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AFO, ORAMENTO PBLICO E FINANAS AULA 03

Saudaes, caro aluno! Daremos incio ao terceiro encontro de nosso curso. Veremos hoje as vertentes mais cobradas em concursos sobre receita pblica. Alm do perfil oramentrio da matria, em alguns pontos, conhecimentos relativos a Direito Tributrio sero apresentados. O principal foco das bancas ao tratar de receita pblica a lista de classificaes aplicveis a ela. Mas tambm necessrio considerar algumas novidades sobre o tema, a partir da evoluo recente da Contabilidade Pblica, como trataremos logo de incio. Muito bem, vamos comear. Boa aula!

CONCEITOS DE RECEITA PBLICA Receita enfoque patrimonial Comecemos por comentrios bem introdutrios. A palavra receita, para leigos, ou mesmo para estudiosos pegos num momento de distrao, pode remeter imediatamente ideia de dinheiro. No entanto, para a cincia da Contabilidade, o registro de receita significa um aumento na situao patrimonial de uma entidade, devido a um incremento do Ativo (grupo contbil composto de bens e direitos) ou a uma diminuio do Passivo (grupo contbil composto por obrigaes). Esse aumento da situao patrimonial pode, ou no, envolver o recebimento de dinheiro. Por exemplo, se uma empresa presta determinado servio a um consumidor, o registro contbil da receita decorrente da operao

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corresponde ao momento da entrega do servio, ainda que o consumidor s venha a efetuar o pagamento um ms depois. Alm dessa entrada de receita, ao mesmo tempo, registra-se, no Ativo, um direito a receber. Com isso, o patrimnio da empresa sofre um aumento, correspondente ao valor da operao comercial. Posteriormente, com o consumidor pagando o servio prestado, o dinheiro apenas substituir esse direito a receber. Assim, essa entrada financeira no leva a um aumento patrimonial. Outra situao, ainda mais desafiadora para o esteretipo da receita como dinheiro: na fazenda de uma empresa agropecuria, nascem 100 bezerros num ms. A empresa fica mais rica com esse fato. Como registrar o correspondente aumento de riqueza? No tenha dvida: o valor de avaliao comercial dos bezerros ser registrado como receita (aumento do Ativo), embora no tenha havido nem sombra de movimentao financeira. Resumindo, para a Contabilidade, o registro de receita e a entrada de recursos em caixa podem ser fatos desvinculados. Pode haver receita sem entrada financeira, ou com o respectivo ingresso de recursos em momento bem posterior. Anote a, que isso importante: essa a forma como o setor privado lida com a receita, seguindo o enfoque patrimonial (considerando-se a receita como resultado de qualquer variao positiva do patrimnio, sem se dar ateno ao aspecto financeiro).ENFOQUE PATRIMONIAL => REGIME DE COMPETNCIA

Assim, pensando no enfoque patrimonial, adota-se o regime de competncia, que implica fazer registros contbeis a partir dos fatos geradores. Em nossos exemplos, os fatos geradores de receita foram a prestao do servio e o nascimento dos bezerros. S para adiantar um pouco o assunto, o regime de competncia se aplica tambm despesa, mas de forma inversa: despesa consiste na

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diminuio da situao patrimonial da entidade, contabilizada a partir de seu fato gerador, com ou sem sada financeira.

Receita enfoque oramentrio Agora, vamos a um raciocnio em sentido oposto. J ficamos a par de que a receita, no entender da Cincia Contbil, apurada sob o enfoque patrimonial e segundo o regime de competncia. Isso representa ateno especial sobre a afetao do patrimnio, no momento do fato gerador, e no, sobre a movimentao do caixa. Por outro lado, na Contabilidade Pblica, historicamente, adotou-se o regime de caixa para considerar a realizao da receita (ao contrrio da despesa pblica, que, como na esfera privada, contabilizada sob o regime de competncia). A partir desse entendimento, as movimentaes financeiras que aumentam a disponibilidade do caixa pblico que levam ao registro da receita. Assim est configurado o enfoque oramentrio, tendo a

movimentao de recursos como requisito para o registro de receita. Portanto, falando-se de receitas oramentrias, no setor pblico, pensaremos normalmente em ingressos financeiros entrada de dinheiro (com ou sem aumento patrimonial).ENFOQUE ORAMENTRIO => REGIME DE CAIXA

Ateno para a novidade! Ultimamente, tem havido um rearranjo na Contabilidade Pblica brasileira, liderado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com o fim de harmonizar os procedimentos contbeis nacionais com as melhores prticas internacionais. Essas melhores prticas internacionais tm a ver com os

procedimentos da Contabilidade Comercial, ou seja, isso significa que 3www.pontodosconcursos.com.br

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o

regime

patrimonial,

alm

do

oramentrio,

tambm

considerado atualmente no registro da receita, na Contabilidade Pblica. Nesse contexto, o fato gerador tomado como referncia para o registro da receita. Isso demonstra uma aproximao da Contabilidade Pblica com a Contabilidade aplicada ao setor privado. No exerccio de 2010, isso ainda se d de forma facultativa, mas, a partir de 2013, todos os entes federados (Unio, Estados e DF, desde 2012) devero estar ajustados s novas normas. Assim, concluindo, os entes pblicos registraro receitas sob o regime de caixa, olhando os ingressos no caixa, como sempre fizeram; mas efetuaro tambm registros contbeis de receita sob o regime de competncia, a fim de se controlar continuamente a posio patrimonial dos rgos, entidades, fundos etc. Veja s o que diz a Portaria Conjunta STN/SOF n 02/2009:Art. 7 As variaes patrimoniais sero reconhecidas pelo regime de competncia patrimonial, visando garantir o reconhecimento de todos os ativos e passivos das entidades que integram o setor pblico, conduzir a contabilidade do setor pblico brasileiro aos padres internacionais e ampliar a transparncia sobre as contas pblicas. Pargrafo nico. So mantidos os procedimentos usuais de reconhecimento e registro da receita e da despesa oramentrias, de tal forma que a apropriao patrimonial: I - no modifique os procedimentos legais estabelecidos para o registro das receitas e das despesas oramentrias;

Portanto, temos uma novidade a considerar para os prximos concursos. Era comum aceitar simplesmente que, para a receita pblica, aplicava-se o regime de caixa, e, para a despesa pblica, o de competncia. Esse entendimento tradicional deve ser flexibilizado, como vimos.

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Como isso cai na prova? 1. (ANALISTA/ANAC/2009) A contabilidade aplicada ao setor

pblico, assim como qualquer outro ramo da cincia contbil, obedece aos princpios fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se, em sua integralidade, o princpio da competncia, tanto para o reconhecimento da receita quanto para a despesa. Essa questo uma das recentes do CESPE que j adotam o novo posicionamento da STN. Alm do regime de caixa, tambm so feitos registros contbeis sob o regime de competncia quanto receita pblica. Questo CERTA.

Conceitos de receita pblica: strictu sensu e lato sensu Como acabamos de ver, estudando receita pblica, pensaremos, via de regra, em movimentao financeira: no enfoque oramentrio, receitas so contabilizadas sob o princpio de caixa. Assim, no setor pblico, o registro da receita corresponde, normalmente, ao recebimento de recursos. Esse um ordenamento geral, mas, partindo dele, h

desdobramentos a considerar. Segundo uma das definies apresentadas pela STN, receita pblica a entrada que, integrando-se ao patrimnio pblico sem quaisquer reservas, condies ou correspondncia no passivo, vem acrescer o seu vulto como elemento novo e positivo. Essa uma viso compartilhada por um grande terico brasileiro do direito tributrio e financeiro, chamado Aliomar Baleeiro. Para ele, receita pblica qualquer recebimento de recursos que aumenta efetivamente o patrimnio pblico, sem expectativa de devoluo posterior. Por isso, ele empregou a bonita expresso elemento novo e positivo.

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CURSO ON-LINE AFO, ORAMENTO PBLICO E FINANAS MPU PROFESSOR: GRACIANO ROCHA RECEITA PBLICA STRICTU SENSU: INGRESSO FINANCEIRO QUE AFETA POSITIVAMENTE O PATRIMNIO PBLICO

Outra definio, tambm trazida pela STN, de que receitas pblicas so todas e quaisquer entradas de fundos nos cofres do Estado, independentemente de sua origem ou fim. Nesse caso, utiliza-se o simples critrio de afetao do caixa, sem julgar se a entrada financeira aumenta efetivamente o patrimnio pblico. A doutrina utiliza os termos entrada e ingresso para se referir a quaisquer recursos que adentram os cofres pblicos.RECEITA PBLICA LATO SENSU: QUALQUER INGRESSO FINANCEIRO QUE ADENTRA OS COFRES PBLICOS

Como discriminado nos quadros, essas duas posies representam, respectivamente, as classificaes da receita strictu sensu e lato sensu. Na primeira, encara-se receita de forma semelhante aos parmetros da cincia contbil: temos um ingresso financeiro que aumenta o patrimnio lquido da entidade. Na segunda, a viso bem generalista: se ingressam recursos no caixa do ente pblico, eles so considerados receitas, no importando as condies envolvidas. A adoo desse critrio lato sensu envolve a possibilidade de serem considerados receita at mesmo recursos que no pertencem ao ente pblico, mas que so depositados na conta do Tesouro, como veremos posteriormente. Alm disso, o critrio lato sensu permite classificar receitas oramentrias como efetivas e no efetivas. Um comentrio sobre isso. Efetivas so as receitas que impactam positivamente o patrimnio, razo pela qual so tratadas como fatos contbeis modificativos aumentativos. As receitas no efetivas so as que no implicam aumento patrimonial, o que permite correlacion-las a fatos contbeis permutativos (ou por mutao). 6www.pontodosconcursos.com.br

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Como isso cai na prova? 2. (ANALISTA/ANAC/2009) momento do seu modificativo A receita oramentria constitui a efetiva, fato no

reconhecimento,

contbil lquida

aumentativo,

aumentando

situao

patrimonial da entidade. 3. (ACE/TCU/2007) Conforme os efeitos produzidos, ou no, no patrimnio lquido, a receita oramentria pode ser classificada como efetiva ou no-efetiva. 4. (ANALISTA/TRE-AP/2007) Receitas pblicas so todos os

ingressos de carter no devolutivo, auferidos pelo poder pblico para alocao e cobertura das despesas pblicas. A questo 2 est CERTA. Receitas efetivas so fatos aumentativos, que impactam positivamente o patrimnio. Na questo 3, reafirma-se a possibilidade de receitas poderem, ou no, afetar positivamente o patrimnio pblico. Questo CERTA. A questo 4 tambm est CERTA. Foi utilizado, no caso, o critrio lato sensu de receita pblica, j que os tais ingressos de carter no devolutivo podem ser, ou no, receitas efetivas.

