UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
CINTIA APARECIDA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS
BIODIVERSIDADE NA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA NO BRASIL
São Paulo
2017
CÍNTIA APARECIDA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS
BIODIVERSIDADE NA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA NO BRASIL
BIODIVERSITY IN STRATEGIC ENVIRONMENTAL EVALUATION IN BRAZIL
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Administração da
Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como
requisito parcial para obtenção do grau de Mestre
em Gestão Ambiental e Sustentabilidade.
Orientador: Profa. Dra. Amarilis Lucia Casteli
Figueiredo Gallardo.
São Paulo
2017
Santos, Cintia Aparecida da Conceição dos.
Biodiversidade na avaliação ambiental estratégica no Brasil. / Cintia
Aparecida da Conceição dos Santos. 2017.
93 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Nove de Julho – UNINOVE,
São Paulo, 2017.
Orientador (a): Profª. Drª. Amarilis Lucia Casteli Figueiredo
Gallardo.
1. Avaliação ambiental estratégica. 2. Biodiversidade. 3.
Planejamento ambiental brasileiro.
I. Gallardo, Amarilis Lucia Casteli Figueiredo. II. Titulo.
CDU 658:504.06
BIODIVERSIDADE NA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA NO BRASIL
POR
CÍNTIA APARECIDA DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Administração da Universidade Nove
de Julho – UNINOVE, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em Gestão Ambiental e
Sustentabilidade, apresentada à Banca Examinadora
formada por:
____________________________________________________________________
Prof. Dr. Amarilis Lucia C. F.Gallardo – Universidade Nove de Julho – UNINOVE
____________________________________________________________________
Prof. Dr. Evandro Mateus Moretto –Universidade de São Paulo – USP
____________________________________________________________________
Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira– Universidade Nove de Julho – UNINOVE
São Paulo, 23 de fevereiro de 2017.
Dedico a Deus, porque “As coisas que
são impossíveis aos homens são
possíveis a Deus”. Lucas (18:27)
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida, pelo amor que me concede, pelas pessoas especiais que
tem colocado na minha trajetória. Como meu pai, Armelindo Francisco dos Santos, que
mesmo não tendo a oportunidade de estudar enquanto jovem me ensinou como um mestre a
importância dos estudos. Como minha mãe, Maria Aparecida da Conceição dos Santos, que
me ensinou como ninguém a reduzir, reciclar, reutilizar, preservar e respeitar a natureza.
Dentre essas pessoas especiais, agradeço aos familiares, minha amiga de longas datas
Engª Mestre Eliane de Lima, pelo incentivo. Ao meu noivo, Wagner Solivan Ferreira, por
todo o amor e carinho.
À minha admirável orientadora Amarilis, que me aceitou como orientada e me
apresentou um mundo até então inexplorado por mim. E com um carinho exorbitante,
percorreu comigo e me direcionou aos caminhos que levam ao título de mestre. A você, uma
eterna gratidão e a minha amizade.
À Universidade Nove de Julho – Uninove, ao Programa Geas e seus Diretores,
Coordenadores, Secretárias, Professores e Bibliotecárias, pela oportunidade concedida, aos
auxílios diários e pela aprendizagem fornecida.
Aos companheiros de sala e amigos, pelo companheirismo e às boas risadas.
RESUMO
No campo da Avaliação de Impacto (AI), a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), que
incorpora a variável ambiental no âmbito de políticas, planos e programas, tem
sido considerado um importante instrumento para garantir que a biodiversidade seja
adequadamente considerada nos processos de planejamento. A AAE não está enquadrada no
marco legal da AI no país sendo utilizada de modo voluntário e com experiências, em número
de casos e procedimental, ainda limitadas. A biodiversidade resguarda inexorável importância
para a manutenção da vida por meio da oferta de serviços ecossistêmicos, suas relevantes
funções são responsáveis pelo bem-estar da humanidade. Porém, o desenvolvimento
econômico no Brasil vem sendo marcado por desflorestamento e por processos de degradação
ambiental que têm implicado em redução da biodiversidade do país, considerada a mais
importante do mundo. Diante dessas evidências, vêm sendo estabelecidas medidas de
proteção à biodiversidade. O principal tratado internacional sobre o tema, a Convenção da
Diversidade Biológica, foi promulgado em 1993, sendo o Brasil signatário desde 1998. Esse
marco assenta-se sobre três principais pilares – a conservação da diversidade biológica, o uso
sustentável da biodiversidade e a justa e equitativa repartição dos benefícios oriundos da
utilização dos recursos genéticos. Nesse contexto, estabelece-se como questão de pesquisa:
Como a prática de AAE no país incorpora os preceitos da Convenção da Biodiversidade? A
pesquisa tem por objetivo analisar o tema biodiversidade na prática brasileira de Avaliação
Ambiental Estratégica quanto ao preconizado na Convenção da Diversidade Biológica. A
pesquisa contemplou a análise de 35 relatórios de AAE realizados no Brasil. O método da
pesquisa é exploratório e o tratamento de dados é qualitativo por meio de análise de conteúdo.
Foi utilizado como instrumento de pesquisa o referencial proposto pela International
Association for Impact Assessment (IAIA, 2005) que avalia, por meio de um roteiro, a
biodiversidade em três níveis, ecossistema, espécie e genético, como preconizado na
Convenção da Diversidade Biológica. Os resultados indicam que as AAEs não integram os
preconizados da CDB na íntegra e a biodiversidade foi bem mais avaliada em nível de
ecossistema que os demais. A pesquisa também indica que a consideração da biodiversidade
no planejamento brasileiro orientado pela AAE é limitada.
Palavras-chave: Avaliação Ambiental Estratégica. Biodiversidade. Planejamento Ambiental
Brasileiro.
ABSTRACT
In the field of Impact Assessment (IA), the Strategic Environmental Assessment (SEA),
which incorporates the environmental variable within policies, plans and programs, has been
considered an important instrument to ensure that biodiversity is adequately considered in
planning processes. The SEA is not framed within the legal framework of IA in the country
being used on a voluntary basis and with limited number of cases and procedural experiences.
Biodiversity holds inexorable importance for the maintenance of life through the provision of
ecosystem services, and its relevant functions are responsible for the well-being of humanity.
However, the economic development in Brazil has been marked by deforestation and
environmental degradation processes that have implied in reducing the country's biodiversity,
considered the most important in the world. Faced with this evidence, measures to protect
biodiversity have been established. The main international treaty on the subject, the
Convention on Biological Diversity, was enacted in 1993, and Brazil has been a signatory
since 1998. This framework is based on three main pillars: conservation of biological
diversity, sustainable use of biodiversity and fairness and equitable sharing of benefits arising
from the use of genetic resources. In this context, it establishes itself as a research question:
How does the practice of SEA in the country incorporate the precepts of the Biodiversity
Convention? The research aims to analyze the biodiversity issue in the Brazilian practice of
Strategic Environmental Assessment as recommended in the Convention on Biological
Diversity. The research contemplated the analysis of 35 reports of SEA carried out in Brazil.
The research method is exploratory and data processing is qualitative through content
analysis. It was used as a research tool the framework proposed by the International
Association for Impact Assessment (IAIA, 2005) that evaluates, through a road map,
biodiversity at three levels, ecosystem, species and genetic, as recommended in the
Convention on Biological Diversity. The results indicate that the indicators do not integrate
the recommendations of the CBD in its entirety and biodiversity was much more evaluated at
the ecosystem level than the others. The research also indicates that the consideration of
biodiversity in Brazilian planning guided by the SEA is limited.
Keywords: Strategic Environmental Assessment. Biodiversity. Brazilian Environmental
Planning.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AI – Avaliação de Impacto
AIA – Avaliação de Impacto Ambiental
AAE – Avaliação Ambiental Estratégica
ACEG – Associação Científica de Estudos Agrários
APA – Área de Proteção Ambiental
APPs – Áreas de Preservação Permanente
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
BG – Baía de Guanabara
COP – Conferência das Partes
COMPERJ – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
CEBDS – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável
CDB – Convenção da Diversidade Biológica
CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento
CONABIO – Conselho Nacional da Biodiversidade
COPPE – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de
Engenharia
CMDS – Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável
CD – Cenário de Desenvolvimento
DER-SP – Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo
DER-MG – Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais
EPA – Environmental Protection Agency
ES – Espírito Santo
EBEI – Empresa Brasileira de Engenharia e Infraestrutura
EPIA – Estudos e Projeto de Integração Ambiental
FAPEMS – Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura de Mato
Grosso do Sul
FESPSP – Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
FUNAG – Fundação Alexandre de Gusmão
FTC – Fundação de Fomento a Tecnologias e à Ciência
GASBOL – Gasoduto Brasil Bolívia
GEE – Emissão de Gases de Efeito Estufa
GNL – Gás Natural Liquefeito
GASDUC III – Gasoduto Cabiúnas–REDUC
GDF – Governo do Distrito Federal
IAIA – International Association for Impact Assessment
IMASUL – Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul
IQA – Índice de Qualidade da Água
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
LIMA – Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente
MMA – Ministério do Meio Ambiente
ONGs – Organizações Não Governamentais
ONU – Organização das Nações Unidas
PINO – Planejamento da Dimensão Portuária, Industrial, Naval Offshore no
Litoral Paulista
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PPPs – Políticas, Planos e Programas
PIB – Produto Interno Bruto
PNB – Política Nacional da Biodiversidade
PROSAMIM – Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus
PRMG – Programa Rodoviário do Estado de Minas Gerais
PDITS – Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável
PLANGAS – Plano de Antecipação da Produção de Gás
PPE – Programa de Planejamento Energético
PNUD – Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento
PRODETUR NE II – Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste
PROETUR-MS – Programa de Desenvolvimento do Turismo
PDITS – Planos de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável
PROACESSO/BIDH – Programa de Acessibilidade a Municípios de Pequeno Porte com
Baixo Desenvolvimento Humano
PGHMG – Programa de Geração Hidrelétrica em Minas Gerais
PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial
PPA – Programa Plurianual
PPROBIO – Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para
Biodiversidade
REDUC – Refinaria de Duque de Caxias
RAAE – Relatório de Avaliação Ambiental Estratégica
RIO 92 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento
SECITECE – Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior
SEMAC – Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da
Ciência e Tecnologia
SEPROTUR – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da
Indústria, do Comércio e do Turismo
SETOP – Secretaria de Transportes e Obras Públicas
SMA – Secretaria do Meio Ambiental do Estado de São Paulo
SOMA – Soluções em Meio Ambiente
TAIC – Terminal de Ilha Comprida
TAIR – Terminal de Ilha Redonda
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso
UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
WWF – World Wide Found for Nature
ZEE – Zoneamento Ecológico Econômico
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. AAE: Restrições e oportunidades ......................................................................... 20
Figura 2. Cronologia para Elaboração da Política Nacional de Biodiversidade .............. 27
Figura 3. Etapas da construção da Política Nacional de Biodiversidade .......................... 28
Figura 4. Questões para orientação na identificação dos níveis de biodiversidade em
AAE .......................................................................................................................................... 42
Figura 5. Palavras-chave para busca dos níveis de biodiversidade nos estudos de
AAE .......................................................................................................................................... 44
Figura 6. Itens do sumário dos relatórios de AAEs brasileiros .......................................... 56
Figura 7. Questões respondidas com trechos das AAE brasileiras .................................... 61
Figura 8. Níveis de biodiversidade contemplados nas AAE ............................................... 64
Figura 9. Análise temporal das AAes e os efeitos na biodiversidade ................................. 66
Figura 10. Análise das AAE por categoria de planejamento .............................................. 67
Figura 11. Distribuição da AAE no Brasil ........................................................................... 71
Figura 12. Número médio de AAE por região ..................................................................... 72
Figura 13. Demonstração do número de incidências .......................................................... 73
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................................... 14
1.2 RELEVÂNCIA DA PESQUISA ....................................................................................... 15
1.3 ESTRUTURAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ........................................................................ 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 17
2.1 AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA .............................................................. 17
2.2 AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA NO BRASIL ........................................ 21
2.3 BIODIVERSIDADE ......................................................................................................... 23
2.4 AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA E A BIODIVERSIDADE .................... 32
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................ 38
3.1 MÉTODO DA PESQUISA ............................................................................................... 38
3.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA DE PESQUISA ................................................................ 39
3.3 INTRUMENTO DE ANÁLISE DE DADOS ................................................................... 40
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................ 45
4.1 SELEÇÃO DE AAES ANALISADAS ............................................................................. 45
4.2 ANÁLISE DO SUMÁRIO DOS RELATÓRIOS DE AAE ............................................. 56
4.3 APLICAÇÃO DO ROTEIRO METODOLÓGICO (IAIA,2005). .................................... 60
4.4 ANÁLISE DA BIODIVERSIDADE (NÍVEIS) EM ESTUDOS BRASILEIROS DE
AAE .................................................................................................................................. 64
4.5 ANÁLISE TEMPORAL DA ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE NOS
RELATÓRIOS BRASILEIROS DE AAE ........................................................................ 65
4.6 ANÁLISE DA BIODIVERSIDADE POR CATEGORIA DO PLANEJAMENTO ........ 67
4.7 DISTRIBUIÇÕES DA AAE NO BRASIL ....................................................................... 70
4.8 ANÁLISE DOS RELATÓRIOS BRASILEIROS DE AAE EM ATENDIMENTO AO
PRECONIZADO NA CONVENÇAO DA BIODIVERSIDADE .................................... 72
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 77
5.1 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA À PRÁTICA .......................................................... 79
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ........ 80
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 82
12
1 INTRODUÇÃO
A biodiversidade é um dos grandes temas da agenda mundial de inexorável
importância para a manutenção da vida por meio da oferta de serviços ecossistêmicos dos
quais a humanidade depende totalmente. De acordo com Albagali (2001), a perda da
biodiversidade, e consequentemente seu caráter estratégico, sobressai como uma das mais
relevantes questões ambientais transfronteiriças da atualidade por duas motivações principais:
com vistas a resguardar a existência das diferentes formas de vida existentes e em seu papel
como recurso natural e parte do processo produtivo.
Reconhecida como fundamental para o bem-estar humano, desenvolvimento social e
econômico, a biodiversidade vem sendo continuamente ameaçada pela transformação de áreas
naturais para outras atividades produtivas, com prejuízos para a fauna e flora e o próprio
equilíbrio da humanidade, que dela depende totalmente (Fapesp, 2008, p. 46).
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2016), biodiversidade representa o
número de diferentes categorias biológicas (riqueza) do planeta e à abundância relativa destas
categorias (equitabilidade), incluindo variabilidade ao nível local (alfa diversidade),
complementaridade biológica entre habitats (beta diversidade) e variabilidade entre paisagens
(gama diversidade).
A Convenção da Diversidade Biológica (CDB) segundo MMA (2000, p. 9), define
biodiversidade como “a variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens,
incluindo, inter alia, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os
complexos ecológicos dos quais fazem parte; compreende a diversidade dentro de cada
espécie, entre as espécies e dos ecossistemas”. Consiste na variedade da vida no planeta em
níveis que variam desde os genes até as populações da mesma espécie; desde comunidades de
espécies que partilham a mesma pequena área de habitat até aos ecossistemas em nível global.
Ciente da gravidade da crise ambiental e como isso afeta o planeta, o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) promoveu em 1992 a Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), denominada ECO
92, em que alguns tratados importantes foram estabelecidos, como as convenções sobre o
clima e sobre a diversidade biológica (Rodrigues & Bononi, 2008).
O principal tratado internacional sobre o tema a Convenção da Diversidade Biológica,
promulgada em 1998 e da qual o Brasil é signatário desde 1992, assenta-se sobre três
principais pilares – a conservação da diversidade biológica, o uso sustentável da
biodiversidade e a justa e equitativa repartição dos benefícios oriundos da utilização dos
13
recursos genéticos (Cunha, 1999). Esse tratado revelou-se um paradigma na orientação do
manejo dos recursos naturais orientado para a conservação da sustentabilidade.
O Brasil é o principal país em megadiversidade do mundo seja em número de espécies
seja em níveis de endemismo. Segundo Albagali (2001), a biodiversidade pode ser encarada
como um potencial inclusive geopolítico pela ampla disponibilidade de recursos biogenéticos,
além da geração de conhecimento tradicional no acesso à natureza e das aplicações da
biodiversidade local.
Por outro lado, o desenvolvimento econômico no Brasil vem sendo marcado por
desflorestamento e por processos de degradação ambiental que têm implicado em redução da
biodiversidade do país, considerada a mais importante do mundo.
Há uma série de ações em curso no país que visam a promover salvaguardas à
biodiversidade local, como políticas de proteção de biomas e outras iniciativas de cunho legal,
como, por exemplo, o Plano Estratégico para a Biodiversidade e a própria criação de áreas
protegidas (Ranieri & Moretto, 2013).
Segundo Gontier, Balfors e Mörtberg (2006, p. 268), “perda de habitat e fragmentação
são as maiores ameaças à biodiversidade”, sendo a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) e
a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) instrumentos essenciais a serem aplicados no
campo do planejamento para inclusão desses problemas na tomada de decisão.
Segundo Gallardo, Duarte e Dibo (2016),
a AAE tem origem e estreita relação com a AIA. Ambas são ferramentas de
suporte à tomada de decisão, porém, enquanto a AIA destina-se à avaliação dos
impactos ambientais de empreendimentos, a AAE remete ao planejamento em
estágios decisórios anteriores ao projeto, ao nível de políticas, planos e programas.
No campo da Avaliação de Impacto (AI), a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE)
tem sido considerada um importante instrumento para garantir que a biodiversidade seja
adequadamente considerada nos processos de planejamento.
Segundo Treweek, Therivel, Thompson e Slater (2005, p. 173), a AAE posiciona-se
como “um instrumento para ajudar a garantir que o desenvolvimento seja planejado e
implementado em benefício da biodiversidade”, de acordo com seus mais importantes
tratados internacionais como a Convenção da Diversidade Biológica, a Convenção de Ramsar
e a Convenção para Espécies Migratórias.
14
No campo da tomada de decisão no Brasil, a AAE não está enquadrada no marco legal
do AI no país sendo utilizada de modo voluntário e com experiências limitadas, em número
de casos e quanto a procedimentos técnicos (Montaño et al., 2014).
Essa lacuna legal de âmbito ambiental faz alusão a que os propósitos estejam
desvinculados de seus princípios, ou seja, as questões acerca da temática ambiental não são
consideradas no ato de elaboração das políticas, planos e programas (PPP) e, por
consequência, não pertencem ao contexto das decisões em seus níveis mais elevados.
Para Ganem, Juras, Viana, Mercadante, Araújo e Brasileiro (2014), as questões
ambientais, quando não incluídas de forma integrada aos processos de elaboração e
planejamento de PPP, proporcionam um agravamento do cenário de impactos negativos ao
meio ambiente.
De acordo com Partidário e Gomes (2013), salvaguardar a biodiversidade e modos de
vida é um objetivo da AAE na promoção à sustentabilidade quanto à capacidade de
compreender o contexto de desenvolvimento e de tomada de decisão no planejamento. Como
exemplo, Esteves e Souza (2014) enfatizam que a AAE contribui com os planos de manejo de
áreas protegidas por potencializar positivamente os resultados da gestão dessas áreas.
A partir do contexto da relevância da biodiversidade no mundo e no Brasil, no
potencial da AAE para inclusão adequada neste tema na agenda do planejamento, estabelece-
se como questão de pesquisa: Como a prática de AAE no país incorpora os preceitos da
Convenção da Biodiversidade? Para responder à questão de pesquisa utilizou-se um
referencial consagrado acerca da inclusão de biodiversidade em AAE, aplicada a praticamente
o universo de 35 relatórios de AAE produzidos até o momento no país.
1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA
Esta pesquisa tem como objetivo geral de analisar o tema biodiversidade na prática
brasileira de Avaliação Ambiental Estratégica quanto ao preconizado na Convenção da
Diversidade Biológica.
São ainda estabelecidos como objetivos específicos:
a) analisar a biodiversidade em seus níveis de genética, de espécies e de
ecossistemas, a partir dos relatórios brasileiros de Avaliação Ambiental
Estratégica;
b) caracterizar o planejamento brasileiro analisado por meio da Avaliação Ambiental
Estratégica no Brasil.
15
1.2 RELEVÂNCIA DA PESQUISA
A diversidade biológica tem sido reconhecida como fundamental para assegurar a
sobrevivência do homem e para a manutenção do equilíbrio ecológico, a exemplo da
regulação do clima e da proteção do solo contra erosão (MMA, 2016).
Segundo WWF (2016), um quarto da biodiversidade mundial foi perdido nos últimos
35 anos. No Brasil, segundo dados do Panorama da Biodiversidade Global 3 (2010), o
desmatamento na Amazônia já atingiu 17% da sua área de floresta original. O bioma mais
crítico no país sem dúvida alguma é o bioma Mata Atlântica, que remanesce em pouco mais
de 100.000 km², tendo perdido cerca de 93% de sua área original (Tabarelli, Pinto, Silva,
Hirota, & Bedê, 2005).
