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LUIZ CARLOS DO CARMO FERNANDES E CÁSSIA ANDREA CARDOSO CAMPANHA ELEITORAL NO FACEBOOK EM GÓIAS 2014
Em Debate, Belo Horizonte, v.8, n.6, p. 65-83, ago. 2016.
CAMPANHA ELEITORAL NO FACEBOOK EM GOIÁS 2014
Luiz Carlos do Carmo Fernandes Pontifícia Universidade Católica de Goiás
[email protected] Cássia Andrea Cardoso Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Resumo: O presente artigo tem como objetivo entender o uso do Facebook por atores políticos em Goiás durante a campanha eleitoral de 2014. Para tanto, foram analisadas as mídias sociais dos três candidatos que tiveram melhor desempenho nas pesquisas eleitorais. Tal verificação foi baseada nas técnicas recentes de analises de redes sociais e método de análise de conteúdo. Os resultados mostraram que o Facebook é um ambiente onde é possível fazer divulgação de campanha e interagir diretamente com a sociedade civil. Observou-se também que os candidatos analisados usaram estratégias semelhantes em suas campanhas online e o que os diferenciou foi muito mais a repercussão que tais estratégias obtiveram na rede social. Palavras-chave: Internet e política; Facebook, Campanhas online; Goiás.
Abstract: This article aims to understand the use of Facebook by political actors in Goias during the election campaign of 2014. For both the social media of the three candidates who performed better in the polls were analyzed. Such verification was based on recent techniques of analysis of social networks and method of content analysis. The results showed that Facebook is an environment where you can make publicity campaign and interact directly with civil society. It was also observed that the analyzed candidates used similar strategies in their online campaigns and what differed was much more the impact that such strategies gained in the social network. Keywords: Internet and politics, Facebook, Online Campaigns, Goiás.
Introdução
Segundo Aggio e Reis (2013) a atuação dos candidatos no Facebook
passou a ser dominante entre os sites de redes sociais usados pelas campanhas
eleitorais majoritárias brasileiras em 2012. De lá para cá, as pesquisas
constataram que o Facebook tem conquistado papel de destaque em
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campanhas eleitorais. “Verificou-se que candidatos de diferentes cidades com
contextos demográficos, políticos e sociais distintos usaram o Facebook
respeitando padrões muito similares” (AGGIO, REIS, 2013, p, 184).
Entender o motivo da preferência dos atores políticos brasileiros não é
difícil. O Facebook é de longe a rede social online de maior audiência no
Brasil. Dados da Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 mostram que o Facebook é
acessado por 85% dos usuários da internet no país, contra 58% do Whatsapp
e 17% do Youtube. Somam-se a isso os recursos multifuncionais da mídia
digital que tem sido de grande importância para os candidatos criarem um
espaço de informação e mobilização para possíveis eleitores. Ao usar o
Facebook para fins de campanhas, o candidato faz com que os conteúdos
postados em sua página tenham um grande alcance entre os usuários da rede.
Pode-se dizer que no Facebook, o eleitor pode conhece melhor o
candidato do que nas mídias tradicionais e também interagir com ele. Além de
curtir e compartilhar o material de campanha do político. Esse fato pode
fazer com que esse conteúdo tenha um alcance ainda maior. Isso porque,
quando o usuário curte ou compartilha algum conteúdo, sua lista de amigos e
seguidores passa também a ter acesso a esse material. Quanto mais pessoas
curtirem e compartilharem material eleitoral da página de um candidato maior
será o alcance de sua campanha online.
O que não quer, dizer, no entanto, que o candidato pode basear sua
campanha apenas em redes sociais, uma vez que, apesar dos conteúdos terem
grande alcance, as pessoas que não tem interesse nesse tipo de material pode
apenas ignorá-los. As equipes de comunicação dos candidatos, que formulam
campanhas eleitorais pelo Facebook, acreditam que o usuário dessa rede é um
possível eleitor, que precisa ser convencido a preferir um candidato em vez de
outro.
