Editorial
Osartigosda jornalista Leila Ferreira e dapsicóloga Mara LúciaMadureiraestabelecem umdiálogo interessante comareportagemde capadesta ediçãode Bem-Estar. Porque todosremamnomesmo sentido e nosconvidama uma reflexão: “Serámesmoqueprecisamos daquilo que parecenos faltar para serfeliz?” Leila alerta queo desejode querer ser, ter e parecer podevirar umaperigosaobsessão. Nabuscapelo “melhor”, ainsatisfaçãose torna umestado permanente, enquanto avidapassa.Mara alerta queo preço da vidaestá inflacionado. “Agarantia depertencer a algumaesfera social exige queo cidadãomedianocompre maisdo quenecessita e gastemaisdo queconsegue ganhar”, diz. Sãocomportamentos quevãocontra afelicidadesustentável. Ocaminho para reverter estequadro podeestar naspalavras de YonatanShani, queministra palestra sobreacabalaestemêsemRio Preto: “Nuncasaberemoso queé ter umpropósito verdadeirona vidaenquanto continuarmosacumulandoexperiênciasde curta duração”.Vamos pensar sobre isso? 24
Um programa diferente e exóticoé conhecer as Ilhas Maurício, noOceano Índico
16
Depois de se consagrar levando ohumor para o futebol, apresentadorTadeu Schmidt investe em fantasmas
13
Psicóloga defende a importância denão trocar a coragem, fé, motivaçãoe sede de saber pela insegurança,acomodação e repetição
Poesia
Passagempassar assim como um fluir de água
o murmurar tranquilo de um regato plácido
bailando doce ao sabor do vento
a espelhar na superfície calma
a paisagem que desfila efêmera
e a refletir o sol que resplandece ao longe
e ser tão só esse momento vago
sem deixar mais nada além do aroma úmido
e sem levar não mais que umas leves flores
que aqui e ali vicejam em suas verdes margens
e que afoitas buscam se mirar nas águas
Marilda Soares
COMPORTAMENTODiferentes do ponto de vistacognitivo e comportamental,homens e mulheres podemalimentar uma amizade sincerasem atração sexual?Páginas 6, 7 e 8
LIVROSandro Bosco lança “PosturasRestauradoras de Yoga - Guia deSaúde para Iniciantes ePraticamentes”, comensinamentos sobre comorestabelecer a próprio energiaPágina 9
EDUCAÇÃOHarvard, Oxford, Yale... asmelhores universidades domundo têm atraído cada vezmais brasileiros em busca deuma formação diferenciadaPáginas 10 e 11
TERAPIANaturologia, ciência que cuida doequilíbrio do ser humano por meiode métodos naturais, pode ajudarestudantes em fase depré-vestibular, por exemplo, aconter o estresse e a ansiedadePágina 12
Agência O Globo/Divulgação
Luiza Dantas/Divulgação
Turismo
Guilherme Baffi
TelevisãoEnriqueça a vidade felicidade
Mara LúciaMadureira
DIÁRIO DA REGIÃO
Editor-chefeFabrício [email protected]
Editora-executivaRita Magalhã[email protected]
CoordenaçãoLigia [email protected]
Editor de Bem-Estar e TVIgor [email protected]
Editora de TurismoCecília [email protected]
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Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa
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Tratamento de ImagensArthur Miglionni, HumbertoPereira e Luciana Nardelli
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2 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
PERIGOSAOBSESSÃO
Reflexão
Leila Ferreira
Estamos obcecados com “o
melhor”.
Não sei quando foi que come-
çou essa mania, mas hoje só que-
remos saber do “melhor”.
Tem que ser o melhor compu-
tador, o melhor carro, o melhor
emprego, a melhor dieta, a me-
lhor operadora de celular, o me-
lhor tênis, o melhor vinho.Bom
não basta.
O ideal é ter o top de linha,
aquele que deixa os outros para
trás e que nos distingue, nos faz
sentir importantes, porque, afi-
nal, estamos com “o melhor”.
Isso até que outro “melhor”
apareça e é uma questão de dias
ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo
instante. Novas possibilidades tam-
bém. E o que era melhor, de repen-
te, nos parece superado, modesto,
aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só
queremos o melhor, é que passa-
mos a viver inquietos, numa espé-
cie de insatisfação permanente,
num eterno desassossego. Não
desfrutamos do que temos ou
conquistamos, porque estamos
de olho no que falta conquistar
ou ter.
Cada comercial na TV nos
convence de que merecemos ter
mais do que temos. Cada artigo
que lemos nos faz imaginar que
os outros (ah, os outros...) estão vi-
vendo melhor, comprando me-
lhor, amando melhor, ganhando
melhores salários. Aí a gente não
relaxa, porque tem que correr
atrás, de preferência com o me-
lhor tênis.
Não que a gente deva se aco-
modar ou se contentar sempre
com menos. Mas o menos, às ve-
zes, é mais do que suficiente.Se
não dirijo a 140, preciso realmen-
te de um carro com tanta potên-
cia? Se gosto do que faço no meu
trabalho, tenho que subir na em-
presa e assumir o cargo de chefia
que vai me matar de estresse por-
que é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas
polegadas que acabou com o espa-
ço do meu quarto? O restaurante
onde sinto saudades da comida de
casa e vou porque tem o “melhor
chef”? Aquele xampu que usei du-
rante anos tem que ser aposenta-
do porque agora existe um me-
lhor e dez vezes mais caro? O ca-beleireiro do meu bairro tem mes-mo que ser trocado pelo “melhorcabeleireiro”?
Tenho pensado no quanto es-sa busca permanente do melhortem nos deixados ansiosos e nosimpedido de desfrutar o “bom”que já temos. A casa que é peque-na, mas nos acolhe. O empregoque não paga tão bem, mas nosenche de alegria. A TV que estávelha, mas nunca deu defeito. Ohomem (mulher) que tem defei-tos, como nós, mas nos faz maisfelizes do que os(as) homens(mu-lheres) “perfeito(a)s”. As fériasque não vão ser na Europa, por-que o dinheiro não deu, mas vãome dar a chance de estar perto dequem amo... O rosto que já não éjovem, mas carrega as marcas dashistórias que me constituem. Ocorpo que já não é mais jovem,mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmode mais do que isso? Ou será que is-so já é o melhor e, na busca do “me-lhor”, a gente nem percebeu? �
Leila Ferreira é uma jornalista
mineira, com mestrado em Letrase doutora em Comunicação, em
Londres. Apesar disso, optou porviver uma vidinha mais simples,
em Belo Horizonte
Quandosó queremoso melhor, passamos aviver inquietos, numa
espéciede insatisfaçãopermanente. Nãodesfrutamosdo que temos ou
conquistamos, porqueestamos deolho no que faltaconquistar ou ter
Sofremos demais pelopouco que nos falta ealegramo-nos poucopelo muito que temos
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 3
Palestra este mês em Rio Preto traz ensinamentos da cabala, filosofia
que indica ao ser humano o caminho da plenitude e da felicidade duradoura
Gisele [email protected]
A cabala ou kabbalah é uma
sabedoria milenar que revela
como o universo e a vida fun-
cionam. No sentido literal, kab-
balah significa “receber”. Nes-
te caso, como receber energia
de forma duradora.
Muito na moda depois que
famosos como Madonna, Demi
Moore e Naomi Campbell pas-
saram a falar dela, a cabala tem
atraído cada dia mais a atenção
dos brasileiros. É a ciência so-
bre como alcançar a plenitude.
Retiradas de ensinamentos
existentes há mais de 4 mil
anos, as ferramentas cabalísti-
cas, quando aplicadas, ajudam
o ser humano a se tornar supe-
rior às limitações do mundo fí-
sico e auxiliam a remover o
caos de suas vidas e a vencer ba-
talhas pessoais.
Segundo seus ensinamen-
tos, todos nós já experimenta-
mos flashes de felicidade, mas
para nos conectarmos com a
energia de plenitude devemos
sustentar essa conexão de ma-
neira ininterrupta. Ela ensina
que todos os ramos de nossas vi-
das - saúde, relacionamentos,
negócios - emanam do mesmo
tronco e da mesma raiz. É toda
uma nova maneira de olhar pa-
ra o mundo.
Para falar sobre cabala, Yona-
tan Shani, do Kabbalah Centre do
Brasil, organização educacional e
internacional sem fins lucrativos,
vai estar pela primeira vez em Rio
Preto, no dia 28 deste mês, para
uma palestra.
Shani lembra que, para es-
tudar o assunto, não é preciso
que abandonemos nossa fé ou
caminho religioso. Cabala não
é uma religião. Ela ajuda o ser
humano a potencializar sua es-
piritualidade.
Segundo ele, ninguém vai
mudar internamente do dia pa-
ra a noite estudando a cabala,
mas ela pode permitir que isso
ocorra um dia se quisermos.
“Tudo na vida é um processo e
vejo com um pouco de cautela
tudo o que vem de um dia para
o outro. Mudar coisas verda-
deiras e internas leva tempo e
envolve fracassos no cami-
nho”, diz Shani. O mesmo
acontece com a cabala. “Te-
mos de trabalhar bastante para
conseguir resultados perma-
nentes, que ficam.”
Para explicar um pouco
mais sobre os mistérios dessa fi-
losofia, Yonatan Shani falou
com exclusividade com a revis-
ta Bem-Estar.
Revista Bem-Estar - O queé a cabala?
Yonatan Shani - É uma sa-
bedoria milenar que oferece as
ferramentas necessárias para
que as pessoas consigam se ele-
var acima das limitações do
mundo físico e atingir a pleni-
tude duradoura. Ela defende que
o ser humano é feito de desejo e o
que diferencia uma pessoa da ou-
tra é o que ela deseja, porém, o
desejo precisa ser “refinado”.
O preenchimento verdadeiro
e duradouro só ocorre por
meio do trabalho espiritual,
que contém parte do controle
e refinamento desse desejo.
Bem-Estar - Como surgiu?Shani - O primeiro cabalis-
ta foi Abraão, que escreveu o
Livro da Formação. Depois,
veio Moisés, e a tradição foi
transmitida no decorrer dos
anos. Cerca de 2 mil anos atrás,
Rav Shimon Bar Yochai escre-
veu o texto principal da Kabba-
lah, o Zohar, que decodifica os
ensinamentos da Bíblia. O pri-
meiro Kabbalah Centre foi cria-
do em 1922, em Israel, e se espa-
lhou pelo mundo.
Bem-Estar - O que a cabalaprega?
Shani - O objetivo é ajudar
o ser humano como indivíduo
e, depois, ajudá-lo como cida-
dão para que junto à humanida-
de consiga atingir um único
propósito: o de construir um
m u n d o m e l h o r . C o m
frequência, tentamos trazer
uma sensação de empolgação a
nossas vidas por meio de al-
gum tipo de estímulo exterior,
mas nunca saberemos o que é
ter um sentido e um propósito
verdadeiro na vida enquanto
continuarmos acumulando ex-
periências de curta duração.
Todos nós desejamos alguma
coisa, quer seja amor, dinheiro,
fama. Se estamos sempre infeli-
zes e ansiosos é porque nossos
desejos não são constantemen-
te preenchidos pela luz. Essa
luz na cabala significa a mesma
coisa que Deus ou o universo
ou o que cada um acredita.
Quando estamos conectados
com a luz, não temos medo, an-
siedade ou insegurança a respei-
to do futuro. A cabala também
ensina que viemos a este mun-
do para resgatar nosso desejo
de receber mais pelos nossos
próprios méritos e não simples-
mente por receber. Para chegar
a esta etapa, enfrentamos desa-
fios, obstáculos e dificuldades
nos caminhos percorridos, po-
rém, no final, a satisfação da
conquista é infinita, prazerosa
e reconfortante, uma verdadei-
ra sensação de dever cumprido.
ServiçoPalestra Kabbalah, com Yonatan Shani.Dia 28 de agosto, às 18 horas, no CCLi,em Rio Preto. Pontos de vendas: CCLi-(17) 3222-4026 e PreludioJoias (17) 3229-2500
Espiritualidade
Ferramenta interna
Com frequência, tentamostrazer uma sensação deempolgação a nossas vidaspor meio de algum tipo deestímulo exterior, mas nuncasaberemos o que é ter umsentido e um propósitoverdadeiro na vida enquantocontinuarmos acumulandoexperiências decurta duração Yonatan Shani
4 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Não acredite numa únicapalavra que ler. Teste aslições aprendidas
Existem duas realidadesbásicas: nosso mundo de 1%da escuridão e o âmbito dos99% da luz
Tudo o que uma pessoarealmente deseja na vidaé luz espiritual
O objetivo da vida é atransformação espiritual,passar de ser reativo para serproativo
Nunca coloque a culpa emoutras pessoas ou em eventosexternos
Resistir aos nossosimpulsos reativos cria luzpermanente
O comportamento reativo
gera faíscas intensas de luz,mas deixa em seu rastro porfim a escuridão
Os obstáculos são nossaoportunidade de nosconectarmos com a luz
Quanto maior o obstáculo,maior a luz em potencial
Quando os desafiosparecem insuperáveis, injetecerteza. A luz está semprepresente
Todas as característicasnegativas que você identificaem outras pessoas sãosimplesmente um reflexo desuas próprias característicasnegativas. Somenteconsertando a si mesmo vocêpode mudar os outros
Fonte: Livro “O Poder daCabala”, de Yehuda Berg
Livro será distribuído
Princípios da cabala
O Kabbalah Centre do Bra-
sil, para reforçar seu objetivo
de contribuir para a elevação
da consciência das pessoas e
ajudar na criação de um maior
senso de direção, independen-
temente de religião, etnia, gê-
nero ou idade, traçou uma no-
va meta para o Projeto Jovem
Consciente em 2012. A ação vi-
sa a distribuir, somente este
ano, 400 mil exemplares do li-
vro que é considerado uma das
maiores referências do assun-
to, “O Poder da Kabbalah”, de
Yehuda Berg, gratuitamente.
“Em seis meses, já foram doa-
das mais de 50 mil publica-
ções“, explica Yonatan Shani.
Além dos jovens, o foco do pro-
jeto também são os órgãos go-
vernamentais, os bancos e as
bibliotecas.
Berg apresenta no livro 13
lições simples para auxiliar o
ser humano a mudar suas atitu-
des e alcançar a plenitude.
“Quando escrevi este livro, ti-
nha em mente uma obra que
fosse tanto leve como profun-
da, de forma que, ao lê-la, a pes-
soa pudesse vivenciar entreteni-
mento e ‘insight’ ao mesmo
tempo. Sabedoria não precisa
ser complexa e pesada”, afirma.
Os livros também podem
ser retirados sem custo algum
na sede do Kabbalah Centre
(Alameda Itu, 1.561, São Paulo
- SP) ou pelo site www.kabba-
lahcentre.com.br (somente o
custo do frete). Organizações
interessadas em receber exem-
plares devem fazer a solicitação
pelo telefone 0800-772-3272 ou
pelo e-mail kcsaopaulo@kab-
balah.com. � (GB)
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 5
Novas pesquisas tentam
saber se é possível a
amizade verdadeira entre
um homem e uma mulher
Gisele [email protected]
“Entre um homem moço e uma
mulher bonita, a amizade pura, a ami-
zade intelectual
é impossível. O
homem e a mu-
lher são, funda-
mentalmente, ir-
redutivelmente,
inimigos. Só se apro-
ximam para se amar -
ou para se devorar”, dis-
se o escritor, médico e di-
plomata português Júlio
Dantas (1876-1962).
O tabu da amizade entre ho-
mens e mulheres, que há séculos mo-
tiva discussões, levou os produtores
independentes Jesse Budd e Patrick
Romero a produzir um vídeo que já
foi visto por mais de 6 milhões de pes-
soas. Eles procuraram mostrar a dife-
rença entre as opiniões feminina e
masculina sobre esse tipo de relação.
No vídeo, um universitário pergunta
às colegas de faculdade se elas acredi-
tam ser possível essa amizade. “Sim,
claro” é a resposta de todas. Quando
faz a mesma pergunta aos homens, a
resposta: “hummm... não”.
Pesquisas recentes buscam enten-
der melhor as implicações entre pes-
soas de sexo diferente. O vídeo vai ao
encontro do que concluiu uma pesqui-
sa norte-americana, segundo a qual
existe ao menos um pequeno nível de
atração na maioria das amizades entre
sexos opostos, e que os homens em ge-
ral demonstram estar mais atraídos pe-
las amigas do que elas por eles. A
maioria considerou, também, essa
atração um malefício aos namoros,
mas, ainda assim, as amizades interse-
xuais são preferência de muitos.
Comuns nos dia de hoje, as amiza-
des homem-mulher não eram assim
tão bem vistas e discutidas abertamen-
te no passado. Na verdade, a interação
amistosa entre os sexos é um fenôme-
no recente. Até a metade do século 19,
a amizade entre os sexos opostos era
considerada um mal e só se solidifi-
cou nos anos 1970, após a entrada fe-
minina no mercado de trabalho. Até
então, elas só conviviam com homens
de suas relações familiares.
“Em outros tempos, a amizade en-
tre homens e mulheres era difícil ou
impossível. Mas mesmo com a mudan-
ça dos tempos, essa crença ainda per-
siste em ambos os sexos”, lembra o psi-
cólogo cognitivo-comportamental
Alexandre Caprio.
Comportamento
Feitos um para o outro(mas não é o que vocêestá pensando...)
6 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Vantagens
Uma série de estudos recentes compro-
vam diferenças cognitivas e comportamen-
tais entre homens e mulheres. Característi-
cas fisiológicas, hormonais, educacionais e
culturais contribuem para essa diferencia-
ção. Todas essas variáveis ajudam a compor
a percepção do indivíduo e fazem com que
os gêneros tenham habilidades e interpreta-
ções distintas em relação a um determina-
do evento.