De acordo com dados apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2016),
a biodiversidade tem lugar de destaque na economia nacional, visto que o setor da
agroindústria corresponde a 40% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e o setor florestal
contempla 4% e o pesqueiro 1%. A biotecnologia desenvolvida no Brasil, em função da sua
biodiversidade, também gera divisas para o país, assim como os produtos da biodiversidade
produzidos no setor agrícola, que respondem por 31% das exportações brasileiras. A biomassa
vegetal, como o etanol da cana e outros produtos, responde por cerca de 30% da matriz de
energia nacional. O setor de fármacos, que obtém recursos da biodiversidade, bem como o uso
de plantas medicinais, corrobora a relevância da biodiversidade nacional.
Segundo Costanza et al. (1997, p. 253), que mensuraram o valor da biosfera por meio
da estimativa do valor econômico de 17 serviços ecossistêmicos para 16 biomas mundiais, o
valor da biodiversidade mundial foi da ordem de U$ 33 trilhões por ano, ou seja, praticamente
o dobro do PIB mundial.
A relevância da pesquisa está em contribuir com dados para avaliação do cumprimento
da Convenção da Diversidade Biológica CDB, consequentemente da Política Nacional da
Biodiversidade PNB (Decreto Federal 4.339/2002) (Brasil, 2002) e do Plano Estratégico de
Biodiversidade 2011-2020, esse último materializado em 20 proposições direcionadas à
diminuição da perda de biodiversidade em âmbito mundial, denominadas Metas de Aichi para
a Biodiversidade.
A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) é um instrumento de prática restrita no país
e apropriado para inserir temas ambientais e de sustentabilidade no planejamento Sanchez
(dezembro, 2008). A AAE pode desempenhar um papel importante no cumprimento de metas
16
estabelecidas para a biodiversidade, por isso, a relevância da pesquisa em se avaliar a prática
atual do instrumento no atendimento ao preconizado na Convenção da Diversidade Biológica.
Partidário (2012) ressalta que a AAE pode contribuir para identificar opções
estratégicas e auxiliar na tomada de decisão em nível de planejamento.
Desse modo, os pressupostos da pesquisa referem-se:
a) à manutenção da biodiversidade é essencial para a vida humana exercendo
influência direta em todas as dimensões do desenvolvimento sustentável e,
portanto, deve-se garantir que os objetivos dos instrumentos de proteção da
biodiversidade sejam atendidos;
b) a Avaliação Ambiental Estratégica é um instrumento que possibilita integrar a
dimensão ambiental e de sustentabilidade no planejamento, e consequentemente,
os objetivos dos instrumentos de proteção da biodiversidade;
c) a prática de AAE no país deve permitir a consideração das metas de proteção da
biodiversidade definidas e, consequentemente, da biodiversidade brasileira no
âmbito da tomada de decisão no planejamento.
1.3 ESTRUTURAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
Dividida em capítulos, a dissertação esboça a estrutura executada para a pesquisa,
partindo da introdução, problema de pesquisa, relevância e pressuposto, sempre apoiada pela
questão de pesquisa, visando aos objetivos geral e específico no primeiro capítulo.
Sendo o segundo reservado a função de apresentar a revisão bibliográfica dos
constructos Avaliação Ambiental Estratégica e Biodiversidade. O terceiro capítulo detalha os
procedimentos metodológicos, ferramenta de pesquisa, e a técnica adotada para atingir os
objetivos de pesquisa. O quarto capítulo foi reservado para evidenciar os achados na pesquisa,
sendo atribuído ao capítulo sucessor, desenvolver discussões acerca dos resultados e expor as
contribuições da pesquisa. O capítulo 6 apresenta as conclusões sobre a pesquisa e sugestões
de trabalhos futuros.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com base nos pressupostos e no delineamento teórico da pesquisa, os construtos a
serem discutidos nessa revisão bibliográfica referem-se à Avaliação Ambiental Estratégica,
Biodiversidade em Avaliação Ambiental Estratégica e Biodiversidade.
2.1 AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA
A Avaliação Ambiental Estratégica, segundo Sadler e Verheen (1996), pode ser
caracterizada como
um processo sistemático para avaliar as consequências ambientais das iniciativas
políticas, planos e programas propostos no sentido de garantir a completa inclusão
e apropriada consideração no estágio inicial mais apropriado da tomada de decisão
a par com as considerações econômicas e sociais. (Sadler & Verheem, 1996, on-
linex).
De acordo com o Banco Mundial (Mercier, 2001), a AAE é um método participativo
que deve permitir que as questões ambientais e sociais influenciassem o desenvolvimento do
planejamento, a tomada de decisão e a implementação em nível estratégico.
Atualmente cerca de 60 países têm uma sólida base de aplicação e de procedimentos
de AAE (Fundingsland & Hanusch, 2012).
De acordo com Rizzo, Gallardo e Moretto (2017), a AAE surge como um instrumento
que inicialmente visa a superar as limitações da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) de
projetos que têm efetividade reduzida de inserção da variável ambiental no planejamento.
Ainda segundo esses autores, a AAE consolida-se como o instrumento de planejamento
adequado para apoio à tomada de decisão, considerando o meio ambiente nos níveis
decisórios de políticas, planos e programas (PPPs). Posteriormente, vem se mostrando como
um instrumento direcionado à promoção do desenvolvimento sustentável (Sheate &
Partidário, 2010). Como destacado por Bidstrup e Hansen (2014, p. 29), “avaliação Ambiental
Estratégica (AAE) é uma ferramenta que pode facilitar o desenvolvimento sustentável e
melhorar a tomada de decisão pela introdução da preocupação ambiental com anterioridade
temporal nos processos de planejamento”.
A origem da AAE remonta à da AIA, que foi promulgada pela Lei de Política
Nacional de Meio Ambiente (National Environmental Policy Act – NEPA) dos EUA, em
18
1969. A AIA torna-se então instrumento obrigatório prévio à tomada de decisões que possam
deflagrar consequências ambientais negativas. O texto da NEPA, cujo campo de aplicações é
bastante complexo, faz alusões claras à aplicação da AIA para propostas de legislação e
modalidades de planejamento que possam afetar significativamente o ambiente.
Sadler (2001) divide a evolução da AAE em três fases principais:
a) Estágio de geração (1970 a 1989): precedentes legais e de políticas para AAE são
estabelecidos, mas com aplicação limitada;
b) Estágio de formalização (1990 a 2001): diferente provisão e formas de AAE são
instituídas por alguns países e agências internacionais;
c) Estágio de expansão (2001...): desenvolvimento de legislações e de políticas
direcionadas a ampliar a adoção e uso da AAE, particularmente, na Europa, mas
também em outros lugares do mundo.
Assim, de modo mais sistemático, desde 1987 (Holanda), 1989 (Austrália), 1990
(Canadá), 1991 (Nova Zelândia), vários países desenvolvidos foram paulatinamente inserindo
alguma recomendação formal ou estabelecendo legislação relacionada ao uso da AAE em
avaliações ambientais nos estágios decisórios que antecedem os projetos. Mas, sem dúvida, o
grande marco regulatório do instrumento consiste na Diretiva Europeia de AAE (2004/42/EC)
adotada em 2004 pela Comunidade Europeia, pela qual todos os países-membros devem estar
em conformidade com a mesma, pondo em vigor disposições legislativas, regulamentares e
administrativas necessárias até 21 de julho de 2004. Nessa diretiva também ficou acordada a
preparação de um protocolo de AAE pelas partes na Convenção de Espoo, em um contexto
transfronteiriço, a ser adotado na 5ª Conferência ministerial “Ambiente para a Europa”,
adotado em 23 de maio de 2003 em Kiev, Ucrânia. O protocolo de AAE, uma vez ratificado,
obriga legalmente os países signatários a aplicar o instrumento a planos e programas,
possibilitando o uso discricionário a políticas e legislação.
Outro importante marco refere-se à Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável, em 2002, na qual se solicitou o uso de avaliações mais integradas e estratégicas
para implementação do desenvolvimento sustentável, ainda que sem nenhuma referência
explícita à AAE. Em 2004, o Banco Mundial definiu Development Policy Lending Policy
(OP/BP 8.60), pela qual o Banco determina se as políticas específicas de cada país apoiado
pela operação são suscetíveis de ter efeitos significativos no ambiente e dos recursos naturais
do país cliente. Como corroborado por Pellin, Lemos, Tachard, Oliveira e Souza (2011), que
destacam o papel das agências multilaterais de desenvolvimento, como o Banco
19
Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial, no estímulo ao uso da AAE nos
países em desenvolvimento como um pré-requisito para concessão de investimentos.
A aplicação da AAE como um instrumento para atingir o desenvolvimento sustentável
vem sendo muito discutida recentemente. De acordo com Gibson (2005) que discute a
limitação dos processos de avaliação de impacto (AI) tradicionais, muitas vezes,
exclusivamente focalizados na consideração dos aspectos biofísicos, em detrimento dos
sociais e econômicos. Ainda segundo Gibson (2005), podem-se identificar quatro estágios na
evolução da AI:
a) Estágio 1: reativo – marcado por iniciativas de controle da poluição;
b) Estágio 2: proativo – identificação e avaliação de impactos por meio de AIA e
licenciamento de projetos, ainda focalizado apenas nos aspectos biofísicos;
c) Estágio 3: integração ampla e equilibrada das considerações socioeconômicas e
biofísicas nos processos de planejamento e seleção de projetos por meio de
avaliações ambientais;
d) Estágio 4: planejamento integrado e tomada de decisão visando à sustentabilidade,
desde políticas e planos a projetos, considerando-se efeitos cumulativos e globais,
com revisão e decisão de projeto direcionada a fortalecer a opinião do público,
reconhecer incertezas e favorecer precaução, diversidade, reversibilidade e
adaptabilidade, desse modo galgando passos positivos em direção à
sustentabilidade.
Assim, a concepção atual da AAE a posiciona como um instrumento estratégico
direcionado a integrar os aspectos da sustentabilidade de modo proativo no planejamento
(Therivel, 2004, Dalal-Clayton, & Sadler, 2005, Fischer, 2007, Partidário, 2007).
Conforme Partidário (2012), a AAE refere-se a um mecanismo para evitar e reduzir os
impactos de natureza estratégica que busca a integração ambiental e a análise de
oportunidades e riscos de estratégias de ação em nível de planejamento. Ainda segundo
Partidário (2012), a AAE tem como finalidades: instrumento flexível; auxilia o processo de
decisão; proporciona interação das etapas iniciais até uma decisão; integra as questões
biofísicas, sociais, institucionais e econômicas relevantes em base estratégica a temas críticos;
avalia oportunidades e riscos ambientais e de sustentabilidade das opções estratégicas,
contempla partes interessadas; promove o diálogo e processos colaborativos e reduz conflitos.
A AAE apresenta uma série de vantagens. A aplicação de um instrumento de AI –
preferencialmente, no sentido amplo de sustentabilidade – nos estágios iniciais de tomada de
decisão, os quais influenciam definitivamente os tipos de projeto a serem executados;
20
avaliação dos impactos cumulativos, sinérgicos e indiretos de difícil abordagem pela AIA; a
consideração de alternativas; a incorporação das considerações ambientais e de
sustentabilidade para a tomada de decisão; facilita, teoricamente, a participação pública.
Como pontos negativos podem ser destacados: processo relativamente novo, consome tempo
e recursos, em contrapartida, pode se gastar mais tempo e recurso e ir na contramão da
sustentabilidade se projetos controversos foram conduzidos; para se consolidar e generalizar a
AAE necessita lidar com uma imensa variedade de contextos decisórios em níveis iniciais até
alcançar a escala de detalhe de projetos, na transição do instrumento para a AIA.
Dalal-Clayton e Sadler (2005) descrevem limitações e oportunidades na aplicação da
AAE, como apresentado na Figura 1.
Limitações Oportunidades
Pouco interesse por muitas agências
governamentais em submeter propostas de políticas
e planejamento a avaliação, com medo de perder o
controle, poder e influência na abertura desses
processos decisórios
AAE é um processo transparente e participatório que
ajuda a realizar boa governança; promove relações
interinstitucionais para definir prioridades; torna a
tomada de decisão informativa e equilibrada
Limitada apreciação do potencial de utilidade da
avaliação nos estágios iniciais da tomada de
decisão pela equipe sênior (nas esferas do governo
e das agências), e dúvidas acerca da robustez dos
resultados
Os esforços dos Comitês de Assistência ao
Desenvolvimento e outros para esclarecer as regras e
utilidades da AAE podem melhorar o conhecimento
sobre o instrumento, onde e quando AAE pode ajudar
equipe sênior a encontrar suas responsabilidades
Falta de recursos para estudos considerados “não-
essenciais” nos estágios iniciais na preparação dos
programas de assistência
Investimento em AAE pode economizar tempo e as
despesas posteriores de internalização das
consequências de decisões equivocadas
Percepção que a AAE adicionará custos
significantes e crescimento da carga de trabalho das
agências fortemente pressionadas
O custo da AAE decrescerá ao longo do tempo quando
a mesma seja institucionalizada (como o custo da AIA
foi reduzido quando a mesma virou rotina)
Preocupações se a AAE aumentará o período de
tempo da tomada de decisão ou atrasará o
desenvolvimento
Quando aplicada apropriadamente e cedo, o processo
de AAE é integrado com o processo de tomada de
decisão
Ausência de roteiro claro e conhecido e métodos
testados e aprovados
Os princípios, métodos e procedimentos de AAE são
usados internacionalmente e pode servir como base
para aplicação do instrumento
Linhas não claras de prestação de contas e
responsabilidade para condução de AAE
Instrumentos legais internacionais para AAE e a
experiência prática de como conduzir sistemas
nacionais pode ajudar na condução do uso do
instrumento
Falta de praticantes com experiência em métodos
de AAE tanto nas agências de financiamento
quanto nos países recebedores
Investimento no surgimento de sensibilização e
treinamento que podem construir habilidades e
experiências
Necessidade de treinamento e assumir
responsabilidade com grupo técnico adicional para
esse propósito
Treinamento pode pagar maiores dividendos pela
melhoria da tomada de decisão, eliminado tempo
desperdiçado para solução de problemas futuros e
promovendo maior desenvolvimento sustentável.
Figura 1. AAE: Restrições e oportunidades
Nota: Fonte: Dalal-Clayton e Sadler, 2005.
Thérivel et al. (1992) discutem metodologias para serem usadas em AAE, a serem
adaptadas para as diferentes formas de aplicação em nível de políticas, planos ou programas.
21
Esses autores ainda descrevem que a AAE pode ser caracterizada principalmente como do
tipo regional ou espacial, que tem forte expressão territorial, ou setorial, que abrangem setores
econômicos.
Thérivel e Partidário (1996), com base na análise de cem AAEs realizadas no mundo,
discutem métodos e técnicas e apresentam um modelo amplo para aplicação baseado na
prática corrente até então:
a) estabelecimento de objetivos e metas;
b) identificação de alternativas de PPPs;
c) descrição das PPPs;
d) definição do escopo;
e) estabelecimento dos indicadores ambientais;
f) descrição do meio ambiente;
g) predição de impactos;
h) avaliação de impactos e comparação de alternativas;
i) mitigação;
j) monitoramento.
2.2 AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA NO BRASIL
A relevância da adoção da AAE no Brasil como recomendado por Egler (2010) com
vistas a ultrapassar os limites da AIA de projetos e implementar a sustentabilidade no
processo de desenvolvimento, pauta-se em três justificativas: as grandes áreas disponíveis no
Brasil que requerem uma ferramenta de planejamento ambiental para avaliação apropriada;
reforçar instrumentos previstos na Política Nacional de Meio Ambiente, como Zoneamento
Ecológico Econômico (ZEE); e o fortalecimento das oportunidades abertas pelo uso da AAE
para integrar o tema ambiental de modo holístico na escala do planejamento. Essa última vai
de encontro à agenda da consideração do ambiente em escala ampla como preconizado nos
principais documentos da agenda ambiental mundial como na Convenção da Diversidade
Biológica.
O Brasil tem uma prática reduzida com AAE, segundo Montaño et al. (2014), as
primeiras experiências remetem à década de 1990, sendo o sistema brasileiro de AAE
caracterizado por uma estrutura dispersa e pouco organizada, sem a construção de
procedimentos metodológicos sistemáticos. Pellin et al. (2011) mencionam a atuação das
agências multilaterais de financiamento na realização dos estudos de AAE em países em
22
desenvolvimento como o Brasil. Silva (2010) também destaca a experiência tímida do Brasil
com AAE, destacando a importância como um importante instrumento de política pública
para a promoção da sustentabilidade no processo de desenvolvimento.
Porém, há a recomendação que os países que ainda não utilizem rotineiramente a AAE
assim o façam para auferir os benefícios desse instrumento para o planejamento em bases
sustentáveis (Sánchez & Croal, 2012).
Do ponto de vista aplicado, de acordo com Gallardo et al. (2016), vários autores
relatam casos de aplicação de AAE: dez casos citados por Teixeira (2008); dois do setor de
turismo por Lemos (2011); Malvestio e Montaño (2013) levantaram 35 AAEs do setor de
energia; Margato e Sánchez (2014) identificaram 24 AAEs; Oberling, La Rovere e Silva
(2013), estudaram 21 AAEs; Da Silva, Selig e Van Bellen (2014), identificaram 32 AAEs; e
Montaño et al. (2014), por fim, destacaram o conhecimento de cerca de 40 AAEs.
Inclusive um desses casos de aplicação de AAE no Brasil, a AAE “Estudos de Eixos
Nacionais de Integração e Desenvolvimento, serviu de fomento ao Conselho Nacional de
Biodiversidade, para que o mesmo inserisse a recomendação aos representantes da
administração federal, por meio de publicação de resolução, para que adotem a prática de
aplicação da Avaliação Ambiental Estratégica em todos os Programas Planos Plurianual –
PPA Federal que possam vir a prejudicar a biodiversidade do bioma Pantanal e Cerrado
Resolução Conabio nº 1 (2005).
Do ponto de vista acadêmico vem se consolidando vários trabalhos de pesquisa com
AAE, a saber: Gallardo et al. (2016), acerca de um roteiro de AAE para subsidiar o
planejamento da expansão da cana-de-açúcar no contexto do Plano Decenal de Expansão de
Energia; revisões da qualidade de estudos de AAE por Margato e Sánchez (2014); quanto à
discussão de AAE e setor de transportes as pesquisas de Sánchez e Silva-Sánchez (2008),
Oliveira et al. (2013) e Rizzo et al. (no prelo); para planos de bacias hidrográficas as
pesquisas de Porto e Tucci (2009) e de Pizella e Souza (2013); Pizella e Souza (2012) que
verificaram o uso da AAE para avaliação do planejamento relacionado ao uso de organismos
geneticamente modificados e Santos e Souza (2011) e Malvestio e Montaño (2013), em
trabalhos para o setor de energia, e Esteves e Souza (2014) para áreas de proteção ambiental.
Segundo Nadruz (2015), a AAE se aplica a diversos setores do planejamento brasileiro, como
energia, turismo, transporte e desenvolvimento regional,
23
2.3 BIODIVERSIDADE
A biodiversidade é compreendida por Albagali (2010), como conceito que “inclui
todos os produtos da evolução orgânica, ou seja, toda a vida biológica no planeta, em seus
diferentes níveis – de genes até espécies e ecossistemas completos –, bem como sua
capacidade de reprodução. Corresponde à “variabilidade viva”, ao próprio grau de
complexidade da vida, abrangendo a diversidade entre e no âmbito das espécies e de seus
habitats”. Segundo a International Association for Impact Assessment (IAIA, 2005), a
biodiversidade é a resultante do conglomerado do nível de ecossistemas, nível de espécies e
nível de genético.
No nível genético, segundo a CDB (1998), atribui-se às unidades funcionais de
hereditariedade, material de origem vegetal, animal e inclusive microbiana. Enquanto o nível
de espécies contempla “os grupos de indivíduos, da flora ou da fauna com certas
características comuns, fisicamente semelhantes entre si, que se reproduzem e apresentam
descendentes férteis” (Brasil & Santos, 2006, p. 189). O nível de ecossistemas ampara o meio
inorgânico que comporta e exerce interações funcionais com as comunidades vegetais,
animais e microrganismos (CDB, 1998).
A biodiversidade desempenha importante função econômica (Ferreira, Camargo,
Teixeira, de Souza, & Viana, 2017), com expressiva representatividade na economia mundial
que faz com que a intitule de “capital natural mundial” (Comunidade Europeia EU, 2010),
pois promovem negócios lucrativos, fornece insumos que valem bilhões de reais por ano e
geram benefícios à sociedade (Magnusson, Ishikawa, Lima, Dias, Costa, & Holanda, 2016),
tais como princípios ativos para medicamentos Calixto, (2003), bem-estar, alimentos, lazer e
turismo, energia e madeira (Scariot, 2010), entre outros.
A IAIA (2005) reconhece a biodiversidade, como o principal prestador de serviços
aos seres vivos, em virtude de a mesma ser a base de suporte para a sobrevivência de
múltiplas vidas, subsidiar atividades antrópicas de desenvolvimento e por desempenhar
importante função reguladora de macroprocessos naturais, como o sequestro de carbono e
purificação de água.
