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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO DO TST PROF. GRACIANO ROCHA

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AULA 01

Saudações, caro aluno!

Esta é nossa primeira aula de Noções de Orçamento Público para Técnico Administrativo do TST, dedicado à exposição teórica específica sobre o conteúdo do edital e à resolução de questões recentes de provas.

Considerando que a FCC foi escolhida como organizadora do concurso do Tribunal, utilizaremos, neste curso, dezenas e dezenas de questões desta banca, mas, quando necessário, empregaremos algumas de outras organizadoras.

Devo alertar que, muitas vezes, mesmo as questões da FCC, que têm o formato “múltipla escolha” (A-B-C-D-E) serão adaptadas para o formato “certo ou errado”. Isso permite um estudo mais progressivo do conteúdo, sem precisar entrar em outros assuntos que às vezes aparecem nas demais alternativas de uma questão.

Para quem quiser se exercitar antes da resolução, as questões comentadas durante as aulas estarão reproduzidas ao final dos arquivos, sem gabarito visível, para quem quiser enfrentá-las “em estado puro”, juntamente com algumas questões adicionais. O gabarito de todas ficará na última página.

Antes de avançarmos mais, conheçam-me um pouco. Eu me chamo Graciano Rocha Mendes, tenho 31 anos, sou servidor público federal, ocupante do cargo de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União; estudioso de Orçamento Público; pós-graduando em Orçamento Público pelo Instituto Serzedello Correa/TCU; professor da matéria em cursos preparatórios de Brasília e na Internet.

Bom, ditos os “inicialmentes”, vamos aos “finalmentes”. Segue nosso conteúdo, reproduzido do edital da FCC e dividido em quatro aulas, além dessa demonstrativa:

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Aula 01 Princípios orçamentários

Aula 02 Orçamento na Constituição Federal: arts. 165 a 169.

Aula 03

Lei 4.320/64: exercício financeiro; despesa pública

(empenho, liquidação, pagamento); créditos adicionais;

restos a pagar; suprimento de fundos (parte I).

Aula 04

Lei 4.320/64: exercício financeiro; despesa pública

(empenho, liquidação, pagamento); créditos adicionais;

restos a pagar; suprimento de fundos (parte II).

Muito bem, vamos então a nosso primeiro encontro. Boa aula!

GRACIANO ROCHA

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Os princípios orçamentários consistem ora em normas, ora em simples

orientações aplicáveis à elaboração e à execução do orçamento público.

Em vários casos, a legislação e a própria Constituição refletem a adoção desses

princípios em seus dispositivos. Apesar disso, não é possível entender esses

princípios como determinações rígidas; eles são cercados de exceções e

flexibilizações, como ficará claro no decorrer de nossa aula.

Legalidade

“O orçamento deve ser aprovado e publicado como lei”.

Uma das discussões mais antigas sobre o orçamento público diz respeito ao

conflito entre sua forma e seu conteúdo.

Quanto à forma, desde que os primeiros documentos contábeis foram

apresentados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, em países europeus e

nos Estados Unidos, a título de pedido de autorização de gastos, o

orçamento ganhou estatura de lei. Assim, a expressão “lei do orçamento” é

mais que secular – os Parlamentos aprovam os orçamentos na forma de leis

desde o século XIX.

Atualmente, o princípio da legalidade orçamentária encontra-se, entre outros,

no seguinte trecho da Constituição:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

(...)

III - os orçamentos anuais.

Por outro lado, quanto ao conteúdo, não há dúvidas de que o orçamento

público tem natureza de ato administrativo. A organização das finanças em

programas, a atribuição de recursos a certas despesas, a indicação de

competências de órgãos e entidades relativamente a certos setores de

atividade governamental, tudo isso tem a ver com a organização e o

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planejamento da Administração Pública – atividades tipicamente

administrativas.

A partir disso que estamos vendo, ao se confrontar a lei orçamentária

com o significado jurídico‐histórico da palavra “lei”, verifica‐se certa

desarmonia. “Lei” representa um ato normativo abstrato, que pode,

entre outras coisas, disciplinar direitos e deveres, normatizar condutas,

impor punições etc. Para aplicar‐se a lei, nesse sentido estrito, faz‐se

necessário verificar os dados da realidade e compará‐los com a descrição

abstrata trazida pela norma.

O que ocorre com o orçamento público é que ele não cria nem

regulamenta direitos e deveres, não disciplina condutas, não prevê

punições etc. NÃO TEM CARÁTER ABSTRATO; pelo contrário, um

orçamento deve se revestir de concretude, para aplicação mais

apropriada e racional dos recursos públicos.

É dessa discussão que nasce a definição do orçamento como “lei em sentido

formal”. A estatura do orçamento é de uma lei, aprovada pelo Parlamento,

sancionada pelo Chefe do Executivo, mas sua essência é de um ato

administrativo.

Essa “legalidade flexível” do orçamento fica evidente também ao se constatar

que ele tem natureza apenas autorizativa, e não, impositiva. O governo

não é obrigado a executar o orçamento tal qual ele é veiculado pela lei

orçamentária (com exceção das despesas obrigatórias em virtude de outros

normativos). Isso contrasta bastante com as leis “normais”, que se

caracterizam pela obrigatoriedade de aplicação.

A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária,

podemos indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que

programas e projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é

necessária a prévia inclusão desses programas e projetos na Lei

Orçamentária Anual (ou em leis que a retifiquem).

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Pelo contrário, a modificação, a retificação, a inversão de aspectos e itens no

orçamento durante sua execução, em comparação com o texto aprovado, são

fatos bastante comuns, distanciando o orçamento de sua “aparência” inicial.

A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária, podemos

indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que programas e

projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é necessária a prévia

inclusão desses programas e projetos na Lei Orçamentária Anual (ou em leis

que a retifiquem).Nesse sentido, têm surgido diversas críticas, no âmbito

parlamentar e na opinião pública em geral, tendo como alvo o

“descompromisso” do governo quanto à execução do orçamento em

observância ao texto original aprovado pelo Congresso.

Não obstante a essência de ato administrativo, o fato de o orçamento ser uma

lei lhe proporciona a normatização de certos requisitos e obrigações de

natureza orçamentária, na esfera concreta.

Como isso cai na prova?

1. (CESPE/AGU/2008) O orçamento é um ato administrativo da

administração pública.

2. (FCC/INSPETOR/TCM-CE/2010) Ao dispor sobre finanças públicas, a

Constituição da República autoriza o início de programas ou projetos não

incluídos na lei orçamentária anual, mediante prévia autorização do

Presidente da República.

3. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) Os decretos de transposição,

remanejamento e transferência de créditos orçamentários não se sujeitam

ao princípio da legalidade.

A primeira questão está ERRADA. Vimos que a lei orçamentária tem natureza

de ato administrativo, mas não é um ato administrativo. É uma lei, em sentido

formal.

A questão 2 refere-se ao trecho constitucional que destacamos, sobre uma

vedação da CF/88 (art. 167, inc. I), segundo o qual é vedado “o início de

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programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual”. A “autorização

prévia do Presidente” não corrige o problema. Questão ERRADA.

Os decretos referidos na questão 3 tratam-se de modificações nas

classificações orçamentárias. Usando um exemplo bem forçado, um crédito

orçamentário que seria executado num programa de pavimentação asfáltica é

transferido para um programa de construção de usinas hidrelétricas. Para esse

tipo de mudança na execução do orçamento, necessariamente deve haver

prévia autorização legislativa (essa é a ordem do art. 167, inc. VI, da

Constituição). Portanto, há sujeição ao princípio da legalidade. Questão

ERRADA.

