Transcript

ÂNGELA MARIA FERREIRA LIMA

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO BRASIL – INSERÇÃO E PERSPECTIVAS

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Profº Dr. Asher Kiperstok

Salvador 2007

L7324 Lima. Ângela Maria Ferreira Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil: inserção e

perspectivas / Ângela Maria Ferreira Lima. – Salvador, 2007.

116p. : il.

Orientador: Prof. Dr. Asher Kiperstok Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e

Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo) - Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2007

1.Ciclo de Vida (Avaliação) 2.Impacto Ambiental 3.Poluição (Prevenção) 4.Políticas Públicas. I.Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica. II.Kiperstok, Asher. III. Título.

CDD: 363.73

3

4

A meus pais, que mostraram que o crescimento pessoal tem como base a educação

e o conhecimento. E em especial ao meu pai, por sua capacidade de superação e

determinação.

Ao meu marido, pelo apoio em todos os momentos, companheirismo e presença

constante na minha vida.

Aos meus queridos filhos, pelo carinho e amor; e que, independentemente da

profissão que sigam futuramente, as questões relacionadas com o meio ambiente

estejam presentes em suas vidas.

Aos meus irmãos, que sempre me incentivaram e torceram por mim.

5

AGRADECIMENTOS

Ao Profº Asher Kiperstok, pela orientação deste trabalho e por ter me mostrado os

primeiros ensinamentos sobre ACV, pela sua força positiva, acreditando que “tudo”

sempre dará certo.

Ao Profº Armando Caldeira-Pires, pelas informações tão valiosas transmitidas, por

colocar à minha disposição o seu acervo pessoal e por ter aberto os caminhos

necessários para minha pesquisa em Brasília.

A toda equipe da Rede de Tecnologia Limpas - TECLIM (especialmente a Suzete,

Lígia, Linda, Jaqueline e Loriana), que mesmo de longe me deram todo o suporte

necessário.

Ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), representado

pela Celina Lamb e Sander Ferreira, que disponibilizaram as informações para este

trabalho.

A Ana Maria Siqueira pela cuidadosa revisão do texto.

A todos que gentilmente responderam aos meus e-mails, e aos que enviaram cópias

de suas teses, dissertações e artigos.

A FAPESB/CAPES, pela bolsa de estudo que me permitiu a dedicação a este

trabalho.

6

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo identificar ações para a inserção da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) como um instrumento para a sustentabilidade ambiental da sociedade brasileira e procura mostrar qual a participação e quais os estímulos para que essa inserção ocorra. A idéia central é subsidiar o uso da ACV em nosso país. A pesquisa consiste nas seguintes etapas: uma revisão bibliográfica, com o objetivo de fundamentar conceitos e estratégias da Avaliação do Ciclo de Vida; a identificação do estágio atual de conhecimento e de utilização dessa ferramenta no Brasil em três setores distintos, a academia, as empresas e as instituições governamentais; e a apresentação de proposições para a implementação de seu uso. O levantamento bibliográfico focou os seguintes aspectos: o estado da arte de ACV (panorama geral, conceitos, classificação); experiências consolidadas de ACV em países ou regiões desenvolvidos, iniciativas de países ou regiões em desenvolvimento e os diferentes atores envolvidos na ACV no Brasil. Para identificar o estágio atual de desenvolvimento da ACV em nosso país, este trabalho levantou informações em bancos de dados acadêmicos, no sistema de informação curricular da comunidade científica brasileira, em sites institucionais e em relatórios socioambientais/sustentabilidade feitos por empresas. Posteriormente, organizou as informações coletadas de acordo com diversas categorias como, por exemplo, nível de trabalho acadêmico, setores produtivos. Nas instituições governamentais, houve a preocupação em verificar as ações para construção de um banco de dados em ACV. Este estudo mostra um panorama dessa importante ferramenta no mundo e no Brasil. A análise realizada conclui que as parcerias entre os diversos setores, as ações conjuntas e os investimentos, entre outras possibilidades, são de fundamental importância para programas sobre ACV, bem como para a criação de um banco de dados brasileiro, e que nos países em desenvolvimento essas parcerias ainda estão se formando. No Brasil, são as universidades que se destacam em relação a essa temática, sendo que algumas já apresentaram uma definição em determinadas áreas de inserção da Avaliação do Ciclo de Vida. Este trabalho faz também 19 proposições para melhorar as interações entre os três setores aqui analisados, no intuito de favorecer a incorporação da ACV pelos mesmos, com uma expectativa de prazo para que isso ocorra. Todas as proposições estão acompanhadas de fatos motivadores para tal incorporação. Palavras-Chave: Avaliação do Ciclo de Vida, Análise do Ciclo de Vida, ACV, Políticas Públicas, Rotulagem Ambiental.

7

ABSTRACT

The objective of this study is to identify actions to include Life Cycle Assessment (LCA) as an instrument for environmental sustainability of Brazilian society, as well as attempting to identify the participation and incentives for this inclusion. The main idea is to support the use of ACV in Brazil. The study is divided into the following stages: a bibliographic survey with the objective of establishing concepts and strategies of Life Cycle Assessment; identification of the current level of knowledge and use of this tool in Brazil in three distinct sectors, i.e. universities, companies and government institutions; and proposals for implementation of its use. The following aspects were emphasized in the bibliographic assessment: the state-of-the-art of LCA (overview, concepts, classification); consolidated LCA experiences in developed countries or regions, initiatives in developing countries or regions and the different stakeholders involved with LCA in Brazil. In order to identify the current stage of LCA in Brazil, this study assessed information in academic databases, in the curricular information system of the Brazilian scientific community, institutional websites and socio-environmental/sustainability reports prepared by companies. Next, the data collected was classified according to categories such as level of academic work and productive sectors. In government agencies, care was taken to identify possibilities for construction of an LCA database. This study provides an overview of this important tool throughout the world and in Brazil. The assessment came to the conclusion that partnerships among the several sectors, joint actions and investments, among other possibilities, are of paramount importance for LCA programs, as well as for creation of a Brazilian database, and that in developing countries these partnerships are under construction. In Brazil, universities are leaders in this field, and some have already defined certain areas of Life Cycle Assessment insertion. This study also presents 19 proposals for improved interactions among the three sectors analyzed, with the purpose of contributing to LCA incorporation by these sectors, with timeframes for this to take place. All proposals come with justification for their incorporation. Key words: Life Cycle Assessment, Life Cycle Analysis, LCA, Public Policies, Environmental Labeling.

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Taxa de variação do consumo de alguns produtos entre 1950 e 2000 14

Figura 2 - Esquema de um ciclo biológico 18

Figura 3 - Esquema de um ciclo industrial 18

Figura 4 - Dimensões da sustentabilidade 25

Figura 5 - Representação do ciclo de vida de um produto 26

Figura 6 - Abordagem do Ciclo de Vida, consistindo de análise e prática direcionadas

por conceitos e baseadas em dados e informações. 31

Figura 7 - Apresentações da estrutura da ACV no decorrer dos anos. 33

Figura 8 - Conteúdo do banco de dados e os institutos responsáveis 40

Figura 9 - Organização do projeto de ACV japonês 44

Figura 10 - Associações industriais que participaram do Projeto de ACV desenvolvido

no Japão 45

Figura 11 - Principais atividades da ACV no mundo 54

Figura 12 - Número de artigos onde apareceu a expressão “Life Cycle Assessment”

no Science Direct. 55

Figura 13 - Número de artigos onde apareceu a palavra “Landfill” no Science Direct 56

Figura 14 - Evolução dos artigos “Landfill” e “LCA” no Science Direct 57

Figura 15 - Quantidade de dissertações produzidas por ano no Brasil na temática

ACV 68

Figura 16 - Quantidade de teses produzidas por ano no Brasil na temática ACV 68

Figura 17 - Produção de dissertações de ACV por segmento produtivo 70

Figura 18 - Produção de teses de ACV por segmento produtivo 70

Figura 19 - Principais atividades da ACV no Brasil 80

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Simplificações para a Avaliação do Ciclo de Vida...................................34

Quadro 2 - Banco de dados de ICV por status do projeto e organização que o

coordena.................................................................................................51

Quadro 3 - Principais países que possuem bancos de dados de ACV no mundo

..................................................................................................................................52

Quadro 4 - Organizações industriais que possuem banco de dados de ACV...........53

Quadro 5 - Exemplo de três grandes empresas que utilizam ACV na Europa..........59

Quadro 6 - Número de dissertações de mestrado em ACV produzidas por

universidades .........................................................................................62

Quadro 7 - Cursos de pós-graduação da USP em que se produziram dissertações

em ACV ..................................................................................................63

Quadro 8 - Número de teses de doutorado em ACV produzidas por universidade...66

Quadro 9 - Empresas pesquisadas em relatórios socioambientais/sustentabilidade

ou sites institucionais..............................................................................72

Quadro 10 - Origem das empresas que usam ACV no Brasil ...................................76

Quadro 11 - Proposições de inserção da ACV no Brasil ...........................................82

10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCV Associação Brasileira do Ciclo de Vida

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRE Associação Brasileira de Embalagem

ACLCA American Center for Life Cycle Assessment

ACV Avaliação do Ciclo de Vida

AICV Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida

AISI American Iron and Steel Institute

AIST National Institute of Advanced Industrial Science and Technology

ALCALA Associación Life Cycle Assessment LatinoAmérica

APC American Plastics Council

APEC Asian-Pacific Economic Cooperation

APLCANET LCA Researcher Network for APEC Member Economies

B2B Business to Business

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEBDS Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

Sustentável

CETEA Centro de Tecnologia de Embalagem

CILCA Conferência Internacional de Avaliação do Ciclo de Vida

CML Centrum voor Milieuwetenschappen Leiden (Instituto de

Ciências Ambientais da Universidade de Leiden)

CMLCA Chain Management by Life Cycle Assessment

CNI Confederação Nacional da Indústria

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CPM Center for Environmental Assessment of Product and Material

Systems

DfE Design for Environment

EAA European Aluminium Association

ECI European Copper Institute

ECO European Container Board Organization

EDIP Environmental Development of Industrial Products

ELCD European Reference Life Cycle Assessment Data System

EMPA Swiss Federal Laboratories for Materials Testing and Research

EPD Environmental Product Declaration System

11

ETA Estação de Tratamento de Água

EUA Estados Unidos da América

FEFCO European Federation of Corrugated Board Manufactures

FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

FURB Universidade Regional de Blumenau

GANA Grupo de Apoio à Normalização Ambiental

GCV Gestão do Ciclo de Vida

GEDnet Global Type III Environmental Product Declarations Network

GEMIS Global Emissions Model for Integrated Systems

GEO Groupement Ondulé, European Association of Makers of

Corrugated Base Papers

GP2 Grupo de Prevenção da Prevenção

IAM U.S. EPA´s Impact Assessment and Measurement

IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

ICV Inventário do Ciclo de Vida

IFEU Institute for Energy and Environmental Research

IFU Institute for Environmental Informatics

IISI International Iron and Steel Institute

IPP Integrated Product Policy

ISE/BOVESPA Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de

São Paulo

ISO International Organization for Standardization

ISSF International Stainless Steel Forum

JEMAI Japan Environmental Management Association for Industry

MCT Ministério da Ciência e Tecnologia

METI Ministry of Economy Trade and Industry

NEDO New Energy and Industrial Technology Development

Organization

NiD Nickel Development Institute

PET Polietileno Tereftalato

PUC Pontifícia Universidade Católica

PVC Policloreto de Vinila

REPA Resource and Environmental Profile Analysis

RoHS Restriction of Hazardous Substances

SETAC Society for Environmental Toxicology and Chemistry

12

SPOLD Society for the Promotion of LCA Development

TECLIM Rede de Tecnologias Limpas

UFBA Universidade Federal da Bahia

UFF Universidade Federal Fluminense

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFPA Universidade Federal do Pará

UFPR Universidade Federal do Paraná

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

UFSCAR Universidade Federal de São Carlos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFTPR Universidade Federal Tecnológica do Paraná

UFV Universidade Federal de Viçosa

UnB Universidade de Brasília

UNEP Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

UNESP Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UNIDERP Universidade para Desenvolvimento do Estado e da Região do

Pantanal

UNIFEI Universidade Federal de Itajubá

UNIMEP Universidade Metodista de Piracicaba

UNITAU Universidade de Taubaté

USP Universidade de São Paulo

WEEE Waste from Electrical and Electronic Equipment

13

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................14 1.1 Caracterização do problema .........................................................................14 1.2 Objetivos ........................................................................................................21

1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................21 1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................21

1.3 Metodologia....................................................................................................21 1.4 Estrutura da dissertação...............................................................................23 2 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA............................................................... 25 3 PANORAMA DA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO MUNDO...................35 3.1 Regiões / países desenvolvidos ...................................................................39

3.1.1 Suíça .........................................................................................................39 3.1.2 Região Nórdica .........................................................................................40 3.1.3 Holanda.....................................................................................................41 3.1.4 Alemanha ..................................................................................................42 3.1.5 Japão ........................................................................................................42 3.1.6 América do Norte ......................................................................................45

3.2 Regiões / países em desenvolvimento ........................................................47 3.2.1 China.........................................................................................................48 3.2.2 África do Sul..............................................................................................48 3.2.3 América Latina ..........................................................................................48

3.3 Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC ) ..........................................49 3.4 Consolidação dos bancos de dados no mundo..........................................50 3.5 ACV no meio acadêmico ...............................................................................55 3.6 ACV no meio empresarial .............................................................................58 4 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO BRASIL ............................................ 60 4.1 ACV no meio acadêmico brasileiro ..............................................................61

4.1.1 Dissertações de mestrado.........................................................................62 4.1.2 Teses de doutorado ..................................................................................66 4.1.3 Evolução dos estudos acadêmicos da ACV..............................................67 4.1.4 ACV no meio acadêmico por setor produtivo ............................................69

4.2 ACV no meio empresarial brasileiro ............................................................71 4.3 ACV no meio governamental brasileiro .......................................................77 5 PROPOSIÇÕES ................................................................................................81 6 CONCLUSÕES..................................................................................................89 REFERÊNCIAS ....................................................................................................91 ANEXO A – RELAÇÃO DAS NORMAS ISO/ABNT DE ACV ............................103

APÊNDICE A – RELAÇÃO DAS DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO ..............................................................................................104

APÊNDICE B - LISTAGEM DAS DISSERTAÇÕES E TESES DE ACV DE ACORDO COM O ANO DE PUBLICAÇÃO .......................................................110

14

1 INTRODUÇÃO 1.1 Caracterização do problema

A humanidade está consumindo os recursos naturais em um ritmo superior à

capacidade de reposição das matérias-primas retiradas, assim como descarta os

resíduos de forma indevida, comprometendo a autodepuração que a natureza

realiza há milhares de anos. Isso decorre dos modelos de produção e consumo que

têm prevalecido e que deterioram cada vez mais as fontes de recursos naturais,

consideradas inesgotáveis num passado recente. A Terra com sua população

superior a seis bilhões de habitantes tende a demandar mais ainda os já escassos

recursos como, por exemplo, a água para consumo humano.

Conforme pode ser visualizado na Figura 1, entre 1950 e 2000, a capacidade de

geração de energia elétrica cresceu 2.100%, aumento este necessário para atender

tanto à demanda do setor industrial quanto do doméstico; a produção de celulose,

1.425%, acarretando um aumento substancial de área fértil para o plantio de

eucalipto; o número de veículos rodando nas cidades cresceu acima de 1.000%,

demandando por sua vez mais combustível fóssil e gerando poluentes para a

atmosfera; o crescimento da produção de milho, de ferro e de carvão ficou na faixa

dos 400%. O aumento da população, no entanto, não chegou a 250% nesse mesmo

período (YAMAMOTO, 2006).

Percentual de crescimento do Consumo1950 a 2000

0%

500%

1000%

1500%

2000%

2500%

Eletricidade Gás Natural Celulose No deveículos

Óleo Milho Ferro Carvão População

Figura 1 - Taxa de variação do consumo de alguns produtos entre 1950 e 2000. Fonte: YAMAMOTO, 2006.

15

De acordo com Yamamoto (2006), as projeções feitas pelas Nações Unidas indicam

que no ano de 2050 haverá uma estabilização da população mundial em torno de 9

bilhões de habitantes; isso representa um aumento de 40% (2,6 bilhões de

pessoas). Essa desaceleração do crescimento demográfico não deve ser

interpretada como um fator atenuante para a alta demanda por recursos naturais,

uma vez que, intrinsecamente, a forma de consumo é muito mais significativa como

causadora de impactos ambientais do que o crescimento da população.

Antes do advento da revolução industrial iniciada no século XVIII, o homem vivia

regido pelas leis da natureza. Segundo Ayres (1994), na era pré-industrial a

antroposfera estava balanceada com a biosfera e com os outros elementos do

sistema da terra. Os seres humanos correspondiam a uma parte do ecossistema

natural e os animais serviam para o seu alimento, a sua roupa e para a manufatura

de materiais para o seu uso. Os resíduos eram reciclados por processos naturais de

decomposição. Os artigos metálicos, por exemplo, foram utilizados e reusados por

séculos ou milênios. Depois disso, o homem passou a impor seu ritmo de vida num

mundo cada vez mais competitivo, onde sob o argumento de atender a uma

demanda de mercado passou-se à exploração cada vez mais insustentável dos bens

naturais.

Foi somente na década de 70 que a sociedade e os governos começaram a se

preocupar com as questões ambientais1, procurando discutir ações voltadas para a

preservação da natureza. Tal preocupação culminou com a publicação do relatório

“Os Limites do Crescimento2”, em 1972, pelo Clube de Roma. Esse documento

denunciava que o crescente consumo mundial ocasionaria um limite de crescimento

e um possível colapso do ecossistema global. A partir daí, surgiu a preocupação

com os danos causados pela destinação de poluentes industriais e pela extração

das matérias-primas necessárias para atender à demanda da população,

principalmente a dos países do hemisfério norte. São desenvolvidos, então,

processos de redução desses poluentes, quer estivessem na forma sólida, líquida ou

gasosa, o que vai dar origem às estações de tratamento de esgotos, aos

incineradores, às unidades de compostagem, aos aterros sanitários e industriais, 1 Em junho de 1972, ocorreu a primeira reunião promovida pela Organização das Nações Unidas sob o tema

Meio Ambiente Humano (Convenção de Estocolmo) com a participação de líderes políticos e pesquisadores, para discutir os rumos que evitassem o esgotamento dos recursos naturais da humanidade.

2 Do inglês Limits to Growth, obra de Donela H. Meadows, Dennis L. Meadows e Jorgen Randers, (http://www.clubofrome.org/docs/limits.rtf).

16

entre outros. Essas formas de reduzir a poluição ficaram conhecidas como técnicas

“fim de tubo”, uma vez que a única preocupação era garantir a redução dos impactos

ocasionados pelo lançamento de carga poluidora no meio ambiente.

A legislação americana, através do Clean Air Act (versão de 1970) passa a

estabelecer padrões de lançamento máximo para os principais poluentes

atmosféricos permitindo inclusive ao cidadão tomar ações legais contra qualquer

poluidor que viole os padrões ambientais (EPA, 1990). Esse ato influenciou as

demais nações industrializadas, popularizando assim os instrumentos de “comando

e controle”.

No setor produtivo, em sua área de planejamento de negócios, a questão ambiental

passa a ser considerada uma consumidora de recursos, um fator de aumento no

custo da produção, uma vez que as externalidades provocadas pelos poluentes não

eram internalizadas pelos próprios poluidores, ficando a sociedade a arcar com os

seus custos (OLIVEIRA, 2003).

Segundo Gassi (2006 apud GIANNETTI, 2006), a década seguinte (80) caracterizou-

se pela internalização dos conceitos de impacto ambiental. A partir daí, passou-se a

entender o meio ambiente como parte integrante de um processo mais amplo,

envolvendo o setor produtivo, o ambiente e a sociedade. Os grandes acidentes

ambientais3 e as conseqüências do uso indiscriminado de substâncias químicas

alertam para as conseqüências desastrosas na condução dos processos de

produção e consumo da sociedade contemporânea.

No início dos anos 1990, observou-se a quebra de um paradigma ao se mudar o

foco da ação, que passou de corretiva para preventiva. Desse modo, prioriza-se a

eliminação/minimização dos poluentes na fonte da sua geração, através de

mudanças de tecnologias, rotas de produção com matérias-primas e insumos menos

poluidores, melhorias nos procedimentos operacionais, o que resulta numa maior

eficiência ambiental e minimização nos custos de produção (GIANNETTI, 2006). A

partir dessa mudança de pensamento, surgem novas formas de interação entre o

meio ambiente, o setor produtivo e a sociedade. Apesar de esse tipo de discussão

3 Exxon Valdez (Alasca); Bhopal (Índia); Chernobyl (Ex-URSS); Love Canal (NY-USA); Destruição da camada

de ozônio.

17

de “sistemas4” ter se iniciado nas décadas anteriores (FORRESTER, 1968 e 1971;

MEADOWS, 1972; ODUM, E. 1971; ODUM, H. 1971 apud GIANNETTI, 2006), a

descrição de um processo como um fluxo de material e energia só foi disseminada

mais tarde por Ayres (1989 apud AYRES, 1994) e recebeu o nome de “Metabolismo

Industrial”5.

O termo metabolismo aplicado a uma planta ou animal é usado para denominar a

totalidade dos processos internos – físicos, químicos e biológicos – que fornecem a

energia e os nutrientes necessários para um organismo manter as condições de sua

própria vida. Esses processos podem ser descritos em termos das transformações

das entradas (luz solar, energia química, nutrientes, água e ar) na biomassa até a

saída dos resíduos. O metabolismo industrial, por analogia, é o conjunto das

transformações bio-físico-químicas que convertem matérias-primas (biomassa,

combustíveis, minerais, metais) em produtos e resíduos. Assim, esse processo

compreende todas as transformações de energia/materiais que permitem ao sistema

econômico produzir e consumir (AYRES, 1994). Outra analogia, também descrita por

Ayres (1994), entre o metabolismo biológico e o metabolismo industrial refere-se ao

ciclo de vida de componentes individuais, como o ciclo hidrológico, o ciclo de

carbono e o ciclo de nitrogênio. Constata-se que, o sistema metabólico industrial

difere do metabolismo natural pelo fato de o primeiro não reciclar totalmente os seus

resíduos. Normalmente, o sistema industrial consome materiais de alta qualidade

(combustíveis fósseis, minérios) extraídos do solo e os devolve à natureza em uma

forma degradada. Ayres (1994) mostra também a conveniência de se definir o

modelo de quatro caixas para descrever os fluxos de materiais. A versão biológica é

mostrada na Figura 2 e sua analogia industrial na Figura 3.

4 Meadows utilizou a análise de sistemas para simular a degradação ambiental do planeta. Já Odum resgata a

idéia de que os sistemas humanos e também os sistemas industriais estão inseridos no ambiente (GIANNETTI, 2006).

5 Este termo foi criado durante a fase preparatória de uma conferência em Tókio, em setembro de 1988. Esta conferência serviu para explorar maneiras de ampliar as ações do International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP) por considerar explicitamente as dimensões humanas na mudança global. Os artigos selecionados desta conferência foram publicados no International Social Science Journal (ISSJ) em 1989 (AYRES, 1994).

18

Figura 2 - Esquema de um ciclo biológico

Fonte: AYRES, 1994.

Figura 3 - Esquema de um ciclo industrial Fonte: AYRES, 1994.

Produtos

Finais

Capital Produtivo (máquinas, estruturas, inventário, terra)

Distribuição de bens finais

Reciclagem dos resíduos

Remanufatura, recondicionamento

Acúmulo de bens de capital

Material em decomposição

Regeneração

Ambiente Natural

Matérias-primas, Mercadorias

(commodities)

Inorgânico

Nutrientes

Bioprodutos

Biomassa

Mobilização

Captura

Cap

tura

Mob

iliza

ção

Reg

ener

ação

Ass

imila

ção

(f

otos

sínt

ese)

Extração

Resíduos

Res

íduo

s

Subp

rodu

tos /

Res

íduo

s

Proc

esso

s de

prod

ução

19

Observa-se que na natureza os ciclos relativos aos principais elementos (carbono,

oxigênio, nitrogênio, enxofre) são fechados. São os processos biológicos os

principais responsáveis pelo fechamento desses ciclos. Em contraste, o sistema

industrial é aberto no sentido de que os "nutrientes" são transformados em

"resíduos”, mas não são necessariamente reciclados.

Algumas empresas agora adotam o conceito de ciclo de vida considerando que os

impactos dos produtos não se restringem apenas aos processos de fabricação, mas

também aos impactos ambientais associados ao seu uso e descarte. Melhorias na

concepção do produto podem trazer tanto benefícios econômicos ao longo do seu

ciclo de vida (menor geração de resíduo, substituição de produtos perigosos),

quanto organizacionais (vantagem competitiva) (SONNEMANN, 2005). O

desempenho ambiental dos produtos e dos processos transformou-se numa questão

importante, fazendo com que algumas empresas adotem maneiras de minimizar

seus efeitos no ambiente, na busca da sustentabilidade (REBITZER, 2004).

Segundo Andrade (1997), as empresas que forem pró-ativas, no sentido de fazerem

mais do que a legislação determina, terão a possibilidade de liderar um processo de

transformação no mercado, além de converter sua experiência em oportunidade de

negócio. Nesse contexto, destaca-se a importância do objeto que este trabalho se

propõe a estudar: a ACV. A Avaliação do Ciclo de Vida6 (ACV) é um instrumento de

avaliação do impacto ambiental associado a um produto ou processo que

compreende etapas que vão desde a retirada das matérias-primas elementares da

natureza que entram no sistema produtivo (berço) à disposição do produto final após

uso (túmulo). A ACV é normatizada pela série ISO 14.040 (CHEHEBE, 1998).

Existe uma expectativa mundial em relação à Rotulagem Ambiental7 tipo III, norma

ISO 14.025, publicada em julho de 2006, que contém uma série de informações

ambientais baseados em ACV, de que ela seja utilizada nas relações comerciais

(B2B – business to business) (TOSTA, 2004). Embora a Rotulagem Ambiental não

seja obrigatória nas relações comerciais no mundo, ela já ocasiona um diferencial

competitivo dos produtos num mercado cada vez mais exigente em relação às

questões ambientais. É o que acontece, por exemplo, na Política Integrada de 6 Do inglês Life Cycle Assessment. É também conhecida no Brasil por Análise do Ciclo de Vida. 7 Os rótulos ambientais são selos que visam informar ao consumidor algumas características sobre o produto.

Também são conhecidos como “selo verde”, “selo ambiental” ou “rótulo ecológico”.

20

Produtos (IPP), que é desenvolvida na Europa e tem por base o conceito de Ciclo de

Vida (CALDEIRA-PIRES, 2005). Atualmente já existem várias demandas de

mercado baseadas na ACV, principalmente nos países da Europa, referentes às

exigências comerciais do Rótulo Ambiental tipo III.

A ACV é praticada de forma isolada há mais de 30 anos em países desenvolvidos.

Os primeiros estudos relacionados ao tema foram realizados no final da década de

60 e início dos anos 1970 (HUNKELER, 2005) e foram aplicados pela indústria, pelo

governo e pela academia.

Nos países em desenvolvimento, e em especial no Brasil, estudos sobre a ACV vêm

sendo desenvolvidos pela academia, através de trabalhos de mestrado e doutorado,

e por algumas empresas. Destacam-se também: o projeto em andamento da Rede

Latino-Americana de Ciclo de Vida, coordenado pela Universidade de Brasília (UnB);

a Associação Brasileira de Análise do Ciclo de Vida (ABCV), sociedade sem fins

lucrativos que foi fundada em 2002 com uma proposta de discussão dos primeiros

trabalhos de Avaliação do Ciclo de Vida; a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), que possui um subcomitê específico para discussão das normas

sobre ACV. Na esfera governamental existe um outro projeto, do Ministério da

Ciência e Tecnologia (MCT), sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de

Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), no sentido de viabilizar o Inventário do

Ciclo de Vida no Brasil, uma das etapas da ACV que contempla todas as entradas e

saídas de sistemas produtivos.

