiu fazer um levantamento minucioso sobre as características naturais da região, com dados hidrológicos, geológicos, geomorfológicos, pedológicos, edafológicos, climatológicos e fitográficos, que espantou a sociedade, não pela grandeza das riquezas e do potencial existentes, mas pelo desconhecimento e, principalmente, pelas informações erradas que tínhamos quanto às características da região. Desse trabalho resultou os relatórios técnicos, mapas, gráficos, tabelas e livros, que finalmente revelaram o elevado potencial existente na área. Finalmente, o Brasil descobre a Amazônia, mas, infelizmente, o mundo descobre que descobrimos a Amazônia.

O B S E R V A Ç Ã O

* A estratégia mundial então muda: é preciso internacionalizar a Amazônia, antes que o Brasil a ocupe.

Comportamento Brasileiro com a Descoberta da Amazônia

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Era necessário ocupar, mas infelizmente a política quanto às formas de ocupação e os instrumentos a serem utilizados para isto ficaram nas mãos de burocratas e políticos com interesses pessoais, provocando medidas que, ao invés de auxiliarem no processo de ocupação, geraram degradações ambientais, humana e oportunismos, o que facilitou para os países ricos e a imprensa mundia l sua utilização como críticas negativas e protestos contra o governo brasileiro. 1) Década de 70 - Projeto de infra-estrutura rodoviária, principalmente com a Transamazônica e a Perimetral Norte. -Atividade de garimpo. -Criação da Suframa-Superintendência Zona Franca de Manaus. 2) Década de 80 - Grandes projetos de mineração, como Carajás e Oriximiná-Trombetas, resultou na construção de ferrovia, na hidrelétrica de Tucuruí e na instalação de metalúrgicas em Belém e São Luís. -Fronteira agrícola – com elevado investimento do Estado, a atração de empresas do Centro-Sul provocou intenso desmatamento e queimadas, em meio ao desconhecimento sobre a realidade natural da região. -Elaboração pela área militar do projeto Calha Norte, com visão estratégica, quanto à ocupação do extremo norte da região. 3) Década de 90 - Intensa pressão mundial. Criação de reservas indígenas, extrativistas, ecológicas, corredores ecológicos, etc. Hoje, 40% do território da Amazônia sofre algum tipo de proteção ambiental. Exemplo.: o incêndio em Roraima. 4) Década de 70 – Projeto Jarí. Criação e implantação do Projeto Sivam/Sipam. O projeto Sivam – Sistema de Vigilância da Amazônia foi vencido em concorrência internacional por uma empresa francesa, mas a pressão dos EUA foi tão significativa que o governo brasileiro acabou cedendo o direito de implantação para a Ratheon, uma empresa norte- americana. Esta situação chegou a provocar um atrito diplomático entre os governos do Brasil e da França. O projeto Sivam encontra-se implantado e a cada 15 dias é elaborado um novo mapa da Amazônia. A questão que deve ser discutida não é propriamente o projeto Sivam mas sim, quanto às necessidades de o Brasil ter as informações do que estava ocorrendo na Amazônia. Vendo a situação desta forma é óbvio que não precisava ser o projeto Sivam mas alguma coisa o governo brasileiro precisava fazer, pois não tínhamos conhecimento sobre o que ocorria de ilegal ou não nesta região. Portanto, a questão que deve ser debatida à forma de implantação do projeto e não a sua necessidade.

Base de lançamento de foguetes

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de Alcântara no Maranhão

A região de Alcântara no Estado do Maranhão apresenta uma das melhores condições técnicas para a implantação de plataformas de lançamentos de foguetes, devido à posição latitudinal (2º sul do Equador), luminosidade, estrutura geológica, ventos, etc. que reduzem de forma significativa os gastos de combustíveis e a possibilidade de falhas que podem resultar em milhões de dólares de prejuízo e tempo perdido em desenvolvimento de tecnologia e preparação do corpo técnico. O Brasil não possui tecnologia para fabricação de foguetes de médio e longo percurso, mas a base de Alcântara permite que o Brasil desenvolva sua própria tecnologia ou faça parcerias com os países que já a possuem. A base de Alcântara está sendo utilizada por países que firmam acordos com o governo brasileiro para este fim. O grande problema não é generalizado, pois países como a China Popular, Rússia e França se propõem a utilizar a base de Alcântara e transferir tecnologia para o Brasil, inclusive os técnicos brasileiros fazem treinamentos na Rússia.

Demografia

O crescimento demográfico,

a realidade econômica e políticas atuais

Em outubro de 1999, de acordo com a ONU, o crescimento demográfico alcançou o número de 6 bilhões de habitantes no planeta. Em 2004 chegamos aos 6,3 bilhões de habitantes. Detalhando este assunto, chegamos ao seguinte resultado:

• 1,5 bilhão de pessoas estão nos países do norte. • 4,8 bilhões de pessoas estão nos países do sul.

Nas últimas décadas permaneceu um elevado crescimento populacional nos países pobres, enquanto os países ricos adotaram a política demográfica neomalthusiana. Com isso, há uma tendência de ficar cada vez mais desequilibrada a relação numérica e qualitativa entre os dois blocos de países. Como não é interessante para a economia mundial a quantidade, mas sim a qualidade dos consumidores para os novos produtos, as ameaças de revoltas e de invasões das populações do Terceiro Mundo nos territórios dos países do Primeiro Mundo, os governantes mais importantes do planeta começaram a elaborar um projeto para reduzir a taxa de natalidade no Terceiro Mundo. Em 1995 ocorreu a Conferência do Cairo (Egito), para a discussão sobre o processo de desenvolvimento e crescimento das populações, do Terceiro Mundo.

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Em resumo, nessa Conferência os países mais ricos, principalmente o Grupo dos 7 (G-7), donos de 65% da economia do planeta, se ofereceram para financiar a implantação de um projeto para conter a taxa de natalidade no mundo. No fundo era o interesse desses países:

• Reduzir a fecundidade e a fertilidade das mulheres;

• Essa redução provocam um aumento na qualidade de vida das famílias mais pobres;

• Interesse seria menor o excedente populacional no Terceiro Mundo, que automaticamente reduziria os custos dos países ricos em doações humanitárias, nos empréstimos e financiamentos de riscos e nas imigrações;

• Aumentar a capacidade de consumo das populações da América Latina, África e Ásia Tropical, aumentando o lucro das transnacionais e de suas filiais.

Obs.: É a partir desta Conferência que despontam as idéias dos ecomalthusianos, uma dissidência dos neomalthusianos. Oficialmente, essa proposta não é aprovada na Conferência do Cairo, pois os fundamentalismos religiosos (Vaticano, Islã), se juntam e derrotam a proposta do G-7. Proposta derrotada, proposta implantada, pois os países ricos atrelam a ajuda econômica, financeira e tecnológica para o Terceiro Mundo, às imposições de que estes últimos implantem medidas de proteção e preservação ambiental, contenção do crescimento demográfico, o ecomalthusianismo, e facilitem a entrada do capital, das empresas e dos bancos internacionais. Observação Em 1999 aconteceu no Uruguai, a Cairo 5, que também fracassou nessa proposta de oficializar uma política demográfica nos países do sul. Na reunião do G-8, em Gênova, ficou decidida a ajuda de bilhões de dólares para socorrer os países mais pobres quanto aos avanços das doenças endêmicas e pandêmicas, principalmente para a África e a Ásia tropical. Não é o suficiente, mas pela primeira vez, os países mais ricos se reúnem e tomam decisões de cunho social. NOTAS: 1º) Últimos dados da ONU - Em 2004 a população do planeta chegou a 6,4 bilhões de habitantes. - O crescimento continuará diminuindo, mas chegará à 8,9 bilhões de habitantes em 2050. - A Europa e o Japão já estão com o crescimento demográfico negativo. - A partir de 2050 terá início uma “implosão demográfica”, onde a população passa a diminuir em todo o planeta.

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- A partir de 2050, a população da América do Norte continua crescendo em cerca de 1% ao ano, mas graça a imigração, pois sua população terá um crescimento natural negativo. - Em 2050, o Brasil terá cerca de 260 milhões de habitantes, aumentando em cerca de 80 milhões em relação a população atual, mas passa a decrescer populacionalmente a partir das décadas de 50 e 60 do século XXI. - Dos 2,5 bilhões de habitantes que irá aumentar até 2050, 96% será desse total dos países pobress e 4% nos países do Norte.

Tópicos da História e Geografia A década de 70 caracterizou-se pelo início de esgotamento da estrutura de domínio implantada no pós-Segunda Guerra. A Guerra Fria não tinha mais como ser sustentada, pois os gastos com a corrida armamentista escaparam da área ideológica que envolvia as duas super-potências, e começavam a afetar a economia, principalmente os comércios mundiais, além de outras situações como as crises do petróleo em 1973/1979 e a reação da Polônia contra o poder de Moscou, criando a solidariedade. Menos comentados sobre a época, mas de fundamental importância para compreendermos estas mudanças e seus resultados nas décadas seguintes são os fatos posteriores:

NOTA

Os EUA percebem que apesar de toda a tecnologia, poder bélico e capacidade de sua força armada, estão sendo derrotados no Vietnã. Esta derrota militar resulta numa derrota quanto à opinião pública mundial, e principalmente quanto à opinião pública da sociedade norte-americana, despencando no escândalo do Watergate, que acaba forçando Nixon a renunciar à presidência dos EUA.

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presidência dos EUA. b) Percebendo a derrota, e antes da renúncia do presidente, os EUA abandonam os princípios econômicos da Doutrina Truman e adotam a Doutrina Nixon, substituindo o câmbio, dólar ouro/fixo, pelo câmbio, dólar flutuante – os EUA não assumem mais a equivalência dólar-ouro, ao mesmo tempo em que elevam os juros internacionais, resultando num inchaço das dívidas externas do terceiro mundo e provocando um esgotamento dos regimes autoritários, principalmente na América Latina, África e Ásia Tropical. Era o desgaste da “Operação Condor”. A URSS começa a Guerra do Afeganistão. Rapidamente, podemos dizer que a guerra significou o “Vietnã” para a União Soviética, respeitando, é óbvio, as características próprias dos envolvidos. A derrota fragorosa dos soviéticos acelerou o fim do socialismo real, ao mesmo tempo em que utilizou como justificativa o fundamentalismo islâmico. O Taliban conquista o poder no Afeganistão, e revela para o mundo em até que ponto o radicalismo ou extremismo pode chegar.

Um pouco diferente do Vietnã, a posição geográfica do Afeganistão é mais do que importante para o mundo globalizado, pois é uma das áreas fundamentais para a integração entre a Europa e a Ásia. E com o término do socialismo real (URSS), o grande confronto atual é entre a tendência global do capitalismo e o mundo islâmico que aumenta rapidamente. Somando estes e outros fatores, a URSS chega na década de 80 (a década perdida), com um agravamento da sua situação interna, sendo obrigada a implantar a Perestroika (reestruturação econômica) e a Glasnost (transparência política). Tentando sobreviver como superpotência entra por um processo inicialmente lento e gradual, mas que acaba fugindo do controle do Estado, até que em 25 de dezembro de 1991 desaparece como estado-nação organizado à figura da União Soviética. É o término da transição, pois acaba a Guerra Fria e continua avançando a globalização. Término oficial, pois com a Perestroika e a Glasnost, Gorbatchov já declarava que a URSS não era mais expansionista-militarizada, acabando com a Guerra do Afeganistão (1985) e não se opondo militarmente, e nem deslocando suas forças militares para as futuras guerras (Golfo, Iugoslávia, etc.), ao mesmo tempo em que

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cancelava a sua ajuda para que Cuba, Vietnã, Coréia do Norte, etc., continuassem pressionando o mundo capitalista. Com isso, o grande capital e a tecnologia de ponta perdem o seu centro de aplicação e, pois, com a queda da corrida armamentista, os estoques de armas ficam abarrotados, provocando uma queda no consumo mundial e na produção bélica do mundo ocidental, devido ao sucateamento do Exército soviético. O contrabando de armas do bloco extinto, por um preço inferior ao do mercado e o “tráfico” de cérebros, pois uma significativa parcela dos técnicos, cientistas e especialistas são atraídos do ex-bloco socialista para os países do Terceiro Mundo. O grande capital não pode ficar parado e, junto com a tecnologia de ponta, deslocam para a nova economia globalizada boa parte dos investimentos que estavam concentrados na corrida armamentista. É a chegada da Terceira Revolução Tecnológica, onde a biotecnologia, a nanotecnologia, a robótica, a informática e a industrial, ao mesmo tempo em que reduz a necessidade de mão-de-obra não-qualificada na automação, provocam um aumento significativo na capacidade de produção, produtividade, diversidade de produtos e competitividade, atividade terciária, provocando um crescimento rápido no comércio mundial, substituem o poderio bélico como sinônimo de país-potência do Norte. As organizações, criadas no pós-Segunda Guerra, de planejamento, pesquisa, controle e financiamentos – como o Bird, o BID, o FMI e o GATT – à exceção do GATT, não desapareceram mas precisaram, no mínimo, ser reestruturadas para a nova realidade mundial. O grande capital se desnacionaliza, surgindo, em conseqüência do câmbio, dólar flutuante, uma desregulamentação do comércio mundial, e a famosa figura do capital volátil (especulativo, rotativo, hot money, etc.), que salta de uma economia para outra, de acordo com seus interesses do lucro pelo lucro. É o avanço da ciranda financeira, sujeitando os países pobres aos seus caprichos e provocando o processo cascata ou dominó que resulta no efeito tequila (México), vinho (Argentina, Chile), samba ou cachaça (Brasil), saquê (Tigres Asiáticos) e vodka (Rússia). Demonstrando que as organizações oficiais, e inclusive os bancos centrais dos países do Norte, não são capazes de reter uma crise econômica, tornando-a localizada como era até a década de 70/80. No mundo globalizado uma crise econômico-financeira acaba afetando todos os países, alguns pela fuga, outros pelo excesso de moeda forte.

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Urbanização mundial 1º) O processo de urbanização resulta de uma soma de fatores provocadores de mudança no comportamento geral e até na realidade espacial/geográfica de uma sociedade organizada. - é a transformação de uma sociedade agrária, dispersa no território, com predomínio de atividades econômicas primárias como a agricultura, pecuária e extrativismos, caracterizada pela baixa diversidade e interatividade das atividades sócio-econômicas em sociedade urbano-industrial, cada vez mais dinâmica e complexa na forma de organização social, política, cultural, espacial, histórica e econômica. - Urbanização obrigatoriamente leva aos deslocamentos populacionais horizontais, caracterizando migrações como o êxodo rural, urbano x rural etc, alimentando áreas de descontração (esvaziamento demográfico e econômico) e áreas de contração (atração populacional e econômica). Além de intensificar e diversificar o trabalho humano, identificando um intenso fluxo e refluxos de energia, pessoas, capital, tecnologia, produtos etc, entre os centros urbanxo. De acordo com a ONU: o países do norte = 1,5 bilhão de habitantes e 80% da população é urbana; o países do sul = 4,8 bilhões de habitantes e 65% da população é urbana; o no geral, cerca de 50% da população mundial vive nas cidades e, a tendência é aumentar, principalmente nos países do sul, nas próximas décadas - Quanto ao Brasil, há uma diferença de critérios para classificação de áreas urbanas entre a ONU e o IBGE. - Para o IBGE – cidade é toda sede de município, de acordo com lei da década de 30 do século passado. Portanto: 81,7 da população brasileira vive nas cidades. Existem mais de 5.500 cidades (sedes de municípios) no país. - Para a ONU – cidade é todo espaço organizado com mais de 10.000 habitantes. Portanto o Brasil o Brasil, de acordo com a ONU. • 57% da população vive em cidades; • existem 511 cidades no Brasil. NOTA: Concluímos que mais de 5.000 municípios do Brasil, possuem menos de 10.000 habitantes no espaço urbano. Não esquecer que o processo urbano-industrial no Brasil é considerado tardio, pois ao contrário dos países do norte, que deram início ao processo de urbanização no século XIX, no Brasil, esse processo

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começou a partir da década de 30 do século XX.

Habitat Refere-se à natureza do local em que os grupos humanos vivem. Em decorrência dessa ocupação e do reflexo do seu gênero de vida, a paisagem natural sofre diversas alterações. De acordo com a situação geográfica, o habitat pode ser rural ou urbano. Habitat Urbano Relativo às cidades e à sua ocupação: nelas, as atividades predominantes originam-se do setor econômico secundário e do terciário (serviços).