RECEITAS ORAMENTRIAS E EXTRAORAMENTRIAS Um questionamento que se pode fazer aqui e que as provas sempre fazem o seguinte: receitas oramentrias significam aquelas previstas no oramento? Para pensar nisso, vamos elaborar uma situao hipottica, para pensar no dinheiro que efetivamente entra no caixa pblico. Suponha que um observador curioso dedicasse todo seu ano de 2010 a verificar a arrecadao das receitas federais. Considerando todos os depsitos na conta nica do Tesouro, ele poderia chegar ao fim do 7www.pontodosconcursos.com.br

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exerccio financeiro e constatar um volume de entradas at mesmo superior ao previsto na LOA. A partir disso, poderia concluir que os recursos previstos na Lei Oramentria, e arrecadados durante o exerccio, so receita oramentria, e os que entraram por fora do oramento, acima da estimativa, seriam receita extraoramentria. Parece bem lgico, n? Sim, parece lgico, e esse o perigo explorado por bancas de concursos. O critrio para classificao de receitas pblicas como oramentrias ou extraoramentrias no o fato de constarem do Oramento. No art. 57 da Lei 4.320/64, temos a seguinte redao: Art. 57. Ressalvado o disposto no pargrafo nico do artigo 3 desta lei, sero classificadas como receita oramentria, sob as rubricas prprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operaes de crdito, ainda que no previstas no Oramento. Portanto, o critrio legal bem abrangente: at mesmo receitas no previstas no Oramento, se arrecadadas, sero consideradas oramentrias, e, dessa forma, podero ser utilizadas para aplicao em aes governamentais. RECEITAS ORAMENTRIAS SO AQUELAS QUE PODEM SER UTILIZADAS PELO ENTE PBLICO PARA COBRIR DESPESAS ORAMENTRIAS.

Observao: a Lei 4.320/64 traz no art. 57 uma afronta ao conceito de receita sob o enfoque patrimonial, como vimos no comeo da aula. Sob o enfoque oramentrio, at os recursos provenientes de operaes de crdito emprstimos sero classificados como receita oramentria.

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Na contabilidade privada, emprstimos no seriam considerados receita, em vista da no afetao do patrimnio (ao mesmo tempo em que ingressam os recursos no caixa ativo , registra-se, em contrapartida, uma obrigao a pagar passivo). Preste ateno observao feita pelo art. 57 da Lei 4.320/64, que reproduzimos agora h pouco: Ressalvado o disposto no pargrafo nico do artigo 3 desta lei. Vejamos o que h nesse dispositivo ressalvado: Art. 3 A Lei de Oramentos compreender todas as receitas, inclusive as de operaes de crdito autorizadas em lei. Pargrafo nico. No se consideram para os fins deste artigo as operaes de credito por antecipao da receita, as emisses de papel-moeda e outras entradas compensatrias, no ativo e passivo financeiros. Aqui, temos o seguinte: mesmo tendo expectativa do recebimento de certos recursos durante o exerccio, a LOA no faz a previso deles. como se o oramento desprezasse alguns recursos que entraro no caixa. Para bem entender isso, considere que o caixa tambm recebe recursos que no pertencem ao ente pblico, de sorte que no podem ser utilizados para custear despesas oramentrias. So recursos que devero, de alguma forma, ser devolvidos posteriormente razo pela qual se chamam, tecnicamente, de entradas compensatrias. O ente pblico age, nessas ocasies, apenas como depositrio dos valores. RECEITAS EXTRAORAMENTRIAS SO ENTRADAS COMPENSATRIAS NO ATIVO E NO PASSIVO FINANCEIROS, QUE NO PRECISAM DE AUTORIZAO LEGISLATIVA PARA SUA ARRECADAO, E NO SO UTILIZADAS PARA COBRIR DESPESAS ORAMENTRIAS. A Secretaria do Tesouro Nacional prefere a utilizao do termo ingressos extraoramentrios, 9www.pontodosconcursos.com.br

ao

invs

de

receitas

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extraoramentrias, para deixar bem claro que essas operaes no afetam em nada o patrimnio pblico. Como as provas podem utilizar ambas as expresses, vamos nos familiarizar com elas. Outros exemplos de entradas compensatrias esto l no pargrafo nico do art. 3 da Lei 4.320/64: operaes de crdito por antecipao da receita (as j conhecidas ARO) e emisses de papelmoeda. Mas h outras hipteses alm dessas: recebimento de depsitos judiciais, recebimento de caues de licitantes para participao em licitaes...Para relembrar o conceito, operaes de crdito por Antecipao da Receita Oramentria, ou, abreviadamente, ARO, so emprstimos tomados pelos entes pblicos para suprir insuficincias momentneas de caixa. Isso significa que a LOA previu certas receitas para atender a algumas despesas, mas, durante a execuo do oramento, a arrecadao no se realizou como previsto. Diante disso, para custear as obrigaes assumidas, sem esperar pela arrecadao atrasada, o ente pblico pode contratar esse tipo de emprstimo, se houver autorizao na LOA para tanto, custeando imediatamente a despesa oramentria. Quando a receita atrasada for finalmente arrecadada, no atender mais despesa para a qual foi prevista; ela servir para honrar a operao do tipo ARO, que a substituiu. Por isso, a ARO no constitui recursos oramentrios, mas uma operao substituta deles; ela representa uma entrada no ativo financeiro (dinheiro) e no passivo financeiro (recurso a restituir), ou seja, exatamente o conceito de receita extraoramentria.

Como isso cai na prova? 5. (ANALISTA/TRT-17/2009) No conceito de receita oramentria, esto includas as operaes de crdito por antecipao de receita, mas excludas as emisses de papel-moeda e outras entradas compensatrias no ativo e passivo financeiros.

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6.

(ANALISTA/ANATEL/2006) Conforme estabelecido na Lei n. 4.320/1964, todas as receitas arrecadadas, incluindo-se as receitas tributria e aquelas provenientes de operaes de crdito, so classificadas como receita oramentria.

7.

(ANALISTA/ANATEL/2006) As entradas e sadas de dinheiro com efeito apenas transitrio, em razo de o ente pblico ser mero depositrio ou depositante desses valores, no so reconhecidas como receitas e despesas, por sua natureza extra-oramentria.

8.

(ANALISTA/TRE-AP/2007) Segundo a Lei n. 4.320/1964, a receita pblica classificada economicamente como oramentria ou extra-oramentria.

Como acabamos de ver, as operaes do tipo ARO no constituem receitas oramentrias, diferentemente das operaes de crdito normais. A questo 5 est ERRADA. A questo 6 reflete o entendimento exposto no art. 57 da Lei 4.320/64. Questo CERTA. A questo 7 est ERRADA. Apesar do efeito transitrio, e de no pertencerem ao ente pblico, os ingressos extraoramentrios so classificados como receitas: receitas extraoramentrias. A questo 8 est ERRADA. A classificao das receitas como oramentrias e extraoramentrias provm da doutrina, no constando da legislao. Alm disso, essa diviso no parte de um critrio econmico, mas da possibilidade de uso dos recursos para cobrir despesas oramentrias.

CLASSIFICAO DA RECEITA QUANTO COERCITIVIDADE: RECEITAS ORIGINRIAS E DERIVADAS A diferenciao que faremos aqui diz respeito relao jurdica entre o Estado e o particular (ou o mercado), nas operaes que resultam em receitas pblicas.

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Quando o Estado, numa relao jurdica, encontra-se de igual para igual com o particular, estabelece-se, no caso, uma configurao de direito privado. Assim, o fato de uma das partes ser o Estado no muda muito a histria; seria o mesmo se o substitussemos por outro particular. Assim ocorre, por exemplo, quando o ente pblico presta servios ao mercado, auferindo renda com isso o caso de uma universidade pblica cuja livraria comercializa livros e peridicos. Ou ento quando um rgo pblico aluga um imvel de sua propriedade para outrem. Assim, receitas de direito privado so receitas originrias: os recursos so provenientes de esforos prprios dos entes pblicos, em suas atividades comerciais, empresariais, etc. Por outro lado, quando as rendas so obtidas a partir das atribuies coercitivas do Estado, que obrigam os particulares, esto caracterizadas as receitas derivadas. As receitas pblicas, nesse mbito, derivam do esforo alheio: atividades de particulares. As relaes jurdicas a so de direito pblico, ou seja, o Estado tem prerrogativa sobre as vontades dos agentes privados. A arrecadao de tributos, dos quais no podemos fugir, exemplo tpico dessa classificao. Para realizar a classificao quanto coercitividade, devemos notar sempre se o Estado age no mesmo nvel do particular envolvido ou com poder de imprio.