Nos países desenvolvidos, como Suíça, Alemanha, Japão e EUA, existem bancos

de dados de Inventários de Ciclo de Vida, aplicáveis às condições destes países ou

regiões. Nos países em desenvolvimento, essas informações ainda não estão

sistematizadas.

Este tema faz parte de uma das linhas de pesquisa da Rede de Tecnologias Limpas

(TECLIM), da Universidade Federal da Bahia, onde esta mestranda integra o grupo

de pesquisa na área de Avaliação do Ciclo de Vida, temática em que já vinha

estudando anteriormente – tendo inclusive apresentado um trabalho de Monografia

da Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo

Produtivo, denominado “Estudo da Cadeia Produtiva do Polietileno Tereftalato (PET)

21

na Região Metropolitana de Salvador, como subsídio para Análise do Ciclo de Vida”

(LIMA, 2001).

1.2 Objetivos Este trabalho propõe-se a responder à seguinte pergunta:

Qual a participação e quais os estímulos para a incorporação da Avaliação do Ciclo de Vida como instrumento para a sustentabilidade ambiental no Brasil? 1.2.1 Objetivo geral Na tentativa de responder a essa pergunta, o objetivo geral desta pesquisa é

identificar as ações para a inserção da Avaliação do Ciclo de Vida como instrumento

para a sustentabilidade ambiental brasileira.

1.2.2 Objetivos específicos Guiado por esse objetivo maior, este trabalho pretende alcançar os seguintes

objetivos específicos:

a) Analisar experiências internacionais em que a prática de Avaliação do Ciclo de

Vida esteja consolidada para subsidiar a sua aplicação no Brasil;

b) Pesquisar iniciativas da Avaliação do Ciclo de Vida em países em

desenvolvimento e de que maneira elas podem ser aplicadas à nossa

realidade;

c) Avaliar o estágio atual da Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil;

d) Identificar formas de inserção da Avaliação do Ciclo de Vida, considerando as

características do país e os atores envolvidos no processo.

1.3 Metodologia

A metodologia utilizada incorporou as seguintes etapas:

a) Revisão bibliográfica, com o objetivo de fundamentar conceitos e estratégias da

Avaliação do Ciclo de Vida. Foi realizada a partir de buscas em periódicos

22

específicos, tais como: International Journal of Life Cycle Assessment, Journal of

Industrial Ecology e Journal of Cleaner Production, em livros técnicos, artigos

publicados em anais de congressos e em sites institucionais como os da

Sociedade Internacional de Química e Toxicologia Ambiental (Setac), Programa

das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), Instituto Brasileiro de

Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e o portal da Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), onde se encontram

teses e dissertações defendidas junto aos programas de pós-graduação do país,

entre outros sites.

Os aspectos considerados para o levantamento dos dados nesta etapa

metodológica foram:

o O estado da arte da ACV (panorama geral, conceitos, classificação);

o Experiências consolidadas da ACV em países ou regiões desenvolvidos, tais

como: Suíça, Holanda, Região Nórdica, Alemanha, Japão e América do

Norte;

o Iniciativas de países ou regiões em desenvolvimento;

o Os diferentes atores envolvidos na ACV no Brasil, governo, academia e

empresas.

b) Identificação do estágio atual de implementação da ACV nos diversos ambientes,

tais como:

o Na academia, nos trabalhos científicos de doutorado e mestrado,

identificando onde estavam concentrados os grupos de pesquisa, as áreas

abordadas, a quantidade de produção cadastrada etc. Foi realizada uma

pesquisa no site do IBICT, onde existe uma relação com o resumo de teses e

dissertações. Em seguida, foi feita uma busca no portal da Capes, que dispõe

de ferramentas de busca e consulta de resumos sobre teses e dissertações.

Também foi realizada uma pesquisa no sistema de informação curricular da

comunidade científica brasileira, Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e os currículos dos

principais pesquisadores que trabalham com a temática ACV foram

analisados. Assim sendo, obteve-se um levantamento de dissertações e teses

brasileiras cujos resumos contêm a temática ACV.

o Nas empresas, nos trabalhos de ACV desenvolvidos e de que maneira os

resultados destes estudos foram incorporados. Foram pesquisados sites

23

institucionais, relatórios de sustentabilidade/socioambientais e algumas

empresas que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de

Valores de São Paulo (ISE/Bovespa). Foram selecionadas e analisadas 33

empresas;

o Nas instituições governamentais. Nestas, foram analisadas as iniciativas para

construção do banco de dados brasileiro de ACV.

c) Proposições de formas de interação entre os atores (academia, empresa e

governo) envolvidos com o processo de ACV no Brasil, considerando as

características do país. A essas proposições foram associados fatos motivadores

para a sua inserção. Também foi projetada uma perspectiva temporal (curto,

médio e longo prazos) para que as proposições apresentadas sejam

implementadas.

1.4 Estrutura da dissertação

Esta dissertação está estruturada em seis capítulos, incluindo este introdutório, que

caracterizou o problema, descreveu os objetivos e a metodologia utilizada para

atingi-los.

O capítulo 2 aborda a sustentabilidade nas dimensões ambiental, social e

econômica e apresenta a ACV como uma ferramenta que pode ajudar a identificar

os impactos de bens e serviços no meio ambiente. Define-se a ACV, faz-se um

breve histórico sobre a mesma, desde os primeiros estudos realizados pela Coca-

Cola em 1969 até o Programa de Iniciativa do Ciclo de Vida, da Unep/Setac, que

dissemina o Pensar o Ciclo de Vida. Contextualiza-se a ACV dentro de uma visão

mais abrangente: a Abordagem do Ciclo de Vida. Logo após, mostra-se a evolução

da estrutura da ACV no decorrer dos anos. As simplificações da ACV também são

abordadas.

No capítulo 3, descreve-se um panorama da ACV no mundo, a importância das

políticas públicas, como a Política Integrada de Produto (IPP), além de outras

diretivas e ações na Europa e a Rotulagem Ambiental Tipo III (ISO 14.025). Detalha-

se a ACV em regiões e países desenvolvidos (Suíça, Região Nórdica, Holanda,

Alemanha, Japão e América do Norte) e em regiões e países em desenvolvimento

24

(China, África do Sul e América Latina). Faz-se também uma consolidação dos

principais bancos de dados, observando suas características. Em seguida, aborda-

se a ACV nos meios acadêmicos e empresariais no mundo.

No capítulo 4, aborda-se a ACV no Brasil. Descreve-se a ACV na academia, nas

empresas e no governo. No meio acadêmico, faz-se um levantamento geral dos

trabalhos de mestrado e doutorado, em bancos de dados acadêmicos, onde, até o

momento, 47 dissertações de mestrado e 17 teses de doutorado foram identificadas

como sendo relativas ao tema. Em seguida, esses trabalhos foram arranjados de

acordo com seu ano de publicação. Por fim, foram analisados por segmento

produtivo e de acordo com as universidades onde foram produzidos. No meio

empresarial, analisaram-se 33 empresas para verificar onde ACV é utilizada. E no

âmbito governamental, a ACV é abordada no projeto de Inventário de Ciclo de Vida

do Brasil – executado pelo IBICT/MCT em parceria com algumas universidades.

No capítulo 5, apresentam-se as proposições de inserção da ACV no Brasil,

considerando-se as características do país e os atores envolvidos no processo

(academia, empresa e governo). Essas proposições são apresentadas associadas a

fatos que justificam a sua inserção e a uma expectativa de prazo para que tal ocorra.

O capítulo 6 apresenta as conclusões deste trabalho. Em relação ao panorama

mundial, conclui-se que a Europa se destaca no desenvolvimento da ACV,

possuindo um banco de dados comum para a região e políticas públicas e ações

integradas. No Brasil, o setor acadêmico é o que está mais evoluído, comparado às

empresas e ao governo.

No Anexo A, encontra-se a relação das normas ISO/ABNT sobre ACV. Nos

Apêndices A e B, têm-se, respectivamente, a relação das dissertações de mestrado

e teses de doutorado e a listagem das dissertações e teses de ACV de acordo com

o ano de publicação.

25

2 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA

Atualmente, existe uma conscientização ambiental maior por parte das empresas e

da sociedade. As empresas começaram a avaliar como suas atividades afetam o

meio ambiente e a sociedade tem se mostrado mais interessada em questões

ambientais, tais como: a diminuição dos recursos naturais e a degradação

ambiental. No mundo dos negócios, muitos responderam a essa consciência,

fornecendo produtos e/ou processos "mais verdes". O desempenho ambiental dos

produtos e dos processos transformou-se numa questão importante, fazendo com

que algumas empresas encontrassem maneiras de minimizar os efeitos dos

impactos de sua produção no ambiente, ao buscar meios de garantir a

sustentabilidade (EPA, 2001).

A sustentabilidade é usualmente descrita em três dimensões: a ambiental, a social e

a econômica. Nos negócios, essa tridimensionalidade tem sido denominada the

triple bottom line. A idéia é expandir os aspectos econômicos para incluir as

dimensões sociais e ambientais, criando negócios mais sustentáveis (ELKINGTON

apud SONNEMANN, 2005). A Figura 4 mostra como estas três dimensões estão

interligadas.

Figura 4 - Dimensões da sustentabilidade

Fonte: ELKINGTON apud SONNEMANN, 2005.

A dimensão ambiental requer o equilíbrio entre proteção do ambiente físico e seus

recursos, bem como a capacidade da natureza para absorver as alterações sofridas

e se recuperar das agressões antrópicas. A dimensão social requer o

desenvolvimento de sociedades justas, com melhoria da qualidade de vida. Já a

dimensão econômica requer um sistema econômico que facilite o acesso a recursos

e oportunidades e o aumento da prosperidade para todos, dentro dos limites do que

sustentabilidade

SOCIAL pessoas

AMBIENTAL planeta

ECONÔMICO bens

bem-estar

equidade eco-eficiência

26

é ecologicamente possível e sem ferir os diretos humanos básicos (CIB/UNEP-IETC

apud SILVA 2003; GUIMARÃES, 1997).

Segundo Rebitzer (2004), para se atingir o Desenvolvimento Sustentável necessita-

se de métodos e ferramentas que ajudem a quantificar e comparar os impactos

ambientais dos bens (produtos) e serviços para a sociedade. Todo produto tem uma

“vida” que começa com o seu planejamento e a extração dos recursos naturais que

vão possibilitar a sua existência. A sua produção e o seu uso/consumo são as fases

seguintes, e, finalmente, o produto passa pelas atividades do fim de sua “vida”

(coleta/separação, reúso, reciclagem, disposição dos resíduos). A Figura 5

apresenta um esquema simplificado do conceito de ciclo de vida dos produtos.

Figura 5 - Representação do ciclo de vida de um produto

Fonte: SONNEMANN, 2005.

Alguns estudiosos entendem que a concepção de um produto, o seu projeto, seja

uma etapa no contexto da ACV denominada “Projeto para o Meio Ambiente8”. A

partir de uma abordagem holística, no entanto, o “Projeto para o Meio Ambiente” é

considerado um projeto que leva em conta todo o ciclo de vida. Nesse caso,

normalmente ele é denominado Ecodesign (BRADLEY, 2002).

8 Do inglês Design for Environment (DfE).

Reuso

Design e produção

Embalagem e distribuição

Uso e manutenção

Reuso/ reciclagem Reciclagem de materiais e

componentes

Recuperação

Extração da matéria-prima

27

Segundo Ribeiro (2004), a preocupação com a chamada “sustentabilidade” tem feito

surgir a abordagem de enfoque sobre o produto. Esse enfoque incide principalmente

sobre a função que este produto “se propõe” a cumprir. Sua concepção depende do

chamado ciclo de vida do produto.

Vários autores (CHEHEBE, 1998; GRAEDEL,1998; JENSEN,1997) descrevem a

ACV como sendo um instrumento de avaliação do impacto ambiental associado a

um produto ou processo cuja abrangência compreende etapas que vão desde a

retirada das matérias-primas elementares da natureza que entram no sistema

produtivo (berço) à disposição do produto final após uso (túmulo). Essa concepção

de ACV inclui extração, processamento da matéria-prima, manufatura, transporte,

distribuição, uso, reúso, manutenção, reciclagem e disposição final. Isso possibilita

uma visão abrangente dos diversos impactos provocados ao meio ambiente,

favorecendo a identificação das medidas mais adequadas do ponto de vista

ambiental e econômico para sua minimização. A partir dessa perspectiva, a ACV

constitui-se numa técnica de apoio ao gerenciamento ambiental e de

desenvolvimento sustentável.

Nos últimos anos, o interesse em ACV tem aumentado. Indústrias, especialistas

ambientais, governo, associações de consumidores, organizações ambientais e o

público em geral têm mostrado interesse em conhecer a qualidade ambiental dos

processos de produção e dos produtos. A ACV está se tornando um instrumento

comum nos países da Europa, nos Estados Unidos e Japão.

Os primeiros estudos de ACV no mundo foram realizados pela Coca-Cola em 1969,

pelo Midwest Research Institut (MRI) nos EUA, com o objetivo de analisar diferentes

tipos de embalagens para refrigerantes e qual apresentava índices menores de

emissões. Nos EUA, esse processo de quantificação do uso de recursos e de

emissões ficou conhecido como Resource and Environmental Profile Analysis –

REPA (CHEHEBE,1998). Na Europa, esse processo foi chamado de Ecobalanço

Com a crise do petróleo, aproximadamente 15 REPAs foram realizados entre 1970 e

1975 (CURRAN, 1993). Logo, a crise do petróleo e o debate sobre o uso dos

recursos naturais foram temas que influenciaram os primeiros estudos da ACV.

28

O pioneiro em desenvolver a ACV no Reino Unido foi Ian Boustead, da Open

University, em 1972. Os primeiros trabalhos de ACV na Alemanha, também em

1972, foram sobre as embalagens. O problema dos resíduos das embalagens levou

o Ministério Alemão da Educação e Ciência a contratar o Batelle-Institut

(BAUMANN&TILLMAN, 2004). Tanto o trabalho do Reino Unido quanto o da

Alemanha foram inspirados no projeto americano. Já na Suécia a inspiração foi

local. Foi encomendado, pela Tetra Pak, um estudo comparativo de embalagens,

do “berço ao túmulo”, de 1970 a 1973 (BAUMANN&TILLMAN, 2004).

O Instituto Suíço para Pesquisa e Teste de Materiais9 (EMPA), por solicitação do

Ministério do Meio Ambiente (Buwal), publicou, em 1984, um boletim de ecobalanço

para materiais de embalagem baseado nos estudos REPA (MOURAD, 2002).

Durante as décadas de 70 e 80, vários estudos foram desenvolvidos com a

utilização de diferentes métodos e sem uma estrutura teórica comum (UDO de

HAES, 2002).

A Sociedade Internacional para a Química e Toxicologia Ambiental10 (Setac) foi uma

das fomentadoras da metodologia de ACV, promovendo diversos workshops na

década de 90 com representantes da comunidade internacional com o objetivo de

desenvolver um consenso sobre a metodologia de ACV. Depois desses

workshops11, foi então publicado, em 1993, o primeiro guia sobre aspectos

metodológicos de ACV denominado “Código de Prática” (SETAC, 1993). Depois

dessa publicação, houve um consenso para a continuidade desses trabalhos. O

passo seguinte foi a padronização da metodologia da ACV, dentro da Organização

Internacional de Padronização (ISO) que culminou com a publicação da série de

normas 14.040.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente12 (Unep) é outra organização

internacional que dissemina a ACV, principalmente em países em desenvolvimento.

A Unep e a Setac uniram esforços para fomentar o “Pensar o Ciclo de Vida13”

9 Do inglês Swiss Federal Laboratories for Materials Testing and Research – EMPA. 10 Do inglês Society for Environmental Toxicology and Chemistry, foi fundada em 1979. 11 Os workshops foram: LCA, Vermont/EUA, em Ago./1990; LCA, Leiden/Holanda em Dez/1991; LCA -

Avaliação de Impacto, Flórida/EUA em Fev./1992 e LCA – Qualidade dos dados, Virginia/EUA, em 1992. 12 Do inglês United Nations Environment Programme. 13Do inglês Life Cycle Thinking.

29

através do programa denominado “Iniciativa do Ciclo de Vida14”. Este programa tem

como meta desenvolver e difundir ferramentas práticas para identificar as

oportunidades, as compensações e os riscos associados aos produtos e serviços

durante todas as etapas do ciclo de vida. As principais áreas do programa são:

Gestão do Ciclo de Vida (GCV), Inventário do Ciclo de Vida (ICV) e Avaliação do

Impacto do Ciclo de Vida (AICV) (UDO de HAES, 2005; UNEP, 2004; FAVA, 2002).

A ACV também pode ser contextualizada dentro de um enfoque mais amplo

denominado “Abordagem do Ciclo de Vida15”. Inserir a ACV em um enfoque mais

amplo implica considerar a influência de nossas escolhas em cada etapa de um

processo e assim ponderar suas vantagens e desvantagens, contribuindo para a

economia, o meio ambiente e a sociedade. Essa abordagem abrangente ajuda a se

perceber de que maneira nossas ações (Ex. comprar uma camiseta nova) fazem

partes de um sistema (UNEP, 2004). Dentro dessa abordagem, utilizam-se como

meios para ajudar na tomada de decisões: ferramentas, programas e procedimentos

desenvolvidos com essa finalidade. Esse enfoque mais amplo, a Abordagem do

Ciclo de Vida, pode conter uma divisão: “abordagem analítica” e “abordagem prática”

(UDO de HAES, 2005). A Figura 6 mostra uma visão da Abordagem do Ciclo de

Vida.

A “abordagem analítica” contém ferramentas analíticas, checklists, modelos e

técnicas que são usadas para avaliar os efeitos de decisões em áreas científicas.

Um exemplo desta abordagem é a “Avaliação do Ciclo de Vida”. A “abordagem

prática” é utilizada para traduzir os resultados das ferramentas analíticas. Por

exemplo, governo e organizações podem promulgar “políticas de compras verdes”,

para apoiar o consumo de produtos e serviços com reduzido impacto ambiental

(UDO de HAES, 2005).

Toda a Abordagem do Ciclo de Vida é dirigida por conceitos-guia para alcançar a

Economia de Ciclo de Vida. Alguns exemplos desses conceitos são: a

sustentabilidade e o “Pensar o Ciclo de Vida. Ambas as abordagens (a analítica e a

prática) são suportes para os Dados e Informações. Os exemplos de Dados e

Informação são os bancos de dados com especificações de uso dos recursos e

emissões. A simples tomada de consciência para a importância de se pensar em 14 Do inglês Life Cycle Initiative. 15 Do inglês Life Cycle Approach.

30

termos do ciclo de vida completo de um produto é muitas vezes assumida como uma

das principais vantagens decorrentes da sua aplicação. Logo, “Pensar o Ciclo de

Vida” é um conceito importante para se alcançar a sustentabilidade, pois expande o

foco do produto para o seu ciclo de vida (FERRÃO, 1998). Facilita também as

interações entre as dimensões ambientais e econômicas dentro das empresas, que

encontram produtos e processos mais limpos, assim como vantagens competitivas

(SONNEMANN, 2005).

A área do programa “Iniciativa do Ciclo de Vida” denominada “Gestão do Ciclo de

Vida16” corresponde à gestão de produtos e serviços ao longo do ciclo de suas

vidas. Ela ocorre por meio da responsabilidade em relação ao produto, das compras

verdes ou da gestão responsável do resíduo. Essa gestão pode ser descrita como a

aplicação do “Pensar o Ciclo de Vida” na prática.

As principais normas sobre Avaliação do Ciclo de Vida foram elaboradas pela ISO e

têm suas similares brasileiras publicadas pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT). No anexo A, encontra-se a relação dessas normas.

A ACV pode ser usada para:

o Identificar oportunidades de melhorias dos aspectos ambientais de produtos

em vários pontos de seu ciclo de vida;

o Avaliar a tomada de decisão na indústria, assim como nas organizações

governamentais e não governamentais (planejamento estratégico, projeto de

produto ou processo);

o Selecionar indicadores relevantes da performance ambiental, incluindo

técnicas de medição;

o Promover marketing institucional e de produto.

16 Do inglês Life Cycle Management.

31

Figura 6 - Abordagem do Ciclo de Vida, consistindo de análise e prática direcionadas por conceitos e baseadas em dados e informações. Fonte: UDO de HAES, 2005.

PRÁTICA

PROGRAMAS POLÍTICOS - Produção e Consumo Sustentável - Compras Sustentáveis - Política Integrada de Produto - Política de Produto Químico - Responsabilidade do Produtor - Gestão Integrada de Resíduos

INSTRUMENTOS POLÍTICOS - Instrumentos legais Ex. Licenças e regulação - Instrumentos financeiros. Ex. Taxas e subsídios - Instrumentos de comunicação. Ex. Campanhas de comunicação - Instrumentos estruturais. Ex. Confiabilidade - Adesões voluntárias. Ex. Acordos entre indústria e governo

FERRAMENTAS DE PROCEDIMENTO - Sistema de Gestão Ambiental - Projeto para Sustentabilidade - Sistema de Certificação Ambiental - Rotulagem Ambiental - Avaliação de Impacto Ambiental - Relatórios de Sustentabilidade - Evolução da Performance Ambiental

PROGRAMAS CORPORATIVOS - Gestão do Ciclo de Vida - Gestão da Cadeia de Suprimento - Gestão de Fim de Vida - Gestão do Produto - Responsabilidade Social Corporativa - Gestão Integrada de Material

FERRAMENTAS ANALÍTICAS - Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) - Contabilidade de Fluxo de Material - Análise de Fluxo de Substância - Análise de Entrada e Saída Ambiental - Avaliação de Risco Ambiental - Contabilidade de Custo Total - Análise de Custo Benefício - Custo de Ciclo de Vida - Contabilidade Ambiental - Eficácia de Custo - Pegada Ecológica - Avaliação de Produção mais Limpa

CHECKLISTS Feitos para eco-design, gestão de resíduos, rótulos ambientais e gestão ambiental nas empresas.

MODELOS E TÉCNICAS Os modelos freqüentemente utilizados são: modelos ecológicos e modelos de alocação. Exemplos de técnicas são: pesagem, análise de incerteza, análise de sensibilidade e normalização.

ANÁLISE

DADOS E INFORMAÇÃO

- Dados Quantitativos - Dados Qualitativos - Dados de Processo Ambiental - Dados Técnicos de Processos - Dados Genéricos - Dados Específicos - Referências - Benchmarking

CONCEITOS

- Desenvolvimento Sustentável - Pensar o Ciclo de Vida - Ecologia Industrial - Desmaterialização - Princípio da Precaução - Eco-eficiência - Princípio do Risco

32

A Avaliação do Ciclo de Vida inclui as seguintes fases:

a) Definição dos objetivos e escopo de trabalho – Os objetivos devem ser

claramente definidos e consistentes com a aplicação pretendida. A sua definição

deve incluir, de forma clara, os propósitos pretendidos e conter todos os aspectos

considerados relevantes para direcionar as ações que deverão ser realizadas

(CHEHEBE, 1998).

b) Análise de inventário – É a fase de coleta e quantificação de todas as variáveis

(matéria-prima, energia, transporte, emissões atmosféricas, efluentes líquidos,

resíduos sólidos etc.) relacionadas com a análise de vida de um produto ou

processo. A condução do inventário é um processo interativo. A seqüência de

eventos envolve a checagem de procedimentos de forma a assegurar que os

requisitos de qualidade estabelecidos na primeira fase sejam obedecidos

(CHEHEBE, 1998).

c) Avaliação de impacto – Representa o entendimento e a avaliação da significância

de impactos ambientais potenciais, usando os resultados da análise de inventário

(CHEHEBE, 1998).

d) Interpretação – Consiste na identificação e análise dos resultados obtidos nas

fases de inventário e/ou avaliação de impacto de acordo com o objetivo e o escopo

previamente definidos pelo estudo. Os resultados desta fase podem tomar a forma

de conclusões e recomendações aos tomadores de decisão (CHEHEBE, 1998).

Para o desenvolvimento da metodologia da ACV, muitos debates em conferências e

workshops aconteceram. A adoção de uma determinada estrutura ocorreu por meio

de um processo contínuo, envolvendo diferentes fases de um estudo de ACV. A

Figura 7 ilustra o desenvolvimento da estrutura da ACV no decorrer dos anos

(BAUMANN &TILLMAN, 2004).

33

Figura 7 – Apresentações da estrutura da ACV no decorrer dos anos. Fonte: BAUMANN &TILLMAN, 2004.

No Código de Prática da SETAC 1993 (SETAC apud Baumann &Tillman, 2004)

Análise de Impacto do Ciclo de Vida

Inventário do Ciclo de Vida

Análise de Melhorias do Ciclo de Vida

Avaliação do Ciclo de Vida

Objetivo

Inventário

Análise de Impacto

Valoração / Análise de melhorias

Interpretação da Chalmers da estrutura da SETAC (Ekvall apud Baumann &Tillman, 2004)

Depois do workshop, Smugglers Notch em 1990 (SETAC apud Baumann &Tillman, 2004)

1993

Avaliação de Impacto

Análise de Inventário

Avaliação de melhorias Objetivo e Escopo

1997

Norma ISO 14.040

19921990

34

Existem casos de aplicações parciais da ACV. Uma aplicação parcial pode ser

suficiente para os objetivos de um determinado estudo. Existem três variações da

ACV parcial, conforme mostra o Quadro 1.

Quadro 1 - Simplificações para a Avaliação do Ciclo de Vida

Técnicas Abordagem

Cradle-to-gate Eliminação de etapas posteriores: todos os processos após a

manufatura do produto são excluídos.

Gate-to-grave Eliminação de etapas anteriores: todos os processos anteriores

à manufatura do produto são excluídos.

Gate-to-gate Somente o estágio de fabricação é considerado.

Fonte: NICOLETTI apud ALMEIDA, 2002.

Vários autores já escreveram sobre a importância do banco de dados para um

estudo de ACV, pois a etapa de inventário requer uma grande quantidade de dados

a serem levantados, além do conhecimento da área a ser trabalhada. Borges (2004)

descreve que os bancos de dados reduzem o tempo de estudos e os custos e

originam dados confiáveis e de boa qualidade. Conseqüentemente, auxiliam

corretamente em decisões de gerenciamento ambiental. Mas, para que isso ocorra,

faz-se necessário que esse banco de dados contenha inventários de elementos

comuns a vários ciclos de vida, como: energia, metal, plásticos, transportes etc.

Neste capítulo, descreveu-se a importância da ACV como um instrumento para a

sustentabilidade. A definição da ACV também foi abordada. Mostrou-se a evolução

dessa ferramenta desde os primeiros estudos desenvolvidos pela Coca-Cola em

1969 até a união da Setac e Unep, através do Programa de Iniciativa do Ciclo de

Vida, criado para disseminar o Pensar o Ciclo de Vida, principalmente em países em

desenvolvimento. A ACV foi definida dentro de uma contextualização mais

abrangente, a Abordagem do Ciclo de Vida. No próximo capítulo, será apresentado

o panorama da ACV no mundo, tanto em regiões/países desenvolvidos (Suíça,

Região Nórdica, Holanda, Alemanha, Japão e América do Norte), como em

regiões/países em desenvolvimento (China, África do Sul e América Latina).