“Devido a isso, a amizade entre um
homem e uma mulher pode tornar-se ex-
tremamente produtiva para ambos. A
união dessas percepções permite a troca
de informações e criação de conceitos to-
talmente novos, ampliando a visão e as
vantagens de cada um em qualquer
área, como ambiente de trabalho e rela-
ções interpessoais”, explica Caprio.
Também auxilia no desenvolvimento
da empatia (a capacidade de se colocar
no lugar do outro), o que traz diversas
vantagens no convívio social. A desvan-
tagem, se existe, está ainda na intolerân-
cia, incredulidade e incompreensão de
uma fatia da sociedade ainda presa aos
antigos estereótipos de submissão femi-
nina, que já não condizem mais com a
realidade atual.
É possível e cada vez mais frequente
a amizade entre homens e mulheres
além da atração sexual. Nas relações de
amizades intersexuais, é comum a moti-
vação inicial ser impulsionada pelo inte-
resse sexual, porém, com a possibilida-
de de sexo descartada, a relação assume
o caráter de amizade e pode se perpe-
tuar. “A simplicidade do pensamento
generalista, que julga todos os casos a
partir de alguns exemplos, ignora a rea-
lidade além de seus pressupostos e im-
possibilita a compreensão e a aceitação
da amizade sem envolvimento sexual
entre diferentes gêneros”, diz a psicólo-
ga cognitivo-comportamental Mara Lú-
cia Madureira.
“Relações de amizade entre homem
e mulher implicam pensamentos e inte-
resses afins: pensar parecido, gostar das
mesmas coisas, estar disponível para ofe-
recer suporte social ou afetivo, compar-
tilhamento de informações profissio-
nais, religiosas ou de entretenimento
são razões suficientes e legítimas para
manter o interesse de uma pessoa por
outra, independente ou acima de moti-
vos sexuais”, garante.
O desejo sexual, ressalta, pode estar
presente em muitas relações mas não
significa único ou principal motivo pa-
ra relacionamento. Muitas vezes a ami-
zade prevalece porque o intercâmbio de
informações e a riqueza de benefícios su-
peram a atração física.
“Amizade entre pessoas de sexos di-
ferentes é muito rica e saudável, na ver-
dade complementar”, defende a psicólo-
ga Karina Rodrigues. As ideias de am-
bos podem se tornar uma experiência
de enriquecimento: podem entender
muito melhor juntos vários comporta-
mentos. Isso sem contar que é uma rela-
ção onde não há intrigas, inveja e con-
corrências comuns entre pessoas do
mesmo sexo.
Pessoas se sentem atraídas pelas ou-
tras por várias razões, normalmente al-
go que o outro tenha a oferecer ou tro-
car. “Esse interesse pode ser físico, co-
mo a atração física e sexual. Mas podem
ser também interesses comuns e virar
uma amizade e não um namoro”, diz a
psicóloga cognitivo-comportamental
Ana Cristina Lopes Kfouri Trazzi. Para
que seja amizade mesmo, os dois devem
pensar da mesma forma, diz ela.
O psicólogo Josinel Braga Carmona
acredita ser possível que duas pessoas
que tenham se envolvido em algo mais
possam manter a amizade. “Porém, se
essa relação evolui para aspectos sexuais
e/ou românticos, fica mais difícil man-
ter o vínculo livre das implicações do
namoro. Uma amizade verdadeira é
sempre vantagem”, explica.
Sexo entre amigos
“Eu morava em PontesGestal e já conhecia a família doMarcel. Conheço elepraticamente desde que nasceu.Conforme ele foi crescendo,fomos nos tornando muitoamigos. Essa nossa amizade jádura uns 15 anos. Ele é tão meuamigo que namora uma afilhadaminha. Ele é meu amigo econfidente. Conto tudo para ele.Ele me dá conselhos, puxaminha orelha, me apoia.Dividimos alegrias e tristezas.Quando eu estou triste, ligo paraele. Gosto da ideia de ter amigoshomens. Acho que, de maneirageral, eles são mais leais, maissinceros e não existecompetição. Quando ele me dáconselhos, é bom levar a sério.Não nos vemos todos os dias ounos falamos. Isso se resume aumas poucas vezes por mês etambém não preciso disso paramanter nossa amizade. Nuncarolou nada entre a gente e não existe a menor possibilidade de que issoaconteça, apesar de eu ter consciência de que ele é um cara bonito e eletambém me achar bonita. Difícil explicar o que fez com que nos tornássemostão amigos, apesar de ele ser mais novo do que eu. Acho que somosmuito parecidos.”
Fabiana Giraldelli, 37 anos, auxiliar administrativa,amiga de Marcel Dias Leite, 21
20%dos homensedasmulheres dizemter transado comum(a) amigo(a) pelomenosuma vezna vida
Deste total, 76% garantem que a amizade ficou melhor depois disso
Cerca de50%começaram anamorar como, até então, amigo
Fonte: Pesquisadora Heidi Reeder, da Boise State University (EUA)
Depoimento Hamilton Pavam
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 7
Na ficção, quase sempre
amigos de sexos opostos aca-
bam se descobrindo apaixo-
nados (veja arte). Mas será
que em uma relação entre ho-
mem e mulher sempre preci-
sa existir uma pitada amoro-
sa ou mesmo sexual?
Não é de hoje que estu-
diosos tentam descobrir se
uma relação de amizade en-
tre homens e mulheres pode
ser de fato verdadeira. Pro-
fessores da Wiscosin-Eau
Claire, nos Estados Unidos,
fizeram uma pesquisa com
400 adultos, com idades en-
tre 18 e 52 anos, que manti-
nham amizade com pessoas
do sexo oposto. A maioria de-
clarou sentir ao menos um
pouco de atração por seu
amigo ou amiga. No entan-
to, os homens se mostraram
mais dispostos a ter um en-
contro amoroso com amigas
do que elas com eles.
Os mesmos pesquisado-
res, em outro estudo, convi-
daram os 400 participantes
a nomear benefícios e male-
fícios da amizade entre os
sexos. A maioria declarou
enxergar mais coisas positi-
vas do que negativas nesta
relação. No entanto, a atra-
ção sexual foi considerada
mais um malefício do que
um benefício.
No livro “Apena Bons
Amigos”, ainda sem publica-
ção no Brasil, a norte-ameri-
cana Lillian Rubin diz que
aceitar que o parceiro amoro-
so tenha uma amizade com o
sexo oposto não é tarefa fácil
para a maioria das pessoas.
Ela fala sobre alegrias e tris-
tezas inerentes às amizades
intersexuais.
A professora R.C, 30
anos, trabalhava com o dese-
nhista J.A., 32, havia seis
anos e eram muito amigos.
Após o término de um ro-
mance, ele vivia brincando
com ela que ninguém o que-
ria, e ela começou a corres-
ponder às brincadeiras.
Uma noite, após uma saída
com a turma e ida a um bar,
os dois acabaram ficando
juntos. A “amizade colori-
da” durou algum tempo até
que, por ser muito amiga de-
le, se deu conta de que ele
ainda era louco pela ex e ela
não pretendia investir em
uma relação assim. “Conti-
nuamos apenas amigos e ho-
je o grau da nossa amizade é
muito mais íntimo”, relata.
Se rolar uma nova oportuni-
dade? “Ficaremos juntos de
novo, sem que isso atrapalhe
em nada”, diz. (GB)
HARRY E SALLY (1989)
Nesta comédia romântica, Harry(Billy Cristal) e Sally (Meg Ryan) brigame se divertem até se apaixonarem
O CASAMENTO DO MEU MELHORAMIGO (1997)
Ao sabe que seu amigo Michael(Dermond Mulroney) irá se casar, Juliane(Julia Roberts) percebe que estáapaixonada por ele. Ao ser convidadapara ser madrinha do casamento, ela fazde tudo para separá-lo de Kimberly(Cameron Diaz), futura esposa dele
AMIZADE COLORIDA (2011)
Cansados de decepções amorosasdo passado, os amigos Jamie (MilaKunis) e Dylan (Justin Timberlake)decidem fazer um pacto: serão parceirossexuais sem compromisso. Ao poucos,porém, eles começam a se interessarum pelo outro
UM DIA (2011)
O filme acompanha 20 anos da vidade Emma (Anne Hathaway) e Dexter (JimSturgees), amigos que se conheceramna faculdade, transaram no baile deformatura e cultivam uma relação orapróxima, ora distante �
O cinema e as amizades
OS TIPOS MAIS COMUNS DE AMIZADEENTRE HOMENS E MULHERES
Atração amistosa
Amizade pura e simples, igual à interaçãoentre amigos do mesmo sexo. Os dois gostam dacompanhia um do outro, mas não nutrem atraçãofísica ou sentimentos românticos. É o tipo maiscomum de amizade entre pessoas de sexosdiferentes - 96% das pessoas que têm amigos dosexo oposto afirmaram se enquadrar ou já teremse enquadrado nestas características
Atração romântica
Quando um dos amigos gostaria detransformar a amizade em namoro - 14% das
pessoas que têm amigos do sexo opostoconfessaram que cultivam ou cultivaramsentimentos românticos em relação ao outro
Atração subjetiva ou sexual pelo outro
Quase um terço das pessoas que têmamigos do sexo oposto já se sentiram atraídaspor um colega
Atração objetiva física ou sexual
Quando ao menos um dos amigos reconheceque o outro pode ser atraente para as outraspessoas, mas não nutre atração física por ele.Esse tipo de amizade já foi vivenciado por maisde 50% das pessoas com amigos do sexo oposto
Fonte: Pesquisa feita por Heidi Reeder,pesquisadora da Boise State University
Saiba
Interferência sexual
8 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Autor apresenta sequência de posturas de ioga para melhorar problemas de saúde
Jéssica [email protected]
A prática de ioga pode propor-
cionar bem-estar e paz interior. Mas o
que muitos não sabem é que o ioga vai
além, trazendo benefícios também pa-
ra a saúde física. O livro “Posturas Res-
tauradoras de Yoga – Guia de Saúde
para Iniciantes e Praticantes” (Matrix
Editora), de Sandro Bosco, mostra co-
mo a técnica pode ajudar a amenizar
alguns sintomas que prejudicam a saú-
de física e mental.
O livro traz mais de 30 sintomas
que podem ser tratados com as postu-
ras de ioga: ansiedade e estresse, baixa
imunidade, cansaço mental, depres-
são, desidratação, diarreia, digestão,
dor ciática, dor de cabeça, dor nos joe-
lhos, dor nos ombros e pescoço, dores
nas costas, flatulência, inchaço nas per-
nas, insônia, intestinos constipados,
jet lag, labirintite, memória fraca, me-
nopausa e climatério, menstruação
(fluxo),menstruação(TPM),olhoscan-
sados, pele, pressão alta, refluxo, resfria-
do e gripe, rinite e sinusite, ronco e ten-
dinite. Cada um desses tem uma ou
mais sequências de exercícios que po-
demajudarnotratamentoe aténacura.
Existem diversas posturas de ioga,
entre elas as versões restauradoras. O
segredo, de acordo com o livro, está na
forma como são praticadas. Essas pos-
turas podem recuperar a energia vital,
eliminar cansaço físico e mental, que
auxiliam no bem-estar e na saúde.
Sandro Bosco, que ensina ioga há
mais de 40 anos, diz que o livro é indi-
cado para praticantes e não pratican-
tes de ioga. “Cada palavra foi escolhi-
da para que possa facilitar o entendi-
mento de um público maior, que prati-
ca qualquer linha de ioga, o público
que nunca praticou, mas conhece, e
mesmo o público que não conhece o
ioga”, afirma.
O objetivo da obra é que as pessoas
possam conhecer a eficiência das pos-
turas de ioga quando feita
de uma forma específica.
Para o autor, um dos
grandes inimigos da cura
é acostumar-se com os sin-
tomas e não ter atitude so-
bre eles. Quando esses sin-
tomas são recorrentes, por
exemplo, as pessoas po-
dem se habituar.
O ioga atua de manei-
ras diferentes nos proble-
mas de saúde. Uma das for-
mas, segundo Bosco, é por
meio da reenergização da
circulação sanguínea do lo-
cal ou órgão prejudicado, pois a circu-
lação sanguínea é a fonte de vitalidade
do corpo. “O ioga considera não só o
sangue, mas o próprio prana, que é
um nome que os iogues antigos deram
para a energia vital, que o sol traz para
a atmosfera e que todos os seres vivos
absorvem pela luz e calor”, explica.
O segundo fator é o sistema nervo-
so, pois de acordo com o autor qual-
quer organismo mais calmo funciona
melhor, assim, o metabolismo tam-
bém fica melhor. A terceira forma
com que as posturas atuam é espe-
cificamente no local, ou seja, mas-
sageando o local que tem o proble-
ma. “Através da compressão e de-
pois liberação, aquela região fica
hiperpressionada. Por exemplo,
se você almoçar em uma posição
muito curvada, depois vai preci-
sar caminhar para liberar o estô-
mago, porque você comprimiu aque-
le órgão”, diz.
Para o especialista, a prática
diária de ioga proporciona dois
benefícios: de alívio e de pre-
venção. A prática regular atua
na circulação, no fortaleci-
mento muscular, na vi-
talidade dos órgãos,
tranquilização
do sistema
n e r v o s o .
“ U m a
boa aula
de ioga,
de uma ho-
ra e meia,
tem até 48 horas de en-
feito benéfico.”
Livro
Energia restauradora
Sandro Bosco
Conheceu o ioga no início desse movimento. Nos anos1970, viveu nos Estados Unidos, onde aprendeu meditaçãoe ensinou ioga. Desde então, tem se dedicado a escreversobre o assunto e ensinar as postura de ioga para saúde,cura e autoconhecimento
Raio X
Posturasinvertidas
Para Sandro Bosco, as
posturas invertidas são
muito benéficas para o sis-
tema nervoso, porque irri-
gam o sistema nervoso
central. Por exemplo, no
estresse, o emissor dessa
informação é o hipotála-
mo, que é tranquilizado
durante a prática das pos-
turas invertidas. “Isso
significa que, com o tem-
po, vai aumentar o bem-
estar à medida que dimi-
nui o que a gente chama
de resposta do relaxa-
mento”, explica.
A resposta do relaxa-
mento é o tempo que uma
pessoa demora para sair
do estado de tensão, exaus-
tão e nervoso para chegar
a um estado de relaxamen-
to. Quanto mais tempo
praticar o ioga, mais cur-
to será o tempo de respos-
ta do relaxamento. “O be-
nefício é maravilhoso,
porque a gente sabe que
um organismo mais cal-
mo é sinônimo de mais
saúde física e mental.
Quando um organismo co-
meça a viver com mais
tranquilidade com a práti-
ca regular, tem um efeito
mais eficaz e mais rápido,
porque o organismo está
mais receptivo.”
A meditação também
é muito importante. Se-
gundo Bosco, as pessoas
nem sempre associam a me-
dicação com a saúde física e
mental. “É importante sa-
ber que a meditação mexe
com o cérebro. Ioga e medi-
tação estão intimamente li-
gados”, conclui. � (JR)
ww
w.sxc.h
u/D
ivulga
ção
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 9
Ensino diferenciado e contato com
várias culturas estão entre as vantagens
de se fazer faculdade fora do Brasil
Educação
Formação no exterior
Elen [email protected]
Estudar em uma universidade conceitua-
da é o sonho de consumo de milhões de estu-
dantes espalhados pelo país. Mas o desejo pe-
la educação de ponta já ultrapassou fronteiras
e se expande cada vez mais para a conquista
de uma vaga em instituições no exterior.
Harvard, Princeton e Yale, nos Estados
Unidos, estão entre as mais requisitadas. Tan-
to que integram a Ivy League, um grupo de oi-
to universidades privadas top da região nor-
deste dos EUA. A lista engloba ainda Brown,
Columbia, Cornell, Dartmouth e Pensilvânia.
O caminho que os candidatos percorrem pa-
ra uma tão disputada vaga é longo, independente
da nacionalidade. Para os brasileiros, é até maior
que a porta de entrada para a Universidade de
São Paulo (USP), a melhor da América Latina,
na 178ª posição - segundo ranking da revista Ti-
mes Higher Education (THE), que classifica as
400 melhores do mundo.
O crescente interesse dos estudantes brasi-
leiros em estudar fora do país tem se dado pelo
ensino amplo e diferenciado oferecido pelas uni-
versidades estrangeiras. A possibilidade de cur-
sar disciplinas diferentes, participar de progra-
mas avançados de pesquisas e ainda ter contato
com culturas de todo o mundo pelas diferentes
nacionalidades dos estudantes que se encontram
ali são alguns dos atrativos.
Tanto conhecimento e o nome de peso de
uma universidade no exterior garantem pontos a
mais para uma colocação profissional. As oportu-
nidades até aumentam, afinal, toda empresa
quer um colaborador bem qualificado.
A aprovação no início do ano da jovem
paulistana Tabata Amaral de Pontes, 18 anos,
em seis das melhores universidades america-
nas reacendeu a vontade de estudantes brasi-
leiros de ingressar em instituições fora do
país. Em Rio Preto, a administradora de em-
presas Thaís Lemos escolheu a Universidade
de San Diego, nos Estados Unidos, para fazer
o curso de Administração e Economia, onde
permaneceu por cinco anos.
Ela teve de estudar um ano de inglês para
adquirir fluência, em San Diego, um dos pré-
requisitos para admissão na universidade.
“Os pré-requisitos eram o TOEFL, SAT (pro-
vas de inglês e matemática) e análise do currí-
culo escolar do colegial”, conta.
Segundo ela, um dos diferenciais da uni-
versidade brasileira e norte-americana é que o
método de avaliação do aluno não é baseado ape-
nas em provas, mas também em trabalhos, com-
portamentos e participação. “A universidade
tem uma estrutura que envolve os alunos de tal
forma que eles ficam mais interessados e compro-
metidos com os estudos”, destaca Thaís.