A sociedade rural apresenta contrastes com a urbana, tais como: • a dimensão dos núcleos de povoamento; • o grau homogêneo de cultura e etnia; • a estabilidade social e ocupacional; • o modo de viver de ambos os grupos é diferente.

Atualmente, no entanto, nenhuma sociedade é inteiramente rural ou completamente urbana. Cidade e campo, hoje, não estão inteiramente em oposição como local de residência, ocupação ou modo de vida, pois cada vez mais se relacionam, sendo difícil separar o rural do urbano, uma vez que a sociedade vem se tornando menos rural e mais urbana à medida que passa de fazendas isoladas para estágios representados pelas aldeias, vilas (habitat urbano), cidades comerciais, grandes cidades e, finalmente, metrópoles. Assim, as definições de rural e urbano variam muito entre os países, tornando difíceis às comparações internacionais. O tamanho do povoado é o tipo de distinção mais respeitado entre o urbano e o rural e é o critério entre as Nações Unidas em suas publicações. Isto, no entanto, não resolve o problema da linha divisória, uma vez que a contagem da população urbana é subestimada e a rural exagerada, pois os citadinos que vivem fora dos limites da cidade vêm se tornando muito numerosos. Habitat rural Relativo ao modo de ocupação do solo no espaço rural, e a sua exploração às relações entre os habitantes. Pode ser organizado, no Brasil, da seguinte forma: Disperso Próprio das zonas rurais, onde as habitações se espalham em grandes espaços.

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Ordenado Quando um elemento orienta a dispersão, como um rio, ferrovia, rodovia, litoral. É o mais freqüente na paisagem rural brasileira. Desordenado Quando não há um elemento que orienta a dispersão. Aglomerado Quando as moradias no meio rural são próximas umas das outras, ocorrendo relação de vizinhança entre as habitações que, por sua vez, estão relativamente próximas às áreas de cultivo ou de pastagens.

NOTA O habitat aglomerado apresenta três modalidades: Núcleo Em áreas ocupadas por grandes fazendas, nas quais os trabalhadores

Habitat Urbano

Cidade é um “organismo material fechado que se define no espaço pelo alto grau de relações entre seus habitantes, pelas suas

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Cidade é um “organismo material fechado que se define no espaço pelo alto grau de relações entre seus habitantes, pelas suas relações com um espaço maior e pela independência de suas atividades em relação ao solo onde está localizada”.

As definições de cidade são diferentes, mas a maioria delas concorda num ponto: trata-se de um aglomerado humano, variando em número e na sua relação com o espaço (sua área). No Brasil, por lei federal da década de 30, utiliza-se o critério político-administrativo para se definir a cidade, sendo assim considerada toda sede de município, não importando sua população nem expressão econômica. Município é uma sociedade capaz de auto-governo e auto-administração dos serviços que lhe são peculiares. Ao município, em colaboração com o Estado, compete zelar pela saúde, higiene e segurança da população.

Classificação das Cidades quanto à Origem Cidades espontâneas ou naturais Aquelas que surgiram naturalmente, a partir da expansão de antigos habitats rurais aglomerados nas diversas fases do desenvolvimento da economia brasileira: a) Feitorias (escalas de expedições marítimas para defender e explorar as terras coloniais) – Cabo Frio (RJ) e Santa Cruz de Cabrália (BA); b) Defesa (fortificações) – Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN); c) Missões religiosas – São Paulo e Guarapari (ES); d) Mineração – Ouro Preto (MG) e Cuiabá (MT); e) Entroncamento ferroviário – Bauru e Mairinque (SP); f) Núcleo de colonização – Londrina, Maringá (PR), Blumenau, Joinville (SC), Caxias do Sul e Bento Gonçalves (RS); g) Arraiais do Bandeirismo Minerador – (as chamadas corrutelas das áreas diamantíferas) – Poxoréo (MT) e Aragarças (GO). Cidades planejadas ou artificiais Criadas a partir de um plano previamente estabelecido. No Brasil, temos:

Teresina (PI) 1851 Aracaju (SE) 1858 Belo Horizonte (MG) 1898 Goiânia (GO) 1937

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Brasília (DF) 1960

Quanto à evolução urbana, convém observar que possuímos “cidades-mortas, felizmente sendo raros os exemplos de morte absoluta, de extinção, porque estamos livres de erupções vulcânicas ou terremotos e nunca sofremos os flagelos das guerras de extermínio ou de invasões arrasadoras; apenas a construção de barragens e o represamento de águas fluviais para produção de energia hidrelétrica têm sido responsáveis por tais mortes, como aconteceu com a mineração do ouro e das pedras preciosas.

Classificação das cidades quanto ao sítio urbano O sítio urbano é a área em que o aglomerado está assentado. É o “assoalho” da cidade. Assim, temos: a) Acrópole ou Colina (geralmente com objetivos defensivos) –Salvador (BA), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ); b) Planície – Manaus (AM), Belém (PA) e Santarém (PA); c) Planalto – Brasília (DF) e Cuiabá (MT); d) Montanhas – Ouro Preto (MG), Campos do Jordão (SP) e Belo Horizonte (MG); e) Insular – São Luís (MA), Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Guarujá (SP).

O B S E R V A Ç Ã O

As cidades de São Luís, Vitória, Santos e São Francisco não podem ser consideradas cidades insulares típicas, já que apresentam íntimo contato com o continente e mal se percebe a passagem deste para a ilha. Já no caso de Florianópolis, por exemplo, a insularidade é marcante.

Classificação das cidades quanto à posição geográfica A situação da cidade em relação aos elementos do meio físico que lhe são próximos explica a sua evolução e permite a seguinte classificação: Fluvial: • Juazeiro (BA) • Manaus (AM) • Porto Alegre (RS) • Pirapora (MG) • Cuiabá (MT) • Corumbá (MS) Grande é o número de cidades brasileiras localizadas junto a rios ou em suas proximidades. Destaca-se da Amazônia (nos “tesos” ou “baixos” – platôs), do médio e baixo São Francisco, do alto-médio

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Paraguai. Dessas cidades, umas poucas são localizadas em estuários, sendo raras as que se assentam junto a deltas (como é o caso de Parnaíba, no Piauí). Por vezes, as cidades prolongam-se para outra margem, fazendo nascer bairros autônomos, que no meio-norte denominam-se “trezidelas”. Noutros casos, deixa os rios a certa distância, fixando-se no vale fluvial, em terrenos livres das inundações, sobre “terraços”, como se verifica no Vale do Paraíba do Sul, no âmbito da planície terciária. Marítima: • Rio de Janeiro (RJ) • Natal (RN) • Paranaguá (PR) • Salvador (BA) • Santos (SP) Litorânea (não banhada pelo mar): • Cubatão (SP) • Itabuna (BA) Interiorana: • Campinas (SP) • Bauru (SP) • Ribeirão Preto (SP)

Classificação das cidades quanto à função urbana A atividade básica em função da qual vive a cidade, e da qual se origina o seu produto interno bruto, permite a seguinte classificação: Comercial • São Paulo (SP) • Campina Grande (PB) • Caruaru (PE) • Feira de Santana (BA) Industrial • Volta Redonda (RJ) • Santo André (SP) • Franca (SP) • Sorocaba (SP) • Cubatão (SP) • Guarulhos (SP) • Betim (MG) Religiosa • Aparecida do Norte (SP) • Bom Jesus da Lapa (BA) • Pirapora do Bom Jesus (SP) • Tambaú (SP) • Juazeiro do Norte (CE) Estação de Saúde • Campos do Jordão (SP) • Araxá (MG) • Serra Negra (SP) • Águas de Lindóia (SP) Turística (balneária)

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• Guarujá (SP) • Camboriú (SC) • Guarapari (ES) • Torres (RS) • Cabo Frio (RJ) Militar estratégica • Resende (RJ) • Vila dos Remédios (FN) Turística (histórica) • Ouro Preto (MG) • Parati (RJ) • Congonhas do Campo (MG) Portuária • Santos (SP) • Paranaguá (PR) • Rio Grande (RS) • Vitória (ES) Administrativa • Brasília (DF) • Florianópolis (SC)

Classificação das cidades quanto à hierarquia urbana É expressa pela rede urbana que a cidade apresenta e sua posição de polarização sobre as demais. Metrópole nacional Aquela cuja área de influência abrange todo o território nacional. Ex.:São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Metrópole regional Aquela cuja área de influência abrange uma região do País, polarizando esta área através de infra-estrutura e equipamentos urbanos. Capital regional O espaço regional polarizado é menor e representa uma posição hierárquica intermediária entre o centro regional e a metrópole regional. Ex.: Campinas (SP), Sorocaba (SP), Goiânia (GO), Santos (SP) e São José dos Campos (SP). Centro regional Diretamente influenciado pela capital regional e que polariza um subespaço dentro da área de influência da capital regional. Ex.:Americana (SP), Itapetinga (SP), Anápolis (GO), Cubatão (SP) e Jacareí (SP). URBANIZAÇÃO E SUAS TRANSFORMAÇÕES

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Revoluções Industriais

Na verdade, a denominação “revoluções industriais”, também pode ser interpretada como um processo contínuo de transformações, ou seja, uma única revolução, onde em alguns momentos históricos acontece uma maior velocidade no desenvolvimento tecnológico, criando, assim, certa instabilidade econômica que vai refletir e provocar mudanças nas variáveis políticas, sociais e ambientais de uma sociedade, provocando mudanças na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), e na forma de relacionamento entre os países ricos e pobres.

1) Primeira Revolução Industrial: Resultou na passagem de uma sociedade rural e artesanal para uma sociedade urbano-industrial. Aconteceu na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, expandindo-se a partir do século XIX para outros países europeus e finalmente atingiu os EUA, o Japão e a Rússia. Pode ser chamada de industrialização clássica.

a) Causas da Revolução:

• Acumulação de capitais; • Transformações na área rural; • Reformas religiosas; • Controle econômico e político pela

burguesia; • As invenções mecânicas e o uso

de fontes de energia modernas. Conseqüências da Revolução:

• Crescimento demográfico; • Crescimento das cidades; • Excedente de produção industrial; • Imperialismo e neocolonialismo; • Liberalismo, livre concorrência e

propriedade privada; • Defende a não a intervenção do

Estado na economia, mas fortalecendo o desenvolvimento do Estado nacional moderno;

• Predomínio de pequenas e médias empresas.

2) Segunda Revolução Industrial: Os países da primeira revolução industrial alcançaram um patamar mais avançado com novas indústrias, tecnologias e fontes de

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energia. Transferindo gradativamente as indústrias mais antigas, que consomem muita matéria-prima, energia e mão-de-obra, para os países mais pobres, resultando no processo de industrialização tardia ou retardatária, com maior destaque no pós-Segunda Guerra Mundial. Países como Brasil, Argentina, México e Chile, na América Latina, África do Sul e Egito, na África, Coréia do Sul e Índia, na Ásia, passam por uma fase de modernização industrial, tornando-se cada vez mais dependentes e endividados.

a) Principais causas da segunda Revolução Industrial:

• Crescimento da concorrência entre os impérios;

• Constante revolução tecnológica, gerando novos produtos.

c) Principais conseqüências da segunda revolução:

• Mudanças do centro de poder mundial;

• Conflitos entre os sistemas socioeconômicos;

• Mudanças na DIT – Divisão Internacional do Trabalho;

• Maior dependência dos países periféricos – dívidas;

• Criação de monopólios e oligopólios – multinacionais;

• Forte poder de intervenção do Estado;

• Explosão demográfica no Terceiro Mundo.

3a RTC Terceira Revolução Técnico-Científica

Há uma significativa divergência entre os principais autores quanto ao momento em que se iniciou a 3ª RTC. Alguns até consideram que não há mais de uma revolução industrial, outros indicam esta mudança a partir da Primeira Guerra Mundial, outros a partir da crise de 1929, outros falam em 3ª RTC com início no pós-Segunda Guerra e os mais recentes alegam que esta revolução técnico-científica teve seu início na década de 80 avançando até a década de 90. Com a

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extinção do período bipolar, da corrida armamentista que caracterizou o confronto ideológico entre o capitalismo e o bloco soviético (Oeste x Leste), há o retorno do pensamento liberal, e fica mais calma a relação Norte-Sul.

NOTA

O importante é observar que estão ocorrendo mudanças estruturais no funcionamento das atuais sociedades devido aos avanços da biotecnologia, a nanotecnologia, robótica e informática, provocando uma nova relação nas formas de dependência, produção, produtividade, tipo de capital (volátil), desregulamentação do comércio mundial e na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), entre outras variáveis.

1) Características da 3ª RTC Tendência da Globalização com:

• Intenso processo de fusão entre mega-empresas. • Desemprego estrutural, com novas tecnologias criando

máquinas, instrumentos e técnicas, que substituem boa parcela do trabalho humano no sistema de produção.

• Tendência de fortalecimento do xenofobismo, etnocentrismo, como forma de reação ao desemprego e à internacionalização da economia.

• Crises econômicas como os efeitos tequila (México), samba (Brasil), saquê (Tigres Asiáticos) e vodka (Rússia), provocando o efeito dominó ou cascata, devido ao capital volátil.

• Formação dos mega-blocos e blocos econômicos supranacionais, como nova característica de regionalização (Nafta, União Européia, Pacífico e Mercosul), intensificando as relações entre os países-membros e fortalecendo o protecionismo externo.

• Os avanços nas comunicações internacionais e nos sistemas de transportes resultantes das novas tecnologias de ponta reduziram os fatores determinantes para as necessidades de concentração industrial, pois as mega-organizações econômicas buscam as matérias-primas, os recursos energéticos e a mão-de-obra onde eles estiverem mais disponíveis, o mercado consumidor é global.

Exemplo: Brasil: Descontração: da Grande São Paulo para o interior do estado paulista, mais Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Ceará.

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Contração: Informática em Campinas (SP), espacial em São José dos Campos (SP). EUA: Vale do Silício na Califórnia, centro principal do Cinturão do Sol (Sun Belt) americano. A 3ª RTC é caracterizada pelo domínio do pensamento neoliberal, cujo principal fator é a defesa do Estado mínimo, isto é, um Estado reduzido, forçando a privatização das empresas estatais no Terceiro Mundo, com reestruturação e criação de novas organizações no Estado, cujo papel é mais de regulador e fiscalizador da economia, a exemplo das agências nacionais (Anatel, ANA, ANP, ANS, Aneel) no Brasil.

O B S E R V A Ç Ã O

Até o momento, esta nova ordem mundial não trouxe vantagens para os países periféricos ou modernizados como o nosso. É só observar que nos últimos seis anos, a nossa dívida interna saltou de 60 bilhões para mais de 700 bilhões de dólares e a nova dívida externa duplicou de próximo de 170 bilhões para mais de 380 bilhões de dólares nesse mesmo período. Não esquecendo que a dívida interna mais os encargos da dívida externa afetam tanto as condições sociais como ambientais de um país.

Industrialização Evolução Histórica e Principais Setores

Indústria pode ser entendida como ato de transformar matérias-primas em bens de produção e de consumo.

Tipos de Indústrias De um modo geral, as indústrias podem ser divididas em:

• mineral; • extrativa; • vegetal; • bens de produção; • transformação;

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• bens de consumo; • duráveis; • não-duráveis.

a) Indústrias extrativas: extraem produtos sem alterar suas características. b) Indústrias de transformação: são as que convertem as matérias-primas obtidas da natureza em objeto útil para o homem. Dividem-se em: bens de produção e bens de consumo. c) Indústrias de tecnologia de ponta e a bélica: envolvem robótica, informática e armamentos. d) De base ou pesada: quando se preocupa em obter bens de produção ou de capital. São exemplos deste tipo de indústria as máquinas, geradores, turbinas, etc. e) Leve ou de bens de consumo: duráveis e não-duráveis. Bens de produção São também chamados de bens de capital, bens de equipamento, indústrias pesadas e indústrias de base. São indústrias que produzem “produtos” (matérias-primas e equipamentos) para outras indústrias. Exigem grande investimento. Ex.: siderurgia, metalurgia, mecânica, naval, etc. Bens de consumo São indústrias que produzem “produtos” voltados diretamente para o consumo da população. Essas indústrias produzem bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, automóveis, eletrônicos, móveis, etc.) e não-duráveis (remédios, bebidas, alimentos, vestuário, etc.).