35

3 PANORAMA DA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO MUNDO

Muitos países desenvolvidos possuem iniciativas em que a ferramenta ACV é

utilizada, com ações nas empresas, no governo e na academia. A União Européia

está bem avançada na abordagem da ACV, possuindo desde bancos de dados já

consolidados, o desenvolvimento de softwares e até políticas públicas com base

nessa ferramenta. Nesse sentido, destaca-se a “Política Integrada de Produto17”

(IPP), que se constitui de políticas ambientais que procuram minimizar os impactos

causados pelos produtos e serviços através do seu ciclo de vida, utilizando

instrumentos de gestão que atuam na produção e consumo desses produtos.

A União Européia desenvolveu, em 1993, o Quinto Programa de Ação Ambiental

denominado “Towards Sustainability”, no qual estabelecia a necessidade de maior

abrangência das políticas ambientais (FERRÃO, 2000). Em 1997, a Comissão

Européia encomendou um estudo sobre a IPP. A principal característica desse

estudo foi a sua abordagem, cuja abrangência atingia ações, agentes e impactos ao

longo do ciclo de vida dos produtos. Esse estudo analisou a evolução da IPP nos

Estados-Membros e a utilização do conceito de ciclo de vida dos produtos pelas

empresas e pelos consumidores (COMISSÃO EUROPÉIA, 2001).

Esse estudo identificou cinco pilares da IPP. São eles:

o Administração de resíduos, visando reduzir e gerir resíduos criados durante o

consumo de produtos;

o Inovações de produtos ‘verdes’, buscando incentivar o desenvolvimento de

produtos menos danosos ao meio ambiente;

o Criação de mercados, com o intuito de desenvolver mercados capazes de

absorver os produtos ‘verdes’ criados;

o Transmissão de informações ambientais, visando à difusão, ao longo da

cadeia produtiva, de informações capazes de levar ao desenvolvimento de

tais produtos;

o Atribuição de responsabilidades, de forma que cada agente econômico

assuma a sua parcela de responsabilidade no processo (PALHARES, 2003).

17 Do inglês Integrated Product Policy.

36

Com base nesse estudo, em dezembro de 1998, a Comissão Européia organizou

um workshop para discutir a IPP. As partes interessadas estiveram presentes com

mais de 180 participantes (autoridades públicas, empresas, consumidores e

organizações ambientais). Foi iniciada uma discussão das definições, prioridades e

dos objetivos para a IPP na Comunidade. Nas conclusões gerais, estabeleceu-se o

consenso em relação ao interesse de uma abordagem de ciclo de vida do produto e

ao envolvimento das partes interessadas. Em maio de 1999, aconteceu uma reunião

com os ministros responsáveis pelo tema de meio ambiente da Europa, em Weimar

(Alemanha), em que eles reconheceram a necessidade de desenvolver uma

abordagem integrada, que envolvesse toda a sociedade e que contemplasse todo o

ciclo de vida dos produtos. Em fevereiro de 2001, a Comissão Européia adotou o

Livro Verde da IPP, com o objetivo de iniciar um debate público sobre a referida

proposta e os seus elementos e de conhecer as perspectivas em relação às partes

interessadas, à ecologização dos produtos e à abordagem da IPP,

Um dos desdobramentos dessa iniciativa foi o projeto denominado “Plataforma

Européia em Avaliação do Ciclo de Vida18” – que iniciou suas atividades em 2005 e

tem previsão de término em 2008 – para disseminar o “Pensar o Ciclo de Vida” em

negócios e numa variedade de políticas, dentro da União Européia. Dentro desse

projeto, está sendo desenvolvido o banco de dados de ACV europeu, com acesso

gratuito, denominado “Sistema de Dados de ACV de Referência Europeu19 (ELCD)”,

que já possui mais de 110 “conjuntos de dados” de Inventário de Ciclo de Vida (ICV)

de várias associações industriais20 (EUROPEAN PLATFORM ON LCA, 2006).

Outra questão em destaque com a utilização da ACV é a Rotulagem Ambiental Tipo

III, (ISO 14.025), preparada como uma parte do trabalho do comitê da ISO TC/207,

da série ISO 14.000. Foi publicada pela ISO21, em 30 de Junho de 2006, para uso

em comunicação em business-to-business. O Brasil, por meio do CB-38/SC03, se

absteve na votação que permitiu o lançamento internacional dessa norma (FIESP, 18 Do inglês European Platform on Life Cycle Assessment. 19 Do inglês European Reference Life Cycle Assessment Data System (ELCD). 20 São elas: European Confederation of Iron and Steel Industries (EUROFER); Association of Plastics

Manufacturers in Europe (PlasticsEurope); The European Federation of Corrugated Board Manufacturers (FEFCO); European Container Board Organization (ECO). Estão para ser adicionadas: European Aluminium Association (EAA) e European Copper Institute (ECI).

21 Site ISO: <http://www.iso.org/iso/en/CatalogueDetailPage.CatalogueDetail?CSNUMBER=38131& ICS1=13&ICS2=20&ICS3=50&scopelist=>

37

2006). Segundo consta na estrutura disponível no site da ABNT22, o subcomitê de

Rotulagem Ambiental é coordenado por um membro da Federação das Indústrias do

Estado de São Paulo (Fiesp), do sistema da Confederação Nacional da Indústria

(CNI). Logo, a mencionada abstenção demonstra a posição dos empresários

brasileiros, que ainda não se sentem preparados para este tipo de rotulagem

baseada em estudos de ACV.

A organização internacional, GEDnet (Rede Global de Declaração Ambiental de

Produtos Tipo III) tem promovido a cooperação e a troca de informações sobre

Rotulagem Ambiental Tipo III entre seus membros. São participantes os seguintes

países: Japão, Canadá, Alemanha, Coréia do Sul, Noruega, Dinamarca, China, EUA

e Suécia (GEDnet, 2006).

Existem várias demandas de mercado baseadas em ACV, principalmente européias,

referente às exigências comerciais do Rótulo Tipo III. O governo sueco tem

fomentado a implementação de um programa nacional desse rótulo. O Conselho de

Gerenciamento Ambiental Sueco é o órgão responsável por informações e registro

sobre o tema. Trata-se de um sistema aberto para todos os produtos e serviços e

acessível a todo importador, fabricante e varejista. Existe um programa oficial de

declaração ambiental tipo III, chamado “EPD System23”, baseado na ISO 14.025.

Atualmente, sete países (Bélgica, Itália, Japão, Coréia do Sul, Noruega, Polônia e

Suécia) juntaram-se a esse programa, que está aberto para qualquer país

interessado e aos poucos está sendo convertido em um sistema internacional. Este

sistema possui um site com orientações e informações para o processo de

declaração ambiental tipo III e também está ligado à GEDnet (EPD, 2006).

Deve-se destacar outra iniciativa na Europa, denominada COST Action 530 –

Sustainable Materials Technology – Life Cycle Inventories for Environmentally

Conscious Manufacturing Processes. Deste grupo, participam vários países

europeus para adoção de uma tecnologia de materiais sustentáveis. É uma estrutura

aberta para cooperação européia no campo de ACV e de métodos relacionados.

Mais de doze países europeus confirmaram a sua participação. O objetivo principal

22 <http://www.abnt.org.br/cb38/ > 23 Do inglês Environmental Product Declaration System.

38

da COST Action 530 é construir um elo entre a pesquisa de ACV e as necessidades

da indústria (EMPA – COST Action 530, 2006).

Além da Rotulagem Ambiental Tipo III, existem também outras diretivas européias

que podem causar impacto no meio empresarial, principalmente naquele que

exporta seus produtos para a Europa. Essas diretivas são:

o Reciclagem de Produtos Eletroeletrônicos – WEEE (Waste from Electrical and

Electronic Equipment) – é baseada no princípio do ‘Poluidor-Pagador’ e atribui ao

fabricante a responsabilidade pelo gerenciamento do final do ciclo de vida do seu

produto. Diretiva 2002/96/EC publicada em 2003 e implementada a partir de 2004

(EUROPA, 2006).

o Restrição de Uso de Substâncias Nocivas – RoHS (Restriction of Hazardous

Substances) – trata da restrição do uso de seis24 substâncias perigosas na

fabricação de vários tipos de equipamentos eletroeletrônicos, passou a vigorar a

partir de 1º de junho de 2006. Diretiva 2002/95/CE publicada em 2003 pela União

Européia (EUROPA, 2006).

O panorama da ACV no mundo será desenvolvido da seguinte forma:

o ACV em regiões/países desenvolvidos

Europa – Suíça, Países Nórdicos, Alemanha e Holanda;

Ásia – Japão;

América do Norte – EUA e Canadá.

o ACV em regiões/países em desenvolvimento

China;

África do Sul;

América Latina – Argentina, Chile, Colômbia e México.

24 Chumbo, mercúrio, cádmio, cromo hexavalente e retardadores de chama utilizados em plásticos: polibromatos bifenílicos

(PBBs), e polibromatos bifeníl-éteres (PBDEs).

39

3.1 Regiões / países desenvolvidos

3.1.1 Suíça

Desde o início da década de 90, vários institutos suíços começaram a desenvolver

seus próprios bancos de dados para estudos de Avaliação do Ciclo de Vida. Como

os esforços não estavam concentrados, existiam limitações, tais como: origens de

dados diferentes e muito tempo gasto em atualizações dos bancos de dados. Assim,

em 1998, o Instituto Federal Suíço para Pesquisa e Teste de Materiais (EMPA) e

diversos institutos governamentais, em parceria, fundaram o Centro Suíço de

Inventário de Ciclo de Vida e lançaram o projeto Ecoinvent, banco de dados de

inventário de ciclo de vida (HISCHIER, 2005).

Segundo Hischier (2005), o banco de dados suíço consiste em valores médios para

um grande número de materiais, sistemas de energia, de transporte, de disposição

de resíduos etc. O Ecoinvent possui em seu banco de dados mais de 2700 conjunto

de dados válidos para as condições da Suíça e parte da Europa. A Figura 8 ilustra o

conteúdo do banco de dados e os institutos responsáveis. O investimento total para

a sua criação foi de 1,15 milhão de euros, a maior parte oriunda do setor público

(governo e suas instituições). O acesso ao banco de dados do inventário custa 1,2

mil euros. Esse valor é pago uma vez e os dados ficam então disponíveis até que o

número da versão do programa que os armazena mude (Ex. Quando for publicada a

versão 2 do Ecoinvent, todos os clientes que desejarem continuar têm que pagar

novamente) (HISCHIER, 2006). Segundo Hischier (2005), os fatores de sucesso

desse projeto foram:

• Parcerias realizadas (com o Centro Ecoinvent; com os produtores de

softwares e com as partes interessadas);

• Gestão da informação;

• Dados harmonizados;

• Formato de troca de dados: EcoSPOLD.

40

Your Research and Testing Institution

Figura 8 – Conteúdo do banco de dados e os institutos responsáveis

Fonte: HISCHIER, 2005.

3.1.2 Região Nórdica

O Conselho Nórdico de Ministros iniciou, em 1991, um projeto em Avaliação do Ciclo

de Vida. As atividades de ACV na Região Nórdica (Suécia, Dinamarca, Noruega, e

Finlândia) foram desenvolvidas em empresas e institutos de pesquisas, resultando

numa publicação denominada Nordic Guidelines on Life-Cycle Assessment

(LINDFORS, 1995).

Na Dinamarca, a Sociedade para a Promoção do Desenvolvimento da ACV25

(SPOLD) iniciou suas atividades em 1992, como uma associação de indústrias

interessadas em acelerar o desenvolvimento de ACV como sendo uma ferramenta

de desenvolvimento sustentável. No período de 1995 a 1997, em parceria com

diferentes organizações, desenvolveu o “formato SPOLD”, para troca de inventário

de ciclo de vida, permitindo que os dados fossem compreendidos, comparados e

trocados (SPOLD, 2006). No início deste século, foi desenvolvido o formado

EcoSPOLD a partir do SPOLD 99 e do formato de relatório dos dados da ISO/TS

14.048. A maioria dos softwares de ACV disponíveis comercialmente (CMLCA,

25 Do inglês Society for the Promotion of LCA Development.

• Plásticos • Papel & Papelão • Químicos básicos • Detergentes • Tratamento de Resíduos

EMPA SG • Agricultura

FAL

• Suprimento de energia

Combustíveis Eletricidade Calor

PSI

• Químicos básicos

ETHZ ICB

• Transportes

ETHZ UNS

• Metais • Materiais de construção • Madeira e floresta • Químicos básicos

EMPA Dü

Banco de dados central

Banco de

dados central

41

EMIS, GaBi, KCL-eco, Regis, SimaPro, TEAM e Umberto) pode importar e exportar

dados do EcoSPOLD (CURRAN, 2006). Existe também o Centro Dinamarquês de

ACV26, que fomenta a ACV e a “Abordagem do Ciclo de Vida” e é financiado em

parte pela Agência de Proteção Ambiental Dinamarquesa. Nesse centro, foi

desenvolvido o banco de dados EDIP, que poderá tornar-se acessível através da

versão do “GaBi EDIP”, ou adquirido separadamente (LCA-CENTER, 2006).

A Universidade de Tecnologia de Chalmers, na Suécia, começou as suas atividades

com ACV em 1990, com um estudo sobre materiais de embalagens. Questões

metodológicas (alocação, limites do sistema, papel da ACV nos processos de

tomada de decisão) foram discutidas no “Projeto Ecologia do Produto”, coordenado

pela Federação das Indústrias Sueca, em parceria com outras instituições de

pesquisa. Em 1996, foi criado o CPM27, dentro da Universidade de Chalmers

(CARLSON, 1998; CPM, 2006). O CPM é igualmente financiado pelo governo, pela

indústria e a universidade. O trabalho é desenvolvido por membros da Universidade

de Chalmers ou das indústrias. O sistema organizacional do banco de dados sueco

é parcialmente acadêmico e principalmente industrial e multisetorial (PÁLSSON,

2004). Foi desenvolvido um banco de dados baseado na descrição ambiental dos

produtos, um formato denominado SPINE (CPM, 2006).

3.1.3 Holanda

Nesse país, foi criado em 1997 um projeto em política ambiental de ACV com a

participação do governo, por meio de três ministérios, e da academia, por meio do

Instituto de Ciências Ambientais (CML28) da Universidade de Leiden. O CML

também desenvolveu um software de ACV denominado CMLCA29 (LEIDEN

UNIVERSITY, 2006). O referido instituto teve uma posição de destaque dentro do

debate europeu no desenvolvimento de uma metodologia padrão de ACV. Em 1992,

o mesmo publicou o Guide and Backgrounds30, que foi um marco para uma

fundamentação científica da metodologia da ACV (GABATHULER, 2006). A Holanda

26 Do inglês LCA Center Denmark. 27 Do inglês Center for Environmental Assessment of Product and Material Systems (CPM) 28 Do holândes Centrum voor Milieuwetenschappen Leiden (CML). 29 Do inglês Chain Management by Life Cycle Assessment (CMLCA). 30 A versão em inglês foi publicada em 1993.

42

também produziu um dos mais conhecidos softwares de ACV, denominado Simapro,

desenvolvido pela empresa Pré Consultants.

3.1.4 Alemanha

A Alemanha foi um dos países pioneiros no desenvolvimento de um banco de dados

de ICV disponíveis ao público. Em 1989, foi criado o “Modelo de Emissão Global

para Sistemas Integrados” (GEMIS)31. Esse banco de dados oferece informações

sobre energia, material e transporte. Atualmente, já está na versão 4.3, disponível

em site e possui versão multilínguas (GEMIS, 2007; NORRIS, 2002). Em 2002,

criou-se a “Rede Alemã de Inventários do Ciclo de Vida32”, que é uma plataforma de

cooperação e informação envolvendo a academia, indústria e o governo. Foi uma

iniciativa do Centro de Pesquisa Karlsruhe (FZKarlsruhe) que contou com o apoio do

Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa. Essa rede visa fornecer dados

melhorados e harmonizados de ICV para diferentes grupos de usuários (academia,

indústria e sociedade). Os grupos de trabalho foram divididos em áreas

interdependentes: metodologia, fonte e aplicação de dados de ICV. A rede funciona

com aproximadamente 30 instituições participantes (SCHEBEK, 2004).

Dois importantes softwares de ACV foram desenvolvidos na Alemanha. O software

Umberto, de gestão ambiental e análise de fluxos de materiais e energia, foi

desenvolvido pelo Instituto de Informática Ambiental Hamburg Ltda (IFU), em

parceria com o Instituto de Pesquisas sobre Energia e Meio Ambiente33 (IFEU)

(UMBERTO, 2006). O outro é o software Gabi desenvolvido pela PE Europe e a

Universidade de Stuttgart.

3.1.5 Japão

O Japão desenvolveu um Projeto Nacional de Avaliação do Ciclo de Vida como

estratégia do Fórum Japonês de ACV, que foi estabelecido dentro da Associação

31 Do inglês Global Emissions Model for Integrated Systems (GEMIS). 32 Do inglês German Network on Life Cycle Inventory Data. 33 O Institute for Energy and Environmental Research (IFEU) foi fundado em 1972 por pesquisadores da

Universidade de Heidelberg, mas funciona com independência e é organizado como companhia privada.

43

Japonesa de Gestão Ambiental para a Indústria34 (JEMAI), com apoio do Ministério

da Indústria e Comércio Internacional35 (METI) e da Organização para o

Desenvolvimento Tecnológico Industrial e Energia36 (NEDO). Várias entidades

participaram deste projeto, como governo, instituições de pesquisa, indústria e

academia, o que contribuiu para o avanço das atividades do país (NARITA, 2004;

FINKBEINER, 2000, ZAKARIA, 1999). Uma das características do projeto japonês é

que o banco de dados foi construído com dados primários, ou seja, coletados

diretamente das indústrias participantes.

Segundo o JEMAI (2005), os estudos abrangeram os seguintes itens:

• Construção de um banco de dados público japonês;

• Regras de aplicação da ACV;

• Sistema de educação e popularização para o público e a indústria.

A primeira fase do projeto durou 5 anos, de 1998 a 2003, da qual resultou um banco

de dados público, em japonês, construído com dados de inventário de ACV

desenvolvidos Gate to Gate, ou seja, somente o estágio de fabricação foi

considerado. Sagisaka (2005) relata que o Projeto Nacional Japonês tem outras

fases: a segunda de 2003 a 2005 e a terceira a partir de 2006.

Narita (2003) e Sagisaka (2005) descrevem que três comitês foram estabelecidos

dentro do JEMAI, com especialistas da indústria, do governo e da academia (Figura

9). São eles:

• Estudo de Inventários;

• Estudo de Banco de Dados;

• Avaliação de Impacto.

34 Do inglês Japan Environmental Management Association for Industry (JEMAI). 35 Do inglês Ministry of Economy Trade and Industry (METI). 36 Do inglês New Energy and Industrial Technology Development Organization (NEDO). .

44

Figura 9 – Organização do projeto de ACV japonês Fonte: SAGISAKA, 2005.

Esses três comitês foram encarregados de cumprir o desenvolvimento de

determinadas atividades, como será descrito a seguir:

Comitê de Estudo de Inventários – É formado por dois grupos de trabalho (WG-1 e

WG-2). O primeiro desenvolveu dados de inventário coletados na produção e o

segundo, dados de inventário levantados nos processos de resíduo e reciclagem. O

trabalho desenvolvido pelo WG-1 teve uma característica importante, pois os dados

das associações industriais tiveram um caráter voluntário e uma larga abrangência,

indo desde a extração de recursos até indústria de montagem (Figura 10). Além das

22 associações de indústrias (membros), outras 32 cooperaram nesse projeto como

parceiras. O resultado do inventário obtido foi, aproximadamente, 250 produtos

industriais.

METI

NEDO

JEMAI

Comitê de Direção

Presidente:Yamamoto (Tokyo Univ.)

Estudo de Inventários WG-1: Coleta de Dados WG-2: Reciclagem e Resíduo

Presidente: Takamatsu (Nippon Steel) Harada (NRIM)

Estudo de Banco de dados

Presidente:Inaba (AINST)

Estudo de Avaliação de Impacto

Presidente: Sakai (Tókio Univ.)

Comitê consultivo

Setores: acadêmico & industrial

Fórum Japonês de ACV

45

Figura 10 – Associações industriais que participaram do Projeto de ACV desenvolvido no

Japão Fonte: SAGISAKA, 2005.

Comitê de Estudo de Banco de Dados – Desenvolveu um software para a coleta de

dados que foi utilizado por todas as associações industriais no fornecimento de

informações que compuseram o próprio banco de dados. Este comitê construiu um

sistema que pode ser acessado pelos usuários através de meio eletrônico.

Comitê de Estudo de Avaliação de Impacto – Conduziu a pesquisa para a criação de

cálculo de danos, específico para o Japão, baseado em sistema de avaliação de

impacto.

3.1.6 América do Norte

O desenvolvimento e a aplicação de ACV na América do Norte estão num estágio

mais atrasado em relação à Europa, que tem consolidado várias práticas de ACV,

principalmente em relação às políticas públicas e aos bancos de dados. Segundo

Fava (2004), faz-se necessário o “desenvolvimento de competências” (FAVA, 2004,

p. 8) de ACV, ou seja, habilidades, série de dados (data sets), ferramentas e

conhecimentos para incorporar informações nos processos de tomadas de decisões

Fluxo do Ciclo de Vida de Produtos

Recursos Energéticos

Materiais Partes Produto Uso Reciclagem

1. Petróleo 2. Energia Elétrica 3. Gás 4. Mineração

5. Ferro e aço 6. Alumínio 7. Papel 8. Borracha

9. Partes de automóveis

10. Automóvel 11. Maquinário industrial 12. Arquitetura

13. Equipamentos eletrônicos 14. Indústria Eletrônica 15. Indústria de comunicações 16. Equipamentos p/ indústria de óleo e gás

Investigação por consultores

Investigação por consultores

Investigação por consultores

46

públicas e privadas. Nos EUA, desde 2001, os esforços estão concentrados no

Banco de Dados de Inventário do Ciclo de Vida Americano37, que contém dados do

cradle-to-gate e gate-to-gate. Esse banco de dados está hospedado no National

Renewable Energy Laboratory (NREL). As agências e os representantes financeiros

da indústria, a academia e os consultores deram o suporte necessário para o

projeto. Como resultado, um grupo de 45 representantes de indústrias, governo e

organizações-não-governamentais, além de especialistas em ACV, trabalharam

juntos para criar o guia U.S. LCI Database Project Development Guidelines (NREL,

2006; CURRAN, 2006).

No Canadá, a ACV está sendo conduzida por dois caminhos: governo e academia.

O primeiro procura abordagens de sistemas integrados para evolução e gestão das

questões ambientais desde os anos 90. Destaca-se a sua contribuição na

divulgação de ACV através de publicações, documentos, workshops e o boletim

informativo Ecocycle. O segundo, a academia, trabalha em um campo rico em

teorias, metodologias, dados e aplicações (YOUNG, 2003). Entre as suas

colaborações, destacam-se o Banco de Dados de Matérias Primas Canadenses38 e

o Instituto de Materiais Sustentáveis Athena (FAVA, 2002; FAVA, 2004; YOUNG,

2003).

Nos últimos anos, os avanços do “Pensar o Ciclo de Vida” e ACV na América do

Norte têm se dado através das seguintes instituições (FAVA, 2004):

• Programa “Iniciativa de Ciclo de Vida” da Unep/Setac;

• O Centro Americano para Avaliação do Ciclo de Vida (ACLCA39), que foi formado

em 2001 para aumentar o conhecimento e uso de ACV (ACLCA, 2005);

• A Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial40, que possui uma das

vertentes em ACV;

• As atividades do Conselho de Pesquisa Nacional do Canadá41, organização do

governo, para pesquisa e desenvolvimento;

37 Do inglês U.S. Life-Cycle Inventory (LCI) Database. 38 Do inglês Canadian Raw Materials Database. 39 Do inglês American Center for Life Cycle Assessment (www.lcacenter.org). 40 <www.is4ie.org >. 41 Do inglês National Research Council (http://dfe-sce.nrc-cnrc.gc.ca/overview/lifeCycle_e.html).

47

• Centro de Pesquisa Interuniversidade para Avaliação do Ciclo de Vida de

Produtos, Processos e Serviços – CIRAIG42, uma iniciativa acadêmica, com mais

de 30 pesquisadores na área de ACV e Gestão de Ciclo de Vida, dando suporte

às indústrias e governo.

Algumas empresas como a 3M e United Technologies têm utilizado o “Pensar o

Ciclo de Vida” para ajudar a incorporação de considerações ambientais com a

finalidade de estimular a inovação. No Canadá, os primeiros estudos foram

realizados pelas maiores companhias e grupos industriais. No início dos anos 1990,

foram realizados estudos para o alumínio, plásticos, indústrias de papel, aço e

outros metais, resultando num grande número de trabalhos de pesquisa e

publicações, alguns em parceria com empresas dos EUA. Em 1991, a empresa

Alcan Alumínios fez parte de um estudo de ICV em latas de bebidas de alumínio na

América do Norte, desde a sua produção até a reciclagem e disposição. Nesse

mesmo ano, o Conselho da Indústria de Plásticos e Ambiente43 contribuiu para o ICV

na América do Norte em sete resinas. Os estudos de ACV e o interesse na área,

resultaram na padronização da ACV, iniciados pela Associação de Padronização

Canadense44 (FAVA 2004; YOUNG, 2003).

3.2 Regiões / países em desenvolvimento Em geral, nos países em desenvolvimento o interesse da indústria e do governo em

ACV é baixo. Praticamente, todas as atividades relacionadas a esse tema são

desenvolvidas pela academia e por institutos de pesquisas (CURRAN, 2006). Por

outro lado, muitas matérias-primas e produtos básicos utilizados nos países

desenvolvidos são produzidos nos países em desenvolvimento. Assim, a exigência

da rotulagem ambiental para os produtos manufaturados nos países em

desenvolvimento pode tornar-se uma barreira comercial. Outra questão é a falta de

cooperação entre os atores envolvidos em ACV (ARENA, 2001).

42 Do inglês Interuniversity Research Centre for the Life Cycle of Products, Processes and Services.

(http://www.polymtl.ca/ciraig/ciraig_eng.html). 43 Do inglês Industry´s Environment and Plastics Industry Council. 44 Do inglês Canadian Standards Association.

48

3.2.1 China O governo chinês tem reconhecido a importância da ACV, delegando a

responsabilidade para o desenvolvimento dessa ferramenta à Agência de Proteção

Ambiental Nacional45. Tem havido também participação da academia, onde as

atividades de ACV têm sido mais ativas nas pesquisas em materiais (ZAKARIA,

1999). Desde o inicio da década de 90, várias universidades, empresas e diversos

laboratórios nacionais têm desenvolvido pesquisas sobre ecomateriais, com o

suporte do governo. O projeto de pesquisa denominado “Avaliação do Ciclo de Vida

dos materiais”, foi lançado em 1998. Em 2001, deu-se a continuação desses estudos

com o projeto “Avaliação do Ciclo de Vida de materiais e sua aplicação” (2001-

2005). Essa pesquisa focou os materiais avançados compatíveis com o meio

ambiente, a medição do impacto ambiental (combinado com os materiais típicos) e o

desenvolvimento de materiais ambientais avançados. Foi criado também um banco

de dados básico. Ao mesmo tempo, o governo de Beijing também fomentou um

projeto de “Análise de Fluxo de Materiais e Banco de Dados” (NIE, 2003).

3.2.2 África do Sul

As atividades de ACV estão geralmente restritas à academia e aos institutos de

pesquisa. A indústria e o governo ainda não perceberam os benefícios da aplicação

da ferramenta (CURRAN, 2006).

