UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CAROLINA NETTO RANGEL
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL:
convergências e contradições.
RIO DE JANEIRO
2013
Carolina Netto Rangel
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL: convergências e contradições.
Tese de doutorado apresentada ao
Programa de Pós-graduação em
Educação em Ciências e Saúde, Núcleo
de Tecnologia Educacional para a Saúde,
Universidade Federal do Rio de Janeiro,
como requisito parcial a obtenção do título
de Doutor em Educação em Ciências e
Saúde.
Orientador: Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca
Rio de Janeiro
2013
R196a Rangel, Carolina Netto.
Alimentação escolar e educação alimentar e nutricional: convergências e
contradições. / Carolina Netto Rangel. – Rio de Janeiro: UFRJ/NUTES, 2014.
[258] f.: il., color.; 30 cm.
Orientador: Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Núcleo de
Tecnologia Educacional para a Saúde, Programa de Pós-graduação em Educação em
Ciências e Saúde, Rio de Janeiro, 2014.
Referências bibliográficas: f. 114-128.
1. Educação alimentar e nutricional. 2. Tecnologia Educacional em Saúde - Tese.
I. Fonseca, Alexandre Brasil Carvalho da. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, Pós-Graduação em Educação em
Ciências e Saúde. III. Título.
Carolina Netto Rangel
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL:
convergências e contradições.
Tese de Doutorado apresentada
ao Programa de Pós-
Graduação Educação em
Ciências e Saúde, Núcleo de
Tecnologia Educacional para a
Saúde, Universidade Federal do
Rio de Janeiro, como requisito
parcial à obtenção do Título de
Doutor em Educação em
Ciências e Saúde.
Aprovado em __________________________________
______________________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca - UFRJ
___________________________________________________
Profa. Dra. Maria Cristina Faber Boog - UERJ
______________________________________________________
Profa. Dra. Ana Cristina Souza dos Santos - UFRRJ
______________________________________________________
Profa. Dra. Maylta Brandão dos Anjos - IFRJ
______________________________________________________
Profa. Dra. Vera Helena Ferraz de Siqueira - UFRJ
RESUMO
RANGEL, Carolina Netto. Alimentação escolar e educação alimentar e nutricional: convergências e contradições. Rio de Janeiro, 2013. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Saúde) - Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
O objetivo geral deste trabalho foi identificar as relações entre a
alimentação escolar no Brasil e a educação alimentar e nutricional, sob uma
perspectiva transdisciplinar a partir da educação em saúde e da educação em
ciências. O desenho metodológico utilizado foi uma bricolagem a partir de dois
grandes métodos de coleta de dados – uma revisão realista e estudos de caso
múltiplos. Os apontamentos de Latour (1982, 1997) sobre a Ciência, o
pensamento complexo (Morin, 2010; Davis, 2005) e a transdisciplinaridade
(Nicolescu, 1999) integraram a postura epistemológica adotada, buscando
considerar o papel da incerteza, da contradição, do erro, da
complementaridade no processo de pesquisa. Como parâmetros auxiliares de
construção do projeto transdisciplinar foram consideradas as contribuições e
reflexões de Bergmman e colaboradores (2005) e de Hadorn e colaboradores
(2008). E, por fim, apontamentos teóricos dos autores Bourdieu e Fischler
(1995) contribuíram para lançar luz sobre algumas inferências que construímos
ao longo das análises. A contribuição deste trabalho à EAN na escola passa
por dois pontos fundamentais. Primeiro, destacamos que o conhecimento
produzido sobre o PNAE está significativamente marcado por abordagens
específicas e direcionadas, que atendem aos objetivos e pressupostos de um
grupo social com características muitos específicas, sendo, portanto necessário
incentivar novos olhares.Segundo, descrevemos como iniciativas que partem
de dentro das escolas, ou especificamente do setor/campo da Educação,
podem contribuir para a reflexão e elaboração de estratégias em EAN,
inseridas no setor/campo da Saúde.
Palavras-chave:Transdisciplinaridade. Educação alimentar e nutricional.
Programa Nacional de Alimentação Escolar. Educação em ciências.
ABSTRACT
RANGEL, Carolina Netto. Alimentação escolar e educação alimentar e nutricional: convergências e contradições. Rio de Janeiro, 2013. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Saúde) - Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
The goal of this work was to identify the relations between school meals in
Brazil and food and nutrition education, through the transdisciplinary view of the
health education and science education. Bricolage was the methodological
design, using two large data collect methods – a realist review and a multiple
case study. The epistemologicalapproach were the understanding about
science developed by Latour (1982, 1997), the complex thinking (Morin, 2010;
Davis, 2005) and the transdisciplinarity (Nicolescu, 1999). The uncertainty, the
contradiction, the mistake and the complementarity were considered on the
research process.As transdisciplinary project building auxiliary parameters we
consider the contributions of Bergmman et al (2005) and Hadorn et al (2008).
Bourdieu e Fischler (1995) theoretical approaches also contributed to
comprehend some data analysis. The contribution of this work to the food and
nutrition has two main points. First, the knowledge built about the School Meals
Program has specific objectives and assumptions, ofdistinctsocial groups and
areas of knowledge. Thus, it is necessary to develop new approaches about
school meals. Second, the description of initiatives from schools, specifically
from the education field / sector that can contributes to elaborate food and
nutrition strategies.
Keywords: Transdisciplinarity. Food and nutrition education. School Meals
National Program. Science education.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos aqueles estiveram comigo nessa longa jornada.
Agradeço aos que sonharam o mesmo sonho que eu e me ajudaram a torná-lo
realidade.
As palavras me faltam.
À todos vocês,
Agradeço!
“Isso de querer ser exatamente
aquiloque a gente é
ainda vai nos levar
além.”
Paulo Leminsky
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Etapas do processo de pesquisa transdisciplinar.
Figura 2. A condição onívora e suas implicações. Adaptado de Fischler (1995,
p.63)
Figura 3. Educação Alimentar e Nutricional na interface entre Educação em
Ciências e Educação em Saúde.
Figura 4. Procedimentos de busca de teses, dissertações e publicações em
periódicos.
Figura 5. Engrenagens que movem as principais recomendações sobre o
PNAE.
Figura 6. Resumo das categorias relacionadas a ações educativas.
Figura 7. Mapeamento de teorias sobre a Alimentação Escolar.
Figura 8. Informações sobre a escola em Aracaju.
Figura 9. Informações sobre a escola em Macapá.
Figura 10. Informações sobre a escola em Caxias do Sul.
Figura 11. Informações sobre a escola em Aparecida de Goiânia.
Figura 12. Informações sobre a escola em Vila Velha.
Figura 13. Cozinha e refeitório da escola em Aracaju. Merendeiras servindo os
estudantes e coordenadora pedagógica orientando sobre o comportamento nas
refeições.
Figura 14. Merendeira servindo e orientando os estudantes na escola em
Caxias do Sul.
Figura 15. Adultos e crianças juntos na hora da refeição em Aparecida de
Goiânia.
Figura 16. Horta na escola em Vila Velha. À esquerda as janelas do refeitório,
à direita o canteiro, em frente a porta que leva à cozinha.
Figura 17. Horta escolar com manejo integrado à reserva florestal.
Figura 18. Agregando o conhecimento não científico a EAN.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Recomendações quanto a Qualidade das refeições servidas no
PNAE.
Quadro 2. Recomendações referentes à Infraestrutura.
Quadro 3. Recomendações referentes às Condições de trabalho dos
profissionais envolvidos com a alimentação na escola.
Quadro 4. Recomendações referentes à iniciativas de Promoção da saúde.
Quadro 5. Recomendações referentes ao funcionamento de Cantinas
escolares.
Quadro 6. Recomendações referentes a Demandas para as Políticas Públicas
gerais ou especificamente voltadas ao PNAE.
Quadro 7. Recomendações referentes às Demandas de pesquisa, apontadas
para estudos posteriores.
Quadro 8. Recomendações referentes a Ações Educativas em Alimentação e
Nutrição.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Distribuição anual de publicações nas áreas de Educação, Nutrição,
Saúde Coletiva, Ciência e Tecnologia de Alimentos e Diversos.
Gráfico 2. Distribuição das teses e dissertações segundo as áreas de
conhecimento e estados onde foram defendidas.
Gráfico 3. Número de publicações por ano (de 1994 a 2010).
Gráfico 4. Distribuição percentual dos artigos de acordo com a abrangência
dos estudos.
Gráfico 5. Distribuição do número de artigos por Estados e Regiões onde
foram realizados os estudos.
Gráfico 6. Distribuição dos artigos segundo instrumento de estudo utilizado.
Gráfico 7. Distribuição dos artigos segundo o tipo de estudo.
Gráfico 8. Distribuição dos artigos segundo os sujeitos pesquisados.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAE – Conselho de Alimentação Escolar
EAN – Educação Alimentar e Nutricional
EC – Educação em Ciências
ES – Educação em Saúde
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais
PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO 11
2 A PESQUISA 15
2.1 JUSTIFICATIVA E DESENHO METODOLÓGICO 15
2.1.1 Construindo o Projeto de Pesquisa 20
2.2 CONSTRUINDO O OBJETO DE PESQUISA 24
2.2.1 No início eram dois polos: natureza e sociedade (?) 24
2.3 APROXIMANDO CAMPOS: A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E A EDUCAÇÃO EM SAÚDE.
34
3 REVISÃO REALISTA DA LITERATURA 40
3.1 APRESENTANDO AS FERRAMENTAS 40
3.2 UMA VISÃO PANORÂMICA: PRIMEIRAS INFERÊNCIAS 44
3.2.1 Teses e dissertações: procedimentos de busca e perfil dos
trabalhos.
44
3.2.2 Publicações em periódicos científicos: procedimentos de busca
e perfil das publicações
48
3.2.3 Principais recomendações encontradas nas publicações 60
3.2.3.1 Qualidade das refeições. 60
3.2.3.2 Infraestrutura 61
3.2.3.3 Condições de trabalho 62
3.2.3.4 Promoção da Saúde. 62
3.2.3.5 Cantinas escolares 63
3.2.3.6 Demandas para as Políticas Públicas 65
3.2.3.7 Demandas de pesquisa 67
3.2.3.8 Ações Educativas 68
3.3 PARA ALÉM DA PANORÂMICA: MAPEANDO AS TEORIAS. 72
3.3.1 Cientificidade 74
3.3.2 Teoria Rival 76
3.3.3 Descompasso 76
3.3.4 Movimentos contrários 77
3.4. TRAÇANDO UM PLANO DE AÇÃO. 78
4 ESTUDOS DE CASO 80
4.1 DESENHO METODOLÓGICO 80
4.2 CONHECENDO O CAMPO: ALGUNS DADOS SOBRE AS CIDADES. 82
4.2.1 Aracaju 82
4.2.2 Macapá 83
4.2.3 Caxias do Sul 84
4.2.4 Aparecida de Goiânia 85
4.2.5 Vila Velha 87
4.3 CONVERGÊNCIAS, COMPLEMENTARIDADE E CONTRADIÇÕES:
UMA SÍNTESE CRUZADA DE DADOS.
88
4.3.1 Trabalhando na cozinha: juntando conhecimento técnico-
científico com as atividades profissionais.
88
4.3.2. A comida como fonte de saúde. 95
4.3.3 Hortas escolares: ferramentas pedagógicas para aproximar
alimentação e meio ambiente.
98
4.4 DISCUTINDO POSSIBILIDADES 105
5 FAZENDO A BAINHA: CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÕES E
PERSPECTIVAS.
109
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 114
APÊNDICE A – ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM
PROFESSORES DE CIÊNCIAS.
129
APÊNDICE B – TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO
ESCOLAR ENTRE 1994 E 2008.
177
APÊNDICE C – DADOS EXTRAÍDOS DOS ARTIGOS SOBRE
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE 1994 E 2010.
186
11
1 APRESENTAÇÃO
Narrar a trajetória dessa pesquisa me fez voltar no tempo, há quatro anos,
quando tudo começou. Mas percebi que a história começou um pouco antes, lá
naquele tempo de ser criança, onde me deparei com minha primeira grande
“questão de pesquisa”: o que você quer ser quando crescer? Minha irmã dizia que
queria ser cientista e eu dizia mesmo que queria ser bailarina. Depois de um pouco
crescida – e nunca fazer balé na vida – comecei a dizer que ia ser professora. Coisa
bonita isso de ser professora.
Eis que o tempo passou e minha irmã largou dessa vida de ser cientista logo
nos primeiros ensaios e foi se dedicar a arte. Coisa bonita mesmo éisso de ser
artista. E eu quando percebi, estava firme no caminho da ciência e aquela menina
que ia ser professora acabou cientista. Cientista não, pros iniciados é pesquisadora.
Coisa bem bonita isso de ser pesquisadora...
E pesquisador que é pesquisador conta a trajetória todinha, apesar das
controvérsias, e por escrito! Justamente. Por escrito é elaborado, revisado,
registrado para a posteridade! E nesse exercício de aprender a fazer ciência, que
me acompanha há metade da minha vida, acabei por me encantar com uma palavra
quase mágica, quase mística, quase indecifrável: transdisciplinaridade.
Depois de transitar por diversos microcosmos teóricos da química, da
nutrição, da tecnologia de alimentos, a transdisciplinaridade veio me dizer que era
possível integrar conhecimentos ou, ao menos, viver tentando. A
transdisciplinaridade começa com uma postura, uma presença de espírito, um
vasculhar constante das prateleiras mais improváveis em busca das surpresas que o
novo traz. O projeto de tese que desembocou nesse trabalho nasceu de uma
inquietação constante que sempre me fazia ficar olhando de longe A Educação,
assim com letra maiúscula, sábia e quase aterrorizante, vista pelos olhos daquela
menina que ia ser professora e virou cientista.
Como isso aconteceu? Vou lhes contar.
Da escola ao curso técnico
Os tempos de escola foram passando e no ano de 1997 ingressei no curso
12
técnico em química de alimentos (no atual IFRJ antigo CEFETEC-Química, que na
ocasião ainda era a ETFQ - Escola Técnica Federal de Química!). A experiência de
estudar na “Federal de Química”, como a chamávamos, foi algo inesquecível e
engrandecedor. Eu estava então com 15 anos de idade e fui estudar à noite em uma
escola que nos tratava como adultos. Não havia inspetores, não havia restrições à
entrada e saída das salas de aula, para mim era como ingressar na universidade.
Essa formação profissionalizante funcionou como uma transiçãoescola-
universidade,mas só pude me dar conta disto muito depois. Naquele momento
aquela escola era meu futuro. A possibilidade de chegar à universidade era um
sonho distante, quase impossível, que eu preferi deixar pra sonhar depois.Aqui
começa minha entrada no mundo da ciência, passando para o outro lado do muro, o
lado dos que vivem para ver a ciência acontecendo e morrem tentando compreendê-
la.
Ao final do curso técnico, me encantava a ideia de trabalhar com comida,
aprender o que de científico havia naquilo tudo, associar isto com a indústria (afinal
de onde vinham todas aquelas coisas que comprávamos prontas?) e entender que
relação tinha com nosso corpo e a nossa saúde – me pareceu tentador.
Ingressando na Universidade
Eis que optei pela nutrição e para minha grande surpresa, meu nome estava
entre os aprovados daquele ano. Ao final do primeiro período optei por trancar a
matrícula na universidade, para concluir o curso técnico e realizar o estágio
curricular obrigatório. Com a matrícula trancada por um ano, concluí o curso técnico
e ingressei no Laboratório de Bioquímica Nutricional do Instituto de Nutrição da
UFRJ. E assim começou a vida acadêmica.
Ao final da faculdade, influenciada pelas aulas de educação nutricional tinha
vontade de iniciar alguns trabalhos nesta área e pensei em tentar o mestrado. Mas
alguns questionamentos não me saíam da cabeça quando pensava em educação
nutricional: por que na nutrição estamos sempre enfocando os alimentos in natura e
pouco sabemos sobre os alimentos processados? Que opções temos? Se os
nutricionistas não acompanharem as mudanças na produçãodos alimentos que
comemos, como poderemos pensar em educação nutricional?
13
O mestrado: de onde vem essa comida?
Eis que a vida me levou ao mestrado na Rural com uma dissertação que
consistia em caracterizar a limas ácidas orgânicas biodinâmicas enquanto matéria-
prima para a produção de suco clarificado por membranas, comparando-as com
frutos de cultivo convencional, bem como a otimização do processo de hidrólise
enzimática dos sucos.Em paralelo, trabalhava em conjunto com a gestão nacional
dos projetos HarvestPlus e AgroSalud, no desenvolvimento de planos de ação para
avaliação da viabilidade de produção e introdução de alimentos biofortificados na
alimentação de populações em risco nutricional. Foi então que comecei de fato a me
aproximar de problemáticas como desenvolvimento local, agricultura familiar,
segurança alimentar e nutricional, alimentação escolar.
E então, conforme dávamos prosseguimento ao trabalho científico, iam surgindo
mais e mais conflitos éticos, étnicos, estéticos, poéticos com os quais eu não
conseguia mais lidar. O encantamento pela ciência foi se perdendo e aquele
relacionamento que tínhamos há 10 anos entrou em crise.
O doutorado: mas por que educação?
Neste período em que cursei o mestrado, a disciplina Docência no Ensino
Superior tornou-se obrigatória a todos os cursos de pós-graduação ministrados na
Rural. E lá estávamos nós, nutricionistas, veterinárias (os), engenheiros (as), sendo
lançados no mundo da desconstrução do saber...
Ao final da disciplina um conceito não me saía da cabeça: transdisciplinaridade.
E foi então que decidi tentar o doutorado no NUTES. A principal pergunta que me
fizeram, tanto na entrevista quanto depois de ingressa, foi: porque educação? Eu
não tinha, e ainda não tenho uma resposta objetiva. Aparentemente é uma mudança
de área de atuação, mas para mim é um caminho espontâneo e inevitável. Diante de
tantas sinalizações em direção à multi, pluri, inter e transdisciplinaridade, que vinha
percebendo tanto no campo da pesquisa quanto da atuação profissional, senti que
era necessário complementar minha formação.
Inicialmente, poderia descrever minha sensação de ingressar em um
doutorado destes como um verdadeiro choque cultural. Absolutamente tudo parecia
14
funcionar diferente. Não falávamos a mesma língua. Contudo, com o passar do
tempo, fui começando a entender essa língua estranha e a arriscar falá-la.
Mais do que falar em integração disciplinar, viver esta integração foi algo
incrível. E perturbador. Foi como ter que colocar de lado tudo o que eu achava que
sabia, para começar a balbuciar outras formas de saber. E depois ir remontado
aquilo tudo, refazendo uma trajetória, usando cada passo como base em um
caminho escuro onde a luz só se acende debaixo dos meus pés. Isso, para mim, é
transdisciplinaridade.
15
2 A PESQUISA
2.1 JUSTIFICATIVA E DESENHO METODOLÓGICO
Diante de nosso interesse sobre a Educação Alimentar e Nutricional (EAN)
voltamos nosso olhar para a alimentação na escola. Ao nos dispormos a investigar
este aspecto, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) se destacou
como um objeto de pesquisa extremamente relevante, devido a sua abrangência e
aos avanços em caráter de lei que ocorreram nos últimos anos.
O PNAE é um dos programas sociais mais antigos do país, sendo destinados
a este 3 bilhões de reais em 2010, atendendo a 22% da população brasileira. A
grandeza desses valores demarca a importância e abrangência deste programa, o
qual é considerado como uma das peças centrais para o efetivo estabelecimento de
uma política de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) no Brasil e de afirmação do
Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) (CONSEA, 2004).
Desde junho de 2009, a partir da Lei 11.947, oPNAE passa a prever a
articulação entre a agricultura familiar, a educação alimentar e nutricional e a
educação básica. Isto se dá na medida em que o programa não só prevê o
fornecimento de refeições aos alunos, mas também estipula diretrizes que vem
ganhando cada vez mais visibilidade nas escolas. Cabe reproduzir na íntegra
aquelas que se relacionam mais diretamente a este trabalho, a saber:
Art. 2o São diretrizes da alimentação escolar:
I - o emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a sua faixa etária e seu estado de saúde, inclusive dos que necessitam de atenção específi-ca; II - a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional; III - a universalidade do atendimento aos alunos matriculados na rede pública de educação básica;
16
IV - a participação da comunidade no controle social, no acompanhamento das ações realizadas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios para garantir a oferta da alimentação escolar saudável e adequada; V - o apoio ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de gêneros alimentícios diversificados, produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores familiares rurais, priorizando as comunidades tradicionais indígenas e de remanescentes de quilombos; (...) Art. 13. A aquisição dos gêneros alimentícios, no âmbito do PNAE, deverá obedecer ao cardápio planejado pelo nutricionista e será reali-zada, sempre que possível, no mesmo ente federativo em que se lo-calizam as escolas, observando-se as diretrizes de que trata o art. 2
o
desta Lei. Art. 14. Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser utili-zados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultu-ra familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas.
No momento em que a formação de hábitos alimentares saudáveis e a
aquisição de alimentos da agricultura familiar tomam caráter de lei, os municípios e
as escolas se veem diante de uma série de novos desafios.
A implementação, execução e propósitos de programas de alimentação
escolar no mundo tem sido assunto de interesse de pesquisa constante. As autoras
Greenhalgh, Kreistjansson e Robinson (2007) se valeram da metodologia da revisão
realista para compilar publicações sobre avaliações dos programas de alimentação
escolar como suplementação alimentar em diversos países, tendo como principal
objetivo identificar o que, para quem e em que circunstâncias estes programas
funcionam. Como principais apontamentos da revisão destacaram três aspectos:
devem ser direcionados a crianças com deficiências nutricionais constatadas; é mais
efetivo quando projetado em parceria com a comunidade local e as intervenções são
direcionadas; e que em situações de extrema pobreza e desnutrição severa o
programa pode não trazer benefícios devido à redução da ingestão de comida em
casa, quando a criança tem a possibilidade de comer na escola. Entretanto estes
apontamentos não são conclusivos, como as próprias autoras colocam, visto que há
uma série de informações importantes que não são relatadas nos estudos primários
a que tiveram acesso. Propõem, portanto, que estudos descritivos, teóricos e
literatura ‘cinza’ sejam incorporados a revisão para enriquecer a análise e trazer
novos pontos de vista. Além disso, é importante destacar que neste caso foram
17
avaliados apenas os aspectos assistenciais, direcionados à suplementação
alimentar de crianças em risco nutricional. Desta forma, a garantia do direito à
alimentação, independente de condição social, não foi abordada.
No Brasil, este caráter exclusivamente assistencialista atribuído à alimentação
escolar tem sido colocado em questão frequentemente, o que resultou no avanço de
propostas que ampliem o foco de ação do PNAE, como pudemos perceber na lei
citada acima. Diante dos apontamentos colocados por Greenhalgh, Kreistjansson e
Robinson (2007), cabe a questão: e no Brasil, como, o que, para quem e em que
circunstâncias o PNAE funciona? Entendendo que a alimentação escolar constitui
um direito do aluno, independente de situações de risco nutricional, nos propusemos
a realizar uma revisão da literatura, visando uma análise crítica do PNAE no Brasil,
abrangendo os últimos 17 anos de sua execução (1994-2010).
A revisão de literatura convencionalmente utilizada em trabalhos de tese foi
realizada no formato de uma revisão realista, segundo descrito por Ray Pawson e
colaboradores (2005). Entendemos que, desta forma, foi possível não só apresentar
o estado da arte do objeto de pesquisa nos últimos anos, mas também destacar
algumas inferências que nos possibilitaram pensar o trabalho de campo e as
análises de dados posteriores.
Descreveremos os procedimentos detalhados em cada uma das etapas e as
principais inferências destacadas da análise destes dados. Ao final de cada etapa
faremos um breve apanhado geral sobre o que concluímos naquele momento e
apontaremos a direção em que estas conclusões parciais nos conduziram.
Para apresentar ao leitor os passos seguidos na construção destas análises,
utilizaremos a metáfora da “colcha de retalhos”, inspirada na bricolagem como
metodologia de pesquisa em educação, pautada no pensamento complexo,
apresentada por Joe L. Kincheloe e Kathleen S. Berry (2005). Estes autores, ao
tratarem da pesquisa em educação, desenvolveram o conceito de bricolagem,
elaborado por Denzin e Lincon (2000), como ferramenta metodológica para a
pesquisa a partir da complexidade. Nesse sentido a bricolagem admite a pesquisa
como experiência humana, e como tal, admite que esta é marcada por incertezas e
que o estabelecimento da ordem nem sempre é algo simples. Os
bricoleurstrabalhariam então, nos limites interdisciplinares, buscando perspectivas
múltiplas, evitando o conhecimento monológico e considerando que uma pesquisa
torna-se cada vez mais rigorosa, conforme aumenta seu caráter multidimensional.
18
Fazendo uso de alguma licença poética, estas conclusões e próximos passos
serão apresentadas dentro de quadros pontilhados e serão denominadas,
respectivamente, de arremates e fios soltos. O pontilhado vem com a intenção de
representar esta costura feita a mão e ao mesmo tempo nos deixar ver que os
limites que estabelecemos tem espaços entre eles, lacunas em aberto que estão
para além do objeto que estamos estudando e talvez para além do que pode ser
compreendido cientificamente.
Começamos a montar esta colcha a partir de uma visão geral, da organização
harmônica de cada retalho, lado a lado. Esta visão geral foi o que chamamos de
panorâmica, como uma fotografia que agrupa em uma única imagem os pedaços de
tecido anteriormente recortados. Os fios condutores são as linhas utilizadas nessa
costura, cuidadosamente escolhidas de acordo com o conjunto de retalhos que
estávamos cosendo.
Conforme avançamos na análise da revisão realista elementos decorrentes
de estudos de caso foram sendo inseridos no texto, de modo a fazer a articulação
entre aquilo que percebermos nas publicações científicas e aquilo que observamos
nos trabalhos de campo.
Estes estudos de caso foram realizados baseados na metodologia proposta
por Yin (2010), devido a possibilidade de utilizar diversos métodos de investigação e
comparar diferentes casos com o objetivo de compreender um fenômeno
multifacetado. Foram feitos estudos de caso múltiplos, onde cada cidade
representava um contexto e cada escola um caso. Os diferentes atores sociais
integraram as unidades de análise, enquanto que materiais educativos, documentos
e dados de observação sistemática integraram as subunidades de análise.
Ao longo da análise de dados, que ocorreu em paralelo com o andamento da
revisão realista, foram sendo destacados aqueles que mais se afinavam com o
propósito desta tese, visto que uma coleta de dados de tamanha dimensão extrapola
os limites de um trabalho individual. Desta forma, as entrevistas com os professores
foram selecionadas como ponto de partida. Estas entrevistas semiestruturadas
foram realizadas ao final do período de observação nas escolas (10 a 15 dias), a
partir da pergunta inicial: você poderia me contar a quanto tempo você leciona e
como chegou até esta escola? Deste modo foi possível ter acesso à trajetória de
cada professor o que nos ajudou a compreender melhor aquilo que eles traziam para
as práticas pedagógicas que relatavam em relação a alimentação. Ao longo da
19
conversa, foram sendo introduzidas perguntas que buscavam perceber quais
relações os (as) entrevistados (as) percebiam entre o currículo e a alimentação
escolar, dando continuidade de acordo com os pontos de vista destacados por cada
entrevistado (a).
Desta forma, podemos descrever o desenho metodológico deste trabalho
como uma bricolagem (Kincheloe e Berry, 2005) a partir de dois grandes métodos de
coleta de dados – uma revisão realista (Pawson et al, 2005) e estudos de caso
múltiplos (Yin, 2010). Os apontamentos de Latour (1982, 1997) sobre a Ciência, o
pensamento complexo (Morin, 2010; Davis, 2005) e a transdisciplinaridade
(Nicolescu, 1999) integraram a postura epistemológica que adotamos diante deste
trabalho, buscando considerar o papel da incerteza, da contradição, do erro, da
complementaridade no processo de pesquisa. Como parâmetros auxiliares de
construção do projeto transdisciplinar foram utilizados o manual e o handbook
publicados por Bergmman e colaboradores (2005) e por Hadorn e colaboradores
(2008), respectivamente. E, por fim, apontamentos teóricos dos autores Bourdieu e
Fischler (1995) contribuíram para lançar luz sobre algumas inferências que
construímos ao longo das análises.
Desta forma, devemos explicitar que o objeto de pesquisa não foi estudado a
partir de um único recorte e uma única linha teórica. A tentativa deste trabalho
consiste em perceber como diferentes recortes se harmonizam (ou não) a partir de
linhas teóricas que se complementam ou se contradizem.
Este tipo de narrativa, que pretende ensaiar um exercício de
transdisciplinaridade em pesquisa, traz consigo uma característica mutável. De
acordo com o retalho, o recorte, a estampa, a linha teórica, o leitor pode perceber
alguma mudança de tom no texto. Vez em quando, os dados descritos em tom de
rigor metodológico poderão ser interceptados por uma voz mais branda, quase
informal, talvez um pouco confusa. Esta voz pretende incorporar ao texto aquilo que
Edgar Morin chamaria de incerteza, erro e contradição na tão almejada
complexidade. Pretende deixar visível o processo de inscrição a que Latour se refere
quando pensa a criação de um texto científico, porém sem deixar de lado alguma
cientificidade estruturada que cientistas sociais como Bourdieu propõem. Uma
aprendiz pede licença para correr alguns riscos e certamente cometer alguns erros,
inerentes a ousadia e a ingenuidade própria dos aprendizes.
20
2.1.1 Construindo o Projeto de Pesquisa
Os critérios para o desenvolvimento de um projeto transdisciplinar variam de
acordo com a circunstância a ser estudada e portanto, não são rígidos, de modo que
se torna possível manter aberto o espaço para a diversidade. Contudo, Bergmamm
e colaboradores (2005) apresentam algumas características que podem nos ajudar
a identificar projetos desta natureza, como apresentado abaixo:
A pesquisa transdisciplinar...
... retoma problemas ou questões da vida diária;
... descreve resultados referentes às questões de pesquisa e ao tratamento dado a
estas, aciona campos científicos e disciplinas conforme for mais adequado para o
problema (diferenciação) e, transita através das fronteiras entre disciplinas e campos
no endereçamento das questões;
... baseia-se em conhecimentos da prática, que são necessários para o tratamento
adequado das questões e estabelece um relacionamento com a prática que sirva ao
desenvolvimento e à implementação de estratégias direcionadas aos diversos atores
(actor-oriented) de forma adequada ao problema;
... no decurso do projeto, assegura a compatibilidade entre as partes do projeto e as
partes do trabalho prático, realiza a integração transdisciplinar do conhecimento
científico, e assim conecta este último aos conhecimentos da prática de modo
adequado (integração transdisciplinar 1);
... tem como finalidade formular um conhecimento científico novo ou questões e/ou
estratégias práticas relevantes para ação ou soluções (integração transdisciplinar 2)
e para trazê-los para os discursos, para o âmbito das práticas e da ciência
(intervenção).
21
Estes são alguns elementos relacionados à construção do projeto de
pesquisa que podem nos auxiliar nesta trajetória. Esta tese foi construída a partir de
um projeto maior, inserido no grupo do Observatório da Educação – Núcleo local
Nutes/UFRJ, intitulado “Mapeamento e delimitação da Alimentação Escolar no
Brasil: conhecendo e discutindo oportunidades no campo da Educação Alimentar e
Nutricional”; financiado pela CAPES/INEP, CNPq e Faperj. Na Figura 1 estão
descritos algumas etapas gerais que podem ser percebidas em projetos de pesquisa
transdisciplinares, nos auxiliando à situar este trabalho no contexto do grupo de
pesquisa em que foi realizado. Apesar deste modelo não ter sido utilizado a priori no
planejamento dos projetos, há semelhanças importantes entre este e a trajetória que
descreveremos ao longo da tese.
A partir da aprovação daquele projeto maior, deu-se início a fase A (Figura 1)
com a formação da equipe, constituída de 23 pesquisadores, entre alunos de pós-
graduação e graduação, bem como professores do ensino básico e superior,
advindos de diferentes áreas e subáreas de conhecimento: biologia, nutrição,
veterinária, artes, sociologia, antropologia, gastronomia, educação, jornalismo e
matemática. Por intermédio de reuniões periódicas com a finalidade de estudar
problemas do dia a dia e problemas científicos referentes à Educação Alimentar e
Nutricional e ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, foram sendo
construídos os objetos de pesquisa em comum. Considerando que a formação desta
equipe multidisciplinar ocorreu no âmbito do programa de pós-graduação, cada um
dos pesquisadores teve a possibilidade de desenvolver suas teses e dissertações a
partir de suas afinidades e das relações que percebiam com suas áreas de
conhecimento de origem, processo que guarda um paralelo com a fase B (Figura 1).
22
Figura 1. Etapas do processo de pesquisa transdisciplinar.
Ocorreu, portanto, o que Bergmann e colaboradores (2005) descrevem como
“geração de conhecimento disciplinar/interdisciplinar – compatibilidade entre partes
do projeto”, na medida em que trabalhos com diferentes abordagens foram sendo
gerados em torno de temáticas semelhantes, considerando o contato frequente e a
troca de ideias entre a equipe.
A fase C consiste na etapa mais desafiadora, onde ocorre a integração
transdisciplinar destes conhecimentos, podendo gerar ímpetos de transformação do
dia a dia relacionado a este, bem como abre a possibilidade para a inovação
científica. Dentro do projeto do Observatório demos início a este processoa com um
projeto de extensão “Alimentação e saúde na escola: uma abordagem
transdisciplinar”, financiado pelo PIBEX. Atualmente isto tem ocorrido por intermédio
de dois projetos de extensão financiados pela FAPERJ e pelo PIBEX (“Chefs na
Escola: recriando a merenda” e “Horta escolar urbana: espaço para a construção de
práticas educativas inovadoras para a educação em ciências e saúde”) e pela
produção de materiais didáticos (a série de vídeos “Caminhos da Alimentação
Escolar” e o livro “Interseções de alimentação e arte: reflexões sobre escola, cultura
e sociedade” de Juliana Dias e Alexandre Brasil Fonseca).
23
Este projeto de tese, desenvolvido ao longo de 4 anos, teve como pano de
fundo um contexto de trabalho que se assemelha às fases A e B, onde diversos
pesquisadores trabalharam juntos e de alguma forma participaram direta ou
indiretamente da construção da proposta. O desafio da integração transdisciplinar
com potencial transformador permanece em aberto, não podendo ser esgotado
nesta tese que consiste em um primeiro ensaio, autoral e solitário, como as teses
pretendem ser.
Desta forma, podemos assinalar que o exercício da transdisciplinaridade se
iniciou desde a delimitação do objeto de pesquisa, diante da necessidade de
articular questões advindas de diferentes áreas de conhecimento científico, além
daqueles advindos das práticas vivenciadas nas escolas, onde fervilhavam os
problemas do dia a dia.
Portanto, podemos dizer que o objetivo geral deste trabalho foi identificar as
relações entre a alimentação escolar no Brasil e a educação alimentar e nutricional,
sob uma perspectiva transdisciplinar a partir da educação em saúde e da educação
em ciências. Para isto, foi necessário cumprir alguns objetivos específicos, a saber:
- Construir aproximações teóricas entre os campos da educação em saúde e da
educação em ciências;
- Avaliar criticamente o estado da arte sobre o Programa Nacional de Alimentação
Escolar;
- Identificar teorias e pressupostos que compõem a produção científica sobre o
tema;
- Identificar teorias e pressupostos que compõem o campo das práticas escolares
relativas ao tema;
- Articular os conhecimentos construídos sobre os campos científicos com aqueles
referentes o campo das práticas;
- Relacionar as inferências feitas sobre o PNAE àquelas referentes à Educação
Alimentar e Nutricional na escola;
- Apontar alguns dos limites e possibilidades decorrentes deste mapeamento,
considerando contradições, complementaridades e incertezas.
24
2.2 CONSTRUINDO O OBJETO DE PESQUISA
2.2.1No início eram dois polos: natureza e sociedade (?)
Surge uma primeira questão quando começamos a almejar a integração de
aspectos biológicos (referentes a natureza) e aspectos culturais (referentes a
sociedade): esta divisão existe de fato? Para iniciar este debate é preciso repensar o
que entendemos por Ciência, para que só então possamos situá-la como elemento
chave para compreender a Alimentação na atualidade. Para tal, nos valemos do
olhar de Bruno Latour sobre Ciência.
Por volta da década de 1980, com as ciências sociais e humanas
consolidadas como conhecimento científico, Latour dedica-se a olhar “de fora” a
produção do conhecimento em ciências naturais. Por dois anos Latour conviveu,
observou, registrou e sistematizou o cotidiano de um laboratório de
neuroendocrinologia, elaborando seis conceitos centrais sobre a atividade científica:
construção, agonística, materialização, credibilidade, circunstâncias e ruído (Latour,
1986).
A construção refere-se à produção dos fatos e artefatos, onde a realidade
seria consequência e não a causa desta construção. Sendo assim, a atividade do
cientista não se ocupa da realidade, mas sim de operações realizadas sobre
enunciados, gerando controvérsias e, portanto, um campo agonístico.
Estabilizar estes enunciados dentro do campo agonístico é um dos objetivos
da prática científica e quando isto é alcançado ocorre a materialização ou reificação.
Desta forma, um enunciado produzido intelectualmente em um dado momento, será
materializado mais adiante, seja sob a forma de um equipamento ou um
investimento na indústria, por exemplo.
Entra aqui o conceito de credibilidade, onde a reificação dos fatos depende de
questões externas à prática no laboratório, como a carreira dos pesquisadores e as
decisões de organismos financeiros. Um fato aceito pela comunidade científica será
materializado e sua objeção se tornará cada vez mais cara. Além disso, um
pesquisador pode adquirir uma posição de alta credibilidade, onde dificilmente será
confrontado.
25
Associado a isto há as circunstâncias, que seriam “tudo o que está à volta”,
questões aparentemente externas à prática científica, mas que influenciam
diretamente no que será considerado válido ou não para a Ciência.
E por fim, o conceito de ruído, estreitamente relacionado com a questão da
dúvida. Quando um enunciado é elaborado, diversos outros igualmente prováveis
precisam ser descartados, e há a produção de ruído quando se assume uma postura
onde “você também poderia dizer que...”. Evitar esta abertura de possibilidades é
uma das finalidades da produção de enunciados científicos, e assim, convencer a si
e aos pares de que o enunciado elaborado é o único viável.
Dá-se, portanto, a “criação da ordem a partir da desordem”, onde a atividade
científica reside na noção de inscrição, uma operação material de criação de ordem.
Escrever o que se observa experimentalmente no laboratório requer inúmeras
habilidades técnicas, e os objetos de estudo surgem concretamente só após essa
fase experimental. Desta forma, um determinado aminoácido, por exemplo, só existe
concretamente após ter sido detectado por um equipamento com alta especificidade,
de modo que seja possível classificá-lo (Latour, 1986).
É comum que a imagem da Ciência esteja envolta por uma aura de ordem e
controle, importante para atribuir validade a seus resultados. Contudo, é importante
ter em mente que esta ordem aparente emerge a partir da desordem e que a prática
científica consiste fundamentalmente em criar “realidades” que não existem a priori.
Isto não significa dizer que a ciência não trabalha com o “mundo real”, mas que pode
ser vista como uma das formas de se interpretar este mundo.
Além de se propor a entender o misterioso cotidiano de um laboratório de
neuroendocrinologia, considerando o caráter pontual de uma análise antropológica
dos fatos, Latour foi um pouco adiante. Chega a concluir que não há grandes
distinções entre os métodos das “ciências duras” (naturais) e das “ciências moles”
(sociais e humanas), deixando isto evidente no trecho abaixo, onde se refere a suas
atividades e as dos cientistas que pesquisava:
A semelhança essencial entre elas era que estavam engajados no mesmo ofício. As diferenças podiam ser explicadas em termos de recursos e de investimentos, sem que fosse preciso apelar para quaisquer qualidades exógenas à natureza da atividade. (LATOUR, 1986, p. 296)
26
Essas reflexões sobre a natureza da Ciência põem em xeque uma visão única
e consolidada de Ciência, capaz de prever e comprovar fatos que existem a priori.