Unidade/totalidade

“O orçamento deve ser uno”.

A unidade é um dos “ancestrais” dos princípios orçamentários. Encontra-se

normatizado na Lei 4.320/64, que estabelece “normas gerais de direito

financeiro”, obrigatórias para todos os entes federados.

A Lei 4.320/64 representou um avanço na época de sua edição. Ela trazia

os conceitos e procedimentos mais avançados a respeito da utilização do

dinheiro público. Porém, como se vê, ela já é bastante antiga, e a

atividade financeira dos entes federados brasileiros precisa de

atualizações.

É por isso que se espera, por parte do Congresso Nacional, a edição de

uma lei complementar que atualize as normas gerais de direito

financeiro. Enquanto isso não ocorre, diversas “atualizações”

relacionadas ao direito financeiro e ao orçamento público são instituídas

anualmente, com as Leis de Diretrizes Orçamentárias.

No art. 2º, a Lei 4.320/64 estabelece que “A Lei do Orçamento conterá a

discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica

financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de

unidade, universalidade e anualidade”

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Desses outros princípios, falaremos em seguida.

Pelo princípio da unidade, o orçamento público deve ser uno, uma só

peça, garantindo uma visão de conjunto das receitas e das despesas.

Nesse momento, vale registrar uma informação histórica sobre o

Orçamento Público. Inicialmente, a peça orçamentária era bastante

simples, primeiro porque a participação do governo na vida econômica

dos países europeus (onde a lei orçamentária surgiu primeiro) não era

muito ampla.

Nesses tempos, prestigiava‐se o liberalismo econômico, a livre iniciativa

dos atores econômicos, e a intromissão do Estado nesse contexto era mal

vista, porque, desde sempre, o setor público foi visto como um mau

gastador. Portanto, o melhor que o governo poderia fazer seria gastar

pouco e deixar os recursos financeiros fluírem nas relações entre atores

privados, sem intervenções, sem tributação.

Assim, tendo a máquina estatal pequena dimensão e pouca participação

na economia – situação ideal para os liberais –, o orçamento consistia

numa autorização de gastos que também representava o controle do

tamanho do Estado. Assim, o Parlamento utilizava o orçamento como

ferramenta de controle da ação do Executivo.

Para facilitar esse controle, era necessário que o orçamento tivesse

certas características. Essas características vieram a constituir os

primeiros princípios orçamentários, dos quais, como já falamos, a

unidade é um dos exemplares.

Sendo o orçamento público uma peça única, a tarefa de controle e

acompanhamento dos gastos públicos estaria assegurada. Caso a

execução orçamentária obedecesse a diversos instrumentos, diversas

leis, quadros, normativos, os controladores teriam bem mais dores de

cabeça.

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Porém, ocorre que o crescimento do aparelho do Estado, em

praticamente todos os países, a partir do século XX, ocasionou a criação

de estruturas descentralizadas e autônomas – as conhecidas entidades

da administração indireta. Essas entidades também cumpriam

(cumprem) funções estatais, mas sua autonomia, inclusive financeira,

dificultava a consolidação do orçamento público numa só peça, bem

como o acompanhamento de sua execução.

No caso brasileiro, a Constituição de 1988 trouxe uma disposição “fatal” para a

visão tradicional do princípio da unidade:

Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Pisou pra valer, hein?

Assim, a própria Constituição estabeleceu três orçamentos diferentes. É

dessa evolução que a doutrina instituiu o “princípio da totalidade”, como

uma “atualização” do da unidade.

Segundo o professor James Giacomoni (in “Orçamento Público”, ed. Atlas, 14ª

edição), pelo princípio da totalidade, é possível a coexistência de orçamentos

variados, desde que estejam consolidados numa peça, de forma que

continue sendo possível uma visão geral das finanças públicas.

Dessa forma, os três orçamentos instituídos pela CF/88 respeitam o

princípio da unidade/totalidade, já que, como diz o § 5º do art. 165, eles

compõem uma só peça: a Lei Orçamentária Anual.

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Como isso cai na prova?

4. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2008) O princípio orçamentário da unidade não

está previsto na Lei nº 4.320/64.

5. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da unidade é o que preconiza a

existência de um único documento orçamentário, consolidando as receitas

e despesas dos municípios no orçamento dos estados, e dos estados no

orçamento da União.

6. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a

lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra

ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal,

o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social.

A Lei 4.320/64 prevê explicitamente a adoção do princípio da unidade quanto à

lei orçamentária dos entes federados no Brasil. Em vista disso, a questão 4

está ERRADA.

A questão 5 está ERRADA: o princípio da unidade não implica qualquer

agregação entre orçamentos de entes distintos.

A unidade orçamentária atualmente vigente encontra reflexo na edição de uma

única lei orçamentária editada pelos entes federados a cada ano. O fato de

haver orçamentos especializados em sua composição não afetaria o princípio

clássico. A questão 6 está CERTA.

Universalidade

“O orçamento deve abranger todas as receitas e despesas”.

O princípio da universalidade e o recém-visto, da unidade/totalidade, são

complementares, articulados em torno da garantia do controle sobre o

orçamento. Enquanto a unidade/totalidade prioriza a agregação das receitas e

despesas do governo em poucos documentos (num só agregado, de

preferência), a universalidade estabelece que todas as receitas e despesas

devem constar da lei orçamentária.

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Um orçamento único e universal é, portanto, o sonho de consumo de alguém

que tenha a titularidade do controle sobre as finanças públicas.

Além do art. 2º da Lei 4.320/64, que já vimos, o princípio da universalidade

também pode ser percebido nos arts. 3º e 4º da mesma lei:

Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.

Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.

Novamente, segundo a lição do professor Giacomoni, o princípio da

universalidade proporciona ao Legislativo:

• conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia

autorização para a respectiva arrecadação e realização;

• impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e

despesa sem prévia autorização parlamentar;

• conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a

fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para

atendê-las.

Alguns trechos acima poderão causar estranhamento. É que essa história

de a lei orçamentária “autorizar a arrecadação” da receita não se aplica

mais.

Até a Constituição de 1967, isso era verdade, mas, de lá para cá, os

tributos e sua arrecadação são regulamentados por leis próprias. A lei

orçamentária, atualmente, não autoriza a arrecadação, apenas a prevê.

A arrecadação ocorre havendo ou não orçamento publicado.

Entretanto, não é raro encontrar questões que se refiram a esse aspecto

de maneira “tradicional”, já que, historicamente, a função do orçamento

também foi de autorização da arrecadação.

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Portanto, surgindo questões totalmente teóricas, sem aplicação à

realidade atual, que confirmem o papel autorizador da lei orçamentária

quanto à arrecadação, marque CERTO.

Pragmatismo: devemos dançar conforme a música! Depois de acertar o

gabarito, você pode esbravejar o quanto quiser contra a banca.

Como isso cai na prova?

7. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2008) O princípio da universalidade admite

exceções no tocante à fixação das despesas.

8. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) O princípio orçamentário da universalidade

possibilita ao Poder Legislativo conhecer a priori todas as receitas e

despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva

arrecadação.

9. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da universalidade expressa que

as despesas devem estar previstas de forma genérica e universal.

Não há, na doutrina e na legislação, exceções a princípio da universalidade

como a estabelecida na questão 7. Em vista disso, ela está ERRADA.

A questão 8 é um exemplo do que acabamos de destacar. Questão teórica,

sem referência à prática atual, etc. etc., tratando da “autorização

orçamentária” para arrecadação da receita. Nesse caso, questão CERTA.