Outro ponto de vista é que o eleitor não é importante apenas pelo seu
voto individual, mais também porque desempenha funções que pode atrair
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um maior número de outros eleitores. “Nesta perspectiva, os usuários dos
social media são potenciais militantes ou apoiadores que funcionam como elo
entre as campanhas e outros eleitores que trafegam pela mesma plataforma”
(AGGIO, REIS, 2013). Ou seja, adeptos do candidato, podem atrair novos
eleitores através do Facebook.
É preciso lembrar aqui que internet e as redes sociais ganharam
importância na comunicação política no Brasil depois do sucesso da
campanha online do presidente Barack Obama, em 2008, nos Estados
Unidos. Com a aprovação da Lei nº 12.034, que regulamentou o uso eleitoral
desse novo meio de comunicação nas campanhas eleitorais no Brasil, os
candidatos brasileiros começaram a usar a internet em suas campanhas,
buscando um contato direto com a sociedade através das diferentes funções
disponíveis na web.
Em 2010, além dos sites e dos e-mails, ganhou destaque como rede
social o Twitter: um serviço de microblog, o qual possibilita a publicação de
mensagens de até 140 caracteres. A ferramenta de micro mensagem foi
lançada em 2006, por Jack Dorsey, e se tornou popular cerca de três anos
depois, quando o número de utilizadores cresceu de maneira exponencial,
chegando a mais de 175 milhões de usuários.
Os estudos sobre a utilização do Twitter na campanha eleitoral de 2010
demonstraram que ele foi o mais utilizado entre os sites de redes sociais, e de
modo mais sistemático, pelos candidatos. De um modo geral, pode-se dizer
que o Twitter é um instrumento que ajuda na mobilização dos eleitores e na
visibilidade do candidato, que geralmente divide sua comunicação em micro
mensagens de comunicação, de divulgação e de relacionamento.
Especificamente em Goiás, pode dizer que entre os três candidatos que
estiveram à frente na disputa eleitoral em 2010: Marconi Perillo (PSDB), Íris
Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PR), apenas o primeiro conseguiu
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dominar a plataforma nos padrões estabelecidos por Obama nos EUA1
(FERNANDES, 2014).
O candidato do PSDB foi o que mais movimentou a rede social:
produziu 2.071 tuites, enviou 916 tuites a perfis específicos e replicou 136
tuites. Ele procurou convencer os eleitores de que era um candidato ligado às
novas tecnologias e que pessoalmente atualizava seu perfil. Assim, foi o que
apresentou um nível de campanha online mais desenvolvida na rede social −
2.713 pontos, contra 1.466 de Íris Rezende e 528 de Vanderlan Cardoso – e
também melhor desempenho2: 8.423 pontos contra 3.081 de Íris Rezende e
2098 e Vanderlan Cardoso (idem).
Já em 2012 em Goiás, o que se viu foi que, na primeira eleição
municipal em que a internet e as redes sociais puderam ser usadas, o
Facebook ainda não conseguiu superar todos os demais dispositivos
eletrônicos. “Proporcionalmente, considerando os 86 dias de campanha online
(...) o Plante uma ideia3 foi o espaço que mais recebeu contribuição dos
internautas entre as nove ferramentas interativas permanentes disponibilizadas
na homepage ou viabilizadas por meio de redes sociais (...). O segundo
colocado foi o Facebook, com 69 postagens de internautas, militantes da
campanha, simpatizantes ou civis” (CARVALHO, 2012, p.106).
No Twitter, os três candidatos que estiveram à frente nas pesquisas
eleitorais apresentaram desempenho similar: Paulo Garcia (PT), Jovair Arantes
(PTB) e Simeyzon Silveira (PSC). O que se pode perceber nesta mídia digital é
que as estratégias de 2010 foram aperfeiçoadas em 2012. Ou seja, cada vez
mais se buscou densidade de informação, interatividade, sofisticação, mas com
uma frequência de personalização em declínio (idem).