Buscando desviar do relativismo que esta postura pode acarretar, Latour (1991)
introduz o conceito de universalismo em rede que admite a universalidade de alguns
conhecimentos, porém busca entender por que estes adquiriram um caráter
universal, desvendando as circunstâncias em que um fato científico foi aceito como
“lei”, seguindo as redes de práticas e instrumentos envolvidas nesta construção. Na
ciência construída desta forma:
...existe um fio de Ariadne que nos permitiria passar continuamente do local ao global, do humano ao não humano. É o da rede de práticas e de instrumentos, de documentos e traduções. Uma organização, um mercado, uma instituição não são objetos supralunares feitos de uma matéria diferente daquela de nossas relações locais sublunares. A única diferença vem do fato de que os primeiros são compostos por híbridos e, para sua descrição, precisam mobilizar um grande número de objetos. (LATOUR, 1991, p. 119)
O universalismo em rede nos permite retirar a Nutrição do centro das ques-
tões sobre Alimentação. Ao invés disso, a Nutrição passa a compor um quadro em
pé de igualdade com a Comensalidade, contribuindo com “a parte que lhe cabe”
dentro das dinâmicas sociais complexas que se concretizam no âmbito da Alimenta-
ção. Isto nos permitiria dar mais um passo para transpor, ao menos em teoria, as
limitações que o cientificismo e a tecnocracia nos impõem – por intermédio de nossa
própria prática científica e tecnológica – e repensar a imposição da norma em Ali-
mentação?
Contudo, porque nos interessa recorrer a estas discussões? A resposta está
no fato de que, invariavelmente, ao pensarmos em educação alimentar e nutricional
(EAN) em algum momento lançamos mão de conceitos cientificamente construídos
no âmbito de uma prática científica – a da Nutrição. Isto nos impõe um paradoxo, a
medida que tomamos estes conceitos como parâmetros para intervir na vida
concreta. O problema consiste em: ao mesmo tempo em que percebemos que estes
conceitos não são suficientes nas dinâmicas da vida concreta, não podemos renegá-
los, uma vez que correspondem a uma suposta verdade científica. Diante disto,
passamos a buscar novos conceitos, relacionados a outras dimensões da vida
como, por exemplo, os conceitos de Cultura Alimentar. Com isso, é como se fosse
possível abarcar a realidade, mas mantêm-se dois pontos delicados do problema.
Um deles é que a Cultura, em diversos momentos, questiona o que as ciências
naturais afirmam como verdade. O outro é que precisamos manter em mente que ao
27
falarmos de Cultura não estamos falando dela em si, estamos falando das
construções das ciências humanas sobre ela. Assim, entre as ciências naturais e a
ciências humanas, continuamos transitando entre formas científicas de produzir
conhecimentos.
Nesse sentido, Latour (1994) traz o conceito de simetria com o qual se propõe
a olhar para ambos – tanto “as coisas em si” das ciências naturais, quanto “os ho-
mens entre eles” das ciências humanas – construídas a partir de uma ideia de Mo-
dernidade. Na Constituição Moderna imperam dois polos marcados e opostos: de
um lado a natureza, de outro a sociedade. Ambas são transcendentes e imanentes,
aceitam e renegam a Deus, alternando estas garantias de forma a manter sempre a
invencibilidade teórica da Ciência – aquela que advoga e defende causas ao deter
as causas de todas as coisas, humanas e não humanas.
O que nos mantém crendo nisto é a temporalidade moderna - onde o passado
é abandonado para sempre - e a mediação dos cientistas é invisível. Onde toda a
história das coisas é apagada. Em nosso mundo moderno as coisas simplesmente
surgem, prontas, acabadas e todo o trabalho de construção das ideias e ideologias
científicas é deixado em um passado que não pode ser acessado. Artigos científicos
são produzidos aos milhares, apresentando dados gerados a partir do que Latour
chama de trabalho de purificação. Um nutriente é descoberto, não pode ser contes-
tado. Uma prática alimentar é trazida a tona, não pode ser mudada. No meio disto,
os discursos aparecem como formas de mediação, mas não dão conta de abarcar
estes polos. No fim, resta a imobilidade e a sensação moderna tão familiar de que
tudo está sob controle mas alguma coisa não vai bem. Sua grande conclusão a este
respeito é drástica: jamais fomos modernos. Esta separação por si só, nunca existiu
de fato.
Latour (1994) defende então que esta polarização do conhecimento,
característico da Modernidade dá margem a formação de híbridos ou quase objetos,
que se encontram nos espaços entre estes extremos. Tomando isto como ponto de
partida pode-se vislumbrar alguns caminhos novamente. Esta Nutrição que
produzimos em laboratório não está desvinculada de nossas concepções de
Sociedade, Política ou Cultura. Ao mesmo tempo, esta Cultura Alimentar que
buscamos compreender não se dá para além de nossas ideias sobre Ciência,
Progresso ou Natureza.
28
Podemos agora pensar a Alimentação enquanto um quase objeto, um híbrido
situado entre a Nutrição e a Comensalidade. Portanto, a Nutrição enquanto Ciência
é construída e constrói os contextos sociais onde a Alimentação acontece permeada
pela Comensalidade que representa e é representada pela Cultura Alimentar.
Dimensões aparentemente opostas, contraditórias, irreconciliáveis tornam a
surgir como simultâneas, complementares, inter-relacionadas. E conforme
caminhamos nesta direção, assumindo este caráter indissociável que nossa própria
cultura científica supostamente moderna nos ensinou a renegar, começamos a
vislumbrar o que mais poderíamos construir se conseguíssemos de fato trabalhar
considerando os conceitos de complexidade e transdisciplinaridade.
No âmbito do complexo, do transdisciplinar, o paradoxo se dilui, perde força,
torna-se algo inerente a nossa própria cultura científica sendo portanto algo do qual
não podemos fugir, mas com o qual podemos lidar. A contradição, a simultaneidade,
a incerteza, se estabelecem e ganham seu lugar. A transdisciplinaridade passa a ser
uma brecha que se abre para olharmos para nós mesmos produzindo ciências,
questionando ciências e vivendo com ciências. A “Ciência com Consciência” de Mo-
rin se resignifica, tomando a forma de lucidez.
Seguimos então com Fischler (1995) transpondo a “Grande Muralha” que se-
para o homem biológico e o homem social, buscando adotar “uma atitude transdisci-
plinar e ‘integradora’, ou melhor: uma atitude indisciplinar.” (Fischler, 1995. p. 22).
Para Claude Fischler (1995), ao abordar a Alimentação, a oposição
natureza/cultura consiste em um falso dilema. Os sistemas culinários são regidos
por uma complexidade “às vezes extravagante”, consistindo em diversas dinâmicas
que regem as variações do consumo de alimentos e das práticas culinárias. Neste
sentido, é desnecessária a polarização entreabordagens “funcionalistas-
adaptacionistas” – regidas pelo determinismo biológico – e àquela “estruturalista-
culturalista” – regida por uma espécie de arbitrariedade cultural, podendo ser
compreendida somente dentro da lógicaintrínseca de uma dada cultura.
A compreensão do fenômeno alimentar humano implicaria, portanto, a
necessidade de abordagens transdisciplinares, que demandassem conhecimentos
advindos de diversas disciplinas, e da articulação destes com o âmbito das práticas.
Nos chama atenção um apontamento feito por Fischler (1995) sobre a condição
onívora inerente a humanidade. Esta seria uma primeira particularidade, de caráter
biológico e absolutamente essencial, do qual deriva um paradoxo de ordem
29
fisiológica, comportamental e cognitiva. Tal situação daria origem ao que chamou de
Paradoxo do Onívoro, onde a necessidade de inovação inerente às esta condição é,
ao mesmo tempo, perigosa e necessária, resultando em um estado de ansiedade do
indivíduos ou grupo de indivíduos onívoros.
Expliquemos melhor. A condição onívora proporciona, em primeira instância,
liberdade, autonomia, adaptabilidade - em contraste com animais não onívoros - o
onívoro é capaz de subsistir graças a uma multiplicidade de alimentos e regimes
alimentares possíveis, podendo inclusive adaptar-se a situações em seu entorno. O
onívoro humano adota uma extraordinária variedade de regimes alimentares,
podendo sobreviver ao desaparecimento de algumas espécies das quais se
alimentava, além de poder viajar, mudar de ecossistema (Fischler, 1995).
Contudo, ao mesmo tempo, está associada a esta liberdade uma coação: a
dependência da variedade. Animais não onívoros são capazes de retirar toda sua
subsistência de uma única fonte alimentar – o que pode lhes condenar a extinção na
ausência desta –portanto não tem a necessidade de variar entre diversos alimentos.
O onívoro, por sua vez, é biologicamente incapaz de suprir todas as suas
necessidades alimentares a partir de uma única fonte, por toda sua vida. Humanos,
decerto, necessitam de um mínimo de variedade.
Nesta contradição consiste o paradoxo do onívoro. Dependente da variedade,
há um impulso para a diversificação, a inovação, a exploração de possibilidades, à
mudança - neofilia. Simultaneamente, por outro lado, está obrigado à prudência, à
desconfiança, ao conservadorismo alimentar, uma vez que todo alimento novo ou
desconhecido apresenta um perigo em potencial – a neofobia. Nesta tensão neofilia-
neofobia se situa o paradoxo, que todo onívoro vive a resolver, fonte inesgotável de
certa ansiedade (Figura 2).
Entretanto, a despeito do que possa parecer, esta não é uma condição
aprisionante, e o onívoro desenvolve importantes estratégias para conviver com isto.
Utilizando o exemplo do estudo desenvolvido por Paul Rozin (1976), Fischler (1995)
aponta algumas saídas. Os ratos – igualmente onívoros – elegem os alimentos a
partir da ingestão de um alimento novo e a percepção da reação de mal-estar
digestivo que se segue a ingestão, ou não. Desta forma, há uma característica de
aprendizagem, daquilo que provoca ou não mal-estar e portanto, pode ou não pode
ser adicionado a seu regime alimentar, uma vez que estes animais só se dispõem a
testar um alimento novo por vez. Contudo, esta não é apenas uma estratégia
30
individual, sendo observado que os ratos lançam mão de uma série de informações
derivadas da interação com seus congêneres, o que caracteriza uma aprendizagem
social.
Todavia, em humanos a situação é mais complexa do que isto. Diante da
contradição liberdade/coação abrem-se diversos caminhos possíveis. Considerando
a liberdade, há inúmeras possibilidades de eleição, que levam à inovação e a
mudança, caracterizando a flexibilidade, a adaptabilidade da condição.
Simultaneamente, em paralelo, há a coação, representada pela necessidade de
diversas fontes de nutrientes, que torna a inovação indispensável. Na medida em
que inovar é preciso, surgem os critérios de eleição (biológicos ou outros), e é nesta
dimensão que pretendemos nos ater (Figura 2). A aprendizagem – individual e social
– da qual os onívoros lançam mão para definir seus critérios de eleição demanda
muitos aspectos, quando se trata de humanos.
Diante da relevância que a ciência conquista nos processos decisórios da
humanidade ao longo dos últimos séculos, nos pusemos a pensar se a
aprendizagem de conceitos científicos estaria sendo utilizada atualmente como uma
estratégia social, coletiva, para a definição de critérios de eleição de alimentos.
Desta forma, a Educação em Ciências (EC), formal e informal, bem como as
iniciativas de divulgação científicadesempenhariam um papel de destaque.
31
Figura 2. A condição onívora e suas implicações. Adaptado de Fischler (1995, p.63)
Fernandez e Silva (2008) avaliaram as noções conceituais de professores de
1ª a 4ª séries sobre grupos alimentares, buscando identificar a atualização destes
conceitos e os materiais mais utilizados como fonte de referências sobre o assunto.
As autoras apontaram a necessidade de atualização dos conceitos de grupos de
alimentos (energéticos, energéticos extras, reguladores e construtores), já que
apesar de identificá-los, os professores fazem poucas associações entre os
alimentos que compõem estes grupos e suas funções no organismo humano.
Ressaltam ainda, que os professores tiveram dificuldades para responder de forma
adequada sobre alimentos ricos em açúcares e gorduras, destacando os alimentos
proteicos (construtores) e os ricos em vitaminas e minerais (reguladores) e
associando estes mais facilmente às suas respectivas funções.
Chama atenção neste caso, o pressuposto de que é necessário que os
professores de ciências do ciclo básico dominem conhecimentos conceituais de
nutrição, para que os ensinem aos seus alunos e assim contribuam para a promoção
da saúde destes. Seguindo esta tendência em concentrar os olhares sobre o ensino
Biológicos
Inovação indispensá-
vel
Critérios de eleição:
Outros
A condição onívora:
Nutrientes: diversidade das fontes
Coação Liberdade
Flexibilida-de, adapta-
bilidade
Inovação e mudanças-possíveis
Eleição
EC
32
de nutrição nas escolas, Gonzalez e Paleari (2006) buscaram avaliar os
conhecimentos de alunos de escolas públicas e particulares sobre o processo de
digestão-nutrição. Isto se deu a partir da análise de desenhos e textos elaborados
pelos alunos, descrevendo o sistema digestório, seus componentes e suas funções.
Foram apontadas graves inadequações conceituais, atribuídas a duas principais
hipóteses: a atuação inadequada do professor e/ou o analfabetismo funcional,
literário e científico dos alunos. A partir destas inadequações as autoras afirmam que
"(...) com a ausência de um conhecimento científico significativo, serão frustradas as
propostas que visem a adoção de dietas que incluam itens alimentares estranhos a
seus hábitos, mas imprescindíveis à boa saúde."
Esta afirmação parece sinalizar a crença de que através do ensino de
ciências, pode-se operar mudanças conceituais nos indivíduos, substituindo as ditas
"concepções alternativas" e levando-os a tomar decisões acertadas sobre suas
vidas. Observando os avanços nas pesquisas em ensino de ciências percebe-se
uma queda considerável nos estudos que enfocavam concepções alternativas e
mudança conceitual, que sofreram duras críticas, levando a um redirecionamento
destas pesquisas buscando uma compreensão mais ampla do assunto (Delizoicov,
2004). Indo nesta mesma direção, Cachapuz et al. (2008) observaram a expressiva
redução de investigações sobre a aprendizagem de conceitos, na produção
científica internacional em educação em ciências, acompanhada de um avanço nos
enfoques calcados na filosofia e sociologia da ciência e em abordagens
multidisciplinares.
Apesar disto, nos artigos sobre EAN pesquisados percebemos ainda um foco
marcante na relação entre a aprendizagem de conceitos científicos e a manutenção
da saúde. Calcados nesta ideia, Souza e Vilas Boas (2004), p. ex., avaliaram a
eficácia de duas técnicas pedagógicas (um texto de conotação literária e um teatro
de fantoches) para ensinar às crianças da 3ª série do ciclo básico de uma escola
municipal na zona rural de Minas Gerais, sobre a importância de alimentos ricos em
vitamina A. Para isto, aplicaram um questionário, antes e depois das atividades
pedagógicas, para avaliar os conhecimentos dos alunos sobre hipovitaminose A,
suas causas e consequências. As autoras concluíram que "(...) pelos resultados
obtidos, verificou-se que ocorreram mudanças significativas de conhecimento em
relação aos conceitos de vitamina A, alimentos ricos nesta vitamina e doenças
causadas por esta carência." Apesar desta conclusão, observaram que "a ingestão
33
desses nutrientes pela população estudada ainda é inadequada", fato que atribuíram
a “(...) possíveis tabus alimentares e a desinformação sobre os valores nutritivos
desses alimentos". Podemos perceber nesse caso, que apesar de estar em busca
de "métodos alternativos de ensinar saúde na escola", aparece subentendida aqui a
ideia da educação científica corretiva.
Ainda buscando esta relação entre ciência, saúde e educação, pode-se
pontuar o trabalho de Oliveira (2008), que visou avaliar um material didático. A
autora apontou diversas inconsistências pedagógicas, a presença de aspectos
relacionados à discriminação racial e de erros conceituais relacionados a
alimentação e nutrição.Analisando o conteúdo científico das cartilhas, a autora frisa
que "nem sempre os quadrinhos são a forma mais adequada para o registro de
informações científicas" e que, portanto, haveria dúvidas se estas cartilhas seriam
instrumentos apropriados para esta ação educativa.
Este questionamento, que fundamenta a análise desenvolvida pela autora, se
dá a partir do próprio objetivo do projeto que desenvolveu as cartilhas (Criança
saudável - educação dez", do MDS), que segundo Oliveira (2008) "(...) pretendiam
produzir e difundir conhecimentos científicos específicos relacionados a alimentação
e nutrição, para um público bem definido - estudantes das séries iniciais do
ensino fundamental - e em uma circunstância específica - para o professor
trabalhar os temas com os alunos." (grifos originais) e "destina-se a promover a
educação alimentar e nutricional de escolares das séries iniciais do ensino
fundamental de escolas públicas".
Contudo, se o objetivo das cartilhas era promover EAN, porque se calcam
apenas na transmissão de conceitos científicos? A ideiada ignorância alimentar,
estabelecida na pesquisa nas décadas de 1980 e 1990, conforme descrito por Lima
et al (2003), e tida como matriz justificadora da educação alimentar aparece aqui
mais uma vez como fator determinante para hábitos considerados não saudáveis.
Por outro lado, Booget al (2009) concluíram que a aceitação das cartilhas foi
considerada satisfatória pelos professores, que valorizaram o caráter informativo das
mesmas.
Esta valorização da aprendizagem de conceitos científicos em EAN,
observada em diversas publicações, guarda relações estreitas com a formação dos
profissionais de saúde e a centralidade que as ciências naturais têm ocupado. O
relacionamento estreito entre as ciências e a saúde não se dá apenas no campo da
34
biologia, mas também nas demais ciências como a física e especialmente a química.
Em estudo realizado em 2008 com 809 graduandos em nutrição em 12
universidades da cidade do Rio de Janeiro, Frozi & Fonseca (2010) concluíram que
estes estudantes têm uma percepção da Química como uma das disciplinas mais
importantes em sua formação, enquanto a Sociologia e a comunicação foram
consideradas as disciplinas menos relevante para seu futuro profissional.
Em contraste, dentre estudantes espanhóis foi observado o contrário. As
disciplinas de Sociologia e Psicologia foram consideradas as mais importantes,
enquanto a Química esteve entre as de menor destaque, à frente apenas da
Estatística. Esta característica dos estudantes de nutrição brasileiros esteve
relacionada a um bom desempenho em Química durante o ensino médio,
característica relatada pelos próprios estudantes e que lhes permitiu o acesso à
universidade. Na formação em saúde no Brasil, a Química ocupa um lugar central, o
que aparece expresso pela matriz curricular, é reafirmado pelos professores e aceito
pelos estudantes (Frozi & Fonseca, 2010).
Uma análise preliminar das publicações nos permite identificar um importante
ponto de partida: o ensino de conceitos científicos como pressuposto fundamental
para a educação alimentar e nutricional na escola. Cabe portanto, analisar os limites
e possibilidades deste tipo de premissa.
2.3 APROXIMANDO CAMPOS: A EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E A EDUCAÇÃO EM
SAÚDE
Ao estudar estas relações entre a Educação em Ciências (EC) e a Educação
em Saúde (ES), mais especificamente a EAN, percebemos que as temáticas em
torno da alimentação saudável têm emergido com grande força na sociedade atual,
demandando esforços de diversas áreas de atuação, configurando uma
problemática complexa. Grande parte dessa demanda tem sido levada às escolas,
por intermédio de atividades de Educação Alimentar e Nutricional (EAN),
regulamentações quanto a venda de alimentos nas cantinas, debates em torno do
Programa Nacional de Alimentação Escolar, incentivo às Escolas Promotoras de
Saúde, dentre outras iniciativas (Bezerra, 2009; Caniné e Ribeiro, 2007).
35
Quando nos voltamos a este espaço da escola, a relação entre a educação
em saúde e a educação em ciências se intensifica. Nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs), a temática da alimentação se insere no tema transversal “Saúde”
(Brasil, 1998), onde um suposto fracasso da educação em saúde na escola é
atribuído a um ensino de ciências focado nos aspectos informativos e
exclusivamente biológicos (Mohr, 2003). Isto coloca os professores e professoras de
ciências em foco, como principais responsáveis por essas atividades na escola, e
levanta uma série de questionamentos sobre qual o papel destes educadores em
relação a educação em saúde e o que se entende como formação de valores,
hábitos e atitudes em Saúde.
Isto nos leva a pensar que os conteúdos sobre Alimentação e Nutrição,
contemplados pelas disciplinas de ciências nas escolas, advêm do conhecimento
produzido principalmente no campo de pesquisa em saúde, em especial pela
Nutrição. Considerando que na produção de conhecimentos científicos em Nutrição
há uma marcante sobreposição dos aspectos biológicos em detrimento das
questões sociais (Elias e Fonseca, 2009) e que a formação em Nutrição é frágil no
que concerne às ciências humanas e sociais (Canesqui e Garcia, 2005) percebe-se
que há uma série de etapas anteriores ao ensino de ciências que devem ser postas
em discussão. Portanto, um olhar mais atento às teorias e pressupostos envolvidos
na construção dos conhecimentos de determinados campos científicos torna-se
fundamental.
Considerando campo no sentido descrito por Bourdieu (1976) entendemos
que os conhecimentos científicos são construídos dentro de um conjunto de práticas
sociais. Nesta prática social da ciência os “jogos” de poder são jogados pelos
pesquisadores que alcançam suficiente credibilidade dentro de campos específicos.
Cada campo de conhecimento científico define: o que é um assunto de pesquisa,
quais questões podem ser feitas e, como e quem pode respondê-las. Levando isto
em consideração, nos dispusemos a delinear brevemente os campos envolvidos na
construção da Educação em Saúde e da Educação em Ciências (Figura 3). No
nosso entendimento as abordagens pedagógicas não estão separadas do
conhecimento científico construído sobre elas e, ambos – campos de conhecimento
e práticas pedagógicas – não acontecem alheias ao contexto político em que estão
inseridas.
36
Iniciamos esta aproximação pensando sobre a interface entre essas duas
áreas de conhecimento (EC e ES) e suas relações com as disciplinas científicas. Ao
nos referirmos a Ciência, consideramos tanto as Naturais quanto as Humanas,
pontuando algumas de suas disciplinas, como a química, a física, a biologia, a
antropologia, a sociologia, a psicologia. A pesquisa, no âmbito destas disciplinas
isoladamente, não necessariamente precisa vislumbrar impactos concretos na
realidade (Figura 3). O que não significa que não os tenha, mas que se admitem
pesquisas que não se relacionem de forma imediata com intervenções nessa
realidade. Esta é uma discussão muito ampla, que se refere a aplicabilidade do
conhecimento produzido e passa pela polêmica “Ciência Pura versus Ciência
Aplicada”.
Este não é o objetivo aqui. O objetivo desta distinção é situar dois outros
campos de pesquisa: o da Saúde e o da Educação. Algo que estes campos de
pesquisa guardam em comum é sua relação direta com uma demanda de
intervenção na realidade concreta. Isto também não significa que só se admitam
pesquisas com aplicabilidade imediata, mas que são impensáveis pesquisas em
Saúde ou Educação que não se refiram a situações concretas ou guardem alguma
relação de interação com essa realidade (Figura 3).
Partindo destas premissas, vejamos um pouco sobre alguns destes campos.
Em um primeiro momento o campo da Saúde recorreu ao desenvolvimento de
conhecimentos especialmente atrelados às Ciências Naturais. Se considerarmos
que em seu desenvolvimento, medicina e biologia caminharam lado a lado na
história da ciência ocidental, esta relação torna-se mais direta, bem como a
aproximação entre o desenvolvimento da ciência e as concepções de saúde. O que
se entende por saúde depende da concepção que se possua de organismo vivo e de
sua relação com o meio ambiente. Como essa concepção muda de uma cultura para
outra e ao longo do tempo, a concepção de saúde também não é estática. O
estabelecimento de uma visão mecanicista da vida, pela biologia, herdada de
Descartes (1637) influenciou as atitudes da medicina em relação à saúde e a
doença, originando o chamado Modelo Biomédico, que ainda hoje é um modelo
muito influente sobre as formas de se entender a medicina. Esta redução da saúde a
um funcionamento mecânico acaba por afastar o pensamento médico da cura,
centrando no diagnóstico, já que esta não pode ser entendida somente com o
37
conhecimento científico, mas como uma condição humana permeada por aspectos
físicos, psicológicos, sociais, ambientais (Canguilhem, 2004).
No campo da Saúde, a Nutrição se estabelece como tal recentemente,
contudo desde o século XVIII as constatações de Lavosieur sobre valor calórico dos
alimentos e necessidades alimentares humanas, despertaram uma atenção especial
na comunidade científica que culminou com elaboração dos conceitos de
aminoácidos, proteínas, ácidos graxos, vitaminas, além da relação entre a
alimentação e a doença, no início do século XX (Vasconcelos, 2001).
Desde então o que seria considerado como uma alimentação saudável
mudou radicalmente. Estes avanços no campo da Saúde passaram a ser
questionados quanto a sua quase exclusiva interação com as Ciências Naturais. A
partir daí, por volta da segunda metade do século XX, cada vez mais são
demandados conhecimentos produzidos no âmbito das Ciências Humanas. A
influência da biologia sobre a constituição da Nutrição no Brasil caminhou em
paralelo – e ao mesmo tempo em divergência - com a perspectiva social, como
apontado no trecho de Vasconcelos (2001):
Por um lado, aqueles que eram partidários da corrente que chamamos de perspectiva biológica, preocupados essencialmente com aspectos clínico-fisiológicos relacionados ao consumo e à utilização biológica dos nutrientes e influenciados por concepções das escolas de nutrição e dietética norte-americana e de centros europeus. Por outro lado — e em simultâneo —, aqueles que compartilhavam das ideias da corrente que chamamos de perspectiva social, preocupados em especial com aspectos relacionados à produção, à distribuição e ao consumo de alimentos pela população brasileira e influenciados, particularmente, pelas concepções do pioneiro da nutrição na América Latina, o médico argentino Pedro Escudero. (VASCONCELOS, 2001, p. 317)
Desta forma, a ênfase na polarização Natureza-Sociedade se dá desde o
início da constituição da Nutrição enquanto Ciência, atrelada ao campo da Saúde.
Já o campo da Educação se estrutura a partir das Ciências Humanas,
compondo um corpo de conhecimentos provenientes destas disciplinas. Entretanto
cabe lembrar que a formação das ideias sobre o que vem a ser Ciência, seus
métodos e objetivos esteve muito atrelada às Ciências Naturais, tanto na valorização
inicial de seu “método”, quanto na negação desta influência, identificada como uma
herança positivista (Alves-Mazzotti, 2001). A partir dos anos 80 as atenções se
voltam para a necessidade de incorporar abordagens críticas, para além da técnica,
e começa a haver destaque para enfoques multi/inter/transdisciplinares. O campo da
38
Educação passa a lançar mão não só da psicologia e da sociologia, mas também da
antropologia, da filosofia, da história, da linguística (André, 2001).
Figura 3. Educação Alimentar e Nutricional na interface entre Educação em Ciências e Edu-cação em Saúde.
Tendo situado brevemente estes quatro vértices - disciplinas das Ciências
Naturais e das Ciências Humanas, e os campos da Saúde e da Educação -
passamos à interação entre eles (Figura 3). Surgem dois novos campos de
pesquisa, destas interações, a Educação em Saúde e a Educação em Ciências
(Naturais). É em uma das interfaces entre estes dois campos que situamos a
Alimentação como objeto de estudo. Discutir Alimentação a partir das interações
entre estas duas áreas de conhecimento faz com que o objeto de estudo guarde
uma estreita relação com a Educação Alimentar e Nutricional (EAN). Desta forma,
todas estas interações entre disciplinas e campos de pesquisa descritas
anteriormente, apresentam pontos de intercessão, lugares comuns.
A despeito de toda a intenção transdisciplinar a que nos dispusemos, foi
preciso eleger um pilar central que norteasse a pesquisa, uma espécie de fio
condutor, que neste caso se estabelece a partir da Educação. Entendemos que a
Educação, neste caso, é um ponto comum de intercessão que nos possibilita
39
transitar entre a Educação em Saúde, a Educação Alimentar e Nutricional e a
Educação em Ciências.
Como vimos anteriormente, o campo da Educação se constituiu acessando
conhecimentos de diferentes disciplinas, historicamente adotando quadros
interpretativos de outros domínios, com pequenas adaptações.Nem sempre, a
adoção de métodos, teorias, discursos de outras áreas resultou em consequências
satisfatórias, sendo por vezes, danosas, inclusive. Nesse sentido, a ciência
complexa entende que há a necessidade de compilar diferentes posicionamentos, e
que isto requer acomodação e participação, muito mais do que assimilação e
aplicação. O pensamento complexo trabalharia, portanto, com simultaneidades, no
sentido de se referir a eventos ou fenômenos que existem e operam ao mesmo
tempo.Este seria o contraponto à visão moderna e ocidental de pensar em termos
de descontinuidades, em torno de problemas como teoria e prática, conhecimento e
conhecedores, eu e os outros, corpo e mente, arte e ciência, criança e currículo.
Desta forma as simultaneidades são coincidentes, porém não complicadas. Decerto
que o pensamento complexo não responde a todas as perguntas, contudo pode
auxiliar os educadores a resolver impasses pretensamente dicotômicos de sim/não,
certo/errado, isto/aquilo (Davis, 2008).
Concluindo, o pensamento complexoendereça continuamente questões muito
semelhantes à hermenêutica: O que é isto em que acreditamos? Como viemos a
pensar deste modo? O que tem sido concebido sobre as naturezas da realidade, da
verdade, da existência? No âmbito do pensamento complexo o fundamental é que
não há respostas conclusivas, definitivas à estas perguntas, portanto, não é
necessário que todos concordem, mas sim que haja uma atitude de abertura à
novas possibilidades (Davis, 2008).
40
3 REVISÃO REALISTA DA LITERATURA
3.1 APRESENTANDO AS FERRAMENTAS
Revisões sistemáticas são procedimentos de pesquisa que tem sido utilizadas
como ferramenta para avaliar programas de intervenção e pesquisas qualitativas
(Pettecrew, 2009). Segundo Pawson et al (2005), uma revisão realista é uma
variação das revisões sistemáticas que seadéqua às demandas das ciências sociais,
tratando de complexas intervenções ou programas sociais, possibilitando uma
análise explanatória sobre o que funciona, como, para quem e em que
circunstâncias, sem com isto dar respostas simples às perguntas complexas.
Um dos objetivos da revisão realista étornar explícita a teoria ou teorias
subentendidas sobre como uma intervenção deveria funcionar e que impactos
deveria ter. Este é um ponto chave para a primeira parte deste trabalho, onde, a
partir das pesquisas publicadas em diversos periódicos científicos, buscamos
identificar quais pressupostos fundamentam aquilo que se conhece e se pretende
conhecer sobre o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e suas
relações com a EAN (Educação Alimentar e Nutricional).
Combinar a compreensão teórica e as evidências empíricas é o que se
pretende em uma revisão realista, focando no contexto em que cada intervenção é
executada, nos mecanismos envolvidos em seu funcionamento e nos resultados
produzidos. Para isto não há um número finito de trabalhos a serem selecionados;
há inúmeras fontes de informação relevantes, que nenhum estudo é capaz de cobrir
em sua totalidade. Impõe-se, portanto, a necessidade de se traçar e seguir uma
estratégia bem construída, sendo a própria revisão considerada um procedimento de
pesquisa.
É esperado que diferentes estudos de dados primários contribuam com
diferentes elementos para compor a riqueza do quadro em sua totalidade. Portanto,
uma seleção extremamente rigorosa dos estudos não é desejável, uma vez que
poderá acarretar uma redução ou aumento da validade da revisão. Considera-se,
inclusive a chamada “literatura cinza”, que constitui publicações não científicas,
como documentos e leis, por exemplo. A qualidade dos trabalhos utilizados é um
41
ponto delicado. Definir critérios de qualidade para inclusão e exclusão na revisão é
uma estratégia em revisões sistemáticas, contudo, critérios muito rígidos acabam
por empobrecer a compreensão do problema quando se trata de um programa ou
política pública. Uma das recomendações nesse sentido é utilizar publicações que
tenham sido submetidas a alguma avaliação criteriosa como, por exemplo, artigos
publicados em periódicos indexados, documentos e relatórios oficiais, teses e
dissertações (Pawson et al, 2005).
Neste trabalho a busca foirealizada pela combinação de diferentes estratégias
até o momento em que as evidências foram consideradas suficientes para responder
a questão de pesquisa. Este teste de saturação das evidências é comparável à
noção de saturação teórica em pesquisa qualitativa e, portanto, foi realizado
interativamente, questionando ao fim de cada etapa ou ciclo de busca, se a literatura
traz algo novo a acrescentar, algo que possibilite um avanço na compreensão do
problema (Pawson et al, 2005). Ao longo desta revisão serão apresentados os
detalhamentos teóricos específicos envolvidos na construção de cada etapa.
Uma revisão realista se inicia com a definição de uma questão de pesquisa,
que pode variar conforme o andamento do trabalho. Por hora, apresentamos a
pergunta central que desencadeou esta revisão: Como o PNAE funciona, onde,
para quem, em quais circunstâncias?
Diante desta questão inicial, definimos a estratégia de busca desta
revisãosegundo o seguinte formato:
- Estabelecer os primeiros critérios (mais rígidos) de busca em publicações
científicas;
- Reunir os textos completos das publicações selecionadas;
- Definir os dados que pretendíamos analisar naspublicações;
-Compilar as publicações selecionadas em uma tabela;
- Preencher a tabela com os dados a partir da leitura dos textos;
- Produzir gráficos, quadros e tabelas para interpretação dos dados
compilados;
- Descrever quantitativamenteo conjunto de dados;
- Descrever qualitativamente o conjunto de dados;
- Identificarpressupostos e teorias envolvidas nas pesquisas selecionadas;
- Agregar novos trabalhos que auxiliem na discussão;
42
- Utilizar estes pressupostos e teorias como norteadores na compreensão dos
dados empíricos coletados nos estudos de caso subsequentes.
Uma vez concluídas as inferências decorrentes desta revisão, foram sendo
incorporadas outras publicações que contribuíssem com elementos importantes para
a discussão. Estas outras referências consistiram tanto em publicações científicas
quanto literatura cinza, no formato de uma revisão realista. Desta forma, ao final do
procedimento, foi possível agrupar um conjunto complexo de dados provenientes de
revisão de literatura que por si só constituem resultados de pesquisa, além de
fornecer apontamentos importantes para a análise posterior dos estudos de
caso.Descreveremos abaixo em detalhes estes procedimentos de busca, para a
posterior discussão do estado da arte composto a partir das publicações analisadas
(Figura 4).
Os procedimentos de busca foram agrupados em quatro etapas. O primeiro
conjunto de procedimentos consistiu em selecionar teses e dissertações e identificar
as publicações em periódico dos autores e orientadores destas teses e dissertações.
O segundo conjunto de procedimentos partiu das bases de dados on line, para a
seleção de artigos publicados em periódicos indexados e posteriormente foram
identificadas as referências utilizadas nestes artigos que atendiam aos critérios de
seleção. Estes critérios, descritos na Figura 1, foram os mesmos em todas as etapas
de busca, a saber: estudo realizado no âmbito do PNAE sendo, portanto, em escola
pública, no ensino fundamental, sobre e/ou no Brasil e no período após a
descentralização da gestão do programa (1994-2010).
43
Figura 4. Procedimentos de busca de teses, dissertações e publicações em periódicos.
44
3.2 UMA VISÃO PANORÂMICA: PRIMEIRAS INFERÊNCIAS
3.2.1 Teses e dissertações: procedimentos de busca e perfil dos trabalhos.
Entendendo que as pesquisas científicas publicadas em periódicos são
produzidas especialmente no âmbito da pós-graduação, e que apenas uma parcela
destas teses e dissertações são publicadas sob a forma de artigos em periódicos,
iniciamos os procedimentos de busca pelos trabalhos disponíveis no Banco de Teses
Capes. A intenção primeira desta revisão foi não só delimitar o estado da arte, mas
também agrupar elementos que possibilitem uma avaliação crítica sobre quem está
produzindo este conhecimento, em que áreas de saber, e como isto pode estar
direcionando o que conhecemos sobre o PNAE.
Os procedimentos de busca tiveram início no ano de 2009, no Banco de
Teses da Capes e no site Domínio Público, onde dissertações e teses foram
localizadas utilizando as seguintes expressões e combinações de palavras-chave:
“alimentação escolar”, “merenda escolar”, “nutrição” e “escola”, “alimentação” e
“escola”. Foram selecionados os trabalhos que faziam referência ao PNAE, segundo
os critérios de ser sobre e/ou no Brasil, sobre e/ou no ensino fundamental de
escolas da rede pública. Além disso, consideraram-se os estudos pós-
descentralização do programa - de 1994 até 2009 - visto que o interesse do trabalho
se refere ao tempo e contexto mais atuais. Considerando o prazo de um ano após a
data de defesa para a disponibilização dos trabalhos nos referidos sites, as
ocorrências mais recentes datavam do ano de 2008. Os trabalhos foram
classificados de acordo com as áreas de conhecimento definidas pelo próprio autor,
no resumo disponível no Banco de Teses Capes. Aqueles sem área de
conhecimento explicitada foram categorizados em uma das existentes, a partir dos
resumos. Os que não integravam uma das quatro áreas mais frequentes (Educação,
Nutrição, Saúde Pública e Ciência e Tecnologia de Alimentos), foram agrupados na
categoria “Diversos”, mantendo a designação de área descrita pelo autor
(APÊNDICEB).
Nesta primeira etapa foram identificados 124 trabalhos, dos quais 73
selecionados, sendo 62 dissertações de mestrado acadêmico, 2 dissertações de
45
mestrado profissionalizante e 9 teses de doutorado. Ao distribuir os trabalhos por
áreas de conhecimento foram identificados 19 em Nutrição, 13 em Saúde Coletiva,
12 em Educação, 11 em Ciência e Tecnologia de Alimentos e 18 em Diversos. A
categoria Diversos inclui trabalhos nas áreas de Odontologia, Economia Doméstica,
Comunicação, Matemática Aplicada, Serviço Social, Enfermagem, Multidisciplinar,
Interdisciplinar, Economia, Economia Agrária e dos Recursos Naturais, Ciências
Sociais Aplicadas, Administração Pública, Engenharia Agrícola, Sociologia e
Antropologia (Gráfico 1). Esta distribuição nos permite começar a identificar quem se
dedica a estudar o PNAE e quais seriam os principais pontos de interesse de
pesquisa.
Nesta revisão estes trabalhos tiveram como principais finalidades identificar
autores e orientadores para dar sequência às buscas por publicações e, situar no
tempo e no espaço a produção científica sobre o tema. Neste sentido, podemos
notar uma intensificação de defesas nos anos de 2005, 2006 e 2007, o que pode
refletir um crescente interesse sobre o PNAE (Gráfico 1).
Gráfico 1 . Distribuição anual de publicações nas áreas de Educação, Nutrição, Saúde Coletiva,
46
Ciência e Tecnologia de Alimentos e Diversos.
Em relação a distribuição no espaço geográfico, percebemos uma
predominância de trabalhos defendidos no estado de São Paulo (SP), em todas as 4
áreas de conhecimento identificadas como mais frequentes, com destaque para a
Nutrição e a Saúde Coletiva, seguidas pelas áreas de Educação e Ciência e
Tecnologia de Alimentos. Outros trabalhos nas áreas de Comunicação, Enfermagem,
Economia, Engenharia Agrícola e Interdisciplinar, também tiveram expressiva
representação (Gráfico 2).
A segunda maior frequência de defesas se encontra no Rio de Janeiro (RJ),
onde destacamos a ausência de trabalhos em Nutrição neste período, sendo a maior
parte dos trabalhos na área de Saúde Coletiva, seguida pela Educação. Agrupados
em Diversos encontram-se trabalhos em Ciências Agrárias, Antropologia e Ciências
Sociais (Gráfico 2).
Ainda na região sudeste, Minas Gerais (MG) apresenta um perfil de
distribuição com predominância das áreas de Educação, Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Administração Pública e Economia Doméstica (Gráfico 2).