Outro atrativo são as atividades extra-
curriculares. De acordo com a jovem,
elas conseguem proporcionar conheci-
mento na área específica, mas tam-
bém socialização dos alunos na ins-
tituição. “A participação nesses
grupos é muito valorizada e im-
portante para o currículo. Com
certeza valeu a pena, pelo de-
senvolvimento pessoal, expe-
riências e conhecimentos aca-
dêmico e cultural”, diz.
Qualidade
Para o livre-docente em
Educação Regis de Morais, pro-
fessor aposentado pela Unicamp
e autor do livro “Um abominável
mundo novo? O ensino superior
atual” (editora Paulus), o que mais
incentiva brasileiros a buscar o en-
sino no exterior é a qualidade.
Segundo ele, esses alunos são clas-
sificados como “excepcionais”, são
bem preparados no ensino médio e pos-
suem um excelente ambiente cultural em
família. “Os cursos superiores feitos fora do
Brasil dão maior prestígio, há aperfeiçoa-
mento do idioma e da cultura local”, destaca
o professor.
A fuga de um ensino superior menos qua-
lificado também é uma das razões dos estu-
dantes brasileiros. Apesar das boas exceções,
Morais afirma que os cursos universitários
brasileiros ainda sofrem por um empresaria-
do desrespeitoso, mercadológico e deficiente
em gestões acadêmicas.
10 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Todas as melhores universi-
dades estrangeiras usam prati-
camente os mesmos critérios
para selecionar seus alunos. Os
profissionais que avaliam os pe-
didos de admissão querem in-
formações que vão além dos re-
sultados em provas.
Eles buscam estudantes ta-
lentosos, com curiosidade inte-
lectual e que estão envolvidos
em atividades extracurricula-
res e voluntárias em suas comu-
nidades. Para receber um
“sim”, os candidatos a um cur-
so de graduação, por exemplo,
devem também ter um históri-
co que comprove seu compro-
misso e interesse com a socieda-
de fora dos bancos escolares.
Quem aprovou esses crité-
rios e metodologia fora do Bra-
sil foi o empresário rio-preten-
se Anísio Haddad Neto. A expe-
riência dele durou seis meses,
pouco tempo antes da conclu-
são do curso que fazia em São
Paulo, após se inscrever para
um convênio que a faculdade
dele tinha com a de San Jose
State University (SJSU), na
Califórnia.
Durante esse período fora,
ele ficou hospedado na Interna-
tion House, onde teve contato
com cerca de 70 alunos de 25
nacionalidades diferentes. “A
universidade dava todo apoio
para a integração dos alunos,
realizava eventos para todos se
conhecerem, além de ativida-
des beneficentes no bairro para
arrecadar dinheiro, para man-
ter a casa e para viagens na re-
gião”, conta o jovem.
O aprendizado e o conheci-
mento da cultura ajudaram Ha-
ddad Neto a determinar o tema
de seu Trabalho de Conclusão
de Curso (TCC), hoje seu negó-
cio em Rio Preto. (EV)
O que atrai
Mas não sai barato
Rio-pretense Anísio Haddad Neto (último à direita)com colegas de outras partes do mundo, na Califórnia
A vivência comum no campus garante maior envolvimentoe conhecimento da cultura do país e de outros estudantesestrangeiros. As oportunidades acadêmicas e extracurricularesoferecidas garantem um aprendizado mais amplo e diversificadopara os alunos
Arquivo pessoal
Além de toda a dedicação e
disciplina, estudar em uma uni-
versidade no exterior tem altos
custos. Embora esses valores te-
nham diminuído se compara-
do a um investimento em uma
faculdade privada no Brasil, o
preço para chegar a um diplo-
ma conceituado é salgado.
Em Princeton, nos Esta-
dos Unidos, por exemplo,
uma das mais concorridas uni-
versidades, o ano letivo
2012-2013 custa cerca de 55
mil dólares, valor que inclui
matrícula, moradia, taxas e
despesas diversas, mas não in-
clui viagens.
Já na também americana
Harvard, o mesmo ano letivo
fica em aproximadamente 58
mil dólares, com mais 5 mil
para possíveis viagens.
Para quem não pode ban-
car os altos valores - não im-
porta se é americano, brasilei-
ro ou de outra nacionalidade -
as universidades oferecem aju-
da financeira integral ou par-
cial, indicam trabalhos remu-
nerados no campus e possuem
um fundo de verba onde os
pais de universitários com
mais rendimentos contri-
buem anualmente. Ainda há a
possibilidade de conseguir
bolsas de estudos dentro da
comunidade. � (EV)
Avaliação completa
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 11
Naturologia
ajuda a controlar
ansiedade de
estudantes antes
do vestibular
Jéssica [email protected]
Vestibular, concursos pú-
blicos, provas importantes co-
mo a da OAB (Ordem dos Ad-
vogados do Brasil) precisam
de muito empenho, disciplina
e, claro, estudo para ter bons
resultados. Mas não é só isso.
Durante o preparo para reali-
zar com sucesso as provas, as
pessoas passam por ansieda-
de, nervosismo, medo, cansa-
ço, desânimo, falta de concen-
tração, indecisão, falta de con-
fiança em sua capacidade, mu-
dança de humor, tensão mus-
cular, preocupação excessiva,
insônia, náuseas e dores de es-
tômago, sintomas que podem
surgir na fase conhecida co-
mo “TPV”, ou tensão pré-ves-
tibular, segundo a naturóloga
Tylá Pillotto Duarte, pós-gra-
duada em acupuntura.
Uma maneira de amenizar
todos esses sintomas é por
meio da naturologia, uma
ciência da área da saúde que
utiliza métodos naturais, tra-
dicionais e modernos de cui-
dado com a qualidade de vida
e o equilíbrio do ser humano.
“Por meio das terapias natu-
rais personalizadas para cada
caso, o tratamento de naturo-
logia promove equilíbrio emo-
cional, diminuindo sintomas
e preocupações que possam
vir a atrapalhar a rotina de es-
tudos e também bom desem-
penho na prova”, explica.
A naturóloga criou um pro-
grama específico para auxiliar
quem vai prestar o vestibular
e concursos. “Os principais
objetivos do programa de na-
turologia para vestibulandos
e concursos são justamente es-
tes, o equilíbrio emocional do
estudante, maior rendimento
e concentração nos estudos,
melhora na qualidade do so-
no, bem-estar, autoconfiança,
entre outros sintomas que pos-
sam aparecer”, afirma.
A especialista diz que é ne-
cessário uma avaliação de ca-
da paciente para que sejam se-
lecionadas as terapias natu-
rais adequadas a cada necessi-
dade. Tylá explica que quanto
mais cedo for feita a avaliação
melhores serão os resultados
do programa, pois há terapias
específicas para cada fase da
TPV. “Por exemplo, no segun-
do bimestre, é comum quei-
xas como o cansaço, desânimo
e a ansiedade, que acabam di-
minuindo o rendimento da ro-
tina de estudos. Já às vésperas
da prova a ansiedade e insô-
nia são as queixas mais co-
muns”, diz.
Para a es t e t i c i s t a e
naturóloga Arlete Cestari, de
São Paulo, o objetivo da natu-
rologia para esse público espe-
cífico é tornar este momento
competitivo o mais natural
possível, deixando o aluno
mais tranquilo, autoconfiante
e seguro.
A naturóloga Arlete Cesta-
ri explica que a naturologia
nasceu da necessidade de res-
gatar técnicas naturais milena-
res e atuais. Tem como objeti-
vo equilibrar o estado emocio-
nal, mental e físico do homem
moderno. Entre as técnicas
naturais estão fitoterapia, aro-
materapia, florais, shiatsu,
meditação, terapia de cristais,
entre outros. “A naturologia
pode auxiliar os alunos que so-
frem com a pressão do vestibu-
lar através de uma ou mais téc-
nicas. O floral é bastante indi-
cado, pois visa a equilibrar as
emoções”, explica.
Tylá diz que o diferencial
do programa dedicado aos
vestibulandos é a união de vá-
rias terapias, criando uma te-
rapêutica única. Os florais de
Bach geralmente são a tera-
pia de base, pois atuam direta-
mente no estado emocional.
A aromaterapia é utilizada
tanto no consultório como
durante os estudos ou na ho-
ra de dormir. “Cada paciente
tem uma combinação de aro-
mas específicos de acordo
com a avaliação”, afirma.
Outras terapias, como a de
pedras quentes, também é bas-
tante utilizada, pois promove
relaxamento intenso com efei-
to antiestresse e vitalizante,
proporcionando ânimo para
cumprir a rotina de estudos.
Terapia alternativa
Muita calma nessa hora
As terapias podem au-
xiliar de diversas formas
os estudantes. Uma delas
são os florais de Bach, sis-
tema de tratamento desen-
volvido por Edward Ba-
ck, médico inglês, por
meio de essências extraí-
das de flores, que tem co-
mo objetivo equilibrar no-
sas emoções, sentimentos
e pensamentos.
“Diante da tensão, ca-
da um reage de uma ma-
neira, de acordo com sua
personalidade e sua expe-
riência de vida. Por isso,
os florais são indicados
através das características
de cada personalidade e
do estado mental ou emo-
cional apresentado. Para
o estudante, o floral corre-
to é uma ferramenta pode-
rosa, pois promove o equi-
líbrio, tranquilidade e se-
gurança neste momento
de expectativas e mudan-
ças”, explica Tylá Pillotto
Duarte.
Arlete Cestari diz que,
segundo Bach, o floral
Wild Oat, por exemplo, é
indicado para os que que-
rem, mas não sabem exata-
mente que profissão esco-
lher. Nessa linha, a natu-
rologia ainda oferece prá-
ticas naturais que auxi-
liam o estudante que está
em dúvida sobre qual pro-
fissão seguir.
“A naturologia ofere-
ce práticas naturais que
promovem o autoconhe-
cimento e a percepção
de si, para ver o que real-
mente gosta de fazer, fa-
cilitando assim esta esco-
lha tão importante”, afir-
ma Tylá. � (JR)
Floraistranquilizam
www.sxc.hu/Divulgação
12 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Omelhor aconteceaos queacreditam e agem.A iniciativaé mágica, promove o incrível
Mara Lúcia MadureiraPsicóloga
A humanidade sempre se va-
leude entorpecentes, ilusõese con-
sumo para anestesiar as dores, os
temores e desamores. O abuso de
substâncias psicoativas, os delírios
de poder e a ganância são velhas
parceiras dos seres humanos. A
procura por drogas lícitas e ilícitas
e o incontrolável desejo de ter, seja
lá o que for, são crescentes e cada
vez mais democráticos. Atingem
todas as classes, sem distinção
etária, étnica, de credo, gênero, ní-
vel sócio-econômico ou cultural.
Um“paraíso artificial”hodier-
no se faz com cápsulas, redes so-
ciais, espetáculos e compras. Nes-
se universo, muitos se refugiam,
mas principalmente os desertores
da responsabilidade, os descrentes
de si e os assustados e perturbados
por males imaginários.
Opreço davidaestá inflaciona-
do. A garantia de pertencer a algu-
ma esfera social exige que o cida-
dão mediano compre mais do que
realmente necessita, gaste mais do
que consegue ganhar e aparente
ser mais do que o razoável.
O que nos leva a negar, camu-
flar e dissimular a realidade é o
medo. Como na canção do Capi-
tal Inicial: “O medo de não conse-
guir dinheiro para comprar sem
se vender”, ou como nos versos
de Drummond: “o medo que es-
teriliza os abraços (...), o medo
dos ditadores, o medo dos demo-
cratas (...), o medo da morte e o
medo de depois da morte”. Medo
da vida, medo de si e dos outros,
o medo de perder e de ganhar, me-
do de sofrer, medo de ser, de não
ser e de sofrer.
Tenho sérias razões para su-
por que a insegurança, a padroni-
zação global da mente humana, a
acomodação e a repetição toma-
ram o lugar dos sonhos, da cora-
gem, criatividade, fé, motivação,
da sede de saber e das paixões.
As políticas e as mídias de
massificação, ditadores das “socie-
dades civilizadas”, determinam
os modos de pensar e agir das ca-
madas sociais. São elas os pais das
esteiras de produção em série de
corpos, mentes, aparências e me-
dos. Uma esteira cor-de-rosa para
as barbies-patricinhas. Uma estei-
ra de Neymar ou cantor sertanejo
para o sonho da riqueza e fama
instantâneas pelo talento e popu-
laridade. Uma arena de rodeio pa-
ra os brutos e rústicos, para a cate-
goria vegetal uma esteira de mu-
lher-melancia, samambaia e ou-
tras abobrinhas. Para lideranças e
empreendedorismo às avessas, os
patrões do narcotráfico.
Quanto menos cérebro, mais
hormônios e dinheiro para torrar
irracionalmente melhor! Auto-
matizamos tudo para gastar calo-
rias em academias. Cimentamos
o quintal para comprar cheiro-
verde com agrotóxicos. Come-
mos fast-foods para, quando obe-
sos ou bariatricamente operados,
aprendermos a preparar refeições
caseiras. Abrimos mão da indivi-
dualidade, autoridade, dignidade
e dos nossos direitos básicos para
comprar tratamentos médicos,
psicológicos e farmacológicos. Re-
nunciamos as responsabilidades
para arcar com consequências ad-
versas. Elegemos maus governan-
tes para pagar pela corrupção.
Uma significativa parcela de
pessoas parece ter se esquecido
dos princípios básicos de saúde,
bem-estar e felicidade. Parece ter
perdido a tolerância às frustra-
ções, não ter aprendido a enca-
rar quedas como escalas para vi-
tórias, não conseguir se apaixo-
nar por si mesma, por alguém
ou por algo.
Muitos de nós perdemos o res-
peito pela vida, pelos outros e por
nós mesmos. Tornamo-nos víti-
mas de nossas escolhas, escolhe-
mos medidas práticas e rápidas
para remediar a situação, embala-
das para viagem em frascos, blis-
ters, cápsulas ou imersão conecti-
va. Queremos receitas para ema-
grecer, para entorpecer, para es-
quecer, para não viver.
Imploramos inutilmente por
respostas prontas, pela preguiça
de pesquisar, pensar e de mudar.
Mudar a compreensão, a direção
e a nossa história. O desenraiza-
mento mental das facilidades e in-
felicidades requer a moderniza-
ção do sistema de pensamento
das massas, cada vez mais aneste-
siado por substâncias psicoativas,
mídias comerciais, redes sociais e
bens de consumo não-duráveis.
A ditadura de fast-novidades e su-
perconsumo deve cair de moda
cedo ou tarde e, como deve ser
mais tarde... Um brinde aos van-
guardistas do bom senso!
A capacidade de realização
de um ser humano é proporcio-
nal à sua fé, capacidade de plane-
jamento e tomadas de decisões.
O sucesso não está reservado aos
gênios, mas aos inteligentemen-
te ousados. Autoestima e felicida-
de dependem do modo de pen-
sar, conceituar as coisas e do mo-
do como nos relacionamos com
pessoas e fatos. O melhor aconte-
ce aos que acreditam e agem. Ini-
ciativa é mágica, promove o in-
crível. A iniciativa é filha do co-
nhecimento, neta dos sonhos e ir-
mã gêmea da felicidade. �
É PRECISO SONHAR,SABER E AGIR
Guilherme Baffi
www.sxc.hu/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 13
Juliana Paes teve de deixa a vergonha e a malícia de lado para atuar em “Gabriela”
TV Press
Protagonizar “Gabriela” é,
de longe, o trabalho mais difí-
cil da carreira de Juliana Paes.
A complicação vai além da tão
falada responsabilidade de revi-
verumpersonagemicônicoe jáde-
fendidoporSôniaBraganaprimei-
raversãodatrama,de1975,enofil-
me de 1983. Juliana teve de abrir
mão da vaidade e dos momentos
com o pequeno Pedro, seu filho de
um ano e meio de idade. “É o tipo
de personagem que não é só colo-
car o figurino e atuar. Houve uma
intensa preparação. Entrega total
mesmo. Gabriela é primitiva. Não
se encaixa nos padrões. Tive de ir
atrásdisso”,valoriza.Logoquesou-
be que iria dar vida à personagem,
aprimeiraatitudedeJulianafoidei-
xar cabelos e sobrancelhas ao natu-
ral e tomar muitos banhos de sol.
Já pensando nas inúmeras cenas
sensuais coerentes com o papel, ela
redobrou os cuidados com o corpo.
“Queria ficar despreocupada. Afi-
nal, em uma cena mais ‘caliente’,
posso ser vista em ângulos que po-
dem não favorecer muito se algo
estiver fora do lugar”, explica, às
gargalhadas.
Enquanto se preparava fisica-
mente, intensificava cada vez
mais as aulas de História – afi-
nal, o romance no qual a novela
é inspirada, “Gabriela Cravo e
Canela”, de Jorge Amado, retra-
ta uma Ilhéus do início dos anos
1920 –, e prosódia, na busca de
estofo e sotaque ideal para a per-
sonagem. Durante a pesquisa, o
caráter instintivo e selvagem da
personagem conquistaram Julia-
na. “São detalhes que fizeram
muita diferença e me ajudaram a
ter mais segurança na hora de
gravar”, conta.
O resultado de toda a dedi-
cação pode ser visto tanto na te-
vê quanto no cotidiano da
atriz, natural de Rio Bonito, in-
terior fluminense, mas criada
em São Gonçalo, no Grande
Rio. É sintomático que o sota-
que e as gírias de Gabriela pas-
sem a fazer parte da vida de Ju-
liana. “Voltei para casa depois
de 20 dias gravando no inte-
rior do Piauí e da Bahia. Co-
mecei a estranhar meu jeito
de falar perto do ‘carioquês’
habitual da minha família”,
destaca, aos risos.