A Comissão Europeia (2016) afirma que mais da metade de oxigênio da atmosfera é
produzida pela flora marinha; e na Europa as polinizações de insetos são responsáveis por 15
mil milhões de euros do valor da produção agrícola; e os ecossistemas saudáveis propiciam à
EU 4,4 milhões de empregos.
24
A abrangência e a imensa complexidade envolvida na temática biodiversidade
propõem o desafio de compreender e gerir esse recurso. A partir de então, muitos estudos
sobre a preservação e perda da biodiversidade e outros correlacionados as próprias
influências, são publicados. Como, por exemplo, o estudo de Cardinale et al. (2012), que
constataram que os ecossistemas sofrem abalos quando têm perda de biodiversidade, afetando
também a sociedade. Para Barbosa (2007), a biodiversidade sofre intensa a ameaça pela
invasão ilegal de monoculturas em regiões florestas.
Segundo o MMA (Brasil.MMA, 2016), o descaso com os impactos ao meio ambiente
provoca a degradação da biodiversidade, que pode acarretar o desequilíbrio dos ecossistemas,
redução de possibilidade de uso da biodiversidade em prol do desenvolvimento econômico e
do bem-estar humano e, por último, o extermínio de espécies.
Segundo Tescari e Vargas (2007), problemas de desmatamento florestal, destruição do
habitat de espécies vegetais e de animais ameaçados de extinção assim como as situações
apontadas por Legislativa (2014) como as emissões de poluente atmosféricos, reduzidas taxas
de tratamentos de esgoto, aumento do consumo de substâncias deteriorados da camada de
ozônio e danosa ao solo, e a ineficiente da gestão de unidades de conservação contribuem
negativamente com a conservação da biodiversidade .
As ações humanas são identificadas como as principais propulsoras da perda de
biodiversidade. Balsan (2006) registra que a especulação imobiliária junto com a expansão da
agricultura e ampliação de novas áreas pecuaristas são as principais autoras da eliminação da
biodiversidade, sendo que a monocultura favorece esse cenário.
A perda genética tem sua principal motivação pela divisão dos habitats em pequenas
partes, excessiva prática da caça em modo descontrolado que inviabilizam a disponibilidade e
manutenção da diversidade genética potencializando a redução de variabilidade genética,
tecnicamente conhecida como erosão genética (IPEA, 2010). Ainda com relação a essa
citação, constata-se que o nível genético tem influência para os subsequentes níveis,
exercendo a função de apoio, viabilizando a estruturação dos níveis de espécie e ecossistemas.
As grandes extensões territoriais e as características das zonas climáticas do Brasil
concedem ao povo brasileiro o privilégio de ter uma rica biodiversidade e maior da Terra
(Brasil.MMA, 2016). Numa listagem de 34 países que apresentam as maiores concentrações
de biodiversidade, o Brasil recebe a posição número um, devido a sediar espécies de plantas e
animais inexistentes em outras regiões do mundo e apresentar maior risco de extinção
(Seligmann et al., 2007).
25
O tema biodiversidade foi muito comentado no ano de 1992. Ano em que o Brasil foi
palco para discussões sobre o assunto durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento. Essa conferência reuniu diversos Chefes de Estado e outros
interessados dispostos a formar uma parceria global que visasse o desenvolvimento e proteção
do sistema global de meio ambiente (ONU, 1992). O fruto dessa conferência foi marco da
assinatura de relevantes acordos internacionais, como a Convenção sobre a Diversidade
Biológica (CDB) no ano de 1993 (Cordani, 1997).
Dentre as diversas diretrizes estabelecidas pela CDB, o segundo artigo trouxe uma a
definição para o termo biodiversidade como “variabilidade de organismos vivos de todas as
origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros
ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda
a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistema” (CDB, 2000).
Os valores biodiversidade e a incalculável dependência humana desse bem se
sobressaem na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro pela ONU, no ano de 1992, também conhecida por
“Cúpula da Terra” e Rio 92, a qual representou um importante marco para diversas nações
que assumiram o acordo internacional, denominado de Agenda 21 Global (Brasil.MMA,
2017).
O acordo que concentrou 40 capítulos alicerceados na sustentabilidade, é
integralmente considerado com “Instrumento de planejamento para as sociedades
sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica”, e teve a adesão de 179 nacionalidades (Brasil.MMA,
2017).
Um desses capítulos foi reservado para tratar exclusivamente da conservação da
diversidade biológica, precisamente o 15º capítulo, o qual tem o propósito de dar suporte à
convenção da diversidade biológica, à melhora, à defesa e ao uso da diversidade biológica de
jeito em que se pode sustentar (Brasil.MMA, 2017).
A convenção da diversidade biológica, que também foi colocada em pauta na
CNUMAD, entre os dias 15 e 14 de junho de 1992, recebeu aceite do texto, ainda durante o
período da conferência (Brasil.MMA, 2017).
Fundamentada no tripé conservação da diversidade biológica, uso sustentável da
biodiversidade e na repartição justa e equitativa dos benefícios advindos do uso dos recursos
genéticos, a CDB é composta de 42 artigos (objetivos, utilização de termos para os propósitos
desta convenção, princípio, âmbito jurisdicional, cooperação, medidas gerais para a
26
conservação e a utilização sustentável, identificação e monitoramento, conservação in situ,
conservação ex situ, utilização sustentável de componentes da diversidade biológica,
incentivos, pesquisa e treinamento, educação e conscientização pública, avaliação de Impacto
e minimização de impactos negativos, acesso a recursos genéticos, acesso à tecnologia e
transferência de tecnologia, intercâmbio de informações, cooperação técnica e científica,
gestão da biotecnologia e distribuição de seus benefícios, recursos financeiros, mecanismos
financeiros, relação com outras convenções internacionais, conferência das partes,
secretariado, órgão subsidiário de assessoramento científico, técnico e tecnológico, relatórios,
solução de controvérsias, adoção dos protocolos, emendas à convenção ou protocolos, adoção
de anexos e emendas a anexos, direito de voto, relações entre esta convenção e seus
protocolos, assinatura, ratificação, aceitação ou aprovação, adesão, entrada em vigor, reservas,
denúncia, disposições financeiras provisórias, disposições transitórias para o secretariado,
depositário, textos autênticos), 2 anexos (Anexo I – Identificação e Monitoramento e Anexo
II) e por último 2 partes (Parte 1 Arbitragem e Parte 2 – Conciliação) (Brasil.MMA, 2000).
Aprovado pelo Governo Federal brasileiro por meio Decreto Legislativo nº 2, no ano
de 1994, a Convenção da Diversidade Biológica favorece significativas mudanças para o
cenário brasileiro em prol da biodiversidade brasileira.
O acordo internacional CDB (Brasil, 2017) rendeu o compromisso dos signatários de
elaborar estratégias, planos e programas com foco na conservação e o uso sustentável da
biodiversidade, Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS, 2014).
Nesse sentido, o Brasil, por meio do MMA, empregou esforços para elaborar uma
política nacional de biodiversidade e cumprir com item 2 do artigo 18:
Cada Parte Contratante deve, ao implementar esta Convenção, promover a
cooperação técnica e científica com outras Partes Contratantes, em particular
países em desenvolvimento, por meio, entre outros, da elaboração e
implementação de políticas nacionais. Ao promover essa cooperação, deve ser
dada especial atenção ao desenvolvimento e fortalecimento dos meios nacionais
mediante a capacitação de recursos humanos e fortalecimento institucional. (CDB,
2000).
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (Brasil.MMA, 2017), foram abertas sete
frentes de trabalho, como coletas de dados, informações, arguições, opiniões e outros, para
criação de uma política que compreenda a biodiversidade, com base aos aspectos a
convenção. A cronologia das ações do MMA para a criação de uma política nacional sobre a
biodiversidade, são esboçadas na Figura 2:
27
Cronologia Ações
1998 a 2000 Formulação de 5 pareceres sobre os biomas brasileiros.
1998 a 2001 Realização de estudos básicos, considerando várias vertentes relacionadas à
biodiversidade e à convenção.
2000 a 2001 Consulta a partes interessadas (governo federal, estatais, organizações não
governamentais (ONGs), empresários, comunidades acadêmicas, indígenas e locais).
Março de 2002 Montagem de prévio texto da política nacional sobre a biodiversidade.
Abril e maio de
2002
Ato de analisar o prévio do documento e conclusão da elaboração de política nacional
sobre a biodiversidade, por meio de quatro reuniões, nos estados de Curitiba, Recife,
Manaus e em Goiânia.
Agosto de 2002 Encerramento das consultas a respeito da propositura de política nacional de
biodiversidade brasileira.
22 de agosto de
2002
Regula-se os princípios e diretrizes para a efetivação da Política Nacional de
Biodiversidade, pelo Decreto n° 4.339 de 22 de agosto de 2002.
Figura 2. Cronologia para Elaboração da Política Nacional de Biodiversidade
Nota: Fonte: Elaborado pela autora, com dados do Ministério do Meio Ambiente, Brasil.MMA, 2017.
Os estágios da construção e implementação da Política Nacional de Biodiversidade,
foram desenhados pelo MMA, conforme Figura 3.
28
Figura 3. Etapas da construção da Política Nacional de Biodiversidade
Nota: Fonte: Brasil.MMA, 2017.
Todo esse processo participativo para formulação da Política Nacional da
Biodiversidade (PNB) resultou em Lei composta de sete objetivos gerais associados ao
conhecimento da biodiversidade; conservação da biodiversidade; utilização sustentável dos
componentes da biodiversidade; monitoramento, avaliação, prevenção e mitigação de
impactos sobre a biodiversidade; acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos
tradicionais associados e repartição de benefícios; educação, sensibilização pública,
informação e divulgação sobre biodiversidade; fortalecimento jurídico e institucional para a
gestão da biodiversidade.
29
Muito mais que uma PNB, a Convenção sobre Diversidade Biológica estimulou e vem
provocando, desde 1994, diversas ações para o Brasil e para o mundo acerca do tema, mas
isso só foi possível pelo prosseguimento dos debates juntamente com avaliações dos
resultados alcançados em peregrinação de encontros bianuais denominados de Conferência
das Partes (COP), onde se reúnem as autoridades máximas das nações signatárias da
Convenção (CDB, 2017).
A cúpula CDB concretizou 13 reuniões COP, nas quais adotaram diversas decisões
(CDB, 9), sendo a mais recente a revisão do Plano Estratégico para a Biodiversidade e seus
objetivos, bem como a inclusão de 20 metas, denominadas de Metas de Aichi de
Biodiversidade (CEBDS, 2014).
Conforme a Resolução da Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio nº 6)
(Brasil, 2013), a Metas de Aichi estabelecem cinco objetivos estratégicos que compõem um
conjunto de 20 metas a serem cumpridos, no período de 2011-2020. São eles:
1. Objetivo Estratégico A: Tratar as verdadeiras causas da perda de biodiversidade
internalizando o tema “biodiversidade” em todo o governo e sociedade.
Meta 1: Até 2020 as pessoas terão conhecimento dos valores da biodiversidade e
das medidas que poderão tomar para conservá-la e utilizá-la de forma
sustentável.
Meta 2: Até 2020 os valores da biodiversidade serão integrados em estratégias
nacionais e locais de desenvolvimento e redução de pobreza e procedimentos de
planejamento e estarão sendo incorporados em contas nacionais, conforme o
caso, e sistemas de relatoria.
Meta 3: Até 2020 incentivos, inclusive subsídios, lesivos à biodiversidade terão
sido eliminados ou reformados, ou estarão em vias de eliminação visando a
minimizar ou evitar impactos negativos, e incentivos positivos para a
conservação e uso sustentável de biodiversidade terão sido elaborados e
aplicados, consistentes e em conformidade com a Convenção e outras obrigações
internacionais relevantes, levando em conta condições socioeconômicas
nacionais.
Meta 4: Até 2020 Governos, o setor privado e grupos de interesse em todos os
níveis terão tomado medidas ou implementarão planos para produção e consumo
sustentáveis e terão conseguido restringir os impactos da utilização de recursos
naturais claramente dentro de limites ecológicos seguros.
30
2. Objetivo Estratégico B: Reduzir as pressões diretas sobre biodiversidade e
promover utilização sustentável.
Meta 5: Até 2020 a taxa de perda de todos os habitats naturais, inclusive
florestas, terá sido reduzida em pelo menos a metade e, na medida do possível,
levada a perto de zero, e a degradação e fragmentação terão sido reduzidas
significativamente.
Meta 6: Até 2020 o manejo e captura de quaisquer estoques de peixes,
invertebrados e plantas aquáticas serão sustentáveis, legais e feitas com a
aplicação de abordagens ecossistêmicas de modo a evitar a sobre exploração,
colocar em prática planos e medidas de recuperação para espécies exauridas,
fazer com que a pesca não tenha impactos adversos significativos sobre espécies
ameaçadas e ecossistemas vulneráveis, e fazer com que os impactos da pesca
sobre estoques, espécies e ecossistemas permaneçam dentro de limites ecológicos
seguros.
Meta 7: Até 2020 áreas sob agricultura, aquicultura e exploração florestal serão
manejadas de forma sustentável, assegurando a conservação de biodiversidade.
Meta 8: Até 2020 a poluição, inclusive resultante de excesso de nutrientes, terá
sido reduzida a níveis não detrimentais ao funcionamento de ecossistemas e da
biodiversidade.
Meta 9: Até 2020 espécies exóticas invasoras e seus vetores terão sido
identificadas e priorizadas, espécies prioritárias terão sido controladas ou
erradicadas, e medidas de controle de vetores terão sido tomadas para impedir
sua introdução e estabelecimento.
Meta 10: Até 2015 as múltiplas pressões antropogênicas sobre recifes de coral, e
demais ecossistemas impactados por mudança de clima ou acidificação oceânica,
terão sido minimizados para que sua integridade e funcionamento sejam
mantidos.
3. Objetivo Estratégico C: Melhorar a situação (status) da biodiversidade, protegendo
ecossistemas, espécies e diversidade genética.
Meta 11: Até 2020 pelo menos 17 por cento de áreas terrestres e de águas
continentais e 10 por cento de áreas marinhas e costeiras, especialmente áreas de
especial importância para biodiversidade e serviços ecossistêmicos, terão sido
31
conservados por meio de sistemas de áreas protegidas geridas de maneira efetiva
e equitativa, ecologicamente representativas e satisfatoriamente interligadas e por
outras medidas espaciais de conservação, e integradas em paisagens terrestres e
marinhas mais amplas.
Meta 12: Até 2020 a extinção de espécies ameaçadas conhecidas terá sido evitada
e sua situação de conservação, em especial daquelas sofrendo um maior declínio,
terá sido melhorada e mantida.
Meta 13: Até 2020 a diversidade genética de plantas cultivadas e de animais
criados e domesticados e de variedades silvestres, inclusive de outras espécies de
valor socioeconômico e/ou cultural, terá sido mantida e estratégias terão sido
elaboradas e implementadas para minimizar a erosão genética e proteger sua
diversidade genética.
4. Objetivo estratégico D: Ressaltar os benefícios da biodiversidade e dos serviços
ecossistêmicos a todos.
Meta 14: Até 2020 ecossistemas provedores de serviços essenciais, inclusive
serviços relativos à água e que contribuem à saúde, meios de vida e bem-estar
terão sido restaurados e preservados, levando em conta as necessidades de
mulheres, comunidades indígenas e locais, e os pobres e vulneráveis.
Meta 15: Até 2020 a resiliência de ecossistemas e a contribuição da
biodiversidade para estoques de carbono terão sido aumentadas através de ações
de conservação e recuperação, inclusive por meio da recuperação de pelo menos
15 por cento dos ecossistemas degradados, contribuindo assim para a mitigação e
adaptação à mudança de clima e para o combate à desertificação.
Meta 16: Até 2015 o Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos Genéticos e
a Repartição Justa e Equitativa dos Benefícios Derivados de sua Utilização terá
entrado em vigor e estará operacionalizado, em conformidade com a legislação
nacional.
5. Objetivo estratégico E: Aprimorar, ampliar a implementação por meio do
planejamento participativo, gestão de conhecimento e capacitação.
Meta 17: Até 2015 cada Parte terá elaborado, adotado como instrumento de
política, e começado a implementar uma estratégia nacional de biodiversidade e
plano de ação efetiva, participativa e atualizada.
32
Meta 18: Até 2020 os conhecimentos tradicionais, inovações e práticas de
comunidades indígenas e locais relevantes à conservação e uso sustentável de
biodiversidade, e a utilização consuetudinária dessas de recursos biológicos, terão
sido respeitados, de acordo com a legislação nacional e as obrigações
internacionais relevantes, e plenamente integrados e refletidos na implementação
da Convenção com a participação plena e efetiva de comunidades indígenas e
locais em todos os níveis relevantes.
Meta 19: Até 2020 o conhecimento, a base científica e tecnologias ligadas à
biodiversidade, seus valores, funcionamento, situação e tendências, e as
consequências de sua perda terão sido melhorados, amplamente compartilhados e
transferidos e aplicados.
Meta 20: Até 2020 no mais tardar, a mobilização de recursos financeiros para a
implementação efetiva do Plano Estratégico para Biodiversidade 2011-2020
oriundos de todas as fontes e em conformidade com o processo consolidado e
acordado na Estratégia de Mobilização de Recurso deverá ter aumentado
substancialmente em relação a níveis atuais. Esta meta estará sujeita a alterações
decorrentes das avaliações da necessidade de recursos a serem elaboradas e
relatadas pelas Partes.
O Brasil teve participação do processo de definição e aprovação das Metas de Aichi e
segundo o MMA (Brasil.MMA, 2016) deve exercer, com responsabilidade e eficiência, um
papel de liderança na sua implantação, para a conservação da biodiversidade.
2.4 AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA E A BIODIVERSIDADE
De acordo com Noble e Nwanekezie (2016), a AAE é um processo de avaliação
multifacetado e multidimensional que pode ajudar a estabelecer a direção estratégica para uso
do solo e conservação da biodiversidade. Para Lee (1995), o uso da AAE no planejamento
permite antecipar impactos e medidas de mitigação durante o processo de desenvolvimento
implicando a manutenção da biodiversidade e a proteção de habitats.
Geneletti (2015) destaca que a biodiversidade na AAE deveria se valer de métodos
analíticos das disciplinas-chave para compreensão do tema, o que representaria um ganho na
qualidade da previsão e avaliação de impactos no planejamento.
De acordo com Uprety (2005), a inclusão da biodiversidade na avaliação de impacto
pode promover abordagens baseadas no princípio da precaução, ecossistemas e perdas
33
líquidas zero, que são importantes para priorizar uma perspectiva de prevenção ao invés de
compensação, sendo indispensável usar como orientação o que está preconizado na
Convenção da Diversidade Biológica e na Convenção de Ramsar.
De fato, na literatura recente de AAE encontram-se pesquisas que tentam buscar
caminhos para integrar adequadamente biodiversidade em AAE. Kolhoff e Slootweg (2005)
analisaram a abordagem da biodiversidade em estudos de AAE aplicados a planos espaciais
com o objetivo de produzir uma apresentação à Convenção da Diversidade Biológica para a
elaboração de diretrizes interacionais para a consideração da biodiversidade em AAE.
Da mesma forma, Treweek, Therivel, Thompson e Slater (2005) identificaram alguns
princípios importantes a serem incluídos na AAE para garantir apropriada consideração da
biodiversidade, favorecendo que a conservação e o uso sustentável da biodiversidade sejam
atingidos como objetivos fundamentais da tomada de decisão estratégica. Segundo esses
autores, esses princípios podem ser aplicados em qualquer país que a AAE seja utilizada,
embora legislação, metodologias e procedimentos possam variar bastante.