A questão 9 mistura informações de maneira incorreta. Apesar de o tratamento

das receitas e despesas ser universal, como acabamos de ver, a previsão das

despesas de “forma genérica” seria contrária ao princípio da discriminação,

tratado mais à frente. Questão ERRADA.

Orçamento Bruto

“O orçamento deve apresentar valores brutos, sem dedução”.

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Já deixamos bem destacado que a necessidade de controle dos gastos públicos

fundamentou bastante a maturação de princípios orçamentários.

Se qualquer fato chega a afetar as receitas públicas, diminuindo o volume que

realmente deveria entrar em caixa, a ocultação desse fato geraria

insegurança, desinformação e, quem sabe, algum prejuízo futuro ao ente

público.

A contabilidade pública tem como uma de suas funções a prestação de

informações fidedignas sobre o patrimônio e o orçamento, a fim de que

decisões por parte dos responsáveis sejam baseadas em dados corretos. Desse

modo, deduções, abatimentos, diminuições que afetam o conjunto das receitas

públicas devem ser considerados no orçamento.

É essa preocupação com a transparência e a fidedignidade das informações

orçamentárias que baseia o princípio do orçamento bruto, cujo teor é

complementar ao princípio da universalidade. Enquanto a universalidade

estabelece que todas as receitas e todas as despesas devem constar do

orçamento, o princípio do orçamento bruto acrescenta a observação “pelos

seus valores brutos, sem deduções”.

Assim, se for o caso de se fazer uma dedução a uma receita, o ente público

não pode apenas registrar o valor líquido a ser arrecadado. Tanto a

arrecadação bruta quanto a dedução devem ser consideradas na elaboração da

peça orçamentária.

Como isso cai na prova?

10. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio do orçamento bruto tem

seu cerne no art. 6º da Lei nº 4.320/1964, que estatui que as receitas e

despesas constarão da lei orçamentária pelos seus totais, vedadas

quaisquer deduções.

11. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) A renúncia ou anistia fiscal deve ser

deduzida da previsão bruta das receitas.

A questão 10 apenas reproduz o embasamento legal do princípio do orçamento

bruto, que vimos mais acima. Questão CERTA.

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Como vimos, pelo princípio do orçamento bruto, não deve haver deduções

tanto na despesa quanto na receita. Assim, a previsão bruta das receitas deve

ser justamente a indicada na lei orçamentária. Por isso, a questão 11 está

ERRADA.

Anualidade/Periodicidade

“O orçamento deve limitar-se a um período de tempo”.

Trataremos agora do terceiro princípio orçamentário mencionado pelo art. 2º

da Lei 4.320/64.

Segundo o prof. Giacomoni (mais uma vez!), o princípio de que o orçamento

deve ser elaborado e autorizado para o período normalmente de um ano está

ligado à antiga “regra da anualidade do imposto”, vigente até a Constituição de

1967. Como já estudamos, até esse momento a lei orçamentária é que

autorizava a arrecadação tributária para um exercício, para cobrir as

despesas pertencentes a esse mesmo exercício.

Portanto, a disposição sobre o princípio da anualidade na Lei 4.320/64 ainda é

válida, tanto no art. 2º, já estudado, quanto no art. 34 (O exercício financeiro

coincidirá com o ano civil). Por isso, entre outras coisas, justifica-se a

terminologia da lei orçamentária anual.

A elaboração do orçamento para um período limitado de tempo favorece a

atividade de planejamento, pois, dessa forma, é possível programar a

aplicação dos recursos em objetivos do governo e verificar o alcance das metas

nos prazos estabelecidos.

Não obstante o que estamos dizendo, há vários programas e despesas

assumidas pelo poder público cuja duração ultrapassa um exercício.

Para alcançar objetivos de maior dimensão, apenas ações plurianuais

podem garantir o sucesso dessas iniciativas governamentais. A

conciliação entre esses programas plurianuais e o princípio da

anualidade/periodicidade ocorre por meio da execução “fatiada” dessas

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despesas plurianuais, com parcelas distribuídas pela sequência de

orçamentos anuais.

Como exceção ao princípio da anualidade, há a possibilidade de execução, em

outro exercício, de créditos adicionais (especiais e extraordinários)

autorizados no final do ano. Esse ponto será comentado posteriormente,

quando tratarmos dos créditos adicionais, que constituem novas

autorizações de despesa, além das consignadas na lei orçamentária.

Como isso cai na prova?

12. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O Princípio da Anualidade estabelece que o

orçamento público deve ser votado um ano antes do início do ano fiscal.

13. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio da anualidade

estabelece que o orçamento deve ter vigência de um ano, que não

necessariamente precisa coincidir com o ano civil.

14. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) O fato de a Constituição Federal brasileira

estabelecer que os créditos especiais e extraordinários possam ter

vigência no exercício financeiro seguinte, no caso de o ato da autorização

for promulgado nos últimos quatro meses do exercício corrente,

demonstra que o princípio orçamentário da anualidade não é adotado em

nosso país.

A questão 12 é uma forçação de barra, ou talvez falta de imaginação da banca.

Questão ERRADA.

Para julgar a questão 13, bastaria uma rápida leitura do art. 34 da Lei

4.320/64 para matar a questão. O exercício financeiro, período em que se

observa a execução orçamentária da receita e da despesa, necessariamente

coincide com o ano civil, pelo dispositivo legal referido. Questão ERRADA.

Quanto à questão 14, ela aborda justamente o que a doutrina indica como

exceção ao princípio da anualidade, como vimos. Sendo assim, o princípio não

é invalidado pela hipótese descrita. Questão ERRADA.

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Exclusividade

“O orçamento deve tratar apenas de matéria financeira”.

Esse é um dos princípios mais manjados em concursos públicos. Figurinha

carimbada!

Segundo a doutrina, a lei orçamentária deve conter apenas matéria financeira,

não trazendo conteúdos alheios à previsão da receita e à fixação da

despesa.

O princípio da exclusividade pode ser traduzido pela afirmação inicial do art.

165, § 8º, da CF/88:

“A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa (...)”.

A ideia subjacente ao princípio da exclusividade é evitar que matérias não

financeiras “caronas” sejam tratadas na lei orçamentária, aproveitando-se

do ritmo mais rápido de sua aprovação pelo Parlamento. Em tempos

passados, o Executivo utilizava-se dessa manobra, para colocar rapidamente,

em pauta de votação, assuntos de seu interesse.

Entretanto, temos que destacar as exceções que a própria Constituição

impôs, na continuidade do dispositivo que começamos a analisar:

“(...) não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”.

Os créditos suplementares serão mais bem estudados nas aulas seguintes,

mas adianto que eles representam um acréscimo às despesas já previstas

na lei orçamentária anual, devendo apontar também as receitas que

suportarão esse incremento. É como uma “revisão para mais” da lei

orçamentária.

A outra exceção à exclusividade orçamentária trata da autorização para

contratação de operações de crédito. A própria LOA pode se antecipar a uma

necessidade futura de recursos além dos estimados, e autorizar a tomada de

empréstimos pelo ente público.

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Vamos separar aqui a operação de crédito “normal” da operação de

crédito por antecipação da receita orçamentária, ambas referidas no

dispositivo constitucional acima, e passíveis de autorização pela LOA.

As operações de crédito “normais” constituem receitas orçamentárias,

que servirão para custear despesas orçamentárias. Ou seja, para

determinadas despesas, o dinheiro disponível não é próprio do governo;

deverá ser tomado junto a agentes financiadores.

Por outro lado, as operações por antecipação da receita orçamentária

(ARO’s) são empréstimos tomados pelos entes públicos para suprir

insuficiências momentâneas de caixa. Para as despesas, nesse caso,

existe receita própria atribuída, que deverá ser arrecadada.

