Ruffo de Freitas Júnior
Mastologista e Epidemiologista
Rede Brasileira de Pesquisa em mastologia
ASSOCIAÇÃO DE COMBATE AO
CÂNCER EM GOIÁS
Atualização das recomendações de
rastreamento do câncer de mama:
Conflito de interesses
• Declaro ser Servidor público federal.
Ano 2012 2014 2016
No de casos
novos52.680 57.120 57.960
Prevalência
sobre todos
os cânceres,
exceto pele
não
melanoma
27,9% 20,8% 28,1%
Aumento
absoluto para
biênio anterior
- 4.440 840
Incidência do câncer de mama no Brasil, de acordo com o INCA, em diferentes anos
Fonte: MS/INCA, 2012; 2014; 2016
Por que chegou a este ponto?
Cortesia: Dra. Aline Coelho
32 anosCDI GIII, RH (-), HER2 (3+)2 ciclos AC: PD2 ciclos Doce/H/P
Arquivo pessoal
Radiol Bras. 2017 Jul/Ago;50(4):244–249
Mastology, 2017;27(3):258-64
Radiol Bras. 2017 Jul/Ago;50(4):244–249
Mastology, 2017;27(3):258-64
Recommendations:
1. Annual mammography screening is recommended for women 40–74
years of age.
2. Among women ≥ 75 years of age, annual mammography screening
should be reserved for those with an expected survival > 7 years.
3. Complementary ultrasound should be considered for women with
dense breasts.
4. Complementary magnetic resonance imaging is recommended for
women at high risk.
5. When available, an advanced form of mammography known as
tomosynthesis can be considered as a means of screening for breast
cancer.
RECOMENDAÇÕES CBR/SBM/FEBRASGO
Recomendações do CBR, SBM e FEBRASGO
para o rastreamento do câncer de mama por
imagemRastreamento das mulheres com risco populacional usual:
MAMOGRAFIA:
Recomenda-se o rastreamento anual com MG para as mulheres entre 40 a 74 anos, preferencialmente com técnica digital (categoria A);
A partir dos 75 anos recomenda-se o rastreamento com MG, preferencialmente digital, para aquelas que tenham expectativa de vida maior que 7 anos, baseada nas comorbidades (categoria B).
ULTRASSONOGRAFIA:
Não existem dados que suportem o rastreamento com US para todas as mulheres de risco populacional usual;
Entretanto, deve ser considerada, de forma individualizada, e como adjunto à MG, nas mulheres com mamas densas (categoria B).
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA:
Não existem dados que suportem o rastreamento com RM para as mulheres de risco populacional usual.
TOMOSSÍNTESE:
Recomenda-se que a TMS seja considerada em associação à MG digital (COMBO ou sintetizada) no rastreamento, quando disponível (categoria B).
Radiol Bras. 2017 Jul/Ago;50(4):244–249
Taxa de pacientes operadas
no SUS em 2014, Brasil
SUS; 27%
Outros; 73%
Casos estimados
de câncer de mama
para 2014:
57.120*
Cirurgias
oncológicas
realizadas no SUS,
2014: 15.479**
Fonte: *INCA/MS
**SIH/SUS
Por que iniciar mamografia de
rastreamento aos 40 anos?
1. Evidência de redução da mortalidade nesta faixa etária
2. Evidencia do aumento da sobrevida nesta faixa etária
3. Alta prevalência de mulheres entre 40-49 anos que
desenvolvem câncer de mama no Brasil (1/4)
4. Lei Federal nº 11.664 de 29/04/2008, assegura a realização
de mamografia a todas as mulheres a partir dos 40 anos.
5. Recomendações SBM/FEBRASGO/CBR.
A participação em programa de rastreamento
mamográfico no Canadá esteve associada com
substancial redução da mortalidade por câncer de mama
Estudo pan-
canadense de
rastreamento
mamográfico e
mortalidade
Coldman et al. JNCI J Natl Cancer Inst (2014) 106(11):dju261
40-49 anos
50-59 anos
Rastreamento anual de 40 a 50 anos (53.883 mulheres vs 106.921)
Após mediana de seguimento de 17 anos, houve redução da mortalidade em 12%(RR=0,88;95%IC=0,74-1,04)
Nos 10 anos iniciais, redução da mortalidade em 25% (RR=0,75; 95%IC=0,58-0,97)
Moss et al. Lancet Oncol. 2015 Jul 20
Aumento da sobrevida global
Conclusões: Após 25 anosA mamografia não reduz a mortalidade
Overdiagnosis de 22%
Sobrevida: 6300 mulheres Ca mama:
Mamografia 70%
Exame físico 62%
Beneficio absoluto: 8%
RR: 0,79 (0,64-0,97) p=0,002
Câncer de mama em mulheres jovens é mais
frequente nos países em desenvolvimento
Incidência de câncer de mama idade-específica
Dinamarca
Reino Unido
Austrália
Canadá
Alemanha
Egito
Paquistão
Argelia
Índia
China
Ghiasvand et al. BMC Cancer 2014, 14:343
36%
64%Brasil
0
500
1000
1500
2000
2500
19-20 21-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80+ sem inf.
