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Um Cidadão chamado

A luta contra a fome, da qual Betinho se tornou um poderoso aríete, naturalmente reclama constantes investidas.

Solidariedade*

Em 9 de agosto de 1997, Betinho, mineiro de Bocaiúva, voltou à Pátria Espiritual.

Creio que uma das principais contribuições do saudoso sociólogo te-nha sido mobilizar Solidariedade Brasil afora, por isso em 1981 criou o Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas).

Bem merecido e exato foi o prêmio que recebeu no fim de 1996, no Plená-rio do ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, em Brasília/DF: a Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, na categoria Solidariedade.

Sem ela, a sociedade sucumbe ao egoísmo. O mais trágico erro é o milenar desrespeito à sagrada pessoa humana, o Capital de Deus.

Já em março de 1985, no Diário Popular, de São Paulo/SP, comentava o jornalista Anderson França:

— A crise econômica que afeta o mundo é uma verdadeira praga e, nesse sentido, a brecha entre os países ricos e os pobres aumentará até o ano 2000, viti-mando mais de 600 milhões de pessoas, que viverão abaixo do nível da pobreza. Essa tétrica advertência é do Fundo das Nações Unidas para Atividades Popula-cionais, que acaba de analisar as atuais tendências de crescimento econômico

no mundo. Na realidade, a indigência nos países em via de desenvolvimento é e será fruto das disparidades internacionais, em cujo leque se encaixam o alto custo dos empréstimos e a crise do pagamento das dívidas. Em outras palavras, os países ricos continuarão a ter uma receita per capita no mí-

Manuel Bandeira

_________________________________

* Um Cidadão chamado Solidariedade — Publicado no livro Crônicas e Entrevistas, de Paiva Netto (Editora Elevação – ano 2000).

Editorial

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor, é Presidente das Instituições da Boa Vontade.

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da Comenda doParlaMundi da LBV

Em 1996, no Plenário do ParlaMundi da Legião da Boa Vontade,

em Brasília/DF, Be-tinho foi condecorado com a medalha

da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumê-nica, da LBV, na categoria Solidariedade.

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nimo 200 vezes maior do que a dos países pobres. Para exemplificar bem o grau dessa barbaridade, é bom dizer que a quantidade de trigo destinada pelos EUA ao fabrico de ração animal daria, tranqüilamente, para, de uma só tacada, estancar a fome no continente africano...

“O Bicho”

Cabe aqui, por oportuno, um veemente protesto do grande poeta Manuel Bandeira (1886-1968) contra a falta de humanidade da Humanida-de que permanece ameaçando povos incontáveis:

Vi ontem um bichona imundície do pátiocatando comida entre os detritos.Quando achava alguma coisa,não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.O bicho não era um cão,não era um gato,não era um rato.O bicho, meu Deus,

era um homem.

Por isso, a luta contra a fome, da qual o ilus-tre professor Herbert de Souza (1935-1997) se tornou um poderoso aríe-te, naturalmente reclama constantes investidas.

Sem o sentido da Fra-ternidade que se projeta

na ação solidária, da qual Jesus é um luminoso exemplo, que problemas serão efetivamente aplacados, mesmo por força do progresso tecnológico em vigor?

Conforme escrevi no meu artigo “Independência”, publicado pela Folha de S.Paulo, em 7 de setembro de 1986, numa época em que, pelo avanço da tecnologia, as expectativas de produção ficam ultrapassadas, a fome é realmente um escândalo! Por quê?! Falta de Amor nas Almas, que resulta na exaltação do nefando ismo do ego.

O irmão do Henfil (guardo comigo bem-humorada e ilustrada dedicatória

Benjamin Franklin

Fotos históricas da LBV

A Ronda da Caridade da LBV é uma atividade originária da Campanha Permanente da Instituição contra a fome e pela cidadania, lançada no fim da década de 1940, com a popular “Sopa dos Pobres”, também conhecida como “Sopa do Zarur”. No destaque, na primeira imagem, o jovem Paiva Netto, que participou da Ronda inaugural, em 1º de setembro de 1962, no Rio de Janeiro/RJ.

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Fotos: Arquivo rBV.

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Henfil

que o sempre lembra-do cartunista — por sinal, também mineiro, de Ribeirão das Neves — me enviou no seu O Diário de um Cucara-cha) soube ver, através das lentes da verdade social, o que Benjamin

Franklin (1706-1790) registrou nas suas meditações:

— Onde há fome, não há respeito à lei (...).

Isto é, um dia, tudo pode acontecer. O Povo é uma permanente surpresa.

Fala Betinho

A Providência Divina suscita ho-mens de estirpe no seio de todas as nações e em todos os tempos, para que as consciências não adormeçam e que do hábito de refletir surjam ações huma-nitárias de extensos resultados. Eis por que encerro esta singela homenagem, recordando expressiva advertência do imortal Cidadão Solidariedade:

— A fome é exclusão. Da terra, da renda, do emprego, do salário, da educação, da economia, da vida e da cidadania. Quando uma pessoa chega a não ter o que comer, é porque tudo o mais já lhe foi negado. É uma espécie de cerceamento moderno ou de exílio. A morte em vida. E exílio da Terra. (...) fizemos verdadeiros milagres de desenvolvimento. Um dos maiores PIBs do mundo abra-çado com a pobreza é a miséria mais espantosa. (...) dois mundos no mesmo país, na mesma cidade, muito próximos pela geografia e infinitamente distantes como expe-riência de humanidade.

Ninguém diria melhor. Parabéns, Betinho, onde quer que esteja! E sabe-mos que é em um bom lugar. E continua vivo, porque os mortos não morrem.

Homenagem aos Pais

Nas fotos, o apoio oferecido pela LBV, em parceria com

voluntários, às pessoas que vivem em situação de risco so-cial. Nascida no Rio de Janeiro,

há 43 anos, a iniciativa espa-lhou-se por diversas seções de atendimento da Instituição no

Brasil e no mundo.

Editorial

No segundo domingo do mês de agosto come-moramos o Dia dos Pais no Brasil. Por isso, re-gistro, emocionado, os sinceros agradecimentos ao meu saudoso pai, Bruno Simões de Paiva, um dos principais responsáveis pela minha formação. Sempre me presenteava com os melhores livros, preocupado que foi com a minha educação, assim, como a da mi-nha querida irmã Lícia Margarida. Receba, Seu Bruno, onde estiver, ao lado de Dona Idalina, um beijo no coração.

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Fotos: Arquivo rBV.

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Uma mesa, cadeiras e microfone foram suficientes para os jornalistas Carlos Heitor Cony e Artur Xexéo re-produzirem o que fazem nas manhãs na Rádio CBN. O evento Sempre um Papo, realizado em 16 de agosto, no Conjunto Cultural da Caixa, Rio de Janeiro/RJ, serviu para explicar à platéia o que os leitores vão encontrar no livro Liberdade de Expressão 2, lançado naquela data por Heródoto Barbeiro, em parceria com os dois comentaristas.

Como o próprio jornalista, escritor e acadêmico Cony explanou, a obra é uma reprodução do programa matutino da rádio, que leva o mesmo nome, em que o diretor regional de jornalismo Heródoto Barbeiro lança temas atuais, para os dois jornalistas debaterem com ele, emitindo opiniões diferentes, o que, segundo o acadêmico, torna o programa muito dinâmico, pois o rádio atinge uma gama heterogênea de ouvintes.

Após o debate, os jornalistas auto-grafaram o livro na recepção do teatro, e, na ocasião, os representantes da Legião da Boa Vontade participaram do evento, levando o abraço fraterno do Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto. Cony e Artur Xexéo agradeceram e re-tribuíram o abraço, enviando o exemplar da obra com as seguintes dedicatórias: “Para o Paiva Netto com um abraço de Artur Xexéo — agosto/05” e “A José de Paiva Netto com a admiração e o abraço de Cony — Rio 2005”.

Liberdade de Imprensa

_______________Simone Barreto

Semente da vitória

C o m m a i s de 40 anos de atividade, o pre-parador físico Nuno Cobra é um profissional respei tado no

País e no mundo. Ele autografou

um exemplar de sua obra A semente da vitória para o Líder da Legião da Boa Vontade, ocasião em que disse que admira e tem muito afeto para com o dirigente da LBV. Na dedicatória, consta: “Ao querido amigo Paiva Netto. Com muito amor. Nuno Cobra”.

Literatura

_____________Viviane Lago

Nuno Cobra

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O jornalista e escritor Zuenir Ventura realizou, no dia 23 de agosto, na capital fluminense, um bate-papo literário sobre seu mais recente livro Minhas Histórias dos Outros. A obra traz o testemunho de vida do autor, num período que vai do fim dos anos 1950 — quando iniciou sua carreira — até os dias atuais, numa coletânea de lembranças pessoais e coletivas e episódios políticos e sociais que pre-senciou. Atualmente, é colunista do jornal O Globo e do site NoMínimo. Ganhou os Prêmios Esso e Vladimir Herzog de Jornalismo, em 1989, entre outros.

Zuenir aproveitou o evento para autografar exemplares de seu livro

e, na oportu-nidade, os re-presentantes da Legião da Boa Vontade o cum-primentaram em nome do jornalista José de Paiva Netto, ao que ele manifestou muita simpatia dizendo: “Ah, o Paiva Netto, que pra-zer! Muito obrigado pela presença. Dê um abraço a ele”. Também fez questão de encaminhar um exem-plar da obra com a seguinte dedi-catória: “Para José de Paiva Netto, com o abraço e o respeito do autor, Zuenir”. [S.B.]

Minhas Histórias dos Outros

Zuenir Ventura

O Congresso em Meio Século é o novo título do jorna-lista Tarcísio Holanda, lançado na Câmara dos Deputados, em 24 de agosto, data que marca a morte de Getúlio Vargas. A obra literária inaugura a Coleção Memória do Servi-dor. O livro retrata o papel do Ministro Paulo Affonso Martins de Oliveira nos 23 anos em que foi o braço direito de treze presidentes da Câmara dos Deputados.

Na ocasião, o autor autografou um

Coleção Memória do Servidor

exemplar para o dirigente da LBV, que destaca ser uma grande figura deste País: “Para Paiva Netto, Presidente da LBV, com apreço e admiração do Tarcísio Holanda. Brasília, 24/8/2005”.

_____________ Enaildo Viana

Ministro Paulo Affonso Tarcísio Holanda na noite de autógrafos

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Fotos: Agência Câmara

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Cartas

ABL em focoParabenizo a publicação da LBV,

em especial, pelo destaque que sempre concede à nossa ABL. Um abraço! (Antonio Carlos Secchin, Acadêmico, professor universitário, crítico literá-rio e ensaísta — Rio de Janeiro/RJ)

Canal de comunicação Venho por meio desta agradecer

a edição de junho de 2005 da revista BOA VONTADE. Gostaria também de cumprimentá-los pelo material. Certo de poder manter aberto este canal de comunicação entre nós, aproveito a oportunidade para lhes enviar um forte abraço. (Márcio Bins Ely, Vereador — Porto Alegre/RS)

ProfeciasQuero agradecer ao escritor Paiva

Netto pelo livro As Profecias sem Mis-tério. Estou muito contente com essa

obra. Agradeço de coração tudo o que ele faz por nós e pela Humanidade. (Graci Gomes da Silva — Florianó-polis/SC)

Sabedoria de VidaO livro Sabedoria de

Vida, de Paiva Netto, é ma-ravilhoso, nos ensina mui-to. Eu gostei bastante, pois, nesta vida, temos muito que aprender. Com essa obra, da Editora Elevação, de tanta res-ponsabilidade e credibilidade, conseguirei seguir em frente. (Ivanilde Aparecida Fernandes de Oliveira — Embu-Guaçu/SP)

Programação que elevaParabéns pela programação e pela

iniciativa de radiofonização do livro Nosso Lar, uma das obras mais lindas do Espírito André Luiz, psicografada

O Portal da Associação Brasileira de Imprensa (www.abi.org.br) desta-cou, em nota publicada no dia 1° de agosto, o regis-tro histórico que a BOA VONTADE faz dos pioneiros da imprensa brasileira, aproveitando o ensejo da comemora-ção do aniversário de 90

anos do jornalista Fernando Segismun-do, em 5 de julho último. Eis a nota:

“Memória da ImprensaA edição nº 203, de julho, da revista

BOA VONTADE, editada pela Ele-vação, traz como reportagem de capa a sessão histórica em homenagem aos quatro pilares da ABI: Herbert Moses, Prudente de Moraes, neto, Barbosa Lima Sobrinho e Fernando Segismun-do. Em quatro páginas, o leitor pode conhecer um pouco sobre a trajetória dos ex-Presidentes da ABI e suas atividades à frente da Instituição”.

Por sinal, o eminente jornalista Fernando Segismundo destacou a pu-

blicação, via e-mail: “Caro Presidente Paiva Netto, venho agradecer-lhes a distinção com a qual a revista BOA VONTADE n° 203, de julho, me atribui: o de ser um dos pilares da Associação Brasileira de Imprensa, ABI. Tenho prestado, de fato, uns poucos serviços à instituição, mas assim têm procedido muitos de nossos confrades. Honra-nos estar sempre ao lado e a favor de nossa categoria profissional. Com a generosidade de vocês sinto-me, ainda mais, incen-tivado a prosseguir em nossa luta comum, tenho como alvo absoluto o bem da Pátria e de seu povo. Um cordial abraço!”.

A jornalista e escritora Maria Lúcia Amaral fez questão de ressaltar a ho-menagem da revista ao seu tio Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000): “Muito grata pela remessa da revista BOA VONTADE em que estão o meu tio Barbosa Lima Sobrinho e sua esposa Maria José. Lembro sempre de ambos com muita saudade e, principalmente, pela falta que o meu tio estaria fazendo, agora, em que o país anda tão difícil. Bonita a capa da revista na qual estão os presidentes tão importantes da querida

ABI onde trabalhei tantos anos. Obrigada, mais uma vez.

Parceria SocialA LBV e a ABI têm

realizado, ao longo de mais de cinco décadas, inúmeras parcerias, a exemplo da que foi as-sinada no fim de 2004, quando um convênio entre as duas instituições passou a oferecer atendimento odontoló-gico a jornalistas aposentados de renda modesta. Também são entregues, mensal-mente, a estes profissionais cestas básicas de alimentos. Em carta, o Presidente da Casa do Jornalista, Maurício Azêdo, manifesta-se a respeito do assunto: “Nossa admiração pelo desempenho da LBV no campo social, no qual essa benemérita instituição presta notável contribuição à melhoria das condições de vida e à elevação da auto-estima das pessoas alcançadas por seu trabalho de assistência ao próximo, como demons-trado no caso do numeroso segmento de concidadãos indicados pela ABI. Com as expressões do nosso elevado apreço, firmo-me cordialmente”.

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Senador Pedro Simon autografa livros a Paiva Netto

No dia 27 de agosto, o Senador da República Pedro Simon dedicou ao dirigente da LBV um exemplar de duas interessantes obras de sua autoria. No livro Discursos do Senador Pinheiro Machado, Simon registrou: “Ao grande líder e amigo Paiva Netto, um abraço do Irmão Pedro Simon, 27/8/2005”. O Senador escreveu na dedicatória da publicação Alberto Pasqualini — Textos Escolhidos a seguinte mensagem: “Ao homem de idéias sociais, Paiva Netto, ofereço o pensamento de um grande mestre de idéias, Alberto Pasqualini. Abraço, Pedro Simon, 27/8/2005”.

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pelo saudoso Chico Xavier. Sempre que posso, ouço a Super Rede Boa Vontade de Rádio (SRBV) e peço ilu-minação espiritual para que tudo corra bem em minha vida; peço também pela saúde de minha mãe, Maria Aparecida Del Grande; por todos aqueles que ouvem a SRBV e pelos Irmãos que se encontram em aflição. Que Deus nos ilumine. Obrigada, um abraço a todos da LBV. (Kátia Filomena Del Grande — via e-mail)

LBV no mundo Visita portuguesa — Há pouco

tempo foi-me possível concretizar um sonho antigo: conhecer a Legião da Boa Vontade do Brasil e representar Portugal no 30º Congresso Jovem LBV. Agradeço o carinho com que fui rece-bida pelo Irmão Paiva e a fraternidade dos Legionários, sem exceção. Destaco a envergadura desta obra grandiosa de Jesus. Nunca duvidei que assim fosse, mas, pessoalmente, é muito mais gratificante! (Orlanda Perestrelo — (Porto/Portugal)

Pontual e humanitário no Pa-raguai — Em nome do Instituto de Bem-Estar Social, sentimo-nos honra-dos de dirigirmo-nos a Vocês a fim de expressar reconhecimento e gratidão pelo pontual e humanitário atendimen-to da solidária Legião da Boa Vontade (LBV) do Paraguai, especificamente com a provisão de alimentos para adultos maiores do Centro Comunitário “Amanecer” (Amanhecer), na cidade de Fernando de la Mora. Na soma dos serviços, significaram um ano de con-signação à vida saudável e protegida em forma alimentícia dos usuários do referido Centro, que oferece assistência integral aos que vivem em situação de risco social. Ao reiterar-lhes nossos agradecimentos, desejamos sucesso à missão da LBV, com a elevada aprecia-ção institucional. (Dr. Jorge Paredes Ocampo, Diretor-Geral do Instituto de Bem-Estar Social de Assunção/ Paraguai, e sra. Palmira Soto, Chefe do Departamento de adultos maiores e incapacitados do mesmo Instituto)

O coração azul pulsa na Argentina — Desejamos agradecer a inestimável ajuda que nos têm dado. Não temos palavras para dizer-lhes o quanto nos aliviaram; não diretamente, mas às crianças, porque devemos lembrar que são elas as mais beneficiadas. Nós não somos nada mais que intermediários para atender às necessidades delas, que atualmente são muitas. Mas vocês, com sua ajuda solidária, nos fazem continuar com esta obra benemérita. Ainda bem que neste mundo existem pessoas como vocês, que lutam diariamente e nos con-sideram e atendem. Nossos corações têm o mesmo objetivo, impulsionados por um sentimento de amor em relação aos pequeninos de nossa sociedade. Obriga-do por existirem! E que o logotipo que escolheram para serem reconhecidos mundialmente se torne cada vez maior. Muitíssimo obrigado! (Sayas Raúl e Maria José Carballo, respectivamente Presidente e Secretária da instituição Merendero Infantíl Comunitario Don Niño, Buenos Aires/Argentina)

Samba e HistóriaEu gostaria de parabenizar toda

equipe desta revista pela seção “Sam-ba e História”, que foi muito bem-feita, mostrando a trajetória deste grande músico e sambista Neguinho da Beija-Flor, com fatos marcantes que nos fizeram recordar um pouco de sua história. Que esta publicação con-tinue sempre trazendo a cultura com Espiritualidade a todos nós! (Lícia Curvello — Nova Iguaçu/RJ)

O caminho das estrelasExcelente matéria sobre Santos

Dumont, publicada na BOA VONTA-DE de julho, intitulada: “O caminho das estrelas”. Dumont demonstrou com sua persistência que quem tem um objetivo definido, por mais que pareça impossível aos outros, com determinação pode alcançá-lo. A re-portagem apresenta ainda informações de como ele conquistou sua meta de maneira gradual, sempre inovando em suas descobertas. (Ana Paula de Oliveira, via e-mail).

Em rede nacio-nal, no dia 21 de agosto, o apre-sentador Fausto

Silva recomendou aos telespectadores do Do-mingão do Faustão, da TV Globo, dirigido pela competente Lucimara Parisi, o best seller de Paiva Netto, Re-flexões da Alma, da Editora Elevação. O livro já ultrapassou a marca dos 180 mil exemplares vendidos. Faustão tem grande afeto para com a Legião da Boa Vontade e seu Diretor-Presidente. Certa vez, ao ser entrevistado pela equipe de reportagem da Rede Boa Vontade de Comunicação, ele ressaltou a seriedade do trabalho realizado pelo Diretor-Pre-sidente da Instituição. “Eu vejo muito bem e há muito tempo (a ação da LBV), porque conheço Paiva Netto, de vez em quando cruzo com ele nos aeroportos da vida. Sei que é um homem sério, dedi-cado, e a verdade é que quanto mais ele trabalha e mostra o trabalho dele, com mais tradição, mais seriedade, respon-sabilidade e, principalmente, com maior interesse, respeito e admiração o público vê esse tipo de serviço. A verdade é que o trabalho é a maior propaganda do Paiva Netto e da LBV”.

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Reflexões da Alma, de Paiva

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A revista BOA VONTADE não se responsa-biliza por conceitos emitidos em seus artigos

assinados.

Adriane Schirmer Neuza Alves

Walter Periotto Wanderly Albieri Baptista

Redação

BOA VONTADEANO XXIII • Nº 204 • AGOSTO de 2005

Diretor e Editor responsávelFrancisco de Assis Periotto

MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Editor Executivo: Gerdeilson BotelhoSubeditora: Débora Verdan

Revisão

ArteProjeto Gráfico: João Periotto

Capa: João Periotto e Alziro BragaFoto de capa: Daniel Trevisan

Maquiador: Silas Moraes

BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação.

Impressão: PROL Editora Gráfica

Produção

Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro

CEP 01134-000 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9

— CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com E-mail: [email protected]

ColaboradoresAlvino Barros, Antonio Paulo Espeleta, Cida Linares, Daniel Trevisan, Elias Paulo, Leonardo

Mattiuzzo, Maria Aparecida da Silva, Paulo Azor, Pedro de Paiva,

Profa Nádia Lauriti, Rita Silvestre, Silvia Bovino e William Luz

Ao Leitor

Ao educar e espiritualizar crianças e adolescentes é possível ter certeza de que estamos cons-truindo bases para um amanhã melhor e, por conseqüência, pro-missor. Tendo em vista essa idéia e a necessidade de que ela seja uma realidade nas salas de aula pelo Brasil afora, a revista BOA VONTADE apresenta o método utilizado pelos educadores da rede de ensino da LBV, inspirado na Pedagogia do Cidadão Ecumêni-co, preconizada por Paiva Netto.

Na reportagem especial, você poderá ler relatos de quem acom-panha de perto o resultado positivo obtido graças à prática da proposta educacional que alia o intelecto à Espiritualidade Ecumênica. Esse modelo faz parte do cotidiano de milhares de bebês, crianças e adolescentes que freqüentam unidades educacionais da Legião da Boa Vontade.

Nas páginas do Editorial, o es-critor Paiva Netto lembra o saudoso Betinho, sociólogo e um dos maio-res colaboradores na mobilização da Solidariedade em nosso País.

No artigo “Um Cidadão chamado Solidariedade”, o dirigente da LBV ainda destaca o Dia dos Pais, comemorado em agosto, saudan-do seu genitor, Bruno Simões de Paiva, na Pátria Espiritual.