Na região sul, o estado de Santa Catarina (SC) apresentou produção apenas
na área de Nutrição, enquanto no Rio Grande do Sul (RS) predominaram a
Educação, a Odontologia e a Matemática Aplicada. No Paraná (PR) a produção se
distribuiu entre a Educação, a Ciência e Tecnologia de Alimentos e a Sociologia
(Gráfico 2).
No centro-oeste, o Mato Grosso do Sul (MS) apresentou maior produção em
Educação, seguida pela Saúde Coletiva, enquanto no Distrito Federal (DF) a
distribuição deu-se de forma equitativa entre a Nutrição e a Educação (Gráfico 2).
Na região norte não foram localizadas dissertações e/ou teses que atendam a
esta revisão, neste período. Na região nordeste os estados de Pernambuco (PE) e
Alagoas (AL) se destacaram pela produção em Saúde Coletiva e Ciência e
Tecnologia de Alimentos, respectivamente. Na Bahia (BA) a produção se dividiu
entre a Nutrição e a Ciência e Tecnologia de Alimentos; no Ceará (CE) destaque
para a Educação e a área Multidisciplinar; e por fim, na Paraíba (PB) predominaram
a Nutrição e o Serviço Social (Gráfico 2).
47
Gráfico 2. Distribuição das teses e dissertações segundo as áreas de conhecimento e estados onde foram defendidas.
Entendendo que a pesquisa científica no Brasil transcorre fundamentalmente no
âmbito dos programas de pós-graduação, ou vinculados a estes, o panorama
apresentado acima nos possibilitou inferir que os artigos publicados no mesmo
período seguiriam algumas tendências. Uma delas é a presença marcante do estado
de São Paulo como produtor de conhecimento sobre o PNAE, seguido do Rio de
Janeiro e Minas Gerais, compondo uma influência voraz da região sudeste. No
extremo oposto, aparece a região norte, onde nenhuma pesquisa foi encontrada
sobre o tema, neste período.
Cabe destacar ainda que o grande número de trabalhos vinculados a área de
Nutrição se deve a esta produção massiva do estado de São Paulo, sendo a
produção na área da Educação a mais distribuída entre os diversos estados das
0
5
10
15
20
25
30
35
AL BA CE DF MS MG PB PR PE RJ RN RS SC SP
Educação Nutrição Saúde Coletiva Alimentos Diversos
48
demais regiões do país. A invisibilidade da região norte pode ser sintomática,
refletindo um ciclo vicioso investimentos/credibilidade, que rege a pesquisa científica
no Brasil e colabora para a exclusão de instituições e pesquisadores de menor
influência.
Poderíamos ainda nos perguntarmos se a grande variedade de áreas de
conhecimento agrupadas pela categoria Diversos, pode aparecer refletida em
trabalhos e publicações com abordagens e pontos de vista pouco comuns nas
outras áreas de produção mais frequente.
Arremates:
- Na Região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo, está concentrada
a produção acadêmica sobre o PNAE;
- O campo da Nutrição concentra essa produção;
- O campo da Educação apresenta uma produção mais distribuída nas demais
regiões do país;
- A Região Norte esteve academicamente invisível durante este período.
Fios soltos:
- Qual o perfil destes trabalhos, em termos de dados quantitativos?
3.2.2 Publicações em periódicos científicos: procedimentos de busca e perfil
das publicações.
A busca por publicações científicas foi realizada a partir da consulta às bases
de dados on line, nacionais e internacionais, a saber: Scielo, Medline BVS, PubMed
NCBI, Lilacs BVS, Sciencedirect, ISI Web of Knowledge, Wilson, EBSCO, Annual
Reviews, Cambrige UP, Gale, Oxford, Sage, Blackwell, Ovid. As buscas foram
conduzidas a partir das seguintes expressões e combinações de palavras-chave:
“alimentação escolar”, “merenda escolar”, “nutrição” e “escola”, “alimentação” e
“escola”, “school feeding” e “Brazil”, “School meals” e “Brazil”, “School”,“Food” and
“Brazil”. No total foram obtidas 667 ocorrências, dentre estas, diversas se repetiam
49
em diferentes bases de dados. Foram selecionadas 43 publicações a partir dos
mesmos critérios utilizados para a seleção de teses e dissertações.
Concomitantemente, na Plataforma Lattes, foram consultados os currículos de cada
um dos autores e orientadores das teses e dissertações previamente selecionadas.
Em cada um dos currículos foram selecionadas as publicações que se
enquadrassem nos mesmos critérios utilizados até então, sendo selecionadas mais
20 publicações. Finalizando a etapa de buscas foram consultadas as referências
bibliográficas de cada publicação com base nos mesmos critérios explicitados
anteriormente. Este processo foi repetido para cada nova publicação selecionada
até que não houvesse novas citações que atendessem aos critérios. Após o
consenso de três pesquisadores sobre a inclusão ou exclusão de cada uma das
publicações nos critérios estabelecidos, foram selecionadas 113 publicações em
periódicos.
A partir das 113 publicações em periódico selecionadas, foi montada uma
tabela, para organizar os dados provenientes de cada artigo (APÊNDICE C).Foram
avaliados os seguintes dados quantitativos: abrangência dos estudos, Estado e
Região onde foram realizados, tipo de estudo, instrumento de coleta de dados,
sujeitos estudados, e periódicos em que foram publicados. Uma análise qualitativa
foi realizada a partir das principais conclusões e/ou recomendações. Desta forma
pretendemos traçar uma panorâmica que nos permita compreender melhor como o
PNAE tem sido visto como objeto de estudo.
Dentre as publicações selecionadas no referido período, consideramos
importante destacar dois picos de publicação sobre o PNAE (Gráfico 3). O primeiro
ocorre em 1995, com 14 artigos publicados, em contraste com o ano anterior no qual
houve apenas 2 publicações sobre o tema. Esta intensificação do interesse pelo
PNAE neste período parece estar atrelada a uma mudança fundamental em seu
modelo de gestão: a descentralização. Em 1994 intensificaram-se os debates sobre
a necessidade de transferir a gestão do Programa, até então em instância federal,
para os estados e municípios, descentralizando os recursos, com o propósito de
conferir maior autonomia e adequação às realidades locais.
Uma contribuição importante para este número expressivo de publicações
foram os 7 artigos selecionados na edição sobre Merenda Escolar do periódico Em
Aberto, publicado pela Secretaria de Avaliação e Informação Educacional do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (SEDIAE/INEP), do Ministério da
50
Educação e do Desporto (MEC). Nesta edição foram discutidas temáticas como a
relação entre a desnutrição, a merenda e o fracasso escolar, possibilidades para a
inserção do técnico em alimentação escolar com um profissional na educação
básica, avaliação de programas em diferentes localidades, alimentação escolar
como direito do estudante e comparações entre países da América Latina. Estes
trabalhos foram amplamente citados posteriormente, configurando importantes
referências sobre a implantação universal e descentralizada do PNAE nos últimos 15
anos.
Gráfico 3. Número de publicações por ano (de 1994 a 2010).
No ano de 1996, entretanto, apenas 2 trabalhos foram publicados, quantidade
que cresce paulatinamente nos anos seguintes. Por volta de 2004 a 2006 o PNAE
retorna às pautas de investigação científica com maior intensidade, até atingir um
novo pico de publicações no ano de 2008, com 17 trabalhos.
Esta dinâmica poderia ser um reflexo das fortes relações com os movimentos
que vinham tomando força no âmbito das políticas públicas, que culminaram na
implementação de três importantes medidas sobre alimentação e nutrição em
andamento no país no ano de 2006: a Lei nº 11.346 (LOSAN), a Portaria
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
número de artigos
ano
de
pu
blic
ação
51
Interministerial nº 1.010 e a Resolução do FNDE nº 32. Estas medidas,
oficializaram no âmbito das políticas públicas o acesso à alimentação escolar, a
participação social por meio dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), o apoio à
produção agrícola local e ao desenvolvimento sustentável, e a inclusão da educação
alimentar e nutricional no processo de ensino-aprendizagem na escola. Estas
temáticas aparecem nos artigos que estudamos aqui, mas não necessariamente
com algum destaque em relação às demais temáticas como avaliação de condições
higiênico-sanitárias ou testes de aceitação de preparações culinárias.
O marco mais recente da consolidação da Alimentação Escolar enquanto
direito e o estabelecimento de suas principais diretrizes foi a aprovação da Lei nº
11.947 de 16 de junho de 2009, que dispõe sobre à alimentação escolar em âmbito
nacional e em seu artigo 2º, que trata das diretrizes, define “alimentação saudável e
adequada”, como:
(...) aquela que faz “uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura alimentar, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a sua faixa etária e seu estado de saúde, inclusive dos que necessitam de ações específicas.
Ainda sobre o texto das diretrizes cabe destacar o caráter universal do “direito
à alimentação escolar” que visa a garantia da segurança alimentar e nutricional
(SAN), com acesso igualitário e respeito às características “biológicas entre idades e
condições de saúde dos alunos que necessitam de atenção específica e aqueles
que se encontram em vulnerabilidade social.”
O artigo 14 da Lei 11.947 de 2009 versa sobre a obrigatoriedade de
investimento de ao menos 30% dos recursos em alimentos provenientes da
agricultura familiar. Esterepresenta atualmente o maior desafio no âmbito da
alimentação escolar, colocando à prova a capacidade técnica e operacional do
PNAE, nas três esferas de governo, de garantir condições de produção local e a
compra desta, além de incentivar a aproximação com cultura alimentar local. Diante
do estabelecimento destas diretrizes em caráter de Lei, espera-se que as pesquisas
posteriores a 2009 dispensem especial atenção à medidas que viabilizem a garantia
deste direito, bem como apontem os principais entraves, avaliem e proponham
estratégias nesse sentido. Visando contribuir para isto, nos voltamos ao
conhecimento produzido até 2010, para teremos uma ideia mais ampla do conjunto
52
de principais recomendações apontadas pelas pesquisas até então.
Ao analisar a abrangência destas pesquisas, percebe-se que 69% foram
realizadas localmente (Gráfico 4). Foram considerados Locais, os trabalhos
realizados em um município específico ou em diferentes municípios de uma mesma
Região (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul, Sudeste). Os trabalhos Regionais (1%)
abrangeram objetos de estudo em duas Regiões do país, enquanto que aqueles
realizados em 3 ou mais Regiões foram considerados de abrangência Nacional
(6%). Não surpreende que a maior parte dos trabalhos seja realizada em nível Local,
visto que o acesso a escolas dentro de um mesmo município, ou municípios
próximos, é facilitado em relação a trabalhos de maior abrangência. É comum,
portanto, que os trabalhos sejam realizados no mesmo município onde está
localizada a Universidade e/ou Instituição a que os pesquisadores estão vinculados.
As pesquisas de maior abrangência – Regionais e Nacionais – somam apenas 7%
das publicações. Atribuímos isto aos desafios encontrados em um país das
dimensões do Brasil onde os custos, o deslocamento e os trâmites burocráticos
podem vir a inviabilizar pesquisas de maior abrangência.
Por outro lado, pesquisas de abrangência local contribuem para identificar e
avaliar problemas específicos, gerando um corpo de conhecimentos que pode ter
maior potencial transformador em relação a realidades locais.
Cabe assinalar que, fazendo as vezes de estudos empíricos de porte
nacional, os estudos não empíricosse encarregam de questões mais abrangentes.
Estes representaram 24% das publicações, discutindo aspectos sobre os impactos
descentralização do programa, suas atribuições, suas relações com o fracasso
escolar, dentre outras.
69% 1%
6%
24% Local
Regional
Nacional
Não Empíricos
53
Gráfico 4. Distribuição percentual dos artigos de acordo com a abrangência dos estudos.
Ao analisarmos a frequência de publicações por Região, considerando que
houve estudos referentes a mais de uma Região, podemos perceber a
predominância da Região Sudeste, com 44 trabalhos, seguida da Região Sul com 17
trabalhos, Região Nordeste com 15 e a Região Centro-oeste com 3 publicações
(Gráfico 5). Nenhuma publicação referente a Região Norte foi identificada neste
período.
Assinalamos que a Região Sudeste é alvo e sede da maior parte das
pesquisas sobre o PNAE, representando mais do que a soma de todas as demais
Regiões, com destaque para o Estado de São Paulo, que representa 33 dos 44
trabalhos. Entendendo que as diferentes Regiões do país têm suas peculiaridades
culturais, assim como seus Estados, e que a visão do pesquisador sobre suas
pesquisas está intimamente relacionada a suas próprias visões de mundo, algumas
questões podem ser levantadas.
Podemos nos perguntar se os conhecimentos científicos que tem sido
construídos sobre o programa não estariam, em grande parte, refletindo
expectativas e filiações teóricas condizentes com àquelas predominantes na Região
Sudeste, mais especialmente no Estado de São Paulo, visto que este representa
39% das publicações sobre o tema. Ou ainda, seria o PNAE visto como um objeto
de pesquisa menos importante nas demais Regiões? Ou estes resultados poderiam
sugerir uma hierarquia de capital científico entre as Regiões (tanto puro quanto
institucionalizado), no sentido de Bourdieu (2003)? Neste sentido, a credibilidade
atribuída a pesquisadores e instituições seria diferenciada regulando seu acesso às
agências de fomento, programas de pós-graduação, periódicos científicos? São
questões à se pensar, quando nos dispusemos a tirar conclusões sobre os
resultados destas pesquisas.
54
Gráfico 5. Distribuição do número de artigos por Estados e Regiões onde foram realizados os
estudos.
Considerando que o tipo de instrumento de coleta de dados utilizado nos
estudos está diretamente relacionado aos principais objetivos e objetos de estudo
considerados relevantes, os descreveremos no Gráfico 6. Diversos estudos
utilizaram mais de um instrumento de coleta, sendo a revisão bibliográfica presente
como a mais expressiva, representando junto com a análise documental, os
principais instrumentos dos estudos teóricos. Desta forma, os estudos teóricos
foram, em sua maioria, aqueles que produzem dados secundários de abrangência
nacional, a partir de estudos primários locais/regionais.
Os questionários fechados foram utilizados em 25 trabalhos e a Análise do
consumo de alimentos representou 19 publicações. Estes instrumentos tinham por
principal objetivo avaliar a aceitação dos alunos em relação aos alimentos
oferecidos, através de questões sobre a frequência de consumo da alimentação
escolar e/ou medição de índices de resto/ingestão.
Entrevistas estruturadas e semiestruturadas e as Observações sistemáticas
15 7
3 2 2
1 3
1 1 1
44 31
9 4
17 8
5 4
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
número de artigos
Região Nordeste
Bahia
Ceará
Rio Grande do Norte
Paraíba
Pernambuco
Região Centro-Oeste
Distrito Federal
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso
Região Sudeste
São Paulo
Minas Gerais
Rio de Janeiro
Região Sul
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
Paraná
55
representaram 20 e 4 das publicações, respectivamente. Nos trabalhos que
utilizaram estes instrumentos observamos intenções e objetivos de estudo mais
afinados com metodologias qualitativas, buscando sentidos, representações dos
sujeitos. Seis dos trabalhos se debruçaram sobre atividades educativas realizadas
no âmbito do PNAE, tanto propondo, quanto avaliando. Em outro grupo de trabalhos
os autores se dispuseram a caracterizar as refeições e alimentos em si, por
intermédio de Avaliação do preparo das refeições (12), da Análise da composição
centesimal dos alimentos (17) ou de Análise microbiológica (6).E por fim, houveram
os trabalhos com foco específico na saúde dos estudantes, sendo por intermédio de
Exames clínicos (2) ou Avaliações antropométricas (8).
Em um agrupamento mais geral, as publicações foram classificadas segundo
o tipo de estudo, que podiam ser exclusivamente Quantitativos, Qualitativos ou Não
Empíricos - ou ainda, Mistos - onde foi empregada a combinação de dois ou mais
tipos. No Gráfico 7 pode-se observar que 46% dos estudos valeram-se de
metodologias Quantitativas, enquanto 11% utilizaram metodologias exclusivamente
Qualitativas. Os estudos Não Empíricos representaram 38% dos trabalhos, enquanto
5% empregaram metodologias Mistas de coleta e análise de dados, com diferentes
combinações de abordagens qualitativas, quantitativas e teóricas.
56
Gráfico 6. Distribuição dos artigos segundo instrumento de estudo utilizado.
Identificar os sujeitos/objetos pesquisados pode contribuir para compreender
melhor sobre quem/o que estas pesquisas estão interessadas, como descrito no
Gráfico 8. Percebemos que os Escolares do Ensino Fundamental são considerados
os principais sujeitos de pesquisa, somando 49 estudos, sendo 29 destes referentes
ao primeiro ciclo (1º a 5º ano) e 20 destes no segundo ciclo (6º a 9º ano).
31
25
19
20
17
12
11
8
6
6
4
2
0 5 10 15 20 25 30 35
Número de artigos
Exame Clínico
Observação sistemática
Atividade educativa
Análise microbiológica
Avaliação antropométrica
Revisão documental
Avaliação do preparo das refeições
Análise da composição dos alimentos
Entrevista
Avaliação do consumo de alimentos
Questionário
Revisão bibliográfica
57
Gráfico 7. Distribuição dos artigos segundo o tipo de estudo.
Percebemos ainda um interesse importante sobre as Merendeiras e as
Refeições em si, sendo 22 estudos dedicados a cada um destes sujeitos/objetos,
demonstrando que logo após os Escolares, estes são pontos considerados
importantes de serem avaliados. Gestores, Professores, Diretores e Pais são
ouvidos em 11, 9, 8 e 8 estudos, respectivamente. Desta forma, aparecem como
sujeitos secundários na contribuição da construção de conhecimentos sobre o
PNAE.
Por fim, Donos de cantinas, Produtores de Alimentos e Nutricionistas
aparecem em 3, 1 e 1 estudos, respectivamente. Interessante assinalar que a baixa
participação destes sujeitos em pesquisas pode indicar uma compreensão de que
seus posicionamentos em relação ao PNAE configuram problemas de
pesquisamenos relevantes que os demais.
Esta distribuição nos dá ferramentas para levantar mais algumas questões.
Ao que parece, o principal problema de pesquisa sobre o PNAE gira em torno dos
beneficiados, ou seja os próprios alunos. Os interesses vão desde garantir o controle
sobre os indicadores de manutenção de sua saúde, como exames clínicos e
avaliações antropométricas, até avaliar os percentuais de aceitação da refeição ou
tentar compreender porque, não raro, estes são extremamente baixos. Neste caso,
os próprios alunos são colocados no centro do problema. Uma das conclusões
possíveis sobre isto é que grande parte destes estudos tem um foco importante
sobre a ideia de garantir o funcionamento adequado do programa, e não tanto de
gerar conhecimentos críticos que possibilitem discutir a fim de entender como e
46%
11%
38%
5%
Quantitativo
Qualitativo
Não Empírico
Misto
58
porque o programa funciona, ou não.
Gráfico 8. Distribuição dos artigos segundo os sujeitos pesquisados.
Tendo isto em mente, não surpreende que as abordagens que se dedicam a
estudar as Merendeiras e as Refeições apareçam com a segunda maior frequência.
Uma vez que os Escolares são repetidamente avaliados, constata-se que há uma
baixa aceitação da alimentação escolar por parte deles e que as características
antropométricas de todos não atendem aos padrões estabelecidos. As perguntas de
pesquisa passam então a girar em torno de fatores que possam estar diretamente
relacionados a isto, como a qualidade das Refeições e o desempenho daquelas que
as preparam: as Merendeiras. O principal aspecto avaliado nas Refeições é sua
qualidade higiênico-sanitária, seja através de contagem microbiana ou de forma
indireta, avaliando o desempenho das Merendeiras. Na maior parte dos casos as
condições higiênico-sanitárias foram consideradas insatisfatórias, sendo as
29
22
22
20
11
9
8
8
3
1
1
0 10 20 30
Número de artigos
Nutricionistas
Produtores de alimentos
Donos de cantinas
Pais de escolares
Diretores
Professores
Gestores
Escolares 6º - 9º anos
Merendeiras
Refeições
Escolares 1º - 5º anos
59
Merendeiras responsabilizadas por isto. Ao que parece, este é um dado que nos
ajuda a entender os porquês de tantos esforços em torno da capacitação de
merendeiras.
Cabe sinalizar que na maior parte dos estudos que avaliaram a adequação
nutricional das Refeições esta não foi considerada satisfatória sob diversos
aspectos, desde sua composição de macro e micronutrientes até as quantidades
servidas. Entretanto, isto não se reflete em um grande número de Nutricionistas
pesquisadas – como acontece com as Merendeiras - o que pode estar relacionado
ao fato de que a maioria destes estudos são idealizados e conduzidos por
Nutricionistas, gerando consensos próprios da classe profissional, e portanto uma
menor demanda de pesquisa.
O agrupamento dos dados quantitativos nos permitiu avançar um pouco mais
em relação a quem são os pesquisadores e pesquisados que se destacam quando
se trata do PNAE. Descrevendo o conjunto de dados que termos até este momento,
podemos tecer mais um recorte:
Arremates:
- O corpo de conhecimentos publicados em periódicos científicos no Brasil
sobre o PNAE entre 1994-2010 foi construído primordialmente na Região Sudeste,
com destaque para o estado de São Paulo, a partir das áreas da Nutrição e da
Saúde Coletiva, seguidas pelas áreas de Educação e Ciência e Tecnologia de
Alimentos.
- A maior parte dos estudos são quantitativos e de abrangência local, sendo
os estudos teóricos os maiores responsáveis por inferências de abrangência
nacional.
- No âmbito do PNAE o principal objeto/sujeito de pesquisa é o estudante,
seus hábitos, preferências e estado de saúde.
- As refeições e as(os) merendeiras(os) responsáveis por seu preparo
aparecem em seguida, com o objetivo de avaliar critérios de qualidade e higiene.
- Nutricionistas, Gestores (as), Diretores (as), Produtores (as) rurais, Mães e
Pais de alunos raramente aparecem como sujeitos envolvidos na investigação dos
objetos de pesquisa.
Fios soltos:
- Em termos qualitativos, quais as principais conclusões e recomendações
60
propostas por estas publicações?
3.2.3 Principais recomendações encontradas nas publicações.
Partindo desta explanação na qual procuramos situar de onde vem este
estado da arte e sobre quem ele se refere, nos dispusemos a destacar as principais
recomendações feitas por estes estudos. Tendo em mãos as tabelas montadas a
partir destas 113 publicações selecionadas, listamos as principais conclusões e/ou
recomendações que aparecem nestes trabalhos. Algumas destas recomendações
estão explícitas nas conclusões dos estudos, e outras aparecem incorporadas às
discussões ao longo dos trabalhos. Muitas recomendações se repetem em
diferentes publicações, ou se referem a temas em comum. Foram montados 8
quadrosque agrupam as recomendações nos seguintes temas: ações educativas,
qualidade das refeições, demandas para políticas públicas, infraestrutura, condições
de trabalho,promoção da saúde, cantinas escolares e demandas de pesquisa.
3.2.3.1 Qualidade das refeições.
A qualidade das refeições está entre os objetos de estudo mais frequentes,
sendo a adequação o principal foco das recomendações (Quadro 1). Esta adequa-
ção pode ser nutricional (porcionamento, inclusão de alguns alimentos, valor energé-
tico, teor de micronutrientes), regional (preparações regionais, preferências dos alu-
nos e família, disponibilidade)ou referente a saúde (promoção de alimentos orgâni-
cos e in natura, controle higiênico-sanitário). Cabe ressaltar que quase a totalidade
dos estudos que se dispuseram a avaliar a qualidade das refeições, encontraram
inadequações, sejam nutricionais, regionais ou referentes a saúde.
Quadro 1. Recomendações quanto a Qualidade das refeições servidas no PNAE.
Qualidade das refeições
Incluir frutas cítricas e maior variação de hortaliças. Controle de qualidade da água e medidas corretivas quando necessário. Controle da qualidade higiênico-sanitária das refeições.
61
Adotar as Boas Práticas de Manipulação de Alimentos (BPMs). Incentivar o uso de preparações regionais e reforçar a fiscalização da execução das mesmas. Promover a utilização de alimentos orgânicos nas escolas. Diferenciar o porcionamento das refeições, de acordo com as necessidades nutricionais de cada faixa etária. Substituir parcialmente a farinha de trigo pela farinha de arroz em formulações destinadas a alimenta-ção escolar. Eliminar do cardápio mensal preparações doces pastosas, contribuindo para a prevenção de cáries. Aumentar a variedade dos cardápios. Utilizar o Índice Ales como instrumento para monitorar a qualidade da alimentação das crianças, po-dendo ser empregado tanto por profissionais de saúde quanto pelas famílias. Ajustar os cardápios à alimentação da família, conforme disponibilidade de alimentos e preferências regionais. Corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda. Elevar o valor energético da refeição. Criar condições para a melhoria da qualidade nutricional da merenda, atentando para a atualização das recomendações nutricionais. Adequação dos cardápios às preferências alimentares dos alunos. Adequar a qualidade da refeição para suprir carências nutricionais, como cálcio e ferro. Incorporar mais alimentos in natura.
3.2.3.2 Infraestrutura
Um outro conjunto importante de recomendações se refere àinfraestrutura
disponível para o preparo e distribuição das refeições servidas pelo PNAE (Quadro
3). Estas são recomendações mais homogêneas em relação às outras descritas
anteriormente, e se referem especialmente ao preparo (equipamentos, utensílios,
implementos) e a distribuição dos alimentos (adequação dos refeitórios,
autosserviço).
Quadro 2. Recomendações referentes à Infraestrutura.
Infraestrutura
Adquirir equipamentos que mantenham a temperatura correta das preparações. Adequar os espaços de distribuição de alimentos. Garantir a infraestrutura adequada aos serviços de alimentação, como instalações, equipamentos, utensílios e implementos. Adquirir termômetros pelas unidades escolares, para uso das merendeiras. Melhorar a infraestrutura da produção de refeições. Construir refeitórios adequados. Implementar sistema de autosserviço (self-service).
62
3.2.3.3 Condições de trabalho
Ao que se refere às condições de trabalho dos profissionais envolvidos com a
alimentação na escola, o destaque é dado às merendeiras (Quadro 3). Entretanto, o
enfoque é no sentido de garantir que estejam capacitadas a realizar o trabalho que
lhes é atribuído, ou seja, preparar a comida segundo as boas práticas. Surge aqui
mais uma atribuição, relacionada a responsabilidade que estas teriam em relação a
saúde dos comensais.
Apenas um item inverte esta lógica, atentando para a necessidade de “garan-
tir suporte técnico e apoio psicológico às merendeiras”. Neste caso, se reconhece a
frequente sobrecarga de trabalho a que estas profissionais estão submetidas, a alta
rotatividade, a insegurança em relação à manutenção do emprego e os baixos salá-
rios, como fatores que devem ser levados em consideração.
Quadro 3. Recomendações referentes às Condições de trabalho dos profissionais envolvidos com a alimentação na escola.
Condições de trabalho
Realizar treinamentos periódicos de boas práticas no ambiente de trabalho. Assegurar a presença de responsável técnico qualificado para supervisionar e orientar periodicamen-te as atividades das Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs). Capacitar merendeiras. Qualificar profissionais em função de novas recomendações nutricionais. Proporcionar formação continuada em saúde para merendeiras. Fornecer subsídios para que os profissionais da área de produção e manipulação de alimentos em cozinhas industriais reconheçam a importância da higiene na preparação dos alimentos. Garantir suporte técnico e apoio psicológico às merendeiras.
3.2.3.4 Promoção da Saúde
A escola foi identificada como espaço de promoção da saúde em diversos
trabalhos, sendo algumas recomendações especialmente direcionadas a isto (Qua-
dro 5). Estado nutricional, excesso de peso e verminoses aparecem como as princi-
pais preocupações nestas recomendações. Neste caso a promoção da saúde não
se limita unicamente ao PNAE, mas seria direcionada à toda a escola e comunidade
escolar.
63
Quadro 4. Recomendações referentes à iniciativas de Promoção da saúde.
Promoção da saúde
Implementar medidas de prevenção e controle do excesso de peso, através de dieta equilibrada e ações junto aos pais e responsáveis. Utilizar o PNAE como espaço de promoção da saúde. Vincular as escolas a programas de saúde. Realizar vigilância epidemiológica para verminoses através ao exame parasitológico periódico. Implementar medidas de aderência aos programas de saúde. Realizar diagnósticos de estado nutricional nos escolares. Considerar as merendeiras como potenciais agentes de saúde da comunidade escolar, uma vez que residam em seu entorno.
3.2.3.5 Cantinas escolares
A regulamentação das cantinas escolares também figura algumas recomen-
dações, cujo ponto central é a garantia da oferta de alimentos considerados mais
saudáveis (Quadro 5). Portanto, o foco é dado na questão da oferta, ou seja, regu-
lamentações, estratégias, pré-requisitos direcionados aos donos das cantinas. Inte-
ressante ressaltar que a questão da preferência dos alunos – fator destacado nas
recomendações que se referem ao PNAE – não apareceu como um ponto importan-
te nas recomendações direcionadas a discutir a presença das cantinas nas escolas.
Quadro 5. Recomendações referentes ao funcionamento de Cantinas escolares.
Cantinas
Elaborar portarias que regulamentem o funcionamento de cantinas, bem como sua fiscalização. Oferecer alimentos mais saudáveis na cantina escolar, quando estiver presente. Elaborar estratégias educativas direcionadas aos donos de cantinas, a fim de conscientizá-los dos motivos pelos quais as regulamentações são feitas, qualificar o fornecimento de alimentos, garantir a viabilidade econômica, tornando as cantinas um lugar de promoção da saúde. Construir cantinas para vender produtos nutritivos e de baixo custo. Estabelecer critérios ou pré-requisitos para instalação e funcionamento de cantinas.
A sistematização deste conjunto de recomendações nos possibilita
compreender algumas engrenagens para o bom ou mau funcionamento do PNAE,
seguindo a visão da produção científica sobre o programa (Figura 5). Identificamos
dois grandes blocos aos quais se direcionam as recomendações de Qualidade das
refeições, Infraestrutura, Promoção da saúde, Cantinas escolares, Condições de
trabalho. O primeiro parte da percepção de que há uma baixa aceitação da
alimentação escolar por parte dos alunos. Duas soluções centrais são propostas
para corrigir esta situação. A primeira, e mais recorrente, é a necessidade de fazer
64
educação nutricional, entendendo que a recusa dos alunos diante das refeições
oferecidas se dá pelo desconhecimento destes da importância da alimentação
adequada e saudável. Aliada a EAN viria a promoção da saúde, com uma proposta
mais abrangente, alcançando toda a comunidade escolar com o intuito de combater
o excesso de peso, inadequações de estado nutricional e verminoses. A outra
solução proposta é a regulamentação da oferta de alimentos ricos em gorduras,
açúcares e sal nas cantinas, entendendo que estes estabelecem uma “competição
desleal” com a refeição saudável oferecida pelo PNAE.
No entanto em ambas as propostas são sentidas ausências lamentáveis. Nas
discussões sobre a baixa aceitação das refeições, parcas vezes são citados
aspectos relacionados às preferências dos (as) estudantes. Via de regra, parte-se do
pressuposto de que crianças e adolescentes são afeitos a comer “bobagens” e,
portanto, este seria o motivo pelo qual recusam a refeição. Poucos trabalhos se
dispuseram a refletir sobre a estigmatização da merenda como “comida para quem
passa fome”, decorrente do caráter exclusivamente assistencialista a que esta se
prestava no início da alimentação escolar. Ainda menos frequente é a discussão
acerca de suas preferências alimentares, sendo o conceito de “alimentos regionais”
aplicado nos cardápios como “comidas típicas”. Poucas reflexões temos nestes
trabalhos sobre o que caracteriza a regionalidade da comida na atualidade. Se for
considerado necessário fazer frente à uniformização dos sabores decorrente da
globalização dos sistemas alimentares, então precisamos conhecer mais a fundo as
expectativas e preferências da juventude, considerando que esta sempre se renova.
Conhecer não para moldá-la, mas para oferecer uma alimentação escolar que
possa, de fato, contribuir para a garantia do direito destas crianças e adolescentes a
ter acesso a refeições de qualidade durante seu período escolar. Desta forma,
poderemos começar a ampliar o entendimento a respeito de hábitos alimentares,
incluindo os sujeitos na sua elaboração.
65
Figura 5. Engrenagens que movem as principais recomendações sobre o PNAE.
3.2.3.6 Demandas para as Políticas Públicas
Nestes trabalhos, pudemos pontuar uma vasta lista de recomendações
direcionadas às políticas públicas. Destas, algumas foram especificamente
66
relacionadas ao PNAE e outras tratavam de aspectos gerais, mais abrangentes, que
repercutem no PNAE de alguma maneira (Quadro 6).
Dentre as demandas gerais, houveram aquelas referentes à saúde (acesso a
serviços de saúde, prevenção de desnutrição e carências nutricionais), ambientais
(sustentabilidade), sociais (combate a fome e a exclusão social) e referentes à
gestão (integração dos setores saúde e educação, autonomia da gestão municipal).
As demandas especificamente voltadas ao PNAE foram distribuídas em
operacionais (atuação conjunta de conselhos e núcleos fiscalizadores, capacitação
de agentes locais, elaboração de documentos, maior frequência de refeições);
administrativas (revisão contínua dos objetivos, discussão dos papéis inerentes a
gestores e nutricionistas, aumento dos recursos); inclusivas (garantia do direito a
alimentação, participação de pequenos produtores e comerciantes, participação de
comunidades indígenas, considerar questões de gênero, dar visibilidade às
merendeiras).
Quadro 6. Recomendações referentes a Demandas para as Políticas Públicas gerais ou especificamente voltadas ao PNAE.
Demandas para políticas públicas
Gerais: Preservar os recursos naturais a fim de garantir a sustentabilidade. Envolver conjuntamente os setores de Saúde e de Educação. Proporcionar acesso adequado à serviços de saúde, a fim de solucionar problemas da comunidade escolar. Implementar políticas públicas para a fortificação de farinhas visando diminuir a prevalência de anemia. Implementar medidas de prevenção da desnutrição em municípios mais pobres. Ampliar o exercício dos direitos e autonomia da gestão municipal, com maior controle dos recursos públicos. Combater os efeitos da fome no país. Implementar programas de suplementação de renda em municípios mais pobres. Resolver as disparidades inter e intragovernamentais que afetam as políticas sociais em geral, para a criação de bases mais cooperativas na descentralização do PNAE. Atacar as causas da exclusão social, como a concentração da terra e da renda, o desemprego e o modelo econômico. Específicas: Rever sistematicamente os objetivos do programa, e suas práticas de implementação política, visando garantir a alimentação escolar enquanto direito. Discutir os aspectos administrativos, econômicos, sanitários, entre outros. Buscar formas de garantir o êxito dos gerenciamento descentralizado. Aperfeiçoar a aplicação do PNAE enquanto política pública. Discutir o papel do nutricionista e dos gestores locais no PNAE. Adequar semestralmente o PNAE às necessidades do público alvo, a partir do acompanhamento efetivo dos profissionais de alimentação e nutrição. Promover a atuação conjunta do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) e dos Núcleos de Controle de Qualidade a fim de otimizar os recursos garantindo a qualidade da refeição. Incorporar pequenos produtores e comerciantes ao programa a partir da viabilização da participação destes nas licitações públicas. Viabilizar a participação das comunidades indígenas promovendo processos de discussão e negocia-ção com os poderes públicos.
67
Capacitar agentes locais na gestão da alimentação escolar. Aumentar os recursos para o PNAE. Oferecer desjejum, almoço e jantar. Desenvolver documentos que orientem uma gestão de qualidade e programas de educação nutricio-nal, assim como legislação que estabelece critérios técnicos para elaboração de cardápio, aquisição de gêneros, prestação de contas e controle social. Estabilizar a oferta da alimentação escolar, não sujeitando-a a flutuações sazonais, econômicas ou geopolíticas. Garantir a equidade, onde todos possam ter um bom estado nutricional. Garantir a autonomia de cada região, onde cada uma possa garantir ao menos sua cesta básica típi-ca. Considerar a alimentação escolar como um direito e a merenda como melhor veículo de Educação Alimentar e Nutricional. Basear os programas em diagnósticos prévios de consumo alimentar das famílias. Aumentar a cobertura na regiões mais pobres e rurais. Formar CAEs como espaço de participação popular. Realizar atividades que aumentem a participação do CAE. Definir critérios que garantam a transparência e a objetividade entre parcerias do setor público e privado. Revisar dos objetivos do programa, promovendo a discussão que inclua a participação a participação popular articulada as políticas de alimentação inseridas nos setores de Saúde e Bem-Estar. Integrar os elementos existentes no município, tais como produtores locais, comércio e indústria. Analisar tanto a estrutura operacional do programa como os aspectos legais que envolvem as compras publicas, buscando-se elaborar novos mecanismos que aproveitem as potencialidades do município como sua própria rede de abastecimento. Potencializar a descentralização do PNAE através do planejamento conjunto entre várias áreas de atuação do poder público, como Abastecimento, Saúde, Promoção Social e Cultura, Esporte e Turismo, junto com a população alvo. Planejar ações de intervenção no PNAE, subsidiadas pelas pesquisas na área, visando a melhoria de sua eficácia. Conferir visibilidade às merendeiras através das políticas públicas de educação e saúde. Atentar às diferenças entre os gêneros. Adequar o PNAE às características dos beneficiários.
3.2.3.7 Demandas de pesquisa
Entre as recomendações, em diversas publicações, aparecem indicativos que
visam colocar demandas para pesquisas posteriores (Quadro 7).Estas foram refe-
rentes àaceitação (motivos da rejeição da merenda, hábitos alimentares), participa-
ção (pesquisas sobre os Conselhos de Alimentação Escolar, debates com os sujei-
tos de pesquisa),avaliação (impactos de ações educativas), contextualização (cir-
cunstâncias históricas, realidade sociocultural, análise de documentos).
68
Quadro 7. Recomendações referentes às Demandas de pesquisa, apontadas para estudos posterio-res.
Demandas de pesquisa
Pesquisar sobre a realidade sociocultural e as circunstâncias históricas a fim de subsidiar e informar a ação pública. Investigar a adequação dos cardápios aos hábitos alimentares. Investigar a relação do PNAE com a evasão escolar. Analisar os motivos da rejeição da merenda. Incentivar pesquisas que incluam os membros do CAE, buscando compreender a natureza do funcio-namento destes conselhos, ampliando os objetos de estudo visando à intervenção social. Incentivar pesquisas que façam análise de documentos. Realizar pesquisas visando conhecer os motivos que condicionam o baixo consumo da alimentação escolar, principalmente em alunos mais velhos. Debater os resultados das pesquisas com os sujeitos envolvidos no processo, com a finalidade de aperfeiçoar os programas subsequentes de forma mais participativa. Pesquisar o impacto das ações educativas que visam promover hábitos alimentares saudáveis nas escolas.
3.2.3.8 Ações Educativas
As 23 recomendações referentes às Ações Educativas em Alimentação e
Nutrição descritas nos estudos estão listadas no Quadro 8. Algumas destas
recomendações se referem a atividades semelhantes e optamos por agrupá-las e
listá-las da maneira como aparecem nos estudos.
A primeira observação que destacamos ao montar este quadro foi: apesar de
apenas 6 dentre os 113 trabalhos terem atividades educativas como objeto de
estudo, a quase totalidade das publicações fazem algum tipo de recomendação
sobre ações educativas. Nos parece que a educação, e neste caso a educação
alimentar e nutricional (EAN), é considerada a priori como uma estratégia capaz de
melhorar o funcionamento do PNAE. Considerando aquilo que descrevemos
anteriormente, de que os beneficiários são os principais objetos/sujeitos de
pesquisa, percebemos que há um pressuposto de que: se os estudantes não
aceitam a alimentação escolar ou não estão dentro do padrão de saúde esperado, é
porque desconhecem os benefícios desta ou as formas de manutenção da saúde. O
pressuposto da ignorância transpassa - mesmo que implicitamente – boa parte
destas publicações.
Isto nos chama atenção para o fato de que independente do problema que o
trabalho esteja estudando, a EAN deve ser parte da solução. A adoção inadvertida
69
deste pressuposto pode acarretar aquilo que chamamos anteriormente de
“respostas simples a perguntas complexas”. Por exemplo, a rejeição dos estudantes
às refeições servidas no PNAE se dá exclusivamente porque eles desconhecem a
importância da alimentação para sua saúde? Colocada desta maneira, esta nos
parece uma afirmação simplória, que não se sustenta na medida em que trazemos
outros aspectos da questão.
