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Page 1: Aula 06 - Estrutura Cristalina

Prof. Vinicius Karlinski de Barcellos

Tecnologia Mecânica I2011

ESTRUTURA CRISTALINA

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ASSUNTO

3. Materiais cristalinos

-Estrutura cristalina: conceitos fundamentais

célula unitária

- Sistemas cristalinos

- Polimorfismo e alotropia

- Direções e planos cristalográficos

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ARRANJAMENTO ATÔMICO

• As propriedades dos materiais dependem dos arranjos dos seus átomos. Esses arranjos podem ser classificados em:

• Estruturas moleculares: agrupamento dos átomos

• Estruturas cristalinas: arranjo repetitivo de átomos

• Estruturas amorfas: sem nenhuma regularidade

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ARRANJAMENTO ATÔMICO

• Os materiais sólidos podem ser classificados em cristalinos ou não-cristalinos de acordo com a regularidade na qual os átomos ou íons se dispõem em relação à seus vizinhos.

• Material cristalino é aquele no qual os átomos encontram-se ordenados sobre longas distâncias atômicas formando uma estrutura tridimensional que se chama de rede cristalina

• Todos os metais, muitas cerâmicas e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação

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CÉLULA UNITÁRIA(unidade básica repetitiva da estrutura tridimensional)

• Consiste num pequeno grupos de átomos que formam um modelo repetitivo ao longo da estrutura tridimensional

• A célula unitária é escolhida para representar a simetria da estrutura cristalina

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CÉLULA UNITÁRIA(unidade básica repetitiva da estrutura tridimensional)

Célula Unitária

Os átomos são representados como esferas rígidas

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ESTRUTURA CRISTALINA DOS METAIS

• Como a ligação metálica é não-direcional não há restrições quanto ao número e posições dos vizinhos mais próximos.

• Então, a estrutura cristalina dos metais têm geralmente um número grande de vizinhos e alto empacotamento atômico.

• Três são as estruturas cristalinas mais comuns em metais: Cúbica de corpo centrado, cúbica de face centrada e hexagonal compacta.

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SISTEMAS CRISTALINOS

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AS 14 REDES DE BRAVAIS

•Dos 7 sistemas cristalinos podemos identificar 14 tipos diferentes de células unitárias, conhecidas com redes de Bravais.

•Cada uma destas células unitárias tem certas características que ajudam a diferenciá-las das outras células unitárias.

•Estas características também auxiliam na definição das propriedades de um material particular.

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SISTEMA CÚBICO

Os átomos podem ser agrupados dentro do sistema cúbico em 3 diferentes tipos de repetição

– Cúbico simples

– Cúbico de corpo centrado

– Cúbico de face centrada

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SISTEMA CÚBICO SIMPLES

Apenas 1/8 de cada átomo cai dentro da célula unitária, ou seja, a célula unitária contém apenas 1 átomo.

Essa é a razão que os metais não cristalizam na estrutura cúbica simples (devido ao baixo empacotamento atômico)

Parâmetro de rede

a

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NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CCC

Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos

Para a estrutura cúbica simples o número de coordenação é 6.

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RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) E O PARÂMETRO DE REDE (a) PARA O SITEMA

CÚBICO SIMPLES

No sistema cúbico simples os átomos se

tocam na face

a= 2 R

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O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CÚBICA SIMPLES É O,52

Fator de empacotamento= Número de átomos x Volume dos átomos

Volume da célula unitária

FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CÚBICO SIMPLES (CS)

Vol. dos átomos=número de átomos x Vol. Esfera (4R3/3)

Vol. Da célula=Vol. Cubo = a3

Fator de empacotamento = 4R3/3

(2R) 3

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EST. CÚBICA DE CORPO CENTRADO (CCC)

O PARÂMETRO DE REDE E O RAIO ATÔMICO ESTÃO RELACIONADOS NESTE SISTEMA POR:

accc= 4R /(3)1/2

Na est. ccc cada átomo dos vertices do cubo é dividido com 8 células unitárias

Já o átomo do centro pertence somente a sua célula unitária.