Ainda segundo Treweeket et al. (2005), a AAE pode ajudar na conservação e uso
sustentável da biodiversidade de várias formas como:
a) ajudando a implementar a política de biodiversidade: incluindo obrigações
internacionais sob convenções globais assim como políticas nacionais para
proteção da biodiversidade e meio ambiente;
b) ajudando a garantir a criação de requisitos para áreas protegidas e habitats:
garantindo oportunidades para identificar alternativas no planejamento que não
entrem em conflito os objetivos das áreas protegidas ou que se faça provisão de
mitigação e compensação que garanta a integridade das áreas protegidas e a
viabilidade dos seus habitats para manutenção ou restauração das espécies;
c) construindo a valorização da biodiversidade no planejamento: essa valorização
pode incluir consolidação, ampliação ou zonas de amortecimento de áreas ricas em
biodiversidade; melhorias na qualidade ambiental como garantindo oferta de água
potável e reduzindo os níveis de poluição; criando novos habitats; melhoria da
gestão ao longo de áreas protegidas; identificando oportunidades para permitir a
recuperação espontânea de áreas degradadas; melhoria da gestão para melhoria da
biodiversidade em áreas e habitats não protegidos;
d) encorajando uma abordagem ecossistêmica: essa abordagem visa a garantir que as
atividades humanas e o uso da biodiversidade não prejudiquem as funções e os
processos dos ecossistemas que sustentam a biodiversidade a longo prazo;
34
e) assegurando consulta e participação da população que necessita e usa a
biodiversidade: AAE deve garantir oportunidade para que haja efetiva participação
das partes interessadas sendo essencial a observação dos costumes tradicionais,
línguas locais e que seus interesses estejam representados e considerados no
processo;
f) assegurando princípios para efetiva integração da biodiversidade na AAE: a AAE
como uma ferramenta para a conservação e uso sustentável da biodiversidade;
g) assegurando princípio sobre perda líquida zero: garantir os aspectos quantitativos e
qualitativos da biodiversidade (o que é, quão abundante é, quão estruturada e
distribuída é a biodiversidade);
h) assegurando o princípio da precaução: deve ser garantido que nenhum dano severo
será inferido à biodiversidade;
i) garantindo que a AAE considera os impactos sobre a biodiversidade em um nível
apropriado: embora se alegue que é totalmente impraticável que a AAE estude os
impactos em nível genético devido à dificuldade para mensurar e modelar
mudanças genéticas, a AAE não deve negligenciar os efeitos genéticos decorrentes
do planejamento;
j) colocando os princípios em prática, a AAE deve identificar oportunidades para:
evitar ou prevenir perdas ou danos à biodiversidade; reduzir ou minimizar efeitos
negativos; melhorar a biodiversidade sempre que possível ou garantindo
oportunidades para recuperação; compensar perdas inevitáveis de biodiversidade; e
consolidar informação sobre biodiversidade. A biodiversidade em AAE deve ser
considerada em nível genético, nível de espécies e nível de ecossistemas.
Outros roteiros ou guias para avaliar e incluir a biodiversidade em AAE estão
disponíveis. Em 2004, foi proposto no Reino Unido um guia para praticantes relacionado à
AAE e biodiversidade proposto pelo poder público em conjunto com consultores
independentes e universidade (South West Ecological Surveys, Levett-Therivel sustainability
consultants and Oxford Brookes University, 2004). Mais recentemente a Environmental
Protection Agency (EPA), da Irlanda, propôs um Manual para incluir a biodiversidade nos
processos de Avaliação de Impacto desde Avaliação de Impacto Ambiental a Avaliação
Ambiental Estratégica (EPA, 2013). A Commission for Environmental Assessment, da
Holanda, propôs em 2006 Orientações Voluntárias para incluir biodiversidade em AAE
(Commission for Environmental Assessment, 2006).
35
Dos roteiros propostos destaca-se aquele estabelecido pela International Association
for Impact Assessment (IAIA, 2005) com princípios orientadores, que são exatamente aqueles
propostos por Treweek et al. (2005) e princípios operacionais. Os princípios operacionais
referem-se a:
a) Seleção de ações: apoiada em critérios que permitam determinar se recursos
importantes de biodiversidade serão afetados, mensurados por meio de
indicadores;
b) Definição do escopo da AAE: pela definição das questões a serem estudadas e os
métodos a serem usados, como uma oportunidade para sensibilizar para as
questões da biodiversidade e discutir alternativas que evitem ou minimizem
impactos sobre a biodiversidade;
c) Estudo de impacto e preparação do relatório de AAE: abordar a biodiversidade
nos níveis apropriados, considerado o tempo suficiente para considerar os efeitos
sazonais nos levantamentos. Enfatizar os processos e serviços ecossistêmicos
críticos para o bem-estar humano e a integridade dos ecossistemas. Explicar os
principais riscos e oportunidades para a biodiversidade. Deve contemplar os três
níveis:
Ao nível genético, até que ponto a proposta terá efeitos significativos sobre:
• A diversidade genética das espécies, particularmente as espécies raras e em
declínio e as identificadas como prioritárias em Estratégias Nacionais e Planos
de Ação para a Biodiversidade e/ou nos planos infranacionais de
biodiversidade?
• As oportunidades de interação entre as populações das espécies, por exemplo,
ao aumentar a fragmentação do habitat e o isolamento?
• O risco de extinção?
• A persistência de espécies localmente bem adaptadas?
Ao nível de espécies, até que ponto a proposta terá efeitos significativos sobre:
• Alterar a riqueza das espécies ou a composição específica dos habitats na área
de estudo?
• Alterar a composição específica das comunidades?
• Provocar o desaparecimento de algumas espécies da área?
36
• Afetar espécies identificadas como prioritárias nas Estratégias Nacionais e
Planos de Ação para a Biodiversidade e/ou nos planos infranacionais de
biodiversidade?
• Aumentar o risco de invasão por espécies exóticas?
Ao nível de ecossistema, até que ponto a proposta irá:
• Alterar a quantidade, qualidade ou organização espacial do habitat?
• Afetar planos para melhorar a disponibilidade ou qualidade do habitat?
• Provocar danos nos processos e serviços do ecossistema, particularmente
aqueles dos quais dependem as comunidades locais?
Finalmente:
a) Se os habitats irão perder-se ou ser alterados, existe habitat alternativo
disponível para apoiar as populações de espécies associadas?
b) Existem oportunidades para consolidar ou conectar habitats?
1. Mitigação: As ações corretivas podem se materializar por prevenção, mitigação e
compensação. Deve-se priorizar a “abordagem de planejamento positiva”, em que
a prevenção tem prioridade sobre as demais formas de mitigação e a compensação
é usada apenas como última alternativa. Buscar oportunidades para potencializar
positivamente a biodiversidade. Devem existir casos em que as situações de dano
irreversível para a biodiversidade devem ser evitadas no planejamento.
2. Revisão para a tomada de decisão: Assegurar revisão dos relatórios ambientais,
quanto à biodiversidade, por um especialista no caso que os impactos sobre a
biodiversidade sejam significativos.
3. Tomada de decisão: Evitar a competição entre objetivos de conservação e do
desenvolvimento; equilibrar a conservação com o uso sustentável, em direção a
soluções economicamente viáveis e social e ecologicamente sustentáveis. Para
questões importantes de biodiversidade, aplicar o princípio da precaução quando a
informação for insuficiente e o princípio de “parar a perda líquida” quando há
perdas irreversíveis associadas à proposta de desenvolvimento.
4. Gestão, monitoramento e avaliação: É importante reconhecer que as previsões
quanto à biodiversidade são incertas, especialmente em cenários de longo prazo e
deve haver um aparato de gestão para acompanha-las e propor medidas de resposta
37
a emergências e/ou planos de contingência, sempre que hajam ameaças à
biodiversidade.
Embora limitada à experiência com AAE no Brasil, Esteves e Souza (2014), a partir da
premissa que a definição e manejo de áreas protegidas são estratégias relevantes para a
proteção da biodiversidade, realizaram um levantamento sobre os benefícios da AAE na
construção de planos de manejos de áreas protegidas, conseguindo identificar uma série de
benefícios positivos para a biodiversidade considerado esse arranjo.
A IAIA (2005) considera que as áreas com biodiversidade significativa, de interesse
mundial e relevantes para consideração em AAE, aquelas áreas que:
a) suportam habitats, espécies ou genótipos endêmicos, raros ou em declínio;
b) suportem genótipos ou espécies cuja presença é um pré-requisito à persistência
de outras espécies;
c) funcionam como um tampão, um habitat de ligação ou corredor ecológico ou
desempenham um papel importante na manutenção da qualidade do ambiente;
d) tenham uma importante utilização sazonal ou são críticas para a migração;
e) suportam habitats, populações ou ecossistemas vulneráveis, ameaçados ao longo
da sua distribuição e cuja recuperação é lenta;
f) suportam áreas particularmente extensas ou continuadas de habitats
anteriormente não perturbados;
g) funcionam como um refúgio da biodiversidade durante as mudanças climáticas,
permitindo a persistência e continuidade dos processos evolutivos;
h) suportam biodiversidade para a qual a mitigação de impactos é difícil ou cuja
eficácia não está comprovada, incluindo habitats que levam muito tempo a
desenvolver biodiversidade característica;
i) apresentam-se atualmente pobres em biodiversidade, mas têm o potencial para
desenvolver elevada biodiversidade, se for realizada uma intervenção apropriada.
38
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Os estágios da pesquisa são apresentados considerando as características de pesquisa,
método utilizado, amostra de estudo e os pressupostos teóricos que delinearam a pesquisa.
3.1 MÉTODO DA PESQUISA
Essa pesquisa é de âmbito exploratório devido a seus objetivos e pelo fato da ausência
de muitas informações acerca da qualidade das AAE brasileiras, da necessidade de identificar
a temática biodiversidade nos poucos relatórios de AAE do Brasil, e da possibilidade de novas
descobertas, a partir dessa análise. Segundo Gil (2009), classifica-se como pesquisa
exploratória, aquela que viabiliza o pesquisador adquirir pratica a ponto de permitir que o
mesmo tenha uma visão nítida e gere novas suposições acerca do objeto de estudo.
Paduá (2000) atribui ao método de pesquisa, extrema relevância e considera,
hipoteticamente, que o conhecimento é o ápice de uma escada, sendo que as etapas que
rigorosamente precisam ser atingidas em ordem, enquanto os passos têm que ser medidos
precisamente para que se alcance o próximo degrau, de modo que ao término se depare com a
sabedoria.
Para amparar a pesquisa exploratória, assumiu a forma de pesquisa bibliográfica
complementado pelo meio investigativo de pesquisa documental. De acordo com Pádua
(2000), a pesquisa bibliográfica destaca-se por desempenhar o papel inicial de apresentação
de diversas fontes de busca ao pesquisador e carregar consigo a função de permitir acesso a
estudos antecessores à iniciativa.
O ato de pesquisa em relatórios de AAE é enquadrado por Vergara (2000) como
pesquisa documental, porém, segundo Gil (2009), esse tipo de documento não é totalmente
livre de interferências analíticas, mas garante o privilégio de acesso a dados duradouros.
A técnica empregada na pesquisa se restringe à ordem qualitativa, por consistir em
observar a biodiversidade nos relatórios de AAE brasileiro, bem como descrever e compilar
os achados de acordo com os níveis ecossistêmicos, genético e específico, em quadros
(Martins e Theóphilo e Martins, 2009). Conforme Flick (2004), nesse modelo o fenômeno é
analisado com aprofundamento, objetivando entender a realidade do que se analisa.
39
3.2 DEFINIÇÃO DA AMOSTRA DE PESQUISA
As AAEs realizadas para o Brasil, de acordo com Nadruz (2015), não estão
centralizadas em uma ferramenta oficial de consulta e busca o que é entendido pela autora
como uma consequência da ausência desse instrumento nas diretrizes legais regulatórias no
país.
Por isso, a ocorrência de estudos de AAE existentes no Brasil foi identificada a partir
de pesquisas como as de Margato e Sánchez (2014), que relatam 24 estudos; Malvestio e
Montaño (2013) fazem referência a 35 estudos; Oberling, La Rovere e Silva (2014) afirmam a
existência de 21 estudos de AAE; Silva, Selig e Van Bellen (2014) identificaram 32 estudos; e
Montaño et al. (2014) apontam o número em torno de 40 estudos.
Para esta pesquisa a amostra se restringe ao universo de 35 relatórios de Avaliação
Ambiental Estratégica realizada para o país, sendo que as obtenções dessas AAEs são
oriundas das pesquisa de Nadruz (2015), no catálogo elaborado por Malvestio, Oppermann e
Silva, disponível para consulta na página eletrônica,
http://www.shs.eesc.usp.br/nepa/relatorios_aae.html, do Núcleo de Estudos de Política
Ambiental (NEPA) e em consultas a páginas eletrônicas de órgãos públicos, inicativa privada
de consultoria e bancos financiadores.
Os 35 relatórios organizados por Nadruz (2015) em categorias de planejamento para o
setor de energia, desenvolvimento regional, transporte e turismo estão ilustrados na Tabela 1 e
foram utilizados, para essa pesquisa.
Tabela 1
Estudos técnicos brasileiros de AAE
AAE ANO CATEGORIA
Gasoduto Brasil – Bolívia 1997
Energia
Bacia do Rio Chopim, Região Sudoeste, Estado do Paraná 2002
Rio Areia, Região Centro Sul, Estado do Paraná 2002
Setor de Petróleo e Gás Natural no Sul da Bahia 2003
Programa de Eletrificação Rural do Noroeste de Minas Gerais 2005
Sub-bacia do Rio Verde 2007
Programa de Geração Hidrelétrica em Minas Gerais 2007
Programa de Investimentos da Petrobras na Área de Abrangência da Baía de
Guanabara 2009
Bacia do Turvo 2009
Planejamento da Dimensão Portuária, Industrial, Naval Offshore no Litoral
Paulista – PINO 2010
40
Planos de Expansão da Silvicultura de Eucalipto e Biocombustível no
Extremo Sul da Bahia 2011
Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus – PROSAMIM 2004
Desenvolvimento
Regional
Programa de Melhoria da Qualidade Ambiental Urbana do Amapá 2006
Bacia do Alto Paraguai 2007
Avaliação Ambiental Estratégica do Polo Industrial e de Serviços de Anchieta 2008
Polo Minero-Industrial de Corumbá e Influências sobre a Planície Pantaneira 2008
Projeto de Conservação e Gestão Sustentável do Bioma Caatinga – Mata
Branca 2010
Portfólio dos Eixos Nacionais 2003
Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido Sergipano 2005
Programa Bid II, Primeira Fase Curitiba, Brasil 2002
Transporte
Programa Rodoanel Mário Covas – Transporte para desenvolvimento
sustentável 2004
"Proacesso BIDH" – RAAE 2005
Programa Rodoviário do Estado de Minas Gerais – PRMG 2007
Programa Multimodal de Transporte e Desenvolvimento Mínero-Industrial da
Região Cacaueira 2008
Complexo Industrial e Portuário do Açu 2009
Arco Metropolitano do Rio de Janeiro 2010
Eixo de Capricórnio 2011
Programa de recuperação de Rodovias do Estado de São Paulo 2005
Programa Brasília Integrada 2007*
Costa Norte 2007
Turismo
Polos Turísticos do Estado do Rio de Janeiro (Polo Litoral) 2008
Polos Turísticos do Estado do Rio de Janeiro (Polo Serra) 2008
Conjunto de Ações Integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado do
Turismo Sustentável – PDITS, dos Polos Turísticos Costa das Dunas, Costa
Branca e Seridó
2011
Prodetur Nacional no Estado do Mato Grosso do Sul – Polo Campo Grande e
Região 2014
Prodetur Nacional no Estado do Mato Grosso do Sul – Polo Serrado
Bodoquena 2014
Fonte: Nadruz, 2015. * Fonte: Malvestio, 2013.
3.3 INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DADOS
Para análise dos dados, procurou-se identificar uma ferramenta que já fosse alinhada
às variáveis de pesquisa, ou seja, biodiversidade e avaliação ambiental estratégica. Dentre as
buscas realizadas, o referencial que melhor se identificou para atender aos objetivos da
pesquisa foi o questionário elaborado pela International Association for Impact Assessment
(IAIA, 2005).
41
Pois, conforme IAIA (2005), a Avaliação Ambiental Estratégica para políticas, planos
e programas deve contemplar a biodiversidade; a partir de então, como forma de
operacionalizar a inclusão da biodiversidade na avaliação ambiental estratégica, foi elaborado
um roteiro sintetizado em questionário para cada nível de biodiversidade como forma de
orientar a análise de situações que possam interferir na biodiversidade e, consequentemente,
identificar riscos e oportunidades para esse bem.
Adotou-se como instrumento de pesquisa o Princípio Operacional, “Estudo de impacto
e preparação do relatório”, proposto por IAIA (2005), que consiste em questões para cada
nível de biodiversidade (genético, nível específico e nível do ecossistema), que foi discutido
no referencial teórico e está apresentado na Figura 4.
42
Nível genético Nível específico Nível ecossistemas
Até que ponto a proposta terá efeitos significativos sobre: Até que ponto a proposta irá: Até que ponto a proposta irá:
1 – A diversidade genética das espécies, particularmente as
espécies raras e em declínio e as identificadas como prioritárias
em Estratégias Nacionais e Planos de ação para a
biodiversidade e ou nos planos infranacionais de
biodiversidade?
1 – Alterar a riqueza das
espécies ou a composição
específica dos habitats na área
de estudo?
1 – Alterar a quantidade, qualidade ou
organização espacial do habitat?
2 – As oportunidades de interação entre as populações das
espécies, por exemplo, ao aumentar a fragmentação do habitat e
isolamento?
2 – Alterar a composição
específica das comunidades?
2 – Afetar planos para melhorar a
disponibilidade ou qualidade do habitat?
3 – O risco de extinção?
3 – Provocar o desaparecimento
de alguma espécie?
3 – Provocar danos nos processos e
serviços do ecossistema, particularmente
aqueles dos quais dependem as
comunidades locais?
4 – A persistência de espécies localmente bem adaptadas? 4 – Afetar espécies
identificadas como prioritárias
nas Estratégias Nacionais e
Planos de ação para a
biodiversidade/ou nos Planos
infranacionais de
biodiversidade?
4 – Se os habitats irão perder-se ou ser
alterados, existe habitat alternativo
disponível para apoiar as populações de
espécies associadas?
5 – Aumentar o risco de
invasão por espécies exóticas?
5 – Existem oportunidades para
consolidar ou conectar habitats?
Figura 4. Questões para orientação na identificação dos níveis de biodiversidade em AAE
Nota: Fonte: IAIA (2005).
43
Os outros princípios operacionais propostos por IAIA (2005), “Seleção de Ações”,
“Definição de âmbito”, “Mitigação”, “Revisão para tomada de decisão”, “Tomada de
decisão”, “Gestão, monitorização, avaliação e auditoria” não puderam ser observados, pois, o
objeto de estudo se refere exclusivamente à análise dos relatórios de AAE.
Para facilitar a pesquisa nos relatórios de AAE, constituídos de extensos e complexos
conteúdos, foi realizada inicialmente uma observação completa do documento, depois uma
análise individual do(s) sumário(s) de cada relatório de AAE, seguido de averiguação
profunda dos itens de selecionados do sumário.
Nos itens de interesse do sumário, com o auxílio do comando Ctrl F, utilizando-se de
palavras-chave extraídas do questionário proposto para cada nível (genético, específico,
ecossistema) de biodiversidade por IAIA (2005), foram realizadas as pesquisas. Contudo,
considerando a fragilidade do uso de palavras-chave ao inibir respostas com palavras
derivadas ou que sofrerão conjugação, adotou-se na prática partículas das palavras-chave.
Tanto as palavras e as partículas utilizadas na busca são apresentadas na Figura 5.
Detectadas as palavras-chave ou correlatadas por meio das partículas, nos relatórios de
AAE, verificou-se por meio de leitura se o conteúdo acoplado se tratava dos efeitos que a
“Proposta de desenvolvimento” ocasionaria aos níveis de biodiversidade.
Nos casos em que se identificaram trechos de texto pertinentes que respondem o
questionário de IAIA (2005), esses foram extraídos dos relatórios e dispostos nos quadros do
respectivo nível equivalente ao achado, como resposta para os questionários de cada nível de
biodiversidade, de forma a evidenciar os resultados do objeto pesquisado.
Em síntese, todas as etapas desta análise foram orientadas pelas frases dispostas no
questionário IAIA (2005) de cada nível de biodiversidade, reescritas a seguir:
“Até que ponto a proposta terá efeitos significativos sobre:”
“Até que ponto a proposta irá:”
“Até que ponto a proposta irá:”
44
Palavras Partícula Palavras Partícula
1º genético
2º Diversidade
3º Espécies
4º Espécie raras
5º Declínio
6º prioritária
7º Plano
8º Biodiversidade
9º Interação
10º Populações
11º aumentar
12º Fragmentação
13º Habitat
14º isolamento
15º risco
16º Extinção
17º Persistência
18º localmente
19º Adaptadas
20º específico
21º alterar
22º Riqueza
23º Composição
Gen
Diver
Espé
Raras
Declí
Priori
Plan
Biod
Intera
Populaç
Aument
Fragment
Habit
Isola
Risco
Extin
Persist
Local
Adap
Espec
Altera
Rique
Composi
24º Comunidade
25º provocar
26º Desaparecimento
27º afetar
28º Invasão
29º exóticas
30º Ecossistema
31º Quantidade
32º Qualidade
33º Organização
34º espacial
35º Disponibilidade
36º Danos
37º Processos
38º Serviços
39º Locais
40º perder
41º alternativo
42º disponível
43º apoiar
44º Associadas
45º Oportunidades
46º consolidar
47º conectar
Comunida
Provoca
Desapare
Afet
Inva
Exóti
Ecossiste
Quanti
Quali
Organiza
Espaci
Disponi
Dano
Process
Serviço
Locai
Perder
Alternati
Disponí
Apoia
Associa
Oportu
Consolida
Conect
Figura 5. Palavras-chave para busca dos níveis de biodiversidade nos estudos de AAE
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
Para fins da pesquisa da biodiversidade, adotou-se a definição de biodiversidade
estabelecida pela CDB.