Evolução industrial no Brasil

Até 1808, pode-se dizer que não havia propriamente indústrias no País, resumindo-se esta atividade à produção de tecidos grosseiros e de uns poucos artigos de natureza artesanal.

Após 1808, apesar da liberação da atividade industrial que até então havia sido impedida pela metrópole, o desenvolvimento industrial não tomava impulso devido à falta de infra-estrutura interna e à concorrência dos produtos externos, sobretudo ingleses. Com a introdução do café em São Paulo e a conseqüente chegada dos imigrantes, houve certa expansão do mercado interno consumidor, além da disponibilidade de capitais e melhores transportes. Começam a surgir alguns setores industriais de necessidade mais imediata e de menor custo como: alimentícios,

No final do século XIX, o desenvolvimento industrial foi pequeno, apesar das medidas protecionistas adotadas pelo governo para proteger a indústria nacional da concorrência externa. A partir da Primeira Guerra Mundial, a atividade industrial apresentou certa expansão, pois já que não podia contar com as importações européias, procurava desenvolver aqui alguns setores industriais.

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O B S E R V A Ç Ã O

Em 1850 havia no País:

• 2 fábricas de tecidos; • 0 indústrias de alimentos; • 2 indústrias de caixas e caixões; • 5 indústrias metalúrgicas; • 7 indústrias químicas.

No final do século XIX, o desenvolvimento industrial foi pequeno, apesar das medidas protecionistas adotadas pelo governo para proteger a indústria nacional da concorrência externa. A partir da Primeira Guerra Mundial, a atividade industrial apresentou certa expansão, pois já que não podia contar com as importações européias, procurava desenvolver aqui alguns setores industriais. A crise 1929/1930 e a Segunda Guerra Mundial marcaram outra fase do crescimento industrial, sobretudo em São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Após 1940, surgem outros tipos de atividades industriais, já que antes dominavam indústrias de bens de consumo. Em 1942 ocorre a construção da Cia. Siderúrgica Nacional. Inicia-se a produção de aço em grande escala, que abre novas perspectivas para a expansão industrial brasileira. A década de 50 ainda enfrenta problemas e obstáculos, como falta de energia e deficiente rede de transportes e comunicações, que vão ser tratados por Juscelino em seu Plano de Metas. Além disso, o desenvolvimento industrial passa a ser dependente do capital externo. Nessa fase, o governo optou pela indústria de bens de consumo duráveis, como as indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos, além de setores básicos e energia elétrica através da criação de várias empresas: Cemig, Furnas, etc. A década de 60 é representada por um período de crise e estagnação da atividade industrial. Essa fase marca uma economia associada e dependente do capital externo, e o Estado como forte centralizador e controlador dos setores econômicos básicos. A década de 70 caracteriza-se por uma maior diversificação da produção industrial e, conseqüentemente, das exportações que até hoje têm nos manufaturados o seu maior peso.

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NOTA

O Brasil, bem como a maior parte dos países de industrialização recente, apresenta um grande peso na economia estatal. Durante as décadas de industrialização acelerada tem que criar a infra-estrutura básica necessária e isto incluía siderúrgicas, estradas e outras. O conceito moderno de economia e administração pública tornou este sistema obsoleto e o Estado, que já foi visto como tábua de apoio para a economia do País, passou a ser visto como um grande estorvo.

Não faltam argumentos pró-privatizações, bem como argumentos contra. No entanto, os custos para a manutenção de um sistema evidentemente ineficiente, inchado de funcionários desnecessários e uma estrutura de comando montada apenas com critérios políticos, parecem ter se tornado insustentáveis para um país que procura uma nova colocação no mundo. O critério das privatizações foi muito contestado, pois muitas estatais foram vendidas para outras estatais ou fundos de pensões de funcionários e a entrada de “moedas podres”, nos leilões, sugeria que nem tudo estava às claras nessas transações. No entanto, algumas das empresas já privatizadas começam a apresentar um desempenho compatível com as regras básicas do capitalismo. A Mafersa, fabricante de vagões, apresenta lucros após anos de prejuízo enquanto estatal. A Usiminas aumentou sua produtividade e reduziu em um terço seu endividamento.

Distribuição Geográfica da Atividade Industrial

A grande região industrial do País é a região Sudeste, onde se destacam São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O centro econômico do Brasil, bastante urbanizado e industrializado, é constituído por São Paulo e Rio de Janeiro.

Região Sudeste

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É a responsável por mais da metade de toda a atividade industrial e, sozinha, consegue cerca de 3/4 do valor da produção industrial. A concentração em tal região é devida a vários fatores, tais como:

a. Sistemas de transporte e comunicação mais desenvolvidos;

b. Maior produção energética; c. Maior e mais diversificado mercado consumidor; d. Maior concentração de capitais; e. Maior concentração de mão-de-obra; f. Melhor nível de vida e poder aquisitivo.

Destaques da região Sudeste São Paulo O Estado de São Paulo é o que mais se destaca. E concentrando cerca de 40% dos estabelecimentos industriais do País 48% do pessoal ocupado em indústrias e 53% do valor da produção industrial. A Grande São Paulo, sobretudo os municípios do ABC, Diadema, Osasco, Guarulhos e outros, possuem a maior concentração industrial do País e da América Latina. Ainda no Estado de São Paulo há outros centros industriais importantes, que se situam normalmente ao longo dos principais eixos rodoviários ou rodoferroviários. São eles:

a. Anhangüera – Campinas, Americana, Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto;

b. Dutra – Jacareí, São José dos Campos, Taubaté; c. Washington Luís – Rio Claro, São Carlos, Araraquara,

São José do Rio Preto; d. Raposo Tavares – Sorocaba, Itapetininga, Presidente

Prudente; e. Anchieta – Cubatão, Santos, São Bernardo.

As indústrias do Estado de São Paulo caracterizam-se pela diversificação: metalurgia, química, alimentícia, têxtil, transporte, construção, farmacêutica, etc. Minas Gerais Vem aumentando a cada ano o valor da produção industrial e a área de influência industrial da Grande Belo Horizonte. O Centro Industrial de Contagem, próximo a Belo Horizonte, é diversificado e foi criado em 1970, em Betim. Sua posição é apoiada na abundância de recursos minerais, sobretudo no minério de ferro, justificando o primeiro lugar na produção de aço do País. Rio de Janeiro A maior concentração industrial coincide com o Grande Rio-polindustrial. Destaques na indústria naval no turismo. A refinaria e o pólo petroquímico em Duque de Caxias e o vale do Paraíba com Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda. A produção agro-alcooleira na região de Campos e bens de consumo na área de bebidas, alimentos, têxteis e descartáveis.

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Região Sul Apesar da antigüidade da ocupação industrial (o início está ligado à colonização européia), a região Sul tem apenas 20% de participação no processo industrial., sendo a segunda região mais industrializada. As indústrias mais importantes são as de bens de consumo: as alimentícias destacam-se no Rio Grande do Sul, como frigoríficos, couros, vinícola; as têxteis em Santa Catarina; e madeira no Paraná. No Rio Grande do Sul, os centros mais industrializados são: Grande Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, etc. Em Santa Catarina, por sua vez, destacam-se: Joinville, Blumenau (têxtil); Criciúma e Tubarão (carvão). Já no Paraná tem-se Curitiba, pólo industria l, além de centros no norte do Estado. Região Nordeste É a terceira mais industrializada; as maiores aglomerações industriais se concentram no Recife e Salvador. A industrialização do Nordeste está ligada à construção da usina hidrelétrica de Paulo Afonso, à criação dos distritos industriais, como Cabo, Paulista, Jaboatão, etc., em Pernambuco, e Centro Industrial de Aratu e do Pólo Petroquímico de Camaçari na Bahia. Destaca-se, também, a concentração industrial em Fortaleza. Principais indústrias A indústria de transformação é a que mais se destaca, conforme os dados a seguir. A indústria alimentícia tem a maior participação em pessoal ocupado e número de estabelecimentos. A indústria metalúrgica é a segunda em número de pessoal ocupado e valor de produção industrial. Alimentícias A indústria alimentícia abrange diversos ramos, tais como: laticínios, conservas, frigoríficos, bebidas, massas, moinhos, óleo, etc. Ela está entre as mais antigas do País. Apesar de estar disseminada por quase todo o País, é em SP que se verifica a sua maior concentração. Destaques: carnes (frigoríficos): Araçatuba e Barretos (SP), Rio Grande e Pelotas (RS), Campo Grande (MS). Bebidas: Caxias do Sul, Bento Gonçalves (RS), Jundiaí, São Roque, Ribeirão Preto (SP). Laticínios: Sul de MG, Vale do Paraíba (SP e RJ), grandes centros. Açúcar: Paraíba (SP), Campos (RJ), Maceió (AL). Automobilística A produção automobilística sofreu um grande crescimento desde 1958, colocando-se, atualmente, entre as dez maiores empresas do mundo, sendo superada apenas por Japão, EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Canadá e Rússia. As principais empresas automobilísticas são: a) Volkswagen do Brasil – SP; b) General Motors do Brasil – SP; c) Ford Motores do Brasil – SP; d) Mercedes-Benz do Brasil – SP; e) Fábrica Nacional de Motores – RJ;

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f) Fiat do Brasil – MG; e g) Volvo do Brasil – PR. A indústria automobilística foi implantada na segunda metade da década de 1950, durante o governo de Juscelino Kubitschek. Os principais fatores associados à implementação da indústria automobilística foram: a) desenvolvimento da metalurgia e siderurgia; b) as já existentes indústrias de montagem de veículos no Brasil; c) existência de indústrias de autopeças; d) mercado consumidor no sudeste; e) desenvolvimento do setor rodoviário, e f) criação do Geia (Grupo Executivo da Indústria Automobilística). A primeira indústria – Vemag – foi instalada em 1956, e em 1958, a Volkswagen. Com isso, desenvolvem-se indústrias ligadas ao setor automobilístico, como: vidros, artefatos de borracha, couro, material elétrico, metalurgia leve, etc. A maior concentração ocorre em São Paulo graças à maior disponibilidade de mão-de-obra, indústrias de autopeças, proximidades da Cosipa e do Porto de Santos, existência de energia elétrica, etc. Atualmente, o Brasil está entre os maiores produtores mundiais, com uma produção anual de cerca de 1 milhão de veículos. Siderurgia Foi somente a partir de 1917 que a siderurgica se instalou no País, por iniciativa da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira, localizada inicialmente em Sabará (MG) e depois em Monlevade (MG). Aproveitando a abundância de minério de ferro existente em Minas Gerais, outras siderúrgicas foram se instalando na região, e, durante muito tempo, Minas Gerais foi o único centro siderúrgico do País. As causas que retardaram a implantação da siderurgia foram a escassez de carvão mineral, a falta de mão-de-obra e de capitais, além da ausência de indústrias capazes de consumir a produção. A partir de 1942 a siderurgia tomou grande impulso com a instalação da Companhia. Siderúrgica Nacional (estatal) na localidade de Volta Redonda, no Vale do Paraíba fluminense. Sua localização obedecia à situação intermediária entre as jazidas de carvão (SC) e as áreas produtoras de minério de ferro (MG); ao ponto de encontro entre a Central do Brasil e a Rede Mineira de Viação; à proximidade dos maiores centros industriais e consumidores do País; à abundância de energia elétrica, e, por fim, à maior disponibilidade de mão-de-obra. A elevada taxa de crescimento alcançado por este setor deve-se a vários fatores, tais como: a) desenvolvimento das atividades industriais de base, as quais passaram a consumir a produção siderúrgica; b) rápido desenvolvimento do setor de construção civil; c) grande apoio governamental; d) aumento do consumo de produtos industrializados. O principal problema que afeta a indústria siderúrgica é o fornecimento de matérias-primas (carvão mineral), sendo por isso, muito grande o consumo de carvão vegetal.

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O B S E R V A Ç Ã O

94% da produção siderúrgica concentra-se no Sudeste. As maiores produções siderúrgicas são obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa.

Distribuição espacial das usinas siderúrgicas As siderúrgicas distribuem-se pelo espaço, independentemente da localização do carvão mineral, pois as maiores produções desse produto vêm do Sul, e é no Sudeste que se encontra a maior produção de aço. Portanto, outros foram os fatores responsáveis por esta localização. E, sobretudo, a presença de minério, como o ferro e o manganês e o mercado consumidor, que regem tal distribuição. A produção atual de aço bruto situa-se perto de 25 milhões de toneladas, colocando o Brasil entre os dez maiores produtores do mundo. Enquanto o consumo per capita de aço dos países desenvolvidos, como EUA, Japão, Rússia, Alemanha, gira em torno de 400 a 500 kg/hab/ano, a produção brasileira é de cerca de 100 kg/hab/ano.

Os problemas da indústria brasileira e atualidades sobre o setor

Apesar do desenvolvimento industrial experimentado pelo País nas últimas décadas, vários são os problemas que o afetam, destacando-se os seguintes:

Quanto à energia: ainda empregamos elevada quantidade de lenha como fonte energética. Quanto ao capital: escasso, não permitindo grandes investimentos por parte dos particulares, o que permite grande

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em larga escala. Quanto aos transportes: o sistema ferroviário e o hidroviário são deficientes. Quanto ao mercado consumidor: ainda restrito, apesar de estar em crescimento.

O GATT e a OMC

O GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, que entrou em vigor em 01/01/1948, apesar da oposição dos EUA, e de não significar uma organização oficial, foi de grande importância para coordenar o comércio do bloco capitalista no período da bipolarização. Mas com as mudanças do câmbio, a chegada dos megablocos, as novas tecnologias e a atual desregulamentação do comércio mundial, deixou a desejar na fase atual de multipolarização e está sendo substituído pela OMC – Organização Mundial do Comércio, que já foi criada, mas não foi estruturada, até porque, a desregulamentação da economia está favorecendo muito os países do Norte, detentores das tecnologias de ponta. 1985 – rodada do Uruguai Os países decidem que o GATT não atende mais as necessidades devido aos avanços no comércio internacional, e que o ideal seria a criação de uma nova organização que deveria vir acompanhada de uma nova regulamentação do comércio internacional. 01/01/1995 – Como resultado da Conferência do Uruguai É extinto o GATT e criada a OMC. 01/12/99 – Reunião de Seatle (EUA) Esta reunião aconteceu, mas não funcionou devido aos movimentos organizados, inclusive com o uso da Internet, das ONGs –Organizações Não-Governamentais, contra o processo de globalização, demonstrando que a nova fase mundial estava afetando também a qualidade de vida de boa parte das populações dos países ricos.

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desemprego, desconcentração da produção para o Terceiro Mundo, provocando o retorno do nacionalismo extremista com possibilidades ultra-direita voltar ao poder na Europa. É o ressurgimento do xenofobismo, do etnocentrismo, pondo em risco a segurança das minorias étnicas e dos “novos bárbaros” do Sul que estão invadindo os países do Norte. É o esgotamento do welfare state – o estado do bem-estar social – que durante décadas fez com que o Estado sustentasse a elevada qualidade de vida das populações nos países do Norte. Em janeiro de 2001, autoridades, megainvestidores e megaempresários reuniram-se na cidade de Davos, na Suíça, com exceção dos EUA, com o novo governo republicano. A maioria dos países envia ram seus representantes para o famoso Fórum Econômico Mundial, onde os mandatários do mundo globalizado estão reunidos para discutirem os resultados atuais da Nova Ordem Mundial, e o que pretendem ou não nas próximas etapas deste processo liberal. Um bom exemplo de discussões neste fórum é o destaque dado pela imprensa internacional aos protestos dos representantes da China Popular ao alertarem o mundo quanto à perda de identidade das etnias menos favorecidas do planeta, pois a globalização, além de econômica, também gera uma antropofagia cultural, ou aos alertas feitos pelos estudiosos da situação de globalização com exclusão, onde a América Latina corre o risco de sofrer uma pressão externa que poderá criar a famosa Síndrome de Africanização, isto é, deteriorar a tão deteriorada qualidade de vida de suas populações, como vem ocorrendo no continente africano – o excluído do processo global atual, inclusive com as tentativas de provocar uma corrida armamentista na América do Sul, devido à pressão pela Internacionalização da Amazônia, ou devido aos combates ao narcotráfico, a exemplo da atual Operação Colômbia, financiada pelos EUA, onde já se comenta a possibilidade do uso de armas químicas e biológicas.