Cada átomo de uma estrutura ccc é cercado por 8 átomos adjacentes

Há 2 átomos por célula unitária na estrutura ccc

O Fe, Cr, W cristalizam em ccc

Filme

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RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) E O PARÂMETRO DE REDE (a) PARA O SITEMA

CCC

No sistema CCC osátomos se tocam aolongo da diagonal do cubo: (3) 1/2.a=4R

accc= 4R/ (3)1/2

Calcular a Diagonal do Cubo

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NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CCC

Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos

Para a estrutura ccc o número de coordenação é 8.

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NÚMERO DE COORDENAÇÃO

Para a estrutura ccc o número de coordenação é 8

1/8 de átomo

1 átomo inteiro

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FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CCC

Fator de empacotamento= Número de átomos x Volume dos átomos

Volume da célula unitária

O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CC É O,68

(demonstre)

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EST. CÚBICA DE FACE CENTRADA

O PARÂMETRO DE REDE E O RAIO ATÔMICO ESTÃO RELACIONADOS PARA ESTE SISTEMA POR:

acfc = 4R/(2)1/2 =2R . (2)1/2

Na est. cfc cada átomo dos vertices do cubo é dividido com 8 célulasunitátias

Já os átomos das faces pertencemsomente a duas células unitárias

Há 4 átomos por célula unitária naestrutura cfc

É o sistema mais comumencontrado nos metais (Al, Fe, Cu, Pb, Ag, Ni,...)

Filme 25

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NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CFC

Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximo

Para a estrutura cfc o número de coordenação é 12.

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NÚMERO DE COORDENAÇÃO PARA CFC

Para a estrutura cfc o número de coordenação é 12.

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Demonstre que acfc = 2R (2)1/2

a2 + a2 = (4R)2

2 a2 = 16 R2

a2 = 16/2 R2

a2 = 8 R2

a= 2R (2)1/2

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FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CFC

Fator de empacotamento= Número de átomos X Volume dos átomos

Volume da célula unitária

O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CFC É O,74

DEMONSTRE

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DEMONSTRE QUE O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CFC É O,74

Fator de empacotamento= Número de átomos X Volume dos átomos

Volume da célula unitária

Vol. dos átomos=Vol. Esfera= 4R3/3

Vol. Da célula=Vol. Cubo = a3

Fator de empacotamento = 4 X 4R3/3

(2R (2)1/2)3

Fator de empacotamento = 16/3R3

16 R3(2)1/2

Fator de empacotamento = 0,74

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CÁLCULO DA DENSIDADE

O conhecimento da estrutura cristalina permite o cálculo da densidade ():

= nA

VcNA

n= número de átomos da célula unitária

A= peso atômico

Vc= Volume da célula unitária

NA= Número de Avogadro (6,02 x 1023 átomos/mol)

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EXEMPLO:

Cobre têm raio atômico de 0,128nm (1,28 Å), uma estrutura cfc, um peso atômico de 63,5 g/mol. Calcule a densidade do cobre.

Resposta: 8,89 g/cm3

Valor da densidade medida= 8,94 g/cm3

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TABELA RESUMO PARA O SISTEMA CÚBICO

Átomos Número de Parâmetro Fator de

por célula coordenação de rede empacotamento

CS 1 6 2R 0,52

CCC 2 8 4R/(3)1/2 0,68

CFC 4 12 4R/(2)1/2 0,74

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SISTEMA HEXAGONAL SIMPLES

Os metais não cristalizam no sistema hexagonal simples porque o fator de empacotamento é muito baixo

Entretanto, cristais com mais de um tipo de átomo cristalizam neste sistema

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EST. HEXAGONAL COMPACTA

O sistema Hexagonal Compacta é mais comum nos metais (ex: Mg, Zn)

Na HC cada átomo de uma dada camada está diretamente abaixo ouacima dos interstícios formadosentre as camadas adjacentes

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EST. HEXAGONAL COMPACTA

Cada átomo tangencia 3 átomos da camada de cima, 6 átomos no seu próprio plano e 3 na camada de baixo do seu plano

O número de coordenação para a estrutura HC é 12 e, portanto, o fator de empacotamento é o mesmo da cfc, ou seja, 0,74.