Todos os achados da pesquisa documental foram dispostos em quadros e nos
respectivos níveis de biodiversidade, em questão condizente. Vale ressaltar que nos casos em
que os trechos abordaram temáticas de mais que um nível e ou questão, o trecho foi disposto
no nível equivalente ao contexto do trecho ou por maior aproximação.
45
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados foram organizados da seguinte forma: primeiro apresenta-se a AAE
analisada por meio da descrição do objetivo de cada AAE e o resultado dos itens dos sumários
analisados. Na sequência para fins de cumprir com o objetivo específico 1) Analisar a
biodiversidade em seus níveis genético, de espécies e de ecossistemas, a partir dos relatórios
brasileiros de Avaliação Ambiental Estratégica, disponibiliza o resultado da aplicação do
roteiro metodológico e o resultado da análise da biodiversidade (níveis) em estudos brasileiros
de AAE.
Em seguida e em concordância com o objetivo específico 2) Caracterizar o
planejamento brasileiro analisado por meio da Avaliação Ambiental Estratégica no Brasil,
apresenta o resultado da análise temporal da abordagem da biodiversidade nos relatórios
brasileiros de AAE, o resultado da análise da biodiversidade por categoria do planejamento, e
análise da distribuição de AAE no Brasil.
Por último, para atingir o objetivo geral da pesquisa, resultado da análise da
abordagem da biodiversidade nos relatórios brasileiros de AAE em atendimento ao
preconizado na convenção da biodiversidade.
4.1 SELEÇÃO DE AAES ANALISADAS
Os 35 relatórios de AAEs selecionados como fontes de dados desta pesquisa, são
descritos de forma sucinta, por meio do objetivo do planejamento de desenvolvimento de cada
um.
4.1.1 Avaliação Ambiental Estratégica do Gasoduto Brasil – Bolívia (1997)
A elaboração da AAE Gasbol tem por base a implantação de um gasoduto para o
transporte de gás natural da Bolívia até o Brasil. O Gasoduto se inicia em Santa Cruz de La
Sierra, na Bolívia, e percorre para a região Centro-Sul do território brasileiro, precisamente
nos Estados Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
(Prime Engenharia, 1997).
46
4.1.2 Avaliação Ambiental Estratégica da Bacia do Rio Chopim (2002)
A Bacia do Rio Chopim está situada na região sudoeste do Estado do Paraná, e o
objetivo principal apresentado no relatório AAE consiste em identificar regiões da Bacia do
Rio Chopim com potencial elevado ou baixo, do ponto de vista técnico e ambiental, para
suportar a implantação de hidrelétricas (Soluções em Meio Ambiente [SOMA] & Juris
Ambientis, 2002).
4.1.3 Avaliação Ambiental Estratégica do Rio Areia (2002)
A AAE do Rio Areia almeja detectar criticidade ambiental acerca do desenvolvimento
do rio localizado na região Centro-Sul, Estado do Paraná, em relação ao planejamento de
inserção de aproveitamentos hidrelétricos. Dessa forma, o estudo foi gerado para subsidiar os
tomadores de decisão sobre a viabilidade de empreendimentos para região de modo a
aumentar a geração de energia elétrica (Soluções em Meio Ambiente [SOMA] & Juris
Ambientis, 2002).
4.1.4 Avaliação Ambiental Estratégica para o setor de Petróleo e Gás Natural no Sul da Bahia
(2003)
A AAE tem por finalidade analisar as chances de exploração e de produção de
petróleo, gás natural, e possibilidade de geração e de transmissão de energia elétrica na Bacia
Sedimentar Marítima de Camamu – Almada, situada no Litoral Sul do Estado da Bahia. Local
em que abriga os blocos marítimos BCAM 40, BMCAL-4, BAS 97, BMCAL-5 e BMCAL-6
(Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente [LIMA] e pela Coordenação de Programa de
Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro [COPPE/UFRJ],
2003).
4.1.5 Avaliação Ambiental Estratégica do Programa de Eletrificação Rural do Noroeste de
Minas Gerais (2005)
O fator-motriz para a realização dessa AAE está atrelado à multiplicação de
disponibilidade de energia elétrica de 150 MW para 300 MW na região noroeste de Minas
Gerais, de maneira que abasteça 27.494 consumidores, a partir do estabelecimento de linhas
47
de transmissão e desenvolvimento de redes de distribuição de energia (Companhia Energética
de Minas Gerais [CEMIG] e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico [SEDE],
2005).
4.1.6 Avaliação Ambiental Estratégica da Sub-Bacia do Rio Verde (2007)
Essa AAE foi realizada para a Sub-bacia do Rio Verde, situada na região nordeste do
Estado de Mato Grosso do Sul, no intuito de compilar informações sobre a capacidade suporte
de instalação de empreendimentos hidrelétricos, pretendidos para a região, além de identificar
os impactos socioeconômicos e ambientais, na Sub-bacia do Rio Verde (Soluções em Meio
Ambiente [SOMA], Eletrosul Centrais Elétrica Ltda. [Eletrosul] & DM Construtora de Obras
Ltda. [DM], 2007).
4.1.7 Avaliação Ambiental Estratégica no Programa de Geração Hidrelétrica em Minas Gerais
(2007)
A necessidade de averiguar a oferta e demanda bem como previsões de situações até o
ano de 2027, das diversas fontes de energia no Estado de Minas Gerais, proporcionou a
realização da AAE, a qual visa a identificar os potenciais impactos diretos, indiretos,
cumulativos e sinérgicos, provenientes da introdução de rede de linhas de transmissão e
distribuição de energia (Arcadis Tetraplan; Secretaria de Desenvolvimento Econômico
[SEDE] & Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
[SEMAD], 2007).
4.1.8 Avaliação Ambiental Estratégica do Programa de Investimento da Petrobras na Área de
Abrangência da Baía de Guanabara (2009)
A AAE do Programa de Investimentos da Petrobras na Área de Abrangência da Baía
de Guanabara está relacionada à implantação dos empreendimentos Terminal Flexível de
Recebimento de Gás Natural Liquefeito (GNL) na Baía de Guanabara; o Plano de
Antecipação da Produção de Gás (PLANGAS), Gasoduto Cabiúnas-REDUC (GASDUC III),
Refinaria de Duque de Caxias (REDUC), Terminal de Ilha Comprida (TAIC), Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) e adaptações no Terminal de Ilha Redonda
(TAIR), basicamente do ramo de petróleo e gás na região do Estado do Rio de Janeiro
48
(Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente [LIMA]; Programa de Planejamento
Energético [PPE]; Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de
Engenharia [COPPE] e a Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ], 2009).
4.1.9 Avaliação Ambiental Estratégica da Bacia do Turvo (2009)
A elaboração da AAE da Bacia Hidrográfica do Rio Turvo tem por objetivo atender
pré-requisitos do licenciamento ambiental do Estado do Paraná, previsto na Portaria IAP nº
154, de 1º de setembro de 2008, e a análise do potencial do rio, frente a grande demanda por
instalação de pequenas centrais hidrelétricas (A. Muller Consultoria Ambiental; RDR
Energia, 2009).
4.1.10 Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Brasília Integrada (2008)
O Relatório de Avaliação Ambiental Estratégica-RAAE do Programa Brasília
Integrada foi concebido no intuito de dinamizar o transporte público coletivo e facilitar a
mobilidade urbana no Distrito Federal, por meio do programa.
A avaliação ambiental estratégica conforme Altran e Governo do Distrito Federal
[GDF] (2007) teve como objetivo:
Apresentar ferramentas que propiciem ao GDF incorporar os aspectos
socioambientais na formulação de uma política integral de transporte urbano.
Identificar os impactos estratégicos que podem derivar da implantação das
intervenções físicas do Programa. Entender, a partir de uma visão das
potencialidades e vulnerabilidades ambientais, as relações entre os diferentes
componentes, e destes com a efetiva resolução dos problemas ambientais já
instalados na área do Programa. Identificar momentos críticos, benefícios e riscos
socioambientais, de modo a poder preveni-los e ou mitigá-los. Assegurar que as
questões socioambientais sejam avaliadas no processo de decisão. Caracterizar o
contexto legal e institucional em que se insere o Programa. Prover mecanismos de
controle social e divulgação das informações sobre o Programa. (Altran &
Governo do Distrito Federal [GDF], 2007).
4.1.11 Avaliação Ambiental Estratégica da Dimensão Portuária, Industrial, Naval Offshore no
Litoral Paulista – Pino (2010)
Segundo Arcadis/Tetraplan (2010), a AAE foi desenvolvida para dar suporte ao
planejamento de ampliação e implantação de dezenas de empreendimentos do ramo de
49
atividades de petróleo, portuário, industrial e naval offshore para operação até 2025 na região
da Baixada Santista e Litoral Norte.
4.1.12 Avaliação Ambiental Estratégica dos Planos de Expansão Silvicultura de Eucalipto e
Biocombustível no Extremo Sul da Bahia (2011)
As expectativas de expansão das atividades agroindustriais, como a silvicultura de
eucalipto para produção de celulose e a de cana-de-açúcar para a produção de etanol, e
inclusive a criação de um polo de agroenergia na região do extremo sul da Bahia, motivaram a
realização dessa AAE (LIMA/PPE/COPPE/UFRJ, 2011).
4.1.13 Avaliação Ambiental Estratégica do Portfólio dos Eixos Nacionais – Ministério do
Planejamento (2003)
A AAE do Portfólio dos Eixos Nacionais tem por objetivo viabilizar a estruturação de
infraestrutura de transporte, energia, telecomunicação, desenvolvimento social e meio
ambiente entre os eixos do território nacional, ora dividido em Eixo Sul; Rede Sudeste e Eixo
Sudoeste; Eixos Oeste e Araguaia-Tocantins; Eixos Transnordestino e São Francisco e Eixos
Madeira-Amazonas e Arco-Norte até 2011 (Secretaria de Planejamento e Investimentos
Estratégicos – Ministério do Planejamento, 2003).
4.1.14 Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de
Manaus – Prosamin (2004)
Incumbida de proporcionar alternativas norteadoras e sistematicamente estratégicas, a
AAE é eleita como instrumento facilitador de desenvolvimento de três linhas estratégicas de
ações como a drenagem de bacia, estruturação de saneamento básico, melhoria nos serviços
de abastecimento de água, esgotamento sanitário, urbanismo e habitação, na área de ocupação
desordenada dos igarapés na área urbana de Manaus (Concremat Ambiental & Universidade
Federal do Amazonas, 2004).
50
4.1.15 Avaliação Ambiental Estratégica do Programa de Desenvolvimento Sustentável do
Semiárido Sergipano (2005)
A implantação de um programa para equacionamento, reordenação e melhor
aproveitamento das potencialidades de cinco municípios região do semiárido de Sergipe,
proporcionou a elaboração de AAE (Fundação de Fomento à Tecnologia e à Ciência &
Governo de Sergipe).
4.1.16 Avaliação Ambiental Estratégica do Programa de Melhoria da Qualidade Ambiental
Urbana do Amapá (2006)
O programa almeja para os municípios urbanos de Macapá, Santana, Laranjal do Jaí e
as áreas de ressaca do igarapé Fortaleza, localizados no Estado do Amapá, ações de melhorias
e adequações do âmbito de ordenamento territorial, proteção ao meio ambiente, recuperação
de áreas de fragilidade ambiental, infraestrutura básica de saneamento ambiental, e
fortalecimento institucional de órgãos públicos, por isso, se ampararam na AAE para
subsidiar as escolhas das alternativas estratégicas (Governo do Estado do Amapá, 2006).
4.1.17 Avaliação Ambiental Estratégica da Bacia do Alto Paraguai (2008)
A AAE da Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai tem por propósito elucidar alternativas
e ampliar as discussões sobre as políticas, planos e programas que serão empregados ou os
que vigoram na área da bacia, porém em conjunto com a sociedade e seus líderes e nos
moldes estratégicos (Ministério do Meio Ambiente [MMA], Programa das Nações Unidas
Para o Desenvolvimento [PNUD], Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura de
Mato Grosso do Sul [FAPEMS], Universidade do Estado de Mato Grosso [UNEMAT],
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul [UEMS], 2008).
4.1.18 Avaliação Ambiental Estratégica do Polo Minério-Industrial Corumbá e Influência
sobre Planície Pantaneira (2008)
Promoção da AAE para o estabelecimento de um Polo Minero-Siderúrgico em
Corumbá, e uso de gás natural boliviano para a possível implantação de um Polo Gás-
Químico se deu pela próspera procura de matéria-prima mineral, juntamente com a ausência
51
de expansão e aprimoramento dos empreendimentos de extração de minério e sua
industrialização no Maciço do Urucum (LIMA/COPPE/UFRJ, 2008).
4.1.19 Avaliação Ambiental Estratégica do Polo Industrial e de Serviço de Anchieta (2008)
A necessidade de planejar, identificar potencialidade e ameaças para o futuro do
Estado do Espírito Santo, de jeito que a sustentabilidade faça parte do processo de
desenvolvimento da região e se tenha uma consolidação da visão de futuro, conforme
recomendado pelo Plano de Desenvolvimento para o Espírito Santo ES-2025, adotou-se a
efetivação da AAE Polo Industrial e de Serviços de Anchieta para subsidiar o governo a
tomada de decisão (Cepemar, Futura, & Serenge, 2008).
4.1.20 Avaliação Ambiental Estratégica do Projeto de Conservação e Gestão Sustentável do
Bioma Caatinga – Mata Branca (2010)
Para contribuir com as políticas públicas interssetoriais do bioma caatinga, de modo
que essa incorpore mecanismos de gestão ambiental e respeite os princípios do
desenvolvimento sustentável no âmbito do planejamento estratégico do governo do Estado do
Ceara, elaboraram a AAE considerando 68 municípios do Bioma Caatinga (Associação
Científica de Estudos Agrários [ACEG], GEF Mata Branca, Conpam & Secretaria da Ciência,
Tecnologia e Educação Superior [SECITECE] & The World Bank, 2010).
4.1.21 Avaliação Ambiental Estratégica do Eixo Capricórnio (2011)
A AAE do Corredor Bioceânico tem por objetivo subsidiar os interessados com visões
holísticas sobre as melhores decisões acerca dos impactos positivos e negativos, a avaliação
dos impactos indiretos dos diversos investimentos e seus desdobramentos provenientes da
formulação de políticas, planos e programas, e permitir que a análise de impactos dos projetos
individuais seja efetuada com mais facilidade (Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda.,
Trends Engenharia e Infraestrutura Ltda.; Enefer Consultoria Projeto Ltda.; Vetec Engenharia
Ltda. [Vetec]; Siqueira Castro Advogados & Empresa Brasileira de Engenharia e
Infraestrutura [EBEI], 2011).
52
4.1.22 Avaliação Ambiental Estratégica da Costa Norte (2007)
Os interesses de instituições públicas e privadas, somado a necessidade integração dos
polos de desenvolvimento do turismo da Costa Norte, ao Programa de Desenvolvimento do
Turismo no Nordeste (Prodetur NE II), viabilizou a elaboração da AAE. Laboratório
Interdisciplinar de Meio Ambiente (LIMA/COPPE/UFRJ, 2007).
4.1.23 Avaliação Ambiental Estratégica nos Polos Turísticos do Estado do Rio de Janeiro –
Polo Litoral (2011a)
Polo Litoral compõe 13 municípios e são áreas consideradas de influência direta e
estratégica para se alcançar o desenvolvimento por meio do setor turístico, diante desse
cenário a AAE tem por objetivo construir uma visão de futuro sobre o desenvolvimento do
turismo no contexto PRODETUR-RJ, considerando a dimensão da sustentabilidade (Governo
do Estado do Rio de Janeiro, Governo Federal, Ministério do Turismo & Banco
Interamericano de Desenvolvimento [BID], 2011a).
4.1.24 Avaliação Ambiental Estratégica nos Polos Turísticos do Estado do Rio de Janeiro –
Polo Litoral (2011b)
Essa AAE tem por fundamento definir uma visão de futuro, inserir as dimensões da
Sustentabilidade e constatar as questões consideradas mais relevantes e estratégicas no
ambiente interno (pontos fortes e pontos fracos) e no ambiente externo (oportunidades e
ameaças) do turismo, no Polo Serra (Governo do Estado do Rio de Janeiro, Governo Federal,
Ministério do Turismo & Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID], 2011b).
4.1.25 Avaliação Ambiental Estratégica Programa Bid II, Primeira Fase Curitiba, Brasil
(2002)
A AAE do Programa de Transporte Público Primeira Fase, tem por propósito revelar
possíveis impactos de âmbito social e ambiental, provocados pela operação de novos
terminais, bem como melhoramento dos implantados no sistema viário local (Universidade
Livre do Meio Ambiente, 2002).
53
4.1.26 Avaliação Ambiental Estratégica do Conjunto de Ações Integrantes do Plano de
Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – PIDTS, dos Polos Turísticos Costa das
Dunas, Costa Branca e Seridó (2011)
A necessidade de reduzir, discernir e propor outras alternativas mais sustentáveis para
os impactos que possam ser causados pelo Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo
Sustentável – PDITS, dos Polos Turísticos Costa das Dunas, Costa Branca e Seridó; de
contemplar a dimensão ambiental, social, econômica e política; e de construir uma visão de
futuro, determinaram a elaboração da AAE (Start Pesquisa e Consultoria Técnica Ltda.,
2011).
4.1.27 Avaliação Ambiental Estratégica do Prodetur Nacional no Estado do Mato Grosso do
Sul – Polo Campo Grande e Região (2014)
A indispensabilidade da avaliação dos possíveis impactos ambientais das decisões
estratégicas de políticas, planos e programas para a região no Estado do Mato Grosso do Sul –
Polo Campo Grande, partindo dos princípios do Plano de Desenvolvimento Integrado do
Turismo Sustentável (PDITS), em conjunto com os prescritos no Manual de Gestão
Socioambiental do Prodetur Nacional justificaram a formulação da AAE Prodetur Nacional
no Estado do Mato Grosso do Sul – Polo Campo Grande e Região (Governo do Estado de
Mato Grosso do Sul, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e
Tecnologia [SEMAC], Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul [IMASUL],
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e
do Turismo [SEPROTUR] & Programa de Desenvolvimento do Turismo [PROETUR– MS],
2014 a).
4.1.28 Avaliação Ambiental Estratégica do Prodetur Nacional no Estado do Mato Grosso do
Sul – Polo Serra da Bodoquena (2014b)
A AAE do Prodetur Nacional no Estado do Mato Grosso do Sul Polo Serra da
Bodoquena tem por objetivo antecipar, identificar, avaliar e verificar se as ações previstas nos
Planos de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) para o Polo Serra da
Bodoquena podem causar alterações ambientais de grandes proporções e efeitos ambientais
cumulativos (Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Secretaria de Estado de Meio
54
Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia [SEMAC], Instituto de Meio Ambiente
de Mato Grosso do Sul [IMASUL], Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da
Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo [SEPROTUR] & Programa de
Desenvolvimento do Turismo [PROETUR-MS], 2014b).
4.1.29 Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Rodoanel Mario Cova – Transporte para
desenvolvimento sustentável (2004)
A AAE visa a identificar a viabilidade ambiental da implantação do Rodoanel Mario
Covas na Região Metropolitana de São Paulo; avaliar os possíveis desdobramentos da sua
implementação por trechos ao longo de 15 anos; estudar a dinâmica da região que receberá o
programa; avaliar os efeitos e a colaboração ambiental do Programa Rodoanel à Região
Metropolitana de São Paulo e as políticas públicas Secretaria (Fundação Escola de Sociologia
e Política de São Paulo – FESPSP, 2004).
4.1.30 Relatório de Avaliação Ambiental Estratégica “PROACESSOBIDH” - RAAE (2005)
O Programa de pavimentação dos acessos a 224 municípios do Estado Minas Gerais, e
a melhoria da pavimentação das rodovias existentes, proporcionaram indiretamente a
realização da AAE, visto que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
condicionou o fornecimento de financiamento parcial para execução do Programa, mediante a
elaboração de AAE (Estudos e Projeto de Integração Ambiental [EPIA Ambiental], 2005).
4.1.31 Relatório de Avaliação Ambiental Estratégica do Programa de Recuperação de
Rodovias de São Paulo (2005)
Para subsidiar o Governo do Estado através do Departamento de Estradas de Rodagem
(DER-SP), obter recursos financeiros do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e
para a implantação do Programa de Recuperação de Rodovias do Estado de São Paulo
elaborou-se a AAE (DER-SP, 2005).
55
4.1.32 Relatório de Avaliação Ambiental do Programa Rodoviário do Estado de Minas Gerais
– PRMG (2007)
Para o desenvolvimento da malha rodoviária do Estado de Minas Gerais, o Governo
do Estado, por meio da Secretaria de Transportes e Obras Públicas (SETOP) e do
Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), aderiram à ferramenta
AAE para que suas decisões sejam auxiliada pelo viés da prevenção de impactos; redução de
conflitos; reformulação de traçados que possam causar impactos significativo; redução de
custos ambientais e antecipação de impactos ambientais (Consultoria de Engenharia e
Economia S.C Ltda. [CSL], 2007).