Confira a seção História, que vislumbra a importância do Mo-vimento Modernista, iniciado em 1922, no Brasil, e que ficou marcado por ser uma revolução que mudou não somente a cul-tura, mas, sim, o comportamento humano. Vale a pena ler também a matéria em lembrança às vítimas da bomba atômica, que, neste mês, completou 60 anos do triste episódio. A homenagem se estende ao Presi-dente Getúlio Vargas, num texto que mostra as mudanças e melhorias que ele trouxe ao Brasil.

Os editores

4 Editorial9 Literatura10 Cartas15 Coluna do Garotinho16 Cultura18 Biosfera20 Educação26 Atualidades28 História34 Notícias de Brasília38 Samba e História

40 Opinião44 Viver é Melhor — Saúde46 Melhor Idade48 Ação Jovem LBV50 Bolo com Pudim52 Acontece58 Acontece no Mundo60 Especial sobre Paiva

Netto62 Pedagogia do Cidadão

Ecumênico

Edição nº 204

Índice

Enquanto não prevalecer o en-sino eficaz por todos os de bom senso almejado, qualquer nação padecerá cativa das limitações que a si mesma se impõe*.

Paiva Netto

*Leia também “Sociedade Solidária: o exercício da Democracia Ecumênica”, análise da Socióloga, dos EUA, Sandra Fernandez, na página 40.

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20Editorial

EducaçãoCidadania

Ecumênica na sala de aula

Um Cidadão chamado Solidariedade

Biosfera

A sede atinge o Planeta

Atualidades

Direitos da criança e do adolescente

Notícias de Brasília

Arte contemporânea da Índia no Templo da Boa Vontade (TBV)

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José Carlos Araújo é locutor esportivo da Rádio Globo do

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Coluna do Garotinho

ganham certo destaque aos olhos da crítica.

Em valores individuais, o destaque é o Corinthians, que — com a parceria que lhe garante suporte financeiro — buscou reforços do nível de Tevez, Mascherano, Roger e Carlos Alberto. Mas ainda não é aquele time apontado por todos como provável campeão. Falta alguma coisa ao Timão, embora lhe sobrem jogadores de qualidade.

Este Campeonato Brasileiro conti-nua imprevisível, tanto na parte supe-rior da tabela, na qual se concentram os que aspiram ao título de campeão e à possibilidade de disputar torneios in-ternacionais, quanto na parte de baixo, em que a briga é pela permanência no grupo de elite do futebol nacional.

À medida que a disputa avança, mais se torna evidente o nivelamento geral. Basta observar a diferença, em pontos ganhos, que separa os primeiros dez classificados. Fica tão

embolado esse pelotão que, a cada rodada, tudo pode se inverter. Não há, por enquanto, nenhum time disparado que possa ser descrito como principal candidato ao título.

Já entre os ameaçados pelo re-baixamento, a situação é mais séria. Apesar de ainda ter muitos jogos pela frente, o risco é enorme e se torna mais real a cada jogo perdido. Tudo porque não basta que o ameaçado vença; é preciso que seus concorrentes diretos caminhem em sentido inverso e per-cam seus jogos.

Por isso mesmo, os grandes clubes ameaçados que se cuidem. Essa histó-ria de que há tempo de sobra para uma recuperação não passa de uma grande armadilha. Palmeiras, Botafogo, Flu-minense, Grêmio, Bahia e outros que o digam. Todos eles viveram esse drama e, quando acordaram para a realidade, já estavam na segunda divisão.

O Campeonato Brasileiro vai fican-do cada vez mais difícil. Só aqueles que formaram suas equipes com antecedên-cia, que se planejaram para a competi-ção, conseguem superar as dificuldades. Hoje, ninguém mais é campeão ou se mantém na primeira divisão apenas com a força de seu nome.

Tradição ajuda. Camisa também pesa. Mas o sucesso requer mais. Exige qualidade, seriedade e com-petência. E é bom que todos saibam que ninguém mais erra impunemente. Todos são cobrados e o preço é sempre muito alto.

Quem sãoos favoritos?

O Campeonato Brasileiro, como tem ocorrido nos úl-timos anos, vem reservando surpresas para torcedores e

analistas. Times sempre considerados favoritos ao título aparecem como candidatos ao rebaixamento, enquanto equipes tidas como inexpressivas se agigantam e assumem as primeiras co-locações na tabela de classificação.

Em sã consciência, no início do campeonato, alguém apostaria que a Ponte Preta pudesse liderar a compe-tição? E de que forma explicar clubes como o Atlético Mineiro, Vasco da Gama e Flamengo, freqüentando a zona de rebaixamento?

A verdade é que o êxodo de joga-dores acabou nivelando as equipes. Não há nenhum time muito superior aos outros. Claro que o São Paulo, pela conquista da Taça Libertadores da América, o Cruzeiro e o Inter-nacional, pela força do conjunto,

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Tradição ajuda. Camisa também pesa. Mas o sucesso requer mais. Exige qualidade,

seriedade e competência.

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“Dois filhos de Francisco” traz a trajetória de sucesso da dupla Zezé Di Camargo & Luciano.

Sonho de pai,

Os irmãos Zezé Di Camargo e Luciano, que sempre foram bem-sucedidos na música sertaneja — são quase 14

anos de carreira e mais de 21 milhões de discos vendidos —, resolveram arriscar-se por um outro e fascinan-te meandro artístico: o cinema. A estréia do longa-metragem “Dois Filhos de Francisco — A história de Zezé Di Camargo & Luciano” ocor-reu em 19 de agosto, dando vida a um sonho acalentado pela dupla há muito tempo.

O filme, uma autobiografia dos cantores, é também um tributo ao pai, Francisco Camargo, homem simples do campo e amante da música, que ao escutar, nas horas livres, o velho radinho de pilha, vislumbrava que seus filhos pudessem trilhar o mesmo caminho de sucesso dos artistas de que era fã.

E é a partir deste peculiar e tocante momento que a trama da obra cine-matográfica se desenvolve, com cenas gravadas em Pirenópolis, interior do Estado de Goiás, onde nasceram; passa pelo Rio de Janeiro e São Paulo, quan-do os primeiros sucessos acontecem, até os palcos dos grandes shows da dupla hoje.

O trabalho retrata a garra, a per-sistência e a tenacidade de jovens que não vergaram ante as dificuldades; ao contrário, souberam, com galhardia, superar os desafios do cotidiano. Outro importante contexto explorado é o lado familiar, o apoio que sempre encontra-ram na mãe e no pai. “Digamos que é um exemplo de vida para o público. Mostramos como a vida simples e direita pode levar o Ser Humano a con-quistar os próprios sonhos. Lembrando que o passo inicial é acreditar num só objetivo”, destacam Zezé e Luciano.

Cultura

Fotos: Vantoem Pereira Jr.

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Na foto, os pais Francisco e dona Helena, orgulhosos com o sucesso

dos filhos Zezé Di Camargo e Luciano.

Na paisagem do sítio, o ator Dablio Moreira que interpreta Zezé Di Camargo quando criança.

realização dos filhos.

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“Dois Filhos de Francisco” contou com um orçamento de R$ 5,9 milhões e teve a produção da Columbia TriStar do Brasil, Conspiração Filmes e ZCL Produções. Sob a direção de Breno Silveira, os irmãos foram interpretados por atores com incrível semelhança a eles: Dablio Moreira (Zezé na infância); Márcio Kieling, no papel de Zezé (adulto); o estreante Thiago Mendonça, como Luciano; os consa-grados Ângelo Antônio e Dira Paes, interpretando os pais dos cantores, seu Francisco e dona Helena; e Paloma Duarte, representando Zilú, esposa de Zezé Di Camargo. No elenco, ainda, grandes nomes como Lima Duarte (no papel de avô materno da dupla).

Além da boa história, o trato das qua-se 40 canções usadas no longa também merece realce, tendo os compositores e cantores Caetano Veloso e José Augusto na escolha da trilha sonora, que traz músicas sertanejas e da MPB.

de Rádio e à Rede Mundial de Televisão, Zezé enfatiza

o trabalho da Instituição como modelo a ser seguido: “Quero dar

os parabéns mais uma vez à LBV. Eu sempre a cito como exemplo, não só por esta atitude que teve com a gente, mas também pelo que vem realizando ao longo de mais de 50 anos. Quando venho aqui, sempre digo: se existe um pedacinho do céu no Brasil, esse peda-cinho é a LBV”.

A iniciativa já atendeu, nesses cinco anos, a milhares de crianças e adoles-centes de comunidades menos favore-cidas da capital bandeirante e região, prestando serviços de prevenção e ação odontológica, envolvendo-as em atividades voltadas à Educação, saúde e recreação, estimulando-as para o desenvolvimento de hábitos saudáveis de higiene bucal, corporal e alimentar. Além disso, as famílias dos assistidos também recebem orientações e palestras educativas e preventivas.

Ação Solidária

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Cenas do set de gravação do filme “Dois Filhos de Francisco”

Dessa jornada de êxitos, na luta para vencer na música, há também

uma força maior que os acom-panhou durante todo esse tem-po. Como afirma a dupla: “A Espiritualidade está presente em tudo. Ele (Deus) nos ilumina sempre”. Talvez por isso e/ou pelas dificuldades que passaram, os ir-mãos Zezé Di Ca-margo e Luciano têm se dedicado ao longo da carreira a colaborar com o próximo, a estender a mão. “Ajudar é uma missão que cobramos de nós mesmos”, dizem eles, quando ques-tionados do porquê dessa dedicação.

Na própria Legião da Boa Vontade, existe um exemplo vivo dessa atenção aos que mais precisam. Em julho de 2000, os dois inauguraram a unidade móvel do programa Odontoteca LBV (ônibus com gabinete dentário e brin-quedoteca), em bela cerimônia reali-zada no Instituto de Educação José de Paiva Netto, em São Paulo/SP. O pro-grama recebeu o apoio dos cantores, que doaram a bilheteria de seu show Deus, Salve a América, na casa de es-petáculos Olympia, na capital paulista, que resultou em parte da montagem, adaptação e compra do ônibus.

Na oportunidade, em entrevista concedida à Super Rede Boa Vontade

“Se existe um pedacinho do céu no Brasil, esse pedacinho é a LBV.”

Zezé Di Camargo

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Ônibus com gabinete dentário e brinquedoteca, do programa Odontoteca da LBV, montado

com o apoio da dupla.

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ma Ecumenismo, da Rede Mundial de Televisão, alerta para o fato de que a conscientização quanto ao uso desse bem precioso teria, ao contrário do que acontece, de ser intensificada, a exemplo de outras iniciativas em que são feitas campanhas diárias. Para ele, é essencial que o assunto esteja em voga

Segundo este trabalho, ainda em 2050 poderemos ter uma “crise sem preceden-tes”, na qual sete bilhões de indivíduos serão afetados. Apesar de a Terra ter 70% de sua superfície coberta de água, 97,6% dela é salgada e apenas 2,4% é doce, ou seja, potável. O gerenciamento dessa riqueza é fundamental para o pro-gresso e sobrevivência dos povos.

A situação do BrasilMesmo o Brasil, que é considerado

o país com maior poder hidrográfico (tem 12% da água doce do mundo), terá de cuidar para que o problema não afete os seus compatriotas. Como explica Francisco Buonafina, apesar de ser um número expressivo, há de se considerar que “70% desse total estão localizados na Bacia Amazônica e no Pantanal. E o restante, 30%, está distribuído nas demais regiões para abastecer 93% da população. É uma quantidade preocupante”.

Ele acredita que a informação é a grande arma para vencer esse desafio. “Não há outro caminho, aliás, a médio e longo prazo nós devemos trabalhar com as escolas e com os jovens a edu-cação ambiental. Não existe governo ruim se a sociedade civil for organi-zada. Temos de cuidar dos mananciais

O mesmo líquido que nossos ancestrais bebiam há milhões de anos serve hoje para matar a nossa sede. Em seu ciclo

natural de evaporação — chuva, infil-tração no solo e formação de fontes, rios, lagos e lençóis subterrâneos — a sabedoria da Mãe Natureza renova a água que alimenta a energia vital do Planeta. Mas esse mesmo manancial teve de continuar, ao longo de todo este período, abastecendo uma população que se multiplicou, elevando-se à cifra mundial de seis bilhões de habitantes.

Além disso, ela é cada vez menos utilizável, em decorrência da ação do Ser Humano, que faz modificações drásticas e polui os reservatórios da Terra.

Dois anos após ter sido declarado o “Ano Internacional da Água”

pela Organização das Nações Unidas (ONU), pouco se fez para melhorar este quadro e, passada a repercussão momentânea das comemorações de 2003, o assunto caiu em importância dos noticiários da mídia. O Diretor da Universidade da Água, Francisco Buonafina, entrevistado pelo progra-

nas escolas, faculdades, empresas e no dia-a-dia dos lares.

Naquela ocasião, a ONU divulgou estudo em que declara que aproximada-mente um bilhão de pessoas sofrem com a escassez da água, tendo dificuldades em atender às necessidades básicas de agricultura, indústria e hábitos domés-ticos da população, e caso não sejam adotadas medidas sérias de controle, em 25 anos, o número deve mais que dobrar.

“O problema da água precisa ser debatido nas escolas, faculdades,

empresas e no dia-a-dia dos lares.”

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Francisco Buonafina

Cerca de um bilhão de pessoas já sofrem com a escassez de água

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ou, pelo menos, chamar a atenção dos órgãos não-governamentais para algumas questões”, comenta.

O pesquisador afirma que a situa-ção se agrava em cidades como a ca-pital paulista. “A região metropolitana de São Paulo é realmente crítica, ela é árida. Existe um dado da ONU que, para cada cidadão ter uma vida social normal, ativa, precisa de 2.500 m³ por ano. Para ele trabalhar e viver no limite das necessidades, a quantidade recomendada passa a ser de 1.500 m³. São Paulo tem apenas 200 m³ por pessoa, os níveis da cidade são como de regiões do Nordeste. Portanto, para atender o povo trazemos água de outros Estados, de outras bacias hidrográficas”.

Francisco lembra que a “Terra da Garoa” teve seus habitantes triplicados nos últimos 50 anos e que, para abrigar toda essa gente, muitas áreas verdes foram destruídas e em seu lugar surgi-ram construções, “deixando a cidade totalmente impermeabilizada, desarbo-rizada. (...) Se você percorre a Marginal Pinheiros, nas margens do Rio Tietê, não existe mais a mata ciliar, que protege o rio”. E é exatamente esse crescimento desordenado o responsável pela freqü-ência das enchentes. “Eu sou drástico nessa questão; não se pode construir

mais nada em São Paulo. Esses espigões que surgem em locais onde existiam algumas casas são um bom exemplo; são desapropriadas quatro casas, que em média abrigam quatro pessoas, uma família, ou seja, são 16 pessoas (no total), para nascer um prédio de 20 andares com 40 famílias morando ali: olha o impacto ambiental que se segue. Essa cidade precisa ser repensada, não pode ser loteada mais.”

Aqüífero Guarani: uma reserva para o futuro.

Descoberto na década de 1950, ape-nas 20 anos depois teve sua extensão definida com o trabalho de empresas de petróleo que ali abriram poços. Em 1996, essa gigantesca massa d’água subterrânea foi, então, rebatizada com o nome de Aqüífero Guarani, época

Sabesp. Levando uma das melhores águas do mundo pra todo mundo.

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Evite o desperdícioCuidar deste e de outros reserva-

tórios nacionais é o grande desafio dos brasileiros para que possamos ter realmente um progresso sustentável. Para isso, é necessário criar uma nova mentalidade, adotando ações simples mas eficazes, como:

— Fechar a torneira ao escovar os dentes ou fazer a barba;

— Evitar descargas prolongadas;

— Não “varrer” ruas, calçadas e quintais com mangueiras;

— Lavar o carro usando balde e não mangueiras;

— Desligar a torneira enquanto ensaboa a louça;

— Não demorar nos banhos; — Verificar, com freqüência, o

estado das instalações hidráulicas de sua residência.

em que os países nos quais se encontra esta reserva (Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai) reuniram-se pela primeira vez para decidir projetos de utilização do aqüífero. É o maior reservatório de água doce em subterrâneos no Planeta, ocupando uma área de 1,2 milhão de km², tendo 2/3 de sua extensão em nossas fronteiras (beneficiando os Es-tados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul).

Tendo em vista o que representa em termos de estratégia para o abas-tecimento dessas regiões, muitos já se preocupam com a sua contaminação, por estar ele próximo de grandes áreas agrícolas, onde, ao longo dos anos, tem se utilizado agrotóxicos e, em função disso, muitos dos herbicidas acabam no lençol freático. [L.S.M.]

É notório o potencial hí-drico brasileiro, conforme pode ser observado nes-sas imagens de satélite. À esquerda, a barragem de Itaipu, no Estado do Paraná; à direita, a represa Guarapiranga, responsá-vel por parte do abasteci-mento de água da cidade de São Paulo.

Imagens: Google Earth.

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Unir Matemática e Solidariedade; História e Respeito; Educação Física e Cidadania... eis algumas das equações que têm gerado

excelentes frutos nas unidades educacio-nais da Legião da Boa Vontade (LBV). Os educadores desenvolvem um traba-lho diferenciado com bebês, crianças e adolescentes, inspirados na Pedagogia do Cidadão Ecumênico (PCE), estabelecida por Paiva Netto. Com isso, os professores possibilitam aos alunos, além do desen-volvimento intelectual, maior vivência dos valores éticos e da Espiritualidade Ecumênica, em suas comunidades.

Aliás, o dirigente da LBV vem, há décadas, preconizando aos profissionais da educação a urgente necessidade de transmitir ao educando as orientações que se tornam indispensáveis para que a so-ciedade vença seus constantes desafios.

O Método da Aprendizagem por Pesquisa Racional-Emocional-Intuitiva (Maprei), da rede de ensino da LBV — metodologia que aplica a PCE —, surge como alternativa ao imenso desafio de formar cidadãos mais fraternos, o que não significa dizer: despreparados para enfrentar um mundo repleto de violência. “É uma proposta diferenciada que se

sala de aula

EducaçãoParte da equipe

que integra o corpo docente da rede de

ensino da LBV.

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Rodrigo Oliveira

____________________Rodrigo Oliveira, 18 anos

Ex-aluno do Instituto de Educação da LBV, formado em 2004.

baseia na pesquisa e que usa a intuição como um dos instrumentos para que o aluno entenda os temas propostos em sala de aula”, explica Luciana Cintra Teixeira, diretora do Instituto de Educação José de Paiva Netto (IEJPN), localizado na região central de São Paulo/SP, Brasil. Para ade-quar essa linguagem às aulas dos profes-sores, em cada unidade educacional são realizadas capacitações coordenadas pela equipe de educadores da LBV.

O Maprei, da Legião da Boa Vonta-de, pode ser aplicado em todas as faixas etárias e não vê o aluno somente como um receptor de informações. Assim, o

Cidadania Ecumênica na

Inovadora, a Pedagogia do Cidadão Ecumênico — Pedagogia do Afeto —, preconizada pelo educador Paiva Netto, dispõe de um método educacional que

desenvolve cérebro e coração.

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educando passa a ser, realmente, parte integrante do processo de aprendiza-gem. Também é comum nesse método a integração da família à vida escolar do menor. Para o assistente de direção peda-gógica da escola, Marcelo Rafael, a razão de embasar o ensino em valores éticos e espirituais se dá “porque é um método que tem como princípio a formação do Ser Humano e sua Alma Eterna”. Ele afirma que nas unidades educacionais da LBV o aluno é considerado “um espírito biopsicossocial, assim sendo ele traz consigo experiências anteriores que podem, muitas vezes, contribuir nesse processo”.

Diferencial da EducaçãoAo contrário dos casos que, infeliz-

mente, se verificam em certas escolas brasileiras, o problema da violência passa longe das unidades educacionais da LBV. A Coordenadora da 5ª série do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, Iramara Fluminhan, atribui esse saldo positivo à prática do Maprei. “Nós não temos problemas de droga, de violência, de destruição de patrimônio. Aqui não existe essa maldade porque trabalhamos o Novo Mandamento de Jesus: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei, apresentado por Paiva Netto como uma das Leis de Solidariedade Social mais perfeitas”, destaca.

Pelo lado intelectual, os resultados também são positivos. “Vemos uma melhora no desempenho de nossos alunos desde que a metodologia vem sendo aplicada. Eles se sentem felizes ao retornar à escola, motivados a continuar aprendendo”, explica Luciana Teixeira. “Nossos estudantes se dão muito bem em redação, em expor a opinião. Os alunos do 3º ano do ensino médio, no ano passado, estiveram acima da média nacional do Enem”, diz Iramara, referindo-se ao êxito que o Conjunto Educacional da LBV obtém no que diz respeito ao ensino proposto nos parâme-tros curriculares nacionais.

O Método da Aprendizagem por Pesquisa Racional-Emocional-Intuitiva chama a atenção dos professores. Luiz Colombo, que leciona Biologia, encon-

trou na escola da LBV uma diferença muito grande em relação a tudo que viu durante os 15 anos de profissão. Para ele, “dar aula no Instituto de Educação José de Paiva Netto é diferente”. O educador veri-ficou isso desde o ano passado, quando passou a fazer parte da especializada equipe docente do Conjunto Educacional. “Eu dava aula no Instituto e em outra escola, foi quando percebi o diferencial. Aqui se tem uma humanização maior. Quando se olha, sabe-se reconhecer o aluno que estuda na escola da LBV”, assegurou.

Um modelo a ser seguido

Profissionais da área da educação reconhecem os efetivos resultados ge-rados em conseqüência da prática da Pedagogia do Cidadão Ecumênico. A Professora Nádia Lauriti, Educadora do Ensino Superior e Coordenadora de cur-sos de pós-graduação, sendo um deles de formação de educadores para a inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais, considera que a PCE, da LBV, é uma proposta educacional que merece ser seguida. Para ela, os modelos que têm “a preocupação de formar um jovem em relação aos seus aspectos cognitivos, culturais e, sobretudo, espirituais, são dignos de ser imitados”.

No bate-papo, ocorrido em um dos ambientes do Conjunto Educacional, em São Paulo, a Educadora ressaltou que as mudanças advindas do Maprei são visivelmente observadas. “Quando se visita a LBV, torna-se exatamente observável, a olho nu, o comporta-mento diferente dessas crianças em conjunto, brincando ou em atividades que não sejam as de sala de aula, sob a supervisão de um professor”, observa Nádia, que vê a Pedagogia do Cida-dão Ecumênico como “uma postura diante da vida e da educação”.

Iramara, Coordenadora do Instituto de Educação da LBV, afirma, feliz, os resultados obtidos pelos alunos. “Agra-deço ao Irmão Paiva, que nos dá todo

esse suporte estrutural, a oportunidade de trabalhar com a PCE que desenvolve o indivíduo para o futuro. Quando encontro ex-alunos daqui, que já estão nas Uni-versidades, e alguém per-gunta a eles: ‘De onde vocês vêm?’, eles respondem: ‘da LBV!’. E as pessoas dizem:

‘só podia ser mesmo aluno da LBV’, porque os alunos da Legião da Boa Vontade se destacam na educação”.