A Produção de Alimentos e a Fome Não há dúvidas: a fome que se alastra pelo mundo é uma questão mais política, ideológica e econômica do que as próprias condições naturais oferecidas para a prática agrícola. Senão, vejamos:

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De acordo com dados da FAO (ONU), o mundo, hoje, produz 10% a mais do que o mínimo necessário para alimentar toda a população, que é em média de 2.400/2.600 calorias/dia, e que ainda existem imensos espaços para serem ocupados;

Com o processo da “Revolução Verde” a produção de alimentos vai perdendo cada vez mais o cunho social, e os interesses capitalistas avançam pelas atividades primárias. Portanto, o objetivo do lucro prioriza as monoculturas exportadoras em detrimento da produção diversificada para alimentar a população local. Além de acelerar o desmatamento, as queimadas, a erosão, com perda de solos férteis, o assoreamento dos rios e principalmente a perda da biodiversidade da fauna e da flora devido às monoculturas e ao uso absurdo dos agrotóxicos;

Nos últimos anos essa situação se agravou com os avanços biológicos, onde os processos de sementes selecionadas e vegetais híbridos das últimas décadas começaram a ser substituídos pelos produtos transgênicos, que aumentam o poder econômico e tecnológico das multinacionais, pois são donas desses novos produtos, com direitos de patentes (know-how) e exclusividades na sua criação e produção. Voltando à velha discussão: “até que ponto o ser humano pode alterar a natureza” com a transgenia e o processo de clonagem?

O contexto histórico não pode ser esquecido, pois é certo que antes da expansão marítima européia, não há registro da existência da fome em escala significativa na América, África, Ásia e Oceania, pois, nessa época, a produção era comunitária e de subsistência na maioria das sociedades existentes nesses continentes. Os colonizadores introduziram a propriedade privada e a cobrança de impostos absurdos nas áreas dos colonizados e ainda obrigaram à mudança no tipo de produtos, pois o que interessava aos dominadores eram produtos como oleaginosas, fibras têxteis e frutos tropicais para atender às necessidades do consumo industrial e da população européia. Quem nunca ouviu falar das mortes de escravos e índios – de fome – no meio dos grandes canaviais, no litoral do Nordeste? O governo português não permitia a plantação de outros

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vegetais, só era permitido o plantio de cana-de-açúcar, que dominava até 120 léguas para o interior. Qual o significado real da palavra plantation? Para os ingleses o que foi a guerra do ópio, na Ásia, e a matança dos búfalos na pradaria da América do Norte? Não há dúvida de que os problemas da fome, subnutrição, desnutrição crônica, podem ser resolvidos. Atualmente, o problema todo é que a produção de alimentos se transformou numa “arma poderosa”, que é utilizada pelos países do Norte no domínio mundial. O controle das multinacionais sobre a produção de alimentos demonstra que o controle sobre onde, como, quanto, o que, por quanto e para quem deverão ser produzidos os alimentos não depende mais de quem dispõe das terras. Basta ver o exemplo brasileiro, onde mais de 40% de nossa produção é exportada e menos de 15% é utilizada na alimentação interna. Outro exemplo interessante é ver que pastagens artificiais, isto é, o espaço agrícola ocupado e cuidado pelo homem para alimentar os rebanhos no Brasil, se somado com as perdas devido ao processo de colheita, transporte, armazenagem, comercialização e os parceiros do homem (ratos, insetos, etc.), superam a produção para o consumo interno; não podendo esquecer que a cada 7 calorias vegetais produzidas para alimentar os rebanhos e aves, só uma caloria retorna para a alimentação humana. O programa Fome Zero lançado pelo governo brasileiro já ultrapassou a fronteira nacional ao ser defendido na 58ª plenária da ONU, quando recebeu apoio da maioria dos países-membros inclusive com os discursos de abertura da plenária pelo presidente Lula, pelo presidente George Bush e o Secretário Geral da ONU, Kofi Anan. Inclusive o presidente da França lançou a idéia de chamar o programa internacional sob o comando da ONU de programa Lula. O programa Fome Zero defende uma ação não paternalista, e sim, montar a estrutura e redirecionar parte da produção agrícola nacional para o consumo interno, esta proposta viria acompanhada de outros projetos como a erradicação do analfabetismo e geração de mais empregos com a retomada do crescimento econômico, pois após a primeira fase, com distribuição de cestas básicas e unificação dos projetos assistenciais como bolsa-escola, vale- gás, etc, a proposta do governo é de oferecer condições para que a população recupere seu poder de consumo. No primeiro ano do atual governo este projeto não avançou da forma desejada, pois o próprio governo priorizou a recuperação da imagem do País nas relações internacionais, o famoso plano A, alegando que primeiro era necessário recuperar o risco país, a confiança externa para atrair novos investimentos e, com isto, foi preciso manter os juros internos elevados com ma nutenção do endividamento interno. Enfim, o atual governo, em seu primeiro ano de mandato, repetiu todo o comportamento já conhecido pela sociedade nos governos neoliberais da década de 90. Outro fato importante é o da produção agrícola brasileira, pois não há dúvida de que a última safra superou em mais de 20% a produção da safra anterior, principalmente por causa dos transgênicos, supera em muito as necessidades de consumo da

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população do País, mas, infelizmente, a produção é mais direcionada para as monoculturas, mecanizadas para a exportação do que para a policultura para abastecer o mercado interno. É correto dizer que o Programa Fome Zero no Brasil só conseguirá avançar de forma satisfatória se conseguir convencer os empresários da área do agronegócio de que o mercado interno oferece vantagens econômicas, também não é possível implantar o projeto na fase não-paternalista, com cerca de 55 milhões de brasileiros situados abaixo da linha de pobreza. Concluindo: para implantar o Programa Fome Zero de forma satisfatória, primeiro é necessário oferecer qualidade de vida ou condições para que uma alta parcela da sociedade possa praticar sua cidadania, para isto, é preciso resolver os problemas de 5 milhões de brasileiros hoje com renda zero, os 5 milhões decrianças que são exploradas no trabalho infantil e muitas vezes escravo. Enfim, sem solucionar os graves problemas socioeconômicos, é muito difícil elevar o IDH da população brasileira. Enquanto o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) calculado pela ONU classifica o Brasil 1/3 dos países melhores colocados – 65ª posição entre 175 países. O IES (Índice de Exclusão Social) coloca o Brasil entre o 1/3 com o pior resultado. O IDH mede o desenvolvimento dos países com base na expectativa de vida, no nível educacional e na renda per capita. O IES acrescenta outros indicadores como pobreza, desemprego, desigualdade social, alfabetização, escolarização superior, homicídios e população infantil. De acordo com o IES, o Brasil ocupa a 167ª posição no ranking de desigualdade, 161ª em homicídios, 99ª em desemprego. Portanto , de acordo com o IES, o Brasil ocupa a 109ª posição entre os 175 países. Na América, entre 35 países, ocupamos a 28ª posição e de 1998, quando éramos a 8ª Economia Mundial, em 2004 passamos para a posição de 15ª economia, sendo superados por vários países emergentes (China, México, Córeia do Sul). Pelo IES os países melhores colocados são Canadá (1º), Japão (2º) e Finlândia (3º), enquanto os piores são Namíbia (173º), Lesoto (174º) e Honduras (175º). Em 14 de julho de 2004, a ONU publica novo levantamento quanto a IDH. Infelizmente o Brasil passou da posição 65ª para 72ª no ranking mundial, ficando muito abaixo de alguns países vizinhos, como a Argentina, que apesar da crise ficou em 34º lugar. Com esse último levantamento, a Noruega permanece em 1º lugar e Serra Leoa em último (177º).

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As Crises Econômicas na Era Globalizada

O capital volátil – o mesmo que capital especulativo, rotativo, hot money e over night

Função – como o próprio nome indica, não é regulamentado, servindo somente ao processo da ciranda ou especulação financeira. Se um país tenta regulamentar ou reduzir seus lucros nas bolsas de valores ou entra em crise econômica ou política, rapidamente este tipo de capital desaparece de sua economia. O capital volátil cresceu muito nas últimas décadas, devido à queda nos investimentos e nos lucros que eram obtidos com a corrida armamentista. Muito do capital investido nesta área foi deslocado para atividades normais da economia. É óbvio que os paraísos fiscais facilitaram para que o capital das máfias do narcotráfico, da venda ilegal de animais silvestres, da corrupção e do contrabando de riquezas naturais como o ouro, diamantes, etc., se legalizassem e se transformassem em capital volátil. Para um país manter este capital em sua economia e transformá-lo em capital de produção, é obrigado a manter seus juros internos elevados e lucrativos, só que acaba prejudicando as empresas nacionais e sua população. Favorecendo o capital volátil, o País é obrigado a abrir sua economia de acordo com os interesses dos países desenvolvidos.

O efeito dominó, ou por que as crises econômicas atuais não são mais localizadas, e sim, afetam a economia mundial num processo de cascata? A maior internacionalização da economia com enfraquecimento dos Estados e das elites nacionais em conseqüência da globalização. Como o capital volátil passou a dominar a economia dos países emergentes, como o Brasil, e a maior dependência destes às imposições do Fundo Monetário Internacional (FMI)?

Sem muitas preocupações quanto ao “economês” ou aos termos tecnocratas, e com uma análise mais geopolítica com objetivo didático, a melhor forma para desenvolver e explicar estes

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questionamentos é utilizar um modelo prático como laboratório. Para nós, brasileiros, o melhor modelo é o Plano Real desenvolvendo suas etapas de implantação. Estava claro que a sociedade não aceitava mais os planos econômicos ortodoxos, com mero congelamento de preços e salários. Era preciso ser diferente, pelo menos na aparência, em relação aos Planos Cruzado, Bresser e Collor. E o mundo exigia a abertura da economia brasileira, isto é, ou adota o neoliberalismo, ou continuará isolado das relações econômicas e do comércio mundial.

Como o mundo impõe a abertura econômica nos países do Terceiro Mundo?

NOTA

Os Estados Unidos elaboram a famosa Lei Super 301, onde as autoridades norte-americanas são obrigadas a defender suas empresas multinacionais, combatendo qualquer forma de obstáculos que elas venham a sofrer em qualquer local do planeta. 2) O Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, passa a não exigir que os países pobres que necessitam de seus empréstimos, elaborem projetos de viabilidade econômica em relação aos valores solicitados, desde que atendam às exigências prescritas no famoso Plano de Reformas Estruturais (1980), isto é, desde que os países do Terceiro Mundo implantem as reformas – tributária, fiscal, jurídica, orçamentária, política, previdenciária e trabalhista em conjunto com um projeto de privatização de suas

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água, esgoto, etc. O FMI, que havia perdido muito de suas funções a partir de 1971, em razão de os Estados Unidos terem mudado seu sistema cambial, passa a exercer novas funções, muito atreladas, e até mesmo conflitantes, com o Banco Mundial. Isto não quer dizer que entram em choque, ou que haja perda de identidade. Na verdade, é facilmente percebido que estas duas organizações trabalham em conjunto, na tentativa de implantar as idéias neoliberais nos países periféricos. 7) O FMI fiscaliza, coordena e exige que os países do Terceiro Mundo e, mais recentemente, os países remanescentes do ex-bloco socialista, como os do Leste Europeu, implantem as medidas impostas pelos Planos de Reformas Estruturais do Bird. Caso o País aceite, o FMI ajuda e autoriza que o Bird faça os empréstimos.

Implantação do Plano Real no Brasil 1ª Etapa – PRIMEIRO SEMESTRE DE 1994 Implantação da Unidade Real de Valor (URV). Criação de uma moeda forte, corrigida diariamente de acordo com uma economia hiper-inflacionada (artificial), ao mesmo tempo em que permanecia uma moeda fraca, que só era corrigida a cada três meses em 60% da inflação decorrida. Resultado: os salários ficam congelados, e quando corrigidas, as correções eram inferiores à inflação dos últimos três meses. Enquanto os produtos eram corrigidos, em 100% da inflação diária, o valor da URV (moeda forte) se distanciava cada vez mais do cruzeiro (moeda fraca). Como os trabalhadores recebiam em cruzeiros e eram obrigados a comprar em URV, o poder aquisitivo do mercado interno tornava-se cada vez menor. Ao provocar esse achatamento salarial, acabou gerando excedente de produção e, como os

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produtos brasileiros ficaram mais competitivos no mercado externo, os lucros elevados com a queda da mais-valia do trabalhador facilitava as exportações gerando um superávit na balança comercial.

Por que tudo isto? Para que reduzir a qualidade de vida da população brasileira?

Os motivos são as imposições internacionais por meio do FMI, que estavam obrigando o Brasil a criar uma reserva cambial alta, necessária para a implantação do pensamento neoliberal.

2ª etapa – SEGUNDO SEMESTRE DE 1994. A redução do poder aquisitivo da população já estava muito acentuada e a reserva cambial já estava formada. Com a proximidade de novas eleições presidencia is, o governo avançou no plano econômico extinguindo as duas moedas (URV e cruzeiro) e criando o real. Estava desindexada a economia brasileira.

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dificuldades ao capital nacional, ao mesmo tempo em que passava a atrair bilhões de dólares na forma de capital volátil ou especulativo; era o crescimento das bolsas de valores ou a ciranda financeira devido ao hot money. Resultado: os produtos brasileiros perdiam sua competitividade no mercado externo, em razão da moeda forte. O País passava a ter um déficit significativo na balança comercial, isto é, o valor das importações ficava superior ao valor das exportações. Como a reserva cambial criada na 1ª etapa era estratégica, pois sua finalidade maior era manter certa paridade entre o real e o dólar, a única forma de se cobrir o déficit da balança comercial era com o aumento das privatizações das empresas estatais. Estava concluída a primeira fase do plano. Agora, bastariam as reformas (tributária, previdenciária, etc.) para que o Plano Real colocasse o País nos eixos, de acordo com os interesses dos países-potência, com a redução do Estado e com a abertura econômica, internacionalizando as economias.

3ª etapa Para que as etapas anteriores resultassem em objetivos a médio e longo prazos, era necessário fazer as reformas estruturais exigidas pelas organizações internacionais.

O B S E R V A Ç Õ E

Reformas ou mudanças estruturais precisam passar pela autorização do Legislativo, pois são questões constitucionais. Com a entrada em maior escala do capital volátil, aumentava a dependência do País, pois ficava a critério dos mega-investidores manter estes recursos, no País, daí os elevados juros internos. É o paraíso da ciranda financeira ou

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internacional. Enquanto isso, um empréstimo ou financiamento passa a ficar inviável, pois, se a inflação estaria baixa para o cidadão brasileiro, para os empresários e empresas brasileiras, com os juros internos elevados, fica difícil competir com as filiais de multinacionais. Sem o devido cuidado, seu endividamento fica “impagável”, a exemplo de nossa dívida externa. Se o capital volátil saísse do País, a reposição seria feita pelo Banco Central. Mas reserva tem limites estratégicos, podendo provocar crises.

Exemplos: 1994 – Crise do México = efeito tequila. 1997 – Crise dos Tigres Asiáticos = efeito saquê. 1998 – Crise na Rússia = efeito vodka. Todas as crises provocaram o efeito dominó ou cascata e atingiram a economia brasileira. 1999 – No dia 13 de janeiro, o Brasil se torna a bola da vez (após as eleições, é claro), não usa mais a reserva cambial para cobrir a fuga do capital volátil, como vinha fazendo desde 1997, em razão do efeito cascata provocado pelo efeito saquê. Então foi obrigado a deixar o real se desvalorizar em relação ao dólar. Efeito samba ou efeito cachaça: O governo brasileiro não segura mais a banda cambial, passando a adotar o câmbio flutuante. De 1999 até o início de 2001, o real flutua no mercado interno de acordo com a maior ou menor oferta de moedas estrangeiras investidas na sua economia, principalmente o dólar, nesta fase. O governo não interfere na lei de mercado, obedecendo à lei de oferta e procura entre a moeda nacional e a moeda norte-americana e adotando o princípio da flutuação limpa. A partir de fevereiro de 2001, em razão da crise na Argentina, o dólar ameaçou ultrapassar o limite de dois reais. Com isso, o governo brasileiro foi obrigado a intervir no mercado de moedas e títulos, oferecendo papéis para segurar a crise. Exemplos: -Nessa época, o salário mínimo brasileiro era de 136 reais, o que equivalia a aproximadamente 130 dólares. Com a desvalorização do real, o salário mínimo caiu para cerca de 70 dólares. Imagine-se o que isso provocou no poder aquisitivo da população? -O salário mínimo atual, de 151 reais, vale menos que os 136 reais de antes da crise de 99, se o compararmos ao dólar. Se o salário mínimo chega a 181 reais, com a desvalorização da nossa

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moeda em relação ao Dólar, em valor real, ele valeria menos que os 136 reais do início do plano. -Reflexos no Mercosul, pois aumentou a competitividade dos produtos brasileiros, tornando superavitária a balança comercial brasileira em relação à Argentina, o que prejudicou o país vizinho, pois diferentemente do Brasil com o Plano Real, o Plano Cavallo do período Ménem implantou a lei de conversibilidade da moeda em que um peso era igual a um dólar, isto é, a economia da Argentina estava na ante-sala para a dolarização total. Portanto, esse país não tinha como desvalorizar sua moeda para acompanhar a queda do real (corre o sambolero).