Com uma personagem tão na-
tural em mãos, Juliana confessa
quetambémtevedequebraratimi-
dez e a vergonha em gravar cenas
sensuais.Personagenscomo aperi-
guete Jaqueline, de “Celebridade”,
ouaambíguaCreusade“América”
já tinham mostrado os atributos fí-
sicos da atriz, mas nenhuma com a
exposição de Gabriela. “Aceitei o
convite sabendo da liberdade de
Gabriela. Por isso, deixo a vergo-
nhaemcasa.Quandoentronoestú-
dio, parece que baixauma coisa em
mim”, entrega.
Para a atriz, muito de seu
empenho para “Gabriela” foi
na tentativa de fazer um traba-
lho que servisse de resposta aos
que criticaram sua escalação
dentro e fora da Globo. A come-
çar pela idade avançada de Ju-
liana, que tem 33 anos, em rela-
ção à personagem escrita por
Jorge Amado. “Não me abalei.
Confiei no meu taco e segui em
frente. Fui criticada, mas tam-
bém elogiada. A própria Sônia
Braga me mandou um recado
supercarinhoso, me parabeni-
zando”, gaba-se. Por orienta-
ção do autor, Walcyr Carrasco,
e do diretor-geral da adaptação,
Mauro Mendonça Filho, Julia-
na parou de assistir cenas do fil-
me e da primeira versão da no-
vela. Algo que não diminuiu
sua inspiração. “De uma forma
ou de outra, iriam comparar.
Estou fazendo a Gabriela do
meu jeito, mas não deixa de ser
uma homenagem ao que a
Sônia fez”, admite.
Certezas no caminho
Juliana Paes demorou a vi-
rar protagonista de produções
globais. Seu primeiro persona-
gem principal foi em 2009, na
pele da destemida Maya, de
“Caminho das Índias”. No en-
tanto, desde sua estreia em no-
velas, na pele da provocante Riti-
nha, de “Laços de Família”, de
2000, a atriz vem ganhando cada
vez mais destaque na emissora.
“Não ligo para o tamanho dos
meus personagens. Quero apenas
ter a possibilidade de mostrar
meu trabalho. Não existe uma fór-
mula de sucesso, o papel simples-
mente cai na boca do povo. Quan-
do poderia adivinhar que a Riti-
nha mudaria minha carreira?”,
questiona a atriz.
A repercussão como a sen-
sual empregada na trama de
Manoel Carlos, aliada ao tipo fí-
sico bem brasileiro da atriz, fi-
zeram Juliana voltar sua car-
reira a papéis que evidencia-
ram seu apelo “sexy”, em fo-
lhetins como “Celebridade”,
“América” e “Pé na Jaca”.
“Foram novelas gostosas de
fazer, onde pude flertar com
o humor e tornar meu nome
mais conhecido”, acredita.
Em 2008, Juliana teve de sair
antes do previsto da trama de
“A Favorita” para descansar
sua imagem e ressurgir no
ano seguinte como a moci-
nha de “Caminho das Ín-
dias”. “Fui paciente e soube
aproveitar as oportunidades.
As coisas não acontecem por
acaso. Levei muitos ‘nãos’ e
batalhei muito para construir
minha trajetória”, analisa. �
“Gabriela” – Globo –de terça a sexta, às 23h
Perfil
BELEZA SELVAGEM
Antes de atuar em“Laços de Família”, JulianaPaes foi figurante natemporada de 1998 de“Malhação”
O primeiro contato daatriz com a obra de JorgeAmado foi ainda nostempos de escola. “Tive deler ‘Capitães de Areia’ parafazer uma prova”, relembra.
Em 2010, Julianamostrou sua porçãoapresentadora no “realityshow” “Por Um Fio”, doGNT. Ao lado do “hairstylist” Tiago Parente, elacomandava a disputa desuperação e criatividadeentre 12 cabeleireiros
Em “Caminho dasÍndias”, o par românticoformado pelospersonagens Maya eBahuan, de Juliana eMárcio Garcia não deucerto. No entanto, a partirda amizade que nasceu nosbastidores, Márcioconvidou a atriz paraprotagonizar “Amor PorAcaso”, de 2010, comédiaromântica com produçãoamericana e falada eminglês, que marcou aestreia do ator na direção
Com uma personagemtão “natural” em mãos,
Juliana teve de quebrar atimidez para gravar
cenas sensuais
Instantâneas
Divulgação
TV - 14 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Pesos e medidasAdriana Londoño só tem elogios para a trama de
MargarethBoury, autora de“Rebelde”, da Record.Na pri-
meiratemporada,Leila, sua personagem, tinhaumatrama
irrisória.“Era apenasamãedoTomás”, lembra, referindo-
seaopersonagemdeChaySuede.Desdeaestreiadasegun-
da temporada, em março, a história deLeila ganhou desta-
quequandoelaassumiu opostodevice-diretorado colégio
Elite Way. “Diferentemente do carrasco Jonas, de Floria-
no Peixoto, ela é mais companheira dos alunos. Ele tem
pulso firmee assume a figura do pai.A minha personagem
éumamãezona.Maiscompreensivaetolerante”,compara,
aos risos.
À flor da peleRafaelCalomeni jácomeçouagravar“Balacobaco”,substi-
tuta de “Máscaras”, que estreia emoutubro, naRecord. Na
trama, assinada por Gisele Joras, ele será um empresário
que volta ao Brasil após uma temporada trabalhando em
Londres. “Ele é um homem sério, honesto e casado com a
personagemdaIngraLiberato”,adianta.Paraoator, foi im-
portante ficar este tempo distante da tevê – seu mais recen-
te trabalho foi em “Ribeirão do Tempo”, em 2010. “Pude
me dedicar mais à minha família e especialmente ao meu
filho”,gaba-se,referindo-seaMatheus,de1anose8meses.
Subiu no telhadoO “Sexo a 3” não emplacou. Por causa disso, a inten-
ção da emissora é de não continuar com o programa em
sua grade no próximo ano. A produção tem registrado bai-
xíssima audiência e, mesmo com eventuais mudanças, os
efeitos foram mínimos. Com esta iniciativa, a emissora de-
verá aproveitar a participação do apresentador Robert Rey
em outras produções do canal. Ele, que também é cirur-
gião, é contratado da RedeTV! até 2014.
Sem perder tempoWolf Maya trabalha a todo vapor na escalação do
elenco da substituta de “Salve Jorge”, próxima nove-
la das nove da Globo. Atores como Antônio Fagun-
des, Christiane Torloni, Cássia Kiss Magro, Elizabe-
th Savalla e Giovanna Lancellotti, entre outros, es-
tão reservados para o folhetim que só estreia em mea-
dos de 2013. A trama é escrita por Walcyr Carrasco,
que estreia na faixa.
MultifuncionalEnquanto a apresentadora titular do “Sábado à
Noite com Patrícia Abravanel”, novo programa
do SBT, está de férias, cabe à diretora Leonor
Corrêa gravar alguns quadros da produção. Leo-
nor já comandou programas na RedeTV!, e recen-
temente era responsável pela direção do progra-
ma “Eliana”. Agora, ela realiza testes para cinco
novos quadros no programa. O primeiro piloto
com Patrícia Abravanel está agendado para se-
tembro.
Sem pararJuliano Cazarré, o Adauto de “Avenida Brasil”, está
reservado para o elenco de “O Canto da Sereia”, pró-
xima minissérie da Globo. A trama será protagoniza-
da por Ísis Valverde e narra a história do assassinato
de uma cantora de axé no Carnaval. Juliano interpre-
tará Augustão, um policial que tem a missão de in-
vestigar o crime. Os trabalhos estão previstos para
começar em outubro e a estreia é em janeiro de 2013.
Passado a limpoSandy é a convidada de estreia do “Viva o Sucesso”,
novo programa do Canal Viva que vai ao ar a partir
do próximo dia 31, às 21:15 h. A produção mostrará
sempre uma personalidade contando sua trajetória,
os obstáculos que enfrentou e como alcançou o auge
na carreira. Além de cantores, participam atores, es-
critores, diretores, esportistas, jornalistas, entre ou-
tros. A direção é de Pablo Uranga.
Procura-seA Band ainda não definiu o apresentador que fará
dupla com Adriane Galisteu no comando do “Miss
Brasil 2012”. O evento acontecerá no dia 29 de se-
tembro e será transmitido ao vivo, diretamente de
Fortaleza. Aproximadamente 100 profissionais esta-
rão envolvidos na cobertura.
Rindo à toaDistante das novelas desde o fim de “Caminho das
Índias”, em 2009, Letícia Sabatella já tem novo tra-
balho. Ela está reservada para “Sangue Bom”, título
provisório da substituta do “remake” de “Guerra
dos Sexos”, próxima novela das sete da Globo. Além
disso, a atriz renovou contrato com a Globo. Ela é ex-
clusiva da emissora pelos próximos quatro anos.
Tudo verdeA Record estuda a possibilidade de realizar uma
série sobre sustentabilidade. A produção deverá
ter uma parceria da produtora holandesa Ende-
mol e deve ser realizada na Amazônia. O objeti-
vo é mostrar iniciativas que deram certo em mu-
nicípios que antes desmatavam e agora são sus-
tentáveis. Victor Fasano, apresentador do “reali-
ty show” “Amazônia”, está cotado para coman-
dar o programa, que deve estrear em setembro.
Senhora do destinoPriscila Sol será Sandra em “Lado a Lado”, substitu-
ta de “Amor Eterno Amor”, da Globo. Na trama, as-
sinada por João Ximenes Braga e Claudia Lage, a
personagem é melhor amiga de Laura, de Marjorie
Estiano, e uma mulher à frente do tempo. Ela é do
tipo que não sonha em casar e ter filhos, mas estudar
e se tornar uma professora. As gravações estão bem
avançadas. A história estreia em setembro.
Casos de famíliaRaoni Carneiro já gravou suas primeiras cenas
em “Gabriela”, da Globo. Ele teve aulas de
prosódia, mudou o corte do cabelo e deixou o bi-
gode crescer para a novela de Walcyr Carrasco.
Na trama, o ator vive Osório, que chega a Ilhéus
em busca de justiça pelo assassinato do irmão Os-
mundo, de Erik Marmo. Osório enfrentará os co-
ronéis da cidade e, para isso, contará com a ajuda
de Mundinho Falcão, de Mateus Solano.
Bem parecidoEstreia em janeiro “Pé Na Cova”, novo “sitcom”
da Globo. A produção é assinada e protagonizada
por Miguel Falabella. Ele interpretará um agente
funerário que vive com sua família em uma fune-
rária em Irajá, Zona Norte do Rio. A diretora Ci-
ninha de Paula já foi até o bairro para fazer pes-
quisas para retratar as ruas da região na cidade ce-
nográfica da produção no Projac.
AdiantadoMesmo que o “remake” de “Dancin’ Days” não es-
treie em breve. Gilberto Braga já sabe com quais ato-
res irá trabalhar. Por enquanto, a escolhidas foram
Camila Pitanga, que interpretará Júlia Matos, e Gló-
ria Pires, que será Yolanda Pratini. “Dancin’ Days”
deve ser aprovada para ir ao ar na faixa das 23 h, de-
pois de “Saramandaia”, principal cotada para substi-
tuir “Gabriela”. �
ZappingTV Press
Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 15 - TV
TadeuSchmidtdivide atençõesentreo esportee asassombrações do“Phantasmagoria”, no“Fantástico”
TV Press
O esporte está para o jorna-
lismo como a comédia está pa-
ra um ator: ambos aproximam
o público de seus ídolos. Mas
Tadeu Schmidt garante ter en-
contrado um meio de fazer
com que as pessoas se sintam à
vontade para falar com ele so-
bre outro ponto: fantasmas.
Desde pequeno, ele sentia me-
do de se deparar com alguma as-
sombração e passou a se interes-
sar pelo assunto. Dessa curiosi-
dade veio a vontade de produ-
zir a série “Phantasmagoria”,
atualmente no ar no “Fantásti-
co”. “Quem nunca viu algo es-
tranho ou conhece alguém que
afirma ter passado por uma ex-
periência dessas? Esse é um te-
ma instigante, as pessoas se in-
teressam por tudo que não con-
seguem explicar”, opina. Mas a
experiência distante da edito-
ria de Esportes e o posto de
apresentador, que desempenha
desde a saída de Patrícia Poeta
para o “Jornal Nacional”, não
significa que Tadeu pense em
se afastar da área que o consa-
grou no programa. Tanto que
já tem em mente um novo pro-
jeto para sugerir, focado nas
Olimpíadas de 2016. “Está mui-
to cedo e o martelo ainda não
foi batido. Mas é algo grandio-
so e que acho que vai ser bem
bacana”, desconversa.
Pergunta – De onde partiua ideia de apresentar o qua-dro “Phantasmagoria”?
Tadeu Schmidt – A primei-
ra ideia foi minha. Era tentar
registrar alguma coisa sobrena-
tural com as nossas câmaras e
explicar. Queria ir para algum
lugar considerado assombrado
para filmarmos o tempo todo
até aparecer algo. As pessoas fa-
lam muito que existem locais
em que acontecem coisas, co-
mo portas que se fecham e baru-
lhos. De acordo com o que
acontecesse durante esse pro-
cesso, correríamos atrás de jus-
tificativas. Se um fantasma apa-
recesse e desse tchau para a câ-
mara, iríamos mostrar. Se não
apareceu, se foi algo que se ex-
plica e pode não ser fantasma-
górico, também.
Pergunta – Quando surgiuessa ideia?
Schimdt – Fiquei pensando
nisso um tempão, desde uns
dois anos atrás. Ficava enchen-
do o saco do nosso chefe de re-
dação no Rio de Janeiro. Até
que um dia ele disse que faría-
mos. Ele se reuniu com o mági-
co Kronnus, que tinha uma
ideia semelhante à minha. De-
pois veio a sugestão de envol-
ver pessoas. Se não tivesse gen-
te ali, contaríamos só com nos-
sas câmaras e não seria a mes-
ma coisa. Desenvolvemos a
ideia e fomos a quatro lugares
com fama de assombrados.
Pergunta – Vocês chega-ram a pensar em procurar lo-cais fora do Brasil?
Schimdt – Eu acho que se-
ria muito legal. Quem sabe em
uma próxima temporada?
Acho que depende de como vai
funcionar o balanço final do
quadro. Por enquanto, nada foi
conversado.
Pergunta – Você acreditarealmente nessas históriasde assombrações?
Schimdt – Eu, particular-
mente, não acredito. Mas mor-
ro de medo! Bom, acho que
posso estar exagerando um
pouco. Na verdade, realizar o
quadro me fez muito bem. Eu
tinha bastante medo de fantas-
mas até então. Mas a gente não
diz se é um fantasma ou não,
apresentamos opções. Quem
assiste escolhe em que acredi-
tar. Queremos dar suporte pa-
ra justificar cada uma das si-
tuações mostradas.
Pergunta - Foi noticiadoque grupos religiosos se mani-festaram contra a abordagemdo quadro e que vocês esta-riam revendo o texto da série.O que aconteceu?
Schimdt – Olha, não recebe-
mos nada disso aqui. Eu tam-
bém li isso. Fico chateado quan-
do publicam coisas assim por-
que não tenho ideia de onde ti-
raram isso. Não é verdade.
Pergunta – Sua experiên-cia com o quadro “DetetiveVirtual” influenciou de algu-ma forma na hora de pensarno “Phantasmagoria”?
Schimdt – De certa forma,
sim. Mas a grande diferença en-
tre os dois quadros é que no
“Detetive Virtual” a gente vai e
taxa: “isso é verdade” ou “isso
é mentira”. No “Phantasmago-
ria”, não. Até porque a ciência
não tem como provar que algo
não existe. Procuramos formas
de se explicar os fenômenos
que algumas pessoas acreditam
serem sobrenaturais. Mas não
podemos afirmar com certeza
se são mesmo isso ou não.
Pergunta – Você se tornouconhecido no jornalismo atra-vés do esporte. Pensar empautas e quadros que fujamdessa editoria é uma forma detentar mostrar que pode fun-cionar em outras áreas?
Schimdt – Acho que essa é
uma movimentação normal.
Não fico preocupado em bus-
car projetos que tenham rela-
ção direta com o esporte, assim
como também não fico atrás es-
pecificamente de coisas que
não tenham. Qualquer ideia
Entrevista
BOLA ASSOMBRADALuiza Dantas/Divulgação
“Eu,particularmente,não acredito. Masmorro de medo”,diz Tadeu Schmidtem relação afantasmas”
TV - 16 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
que surja é uma ideia. Já dei
muitas sugestões para o esporte
e também para outras edito-
rias. Talvez agora apareçam
mais porque quando eu não era
apenas do “Fantástico”, só fa-
zia esportes. Então, tudo que
eu pensava fora dessa editoria
era sugerido para outras pes-
soas, eu não executava. Agora
não, sou da equipe do progra-
ma e, entre outras coisas, faço
também esporte.
Pergunta – De alguma for-ma, a saída da Patrícia Poetapara o “Jornal Nacional”abriu mais espaço para vocêsugerir quadros e pautasmais autorais?
Schimdt – Não. Basicamen-
te, o que aconteceu é que agora
somos três. Antes havia dois
apresentadores e eu era um
apresentador da parte de espor-
te que, eventualmente, fazia ou-
tras coisas. Agora, sou um dos
três apresentadores do “Fantás-
tico”. Só não houve uma apre-
sentação oficial.
Pergunta – Por que essaformalidade foi dispensada?
Schimdt – Foi uma mudan-
ça sutil e normal. Na verdade,
os telespectadores já processa-
vam que eu fazia parte da equi-
pe do “Fantástico”. Por isso,
acho que não gerou uma gran-
de surpresa. Eu já participava a
semana inteira do programa, es-
tava lá com eles todos os domin-
gos. Já tinha feito o “Detetive
Virtual” também, que é meu
até hoje.