Como isso cai na prova? 9. (ANALISTA/MCT/2008) Receitas pblicas derivadas so aquelas obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. O Estado exige que o particular entregue determinada quantia na forma de tributos ou de multas, exigindo-as de forma compulsria.

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10. (TCNICO/MIN.

SADE/2009)

As

receitas

pblicas

so

classificadas, juridicamente, como originrias ou derivadas. Um exemplo de receita derivada aquela advinda do aluguel de imvel pblico. 11. (ANALISTA/CENSIPAM/2006) As receitas coercitivas so obtidas dos particulares, envolvendo o patrimnio alheio e no o do prprio Estado. Este grupo deriva do comando unilateral de vontade do Estado, em contraposio s originrias e s derivadas, em que a regra a bilateralidade. 12. (TCNICO SUPERIOR/MIN. SADE/2008) Quando um cidado paga o imposto sobre a renda em atraso, a parcela correspondente ao imposto dita receita originria, enquanto a multa de mora e os juros sobre o atraso so considerados receita derivada. A questo 9 est CERTA. Relacionou-se corretamente o conceito de receitas derivadas ao poder de coero do Estado. A questo 10 est ERRADA. Num contrato de aluguel, no h diferena entre o imvel ser de um particular ou pertencer ao poder pblico. A relao jurdica de direito privado, e h igualdade entre as partes. Portanto, a receita obtida pelo poder pblico a partir do aluguel de uma propriedade sua uma receita originria. A questo 11 tentou criar uma terceira categoria de receitas quanto coercitividade, como se coercitivas fossem diferentes de derivadas. Questo ERRADA. A questo 12 est ERRADA tambm. O pagamento do imposto de renda obrigatrio, constituindo receita derivada. Do mesmo modo, o contribuinte obrigado a pagar a multa tributria mais os juros, que, por isso, tambm se classificam como receita derivada.

CLASSIFICAO ECONMICA DA RECEITA (OU POR NATUREZA DA RECEITA ORAMENTRIA)

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Vou pedir ateno especial a esse tpico da aula. Os prximos comentrios so fortssimos candidatos a questes da prova, j que esta classificao da receita talvez a mais importante e freqente em concursos. A classificao por natureza da receita (tambm aplicada despesa, como veremos na prxima aula) est normatizada na Lei 4.320/64. Essa lei, por tratar de normas gerais de direito financeiro, obriga todos os entes federados Unio, Estados, DF e Municpios a adotar essa mesma classificao e sua codificao contbil. Como resultado, torna-se possvel avaliar os efeitos econmicos da participao do setor pblico nacional na economia, a partir, por exemplo, da contabilizao da arrecadao tributria de todos os entes, ou da aplicao de recursos de todos os entes em investimentos pblicos. Volto a ressaltar que essa classificao aplicvel apenas a receitas oramentrias. Os ingressos extraoramentrios, por no constiturem receitas prprias do Estado, ficam de fora da classificao por categorias econmicas. A classificao econmica da receita traz os seguintes nveis: categoria econmica; origem; espcie; rubrica; alnea; subalnea.

Um mnemnico que se pode usar para guardar essa informao CORES RUBRAS, a partir das iniciais dessa srie: Categoria ORigem ESpcie

RUBRica Alnea Subalnea.

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Assim, quanto natureza da receita, o primeiro nvel da codificao diz respeito s categorias econmicas, que permitem dividir as receitas em receitas correntes e receitas de capital. As receitas correntes so, tipicamente, receitas de custeio: servem para suportar a manuteno e o funcionamento de atividades administrativas. Talvez voc j tenha visto na mdia a expresso custeio da mquina pblica, referindo-se aplicao de recursos em atividades e servios prprios das atribuies do ente pblico. Por sua vez, receitas de capital servem aquisio ou formao de bens de capital. Bens de capital, segundo a teoria econmica, seriam aqueles capazes de gerar novos bens ou servios, produzindo riqueza. Cabe registrar, tambm, a identidade dessa classificao com a afetao patrimonial. Lembra do Aliomar Baleeiro, mais no incio da aula? Pois ento, dizamos que ele era partidrio do conceito strictu sensu de receita pblica: esta seria sempre um elemento novo e positivo, que ingressaria no patrimnio pblico, aumentandoo, sem reservas ou condies. Via de regra, as receitas correntes so receitas efetivas; elas aumentam o patrimnio pblico. Ora so resultado da atividade arrecadatria do Estado, ora da atividade empresarial/comercial pblica. Seu registro corresponde a fatos contbeis modificativos aumentativos da situao patrimonial. J as receitas de capital, tambm via de regra, so receitas por mutao, no efetivas, e, por isso, no afetam o patrimnio. Envolvem registros contbeis que se compensam mutuamente.Observao importante: uma novidade que vem sendo cobrada em concursos a classificao das receitas em receitas correntes intraoramentrias e receitas de capital intraoramentrias. Isso foi institudo pela Portaria Interministerial STN/SOF n 338/2006, a qual destacou que essas classificaes no constituem novas categorias econmicas de receita, mas especificaes das categorias

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CURSO ON-LINE AFO, ORAMENTO PBLICO E FINANAS MPU PROFESSOR: GRACIANO ROCHA econmicas corrente e capital. A funo das receitas intraoramentrias a mesma das categorias econmicas (receitas correntes e de capital). As receitas intraoramentrias esto relacionadas realizao de despesas dentro da mesma esfera de governo. Assim, operaes entre rgos, fundos, autarquias, fundaes, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos oramentos fiscal e da seguridade social, relacionadas aquisio de materiais, bens e servios, pagamento de impostos, taxas e contribuies tero registro de receita intraoramentria no rgo/entidade que receber os recursos. Por exemplo, pense num eventual contrato entre o MPU e a Escola Nacional de Administrao Pblica (ENAP) para esta ltima implementar um curso de aperfeioamento para servidores daquele primeiro. Nesse caso, como o MPU e a ENAP fazem parte do oramento fiscal e da seguridade social, o pagamento feito Escola apenas uma circulao interna de recursos, que no saem do caixa do Tesouro Nacional. Portanto, a ENAP registraria o pagamento como receita intraoramentria, e o MPU, uma despesa intraoramentria. Isso impede que, quando a Unio for fechar seus balanos, contabilize receitas e despesas que no existiram fora da Conta nica, evitando a duplicidade de registros.

Para detalhar a classificao econmica da receita, vamos utilizar o seguinte diagrama:

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RECEITAS CORRENTES

RECEITAS DE CAPITAL

Receita Tributria Receita de Contribuies Receita Patrimonial Receita Agropecuria Receita Industrial Receita de Servios Transferncias Correntes Outras Receitas Correntes Mnemnico: TRIC-PAS-TRANSOU

Operaes de Crdito Alienao de Bens Amortizao de Emprstimos Transferncias de Capital Outras Receitas de Capital Mnemnico: OPERA-ALI-AMOR-TRANSOU

Esse diagrama, adaptado da Lei 4.320/64 (art. 11, 4) importantssimo, de forma que merece ser decorado. Utilize os mnemnicos que anotei; tentar aprender qual receita corrente e qual de capital pela essncia de cada uma nos far perder tempo. Essas subdivises das receitas correntes e de capital, como vimos nos comentrios iniciais, chamam-se origens. Elas classificam as receitas tipicamente segundo seu fato gerador. Assim, a partir da origem da receita, verifica-se se ela foi obtida em razo das atribuies de arrecadao coercitiva do Estado, ou pela ao do Estado como um agente econmico comum, ou pela obteno de transferncias de outros agentes etc.

Como isso cai na prova?

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13. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) As receitas so classificadas em dois segmentos: receitas correntes e receitas de capital. Essa diviso obedece a um critrio econmico, dentro da idia de demonstrar a origem das diversas fontes. As receitas de capital derivam do exerccio de poder, prprio do Estado, de tributar as pessoas e agentes econmicos ou do exerccio da atividade econmica. 14. (ADMINISTRADOR/AGU/2010) Receitas intraoramentrias so diferentes de receitas correntes e de capital. 15. (ANALISTA/TRE-MA/2009) Receitas que decorrem de um fato permutativo so denominadas receitas correntes. 16. (ANALISTA/ANTAQ/2008) O 1. nvel da codificao da natureza da receita utilizado para mensurar o impacto das decises do governo na economia nacional. A questo 13 est ERRADA. A metade inicial estava certa, mas, ao final, misturou-se a classificao econmica com a classificao quanto coercitividade. Na questo 14, mostra-se exatamente o contrrio do que estudamos. Receitas intraoramentrias (correntes e de capital) so iguais s oramentrias (correntes e de capital), exceto pelo fato de ocorrerem entre rgos e entidades compreendidas no oramento fiscal e da seguridade social. Questo ERRADA. A questo 15 tambm est ERRADA. Receitas decorrentes de fatos permutativos so simplesmente receitas no efetivas. O critrio para classificar as receitas como correntes no este. A questo 16 est CERTA. O primeiro nvel de classificao por natureza da receita (correntes e de capital) indica o perfil de participao do Estado na economia mais custeio ou mais investimento.

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Veremos a seguir os detalhes de algumas das origens mais cobradas em provas, a partir das observaes feitas no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico.