Distribuição dos casos de Câncer de mama em Goiânia entre 1988 e 2012, de acordo com a faixa etária (7.323 casos)
Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia
0
5
10
15
20
25
30
35
20 30 40 50 60 70 80+
Percentual de Ca in situ de mama em Goiânia por grupo etário (2004-2008)
Fonte: Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia
Qual nossa capacidade de
rastreamento hoje?
• Taxa de rastreamento
• Número de mamógrafos
Brasil, Projeção da População Feminina para 2016
Macrorregião / Unidade da Federação
Faixa Etária
40 a 69 anos 50 a 69 anos
Região Norte 2.067.630 1.066.523
Região Nordeste 8.183.709 4.565.147
Região Sudeste 15.029.726 8.958.655
Região Sul 5.143.698 3.121.562
Região Centro Oeste 2.419.165 1.320.769
Total 32.843.928 19.032.656
5.000 mamógrafos (30 msb/dia x 20 dias/mês x 12 meses) =
36.000.000/ano
IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeção da população do Brasil e Unidades da Federação por sexo e idade para o período 2000-2030"
Mamógrafos existentes no Brasil, CNES 2016
87%
13%
Analogico: 3938
DR/CR: 594
TOTAL: 4532
Fonte: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde:
http://cnes.datasus.gov.br/
20
Cobertura mamográfica pelo SUS no Brasil
14,4% 16,6% 19,1%
21,9% 24,4% 24,8% 25,4%
24,4%
GBCS - 13/05/2016
Análise da cobertura mamográfica no Brasil para mulheres de 50 – 69 anos, 2008 a 2016
Fonte: Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia;
Extraido de (SIA) do DATASUS:códigos 0204030030 (Mamografia) e 0204030188
(Mamografia Bilateral para Rastreamento).
*Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia. Fonte SISMAMA. Mulheres: SUS;
**Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Fonte Pesquisa Nacional de Saúde.
Mulheres Atendidas no Programa Nacional de saúde;
***Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio. Fonte PNAD. Mulheres amostragem global
24,8
60
71,1
RGPM/SUS/2013* IBGE/PNS/2013** PNAD/2008***
Cobertura mamográfica no Brasil, de acordo com a fonte de informação (%)
Quais as dificuldades de
rastreamento hoje?
• Burocracia para realização e entrega de
exames
• Falta de locais para receber a paciente para
biópsia
• Falta de orientação do passo a passo para a
paciente
• Qualidade das maquinas e dos exames
• Medo da dor e do desconforto ao exame
• Medo do diagnóstico
Cobertura espacial de mamógrafos no Brasil, 2017
Fonte: Rede Brasileira de
Pesquisa em Mastologia;
Extraído de:Fonte:
Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de
Saúde:
http://cnes.datasus.gov.br/
Toledo et al. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2016;18:e1201. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5216/ree.v18.39147.
Proporção de realização de mamografia e ultrassonografia pelo SUS e etapas desde a solicitação até o retorno ao médico. Goiânia, GO, Brasil, 2012.
Toledo et al. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2016;18:e1201. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5216/ree.v18.39147.
Intervalo de tempos em dias Dias & Nazário, UNIFESP-2017
Intervalo amostra média mínimo máxima
Sintoma inicial - 1a consulta mastologia
Unifesp
176 252,9 3 3.652
1a consulta mastologia Unifesp - 1o tto 176 66,5 17 213
Cirurgia - Resultado AP da cirurgia 128 33 15 62
Resultado AP da cirurgia - Tto adjuvante 128 37,5 21 146
Sintoma inicial - Tto 176 320 53 3.760
Ptes c/ bx na Unifesp 126
1a consulta mastologia Unifesp - Bx 5 0 66
Bx - Resultado AP 25 9 74
Resultado AP - 1o. tto 41 0 175
Ptes c/ bx fora da UNIFESP 43
Bx de outro serviço - 1o. tto 110 41 207
Ptes q passaram na Unid Básica de Saúde 79
Última consulta UBS - 1a consult mastol 80 4 569
Ptes q passaram na UBS 2 vezes 10
1a consulta UBS - última consulta UBS 174,5 40 497
João Emilio Peixoto
Conformity rate of mammography for SUS, in Goiás State. National Program of Quality in Mammography
Corrêa et al, Rev. Saúde Pub, 2012.
P,0,001
1st round
2nd round
Diferentes idades, Quem
será?
E a realidade nos próximos anos?
• Aumento da cobertura mamográfica
• Melhor qualidade das máquinas e dos
exames
• Maior conforto para a paciente
• Melhor adequação dos grupos de risco
• Personalização do rastreamento
• REDUÇÃO DA MORTALIDADE
Obrigado