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Supremo Tribunal Federal

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O Boletim Repercussão Geral apresenta uma síntese dos processos em que discutida a existência de repercussão geral, classificando-os em: repercussão geral reconhecida e mérito julgado; repercussão geral reconhecida e jurisprudência reafirmada pelo Plenário Virtual; repercussão geral reconhecida e mérito pendente de julgamento; e repercussão geral não reconhecida.

Brasília, 1º de agosto a 18 de dezembro de 2013 — nº 2

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Supremo Tribunal Federal

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Repercussão Geral : Boletim / Supremo Tribunal Federal. – v. 1, n. 1 (fev./jul. 2013) - . – Brasília : Secretaria de Documentação, 2013- .

v. ; 21 x 29 cm.

Semestral.

Disponível também em formato eletrônico: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=publicacaoInformativoRG>.

1. Repercussão geral, Brasil. 2. Tribunal supremo, jurisprudência, Brasil. I. Brasil. Supremo Tribunal Federal (STF). II. Título: Boletim Repercussão Geral.

CDD 340.6

Supremo Tribunal Federal

Secretaria de Documentação — SDO

Coordenadoria de Jurisprudência Comparada e Divulgação de Julgados — CJCD

[email protected]

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Sumário

1 Repercussão geral reconhecida e mérito julgado, 9Direito Administrativo

Aposentadorias e Pensões

Tema 439: RE 606.199/PR 11Sistema Remuneratório

Tema 24: RE 563.708 ED/MS 11Tema 347: RE 607.607 ED/RS 12Tema 351: RE 631.389/CE 13Tema 473: RE 587.371/DF 13

Direito ConstitucionalSistema Financeiro Nacional

Tema 5: RE 561.836/RN 14Tema 311: RE 221.142/RS 14

Direito PenalExtinção da Punibilidade

Tema 650: RE 768.494/GO 15Penas

Tema 169: RE 600.817/MS 16Princípios e Garantias Penais

Tema 113: RE 583.523/RS 16

Direito PrevidenciárioBenefícios Previdenciários

Tema 313: RE 626.489/SE 17

Direito Processual EleitoralRequisito de Admissibilidade Recursal

Tema 680: ARE 728.188/RJ 18

Direito TributárioImunidade Tributária

Tema 115: RE 580.264 ED-segundos-ED/RS 19Princípios e Garantias Tributários

Tema 211: RE 648.245/MG 19Regime Tributário

Tema 363: RE 627.543/RS 20Tributos

Tema 49: RE 562.980 ED/SC 21Tema 63: RE 561.485 ED/RS 22

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Tema 171: RE 439.796/PR 22Tema 202: RE 596.177 ED/RS 23Tema 261: RE 581.947 ED/RO 24

2 Repercussão geral reconhecida e jurisprudência reafirmada pelo Plenário Virtual, 27

Direito ConstitucionalProcesso Legislativo

Tema 682: ARE 743.480 RG/MG 29Tema 686: RE 745.811 RG/PA 29

Direito TributárioImunidade Tributária

Tema 693: RE 767.332 RG/MG 30Tributos

Tema 688: RE 756.915 RG/RS 30Tema 692: ARE 748.445 RG/SC 30

3 Repercussão geral reconhecida e mérito pendente de julgamento, 31

Direito AdministrativoAções de Ressarcimento

Tema 666: RE 669.069 RG/MG 33Agentes Públicos

Tema 690: RE 597.396 RG/PE 33Bens Públicos

Tema 676: RE 636.199 RG/ES 33Concurso Público

Tema 667: RE 642.895 RG/SC 34Tema 670: RE 719.870 RG/MG 34Tema 671: RE 724.347 RG/DF 34Tema 683: RE 766.304 RG/RS 35Tema 697: RE 740.008 RG/RR 35

Sistema Remuneratório

Tema 672: RE 638.307 RG/MS 35

Direito EleitoralInelegibilidades

Tema 678: RE 758.461 RG/PB 35

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Direito Processual do TrabalhoRequisito de Admissibilidade Recursal

Tema 679: RE 607.447 RG/PR 36

Direito TributárioImunidade Tributária

Tema 674: RE 759.244 RG/SP 36Tema 685: RE 727.851 RG/MG 36Tema 689: RE 748.543 RG/RS 37

Princípios e Garantias Tributários

Tema 668: RE 669.196 RG/DF 37Tema 694: RE 781.926 RG/GO 37

Tributos

Tema 669: RE 718.874 RG/RS 38Tema 684: RE 659.412 RG/RJ 38Tema 691: RE 626.837 RG/GO 38Tema 696: RE 666.404 RG/SP 39

4 Repercussão geral não reconhecida, 41

Direito AdministrativoAgentes Públicos

Tema 687: ARE 717.898 RG/SC 43

Direito ConstitucionalSistema Financeiro Nacional

Tema 681: RE 632.084 RG/RS 43

Direito PrevidenciárioBenefícios Previdenciários

Tema 695: ARE 778.547 RG/SP 43

Direito Processual ColetivoAção Civil Pública

Tema 673: ARE 750.489 RG/PR 44Tema 675: ARE 738.109 RG/RS 44

Direito TributárioTributos

Tema 677: RE 688.001 RG/RS 45

5 Clipping da repercussão geral, 47

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TEMA 439 Direito Administrativo; Aposentadorias e PensõesDesde que mantida a irredutibilidade, o servidor inativo, embora aposentado no último pata-mar da carreira anterior, não tem direito adquirido de perceber proventos correspondentes aos da última classe da nova carreira reestruturada por lei superveniente. Todavia, relativamente à reestruturação da carreira disciplinada pela Lei 13.666/2002 do Estado do Paraná, assegura-se, com fundamento no art. 40, § 8º, da CF (na redação anterior à EC 41/2003), o direito dos servi-dores inativos ao reajuste dos proventos ajustados em condições semelhantes aos dos servidores da ativa, quando o reajuste decorrer apenas de requisitos objetivos, como tempo de serviço e titulação (aferíveis até a data da inativação). Discutia-se a possibilidade de servidores estaduais inativos, aposentados no último nível da carreira, permanecerem no último patamar, diante de superveniente reestruturação do plano de cargos e salários. O Tribunal asseverou inexistir direito adquirido a regime jurídico. Destacou que, com a norma estadual em questão, os inati-vos de nível mais elevado, assim como os ativos de igual patamar, foram enquadrados no nível intermediário do plano de reclassificação. Aduziu que, na espécie, quando houvera essa reestru-turação, teriam sido estabelecidas novas classes e novos níveis, com a possibilidade de promoção automática dos servidores em atividade embasada em três requisitos: tempo de serviço, titulação e avaliação de desempenho. Observou que a avaliação de desempenho do inativo não mais seria possível, contudo, se permitida a promoção automática apenas pelo tempo de serviço ou pela titulação dos servidores em atividade, em última análise, a lei estaria contornando a paridade estabelecida pelo § 8º do art. 40 da Constituição, em sua redação originária. Em virtude disso, se-ria permitido que os inativos pudessem, de igual forma, ser beneficiados com base nos critérios objetivos relativos ao tempo de serviço e à titulação. Concluiu que, mantida a irredutibilidade de vencimentos, não teria o servidor aposentado na última classe da carreira anterior o direito de receber proventos correspondentes aos da última classe da carreira reestruturada por lei super-veniente. Afirmou, entretanto, que os servidores estaduais, no caso, teriam o direito de reajuste dos vencimentos em condições semelhantes aos servidores da ativa, com base nos requisitos ob-jetivos decorrentes do tempo de serviço e da titulação, aferíveis até a data da inativação.(RE 606.199/PR, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 9/10/2013, acórdão pendente de publi-cação)

TEMA 24Direito Administrativo; Sistema RemuneratórioO Tribunal, ao julgar embargos de declaração, rejeitou-os e manteve o entendimento firmado no julgamento do recurso extraordinário, em que reconhecida a repercussão geral. Dessa forma, foi reafirmada a jurisprudência quanto à autoaplicabilidade do art. 37, XIV, da CF, na redação

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dada pela Emenda Constitucional 19/1998; à inexistência de direito adquirido à manutenção de regime jurídico; e à garantia da irredutibilidade dos vencimentos. Discutia-se a possibilidade de adicional por tempo de serviço incidir sobre a remuneração (total) de servidor público a partir do advento da EC 19/1998, a qual conferiu nova redação ao art. 37, XIV, da CF, tendo em vista a suposta ocorrência de vantagens funcionais em “cascata”. O acórdão recorrido manteve, como base de cálculo do adicional, a remuneração (incluídos acréscimos ulteriores) até o início da vigência de lei estadual que, em conformidade com a EC 19/1998, estabeleceu como forma de cálculo a incidência sobre o vencimento básico. O Plenário assegurou a manutenção do valor nominal percebido pelo servidor para que não houvesse decesso remuneratório.

“EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRO-CESSUAL CIVIL. ART. 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.”

(RE 563.708/MS1, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/9/2013, acórdão publicado no DJe de 24/10/2013)

TEMA 347Direito Administrativo; Sistema RemuneratórioO Tribunal, ao julgar embargos de declaração, acolheu-os parcialmente para determinar a apli-cação do art. 543-B do CPC ao tema veiculado no recurso extraordinário, em que reconhecida a repercussão geral. Dessa forma, firmou-se o entendimento de que o Plenário do STF, em deli-beração presencial, pode não conhecer de recurso extraordinário ao fundamento de tratar-se de matéria de índole infraconstitucional, ainda que tenha reconhecido, anteriormente, a existência de repercussão geral por meio do Plenário Virtual. Ademais, o reconhecimento da repercus-são geral não impede o reexame dos requisitos de admissibilidade do recurso quando de seu julgamento definitivo. Na ocasião do julgamento do recurso extraordinário, a Corte assentou que eventual direito à atualização monetária do vale-refeição de servidores públicos estaduais por decisão judicial em face da ausência de norma do Poder Executivo envolve interpretação de legislação infraconstitucional e local. Discutia-se o direito de servidores públicos do Estado do Rio Grande do Sul a obter, por decisão judicial, o reajuste mensal do valor do vale-refeição previsto no art. 3º da Lei estadual 10.002/1993, ante a ausência de norma do Poder Executivo a regulamentar essa atualização. O Tribunal afirmou que o deslinde da questão implicaria con-fronto entre lei estadual e decreto que a implementou, o que deveria ser decidido pelo tribunal a quo, com base em direito local, sem repercussão direta no plano normativo da Constituição. Aplicável, portanto, o Enunciado 280 da Súmula do STF (“Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário”).(RE 607.607 ED/RS2, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 2/10/2013, acórdão pendente de publica-ção)

1 Mérito julgado em 6/2/2013, acórdão publicado no DJe de 3/5/2013 (v. Boletim Repercussão Geral nº1).

2 Mérito julgado em 6/2/2013, acórdão publicado no DJe de 3/5/2013 (v. Boletim Repercussão Geral nº1).

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TEMA 351Direito Administrativo; Sistema RemuneratórioOs critérios de cálculo da Gratificação de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Exe-cutivo - GDPGPE, prevista na Lei 11.357/2006, estendem-se aos aposentados e pensionistas do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, enquanto não adotadas as medidas para a implantação do primeiro ciclo de avaliação de desempenho dos servidores em atividade. Discutia-se a possibilidade de extensão da mencionada gratificação aos aposentados e pensionis-tas, em percentual igual ao dos servidores ativos. O Tribunal aduziu que no período anterior à avaliação dos servidores, a aludida gratificação revestiu-se de natureza linear, a ser observada de forma abrangente para ativos e inativos. Assim, inexistente a avaliação de desempenho, a Admi-nistração não poderia conceder vantagem diferenciada entre servidores ativos e inativos porque não configurado o caráter pro labore faciendo da GDPGPE. A Corte pontuou que, adotadas as medidas para as referidas avaliações, seria possível tratar diferentemente ativos e inativos dentro dos critérios legais. Fixou, como termo final do direito aos oitenta por cento da gratificação pe-los inativos e pensionistas, a data em que implementado o primeiro ciclo avaliativo. (RE 631.389/CE, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/9/2013, acórdão pendente de publi-cação)

TEMA 473Direito Administrativo; Sistema RemuneratórioÉ vedada a incorporação de quintos, aos vencimentos de magistrados, decorrente de exercício de função comissionada em cargo público, ocorrido em data anterior ao ingresso na magistra-tura. Discutia-se a ocorrência de direito adquirido à incorporação da mencionada vantagem. O Tribunal, preliminarmente, conheceu, por maioria, do recurso extraordinário. Pontuou que a controvérsia estabelecida no caso fora considerada, em decisão do Plenário Virtual, como de na-tureza constitucional e com repercussão geral. Salientou, no entanto, que esse reconhecimento não impossibilitaria que cada Ministro, quando do julgamento final do recurso extraordinário, pudesse se pronunciar em sentido diverso, inclusive quanto à incognoscibilidade do recurso extraordinário. No mérito, a Corte mencionou jurisprudência consolidada sobre a inexistência de direito adquirido a regime jurídico. Aduziu que os direitos subjetivos devem estar de acordo com a estrutura que lhes conferira o correspondente regime jurídico no âmbito do qual adqui-ridos e em face daqueles que teriam o dever jurídico de entregar a prestação. Consignou que somente no âmbito desse regime é que o titular do direito adquirido estaria habilitado a exigir a correspondente prestação. Registrou, ademais, que o direito pleiteado não estaria revestido de portabilidade a permitir que os recorridos pudessem exercê-lo fora da relação jurídica de onde se originaram, ainda mais quando não subsistente essa vinculação. Observou que, inexistente o vínculo funcional, não haveria sentido em afirmar a sobrevivência de certa parcela remunera-tória dessa relação jurídica desfeita. Lembrou que, considerada a vedação constitucional de se acumular cargos remunerados, não seria legítimo possuir, em um dos cargos, vantagem devida pelo exercício de outro. Assinalou não haver direito a se formar regime jurídico híbrido, de ca-ráter pessoal e individual, que acumulasse, em um dos cargos, vantagem própria e exclusiva de outro. Concluiu pela inexistência de direito adquirido dos recorridos em continuar a receber

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os quintos incorporados, após a mudança de regime jurídico. Preservaram-se, no entanto, os valores da incorporação já percebidos em respeito ao princípio da boa-fé.(RE 587.371/DF, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 14/11/2013, acórdão pendente de publi-cação)

TEMA 5Direito Constitucional; Sistema Financeiro NacionalO direito de servidor público a determinado percentual compensatório em razão de incorreta conversão do padrão monetário — de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor (URV) — de-corre exclusivamente dos parâmetros estabelecidos pela Lei 8.880/1994, e o quantum debeatur deve ser apurado no momento da liquidação de sentença. Esse percentual não pode ser compen-sado ou abatido por aumentos remuneratórios supervenientes e deve incidir até reestruturação remuneratória de cada carreira, que, ao suprimir o índice, não poderá ofender o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Discutia-se eventual direito de servidor público estadual à com-pensação da diferença de 11,98% resultante da conversão do referido padrão monetário, tendo em conta diferenças estabelecidas entre a Lei 8.880/1994 e a Lei 6.612/1994 do Estado do Rio Grande do Norte. O Tribunal reputou que os estados-membros e municípios não estariam auto-rizados a legislar sobre a conversão do padrão monetário em detrimento do que previsto na Lei 8.880/1994, que possui caráter nacional, haja vista se tratar de competência privativa da União (CF, art. 22, VI). Assim, declarou, incidenter tantum, a inconstitucionalidade da referida lei poti-guar. Ademais, ressaltou que a simples conversão de padrão monetário seria distinta de aumento da remuneração, pois, no primeiro caso, os vencimentos permaneceriam no mesmo patamar. Consignou que a incorporação de determinado índice decorrente de conversão equivocada seria medida legítima e necessária, sob pena de a supressão originar ofensa ao princípio da irredutibilidade da remuneração dos servidores públicos. Afirmou que eventual exclusão do ín-dice durante período em que não alterada a estrutura remuneratória do servidor representaria medida ofensiva ao direito adquirido. Registrou, também, que o aludido índice seria devido em decorrência de equívoco na conversão da moeda, o que não impediria seu acúmulo com índice de aumento posterior concedido a servidores para assegurar o poder de compra. Entretanto, a incorporação do índice compensatório não poderia subsistir quando a carreira tivesse sofrido reestruturação, pois o percentual não poderia permanecer indeterminadamente. (RE 561.836/RN, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 26/9/2013, acórdão pendente de publicação) 1ª Parte: 2ª Parte:

TEMA 311Direito Constitucional; Sistema Financeiro NacionalSão inconstitucionais o § 1º do art. 30 da Lei 7.730/1989 [Art. 30. No período-base de 1989, a pessoa jurídica deverá efetuar a correção monetária das demonstrações financeiras de modo a refletir os efeitos da desvalorização da moeda observada anteriormente à vigência desta Lei. § 1º Na correção monetária de que trata este artigo a pessoa jurídica deverá utilizar a OTN de NCz$ 6,92 (seis cruzados novos e noventa e dois centavos)] e o art. 30 da Lei 7.799/1989 (Para efeito de conversão em número de BTN,

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os saldos das contas sujeitas à correção monetária, existentes em 31 de janeiro de 1989, serão atualizados monetariamente, tomando-se por base o valor da OTN de NCz$ 6,92. § 1° Os saldos das contas sujeitas à correção monetária, atualizados na forma deste artigo, serão convertidos em número de BTN mediante a sua divisão pelo valor do BTN de NCz$ 1,00. § 2° Os valores acrescidos às contas sujeitas à correção monetária, a partir de 1° de fevereiro até 30 de junho de 1989, serão convertidos em número de BTN mediante a sua divisão pelo valor do BTN vigente no mês do acréscimo). Discutia-se a constituciona-lidade dos mencionados preceitos. O Tribunal reconheceu o direito dos recorrentes à correção monetária considerada a inflação do período, nos termos da legislação revogada pelo chamado Plano Verão. Reiterou os fundamentos expostos no RE 208.526/RS e no RE 256.304/RS (acór-dãos pendentes de publicação). Reputou que a base de cálculo do IRPJ seria a renda da pessoa jurídica, ainda que em jogo contribuição social incidente sobre o lucro, o imposto sobre o lucro líquido e o adicional do imposto de renda estadual, que a Corte declarara inexigível por falta de regulamentação constitucional. Assinalou que, inexistente renda, não seria concebível o impos-to de renda, e anotou que o legislador editara as leis impugnadas para afastar as consequências da inflação, ao dispor sobre a elaboração do balanço patrimonial. Assim, previra a incidência da correção monetária nos moldes legais citados. O Tribunal aduziu que o legislador estabelecera, ainda, o registro em conta especial das contrapartidas dos ajustes de correção monetária; a de-dução, como encargo, no período-base do saldo da conta, se devedor; e o acréscimo ao lucro real do saldo da conta, se credor. Explicitou que a disciplina legal teria por objetivo afastar a repercussão da inflação no período que, desconsiderada, apresentaria resultados discrepantes da realidade. Ressaltou, entretanto, que resultara na cobrança de tributo não sobre a renda, mas sobre o patrimônio. Nesse sentido, sublinhou o fator de indexação escolhido, a OTN, cujo valor implicara desprezo à inflação do período e fora aplicado de forma retroativa, o que agravaria o quadro. Destacou, no particular, o art. 44 do CTN (A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis).(RE 221.142/RS3, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 20/11/2013, acórdão pendente de pu-blicação)

TEMA 650Direito Penal; Extinção da PunibilidadeA reabertura de prazo para registro ou renovação de registro de arma de fogo de uso permitido prevista pela Lei 11.706/2008, que deu nova redação ao art. 30 da Lei 10.826/2003, não consti-tui abolitio criminis. Discutia-se a ocorrência de extinção da punibilidade do delito de posse irre-gular de arma de fogo de uso permitido relativamente aos fatos ocorridos após 23/6/2005 e an-tes de 31/1/2008, em virtude da edição de lei posterior que concedeu novo prazo para registro. O Tribunal considerou penalmente típicas as condutas praticadas no período em questão. Após menção a várias alterações legislativas acerca da prorrogação do prazo para que proprietários e possuidores de armas de fogo solicitassem o registro ou a renovação, bem como as entregassem, a Corte aduziu que nesse ínterim haveria a presunção de boa-fé no sentido da adoção de provi-dências destinadas à regularização. Assim, encerrado o lapso legal, o tipo penal previsto no art.

3 Substituiu o RE 242.689 RG/PR, paradigma de repercussão geral.

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12 do Estatuto do Desarmamento passou a ter plena vigência. Destacou, ademais, não ter havido previsão expressa de abolitio criminis no referido diploma, nem nas leis que o alteraram. Reputou que a presunção de boa-fé não poderia ser invocada para os períodos em que a regularização não fosse permitida. Portanto, seria incabível cogitar da retroatividade da Medida Provisória 417/2008 (convertida na Lei 11.706/2008) para extinguir a punibilidade do delito de posse irregular de arma de fogo cometido antes da sua entrada em vigor, ante a impossibilidade de re-gularização do registro quando da prática do crime. Por fim, salientou que igual entendimento também seria aplicável aos fatos ocorridos entre 1º/1/2009 e 13/4/2009.(RE 768.494/GO4, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/9/2013, acórdão pendente de publicação)

TEMA 169Direito Penal; PenasÉ vedada a incidência da causa de diminuição do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 (§ 4º Nos de-litos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa), combinada com as penas previstas na Lei 6.368/1976, no tocante a crimes praticados durante a vigência desta norma. Discutia-se a possibilidade de aplicação re-troativa do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 sobre pena cominada com base na Lei 6.368/1976. O Tribunal reputou não caber ao julgador aplicar isoladamente a pena mínima prevista na lei antiga em combinação com a novel causa de diminuição, que teria sido prevista para incidir so-bre pena-base mais severa. Ressaltou que não seria lícito combinar pena mínima de uma norma com a minorante de outra, criada para incidir sobre pena-base maior. Destacou que embora o crime fosse o mesmo, a combinação de dosimetrias implicaria uma sanção diversa da previamen-te estabelecida pelo legislador, seja sob o enfoque da lei antiga, seja na ótica da lei nova.(RE 600.817/MS5, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 7/11/2013, acórdão pendente de publicação)

TEMA 113Direito Penal; Princípios e Garantias PenaisO art. 25 da Lei de Contravenções Penais - LCP (Decreto-lei 3.688/1941: Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empre-gados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima: Pena - prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil réis a dois contos de réis) não é compatível com a Constituição de 1988, por violar os princípios da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III) e da isonomia (CF, art. 5º, caput e I). Discutia-se a temática relativa à recepção do men-cionado art. 25 da LCP pelo novo ordenamento constitucional. O Tribunal, de início, acolheu

4 Substitui o ARE 674.610 RG/GO, paradigma de repercussão geral.

5 Substituiu o RE 596.152 RG/SP, paradigma de repercussão geral.

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questão de ordem no sentido de superar o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva, uma vez que eventual declaração de incompatibilidade do preceito legal implicaria atipicidade da conduta, cujas consequências seriam mais benéficas ao recorrente do que a extinção da pu-nibilidade pela perda da pretensão punitiva do Estado. No mérito, destacou que o princípio da ofensividade deve orientar a aplicação da lei penal, de modo a permitir a aferição do grau de potencial ou efetiva lesão ao bem jurídico protegido pela norma. Observou que, não obstante a contravenção impugnada ser de mera conduta, exigiria, para a sua configuração, que o agente tivesse sido condenado anteriormente por furto ou roubo; ou que estivesse em liberdade vigia-da; ou que fosse conhecido como vadio ou mendigo. Assim, salientou que o legislador teria se antecipado a possíveis e prováveis resultados lesivos, o que caracterizaria a presente contraven-ção como uma infração de perigo abstrato. Frisou que a LCP fora concebida durante o regime ditatorial e, por isso, o anacronismo do tipo contravencional. Asseverou que a condição espe-cial “ser conhecido como vadio ou mendigo”, atribuível ao sujeito ativo, criminalizaria, em verdade, qualidade pessoal e econômica do agente, e não fatos objetivos que causassem relevante lesão a bens jurídicos importantes ao meio social. Consignou, no ponto, a inadmissão, pelo sistema penal brasileiro, do direito penal do autor em detrimento do direito penal do fato. No que diz respeito à consideração da vida pregressa do agente como elementar do tipo, afirmou o não cabimento da presunção de que determinados sujeitos teriam maior potencialidade de cometer novas infrações penais. Registrou, ainda, que, sob o enfoque do princípio da proporcionalidade, a norma em questão não se mostra adequada e necessária, bem como afronta o subprincípio da proporcionalidade em sentido estrito. Por fim, a Corte assentou a absolvição do recorrente, nos termos do art. 386, III, do CPP. (RE 583.523/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/10/2013, acórdão pendente de publi-cação)

TEMA 313Direito Previdenciário; Benefícios PrevidenciáriosNão há direito adquirido à inexistência de prazo decadencial para fins de revisão de benefício previdenciário. Ademais, aplica-se o lapso decadencial de dez anos para o pleito revisional a contar da vigência da Medida Provisória 1.523/1997 aos benefícios originariamente concedidos antes dela. Discutia-se a aplicação do prazo decadencial previsto no mencionado ato normativo a benefícios concedidos antes de sua edição. O Tribunal aduziu que o regime geral de previdên-cia social constitui sistema básico de proteção social dos trabalhadores da iniciativa privada, de caráter público, institucional e contributivo. Asseverou que a decadência instituída pela medida provisória em comento atingiria apenas a pretensão de rever benefício previdenciário e não a sua concessão inicial. Ponderou que o estabelecimento de limite temporal máximo destinar-se-ia a resguardar a segurança jurídica e facilitar a previsão do custo global das prestações devidas, para fins de manutenção do equilíbrio atuarial do sistema previdenciário. A Corte considerou razoável o lapso de dez anos para o questionamento de benefícios já reconhecidos. Destacou que o sistema estaria baseado na solidariedade e que esse mesmo prazo também seria adotado quanto a eventuais previsões revisionais por parte da Administração (Lei 8.213/1991, art. 103-A). Rememorou precedentes do Supremo no sentido de que a lei aplicável para a concessão de be-

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nefício, bem como para a fixação dos critérios de seu cálculo, seria aquela em vigor no momento em que os pressupostos da prestação previdenciária teriam se aperfeiçoado, de acordo com a re-gra tempus regit actum. Ressaltou que a ausência de prazo decadencial para a revisão no momento em que deferido o benefício não garantiria ao beneficiário a manutenção do regime jurídico, no qual existente a prerrogativa de pleitear a revisão da decisão administrativa a qualquer tem-po. Pontuou que a lei poderia criar novos prazos de decadência e de prescrição, ou alterar os já existentes, ressalvada a hipótese de prazos já aperfeiçoados. Afirmou, ainda, que o termo inicial da contagem do prazo decadencial em relação aos benefícios originariamente concedidos antes da entrada em vigor da Medida Provisória 1.523/1997 seria o momento de vigência da nova lei.(RE 626.489/SE, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 16/10/2013, acórdão pendente de publicação)

TEMA 680Direito Processual Eleitoral; Requisito de Admissibilidade RecursalA partir das eleições de 2014, inclusive, o Ministério Público Eleitoral tem legitimidade para recorrer de decisão que venha a deferir o registro de candidatura, mesmo que não tenha apre-sentado impugnação anterior. Discutia-se a legitimidade do Parquet para recorrer nesses casos. O Tribunal assentou que a legitimidade do Ministério Público para recorrer do deferimento de registro de candidatura, ainda que não tenha apresentado prévia impugnação, fundar-se-ia no art. 127 da CF (O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Esta-do, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis). Nesse sentido, o Poder Constituinte teria incumbido a instituição de defender a ordem jurídica e o regime democrático, e implicitamente outorgara-lhe a faculdade de recorrer, como custos legis, na hipótese em questão, sobretudo por se cuidar de matéria de ordem pública. Reputou não se poder falar em preclusão consumativa quando se tratasse da proteção de valores de mais elevada hierarquia constitucional. Assim, considerado o relevante múnus conferido ao Ministério Público, e inexistente disposição legal a vedar a interposição de recurso na situação examinada, a instituição teria o poder-dever de atuar na qualidade de fiscal da lei, para reverter candidatura eventualmente deferida em desacordo com a lei. A Corte, ademais, entendeu inca-bível invocar-se o Enunciado 11 da Súmula do TSE (No processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional) para obstar o exercício dessa competência ministerial, pois o verbete, em silêncio eloquente, não menciona o Parquet, e apenas contém referência a partido político, ten-do em vista a parcialidade das agremiações. Sublinhou que a instituição estaria incumbida de zelar pela defesa de toda a ordem jurídica, e não apenas da ordem constitucional. Destacou que, por razões de segurança jurídica, a tese firmada no julgamento não poderia ser aplicada ao caso concreto, relativo ao pleito eleitoral de 2012, assim como não poderia atingir outras situações já consolidadas a envolver diversos cargos eletivos no País.(ARE 728.188/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18/12/2013, acórdão pendente de publicação)

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TEMA 115Direito Tributário; Imunidade TributáriaO Tribunal, ao julgar embargos de declaração, acolheu-os para conhecer dos declaratórios an-teriormente opostos e rejeitá-los, mantendo, assim, o entendimento firmado no julgamento do recurso extraordinário, em que reconhecida a repercussão geral. Dessa forma, reafirmou-se a orientação no sentido de que as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos de saúde que sejam controladas por ente público — detentor da quase integralidade do capital social — e que atendam exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde - SUS como longa manus do Estado, sem contraprestação pelos usuários, gozam da imunidade tributária recíproca pre-vista no art. 150, VI, a, da CF. Discutia-se a aplicação de referida imunidade às sociedades de economia mista que prestam serviços de saúde unicamente pelo SUS. O Tribunal afirmou que a assistência à saúde, embora fosse dever do Estado, seria livre à iniciativa privada. Além disso, destacou a peculiaridade do caso, haja vista que a União, ante o princípio da continuidade dos serviços públicos, desapropriou ações dos hospitais recorrentes, de modo a possuir 99,99% do controle acionário. A Corte enfatizou que os recorrentes atenderiam exclusivamente pelo SUS e que suas receitas seriam provenientes de verbas orçamentárias. Assim, referidas Instituições gozariam da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. A Corte registrou, ainda, que, diante da singularidade da situação, o pronunciamento da questão posta em sede de repercussão geral somente se aplicaria a hipóteses idênticas.

“EMENTA: SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁ-RIO. UNIÃO. ADMISSÃO NO PROCESSO NA CONDIÇÃO DE ASSISTENTE. LEGITIMIDADE RECURSAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DE FLS. 1.996-2.000 ACOLHIDOS PARA CO-NHECER DOS ANTERIORMENTE OPOSTOS.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DE FLS. 1921-1926. INEXISTÊNCIA DE QUAISQUER DOS VÍCIOS DO ART. 535 DO CPC. REDISCUSSÃO DE QUESTÕES JÁ DECIDIDAS. IMPOSSIBILI-DADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DE FLS. 1921-1926 REJEITADOS.”

(RE 580.264 ED - segundos - ED/SC6, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 19/9/2013, acórdão publicado no DJe de 15/10/2013)

TEMA 211 Direito Tributário; Princípios e Garantias TributáriosÉ inconstitucional a majoração, sem edição de lei em sentido formal, do valor venal de imóveis para efeito de cobrança do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU, acima dos índices oficiais de correção monetária. Discutia-se a legitimidade da majoração, por decreto, da base de cálculo acima de índice inflacionário, em razão de a lei municipal prever cri-térios gerais que seriam aplicados quando da avaliação dos imóveis. O Tribunal assentou que o aumento do valor venal dos imóveis não prescindiria da edição de lei, em sentido formal. Aduziu que, salvo as exceções expressamente previstas no texto constitucional, a definição dos critérios que compõem a regra tributária e, especificamente, a base de cálculo, seria matéria restrita à atuação do legislador. Desse modo, não poderia o Poder Executivo imiscuir-se nessa seara, seja

6 Mérito julgado em 16/10/2010, acórdão publicado no DJe de 6/10/2011 (v. Boletim Repercussão Geral nº1).

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para definir, seja para modificar qualquer dos elementos da relação tributária. A Corte ressaltou que os municípios não poderiam alterar ou majorar, por decreto, a base de cálculo do IPTU. Afirmou que eles poderiam apenas atualizar, anualmente, o valor dos imóveis, com base nos índices anuais de inflação. Isso porque essa atualização não constitui aumento de tributo (CTN, art. 97, § 1º) e, portanto, não se submete à reserva legal imposta pelo art. 150, I, da CF.(RE 648.245/MG7, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 1º/8/2013, acórdão pendente de pu-blicação)

TEMA 363Direito Tributário; Regime TributárioÉ constitucional a exigência contida no art. 17, V, da LC 123/2006 (Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: ... V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa). Discutia-se a cons-titucionalidade dessa norma. O Tribunal rememorou que o Simples Nacional teria sido criado com o objetivo de concretizar as diretrizes constitucionais do tratamento jurídico diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte (CF, artigos 170, IX, e 179). Destacou, ainda, que a EC 42/2003 trouxera modificações ao texto constitucional, dentre elas a necessidade de edição de lei complementar para se definir o tratamento favorecido às referidas pessoas jurídi-cas, além de facultara a instituição de regime único de arrecadação de impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 146, III, d, e parágrafo único). A Corte frisou que, nesse contexto, teria sido promulgada a LC 123/2006, a estabelecer tratamento diferenciado e favorecido especialmente no que se refere a regime de arrecadação tributária; cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias; acesso a crédito e ao mer-cado; capitalização e inovação tecnológica; associativismo; regras de inclusão; acesso à justiça, entre outros. Assinalou que o Simples Nacional seria regime especial de tributação de caráter opcional por parte dos contribuintes, mas de observância obrigatória pelos entes federados. Não configuraria mero benefício fiscal, mas microssistema tributário próprio, aplicável apenas a alguns contribuintes. Observou que, primeiramente, o universo dos contemplados pela prote-ção constitucional fora feito com base na receita bruta auferida pela pessoa jurídica. Além disso, foram estipulados requisitos e hipóteses de vedações, norteados por aspectos relacionados ao contribuinte e por fatores predominantemente extrafiscais (LC 123/2006, art. 17). O Tribunal consignou que a presunção de capacidade contributiva reduzida dessas entidades não seria váli-da, aprioristicamente, aos inadimplentes. Assim, o tratamento tributário a ser conferido nesses casos não poderia implicar desoneração, pois todos os contribuintes estariam adstritos ao paga-mento de tributos. Afirmou não ser razoável favorecer aqueles em débito com o Fisco, que par-ticipariam do mercado com vantagem competitiva em relação aos adimplentes. Registrou que, nos termos da lei complementar, para que o empreendedor usufruísse de outras benesses do sis-tema, como o acesso a crédito, também não poderia estar em débito com o Fisco e com o INSS. Salientou que as micro e pequenas empresas teriam a prerrogativa de parcelamento de débitos

7 Substituiu o AI 764.518/MG, paradigma de repercussão geral.

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dessa natureza. Por fim, considerou que a norma em discussão não violaria o princípio da isono-mia, mas, ao contrário, o confirmaria, pois adimplente e inadimplente não estariam na mesma situação jurídica. Ressaltou que a imposição de confissão de dívida mediante parcelamento de débito para aderir ao regime não ofenderia o acesso à justiça, o contraditório e a ampla defesa, porque representaria requisito exigido de todo contribuinte que pretendesse parcelar seu débi-to. Além disso, não haveria impedimento ao acesso ao Judiciário. Asseverou que a condicionante em análise não seria fator de desequilíbrio concorrencial, porquanto configuraria exigência im-posta a todas as empresas e representaria forma indireta de se reprovar a infração das leis fiscais, de maneira a garantir a neutralidade, com enfoque na livre concorrência. (RE 627.543/RS, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/10/2013, acórdão pendente de publica-ção)

TEMA 49Direito Tributário; TributosO Tribunal, ao julgar embargos de declaração, acolheu-os, sem efeitos modificativos, e manteve entendimento firmado no julgamento recurso extraordinário, em que reconhecida a repercus-são geral. Dessa forma, reafirmou-se a orientação no sentido de que, antes da vigência da Lei 9.779/1999 — que permite o uso de créditos do IPI na compensação com outros tributos, me-diante requerimento à Receita Federal —, o contribuinte não pode creditar-se ou compensar-se do IPI quando o tributo incidir sobre insumos ou matérias-primas utilizados na industrialização de produtos isentos ou tributados com alíquota zero. Discutia-se a possibilidade de o contri-buinte promover o creditamento ou a compensação do IPI cobrado na aquisição de insumos ou produtos intermediários utilizados na fabricação de bens finais desonerados (isentos ou su-jeitos à alíquota zero). O Tribunal asseverou que, se o ingresso da matéria-prima ocorresse com incidência do tributo, haveria a obrigatoriedade do recolhimento, mas, se na operação final fosse verificada a isenção, incabível a compensação do que recolhido anteriormente em face da ausência de objeto. Consignou, no tocante ao ICMS, que a Constituição seria explícita ao prever que a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação, não implicaria crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações se-guintes (CF, art. 155, § 2º, II, a). Em razão desse contexto, somente em 1999, com a edição da Lei 9.779/1999, observar-se-ia a possibilidade do creditamento. Antes disso, não haveria base, quer sob o aspecto interpretativo em virtude do princípio da não cumulatividade, quer sob o aspecto legal expresso, para concluir-se pela procedência desse direito.

“EMENTA: EMBARGOS DECLARATÓRIOS – JULGAMENTO. O exame dos embargos decla-ratórios pressupõe compreensão da angústia das partes e dos representantes processuais. Surgindo omissão quanto à juntada das razões prevalecentes no julgamento ocorrido, impõe-se a acolhida do pedido veiculado.”

(RE 562.980 ED/SC8, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/6/2013, acórdão publicado no DJe de 1º/8/2013)

8 Mérito julgado em 6/5/2009, acórdão publicado no DJe de 4/9/2009 (v. Boletim Repercussão Geral nº1).

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TEMA 63Direito Tributário; TributosO Tribunal, ao julgar embargos de declaração, acolheu-os, para prestar esclarecimento, sem efeitos modificativos, e manteve entendimento firmado no julgamento de recurso extraordiná-rio, em que reconhecida a repercussão geral. Dessa forma, reafirmou-se a orientação no sentido de que o crédito-prêmio de IPI, tendo em vista a sua natureza de incentivo fiscal de caráter setorial, deixou de vigorar com o advento da Constituição de 1988, ante a ausência de edição de lei superveniente sobre o tema no prazo definido no § 1º do art. 41 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT (Art. 41. Os Poderes Executivos da União, dos Estados, do Dis-trito Federal e dos Municípios reavaliarão todos os incentivos fiscais de natureza setorial ora em vigor, propondo aos Poderes Legislativos respectivos as medidas cabíveis. § 1º - Considerar-se-ão revogados após dois anos, a partir da data da promulgação da Constituição, os incentivos que não forem confirma-dos por lei). Discutia-se o termo final de vigência do referido benefício, instituído pelo Decreto--Lei 491/1969. O Tribunal destacou que o mencionado crédito-prêmio teria sido criado com o fim de promover o desenvolvimento do setor industrial, por meio de incentivo à exportação de produtos manufaturados. Aduziu que o art. 41 do ADCT objetivaria a revisão de todos os incentivos fiscais vigentes à época, com exceção dos de natureza regional. Assim, diante da não confirmação do crédito-prêmio de IPI nos dois anos seguintes à promulgação da Constituição de 1988, ele teria sido extinto em 5/10/1990. A Corte deliberou, ainda, no sentido de adotar as regras do art. 543-B do CPC.

“EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁ-RIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. CRÉDITO-PRÊMIO. DECRETO--LEI 491/1969 (ART. 1º). ART. 41, § 1º, DO ADCT. EMBARGOS ACOLHIDOS PARA PRESTAR ESCLARECIMENTOS.

I – O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento do RE 577.348/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, assentou que, se o ‘créditoprêmio’ do IPI não foi extinto por norma infraconstitucional, deixou ele de existir por força do disposto no § 1º do art. 41 do ADCT.

II – O acórdão recorrido, no caso dos autos, reconheceu que o ‘crédito-prêmio’ foi extinto em 30/6/1983.

III – Embargos acolhidos para prestar esclarecimentos, sem atribuição de efeitos modificativos.” (RE 561.485 ED/RS9 e 10, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 12/6/2013, acórdão publi-cado no DJe de 30/8/2013)

TEMA 171 Direito Tributário; TributosApós a Emenda Constitucional 33/2001, é constitucional a instituição do ICMS incidente sobre a importação de bens, sendo irrelevante a classificação jurídica do ramo de atividade da empre-sa importadora. Ademais, a validade da constituição do crédito tributário depende da existên-cia de lei complementar sobre normas gerais e de legislação estadual de instituição do ICMS

9 Substituiu o RE 577.302/RS, paradigma de repercussão geral.

10 Mérito julgado em 13/8/2009, acórdão publicado no DJe de 26/2/2010 (v. Boletim Repercussão Geral nº1).

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incidente sobre operações de importação realizadas por empresas que não sejam comerciantes, nem prestadoras de serviços de comunicação ou de transporte interestadual ou intermunicipal. Além disso, a incidência do tributo também depende da observância das regras de anterioridade e de irretroatividade, aferidas em cada legislação local de instituição dos novos critérios mate-riais, pessoais e quantitativos da regra-matriz. Também não se pode falar em constitucionalidade superveniente para legitimar legislação local anterior à EC 33/2001 ou à Lei Complementar 114/2002, com o único objetivo de validar crédito tributário constituído em momento no qual não haveria permissão constitucional. Discutia-se a constitucionalidade da incidência do ICMS sobre a operação de importação de bens realizada por pessoa jurídica, durante a vigência da EC 33/2001, que não se dedicaria habitualmente ao comércio. O Tribunal afirmou que a caracte-rização de bem como mercadoria independeria da qualidade jurídica do adquirente. Apontou a inexistência de cumulatividade a ser equilibrada com a compensação, na medida em que haveria apenas uma única operação. Além disso, mencionou que, com a alteração realizada no texto constitucional em 2000, a falta do critério para definição do sujeito ativo teria sido suprida com a inserção da palavra “domicílio” no art. 155, § 2º, IX, a, da CF. Asseverou que, para se con-siderar válida a constituição do crédito tributário, a sua incidência deveria ocorrer na presença concomitante de três condicionantes: existência de competência; exercício dessa competência pela União, com base em norma geral em matéria tributária; e exercício de competência por cada um dos Estados-membros e pelo Distrito Federal, resultante na regra-matriz de incidência tributária. Observou que alguns entes federados teriam se precipitado, ora à EC 33/2001, ora à LC 114/2002, e teriam criado regras-matrizes sem o necessário fundamento de validade. En-tendeu aplicável a orientação firmada por esta Corte no julgamento do RE 346.084/PR (DJU de 1º/9/2006) e do RE 390.840/MG (DJU de 15/8/2006), que teria afastado o fenômeno da constitucionalidade superveniente do sistema jurídico pátrio. Reputou que, para ser constitucio-nalmente válida a incidência do ICMS sobre operações de importação de bens, as modificações no critério material, na base de cálculo e no sujeito passivo da regra-matriz deveriam ter sido realizadas em lei posterior à EC 33/2001 e à LC 114/2002.(RE 439.796/PR11, rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 7/11/2013, acórdão pendente de publicação)

TEMA 202Direito Tributário; TributosO Tribunal, ao julgar embargos de declaração, acolheu-os, parcialmente, apenas para retificar a ementa do acórdão embargado de modo a suprimir o seu item I (Ofensa ao art. 150, II, da CF em virtude da exigência de dupla contribuição caso o produtor rural seja empregador), sem, contudo, al-terar o resultado do julgamento do recurso extraordinário, em que reconhecida a repercussão geral. Dessa forma, reafirmou-se a orientação no sentido de que é inconstitucional o art. 1º da Lei 8.540/1992, que, ao promover alteração em dispositivos da Lei 8.212/1991, instituiu con-tribuição a ser recolhida por empregador rural, pessoa física, sobre receita bruta proveniente da venda de sua produção. Discutia-se a possibilidade de se instituir, por meio de lei ordinária,

11 Substituiu o RE 594.996 RG/RS, paradigma de repercussão geral.

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a mencionada contribuição. O Tribunal afirmou que a Constituição seria exaustiva quanto aos fatos que poderiam dar causa à obrigação de financiamento da seguridade social. Destacou que, na hipótese de o produtor rural possuir empregados, exigir-se-ia dupla contribuição — haja vista o recolhimento da Cofins —, o que configuraria ofensa ao princípio da isonomia tributária (CF, art. 150, II) Asseverou que a instituição de nova fonte de custeio para a seguridade social exigiria lei complementar. A Corte, ademais, determinou adoção da sistemática do art. 543-B do CPC. Por fim, rejeitou o pedido de modulação dos efeitos da decisão, porquanto não configurada circunstância excepcional para justificá-lo.

“EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDA-MENTO NÃO ADMITIDO NO DESLINDE DA CAUSA DEVE SER EXCLUÍDO DA EMENTA DO ACÓRDÃO. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DE MATÉRIA QUE NÃO FOI ADEQUADAMEN-TE ALEGADA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NEM TEVE SUA REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO EM DE-CISÃO QUE CITA EXPRESSAMENTE O DISPOSITIVO LEGAL CONSIDERADO INCONSTITU-CIONAL.

I – Por não ter servido de fundamento para a conclusão do acórdão embargado, exclui-se da emen-ta a seguinte assertiva: ‘Ofensa ao art. 150, II, da CF em virtude da exigência de dupla contribuição caso o produtor rural seja empregador’(fl. 260).

II – A constitucionalidade da tributação com base na Lei 10.256/2001 não foi analisada nem teve repercussão geral reconhecida.

III – Inexiste obscuridade, contradição ou omissão em decisão que indica expressamente os dispo-sitivos considerados inconstitucionais.

IV – Embargos parcialmente acolhidos, sem alteração do resultado.” (RE 596.177 ED/RS12, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 17/10/2013, acórdão publi-cado no DJe de 18/11/2013)

TEMA 261Direito Tributário; TributosO Tribunal, ao julgar embargos de declaração, acolheu-os, sem efeitos modificativos, e manteve o entendimento firmado no julgamento do recurso extraordinário, em que reconhecida a reper-cussão geral. Dessa forma, reafirmou-se a orientação no sentido de que é inconstitucional norma municipal que institui taxa de uso e ocupação do solo e do espaço aéreo correspondente com o objetivo de implantação de postes para extensão de rede elétrica. Discutia-se a possibilidade de município, com fundamento no art. 145, II, da CF, instituir a mencionada taxa em decor-rência do exercício do poder de polícia. O Tribunal assentou que o município pretenderia ser remunerado, mediante o recebimento de taxa, pela utilização de faixas de domínio público de vias públicas, as quais constituiriam bem público, inserido na categoria dos bens de uso comum do povo. Asseverou que, além da instalação dos equipamentos não comprometer o uso comum dos bens públicos em questão, inexistiria prejuízo a justificar o recebimento, pelo município, de qualquer indenização pelo uso do bem público de uso comum. Por fim, a Corte declarou,

12 RE 596.177/RS: mérito julgado em 1º/8/2011, acórdão publicado no DJe de 29/8/2011.

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incidentalmente, a inconstitucionalidade da Lei 1.199/2002 do Município de Ji-Paraná, em face da usurpação de competência da União (CF, artigos 21, XII, b e 22, IV). (RE 581.947 ED/RO13, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/12/2013, acórdão pendente de publi-cação)

13 RE 581.947/RO: mérito julgado em 27/5/2010, acórdão publicado no DJe de 27/8/2010.

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Repercussão geral reconhecida e jurispru- dência reafirmada pelo Plenário Virtual2

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juRispRudência ReafiRmada pelo plenáRio ViRtual

TEMA 682Direito Constitucional; Processo LegislativoInexiste, no atual texto constitucional, previsão de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Exe-cutivo em matéria tributária, ainda que se trate de lei que vise à minoração ou à revogação de tri-buto, salvo matéria tributária dos Territórios. O Tribunal reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria em julgamento realizado por meio eletrônico (“Plenário Virtual”), nos termos do art. 323-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

“EMENTA: Tributário. Processo legislativo. Iniciativa de lei. 2. Reserva de iniciativa em matéria tributária. Inexistência. 3. Lei municipal que revoga tributo. Iniciativa parlamentar. Constituciona-lidade. 4. Iniciativa geral. Inexiste, no atual texto constitucional, previsão de iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo em matéria tributária. 5. Repercussão geral reconhecida. 6. Recurso provido. Reafirmação de jurisprudência.”

(ARE 743.480 RG/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/10/2013, acórdão publicado no DJe de 20/11/2013)

TEMA 686Direito Constitucional; Processo LegislativoConstitui vício formal a inobservância da reserva de iniciativa do Chefe do Poder Executivo para edição de normas que alterem o padrão remuneratório dos servidores públicos (CF, art. 61, § 1º, II, a), do que decorre a inconstitucionalidade de emendas parlamentares que impliquem aumento de despesa em projeto de lei de iniciativa àquele reservada (CF, art. 63, I). O Tribunal reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria em julgamento realizado por meio eletrônico (“Ple-nário Virtual”), nos termos do art. 323-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

“EMENTA: Recurso extraordinário. Repercussão geral da questão constitucional reconhecida. 2. Direito Administrativo. Servidor público. 3. Extensão, por meio de emenda parlamentar, de gratificação ou vantagem prevista pelo projeto do Chefe do Poder Executivo. Inconstitucionalidade. Vício formal. Reserva de iniciativa do Chefe do Poder Executivo para edição de normas que alterem o padrão remune-ratório dos servidores públicos. Art. 61, § 1º, II, ‘a’, da Constituição Federal. 4. Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas do Estado do Pará (Lei 5.810/1994). Artigos 132, inciso XI, e 246. Dispositivos resultantes de emenda parlamentar que estenderam gratificação, inicialmente prevista apenas para os professores, a todos os servidores que atuem na área de educação especial. Inconstitucionalidade formal. Artigos 2º e 63, I, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário provido para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 132, XI, e 246 da Lei 5.810/1994, do Estado do Pará. Reafirmação de jurisprudência.”

(RE 745.811 RG/PA, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/10/2013, acórdão publicado no DJe de 6/11/2013)

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RepeRcussão geRal Reconhecida e

juRispRudência ReafiRmada pelo plenáRio ViRtual

TEMA 693Direito Tributário; Imunidade TributáriaA imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da CF/88 aplica-se aos bens imóveis de pro-priedade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos legais, ainda que temporariamente ociosos. O Tribunal reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria em julgamento realizado por meio eletrônico (“Plenário Virtual”), nos termos do art. 323-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

“EMENTA: Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Imunidade tributária. Instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. 3. IPTU. Lote vago. Não incidência. 4. A imunidade tributária, prevista no art. 150, VI, c, da CF/88, aplica-se aos bens imóveis, temporariamente ociosos, de propriedade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos legais. Precedentes. 5. Recurso não provido. Reafirmação de jurisprudência.”

(RE 767.332 RG/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 1º/12/2013, acórdão publicado no DJe de 22/11/2013)

TEMA 688Direito Tributário; TributosÉ constitucional a incidência do ISS sobre a prestação de serviços de registros públicos, cartorá-rios e notariais, devidamente previstos em legislação tributária municipal. O Tribunal reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria em julgamento realizado por meio eletrônico (“Ple-nário Virtual”), nos termos do art. 323-A do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

“EMENTA: Tributário. 2. Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN). Incidência so-bre serviços de registros públicos, cartorários e notariais. Constitucionalidade. 3. Imunidade recíproca. Inaplicabilidade. 4. Constitucionalidade da lei municipal. 5. Repercussão geral reconhecida. Recurso provido. Reafirmação de jurisprudência.”

(RE 756.915 RG/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/10/2013, acórdão publicado no DJe de 12/11/2013)

TEMA 692Direito Tributário; TributosA Anotação de Responsabilidade Técnica, instituída pela Lei 6.496/1977, cobrada pelos Conse-lhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia em decorrência do exercício do poder de polícia na fiscalização de profissões, tem natureza jurídica de taxa e, por consequência, é necessária a observância do princípio da legalidade tributária previsto no art. 150, I, da CF. O Tribunal reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria em julgamento realizado por meio eletrônico (“Plenário Virtual”), nos termos do art. 323-A do Regimento Interno do Supre-mo Tribunal Federal.(ARE 748.445 RG/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 1º/11/2013, acórdão pen-dente de publicação)

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Repercussão geral reconhecida e mérito pendente de julgamento3

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RepeRcussão geRal Reconhecida e méRito pendente de julgamento

TEMA 666Direito Administrativo; Ações de RessarcimentoPossui repercussão geral a controvérsia relativa ao alcance da imprescritibilidade da pretensão de ressarcimento ao erário prevista no § 5º do art. 37 da CF.

“EMENTA: ADMINISTRATIVO. PRETENSÃO DE RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. PRES-CRIÇÃO. INTERPRETAÇÃO DA RESSALVA FINAL PREVISTA NO ARTIGO 37, § 5º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.

Apresenta repercussão geral o recurso extraordinário no qual se discute o alcance da imprescritibi-lidade da pretensão de ressarcimento ao erário prevista no artigo 37, § 5º, da Constituição Federal.”

(RE 669.069 RG/MG, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 3/8/2013, acórdão publicado no DJe de 26/8/2013)

TEMA 690Direito Administrativo; Agentes Públicos Possui repercussão geral a controvérsia relativa à manutenção, nos proventos de magistrados, da vantagem prevista no art. 184, II, da Lei 1.711/1952, somada ao subsídio.

“EMENTA: PROVENTOS – ARTIGO 184, INCISO II, DA LEI Nº 1.711/52 – MAGISTRA-DOS – ACRÉSCIMO ADMITIDO NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUS-SÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à manutenção, nos proventos de magistrados, da vantagem prevista no artigo 184, inciso II, da Lei nº 1.711/52, somada ao subsídio.”

(RE 597.396 RG/PE, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/10/2013, acórdão publicado no DJe de 3/12/2013)

TEMA 676Direito Administrativo; Bens PúblicosPossui repercussão geral a controvérsia relativa à situação dos terrenos de marinha em ilhas costeiras sedes de municípios após o advento da EC 46/2005.

“EMENTA: BEM PÚBLICO. TERRENO DE MARINHA. ILHAS COSTEIRAS. SEDE DE MU-NICÍPIO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 20, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL APÓS EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 46/2005. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.”

(RE 636.199 RG/ES, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 27/9/2013, acórdão publicado no DJe de 16/10/2013)

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RepeRcussão geRal Reconhecida e méRito pendente de julgamento

TEMA 667Direito Administrativo; Concurso PúblicoPossui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de reestruturação de quadro funcional por meio de aglutinação, em uma única carreira, de cargos anteriormente providos em carreiras diferenciadas, sem a observância do concurso público.

“EMENTA: CARREIRAS – JUNÇÃO – GLOSA NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁ-RIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da legitimidade da reestruturação de quadro funcional, mediante aglutinação, em carreira jurídica úni-ca, de cargos anteriormente pertencentes a carreiras diversas, sem a realização de concurso público.”

(RE 642.895 RG/SC, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/8/2013, acórdão publicado no DJe de 29/10/2013)

TEMA 670Direito Administrativo; Concurso PúblicoPossui repercussão geral a controvérsia relativa à nulidade de acórdão, proferido em controle abstrato de constitucionalidade em âmbito estadual, por falta de fundamentação quanto à com-patibilidade dos cargos em comissão, criados por lei municipal, com as atribuições de direção, chefia e assessoramento, a obstar o exame de eventual ofensa à exigência de concurso público.

“EMENTA: PRESTAÇÃO JURISDICIONAL – COMPLETUDE – CARGOS – DEFINIÇÃO – AU-SÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM QUANTO À EXCEÇÃO A AFASTAR O CONCURSO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Pos-sui repercussão geral a controvérsia relativa à nulidade do acórdão formalizado pelo Tribunal de origem, quando, instado a emitir entendimento sobre o tema de defesa versado no recurso, quedar-se silente, incorrendo em negativa de prestação jurisdicional.”

(RE 719.870 RG/MG, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 30/8/2013, acórdão publicado no DJe de 6/11/2013)

TEMA 671Direito Administrativo; Concurso PúblicoPossui repercussão geral a controvérsia relativa ao direito de candidatos aprovados em concurso público à indenização por danos materiais em decorrência da demora na nomeação determina-da judicialmente.

“EMENTA: CONCURSO PÚBLICO – ATO JUDICIAL DETERMINANDO A NOMEAÇÃO – PROJEÇÃO NO TEMPO – INDENIZAÇÃO – RECONHECIMENTO NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA. Possui repercussão geral a controvér-sia relativa ao direito de candidatos aprovados em concurso público à indenização por danos materiais em decorrência da demora na nomeação determinada judicialmente.”

(RE 724.347 RG/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 30/8/2013, acórdão publicado no DJe de 30/9/2013)

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RepeRcussão geRal Reconhecida e méRito pendente de julgamento

TEMA 683Direito Administrativo; Concurso PúblicoPossui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de, esgotado o prazo de validade do concurso público, propor-se ação objetivando o reconhecimento do direito à nomeação.

“EMENTA: CONCURSO PÚBLICO – PRAZO DE VALIDADE – AÇÃO AJUIZADA APÓS O ESGOTAMENTO – ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – RE-PERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da possibili-dade de, esgotado o prazo de validade do concurso público, propor-se ação objetivando o reconhecimento do direito à nomeação.”

(RE 766.304 RG/RS, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2013, acórdão publicado no DJe de 29/10/2013)

TEMA 697Direito Administrativo; Concurso PúblicoPossui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de aproveitamento de ocupantes de cargo de nível médio de Oficial de Justiça, ante a sua extinção, em cargo de idêntica nomen-clatura, próprio a detentores de curso superior, sem prévia aprovação em concurso público.(RE 740.008 RG/RR, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13/12/2013, acórdão pendente de publicação)

TEMA 672Direito Administrativo; Sistema RemuneratórioPossui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de município conferir, por meio de lei, subsídio vitalício a ex-vereadores.

“EMENTA: CARGO ELETIVO – SUBSÍDIO VITALÍCIO – INDEFERIMENTO NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA. Possui repercussão ge-ral a controvérsia relativa à possibilidade de município conferir, por meio de lei, subsídio vitalício a ex-vereadores.”

(RE 638.307 RG/MS, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/9/2013, acórdão publicado no DJe de 11/10/2013)

TEMA 678Direito Eleitoral; InelegibilidadesPossui repercussão geral a controvérsia relativa ao sentido e ao alcance da restrição ao direito de elegibilidade de que trata o art. 14, §§ 5º e 7º, da CF e o Enunciado 18 da Súmula Vinculante aos casos em que o cônjuge de falecido Chefe do Poder Executivo se elege no pleito seguinte e pleiteia reeleição, embora o falecido tivesse sido sucedido, na ocasião, pelo vice-prefeito.

“EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INELEGIBILIDADE. MORTE DE CÔNJUGE DE CHEFE DO EXECUTIVO NO PRIMEIRO MAN-DATO. ASSUNÇÃO DO CARGO PELO VICE. CÔNJUGE DO FALECIDO QUE SE ELEGE NO

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RepeRcussão geRal Reconhecida e méRito pendente de julgamento

PLEITO SEGUINTE. CANDIDATURA À REELEIÇÃO IMPUGNADA. ALEGAÇÃO DE TERCEI-RO MANDATO CONSECUTIVO DO MESMO GRUPO FAMILIAR. SÚMULA VINCULANTE 18 E ART. 14, §§ 5º E 7º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Apresenta repercussão geral o recurso extraordinário em que se questiona o sentido e o alcance da restrição ao direito de elegibilidade de que trata o art. 14, §§ 5º e 7º da Constituição Federal e a Súmula Vinculante 18, notadamente em casos em que a dissolução da sociedade conjugal decorre, não de ato de vontade, mas da morte de um dos cônjuges.”

(RE 758.461 RG/PB, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/10/2013, acórdão publicado no DJe de 18/11/2013)

TEMA 679Direito Processual do Trabalho; Requisito de Admissibilidade RecursalPossui repercussão geral a controvérsia relativa à constitucionalidade da exigência de depósito para a admissibilidade de recurso extraordinário, prevista no artigo 899, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho.

“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – DEPÓSITO RECURSAL – EXIGÊNCIA – CONSTITUCIONALIDADE – DEFINIÇÃO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à constitucionalidade da exigência de depósito para a ad-missibilidade de recurso extraordinário, prevista no artigo 899, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho.”

(RE 607.447 RG/PR, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/10/2013, acórdão publicado no DJe de 29/10/2013)

TEMA 674Direito Tributário; Imunidade TributáriaPossui repercussão geral a controvérsia relativa à aplicação da imunidade referente à contribui-ção social sobre as receitas decorrentes de exportações, quando efetuadas por intermédio de trading companies.(RE 759.244 RG/SP, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/9/2013, acórdão pendente de publicação)

TEMA 685Direito Tributário; Imunidade TributáriaPossui repercussão geral a controvérsia relativa à incidência da imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da CF, no tocante ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA sobre automóvel alienado fiduciariamente por instituição financeira a município.

“EMENTA: IPVA – AUTOMÓVEL – ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA – RELAÇÃO JURÍDICA A ENVOLVER O ESTABELECIMENTO FINANCEIRO E O MUNICÍPIO – IMUNIDADE RECÍPRO-CA ADMITIDA NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CON-FIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à incidência da imunidade recíproca,

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RepeRcussão geRal Reconhecida e méRito pendente de julgamento

prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Carta da República, no tocante ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA a recair em automóvel alienado fiduciariamente por ins-tituição financeira a município.”

(RE 727.851 RG/MG, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2013, acórdão publicado no DJe de 29/10/2013)

TEMA 689 Direito Tributário; Imunidade TributáriaPossui repercussão geral a controvérsia relativa ao alcance da imunidade prevista no art. 155, §2º, X, b, da CF no tocante à intermediária que adquire energia elétrica oriunda de outro Estado--membro e a aliena a consumidores da unidade federativa em que localizada.(RE 748.543 RG/RS, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 25/10/2013, acórdão pendente de publicação)

TEMA 668Direito Tributário; Princípios e Garantias TributáriosPossui repercussão geral a controvérsia relativa à declaração de inconstitucionalidade, pela Cor-te de origem, de resolução do Comitê Gestor do Programa de Recuperação Fiscal - Refis, após o STF haver afirmado a ausência de questão constitucional sobre o tema relativo à forma de notificação de contribuinte excluído do programa.

“EMENTA: Recurso extraordinário. Repercussão geral. Programa de Recuperação Fiscal (REFIS) Exclusão - Resolução GF/REFIS nº 20/01, na parte em que deu nova redação ao art. 5º, caput e §§ 1º a 4º Declaração de inconstitucionalidade pela corte de origem Recurso interposto com fundamento nas letras a e b do permissivo constitucional. Relevância jurídica da questão. Princípios do contraditório e da ampla defesa. Repercussão geral reconhecida.”

(RE 669.196 RG/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/8/2013, acórdão publicado no DJe de 27/9/2013)

TEMA 694Direito Tributário; Princípios e Garantias TributáriosPossui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de compensação de crédito de ICMS em operações de aquisição de mercadoria (álcool anidro em usina) oriunda de operação anterior gravada pela técnica do diferimento, tendo em conta o princípio da não cumulatividade.(RE 781.926 RG/GO, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/11/2013, acórdão pendente de publi-cação)

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RepeRcussão geRal Reconhecida e méRito pendente de julgamento

TEMA 669 Direito Tributário; TributosPossui repercussão geral a controvérsia relativa à constitucionalidade do art. 25 da Lei 8.212/1991, com a redação dada pela Lei 10.256/2001, que reintroduziu, após a Emenda Cons-titucional 20/1998, a contribuição a ser recolhida pelo empregador rural pessoa física incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção.

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. EMPREGA-DOR RURAL PESSOA FÍSICA. RECEITA BRUTA. COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO. ART. 25 DA LEI 8.212/1991, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI 10.256/2001. CONSTITUCIO-NALIDADE.

I – A discussão sobre a constitucionalidade da contribuição a ser recolhida pelo empregador rural pessoa física, prevista no art. 25 da Lei 8.212/1991, com a redação dada pela Lei 10.256/2001, ultrapassa os interesses subjetivos da causa.

II – Repercussão geral reconhecida.”(RE 718.874 RG/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/8/2013, publicado no DJe de 11/9/2013)

TEMA 684Direito Tributário; TributosPossui repercussão geral a controvérsia relativa à incidência do PIS e da Cofins sobre as receitas provenientes da locação de bens móveis.

“EMENTA: PIS E COFINS – LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS – FATURAMENTO – ALCAN-CE – ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO DO CONTRIBUIN-TE – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à incidência da contribuição para o Programa de Integração Social - PIS e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins sobre as receitas provenientes da locação de bens móveis.”

(RE 659.412 RG/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2013, acórdão publicado no DJe de 29/10/2013)

TEMA 691Direito Tributário; TributosPossui repercussão geral a controvérsia relativa à incidência de contribuição previdenciária pa-tronal a ser paga pelos entes federativos sobre a remuneração dos agentes políticos, após o advento da EC 20/1998 e da Lei 10.887/2001.

“EMENTA: REPERCUSSÃO GERAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIO-NAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EXERCENTES DE MANDATO ELETIVO. ARTIGO 195, I, CF. EC Nº 20/98. LEI 10.887/04. SUBMISSÃO DOS AGENTES POLÍTICOS AO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. REPERCUSSÃO GERAL RECO-NHECIDA.”

(RE 626.837 RG/GO, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/10/2013, acórdão publicado no DJe de 20/11/2013)

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RepeRcussão geRal Reconhecida e méRito pendente de julgamento

TEMA 696Direito Tributário; TributosPossui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de cobrança da contribuição para o custeio de iluminação pública, pelos Municípios e pelo Distrito Federal, com o objetivo de satisfazer despesas com melhoramento e expansão da rede.(RE 666.404 RG/SP, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/11/2013, acórdão pendente de publicação)

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Repercussão geral não reconhecida4

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RepeRcussão geRal não Reconhecida

TEMA 687Direito Administrativo; Agentes PúblicosNão possui repercussão geral a controvérsia relativa à promoção de policial militar a posto de hierarquia superior, quando de sua passagem para a inatividade.

“EMENTA: Direito Administrativo. 1. Promoção de policial militar a posto de hierarquia superior quando de sua passagem para a inatividade. 2. Leis estaduais de regência dos servidores militares devem ser similares às disposições federais sobre o tema. 3. Matéria de índole infraconstitucional. Pre-cedentes. 4. Inexistência de repercussão geral.”

(ARE 717.898 RG/SC, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/10/2013, acórdão publicado no DJe de 29/10/2013)

TEMA 681Direito Constitucional; Sistema Financeiro NacionalNão possui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de utilização do salário mínimo como parâmetro para a correção monetária no período anterior à Lei 4.357/1964, que institui os índices oficiais de correção monetária.

“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. UTILIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO COMO PARÂMETRO PARA A CORREÇÃO MONETÁRIA DO PERÍODO ANTERIOR À EDIÇÃO DA LEI 4.357/1964. SUPOSTA VIOLAÇÃO AO ART. 7º, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CAUSA QUE NÃO ULTRAPASSA O INTERESSE DAS PARTES. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.”

(RE 632.084 RG/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 11/10/2013, acórdão publica-do no DJe de 27/11/2013)

TEMA 695Direito Previdenciário; Benefícios PrevidenciáriosNão possui repercussão geral a controvérsia relativa à exclusão do décimo terceiro (gratificação natalina) no cômputo do salário de benefício.

“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREVIDENCIÁRIO. CÁLCU-LO DO SALÁRIO DE BENEFÍCIO. INCLUSÃO OU NÃO DAS GRATIFICAÇÕES NATALINAS. ANÁLISE DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS. OFENSA INDIRETA À CARTA DA REPÚ-BLICA. REPERCUSSÃO GERAL. INEXISTÊNCIA.”

(ARE 778.547 RG/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/11/2013, acórdão publi-cado no DJe de 5/12/2013)

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RepeRcussão geRal não Reconhecida

TEMA 673Direito Processual Coletivo; Ação Civil PúblicaNão possui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de aplicação do prazo pres-cricional quinquenal da Lei de Ação Popular à ação civil pública e à execução individual de decisão proferida em ação coletiva transitada em julgado.

“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. OFENSA AOS ARTS. 5º, XXXII, XXXV E XXXVI, E 7º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. OFENSA INDIRETA À CARTA DA REPÚBLICA. REPERCUSSÃO GERAL. INEXISTÊNCIA.”

(ARE 750.489 RG/PR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 6/9/2013, acórdão publica-do no DJe de 2/10/2013)

TEMA 675Direito Processual Coletivo; Ação Civil PúblicaNão possui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de suspensão de ação indi-vidual pela propositura de ação civil pública com a mesma finalidade.

“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SUSPENSÃO DE AÇÃO INDIVIDUAL EM RAZÃO DE AJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM A MESMA FINALIDADE. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (ART. 543-A DO CPC).

1. A controvérsia a respeito da viabilidade da suspensão de ação individual, por força de pro-positura de ação coletiva é de natureza infraconstitucional não havendo, portanto, matéria cons-titucional a ser analisada (AI 830.805-AgR/DF, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 23.5.2012; ARE 642.119-AgR/DF, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 15.3.2012; AI 807.715-AgR/SP, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, DJe de 25.11.2010; AI 789.312-AgR/MG, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, DJe de 25.10.2010)

2. Não há violação ao art. 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, por suposta omissão não sanada pelo acórdão recorrido ante o entendimento da Corte que exige, tão somente, sua fun-damentação, ainda que sucinta (AI 791.292 QO-RG/PE, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe de 13.8.2010), nem ao seus incisos II, XXXVI, LIV e LV, em razão de necessidade de revisão de interpretação de norma infraconstitucional (AI 796.905-AgR/PE, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 21.5.2012; AI 622.814-AgR/PR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe de 08.3.2012; ARE 642.062-AgR/RJ, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, DJe de 19.8.2011)

3. A matéria infraconstitucional utilizada como razão de decidir pelo acórdão recorrido tendo sido confirmada, definitivamente, pelo Superior Tribunal de Justiça, torna-se imutável e, sendo suficiente para sua manutenção, faz incidir o óbice da Súmula/STF 283.

4. Norma definidora de princípios fundantes da República, por ser disposição demasiado genérica, é insuficiente para infirmar o juízo formulado pelo acórdão recorrido.

5. É cabível a atribuição dos efeitos da declaração de ausência de repercussão geral quando não há matéria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa à Constituição Federal se dê de for-ma indireta ou reflexa (RE 584.608-RG/SP, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Pleno, DJe de 13.3.2009)

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RepeRcussão geRal não Reconhecida

6. Ausência de repercussão geral da questão suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC.”(ARE 738.109 RG/RS, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/9/2013, acórdão publicado no DJe de 7/11/2013)

TEMA 677Direito Tributário; TributosNão possui repercussão geral a controvérsia relativa à incidência do Imposto de Renda - IR so-bre as verbas percebidas por servidor público a título de abono de permanência.

“EMENTA: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INCI-DÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE O ABONO DE PERMANÊNCIA. MATÉRIA INFRA-CONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL (ART. 543-A DO CPC).

1. A controvérsia a respeito da incidência do imposto de renda sobre as verbas percebidas a título de abono de permanência é de natureza infraconstitucional, não havendo, portanto, matéria constitu-cional a ser analisada (ARE 665800 AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe de 20/08/2013; ARE 691857 AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe 19/09/2012; ARE 662017 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe de 03/08/2012; ARE 646358 AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 15/05/2012).

2. É cabível a atribuição dos efeitos da declaração de ausência de repercussão geral quando não há matéria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa à Constituição Federal se dê de forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, Pleno, DJe de 13/03/2009).

3. Ausência de repercussão geral da questão suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC.”(RE 688.001 RG/RS, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/10/2013, acórdão publicado no DJe de 18/11/2013)

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Clipping da repercussão geral5

Este espaço contém as ementas dos julgamentos que, embora tenham sido proferidos em momen-to anterior, foram publicados, no Diário de Justiça, no período a que se refere o presente Boletim

Repercussão Geral (1º de agosto a 18 de dezembro de 2013).

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CLIPPING DA REPERCUSSÃO GERAL

TEMA 131Direito Administrativo; Agentes Públicos

“EMENTA: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT. DEMISSÃO IMOTIVADA DE SEUS EMPREGADOS. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DA DISPENSA. RE PARCIALEMENTE PROVIDO.

I – Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da CF, salvo aqueles admitidos em período anterior ao advento da EC nº 19/1998. Precedentes.

II – Em atenção, no entanto, aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por concurso publico, a dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se, assim, que tais princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também respeitados por ocasião da dispensa.

III – A motivação do ato de dispensa, assim, visa a resguardar o empregado de uma possível que-bra do postulado da impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder de demitir.

IV – Recurso extraordinário parcialmente provido para afastar a aplicação, ao caso, do art. 41 da CF, exigindo-se, entretanto, a motivação para legitimar a rescisão unilateral do contrato de trabalho.”

Servidores de empresas públicas e sociedades de economia mista admitidos por concurso públi-co não gozam da estabilidade preconizada no art. 41 da CF, mas sua demissão deve ser sempre motivada. Discutia-se a exigência, imposta à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, de motivar formalmente o ato de dispensa de seus empregados. O Tribunal asseverou que, em-bora as denominadas empresas estatais ostentassem natureza jurídica de direito privado, elas se submeteriam a regime híbrido, cujas limitações teriam por escopo a realização do interesse público. Afirmou que a demissão imporia motivação e prévio procedimento formal, assegurado ao empregado o direito ao contraditório e à ampla defesa.(RE 589.998/PI14, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/3/2013, acórdão publicado no DJe de 12/9/2013)

TEMA 335Direito Administrativo; Concurso Público

“EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Remarcação de teste de aptidão física em concurso público em razão de problema temporário de saúde. 3. Vedação expressa em edital. Constitucionalidade. 4. Vio-lação ao princípio da isonomia. Não ocorrência. Postulado do qual não decorre, de plano, a possibili-dade de realização de segunda chamada em etapa de concurso público em virtude de situações pessoais do candidato. Cláusula editalícia que confere eficácia ao princípio da isonomia à luz dos postulados da impessoalidade e da supremacia do interesse público. 5. Inexistência de direito constitucional à remarcação de provas em razão de circunstâncias pessoais dos candidatos. 6. Segurança jurídica. Va-lidade das provas de segunda chamada realizadas até a data da conclusão do julgamento. 7. Recurso extraordinário a que se nega provimento.”

14 Opostos embargos de declaração, conclusos ao relator.

Repercussão geral reconhecida e mérito julgado

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CLIPPING DA REPERCUSSÃO GERAL

Os candidatos em concurso público não têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo contrária disposição editalícia. Discutia-se a possibilidade de remarcação de teste de aptidão física para data diversa da estabelecida por edital, em virtude de força maior que atingisse a higidez física do candidato, devidamente comprovada mediante documentação idô-nea. O Tribunal afirmou ser desarrazoada a movimentação da máquina estatal para privilegiar candidatos impossibilitados de realizar alguma das etapas do certame por motivos exclusivamen-te individuais. Asseverou que o consentimento na remarcação do teste de aptidão física nessas circunstâncias possibilitaria o adiamento, sem limites, de qualquer etapa do concurso, o que causaria tumulto e dispêndio desnecessário para a Administração. Ademais, esta não poderia ficar à mercê de situações adversas para colocar fim ao certame, de modo a deixar os concursos em aberto por prazo indeterminado. Por fim, assegurou-se a validade das provas de segunda chamada realizadas até a data do julgamento.(RE 630.733/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/5/2013, acórdão publicado no DJe de 20/11/2013)

TEMA 450Direito Constitucional; Requisição de Pequeno Valor

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. FINANCEIRO. REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. APURAÇÃO ENTRE A DATA DE REALIZA-ÇÃO DA CONTA DOS VALORES DEVIDOS E A EXPEDIÇÃO DA RPV. RELEVÂNCIA DO LAP-SO TEMPORAL. CABIMENTO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA QUANTO AO CABI-MENTO DA APLICAÇÃO DE CORREÇÃO MONETÁRIA.

1. ‘O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, CONHECENDO DO RECURSO EXTRAORDINÁ-RIO, JULGARÁ A CAUSA, APLICANDO O DIREITO À ESPÉCIE’ (Súmula 456/STF). Aplicabili-dade ao recurso extraordinário em exame.

2. É devida correção monetária no período compreendido entre a data de elaboração do cálculo da requisição de pequeno valor - RPV e sua expedição para pagamento.

Recurso extraordinário conhecido, ao qual se dá parcial provimento, para cassar o acórdão-recorri-do, de modo que o TJ/RS possa dar continuidade ao julgamento para definir qual é o índice de corre-ção monetária aplicável em âmbito estadual.”

Incide correção monetária no período compreendido entre a data de elaboração do cálculo e a expedição para o pagamento de Requisição de Pequeno Valor - RPV. Discutia-se a possibilidade dessa recomposição no mencionado período relativamente ao pagamento de RPV. O Tribunal afirmou que a correção monetária teria por finalidade a recuperação da perda do poder aquisi-tivo da moeda. Assim, caracterizadas a mora e a inflação, devida a correção monetária do crédito de RPV pago a destempo.(ARE 638.195/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 29/5/2013, acórdão publicado no DJe de 13/12/2013)

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TEMA 27 e TEMA 312Direito da Seguridade Social; Benefício de Prestação Continuada

“EMENTA: Benefício assistencial de prestação continuada ao idoso e ao deficiente. Art. 203, V, da Constituição.

A Lei de Organização da Assistência Social (LOAS), ao regulamentar o art. 203, V, da Constitui-ção da República, estabeleceu os critérios para que o benefício mensal de um salário mínimo seja con-cedido aos portadores de deficiência e aos idosos que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.

2. Art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993 e a declaração de constitucionalidade da norma pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 1.232.

Dispõe o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 que ‘considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo’.

O requisito financeiro estabelecido pela lei teve sua constitucionalidade contestada, ao fundamento de que permitiria que situações de patente miserabilidade social fossem consideradas fora do alcance do benefício assistencial previsto constitucionalmente.

Ao apreciar a Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.232-1/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade do art. 20, § 3º, da LOAS.

3. Decisões judiciais contrárias aos critérios objetivos preestabelecidos e Processo de inconstituciona-lização dos critérios definidos pela Lei 8.742/1993.

A decisão do Supremo Tribunal Federal, entretanto, não pôs termo à controvérsia quanto à aplica-ção em concreto do critério da renda familiar per capita estabelecido pela LOAS.

Como a lei permaneceu inalterada, elaboraram-se maneiras de se contornar o critério objetivo e único estipulado pela LOAS e de se avaliar o real estado de miserabilidade social das famílias com entes idosos ou deficientes.

Paralelamente, foram editadas leis que estabeleceram critérios mais elásticos para a concessão de outros benefícios assistenciais, tais como: a Lei 10.836/2004, que criou o Bolsa Família; a Lei 10.689/2003, que instituiu o Programa Nacional de Acesso à Alimentação; a Lei 10.219/01, que criou o Bolsa Escola; a Lei 9.533/97, que autoriza o Poder Executivo a conceder apoio financeiro a Municípios que instituírem programas de garantia de renda mínima associados a ações socioeducati-vas.

O Supremo Tribunal Federal, em decisões monocráticas, passou a rever anteriores posicionamentos acerca da intransponibilidade do critérios objetivos.

Verificou-se a ocorrência do processo de inconstitucionalização decorrente de notórias mudanças fáticas (políticas, econômicas e sociais) e jurídicas (sucessivas modificações legislativas dos patamares econômicos utilizados como critérios de concessão de outros benefícios assistenciais por parte do Estado brasileiro).

4. Declaração de inconstitucionalidade parcial, sem pronúncia de nulidade, do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993.

5. Recurso extraordinário a que se nega provimento.”(RE 567.985/MT, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/4/2013, acórdão publicado no DJe de 3/10/2013)

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CLIPPING DA REPERCUSSÃO GERAL

“EMENTA: Benefício assistencial de prestação continuada ao idoso e ao deficiente. Art. 203, V, da Constituição.

A Lei de Organização da Assistência Social (LOAS), ao regulamentar o art. 203, V, da Constitui-ção da República, estabeleceu os critérios para que o benefício mensal de um salário mínimo seja con-cedido aos portadores de deficiência e aos idosos que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.

2. Art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993 e a declaração de constitucionalidade da norma pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 1.232.

Dispõe o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 que: ‘considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a famí-

lia cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo’. O requisito financeiro estabelecido pela Lei teve sua constitucionalidade contestada, ao fundamen-

to de que permitiria que situações de patente miserabilidade social fossem consideradas fora do alcance do benefício assistencial previsto constitucionalmente.

Ao apreciar a Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.232-1/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade do art. 20, § 3º, da LOAS.

3. Decisões judiciais contrárias aos critérios objetivos preestabelecidos e processo de inconstituciona-lização dos critérios definidos pela Lei 8.742/1993.

A decisão do Supremo Tribunal Federal, entretanto, não pôs termo à controvérsia quanto à aplica-ção em concreto do critério da renda familiar per capita estabelecido pela LOAS.

Como a Lei permaneceu inalterada, elaboraram-se maneiras de contornar o critério objetivo e único estipulado pela LOAS e de avaliar o real estado de miserabilidade social das famílias com entes idosos ou deficientes.

Paralelamente, foram editadas leis que estabeleceram critérios mais elásticos para concessão de outros benefícios assistenciais, tais como: a Lei 10.836/2004, que criou o Bolsa Família; a Lei 10.689/2003, que instituiu o Programa Nacional de Acesso à Alimentação; a Lei 10.219/01, que criou o Bolsa Escola; a Lei 9.533/97, que autoriza o Poder Executivo a conceder apoio financeiro a municípios que instituírem programas de garantia de renda mínima associados a ações socioeducativas.

O Supremo Tribunal Federal, em decisões monocráticas, passou a rever anteriores posicionamentos acerca da intransponibilidade dos critérios objetivos.

Verificou-se a ocorrência do processo de inconstitucionalização decorrente de notórias mudanças fáticas (políticas, econômicas e sociais) e jurídicas (sucessivas modificações legislativas dos patamares econômicos utilizados como critérios de concessão de outros benefícios assistenciais por parte do Estado brasileiro).

4. A inconstitucionalidade por omissão parcial do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003. O Estatuto do Idoso dispõe, no art. 34, parágrafo único, que o benefício assistencial já concedido

a qualquer membro da família não será computado para fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a LOAS.

Não exclusão dos benefícios assistenciais recebidos por deficientes e de previdenciários, no valor de até um salário mínimo, percebido por idosos.

Inexistência de justificativa plausível para discriminação dos portadores de deficiência em relação aos idosos, bem como dos idosos beneficiários da assistência social em relação aos idosos titulares de benefícios previdenciários no valor de até um salário mínimo.

Omissão parcial inconstitucional.

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CLIPPING DA REPERCUSSÃO GERAL

5. Declaração de inconstitucionalidade parcial, sem pronúncia de nulidade, do art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003.

6. Recurso extraordinário a que se nega provimento.”Tanto o § 3º do art. 20 da Lei 8.742/1993 [Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família ... § 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo] quanto o parágrafo único do art. 34 da Lei 10.741/2003 [Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não pos-suam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social - Loas. Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas] são inconstitucionais. Dis-cutia-se o critério de cálculo utilizado com o intuito de aferir-se a renda mensal familiar per capita para fins de concessão de benefício assistencial a idoso e a pessoa com deficiência, previsto no art. 203, V, da CF. O Tribunal afirmou a defasagem do critério caracterizador da miserabilidade contido no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993. Além disso, reputou que o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso violaria o princípio da isonomia, ao abrir exceção para o recebimento de dois benefícios assistenciais de idoso, mas não permitir a percepção conjunta de benefício de idoso com o de deficiente ou de qualquer outro previdenciário. (RE 580.963/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/4/2013, acórdão publicado no DJe de 14/11/2013) 1ª Parte 2ª Parte

TEMA 114Direito Penal; Penas

“EMENTA: AGRAVANTE – REINCIDÊNCIA – CONSTITUCIONALIDADE – Surge harmôni-co com a Constituição Federal o inciso I do artigo 61 do Código Penal, no que prevê, como agravante, a reincidência.”

É constitucional a aplicação da reincidência como agravante da pena em processos criminais (CP, art. 61, I). Discutia-se a configuração de bis in idem pela majoração da pena em virtude da reincidência e ocorrência, nesses casos, de ofensa aos princípios da proporcionalidade e da individualização da pena. O Tribunal destacou que as consequências legais da reincidência se-riam múltiplas, não restritas ao agravamento da pena, e que esse instituto comporia consagrado sistema de política criminal de combate à delinquência. Ademais, sua aplicação não configura-ria duplicidade, uma vez que não alcançaria delito pretérito, mas novo ilícito ocorrido sem que ultrapassado o interregno do art. 64 do CP. A Corte assentou a razoabilidade do fator de discri-minação, considerado o perfil do réu, merecedor de maior repreensão. Determinou, ainda, a aplicação do regime da repercussão geral reconhecida no RE 591.563/RS. Autorizou, também, os Ministros da Corte a decidirem monocraticamente casos idênticos.(RE 453.000/RS15, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/4/2013, acórdão publicado no DJe de 3/10/2013)

15 Substituiu o RE 591.563/RS, paradigma de repercussão geral.

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TEMA 334Direito Previdenciário; Benefícios Previdenciários

“EMENTA: APOSENTADORIA – PROVENTOS – CÁLCULO. Cumpre observar o quadro mais favorável ao beneficiário, pouco importando o decesso remuneratório ocorrido em data posterior ao im-plemento das condições legais. Considerações sobre o instituto do direito adquirido, na voz abalizada da relatora – ministra Ellen Gracie –, subscritas pela maioria.”

O segurado do regime geral de previdência social tem direito adquirido a benefício calculado de modo mais vantajoso, sob a vigência da mesma lei, consideradas todas as datas em que o direito poderia ter sido exercido, desde quando preenchidos os requisitos para a aposentadoria. Discu-tia-se eventual direito adquirido ao melhor benefício de aposentadoria, independentemente de alteração legislativa entre o surgimento do direito e o seu exercício, tendo em conta mudanças de ordem fática ou repercussões jurídicas supervenientes. O Tribunal garantiu a possibilidade de os segurados verem seus benefícios deferidos ou revisados de modo que correspondessem à maior Renda Mensal Inicial – RMI, consideradas as diversas datas em que o direito poderia ter sido exercido, caso tivessem requerido o benefício em algum momento anterior, desde quando possível a aposentadoria proporcional. Destacou que os efeitos financeiros contariam do des-ligamento do emprego ou da data de entrada do requerimento, respeitadas a decadência do direito à revisão e a prescrição quanto às prestações vencidas. (RE 630.501/RS, rel. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 21/2/2013, acórdão publicado no DJe de 26/8/2013)

TEMA 59Direito Processual Penal; Execução da Pena

“EMENTA: SEGURANÇA JURÍDICA – APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO. A primeira con-dição da segurança jurídica é a irretroatividade da lei, no que editada para viger prospectivamente, regendo atos e fatos que venham a ocorrer.

LEI – APLICAÇÃO NO TEMPO – PENAL. O princípio da irretroatividade da lei surge robus-tecido ante o disposto no artigo 5º, inciso XL, da Constituição Federal – ‘a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.’

PENA – REGIME DE CUMPRIMENTO – DEFINIÇÃO. O regime de cumprimento da pena é norteado, considerada a proteção do condenado, pela lei em vigor na data em que implementada a prática delituosa.

PENA – REGIME DE CUMPRIMENTO – PROGRESSÃO – FATOR TEMPORAL. A Lei nº 11.464/07, que majorou o tempo necessário a progredir-se no cumprimento da pena, não se aplica a si-tuações jurídicas que retratem crime cometido em momento anterior à respectiva vigência – precedentes.

LEI PENAL – INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA – EXTENSÃO – IMPROPRIEDADE. Descabe interpretar analogicamente norma penal benéfica ao acusado a ponto de introduzir, no cenário, quan-to a instituto nela não tratado, exigência relativa ao cumprimento de parte da pena para progredir.”

A exigência de cumprimento de 1/6 da pena para a progressão de regime se aplica a crimes hediondos praticados antes da vigência da Lei 11.464/2007, que, ao alterar a redação do art. 2º da Lei 8.072/1990, estabeleceu o requisito temporal de 2/5, para condenado primário, e 3/5, para reincidente. Discutia-se a possibilidade de condenado por crime hediondo praticado ante-

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CLIPPING DA REPERCUSSÃO GERAL

riormente à edição da Lei 11.464/2007 obter direito à progressão de regime pelo cumprimento de 1/6 da pena. O Tribunal afirmou que, nos crimes hediondos perpetrados antes do advento da Lei 11.464/2007, a progressão de regime deveria observar o requisito previsto nos artigos 33 do CP e 112 da LEP, sistema mais favorável ao réu. Aduziu que o art. 1º, § 2º, da Lei 8.072/1990, na sua redação original, não poderia ser usado como parâmetro de comparação com a Lei 11.464/2007, porque declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do HC 82.959/SP (DJe de 1º/9/2006).(RE 579.167/AC, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 16/5/2013, acórdão publicado no DJe de 18/10/2013)

TEMA 209Direito Tributário; Imunidade Tributária

“EMENTA: Recurso extraordinário. Repercussão geral da questão constitucional reconhecida. 2. Direito Constitucional e Tributário. 3. FINSOCIAL. Natureza jurídica de imposto. Incidência sobre o faturamento. 4. Alcance da imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal, sobre livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão. Imunidade objetiva. Incidência sobre o objeto tributado. Na hipótese, cuida-se de tributo de incidente sobre o faturamento. Natureza pessoal. Não alcançado pela imunidade objetiva prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal. 5. Re-curso extraordinário a que se nega provimento.”

A contribuição para o Finsocial, incidente sobre o faturamento das empresas, não está abrangida pela imunidade objetiva prevista no art. 150, VI, d, da CF/88, anterior art. 19, III, d, da Carta de 1967/1969. Discutia-se a incidência da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da Cons-tituição sobre a contribuição para o Fundo de Investimento Social - Finsocial. O Tribunal asseve-rou que o Finsocial possuiria natureza tributária de imposto, incidente sobre o faturamento das empresas. Caracterizar-se-ia como tributo pessoal e, desse modo, não levaria em consideração a capacidade contributiva do comprador de livros, mas sim a do vendedor. Assim, a imunidade recairia sobre o livro (objeto tributado) e não sobre o livreiro ou sobre a editora.(RE 628.122/SP16, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/6/2013, acórdão publicado no DJe de 30/9/2013)

TEMA 283Direito Tributário; Imunidade Tributária

“EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNI-DADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO INCIDÊNCIA. TELEO-LOGIA DA NORMA. EMPRESA EXPORTADORA. CRÉDITOS DE ICMS TRANSFERIDOS A TERCEIROS.

I – Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestar-lhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima efetividade.

16 Substituiu o AI 749.128/SP, paradigma de repercussão geral.

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CLIPPING DA REPERCUSSÃO GERAL

II – A interpretação dos conceitos utilizados pela Carta da República para outorgar competências impositivas (entre os quais se insere o conceito de ‘receita’ constante do seu art. 195, I, ‘b’) não está sujeita, por óbvio, à prévia edição de lei. Tampouco está condicionada à lei a exegese dos dispositivos que estabelecem imunidades tributárias, como aqueles que fundamentaram o acórdão de origem (arts. 149, § 2º, I, e 155, § 2º, X, a’, da CF). Em ambos os casos, trata-se de interpretação da Lei Maior voltada a desvelar o alcance de regras tipicamente constitucionais, com absoluta independência da atuação do legislador tributário.

III – A apropriação de créditos de ICMS na aquisição de mercadorias tem suporte na técnica da não cumulatividade, imposta para tal tributo pelo art. 155, § 2º, I, da Lei Maior, a fim de evitar que a sua incidência em cascata onere demasiadamente a atividade econômica e gere distorções concorren-ciais.

IV – O art. 155, § 2º, X, ‘a’, da CF – cuja finalidade é o incentivo às exportações, desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus econômico, de modo a permitir que as empresas brasileiras exportem produtos, e não tributos -, imuniza as operações de exportação e assegura ‘a manutenção e o aprovei-tamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores’. Não incidem, pois, a COFINS e a contribuição ao PIS sobre os créditos de ICMS cedidos a terceiros, sob pena de frontal violação do preceito constitucional.

V – O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, ‘b’, da Constituição Federal, não se confunde com o conceito contábil. Entendimento, aliás, expresso nas Leis 10.637/02 (art. 1º) e Lei 10.833/03 (art. 1º), que determinam a incidência da contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS não cumula-tivas sobre o total das receitas, ‘independentemente de sua denominação ou classificação contábil’. Ainda que a contabilidade elaborada para fins de informação ao mercado, gestão e planejamento das empresas possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação das bases de cálculo de diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. A contabilidade constitui ferramenta utilizada também para fins tributários, mas moldada nesta seara pelos princípios e regras próprios do Direito Tributário. Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições.

VI – O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o exterior não gera receita tributável. Cuida-se de mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS, assegurada expressamente pelo art. 155, § 2º, X, ‘a’, da Constituição Federal.

VII – Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditar-se do ICMS anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior (art. 25, § 1º, da LC 87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito em função da exportação, além de vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus eco-nômico do ICMS, as verbas respectivas qualificam-se como decorrentes da exportação para efeito da imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal.

VIII -– Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS.

IX – Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput e inciso I, ‘b’, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicando-se aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543-B, § 3º, do CPC.”

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É inconstitucional a incidência da contribuição para PIS e da contribuição para Cofins não cumu-lativas sobre os valores recebidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. Discutia-se a possibilidade de os valores correspondentes à transferência de créditos de ICMS integrarem a base de cálculo de contribuição para PIS e da contribuição para Cofins não cumulativas. O Tribunal afirmou que o aproveitamento dos créditos de ICMS por oca-sião da saída imune para o exterior não geraria receita tributável. Tratar-se-ia de mera recupera-ção do montante pago a título de ICMS na cadeia antecedente, a fim de desonerar a exportadora. Asseverou que o art. 149, § 2º, I, da CF imunizaria as receitas provenientes de exportação. Ade-mais, as receitas oriundas da cessão a terceiros, por empresa exportadora, de créditos do ICMS, enquadrar-se-iam como “receitas decorrentes de exportação”.(RE 606.107/RS, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 22/5/2013, acórdão publicado no DJe de 25/11/2013)

TEMA 329Direito Tributário; Imunidade Tributária

“EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNI-DADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO INCIDÊNCIA. TELEO-LOGIA DA NORMA. VARIAÇÃO CAMBIAL POSITIVA. OPERAÇÃO DE EXPORTAÇÃO.

I – Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestar-lhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima efetividade.

II – O contrato de câmbio constitui negócio inerente à exportação, diretamente associado aos ne-gócios realizados em moeda estrangeira. Consubstancia etapa inafastável do processo de exportação de bens e serviços, pois todas as transações com residentes no exterior pressupõem a efetivação de uma operação cambial, consistente na troca de moedas.

III – O legislador constituinte - ao contemplar na redação do art. 149, § 2º, I, da Lei Maior as ‘re-ceitas decorrentes de exportação’ - conferiu maior amplitude à desoneração constitucional, suprimindo do alcance da competência impositiva federal todas as receitas que resultem da exportação, que nela en-contrem a sua causa, representando consequências financeiras do negócio jurídico de compra e venda internacional. A intenção plasmada na Carta Política é a de desonerar as exportações por completo, a fim de que as empresas brasileiras não sejam coagidas a exportarem os tributos que, de outra forma, onerariam as operações de exportação, quer de modo direto, quer indireto.

IV – Consideram-se receitas decorrentes de exportação as receitas das variações cambiais ativas, a atrair a aplicação da regra de imunidade e afastar a incidência da contribuição ao PIS e da COFINS.

V – Assenta esta Suprema Corte, ao exame do leading case, a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS sobre a receita decorrente da variação cambial positiva obtida nas operações de exportação de produtos.

VI – Ausência de afronta aos arts. 149, § 2º, I, e 150, § 6º, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicando-se aos recursos sobrestados, que versem

sobre o tema decidido, o art. 543-B, § 3º, do CPC.”É inconstitucional a incidência da contribuição para o PIS e da contribuição para a Cofins sobre a receita decorrente da variação cambial positiva obtida nas operações de exportação. Discutia-

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-se o alcance da expressão “receitas decorrentes de exportação” contida no art. 149, § 2º, I, da CF, de forma a avaliar se abrange inclusive a receita decorrente de variação cambial positiva. O Tribunal aduziu que o contrato de câmbio consubstanciaria etapa inafastável de processo de exportação de bens e serviços, diretamente associada aos negócios realizados em moeda estran-geira. Ademais, enfatizou que a imunidade em questão não seria concedida apenas às “receitas de exportação”, mas também às “receitas decorrentes de exportação”, cuja expressão “decorrentes” confe-riria maior amplitude à desoneração constitucional. Concluiu que eventual variação da taxa de câmbio entre o fechamento e a liquidação do contrato configuraria receita decorrente de ex-portação, sempre que favorável ao exportador. Assim, as receitas cambiais relativas à exportação estariam abrangidas pela imunidade do art. 149, § 2º, I, da CF.(RE 627.815/PR, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 23/5/2013, acórdão publicado no DJe de 1º/10/2013)

TEMA 1Direito Tributário; Tributos

“EMENTA: Tributário. Recurso extraordinário. Repercussão geral. PIS/COFINS – importação. Lei nº 10.865/04. Vedação de bis in idem. Não ocorrência. Suporte direto da contribuição do impor-tador (arts. 149, II, e 195, IV, da CF e art. 149, § 2º, III, da CF, acrescido pela EC 33/01). Alíquota específica ou ad valorem. Valor aduaneiro acrescido do valor do ICMS e das próprias contribuições. Inconstitucionalidade. Isonomia. Ausência de afronta.