Em outras palavras, ARO’s não são receitas orçamentárias, mas sim

empréstimos que substituem receitas orçamentárias que não foram

arrecadadas no momento esperado. Essas receitas atrasadas, ao serem

finalmente realizadas, servirão então para honrar as ARO’s que as

substituíram, ao invés das despesas originais.

Portanto, além de prever receitas e fixar despesas, a lei orçamentária anual,

no Brasil, pode trazer esses dois tipos de autorização – que, no fundo, não

fogem da temática orçamentária.

Grave essas exceções, porque é difícil achar um tópico tão cobrado

quanto esse quando o tema é princípios orçamentários!

Como isso cai na prova?

15. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da exclusividade determina que o

orçamento não poderá conter dispositivo estranho à fixação da despesa e

à previsão da receita.

16. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Como o princípio da exclusividade

estatui que a lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo

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estranho à previsão de receita e fixação da despesa, a peça orçamentária

não poderá conter autorização para créditos suplementares.

17. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Segundo o princípio da especialização,

a lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária, excluindo

dela qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e fixação da

despesa.

18. (FCC/ANALISTA/TRE-PB/2007) O princípio orçamentário que resta

excepcionado quando o Parlamento autoriza, na lei orçamentária, a

contratação de operações de crédito por antecipação da receita (ARO) é:

(A) unidade.

(B) exclusividade.

(C) universalidade.

(D) orçamento bruto.

(E) não-afetação de receitas.

A questão 15 reproduz o teor do princípio da exclusividade. Embora não sejam

referidas as exceções à regra, isso não impede que a questão seja considerada

CERTA.

A questão 16 está ERRADA, já que a autorização para créditos suplementares

é permitida, constituindo uma das exceções ao princípio da exclusividade.

Na questão 17, houve uma inversão de princípios e conceitos. Todo o

vocabulário da questão indica que estamos tratando do princípio da

exclusividade, como deve ter ficado evidente depois dos últimos comentários,

e não da especialização. Questão ERRADA.

Na questão 18, a hipótese referida trata de uma exceção ao princípio da

exclusividade (letra B).

Não Afetação/Não Vinculação

“As receitas do orçamento devem ter livre aplicação”.

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Esse princípio orçamentário também tem um pé no Direito Tributário. Desse

ramo do direito, cabe trazer para nossas anotações o conceito de

arrecadação vinculada.

No Brasil, existem cinco espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de

melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios.

Os tributos podem ser arrecadados já com uma destinação legal para a

aplicação dos recursos correspondentes. Ou, por outro lado, os recursos

provenientes dos tributos podem estar “livres”, para aplicação em despesas

conforme as decisões do administrador público, sem interferência legislativa.

Assim, existem espécies tributárias com arrecadação vinculada, para

aplicação obrigatória em certas despesas, e outras com arrecadação não

vinculada. Os impostos são os típicos representantes desta última categoria.

As outras espécies tributárias (taxas, contribuições “lato sensu”, contribuições

de melhoria e empréstimos compulsórios) têm, comumente, arrecadação

vinculada.

Isso obedece ao arcabouço teórico da tributação, segundo o qual os impostos

são os tributos apropriados para que o ente público possa auferir renda, sem

estar obrigado a prestar esta ou aquela obrigação junto à sociedade. Impostos

teriam a característica da fiscalidade (obtenção de recursos como finalidade

principal).

Então, voltando ao princípio da não vinculação, cabe destacar que ele ganhou

estatura constitucional, mas com uma série de exceções:

Art. 167. São vedados:

(...)

IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de

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garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

(...)

§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.

Destrinchando os dispositivos acima, as vinculações à receita de impostos,

permitidas pela Constituição, são:

• repartição da arrecadação do imposto de renda e do imposto sobre

produtos industrializados, compondo o Fundo de Participação dos Estados

e o de Participação dos Municípios (CF/88, art. 159, inc. I);

• destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde (CF/88,

art. 198, § 2º);

• destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino

(CF/88, art. 212);

• destinação de recursos para realização de atividades da administração

tributária (CF/88, art. 37, inc. XXII);

• prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita

– ARO (CF/88, art. 165, § 8º);

• prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de

débitos para com esta.

Portanto, o princípio da não vinculação da receita de impostos está no início do

inciso IV do art. 167, e as exceções a ele compõem todo o resto do texto e o §

4º.

Não há outras exceções além dessas. E, tratando-se de dispositivo

constitucional, para acrescentar mais alguma exceção ao princípio da não

vinculação, ou para suprimir uma exceção já existente, só por meio de

emenda à Constituição.

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Vale escrever uma nota, destacando o alto nível de vinculação que a

arrecadação tributária sofre no Brasil.

As taxas e contribuições são naturalmente destinadas a certas despesas;

os impostos, embora sejam relacionados ao princípio da não vinculação,

também são destinados a diversas despesas, por ordem da própria

Constituição, como se depreende das exceções vistas acima.

Nesse sentido, há um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal que

reforça essa necessidade de aplicação das receitas vinculadas nas

despesas para as quais foram atribuídas. Vejamos a lei seca:

Art. 8º, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

Portanto, a partir dessa determinação da LRF, nem mesmo a

arrecadação que “sobrar” em determinado exercício está livre, se sua

origem estiver ligada a alguma vinculação legal.

Pois bem, diante desse quadro de alta vinculação dos recursos, para

“desamarrar” um pouco as receitas tributárias de suas aplicações

obrigatórias, instituiu‐se, desde 1994, um mecanismo de desvinculação,

por meio de emenda à Constituição.

A chamada Desvinculação das Receitas da União (DRU) libera 20% dos

impostos e contribuições vinculados, para livre aplicação pelos

administradores públicos. O objetivo desse mecanismo é evitar situações

nas quais certos setores da ação governamental tenham recursos

abundantes, enquanto outros passam por penúria.

Como isso cai na prova?

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19. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Segundo o princípio da não

afetação de receitas, é vedada a vinculação de impostos a órgão, fundo ou

despesa, sendo que a Constituição Federal de 1988 fortaleceu esse

princípio, ao impedir quaisquer exceções ao mesmo.

20. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2009) Só tem sentido relacionar o

princípio da não vinculação aos impostos, pois as taxas e contribuições

são instituídos e destinados ao financiamento de serviços e ao custeio de

atribuições específicos sob a responsabilidade do Estado.

21. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a

finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao

objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que

ocorrer o ingresso.

22. (FCC/ANALISTA/TRE-MS/2007) O Princípio orçamentário que está

relacionado com a afirmação: “É vedada a vinculação de impostos a

órgãos e despesas”, é o da

(A) Universalidade.

(B) Unidade.

(C) Singularidade.

(D) Exclusividade.

(E) Não afetação da receita.

Sobre a questão 19, como visto, a Constituição estabelece diversas exceções

ao princípio da não afetação. Questão ERRADA.

Quanto à questão 20, mais uma vez relembrando o Direito Tributário, as taxas

e contribuições têm arrecadação vinculada, geralmente. Portanto, o princípio

da não vinculação, assim como bem destacado na Constituição, só se aplica

aos impostos. Questão CERTA.

A questão 21 apenas reproduziu o dispositivo da LRF que reforça a vinculação

legal das receitas. Questão CERTA.

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Quanto à questão 22, a afirmação mencionada refere-se justamente ao

princípio da não afetação da receita (letra E).

Especificação/Especialização/Discriminação

“O orçamento deve ser detalhado”.