Capacitação contínua dos educadores

Mais de 170 profissionais de ensino da Legião da Boa Vontade reuniram-se no Conjunto Educacional da Instituição, em São Paulo/SP, entre os dias 1º e 3 de agosto, para participar da Jornada Pedagógica, o pontapé inicial para o sucesso nas atividades escolares do segundo semestre deste ano. O objetivo do encontro foi o de continuar a capaci-tação do professor para atividades dos próximos seis meses, para o desenvolvi-mento do Método da Aprendizagem por Pesquisa Racional-Emocional-Intuitiva, da LBV.

Palestras e workshops propor-cionaram aos educadores somar ex-periências, aprimorar o aprendizado e debater novas tendências na área educacional. “A primeira capacitação que o professor recebe no encontro é a reenergização da Espiritualidade. Depois, tratamos dos aspectos teóricos da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que vão fazer com que ele tenha um embasamento legal para desenvolver as atividades em sala de aula”, esclarece a Diretora do Instituto de Educação José de Paiva Netto, Luciana Cintra Teixeira.

Os educadores participaram da palestra “Inclusão: mais que um de-safio escolar, um desafio social”, com o escritor e mestre em Educação Jairo de Paula, que retratou situações viven-ciadas por portadores de necessidades especiais, além de abordar o papel da escola e da família.

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conceitua: “A Educa-ção, quando acertada, liberta. E, com a Espi-ritualidade, sublima”. Sobre um dos agentes nesse processo ensi-no-aprendizagem, o Diretor-Presidente da Instituição afirma que “o jovem é o futuro no presente. Confiemos nele, tal como fez São Francisco de Assis, que é Patrono da LBV, fun-dada pelo saudoso Alzi-ro Zarur!”. Tal assertiva expressa a cultura do respeito e do cuidado para com as novas ge-rações, fomentada pela LBV desde sua fundação, há 55 anos.

O autor da Pedagogia do Afeto assegu-ra ainda: “(...) pugnamos por Educação e Cultura aliadas à ação iluminante da Espiri-tualidade Ecumênica. Por sinal, para que se faça — como diria o filósofo italiano Pietro Ubaldi (1886-1972), que declarou, mutatis mutandis, que “a LBV colocará o Brasil na vanguarda do mundo” — a Grande Síntese entre as luzes do intelecto e o Sol do conhe-cimento espiritual, a Legião da Boa Vontade avança pioneiramente para trazer às salas

de aula — ao consolidar a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, ou do Cidadão Solidário, nas suas escolas de educação infantil, ensi-no fundamental e médio — a capacitação para o discernimento ético, vi-

Compreendendo um pouco mais

Trata-se, resumidamente, de uma vanguardeira metodologia de ensi-no, preconizada por Paiva Netto e aplicada com sucesso nos programas

e projetos socioeducativos desenvolvidos pela Legião da Boa Vontade em todo o País, por meio de Lares para crianças, jovens e Terceira Idade; Centros Comunitários; Edu-cacionais; Esportivos e Pólos Culturais. É fundamentada nos valores nascidos do Amor Universal, dispondo o indivíduo para viver a Cidadania Ecumênica, firmada no exercício pleno da Solidariedade Planetária, acima de crenças, descrenças, tradições, etnias e seja lá mais o que for. Como define Paiva Netto,

na revista Sociedade Solidária (7a Edição), editada em diversos idiomas e encaminhada à Organização das Nações Unidas (ONU): “(...) O Cida-dão Ecumênico é o cidadão solidário, portanto não-egoísta. É aquele que não se deixa seduzir pelo fanatismo, porque entende que não faz sentido odiar em nome de Deus, que é Amor. Enfim, é o

que sabe respeitar a sagrada criatura hu-mana sem preconceitos e sectarismos. O que é ético não pode acovardar-se. Quando o território não é defendido pelos bons, os maus fazem ‘justa’ a vitória da injustiça. (...)”

Na proposição desta revolu-cionária forma de ensino também

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São Francisco de Assis, Patrono da LBV.

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sando não apenas à existência material, mas igualmente à Vida Eterna, porquanto aplicada, como relevante lição, aos desafios terrenos, com uma atitude portentosa na cer-teza por um futuro melhor. (...) Assim como na geometria cartesiana, é preciso fazer com que a Educação material (eixo dos ‘xis’) en-contre o saber proveniente das mais elevadas esferas da Sabedoria Divina, que é o Amor (eixo dos ‘ípsilons’). O pensador entende e utiliza a inteligência, o conhecimento técnico ou específico em prol dos Seres Humanos. Não obstante, há tanta gente diplomada construindo o mal neste Planeta! Por acaso é sábia a pessoa que prejudica o semelhante, que rouba a pátria? Não é! (...) É necessário, portanto, que alcancemos Sabedoria, por exemplo, com Jesus, que, sendo Mestre em Israel e, séculos depois, um dos mais respei-tados profetas do Islã, lavou os pés de Seus Apóstolos, consoante a narrativa de João, no capítulo 13 do quarto Evangelho canônico. E aí estaremos no caminho adequado para conduzir o Espírito sob a claridade que não produz sombras: a de Deus, entendido como Amor, jamais aquele antropomorfizado, que tinha o solene repúdio de Albert Einstein (1879-1955). Ou, para os que não crêem Nele, a dos mais sublimes sentimentos que justificam a sobrevivência da raça humana, apesar de séculos e séculos de sandices de tantos que, latu sensu, a governaram, pois não são somente os que habitam os palácios que o fazem. (...) Na entrada do Instituto de Educação da LBV, fiz colocar esta afirmati-va: ‘Aqui se estuda. Formam-se cérebro e coração’. Um carece do outro.

“Emmanuel, no subtítulo ‘Crianças’, no seu livro Fonte Viva*1, psicografia de Francisco Cândido Xavier, inspirado no versículo 10 do Evangelho de Jesus, segundo Mateus, capítulo 18: Vede, não desprezeis os pequeninos..., escreveu:

“ ‘Crianças

“‘Quando Jesus nos recomendou não desprezar os pequeninos, esperava de nós não somente medidas providenciais alusivas ao pão e à vestimenta.

“‘Não basta alimentar minúsculas bocas famintas ou agasalhar corpinhos enregela-dos. É imprescindível o abrigo moral que assegure ao espírito renascente o clima de

Jovens norte-americanos numa descon-traída conversa com Paiva Netto no Lar e Parque da LBV em Glorinha/RS. Esses alu-nos de colégios dos EUA vieram ao Brasil especialmente para conhecer a Pedagogia revolucionária da Legião da Boa Vontade.

trabalho necessário à sua sublimação.“‘Muitos pais garantem o conforto

material dos filhinhos, mas lhes relegam a alma a lamentável abandono.

“‘ (...)“‘Não desprezes, pois, a criança,

entregando-a aos impulsos da natureza animalizada.

“‘ (...)“‘O prato de refeição é importante

no desenvolvimento da criatura, todavia, não podemos esquecer ‘que nem só de pão vive o homem’.

“‘Lembremo-nos da nutrição dos meninos, através de nossas atitudes e exemplos, avisos e correções, em tempo oportuno, de vez que desamparar moral-mente a criança, nas tarefas de hoje, será condená-la ao menosprezo de si própria, nos serviços de que se responsabilizará amanhã’”.

Num de seus outros improvisos, aos microfones da Super Rede Boa Vontade de Rádio, em 17 de junho de 1999, Paiva Netto advertiu: “(...) Fazemos todo o esforço para socorrer as crianças, instruí-las, conseqüentemente livrá-las do perigo da ignorância, de maneira que possam tornar-se adultas equilibradas, e o mesmo fazemos com as moças e com os rapazes. Por isso, esses que são responsáveis por eles têm de estar sob acompanhamento e em capacitação continuada, mas sem esquecer o grande diferencial dos nossos empreendimentos de Boa Vontade, que é o Cristo de Deus, visto de maneira assectária, libertária, acima de grilhões, de patrulhamentos humanos de qualquer natureza. A Boa Nova Dele — entendida em Espírito e Verdade, à Luz do Seu Mandamento Novo*2— não alimenta intolerâncias. Suas lições são tão eleva-das e a erudição, que elas promovem, tão extensa, que costumo afirmar que Jesus é uma conquista diária para os que têm sede de Saber, de Justiça, de Liberdade, Igualdade e Fraternidade*3.”

O próprio tribuno e escritor Paiva Netto explica, em 1989, numa entrevista que concedeu ao jornalista e homem de TV polonês Roman Dobrzyński. Pergun-tou-lhe o comunicólogo: “Como pode o senhor pregar o Ecumenismo Irrestrito,

falando em Jesus?”. Respondeu-lhe Paiva Netto que uma das missões da LBV é exa-tamente dessectarizar essa grande Figura Altruística da Humanidade.

Voltando à revista Sociedade Solidária, o Líder da LBV igualmente afiança: “(...) O Espírito tem lugar preponderante no nosso labor. Entretanto, na preparação dos jovens para a subsistência neste mundo material de tecnologia jamais vista e, paradoxalmente, na atualidade, tão instável para os que labu-tam pelo futuro próprio, devemos levar na mais alta consideração que os moços têm de ser com eficiência qualificados para o mercado atual de trabalho.

“E, mais: de tal maneira que não per-sigam um caminho, ao término de que, a profissão para a qual se prepararam não mais exista ao fim do curso. É essencial, pois, que recebam formação para serem empreendedores, de modo que possam suplantar os fatos supervenientes que a qualquer instante desafiam a sociedade, assustando multidões. Não é sem motivo que um de nossos dísticos seja: Educação e Cultura, Alimentação, Saúde e Trabalho com Espiritualidade Ecumênica.(...)”_______________*1 Fonte Viva — Ditado pelo Espírito Em-manuel; psicografado por Francisco Cândido Xavier: Federação Espírita Brasileira, 2003. *2 Mandamento Novo — Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Somente assim po-dereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. (...) Não há maior Amor do que este: dar a sua pró-pria Vida pelos seus amigos. (...) Porquanto, da mesma forma como o Pai me amou, Eu também vos tenho amado. Permanecei no meu Amor (Evangelho do Cristo, segundo João, 13:34 e 35; 15:12, 13 e 9).*3 Liberdade, Igualdade e Fraternidade — Dístico da Revolução Francesa.

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Educação

Denise Frossard

“A ética e a moral nós aprendemos no berço.”

Ao caminhar pelas depen-dências do Centro Educacio-nal, Cultural e Comunitário da LBV, na capital fluminense, a Deputada Federal e Juíza Denise Frossard comprovou quanto a prática da Pedago-gia do Cidadão Ecumênico

traz saldos positivos para a sociedade. Durante a visita, Frossard afirmou que a proposta criada por Paiva Netto é um modelo que merece ser copiado. “Vejo este trabalho como uma saída. Aqui se gosta do Ser Humano, porque se sabe que a grande riqueza de um país é o seu nacional, ou seja, o seu Povo*. (...) Este é o exemplo de Solidariedade a ser seguido.”

A Juíza ainda falou da ação de base promovida pela Obra: “Quando me con-vidam para fazer palestras sobre ética, eu pergunto: em qual berçário? A ética e a moral nós aprendemos no berço. Isso é o mais importante, o mundo está carente desses valores. Essa raiz dada na LBV é muito importante, é inestimável por este aspecto, pela formação ética e pela Espiritualidade. Paulo Apóstolo, na carta aos Coríntios (6:12), afirma: Apesar de todas as coisas me serem lícitas, nem todas me convêm; isso é ética. Outra lição vem do próprio Jesus (Evangelho do Cristo, segundo Mateus, 7:12), quan-do diz: Fazei aos outros o que gostaria que vos fizessem. Quem não tem esses princípios, essa Espiritualidade, que é Ecumênica, talvez enlouqueça, perca o sentido da vida ou nunca saiba o seu sentido. Isso é fundamental, mais do que isso, vital. (...) Educação sem ética é até perigosa. Um ser educado sem esses princípios é complicado, pode até en-veredar para o mal. Se não falarmos em ética, não falaremos em educação. (...) Parabéns à Legião da Boa Vontade por esse serviço, gostaria de voltar aqui mais vezes. Contem comigo!”, finalizou.______________________*A Deputada Federal e Juíza Denise Frossard faz, aqui, uma alusão ao pensamento do escri-tor Paiva Netto: “A riqueza de um país está no coração do seu Povo”.

Pedagogia do Cidadão Ecumênico na análise de Educadores e Personalidades

“A Legião da Boa Vontade sempre tra-balhou buscando a educação do povo e aqui temos um exemplo notável de que a LBV sempre se preocupou com a educação, pois sempre ofereceu seus espaços para educar. Hoje em dia, fala-se muito em Solidariedade e em responsa-bilidade social, mas nós estamos numa Casa que sempre se preocupou com isso e sempre foi muito ativa. A LBV é uma obra extremamente meritória.”

Cláudio Lembo (Vice-Governador do Estado de São Paulo).

“Essa alternativa da LBV é importante com toda a sua proposta de ensino vol-tada para os carentes, em especial, para a educação infantil comunitária. (...) A preocupação da LBV é de qualidade, uma coisa extraordinariamente bem bolada. (...) Até porque toda a didática da educação infantil só pode ser criativa se passar pelo lúdico. A criança na Legião da Boa Vontade se expressa, fala, pensa e se realiza também brincando. A LBV faz uma oferta de qualidade para o pobre. Ela não faz para o pobre uma oferta pobre (grifo nosso). A Legião da Boa Vontade hoje é um patrimônio nacional, tem uma longa história.”

Pedro Demo (Sociólogo e ex-Pre-sidente da OMEP no Brasil — Or-

ganização Mundial para a Educação Pré-Escolar).

“Apesar de esses meno-res serem muito carentes, recebem da LBV um trata-mento escolar admirável.”

Linda Caldwell Epps (Vice-Presidente da

Bloomfield College).

2002 2003 2004

O gráfico ao lado mostra o expressivo número de atendimentos socioeducacionais realizados pela Legião da Boa Vontade nos últimos anos e a desafiante meta projetada para 2005.

2.609.1452.855.614

3.503.908

4.448.578Projeção

2005

Balanço social

A LBV foi a primeira Instituição filantrópica no País a ter seu balanço geral auditado por Auditores Externos Independentes (Walter Heuer), por iniciativa de Paiva Netto, muito antes de a legislação, que exige essa medida, entrar em vigor.

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“É muito impor-tante a visão que tra-balha com a família. Porque não adianta trabalhar só com um segmento, no caso a criança. Eu tenho de atender todo mundo, porque a criança está numa família. São iniciativas como essa da LBV que a gente necessita. Que cada vez mais instituições sigam o exemplo da Legião da Boa Vontade e consigam realizar um bom trabalho, atendendo não só as crianças, mas os seus familiares, pais e mães (...). A LBV está de parabéns. Que o trabalho continue cada vez melhor. A capacitação de vocês com os educadores e assistentes sociais é de fundamental

importância para que consigamos atingir os nossos objetivos.”

Maria Augusta de Queiroz (Pre-sidente do Conselho Estadual de Assistência Social de São Paulo)

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“É bonito ver a filo-sofia da Legião da Boa Vontade, que trabalha a Cultura de Paz desde cedo com as crianças. Uma Educação como esta criará um futuro muito melhor para a Humanidade.”

Leslie Wright (Representante do Conselho da Confe-

rência das ONGs com Relações Consul-tivas para a ONU).

“Estou impres-sionada. Não tinha idéia da abrangência do trabalho da Legião da Boa Vontade, des-de bebezinhos até a escola das crianças mais velhas. Já há aqui tremenda organização que foi colo-cada a serviço do Amor Fraterno, que é oferecido na Legião da Boa Vontade.”

Laurie Lippen (Professora da Universidade da Califórnia, campus da cidade de Berkeley, especialista em Administração de Qualidade Total).

“O professor se sente muito sozinho quando seu desempe-nho está puramente nas suas funções. Ele precisa trocar expe-riências com outras pessoas e, daí, poder reciclar algumas coisas. E a LBV tem um grande valor nesse trabalho, porque facilita com que o professor não se sinta tão solitário. Além disto, dá um instrumento: ela dá a capacitação para o professor poder lidar com situações do cotidiano de um jeito muito melhor. A LBV é um gesto de amor; ensinar também é. O ensinar tem tudo a ver com a LBV.”

Içami Tiba (Psiquiatra, escritor e psicoterapeuta).

“Em Educação, o esforço da LBV é no táve l . ( . . . ) Paiva Netto está trazendo uma me-todologia inédita que precisa de pro-fessores especiali-zados que não estão disponíveis na praça e, portanto, terão de ser pre-parados dentro de uma sistemática original e revolucionária do ponto de vista pedagógico.”

Arnaldo Niskier (Imortal da Academia Brasileira de Letras e Secretário de Cultura do Estado

do Rio de Janeiro).

“Eu comecei a entender o que vo-cês utilizam e toda parte prática da LBV com a Peda-gogia Ecumênica. Está bem evidente que isso é a visão do futuro, este é o paradigma realmente de integrar, de respeitar e de poder conviver com as diferenças, com as possibilidades de enriquecimento mútuo, a partir dessas próprias di-ferenças.”

Sérgio Benken (Professor e Mestre em Psicologia pela Ponti-

fícia Universidade Católica do Rio de Janeiro — PUC/Rio).

“O que encon-trei na LBV foram crianças satisfeitas e tranqüilas. Nas escolas americanas trabalhamos com in-formações racionais, fatos e detalhes. Lá, os professores vol-tam sua atenção apenas para as provas, a carreira profissional, e não para os sentimentos do coração. Eis a grande diferença da LBV.”Joan Beisel (Representante da Secre-taria de Educação de Nova York, res-

ponsável por programas volta-dos para as escolas públicas

dos Estados Unidos).

Felizes, os alunos realizam atividade recreativa na praça ampla do Instituto de Educação da LBV, na capital paulista. Na fachada do local, Paiva Netto

fez colocar esta máxima de Aristóteles: “Todos quantos têm meditado na arte de governar o

gênero humano acabam por se convencer de que a sorte dos impérios depende da educação da

mocidade”.

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Nunca, como hoje, o engaja-mento popular no sistema or-ganizacional do Estado se faz tão necessário. Para incentivar

essa participação é que se realizou, nos dias 28 e 29 de julho, a V Con-ferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no Centro Comunitário Batista Clériston An-drade (Cecom), em Salvador/BA.

O evento teve como proposta dar instrumentos e am-pliar a integração da sociedade civil na exe-cução e monitoramento de políticas e do orçamento público voltados para essas faixas etárias. A pauta foi discutida por meio de palestras e oficinas, contando com a presença dos Juizados da Infância e da Juventude, Ministério Público Es-tadual, Defensoria Pública das referidas áreas em questão, titulares de delegacias

criança e do adolescenteLBV na Bahia participa de Conferência para ampliar ação da sociedade civil nas políticas públicas

_______________ Cristiani Ranolfi

especializadas, autoridades, gestores municipais, conselhos municipais e grupos de adolescentes representantes de instituições não-governamentais,

registradas no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente.

A Legião da Boa Vontade foi uma das convidadas para o en-contro, exatamente pela ação que desenvolve com este público. Mui-tos dos congressistas e organizadores do acon-tecimento enfatizaram a importância do serviço da Instituição ao educar crianças, jovens e adul-

tos com a Espiritualidade Ecumênica, a exemplo da Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cmdca) e Coordenadora da Conferência, Fátima Lepikson, que ressaltou: “O trabalho da LBV é uma luta incondicional pela efetivação dos direitos da criança e do adolescente”.

Da mesma forma, enfatizou o Se-cretário Municipal de Desenvolvimento Social, Carlos Ribeiro Soares: “A LBV é brilhante e merece aplausos. Espero que continue e que Deus ilumine vocês para que, cada dia mais, possam fortalecer esse serviço e oferecer ao nosso povo o carinho que ele precisa”. (grifo nosso)

Falando da parte prática, do dia-a-dia de tornar a legislação em realidade, o Professor e Conselheiro Municipal da Criança e do Adolescente na Secretaria Municipal de Educação, Normando Batista Santos, diz que “a LBV tem um papel relevante, pois divulga o estatuto e as ações em defesa da Criança e do Adolescente”, e completa: “as parcerias entre as instituições são fundamentais para que as leis não fiquem somente no papel, mas se concretizem”.

Alimento da Alma Para o Coordenador do Fundo das

Nações Unidas para a Infância (Unicef) nos Estados da Bahia, Sergipe e Espírito Santo, Rui Pavan, o Brasil, em relação a outros países, tem um potencial in-

Direitos da

Fátima Lepikson Normando Batista Santos

Rui Pavan Djalma Torres

Atualidades

“O trabalho da LBV é uma luta incondicional

pela efetivação dos direitos da criança e do

adolescente.”

Fátima LepiksonPresidente do Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente (Cmdca), de Salvador/BA.

“Legião da Boa Vontade, o nome já diz tudo: Boa Vontade! Bem-vindos aqueles de Boa Vontade! A LBV realmente busca a melho-ria da qualidade de vida das pessoas. Eu

acredito fielmente que a Instituição tem esse propósito. (...) Trabalha a Espiritualidade, que está acima das religiões. E nas ações desen-volvidas com as crianças e os adolescentes é fundamental que a Espiritualidade esteja

presente.”

Rui Pavan, Coordenador do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nos Estados da Bahia, Sergipe e

Espírito Santo.

Fotos: Nizete Souza

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inda da capital baiana, esta notícia: duas jovens que par-ticipam do curso de caratê, no programa LBV: Criança

— Futuro no Presente!, festejaram resultados excelentes durante o tor-neio preparatório para o Campeonato Brasileiro de Caratê Interestilos, que ocorreu no último 24 de julho, na cidade de Itaji, interior da Bahia. Daiane dos Santos Silva, 16 anos, conquistou três medalhas de ouro (nas modalidades katá, comissão e revezamento) e Emily Nascimento Laranjeira, 9, trouxe também duas condecorações douradas (nas moda-lidades katá e comissão).

As duas praticam o Esporte, há dois anos, no Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Von-tade, sob a orientação do professor voluntário Lindolfo Barbosa, Diretor-Presidente da Oriental Caratê Clube, e já tomaram parte de outros campe-onatos nacionais, com sucesso.

crível de melhoria e não pode deixar desaparecer essa chama de esperança no coração dos jovens. Nesse contexto, avaliou positivamente o embasamento diferenciado da Pedagogia do Cidadão Ecumênico, criada por Paiva Netto, que educa formando cérebro e coração, mente e Espírito. “Legião da Boa Von-tade, o nome já diz tudo: Boa Vontade! Bem-vindos aqueles de Boa Vontade! A LBV realmente busca a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Eu acre-dito fielmente que a Instituição tem esse propósito. (...) Trabalha a Espiritualida-de, que está acima das religiões. E nas ações desenvolvidas com as crianças e os adolescentes é fundamental que a Espiritualidade esteja presente. (...) ‘A gente não quer só comida’, como diz a música Comida, dos célebres Marcelo Fromer, Arnaldo Antunes e Sérgio Brito; a gente quer também as questões que alimentem de esperança as pessoas, e a Espiritualidade é fundamental para isso”, concluiu.