Relação entre R e a:a= 2R

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EST. HEXAGONAL COMPACTA

Há 2 parâmetros de rede representando os parâmetros

Basais (a) e de altura (c)

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POLIMORFISMO OU ALOTROPIA

Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo.

Geralmente as transformações polimorficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas.

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EXEMPLO DE MATERIAIS QUE EXIBEM POLIMORFISMO

Ferro

Titânio

Carbono (grafite e diamente)

SiC (chega ter 20 modificações cristalinas)

Etc.

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ALOTROPIA DO FERRO

Na temperatura ambiente, o Ferro têm estrutura ccc, número de coordenação 8, fator de empacotamento de 0,68 e um raioatômico de 1,241Å.

A 910°C, o Ferro passa paraestrutura cfc, número de coordenação 12, fator de empacotamento de 0,74 e um raioatômico de 1,292Å.

A 1394°C o ferro passa novamentepara ccc.

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ALOTROPIA DO TITÂNIO

FASE Existe até 883ºC

Apresenta estrutura hexagonal compacta

É mole

FASE Existe a partir de 883ºC

Apresenta estrutura ccc

É dura

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EXERCÍCIO

O ferro passa de ccc para cfc a 910 ºC. Nesta temperatura os raios atômicos são

respectivamente , 1,258Å e 1,292Å. Qual a percentagem de variação de volume percentual provocada pela mudança de estrutura?

Vccc= 2a3Vcfc= a3

accc= 4R/ (3)1/2 acfc = 2R (2)1/2

Vccc= 49,1 Å3 Vcfc= 48,7 Å3

V%= 48,7 - 49,1 /48,7 = - 0,8% de variação

Para o cálculo foi tomado como base 2 células unitárias ccc, por isso Vccc= 2a3

uma vez que na passagem do sistema ccc para cfc há uma contração de volume

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DIREÇÕES NOS CRISTAIS

a, b e c definem os eixos de um sistema de coordenadas em 3D. Qualquer linha (ou direção) do sistema de coordenadas pode ser especificada através de dois pontos: · um deles sempre é tomado como sendo a origem do sistema de coordenadas, geralmente (0,0,0) por convenção;

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DIREÇÕES NOS CRISTAIS

• O índice de Miller são usados paradescrever estas direções.

• Direcoes são representadasentre colchetes

[hkl]

• Família de direções: <uvw>• DIRECAO=ALVO-ORIGEM• Eliminar fracoes e reduzir ao mmc• Valor negativo é colocado sobre o numero

(x, y, z)

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DIREÇÕES NOS CRISTAIS

• São representadas entre colchetes= [hkl]

• Se a subtração der negativa, coloca-se uma barra sobre o número

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DIREÇÕES NOS CRISTAIS

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DIREÇÕES NOS CRISTAIS

Os números devem ser divididosou multiplicados por um

fator comum para dar números inteiros

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DIREÇÕES?

(o,o,o)

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Algumas direções dafamília de direções <100>

FAMILIA DE DIRECOES: conjunto de indices de Miller onde todos tem mesma simetria.

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DIREÇÕES PARA O SISTEMA CÚBICO

• A simetria desta estrutura permite que as direções equivalentes sejam agrupadas para formar uma família de direções:

• <100> para as faces

• <110> para as diagonais das faces

• <111> para a diagonal do cubo <110>

<100><111>

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DIREÇÕES PARA O SISTEMA CCC

• No sistema ccc os átomos se tocam ao longo da diagonal do cubo, que corresponde a família de direções <111>

• Então, a direção <111> é a de maior empacotamento atômico para o sistema ccc

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DIREÇÕES PARA O SISTEMA CFC

• No sistema cfc os átomos se tocam ao longo da diagonal da face, que corresponde a família de direções <110>

• Então, a direção <110> é a de maior empacotamento atômico para o sistema cfc

Filme 22

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PLANOS CRISTALINOSPor quê são importantes?

Para a deformação plástica

A deformação plástica (permanente) dos metais ocorre pelo deslizamento dos átomos, escorregando uns sobre os outros no cristal. Este deslizamento tende a acontecer preferencialmente ao longo de planos direções específicos do cristal.