Historicamente, nos países em que o orçamento foi primeiramente adotado

como peça institucional, observou-se a exigência, feita pelos parlamentos, de

discriminação das receitas e despesas por parte do Executivo. Os

controladores desejavam saber de onde sairiam os recursos arrecadados e a

sua aplicação. Assim, o fato de as receitas e despesas serem publicadas de

forma detalhada também favorecia a tarefa de controle do orçamento.

Esse mandamento perdurou na evolução da peça orçamentária, e

institucionalizou-se no Brasil sob a forma legal. Na Lei 4.320/64, encontram-se

os seguintes trechos:

Art. 5º. A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.

O que se buscou na Lei 4.320/64 foi algo parecido com a exigência inicial, nos

países em que se originou o orçamento público, quanto à discriminação das

receitas e despesas.

Para a Lei, também era necessário disponibilizar informações detalhadas, na

LOA, deixando evidente qual fim teriam os recursos públicos, e para evitar que

as decisões sobre a aplicação da arrecadação ficassem concentradas nas

mãos dos gestores, fora das vistas do controle externo.

Entretanto, o que se percebeu, com o passar do tempo, e com a maior

complexidade do orçamento, foi a necessidade de um “meio termo” quanto ao

princípio da especificação.

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Por um lado, um orçamento excessivamente detalhado pode se tornar uma

peça sem correspondência com a realidade, já que as circunstâncias no

momento da execução do orçamento podem fugir aos pequenos detalhes

fixados na LOA.

Ao mesmo tempo, a edição de um orçamento totalmente genérico, com

dotações globais, significa a renúncia, pelo Parlamento, de seu papel de

controlador, o que também desrespeitaria vários princípios constitucionais e

não seria benéfico de maneira alguma para o bem-estar coletivo.

Bem, agora que já delineamos o princípio da discriminação, vamos falar das

exceções/flexibilizações.

A doutrina reconhece alguns exemplos de exceção ao princípio da

discriminação, ou seja, situações em que o orçamento transparece uma “face

genérica”, sem detalhamento.

Originalmente, a Lei 4.320/64 determinou que “Na Lei de Orçamento a

discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos”, como vimos

agora há pouco. Isso estava conforme o princípio da discriminação; o

detalhamento da despesa em elementos tornava a LOA bastante minuciosa.

Porém, essa classificação detalhista foi flexibilizada há pouco tempo. Segundo

a Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001, que atualizou a classificação

pela natureza da despesa, a LOA não precisa mais trazer a despesa em

nível de elemento.

Ao invés disso, a alocação de recursos aos diferentes elementos de despesa

pode ficar a cargo das unidades executoras do orçamento, posteriormente à

aprovação da Lei.

Assim, podem-se verificar atualmente dotações destinadas ao mesmo tempo à

aquisição de materiais de consumo, pagamento de serviços de terceiros,

indenizações, pagamentos de diárias a servidores etc. (todas seriam

consideradas “despesas de custeio”, ou, na classificação atual, “outras

despesas correntes”).

Outra exceção refere-se à reserva de contingência, que constitui uma

dotação genérica, sem aplicação definida, a partir da qual o poder público pode

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atender a “passivos contingentes”, como pagamentos devidos a execuções

judiciais, ou executar novas dotações, por meio de créditos adicionais.

Além disso, como sinaliza a redação do art. 5º da Lei 4.320/64, o art. 20 e seu

parágrafo único, da mesma lei, trazem mais uma exceção ao princípio da

discriminação:

Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.

Trata-se dos “programas especiais de trabalho” (PET’s), grandes

investimentos públicos que, por sua complexidade e abrangência, não podem

ter toda sua composição de despesas explicitada de antemão. Assim, eles são

autorizados a partir de dotações globais, genéricas, e a correspondente

discriminação das despesas se dá durante a própria execução.

Como isso cai na prova?

23. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O detalhamento da

programação orçamentária, em consonância com o princípio da

especialização, deve permitir a discriminação até onde seja necessário

para o controle operacional e contábil e, ao mesmo tempo,

suficientemente agregativo para facilitar a formulação e a análise das

políticas públicas.

24. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) Apesar de a Lei n.º 4.320

determinar que a lei de orçamento não deve consignar dotações globais

destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material,

serviços de terceiros, transferências, na atual estrutura das leis

orçamentárias verificam-se dotações destinadas ao mesmo tempo à

aquisição de materiais e a pagamento de serviços de terceiros.

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25. (FCC/ANALISTA/TRT-SP/2008) O artigo 5º da Lei nº 4.320/64, ao

estabelecer que a lei orçamentária não consigne dotações globais

destinadas a atender indiferentemente a diversos tipos de despesas, entra

em confronto com o princípio orçamentário da unidade.

26. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios

orçamentários, é correto afirmar que

(A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de

racionalidade.

(B) as fundações públicas, desde que independentes do erário central, não

precisam integrar o orçamento.

(C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa

pública.

(D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de

orçamento.

(E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na

lei orçamentária, o princípio da exclusividade.

A questão 23 reflete justamente o meio termo que deve ser alcançado quanto

ao princípio da discriminação. Questão CERTA.

No caso da questão 24, como ela se refere a uma das flexibilizações ao

princípio da discriminação aqui comentadas, ela também está CERTA.

A questão 25 está ERRADA, já que a obediência ao princípio da discriminação

não conflita com o da unidade.

Sobre a questão 26, temos o seguinte: a letra A pretendeu se referir ao

princípio do orçamento bruto (não existe princípio orçamentário da

racionalidade), mas, mesmo que trocássemos “racionalidade” por “orçamento

bruto”, a alternativa estaria errada, já que não é admitida a contabilização de

receitas e despesas pelo valor líquido; na letra B, há erro em dizer que as

fundações não precisam integrar o orçamento, que, pelo princípio da

universalidade, deve abranger todas as receitas e despesas públicas; a letra C

está errada, porque as dotações globais não atendem ao princípio da

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especificação (e não especificidade – outro erro), constituindo exceções a esse

princípio; a letra D contraria o teor do princípio da não vinculação; e a letra E

está CERTA, por se referir corretamente a uma das exceções do princípio da

exclusividade.

Clareza

“O orçamento deve ser de fácil compreensão”.

Segundo o princípio da clareza, o orçamento deveria ser apresentado

numa linguagem acessível a todos que precisassem ou se interessassem em

acompanhá-lo.

Entretanto, considerando a atual complexidade inerente ao orçamento, que

agrega informações financeiras, legais, administrativas, contábeis e de

planejamento, sem falar num pano de fundo político, é difícil trazer à realidade

o cumprimento desse princípio.

Uma sugestão do prof. Giacomoni é a elaboração de peças comentadas

sobre a programação orçamentária, a partir de anexos da LOA. Dessa forma,

se o orçamento em si não pode ter sua linguagem simplificada, pela natural

necessidade de codificação, pelo menos se disponibilizaria uma forma paralela

de se compreender a complexidade de seu conteúdo.

Isso foi adotado na esfera federal a partir da elaboração do orçamento

de 2011: além da proposta “técnica” de orçamento, foi editada uma

cartilha especial, chamada “Orçamento Federal ao Alcance de Todos”,

que busca expor, de forma mais amigável, como deve se dar a aplicação

de recursos federais nas diferentes áreas do governo, durante o exercício

de 2011. Essa publicação está no link abaixo, vale visitar:

http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquiv

os/noticias/sof/100901_orc_fed_alcance_todos.pdf.

Como isso cai na prova?

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27. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) De acordo com o princípio da

discriminação, o orçamento público deve ser apresentado em linguagem

clara e compreensível.