Esse Ecumenismo Irrestrito pregado e vivido pela Obra encantou também o Pastor Djalma Torres, da Igreja Batista, que visitou recentemente o Templo da Boa Vontade (TBV), em Brasília/DF (SGAS 915 Sul). “Eu tinha curiosida-de de conhecer o TBV e quando fui a Brasília passei uma manhã inteira lá. Não imaginava que houvesse algo tão grandioso e com uma presença de místicos e religiosos das mais diversas expressões de Fé, visitando e participan-do de toda a mística do Templo da Boa Vontade. Fiquei realmente entusiasmado e quero dar os parabéns à LBV por colocar no coração do Brasil algo de tanta expressão religiosa e mística”, afirmou.

Daiane é a atual vice-campeã do Norte-Nordeste e tem se destacado com suas participações, trazendo prê-mios para a Bahia. A atleta agradece em seu nome e de seus pais o que recebe da Obra: “Quero continuar a minha carreira e treinar bastante, gosto do caratê. Se não fosse a LBV, seria difícil chegar onde estou e, até mesmo, integrar campeonatos. A LBV me dá oportunidades maravi-lhosas”.

O programa LBV: Criança — Fu-turo no Presente! beneficia pequeni-nos e jovens menos favorecidos que estão cursando o ensino fundamental na rede pública. Com este serviço, a garotada é atendida por diversas ações que visam desenvolvê-las em sua totalidade, de forma que as relações humanas possam ser apri-moradas com base nos valores éticos, sociais e espirituais, por meio de ati-vidades lúdicas, artísticas, esportivas e de lazer.

Jovens conquistam medalha de ouro em torneio de caratê

“A LBV me dá oportunidades maravilhosas.”

Daiane dos Santos Silva

Jéssica apresenta suas medalhas junto às crianças atendidas pela LBV

Fotos: Cristiani Ranolfi

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História

Um dos mais importantes líderes políticos da História do Brasil nasceu em São Borja/RS, em 19 de abril de 1882. Formado

em Direito, Getúlio Vargas (1883-1954) exerceu o cargo de promotor público em Porto Alegre, capital gaúcha, e advogou, posteriormente, em sua terra natal. Tendo sofrido forte influência do Positivismo, de Augusto Comte (1798-1857), iniciou a carreira política ligado a Borges de Medeiros (1863-1961). Foi eleito Deputado Estadual quatro vezes e líder da bancada federal de seu partido. Vargas, no governo Washington Luís, foi nomeado Ministro da Fazenda, mas renunciou para governar o seu Estado em 1928.

Liderou a Revolução de 1930, que se opunha à política do “café-com-leite”, e procurou um novo caminho para tirar o Brasil da crise econômica mundial que o atingiu em 1929. Tendo assumido como chefe provisório do governo, postergou o retorno do país à normalidade demo-crática, fato que suscitou a Revolução Constitucionalista (1932). Ainda no mesmo ano, aprovou um novo código eleitoral, que dava às mulheres o direito ao voto. A primeira participação delas nas eleições ocorreu em 1934. Neste ano, já com uma nova Carta Magna, Getúlio foi eleito Presidente Constitu-cional pelo Congresso Nacional Brasi-leiro. Mas num cenário de instabilidade nacional e internacional, por meio de um golpe, tornou-se ditador de 1937 a 1945, quando foi obrigado a renunciar. Neste período, realizou importantes inovações, beneficiando os trabalhadores, e iniciou o desenvolvimento da indústria de base brasileira.

GetúlioVargas foi um político de extraordinário carisma popular. Por essa razão, tendo deixado o poder de forma conturbada, foi eleito Senador pelo Rio Grande do Sul e São Paulo, e Deputado Federal por seis Estados, como permitia a legislação da época. Em 1950, com o entusiasmo do movimento queremista, volta ao poder consagrado pelas urnas. Em sua atuação como Presidente da República, adotou uma posição nacionalista, o que provocou forte oposição ao seu governo.

Quase quatro anos depois, no auge de uma crise política, tiraria a sua pró-pria vida. Para se ter uma idéia do que significou para a população a perda do estadista, vale lembrar trechos do artigo “A elite do Brasil é o seu Povo”, do escritor Paiva Netto, publicado em seu livro Crônicas e Entrevistas (Editora Elevação).

Entre suas realizações, coloca-se em relevância o fortalecimento do Exército, da Marinha e o surgimen-to da Aeronáutica. Com essa ação,

integrou o território nacional em um patamar mais sólido. Vargas instituiu, em âmbito público, concursos (capaci-tando servidores para melhor atender à população), os sistemas de saúde e esco-lar (gratuito, universal), sendo obrigató-rio o ensino fundamental, e estabeleceu as universidades federais.

Em seu currículo contabilizam-se também a consagração dos direitos dos trabalhadores, com o surgimento da Justiça do Trabalho, a consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e o Ministério do Trabalho.

Criou, ainda, a Força Expedicio-nária Brasileira; o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); o Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico, a que mais tarde foi acrescida a palavra Social, tornando-se o BNDES; a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN); a Indústria Petrolífe-ra — Petrobrás; a Companhia Nacio-nal de Álcalis; e, projetou as Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás), além de fundar a Companhia Vale do Rio Doce.

O saudoso Presidente Vargas, tendo ao lado a filha Alzira Vargas do Amaral Peixoto, que, certa vez, enaltecendo o trabalho da LBV, afirmou: “Paiva Netto está fazendo o que Getúlio Vargas também desejou: que cada brasileiro se emancipasse”.

História

Getúlio VargasSaudação a

_______________ Equipe de Estudos Ecumênicos

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Com esta citação do livro reli-gioso hindu Bhagavad-Gita, Julius Robert Oppenheimer (1904-1967) exprimiu seu

sentimento quanto ao que presenciou durante a primeira explosão atômica da História, no teste realizado perto de Alamogordo, Novo México, em 16 de julho de 1945. Oppenheimer era diretor do projeto Manhattan, que tinha o obje-tivo de desenvolver as ogivas nucleares dos Estados Unidos com o apoio do Reino Unido e do Canadá. A América temia que Hitler pudesse construir uma arma similar.

Mesmo com a derrota da Alemanha e o fim do nazismo, a guerra prosseguia no Pacífico e as baixas no exército americano só aumentavam. Militares e estrategistas, então, propuseram ao Presidente americano Harry S. Truman (1884-1972) a utilização do armamento nuclear para subjugar o Japão. O argu-mento de preservação de vidas america-nas foi suficiente para que a decisão do ataque fosse tomada.

Oppenheimer recebeu do General Leslie Groves (1896-1970), diretor Militar do projeto, a ordem de preparar o teste definitivo do armamento e, a con-tragosto seu e de sua equipe, prosseguiu nos trabalhos que culminaram com a explosão de Alamogordo.

Terror nuclear tem início

Na manhã do dia 6 de agosto de 1945, o bombardeiro americano B-29

“Agora eu me tornei a morte, a destruidora de mundos.”

dos Unidos decidiram, por fim, utilizar o segundo artefato de que dispunham, imediatamente, para dar a impressão de que o país dispunha de grande suple-mento desse tipo de armamento.

Em seguida, uma tragédia seme-lhante a Hiroshima voltou a ocorrer na cidade japonesa de Nagasaki, quando o bombardeiro americano B-29 Bock’s Car lançou a bomba atômica denomi-nada “Fat Man”, reduzindo a cinzas o local, forçando o Japão a se render em 14 de agosto.

O número final de vítimas em de-corrência dos dois bombardeios passou de 370 mil. As conseqüências da con-taminação radioativa em Hiroshima e Nagasaki ainda existem, com seqüelas terríveis para a saúde de descendentes dos habitantes daqueles locais.

Em sua “Declaração de Paz” feita em uma cerimônia que reuniu milhares de pessoas no último dia 6 de agosto, pela lembrança dos 60 anos do ocorri-do, o prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, afirmou: “Queremos confortar as Almas ao declarar que reafirmamos, com humildade, nossa responsabilidade para que nunca mais esta maldade se repita. Descansem em Paz, porque não repetiremos esse ato vil”.

A manutenção dessa nobre promessa aos mortos dependerá da capacidade humana de compadecer-se pelo próxi-mo. Uma lição de Amor a ser aprendida com transformação íntima dos corações humanos, nunca antes tão necessária, em honra das vítimas da era atômica.

Enola Gay sobrevoou a cidade japo-nesa de Hiroshima e lançou a “Little Boy”. A bomba atômica de urânio, de 3,2m de comprimento e 4,3 toneladas explode 576 metros acima do Hospital Cirúrgico de Shima. A detonação equi-valeu a 12,5 mil toneladas de TNT. No raio de um quilômetro, qualquer ser vivo que se encontrava em local aberto morreu instantaneamente ou logo em seguida. Somente nos 20 primeiros segundos, 70 mil pessoas perderam a vida. O calor chegou a tal intensidade que a quinhentos metros do centro da explosão os rostos foram atingidos a ponto de ficarem irreconhecíveis. Os sobreviventes do primeiro momento,

“Se queres a Paz, prepara-te

para a Paz.”(Paiva Netto)

extremamente queimados, atiravam-se ao rio Ota e contorciam-se na correnteza em busca de alívio para a dor. As partí-culas radioativas liberadas pela explosão atingiram o solo e a água. Uma chuva preta, oleosa e pesada caiu ao longo do dia , contendo grande quantidade de poeira radioativa, contaminando áreas mais distantes do centro da explosão. Nas semanas que se seguiram, o número de mortos chegou a 210 mil.

Apesar da monstruosa tragédia, o Japão resistiu e não se rendeu. Os Esta-

_______________ Daniel Rocha

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nova Arte.Novos tempos,

_______________ Josué Ben-Nun

História

Desde o início dos tempos, a arte está presente na vida do Ser Humano, as-sim como a vida deste está presente na arte. Ora expressando dor, ora

registrando fatos, ora ainda transmitindo feli-cidade, ela (a arte) é o meio pelo qual se torna visível o interior invisível de quem maneja um pincel, de quem corta o ar com uma batuta ou de quem faz valer a pena num pedaço de papel, jogando com as palavras. Os seres pensantes necessitam comunicar, exteriorizando sua indi-vidualidade diante dos códigos coletivos.

O termo “arte” vem do latim ars, que sig-nifica habilidade. Assim, o artista seria aquele que exerce habilmente determinada função. Talvez possamos mesmo dizer que é quem tem a capacidade de dar sentido ao que ainda não foi sentido, ou de propor uma reflexão até então não pensada, ou de unir sentimento e razão, criando um só espetáculo. Um talento a captar a profundidade dos elementos socioculturais e expressá-la das mais variadas formas.

Tendo em vista o Dia Nacional das Artes, que se comemora em 12 de agosto, apresentaremos um pouco do desenvolver do movimento modernista no Brasil, marcado pela Semana de Arte Moderna de 1922. Essa é uma maneira de homenagear todas as figuras ilustres que têm surgido ao longo da história humana, impregnando-a com seus vestígios eternos.

O século nervosoNo início do século XX, o tempo acelera-se e o

mundo gira mais depressa. O que antes era realiza-do em uma hora passou a ser feito em um minuto. A velocidade das máquinas, que proporciona a produção em larga escala, mistura-se à dos acon-tecimentos. A era técnico-industrial vislumbra seu

Ilustrações e fotos: livro Artes Plásticas na Semana de 22, de Aracy Amaral.

Detalhe do quadro Abaporu, pintado por Tarsila do Amaral.

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nova Arte.apogeu, a vida torna-se essencialmente urbana e as cidades são modernizadas.

O Brasil procura inserir-se na cor-rente mundial. Não é mais possível sustentar um país rural, arcaico e pré-burguês. Há, então, a restauração das finanças, uma incipiente industrialização e prosperidade das empresas agroex-portadoras. A busca do bem-estar para a crescente população urbana reflete-se no combate às doenças e na urbanização das metrópoles — principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo —, que ganham ruas mais largas, prédios mais modernos, iluminação, circulação de carros e radiotelegrafia. Enfim, o Brasil esforça-se para entrar na modernidade, na época sinônimo de civilização.

Mudanças na arteNo campo artístico, as antigas

formas não traduzem os anseios dos novos tempos. É preciso empregar essa energia nervosa dos fatos mundiais nas criações. Tem de se estabelecer uma ruptura com as escolas do passado, ob-jetivando refletir a nova subjetividade, marcada pelas transformações ocorridas no mundo. A sociedade não é a mesma, o Ser Humano não é o mesmo; logo, a arte não pode ser a mesma. É necessário vasculhar o mundo interior e torná-lo a nova linguagem que expresse a reali-dade exterior. A nova arte reverencia o moderno para, mais à frente, manifestar seu descontentamento.

A Europa, já referência na área industrial, transforma-se igualmente

no campo artístico. Muitos artistas brasileiros entram em contato com as vanguardas européias e aprimoram suas técnicas para aplicá-las no País, sem perder as raízes nacionais.

Bandeirante femininaO ano de 1917 é decisivo para o

movimento modernista. Ainda que o pintor russo Lasar Segall já tivesse

Sua corajosa exposição é tida como uma arrancada inovadora para um grupo de modernistas, que, depois do episódio, se junta em torno da pintora. Mais tarde, eles organizam e participam da Sema-na de Arte Moderna. Entre eles estão Oswald e Mário de Andrade.

Anita relata seu curioso encontro com Mário: “Num sábado chegaram dois rapazes numa chuvarada. Começa-ram a rir a toda e um deles não parava. Eu fiquei furiosa e pedi satisfação.

Quanto mais eu zangava, mais o tal não se continha”. Por fim, ela descobre que esse sujeito era Mário Sobral, ou Mário de Mo-rais Andrade, ou, ainda, Raul de Andrade, uma única pessoa que assina com vários nomes o

livro de presença da exposição. Mário de Andrade achara graça de ver um homem pintado de amarelo, sem entender plena-mente as obras de Anita. Para ela, tudo é resultado da luz que acusa os objetos;

realizado uma mostra de arte moderna no Brasil, a segunda exposição de Anita Malfatti converte-se em um símbolo. Diferentemente de sua primeira exposição, ocorrida três anos antes e bem aceita pela opinião pública — é considerada uma promessa da arte nacional —, Anita sofre uma crítica arrebatadora em 1917, sobretudo de Monteiro Lobato, o que afeta profun-damente sua carreira.

Ora expressando dor, ora registrando fatos, ora ainda transmitindo felicidade, ela

(a arte) é o meio pelo qual se torna visível o interior invisível de quem maneja um pincel, de quem corta o ar com uma batuta ou de quem faz valer

a pena num pedaço de papel, jogando com as palavras.

Almoço comemorativo da Semana de Arte Moderna, que contou com ilustres ícones do Modernismo brasileiro, no Hotel Terminus, em São Paulo/SP.

Anita Malfatti

Novos tempos,

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História

por isso, vê tudo descoberto por todas as cores. Dias depois do incidente das gargalhadas, ele retorna e entrega-lhe um poema sobre o homem amarelo.

Amigos na arteA exposição de Malfatti desperta a

possibilidade do novo; entretanto, não traz uma dimensão intelectual para o Modernismo. Imbuídos dessa missão estão os Andrades, que se tornam amigos em 21 de novembro de 1917. Nessa data, Oswald ouve um discurso de Mário exaltando a Pátria. Ao reconhecer um talento literário, briga a tapas com um colega de outro jornal para publicar na íntegra aquelas palavras. Segundo Paulo Mendes de Almeida, crítico de arte e amigo dos Andrades, “esses dois tipos tão diversificados de intelectual completavam-se admiravelmente. (...) E foram eles o elemento de coesão de todo o grupo, ao qual transfundiam audácia, segurança e entusiasmo”.

A amizade é repleta de polêmicas, sendo uma delas a publicação, em maio de 1921, do artigo de Oswald intitulado “O meu poeta futurista”, contendo o poema “Tu”, do livro Paulicéia Des-vairada, de Mário de Andrade. Mesmo tecendo elogios ao autor, causa fúria nele, que, ao ser chamado de “futurista”, ganha popularidade negativa, perdendo alunos e respeito. Ainda que o futurismo pregue o verso livre, a destruição da sintaxe, as palavras em liberdade, entre outras coisas, cai no descrédito e é visto com maus olhos ao passo que seu cria-dor, o poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti, se aproxima do fascismo. Assim, Mário responde com o artigo “Futurista?!”, negando sê-lo. Com isso, tenta desvincular o movimento dessa vanguarda européia.

A separação dos Andrades ocorre em 1929, e eles não voltam a se falar. O motivo nunca foi revelado. Se alguém soube, tratou de guardá-lo. Apesar da distância, há um respeito imenso e uma troca de elogios entre ambos.

Proclamação da Independência Cultural

Redator de uma coluna no Correio Paulistano, Menotti del Picchia logo se junta ao grupo. Indubitavelmente, ele é um peso importante para o Modernis-mo, em conseqüência de sua destacada posição de jornalista e escritor. Sendo porta-voz do Partido da Representação Popular (PRP), partido do governo, suas crônicas não se enquadram bem nos propósitos modernistas, obrigando Mário a ensiná-lo. Ainda assim, ele expõe as propostas do movimento no

incomodado com o “caipirismo” que o cerca.

Graça Aranha, autor de Canaã e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), alista-se na marcha, con-ferindo credibilidade ao grupo. Oswald confessa: “Com o seu endosso seríamos tomados a sério”. O Rio de Janeiro fortalece o batalhão, com, por exem-plo, Manuel Bandeira, Villa-Lobos, Ronald de Carvalho e Sérgio Buarque de Holanda.

René Thiollier, diretor do Jornal do Comércio em São Paulo, veste a camisa de empresário e, com vários amigos de destaque político-social, consegue, entre muitas coisas, ajuda financeira e o Municipal — o mais importante teatro da cidade —, que se transforma no palco do levante.

“Saem da penumbra, aos pulos, os sapos.”

Esse trecho do poema Os Sapos, de Manuel Bandeira, anuncia a grande aparição do movimento modernista. Muitos autores não creditam tanto va-lor à Semana de Arte Moderna para a cultura brasileira; porém, vale ressaltar a importância dos símbolos numa revo-lução, conforme destaca o historiador Eric Hobsbawm. Esse acontecimento se torna um emblema para o Modernismo no Brasil.

Quem vai ao Theatro Municipal nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 encontra expostas as obras de Zina Aita, Vicente do Rego Monteiro, Di Cavalcanti — criador da capa do catálogo —, Yan de Almeida Prado e Ferrignac; aprecia os trabalhos de Anita Malfatti, John e Regina Graz; contempla os projetos do arquiteto Georg Przyrem-bel e os baixos relevos de Victor Breche-ret — escultor achado nos porões de um prédio em construção, considerado um gênio do movimento e que brinda São Paulo com o Monumento às Bandeiras, localizado no Parque do Ibirapuera. Tar-sila do Amaral não expõe em 1922, pois nessa época mora em Paris, mas passa a ser grande ativista do Modernismo.

A partir do segundo dia de expo-sição, quando os novos escritores são apresentados ao público, há uma reação

artigo “Maré das reformas”. A “Revolução sem sangue” — na

expressão de Menotti — que se vem estruturando encontra em 1922 o ano ideal para uma batalha decisiva. As comemorações dos cem anos da inde-pendência política do Brasil são perfeitas para proclamar a cultural.

Com o entusiasmo da modernização de São Paulo, a burguesia paulistana também deseja uma renovação da cultu-ra. O movimento encontra, então, apoio no riquíssimo deputado e empresário José Freitas; no “Presidente do Estado”, Washington Luís; e no latifundiário e comerciante de café Paulo Prado, entre outros. Este último, aliás, se sente

Segundo Paulo Mendes de Almeida, crítico de arte e

amigo dos Andrades, “esses dois tipos tão diversificados de intelectual completavam-

se admiravelmente. (...) E foram eles o elemento de

coesão de todo o grupo, ao qual transfundiam audácia, segurança e entusiasmo”.

À esquerda, O Homem amarelo, pintado em 1917; à direita, O Japonês, de 1915-16, óleos sobre tela de Anita Malfatti.

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violenta. As vaias ensurdecedoras chegam a titubear Mário de Andrade na leitura de tre-chos de Paulicéia Desvairada e mar-cam a Semana.

Fato curioso dá-se quando Villa-Lobos apa-rece ao público com a tradicional

casaca, mas calçando chinelos, pois se encontra atacado de ácido úrico nos pés. A platéia, julgando isso um gesto futurista, tenta bagunçar o concerto. Entretanto, a música de Villa-Lobos im-põe-se, domando as “feras selvagens”. O ataque maior é dirigido aos poetas, escritores e artistas plásticos.

Sinal do dever cumpridoOs modernistas não foram vítimas

das vaias. Elas eram esperadas e faziam parte da estratégia da Semana de 1922, que provocou na cidade de São Paulo o interesse pela arte, ainda que por meio do escândalo. Na época, por exemplo, não era permitido falar desse episódio na frente das crianças e moças. De-pois da exposição, numa “carta muito particular”, Mário de Andrade escreve a Menotti del Picchia, comemorando: “(...) Estamos célebres! Enfim! Nossos livros serão comprados! Ganharemos dinheiro! Seremos lidíssimos! Insul-tadíssimos. Celebérrimos. Teremos os nossos nomes eternizados nos jornais e na História da Arte Brasileira. (...) E tudo isso por quê? Porque as araras caíram na armadilha”.

Uma das muitas conseqüências da Semana de Arte Moderna foi no campo político. Ao denunciar um Brasil de contrastes, de paulicéias desvairadas, e anunciar uma nova consciência social, a mudança política tornou-se inevitá-vel, culminando com a Revolução de 1930 e a ascensão de Getúlio Vargas ao poder. O caudilho gaúcho declarou que “as forças coletivas que provoca-ram o movimento revolucionário do Modernismo na literatura brasileira (...) foram as mesmas que precipitaram, no

campo social e político, a Revolução de 1930”. Os participantes da Semana de 1922 fizeram, posteriormente, parte dos quadros políticos do País.

Responsabilidade da arteNeste curto relato da história do Mo-

dernismo no Brasil, podemos perceber a importância da arte na vida das pessoas e no seio de uma nação. Todos devem ter consciência do poder que ela exerce. Poder este que, necessariamente, vem acompanhado de responsabilidade. O escritor russo Leon Tolstói outorga à arte o dever de comunicar às pessoas sentimentos bons e não só o de mostrar o belo, pois o Bem é eterno, e a beleza, temporária.

A esse propósito, o escritor e compo-sitor Paiva Netto registrou em uma das paredes da Galeria de Arte do Templo

da Boa Vontade (TBV) o seguinte pen-samento: “Pelos caminhos sublimes da arte, nos elevamos à face de Deus, que é Amor”. Não um deus antropo-mórfico, mas um Deus Divino, que os olhos podem não perceber, mas que o coração sente em todas as partes do Universo. Esperamos que, por meio das mais diversas formas, os artistas possam expressar, com a maior habilidade, esse profundo sentimento de Amor.