Receita Tributria Corresponde a ingressos provenientes da arrecadao de

impostos, taxas e contribuies de melhoria. Trata-se de um conjunto de receitas coercitivas, derivadas, as quais os contribuintes devem recolher ao errio pblico. As definies do Cdigo Tributrio Nacional para essas figuras so: imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte; as taxas cobradas pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, tm como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio; a contribuio de melhoria cobrada pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, instituda para fazer face ao custo de obras pblicas de que decorra valorizao imobiliria, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acrscimo de valor que da obra resultar para cada imvel beneficiado. Exemplos: imposto de renda, imposto sobre produtos

industrializados, taxas de custas judiciais, taxa de fiscalizao de servios de energia eltrica etc.

Distino: taxa X preo pblico

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CURSO ON-LINE AFO, ORAMENTO PBLICO E FINANAS MPU PROFESSOR: GRACIANO ROCHA Vamos traar um comparativo entre as taxas e o preo pblico, tambm conhecido como tarifa. Para incio de conversa, enquanto taxas so espcies tributrias, preos pblicos no so tributos. Assim, caractersticas como a obrigatoriedade de pagamento, a utilizao apenas potencial dos servios taxados, os prprios princpios tributrios (legalidade, anterioridade, capacidade de pagamento), no se aplicaro aos preos pblicos. Ambas as figuras aqui tratadas podem ser utilizadas para custear servios pblicos divisveis e de consumo mensurvel. Entretanto, se a remunerao dos servios se der mediante taxa, haver o estabelecimento de uma alquota vlida para todos os contribuintes (a taxa da coleta de lixo, por exemplo, invarivel, no importa a quantidade de lixo produzido). Caso seja adotada a tarifa como forma de remunerao dos servios, a cobrana ser proporcional ao uso (contas de telefone, gua, luz...). Por fim, uma caracterstica exclusiva dos preos pblicos, ou tarifas, a possibilidade de sua exigncia por pessoas jurdicas de direito privado como as empresas concessionrias de servios pblicos. As taxas, em sentido contrrio, s podem ser cobradas e administradas por pessoas de direito pblico.

Receita de contribuies Ingressos provenientes de contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas. Tambm so receitas derivadas (coercitivas). Essas contribuies so definidas da seguinte forma: contribuies sociais destinadas ao custeio da seguridade social, que compreende a previdncia social, a sade e a assistncia social; contribuies de interveno no domnio econmico derivam da contraprestao atuao estatal exercida em favor de determinado grupo ou coletividade. contribuies de interesse das categorias profissionais ou econmicas destinadas ao fornecimento de recursos aos 20www.pontodosconcursos.com.br

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rgos representativos de categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a rgos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados. Apesar de as contribuies constiturem uma espcie de tributo, nessa classificao da receita haver uma separao entre eles. Como vimos, na origem receita tributria, encontram-se os tributos que o CTN previu em 1966: impostos, taxas e contribuies de melhoria. As contribuies representam uma origem parte. As bancas gostam de brincar com esse aspecto da classificao econmica. s vezes, misturam-se as contribuies de melhoria (que so receita tributria) com as contribuies, somente. Ou, como nesse caso, tenta-se forar a barra, empurrando o candidato para que ele classifique, tambm nesse mbito, as contribuies como tributos. Para no ficarem de fora, vamos falar da quinta espcie tributria existente no Brasil, os emprstimos compulsrios. Eles tambm no so classificados como receita tributria, mas como operaes de crdito (receita de capital). Os emprstimos compulsrios so a nica espcie tributria com previso de devoluo ao contribuinte; isso o que justifica a denominao emprstimos. Exemplos de receita de contribuies: Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL), Contribuio para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Contribuio sobre a Receita de Loterias.

Receita Patrimonial Corresponde a ingressos provenientes do aproveitamento do patrimnio pblico pelo Estado, pela explorao de bens imobilirios ou mobilirios, e dos recebimentos de recursos por participao societria em entidades de direito privado. So receitas originrias, j que no advm do exerccio do poder coercitivo do Estado.

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Exemplos: aluguis, arrendamentos, taxa de ocupao de terrenos da Unio, receita de concesses e permisses. Transferncias Correntes Ingressos mediante provenientes condies de outros entes/entidades, ou mesmo sem efetivados qualquer

preestabelecidas

exigncia, desde que o objetivo seja a aplicao em despesas correntes. Exemplos: transferncias dos Estados, transferncias dos Municpios, transferncias do exterior.

Outras receitas correntes So os ingressos correntes provenientes de outras origens, no classificveis nas anteriores. Nesse grupo, encontram-se as Multas e Juros de Mora, Indenizaes e Restituies, Receita da Dvida Ativa e Receitas Diversas.

Operaes de Crdito Ingressos provenientes da venda de ttulos pblicos no mercado ou da contratao de emprstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas. Tambm so exemplos de receitas originrias. Exemplos: venda de ttulos do Tesouro Nacional, operaes de crdito internas, emprstimos compulsrios. Alienao de Bens Ingressos provenientes da alienao de componentes do ativo imobilizado pblico. 22www.pontodosconcursos.com.br

ou

intangvel.

Novamente,

trata-se

de

receitas

originrias, agindo o Estado sem estatura de entidade de direito

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Exemplos: alienao de estoques, alienao de veculos, alienao de imveis urbanos. Amortizao de Emprstimos o ingresso proveniente do recebimento de parcelas de emprstimos ou financiamentos concedidos em ttulos ou contratos. Classifica-se como receita originria. Transferncias de Capital Ingressos mediante provenientes condies de outros entes/entidades, ou mesmo sem efetivado qualquer

preestabelecidas

exigncia, desde que o objetivo seja a aplicao em despesas de capital. Exemplos: transferncias dos Estados, transferncias dos Municpios, transferncias do exterior.

Outras receitas de capital Constituem-se dos ingressos de capital provenientes de outras origens, no classificveis nas anteriores. Como desdobramento desse ttulo encontram-se as receitas provenientes de Integralizao do Capital Social, do Resultado Tesouro do Banco os Central Saldos do de Brasil, as Remuneraes Nacional, Exerccios

Anteriores e Outras Receitas.

Pessoal, vocs podem perceber, pela longa listagem, que no d pra esperar um aprendizado exemplar dessas origens de receitas at a prova. O negcio decoreba mesmo. Aprenda os mnemnicos que postei abaixo da tabelinha e preste ateno nas observaes que fui pontuando.

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17. (ECONOMISTA/MIN. SADE/2009) As transferncias de recursos intergovernamentais podem constituir, para o ente beneficirio, receitas correntes ou receitas de capital. 18. (ANALISTA/TRE-BA/2010) Contribuio para o Considere que da a arrecadao da

Financiamento

Seguridade

Social

(COFINS) tenha aumentado durante o ltimo exerccio financeiro da Unio. Nesse caso, correto afirmar que houve aumento do montante da receita tributria da Unio no ltimo ano. 19. (ANALISTA/IBRAM-DF/2009) rendimentos sobre O ingresso do ativo proveniente permanente de

investimentos

classificado na categoria econmica de receitas correntes. 20. (ANALISTA/ANCINE/2006) As receitas correntes, tambm

denominadas primrias ou efetivas, correspondem a receitas tributria, de contribuies, patrimonial, agropecuria, industrial, de servios e de operaes de crditos. A questo 17 est CERTA. O que permite classificar uma transferncia como corrente ou de capital a utilizao que o beneficirio dar aos recursos. A questo 18 est ERRADA. A COFINS uma contribuio social, portanto, classificada na origem receita de contribuies, no na receita tributria. A questo 19 est CERTA. Os rendimentos relativos a investimentos do ativo permanente (aes em empresas pblicas, por exemplo) so classificados como receita patrimonial, pertencente categoria receitas correntes. A questo 20 faz uma correlao errada entre as classificaes. Correntes, primrias e efetivas so formas diferentes de classificar as receitas, no podendo ser utilizadas como sinnimos. Alm disso, as operaes de crdito so receitas de capital. Questo ERRADA.

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CURSO ON-LINE AFO, ORAMENTO PBLICO E FINANAS MPU PROFESSOR: GRACIANO ROCHA Receitas primrias e no primrias J que o termo foi mencionado, vamos falar rapidamente dessa classificao das receitas. O que diferencia receitas primrias de no primrias sua correlao (ou no) com operaes de dvida, emprstimos, rolagem etc. As receitas primrias no tm envolvimento com essa vertente financeira. Assim, h receitas primrias nas origens da receita corrente (por exemplo, recebimento de tributos) e nas da receita de capital (como o recebimento de transferncias de capital). Da mesma forma, h receitas no primrias, ou financeiras, nas receitas correntes (por exemplo, recebimento de juros) e nas de capital (contratao de operaes de crdito).

Supervit do oramento corrente O supervit do oramento corrente (SOC) representa a diferena positiva entre o total da arrecadao de receitas correntes e o total da execuo das despesas correntes em um exerccio. Significa que o governo teve recursos de custeio mais que suficientes para sustentar sua mquina administrativa, seus servios, seu custo de operao. A Lei 4.320/64 determina que o SOC seja classificado como receita de capital (art. 11, 2), embora no deva constituir item da receita oramentria (art. 11, 3). Isso no muito intuitivo, vamos dizer assim, n? A lio transmitida pela lei a seguinte: se o governo arrecada mais do que gasta com seu custeio, a sobra financeira dever ser aplicada em favor do patrimnio duradouro do Estado, para gerar mais riqueza (ou para evitar o endividamento). Portanto, a vocao do supervit do oramento corrente ser aplicado em despesas de capital. Da ser classificado como receita de capital. E essa histria oramentria? de o SOC no constituir item da receita

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Significa

que

ele

no

pode

ser

contabilizado

como

nova

arrecadao. O SOC decorrncia de recursos j arrecadados; consider-lo novo item de receita oramentria nova arrecadao seria incorrer em duplicidade.