3.2.3 América Latina

Os estudos de ACV na América Latina ainda estão incipientes, pois conduzir uma

ACV requer especialistas, custos envolvidos para a realização, tempo e dados

disponíveis (ARENA, 2001). Criou-se a “Rede Latino-Americana de Ciclo de Vida”,

uma parceria de instituições de ensino do Brasil e de outros países da América

Latina. Essa rede possui um projeto aprovado numa das instituições de fomento à

pesquisa no Brasil (CNPq), denominado “Projeto Sul-americano do Ciclo de Vida na

Produção de Metais”, que iniciou em 2006 e está previsto para encerrar no final de

45 Do inglês National Environment and Protection Agency.

49

2007. Nesse projeto, cada membro participa com artigos e trabalhos desenvolvidos

no seu país. Esse grupo publicou também em conjunto o livro “A Avaliação do Ciclo

de Vida - a ISO 14.040 na América Latina” (CALDEIRA-PIRES, 2005).

Algumas iniciativas para construção de banco de dados na América Latina já foram

iniciadas como, por exemplo, o projeto da Argentina, pela Universidade Tecnológica

Nacional (Mendoza), sem aporte financeiro no momento. No Chile, o trabalho está

sendo desenvolvido para dados de eletricidade; na Colômbia, também começou a

ser formado um banco de dados nacional; no México, o trabalho começou com

eletricidade e metais, em 2002, e continua, estendendo-se para outros setores

(combustíveis, substâncias químicas e alguns materiais de construção). Em 2005,

iniciaram-se as atividades do Mexican Center for LCA and Sustainable Design, que

agora gerencia o banco de dados e está trabalhando com o governo e a indústria

(CURRAN, 2006). No Brasil, destacam-se os estudos acadêmicos de mestrado e

doutorado desenvolvidos nas universidades.

3.3 Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC 46) Nas últimas décadas, aconteceram importantes conferências e workshops que

fomentaram a ACV. As atividades de ACV no Japão, Coréia, China, Taiwan e

Austrália têm sido muito ativas, através de padronização de metodologias,

desenvolvimento de banco de dados, pesquisa aplicada e desenvolvimento de

softwares. Em relação a esses países, vale destacar a importância de haver uma

instituição formal responsável pelas atividades de ACV, com a participação do

governo, indústria e academia/instituições de pesquisa. Nos países onde ACV está

mais desenvolvida, observa-se que a participação do governo é fundamental para

dar suporte às atividades, através de recursos financeiros, na promoção da idéia e

na sua implementação. A participação de outros países da APEC é também muito

importante para o seu desenvolvimento e troca de experiências (ZAKARIA, 1999). A organização que fomenta a ACV na APEC é a “Rede de Pesquisadores de ACV

para membros da APEC47” (CURRAN, 2006).

46 São Países-Membros da APEC: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia,

Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos da América, China, Taiwan, México, Papua Nova Guiné, Peru, Rússia e Vietnã.

50

3.4 Consolidação dos bancos de dados no mundo Alguns bancos de dados de ACV já estão consolidados, como os da Suíça e do

Japão, que refletem a realidade destes países, principalmente na matriz energética,

outros se encontram na fase de projeto ou em andamento (Quadro 2). No setor

industrial, não foram encontrados bancos de dados em andamento. Existem bancos

de dados de ACV desenvolvidos por Consultores e Institutos de Pesquisas que já

estão concluídos (Dinamarca, França, Suécia) e outros em andamento que não

foram aprofundados nesta pesquisa. No Quadro 3, apresenta-se um resumo dos países (Suíça, Japão, Suécia,

Alemanha, Dinamarca e EUA), que possuem bancos de dados de ACV, com suas

principais características. Observa-se a importância das parcerias entre governo,

indústria e academia/instituições de pesquisa, como no caso do Japão, da Suécia e

Alemanha, para o seu desenvolvimento. Já na Suíça, há uma característica

diferente, a formação do banco de dados deu-se através da junção de vários

institutos governamentais. A cobertura geográfica desses bancos de dados varia de

uma abrangência nacional, no caso do Japão, da Alemanha, Dinamarca e dos EUA;

de um continente, no banco de dados Suíço; até global, como o caso da Suécia. O

acesso a esses bancos de dados é permitido através do pagamento de uma taxa de

licença; exceto o da Alemanha, cuja formação ainda está em andamento, e dos

EUA, que é grátis. Em relação ao número de conjunto de dados (datasets) que

compõem o banco de dados, a Suíça possui o maior número entre os analisados

(>2700), seguido pelo Japão (> 600).

47Do inglês LCA Researcher Network for APEC member Economies (APLCANET).

51

Quadro 2 – Banco de dados de ICV por status do projeto e organização que o coordena

Fonte: Adaptado de BAUMANN &TILLMAN (2004); NARITA (2003); SAGISAKA (2005); HISCHIER (2005); CURRAN (2006); EUROPEAN PLATFORM LCA (2006). As principais organizações industriais que possuem bancos de dados são

apresentadas no Quadro 4. O acesso a esses bancos de dados, na maioria dos

casos, é grátis.

A Figura 11 mostra um resumo das principais atividades de ACV no mundo no

período de 1968 a 2006, que foram discutidas neste trabalho.

48 Association of Plastics Manufactures in Europe 49 European Aluminium Association 50 European Federation of Corrugated Board Manufacture 51 International Iron and Steel Institute 52 Nickel Development Institute

Concluído

Em andamento

Autoridades Públicas, nível nacional e multigovernamental

o Itália (I-LCA database); o Suíça (BUWAL 250); o Suíça (Ecoinvent 2000); o Japão (JEMAI) (1ª e 2ª fases

concluídas).

o Austrália; o Canadá (Raw Materials database); o China Nacionalista; o Europa (Cost Action 530); o Europa (ELCD) o Internacional (CODATA); o Japão (JEMAI) (3ª fase em andamento); o Coréia; o EUA (U.S. Life-Cycle Inventory Database).

Setor Industrial o Plastics Europe (antes denominada APME)48 - Plásticos;

o EAA49 - Alumínio; o FEFCO50 - Placas corrugadas; o IISI51 - Aço; o NiD52 - Níquel.

-

Consultores e Institutos de Pesquisa

o Dinamarca (EDIP database); o Finlândia (KCL-Eco database); o França (TEAM database); o Alemanha (GaBi database e

Umberto database ); o Suécia (Spine@CPM database e

LCAiT database) .

o Áustria; o Dinamarca; o França; o Alemanha (German Network on Life Cycle

Inventory Data); o Suécia; o Reino Unido; o EUA.

52

Quadro 3 – Principais países que possuem bancos de dados de ACV no mundo

Fonte: CURRAN, 2006; FINKBEINER, 2000; GERMAN NETWORK ON LIFE CYCLE INVENTORY DATA, 2006; HISCHIER, 2005; LCA-Center, 2006; NARITA 2004; NREL, 2006; PÁLSSON, 2004; SAGISAKA, 2005; ZAKARIA, 1999.

(-) Não disponível

SUÍÇA JAPÃO SUÉCIA ALEMANHA

DINAMARCA EUA

Órgãos Fomentadores Vários órgãos federais Suíços participam do Centro Suíço de

Inventário do Ciclo de Vida

Parcerias entre governo, indústria instituições de pesquisa e

academia

Indústria em parceria com Academia

Academia, institutos de pesquisa, indústria e governo

É parcialmente financiado pela Agência de Proteção Ambiental Dinamarquesa.

Parcerias entre governo, indústria instituições de

pesquisa e academia

Projeto Ecoinvent 2000 Projeto Nacional de Análise do Ciclo de Vida

SPINE@CPM German Network on Life Cycle Inventory Data

EDIP US LCI Database Project

Como e porque se iniciou ACV Necessidade de compatibilizar os bancos de dados dos diversos

institutos nacionais

Como estratégia do Fórum Japonês de ACV, que foi

estabelecido dentro da JEMAI, com apoio do MITI e NEDO.

Estudo sobre materiais de embalagens desenvolvido

pela Universidade de Tecnologia de Chalmer

Foi uma iniciativa do Centro de Pesquisa Karlsruhe

(FZKarlsruhe) e com o apoio do Ministério Federal Alemão

de Educação e Pesquisa

- -

Dados Energia, transporte, materiais de construção, químicos, papel e polpa, tratamento de resíduos,

agricultura

Energia, materiais (ferro e aço, alumínio, papel, borracha) produto, uso e reciclagem

(automóvel, maquinário industrial, equipamentos eletrônicos etc.)

- Dados a serem levantados de energia, metais, materiais de

construção e transporte.

- -

Ano Situação de 2000 1998-2003 (1ª fase) 2003-2005 (2ª fase)

A partir de 2006 (3ª fase)

- Iniciou em 2002 - Iniciou em 2001

Cobertura geográfica Europa

Japão Global Alemanha Dinamarca Estados Unidos

Características Cada Instituto ficou responsável por determinado conteúdo do banco de dados

Dentro do JEMAI, formaram-se Comitês de Estudo de Inventário; de Estudo de Banco de Dados e de Avaliação de Impacto, com especialistas da indústria, governo, e academia.

- Formaram-se grupos de trabalho de energia, metais, materiais de construção e transporte.

- Formou-se um grupo de 45 representantes da indústria, governo, ONG e especialistas em ACV, para criar o guia de desenvolvimento de banco de dados.

Idioma Inglês, Alemão e Japonês Japonês Inglês Alemão e Inglês Dinamarquês, Inglês e Alemão

Inglês

Acesso Taxa de licença Taxa de licença Taxa Em andamento Taxa de licença Grátis

Número de conjunto de dados (datasets)

> 2700 > 600 > 100 - > 100 > 70

53

Quadro 4 – Organizações industriais que possuem banco de dados de ACV

Fonte: CURRAN, 2006. (-) Não disponível

ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL COBERTURA GEOGRÁFICA

SETOR SITE Acesso

American Iron and Steel Institute (AISI) América Ferro e aço http://www.steel.org -

American Plastics Council (APC) América Polímeros http://www.americanplasticscouncil.org/s_apc/index.asp

-

EDP-Norway Noruega e Europa Vários setores www.epd-norge.no

Grátis

European Aluminium Association (EAA)

Europa Alumínio www.aluminium.org

Grátis

European Copper Institute Europa Cobre www.cooper-life-cycle.org Grátis sob consulta

European Federation of Corrugated Board Manufacturers (FEFCO); Groupement Ondulé, European Association of Makers of Corrugated Base Papers (GEO) European Containerboard Organization (ECO)

Europa Papelão ondulado www.fefco.org Grátis

International Iron and Steel Institute (IISI)

Global Aço www.worldsteel.org

Grátis sob consulta

ISSF International Stainless Steel Forum (ISSF)

Global Aço Inoxidável www.worldstainless.org/ Grátis sob consulta

KCL (EcoData) Finlândia / Nórdico Celulose e papel http://www.kcl.fi/eco Taxa

Nickel Institute Global Níquel http://www.nickelinstitute.org/index.cfm/ci_id/114.htm

Grátis sob consulta

Plastics Europe (antes denominada APME) Europa Plástico www.plasticseurope.org Grátis

Volvo EPDs Europa Caminhões e ônibus http://www.volvo.com/group/global/en-gb/Volvo+Group/ourvalues/environmentalcare/products/products.htm

Grátis

54

1968 1969 1970 1972 1979 1984 1988 1989 1990 1991 1992

Odum e outros: Sistemas(1968/1971)

Estudo Coca-Cola (REPA)

- Estudo Tetra Pak/Suécia (1970-1973)- Estudos REPA(1970-1975)

Primeiros estudos no Reino Unido e Alemanha

Fundação da SETAC

EMPA (Suíça) ecobalanço embalagens

Ayres: Conceito de Met. Industrial

Banco de dados GEMIS (Alemanha)

workshops SETAC (1990-1992)

- Início da ACV na Região Nórdica, em 1995 publicado um guia LCA

-Publicado "Guide and Backgrounds" CML/Holanda

1993 1995 1997 1998 2000 2001 2002 2005 2006

- Publicado "Código de Prática" SETAC- Início processo padronização ACV pela ISO

Formato SPOLD/Dinamarca(1995-1997)

Publicada Norma ISO 14.040

- Projeto Suiço Ecoinvent- Projeto Japonês ICV- Publicada Norma ISO 14.041- banco de dados SPINE / CPM , Suécia

Publicadas Normas ISO 14.042 e 14.043

- Programa "Iniciativa do Ciclo de Vida" UNEP/SETAC- Rede Alemã de ICV

Projeto Plataforma Européia ACV e banco de dados ELCD

-Livro "Verde" IPP;- Projeto Americano ICV

Publicada Norma ISO 14.025

Figura 11 - Principais atividades da ACV no mundo

55

3.5 ACV no meio acadêmico Para verificar o interesse do assunto ACV no meio acadêmico mundial, foi realizada

em agosto de 2006 uma pesquisa no banco de dados Science Direct53, abrangendo

o período 1990 a 2006 (até agosto), com a palavra-chave Life Cycle Assessment, no

texto completo. Observou-se que existe um aumento das atividades de pesquisa em

ACV no decorrer dos anos, o que é refletido no número de artigos publicados em

revistas acadêmicas mantidas nesse banco de dados, conforme mostra a Figura 12.

Estudo semelhante foi realizado por Baumann & Tillman (2004), nos bancos de

dados de artigos do “Science Citation Index”, “Compendex” e “ABIInform”, de 1990 a

1999. A pesquisa conduzida por esses autores evidenciou resultados crescentes no

decorrer dos anos. Observa-se que em 1993 houve um salto no número de artigos.

Isso deve-se ao fato de nessa data ter sido publicada a primeira edição especial em

ACV, no Journal of Cleaner Production, nº 3-4, volume 1 (RUSSELL, 2005). O

aumento progressivo de artigos sobre o tema no decorrer dos anos mostra o

interesse que a ACV vem despertando na comunidade científica mundial.

Artigos onde apareceu "Life Cycle Assessment" no Science Direct

0 0 4 21 25 41 53 47 57 6792

117141 149 165

289

404

0

100

200

300

400

500

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006(até

ago.)

ano

Nº d

e pu

blic

açõe

s

Figura 12 – Número de artigos onde apareceu a expressão “Life Cycle Assessment” no Science Direct.

53 Science Direct é um compêndio de artigos científicos de periódicos com texto completo; contempla

diversas áreas do conhecimento e é acessível através do sistema “Periódicos” da CAPES.

56

Para efeito comparativo em relação à evolução do crescimento da ACV, foi

pesquisada uma medida remediadora de disposição de resíduos sólidos, “Landfill”,

que á a destinação em aterro sanitário, uma técnica “fim-de-tubo”. A palavra de

busca no “Science Direct” foi “Landfill”, em texto completo. A pesquisa foi realizada

em novembro de 2006, abrangendo o período de 1990 a 2006 (até novembro)

(Figura 13).

Artigos onde apareceu a palavra "lanfdfill" no Science Direct

0

500

1000

1500

2000

2500

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006(aténov)

ano

Nº d

e pu

blic

açõe

s

Figura 13 – Número de artigos onde apareceu a palavra “Landfill” no Science Direct

Para se analisar a evolução do número de artigos publicados com o tema “Landfill”,

em relação à ACV, foi elaborada a Figura 14. Conforme se pode constatar, esse

número cresce proporcionalmente no decorrer dos anos. Pelo fato de a ACV ser

uma ferramenta mais nova do que a prática de destinação em “Landfill”, esse

crescimento pode ser visto como um fator positivo, pois reflete uma preocupação

crescente em relação a essa questão.

57

Evolução de artigos Landfill e LCA no Science Direct

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

(até

nov)

Land

fill

-50100150200250300350400450500

LCA

landfill LCA

Figura 14 - Evolução dos artigos “Landfill” e “LCA” no Science Direct

Na América do Norte, Cooper e Fava (2000) realizaram uma pesquisa informal em

algumas universidades, em 1998. Foram escolhidas universidades que recebiam o

Journal of Industrial Ecology e outras publicações de nível universitário, nos EUA e

no Canadá. Foram enviados questionários em que o foco era a característica do

curso no qual ACV era ensinada e quais os recursos utilizados no seu ensino. Do

universo de retorno afirmativo, verificou-se que ACV estava sendo ensinada em 29

cursos, 21 nos EUA e 8 no Canadá, na maioria dos cursos a disciplina ACV era

opcional. De acordo com as resposta a esse questionário, o livro mais indicado no

ensino de ACV era Industrial Ecology, de Graedel & Allenby´s, 1995. Também foi

possível identificar as principais barreiras para o seu ensino, quais sejam:

o Administrativas - carência de suporte administrativo e espaço pequeno no

currículo para novos conceitos;

o De aplicação - o uso limitado de ACV na prática profissional;

o Temporais - muito tempo na montagem dos dados e carência de exemplos

simples para terminar dentro de 1-2 períodos, entre outras.

Em um outro trabalho, Cooper e Fava (2001), esses autores discutem o

desenvolvimento de competências em ACV nas universidades, em 3 áreas:

melhorias em recursos de ensino; temas das atividades de classe e

desenvolvimento de parcerias no setor público. Eles usaram a internet como guia

58

para as suas pesquisas e identificaram aproximadamente 50 cursos em 32

instituições. Observaram que, na maior parte dos casos, os cursos de ACV são

aplicados em programas multidisciplinares.

3.6 ACV no meio empresarial

O crescimento do uso do conceito de Ciclo de Vida pela indústria em países

desenvolvidos confirma o potencial para o uso da Abordagem do Ciclo de Vida,

sendo que o maior engajamento nesse sentido é observado em grandes empresas

em regiões desenvolvidas como a Europa, América do Norte, Japão e Coréia. Existe

pouco uso de Abordagem do Ciclo de Vida nas pequenas e médias empresas,

menos ainda nas empresas de países em desenvolvimento (SONNEMANN, 2005).

Segundo Rex (2005), as várias pesquisas realizadas para traçar o uso de ACV na

indústria mostraram que as principais áreas de aplicação foram as de pesquisa e

desenvolvimento de produtos. As principais barreiras para o uso da ACV na indústria

são: a complexidade da ferramenta, os custos elevados e o tempo envolvido. As

médias e pequenas empresas consideram esse custo acima das suas

possibilidades. As empresas maiores lidam melhor com esses obstáculos. Betz

(2005) apresentou, no seminário “Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na

Competitividade da Indústria Brasileira”, exemplos de grandes empresas

multinacionais na Europa que utilizam ACV: Basf, Unilever e Volkswagen (Quadro

5). Vale observar a quantidade de profissionais treinados da equipe elaboradora

para o para a aplicação da ACV e o número de estudos de casos já realizados por

essas empresas.

59

Quadro 5 – Exemplo de três grandes empresas que utilizam ACV na Europa GRANDES EMPRESAS

Nome BASF AG

UNILEVER

VOLKSWAGEN

Segmento • Químico.

• Alimentos, higiene e beleza.

• Montadora de automóveis.

Quantidade de componentes e estudos realizados

• 10 especialistas, sendo 2 no Brasil;

• ACV é praticada desde 1990, eco-eficiência desde 1996;

• Aproximadamente 250 estudos, sendo 85% para clientes internos e 15% para clientes externos.

• 5 especialistas; • ACV é praticada

desde 1980; • Possui centenas de

estudos.

• 3 especialistas; • ACV é praticada desde 1990; • 15 ACV completas de

veículos (6 delas publicadas); • Aproximadamente 200

estudos de ACV.

Abordagem e Fatores de Sucesso

• Comprometimento do nível hierárquico mais elevado;

• Combinação de ACV com Ecoeficiência e Sócio-Ecoeficiência (Aspectos Sociais);

• Experiência; • Tempo de execução curto e

baixo custo para análises.

• Equipe experiente; • Comprometimento do

nível hierárquico mais elevado.

• ACV completa, baseada nos resultados de estratégias de ACV otimizada;

• Comunicação dos resultados é uma importante característica para aceitação interna.

Fonte: BETZ, 2005. Deve-se ressaltar ainda que, nas regiões/países desenvolvidos, a ACV vem sendo

difundida cada vez mais, através de bancos de dados consolidados, políticas

públicas (Política Integrada de Produtos) e desenvolvimento de estudos por

empresas. As parcerias entre a academia, o governo e a empresa são importantes

para implementação da ACV. A Suíça e o Japão destacam-se com seus bancos de

dados em ACV, que possuem uma grande quantidade de conjunto de dados

(datasets). Esses bancos são distintos, pois foram estruturados de forma diferente.

No caso japonês, os dados são de origem primária, coletados diretamente das

associações industriais; já o banco de dados suíço é predominantemente

secundário. Mundialmente, o crescimento do interesse em ACV é progressivo no

meio acadêmico, o que pode ser verificado no levantamento da base de dados

Science Direct.

Nos países em desenvolvimento, existem iniciativas, mas estas ainda estão

incipientes em comparação aos países desenvolvidos. Além disso, é necessário

fomentar mais estudos e promover maior capacitação em ACV, além da própria

formação de bancos de dados.

A seguir será detalhada a inserção da ACV no Brasil, nos meios: acadêmico,

empresarial e governamental.

60

4 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO BRASIL

Neste capítulo, serão relatados os principais fatos que marcam a história da ACV no

Brasil.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou em 1994 o Grupo de

Apoio à Normalização Ambiental (Gana), Subcomitê de ACV, para acompanhar e

analisar os trabalhos do Comitê Técnico 207 (TC 207), gestão ambiental da ISO54.

Este grupo foi criado pelo esforço de algumas entidades e empresas brasileiras.

Segundo a ABNT (2005), o Gana teve uma participação importante no TC 207 da

ISO, na elaboração das normas da série ISO 14000, para que os interesse da

indústria nacional fossem levados em consideração, evitando que prevalecessem

apenas as visões dos países desenvolvidos. Esse grupo de apoio encerrou suas

atividades em junho de 1998. Em abril de 1999, a ABNT criou o comitê ABNT/CB-38

(Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental) para substituí-lo nas discussões das

normas internacionais da série 14000 e suas similares nacionais. Esse comitê

possui estrutura semelhante ao TC 207 da ISO, com seus subcomitês.

Em 1998, foi lançado o livro brasileiro “Análise de Ciclo de Vida de Produtos –

Ferramenta Gerencial da ISO 14000”, de José Ribamar Chehebe, que explica e

comenta as normas da série ISO relativas à ACV (CHEHEBE, 1998). Este livro foi

muito importante na história da ACV brasileira, pois foi o primeiro com esta temática

escrito originalmente em língua portuguesa no país.

O Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), do Instituto Técnico de Alimentação

(Ital), desenvolveu um estudo denominado “Análise do Ciclo de Vida de embalagens

para o mercado brasileiro”, de 1997 a 1999, com o objetivo de conduzir um estudo

sobre vinte sistemas de embalagens no mercado nacional, considerando as

condições e o nível de tecnologias (CETEA, 2006). Esse estudo foi realizado em

uma parceria com um consórcio de associações e empresas. Apesar de ter sido um

54 Este comitê técnico da ISO, TC 207, foi criado para desenvolver a série de normas internacionais de gestão

ambiental, denominadas série 14.000. Esta série refere-se a vários aspectos, tais como: sistemas de gestão ambiental auditorias ambientais, rotulagem ambiental, avaliação de desempenho ambiental, Avaliação do Ciclo de Vida, terminologia, projeto para o meio ambiente e comunicação ambiental.

61

projeto pioneiro de ACV, teve caráter confidencial, ou seja, os dados não foram

divulgados para a comunidade, deixando assim de dar a sua contribuição científica.

Em 29 de novembro de 2002, a Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV) foi

criada no Rio de Janeiro. Ela surgiu da necessidade de alguns órgãos, entidades e

empresas de discutirem as questões relativas à Avaliação do Ciclo de Vida. Desde a

sua fundação até o ano de 2005, a ABCV enfrentou questões legais para sua

formação como associação, com isso, houve uma lacuna de um órgão que reunisse

especialistas e empresas interessadas na temática ACV no Brasil. O grande

destaque da ABCV foi a coordenação da segunda “Conferência Internacional de

Avaliação de Ciclo de Vida” - CILCA 2007, realizada na cidade de São Paulo em

fevereiro de 2007. Essa conferência deu continuidade ao CILCA 2005, que

aconteceu em San José, Costa Rica, na busca da consolidação do “Pensar o Ciclo

de Vida” e “Gestão do Ciclo de Vida” na América Latina e do aprofundamento da

integração desta região com outras onde o tema encontra-se num estágio mais

avançado (ABCVBRASIL, 2007).

Os principais workshops sobre a temática ACV, abertos ao público, aconteceram no

eixo São Paulo/Rio de Janeiro e foram os seguintes:

o Seminário sobre ACV, com lançamento do livro “Avaliação do Ciclo de Vida,

Princípios e Aplicações” (MOURAD, 2002), realizado em 17 de maio de 2002;

o Workshop Estratégias para Consolidação da ACV no Brasil, em 30 de novembro

de 2004, realizado pelo Instituto Ekos Brasil;

o Seminário “Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na Competitividade da

Indústria Brasileira”, realizado nos dias 03 a 04 de outubro de 2005, em São

Paulo.

4.1 ACV no meio acadêmico brasileiro

Para verificar o estágio atual dos trabalhos de ACV na área acadêmica, foi realizada,

no período de abril a junho/2006, uma revisão bibliográfica para o levantamento de

dados, em que se buscou o tema ACV55 no resumo dos trabalhos de mestrado e

55 As palavras de busca foram: Avaliação do Ciclo de Vida; Análise do Ciclo de Vida e ACV.

62

doutorado. Procedeu-se a esse levantamento nos seguintes bancos de dados

acadêmicos:

o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), onde existe

uma relação com resumos de teses e dissertações com a temática ACV;

o Banco de teses, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(Capes), que disponibiliza ferramentas de busca e consulta de resumos sobre as

teses e dissertações defendidas junto a programas de pós-graduação no país;

o Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq). Foi realizada uma pesquisa no sistema de informação

curricular da comunidade científica brasileira, nos principais currículos dos

professores universitários que trabalham com a ACV.

A primeira abordagem desse levantamento foi a quantificação desses trabalhos

acadêmicos; no total foram: 47 dissertações de mestrado e 17 teses de doutorado.

A relação dos mesmos encontra-se no apêndice A.

4.1.1 Dissertações de mestrado Estes trabalhos foram separados e quantificados por universidade, para se ter uma

visão onde estão concentrados. Eles estão distribuídos conforme o Quadro 6.

Quadro 6 – Número de dissertações de mestrado em ACV produzidas por universidades

UNIVERSIDADE Nº. de dissertações

produzidas em ACV Universidade de São Paulo – USP 13 Universidade Federal de Santa Maria – UFSM 4

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS 4 Universidade Regional de Blumenau – FURB 4 Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC 3 Universidade de Brasília – UnB 3 Universidade Federal da Bahia – UFBA 2 Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ 2 Universidade Federal do Paraná – UFPR 1 Universidade para Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal - UNIDERP 1 Universidade Est. Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu – UNESP 1 Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP 1 Universidade Federal de Viçosa – UFV 1 Universidade Federal Fluminense – UFF 1 Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP 1 Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI (MG) 1 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC 1 Universidade de Taubaté – UNITAU 1 TOTAL 47

63

A universidade que tem o maior número de dissertações na temática ACV, no Brasil,

é a USP, com 13 trabalhos. O Quadro 7 ilustra a distribuição dessas dissertações

dentro dos cursos de pós-graduação na USP.