“Pelos caminhos sublimes da arte,

nos elevamos à face de Deus, que é Amor.”

Paiva Netto

Capa do livro Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade, 1922.

Theatro Municipal de São Paulo, foto de 1913.

Para saber mais:

- REZENDE, Neide. A Semana de Arte Moderna. São Paulo, Editora Ática, 1993.- BRITO, Mário da Silva. História do Mo-dernismo brasileiro: antecedentes da Semana de Arte Moderna. 5a ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978.Ilustrações:- AMARAL, Aracy. Artes Plásticas na Se-mana de 22. São Paulo, Editora Perspectiva, 1979.Visite:- Instituto de Estudos Brasileiros da USP - www.ieb.usp.br / (11) 3091-3199

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Arte Contemporânea da

Índia no Templo da LBV

Mais de quatro mil anos de his-tória, uma das civilizações mais antigas do nosso Pla-neta, um país de contrastes.

Assim é a Índia, com diversidade de línguas, hábitos e modo de vida, mas, ao mesmo tempo, com uma grande unidade cultural. O indiano é profundamente arraigado ao sentimento de amor à na-ção e tem orgulho de seus ancestrais, o que mantém vivas até hoje dezenas de tradições.

Muitos desses costumes puderam ser conferidos na Exposição “Arte Contemporânea da Índia”, realizada na Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade (TBV) (SGAS 915, Lotes 75 e 76, tel. (61) 3245-1070). Como esclarece o Embaixador da Índia no Brasil, sr. Amitava Tripathi: “Essa é uma mostra muito interessante. Os melhores artistas indianos, desde a independência da Índia, em 1947, até os recentes anos, estão nela. Temos 33 destacados artistas mostrando sua arte”. O Embaixador ex-plicou também por que escolheu o local: “Primeiramente, porque eu tenho um grande respeito pelo Deus que o TBV proclama. A mensagem ecumênica que une as pessoas é algo em que acredito. E tudo isso em conformidade com a

própria civiliza-ção indiana. É um prazer estar aqui”, concluiu.

Quem com-p a r e c e u a o evento apreciou ainda músicas e instrumentos típicos do país, a exemplo do Sitar, tocado pelo músico André Luiz Oliveira, e o tabla, pelo indiano Jyothi.

Na ocasião, a escritora Carina Palackapilly Bini fez a noite de autógra-fos da obra literária As Filhas do Rei. “É um presente muito grande a gente poder lançar um livro nesse evento, no Templo da Boa Vontade, que tem um ciclo de pessoas que gostam de arte, apreciam uma boa leitura. É uma coisa maravilhosa!”, disse.

O ilustrador da obra, Rubens Paiva, que também desenha para o jornal Cor-reio Braziliense, falou da abrangência do Templo da Boa Vontade: “Melhor lugar não há para esse lançamento, porque a gente está fazendo um livro que é para os pequenos brasileiros, mas trata de uma cultura, de um folclore de outro

Jyothi Carina Palackapilly Rubens Paiva

Notícias de Brasília

Embaixador Amitava Tripathi

Taj Mahal, um dos mais conhecidos pontos turísticos da Índia.

Fotos: Reprodução RMTV.Ilustrações: Arquivo da

Embaixada da Índia no Brasil.

_____________ Débora Verdan

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país. Essa aproximação entre os povos é fantástica, perfeitamente inserida no TBV”.

Um exemplar de As Filhas do Rei foi especialmente autografado pelos dois autores para o Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade e para seu filho:

“Ao querido Paiva Netto e ao pequeno Emmanuel Adolfo, com grande satisfação e carinho, Carina. Namastê”.

“Um grande abraço para o Paiva Netto e para o pequeno Emmanuel Adolfo. Rubens Paiva”.

Várias nacionalidades se fizeram presentes ao acontecimento por meio de seus enviados e se manifestaram sobre a exposição e as qualidades da Galeria de Arte do TBV, como o representante do Embaixador da República da Indonésia em Brasília, sr. Ahimsa Soekartono: “Isto mostra a arte e a cultura da Índia. O espaço da Galeria de Arte do TBV é muito bom”.

A senhora Lorenza Car-rion, do Departamento Cultu-ral da Embaixada da África do Sul, falou sobre a influência que a Índia deixou em sua pátria. “A exposição é maravilhosa. Como a África do Sul era o ponto mais comum de ida e volta entre a Eu-ropa e a Índia, os indianos che-garam no continente africano e se estabeleceram na cidade de Dedurban, diante do Oceano Índico. A influência da culinária, das vestimentas é muito forte na cultura sul-africana”, conta. Ela também ressaltou o universalismo do Templo da LBV: “O TBV é um es-paço ecumênico, é um lugar marcante. Todas as Embaixadas (e são mais de 80 representações) devem ter aspectos de sua cultura aqui”.

Ahimsa Soekartono Lorenza Carrion

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Coral da LBV abre evento que celebra os 60 anos da ONU

Uma conferência internacio-nal promovida por alunos da Universidade de Brasília (UnB) foi aberta no Palácio

do Itamaraty e contou com a apresen-tação do Coral Ecumênico do Templo da Boa Vontade. O AMUN (American Model United Nations) é uma reunião realizada anualmente com o objetivo de desenvolver atividades educacionais por meio de simulações de negociações e processos decisórios que ocorrem em foros diplomáticos, principalmente no Sistema das Nações Unidas.

O evento, que chegou a sua oitava edição, teve por finalidade “unir pes-soas do Brasil e do mundo inteiro para tratar de assuntos da agenda internacio-

nal”, como fala o Secretário-Geral do AMUN, Adam Jaime Muniz: “Esses alunos atuam como se fossem diplo-matas da ONU. Nos próximos dias vão discutir os temas que afligem a agenda internacional do mundo de hoje”.

A cerimônia de abertura fez parte das comemorações dos sessenta anos da Organização das Nações Unidas (ONU). O representante da ONU no Brasil, Dr. Carlos Lopes, estava presen-te e falou à Super Rede Boa Vontade de Comunicação sobre os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, uma campanha mundial lançada pela ONU no ano 2000. “O Brasil tem sido o país que abraçou, com muito entusiasmo, os oito objetivos do milênio, numa

campanha que é considerada uma das maiores do mundo. Nós estamos muito orgulhosos da campanha brasileira. Uma campanha só conta se tiver re-sultados. Temos até 2015 para atingir os objetivos. O Brasil tem chance de atingir a maior parte deles, mas é pre-ciso muito trabalho, muita mobilização. E é um trabalho de todos.”

Adam Jaime Muniz Dr. Carlos Lopes

Coral Ecumênico do Templo da Boa Vontade, em frente ao Palácio do Itamaraty.

Atualmente, um dos assuntos que mais chamam a atenção da diplomacia brasileira é a ampliação de vagas no Con-

selho de Segurança da ONU. Uma proposta apresentada pelo Brasil, Índia, Japão e Alemanha sugere o ingresso desses países ao órgão mais importante das Nações Unidas. Numa entrevista especial concedida à equipe da revista BOA VONTADE, em Nova York, o embaixador do Brasil na ONU Ronaldo Sardenberg destaca o trabalho que o país tem desenvolvido. Sardenberg afirmou que o País está “fazendo um trabalho muito intenso no Brasil, a favor da candidatura, da aspiração aqui em Nova York. (...) Nós estamos, nesse momento, com doze missões em viagens para o Exterior para angariar apoios. (...) Es-tamos recebendo muitas manifestações

Brasil tenta vaga no Conselho de Segurança da ONU

favoráveis. Nós precisaremos que 128 países, pelo menos, votem no Brasil num total de 191. Está bastante apertado, mas as indicações hoje em dia nos dão uma certa tranqüilidade”.

Sobre o amplo programa de refor-mas das Nações Unidas, propostas por ocasião dos 60 anos do órgão, o embaixador anunciou que a ONU trabalha pela “criação da Comissão de Construção da Paz, quer dizer, uma Comissão que vai tratar da questão daqueles Países que estão saindo de conflitos e que necessitam de uma atenção especial”. Na opinião dele, “é muito interessante que possa haver uma Comissão que se dedique exclu-sivamente a encontrar maneiras para que esses países recuperem estabilida-de social e recuperem sua economia também”.

O que é o Conselho de Segurança?

Ramificação mais im-portante da ONU, o Con-selho é um órgão político permanente e sua principal finalidade é manter a paz e a segurança no mundo. De acordo com a Carta das Na-ções Unidas, os membros da organização devem sempre acatar as decisões do Conselho, que é composto por quinze membros: cinco têm repre-sentação permanente e dez são eleitos pela Assembléia Geral e cumprem um mandato de dois anos. Os membros per-manentes são os países que lutaram na Segunda Guerra Mundial contra o Eixo e assinaram a “Carta das Nações” em São Francisco, em 1945: EUA, Rússia, Grã-Bretanha, China e França.

Notícias de Brasília

Ronaldo Sardenberg

______________ Nádia Preda

_________________ Danilo Parmegiani

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Boa Vontade (TBV) tem uma ‘estrela’ que atrai diariamente centenas de brasilienses e tu-ristas”.

Ao falar sobre o ritual cria-do pelos próprios peregrinos na nave do TBV, eles detalharam o caminhar na espiral, a ceri-mônia da Água Fluidificada e a meditação que cada um faz

diante do Trono e Altar de Deus. Outros ambientes também aparecem em relevância na reportagem, como a Sala Egípcia, o Memorial Alziro Zarur e a Fonte de Água Cristalina.

Lendo a matéria, a pessoa imagina-se no lugar e entende os motivos de ser esse Templo o monumento mais visitado da capital federal, que recebe mais de um milhão de peregrinos por ano, conforme dados da Secretaria de Turismo do Distrito Federal.

O Templo da L B V f o i des taque de capa

do jornal Correio Braziliense, de 29 de julho, com a seguinte chamada: “Para meditar: Espaços Ecumênicos da cidade, entre eles o Tem-plo da Boa Vontade, são convite a uma viagem interior”. Nesta mesma edição, no “Caderno Especial Fim de Semana”, os repórteres Sérgio Maggio e Nehil Hamilton afirmam que os Templos ofe-recem “o silêncio sagrado da meditação” e, no TBV, ocorre algo especial durante o ritual da espiral, como sentir as “energias equilibradas na caminhada silenciosa rumo ao centro da pirâmide”.

Os jornalistas contam que “há um mundo que se abre quando os olhos

______________ Sônia Sabatine

se fecham. É um universo particular e subjetivo travado entre o indivíduo e ele mesmo. Não é necessariamente uma escapada do que é fugaz e perceptível aos cinco sentidos. Mas alternativa para buscar forças a fim de se inserir na labuta diária”. Chamando o salão principal do local de “nave de reflexão”, eles ressal-tam: “Famoso país afora, o Templo da

Conjunto Ecumênico da LBV. À direita, o Templo da Boa Vontade; ao centro, a sede administrativa; à esquerda, o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (ParlaMundi). Visitado por mais de 15 milhões de turistas e peregrinos, desde a sua

inauguração, em 21/10/1989, é o líder de visitação de Brasília, segundo a Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur).

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Reprodução do destaque de capa e da ampla matéria publicada pelo Correio Braziliense do Distrito Federal.

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O dito popular afirma que “filho de peixe, peixinho é”. No caso de Claudia Telles, a herança musical de sua mãe,

Sylvinha Telles, e a vocação para can-tar foram fatores determinantes para o sucesso da artista. Convidada a parti-cipar do programa Samba e História, ela teve uma agradável conversa sobre música, família, amigos e a carreira. O bate-papo ocorreu nos estúdios da Super Rede Boa Vontade de Rádio e da Rede Mundial de Televisão (RMTV), na capital fluminense.

O destino da cantora, que aos 18 anos estourou nas paradas de suces-so com Fim de Tarde, reservou-lhe ótimas oportunidades de conhecer e trabalhar com o samba. Em casa, o apoio da mãe foi indispensável. “Desde pequena eu sempre gostei de cantar, minha mãe me incentivou muito. Ela me ensinou violão, me colocou para estudar piano e balé”. Nos tempos de colégio fez amizade com Mariazinha, do Trio Esperança. “E eu fui trabalhar com eles em es-túdio, fazendo vocal em discos dos artistas da época como, por exemplo, os Fevers”.

culturaMãe e filha na

O sucesso de Fim de Tarde, de Mauro Motta e Robson Jorge, que em 1976 tocava nas rádios nacionais, foi como um presente para a cantora que, naquele ano, completava 19 anos. “Eu me lembro que no dia do meu aniversário chegou a prova do disco. Estava com uns amigos jantando e ficamos a noite toda ouvindo Fim de Tarde”. No ano seguinte, Claudia foi a única artista que ficou com duas canções entre as mais ouvidas nas emissoras de rádio. “Fim de Tarde estava dando seu lugar para Eu pre-ciso esquecer”, rememora. “Fiquei meio apavorada porque não tinha pretensão nenhuma quando gravei o disco e nem a gravadora. Foi a título de experiência e de repente começou a fazer muito sucesso”.

Claudia também se consolidou por seu gesto carinhoso de prestar homenagens como forma de presti-giar grandes nomes da música, tais como Cartola, Guilherme de Brito e Tom Jobim. Ela conta que foi “con-vidada pelo Menescal a participar de um projeto que ele estava lançando, com o objetivo de resgatar os gran-des compositores da nossa Música

brasileira

Samba e História

Hilton Abi-Rihan, radialista, apresentador do programa Samba e História, da Super Rede Boa Vontade de Rádio, conversa com a cantora Claudia Telles. Na SRBV, o ouvinte pode acompanhar essas entrevistas aos domingos, no horário das 13 ou 19 horas. Pela RMTV o programa (foto) é exibido aos sábados, às 23 horas. No domingo, o telespectador tem duas opções de horário: às 15 ou 23 horas.

_______________ Hilton Abi-Rihan

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Popular Brasileira. A mim coube in-terpretar, na época, Cartola e Nelson Cavaquinho. O disco deu tão certo que a gravadora me chamou para gravar outro”.

Foi com essa série que a sambis-ta, após esperar 21 anos, conseguiu gravar um disco em homenagem à sua mãe, intitulado Por causa de você. A simplicidade dos grandes nomes da música e da poesia e o talento da artista constituem uma receita de sucesso.

O samba de Claudia preserva marcante intimidade com a músi-ca de grandes poetas. Guilherme de Brito, por exemplo, é um dos que apreciam a sensibilidade da cantora. “Ele ficou emocionado com o tratamento musical dado ao trabalho dele. Muitos sambistas da velha guarda, como Monarco, me encontram e dizem: ‘você poderia fazer isso pela gente também’, quer dizer , vale a pena”.

Ainda em sua carreira há outros momentos de grande emoção. Em um desses episódios, Claudia in-terpretou com sua mãe as canções Dindi (autoria de Aloisio de Olivei-ra e de Jobim), e Se todos fossem iguais a você (de Tom Jobim). A gravação do CD em homenagem a Sylvia Telles foi um trabalho téc-nico, com edição muito bem-feita. “Quando fui cantar, e ouvi a voz

dela, eu a senti tão do meu lado, mas tão presente nas duas gravações (...) foi impressionante. Tenho uma sensibilidade muito grande.”

Nesse disco, Claudia fez ques-tão de escolher todo o repertório, inclusive a capa. A artista queria uma foto que, ao olhar, recordasse sua mãe. Coincidência do destino ou não, na foto escolhida, Sylvinha estava no Zicartola, com Menescal, ouvindo Cartola. “Foi o disco do Cartola que me abriu oportunidade de fazer esse tributo a Sylvinha”. A saudosa cantora faleceu em 1966, quando Claudia Telles tinha apenas 9 anos de idade.

A gravação deste CD foi uma forma que a artista encontrou de di-zer à mãe quanto a ama. Na contra-capa, consta esta declaração: “Mãe, foram muitos anos de espera e só eu sei com que ansiedade aguardei esse momento. Esta é a melhor maneira de dizer ‘Eu te amo’ e agradecer pelos poucos, porém intensos, belos momentos que passamos juntas. Esse é o meu presente para você”.

A Espiritualidade é marcante na vida de Claudia Telles. “Eu tenho uma música espiritual e cantei num evento onde estava a Rádio Tupi. Foi muito bonito. Cantei com os músicos da LBV”.

Durante as obras de construção do Centro Educacional, Cultural

e Comunitário José de Paiva Net-to, no Rio de Janeiro/RJ, Claudia acompanhou de perto o desenvol-vimento da unidade educacional. “Na época, estava grávida do meu filho que vai completar 10 anos. Acompanho o trabalho da LBV há muito tempo. Quero mandar um superbeijo para o Paiva e dizer que a gente está sempre orando para que as coisas estejam cada vez mais abençoadas. E que se possa estar sempre fazendo esse trabalho humanitário que a LBV faz.”

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“Mãe, foram muitos anos de espera e só eu sei com que ansiedade aguardei esse momento. Esta é a melhor maneira de dizer ‘Eu te amo’ e agrade-

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é o meu presente para você.”

Claudia Telles

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Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Não há maior Amor do que este: dar a sua própria Vida pelos seus ami-

gos. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros.

Jesus (Evangelho, segundo João, 13: 34 e 35)

Enquanto o Ser Humano não compreender a qualidade civilizadora do Amor Fraterno, unido à Justiça inspirada pelo Deus Divino — não o antropomórfico, criado pelo Ser Humano à sua imagem e semelhan-ça, repleta de falhas —, muito tempo estará sendo perdido. O outro lado da moeda, conhecemo-lo bem. Está pa-tenteado no rio de sangue do sucesso de uns sobre a exploração de outros; na ameaça, sempre presente, de uma destruição jamais vista. Quem deseja isso? Nós não!

Paiva Netto (As Profecias sem Mis-tério, 62a edição)

Somente quando já não existam classes e antagonismos de classes é que as evoluções sociais deixarão de ser revoluções políticas.

Karl Marx (A Miséria da Filosofia)

Um dos traços marcantes da ação humana é a capacidade de produzir sempre algo novo, o que não significa que ela possa produzir a partir do nada, criar a partir do nada. Só podemos

implantar uma ação nova a partir do deslocamento ou da destruição de algo preexistente e da modificação do estado de coisas. Essas transformações são possíveis pelo fato de possuirmos a faculdade de nos iluminar pelo pen-samento e de imaginar que as coisas poderiam ser diferentes das que são em realidade.

Hannah Arendt (Du Mensonge à la Violence)

Pode parecer complexo iniciar um artigo destacando quatro pensadores com estilo e ideologia diversos. Ao citar Jesus, o faço pela importância dos Seus ensinamentos que, por encerrarem ca-ráter atemporal, continuam de extrema validade para a vida em coletividade. Paiva Netto sustenta, em toda sua produ-ção intelectual, a vertente espiritualista contida no Evangelho do Cristo. Karl Marx (1818-1883) e Hannah Arendt (1906-1975) mantêm em suas teorias a vertente materialista. Porém, todos eles buscam algo em comum: a necessidade de transformação. É esse elemento que identifico como idéia principal ao ler a revista Sociedade Solidária, de Paiva Netto (Editora Elevação).

O primeiro passo é compreender a importância renovadora da combinação das duas palavras que dão título a esta publicação. Há divergência na defini-ção do conceito “sociedade”. Ela tanto pode ter a idéia de confraria, como ser o campo no qual atuam os cidadãos. Para identificar qual grupo estamos tratando, vamos chamá-lo de “sociedade civil”.

Sandra Albuquerque FernandezSocióloga (Nova York, EUA)

o exercício da Democracia Ecumênica.

Sociedade Solidária:

Opinião

Paiva Netto afirma que este momento histórico é o presente com a vigência de uma Democracia Espiritual transformadora. Uma Democracia em que a responsabilidade de construir a Sociedade Solidária suplanta o sentimento da riqueza individual ou de nações que visam apenas à busca do capital financeiro, social ou cultural. Na Democracia defendida por ele, há a “união de todos pelo bem de todos.”

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Ilse Scherer-Warren, em “Organizações Não-Governamentais na América Lati-na”, faz a seguinte análise:

“(...) Seguindo Bobbio, sociedade civil é o campo das várias formas de mobilizações, associações e organização das forças sociais, que se desenvolvem à margem das relações de poder que caracterizam as instituições estatais. Calhoun distingue a sociedade civil por sua capacidade de associativismo e autodeterminação política independente do Estado. (...) Alan Wolfe considera o Terceiro Setor como a própria sociedade civil, a qual denomina também de setor social. A noção de Wolfe aproxima-se da idéia de Tocqueville de associativis-mo na vida cotidiana, incluindo-se aí a mútua ajuda, ações de solidariedade comunitária e familiar, além de ONGs e outros movimentos. Altruísmo/gra-tuidade seriam outros elementos cons-titutivos da sociedade civil segundo Wolfe (1992:17-34). (...) Entretanto, é necessário não esquecer que o indivíduo traz para a esfera do cotidiano, de suas relações comunitárias e culturais, a sín-tese de uma vivência e de suas relações com o Mercado e com o Estado”.

Depois desta análise, pergunto: Se o cidadão, contudo, não possui seus direitos civis, sociais, políticos e espi-rituais respeitados, como entender essa sociedade chamada civil?

Cidadão Universal

Os antropólogos afirmam que os grupamentos sobrevivem pelos sistemas de troca. Podem ser sociedades desen-volvidas ou tecnicamente mais simples (as tribos). Segundo o antropólogo Pierre Clastres (1934-1977), “quanto mais trocas houver entre as tribos, menor a possibilidade de guerras”. No artigo “É urgente reeducar”, encontrado em Sociedade Solidária, Paiva Netto desta-ca um sistema de trocas imprescindível para a manutenção da harmonia: prover a sociedade de Educação com Espi-ritualidade e, em troca, ela devolverá um coletivo composto por indivíduos universais. Ou seja, “o Ser Humano que sobressai à mera competência, visto que

muita gente tida como tal está levando o mundo a uma situação de calami-dade e perigo. O Cidadão Ecumênico é o cidadão solidário, portanto não-egoísta”. O autor ressalta que a partir da Reeducação com Espiritualidade Ecumênica, estaremos favorecendo a construção de uma sociedade com di-reitos e deveres igualmente exercidos, o que seria a verdadeira Democracia. Diz o jornalista: “No ensino reside a grande meta a ser atingida, já! E vamos mais longe: somente a Reeducação, até mesmo da própria Educação, como preconizava Alziro Zarur (1914-1979), pode garantir-nos dias de prosperidade e harmonia”.