Como isso cai na prova? 21. (CESPE/AUDITOR/CGE-PB/2008) O supervit do oramento

corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes constitui item de receita oramentria. 22. (TCNICO SUPERIOR/MIN. SADE/2008) No existe nem deve existir perfeita correspondncia entre as respectivas categorias de receitas e de despesas. No entanto, recomendvel que exista um saldo positivo entre receitas de capital e despesas de capital, para a formao de poupana que financie os novos investimentos. A questo 21 est ERRADA. Como vimos, o SOC no constitui item de receita oramentria. Quanto questo 22, a poupana do governo, para financiar investimentos, ou para pagar dvida, se d pela manuteno de um saldo positivo entre receitas correntes e despesas correntes (ou seja, o SOC). Questo ERRADA.

ESTGIOS DA RECEITA Previso A previso da receita oramentria a estimativa para a arrecadao durante o exerccio, que tomar forma nos valores consignados pela LOA. O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico relaciona esse estgio a uma fase de planejamento executado pela rea tcnica do governo, com base na Metodologia de Projeo das Receitas Oramentrias. 26www.pontodosconcursos.com.br

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Conforme

o

MCASP, o ou

Esta

metodologia da

busca

traduzir de uma

matematicamente para os meses

comportamento anos seguintes,

arrecadao de

determinada receita ao longo dos meses e anos anteriores e refleti-la utilizando-se modelos matemticos. A importncia do estgio da previso para o oramento est em sua influncia sobre a fixao da despesa, cujo montante no poder, em princpio, superar a arrecadao estimada (princpio do equilbrio formal). Assim, esperado que a previso da receita obedea a rigorosos modelos de projeo, j que dela depender a definio do volume do oramento seguinte. Essa caracterstica de tcnica a que partir deve de permear critrios a previso ou

oramentria impede, por exemplo, que se faam alteraes na estimativa arrecadao polticos circunstanciais, conforme indica o seguinte dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal: Art. 12, 1. Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo s ser admitida se comprovado erro ou omisso de ordem tcnica ou legal. Portanto, os clculos feitos pelos tcnicos do Executivo no podero ser suplantados por opinies sem perfil cientfico e objetivo, digamos assim.

Como isso cai na prova? 23. (ANALISTA/ANA/2006) recolhimento. 24. (ANALISTA/STF/2008) A estimativa de arrecadao da receita resultante da metodologia de projeo das receitas oramentrias. A execuo da receita pblica

compreende trs estgios: o lanamento, a arrecadao e o

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Na questo 23, considerou-se a previso como estgio da execuo da receita, embora, tecnicamente falando, ela seja considerada um estgio de planejamento relativamente receita. Questo ERRADA. A questo 24 est CERTA. Como vimos, h uma metodologia estabelecida no mbito do governo para se implementar a previso da receita.

Lanamento Como dissemos, o MCASP correlaciona o supracitado estgio da previso a uma fase de planejamento das receitas, e considera os prximos trs estgios abrangidos pela fase de execuo da receita oramentria. Assim, o lanamento da receita j faz parte de sua execuo. Segundo o art. 53 da Lei 4.320/64, O lanamento da receita o ato da repartio competente que verifica a procedncia do crdito fiscal e a pessoa que lhe devedora e inscreve o dbito desta. importante registrar que nem todas as receitas percorrem o estgio do lanamento. A Lei 4.320/64 firma o seguinte: Art. 52. So objeto de lanamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato. Assim, para lanar uma receita, conforme o Cdigo Tributrio Nacional, deve-se identificar o fato gerador da obrigao, calcular o montante devido, identificar o devedor e, se for o caso, propor a penalidade cabvel. E esses passos no so aplicveis a diversos tipos de receita. Veja-se, por exemplo, o caso das transferncias, ou das operaes de crdito: no h devedor em sentido tributrio, no h crdito fiscal a se lanar, penalidade aplicvel etc.

Como isso cai na prova? 28www.pontodosconcursos.com.br

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25. (ANALISTA/STF/2008) No lanamento da receita, verificada a procedncia do crdito fiscal e a pessoa que lhe devedora. 26. (ANALISTA/MIN. INTEGRAO/2009) Todas as receitas pblicas devem passar pelo estgio do lanamento, em que se verifica a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, calculase o montante devido, identifica-se o sujeito passivo e, sendo o caso, prope-se a aplicao da penalidade cabvel. A questo 25 est os CERTA, sem maiores complicaes. ao estgio So do

discriminados lanamento.

procedimentos

pertencentes

Na questo 26, h uma abordagem em sentido oposto quilo que acabamos de estudar. Vrios tipos de receita, por sua prpria natureza, no podem ser objeto de lanamento. Questo ERRADA.

Arrecadao A arrecadao envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes aos agentes arrecadadores ou s instituies financeiras autorizadas pelo ente recebedor, ainda sem chegada conta do Tesouro. Segundo a Lei 4.320/64, a arrecadao o estgio em que se registra o pertencimento da receita ao exerccio financeiro. Nos dizeres do art. 35, inc. I, Pertencem ao exerccio financeiro as receitas nele arrecadadas. Isso quer dizer que a receita arrecadada em 2010 ser contabilizada como receita de 2010, para todos os fins. Portanto, a arrecadao no corresponde ainda

disponibilizao dos recursos financeiros para uso do ente pblico. Pode haver um perodo em que esses recursos estejam em processamento na rede bancria, ou sob a posse de agentes arrecadadores. De qualquer modo, a disponibilidade financeira s se efetivar no prximo estgio, como se ver a seguir.

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Como isso cai na prova? 27. (ANALISTA/ANCINE/2006) A receita oramentria passa por trs fases, denominadas estgios: o previso, dos arrecadao e recolhimento, referindo-se repasse estabelecimentos

bancrios ao Banco Central do Brasil, na conta nica do governo federal, ao segundo estgio arrecadao. A questo 27 toca justamente no ponto que acabamos de destacar. O repasse financeiro ocorre, na verdade, no estgio seguinte ao da arrecadao. Questo ERRADA.

Recolhimento O estgio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes arrecadadores e pela rede bancria autorizada, do produto da arrecadao ao caixa do Tesouro, correspondendo efetiva disponibilizao de recursos ao ente pblico. Segundo o MCASP, nesse estgio, deve ser observado o Princpio da Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados. O princpio da unidade de caixa ser mais estudado por ns quando falarmos da Conta nica do Tesouro Nacional.

Como isso cai na prova? 28. (ANALISTA/ANATEL/2006) O recolhimento de todas as receitas no poder proporcionar a fragmentao de recursos em caixas especiais. Assim, aps o recolhimento, o total de recursos disponveis para o uso dos gestores financeiros estar disponvel financeiramente em conta bancria da Unio.

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A questo 28 indica o recolhimento como o estgio no qual se efetiva a disponibilidade financeira para o Tesouro, sem fracionamento em contas diversas. Questo CERTA.

DESTINAO DA RECEITA Apesar de esse assunto interessar tambm despesa oramentria, j faremos os comentrios cabveis nesta aula. Na Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico, utiliza-se um mecanismo contbil para garantir a aplicao dos recursos nas despesas para as quais eles foram reservados, por fora de lei, ato normativo ou contratual. Denomina-se esse mecanismo de destinao de recursos ou fonte de recursos. Por meio desse artifcio, assegura-se a vinculao entre a receita e sua aplicao, ainda que essa aplicao s venha a ocorrer tempos depois do recolhimento dos recursos. Isso est firmado na Lei de Responsabilidade Fiscal: Art. 8, pargrafo nico. Os recursos legalmente vinculados a finalidade especfica sero utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculao, ainda que em exerccio diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Desde a previso da receita, procede-se a codificaes contbeis para classificar os recursos no momento em que forem recolhidos ao caixa. Assim, quando a receita ingressa na conta nica, recebe uma classificao contbil que amarra sua origem (tributos, contribuies, transferncias) a sua aplicao legal ou contratual, de modo a impedir a execuo da receita em favor de despesas outras (destinao vinculada). Entretanto, h recursos sem vinculao estabelecida, que podero ser utilizados livremente; o que ocorre com a chamada destinao ordinria de recursos. 31www.pontodosconcursos.com.br

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Nos dizeres do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico, no momento do recolhimento/recebimento dos valores, feita a classificao por natureza de receita e destinao de recursos, sendo possvel determinar a disponibilidade para alocao discricionria pelo gestor pblico, e aquela reservada para finalidades especficas, conforme vinculaes estabelecidas. Outro trecho importante do MCASP a respeito do assunto o seguinte: A criao de vinculaes para as receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicao de recursos, seja para funes essenciais, seja para entes, rgos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculao aquela derivada de convnios e contratos de emprstimos e financiamentos, cujos recursos so obtidos com finalidade especfica. Portanto, a vinculao da receita pode dar-se por fora de atos normativos ou por razes contratuais. Como dissemos, o mecanismo de destinao da receita se d por meio da atribuio de uma codificao contbil aos recursos que vo sendo arrecadados, conforme sua vinculao legal/contratual. O cdigo de fonte de recursos formado por trs dgitos. O primeiro corresponde ao grupo de fonte de recursos, e os dois seguintes, fonte propriamente dita (G.FF). O grupo de fonte traz duas informaes: indicao sobre a gesto dos recursos (centralizada no Tesouro ou descentralizada pelas entidades pblicas); indicao sobre o exerccio de origem dos recursos (se arrecadados no exerccio corrente ou em outros j encerrados). Segue a tabela referente aos cdigos dos grupos de fonte de recursos:

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GRUPOS DE FONTE (OU DESTINAO) DE RECURSOS 1 2 3 6 Recursos do Tesouro Exerccio Corrente Recursos de Outras Fontes Exerccio Corrente Recursos do Tesouro Exerccios Anteriores Recursos de Outras Fontes Exerccios Anteriores

A respeito da fonte de recursos em si, o MCASP afirma que Sua apresentao segrega as destinaes em dois grupos: destinaes primrias e no-primrias. As destinaes primrias so aquelas nofinanceiras. As destinaes no-primrias, tambm chamadas financeiras, so representadas de forma geral por operaes de crdito, amortizaes de emprstimos e alienao de ativos. A lista de fontes de recursos mais extensa, e, como no tratada como objeto de prova, no nos preocuparemos com ela. O MCASP afirma tambm que cada ente da Federao dever criar sua tabela de especificaes (ou fontes) de recursos, adaptada s necessidades locais e legislao aplicvel.