O B S E R V A Ç Ã O

Com a crise em 13/01/1999, o Brasil recebeu uma ajuda externa de emergência de 31 bilhões de dólares autorizada pelo FMI.

2001 – Crise, devido à fuga do capital volátil, na Turquia. 2002 - Crise no Brasil com a possibilidade de vitória da oposição, provocando alta no risco país e desvalorização da moeda nacional devido à fuga do capital volátil. 2003 - O salário mínimo é corrigido para 240,00 reais e medidas ortodoxas na economia provocam queda rápida no risco país, recuperando o valor da moeda nacional em relação ao dólar, permitindo que a taxa Selic - taxa de juros internos definida pelo Copom - Conselho de Política Monetária do Banco Central, sofra redução de 26,5% para 19% no mês de outubro.

1) Marque C(Certo) ou E(Errado) conforme o enunciado abaixo: ( )

Em discurso político recente em Rio Verde GO, o presidente brasileiro incluiu o plano real como mau um plano econômico milagroso fracassado, onde governantes tentaram atropelar etapas para permitir o crescimento econômico do país. Quanto aos planos econômicos das décadas de 80/90 no Brasil, julgue os itens.

A Desintegração do Bloco Socialista Imaginar ou criar uma data para indicar o momento exato que

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identifique o término da URSS e o fim do socialismo real no Leste Europeu e no Continente Asiático serve como referencial didático, mas não é útil para quem deseja entender todo o processo que culminou com o término da bipolarização. Dizer que a URSS foi extinta, e que o capitalismo norte-americano saiu vitorioso também não é totalmente verdade, pois, se fosse correto, estaríamos vivendo uma monopolarização parecida com a do período do império britânico; mas isso não ocorreu, e estamos vivendo a multipolarização. A necessidade de manter um confronto ideológico com o mundo ocidental acabou forçando a URSS a direcionar a maior parte de seus recursos para a preparação de várias gerações de técnicos cientistas, espiões, para desenvolvimento de contra-espionagem, para conservação de uma força armada altamente dispendiosa, orientar-se para áreas específicas da física nuclear, aeroespacial, mecânica, etc. Com isso, a produção de bens de consumo para a população do bloco socialista não significou preocupação para governantes da época, principalmente nas décadas de 30 a 70, quando predominou a “ditadura do proletariado” ou o período stalinista. Na década de 80 a crise estava bem clara para o mundo, pois nem a URSS nem os EUA, em nível de poder, suportavam mais os desgastes da Guerra Fria. O processo acelerou com a chegada de Gorbatchov ao poder, que tinha a função de superar as distorções e fazer com que a URSS sobrevivesse, isto é, a proposta de mudar, desde que fosse lenta e gradual para que o estado soviético permanecesse. As propostas eram:

NOTA

Reestruturação da economia – Perestroika Medidas: Fechamento das empresas ociosas; Privatização das estatais;

Devolução e/ou venda das propriedades rurais; Abertura da bolsa de valores; Entrada das multinacionais; Entrada do capital volátil; Formação de bancos e sistema financeiro privado. Conseqüências: Desemprego em larga escala, principalmente do sexo feminino;

Fortalecimento das organizações ilegais, que compraram várias empresas formais; era a

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compraram várias empresas formais; era a ascensão das máfias;

Queda do poder aquisitivo da população;

Aceleração do processo inflacionário. Transparência política – Glasnost 3) Medidas: Maior liberdade de credo religioso;

Criação de organizações sociais e políticas sem o controle do Estado;

As repúblicas conquistam o direito de elegerem seus parlamentares e presidentes, conquistando maior autonomia político-administrativa;

Há uma política de aproximação com o mundo ocidental;

Provoca um esvaziamento da KGB, da espionagem internacional e da repressão interna. Conseqüências: A URSS declara que não é mais expansionista e nem militarizada;

Inicia um processo de desmonte unilateral dos mísseis com ogivas nucleares;

Não sustenta mais os países satélites como Cuba, Vietnã e Coréia do Norte, facilitando também os movimentos libertários no Leste Europeu.

O B S E R V A Ç Ã O

Na prática, estas medidas significam o término da corrida armamentista, pois fica claro que se acontecesse outra guerra como a das Coréias, do Vietnã, de Angola, etc., a URSS não se candidataria a sustentar grupos contrários aos interesses dos EUA. A “neurose nuclear” estava diminuindo, principalmente na Europa, resultando nas

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necessidade da mesma. Surge o “desemprego estrutural”, pois a produção e a produtividade aumentam graças às novas tecnologias, mas o desemprego aumenta. Estavam criadas as condições para o retorno do xenofobismo e o etnocentrismo.

793 . 40 - O Declínio do Império Socialista

AULA 40

O Declínio do Império Socialista Dizer que em dezembro de 1991, oficialmente, a URSS deixa de existir como Estado é correto, mas não é certo acreditar que tudo aconteceu de repente, que antes existia a URSS e, logo depois, ela se desmembrou em 15 repúblicas. A pergunta-chave é: por que a URSS se desintegrou no final da década de 80 e início de 90? Por que isso não aconteceu antes? Por que não continuou existindo? A resposta para esse questionamento resulta de uma análise no tempo e no espaço, de fatores internos e externos, que vão se somando até resultar numa dinâmica de transformação que leva décadas para se completar. A burocratização, o caldeirão étnico, o baixo avanço tecnológico em algumas áreas da economia, a política do emprego pleno com resultados cada vez menores na produção/produtividade dos indivíduos, a política centralizadora do Estado cedem espaço para uma fase de estagnação econômica, aumentando cada vez mais década de 70 para 80, após uma explosão econômica nas décadas de 30/40, principalmente na reconstrução do pós-Segunda Guerra. Somadas essas questões à derrota técnico-científica do bloco socialista em relação ao ocidente capitalista, verifica-se que a terceira revolução tecnológica transformou-se no fato acelerador

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responsável pela desintegração do Bloco Soviético. A implantação da Perestroika (re-estruturação econômica) e da Glasnost (transparência política), por Gorbatchov, quando é indicado para Secretário-Geral do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), consiste em propostas de mudanças “lentas e graduais”. Essas são uma última tentativa de manter a existência da URSS. Em nenhum momento Gorbatchov propôs a extinção do Estado soviético, até porque, extinguir a URSS seria extinguir o seu próprio cargo com a perda imediata do poder. Com a abertura política e econômica, a primeira situação crítica que desponta são as divergências étnico-culturais, que resultam em movimentos unificadores e/ou separatistas na parte leste da Cortina de Ferro, isto é, na Europa Oriental ou socialista, e nas eleições nas ex-repúblicas da URSS, que começam a romper com o poder centralizador de Moscou. A fase de mudanças rápidas (Década de 80) Enquanto esteve no poder, Gorbatchov ficou sob fogo cruzado internamente, pois, quando avançava nas reformas, contrariava os interesses do PCUS (militares, burocratas, KGB, etc.), e desagradava aos presidentes e parlamentares eleitos nas 15 repúblicas, sob o comando de Bóris Yeltsin, presidente da Rússia, a principal república. Externamente, o mundo capitalista ocidental, principalmente o Grupo dos 7 (G-7) mais poderosos do mundo, fazia suas jogadas para desintegrar a URSS, bloqueando a ajuda econômica e tecnológica. Era uma situação em que todo mundo percebia a fragilidade. Em agosto de 1991, os oficiais militares invadem o Parlamento, prendem Gorbatchov na Península da Criméia e declaram um golpe de Estado. Golpe fracassado, pois a população reage e Bóris Yeltsin e seu grupo comandam esse movimento, derrotando os militares e retornando Gorbatchov (de forma figurativa) ao comando da URSS. Em 22 de dezembro, cercado pelos principais líderes da “nova era”, Gorbatchov assina documento declarando que a partir de 25 de dezembro de 1991, a superpotência, o centro do socialismo real, estava declarada extinta.

O Processo de Dependência do Brasil Historicamente, podemos afirmar que o Brasil não se tornou dependente dos países desenvolvidos. Ele já iniciou sua formação

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dependente dos países desenvolvidos. Ele já iniciou sua formação com o nítido propósito de atender aos interesses da metrópole européia, havendo mudanças apenas nas formas de dependência e/ou dominação de acordo com os interesses do país dominante da época. Foi assim no período do império britânico e continua assim atualmente com a hegemonia de dominação norte-americana. Mas a dinâmica de transformações socioeconômicas das últimas décadas veio a agravar mais ainda esta situação, forçando os brasileiros a fazerem novos questionamentos quanto a essa dependência, tais como: o porquê de tanta priorização, por parte do governo, da necessidade de criar um superávit na balança comercial, se o mais importante para o consumo de nossa produção econômica é o mercado consumidor interno; como a nossa dívida externa aumentou tanto nos últimos anos – se bem que a dívida interna, que também é social e ambiental, aumentou mais rapidamente ainda, o porquê das privatizações das empresas estatais, se as mais importantes eram altamente lucrativas; para onde está indo o dinheiro das vendas dessas estatais; o porquê do congelamento dos salários dos trabalhadores por tantos anos; enfim, o porquê de ser tão importante para os nossos governantes a sobrevivência do Plano Real? Na realidade, o que é este tal de Plano Real? Sem querer abranger totalmente os fatores responsáveis por essas mudanças de comportamento no quadro socioeconômico, pode-se dizer que o fator mais importante dessa situação é exógeno, pois as pressões exercidas pelos países ricos (do Norte) para obrigar à internacionalização (abertura) da economia e do mercado brasileiro fazem parte do macro-projeto dos países centrais de inserir o mais rapidamente possível os países periféricos (do Sul) na famosa globalização.

Modernização Econômica

Uma armadilha bem preparada, em que uma espécie de gatilho foi ficando cada vez mais à disposição das organizações econômicas mundiais e das multinacionais, que servem como frente de manipulação favorecem o domínio dos países ricos no pós-Segunda Guerra Mundial. A partir da década de 30 do século XX o processo de industrialização no Brasil teve como objetivo substituir as importações, por isso nossa industrialização é tardia, isto é, começou muito depois dos países, hoje, desenvolvidos. Outro fato que deve ser destacado foi a necessidade de importar tecnologia e maquinaria para sua implantação, como não tínhamos capital, acabamos nos endividando muito rápido.

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NOTA

O primeiro golpe estratégico é notado rapidamente, pois as indústrias de bens de consumo precisam de uma infra-estrutura que sustente a sua produção, sendo preciso implantar indústrias de base e de infra-estrutura. Só que indústrias pesadas, sistemas de transporte e de energia exigem muito capital, tecnologia e tempo para a sua implantação, e o retorno dos investimentos pode demorar décadas. Como não há interesse externo, o Estado precisa assumir essa responsabilidade. A exportação de produtos primários e o dinheiro dos contribuintes é que vão permitir que as empresas estatais sejam implantadas. O segundo golpe estratégico ocorre a partir da década de 60 para 70, quando a importação de tecnologias e capital das décadas anteriores demonstra o quanto o Brasil aumentou seu endividamento externo. A solução encontrada, que não era a única, nem é possível dizer que era a melhor, foi reduzir o poder aquisitivo dos brasileiros, com o achatamento salarial, tornando os produtos fabricados no Brasil mais competitivos no comércio mundial, pois a prioridade não é mais substituir as importações e, sim, gerar um superávit na balança comercial, para cumprir os compromissos resultantes da dívida externa.

Acontece que, para exportar mais, precisamos explorar mais os recursos naturais, degradando a natureza; e se o importante são os compromissos da dívida externa, muitos dos recursos que poderiam ser investidos nas questões sociais – educação, saúde, hospitais, habitação e

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Está certo que o endividamento externo é uma “bola de neve”, pois tanto tecnologia como maquinários importados ficam obsoletos, sendo necessária sua renovação constante para que o País não perca a competitividade. Veja o exemplo da década de 80, a famosa “década perdida”, principalmente porque o parque industrial brasileiro não se renovou com outras tecnologias e formas de produção, tornando seus produtos ultrapassados e menos competitivos nos mercados externo e interno, além do alto preço quanto ao custo de produção.

Como Sobreviver Economicamente O modo de sobreviver economicamente é assumindo o papel de país dependente e aceitando as imposições externas no processo de globalização. Para isso, é necessário avançar no processo de modernização exigido pela terceira revolução técnico-científica (3ª RTC) na nova ordem mundial, isto é, o Brasil precisa eliminar o protecionismo e abrir sua economia para o mundo globalizado.

Essa situação exige mudanças econômicas, políticas e diplomáticas, como:

Planos econômicos;

Defesa do neoliberalismo;

Maior aproximação com um país central e intensificação das relações com os países vizinhos (Mercosul, Alca, etc.).

O Plano Real Com o início da redemocratização na década de 80, os planos

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econômicos como os Cruzados (I e II), Plano Bresser, Plano Collor, etc., impostos de “cima para baixo” e somente conjunturais, com os congelamentos, confisco de poupanças e bloqueio de contas-correntes, não deram os resultados esperados. Na década de 90 o governo tinha pressa, uma vez que após o impedimento do Presidente Collor de Mello, só restavam dois anos de governo até as próximas eleições. Procurava, pois, resgatar o tempo perdido, de acordo com a sua proposta neoliberal. Mas não podia cometer os mesmos erros dos planos anteriores, pois a sociedade já estava saturada dos planos mirabolantes ou milagrosos elaborados pelos tecnocratas em seus escritórios, surgindo desta situação o Plano Real. Primeira etapa: Objetivos: Reduzir o poder aquisitivo da população; Criar um superávit na balança comercial; Aumentar, com isso, a reserva cambial (Banco Central). Método: Criar uma moeda forte (transição) para recuperar, ou manter em alta, o valor dos produtos. URV = Unidade Real de Valor, corrigida diariamente de acordo com a inflação do dia anterior, que servia como moeda para compra dos produtos no mercado interno. Resultado: Os produtos cotados em URV não eram desvalorizados. Manter a moeda fraca (o cruzeiro) para efetuar pagamento dos salários dos trabalhadores, corrigindo essa moeda a cada três meses, em 60% da inflação decorrida. Todo dia diminuía o poder de compra do consumidor, pois ele recebia em cruzeiro (não corrigido) e tinha que comprar e pagar em URV (corrigida no dia). A cada três meses, como os salários eram corrigidos em 60% dos 100% de inflação transcorrida, o poder aquisitivo dos assalariados não diminuía, despencava, enquanto a URV estava corrigida em 100%.

Conseqüência: com a queda do

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brasileiro.

Segunda etapa: A URV é transformada em real – março de 1994. Um Real é aproximadamente igual a um dólar. Adoção do câmbio fixo-flutuante. Não adotando a paridade das moedas, o Brasil, por meio do Banco Central, pode aumentar ou diminuir o valor do real em relação ao dólar, adquirindo uma pequena margem de manipulação. Deve-se agora, torcer para que não ocorra nenhuma crise mundial, nunca se esquecendo a crise mexicana, o famoso “efeito tequila”, iniciada em 1994. -Para manter a reserva cambial, é preciso atrair os investimentos externos, o capital volátil ou o hot money. Para isso, o governo eleva os juros internos, favorecendo a especulação e o lucro dos investidores estrangeiros. -Como a moeda criada ficou forte (real), era necessário conter o poder de compra do brasileiro, mantendo elevados juros para o financiamento de bens de consumo, num momento de inflação baixa. -Para segurar mais a possibilidade de crescimento do consumo, o Banco Central reduz a quantidade de moeda em circulação. -No final deste processo, as empresas estatais estão desvalorizadas, facilitando as próximas privatizações. Resultados -A balança comercial fica deficitária, sendo coberta pelas privatizações; -A reserva cambial fica para segurar o valor do real, caso ocorra fuga do capital volátil. Terceira etapa: Como até o momento o Plano Real é conjuntural, para que ele sobreviva é necessário tomar medidas que provoquem mudanças estruturais. Para isso o governo elabora projetos para as reformas tributária, fiscal, previdenciária, etc., só que elas precisam ser aprovadas pelo Congresso, coisa que não aconteceu na íntegra, até hoje.