Quadro 7 – Cursos de pós-graduação da USP em que se produziram dissertações em ACV

CURSOS DA USP

Nº. de dissertações produzidas em

ACV Engenharia Química 8 Administração 1

Engenharia Civil 1 Engenharia Elétrica 1 Interunidades em Energia

1 Saúde Pública 1 TOTAL 13

A maior produção da USP, com oito dissertações, está concentrada no mestrado de

Engenharia Química. Este fato deve-se à existência de um grupo de pesquisa em

ACV, denominado “Grupo de Prevenção da Poluição (GP2)”. O grupo iniciou suas

atividades em 1997 e foi estruturado em duas vertentes, uma para estabelecer

banco de dados nacional e a outra para estudar os usos e as aplicações da ACV

(KULAY, 2004). É também é responsável por uma disciplina na pós-graduação

dedicada exclusivamente à ACV. Na vertente de banco de dados, foram produzidas

dissertações na área de energia elétrica: na geração, “Inventário de Ciclo de Vida da

Geração Hidrelétrica no Brasil – Usina de Itaipu: Primeira Aproximação” (RIBEIRO,

2003); na transmissão, “Inventário de ciclo de vida do sistema de transmissão de

energia elétrica” (CNPq, 2006) e na distribuição, “Inventário de ciclo de vida da

distribuição de energia elétrica no Brasil” (YOKOTE, 2003). Além dessas

dissertações, foram produzidos dois trabalhos na área de plásticos: “Inventário do

ciclo de vida do PVC produzido no Brasil” (BORGES, 2004) e “Estudo quantitativo do

impacto ambiental na produção industrial do polietileno” (SOUZA, 2004). Na outra

vertente, foi proposto um modelo de ACV para a produção de um fertilizante

fosfatado (KULAY, 2000). Em seguida, Benjamin (2002) desenvolveu um modelo de

avaliação de softwares de ACV disponíveis no mercado, comparando cinco deles.

Por fim, Ribeiro (2004) propõe no seu trabalho um conjunto de critérios para a

construção do modelo representativo de sistema de produto em estudos de ACV que

64

visam à formação de um banco de dados e à consolidação de uma metodologia de

execução de estudos da técnica.

Entre as demais produções da USP, destaca-se um trabalho em saúde pública

denominado “O Fator Higiene Ocupacional, dentro da Análise do Ciclo de Vida de

um produto: proposta para abordagem”, por este ter sido realizado em uma área

diferente daquela em que a maioria dos trabalhos levantados nesta pesquisa se

insere.

Os quatro trabalhos produzidos pela Universidade Federal de Santa Maria são do

curso de Engenharia de Produção, e três deles foram escritos sob a supervisão do

mesmo orientador.

A produção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul está dividida entre os

cursos de Engenharia Civil (2), Engenharia de Produção (1), Recursos Hídricos e

Saneamento Ambiental (1) e tem a característica de ser descentralizada, ou seja,

todos os trabalhos tiveram orientadores diferentes.

Na Universidade Regional de Blumenau, a produção está dividida entre os cursos de

pós-graduação em Administração (2) e Engenharia Ambiental (2). O fato de haver

dois trabalhos da área de administração chama atenção, pois a grande maioria vem

dos cursos da área 1 (engenharias).

Na Universidade Federal de Santa Catarina, a produção está distribuída pela

Engenharia Ambiental (1) e Engenharia Civil (2). O trabalho de Engenharia

Ambiental faz uma abordagem sobre o PVC, especificamente sobre a decisão do

Grupo Amanco de voluntariamente substituir, no Brasil, o estabilizante à base de

chumbo e a estratégia utilizada para influenciar a cadeia produtiva do PVC brasileiro

(ZIMMERMANN, 2004). Na área de engenharia civil, Mesquita (2001) no seu

trabalho faz uma análise econômica comparativa de custos entre a alternativa de

pavimento de concreto de cimento Portland (pavimento rígido) e a alternativa mais

utilizada para a pavimentação rodoviária no país, o pavimento flexível ou pavimento

asfáltico, enfocando o conceito de Análise do Ciclo de Vida desses dois tipos de

pavimentação. E a dissertação de Mastella (2002) faz uma comparação entre os

65

processos de produção de blocos cerâmicos e de concreto para alvenaria estrutural

através da Análise do Ciclo de Vida.

Na Universidade de Brasília, foram produzidos três trabalhos com o mesmo

orientador, sendo dois na área de produção agrícola (RABELO, 2003; XAVIER,

2003; XAVIER, 2005) e um na gestão do óleo lubrificante usado (BARROS, 2005).

Este mesmo professor da UnB orientou também uma dissertação na Universidade

de Taubaté, sobre os efeitos ambientais da produção do vidro plano, com o objetivo

de estruturar e propor o Inventário do Ciclo de Vida deste segmento (SANTOS,

2002).

A Universidade Federal da Bahia, através da Rede de Tecnologias Limpas, no curso

do Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo

Produtivo, produziu dois trabalhos: um com proposições de inserção de ACV na área

de políticas públicas, especificamente na Bahia através do órgão ambiental do

estado (TOSTA, 2004), e o outro uma proposta de Simbiose Industrial no Pólo

Petroquímico de Camaçari/BA (TANIMOTO, 2004).

As duas dissertações da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) estão

distribuídas nos cursos de Ciência e Engenharia dos Materiais e da Engenharia de

Produção. A primeira é um trabalho que analisa as relações entre o meio ambiente e

o pneu automotivo ao longo de todo o seu ciclo de vida, abordando principalmente a

necessidade de disposição final e oportunidades de reaproveitamento de pneus

inservíveis (ALMEIDA, 2002). Já a segunda verifica a viabilidade da utilização do

método de estratégias de projeto para o ciclo de vida Lifecycle Design Strategies

(LiDS) para a avaliação dos impactos ambientais no ciclo de vida de uma família de

produtos veterinários (LUCENTE, 2004). Foram orientadas por diferentes

professores.

As duas produções da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) são dos

cursos de Engenharia de Produção e de Planejamento Energético e tiveram

orientadores diferentes.

66

Constatou-se que na Universidade Federal de Viçosa foi elaborada em 2003 uma

dissertação em ACV, para analisar o impacto ambiental potencial dos resíduos de

dois sistemas de manejo de suínos (PRETTO, 2003; PRETTO, 2005).

4.1.2 Teses de doutorado

O mapeamento dos trabalhos de doutorado está distribuído no Quadro 8.

Quadro 8 – Número de teses de doutorado em ACV produzidas por universidade

UNIVERSIDADE Nº. de teses produzidas em ACV Universidade Estadual de Campinas – Unicamp 5 Universidade de São Paulo – USP 4 Universidade Federal do Pará – UFPA 2 Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR 2 Universidade de São Paulo – São Carlos 1 Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG 1 Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC 1 Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ 1 TOTAL 17

A Unicamp destaca-se com a maior produção de teses em ACV, cinco trabalhos

sendo três da Engenharia Mecânica: “Análise do Ciclo de Vida: estudo de caso para

materiais e componentes automotivos” (UGAYA, 2001); “Proposta de metodologia e

concepção e projeto de produto considerando aspectos ambientais no ciclo de vida”

(LOBO, 2000) e “Síntese otimizada de sistemas de aquecimento solar de água”

(BORGES, 2000). A Engenharia Química produziu a tese denominada “Metodologia

e procedimentos para a consideração ambiental no projeto de processos químicos”

(BAUER, 2003) e a tese intitulada “Análise de Ciclo de Vida aplicada ao processo de

cerâmica tendo como insumo energético capim-elefante” (SEYE, 2003), produzida

pelo Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético. Todas as teses foram

realizadas com orientadores diferentes.

Os trabalhos de tese da USP estão divididos entre a pós-graduação de Engenharia

Civil (2), Engenharia Química (1) e Engenharia Metalúrgica (1). O da Engenharia

Química (GP2) é sobre fertilizantes e o autor já tinha produzido uma dissertação

nesta área (KULAY, 2004).

67

A Universidade Federal do Pará (UFPA), no curso de pós-graduação em

Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, possui duas teses, a primeira

avalia diferentes alternativas dos resíduos produzidos na Estação de Tratamento de

Água (ETA) do Bolonha, através da ACV (MACHADO, 2003). A segunda é sobre

reciclagem das latas de alumínio (VIEIRA, 2004).

São duas as teses da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR): uma da

Engenharia Hidráulica e Saneamento, sobre Avaliação do Ciclo de Vida do álcool

etílico hidratado combustível, com a utilização do método EDIP (Environmental

Development of Industrial Products) e a introdução das avaliações exergéticas e

emergéticas na avaliação e valoração do impacto (OMETTO, 2005), e outra da

Ciência e Engenharia dos Materiais denominada “Avaliação de Ciclo de Vida de

garrafas PET: materiais, energia e emissões” (REMÉDIO, 2004). Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Engenharia Metalúrgica e de

Minas produziu uma tese: “Desenvolvimento de uma metodologia e um software

para avaliação ambiental de processos metalúrgicos” (SANTOS, 2001). Parte dessa

tese foi publicada no livro “Avaliação ambiental de processos industriais56”.

4.1.3 Evolução dos estudos acadêmicos da ACV

As dissertações (47) e teses (17) foram arranjadas de acordo com o ano de

publicação (Figuras 15 e 16). A listagem destes trabalhos por ano de elaboração

encontra-se no Apêndice B.

56 www.signuseditora.com.br

68

Dissertações com a temática ACV produzidas por ano no Brasil

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

ano

quan

tidad

e de

disse

rtaç

ões

Figura 15 – Quantidade de dissertações produzidas por ano no Brasil na temática ACV

Teses com a temática ACV produzidas por ano no Brasil

0

1

2

3

4

5

6

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

ano

quan

tidad

e de

tese

s

Figura 16 – Quantidade de teses produzidas por ano no Brasil na temática ACV Com base no levantamento aqui realizado, a primeira produção acadêmica no Brasil

na temática ACV foi uma tese de doutorado no ano de 1997, na Universidade

Federal de Santa Catarina, na Engenharia de Produção, denominada “Planejamento

baseado em casos aplicados na resolução de não-conformidades (NC) ambientais

no ciclo de vida de produtos, processos e serviços” (SILVA, 1997). Nesse mesmo

ano, foram iniciadas também as atividades do Grupo de Prevenção da Poluição

(GP2), grupo de pesquisa em ACV da USP. As primeiras dissertações com a

temática ACV viriam um ano depois, em 1998. Foram identificadas três, sendo duas

da Universidade Federal do Rio de Janeiro (pós-graduação em Planejamento

69

Energético e Engenharia de Produção) e outra da Universidade Metodista de

Piracicaba.

Em 1999, foram publicadas também três dissertações, sendo duas da Universidade

Regional de Blumenau – Administração –, e uma da Universidade de São Paulo –

Interunidades em Energia. No ano de 2000, a produção científica aumentou em

relação aos anos anteriores, com quatro dissertações e duas teses. As dissertações

produzidas foram: duas da USP (Engenharia Elétrica e Engenharia Química); uma

da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu – Agronomia – e

uma da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Recursos Hídricos e

Saneamento Ambiental. As duas teses foram da Universidade Estadual de

Campinas – Engenharia Mecânica.

O período mais produtivo foi o biênio 2003 (onze dissertações e cinco teses) a 2004

(catorze dissertações e cinco teses). Pode-se supor que um dos motivos desse

aumento foi a divulgação da 1ª norma ABNT/ISO 14.040 no Brasil, em 2001, o que

facilitou o acesso a informação sobre ACV. Deve-se também levar em consideração

que uma das principais fontes de pesquisa deste estudo, o banco de dados da

Capes, possui o “Aplicativo Coleta de Dados” que é um sistema informatizado,

desenvolvido com o objetivo de coletar informações dos programas de pós-

graduação de mestrado e doutorado de todo o país. Essa coleta é realizada a cada

dois anos, ou seja, os dados de 2003 e 2004 foram lançados em 2005. Os de 2005 e

2006 foram coletados no início de 2007 e serão lançados nos próximos meses.

Logo, a maior concentração dos dados da pesquisa no biênio 2003/2004 pode

também ser devida à atualização do sistema Capes.

4.1.4 ACV no meio acadêmico por setor produtivo

Dos trabalhos acadêmicos avaliados, observa-se que os setores produtivos

abordados são bem diversificados: construção civil, automobilístico, embalagens,

energia, agro-pecuário, mineração, químico etc. Por outro lado, já se identifica um

direcionamento das universidades por determinados segmentos. Nesse sentido, a

USP destaca-se com trabalhos na área de energia, a UFSC e a UFGRS concentram

70

trabalhos em construção civil, a UnB, em agricultura e a UFBA, em políticas públicas

e industriais. A Figura 17 ilustra as instituições por segmento produtivo, no que se

refere aos trabalhos de mestrado.

Em relação às teses analisadas, os setores que aparecem são bem diferentes. Há

uma predominância de trabalhos da Unicamp no que se relaciona à aplicação da

metodologia de ACV (Figura 18).

0

2

4

6

8

10

12

14

Nº d

e Tr

abal

hos

USP UFSM UFRGS FURB UFSC UnB UFBA UFSCar UFRJ Demais

Instituições

Gráfico das Instituições x Segmentos das ACV - Mestrado outros

Políticas (Públicas/Industriais)

Embalagens

Químico

Metodologia

Mineração

Energia

Agro-pecuário

Plásticos

Automobilistico

Construção Civil

Figura 17 – Produção de dissertações de ACV por segmento produtivo

Gráfico das instituições x Segmentos de ACV - Doutorado

0

1

2

3

4

5

6

UNICAMP

USPUFP

AUFS

C

Demais

Instiuições

Nº d

e tr

abal

hos

outrosPolíticas(Públicas/Industriais)Embalagens

Metodologia

Químico

MineraçàoAgro-pecuário

Energia

Plásticos

Automobilistico

Construção Civil

Figura 18 – Produção de teses de ACV por segmento produtivo

71

4.2 ACV no meio empresarial brasileiro

Há poucos trabalhos referentes à ACV sendo desenvolvidos dentro das empresas

no Brasil. A maioria desses trabalhos encontra-se em empresas de grupos

multinacionais que já têm a prática de utilizar essa ferramenta em outras unidades

em seus países de origem.

Para verificar se a Avaliação do Ciclo de Vida tem sido utilizada nas empresas

brasileiras, buscou-se o tema ACV nos seguintes locais:

o Relatório de Sustentabilidade Empresarial, publicado pelo Conselho

Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS57) em

2004, no qual as empresas associadas expõem suas ações nas áreas de

ecoeficiência e responsabilidade social. Esse relatório é publicado a cada dois

anos (CEBDS, 2004) e integra 32 empresas. Neste estudo, foram analisadas

25;

o Algumas empresas que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial da

Bolsa de Valores de São Paulo (ISE/Bovespa);

o Sites institucionais de grandes empresas de diversos segmentos produtivos.

Tanto do relatório do CEBDS, quanto das empresas que integram o ISE/Bovespa,

foram excluídas da análise aquelas que pertencem a setores que não têm tradição

de ACV, tais como: aéreo, bancário, de cigarros, de fomento a pequenas empresas

e o setor de instituições de ensino (este já tinha sido analisado no item 4.1).

Nesse levantamento dentro do setor empresarial, realizado no período de setembro

a outubro de 2006, foram selecionadas e analisadas 33 empresas (Quadro 9), sendo

que apenas sete (Amanco, Natura, Tetra Pak, Unilever, DaimlerChrsyler, Basf e

Suzano) citam o uso da ACV, representando 21% do universo pesquisado.

57 O CEBDS tem o compromisso de disseminar o conceito de desenvolvimento sustentável junto ao setor

empresarial brasileiro.

72

Quadro 9 – Empresas pesquisadas em relatórios socioambientais/sustentabilidade ou sites institucionais

EMPRESAS Segmento Cita ACV Fonte

1 3M do Brasil Diversificado Não 2 ABB Service Tecnologia de energia e

automação Não

3 ALCOA Alumínio Não 4 AMANCO Tubos e conexões de

PVC Sim

5 AMBEV Bebidas Não 6 ARACRUZ* Celulose Não 7 BAYER Agronegócios, polímeros

e farmacêutica. Não

8 BRASKEM* Petroquímicos básicos e intermediários e resinas

termoplásticas,

Não

9 COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO

Siderúrgica Não

10 COPESUL Petroquímica Não 11 COSIPA Siderúrgica Não 12 DUPONT Diversificado Não 13 ELETRONUCLEAR Energia Não 14 FURNAS Energia Não 15 GERDAU Aço Não 16 NATURA* Cosmético Sim 17 NESTLÉ Alimentícia Não 18 PETROBRÁS Petróleo Não 19 SHELL Distribuidora de

combustíveis Não

20 SIEMENS Eletroeletrônico Não 21 SYNGENTA Agronegócios Não 22 USIMINAS Siderúrgica Não 23 VALE DO RIO DOCE Mineração Não 24 VOTORANTIM

CELULOSE E PAPEL Celulose e papel Não

25 WHITE MARTINS Gases industriais Não

Relatório de Sustentabilidade Empresarial – CEBDS 2004

26 BASF Química Sim Site institucional 27 BELGO MINEIRA Siderúrgica

Não Site institucional

28 CSN Siderúrgica Não Relatório Anual CSN 2005 29 DAIMLERCHRSYLER Fabricante de veículos

comerciais Sim Site institucional

30 PERDIGÃO Alimentícia Não ISE / Site institucional 31 SUZANO Papel e celulose e

petroquímica Sim ISE / Relatório Socioambiental

Suzano 2006 32 TETRA PAK Embalagens cartonadas

e máquinas de envase. Sim Relatório Socioambiental

Tetra Pak 2004/2005 33 UNILEVER Alimentos, higiene e

beleza. Sim Site institucional

Fonte: ARCELOR, 2006; BASF, 2006; CEBDS, 2004; CSN, 2005; DAIMLERCHRSYLER, 2006; PERDIGÃO, 2006; SUZANO 2006; TETRA PAK, 2006; UNILEVER, 2006; VERACEL 2005. * Estas empresas também compõem o ISE.

73

O grupo Amanco, detentor das marcas Akros e Fortilit, fabricante de tubos e

conexões à base de policloreto de vinila (PVC), é de origem suíça. Em 2001, iniciou

o processo de transformar o PVC, principal matéria-prima utilizada, em um material

ambientalmente mais seguro. Foi realizada uma avaliação ambiental do PVC que

identificou 16 pontos críticos ao longo do ciclo de vida do material, desde a extração

das matérias-primas até a disposição final dos produtos de pós-consumo. As etapas

incluíram a política de fornecedores, com limite máximo de 3 ppm de emissão de

MVC (monocloreto de vinila) para os fabricantes de resina de PVC; além de

auditorias nos fabricantes de matérias-primas referentes a quesitos de qualidade,

meio ambiente, saúde, segurança e serviços (CEBDS, 2004). Para atender às

demandas dos estudos de ACV, alguns programas de substituição de materiais

foram implementados (CEBDS, 2004). São estes:

o Eliminação dos pigmentos à base de metais pesados por pigmentos

orgânicos ou inorgânicos, em 2001;

o Eliminação de plastificantes à base de naftalatos, por adipatos, em 2002;

o Substituição dos estabilizantes à base de chumbo, por estabilizante de cálcio

e zinco, em 2003.

Esse grupo suíço convidou seu principal concorrente brasileiro para juntos

conduzirem o processo de substituição de materiais. Diante das várias polêmicas

ambientais sobre o PVC, o convite foi aceito para o processo de substituição. Juntos

os dois concorrentes desenvolveram vários testes com estabilizantes alternativos até

decidirem pelo sistema de estabilização à base de cálcio e zinco. Após essa primeira

etapa, uma nova fase do processo passou a envolver os demais fabricantes

brasileiros de tubos e conexões de PVC. Para formalizar o envolvimento de toda a

cadeia, os associados do Instituto do PVC foram convidados a assinar o “termo de

adesão” que os comprometia a substituir voluntariamente os estabilizantes de

chumbo (Pb) do PVC por estabilizantes de cálcio e zinco. O “termo de adesão” foi

assinado em 25 de abril de 2002 pelas empresas Amanco, Asperbrás, Cardinali,

DVG, Krona, Polyvin, Providência, Plastilit, Tigre, Tiletron, Tubozan e Majestic,

totalizando 80% dos transformadores brasileiros de tubos e conexões de PVC

(ZIMMERMANN, 2004).

74

O grupo Amanco utilizou ACV como uma estratégia de mercado, em resposta às

várias polêmicas que o PVC tem despertado nas últimas décadas, antecipando aqui

no Brasil os acordos realizados na Europa com fabricantes do PVC (Programa

“VINIL 2010”). Esses estudos de ACV incluem várias ações e compromissos como

progressiva substituição de estabilizantes de chumbo: em 15% até 2005, 50% até

2010 e a eliminação total até 2015, além da substituição dos estabilizantes de

cádmio, já efetivada em março de 2001 (ZIMMERMANN, 2004).

A empresa Natura, do segmento de cosméticos, produtos de higiene e de

perfumaria, é uma empresa de capital nacional. Essa empresa afirma no relatório de

sustentabilidade que utiliza a ACV e cita, como um exemplo desse fato, a

substituição das sacolas plásticas usadas para enviar produtos às consultoras. Estas

consistiam um dos itens de maior impacto no meio ambiente e foram substituídas

pelas de papel reciclado. Baseado também em estudos de ACV, a empresa

considera que um dos maiores impactos ambientais de suas atividades é

proveniente do descarte das embalagens dos seus produtos. Segundo consta no

relatório de sustentabilidade, em 2003, 94% das embalagens do portfólio e 100%

das embalagens dos lançamentos da empresa foram submetidas à avaliação de

impacto ambiental (CEBDS, 2004).

No site da Unilever, na página desenvolvimento sustentável, a ACV aparece citada

no item Ecoeficiência da seguinte maneira: “Desenvolver atividades através do

Sistema de Gestão Ambiental, assim garantindo a melhoria contínua na

contabilidade ambiental e impactos ambientais, através da ferramenta de inovação

(ecodesign) e avaliação de impacto (ACV)” (UNILEVER, 2006).

O grupo alemão Daimler-Chrysler cita a ferramenta ACV em seu site institucional

(DAIMLER-CHRYSLER, 2006). Além disso, desenvolveu em 1996, um projeto piloto

em que fez um comparativo entre almofadas de bancos confeccionadas a partir de

fibra de coco e outras confeccionadas com espuma de poliuretano (LIMA, 2001).

A Tetra Pak, fabricante de embalagens cartonadas e máquinas de envase foi

inaugurada em 1951 em Lund, na Suécia e atua no Brasil desde 1957. Em seu

relatório socioambiental, ACV é citada como um item da sua política ambiental, qual

75

seja: “Ter perspectiva de longo prazo e visão do ciclo de vida de seus produtos”.

Aparece também no item “desenvolvimento de produtos”, em que o ciclo de vida dos

produtos e serviços é avaliado a partir de critérios ambientais desde o design e

seleção de fornecedores até a operação, fabricação, transporte e entrega aos

clientes e consumidores (TETRA PAK, 2006).

A Basf no Brasil utiliza a Análise de Ecoeficiência, desenvolvida pela Basf Alemã em

1996, para comparação do ciclo de vida de produtos, com o propósito de avaliar o

grau de satisfação, de acordo com os requisitos econômicos, sociais e ambientais

(BASF, 2006).

Em 2003, a Suzano Papel e Celulose iniciou a aplicação da ACV em seus produtos.

Essa metodologia permite que a companhia monitore a ecoeficiência dos mesmos e

a compare com a dos concorrentes, além de ajudar a empresa a definir objetivos e

metas para a redução de impactos ambientais. A análise conduzida foi do tipo “do

berço ao túmulo”, para dois tipos de papéis de sua fabricação. A partir de 2006, a

ACV será estendida a outro tipo de papel, e os planos de longo prazo envolvem a

análise de todos os produtos da empresa (SUZANO, 2006).

A Suzano Petroquímica está iniciando o processo de ACV de seus produtos e está

concluindo o levantamento dos impactos da transformação do propeno em

polipropileno. O trabalho será ampliado com a avaliação dos impactos da

transformação do polipropileno em produtos finais e do pós-consumo com a

disposição em aterros sanitários ou reciclagem (SUZANO, 2006).

Das sete empresas analisadas, observa-se que apenas duas são nacionais, o grupo

Suzano e a Natura, as outras são multinacionais com origem Européia (Quadro 10).

Isso demonstra a importância deste continente para o desenvolvimento da ACV.

Outro ponto deve ser destacado entre essas sete empresas é que, de alguma forma,

esses estudos estão associados a uma estratégia de mercado, devido à imagem

que seus produtos representam para a sociedade. Isso é observado desde a

Amanco, com as polêmicas ambientais do PVC; a Basf, como indústria química; a

Natura, que lida com produtos de beleza relacionados com a natureza; a Suzano,

76

produtora de papel, até as questões das embalagens da Tetra Pak e a produção de

veículos pela Daimler-Chrysler.

Quadro 10 – Origem das empresas que usam ACV no Brasil

EMPRESAS ORIGEM DA EMPRESA

AMANCO Suíça BASF Alemanha DAIMLERCHRSYLER Alemanha NATURA Brasil SUZANO Brasil TETRA PAK Suécia UNILEVER Inglaterra

Fonte: ARCELOR 2006; CEBDS, 2004; DAIMLERCHRSYLER 2006; SUZANO 2006; TETRA PAK, 2006; UNILEVER, 2006. Vale ressaltar que existem duas empresas entre as analisadas em que o uso de

ACV não foi registrado, mas estas já iniciaram estudos nesse sentido. A primeira é a

Braskem, que iniciou em 2005 um projeto piloto de “Análise de Ecoeficiência”, com

consultores da “Fundação Espaço ECO58”. Essa empresa está desenvolvendo seu

primeiro trabalho, denominado de “Projeto Piloto de Aplicação da Ferramenta de

Análise de Ecoeficiência da Basf na empresa Braskem”. Neste projeto com a

Braskem, serão desenvolvidos pilotos para o PET (polietileno tereftalato), PVC

(policloreto de vinila) e gasolina (FUNDAÇÃO ESPAÇO ECO, 2005). A outra é a

Aracruz Celulose, que está iniciando um estudo dos seus produtos por meio de uma

empresa de consultoria (SOUZA, 2006). Para efeito desta pesquisa, elas não foram

computadas na análise.

A Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) fez uma pesquisa para levantar o

nível de conscientização ambiental de cada empresa associada. Participaram 31

associados representando todos os elos da cadeia produtiva (fabricantes de

embalagens, fornecedoras de matéria-prima e/ou insumos, fabricantes de

acessórios e equipamentos para embalagem, agências de design, entre outras).

Entre as empresas que responderam à pesquisa, 45% são transformadoras de

embalagens, 19,5% são fornecedoras de matérias-primas e/ou insumos, 16% são

58 Fundação Espaço ECO – recebeu o nome de primeiro Centro na América Latina para aplicar a Ecoeficiência,

está localizada no site da Basf, em São Bernardo do Campo/São Paulo/Brasil. Iniciou suas atividades em junho 2005 (www.basf.com).

77

agências de design, 6,5% são usuários de embalagens (fabricantes de produtos),

6,5% são fabricantes de acessórios e 6,5% pertencem a outras categorias. (ABRE,

2006).

O item da pesquisa sobre o grau de conhecimento da Avaliação do Ciclo de Vida,

resultou nos seguintes dados: 10% não ouviram falar; 53% já ouviram falar e estão

interessados no assunto e 37% já trabalharam com esse assunto. Estes 37%

representam 11 empresas.

4.3 ACV no meio governamental brasileiro

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), através do Instituto Brasileiro de

Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), planeja viabilizar o Inventário do Ciclo

de Vida no Brasil. Desde 2002, vem atuando na construção de um projeto nacional

denominado “Projeto Brasileiro de Inventário do Ciclo de Vida para a

Competitividade da Indústria Brasileira”. O IBICT está se estruturando para ser o elo

do governo no desenvolvimento do ICV nacional. No período de 2003 a 2004, esse

instituto desenvolveu um site59 informativo sobre ACV que disponibiliza informações

sobre este tema.