Como isso cai na prova? 29. (TCNICO SUPERIOR/MIN. SADE/2008) As receitas vinculadas, mesmo que no utilizadas durante o exerccio, no podero destinar-se a outra finalidade que no o objeto de sua vinculao, mesmo que continuem sem destinao nos exerccios subseqentes. 30. (ANALISTA/CENSIPAM/2006) O cdigo de classificao de fontes de recursos composto por trs dgitos, sendo que o primeiro indica o grupo de fontes de recursos, enquanto o segundo e o terceiro indicam a especificao das fontes de recursos. O 33www.pontodosconcursos.com.br

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indicador de grupo de fontes de recursos identifica se o recurso ou no originrio do Tesouro Nacional e se pertence ao exerccio corrente ou a exerccios anteriores. 31. (ANALISTA/ANAC/2009) codificao da Na da execuo receita oramentria, indica a a

destinao

vinculao,

evidenciando-se, a partir do ingresso, as destinaes dos valores. Ao se realizar despesa, deve-se demonstrar a sua fonte de financiamento (fonte de recursos), estabelecendo-se, desse modo, a interligao entre receita e despesa. A questo 29 est CERTA. praticamente a reproduo do art. 8, pargrafo nico, da LRF, que estudamos h pouco. A questo 30 resume bem a codificao por fonte de recursos, incluindo a disposio dos dgitos. Questo CERTA. A questo 31 tambm est CERTA: desde o ingresso, os recursos so marcados por sua vinculao legal, at sua atribuio s despesas correspondentes.

DVIDA ATIVA Inicialmente, para tratar desse tema, vamos pensar numa situao ilustrativa. Um servidor federal, no ano de 2010, aps preencher sua declarao de imposto de renda, verifica, pelo sistema da Receita Federal, que dever ainda pagar R$ 500,00 referentes a esse imposto ao Fisco, alm daquilo que foi abatido na fonte de seus pagamentos durante todo o ano de 2009. Entretanto, por razes quaisquer, deixa de recolher os R$ 500,00 junto Receita, ultrapassando-se o prazo de pagamento. A Receita Federal havia registrado os R$ 500,00 como estimativa de receita. Porm, diante do no pagamento por parte do servidor contribuinte, ao invs de a contabilidade acusar recebimento de receita tributria, far um registro de um direito no recebido a 34www.pontodosconcursos.com.br

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receber afinal de contas, o referido servidor dever pagar esse resto de imposto, mais cedo ou mais tarde. Essa historinha nos apresenta uma hiptese de registro de dvida ativa. A dvida ativa constitui um direito a receber por parte do ente pblico. Ela representa a possibilidade de ocorrncia de fluxos de receita em momento futuro, quando as obrigaes dos devedores forem cumpridas. Por isso, contabilizada no ativo do ente. No exemplo que vimos, ela tributria, porque o pagamento no realizado tem essa natureza (imposto de renda no recolhido). Portanto, impostos, taxas, contribuies de melhoria, alm dos adicionais, juros e multas incidentes sobre essas figuras, podem dar ensejo ao registro de dvida ativa tributria, caso no seja feito o correspondente pagamento. Entretanto, a dvida ativa tambm pode ser no tributria: nesse caso, o no pagamento relaciona-se a obrigaes no tributrias (atraso de pagamento de concesso de uso de bem pblico, de aluguel de imvel pblico, custas processuais etc.), que no foram cumpridas pelos respectivos devedores. Vale ressaltar que a dvida ativa abrange valores adicionais, como atualizao monetria e juros. Vou deixar a Lei 4.320/64 responder por mim: Art. 39, 4 - A receita da Dvida Ativa abrange os crditos mencionados nos pargrafos anteriores, bem como os valores correspondentes respectiva atualizao monetria, multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1 do Decretolei n 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3 do Decretolei n 1.645, de 11 de dezembro de 1978. Assim, a dvida ativa compreende o principal e os acessrios que incidem sobre ele.

Dvida ativa segundo o MCASP

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A partir de agora, vamos falar da dvida ativa conforme as orientaes do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico. Para comear, considere que, antes mesmo do registro da dvida ativa, houve o registro de um crdito anterior. O ente pblico faz estimativas de arrecadao tributria e de recebimento de receitas prprias, e lana essas estimativas como crditos a receber. Vamos cham-los de crditos iniciais. Se os devedores pagarem em dia suas obrigaes, esses crditos iniciais so extintos, registra-se a receita oramentria, e acabou-se a histria. Porm, se os devedores atrasarem o pagamento, o crdito inicial convertido em dvida ativa um direito a receber. Outro detalhe curioso que, na esfera federal, as unidades responsveis pelo crdito inicial e pela dvida ativa correspondente so diferentes. Na esfera federal, por exemplo, a Receita Federal a principal responsvel pela arrecadao dos impostos; mas a responsabilidade pela execuo da dvida ativa (exigncia do pagamento) da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, unidade integrante da Advocacia-Geral da Unio. Assim, se o devedor atrasar seu pagamento, dando ensejo ao registro da dvida ativa, ocorre uma transferncia de crditos entre as unidades envolvidas: a responsvel pelo crdito inicial d baixa no crdito inicial, e a responsvel pela dvida ativa registra uma entrada de crdito, no valor correspondente. Assim, no nascimento da dvida ativa, a unidade responsvel por ela registra um direito a receber junto ao devedor, em razo de sua inadimplncia, e a unidade originria, responsvel pelo crdito inicial, registra uma baixa em seu Ativo.Essa dana de crditos meio complicada? Olha, gostaria que fosse mais simples, mas essa a forma com que o MCASP aborda o tema. Leia esse texto mais algumas vezes, para fixar o entendimento. No tenho dvidas de que, sendo exigido o assunto dvida ativa, possivelmente a banca ter essa abordagem que estamos expondo.

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Retomando

o

raciocnio,

o

registro

de

dvida

ativa

afeta

positivamente o patrimnio da unidade responsvel pela cobrana, embora no tenha efeitos sobre o caixa. Por isso, em alguns concursos, j se falou que o registro da dvida ativa exceo ao princpio de caixa. Entretanto, temerrio entender exatamente dessa forma; o que afeta positivamente o patrimnio, nesse caso, no receita, j que no h ingresso de recursos. Na contabilidade pblica, tecnicamente, classifica-se esse fato como uma variao ativa. Assim, dizer que a dvida ativa uma exceo ao princpio de caixa no corresponde muito bem realidade. Mas, volta e meia, as provas trazem esse entendimento, e no nos cabe brigar com as bancas. Prosseguindo com o raciocnio, ao ser quitada, a dvida ativa convertida em receita oramentria pertencente ao exerccio do pagamento, correntes. Reforando o que eu disse, a dvida ativa em si, como direito a receber, no corresponde a uma receita, mas a um fato contbil aumentativo, independente da execuo oramentria a variao ativa que ressaltamos. Vamos deixar bem assentado que essa receita oramentria sob a classificao econmica outras receitas

proveniente do pagamento da dvida ativa envolve a baixa do direito a receber ou seja, temos a uma receita no efetiva (sem aumento no patrimnio). O patrimnio pblico j havia sido incrementado antes, com o registro do direito a receber.

Como isso cai na prova? 32. (ANALISTA/ANATEL/2004) Os crditos da fazenda pblica, de natureza tributria ou no-tributria, sero escriturados como receita do exerccio em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas oramentrias. Aqueles exigveis pelo transcurso do prazo para pagamento sero inscritos, na forma da legislao 37www.pontodosconcursos.com.br

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prpria, como dvida ativa, e podem ser classificados como dvida ativa tributria ou dvida ativa no-tributria. 33. (TEFC/TCU/2009) De acordo com as caractersticas do regime contbil adotado no Brasil, a receita lanada e no arrecadada ser apropriada no exerccio de seu recebimento, exceto se inscrita em dvida ativa, hiptese em que o resultado econmico ser imediatamente afetado. 34. (ANALISTA/TRE-TO/2006) Os crditos inscritos em dvida ativa no so objeto de atualizao monetria, juros ou multas, previstos em contratos ou em normativos legais, no sendo, portanto, esses valores incorporados ao valor original inscrito. 35. (CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Segundo sua origem, o valor da arrecadao da receita decorrente de dvida ativa deve ser classificado como outras receitas de capital. A questo 32 est CERTA. Ela faz um mini-resumo do que vimos sobre dvida ativa. A questo 33 est CERTA: um caso em que se interpreta o registro de dvida ativa como receita patrimonial. Nesse caso, o resultado econmico (no o financeiro) afetado positivamente. A questo 34 est ERRADA. J vimos que os adicionais cobrados sobre o valor principal da dvida ativa passam a integrar o dbito. Por fim, a questo 35 tambm est ERRADA. A receita decorrente do recebimento da dvida ativa classificada na origem outras receitas correntes.