1 Menos na questão que trata da arrecadação de recursos de campanha, que praticamente não existiu. 2 O nível de campanha online do Twitter é medido com base em 15 categorias de análise desenvolvidas por Aggio (2011). Já o desempenho é medido pela soma de novos seguidores conseguidos durante a campanha eleitoral, quantidade de mensagens produzidas e enviadas a todo a rede ou a perfis específicos, recebidas, replicas e que replicou. 3 Espaço exclusivo para postagens de sugestões sobre a cidade de Goiânia, criado na campanha online do Prefeito e candidato a reeleição, Paulo Garcia (PT)
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Em 2014, o Facebook passou a ser a mídia digital mais importante em
termo de comunicação política eleitoral também em Goiás4. Por isso, esse
artigo pretende entender as questões relevantes trabalhadas nesta campanha
eleitoral. O objetivo é mapear o uso do Facebook pelos principais candidatos
a governo do Estado de Goiás nas eleições majoritárias de 2014 para
responder as indagações a respeito das estratégias usadas e seus impactos para
os atores políticos e para a sociedade.
Campanhas Online
De forma diferente da televisão e do rádio, a Internet possibilita uma
comunicação direta entre o candidato e seus eleitores, teoricamente sem
passar pelos filtros tradicionais da mídia. Mesmo com esse potencial, as
possibilidades de interação e participação nas campanhas eleitorais na internet
tiveram início nas salas de bate-papo, quadros eletrônicos e consulta nos
websites, mas só ganharam força com as redes sociais online.
Isso porque a interatividade na internet sempre foi um dificultador do
ponto de vista estratégico5. E não somente pelas questões tecnológicas e
logísticas, mas muito mais pelo risco a que expõe o candidato. Ao mesmo
tempo em que abre possibilidades para uma maior aproximação entre o
representante e seus eleitores potenciais, também deixa flancos para os
ataques de adversários e para as propagandas negativas.
Não se pode negar, no entanto, que a partir da campanha presidencial de
Barack Obama em 2008 – e da importância que as redes sociais online
ganharam nela –, a interatividade passou a ser mais bem-vista e trabalhada.
4 Em 2014 o Twitter agregou 11.572 novos seguidos aos perfis dos três candidatos que lideram as pesquisas eleitorais, já no Facebook o número de novos seguidores somou 39.096. 5 Devido a estes riscos, a interação tem sido evitada pela maioria dos sites dos candidatos ou vem sendo buscada de forma pontual, com e-mail viral – com presença de hiperlinks e recursos de conversação e contato com a campanha – e ‘participação plagiada’ e ‘suporte astroturf’, que podem ser percebidas em manifestações manufaturadas, que aparecem como se tivessem sido produzidas pelos apoiadores de forma espontaneamente e na verdade têm base de apoio social artificialmente construída (WILLIAMS; TRAMMELL, 2005; KLOTZ, 2007).
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Desta vez tendo como objetivo as ações de mobilização. Tais ações passaram
a ser os grandes diferenciais das campanhas online norte-americanas.
No Brasil, a análise dos estudos sobre o uso da internet nas campanhas
eleitorais permite afirmar, por um lado, que a rede mundial de computadores
ainda não atingiu diretamente a massa de eleitores, nem se transformou em
uma mídia de referência para todas as camadas da população. Por outro, que a
maioria dos partidos brasileiros apresenta índices deficientes de uso da
internet, já que os mesmos não alcançaram grande desenvolvimento em
termos de transparência, interatividade e accountability (BRAGA; NICOLÁS;
FRANÇA, 2009; PENTEADO et al., 2011).
Ou seja, o emprego da web é limitado e pouco criativo, uma vez que os
atores políticos, em sua grande maioria, não sabem utilizar as potencialidades
do meio, principalmente em relação à interatividade, e repetem, por meio
eletrônico, antigas formas de atuação política. Portanto, em termos de
campanha eleitoral é possível afirmar que até agora os sites dos candidatos
têm afetado os eleitores prioritariamente de forma indireta, através de ativistas
que disseminam informação e de jornalistas que visitam frequentemente esses
sites para coletar material e depois reproduzi-los na imprensa. E também que
os candidatos, em geral, estão se movendo para além de um padrão de folheto
eletrônico, embora tenham algum receio e dificuldades em fazê-lo
(DRUCKMAN, KIFER, PARKIN, 2007).