Pergunta – Mas quando opúblico conversa com vocênas ruas sobre o seu trabalho,o esporte ainda é o assuntomais comentado?
Schimdt – Sim. Acho que
nunca vão me desassociar do es-
porte. Só se um dia eu parar
mesmo de fazer. As mulheres
continuam me dizendo que pas-
saram a assistir aos VTs dos
gols por minha causa e fico
bem feliz com isso. A mudança
que promovemos nessa área do
“Fantástico” foi muito forte e
ainda gera impacto no público.
Mas esse quadro pode mudar
essa situação.
Pergunta – Por quê?Schimdt – Acho que, a par-
tir de agora, muita gente vai
passar a me parar para falar de
fantasmas. Já começou até, mas
deixa o quadro ir todo ao ar pa-
ra a gente ver. Esse é um tema
que gera sempre um debate lon-
go. É claro que o esporte aproxi-
ma mais o jornalista do públi-
co, é bem diferente de econo-
mia, política... Mas vai por
mim: aposto que em setembro,
se a gente conversar de novo,
vou dizer para você que as pes-
soas estão me parando muito
mais para falar de fantasmas do
que de futebol.
Pergunta – E você já temalgum outro projeto pessoalpara ser trabalhado dentro do“Fantástico”?
Schimdt – Tenho, mas é
bem para frente. É para as
Olimpíadas de 2016. Uma coi-
sa que já venho pensando há
bastante tempo e que vou apre-
sentar na nossa reunião de fi-
nal de ano. Ainda tenho de pas-
sar esse plano para o papel,
apresentar para a direção e ver
se vão gostar. Acho difícil que
não topem.
Pergunta – Mas se é paraas Olimpíadas de 2016, porque sugerir em 2012?
Schimdt – Porque é algo
bem grandioso. Seria para co-
meçar a ser produzido agora,
mas para exibirmos apenas em
2016. Torço para que dê certo e
a emissora tope.
“Fantástico” - Globo -Domingo, às 20h45
“DF TV” (Globo, 1997) -Repórter
TV Globo - Rio (Globo,2000) - Repórter da editoriade esportes para programascomo “Globo Esporte”,“Esporte Espetacular”,“Fantástico”, “Bom Dia Brasil”e “Jornal Nacional”, entreoutros
“Esporte Espetacular”(Globo, 2004) - Apresentador
“Bom Dia Brasil” (Globo,2005) - Apresentador doesporte
“Copa do Mundo de
2006” (Globo, 2006) -Cobertura do evento
“Espaço Aberto”(Globonews, 2007) -Apresentador
“Fantástico” (Globo,2007) - Apresentador doesporte
“Olimpíadas de Pequim”(Globo, 2008) - Cobertura doevento
“Copa do Mundo de2010” (Globo, 2010) -Cobertura do evento
“Fantástico” (Globo,2012) - Apresentador �
Tadeu nasceu em Natal, no
Rio Grande do Norte. Sua car-
reira como jornalista começou
em Brasília, como repórter do
“DF TV”, da Globo. Sempre li-
gado nas pautas de esportes,
não demorou para que conquis-
tasse espaço e fizesse matérias
para o “Globo Esporte”, “Es-
porte Espetacular” e outros pro-
gramas que, por algum motivo,
abordassem o assunto. “Natu-
ralmente, tenho uma afinidade
grande com esse tema. É natu-
ral que eu sugira mais pautas
nessa área”, aponta.
Tadeu começou a se desta-
car nacionalmente ao se tornar
o apresentador dos resultados
do futebol do “Bom Dia Bra-
sil”, em 2005. Sempre com um
toque de humor, logo surgiu o
convite para desempenhar a
mesma função no “Fantásti-
co”. A jornada dupla fazia
com que trabalhasse até
23h30 de domingo e acordas-
se às quatro da manhã todas
as segundas. Às vezes, até vi-
rando noites. “Quando você
gosta do que faz, o sacrifício
é compensado”, defende.
Sonho de atleta
Assim como o irmão Oscar
Schmidt, ex-jogador de basque-
te, Tadeu sonhava mesmo com
a vida de atleta. Ao contrário
de Oscar, Tadeu buscou espaço
no vôlei. Mas ainda na adoles-
cência, aos 17 anos, depois de
ser cortado de uma viagem da
seleção infantojuvenil, largou
as quadras. Foi a deixa para en-
contrar uma forma de conti-
nuar envolvido com o esporte,
mas por outro ângulo: prestar
vestibular para Jornalismo.
“Viajariam 12. Fiquei entre os
15, mas não entre os 12 que fo-
ram. Éramos três levantadores
e só foram escolhidos dois. Eu
sobrei”, lembra.
Trajetória televisiva
Patrícia,Camargo,Renata eSchmidt,os titularesatuais do“Fantástico”
Schmidt ao lado do mágico Kronnus, que ajuda o apresentador a desvendar os mistérios do novo quadro
Início esportivo DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 17 - TV
Odiretor Alexandre
Avancini investeem
novas tecnologias
para fazer tevêcom
imagemde cinema
naRecordTV Press
O olhar inquieto de Alexandre
Avancini transmite verdade quan-
do o diretor conversa sobre lentes e
novos equipamentos. E se destaca
ainda mais diante da fala branda e
do jeito tranquilo ao analisar seus
quase 30 anos como diretor na te-
vê.Envolvidonasgravaçõesde“Jo-
sé-DeEscravoaGovernador”,pró-
xima minissérie bíblica da Record
- que estreia em janeiro de 2013 -, o
diretorpaulistanoseorgulhadetra-
zer as mais recentes inovações de
Hollywood em equipamentos para
os estúdios do RecNov. Afinal, em
seus 22 anos como diretor na Glo-
bo,ofilhodosaudosoWalterAvan-
cini se sentia engessado na emisso-
ra, sem perspectivas de crescimen-
to. “A Globo foi minha escola, mas
eu queria crescer e não conseguia”,
lembra. Até que há sete anos a Re-
cordacenoucomocargodediretor-
geral e a autonomia para imprimir
sua marca nas tramas da emissora.
E não parou por aí. Avancini con-
venceu a Record de um constante
investimento em equipamentos de
ponta. Dessa forma, o diretor de 47
anos passou a acompanhar de per-
to as feiras e eventos de cinema em
Los Angeles. “Isso me abriu hori-
zontes. Essa aproximação maior
com o cinema me fez ter acesso aos
melhores equipamentos para aper-
feiçoar meu trabalho. É enriquece-
dor ter acesso a essas informações e
poder assistir a palestras do James
Cameron na primeira fila”, destaca
Avancini, citando o diretor de
“Avatar”, longa com maior fatura-
mento da história do cinema.
Pergunta - O que vocêpretende trazer de inova-
ção tecnológica na minis-série “José - De Escravo aGovernador”?
Alexandre Avancini - A Arri
Alexa,umacâmara queé omais re-
cente lançamento no cinema mun-
dial. Com ela, o longa “A Invenção
de Hugo Cabret” (de Martin Scor-
sese) ganhou o Oscar de Fotogra-
fia. “Os Vingadores” (de Joss Whe-
don) também foi filmado com ela,
além da série “Game of Thrones”.
Pergunta - No seriado “ALei e o Crime” você já usavacâmaras de cinema. Qual o di-ferencial que este equipamen-to traz em relação a outros uti-lizados em seus trabalhos an-teriores na Record?
Avancini - Em “A Lei e o Cri-
me”useia (câmara)Viper,masago-
ra estamos com um equipamento
muitosuperior.Umacâmaracomo
a Alexa ajuda a contar a história.
Compramos cinco no exterior. Ca-
da uma no valor de 80 mil dólares,
fora as lentes. É um investimento
que faz toda a diferença na ima-
gem. O equipamento que a gente
usa aqui é 100% utilizado nos fil-
mes americanos.
Pergunta - Durante toda a
sua trajetória na tevê, você sem-
pre tentou se aproximar da lin-
guagem do cinema. Por quê?
Avancini - Essa sempre foi
minha busca. Foi o que desta-
cou meu trabalho. Meu referen-
cial sempre foi o cinema. Quan-
do você consegue realizar ce-
nas em novelas de uma forma
mais cinematográfica, elas mar-
cam muito, se sobressaem. Ho-
je temos uma convergência
principalmente técnica entre ci-
nema e televisão. Em “Vidas
em Jogo”, minha última nove-
la, a única diferença do cinema
era a captação. Ou seja, as câma-
ras eram de televisão. Agora até
as câmaras são de cinema. Tra-
balhamos com tudo igual, des-
de carrinhos, refletores, tudo
como em Los Angeles. Isso
agrega ao produto uma qualida-
de grande e ajuda a contar a his-
tória, imprimir uma narrativa
mais cinematográfica, brincar
com o foco e o desfoque.
Pergunta - Você já gravouna cidade cenográfica do Rec-Nov. Como estão estrutura-das as locações no exterior?O que já está definido?
Avancini - Vou fazer “stock
shots” para computação gráfica
e imagens no Egito e em Israel.
Ficarei uns 10 dias filmando lá.
Também definimos as locações
no Atacama. Se tudo der certo,
estamos indo para o Atacama
em setembro com a equipe in-
teira e o elenco todo.
Pergunta - Por que a esco-lha do Atacama, no Chile?
Avancini - Porque lá as loca-
çõessãomaispróximas e isso facili-
ta. Fora isso, vamos viajar com 30,
40 atores. É muita gente! Mas o
Chile é perto. São apenas três, qua-
tro horas de viagem.
Pergunta - E o Egito?Avancini -OEgito temum pe-
so muito grande. Ele entra a par-
tir do capítulo 6. A Record está
construindo uma cidade ceno-
gráfica enorme do Egito em Ilha
de Guaratiba, na Zona Oeste do
Rio de Janeiro. É um visual mui-
to rico e diferente.
Pergunta - O que vocêadianta das gravações noEgito?
Avancini - Vou para lá gravar
imagens das pirâmides. O legal é
queoEgitonuncafoi mostradoem
umaproduçãobrasileira.Nossahis-
tória se passa há mais de 3 mil anos
e, nessa época, as pirâmides já ti-
nham mais de mil anos. Elas vão
aparecer na história “maquiadas”
porque estavam mais novinhas.
Vai ser legal o público poder assis-
tir a minissérie e ver que não são
imagens de computação gráfica.
Também farei imagens do Rio Ni-
lo, dos campos de Israel, os vales e
montanhas. Isso dá um gostinho
de verdade para o trabalho.
Pergunta - Como diretor,você se especializou em ce-nas de ação. Mas “José”tem bem menos ação que“Rei Davi”. O que você pre-tende explorar?
Avancini -Otextodessaminis-
série tem muita ação dramática,
que também é ação. Não são duas
pessoas lutando com espada, mas
ospersonagensduelamotempoin-
teiro com o texto da Vivian de Oli-
veira, com a intenção dos persona-
gens, com seus dramas pessoais.
Tanto que trouxe o (preparador)
SérgioPennaparaficar20diasmol-
dando o elenco para eles se arma-
remcommaisferramentasparade-
senvolverospersonagens.Mastam-
bém temos cenas de ação.
Pergunta - Você nunca ha-via dirigido sua irmã, AndréaAvancini. Como tem sido con-duzi-la na minissérie?
Avancini - Tudo em família.
Somos da mesma escola, que foi
meu pai (Walter Avancini), o
maior diretor de atores do Brasil,
sem sombra de dúvidas. Também
tem minha mulher, a Nanda Zie-
gler e vários atores que já trabalhei,
comoo ÂngeloPaes Leme, Denise
Del Vecchio, Bianca Rinaldi, que
são atores que se entregam. Tem
ator que quando vai fazer tevê, liga
a “chave tevê”. Quando faz cine-
ma, ligaa“chavinhacinema”.Ees-
se elenco está mais acostumado a
trabalhar em tevê com a “chavinha
cinema”. É uma atuação mais es-
merada.
Pergunta - Você já assu-miu que tem vontade denão só dirigir, mas tambémescrever para o cinema. Oque planeja?
Avancini - Sou mais amigo de
autores que dos diretores. Tenho
uns projetinhos. Quem sabe um
dia, quando eu acalmar na Record,
consiga botar a mão na massa. Es-
crever é um trabalho árduo. Estive
emLosAngelesanopassadofazen-
do uma pesquisa. Tenho o projeto
de um filme sobre o universo dos
paparazzi. Tenho amigos papara-
zzi em Los Angeles. É um uni-
verso muito rico. Fiz laborató-
rio. Fiquei duas semanas com
eles perseguindo os atores no
meio da rua. Foi divertido, mas
perigoso também (risos). Esse é
o meu projeto pessoal. �
Inside
FOCO QUALITATIVO
Avanciniforça Recorda investir emtecnologiapara realizartrabalhoscom melhorqualidade deimagem
Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação
TV - 18 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Histórias focadas no público infantojuvenil estão em alta na televisão aberta
TV Press
Há tempos as crianças não estão en-
tre as prioridades das emissoras abertas
brasileiras. Ainda mais diante do cresci-
mento da tevê a cabo no país e o aumen-
to cada vez maior de canais segmenta-
dos para o público infantil entre os pa-
gos. Mas, quando o assunto é teledrama-
turgia, a coisa muda de figura. Nos últi-
mos anos muitos foram os projetos de
sucesso que foram criados de olho nesse
nicho. Principalmente em adaptações
de originais estrangeiros, como “Chiqui-
titas”, “Rebelde” e, mais recentemente,
“Carrossel”. Esta última, aliás, vem in-
comodando a concorrência, marcando
quase sempre médias para o SBT entre
13 e 15 pontos de audiência. Um dos me-
lhores resultados atualmente da emisso-
ra de Sílvio Santos, atraindo, segundo
pesquisas, um público que não é só de
crianças, mas também de adolescentes e
adultos. “A ideia foi da minha filha Da-
niela (Beyruti diretora artística e de pro-
gramação do canal). Ela lembrava dela
assistindo com a gente e pensou em al-
go que pudesse reunir mais uma vez a fa-
mília inteira na frente da tevê”, resume
Íris Abravanel, responsável pela adapta-
ção da novela mexicana que chegou a in-
comodar o “Jornal Nacional” quando
foi exibida, em 1991.
Atualmente, “Carrossel” por vezes
alcança mais que o dobro da audiência
da segunda temporada da concorrente
“Rebelde”, versão brasileira feita pela
Record do sucesso da Televisa. Coinci-
dentemente ou não, em agosto, sua auto-
ra Margareth Boury adicionou persona-
gens mais novos que os adolescentes
que protagonizam suas histórias. Segun-
do ela, uma forma de dar um gás na tra-
ma e se preparar para o que ainda pode
vir. “Precisávamos de gente nova, de
histórias que continuassem a chamar a
atenção do nosso publico, que é de
crianças. Por que não trazer rebeldes mi-
rins? Continuamos com os protagonis-
tas a todo vapor e ainda temos apostas
para o futuro”, justifica-se.
As apostas em folhetins focados no
público infantil não são novidades. An-
gélica fez isso em seu programa na Glo-
bo, na década de 1990, e o SBT mesmo
gravou a adaptação nacional de “Chiqui-
titas”, projeto que chegou a ter quatro
temporadas. “A gente era feliz e sabia”,
lembra Flávia Monteiro, intérprete da
bondosa Carolina, que dirigia um orfa-
nato na trama. Mas o mercado voltou a
se abrir mesmo para esse tipo de
segmentação no Brasil depois que a
Band conseguiu êxito na sua versão de
“Floribella”, estrelada por Juliana Sil-
veira e escrita por Patrícia Moretzsohn
e Jaqueline Vargas. “Acho que quebrou
um paradigma mostrando que é possí-
vel falar com o público infantojuvenil
de maneira menos didática e atrain-
do também a família. Talvez isso te-
nha inspirado outras produções”, su-
põe Patrícia, que participou da equi-
pe que escreveu a primeira tempora-
da de “Malhação”, da Globo, quando
ainda era uma adolescente. E por fa-
lar no seriado, a nova temporada, que
estreou no último dia 13, voltou a ser
ambientada em um colégio, assim co-
mo “Carrossel” e “Rebelde”.
Mas nem só as tramas escritas neces-
sariamente para o público infantojuve-
nil caem no gosto desse perfil. Quando
começou a escrever “Caminhos do Cora-
ção”, em 2007, na Record, Tiago Santia-
go tinha uma trama policial que envol-
via um assassinato, um casal romântico
e um grupo de mutantes com poderes
sobrenaturais. Sabia que, caso algo não
desse certo, tinha para onde carregar
mais as tintas. E se tornou um dos auto-
res com um dos mais longos trabalhos
no ar. Com três temporadas, sua trilogia
“Mutantes” permaneceu quase dois
anos ininterruptos em exibição. Foram
justamente as habilidades especiais de
muitos de seus personagens que garanti-
ram médias acima de 20 pontos em al-
guns capítulos, mesmo quando dispu-
tou a atenção dos telespectadores com a
novela “A Favorita”, da Globo. Mas ex-
plorar o universo infantojuvenil sem-
pre foi uma característica de Tiago, que
trabalhou como colaborador de tramas
como “Vamp”, “Olho no Olho” e “Uga
Uga”, na Globo. “Na minha próxima no-
vela do SBT, também terei muitas crian-
ças. Escrever para esse público é uma ca-
racterística que varia de autor para au-
tor e, também, de novela para novela”,
explica.