Bom, caro aluno, finalizamos aqui nossa aula de hoje. Espero voc na semana que vem, para tratarmos de despesa pblica e outros tpicos, e a qualquer momento, no frum de dvidas. Bons estudos! GRACIANO ROCHA 38www.pontodosconcursos.com.br

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RESUMO DA AULA 1. Para a cincia da Contabilidade, o registro de receita significa um aumento na situao patrimonial de uma entidade, devido a um incremento do Ativo ou a uma diminuio do Passivo. Esse aumento da situao patrimonial pode, ou no, envolver o recebimento de dinheiro. 2. Mesmo receitas no previstas no Oramento, se arrecadadas, sero consideradas oramentrias, e, dessa forma, podero ser utilizadas para aplicao em aes governamentais. 3. Receitas extraoramentrias so entradas compensatrias no ativo e no passivo financeiros, que no precisam de autorizao legislativa para seu ingresso no caixa. 4. Segundo o critrio strictu sensu, receita pblica a entrada que, integrando-se condies ao ou patrimnio pblico no sem quaisquer vem reservas, correspondncia passivo,

acrescer o seu vulto como elemento novo e positivo. 5. Segundo o critrio lato sensu, receitas pblicas so todas e quaisquer entradas de fundos nos cofres do Estado, independentemente de sua origem ou fim. 6. O critrio lato sensu permite classificar receitas oramentrias como efetivas e no efetivas (sob o critrio strictu sensu, receitas sempre sero efetivas). 7. Receitas de direito privado so receitas originrias: os recursos so provenientes de esforos prprios dos entes pblicos, em suas atividades comerciais, empresariais, etc. Por outro lado, quando as rendas so obtidas a partir das atribuies coercitivas do Estado, que obrigam os particulares, esto caracterizadas as receitas derivadas. 8. A classificao econmica da receita traz os seguintes nveis: categoria subalnea. econmica; origem; espcie; rubrica; alnea;

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9.

As receitas correntes so, tipicamente, receitas de custeio: servem para suportar a manuteno e o funcionamento de atividades administrativas. Por sua vez, receitas de capital servem aquisio ou formao de bens de capital. Bens de capital, segundo a teoria econmica, seriam aqueles capazes de gerar novos bens ou servios, produzindo riqueza.

10. Via de regra, as receitas correntes so receitas efetivas; elas aumentam o patrimnio pblico. Ora so resultado da atividade arrecadatria do Estado, ora da atividade empresarial/comercial pblica. 11. As receitas de capital, tambm via de regra, so receitas por mutao, no efetivas, e, por isso, no afetam o patrimnio. Envolvem registros contbeis que se anulam. 12. Receitas primrias representam todas as receitas oramentrias que no tm interface financeira (obteno de emprstimos, venda de ttulos, recebimento de operaes de crdito etc.). Ou seja, so receitas sem relao com o endividamento pblico. 13. As transferncias de recursos intergovernamentais podem

constituir receitas correntes ou receitas de capital. 14. O supervit do oramento corrente representa a diferena positiva entre o total da arrecadao de receitas correntes e o total da execuo das despesas correntes em um exerccio. Significa que o governo teve recursos de custeio mais que suficientes para sustentar sua mquina administrativa. Essa sobra financeira dever ser aplicada em favor do patrimnio duradouro do Estado, para gerar mais riqueza. 15. As receitas intraoramentrias esto relacionadas realizao de despesas dentro da mesma esfera de governo. Nesse caso, ocorre apenas uma circulao interna de recursos, que no saem do caixa do Tesouro Nacional. 16. A Lei 4.320/64 estabelece trs estgios percorridos pela receita oramentria em sua execuo, mas a doutrina e as provas

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entendem existir mais um, que antecede todos eles: a previso, que se caracteriza como um estgio de planejamento. 17. Segundo o art. 53 da Lei 4.320/64, O lanamento da receita o ato da repartio competente que verifica a procedncia do crdito fiscal e a pessoa que lhe devedora e inscreve o dbito desta. Nem todas as receitas percorrem o estgio do lanamento. 18. A arrecadao envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes aos agentes arrecadadores ou s instituies financeiras autorizadas pelo ente recebedor, ainda sem chegada conta do Tesouro. Segundo a Lei 4.320/64, a arrecadao o estgio em que se registra o pertencimento da receita ao exerccio financeiro. 19. O estgio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes arrecadadores e pela rede bancria autorizada, do produto da arrecadao ao caixa do Tesouro, correspondendo efetiva disponibilizao de recursos ao ente pblico. 20. Na Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico, utiliza-se um mecanismo contbil para garantir a aplicao dos recursos nas despesas para as quais eles foram reservados, por fora de lei, ato normativo ou contratual. Denomina-se esse mecanismo de destinao de recursos ou fonte de recursos. 21. Por meio do mecanismo da destinao de recursos, assegura-se a vinculao entre a receita e sua aplicao, ainda que essa aplicao s venha a ocorrer tempos depois do recolhimento. 22. A dvida ativa constitui um direito a receber por parte do ente pblico, e pode ser classificada como tributria ou no tributria, a depender do tipo de obrigao que lhe deu origem. 23. A dvida ativa abrange a obrigao principal e os valores correspondentes respectiva atualizao monetria, multa e juros de mora.

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QUESTES COMENTADAS NESTA AULA 1. (ANALISTA/ANAC/2009) A contabilidade aplicada ao setor

pblico, assim como qualquer outro ramo da cincia contbil, obedece aos princpios fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se, em sua integralidade, o princpio da competncia, tanto para o reconhecimento da receita quanto para a despesa. 2. (ANALISTA/ANAC/2009) momento do seu modificativo A receita oramentria constitui a efetiva, fato no

reconhecimento,

contbil lquida

aumentativo,

aumentando

situao

patrimonial da entidade. 3. (ACE/TCU/2007) Conforme os efeitos produzidos, ou no, no patrimnio lquido, a receita oramentria pode ser classificada como efetiva ou no-efetiva. 4. (ANALISTA/TRE-AP/2007) Receitas pblicas so todos os

ingressos de carter no devolutivo, auferidos pelo poder pblico para alocao e cobertura das despesas pblicas. 5. (ANALISTA/TRT-17/2009) No conceito de receita oramentria, esto includas as operaes de crdito por antecipao de receita, mas excludas as emisses de papel-moeda e outras entradas compensatrias no ativo e passivo financeiros. 6. (ANALISTA/ANATEL/2006) Conforme estabelecido na Lei n. 4.320/1964, todas as receitas arrecadadas, incluindo-se as receitas tributria e aquelas provenientes de operaes de crdito, so classificadas como receita oramentria. 7. (ANALISTA/ANATEL/2006) As entradas e sadas de dinheiro com efeito apenas transitrio, em razo de o ente pblico ser mero depositrio ou depositante desses valores, no so reconhecidas como receitas e despesas, por sua natureza extra-oramentria. 8. (ANALISTA/TRE-AP/2007) Segundo a Lei n. 4.320/1964, a receita pblica classificada economicamente como oramentria ou extra-oramentria. 42www.pontodosconcursos.com.br

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9.

(ANALISTA/MCT/2008) Receitas pblicas derivadas so aquelas obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. O Estado exige que o particular entregue determinada quantia na forma de tributos ou de multas, exigindo-as de forma compulsria.

10. (TCNICO/MIN.

SADE/2009)

As

receitas

pblicas

so

classificadas, juridicamente, como originrias ou derivadas. Um exemplo de receita derivada aquela advinda do aluguel de imvel pblico. 11. (ANALISTA/CENSIPAM/2006) As receitas coercitivas so obtidas dos particulares, envolvendo o patrimnio alheio e no o do prprio Estado. Este grupo deriva do comando unilateral de vontade do Estado, em contraposio s originrias e s derivadas, em que a regra a bilateralidade. 12. (TCNICO SUPERIOR/MIN. SADE/2008) Quando um cidado paga o imposto sobre a renda em atraso, a parcela correspondente ao imposto dita receita originria, enquanto a multa de mora e os juros sobre o atraso so considerados receita derivada. 13. (CONTADOR/UNIPAMPA/2009) As receitas so classificadas em dois segmentos: receitas correntes e receitas de capital. Essa diviso obedece a um critrio econmico, dentro da idia de demonstrar a origem das diversas fontes. As receitas de capital derivam do exerccio de poder, prprio do Estado, de tributar as pessoas e agentes econmicos ou do exerccio da atividade econmica. 14. (ADMINISTRADOR/AGU/2010) Receitas intraoramentrias so diferentes de receitas correntes e de capital. 15. (ANALISTA/TRE-MA/2009) Receitas que decorrem de um fato permutativo so denominadas receitas correntes. 16. (ANALISTA/ANTAQ/2008) O 1. nvel da codificao da natureza da receita utilizado para mensurar o impacto das decises do governo na economia nacional. 43www.pontodosconcursos.com.br

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17. (ECONOMISTA/MIN. SADE/2009) As transferncias de recursos intergovernamentais podem constituir, para o ente beneficirio, receitas correntes ou receitas de capital. 18. (ANALISTA/TRE-BA/2010) Contribuio para o Considere que da a arrecadao da