4.1.33 Avaliação Ambiental Estratégica do Programa Multimodal de Transporte e
Desenvolvimento Mínero-Industrial da Região Cacaueira – Complexo Porto Sul (2008)
Essa AAE almeja a formulação de opções estratégicas para o programa Multimodal de
Transporte e Desenvolvimento Mínero-Industrial da Região Cacaueira – Complexo Porto Sul
e tem o propósito de analisar, evitar, reduzir, mitigar ou compensar os conflitos e as possíveis
implicações socioambientais associadas à implantação de investimentos programados para a
região cacaueira, especialmente no campo da logística de transporte (Laboratório
Interdisciplinar de Meio Ambiente [LIMA], Instituto Alberto Luis Coimbra de Pós-Graduação
e Pesquisa em Engenharia [COPPE] & Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ],
2008).
4.1.34 Avaliação Ambiental Estratégica do Complexo Industrial e Portuário do Açu (2009)
A iniciativa privada de implantação do Complexo Industrial e Portuário Açu para
ampliar a oferta de logística na Região Sudeste, principalmente no Estado do Rio de Janeiro,
possibilitou que fosse empregada AAE (Arcadis/Tetraplan, 2009).
4.1.35 Avaliação Ambiental Estratégica do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro (2010)
A AAE do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro considera a implantação de uma
rodovia projetada para conectar as cinco principais rodovias que atravessam o município de
Rio de Janeiro e aponta opções estratégicas para o setor público e recomendações para o setor
56
privado, haja vista a possibilidade de modificar dinâmica econômica, demográfica e ambiental
(Arcadis Tetrapan & Tecnosolo, 2010).
4.2 ANÁLISE DO SUMÁRIO DOS RELATÓRIOS DE AAE
A pesquisa nos sumários dos relatórios de AAEs identificou documentos com
possíveis conteúdos de interesse para a pesquisa documental. Todos os itens selecionados para
a pesquisa estão detalhados na Figura 6 Itens do sumário dos relatórios de AAEs brasileiros.
Nº AAE Itens do documento consultado
1
Gasoduto Brasil-Bolívia
Projeto gasoduto Brasil-Bolívia (pp. 4-5)
Identificação dos impactos do gasoduto (pp. 7-11)
Síntese dos impactos dos gasodutos (pp. 12-19)
2
Bacia do Rio Chopim, Região
Sudoeste, Estado do Paraná
6.2.1 Segmento I – FOZ (pp. V I-6 – V I-7)
6.2.2 Segmento II – Inferior (pp. V I-7 – V I-8)
6.2.3 Segmento III – Médio – Inferior (p. V I-9)
6.2.4 Segmento IV – Médio (pp. V I-9 – V I-1 0)
6.2.5 Segmento V – Médio superior (p. V I-1 1)
6.2.6 Segmento VI – Alto (p. V I-1 2)
6.3.3.2 Região do médio e Baixo Chopim (p. V I-9)
3 Rio Areia, Região Centro Sul,
Estado do Paraná
Análise da fragilidade ambiental das áreas de influência. (pp. V I-1
– V I-2 1)
4
Setor de Petróleo e Gás Natural
no Sul da Bahia
2.4 Cenários de referência e de desenvolvimento da região de
estudo (pp. 33-42)
Parte C — Impactos e Riscos Ambientais (pp. 43-60)
Parte D — Subsídios à Tomada de Decisão (pp. 61 – pp. 80)
5 Programa de Eletrificação Rural
do Noroeste de Minas Gerais 5 Avaliação ambiental do programa (pp. 114-148)
6 Sub-Bacia do Rio Verde
7.2 Criticidade ambiental (pp VII-46 – VII-62)
Avaliação ambiental integrada (pp. VIII 1 – VIII 30)
7
Programa de Geração Hidrelétrica
em Minas Gerais
Avaliação ambiental estratégica no programa de geração de energia
elétrica de Minas Gerais reunião pública – Belo Horizonte, 31 de
maio de 2007 (pp. 1-10)
Avaliação ambiental estratégica – programa de geração hidrelétrica
em Minas Gerais – AAE do PGHMG Reunião pública para
apresentação do plano de trabalho (p. 1)
AAE Avaliação ambiental estratégico programa de geração
hidrelétrica (pp. 1-40)
1. – Avaliação de impactos socioambientais dos empreendimentos
do PGHMG (pp. 3-5)
1.2. Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos (p. 13)
1.2.3. Alteração na qualidade da água e ecossistemas aquáticos (pp.
21-23)
1.2.4. Depreciação da Ictiofauna nativa (p. 29)
57
Nº AAE Itens do documento consultado
1.3. Meio físico e ecossistemas terrestres (pp. 42-43)
1.3.3. Interferência/Pressão sobre os habitats terrestres e áreas
legalmente protegidas de interesse conservacionista (p. 60)
2. Resultados da avaliação dos índices ambiental, energético e de
benefício socioeconômico (p. 112)
3.1. Cenários exploratórios: PMDI (pp. 162-164)
3.2. Cenários de crescimento da demanda de eletricidade:
planejamento energético (pp. 170-173)
3.2.1. Cenários excluindo empreendimentos com potencial restrição
ambiental (p. 173)
8 Programa de Investimentos da
Petrobras na Área de Abrangência
da Baía de Guanabara
4.3 Cenário de desenvolvimento (CD) (pp. 376-435)
4.4 Avaliação ambiental dos impactos (pp. 435-454)
9
Bacia do Turvo
Os sistemas bióticos (pp. 33-54)
Análises estratégicas (pp. 74-76)
Conclusão (pp. 77-80)
10
Planejamento da Dimensão
Portuária, Industrial, Naval
Offshore no Litoral Paulista –
PINO
B) pesca: Alterações no cenário atual da pesca marinha em
decorrência da pressão sobre ecossistemas marinhos e sobre
atividades pesqueiras (pp. 30-35)
3.2.2.3. Na espacialidade do processo de ocupação – uso do solo
(pp. 35-41)
B) Recursos hídricos e saneamento ambiental: Maior pressão sobre
os recursos hídricos e aumento dos volumes de efluentes e resíduos
industriais e domésticos (pp. 43-47)
3.2.2.5. Na pressão sobre recursos ambientais – Terrestres
Marinhos e Qualidade do Ar (pp. 50-52)
B) Ecossistemas marinhos: Alterações da qualidade das águas,
perdas de espécies e de habitats marinhos, redução dos estoques
pesqueiros e decorrentes problemas de saúde para a população (pp.
52-54)
11
Planos de Expansão da
Silvicultura de Eucalipto e
Biocombustível no Extremo Sul
da Bahia
Produto 6: Relatório final – Ecossistemas e biodiversidade terrestre
(pp. 332-344)
Ecossistemas e biodiversidade terrestre (pp. 351-361)
Quadro 4.68: Matriz-síntese da situação Atual, cenário de
referência e cenários de desenvolvimento (Variante I e Variante II)
(pp. 369-372)
12
Portfólio dos Eixos Nacionais –
Ministério do Planejamento
Volume 4 – Fichas de avaliação de viabilidade Ambiental – Energia
e infraestrutura hídrica (pp. 1-5)
Volume 5 – Impactos econômicos (pp. 1-49)
Avaliação de impactos do portfólio 2004-2011
Relatório final – Volume 5 – Impactos econômicos (pp. 1-23)
13 Programa Social e Ambiental dos
Igarapés de Manaus –
PROSAMIM
7– Prognóstico (pp. 262-286)
14
Programa de Desenvolvimento
Sustentável do Semiárido
Sergipano
3 Elementos do programa com potencial de impacto ao meio
ambiente (pp. 111-113)
4 Previsão de impactos e identificação de alternativas (pp. 114-126)
5 Fragilidades, potencialidade e cenários (pp. 131-135)
5.3.1 Cenário com a implantação do programa (pp. 135-137)
7 Metas ambientais, medidas de controle e riscos
Estratégicos – 7.1 Metas ambientais (pp. 142-143)
9.2 Conclusões (p. 151)
15 Programa de Melhoria da
Qualidade Ambiental Urbana do
7.2. Avaliação das ações apoio e sustentabilidade do programa (pp.
52-62)
58
Nº AAE Itens do documento consultado
Amapá
16
Bacia do Alto Paraguai
Cenário aceleração do crescimento (p. 167)
Cenário de integração (p. 171)
Identificação e avaliação dos impactos (p. 175)
Cenário de Aceleração do Crescimento (p. 185)
Quadro 22 – Identificação e avaliação de impactos na planície para
o Cenário “Aceleração do crescimento” (p. 197)
Quadro 23 – Identificação e avaliação de impactos no planalto para
o cenário “Aceleração do crescimento” (p. 198)
Quadro 24 – Identificação e avaliação de impactos na planície para
o cenário “Integração com diversidade” (p. 199)
Quadro 25 – Identificar e avaliar impactos no planalto para o
cenário “Diversidade e integração” (p. 200)
Indicadores de estado futuro do ambiente (p. 205)
17
Polo Minero-Industrial de
Corumbá e Influências sobre a
Planície Pantaneira
(10.2.1.2 Cenário de desenvolvimento 1 (CD1) (pp. 337-347)
10.2.1.3 Cenário de desenvolvimento 2 (CD2) (pp. 348-357)
10.2.3.2 Cenário de desenvolvimento 1 (CD1) (p. 359)
10.2.3.3 Cenário de desenvolvimento 2 (CD-2) (p. 360)
Capítulo 11 – Avaliação ambiental dos cenários (Cenário de
Desenvolvimento 1 (CD1) (pp. 405-407)
Cenário de desenvolvimento 2 (CD2) (pp. 407-409)
Cenários de desenvolvimento 1 (CD1) (pp. 416-420)
Cenários de desenvolvimento 2 (CD2) (p. 421)
Quadro 11.21Síntese descritiva dos cenários (pp. 439-441)
Quadro 11.23 Impactos ambientais estratégicos dos cenários (pp.
450-452)
Quadro 11. 24 – Síntese da Evolução dos Impactos Ambientais
Estratégicos (p. 455)
18
Pólo Industrial e de Serviços de
Anchieta
Cenário de desenvolvimento (CD) 2018 (p. 7-8)
8.2 – Análise integrada dos cenários de referência e
desenvolvimento (p. 127-132)
12 – Considerações finais e recomendações (pp. 163-170)
19
Projeto de Conservação e Gestão
Sustentável do Bioma Caatinga –
Mata Branca
9.2 Construção do cenário tendencial ou de referência e cenário de
desenvolvimento (pp. 99-130)
9.2.4 Cenários tendencial ou de referência e cenário de
desenvolvimento – FCD Preservação, conservação e uso dos
recursos naturais (pp. 130-138)
20
Programa Bid II, Primeira Fase
Curitiba, Brasil
6.3 Identificações dos impactos ambientais gerados pelas obras do
BID II (pp. 151-194)
6.5 Síntese dos principais impactos ambientais do conjunto de
obras (pp. 221-225)
21 Programa Mário Covas –
Transporte para desenvolvimento
sustentável
5.3 A RMSP com o rodoanel: avaliação ambiental do programa
(pp. 17-26)
22 Programa de Acessibilidade a
Municípios de pequeno Porte com
Baixo Desenvolvimento humano
– PROACESSO/BIDH
5. Avaliação ambiental do programa (pp. 121-126)
6. Programas ambientais propostos (pp. 127-156)
59
Nº AAE Parágrafo consultado
23
Programa de Recuperação de
Rodovias do Estado de São Paulo
Relatório de avaliação ambiental do programa
(5. Avaliação ambiental do programa (pp. 5.1 – 5.16)
Avaliação ambiental estratégica do programa – Raaep volume i / II
(6. Avaliação ambiental do programa (pp. 6.1 – 4.46)
24 Programa Rodoviário do Estado
de Minas Gerais – PRMG
10 – Cenários de desenvolvimento da área de estudo (pp. 143-214)
12 – Identificação e avaliação qualitativa dos impactos ambientais
(pp. 233-337)
25
Programa Brasília Integrada
Parte i – Avaliação global do programa – 7.2. Seleção dos atributos
estratégicos de avaliação do programa (p. 62)
Parte ii – Avaliação ambiental dos componentes do programa (4.
Avaliação ambiental da amostra representativa das obras (pp. 19-
62)
Parte iii – Plano de gestão ambiental e social – PGAS -5.2.2.
Projeto de compensação ambiental) (pp. 29-33)
26
Complexo Industrial e Portuário
do Açu
6.8.2. Recursos hídricos subterrâneos (pp. 70-71)
6.10. Ecossistemas (pp. 71-72)
7.3.4. Vulnerabilidades (pp. 85-86)
8.1.3. Repercussões decorrentes do complexo portuário (pp. 93-
104)
8.2. Opções Estruturantes e Decisões Estratégicas (pp. 106-112)
1.7. Qualidade Ambiental (pp. 30-39)
1.8. Ecossistemas (p. 39)
27
Programa Multimodal de
Transporte e Desenvolvimento
Minero-Industrial da Região
Cacaueira – Complexo Porto Sul
Variante II — a tendência de desenvolvimento da região com a
implantação do novo aeroporto e da ZPE. (pp. 277-293)
Cenário de desenvolvimento (CD) (pp. 293-323)
4.3.4 Avaliação dos Impactos Cumulativos e Sinérgicos (pp. 346-
375)
Avaliação comparativa de cenário (pp. 444-448)
28 Arco Metropolitano do Rio de
Janeiro
3. Repercussões e mudanças (pp. 18-24)
3.1. Ordenamento do Território (pp. 25-45)
4.2.4. Vulnerabilidades (pp. 66-67)
29
Eixo de Capricórnio
3.2 Dificuldade de implantação/operação (p. 84)
3.2.1 Investimentos em infraestrutura (p. 84) 3.2.2 Impactos
ambientais (p. 85)
5.2.2.3 Análise ambiental sobre o meio físico dos 11 traçados
descritos (pp. 188-204)
7 Avaliação ambiental eixo capricórnio
(Capítulo 5 – Fatores de Impacto na Área de Influência (pp. 74-80)
Capítulo 6 – Quadros de impactos e de medidas mitigatórias (pp.
99-104)
30
Costa Norte
Cenários do Turismo na Costa Norte –
7. Construção dos cenários (pp. 410-411)
8. Análise qualitativa de impactos ambientais (pp. 412-413)
10. Resultado da análise qualitativa dos impactos do cenário 1 de
desenvolvimento do turismo (CD1) (p. 421)
10.1. Componente ambiente natural (pp. 422-423)
10.1.1. Ecossistemas terrestres (p. 422)
10.1.2. Ecossistemas aquáticos (pp. 422-423)
10.1.3. Áreas sensíveis (p. 423)
11. Resultado da análise qualitativa dos impactos do cenário 2 de
desenvolvimento do turismo (CD2) (pp. 426-427)
11.1. Componente ambiente natural (p. 427)
11.1.1. Ecossistemas terrestres (p. 427)
11.1.2. Ecossistemas aquáticos (p. 428)
12. Análise comparativa dos cenários (Fator crítico – gestão
ambiental) (p. 438)
31 Polos Turísticos do Estado do Rio Diagnóstico integrado – mapa-síntese dos fatores críticos do polo
60
Nº AAE Parágrafo consultado
de Janeiro (Polo Litoral) serra – Leitura integrada segundo Dimensões da sustentabilidade
(p. 1-146)
Anexo IV – Quadros dos indicadores segundo tema estratégico (pp.
1-43)
32
Polos Turísticos do Estado do Rio
de Janeiro (Polo Serra)
Diagnóstico integrado – mapa-síntese dos fatores críticos do polo
serra – Leitura Integrada segundo Dimensões da sustentabilidade
(pp. 1-141)
Anexo IV – Quadros dos indicadores segundo tema estratégico (pp.
35-41)
33 Conjunto de Ações Integrantes do
Plano de Desenvolvimento
Integrado do Turismo Sustentável
(PDITS), dos Polos Turísticos
Costa das Dunas, Costa Branca e
Seridó
4.1.4.3 Fragilidades e impactos ambientais (pp. 62-63)
4.2.4.3 Fragilidade e impactos ambientais (pp. 125-128)
4.3.4.3 Fragilidades e impactos ambientais (p. 193)
7. Construção de cenários (pp. 322-343)
34 Prodetur Nacional no Estado do
Mato Grosso do Sul - Polo
Campo Grande e Região
6 Identificação e avaliação de impactos (pp. 205-336)
7 Construção e avaliação dos cenários de desenvolvimento turístico
(pp. 337-383)
35 Prodetur Nacional no Estado do
Mato Grosso Do Sul – Polo Serra
da Bodoquena
6. Identificação e avaliação de impactos (pp. 213-341)
8. Construção e avaliação dos cenários de desenvolvimento
turístico (pp. 347-395)
Figura 6. Itens do sumário dos relatórios de AAEs brasileiros
Fonte: Pesquisa documental, elaborado pelos os autores.
Prosseguida a pesquisa com a consulta nesses itens, utilizando as partículas das
palavras-chave e com o acompanhamento de leitura do parágrafo, avaliaram-se as
informações referentes às interferências da proposta de desenvolvimento na biodiversidade.
Tal procedimento foi importante para a seleção de trechos dos relatórios de AAE, que
de forma direta ou indireta expuseram as interferências que propostas de desenvolvimento
ocasionarão na biodiversidade.
4.3 APLICAÇÃO DO ROTEIRO METODOLÓGICO (IAIA, 2005)
Após a obtenção de segmentos que evidenciam possíveis interferências na
biodiversidade, dos relatórios de AAE, cada segmento um foi classificado quanto à sua
inserção no instrumento de pesquisa adotada (IAIA, 2005), quanto ao nível de biodiversidade
e à questão que o referido trecho da AAE mais se enquadra. Com relação à aplicação do
instrumento de pesquisa, os resultados da análise de cada relatório de AAE foram organizados
em 35 quadros, ora dispostas as quantidades de resposta para cada questão na Tabela 2 –
Questões respondidas com trechos das AAE brasileiras.
61
AAE Níveis
Genético Espécie Ecossistema
Questões Questões Questões
1 2 3 4 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
1 Gasoduto Brasil-Bolívia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 2 1 0 0
2 Bacia do Rio Chopim 0 0 5 0 3 0 0 0 0 2 1 3 0 0
3 Rio Areia 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4 Setor de Petróleo e Gás
Natural no Sul da Bahia
0 1 0 0 15 0 1 0 1 11 2 0 0 0
5 Programa de Eletrificação
Rural do Noroeste de
Minas Gerais
0 0 0 0 5 0 0 0 0 10 0 0 0 0
6 Sub-Bacia do Rio Verde 0 0 0 1 8 0 1 1 0 16 5 0 0 0
7 Programa de Geração
Hidrelétrica em Minas
Gerais
0 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 0 0 0
8 Programa de Investimentos
da Petrobras na Área de
Abrangência da Baía de
Guanabara
0 0 4 0 7 1 1 0 0 11 4 3 1 0
9 Bacia do Turvo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0
10 Planejamento da Dimensão
Portuária, Industrial, Naval
Offshore no Litoral Paulista
(PINO)
0 2 0 0 11 1 1 0 0 23 3 0 0 0
11 Planos de Expansão da
Silvicultura de Eucalipto e
Biocombustível no
Extremo Sul da Bahia
0 0 0 0 0 0 0 0 0 38 0 0 0 0
12 Portfólio dos Eixos
Nacionais
0 0 0 0 1 0 0 0 0 13 0 0 0 0
13 Programa Social e
Ambiental dos Igarapés de
Manaus – PROSAMIM
0 0 0 0 1 0 0 0 0 4 0 0 0 0
14 Programa de
Desenvolvimento
Sustentável do Semiárido
Sergipano
0 0 0 0 3 0 0 0 0 2 0 0 0 0
15 Programa de Melhoria da
Qualidade Ambiental
Urbana do Amapá
0 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0 0
16 Bacia do Alto Paraguai 0 0 2 0 13 0 0 0 0 22 3 0 0 0
17 Polo Minero-Industrial de
Corumbá e Influências
sobre a Planície Pantaneira
0 0 3 0 13 0 0 0 0 24 0 0 0 0
18 Polo Industrial e de
Serviços de Anchieta
0 0 0 2 0 0 0 0 5 0 0 1 0
19 Projeto de Conservação e
Gestão Sustentável do
Bioma Caatinga – Mata
Branca
0 0 0 0 6 0 0 0 0 12 0 0 0 0
20 Programa Bid II 0 0 0 0 3 0 0 0 0 25 0 0 0 0
21 Programa Rodoanel Mário
Covas – Transporte para
desenvolvimento
sustentável
0 0 0 0 0 0 0 0
0 27 0 0 0 0
22 Programa de Acessibilidade
a Municípios de pequeno
Porte com Baixo
0 0 0 0 9 0 0 0 0 4 0 0 0 0
62
Desenvolvimento humano
– PROACESSO/BIDH
23 Programa de Recuperação
de Rodovias do Estado de
São Paulo
0 0 0 0 26 0 0 2 0 24 0 0 0 0
24 Programa Rodoviário do
Estado de Minas Gerais –
PRMG
0 0 0 0 3 0 0 0 0 59 0 0 0 0
25 Programa Brasília
Integrada
0 0 0 0 10 0 0 3 0 9 4 0 0 0
26 Complexo Industrial e
Portuário do Açu
0 0 0 0 6 1 0 0 0 12 1 0 0 0
27 Programa Multimodal de
Transporte e
Desenvolvimento Mínero-
Industrial da Região
Cacaueira – Complexo
Porto Sul
1 1 7 1 18 2 0 3 5 40 18 5 0 0
28 Arco Metropolitano do Rio
de Janeiro
1 0 0 0 6 0 0 0 1 8 1 0 0 0
29 Eixo de Capricórnio 0 0 0 0 8 0 0 0 0 11 0 0 0 0
30 Costa Norte 0 0 0 0 2 0 0 0 0 11 1 0 0 0
31 Polos Turísticos do Estado
do Rio De Janeiro (Polo
Litoral)
0 0 0 0 1 0 0 0 0 4 0 0 0 0
32 Polos Turísticos do Estado
do Rio De Janeiro (Polo
Serra)
0 0 0 0 2 0 0 0 0 3 0 0 0 0
33 Conjunto de Ações
Integrantes do Plano de
Desenvolvimento Integrado
do Turismo Sustentável –
PDITS, dos Polos
Turísticos Costa das Dunas,
Costa Branca e Seridó
0 0 0 0 1 0 0 0 0 3 4 0 0 0
34 Prodetur Nacional no
Estado do Mato Grosso Do
Sul -Polo Campo Grande e
Região
0 0 0 0 26 0 0 0 0 2 0 0 0 0
35 Prodetur Nacional no
Estado do Mato Grosso Do
Sul – Polo Serra da
Bodoquena
0 0 0 0 0 0 0 0 0 33 35 0 0 0
Total de perguntas respondidas
por níveis
2 4 21 2 210 5 4 9 7 506 86 12 2 0
Figura 7. Questões respondidas com trechos das AAE brasileiras
Fonte: Elaborado pela autora.