Assim como Tiago Santiago, Filipe
Miguez e Izabel de Oliveira, que escre-
vem “Cheias de Charme”, não estão ne-
cessariamente interessados em segmen-
tar a novela. Mas o folhetim das 19 ho-
ras da Globo, além de ser todo colorido
e cheio de personagens caricatos, ga-
nhou recentemente um colégio entre
seus cenários fixos, garantindo novos
personagens e conflitos infantojuvenis
para a trama. “Isso estava previsto. Nos-
sas histórias centrais já foram desenvol-
vidas e podemos partir para contar ou-
tras secundárias agora”, explica Fili-
pe. Os dois defendem que escrevem
para todas as faixas etárias, sem se
preocupar em focar em outro públi-
co. “Nossa novela tem uma estética
bem colorida, leve e divertida. En-
tão, não nos surpreende que ela te-
nha cativado parte do público de
crianças e adolescentes desse horá-
rio”, analisa Izabel. �
Circuito Interno
PEQUENAS CAUSAS
Em “Amor Eterno Amor”, apersonagem Clara, de Klara Castanho, éum dos papéis mais importantes dofolhetim. A menina possui dons ligados àespiritualidade, temática central da trama
Leonardo Miggiorin estreou na tevêna novelinha “Flora Encantada”, que eraexibida dentro do infantil “Angel Mix”,comandado por Angélica, na Globo
“Chiquititas” foi responsável porrevelar diversos talentos que hoje fazemsucesso na tevê. Foi dali que surgiramatores como Bruno Gagliasso, Kayky Brito,Sthefany Brito e Jonatas Faro
Antes de “Chiquititas”, em 1996, oSBT exibiu a novela “Colégio Brasil”,também voltada para o públicoinfantojuvenil. Foi a estreia de PalomaBernardi na tevê – que só voltaria a atuarnovamente em “Caminhos do Coração –Os Mutantes” – e a segunda novela deCarla Diaz, hoje no elenco de “Rebelde” eque também marcou presença em“Chiquititas”
Instantâneas
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 19 - TV
Em “Malhação”, Alice Wegmann vive jovem rebelde e despojada que é o oposto de sua personalidade
TV Press
Unhas malfeitas, mechas
azuis no cabelo e roupas despoja-
das. É com esse visual, oposto ao
seu estilo, que Alice Wegmann se
destaca como protagonista na no-
va temporada de “Malhação”. Na
pele da rebelde Lia, a atriz está de
volta ao folhetim. Foi nesta pro-
dução que Alice estreou na televi-
são, em 2010. Mas essa é a primei-
ra vez que Alice participa da tra-
ma desde o início, o que a faz fes-
tejar a nova fase da carreira. “Co-
mo fui convidada na época de
escalação do elenco, estou tendo
uma preparação especial, que está
sendo ótima para mim”, come-
mora. O segundo papel na tele-
visão foi em “A Vida da Gen-
te”, em que deu vida à tenista
Sofia, irmã de Bárbara, persona-
gem de Pietra Pan. A dupla
mostrou que tem afinidade e
agora revive o parentesco na te-
vê, com Pietra no papel de Ta-
tá, a irmã mais nova de Lia.
Na trama, a personagem de
Alice vive um confuso triângulo
amoroso, que promete esquentar
com os conflitos adolescentes. Di-
nho, do protagonista Guilherme
Prates, já ficou com Lia, mas
quem vai sentir atração mesmo
pelo rapaz é Ju, melhor amiga de
Lia, interpretada por Agatha Mo-
reira. Amigas desde os tempos de
criança, uma não abre mão da
companhia da outra. “A Ju é a
única pessoa que a Lia consegue
se abrir. Ela dá colo para a amiga,
porque só ela sabe o que a minha
personagem sofreu”, revela a
atriz sem entregar o mistério do
folhetim.
A rebeldia da personagem de
Alice vem de um trauma familiar
que ela ainda não conseguiu supe-
rar. “A Lia se fechou um pouco
para qualquer tipo de relaciona-
mento. Ela tem amigos, mas tem
dificuldade, principalmente, em
se relacionar com garotos”, expli-
ca Alice. Para criar o perfil trans-
tornado, a atriz buscou referên-
cias em alguns filmes que abor-
dam conflitos dos adolescentes,
como “Sexta-feira Muito Louca”
e “The Runaways”, por exemplo.
Além disso, o visual da atriz tam-
bém passou por mudanças. “Fiz
um corte moderno, mas que, ao
mesmo tempo, deu a impressão
de que foi ela quem cortou. Colo-
quei algumas mechas de aplique
e o esmalte está sempre descascan-
do”, frisa. Alice, que tem sempre
um kit de manicure em casa, está
tentando se adaptar ao novo vi-
sual. “Meu Deus, não tirei o es-
malte! A primeira coisa que te-
nho de avisar é que a unha é para
a personagem”, diverte-se a atriz.
Atuar como protagonista
requer atenção e dedicação ainda
maior de Alice. A personagem
também foi construída através de
“workshop”, de leituras com o
elenco e encontro com os princi-
pais parceiros de atuação. A atriz
ainda não conhecia o seu par ro-
mântico da trama. Para construir
a afinidade entre os dois, ela e
Guilherme passaram a conversar
também fora dos estúdios. “Deu
super certo. Além de ser inteli-
gente e ligado com a arte, ele é
uma pessoa incrível”, elogia.
Alice divide seu tempo entre
as gravações e o colégio. Aos 16
anos, a jovem entende bem as ins-
tabilidades da carreira de atriz.
Por isso, não abre mão de um pla-
no B. “Hoje estou bem e traba-
lhando, mas depois de uns meses
posso estar sem saber o que fazer.
Já vi muitos jovens preocupados
com isso e eu vou fazer de tudo pa-
ra evitar”, assegura. Da preocupa-
ção com o futuro, veio a certeza
de cursar uma faculdade em ou-
tra área. “Não sei se Publicidade,
Jornalismo ou Cinema, mas pro-
vavelmente é um desses cursos
que vou fazer para ter uma segun-
da opção”, planeja a atriz. �
“Malhação” - Segunda a sexta,às 17h45, na Globo
Close
OUTRO OLHARAlice Wegmann estreou na
tevê em “Malhação”,em 2010. Agora, volta ao
folhetim juvenil na condiçãode protagonista,
na pele da rebelde Lia
Luiza Dantas/Divulgação
TV - 20 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Nova temporada de “Malhação” evita exageros e acerta na escolha dos protagonistas
TV Press
Ousar sem perder a essên-
cia foi o grande desafio das últi-
mas temporadas de “Malha-
ção”. Prestes a completar 18
anos no ar, a “novelinha” vem
perdendo seu público gradati-
vamente e registrou seus piores
índices em 2009, 2010 e 2011.
Em especial, a última tempora-
da – com trama intrincada, ins-
pirada em filmes americanos
de suspense e estética mais pró-
xima do cinema – amargou 11
pontos no ibope e foi a pior au-
diência na história da produ-
ção. Como objetivo de reverter
esse quadro, a “nova” “Malha-
ção” aposta em uma volta às ori-
gens e se deu bem, com 21 pon-
tos na estreia. Com história
sem muitas nuances e bem ao
gosto do publico infantojuve-
nil, as autoras Rosane Svart-
man e Glória Barreto não ape-
lam para coincidências ou nú-
meros misteriosos. De forma
“batida”, mas eficiente, a dupla
apóia a trama em um simpático
triângulo amoroso entre a ro-
queira Ju, o garanhão Dinho e
a delicada Lia, interpretados
por Alice Wegmann, Guilher-
me Prates e Agatha Moreira.
São nítidos o carisma e a sin-
tonia dos três estudantes do en-
sino médio do Colégio Qua-
drante. Dos protagonistas, a
única realmente “novata” é
Agatha. Alice já pôde ser vista
em “A Vida da Gente”, enquan-
to Guilherme estreou na tevê
em “Vidas em Jogo”, novela de
2010, exibida pela Record. Por
já terem alguma experiência, a
dupla tira a impressão de des-
preparo nos protagonistas mais
recentes de “Malhação”. O
bom desempenho também en-
fraquece a sensação de “déjà
vu” da trama. O perfil dos per-
sonagens principais, a trilha
embalada por rock juvenil e o
retorno da história ao ambien-
te escolar evocam a memória
afetiva ao telespectador, e lem-
bram muito as idas e vindas en-
tre Letícia, Gustavo e Natacha,
de Juliana Didone, Guilherme
Berenguer e Marjorie Estiano,
integrantes da Vagabanda, na
temporada de 2004, a melhor
audiência da história recente
da novelinha – com picos de 42
pontos no ibope.
A aposta em um elenco
mais experiente e conhecido
aparece como um investimento
da produção para garantir con-
sistência e audiência. O “cas-
ting” adulto conta com nomes
como Danielle Winits, Leonar-
do Miggiorin, Maria Paula e
Vanessa Lóes defendendo de
forma eficaz personagens de
destaque. Felizmente, a atua-
ção de André Marques ficará
restrita à primeira semana da
trama. A participação especial
do ator e apresentador na pele
de Mocotó, personagem da pri-
meira temporada de “Malha-
ção”, de 1995, em nada valori-
zou o diálogo dos novos episó-
dios com a origem da história.
Ironicamente, a falta de no-
vidades no formato e no con-
teúdo evidenciam a qualidade
desta “nova” “Malhação”.
Com as arestas devidamente
aparadas, tudo funciona me-
lhor. Inclusive, deixar a dire-
ção de núcleo novamente a car-
go de José Alvarenga Jr. evitou
que outro diretor cometesse ex-
cessos comuns a quem assume
a produção cheio de novas
ideias. Ao repensar a estética
para os novos episódios, Alva-
renga aperfeiçoou o andamen-
to das sequências e evitou a fo-
tografia escura e os efeitos es-
peciais da temporada passada,
investindo em cenas leves e
com apuro visual, perfeita pa-
ra destacar o colorido da cida-
de do Rio de Janeiro. �
“Malhação” – Segunda a sexta –às 17h40, na Globo
Crítica
O básico que funciona
Maria Paulaestá entre osveteranos quedefendemdeforma eficazseus papéisna novatemporada de“Malhação”
Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 21 - TV
MALHAÇÃO - 17H15
Segunda-feira - Rosário não percebeque Inácio está se passando por Fa-bian. Sidney estranha o interesse deRomana em Fabian. Socorro conta pa-raChayenequeKleitoneTomestãoca-da vez mais distantes. Elano vê a fotode Cida com a família Sarmento e ficadecepcionado. Cida recebe a Liga dasPatroas. Branca se surpreende ao verSôniacomoempregada.LiaeArielabri-gampor causade Gracinha.Terça-feira - TomafastaRosáriode Iná-cio/Fabian. Elano convida Stela para
jantaremsuacasa. Lygiapensanobei-jo que trocou com Gilson. Inácio/Fa-bian beija Rosário. Sandro paga a pen-são de Patrick. Branca procura Sandroe Sônia não gosta. Brunessa contapara Cida que viu Elano com umagarota no Chopeokê. Rosário contapara Penha e Cida quegostoudobei-jode Fabian.Quarta-feira - Conrado implora para fi-car com Cida. Máslova se impressionacom a sinceridade de Conrado ao falarda empreguete. Kleiton mostra o clipe
das Empreguetes para Elano. Fabiannão gosta de saber que Rosário seaproximou de Inácio. Máslova procuraCida. Stela confessa a Elano que estáinteressada nele. Cida encontra comConrado. Chayene expulsa Eloy de ca-sa. Sônia aconselha Isadora a se insi-nuarpara Olavinho.Quinta-feira - Conrado confessa paraIsadora que nunca gostou dela e Cidaescuta. Cida percebe o interesse entreValdaeOlavo.NeidedefendePenhapa-raLygia.Socorroentregaopendrivepa-
ra Chayene. Brunessa se insinua paraHumberto. Lygia e Penha fazem as pa-zes. Cida decide dar uma chance paraConrado.Sexta-feira - Tom acaba com a coletivae culpa ndalo para tentar se promover.Lygiase incomodaemdeixara filha via-jar com Alejandro. Kleiton deixa de sero produtor das Empreguetes. Chayenebola um plano para sabotar a viagemde Penha e Cida. Tom reclama da faltade profissionalismo das Empreguetes.Penha avisa a Tom que ela e Cida es-tãomuito longe do local do show.
Sábado - Tom pede para Chayene pro-longar a sua apresentação. Elano con-taparaStelaqueestavaenvolvidocomoutrapessoa.PenhaeCidanãoconse-guemchegarparaoshoweRosárioen-trasozinhanopalco.Chayenecomemo-ra a vitória sobre as Empreguetes. Ro-sário termina o show arrasada e lem-bradapromessaqueela,PenhaeCidafizeram. Sarmento dá um presente pa-ra Cida. Socorro volta a morar comChayene. Rosário decide deixar as Em-preguetes.
AVENIDA BRASIL - 21H00
AMOR ETERNO AMOR - 18H15
Segunda-feira - Jorginho não acreditanas explicações de Nina. Lucinda cha-ma Ivana para levar Max para casa.Carminha sugere que Max volte paramansão e Tufão estranha. Max se co-move com os elogios de Ivana. Ninaavisa a Carminha que não quer queMaxvolteparaamansão.Jorginhodes-trata o pai e Nina fica tensa. Jorginhodefende Nina e Débora se entristece.Jorginhosegue Nina ea vê comMax.Terça-feira - Jorginho tenta brigar comMax,masNina impede.Osmoradoresdo Divino tentam evitar que Suelen fa-çaasfotosparaarevista.Tessáliacon-fessa para Olenka que está desconfia-
da de Leleco. Muricy flagra Zezé mas-sageando Adauto. Os homens do Divi-no invadem o campo onde Suelen fazas fotos. Tufão pergunta a CarminhadeondeMaxconheceLucinda.Déborase diverte com Iran. Jorginho procuraDébora.Quarta-feira - Nina afirma a Lucindaque faráCarminhadeixaracasadeTu-fão. Jorginho tenta beijar Débora, maselaoafasta.AcasadeNilopegafogoeNinaosalva. ZezécomentacomAdau-to que Leleco também viajou. Tessáliarejeita Darkson. Muricy e Leleco che-gamaCaboFrio.AdutoeTessália tam-bém chegam ao local e Muricy se es-
conde. Nilo procura Jorginho e diz queNinaé inocente. Nina exige que Carmi-nhase separede Tufão.Quinta-feira -Ninafaz intrigasdeCarmi-nha para Ivana. Adauto e Tessália pro-curamMuricypelacasa. Jorginhopedeque Zezé o leve ao local que foi usadocomo cativeiro de Carminha. Sem daro flagra no casal, Adauto e Tessáliavão embora de Cabo Frio. Silas senteciúmedoarquiteto,quepaqueraMona-lisa. Iran e Débora se beijam. Cadinhodorme durante uma reunião de traba-lhoeperdeumcliente. LelecoeMuricyse escondem na casa de Silas. Ivanadescobre que Max comprou uma lan-
cha. Jorginho encontra Serjão, o se-questradorde sua mãe.Sexta-feira - Janaína ouve Nina dandoprazo para Carminha sair de casa. Jor-ginho confirma com Serjão que Carmi-nhaeMax forjaramosequestro. Tufãodescobre que Carminha saiu de casasemdizerparaonde foi. Jorginho tentase desculpar com Nina. Tessália pas-sa a reparar em Darkson e se impres-sionacom o jeito do rapaz. Leandrodiz a Suelen e Roni que voltará pa-ra Goiás. Jorginho manda Carmi-nha sair da mansão. Tufão procuraMax. Carminha diz ao marido quequer sair de casa.
Sábado - Tufão ficasurpresocomade-cisãodeCarminha.JorginhopedeparaIran ficarcomDébora.TufãopedeparaZezé morar com Carminha. Nina nãogosta de saber que Carminha não vaise separar do marido. Darkson desco-brequeLelecoestáescondidoemsuacasa e se insinua para Tessália. Ronioferece a sua casa para Leandro mo-rar temporariamente. Tufão se chateiaaosaberqueNina temumnovonamo-rado. Carminha diz a Max que Nina fi-coucomodinheirodo sequestro. Lele-co tenta convencer Tufão asedeclararpara a cozinheira. Jorginho pede Ninaemcasamento.
Segunda-feira - Melissaobriga Virgílioa revelar o paradeiro de Angélica.Uma freira coloca a carta de Angélicano correio. Rodrigo vê Lexor em suaregressão. Rodrigo se declara paraMiriameosdoissebeijam.Claracon-ta para Miriam que Lexor a ajudou ase acertar com Rodrigo. Gracinha pe-de ajuda a Jair. Elisa percebe a trocadeolharesentreRodrigo e Miriam.Terça-feira - Angélica se sente malpertodeMelissa. Fernandoseaproxi-madeMiriamparatentarprovocarRo-
drigo. Jacira deixa Tobias com ciúme.Laudelino vê Angélica ferida e correparalevá-laaohospital.Laudelinoafir-ma que Rodrigo atirou em Angélica.Valéria implicacomElisa.Marleneso-fre por Laís ter perdoado Eduardo.Pedro fica incomodado ao verGracinha com Jair. Melissa exi-ge que Elisa pegue a carta queAngélicaenviou paraRodrigo.Quarta-feira - Josué fica com ciúmede Rodrigo e destrata Valéria. Elisa fi-ca furiosa por não conseguir falar
com Fernando. Gil elogia Gracinha eTobiasouve. Elisa conta para Fernan-doqueRodrigo eMiriamviajaram jun-tos.Melissa ficatensaaopensarqueAngélica pode ter sobrevivido. Josuécomenta com Tobias que tentará es-quecer Valéria. Bruno se surpreendequando Juliana o convidapara viajar.Quinta-feira - Rodrigo e Miriam tro-camjurasdeamor.DimascontaparaMelissa que Fernando voltou a andare avisa que ele saiu transtornado decasa. Fernando vai até o local onde
estão Miriam e Rodrigo e invade oquartodeles.ElisadestrataGracinha.Fernando sente fortes dores na colu-na. Jacira confirma suagravidez.Sexta-feira - Miriam recobra a cons-ciência.KlébernãogostaquandoPris-cila comenta sobre fazer uma espe-cialização fora do país. Pedro fazelogios a Gracinha e Jair estra-nha. Virgílio não conta para Melis-sa que Angélica está viva. Reginachega à pousada e Fernando exi-ge que ela o leve para casa. Lau-
delino teme por sua vida. Henri-que fica incomodado com Laura.Sábado - Rodrigo afirma a Elisa quese casará com ela. Fernando diz aopai que vai se casar com Regina. Já-qui pede desculpas a Laura por suasatitudescom Priscila. Fernando en-frenta Melissa e apresenta Regi-na como sua noiva. Bruno confes-sa a Juliana que ainda gosta deCris. Laís diz que só perdoaráMarlene se ela reatar com Eduar-do. Pedro conversa com Gracinhasobre Jair e fica perturbado.