Em outubro de 2005, o MCT organizou em São Paulo o Seminário Internacional

“Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na Competitividade da Indústria Brasileira”,

com o objetivo de disseminar a importância da técnica da ACV para indústria. Desse

evento, participaram diversos palestrantes do governo, da academia e da indústria

nacional, além de pesquisadores internacionais. O IBICT estabeleceu também uma

parceria com o Instituto Ekos Brasil e o Instituto suíço EMPA, para capacitação em

elaboração da base de dados em ACV. Esse projeto de capacitação, ministrado por

um membro do EMPA, foi estruturado a partir do modelo “Ecoinvent”. Aconteceram

três workshops: o primeiro em Brasília, de 13 a 16 de julho de 2005; o segundo em

São Paulo, de 25 a 28 de fevereiro de 2006; e o terceiro em Brasília, de 2 a 5 de

maio 2006. O workshop final ocorreu durante a “Conferência Internacional do Ciclo

de Vida – CILCA”, em fevereiro de 2007.

59 <www.acv.ibict.br>.

78

No mês de agosto de 2006, o IBICT enviou, para um edital da Financiadora de

Estudos e Projetos (Finep), uma proposta cuja meta era desenvolver projeto

nacional de ICV. Este teria como co-executores três universidades, UnB, USP e

UFTPR, e como parceiros, a ABNT, o Sebrae60, INT61, Inmetro62, a ABIPTI63, a

ABCV e Petrobras. Esse projeto foi aprovado e está previsto para iniciar em 2007.

Cada uma das universidades ficará com um tema específico do inventário.

Inicialmente, será realizado um projeto piloto para energia, combustível e transporte.

No âmbito desse projeto, será contratada uma consultoria internacional para se

conhecer uma outra maneira de organização de informações do banco de dados,

diferente da experiência com a Suíça. Será o primeiro passo para o desenvolvimento

do inventário brasileiro, levando em consideração que o projeto nacional de ACV

ficou estagnado durante algum tempo, principalmente por falta de recursos

financeiros.

Neste capítulo sobre ACV no Brasil, foram levantados dados da academia, empresa

e do governo. No meio acadêmico, foram levantadas 47 dissertações e 17 teses. A

universidade que tem o maior número de dissertações na temática ACV é a USP

com 13 trabalhos, sendo que oito destes foram produzidas pela Engenharia

Química, pelo grupo de pesquisa em denominado “Grupo de Prevenção da Poluição

(GP2)”. Vale ressaltar a importância desse grupo no desenvolvimento da ACV no

país. Em relação às teses, a universidade que mais produziu foi a Unicamp, com

cinco trabalhos. A pesquisa com os dados acadêmicos dá uma visão das

universidades onde estão concentrados os trabalhos de ACV e possibilita a

identificação não só das competências por segmento, mas também das lideranças já

formadas. Mostra também que não existe uma evolução progressiva dos trabalhos

no decorrer dos anos. No entanto, houve um período em que a produção cresceu: o

biênio 2003/2004.

Poucos trabalhos usando ACV foram desenvolvidos em empresas no Brasil. A

maioria das empresas onde trabalhos com essa temática foram encontrados

60 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) 61 Instituto Nacional de Tecnologia (INT) 62 Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) 63 Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa (ABIPTI)

79

pertencem a grupos multinacionais, que já têm a prática de utilizar essa ferramenta

em outras unidades de outros países, principalmente na Europa. Nesses casos,

essa prática está devidamente evidenciada nos seus instrumentos de comunicação

(sites institucionais e relatórios).

O papel do governo brasileiro na implantação do banco de dados é imprescindível. A

ação governamental faz-se necessária no desenvolvimento de parcerias, com os

diversos atores, conforme se pode constatar a partir do exemplo de outros países.

Espera-se que com o desenvolvimento deste banco de dados de ACV, a ferramenta

seja mais difundida e utilizada. A Figura 19 mostra os principais marcos para o

desenvolvimento da ACV no Brasil.

80

1994 1997 1998 1999 2001 2002 2004 2005 2007

Criação CB-38/ ABNT

NormaABNT/ISO 14.040

- Criação da Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV)

- Livro “ACV Princípios e Aplicações" (MOURAD)

Livro "ACV de Produtos"

(CHEHEBE)

- Estudo do Centro de Tecnologia de Embalagem CETEA/ITAL(1997-1999) - Inicio Grupo de Prevenção à Poluição GP2/USP

Criação GANA/ ABNT

Normas ABNT/ISO 14.041 e 14.042

- Livro "ACV: a ISO 14.040 na América Latina(CALDEIRA-PIRES)

- Norma ABNT/ISO 14.043

- Conferência Internacional de Avaliação de Ciclo de Vida (CILCA 2007)

- Início do Projeto Brasileiro de ICV

Figura 19 - Principais atividades da ACV no Brasil

81

5 PROPOSIÇÕES Pelos levantamentos desta pesquisa, para o desenvolvimento da ACV em um país é

de fundamental importância que os diversos atores envolvidos na questão atuem de

forma integrada. Observa-se que no Brasil isso não está existindo. Na academia, os

estudos da ACV são desenvolvidos em trabalhos da pós-graduação (mestrado e

doutorado), com esforços de professores e seus alunos, e sem aportes financeiros

para o desenvolvimento das pesquisas. Não se tem uma continuidade da produção

científica. Mesmo assim, já existem algumas universidades formando lideranças e há

professores coordenando essas atividades.

Nas empresas, os poucos estudos desenvolvidos no Brasil, foram, na maioria,

realizados pelas filiais de grupos multinacionais que já têm a prática de usar a ACV

em suas matrizes. Esses estudos não estão associados a grupos de pesquisas das

universidades, são desenvolvidos pela necessidade imposta por um contexto dentro

destas empresas. Observa-se a importância do envolvimento da alta gerência no

desenvolvimento da ACV nessas instituições.

Vários autores (BORGES, 2004; RIBEIRO, 2004; SANTOS, 2001; SILVA, 2003)

falam da carência de um banco de dados brasileiros, pois a cada estudo que se

inicia faz-se necessário levantar uma grande quantidade de informações na fase de

Inventário de Ciclo de Vida. Isso torna muito complexa a realização do mais simples

estudo. O banco de dados reduziria o tempo gasto para a realização de um estudo e

a quantidade de recursos necessários para a sua execução. Também viabilizaria

novos estudos, que se tornariam mais fáceis de serem finalizados. Por causa da

carência de dados nacionais, alguns estudos desenvolvidos no Brasil foram

adaptados a partir de uma base de dados estrangeiros, o que diminui a qualidade do

inventário, pois este deve representar a realidade brasileira.

Para formação do banco de dados nacional, o governo vem procurando desenvolver

um projeto de ICV. Deve-se ressaltar que nesse projeto inicial apenas uma empresa,

a Petrobras, faz parte da parceira. Desse modo, abrangência das informações fica

reduzida e perde-se em riqueza de dados. Em outros países, observa-se a

82

importância do setor governamental para a implementação, divulgação e o fomento

à ACV.

Baseado no que foi descrito anteriormente, serão apresentadas proposições de

inserção da Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil, considerando as características do

país e os atores envolvidos no processo. Estas proposições, especificadas para os

setores acadêmico, empresarial e governamental, encontram-se apresentadas na

Quadro 11 abaixo. Foi projetada uma perspectiva de prazo (curto, médio e longo)

para que as mesmas sejam implementadas.

Quadro 11 - Proposições de inserção da ACV no Brasil

PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO

PROPOSIÇÕES

ACADEMIA EMPRESA GOVERNO

1. Divulgar a ACV, através do “Pensar o Ciclo de Vida” nos ensinamentos da graduação e pós-graduação, através de disciplinas específicas ou como um tema dentro de outras. Como exemplo, podemos citar a Escola Politécnica da USP, Dep. de Engenharia Química, que tem uma disciplina somente sobre ACV ministrada na pós-graduação.

CP

2. Nas universidades que já têm estudos de ACV, seguir uma linha de pesquisa com foco em determinados segmentos produtivos (Ex. energia, construção civil, metais etc.). Assim, formar-se-iam grupos consolidados, competências e trabalhos publicados. Algumas universidades brasileiras já apresentam definição em determinadas áreas, tais como: a USP em energia, a UFSC e a UFGRS em construção civil, a UnB em agricultura e a UFBA em políticas públicas e industriais.

CP

3. Interagir e trocar experiências entre as universidades e empresas, principalmente com aquelas que estejam mais avançadas nos estudos de ACV, através do intercâmbio de pessoal, palestras e cursos.

MP MP

4. Desenvolver estudos de Inventários de Ciclo de Vida em determinados segmentos produtivos, por equipes multidisciplinares, para diminuir as dificuldades enfrentadas no levantamento dos dados.

MP MP CP

83

PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO

PROPOSIÇÕES

ACADEMIA EMPRESA GOVERNO

5. Participar de projetos com o governo, principalmente na formação do banco de dados de ACV brasileiro.

CP CP

6. Desenvolver estudos de ACV dos seus produtos prioritários, baseado na performance ambiental, gerenciamento ambiental, mudança de design, entre outros. As empresas: Amanco, Natura, Tetra Pak, Unilever, DaimlerChrsyler, Basf e Suzano são exemplos de empresas que desenvolveram estudos sobre ACV.

MP

7. Capacitar equipes de trabalho na ferramenta de ACV para que as empresas possam utilizar e se beneficiar dos resultados dos estudos, aliando metas ambientais e de sustentabilidade com estratégias de negócios (marketing em favor de produtos que têm menor impacto ambiental em uma perspectiva de ciclo de vida).

MP

8. Envolver as associações empresariais no desenvolvimento da ACV. Assim se reduzem os custos e riscos associados com a implementação da ACV, além de se promover a colaboração e troca de informações sobre a metodologia. Um exemplo desta ação é o caso da empresa Amanco, descrita no item 4.2, que através de estudos de ACV envolveu toda a cadeia produtiva do PVC e sua associação de classe, o Instituto do PVC.

MP MP

9. As empresas devem assumir um papel pró-ativo na solução dos problemas ambientais, tanto internamente, quanto externamente, atuando junto às partes interessadas (associações de classe, fornecedores, consumidores) e na cooperação com o governo e a academia.

MP

10. Dar prioridade a projetos cooperativos para a ACV se desenvolver em setores prioritários da economia, através de editais públicos, por ex. Finep, que contemplem as empresas e as universidades/institutos de pesquisas, aliando assim o conhecimento acadêmico com as informações das empresas. Os editais da Finep são lançados através de chamadas públicas e abrangem diversas etapas de um projeto: pesquisa básica e

CP

84

PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO

PROPOSIÇÕES

ACADEMIA EMPRESA GOVERNO

aplicada, inovações e desenvolvimento de produtos, serviços e processos. Frisa-se a necessidade da abertura de uma linha de fomento para ACV.

11. Fomentar o IBICT como órgão gestor do banco de dados brasileiro de ACV, com capacitação em recursos humanos.

CP

12. Promover a articulação entre os outros órgãos governamentais ligados ao meio ambiente, como o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e as áreas tecnológicas.

MP

13. Incluir ACV em linhas de créditos de bancos oficiais do governo federal para o financiamento de projetos com as empresas. Isso estimularia a adoção de estudos de ACV, com foco na minimização dos impactos ambientais. Ex. O Banco do Nordeste possui uma linha de financiamento para projetos em Produção mais Limpa (P+L) destinada aos empresários nordestinos, além do fomento para a instalação de Núcleos de P+L e formação de consultores. Esta ação poderia ser estendida para ACV, além abranger outros bancos oficiais com atuação nacional.

MP a LP

14. Difundir o conhecimento da ACV, através de seminários, workshops e congressos, em diversas cidades brasileiras onde se concentram os principais pólos industriais.

CP CP

15. Conscientizar os segmentos produtivos sobre a ACV, principalmente nas questões comerciais para o Brasil, no que se refere à Rotulagem Ambiental tipo III.

CP

16. Utilizar estudos de ACV para tomada de decisão e planos de ação governamental (Ex.: escolha de sistema de transporte público; contratos públicos; política de compras, em que as diferentes alternativas de produtos com menor impacto sejam avaliadas).

LP

17. Inserir ACV como uma terminologia nos principais bancos de dados de pesquisas brasileiros, para facilitar a indexação e recuperação da informação. Ex.: na base de dados do CNPq - Plataforma

CP

85

PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO

PROPOSIÇÕES

ACADEMIA EMPRESA GOVERNO

Lattes, incluir o termo ACV dentro da área ”outras”, subárea “ciências ambientais”; isso facilitará a organização da informação dos pesquisadores que trabalham com o tema.

18. Fomentar políticas públicas para incorporar o

“Pensar o Ciclo de Vida”; isso incentivaria estudos nos diversos setores e influenciaria toda a cadeia produtiva. Tem-se como exemplo a Política Integrada de Produtos na Europa.

LP

19. Criar parcerias com: o Órgãos ambientais dos estados, para que as

licenças ambientais possam servir como instrumento de pesquisas para o banco de dados brasileiro. Escolher um órgão ambiental como piloto para analisar o formulário da licença ambiental, levantar os dados que este órgão possui atualmente e identificar como as informações podem ser melhoradas e direcionadas para servir de fonte para o banco de dados.

o Associação Brasileira do Ciclo de Vida para estimular um fórum de discussões e o seu fortalecimento, para representar e impulsionar o desenvolvimento de ACV no Brasil. Em alguns países as associações de classe têm um papel de destaque, sendo responsáveis pelas atividades de ACV, mantendo articulações com o governo, a indústria e a academia.

o Países com experiências em ACV, para interagir com os casos de sucesso, além de fornecedores de softwares e institutos que já desenvolveram banco de dados. Em relação ao banco de dados, devem-se conhecer os modelos, a forma de concepção e as dificuldades enfrentadas por países como Japão, Suíça e Alemanha, entre outros, que já têm seus bancos de dados mais avançados. Deve-se também interagir com os fornecedores de softwares, pois estes possuem experiência acumulada no uso da ACV.

CP CP CP

Legenda: CP - Curto Prazo; MP - Médio Prazo; LP - Longo Prazo.

86

Fatos motivadores para a inserção da ACV no meio acadêmico:

o Desenvolvimento de competências em ACV (formação de mão-de-obra

especializada, com aplicação da ferramenta e uso de softwares específicos);

o Reconhecimento dos grupos de estudos, através dos trabalhos acadêmicos

publicados dentro e fora do país;

o As parcerias com empresas resultariam em capacitação, metodologia sendo

aplicada na prática, troca de informação, coleta de dados primários,

resultando em um rico acervo para ensinamentos da ACV;

o Desenvolvimento da capacidade de “tomada de decisão” baseada em

estudos de ACV, dentro das disciplinas nas universidades;

o Contribuição para o projeto do banco de dados de ACV brasileiro.

Fatos motivadores para inserção da ACV nas empresas:

o Através de estudos de ACV serão identificados os pontos críticos ambientais

ao longo do ciclo de vida do produto. A partir dessa identificação, a empresa

pode melhorar a performance ambiental e utilizá-la como uma estratégia de

marketing almejando obter o reconhecimento do público consumidor por meio

do aumento das vendas. Conseqüentemente, a empresa obtém ganhos

econômicos;

o O trabalho de parcerias resulta em ganhos e trocas de informações

importantes, em que as empresas se beneficiam por meio das pesquisas e

estudos com as universidades e com a interação com as associações de

classe. Com o governo será um forte aliado para alimentação de informação

para o banco de dados brasileiro de ACV;

o As empresas pró-ativas terão a possibilidade de melhorar o processo de

transformação do mercado, com melhoria da imagem, através de uma

diferenciação do produto, de maiores vendas e do retorno financeiro;

o Atendimento das exigências da Rotulagem Ambiental tipo III, baseada em

estudos de ACV, para as empresas que desejarem expandir seus negócios

através da exportação de seus produtos para a Europa.

87

Fatos motivadores para inserção da ACV no governo:

o Melhor utilização dos recursos públicos, fomentando a participação financeira

do setor privado nos projetos cooperativos de ACV e promovendo resultados

mais visíveis para a sociedade;

o Criação de competências no seu quadro institucional, facilitando as

articulações com os parceiros, mantendo um grupo de trabalho permanente

sem sofrer descontinuidades. Atualmente, o corpo técnico do IBICT envolvido

nesse tema é bastante restrito;

o As parcerias entre o governo e os diversos atores são de fundamental

importância para o desenvolvimento e sucesso do banco de dados. Isso pode

ser verificado nos países que já têm seus bancos de dados avançados, como

Japão, Suécia e Alemanha;

o A concessão de uma linha de crédito baseada numa ferramenta ambiental

nos bancos públicos será um estímulo ao uso, desenvolvimento e à prática da

ACV pelas empresas;

o Fortalecimento nas ações a serem desenvolvidas no âmbito dos governos

federal e estadual, com articulações com outros ministérios e órgãos

governamentais;

o As tomadas de decisões baseadas em estudos de ACV na área pública têm

um respaldo ambiental, pois essa ferramenta integra estudos envolvendo toda

a cadeia produtiva, logo tais decisões serão tomadas com base no menor

impacto ambiental;

o Desenvolvimento da ferramenta ACV, no que se refere aos aspectos

ambientais, econômicos e sociais, para orientar políticas públicas, que podem

ser viabilizadas da seguinte forma:

• Realizar uma caracterização preliminar em conjunto com especialistas

para traçar um esboço de ações de políticas públicas que contemplem

ACV respeitando os interesses das partes interessadas;

• Com base neste estudo, envolver os diversos atores, ligados a diferentes

setores, para que participem de um processo de discussão e,

conseqüentemente, atinjam um consenso sobre as ações a serem

desenvolvidas;

• Identificar as oportunidades de investimentos e prioridades políticas,

considerando os pilares da sustentabilidade para definir prioridades de

88

implementação. Pode-se trazer como exemplo o caso de tributação

diferenciada em função do desempenho ambiental dos produtos.

89

6 CONCLUSÕES

Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de propor ações para a inserção da

Avaliação do Ciclo de Vida como instrumento para a sustentabilidade ambiental

brasileira. Mostrou-se um panorama da ACV no mundo e no Brasil, identificando

estudos acadêmicos realizados sobre o tema e apontando as competências

regionais que têm sido formadas em torno do assunto, assim como as iniciativas de

uso desse instrumento no meio governamental e empresarial brasileiro. Ao final,

foram feitas proposições para melhorar as interações entre os diversos atores.

Acerca do panorama da ACV no mundo, conclui-se que as parcerias entre os

diversos setores, as ações integradas e os investimentos nos trabalhos conjuntos,

são importantes para se chegar ao processo de formulação de políticas públicas e

programas sobre ACV. Observa-se que os bancos de dados são de fundamental

importância para a implementação da ACV. Nesse contexto, a Europa desponta em

relação ao desenvolvimento da ACV. Nos países em desenvolvimento, ainda não

existem parcerias suficientes ou estas ainda estão se formando, havendo poucos

estudos sobre a ACV. No Brasil, pesquisou-se sobre os setores acadêmico,

empresarial e governamental.

No setor acadêmico brasileiro, algumas universidades, que já despontam com seus

grupos de pesquisa em ACV, devem ser destacadas. Podemos citar o caso da USP,

com o Grupo de Prevenção da Poluição, que já contabiliza oito dissertações de

mestrado e uma tese de doutorado. Faz-se necessário frisar a importância deste

grupo no desenvolvimento da ACV no país. A universidade que até o momento

produziu mais teses de doutorado foi a Unicamp, com cinco trabalhos. De acordo

com o ano de publicação desses trabalhos, observou-se que não existe uma

evolução quantitativa dos mesmos no decorrer dos anos. Os trabalhos acadêmicos

brasileiros contemplam diversos segmentos produtivos, tais como: petroquímico,

construção civil, agricultura, energia elétrica, alumínio etc. Observa-se uma afinidade

de algumas universidades por determinados assuntos: a USP, em energia; a UFSC

e a UFGRS, em construção civil; a UnB, em agricultura e a UFBA, em políticas

públicas e industriais. É no setor acadêmico em que há o maior desenvolvimento da

ACV no Brasil, apesar de atrasado em relação aos países desenvolvidos. Entende-

90

se que as universidades devam procurar parcerias, principalmente com empresas

para desenvolver projetos cooperativos, e com o governo para que os resultados

das pesquisas possam servir para construção do banco de dados nacional e para a

formulação de políticas públicas. Sugere-se que a academia concentre seus

esforços em linhas específicas de pesquisa, criando centros de referência em

determinados temas de ACV.

Foram identificadas poucas empresas que utilizam a ferramenta ACV, a maioria

destas é de grande porte ou faz parte de grupos multinacionais de origem Européia.

Conclui-se que se deve fomentar a ACV dentro das empresas e incentivar parcerias

entre as mesmas ou com associações empresariais, com as universidades e com o

governo, para aumentar o uso dessa ferramenta.

No governo, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)

possui um projeto de Inventário do Ciclo de Vida que está na fase de planejamento e

capacitação para formação de um banco de dados nacional. Até o momento, o

projeto só conta com a parceria de uma empresa, a Petrobras, sendo importante a

adesão de outras, e principalmente de associações empresariais para que as

informações para construção do banco de dados estejam acessíveis. Conclui-se que

o esforço demonstrado pelo governo, na construção de um banco de dados

brasileiro, seja um passo importante para o desenvolvimento do seu inventário.

Entretanto, observa-se que a equipe técnica do IBICT deve estar estruturada para

este fim e ser multidisciplinar; que promova parcerias com universidades, outros

órgãos governamentais, órgãos ambientais estaduais e com instituições

estrangeiras. Sugere-se divulgar a ACV nos principais pólos industriais, para

disseminar o conhecimento e a informação. Espera-se também que, a médio e longo

prazo, o governo amplie as suas ações indo além do banco de dados, ou seja, que

viabilize políticas públicas que tenham por base estudos de ACV, envolvendo os

diversos atores brasileiros. A longo prazo, o esperado é que as ações em ACV

sejam estendidas também para tomada de decisão no plano governamental.

Sugere-se que uma das formas de avaliar os efeitos destas proposições no futuro,

seja através de um novo levantamento nos três setores analisados.

91

REFERÊNCIAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (CB-38). Rio de Janeiro. Disponível em <http://www.abnt.org.br/cb38/>. Acesso em: 10 de ago. 2005. ABCV BRASIL. Associação Brasileira do Ciclo de Vida. Disponível em <http://www.abcvbrasil.org.br/cilca2007/index.php>. Acesso em: 22 Jan. 2007. ABRE - Associação Brasileira de Embalagem. Pesquisa sobre meio ambiente 2006. São Paulo, 2006. Disponível em <http://www.abre.org.br/docs_imgs/Pesquisa %20de%20Meio%20Ambiente%202006.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2006. ACLCA - American Center For Life Cycle Assessment. Increasing knowledge and promoting the use of Life Cycle Assessment in the United States. Institute for Environmental Research and Education, 2004. Disponível em < http:// www.lcacenter.org >. Acesso em: 20 nov. 2005. ALMEIDA, Marcelo Costa. Estudo do Ciclo de Vida do pneu automotivo e oportunidades para a disposição final de pneus. 2001. 130 p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais) - Faculdade de Ciência e Engenharia dos Materiais, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos (SP). 2002. ANDRADE, José Célio. Desenvolvimento sustentado e competitividade – tipos de estratégias ambientais empresariais. TECBAHIA – Rede Baiana de Tecnologia. Camaçari, V.12, mai./ago. 1997. ANDRADE, Renato Paula, Delineamento de metodologias de gestão ambiental para execução de teste hidrostático em dutos de gás natural. 2004. 63 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. ARCELOR. Site institucional. Disponível em <http://www.arcelor.com.br/ belgo/>. Acesso em: 30 set. 2006. ARENA, Alejandro Pablo. Spreading Life-Cycle Assessment to Developing Countries – Lessons from Argentina. Journal of Industrial Ecology. V. 4, N.3. 2001. AYRES, Robert U; AYRES, Leslie W.; RÅDE, Ingrid. The life cycle of copper - Its co-products and by products. Report. 2002. International Institute for Environment and Development and World Business Council for Sustainable Development. Disponível em <http://www.natural-resources.org/minerals/CD/docs/mmsd/topics/ ayres_lca_main.pdf>. Acesso em: 10 out. 2006. AYRES, Robert U; SIMONIS; Udo E. Industrial Metabolism: Restructuring for Sustainable Development. Tokyo, Japan. The United Nations University, 1994. 285 p. BARROS, Gustavo Felice. Gestão do Ciclo de Vida (GCV) como auxilio à ciência e tecnologia para a gestão ambiental: O caso do óleo lubrificante automotivo

92

usado. 2005. 140 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável). Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília. BASF. Análise de Ecoeficiência. Site Instituciional. Disponível em http://www.basf.com.br/ default.asp?id=3202. Acesso em: 26 set. 2006. BAUER, Paulo Ernani. Metodologia e procedimentos para a consideração ambiental no projeto de processos químicos. 2003. Resumo de tese. (Doutorado em Engenharia Química). Universidade Estadual de Campinas - Engenharia Química. Disponível em <http://www.capes.gov.br/capes/portal/conteudo/10/Banco Teses.htm >. Acesso em: 07 abr. 2006. BAUMANN, Henrikke; TILLMAN, Anne-Marie. The Hitch Hiker´s Guide to LCA – An orientation in life cycle assessment methodology and application. 1ª edição. Editora Studentlitteratur, Sweden. 2004. 543 p. BENJAMIN, Adriana Karaver. Desenvolvimento de modelo para avaliação de softwares de apoio à Análise de Ciclo de Vida. 2002. 109 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. BETZ, Michael. The Role of Industry in the Development of LCA in Europe. Material apresentado no seminário “Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na Competitividade da Indústria Brasileira”. 2005. São Paulo. Disponível em http://acv.ibict.br/publicacoes/anais/presentation_seminar_brazil.pdf. Acesso em: 25 mar. 2006. BORGES, Fúlvia Jung. Inventário do ciclo de vida do PVC produzido no Brasil. 2004. 174 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. BORGES, Thomaz P. Síntese otimizada de sistemas de aquecimento solar de água. 2000. Resumo de Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica). Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas. Disponível em <http://www.capes.gov.br/ capes/portal/conteudo/10/Banco_Teses.htm >. Acesso em: abr. 2006. BRADLEY, Sean Patrick. KIPERSTOK, Asher. Ecologia industrial e projeto para o meio ambiente (Dfe). In: Prevenção da Poluição. Brasília: SENAI/DN, 2002. cap. 6, p. 183 -221. 290 p. CALDEIRA-PIRES, Armando. Projeto Sul-Americano do Ciclo de Vida na Produção de Metais. Brasília: Edital CNPq nº. 40, 2005. (Chamada 1: Redes de Projetos Temáticos. CALDEIRA-PIRES, Armando; SOUZA-PAULA, Maria Carlota; BÔAS, Roberto Villas. Avaliação do Ciclo de Vida – a ISO 14.040 na América Latina.1ª edição. Brasília: Abipti, 2005. 337 p. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Banco de Teses e Dissertações. Disponível em <http://www.capes.gov.br/capes/portal /conteudo/10/Banco_Teses.htm>. Acesso em: Fev. 2006.