A pergunta que obteve o maior número de respostas, tanto positivas quanto negativas,
pertence ao nível de ecossistema “Até que ponto a proposta irá: 1 – Alterar a quantidade,
qualidade ou organização espacial do habitat?”. Em contraposição a esse destaque, no mesmo
nível, constatou que a questão “Até que ponto a proposta terá efeitos significativos sobre:
Existem oportunidades para consolidar ou conectar habitat?” não obteve nenhuma resposta.
De acordo com Forero-Medina e Vieira (2007), a movimentação de organismos, a
63
sobrevivência de populações e a dinâmica populacional natural, entre fragmentos, são
prejudicadas pela falta de conectividade.
A segunda questão com maior número de respostas “Até que ponto a proposta irá: 1 –
Alterar a riqueza das espécies ou a composição específica dos habitats na área de estudo?”
pertence ao nível específico. Segundo Machado, Aguiar, Castro, Nogueira & Ramos-Neto
(2008), a remoção parcial de ambientes naturais não reflete de imediato a alteração da riqueza
de espécies, pois o ambiente possui capacidade suporte de atenuar o impacto e assegurar a
sobrevivência de espécies por um período. Mesmo assim, Veiga e Ehlers (2003) defendem
que a destruição e alteração de habitats são alguns dos principais fenômenos propulsores da
perda de biodiversidade. Nesse sentido, observa que as AAE tiveram a facilidade e/ou a
preocupação de identificar com mais acuidade assuntos correlatados à riqueza de espécie e à
composição específica dos habitats, do que identificar se a proposta de desenvolvimento
poderia “3 – Provocar o desaparecimento de alguma espécie?”. Pergunta com menor número
de resposta no nível específico.
A terceira questão com mais respostas, “Até que ponto a proposta irá: Afeta planos
para melhorar a disponibilidade ou qualidade do habitat” pertence ao nível de ecossistemas.
As respostas para essa questão confirmam que a AAE tem a capacidade, apontada por
Treweek et al. (2005), de ajudar na conservação e uso sustentável da biodiversidade. Observa-
se que por meio da aplicação do roteiro, que as AAE sinalizaram maior habilidade em
detectar interferências no nível de ecossistema e de espécie.
Com relação ao nível genético, a questão que obteve maior número de respostas foi
“Até que ponto a proposta terá efeitos significativos sobre: O risco de extinção”. O risco de
extinção se enquadra nas evidências ambientais, que a OECD (2012) indica como
contributivas para fundamentar decisões de políticas, planos e programas.
Assuntos relacionados às questões “Até que ponto a proposta terá efeitos significativos
sobre: 1 – A diversidade genética das espécies, particularmente as espécies raras e em declínio
e as identificadas como prioritárias em Estratégias Nacionais e Planos de ação para a
biodiversidade e ou nos planos infranacionais de biodiversidade?” e “4 – A persistência de
espécies localmente bem adaptadas?”, pertencentes ao roteiro do nível genético, foram menos
identificadas nos relatórios de AAE. Para Santos, Molina, Cetrulo, Gomes e Malheiros
(2010), faz parte do escopo das AAE considerar as características das ppp e os aspectos
ambientais de onde se pretende implantar para se definir o conteúdo, limites temporal e
espacial, a serem abordados pelo estudo. Entende-se que eminente esforço na edificação do
64
escopo pode contribuir com melhor desempenho das AAE no cumprimento da abordagem do
roteiro metodológico.
4.4 ANÁLISE DA BIODIVERSIDADE (NÍVEIS) EM ESTUDOS BRASILEIROS DE AAE
A análise dos níveis de biodiversidade contemplados pelos relatórios de AAE foi
possível mediante a somatória de incidência de trechos, “resposta” de cada questão, separada
por seu respectivo nível.
Desta forma, possibilitou observar que os relatórios de AAEs deram maior atenção
para as questões associadas ao ecossistema. O nível específico foi contemplado pelos
relatórios de AAE com um pouco menos de incidências de respostas. Com exceção da AAE
do Programa de Recuperação de Rodovias do Estado de São Paulo, que se opõe ao resultado
das demais, por apresentar uma abordagem do nível específico superior à do nível de
ecossistema.
O nível genético apresenta resultados inferiores dos demais níveis, mostrado pela
precária, e em alguns casos a ausente, análise dos efeitos da proposta de desenvolvimento. A
Figura 8 – Gráfico com os níveis de biodiversidade contemplados nas AAE brasileira delimita
a incidência de respostas de cada nível por relatório de AAE.
Figura 8. Níveis de biodiversidade contemplados nas AAE
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
Nota: Para efeitos de ilustração em gráfico, os nomes dos relatórios de AAE foram
substituídos por números, expressos na Tabela 2.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
Níveis de biodiversidade contemplados nas AAE
Nível Genético Nível Específico Nível Ecossistema
65
Os distanciamentos do índice de respostas, entre os três níveis, revelam que os
relatórios de AAE não comtemplam de forma igualitária os efeitos das políticas, planos e
programas sobre a biodiversidade. Lobos e Partidário (2014) relatam que a teoria para AAE
está à frente dos que se tem observado na prática.
De maneira geral, a observação das AAE permitiu avaliar que os efeitos das propostas
de desenvolvimento não contemplaram na íntegra a biodiversidade, observado pela carência
de respostas ao questionário proposto por IAIA (2005) para cada nível, o que dá dúbia
interpretação, se não foi avaliado o item propósito da questão, ou se a proposta de
desenvolvimento não provoca intervenções sobre a biodiversidade no quesito da questão.
Os baixos índices de respostas para o nível específico revelam a necessidade de
aprofundamento dessa vertente nos relatórios de AAE e sinaliza para quão comprometido esse
nível pode ficar após a implantação das propostas de desenvolvimento, podendo agravar o
acesso ao conhecimento das espécies brasileiras. Lewinsohn e Prado (2005) apontam que
parte das espécies da biodiversidade brasileira é desconhecida por isso não se pode mensurar
um número com precisão devido às diversas espécies e habitats; no entanto, a estimativa de
existência de dez a centenas de milhares de espécies pode, na verdade, concentrar sete vezes
mais esse valor.
4.5 ANÁLISE TEMPORAL DA ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE NOS
RELATÓRIOS BRASILEIROS DE AAE
Para a análise temporal, considerou o ano de publicação de cada AAE e os efeitos na
biodiversidade determinados por meio da AAEs, conseguido pela somatória das respostas das
questões propostas pelo roteiro.
A prática da AAE no Brasil se estende por 17 anos, tendo seu primeiro registro no ano
de 1997. Nesse mesmo ano foi elaborada somente uma AAE, no ano de 2002 três AAEs, uma
AAE no ano de 2003, três AAEs em 2004, quatro AAEs em 2005, uma AAE 2006, seis AAEs
em 2007, cinco AAEs em 2008, três AAEs em 2009, três AAEs em 2010, três AAEs em 2011
e duas AAEs em 2014.
Dos 35 estudos técnicos de AAE, somente a AAE Gasbol é antecessora à promulgação
da Convenção da Diversidade Biológica. Todos os outros são posteriores à assinatura do
acordo internacional, Convenção da diversidade biológica.
Os maiores números de AAEs brasileiras datam do ano de 2007. Ao longo da prática
de AAE no Brasil é identificada falta de equivalência em relação ao número de AAEs por
66
cada ano, do mesmo modo não se verifica o crescimento progressivo de número de AAEs ao
longo da prática no Brasil.
Das AAEs, oito foram realizadas antes do surgimento do roteiro Iaia (2005), e os
outros 27 relatórios, posteriormente. Conforme apresentado no gráfico, as AAEs que mais
contemplaram a biodiversidade em todos os níveis são posteriores à publicação do
instrumento utilizado para as análises de dados, roteiro da IAIA (2005).
Na Figura 9 – Gráfica análise temporal das AAE e os efeitos na biodiversidade,
observa-se que durante o período contemplado pela amostra não se avalia a crescente
abordagem da biodiversidade por meio dos preceitos desta pesquisa. Também a maturidade da
prática desse mecanismo, nos padrões peculiares de cada AAE analisada, não apresenta a
garantia de oportunidades para a biodiversidade.
Figura 9. Análise temporal das AAes e os efeitos na biodiversidade
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
Em 2002, ano da publicação da Política Nacional de Biodiversidade, e da
concretização da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (CMDS), também
conhecida por Rio+10 (Diniz, 2011), houve crescente contemplação dos efeitos na
biodiversidade pelas AAE, estendendo essa elevação para o ano de 2003.
No ano de 2010, em que foi realizado alguns desdobramentos da CDB, como a 10ª
Conferência das Partes da CDB, se definiu as Metas de Aichi de Biodiversidade e aprovou o
0
20
40
60
80
100
120
1997 2002 2003 2004 2005 2005 2006 2007 2007 2007 2008 2008 2009 2009 2010 2011 2011 2014
Análise temporal das AAEs e os efeitos na Biodiversidade
67
Plano Estratégico de Biodiversidade para o ciclo 2011 a 2020, o Brasil possui somente três
AAEs e dentre essas somente a AAE do Planejamento da Dimensão Portuária, Industrial,
Naval Offshore no Litoral Paulista – PINO apresenta maior transparência de efeitos na
biodiversidade.
Contudo, em 2012, ano em que o Brasil sediou outro desdobramento da Convenção da
Diversidade biológica, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,
conhecida como Rio+20 (Fundação Alexandre de Gusmão [FUNAG], 2012), não se tem
nenhuma AAE na amostra. Santos e Souza (2011) reforçam que a AAE no Brasil requer o
estabelecimento de critérios, padrões e princípios os quais serão fundamentais para fim de
esclarecer seu real objetivo, a abrangência e demonstrar a capacidade do mecanismo, para o
planejamento estratégico.
De acordo com Amaral, Brito, Assad e Manfio (2009), melhores índices de
conservação da biodiversidade, o uso e a partilha dos benefícios da biodiversidade podem ser
conseguidos, pelas políticas públicas setoriais, quando se faz a avaliação dos impactos
aprofundada de si próprias.
4.6 ANÁLISE DA BIODIVERSIDADE POR CATEGORIA DO PLANEJAMENTO
A análise por categoria de planejamento contemplou a segregação das AAEs por
categoria e considerou a somatória de efeitos na biodiversidade determinados pela aplicação
do roteiro Iaia (2005) em cada AAE.
Dentre as categorizações adotadas por Nadruz (2015), são demonstrados na Tabela 3 a
quantificação dos efeitos na biodiversidade por categoria do planejamento.
Analisando os efeitos sobre a biodiversidade, por categoria de planejamento, observa-
se que a categoria de transportes possui dez relatórios de AAE e foi praticada dentro do
espaço de nove anos. Essa categoria apresentou maior análise das interferências sobre a
biodiversidade que as demais categorias. Os achados da pesquisa de Nadruz (2015) apontam
que as AAEs da categoria de transportes, também demonstram maior preocupação com as
questões associadas às mudanças climáticas, do que as demais categorias.
68
AAE Categoria ANO Efeito na
Biodiversidade
1 Gasoduto Brasil – Bolívia
Energia
1997 13
2 Bacia do Rio Chopim, Região Sudoeste, Estado do
Paraná 2002 14
3 Rio Areia, Região Centro Sul, Estado do Paraná 2002 1
4 Setor de Petróleo e Gás Natural no Sul da Bahia 2003 34
5 Programa de Eletrificação Rural do Noroeste de Minas
Gerais 2005 15
6 Sub-Bacia do Rio Verde 2007 32
7 Programa de Geração Hidrelétrica em Minas Gerais 2007 15
8 Programa de Investimentos da Petrobras na Área de
Abrangência da Baía de Guanabara 2009 32
9 Bacia do Turvo 2009 3
10 Planejamento da Dimensão Portuária, Industrial, Naval
Offshore no Litoral Paulista – PINO 2010 41
11 Planos de Expansão da Silvicultura de Eucalipto e
Biocombustível no Extremo Sul da Bahia 2011 38
TOTAL 238
12 Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus
– PROSAMIM
Desenvolvimento
Regional
2004 5
13 Programa de Melhoria da Qualidade Ambiental Urbana
do Amapá 2006 9
14 Bacia do Alto Paraguai 2007 40
15 Avaliação Ambiental Estratégica do Polo Industrial e
de Serviços de Anchieta 2008 8
16 Polo Minero-Industrial de Corumbá e Influências sobre
a Planície Pantaneira 2008 40
17 Projeto de Conservação e Gestão Sustentável do Bioma
Caatinga – Mata Branca 2010 18
18 Programa de Desenvolvimento Sustentável do
Semiárido Sergipano 2005 5
19 Portfólio dos Eixos Nacionais 2003 14
TOTAL 139
20 Programa Bid II, Primeira Fase Curitiba, Brasil
Transporte
2002 28
21 Programa Rodoanel Mário Covas – Transporte para
desenvolvimento sustentável 2004 27
22 "Proacesso BIDH" – RAAE 2005 13
23 Programa Rodoviário do Estado de Minas Gerais –
PRMG 2007 62
24 Programa Multimodal de Transporte e
Desenvolvimento Minero Industrial da Região
Cacaueira
2008 101
25 Complexo Industrial e Portuário do Açu 2009 20
26 Arco Metropolitano do Rio de Janeiro 2010 17
27 Eixo de Capricórnio 2011 19
28 Programa Brasília Integrada 2007* 26
29 Programa de Recuperação de Rodovias do Estado de
São Paulo
2002 52
TOTAL 365
30 Costa Norte Turismo 2007 14
69
31 Polos Turísticos do Estado do Rio de Janeiro (Polo
Litoral) 2008 5
32 Polos Turísticos do Estado do Rio de Janeiro (Polo
Serra) 2008 5
33 Conjunto de Ações Integrantes do Plano de
Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável –
PDITS, dos Polos Turísticos Costa das Dunas, Costa
Branca e Seridó
2011
8
34 Prodetur Nacional no Estado do Mato Grosso do Sul –
Polo Serra da Bodoquena
2014 68
35 Prodetur Nacional no Estado do Mato Grosso do Sul –
Polo Campo Grande e Região
2014 28
TOTAL 128
Figura 10. Análise das AAE por categoria de planejamento
Fonte: Nadruz, 2015, adaptado pela autora.
Existem onze relatórios de AAE para a categoria de energia e esses foram elaborados
entre o período de 14 anos. Apesar de essa categoria ser pioneira na prática de AAE e mais
experiente que as demais categorias, as contemplações dos efeitos na biodiversidade obtidas
pela análise desse conjunto de AAEs estão atrás da categoria do transporte.
A categoria de desenvolvimento regional possui oito relatórios de AAE e foi praticada
em meio ao período de seis anos. As AAEs dessa categoria apresentam a segunda menor
abordagem dos efeitos das ppp na biodiversidade.
Os relatórios de AAEs da categoria de turismo possuem somente seis exemplares e
foram elaboradas em meio ao espaço de tempo de sete anos. Entre todas as categorias, essa
possui os relatórios de AAE com datas mais recentes, porém, a análise do conjunto de AAEs
dessa categoria aponta a menor inserção da abordagem dos efeitos na biodiversidade em
relação às demais categorias do planejamento. O resultado reduzido para a categoria de
turismo assemelha ao tímido resultado obtido por Nadruz (2015), quando pesquisado o tema
mudanças climáticas na mesma amostra de AAEs.
Tais resultados apontam a necessidade de novos estudos para entender as disparidades
na consideração dos efeitos na biodiversidade entre os setores do planejamento, bem como
quantificar os efeitos positivos e os negativos, de modo que as políticas públicas, conforme
Amaral, Brito, Assad e Manfio (2009), não ignorem os reflexos e os efeitos de si próprias em
cima da diversidade biológica. Os estudos de Urbano e Almeida (2016) perceberam que a
AAE tem sido utilizada para cumprimento de protocolos e não como facilitadora do
planejamento na esfera governamental.
70
4.7 DISTRIBUIÇÕES DA AAE NO BRASIL
Para identificar se o planejamento brasileiro está orientado pela AAE realizou a
análise da distribuição de AAE pelo território nacional, sob a ótica da análise estadual e
regional. A pesquisa documental permitiu identificar que as AAEs realizadas para os
diferentes setores de planejamento, estão distribuídas sem simetria pelo território brasileiro.
Porém, em todos os Estados brasileiros foi constatado caso de AAE.
O Estado do Paraná teve a maior ocorrência de AAE, com sete relatórios, seguido do
Rio de Janeiro com seis, Mato Grosso do Sul com seis, São Paulo com cinco; Minas Gerais
também com cinco; Santa Catarina com quatro; Bahia com quatro; Mato Grosso com três;
Ceará com três; Distrito Federal com dois; Amazonas com dois; Rio Grande do Sul com dois;
Maranhão com dois; Rio Grande do Norte com dois, Sergipe com dois, Amapá com dois,
Piauí com dois; Espírito Santo com dois; Pará, Acre, Rondônia, Paraíba, Alagoas, Goiás,
Roraima e Tocantins somente com um relatório de AAE cada. A Figura 11 apresenta a
distribuição da AAE no Brasil.
A maior aplicação de AAE no Estado do Paraná, o coloca vantagem superior em
relação aos outros Estados, no que tange a subsídios à tomada decisão governamental,
aumento da possibilidade das políticas, planos e programas apresentam desempenho superior
no quesito de reconhecimento, gestão e uso da biodiversidade e dos recursos advindos dela,
bem como viabiliza o cumprimento de medidas protetivas da biodiversidade local.
Os Estados que tiveram uma única incidência de AAE (Pará, Acre, Rondônia,
Roraima, Tocantins, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Goiás) respectivamente, cinco da região
norte, três da Região Nordeste e um da Região Centro-Oeste, tem em comum a mesma AAE.
Trata-se da AAE Portfólio dos Eixos Nacionais que, de acordo com a Secretaria de
Planejamento e Investimentos Estratégicos – Ministério do Planejamento (2003), tem como
alvo a integração das regiões do país por meio de estruturação de infraestrutura de transporte,
energia, telecomunicação, desenvolvimento social e meio ambiente.
