Download ppt - Cap. 8 - Fábula

Transcript
Page 1: Cap. 8 - Fábula

Cap. 8 -

Fábula

Page 2: Cap. 8 - Fábula

Características estruturais das fábulas

• Brevidade;• Narração em terceira pessoa;• Personagens típicas;• Texto literário muito comum na literatura

infantil;• Utiliza, como personagens, animais com

características, personalidade e comportamento semelhantes aos dos seres humanos;

Page 3: Cap. 8 - Fábula

• Presença predominante de sequências narrativas;

• Tempo e espaço imprecisos: os ensinamentos são apresentados como válidos para qualquer época e lugar;

• O desfecho, a moral da história, assume a forma de um aforismo ou provérbio.

Características estruturais das fábulas

Page 4: Cap. 8 - Fábula

• A linguagem utilizada é simples, porém sem agredir a variante padrão.

• Durante a fábula é feita uma analogia entre a realidade humana e a situação vivida pelas personagens, com o objetivo de ensinar algo ou provar alguma verdade estabelecida (moralidade).

Características estruturais das fábulas

Page 5: Cap. 8 - Fábula

• A temática é variada e contempla tópicos como a vitória da fraqueza sobre a força, da bondade sobre a astúcia e a derrota de preguiçosos.

Características estruturais das fábulas

Page 6: Cap. 8 - Fábula

Moral da história

Esse modelo de narrativa como

objeto de leitura para crianças

é recomendado,

principalmente, pela natureza

alegórica de seu discurso e

pela possibilidade de discussão

sobre a moral, levando o leitor

a questioná-la e relacioná-la

com o mundo real.

Page 7: Cap. 8 - Fábula

• São exemplo as Fábulas de Esopo (620-560), um escravo e contador de histórias que viveu na Grécia antiga: A raposa e as uvas; A tartaruga e a lebre; O vento norte e o vento sul; O menino que criava lobo; O lobo e o cordeiro.

• No Brasil quem recriou as fábulas foi Monteiro Lobato.

Page 8: Cap. 8 - Fábula

A CIGARRA E AS FORMIGAS

O LOBO E O CORDEIRO

A TARTARUGA E A LEBREA RAPOSA E AS UVAS

Page 9: Cap. 8 - Fábula

A relação entre fábula e oralidade

A fábula é um gênero prosaico próprio da fala cotidiana: é um ato de fala que se realiza por meio de uma narrativa.

Page 10: Cap. 8 - Fábula

• Na fábula, o narrar está a serviço de vários atos de fala, como censurar, recomendar, aconselhar...

• O enunciador serve-se de uma narrativa como instrumento de demonstração.

A relação entre fábula e oralidade

Page 11: Cap. 8 - Fábula

A fábula na perspectiva do enunciador e do enunciatário

• Na fábula, há um discurso alegórico: a narrativa ancora outro significado.

• Interpretar uma fábula é como decifrar um enigma.

Page 12: Cap. 8 - Fábula

Da prosa para o verso

• Jean de La Fontaine (1621-1695, séc. XVII), poeta francês, além de compor suas próprias fábulas, também reescreveu em versos muitas das fábulas de Esopo (séc. VI a.C.) e de Fedro (séc. I d.C.).

Page 13: Cap. 8 - Fábula

As fábulas no improviso do cordel

Page 14: Cap. 8 - Fábula

Severino José. Introdução e seleção: Luiz de Assis Monteiro. São Paulo: Hedra (Biblioteca de

Cordel).

“A cigarra e a formiga”

Aquele que trabalhaE guarda para o futuro

Quando chega o tempo ruimNunca fica no escuro.

Page 15: Cap. 8 - Fábula

Durante todo o verãoA cigarra só cantava

Nem percebeu que ligeiroO inverno já chegava

E quando abriu os olhosA fome já lhe esperava.

Page 16: Cap. 8 - Fábula

E com toda humildadeÀ casa da formiga foi ter

Pediu-lhe com voz sumidaAlguma coisa pra comerPorque a sua situaçãoEstava dura de roer.

Page 17: Cap. 8 - Fábula

A formiga então lhe disseCom um arzinho sorridente

Se no verão só cantavasCom sua voz estridente

Agora aproveitas o ritmoE dance um samba bem

quente.

Page 18: Cap. 8 - Fábula

APÓLOGO

Gênero alegórico que consiste numa narrativa que ilustra uma lição de sabedoria, utilizando personagens de índole diversa, reais ou fantásticas, animadas ou inanimadas. Servem de exemplos clássicos os apólogos de Fedro e Esopo. Confunde-se facilmente com a fábula, embora esta se concentre mais em relações que envolvem coisas e animais, e com a parábola, que se ocupa mais de histórias entre homens e figuras alegóricas com sentido religioso. Hegel considera-a uma forma de parábola.

http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=787&Itemid=2

Page 19: Cap. 8 - Fábula

Os apólogos, têm por fim interferir de alguma forma com o comportamento social e moral dos homens, modificando-o pelo exemplo, se possível.O apólogo é uma narrativa que busca ilustrar lições de sabedoria ou ética, através do uso de personalidades de índole diversa, imaginárias ou reais, que podem ser tanto inanimadas como animadas. Bem parecido com a fábula em sua estrutura, o apólogo é um tipo de narrativa que personifica os seres inanimados, transformando-os em personagens da história.

Page 20: Cap. 8 - Fábula

Diversos autores consideram que se pode observar o apólogo como uma parábola que não utiliza apenas, e a título de analogia, um caso particular a fim de tornar perceptível uma significação geral.

Page 21: Cap. 8 - Fábula

Exemplo:

Um Apólogo (Machado de Assis)

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Por que lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

Imagem: Uma agulha com linha / Saurabh R. Patil / Creative Commons - Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada

Page 22: Cap. 8 - Fábula

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

Imagem: A agulha enfiada / Jorge Barrios / GNU Free Documentation License.

Page 23: Cap. 8 - Fábula

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Page 24: Cap. 8 - Fábula

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

Page 25: Cap. 8 - Fábula

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Page 26: Cap. 8 - Fábula

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Page 27: Cap. 8 - Fábula

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansaste em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

Page 28: Cap. 8 - Fábula

• www.contandohistoria.com/fabulas.htm• fabulasinfantis.blogs.sapo.pt/• fabulas1.blogspot.com/• asfabulasdeesopo.blogspot.com/