ORIENTAÇÕES CURRICULARES ............................................................... 2
SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA
Planificação ....................................................................................................................... 6
Documentos de ampliação ........................................................................................ 8
Ficha de Trabalho n.o 1 ................................................................................................ 12
Ficha de Trabalho n.o 2 ................................................................................................ 14
TRANSMISSÃO DA VIDA
Planificação ....................................................................................................................... 18
Documentos de ampliação ........................................................................................ 21
Ficha de Trabalho n.o 3 ................................................................................................ 26
Ficha de Trabalho n.o 4 ................................................................................................ 28
Ficha de Trabalho n.o 5 ................................................................................................ 30
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO
Planificação ....................................................................................................................... 34
Documentos de ampliação ........................................................................................ 38
Ficha de Trabalho n.o 6 ................................................................................................ 46
Ficha de Trabalho n.o 7 ................................................................................................ 48
Ficha de Trabalho n.o 8 ................................................................................................ 50
Ficha de Trabalho n.o 9 ................................................................................................ 52
CIÊNCIA E TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA
Planificação ....................................................................................................................... 56
Documentos de ampliação ........................................................................................ 58
Ficha de Trabalho n.o 10 .............................................................................................. 61
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 63
índice
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 1
2 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
ORIENTAÇÕES CURRICULARES
Para o estudo do tema Viver melhor na Terra, as experiências de aprendizagem que se propõem
visam o desenvolvimento das seguintes competências:
3Reconhecimento da necessidade de desenvolver hábitos de vida saudáveis e de segurança, numa
perspectiva biológica, psicológica e social.
3Reconhecimento da necessidade de uma análise crítica face às questões éticas de algumas das
aplicações científicas e tecnológicas.
3Conhecimento das normas de segurança e de higiene na utilização de materiais e equipamentos
de laboratório e de uso comum, bem como respeito pelo seu cumprimento.
3Reconhecimento de que a tomada de decisão relativa a comportamentos associados à saúde e
segurança global é influenciada por aspectos sociais, culturais e económicos.
O quarto tema do programa de Ciências Naturais – Viver melhor na Terra – visa a compreensão de
que a qualidade de vida implica saúde e segurança numa perspectiva individual e colectiva. A biotecno-
logia, área relevante na sociedade científica e tecnológica em que vivemos, será um conhecimento
essencial para a qualidade de vida.
Ao longo dos três ciclos de escolaridade, o tratamento deste tema desenvolve-se de acordo com o
seguinte esquema organizador:
FUNÇÃO ESTRUTURA
IDENTIDADEDO CORPO
SISTEMAS ELECTRICIDADE ELECTRÓNICA
PREVENÇÃO RISCOS
ORGANISMO HUMANO
EQUILÍBRIONATURAL
CONTROLO E REGULAÇÃO
PROPRIEDADES ESTRUTURA
NOVOSMATERIAIS
MATERIAIS
QUALIDADE DE VIDA
VIVER MELHORNA TERRA
SAÚDE E SEGURANÇA
INDIVIDUAL COMUNITÁRIA
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 2
3
3Compreensão de como a ciência e a tecnologia têm contribuído para a melhoria da qualidade de vida.
3Compreensão do modo como a sociedade pode condicionar, e tem condicionado, o rumo dos avanços
científicos e tecnológicos na área da saúde e segurança global.
3Compreensão dos conceitos essenciais relacionados com a saúde, utilização de recursos e protecção
ambiental que devem fundamentar a acção humana no plano individual e comunitário.
3Valorização de atitudes de segurança e de protecção como condição essencial em diversos aspectos
relacionados com a qualidade de vida.
Ao longo do 9.o ano, pretende-se que a abordagem do tema Viver melhor na Terra seja orientada pelas
questões:
No âmbito da disciplina de Ciências Naturais, as experiências de aprendizagem deverão ser orientadas
de forma a promover:
3Discussão sobre a importância da aquisição de hábitos individuais e comunitários que contribuam para
a qualidade de vida.
3Discussão de assuntos polémicos nas sociedades actuais sobre os quais os cidadãos devem ter uma
opinião fundamentada.
3Compreensão de que o organismo humano está organizado segundo uma hierarquia de níveis que fun-
cionam de modo integrado e desempenham funções específicas.
3Avaliação e gestão de riscos e tomada de decisão face a assuntos que preocupam as sociedades,
tendo em conta factores ambientais, económicos e sociais.
Adaptado de Orientações Curriculares para o 3.o Ciclo do Ensino Básicoe Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais
O QUE SIGNIFICAQUALIDADE DE VIDA?
DE QUE MODOA CIÊNCIA
E A TECNOLOGIAPODEM CONTRIBUIR
PARA A MELHORIADA QUALIDADE
DE VIDA?
COMO SE PROCESSAA CONTINUIDADE
E A VARIABILIDADEDOS SISTEMAS?
QUE HÁBITOS INDIVIDUAIS CONTRIBUEMPARA UMA VIDA SAUDÁVEL?
COMO SE CONTROLAME REGULAM OS SISTEMAS?
DE QUE MODO QUALIDADE DE VIDAIMPLICA SEGURANÇA E PREVENÇÃO?
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 3
1.1INDICADORES DO ESTADODE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO
1.2MEDIDAS DE PROMOÇÃODA SAÚDE
SAÚDE INDIVIDUALE COMUNITÁRIA
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 4
6 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
1. Saúde individual
e comunitária
1.1 Indicadores do
estado de saúde de
uma população
1.1.1 Evolução dos
conceitos de saúde
e de doença
1.1.2 Principais
factores que
influenciam a saúde
1.1.3 Indicadores do
estado de saúde de
uma população
3Taxa
de mortalidade
infantil
3Esperança média
de vida
3Taxa de doenças
infecto-contagiosas
3Taxa de doenças
cardiovasculares
3Taxa de obesidade
3Analisar, interpretar
e compreender informação
veiculada de diferentes modos.
3Realizar inferências,
generalizações e deduções.
3Demonstrar a capacidade
de expor e defender ideias.
3Pesquisar, seleccionar,
organizar
e comunicar informação.
3Realizar actividades de forma
autónoma, responsável
e criativa.
3Usar correctamente a língua
portuguesa.
3Usar adequadamente
diferentes tipos de linguagens.
3Utilizar novas tecnologias
de informação e comunicação.
3Rentabilizar as tecnologias de
informação e comunicação na
construção do saber e na sua
comunicação.
3Manifestar perseverança
e seriedade no trabalho.
3Apresentar atitudes e valores
inerentes ao trabalho
cooperativo.
3Cooperar com os outros em
projectos comuns.
3Adoptar metodologias
personalizadas de trabalho
e de aprendizagem adequadas
aos objectivos visados.
Compreender conceitos
essenciais relacionados com
a saúde, utilização de recursos
e protecção ambiental que
devem fundamentar a acção
humana no plano individual
e comunitário
3 Reconhecer que o conceito de
saúde sofreu alterações ao
longo do tempo.
3 Enumerar factores que
influenciaram a evolução
do conceito de saúde.
3 Compreender o conceito actual
de saúde (individual
e comunitária).
3 Compreender o conceito de
qualidade de vida.
3 Compreender que a saúde
individual e comunitária
depende de factores individuais
e de factores ambientais,
socioeconómicos e culturais.
3 Compreender que a saúde
e a qualidade de vida são
influenciadas pela relação que
se mantém com os outros
e com o ambiente.
3 Conhecer os principais factores
que influenciam a saúde.
3 Compreender o conceito de
indicador do estado de saúde
de uma população.
3 Identificar indicadores do
estado de saúde de uma
população.
3 Inferir sobre o nível de
desenvolvimento de uma
população a partir da análise de
indicadores do estado de saúde.
• Brainstorming sobre os
conceitos «qualidade de vida»
e «saúde».
• Análise crítica dos textos do
Manual (páginas 16, 27, 36 e 39).
• Trabalho de grupo. Poderão
ser propostos temas como
«Influência de práticas culturais
e sociais na saúde das
populações», «Trabalho infantil»,
«Prevenção de catástrofes
naturais», «A relação entre
os diferentes tipos de poluição
e a saúde das populações»
ou «Importância da vacinação
na prevenção de doenças», por
exemplo.
• Elaboração de um
questionário. Os alunos poderão
elaborar um questionário sobre
os estilos de vida e aplicá-lo na
comunidade escolar. Os
resultados poderão ser
trabalhados e divulgados,
constituindo o ponto de partida
para a elaboração de outros
trabalhos e para promoção de
diversas campanhas de
sensibilização.
• Organização de palestras ou
debates. Em colaboração com os
serviços municipalizados, Centro
de Saúde da região ou outras
entidades, poderão ser promovidas
palestras ou debates sobre
o destino dos resíduos sólidos
urbanos, o ordenamento do
território, a qualidade da água da
rede pública, a higiene e segurança
alimentar ou outros temas
relacionados com a promoção
da saúde das populações.
5
PLANIFICAÇÃO
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 6
SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 7
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
1.2 Medidas de
promoção da saúde
1.2.1 Hábitos de
vida saudáveis
1.2.2 Melhoria das
condições de higiene
e salubridade
1.2.3 Ordenamento
do território
e qualidade
ambiental
1.2.4 Vacinação
1.2.5 Rastreios
1.2.6 Campanhas
de sensibilização
3Respeitar regras de utilização
de equipamentos e espaços.
3Assumir atitudes de
flexibilidade e de respeito face
a novas ideias.
3Manifestar sentido crítico.
Compreender a importância
da aquisição de hábitos
individuais e comunitários que
contribuam para a qualidade
de vida
3Reconhecer que a promoção
da saúde se faz pela adopção
de medidas individuais
e colectivas.
3Reconhecer que as atitudes
e comportamentos individuais
influenciam a saúde
comunitária.
3Conhecer medidas de
promoção de saúde individuais
e colectivas.
3Compreender a importância
de cada uma das medidas
de promoção de saúde.
3Assumir atitudes promotoras
de saúde individual e colectiva.
• Promoção de rastreios.
Em colaboração com o Centro
de Saúde da região ou outras
entidades poderá realizar-se
um rastreio auditivo, visual e/ou
de saúde oral ou outro.
• Avaliação do estado de
saúde. Poderá, de forma
simples, fazer em sala de aula
a avaliação do índice de massa
corporal dos alunos. Com
a colaboração de técnicos
de saúde, esta actividade poderá
ser alargada a toda ou a parte
da comunidade educativa com
a realização de diversos testes
simples (glicemia, colesterol,
tensão arterial, etc.).
• Análise e discussão
de cartazes e de spots
publicitários realizados
no âmbito de campanhas
de sensibilização
para determinadas doenças
e/ou comportamentos de risco.
• Visitas de estudo
a instituições da região com
responsabilidades na área
da saúde ou protecção civil.
• Resolução de actividades
do Manual.
• Exploração de textos
existentes no Caderno de Apoio
ao Professor.
• Exploração dos recursos
propostos no Manual
Multimédia
3
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 7
8 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
DOCUMENTOS DE AMPLIAÇÃO
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 1
«Eu juro, por Apolo, médico, porEsculápio, Higeia e Panacea, e tomo portestemunhas todos os deuses e de todasas deusas, cumprir, segundo meu podere minha razão, a promessa que se segue:estimar, tanto quanto a meus pais, aque-le que me ensinou esta arte; fazer vidacomum e, se necessário for, com ele par-tilhar meus bens; ter seus filhos pormeus próprios irmãos; ensinar-lhes estaarte, se eles tiverem necessidade deaprendê-la, sem remuneração e nemcompromisso escrito; fazer participardos preceitos, das lições e de todo o restodo ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos ins-critos segundo os regulamentos da profissão, porém, só aestes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo omeu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mala alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédiomortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo
modo, não darei a nenhuma mulheruma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida eminha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobreum calculoso confirmado; deixarei essaoperação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para obem dos doentes, mantendo-me longede todo o dano voluntário e de toda asedução sobretudo longe dos prazeresdo amor, com as mulheres ou com oshomens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora doexercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tivervisto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservareiinteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que meseja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão,honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastarou infringir, que o contrário me aconteça.»
JURAMENTO DE HIPÓCRATESConsiderado o «pai da medicina», Hipócrates é associado ao juramento hipocrático, prestado pelos médi-
cos antes de iniciarem a sua profissão, embora seja possível que não tenha sido ele o autor do documento.
Existem várias versões do juramento de Hipócrates, algumas mais semelhantes à versão original, outras
mais adaptadas à actualidade. Apresentam-se de seguida duas dessas versões.
Versão 1
«No momento de me tornar um profissional médico:Prometo solenemente dedicar a minha vida a serviço da
Humanidade.Darei aos meus mestres o respeito e o reconhecimento
que lhes são devidos.Exercerei a minha arte com consciência e dignidade.
A saúde do meu paciente será minha primeira preocupa-ção.
Mesmo após a morte do paciente, respeitarei os segredosque a mim foram confiados.
Manterei, por todos os meios ao meu alcance, a honra daprofissão médica.
Versão 2
Hipócrates
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 8
SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 9
Os meus colegas serão meus irmãos.Não deixarei de exercer o meu dever de tratar o paciente
em função de idade, doença, deficiência, crença religiosa, ori-gem étnica, sexo, nacionalidade, filiação político-partidária,raça, orientação sexual, condições sociais ou económicas.
Terei respeito absoluto pela vida humana e jamais fareiuso dos meus conhecimentos médicos contra as leis daHumanidade.
Faço essas promessas solenemente, livremente e sob aminha honra.»
Adaptado de http://www.gineco.com.pte http://diarioda deusa. com.sapo.pt
Tópicos de discussão
3Resumir as principais obrigações de um médico para com o seu paciente.
3Reflectir em que medida este juramento pode colidir com as exigências da sociedade actual, nomeada-
mente, na aplicação da lei portuguesa e na prevenção de doenças contagiosas.
Tópicos de discussão
3Reflectir sobre a importância do desenvolvimento de uma vacina contra a malária.
3Reflectir sobre a importância das parcerias internacionais no desenvolvimento da ciência.
3Pesquisar acerca do trabalho da bióloga Maria Mota sobre a malária.
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 2
A malária, doença provocadapela infecção pelo parasitaPlasmodium, atinge extensasáreas na África, Ásia, AméricaCentral e América do Sul. Estadoença é devastadora, afec-tando anualmente cerca de 300 milhões de pessoas, dasquais, mais de 3 milhões mor-rem. As tentativas de erradicação da doença têm sido, até àdata, infrutíferas. Este insucesso pode ser atribuído à crescen-te resistência do vector de transmissão da doença, a fêmea domosquito Anopheles, aos insecticidas e aos medicamentos.
Contudo, uma nova esperança surgiu. O Centro deInvestigação em Saúde da Manhiça (CISM), Moçambique,anunciou, em Outubro de 2007, a descoberta da «vacina maisavançada do mundo» que «sem efeitos secundários, reduzem 65% as novas infecções em bebés por um período de trêsmeses e em 35% os episódios clínicos da malária, ao final deseis meses após a primeira dose de tratamento», disse emMaputo o investigador moçambicano, Pedro Aide.
Para que esta vacina, denominada RTS,S/ASO2D, sejainternacionalmente aceite e licenciada, terão ainda de ser
feitos mais ensaios, envolvendomilhares de pessoas.
As pesquisas que levaram àdescoberta da referida vacinaresultam de uma parceria interna-cional envolvendo pesquisadoresmoçambicanos do CISM e espa-nhóis do Centro de Investigaçãoem Saúde Internacional de
Barcelona (CRESIB), apoio técnico de uma empresa farma-cêutica norte-americana e apoio financeiro da Fundação Bille Melinda Gates.
Em Portugal, a malária é também investigada, nomea-damente, na Unidade de Malária do Instituto de MedicinaMolecular da Faculdade de Medicina de Lisboa, por umaequipa de investigadores liderada pela Professora DoutoraMaria Manuel Mota. Estes investigadores procuram desen-volver novas estratégias de combate à doença, estudando asinteracções que se estabelecem entre o parasita e o hospe-deiro (Homem). A identificação de proteínas do hospedeiroque facilitam ou combatem a infecção, não só permitirá cla-rificar os mecanismos básicos da infecção por malária, comoabrirá novos horizontes para a sua terapêutica.
VACINA DA MALÁRIA
Adaptado de http://www.cienciahoje.pte http://cientic. com
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 9
10 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 3
A diabetes é uma doençacaracterizada pela existência deníveis de glicose no sangue supe-riores aos valores normais (hiper-glicémia).
A hiperglicémia tem origemnuma perturbação da actuação deuma hormona, a insulina, produzidapelo pâncreas. Em condições nor-mais, a insulina promove a passa-gem da glicose do sangue para ascélulas, que a utilizam na produ-ção de energia. Nos casos em que ainsulina não seja produzida ou queas células não lhe respondam, aglicose mantém-se no sangue eorigina a hiperglicémia.
Existem dois tipos principais dediabetes: a diabetes de tipo I e a diabetes de tipo II.
A diabetes tipo I deve-se à falta de insulina no organismo,devido à destruição das células do pâncreas que a produzem.Geralmente, esta destruição ocorre porque o sistema imuni-tário do indivíduo reage contra essas células.
A diabetes do tipo II, mais frequente (cerca de 90% doscasos), surge porque as células não respondem ou respon-dem mal à insulina. Geralmente existe uma predisposiçãogenética para esta resistência à acção da insulina, sendomais provável, por isso, o desenvolvimento de diabetes detipo II em pessoas que têm antecedentes familiares. A obesi-dade e o sedentarismo são factores que facilitam o desenvol-vimento deste tipo de diabetes.
A glicose em excesso no sangue causa perturbações aoorganismo. Os diabéticos apresentam alterações no funcio-
namento dos rins e da retina quepodem levar à cegueira. Assiste-seigualmente a um aumento da ten-dência para a aterosclerose, o quepode originar enfartes em váriosórgãos, nomeadamente, no cora-ção e no cérebro (AVC isquémico),e a alterações no funcionamentodos nervos. A complicação maisfrequente das alterações nervosasé o «pé-diabético». Nesta situação,os diabéticos não sentem trauma-tismos nos pés e podem ter feridassem que delas se apercebam. Casoas feridas infectem, têm dificulda-de em cicatrizar e, muitas vezes, énecessário recorrer a amputaçõespara que a infecção não provoque
a morte do doente devido a septicémia.Os diabéticos têm de seguir uma dieta alimentar rigoro-
sa que permita reduzir os açúcares, gorduras saturadas, sal eálcool e aumentar o consumo de fibras, legumes, frutos epeixe. Os diabéticos devem ainda eliminar o consumo detabaco, fazer exercício físico, controlar o peso e evitar assituações de stresse.
Os diabéticos do tipo I necessitam de receber insulinainjectável, obtida a partir de pâncreas de porco ou produzidacom recurso a técnicas de engenharia genética.
Os diabéticos tipo II costumam conseguir controlar adoença através da selecção dos alimentos e recorrendo amedicamentos (que não insulina). Estes fármacos actuam nopâncreas, estimulando a produção de insulina e facilitam asua acção nas células.
DIABETES
Tópicos de discussão
3Distinguir a diabetes do tipo I da diabetes do tipo II.
3Reconhecer o papel da hormona insulina no organismo.
3Reconhecer as limitações e os cuidados de saúde que os diabéticos devem seguir.
3Reflectir sobre os factores que estão na origem da diabetes.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 10
SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 11
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 4
Apesar de, pela primeira vez, o núme-ro de mortes ter baixado para menos de10 milhões, este número ainda significaque mais de 26 mil crianças morremtodos os dias, a maior parte das quais decausas evitáveis ou ultrapassáveis deuma forma «barata», como o uso deredes contra mosquitos ou a aplicaçãode planos de vacinação.
A Unicef alertou que, apesar dosavanços recentes, a África, o sul da Ásia eo Médio Oriente não se encontram nocaminho para cumprir a meta fixada pela ONU, de reduzir amortalidade das crianças em dois terços entre 1990 e 2015,para menos de 5 milhões de mortes por ano.
«A dimensão do desafio não deveria ser subestimada»,disse a agência no seu relatório anual, o Estado das Criançasdo Mundo.
Segundo a organização, o maior desafio encontra-seainda por ultrapassar: tentar aumentar a expectativa de vidadas crianças em países assolados por epidemias de SIDA enos quais há governos fracos e sistemas de saúde muito defi-cientes.
A África subsaariana está numa situação pior do que em1990, respondendo hoje por 49% das mortes de crianças commenos de 5 anos, e apenas por 22% dos nascimentos. Emcada seis crianças nascidas nessa empobrecida região, umamorre antes dos 5 anos de idade.
A partir de 1990, segundo o relatório,quase metade dos 46 países da Áfricasubsaariana registaram uma taxa demortalidade infantil estável ou emexpansão.
Apenas três países – Cabo Verde,Eritreia e as Ilhas Seichelles – se encon-tram no caminho para atingir a metaestipulada para 2015.
«Não há espaço para sermos com-placentes. Precisamos esforçar-nosmais para aumentar o acesso aos trata-
mentos médicos e aos recursos de prevenção, para enfrentaro impacto devastador da pneumonia, da diarreia, da malária,da desnutrição grave e do HIV», disse a directora-executivada Unicef, Ann Veneman.
«As crianças dos países em desenvolvimento costumamsucumbir a infecções respiratórias ou diarreias, que não sãofatais nos países ricos. Muitas morrem também devido asarampo e outras doenças que podem ser evitadas atravésde campanhas de vacinação. A ingestão de água não potávele as condições precárias de saneamento provocam ainda umgrande número de doenças e de mortes, especialmenteentre as crianças subnutridas. No entanto, medidas simplese exequíveis, como o aleitamento materno, a vacinação e acolocação de redes mosquiteiras nas camas podem reduzirdrasticamente o número de mortes entre as crianças», afir-mou a Unicef.
Adaptado de Diário Digital, 22-01-2008
UNICEF: MORREM 10 MILHÕES DE CRIANÇAS/ANO MENORES DE 5 ANOS
«Cerca de 9,7 milhões de crianças morrem todos os anos antes de completar 5 anos de idade devido
a doenças como a pneumonia e a malária, mas medidas simples conseguiriam salvar muitas dessas vidas»,
afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Tópicos de discussão
3Reflectir sobre as causas da mortalidade infantil em África e as suas consequências nos planos ético,
social e económico.
3Discutir o papel das organizações humanitárias, dos políticos e dos cidadãos comuns no combate à mor-
talidade infantil em países subdesenvolvidos.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 11
12 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
FICHA DE TRABALHO N.O 1 – SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA
Competências:3Distinguir os tipos de factores que influenciam a saúde.
3Referir indicadores de saúde.
3Explicar o significado dos indicadores de saúde.
3Relacionar os indicadores de saúde com o desenvolvimento económico, social e educacional
das populações.
3Enunciar medidas de promoção da saúde.
3Explicar a importância dos rastreios na promoção da saúde.
1. Os factores que influenciam a saúde podem ser classificados como individuais (condições intrínsecas
e comportamentais) ou comunitários (ambientais, sócio-culturais e económicos).
1.1 Das seguintes afirmações, assinala com FI as que são relativas a factores individuais e com FC as que
se referem a factores comunitários.
A. Lavar os dentes após cada refeição.
B. Viver em locais muito poluídos.
C. Habitar em locais com rede de saneamento público.
D. Consumir tabaco e outras drogas.
E. Fazer uma alimentação equilibrada.
F. Praticar desporto regularmente.
G. Ter acesso a uma boa rede pública de cuidados de saúde.
H. Dormir ao som de música.
I. Colocar o lixo dentro de sacos de plástico bem fechados e depositá-los no interior do caixote do lixo.
J. Existir recolha regular e tratamento adequado do lixo doméstico.
1.2 Selecciona as afirmações que revelam atitudes promotoras da saúde.
2. Analisa atentamente o quadro seguinte onde se indicam alguns dados sobre quatro países.
2.1 Indica, dos dados apresentados, os que constituem indicadores do estado de saúde das populações.
2.2 Refere outros indicadores do estado de saúde.
N.o DE HABITANTES(milhões)
EXTENSÃO DACOSTA MARÍTIMA
(km)
TMI(‰)
TAXA DE VIH/SIDA(%)
ESPERANÇAMÉDIA DE VIDA
(anos)
A 190 7491 27,0 0,7 72
B 20 2470 109,9 12,2 42
C 127 29751 2,8 0,1 82
D 10 66,5 4,2 0,2 79
DADOS
PAÍSES
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 12
SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 13
2.3 Explica o que significa afirmar que o país A tem uma TMI de 27,0‰.
2.4 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:
O facto de no país C a esperança média de vida ser de 82 anos significa que…
a. … todos os habitantes deste país vivem 82 anos.
b. … a maioria dos habitantes deste país vivem mais do que 82 anos.
c. … em média, os habitantes deste país vivem 82 anos.
d. … os habitantes deste país deixam de trabalhar aos 82 anos.
e. … neste país não existem pessoas com mais do que 82 anos.
2.5 Apresenta uma justificação para a elevada taxa de incidência de VIH/SIDA entre a população do país B.
2.6 Compara as taxas de mortalidade infantil verificadas nos países B e C.
2.6.1 Apresenta as razões que poderão explicar a diferença encontrada entre as taxas de mortalidade
infantil destes dois países.
2.7 Infere sobre o grau de desenvolvimento do país C. Justifica a tua resposta.
2.8 Ordena os quatros países por ordem crescente de desenvolvimento económico-social.
3. As taxas de obesidade e de doenças cardiovasculares constituem bons indicadores de saúde. Contudo,
estes indicadores apenas são aplicáveis em países desenvolvidos.
3.1 Explica o que entendes por indicador de saúde.
3.2 Justifica o facto dos indicadores referidos no texto apenas serem aplicáveis em países desenvolvidos.
4. Lê atentamente o texto seguinte sobre rastreios.
«Com a evolução tecnológica e a possibilidade de intervenção terapêutica, o lema «prevenir para curar»
adquiriu uma dimensão que não pode ser descurada em termos de saúde pública. A oftalmologia é uma das
especialidades que trata um conjunto de patologias que, pela sua relevância na prevenção da cegueira, justi-
fica que se implementem rastreios e se façam campanhas de informação e educação para a saúde, aprovei-
tando-se a oportunidade para distribuir material informativo diverso.»
Adaptado de http://www.medicosdeportugal.iol.pt
4.1 Refere qual é o rastreio divulgado no texto.
4.2 Explica o significado do lema «prevenir para curar».
4.3 As acções de rastreio podem desempenhar um papel muito importante na promoção da saúde. Com
base no texto, comenta esta afirmação.
4.4 Indica três outras medidas de promoção da saúde, para além dos rastreios.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 13
14 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
FICHA DE TRABALHO N.O 2 – SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA
Competências:3Compreender o significado dos indicadores de saúde.
3Relacionar os indicadores de saúde com o desenvolvimento económico, social e educacional
das populações.
3Conhecer as causas e as consequências da obesidade.
3Enunciar medidas de prevenção da obesidade.
3Relacionar o ordenamento do território com o nível de saúde e a qualidade de vida.
1. Um dos principais indicadores do estado de saúde de uma população é a taxa de mortalidade infantil.
Analisa atentamente o gráfico seguinte, que evidencia a taxa de mortalidade infantil, em 2007, verifi-
cada em diversos países.
Suécia
Namíbia
Índia
Costa Rica
Colômbia
Chade
Canadá
Austrália
Argentina
Alemanha
2,76
47,23
4,57
14,29
102,07
20,13
34,61
9,45
4,08
4,63
Fonte: The World FactbookPaíses
0 4020 8060 100 120
TMI (‰)
Moçambique 109,93
1.1 Indica o país que apresenta a maior taxa de mortalidade infantil.
1.2 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:
Na Austrália, em 2007, a TMI foi de 4,57‰, ou seja…
a. … morreram 457 crianças com menos de um ano por cada 100 mil bebés vivos que nasceram.
b. … em 2007 morreram quase 5 crianças.
c. … em cada 100 nascimentos, mais de 4 crianças com menos de um ano morreram.
d. … na Austrália a maior parte das crianças que morrem têm quase 5 anos.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 14
SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA 15
1.3 Selecciona as opções que completam correctamente a afirmação:
No Chade, a TMI pode ser explicada…
a. … pela eficaz assistência médica às grávidas.
b. … pela má nutrição das mães e dos recém-nascidos.
c. … pelas más condições de habitabilidade.
d. … pelo bom plano de vacinação existente no país.
e. … pelo deficiente acompanhamento médico aos recém-nascidos.
1.4 Indica quatro características da Suécia que permitam justificar a TMI verificada neste país.
2. No quadro seguinte relacionam-se alguns indicadores de saúde com o grau de desenvolvimento dos países.
Preenche-o com os símbolos (+) e (-) para indicar, respectivamente, valor elevado e valor reduzido.
3. Lê atentamente a notícia seguinte.
A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) defende a restrição da publicidade televisi-
va de alimentos hipercalóricos durante a programação infanto-juvenil para combater o excesso de peso que
atinge cerca de um terço das crianças. «Tem de haver legislação no sentido de restringir a publicidade a
produtos alimentares desequilibrados em termos nutricionais que apresenta como saudáveis, energéticos e
potenciadores do crescimento, alimentos empacotados com alto teor de gordura, açúcar e conservantes»,
disse à agência Lusa, Carla Rego, coordenadora do Grupo de Estudo da Obesidade Pediátrica da SPEO.
Entre os 600 menores seguidos na consulta de nutrição infantil do Hospital de São João (Porto), 7,5%
apresentam alterações do metabolismo da glicose, um estado de pré-diabetes, e 1,2% sofrem de diabetes
tipo II, números que a especialista diz serem «assustadores».
Para combater a obesidade, classificada pela OMS como a epidemia do século XXI, a SPEO considera que
não é suficiente restringir o apelo ao consumo e reclama programas de educação alimentar transversais a
toda a sociedade. Além de campanhas de sensibilização junto das crianças, esta entidade defende ainda a
aprovação urgente de legislação que defina quais os alimentos disponíveis nas máquinas de venda automá-
tica existentes nas escolas.Adaptado de Lusa 08-02-2006
3.1 A obesidade é um grave problema de saúde pública.
3.1.1 Indica as principais causas da obesidade.
3.1.2 Refere consequências da obesidade.
3.2 Explica a importância de restringir a publicidade dirigida às crianças.
3.3 Explica qual poderá ser o papel da escola na prevenção da obesidade.
4. A requalificação das áreas urbanas, a reformulação da rede viária, a criação e beneficiação de jardins e
outros espaços de lazer, são algumas das principais preocupações dos municípios portugueses. Explica em
que medida o ordenamento do território pode constituir uma medida promotora de saúde.
INDICADORTIPO DE PAÍSES
TAXA DE MORTALIDADEINFANTIL
ESPERANÇAMÉDIA DE VIDA
TAXADE OBESIDADE
Países desenvolvidos
Países subdesenvolvidos
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 15
2.1BASES MORFOLÓGICAS E FISIOLÓGICAS DA REPRODUÇÃO HUMANA
2.2NOÇÕES BÁSICAS DE HEREDITARIEDADE
TRANSMISSÃO DA VIDA
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 16
18 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
PLANIFICAÇÃO
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
2. Transmissão
da vida
2.1 Bases
morfológicas e
fisiológicas da
reprodução
2.1.1 Organização
dos organismos
2.1.2 Principais
diferenças entre
homens e mulheres
2.1.3 Constituição
do sistema
reprodutor humano
3Sistema
reprodutor
masculino
3Sistema
reprodutor
feminino
2.1.4 Início da vida
2.1.5 Sexualidade
2.1.6 Métodos
contraceptivos
2.1.7 Infecções
sexualmente
transmissíveis
3SIDA
3Herpes genital
3Hepatite B
3 Utilizar os saberes científicos
para compreender a realidade.
3 Analisar, interpretar
e compreender informação
veiculada de diferentes modos.
3 Realizar inferências,
generalizações e deduções.
3 Demonstrar a capacidade
de expor e defender ideias.
3 Pesquisar, seleccionar,
organizar informação para a
transformar em conhecimento
mobilizável.
3 Realizar actividades de forma
autónoma, responsável
e criativa.
3 Usar correctamente a língua
portuguesa.
3 Usar adequadamente
diferentes tipos de linguagens.
3 Utilizar novas tecnologias
de informação e comunicação.
3 Rentabilizar as tecnologias
de informação e comunicação
na construção do saber e na
sua comunicação.
3Manifestar perseverança
e seriedade no trabalho.
3 Apresentar atitudes e valores
inerentes ao trabalho
cooperativo.
3 Cooperar com os outros em
projectos comuns.
Reconhecer a necessidade de
desenvolver hábitos de vida
saudáveis e de segurança,
numa perspectiva biológica,
psicológica e social
3 Reconhecer que o organismo
humano está organizado
segundo uma hierarquia de
níveis que funcionam de modo
integrado.
3 Distinguir os caracteres sexuais
primários dos caracteres
sexuais secundários.
3 Identificar os caracteres
sexuais secundários.
3 Compreender a diferença entre
os conceitos de puberdade
e de adolescência.
3 Conhecer a morfologia
e fisiologia geral do sistema
reprodutor humano.
3 Compreender o ciclo sexual
feminino (ciclo ovárico e ciclo
uterino).
3 Identificar hormonas
masculinas e femininas.
3 Compreender, de forma
genérica, o papel das hormonas
sexuais.
3 Compreender os fenómenos
de fecundação e de nidação.
3 Reconhecer a sexualidade
como uma das dimensões
da existência humana.
• Brainstorming sobre
o conceito de sexualidade.
Esta actividade possibilitará
discutir não só o conceito
de sexualidade mas também
as possíveis diferenças entre
a forma como os rapazes e as
raparigas vêm a sexualidade.
Poderá ainda ser feita
a comparação entre o conceito
de sexualidade definido pela
turma com o a definição da OMS
(página 68 do Manual).
• Exploração de filmes sobre
a fecundação e desenvolvimento
embrionário, técnicas
de reprodução assistida
e clonagem.
• Análise crítica dos textos
do Manual (páginas, 65, 78, 98
e 101).
• Actividade experimental.
Realização do trabalho prático
de isolamento de ADN, proposto
no Manual.
• Trabalho de grupo
de pesquisa bibliográfica sobre
várias temáticas importantes
na adolescência, como
as transformações do corpo,
a construção da identidade
sexual ou os comportamentos
de risco. Nesta unidade poderão
ser ainda propostos temas como
«A Sexualidade», «Métodos
contraceptivos», «Infecções
sexualmente transmissíveis»,
«Reprodução medicamente
assistida», «Clonagem»,
«Organismos geneticamente
modificados» ou «Aplicações
da biotecnologia no quotidiano».
12
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 18
TRANSMISSÃO DA VIDA 19
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
2.2 Noções básicas
de hereditariedade
2.2.1 Localização
do material genético
na célula
2.2.2 Mecanismo
de transmissão
dos caracteres
hereditários
2.2.3
Hereditariedade
humana
3Mecanismo
de determinação
do sexo na espécie
humana
2.2.4 Aplicações
dos conhecimentos
de genética
no quotidiano
3Organismos
geneticamente
modificados
3Riscos dos
organismos
geneticamente
modificados
3Clonagem
3Riscos da clona-
gem
3 Adoptar metodologias
personalizadas de trabalho
e de aprendizagem adequadas
aos objectivos visados.
3 Respeitar regras de utilização
de equipamentos e espaços.
3Manipular com destreza
material laboratorial.
3 Assumir atitudes
de flexibilidade e de respeito
face a novas ideias.
3 Avaliar criticamente atitudes
desenvolvidas pela
comunidade.
3Manifestar sentido crítico.
3 Assumir atitudes de cidadania
responsável.
3 Compreender os problemas
associados à gravidez na
adolescência.
3 Conhecer os métodos
contraceptivos e respectiva
actuação.
3 Conhecer infecções
sexualmente transmissíveis.
3 Identificar as vias de
transmissão do vírus da SIDA
e de outras IST.
3 Assumir atitudes responsáveis
na prevenção da SIDA e de
outras IST.
Discutir assuntos polémicos
nas sociedades actuais sobre
os quais os cidadãos devem ter
uma opinião fundamentada
3 Reconhecer que cada espécie
possui um conjunto de
características próprias.
3 Reconhecer a existência de
variabilidade entre os indivíduos
da mesma espécie.
3 Localizar o material genético
na célula.
3 Relacionar termos como
cromossoma, cromatina,
ADN e gene.
3 Compreender o mecanismo
da transmissão de informação
hereditária.
3 Relacionar os termos genótipo
e fenótipo.
3 Interpretar árvores
genealógicas.
3 Compreender o mecanismo de
determinação do sexo na
espécie humana.
• Estes trabalhos poderão ser
divulgados à comunidade
escolar sob a forma de folhetos
ou cartazes, constituindo uma
forma de sensibilização da
mesma ou, ainda, constituírem
conteúdos a integrar na
plataforma e-learning da escola.
• Recolha de testemunhos.
Poderá ser proposto aos alunos
a recolha de testemunhos
acerca da gravidez na
adolescência e as suas
consequências ou a realização
de pequenos
filmes ou peças de teatro em
que se aborde a temática.
• Análise e discussão
de notícias veiculadas
na comunicação social sobre
os avanços e aplicações da
biotecnologia.
• Organização de palestras
ou debates. Em colaboração
com o Centro de Saúde da
região, poderão ser promovidas
sessões sobre temáticas
relacionadas com a sexualidade
responsável e os afectos.
De modo a que estas sessões
respondam melhor às dúvidas
dos alunos, estes poderão ser
convidados a colocar
previamente questões a debater
durante a sessão.
• Visitas de estudo. Poderão ser
organizadas visitas de estudo
a estações de melhoramento
de plantas, a unidades
industriais que façam uso
da biotecnologia, a estações
de tratamento de águas
residuais ou a instituições
que façam uso de processos
biológicos.
10
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 19
20 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
3 Reconhecer a evolução do
conhecimento científico na área
da genética.
3Explicar o que são OGM e clones.
3Conhecer, genericamente,
técnicas de produção de OGM
e de clonagem.
3 Identificar aplicações da genética
e da biotecnologia.
3Reconhecer a existência de
restrições de natureza ética na
investigação científica.
3Conhecer benefícios e riscos das
aplicações da biotecnologia.
• Resolução de actividades
do Manual.
• Exploração de textos
e actividades existentes no
Caderno de Apoio ao Professor.
• Exploração dos recursos
propostos no Manual Multimédia
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 20
TRANSMISSÃO DA VIDA 21
DOCUMENTOS DE AMPLIAÇÃO
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.O 5
Não há estrelas no céuA doirar o meu caminhoPor mais amigos que tenhaSinto-me sempre sozinho
De que vale ter a chaveDe casa para entrarTer uma nota no bolsoPara cigarros e bilhar
A Primavera da vida é bonita de viverTão depressa o sol brilha como a seguir está a choverPara mim hoje é Janeiro está um frio de racharParece que o mundo inteiro se uniu para me tramar
Passo horas no caféSem saber para onde irTudo à volta é tão feioSó me apetece fugirVejo-me à noite no espelhoO corpo sempre a mudarDe manhã ouço o conselhoQue o velho tem para me dar(Refrão)Vou por aí às escondidasA espreitar às janelasPerdido nas avenidasE achado nas vielasMãe o meu amorFoi um trapézio sem redeSai da frente por favorEstou entre a espada e a parede
Não vês como isto é duroSer jovem não é um postoTer de encarar o futuroCom borbulhas no rosto
Porque é que tudo é incertoNão pode ser sempre assimSe não fosse o rock and rollO que seria de mim?
NÃO HÁ ESTRELAS NO CÉU(Letra: Carlos Tê. Música: Rui Veloso)
(Refrão)
Tópicos de discussão
3Encontrar na letra da canção as principais características dos adolescentes.
3Reflectir sobre as principais transformações que ocorrem no período da adolescência.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 21
22 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.O 7
As afirmações seguintes reflectem mitos sobre a sexualidade.1. Quase todos os adolescentes já tiveram relações sexuais antes dos 18 anos.2. Um(a) adolescente necessita de autorização dos pais para pedir o preservativo ou a pílula num Centro de Saúde.3. Uma rapariga não engravida se tiver relações sexuais durante a menstruação.4. É perigoso tomar banho durante a menstruação.5. Um duche vaginal de água fria logo após a relação sexual evita uma gravidez.6. Uma rapariga não engravida na primeira relação sexual.7. Uma rapariga não engravida se tiver relações sexuais só de vez em quando.8. O álcool é um estimulante sexual.9. Um homem que tenha um pénis grande é sexualmente mais eficaz do que um homem que tenha o pénis pequeno.
10. Uma rapariga não pode engravidar a não ser que o rapaz ejacule dentro da sua vagina.
MITOS RELATIVAMENTE À SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.O 6
MÉTODO VANTAGENS DESVANTAGENS EFICÁCIA
EsterilizaçãoDispensa associação com outrosmétodos.
Quase sempre irreversível; podemocorrer complicações psicológicas.
99,9%
PílulaCiclos menstruais mais regulares.Redução do risco de cancro do úteroe do ovário.
Eficácia diminuída por certos medicamentos; não protege das IST; é necessário disciplina na sua toma.
98%
DIU Pode ser usado por muito tempo;não necessita de especial disciplina.
Risco aumentado de infecções genitais; acentuação do fluxo menstrual e das dores menstruais.
95%
PreservativoPoucos efeitos secundários; protegecontra as IST; não necessita de indicação médica.
Interfere na espontaneidade; poderomper-se durante a utilização.
95%
Espermicidas Não necessitam de indicação médica.Protege por pouco tempo; aplicaçãoantes de cada relação sexual.
82%
Diafragma Tem poucos efeitos secundários.
Requer orientação médica para a escolha do tamanho mais adequado e as formas de aplicação; exige ajustamento.
81%
Coitointerrompido
Ausência de efeitos secundários emtermos físicos.
Limitação do prazer. Pode afectarpsicologicamente o casal.
77%
Métododo calendário
O único método aceite pela maioriadas religiões.
Limitação do número de dias em queé possível ter relações sexuais; exigeplaneamento e determinação.
76%
VANTAGENS, DESVANTAGENS E GRAU DE EFICÁCIA DOS MÉTODOSCONTRACEPTIVOS
Tópicos de discussão
3Reflectir sobre os factores a ter em conta na escolha de um método contraceptivo, como, por exemplo,
segurança, comodidade e reversibilidade do método, actividade sexual, idade e saúde, nível económico e
social da mulher.
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 22
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 8
TRANSMISSÃO DA VIDA 23
Tópicos de discussão
3Discutir os mitos sobre a sexualidade na adolescência depois dos alunos, individualmente, classificarem
cada uma das afirmações como verdadeira ou falsa.
MULHER
Produçãode gâmetas
HOMEM
Produçãode gâmetas
Saídados gâmetas
Deposição dosespermatozóides na vagina
Entrada dos espermatozóidesnas trompas
Fecundação
Nidação
Manutençãoda gravidez
Abstinênciano períodofértil
Vasectomia
Pílula
PreservativoCoitointerrompido
Tópicos de discussão
3Reflectir sobre a altura em que cada um dos métodos contraceptivos actua e o respectivo efeito.
3Resumir a sequência de acontecimentos até à efectivação de uma gravidez.
FORMAS DE ACTUAÇÃO DOS CONTRACEPTIVOS
1 1. Uma rapariga não engravida se tomar a pílula um ou dois dias antes de cada uma das relações sexuais.12. A pílula do dia seguinte poderá ser tomada de cada vez que ocorrer uma relação sexual.13. Uma pessoa com bom aspecto não tem SIDA.14. Quando um adolescente é vítima de agressão sexual, o agressor é sempre uma pessoa desconhecida.
Adaptado de Educação Sexual: Contextos de sexualidade e a adolescência
Adaptado de Mercandante, C., et al – Biologia (1999)
DiafragmaEspermicidaDIU
Laqueaçãodas trompas
DIU
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 23
24 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.O 9
A sífilis é uma infecção sexual-mente transmissível causada por umabactéria, Treponema pallidum. Estadoença desenvolve-se em três fases. Aprimeira caracteriza-se pelo apareci-mento de uma pequena ferida com oaspecto de úlcera arredondada debordos duros, no local onde se deu apenetração, e multiplicação do agen-te infeccioso. Na segunda fase, os gân-glios linfáficos aumentam de volumee surgem erupções na pele formadaspor pequenas manchas cor-de-rosa esintomas relacionados com infecçõesdo fígado e dos rins. Na terceira fase,surgem tumores na pele e nos ossos,problemas cardíacos e neurológicos com convulsões,paralisia, alterações do comportamento e demência.
A sífilis surgiu como uma pande-mia catastrófica, de modo súbito, naEuropa, em 1494/95, após o regresso àAmérica, em 1493, dos marinheiros deCristóvão Colombo. Esta teoria sobreo início da doença na Europa, dita«colombiana», é aceite generica-mente, embora com algumas reservas,por falta de argumentos científicossólidos.
Outra hipótese, igualmente precá-ria, é denominada «ambiental».Admite a possibilidade da sífilis seruma doença antiga, cuja bactéria cau-sadora sofreu mutações que a torna-ram mais virulenta no século XVI. Arápida transmissão da sífilis entre os soldados de váriosexércitos valeu-lhe as designações de «mal francês» paraitalianos e ingleses, «mal polaco» para os moscovitas,«mal germânico» para os polacos e «mal português» paraos japoneses.
Em Portugal, os primeiros casosde sífilis surgiram pouco depois daarmada de Colombo ter regressadodo Novo Mundo e pensa-se que pos-sam ter sido os marinheiros de Vascoda Gama a disseminar a doença parao Oriente na sua primeira viagem atéCalecute, em 1498.
Cedo se tornou claro que a doen-ça era contagiosa e chegou a pensar--se que a sua transmissão se faziaatravés da pele nos banhos públicosque, por isso, foram ficando desertos,acabando por fechar. Os banhosforam então substituídos pelos perfu-mes.
A suspeita de que se tratava de um mal «sexualmentetransmissível» teve enormes consequências sociais. A
prostituição foi perseguida e ilegali-zada e surgiu o preservativo, fabrica-do a partir do intestino de carneiro.Alguns crêem que foi a necessidadede ocultar a alopecia (calvície) e asúlceras do pescoço que fez nascer, noséculo XVIII, a moda das cabeleiraspostiças e das rendas farfalhudas nasgolas.
O facto de inicialmente os euro-peus não apresentarem resistênciapara esta doença e de não existirqualquer tratamento, levou à mortede um elevado número de pessoas,chegando mesmo a ser congénita, ouseja, adquirida durante a gestação e
presente no nascimento. Com o tempo, a população foiadquirindo alguma resistência ao agente patogénico, massó no século XX, após a descoberta da penicilina, forampossíveis os primeiros tratamentos eficazes, o que permi-tiu atenuar os efeitos da doença.
HISTÓRIA DE UMA DOENÇA – SÍFILIS
Tópicos de discussão
3Comentar as implicações sociais da sífilis.
3Comparar a história da sífilis com a história da SIDA.
Cristóvão Colombo
Nau Santa Maria
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 24
TRANSMISSÃO DA VIDA 25
Tópico de discussão
3Discutir aspectos éticos da utilização das células estaminais.
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 10
DOMINÂNCIA/RECESSIVIDADE EM CARACTERES HUMANOS
CARACTERES DOMINANTE RECESSIVO
Cor do cabelo Castanho Louro
Cor da íris Castanha Azul
Lábios Grossos Finos
Queixo Com covinha Sem covinha
Orelhas Lóbulo solto Lóbulo aderente
Visão Normal Miopia
Língua Capacidade de dobrar Incapacidade de dobrar
Tópico de discussão
3Elaborar e interpretar árvores genealógicas pessoais.
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 11
No futuro, o tratamento de doenças como acidentes vasculares cerebrais, diabetes e até mesmo paralisias, poderá serrevolucionado com a investigação actualmente em curso sobre as células estaminais. As células estaminais são células exis-tentes nos embriões e que ainda não sofreram diferenciação. A diferenciação celular ocorre durante as fases iniciais do desen-volvimento do embrião, quando as células estaminais se transformam nos vários tipos de células que existem no organismo.Os cientistas estudam a possibilidade de, através do controlo destas células, conseguirem curar várias doenças. Por exemplo,as células lesionadas do cérebro dos pacientes das doenças de Parkinson e Alzheimer, poderiam ser substituídas por célulasestaminais de um embrião que reconstituiriam o tecido cerebral perdido. No entanto, o avanço destas investigações tem sidotravado devido às questões éticas que a utilização de embriões humanos durante as experiências levanta. A atitude relativa-mente à utilização de células estaminais embrionárias para fins de investigação varia de país para país. Por exemplo, naAlemanha, a remoção de células estaminais de um embrião humano é considerada ilegal, enquanto no Reino Unido é legalmas apenas em embriões com menos de 14 dias após a fertilização. Muitos países ainda não possuem leis claras que regulema investigação de células estaminais humanas.
APLICAÇÃO DAS CÉLULAS ESTAMINAIS
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 25
26 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
FICHA DE TRABALHO N.o 3 – TRANSMISSÃO DA VIDA
Competências:
3 Identificar os constituintes dos sistemas reprodutores masculino e feminino.
3Conhecer a função dos constituintes dos sistemas reprodutores masculino e feminino.
3 Inferir sobre a função das hormonas sexuais.
3Conhecer os métodos contraceptivos e a respectiva forma de actuação.
3Explicar a determinação do sexo na espécie humana.
1. Nas figuras seguintes estão representados os sistemas reprodutores masculino e feminino.
Analisa-as atentamente.
1.1 Indica o nome dos órgãos identificados com os números 2, 5, 6, 9, 10, 11, 12, 19 e 20.
1.2 Indica o número, o nome e a função dos seguintes órgãos:
a. gónadas masculinas.
b. gónadas femininas.
1.3 Completa as afirmações seguintes.
a. A fecundação ocorre na ____(A)____, estrutura identificada na figura com o número ____(B)____.
b. O útero, identificado na figura com o número ____(A)____, é o local onde ocorre a ____(B)____.
c. Os espermatozóides terminam a sua maturação no ____(A)____, estrutura identificada com o
número ____(B)____.
1.4 Faz corresponder a cada afirmação o termo correspondente.
a. Célula reprodutora masculina, formada por flagelo, parte intermédia e cabeça.
b. Secreção produzida pelas glândulas seminais.
c. Fluido constituído por gâmetas masculinos e pelas secreções produzidas pelas glândulas anexas.
d. Mucosa que reveste o útero e que sofre transformações cíclicas.
e. Estrutura do ovário onde se desenvolvem os gâmetas femininos.
12
12
11
10
9
8
7
5
6
4
3 1 6
1 7
1 8
1 9
1 514
13
22
21
20
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 26
TRANSMISSÃO DA VIDA 27
2. A castração era prática habitual nos homens encarregados pela guarda dos haréns no mundo muçulmano.
Estes homens (eunucos) não só se tornavam estéreis, como sofriam profundas modificações nos caracte-
res sexuais secundários. Explica este facto.
3. Foi feito um estudo com o objectivo de conhecer a eficiência dos métodos contraceptivos mais utilizados. Os
resultados desse estudo estão expressos no quadro abaixo.
3.1 Indica quais são os métodos contraceptivos mais eficazes.
3.2 A pílula anticoncepcional diferencia-se dos demais métodos contraceptivos relativamente à forma de
actuação. Justifica esta afirmação.
3.3 Explica em que consiste a vasectomia.
3.4 Selecciona, entre os métodos contraceptivos referidos, os
que se podem classificar como métodos de barreira.
4. Observa atentamente a figura ao lado.
4.1 Prevê o cariótipo dos gâmetas 1, 2 e 3.
4.2 Prevê o sexo dos filhos A e B deste casal.
4.3 Henrique VII, rei de Inglaterra, abandonou algumas espo-
sas porque, segundo ele, não tinham sido capazes de lhe
dar um filho rapaz. Comenta esta afirmação.
MÉTODO % DE CASOS EM QUEOCORREU GRAVIDEZ
Preservativo 5,0
Espermicida 18,0
Diafragma 19,0
Pílula 1,0
DIU 5,0
Calendário 24,0
Laqueação das trompas 0,4
Vasectomia 0,4
44 + XY
Gâmetas
Pais
Filhos
44 + XX
A B
1 2 3
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 27
28 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
FICHA DE TRABALHO N.o 4 – TRANSMISSÃO DA VIDA
Competências:3 Identificar os vários constituintes do sistema reprodutor feminino.
3Conhecer, genericamente, o processo de ovogénese.
3 Inferir sobre a função das hormonas sexuais.
3Relacionar a variação das hormonas sexuais com a sequência de fenómenos que decorrem durante
o ciclo sexual feminino.
3Conhecer o ciclo sexual feminino.
1. Observa o esquema da figura seguinte, que representa parte do sistema reprodutor feminino.
1.1 Faz a legenda dos números 1, 2 e 3.
1.2 Indica os fenómenos identificados pelos números I, II e III.
1.3 Identifica as células A e B e a estrutura C.
1.4 No órgão 3 decorre a ovogénese. Este processo tem início durante o desenvolvimento embrionário das
raparigas e é depois interrompido.
1.4.1 Indica em que altura da vida das raparigas a ovogénese é interrompida e quando volta a ser reto-
mada.
1.4.2 Selecciona as opções que completam correctamente a seguinte afirmação:
A ovogénese é um processo…
a. … contínuo.
b. … cíclico.
c. … que conduz à formação de milhões de gâmetas em simultâneo.
d. … que conduz à formação de um gâmeta de cada vez.
2. A judoca brasileira, Edinanci Silva necessitou de se submeter a duas cirurgias para corrigir uma anomalia
genética que tinha originado dois testículos internos. Por exigência do Comité Olímpico Internacional, foram-
-lhe retirados os testículos que possuía internamente. Explica a vantagem que esta atleta teria sobre as
outras competidoras, se tivesse testículos funcionais.
B
II
C 2
31
III
I A
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 28
TRANSMISSÃO DA VIDA 29
3. O gráfico da figura seguinte mostra os níveis de hormonas no sangue durante o ciclo sexual.
3.1 Selecciona a opção que completa correctamente a seguinte afirmação:
Os fenómenos 1 e 2 são respectivamente…
a. … amadurecimento do ovócito e ovulação.
b. … menstruação e crescimento do endométrio.
c. … libertação do ovócito e menstruação.
d. … ovulação e formação do corpo amarelo.
e. … menstruação e formação do corpo amarelo.
3.2 Selecciona a opção que completa correctamente a seguinte afirmação:
As hormonas produzidas pela hipófise actuam sobre…
a. … o útero.
b. … o ovário.
c. … o ovário e o útero.
d. … o sangue.
3.3 Classifica cada uma das seguintes afirmações como verdadeira (V) ou falsa (F).
A. O corpo amarelo segrega apenas progesterona.
B. O estrogénio segregado pela hipófise controla o ciclo uterino.
C. Após a ovulação, inicia-se um novo ciclo ovárico.
D. A reparação do endométrio durante a fase proliferativa do ciclo uterino é estimulada por um aumento
da concentração de estrogénio.
E. A fase proliferativa do ciclo uterino e a fase folicular do ciclo ovárico são coincidentes e iniciam-se
com a ovulação.
F. Após a ovulação, o folículo de onde se libertou o ovócito transforma-se em corpo amarelo.
3.4 Observando as curvas das hormonas do gráfico, refere se ocorreu fecundação. Justifica a tua resposta.
0 5 14 28Período
menstrual
Concentraçãode hormonas
no sangue
Dias do ciclo menstrual
LH
Estrogénios
Progesterona
FSH
1 2
Fase proliferativa Fase secretora
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 29
30 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
Competências:3 Inferir sobre a função das hormonas sexuais.
3Relacionar a variação das hormonas sexuais com a sequência de fenómenos que decorrem durante
o ciclo sexual feminino.
3Conhecer o ciclo sexual feminino.
3Conhecer métodos contraceptivos e respectiva actuação.
3Aplicar conhecimentos básicos de genética em situações concretas.
3Enumerar aplicações da biotecnologia.
1. O gráfico da figura seguinte representa a variação dos níveis de estrogénios e de progesterona
durante o ciclo menstrual.
1.1 Selecciona das opções seguintes aquela que constitui uma afirmação verdadeira.
a. Apenas a taxa de progesterona é baixa durante a menstruação.
b. Apenas a taxa de estrogénios é baixa durante a menstruação.
c. As taxas de estrogénios e de progesterona são altas durante a menstruação.
d. As taxas de estrogénios e de progesterona atingem o nível mínimo durante a ovulação.
e. A taxa de progesterona aumenta após a ovulação.
1.2 Selecciona a opção que completa correctamente a seguinte afirmação:
As hormonas produzidas pelo ovário actuam sobre…
a. … o útero.
b. … a hipófise.
c. … o corpo amarelo.
d. … os folículos ováricos.
e. … o sangue.
1.3 Indica em que altura do ciclo menstrual (1, 2 ou 3) há a possibilidade de ocorrer uma gravidez. Justifica
a tua resposta.
FICHA DE TRABALHO N.o 5 – TRANSMISSÃO DA VIDA
Estrogénios
Progesterona
0 14.o 28.o
Dias do ciclo
12 3
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 30
TRANSMISSÃO DA VIDA 31
2. Classifica cada uma das afirmações como verdadeira (V) ou falsa (F).
A. A pílula anticoncepcional é um dos métodos mais eficazes na prevenção da transmissão de infecções
sexualmente transmissíveis
B. Os métodos anticoncepcionais naturais são muito falíveis.
C. A laqueação de trompas é um método contraceptivo definitivo.
D. O preservativo é um método contraceptivo de barreira.
E. A pílula anticoncepcional é um método contraceptivo definitivo.
3. Das atitudes seguintes indica as que constituem forma de transmissão do vírus da SIDA.
a. Partilhar talheres com uma pessoa seropositiva.
b. Ter relações sexuais com uma pessoa com bom aspecto sem preservativo.
c. Furar as orelhas com agulhas não esterilizadas.
d. Beijar uma pessoa portadora do vírus da SIDA.
e. Trocar roupa com uma pessoa com SIDA.
f. Utilizar piscinas públicas.
4. A figura seguinte representa a árvore genealógica de uma família afectada por uma doença de origem
genética.
4.1 A doença que afecta esta família é condicionada por um gene recessivo. Esta dedução pode ser feita
graças ao casal:
a. 1-2; b. 3-4; c. 5-6; d. 7-8; e. 9-10.
4.2 Utilizando a letra N para representar o gene dominante e a letra n para representar o gene recessivo,
indica o genótipo de todos os indivíduos identificados com números.
4.3 Indica qual é a probabilidade do casal 5-6 vir a ter um filho sem esta doença. Justifica a tua resposta.
5. Existe um grande número de aplicações da biotecnologia na agricultura, desde as técnicas ancestrais de
selecção das plantas mais vantajosas até às mais recentes técnicas de recombinação genética.
5.1 Indica duas aplicações das técnicas de recombinação genética na agricultura.
1 2
Homem normal
Legenda:
Mulher normal
Homem doente
Mulher doente
3
5 6 7
8
9 10
4
CAP_CN9_PG001_031 6/18/08 2:33 PM Page 31
3.1SISTEMANEURO-HORMONAL
3.2SISTEMACARDIORRESPIRATÓRIO
3.3SISTEMAS DIGESTIVOE EXCRETOR
3.4OPÇÕES QUE INTERFEREM NOEQUILÍBRIO DO ORGANISMO
O ORGANISMO HUMANOEM EQUILÍBRIO
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 32
34 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
3. O organismo
humano em
equilíbrio
3.1 Sistema
neuro-hormonal
3.1.1 Sistema
nervoso
3Constituintes do
sistema nervoso
3Sistema nervoso
central
3Sistema nervoso
periférico
3Actos voluntários e
involuntários
3.1.2 Sistema
endócrino
3Utilizar os saberes científicos
para compreender a realidade.
3Analisar, interpretar
e compreender informação
veiculada de diferentes modos.
3Realizar inferências,
generalizações e deduções.
3Demonstrar a capacidade de
expor e defender ideias.
3Pesquisar, seleccionar
e organizar informação para
a transformar em
conhecimento mobilizável.
3Realizar actividades de forma
autónoma, responsável
e criativa.
3Usar correctamente a língua
portuguesa.
3Usar adequadamente
diferentes tipos de linguagem.
3Utilizar novas tecnologias de
informação e comunicação.
3Rentabilizar as tecnologias da
informação e comunicação na
construção do saber e na sua
comunicação.
Compreender que o organismohumano está organizado emdiferentes sistemas quedesempenham funçõesespecíficas e funcionam demodo integrado e eminteracção.
3 Conhecer a constituição do
sistema nervoso.
3 Conhecer a estrutura do
neurónio.
3 Identificar os constituintes do
encéfalo.
3 Conhecer o sentido da
transmissão do impulso
nervoso.
3 Distinguir o sistema nervoso
central do sistema nervoso
periférico e o sistema nervoso
autónomo do sistema nervoso
somático.
3 Conhecer a actuação dos
sistemas nervosos autónomo
e somático.
3 Distinguir actos voluntários de
actos involuntários e actos
reflexos inatos de actos
reflexos adquiridos.
3 Explicar o arco reflexo.
3 Reconhecer que os sistemas
nervosos simpático
e parassimpático
desempenham funções opostas
e complementares.
3 Conhecer doenças
do sistema nervoso.
3 Conhecer, genericamente,
a forma de actuação do
sistema endócrino.
3 Reconhecer que a coordenação
do organismo é feita pela
interacção entre o sistema
nervoso e o sistema endócrino.
• Exploração de filmes sobre
o funcionamento do corpo
humano.
• Exploração de modelos
anatómicos.
• Análise crítica dos textos do
Manual (páginas 113, 125, 140,
159, 187 e 211).
• Actividades experimentais.
Poderão ser efectuados
trabalhos práticos de observação
microscópica de sangue humano
em preparações definitivas,
de dissecação do encéfalo,
do coração, dos pulmões
e do rim de mamíferos, bem
como de identificação
de glícidos, previstos no Manual.
• Trabalho de grupo. Poderão
ser propostos trabalhos de
pesquisa sobre temáticas
relacionadas com as doenças
que afectam os diferentes
sistemas e as técnicas utilizadas
no seu diagnóstico e tratamento.
Em sequência destes trabalhos,
poderão ser desenvolvidas
campanhas de sensibilização,
nomeadamente, de doação de
sangue ou de medula óssea.
Os alunos poderão ainda
trabalhar temas relacionados
com a dieta mediterrânica ou
outros tipos de regimes
alimentares, os distúrbios
alimentares e os malefícios
do consumo de drogas ilícitas,
tabaco ou álcool, entre outros.
Os trabalhos elaborados poderão
constituir ficheiros temáticos a
disponibilizar na Biblioteca e/ou
a incluir na plataforma
e-learning da escola.
8
PLANIFICAÇÃO
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 34
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 35
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
3.2 Sistema
cardiorrespiratório
3.2.1 Sistema
circulatório
sanguíneo
3Constituição
do sangue
3Estrutura dos
vasos sanguíneos
3Estrutura do
coração
3Ciclo cardíaco
3Circulação
do sangue
3Variação da pres-
são sanguínea
3Doenças
cardiovasculares
3.2.2 Sistema
circulatório linfático
3.2.3 Sistema
respiratório
3Constituição
do sistema
respiratório
3Funcionamento do
sistema respirató-
rio
3Trocas gasosas
3Doenças
respirataórias
3Manifestar perseverança
e seriedade no trabalho.
3Apresentar atitudes e valores
inerentes ao trabalho
cooperativo.
3Cooperar com os outros em
projectos comuns.
3Adoptar metodologias
personalizadas de trabalho
e de aprendizagem adequadas
aos objectivos visados.
3Respeitar regras de utilização
de equipamentos e espaços.
3Manipular com destreza
material laboratorial.
3Assumir atitudes de
flexibilidade e de respeito face
a novas ideias.
3Avaliar criticamente atitudes
desenvolvidas pela
comunidade.
3Manifestar sentido crítico.
3Assumir atitudes de cidadania
responsável.
3 Identificar os diferentes
constituintes do sangue e as
respectivas funções.
3 Identificar as características
dos diferentes tipos de vasos
sanguíneos.
3Relacionar a estrutura dos
vasos sanguíneos com
a respectiva função.
3 Identificar a estrutura
do coração.
3Descrever o ciclo cardíaco.
3Descrever a circulação
pulmonar e a circulação
sistémica.
3Explicar a formação da linfa.
3Relacionar o sistema linfático
com o sistema sanguíneo.
3 Identificar as funções
do sistema linfático.
3 Identificar os constituintes
do sistema respiratório.
3Compreender os mecanismos
responsáveis pela ventilação
pulmonar.
3Compreender a importância
da hematose.
3Distinguir sangue venoso de
sangue arterial.
3Conhecer doenças dos
sistemas circulatório
e respiratório.
3Associar as doenças dos
sistemas circulatório
e respiratório aos respectivos
factores de risco.
• Elaboração de questionário.
Os alunos poderão ser
envolvidos na elaboração e
aplicação à comunidade escolar
de um questionário sobre o
consumo
de drogas ilícitas, tabaco e
álcool.
A divulgação deste trabalho
poderá ser enquadrada numa
acção mais vasta de
sensibilização sobre
os malefícios do consumo destas
substâncias, como, por exemplo,
organizando sessões alargadas
de esclarecimento a toda a
escola em colaboração com
diferentes técnicos e entidades
(por exemplo, técnicos de saúde,
psicólogos ou Escola Segura).
• Recolha de testemunhos.
Os alunos poderão fazer uma
recolha de testemunhos de
ex-toxicodependentes ou
ex-alcoólicos ou de pessoas que
tenham sofrido consequências
directas do uso destas
substâncias.
Poderão ainda ser recolhidos
testemunhos de pessoas que
tenham comportamentos de
risco ou que deles sejam vítimas
(por exemplo, sinistralidade
rodoviária/álcool).
A apresentação destes
testemuhos poderá ser o ponto
de partida para um debate na
turma ou alargado a toda a
comunidade educativa.
• Análise e discussão
de notícias veiculadas na
comunicação social sobre
a evolução das técnicas
de diagnóstico e tratamento
de doenças que afectam
os sistemas de órgãos
estudados ou que façam
referência à relação entre
as opções de vida
e o surgimento de doenças ou
outras situações que ponham a
vida em perigo.
15
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 35
36 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
3.3 Sistemas
digestivo e excretor
3.3.1 Sistema
digestivo
3Nutrientes
necessários
ao organismo
3Composição
dos nutrientes
complexos
3Constituição
do sistema
digestivo
3Digestão
3Absorção
3Doenças
do sistema
digestivo
3.3.2 Utilização
dos nutrientes
pelo organismo
3.3.3 Sistema
excretor
3Constituição
do sistema
excretor
3Função dos rins –
formação da urina
3Doenças
do sistema
excretor
3.3.4 Interacção
dos sistemas
de órgãos
3Distinguir alimentos de
nutrientes.
3Reconhecer a necessidade
da digestão dos alimentos.
3 Identificar os constituintes
do sistema digestivo.
3Conhecer, em termos genéricos,
os fenómenos da digestão
mecânica e química.
3Reconhecer a importância
dos sucos digestivos na digestão
química.
3Relacionar a morfologia do
intestino com a absorção.
3Explicar o destino das
substâncias resultantes
da digestão.
3Compreender a importância
dos nutrientes e do oxigénio para
as células.
3Compreender a necessidade
de eliminar produtos residuais
do metabolismo celular.
3 Identificar os constituintes
do sistema excretor.
3Reconhecer o nefrónio como
unidade básica da excreção renal.
3Explicar o mecanismo
de formação da urina.
3Conhecer doenças dos sistemas
digestivo e excretor.
3Relacionar as doenças
dos sistemas digestivo e excretor
com os respectivos factores
de risco.
3Relacionar a interacção dos
diferentes sistemas de órgãos,
numa situação concreta.
• Análise de rótulos. A análise
de rótulos de alimentos,
permitirá identificar
os nutrientes presentes e
calcular o valor energético
dos alimentos. Esta análise
permitirá ainda perceber
a presença de conservantes,
corantes e outros aditivos.
• Elaboração de ementas.
Em colaboração com
os responsáveis pelo refeitório
escolar, os alunos poderão
aplicar os seus conhecimentos,
colaborando na elaboração
de ementas equilibradas. Esta
actividade poderá ser inserida
numa campanha mais ampla
de sensibilização sobre hábitos
alimentares saudáveis.
• Organização de palestras
ou debates. Em colaboração
com técnicos de saúde,
psicólogos, nutricionistas ou
outros profissionais poderão ser
promovidas sessões de
sensibilização sobre as diversas
temáticas abordadas nesta
unidade.
• Visita de estudo a um centro
de hemodiálise ou a um centro
hospitalar onde os alunos
tomem contacto com técnicas
de diagnóstico e tratamento de
diferentes doenças.
• Resolução de actividades
do Manual.
• Exploração de textos
e actividades existentes no
Caderno de Apoio ao Professor.
• Exploração dos recursos
propostos no Manual Multimédia
12
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 36
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 37
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
3.4 Opções que
interferem no
equilíbrio
do organismo
3.4.1 Alimentação
3Funções
dos nutrientes
3Dieta equilibrada
3Factores
condicionantes
do regime
alimentar
3Alimentação
desequilibrada:
subnutrição
e hipernutrição
3.4.2 Actividade
física
3.4.3 Higiene oral
3.4.4 Drogas
3Drogas ilícitas
3Tabaco
3Álcool
Valorizar atitudes de
segurança e de prevenção
como condição essencial em
diversos aspectos
relacionados com a qualidade
de vida.
3Reconhecer que a saúde
é condicionada pelas opções
individuais.
3Compreender que
a alimentação equilibrada,
a higiene e a prática de
exercício físico são opções
de vida que condicionam
a saúde.
3 Identificar os factores que
devem condicionar o regime
alimentar.
3Conhecer o valor nutritivo
dos nutrientes.
3Explicar o significado
da pirâmide alimentar e da
roda dos alimentos.
3Reconhecer o valor nutricional
da dieta mediterrânica.
3Compreender que
os desequilíbrios alimentares,
a falta de higiene,
o sedentarismo e o consumo
de drogas são opções de vida
prejudiciais ao organismo.
3Conhecer efeitos resultantes
de uma alimentação
desequilibrada.
3Conhecer efeitos do consumo
de tabaco, de álcool
e de drogas ilícitas.
3Assumir uma atitude crítica
face aos comportamentos que
comprometem o equilíbrio
do organismo.
10
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 37
38 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
DOCUMENTOS DE AMPLIAÇÃO
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 12
Tal como nos outros animais, a sobrevivência do serhumano, depende, em parte, da capacidade de reconhecer edar resposta a estímulos. Os receptores de estímulos locali-zam-se em todas as parte do corpo e, de acordo com a natu-reza do estímulo que são capazes de captar, podem ser clas-sificados em:
• Quimiorreceptores – detectam substâncias químicas.Existem, por exemplo, na língua e no nariz.
• Termorreceptores – reagem a estímulos de naturezatérmica e encontram-se distribuídos por toda a pele.
• Mecanorreceptores – sensíveis a estímulos mecâni-cos. Nos ouvidos, por exemplo, são capazes de captar ondassonoras.
• Fotorreceptores – captam estímulos luminosos eencontram-se localizados nos olhos.
Os receptores sensoriais localizam-se na superfície docorpo, onde recebem estímulos provenientes do exterior,como a luz, o calor, os sons e a pressão. Outros receptores deestímulos estão localizados no interior do corpo, como osque se situam nos músculos, nos tendões e órgãos internos,captando estímulos com origem no interior do corpo querevelam as condições internas do organismo (pH, tempe-ratura e composição química do sangue, por exemplo).
Os receptores sensoriais permitem a existência dos sen-tidos. O ser humano possui cinco sentidos:
• O olfacto é produzido pela estimulação do epitélioolfactivo, localizado no tecto das cavidades nasais. O epitélioolfactivo humano contém cerca de 20 milhões de célulassensoriais, cada uma com seis pêlos sensoriais, sendo poucodesenvolvido em relação ao de outros mamíferos. Os cães,por exemplo, têm mais de 100 milhões de células sensoriais,cada uma com, pelo menos, 100 pêlos sensoriais.
• O paladar deve-se aos receptores localizados na língua.Estes receptores encontram-se agrupados em pequenassaliências chamadas papilas gustativas (cerca de 10 000).
Existem quatro tipos de receptores gustativos, situados emdiferentes regiões da língua, capazes de reconhecer os qua-tro sabores básicos: doce, azedo, salgado e amargo.
• As estruturas responsáveis pela audição são o ouvidoexterno, o ouvido médio e a cóclea. O ouvido externo corres-ponde ao canal auditivo que se abre para o meio exterior naorelha. O epitélio que reveste o canal auditivo externo é ricoem células secretoras de cera que retêm partículas de poeirae microrganismos. O ouvido médio, separado do ouvido exter-no pelo tímpano, é um canal estreito e cheio de ar que comuni-ca com a garganta através da trompa de Eustáquio. A cóclea éa parte do ouvido interno responsável pela audição. É umlongo tubo cónico, enrolado em caracol, no interior do qualexiste uma estrutura complexa (órgão de Corti), onde sesituam os receptores sensoriais responsáveis pela captaçãodos estímulos produzidos pelas ondas sonoras.
• Os olhos, responsáveis pela visão, são bolsas membrano-sas, embutidas em cavidades ósseas do crânio, as órbitas ocu-lares. Têm associadas estruturas acessórias: pálpebras,sobrancelhas, músculos e aparelho lacrimal. A cada olho estáassociado um nervo óptico, um feixe de fibras nervosas, queparte do interior do globo ocular em direcção ao encéfalo. Osraios luminosos atravessam várias estruturas do olho (córnea,pupila, cristalino e o corpo vítreo) até chegarem à retina ondeestimulam os receptores sensoriais que os transformam emimpulsos nervosos. Esses impulsos nervosos penetram entãonas células nervosas da retina, que os conduzem, através donervo óptico, aos centros de visão do cérebro.
• A pele, o nosso maior órgão sensorial, é responsávelpelo sentido do tacto. Possui diversos tipos de receptoresque recebem continuamente diferentes tipos de estímulos(dor, frio, calor, pressão) que são enviados ao encéfalo.Muitos dos receptores sensoriais da pele são terminaçõesnervosas livres.
RECEPTORES DE ESTÍMULOS
Tópicos de discussão
3Discutir a importância dos receptores de estímulos para a sobrevivência humana.
3Relacionar os órgãos dos sentidos com a percepção do meio.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 38
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 39
Tópicos de discussão
3Discutir a importância da dor na sobrevivência humana.
3Relacionar a descoberta descrita com os mecanismos de transmissão nervosa aprendidos.
3 Inferir sobre a importância desta descoberta no desenvolvimento da ciência.
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 13
Um grupo de cientistas britânicos publicou um estudona revista Nature em que mostra que a ausência de dor sedeve a uma mutação genética e não a falhas no cérebrocomo se pensava.
O estudo foi realizado noPaquistão, onde um rapaz se tornoufamoso por realizar espectáculos derua em que se feria com facas oucaminhava em cima de brasas. Apesarde parecerem truques de feira, estasactividades são possíveis devido a umadoença devastadora em que os pacien-tes não têm noção dos limites físicos,uma vez que não são sensíveis à dor.Estes doentes ferem-se sem teremconsciência disso, correndo assim orisco de queimaduras, ferimentos oufracturas graves. O jovem paquistanêsdo referido estudo acabou por morreraos 14 anos, quando se atirou de umtelhado, por não ter medo e nunca ter sentido dor. Estes fac-tos mostram a importância da dor como meio de alerta útilpara a manutenção da nossa saúde e sobrevivência.
Os investigadores descobriram que na família do rapazpaquistanês havia outras seis crianças que partilhavam oque muitos consideravam um dom: nenhuma delas sentiualguma vez dor em qualquer parte do corpo.
Comparando amostras de ADN das seis crianças, osinvestigadores descobriram que todas partilhavam uma
mutação num gene conhecido por SCN9A. Com o gene nor-mal, as células reagem à dor emitindo um sinal ao cérebroatravés da espinal medula. Porém, a mutação neste genebloqueia os impulsos nervosos, impedindo que o cérebro
receba o sinal nervoso de alerta paraa dor.
A descoberta responde à questãode os pacientes paquistaneses seremrealmente incapazes de percepcionardor ou se simplesmente lhe são indife-rentes. Quando o primeiro doenteincapaz de sentir dor foi examinadopela primeira vez, no início do século XX,alguns médicos pensaram que talveza doença envolvesse uma malforma-ção no cérebro e não nos nervos.
O estudo desta mutação genéticapermitiu a descoberta de uma molé-cula que pode ser a base de potentesmedicamentos analgésicos e de novas
formas de atenuar a dor intensa, com menos efeitos secundá-rios indesejáveis do que os existentes actualmente, nomeada-mente, a nível cardíaco.
Um outro estudo recente mostra que o gene SCN9Apode sofrer outro tipo de mutação, posicionando os portado-res dessa mutação no outro extremo do espectro da dor.Esta mutação realça a dor em vez de a inibir e os seus porta-dores sentem dores violentas e desproporcionadas em rela-ção ao estímulo.
MUTAÇÃO PODE ELIMINAR DOR
Adaptado de http://www.mni.pte Jornal de Notícias, 15-12-2006
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 39
40 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
Tópicos de discussão
3Relacionar a notícia com assunção de uma cidadania responsável.
3Distinguir entre dádiva de sangue total de dádiva de sangue por aférese.
3Reflectir sobre as condições de saúde e de estilo de vida exigidas aos dadores de sangue.
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 14
No dia 27 de Março comemora-se o Dia Nacional doDador de Sangue.
Há cada vez mais portugueses mentalizados para aimportância das dádivas de sangue. Estasdádivas permitem ajudar todas as pessoasque, numa determinada altura das suas vidas,e por diversos motivos, necessitam de receberuma transfusão de sangue. Os dadores, aocontribuírem para o aprovisionamento dasreservas de sangue, demonstram uma atitu-de altruísta que permite salvar vidas.
Para se ser dador basta ter entre 18 e 65anos de idade, ter mais do que 50 kg e não terdoenças que possam prejudicar a qualidadedo sangue a ser doado.
As colheitas de sangue são feitas de modo a proteger asaúde do dador e a garantir a segurança do doente que delenecessita. Assim, é fundamental que o dador colabore no pro-cesso e tenha consciência de que o seu sangue vai ser testadoem relação a doenças infecciosas. No caso deste estudo detec-tar qualquer doença ou infecção, o dador é informado, confi-dencialmente, dos resultados e será orientado de acordo coma sua situação clínica.
Por questões relacionadas com a saúde ou com os hábitosde vida, algumas pessoas não podem dar sangue: é o caso dosconsumidores ou ex-consumidores de drogas injectáveis, sero-positivos, portadores do vírus da hepatite B ou C ou de pessoasque tiveram mais de um parceiro sexual nos seis meses ante-riores à dádiva.
Actualmente, existe uma outra forma de doar sangueque, embora seja pouco conhecida, tem uma importânciacrescente: dádiva de sangue por aférese.
A dádiva de sangue por aférese consiste na recolhaselectiva de um dos componentes sanguíneos, com a ajudade equipamento automático - separador celular - sendo osrestantes componentes sanguíneos restituídos ao dador. Talcomo nas dádivas totais, é um processo supervisionado por
profissionais de saúde e totalmente seguro para o dador.Todo o material utilizado é esterilizado e eliminado apóscada doação, sendo impossível contrair alguma doença.
Existem três tipos de aférese: • Plaquetaférese – doação de plaquetas
destinadas a doentes com leucemia, linfoma ououtros tipos de cancros e a doentes sujeitos acirurgia cardíaca ou transplante de medulaóssea.
• Eritraférese – doação de glóbulos ver-melhos destinados a doentes politraumatiza-dos submetidos a cirurgias, a transplantes oucom doenças como leucemia ou outras for-mas de cancro.
• Plasmaférese – doação de plasma desti-nado a doentes queimados, a receptores de transplante deórgãos e a doentes com alterações de coagulação.
Para além das condições exigidas aos dadores de sanguetotal, para se ser doador de sangue por aférese é necessárioque já se tenha doado sangue total, pelo menos duas vezes,sem qualquer tipo de reacção adversa. Esta prática não éaconselhável a indivíduos que tenham ingerido ácido acetil-salicílico ou anti-inflamatórios nos cinco dias anteriores àdoação ou que possuam um historial pessoal ou familiar dehemorragia e/ou trombose (o impedimento verifica-se só nocaso de plaquetaférese).
Este processo é mais demorado (30 a 50 minutos, confor-me o tipo de dádiva seleccionada) do que a colheita de san-gue total, o que implica maior disponibilidade de tempo ecapacidade para tolerar uma colheita mais demorada, con-tudo tem várias vantagens. Numa dádiva de sangue total,cada unidade colhida tem de ser processada laboratorial-mente para ser separada nos seus componentes, um proces-so demorado e que envolve recursos humanos. Por outrolado, um concentrado unitário de plaquetas, obtido por afé-rese, é equivalente a seis concentrados de plaquetas obtidosa partir de dádivas de sangue total.
DAR SANGUE, SALVAR VIDAS
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 40
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 41
Tópicos de discussão
3Discutir os resultados das experiências descritas à luz dos conhecimentos adquiridos.
3Reflectir sobre a evolução da ciência e as condicionantes que a experimentação em seres humanos
levanta.
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 15
O valor nutritivo dos alimentos e o seu papel sobre o nossobem-estar e saúde dependem muito de um perfeito funciona-mento dos processos de digestão, absorção e excreção. A pri-meira «estação» dessa verdadeira linha de processamento quí-mico e mecânico é o estômago, que no ser humano é um sofis-ticado órgão de armazenamento temporário e de digestão.
Até meados do século XIX, os cientistas, apesar de conhe-cerem bem a anatomia do estômago e a existência dos movi-mentos peristálticos e do suco gástrico, tinham poucosdados sobre o seu funcionamento e importância na digestão.
O conhecimento sobre a digestão era sobretudo teórico.Apenas pesquisas científicas básicas com animais tinhamsido realizadas em laboratórios europeus até ao final doséculo XVIII. Os estudiosos dividiam-se em dois grupos anta-gónicos: uns defendiam que a digestão era um processo quí-mico, semelhante à dissolução de substâncias, enquantooutros acreditavam que a digestão era um processo mecâni-co de trituração dos alimentos que começava com os dentese prosseguia com a ajuda das contracções estomacais eintestinais. Foi então que um médico militar abriu as portasdo conhecimento científico sobre a fisiologia do estômago eresolveu essa disputa.
No dia 6 de Junho de 1822, na Ilha Mackinac (EUA), umcaçador chamado Alexis St. Martin foi ferido acidentalmentepor um tiro na parte superior esquerda do abdómen. Umaferida do tamanho da palma de uma mão abriu-se, mostran-do parte de um pulmão, duas costelas e o estômago. O médi-co William Beaumont foi chamado e tratou o ferimento. No entanto, a ferida nunca chegou a fechar completamente,formando uma fístula gástrica externa, um acontecimentomuito raro se não for feito propositadamente.
Em Agosto de 1825 (três anos depois do acidente), o Dr. Beaumont teve a ideia de começar a fazer estudos noestômago de St. Martin, tornando-se a primeira pessoa aconseguir observar a digestão gástrica directamente.
Beaumont começou por amarrar pequenos pedaços decomida num fio e introduzi-los pela fístula no estômago deSt. Martin. Testou, desta forma, vários tipos de carnes, vege-
tais crus e cozidos, pão, etc. Após a primeira, a segunda e aterceira horas, Beaumont puxava o fio e anotava o grau dedigestão dos alimentos. Também retirou suco gástrico doestômago e aplicou-o em pedaços de carne. As experiênciasmostraram que, enquanto o estômago digeria totalmenteum pedaço de carne em duas horas, fora do corpo, a mesmaporção de carne demorava 10 horas a ser digerida. Beaumontdeterminou ainda os efeitos do clima, da temperatura e dasemoções sobre a digestão, verificando que era prejudicadapela irritabilidade e melhorada pelo exercício. Descobriutambém que os vegetais demoravam mais do que carne aserem digeridos e que o leite coagulava antes de ser digerido.
As experiências e observações do Dr. Beaumont determi-naram o conhecimento de muitos factos novos sobre a fisio-logia da digestão e derrubaram convicções mantidas desde aantiguidade. Por exemplo, antes de Beaumont, acreditava-seque o estômago funcionava como uma espécie de moedor decomida, através das contracções estomacais, e que proces-sava de forma sequencial os diferentes tipos de alimentos.Acreditava-se também uma função selectiva para o estôma-go, que possuiria um «espírito» ou fluido que separava os ali-mentos «bons» e eliminava os «maus».
Beaumont comprovou claramente que nada disso eraverdade: a digestão de todos os tipos de alimentos iniciava-seao mesmo tempo, sendo o suco gástrico o responsável,necessitando para tal de uma temperatura elevada.Concluiu ainda que a digestão podia processar-se fora docorpo, usando o suco gástrico «in vitro», e que os vários ali-mentos tinham tempos de digestão distintos, sendo os ali-mentos ricos em gordura os que mais demoravam.Beaumont demostrou também que factores externos comoo exercício, as emoções e o clima influenciavam a digestão.
Infelizmente, a análise química disponível até à época deBeaumont era ainda pouco desenvolvida e este e outros cien-tistas nunca puderam conhecer com precisão os constituin-tes do suco gástrico nem por que razão eram capazes dedigerir os alimentos. Isso só viria a acontecer no início doséculo XX.
HISTÓRIA DO ESTUDO DA DIGESTÃO
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 41
42 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
Tópicos de discussão
3Relacionar as características e consequências da doença celíaca com a anatomia e a fisiologia do
intestino.
3Reflectir sobre as implicações que a doença celíaca tem para a vida quotidiana das pessoas que dela
padecem.
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 16
Algumas pessoas não suportamdeterminados alimentos que, quandosão ingeridos e entram em contactocom a mucosa (membrana de revesti-mento) do intestino, desencadeiamreacções mais ou menos violentasque provocam lesões e perturbam onormal funcionamento da digestão eda absorção. Diz-se, então, que existeuma intolerância alimentar a alguns tipos de alimentos.Esta intolerância pode manifestar-se por períodos mais oumenos longos da vida destes indiví-duos.
Quando este tipo de situação seobserva em relação ao glúten e semanifesta de forma permanente edefinitiva, trata-se de doença celíaca.O glúten é uma mistura de proteínassolúveis presente nas farinhas doscereais. A «agressividade» do glútendepende da sua composição e, como esta não é igual emtodos os cereais, eles são tolerados de forma diferente.Assim, enquanto o trigo, o centeio e a cevada têm de sercompletamente afastados da alimentação de um pacientecelíaco, outros cereais, como o milho e o arroz são perfeita-mente inofensivos.
Quando o intestino de um celíaco é obrigado a suportaruma alimentação sem restrições, o glúten dos cereais habi-tualmente consumidos vai provocar alterações tão profun-das que impedem o normal aproveitamento dos alimentos elevam ao aparecimento dos sintomas (perda de apetite,emagrecimento, diarreia ou prisão de ventre, vómitos, ane-mia, aumento do volume do abdómen, diminuição da con-centração de nutrientes essenciais no sangue e malnutri-
ção). A observação directa de umfragmento de intestino de um doen-te celíaco permite constatar que,sem dieta, as vilosidades pratica-mente desaparecem, surgindo umaintensa inflamação. Esta doença nãotem cura, pelo que é necessáriomanter uma dieta sem glúten aolongo de toda a vida. Só excluindo
totalmente o glúten da alimentação é possível fazer desapa-recer as lesões intestinais.
A história desta doença perde-seno tempo. No século II, o gregoAretaeus da Capadócia descreveudoentes com um determinado tipo dediarreia usando a palavra koiliakos(«aqueles que sofrem do intestino»).Tudo leva a crer que, já nessa altura,ele se referia àquilo que, em 1888,Samuel Gee, um médico inglês,
observou em crianças e adultos e que designou por «afecçãocelíaca». Gee previa que «controlar a alimentação» era o factorprincipal do tratamento. Nos anos que se seguiram, váriosmédicos dedicaram-se a observar e a tentar compreender ascausas desta doença, embora poucos avanços se tenham obti-do. Durante a 2.a Guerra Mundial, o racionamento de alimen-tos reduziu drasticamente o fornecimento de pão à populaçãoholandesa. O professor Dicke verificou então que as criançascom «afecção celíaca» melhoravam da sua doença apesar dagrave carência de alimentos. Associou este facto ao baixo con-teúdo em cereais na dieta. Esta associação seria confirmadamais tarde com trabalhos laboratoriais que viriam finalmentea demonstrar que o trigo e o centeio continham a substânciaque provocava a doença: o glúten.
DOENÇA CELÍACA
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 42
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 43
Tópicos de discussão
3Pesquisar nos rótulos de alimentos comuns diferentes tipos de aditivos.
3Discutir as vantagens e desvantagens da utilização de aditivos naturais e artificiais.
3Reflectir sobre a história da utilização de aditivos.
Os aditivos alimentares são substâncias adicionadasintencionalmente aos alimentos, geralmente em pequenasquantidades, com a finalidade de conservar, manter, conferirou intensificar o seu aroma, a cor ou o sabor, modificar oumanter o seu estado físico ou textura. Substâncias adiciona-das com o objectivo principal de elevar o valor nutritivo, taiscomo vitaminas, sais minerais e outros, não são incluídas nacategoria de aditivos alimentares.
Os aditivos sempre estiveram presentes na nossa alimen-tação. Os nossos antepassados usaram sal para preservar car-nes e peixes; adicionaram ervas e temperos para melhorar osabor dos alimentos; preservaram frutas com açúcares e con-servaram vegetais com vinagre.
Com o desenvolvimento da indústria alimentar, mais aditi-vos têm sido utilizados. A existência de um grande número denovos produtos tais como os de baixo valor calórico (light), acomida fast-food e a comida embalada, não seria possível semos aditivos. Sem eles, a variedade de alimentos disponíveis e otempo em que se manteriam em condições de consumo,seriam muito mais reduzidas.
Os aditivos alimentares são reunidos em diferentes gruposconforme as suas funções, entre os quais:
• Acidulantes – intensificam o gosto ou sabor ácido aosalimentos processados.
• Antioxidantes – retardam a degradação dos alimentospor oxidação, uma vez que impedem a sua interacção com ooxigénio.
• Aromatizantes e flavorizantes – conferem ou intensifi-cam o aroma e/ou sabor aos alimentos.
• Conservantes – retardam a deterioração dos alimentospor microrganismos.
• Corantes – intensificam a cor natural dos alimentos ouconferem-lhes outra cor.
• Edulcorantes – conferem sabor doce aos alimentos.• Estabilizantes – favorecem e mantêm as características
físicas das emulsões e suspensões. Promovem a mistura
homogénea de substâncias como óleo e água, aumentama viscosidade dos ingredientes e evitam a formação decristais.
• Espessantes – aumentam a viscosidade de soluções,emulsões e suspensões, melhorando a textura e a consistênciados alimentos processados.
• Espumíferos – participam na produção de espumas,gerando espuma estável.
• Antiespumíferos – evitam a formação de espumadurante o processamento de certos alimentos.
A cada um destes grupos de aditivos corresponde um códi-go, válido em todos os países da União Europeia, constituídopela letra E (de Europa) seguida de três algarismos. Por exem-plo, os corantes vão de E100 a E199, os conservantes de E200 aE299 e os antioxidantes de E300 a E330. Frequentemente, énecessário utilizar vários aditivos em simultâneo, porque elespróprios se degradam e precisam de outros compostos para osestabilizar.
O uso de aditivos é um tema controverso. Algumas pes-soas lembram que todos os aditivos autorizados foram sujei-tos a rigorosos testes de toxicidade, sendo o seu uso controla-do por entidades oficiais que, em qualquer momento, os retira-rão do mercado, caso a sua inocuidade seja posta em dúvida.Outras defendem que estas substâncias podem desencadearalergias e que há sempre aspectos que escapam à comunida-de científica, nomeadamente, o facto de pouco se saber sobreas consequências da sua utilização em associação e os seussinergismos (capacidade de se potencializarem uns aosoutros).
Actualmente, como os consumidores começam a descon-fiar da presença dos E, estes são omitidos, aparecendo nosrótulos o nome próprio do aditivo. É o caso do ácido cítrico que,embora exista naturalmente nas laranjas e limões não deixade ser um produto químico, incorporado fora do seu contextonatural, não trazendo benefícios para a saúde, ao contrário doconsumo de citrinos.
ADITIVOS ALIMENTARES
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 17
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 43
44 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
Tópicos de discussão
3Enumerar os efeitos do tabaco nas vias respiratórias.
3Relacionar os efeitos do tabaco sobre as vias respiratórias com os sintomas sentidos pelos fuma-
dores.
Para perceber melhor os efeitosdo tabaco sobre os pulmões é neces-sário conhecer o sistema respiratórioe o seu funcionamento.
As vias respiratórias têm o papelde purificar e aquecer o ar que passaatravés delas de e para os pulmões. O nariz é a primeira linha de defesa,interceptando muitas das impurezaspresentes no ar. Os fumadores pas-sam por cima deste filtro natural ao inalarem o fumo pela boca pas-sando-o directamente para a traqueia e daqui para ospulmões.
O fumo do tabaco, além de outros efeitos, actua sobre asvias respiratórias alterando as suas características e prejudi-cando o desempenho das suas funções. O alcatrão existenteno fumo do tabaco é uma substância agressiva que irrita aparede dos brôn-quios, causando umestreitamento dasvias respiratórias, oque torna a respira-ção mais difícil.
Todo o aparelhorespiratório é reves-tido por milhões decélulas colunaresque estão interliga-das por células se-cretoras de muco. No topo de cada célula colunar, há tufos decílios (pêlos microscópicos). Estas «pequenas escovas» agi-tam-se para trás e para a frente mais de 60 vezes por segun-do. O movimento para baixo, em direcção aos pulmões, élento e suave, enquanto o movimento em direcção à gargantae ao nariz é rápido e vigoroso. Uma camada de muco viscosocircula no topo dos cílios, prendendo a poeira e outros conta-minantes do ar. Os compostos irritantes do tabaco causam
um aumento da quantidade de célu-las secretoras de muco, tornando acamada de muco mais espessa, oque provoca uma obstrução adicio-nal nas vias respiratórias. Alguns doscompostos do tabaco travam osmovimentos dos cílios. Existem pro-vas que demonstram que a primeirainalação de um cigarro pára os bati-mentos dos cílios durante, pelomenos, uma hora. Deste modo, omuco, demasiado espesso, não pode
ser facilmente deslocado na direcção da boca, onde é normal-mente engolido ou cuspido. Isto significa que ao tossir, ofumador usa a única forma que lhe resta para limpar os seuspulmões. Algumas das substâncias que provocam o cancrodo pulmão atacam os cílios. Deste modo, o alcatrão entra emcontacto com as células colunares que, além de perderem os
seus cílios, se alte-ram, tornando-seplanas e escamosas.
Nos pulmões, osalvéolos são reves-tidos interiormentepor um fluido con-tendo um detersivo.Esta substância,semelhante a umdetergente, facilitaa expansão dos al-
véolos durante a inspiração e impede o seu colapso duran-te a expiração. Os químicos presentes no fumo de tabacobloqueiam a formação desta substância e os alvéolos per-dem elasticidade; as suas paredes enfraquecem e, final-mente, rompem. Vários alvéolos unem-se, formando umacavidade maior e sem elasticidade. É assim necessáriauma maior pressão para expelir o ar dos pulmões, o queenfraquece ainda mais suas paredes.
INFLUÊNCIA DO TABACO NAS VIAS RESPIRATÓRIAS
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 18
Células ciliadas na parede das fossas nasais
Pulmão saudável Pulmão de um fumador
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 44
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 19
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 45
O teste de Fagerström é utilizado para determinar a dependência que o fumador apresenta à nicotina. Este teste é
composto pelas seguintes questões:
1. Quanto tempo depois de acordar fuma o primeiro cigarro do dia?
Em 5 minutos ou menos ............................ � (3 pontos)
Em 6-30 minutos ........................................... � (2 pontos)
Em 31-60 minutos ......................................... � (1 ponto)
Mais de 60 minutos ....................................... � (0 pontos)
2. Sente dificuldade em não fumar em locais onde é proibido?
Sim ......................................................................... � (1 ponto)
Não ......................................................................... � (0 pontos)
3. Qual o cigarro que mais dificuldade teria em renunciar?
O primeiro da manhã .................................... � (1 ponto)
A qualquer um dos outros ......................... � (0 pontos)
4. Quantos cigarros fuma por dia?
31 ou mais .......................................................... � (3 pontos)
21-30 ..................................................................... � (2 pontos)
11-20 ...................................................................... � (1 ponto)
10 ou menos ...................................................... � (0 pontos)
5. Fuma com mais frequência nas primeiras horas depois de acordar do que durante o resto do dia?
Sim ......................................................................... � (1 ponto)
Não ......................................................................... � (0 pontos)
6. Fuma também quando está doente e acamado?
Sim ......................................................................... � (1 ponto)
Não ......................................................................... � (0 pontos)
A pontuação é obtida pela soma das pontuações parciais das 6 perguntas e o grau de dependência é classificado
«baixo» se a pontuação obtida variar entre 0 e 3 pontos, «médio» se variar entre 4 e 6 pontos e «elevado» se variar
entre 7 e 10 pontos.
TESTE DE FAGERSTRÖM
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 45
46 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
FICHA DE TRABALHO N.o 6 – O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO
Competências:
3Conhecer a morfologia e a fisiologia do sistema nervoso.
3Conhecer a natureza e a condução do impulso nervoso.
3Explicar actos reflexos.
3Relacionar o sistema nervoso com a coordenação do organismo.
3Relacionar os constituintes sanguíneos com as respectivas funções.
1. Na figura abaixo estão representados os órgãos e as estruturas do sistema nervoso. Observa-a aten-
tamente.
Redes Neurais
Neurónio
Sinapse
Centronervoso
1
2 3
1.1 Identifica as estruturas do centro nervoso assinaladas pelos números 1, 2 e 3.
1.2 Classifica cada uma das seguintes afirmações como verdadeira (V) ou falsa (F).
A. Os neurónios são as células básicas do sistema nervoso.
B. As sinapses encontram-se nos axónios.
C. Nos centros nervosos não existem sinapses.
D. As redes neurais são constituídas por neurónios.
E. A medula espinal é um centro nervoso.
F. Os neurónios conduzem os impulsos nervosos.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 46
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 47
2. Considera o arco reflexo esquematizado na figura seguinte.
2.1 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:
As letras A e B representam respectivamente
a. … os neurónios e os nervos.
b. … nervos sensitivos e músculos.
c. … nervos motores e nervos sensitivos.
d. … nervos sensitivos e nervos motores.
2.2 Identifica:
2.2.1 o órgão efector;
2.2.2 o receptor do estímulo.
2.2.3 o centro nervoso responsável pela resposta.
2.3 Refere o efeito de uma interrupção no ponto indicado pela letra A.
3. Analisa atentamente o quadro seguinte, onde se encontram registados os resultados de um exame ao san-
gue de três pacientes adultos, do sexo masculino, assim como os valores considerados normais para indiví-
duos clinicamente sãos.
3.1 Indica qual dos pacientes tem mais dificuldades na coagulação do sangue. Justifica a tua resposta com
base na informação contida no quadro.
3.2 Indica qual dos pacientes tem mais dificuldades em garantir o fornecimento de oxigénio às suas célu-
las. Justifica a tua reposta com base na informação contida no quadro.
3.3 Refere qual dos pacientes poderá estar a sofrer uma infecção. Justifica a tua resposta com base na
informação contida no quadro.
Pele
Músculo
A
BMedulaespinal
HEMÁCIAS(n.o/mm3)
LEUCÓCITOS(n.o/mm3)
PLAQUETAS(n.o/mm3)
Paciente 1 7 500 000 560 250 000
Paciente 2 6 100 000 12 100 260 000
Paciente 3 2 200 000 5000 50 000
Valores-padrão 4 600 000 a 6 200 000 4300 a 10 000 150 000 a 500 000
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 47
48 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
FICHA DE TRABALHO N.o 7 – O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO
Competências:
3Conhecer a fisiologia e a função do coração.
3Conhecer a anatomia e a fisiologia do sistema respiratório.
3Explicar o mecanismo da ventilação pulmonar.
1. Na figura seguinte está representado um corte do coração humano. Observa-a com atenção.
Artériaaorta
Válvulatricúspide
AD = Aurícula direitaAE = Aurícula esquerdaVD = Ventrículo direitoVE = Ventrículo esquerdo
AD
VD
VE
AE
Artériapulmonar
Válvula bicúspideou mitral
Veiaspulmonares
miocárdioVeia cavainferior
Veiacava superior
1.1 Refere qual é a função do coração.
1.2 Selecciona a opção que completa correctamente cada uma das afirmações:
1.2.1 No coração, o sangue venoso circula…
a. … na aurícula direita e na aurícula esquerda.
b. … na aurícula direita e no ventrículo direito.
c. … na aurícula esquerda e no ventrículo esquerdo.
d. … no ventrículo direito e no ventrículo esquerdo.
1.2.2 As válvulas tricúspide e mitral têm como função…
a. … obrigar o sangue a sair do coração, levando-o a entrar nas artérias aorta e pulmonar.
b. … impedir que o sangue retroceda para os ventrículos, quando abandona o coração.
c. … impedir que o sangue retroceda dos ventrículos para as aurículas durante a sístole auricular.
d. … impedir que o sangue retroceda dos ventrículos para as aurículas durante a sístole
ventricular.
1.2.3 Uma diástole corresponde…
a. … à oxigenação do sangue.
b. … à transformação do sangue arterial em sangue venoso.
c. … a um relaxamento do músculo cardíaco.
d. … a uma contracção do músculo cardíaco.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 48
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 49
2. Observa atentamente a figura ao lado, que representa
o sistema respiratório humano.
2.1 Faz a legenda da figura.
2.2 Apresenta as razões que permitem justificar a afir-
mação: «O esquema corresponde à fase da expira-
ção».
2.3 Em relação à inspiração podemos afirmar:
a. O volume da caixa torácica diminui.
b. O volume da caixa torácica aumenta.
c. O diafragma relaxa.
d. Os pulmões aumentam de volume.
e. Os pulmões acompanham o movimento da caixa
torácica.
f. Os músculos intercostais contraem-se.
(Selecciona as opções correctas.)
3. No quadro seguinte encontram-se resumidos os resultados de um estudo relacionado com a função respi-
ratória. Observa-o com atenção.
3.1 Após a análise do quadro, refere:
3.1.1 o número de movimentos respiratórios numa situação de repouso.
3.1.2 a situação em que o volume de ar inspirado é maior.
3.2 Refere como varia o consumo de oxigénio com o tipo de actividade desenvolvida.
3.3 Com base nos dados do quadro, justifica a seguinte afirmação: «A ventilação pulmonar adapta-se à
actividade física realizada.»
3.4 Apresenta uma justificação para o aumento do valor de dióxido de carbono eliminado quando a activi-
dade física é mais intensa.
3.5 O sistema respiratório não é suficiente para garantir o fornecimento de oxigénio às células. Menciona
que outro sistema intervém neste processo.
3.6 Refere o nome atribuído ao processo de trocas gasosas que ocorrem ao nível dos alvéolos pulmonares.
1
2
3
4
5
6
7
SITUAÇÃOMOVIMENTOS
RESPIRATÓRIOS(n.o/min.)
VOLUME DE ARINSPIRADO
(ml/min.)
DIÓXIDO DE CARBONOEXPIRADO(ml/min.)
OXIGÉNIO INSPIRADO(ml/min.)
Práticadesportiva
29 55 000 2100 2600
Visionamentode um filme
16 24 000 950 1200
Dormir 12 6000 250 300
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 49
50 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
FICHA DE TRABALHO N.o 8 – O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO
Competências:3Conhecer a anatomia e a fisiologia do sistema digestivo.
3Compreender o processo digestivo.
3Compreender a importância da absorção
3Conhecer a anatomia e a fisiologia do tubo urinífero.
3Compreender as etapas de formação da urina.
1. Observa atentamente a figura ao lado, que representa o sistema
digestivo.
1.1 Indica, em cada alínea, o nome do órgão e o respectivo número
que o identifica na figura:
a. local onde os alimentos sofrem a primeira acção mecânica;
b. órgão onde ocorre a maior parte da absorção dos nutrientes;
c. os seus movimentos peristálticos permitem a deslocação
do bolo alimentar;
d. glândula onde se produz a bílis;
e. órgão onde se formam as fezes;
f. órgão onde actua o suco gástrico;
g. bolsa onde é armazenada a bílis.
2. O gráfico seguinte indica o resultado da digestão de um bife de frango e de uma porção de batatas
fritas. Analisa-o atentamente.
2.1 Com base nos conhecimentos que tens sobre a digestão, indica qual das duas curvas, I ou II, repre-
senta a digestão do bife de frango e qual representa a das batatas fritas. Justifica tua escolha.
2.2 Observa-se numa pessoa uma diminuição crónica da libertação de suco gástrico pelas suas
células da mucosa estomacal.
1
2
3
4
5
6
7
A I
II
B
Boca
A – Ponto em que o alimento está intacto, ou seja, entrou no organismo.
B – Ponto em que o alimento já foi praticamente digerido.
Alimentonão digerido (%)
ÓrgãosEstômago Duodeno Intestino delgado
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 50
Assinala a opção que descreve a alteração fisiológica que esta pessoa apresenta:
a. prejuízo da digestão de proteínas no estômago; c. diminuição do pH do estômago;
b. prejuízo da digestão de lípidos no estômago; d. diminuição da acção da bílis no estômago.
3. A doença celíaca é uma doença cujo portador apresenta uma intolerância permanente ao glúten
(mistura de proteínas), presente no trigo, centeio e cevada e aveia. Nessas pessoas, a ingestão de
glúten provoca lesões na mucosa do intestino que levam à atrofia das vilosidades intestinais,
causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água.
3.1 Explica por que motivo a redução das vilosidades intestinais provoca emagrecimento e diminuição do
crescimento do organismo.
4. Observa a figura, que representa a unidade funcional do rim.
4.1 Indica o nome da unidade funcional do rim representada na figura.
4.2 Faz a legenda da figura.
4.3 Indica as funções das estruturas representadas respectivamente pelos números 1 e 5.
4.4 Diariamente são produzidos cerca de 180 l de filtrado glomerular e apenas 1,5 l de urina. Explica
esta diferença.
4.5 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:
A composição química da urina produzida pelos rins humanos é…
a. … exactamente igual à do filtrado glomerular.
b. … igual à do filtrado glomerular mas com menos água, entretanto reabsorvida.
c. … igual à do filtrado glomerular, mas sem as substâncias entretanto reabsorvidas.
d. … igual à do filtrado glomerular mas com as substâncias entretanto secretadas.
e. … igual à do filtrado glomerular mas com as substâncias entretanto secretadas e sem parte da
água e de outras substâncias reabsorvidas.
4.6 Explica a importância do processo de reabsorção verificada durante a formação da urina.
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 51
6
4 5
31
2
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 51
52 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
FICHA DE TRABALHO N.o 9 – O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO
Competências:
3Explicar o significado da roda dos alimentos.
3Conhecer a dieta mediterrânica.
3Conhecer a função dos nutrientes no organismo.
3Conhecer as consequências do consumo de drogas.
1. A figura seguinte mostra a roda dos alimentos.
1.1 Explica o significado da roda dos alimentos.
1.2 Classifica como verdadeira (V) ou falsa (F) cada
uma das afirmações que se seguem.
a. O grupo das gorduras deve ser o menos repre-
sentado na alimentação diária.
b. O grupo da carne, peixe e ovos fornece alimentos
ricos em proteínas.
c. O grupo das leguminosas é o principal fornece-
dor de cálcio e fósforo.
d. Os alimentos do grupo da fruta são ricos em lípi-
dos.
e. As fibras alimentares são fornecidas sobretudo pelos grupos dos lacticínios e da carne, peixe e
ovos.
f. O grupo dos cerais fornece glícidos ao organismo.
1.3 A roda dos alimentos foi elaborada a partir da dieta mediterrânica. Explica por que razão este
tipo de dieta é considerada uma das mais saudáveis do mundo.
2. Uma avaliação da saúde dos habitantes de uma localidade permitiu detectar altos índices de ane-
mia, de bócio e de cárie dentária. Foram então feitas as seguintes propostas para melhorar a saúde
da população:
Proposta I - distribuição de leite e derivados.
Proposta II - adicionar flúor à água que abastece a localidade.
Proposta III - adicionar iodo ao sal consumido na região.
Proposta IV - incentivar os habitantes a consumirem verduras e legumes.
Analisando as propostas, indica:
a. a que traria maior benefício à população no combate ao bócio. Justifica.
b. a que poderia reduzir a incidência de cáries dentárias. Justifica.
c. a que ajudaria a reduzir do número de pessoas com anemia.
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 52
O ORGANISMO HUMANO EM EQUILÍBRIO 53
3. Lê atentamente o seguinte texto:
Os compostos agressivos do tabaco irritam as paredes dos brônquios, causam um estreitamento das
vias respiratórias e provocam o aumento da quantidade de células secretoras de muco, tornando a
camada de muco mais espessa, o que provoca uma obstrução adicional nas vias respiratórias. Alguns
dos compostos do tabaco travam os movimentos dos cílios ou causam a sua destruição.
3.1 Indica a principal consequência da destruição dos cílios presentes nas vias respiratórias.
3.2 Refere outros efeitos do hábito de fumar.
3.3 Algumas pessoas, embora não sejam fumadoras, sofrem dos efeitos nocivos do tabaco. Explica
esta afirmação.
3.4 As mulheres grávidas devem ter particulares cuidados com os efeitos nocivos do tabaco. Explica
porquê.
4. O gráfico seguinte mostra o número de copos de bebidas destiladas consumidos por alunos portu-
gueses na última ocasião em que beberam.
4.1 Descreve a variação do consumo de bebidas destiladas com a idade.
4.2 Refere as consequências que o consumo de álcool tem nos jovens.
4.3 Indica outros comportamentos de risco que podem afectar a saúde dos jovens.
0
18 anos
17 anos
16 anos
15 anos
14 anos
13 anos
13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos
0,4 1 1,4 1,9 2,8 2,6
0,6 1,9 3,3 5,5 6,2 6,8
2,7 4,8 9,6 14,4 16,8 19,2
10 13,7 16 16,3 18,1 18,4
5,5 10,2 14 17,9 21,6 22,5
80,8 68,4 55,8 43,9 34,5 30,4
6 ou + copos
3 a 5 copos
1 a 2 copos
Menos do que 1 copo
Não bebi
Nunca bebo destiladas
Dimensão do consumo, por grupo etário — Total de alunos
20 40 60 80 100
Fonte: IDT
Intensidade na «última ocasião de bebida» — n.o de copos (%)
CAP_CN9_PG032_053 6/18/08 2:35 PM Page 53
CIÊNCIA E TECNOLOGIAE QUALIDADE DE VIDA
4.1BENEFÍCIOS E RISCOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIAPARA AS POPULAÇÕES
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 54
56 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
1. Ciência
e tecnologia
e qualidade
de vida
4.1 Benefícios
e riscos da ciência
e tecnologia para
as populações
4.1.1 Agricultura,
pecuária
e transformação
de alimentos
4.1.2 Fabrico
e utilização de
produtos
4.1.3 Exposição
a radiações
4.1.4 Transporte
de substâncias
perigosas.
3Realizar inferências,
generalizações e deduções.
3Demonstrar a capacidade
de expor e defender ideias.
3Pesquisar, seleccionar
e organizar informação para
a transformar em
conhecimento mobilizável.
3Realizar actividades de forma
autónoma, responsável
e criativa.
3Usar correctamente a língua
portuguesa.
3Utilizar novas tecnologias de
informação e comunicação.
3Rentabilizar as tecnologias de
informação e comunicação na
construção do saber e na sua
comunicação.
3Manifestar perseverança
e seriedade no trabalho.
3Apresentar atitudes e valores
inerentes ao trabalho
cooperativo.
3Cooperar com os outros em
projectos comuns.
Reconhecer que a ciência
e a tecnologia têm contribuído
para a melhoria da qualidade
de vida.
3 Identificar temas que
preocupam as sociedades.
3 Enumerar situações em que
os avanços científicos
e tecnológicos tiveram
implicações na qualidade
de vida das populações.
3 Compreender de que modo
a sociedade tem condicionado
o rumo dos avanços científicos
e tecnológicos na área da saúde
e segurança global.
3 Avaliar os riscos e benefícios
envolvidos no progresso
científico e tecnológico.
3 Conhecer algumas áreas da
evolução tecnológica que
preocupam a sociedade.
3 Reconhecer que a tomada de
decisões envolve aspectos
sociais, económicos, ambientais
e culturais.
3 Reconhecer a aplicação de
novas tecnologias na
agricultura e na indústria.
3 Enumerar vantagens e
desvantagens da agricultura
biológica relativamente à
agricultura moderna.
• Brainstorming sobre
situações em que os avanços
científicos e tecnológicos
tiveram implicações (positivas
e negativas) na qualidade de vida
das populações.
• Exploração de filmes sobre
avanços técnicos com aplicações
na saúde, transportes ou outros.
• Visita de estudo a explorações
de agricultura biológica
e de agricultura intensiva, com
o objectivo de familiarizar
os alunos com os dois tipos
de agricultura.
Os alunos poderão ainda visitar
indústrias alimentares ou de
transformação tomando
contacto com a aplicação de
novas tecnologias no fabrico de
produtos utilizados no seu
quotidiano.
• Organização de palestras ou
debates. Em colaboração com
associações ambientais ou
organizações agrícolas, por
exemplo, poderão ser
promovidas palestras sobre
vantagens e riscos dos
diferentes tipos de agricultura.
• Recolha e análise de notícias
veiculadas pelos meios
de comunicação social sobre
os progressos tecnológicos
e as respectivas aplicações
e consequências.
• Resolução de actividades
do Manual.
2
PLANIFICAÇÃO
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 56
CIÊNCIA E TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA 57
CONTEÚDOSPROGRAMÁTICOS
GERAIS ESPECÍFICAS
SUGESTÕESMETODOLÓGICAS
AULASPREVISTAS
(45 min.)
COMPETÊNCIAS
3Adoptar metodologias
personalizadas de trabalho
e de aprendizagem adequadas
aos objectivos visados.
3Respeitar regras de utilização
de equipamentos e espaços.
3Assumir atitudes de flexibilidade
e de respeito face a novas ideias.
3Avaliar criticamente atitudes
desenvolvidas pela comunidade.
3Manifestar sentido crítico.
3Assumir atitudes de cidadania
responsável.
• Exploração de textos
e actividades existentes no
Caderno de Apoio ao Professor.
• Exploração dos recursos
propostos no Manual Multimédia.
Nota: O tema Ciência e tecnologia e qualidade de vida é transversal a todo o programa, pelo que poderá ser abordado ao
longo do ano, nos diferentes temas estudados.
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 57
58 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
DOCUMENTOS DE AMPLIAÇÃO
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 20
O prefixo nano exprime a ideia de extrema pequenez.Um nanómetro corresponde a um milionésimo do milíme-tro, ou seja, é um milhão de vezes inferior a um milímetro.Representa uma dimensão tão diminuta que uma estruturananodimensionada tem de ser ampliada mais de 10milhões de vezes para a podermos facilmente ver.
A nanotecnologia está associada aáreas como a medicina, a ciência da com-putação, a física, a química, a biologia e aengenharia dos materiais e refere-se, nãoapenas ao estudo daquilo que é muitopequeno, mas também às tecnologias emque a matéria é manipulada à escala ató-mica e molecular para o fabrico de novosmateriais e à ultra-miniaturização, de queresultam dispositivos cada vez maispequenos.
A investigação, fundamental paraexplorar todo o potencial da nanotecnologia, tem vindo aorientar-se em três direcções:
• Na nanoelectrónica, especialmente no desenvolvi-mento de computadores a escalas significativamentemais pequenas. Esta área poderá criar computadoresmuito mais potentes para utilização em telefones,carros, aparelhos domésticos e numa infinidade deoutras aplicações domésticas e industriais.
• Na nanobiotecnologia com aplicação, por exemplo,na medicina. Prevê-se o aparecimento de materiaisbiológicos à nanoescala que possam reparar tecidosdanificados de aparelhos e de sensores e outrosnanoaparelhos que, uma vez implantados no corpodos pacientes, poderão fornecer fármacos inteligen-tes com acção dirigida ao foco da doenças sem agre-dir o resto do organismo.
• Nos nanomateriais, cujo objectivo é o controlo damorfologia das substâncias ou partículas, à escala donanómetro, para produzir novos materiais com pro-priedades melhoradas que serão aplicados, porexemplo, em painéis solares mais eficientes, revesti-
mentos anticorrosão, ferramentas de corte mais sólidas emais duras, purificadores de ar, aparelhos médicos maisduradouros ou catalisadores químicos mais eficientes.
Algumas aplicações da nanotecnologia, como ecrãs detelevisão feitos de nanotubos ou calças feitas de nanotêx-teis que não se sujam facilmente, já estão à disposição dos
consumidores. As potenciais aplicaçõesda nanotecnologia irão, em breve, con-templar uma vasta gama de produtos,nomeadamente, novos alimentos, novosaparelhos médicos, revestimentos deautomóveis capazes de aproveitar a ener-gia solar e armazená-la, sensores para sis-temas de segurança, unidades de depura-ção de água para naves espaciais habita-das, monitores para jogos de computado-res portáteis e ecrãs de cinema de altaresolução ou vidros pára-brisas que reflec-
tem a luz e a radiação térmica, poupando energia. A nanotecnologia é um avanço da ciência e tecnologia
tão importante que o seu impacto poderá chegar a com-parar-se ao da Revolução Industrial. No entanto, prevê-seque se desenvolverá tão rapidamente que poderá apa-nhar a humanidade desprevenida sobre os potenciais ris-cos que lhe estão associados. Eis alguns exemplos dessesriscos:
• Através da nanotecnlogia, a produção de armas(muito mais pequenas, potentes e numerosas) e de apare-lhos de espionagem poderá vir a ter um custo tão baixoque poderemos assistir a uma corrida aos armamentosentre os países mais desenvolvidos.
• Os baixos custos e as maiores facilidades de produ-ção poderão levar a profundas alterações económicascom graves consequências sociais e políticas (por exem-plo, aumento das taxas de desemprego ou aumento dadiferenciação entre classes sociais).
• A proliferação e a maior acessibilidade de produtoscujo fabrico poderá vir a causar importantes danos aomeio ambiente.
NANOTECNOLOGIA
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 58
CIÊNCIA E TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA 59
Tópicos de discussão
3Reflectir sobre as potencialidades da nanotecnologia.
3Enumerar aplicações actuais e futuras da nanotecnologia.
3Reflectir sobre os perigos da aplicação da nanotecnologia.
• O tráfico ilícito de produtos muito pequenos (e peri-gosos) torna-se muito difícil de controlar e pode vir a cairsobre o domínio de redes criminosas ou terroristas.
Para desfrutarmos dos enormes benefícios que ananotecnologia oferece é imprescindível encarar e resol-ver estes riscos.
Tópicos de discussão
3Reflectir a importância que os nanorrobôs poderão vir a desempenhar no tratamento de doenças.
3Discutir os problemas éticos que estas tecnologias poderão colocar à sociedade.
Governos, centros de pesquisa e grandes empresas priva-das estão a investir vultosas quantias de dinheiro para o desen-volvimento de componentes nanoscópicos que servirão debase à construção de máquinas minúsculas – os nanorrobôs. A medicina é uma das áreasonde estes robôs terão maio-res aplicações.
A ciência tem centradoesforços na criação de siste-mas de diagnóstico e de ima-gem capazes de detectar umaúnica célula doente ou trans-formada. Prevê-se que dentrode alguns anos, nanorrobôs,milhares de vezes menores doque a espessura de um cabelo,sejam injectados na correntesanguínea dos pacientes paraanalisar a superfície e o interior de células sem as danificar,permitindo diagnósticos mais precisos. Eventualmente, pode-rão ser utilizados para desobstruir vasos sanguíneos ou des-truir células danificadas, permitindo, por exemplo, combatercélulas cancerígenas ou vírus, como os da SIDA ou da hepatite.O transporte de medicamentos directamente até células pre-definidas é uma das maiores potencialidades desta tecnologia.
Esta precisão permitiriá, por exemplo, evitar os efeitos colate-rais sobre células sãs localizadas nas vizinhanças das células atratar.
As estratégias para eliminar os nanorrobôs do corpo dospacientes após a conclusão dasua missão ainda estão em fasede desenvolvimento.
Alguns cientistas pensammesmo que um dia células san-guíneas humanas poderão vir aser substituídas por algunsmilhões de nanorrobôs, capazesde desempenhar as funçõesessenciais do sangue humano,nomeadamente:
• Eliminação de parasitas,bactérias, vírus e células cance-rígenas.
• Erradicação da maioria das doenças cardiovasculares,nomeadamente, da arteriosclerose.
• Processamento mais rápido do oxigénio, com aumentoda força e vigor físicos.
• Redução da susceptibilidade a agentes químicos e parasi-tas de todos os tipos, eliminando-se, assim, as alergias.
NANORROBÓTICA
Átomo
Molécula
NanopartículaVírus Bactéria
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 21
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 59
60 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
Tópicos de discussão
3Reflectir sobre as vantagens da agricultura biológica relativamente à agricultura intensiva.
3Reflectir em que medida a agricultura intensiva modificou o tecido social em Portugal.
3Reflectir sobre as potencialidades da agricultura biológica em Portugal.
Existem cada vez mais problemas nos domínios daagricultura, do ordenamento do espaço rural, da gestãodos recursos naturais, da saúde pública e outros. Os exce-dentes agrícolas, a desertificação humana das regiões des-favorecidas, o esgotamentoe erosão dos solos, a polui-ção das terras e águas, aredução da biodiversidade,os riscos dos organismosgeneticamente modificados(OGM) e a contaminação deprodutos, foram os princi-pais motivos que levaram àprocura de modelos dedesenvolvimento sustentá-vel, com regras, princípios epráticas que noutros tem-pos eram comummente usados.
A agricultura biológica, também conhecida como«agricultura orgânica» (Brasil e países de língua inglesa),«agricultura ecológica» (Espanha e Dinamarca) ou «agri-cultura natural» (Japão), baseia-se na interacção dinâmi-ca entre o solo, as plantas, os animais e os seres humanos,considerados como uma cadeia indissociável em que cadaelo afecta os restantes.
Os agricultores biológicos têm como objectivos man-ter ou melhorar a fertilidade do solo a longo prazo, preser-vando os recursos naturais do solo, da água e do ar, e mini-mizar todas as formas de poluição que possam resultar
das práticas agrícolas. Por isso, rejeitam a utilização deadubos, pesticidas e produtos artificiais, como hormonas,antibióticos, aditivos, conservantes de síntese e ainda deOGM. Recorrem, preferencialmente, a práticas que promo-
vem o equilíbrio dos ecos-sistemas e protegem a bio-diversidade, como a rota-ção de culturas, a utiliza-ção de adubos orgânicosnaturais (resíduos das cul-turas e estrumes de ani-mais) ou a luta biológicacontra pragas e doenças.Assegurar condições devida aos animais domésti-cos que lhes permitamatingir os aspectos básicos
do seu bem-estar, é outro dos objectivos destes agricultores.Portugal possui uma conjuntura favorável ao desen-
volvimento da agricultura biológica, nomeadamente, noque respeita às características do clima e dos solos. A diversidade de fauna e flora ainda existente e, acima detudo, o facto de muitas das formas tradicionais de produ-ção portuguesas serem muito próximas deste modo deprodução, faz do nosso país um local de grande potencialpara este tipo de agricultura.
O número de consumidores dos produtos de agriculturabiológica tem vindo a aumentar, apesar do preço destesprodutos ser superior aos da agricultura tradicional.
AGRICULTURA BIOLÓGICA
DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO N.o 22
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 60
CIÊNCIA E TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA 61
FICHA DE TRABALHO N.o 10 – CIÊNCIA E TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA
Competências:
3 Identificar benefícios e riscos da utilização de organismos geneticamente modificados.
3Reconhecer que os avanços da ciência e da tecnologia, dependendo da utilização de que deles se faz,
podem trazer benefícios ou riscos à humanidade.
3Reconhecer que os novos caminhos da ciência e da tecnologia representam desafios ao exercício da
cidadania e às gerações futuras.
1. Lê atentamente o texto seguinte.
Em 1994 foi lançado no mercado norte-americano o primeiro produto geneticamente modificado
- tomate. Desde então, muitos mais surgiram e o consumo de alimentos elaborados a partir de orga-
nismos geneticamente modificados (OGM) tem-se tornado uma prática comum.
Estima-se que cerca de 65% dos produtos disponíveis nos supermercados americanos conte-
nham ingredientes geneticamente modificados, em maior ou menor percentagem. Os norte-ameri-
canos são, aliás, o povo que consome mais alimentos geneticamente modificados.
Estudos realizados nos EUA mostram que a população encara com tranquilidade a modificação
genética dos organismos, considerando que estes devem ser seguros, uma vez que já os consomem
há vários anos sem adoecerem.
Contudo, alguns críticos afirmam que as pessoas consomem alimentos geneticamente modifica-
dos há relativamente pouco tempo e que poderá haver efeitos a longo prazo que ainda se desconhe-
cem.
Na União Europeia, os alimentos geneticamente modificados têm de ser aprovados pelas autori-
dades antes de poderem ser comercializados. Para ser aprovado, um alimento geneticamente modi-
ficado deverá ser sujeito a uma avaliação de risco alimentar. Nesta avaliação, são efectuadas expe-
riências de alimentação com estes produtos em cobaias animais.
Outro aspecto muito polémico, relaciona-se com os eventuais impactos destes organismos no
equilíbrio dos ecossistemas. Até à data, ainda não existe uma resposta completamente conclusiva
às questões relacionadas com as consequências da exposição do ambiente às plantas geneticamen-
te modificadas.
1.1 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:
Um organismo geneticamente modificado...
a. … é um clone de um ser humano.
b. … é um clone de um outro organismo, resultante de um cruzamento acidental.
c. … é um organismo resultante do cruzamento de indivíduos de espécies diferentes.
d. … é um organismo cujos genes foram modificados intencionalmente pelo ser humano.
1.2 Menciona duas vantagens da utilização dos OGM, segundo os seus defensores.
1.3 Refere as razões que levam os americanos a mostrarem-se tranquilos em relação aos OGM.
1.4 Indica quais são as medidas de segurança relativamente aos OGM em vigor na União Europeia.
1.5 Refere as razões que levam algumas pessoas a criticar a utilização de alimentos produzidos a
partir de OGM.
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 61
62 Caderno de Apoio ao Professor – 9 CN
1.6 Uma das plantas geneticamente modificadas mais utilizadas é o milho. Refere exemplos de ali-
mentos elaborados a partir desta planta.
1.7 Frequentemente, os consumidores desconhecem que muitos dos produtos alimentares que
consomem foram elaborados a partir de OGM. Apresenta uma medida que possa ser imple-
mentada de modo a informar devidamente os consumidores.
1.8 A utilização de OGM tem merecido a oposição de várias associações defensoras do ambiente.
Aponta as razões que levam estes ambientalistas a temerem os OGM.
1.9 Classifica como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações que se seguem.
a. Os cientistas não podem ter certezas quanto às consequências dos OGM a longo prazo, uma
vez que as culturas geneticamente modificadas existem há relativamente pouco tempo.
b. Os alimentos elaborados a partir de OGM ainda não afectaram os consumidores.
c. Os cidadãos da União Europeia são os maiores consumidores de alimentos elaborados a partir
de OGM.
d. Na União Europeia a utilização de um determinado OGM só é possível se for autorizada pelas
autoridades.
e. Os OGM já demonstraram que são perigosos para o ambiente e para a saúde humana.
f. Os alimentos elaborados a partir de OGM distinguem-se pelo sabor dos seus equivalentes
elaborados a partir de organismos não modificados.
g. Os críticos da utilização de OGM temem que estes se possam alastrar no meio e transferir
genes para espécies afins.
h. Os alimentos provenientes de OGM são sempre mais vantajosos, em termos nutritivos, rela-
tivamente aos alimentos elaborados a partir dos organismos tradicionais.
1.10 Selecciona a opção que completa correctamente a afirmação:
A produção de OGM está relacionada sobretudo com a evolução da…
a. ... física.
b. … biotecnologia.
c. … geologia.
d. … matemática.
2. «Ao longo da história, a sociedade condicionou e foi condicionada pelos avanços tecnológicos.»
Comenta esta afirmação.
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 62
63
AMABIS, J. Mariano, MARTHO, G. Rodrigues (1998) – Biologia dos Organismos, vol. 2, Editora Moderna,S. Paulo.
CARVALHO, Arsélio et al. (1984) – Biologia Funcional, Livraria Almedina, Coimbra.
CASTELLS, Eugeni [s.d.] – O Direito à Contracepção: Métodos Anticoncepcionais e as suas Indicações,Dinalivro, Lisboa.
Instituto Nacional de Estatística (2007) – Estatísticas Demográficas 2005.
Instituto Nacional de Estatística (2007) – Revista de Estudos Demográficos, n.o 40.
Instituto Nacional de Estatística (2007) – Revista de Estudos Demográficos, n.o 41.
MACKEAN, D. G. (1987) – Introdução à Biologia, Livraria Almedina, Coimbra.
MADER, Sylvia S. (1998) – Biology, 6.a ed., McGraw-Hill, International Edition.
McCRONE, J. (2002) – Como Funciona o Cérebro. Editora Civilização, col. «Manuais Práticos deCiência», Porto.
MERCADANTE, C., et al. (1999) – Biologia. Editora Moderna, S. Paulo.
PÉLICIER, Yves, THUILLIER, Guy [s.d.] – A Droga, 3.a ed. Edições Itau, Lisboa.
PEREIRA, Maria Manuela, FREITAS, Filomena (2002) – Educação Sexual: Contextos de Sexualidade eAdolescência, 3.a ed., Edições Asa, Porto.
RICHARD, Denis (1997) – As Drogas, Instituto Piaget, Lisboa.
RIGUTTI, A. [s. d.]– Atlas Ilustrado de Anatomia , Edições Girassol, Sintra.
RODRIGO, F. Guerra, MAYER-DA-SILVA, A.(2003) – Doenças Transmitidas Sexualmente: Dermatologia eVenereologia, Lidel, Lisboa.
SEELEY, Rod R., STEPHENS, Trent D., TATE, Philip (1997) – Anatomia & Fisiologia, Lusodidacta, Lisboa.
SOUSA, Ângelo de, et al. (2007) – Consumo de Substâncias Psicoactivas e Prevenção em Meio Escolar,Ministério da Educação, Lisboa.
SPEROFF, Leon, DARNEY, Philip D. (1996) – Contracepção: Clínica e Cirúrgica, Revinter, Rio de Janeiro.
TUDGE, C. (2003) – Alimentação do Futuro, col. «Manuais Práticos de Ciência», Editora Civilização,Porto.
WALKER, R. (2004) – Guia do Corpo Humano. Editora Civilização, Porto.
BIBLIOGRAFIA
CAP_CN9_PG054_064 6/18/08 2:37 PM Page 63