71 Legenda: AAE
1 Gasoduto Brasil-Bolívia 2 Bacia do Rio Chopim
3 Rio Areia
4 Setor de Petróleo e Gás Natural no Sul da Bahia 5 Programa de Eletrificação Rural do Noroeste de Minas Gerais
6 Sub-Bacia do Rio Verde
7 Programa de Geração Hidrelétrica em Minas Gerais 8 Programa de Investimentos da Petrobras na Área de Abrangência da Baía
de Guanabara
9 Bacia do Turvo 10 Planejamento da Dimensão Portuária, Industrial, Naval Offshore no
Litoral Paulista – PINO
11 Planos de Expansão da Silvicultura de Eucalipto e Biocombustível no
Extremo Sul da Bahia
12 Portfólio dos Eixos Nacionais
13 Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus – PROSAMIM 14 Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido Sergipano
15 Programa de Melhoria da Qualidade Ambiental Urbana do Amapá
16 Bacia do Alto Paraguai 17 Polo Minero-Industrial de Corumbá e Influências sobre a Planície
Pantaneira
18 Polo industrial e de Serviços de Anchieta 19 Projeto de Conservação e Gestão Sustentável do Bioma Caatinga – Mata
Branca
20 Programa Bid II 21 Programa Rodoanel Mário Covas – Transporte para desenvolvimento
sustentável
22 Programa de Acessibilidade a Municípios de pequeno Porte com Baixo Desenvolvimento humano – PROACESSO/BIDH
23 Programa de Recuperação de Rodovias do Estado de São Paulo
24 Programa Rodoviário do Estado de Minas Gerais – PRMG 25 Programa Brasília Integrada
26 Complexo Industrial e Portuário do Açu
27 Programa Multimodal de Transporte e Desenvolvimento Mínero-Industrial da Região Cacaueira – Complexo Porto Sul
28 Arco Metropolitano do Rio de Janeiro
29 Eixo de Capricórnio 30 Costa Norte
31 Polos Turísticos do Estado do Rio de Janeiro (Polo Litoral) 32 Polos Turísticos do Estado do Rio de Janeiro (Polo Serra)
33 Conjunto de Ações Integrantes do Plano de Desenvolvimento Integrado
do Turismo Sustentável – PDITS, dos Polos Turísticos Costa das Dunas, Costa Branca e Seridó
34 Prodetur Nacional no Estado do Mato Grosso Do Sul – Polo Campo
Grande e Região 35 Prodetur Nacional no Estado do Mato Grosso Do Sul – Polo Serra da
Bodoquena
Fonte: Pesquisa documental. Elaborado pelos autores.
Legenda:
Acre (AC)
Alagoas (AL)
Amapá (AP) Amazonas (AM)
Bahia (BA)
Ceará (CE)
Distrito Federal (DF)
Espírito Santo (ES)
Goiás (GO)
Maranhão (MA)
Mato Grosso (MT)
Mato Grosso do
Sul (MS)
Minas Gerais (MG)
Pará (PA)
Paraíba (PB)
Paraná (PR) Pernambuco (PE)
Rio de Janeiro (RJ)
Rio Grande do Norte (RN)
Rio Grande do Sul (RS)
Rondônia (RO) São Paulo (SP) Roraima (RR) Sergipe (SE)
Santa Catarina (SC) Tocantins (TO)
Figura 11. Distribuição da AAE no Brasil
Fonte: Elaborado pelos autores.
72
No âmbito regional, levou em conta a delineação das regiões, proposta pelo IBGE
(2017), Região Norte (Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará. Amapá e Tocantins),
Região Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Bahia), Região Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de
Janeiro), Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e Região Centro-Oeste
(Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal). A Figura 12 exibe o número
médio de AAE por região, a saber:
Regiões AAE por regiões Média de AAE por região
Norte (7 Estados) 2+2+1+1+1+1+1 = 9 1,28
Nordeste (9 Estados) 4+3+2+2+2+2+1+1=17 1,88
Sudeste (4 Estados) 6+5+5+2=18 4,50
Sul (3 Estados) 7+4+2=13 4,33
Centro-Oeste (4 Estados) 3+2=5 1,25
Figura 12. Número médio de AAE por região
Fonte: IBGE, 2017.
Considerando a análise das AAEs pelas cinco regiões brasileiras, verifica-se que o
Sudeste exibe a maior média de AAE, seguido da Região Sul. Enquanto as Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, que juntas possuem quase o dobro do número de Estados que a
Região Sudeste, apresentam as menores médias de AAEs.
4.8 ANÁLISE DOS RELATÓRIOS BRASILEIROS DE AAE EM ATENDIMENTO AO
PRECONIZADO NA CONVENÇÃO DA BIODIVERSIDADE
O instrumento AAE condiz com os preceitos da CDB, especialmente o item b do seu
artigo 6 “integrar, na medida do possível e conforme o caso, a conservação e a utilização
sustentável da diversidade biológica em planos, programas e políticas setoriais ou
intersetoriais pertinentes” (CDB, 1992).
Com isso, para entender se as AAEs adotam as proclamações da Convenção da
Diversidade Biológica, foi considerada a quantidade de questões do roteiro de Iaia (2005)
incorporadas por cada relatório de AAE. Assim, todas as questões abordadas por cada
relatório de AAE, foram marcadas com letra x. Ao final gerou-se a somatória do número de
incidências. Os resultados obtidos estão descritos na Figura 13.
73
AAE Níveis Número de
questões
abordadas
por cada
AAE
Total de
contemplações
das questões do
roteiro IAIA
por cada
categoria do
planejamento
Genético Espécie Ecossistema
Questões Questões Questões
1 2 3 4 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
1 Gasoduto Brasil –
Bolívia
x x x 3 Energia
12 questões
2 Bacia do Rio
Chopim
x x x x x 5
3 Rio Areia x 1
4 Setor de Petróleo e
Gás Natural no Sul da Bahia
x x x x x x 6
5 Programa de
Eletrificação Rural
do Noroeste de
Minas Gerais
x x 2
6 Sub-Bacia do Rio
Verde
x x x x x x 6
7 Programa de Geração Hidrelétrica
em Minas Gerais
x 1
8 Programa de Investimentos da
Petrobras na Área de
Abrangência da Baía de Guanabara
x x x x x x x x 8
9 Bacia do Turvo x x 2
10 Planejamento da
Dimensão Portuária, Industrial, Naval
Offshore no Litoral
Paulista – PINO
x x x x x x 6
11 Planos de Expansão
da Silvicultura de
Eucalipto e Biocombustível no
Extremo Sul da
Bahia
x 1
12 Portfólio dos Eixos Nacionais –
Ministério do
Planejamento
x x 2 Desenvolvimento Regional
5 questões
13 Programa Social e
Ambiental dos
Igarapés de Manaus – PROSAMIM
x x 2
14 Programa de
Desenvolvimento
Sustentável do Semiárido Sergipano
x x 2
15 Programa de
Melhoria da Qualidade
Ambiental Urbana
do Amapá
x 1
16 Bacia do Alto Paraguai
x x x x 4
17 Polo Minero-
Industrial de Corumbá e
Influências sobre a
Planície Pantaneira
x x x 3
18 Polo Industrial e de
Serviços de Anchieta
x x x 3
19 Projeto de
Conservação e Gestão Sustentável
do Bioma Caatinga –
Mata Branca
x x 2
20 Programa Bid II x x 2 Transporte
11 questões 21 Programa Rodoanel x 1
74
Mário Covas – Transporte para
desenvolvimento
sustentável
22 Programa de
Acessibilidade a
Municípios de pequeno Porte com
Baixo
Desenvolvimento humano –
PROACESSO/BIDH
x x 2
23 Programa de Recuperação de
Rodovias do Estado
de São Paulo
x x x 3
24 Programa Rodoviário do
Estado de Minas
Gerais – PRMG
x x 2
25 Programa Brasília
Integrada
x x x x 4
26 Complexo Industrial
e Portuário do Açu
x x x x 4
27 Programa
Multimodal de
Transporte e Desenvolvimento
Mínero-Industrial da
Região Cacaueira – Complexo Porto Sul
x x x x x x x x x x x 11
28 Arco Metropolitano
do Rio de Janeiro
x x x x x 5
29 Eixo de Capricórnio x x 2
30 Costa Norte x x x 3 Turismo 3 questões 31 Polos Turísticos do
Estado do Rio de
Janeiro (Polo Litoral)
x x 2
32 Polos Turísticos do
Estado do Rio de Janeiro (Polo Serra)
x x 2
33 Conjunto de Ações
Integrantes do Plano
de Desenvolvimento Integrado do
Turismo Sustentável
– PDITS, dos Polos Turísticos Costa das
Dunas, Costa Branca
e Seridó
x x x 3
34 Prodetur Nacional
no Estado do Mato
Grosso Do Sul –
Polo Campo Grande
e Região
x x 2
35 Prodetur Nacional
no Estado do Mato Grosso do Sul – Polo
Serra da Bodoquena
x x 2
Figura 13. Demonstração do número de incidências
Fonte: da autora.
De acordo com os resultados obtidos nenhuma das AAEs da amostra integrou todas as
questões do roteiro. A AAE do Programa Multimodal de Transporte e Desenvolvimento
Minero-Industrial da Região Cacaueira – Complexo Porto Sul, contemplou onze questões de
quatorze proposta por Iaia (2005), sendo essa AAE foi a que mais seguiu as orientações do
75
princípio operacional para a montagem de relatórios de AAE com vista aos interesses da
biodiversidade.
A AAE Programa de Investimentos da Petrobras na Área de Abrangência da Baía de
Guanabara contemplou oito questões, enquanto as AAEs do Setor de Petróleo e Gás Natural
no Sul da Bahia, Sub-Bacia do Rio Verde e AAE Planejamento da Dimensão Portuária,
Industrial, Naval Offshore no Litoral Paulista – PINO, usaram seis questões do roteiro, cada
uma.
Todos os outros trinta relatórios de AAEs usufruíram de menos de cinco questões do
roteiro. Pormenores, quatorze relatórios contemplaram somente duas questões. Cinco
relatórios se utilizaram de uma pergunta do roteiro. Seis relatórios envolveram três questões.
Três relatórios consideraram quatro questões. Dois relatórios se apropriaram de cinco
perguntas do roteiro.
Os resultados desta pesquisa permitem constatar que a categoria do planejamento de
energia está mais inclinada a atender os preceitos da CDB ao considerar doze questões das
catorze propostas pelo Iaia (2005). A categoria de transportes contemplou onze questões,
enquanto a categoria de desenvolvimento sustentável incorporou cinco questões e, por último,
as AAEs da categoria de turismo consideraram somente três questões.
A reduzida contemplação das questões propostas por IAIA (2005) nos relatórios de
AAE contraria o compromisso que o Brasil firmou com a comunidade internacional por meio
da assinatura da CDB em especial o artigo 1 da CDB, visto que inviabiliza que se constate se
a proposta de desenvolvimento objeto da AAE garante benefícios, a utilização sustentável, a
repartição justa equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos,
tampouco o acesso aos recursos genéticos. Similarmente, contrapõe-se, parcialmente, aos
interesses desejados pelas Metas de Aichi.
Observa-se pelos resultados que as AAEs carecem de esforços para ampliar a
abordagem dos efeitos que a proposta de planejamento de desenvolvimento pode causar a
biodiversidade. De acordo com Pellin, Lemos, Tachard, Oliveira e Souza (2011), as razões
para existência de AAE no Brasil não têm por objetivo principal identificar novas estratégias,
na verdade decorrem do cumprimento de exigências de agências financiadoras, para o
fornecimento de recursos financeiros. Segundo CDB (1994), a capacitação técnica, científica
e institucional sobre a biodiversidade ameniza o desconhecimento da diversidade biológica, e
viabiliza novas oportunidades para esse bem.
Um dos atos definidos pela CDB 1992 como primordiais a ascensões positivas para o
futuro à diversidade biológica são o planejamento e implementação de medidas factíveis para
76
aumento do conhecimento da diversidade biológica (CDB, 1992). Nesse contexto, as
orientações metodológicas da IAIA (2005) para inclusão da biodiversidade na prática da AAE
destacam-se como caminho para contribuir na reversão da degradação da biodiversidade em
curso e pretérita.
Quanto menos as AAEs contemplarem as perguntas propostas pelo roteiro, supõe-se
que mais dificilmente as propostas de desenvolvimento cumpram com o artigo 15 da CDB, tal
qual prima pelos recursos genéticos, indica a necessidade de desenvolver pesquisas científicas
e a partilha de resultados obtidos a partir dessas, ressalta a permissão de usufruto e acesso aos
recursos advindos desse nível entre os signatários da CDB.
77
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este estudo objetivou analisar a abordagem do tema biodiversidade nas práticas
brasileiras de Avaliação Ambiental Estratégica quanto ao preconizado na Convenção da
Diversidade Biológica, por meio de um roteiro (referencial bibliográfico da IAIA (2005))
sintetizado em questionário, que tem o propósito de viabilizar a análise de situações que
possam interferir na biodiversidade de modo positivo e negativo.
O estudo também foi apoiado pelo objetivo específico de análise da biodiversidade em
seus níveis genético, de espécies e de ecossistemas, a partir dos relatórios brasileiros de
Avaliação Ambiental Estratégica juntamente com o objetivo específico de caracterização do
planejamento brasileiro analisado por intermédio da Avaliação Ambiental Estratégica no
Brasil.
A partir da aplicação do roteiro Iaia (2005) nos 35 relatórios de AAE, a análise gerou
cinco produtos para observância dos objetivos da pesquisa, sendo eles: atendimento ao
preconizado a CDB, níveis de biodiversidade, análise temporal, categoria e distribuição
territorial.
A pesquisa constatou que a revisão da biodiversidade nas AAEs confere um elemento
importante para o desempenho do processo de elaboração de AAE, e na ausência de
metodologias brasileiras para boas práticas de AAE, os resultados indicam que o roteiro da
IAIA (2005) exibe potencial para aferir o conteúdo, a qualidade da AAE exclusivamente nos
processos de intervenção do planejamento com efeitos sobre a biodiversidade e com maior
possibilidade de conquista de resultados convenientes aos interesses da CDB.
A aplicação das questões IAIA (2005) na elaboração de AAE permite detectar com
antecedência se as pps ofertarão impactos à biodiversidade, bem como dimensionar a sinergia
e cumulatividade sobre a diversidade biológica. Pela pesquisa comprova-se que o instrumento
se apresenta como um caminho para a inserção da biodiversidade na AAE brasileira e para
que os recursos biológicos sejam geridos pelos moldes sustentáveis nas políticas públicas,
planos e programas.
A partir das premissas desta pesquisa e os resultados fica evidente que as AAEs
brasileiras não contemplam na íntegra os interesses da Convenção da Diversidade Biológica,
visto que as AAEs não seguiram plenamente as orientações do princípio operacional para a
inclusão da biodiversidade na montagem de relatórios AAE. De quatorze questões propostas
pelo roteiro, as AAEs da categoria de energia se usufruíram de doze questões, a categoria de
78
transporte fez uso de onze questões, as AAEs da categoria desenvolvimento regional
adotaram cinco e as AAEs da categoria de turismo três questões.
Dos três níveis da biodiversidade constatou-se que as AAEs conseguiram analisar
melhor assuntos do nível mais alto de organização da biodiversidade, nível de ecossistema, e
subsequente o nível específico. O menor desempenho das AAEs se deu para assuntos sobre o
nível genético.
A análise temporal considerando dezessete anos e 35 relatórios de AAEs demonstrou
que não houve progressão no apontamento de efeitos na biodiversidade pelas AAEs durante
esse período, como também se observa ao longo dos anos que a experiência adquirida pela
prática não influencia padrões e tendências. Também se observa que não existe padrão no
aumento, tampouco equivalência da quantidade de relatórios de AAE por cada ano, sendo
desconhecidos os fatores que influenciam melhor desempenho das AAEs no quesito
biodiversidade e o surgimento de novos relatórios.
Na análise das AAEs, especificamente considerando categorias do planejamento
brasileiro, observa-se que a categoria de transporte demonstrou maior afinidade com as
questões propostas pelo roteiro em decorrência do maior número de efeitos na biodiversidade
detectados nos relatórios de AAE dessa categoria. Na sequência, a categoria de energia,
desenvolvimento regional e por último a categoria do turismo.
Tendo em vista o panorama brasileiro de AAE notou-se que todos os Estados
brasileiros têm uma AAE, porém de categorias de planejamento distintas. O Estado do Paraná
lidera a ocorrência de relatório de AAE. No entanto, na análise em âmbito regional, a Região
Sudeste apresenta a maior média de AAE, seguida das Regiões Sul, Nordeste, Norte e Centro-
Oeste.
A pesquisa constatou que as práticas brasileiras de AAE são carentes de conteúdo
sobre os efeitos que o planejamento brasileiro impõe à biodiversidade e que estão aquém dos
benefícios que esse artifício pode proporcional para as políticas, planos e programas. Cabe
ressaltar que embora as AAE não integrem plenamente os preceitos da Convenção da
Diversidade Biológica CDB e consequentemente os da Política Nacional da Biodiversidade
PNB e do Plano Estratégico de Biodiversidade 2011-2020, essa propicia a integração da
biodiversidade no planejamento brasileiro.
Conclui-se que a ferramenta AAE não está instalada no planejamento brasileiro como
forma de aquisição de melhores oportunidades para a biodiversidade e cumprimento da
Convenção da Diversidade Biológica e das Metas de Aichi, sendo inserida no Brasil por
outros objetivos não analisados nesta pesquisa.
79
Por intermédio deste estudo verifica-se que o planejamento brasileiro não está
inclinado a medidas de salvaguarda à biodiversidade, sendo essa prejudicada pela baixa
amplitude de análise na esfera do planejamento brasileiro.
Esse estudo observou ainda que AAE é um instrumento que permite em suas boas
práticas a análise da biodiversidade de planos de desenvolvimento local, políticas e programa,
pois considera os impactos na biodiversidade em seus níveis de ecossistemas, espécies e
genético, ao identificar riscos e potencialidade e por visar à manutenção e à preservação
desses recursos.
Ressalta-se que a compreensão dos efeitos das políticas, plano e programas na
biodiversidade reduz a responsabilidade dessa análise nas etapas posteriores ao planejamento
setorial, ou seja, o licenciamento ambiental dos projetos. Os resultados da pesquisa surgem
como princípios norteadores ao debate sobre a inserção do mecanismo AAE no rol legislativo
brasileiro como pré-requisito para o desenvolvimento dos Estados, figurando como os
caminhos de aperfeiçoamento.
Considera-se que caso a AAE fosse regularmente aplicada no país, teria grande
potencial para contribuir com a inclusão da variável ambiental no planejamento,
principalmente, quanto as premissas da Convenção da Diversidade Biológica. Recomenda-se
a ampliação do uso da AAE no país, de modo a atender as premissas da CDB na condição de
protagonista que o Brasil assumiu frente aos acordos internacionais desse tratado a possíveis
adequações dos processos já em curso, de forma que esses venham a proporcionar dados
relevantes sobre as reais influências do desenvolvimento sobre a biodiversidade.
5.1 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA À PRÁTICA
Esta pesquisa contribuiu com a prática quanto a:
a) fomentar o debate para inclusão da AAE no rol de instrumento orientador das
políticas, planos e programas;
b) cumprir com as diretrizes da Convenção da diversidade biológica;
c) testar o questionário metodológico da IAIA (2005) para avaliar a abordagem do
tema biodiversidade em Avaliação Ambiental Estratégica e mostrar sua
aplicabilidade aos estudos brasileiros de AAE, de modo a fornecer diretrizes para
casos similares;
80
d) fornecer orientações técnicas para consideração do tema biodiversidade em outros
estudos de Avaliação Ambiental Estratégica para o planejamento realizado no
Brasil;
e) incentivar a criação de roteiros de análise e avaliação contínua de boas práticas no
uso de instrumentos de planejamento em ambiental, em especial, de instrumentos
de avaliação de impacto;
f) estimular os órgãos ambientais de fiscalização a verificação da qualidade dos
relatórios AAE;
g) incentivar a melhoria dos próximos processos de Avaliação Ambiental Estratégica
do planejamento no Brasil.
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
O estudo abordou ampla amostra de AAEs, o que permite uma generalização dos
achados, como aspecto da qualidade das AAEs para os objetivos de pesquisa, porém limitada
à análise condicionada a alguns itens do sumário.
Outra limitação se deve ao único pesquisador para o desenvolvimento do trabalho
(pesquisa documental de 35 relatórios de AAE) por isso, não se descarta a possiblidade de
viés. A metodologia de busca Ctrl F e a leitura dos itens do sumário selecionados tratam-se de
medidas adotadas para reduzir possíveis intervenções de viés.
Considerando a discrepância entre os resultados da contemplação da biodiversidade
(níveis) em estudos de AAE, sugere-se para estudos futuros a avaliação curricular dos
profissionais que compõem as equipes que elaboraram as AAE a fim de detectar se as
formações educacionais exercem influência na qualidade das AAEs e se essas especializações
do corpo técnico convergem para os interesses da CDB.
Os índices baixos para abordagem do nível de genético se estabelecem como aspecto a
ser observado em estudos posteriores e estudos internacionais, com o objetivo de
compreender e constatar a exequibilidade da tarefa pelo mecanismo AAE.
Recomenda-se a averiguação da metodologia de AAE, se está sendo empregada
conforme a teoria. Outra vertente a ser analisada se restringe à averiguação das AAE que tem
em comum, a mesma metodologia de elaboração, a fim de detectar se a estrutura de
elaboração da AAE pode contribuir com melhores oportunidades para a biodiversidade,
identificar efeitos significativos que as ppp terão sobre a biodiversidade e os interesses da
CDB.
81
À luz dos resultados da pesquisa sugere-se a disseminação de conhecimento a respeito
da biodiversidade entre as empresas, instituições e profissionais responsáveis ou habituados a
elaborar AAE para que possam ampliar a sua abordagem sob a ótica da proteção e uso
sustentável desses recursos, fazendo com que essa linha alcance os tomadores de decisão e,
consequentemente, a proposta de planejamento do desenvolvimento.
82
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