Segunda-feira - Ju fica arrasada ao verFatinhaeDinhoaosbeijoseéconsola-dapor Lia. Lorenzo tenta falar com Liasobre Raquel. Orelha publica no TVOrelha comentários provocativos so-bre Mocotó, Rafael e Fatinha. Fatinhaelogiaa festaparaJu,quetentadisfar-çar a chateação. Mocotó mostra o ví-deodesuadançaaosprofessoresdu-rante a festa. Mathias exige que Ore-lha peça desculpas pelos comentá-rios que fez. Mocotó fica apreensivoquando Ju comenta que seu irmão oviuemumshowdecomédia.Liadesa-fia Fatinha adefender Ju.
Terça-feira -Fatinha ficasurpresacomaatitudedeLia.Mario levaTicoparaoseu trabalho. Orelha se desculpa comRafael.Aassistentesocialelogiao tra-balhodeMocotónapraçae resolve fa-zer uma festa para homenageá-lo. Ro-bson conta para Mathias que Mocotófazapresentaçõesemumshowdeco-média. Rita chega à escola. Dinho pe-de para conversar com Ju. Rita recla-ma com a mãe por ir buscá-la no fimdaaula. Isabela dispensa Mocotó. Ta-tá mostra para Lia a sua foto beijandoDinhonaTV Orelha.
Quarta-feira - Lia tentaseexplicarparaJu. Dinho reclama com Orelha por terdivulgadoafotona internet.Brunocon-taparaJuqueterminouonamoro.Mo-cotó fica preocupado ao saber queMathias também foi convidado pa-ra a festa de reinauguração da pra-ça. Tico foge após Mario não tercomprado o brinquedo que elequeria. Mathias repreende Rob-son por reclamar de Mocotó. Ma-rio não conta para Bárbara o sumi-ço do filho. Mocotó salva Tico de
um atropelamento, mas o meninofoge. Dinho segue o ônibus emque ele entra.Quinta-feira -TicochegaàpraçaeJuoreconhece. Dinho avisa que o irmãofoiencontradoetodosficamaliviados.Ticoconta para Ju sobrea viagemqueo irmão pretende fazer. Dinho elogiaJu e deixa a moça contente. Mario re-preende Tico. Lia garante que ajudaráJu a ficar com Dinho. Isabela fica en-cantadacomacoragemdeMocotópa-ra salvar Tico. O verdadeiro orientadorvocacionalaparecenocolégioeMoco-tó seesconde ao vê-lo comRobson.
Sexta-feira -MathiasdescobrequeMo-cotó sumiu do colégio. O verdadeiroorientador vocacional se apresenta eosalunos ficampasmos.Leandro falamal de Mocotó para Isabela. Os alu-nosconfessamque fizeramtodoo tra-balho deMocotó e o juiz fica perplexo.Mocotó conta a verdade e todos sesensibilizam.Todososalunosdocolé-gio prestigiam Mocotó no teatro.Verônica aceita sair com Mocotó. Ma-thias apresenta Marcela, a nova pro-fessoradeEducação Física.
Resumo das novelas
CHEIAS DE CHARME - 19H15
GLOBO
TV - 22 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Segunda-feira - Nina, a dona deRabito, vê seu cachorro com Má-rio. Ela o chama de Malhado e Má-rio fica nervoso, afirmando que o
cachorro é dele. Carmen retorna àescola. Helena amanhece o diano sofá e não se sente bem. Crisavisa que a professora irá faltar.
Olívia é informada que Helena es-tá com uma virose. Paulo ouve Jai-me contando a Valéria que colouna prova e o ameaça. Olívia afir-
ma a Jaime que ele terá que me-lhorar seu rendimento nas pro-vas. A turma fica sem entender,já que ele teve a melhor nota.
Terça a sexta-feira - Até o fe-chamento dessa edição, aemissora não divulgou o resu-mo dos capítulos.
Segunda-feira - Eneida e Pulga via-jam para o Mato Grosso do Sul.Luma e Johnny discutem por tele-fone. Elvira finge estar com gripepara Sotero. Décio leva Tônia pa-ra casa e Edu explode ao ver osdois juntos. Tônia explica que po-de perder o bebê e pede a Décioque fique com ela. Yara e Faustodecidem levar Tavinho ao pedia-tra. Tônia diz que não sabe maisse quer ter o bebê. Régis chega à
fazenda e destrata Olivia e Babá.Maria se oferece para Otávio(Martim), que a rejeita pensandoem Eliza. Mario se aproxima dehelicóptero com Régis na mira.Eneida nota o movimento e miraem Mario.Terça-feira - Régis nota o atiradorno helicóptero e tenta fugir. Enei-da atira em Mario, que disparaem direção a Régis. Toga se apro-xima de Régis e pede uma ambu-
lância. Em seguida, liga para BigBlond e avisa que o atentado fra-cassou. Décio chega com os re-médios. Edu tenta se livrar de Dé-cio. Eliza e Valeria saem para ven-der as joias. Big One aceita a pro-posta de Martim (Otávio), de 50milhões de dólares e o Tavinho pe-la fazenda. Régis diz a Jairo quenão vai mais ser o laranja. Jairo oameaça. Dinorá vê Novais peloolho mágico. Eliza escuta apenas
os gritos de socorro de Dinorá.Quarta-feira - Valéria procura porDinorá e não a encontra. Eliza ligapara Otávio (Martim) e exige a suamãe de volta. Novais e Johnnypressionam Dinorá, mas ela dizque só fala na presença de Otávio(Martim). Décio faz o jantar paraTônia e Edu fica com ciúmes. Letí-cia e Marco Antônio procuram Mi-rella para saber de Régis, mas eladiz que ele deve ter fugido do noi-
vado. Décio revela a Manuela quea futura mulher do empresário fazparte da Organização. Novais dei-xa Dinorá sem comida. Décio levaCaio até Manuela, que revela averdade sobre Eneida.Quinta-feira - Até o fechamentodesta edição, a emissora não di-vulgou o resumo do capítulo.Sexta-feira - Até o fechamentodesta edição, a emissora não di-vulgou o resumo do capítulo.
Segunda-feira - Leila se surpreendeao ver Lucy no quarto de Pilar. Arturdiz a Becky que pedirá o divórcio a Ci-lene. Alice pede dica para as amigaspara a sua festa de aniversário. Evadescobre que seu ex-marido casounovamenteesepreocupacomapen-são de Roberta. Beatriz diz a Alineque Raul irá correr atrás de Mariana.Lucydáumpardesapatodebebêpa-ra Pilar. Becky escorrega e cai nochão da cozinha. Os alunos suspei-tamqueMárciaestejagrávida.Vitóriase arruma para tirar fotos de biquíni.Os rebeldes tentam consolar Miguel.Binhoéexpulso doEliteWay.
Terça-feira - Binho não acredita queJonas o expulsou do colégio. Lucycontinua sendo doce com Pilar. Gutoe Bernardo vêem fotos de outra garo-ta no computador e Vitória fica irrita-da.JonaseLeila ficamaliviadosapósa melhora de Lucy. Eva diz a Francoqueoex-marido vai cortarmesadadeRoberta pela metade. Leila não con-corda com a expulsão de Binho. Ma-ria se surpreende com a notícia deque Márcia pode estar grávida. PilartentairatrásdeBinho.RosaMariape-ga um ônibus para voltar para casa.Migueldiz aLucyquepretendesevin-gar deseu inimigo.
Quarta-feira - Apóssaberquesuame-sada será cortada pela metade, Ro-berta afirma que não sairá do EliteWay. Tatiana diz a Leila que mudouos remédios de Lucy sem a aluna sa-ber. Nina e Arturzinho pensam emuma maneira de juntar Cilene e Artur.Vicente e Tadeu discutem quandoMarcelochega.Leiladizaos rebeldesque eles só poderão usar o porão du-rante duas horas. Nina e Arturzinhoescrevem uma carta para entregara Cilene. Marcelo comemora asaída de Tadeu do loft. Miguel vaiaté a casa de Jonas visitar Pilar.Binho fica revoltado após sair do
Elite Way e pensa em Pilar.Quinta-feira - Lucy afirma para Carlaquesabe donamoronoporão. Jonasmanda Binho ficar longe de Pilar. Mi-guel diz a Lucy que está preocupadocom um possível retornode Binho aocolégio. Beatriz muda o comporta-mento e deixa João preocupado. Ar-tur não consegue se declarar para Ci-lenee fica triste.Sílvia compra ingres-sos para o show de Dulce Maria emBuenos Aires. Binho tenta despistaros seguranças do Elite Way para en-trar no colégio. Miguel visita Pilar. Ta-tianatrocaosremédiosdeLucy.Leilachama Pilar para uma conversa. Bi-
nho espera Pilar quando é flagradoporDiego.Sexta-feira - Binho pede para Diegonão dedurá-lo. Leila pergunta a Pilarquem é o verdadeiro pai do bebê.Diego conta aos rebeldes que BinhoestánoEliteWay.DiegoeRoberta le-vamPilar até Binho.O ex-aluno é cer-cado pelos seguranças quando Pilarchega. As rebeldes tentam consolarPilar. Roberta desconfia de Miguel,por achar que ele está sendo muitocarinhoso com Pilar. Pilar conversasobre sua gravidez com Roberta eLucy ouve tudo. Miguel diz a Lucyque pretende colocar uma câmerano porão dos rebeldes.
Terça-feira - Zarolha vai até Nacib para con-tar que Gabriela está dançando às escon-didas, mas é impedida por Manoel. Glóriaajuda Josué a sair sem que Coriolano o ve-ja. Teodora conta para Berto que o irmãofugirá de Ilhéus com Lindinalva. Juvenal sedespede de Gerusa. Jesuíno tira Iracemada sala de aula, sob os protestos de Malvi-na. Gerusa diz a Mundinho que Juvenal vaiembora de Ilhéus e que eles ficarão livrespara viver um romance. Ramiro se encon-tra com Anabela. Doroteia finge passarmal para que Juvenal não saia de casa.Berto e três jagunços cercam Lindinalva.Quarta-feira - Berto entrega Lindinalva aosjagunços. Anabela não aceita dinheiro deRamiro, e ele desconfia. Juvenal pede aju-
da ao delegado para encontrar Lindinalva.Zarolha conta a Nacib que Gabriela estádançando na rua da feira. Fagundes e Cle-mente encontram Lindinalva e descobremque ela está viva. Osório pede ajuda a Mun-dinho para colocar Jesuíno na cadeia pelamorte de Osmundo. Teodora acha que Ber-to pode estar envolvido com o desapareci-mento de Lindinalva. Gabriela vai à reu-nião das senhoras católicas. Nacib não en-contra Gabriela na rua da feira.Quinta-feira - Nacib proíbe Zarolha de falarsobre Gabriela. A cozinheira demonstra fal-ta de entusiasmo durante a reunião dassenhoras católicas. Manoel presenteia Za-rolha com uma joia. Malvina conta para Ge-rusa que Rômulo é casado. Fagundes eClemente combinam de não contar a nin-
guém sobre Lindinalva. Machadão estra-nha a facilidade com que Pirangi conseguedinheiro para pagar a conta de Lindinalvano Bataclan. Arminda aconselha Gabrielaa não dançar mais na rua. Iracema confes-sa à mãe que não é mais virgem. Gabrielaconta a Nacib que dançou na rua.Sexta-feira - Nacib proíbe a esposa de dan-çar na rua. Nacib se desculpa com Zaro-lha, mas deixa claro que o seu coração éde Gabriela. Arminda diz a Iracema que vaiarrumar solução para Jesuíno não desco-brir que ela não é mais virgem. Maurícioaceita ser advogado de Jesuíno. Mundinhorepreende Rômulo por ser casado e namo-rar Malvina. Conceição flagra Gerusa comMundinho. Jesuíno avisa à família de Irace-ma que quer apressar o casamento. Ga-briela janta na casa de Tonico.
Resumo das novelas
CARROSSEL - 20H30
MÁSCARAS - A PARTIR DE 22H00
REBELDE - 20H30
GABRIELA - A PARTIR DE 22H00
GLOBO
RECORD
Mateus Solano interpreta Mundinho Falcão
SBT
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 23 - TV
Multifacetada ilha do Índico tem atrações muito além das
(belíssimas) praias de águas claras e areias brancas
Turismo
Substantivoplural: Maurício
TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Agência O Globo
O nome parece estar errado à pri-
meira vista: Ilhas Maurício é como
chamamos apenas uma ilha, a princi-
pal do Arquipélago de Mascarenhas,
composto também por Rodrigues e
outras ilhotas não habitadas.
Conhecer este território de ori-
gem vulcânica, isolado no Oceano
Índico e protegido do mar aberto
pela terceira maior barreira de co-
rais do mundo, é descobrir um país
realmente plural, que vai além do
clichê de praias de água azul-tur-
quesa e areia branca.
A ilha foi visitada pela primeira
vez por portugueses (1510), coloniza-
da por holandeses (1598), que a batiza-
ram em homenagem a Maurício de
Nassau. Depois foi ocupada por fran-
ceses (1715) e britânicos (1810). E ho-
je lá convivem cidadãos de origem in-
diana (60% da população), africana,
chinesa e francesa.
A mistura étnica se reflete nas
ruas, um caleidoscópio a céu aberto
por onde circulam hindus, muçulma-
nos e cristãos, falando inglês, francês,
crioulo (que mescla ao francês as lín-
guas usadas em Madagascar e outros
países da África).
Agê
ncia
OG
lobo
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 25 - TURISMO
Nas reservas naturais, há tartarugas, crocodilos e lembrança do dodo (ou dodô), um pássaro extinto
Agência O Globo
É mais fácil acabar em séga,
a dança de movimentos meio la-
tinos e meio caribenhos, típica
de Maurício, e não em samba
um roteiro por essa ilha de
2.040 metros quadrados e 330
quilômetros de costa.
No inverno, de junho a
agosto, faz entre 20 e 25
graus Celsius. No verão, de
novembro a janeiro, entre 30
e 35 graus Celsius.
Na capital, Port Louis, está
o Mercado Central, coração pul-
sante, uma construção antiga
em uma área pobre, colorida e
perfumada no primeiro piso
por frutas, legumes, temperos e
baunilha.
No segundo andar, repleto
de sáris e hijabs cruzando os
corredores em meio a vestimen-
tas ocidentais, ficam barracas
de artesanato e tecidos.
A palavra de ordem é pe-
chincha. Se não tem intenção
de comprar, melhor nem per-
guntar quanto é. O mesmo vale
para a Chinatown ali ao lado:
pechinche na sucessão de lojas
entremeadas por restaurantes
chineses em ruas estreitas.
Depois da imersão na cultu-
ra mauriciana, vale um refres-
co. Melhor ainda, um caldo de
cana-de-açúcar (com ingredien-
tes como limão, gengibre, men-
ta, tamarindo, manga ou cerve-
ja local), num simpático quios-
que do Caudan Waterfront, es-
pécie de shopping à beira-mar.
O copo custa 100 rúpias (R$
6,50), e o prazer de se sentar de
frente para o porto da cidade
de 150 mil habitantes e jogar
conversa fora não tem preço.
No local há 170 lojas, restauran-
tes, cinemas, cassino, hotéis e
um museu.
A parada é obrigatória pa-
ra pensar: onde começar a co-
nhecer Maurício? Seja qual
for seu destino, é bom saber
que as distâncias na ilha são
sempre grandes.
Tudo fica a pelo menos
meia-hora, 45 minutos dos ho-
téis ou do aeroporto. Alugar
carro é uma opção, mas é bom
lembrar que em Maurício a
mão é inglesa. Vale pegar um tá-
xi ou contratar um tour quan-
do a intenção for visitar várias
atrações turísticas numa mes-
ma região.
Quer priorizar a natureza?
Não deixe de ir ao La Vanille
Réserve des Mascareignes, ao
Sul, onde vivem 800 tartarugas-
gigantes, vindas das Seychelles
e reintroduzidas na ilha por re-
comendação de Charles Da-
rwin, depois que as nativas fo-
ram extintas no século 18.
Isto porque os marinheiros
franceses as capturavam para le-
vá-las em seus navios a fim de
aproveitar a carne e o óleo - as
tartarugas podiam ficar meses
embarcadas quietinhas, sem co-
mer ou beber.
Na reserva de La Vanille se
pode montar nelas. A mais ve-
lha tem 97 anos e mais de 275
quilos. Outra atração são os cro-
codilos do Nilo, importados de
Madagascar, que podem ser
apreciados vivos e mortos.
Ilhas Maurício
Port Louis, a capital
O roteiro pelas IlhasMaurício podecomeçar em Port Louis
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
No restaurante cujo nome
quer dizer Crocodilo Faminto,
num varandão entre árvores e
com pássaros visitando as me-
sas, são servidas especialidades
como curry de crocodilo, croco-
dilo agridoce em arroz
cantonês, bife de crocodilo
com legumes, brochete de cro-
codilo com baunilha e até
hambúrger de crocodilo, com
queijo, tomate, alface, cebola e
batata frita.
Outro bom encontro com a
natureza é visitar o Parque Na-
tural de Casela, espécie de jar-
dim zoológico que exibe mais
de 2 mil pássaros de 148 espé-
cies do oeste da ilha.