Financiamento

Seguridade

Social

(COFINS) tenha aumentado durante o ltimo exerccio financeiro da Unio. Nesse caso, correto afirmar que houve aumento do montante da receita tributria da Unio no ltimo ano. 19. (ANALISTA/IBRAM-DF/2009) rendimentos sobre O ingresso do ativo proveniente permanente de

investimentos

classificado na categoria econmica de receitas correntes. 20. (ANALISTA/ANCINE/2006) As receitas correntes, tambm

denominadas primrias ou efetivas, correspondem a receitas tributria, de contribuies, patrimonial, agropecuria, industrial, de servios e de operaes de crditos. 21. (CESPE/AUDITOR/CGE-PB/2008) O supervit do oramento

corrente resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes constitui item de receita oramentria. 22. (TCNICO SUPERIOR/MIN. SADE/2008) No existe nem deve existir perfeita correspondncia entre as respectivas categorias de receitas e de despesas. No entanto, recomendvel que exista um saldo positivo entre receitas de capital e despesas de capital, para a formao de poupana que financie os novos investimentos. 23. (ANALISTA/ANA/2006) recolhimento. 24. (ANALISTA/STF/2008) A estimativa de arrecadao da receita resultante da metodologia de projeo das receitas oramentrias. 25. (ANALISTA/STF/2008) No lanamento da receita, verificada a procedncia do crdito fiscal e a pessoa que lhe devedora. 44www.pontodosconcursos.com.br

A

execuo

da

receita

pblica

compreende trs estgios: o lanamento, a arrecadao e o

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26. (ANALISTA/MIN. INTEGRAO/2009) Todas as receitas pblicas devem passar pelo estgio do lanamento, em que se verifica a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, calculase o montante devido, identifica-se o sujeito passivo e, sendo o caso, prope-se a aplicao da penalidade cabvel. 27. (ANALISTA/ANCINE/2006) A receita oramentria passa por trs fases, denominadas estgios: o previso, dos arrecadao e recolhimento, referindo-se repasse estabelecimentos

bancrios ao Banco Central do Brasil, na conta nica do governo federal, ao segundo estgio arrecadao. 28. (ANALISTA/ANATEL/2006) O recolhimento de todas as receitas no poder proporcionar a fragmentao de recursos em caixas especiais. Assim, aps o recolhimento, o total de recursos disponveis para o uso dos gestores financeiros estar disponvel financeiramente em conta bancria da Unio. 29. (TCNICO SUPERIOR/MIN. SADE/2008) As receitas vinculadas, mesmo que no utilizadas durante o exerccio, no podero destinar-se a outra finalidade que no o objeto de sua vinculao, mesmo que continuem sem destinao nos exerccios subseqentes. 30. (ANALISTA/CENSIPAM/2006) O cdigo de classificao de fontes de recursos composto por trs dgitos, sendo que o primeiro indica o grupo de fontes de recursos, enquanto o segundo e o terceiro indicam a especificao das fontes de recursos. O indicador de grupo de fontes de recursos identifica se o recurso ou no originrio do Tesouro Nacional e se pertence ao exerccio corrente ou a exerccios anteriores. 31. (ANALISTA/ANAC/2009) codificao da Na da execuo receita oramentria, indica a a

destinao

vinculao,

evidenciando-se, a partir do ingresso, as destinaes dos valores. Ao se realizar despesa, deve-se demonstrar a sua fonte de financiamento (fonte de recursos), estabelecendo-se, desse modo, a interligao entre receita e despesa.

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32. (ANALISTA/ANATEL/2004) Os crditos da fazenda pblica, de natureza tributria ou no-tributria, sero escriturados como receita do exerccio em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas oramentrias. Aqueles exigveis pelo transcurso do prazo para pagamento sero inscritos, na forma da legislao prpria, como dvida ativa, e podem ser classificados como dvida ativa tributria ou dvida ativa no-tributria. 33. (TEFC/TCU/2009) De acordo com as caractersticas do regime contbil adotado no Brasil, a receita lanada e no arrecadada ser apropriada no exerccio de seu recebimento, exceto se inscrita em dvida ativa, hiptese em que o resultado econmico ser imediatamente afetado. 34. (ANALISTA/TRE-TO/2006) Os crditos inscritos em dvida ativa no so objeto de atualizao monetria, juros ou multas, previstos em contratos ou em normativos legais, no sendo, portanto, esses valores incorporados ao valor original inscrito. 35. (CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Segundo sua origem, o valor da arrecadao da receita decorrente de dvida ativa deve ser classificado como outras receitas de capital.

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QUESTES ADICIONAIS 36. (ANALISTA/TRE-MA/2009) S podem ser consideradas receitas oramentrias aquelas que j estejam formalmente includas na LOA. 37. (ANALISTA/TRE-MA/2009) Receitas que decorrem de um fato permutativo so denominadas receitas correntes. 38. (ANALISTA/TRE-GO/2008) Os termos receita corrente e receita intraoramentria corrente podem ser considerados sinnimos, j que o termo intraoramentrio destina-se apenas a distinguir a receita oramentria da receita extraoramentria. 39. (ANALISTA/ANATEL/2009) As receitas intraoramentrias se contrapem s despesas intraoramentrias e se referem a operaes entre rgos e entidades integrantes dos oramentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. 40. (CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) A contribuio de melhoria,

cobrada pela Unio, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municpios, no mbito de suas respectivas competncias, tem como fato gerador a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico posto disposio do contribuinte. 41. (ANALISTA/ANATEL/2004) econmicas, contribuies a receita sociais Na obtida ser classificao mediante a classificada por categorias de receita

cobrana como

dever

tributria, ou seja, desdobramento das receitas correntes. 42. (PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os recursos recebidos de outras pessoas de direito pblico ou privado so considerados transferncias correntes, desde que haja contraprestao direta em bens e servios. 43. (PROCURADOR/TCE-ES/2009) As contribuies no interesse de categorias profissionais ou econmicas, conhecidas tambm por contribuies corporativas, incluem as contribuies sindicais e as contribuies para os conselhos de fiscalizao profissional.

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44. (AUDITOR/AUGE-MG/2009) indenizaes e receitas transferncias correntes.

As

multas, so

juros

de

mora, como

diversas

classificadas

45. (ANALISTA/ANVISA/2004) As receitas de capital so tambm denominadas primrias ou efetivas. 46. (TCNICO/DETRAN-PA/2007) Segundo a classificao econmica das receitas, as contas que representam as receitas de capital incluem dvidas com terceiros, alienaes de bens e converso de direitos em espcie. 47. (PROCURADOR/TCE-ES/2009) A amortizao de emprstimos receita de capital, sendo considerado o retorno de valores emprestados anteriormente a outras entidades de direito pblico. 48. (TCNICO/MIN. SADE/2009) O superavit do oramento

corrente, definido como a diferena positiva entre receitas e despesas correntes, constitui item da receita oramentria. 49. (INEP/CONTADOR/2005) O supervit do oramento corrente considerado receita corrente; o do oramento de capital, receita de capital. 50. (ANALISTA/TCE-AC/2009) A previso da receita visa identificar o devedor dos tributos e os respectivos valores e espcies. 51. (ANALISTA/TCE-AC/2009) Os impostos diretos e outras receitas com vencimento determinado em leis especiais, regulamentos ou contratos so objeto de lanamento. 52. (ANALISTA/TCE-AC/2009) no estgio da arrecadao que se verifica o princpio da unidade de tesouraria. 53. (ANALISTA/TCE-AC/2009) O estgio do recolhimento deve

anteceder a arrecadao aos cofres pblicos. 54. (ANALISTA/SEGER-ES/2009) receita Tesouro. 48www.pontodosconcursos.com.br

O

estgio do

de

recolhimento aos com

da o

caracteriza-se dos

pela

liquidao,

junto

agentes

arrecadadores,

compromissos

contribuinte

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55. (ANALISTA/TRE-MA/2009) Recolhimento corresponde ao estgio da receita de pagamentos realizados diretamente pelos contribuintes rede bancria. 56. (ANALISTA/TRE-MA/2009) exigveis pelo transcurso A dvida de ativa de corresponde pagamento aos pelo

crditos da fazenda pblica, de natureza tributria ou no, prazo contribuinte. 57. (CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) A dvida ativa inscrita goza de presuno de certeza e liquidez e tem equivalncia de prova prconstituda contra o devedor. A presuno de certeza e liquidez, no entanto, relativa, pois pode ser derrogada por prova inequvoca, cuja apresentao cabe ao sujeito passivo. 58. (CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) atribuda Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) a competncia para gesto administrativa e judicial da dvida ativa da Unio e das demais esferas governamentais. 59. (ANALISTA/ANEEL/2010) As receitas decorrentes de dvida ativa tributria ou no tributria devem ser classificadas como outras receitas de capital. 60. (ANALISTA/TRE-TO/2006) Todo recebimento de dvida ativa, qualquer que seja a forma, deve corresponder a uma receita oramentria e simultnea baixa contbil de crdito registrado anteriormente no ativo.

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GABARITO 1 C 11 E 21 E 31 C 41 E 51 C 2 C 12 E 22 E 32 C 42 E 52 E 3 C 13 E 23 E 33 C 43 C 53 E 4 C 14 E 24 C 34 E 44 E 54 E 5 E 15 E 25 C 35 E 45 E 55 E 6 C 16 C 26 E 36 E 46 C 56 C 7 E 17 C 27 E 37 E 47 C 57 C 8 E 18 E 28 C 38 E 48 E 58 E 9 C 19 C 29 C 39 C 49 E 59 E 10 E 20 E 30 C 40 E 50 E 60 C

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