Em relação às redes sociais online é possível dizer que elas não só
estão, cada vez mais, sendo usada com estratégia de comunicação política,
como também estão afetando o comportamento dos atores políticos. Isso
porque obrigaram os atores políticos a conviver com uma nova ampliação do
debate público na arena pública mediada. De acordo com Rossini e Leal
(2013), apesar de a internet fornecer mecanismos inéditos de controle de
conteúdo e seleção de fontes e das pessoas − sobretudo mais ideologizadas,
que revelam preferência por sites que reforçam suas opiniões políticas, não se
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pode evitar o contato com perspectivas diferentes por meio das ‘exposições
inadvertidas’ possibilitadas pelas redes sociais online.
Pereira (2011) lembra que o intenso fluxo de informação na rede, que é
multidirecional, ampliou o debate e também a visibilidade das críticas, o que
vulnerabiliza as imagens políticas construídas, principalmente no que se refere
à espetacularização da intimidade desses políticos na web. Ao mesmo tempo,
alguns políticos que se adaptam às novas formas de comunicação online estão
aproveitando as possibilidades e se apropriando de sites, blogs e redes sociais
em suas campanhas para construir uma imagem dual, que se encontra no elo
entre o político/público e o pessoal/privado, no sentido de se popularizar e
de se ‘humanizar’ perante o eleitorado, acentuando o caráter personalista da
política brasileira.
Segundo Gurevitch, Coleman e Blumler (2009), na nova ecologia da
mídia os estrategistas de comunicação precisam trabalhar mais do que nunca
para cobrir o panorama da mídia expandida e adotar novos estilos para que
seus clientes não pareçam artificiais, insinceros e duros. Assim, explicitamente
ou de outra forma, os políticos provavelmente permanecerão ainda mais
dependente dos profissionais de campanha e de gestão de imagem; e sob
pressão para encontrar novas maneiras de se apresentar dentro dos espaços
cada vez maiores dos meios de comunicação (GUREVITCH, COLEMAN,
BLUMLER, 2009, p. 176).
Capital social ou político?
No contexto desse artigo é interessante discutir o capital político e
capital político online, que serão a base deste trabalho. Segundo Fernandes
(2014) autores como Recuero e Zago (2009) e Cremonese (2012) entendem
que as redes sociais online podem contribuir para a geração de capital social,
mas Putnam (2006) defende a ideia de que capital social é uma característica
da organização social e que ela está baseada na confiança, em regras de
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reciprocidade e em um sistema de participação cívica. Ou seja, é um bem
coletivo que não poderia ser apropriado de forma privada.
Assim Fernandes (2014) denomina de capital político online e não de
capital social o que os atores políticos buscam alcançar na internet e nas redes
sociais. O conceito de capital político foi definido por Bourdieu (2012) e
traduzido por Miguel (2003) como conhecimento social que permite que
alguns indivíduos sejam aceitos como atores políticos capazes de agir
politicamente. O termo online foi acrescido por se tratar da internet e das
redes sociais.
O capital político online é estabelecido em termos de ‘visibilidade’ −
que auxilia a manutenção de laços sociais e faz tornar-se conhecido;
‘reputação’ − as impressões que um ator social tem do outro; ‘popularidade’ −
descrita pelo número de comentários e tamanho da audiência; e ‘autoridade’ −
quantidade de citações, menções ou retuites, além da capacidade de gerar
conversações (RECUERO, 2009). Mas ‘visibilidade’ e ‘popularidade’ também
podem ser substituídas por ‘audiência’, ‘atividade’ e ‘número de seguidores e
amigos’ nas pesquisas métricas.
Metodologia
Para desenvolver essa pesquisa será usada a metodologia de análise
quantitativa para verificar os conteúdos postados pelos candidatos ao governo
do Estado de Goiás em seus perfis no Facebook. Tal verificação seguirá o
padrão desenvolvido por Gomes (2011), Aggio e Reis (2013), Reis (2012) e
Souza e Peixoto (2012). Assim, as análises foram feitas com base em
diferentes categorias, citadas a seguir.
Desempenho: nesta categoria serão analisadas o número de postagens
feitas pelo candidato durante a campanha eleitoral.
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Estratégias de Campanha: nesta categoria serão analisadas as
postagens sobre a agenda do candidato, uso de recursos multimídia, ataque
feito aos adversários, propostas de governo e apoio recebidos.
Perfil do candidato: postagens sobre a carreira política do candidato e
sobre realizações políticas do mesmo.
Divulgação de noticias: divulgação de noticias sobre o candidato,
participação em eventos, noticias sobre o candidato disponibilizado por
mídias tradicionais, matérias com ou sem link.
Capital político online: No caso do Facebook, ele será descrito pelo
número de comentários, de curtidas e compartilhamentos.
Segundo Aggio e Reis (2013) a adequação da gramática da mídia digital
também é um dos critérios que devem ser analisados. Os autores entendem
que postagens contendo imagens e vídeos são mais bem recebidas pelos
usuários da rede. Portanto, as postagens dos candidatos enriquecidas com
áudio, vídeos e imagens serão medidas entre as estratégias de campanha
(recursos multimídia).
Serão analisados ainda os conteúdos dos perfis dos candidatos seguindo
um padrão utilizado por Souza e Peixoto (2012), onde serão medidos o
numero de curtidas das páginas e das postagens dos candidatos, os
comentários feitos por usuários da rede e os compartilhamentos das
publicações. Essas três categorias vão definir o capital político online dos
candidatos.
Análise
O GÁFICO 1 aponta o desempenho dos candidatos durante o período
de campanha eleitoral online. O Perfil do candidato Marconi Perillo (PSDB)
foi superior ao candidato Iris Rezende (PMDB) nos meses de julho e outubro.
Em julho, o candidato do PSDB fez 93 postagens contra 69 do candidato do
PMDB, já em agosto o candidato do PMDB fez 123 postagens contra 118 do
candidato do PSDB. No mês seguinte o candidato que teve melhor
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desempenho foi o candidato do PMDB, com 184, seguido pelo candidato do
PSDB que fez 154 postagens.
Em outubro, o candidato do PSDB voltou a ter o melhor desempenho,
com 31 postagens. O candidato do PMDB foi quem apresentou o menor
desempenho no mês de outubro, com 19 postagens; ficando atrás do
candidato Vanderlan Cardoso (PSB) que fez 21 postagens. Porém nos outros
meses o candidato do PSB foi quem apresentou o menor desempenho em
relação aos outros candidatos. Em julho ele fez 56 postagens, em agosto, 71 e
em setembro, 94.
Gráfico 1- Resultado do desempenho dos candidatos no Facebook 2014
Fonte: elaboração própria.
O gráfico 2 mostra as Estratégias de Campanha e demonstra que as
postagens de agenda foi o tema que dominou no Facebook dos candidatos.
Em seguida vêm os temas: recursos de multimídia, ataque, propostas e apoio.
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julho Agosto Setembro Outubro
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Desempenho dos candidatos
Marconi
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Gráfico 2 - Estratégias trabalhadas pelos candidatos no Facebook 2014
Fonte: elaboração própria.
O candidato do PSDB foi o que mais usou o recurso de agenda (198
contra 172 de Íris Rezende e 129 de Vanderlan). No uso de recursos
multimídia, Marconi Perillo dominou meses de julho, com 26 postagens, e
outubro, com seis. O candidato do PMDB foi o que mais fez ataques (21).
Vanderlan fez sete ataques e o candidato do PSDB não fez postagens de
ataque. Embora Marconi tenha sido o único que não usou o seu perfil pessoal
para fazer ataque, isso não signifique que não o tenha feito por meio de outros
perfis. Já em termos de apresentação de proposta, a liderança foi do candidato
ao PMDB (84 contra 6 de Marconi e 2 de Vanderlan). O mesmo ocorrendo
nas mensagens de apoio (9 de Íris, 1 de Marconi e 0 de Vanderlan).
O gráfico 3 mostra o Perfil dos Candidatos, com as postagens sobre a
carreira política dos candidatos, como as ações realizadas em outros cargos
políticos.
0
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julho Agosto Setembro Outubro
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Estrategias de campanha
Agenda
Multimídia
Ataque
Propostas
Apoio
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Gráfico 3 - divulgação sobre a carreira política dos candidatos
Fonte: elaboração própria.
Durante todo o período de campanha online o candidato do PMDB foi
o que mais fez postagens sobre carreira política. Em julho foram três, em
agosto quatro, em setembro três. Em outubro nenhum dos candidatos fez
postagens sobre carreira política.
O gráfico 4 mostra as divulgações de notícias sobre os candidatos,
noticias disponibilizadas pelas mídias tradicionais, matérias com ou sem link e
participação em eventos.
Gráfico 4 - divulgação de notícia sobre os candidatos
0
1
2
3
4
5
julho Agosto Setembro Outubro
Po
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en
s
Carreira política
Marconi
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julho Agosto Setembro Outubro
Po
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Divulgação de notícia sobre os candidatos
Marconi
Iris
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Fonte: elaboração própria.
Durante toda a campanha online o candidato do PSDB foi o que mais
fez postagens de notícias. Em julho ele fez três, em agosto quatro e em
setembro cinco, em um total de 12. Os candidatos do PMDB e PSB fizeram
nove e sete postagens, respectivamente. Em outubro nenhum dos candidatos
fez postagens nessa categoria.
Os gráficos 5, 6 e 7 apresentam a quantidade de curtidas, comentários e
compartilhamentos que os perfis dos candidatos apresentaram durante a
campanha.
Gráfico 5 - Curtidas na página e nas postagens dos candidatos no Facebook 2014
Fonte: elaboração própria
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20000
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80000
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julho Outubro
Curtidas da página
Marconi
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Vanderlan
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Curtidas nas postagens
Marconi
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O candidato do PSDB teve o maior número de curtidas em suas
postagens durante todo o período de campanha online. Em julho suas
postagens tiveram 104.481 curtidas, em agosto 168.037, em setembro 178.497
e em outubro 29.681. O mesmo aconteceu em relação às curtidas na página:
Marconi teve 20.394 curtidas no período, contra 16.245 de Íris Rezende e
5.632 de Vanderlan Cardoso.
Gráfico 6 - Comentários nas postagens dos candidatos no Facebook 2014
Fonte: elaboração própria.
Durante todo o período de campanha online o candidato de PSDB foi
o que mais teve comentário em suas postagens. Em julho suas postagens
tiveram 9.244 comentários; em agosto 9.349, em setembro 9.363 e em
outubro 1.546 comentários. Íris recebeu durante toda a campanha em seu
perfil no Facebook 2.472 comentários e Vanderlan, 1.714.
0
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Comentários
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Gráfico 7 - Compartilhamentos das postagens dos candidatos no Facebook 2014
Fonte: elaboração própria.
Assim como aconteceu com as curtidas e os comentários, as postagens
do candidato do PSDB também foram as mais compartilhadas. Em agosto,
suas postagens tiveram 14.572 compartilhamentos: em agosto 15.207, em
setembro 16.615 e em outubro 3.057. Durante toda a campanha, o perfil de
Íris Rezende no Facebook recebeu 11.088 compartilhamentos e o de
Vanderlan Cardoso, 8.123.
Resultados
As estratégias usadas no Facebook pelos três candidatos goianos em
2014 foram semelhantes. O resultado das analises mostram como os atores
políticos usaram a mídia digital principalmente para divulgar agenda de
campanha (694), como recursos de multimídia (357) e propostas de campanha
(316). Outras estratégias trabalhadas em menor escala foram os ataques (40) e
os apoios (40).