Em um dos trabalhos analisados, Bezerra (2009) descreve uma situação
diametralmente oposta a este pressuposto da ignorância. O autor descreve, a partir
de um estudo etnográfico em uma escola pública do Ceará, que os estudantes e
suas mães esperam encontrar na escola alimentos que não são de consumo
frequente em suas casas, como iogurtes e frango assado, por exemplo. Isto nos
leva a pensar que, neste caso, o problema da baixa aceitação da alimentação
escolar não tem relação alguma com a ignorância dos beneficiários, mas talvez com
uma inadequação entre o que é oferecido e o que é esperado. Esta inadequação
pode se dar por inúmeros motivos, alguns dos quais poderemos observar ao longo
das demais recomendações descritas ao longo deste trabalho.
Ainda dentro da descrição das ações educativas podemos perceber que
merendeiras e nutricionistas são vistas como potenciais educadoras e que é
considerado necessário desenvolver este potencial. Em paralelo, foi destacado o
papel do professor “como mediador da educação alimentar”. A “comunidade escolar”
aparece como alvo das ações educativas e a necessidade de avaliação do alcance e
do impacto destas ações foi percebida.
A nutrição como conteúdo curricular e o aspecto pedagógico da merenda
aparecem como formas de incorporar a EAN às dinâmicas da escola. As hortas
escolares surgem como uma estratégia necessária, apesar de não terem sido objeto
de estudo, sendo, portanto, uma prática pedagógica definida a priori.
Portanto, ao descrevermos o Quadro 8, podemos perceber que a EAN tem
sido definida a priori como estratégia para o bom funcionamento do PNAE. Poucos
estudos se dedicaram a estudar as ações educativas em si. De maneira geral, não
há um questionamento sobre o que deve ser ensinado, partindo do princípio de que
isto já está bem definido, e frequentemente estes conteúdos se referem ao campo
da nutrição, o que se apresenta a partir de “hábitos alimentares saudáveis”, “controle
da obesidade”, “conhecimentos em alimentação e nutrição”.
Estas recomendações foram agrupadas em três categorias que sintetizam os
70
posicionamentos e propostas encontrados nos artigos: Desenvolvimento, Avaliação
e Conteúdos e estratégias (Figura 6).
Figura 6. Resumo das categorias relacionadas a ações educativas.
71
Quadro 8. Recomendações referentes a Ações Educativas em Alimentação e Nutrição.
Ações Educativas
Desenvolver ações educativas envolvendo toda a comunidade escolar – alunos, professores, funcionários, familiares - a fim de contribuir com a formação de hábitos alimentares saudáveis e o controle da obesidade. Estender o tempo e o alcance da intervenção educativa. Avaliar o impacto das atividades educativas. Desenvolver instrumentos e métodos mais sensíveis para avaliar o nível de conhecimento em alimentação e nutrição, práticas alimentares e atividade física. Avaliar a inserção de conhecimentos básicos sobre alimentação e nutrição no currículo escolar desde a pré-escola. Orientar pais e escolares a não substituir as refeições por lanches. Estimular o professor como mediador da educação alimentar, garantindo seus direitos trabalhistas e eventualmente empregando a alimentação escolar como Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC). Introduzir no currículo escolar as ações educativas em nutrição, aliadas a prática de atividades físi-cas. Discutir a importância do papel pedagógico da merenda na escola. Desenvolver posturas crítica, reflexiva, cooperativa e autônoma dos docentes, a fim de discutir hábi-tos de consumo, suas consequências e intervenções possíveis. Incluir as merendeiras como potenciais educadoras, revendo os cursos de treinamento que recebem. Desenvolver o papel do nutricionista enquanto educador. Implementar medidas educativas relacionadas a alimentos orgânicos. Reorientar os gastos com a alimentação como estratégia educativa para mudança de hábitos alimen-tares de escolares e suas famílias. Orientar as famílias sobre alimentação saudável. Incentivar o consumo da merenda por intermédio de educação nutricional. Incorporar conhecimentos de nutrição e higiene de alimentos no currículo escolar. Implantar horta nas escolas. Implementar hortas escolares, ministrando aulas teóricas e práticas aos alunos. Inserir a educação nutricional no projeto político-pedagógico da escola, de acordo com as especifici-dades de cada faixa etária. Conscientizar todos os funcionários sobre sua função educativa quando envolvidos na alimentação, especialmente na educação infantil. Orientar os escolares e seus pais para que as refeições feitas em casa tenham a melhor qualidade possível. Incentivar a realização de processos de educação nutricional no ambiente escolar, de acordo com a diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição que diz respeito à promoção da saúde.
Tendo sistematizado estas recomendações e pressupostos, podemos concluir
revisitando os recortes quantitativos expostos anteriormente, compondo a seguinte
síntese panorâmica:
Arremates:
O corpo de conhecimentos produzidos cientificamente no Brasil sobre o PNAE entre
1994-2010 foi construído primordialmente na Região Sudeste, com destaque para o
estado de São Paulo, a partir das áreas da Nutrição e da Saúde Coletiva, seguidas
pelas áreas de Educação e Ciência e Tecnologia de Alimentos. A maior parte dos
estudos são quantitativos e de abrangência local, sendo os estudos teóricos os
72
maiores responsáveis por inferências de abrangência nacional. No âmbito do PNAE
o principal objeto/sujeito de pesquisa é o estudante, seus hábitos, preferências e
estado de saúde. As refeições e as(os) merendeiras(os) responsáveis por seu
preparo aparecem em seguida, com o objetivo de avaliar critérios de qualidade e
higiene. As refeições foram consideradas inadequadas e há necessidade de
melhoria da infraestrutura tanto para o preparo quanto para a distribuição dos
alimentos,nas cozinhas e refeitórios. Ao discutir as condições de trabalho das
merendeiras o foco é na capacitação profissional, sendo apenas uma das
recomendações voltada à garantia de melhores condições de trabalho.A promoção
da saúde na escola não se limita ao PNAE, sendo direcionada à toda a comunidade
escolar. A questão da cantina nas escolas se refere especialmente a oferta de
alimentos, enquanto a discussão sobre a preferência dos alunos parece secundária.
As principais demandas para pesquisa posteriores se referem às questões de
aceitação da alimentação, participação de diferentes grupos na operacionalização
do programa, avaliação de intervenções e contextualização histórico-social. Os
trabalhos colocam diversas demandas para políticas públicas gerais (ambientais, de
gestão, de saúde) e específicas (operacionais, administrativas, inclusivas).
Fios soltos:
A EAN dever sera priori uma estratégia para o bom funcionamento do PNAE?
A chave para a melhoria da qualidade das refeições está na capacitação das
merendeiras e no investimento em infraestrutura adequada?
Em que posição a comunidade escolar (professores, funcionários, família) aparece
nas estratégias em alimentação direcionadas à escola?
Quem está incluído ou excluído das decisões sobre a alimentação na escola?
Como se equaciona o que os estudantes gostam de comer com o que é considerado
adequado servir?
3.3 PARA ALÉM DA PANORÂMICA: MAPEANDO AS TEORIAS.
Em uma revisão realista partimos do princípio de que toda intervenção
é,antes de mais nada, uma ou mais teorias postas em ação. O termo teoria foi
utilizado aqui em um sentido amplo abrangendo pressupostos, expectativas,
73
racionalidades e racionalizações sobre o porque a intervenção pode funcionar.Estas
teorias são listadas antes e durante o processo de síntese, partindo de experiências
e pesquisas anteriores à revisão propriamente dita, apontando alguns caminhos e
possibilidades a serem explorados. Este mapeamento da teoria deve ser amplo e
variado, abrangendo sempre que possível teorias a nível macro, meso e micro
(Pawson et al , 2005).
Um trabalho anterior a esta tese, contribuiu para esta primeira lista de teorias
a serem consideradas. Este trabalho foi produto de uma dissertação de mestrado
desenvolvida por Rebecca Greenwood (2011), em nosso grupo de pesquisa,
concomitantemente com o início desta revisão. Ao longo da pesquisa a autora
desenvolve quatro “caminhos” construídos a partir da observação etnográfica do
cotidiano de uma escola pública do Rio de Janeiro, especialmente em uma turma de
alunos de 9ºano, durante 3 meses do ano de 2010. Ao final da pesquisa estes
caminhos a auxiliaram na realização de grupos de diálogo com os alunos sobre
Alimentação Escolar. Entendemos que estes caminhos são o que estamos
chamando aqui de teorias que fundamentam uma intervenção.
Trazemos ainda algumas teorias que insurgiram das leituras, das discussões
de grupo e de conversas informais com as partes interessadas, dando continuidade
a construção deste mapa que servirá como ponto de partida para nossas análises
mais cuidadosas sobre as publicações científicas e os estudos de caso realizados.
Na Figura 6 estão sistematizadas estas teorias que buscam compreender para que a
Alimentação Escolar existe e porque funciona ou não. Na primeira linha estão
descritas as quatro teorias destacadas no estudo anteriormente citado, que se
referem à alimentação escolar para: Quem precisa; Garantir o direito; Tempo na
escolar e Cuidar do corpo. Na segunda linha estão descritas teorias adicionais, que
complementam e/ou contradizem as anteriores: Cientificidade, Teoria rival,
Descompasso e Movimentos contrários.
74
Figura 7. Mapeamentode teorias sobre a Alimentação Escolar.
3.3.1 Cientificidade
A Cientificidade (teoria 5) se refere aquilo que observamos na análise
panorâmica das publicações, onde pudemos perceber que a produção destes
conhecimentos não é neutra, refletindo pontos de vista, objetivos e ideologias de
determinado campo científico. A partir do momento em que delimitamos isto, nos
parece fundamental considerar abordagens sobre o PNAE que ampliem esse
quadro. Um ponto importante é a invisibilidade dos atores sociais nas análises sobre
o programa. As partes diretamente envolvidas, alunos e merendeiras, são quase que
sempre desconsideradas enquanto sujeitos autônomos e detentores de saberes que
poderiam ser colocador em um patamar além do que de meros “objetos de
pesquisa’”. São tratados como “fonte de dados” e não como sujeitos ativos e que
efetivamente têm muito a contribuir na concepção e avaliação do PNAE.
Os estudantes são rotineiramente avaliados, no que concerne a peso
corporal, frequência de consumo de alimentos e aceitação das refeições oferecidas
na escola, e a partir destas avaliações é gerado o material científico que dá suporte
75
ao planejamento de políticas públicas. A participação dos estudantes na elaboração
destas políticas, caso aconteça, está terminantemente excluída das publicações
científicas neste período de tempo.
Assim como os estudantes, as merendeiras também são invisíveis enquanto
principais sujeitos na operacionalização do programa. Enquanto objetos de pesquisa
são recorrentemente avaliadas, em relação àhigiene no preparo dos alimentos e aos
conhecimentos técnicos que devem apresentar. As capacitações são planejadas a
partir da identificação da necessidade de corrigir as insuficiências técnicas que estas
profissionais apresentam. Raros são os trabalhos que fazem referência às condições
de trabalho terminantemente indignas a que estas profissionais estão submetidas.
Frequentemente são contratadas temporárias do município ou terceirizadas, em
troca de um salário mínimo. A infraestrutura das cozinhas nas quais trabalham são,
em sua maioria, inadequadas. Mesmo quando é possível encontrar uma cozinha
minimamente equipada para atender o volume de refeições demandados em uma
escola (que pode variar de 100 a 1000 refeições/ turno), a quantidade de pessoas
trabalhando para isto passa ao largo do mínimo necessário para uma cozinha
industrial ou semi industrial. Não há cursos profissionalizantes voltados à formação
de merendeiras, sendo frequente a alocação de auxiliares de serviços gerais para
desempenhar este papel. Por outro lado, o perfil profissional pode varia muito, sendo
possível encontrar profissionais com curso superior exercendo esta função. Apesar
de grandes avanços terem sido realizados no sentido de ampliar o espectro do
PNAE enquanto garantia de direitos, as merendeiras tem sofrido o efeito inverso. A
progressiva dilapidação de direitos trabalhistas e a manutenção de uma relação
“doméstica” de trabalho parecem ser questões urgentes para a realização de uma
política pautada no direito e na participação social.
Outro elemento social fundamental para a organização do PNAE são os
Conselhos de Alimentação Escolar (CAE), que podem ser formados por profissionais
envolvidos no PNAE, professores e funcionários de escolas, alunos e pais de
alunos, bem como demais membros da sociedade civil, e que têm a função de
acompanhar, regular, fiscalizar e propor acerca do funcionamento do programa. A
não existência deste representa para um município a possibilidade de corte no
repasse dos recursos federais para a Alimentação Escolar por parte do FNDE. Além
desta centralidade normativa desta instância para a execução do programa, a
análise do Censo Escolar encontrou associação estatística positiva entre a
76
existência de CAEs ativos e a realização de atividades de educação alimentar e
nutricional nos municípios (Frozi et al, 2012). Infelizmente os CAEs são outro
elemento invisível na maior parte das pesquisas, não existindo estudos qualitativos
preocupados em discutir e refletir sobre as ações dos CAEs, e delimitando de forma
mais concreta a sua importância, seus limites e possibilidades para além das
questões meramente formais e legais.
A teoria da cientificidade resume suas ações aos elementos biomédicos e as
aplicações de conteúdos e lógicas como a de balanço energético. A promoção da
alimentação saudável é associada a uma “alimentação adequada” e a realização de
atividade física, depositando no indivíduo a responsabilidade total por estes
processos. Adicionalmente, cabe ao profissional sabedor do conhecimento orientar e
apresentar as informações corretas, desconsiderando totalmente aspectos sociais e
psicológicos que são parte central nos processos de saúde e doença.
3.3.2 Teoria Rival
A Teoria Rival ocupa um papel importante em uma revisão realista, uma vez
que põe em pauta o que não funciona. Neste caso, nossa teoria rival é de que no
campo das práticas o PNAE não atende aquilo que se propõe, uma vez que as
realidades locais são extremamente distintas. Esta teoria deve ser considerada em
estudos que se dispuserem a avaliar o PNAE de forma mais abrangente, visando
atender a garantia do direito à alimentação escolar.
3.3.3 Descompasso
O Descompasso surge aqui como um elemento fundamental na elaboração
das análises dos estudos de caso posteriores. Identificamos até então que os
conceitos de alimentação saudável são postos em pauta alheios a participação da
comunidade escolar. Uma vez que as legislações sobre o PNAE se dispõem a
incentivar práticas que estimulem o desenvolvimento local, a considerar hábitos
77
regionais e a realizar EAN para a formação de hábitos alimentares saudáveis, estes
conceitos não podem ser definidos à priori, à revelia do entendimento local sobre
estes. Nesse sentido, aparece um descompasso, entre os setores da saúde e da
educação, uma vez que mesmo dentro das Secretarias de Educação, são em sua
maioria, profissionais de saúde que planejam e executam funções referentes ao
PNAE. Por maior que seja a dedicação destes profissionais, em sua maioria
nutricionistas, em pensar intervenções e estratégias que atendam às necessidades e
demandas das escolas, por vezes estas tentativas são frustradas. Atribuímos isto a
uma diferença de objetivos e pressupostos entre os campos de conhecimento da
saúde e da educação. Enquanto no campo da saúde são frequentes os termos
“intervenção”, “mudança de hábitos”, “diagnóstico”, no campo da educação fala-se
em “processos”, “autonomia”, “compreensão”. Decerto que estes termos se
mesclam, e a divisão de campos não se dá em espaços isolados. Não por acaso,
destas mesclas surgem propostas em educação em saúde que de fato harmonizam
estes dois campos. Entretanto,a dificuldade de compreensão entre campos ainda é
expressiva e dela derivam diversos outros problemas. Um deles, são os Movimentos
contrários.
3.3.4 Movimentos contrários
O principal argumento dos Movimentos contrários é que oferecer alimentação,
independente do motivo, não é papel da escola. Esse posicionamento costuma estar
associado ao rechaço às campanhas assistencialistas que deram início ao PNAE,
nas quais o objetivo maior era “dar de comer a quem tem fome”. Naquele momento,
em meados da década de 1950, a alimentação escolar cumpria o papel de remediar
as condições de extrema pobreza em que muitos alunos estavam inseridos. Este
argumento era sustentado pela relação desnutrição / fracasso escolar, que apontava
a fome crônica como o principal motivo para o baixo desempenho dos alunos pobres
na escola. Ainda hoje é possível encontrar argumentos que se sustentam no apelo
de que “a merenda é a única refeição do dia para estas crianças”. Decerto que,
lamentavelmente, isto é real ainda hoje no Brasil. Contudo, estes posicionamentos
contribuíram para a estigmatização da alimentação escolar como “comida de pobre”,
78
ou de quem “passa fome”. É comum encontrar alunos que relatam se sentir
envergonhados de comer na escola, porque “eles tem comida em casa”, e portanto,
não precisam comer na escola.
A percepção deste quadro leva muitos educadores a se posicionarem contra a
presença da alimentação gratuita preparada e servida na escola, sob o argumento
de que o que deveria ser feito é investir na melhoria das condições de vida destas
comunidades. Sem dúvida isto é urgente e a situação atual de muitas famílias fere a
dignidade humana. Entretanto, o que precisamos manter em mente é a garantia do
direito à alimentação adequada e saudável inerente a todos os alunos, independente
da condição social em que se encontra. Esta garantia sim, poderia, de fato, mudar o
entendimento do senso comum sobre a presença da alimentação na escola.
Outro fator importante que alimenta esses movimentos contrários é a
sobrecarga de funções atribuída especialmente as diretoras e diretores das escolas.
Ao mesmo tempo em que o gerenciamento local do PNAE atribui mais autonomia e
adaptabilidade às escolas, também acrescenta um grande volume de trabalho.
Formalmente não há um funcionário destinado a exercer estas funções
administrativas e operacionais na escola, e na maior parte das vezes esta função
fica a cargo das diretoras e diretores, que por vezes elegem algum outro funcionário
para dar suporte.
3.4. TRAÇANDO UM PLANO DE AÇÃO.
Estas presenças e ausências refletem ideologias e modelos de participação
social que valem estudos posteriores mais aprofundados.Entremeadas nestas
teorias mais abrangentes, podemos destacar alguns pressupostos ou teorias
subjacentes lançando algumas luzes sobre nossas questões. Algumas delas são as
seguintes:
- As refeições são de baixa qualidade quando não há capacitação das
merendeiras e infraestrutura adequada.
- Os alunos não aceitam bem a comida, porque desconhecem a importância
das refeições ou por que tem outras preferências.
- O PNAE é um instrumento para o desenvolvimento local.
79
- O bom funcionamento do PNAE depende da postura dos gestores locais.
- A execução do PNAE é vinculada às Secretarias Municipais de Educação,
sob a coordenação de profissionais de saúde (nutricionistas).
Poderíamos desenvolver cada uma dessas teorias e pressupostos,
entretanto, atendendo ao intuito deste trabalho nos propusemos a investigar
especificamente dois pontos:
- A EAN é necessária para a formação de bons hábitos alimentares, e portanto, para
melhorar a aceitação da alimentação escolar.
- O professor impõe resistência à atividades de EAN na escola.
Estes pressupostos, que aparecem implícitos em diversos artigos, podem
estar refletindo um entendimento específico, que se relaciona com nossa teoria 7,
Descompasso. Partindo do princípio de que até então investigamos os pontos de
vista das publicações mais voltadas ao campo da saúde, nos voltamos agora às
práticas, no campo da educação. Mantivemos nosso foco na EAN, investigando
quais propostas os professores relatam realizar e que novos elementos estas
poderiam trazer à elaboração teórica em EAN.
Portanto, diante deste mapeamento das teorias, passamos a uma nova etapa,
que visa trazer elementos empíricos oriundos dos trabalhos de campo. Faremos
uma descrição metodológica detalhada e logo após são apresentados os dados que
destacamos dos estudos de caso.
80
4 ESTUDOS DE CASO
4.1 DESENHO METODOLÓGICO
Estes estudos de caso foram realizados com o intuito de pensar a
Alimentação desde suas práticas cotidianas na escola até as políticas e programas
que estejam relacionados ao tema, pensando quais apontamentossinalizam à EAN
na escola e suas relações com a educação em ciências e a educação em saúde.
Para isto, o desenho metodológico dos trabalhos de campo consistiu em um
estudo de caso múltiplo integrado (Yin, 2010), no qual cada cidade representa um
contexto e cada escola, um caso. Considerando a diversidade de um país com as
dimensões do Brasil, nos propusemos a estudar uma escola em cada região.
O procedimento de coleta de dados se deu a partir do banco de dados do
Censo Escolar de 2004, disponibilizado pelo INEP (Instituto Nacional de Estatística e
Pesquisa), referente a todo o país. Neste foram selecionados, em cada uma das 5
regiões, os estados que possuíam um maior percentual de escolas que afirmavam
realizar EAN, totalizando cerca de 36% das escolas. Os estados com os maiores
índices em cada região foram Espírito Santo, Sergipe, Rio Grande do Sul, Goiás e
Amapá. Em cada um destes estados foi selecionada a cidade com mais de 100 mil
habitantes e que possuísse o maior percentual que afirmava realizar EAN, a saber:
Vila Velha (ES), Aracaju (SE), Caxias do Sul (RS), Aparecida de Goiânia (GO) e
Macapá (AP).
Após a seleção das cidades e aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa do
Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, iniciaram-se os contatos para autorização
do estudo nas Secretarias Municipais de Educação de em cada uma das 5 cidades.
Pediu-se ao responsável pelo setor de alimentação escolar que indicasse uma
escola que se destacava em relação as práticas de EAN. O objetivo era conhecer de
perto experiências de qualidade e que estavam apresentando bons resultados.
A coleta de dados foi realizada por três pesquisadores e ocorreu entre maio e
novembro de 2011, durante 10 a 15 dias em cada cidade, consistindo em
observação não participante do cotidiano das escolas durante o período referido,
visando identificar como, quem, quando, onde e de que maneira se come na escola.
81
Para auxiliar no registro da observação, fizemos um guia de observação onde
constavam alguns aspectos que nos interessavam, com o objetivo de facilitar a
triangulação e a compilação dos dados. Foram também realizadas entrevistas
semiestruturadas com a(o) Responsável Técnica(o) da Alimentação Escolar no
município, as(os) Diretoras(es) das escolas selecionadas, Professoras(es) de
Ciências, Merendeiras e outros profissionais que desenvolvessem atividades
pedagógicas relacionadas ao tema, em algumas cidades também foram
entrevistados representantes dos CAEs, pesquisadores vinculados a Centros
Colaboradores de Nutrição Escolar (CECANEs), gestores estaduais e
representantes de cooperativas que fornecem alimentos para o PNAE. Além disso
foram feitos grupos de diálogo com cerca de 25 alunos em cada escola, a partir da
exibição do vídeo “Caminhos da Alimentação Escolar”. Foram coletados ainda
documentos, legislações, formulários, cardápios e materiais com fins pedagógicos
relacionados a alimentação escolar e/ou educação alimentar e nutricional.
No planejamento da análise, os diferentes atores sociais representaram as
unidades integradasde análise, sendo os professores priorizados para iniciar o
processo analítico. As entrevistas semiestruturadas foram feitas ao final do período
de observação, e iniciavam com a seguinte questão: você poderia nos contar a
quanto tempo leciona e como chegou até esta escola? Desta forma cada entrevista
foi conduzida de acordo com as subjetividades de cada professor. Outras questões
mais específicas de nosso interesse foram sobre atividades relacionadas à
alimentação e nutrição, se identificavam ou não relações entre os conteúdos
curriculares e a alimentação escolar, e assuntos relacionados que surgissem
durante a entrevista. As questões foram colocadas ao longo da conversa, de acordo
com aquilo que os entrevistados destacavam como relevante em seus pontos de
vista.
As entrevistas foram transcritas e as principais subunidades de análise foram
identificadas. Estas subunidades foram representadas pelos pontos convergentes ou
complementares relacionados às experiências dos professores. Estes pontos foram
agrupados em tópicos e uma narrativa compreensiva foi escrita com o objetivo de
criar sentidos entre os diversos apontamentos. As experiências que não obtiveram
convergências com os pontos de vista de outros professores não foram descartadas,
mas utilizadas como observações particulares, enriquecendo o quadro analítico.
82
As principais questões que direcionaram a coleta e análise dos dados foram:
quais estratégias pedagógicas em EAN são utilizadas nas escolas? Como estas
estratégias se relacionam com os contextos específicos nas diferentes cidades?
Quais observações acrescentam construções teóricas à EAN na escola?
Em conjunto com as questões de pesquisa, os estudos de caso apontam
proposições teóricas e suas proposições contrárias, que orientaram a coleta e
análise de dados. A principal proposição teórica desta etapa do trabalho foi de que a
comunidade escolar, em especial os professores, desempenham atividades
pedagógicas que acrescentam novos olhares à elaboração do quadro teórico em
EAN. A proposição contrária a esta seria de que os professores executam atividades
estritamente relacionadas ao currículo formal focando nos conteúdos e, portanto,
não criariam estratégias e posicionamentos críticos que pudessem acrescentar
novos pontos de vista ao quadro teórico em EAN.
Diante destas proposições e com as questões de pesquisa em mente,
realizamos uma síntese cruzada dos dados, visando a replicação teórica, com o
objetivo de identificar como as observações de campo se aproximaram de nossas
proposições iniciais.
4.2 CONHECENDO O CAMPO: ALGUNS DADOS SOBRE AS CIDADES.
4.2.1 Aracaju
Localizada na região Nordeste do território Brasileiro, Aracaju, capital do
estado de Sergipe, é um município que diferente dos demais, não surgiu
espontaneamente, mas foi planejada para ser a sede do Governo do Estado, com o
nome de Santo Antônio do Aracaju. Com área de 181.857 Km², é o município mais
populoso do Estado, com cerca de 587.701 habitantes (IBGE 2012), população que
vem crescendo nos últimos anos. É uma das capitais com menor índice de
desigualdade no Nordeste brasileiro e vem apresentando uma grande queda no
índice de mortalidade infantil. O mercado de serviços, seguido pelo de indústria é o
maior responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) do município, sendo a
83
agropecuária o de menor contribuição, visto que o município não possui zona rural.
Aracaju faz divisa com os municípios de São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro
e Santo Amaro das Brotas, e possui um extenso litoral que atrai turistas durante todo
o ano (IBGE, 2010).
Figura 8. Informações sobre a escola em Aracaju.
4.2.2 Macapá
Pertencente ao extremo Norte do Brasil, o Município de Macapá, capital do
Estado de Amapá, foi criado em setembro de 1856, constituído por 05 distritos:
Macapá, Bailique, Carapanatuba, Fazendinha e São Joaquim do Pacuí. O município
é banhado pelo braço norte do rio Amazonas e fica ao sul do estado, onde passa a
linha do equador. Com uma população estimada em 415.55 habitantes, (IBGE,
2012) em que 95,7% são residentes de área urbana e uma área total de 6.408,545
km², Macapá apresentou um grande salto no seu crescimento populacional ao longo
dos últimos anos, alterando o quadro demográfico da região, que era mais populoso
84
nas faixas etárias menores e agora passa a crescer nas faixas de idade mais
avançadas. Na economia do município, há destaque para o setor terciário, que tem
maior contribuição no Produto Interno Bruto (PIB), além do comércio e da presença
do extrativismo vegetal, com destaque para a produção de madeira, laranja, banana
e mandioca. (IBGE, 2010).
Figura 9. Informações sobre a escola em Macapá.
4.2.3 Caxias do Sul
Situada na Região Sul do país, no estado do Rio Grande do Sul, o município
de Caxias do Sul pertencia a uma região ocupada por índios e chamada "Campo
dos Bugres", até ser ocupada por agrupamentos de imigrantes oriundos da Itália, em
1890. Com aproximadamente 446.911 habitantes (IBGE 2012) – 96,3% residentes
em área urbana- e extensão territorial de 1.644 km², Caxias do Sul vem
apresentando um crescimento populacional ao longo dos anos e apresenta a faixa
85
etária mais expressiva da população sendo a de adultos (25 a 59 anos de idade).
Quanto à economia, o setor de serviços e comércio lidera a participação no Produto
Interno Bruto (PIB) do município, logo seguido pela indústria, enquanto que a
participação da agricultura nesse índice é muito pequena. Com incidência de
pobreza de 20,93%, Caxias do Sul está há nove anos em primeiro lugar no Índice
que mede a qualidade de vida (IDESE) no Estado (IBGE, 2010).
Figura 10. Informações sobre a escola em Caxias do Sul.
4.2.4 Aparecida de Goiânia
Localizada na região Centro-oeste do país, no estado de Goiás, Aparecida de
Goiânia é um município de aproximadamente 455.657 habitantes, que levou esse
nome pela grande devoção dos habitantes à Nossa Senhora Aparecida, motivo pelo
qual doaram parte das terras à igreja no começo do século XX. Com 288km² de
86
extensão, Aparecida de Goiânia tem praticamente toda sua população (99,9%)
residente em áreas urbanas, e apresentou um grande salto no crescimento
populacional nos últimos anos. Em sua pequena extensão rural, a pecuária, com a
criação de gado bovino, é uma das atividades econômicas da região, porém, a
indústria extrativa de areia para construções, pedras e barro comum para fabricação
de tijolos é que predomina na região, em que há grande proliferação imobiliária. O
setor de serviços e indústrias são os maiores responsáveis pelo Produto Interno
Bruto (PIB) da região, que é tida como o segundo maior colégio eleitoral do estado
de Goiás. O índice de pobreza é um dos menores do estado, enquanto que o índice
de distribuição de renda não se distancia dos demais municípios da região.
Figura 11. Informações sobre a escola em Aparecida de Goiânia.
87
4.2.5 Vila Velha
O município mais antigo do Espírito Santo, capital do estado até 1549, passa
a ser a “Vila Velha” quando a atribuição de capital é transferida à Vitória. Situada a 5
km de Vitória as duas cidades são interconectadas por 3 pontes que atravessam um
extenso braço de mar (Prefeitura de Vila Velha, 2011). É o município mais populoso
do estado, com 414.420 habitantes distribuídos em 209 km2. Seus 32 quilômetros de
litoral, lhe atribuem uma intensa atividade portuária, pesqueira e turística. O
município é predominantemente urbano e industrial – 99,5% da população residem
em área urbana - sendo o mercado imobiliário e o polo de confecções os setores
com o crescimento mais expressivo, além dos importantes terminais portuários que
movimentam o setor de comércio exterior. Esta predominância industrial tem em
contrapartida uma atividade agrícola pouco expressiva, configurando uma das
menores áreas plantadas do estado. Os índices de pobreza do município estão entre
os menores do estado, entretanto a desigualdade na distribuição de renda e as
taxas de mortalidade infantil são das mais expressivas (IBGE, 2010).
Figura 12. Informações sobre a escola em Vila Velha.
88
4.3 CONVERGÊNCIAS, COMPLEMENTARIDADES E CONTRADIÇÕES: UMA
SÍNTESE CRUZADA DE DADOS.
Quando os professores de ciências foram perguntados se percebiam relação
entre o trabalho que desempenhavam e temas relacionados a alimentação e
nutrição, todos descreveram estratégias pedagógicas que vão além do currículo
formal. Ao analisar as entrevistas, realizando uma síntese cruzada de dados,
pudemos identificar três temáticas principais para discussão. São elas: o cozinhar e
a cozinha, a saúde corporal e as hortas escolares.
4.3.1 Trabalhando na cozinha: juntando conhecimento técnico-científico com
as atividades profissionais.
O professor entrevistado em Aracaju (SE) era graduado em Licenciatura em
Nutrição e Dietética, curso atualmente extinto, sendo oferecido apenas o
bacharelado em Nutrição. Em sua trajetória profissional atuou como profissional de
saúde por vários anos, até que foi contratado como professor de ciências pelo
município de Aracaju. Ministra aulas de biologia para o 9ºano do ensino fundamental,
identificando diversas possibilidades de integração entre os currículos de ciências e
questões de saúde. Este professor desempenha simultaneamente dois papéis;
professor de ciências e profissional de saúde:
É interessante, pelo menos a, a na minha historia a nível pessoa né, na época, é... oitenta e quatro, oitenta e cinco, oitenta e cinco né, quando eu fui contratado pela prefeitura não tinha concurso né, e tanto o estado como o município, porque eu, eu fui também professor do estado, não existia o cargo de nutricionista no quadro, né, de funcionário, nem do estado nem do município e coincidentemente, como eu tinha feito né, a licenciatura eu fui aproveitado como professor, né e fui trabalhar, ainda trabalhei um período com, é... a parte de alimentação, a parte de nutrição, fiquei à disposição da secretaria de saúde, trabalhando com suporte né, pra, é ... aquelas mulheres né, na fase de amamentação que precisavam de um reforço em termos de alimentação, era um programa do governo, depois eu voltei pra... a secretaria da educação, fui trabalhar, educação dos jovens e adultos supletivo né, segundo grau, no estado e fui ocupar alguns cargos, é... na, na esfera do município, na prefeitura, mais na educação. (PFAracaju)
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Ele aponta o PNAE como um elemento chave a ser explorado como ambiente
pedagógico nas escolas, propondo um projeto que visa utilizar a cozinha como um
laboratório, aproximando temas científicos e práticas culinárias. Além disso, levantou
a proposta de que a cozinha da escola fosse utilizada com ambiente de aprendizado
profissionalizante. Os alunos teriam a possibilidade de aprender a produzir alimentos
panificados, confeitaria e afins, com o objetivo de serem apresentados à opções de
trabalho que possam vir a desempenhar.
Quando questionado a respeito de como percebe o papel das merendeiras
nesse processo, ele tem o seguinte posicionamento:
Olha, é... infelizmente a realidade do município de Aracaju é que as merendeiras, é... com uma formação né, com uma preparação pra tal, né, elas tão saindo, elas tão saindo do quadro da prefeitura. Estão se aposentando, algumas estão vindo a, a falecer. A gente já teve aqui na escola, até quatro... merendeiras com formação, ótimas né, porque a gente verificava a prática delas em todo sentido, sentido de higiene e tudo mais, só que infelizmente hoje a gente tem UMA, apenas, que é do quadro EFETIVO né, contratada MESMO como merendeira e com todo, com toda qualificação com todo preparo pra isso. E o pessoal que ajuda né, é o pessoal que é prestador de serviço, inclusive não tem o vínculo mais, mais FORTE com a organização.(...) Sim, então agente não tem mesmo, quer dizer, a, a, as pessoas que servem como prestadoras de serviço, elas prestam serviço de uma forma geral, limpeza, é... “varrição”, auxiliar de disciplina, né, que agente tem carência, né desses profissionais específicos dentro da escola, inclusive a... a própria merendeira em si, agente não tem mais, um quadro, digamos assim, formado, pra que possa trabalhar na escola. Essa é uma das carências também, infelizmente. Há a necessidade né, de que a secretaria, através da prefeitura, ela venha promover, concursos né, pra poder ocupar esses cargos né, merendeira, auxiliar de disciplina, né, que são, elementos importantes ne no trabalho que agente faz dentro da escola. A gente dispõe hoje por incrível que pareça, pra uma escola de mais de quatrocentos alunos, uma merendeira. Claro que ela não tá trabalhando hoje sozinha, ela trabalha com outras pessoas mas não tem informação, né. São prestadores de serviço que inclusive não tem nem...carteira assinada nem um vínculo contratual maior, eles passam três meses e são dispensados. Então, assim que eles começam a aprender alguma coisa, vão pra fora. É preciso que, como eu disse anteriormente, que a prefeitura realize concurso público pra isso né, pra preencher essas vagas, que há uma carência muito grande (PFAracaju).
Neste ponto podemos retomar as teorias identificadas anteriormente tecendo
algumas relações. Neste relato surge a precarização da função de merendeira, a
ausência de novas contratações e o número limitado de profissionais com formação
específica. Pensando nas engrenagens que movem o PNAE que foram
sistematizadas na Figura 5, destacamos a ausência quase que total de discussões
sobre as condições de trabalho a que as merendeiras estão submetidas. O
90
professor, no entanto, percebe a sucatização desta categoria profissional como um
ponto fundamental nas limitações de desempenho do programa. Possivelmente por
sua formação em nutrição, o professor faz uma avaliação mais operacional da
cozinha e das cozinheiras, identificando lacunas não mencionadas por outros
professores.
Suas contribuições também se relacionam à outra grande ausência que
percebemos nas publicações, relativa à baixa aceitação das refeições por parte dos
alunos. O professor relata sua experiência anterior como responsável técnico (RT)
da alimentação escolar, antes da descentralização da gestão do PNAE:
Eu por volta de...eu trabalhei com, com alimentação pra gestante na secretaria de saúde, e trabalhei também como responsável pela merenda escolar do município, mas isso numa época, que agente não conseguia ter é...nenhuma ingerência em relação por exemplo à compra de alimento, a cardápio, foi num momento em que, se não me engano, era FAE, Fundação de Alimentação Escolar, a nível federal, a nível de governo federal que já definia os cardápios, e eram alimentação praticamente sem prontas, eram sopas, eram mingaus então praticamente a gente só fazia mesmo receber e repassar para as escolas. Claro que houve uma evolução e hoje a gente infelizmente ainda não sabe usar, o resultado dessa evolução que são as compras descentralizadas, já podendo se colocar no cardápio alimentos que são característicos, típicos, da nossa região. O período que eu passei foi esse período assim, onde a gente ficava amarrado, engessado a um cardápio nacional, a um mingau que muitas vezes a criança se quer tinha coragem de colocar uma colher na boca (PFAracaju).
Neste caso o professor associa a rejeição dos alunos com a inadequação da
refeição, de modo que historicamente a questão não passava pela necessidade de
fazer EAN ou pelas cantinas escolares. O centro da questão se referia a cardápios
inadequados, monótonos, destinados a “matar a fome”, sem fazer alusão alguma ao
sabor, a formação de hábitos alimentares ou ao prazer de comer. A descentralização
do PNAE (após 1994) abriu possibilidades de adequação dos cardápios às
realidades locais, mas ainda hoje a rejeição da alimentação escolar é expressiva.
Apesar da rejeição ainda ser grande, o professor percebe uma melhoria
significativa na qualidade das refeições, atribuindo a isto a atuação dos CAEs:
“Porque hoje, com a criação dos conselhos agente tem a possibilidade das compras
de acordo com...o costume, de acordo com a cultura das localidades onde estão
inseridas as escolas.” Mais uma vez o professor sinaliza um aspecto ao qual foi
relegada pouca importância nas publicações analisadas previamente na revisão. Os
CAEs são quase invisíveis na produção científica sobre o PNAE e, no entanto, foi
colocado pelo professor como o fator determinante para garantir a adequação
cultural dos cardápios.
91
Ao observar os cardápios nas 5 cidades visitadas, foi possível perceber que a
proposta de incorporar a este os alimentos regionais, muitas vezes é levada a cabo
pela inserção de “pratos típicos”. Isto pode estar refletindo um conceito limitado de
cultura, por parte das nutricionistas responsáveis pela elaboração destes cardápios.
A ampliação deste conceito nos permitiria, por exemplo, observar o entorno das
escolas e conhecer quem são seus estudantes e suas famílias. Mais uma vez o
professor contribui para esse entendimento com o seguinte relato:
Há uma relação (dos estudantes) com quem comercializa alimentos, porque agente fica próximo aqui à central de distribuição, ao CEASA, então alguns dos alunos eles são filhos de comerciantes de hortifruti granjeiros, né, é..vendedores de laranjas, vendedores de banana, então pelo menos nesse sentido eles...esses já demostram algum conhecimento, já algum hábito em relação ao consumo desses alimentos (PFAracaju).
Este dado enriquece nossa análise sobre esta escola, na medida em que traz
uma especificidade relacionada ao ambiente familiar dos estudantes, que contribui
para a elaboração de estratégias mais pontuais, mais específicas, que se utilizem
desta característica. Neste caso, por exemplo, uma intervenção de EAN visando
promover o consumo de legumes, verduras e frutas talvez fosse absolutamente
desnecessária. Decerto que para a nutricionista responsável pela elaboração do
cardápio a nível municipal é inviável pensar estratégias específicas para cada
escola. Primordialmente esta seria uma atribuição do campo da pesquisa, abrindo
novos horizontes para ampliar as visões sobre EAN e PNAE. Diante da
predominância de pesquisas a nível local que percebemos na revisão poderíamos
propor, por exemplo, que fossem exploradas estas especificidades. Que fossem
ouvidos os estudantes e seus familiares,os atores da escola, os membros do CAE,
gerando conhecimentos que ampliem e enriqueçam as abordagens culturais. A partir
das contribuições inovadoras das pesquisas, pode ser possível fornecer aos
responsáveis técnicos elementos para elaborarem suas ações no campo das
práticas. Seguir avaliando o PNAE sob uma perspectiva diagnóstica, apontando o
que não funciona, culpabilizando estudantes e merendeiras, e propondo soluções
monológicas restritas a áreas de conhecimento específicas, não surtirá efeitos
positivos concretos na execução desta política pública.
Adicionalmente, o entendimento deste professor sobre a cozinha escolar
passa não só pelos aspectos operacionais, mas também pelos pedagógicos. Ele
relata uma proposta, ainda não executada, de trabalhar a cozinha como um espaço
92
de formação profissionalizante dos estudantes que estejam cursando o final do
segundo ciclo do ensino fundamental, associando a isto os conteúdos curriculares:
É...na formação, na implantação do projeto de nutrição aqui na escola a gente poderia trabalhar com alunos no nono ano, em função já dos primeiros conhecimentos, em relação, né os conhecimentos básicos em relação à biologia, física e química, se utilizando, né, da cozinha como laboratório né, até pra... uma qualificação profissional pra que eles aprendam né, o preparo dos alimentos, a preparar doces e salgados, a confeitar, enfim é... tudo aquilo que pudesse ser produzido na cozinha, claro que aí a gente dependeria muito da participação da secretaria tanto no fornecimento dos insumos quanto também na definição de uma politica de segurança ne em função dos riscos que se corre dentro da cozinha, exatamente pra que a gente pudesse garantir a segurança desses alunos dentro da cozinha (PFAracaju).
O entendimento do espaço da cozinha e do refeitório como um espaço
pedagógico também foi percebido por outro ponto de vista; o da socialização. Nesta
mesma escola, a coordenadora pedagógica e o diretor costumavam acompanhar os
alunos no horário das refeições (Figura 13). A intenção relatada por eles era de
garantir a ordem (organizar as filas, distribuir os sucos) e de orientar sobre o
comportamento deles à mesa, por exemplo. Nesse sentido o PNAE desempenha um
papel enquanto espaço de socialização, proporcionando vivências onde os
educadores incorporam aprendizagens relacionadas à convivência social.
Figura 13. Cozinha e refeitório da escola em Aracaju. Merendeiras servindo os estudantes e coordenadora pedagógica orientando sobre o comportamento nas refeições.
93
Em Caxias do Sul (RS) e em Aparecida de Goiânia (GO) também observamos
esta relação pedagógica entre o PNAE e a socialização do aluno. Nestes casos,
tínhamos uma escola do primeiro segmento do ensino fundamental com apenas
uma turma por anoe uma escola de tempo integral. No caso da escola do sul, o fato
de ser pequena, viabiliza o acompanhamento de cada professor responsável de sua
turma, os professores a acompanhavam no horário das refeições. A diretora da
unidade, baseando-se em experiências anteriores, identifica alguns pontos
importantes envolvidos na aceitação dos alunos:
A gente consegue perceber aonde sobra a merenda escolar, aonde não sobra e porque. (...) A...sobra...a gente percebe assim, desde o preparo, né, desde o preparo até o momento de servir. Então, assim, uma comida quente, ela fica mais saborosa...uma comida onde eu tô vendo me servirem ou eu posso me servir; eu né, a criança. Existe uma diferença muito grande. O olho come também né, o sentimento faz parte disso também. E a nossa merendeira, felizmente, ela tem todo este cuidado.(DNCaxiasdoSul)
Neste trecho ela descreve dois aspectos fundamentais em relação ao comer.
Um é a temperatura adequada da refeição, fator determinante para o sabor da
comida. Relevante ela ter apontado isto, uma vez que o problema da manutenção da
temperatura das preparações em cozinhas semi-industriais é uma questão
primordialmente de infraestrutura. Percebemos na revisão anterior que a
inadequação da infraestrutura das escolas aparece como uma das problemáticas
mais relevantes nas pesquisas sobre o PNAE. Nas escolas visitadas estes
problemas eram menos evidentes, uma vez que sabíamos que estávamos em
unidades que haviam se destacado de alguma forma, e não por acaso, nos foram
indicadas pela Secretaria de Educação dos municípios. Na Figura 14, podemos
observar o local onde é feita a distribuição da refeição, em cubas adequadas e com
controle de temperatura, onde estudantes e merendeira interagem.
Lamentavelmente esta não é a realidade na maior parte das escolas brasileiras,
onde as cozinhas ainda são equipadas como cozinhas domésticas. Nesta escola a
merendeira também desempenhava papel pedagógico, na medida em que era
responsável pela distribuição dos alimentos, acompanhando de perto as
preferências e escolhas dos alunos, interagindo com eles.
Portanto, o destaque dado pela diretora à temperatura e ao sistema de
autosserviço não é um argumento meramente técnico. Ela traz a dimensão afetiva
do sabor, dos sentidos, dos sentimentos envolvidos na comensalidade.
94
Figura 14. Merendeira servindo e orientando os estudantes na escola em Caxias do Sul.
Na escola no cerrado, a situação entre os alunos menores era a presença dos
professores na mesma grande mesa em que eles comiam, toda a turma junta. Em
relação às turmas de alunos maiores isso não ocorria, porém por ser uma escola de
tempo integral a maior parte dos professores comiam regularmente na escola,
utilizando a fila e dirigindo-se a uma mesa específica em que comiam alguns
professores, visitantes e funcionários da administração (Figura 10).
95
Figura 15. Adultos e crianças juntos na hora da refeição em Aparecida de Goiânia.
4.3.2. A comida como fonte de saúde.
Outras experiências, especialmente em Caxias do Sul (RS) foram relacionadas
a alimentos industrializados, sua praticidade e valor econômico e a relação entre
consumo alimentar e doenças crônicas. Na pequena escola em Caxias do Sul, onde
todos se conheciam, observamos um caso que deu destaque a esta relação
doenças/alimentação. Um aluno do 5º ano havia sido repetidamente hospitalizado
por conta de complicações decorrentes de diabetes e hiperlipidemia. Sua
hospitalização, que foi associada a sua obesidade, causou grande comoção na
escola. Estes episódios colocaram o foco das atividades relacionadas a alimentação
96
e nutrição em questões relacionadas ao controle da obesidade e a promoção de
dietas para controlar o peso corporal. Interessante sinalizar que esta foi a única das
seis escolas visitadas, onde a obesidade era tida como um problema a ser
combatido. Nas demais escolas, este assunto não teve tamanho destaque. O relato
da professora coloca esta relação entre a presença de um aluno obeso e a
intensidade com que as temáticas sobre alimentação saudável são incluídas no
currículo:
Sim, na parte de ciências, na parte de ciências ali a gente trabalha todo o corpo humano, todos os aparelhos que fazem parte do corpo humano, inclusive o aparelho digestório, no qual a gente pode incluir mais especificamente a alimentação, mas é trabalhado como um todo (...) que daí a gente consegue então incluir mais especificamente a alimentação. Mas como tem até, inclusive eu tenho ... um aluno em específico nessa minha turma que tem problemas de obesidade, e que ... ele já teve várias complicações né de saúde por conta disso, sempre que eu posso ... tocar no assunto, fazer pesquisas, fazer algum trabalho relacionado a uma alimentação mais saudável, eu, eu procuro incluir. (...) Mas assim, também não vi grandes resultados de, de mudança de postura dele. Então não, não traz constrangimentos, ele fala normalmente, ele participa das atividades propostas normalmente, mas ele, ele ouve, ele entende, ele diz que ele compreende, ele faz ... faz um paralelo mas na hora de botar em prática, não, a gente não percebe isso.(PLCaxias do Sul).
Nesse sentido a postura dela vai ao encontro do que percebemos anteriormente
na teoria 5 da Figura 6, onde a cientificidade toma a forma de uma estratégia de
promoção de saúde, que passa pela transmissão de conteúdos científicos através
de práticas educativas postas em prática por professores capacitados. Como ela
mesma relata, esta estratégia não foi bem sucedida na tentativa de mudar o
comportamento da criança. A relação obesidade/doença deve ser mais
cuidadosamente analisada.
A estigmatização da obesidade tem sido normalizada nas sociedades
contemporâneas e muito disto se deve ao discurso massivo da área da saúde que
associa o aumento do peso corporal inevitavelmente a perda da saúde. Associado a
isto, a ação da mídia na modulação dos padrões estéticos e a promoção massiva do
consumo de alimentos ultraprocessados também deve ser cuidadosamente
examinada. Aqui reside mais uma questão que precisa ser endereçada às pesquisas
buscando compreender as dinâmicas de adoecimento que estão envolvidas na
obesidade. A culpabilização do sujeito, tido como o aquele exclusivamente
responsável por seu adoecimento, mostra-se cruel e ineficaz, uma vez que quanto
mais a responsabilidade é depositada no indivíduo tanto mais perdemos de vista os
97
aspectos socioculturais envolvidos no adoecimento.
No último dia de observação nesta escola, acompanhamos a surpresa da
diretora e da professora diante de um recado trazido por este aluno. Tratava-se de
uma recomendação da nutricionista responsável por seu tratamento de saúde,
avisando que a criança não deveria mais fazer a refeição na escola. O argumento da
nutricionista era de que ele estava almoçando duas vezes; uma no final da manhã
no horário da merenda, e outra quando chegava em casa. As educadoras ficaram
muito confusas com tal recomendação, uma vez que acreditavam que a alimentação
escolar era de alta qualidade, sendo acompanhada de perto pelas nutricionistas da
Secretaria de Educação. Causou estranhamento que diante de diversas refeições
que o aluno fazia durante o dia, devesse ser excluída justamente aquela que ele
fazia na escola. Preocupava as educadoras o fato de eleficar isolado, não
compartilhando o momento da refeição com os colegas, ficando privado da
socialização. Antes deste comunicado, já havia sido possível perceber que ele
evitava as refeições na escola, muitas vezes servindo-se apenas da fruta de
sobremesa. Sentava-se à mesa com os demais, conversava, mas não compartilhava
da refeição.Caberia dispensarmos mais atenção a casos como estes, especialmente
diante do momento atual de vigilância extrema do peso corporal e sua associação
irrefletida com o adoecimento.
Este caso pode nos ajudar a retomar a teoria 7, Descompasso, onde
percebemos que os conceitos de alimentação saudável são postos em pauta sem a
participação da comunidade escolar. O Descompasso se daria entre os setores da
Saúde e da Educação, que partem de entendimentos distintos sobre EAN. Os
contatos que estabelecemos na cidade por ocasião do trabalho de campo, nos
levaram até a Secretaria de Saúde. Em entrevista com a nutricionista responsável,
percebemos que haviam realizado uma avaliação antropométrica recente no
município, onde 35% dos estudantes de Caxias do Sul foram classificados com
sobrepeso ou obesidade. A necessidade de realizar este estudo diagnóstico partir da
observação de um aumento significativo de atendimentos de crianças com
complicações decorrentes de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e
hiperlipidemia. No entendimento da nutricionista este quadro se estabelecia na
cidade devido à má alimentação:
Na verdade o que nos chamou atenção sobre a educação alimentar e nutricional na faixa etária dos escolares foi a chegada nos
98
consultórios aqui, pra atendimento individual, de crianças com patologias já instaladas relacionadas à má alimentação ou à falta de educação em relação a alimentação.(NS Caxias do Sul)
A nutricionista responsável defendeu enfaticamente a necessidade de realizar
intervenções nas escolas para reverter esse quadro. Ela havia promovido reuniões
convocando diretoras (es) das escolas municipais para apresentar os dados obtidos
e propor intervenções de saúde nas escolas. Entretanto, seu projeto não foi acolhido
pela comunidade escolar, provocando uma evidente indignação da parte dela. Em
contrapartida, ao entrevistar a diretora da escola e comentar sobre este caso, esta
demonstrou grande surpresa. Em seu entendimento, as escolas já faziam EAN, uma
vez que havia nutricionistas responsáveis pela elaboração da alimentação escolar e
que eventualmente promoviam palestras sobre temas relacionados à alimentação e
nutrição.
4.3.3 Hortas escolares: ferramentas pedagógicas para aproximar alimentação e
meio ambiente.
As relações entre Alimentação, saúde, ambiente e cultura eram vivenciadas nas
escolas a partir de seu cotidiano e das práticas pedagógicas propostas pelos
professores. Uma professora do segundo segmento do ensino fundamental em Vila
Velha descreve sua proposta da seguinte maneira:
Então o meu objetivo é relacionar esse conteúdo da Mata Atlântica com tudo que tá relacionado com o cotidiano, inclusive a alimentação. Isso ai é uma questão que vem plantar e ai você vai falar de orgânico, você vai falar de hábito alimentar, você vai falar de higiene, você vai falar da questão nutricional que é importantíssima, essa mudança, porque que você tem que deixar comer um chips pra comer uma banana, uma fruta, entendeu? Aí eu vou casar essas coisas ai, vou cutucar eles, e aí quando eu tiver falando de alimentação, quando eu tiver falando, por exemplo, eu vou falar dos crustáceos, aí eu vou lá no manguezal, que é Mata Atlântica, entendeu? Então daí eu posso fazer todo questionamento, a moqueca capixaba, quais são os ingredientes, que nutrientes estão inseridos ali, entendeu? Então eles têm que relacionar a prática cotidiana com o conceito científico deles entendeu? (PC Vila Velha).
As hortas escolares foram enfatizadas como ferramentas pedagógicas nas
cidades de Vila Velha (ES) e Aparecida de Goiânia (GO), sendo ambas coordenadas
por professores de ciências. Em Macapá (AP) o professor se deparou com diversas
dificuldades para manter as hortas. Apesar disto, estas foram descritas por ele como
99
uma ferramenta central, que pode trazer importantes contribuições.
Alguns dos projetos descritos tem como elemento central a ligação entre
questões ambientais e de saúde. Para isto, abordam assuntos como hábitos
alimentares, higiene, valor nutricional e alimentos regionais/culturais. Por intermédio
do plantio e manutenção das hortas os estudantes aprendiam sobre a origem dos
alimentos, diferentes sistemas de produção de alimentos e a associação entre
plantas e comida. As hortas eram frequentemente utilizadas para abordar conteúdos
de biologia envolvendo o crescimento e desenvolvimento dos vegetais. Além disso,
em Vila Velha a horta desempenhava um papel importante na inclusão de
estudantes com necessidades especiais, estimulando suas habilidades físicas e
promovendo a conscientização dos demais em relação às dificuldades e potenciais
de realização de cada um.
Ainda em Vila Velha, um projeto foi desenvolvido por um pesquisador do
Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (INCAPER), que visava criar hortas
comunitárias com propósitos pedagógicos. Estas hortas foram feitas nas escolas
envolvendo a comunidade do entorno e ocasionalmente, os alimentos produzidos
eram destinados a alimentação escolar. O pesquisador responsável pelo projeto
ressaltou a necessidade de que haja um membro da comunidade para a
manutenção das hortas, o qual denominava “artífice”. O artífice tem um papel
essencial na viabilização das hortas, visto que a dificuldade de manutenção é
apontada pelos professores como um dos maiores obstáculos para tal atividade.
Em Aparecida de Goiânia a mesma questão foi solucionada a partir da
contratação de dois pais de aluno, que tinham experiência como lavradores. A verba
necessária para isto era originária do Programa Mais Educação e da venda de
alguns produtos cultivados por eles, principalmente pimenta e verduras.
A presença de um membro da comunidade na escola levanta discussões a
respeito do valor do trabalho rural e da importância do conhecimento adquirido a
partir das atividades agrícolas e da experiência prática. Por uma perspectiva
transdisciplinar este aspecto torna-se fundamental uma vez que o foco é trazido para
o conhecimento dos trabalhadores rurais e os diversos modos de vida, em
detrimento de uma ênfase exclusivamente orientada aos conteúdos. Assim, este
membro da comunidade faz as vezes de um educador, não só visando ensinar
conteúdos, mas também trazendo conhecimentos práticos, sensações e experiência
de vida.
100
Outras experiências também emergiram das escolas em Vila Velha. Em uma
das escolas a horta foi desenvolvida por uma professora do primeiro ciclo do ensino
fundamental, seus alunos e as merendeiras da escola. A área destinada à isto, podia
ser vista através da janela do refeitório e anteriormente era utilizada para estocar
material escolar (Figura 16).
Figura 16. Horta na escola em Vila Velha. À esquerda as janelas do refeitório, à direita o canteiro, em frente a porta que leva à cozinha.
Inicialmente, as merendeiras plantavam alguns tipos de ervas medicinais e
temperos, e a partir daí a professora propôs que fizessem uma horta onde
pudessem ser ensinados também os conteúdos de ciências:
(...) as meninas da cozinha já tinham plantado um pé de cidreira ali no canto, é... muito assim, né, timidamente porque elas tipo assim, elas ficam com receio de ta invadindo o espaço da escola ,se vai ser permissivo ou não, permitido ou não e tal, ai elas plantaram ali eu fui, eu falei “meninas eu vou aproveitar que voes escolheram esse cantinho, elegeram esse cantinho aqui, eu vou plantar umas plantinhas aqui, pode?” Ai elas “ah pode e tal” aí começamos né. Ate a, a colega ali ficou morrendo de ciúmes né porque ela ficou “Ah vai estragar meu pé de cidreira, não sei oque não sei oque” (...) É, tipo assim, como se eu tivesse tomando o espaço, elas aos pouquinhos foram conquistando, foram vendo que, não era bem assim, agente queria somar e não dividir, né? Então, as meninas ali da cozinha também, né, fizeram os relatos delas, quer dizer, elas tão resgatando o conhecimento delas que elas trabalham com alimento, e o
101
conhecimento delas é muito importante pra nós. Elas têm experiências na, na parte né, de agricultura, ali ela relatou no vídeo, então, ela viveu isso, isso tá adormecido, mas porque não despertar esse conhecimento? Levar essas meninas na sala de aula, pra nos contar sobre as experiências dela?(...) fica difícil, também tem as regras da empresa que não pode sair da cozinha né, que não pode, eu acho isso ruim porque eu acho que engessa muito né, dá a impressão daquelas celas de senzala (risos) que tá ali trancafiada, entendeu? Eu acho que tem que quebrar as paredes e, e sabe ter uma relação melhor, porque eu acho que elas têm muito a ensinar pra gente sobre os alimentos, sobre o desperdício né, sobre várias coisas, sobre a economia, sobre a produção (PR Vila Velha).
Os alunos plantaram e fizeram a manutenção da horta durante as aulas e os
mais interessados utilizavam também seus horários livres. O bom aproveitamento
deste projeto decorreu em parte da relativa facilidade em cultivar ervas e das
pequenas dimensões do espaço utilizado, o que tornou as atividades viáveis. Outro
fator importante foi a participação das merendeiras (“as meninas da cozinha”), que
neste caso, fizeram as vezes do artífice descrito na experiência anterior. As
merendeiras desempenharam um papel importante no auxílio à manutenção do
espaço, bem como tiveram um papel pedagógico onde compartilhavam seus
conhecimentos e suas experiências com os alunos. A localização da horta “na porta
dos fundos da cozinha”, criava um ambiente amigável, onde as merendeiras podiam
interagir com professores e alunos enquanto preparavam as refeições.
A proposta desta professora e o sucesso de sua iniciativa não surgem em um
vácuo. Sua história de vida e seu entendimento de aprendizado deram o tom a seu
trabalho:
Então, a minha família tem histórico de terra, de mexer com terra. Então agente tem uma intimidade com a terra muito grande e eu acho que, que a terra e o alimento, né, ele tem um, um monte, milhares de, de estímulos que pode proporcionar ao aluno conhecimento. (...). Então quer dizer é... então a horta foi criada nessa perspectiva, né, então eu vou pra horta, então a gente produz alimentos, a gente prova pro aluno que ele é capaz de produzir alimento, não só conhecimento mas alimento, que ele é capaz, que a natureza é capaz de responder, né dando, alimento pra ele, dando, é, sementes, dando beleza, dando uma serie de coisas (PR Vila Velha).
As hortas escolares surgiram nos estudos de caso como o elo mais próximo
entre a EAN, o PNAE e a EC. Nas abordagens dos professores de ciências, as
hortas desempenharam um papel onde conceitos e orientações sobre alimentação
foram inseridos em contextos mais amplos e menos preocupados com a
normatização dos hábitos alimentares. Nem por isso, as questões referentes à
industrialização ou os posicionamentos do professor foram negligenciados:
102
(...) aí lavamos (a hortelã) e botamos na boca, então um aluno deu um grito, ai ele vem assim “... eu não sabia que tinha pé de freegells!” (Risos) Isso pra mim não tem preço, entendeu?! (...) agora a partir do momento que ele pegou aquela folha de hortelã, botou na boca e relacionou que aquilo ali é o sabor do freegells, nunca mais ele vai olhar o freegells com a mesma, com o mesmo olho, com o mesmo, com a mesma visão, né, então é por ai o trabalho. (...) Então fomos estudar, então nós estudamos as embalagens das sementes, tempo de plantio, espaçamento, né, é... a quantidade de água necessária, então, isso tudo, então o freegells também foi contextualizado dentro da embalagem, quer dizer, até que ponto é uma alimentação saudável ou não? Né, quanto de açúcar tem no freegels, quanto de, de coisa natural e coisa artificial tem dentro dele? Né, os corantes, aromatizantes, né, é, como é que ... que os produtos químicos, igual o Ajinomoto trabalha na estimulação da língua pra produzir salivação e você ter a FALSA sensação de SABOR, e que a gente tá perdendo o sabor, pelas coisas da terra, as coisas naturais, o ALIMENTO natural justamente porque nós temos excesso de estimulação pelos papilos, entendeu? Então isso tudo foi trabalhado em sala (PR Vila Velha).
Em Aparecida de Goiânia (GO) houve um processo diferenciado envolvendo
as hortas escolares, visto que a escola estava localizada em uma reserva florestal.
O professor de ciências declara que:
(...) na verdade aqui tem um grande laboratório que é essa própria mata, já dei e dou muita aula ai dentro da mata com os meninos. Os alunos eles têm um diferencial que aqui eles têm contato com o verde, diferentemente de muitos alunos afastados, nas zonas mais urbanas, eles não têm noção que existe uma área verde (PD Aparecida).
Desta maneira ele se dispõe a integrar horta e floresta, em um sistema de produção
integrada (Figura 17).
103
Figura 17. Horta escolar com manejo integrado a reserva florestal.
O foco de seu trabalho estava na importância pedagógica de aproximar a
preservação ambiental e a produção de alimentos como temáticas importantes e
inter-relacionadas. Nesta proposta o professor combina duas visões sobre educação
ambiental, a conservacionista e a crítica. O posicionamento conservacionista estava
associado à reserva florestal, discutindo a importância das florestas nativas e a
relação entre os seres humanos e seu ambiente natural. Adicionalmente, a produção
de alimentos era discutida de um ponto de vista crítico, envolvendo questões sociais,
como por exemplo, o uso abusivo de agrotóxicos no Brasil.A relação do trabalho
desenvolvido pelo professor com o PNAE era direta. Os alimentos produzidos na
horta eram utilizados na alimentação escolar, envolvendo os alunos no processo
desde o plantio até o preparo:
(...) no primeiro ano as verduras eram compradas, não tinha horta ainda né, mas com a nossa horta nós mesmos, as folhas né, as verduras, alguns legumes a gente consegue produzir aqui. Na verdade a gente quer utilizar mais essa horta, a gente quer produzir agora frutas né, as frutas ainda são compradas, laranja, melancia, o abacaxi, isso ainda é comprado, mas as folhosas nós conseguimos produzir. Chuchu também (PD Aparecida).
Entretanto nem todos os relatos foram de sucesso. O professor entrevistado
em Macapá traz importantes contribuições para a discussão, a partir do relato de
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uma experiência frustrada com hortas escolares. O principal motivo a que atribuiu
este insucesso foi a falta de suporte e estrutura governamental para fomentar tais
iniciativas. Este foi um apontamento importante, porém foi possível perceber que
tanto em Vila Velha quanto em Aparecida de Goiânia o suporte governamental foi
fundamental na viabilização dos projetos, mas não foi o único elemento. A iniciativa e
o empenho do professor de ciências na busca de sustentabilidade desta ação
parece ser algo central. Uma importante estratégia é a construção de uma relação
com a gestão municipal que viabilize a manutenção do espaço da horta, mas nem
sempre isto é possível. Daí outras estratégias como parcerias com a comunidade
escolar, com universidades, com programas do governo federal e mesmo, no caso
da existência de espaço suficiente, ações que visem a provisão de recursos por
meio da própria foram algumas das situações que nos deparamos no decorrer desta
pesquisa.
No caso de Macapá a Secretaria Municipal de Educação encaminhava
estudantes universitários para fazer estágios nas escolas, auxiliando nestes projetos
extracurriculares, como as hortas. Percebemos que, neste caso, os estudantes
universitários desempenham o papel de “artífice”, que em Vila Velha era
representado por membros da comunidade e merendeiras, enquanto que em
Aparecida de Goiânia os artífices eram pais de alunos. Contudo, o professor destaca
que o processo de seleção destes estudantes era complicado, uma vez que eles
necessitavam de duas habilidades importantes: saber lidar com crianças e com o
manejo da terra em si.
Neste contexto, mais uma vez surgem questões relacionadas ao
conhecimento prático, a experiência de vida e aos conhecimentos não científicos
advindos de atores sociais que vem a somar com o professor.
Interessante nesse caso que este professor era graduado em Ciências
Agrárias, curso superior destinado a formar os profissionais que ministrariam a
disciplina de Técnica Agrícolas. Com o crescimento da urbanização e a mudança do
entendimento político da relevância desta disciplina, as Técnicas Agrícolas foram
gradualmente excluídas do currículo formal. Com isto os professores foram
redirecionados para outras atividades nas escolas, dentre elas, o ensino de ciências.
Apesar de ter esta graduação específica, o professor se deparou com muitas
dificuldades, as quais atribuiu à falta de interesse governamental e à mudança de
perfil das crianças. Anteriormente, vivendo em áreas predominantemente rurais, as
105
crianças traziam de casa conhecimentos práticos e vivências, cabendo ao professor
relacioná-los aos aspectos teóricos relacionados ao conhecimento científico.
Atualmente o papel das atividades agrícolas é outro, apresentando os alunos à
realidades desconhecidas para eles, abrindo a possibilidade de articular
conhecimentos sobre meio-ambiente, alimentação e saúde em uma mesma
atividade.
Quando este projeto começou, os estudantes participaram de todo o
processo, incluindo o preparo do solo, o plantio, o manejo e a colheita. Os alimentos
produzidos eram utilizados na alimentação escolar, reforçando o papel deste como
um espaço pedagógico de integração entre meio ambiente e alimentação, bem
como entre a educação em ciências e a educação em saúde.
Este professor também enfatizou a necessidade de professores de diferentes
disciplinas se envolverem no objetivo de integrar áreas de conhecimento em torno
de uma atividade. Entretanto, ele pondera,reconhecendo que demandas externas a
escola como exames de avaliação e nacional, ou o próprio entendimento
fragmentado dos professores sobre educação, são obstáculos importantes a este
tipo de proposta transversal. Desta forma, a atenção dada exclusivamente a
aprendizagem dos conteúdos curriculares ainda é predominante.
4.4 DISCUTINDO POSSIBILIDADES
Em termos gerais os dados dos 5 estudos de caso nos fizeram repensar os
critérios do conhecimento especializado, e perceber que temas específicos podem
ser compreendidos a partir de diferentes áreas de conhecimento. Professores
usualmente não são capacitados em alimentação e nutrição, mas são capazes de
desenvolver atividades pedagógicas que se aproximam destes temas, criando
relações entre comida, alimentação, saúde, meio-ambiente, desenvolvimento local,
beleza, vivências e sabor. Além disso, o trabalho prático desempenhado por
funcionários da escola ou por membros da comunidade, como merendeiras, pais de
alunos ou estudantes universitários, contribui com vivências fundamentais quando
se objetiva articular diferentes áreas de conhecimento.
Nestes contextos o PNAE criava um ambiente fértil para a integração, a partir de
106
processos de ensino e de aprendizagem que acontecem em torno da produção e
preparo dos alimentos. Esta é uma das mais importantes facetas de interação entre
educação alimentar e nutricional e educação ambiental que pôde ser identificada
nas escolas. Ao que parece, os professores de ciências atuam como “catalisadores”,
promovendo e gerenciando processos transdisciplinares.
Estas experiências destacam diversas similaridades entre as merendeiras e os
membros da comunidade que trabalham nas hortas escolares, onde as primeiras
compartilham seus conhecimentos culinários, enquanto os demais trazem
conhecimentos sobre a produção e o cultivo dos alimentos.Ambos têm o potencial
de desempenhar o papel de educadores informais, na medida em que trabalham
com uma grande proximidade dos estudantes, e esses compreendem a importância
daquele trabalhado para sua educação.
Assim, trabalhando ao lado dos professores, estes outros atores da escola
contribuem para ampliar os campos de conhecimento para além do conteúdo
curricular. Neste caso, o papel dos professores passa a ser o de associar estes
conhecimentos práticos e vivências, com o conteúdo curricular.
Estas iniciativas corroboram com a proposta do Marco Referencial em Educação
Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (BRASIL, 2012), na medida em
que situam a educação como um processo permanente, gerador de autonomia. A
proposta destaca que “as abordagens educativas e pedagógicas adotadas em EAN
devem privilegiar os processos ativos, problematizadores, que incorporem os
conhecimentos e práticas populares, contextualizados nas realidades dos indivíduos
e grupos e que possibilitem a integração permanente entre teoria e prática.” Neste
sentido, o que foi possível perceber nestes estudos de caso é que os professores
envolvidos reconhecem estas necessidades e tem condições de contribuir
ativamente nas elaborações teóricas a respeito da EAN.
Por outro lado, poderia constituir um grande erro adotar conhecimentos
tradicionais em alimentação e nutrição acriticamente, ignorando as mudanças no
estilo de vida e no ambiente ao longo dos anos.
Se aquilo que observamos durante a construção de nosso objeto de pesquisa –
que ensinar conceitos científicos é parte central das estratégias em educação
alimentar e nutricional – então, devemos considerar alguns aspectos da educação
em ciências.
Cobern e Loving (2000) defendem a ideia de um pluralismo epistemológico,
107
onde a perspectiva mais adequada deve ser adotada em diferentes circunstâncias.
Desta forma, uma explicação científica pode ser utilizada para responder à
determinada questão, em conjunto com outra áreas de conhecimento bem como a
filosofia, a economia, a história, a política, a religiosidade, o saber tradicional, os
conhecimentos práticos.
Desta forma, é acionada a área de conhecimento mais adequada para cada
circunstância. Em determinados momentos, o adequado é o conhecimento científico,
em outros não. Por isso, uma abordagem transdisciplinar pode contribuir na
integração de diferentes campos de conhecimento científico, e destes com os não
científicos, identificando interseções que viabilizem o pluralismo epistemológico
(Figura 18).
Portanto, ao acionarmos conceitos científicos em EAN devemos manter em
mente que na educação em ciências o que vale não é a capacidade de explicar a
realidade, mas a habilidade de desenvolver o entendimento de quando este
conhecimento se aplica. Conhecer as limitações e reconhecer as especificidades do
conhecimento científico contribui para essa compreensão de quando este deve ser
acionado ou quando está se sobrepondo a outros saberes (Cobern e Loving, 2000).
Esta compreensão da educação em ciências vai além da transmissão tradicional
de conceitos, muitas vezes reproduzida nas pesquisas e atividades propostas em
EAN. Isto se refere não somente a ciência ensinada nas escolas, mas também a
orientação individual ou coletiva, a pesquisa sobre EAN, na elaboração e aplicação
de recomendações nutricionais. Enfim, esta reflexão deve ser proposta em todas as
atividades ligadas a alimentação e nutrição atualmente, onde informação,
comunicação e educação científica são utilizadas como estratégias para a promoção
de hábitos alimentares saudáveis.
A contribuição específica destes estudos de caso nesse sentido é que, nas
escolas, os conhecimentos práticos e vivências, são trazidos não só pelos
professores de ciências, mas também por funcionários e membros da comunidade
local, envolvidos nos processos educativos propostos por esses professores.
108
Figura 18.Agregando o conhecimento nãocientífico a EAN.
EDUCAÇÃO ALIMEN-TAR E NUTRICIONAL
Conhecimento prático
Compreensão cultural
Experiência de vida
109
5 FAZENDO A BAINHA: CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÕES E
PERSPECTIVAS.
Na medida em que a inovação é indispensável à nossa condição humana e a
ciência tem ocupado, simultaneamente, o lugar de reguladora e promotora desta
inovação, retomamos o Paradoxo do Onívoro (Fischler, 1995), descrito no início
deste trabalho.
Propusemos que na medida em que inovação e conservadorismo são necessários
para selecionarmos o que comemos, estamos constantemente diante da liberdade e
da coação de sermos onívoros. Estabelecemos, portanto, critérios que nos permitam
aceitar ou rejeitar alimentos e circunstâncias nas quais nos alimentamos.
Diante da relevância que a ciência conquista nos processos decisórios da
humanidade ao longo dos últimos séculos, nos pusemos a pensar se a
aprendizagem de conceitos científicos estaria sendo utilizada atualmente como uma
estratégia social, coletiva, para a definição de critérios de eleição de alimentos.
Desta forma, a Educação em Ciências (EC), formal e informal, bem como as
iniciativas de divulgação científica deveriam passar a ser examinadas com mais
minúcia. Considerando a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) como a área de
conhecimento que se ocupa mais diretamente de entender processos e propor
estratégias relacionadas à Alimentação, nos dispusemos a observar as relações
tecidas entre a EAN e a EC, em algumas publicações científicas.
Nesta análise preliminar das referidas publicações identificamos um
importante ponto de partida: o ensino de conceitos científicos como pressuposto
fundamental para a educação alimentar e nutricional.
Concomitantemente, entendendo o PNAE como uma política pública
representativa da alimentação na escola, seguimos com uma revisão realista na qual
identificamos teorias e pressupostos que aparecem nas publicações sobre o PNAE,
das quais selecionamos três para examinar mais cuidadosamente:
- A EAN deve ser a priori uma estratégia para o bom funcionamento do PNAE.
- A EAN é necessária para a formação de bons hábitos alimentares e, portanto, para
melhorar a aceitação da alimentação escolar.
- O professor impõe resistência às atividades de EAN na escola propostas por
profissionais de saúde.
110
Neste ponto se estabeleceram as relações entre a EAN, a EC e o PNAE, que
pode ser resumida na seguinte sentença: O PNAE é a principal política pública em
alimentação na escola e para seu bom funcionamento é necessário realizar EAN,
cujopilar central é o ensino de conceitos científicos. De certo que é uma afirmação
demasiado generalista, contudo, é capaz de sintetizar os principais pressupostos
identificados. Considerando que grande parte destes estudos analisados foi
realizada por profissionais de saúde, nos perguntamos, e os professores, como
entendem a EAN e suas relações com a EC e com o PNAE?
Propusemo-nos então a investigar nas escolas como a alimentação e nutrição
era abordada pelos professores, que tipo de atividade propunham, quem costumava
estar envolvido, e quais seus principais pressupostos. Ao analisar as entrevistas dos
professores, trouxemos elementos de outras entrevistas com pesquisadores e
nutricionistas, além da observação do cotidiano, construindo uma narrativa com três
abordagens principais.
A primeira traz a questão da cozinha como um espaço pedagógico, havendo
inclusive a proposta de utilizá-la como suporte para a formação profissionalizante de
alunos mais velhos.
A segunda traz a comida como instrumento para a saúde, reforçando a ideia
da alimentação saudável e do controle do peso corporal como medidas preventivas
para doenças crônicas.
Por fim, a terceira traz as hortas escolares como ferramentas pedagógicas
para aproximar alimentação e meio ambiente.
As três são relatadas como EAN e fazem referência ao PNAE de alguma
maneira, seja utilizando o espaço da cozinha, regulando a comida servida ou
produzindo alimentos que possam ser utilizados no preparo das refeições.
Contudo, parece haver um conflito entre os setores Saúde e Educação, no que
concerne a objetivos e pressupostos. O PNAE acontece a partir da soma de
esforços do Setor Saúde e do Setor Educação, no nível do planejamento e da
execução, portanto no campo das práticas e das políticas públicas. Em relação às
teorias que fundamentam seu planejamento e implementação, esta soma de
esforços se dá especialmente nos campos científicos da Saúde e da Educação
garantindo a produção de conhecimentos científicos. Este caráter de
complementaridade se depara com importantes contradições, na medida em que
ambos; setores (práticas) e campos (pesquisas) da Saúde e da Educação atendem
111
a objetivos diferentes, partindo de pressupostos diferentes.
A EAN na escola também acontece a partir da soma de esforços da Saúde e da
Educação, não estando livre destas contradições e diferenças de pontos de vista. A
contribuição que este trabalho pretende dar à EAN na escola passa por dois pontos
fundamentais.
Primeiro, que o conhecimento produzido sobre o PNAE está significativamente
marcado por abordagens específicas e direcionadas, que atendem aos objetivos e
pressupostos de um grupo social com características muitos específicas, sendo,
portanto necessário incentivar novos olhares. Segundo, descreveu como iniciativas
que partem de dentro das escolas, ou especificamente do setor/campo da
Educação, podem contribuir para a reflexão e elaboração de estratégias em EAN,
inseridas no setor/campo da Saúde.
Desta forma, entendemos que os atores da escola têm condições de contribuir
ativamente para as elaborações teóricas em EAN e no PNAE. O papel de sujeito
que sofre a intervenção deve ser repensado, criando espaços de participação social
onde a comunidade escolar possa de fato opinar e contribuir para as políticas
públicas elaboradas para ela. Isto inclui não só professores e funcionários, que
tiveram maior destaque neste trabalho, mas envolve especialmente ouvir e
compreender os alunos e suas famílias, bem como aproximar as pesquisas dos
Conselhos de Alimentação Escolar (CAEs), considerando suas propostas e
apontamentos.
Quanto às teorias que esquematizamos anteriormente na Figura 6, podemos
tirar algumas conclusões. Das quatro teorias iniciais que apontam caminhos
possíveis para a alimentação escolar, nosso posicionamento esteve mais afeito a
teoria dois, que visa àgarantiado direito. Partimos deste princípio entendendo que na
medida em que o direito é assegurado, as demais teorias também são postas em
ação; garantindo uma refeição àqueles que ainda precisam, saciando a fome
durante o tempo de aula ou cuidando da saúde do corpo por intermédio de refeições
de qualidade e, quando pertinente, EAN.
Partindo desse posicionamento investigamos outras quatro teorias que
desenvolvemos a partir da revisão realista. Destas, não percebemos Movimentos
contrários, muito provavelmente devido aos critérios de seleção dos estudos de
caso, que já apontavam para realidades onde as temáticas ligadas à alimentação
eram bem vindas.
112
Quanto da teoria da Cientificidade nos pareceu a de maior destaque neste
trabalho. A predominância de abordagens disciplinares tecnicistas na significativa
maioria dos artigos sobre o PNAE estabelece relações simplórias e deterministas de
causa e efeito entre o programa, a EAN e a EC. Podemos destacar ainda que uma
das principais tensões na interação entre ciência, educação, saúde e meio ambiente
não está relacionada ao conhecimento em si, mas no relacionamento entre
profissionais. Uma vez que estes relacionamentos se harmonizam, dimensões que
pareciam opostas, contraditórias, desconectadas, tornam-se simultâneas,
complementares, inter-relacionadas.
Portanto, o pluralismo epistemológico proposto na reflexão sobre a EC poderia
ser um conceito mais explorado na elaboração teórica que vem sendo construída em
EAN, a fim de entender seus limites e possibilidades. A contribuição específica
destes estudos de caso nesse sentido é que, nas escolas, os conhecimentos
práticos e vivências, não se expressam somente nas práticas e aulas dos
professores de ciências, mas também passam por funcionários e membros da
comunidade local, envolvidos nos processos educativos propostos por esses
professores num processo de real interação e mesmo, porque não dizer, de
transdisciplinaridade. Em diversos momentos foi possível identificar este encontro de
saberes – incluindo aqueles da vida e que não estão expressos nos conteúdos dos
livros didáticos – sendo materializados no alimento e nas práticas em que ele serviu
de instrumento didático, mas também como fonte de prazer, alegria e sabor.
A teoria Descompasso também foi percebida em algumas sutilezas. Uma delas
foi, por exemplo, a diferença de entendimento entre a diretora da escola e a
nutricionista clínica, a respeito da necessidade de realizar intervenções massivas da
área da saúde nas escolas de Caxias do Sul para reverter o quadro de sobrepeso e
obesidade infantil. A diferença na abordagem da relação saúde/doença e do
comportamento alimentar vale análises posteriores mais aprofundadas. A ampliação
do conceito de EAN para além do comportamento individual parece urgente.
Movimentos recentes têm contribuído nesse sentido, culminando, inclusive, na
publicação do Marco Referencial (Brasil, 2012). Rever os sistemas de produção de
alimentos, garantir ambientes urbanos saudáveis, possibilitar a efetiva participação
da população em decisões que possam impactar suas vidas. Essas são de fato,
demandas urgentes tanto para as pesquisas quanto para as políticas públicas.
Entretanto, abordagens exclusivamente disciplinares e monológicas já têm se
113
mostrado incapazes de dar conta destes problemas isoladamente. Diante destas
percepções nos dispusemos a aprender e a experimentar possibilidades
transdisciplinares que venham a somar com os conhecimentos disciplinares. Esse
Descompasso não se dá apenas no entre saúde e educação, mas entre todo e
qualquer grupo que compartilhe pressupostos, ideologias e visões de mundo
distintas. O grande desafio atualmente passa pela harmonização de diversos grupos
sociais aos quais pertencemos, respeitando nossas diferenças e permitindo que
cada qual expresse o melhor de si. Uma utopia necessária.
Menos poética, porém não menos importante foi nossa teoria Rival. Não tão
otimista esta teoria nos acompanhou ao longo do trabalho, para não nos deixar
esquecer que nem tudo funciona como planejado. Manteve-nos alerta para o fato de
que no campo das práticas quase sempre o PNAE não funciona bem, devido a uma
série de circunstâncias locais distintas ou problemas compartilhados por quase a
totalidade das escolas. Contudo, o propósito desta tese foi destacar o que funciona,
buscando contribuir com pequenos detalhes que possam nos ajudar a prosseguir
melhorando.
Por fim, vale retomar algumas recomendações para ações educativas em EAN.
Ressaltaríamos que o ponto chave para a efetiva realização de EAN na escola
reside nas recomendações referentes ao desenvolvimento das ações. Seria possível
levar a cabo o desafio de desenvolver ações educativas envolvendo toda a
comunidade escolar – alunos, professores, funcionários, familiares, nutricionistas -
partindo de posturas críticas, reflexivas, cooperativas e autônomas? Acreditamos
que na medida em que isto de fato for se concretizando, a despeito de
sobreposições hierárquicas de saberes, então a definição de formas de avaliação,
conteúdos e estratégias surgirão.
114
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YIN, ROBERT K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4ed. Porto Alegre:Bookman, 248p. 2010.
APÊNDICE A
ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM PROFESSORES DE CIÊNCIAS.
P.R. – Vila Velha
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PesqC: Então P.R., eu queria que você começasse me contando, qual que é a sua formação ? E o que
que te levou, a trabalhar com a horta? Qual a proximidade que você tem com esse tema?
P.R.: É, como eu já, havia falado com você, é ... minha formação, eu sou, pedagoga, é ... especialista
em gestão em sistemas educacionais pela PUC- Minas. É... fiz psicanálise infantil, né, pra poder me
ajudar dentro da escola. É... sou psicanalista de formação né, e atuo também como professor de
educação inclusiva, né, por conta da psicanálise, trabalho com a inclusão de alunos especiais. E, a
nossa escola é polo de educação, inclusive. Nós, é... recebemos, temos um grande números assim,
uns trinta alunos especiais na nossa escola, cadeirantes né, síndromos, então, esses alunos, eles é ...
não conseguem se adaptar àquele currículo pronto que agente tem de aulas expositivas, aluno um
atrás do outro, enfileirado. Eu não consigo proporcionar... é, aprendizagem desse aluno nesse
sistema. Então agente tem que, usar a criatividade, que eu penso o seguinte, assim como dentro de
uma grande empresa, né, é, se inventarem um equipamento novo, uma maquina nova, os
profissionais tem que se adaptar, a escola também ela tem que se adaptar aos novos, modelos
sociais. Então, a nossa escola, ela ... teve que se adaptar, assim como as outras, à inclusão, a fazer a
inclusão do aluno cadeirante, do aluno cego, do aluno surdo, ne e também dar conta do currículo.
Então, como fazer isso? Então, a horta surgiu exatamente nesse caminho. Eu tenho uma grande
vivência na terra, eu sou de família de agricultores no interior. Então, eu SEI lidar... (PAUSA
FORÇADA)
PesqC: Voce é de onde?
P.R.: Santa Tereza, interior daqui do Espirito Santo. Então, a minha família tem histórico de terra, de
mexer com terra. Então agente tem uma intimidade com a terra muito grande e eu acho que, que a
terra e o alimento, né, ele tem um, um monte, milhares de, de estímulos que pode proporcionar ao
aluno conhecimento, né, então você... cria uma aproximação na zona de desenvolvimento proximal do
aluno especial e do aluno normal, você tem um nível de aproximação com o conhecimento muito
maior, né, porque você usa coisas que são, inerentes a qualquer ser humano, independente de ele ser
especial ou não, que são os instintos, né o extinto do, da degustação, o extinto da audição, né, das
sensações é... em que envolve como Maturana mesmo fala, o conhecimento, né. O, o, a emoção e o
conhecimento acho que eles tem que caminhar juntos, não tem como você fazer conhecimento, né,
fazer não, você estimular o conhecimento do aluno, se você não tiver emoção vinculado, o afeto, né,
eu acredito muito nisso, né ate por conta da minha formação psicanálise. Então quer dizer é... então a
horta foi criada nessa perspectiva, né, então eu vou pra horta, então agente produz alimentos, agente
prova pro aluno que ele é capaz de produzir alimento, não só conhecimento mas alimento, que ele é
capaz, que a natureza é capaz de responder, né dando, alimento pra ele, dando, é, sementes, dando
beleza, dando uma serie de coisas, né. Então relatos dos meus alunos que... que estimulam mais,
cada estimulo do aluno e cada relato do aluno, cada... brilho no olho dele quando uma planta
germina, pra mim é o combustível pra continuar nesse trabalho né. Então, um dos relatos do meu
aluno por exemplo, agente plantou um pé de hortelã, trazido né pelo aluno, a muda de um dos alunos
que a avó deu, agente enterrou aquilo ali e esperou germinar. Quando tava, quando agente tava
fazendo degustação que o pé já tava grande, ele pegou a folha do hortelã, ai eu amacei porque eu
estava fazendo a estimulação, amassando a folha de hortelã, do hortelã pimenta, da cidreira, né, do
saião. Pra eles perceberem a diferença dos cheiros e dos sabores, da salsinha. Ai, ele, eu falei assim,
“vamos” ai lavamos e botamos na boca, então um aluno deu um grito, ai ele vem assim “P.R., P.R....
eu não sabia que tinha pé de freegells!” (Risos) Isso pra mim não tem preço, entendeu?! Então, quer
dizer, ele descobriu, eu falei “isso mesmo Matheus” é nosso aluno, ta aqui, entendeu vivendo com
agente, então, quer dizer pra mim, isso ele vai carregar pro resto da vida. Então não adiantava ficar la
na sala de aula falando “oh, a hortelã é uma erva que serve para...” ir pro laboratório, fazer não sei o
que, isso ia passar batido por ele, agora a partir do momento que ele pegou aquela folha de hortelã,
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botou na boca e relacionou que aquilo ali é o sabor do freegells, nunca mais ele vai olhar o freegells
com a mesma, com o mesmo olho, com o mesmo, com a mesma visão, né, então é por ai o trabalho.
PesqC: Legal. E como é que você acha que ele vê hoje o freegells, depois disso? Ele, ele (PAUSA
FORÇADA)
P.R.: Ai, então, ai tem uma serie de trabalhos que eu faço paralelo né. Esse, esse é o, a estimulação,
a partir disso ai, agente vai pra, então agente sempre ou antes ou depois agente sempre lança mão
do livro didático, das atividades normal de qualquer escola, né. E no livro didático agente tem falando,
então, agente trabalhou decomposição do solo, né, de matéria orgânica, eles trouxeram cascas dos
alimentos deles de casa pra provar, nos provamos né, inclusive você assistiu o vídeo, que eles
provaram, eles fizeram um EXPERIMENTO, FANTASTICO. É... eles trouxeram restos de alimentos de
casa e nós colocamos, esperamos trinta dias pra decompor e depois aquilo virou terra e que ele
plantou nessa terra, então isso ai, é tudo relacionado. Então ai depois, é... então como o freegells,
agente trabalhou os rótulos das embalagens, quando um aluno trouxe um pacote de sementinha em
que tinha aquela caveirinha eles queriam saber que caveira era aquela, se era do motoclube,(risos) eu
falei “não, isso aqui não é do motoclube, isso aqui, é um símbolo, né, de coisa toxica, que é ruim pra
saúde”
PesqC: Antes fosse né. (risos)
P.R.: Então fomos estudar, então nos estudamos as embalagens das sementes, tempo de plantio,
espaçamento, né, é... a quantidade de agua necessária, então, isso tudo, então o freegells também
foi contextualizado dentro da embalagem, quer dizer, ate que ponto é uma alimentação saudável ou
não? Né, quanto de açúcar tem no freegels, quanto de, de coisa natural e coisa artificial tem dentro
dele? Né, os corantes, aromatizantes, né, é , como é que ... que os produtos químicos, igual do
Ajinomoto trabalha na estimulação da língua pra produzir salivação e você ter a FALSA sensação de
SABOR, e que agente ta perdendo o sabor, pelas coisas da terra, as coisas naturais, o ALIMENTO
natural justamente porque nós temos excesso de estimulação pelos papilos, entendeu? Então isso
tudo foi trabalhado em sala.
PesqC: Interessante. E ... me conta um pouco como foi construir essa horta aqui.
P.R.: Muita, esta sendo com muita muita muita dificuldade, então em principio agente começou com
latinhas, né, primeiro, primeiro começamos com o lixo deles, o lixo, eu pedi a eles, agente tava
trabalhando classificação dos solos, então pedi a eles pra trazer terra, dos quintais, um saquinho de
terra que eles dessem conta de trazer, pra gente poder tar, é... classificando. Eu não falei que era
com esse objetivo, pedi pra eles trazerem a terra. Ai fomos pro pátio, né, é ... colocamos cada terra
no chão, fizemos montinhos, pra eles me relatarem qual era a diferença de uma terra pra outra, então
eles trouxeram solo argiloso, arenoso, né, é, orgânico, é, e no meio desse lixo orgânico que uma das
alunas trouxe, veio um bolo de goiaba, eu percebi que era goiaba mas eu não ia dar esse mole pra
eles né?! (risos) Uma, uma goiaba empodreP.Cd e assim, bem em estado de conservação bem né
decomposto já e com um monte de semente germinando, ai eles “ O que que é isso aqui?” “É um
bicho, é um sapo podre, não sei oque” e foram fazendo as hipóteses deles. Ai eu falei assim, e ai o
outro “Não,isso aqui acho que isso aqui é semente, não sei o que...” ai nos fomos perguntar, a aluna
que trouxe “onde você pegou essa terra?” “ah foi embaixo de um pé de goiaba la da minha vó” ai eu
falei assim “gente e ai, o que que é isso?” Ai então a Mariana falou “eu acho que é semente, por
causa da goiaba e tal tal tal” ai, depois de muita né, conversa, ai eu falei assim, ai então falei assim
“Então nos vamos deixar isso ... num cantinho da escola, pra ver o que que acontece, se é semente
vai germinar” E ai eu tinha já o conteúdo previsto que eu já sabia que, o ultimo capitulo do livro já ia
tratar germinação, eu já fui antecipando as coisas, que o professor tem que ter muito disso ne, ele
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tem que ir antecipando, e ... é... assim como qualquer outra profissão, aproveitando as
oportunidades, né. Então, eu aproveitei a oportunidade, falei assim “então nos vamos deixar num
cantinho” eu falei assim, “vai ficar la descansando, quando chegar a época de eu, de eu discutir
germinação nos vamos la pro nosso cantinho pra ver se brotou” mas criou um, um, uma histeria
coletiva no grupo que eles queriam ver e queriam acompanhar e todo dia eles saim na hora da
chegada e na hora da saída pra ir la ver o que que tinha acontecido. E começamos a observar,
então... eu falei assim, então, ai botamos né, do jeito que eles botaram a terra ficou la nos potinhos,
uns trouxeram em caixinha de leite, outros trouxeram em sacola plástica, outros trouxeram em lata
de leite ninho, e ficou la. E ai, dentro dessas latas, começou, logico a surgir como em qualquer outro
lugar ne, a matéria la parada, começou a nascer mato, nascer, mas eu não falei, falei “vamos deixar
crescer pra ver” e começamos acompanhando e dentro dessas latas começaram a germinar plantas,
entendeu?! Ai eu falei assim, então nós, ai eles vem assim “mas essa lata ta muito apertada pro pé de
goiaba lá da Mariana” ai falei “então vamos plantar no chão” ai começamos a procurar um pedaço, ai
a dificuldade, porque nos funcionamos aqui de manha como uma escola e atarde como outra, então,
atarde são meninos enormes de sétima a um ano, então são meninos que eles não tem né, aquele
cuidado como o menino da educação de primeira a quarta, de primeiro ao quinto ano tem, então
fomos rodando, rodando e “pode aqui não pode ali, pode aqui não pode ali” ai foi quando eu, as
meninas da cozinha já tinham plantado um pé de cidreira ali no canto, é... muito assim, né,
timidamente porque elas tipo assim, elas ficam com receio de ta invadindo o espaço da escola ,se vai
ser permissivo ou não, permitido ou não e tal, ai elas plantaram ali eu fui, eu falei “meninas eu vou
aproveitar que voes escolheram esse cantinho, elegeram esse cantinho aqui, eu vou plantar umas
plantinhas aqui, pode?” Ai elas “ah pode e tal” ai começamos né. Ate a, a colega ali ficou morrendo
de ciúmes né porque ela ficou “Ah vai estragar meu pé de cidreira, não sei oque não sei oque”
PesqC: Tomou o espaço dela. (risos)
P.R.: É, tipo assim, como se eu tivesse tomando o espaço, elas aos pouquinhos foram conquistando,
foram vendo que, não era bem assim, agente queria somar e não dividir, né. E ai foi, então primeiro
nos tivemos que tirar a grama, que tava plantada, né, aos pedacinhos, com as crianças, cavar em
volta, né, é... achar mangueira, porque não tinha mangueira que desse acesso ao canto, agente tinha
que usar regador, eu trouxe um regador de casa, ai fomos descobrindo, ai as crianças foram
empolgando e ai conversando com a avo e a avo mandou semente disso e muda daquilo e foi
crescendo, crescendo dessa forma, ai chegou um ponto que eu falei “Gente, não tem jeito, precisa de
terra” ai começamos a fazer o trabalho de formiguinha, todo dia um aluno ou outro trazia um
saquinho e ia la e jogava, ia la, então foi assim, terra de cara quintal de aluno. E depois, por ultimo,
teve um pai que trabalhava na prefeitura como... um serviço de jardinagem, foi que trouxe umas,
uma significativa ajuda, né, que ele trouxe mesmo, adubo orgânico, trouxe vários sacos né, de adubo,
de terra, adubo orgânico ne, ele trouxe tipo triturado, acho que eles fazem poda de arvores e trituram
pequenininho pra formar matéria orgânica pra misturar com a terra. Ai ele trouxe isso, trouxe terra e
... doou ainda uma, uma enxadinha, uma pazinha, e tal e é com isso que agente trabalha ate hoje. E
agora eu to, passa isso pra um lado, passa isso pro outro, tentando arrumar. (PAUSA FORÇADA)
PesqC: E isso faz quanto tempo já?
P.R.: Isso tem dois anos.
PesqC: Ai você tinha me contado que antes tinha um monte de coisas ali, já morreram, agora tem que
replantar, colocar mais terra e tudo (PAUSA FORÇADA)
P.R.: Isso, isso. Então, como é que ficou, ai no final do ano agente fica ne, um mês afastado, logico
morreu um monte de coisa, né, como todo ano, nasce, morre, então tem que podar. E a terra foi, foi
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degradando, porque ele trouxe basicamente, é muito material orgânico, né, assim muito, muito
mesmo... húmus, então isso vai se acomodando ao solo, e agente encheu o canteiro, ficou alto, só
que com a degradação foi abaixando, abaixando, e já não tem mais ... né (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Repor, fazer essa manutenção.
P.R.: Fazer essa manutenção, quer dizer, eu preciso de mais terra, mais ... incrementar mais.
Sementes e mudas agente tem muito, mas falta mesmo é... terra. Então agora eu to passando oficio,
e outra coisa que dificultou também, foi porque isso era o perfil que dava pra eu trabalhar com aluno
de quarto e quinto ano, são alunos MAIORES, que tem autonomia MAIOR, um trabalho colaborativo
entre ELES muito GRANDE, ai, é... e eu já trabalhava com quinto ano há vários anos e ai foi e ... por
conta de alguma politica interna aqui é... me tiraram o quinto ano e me deram a turma de terceiro
ano, quer dizer alunos de oito, eu trabalhava com alunos de onze anos, dez onze anos e passei a
trabalhar com alunos de sete, oito anos. Então isso pra mim deu uma quebra no trabalho tremenda,
porque EU tive que me adaptar a trabalhar com alunos menores de novo, que tinha MUITOS anos que
eu não trabalhava, quer dizer, é... o CURRICULO é diferente, já não contempla tanto a horta assim,
eles não tem maturidade ainda pra trabalhar tanto na horta, eles não compreendem, não adianta ficar
falando disso, então quer dizer, MEDIOCRIZOU o trabalho, entendeu? (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Então você acha que tem ali uma faixa etária mais ... adequada pra trabalhar com a horta?
(PAUSA FORÇADA)
P.R.: Sim, sim, sim. Eu trabalho também com os pequenos mas não é o mesmo (PAUSA FORÇADA)
PesqC: É diferente, o aproveitamento é diferente (PAUSA FORÇADA)
P.R.: O aproveitamento é totalmente diferente.
PesqC: E tem uma relação direta com o conteúdo... do currículo? (PAUSA FORÇADA)
P.R.: Porque o aluno, sim, exatamente, porque o aluno menor, ele não, ele nao tem essa relação
ainda da pela busca pelo alimento saudável, ele come o que você da, ele é um bebe praticamente
ainda, né? (risos) Então é, é, “come isso, não come aquilo, olha isso aqui, você gosta, não gosta” fica
nessa linha, é diferente de um menino do quinto ano, que eu já to formando a personalidade dele, eu
já to definindo tipo assim “oh isso é bom pra você, isso é ruim, o que que você escolhe?” né? “ah
você não gosta de chuchu? Mas vamos tentar?” ai eu uso o termo, eu falo bem assim “oh, verdura,
fruta, legume, é que nem pessoas, cada um tem uma personalidade e as vezes você olha uma pessoa
né, a aparência dela te assusta, né mas se você senta do lado, ne, e começa a conversar, as vezes
você vai descobrir ... uma amizade ali, então é a mesma coisa comida” “ah não gosto de chuchu” “
mas porque que você não gosta? Você já experimentou? Vamos fazer chuchu, vamos fazer salada de
chuchu, vamos cortar de forma diferente” né, é... que, você vai descobrir outros sabores, combinar
com outras coisas, usar as ervas pra temperar, que ressalta os sabores né? Eu gosto muito do, da,
das ervas ne, pra tempero, então porque você bota em cima, da uma diferença.
PesqC: Mas você trabalha com eles essa parte de culinária também? De preparar a comida?
P.R.: Algumas coisas sim. Eu levo pra sala, eu TRAGO de casa na verdade, né?! (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Ai você trabalha em sala de aula? (PAUSA FORÇADA)
P.R.: Pré-processado. Trabalho em sala de aula, como foi o caso dos chás, né.
PesqC: Ah tem no vídeo né? A degustação de chás
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P.R.: Tem, eu levo as folhas, faço em casa ai comprei uma garrafa térmica grande pra isso, ai eu
passo o cha, na infusão, da forma correta, né, assim, ferver, e... coloco e trago fresquinho então de
manha agente vai na sala e toma.
PesqC: Ah legal, e como é que você acha que isso funciona... (PAUSA FORÇADA)
P.R.: E criança, a mãe, as mães relatam pra mim “nossa, fulano NUNCA tinha tomado um chá, NEM
bebezinho, ele fazia careta e não gostava e agora ta com mania de chá em casa” né, o outro relata
assim, é, que ele quer levar, se eu arrumava pra ele uma muda de freegells, que ele queria levar,
porque ele não chama de hortelã, ele chama de freegells. Porque ... ai levou e já ta com canteiro em
casa, entendeu? Em parceira com a avó, que ta resgatando o conhecimento dela, da vivencia dela.
Olha a relação entre ele e a avo como é que vai, estreitar, né, vai aproveitar. Então, a, as meninas ali
da cozinha também, né, fizeram os relatos dela, quer dizer, elas tão resgatando o conhecimento delas
que elas trabalham com alimento, e o conhecimento delas é muito importante pra nós, ela tem
experiências na, na parte né, de agricultura, ali ela relatou no vídeo, então, ela viveu isso, isso ta
adormecido, mas porque não despertar esse conhecimento? Levar essas meninas na sala de aula, pra
nos contar sobre as experiências dela?
PesqC: Você já fez, ja teve alguma pratica dessas que elas foram la falar com os alunos, alguma vez?
P.R.: Não, elas falam aqui na horta.
PesqC: Aqui na horta?
P.R.: É porque elas não tem tempo né (PAUSA FORÇADA)
PesqC: De subir, então não tem um horário (PAUSA FORÇADA)
P.R.: fica difícil, também tem as regras da empresa que não pode sair da cozinha né, que não pode,
eu acho isso ruim porque eu acho que engessa muito né, da impressão daquelas celas de senzala
(risos) que ta ali trancafiada, entendeu? Eu acho que tem que quebrar as paredes e, e sabe ter uma
relação melhor, porque eu acho que elas tem muito a ensinar pra gente sobre os alimentos, sobre o
desperdício né, sobre varias coisas, sobre a economia, sobre a produção.
PesqC: Mas você acha que isso é uma ideia geral, que as pessoas, que a escola de uma forma geral
vê as merendeiras dessa forma?
P.R.: Não, não é não. Em nenhum lugar é geral né.
PesqC: Não é, isso não é, isso é uma visão sua sobre (PAUSA FORÇADA)
P.R.: É uma visão minha sobre a escola.
PesqC: Legal. É, você é, trabalha com crianças que você é... considera ideal ali quinto e sexto ano e
tal, uma idade adequada (PAUSA FORÇADA)
P.R.: Quarto e quinto ano.
PesqC: Quarto e quinto ano, ok. É... e crianças mais velhas? (PAUSA FORÇADA)
P.R.: Isso. Por conta do currículo e por conta da percepção né e tudo.
PesqC: E crianças mais velhas que isso? Você acha que... (PAUSA FORÇADA)
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P.R.: Porque olha só, só voltando um pouquinho. A criança de, de terceiro ano que eu to trabalhando,
eu tenho que pegar na mão e ensinar o traçado da letra ainda, isso é prioridade. Então se eu tenho
essa demanda como é que eu posso passar pra outra coisa? Pro menino de quinto ano não, a escrita
dele já ta estruturada, ai eu posso lançar mais, voos, entendeu?
PesqC: Sim, entendi. Mas ai você acha que depois quando eles estão mais velho, sétimo, oitavo e
nono ano, se eles não tiveram essa... essa aproximação anterior (PAUSA FORÇADA)
P.R.: Fica difícil né?! (INTERRUPÇÃO) Mais, mais ai então, é... a demanda então do menino do
terceiro ano é diferente do menino de, de quarto e quinto ano, entendeu? Então quer dizer, ai você
tem maior liberdade, né, da sair de sala de aula e fazer uma aula interna porque você não tem tanto
a preocupação com a escrita, porque a alfabetização deles ta mais adiantada, agora, eu tenho alunos
meus que passaram pela horta no sexto ano, então, é... ate hoje eles tem uma rotina de vir à horta
espontaneamente, eles vem, quando eu olho as vezes eu to no recreio, as vezes eu to saindo,
pegando o carro pra ir embora, é, eu vejo aluno aqui molhando a horta, sozinho. Ele vem porque ele
quer, porque ele deseja participar e, e porque ele tem esse espaço da horta como espaço dele,
porque eu fiz esse trabalho. Ai eles pensam “Mas e ai, quando o ano acabar”? A hora vai ser nossa
assim?” “Sim a horta é da escola, e é de vocês que construíram ela” e então e outra coisa, eu faço a
ponte, tem alunos do ano passado que vem então, por exemplo, eu esqueci de falar, que além da
horta nós tem produção de mudas, né, então naquela época que eles trouxeram a terra, trouxeram
semente igual eu falei, semente de goiaba, outros alunos ficaram com ciúmes “ah também vou trazer,
na minha casa tem manga, vou trazer semente de manga, vou trazer...” ai então eles foram comendo
as frutas e trazendo as sementes e nós produzimos já mais de 300 mudas de arvores, que nos
trabalhamos também ecossistema, é... né, desmatamento, aquecimento global, fazia parte também
do currículo. E eles ... é que criaram isso, né quiseram produzir, e foram trazendo as mudas e nos
fomos colocando nas caixinhas de leite, de garrafa e fomos, fizemos um termo de compromisso que o
aluno levava pra, pra família assinar, que ele iria assumir responsabilidade sobre essa arvore, que no
futuro ia produzir alimentos (INTERRUPÇÃO)
Olha a dificuldade, o pessoal da empreiteira que ta fazendo é... ta fazendo conserto, reparos, veem
aqui na horta, pega os meus instrumentos de trabalho, que ta escrito “projeto horta” né, dentro da
caixinha, pega pra usar lá no trabalho deles, quebram e deixam lá atrás, então assim, é muito difícil.
Agora eu to pedindo à Marcela um cadeado pra colocar ali, né, porque infelizmente você tem que
trancar o espaço, não tem jeito. Mas, como eu tava falando, é... O que eu tava falando?
PesqC: (risos) Você tava falando que você foi pedir a terra pra... colocar e que você tava querendo
colocar um cadeado ali.
P.R.: Não antes disso, perdi a fala.
PesqC: Perdi esse também.
P.R.: Então, ah sim, da produção de mudas. Ai o, os meninos trouxeram as, as sementes, plantaram e
cresceram. Então agente, levou um tempo pra germinar, né? Que foi durante o ano passado. Então
essas mudas tinham um ano que tava... crescendo dentro da latinha. Esse ano, os alunos meus desse
ano levaram, o ano passado nos pegamos mudas na VIDEPA, que é um órgão de sustentabilidade
aqui, né, que trabalha com arborização de espaços degradados é, o, o organizador dele é um dos
autores do Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, aqui, que... o Paulo Cesar foi que morreu, né,
assassinado, pelos, é... pelo pessoal que pegava areia dentro de uma área de preservação. E ele
morreu, ele deu a vida dele pelo parque, entao se existe essa área, essa faixa de área verde daqui
da... de Vila Velha ate Guarapari, na beira do mar, que é um parque hoje, foi tombado por conta da
morte dele, porque ele lutou anos e anos e anos pra não deixar ... os empresários ir lá pegar areia,
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né, degradando a mata nativa. E ai ate o ponto que mataram ele, que ai foi a gota d’agua o processo
caminhou e tal e transformaram em um parque. Esse projeto da VIDEPA é um dos caras, um dos
biólogos que trabalhava junto com ele, né. Então nós fizemos uma parceria, nós fomos na VIDEPA,
pra ver como era o trabalho deles de meio, pra conservação do ambiente, e la eles dom ,doaram
mudas pra gente de... plantas. Ai cada criança levou uma muda e se responsabilizou em plantar na
comunidade pra melhorar a qualidade do ar, pra vir mais pássaros, pra ter mais alimento pros
pássaros, né? E alimento pro ser humano também, porque eles trouxeram mudas de frutas. E, ai...
então com isso, eles levaram a da VIDEPA e plantaram a que eles trouxeram a semente e esse ano,
os meus alunos desse ano já levaram pra casa no, nos primeiros dias de aula, a muda e vão ficar
cuidando dela e me apresentar um relatório no final do ano de onde eles plantaram, o que eles
fizeram com a muda, e é como se, e... isso vai ser a nota de ciências deles, a ultima nota de ciências
deles vai ser uma, uma foto, a imagem, e o relatório do que aconteceu, onde que ele plantou, se foi
na calçada, se foi no quintal, se ele doou pra alguém porque não tinha espaço, e o que que aconteceu
com essa planta. Então quer dizer, eu to colocando pro aluno a responsabilidade de cuidar de um ser
vivo, que no futuro vai produzir alimento. Né, ai então, ai esse ano os alunos tao trazendo semente e
agente ta plantando pros meus alunos pro ano que vem, entendeu? Fazer a ponte, então tem, essa
parte da arborização que agente trabalha, né da cobertura vegetal, agente faz estudo dos pássaros
aqui, que tem muitos, e como eles gostam da horta né, eles vem e pousam e tal. Faz a parte de erva
medicinal e faz a parte de alimento.
PesqC: Legal, muito bom. Então era isso, era isso que assim eu queria que você me contasse, eu
queria saber de você. Tem mais alguma coisa que você queria dizer assim pra encerrar? Uma...
(PAUSA FORÇADA)
P.R.: É... eu, o que eu gosto mais nesse trabalho, além dessa questão do aluno né, do aluno
convencional, é a sensibilização do aluno especial, o meu aluno cadeirante, né, que ... eu tenho
alunos com paralisia cerebral, né, que as percepções dele são alteradas por conta da, da deficiência, e
que a horta traz pra eles uma oportunidade, de aprendizado, entendeu? Muito maior do que se eu
ficasse na sala de aula naquela famosa, que agente chama né, de curso de (? 29’06). Ta ok? Muito
obrigada.
PesqC: É verdade, então ta certo.
P.Rg – Vila Velha
PesqB: Você é professora de ciências, né?
P.Rg: Sim.
PesqB: Quanto tempo que você ta ... lecionando?
P.Rg: Sete anos.
PesqB: Sete anos. E nessa escola?
P.Rg: Nessa escola é o primeiro ano.
PesqB: Tá. É... você escolheu ser professora de ciências porque? (RISOS)
P.Rg: Porque eu acho que ... quando eu fiz ciencias biológicas, a biologia pra mim é assim uma
paixão, eu acho que... pra eles é importantíssimo que eles conheçam... o corpo deles, o meio em que
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eles vivem, para eles saberem um dia interagir, saber valorizar ate mesmo o próprio corpo né. Eu
costumo falar pra eles “se você quer tocar um violão, você tem que saber como ele funciona, porque
se não você nunca vai saber ... como ele é. Então assim, realmente é... uma paixão. E eu acho que
tem que ser um dom mesmo, porque não é todo mundo que tem ... aquela coisa de ta ali falando, e é
uma coisa que me empolga, eu entro dentro da sala e esqueço que eu to... então eu acho que é bom,
assim... pra alguns, a biologia e a ciencias ela... frear um pouco né, por causa dos nomes e tudo,
mas quando você junta tudo eu acho que eles se interessam, porque é coisa do dia a dia “minha mãe
pede isso” “meu pai teve aquilo” “ah eu vi tal bichinho, posso trazer?” Então eu acho que assim é
legal pra interagir com o meio que eles vivem.
PesqB: Aqui você tem turmas especificas que você trabalha? (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: Tem.
PesqB: Quais turmas?
P.Rg: Os oitavos anos e os sétimos.
PesqB: Oitavos e sétimos. Ai você tinha comentado que tem uma parte da sua disciplina que... fala
um pouco da alimentação (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: Isso, no oitavo ano existe a importância da alimentação, porque agente trata o sistema
digestivo, então começa falando sobre a alimentação, a higiene dos alimentos, a pirâmide alimentar,
tem essa parte que, que começa mesmo a matéria do oitavo ano.
PesqB: E ai essa matéria você costuma trabalhar como com eles?
P.Rg: Agente usa muito... como se chama, aquela tabelinha que vem os alimentos né, tabela
nutricional, usa, agente trabalha também os corantes, essas coisas todas, então a parte boa, né e
também tentar ver como é que eles se alimentam, a importância da alimentação e a digestão, o que
vai pras células, aquilo que é necessário ou não, o porque depois da, da anemia, então agente vai
misturando um pouco.. do alimento, o que falta né no prato. Ainda mais porque as vezes a
comunidade é carente né, graças a Deus que aqui NEM TANTO, todos eles são, tem condições mas,
em algumas escolas é a única refeição do dia realmente, então (PAUSA FORÇADA)
PesqB: ... Anima a escola né? (? 2´41)
P.Rg: Pra renda... Não mas ai então agente trabalha ... também de acordo com o que a turma ... vai
pegando né, aquilo que eles tem mais interesse ... então varia de turma pra turma.
PesqB: E essa matéria vem no livro didático? (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: Vem no livro didático, é.
PesqB: E como que acontece o planejamento pra essas aulas?
P.Rg: Como assim?
PesqB: Você faz sozinha, tem apoio (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: Sozinha. Sozinha, normalmente o pedagogo não, não trabalha junto com agente assim não,
somos sempre nós mesmo.
PesqB: E você costuma fazer essas atividades em sala de aula? (PAUSA FORÇADA)
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P.Rg: Sim.
PesqB: Ta.
P.Rg: Agente estuda, pode usar também, quando a escola tem laboratório, aqui ate tem, a ... a pegar
o amido por exemplo, e usar o iodo, que ai eles tem na pratica né, onde encontrar certos alimentos,
fazer esse tipo de experiência, ate mesmo a saliva no pão, essa coisa assim, então existe né esse tipo
de prática, vamos colocar assim, que eles possam enxergar a coisa acontecendo, né.
PesqB: Aqui nessa escola você tem a oportunidade de fazer esse tipo de prática?
P.Rg: Algumas vezes sim, dependendo da área sim, da pra fazer. Eles tem um bom microscópio aqui,
então da pra fazer. Pena que é um só, então às vezes a turma grande, não é que se aproveita tanto,
mas dá.
PesqB: Tá. E... como você ve assim, é ... essa questão da ... tem a alimentação na escola, a
alimentação escolar, você acha que tem alguma relação com, com o trabalho que você faz em sala de
aula?
P.Rg: É bom porque muitos deles, aqui tem a oportunidade de comer o que eles não comem em
casa... entendeu. Então é uma forma da gente incentivar olha, porque, como você falou, eles querem
a... a lasanha e tudo, “Mas porque não da lasanha” né? “Por isso, por isso” “Porque então que você ta
comendo aquilo?” Então é uma oportunidade que agente tem de... de ver com eles né, a importância
daquilo que ta sendo servido que não necessariamente aquilo que eles desejariam né, comer.
PesqB: Ta. É... ai você acha que é ... tem uma potencialidade pra trabalhar (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: Tem.
PesqB: Com essa... com a alimentação escolar. Voce tem, ideias de como isso poderia acontecer mais,
assim... ou só na... (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: É, na verdade, eles tem uma ... um certo freio com a merenda, porque eles já veem
alimentados de casa ne, então muitos deles nao tem muito interesse, então é .... a merenda nem
sempre pode ser uma partida, pra isso né. A não ser como um ponto de referencia e tal, mas assim,
basicamente dentro da turma não são, não são todos que, que interessam na merenda.
PesqB: Ai você constuma trabalhar outros alimentos?
P.Rg: É. No caso frutas, que aqui, não é que se distribui tanto as frutas né, então, as frutas, ai pega
mais aquilo que eles comem que não é legal .... porque aqui eles já tem oportunidade de ver o que é
bom, então você ve que na sala ta la quatro, cinco balas, drops de balas, ou o bendito do chips né,
essas coisas assim que é o que eles gostam né, eu costumo falar inclusive daquele chocolatezinho que
você coloca no sorvete, que tem muita parafina né, então essas coisas eles “ah mas como tem isso,
tem aquilo” então dispertar pra eles realmente aquilo que eles tão comendo na rua e que ... nem
sempre, nas ferinhas, ou mesmo, que eles levam pra dentro de casa, que a família... não tem aquela
condição de comprar o legume e tudo mais, porque as vezes custa mais caro. Então como as vezes
agente tem oportunidade de trabalhar o bom, agente pega mais a parte ruim porque eles trazem né
?!
PesqB: Tá. Você merenda na escola? (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: Eu merendo. (Risos)
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PesqB: E os outros professores também?
P.Rg: Sim, nessa escola aqui sim.
PesqB: Tá. É... tem algum outro professor aqui que trabalhe o tema da alimentação com os alunos,
que você saiba?
P.Rg: A Verônica. Eu, eu acho que ela trabalhou algum tempo, com o pessoal da alimentação sim. Se
você quiser eu ate falo com ela.
PesqB: Ela é professora de ... (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: Ela é professora de ciências também.
PesqB: A ta. Da, do... (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: Do sétimo ano e sextos.
PesqB: Tá. Mas ai também é (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: Ela tava de greve né, mas ela voltou agora. Mas, eu acho que ela trabalhou um período sim
com, com o pessoal do oitavo ano falando da alimentação.
PesqB: Que também ta no (PAUSA FORÇADA)
P.Rg: É , e ela é efetiva, então ela ta há anos aqui trabalhando exatamente com, com diferentes
turmas.
PesqB: Que é uma matéria que ta inserida no, no livro didático deles.
P.Rg: É.
PesqB: Entao tá ótimo.
P.L – Caxias do Sul
PesqC:Liguei. Então P.L me conta. Você é professora de que? Como é que você veio parar aqui nessa
escola? Qual foi sua trajetória? Conta um pouquinho disso pra mim.
P.L: Tá, eu sou professora de área 1, eu trabalho de primeira ... de primeiro ano ao quinto ano. Esse
ano eu to com o quinto ano atuando aqui na escola. Fazem, fazem nove anos que eu, que eu trabalho
na rede municipal, mas eu já tenho ... um tempo maior assim como professora porque eu comecei no
particular, depois eu fui pro estadual e dai depois, em 2002 que eu vim, vim a, a atuar no município.
E eu já trabalhei em mais duas escolas da rede, sendo que eu pedi transferência pra essa escola este
ano que eu cheguei aqui, porque é mais próximo da minha residência.
PesqC: Certo.
P.L: Então isso é o que me levou assim a, a, a pedir essa escola e eu consegui.
PesqC: Legal. E ai como é que é trabalhar aqui? É uma escola bem pequena né?
P.L: Bem pequena.
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PesqC: Você trabalha com essa turma? (PAUSA FORÇADA)
P.L: Só com essa turma. Eu sou, trabalho em docente né e só tem as aulas especializadas de
educação física ... e de arte, que é com professor diferente, as demais disciplinas sou eu que leciono
(PAUSA FORÇADA)
PesqC: E ai são quais?
P.L: Estudos sociais né, que dai entra história e geografia, tem a, a língua portuguesa, matemática e
ciências.
PesqC: Certo. E ai dentro (PAUSA FORÇADA)
P.L: E ensino religioso.
PesqC: Ah, ok, isso já (PAUSA FORÇADA)
P.L: É, também faz parte do currículo.
PesqC: Ah legal. Mas entrou há pouco tempo ensino religioso?
P.L: Entrou há pouco tempo. COMO ENSINO RELIGIOSO, né, ta, ta com uma estrutura diferente o
ensino religioso porque uma vez agente trabalhava mais em, em cima de valores, de ... reflexões,
agora não, agente ta fazendo um trabalho diferenciado, né? ... De Estudo mesmo, em cima de cada
religião, de cada, de cada símbolo de cada religião.
PesqC: Legal. Mas ai vocês tem uma formação complementar pra fazer esse tipo (PAUSA FORÇADA)
P.L: Agente teve. Teve.
PesqC: Tem uma capacitação do município, é isso?
P.L: Uhum.
PesqC: Pra (PAUSA FORÇADA)
P.L: Do município pra fazer esse trabalho.
PesqC: E qual é sua formação?
P.L: Pedagogia.
PesqC: Ah, pedagogia
P.L: E depois eu fiz pós em psicopedagogia clinica.
PesqC: Ok. É, dentro dessas disciplinas que você trabalha, tem algum momento que você trabalha
alimentação ou alguma coisa relacionada com isso?
P.L: Sim, na parte de ciências, na parte de ciências ali agente trabalha todo o corpo humano, todos os
aparelhos que fazem parte do corpo humano, inclusive o aparelho digestório, no qual agente pode
incluir mais especificamente a alimentação, mas é trabalhado como um todo. (INTERRUPÇÃO)
PesqC: Mas ai continue, você tava falando do currículo de ciências (PAUSA FORÇADA)
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P.L: Sim, que dai agente consegue então incluir mais especificamente a alimentação. Mas como tem
ate, inclusive eu tenho ... um aluno em especifico nessa minha turma que tem problemas de
obesidade, e que ... ele já teve varias complicações né de saúde por conta disso, sempre que eu
posso ... tocar no assunto, fazer pesquisas, fazer algum trabalho relacionado a uma alimentação mais
saudável, eu, eu procuro incluir.
PesqC: E isso traz algum problema, assim pra ele dentro da turma, os outros tem alguma (PAUSA
FORÇADA)
P.L: Não, não percebo isso. Mas assim, também não vi grandes resultados de, de mudança de postura
dele. Entao não, não traz constrangimentos, ele fala normalmente, ele participa das atividades
propostas normalmente, mas ele, ele ouve, ele entende, ele diz que ele compreende, ele faz ... faz
um paralelo mas na hora de botar em prática, não, agente não percebe isso. (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Mas ai ele entende que, é... quando são feitas as atividades ele entende que isso é algo que
... que ta relacionado com ele? Pelo fato de ele ta ali (PAUSA FORÇADA)
P.L: Eu acho que ele faz essa relação sim.
PesqC: Sim.
P.L: Não é uma discriminação, não percebo assim dos outros, mas eu acho que ele se identifica sim...
pela curiosidade que ele demonstra também né.
PesqC: Ah e ele demonstra interesse?
P.L: Sim.
PesqC: Certo. E ... e ai dentro dessas ... tem nesse currículo de ciências a parte de corpo humano,
aparelho digestório, tem mais alguma... mais algum momento em que isso aparece?
P.L: (PAUSA LONGA) Qualidade de vida, que entra a parte da alimentação também, há toda parte
da... dos dentes, da boca que agente estuda né, também entra.
PesqC: Tem alguma atividade que vocês já tenham feito aqui esse ano, ou alguma coisa que já tenha
participado, enfim, que tenha alguma atividade extraclasse, que envolva esse tipo de assunto?
P.L: Sim. Agente teve... teve uma palestra com uma nutricionista da rede, ai agente veio, trabalhou ...
e depois disso eles fizeram algumas ... alguns trabalhos fora mesmo né, de pesquisa sobre
alimentação na família ... depois agente fez um paralelo com alimentação no bairro. Foi bem
interessante o resultado.
PesqC: E isso foi esse ano? Foi com essa turma?(PAUSA FORÇADA)
P.L: Foi este ano.
PesqC: Foi com essa turma?
P.L: Com esta turma.
PesqC: Legal. Vocês tem alguma, alguma coisa disso? Alguma foto, alguma, algum material? (PAUSA
FORÇADA)
P.L: Não sei se ficou alguma coisa, esse é o problema, agente não guarda né. Mas... posso ate ver
com ele se tem alguém que guardou.
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PesqC: É se vocês tiverem alguma coisa seria interessante saber (PAUSA FORÇADA)
P.L: Pra te mostrar né?
PesqC: É, o que que (PAUSA FORÇADA)
P.L: O que que foi feito.
PesqC: É, como é que eles trabalham isso, como eles veem isso, e tal.
P.L: Ta eu vou comentar com eles, eu não sei se eles ainda tem.
PesqC: Se eles não tiverem eles contam. (risos) Mas hoje eu vi você trabalhando, tava tabalhando
com alguma coisa de rotulo de maionese, não foi (PAUSA FORÇADA)
P.L: Ah sim
PesqC: Eu tava ouvindo você falar. (PAUSA FORÇADA)
P.L: Essa parte também da pra incluir né? Então agente ... trabalhei algumas historinhas matemáticas,
hoje meu objetivo não era trabalhar alimentação mas acabei entrando né. E ... trabalhei historias
matemáticas onde eles tinham que fazer cálculos, de lucro, de prejuízo, quanto pagou, qual a família
que gastou mais no mês, qual a família que gastou menos, e eles, eles mesmo fazem relacionamento
de uma coisa com outra, porque teve uma aluna que disse “ ah prof essa família comprou muita
porcaria né?” ai a outra “não essa aqui teve uma alimentação mais saudável” mas isso foi porque eles
fizeram, eu nao, eu não tinha especifico de trabalhar isso (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Mas eles trazem isso?
P.L: Trazem a todo momento.
PesqC: Certo.
P.L: E é bem forte assim, na turma isso.
PesqC: Essa turma em especial? (PAUSA FORÇADA)
P.L: Talvez ate por isso que a diretora tenha ... sugerido ela. Sim por causa do Fab... do menino que é
(PAUSA FORÇADA)
PesqC: Ah sim então o assunto sempre ta em pauta pra eles? Isso sempre aparece? (PAUSA
FORÇADA)
P.L: É, acaba, porque é uma coisa bem forte assim com este menino.
PesqC: Como é o nome dele?
P.L: Fabrício.
PesqC: Fabricio.
P.L: Ele teve varias complicações de saúde já em função disso, ele é um menino que tem colesterol
alto, diabete, ele já, varias vezes teve internado inclusive esse ano sabe, eu não conhecia ele antes
porque eu cheguei aqui esse ano, mas ele ... pelo o que as colegas e as outras profs me falam ele já
emagreceu bastante, mas ele ainda ta bem acima do peso, isso encomoda ele.
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(INTERRUPÇÃO)
PesqC: Ah isso foi uma coisa que eu reparei no refeitório, que eles terminam de comer ai vai alguém,
limpa a mesa (PAUSA FORÇADA)
P.L: Tem os dois ajudantes do dia, então eles se revezam pra deixar organizado, porque nós somos a
primeira turma do refeitório, então eles organizam e depois já (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Mas ai eles é que elegem quem é o (PAUSA FORÇADA)
P.L: o ajudante
PesqC: o ajudante do dia (PAUSA FORÇADA)
P.L: Tem uma lista pra não pular ninguém, como eles são bem... cricris, justisceiros ... tem que ter
justiça então um dia cada um.
PesqC: Ta certo. (risos)
P.L: No meu dia eu faço, no teu dia tu que faz.
PesqC: Tem o dia bom pro refeitório (PAUSA FORÇADA)
P.L: É uma turma que tem isso assim, bem (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Muito claro.
P.L: Muito claro. Isso ate um ponto é bom, de outro ponto em diante é muito negativo, porque... tu
não pode por exemplo proporcionar nada diferente pra ninguém, tu tem que ser igual pra todos. E
agente sabe que tem alunos ali que, que não da, tu teria que, né. Então se tu for fazer tu tem que
explicar muito bem o porque, porque se não eles vão (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Vão questionar.
P.L: Cobrar.
P.L: Vão.
PesqC: Bom saber
P.L: Vão questionar, vão, vão querer sabe o porque e vão te... questionar muito a respeito disso, ate
que ... tu, usou todos os argumentos, se eles se convenceram tudo bem, se não eles vao continuar
(PAUSA FORÇADA)
PesqC: Vão continuar falando. Ok. É, por um lado é bom né... tem seu, tem seu lado bom
P.L: Sim, tem seu lado bom, mas tem seu lado que as vezes atrapalha um pouco ne. Mas eles tão ...
tão progredindo, assim.
PesqC: Certo. É, dentro dessas atividades que já ... vocês tem horta aqui?
P.L: Não, o espaço da escola é muito pequeno né.
PesqC: Você sabe se já teve algum projeto (PAUSA FORÇADA)
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P.L: Tu pode ver que não tem nem grama (PAUSA FORÇADA)
PesqC: É, eu vi só uns, eu vi umas flores ali né (PAUSA FORÇADA)
P.L: tem umas flores nuns vasos, né. Nos não... eu, eu cheguei aqui esse não, então não posso te
falar dos outros anos muito porque eu não tenho muitos dados. Mas não tem muito, isso faz falta,
uma grama, uma areia, uma horta.
PesqC: Então ainda não, ainda não tem esse projeto. (PAUSA FORÇADA)
P.L: Não.
PesqC: Por conta do espaço e tudo. Vocês dividem o espaço com a igreja ne?
P.L: Com a igreja. Aqui em cima é a igreja. E aqui do lado tem o salão comunitário, então o.. o
próprio pátio é bem ... assim estranho, porque tem esse corredor que é pátio, la na frente dai que é
pátio, e aqui do lado, mas ... não é, ele não é amplo, ele é meio limitado, porque aqui é só um
corredor né.
PesqC: Certo. Tem alguma atividade que os professores façam todos juntos? ... É, que, que se
organizem pra fazer alguma atividade, todos os professores, pra fazer alguma atividade em especifico
com os alunos? ... Voce lembra de alguma assim, alguma coisa que tenha (PAUSA FORÇADA)
P.L: Agente tem algumas atividades que agente faz, por, vou te dar um exemplo... no ultimo sábado,
não esse ultimo anterior agente teve o segundo encontro da família, entao agente se reune, agente
planeja aquilo e agente trabalha todo junto ... A festa junina que é uma comemoração forte que
agente faz, depois teve algumas, tem algumas atividades no dia a dia dai só com os alunos mesmo
né, mas agente reúne eles sim, pra trabalhar alguns assuntos.
PesqC: Certo. Mais o que, deixa eu ver aqui. (PAUSA LONGA) E ai então, quando vocês vao, essas
atividades, quando você ta falando de alimentação, você ... você trabalha dentro do que ta ... do que
ta dentro dali do currículo de ciências então. Tem alguma outra, algum assunto que você traga pra
aula de alguma outra fonte, assim, que você tenha... ou que eles tragam ... ou em algum momento
que isso apareça? (PAUSA FORÇADA)
P.L: Sim. Sim. Tem.
PesqC: E ai como é que isso é... como é que isso aparece, assim?
P.L: Geralmente é por eles né, ou as vezes ... alguma vez que eu consegui puxar um gancho também
eu, eu posso trazer, mas geralmente por eles mesmo, surge a curiosidade, surge a necessidade e dai
agente vai e faz pesquisa, né, atividades que, que se relacionem àquele conhecimento, pra eles terem
maior informação sobre né.
PesqC: Certo. OK. Então acho que era isso que eu tinha pra te perguntar.
P.L: Se lembrar de mais alguma coisa (PAUSA FORÇADA)
PesqC: ISSO VOCE VAI ME CONTANDO, ate sexta feira você vai me contando as coisas que você for
lembrando e tal, mas assim, perguntas formais que eu precisava lhe fazer eram essas. E ai tem mais
alguma coisa que você queria dizer, que você lembre, nao?
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P.L: Não, só achei bem interessante o projeto, acho que os dados assim... acho que ... coletando,
fazendo tudo isso, espero que chegue nas mãos né, dos nossos políticos pra que mude algumas
coisas né. Mas acho bem interessante o trabalho.
PesqC: Que bom.
P.L: E eu acho que eles vão gostar amanha.
PesqC: Será? Vamos ver, vamos esperar ate amanha.
P.F – Aracajú
PesqC: Entao professor, você poderia começar se apresentando, dizer qual é a sua formação e contar
um pouquinho da sua trajetória como professor de ciências?
P.F: É... minha formação, né, é... nutricionista, ne, inclusive com licenciatura plena, licenciatura plena
em nutrição e dietética né, feita na Universidade Federal da Paraíba, né entre os anos... setenta e
nove e oitenta e um. É... tenho especialização em saúde publica... e tenho especialização em
educação à distancia, né. Eu já trabalhei com... educação de jovens e adultos e, é... trabalho
atualmente com ensino fundamental na prefeitura de Aracaju, né, ministro... aula de ciencias.
PesqC: Sim, ai ciências seriam ciências geral (PAUSA FORÇADA)
P.F: Ciências naturais, ciências naturais.
PesqC: Ciencias naturais. Pra que segmento?
P.F: Pra sétimo ano e nono ano.
PesqC: E ai sétimo e nono ano ainda é junto ciencias naturais ou tem alguma separação física,
química, biologia?
P.F: Não, não. Inclusive o nono ano né, é... a visão básica exatamente das três disciplinas que eles
vão é... estudar mais “aprofundadamente” no segundo grau, né, no ensino médio, física, química e
biologia. Isso pra o nono ano né. O sétimo ano, é... são seres vivos de uma fora geral né. (PAUSA
FORÇADA)
PesqC: E como é que foi (PAUSA FORÇADA)
P.F: Que no fundamental agente tem né, o quinto ano né, aqueles fatores abióticos, né, agua é... ar
e solo, no... no sexto ano né, desculpe no sexto ano, no sétimo não, né, os seres vivos, no oitavo o
corpo humano e no nono exatamente a base né, do ensino médio no que diz respeito à física, química
e biologia.
PesqC: Como é que foi pro Senhor essa transição de ter se formado nutricionista e ter passado a
atuar como professor de ciências?
P.F: É interessante, pelo menos a, a na minha historia a nível pessoa né, na época, é... oitenta e
quatro, oitenta e cinco, oitenta e cinco né, quando eu fui contratado pela prefeitura não tinha
concurso né, e tanto o estado como o município, porque eu, eu fui também professor do estado, não
existia o cargo de nutricionista no quadro, né, de funcionário, nem do estado nem do município e
coincidentemente, como eu tinha feito né, a licenciatura eu fui aproveitado como professor, né e fui
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trabalhar, ainda trabalhei um período com, é... a parte de alimentação, a parte de nutrição, fiquei à
disposição da secretaria de saúde, trabalhando com suporte né, pra, é ... aquelas mulheres né, na
fase de amamentação que precisavam de um reforço em termos de alimentação, era um programa
do governo, depois eu voltei pra... a secretaria da educação, fui trabalhar, educação dos jovens e
adultos supletivo né, segundo grau, no estado e fui ocupar alguns cargos,é... na, na esfera do
município, na prefeitura, mais na educação.
PesqC: Isso ainda no estado da Paraíba? Ou já aqui? (PAUSA FORÇADA)
P.F: Não já aqui, já aqui em Sergipe. Já aqui em Sergipe.
PesqC: O senhor é daqui de Sergipe? Foi pra lá pra (PAUSA FORÇADA)
P.F: Sou, sou. Eu fui porque na época não tinha curso de Nutrição né aqui no estado e eu achei por
bem, né, fazer vestibular pra Joao Pessoa, pra Paraíba.
PesqC: E porque essa opção pela Nutrição?
P.F: Porque eu achei interessante, quer dizer, na época pra mim, né, agente é... o tempo ele acaba
ensinando agente e na época me fascinava a questão né, dos alimentos, a questão da ENGENHARIA,
né, de produção, né, apesar de que eu acabei sem ter muito estimulo quando voltei e comecei a
trabalhar né, comecei a trabalhar com, com magistério e acabei esquecendo um pouco a, a questão
da nutrição. Ainda tive a oportunidade de ser monitor, né, na disciplina Nutrição e Dietética na
Universidade Federal de Sergipe, que eu comecei a cursar enfermagem mas infelizmente não conclui
e como estudante de enfermagem eu tive oportunidade de... de ser monitor, né, da disciplina
Nutrição e Dietética da professora Gildenai, na Universida Federal de Sergipe.
PesqC: Certo, e o Senhor como profissional de saúde E educador dentro da escola, trabalhando é...
com o ensino de ciências, o Senhor vê alguma possibilidade de transversalidade desse tema dentro da
escola?
P.F: Sim, sim, muito. Agora depende, é... eu acho que depende muito da estrutura da escola, por
exemplo, essa escola aqui, né, agente tem ate um projeto, não foi em execução ainda porque só
agora esse ano, mais ou menos por volta do meio do ano é que a escola foi reformada e entregue à
comunidade, mas essa é uma das poucas escolas que dispõe de espaço, é... SUFICIENTE né, pra que
se produza uma alimentação escolar de qualidade. Porque, infelizmente, na maioria das escolas as ...
as cozinhas, né, elas nem tem espaço adequado, não existe área de armazenamento, né, não existe
equipamento, nada né. ESSA, né que agente esta, a escola José Antônio da Costa Melo é uma das
poucas escolas que tem essa estrutura. Uma estrutura inclusive de COZINHA industrial. Entao a gente
pode fazer um trabalho, por exemplo, muito rico, envolvendo as crianças ate na própria produção dos
alimentos, na produção do cardápio.
PesqC: E ai existe esse projeto?
P.F: Existe. Só que é como eu, eu, eu falei anteriormente, agente, não houve tempo ainda. (PAUSA
FORÇADA)
PesqC: Ele ainda não foi implementado (PAUSA FORÇADA)
P.F: Isso, é. Não foi implementado e agente também sofre algumas dificuldades porque, a, a, a nossa
carga horária ela é de certa forma exaustiva né, agente não tem assim, é.. oportunidade de ter um
horário disponível pra isso, é como o laboratório de ciencias né, agente não pode ta no laboratório e
na sala de aula ao mesmo tempo né, ou agente vai, né, preparar o laboratório ou agente vai pra sala
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de aula, poder dar aula. Isso se aplica também na questão né, de um projeto de, de nutrição, voltado
mais pra contextualização daqueles assuntos que eles tem na, na parte teórica né.
PesqC: Certo. Entao o Senhor acha que a estrutura da escola e a carga horaria dos professores
influenciam, diretamente na (PAUSA FORÇADA)
P.F: Influenciam. Há uma incompatibilidade em função disso né, quer dizer, pra gente trabalhar, um
projeto, esse projeto mais especificamente, agente precisava ter uma dedicação mais exclusiva ao
projeto né, porque enquanto professor em sala de aula e em laboratório é complicado né, agente
teria que ter uma carga horaria mais elástica.
PesqC: Como é que o Senhor ve o papel das merendeiras nesse processo?
P.F: Olha, é... infelizmente a realidade do município de Aracaju é que as merendeiras, é... com uma
formação né, com uma preparação pra tal, né, elas tao saindo, elas tao saindo do quadro da
prefeitura. Estão se aposentando, algumas estão vindo a, a falecer. Agente já teve aqui na escola, até
quatro... merendeiras com formação, ótimas né, porque agente verificava a pratica delas em todo
sentido, sentido de higiene e tudo mais, só que infelizmente hoje agente tem UMA, apenas, que é do
quadro EFETIVO né, contratada MESMO como merendeira e com todo, com toda qualificação com
todo preparo pra isso. E o pessoal que ajuda né, é o pessoal que é prestador de serviço, inclusive não
tem o vinculo mais, mais FORTE com a organização.
(INTERRUPÇÃO)
PesqC: Então (PAUSA FORÇADA)
P.F: Sim, então agente não tem mesmo, quer dizer, a, a, as pessoas que servem como prestadoras de
serviço, elas prestam serviço de uma forma geral, limpeza, é... “varrição”, auxiliar de disciplina, né,
que agente tem carência, né desses profissionais específicos dentro da escola, inclusive a... a própria
merendeira em si, agente não tem mais, um quadro, digamos assim, formado, pra que possa
trabalhar na escola. Essa é uma das carências também, infelizmente. Há a necessidade né, de que a
secretaria, através da prefeitura, ela venha promover, concursos né, pra poder ocupar esses cargos
né, merendeira, auxiliar de disciplina, né, que são, elementos importantes ne no trabalho que agente
faz dentro da escola.
PesqC: Certo. O senhor tem então nessas duas posições, tanto de profissional de saúde quanto de
educador, o senhor acha que... existe a possibilidade de trabalhar esses dois profissionais em
conjunto dentro da escola? E o que que seria necessário para viabilizar esse tipo de estratégia?
P.F: (PAUSA LONGA) Olha, (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Ou o senhor acha que não é uma estratégia que seria... necessária ou... poderia se pensar de
uma outra forma?
P.F: Não, eu, eu acredito que, assim, é... há a possibilidade de agente fazer um trabalho, agora, né,
havendo por exemplo uma... uma definição em relação à posição da secretaria no sentido de que
agente tenha uma... uma dedicação né, exclusiva digamos assim, ou à sala de aula ou... ao
laboratório. Claro que, né, atuando de forma conjunta né, tanto o profissional que ficar em sala de
aula quanto aquele que ficar no laboratório, né, faça sempre, esteja sempre interagindo, entre eles,
né. Ai sim, ai eu acredito que agente pode fazer um trabalho. Agora, isso depende muito da, é... da
aprovação desse projeto ou de um projeto, de outro que possa vir a ser feito e que tenha a
autorização da secretaria da educação, né, porque agente tem uma carga horaria, um limite de horas
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pra cumprir e... esse limite de horas agente poderia incluir, né, toda essa preparação, se agente for
acumular as duas funções, né.
PesqC: Certo. Então o senhor acha que um profissional de saúde que não tenha uma atuação
especifica dentro da escola pode ta trabalhando em conjunto com os professores pra dar suporte
nisso? Ou o senhor acha que é uma, um enxerto de uma área externa à escola e isso possa trazer
algum problema? (PAUSA FORÇADA)
P.F: Não, não, nao. Não, de forma, não de forma nenhuma, né. Tudo bem, eu contemplo as duas
áreas né, tanto a área de magistério quanto, quando a, a área técnica de nutrição. Mas eu acho, né,
quer dizer, alias né, pela, pela estrutura das instalações que agente tem aqui, em termos de cozinha,
haveria a necessidade ate de, da presença do técnico, profissional de nutrição, exatamente pra fazer
todo o trabalho de orientação em relação à questão do preparo, né. Só que a, a, a secretaria da
educação não pode contratar um profissional de nutrição, né, não é parte do quadro, ela poderia
requisitar à secretaria de saúde, né, mas é muito importante, ate pra que agente possa fazer aquele
trabalho, né, em termos de contextualização né, de tudo aquilo que é ensinado né, dito teoricamente
né, e agente trabalha a questão teórica da importância dos alimentos ne, tanto quanto agente fala no
caso especifico das turmas né, que trabalham o corpo humano né, quanto né no caso das outras
turmas que mesmo é, é no sexto ano quando agente trabalha o ambiente abiótico, né, agente fala né,
da, da, do ambiente biótico e fala claro das plantas, fala da alimentação, e seria interessante agente
ter esse viés ate com a pratica né, da merenda escolar, com o que eles tao se alimentando na
merenda né, e pra mostrar exatamente a importância dos alimentos, agente sabe que hoje né agente
tem dois problemas sérios no mundo né... a fome né, ou a alimentação desequilibrada né, em
excesso, né, é o grande, a grade disparidade que agente tem, a fome de um lado, né, e... o excesso
de alimentação, a, a obesidade já, né aparecendo como uma, uma doença importante né e isso
agente pode trabalhar na escola.
PesqC: Certo. Os alunos em algum momento tem alguma iniciativa espontaneamente de fazer essa
relação com o que eles comem na escola e a matéria que esta sendo dada em sala de aula? Ou eles
não, espontaneamente eles não fazem essa relação?
P.F: Não, não, infelizmente não. Agente tem que induzir, né, pra que isso ocorra, pra que, né, eles
pelo menos tenham a, a, a, a, a consciência né da, do equilibro dos alimentos pra saúde.
PesqC: Certo. O senhor conhece ou, ou já participou de algum projeto sobre hortas escolares?
Franscisco: (PAUSA LONGA) Não, não. Eu já tive conhecimento, mas, né, não cheguei, não cheguei a
participar (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Nao é usual por aqui (PAUSA FORÇADA)
P.F: Não. É... houve um período em que... eu não me lembro exatamente quando, mas como
professor eu assistir algumas, é... algumas ações, né, nesse sentido, mas não tenho assim informação
do resultado, o que ficou, não sei se foi é... providenciado, é... correção pra quem tinha problema.
PesqC: Certo. Se o senhor tivesse que em uma frase, fechar o que significa pro senhor alimentação
na escola, o que que o senhor, diria?
P.F: Olha, é... eu considero a escola né, não só, né, quer dizer é uma das bases né, de formação, de
comportamento né e de... informação, de geração de conhecimento. E como eu disse anteriormente
agente ta vendo hoje uma sociedade muito obesa né, muito... né, que faz uso muito dos alimentos
industrializados e que, na verdade não garantem né, saúde, né, muito pelo contrario né, vai criar
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problemas futuros ne, agente bem sabe, os salgadinhos, é... que trás como consequência a questão
da hipertensão, por tabela ne, as questões cardiovasculares ne e fins mesmo que agente ainda ve
muito hoje né, são crianças e ate adolescentes ainda ne, fazendo uso né do, entre aspas né, do
cheetos, né, do, do salgadinho bem salgado ne e com gorduras né.
PesqC: Eles costumam trazer pra escola esse tipo de alimentos? (PAUSA FORÇADA)
P.F: Costumam.
PesqC: Pra hora do, do recreio, do intervalo (PAUSA FORÇADA)
P.F: Muitas vezes eles, é, é, é diante de uma sopa né, ate que, né, agente conseguiu conversar com
a, com a merendeira e agente acaba disfarçando um pouco quando há condição de moer ne, de
triturar as verduras, os legumes, né, eles as vezes né preferem, acham melhor o cheetos do que a
sopa né.
PesqC: Sim, é um sucesso.
P.F: É, infelizmente né, agente vive também numa sociedade consumista né, numa sociedade
capitalista que a pressão, n, dos meios de comunicação é muito forte nesse sentido né.
PesqC: Voce acha que isso é uma influencia importante?
P.F: É uma influencia... terrível.
PesqC: Ta ali competindo com... a ideia da merenda e (PAUSA FORÇADA)
P.F: É, então o, a, a exposição do professor ainda é algo muito ... digamos assim fraco em relação à
mídia, né, em relação aos meios de comunicação.
PesqC: Ok. Então professor obrigada, mais alguma coisa que o senhor queira dizer?
P.F: Não. Você também se precisar de alguma coisa, né. Eu esqueci de, de, de, né, colocar um
detalhe com relação à minha relação.
PesqC: Pode falar.
P.F: Eu por volta de, eu trabalhei com, com alimentação ne pra gestante na secretaria de saúde, e
trabalhei também como responsável pela merenda escolar do município, mas isso numa época ne,
que agente não conseguia ter é... nenhuma ingerência em relação por exemplo à compra de alimento,
a cardápio, foi num momento em que, se não me engano, era FAE, Fundação de Alimentação Escolar,
a nível federal, né, a nível de governo federal que já definia os cardápios, né e eram alimentação
praticamente sem prontas ne, eram sopas, eram mingaus, né, então praticamente agente só fazia
mesmo receber e repassar para as escolas né, claro que houve uma evolução e hoje agente
infelizmente ainda não sabe usar, né, a, o resultado dessa evolução, né, que são as compras
descentralizadas ne, já podendo se colocar no cardápio alimentos que são né característicos, típicos
né, da nossa região, e, né... o período que eu passei foi esse período assim né, onde agente ficava
amarrado né, engessado a um cardápio nacional, a um mingau que muitas vezes a criança se quer né
tinha coragem de colocar uma colher na boca.
PesqC: Tinha uma rejeição muito grande.
P.F: Terrível, terrível.
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PesqC: O senhor ve uma mudança grande em relação a isso?
P.F: Sim, sim, sim. Porque hoje, né, com a criação né dos conselhos né, agente tem a possibilidade
das compras de acordo com... o costume, ne, de acordo com a cultura né, das localidades onde estão
inseridas as escolas né.
PesqC: Certo. Foi (PAUSA FORÇADA)
P.F: O que não acontecia anteriormente, porque mesmo, quando é... depois né, da, da
descentralização por parte do Governo Federal a merenda escolar ela ainda ficou atrelada por muito
tempo ao estado ne, ao governo do estado, que era quem definia o cardápio ne, era quem inclusive
fazia as compras e tudo mais. Hoje não, hoje agente já tem esse avanço né, que é a possibilidade do
próprio município né e da própria escola ate definir aquilo que ela quer em termos de alimentação,
né. É uma pena também, como eu disse anteriormente, agente não ter, né, como operacionalizar essa
merenda escolar , em função de falta de, de merendeira, na maioria das escolas falta de espaço, falta
de equipamento, né, aqui não, aqui se você for, eu vou com você depois la pra você ver que estrutura
agente tem.
PesqC: É aqui ta bem equipado, a cozinha bem.. (PAUSA FORÇADA)
P.F: Porque na verdade, essa estrutura aqui, em termos de, de escola, né, ela vem daquela proposta
de, de Darcy Ribeiro né, a proposta né, do, do CIEP né, dos Centros de, de, de Educação Integral e ai
a alimentação que é produzida aqui ela atende tanto a escola de ensino fundamental como a escola
de educação infantil, a creche né, a alimentação toda é feita aqui, mas sem profissionais, né,
qualificados para isso.
PesqC: Certo. Desde 2009 que saiu uma lei que... que tem obrigado as escolas a colocar 30% de
agricultura familiar no cardápio. O que o senhor acha sobre isso? Como é que o Senhor ve esse
processo?
P.F: Olha eu não tenho uma informação assim a nível da secretaria em termos de aquisição, eu não
tenho acompanhado infelizmente por uma questão de tempo né, como agente é professor agente, né,
trabalha de manha, de tarde, de noite, de madrugada, né (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Certamente. Mas pensando como professor de ciências ? (PAUSA FORÇADA)
P.F: Cada turno, cada turno agente assume uma escola né, assume uma atividade (PAUSA FORÇADA)
PesqC: É conheço, conheço essa vida. Mas como professor de ciencias, como é que o senhor vê essa
iniciativa? E (PAUSA FORÇADA)
P.F: Ah sim, enquanto processo de descentralização né, de democratização ate né, da produção, eu
acho importante né porque é uma forma de garantir, né infelizmente a subsistência ne das famílias né
no campo, como garantir a alimentação tradicional né, da escola, de acordo com seus hábitos, seus
costumes né.
PesqC: Os alunos daqui na escola eles tem alguma relação com o meio rural? Tem alguns alunos que
são filhos de agricultores ou algo assim, ou é restrito ao meio urbano mesmo?
P.F: Não, não, não. Há uma relação com quem comercializa alimentos né, porque agente fica próximo
aqui à central de distribuição, ao CEASA, então alguns dos alunos eles são filhos de comerciantes, de,
de hortifrúti granjeiros, né, é... vendedores de laranjas, vendedores de banana, então pelo menos
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nesse sentido eles ne, esses já demostram algum conhecimento, já algum habito né em relação ao
consumo desses alimentos né.
PesqC: Certo.
P.F: E o que agente vê na verdade, de uma maneira geral é quando se tem alguma alimentação,
alguma merenda, né, que traga né, hortaliças ou traga legumes né, eles acabam jogando fora do
prato né.
PesqC: Eles tiram né. Ta certo. Isso agente tem visto mesmo. Ta certo P.F, mais alguma coisa que o
senhor se lembre e queira falar?
P.F: Não, não o que eu tinha esquecido era só isso, essa questão da coordenação da merenda
escolar.
P.F: É... na, na, na formação, na implantação do projeto né, de nutrição aqui na escola, ne, agente
poderia trabalhar com alunos no nono ano ne, em função já dos primeiros conhecimentos, em
relação, né os conhecimentos básicos em ralação à biologia, física e química, se utilizando, né, da
cozinha como laboratório né, ate pra... uma qualificação profissional pra que eles aprendam né, o
preparo dos alimentos, a preparar doces e salgados né, a confeitar, enfim, né, é... tudo aquilo que
pudesse ser produzido na cozinha ne, claro que ai agente dependeria muito da participação da
secretaria tanto no fornecimento dos insumos quanto também na definição de uma politica de
segurança ne em função da, dos riscos ne que se corre dentro da cozinha, exatamente pra que
agente pudesse garantir a segurança desses alunos dentro da cozinha. Então, infelizmente, né, todo e
qualquer projeto que agente venha a pensar na escola agente precisa do ok né, da secretaria da
educação. Apesar da gente, né, viver um sistema democrático aqui em Aracaju porque né, a, existe
eleição pra diretores, pra coordenadores, mas é... agente ainda depende muito da secretaria, ainda
há uma relação de dependência muito grande da secretaria da educação.
PesqC: Certo. E a secretaria da educação tem apoiado esse tipo de iniciativa?
P.F: Tem, tem, né. Só que né, é... como agente tinha comentado anteriormente, agente precisaria né,
de... ter mais é, é recurso né, porque o pessoal que agente dispõe na cozinha não é suficiente, né,
então agente precisaria ter no mínimo né um confeiteiro, né, teria que ter alguém né, mais
especializado ate porque, agente dispõe hoje por incrível que pareça, pra uma escola de mais de
quatrocentos alunos um, uma merendeira né, claro que ela não ta trabalhando hoje sozinha, ela
trabalha com outras pessoas mas não tem informação, né. São prestadores de serviço que inclusive
não tem nem... carteira assinada, né, nem um vinculo contratual maior, né, eles passam três meses e
são dispensados né. Entao, assim que eles começam né a aprender alguma coisa, vao pra fora. É
preciso que, como eu disse anteriormente, que a prefeitura ela realize concurso publico pra isso né,
pra preencher essas vagas né, que há uma carência muito grande.
PesqC: Entao o problema sempre começa e termina no pessoal.
P.F: É, infelizmente (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Como a maioria dos lugares, né (PAUSA FORÇADA)
P.F: Infelizmente né, quer dizer e aqui é, é uma pena né, você vai ver a estrutura da cozinha que tem
aqui né, mas (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Eu vi, eu to acompanhando a cozinha essa semana (PAUSA FORÇADA)
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P.F: Não tem, não tem pessoal pra isso.
PesqC: Ta certo.
P.F: (? 3’25) Tem essa estrutura, com câmera fria (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Sim, sim, a estrutura aqui é muito boa. Alias uma coisa que agente tinha percebido em
algumas escolas, é que as escolas tem uma estrutura de cozinha domestica pra fazer produção em
larga escala.
P.F: É, semi, semi industrial.
PesqC: Semi-industrial, pois é. E ai esse processo é sempre muito complicado porque você tem uma
ou duas merendeiras com uma cozinha de estrutura domestica produzindo refeição. E ai isso
compromete a qualidade, compromete a qualidade de trabalho das merendeiras porque elas são
sobrecarregadas, enfim, nisso percebe uma serie de problemas, entendeu. E aqui a escola tem uma
estrutura... uma estrutura bem interessante enquanto cozinha (PAUSA FORÇADA)
P.F: Tem, tem, tem. Que pode ser aproveitada. Agente pensou no inicio né, assim ate de, de
trabalhar com uma cozinha central né, mas também demandaria transporte, demandaria PESSOAL né
e ai, ai agente cai no velho problema né (PAUSA FORÇADA)
PesqC: O de sempre né. Ai tem toda logística (PAUSA FORÇADA)
P.F: É porque, né. Agente teria, pela cozinha, né, panela a vapor, panela, né, agente teria condição
de produzir, e essa alimentação ser distribuída né.
PesqC: Tem essa possibilidade então em vista, um dia, quem sabe possa ser (PAUSA FORÇADA)
P.F: É, quem sabe, quem sabe né. Quem sabe, com certeza.
PesqC: Se isso acontecer, por favor, você avisa agente que vai ser um prazer vim ver isso acontecer.
P.F: Com certeza.
P.F: O que agente ve é que a maioria, né, essa é uma critica, os professores de ciencias né, eles se
prendem muito... ao currículo né? E, não fazem a transversalização né porque... você trabalhar ne
corpo humano, trabalhar sistema digestivo e não dar prioridade ne, a falar sobre a questão dos
alimentos, se detalhar mais na questão dos alimentos ou deixar de falar porque não tem tempo né,
quer dizer, não tem tempo enquanto carga horária, enquanto a assunto a ser adotado né (PAUSA
FORÇADA)
PesqC: Que existe uma cobrança também daquelas, dos, dos conceitos de currículo, né. Tem provão
aqui no final ? (PAUSA FORÇADA)
P.F: Sim, sim. Tem, tem. Até, ate os alunos do nono ano, só que na verdade a Prova Brasil ela é feita
apenas em cima de, de matemática e língua portuguesa né, ela não abrange conhecimentos gerais,
não abrange outras ciências né. Mas agente passou por esse processo, acho que semana passada se
não me falha a memória.
PesqC: Então essas pressão em cima do currículo de ciências é menos... intensa?
P.F: É, é, é.
PesqC: Certo.
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PesqC: Entao o senhor começa me contando, o senhor teve uma gestão aqui? Como diretor?
P.F: É participei da, da, da direção da escola, agente... 2009... 2008, 2009 mais ou menos né, e ai
agente sentiu uma grade dificuldade por exemplo em relação à preparação dos alimentos além da, da
questão do pessoal, em relação ao envio né, da, da, dos alimentos por parte da Secretaria, porque
por exemplo de repente, agente tinha carne, no freezer né, tinha feijão, arroz , farinha, mas não tinha
óleo, não tinha, né, tomate, não tinha, né. E como agente fica aqui, atravessando a rua agente já ta
na central de abastecimento né, agente acabava tirando do bolso pra poder comprar né, um quilo de
tomate, um quilo de cebola, uma latinha de óleo, pra poder completar os alimentos pra poder
preparar a alimentação né, das crianças né.
PesqC: Porque ai os alimentos vem direto já comprados diretos da secretaria? Então eles lá tem um
cardápio (PAUSA FORÇADA)
P.F: Da secretaria. Os fornecedores, os fornecedores eles tem um cronograma de entrega e muitas
vezes também esse cronograma de entrega não era cumprido, ne, de forma correta né, agente tinha
que receber, é... é hortaliça né, leguminosa na segunda feira agente só ia receber na terça ou na
quarta, né. E muitas vezes também esses alimentos acabavam... se decompondo né, porque ai, né,
a, a, a, o cardápio ne, não havia previsão no cardápio pra uma outra alimentação utilizando, né, essas
hortaliças e elas acabavam passando do tempo e agente acabava jogando fora né, não tinha como
utilizar.
PesqC: Então tinha um cardápio que vinha da secretaria pra vocês (PAUSA FORÇADA)
P.F: Isso, um cardápio modelo né, um cardápio modelo pra que agente seguisse. Mas agente acabava
tendo que alterar em função da, da chegada dos alimentos, da irregularidade na, no cronograma de
entrega. Eu não sei hoje né, como isso ta acontecendo porque agente não ta mais na direção, né,
mas o grande problema que agente tinha era esse também, de tirar dinheiro do bolso pra
complementar a merenda, né, porque agente sabia que né, sem o alimento na escola a, a frequência
ela diminui muito.
PesqC: Diminui.
P.F: Diminui muito, né, é um dos pontos também que ainda atrai as crianças pra escola né,
principalmente as crianças né, que moram em regiões mais pobres e que frequentam aqui a escola,
agente ainda tem, em torno da escola né, digamos assim, alguns cinturões de pobreza, algumas
favelas né. É... entre uma área de classe média e outra, são crianças altamente carente. Muitas vezes
a alimentação da escola é a única alimentação que elas tem no dia.
PesqC: E o senhor percebe entre os alunos eles fazem algumas diferença entre eles? Dos alunos que
comem, eles fazem alguma diferença do tipo “ah ele come porque não tem comida em casa”?
P.F: Sim, sim, sem dúvida né. Os que comem mais são aqueles que não tem alimentação em casa
mesmo (PAUSA FORÇADA)
PesqC: E os outros, e os outros fazem alguma (PAUSA FORÇADA)
P.F: Eles não fazem nem distinção, se tem verdura eles comem verdura, se tem né, na sopa se tem a
verdura eles tomam a sopa, né, diferentemente né daqueles que tem um poder aquisitivo melhor,
porque muitos até já trazem a, a merenda né. Querem ate exigir da escola que a escola coloquem
uma cantina né, como se fosse uma cantina né de escola particular.
PesqC: Já teve essa cantina e foi desativada? Ou nunca teve?