Os metais se deformam ao longo da direção e planos de maiorempacotamento (ou densidade atomica):

CFC = [110]

CCC = [111]

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PLANOS CRISTALINOS• São representados de maneira similar às

direções

• São representados pelos índices de Miller = (hkl)

• Planos paralelos são equivalentes tendos os mesmos índices

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PLANOS CRISTALINOS

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PLANOS CRISTALINOS

Planos (010)

• São paralelos aos eixos x e z (paralelo à face)

• Cortam um eixo (neste exemplo: y em 1 e os eixos x e z em )

• 1/ , 1/1, 1/ = (010)

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PLANOS CRISTALINOS

Planos (110)

• São paralelos a um eixo (z)

• Cortam dois eixos

(x e y)

• 1/ 1, 1/1, 1/ = (110)

Page 53: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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PLANOS CRISTALINOS

Planos (111)

• Cortam os 3 eixos cristalográficos

• 1/ 1, 1/1, 1/ 1 = (111)

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FAMÍLIA DE PLANOS {110}É paralelo à um eixo

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FAMÍLIA DE PLANOS {111}Intercepta os 3 eixos

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PLANOS NO SISTEMA CÚBICO

• A simetria do sistema cúbico faz com que a família de planos tenham o mesmoarranjamento e densidade

• Deformação em metais envolve deslizamentode planos atômicos. O deslizamento ocorremais facilmente nos planos e direções de maior densidade atômica

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PLANOS DE MAIOR DENSIDADE ATÔMICA NO SISTEMA CCC

• A família de planos {110} no sistema ccc é o de maior densidade atômica

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PLANOS DE MAIOR DENSIDADE ATÔMICA NO SISTEMA CFC

• A família de planos {111} no sistema cfc é o de maior densidade atômica

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DENSIDADE ATÔMICA LINEAR E PLANAR

• Densidade linear= átomos/unidade de comprimento (igual ao fator de empacotamento em uma dimensão)

• Densidade planar= átomos no plano/unidadede área (igual ao fator de empacotamento emduas dimensões)

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CONCEITOS FUNDAMENTAIS

DA SOLIDIFICAÇÃO

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Estruturas Cristalinas fundamentais no materiais metálicos:

A menor estrutura na organização dos átomos, que irão compor a estrutura

cristalina é conhecida por célula unitária. Nos metais observam-se

fundamentalmente 3 células unitária: CCC; CFC e HC.

(A) - Cúbica de Corpo Centrado -

CCC

(B) - Cúbica de Face Centrada -

CFC

(C) - Hexagonal Compacta -

HC

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA SOLIDIFICAÇÃO

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Estruturas Cristalinas fundamentais no materiais metálicos:

CÚBICA DE CORPO CENTRADO

Metais: Cr, V, Nb, Ta, Mo, W, Fe (T > 1394oC e T < 912oC)

Célula Unitária da estrutura CCC

Empacotamento atômico da estrutura

CCC

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA SOLIDIFICAÇÃO

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Estruturas Cristalinas fundamentais no materiais metálicos:

CÚBICA DE FACE CENTRADA

Metais: Cu, Ag, Au, Ca, Sr, Al, Pb, Ni, Fe (1394oC < T < 1394oC)

Célula Unitária da estrutura CFC

Empacotamento atômico da estrutura CFC

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA SOLIDIFICAÇÃO

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Page 65: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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O fenômeno de solidificação pode ser dividido em dois fenômenos distintos que ocorrem

seqüencialmente:

Nucleação Modo pela qual a fase sólida surge na fase líquida na forma de

pequenos aglomerados cristalinos, chamados embriões. Em função do tamanho

inicial destes embriões, eles podem crescer originando um núcleo, ou refundir-se

novamente no banho do metal líquido.

Formação de clustersou embriões

Líquido - DesorganizaçãoCristalina

Redução daTemperatura

Crescimento Modo pelo qual os núcleos crescem sob a forma de grãos com

orientação cristalográfica definida.