O B S E R V A Ç Ã O

O Plano Real funcionou como medida provisória até setembro de 2001, quando foi aprovado por decisão das lideranças partidárias. O Plano Real só foi aprovado em razão das mudanças ocorridas nas regras das medidas provisórias.

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Detalhe: Após a Reeleição Presidencial Em 13 de janeiro de 1999, depois de segurar por quase dois anos a necessidade concreta de desvalorizar o real, pois a economia brasileira sofreu as conseqüências do efeito saquê, a partir de 1997, o governo toma essa decisão, provocando o “efeito samba” ou “efeito cachaça”. O Brasil se torna a “bola da vez” na crise mundial, só que as crises atuais não ficam contidas num país, em razão da maior importância do capital volátil. As crises atuais resultam num efeito cascata ou dominó. Para segurar a crise, o FMI autoriza um socorro de 31 bilhões de dólares para recompor a economia brasileira. É óbvio que o País deve assumir novos compromissos e cumprir as metas exigidas pelo FMI.

O B S E R V A Ç Ã O

Diferentemente do Brasil, a Argentina adotou o plano de conversibilidade da moeda, ou a ante-sala da valorização, com o Plano Cavallo em que: 1 peso = 1 dólar.

A Argentina não pode desvalorizar o peso para acompanhar a desvalorização do real, além do que, a sociedade Argentina assume a maioria de seus compromissos econômicos em dólares. Portanto, se o peso for desvalorizado, haverá um aumento da dívida do povo argentino. O país é obrigado a continuar usando sua reserva cambial para cobrir a saída do capital volátil, mas isso tem um limite. Avança a crise argentina, pois além da dependência externa, os compromissos das dívidas são em dólares; a partir dessa situação, a balança comercial Brasil-Argentina passa a favorecer o nosso país.

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Décadas de 70 A 90

Globalização Além do poderio bélico, sinônimo de potência e tecnologia de ponta, produção, produtividade e competitividade no mercado mundial. Extinção do Segundo Mundo, 25/12/1991, ex-URSS. Avanços na biotecnologia, nanotecnologia, microeletrônica, robótica, informática, automação, etc. Produtos transgênicos e a clonagem como símbolos de avanço científico. Projeto Genoma. O capital volátil substitui boa parte dos capitais provenientes dos órgãos tradicionais como Bird, BID, Grupo de Paris, Bancos Centrais, etc. O mundo exige nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Formação dos megablocos e blocos econômicos na nova forma de regionalização. Internacionalização das economias, desemprego estrutural, planos econômicos. Crises com efeito dominó ou cascata. Processo de fusão (truste) nas multinacionais, com avanços na prática do dumping. Redemocratização e privatização das estatais nos países do Terceiro Mundo. GEOPOLÍTICA DA EUROPA

1º) PRÉ-REQUISITO Para entender as transformações nas últimas décadas no continente europeu, é necessário refletir um pouco sobre o processo histórico mais recente, isto é, o período anterior à Segunda Guerra, a própria guerra, e o imediatamente após esse conflito. a) Período anterior – Os impérios expansionistas e militarizados europeus estão disputando “palmo a palmo” a hegemonia mundial. Esquecendo que no norte da América e no extremo Oriente dois impérios estão se formando. b) Segunda Guerra – Os avanços tecnológicos transformam de forma radical os resultados da Guerra, pois ao contrário dos conflitos anteriores, a segunda Guerra Mundial foi altamente destrutiva para o continente europeu. Na verdade todos no continente saem perdendo, tanto é que passam a ser classificados como potências médias. Portanto, não determinam mais o comportamento mundial. c) Pós-Segunda Guerra Conferência de Yalta e Potsdan Plano Marshal Muro de Berlim Definem a implantação da Cortina de Ferro. A Europa está dividida e

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descobre que não manda mais. É obrigada a obedecer e ainda pode ser destruída (EUA x URSS), sem direito a opinar. É a fase da “Neurose Nuclear”.

Conflitos Europeus A heterogeneidade étnica em espaços definidos na Europa sempre existiu, e no período da guerra fria as minorias étnicas eram contidas no seio da organização física dos estados - nações. Com o advento da globalização eles encontram espaço para suas reivindicações de autonomia. 1º) Iugoslávia Estado criado em 1922, pós - Guerra, em razão da extinção dos Impérios Austro-Húngaro, Bizantino e Turco-Otomano no Leste Europeu. Com o término da Segunda Guerra Mundial, era provável que o país viesse a se desmembrar, pois era caracterizado por um “caldeirão étnico”. Mas a criação de um herói nacional, apesar de Croata, atendia aos interesses dos novos mandatários mundiais, pois era interessante, tanto para os EUA, como para a URSS, que o território geoestratégico desse país funcionasse como um corredor, isolando geograficamente a URSS da Europa; estavam montadas as condições para a implantação de uma “Gerontocracia”, em que o marechal Jozip Tito governaria até a sua morte. Como Foi Montado o Governo

a. Executivo colegiado; b. Parlamento onde cada etnia teria um número de

representantes proporcional ao seu número na população; c. Sistema socialista, mas não alinhado à URSS; d. Não participava oficialmente do Comecom (Tame) e do Pacto

de Varsóvia; e. Recebeu ajuda do Plano Marshal (EUA).

Dinâmica de Mudanças Na década de 80 ocorrem mudanças que afetam a forma de funcionamento do estado iugoslavo. Os sérvios que na maioria são cristãos - ortodoxos, sempre receberam apoio dos russos e no período da Guerra Fria controlavam as Forças Armadas do país. Em 1982, a morte de Tito e em 1985 a URSS inicia as mudanças políticas e econômicas – Glasnost e Perestroika, respectivamente. Estas mudanças acabam liberando os movimentos étnico-separatistas nas repúblicas iugoslavas.

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Em 1991, as repúblicas da Eslovênia e da Croácia, áreas de importância econômica com um parque industrial, reserva de petróleo e balneário turístico, declaram independência que, de imediato, não é reconhecida pelas organizações mundiais, mas a Alemanha reconhece e passa a apoiar estas repúblicas. Era o retorno da potência centro - européia bifronteira. Alegando a perda da saída marítima, os sérvios tentam impedir a independência das repúblicas, criando condições para a primeira guerra civil na Iugoslávia. Em 1993, as repúblicas da Bósnia – Herzegovina – a famosa Iugoslávia em miniatura em razão da heterogeneidade étnica de sua população, e a Macedônia declaram suas independências. Essa segunda guerra civil tem um fator altamente explosivo, pois envolve povos islâmicos do antigo império turco-otomano e cristãos do império austro-húngaro. Estava criado o fator fundamentalismo, que acaba gerando um retorno de comportamento semelhante ao da Segunda Guerra Mundial com o retorno dos genocídios como estratégia militar. As entidades internacionais não pressionaram pelo término da guerra até 1995, pois os sérvios estavam vencendo os islâmicos. Em 1995, os islâmicos passam a vencer os sérvios, as entidades internacionais, representadas pela OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, fazem uma intervenção militar na Iugoslávia acabando com a guerra civil. Em 2003, a Iugoslávia, sem os territórios que se tornaram independentes, passa a se chamar Sérvia e Montenegro, com dois parlamentos e duas moedas. Os Novos Países Eslovênia; Croácia; Bósnia Herzegovina; Macedônia. A Nova Iugoslávia Sérvia; Montenegro; Volvodina; Kosovo, em 1999 se torna território autônomo. Em 2003 a Iugoslávia muda seu nome para Sérvia e Montenegro. Se antes os sérvios já eram maioria étnica, na nova Iugoslávia eles passam a ser mais hegemônicos. Mesmo assim, os problemas não estavam totalmente resolvidos, pois a única saída marítima era em Montenegro e Kosovo. Apesar de ser o ponto de origem do povo sérvio, desde o período otomano tinha maioria de islâmicos, mais identificados com a população da Albânia, gerando, com isso, um novo conflito entre cristãos e islâmicos, até nova intervenção das forças da Otan e transformação de Kosovo em estado autônomo. Em 5 de outubro de 2000, após o primeiro turno das eleições, o presidente Slobodan Milosevic é deposto por um movimento popular que leva 500.000 pessoas às praças em Belgrado, capital da

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Iugoslávia. Por último, em junho de 2001, o governo da nova Iugoslávia entrega o ex-presidente para ser julgado em um tribunal internacional, com a acusação de tentativa de etnocídio durante as guerras civis na ex-Iugoslávia. Fica bem claro para o mundo que, ou o governo tomava esta atitude, ou não teria ajuda internacional para reconstruir sua sociedade.

Não se esqueça: a ex-Iugoslávia mudou seu nome, em 2003 passou a se chamar Sérvia – Montenegro, um país com dois parlamentos e duas moedas, uma em cada república.

A Unificação das Alemanhas Com a derrubada do Muro de Berlim em 1989, não é difícil prever que o Tratado de Potsdan está com seus dias contados. Em 1990, a RDA (socialista-oriental) declara extinto o seu estado (constituição, força armada, moeda, etc.), e seu território é transformado em cinco estados Federados (Landers) e oficialmente incorporado à RFA (capitalista-ocidental). Conseqüências Da Reunificação Alemã

• O povo é unificado num só estado-nação. • O território não permanece o mesmo, pois a região da Silésia

e de Gdanski, na Polônia, e a Bielo Rússia não voltam a ser território da nova Alemanha.

• Antes da reunificação, a RFA (ocidental) já era a terceira potência econômica do mundo, após os EUA e o Japão, mas passa a investir em larga escala na recuperação da parte leste e na ajuda aos vizinhos que estão surgindo.

• O Marco Alemão substitui o Rubro da ex-URSS nos investimentos para recuperar as novas áreas capitalistas que estão surgindo.

• A Alemanha recupera a posição de potência bifronte centro-européia, pois é o ponto de contato entre o leste, pobre, e o oeste, rico. Na prática, é o fim dos tratados do pós-Segunda Guerra. Da cortina de ferro ideológica, permanecendo a cortina socioeconômica entre o leste e o oeste do continente.

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Revolução do Veludo Na Tchecoslováquia não houve revolução, e sim combinações políticas, pois após se livrarem da pressão soviética, ocorre eleições em que a maioria nacionalista domina o parlamento tcheco e decide pela separação geográfica das etnias dominantes, criando dois novos países: a República Tcheca, menos populosa e mais desenvolvida a oeste e a República da Eslováquia na parte leste, por isso se chama Revolução do Veludo, pois foi um processo pacífico, apesar dos problemas das minorias étnicas até hoje, principalmente dos ciganos. Rússia – Herdeira da URSS Não foi gratuitamente que Boris Yeltsin permitiu a manutenção de Gorbatchov no poder até dezembro de 1991, após a fragorosa derrota do PCUS no golpe de agosto/91. Neste intervalo de tempo, Bóris Yeltsin estava negociando a melhor forma de extinguir a URSS e a manutenção da Rússia como potência regional aliada dos EUA.

NOTA

Não se esqueça da nova Alemanha.

Com o que a Rússia Ficou

1. Com o Banco Central e o Banco do Comércio Exterior. 2. Com todas as embaixadas e o lugar no Conselho de

Segurança da ONU. 3. Com a moeda, pois o rubro volta a ser somente russo. 4. Com o controle do arsenal nuclear e das armas químicas e

biológicas.

O B S E R V A Ç Ã O

Com as privatizações, as máfias russas emergem e passam a dominar boa parte da economia legal do país, entrando em choque com o capital externo. A questão da Chechênia é interna, pois esse território faz parte da República Russa, portanto, a Rússia não está assumindo posições expansionistas; é certo que na Chechênia a maioria da população é islâmica, mas, por trás disso, há a questão do petróleo nessa área.

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A Questão Basca Esta história é tão antiga que até os bascos, localizados no norte da Espanha e sul da França, têm dificuldades para identificar sua origem; alguns acreditam que tenham vindo do leste europeu. É certo que os bascos formam um povo distinto no território espanhol, portanto, sofrem uma diáspora. Alguns lutam pela sua independência por meio do ETA – Pátria Livre Basca, uma organização separatista. Hoje a facção mais atuante é o ETA –Militar, enquanto o ETA – Político/Militar procura fazer negociações de paz. A Irlanda Católica O maior arquipélago europeu há séculos é dominado pelo império britânico, inclusive a Ilha da Irlanda, que foi colônia com aspectos de exploração dos ingleses do mesmo modo que a Escócia e o País de Gales. As principais ilhas são a Grã-Bretanha (Inglaterra, País de Gales e Escócia), e a Ilha da Irlanda, hoje dividida em Irlanda do Norte ou Ulster, com povos (protestantes) de outros lugares do Reino Unido, e uma minoria de irlandeses católicos. Atualmente estes últimos apresentam um crescimento demográfico superior aos protestantes, apesar do tratamento diferenciado feito pelo Exército Britânico, privilegiando os primeiros. A República da Irlanda (Eire) hoje é independente do Reino Unido, e sua maioria populacional é formada por católicos.

O B S E R V A Ç Ã O

Na visão do dominador (ingleses), os protestantes são considerados “unionistas”, pois defendem a permanência do Ulster integrado ao Reino Unido, e os católicos são denominados de “separatistas”, pois defendem a extinção do Ulster, com unificação total da ilha sob o comando dos irlandeses católicos.

Os irlandeses católicos sempre lutaram pela sua independência em relação ao império britânico, e suas conquistas acompanharam o enfraquecimento do expansionismo inglês. Na década de 20 (pós-Primeira Guerra), conquistaram autonomia política do Eire, e na década de 60 (pós-Segunda Guerra), obtiveram sua independência. Foi na década de 60 que a discriminação contra a minoria católica do

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Ulster se agravou, com a criação de bairros separados (guetos). Torturas e massacres praticados pelo exército inglês, fizeram surgir o IRA – Exército Republicano Irlandês, responsável pelo armamento dos católicos e a prática de atos terroristas no Reino Unido. Na Irlanda do Norte (Ulster) protestante, foi criado o SINN FEIN(somente nós), braço político do IRA que procurava defender os católicos.

Política Energética Brasileira

Introdução O setor energético brasileiro teve seu desenvolvimento em conjunto com o processo de modernização, em que houve uma passagem muito rápida de sociedade agrária para uma sociedade urbano-industrial, que infelizmente não veio acompanhada de melhorias nas condições socioculturais de sua população. O processo acelera a partir da década de 30, com o esgotamento da oligarquia do café e o início da primeira fase industrial, para substituir as importações e tomar dimensões maiores a partir do Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek (1956/1961), quando o sistema rodoviário sustentado pela indústria de automotores exigia que o Brasil substituísse as fontes energéticas tradicionais (biomassa), por fontes modernas como o carvão mineral e o petróleo e começasse a estimular o aproveitamento de nosso gigante potencial hidráulico (hidroeletricidade). Contudo, o consumo de energia per capita até hoje é muito baixo (± 950kg de energia), ficando abaixo, inclusive, de muitos países do Terceiro Mundo. Processo Histórico

• 1938 – Criação do CNP – Conselho Nacional do Petróleo e do Poço do Lobato, primeira perfuração no Recôncavo Baiano que resulta no início da produção interna de petróleo.

• 1939 – Criação do CNAEE – Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica.

• 1954 – Criação da Petrobrás – Estatal que passa a monopolizar todo o processo pertinente ao petróleo, exceto distribuição interna de seus derivados, que fica a cargo de empresas nacionais e, principalmente, multinacionais da área como a Shell, Texaco, Esso, etc.

• Criação das empresas estatais, estaduais e federais da área de eletricidade.

• 1962 – Criação da Eletrobrás – que na forma de holding detém o controle acionário das concessionárias federais e de forma minoritária participa das empresas estaduais.