Na análise do Líder da LBV, a Edu-cação não pode estar distante da orien-tação consciente do ator social quanto à sua existência, criando caracteres pensantes, capazes de formar opinião, afastando-os do exemplo comum de atores alienados. Essa edificação de consciência só pode ser atingida a partir do entendimento de que o pensamento racional é composto também do espi-ritual: “Sem Educação e Instrução não há progresso. Todavia, educar e instruir não é apenas ensinar a ler, a mergulhar nos livros. Trata-se, acima de tudo, de iluminar a inteligência para as funções harmônicas do Ser na sociedade (...). Isso somente será conseguido quando a criatura humana souber ver além do intelecto, com os olhos do Espírito (...)”, assegura Paiva Netto. Quando o

indivíduo enxerga o outro com os olhos do outro percebendo-o em sua essência, Espírito, o indivíduo está exercendo a cidadania universal, porque “O Cidadão Ecumênico é aquele que compreende a necessidade de superar obstáculos que separam multidões, porque estas não tenham o mesmo pensamento religio-so, político, social, ou não pertençam à mesma cultura ou etnia. É o que junta forças para diminuir a avassaladora ca-rência de comunidades ou de uma única pessoa que seja, sem preocupar-se com cor, sexo, religião, ideologia e assim por diante”. (Sociedade Solidária)

Democracia Espiritual

Diferente de Marx — que, com sua narrativa meta-histórica, deu ênfase aos interesses econômicos e materiais e colocou, em segundo plano, a reflexão moral e a solidariedade, como questões a ser consideradas em um momento histórico posterior (Jeffrey C. Alexander, 1998) —, Paiva Netto afirma que este momento histórico é o presente com a vigência de uma Democracia Espiritual transformadora. Uma Democracia em que a responsabilidade de construir a Sociedade Solidária suplanta o sen-timento da riqueza individual ou de nações que visam apenas à busca do capital financeiro, social ou cultural. Na Democracia defendida por ele, há a “união de todos pelo bem de todos”. E ainda comenta o autor: “Alguns podem

Fac-símile das três edições da revista Sociedade Solidária (Português, Espanhol e Inglês).

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atemorizar-se, pensando em capitulação de seus pontos de vista na enfadonha planura de uma união despersonalizada, o automatismo humano deplorável. Não é nada disso. Na Democracia Divina, todos têm o dever de civilizadamente expressar suas idéias, sua maneira de ver as coisas”. Em seguida, Paiva Netto apresentará uma defesa da Democracia que, atualmente, tem sido usada como ferramenta de poder do mais forte sobre o mais fraco: “Entretanto, ninguém tem o direito de odiar a pretexto de pensar diferente (...). O dever de expressar ci-vilizadamente o seu ponto de vista não significa que — para viger a Democracia — Você tenha de transformar-se a qual-quer preço no vencedor. Pelo contrário, democrático é saber conviver também com a derrota. Quem isso não aceita não sabe o que é Democracia, que, por sinal, é o regime da responsabilidade. (...) Pregamos a Democracia não somente na Política, mas em todas as áreas da vida humana, principalmente na Religião que deve andar na vanguarda, por força de sua missão de paz na Terra; se não, para que serviria? É uma ação de humildade, que, para ser frutífera, precisa, antes de tudo, estar revestida pela couraça da coragem sadia, aquela que não aprova violência em nome de um Deus que é Amor e Salvação”.

Apenas retirando a democracia do campo exclusivo da política, a compren-deremos como a doutrina do entendi-mento. Caso contrário, estaremos aten-tos unicamente ao caráter conflituoso implícito no jogo do poder, expresso na luta entre valores antagônicos presentes na política partidária.

Há quem pense que envolver Re-ligião em defesa da Democracia Ecu-mênica é fazer a apologia da alienação. Muitos modelos estudados anteriormen-

te provaram não ser capazes de trazer a harmonia. Harmonia, não apenas no tocante a conflitos sociais gerados pela violência ou coerção no abuso do poder, mas harmonia na Ciência, na Economia e assim por diante. Aqui, Religião não é vista como segmento organizacional em que uns e outros participam. Ela é o sentimento superior de cooperação. É esse sentimento de Espiritualidade que deve estar na vanguarda por ser o viés que estimula o indivíduo a produzir Solidariedade. Espiritualidade definida por Paiva Netto como: “(...) generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange

tudo o que transcende ao campo vulgar da matéria e provém da sensibilidade hu-mana sublimada, a exemplo da Verdade, da Misericórdia, da Moral, da Ética, da Honestidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência. O conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, conseqüentemente, o direciona à construção da Cidadania Planetária”. Por isso, em vez de aliar a Democracia apenas aos fenômenos considerados materialistas a exemplo do próprio Capitalismo, ela deveria, como critério de sobrevivência, aliar-se também aos fenômenos espirituais. De que maneira? Por meio da formação de Tipos Ecumênicos.

Criaturas espirituais e outras formas de Vida no Espaço

Para isso, é preciso conhecer o signi-ficado de Ecumenismo como algo que possua aplicabilidade mundial, universal na constituição de um único ser sem fronteiras. Nesse momento, o termo perde o caráter apenas religioso que muitos er-roneamente empregam e recebe o caráter universal, isto é, de aplicabilidade em todas as áreas até mesmo e, principalmente, na Ciência: “O Ecumenismo Irrestrito prega o perfeito relacionamento entre todas as criaturas da Terra. O Ecumenismo Total preconiza a fraterna aliança da Humani-dade da Terra com a do Mundo Espiritual Superior e com qualquer civilização que possa haver no Espaço. Por que não?! Todo o Universo está aí para que apenas o fiquemos (à exceção dos astrônomos e poetas) ociosamente apreciando?! E olhe lá, quando nos lembramos de erguer os olhos para ele... Seria pretensão de nossa parte admitir a impossibilidade da existên-cia de outras formas de vida no Cosmos”. (Sociedade Solidária).

Aqui, Religião não é vista como segmento organizacional em que uns e outros participam.

Ela é o sentimento superior de cooperação. É esse sentimento

de Espiritualidade que deve estar na vanguarda por ser o viés que estimula o indivíduo a produzir Solidariedade. Espiritualidade

definida por Paiva Netto como: “(...) generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a

ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo

vulgar da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada,

a exemplo da Verdade, da Misericórdia, da Moral, da

Ética, da Honestidade, do Amor Fraterno (...)”.

Opinião

Fotomontagens rBV

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Para elucidar a realidade social, muitos baseiam-se em Max Weber (1864-1920), um dos fundadores da Sociologia, na construção dos tipos puros de ação social: a racional com relação a fins (para atingir o objetivo usam-se os meios necessários e adequados, podemos encaixar os cientistas nesse grupo); a racional com relação a va-lores (o agente é guiado por seus valores para atingir os seus objetivos, exemplo, os políticos); a tradicional (como sempre se fez — os hábitos entre os familiares); e a ação afetiva (a que o indivíduo age guiado por emoções imediatas — como no caso do ciúme). Para Weber, as ações podem ser explicadas porque a sociedade caminha para o processo de racionalização, que ele chama de desencantamento do mundo. Na Sociologia de Weber, “a humanidade partiu de um mundo habitado pelo sagrado, pelo mágico, excepcional, e chegou a um mundo racionalizado, material, manipula-do pela técnica e pela ciência. O mundo de deuses e mitos foi despovoado, e sua magia substituída pelo conhecimento científico e pelo desenvolvimento de formas de orga-nizações racionais e burocratizadas (Tania Quintaneiro, 1996)”.

Se olharmos a realidade com os olhos weberianos, poderemos concordar que o processo de racionalização dominou re-almente o planeta. Porém, se aplicarmos a teoria de Tipos Ecumênicos encontrada em Sociedade Solidária, concluiremos que complementar à racionalidade está a Espiritualidade:

“Ecumenismo na Educação, na Comu-nicação, na Política, na Ciência, na Arte, na Filantropia, na Economia, no Direito, na Filosofia, no Esporte e assim por diante. É importante destacar o Ecumenismo Racial, o Ecumenismo de Classe, o Ecumenismo que permeia as Nacionalidades, o Ecume-nismo Cultural (...) Todas as animosidades que costumam dividir os Seres Humanos

em grupos litigantes devem ser des-feitas, de forma que seja suplantada a intolerância, que tem contribuído para a manutenção desse estado de tensões múltiplas (o processo racional), as quais vão empurrando o mundo na direção de um conflito indescritível, que ninguém, em sã consciência, pode desejar. Vemos o Ecumenismo Irrestrito e Total como expressão máxima do Amor e da Justiça, o eixo de gravidade de uma sociedade sadia. É o estado natural e o querer espontâneo de toda criatura quando espiritualmente integrada ao Criador, ou ao verdadeiro sentido de humanidade, e bandeira dos que, religiosos ou não, labutam por uma convivência planetária melhor. (...) em que as pessoas racioci-nam de acordo com o amadurecimento próprio, com a extensão do seu saber ou da falta dele. Falamos do Ecumenismo que se comove com a dor; que tira a camisa para vestir o nu, que contribui para o bálsamo curador do que se en-contra enfermo, que protege os órfãos e as viúvas, que sabe que a Educação com Espiritualidade Ecumênica é fun-damental para o soerguimento de um Povo, o fortalecer de uma nação (não para que domine as outras), a proteção de um país e a sobrevivência do orbe celeste que nos agasalha como filhos nem sempre bem-comportados. Enfim, o Ecumenismo da Caridade, Estratégia de Deus à sobrevivência dos povos. (...) o Ecumenismo que coloca a Paz acima de todas as barreiras, que ama a todos e constitui o denominador comum que derruba os ódios, ilumina os olhos da criatura e fertiliza os seus corações com o Amor”.

Podem parecer propostas não alcançáveis ao cenário conturbado em que vivemos, mas este caráter inatingível deve ser interpretado por

um sentimento realizador. Porque o Amor, que torna realidade o tipo ideal construído, é para Paiva Netto a “Política mais inteligente que um indivíduo pode conceber, porque o Amor não é degradação de corpos nem de mentes, e sim a Força de Deus ou da Sabedoria Superior. (...) É preciso espiritualizar, dentro do Ecu-menismo dos Corações, as pessoas”. Ele sugere que somente a partir da vi-vência desse sentimento os “diversos segmentos da sociedade conseguirão passar a viver em harmonia, qualquer tempo que seja necessário até que isso venha a ocorrer. (...) Assim é a ação religiosa e política do Ecumenismo dos Corações”.

A proposta da Sociedade Solidária está além da tradução espontânea dessas duas palavras. Não é possível conceber a sociedade sem o papel primordial da Educação. Da mesma maneira, a Solidariedade deve ser compreendida como o papel con-ciliador da verdadeira Democracia Espiritual. E a Democracia Espiritual só pode ser alcançada com o sentido do Ecumenismo Irrestrito e Total. Sem o qual não há o Cidadão. Conforme conclui o jornalista Paiva Netto: “Gen-te educada, instruída e espiritualizada ecumenicamente é Povo que rebenta os grilhões da miséria e os lança fora. Por isso há tanto tempo dizemos que, enquanto não prevalecer o ensino eficaz por todos os de bom senso almejado, qualquer nação padecerá cativa das limitações que a si mes-ma se impõe. Para a construção de uma Sociedade Solidária realmente precisamos ter Educação e Cultura, mas também muita Espiritualidade Ecumênica. Conseqüentemente, sem fanatismo, é claro!”.

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Combater essas reações respirató-rias, de acordo com o Dr. Carlos Rodri-gues, pode evitar quadros de sinusites e rinites, patologias que levam tantas pessoas aos especialistas.

Há alergias relacionadas à mudança climática. “O Brasil é país de um bom verão. Neste período, há uma incidên-cia maior das alergias dermatológicas, como as urticárias, que podem ser so-lares e/ou provocadas por alimentos”. Quanto a esta última, afirma que o ideal é “não ingerir refrigerante, prin-cipalmente os amarelos-alaranjados, e nenhum refresco artificial. O importan-te é dar preferência para os produtos naturais e o suco feito do próprio fruto, preparado em casa”.

Nos estudos acadêmicos, defi-nem-se outros tipos de sensibilida-des. Anafilática é a mais comum e reúne as asmas e rinites alérgicas, as urticárias e os famosos choques anafiláticos. As citotóxicas são re-lacionadas à incompatibilidade de grupo sanguíneo e a imunocomplexa trata dos reumatismos e grupos eri-tematosos sistêmicos, quando ocorre uma auto-agressão ao organismo, com grande produção de anticor-pos contra si próprio. Por fim, o tipo celular que engloba dermatites de contato, causadas por agentes como o níquel, alguns metais, ouro e solventes. Outra forma de alergia celular é a rejeição de transplantes. Agentes comuns dessas reações são também os corantes de alimentos, produtos inalantes, picadas de inse-tos e medicamentos, principalmente antiinflamatórios, antibióticos e substâncias hormonais.

O perigo______________

Angélica Beck

Ambientes domésticos continuam sendo os grandes causadores da forma mais comum de alergia: a respiratória.

A alergia apresenta-se de várias maneiras. A classificação aca-dêmica lista uma série delas, e tamanha é a diversidade e

ocorrência que você, caro leitor, pro-vavelmente já foi vítima de alguma forma de reação, de sensibilidade ca-racterística das crises alérgicas. Antes de relacionar as manifestações diversas dessa doença, vale tratar dos casos res-piratórios (os mais comuns, com inci-dência em todo o mundo) e, na maioria das vezes, adquiridos nos lugares onde menos imaginamos ser possível.

O aconchegante e protetor ambiente doméstico é, majoritariamente, o local ideal para desenvolver o problema. O Dr. Carlos Alberto Rodrigues, espe-cialista em alergologia, em entrevista ao programa Viver é Melhor, da Rede Mundial de Televisão e da Super Rede Boa Vontade de Rádio, explanou sobre a importância da prevenção que, segun-do ele, deve começar pelo quarto: “Lá é onde passamos, em média, um terço da vida. E dormimos em cima de um cemitério de ácaros, que é o colchão e o travesseiro. As principais precauções devem ser tomadas dentro de casa. O mais fácil é o controle ambiental, com um pano e sabão; é bom colocar traves-seiros, cobertores e colchão expostos ao sol, pois o ácaro não resiste ao calor. Lavar com água quente também ajuda. É preciso ainda combater o mofo, evitar umidade e infiltrações”.

Quanto ao uso de produtos, o médico alerta para o fato de que a eficácia dos acaricidas é discutida no meio científico, pois não é sabido ainda se “matam áca-ros ou se só desnaturam as fezes deles, visto que elas causam muita alergia”.

Viver é melhor! — Saúde

pode estar em casa

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Alergia

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Conviva melhor com suas

Segundo especialistas, mais de 1,5 milhão de pessoas usam lentes de contato

no Brasil. Estima-se que 56% da população brasi-leira precisam de algum tipo de correção visual e, desse total, 16% utilizam lentes de contato. Muitos ainda questionam a eficácia delas, alegando que o uso do produto pode causar complica-ções oculares, como conjuntivite papilar ou infecção.

Porém, a maioria dos problemas que tem sido registrada pelos mé-dicos oftalmologistas é decorrente

lentes de contato______________

Débora Verdan

do uso incor-reto do produ-to e da falta de

informação do paciente. Segundo

os profissionais, alguns pe-quenos cuidados de higiene e

conservação são grandes aliados para evitar os problemas oculares.

Por melhores que sejam, as len-tes de contato são um corpo estra-nho ao olho. Daí a necessidade do máximo cuidado diário para a sua melhor adaptação. O uso das lentes de contato deve ter rigoroso contro-le do oftalmologista para reduzir possíveis complicações.

— Consulte o seu médico oftalmologista a cada 6 meses;— Não durma com lentes de contato;— Mantenha a higienização regular e tenha cuidado com a escolha do produto de limpeza de sua lente de contato (nunca use água da torneira);— Utilize apenas o colírio prescrito pelo seu oftalmologista.

Fique atento!

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Estatuto do Idoso

Jornalista Walter Periotto

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Continuamos a apresentar tre-chos do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741), de lº de outubro de 2003, destinado a regular os

direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

“CAPÍTULO VIIIDa Assistência Social

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articula-da, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes.

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possu-am meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgâ-nica da Assistência Social — LOAS.

Parágrafo único: O benefício já con-cedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS.

Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de servi-ços com a pessoa idosa abrigada.

§ 1º No caso de entidades filantrópi-cas, ou casa-lar, é facultada a cobrança

de participação do idoso no custeio da entidade.

§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma de partici-pação prevista no § 1º, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.

§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que se refere o caput deste artigo.

Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a de-pendência econômica, para os efeitos legais.

CAPÍTULO IXDa Habitação

Art. 37. O idoso tem direito à mo-radia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o de-sejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.

§ 1º A assis-tência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.

§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente.

§ 3º As instituições que abrigarem

idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com as ne-cessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas

da lei.Art. 38. Nos

programas habita-cionais, públicos ou subsidiados com re-cursos públicos, o idoso goza de priori-dade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:

I — reserva de 3% (três por cento) das unidades residen-

ciais para atendimento aos idosos;II — implantação de equipamen-

tos urbanos comunitários voltados ao idoso;

III — eliminação de barreiras arqui-tetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso;

IV — critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão”.

Melhor Idade

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“Eu fiz um acordo

pacífico com o tempo,

nem ele me persegue,

nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra.”

Mário Lago (1911-2002)

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O cuidado com a nutrição deve começar muito cedo, pois nossos hábitos alimen-tares são preservados até a

Terceira Idade. Nesta faixa etária, em particular, algumas precauções precisam ser tomadas em virtude do próprio processo de envelhecimento. É comum que os idosos tenham o seu olfato e o seu paladar diminuídos. Além disso, podem ter dificuldades para mastigar, fazendo com que se limitem a uma alimentação que inclui sopas, chás, doces e outros produtos não adequados a uma dieta saudá-vel. Pensando nisso, a revista BOA VONTADE resolveu elaborar, com a ajuda da nutricionista Maria da Penha Pedro, algumas dicas práticas para a alimentação do idoso:

• Beba 6 a 8 copos d’água por dia. A falta de ingestão de líquidos pode agravar problemas como a prisão de ventre e os renais, além de aumentar o risco de desidratação no verão.

“É preciso unir a energia da-divosa dos mais jovens à sabedoria dos mais ve-lhos.” Este pensamento

de Paiva Netto serve de inspiração para a Juventude Ecumênica da Boa Vonta-de de Deus que, entre os trabalhos que desenvolve, realiza visitas a hospitais, lares e casas de repouso. Em 26 de julho, comemorando o Dia da Vovó, os jovens estiveram no Abrigo Mariana Magalhães, em Salvador/BA, no bairro Barriz. Durante o encontro, presente-aram as irmãs da Terceira Idade com

_________________Adriane Schirmer

Saúde na Terceira Idade• Alimente-se sempre no mesmo

horário.• Faça de suas refeições um mo-

mento agradável. Coloque uma toalha bem bonita e, se gostar, ouça suas músicas favoritas. Caso não queira se alimentar porque está sozinho em casa, convide seus amigos para lhe fazer companhia.

• Procure acrescentar aos pratos um pouco de ervas e temperos. O paladar perdido pode ser avivado com uma pitada de noz-moscada ou canela.

• Mesmo que tiver dificuldades na mastigação, não restrinja sua dieta aos líquidos. Você pode preparar carnes macias como peito de frango, peixes do tipo cação, músculo de boi, purês de legumes, entre outros alimentos nutritivos.

• Nunca pule refeições. • Consuma leite magro e/ou deri-

vados diariamente, a fim de garantir a saúde dos ossos.

• Tome banho de sol diariamente.

• Divida as refeições em pequenas quantidades para facilitar a digestão. (Por exemplo: café da manhã, merenda, almoço, lanche, jantar e ceia).

• Se não sabe ou não gosta de co-zinhar, saia para comer fora. Isso lhe fará muito bem.

• Descubra com o seu geriatra quais os exercícios que você pode fazer. Além de aumentar o seu apetite, vai colaborar no seu vigor físico e mental.

porta-retratos (confeccionados pelo grupo), prospectos com as orações do

Pai-Nosso e de São Francisco de Assis, patrono da Legião da Boa Vontade, e mais o poema O Amor é Deus, de autoria do Líder da LBV.

Sorrisos e conversas animadas mostravam como aquele dia foi espe-cial para jovens e idosos, numa troca de experiências e sentimentos em que todos saem ganhando.

Para fazer parte dessa e de outras atividades procure o Centro Educacio-nal da LBV na capital baiana, localiza-do à Rua Constâncio Alves, 2, Saúde, tel. (71) 3326-0677.

Encontro de gerações_________________

Cristiani Ranolfi

Cris

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No Dia da Vovó, jovens da LBV levaram alegria ao Abrigo Mariana Magalhães, em Salvador/BA.

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Ação Jovem LBV

“O jovem como agen-te na construção de uma Sociedade Solidária”

foi o tema do workshop promovido por membros da Juventude Ecumênica da Legião da Boa Vontade (LBV) nos Estados Unidos, durante a 2ª Assembléia Jovem, de 3 a 5 de agosto, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A finalidade de fortalecer o protagonismo juvenil na implementação dos Objetivos de Desen-volvimento do Milênio é um desafio global lançado pela ONU e assumido por mais de 190 países, para ser cumprido até 2015.

No workshop da LBV, que ocor-reu no dia 4, os jovens trabalharam em grupos o projeto Peace and Good Will Garden (PGWG) [Jardim da Paz e da Boa Vontade], o qual visa despertar entre os participantes va-lores de Espiritualidade Ecumênica, Paz, Solidariedade, Entendimento e Amor. Desenvolvida há vários anos em escolas e hospitais norte-ame-ricanos, essa iniciativa está sendo apresentada no evento internacional como uma prática simples e eficiente, que pode ser facilmente multiplicada. O projeto foi concebido com base na Pedagogia do Cidadão Ecumênico.

Durante o evento, a Jovem Legio-nária Sâmara de Albuquerque Ma-laman entregou a revista Sociedade Solidária (versões em inglês e espa-nhol) para diversas personalidades, entre elas a Sra. Gillian Sorensen, Alta Conselheira e Procuradora da República na Fundação das Nações

Jovens da LBV nas

Unidas, em Nova York, e a Dra. Elaine Valdov, Diretora da Assem-bléia Jovem nas Nações Unidas e

Co-presidente do Comitê Executivo de ONGs afi-liadas à ONU junto ao De-partamento de Informações Públicas (DPI).

Todos que compartilha-ram dos debates aprova-ram a idéia. “Eu realmente adorei. Foi a primeira ofi-cina da qual participei e foi muito bonito como as pessoas foram reunidas, podendo realizar várias práticas artísticas, como poesias e desenhos. Tive-mos a liberdade de fazer o que sentíamos vontade. Tudo estava direcionado aos objetivos do milênio e

esse é um bom assunto. Foi interes-sante e gostei da maneira como foi conduzida, demonstrando um pouco do que a Legião da Boa Vontade faz. Eu quero conhecer mais a LBV”, afirmou a nova-iorquina Erica Brand, de 21 anos.

Para Sachie Kato, 28 anos, do Japão, “é um bom símbolo para os jovens se juntarem para a Paz. Por meio da oficina pude conhecer pessoas de vários países e fazer amizades, e sendo amigos podemos fazer a Paz juntos”. Na opinião de Nasir K. Mohammed, de 17 anos, da Nigéria, “foi tudo muito inspirador, uma boa experiência, uma vez que é a minha primeira vez aqui nos Estados Unidos. Essa oficina que realizamos realmente dá à juventu-de do nosso mundo a oportunidade de tentar ajudar outras pessoas em situação de carência. Foi realmente inspirador”. [D.P.]