93

CARDOSO, Lígia F. Indicadores de Produção Limpa: uma proposta para análise de relatórios ambientais de empresas. 2004. 155 p. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo), Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da Bahia, Salvador. CARLSON, Raul; TILLMAN, Anne-Marie. Data Model for Product Related Environmental Assessment: SPINE. Paper presented at "Systems engineering models for waste management" International workshop in Götenborg, Sweden, 25-26 February 1998. Disponível em <http://www.entek.chalmers.se/~josu/art-raca.htm>. Acesso em: 23 fev. 2006. CARVALHO, Cláudio Elias. A Análise do Ciclo de Vida e os custos completos no planejamento energético. 2000. 228 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. CEBDS. Relatório de Sustentabilidade Empresarial. 2004. Disponível em <http://www.cebds.org.br/cebds/pub-rse-2004.asp>. Acesso em: 20 set. 2006. CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem. Site institucional. Disponível em <http://www.cempre.org.br/ecoeficiencia.php>. Acesso em: 22 set. 2006. CETEA – Centro de Tecnologia de Embalagem . Informações sobre Embalagem e Meio Ambiente. Disponível em <http://www.cetea.ital.org.br/emb_meioambiente. .htm.> . Acesso em: 24 nov. 2006. CHEHEBE, José Ribamar. Análise do Ciclo de Vida dos produtos - ferramenta gerencial da ISO 14.000. Ed. Qualitymark. Rio de Janeiro. 1998. COMISSÃO EUROPÉIA. Livro Verde sobre a Política Integrada Relativa aos Produtos. Comissão das Comunidades Européias. Bruxelas, 2001. Disponível em <http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/site/pt/com/2001/com20010068pt01.pdf >. Acesso em: 16 nov. 2006. COOPER, Joyce S.; FAVA, James A. Teaching Life-Cycle Assessment at universities in North America. Journal of Industrial Ecology. V. 3, N. 2&3. 2000. ______. Teaching Life-Cycle Assessment at universities in North America, Part II. Journal of Industrial Ecology. V. 4, N. 4. 2001.

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Plataforma Lattes. Representa a integração de bases de dados de currículos e de instituições da área de ciência e tecnologia em um único Sistema de Informações. Disponível em < http://buscatextual.cnpq.br/ buscatextual/index.jsp >. Acesso em: Abr. 2006.

CPM - Center for Environmental Assessment of Product and Material Systems. Disponível em <http://www.cpm.chalmers.se/aboutcpm.htm>. Acesso em: 07 mar. 2006.

94

CSN - Companhia Siderúrgica Nacional. Relatório Anual. 2005. Disponível em <http://csna0004.csn.com.br/CSNAPP/RAO/2005/pdf/ra_csn_2005.pdf>. Acesso em: 30 set. 2006.

CURRAN, Mary Ann; NOTTEN, Philippa. Summary of global Life Cycle Inventory data resources. Prepared for Task Force 1: Database Registry. SETAC/UNEP Life Cycle Initiative. 2006. Disponível em <http://www.epa.gov/ORD/NRMRL/lcaccess/ pdfs/summary_of_global_lci_data_resources.pdf#search=%22alcala%20lca%22>. Acesso em: 31 ago. 2006. ______ - Project officer. Life-Cycle Assessment: Inventory Guidelines and Principles. United States Environmental Protection Agency – EPA. 1993. CYBIS, Luiz F. ; SANTOS, Carlos V. J. Análise do Ciclo de Vida (ACV) aplicada à indústria da construção civil - Estudo de caso. Publicado no XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000. Disponível em <http://www.cepis.org.pe/bvsaidis/impactos/vi-036.pdf.>. Acesso em: 12 mai. 2006. DAIMLERCHRSYLER. Site institucional. Disponível em <http://www.daimlerchrysler.com.br/ inicio_empresa.htm>. Acesso em: 29 set. 2006. EMPA - COST Action 530. Sustainable Materials Technology - Life Cycle Inventories for Environmentally Conscious Manufacturing Processes. Disponível em <http://www.empa.ch/plugin/template/empa/*/5600/---/1=1>. Acesso em: 08 ago. 2006. EPA - Environmental Protection Agency. Clean Air Act. Disponível em <http://www.epa.gov/oar/caa/contents.html>. 1990. Acesso em: 05 Fev. 2007. EPA - Environmental Protection Agency and Science Applications International Corporation. LCAccess - LCA 101. 2001. Disponível em <http://www.epa.gov/ ORD/NRMRL/lcaccess lca101.htm>. Acesso em: 03 mar. 2006. EPD - Environmental Product Declaration. Disponível em <http://www.environdec. com>. Acesso em 03 mar. 2006. EUROPA. Activities of the European Union – summaries of legislation. Disponível em <http://europa.eu/scadplus/leg/en/lvb/l21210.htm# AMENDINGA CT >. Acesso em: 02 ago. 2006. EUROPEAN PLATFORM ON LIFE CYCLE ASSESSMENT (LCA). Disponível em <http://lca.jrc.it/>. Acesso em: 02 mar. 2006. ______. Disponível em <http://lca.jrc.ec.europa.eu/lcainfohub/datasetArea.vm>. Acesso em: 05 nov. 2006. FAVA, James A; COOPER, Joyce S. Alignment of North American Activities to the UNEP/SETAC Life-Cycle Initiative. Journal of Industrial Ecology. V. 5, N. 4. 2002.

95

______. Life-Cycle Assessment in North America - An Update on Capacity Building. Journal of Industrial Ecology. V. 8, N. 3. 2004. FERRÃO, Paulo C. Introdução à Gestão Ambiental – a Avaliação do Ciclo de Vida de produtos. 1ª Edição. Editora IST Press. Portugal. 1998. 219 p. FERRÃO, Paulo C.; FIGUEIREDO, José M. A Ecologia Industrial e o Automóvel em Portugal. 1ª Edição. Editora Celta. 2000. FIESP. Informe Ambiental FIESP. Edição Nº 12, Ano 1, agosto 2006. Disponível em <http://www.abnt.org.br/cb38/>. Acesso em: 09 out. 2006. FINKBEINER, Matthias; MATSUNO, Yasunari. LCA in Japan – the past, the present, the future. International Journal of Life Cycle Assessment. 5 (5) 253-254. 2000. FIVE WINDS INTERNATIONAL; POLLUTION PROBE. Policy framework for environmental sustainability project: Summary report. Jun. 2004. Disponível em <http://www.pollutionprobe.org/whatwedo/PFR/projectsummaryreport.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2006. FRISCHKNECHT, Rolf; REBITZER, Gerald. The ecoinvent database system: a comprehensive web-based LCA database. Journal of Cleaner Production. 13. 1337-1343. 2005. FUNDAÇÃO ESPAÇO ECO – Material de treinamento para a Braskem. “Projeto piloto de aplicação da ferramenta de Análise de Ecoeficiência”. 2005. GABATHULER, Heinz. The CML Story: How environmental sciences entered the debate on LCA. International Journal of Life Cycle Assessment. N. 11. Special Issue 1. p. 127-132. 2006. GEDnet - Global Type III Environmental Product Declarations Network. Disponível em < http://www.gednet.org/ >. Acesso em: 03 mar. 2006. GEMIS - Global Emission Model for Integrated Systems. Informações sobre o banco de dados. Disponível em <http://www.oeko.de/service/gemis/ en/index.htm>. Acesso em: 06 mar. 2007. GERMAN NETWORK ON LIFE CYCLE INVENTORY DATA. Informações sobre o banco de dados. Disponível em <http://www.lci-network.de/cms/content/lang/en/pid/ 375>. Acesso em: 05 de set. 2006. GIANNETTI, Biagio F.; ALMEIDA, Cecília M. V. B. Ecologia Industrial: conceitos, ferramentas e aplicações. São Paulo, Ed. Edgar Blucher, 2006. GRAEDEL, T. E. Streamlined Life Cycle Assessment. By Bell Laboratories, Lucent Technologies. Published by Pretice Hall, Inc. New Jersey. 1998. GUIMARÃES, Roberto P. Desenvolvimento Sustentável: da retórica à formulação de políticas. In: A Geografia Política do Desenvolvimento Sustentável. Editora UFRJ, 1997. p.13 -44.

96

HISCHIER, Roland. Material apresentado no projeto “Capacity Building in Life Cycle Inventory Database development in Brasil. Brasília. 2005. Disponível em <http://www.abnt.org.br/cb38>. Acesso em: 15 ago. 2005. ______. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por [email protected] em 29 nov. 2006. HOOF, Bart V. Análisis de Ciclo de Vida (ACV) y su aplicación en Colombia. Universidade de Los Andes. Santa Fé de Bogotá. 2000. HUNKELER, David; REBITZER, Gerald. The future of life cycle assessment. International Journal of Life Cycle Assessment. N.10, V. 5, p. 305-308. 2005. IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Avaliação do Ciclo de Vida. Teses e dissertações. Disponível em <http://acv.ibict.br/ publicacoes/teses>. Acesso em: abr. 2006. ISO 14040 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle Assessment - principles and framework. 1997. ISO 14041 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle Assessment goal and scope definition and inventory analysis.1998. JEMAI – Japan Environmental Manegement Association for Industry. National Project in Japan. Disponível em: <:http://www.jemai.or.jp/english/e-lca/e3-1lca-project.html> Acesso em : 09 set. 2005. JENSEN, Allan et al. Life Cycle Assessment (LCA) - A guide to approaches, experiences and information sources. 1997. Disponível em <http://themes.eea.eu.in/index.php> Acesso em 03 mar 2001. KIPERSTOK, Asher; et al. Inovação e Meio Ambiente - Elementos para o Desenvolvimento Sustentável na Bahia. Salvador. Centro de Recursos Ambientais (CRA), 2003. 298 p. KLOS, Zbigniew. First PhD Thesis on LCA in Poland - Ecobalancing of Machines and Devices with the Example of Air Compressors. International Journal of Life Cycle Assessment. N. 5, V. 1, 2000. KULAY, Luiz Alexandre. Desenvolvimento de Modelo de Análise de Ciclo de Vida adequado às Condições Brasileiras: Aplicação ao Caso do Superfosfato Simples. 2000. 141 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. ______. Uso da análise de ciclo de vida para a comparação do desempenho ambiental das rotas úmida e térmica de produção de fertilizantes fosfatados. 2004. 314 p. Tese (Doutorado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo.

97

LCA Center Denmark. Disponível em <http://www.lca-center.dk/cms/ site.asp?p=4441>. Acesso em: 12 ago. 2006. LEIDEN UNIVERSITY. Institute of Environmental Sciences – CML. Disponível em <http://www.leidenuniv.nl/cml/>. Acesso em: 25 abr. 2006. LIMA, Ângela M. Ferreira. Estudo da cadeia produtiva do polietileno tereftalato (PET) na Região Metropolitana de Salvador como subsídio para Análise do Ciclo de Vida. 2001. 94 p. Monografia (Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo), Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador. LINDFORS, Lanrs-Gunnar at al. Nordic guidelines on Life-Cycle Assessment. 1995. Nordic Council of Ministers. Copenhagen. Denmark. LOBO, Yane R. Proposta de metodologia e concepção e Projeto de Produto considerando aspectos ambientais no ciclo de vida. 2000. Resumo de tese (Doutorado em Engenharia Mecânica). Universidade Estadual de Campinas, Engenharia Mecânica. Disponível em http://acv.ibict.br/publicacoes/teses>. Acesso em: abr. 2006. LUCENTE, Adriano dos Reis. Utilização do Método LiDS para identificação de diretrizes visando a Análise de Impactos Ambientais no ciclo de vida de produtos veterinários. 2004. 112 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de São Carlos, Engenharia de Produção. São Carlos. MACHADO, Luiza Carla Girard Teixeira. Análise do Ciclo de Vida aplicada ao gerenciamento de resíduos: o caso da ETA Bolonha. 2003. 340 p. Tese (Doutorado em Ciências: Desenvolvimento Sócio-Ambiental). Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém. MANFREDINI, Constance. Identificação dos impactos ambientais causados pela indústria de cerâmica vermelha do Rio Grande do Sul. 2003. 179p. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Pós-graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. MASTELLA. Deise Viana. Comparação entre os processos de produção de blocos cerâmicos e de concreto para alvenaria estrutural através da Análise do Ciclo de Vida. 2002. 121 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. MENKES, Mônica. Eficiência energética, políticas públicas e sustentabilidade. 2004 295 p. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável). Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília. MESQUITA, José Carlos Lobato. Pavimento rígido como alternativa econômica para pavimentação. 2001. 117 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Universidade Federal de Santa Catarina, Engenharia Civil. Florianópolis.

98

MOURAD, Anna L.; GARCIA, Eloísa E.C.; VILHENA, André. Avaliação do Ciclo de Vida: Princípios e aplicações. Campinas: CETEA/CEMPRE. 2002. 92 p. NARITA, Nobuhiko et al. Current LCA database development in Japan – results of the LCA Project. International Journal of Life Cycle Assessment. N. 9, V. 6, p. 355-359. 2004. NIE, Zuoren; ZUO, Tieyong. Ecomaterials research and development activities in China. Current Opinion in Solid State and Materials Science. 7, p. 217–223. 2003. ______. Materials LCA in Its Applications in China. IGPA Newsletter. V. 5. N. 2, June 2003. NORRIS, Gregory A.; NOTTEN, Philippa. Current Availability of LCI Databases in the World. Working Draft 2a. Mai. 2002. Disponível em <http://www.uneptie.org/pc/sustain/reports/lcini/database%20overview.pdf>. Acesso em: 03 mar. 2007. NREL - National Renewable Energy Laboratory. U.S. Life-Cycle Inventory (LCI) Database. Disponível em http://www.nrel.gov/lci. Acesso em: 28 nov. 2006. OLIVEIRA, José A. P. Instrumentos econômicos para gestão ambiental: Lições das experiências nacional e internacional. Centro de Recursos Ambientais: NEAMA, 2003. OMETTO, Aldo Roberto Avaliação do Ciclo de Vida do álcool etílico hidratado combustível pelos métodos EDIP, Exergia e Emergia. 2005. 200 p. Tese (Doutorado em Engenharia Hidráulica e Saneamento). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. PALHARES, Marcos Fruet. O impacto do marketing 'verde' nas decisões sobre embalagens das cervejarias que operam no Brasil. 2003. 139 p. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade de São Paulo, São Paulo. PÁLSSON, Ann-Christin; CARLSON, Raul. Adaptations of the Swedish national LCA database system. In: The Sixth International Conference on Ecobalance. Out 2004. Tsukuba, Japan. 1 CD-ROM. PERDIGÃO. Apresenta ações desenvolvidas na área de meio ambiente. Disponível em http://www.perdigao.com.br/site/?acao=respsocial&subacao=content&nodea ttribute=meio_ambiente 2006>. Acesso em: 28 set. 2006. PRETTO, Giovanno; Aziz G. Análise do Ciclo de Vida do Produto na Avaliação de Impactos Ambientais. In: Revista “Ação Ambiental”. Universidade Federal de Viçosa. N. 34, p. 23-25, Nov/Dez 2005. PRETTO, Giovanno. Técnica de Análise do Ciclo de Vida para gerenciamento ambiental de propriedades produtoras de suínos. Resumo de dissertação (Mestrado em Economia Aplicada). 2003. Economia Aplicada Universidade Federal

99

de Viçosa. Disponível em <http://www.capes.gov.br/capes/portal/conteudo/10/ Banco_Teses.htm>. Acesso em: 05 abr. 2006. RABELO, Raimundo Ricardo. Normatização, padronização, classificação e qualidade de grãos de arroz para comercialização interna: uma abordagem crítica. 2003. 204 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável). Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília. REBITZER, G. et al. Life cycle assessment. Part 1: Framework, goal and scope definition, inventory analysis, and applications. Environment international. 30, p. 701-720. 2004. REMÉDIO, Marcus V. P. Avaliação de ciclo de vida de garrafas PET: materiais, energia e emissões. Resumo de tese. (Doutorado em Ciência e Engenharia dos Materiais) 2004. Ciência e Engenharia dos Materiais, Universidade Federal de São Carlos. Disponível em <http://www.capes.gov.br capes/portal/conteudo/10/Banco _Teses.htm >. Acesso em: 12 abr. 2006. REX, Emma. Premises for linking Life Cycle considerations with marketing. 2005. 60 p. Thesis for the degree of Licentiate of Engineering. Chalmers University of Technology. Götenborg, Sweden. RIBEIRO, Flávio de Miranda. Inventário de Ciclo de Vida da geração hidrelétrica no Brasil - Usina de Itaipu: primeira aproximação. 2003. Dissertação (Mestrado em Energia), Programa Interunidades de Pós- Graduação em Energia (EP-IF-FEA-IEE), Universidade de São Paulo, São Paulo. RIBEIRO, Paulo H. Modelagem de sistemas de produto em estudos de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). 2004. 135 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. RUBIK, F.; SCHOLL, G. Integrated Product Policy (IPP) in Europe—a development model and some impressions. Journal of Cleaner Production. 10, p. 507-515. 2002. RUSSEL, A.; EKVALL, T.; BAUMANN, H. Life Cycle Assessment – introduction and overview. Editorial. Journal of Cleaner Production. 13, p. 1207-1210. 2005. SAGISAKA, Masayuki. The Japanese LCA Project and Its role in APEC. Material apresentado no seminário “Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na Competitividade da Indústria Brasileira”. 2005. São Paulo. Disponível em <http://www.ibict.gov.br>. Acesso em: 29 nov. 2005. SANTOS, Luciano Miguel Moreira. Desenvolvimento de uma metodologia e um software para avaliação ambiental de processos metalúrgicos. 2001. 384 p. Tese (Doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Minas). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. SANTOS, Rose Maria Arantes. Implantação da norma ISO 14.040 numa indústria de vidro plano. 2002. 210 p. Universidade de Taubaté. Dissertação (Mestrado) Pós-Graduação em Ciências Ambientais, Universidade de Taubaté, Taubaté.

100

SCHEBEK, L. et al. German network of Life Cycle Inventory data - A Roadmap for data harmonisation for different application areas. SETAC Europe, 14th Annual Meeting, Prague 2004. Disponível em <http://www.lci-network.de/cms/ webdav/site/lca/shared/Materialien%20DE/German_Network_on_LCI_data-poster_SETAC_prague_2004.pdf > . Acesso em: 03 mar. 2006. SERAVALLI, Vitor; ZANCHETTA, Mirian. Desenvolvimento sustentável – base para a atuação da BASF. Estudo de caso: Análise de Ecoeficiência. Disponível em <http://www.basf.com.br>. Acesso em: 24 ago. 2005. SETAC - Society for Environmental Toxicology and Chemistry. Guidelines for Life-Cycle Assessment: A Code of Practice. 1ª edição. 1993. SEYE, Omar. Análise de Ciclo de Vida aplicada ao processo de cerâmica tendo como insumo energético capim elefante. 2003. Resumo de tese (Doutorado em Planejamento de Sistemas Energéticos). Universidade Estadual de Campinas. Disponível em <http://acv.ibict.br/ publicacoes/teses>. Acesso em: abr. 2006. SILVA, Harrysson L. Planejamento baseado em casos aplicados na resolução de Não-Conformidades (NC) ambientais no ciclo de vida de produtos, processos e serviços. 1997. 234 p. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. SILVA, Paulo R. S. Avaliação de impactos e custos ambientais em processos industriais: uma abordagem metodológica. 2003. 170 p. Dissertação (Mestrado). Pós-graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. SILVA, Vanessa G. Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. 2003. 210 p. Tese (Doutorado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil. São Paulo. SONNEMANN, Guido (project officer). JENSEN, Allan Astrup; REMMEN, Arne. Background report for a UNEP guide to Life Cycle Management – A bridge to sustainable products. 2005. 108 p. Disponível em <http://lcinitiative.unep.fr /default.asp?site=lcinit&page_id=A9F77540-6A84-4D7D -F1C-7ED9276EEDE3>. Acesso em: 27 nov. 2005. SOUZA, Éden R. C. Estudo quantitativo do impacto ambiental na produção industrial do polietileno. Resumo de dissertação (Mestrado em Engenharia Química). 2004. Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em http://www.capes.gov.br/ capes/ portal/ conteudo/10/ Banco_Teses .htm>. Acesso em: 20 abr. 2006. SOUZA, Gleide D. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por [email protected] em 29 out. 2006. SPOLD. Society for the Promotion of LCA Development. Disponível em <http://lca-net.com/spold/whatis.html>. Acesso em: 02 ago. 2006.

101

SUZANO. Relatório de Sustentabilidade. 2006. Disponível em <http://www.suzanoholding.com.br/rs2006/PDF/RA_sustentabilidade.pdf.> Acesso em: 27 set. 2006. TANIMOTO, Armando H. Proposta de Simbiose Industrial para minimizar os resíduos sólidos no Pólo Petroquímico de Camaçari. 2004. 139 p. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo), Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da Bahia, Salvador. TETRA PAK. Relatório Socioambiental 2004-2005. Disponível em <http://www.tetrapak.com.br/htmls/tetravc/publicacoes/meio/meio_publicacoes.asp>. Acesso em: 27 set. 2006. TOSTA, Cristiane S. Inserção da Análise de Ciclo de Vida no Estado da Bahia através da atuação do órgão ambiental. 2004. 187 p. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo), Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da Bahia, Salvador. UDO de HAES, Helias A. Industrial Ecology and Life Cycle Assessment. In: A Handbook of Industrial Ecology. p. 138-148. Ed. Edward Elgar. Cheltenham, UK. 2002. ______, Life-Cycle Assessment and developing countries. Journal of Industrial Ecology. V. 8, N. 1-2. 2004. UDO de HAES, Helias; A. ROOIJEN, Martijn. Life Cycle Approaches – The road from analysis to practice. Life Cycle Initiative. UNEP/SETAC. 2005. Disponível em <http://lcinitiative.unep.fr/default.asp? > Acesso em: 27 nov. 2005. UGAYA, Cássia M. L. Análise de Ciclo de Vida: estudo de caso para materiais e componentes automotivos. 2001. Resumo de tese (Doutorado em Engenharia Mecânica). Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas. Disponível em http://acv.ibict.br/publicacoes/teses>. Acesso em abr. 2006. UMBERTO. Software de gestão ambiental e análise de fluxos de materiais e energia. Disponível em <http://www.umberto.de/en/home/language/ portuguese/>. Acesso em: 02 mar. 2006. UNEP. Why take a life cycle approach? 2004. Disponível em <http://lcinitiative.unep.fr/default.asp?> Acesso em: 27 nov. 2005. UNILEVER. Apresenta ações de responsabilidade socioambiental desenvolvidas pela empresa. Disponível em <http://www.unilever.com.br/OurValues/ EnvironmentandSociety/Desenvolvimento/>. Acesso em: 22 set. 2006. VALT, Renata B. G. Análise do Ciclo de Vida de embalagens de PET, de alumínio e de vidro para refrigerantes no Brasil variando a taxa de reciclagem dos materiais. 2004. 193 p. Dissertação (Mestrado). Pós-Graduação em Engenharia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

102

VERACEL. Relatório de Sustentabilidade. 2005. Disponível em <http://www.veracel.com.br/shared/rsdf2005_v3.pdf >. Acesso em: 22 set. 2006. VIEIRA, Arimar Leal. Análise do Ciclo de Vida: uma avaliação social e econômica da reciclagem das latas de alumínio da cidade de Belém. Resumo de tese (Doutorado). 2004. Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, Universidade Federal do Pará, Belém. Disponível em <http://www.capes .gov. br/capes/portal/conteudo/10/Banco_Teses.htm>. Acesso em: 02 abr. 2006. WESTPHAL, Márcia F.; ZIGLIO, Erio. Políticas públicas e Investimentos: a Intersetorialidade. In: O município no século XXI: cenários e perspectivas. ed. especial. Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM. São Paulo, 1999. 400 p. Disponível em <http://www.cepam.sp.gov.br/v10/cepam30anos/pdf/Cap%205/ 2artigo%205%20-%20Marcia%20e%20Erio%20Ziglio.pdf> Acesso em: 16 nov. 2006. XAVIER. José H. Análise de Ciclo de Vida (ACV) da Produção Agrícola Familiar em Unaí, MG: Resultados Econômicos e Impactos Ambientais. Resumo de dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável). 2003. Centro de Desenvolvimento Sustentável Universidade de Brasília, Disponível em http://acv.ibict.br/publicacoes/teses/ document .2005-08-22.8728356765. Acesso em: 03 abr. 2006. ______. Análise de Ciclo de Vida (ACV) de sistemas de produção da agricultura familiar no Brasil. In: Avaliação do Ciclo de Vida – a ISO 14040 na América Latina. 1ª edição, 2005, cap. 3, p. 248-276. YAMAMOTO, Ryoichi; KITAGAWA, Masayasu. Science on Sustainability 2006. Summary Report. Research on the Scientific Basis for Sustainability (RSBS). Disponível em <http://www.sos2006.jp/english/rsbssummarye/ScienceOn Sustainability2006.pdf> . Acesso em: fev.2007 YOKOTE, Alexandre Yoshikazu. Inventário de ciclo de vida da distribuição de energia elétrica no Brasil. 2003. 341 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. YOUNG, Steven B. Life Cycle Assessment in Canada. International Journal of Life Cycle Assessment. V. 8, N. 6. p 321-322. 2003. ZAKARIA, Zulina; HASSAN, M.; AWANG, M. Current status and needs for Life Cycle Assessment development in Asian/Pacific regions. International Journal of Life Cycle Assessment. V. 4, N. 4. p 191 – 194. 1999. ZIMMERMANN, Regina Celia O PVC e a sustentabilidade ambiental: marcos históricos e o caso Amanco Brasil. 2004. 116 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental). Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

103

ANEXO A – RELAÇÃO DAS NORMAS ISO/ABNT DE ACV

o ISO 14040 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle

Assessment - Principles and Framework. 1997.

NBR ISO 14.040 - Princípios e estrutura, em 2001.

o ISO 14041 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle

Assessment Goal and Scope Definition and Inventory Analysis.1998.

ABNT NBR ISO 14.041 - Definições e análise de inventário, em 2004.

o ISO 14042 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle

Assessment - Life Cycle Impact Assessment. 2000.

ABNT NBR ISO 14.042 – Avaliação de impactos, em 2004.

o ISO 14043 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle

Assessment - Life Cycle Interpretation. 2000.

ABNT NBR ISO 14.043 – Interpretação do ciclo de vida, em 2005.

ISO TR 14047: Exemplos de Aplicação da ISO 14042

ISO TR 14048: Formato da Apresentação de Dados

ISO TR 14049: Exemplos de Aplicação da ISO 14041

104

APÊNDICE A – RELAÇÃO DAS DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO Identificadas no período da busca, de abril a junho de 2006.

MESTRADO Titulo Aluno Orientador Universidade Mestrado

1. Inventário de Ciclo de Vida da Geração Hidrelétrica no Brasil - Usina de Itaipu: Primeira Aproximação. 2003.

Flávio de Miranda Ribeiro.

2. Inventário de ciclo de vida do sistema

de transmissão de energia elétrica. 2004 214p.

Wady Facury Victorino

3. Inventário de ciclo de vida da

distribuição de energia elétrica no Brasil. 2003. 341p.

Alexandre Yoshikazu Yokote.

4. Inventário do ciclo de vida do PVC produzido no Brasil. 2004. 174 p.

Fúlvia Jung Borges

Gil Anderi

5. Estudo Quantitativo do Impacto Ambiental na Produção Industrial do Polietileno. Resumo de dissertação. 2004.

Éden R. C Souza

Pedro Mauricio Büchler

6. Desenvolvimento de Modelo de Análise de Ciclo de Vida adequado às Condições Brasileiras: Aplicação ao Caso do Superfosfato Simples. 2000. 141p.

Luiz Alexandre Kulay.