Com as crises de 1973 (Guerra do Yom Kippur – Opep) e de 1979

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Com as crises de 1973 (Guerra do Yom Kippur – Opep) e de 1979 (Revolução Islâmica) e com o aumento significativo do barril de petróleo (158,6 litros), o Brasil teve de replanejar sua política energética em virtude da elevação do custo do barril, o que resultou na criação do Programa Nacional do Álcool (1974) e do Programa Nuclear (1975), priorizou-se, pois, a pesquisa, formação de técnicos e desenvolvimento de tecnologia nacional na área de prospecção do petróleo em grandes profundidades, ma ior aproveitamento do gás natural, do carvão e a construção de grandes hidrelétricas, demonstrando que a questão energética no país, além de econômica e social, era uma questão geoestratégica, a exemplo de Itaipu, Angra dos Reis I e II, etc. Potencial Hidrelétrico Brasileiro Individualmente e em razão do processo de modernização urbano-industrial, nosso maior consumo energético é de petróleo e seus derivados. Mas o nosso maior potencial energético é o hidráulico, que corresponde a mais de 90% da energia elétrica produzida no País. As termelétricas produzem um pouco mais de 8% e as usinas termonucleares, apesar das décadas de implantação e os bilhões de dólares gastos, já se encontram obsoletas, não representando quase nada na produção/consumo de eletricidade no País.

• 1893 – Primeira usina termelétrica em Campos (RJ). • 1889 – Primeira usina hidrelétrica em Juiz de Fora (MG).

Ao contrário das termelétricas e das usinas termonucleares, as hidrelétricas não são instaladas de acordo com o interesse humano e, sim, pelas condições naturais oferecidas pelo relevo do local e a vazão dos rios. Com isso, muito do potencial hidráulico ainda não é aproveitado. Cerca de 80%, pois, estão localizados em áreas de baixa necessidade energética ou o sistema de transmissão elevaria muito os custos, além das perdas de energia pelo calor nos cabos de alta tensão, prejudicando a relação custo-benefício. Por isso o maior aproveitamento é nas Bacias do Paraná (61% do potencial) e do São Francisco (59% do potencial), em virtude da maior proximidade dos grandes centros consumidores, enquanto o maior potencial brasileiro é na bacia amazônica, onde temos o menor aproveitamento hidroelétrico, pois corresponde a um grande vazio populacional e econômico. A situação da bacia amazônica deve ser destacada pelo elevado potencial hidráulico dos principais afluentes do Rio Amazonas, mas devem ser trabalhadas também outras especialidades dessa bacia, pois ela não comporta grandes complexos hidrelétricos como foi feito nas demais regiões, devido seu potencial hidráulico não concentrado, e, sim, distribuído em pequenas e no máximo médias quedas d’água. Portanto, ao construir uma grande represa, seu reservatório d’água fica muito horizontalizado e pouco verticalizado, isso quer dizer que a represa inunda muitas áreas, prejudicando o ecossistema da Amazônia, ao mesmo tempo em que a represa não tem profundidade, e apresenta baixa pressão, o que oferece poucas condições de se instalar um bom número de turbinas. Um bom exemplo desta realidade é a Usina de Uatumã, afluente do rio Negro:

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o projeto era para seis turbinas, que seriam suficientes para substituir as termelétricas de Manaus, mas só foi possível instalar duas turbinas. Outro fato curioso é que o potencial hidráulico da Amazônia só foi descoberto nas décadas de 60/70, graças ao Projeto Radam (radar da Amazônia), atual Radam Brasil, pois antes se acreditava que os rios dessa região fossem todos de planície e que não apresentavam condições para produção de energia. Destaques Atuais Apesar do alto potencial hidráulico ainda não aproveitado no País, à distância dos centros consumidores, o alto custo de construção e do sistema de transmissão e o tempo longo de implantação estão destoando do ritmo de crescimento econômico e das necessidades energéticas do País. Com a privatização em curso, do Sistema Telebrás, o governo está transferindo a construção e o controle das próximas hidrelétricas para empresas privadas, ao mesmo tempo em que implanta o gasoduto Bolívia-Brasil, para instalação rápida de quarenta e nove termelétricas próximas das áreas de consumo, pois essas áreas já apresentam uma carência superior à capacidade atual de abastecimento. A grande vantagem dessas termoelétricas é apresentarem maior rapidez e menor custo de instalação, além de eliminarem bastante o sistema de transmissão e as necessidades de manutenção. O gás natural, e não o GLP é o combustível fóssil que menos polui a natureza quando queimado. A Petrobrás não foi privatizada, mas perdeu o monopólio e se transformou numa empresa concessionária a partir de julho de 1997. Com o processo de privatização na nova fase liberal do governo brasileiro, o Estado passa a ser fiscalizador e regulador da economia, sendo obrigado a criar as Agências Nacionais (ANA, ANP, Aneel, etc.), para cumprir esse novo papel. Desde a década de 80 os especialistas nessa área já alertavam para o risco de falta de energia elétrica no País; bastaria, para isso, ocorrer crescimento econômico, pois os projetos hidroelétricos não estavam sendo implantados no ritmo necessário. A última descoberta de gás natural no Brasil, no litoral da região Sudeste, triplicou nossas reservas podendo melhorar os custos para o consumidor e diminuir nossa dependência do gás natural importado da Bolívia, que é comprado em dólar. Com isso, é possível a volta da estratégia de construir novas termelétricas e a redução dos riscos de apagões nos próximos anos.

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A Transposição do Rio São Francisco Por ser um rio estratégico (Nilo brasileiro), a transposição do rio São Francisco se transformou numa questão mais de geopolítica do que de viabilidade econômica ou de projeto técnico. De acordo com autoridades e técnicos do governo, a transposição garantiria um uso máximo de 5% das águas do São Francisco, tornando perene vários rios da região e mudando as características de 70% da região do semi-árido. No rio Colorado, sudeste dos EUA há um processo de transposição que utiliza 90% das águas desse rio, o que facilita o desenvolvimento agropecuário nessa região. Para atender às pressões políticas, o Governo Federal desenvolveu o projeto de transposição do rio Tocantins. Isto elevará muito os custos, apesar de ser viável, pois a vazão do Tocantins-Araguaia é doze vezes maior do que a do São Francisco, e 70% das águas do São Francisco vêm do seu curso superior em Minas Gerais.

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Hoje importamos petróleo da Venezuela, México, Argentina e até de Trinidad e Tobago. A cada ano importamos menos e produzimos mais internamente para o nosso consumo diário, esta importação é muito cara devido ao preço do petróleo internacional, pois obedece ao preço de mercado (Opep); enquanto o custo interno do barril de petróleo não ultrapassa os oito dólares, no mercado mundial, o mesmo produto na mesma quantidade hoje custa mais de trinta e cinco dólares.

O B S E R V A Ç Ã O

O custo dos derivados para o consumidor brasileiro obedece ao preço do mercado externo. Portanto, aumentando o preço do petróleo da Opep, aumenta o custo para o consumidor brasileiro; quando preço diminui, a história é outra.

Oriente Médio Dizer que os conflitos existentes no Oriente Médio são exclusivamente religiosos e que só eclodiram nas últimas décadas é, no mínimo, desconsiderar os milhares de anos de história das civilizações que aí se desenvolveram ou que dominaram o Oriente Médio, na forma de grandes impérios. As questões geoestratégicas, como ponto de ligação entre os continentes – Asiático, Europeu e Africano –, facilitado pelaintegração por via marítima e terrestre, vieram a se somar nas últimas décadas à descoberta e à exploração da maior reserva, até agora conhecida, de petróleo, em seu subsolo (Golfo Pérsico). À carência de espaço ecúmeno deve ser adicionado o elevado crescimento demográfico das populações, demonstrando que não é

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de hoje que não há espaço disponível para todos nessa região. As Religiões Imperiais – Fundamentalistas e Monoteísta.

NOTA

O Judaísmo Fundamenta-se nos livros antigos, que serviram de base para a elaboração do Velho Testamento e não tem o aspecto missionário, portanto, a expansão do Judaísmo tem como fator principal a dispersão (diáspora) do povo judeu. O número de seguidores não ultrapassa 20 milhões. Atualmente, estão vivendo no ano de 5.761, de acordo com o calendário judaico. O Cristianismo Nasceu entre os povos dominados pelo Império Romano, há cerca de 2 mil anos. Além de partilharem a tradição judaica respeitando o Velho Testamento, o Cristianismo, ao contrário dos primeiros, acredita que Jesus é o Filho de Deus, enviado à Terra para salvar a humanidade, somando aos livros antigos os ensinamentos do Messias por meio do Novo Testamento, com aspecto social, por isso mais dinâmico e atualizado. Tem sua base de sustentação no aspecto missionário e, por ter sido ocidentalizado mediante o Império Romano, a religião cristã se espalhou pela Europa e posteriormente foi um dos alicerces de sustentação na expansão colonial para os novos continentes. Com o passar dos tempos, o Cristianismo foi se subdividindo, além da religião católica apostólica romana, o protestantismo é seguido por milhões de fiéis, como resultado direto do luteranismo alemão, o calvinismo francês e o anglicanismo inglês. Hoje,

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Nasceu dos ensinamentos do profeta Maomé (570/632 d.C). Maomé combatia a prática do politeísmo existente entre os povos árabes, pois esse era um fator desagregador que facilitava o domínio da região por outros povos numericamente inferiores, mas superiores na organização econômica, política, social e militar, graças à prática monoteísta. O grande profeta do Islã sofreu forte oposição das tribos guardadoras da Caaba – a pedra negra – que praticavam o politeísmo na cidade de Meca, sendo expulso para Iatreb (atual Medina – Cidade do profeta). O ano da Hégira marca o início do calendário islâmico, portanto eles estão vivendo no ano de 1.381. Com a morte do profeta (632), O Islã se dividiu em duas correntes devido à briga pela sucessão da liderança islâmica. O Xiismo reconhece o direito de liderança apenas aos descendentes diretos do grande profeta, como exemplo os Aiatolás. O sunismo, um conflito de normas (direitos) islâmicas organizadas, segundo os exemplos do profeta, respeita o poder temporal, criando lideranças independentes dos laços familiares com Maomé, como exemplo os Califas ou administradores. Com a implantação do Islã na forma de um Império Teocrático, rapidamente ele espalhou seu poder imperial para o ocidente e o oriente, e hoje somente 20% de seus fiéis são árabes, demonstrando sua expansão demográfica, que já ameaça o Cristianismo como a religião de maior número de seguidores no planeta.

Já tendo superado o catolicismo, pois de acordo com a ONU, o Islã chegou a 1050 bilhão de seguidores em 2004, e está crescendo em cerca de 18% ao ano. Judaísmo Nota:

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Judeu é sinônimo de semita Israelense = nascido no Estado de Israel, portanto a maioria que nasceu no Israel são judeus-israelenses, mas existem minorias étnicas no país, portanto é correto classificar o palestino (Islâmico, Sumita e Árabe) nascido no país como Árabe-Israelense.

Questão Árabe-Israelense A questão árabe-israelense está diretamente ligada à criação do Estado de Israel pela ONU, em 1947. O movimento sionista acelerou a transferência de judeus dispersos pelo mundo de volta à região da Palestina. Já no período da Primeira Guerra Mundial, o fluxo de judeus era significativo e os incidentes com os árabes-palestinos começavam a se tornar freqüentes. A Inglaterra, que com a queda do Império Turco-Otomano, administrava a Palestina desde a Primeira Guerra, propõe novamente, ao final da Segunda Guerra Mundial, a criação de um “lar nacional” para os judeus no território da Palestina. Os países árabes da região se opunham à criação do Estado de Israel, fato que levou posteriormente à formação da República Árabe Unida (RAU), da qual participavam Síria, Egito, Líbano, Jordânia e Iraque, com o objetivo de destruir Israel e dar suporte aos palestinos para a instalação do Estado da Palestina. CONFLITOS Guerra de Independência de Israel Em 1948/1949, o recém-criado Estado de Israel foi atacado pelo Egito, Síria, Líbano, Iraque e Jordânia (RAU), porém, os venceu. As milícias israelenses aumentaram em 50% o território do estado de Israel, e os maiores perdedores foram os “palestinos”, pois ficaram basicamente sem território independente. O Egito ocupou a Faixa deGaza e a Jordânia ocupou a Cisjordânia. Guerra pelo Canal de Suez (1956) Ocorreu entre Israel e Egito, sendo que a França e a Inglaterra apoiavam Israel, pois tinham interesses em internacionalizar o Canal de Suez visando encurtar a rota do petróleo para o Ocidente. O Egito

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era apoiado pela ex-URSS, e o presidente Gamal Abdel Nasser anunciou a nacionalização do canal que foi construído com capital anglo-francês. A ex-URSS exigiu a retirada das tropas israelenses, francesas e inglesas e o canal foi nacionalizado. Guerra dos Seis Dias (1967) Foi o conflito mais importante ocorrido na região, cujos desdobramentos estão presentes até os dias atuais. Serviu para mostrar a superioridade militar de Israel frente a seus vizinhos árabes. Ocorreu entre Israel e as forças da RAU (Síria + Egito + Jordânia). O serviço secreto das Forças de Defesa Israelenses – o Mossad – descobriu um novo plano da RAU para atacar Israel, por isso o governo israelense decidiu atacar primeiro numa operação que durou seis dias e permitiu a conquista dos seguintes territórios:

• Colinas do Golan, pertencentes à Síria, porém de grande valor estratégico, pois ficam em elevadas altitudes. Não foram ainda devolvidas, porque a Síria não aceita os termos da devolução;

• Faixa de Gaza, que estava sob o controle do Egito desde a guerra de 1948;

• Cisjordânia, que estava sob o controle da Jordânia desde a guerra de 1948;

• Península do Sinai, pertencente ao Egito; • Lado Leste de Jerusalém, sob o controle da Jordânia.

Talvez este seja o maior problema na questão de um acordo de paz no “Oriente Médio”.

Guerra do Yom Kippur 1973 (dia do perdão) Ocorreu entre a RAU e Israel quando o Egito e a Síria atacaram o território israelense de surpresa, tentando revidar a Guerra dos Seis Dias, porém, foram derrotados. O governo de Israel planejava invadir o Cairo e Damasco, mas os EUA e a ex-URSS exigiram o recuo de Israel. O presidente egípcio Anuar El Sadat havia expulsado os conselheiros soviéticos e iniciou uma política de reaproximação com os EUA, favorecendo Israel. Em 1975, o Egito conseguiu a abertura do Canal de Suez. Sadat fez o Acordo de Camp David em 1979, pelo qual Israel devolveu a Península do Sinai e o Egito se comprometia a não mais participar de ataques ao território israelense. O presidente Sadat foi assassinado por fundamentalistas islâmicos em 1981, por ter feito o acordo com Israel. Com a Guerra do Yom Kippur ficou claro para o mundo ocidental que não era mais vantajoso o conflito entre o estado de Israel (judeu) e o mundo Islâmico, tanto que não foi mera coincidência, pois no mesmo ano de 1973 ocorreu a primeira crise mundial do petróleo quando a Opep conseguiu reduzir em um terço a produção de seus países-membros, gerando carência de petróleo com elevação muito rápida do preço do barril no mercado mundial. Terminados os conflitos oficiais entre Israel e o mundo islâmico (principalmente árabes), teve início uma nova etapa dos conflitos no Oriente Médio, pois o mais importante é o petróleo e não a região daPalestina.