O problema da questão 27 foi ter feito, como já vimos ser um costume, uma

inversão entre os princípios orçamentários e suas descrições (no caso,

substituição do princípio da clareza pelo da discriminação). Questão ERRADA.

Equilíbrio

“As receitas e despesas devem equilibrar-se entre si”.

Uma forma simples de entender o princípio do equilíbrio é considerar que deve

haver compatibilidade entre receita e despesa, de forma que as contas

públicas não sejam afetadas por déficits.

Entretanto, aprofundando mais o raciocínio sobre o tema, registram-se duas

formas de encarar esse princípio.

Em primeiro lugar, o equilíbrio formal do orçamento é observado quando a

lei orçamentária prevê receitas e fixa despesas em montantes iguais. Antes,

sob a vigência da Constituição de 1967, o equilíbrio formal do orçamento

chegou a ser firmado num dispositivo dessa Carta:

Art. 66 – O montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total das receitas estimadas para o mesmo período.

Atualmente, a Constituição não traz determinação semelhante, mas o costume

perdura: as leis orçamentárias anuais fazem a previsão da receita e a fixação

da despesa em valores iguais. Assim, sob o aspecto formal, o princípio do

equilíbrio zela principalmente pela publicação de um orçamento

equilibrado.

Porém, na prática, o que se verifica hoje é que os recursos próprios do

governo não são suficientes para cobrir suas despesas. O equilíbrio formal

do orçamento é garantido pela contratação de operações de crédito – dinheiro

emprestado. Na LOA, os valores das operações de crédito são considerados

receita, conforme o mandamento insculpido na Lei 4.320/64 (Art. 3º A Lei de

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Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de

crédito autorizadas em lei).

Pelo exposto, o fato de um orçamento ser publicado de forma equilibrada não

implica o equilíbrio das contas públicas. É com essa preocupação que se

fala em equilíbrio real, ou equilíbrio material. Essa, inclusive, foi uma das

principais bandeiras tratadas na famosa Lei de Responsabilidade Fiscal.

Assim, sob essa ótica, busca-se evitar o crescimento desordenado das

despesas, sem lastro para cobri-las. Da mesma forma, deve-se evitar o

comprometimento das receitas a ponto de não sobrarem recursos para

amortizar a dívida pública.

Conclui-se, desse modo, que o “equilíbrio material” está mais ligado à

execução equilibrada do orçamento do que à sua publicação com

montantes iguais de receita e despesa.

Para garantir o equilíbrio material, o governo pode lançar mão de diversos

expedientes: manutenção de metas de superávit, enxugamento de despesas

de custeio, abertura de créditos adicionais apenas com recursos já arrecadados

etc.

Como isso cai na prova?

28. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da clareza se sobrepõe ao do

equilíbrio, sendo possível contrair dívida pública, desde que seja

respeitado o princípio da clareza.

29. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Em geral, o princípio

orçamentário do equilíbrio somente é respeitado por meio da realização de

operações de crédito.

30. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A inclusão da reserva de

contingência no orçamento visa, entre outras finalidades, assegurar o

atendimento ao princípio do equilíbrio.

31. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) São princípios orçamentários gerais

substanciais que regem o orçamento, além do da exclusividade, os de

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(A) unidade, universalidade, anualidade e equilíbrio.

(B) unidade, universalidade, competência e equilíbrio.

(C) universalidade, anualidade, transparência e publicidade.

(D) universalidade, anualidade, competência e publicidade.

(E) anualidade, competência, transparência e publicidade.

A questão 28 está ERRADA. O atendimento princípio da clareza não autoriza o

desrespeito ao princípio do equilíbrio. Aliás, como vimos até agora, os

princípios orçamentários não se contradizem – pelo contrário, normalmente se

reforçam mutuamente.

A partir de nossos comentários, constata-se que a questão 29 se refere ao

princípio do equilíbrio na vertente formal. As operações de crédito mantêm um

equilíbrio apenas aparente entre despesas e receitas. Questão CERTA.

Quanto à questão 30, estudamos antes que a reserva de contingência é uma

dotação genérica, que pode ser aproveitada para atender a “necessidades

especiais” durante o exercício financeiro. Portanto, o que se verifica no

orçamento, estando presente a reserva de contingência, é a previsão de

receita para custear uma “incógnita”, uma despesa não específica. Assim, o

orçamento se apresenta formalmente equilibrado, com receitas e despesas em

igual montante. Questão CERTA.

A alternativa da questão 31 que traz a série correta de princípios

orçamentários é a letra A. Competência é um princípio da contabilidade, e

transparência é um princípio administrativo.

Publicidade

“O orçamento deve ser amplamente divulgado”.

A relevância que o orçamento assume na vida da sociedade torna necessário o

conhecimento amplo do conteúdo da LOA pelas pessoas, já que naquele

instrumento serão notadas as políticas públicas e prioridades escolhidas pelo

governo.

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Entretanto, aparece novamente a discussão relativa à clareza do orçamento:

como assegurar, simultaneamente, o entendimento da peça orçamentária pelo

cidadão comum e a necessária complexidade do instrumento, tendo em vista a

multiplicidade de informações que o integram? Esse é um desafio ainda a se

superar.

Não obstante, atualmente, ao menos em termos de divulgação, o princípio da

publicidade é concretizado, sobretudo pela disponibilização das leis

orçamentárias em sites governamentais, além dos veículos oficiais.

A partir desse aspecto, é possível perceber a relação do princípio da

publicidade também com o princípio da legalidade. Para vigorar, uma lei deve

ser publicada em veículos oficiais de comunicação (tipicamente, Diário Oficial)

– e a lei orçamentária não é exceção a essa regra.

Como isso cai na prova?

32. (CESPE/ANALISTA/TRE-BA/2009) Pelo princípio da publicidade, o

orçamento, para ser válido, deve ser levado ao conhecimento do público.

33. (CESPE/CONTADOR/INMETRO/2007) O princípio da publicidade dispõe que

o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de veículos oficiais

de comunicação, para conhecimento público e para a eficácia de sua

validade.

A questão 32 traz uma correlação simples e direta com o que acabamos de

estudar, sobre o princípio da publicidade. Questão CERTA.

Na questão 33, apresenta-se, além da correta conceituação do princípio da

publicidade, a sua relação com a legalidade. Questão também CERTA.

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Bem, dileto aluno, nossa primeira aula fica por aqui.

Aguardo você na semana que vem. Podemos nos falar por meio do fórum de

dúvidas, ou então pelo email [email protected].

Forte abraço, até a próxima!

GRACIANO ROCHA

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RESUMO DA AULA

1. O orçamento público tem natureza de ato administrativo, pelo que é

considerado uma lei em sentido formal.

2. O princípio da unidade/totalidade preza a agregação das receitas e

despesas do Estado numa só peça, favorecendo a atividade de controle.

3. O princípio orçamentário da universalidade estabelece que todas as

receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, garantindo-se

uma visão geral sobre as finanças públicas e evitando-se a realização de

operações orçamentárias sem conhecimento do Poder Legislativo.

4. O princípio do orçamento bruto é complementar ao da universalidade, e

determina que as receitas e despesas devem aparecer no orçamento sem

qualquer dedução.

5. Segundo o princípio da anualidade/periodicidade, o orçamento deve ser

elaborado e autorizado para um período definido, normalmente de um

ano.

6. A própria Constituição expressa o princípio da exclusividade, em seu art.

165, § 8º (A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à

previsão da receita e à fixação da despesa). Também a Constituição traz

as exceções a esse princípio: a autorização para abertura de créditos

suplementares e a autorização para a realização de operações de crédito

(inclusive ARO).