Gillian Sorensen

Elaine Valdov

Nações Unidas

O workshop organizado pela Juventude da LBV chamou a atenção de jovens vindos de diversos países, que participaram ativamente das discussões apresentadas pelas oficinas.

Fotos: Conceição Malaman

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WWWacaojovemlbv.com.br

Todo o esforço e empenho da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus em suas ações e no desenvolvimento

ideológico é reafirmado mediante os novos desafios trazidos pelo diri-gente da LBV, José de Paiva Netto. Um exemplo foi o “30° Congresso Jovem”, ocorrido em Uberlândia/MG, no dia 25 de junho.

Mas a Militância no Bem não pára por aí. Após esse grande evento, os jovens sugeriram cinco outros te-mas que foram votados e o vencedor será desenvolvido na 31ª edição do Encontro Juvenil, em 2006. Entre as opções, constavam: “Sociedade Solidária”; “Humanizar e Espiritu-alizar o Ser”; “O Jovem redescobre a Cultura e o Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho-Apocalipse de Jesus”; “Globalizar o Amor” e “Deus, Sexo e Destino — relações humanas, conseqüên-cias espirituais”. Este último, após 27 dias de votação com jovens de todas as idades do mundo inteiro, foi o escolhido como novo assunto a ser debatido nos próximos 12 meses pela Juventude da LBV. Os votos pu-deram ser encaminhados por cartas, telefone e internet.

A Juven-t u d e Ecumê-

nica da Boa Vontade de Deus realizou em 7 de agosto, na esquina das Avenidas Abolição com Desembargador Moreira, na Beira Mar, capital cearense, uma blitz educativa. A iniciativa faz parte da pioneira Campanha da LBV “Vá sem pressa. Faça uma Prece!”. Os jovens conduziram faixas e distribuíram panfletos e adesivos com a Prece do Mo-torista, pedindo Paz no Trânsito. Outras informações sobre a ação do Movimento Jovem na cidade podem ser obtidas pelo tel.: (85) 484-3533.

Boa Vontade nas ruas

Fortaleza/CE

Parada_______________

Leontina Maciel

Na capital gaúcha, a Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus já tem compromisso

em todo fim de semana. Sempre aos sábados ocorrem as Campanhas de Entronização do Novo Mandamento de Jesus nos Corações de Boa Von-tade. Nelas, os jovens vão à comuni-dade, levando a Cultura de Paz muito

______________Elisa Rodrigues

Porto Alegre/RS

De olho em 2006__________________

Leonardo Mattiuzzo

bem ilustrada em materiais como adesivos, chaveiros, calendários com a estampa de Jesus e livros do escri-tor Paiva Netto, a exemplo da mais recente obra literária, As Profecias sem Mistério. Mas as atividades não param por aí. Ligue para o tel.: (51) 3325-7000 e saiba a agenda completa do Movimento.

Pai, o senhor sempre foi e sempre será o meu norte, é um caminho a ser seguido. Como meu melhor amigo, sempre me

estendeu a mão quando caí, sempre me ofere-ceu o ombro para eu chorar e sempre enxugou as mi-nhas lágrimas, sempre caminhou ao meu lado, deu-me um sorriso em momentos de tristeza. E, ao longo dos meus 25 anos de vida,

a cada dia que passava eu via que o maior herói do mundo não estava nos quadrinhos, estava sempre ao meu lado, e este herói, pai, é o senhor. O herói da maior batalha de todas, a do ensino e do engrandecimento espiritual de cada um de nós. Pai, o senhor é o maior ho-mem que eu conheço, e digo do fundo de minha alma e do meu coração: Eu tenho orgulho de ser seu filho! (Alziro de Paiva, integrante da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus de São Paulo/SP)

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Escreva para o Bolo com Pudim Editorial, mande sua foto, desenhos ou um recado para os Soldadinhos de Deus. Não se esqueça de colocar seu nome, idade e cidade onde mora.Rua Doraci, 90, Bom Retiro, São Paulo/SP – CEP 01134-050

E-mail: [email protected]

Cruzadinhas

Resp.: cachorro, maçã, casa, xícara, abacaxi, bola, coração, flor e formiga.

Mariana Albieri Brancaccio, 6 meses, São Paulo/SP

Carolina Antunes de Azevedo Freitas

Henrique Pereira Britto, 5 meses, São Paulo/SP

Wanessa Caroline Brugnolo Ramão, 9 meses, Curitiba/PR

Julio Cesar Nery Barbieri, 2 meses, São Paulo/SP

Renata Pereira Santana, 4 anos, São Paulo/SP

Juliana Romano Gottardi de Moraes, 3 anos, Jundiaí/SP

Amanda Nataly Vitorino dos Santos, 3 anos, São Paulo/SP

Folclore

Porto Alegre/RS Recife/PE

Goiânia/GO

Rio de Janeiro/RJ

O folclore é a cultura popular, os costu-mes, a arte, as lendas, etc., transmitidos ver-balmente, de pai para filhos. Alguns perso-

nagens do folclore brasileiro conhecidos são: saci-pererê, mula-sem-cabeça e, quem sabe, o mais novo membro dessa família, o ET de

Varginha.No mês de agosto, dedicado ao tema, em

muitas regiões do Brasil, a LBV promoveu apresentações como: maculelê, bumba-meu-boi, frevo, teatro de fantoches, além de outras

atividades.

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Fotos: Arquivo pessoal.Bolo com Pudim

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Descubra a mensagem abaixo, seguindo a linha do

primeiro diagrama: O Bolo com Pudim Editorial está preparando uma nova coleção de livros infantis: O Evangelho de Jesus para Crianças, que vai trazer explicações inspiradas nas pregações do Irmão Paiva.O primeiro livrinho

será O nascimento de João Batista, com a história daquele que veio preparar os caminhos para a grande missão de Jesus.

Próximos Lançamentos

Resp.: PARABÉNS PAPAI

Nesse dia especial (Dia dos Pais), Soldadinhos de Deus do Brasil e do mundo agradecem a seus pais por estarem ao lado deles e pelo amor e carinho dedicados todos os dias.Realmente todos desejam um feliz Dia dos Pais, e aqueles que são pais agradecem a Deus por terem crianças em suas vidas.Pai é aquele que educa, que dá apoio, que brinca com seu filho, que o repreende na medida certa. Pai sempre quer ver o filho ter tudo aquilo que ele não teve, é aquele que olha para seu filho e pensa: “Meu orgulho!”.Pois é, pai é tudo isso, e é a inspiração da criança. Há crianças que falam: “Quando crescer, quero ser igual a meu pai.” E todos seremos, pode ser na aparência, no gênio, no modo de falar, ou andar... e quando crescemos falamos: “Sou igual a meu pai e tenho orgulho disso”.Para terminar, deixo uma mensagem: Viva o Dia dos Pais! E também as mães que cuidam sozinhas de seus filhos e são verdadeiros pais.

Feliz dia dos PaisÉrika Tatiane Paulino Amâncio, 13 anos.

Aluna da 7a série do Instituto de Educação José de Paiva Netto, da LBV, em São Paulo/SP.

O Irmão Paiva, Dona Lucimara Augusta e o Soldadinho de Deus

Emmanuel Adolfo agradecem o envio desta bela foto dos irmãos Guilherme

Duarte Mendonça, 5 anos, Ana Beatriz Duarte Mendonça, 10 meses e Bianca Duarte Mendonça, 8 anos, de São Paulo/SP, filhos do casal Ester e

Rogério Mendonça.

Colaboração da Pré-Juventude da LBV: Felipe Tonin e Renan Gallo.

Marco Antônio Botelho Brum, 4 meses e seu irmão, Paulo Estêvão Botelho Brum, 1 ano e 11 meses,

do Rio de Janeiro/RJ.

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elo quarto ano consecutivo a Rede SC, afiliada do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) em Santa Catarina, apóia a

Campanha do Agasalho da Legião da Boa Vontade. No dia 20 de julho, a empresa fez uma doação de aproxima-damente quatro mil peças para a LBV,

LBV é a mais lembrada em Cascavel.Mind:

Topof

O Instituto Brasileiro de Pesquisa de Opinião Pú-blica (Inbrap) realizou pesquisa com o fim de sa-

ber quais as empresas, instituições e profissionais que se destacam no mercado de Cascavel/PR. A Legião da Boa Vontade foi a mais lembra-da por 73,4%, em um universo de

____________Edson Neves

13.200 entrevistados, englobando formadores de opinião, usuários, clientes, entidades classistas e de mercado. Por isso, a Instituição foi agraciada com o Prêmio Top of Mind 2005.

A láurea é concedida anualmen-te àqueles que realmente fazem a diferença, e tem como objetivo

reconhecer, distinguir e premiar a gestão de empresas e organizações, cuja excelência na qualidade de seus serviços ou produtos contribuem efetivamente para o desenvolvimento socioeconômico do País, valorizando, sobretudo, a pessoa humana e os princípios éticos que devem reger a sociedade brasileira.

que são destinadas às famílias atendidas pela Obra na capital catarinense.

Segundo Karine Silveira, do depar-tamento de marketing da emissora, a Rede SC “faz entregas à LBV porque sempre repassa os agasalhos aos verda-deiros necessitados. A Legião da Boa Vontade foi escolhida por realizar um

SBT em Santa Catarina apóiaa Campanha do Agasalho da LBV

trabalho sério e de caráter único”. Os agasalhos serão destinados a

vários programas, dentre eles, a Ronda da Caridade, serviço pioneiro, que leva a bairros carentes da capital inúmeros benefícios, tais como palestras edu-cativas, corte de cabelo, alimentação, recreação, esporte, etc.

Abaixo, alguns dos endereços dos Centros Comunitários da LBV:

• Salvador/BA — Rua Porto dos Mastros, 19, Ribeira, tel. (71) 312-0555.• Cascavel/PR — Avenida Brasil, 9.749, Jardim Coqueiral, tel. (45) 3326-1166.• Florianópolis/SC — Rua General Eurico Gaspar Dutra, 226, Estreito, tel. (48) 244-8500.

aPrêmio

“A Legião da Boa Vontade foi escolhida por realizar um trabalho sério

e de caráter único”. Karine Silveira

Karine Silveira, do departamento de marketing da Rede SC, ao lado de representantes da LBV.

Acontece

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ocalizada diante de um dos mais representativos cartões-postais da capital bandeirante — o Parque do Ibirapuera —, a Assembléia

Legislativa do Estado de São Paulo abriu suas portas, no dia 19 de agosto, para saudar a Solidariedade. Por iniciativa do Deputado Estadual, Coronel Edson Ferrarini, uma sessão solene foi aberta para homenagear o Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, e os 55 anos de constantes realizações da Instituição em benefício do Povo brasileiro, em especial, da comunidade paulista.

Minutos antes de a sessão iniciar, o Plenário Juscelino Kubitschek já se encontrava lotado de personalidades, religiosos e pessoas atendidas pela Obra na cidade. Entretanto, quem não pôde estar presente, acompanhou tudo o que ocorria na cerimônia, ao vivo, pela TV Assembléia ou pela Super Rede Boa

“A LBV é um orgulho para todos nós, brasileiros. Toda

homenagem que se prestar à Legião da Boa

Vontade sempre será pouca. A LBV ajuda a

mudar o mundo.”Deputado Edson Ferrarini

saúda a SolidariedadeAssembléia Legislativa do Estado homenageia o profícuo trabalho da Legião da Boa Vontade

e de seu Diretor-Presidente, José de Paiva Netto. ___________Elias Paulo

do Deputado Fer-rarini, os filhos do Diretor-Presidente da LBV levaram um quadro com uma foto de Paiva Netto. O Coral Ecumênico interpretou a canção Amigos, autoria de Paiva Netto e me-lodia do maestro Vanderlei Alves Pereira. O advoga-do Pedro de Paiva, em suas palavras, destacou que “o trabalho do meu pai, José de Paiva Netto, só não se torna im-possível por causa de sua fé inenarrável em Cristo Jesus”.

Ao término da cerimônia, Edson Ferrarini convidou os jovens da LBV presentes no auditório a mostrarem sua força, num grande brado contra as drogas. O Deputado questionou os meninos e meninas: “Se um dia, alguém lhes oferecer drogas, o que vocês dirão?”. Ao que os jovens responderam de forma forte: “Não”. “Parabéns a você; parabéns à LBV”, afirmou Ferrarini.

Vontade de Comunicação (TV, Rádio e Internet). A Banda da Polícia Militar participou da cerimônia.

Em seu pronunciamento, o Deputado Ferrarini justificou o porquê da cerimô-nia. No início de suas palavras, destacou que a Organização é a primeira genuina-mente brasileira reconhecida em caráter oficial pela ONU, com participação no Conselho Econômico e Social (Ecosoc), por estas e outras razões, “a LBV é um orgulho para todos nós, brasileiros. Toda homenagem que se prestar à Legião da Boa Vontade sempre será pouca. Este ho-mem, José de Paiva Netto, é um baluarte.

Um homem que, de forma ininterrupta, nos 49 anos, se dedica, de corpo e Alma, dia e noite, ao engrandecimento desta Instituição. (...) Essa é a linha de José de Paiva Netto. Ele sempre fazendo valer os direitos de cada cidadão e conscientizando o Ser Humano quanto aos seus deveres para com a sociedade”.

Pedro e Alziro de Paiva esti-veram presentes à homenagem, representando seu pai. A pedido

São Paulo

Muito emocionados, Pedro e Alziro de Paiva discursam na Sessão Solene. A pedido do Deputado Ferrarini, os filhos do Diretor-Presidente da LBV exibiram um

quadro com a foto de Paiva Netto.

Deputado Edson Ferrarini

Coral Ecumênico LBV apresenta-se durante a solenidade.

Fotos: Daniel Trevisan

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No mês que comemoraria 72 anos de vida religiosa, a Irmã Dulce (1914-1992) foi home-nageada durante uma missa no

Memorial das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), na capital baiana.

A sobrinha da religiosa e atual Supe-rintendente das OSID, Maria Rita Lopes Pontes, é quem dá prosseguimento ao trabalho social da instituição. “Como a Irmã Dulce dizia: o dia mais importante da vida dela foi quando ingressou para a vida religiosa; e também para nós”. Ela ainda cita o amplo apoio que a sociedade baiana dá às OSID: “A obra continua crescendo fiel à missão que Irmã Dulce nos deixou. Temos certeza de que ela está feliz em saber que o trabalho conti-nua tendo a participação da comunidade, de todo o povo, inclusive do povo mais humilde. Eu agradeço o apoio de vocês, de Paiva Netto, e que a gente possa con-tinuar semeando o Amor e a Bondade nos corações dos homens”.

Dona Dulcinha, irmã da religiosa e Conselheira das OSID, lembra que

Segundo o site da TV Cultura, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Ibope aponta a Super Rede Boa

Vontade de Rádio, AM 1370, como 1º lugar absoluto na grande São Paulo em ouvintes fidelizados. O estudo, segundo a emissora, registra que são ouvintes de “todos os dias, de todos os locais”. A emissora tem programa-ção 24 horas no ar, em rede nacional,

Homenagem à saudosa Irmã Dulce

esta era a data que Irmã Dulce mais gostava de comemorar. “Eu tenho certeza de que, onde ela estiver hoje, está feliz, porque o povo todo mos-trou o seu amor, o seu carinho e que não a esqueceu”. Ao receber os cum-primentos da Legião da Boa Vontade, afirmou: “Diga ao Paiva Netto que eu não posso me esquecer dele porque sempre foi um amigo nas horas certas e incertas, que eu mando um abraço e espero revê-lo em breve”.

Depois da celebração da missa foi lançada a obra A Luta de Cada Um: Irmã Dulce, da escritora Mabel

Velloso, que autografou a obra para o dirigente da LBV: “A José de Paiva Netto as bênçãos de Irmã Dulce e todo o meu respeito”. O livro, ter-ceiro sobre a vida da religiosa desde 1983, segundo a autora, “é dirigido aos jovens, crianças e adolescentes. Conta as coisas mais simples da vida dela: brincadeiras que fazia, coisas bem simples que eu acho que vão agradar essa meninada pra conhe-cer uma vida tão bonita”. A mãe da escritora, Dona Canô, presente ao evento, mandou um abraço ao Líder da LBV. [C.R.]

Paiva Netto em uma de suas cordiais visitas à amiga Irmã Dulce.

Ibope aponta

______________Marco Dametto

que apresenta uma Prece Ecumênica de hora em hora, mensagens do Evangelho-Apocalipse de Jesus com o radialista e jornalista Paiva Netto, radionovelas com temas espirituais, programas socioeducacionais da LBV, as Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, jornalismo, esporte e prestação de serviço. Para outras informações da emissora, acesse: www.redeboavontade.com

Acontece

Maria Rita Lopes Pontes

Dona Canô Mabel VellosoDona Dulcinha

Super Rede Boa Vontade de Rádioem 1o lugar na fidelização da audiência

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A Câmara Municipal de Es-teio, no Rio Grande do Sul, inaugurou em 19 de julho o seu novo plenário, com

uma sessão solene em homenagem ao meio século de existência do Nú-cleo da Legião da Boa Vontade em Porto Alegre (Av. São Paulo, 722, São Geraldo) e aos 45 anos do Lar e Parque Alziro Zarur (RS 030 — Km 19 — parada 119, Glorinha/RS). O Presidente das Instituições da Boa Vontade, José de Paiva Netto, recebeu um diploma pelos seus 49 anos de trabalho dedicados à LBV e ao Povo. A honraria foi recebida por seu filho Alziro de Paiva, que o representou na oportunidade.

Jaime da Rosa, Presidente da Câmara Municipal de Esteio e propositor das condecorações, res-saltou a forte presença do público, em especial, da garotada atendida pela Obra: “É uma satisfação ter aqui presentes essas crianças que são beneficiadas pelo trabalho do nosso companheiro Paiva Netto. A gente sabe que ele faz um grande serviço e estamos muito satisfeitos e realizados por Esteio trazer essa singela homenagem a um grande

Emoção marca homenagem à LBV em Esteio/RS_________

Alex Dias

homem, não só para a nossa cida-de, mas para todo o País”. Quanto aos motivos para saudar o Líder da Instituição, foi categórico: “Admi-ramos as pessoas pelas ações”.

A Vereadora Rute Viegas Pereira destacou “o cuidado que a LBV tem com as novas gerações, garantindo a elas direitos que seriam assegu-rados somente muitos anos depois pelas leis. Nós nos sentimos muito honrados em poder saudar a LBV. Quando o Estatuto da Criança e do Adolescente completa, no mês de julho, 15 anos, vemos que a LBV, desde 1960, faz esse trabalho, prin-cipalmente com as crianças. Felizes delas que encontram um lar como o da LBV, com muita Espirituali-dade”.

“‘A missão da LBV é promover Educação e Cultura, com Espiritua-lidade, para que haja Alimentação, Saúde e Trabalho para todos, na for-mação do Cidadão Ecumênico.’ Esse lema por si só já traduz a importância dessa Instituição na vida brasileira”, afirmou o Vereador Fábio Battistello. Com igual entusiasmo, saudou a Vereadora Daiane Costa a alegria con-tagiante dos jovens: “Homenageamos

uma Entidade que prioriza a criança e o adolescente. E é isso que nós preci-samos. Vim agradecer o trabalho de vocês e dizer que somos parceiros aqui em Esteio”, destacou.

A Vereadora Jane Mary Krahe fez coro com a colega parlamentar: “Está sendo maravilhoso esse encontro co-berto de muita energia, transmitida pe-las crianças. E só podia acontecer isso porque é uma entidade que promove o Amor, o bem-estar, a Solidariedade para todos que a acompanham. Eu conheço o trabalho há muito tempo, por meio da minha amiga, a atriz Leila Lopes. Gostaríamos que essa homenagem fosse bem maior, do tamanho que é a LBV para o nosso País. Quero deixar um abração para o Paiva Netto”.

Outro que se impressionou com a capilaridade da Obra foi o Vereador José Sirlon Ribeiro. “Pude constatar a grandeza dos ideais da LBV. São programas voltados para a educação de crianças e adolescentes, não se descuidando dos idosos, em 55 anos dedicados à Solidariedade. Organi-zações desse porte merecem o nosso aplauso e reconhecimento”, concluiu José Sirlon por todos.

Rute Viegas Pereira

Fábio Battistello Daiane Costa Jane Mary Krahe José Sirlon Ribeiro

“Quando o Estatuto da Criança e do Adolescente

completa, no mês de julho, 15 anos, vemos

que a LBV, desde 1960, faz esse trabalho,

principalmente com as crianças.”

Rute PereiraJaime da Rosa, Presidente da Câmara Mu-nicipal de Esteio/RS ao lado do represen-tante da LBV Alziro de Paiva e do Soldadi-nho de Deus Nicholas Beck de Paiva.

Público superlota o novo plenário da Câmara Municipal para assistir à homenagem concedida pela Casa à LBV.

Fotos: Liliane Cardoso

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O nome instiga a curiosidade de quem observa a bela capa. O conteúdo sacia os que têm vontade de aprender sobre

o último livro da Bíblia Sagrada, o Apocalipse. Assim, As Profecias sem Mistério, o mais recente best seller do escritor Paiva Netto, chama a atenção de visitantes em feiras de livro e de quem vai a uma livraria. Revista e ampliada pelo autor, a obra, que integra a Coleção O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, que já vendeu mais de um milhão de exemplares, foi destaque na XII Bienal Internacional do Livro, na capital fluminense, em maio deste ano.

Nos meses seguintes, os leitores gaúchos e paulistas puderam prestigiar grandes eventos literários, a exemplo do 15º Congresso de Leitura Brasileira (COLE), em Campinas/SP; da 21ª Feira do Livro de Canoas, da 9ª Feira do Livro e Artesanato de Gramado e da 18ª Feira do Livro de Santa Cruz do Sul, três cida-des do interior do Rio Grande do Sul.

Sucesso de vendas, a Editora Ele-vação — presente em todas as Feiras — expôs títulos de autores diversos, além das obras do escritor Paiva Netto. No evento do interior paulista, ganharam destaque no estande da Distribuidora Pergaminho. Em Canoas, as publica-ções estavam expostas nas livrarias Cathílli Comércio e Representações. Já em Gramado, os livros estavam na Distribuidora Nunes e Martins, Livros e Companhia e Sucelus Livraria.

Repercussão na web e na mídia impressa

As Profecias sem Mistério na vida literária do Brasil

______________Renata Tabach

O livro As Profecias sem Mistério está sendo muito bem divulgado e apre-ciado pelos internautas. Exemplo disso é a ampla cobertura da mídia on-line, como os sites R2CPRESS, ressaltando a obra do autor ao publicar que o livro é sucesso de vendas em todo o territó-rio nacional. Roberto Rabat incluiu a matéria na seção “Cultura” do endereço eletrônico www.r2cpress.com.br.