Page 66: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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NUCLEAÇÃO NA SOLIDIFICAÇÃO

(TRANFORMAÇÃO LÍQUIDO/SÓLIDO)

➩ Formação de um aglomerado de átomos ORGANIZADOS CRISTALOGRAFICAMENTE, que se reúnem dentro do banho líquido, em quantidade de átomos suficiente para manter a estabilidade da estrutura em um temperatura logo abaixo de TL (Temperatura Liquidus);

➩ Um único átomo, dentro do banho líquido, deverá possuir isoladamente uma elevada energia interna, devido a sua agitação térmica;

➩ Este átomo ao se unir a outro de modo organizado (cristalino) deverá reduzir sua energia transferindo esta ao sistema na forma de liberação de calor latente;

➩ Conforme mais e mais átomos se reúnem na estrutura, maior deverá ser a liberação de energia e com isto o aglomerado de átomos deverá gradativamente reduzir sua ENERGIA INTERNA tornando-se gradativamente mais estável;

Page 67: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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Para garantir uma diminuição da variação da energia livre total do corpo, e

consequentemente sua estabilidade, deve-se buscar uma geometria que

associe um valor máximo de volume, para um valor mínimo de superfície, ou

seja:

MÍNIMAVOLUME

ÁREARazão

Na natureza, sabe-se

que a forma esférica é

a mais realista para

descrever a geometria de

um embrião, ou núcleo,

pois esta forma

geométrica associa a

menor superfície para o

maior volume:

GSGS

GVGV

4. 2.r4. 2.r

4 3.r34 3.r

3 Núcleo

Sólido

r

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA NUCLEAÇÃO

Page 68: Aula 06 - Estrutura Cristalina

O raio crítico para a nucleação ocorre

dentro da ordem de 10Å. Esse valor

corresponde a um raio médio da ordem

de 5 diâmetros atômicos.

Dentro dessa razão Datômico/Rcrítico um

núcleo sólido não pode apresentar o

formato esférico exato, como admitido

no tratamento da nucleação.

Representação esquemática da possível estrutura

de um núcleo crítico de um CFC

Page 69: Aula 06 - Estrutura Cristalina

➩ Uma vez que os núcleos se formaram eles

crescerão enquanto existir líquido que possa ser

consumido na transformação, até que toda a estrutura

esteja completamente sólida;

➩ Este fenômeno denomina-se CRESCIMENTO.

Page 70: Aula 06 - Estrutura Cristalina

Nucleação e crescimento de novas fases;

Após a formação de um núcleo estável, o crescimento

desse sofre uma instabilização e o crescimento continua

em direções específicas de um eixo cartesiano.

No crescimento novos braços surgem e o

sistema toma a forma de um sólido

avançando no interior do líquido

Page 71: Aula 06 - Estrutura Cristalina

Estruturas dendríticas

Estrutura dendrítica

DENDRON = ÁRVORE

Aspecto micrográfico de uma dendríta em

um lingote de aço

Formação Dendrítica de Aço

Page 72: Aula 06 - Estrutura Cristalina

Microestrutura da liga Cu-40%Ni

Microestrutura dendrítica de um aço 1020

Formação de dendrítas nos

materiais metálicos

VER ANIMAÇÃO CRESCIMENTO DENDRÍTICO

Page 73: Aula 06 - Estrutura Cristalina

Representação esquemática da microestrutura de solidificação[Tese Doutorado de Noé Cheung-UNICAMP]

Page 74: Aula 06 - Estrutura Cristalina

Representação esquemática da microestrutura de solidificação [Tese Doutorado de Daniel

Monteiro Rosa-UNICAMP 2007]

Page 75: Aula 06 - Estrutura Cristalina

1.) Zona coquilhada Consiste de uma camada periférica (região de contato direto com o molde) de granulometria bastante fina, de orientação randômica (equiaxial);

2.) Zona colunar Consiste de uma banda que cresce de modo alinhado (em geral na direção do fluxo de calor) com grãos grandes e alongados;

3.) Zona equiaxial central Consiste de uma zona de grãos equiaxiais, com dimensões superiores a zona coquilhada. As propriedades mecânicas da zona equiaxial central são isotrópicas quando comparadas com as propriedades da zona colunar.