7. O princípio da não-afetação refere-se à impossibilidade de vinculação da

receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, com as exceções trazidas

pela norma constitucional.

8. As receitas vinculadas deverão atender sempre à execução do objeto de

sua vinculação, ainda que em exercício posterior ao de sua arrecadação.

9. O princípio da discriminação preza pelo detalhamento, até onde for

possível, das receitas e despesas, para verificação, pelos órgãos de

controle, da origem e da aplicação dos recursos públicos.

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10. Conforme o princípio orçamentário da clareza, o orçamento deve ser

apresentado numa linguagem acessível a todos que precisem ou se

interessem em acompanhá-lo.

11. O princípio do equilíbrio abrange as vertentes formal e material. Na

vertente formal, o orçamento deve ser aprovado com receitas e despesas

em igual montante. Na vertente material, a execução orçamentária deve

garantir o equilíbrio das contas públicas.

12. Pelo princípio da publicidade, o orçamento deve ser levado ao

conhecimento do público, por meio de instrumentos oficiais de

comunicação ou de outras formas, garantindo-se também sua eficácia.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE/AGU/2008) O orçamento é um ato administrativo da

administração pública.

2. (FCC/INSPETOR/TCM-CE/2010) Ao dispor sobre finanças públicas, a

Constituição da República autoriza o início de programas ou projetos não

incluídos na lei orçamentária anual, mediante prévia autorização do

Presidente da República.

3. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) Os decretos de transposição,

remanejamento e transferência de créditos orçamentários não se sujeitam

ao princípio da legalidade.

4. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2008) O princípio orçamentário da unidade não

está previsto na Lei nº 4.320/64.

5. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da unidade é o que preconiza a

existência de um único documento orçamentário, consolidando as receitas

e despesas dos municípios no orçamento dos estados, e dos estados no

orçamento da União.

6. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a

lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra

ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal,

o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social.

7. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2008) O princípio da universalidade admite

exceções no tocante à fixação das despesas.

8. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) O princípio orçamentário da universalidade

possibilita ao Poder Legislativo conhecer a priori todas as receitas e

despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva

arrecadação.

9. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da universalidade expressa que

as despesas devem estar previstas de forma genérica e universal.

10. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio do orçamento bruto tem

seu cerne no art. 6º da Lei nº 4.320/1964, que estatui que as receitas e

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despesas constarão da lei orçamentária pelos seus totais, vedadas

quaisquer deduções.

11. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) A renúncia ou anistia fiscal deve ser

deduzida da previsão bruta das receitas.

12. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O Princípio da Anualidade estabelece que o

orçamento público deve ser votado um ano antes do início do ano fiscal.

13. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O princípio da anualidade

estabelece que o orçamento deve ter vigência de um ano, que não

necessariamente precisa coincidir com o ano civil.

14. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) O fato de a Constituição Federal brasileira

estabelecer que os créditos especiais e extraordinários possam ter

vigência no exercício financeiro seguinte, no caso de o ato da autorização

for promulgado nos últimos quatro meses do exercício corrente,

demonstra que o princípio orçamentário da anualidade não é adotado em

nosso país.

15. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da exclusividade determina que o

orçamento não poderá conter dispositivo estranho à fixação da despesa e

à previsão da receita.

16. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Como o princípio da exclusividade

estatui que a lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo

estranho à previsão de receita e fixação da despesa, a peça orçamentária

não poderá conter autorização para créditos suplementares.

17. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Segundo o princípio da especialização,

a lei orçamentária deverá conter apenas matéria orçamentária, excluindo

dela qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e fixação da

despesa.

18. (FCC/ANALISTA/TRE-PB/2007) O princípio orçamentário que resta

excepcionado quando o Parlamento autoriza, na lei orçamentária, a

contratação de operações de crédito por antecipação da receita (ARO) é:

(A) unidade.

(B) exclusividade.

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(C) universalidade.

(D) orçamento bruto.

(E) não-afetação de receitas.

19. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) Segundo o princípio da não

afetação de receitas, é vedada a vinculação de impostos a órgão, fundo ou

despesa, sendo que a Constituição Federal de 1988 fortaleceu esse

princípio, ao impedir quaisquer exceções ao mesmo.

20. (CESPE/ESPECIALISTA/ANATEL/2009) Só tem sentido relacionar o

princípio da não vinculação aos impostos, pois as taxas e contribuições

são instituídos e destinados ao financiamento de serviços e ao custeio de

atribuições específicos sob a responsabilidade do Estado.

21. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a

finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao

objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que

ocorrer o ingresso.

22. (FCC/ANALISTA/TRE-MS/2007) O Princípio orçamentário que está

relacionado com a afirmação: “É vedada a vinculação de impostos a

órgãos e despesas”, é o da

(A) Universalidade.

(B) Unidade.

(C) Singularidade.

(D) Exclusividade.

(E) Não afetação da receita.

23. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) O detalhamento da

programação orçamentária, em consonância com o princípio da

especialização, deve permitir a discriminação até onde seja necessário

para o controle operacional e contábil e, ao mesmo tempo,

suficientemente agregativo para facilitar a formulação e a análise das

políticas públicas.

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24. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) Apesar de a Lei n.º 4.320

determinar que a lei de orçamento não deve consignar dotações globais

destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material,

serviços de terceiros, transferências, na atual estrutura das leis

orçamentárias verificam-se dotações destinadas ao mesmo tempo à

aquisição de materiais e a pagamento de serviços de terceiros.

25. (FCC/ANALISTA/TRT-SP/2008) O artigo 5º da Lei nº 4.320/64, ao

estabelecer que a lei orçamentária não consigne dotações globais

destinadas a atender indiferentemente a diversos tipos de despesas, entra

em confronto com o princípio orçamentário da unidade.

26. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios

orçamentários, é correto afirmar que

(A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de

racionalidade.

(B) as fundações públicas, desde que independentes do erário central, não

precisam integrar o orçamento.

(C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa

pública.

(D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de

orçamento.

(E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na

lei orçamentária, o princípio da exclusividade.

27. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) De acordo com o princípio da

discriminação, o orçamento público deve ser apresentado em linguagem

clara e compreensível.

28. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O princípio da clareza se sobrepõe ao do

equilíbrio, sendo possível contrair dívida pública, desde que seja

respeitado o princípio da clareza.

29. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Em geral, o princípio

orçamentário do equilíbrio somente é respeitado por meio da realização de

operações de crédito.

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30. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A inclusão da reserva de

contingência no orçamento visa, entre outras finalidades, assegurar o

atendimento ao princípio do equilíbrio.

31. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) São princípios orçamentários gerais

substanciais que regem o orçamento, além do da exclusividade, os de

(A) unidade, universalidade, anualidade e equilíbrio.

(B) unidade, universalidade, competência e equilíbrio.

(C) universalidade, anualidade, transparência e publicidade.

(D) universalidade, anualidade, competência e publicidade.

(E) anualidade, competência, transparência e publicidade.

32. (CESPE/ANALISTA/TRE-BA/2009) Pelo princípio da publicidade, o

orçamento, para ser válido, deve ser levado ao conhecimento do público.

33. (CESPE/CONTADOR/INMETRO/2007) O princípio da publicidade dispõe que

o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de veículos oficiais

de comunicação, para conhecimento público e para a eficácia de sua

validade.

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QUESTÕES ADICIONAIS

34. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) O princípio da legalidade, um dos primeiros

a serem incorporados e aceitos nas finanças públicas, dispõe que o

orçamento será, necessariamente, objeto de uma lei, resultante de um

processo legislativo completo, isto é, um projeto preparado e submetido,

pelo Poder Executivo, ao Poder Legislativo, para apreciação e posterior

devolução ao Poder Executivo, para sanção e publicação.

35. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) De acordo com o disposto na Constituição

Federal, em seu artigo 167, em matéria orçamentária, é permitido ao

Poder Executivo a realização de despesas ou a assunção de obrigações

diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais.

36. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da unidade é o que preconiza a

existência de um único documento orçamentário, consolidando as receitas

e despesas dos municípios no orçamento dos estados, e dos estados no

orçamento da União.

37. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) O princípio da unidade, também

chamado de princípio da totalidade, não é respeitado no Brasil, pois a

Constituição Federal (CF) estabelece três orçamentos distintos: fiscal, de

investimentos das empresas estatais e da seguridade social.

38. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) O princípio da universalidade admite

exceções no tocante à fixação das despesas.

39. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O fato de a lei orçamentária anual

brasileira ser decomposta em três orçamentos (fiscal, da seguridade social

e de investimentos) implica que ela não atende ao princípio da

universalidade orçamentária previsto na Lei nº 4.320/1964 e na

Constituição Federal/1988.

40. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2007) De acordo com o princípio orçamentário da

universalidade,

(A) todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, para

fins de controle pelo Poder Legislativo.

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(B) a lei orçamentária anual não pode conter dispositivos estranhos à

previsão da receita e à fixação da despesa.

(C) as receitas e despesas devem constar do orçamento pelos seus

valores brutos, vedadas quaisquer deduções.

(D) deve haver apenas uma única lei orçamentária anual para cada esfera

do Governo.

(E) a receita de impostos não pode estar vinculada a órgãos, fundos ou

despesas, ressalvados os casos previstos na Constituição.

41. (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princípio da universalidade recomenda a

inclusão de todas as receitas e despesas governamentais no orçamento,

definindo-se de forma específica a vinculação de umas com as outras.

42. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) As fundações públicas, desde que

independentes do erário central, não precisam integrar o orçamento.

43. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O Princípio da Anualidade estabelece que o

orçamento público deve ser votado um ano antes do início do ano fiscal.

44. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) O princípio da anualidade não implica que

o orçamento coincida com o ano civil.

45. (FCC/ANALISTA/TRE-PI/2009) Ao assumir o cargo de prefeito do Município

X, o Sr. Antônio realizou uma análise minuciosa da Lei Orçamentária e de

seus respectivos anexos. Ele ficou com dúvida sobre o porquê de o valor

fixado para a despesa com a construção de uma nova escola não

correspondia àquele apresentado no Plano Plurianual. Considerando que

para o quadriênio só foi prevista a construção de uma escola, o fato pode

ser justificado pelo princípio orçamentário da

(A) exclusividade.

(B) unidade.

(C) universalidade.

(D) anualidade.

(E) especificação.

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46. (CESPE/INSPETOR/TCE-RN/2009) A autorização para um órgão público

realizar licitações não pode ser incluída na lei orçamentária anual em

observância ao princípio da exclusividade.

47. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) A Lei Orçamentária não conterá dispositivo

estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a

autorização para abertura de créditos especiais e para contratação de

operação de crédito.

48. (FCC/ANALISTA/TRT-SP/2008) A Constituição Federal brasileira adota

explicitamente o princípio da exclusividade na elaboração da lei

orçamentária anual, entretanto, ressalva os casos de autorização para

abertura de créditos suplementares e contratação de operações de

crédito.

49. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) Caso determinado estado da Federação

apresente, como garantia ao pagamento de dívida que possui com a

União, 5% da receita própria do IPVA, nessa situação, a afetação da

receita não representa violação ao princípio da não vinculação de receitas

tributárias.

50. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) O princípio orçamentário que estabelece

que a Lei do Orçamento não consigne dotações globais destinadas a

atender indiferentemente as despesas de pessoal, material, serviços de

terceiros, transferências ou quaisquer outras é denominado Princípio da

(A) Não afetação das Receitas.

(B) Anualidade.

(C) Clareza.

(D) Exclusividade.

(E) Especificação.

51. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) O princípio orçamentário que determina que as

despesas e receitas devam aparecer de forma detalhada no orçamento,

para que se possa conhecer, pormenorizadamente, as origens e aplicações

dos recursos levantados junto à sociedade é o princípio:

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(A) do equilíbrio.

(B) da clareza.

(C) da discriminação.

(D) da não afetação.

(E) da unidade orçamentária.

52. (FCC/ANALISTA/TRT-02/2008) O princípio orçamentário da afetação de

receitas, previsto no art. 167 da Constituição Federal brasileira, é adotado

em nosso país sem qualquer tipo de ressalva.

53. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2010) O princípio orçamentário que define que

nenhuma parcela da receita de impostos poderá ser posta em reserva

para cobrir certos e específicos dispêndios, salvo as exceções previstas em

lei, é denominado Princípio da Reserva Legal.

54. (FCC/PROCURADOR/TCE-MA/2005) No caso do Município e sob o princípio

orçamentário da não afetação de receita, os impostos não devem se

vincular a órgão, fundo ou despesa, exceto quando sua aplicação financie

(A) exclusivamente a Educação e a Saúde.

(B) a Educação; a Saúde; as garantias às operações de crédito por

antecipação da receita (ARO) e o pagamento de débitos junto à União.

(C) a Educação e os programas de assistência à criança e ao adolescente.

(D) as garantias a empréstimos realizados pelo Governo Federal.

(E) os programas de renda mínima.

55. (FCC/ANALISTA/TRT-MT/2007) Considere as afirmações abaixo.

I. Todas as receitas e as despesas constarão na Lei Orçamentária pelos

seus totais, vedadas quaisquer deduções.

II. A Lei Orçamentária não conterá qualquer dispositivo estranho à

estimativa da receita e à fixação da despesa, exceto as ressalvas previstas

na Constituição.

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III. A Lei Orçamentária não consignará dotações globais destinadas a

atender indiferentemente despesas de pessoal, material, serviços de

terceiros, transferências ou quaisquer outras.

IV. A Lei Orçamentária não poderá vincular a receita de impostos a órgão,

fundo ou despesa, exceto as ressalvas previstas na Constituição.

V. A Lei Orçamentária compreenderá todas as receitas, inclusive das

operações de crédito e todas as despesas próprias dos órgãos do Governo.

O princípio orçamentário da exclusividade está descrito APENAS em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) IV.

(E) V.

56. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) As dotações globais atendem ao princípio

da especificidade da despesa pública.

57. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) Todas as receitas e despesas serão

discriminadas na lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer

deduções.

58. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) A contabilização pelo valor líquido atende

ao princípio da racionalidade.

59. (CESPE/ANALISTA/STJ/2008) O princípio do equilíbrio orçamentário é o

parâmetro para a elaboração da LOA, o qual prescreve que os valores

fixados para a realização das despesas deverão ser compatíveis com os

valores previstos para a arrecadação das receitas. Contudo, durante a

execução orçamentária, poderá haver frustração da arrecadação,

tornando-se necessário limitar as despesas para adequá-las aos recursos

arrecadados.

60. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) O art. 5º da Lei 4.320/64, ao determinar

que a Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a

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atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de

terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no

art. 20 e seu parágrafo único, incorpora às suas disposições o princípio

orçamentário da

(A) exclusividade.

(B) unidade.

(C) universalidade.

(D) anualidade.

(E) especificação.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E E E E E C E C E C

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

E E E E C E E B E C

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

C E C C E E E E C C

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

A C C C E E E E E A

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

E E E E D C E C C E

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

C E E B B E C E C E