As aves são o forte do
país, que foi habitat de uma
linhagem única, já extinta: o
dodô (ou dodo), hoje vivo
apenas no brasão oficial da
ilha e em suvenires.
Grande como um ganso,
lento, com asas muito curtas,
que não conseguiam fazê-lo
voar, o dodo não tinha inimi-
gos naturais e vivia sossegado
até a chegada dos holandeses,
famintos.
Em 1693, menos de cem
anos após o início da coloniza-
ção, todos os exemplares da es-
pécie já haviam sido devora-
dos. Atualmente, para contar a
história do dodo restam apenas
desenhos feitos por naturalis-
tas, uma pata no Museu de His-
tória Natural de Londres e
uma cabeça no Museu de Zoolo-
gia da Universidade de Oxford.
No Parque de Casela tam-
bém é possível ter outra expe-
riência mais radical: uma cami-
nhada com três gerações de
leões.
Mas se selvagem para você é
só praia, sempre há uma a seu
gosto nos 330 quilômetros de
costa das Ilhas Maurício, onde
em tese elas são todas públicas
desde a década de 1970.
Os resorts têm fiscais nas
faixas de areia que consideram
suas para perguntar aos banhis-
tas o número do quarto em que
estão hospedados. Quem não
quer passar por esse constrangi-
mento pode optar por praias
bem longe dos complexos turís-
ticos.
Entre as preferidas da popu-
lação local está Péreybère, pe-
quena, de águas azuis profun-
das e cercada de bares e restau-
rantes. Na estreita faixa de
areia, há vendedores de amoras
vermelhíssimas, escultores de
areia e banhistas.
Já Flic en Flac (contração
de free and flat land, algo co-
mo “terra livre e plana” em
tradução livre) e Le Morne
são mais amplas. A primeira,
a maior da ilha, é boa para na-
dar. A segunda, por causa dos
ventos, tornou-se a favorita
dos kitesurfistas.
E tem ainda Mont Choisy,
Trou aux Biches, Belle Mare,
Blue Bay. Todas ficam api-
nhadas nos fins de semana,
com direito a kombis e barra-
cas de camping. Mas durante
a semana, em geral, são quase
desertas. (AG)
Caudan Waterfront: lojas,Caudan Waterfront: lojas,
restaurantes e museu emrestaurantes e museu em
shopping a céu aberto àshopping a céu aberto à
beira-marbeira-mar
Passeio: sem cilindro de oxigênio, é possível andar a três metros de profundidade, num mundo diferente
De bandeja:ambulantevendeamoras aosbanhistasna Praia dePéreybère
Vai um crocodilo aí? DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 27 - TURISMO
Em Le Morne (‘mistura’, em
crioulo), 200 escravos
viviam isolados numa
comunidade até 1835
Agência O Globo
Os mauricianos costumam
dizer que é nas vilas que está a
Maurício real. Para ter este su-
posto choque de realidade, no
entanto, nem é preciso dar as
costas para as paisagens de so-
nho da ilha. Um bom exemplo
é rumar para o Sudoeste, em di-
reção a Chamarel e Le Morne,
terras de negros cristãos.
Ambas surgiram como
quilombos, no início do sé-
culo 19, quando os escravos
africanos fugiam das fazen-
das de cana-de-açúcar para
se esconder de seus senho-
res na montanha que se tor-
nou símbolo de resistência à
escravidão.
Em Le Morne (palavra
crioula que significa ‘mistura’),
200 escravos viviam isolados
numa pequena comunidade
quando, em fevereiro de 1835,
soldados chegaram para avisar
da abolição.
Achando que estavam sen-
do atacados, e sentindo-se sem
chances de reação, eles comete-
ram suicídio coletivo atirando-
se montanha abaixo.
O local - em frente à praia
de mesmo nome, que é ponto
de kitesurfe - acabou sendo de-
clarado Patrimônio da Huma-
nidade pela Unesco e hoje é
marcado por um pequeno mo-
numento.
Chamarel e Le Morne se
mantêm como vilas de pescado-
res que concentram negros e
seus costumes e tradições. É on-
de se veem mais igrejas católi-
cas e se come a legítima comida
crioula, num clima mais quen-
te e de vegetação seca.
Também se pode aproveitar
para conhecer lugares curiosos,
como a Terra de Sete Cores,
propriedade privada onde é
possível apreciar a beleza de
um tipo de solo raro, colorido,
que lembra aquelas garrafinhas
de areia do Nordeste do Brasil.
O efeito é resultado de
um fenômeno geológico: a la-
va que um dia desceu do vul-
cão Trou aux Cerfs, que deu
origem à ilha (a última erup-
ção foi há 600 mil anos), em
contato com o clima quente
e úmido da região, oxidou
metais dando cor à terra.
O roxo, por exemplo, é
alumínio; o vermelho, fer-
ro. Ali não cresce nada que
se plante. Por isto o lugar fi-
cou conhecido como Bad
Land (terra ruim).
No caminho para a Terra
de Sete Cores está uma cascata,
alimentada pelos rios Saint De-
nis e Viande Salié, que têm
água de dezembro a abril, perío-
do de chuvas e ciclones (embo-
ra nos últimos seis anos não se
tenha tido sinais deste fenôme-
no na ilha).
Tão interessante quanto ver
a queda d’água, de cem metrosde altura, é observar a mon-tanha mesclada cortada porela: os diferentes tons dascamadas de lava basal eareia mostram as várias ida-des geológicas do terreno.
Também vale parar numdos restaurantes simples da re-gião onde, na época de caça quecomeça em julho, é possívelprovar deliciosos pratos de car-ne de porco.
Ilhas Maurício
Nas vilas Quilombo,lago sagrado emesquitas
Resistência: a montanha LeMorne, que abrigou umquilombo, hoje é Patrimônioda Humanidade
TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Mais ao sul, o clima muda.
A paisagem também. O tempo
esfria, fica mais úmido. Saem
as plantações de cana-de-açú-
car, e o que se vê é chá de um la-
do e florestas do outro.
Entre um e outro destaca-se
uma estátua gigante de Shiva,
doada pelo governo da Índia e
erguida entre 2005 e 2007 ao la-
do do Ganga Talao ou Grand
Bassin, lago natural que fica na
cratera aberta há milhares de
anos pelo extinto vulcão que
originou a ilha.
Considerado sagrado, em
suas águas não é permitido
nem pescar. Estamos no distri-
to de Savanne, 1.800 metros aci-
ma do nível do mar, lugar de pe-
regrinação de mauricianos de
fé hindu. Cerca de 600 mil pes-
soas visitam o local num festi-
val que costuma ocorrer entre
fevereiro e março.
Já ao norte, onde estão as
mais lindas entre as mais lin-
das praias, pode-se ver mais
muçulmanos e suas mesquitas.
Mas os traços árabes não es-
tão tão bem marcados numa vi-
zinhança específica. O fato é
que, por onde quer que se ande
em território mauriciano o
que se vê é uma mistura étni-
ca que ora parece ter mais in-
gredientes de uma, ora de ou-
tra cultura.
Não poderia ser diferente.
A ilha, que até o início do sé-
culo 16 era desabitada, com
os colonizadores franceses e
ingleses ganhou escravos vin-
dos da África para trabalhar
nos canaviais.
Com a abolição da escra-
vatura, a mão de obra africa-
na foi substituída pela india-
na e chinesa, povos que tra-
balharam ainda em outras
culturas, como a do chá e a
da baunilha, também produ-
tos típicos de Maurício.
Com os ciclos migratórios
de seres humanos de tradições
tão distintas, a terra que origi-
nalmente era dos pássaros foi
formando sua identidade múlti-
pla, que hoje salta aos olhos, e
também aos ouvidos de quem
chega.
A população de mais de 1,3
milhão de habitantes fala ofi-
cialmente francês e inglês, mas
nas ruas o que se ouve mais são
o francês e o crioulo. (AG)Lugar sagrado: no Lago Ganga Talao, no distrito de Savanna, não se pode nem pescar em suas águas
Templo: exemplo de diversidade na paisagem da ilha, 50% hinduísta
Um dos resorts dasIlhas Maurício
Fotos: Agência O Globo
O chá e as florestas DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 29 - TURISMO
Um dos mais tradicionais é o
Vishnu Kchetre Mandir, em Port
Louis, aberto em 1932
Agência O Globo
Nem o menos religioso dos turistas resiste à tenta-
ção de passar por alguns dos templos espalhados pe-
las ruas sem pelo menos parar, entrar e fotografar. O
país tem o hinduísmo como religião predominante,
praticado por pouco mais de 50% dos habitantes; os
católicos são 30% e os muçulmanos, quase 20%.
Os hindus são os que mais chamam a atenção,
principalmente os tamil, multicoloridos e com escul-
turas de deuses e animais. Um dos mais tradicionais
é o Vishnu Kchetre Mandir, em Port Louis, aberto
em 1932.
Já as mesquitas muçulmanas em geral são brancas
com tons de verde. As mais antigas e imponentes de
Maurício são a Al Aqsa e a Mesquita Jummah (Gran-
de Mesquita), ambas em Port Louis.
Al Aqsa, do início do século 19, demorou a ser
construída. A primeira tentativa foi em 1798, quando
a pequena comunidade muçulmana da ilha (de imi-
grantes da Índia e do Paquistão) manifestou o desejo
de erguer ali um templo, mas encontrou oposição dos
colonos franceses.
Somente na terceira tentativa, em 1805, os muçul-
manos conseguiram ver o sonho realizado. A constru-
ção começou no mesmo ano e, até 1852, quando a
Jummah foi erguida, Al Aqsa permaneceu como o
único templo da religião em Maurício.
Também se destacam na paisagem pagodes chine-
ses como o Kwan Tee, que pertence à Sociedade Co-
han Thai Bui, construído em 1832.
Mais familiares para os ocidentais, as catedrais de
Saint Louis e de Saint James, do século 18, comple-
mentam a ambiência multirreligiosa da capital.
ServiçoComo chegar - A South African Airways sai de São Paulo e leva a PortLouis, com conexão em Johanesburgo, a partir de R$ 3.232,35. AEmirates sai do Rio e faz conexão em Dubai. Os bilhetes custam apartir de R$ 4.988. Preços pesquisados com taxas para segundaquinzena de setembro.
Ilhas Maurício
UM TEMPLO PARACHAMAR DE SEU
Templo
multicolorido
TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
As poucas fábricas de Maurí-
cio merecem uma visita. Não tan-
to pelas linhas de produção e
montagem, mas principalmente
pelas degustações.
Um passeio à linda Rhumerie
Chamarel, de rum, é imperdível
para quem visita os arredores de
Le Morne. Na Chamarel é possí-
vel ver todas as etapas da produ-
ção da bebida. Ali são feitas 250
mil garrafas por ano, sendo 100
mil delas para exportação.
Vale provar os thé rhuns, mis-
turas de rum com baunilha, aba-
caxi, coco, limão e caramelo.
Outro destaque é o Vanilla Li-
quer (feito com o Premium
Rum), que pode ser tomado em
coquetéis ou puro, com uma taça
de café. Tudo está à venda na
charmosa lojinha, que tem itens
como chutney de banana, outro
produto abundante nas Ilhas
Maurício.
O chá é a bebida nacional. De
preferência, o de baunilha. Para
prová-lo, vale ir até a fábrica Bois
Chéri, de 1892, onde 3 mil tonela-
das de folhas são transformadas
em 700 toneladas de chá por ano,
15% delas para exportação.
O mesmo chá (thea sinesis, da
família da camomila) pode ga-
nhar vários sabores, com acrésci-
mo de essências de maracujá,
menta, coco e baunilha. Ao fim
da visita, pode-se parar na varan-
da da casa de chá emoldurada por
um lago para degustação.
Ali perto, está Saint Aubin, ca-
sa colonial de 1819 onde se desfru-
ta uma típica refeição mauricia-
na, com frango ao molho de bau-
nilha entre as opções. Em Saint
Aubin, é possível visitar uma estu-
fa de orquídeas que dão a bauni-
lha, e saber um pouco mais sobre
os bastões vegetais que têm chei-
ro ruim para quem espera sentir
aquele odor adocicado.
Após fervidos, passam por vá-
rios processos de secagem. Pron-
tos, custam 15 rúpias (R$ 1) por
grama. � (AG)
Rum e chá nas fábricas da ilha
Algumas das melhores atra-
ções de Maurício estão além
dos limites de seu território de
2.040 quilômetros quadrados e
do espírito de aventura de seus
visitantes.
É no mar de ondas azuis
que se concentram programas
submarinos que ganham de la-
vada do simples snorkel. Os
passeios podem ser de submari-
no, a pé ou de scooter, a três me-
tros de profundidade.
Quem prefere o caminho
oposto pode optar por subir aos
céus, de parasailing, flutuando
a 25 metros de altura, de para-
quedas, preso a um barco.
O passeio submarino sim-
ples é oferecido por hotéis
de luxo e consiste em uma
caminhada submersa, de 25
minutos, entre peixes e co-
rais. E respirando normal-
mente, graças a um capacete
que pesa 14 quilos.
Ele está conectado a um bar-
co por um cano estreito que
renova o oxigênio em seu in-
terior. A pressão não deixa
que a água suba além do quei-
xo de quem se aventura. Fora
o capacete, é preciso usar um
cinto de pedras com mais oi-
to quilos. O peso extra garan-
te que não se flutue.
Já o passeio de scooter é ofe-
recido pela empresa Blue Safa-
ri e tem princípios parecidos:
senta-se confortavelmente na
moto e respira-se livremente
num grande capacete transpa-
rente e com vista panorâmica
para duas pessoas: o motorista
e o carona.
Assim, é possível inclusive
se comunicar com seu parceiro
embaixo d’água. Por seguran-
ça, um mergulhador guia o tra-
jeto, de 30 minutos.
O passeio de scooter pode
ser feito até por quem não diri-
ge ou não sabe nadar. O piloto
tem que ter acima de 16 anos, e
o passageiro, mais de 8 anos.
A aventura não é permitida
para grávidas ou pessoas com
doenças cardiovasculares.
Os menos aventureiros de-
vem optar pelo submarino, tam-
bém oferecido pela Blue Safari,
para ter a experiência de descer
mais de 35 metros e ver os co-
rais de perto, além da âncora de
um galeão do século 17.
No ar, há atividades como o
parasailing, oferecidas por ho-
téis. O voo pode ser individual
ou duplo, e custa entre 1.500 e
2.500 rúpias (R$ 100 e R$ 165).
Maurício tem 115 resorts,
com atrações como passeios de
pedalinho, caiaque e windsur-
fe, passeios de barco com fundo
de vidro até a barreira proteto-
ra de corais. (AG)
Ritual do chá: degustação depois da visita à fábrica Bois Chéri
Sobrevoo de
parasailing chega a 25
metros de altitude,
puxado por lancha
Fotos: Agência O Globo
No mar e no ar DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 / 31 - TURISMO
Paulo Coelho
HISTÓRIASSOBRE A VELHICE
Escritor
Um guerreiro da luz nunca colhe o fruto enquanto ele ainda
está verde, porque sabe que o tempo é seu aliado e não seu inimigo
Hi Um guerreiro da luz nunca tem pressa. O
tempo trabalha a seu favor; ele aprende a domi-
nar a impaciência, e evita gestos impensados.
Andando devagar, nota a firmeza de seus pas-
sos. Sabe que participa de um momento decisivo
da história da humanidade e precisa mudar a si
mesmo antes de transformar o mundo.
Um guerreiro da luz nunca colhe o fruto en-
quanto ele ainda está verde, porque sabe que o
tempo é seu aliado e não seu inimigo.
Descobri um novométodo
Um velho caçador de raposas – considerado o
melhor da região – resolveu finalmente se apo-
sentar. Juntou seus pertences e resolveu partir
em direção ao sul do país, onde o clima era mais
ameno.
Entretanto, antes que terminasse de empaco-
tar suas coisas, recebeu a visita de um jovem.
- Quero aprender suas técnicas – disse o re-
cém-chegado. – Em troca, compro a sua loja, a
sua licença de caçador, e ainda pagarei por todos
os segredos que o senhor conhece.
O velho concordou; assinaram o contrato, e
ensinou ao rapaz tudo que sabia sobre o te-
ma. Com o dinheiro recebido, comprou uma
bela casa no sul, onde passou o inverno intei-
ro sem precisar preocupar-se em juntar le-
nha para calefação, já que o clima era muito
agradável.
Na primavera, sentiu saudades de sua aldeia,
e resolveu voltar para ver os seus amigos.
Lá chegando, cruzou no meio da rua com o jo-
vem que, alguns meses antes, resolvera pagar
uma fortuna por seus segredos.
- E então? – perguntou. – Como foi a tempora-
da de caça?
- Não consegui pegar uma só raposa.
O velho ficou surpreso e confuso:
- Mas você seguiu meus conselhos?
Com os olhos fixos no chão, o rapaz respon-
deu:
- Bem, na verdade não segui. Achei que seus
métodos estavam ultrapassados e terminei desen-
volvendo – por mim mesmo – uma melhor ma-
neira de caçar raposas.
Descobrindo oAmazonas
O jesuíta Anthony Mello nos conta a história
de um homem que, depois de muito viver e mui-
to viajar, voltou ao seu povo. Reuniu os amigos e
começou a discorrer sobre as maravilhas da Ama-
zônia.
Todos ficaram muito entusiasmados, e o ex-
plorador deixou com eles um mapa, sugerindo
que visitassem o local.
Anos depois, voltou à sua terra, e viu o mapa
emoldurado na prefeitura. Um funcionário lhe
disse:
- Isto é o Amazonas.
- Não, isto é um mapa do Amazonas! Vocês
não foram visitá-lo?
- Para que? - respondeu o funcionário. – Já es-
tamos velhos, decoramos cada cachoeira, rio,
montanha. Por que perder tempo indo até lá? �
32 / São José do Rio Preto, 19 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO