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Maio/1999

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 CARACTERIZAÇÃO E PANORAMA DA OVINOCAPRINOCULTURA NO ÂMBITO MUNDIAL, NACIONAL, REGIONAL E ESTADUAL

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33.13.23.3

MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO Mercado de Carne Mercado de Pele Mercado de Leite de Cabra

23232729

4 O SISTEMA AGROINDUSTRIAL 32

5 OPORTUNIDADES E AMEAÇAS 33

6 PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS 34

77.17.27.37.47.57.6

O PROGRAMA Diretrizes e estratégias Objetivos Metas Agentes e parceiros Ações indicadas Ações implementadas

36374141424349

8 CONCLUSÕES 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52

ANEXOS

1 – Caracterização das principais raças de caprinos e ovinos criadas no Nordeste

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2 – SAG Caprinocultura de Leite 563 – SAG Ovinocaprinocultura de Corte 574 – Calendário de combate e controle das principais doenças infecciosas e parasitárias e estações de monta indicadas para os Estados nordestinos

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LISTA DE TABELAS 3LISTA DE QUADROS 3LISTA DE DIAGRAMA 3

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Nordeste – Rebanhos caprino e ovino 7

Tabela 2 Variação nas médias de peso vivo, peso e rendimento de carcaça de ovinos de acordo com a idade de abate

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Comparação entre as evoluções de rebanho bovino e caprino em um período de 12 anos

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Quadro 2 Recuperação anual do capital empregado em um rebanho de 10 vacas e 10 cabras

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Quadro 3 Maranhão – Rebanhos caprino e ovino por microrregião 14

Quadro 4 Piauí – Rebanhos caprino e ovino por microrregião 15

Quadro 5 Ceará – Rebanhos caprino e ovino por microrregião 16

Quadro 6 Rio Grande do Norte – Rebanhos caprino e ovino por microrregião 17

Quadro 7 Paraíba - Rebanhos caprino e ovino por microrregião 18

Quadro 8 Pernambuco - Rebanhos caprino e ovino por microrregião 19

Quadro 9 Alagoas – Rebanhos caprino e ovino por microrregião 20

Quadro 10 Sergipe - Rebanhos caprino e ovino por microrregião 20

Quadro 11 Bahia - Rebanhos caprino e ovino por microrregião 21

Quadro 12 Norte de Minas Gerais – Rebanhos caprino e ovino por microrregião

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Quadro 13 Corte da carne de caprinos e ovinos 24

Quadro 14 Preço de venda ao consumidor e consumo per capita no Brasil 24

Quadro 15 Consumo per capita anual de carne ovina e caprina em Fortaleza 25

LISTA DE DIAGRAMA

Diagrama 1 Representação de um sistema agroindustrial 13

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1 INTRODUÇÃO

Detendo expressiva área territorial, a região Nordeste do Brasil concentra aproximadamente 30% da população brasileira e tem um PIB da ordem de US$ 134,2 bilhões de reais (SUDENE, 1998). Esses números mostram como a Região supera nesses indicadores alguns países da América Latina, constituindo-se num grande mercado com muitas potencialidades produtivas.

Por outro lado, cabe destacar que o semi-árido1 nordestino compreende uma área de 900.506 km2, alcançando 1.085.187 km2 quando considerado o semi-árido do Norte de Minas Gerais (SUDENE, 1997). Essa área sofre os efeitos de estiagens prolongadas que, ao lado de uma série de outros problemas ainda não resolvidos, têm contribuído para o grave quadro de pobreza que persiste na Região.

Tal quadro evidencia que o modelo de desenvolvimento vigente não foi capaz de superar as dificuldades, persistindo as disparidades da Região em relação às demais do país.

A mudança dessa realidade requer contínuo aprimoramento da postura institucional e empresarial, grande esforço de articulação entre o setor público, o setor privado e a sociedade em busca de soluções calcadas na otimização de fatores endógenos e menos dependentes, além de forte ênfase nos investimentos em educação, pesquisa e tecnologia, planejamento flexível e participativo e visão de mercado, para a inserção mercadológica competitiva dos segmentos produtivos de um modo geral.

O Nordeste tem forte vocação para a pecuária, com uma afinidade cultural histórica para a pecuária bovina de corte, que já exerceu papel importante na economia nordestina. Hoje prevalece no semi-árido a pecuária bovina leiteira, que enfrenta sérios problemas de competitividade, especialmente no segmento de pequenos produtores.

Nesse contexto, a ovinocaprinocultura afigura-se negócio promissor, haja vista a sua adaptabilidade às condições locais, possibilidade de exploração por todas as categorias de produtores, crescimento do mercado e interesse do empresariado local pela atividade, com perspectivas de inserção competitiva, focada na visão sistêmica de cadeia produtiva.

Além da capacidade de resposta econômica e social, a ovinocaprinocultura pode contribuir para a preservação do meio ambiente, quer pelo aproveitamento de forrageiras nativas já existentes, quer pela possibilidade de reflorestamento para aproveitamento na alimentação animal.

1 Conforme Ab’Sáber (1974), o semi-árido nordestino fica situado em posição marginal, relativamente aos ambientes de climas áridos e semi-áridos tropicais e sub-tropicais do Globo. Trata-se de uma região com delimitação e características geoambientais reunindo: expressiva extensão da área semi-árida quente, com baixos índices pluviométricos – inferiores a 800 mm - concentrados em poucos meses e acentuada irregularidade temporo-espacial das chuvas; elevadas taxas de evapotranspiração; pequena capacidade de retenção de água nas áreas de depressão sertaneja e demais unidades geossistêmicas situadas em terreno de embasamento cristalino; proporção de terras simultaneamente favorecidas por condições edafo-climáticas e com limitações de ordem topográfica; baixo potencial de natureza hidro-energética em função da larga preponderância de rios intermitentes sazonais (FUNCEME, 1993)

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O presente trabalho contém, na sua primeira parte, uma visão global da atividade nos mercados mundial, nacional e regional, ressaltando suas características, vantagens competitivas, oportunidades, ameaças e obstáculos existentes em toda a cadeia produtiva. Em sua segunda parte, concentra informações relativas ao Sistema Agroindustrial (SAG) da ovinocaprinocultura, dentro de uma visão sistêmica, sob o amparo dos ambientes institucional e organizacional envolvidos. Finalmente, contempla o Plano de Ações para a implementação do Programa, definindo diretrizes, estratégias, objetivos, metas, parceiros, e as ações integradas que tendem a favorecer o desenvolvimento sustentável da atividade.

Para sua elaboração foram utilizadas informações sobre a atividade em cada Estado da Região, obtidas mediante contato com empresas, criadores, técnicos e demais agentes da cadeia produtiva, sob a coordenação do Banco do Nordeste. Os dados secundários são oriundos de pesquisas desenvolvidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Ceará (EPACE), já extinta, e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

Por fim, vale salientar que trata-se de documento executivo e negocial, com foco no cliente e nos requisitos de competitividade, menos direcionado para os aspectos técnicos da atividade.

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2 CARACTERIZAÇÃO E PANORAMA DA OVINOCAPRINOCULTURA NO ÂMBITO MUNDIAL, NACIONAL, REGIONAL E ESTADUAL

2.1 – No Mundo

A ovinocaprinocultura é uma atividade econômica explorada em quase todos os países, estando presente em áreas de diferentes climas, solos e coberturas vegetais. No entanto, essa exploração só apresenta expressão econômica em poucos países, sendo, na maioria dos casos, desenvolvida em sistema extensivo e com incipiente tecnologia.

Segundo dados da FAO, os maiores detentores de rebanho ovino são a Austrália, a China e a Nova Zelândia, que concentram, respectivamente, 14 %, 9% e 5% do efetivo mundial. Quanto à espécie caprina, os maiores criadores são a Índia, a China e o Paquistão, que detêm, respectivamente, 20%, 15% e 6,5% do rebanho mundial (FAO, apud Seara,1996).

2.2 – No Brasil

O Brasil detém apenas 1,7% do plantel mundial de ovinos (11,8 milhões de cabeças) e 2,1% do rebanho caprino mundial (18,6 milhões de cabeças), apesar de possuir condições edafoclimáticas semelhantes ou até superiores às dos países maiores criadores dessas espécies (FAO, apud Seara,1996).

Considerando a dimensão territorial brasileira e as condições ambientais favoráveis à exploração da ovinocaprinocultura, os nossos rebanhos não apresentam quantitativos expressivos, principalmente quando comparados com a criação de bovinos, cujo efetivo nacional é da ordem de 150 milhões de cabeças, ou com o desenvolvimento atingido pela avicultura no país.

O rebanho ovino brasileiro está concentrado na Região Sul, sendo o estado do Rio Grande do Sul responsável por 63% do total nacional, seguido da região Nordeste, onde se destacam os estados da Bahia, Ceará e Piauí como maiores criadores. O Nordeste concentra a quase totalidade do rebanho caprino nacional, predominando raças com aptidão para corte.

No Brasil, a caprinocultura leiteira é incipiente, estando mais desenvolvida nas regiões Sul e Sudeste, destacando-se os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. De consumo reduzido, o leite e queijos de cabra oriundos da região são produtos raramente presentes em estabelecimentos comerciais. Apenas existem nos supermercados queijos importados.

2.3 – No Nordeste

A ovinocaprinocultura está presente em todos os estados nordestinos. Tradicionalmente explorada por um grande número de produtores da área rural, especialmente da região semi-árida.

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O Nordeste brasileiro é detentor de 10,4 milhões de caprinos e 7,2 milhões de ovinos, na sua quase totalidade deslanados, correspondendo respectivamente a 89% e 39% do rebanho nacional, fato que demonstra a vocação natural da Região para o desenvolvimento da ovinocaprinocultura. O Estado da Bahia concentra os maiores plantéis dessas espécies, com 4,4 milhões de caprinos e 2,8 milhões de ovinos (TABELA 1).

TABELA 1

NordesteRebanhos Caprino e Ovino

ESTADOCAPRINO (Cabeças)

OVINO (Cabeças)

Maranhão 511.499 171.530Piauí 2.233.609 1.296.813Ceará 1.139.544 1.380.580Rio Grande do Norte 285.428 322.887Paraíba 481.298 337.060Pernambuco 1.351.406 601.642Alagoas 72.235 116.474Sergipe 23.186 162.630Bahia 4.446.155 2.827.963

TOTAL (NORDESTE) 10.544.360 7.217.579

TOTAL (BRASIL) 11.807.635 18.607.665

NE/BR (%) 89,3 38,8

REBANHO MUNDIAL DE CAPRINOS E OVINOS: 991.425.000 CABEÇAS (1)

Fonte: IBGE e FNP/Anualpec/1998 (Estimativa) (1) Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)

A Região é povoada por diversos grupos raciais de ovinos e caprinos (ANEXO 1). No caso da espécie caprina, as raças leiteiras são originárias da Europa, África e Ásia, destacando-se as raças Saanen, Alpina ou Parda Alpina, Toggenbourg, Murciana e Anglo Nubiana, esta última com aptidão também para corte. São menos difundidas as raças Alpina Britânica, Alpina Americana e Alpina Canadense.

Relativamente aos tipos raciais com aptidão para corte, destacam-se as raças Mambrina, Angorá, Jamnapari e Bhuj brasileira, bem como exemplares das raças nativas Moxotó Canindé, Marota, Repartida e Gurguéia. No entanto, estima-se que 84% do efetivo caprino nacional é constituído dos tipos denominados SRD (Sem Raça Definida). Mais recentemente têm sido importados exemplares da raça Boer, originária da África do Sul e melhorada geneticamente nos Estados Unidos e Canadá, de grande aceitação por sua elevada precocidade.

Na espécie ovina, as raças apresentam aptidões diversas – carne, leite, lã e mistas. Para o Nordeste interessa apenas o ovino para produção de carne,

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uma vez que os caprinos são mais produtivos em leite e os ovinos lanados não se adaptam ao clima da Região. Dentre as raças exóticas, sobressaem-se as originárias da África e da Europa, a saber: Bergamácia, Somális, Texel, Suffolk, Roney Marsh, Dorset, Dorper, Hampshire. Dentre as raças nacionais destacam-se: Morada Nova, Santa Inês, Somális brasileira e a Cariri, recém criada na Paraíba. Há outros tipos sem raça definida, a exemplo das Meia-lã, Rabo Largo ou Rabada Larga e Cara Preta, resultantes de cruzamentos aleatórios entre raças definidas e animais nativos.

A atividade é relevante para a economia do Nordeste, na medida em que a produção de caprinos e ovinos constitui alternativa na oferta de carne, leite e derivados, contribuindo para a melhoria da dieta alimentar, especialmente da população rural, e aumento da renda do produtor. A produção de pele, de aceitação nacional e internacional, tem correspondido, a 30% do valor atribuído ao animal abatido, constituindo receita adicional para o criador e gerando divisas para os estados e o país. Além disso, atua como mais um atrativo para ocupar grande contingente de pessoas no campo, contribuindo para sua permanência na área rural.

Diversas são as razões que justificam a implementação de um programa de ações para o desenvolvimento da ovinocaprinocultura no Nordeste, dentre as quais se destacam:

Expressiva área e população envolvida. Tradição como exploração pecuária familiar e de baixo custo. Geração de emprego e renda. Alternativa viável para as pequenas unidades produtivas. Adaptabilidade das espécies ao semi-árido nordestino. Tecnologia disponível para a criação intensiva e em base empresarial. Baixa produtividade dos rebanhos locais. Mercado potencial para carne, leite, peles e derivados. O leite de cabra, pelas inúmeras propriedades de sua composição, substitui

em muitos casos, o leite materno – cerca de 10% da população mundial de crianças manifestam problemas de consumo do leite bovino.

Ambiente favorável ao desenvolvimento de atividades agropecuárias integradas.

Ademais, vale ressaltar algumas vantagens comparativas da ovinocaprinocultura em relação à bovinocultura, de maior expressão na Região (NOGUEIRA FILHO, 1999), a saber:

a) a quantidade diária de volumoso necessária para alimentar um bovino adulto de 450 kg é suficiente para alimentar 8 ovinos adultos;

b) um ovino mestiço (cruzamento com a raça Dorper ou Texel, por exemplo) atinge 40 kg de peso vivo em apenas quatro meses;

c) em um ano, onde se cria 1 bovino, criam-se 24 ovinos;

d) um bovino com quatro anos pesa em torno de 400 kg, enquanto na mesma área e no mesmo período são produzidos 96 ovinos, que pesam 3.840 kg (96 cabeças x 40 kg);

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e) um bovino consome 80 litros de água por dia. Em um mês, consome 2.400 litros de água, quantidade suficiente para o consumo de 9,6 ovinos; e

f) em geral, os ovinos são criados e engordados com alimentação à base de pastagens cultivadas (leucena, cunhã, guandú, gramíneas etc) e/ou nativas melhoradas, enquanto os bovinos, normalmente, exigem, além das pastagens, alimentação suplementar à base de concentrados.

Os Quadros 1 e 2 mostram evoluções de plantéis bovino e caprino, comparando o crescimento vegetativo de cada rebanho, o investimento inicial com a aquisição de 10 vacas e 10 cabras e a respectiva recuperação do capital inicial, acrescido do valor dos animais nascidos ao longo de 12 anos.

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QUADRO 1

Comparação entre as evoluções de rebanhos bovino e caprino em um período de 12 anos.

Rebanho bovino

AnoFêmeas

Vacas Crias Total 1 10 4 bezerras 14 2 9 4 bezerras + 4 garrotas 17 3 8 3 bezerras + 4 garrotas + 4 novilhas 19 4 11 4 bezerras + 3 garrotas + 4 novilhas 22 5 13 5 bezerras + 4 garrotas + 3 novilhas 25 6 14 6 bezerras + 5 garrotas + 4 novilhas 29 7 16 6 bezerras + 6 garrotas + 5 novilhas 33 8 19 8 bezerras + 6 garrotas + 6 novilhas 39 9 22 9 bezerras + 8 garrotas + 6 novilhas 4510 25 10 bezerras + 8 garrotas + 8 novilhas 5111 28 11 bezerras + 9 garrotas + 8 novilhas 5612 31 12 bezerras + 10 garrotas + 9 novilhas 62

Rebanho caprino

AnoFêmeas

Cabras Crias Total 1 10 8 até um ano 18 2 12 10 até um ano + 3 mais de um ano 25 3 18 15 até um ano + 4 mais de um ano 37 4 24 21 até um ano + 6 mais de um ano 51 5 34 29 até um ano + 9 mais de um ano 72 6 48 41 até um ano + 13 mais de um ano 102 7 70 59 até um ano + 18 mais de um ano 147 8 98 82 até um ano + 26 mais de um ano 206 9 138 116 até um ano + 37 mais de um ano 29110 195 164 até um ano + 52 mais de um ano 39611 275 231 até um ano + 74 mais de um ano 58012 389 327 até um ano + 104 mais de um ano 820

Indicadores Técnicos:

a) Bovinos: Parição - 80% ao ano; Descarte ano I - 5%, ano II - 8%, demais anos 15%; Mortalidade - bezerras - 6%, garrotas - 3% e adultos - 2%.

b) Caprinos: 80% de parição a cada 8 meses, ou seja 120% ao ano, com 40% de partos duplos; Descarte 20% ao ano; Mortalidade - adultos - 3%; animais até um ano - 10%.

Obs.: Com inseminação artificial tanto nas vacas, como nas cabras.

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QUADRO 2

Recuperação anual do capital empregado em um rebanho de 10 vacas e 10 cabras (R$)

Rebanho bovino

AnoFêmeas

Vacas Crias Total (1)

1 10.000 800 10.800 2 9.000 800 + 1.600 11.400 3 8.000 600 + 1.600 + 2.800 13.000 4 11.000 800 + 1.200 + 2.800 15.800 5 13.000 1.000 + 1.600 + 2.100 17.700 6 14.000 1.200 + 2.000 + 2.800 20.000 7 16.000 1.200 + 2.400 + 3.500 23.100 8 19.000 1.600 + 2.400 + 4.200 25.800 9 22.000 1.800 + 3.200 + 4.200 31.20010 25.000 2.000 + 3.200 + 5.600 35.80011 28.000 2.200 + 3.600 + 5.600 39.40012 31.000 2.400 + 4.000 + 6.300 43.700

Rebanho caprino

AnoFêmeas

Cabras Crias Total (1)

1 1.500 480 1.980 2 1.800 600 + 450 2.850 3 2.700 900 + 600 4.200 4 3.600 1.260 + 900 5.760 5 5.100 1.740 + 1.350 8.190 6 7.200 2.460 + 1.950 11.610 7 10.500 3.540 + 2.700 16.740 8 14.700 4.950 + 3.900 23.550 9 20.700 6.960 + 5.550 33.21010 29.250 9.900 + 7.800 46.95011 41.250 13.860 + 11.100 66.21012 58.350 19.620 + 15.600 93.570

(1) Valores em R$ (abril-99): vaca - 1.000,00; novilha - 700,00; garrota - 400,00 e bezerra -200,00; cabra - 150,00; cabrita - 60,00.

Convém ressaltar que os resultados acima apresentados somente poderão ocorrer nos casos em que forem dispensadas aos rebanhos condições adequadas de exploração.

A maioria dos criatórios de ovinos e caprinos do Nordeste está concentrada na região semi-árida, haja vista as condições favoráveis ao seu desenvolvimento.

Mesmo assim, persiste uma série de obstáculos à expansão da atividade, dentre as quais destacam-se as condições inadequadas de alimentação, manejo e os ineficientes controles sanitários e processos de reprodução, resultando em baixa produtividade de leite e carne.

Os principais produtos oriundos da ovinocaprinocultura nordestina são a carne, o leite, as peles e os queijos. A carne ainda apresenta baixo consumo per capita no Brasil, com um mercado ainda restrito ao meio rural e segmentos específicos de consumo dos grandes centros. O leite de cabra, igualmente, é

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explorado apenas de forma artesanal, exceto no Rio Grande do Norte onde o Governo daquele Estado tem um programa de distribuição de leite, cujo volume mensal pasteurizado situa-se em torno de 5.000 litros/mês. As peles dos ovinos e caprinos criados no Nordeste são consideradas de excelente qualidade, podendo alcançar preços compensadores quando bem tratadas. No entanto, os sistemas de criação utilizados, o processo de abate dos animais e a tecnologia primária empregada no processamento da pele têm contribuído para sua depreciação e, consequentemente, para o baixo retorno econômico.

Ainda que a ovinocaprinocultura não apresente índices econômicos relevantes na Região, sabe-se da sua importância como fonte de proteína animal para as populações de baixa renda do meio rural, na oferta de peles para a indústria coureiro-calçadista e para exportação. Outra opção viável é a exploração de cabras leiteiras, bastante avançada em países da Europa, especialmente França, Espanha, Suíça, Inglaterra e Itália, além dos Estados Unidos e Canadá.

Embora a Região seja vocacionada para a atividade, haja vista as propícias condições edafoclimáticas e da vegetação nativa, com raras exceções, apresenta limitações passíveis de superação. Essas limitações se agravam pela forma ultra-extensiva como os rebanhos são conduzidos, sem a adoção das mais elementares práticas de manejo, alimentação e profilaxia. Do ponto de vista do manejo, grande parte dos criadores não pratica a suplementação protéica, vacinações preventivas, controle reprodutivo, melhoramento genético e adoção de tecnologias eficientes, implicando baixa produtividade, baixo desfrute, insatisfatórios rendimento de carcaça e peles de qualidade inferior, gerando limitados resultados econômicos e financeiros. Por outro lado, a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura mostra-se desarticulada, sem regularidade na oferta, preços elevados e com qualidade que não satisfaz às expectativas do mercado consumidor.

Para enfrentar essas dificuldades, de forma a estabelecer vantagens competitivas para a atividade, há necessidade de se melhorar os sistemas produtivos (seleção da raça, manejo, alimentação, melhoramento genético, sanidade), adequar a etapa de abate, modernizar tecnologicamente as unidades de beneficiamento (indústrias de leite e derivados, curtumes), promover a comercialização dos produtos no mercado e desenvolver formas associativas de produtores para a negociação em bloco, de forma a tornar a atividade atrativa e sustentável.

Diante dessa realidade, a atividade requer a adoção de ações que se iniciem com a quebra do paradigma de que a exploração da ovinocaprinocultura é uma atividade secundária, explorada apenas por pequenos pecuaristas, ou seja, desfrutando de um “status” inferior. Deve ser favorecida a implementação de processos produtivos tecnologicamente modernos, onde se desenvolva uma visão empresarial com foco no mercado, além da coordenação entre todos os agentes do agronegócio da ovinocaprinocultura.

Para que a ovinocaprinocultura regional se torne uma atividade economicamente sustentável, podendo gerar excedentes aos criadores, industriais e comerciantes, necessária se faz a implementação de um amplo

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programa para a superação ou redução dos entraves ao seu desenvolvimento. É indispensável a participação e comprometimento de todos os elos que integram o Sistema Agroindustrial (SAG) - indústria de insumos, produtores, pesquisadores, associações de classe, técnicos, indústrias beneficiadoras e distribuição.

É indispensável o papel das estruturas que compõem os ambientes institucional e organizacional na coordenação e articulação dos elos acima referidos (DIAGRAMA 1).

DIAGRAMA 1

Fonte: Medeiros, 1999

2.4 – Nos Estados

No âmbito dos estados, a ovinocaprinocultura em seus segmentos de criação, abate (frigorífico) e processamento (beneficiamento) industrial, apresenta a realidade adiante discriminada. Os dados são originários de pesquisa desenvolvida nos estados, com informações colhidas em empresas, de técnicos da área e em documentos sobre a atividade.

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2.4.1 - Maranhão

a) Abatedouros/Frigoríficos

Não há frigoríficos específicos para animais de médio porte. Dos quatro grandes frigoríficos existentes, apenas um, localizado em Imperatriz, faz o abate de ovinos e caprinos, entretanto, sem informações sobre o número de animais abatidos.

b) Curtumes

Existem dois curtumes instalados na região Tocantina, no Sul do Estado, ambos trabalhando exclusivamente com peles bovinas. Poderão beneficiar peles de ovinos e caprinos quando houver oferta suficiente.

c) Unidades de beneficiamento de leite

Existem vários laticínios no Estado, todavia nenhum deles industrializa leite de caprinos.

d) Principais áreas de concentração do rebanho do Estado

QUADRO 3

Maranhão – Rebanhos caprino e ovino por microrregião - 1995

MICRORREGIÃO CAPRINO (Cabeças) OVINO (Cabeças)Baixada Maranhense 82.265 24.312Chapadinha 69.419 4.195Codó 35.960 7.360Caxias 42.958 11.331Baixo Parnaíba Maranhense 40.420 11.750Pindaré 29.937 17.655Chapada do Alto Itapecuru 32.265 14.548Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal 1995 .

O Estado do Maranhão não conta com áreas de criação de destaque. Entretanto, tem potencial e os produtores estão se mobilizando para a expansão e modernização da atividade, com visão comercial.

2.4.2 - Piauí

a) Abatedouros/Frigoríficos

Não existem abatedouros/frigoríficos específicos para caprinos e ovinos.

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b) Curtumes - 1999

Nome Cap. Instalada

(un/dia)Nível de Utilização

(%)Curtume Cobrasil Ltda (Parnaíba) 5.000 100Curtume Europa (Teresina) 10.000 80Fonte: Pesquisa de campo.

c) Unidades de beneficiamento de leite

Não existem unidades específicas, a não ser uma unidade artesanal de beneficiamento de leite da EMBRAPA Meio-Norte.

d) Principais áreas de concentração do rebanho do Estado

QUADRO 4

Piauí – Rebanhos caprino e ovino por microrregião - 1995

MICRORREGIÃO CAPRINOS (Cabeças) OVINOS (Cabeças)Alto Médio Canindé 234.860 297.371Campo Maior 206.363 423.079São Raimundo Nonato 167.840 328.874Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal 1995.

2.4.3 - Ceará

a) Abatedouros/Frigoríficos - 1999

Nome Cap. Instalada (cabeças/dia)

Nível de Utilização (%)

Ind. Alimentos Pé de Serra (Quixadá) 450 15Frigorífico Marupiara (Pajuçara) 100 100CBR (Maracanau) 500 FechadoFrigorífico (Paracuru) 400 Não concluídoAbatedouro Guaiúba Agrop. S.A. 120 20Fonte: Pesquisa de campo.

b) Curtumes - 1999

Nome Cap. Instalada (un/dia) Nível de Utilização (%)CV Couros (Fortaleza) 3.300 50ETC (Fortaleza) 1.000 50CURCEL (Fortaleza) 10.000 10Fonte: Pesquisa de campo

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

c) Unidades de beneficiamento de leite - 1999

Nome Cap. Instalada(l/h) Nível de Utilização (%)

EMBRAPA/Caprinos(Sobral) 1.000 10Fonte: Pesquisa de campo

Estimativas revelam a produção anual de 728.300 litros de leite de cabra no Estado, levando-se em conta apenas a produção artesanal de criadores especializados na produção leiteira, cuja maior concentração está localizada na região metropolitana de Fortaleza, onde também ocorre o maior consumo desse leite (Machado, 1998).

d) Principais áreas de concentração do rebanho do Estado

QUADRO 5

Ceará – Rebanhos caprino e ovino por microrregião - 1995

MICRORREGIÃO CAPRINO (Cabeças) OVINO (Cabeças)Baixo Jaguaribe 126.358 162.223Sertão de Crateús 136.836 174.356Sertão de Inhamuns 113.471 109.234Sobral 50.569 102.083Sertão de Quixeramobim 46.096 113.139Médio Jaguaribe 29.622 63.610Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal 1995 .

No Município de Quixadá, Distrito de Juatama, encontra-se em fase de conclusão a empresa GP – Genética e Produção de Ovinos e Caprinos Ltda, qualificada para os mais diversos serviços na área de reprodução animal. Contou, para sua implantação, com financiamento do Banco do Nordeste.

2.4.4 - Rio Grande do Norte

a) Abatedouros/Frigoríficos - 1999

Nome Cap. Instalada

(cab/dia)

Nível de Utilização

(%)

Frigorífico Vitalle (Grande Natal) (*) 100 ParalisadoCODAL (Itaú) 200 Em instalaçãoAbatedouro Afisco (Mossoró) 100 Em instalaçãoPotengi (Grande Natal) 1.000 15Fonte: Pesquisa de campo. (*) Abatedouro misto, financiado pelo Banco do Nordeste.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

b) Curtumes - 1999

Nome Cap. Instalada (un/dia) Nível de Utilização (%)

INPELE (Grande Natal) 1.200 ParadoJ. MOTA (Grande Natal) 3.000 50Fonte: Pesquisa de campo

c) Unidades de beneficiamento de leite - 1999

NomeCap. Instalada

(l/dia)

Nível de Utilização

(%)

CAPRIL S. Joaquim (Macaíba) 300 100APASA (Angicos) (*) 5.000 44Fonte: Pesquisa de campo. (*) Comercializa atualmente a produção de 4.000 litros/dia

com o Programa Estadual do Leite.

d) Principais áreas de concentração do rebanho ovinocaprino do Estado

QUADRO 6

Rio Grande do Norte – Rebanhos caprino e ovino por microrregião - 1995

MICRORREGIÃO CAPRINO(Cabeças) OVINO(Cabeças)Angicos 18.887 20.593Chapada do Apodi 84.247 24.462Mossoró 47.930 29.948Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal 1995

2.4.5 - Paraíba

a) Abatedouros/Frigoríficos - 1999

Nome Cap. Instalada (cab/dia) Nível de Utilização (%)

Lechef (João Pessoa) 1.000 ParadoCapriovi (Cabaceiras) Não informado Em construçãoCapricarne (S. João do Cariri) 100 35Fonte: Pesquisa de campo.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

b) Curtumes - 1999

Nome Cap. Instalada

(un/dia)Nível de Utilização (%)

CURTINOR (C. Grande) 250 15Curtume Maia (Sumé) 50 Em início operaçãoVilarin (C. Grande) 8.000 Fechado

Fonte: Pesquisa de campo.

c) Unidade de beneficiamento de leite - 1999

Nome Cap. Instalada (l/d) Nível de Utilização (%)Fricarnaúba (Taperoá) 1.000 20Nutribaby (Conde) 550 21ASCOVALS (Stª. Luzia) (*) 8.000 20Fonte: Pesquisa de campo. (*) Associação dos Criadores de Caprinos, Ovinos e Bovinos

do Vale do Cabugi, que beneficia atualmente apenas leite de vaca (2.100 l/dia).

O Banco do Nordeste contratou, em 1998, duas operações para exploração de cabras leiteiras com média de 500 l/dia nos Municípios Barra de Santana e Queimadas. d) Principais áreas de concentração do rebanho do Estado

Apresentam-se como principais áreas de criação as microrregiões do Cariri Ocidental e Cariri Oriental (QUADRO 7).

QUADRO 7

Paraíba – Rebanhos caprino e ovino por microrregião -1995

MICRORREGIÃO CAPRINO(Cabeças) OVINO(Cabeças)Cariri Ocidental 137.450 58.197Cariri Oriental 61.522 40.411Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal 1995

Notas: O trabalho será focado nas Microrregiões acima com prioridade, no primeiro momento, para os municípios de Camalaú, Cabaceiras, Monteiro, Ouro Velho, Prata, São João do Cariri, São João do Tigre, São Sebastião do Umbuzeiro, Serra Branca, Sumé, Taperoá e Zabelê, cujo rebanho global totaliza 151.654 caprinos e 64.077 ovinos.

2.4.6 - Pernambuco

a) Abatedouros/Frigoríficos - 1999

Nome Cap. Instalada (cab/dia) Nível de Utilização (%)

Petrolina (Frigor. Municip) 600 11Fonte: Pesquisa de campo.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

b) Curtumes - 1999

Nome Cap. Instalada(un/dia) Nível de Utilização (%)

Vertente do Lério (*) 18 Em implantação

Fonte: Pesquisa de campo (*) Financiado pelo Banco do Nordeste.

c) Unidades de beneficiamento de leite

Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Caprinos (ABCC), sediada em Recife, o Estado produz e comercializa 657.000 litros/ano, nas formas “in natura”, pasteurizado, resfriado e congelado.

O Município de Pedra conta com uma miniusina de leite e derivados. Em Bezerros, encontra-se em implantação uma fábrica de iogurte – Lactus, que pretende abastecer o mercado nordestino.

e) Principais áreas de concentração do rebanho do Estado

QUADRO 8

Pernambuco – Rebanhos caprino e ovino por microrregião - 1995.

MICRORREGIÃO CAPRINO (Cabeças) OVINO (Cabeças)Araripina 70.548 41.236Garanhuns 11.453 18.592Mata Setentrional Pernambucana 8.810 1.980Pajeú 111.584 58.348Petrolina 281.700 109.000Salgueiro 98.673 54.355Sertão do Moxotó 163.770 70.692Vitória de Santo Antão 4.982 2.253Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal 1995.

O Estado dispõe de uma central de transferência de embriões de ovinos e caprinos, a CAPRIOVI, sediada no Município de Goiana.

2.4.7 - Alagoas

a) Abatedouros/Frigoríficos

Não existe abatedouro/frigorífico específico para ovinos e caprinos, sendo grande parte do abate realizado em pequenos açougues não especializados.

b) Curtumes

Não há curtumes de pele de animais de porte médio no Estado.

c) Unidades de beneficiamento de leite

Não existe unidade de beneficiamento de leite de caprinos em Alagoas.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

d) Principais áreas de concentração do rebanho do Estado

QUADRO 9

Alagoas – Rebanhos caprino e ovino por microrregião - 1995

MICRORREGIÃO CAPRINO (Cabeças) OVINO (Cabeças)Serrana do Sertão Alagoano 14.328 5.049Alagoana do Sertão do S. Francisco 3.650 3.120Santana do Ipanema 17.022 40.275Palmeira dos Índios 11.099 21.511Arapiraca 10.578 17.902Batalha 33.746 23.882Fonte: IBGE – Produção Pecuária Municipal – 1995.

2.4.8 - Sergipe

a) Abatedouros/Frigoríficos - 1999

Nome Cap. Instalada (cab/dia) Nível de Utilização (%)

Nutrial (Lagarto) (*) 500 4

Fonte: Pesquisa de campo. (*) Frigorífico misto.

Os produtores praticam o cruzamento industrial das raças Santa Inês, Texel e Suffolk. O Estado tem um dos mais ricos bancos genéticos da raça Santa Inês.

b) Curtumes

Não existe curtume especializado em peles de pequenos animais.

c) Unidades de beneficiamento de leite

Inexistentes, em função da restrita exploração da caprinocultura leiteira.

d) Principais áreas de concentração do rebanho do Estado

QUADRO 10

Sergipe – Rebanhos caprino e ovino por microrregião - 1995MICRORREGIÃO CAPRINO(Cabeças) OVINO(Cabeças)

Tobias Barreto 7.089 79.333Agreste de Lagarto 6.415 30.075Boquim 1.669 15.755Sergipana do Sertão do São,Francisco

1.950 10.490

Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal 1995

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

2.4.9 - Bahia

a) Abatedouros/Frigoríficos - 1999

Nome Cap. Instalada

(cab/dia)

Nível de Utilização

(%)

Baby Bode (F. de Santana) 100 -Fricapri (Jequié) 100 -

Fonte: Pesquisa de campo.

b) Curtumes - 1999

Nome Cap. instalada (un/dia) Nível de Utilização (%)

Imborés Não informado -Brespel (Alagoinhas) 8.000 50Aliança Não informado -Curtidora Jordão Não informado -Campelo 10.000 50Fonte: Pesquisa de campo.

O Estado conta com 28 fábricas de artefatos de couros, sendo 24 unidades de calçados e 04 de componentes.

c) Unidades de beneficiamento de leite

Existem 30 produtores de leite de cabra dispondo, a maioria das propriedades, de unidade artesanal de beneficiamento. O Programa de Desenvolvimento da Ovinocaprinocultura Baiana (EBDA/Banco do Nordeste) estima uma produção anual de 16 mil toneladas de leite de cabra.

Os principais produtores de leite de cabra estão localizados na Região Metropolitana de Salvador e nos municípios de Feira de Santana e Vitória da Conquista.

d) Principais áreas de concentração do rebanho do Estado

QUADRO 11

Bahia – Rebanhos caprino e ovino por microrregião-1995

MICRORREGIÃO CAPRINO (Cabeças.) OVINO (Cabeças.)Juazeiro 1.856.350 595.450Euclides da Cunha 591.306 485.790Serrinha 99.516 161.788

Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal – 1995.

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2.4.10 - Norte de Minas Gerais

A ovinocaprinocultura norte-mineira é bastante incipiente e ainda não possui representatividade econômica, embora a região apresente as condições adequadas para o desenvolvimento da atividade.

a) Abatedouros/Frigoríficos

Não há abatedouro/frigorífico para ovinos e caprinos.

b) Curtumes

Não há curtume específico para pele de ovinos e caprinos.

c) Unidade de beneficiamento de leite

Existem três criadores em Montes Claros que vendem leite de cabra pasteurizado e embalado artesanalmente, produzindo, no total, uma média de 180 litros/dia.

d) Principais áreas de concentração do rebanho do Estado

QUADRO 12

Norte de Minas Gerais – Rebanhos caprino e ovino por microrregião-1995

MICRORREGIÃO CAPRINO (Cabeças) OVINO (Cabeças)Montes Claros 10.161 5.302Januária 7.426 5.741Janaúba 8.272 2.280

Fonte: IBGE - Produção Pecuária Municipal – 1995.

A EMATER-MG está interessada em fomentar a atividade na região, tendo, inclusive, realizado seminário em Janaúba e iniciado o censo do rebanho da região.

Como se pode observar, pelos dados informados, há capacidade ociosa em todos os estados onde existem frigoríficos e curtumes. Esse fato pode ser explicado, em parte, pela tradição de venda de animais caprinos e ovinos em feiras livres e a predominância de abates clandestinos, sobretudo no meio rural. Entretanto, isso evidencia também a falta de animais de qualidade, na quantidade e regularidade exigidas pelo mercado, que vem apresentando demanda crescente. A falta de padronização na oferta de produtos, como peles e carne, tem contribuído para a ociosidade de nosso parque industrial.

Diante desse quadro, torna-se difícil estabelecer o tamanho da demanda insatisfeita e o crescimento desejado do rebanho para atendê-la, apenas com base na capacidade ociosa dos frigoríficos, posto que outras variáveis estão envolvidas. Assim, é fundamental que cada estado atue fortemente na organização da cadeia produtiva, busque fortalecer os laços de parcerias entre os produtores e redes de abate/frigoríficos e realize estudos de mercado mais amplos, para dimensionar a demanda efetiva.

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3 MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO

3.1 Mercado de Carne

Nos últimos anos, países de todo o mundo vêm se preocupando com a questão alimentar, baseada em dois aspectos importantes: crescimento populacional acentuado, principalmente em países mais atrasados, e a própria condição ambiental, enfatizando aqui o problema relativo à agressão aos meios físicos, fator preponderante no que diz respeito ao gênero humano.

Sobre o mercado de produtos, a análise quantitativa da demanda de carne caprina e ovina permite concluir que existe, no Nordeste do Brasil, uma grande demanda potencial desses produtos, deixando transparecer as grandes responsabilidades que estão reservadas à ovinocaprinocultura nos próximos anos.

A população está superando antigas resistências à carne de criação, antes considerada alimento inferior. Persiste, na grande maioria das explorações, o abate de animais velhos, "inteiros" (não capados) e magros. Contrariamente ao que ocorre nas criações de bovinos e suínos, os caprinos e ovinos não passam por processo de terminação (engorda), gerando uma oferta de carne de qualidade inferior (aparência, odor e paladar desagradáveis), fatores que ainda provocam uma imagem negativa do produto a grande número de consumidores.

Por muito tempo, o maior consumo de carne de ovino e caprino se localizou na zona rural e nas pequenas cidades do interior do Nordeste, onde já se verifica uma demanda insatisfeita em relação à produção atual. Essa realidade começou a mudar com a instalação de abatedouros especializados em cortes diferenciados, contando com eficiente logística na distribuição, onde a carne caprina e ovina já chega na maioria das capitais nordestinas e do centro-sul do País, sendo distribuída nos grandes restaurantes e comercializada nas principais redes de supermercados.

Atualmente, já é praticado nas unidades produtivas mais estruturadas o abate de animais mais jovens, com bom estado de carne, gerando cortes pequenos que acompanham a anatomia do animal e valorizam as partes mais nobres. São utilizadas embalagens higiênicas e o congelamento é realizado em material plástico, procedimentos que atendem à regulamentação do Ministério da Agricultura – Portaria Ministerial nº 304, de fevereiro/96. Dessa forma, o produto chega ao mercado varejista, atendendo às exigências do consumidor e obtendo preço compensatório (QUADRO 13).

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QUADRO 13

Corte da carne de caprinos e ovinos (preço no varejo)

CORTE ESPECIAIS PREÇO / Kg (R$)Pernil 7,50Lombo 5,50Paleta 5,85

Costela 5,95Kit exportação 9,50

Fonte: SEBRAE, 1997

Como se observa, os cortes especiais de ovinos e caprinos têm superado o preço de carnes mais consumidas, como a bovina e a suína. A carne ovina e caprina é a que apresenta o menor consumo per capita anual no Brasil. Entretanto, o volume da demanda dessas carnes, considerando o grande potencial por alimentos protéicos, depende basicamente da regularidade e qualidade da oferta e de eficientes estruturas de distribuição e comercialização.

Estudos de mercado revelam que o consumo de determinado tipo de carne é influenciado por dois fatores principais: a tradição e o preço. O primeiro só é alterado a médio prazo; já o preço tem impacto imediato e influencia na formação de novos hábitos (Arnaldo, 1998, apud Banco do Nordeste/CNPq, 1998)). O Nordeste, com tradição no consumo de carne caprina e ovina, tem apresentado queda na demanda em função da elevação do preço destas carnes, que tem superado o de carnes mais consumidas como a bovina e a suína. O QUADRO 14 apresenta um comparativo entre o consumo per capita e o preço de venda de diversos tipos de carne no Brasil, onde a carne ovina ocupa o último lugar.

QUADRO 14

Preço de venda ao consumidor e consumo per capita de carnes no Brasil

Fonte: Arnaldo, 1998.

É relevante analisar os dados mercadológicos pesquisados pelo SEBRAE-CE, em Fortaleza, sobre o consumo de carne de ovinos e caprinos. As

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

informações não registram o abate clandestino que ocorre em números bem mais expressivos, tanto na Capital quanto na zona rural.

O levantamento, encontrou para Fortaleza um consumo total anual de 1.989 toneladas de carne de ovino e caprino, sendo 1.216 toneladas de carne ovina e 773 toneladas de carne caprina. O consumo per capita anual dessas carnes foi de 0,590 kg/ano e 0,375 kg/ano, respectivamente (Quadro 15), enquanto o consumo per capita anual de carne bovina, na mesma área e no mesmo período, é de 19 kg/ano. Constatou, ainda a pesquisa, a predileção do consumidor por animais novos, entre 08 e 10 meses, com peso de carcaça entre 13 e 15 kg (SEBRAE-CE, 1997).

QUADRO 15

Consumo per capita anual de carne ovina e caprina em Fortaleza

DISCRIMINAÇÃO CONSUMO PER CAPITA ANUAL (kg)Carne Ovina 0,590Carne Caprina 0,375Fonte: SEBRAE - CE. 1997.

Com relação à forma de aquisição da carne pelos mais diferentes tipos de comércio varejistas e restaurantes especializados, a pesquisa revelou que os frigoríficos têm preferência pelas carcaças inteiras, eles próprios preferindo realizar os cortes. Os restaurantes dão maior preferência ao pernil traseiro e à costela.

Um outro dado importante da pesquisa do SEBRAE-CE sobre o aproveitamento de vísceras e órgãos, revelou que 80% da clientela de carne de caprinos e ovinos não adquirem fressura2 e 72% não compram buchada3.

Outra pesquisa, realizada em abatedouros de ovinos e caprinos no Nordeste, revelou que as regiões Sul e Sudeste do País se constituem nos maiores mercados para a carne ovina e caprina. Atualmente, estas regiões não estão sendo atendidas, tendo em vista a escassez acentuada na oferta de produtos de qualidade - carcaças padronizadas com uniformidade na distribuição da gordura, textura, coloração e ausência de odores.

A falta de matéria-prima (animais), decorrente principalmente do baixo padrão racial dos animais da Região, dos inadequados sistemas de exploração adotados, da insuficiente assistência técnica e do baixo nível de capacitação dos produtores, dentre outros, tem contribuído para o baixo desempenho da atividade, acarretando desvantagens, principalmente comerciais.

2 Popularmente conhecida como fussura, corresponde ao conjunto das vísceras mais grossas, como pulmões, fígado e coração dos animais.3

? A buchada corresponde ao bucho e entranha dos animais. No Nordeste é um prato preparado utilizando vísceras e intestinos de carneiro ou bode, geralmente composto com arroz.

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Pesquisa conduzida pela EPACE (1996), revelou a variação nas médias de peso vivo de três dos principais tipos raciais da espécie ovina (Tabela 2). O resultado encontrado sugere a necessidade de se trabalhar a produção, em todos os seus aspectos, sob pena de não atender às expectativas dos consumidores.

TABELA 2

Variação nas médias de peso vivo, peso e rendimento de carcaça de ovinos de acordo com a idade de abate

Idade de Abate

RAÇASMORADA NOVA SANTA INÊS SRD

Peso Vivo

kg

Peso Carc.

kg

Rend. Carc.(%)

Peso Vivo kg

Peso Carc.

kg

Rend. Carc.(%)

Peso Vivo

kg

Peso Carc.

kg

Rend. Carc.(%)

6-7 meses

18,8 8,1 42,8 24,2 10,3 42,6 26,8 10,7 39,9

8-9 meses

23,6 11,6 49,1 24,2 11,0 45,6 28,9 12,7 43,8

10-11 meses

21,5 10,8 50,4 27,6 13,1 47,1 30,7 14,0 45,8

Fonte: EPACE, 1996

Relativamente aos derivados da carne de ovinos e caprinos industrializados ou não – vísceras, lingüiças, mortadelas, defumados etc. - faz-se necessário implementar um eficiente trabalho de divulgação para alargar o mercado destes produtos.

Vale registrar, também, a extraordinária demanda potencial, inclusive de animais vivos, apresentada pelos Emirados Árabes, que consomem 10 milhões de cabeças de ovinos e caprinos por ano. Considerando um desfrute de 20% do rebanho nordestino dessas espécies (17,8 milhões de cabeças), a produção de animais por ano em toda a Região seria de 3,4 milhões, suficiente, portanto, para atender apenas 34 % daquela demanda. Além da deficiente oferta de caprinos e ovinos, o baixo padrão racial dos animais, a falta de organização dos produtores, dentre outras razões, não favorecem ao atendimento de demandas expressivas, como a dos árabes.

A organização da produção, o processamento e a distribuição ao mercado, quer de modo individual ou com a prática do associativismo, desencadearão a possibilidade de se ofertar um grande número de animais e de produtos compatíveis com a escala exigida pelo mercado externo e interno.

Em todo o Nordeste o abate formal representa apenas 1,28% do número de animais abatidos. A opção do criador pelo abate clandestino se explica pelo inexpressivo custo fixo, operação em pequena escala, venda direta em feiras livres ou açougues ou na própria unidade rural, livres da fiscalização sanitária e de tributação. Na venda formal ocorre quase tudo em contrário, não obstante

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existirem estímulos, quais sejam: crescimento do consumo de carne e eviscerados pela população das grandes cidades, amplo mercado interno e externo, inclusive para as peles, produção em escala como fator de diminuição de custos fixos, forte tendência para o mercado institucional, dentre outros.

As principais dificuldades enfrentadas pelo sistema de distribuição são:

Falta de divulgação dos produtos e subprodutos. Irregularidade no fornecimento de carne e derivados. Carcaças não padronizadas, em função do baixo padrão racial dos animais e

dos sistemas de exploração, na maioria das vezes, ultra-extensivo.

Por outro lado, o crescimento da demanda está em função de:

Expansão de mercado. Preço e qualidade dos produtos. Trabalho de marketing para alavancar o consumo. Distribuição e comercialização mais eficiente.

Em síntese, pode se dizer que, embora não se tenha o exato tamanho da demanda de carne caprina e ovina, esta vem crescendo visivelmente nos últimos anos a taxas consideráveis, haja vista o ingresso de novos segmentos de consumo. Há estimativas de um déficit anual de 5 milhões de cabeças no mercado interno e uma notória e ampla demanda de caprinos e ovinos no mercado externo, já ressaltado nesse documento.

3.2 Mercado de Peles

No Brasil, até meados da década de 70, toda pele era exportada na forma “in natura” (verde). O Conselho Nacional de Comércio Exterior (CONCEX) através da resolução no 85, de 20 de junho de 1973, proibiu esse tipo de comércio, só permitindo a exportação de peles trabalhadas (Banco do Nordeste/ETENE, 1974). Nessa época, teve início a modernização do parque industrial do pólo coureiro na região Nordeste, especialmente na Bahia, maior exportador, e no Ceará.

Não obstante a adoção de processos modernos, a indústria brasileira de peles sempre se deparou com problemas de ociosidade da sua capacidade operacional instalada, fato que tem como causas principais o baixo índice de aproveitamento de peles com boa classificação, além do superdimensionamento dessas unidades. Mesmo persistindo este problema, a procura por pele "in natura" de ovinos e caprinos é maior do que a oferta, podendo-se afirmar que existe demanda insatisfeita dessa matéria-prima.

Já os produtos industrializados, nos últimos quatro anos enfrentaram a competitividade dos similares oriundos de países africanos e asiáticos (caprinos), os quais colocavam peles a preços mais competitivos, concorrendo, também, a padronização no tamanho das peles, aspecto sempre bem visto pelo setor.

A pesada carga tributária, componente do chamado “custo Brasil”, tem influído na redução das margens de lucro do nosso exportador, embora na

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

atualidade isso não se constitua no principal entrave para o escoamento da pele produzida no país, concorrendo muito mais a sua importação.

Com relação à exportação de peles, as atuais taxas cambiais representam um forte aliado desta opção pela indústria no Brasil. A exemplo disto, convém informar que no período 1997-98, o valor das exportações do Estado do Ceará de peles de caprinos e ovinos alcançou um crescimento de 3,4%, passando de US$ 802 mil em 97 para US$ 829 mil em 1998 (valor FOB)4.

A preferência de importação de peles pela indústria brasileira é na forma de wet-blue 5que, após acabamento, é comercializada para os principais centros produtores de calçados do país nas regiões Sul e Sudeste (Novo Hamburgo, Franca, Curitiba, Belo Horizonte e Rio de Janeiro).

Sobre a realidade do setor de peles no âmbito nacional, em especial no Nordeste, estima-se que este segmento econômico precisa tornar-se competitivo no mercado, considerando os seguintes aspectos:

a) Condições da matéria-prima: 40% das peles são refugadas.

b) Classificação: por tamanho: 16% pequenas, 63% regulares e 22% especiais; por qualidade: 4% de primeira, 14% de segunda, 26 % de terceira e 56%

consideradas de quarta categoria.

c) Diversidade de raças exploradas, ocasionando produtos diferentes em tamanho e espessura.

d) Inúmeros defeitos em virtude de riscos em cerca de arame e por gravetos, bernes, vacinas, esfola e má conservação.

Outro problema inibidor de uma maior escala de produção de peles acabadas consiste na insatisfação do produtor, por ocasião da venda da pele para a indústria. Esta, por sua vez, alega a baixa qualidade das mesmas, evidenciando a desarticulação e desaparelhamento da cadeia produtiva.

Esta realidade se reverte a cada vez que mudanças no modelo econômico favorecem ao setor de peles e de couros, como ocorre agora, determinando a opção de compra da matéria-prima interna. Isto permitiu elevar o preço atual da pele para R$ 3,50 / unidade, o dobro do alcançado meses atrás.

O Estado do Ceará, como outras unidades da federação, vem adotando uma política agressiva de incentivos fiscais, proporcionando a instalação de muitas indústrias de calçados do Sul e Sudeste, as quais passam a optar por comprar a matéria-prima das áreas onde estão instaladas. Essa realidade tem

4 No período 1997-98, as exportações de peles de bovinos decresceram 3,9%. Segundo o Instituto de Planejamento do Ceará (IPLANCE), as exportações no período foram de US$ 1.940 mil (valor FOB) em 1997, e de US$ 1.864 mil em 1998. Estima o IBGE-CE, que em 1998 o setor de couros e peles obteve um índice de crescimento físico de 11% em comparação a 1997 (Curtumes do Ceará, 1999). 5 Wet-blue consiste no couro submetido a um tratamento químico à base de cromo.

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contribuído para fortalecer o setor, principalmente com a entrada de grupos estrangeiros 6.

Das atividades advindas com a exploração da ovinocaprinocultura, a industrialização de peles representa a que mais agrega valor aos seus produtos, desconhecendo-se sua rentabilidade. Na atividade de caprinocultura leiteira, para o produto beneficiado (pasteurizado congelado) há indicações de que a rentabilidade é de 51%, embora não se deva abdicar do conhecimento da problemática com sua comercialização (Machado, 1998).

As exportações nordestinas do setor, em 1997, revelam que o Ceará

ostentou o primeiro lugar em exportação de couro caprino e calçados com um total US$ 38,086 mil, seguido pelo Estado da Bahia com US$ 31,276 mil. O montante exportado da Região naquele ano atingiu US$ 126,360 mil (Banco do Nordeste/ETENE, 1997).

Apesar desse bom desempenho, o setor industrial de peles e de seus

artefatos apresenta problemas e restrições à sua expansão, a exemplo do que também ocorre com os segmentos de carne e leite, demonstrando a desarticulação da cadeia produtiva. Os Sistemas Agroindustriais (SAG) da caprinocultura leiteira e da ovinocaprinocultura de corte, com seus fluxos e ambientes institucionais e organizacionais estão representados nos Anexos 2 e 3.

3.3 Mercado de Leite de Cabra

O leite de cabra, comparativamente aos similares, é o terceiro na ordem de riqueza nutricional, abaixo do leite humano e do de égua. É de excelente digestibilidade, rico em vitamina D, cálcio e fósforo, sendo recomendado por profissionais em pediatria, geriatria, homeopatia, oncologia, gastroenterologia, endocrinologia e outros profissionais da área de saúde. Além dos vários tipos de queijo que se pode produzir, o leite caprino é utilizado na fabricação de leite em pó, ricota, iogurte, doce, picolé, sorvete, pão de leite e na indústria de cosméticos.

Em países da Europa, especialmente na França, Espanha, Suíça, Inglaterra e Itália, além dos Estados Unidos e Canadá, a caprinocultura leiteira está bastante avançada. A produção de leite de cabra na França, em 1995, girava em torno de 400 milhões de litros, representando um consumo per capita de 6,5 litros/habitante/ano. Do total produzido, 75% destinavam-se à produção de queijos, registrando-se mais de 400 tipos.

Mundialmente, a distribuição do leite é bastante heterogênea. Estudos da FAO (1995) revelam um crescimento na produção de leite de cabra, entre os anos de 1993 a 1995, de 10.648 para 11.451 mil toneladas. As maiores contribuições são oriundas da África e da Ásia com cerca de 70%. A América do Sul tem-se mantido no patamar de 190 mil toneladas. O Brasil participa com 147 mil

6 Estão em implantação quatro novos curtumes em Juazeiro do Norte, Maracanaú, Sobral e Cascavel, incluindo uma joint-venture com capital nacional e de um grande curtume italiano, estando previstos investimentos da ordem de US$ 33 milhões (Curtumes do Ceará, 1999).

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toneladas, contribuindo com apenas 1,28% da produção mundial, permanecendo em 6º lugar na classificação geral e em 1o lugar na América Latina (FAO, 1992).

O Brasil, segundo dados da FAO (1993), sobressaiu-se em crescimento em relação a todas as demais regiões produtoras, principalmente em relação aos países desenvolvidos. No período compreendido de 1980 a 1992, houve incremento na produção de leite de 51,6%, não obstante sua fraca participação mundial. Contrariamente, a América Latina apresentou decréscimo de 21,9% no mesmo período.

A oferta potencial de leite de cabra estimada para o País alcança a cifra de 6,1 milhões de litros anuais, contra uma demanda média potencial estimada de 12,0 milhões de litros anuais, apresentando, portanto, um déficit de 5,9 milhões de litros (IBGE, estimativas para os anos 1996 a 1999).

A supremacia nos produtos lácteos em países europeus, como na França, Espanha, Grécia e Portugal em relação a queijos, e nos Estados Unidos, Canadá e África do Sul, concernente ao leite em pó, indica que o fluxo dos produtos lácteos é no sentido dos países desenvolvidos para os em desenvolvimento. Talvez seja mais lógico voltar-se para a política do mercado interno, que se apresenta com grande potencial (Rubinstein, 1990, apud Pimenta Filho & Simplício, 1994). Internamente, o leite de cabra vem conquistando um crescente mercado, tanto na forma de leite pasteurizado/congelado, como na forma de leite em pó, apesar do alto preço ainda cobrado por este produto.

Necessariamente, observam alguns autores, não significa dizer que o Brasil nunca venha a expor, além fronteiras, seus produtos lácteos. O mercado internacional poderá ser facilmente conquistado, desde que se ofereçam produtos de qualidade. Os nichos de mercado no Brasil para os produtos lácteos de caprinos revelam destinação de 95% para leite fluido, 3% para o leite em pó e 2% para queijo. Há, portanto, um vasto caminho a ser percorrido com o objetivo de se reverter esse quadro.

Um outro fator importante para o crescimento do Brasil na participação mundial tem sido a variação na forma de consumo: iogurte, doces, ricota, cosméticos e mais recentemente sob a forma de leite resfriado com prazo de trinta dias para consumo, leite longa vida embalagem tetra pack e o pão de leite de cabra. O emprego do leite de cabra é cada vez mais requisitado pela área médica.

O Nordeste, embora detentor da quase totalidade do rebanho nacional, participa com pouco mais de 26% da produção de leite de cabra, com 17% do total comercializado, enquanto as regiões Sul e Sudeste respondem, respectivamente, por 68% e 78% (Silva, 1996). Dentre os estados nordestinos, vale destacar o Estado do Rio Grande do Norte, com uma produção mensal de leite em torno de 6.000 litros/mês.

Muitas propostas para o desenvolvimento sócio-econômico da região Nordeste ressaltam o enfoque de que a caprinocultura leiteira poderia constituir-se numa das alavancas propulsoras, mercê da vocação pecuária da Região para

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essa atividade. A exploração responderia com a geração de inúmeros benefícios, a exemplo da pecuária bovina leiteira que, segundo a FAO, permaneceu sem crescimento nos últimos anos, enquanto a caprinocultura leiteira registrou incremento acima dos 6%.

A literatura indica que 10% da população infantil de todo o planeta apresentam distúrbios com a ingestão de leite bovino, havendo necessidade portanto de suprir essa deficiência com o leite de cabra. Embora constitua nicho de mercado, o ideal a ser perseguido é trabalhar, cada vez mais, com produtores, governos e a sociedade em geral para desenvolver o hábito natural do consumo de leite pelas populações.

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4 SISTEMA AGROINDUSTRIAL (SAG)

Numa visão holística, considerando os dados e informações conhecidos e aqui apresentados, depreende-se a necessidade urgente de organização de toda a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura.

É na visão sistêmica que se deve desenvolver todas as etapas de um processo produtivo, partindo do consumidor, passando pela etapa da distribuição e armazenamento ao processo de transformação/beneficiamento e deste para a produção agropecuária para, finalmente, retornar aos agentes produtores e fornecedores de insumos, a pesquisa, aos organismos institucionais, assistência técnica, rompendo assim com a segmentação que muitas vezes faz perder informações importantes, necessárias ao desencadeamento das ações.

O Sistema Agroindustrial (SAG) da ovinocaprinocultura, dentro da visão sistêmica, amparado pelos ambientes institucionais e organizacionais, tem seus fluxos financeiros, de produtos e serviços nos diagramas apresentados (Anexos 2 e 3).

Neste momento importante para o agribusiness brasileiro, em que o Governo Federal dirige esforços para sua consolidação mediante a instalação do Conselho do Agronegócio e a organização da Agência Brasileira do Agronegócio, o Banco do Nordeste implanta o Programa Especial de Exportação – PEE para reforçar a meta do Governo Federal de aumentar as exportações nacionais para mais de cem bilhões de dólares no ano de 2002. Neste contexto a implantação deste programa, que visa a expansão da ovinocaprinocultura em bases expressivas, poderá representar a inserção da região nordestina no setor que mais valida o mundo do agronegócio - o da exportação.

O Programa de Exportações está voltado para o mercado globalizado –

MERCOSUL, ALCA, Comunidade Européia, Países Árabes, OMC e outros. Para tanto, caberá ao empresário, para vender mais e melhor nesses mercados, empreender ao máximo a função direta da capacidade competitiva e da vantagem diferenciada.

Para atuar em diferentes nichos de mercado, o empresariado da ovinocaprinocultura deve tirar proveito das vantagens competitivas reservadas às espécies ovina e caprina exploradas na Região, como às próprias especificidades dos produtos: carne com baixíssimo teor de ácido graxo (caprina); leite de excelente digestibilidade e rico em teor de cálcio e fósforo; peles mais resistentes e delicadas. Deve, principalmente, buscar as vantagens competitivas.

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5. OPORTUNIDADES E AMEAÇAS

a) Oportunidades

Vocação da Região para a criação de caprinos e ovinos.

Disponibilidade de área e de tecnologia para expansão da atividade.

Mercado potencial para os produtos no âmbito nacional e internacional.

Expansão do pólo calçadista na Região Nordeste.

Crescimento da demanda mundial por produtos saudáveis.

Crescente interesse do empresariado em investir na atividade.

Atividade relevante na integração de explorações agropecuárias no âmbito

da propriedade.

b) Ameaças

Sistemas de produção, processamento/beneficiamento e comercialização sem foco no mercado.

Baixa competitividade dos produtos locais em relação aos oriundos do mercado externo.

Aspectos de sanidade inviabilizando a produção e reduzindo os mercados.

Concorrência de produtos oriundos de cadeias produtivas mais organizadas (bovinos, suínos, aves).

As diretrizes, estratégias e ações propostas no Plano de Ação desenvolvido, guardam sintonia com o aproveitamento das oportunidades constatadas e buscam atuar de forma integrada na superação das dificuldades e ameaças. O conjunto de propostas está vinculado com as ações apresentadas em item específico.

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6 PONTOS FORTES E PONTOS FRACOS

a) Pontes Fortes

Considerável área semi-árida apta à exploração de caprinos e ovinos.

Forte vocação e tradição do produtor rural do Nordeste em atividades pastoris.

Possibilidade de exploração da ovinocaprinocultura em unidades produtivas de qualquer porte, inserindo-se fortemente o aproveitamento da mão-de-obra familiar.

Existência de infra-estrutura ociosa (abatedouros, frigoríficos e indústrias).

Produtos conhecidos do cardápio alimentar do nordestino.

Atividade que pode gerar emprego e renda em toda a cadeia produtiva, com destaque no interland nordestino.

Vantagens dos produtos de caprinos e ovinos em relação aos concorrentes: digestibilidade da carne, valor nutricional do leite e derivados e resistência das peles.

Baixa concorrência no mercado interno de produtos de ovinos e caprinos de origem internacional.

Subprodutos (queijos e iogurtes) de maior valor agregado.

As peles de ovinos deslanados e caprinos têm um amplo mercado, tanto regional, como nacional e internacional.

Existência de tecnologia adequada e adaptada para produção de animais confinados ou integrados com outras atividades.

Surgimento de empresas especializadas em reprodução animal com tecnologia avançada.

Existência do Centro Nacional de Caprinos e Ovinos.

b) Pontos Fracos

Desarticulação da cadeia produtiva, com produtores desorganizados e sem espírito empresarial.

Desconhecimento, por parte da maioria dos produtores, de técnicas modernas de manejo, alimentação, reprodução e gerenciamento da atividade.

Reduzidos investimentos em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento da atividade.

Unidades produtivas com insuficientes recursos hídricos e forrageiros e com instalações inadequadas.

Escassez no mercado de animais (matrizes e reprodutores) de elevado padrão genético.

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Produtos com oferta pequena, irregular, sazonal, sem padronização, mal apresentados e sem informações sobre a sua origem.

Predominância de abatedouros clandestinos.

Rebanho disperso e criado em sistemas extensivos sem controle zootécnico, tecnologia rudimentar e manejo deficiente.

Não diferenciação de preço por categorias de animais, desestimulando os criatórios melhor conduzidos.

Alto custo dos materiais genéticos e insumos de qualidade.

Peles não padronizadas, não diferenciadas em função da qualidade e com baixo aproveitamento em função de defeitos de perfurações e esfola.

Poucas unidades de processamento, mal aparelhadas ou localizadas distantes das áreas de produção.

Carência de estrutura laboratorial.

Forte concorrência no mercado internacional com peles de melhor qualidade.

Deficiências gerais em toda a cadeia produtiva, incluindo:

- Assistência técnica e difusão de tecnologias.

- Promoção e Marketing para os produtos.

- Mão-de-obra nas etapas de produção, abate e processamento.

- Controle sanitário dos rebanhos.

- Selecionadores insuficientes e não tecnificados.

- Legislação específica para produção de leite de cabra.

- Canais próprios de comercialização dos produtos.

Cabe observar que, além dos aspectos relacionados, há muitos outros, os quais se revelam de forma diferenciada nas áreas de maior concentração de rebanhos da Região, daí o Plano de Ação prever agendas de compromissos específicas para cada Estado, as quais devem adotar as soluções mais adequadas para cada caso. É pertinente lembrar que grande parte dos pontos fracos abordados depende, muitas vezes, de soluções simples e da conscientização dos produtores para sua solução, a exemplo da vermifugação do rebanho.

Na questão dos pontos relevantes, pode-se dizer que a atividade em lide, quando conduzida de forma sustentável, permite a sobrevivência digna do homem no campo, além de permitir o equilíbrio entre animais e seu habitat natural, associado ao uso racional da mão-de-obra e a aplicação das tecnologias disponíveis.

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7. O PROGRAMA

Com base no conhecimento da realidade da ovinocaprinocultura regional, fundamentado em diagnósticos e na ampla discussão empreendida com os mais diversos segmentos da cadeia produtiva, envolvendo parceiros institucionais e privados, elaborou-se o presente Plano de Ações, contemplando objetivos, metas, diretrizes e estratégias, parceiros envolvidos e um conjunto de ações específicas que, de forma integrada, visam atender aos objetivos traçados.

O conjunto de diretrizes e estratégias, bem como as ações contidas no presente documento, devem orientar os planos estaduais da ovinocaprinocultura, respeitadas, obviamente, as peculiaridades de cada Estado. Referidos planos devem, necessariamente, prever, além das ações de caráter genérico, um maior grau de detalhamento sobre os elos específicos da cadeia produtiva, bem como a elaboração de uma detalhada agenda de compromissos para permitir um acompanhamento eficiente do Programa.

Dentre os elos da cadeia, é interessante detalhar as ações que envolvem a pesquisa, a assistência técnica, a capacitação e a organização dos produtores, a produção (melhoramento, sanidade, alimentação, manejo, etc.), o processamento e industrialização de carnes, peles e leite, bem como um plano de marketing, a comercialização e a distribuição dos produtos.

Nesse contexto, é importante observar o encadeamento lógico e integrado de todos os elementos. Entretanto, há alguns que são essenciais para o sucesso do Programa, a saber:

a) o ponto de partida consiste na definição e caracterização das áreas onde haverá uma ação forte e prioritária do programa, para evitar dispersão de esforços;

b) a organização, via cadastramento de grupos de produtores bem definidos, seja qual for a forma de organização, para se planejar programas de produção para cada grupo, definindo o tamanho da oferta de cada um deles. Esses grupos deverão ter previamente, conhecimento de demanda específica para seus produtos, preferencialmente com contrato garantido e preços mínimos ajustados;

c) a reunião dos elementos-chaves para o avanço do rebanho, em quantidade e qualidade (redução da mortalidade de animais jovens, abate de matrizes, descarte programado, importação de animais, mineralização, inseminação, transferência de embriões, etc.). Considerando-se os casos de infertilidade (machos e fêmeas), taras, mamítes, raquitismo e outros, pode-se chegar, em média, a um descarte de 30% dos animais existentes;

d) conhecimento da distribuição espacial de abatedouros, frigoríficos, indústrias de peles e laticínios, com respectivas capacidades instaladas e características básicas, que devem ser planejados em sintonia com o definido no item anterior, ou seja, a implantação ou expansão de uma nova unidade vinculada à comprovação de oferta mínima que viabilize a estrutura operacional de uma nova planta industrial;

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e) as unidades de abate e processamento devem ter, necessariamente, conhecimento dos grupos produtores, mercado garantido junto às redes de supermercados, frigoríficos especializados, casas de carnes, restaurantes, etc.;

f) realização de pesquisa voltada prioritariamente para as reais demandas das unidades privadas, em parceria com as mesmas. As Unidades de Referência Técnica privadas podem desempenhar papel relevante nesse contexto;

g) presença, em todo o processo, da assistência técnica e da capacitação como elementos transformadores da realidade;

h) o crédito entra como elemento indutor da organização da cadeia, onde se deve dar ênfase à infra-estrutura mínima e de baixo custo, apoio ao aprimoramento genético, priorizando a qualidade. A ação creditícia deverá ser seletiva e para segmentos organizados;

i) ampla articulação institucional, com foco no desenvolvimento local, e forte ação municipal. Além do Estado, o município desempenhará boa parcela das atribuições inerentes ao Programa, utilizando a estrutura dos Comitês Municipais e fóruns de desenvolvimento local.

Esses e outros elementos estão apresentados, com maiores detalhes, no item relativo às ações.

7.1 Diretrizes e Estratégias

7.1.1 Diretrizes Básicas

O Plano de Ações está estruturado e orientado por cinco diretrizes básicas, a saber:

a) POLÍTICA – envolve a participação integrada e o comprometimento dos setores público e privado, sob o enfoque da cadeia produtiva, com ações dirigidas para as áreas de maior concentração dos rebanhos e com maior potencial para geração de economia de aglomeração;

b) CREDITÍCIA – representada pela diversificação das fontes de financiamento, como forma de comprometer o máximo de agentes e interessados, e focada na complementaridade das ações do Programa;

c) CAPACITAÇÃO – implantação de planos permanentes antes, durante e após a instalação dos empreendimentos privados, sempre com o enfoque na cadeia produtiva;

d) EMPRESARIAMENTO – Os empreendedores e demais interessados devem pautar suas ações com base numa postura de resultados visando a auto-sustentabilidade e competitividade das explorações;

e) MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA – Adoção de tecnologias modernas, simples, de baixo custo e adequadas às características da região Nordeste.

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O conjunto de diretrizes, aqui definido, visa responder às grandes questões pendentes da ovinocaprinocultura regional, de forma organizada e dentro de princípios de complementaridade, seja nos próprios empreendimentos, apropriados seja na relação destes no âmbito da cadeia produtiva. Isso favorecerá a expansão da atividade para o suprimento do déficit interno de produtos da atividade, num primeiro momento, gerando excedente para exportação numa segunda etapa.

No que diz respeito à questão política, está implícita, além da articulação entre os agentes públicos e privados, a imperiosa necessidade de integração dos agentes privados entre si, seja no campo da organização da produção, seja desta com os segmentos que estão a jusante da produção, especialmente com os segmentos de abate, processamento e industrialização, ou com os segmentos de distribuição e comercialização.

O referencial básico e ponto de partida para o desencadeamento de um programa dessa natureza têm que estar centrados, necessariamente, num amplo programa de educação básica e na capacitação permanente dos agentes da cadeia em todos os seus elos. Esse processo deve ter início nas salas de aula para jovens estudantes, focado na preparação destes para compreender a atividade de exploração de ovinos e caprinos como um negócio empresarial, estendendo-se aos adultos envolvidos na atividade, bem como à população em geral mediante a utilização dos meios de comunicação de massa.

A idéia do empresariamento, focada em resultados, na auto-sustentabilidade e na competitividade da atividade, deverá ser a mola mestra de todo o processo, inclusive para os pequenos produtores, que deverão estar orientados para buscar no fortalecimento econômico de suas unidades, dentro de processos organizados, as soluções para suas demandas sociais.

A concepção e mudança de uma cultura de produtor para empresário devem, necessariamente, estar interligadas ao processo de educação dos agentes, que envolve de forma direta a capacitação e a assistência técnica.

A execução de um Plano de Ações desta natureza não poderia prescindir do apoio creditício. Entretanto, é preciso ficar claro que, por tudo que se tem discutido e vivenciado na prática, os maiores problemas da atividade não estão somente no suprimento de crédito, mas num conjunto de problemas e limitações, além de uma total desarticulação da cadeia produtiva regional. A ação creditícia tem que ser necessariamente dirigida para produtores e/ou grupos devidamente organizados que atendam, como pré-condição, as demais diretrizes estabelecidas nese Plano.

Não se pode passar a idéia de que este é mais um plano de desenvolvimento setorial ou uma nova linha de crédito. O que se busca, em essência, é o estabelecimento das condições propícias para a aplicação do crédito em empreendimentos rentáveis e sustentáveis, bem como a geração de um ambiente favorável ao desenvolvimento.

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7.1.2 Estratégias

Como estratégias para o alcance dos objetivos definidos, o Programa está orientado para oito eixos principais, quais sejam:

a. Forte articulação entre o setor público e a iniciativa privada, bem como entre todos os elos do agronegócio da ovinocaprinocultura, guardando compatibilidade com as ações dos Comitês Municipais, sendo coordenada pelo Banco do Nordeste.

b. Reorientação da atividade em bases empresariais com visão de mercado e dirigida à organização dos produtores.

c. Atendimento prioritário aos núcleos criatórios de cada estado que tenham maiores concentrações de rebanhos ou que sejam potencialmente fortes na ovinocaprinocultura.

d. Promoção da capacitação da mão-de-obra laboral, técnica e gerencial.

e. Apoio à assistência técnica, pesquisa e difusão de tecnologias eficazes no manejo, na alimentação e na reprodução animal.

f. Desenvolvimento de um amplo projeto de Promoção e Marketing para a ovinocaprinocultura, visando estimular a produção e o consumo de produtos da atividade.

g. Apoio financeiro aos elos da cadeia produtiva, com atendimento rápido e diferenciado.

h. Compatibilidade do Programa com os projetos e ações da esfera pública, como também sua inserção no eixo dos projetos estruturantes e temáticos do Banco do Nordeste: Pólos de Desenvolvimento Integrado, Capacitação, Novo Modelo de Associativismo, Programa de Exportações, Projeto Promoção de Investimentos, dentre outros.

A estratégia fundamental para iniciar um processo consistente de organização da ovinocaprinocultura regional, passa, necessariamente, por uma ampla articulação dos governos federal, estaduais e municipais, o Banco do Nordeste, agentes privados e os demais órgãos parceiros.

Do ponto de vista funcional, uma estratégia básica a seguir será a identificação das áreas prioritárias de cada estado para a implementação do Plano, objetivando centrar as ações em áreas bem definidas, gerando economia de aglomeração e criando um ambiente de negócios favorável.

A organização de grupos de produtores, a partir do cadastramento com os respectivos perfis técnicos, econômicos e operacionais, permite o direcionamento de ações específicas para cada grupo, racionaliza as ações de assistência técnica, otimiza a produção e possibilita o direcionamento da oferta para períodos e públicos definidos. Esse trabalho de organização poderá ser realizado pelos agentes de desenvolvimento do Banco, pelas empresas de assistência técnica, públicas e privadas, pelas prefeituras e associações de criadores.

O planejamento da produção será feito com base nas demandas previamente definidas, se possível com contratos prévios e a preços remuneradores. Também

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poderão ser atendidas unidades de beneficiamento (carne, pele e leite), desde que se apresentem com mercado produtor garantido.

Paralelamente à organização dos produtores, serão empreendidas ações de capacitação laboral, gerencial e técnica junto a todos os produtores. Esse é um esforço que requer a participação do Banco, em articulação com as secretarias de educação, do trabalho e ação social em cada estado, o Senar e os municípios, além dos agentes privados. Buscar-se-á a articulação com outros organismos, visando fortalecer as ações de pesquisa, difusão tecnológica e assistência técnica.

Em que pese o bom nível tecnológico existente, a ênfase no apoio à pesquisa é fundamental, vez que é necessário evoluir muito ainda no melhoramento genético, no manejo e na alimentação dos plantéis, especialmente na comprovação de resultados econômicos, ainda muito incipientes. O Banco poderá priorizar o apoio a projetos de pesquisa, em parceria com o CNPq, as secretarias estaduais de ciência e tecnologia e o setor privado.

Como um dos grandes desafios à expansão da ovinocaprinocultura regional, observa-se a falta de estoque de animais de boa qualidade que possa atender às demandas existentes e futuras. Para enfrentar essa deficiência, faz-se necessária uma ação direcionada para a multiplicação do rebanho, em todas as suas fases, onde a ênfase dos investimentos seja direcionada para as etapas de reprodução e preservação de matrizes.

Outro elemento de extrema relevância para o sistema diz respeito a um programa de promoção e marketing, objetivando estimular a produção e o consumo dos produtos oriundos da atividade. Esse programa de marketing poderá ser elaborado e executado pelos Governos estaduais, juntamente com o SEBRAE e associações de criadores.

No âmbito do Banco do Nordeste, o projeto Promoção de Investimentos e o Programa de Fomento às Exportações do Nordeste, em articulação com a Agência Brasileira de Negócios, em formação, poderão, também, prestar apoio relevante para o sucesso do presente Programa.

Da mesma forma, os projetos Pólos de Desenvolvimento Integrado, o de Capacitação e o Novo Modelo de Cooperativismo têm interface com a ovinocaprinocultura. Primeiro, porque trata-se de uma atividade presente na maioria dos Pólos e que, de certa forma, contribuirá e será beneficiária direta das externalidades geradas; segundo, porque a capacitação é indissociável na área dos Pólos; e terceiro, porque o trabalho de organização associativa é indispensável aos pequenos produtores, que representam a grande maioria dos potenciais beneficiários do Programa.

O crédito será concedido de forma rápida e desburocratizada, em alguns casos com processo de concessão simplificado, sem prejuízo das demais diretrizes estabelecidas. Os projetos de empreendimentos da atividade deverão obedecer aos critérios técnicos, financeiros e de risco praticados, devendo estar em consonância com as demandas verificadas para o cumprimento das metas estabelecidas.

Evidencia-se, assim, ser necessário investir maciçamente em tecnologia de produção, melhoramento e reprodução, além de uma série de outros mecanismos que permitam a rápida evolução dos rebanhos com padrão superior. Para efetivar

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o atendimento oportuno aos produtores que desejam desenvolver uma ovinocaprinocultura com perfil empresarial, a EMBRAPA, as empresas de pesquisa e as secretarias de agricultura dos estados deverão desempenhar um papel relevante para a superação dessa dificuldade.

7.2 Objetivos

7.2.1 Geral

Contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura nordestina, com vistas a torná-la sustentável e competitiva.

7.2.2 Específicos

a) melhorar a eficiência da atividade “dentro” da porteira, com a introdução e adequação de tecnologias modernas e eficientes de manejo, alimentação e reprodução, além de escala econômica mínima;

b) fortalecer os segmentos de abate, beneficiamento e comercialização de carne, pele, leite e derivados, integrando-os com os demais elos da cadeia produtiva;

c) melhorar o padrão racial dos rebanhos regionais, visando aumentar a produtividade, elevar o peso das carcaças e diminuir o tempo de abate;

d) capacitar os produtores, magarefes e técnicos envolvidos com a ovinocaprinocultura nas áreas de produção, manejo, abate e gerenciamento da atividade;

e) viabilizar a oferta de produtos de qualidade superior (animais padronizados para as indústrias de abate e frigorificação, leite, queijos, peles e subprodutos), em quantidade e regularidade esperadas pelo mercado;

f) aumentar a produtividade dos rebanhos.

7.3 Metas

Com vistas à expansão e desenvolvimento da atividade, onde se vislumbre o crescimento quantitativo dos rebanhos, o melhoramento qualitativo (padrão racial) dos mesmos e um maior aproveitamento da capacidade industrial instalada na Região, o Plano estabeleceu as seguintes metas a serem atingidas até o ano de 2.002:

a) elevar a taxa de crescimento dos rebanhos caprino e ovino em 8% ao ano (36% no período de quatro anos), acarretando um incremento de aproximadamente 2.300.000 matrizes, que gerariam um volume de animais para abate em torno de 10.000 cabeças/dia. Esse contingente adicional, somado ao existente, seria suficiente para exigir o dobro da

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infra-estrutura de abate e frigorificação instalada na Região (abatedouros industriais, frigoríficos), incluindo ainda unidades de processamento, estimando-se, com isso, investimentos da ordem de R$ 490 milhões7;

b) reduzir para menos de um ano o tempo de preparação para o abate de ovinos e caprinos (máximo de dez meses de idade);

c) dobrar, em quatro anos, o consumo per capita de produtos de origem caprina e ovina (carne e leite e possivelmente queijos), aumentando a oferta real de carne de caprinos e ovinos em 36%, no período;

d) reduzir o desperdício de peles de 50% para 30% no primeiro ano e para 10% no quarto ano do programa;

e) melhorar a qualidade das peles, elevando os índices de qualificação dos tipos para exportação (primeira a quarta categorias), dos atuais 60% para 80% das peles industrializadas;

f) elevar a produtividade média regional de leite de cabra, dos atuais 0,85 litros/cabeça/dia para 1,3 litros/cabeça/dia, representando cerca de 70% da média de produtividade obtida em criatórios especializados;

g) aumentar o período médio da lactação das cabras leiteiras da Região, dos atuais 146 dias para um mínimo de 180 dias;

h) contribuir para a geração de 21.500 empregos diretos no manejo dos rebanhos, além da ocupação da mão-de-obra familiar e da recrutada para a implantação dos projetos de investimento, além da criação de inúmeros empregos indiretos nos diversos elos da cadeia produtiva;

i) reduzir de 84% para 50% em quatro anos, a participação de matrizes sem raça definida - SRD, na composição do rebanho regional de ovinos e caprinos.

7.4 Agentes e Parceiros

O desenvolvimento de um amplo plano de ação integrada, como o proposto, somente será exitoso quando envolver agentes de todos os elos da cadeia produtiva, desde os fornecedores de insumos até o consumidor final, passando pelas fases de produção (criação), abate, beneficiamento primário, processamento industrial, distribuição e comercialização.

Na ovinocaprinocultura regional, os parceiros que devem se articular para sua expansão e fortalecimento são:

7 Cálculo efetuado com base na necessidade de se adquirir matrizes em quantidade suficiente para suprir o abate diário de 10.000 cabeças dos abatedouros e frigoríficos especializados. Parâmetro - 25.000 matrizes para disponibilidade de 108 cabeças/dia para abate.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

Ministério da Agricultura / Delegacias Federais. Banco do Nordeste do Brasil. Secretarias estaduais de agricultura, indústria e comércio. Prefeituras municipais. Federações de agricultura. Empresas estaduais de desenvolvimento agroindustrial. Agropecuaristas e suas associações de classe. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Serviço Brasileiro de Aprendizagem Rural (SENAR). Universidades, faculdades e centros de pesquisa. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tenológico (CNPq). Empresas de assistência técnica. Elaboradores de projetos. Frigoríficos. Curtumes. Supermercados e associações. Comerciantes.

7.5 Ações Indicadas

Para promover o desenvolvimento da ovinocaprinocultura regional, adequando-a às diretrizes e estratégias definidas, este Plano de Ações indica a implementação de ações compartilhadas pelos setores públicos e privados, com a participação de organizações de apoio e de toda a sociedade. Entre as ações indicadas se inscrevem:

7.5.1 Articulação Institucional

a. Definir equipe de coordenadores do Programa em cada estado da Região, composta por representante do Banco do Nordeste e do Governo Estadual, com as atribuições de coordenar as ações globais, promover articulações com governos, prefeituras e outros parceiros e acompanhar o desenvolvimento do Programa (metas e ações planejadas).

b. Celebrar convênios e protocolos entre o Banco do Nordeste e os Governos Estaduais e respectivas secretarias, prefeituras e outras entidades, para realização de ações específicas (pesquisa, capacitação técnica e gerencial, assistência técnica, aquisição da produção, apoio à distribuição e comercialização, etc.).

c. Realizar seminários nos principais criatórios dos estados para divulgação e discussão do Programa, inclusive com visitas a projetos inovadores.

d. Apoiar a estruturação de fóruns permanentes em cada estado, para discussão dos problemas da ovinocaprinocultura.

e. Envolver os Comitês Municipais no trabalho de articulação das ações.

f. Desenvolver esforços na esfera federal, estadual e municipal para o cumprimento da Portaria Ministerial n.º 304 de fevereiro/96.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

g. Direcionar ações para a criação de mercados institucionais viabilizando a aquisição, por parte dos governos estaduais e prefeituras, dos produtos gerados nos municípios ou regiões mais próximas.

h. Apoiar os estados e parceiros para a adoção do controle sanitário, incluindo-se barreiras, quarentenas, dentre outras, e sua divulgação nos meios de comunicação de massa.

7.5.2 Pesquisa, Difusão de Tecnologias e Assistência Técnica

a. Nivelar ações de pesquisa e seus resultados entre todas as instituições envolvidas (EMBRAPA, EMEPA, EBDA, Universidades, etc.).

b. Apoiar a implantação de unidades privadas de reprodução animal que permitam a expansão do rebanho com material genético superior e melhoria da qualidade dos produtos para o mercado interno e externo (Banco, agentes produtivos).

c. Apoiar a instalação e expansão de Unidades de Referência Técnica privada em cada estado, que servirão de suporte à pesquisa, difusão, emprego de tecnologias e modernas práticas gerenciais (Banco, Secretarias de Ciência e Tecnologia, Produtores).

d. Fortalecer ações de pesquisa e dos processos de difusão de tecnologia de baixo custo e adaptadas às condições regionais, com a utilização de ecotécnicas (Banco, EMBRAPA, empresas de pesquisa e de assistência técnica).

e. Elaborar pacotes tecnológicos acessíveis aos produtores em geral, que gerem resultados.

f. Adotar pacotes tecnológicos que favoreçam a modernização, o manejo, a integração e a melhoria da alimentação (sistema Caatinga-Buffel-Leucena, silagem, resíduos agroindustriais), bem como os processos intensivos de engorda e terminação de cabritos e cordeiros.

g. Implantar nos estados centros tecnológicos de leite e derivados.

7.5.3 Educação e Capacitação

a. Promover ações nas escolas de ensino fundamental, escolas técnicas e universidades, visando a incorporação na sua grade curricular de aspectos relacionados ao agronegócio da ovinocaprinocultura (Prefeituras e Estados).

b. Assegurar a assistência técnica pública ou privada de qualidade para os produtores de ovinos e caprinos.

c. Criar unidades móveis para treinamento em serviço, seja de assistência técnica pública ou privada (Banco e empresas de assistência técnica).

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d. Estruturar planos de capacitação de todos os agentes envolvidos na ovinocaprinocultura, por estado ou microrregião, incluindo as metodologias mais eficientes - dias de campo, visitas a Unidades de Referência Técnica, treinamentos teóricos e práticos, programas de rádio e televisão, enfocando, dentre outros, aspectos relacionados à alimentação, reprodução, medidas profiláticas, descarte programado, melhoramento genético, esfola, conservação de peles e beneficiamento de leite e carne (Banco, EMBRAPA, SEBRAE, SENAR, secretarias estaduais e agentes privados).

e. Realizar treinamentos específicos para produtores e magarefes, visando o repasse de tecnologias sobre os diferentes segmentos da exploração, enfatizando as tecnologias de abate, esfola, conservação de peles, corte e conservação de carcaças, aspectos de higiene, etc.

f. Elaborar Manual de Orientação Técnica para produtores e o setor de abate de caprinos e ovinos de cada estado, envolvendo metodologias e práticas relacionadas a aspectos gerenciais; características das principais raças; sistemas de criação; processos de alimentação, mineralização, vermifugação, manejo; reprodução; instalações; controle sanitário; abate e comercialização (Banco, EMBRAPA, empresas de assistência técnica, demais instituições de pesquisa e Universidades).

g. Propiciar a participação de grupo de produtores em feiras estaduais e nacionais (associações de criadores, produtores, instituições envolvidas).

h. Estímular a implantação de projetos privados de forte conteúdo tecnológico e gerencial, denominados Unidades de Referência Técnica, pelo menos um para cada núcleo de produção nos estados. Essas unidades avançadas terão como princípio básico a transferência de tecnologias como ação capacitadora dos produtores (Banco, secretarias estaduais, CNPq e agentes privados).

7.5.4 Organização do Mercado Produtor

a. Definir em cada estado, os núcleos de concentração de rebanhos ovinos e caprinos ou zoneamento pecuário, inclusive a implantação e expansão de bacias leiteiras (Banco, governos estaduais e associações de produtores).

b. Desenvolver sistema eletrônico para gerenciamento de rebanhos, facilitando a comercialização e integração entre os agentes da cadeia produtiva (Banco, governos estaduais e associações de produtores).

c. Cadastrar produtores (Banco, associações de criadores e Prefeituras).

d. Definir grupos de produtores com perfis específicos para a atividade objeto em cada núcleo, por estado (Banco, associações de criadores, abatedouros, secretarias de agricultura, município).

e. Fortalecer as entidades associativas dos produtores (Banco, associações de criadores e de produtores).

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7.5.5 Produção

a. Induzir o uso de tecnologias avançadas de produção (Banco, EMBRAPA, empresas de assistência técnica).

b. Induzir o descarte programado, permitindo a substituição de animais improdutivos via orientação direta, campanhas, etc. (empresas de assistência técnica e empresas de pesquisa).

c. Induzir o uso de práticas de manejo reprodutivo com utilização de estação de monta controlada, inseminação artificial e/ou transferência de embriões, castração e/ou separação por sexo (ver anexo 4).

d. Viabilizar a retenção de crias fêmeas, evitar o abate indiscriminado de matrizes prenhas e novilhas, dentre outras ações congêneres (Banco, associação de criadores e empresas de assistência técnica).

e. Apoiar a implantação de unidades de reprodução animal que permitam a expansão do rebanho com material genético superior e melhoria da qualidade dos produtos para o mercado interno e externo (Banco, agentes produtivos).

f. Realizar campanhas periódicas de vacinação, vermifugação e mineralização do rebanho, obedecendo às recomendações da pesquisa para cada estado (secretarias de agricultura e associações de criadores) (ver anexo 4).

g. Estímular o aumento da oferta alimentar para os animais, sobretudo no período seco, com ênfase nas seguintes tecnologias:

- manejo de caatinga (raleamento, CBL, etc.);

- utilização de restolhos de cultura e subprodutos agroindustriais;

- formação de bancos de proteína e de campos forrageiros (leucena, algaroba, etc,);

- conservação de forragem (fenação, ensilagem, etc.).

h. Apoiar a importação de animais e material genético de qualidade que possam contribuir para melhorar o padrão dos rebanhos regionais, cuja decisão deverá ser submetida previamente às instituições de pesquisa (Banco, associações de produtores, governos estaduais e empresas de pesquisa).

i. Cadastrar selecionadores de reprodutores e matrizes caprinas e ovinas de alta linhagem, estabelecidos na região Nordeste.

j. Orientar o manejo adequado de plantéis leiteiros, com ênfase nas matrizes, observando higiene na ordenha e manipulação de leite.

k. Adotar medidas práticas de desoneração e simplificação tributária de mercadorias oriundas da ovinocaprinocultura (estados, municípios e iniciativa privada).

l. Dimensionar a capacidade de oferta de matrizes e reprodutores de qualidade dos selecionadores da Região.

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7.5.6 Beneficiamento e Processamento

a. Estimular o abate dos animais na idade e peso exigidos pelo mercado (empresas de assistência técnica e de pesquisa).

b. Levantar a capacidade instalada e índice de utilização dos curtumes localizados na Região, bem como possíveis compradores de peles em outras regiões do País (Banco e demais parceiros).

c. Preparar e executar campanhas para redução ou eliminação do abate clandestino (governos federal, estaduais e municipais).

d. Conceder apoio técnico e financeiro aos pequenos abatedouros localizados nas pequenas e médias cidades do interior do Nordeste, objetivando estruturá-los para o abate e padronização dos cortes, aclimatação e processos higiênicos de embalagem.

e. Divulgar, entre os processadores e beneficiadores, os critérios de qualidade e padronização dos produtos demandados pelo mercado (frigoríficos e associações de criadores).

f. Criar canal permanente de articulação entre os segmentos de abate e o segmento produtor, entre esse e a rede de distribuição, para facilitar o planejamento da produção (todos os agentes envolvidos).

g. Exigir o cumprimento da Portaria Ministerial no 304 de fevereiro/96 (Delegacia Federal da Agricultura, secretarias estaduais de saúde e municípios).

7.5.7 Marketing

a. Elaborar um plano de marketing comercial em cada estado, para o Programa e novos produtos gerados.

b. Executar plano de divulgação dos produtos e ações do Programa em cada estado, via meios de comunicação de massa (governos estaduais, municipais e associação de criadores).

c. Criar página na INTERNET para divulgação do Programa (Banco).

d. Incentivar a exposição de animais e produtos em feiras e correlatos (agentes produtivos).

e. Divulgar os produtos da ovinocaprinocultura na linha de produtos orgânicos;

7.5.8 Comercialização e Distribuição

a. Articular com os municípios a inserção dos produtos em programas de alimentação (merenda escolar, cesta básica, etc.) (Banco do Nordeste via coordenadores estaduais, comitês e prefeituras).

b. Articular com redes de supermercado, restaurantes e hotéis (organizações de produtores, com apoio do Banco do Nordeste e outras instituições).

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c. Apoiar a modernização de pontos de venda que ofereçam ao consumidor produtos de boa qualidade (Banco do Nordeste, SEBRAE, representação dos frigoríficos e magarefes).

d. Exigir o cumprimento da Portaria Ministerial no 304 de fevereiro/96, que trata do acondicionamento e transporte de carnes, leite e seus derivados.

e. Realizar o mapeamento dos restaurantes de comidas típicas, para inserção dos produtos na cadeia do turismo.

7.5.9 Crédito

a. Conceder apoio creditício a todos os elos da cadeia produtiva, desde que atendam às diretrizes e estratégias do Programa (Banco do Nordeste, outros agentes de fomento);

b. Elaborar projetos-padrão para atendimento creditício rápido e diferenciado (Banco do Nordeste);

c. Simplificar propostas e conseqüente redução nos prazos de análise e contratação (Banco do Nordeste);

d. Atualizar e nivelar os coeficientes técnicos (Banco do Nordeste, empresas de pesquisa);

e. Selecionar técnicos habilitados e capacitados para elaboração de projetos específicos da atividade (Banco do Nordeste, empresas, governos estaduais e municipais);

f. Conceder tratamento diferenciado a projetos de Unidades de Referência Técnica, os quais serão selecionados com base em critérios a serem definidos (Banco do Nordeste em parceria com agentes produtivos, instituições de pesquisa e secretarias estaduais);

g. Instituir Fundos de Aval para amparar financiamentos de pequenos produtores (estados e municípios).

Por fim, cabe observar que mesmo apresentadas de forma segmentada, as ações não terão a resposta desejada se praticadas de forma isolada. Como os problemas são sistêmicos, as ações devem ser implementadas igualmente de forma sistêmica e coordenadas pelos agentes envolvidos para o alcance dos objetivos e metas previstos.

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7.6 Ações Implementadas

Algumas ações integrantes do planejamento deste Programa já foram ou estão sendo implementadas na Região, a exemplo das relacionadas a seguir:

a) Realização de seminários, visitas técnicas e pesquisas em estados da Região, com os seguintes resultados:

Estado Realizações e Resultados

Piauí Seminário em Teresina (12.03.99) com participação de 72 pessoas e entidades do agronegócio da ovinocaprinocultura.

Ceará Visita de missão técnica do CNPq a empreendimentos da cadeia produtiva, técnicos e pesquisadores. Seminário regional sobre caprinos e ovinos tropicais em Fortaleza (1º a 3.12.98), com palestras técnicas e discussões sobre a atividade, com grande participação de interessados na ovinocaprinocultura. Realização de fóruns nas principais microrregiões criadoras para formulação de metodologia e do conteúdo programático dos cursos de capacitação em ovinocaprinocultura.

R. G. do Norte Reunião em Natal (25.02.99) com a presença das principais entidades de apoio à atividade no Estado. Seminário em Natal (14.04.99) com todos os agentes da ovinocaprinocultura estadual, além do CNPq.

Paraíba Seminário em João Pessoa para discutir a ovinocaprinocultura, do qual participaram aproximadamente 40 pessoas ligadas à atividade.

Pernambuco Seminário em Recife (15.03.99) para discutir a ovinocaprinocultura atual e a desejada.

Alagoas Seminário em Palmeira dos Índios (11.03.99), do qual participaram 84 pessoas das entidades envolvidas com a atividade naquele Estado. Programou-se novo evento para os próximos meses.

Sergipe Seminário em Xingó com a participação de 68 pessoas, e presença de empresas, criadores e associações do Estado.

BahiaOito eventos, entre reuniões e visitas técnicas em Salvador e Juazeiro, com participação média de 20 pessoas, onde se discutiram os problemas e potencialidades da ovinocaprinocultura no Estado. Estiveram envolvidas 35 entidades da cadeia produtiva, dentre as quais o Banco do Nordeste, secretarias de estado, prefeituras, produtores, industriais, universidades, entidades de pesquisa e associações de criadores.

Norte de Minas Seminário em Janaúba (08.03.99) com a presença de 65 pessoas representando 20 municípios do Estado e agentes envolvidos com a atividade.

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b) Elaboração do Catálogo de Selecionadores de Caprinos e Ovinos da Região Nordeste e Norte de Minas Gerais, inclusive com a criação de página na INTERNET para sua divulgação, onde os rebanhos são classificados por raça, estado e município de localização. O documento contém informações sobre o registro genealógico das espécies caprina e ovina, além de endereços das associações de classe dos criadores desses animais.

c) Elaboração de projetos modulados da atividade (simulado), como forma de otimizar o processo de concessão de crédito das unidades-piloto, contemplando:

c.1) Caprinocultura leiteira - Simulou-se o investimento da ordem de R$ 43.335 correspondente à aquisição de cem matrizes e três reprodutores, além da implantação de suporte forrageiro necessário ao plantel, estabilizando-se no ano IV com um total de 20,7 UA e 119 matrizes. Neste caso, o percentual de utilização da capacidade de pagamento para a amortização do investimento foi de no máximo 15%.

c.2) Ovinocultura - O empreendimento visualizado importou no custo total de R$ 23.480,57 , destinados à criação de estrutura de suporte forrageiro e de manejo, além da aquisição de cem matrizes, três reprodutores e um rufião, estabilizando-se no ano IV com 22,9 UA e 120 matrizes. A simulação indicou uma utilização de 44% da capacidade de pagamento.

c.3) Caprinocultura de corte - Projeto para implantação de uma estrutura para 100 cabeças, um rufião e 3 reprodutores, a um custo de implantação de R$ 24.94,47 ,indicando que a estabilização ocorreria no ano IV com 120 matrizes e 20 UA, sinalizando para uma utilização de 48% da capacidade de pagamento.

c.4) Outros - Simularam-se ainda estudos para investimentos em número de 200 e 500 matrizes de ovinos e caprinos de corte e de leite, ambos apresentando capacidade de pagamento dentro dos prazos e nos percentuais praticados pelo Banco.

Observações:

i) Para todas as simulações utilizaram-se índices e parâmetros técnicos indicados pelos órgãos de pesquisa localizados no Estado do Ceará.

ii) Ponderaram-se alguns valores dos produtos vendidos em função da qualidade almejada com os sistemas de manejo e técnicas preconizados pela pesquisa.

iii) Admitiu-se, para todos os casos, o prazo de doze anos para amortização do financiamento.

iv) À exceção das simulações do item “c.4 ”, os imóveis possuem área que varia de 1 ha a 50 ha, e de 51 ha a 100 ha;

v) Os módulos de 200 e 500 animais foram elaborados apenas como referência para contribuir no processo de concessão de crédito. Entretanto, todos os projetos desse porte deverão ser analisados, devendo ser levado em conta, dentre outros aspectos, o risco operacional envolvido.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

8 CONCLUSÕES

O panorama apresentado pela ovinocaprinocultura regional, obtido em dados, informações e contribuições de produtores, industriais, técnicos, pesquisadores e instituições componentes da cadeia produtiva, leva à conclusão de que a atividade pode representar, para a sociedade nordestina, um novo vetor de oportunidade de investimentos, de desenvolvimento sustentado e de bem-estar sócio-econômico.

Esta perspectiva toma proporções mais acentuadas quando, no horizonte dos diversos segmentos produtivos para o próximo milênio, o da alimentação se projeta como o mais preocupante.

O conteúdo deste Programa sinaliza para a implementação de diversas ações visando a promoção do desenvolvimento da ovinocaprinocultura nordestina, as quais estão planejadas e caracterizadas no Plano de Ações, dentre as quais destacamos, por bloco:

Capacitação técnica e gerencial dos atores envolvidos na cadeia.

Melhoramento do padrão racial dos plantéis, com preservação de raças e grupos étnicos nativos, e o aproveitamento dos cruzamentos desses com raças exóticas.

Estabelecimento de políticas agressivas de Marketing e de pesquisa de mercado que orientarão a produção e oferta de carne caprina e ovina e leite de cabra, incentivando a criação de um mercado institucional.

Celebração de Protocolos de Intenções entre governos estaduais, prefeituras e outras instituições atuantes na cadeia produtiva.

Crédito, acompanhamento e assistência técnica.

Apoio creditício a projetos privados nas linhas de crédito disponíveis, dando ênfase àqueles que contemplem tecnologia moderna.

Participação articulada de todos os agentes da cadeia produtiva – privados, públicos, ONG’s (nacionais ou estrangeiras).

Como resultado prático dessas injunções, espera-se a organização do Sistema Agroindustrial da Ovinocaprinocultura em seus subsistemas de produção, abate, processamento, distribuição e comercialização, além de uma coordenação dos elos situados “antes” da porteira, todos apoiados pelos ambientes organizacionais e institucionais. Isto favorecerá o surgimento de uma atividade empresarial focada para o mercado, de modo a gerar produtos de qualidade a preços competitivos, com oferta regular e em escala esperada pelo mercado interno e para exportação.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ARNALDO, D B N; Abate, cortes, distribuição e comercialização de ovinos e caprinos no Nordeste. In: I Workshop Sobre Caprinos e Ovinos Tropicais. Fortaleza: Banco do Nordeste, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAPRINOS (ABCC). Estimativa da produção de leite pasteurizado de cabra, efetivamente

comercializado nos centros urbanos de Pernambuco. Recife, 1998.

BANCO DO NORDESTE. Exportações nordestinas & ações do banco do Nordeste no programa especial de exportações; Workshop a inserção do Nordeste no programa especial de exportação. Fortaleza, 1998, p.7.

BANCO DO NORDESTE/CNPq. I Workshop sobre caprinos e ovinos tropicais. Fortaleza: Banco do Nordeste, 1998.

BANCO DO NORDESTE, Possibilidades da caprinocultura e ovinocultura no Nordeste. Fortaleza, 1974, p. 62 – 131.

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CEARÁ, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Ceará – EPACE, Avaliação da qualidade de carcaça e pele de ovinos. Fortaleza, junho 1997. (EPACE Notícias n. 20).

CEARÁ. Secretaria da Agricultura e Reforma Agrária. Projeto de desenvolvimento da ovinocaprinocultura do Ceará. Fortaleza, 1996.

CURTUMES DO CEARÁ. O Povo, Economia. Fortaleza, 1999.

FONSECA, M.F.de A.C.; BRESSLAU, S.; CARVALHO, S.M.P. de et al. Estudo da cadeia produtiva de caprinos leiteiro no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: PESAGRO–Rio, 1997 ( EMBRAPA. Programa 13 – Desenvolvimento. Subprojeto 13.0.9B 500-03). Projeto não iniciado.

MACHADO, J.C.A.; Sistema agroindustrial da caprinocultura leiteira do Estado do Ceará. Campina Grande: UFPb/ USP, 1998. 59 p. II Curso de Especialização em Agribusiness.

MEDEIROS, J. X.; Universidade de Brasília. Estudos de cadeia produtiva do agronegócio brasileiro, Brasília, 1999 ; No prelo.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

MUNIZ, S. T. Experiência e desafios de uma caprinocultura empresarial. II Seminário Nordestino de Pecuária. Fortaleza, 1998.

NOGUEIRA FILHO, A. Potencialidades da ovinocaprinocultura na região Nordeste. Fortaleza: Banco do Nordeste/Etene, 1999.

NUNES, J.F. ; CIRÍACO, A. L.T. ; SUASSUNA, U. Produção e Reprodução de caprinos e ovinos. 2.ed. Fortaleza : LCR, 1997. p.31-51.

PIMENTA FILHO, E.L.; SIMPLÍCIO, A. A. Caprinocultura leiteira no Brasil: estadio da arte e perspectivas. In : SEMANA DA CAPRINOCULTURA TROPICAL BRASILEIRA, ( 1 : 1994 : Sobral-CE). Anais... Sobral: EMBRAPA – CNPC, 1994. p.47-76 .

SANTANA, V.L.V. Leite de cabra : bons negócios à vista. Bahia agrícola, Salvador, v.2, n.1, p.52-57, nov. 1997.

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SUDENE. Carta de conjuntura Nordeste do Brasil. Recife, 1998 (Informativo Conjuntural Ano I, n.1).

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

ANEXO 1

Caracterização das Principais Raças de Caprinos e Ovinos Criadas no Nordeste

Raça Origem Aptidão Características da Pelagem e da Pele

CAPRINOSALPINA ou PARDA ALPINA

Importada Leite Castanha-parda com listra preta na nuca. Pele escura e flexível.

ALPINA AMERICANA

Importada Leite Policromada(branca, preta, creme, parda-amarelada e parda-avermelhada). Pele de acordo com a pelagem.

ALPINA BRITÂNICA

Importada Leite Preta com listras faciais. Pele cinza-escura.

ANGLO-NUBIANA Importada Carne e leite Variada, com pele solta predominando cor escura.

BOER Importada Carne e leite Pêlo vermelho do claro ao escuro, com faixa branca na face. Pele escura.

CANINDÉ Nacional Carne Preta com ventre e parte dos membros branca.

MAMBRINA Nacional Carne e leite Variável, predominando a pele escura.

MURCIANA Nacional Leite Uniforme negra ou verme-lho-escura. Pele escura.

MOXOTÓ Nacional Carne e pele Branca ou baia, com listras negras no macho. Pele preta.

SAANEN Importada Leite Branca com pêlos curtos e finos. Pele de cor rósea.

TOGGENBURG Importada Leite Acinzentada com faixas brancas nas fêmeas. Pele cinza-clara, flexível, macia.

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Programa para o Desenvolvimento Sustentável da Ovinocaprinocultura na Região Nordeste

OVINOSCARIRI Nacional (NE) Carne e pele Preta com ventre e pes-

coço branco ou castanho-claro. Pele escura.

BERGAMÁCIA Importada Carne, leite e lã Branca com pelos curtos cobrindo a cabeça.

MORADA NOVA Nacional (NE) Carne e pele Variedade vermelha:cauda branca e pele escura.Variedade branca: pele escura e resistente.

SANTA INÊS Nacional (NE) Carne, pele eLeite

Cores preta, vermelha e branca e combinações.

SOMÁLISBRASILEIRA

Importada Carne e leite Branca com cabeça e pes-coço preto. Pouca lã.

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VAREJISTAVAREJISTA

INSUMOSINSUMOS

RAÇÕESRAÇÕES

VITAMINASVITAMINAS

SAIS MINERAISSAIS MINERAIS

VACINASVACINAS

MEDICAMENTOSMEDICAMENTOS

SÊMEN/EMBRIÕESSÊMEN/EMBRIÕES

ANEXO 2 ANEXO 2 5656

SAG –CAPRINOCULTURA DE LEITESAG –CAPRINOCULTURA DE LEITE

PRODUÇÃOPRODUÇÃO

PLANTELPLANTEL

MANEJOMANEJO

INSTALAÇÕESINSTALAÇÕES

MÁQUINASMÁQUINAS

MATRIZES E REPRODUTORES

MATRIZES E REPRODUTORES

CARNESCARNES

PELESPELES

C O N S U M I D O RC O N S U M I D O RC O N S U M I D O RC O N S U M I D O R

ATACADISTAATACADISTA

Fluxo de Produtos e Serviços

Fluxo Financeiros e de Informações

Sub-produtos

BENEFICIAMENTOBENEFICIAMENTO

LEITE PASTEURIZADOLEITE PASTEURIZADO

LEITE LONGA VIDALEITE LONGA VIDA

LEITE EM PÓLEITE EM PÓ

QUEIJOQUEIJO

IOGURTEIOGURTE

OUTROS DERIVADOSOUTROS DERIVADOS

HIPERMERCADOSHIPERMERCADOS

SUPERMERCADOSSUPERMERCADOS

MERCADINHOSMERCADINHOS

DELICATESSENDELICATESSEN

RESTAURANTESRESTAURANTES

PADARIAPADARIA

Page 57: Caderno Ovinocaprinocultura - Contedo v2

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CARNES ABATEDOURO PELES

BENEFICIAMENTOCARCAÇAS

CORTES ESPECIAIS

PRÉ-COZIDOS

EMBUTIDOS

HIPERMERCADOS

SUPERMERCADO

MERCADINHOS

AÇOUGUES

DELICATESSEN

RESTAURANTES

COZINHA INDST.

INSUMOS

RAÇÕES

VITAMINAS

SAIS MINERAIS

VACINAS

MEDICAMENTOS

SÊMEN/EMBRIÕES

Fluxo de Produtos e ServiçosFluxo Financeiros e de Informações

ANEXO 3 ANEXO 3 5757

SAG – OVINOCAPRINOCULTURA DE CORTESAG – OVINOCAPRINOCULTURA DE CORTE

PRODUÇÃOPLANTELPLANTEL

MANEJOMANEJO

INSTALAÇÕESINSTALAÇÕES

MÁQUINAS

C O N S U M I D O RC O N S U M I D O RC O N S U M I D O RC O N S U M I D O R

ATACADISTAATACADISTA

VAREJISTAVAREJISTA

SUB-PRODUTOS PARA RAÇÕES

WET-BLUEWET-BLUE

CRUSTCRUST

CAMURÇACAMURÇA

PELICASPELICAS

NAPANAPA

SUB-PRODUTOGELATINA/RAÇÃO

SUB-PRODUTOGELATINA/RAÇÃO

LÃ/CABELOLÃ/CABELO

FEIRAS LIVRES

Page 58: Caderno Ovinocaprinocultura - Contedo v2

ANEXO 4 58

CALENDÁRIO DE COMBATE E CONTROLE DAS PRINCIPAIS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS E ÉPOCA DE REPRODUÇÃO INDICADAS

PARA OS ESTADOS NORDESTINOS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

Nota: As 04 vermifugações ocorrem com a exploração de caprino leiteiro. No caso de exploração de corte (ovino e caprino) duas vermifugações anuais jun/dez.

Fonte: Pesquisa Direta

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

Fonte: EMBRAPA-Meio Norte.

VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSA

VERMIFUGAÇÃOVACINAÇÃO CONTRA A RAIVA ESTAÇÃO DE MONTA

ESTAÇÃO DE MONTAVACINAÇÃO CONTRA A RAIVA

PIAUÍ

Nota: A vacinação contra e febre aftosa e raiva é indicada somente nas áreas onde há registro de foco de ambas as enfermidades, bem como a presença de morcego hematófago.

Estação de Monta: leva em consideração 03 partos a cada dois anos.

MARANHÃO

VERMIFUGAÇÃO

VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSA

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

VERMIFUGAÇÃOVACINAÇÃO CONTRA A RAIVA ESTAÇÃO DE MONTA

Nota: Vermifugação: Em microrregiões com precipitações mais acentuadas, recomenda-se uma quarta vermifugação no mês de setembro. Estação de Monta: deverá estender-se entre 15 de outubro a 15 de dezembro. Fonte: EMBRAPA-Caprinos.

CEARÁ

VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSA

Page 59: Caderno Ovinocaprinocultura - Contedo v2

59

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

Fonte: Secretaria de Agricultura.

VACINAÇÃO CONTRA A RAIVA ESTAÇÃO DE MONTA

Nota: Vacinação - deverá estender-se entre 15 de março a 15 de abril e 15 de setembro e 15 de outubro. Estação de Monta - O ano todo, dependendo da alimentação adequada que facilita o cio dos animais.

VACINAÇÃO CONTRA A RAIVA ESTAÇÃO DE MONTA

PARAÍBA

VERMIFUGAÇÃO

Nota: Vermifugação: Em microrregiões com precipitações mais acentuadas, recomenda-se uma quarta vermifugação no mês de setembro. Estação de Monta: deverá estender-se entre 15 de outubro a 15 de dezembro. Fonte: EMBRAPA-Caprinos.

VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSA

VERMIFUGAÇÃO

RIO GRANDE DO NORTE

VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSA

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

Para animais nascidos, recomenda-se o seguinte calendário de vermifugação, independente da época de nascimento:- 1ª vermifugação aos 60 dias de nascido;- 2ª vermifugação 21 dias após a 1ª; - 3ª vermifugação 60 dias após a 2ª;

Fonte: Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária - Divisão de Sanidade Animal

VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSAVACINAÇÃO CONTRA A RAIVA ESTAÇÃO DE MONTA

PERNAMBUCO

VERMIFUGAÇÃO

Page 60: Caderno Ovinocaprinocultura - Contedo v2

60

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

VACINAÇÃO CONTRA A RAIVA ESTAÇÃO DE MONTA

ALAGOAS

VERMIFUGAÇÃO VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSAVACINAÇÃO CONTRA A RAIVA

SERGIPE

VERMIFUGAÇÃO

ESTAÇÃO DE MONTA

VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSA

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSAVACINAÇÃO CONTRA A RAIVA ESTAÇÃO DE MONTA

Nota: De acordo com a secretaria de agricultura(SEAGRI), Agência de Defesa Agropecuária da Bahia(EDAB) e Empresa Baiana de Desenvolvimento Agropecuário(EBDA), não existe obrigatoriedade de vacinação e vermigugação no Estado da Bahia.

Além das vacinações contra febre aftosa e a raiva, referidos órgãos indicam vacinações contra Brucelose - às fêmeas de 04 meses (rebanho caprino leiteiro); Carbúnculo - aos 04 meses de idade; e Linfadenite caseosa - semestralmente. Essas vacinações podem ser feitas em qualquer época do ano.

BAHIA

VERMIFUGAÇÃO

Page 61: Caderno Ovinocaprinocultura - Contedo v2

61

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

Nota: Vacinação – A legislação mineira não obriga a vacinação periódica do rebanho ovino e caprino.

Estação de Monta – Adota-se a monta natural no campo à medida que as matrizes vão entrando no cio.

Fonte: EMATER-Janaúba(MG) e Instituto Mineiro de Agropecuária

VACINAÇÃO CONTRA A RAIVA ESTAÇÃO DE MONTA

MINAS GERAIS

VERMIFUGAÇÃO VACINAÇÃO CONTRA A AFTOSA