ZONAS COQUILHADA, COLUNAR E EQUIAXIAL

ESTRUTURA DE SOLIDIFICAÇÃO

Page 76: Aula 06 - Estrutura Cristalina

1.) Zona coquilhada

ZONAS COQUILHADA, COLUNAR E EQUIAXIAL

➩ Quando o metal líquido é vazado em uma lingoteira (ou molde), a parte que

entra em contato com as paredes frias deste, é rapidamente super-resfriada

fazendo com que exista uma fina camada, próxima a superfície, na qual ocorre

uma intensa nucleação de grãos cristalinos de orientação aleatória.

➩ A nucleação ocorre de maneira chamada “copiosa” e devido ao fato de muitos

grãos, surgirem e crescerem de modo competitivo, esta formará uma cada de

grãos bastante pequenos.

➩ Esta camada de pequenos grãos finamente dispersos e localizada na superfície

do lingote é denominada ZONA COQUILHADA.

Page 77: Aula 06 - Estrutura Cristalina

2.) Zona colunar

ZONAS COQUILHADA, COLUNAR E EQUIAXIAL

➩ Após a nucleação e crescimento de grãos equiaxiais (zona coquilhada),

randomicamente orientados na parede do molde instantes após o

vazamento, ocorre um decaimento do gradiente térmico na parede do molde,

induzido pelo calor que flui do líquido superaquecido.

➩ A orientação do fluxo de calor ocasiona um gradiente térmico positivo a

partir da parede e em direção ao centro do metal líquido.

➩ Em função da unidirecionalidade do fluxo de calor, um gradiente térmico

positivo é induzido em sentido definido e deste modo certos braços

dendríticos da região coquilhada têm seu crescimento favorecido.

➩ Esta região de crescimento é conhecida por ZONA COLUNAR.

➩ A região onde o crescimento colunar se faz presente é facilmente

identificada através de seus grãos alongados revelados na análise

macrográfica da seção paralela ao fluxo de calor.

Page 78: Aula 06 - Estrutura Cristalina

1.) Zona Coquilhada

ZONAS COQUILHADA, COLUNAR E EQUIAXIAL

Representação esquemática do crescimento de grãos na região coquilhada e do

surgimento de grãos colunares a partir de grãos coquilhados com orientação favorável

Page 79: Aula 06 - Estrutura Cristalina

2.) Zona colunar

ZONAS COQUILHADA, COLUNAR E EQUIAXIAL

Page 80: Aula 06 - Estrutura Cristalina

Influência do Conteúdo de

Carbono no Comprimento

da Zona Colunar de Aços 0,09

0,17 0,53

Page 81: Aula 06 - Estrutura Cristalina

SOLUÇÃO SÓLIDA

Page 82: Aula 06 - Estrutura Cristalina

82

LIGAS METÁLICAS

• Algumas impurezas (chamadas elementos de liga) são adicionadas intencionalmente com a finalidade:

- aumentar a resistência mecânica

- aumentar a resistência à corrosão

- Aumentar a condutividade elétrica

- Etc.

Page 83: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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A ADIÇÃO DE ELEMENTOS DE LIGA PODE FORMAR

• Soluções sólidas % elemento < limite de solubilidade

• Segunda fase % elemento > limite de solubilidade

A solubilidade depende :

• Temperatura

• Tipo de elemento (ou impureza)

• Concentração do elemento (ou impureza)

Page 84: Aula 06 - Estrutura Cristalina

84

Termos usados

• Elemento de liga ou Impurezasoluto (< quantidade)

• Matriz ou solvente Hospedeiro (>quantidade)

Page 85: Aula 06 - Estrutura Cristalina

85

SOLUÇÕES SÓLIDAS

• A estrutura cristalina do material que atua como matriz é mantida

Page 86: Aula 06 - Estrutura Cristalina

86

SOLUÇÕES SÓLIDAS

• Nas soluções sólidas as impurezas ou elementos de liga podem ser do tipo:

- Intersticial

- Substitucional Ordenada

Desordenada

Page 87: Aula 06 - Estrutura Cristalina

87

SOLUÇÕES SÓLIDAS INTERSTICIAIS

Os átomos de impurezas ou os elementos de liga ocupam os espaços dos interstícios

Ocorre quando a impureza apresenta raio atômico bem menor que o hospedeiro

Como os materiais metálicos tem geralmente fator de empacotamento alto as posições intersticiais são relativamente pequenas

Geralmente, no máximo 10% de impurezas são incorporadas nos interstícios

INTERSTICIAL

Page 88: Aula 06 - Estrutura Cristalina

EXEMPLO DE SOLUÇÃO SÓLIDA INTERSTICIAL

Fe + C solubilidade máxima do C no Fe é 2,1% a 910 C (Fe CFC)

O C tem raio atômico bastante pequeno se comparado com o Fe

rC= 0,071 nm= 0,71 A

rFe= 0,124 nm= 1,24 A

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INTERSTICIAIS NA CCC E CFC

Nessas estruturas existem 2 tipos de intersticiais, um sítio menor e um maior

A impureza geralmente ocupa o sítio maior

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INTERSTICIAIS NA CFC

Existem 13 posições intersticiais (octaedros-formados por 6 átomos) e 8 posições intersticiais (tetraedros formados por 4 átomos)= 21

O Sítio maior é o octaédrico

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INTERSTICIAIS (octaedros)

NA CFC

Existem 13 posições intersticiais (octaedros)

1 Centro do octaedro de coordenadas (½, ½, ½)

12 localizado no centrodas arestas (½, 0,0)

Page 92: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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INTERSTICIAIS (tetraedros)

NA CFC

Existem 8 posições intersticiais (tetraedros)

1 Centro do tetraedro de coordenadas (1/4, 1/4, 1/4)

Page 93: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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Calcule o raio da impureza que se ajusta perfeitamente no sítio intersticial maior (octaédrico)

para a estrutura cfc

r= 0,41R

Page 94: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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INTERSTICIAIS NA CCC

Existem 18 posições intersticiais (octaedros) e 24 posições intersticiais (tetraedros)= 42

O Sítio maior é o tetraédrico

Page 95: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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INTERSTICIAIS (octaedro)NA CCC

Existem 18 posições

intersticiais (octaedro)

6 Centro das faces posições (½, ½, 0)

12 Centrode arestas (½, 0,0)

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INTERSTICIAIS (tetraedros)

NA CCC

Existem 24 posições intersticiais (tetraedros)

4 tetraedros Para cada uma das seis faces(1/2, 1/4, 0)

Page 97: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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Calcule o raio da impureza que se ajusta perfeitamente no sítio maior (tetraédrico) para a

estrutura ccc

r= 0,29R

Page 98: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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Carbono intersticial no Ferro

O carbono é mais solúvel no Ferro CCC ou CFC, considerando a temperatura próxima da transformação alotrópica?

ccc

cfc

Page 99: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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SOLUBILIDADE DO CARBONO NO FERRO

• Apesar da célula unitária CCC apresentar diversas posições intersticiais, a solubilidade de carbono no Fe é maior em células CFC, pois as mesmas concentram o espaço vazio da célula, nas posições intersticiais octaédricas.

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SOLUÇÕES SÓLIDASSUBSTITUCIONAIS

(TIPOS)

SUBSTITUCIONAL ORDENADA SUBSTITUCIONAL

DESORDENADA

Page 101: Aula 06 - Estrutura Cristalina

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As soluções sólidas substitucionais formam-se mais facilmente quando o elemento de liga (impureza) e matriz apresentam estrutura cristalina e dimensões eletrônicas semelhantes

SOLUÇÕES SÓLIDASSUBSTITUCIONAIS

Page 102: Aula 06 - Estrutura Cristalina

FATORES QUE DETERMINAM A FORMAÇÃO DE SOLUÇÕES SÓLIDAS SUBSTITUCIONAIS

• Raio atômico deve ter uma diferença de no máximo 15%, caso contrário pode promover distorções na rede e assim formação de nova fase

• Estrutura cristalina mesma