No Pará, o Jornal Popular, versão on-line, publicou matéria sobre a reedi-ção da obra de Paiva Netto, abordando a expressiva vendagem em todo o Brasil. O mesmo fizeram o site Sinnapse (www.sinnapse.com.br) na seção “Responsa-bilidade Social”, no portal de notícias www.natalpress.com e também no www.ieponline.com.br.

O portal ORM deu ênfase ao título ao exibir matéria sobre o conteúdo de As Profecias sem Mistério. Em virtude do grande número de visitas e do interesse despertado pelos internautas, um exemplar foi sorteado no dia 30 de agosto.

O Correio do Povo des-tacou o livro no caderno de Cultura e Lazer. Com o título “As Profecias sem Mistério, alerta para a humanidade”, o periódico que circula no Rio Grande do Sul acrescen-tou: “(...) O autor anali-sa tragédias mundiais e alerta: o ser humano está destruindo a sua pró-pria morada”. O jornal Correio de Tocantins publicou extensa re-portagem, apresentan-do ao leitor a edição revista e ampliada de Paiva Netto.

Com destaque de capa, o Diário de

Suzano registrou a nova tiragem de As Profecias sem Mistério: “Autor fala sobre situação do planeta”, texto que pode ser acompanhado na versão on-line (www.diariodesuzano.com.br) revela que a obra de “Paiva Netto proporcio-na ao leitor uma série de conclusões pioneiras a respeito do último livro da Bíblia Sagrada. O Apocalipse tem mais de dois mil anos de existência e, ainda assim, é praticamente desconhecido pela maioria das pessoas, que não o lêem ou

Acontece

Leitores gaúchos e paulistas apreciam As Profecias sem Mistério, do escritor Paiva Netto.

Best seller

Fotos: Arquivo rBV.

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A Assembléia Legislativa do Estado da Bahia concedeu à escritora Zélia Gattai o título de Cidadã Baiana, por proposição

do Presidente da Casa, Clóvis Ferraz. A cerimônia para entrega da premiação ocorreu no dia 10 de agosto, data em que o escritor Jorge Amado (1912-2001) completaria 93 anos, e foi acompanhada por autoridades, familiares, artistas e muitos amigos.

Em seu discurso, a escritora contou um pouco da sua trajetória e reafirmou seu amor pelo Estado e, em especial, por Salvador/BA, onde vive há mais de 40 anos.

Do convívio com Jorge Amado, durante a ditadura militar no Brasil, nasceram os filhos Paloma e João Jorge e a paixão pela literatura. Zélia era a responsável pela digitação dos livros do marido. Hoje, a escritora paulistana ocupa a cadeira que foi de seu marido,

“Paiva Netto proporciona ao leitor uma série de conclusões pioneiras a respeito do último livro da Bíblia Sagrada.”Diário de Suzano

simplesmente não o compre-endem”.

Sobre o es-critor, o Diário de Suzano defi-niu: “A forma di-ferenciada e atual com que o autor disserta sobre os temas contidos no

Apocalipse de Jesus, a parte final da Bíblia Sagrada, vem conquistando uma legião de fãs. Pessoas de todas as classes sociais e que exercem as mais variadas atividades profissionais conseguem en-contrar nessa abordagem um verdadeiro manancial de ensinamentos úteis para o seu dia-a-dia”.

Para comprar este título do escritor Paiva Netto, basta ligar para o Clube Cultura de Paz: (11) 3358-6840.

Jorge Amado, na Academia Brasileira de Letras. Zélia possui também cátedra nas Academias Baiana e Ilheense. Assina dez livros de memórias, três infantis, uma fotobiografia e um romance, em carreira iniciada pouco depois dos 60 anos. Na França, Zélia foi intitulada Ci-dadã de Honra da Comuna de Mirabeau e, em 1984, Cidadã de Salvador.

Por ocasião da cerimônia, a ilustre escritora Zélia emocionou-se ao receber os cumprimentos em nome da Legião da Boa Vontade e do seu Diretor-Presidente e um exemplar da revista BOA VON-TADE, edição nº 203. “Paiva Netto está sempre presente. Quando não está pes-soalmente, manda seus emissários nos momentos das minhas grandes emoções; e hoje, ao receber esse título que tanto me emociona. Um abraço para Você, Paiva Netto. Eu estou sentindo Jorge ao meu lado, e ver todos os meus amigos aqui me emociona demais”, disse.

Murilo Melo Filho

O jornalista e membro da Aca-demia Brasileira de Letras (ABL) Murilo Melo Filho recebeu, em 8 de agosto, a Medalha José Cândido de

Carvalho, comenda oferecida pela Câmara Municipal de Niterói/RJ. A propósito, o jornalista lançará a obra Tempo Diferente, no dia 8 de setembro, na ABL.

recebe Medalha José Cândido de Carvalho

O escritor e jor-nalista José Nêu-manne Pinto re-cebeu, em sessão solene, no dia 25 de agosto, no Petit Trianon da Acade-mia Brasileira de

Letras (ABL), o Prêmio Senador José Ermírio de Moraes, pelo seu livro O Silêncio do delator. A saudação ao homenageado foi feita pelo acadê-mico e segundo secretário da ABL, Marcos Vinicius Vilaça, que, na ocasião, ressaltou a importância dos cânones da literatura brasileira.

Ao término da cerimônia, o escritor foi recepcionado pelos acadêmicos, amigos e familiares. Nêumanne, ao receber a mensagem de congratulação do jornalista Paiva Netto e um exemplar da revista BOA VONTADE (edição nº 203), retribuiu dizendo: “Muito obrigado, dê-lhe um grande abraço e um cumprimento pela revista BOA VONTADE (edição no 202), cuja capa foi minha querida amiga, a grande aca-dêmica Nélida Piñon, Prêmio Príncipe de Astúrias, merecidamente competido com grandes escritores do mundo, mostrando que a Literatura Brasileira ainda tem validade”.

da ABL, condecora José Nêumanne Pinto.

recebe o título de Cidadã Baiana

Zélia Gattai

Prêmio Senador José Ermírio de Moraes,

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Os números por si revelam a dimensão do drama: mais de 1,1 milhão de pessoas não sabem ler nem escrever, um

montante que representa 13,3% dos habitantes da Bolívia. Quando se fala em analfabetismo funcional, os índices são ainda mais preocupantes, já que mais de um terço da população sofre em conseqüência do problema. As mu-lheres são as mais submetidas à falta de instrução naquele país, em especial as que migraram das zonas rurais para regiões urbanas, como La Paz.

Em contrapartida a estes tristes dados, a Legião da Boa Vontade de-senvolve no país, há sete anos, amplo Programa de Educação Alternativa que oferece a elas a oportunidade de se integrarem à sociedade. Conhecendo histórias como a de Celestina Laime (22 anos), com dois filhos e uma das contempladas pelo projeto, tem-se uma noção de quanto o Centro de Al-fabetização para Adultos da LBV da Bolívia está transformando a vida de

Alfabetização: compromisso da

LBV da Bolívia.____________

Melina Achá

pessoas. Ela lembra, emocio-nada, que morava no campo e a escola mais próxima ficava muito distante, tendo, até mesmo, de atravessar rios para estudar. “Logo que saí de casa para trabalhar na cidade, me mandavam ao mercado e eu não sabia como comprar. Agora es-tou aprendendo, gostaria de ler, escrever e assinar meu nome. Desde que freqüento o Centro da LBV quero aprender tudo”, declara.

Para obter os resultados satis-fatórios, Maria Eugenia Calle Vila, professora do Centro de Alfabetização da LBV, explica que “o método apli-cado para ensinar é o silábico (como o nome indica, a alfabetização parte das sílabas simples, depois as mais complexas, formando-se palavras e orações), porque no Centro há mulhe-res que cursaram até a primeira série e outras que têm de partir do início.

Então, uma vez que recordam, passam a outra etapa superior”.

A professora também destaca o entusiasmo e a vontade de aprender das alunas e cita o exemplo de Leandra Gironda, que, aos 65 anos e com pro-blemas de visão, expressa que nunca é tarde para começar. “Entrei na escola no meio do curso e trabalho como comerciante desde meus 8 anos. Tenho quatro filhos e não tive oportunidade de estudar. Vejo que é muito necessá-rio e falo isso para as mulheres.”

Acontece no Mundo

Fotos: Arquivo rBV.

Além do trabalho de alfabetização, a LBV da Bolívia realiza programas socioeducacionais que melhoram a qualidade de vida da população em situação de risco social.

Felicidade: Já na fase adulta, mães da região rural recuperam na LBV a oportunidade de alfabetizar-se.

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Com o slogan “Câncer — Pre-venir é o Melhor Remédio”, a LBV dos Estados Unidos deu início, no fim de julho, a um

novo programa de Valorização da Vida. A iniciativa é resultado de uma parceria firmada entre o Hospital Universitário de Nova Jersey (Umdnj) e a Legião da Boa Vontade. A ação beneficiará mulheres e homens acima de 40 anos e que não possuem recursos econômicos para custear um exame de prevenção e tratamento de combate ao câncer.

Essa parceria recebeu amplo desta-que pela mídia estadunidense. O jornal LusoAmericano publicou no caderno “Brasil”, matéria intitulada: “LBV faz parceria com Hospital Universitário”. No texto destaca: “Num acordo entre os dois órgãos, através do S.A.V.E. Men & Women Program, coordenado por Catherine Marcial, dezenas de mulheres

A LBV de Portugal desenvolve o Programa Semente

da Boa Vontade, pelo qual oferece às crianças reforço escolar e de alimentação. A garotada também participa de atividades lúdicas, a exemplo do passeio de barco no Rio Douro (foto), feito em parceria com a empresa Douro Abaixo.

Parceria de sucessoHospital Universitário e LBV dos EUA na luta contra o câncer

_________________ Amado Vieira Filho

foram atendidas no Centro Comunitário e Educacional da LBV, localizado na Rua Calumet 20, Newark, NJ, com exames clínicos, mamografia, entre ou-tros, para prevenção do problema, todos oferecidos gratuitamente”.

Com o mesmo título, o periódico Brazilian Press fez menção à inicia-tiva: “Com um hospital móvel e uma equipe multidisciplinar, composta pela Dra. Diana R. De Cosimo, Clíni-ca Geral; Célia Chantre Saldida, Téc-nica em Radiografia e Mamografia; Catherine Marcial, Coordenadora do Programa ‘S.A.V.E. Men & Women’; e Zelia de Souza, Relações Públicas, o atendimento, que aconteceu no dia 21 de julho na sede da LBV, já tem nova data agendada: 1° de de-zembro. Os casos graves detectados serão acompanhados pelo próprio Hospital”.

LBV de

Portugal

Equipe multidisciplinar, da esq. à dir.: Raymond, Dra. Diana R. De Cosimo, Zelia de Souza, Catherine Marcial e Célia Chantre.

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rBV

Fotos: Conceição Malaman

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Economia da Solidariedade e Economia Solidária comparadas

(Parte III — Final)__________________________Equipe de Estudos Ecumênicos

Especial sobre Paiva Netto

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da

No período de 29 de junho a 1º de julho ocorreu a Sessão Extraordinária do Alto Segmento do Conse-

lho Econômico e Social das Nações Unidas (ONU).

Nestas reuniões anuais, chefes e ministros de Estado, além de em-baixadores, relatam as ações que os seus governos estão realizando para a implementação do desenvol-vimento sustentável e em prol de uma melhor qualidade de vida para os seus povos.

O tema em diálogo no Alto Co-missariado do Ecosoc, neste ano, foi denominado Millennium+5, objetivando avaliar o cumprimento das chamadas Metas do Milênio.

A sociedade civil desempenha um relevante papel nesse Conselho, e a LBV participou da reunião re-presentando a América Latina.

O Assessor Internacional da Le-gião da Boa Vontade Danilo Parme-giani destaca que a LBV apresentou a articulação da rede Sociedade So-lidária e um documento que obteve a contribuição de 234 ONGs latino-americanas. O comprometimento em promover ações organizadas no combate à fome, à miséria, às de-sigualdades e em favor da Vida, da educação universal e do desenvol-vimento sustentável foi abordado com uma preocupação transversal: a necessidade de buscar valores de Espiritualidade Ecumênica em cada indivíduo para a superação dos problemas sociais. A representante da Legião da Boa Vontade na Orga-nização das Nações Unidas (ONU), Conceição Malaman, encerrou a

mensagem dedicando à reflexão de todos o seguinte pensamento do dirigente da Instituição, José de Paiva Netto: “Cuida do Espírito, reforma o Ser Humano. E tudo se transformará”. A sexta edição do documento Sociedade Solidária, em inglês, espanhol e português, foi considerada a principal contri-buição da LBV ao evento.

A repercussão e o respeito pelo pensamento e pela ação de Paiva Netto já nos revelam a importân-cia da Economia Ecumênica, por ele proposta dentro da Estratégia da Sobrevivência; por essa razão trazemos a seguir a parte final do texto comparativo da Economia da Solidariedade Humana e Espiritual com a Economia Solidária.

Leis e princípios da Economia da Solidariedade — A Economia Ecumênica fundamenta-se em Leis Espirituais que regem a Vida, reve-ladas nos Livros Sagrados e conhe-

cidas pela investigação científica.Para propiciar o nível satisfató-

rio de qualidade de vida, segundo Paiva Netto, “qualquer sistema tem de partir do mais capacitado dos economistas do mundo, Jesus, que afirmou: Sem mim, nada podereis fazer (Evangelho, segundo João, 15:5)”. Esse princípio explica que todos somos um, e integrados no Todo, somos realizadores. Trata-se de uma visão ecossistêmica da existência.

Para alcançar a adequada medida de distribuição de renda, remune-ração e promoção de justiça social, existe a Lei das Obras. Diz o autor de O Capital de Deus:

“(...) qualquer sentido ver-

dadeiro de igualdade, pelo Amor entre os Seres da Terra, não pode prescindir da Lei das Obras, assim preceituada pelo Cristo de Deus, e que é o coeficiente de multiplica-ção da Economia da Solidariedade

Em Uberlândia, Paiva Netto recebe o carinho dos vovôs e vovós atendidos no Lar Alziro Zarur para a Terceira Idade. Ao fundo, na parede, a bela estampa de São Francisco de Assis, Patrono da LBV.

Revista Boa Vontade 60

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Humana: A cada um será dado de acordo com as suas próprias obras (Apocalipse, 22:12).

“Segundo a conceituação lumi-nosamente expendida pelo saudoso fundador da Legião da Boa Vonta-de, Alziro Zarur (1914-1979), essa Lei prescreve que todas as pessoas são iguais perante Deus: as obras de cada uma é que estabelecem a diferença.

“Naturalmente que as particula-ridades pessoais devem ser vistas pela ótica do Amor Fraternal, e em qualquer tempo consideradas (...) o Divino Amigo nos manda amar, e não oprimir o nosso semelhante”.

A respeito da competição e da cooperação, o princípio do Equilí-brio é adotado:

“Deus é o fundamento da ver-dadeira igualdade entre as criaturas terrenas. Não foi planejado por algum elemento que, amanhã, pelo limite biológico da vida, acabou no cemitério. E esse equilíbrio advém do Amor que Ele representa, e não dos postulados de uma pretensa or-dem planetária nascida de cérebros afastados do dinamismo do Amor Universal.

“Tudo isso funciona como numa grande engrenagem, em que até o menor dos parafusos tem função importante, e só há uma forma de estabelecer uma sociedade verda-deiramente solidária, sem violência. Trata-se da Fórmula Nobilíssima de Jesus, por mais incrível que possa parecer a quem se acostumou à pregação materialista: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reco-nhecidos como meus discípulos (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35).

“Não há outra forma de esta-belecer uma Sociedade em que os homens se entendam. (...) Uma Nação precisa agir de modo que o seu Povo tenha elevada auto-estima e seja motivado a construir vitórias

individuais e coletivas pela força de seu próprio e valoroso trabalho, até porque nenhum Governo faz algo sozinho.”

O Novo Mandamento do Cristo é a primeira Lei da Economia da Solidariedade e dela tudo deriva, por ela compreendemos que “a Hu-manidade é um só organismo. A Lei da Reencarnação é substancial para a promoção da Justiça Social, pois cria a responsabilidade, impedindo o surgimento de classes privile-giadas em prejuízo dos miseráveis (...)”.

Para edificar a Sociedade Soli-dária, as IBVs observam a Fórmula Urgentíssima: Buscai primeiramen-te o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas (Evangelho, segundo Mateus, 6:33). Por ela, entende-mos que “Jesus propõe a busca do dinheiro sem esmagar a essência do Ser Humano, seus sentimentos elevados”, ou seja, os bens mate-riais são obtidos respeitando-se a ética e empregados para o bem-estar comum.

A Caridade Completa é a vi-vência da própria Economia da Solidariedade; alguns têm uma vi-são reducionista “por vê-la por um ângulo bastante restrito (...) pensam que basta pegar um tostão, um di-nheirinho qualquer, entregar a um pedinte, para logo se livrar dele, e... que Caridade é apenas isso (...)”.

A Caridade “é o assunto mais importante de todas as eras. Como se vê ao abrir o dicionário, é sinô-nimo de Amor. (...) Sem o espírito de Caridade, não pode haver Justiça Social (...) não podemos sobreviver sem Caridade, principalmente no campo do relacionamento humano (...) ela é a nossa constante atitude espiritual de integração em Deus, em todas as circunstâncias da Vida. Ela é Amor”.

Conclusão — A Economia Soli-dária procura ser uma alternativa à globalização e à forma de produção

adotada pelo sistema capitalista. Procura oferecer resposta para melhorar a qualidade de vida. No entanto, encontra dificuldades para superar os limites da mentalidade e dos sentimentos de seus próprios protagonistas.

A Economia da Solidariedade prioriza a transformação espiritual das pessoas como fator determi-nante na mudança das relações econômicas e sociais, fornecendo subsídios éticos, a partir das Leis Universais, para que os novos sis-temas de produção e de distribuição atendam de forma integral às neces-sidades da Humanidade.

Observa-se, ainda, uma comple-mentaridade entre ambas: a primei-ra oferece a experiência de meios de produção nos quais a vivência soli-dária é imprescindível e a segunda traz a Dimensão Espiritual e Eterna que impulsiona o Ser Humano a praticar a Economia Altruísta.

A Economia Solidária propõe modelos sustentáveis que geram um efeito multiplicador e a formação de redes. A Economia da Solida-riedade, sendo universal, por agir no Espírito Humano, promove a transformação de todos os agentes econômicos e dos protagonistas do mundo social, convergindo-os para o propósito de edificar a Sociedade Solidária sustentável, harmonizada ecumenicamente com as Leis Natu-rais ou Divinas.

Para saber mais:Diretrizes Espirituais da Religião

de Deus, Vol. II — José de Paiva Netto — LBV — 1987.

O Capital de Deus — José de Paiva Netto — Elevação.

Introdução à Economia Solidária — Paul Singer — Fundação Perseu Abramo — 1ª Edição — 2003.

Produzir para viver — vol. 2, da co-leção Reinventar a Emancipação Social: Para Novos Manifestos — Boaventura de Souza Santos (org.) — Civilização Brasileira — 2002.

Revista Boa Vontade 61

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Pedagogia do Cidadão Ecumênico

O valor da Oração____________________________

Equipe de Estudos Ecumênicos

Na edição de número 203 da revista BOA VONTADE, falávamos a respeito de estudos científicos sobre

a possibilidade da existência em diferentes dimensões, além de des-tacarmos a arrogância humana em achar que só exista Vida na Terra. Um exemplo para o intercâmbio interdimensional é a utilização da Prece como prática imprescindível para o cotidiano. A importância da Oração foi definida pelo Dr. Alexis Carrel (1873-1944), Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1912:

“(...) A influência da Prece sobre o corpo e sobre o Espírito é tão suscep-tível de ser demonstrada como a das glândulas secretoras. Os seus efeitos podem ser medidos em termos de resistências físicas aumentadas, em maior vigor intelectual, em vitalidade moral e em uma compreensão mais profunda das realidades nas quais assentam as relações humanas. Se vos afizerdes ao hábito de orar com sinceridade, vereis como a vossa vida se modificará profundamente. A Prece marca, com sinais indeléveis, as nossas ações. Uma tranqüilidade de atitude, um estado efetivo de re-pouso que transparece na fisionomia são, em geral, observados em todos os que enriquecem com tais poderes a sua vida íntima. A Oração é uma força tão real como a gravidade terrestre. (...) Bem compreendida em sua essência, a Prece é uma atividade madura, indispensável ao mais pleno desenvolvimento da personalidade — a definitiva integração das mais al-tas faculdades de que é dotado o Ho-mem. Só na Prece realizamos aquela completa e harmoniosa conjugação de corpo e Espírito que dá à fraca argila humana sua solidez inabalável.

Toda vez que nos dirigimos a Deus, melhoramos de corpo e Alma.

“Não é possível que algum ho-mem (ou mulher) reze, um momento que seja, sem obter qualquer resulta-do. ‘Ninguém jamais rezou’, disse Emerson (1803-1882), ‘sem que houvesse aprendido alguma coisa’. A Prece pode ser feita em toda parte: na rua, no trem, no avião, no escritório, na loja, na escola, tão bem quanto no retiro de um aposento particular, ou entre a multidão que enche uma igreja. Não há atitude exigida, nem hora, nem lugar prescritos. (...) A Oração, o exercício fundamental do Espírito, há que praticá-la ativamen-te em nossa vida. A descurada Alma do Homem deve tornar-se bastante forte para afirmar-se a si mesma, ainda uma vez. Porque, se a força da Prece for posta em ação na vida de homens e de mulheres, se o Espírito proclamar os seus desígnios clara-mente, invictamente, haverá então esperança de que não sejam em vão os nossos anseios por um mundo melhor (...)*”.

O indivíduo educado como Es-pírito eterno passa a ter uma nova consciência. Portanto, a Pedagogia

do Cidadão Ecumênico tem um com-promisso com o estabelecimento de uma nova sociedade. A respeito desse tema, tratará o seu Terceiro Princípio denominado: Vivência da Cidadania Ecumênica.

Resumo do Segundo Princípio

A Pedagogia do Cidadão Ecumê-nico reconhece Energia Inteligente como definição para Espírito, o qual, em sua experiência material, necessita aprimorar-se a partir dos valores eternos e universais, pois ele é o centro de causa e efeito do complexo sistema da biodiversi-dade.

Para educar o Espírito eterno, é preciso priorizar o desenvolvimento da intuição, reconhecendo a exis-tência efetiva do Mundo Espiritual e a necessidade de um intercâmbio interdimensional. Para a efetivação deste relacionamento consciente, a Prece é um valioso recurso. ____________________* Esta citação de Alexis Carrel foi publicada por Paiva Netto em seu livro Diretrizes Espirituais da Reli-gião de Deus — Volume III. O grifo é nosso.

Cida

Lin

ares

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