1. Afastada a alegação de violação da vedação ao bis in idem, com invocação do art. 195, § 4º, da CF. Não há que se falar sobre invalidade da instituição originária e simultânea de contribuições idênticas com fundamento no inciso IV do art. 195, com alíquotas apartadas para fins exclusivos de destinação.

2. Contribuições cuja instituição foi previamente prevista e autorizada, de modo expresso, em um dos incisos do art. 195 da Constituição validamente instituídas por lei ordinária. Precedentes.

3. Inaplicável ao caso o art. 195, § 4º, da Constituição. Não há que se dizer que devessem as contribuições em questão ser necessariamente não-cumulativas. O fato de não se admitir o crédito senão para as empresas sujeitas à apuração do PIS e da COFINS pelo regime não-cumulativo não chega a implicar ofensa à isonomia, de modo a fulminar todo o tributo. A sujeição ao regime do lucro presumido, que implica submissão ao regime cumulativo, é opcional, de modo que não se vislumbra, igualmente, violação do art. 150, II, da CF.

4. Ao dizer que a contribuição ao PIS/PASEP - Importação e a COFINS - Importação poderão ter alíquotas ad valorem e base de cálculo o valor aduaneiro, o constituinte derivado circunscreveu a tal base a respectiva competência.

5. A referência ao valor aduaneiro no art. 149, § 2º, III, a , da CF implicou utilização de expres-são com sentido técnico inequívoco, porquanto já era utilizada pela legislação tributária para indicar a base de cálculo do Imposto sobre a Importação.

6. A Lei 10.865/04, ao instituir o PIS/PASEP -Importação e a COFINS - Importação, não alar-gou propriamente o conceito de valor aduaneiro, de modo que passasse a abranger, para fins de apura-ção de tais contribuições, outras grandezas nele não contidas. O que fez foi desconsiderar a imposição constitucional de que as contribuições sociais sobre a importação que tenham alíquota ad valorem

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sejam calculadas com base no valor aduaneiro, extrapolando a norma do art. 149, § 2º, III, a, da Constituição Federal.

7. Não há como equiparar, de modo absoluto, a tributação da importação com a tributação das operações internas. O PIS/PASEP - Importação e a COFINS - Importação incidem sobre operação na qual o contribuinte efetuou despesas com a aquisição do produto importado, enquanto a PIS e a COFINS internas incidem sobre o faturamento ou a receita, conforme o regime. São tributos distintos.

8. O gravame das operações de importação se dá não como concretização do princípio da isono-mia, mas como medida de política tributária tendente a evitar que a entrada de produtos desonerados tenha efeitos predatórios relativamente às empresas sediadas no País, visando, assim, ao equilíbrio da balança comercial.

9. Inconstitucionalidade da seguinte parte do art. 7º, inciso I, da Lei 10.865/04: ‘acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições’, por violação do art. 149, § 2º, III, a, da CF, acres-cido pela EC 33/01.

10. Recurso extraordinário a que se nega provimento.”É inconstitucional a inclusão de ICMS, bem como de PIS/Pasep e de Cofins, na base de cál-culo dessas mesmas contribuições sociais incidentes sobre a importação de bens e serviços. Discutia-se a constitucionalidade da expressão acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições, contida no inciso I do art. 7º da Lei 10.865/2004. A Corte reputou violado o art. 149, § 2º, III, a, da CF, introduzido pela EC 33/2001, e, em consequência, assentou a inconstitucionalidade da mencio-nada expressão.(RE 559.937/RS17, rel. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 20/3/2013, acórdão publicado no DJe de 17/10/2013)

TEMA 21Direito Tributário; Tributos

“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI ES-TADUAL: PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTA DE IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE BENS E DIREITOS. CONSTITUCIONALIDADE. ART. 145, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRINCÍPIO DA IGUALDADE MATERIAL TRIBUTÁRIA. OBSERVÂNCIA DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVI-DO.”

É constitucional a fixação de alíquota progressiva para o Imposto sobre Transmissão Causa Mor-tis e Doação - ITCD. Discutia-se a constitucionalidade de lei estadual que previa o sistema pro-gressivo de alíquotas para o ITCD. A Corte assentou que todos os impostos estariam sujeitos ao princípio da capacidade contributiva (CF, art. 145, § 1º), independentemente do seu caráter

17 Substituiu o RE 559.607/SC, paradigma de repercussão geral.

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pessoal ou real. Destacou, ainda, que a aludida progressividade não teria como descambar para o confisco, porquanto haveria o controle do teto das alíquotas pelo Senado Federal (CF, art. 155, § 1º, IV). Além disso, afastou a necessidade de emenda constitucional para o estabelecimento da progressividade para o ITCD. (RE 562.045/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/2/2013, acórdão publicado no DJe de 27/11/2013)

Repercussão geral reconhecida e mérito pendente de julgamento

TEMA 362Direito Administrativo; Responsabilidade Civil do Estado

“EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO – DANO DECORRENTE DE CRIME PRATICADO POR PRESO FORAGIDO. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da responsa-bilidade civil do Estado em face de dano decorrente de crime praticado por preso foragido, haja vista a omissão no dever de vigilância por parte do ente federativo.”

Possui repercussão geral a controvérsia relativa à responsabilidade civil do Estado em face de dano decorrente de crime praticado por preso foragido.(RE 608.880 RG/MT, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/2/2011, acórdão publicado no DJe de 18/9/2013)

TEMA 602Direito Administrativo; Sistema Remuneratório

“EMENTA: Recurso extraordinário. Paridade dos inativos. Art. 40, § 8º, da CF (redação dada pela Emenda Constitucional 20/1998) Servidores aposentados e pensionistas do extinto Departa-mento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) Extensão dos efeitos financeiros previstos no Plano Especial de Cargos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Repercussão geral reconhecida.”

Possui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de extensão, a servidores aposentados

e pensionistas, dos efeitos financeiros decorrentes do enquadramento de servidores ativos do extinto

Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER no Plano Especial de Cargos do Departamento

Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT.

(RE 677.730 RG/RS, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Men-des, julgado em 19/10/2012, acórdão publicado no DJe de 25/10/2013)

TEMA 664 Direito Administrativo; Sistema Remuneratório

“EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICA-ÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE TÉCNICA DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA.

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GDATFA. TERMO FINAL DO DIREITO À PARIDADE REMUNERATÓRIA ENTRE SERVIDO-RES ATIVOS E INATIVOS. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.

Apresenta repercussão geral o recurso extraordinário no qual se discute a fixação do termo final do direito à paridade remuneratória entre servidores ativos e inativos, prevista no artigo 40, § 8º, da Constituição Federal.”

Possui repercussão geral a controvérsia relativa à extensão da Gratificação de Desempenho de Atividade

Técnica de Fiscalização Agropecuária - GDATFA, instituída pela Lei Federal 10.484/2002, aos servidores

inativos, no mesmo patamar pago aos servidores em atividade, bem como a fixação do termo final dessa

equiparação, à luz do art. 40, § 8º, da Constituição (com a redação anterior à Emenda Constitucional

41/2003).

(RE 662.406 RG/AL, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 21/6/2013, acórdão publicado no DJe de 13/8/2013)

TEMA 661Direito Constitucional; Direitos e Garantias Fundamentais

“EMENTA: PROCESSO PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. ALEGAÇÃO DE VIO-LAÇÃO AOS ARTIGOS 5º; 93, INCISO IX; E 136, § 2º DA CF. ARTIGO 5º DA LEI N. 9.296/96. DISCUSSÃO SOBRE A CONSTITUCIONALIDADE DE SUCESSIVAS RENOVAÇÕES DA MEDIDA. ALEGAÇÃO DE COMPLEXIDADE DA INVESTIGAÇÃO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. RELEVÂNCIA SOCIAL, ECONÔMICA E JURÍDICA DA MATÉRIA. REPERCUSSÃO GERAL RE-CONHECIDA.”

Possui repercussão geral a controvérsia relativa à possibilidade de prorrogações sucessivas do prazo de autorização judicial para interceptação telefônica, por decisão judicial fundamentada, ainda que de forma sucinta.(RE 625.263 RG/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/6/2013, acórdão publicado no DJe de 9/9/2013)

TEMA 665Direito Tributário; Tributos

“EMENTA: REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO PIS. DEFINIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS DE REVISÃO 1/94, 10/96 E 17/97. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. EXCLUSÕES DETERMINADAS PELA MP 727/94 (REEDIÇÃO DA MP 517/94). VALIDADE. FIXAÇÃO DE ALÍQUOTA MAIOR. INS-TITUIÇÕES FINANCEIRAS E EQUIPARADAS. ISONOMIA.

REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.”Possui repercussão geral a controvérsia relativa à exigência da contribuição para o PIS, destinada à com-

posição do Fundo Social de Emergência (ADCT, art. 72), na forma estabelecida pela Emenda Constitucio-

nal 10/96, com reflexos também no período de vigência de outras normas que efetuaram modificações

na base de cálculo e na alíquota da exação.

(RE 578.846 RG/SP, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/6/2013, acórdão publicado no DJe de 26/8/2013)

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TEMA 557Direito Administrativo; Agentes Públicos

“EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EX-TRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO. REDIS-CUSSÃO DA MATÉRIA. EFEITOS INFRINGENTES. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO DE INEXIS-TÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. IRRECORRIBILIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS.

I – Ausência dos pressupostos do art. 535, I e II, do Código de Processo Civil.II – O embargante busca tão somente a rediscussão da matéria, porém os embargos de declaração

não constituem meio processual adequado para a reforma do decisum, não sendo possível atribuir-lhes efeitos infringentes, salvo em situações excepcionais, o que não ocorre no caso em questão.

III – A decisão desta Corte que assenta a inexistência de repercussão geral da questão versada no extraordinário é irrecorrível, art. 543-A do CPC e art. 326 do RISTF. Nesse contexto, a interposição de embargos com o propósito de infirmar aquela decisão revela o intento de burlar os mencionados dispositivos legais.

IV – Embargos de declaração não conhecidos.”O Tribunal, ao julgar embargos de declaração, deles não conheceu e manteve o entendimento firmado no julgamento do recurso extraordinário. Dessa forma, reafirmou-se a orientação no sentido de que não possui repercussão geral a controvérsia relativa à constitucionalidade de critérios específicos adotados pela Lei 11.000/2004, do Município de Curitiba/PR, que, para “crescimento vertical” (promoção) de servidores públicos municipais, estabelece como conta-gem de pontos o tempo de gerenciamento de equipes decorrente de designação formal.(RE 630.152 RG-ED/PR18, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 6/6/2013, acórdão publi-cado no DJe de 1º/8/2013)

TEMA 614Direito do Consumidor; Direitos e Garantias do Consumidor

“EMENTA: Código de Defesa do Consumidor. 2. Cobrança de tarifas e taxas administrativas acessórias, vinculadas a contratos bancários. Controvérsia que se situa no âmbito da legislação infra-constitucional. Inexistência de repercussão geral.”

Não possui repercussão geral a controvérsia relativa à cobrança de tarifas e taxas administrativas acessórias, vinculadas a contratos bancários. (ARE 675.505 RG/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/11/2012, acórdão publicado no DJe de 1º/8/2013)

18 RE 630.152 RG/PR: julgado em 15/6/2012, acórdão publicado no DJe de 1º/8/2013.

Repercussão geral não reconhecida

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TEMA 623Direito do Consumidor; Responsabilidade Civil

“EMENTA: DIREITO DO CONSUMIDOR. ESPERA EXCESSIVA EM FILA DE INSTITUI-ÇÃO FINANCEIRA. DANOS MATERIAIS E MORAIS. NECESSIDADE DE REEXAME DA LEGIS-LAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.

A questão atinente à responsabilidade por danos materiais e morais decorrentes da espera excessiva em fila de instituição financeira não tem estatura constitucional, fazendo-se necessário o exame da legislação infraconstitucional e do conjunto fático-probatório dos autos (Súmulas 280 e 279 do STF).

Inexistência de repercussão geral da matéria suscitada. Recurso extraordinário não conhecido.” Não possui repercussão geral a controvérsia relativa ao direito à indenização por danos morais e materiais decorrentes da espera excessiva em fila de instituição financeira.(ARE 687.876 RG/RJ, rel. Ministro Presidente, julgado em 6/12/2012, acórdão publicado no DJe de 16/12/2013)

TEMA 636Direito do Trabalho; Remuneração

“EMENTA: CONVERSÃO DO DIREITO DE USO DE LINHAS TELEFÔNICAS. DIREITO ACIONÁRIO. INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL”.

Não possui repercussão geral a controvérsia relativa à conversão do direito de uso de linhas telefônicas, adquirido antes da privatização do Sistema Telebrás, em direito acionário de nova sociedade de economia mista criada pelo Município de Londrina.(RE 727.281 RG/PR, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 15/3/2013, acórdão republicado no DJe de 26/8/2013)

TEMA 663Direito Previdenciário; Benefícios Previdenciários

“EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. TEMPO DE ATIVIDADE ESPECIAL CONVERTIDO EM TEMPO DE SERVIÇO COMUM. CÁLCULO DE BENEFÍCIO. INCIDÊNCIA DO FATOR PREVIDENCIÁRIO. AUSÊNCIA DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. INEXISTÊN-CIA DE REPERCUSSÃO GERAL.”

Não possui repercussão geral a controvérsia relativa à incidência do fator previdenciário sobre período trabalhado em condições especiais convertido em tempo de serviço comum para o cál-culo de aposentadoria por tempo de contribuição.(ARE 748.444 RG/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 13/6/2013, acórdão publi-cado no DJe de 16/8/2013)

TEMA 660Direito Processual Civil; Princípios e Garantias Processuais

“EMENTA: Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos

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princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitu-cionais. Rejeição da repercussão geral.”

Não possui repercussão geral a controvérsia relativa à violação dos princípios do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal, quando o julgamento da causa depender de prévia análise da adequada aplicação de nor-mas infraconstitucionais.(ARE 748.371 RG/MT, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 7/6/2013, acórdão publicado no DJe de 1º/8/2013)