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O desempenho dos candidatos, avaliados através do número de
curtidas, comentários e compartilhamentos, aqui denominados de capital
político online, demonstra a clara superioridade do desempenho do candidato
Marconi Perillo sobre os demais: com 99.357 curtidas, comentários e
compartilhamento. O segundo melhor desempenho, Iris Rezende com 29.805,
em terceiro Vanderlan com 15.469.
Portanto, o que diferenciou os candidatos não foram as estratégias em
si, mas a repercussão que tais estratégias obtiveram na rede social. Percebe-se
pelo primeiro dia de campanha, 06 de julho, que o Governador Marconi
Perillo administrou bem a superioridade do seu desempenho no Facebook
existente antes do período eleitoral (10.670 seguidores e 70.460 curtidas), pois
se manteve até o fim da campanha à frente dos demais adversários.
Já no caso do candidato Vanderlan Cardoso não se pode dizer o
mesmo. Embora tivesse o segundo maior número de curtidas no dia 06 de
julho (52.274), acabou apresentando o segundo pior desempenho entre os
candidatos ao governo de Goiás. O candidato Iris Rezende obteve o segundo
melhor desempenho na rede social, apesar de no inicio da campanha
apresentasse o pior desempenho entre os três candidatos (4.085 curtidas)6.
O capital político online, medido pela soma de curtidas, comentários e
compartilhamentos da página, comprova tal analise. Por essa avaliação é
possível perceber que o candidato do PSDB, Marconi Perillo, apresentou o
melhor desempenho, seguido por Iris Rezende e Vanderlan Cardoso.
6 Apenas o perrfil da Marconi Perillo (PSDB) disponibilizou o número de seguidores.Os demais não o fizeram, mas o número de curtidas pode dar uma dimensão da visibilidade e interação na rede social.
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LUIZ CARLOS DO CARMO FERNANDES E CÁSSIA ANDREA CARDOSO CAMPANHA ELEITORAL NO FACEBOOK EM GÓIAS 2014
Em Debate, Belo Horizonte, v.8, n.6, p. 65-83, ago. 2016.
Gráfico 8 - Capital Político online dos candidatos
Fonte: elaboração própria.
Conclusões
A principal conclusão dessa pesquisa é que o espaço do Facebook foi
muito mais utilizado pelos candidatos para divulgar e noticiar a campanha do
que para promover debates de interesse público. Porém, não se pode deixar
de ressaltar a quantidade de comentários feitos nas postagens dos candidatos,
fator que aponta que o eleitorado promoveu discussões nessas postagens.
Portanto, o Facebook é uma ferramenta viável e possivelmente eficaz para a
divulgação de propaganda e para a mobilização do eleitorado. Além de
disponibilizar um espaço de campanha muito maior do que os oferecidos
pelas mídias tradicionais
No Facebook, as pessoas mantêm perfis e têm a opção de postar
conteúdos de seu interesse, também podem curtir, comentar e compartilhar
outras postagens, além de promover a interação entre pessoas de diferentes
lugares. Sua importância em relação à política é crescente, tanto para a
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Capital Político online dos candidatos
Marconi Perillo
Iris Rezende
Vanderlan Cardoso
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Em Debate, Belo Horizonte, v.8, n.6, p. 65-83, ago. 2016.
comunicação cotidiana da vida política, quanto para seu uso em campanhas
eleitorais. Mas a repercussão das estratégias de campanha depende do capital
político online acumulado fora do período eleitoral (antes e depois do término
das campanhas).
Nisso, e na forma como a rede social foi utilizada pelos três postulantes
ao governo do Estado de Goiás, a campanha online no Facebook apresenta
padrões de desempenho estratégico parecidos com a realizada no Twitter.
Verificou-se, no entanto, que os três candidatos analisados fizeram o uso da
rede social através de padrões muito parecidos já na primeira eleição em que a
mídia digital apareceu como a mais usada pelos atores políticos em Goiás,
fator que só foi observado com o Twitter em 2012, na segunda eleição.
É importante ressaltar aqui que os resultados obtidos nesse trabalho
não são conclusivos. Eles apresentam apenas uma primeira leitura, de uma
metodologia que deverá servir para estudos posteriores.
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