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O local que interessa chama-se Golfo Pérsico e esse lugar é território ocupado pelos povos islâmicos. A REVOLUÇÃO ISLÂMICA NO IRÃ (1979)

Como era o Irã Uma dinastia, a família Pahlevi , colocada no poder pelo mundo ocidental era a grande aliada dos EUA e fornecedora de petróleo para os países capitalistas que procuravam modernizar (ocidentalizar) não somente a economia do Irã, mas todo o comportamento do povo iraniano que, em sua maioria, era formada por persas e fundamentalistas, portanto xiitas. Uma situação que contrariava os interesses dessa sociedade altamente conservadora era a liberdade concedida às mulheres que podiam exercer funções econômicas, principalmente no serviço público, transitar sem a companhia de um homem da família, estudar, dirigir automóveis, etc. Outro fato sério era a existência de um exército de mercenários que reprimiam de forma violenta a oposição, principalmente os aiatolás (líderes religiosos). Como ocorreu a revolução A revolta popular foi direcionada pelas lideranças fundamentalistas. A embaixada americana foi invadida pela população, que ameaçava os funcionários, ocupando-a por mais de 400 dias, só terminando quando o Presidente Carter não conseguiu sua reeleição, permitindo a chegada ao poder dos republicanos, com o Presidente Ronald Reagan. Como ficou o Irã Foi implantada uma república islâmica, com o retorno à pátria dos exilados, principalmente do grande líder, o aiatolá Ruhulá Khomeini. Na verdade, os líderes revolucionários defendiam um processo expansionista que acabaria transformando todo o Oriente Médio num só país, controlado pelos aiatolás. Isso acabou assustando os demais países islâmicos, pois a maioria deles é governada por elites históricas: as famosas dinastias, como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes, o Kuwait e a Jordânia, ou ditaduras de minorias, a exemplo do Iraque, pois Saddan Hussein e seu clã são sunitas, mas a maioria da sua população é xiita. É óbvio que a Revolução Islâmica no Irã também contrariou os interesses das superpotências (EUA, ex-URSS), pois afetava o equilíbrio de forças e interesses no Oriente Médio. A solução mais prática para esse problema foi a criação de um “mocinho” para conter a tendência expansionista iraniana, e não existia ninguém melhor do que Saddan Hussein. Isso foi um dos fatores principais responsáveis pela “Guerra Santa” entre o Irã e o Iraque (1980/1988).

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Geopolítica da Ásia Até a Primeira Guerra Mundial a região apresentava uma aparente tranqüilidade. Existiam apenas os impérios persa e otomano, porém com o final do conflito e a instauração da hegemonia européia e, principalmente, britânica, houve uma reestruturação do espaço geográfico regional. ORIENTE MÉDIO Correspondente a uma área de tensão constante, pois a região apresenta grande complexidade étnico-cultural. A posição geográfica é privilegiada, pois permite acesso fácil aos demais continentes. Os conflitos são freqüentes no Oriente Médio. Em muitos casos o fundamentalismo (radicalismo) tem provocado atitudes extremas. O Ocidente, em grande parte, também pode ser responsabilizado pela instabilidade nessa área. O petróleo é um dos produtos de maior interesse dos países ocidentais. A Guerra do Irã – Iraque (1980/1988) A Revolução Islâmica no Irã, em 1979, provocou a segunda crise do petróleo e tinha uma tendência de prolongar esta situação, mas também afetou a hegemonia do sonho do poder da pátria islâmica, contrariando as principais lideranças desta região. O palco de guerra não era mais a região palestina e, sim, o Golfo Pérsico, área de maior reserva petrolífera conhecida e de confluência de fronteiras entre o Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar e Barein, países produtores e responsáveis por, no mínimo, um terço do petróleo consumido diariamente no mundo hoje, principalmente no Primeiro Mundo. Senão, vejamos: • 1979, Saddan Hussein defendia o pan-arabismo, reivindicando para si a liderança do mundo árabe, e para isso, se preparava militarmente; • 1979, o aiatolá Ruhollah Komeine assumia o comando do estado persa e lançava a idéia de uma revolução fundamentalista internacional, agitando as massas muçulmanas nos países árabes, não esquecendo que Saddan é sunita, mas a maioria da população iraquiana é xiita; • a Síria reivindicava para si a liderança do pan-arabismo, entrando em choque com os interesses iraquianos e iranianos.

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Conclusão: são dois projetos expansionistas, no mínimo contraditórios, permitindo que fatores extremos interferissem no processo. Os países árabes se dividiram, os pró-ocidentais apoiaram o Iraque, junto com a ex-URSS, a Síria apoiou o Irã e os EUA ficaram na berlinda.

O caso Irã-contras (Irãgate) O interesse norte-americano era mais econômico que geoestratégico. Sua sociedade ainda guardava o ódio pelo Irã devido à revolução neste país, principalmente por causa da invasão de sua embaixada, portanto, não foi difícil declarar e praticar abertamente seu apoio ao Iraque. Mas era interessante que esta guerra durasse um pouquinho mais que o normal, pois estava provocando uma queda internacional no preço do barril de petróleo, por isso o governo americano, escondidode sua própria sociedade, ajudou também o Irã. Esta situação chegou a afetar a revolução sandinista na Nicarágua e quase permitiu um impedimento para o presidente Ronald Reagan. Guerra no Líbano Com a permissão das Milícias Cristãs Libanesas, o objetivo israelense era destruir as bases da OLP – Organização para a Libertação da Palestina – criada em 1964, visando à legitimação do povo “palestino”. O fato é que, depois da Guerra do Yom Kippur, a primeira-ministra de Israel expulsou a OLP do território israelense, porque a organização havia ajudado no ataque da RAU. A OLP foi para o sul do Líbano de onde atacava constantemente o norte de Israel. Para os cristãos libaneses não interessava a permanência da OLP em seu território, pois isso fortalecia a população islâmica libanesa que lutava pelo poder político contra os cristãos. Embora o massacre de Chatila e Sabra contra refugiados palestinos no vale do Bekaa tenha sido atribuído aos israelenses, sabe-se hoje que foram as Milícias Libanesas que o praticaram. Intifada Em 1987, ocorreu a primeira “Intifada”, isto é, revolta ou “Guerra das Pedras” organizada por líderes da OLP nos acampamentos palestinos controlados pelo Exército de Israel, a qual envolvia civis e até adolescentes que enfrentaram os soldados israelenses, consistindo em ataques surpresa em diversos lugares, ao mesmo tempo, e com o que fosse possível.

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SITUAÇÃO ATUAL DO ORIENTE MÉDIO Como conseqüência do Acordo de Oslo, em 1993, o estado de Israel devolveu a Faixa de Gaza (porto no mediterrâneo) e a cidade de Jericó na Cisjordânia, como primeira etapa de futuras devoluções, para a autogestão do povo palestino, estipulando um prazo de 5 (cinco) anos para a concretização do processo. Este prazo não foi cumprido, nem foram devolvidas outras áreas ocupadas por Israel (Guerra dos Seis Dias – 1967). Com a devolução da Faixa de Gaza e da cidade de Jericó, os palestinos tiveram que criar novas organizações, pois a OLP era a principal organização, mas a partir do momento em que a OLP se tornou negociadora, grupos radicais passaram a ser criados, pois alguns líderes palestinos não concordaram com os acordos firmados entre a OLP e o Estado de Israel. Portanto, só a OLP não representava todo o povo palestino, crescendo a importância do Hamas, Hezbollah, Jihad islâmica,etc. Novas Organizações Estruturação do sistema parlamentarista 1º) CNP - Conselho Nacional Palestino. Espécie de parlamento provisório; não houve eleições formadas por representantes políticos de várias facções palestinas.

• OLP, Jihad, Hezbollah, Amal, Hamas, etc. 2º) ANP - Autoridade Nacional Palestina. Espécie de executivo provisório, sob o comando de Yasser Arafat, devido à maioria da OLP no CNP.

• 1995 - Assassinato de Isaac Rabin, com o Likud – partido dominado pelos ortodoxos ganhando as eleições e dificultando as negociações de paz.

• 1999 - Os trabalhistas ganham as eleições, com possibilidade de retomada das negociações de devolução de novos territórios para autogestão palestina árabe.

• 2000 - Fracassa o novo acordo em Camp David, intermediado pelo presidente norte-americano.

• 2000 - Em setembro, os palestinos adiam novamente, a implantação de seu estado.

• Retorno da Intifada (Guerra das Pedras), com palestinos civis lutando contra o Exército de Israel, nos territórios ocupados, principalmente em Jerusalém.

• O Likud, formado pelos judeus ortodoxos, retoma o poder nas novas eleições, com Ariel Sharon, aumentando o impasse entre árabes e judeus na região.

A Questão do Timor Leste

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Em 1975, tropas indonésias invadiram o Timor Leste aproveitando a indefinição gerada pela retirada de Portugal, que até então administrava a parte oriental da Ilha como uma colônia. A invasão ocorreu depois que a Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), de esquerda, derrotou em uma breve guerra civil as forças conservadoras locais, que queriam a integração com a Indonésia. A Fretilin chegou a proclamar a independência, em novembro de 1975, mas foi forçada a abandonar a capital, Dili, sob bombardeio da aviação Indonésia. Em julho de 1976, Timor Leste é anexado como uma província da Indonésia, apesar das sucessivas resoluções da ONU pela retirada dos invasores e pela autodeterminação dos timorenses. A repressão à Fretilin, que continuava resistindo por meio de guerrilhas, deixa mais de 100 mil mortos (em uma população de 650 mil pessoas). Em março de 1993, Suharto obtém com facilidade seu sexto mandato presidencial consecutivo. O país passa a ter pela primeira vez um vice-presidente, o General Try Sutrisno. Em 1995, Suharto aperta o cerco à oposição do Partido Democrático (PDI), denunciando o renascimento da subversão comunista para justificar as prisões. Num gesto conciliatório, em julho, é abolido do registro de identidade de cerca de 1,3 milhão dos indonésios o código ET (ex-prisioneiro), que discriminava os simpatizantes da tentativa de golpe de 1965. Em abril de 1996 morreu a esposa de Suharto, Siti Hartinah Suharto, aos 71 anos. O fato intensificou as especulações sobre o futuro político do presidente, com saúde abalada, que dependia muito da mulher como assessora. No mês seguinte, porém, Suharto dá prova de apego ao poder, apoiando politicamente com tropas, uma dissidência do PDI, que expulsa do partido a sua então presidente, Megawati Sukarnoputri, filha do ex-presidente Sukarno. Megawati era tida como a primeira líder oposicionista com chance de derrotar Suharto nas eleições previstas para 1998 (nas eleições anteriores, não houve desafiante). Sua demissão provocou o pior distúrbio, em 20 anos, em Jacarta: cerca de 10 mil pessoas entraram em choque com as forças de segurança, saqueando e incendiando prédios. Sete pessoas morreram e dezenas foram presas. No final de julho de 2001, o parlamento indonésio destitui o presidente Suhato, acusado de corrupção e incompetência administrativa, empossando a vice-presidente e primeira mulher no poder, Megawati Sukarnoputri. Em outubro de 1996, dois líderes do movimento pela independência do Timor Leste ganharam o Prêmio Nobel da Paz: bispo Dom Carlos Felipe Ximenes Belo e o porta-voz do movimento separatista José Ramos Horta (exilado na Austrália), por seu trabalho na busca de uma solução justa e pacífica para o conflito. O Prêmio Nobel atraiu a atenção do mundo para a causa timorense e provocou a ira das autoridades indonésias, que negaram haver perseguições políticas na região. Ramos Horta dedicou seu prêmio ao líder da Fretilin, José Xamana Gusmão, preso desde 1992.

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Xamana Gusmão, preso desde 1992.

NOTA

A principal razão de a Indonésia querer anexar a porção leste ou oriental da Ilha do Timor é que ela possui função portuária na rota entre o Oriente e o Ocidente. É, portanto, uma posição geoeconômica de relevante interesse para a Indonésia.

Questão Palestina A denominada Questão Palestina está intimamente relacionada à Questão Árabe-Israelense, porque os países árabes usam os “palestinos” para lutar contra Israel, que é o único país sócio-economicamente mais adiantado e que detém grande poderio militar. Por muitos anos, a geopolítica do Oriente Médio girou em torno dessa questão, embora se soubesse que era mais uma das faces da Guerra Fria, visto que as potências manipulavam, cada uma de seu lado, determinados líderes árabes. Além disso, as próprias lideranças políticas dos países árabes sempre disputam a hegemonia regional entre si. Há diversas evidências de que os líderes árabes não dão prioridade para a questão palestina. Podemos citar algumas delas:

• O “Setembro Negro”, massacre ordenado em 1972 pelo Rei Hussein da Jordânia contra milhares de “palestinos” que viviam na Transjordânia. Aliás, essa sub-região deveria fazer parte do Estado palestino também, já que, em 1947, a ONU demarcou tais terras para os árabes-palestinos. Acerca disso a Jordânia nunca se pronunciou;

• Chacina de “palestinos” no vale de Bekka, no Líbano, em 1982, pelas milícias libanesas;

• Atualmente milhares de “palestinos” vivem basicamente escravizados em países árabes, servindo como mão-de-obra quase de graça e vivendo em precárias condições socioeconômicas (acampamentos de refugiados).

A “Questão Palestina” foi muito mais uma criação dos países árabes e das superpotências interessadas em manter as instabilidades locais, pois isso lhes rendia vendas de armamentos em troca de petróleo. Muitos países enriqueceram às custas da suposta “questão palestina”. Evidenteme nte, há uma questão palestina que é alimentada por alguns líderes árabes, entre eles o Rei Faissal da Síria, que insuflaram os “palestinos” para que não aceitassem o Plano de Partilha da ONU, à época, prometendo-lhes, inclusive, ajuda para derrotar os israelenses. A Questão Curda

O Curdistão compreende uma região montanhosa entre as cadeias

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do Taur Oriental e dos Zagros. Desde o desmembramento do Império Turco Otomano encontra-se dividida por quatro fronteiras nacionais: Turquia, Iraque, Irã e Síria, além de uma pequena parte na Armênia e o Azerbaijão. Apenas o Irã reconhece a região por esse nome e é habitada pelos curdos, população de origem indo-européia. O Curdistão nunca foi politicamente unido, apesar de algumas tribos organizadas em principados terem experimentado autonomia ao longo de sua história. No final da Primeira Guerra Mundial (1914/1918), os curdos nacionalistas já tinham desenvolvido a idéia de um estado nacional. O Tratado de Sévers, assinado entre as potências vencedoras e representantes do Império Turco Otomano, previa a autonomia não só do Curdistão, como também da Armênia, além do reconhecimento dos Estados árabes de Hajaz (região oeste da atual Arábia Saudita), Síria e Iraque. No entanto, o tratado não é ratificado, sendo substituído em 1923 pelo Tratado de Lausanne, que não faz nenhuma menção aos curdos e aos armênios. Na Turquia, o líder Mustafa Kemal Atarturk procura fortalecer a identidade nacional e inicia uma forte política de assimilação dos curdos. Passam a ser chamados de “turcos montanheses”; sua língua é declarada ilegal ou classificada como dialeto turco e são impedidos de usar suas vestes típicas. Desde 1925 ocorrem rebeliões curdas principalmente na Turquia, no Iraque e no Irã. A Questão de Caxemira Resultado da independência da colônia Britânica em 1947 na Ásia Meridional, onde os ingleses saíram, mas favoreceram uma divisão do território da colônia alegando a diversidade étnica existente, criando vários países: Índia, Paquistão Ocidental e Oriental (1972 -Bangladesh), Ceilão (atual Sri Lanka), etc. A região de Caxemira ficou dividida entre o Paquistão (um terço da área) e a Índia ficou com o restante. O grande problema está localizado na área que ficou para a Índia, pois se o país tem maioria étnica de Hindus ou bramanes (cerca de 80%), a região da Caxemira tem cerca de 80% de população islâmica. Portanto, a maioria da população de Caxemira tem maior identidade com os povos islâmicos e são governados pela minoria hindu, resultando em insatisfação popular e influência dos países vizinhos. As guerras na Caxemira entrem a Índia e o Paquistão acontecem desde 1947 com o processo de independência. Mas, atualmente, surgiu um fator agravante, que chamou a atenção das principais potências, pois tanto a Índia como é o Paquistão já possuíam condições de fabricar a bomba atômica e, em 2001 provaram para o mundo que haviam desenvolvido mísseis capazes de transportar esta arma e atingir os países vizinhos. No momento, a questão mais séria na Ásia é a ameaça que vem da Coréia do Norte, pois as dificuldades econômicas, o isolamento político devido à extinção da URSS, e uma seca que há anos assola esta região provocando a fome em alta escala para a sua população,

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acabou gerando uma ameaça de seu governo gerontocrático para o mundo, ou recebe ajuda internacional ou o país usará armas de destruição em massa, caso os seus governantes se vejam ameaçados de perder o comando do país. O grande problema é a localização geográfica deste país, sua proximidade de territórios da China Popular, do Japão e da Rússia, e suas ameaças põem em risco a paz mundial e, é certo que atacar militarmente a Coréia do Norte é bem diferente de atacar países como o Iraque no Oriente Médio.