7. Desenvolvimento de Modelo para Avaliação de Softwares de apoio à Análise de Ciclo de Vida. 2002. 109p.

Adriana Karaver Benjamin

8. Modelagem de sistemas de produto em estudos de avaliação do ciclo de vida (ACV). 2004. 135p

Paulo Henrique Ribeiro

Gil Anderi

Engenharia Química

9. O impacto do Marketing 'verde' nas decisões sobre embalagens das cervejarias que operam no Brasil. 2003 139p.

Marcos Fruet Palhares

Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi

Administração

10. Análise de Ciclo de Vida Ambiental Aplicada à Construção Civil - Estudo de Caso: Comparação entre Cimentos Portland com Adição de Resíduos. 2005

Juliana de Carvalho

Vanderley Moacyr John

Engenharia Civil

11. A Análise do Ciclo de Vida e os Custos Completos no Planejamento Energético. 2000. 228p.

Claudio Elias Carvalho

Lineu Belico dos Reis

Engenharia Elétrica

12. Análise de Ciclo de Vida como Contribuição à Gestão Ambiental de Processos Produtivos e Empreendimentos energéticos. 1999. 190p.

Osvaldo Stella Martins

Célio Bermann

Interunidades em Energia

13. O Fator Higiene Ocupacional, dentro da Análise do Ciclo de Vida de um

Telmo Luiz Bruson

João Vicente de Assunção

Universidade de São Paulo (USP)

Saúde Pública

105

MESTRADO Titulo Aluno Orientador Universidade Mestrado

Produto: Proposta para Abordagem. 2001. 211p.

14. Delineamento de metodologias de gestão ambiental para execução de teste hidrostático em dutos de gás natural. 2004. 63p.

Renato Paula de Andrade

Djalma Dias da Silveira

15. ACV (Análise do Ciclo de Vida) como Ferramenta de decisão para diminuir o passivo ambiental numa indústria moveleira. 2003. 201 p.

Rosane Rodrigues Pagno

16. Programa de Gestão Ambiental para o processo de mineração no município de São Domingos do Sul, RS. 2003. 143p.

Luciane Poleto Gatto

17. Análise de Ciclo de Vida na fabricação de reservatórios de água de fibra de vidro. 2004. 58p.

Husein Husni Caldeira Husein

Jorge Orlando Cuéllar Noguera

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Engenharia de Produção

18. Captação residencial de água da chuva para fins não potáveis em porto alegre: aspectos básicos da viabilidade técnica e benefícios do sistema. 2004. 116p.

Rafael Simões Mano

Carin Maria Schmitt

19. Identificação dos Impactos Ambientais causados pela Indústria de Cerâmica Vermelha do Rio Grande do Sul. 2003. 179p.

Constance Manfredini.

Miguel Aloysio Sattler

Engenharia Civil

20. Avaliação de Impactos e Custos Ambientais em Processos Industriais: uma abordagem metodológica. 2003. 170p.

Paulo Ricardo Santos da Silva.

Fernando Gonçalves Amaral

Engenharia de Produção

21. Tecnologias de Produção mais Limpas e Análise de Ciclo de Vida na Indústria da Construção Civil - Estudos de Casos. 2000. 119p.

Carlos Vicente John dos Santos

Luiz Fernando de Abreu Cybis

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental

22. Avaliação de Ciclo de Vida de Produtos Metalúrgicos. 01/03/2003. 81p.

Sérgio Luiz Puff.

23. Diretrizes de Gestão Ambiental na Indústria da Construção Civil de Edificações. 2002. 84p.

Sheila Elisa Scheidemantel Klein

Ingeborg Sell

Engenharia Ambiental

24. Barômetro de Gestão no Estado de Santa Catarina – Brasil. 1999. 97p.

Luiz Pedro Benvenutti

25. Utilização da ACV (Avaliação do

Ciclo de Vida) e do DFE (Design for Environment) como subsídio em processos decisórios na avaliação da melhor opção de projeto do produto objetivando a redução dos custos ambientais nas empresas. 1999. 170p.

George Luiz Bleyer Ferreira

Beate Frank

Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Administração

106

MESTRADO Titulo Aluno Orientador Universidade Mestrado

26. O PVC e a sustentabilidade ambiental: marcos históricos e o caso Amanco Brasil. 2004. 116p.

Regina Celia Zimmermann.

Fernando Soares Pinto Sant´Anna

Engenharia Ambiental

27. Pavimento rígido como alternativa econômica para pavimentação. 2001.117p.

José Carlos Lobato Mesquita

Antonio Edésio Jungles

28. Comparação entre os processos de produção de blocos cerâmicos e de concreto para alvenaria estrutural através da Análise do Ciclo de Vida. 2002. 121p.

Deise Viana Mastella

Philippe Jean Paul Gleize

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Engenharia Civil

29. Análise de Ciclo de Vida (ACV) da produção agrícola familiar em Unaí, MG: resultados econômicos e impactos ambientais. 2003. 149 p.

José Humberto Valadares Xavier

30. Normatização, padronização, classificação e qualidade de grãos de arroz para comercialização interna: uma abordagem crítica. 2003. 204p.

Raimundo Ricardo Rabelo

31. Gestão do Ciclo de Vida (GCV) como

auxilio à ciência e tecnologia para a gestão ambiental: o caso do óleo lubrificante automotivo usado. 2005. 140 p.

Gustavo Felice de Barros

Armando Caldeira-Pires

Universidade de Brasília (UnB)

Desenvolvimento Sustentável

32. Proposta de Simbiose Industrial para Minimizar os Resíduos Sólidos no Pólo Petroquímico de Camaçari. 2004. 139p.

Armando Hirohumi Tanimoto.

33. Inserção da Análise de Ciclo de Vida no Estado da Bahia, através da atuação do órgão ambiental. 2004. 144p.

Cristiane Sandes Tosta.

Asher Kiperstok

Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo

34. Utilização do método LiDS para identificação de diretrizes visando a Análise de Impactos Ambientais no ciclo de vida de produtos veterinários. 2004 Mestrado

Adriano dos Reis Lucente.

José Flávio Diniz Nantes

Engenharia d e Produção

35. Estudo do Ciclo de Vida do pneu automotivo e oportunidades para a disposição final de pneus. 2002. 130p.

Marcelo Costa Almeida.

José Angelo Rodrigues Gregolin e Sati Manrich

Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)

Engenharia dos Materiais

36. Análise de Ciclo de Vida orientada para o meio ambiente: uma revisão crítica. 1998 173p.

Rita Mello Magalhães.

Luiz Antonio Meirelles

Engenharia de Produção

37. Estudo da Técnica de Análise do Ciclo de Vida e sua Aplicação como Ferramenta de Gestão Ambiental nas

Stella Maris Gomes de Almeida.

Rafael Schechtman

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Planejamento Energético

107

MESTRADO Titulo Aluno Orientador Universidade Mestrado

Empresas. 1998. 232p.

38. Analise do Ciclo de Vida de embalagens de PET, de aluminio e de vidro para refrigerantes no Brasil variando a taxa de reciclagem dos materiais. 01/12/2004 1v. 193p.

Renata Bachmann Guimaraes Valt.

Georges Kaskantzis Neto

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Engenharia

39. Situação da Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos em Campo Grande, MS 2002. 1v. 122p.

Helena Cisotto Sartori.

Osni Corrêa de Souza; Silvio Favero; Vera Lucia Ramos Bononi.

Universidade para Des. do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP)

Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional

40. Subsídios para Análise do Ciclo de Vida de assentos à base de côco e látex. 2000. 131p.

Vera Lúcia Pimentel Salazar.

Alcides Lopes Leão; Jayme de Toledo Piza e Ameida Neto

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu (UNESP)

Agronomia (Energia na Agricultura)

41. Florestas, madeira e habitações: Análise energética e ambiental da produção e uso de madeira como uma contribuição para o desafio da valorização da Floresta Amazônica. 2001. 130p.

Gisela de Andrade Brugnara

José Tomaz Vieira Pereira

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Planejamento de Sistemas Energéticos

42. Técnica de Análise do Ciclo de Vida para gerenciamento ambiental de propriedades produtoras de suínos. 2003. 124p.

Giovanno Pretto

Aziz Galvão da Silva Júnior

Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Economia Aplicada

43. Aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida do produto pelas organizações com sistema de gestão ambiental e certificado. 2004. 129p.

Margareth Lafin.

João Alberto Neves dos Santos

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Sistemas de Gestão

44. Análise das potencialidades da Avaliação do Ciclo de Vida de produto como instrumento de apoio à gestão ambiental. 1998. 122p

Antônio dos Santos

Paulo Jorge Moraes Figueiredo

Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP)

Engenharia de Produção

45. Balanço, análise de emissão e seqüestro de CO2 na geração de eletricidade excedente no setor sucro-alcooleiro. 2004. 174p.

Felipe Moreton Chohfi

Electo Eduardo Silva Lora; Francisco Antonio Dupas

Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)

Engenharia de Energia

46. O designer e a Avaliação do Ciclo de Vida dos produtos: análise do uso das ferramentas. 2006

Ricardo Barreto Moraes

Alfredo Jefferson de Oliveira

Pontifícia Universidade Católica (PUC) Rio de Janeiro

47. Implantação da norma ISO14040 numa indústria de vidro plano. 2002.

Rose Maria Arantes Santos

Armando Caldeira-Pires

Universidade de Taubaté (UNITAU)

Gestão Ambiental

108

DOUTORADO Titulo Aluno Orientador Universidade Doutorado

1. Análise de Ciclo de Vida: estudo de caso para materiais e componentes automotivos. 2001. 180 p.

Cássia Maria Lie Ugaya

Arnaldo Cesar da Silva Walter

2. Proposta de metodologia e

concepção e projeto de produto considerando aspectos ambientais no ciclo de vida. 2000. 163p.

Yane Ribeiro de Oliveira Lobo

Paulo Correa Lima

3. Síntese otimizada de sistemas de aquecimento solar de água. 2000. 130p.

Thomaz Penteado de Freitas Borges

Sílvia Azucena Nebra de Pérez

Engenharia Mecânica

4. Metodologia e procedimentos para a consideração ambiental no projeto de processos químicos. 2003. 347p.

Paulo Ernani Bauer

Rubens Maciel Filho Engenharia Química

5. Análise de Ciclo de Vida aplicada ao processo de cerâmica tendo como insumo energético capim elefante 2003. 116p.

Omar Seye

Luis Augusto Barbosa Cortez

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Planejamento de Sistemas Energéticos

6. Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. 2003. 210p.

Vanessa Gomes da Silva.

Vahan Agopyan

7. Eco-eficiência na indústria de celulose e Papel. 2003 375p.

Zeila Chittolina Piotto

Dione Mari Morita

Engenharia Civil

8. Análise ambiental de aços forjados. 2004. 100p

Jean Carlo Camasmie de Paola.

Jorge Alberto Soares Tenório

Engenharia Metalúrgica

9. Uso da Análise de Ciclo de Vida para a comparação do desempenho ambiental das rotas úmida e térmica de produção de fertilizantes fosfatados. 2004. 314p.

Luiz Alexandre Kulay

Gil Anderi

Universidade de São Paulo (USP)

Engenharia Química

10. Análise do Ciclo de Vida aplicada ao Gerenciamento de Resíduos: o caso da ETA Bolonha. 2003. 340p.

Luiza Carla Girard Teixeira Machado

José Almir Rodrigues Pereira; Marcos Ximenes Ponte

11. Análise do Ciclo de vida: uma avaliação social e econômica da reciclagem das latas de alumínio da cidade de Belém. 2004. 296p.

Arimar Leal Vieira

Marcos Ximenes Ponte

Universidade Federal do Pará (UFPA)

Des. Sustentável do Trópico Úmido

12. Avaliação de Ciclo de Vida de garrafas PET: materiais, energia e emissões. 2004.130p.

Marcus Vinicius Pereira Remédio

Maria Zanin

Ciência e Engenharia dos Materiais

13. Avaliação do Ciclo de Vida do álcool etílico hidratado combustível pelos métodos EDIP, Exergia e Emergia. 2005. 200 p

Aldo Roberto Ometto

Woodrow Nelson Lopes Roma

Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) -

Engenharia Hidráulica e Saneamento

14. Seleção de fronteiras para Análise de Ciclo de Vida de sistemas que emitem poluentes tóxicos de chaminés. 2002. 130p.

Stelvia Vigolvino Matos

Valdir Schalch

Universidade de São Paulo / São Carlos

Engenharia Hidráulica e Saneamento

15. Desenvolvimento de uma metodologia e um software para avaliação ambiental de processos metalúrgicos. 2001. 384p.

Luciano Miguel Moreira dos Santos

Edwin Auza Villegas Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Engenharia Metalúrgica e de Minas

16. Planejamento baseado em casos aplicado na resolução de não-conformidades (NC) ambientais no

Harryson Luiz da Silva

Luiz Fernando Jacintho Maia

Universidade Federal de Santa

Engenharia de Produção

109

DOUTORADO Titulo Aluno Orientador Universidade Doutorado

ciclo de vida de produtos, processos e serviços. 1997. 234p

Catarina (UFSC)

17. Análise da eficiência da cadeia

energética para as principais fontes de energia utilizadas em veículos rodoviários no Brasil. 2004. 297p.

Marcio de Almeida D´Agosto

Suzana Kahn Ribeiro

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Engenharia de Transportes

110

APÊNDICE B - LISTAGEM DAS DISSERTAÇÕES E TESES DE ACV DE ACORDO COM O ANO DE PUBLICAÇÃO

MESTRADO Titulo Aluno Professor Universidade Ano de

Formação Produção por ano

Análise de Ciclo de Vida orientada para o meio ambiente: uma revisão crítica.

Rita Mello Magalhães.

Luiz Antonio Meirelles,

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Engenharia de Produção

Estudo da técnica de Análise do Ciclo de Vida e sua aplicação como ferramenta de gestão ambiental nas empresas.

Stella Maris Gomes de Almeida.

Rafael Schechtman.

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Planejamento Energético

Análise das potencialidades da Avaliação do Ciclo de Vida de produto como instrumento de apoio à gestão ambiental.

Antônio dos Santos

Paulo Jorge Moraes Figueiredo.

Universidade Metodista de Piracicaba - Engenharia de Produção

1998

3

Análise de Ciclo de Vida como contribuição à gestão ambiental de processos produtivos e empreendimentos energéticos.

Osvaldo Stella Martins

Célio Bermann.

Universidade de São Paulo - Interunidades Em Energia

Utilização da ACV (Avaliação do Ciclo de Vida) e do DFE (Design for Environment) como subsídio em processos decisórios na avaliação da melhor opção de projeto do produto objetivando a redução dos custos ambientais nas empresas.

George Luiz Bleyer Ferreira

Beate Frank. Universidade Regional de Blumenau - Administração

Barômetro de gestão no Estado de Santa Catarina – Brasil

Luiz Pedro Benvenutti

Beate Frank Universidade Regional de Blumenau – Administração

1999

3

A Análise do Ciclo de Vida e os custos completos no planejamento energético.

Claudio Elias Carvalho

Lineu Belico dos Reis.

Universidade de São Paulo - Engenharia Elétrica

Desenvolvimento de modelo de Análise de Ciclo de Vida adequado às condições brasileiras: aplicação ao caso do superfosfato simples.

Luiz Alexandre Kulay.

Gil Anderi Universidade de São Paulo - Engenharia Química

Subsídios para Análise do Ciclo de Vida de assentos à base de côco e látex.

Vera Lúcia Pimentel Salazar.

Alcides Lopes Leão

Universidade Est.Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu - Agronomia

Tecnologias de Produção mais Limpas e Análise de Ciclo de Vida na indústria da construção civil - estudos de casos.

Carlos Vicente John dos Santos

Luiz Fernando de Abreu Cybis.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental

2000 4

111

MESTRADO Titulo Aluno Professor Universidade Ano de

Formação Produção por ano

O Fator Higiene Ocupacional, dentro da Análise do Ciclo de Vida de um produto: proposta para abordagem.

Telmo Luiz Bruson

João Vicente de Assunção.

Universidade de São Paulo - Saúde Pública

Florestas, madeira e habitações: análise energética e ambiental da produção e uso de madeira como uma contribuição para o desafio da valorização da Floresta Amazônica.

Gisela de Andrade Brugnara

José Tomaz Vieira Pereira.

Universidade Estadual de Campinas - Planejamento de Sistemas Energéticos

Pavimento rígido como alternativa econômica para pavimentação.

Jose Carlos Lobato Mesquita

Antonio Edésio Jungles.

Universidade Federal de Santa Catarina - Engenharia Civil

2001

3

Implantação da norma ISO 14040 numa indústria de vidro plano.

Rose Maria Arantes Santos

Armando Caldeira- Pires.

Universidade de Taubaté - Gestão Ambiental

Situação da Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos em Campo Grande,

Helena Cisotto Sartori.

Osni Corrêa de Souza

Univ. para Desenvol. do Estado e da Região do Pantanal

Desenvolvimento de modelo para avaliação de softwares de apoio à Análise de Ciclo de Vida

Adriana Karaver Benjamin

Gil Anderi Universidade de São Paulo - Engenharia Química

Comparação entre os processos de produção de blocos cerâmicos e de concreto para alvenaria estrutural através da Análise do Ciclo de Vida.

Deise Viana Mastella

Philippe Jean Paul Gleize.

Universidade Federal de Santa Catarina - Engenharia Civil

Estudo do Ciclo de Vida do pneu automotivo e oportunidades para a disposição final de pneus.

Marcelo Costa Almeida.

José Ângelo Rodrigues Gregolin.

Universidade Federal de São Carlos - Ciência e Engenharia dos Materiais

Diretrizes de gestão ambiental na indústria da construção civil de edificações.

Sheila Elisa Scheidemantel Klein Sheila

Ingeborg Sell. Universidade Regional de Blumenau - Engenharia Ambiental

2002

6

Análise de Ciclo de Vida (ACV) da produção agrícola familiar em Unaí, MG: resultados econômicos e impactos ambientais.

José Humberto Valadares Xavier

Normatização, padronização, classificação e qualidade de grãos de arroz para comercialização interna: uma abordagem crítica.

Raimundo Ricardo Rabelo

Armando Caldeira-Pires

Universidade de Brasília - Desenvolvimento Sustentável

2003

11

112

MESTRADO Titulo Aluno Professor Universidade Ano de

Formação Produção por ano

O impacto do Marketing 'Verde' nas decisões sobre embalagens das cervejarias que operam no Brasil.

Marcos Fruet Palhares

Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi

Universidade de São Paulo - Administração

ACV (Análise do Ciclo de Vida) como ferramenta de decisão para diminuir o passivo ambiental numa indústria moveleira.

Rosane Rodrigues Pagno

Jorge Orlando Cuéllar Noguera.

Universidade Federal de Santa Maria - Engenharia de Produção

Programa de gestão ambiental para o processo de mineração no município de São Domingos do Sul, RS

Luciane Poleto Gatto

Jorge Orlando Cuéllar Noguera

Universidade Federal de Santa Maria - Engenharia De Produção

Técnica de Análise do Ciclo de Vida para gerenciamento ambiental de propriedades produtoras de suínos. 01/02/2003 1v. 124p.

Giovanno Pretto Aziz Galvão da Silva Junior.

Universidade Federal de Viçosa - Economia Aplicada

Identificação dos impactos ambientais causados pela indústria de cerâmica vermelha do rio grande do sul.

Constance Manfredini.

Miguel Aloysio Sattler

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Engenharia Civil

Inventário de ciclo de vida da geração hidrelétrica no Brasil - usina de Itaipu: primeira aproximação.

Flávio de Miranda Ribeiro.

Inventário de Ciclo de Vida da distribuição de energia elétrica no Brasil.

Alexandre Yoshikazu Yokote.

Gil Anderi

Universidade de São Paulo - Engenharia Química

Avaliação de impactos e custos ambientais em processos industriais: uma abordagem metodológica.

Paulo Ricardo Santos da Silva.

Fernando Gonçalves Amaral.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Engenharia de Produção

Avaliação de Ciclo de Vida de Produtos Metalúrgicos.

Sérgio Luiz Puff. Ingeborg Sell Universidade Regional de Blumenau - Engenharia Ambiental

Inserção da Análise de Ciclo de Vida no Estado da Bahia, através da atuação do órgão ambiental.

Cristiane Sandes Tosta.

Proposta de Simbiose Industrial para minimizar os resíduos sólidos no Pólo Petroquímico de Camaçari.

Armando Hirohumi Tanimoto.

Asher Kiperstok.

Universidade Federal da Bahia - Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo

Inventário de Ciclo de Vida do sistema de transmissão de energia elétrica.

Wady Facury Victorino

Modelagem de sistemas de produto em estudos de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).

Paulo Henrique Ribeiro

Gil Anderi Universidade de São Paulo - Engenharia Química

2004

14

113

MESTRADO Titulo Aluno Professor Universidade Ano de

Formação Produção por ano

Inventário do Ciclo de Vida do PVC produzido no Brasil. 2004

Fúlvia Jung Borges

Estudo quantitativo do impacto ambiental na produção industrial do polietileno.

Eden Roberto Cavalcante Souza

Pedro Mauricio Büchler.

Universidade de São Paulo - Engenharia Química

O PVC e a sustentabilidade ambiental: marcos históricos e o caso Amanco Brasil.

Regina Celia Zimmermann.

Fernando Soares Pinto Sant´Anna.

Universidade Federal de Santa Catarina - Engenharia Ambiental

Delineamento de metodologias de gestão ambiental para execução de teste hidrostático em dutos de gás natural.

Renato Paula de Andrade

Djalma Dias da Silveira.

Universidade Federal de Santa Maria - Engenharia de Produção

Análise de Ciclo de Vida na fabricação de reservatórios de água de fibra de vidro.

Husein Husni Caldeira Husein

Jorge Orlando Cuéllar Noguera

Universidade Federal de Santa Maria - Engenharia de Produção

Utilização do Método LiDS para identificação de diretrizes visando a análise de impactos ambientais no ciclo de vida de produtos veterinários. 12/07/2004 Mestrado

Adriano dos Reis Lucente.

José Flávio Diniz Nantes.

Universidade Federal de São Carlos – Engenharia de Produção

Analise do Ciclo de Vida de embalagens de PET, de alumínio e de vidro para refrigerantes no Brasil variando a taxa de reciclagem dos materiais.

Renata Bachmann Guimaraes Valt.

Georges Kaskantzis Neto.

Universidade Federal do Paraná - Engenharia

Captação residencial de água da chuva para fins não potáveis em porto alegre: aspectos básicos da viabilidade técnica e benefícios do sistema.

Rafael Simões Mano

Carin Maria Schmitt.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Engenharia Civil

Aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida do produto pelas organizações com sistema de gestão ambiental e certificado.

Margareth Lafin. João Alberto Neves dos Santos.

Universidade Federal Fluminense - Sistemas de Gestão

Balanço, análise de emissão e seqüestro de CO2 na geração de eletricidade excedente no setor sucro-alcooleiro.

Felipe Moreton Chohfi

Electo Eduardo Silva Lora

Universidade Federal de Itajubá - Engenharia de Energia

114

MESTRADO Titulo Aluno Professor Universidade Ano de

Formação Produção por ano

Gestão do Ciclo de Vida (GCV) como auxilio à ciência e tecnologia para a gestão ambiental: o caso do óleo lubrificante automotivo usado.

Gustavo Felice de Barros

Armando Caldeira-Pires

Universidade de Brasília - Desenvolvimento Sustentável

Análise de Ciclo de Vida Ambiental aplicada à construção civil - estudo de caso: comparação entre cimentos Portland com adição de resíduos.

Juliana de Carvalho

Vanderley Moacyr John.

Universidade de São Paulo - Engenharia Civil

2005

2

O designer e a avaliação do ciclo de vida dos produtos: análise do uso das ferramentas.

Ricardo Barreto Moraes

Alfredo Jefferson de Oliveira.

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

2006

1

115

DOUTORADO

Título Aluno Professor Universidade Ano de formação

Produção por ano

Planejamento baseado em casos aplicado na resolução de não-conformidades (NC) ambientais no ciclo de vida de produtos, processos e serviços

Harryson Luiz da Silva

Luiz Fernando Jacintho Maia

Universidade Federal de Santa Catarina - Engenharia de Produção

1997 1

Proposta de metodologia e concepção e projeto de produto considerando aspectos ambientais no ciclo de vida.

Yane Ribeiro de Oliveira Lobo

Paulo Correa Lima

Universidade Estadual de Campinas - Engenharia Mecânica

Síntese otimizada de sistemas de aquecimento solar de água.

Thomaz Penteado de Freitas Borges

Sílvia Azucena Nebra de Pérez

Universidade Estadual de Campinas - Engenharia Mecânica

2000

2

Análise de Ciclo de Vida: estudo de caso para materiais e componentes automotivos.

Cássia Maria Lie Ugaya

Arnaldo Cesar da Silva Walter.

Universidade Estadual de Campinas - Engenharia Mecânica

Desenvolvimento de uma metodologia e um software para avaliação ambiental de processos metalúrgicos.

Luciano Miguel Moreira dos Santos

Edwin Auza Villegas

Universidade Federal de Minas Gerais - Engenharia Metalúrgica e de Minas

2001 2

Seleção de fronteiras para Análise de Ciclo de Vida de sistemas que emitem poluentes tóxicos de chaminés

Stelvia Vigolvino Matos

Valdir Schalch Universidade de São Paulo/São Carlos - Engenharia Hidráulica e Saneamento

2002 1

Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica.

Vanessa Gomes da Silva.

Vahan Agopyan Universidade de São Paulo - Engenharia Civil

Eco-eficiência na indústria de celulose e papel

Zeila Chittolina Piotto

Dione Mari Morita.

Universidade de São Paulo- Engenharia Civil

Metodologia e procedimentos para a consideração ambiental no projeto de processos químicos

Paulo Ernani Bauer

Rubens Maciel Filho

Universidade Estadual de Campinas - Engenharia Química

Análise de Ciclo de Vida aplicada ao processo de cerâmica tendo como insumo energético capim elefante

Omar Seye Luis Augusto Barbosa Cortez

Universidade Estadual de Campinas - Planejamento de Sistemas Energéticos

2003 5

116

DOUTORADO Título Aluno Professor Universidade Ano de

formação Produção por ano

Análise do Ciclo de Vida aplicada ao Gerenciamento de Resíduos: o Caso da ETA Bolonha

Luiza Carla Girard Teixeira Machado

José Almir Rodrigues Pereira; Marcos Ximenes Ponte

Universidade Federal do Pará - Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido

Uso da Análise de Ciclo de Vida para a comparação do desempenho ambiental das rotas úmida e térmica de produção de fertilizantes fosfatados

Luiz Alexandre Kulay

Gil Anderi da Silva

Universidade de São Paulo - Engenharia Química

Análise ambiental de aços forjados

Jean Carlo Camasmie de Paola.

Jorge Alberto Soares Tenório

Universidade de São Paulo - Engenharia Metalúrgica

Avaliação de Ciclo de Vida de garrafas PET: materiais, energia e emissões

Marcus Vinicius Pereira Remédio

Maria Zanin Universidade Federal de São Carlos - Ciência e Engenharia dos Materiais

Análise do Ciclo de Vida: uma avaliação social e econômica da reciclagem das latas de alumínio da cidade de Belém

Arimar Leal Vieira

Marcos Ximenes Ponte

Universidade Federal do Pará. Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido

Análise da eficiência da cadeia energética para as principais fontes de energia utilizadas em veículos rodoviários no Brasil

Marcio de Almeida d´Agosto

Suzana Kahn Ribeiro

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Engenharia de Transportes

2004 5

Avaliação do Ciclo de Vida do álcool etílico hidratado combustível pelos métodos EDIP, Exergia e Emergia

Aldo Roberto Ometto

Woodrow Nelson Lopes Roma

Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR

2005 1


Recommended