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P.F: Não, não, nunca teve, nunca teve.
PesqC: Certo. Então esses alunos que não comem a merenda e que trazem a merenda eles tem, você
acha que eles tem alguma resistência... à merenda por ter algum estigma de que... é algo que, que é
feito pros alunos que não tem o que comer? (PAUSA FORÇADA)
P.F: Sim, também, também. Além da pressão externa da mídia em função daqueles produtos né
industrializados né.
PesqC: E ai esses alunos que comem a merenda o senhor acha que eles tem alguma, eles tem
alguma, algum ressentimento em relação a isso? O senhor percebe isso nos alunos ou não? Isso não
(PAUSA FORÇADA)
P.F: Não, não, não, eu nunca, assim, eu também nunca prestei atenção mas não...
PesqC: É algo que possa... (PAUSA FORÇADA)
P.F: Sim... Mas eles fazem uso, assim, é... se alimentam mais, né aqueles que são mais carentes né, é
uma questão da própria necessidade, pedem ate pra repetir (PAUSA FORÇADA)
PesqC: E no período de férias, no período de férias tem merenda ou não?
P.F: Quando há alguma programação específica né, assim, se houver colônia de férias ou ... (PAUSA
FORÇADA)
PesqC: Se não... não tem. (PAUSA FORÇADA)
P.F: Não, não tem, não tem. Agente ta aguardando né, já foi é... solicitado, a inclusão da escola no
“mais educação” né. E ai agente tem essa expectativa de que agente possa trabalhar, né, os projetos
né, porque ai agente tem um, um, um segundo turno né, quer dizer, agente também não sabe se
agente como professor que trabalha um turno vai trabalhar os dois né, porque pode vir outros
professores, mas agente, né, eu imagino que... eles vão ter o almoço né, pra poder permanecer na
escola no tempo integral né porque é esse o objetivo do “mais educação” e vão ter atividades que
envolvam né, esses projetos de, projetos de nutrição e outros projetos né, na área de cultura, de
artes né, aprender a tocar um instrumento né, a fazer dança, a fazer jogos né, porque ate a própria
educação física hoje ela não é voltada exclusivamente pras modalidades né, ela é feita, é... trabalhada
de uma maneira geral. É... é, agente se recente muito né, da falta de atletas em função disso
também, a escola não ta formando atletas né, tem apenas uma, uma ou outra escola que tem um
professor de educação física com uma visão diferente que acaba, né chamando pra que eles façam
handebol, que façam uma modalidade e a escola acaba tendo resultado quando participa de jogos né
interescolares, eles acabam tendo uma classificação boa. Mas, né eu acredito que com o “mais
educação” isso possa vir a acontecer né. Agente ter, né, os cursos pra, pra é... confeiteiro, pra
produção de salgadinho, né, pra... pra dança, pra musica, enfim, né, eles possam usar da escola tudo
aquilo que ela tem a oferecer né.
PesqC: Integrante.
P.F: É no próprio almoço eles participariam também né, naquela ideia do projeto da, da formação
deles, agora como né, pagar o seguro né, porque pra tar la dentro, né, há risco e... no caso das
merendeiras, elas tem, a merendeira é... efetiva, né, ela tem o direito a... a gratificações que cobrem
a questão da salubridade, a periculosidade e tudo mais.
PesqC: E as demais contratadas não?
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P.F: Não. Quem é prestador de serviço né, não tem nem carteira assinada né.
PesqC: E ai no caso é, no caso dos alunos estando (PAUSA FORÇADA)
P.F: A própria administração corre risco né, em função da, da, tanto do despreparo né, quanto da
colocação em risco desses trabalhadores.
PesqC: E ai a entrada de alunos na cozinha seria mais um... mais um risco nesse sentido?
P.F: Também. Né, ele precisaria ter uma, uma, alguma coisa que compensasse como no caso do
estagiário um seguro de vida.
PesqC: Ta certo.
P.D - Goiânia
PesqA: É... 30 de Setembro. P.D...
P.D: Nalves Lobo.
PesqA: P.D, teu nome rapaz eu tenho uma dificuldade.
P.D: P.D.
PesqA: P.D. Voce sabe qual é a origem do seu nome, não?
P.D: Infelizmente sim, a minha mae ela não, nao tinha consciência dessa origem, mas eu tenho um
irmão gêmeo, né e foi por causa disso que ela, muito sensível na hora do parto, com parto difícil de
gêmeos né, e... muito sensivelmente quem fez o parto contou a história pra ela, P.D e Pitias eles são
na verdade o símbolo da amizade sincera na Grécia.
PesqA: (?0’34)
P.D: Não, Daulobo (?0’37) é Romulo
PesqA: e Remo
P.D: e Remo, isso.
PesqA: (?0’40) (risadas)
P.D: E... naquela época qualquer tipo de coisa, de crime era tratado com a pena de morte. E o Pitias,
o, o nome do amigo do P.D era Pitias, o nome do meu irmão, Pitias, P.D e Pitias né, e o Pitias roubou
uma fruta na feira, ele foi pego pelo guarda do rei, levado pela corte e condenado à morte. E P.D
desesperado, preocupado em perder o amigo foi lá, interceder por ele junto ao rei e o rei que não
tinha amigo nenhum gostou daquilo e resolveu brincar com a situação “Escuta, eu vou libertar seu
amigo, mas você vai ter que fazer uma prova pra mim, você vai numa ilha, pega uma fruta pra mim,
eu vou virar a ampulheta, se você conseguir fazer isso antes da areia cair você ganha a liberdade do
seu amigo, e o P.D foi, enfrentou é... o mar, enfrentou tempestade, pegou a fruta e levou, porém
chegou atrasado, não conseguiu, e o rei “Olha, o tempo acabou, você chegou atrasado, seu amigo vai
morrer” “Não faz o seguinte, eu dou minha vida por ele, deixa ele viver” “Não P.D eu errei, eu tenho
que pagar por isso” E o rei achou aquilo bonito né, um querendo dar a vida pelo outro, resolveu
libertar os dois. Desde então Pitias e P.D eles são símbolo da amizade sincera.
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PesqA: Ah é uma boa a história, pensei que terminava mal, tava preocupado como que terminava,
matou os dois, e ainda queimou filha (2’04) (risos)
P.D: É, não, foi legal. Enfim.
PesqA: Há quanto tempo você dá aula, P.D?
P.D: Olha eu to na educação há 12 anos.
PesqA: Você é aqui de Goiânia, de Goiás?
P.D: Sou de Goiânia, sou de Goiás, Goiano. Aqui em ApareP.Cd to só há oito anos.
PesqA: E nessa escola (PAUSA FORÇADA)
P.D: Nessa escola há oito anos. Eu trabalhei em outras escolas mas aqui oito anos.
PesqA: E ai atualmente você tá só aqui ou da aula de noite em outra escola? (PAUSA FORÇADA)
P.D: Só aqui. Eu só trabalho aqui. Quando o professor tem um lugar só pra trabalhar ele pode se
dedicar mais. É por isso, esse é o diferencial da nossa escola, você se dedica a ela exclusivamente,
não temos que nos dividir em três períodos.
PesqA: E financeiramente? Compensa? É equivalente ou é a mais? (PAUSA FORÇADA)
P.D: Compensa financeiramente. Não é mais, a escola em período integral agente tem uma, um
adcional de período integral e isso favorece é o fato de nós não precisarmos trabalhar em outra
escola. Tem colegas que trabalham né, mas eu optei por não porque ate porque eu tenho família,
tenho esposa, tenho uma filha.
PesqA: Que idade a filha?
P.D: Minha filha tem nove meses, sou pai recentemente.
PesqA: Pai fresco.
P.D: É, então eu tenho uma, eu quero me dedicar à minha família, não quero ficar por conta só de
trabalhar.
PesqA: E qual o nome dela?
P.D: Juliana.
PesqA: não inventou moda não né? (risos)
P.D: Não, nome simples. Juliana.
PesqA: Eu to feliz, que minha mae é Zaine e meu pai Esdeval. Não tenho a menor ideia porque
Esdeval, minha mãe é Zaine porque meu avo, tinha na bíblia, um trecho, na bíblia antiga lá qualquer
Zaine, que dizem que quer dizer princesa dos pés descalços. É o final do salmo. Mas ai o nome do
filho dos dois que eles podiam fazer cada coisa irresponsável é PesqA, Paulo e Marcelo.
P.D: Nome simples.
PesqA: É, eu agradeço que eles tiveram bom senso. A minha esposa tem sobrinhos que tem cada
nome, Cherches, outro Overlan, Overlani.
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P.D: (Risos)
PesqA: É... porque que você escolheu ser professor? Como é que foi essa decisão na sua vida? Que
dia que você descobriu que ia ser professor?
P.D: Eu descobri que seria ser professor na própria escola. É... no ensino fundamental eu tinha
facilidade em algumas matérias e agente reunia lá em casa meus colegas e eu gostava de ensinar. Eu
tinha prazer em estudar uma coisa e poder ajudar meus amigos, eu gostava daquilo, de falar, eu
gostava de falar.
PesqA: Professor gosta de falar né? (risos)
P.D: Gostava. Mas falar com consistência. Gostava de investigar, né. Não sou, nunca fui aquele aluno
brilhante, nunca, mas eu fui aquele aluno interessado. Então isso fez com que eu gostasse de
organizar os estudos lá em casa com os meus amigos, adorava escrever no quadro. Começou com
uma brincadeira, mas eu fui percebendo que a coisa era muito séria. E, na época do vestibular, tinha
muita afinidade com meio ambiente, sempre gostei da natureza, sempre primei pela natureza, pensei
em prestar vestibular pra veterinária mas, fiquei pensando “Bom vou me limitar apenas na área
clínica, e eu quero lidar com gente, eu quero lidar com público”. E dai fazendo biologia eu poderia ter
um acesso ao público, conversar com eles, formar consciências, tratar de vários assuntos, não ficar
limitado apenas em um tipo de assunto, a biologia trata tudo. (PAUSA FORÇADA)
PesqA: Eu tenho um aluno que é veterinário, que o mestrado que eu trabalho é em educação. E ele,
eu sinto que ele, além da formação ser muito mais dura né, que uma professora do nosso programa é
veterinária, mas, doutorado, mestrado em educação, mas ele tem muita dificuldade mas assim é
muito bacana porque ele, ele de fato eu vejo ele caminhando, ele avança, ele vai pra frente com a
ideia da descoberta da educação, dos conceitos e ai ele ta, ta, parece, acho que vai ser o futuro dele,
se envolver com escola agropecuária, que no estado do Rio tem umas oito e ai com essa visão de
meio ambiente que ele tem, trabalhou com o MST, é de uma cooperativa, então ai é muito legal, que
é uma ponte que é importante e que a maioria das pessoas acaba ficando em biologia e tal e ai um
cara que tem um olhar como veterinário da uma, ele da um tom legal, que tem a bióloga, tem o cara
que é um agricultor, que é sociólogo, e tenho ele que é veterinário, ele da um contraponto bom.
P.D: E biologia abra muitas portas, por exemplo, anoite, eu to, eu to fazendo um curso anoite, eu faço
engenharia civil, justamente por causa da biologia. Eu entendo que a ocupação urbana, você tem que
considerar o impacto ambiental, né. Você é do Rio de Janeiro e... ontem eu tava observando alguns
trechos do seu diálogo e fiquei pensando nas favelas, ali no Rio né, que impacto foi considerado ao
permitir que as pessoas fossem pra lá? Que durante anos o governo permitiu. Porque? Então, é uma
P.Cdde que esta sendo degradada, eu estive recentemente no Rio de Janeiro em julho, eu passei
minhas férias, quatro dias em Búzios quatro dias na capital, no Rio e fiquei em Copacabana, mas
quando você se afasta dos centros você vê tudo que a P.Cdde é feia, eu digo isso com todo respeito e
carinho, mas nos centros afastados, a P.Cdde, ela tem uma urbanização desordenada.
PesqA: O fato de eu tar no projeto que trabalha meio ambiente, eu fiz sociologia né, mas eu cada vez
mais eu sinto necessidade disso né, dessa coisa da engenharia civil, da engenharia de tráfego, da
coisa do ambiente, do habita, né. E que é uma coisa que hoje eu penso, eu fiz sociologia porque eu
achava que estudando grupo de pessoas eu ia contribuir com alguma coisa. Mas uma pessoa que vai
pra uma reunião fica mais tempo no transito ou... ou vivendo um... racismo ambiental que ela não
tem acesso a nada, do que na reunião, na reivindicação que ela tentou ir. Então uma reivindicação
que cuida disso, é... cada vez mais eu acho que é o central, pensando no futuro das vidas urbanas, de
repensar a P.Cdde, de repensar essa, os equipamentos públicos, que é tipo essa escola aqui nesse
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espaço, e hoje eu percebi, ai é a coisa da burrice né, mas como é diferente a escola em relação ao
resto da P.Cdde (PAUSA FORÇADA)
P.D: Você percebeu o contraste? Eles não estavam acostumados com uma escola aqui assim (PAUSA
FORÇADA)
PesqA: Não mas a coisa das árvores, é uma coisa, arquiteta, projeto de plantio, porque são muito
retinhas né (PAUSA FORÇADA)
P.D: Não, é, foi, foi planejado, foi um paisagismo aqui (PAUSA FORÇADA)
PesqA: Paisagismo aqui né? Devem ter tirado da mata que tava aqui porque ta muito grande aquelas
árvores né.
P.D: Na verdade essas árvores não são nativas, já trouxeram, na verdade muitas não são nem do
nosso país né, então elas não são nativas, são árvores ornamentais.
PesqA: Porque aquela entrada é impressionante. Eu subi pra ver a escola, nossa ela é muito diferente.
Que pra mim não é porque eu sou do Rio, mas (PAUSA FORÇADA)
P.D: Nem parece que é uma escola em um bairro como Jardim Tiradentes (PAUSA FORÇADA)
PesqA: Não mas nem é pareP.Cd. Tirando a região do plantio, você não tem aqui é... marcos é...
físicos altos. Então você entra na escola aquelas árvores frondosas (PAUSA FORÇADA)
P.D: Impacta. Qualquer pessoa que entra aqui se sente impactada, na verdade se sente bem.
PesqA: Exato, e eu me senti impactado, o que é engraçado isso né, por conta da secura da P.Cdde,
da falta de referencias altas, isso me incomodava muito ontem, ai hoje quando eu entrei eu falei
“Caramba o que me incomoda aqui é essa escola, porque ela que é diferente”. Quem viveu aqui é
normal, esse, essa luz tão intensa e aqui na escola eu me senti bem mas não percebi ontem porque.
P.D: Isso é fundamental, a, a vegetação contribuiu muito pra mudar as coisas aqui. E a população da
região não percebeu isso ainda, né que eles estão em uma área de proteção ambiental, isso é uma,
um processo lento, agente conseguiu muitas coisas, mas tem muita coisa pra caminhar ainda. Eu
acredito muito na educação, que ela transforma, que ela ajuda a construir é, opiniões consistentes,
consciência mesmo, em todas as áreas, acredito muito na educação, muito, por isso que eu to aqui.
Eu sempre quis fazer uma diferença na sociedade, desde menino, porque como eu gostava e gosto do
meio ambiente e desde cedo eu via a, pelos noticiários as degradações, eu queria crescer e fazer
diferente, e a educação na minha opinião é o recurso mais eficaz pra fazer a diferença, não existe
outro, não tem como fazer politica pública se não tiver educação, não tem como você coibir uma lei
se não tiver educação pra fazer as pessoas cumprirem essa lei. Então a educação pra mim, sempre
acreditei nisso, é a ferramenta mais eficaz.
PesqA: Aqui na escola você da aula pra todas as turmas, é isso?
P.D: Todas. Eu tive o privilégio de poder, eu tive a experiência, o privilégio graças a Deus de trabalhar
com todas as faixas etárias, então eu não tenho dificuldade de trabalhar com criança ou com idoso,
eu consigo me comunicar de igual pra igual, nunca melhor, mas de igual pra igual pra eles, com eles.
Então meu dialogo com os alunos é um diálogo muito fácil.
PesqA: E hoje se for ver em termos de aula, quanto tempo de aula você da por semana? Como é que
é a grade aqui?
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P.D: Bom, no período da manha aqui na escola eu trabalho muito com projetos, eu elaboro projetos e
vou atrás de mecanismos pra fazer esses projetos virarem realidade aqui na escola. Então, de manha,
eu vou atrás de parcerias, eu converso com muita gente, nós temos um dialogo muito bom com, com
o poder público. Embora lento, mas pelo menos eles nos ouvem né, nós já conseguimos algumas
coisas, já conseguimos ai, chamar a atenção deles pra algumas coisas. Então o período da manha eu
trabalho mais com elaboração de projetos e correr atrás de parcerias. Já na parte da tarde, ai sim, eu
entro em sala de aula (PAUSA FORÇADA)
PesqA: Ai fica a tarde inteira? (PAUSA FORÇADA)
P.D: Ai fico a tarde, a tarde toda. Das onze até as cinco, né. Então são é, quatro aulas de uma hora.
PesqA: Todos os dias você da quatro aulas de uma hora? (PAUSA FORÇADA)
P.D: Todos os dias. Quatro aulas de uma hora. Lá no laboratório ou então, na verdade aqui tem um
grande laboratório que é essa própria mata, já dei e dou muita aula ai dentro da mata com os
meninos. Os alunos ele tem um diferencial que aqui eles tem contato com o verde, diferentemente de
muitos alunos afastados, nas zonas mais urbanas, eles não tem noção que existe uma área verde.
PesqA: Mas essa área verde o, as famílias usam?
P.D: Não, não usam. Ate porque é uma área de proteção ambiental então a prefeitura antigamente
usava, mas pra destruir, tirava-se areia e pedra pra vender, os carroceiros encostavam ai e tiravam.
Se eles tirassem do fundo do cobre, na verdade (PAUSA FORÇADA)
PesqA: Tavam melhorando
P.D: Mas tirava da, da da margem (PAUSA FORÇADA)
PesqA: Da proteção né?
P.D: Da proteção, então, eles tavam provocando mais a erosão né. Então é isso.
PesqA: É... em relação à alimentação aqui na escola, você come aqui? (PAUSA FORAÇADA)
P.D: Todos os dias e muito.
PesqA: O que que tu acha? Gosta?
P.D: Bastante.
PesqA: Os alunos, a avaliação é que eles gostam? (PAUSA FORAÇADA)
P.D: Se você fizer uma avaliação aqui, hoje eles gostam bastante. A alimentação nossa aqui é
bastante colorida, bem variada. No primeiro ano não, como essa escola era um verdadeiro
laboratório, no primeiro ano não tinha, na verdade no primeiro ano de existência aqui da escola as
cozinheiras eram voluntárias, eram mães voluntárias, não recebiam nada (PAUSA FORÇADA)
PesqA: Como começou a merenda no mundo né.
P.D: É, voluntariado mesmo. E como era voluntariado elas não tinham o costume de fazer pra muita
gente, elas não tinham o costume de fazer pra muita gente e... a comida não era tão saborosa né,
cozinhar pra quatrocentos alunos, não é, fora os funcionários, então tinha que ter experiência. Essa
experiência foi gradativa né, teve concurso no município pra contratar merendeiras, cozinheiras, elas
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fizeram curso de capacitação, e hoje a merenda, algumas refeições são bem, bem melhores do que
era no primeiro ano.
PesqA: Você já fez algum projeto, tem alguma atividade aqui que relaciona a alimentação com (?
12’26) (PAUSA FORÇADA)
P.D: É, na verdade os professores, as minhas colegas elas me ajudam muito, então elas dão a ideia e
agente desenvolve. Então nós, nós já fizemos uma vez é, um trabalho sobre as vitaminas que tem nos
alimentos, a quantidade por exemplo de, de amido que tem nos alimentos e relacionamos, pra que
que serve o amido, quem não pode comer amido, agente fez varias experiências em laboratório pra
identificar o amido nos alimentos né, os tipos de vitaminas e... dizendo pros meninos que um prato,
comer bem na verdade não significa comer muito, mas comer variadamente. Se perguntasse pra eles
há alguns anos atrás “O que que significa comer bem?” “é um prato cheio, você comer e se sentir
cheio, cheio”
DesconheP.Cd: Vou deixar suas coisas na minha mesa ta?
P.D: Mas hoje o que agente entende é que, a boa alimentação pra esses meninos ai é uma
alimentação variada, colorida e pouca, uma pouca é... variada e em pouca quantidade. Eles podem
comer de tudo um pouco, ate bobagem eles podem comer, só você não exagerar. Então é, é, esse
tipo de conhecimento foi contruido (?15:39) antigamente não, antigamente aqui quando os meninos
sentavam pra comer no refeitório, eles entendiam que comer bem era comer muito, e ai aconteceu de
ser vício, que não davam conta, hoje também ainda acontece um pouco (PAUSA FORÇADA)
DesconheP.Cd: Os meninos daqui comem demais da conta, o tanto de menino obeso que tem.
P.D: É verdade. (risada)
DesconheP.Cd: Não, não só não por causa daqui né, por causa (?16’02), mas muito carboidrato no
prato deles, muito arroz, não tem necessidade, menino pequenininho aqui, três anos, aqui come
muito mais arroz do que eu.
P.D: Come, é verdade. E antigamente aqui, o que ela falou era verdade, carboidrato era a base, não
tinha uma verdura, não tinha uma fruta, né (PAUSA FORÇADA)
DesconheP.Cd: É melhor, melhorou. Mas atarde ainda é muito carboidrato.
P.D: É, mas o almoço era carboidrato 100% antigamente, não tinha verdura nem fruta.
PesqA: E ai vem da horta, você acha que tem algum papel nesse processo? Ou (PAUSA FORÇADA)
P.D: Quando no, no primeiro ano as verduras eram compradas, não tinha horta ainda né, mas com a
nossa horta nos mesmo, a, as folhas né, as verduras, alguns legumes agente consegue produzir aqui.
Na verdade agente quer utilizar mais essa horta, agente quer produzir agora frutas né, as frutas ainda
são compradas, laranja, melancia, o abacaxi, isso ainda é comprado, mas as folhosas nós
conseguimos produzir. Chuchu também (PAUSA FORÇADA)
PesqA: E como é que é essa relação dos alunos com a horta?
P.D: Eles gostam muito, adoram.
PesqA: Qual dinâmica vocês tem hoje com eles na horta?
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P.D: Bom, nós levamos os alunos lá na horta, eles ajudam por exemplo a, a produzir as bandejas, né
e eu os levo periodicamente lá na horta pra eles verem como que o espaço foi ocupado e uma coisa
importante, é sobre a agricultura orgânica, nos sabemos que hoje, no mundo, especificamente aqui
no Brasil, nós ingerimos uma quantidade muito grande de agrotóxicos nas verduras, né, infelizmente
tem essa cultura de combater praga com veneno e com esse trabalho de horta orgânica nos
combatemos praga com vegetação diferenciada, por exemplo, lá na horta você vai ver que não tem
um canteiro só de alface plantada, mas misturada ali você vai ter outros tipos, outras variedades e
essa variedade, essa, e essa diferença, essa diversidade engana as pragas, por exemplo, se você
arrancar o pé de alface lá agora, você vai ver formiga lá de baixo, mas porque as formigas não
atacam a alface? Porque elas tem outras coisas pra comer, tem uma mata preservada, se essa mata
ela não fosse preservada com certeza nós perderíamos a nossa horta, se nós fossemos trabalhar com
ela organicamente falando. E é isso que as pessoas fazem hoje no município, eu digo em ApareP.Cd,
a maioria das hortas que tem em ApareP.Cd são tratadas com veneno, porque nas proximidades não
tem mais uma área verde, os próprios produtores derrubaram tudo pra fazer a horta, eles não sabem
é coexistir com a vegetação natural e a horta deles, isso atrapalha, e nós trabalhamos esse
fundamento com os meninos aqui, é possível você ter uma produção sustentável, que você não tira só
do ambiente, você é com ele, você faz as coisas junto com o ambiente.
PesqA: Mas ai assim, uma criança no quinto ano no ano, ela vai nessa horta, uma, duas, dez vezes?
P.D: Várias vezes, várias vezes. Tem, é... eu posso ir com uma turma, cada turma pode ir comigo pelo
menos duas vezes na semana, uma vez na semana. Tive um problema esse ano que caiu a ponte né,
e ai eu fui com as crianças a pé, de carro é rapidinho PesqA, mas a pé é complicado, pedi ajuda pra
prefeitura pra construir a ponte, construíram uma, mas a que dá acesso à horta to esperando ate
hoje. Então eu não arrisco, tanto que eu, eu entrava na mata com os meninos, eles adoravam isso,
mas teve um acidente, uma criança caiu no córrego, comigo ainda, né, então isso gerou um problema
pra mim, tava sobre a minha responsabilidade, os pais claro, chegaram em mim, super chateados
comigo, com razão, eu também no lugar deles ficaria, “eu confiei meu filho a você e você deixou isso
acontecer?” uma situação bem desagradável pra mim, desse dia em diante então eu resolvi não
arriscar, então preciso da ponte, precisando da ponte.
PesqA: Indo com a ponte é quanto tempo de caminhada?
P.D: De caminhada no máximo 15 minutos, cortando caminho pelo, pela mata, agora a pé 50
minutos, quase uma hora, olha a diferença.
PesqA: Nossa, inviável.
P.D: Inviável.
PesqA: E essa, essa parte do roçado lá que vocês tem faz parte também dá, dessa área preservada?
P.D: Bom quando nós começamos esse projeto a preocupação era essa, nós não queríamos de forma
alguma é destruir nada, não podemos. Então a horta ela ta afastada a bem mais de 100m do córrego
e já era uma área aberta, mora uma pessoa lá.
PesqA: Já tinha sido devastada por alguém.
P.D: Já tinha sido utilizada, a pessoa que mora la ela fazia uma horta. Não uma horta como a nossa,
uma horta tradicional, né de fileiras e tudo mais. Então usamos essa parte mesmo.
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PesqA: Última pergunta, por causa do horário. É... qual, como você avalia as potencialidades da
alimentação nas atividades, na aprendizagem, de que forma a alimentação (?21’12) que pode ser
usada nesses processos... escolares ai?
P.D: Com a alimentação variada, muitas coisas podem ser trabalhadas, desde como a alimentação ela
é adquirida ate chegar à sua mesa, nós temos, nós tínhamos aqui no bairro o problema de
desnutrição muito grande, as pessoas pensavam que pra combater desnutrição bastava comer , mas
se você come apenas um tipo de coisa, tinha criança aqui por exemplo, nós temos ainda, que chega
em casa e o que tem pra comer é pão ou só pão ou só arroz e a mãe ou o pai diz “olha come” ou a
pessoa que cria, a avó “Come porque é o que tem, você tem que comer pra ficar forte” e na verdade,
se ela não aprender a comer de forma variada ela nunca vai ser forte, ela vai comer, comer, comer e
continuar a ser desnutrida. Então, a, mostrando que o prato colorido não cheio mas o prato variado é
mais saudável que o prato cheio você ta construindo ai uma ponte pra criança pra quando ela crescer
ela sempre se alimentar bem, ela vai saber chegar na casa dela e entender que ela não vai ter só
arroz, ela pode lá na casa dela plantar uma hortinha e variar a alimentação dela, ela vai aprender
desde cedo que alimentar-se bem é alimentar-se variadamente. Eu acho que basicamente PesqA, é
fazer uma ponte da alimentação no ensino e aprendizagem é mostrar pros meninos que a alimentação
variada ela vem de uma produção sustentável, da produção sustentável e por se sustentável vai
garantir uma alimentação de qualidade, variedade também.
PesqA: Muito obrigado P.D.
P.D: P.D.
PesqA: Acertei rapaz.
P.Cd – Vila Velha
PesqC: Então P.Cd, você me conta, há quanto tempo você leciona? Qual a sua disciplina? E qual,
como é que você foi parar nessa escola? Como você escolheu essa profissão?
P.Cd: Eu sou meio suspeita de falar porque, isso já tem uma história de família né. É... por parte de
pai acho que quase 80% são professores, se não são assim médicos, são médicos e professores,
outros são engenheiros e professores, advogado e professor, então, eu acho, farmacêutico e
professor, entendeu? E eu com 13 anos, eu já dava aula particular em casa, entendeu? Para os meus
primos, meus colegas de bairro, e isso sempre me motivou porque eu sempre tava na igreja, na
comunidade, entendeu? Sempre tava envolvida com questões sociais. E isso sempre me motivou
muito. A questão da biologia em si foi porque eu sempre tive assim, um apego maior pela disciplina,
eu tinha um encantamento muito grande por português, meus professores, minha professora de
ciências também do ensino fundamental foi assim pra mim, um exemplo, entendeu? E isso ai me
encantou muito e assim, eu sempre tive muita vontade de descobrir, de investigar, então a biologia
em si me questionou isso, me proporcionou isso.
PesqC: Legal. Quando tempo faz P.Cd?
P.Cd: Isso tem 18 anos.
PesqC: E nessa escola, ta há quanto tempo?
P.Cd: Nessa, nessa escola aqui eu entrei em 2006, em julho de 2006, vai fazer o que agora, 3 anos,
vai fazer 3 anos que eu to aqui né, em julho, três anos o ano que vem, em julho agora faz 2 anos,
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nessa escola. Agora, em outras escolas eu trabalhei no SESI né, que foi logo assim que eu entrei na
minha graduação, eu trabalhei num estagio na prefeitura mas era contrato, não era nada assim tão
efetivo né, tão certo, então ai com dois anos que eu tava no estado ai o sesi me chamou, ai eu fiz
uma entrevista, passei no processo seletivo ai fiquei ate me formar. Quando eu me formei, 3 anos
depois, ai voltei um pouco pro estado, prefeitura, mas assim, foi muito, questão muito rápida também
né, achei que ia ficar mais tempo. Mas ai enfim, não me envolvi com concurso não naquela época. Ai
o São José que é um colégio católico, né, tem ate uma província no Rio de Janeiro, das irmãs
vicentinas, que tem (? 2’42) deve ter mas é outro nome, você deve conhecer. Tem um colégio da
(?2’47) no Rio de Janeiro, Imaculada Conceição, que são duas irmãs de São Vicente de Paulo, ai fiquei
ate 2009, então assim, duas instituições particulares foram assim quase 90% da minha desenvoltura
acadêmica né, eu digo que foi o meu laboratório né, porque a universidade contribuiu muito, mas eu
acho que a questão pratica, o trabalho em si no dia a dia contribui muito mais.
PesqC: Você se formou onde?
P.Cd: Me formei na federal da UFES.
PesqC: Ah ta, na UFES.
P.Cd: É. E sempre assim, trabalhando e estudando. Porque? Porque meu pai faleceu muito cedo então
eu tive que tomar todas as rédeas da casa né, junto com a minha mãe né.
PesqC: Voce tem irmãos?
P.Cd: Eu tenho uma irmã que é gêmea, mas ai ela já casou, já tem um filho, tudo e ai ela já tem uma
outra vida né.
PesqC: E desde que você entrou nessa escola você trabalha com sétimo ano?
P.Cd: Desde que eu entrei eu trabalho com sétimo ano.
PesqC: E nas outras escolas você trabalhava com alguma outra serie?
P.Cd: Trabalhava com sétimos, sextos e sétimos, entendeu?
PesqC: Legal.
P.Cd: E no estado eu trabalhei com sexto, sétimo, oitavo, nono e ensino médio, mas eu sinceramente
gosto muito mais dessa idade, né, sétimo ano.
PesqC: Isso é o ideal. Porque?
P.Cd: Porque eu vejo que as questões, a, a política de pessoal(4’09) hoje é muito complicada, sabe,
e... a família não ta dando conta, tem muitos adolescentes que tao chegando desestruturados, então
eu prefiro trabalhar com essa idade, porque você ajuda muito mais a desenvolver o ensino deles do
que você pegar um menino lá na frente que não foi trabalhado com (?4’31) e eu vejo, eu vejo isso um
dia uma questão arriscada, você percebe, o aluno que ele é, não é que ele é moldado, é como se
você fizesse uma reciclagem na pessoa, entendeu? Você vai ajudando, você vai despertando, por
exemplo, os projetos que eu trabalho eu sempre procuro destacar alguma habilidade, alguma coisa
que vai contribuir lá na frente, por exemplo, o meu objetivo é fazer com que ele escreva melhor, que
ele investigue tal conteúdo, que ele leve pro cotidiano, porque eu quero que quando ele chegue pra
Betina, que é a outra professora do oitavo ano, ele já chegue bem preparado entendeu? Ele não vai
chegar com o conteúdo do oitavo ano, mas todos os pré-requisitos que eu trabalhei, o básico, ela vai
receber melhor, entendeu? Por exemplo, o que eu ensinar de fotossíntese, quando ela tiver
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trabalhando uma outra coisa la de alimentação, alguma coisa, ele já vai poder associar uma coisa na
outra, entendeu? Então isso ai pra mim é primordial. Agora, essa meninada do ensino médio,
entendeu, realmente é ate questão de distúrbio. Porque, ensino médio ta MUITO acabado e eles tao
chegando MUITO desestruturado psicologicamente e em nível de conteúdo também. E eu trabalho
ferrado nisso, não tem jeito, eu pego MUITO na questão de português. Igual por exemplo, eu vou
querer fazer uma pesquisa de campo mas eles já sabem que não vai ser um passeio, vai ser uma
pesquisa, então eu vou fazer uma reunião sobre (?6’09) então todo trabalho que eu fazia no São José
e com o SESI também me cobrava, que la no SESI era tudo a nível de projeto, não podia falar assim
“Ah eu vou levar o menino ali na pracinha”, “Ah vou levar pra passear” Não, eu tinha que explicar o
porque, entendeu? Se você fosse na praia com o menino, você tinha que explicar o porque, plano de
aula, projeto, objetivos, metodologia, ate se possível uma referência do s locais, então sempre foi
muito cobrado e eu não consegui desagarrar disso, né, eu sempre to atrelada a isso, porque o menino
ele tem que saber aqui que existe um porque que ele vai ser apresentado àquele conteúdo, e eu
sempre gosto de trabalhar muito com a questão de educação ambiental, que é a lei 9795, porque me
da um embasamento teórico, me da um suporte e me da um fundamento pra que eu possa me
envolver em qualquer projeto, entendeu? Independente de conteúdo.
PesqC: E atualmente tem algum projeto andando na escola que faça alguma relação com
alimentação?
P.Cd: Esse da Marcia Cláudia.
PesqC: Conta pra mim como que é.
P.Cd: Eu, eu fiquei muito é... Bom, primeiro surgiu a proposta do projeto Vila Velha Aprender, a
prefeitura nos proporcionou, né, como trabalho esse ano, como pesquisa pra você incentivar o aluno
a olhar de forma diferente pra Vila Velha, analisar as questões ambientais, sociais, históricas, tudo
que ta relacionado ao convívio deles. Ai eu pensei “Bom, Espirito Santo, Vila Velha” Pensei logo na
Mata Atlântica, né e tem aqui o São Bento da Penha, você gostou de ver?
PesqC: Adorei.
P.Cd: Não tem turista que não vá. Independente né, de qualquer coisa.
PesqC: Primeiro lugar que tem que ir.
P.Cd: Então quer dizer, eai me veio a questão da Mata Atlântica, né, a questão da urbanização, a
questão dos problemas que estão relacionados né a essa temática, (? 8’19) e ate mesmo a questão da
preservação. (INTERRUPÇÃO) A questão de eles estarem preocupados em se eles estão inseridos em
um meio urbano mas que existe toda uma, uma fragmentação ainda de Mata Atlântica que precisa
ainda ser preservada e que eles tem que aprender a conviver com isso, não sei se você chegou a ver
o desfile, algumas fotos do desfile (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Não, cheguei na sexta, foi na segunda né?
P.Cd: Pois é, é, foi na segunda. Depois você pode falar, pedir pra Geni pegar pra você. Então eu
montei o desfile todo em cima da Mata Atlantica, inclusive teve uma menina vestida de farmacêutica
entendeu, pra relacionar os benefícios da Mata Atlântica ne com se a floresta fosse uma farmácia, né,
os medicamentos, coloquei uma menina carregando uma cesta de frutas né, maracujá, pena que não
tinha as outras frutas, pitanga, jabuticaba, porque não é da época. Então o meu objetivo é relacionar
esse conteúdo da Mata Atlântica com tudo que ta relacionado com o cotidiano, inclusive a
alimentação. Isso ai é uma questão que vem plantar e ai você vai falar de orgânico, você vai falar de
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habito alimentar, você vai falar de higiene, você vai falar da questão nutricional que é
importantíssima, essa mudança, porque que você tem que deixar comer um chips pra comer uma
banana, uma fruta, entendeu? Ai eu vou casar essas coisas ai, vou cutucar eles, e ai quando eu tiver
falando de alimentação, quando eu tiver falando, por exemplo, eu vou falar dos crustáceos, ai eu vou
la no manguezal, que é Mata Atlântica, entendeu? Então dai eu posso fazer todo questionamento, a
moqueca capixaba, quais são os ingredientes, que nutrientes estão inseridos ali, entendeu? Então eles
tem que relacionar a prática cotidiana com o conceito cientifico deles entendeu? E isso tem um
questionário importante 10:42. Porque não é só decorar ,também eu não vou ficar mando eles
ficarem decorando, entendeu? Mas eles, fazer com que eles relacionem, eles tem que aprender a
casar isso, entendeu?
PesqC: Você acha que esse tipo de pratica, que você ta trabalhando uma temática maior e tudo, da
conta do conteúdo que você tem que cumprir ate o final do ano?
P.Cd: Dá, porque se você trabalhar bem a metodologia, o importante é a maneira como você vai
aplicar, se você cria uma metodologia que seja de fácil acesso de acordo com o nível produtivo dele,
ai sim, o que eu não posso é deixar de dar o conteúdo, entendeu e “Ah não isso aqui não interessa,
eu não vou dar, e não tem importância, então eu vou ver de qualquer jeito” “Ah vamos fazer um
trabalhinho lá?” Entendeu, então isso não da. Então cada capítulo tem o fundamento teórico, tem os
exercícios e isso tem que ser corrigido, tem que ser tirado dúvida, agora, a maneira como eu vou
aplica-la entendeu, e ai como eu falei com você, nessa fase a melhor coisa é você atrelar o uso,
porque fica muito mais, entendeu? E ai eu vou querer melhor a escrita e vocabulário, entendeu?
Agora, é aquela questão, eu não posso trabalhar sozinha né.
PesqC: Pois é, e dai de quem você precisa pra trabalhar?
P.Cd: Eu preciso de todos os meus colegas, né, então eu faço assim, igual eu to falando, eu to
fazendo com a Terezinha, eu to fazendo oque agente propôs desde o começo do ano, a questão das
mensagens da Mata Atlântica em inglês, entendeu, ela ta montando os painéis comigo, ela trabalhou
a parte de inglês e eu a parte de português né, que são as frases, as mensagens “Animais ameaçados
de extinção” “Proteja a mata atlântica” ela quer melhorar o vocabulário deles em inglês e eu quero
despertar pra importância e eles tao adorando, ai ta lá os trabalhos do (?12’35) Agora já fiz com
Paulo, questão de artes, já fiz com... Terezinha, agora eu vou fazer com a Janaina que ta grávida, vou
fazer antes dela sair, porque eu sei que ela vai sair de licença, eu prometi a ela que eu ia ajuda-la a
desenvolver a metodologia, agente vai trabalhar com cartão postal (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Ela é professora de que?
P.Cd: De geografia. Entende, e eles vão relacionar “Ah onde que estão esses fragmentos
geograficamente falando?” então ela vai trabalhar o conteúdo de geografia, como eles não vão poder
tirar foto, aquela coisa toda, nem todo mundo tem como ir ao Morro do Convento, ou Morro do
Penedo, você ta entendendo? Ou o Morro do Moreno, eles não tem como ir, agente vai trabalhar com
cartão postal. Porque? Porque a metodologia que agente vai aplicar, agente vai precisar de imagens,
como nem todos tem máquina, aquela coisa toda, “Bom pelo que agente vai substituir?” Uma coisa
que seja fácil, de fácil acesso, que de um retorno rápido, ai sim agente vai ver como que agente vai
montar nosso joguinho com cartão postal, entendeu?
PesqC: Legal. E que tipo de material vocês costumam usar pra fazer esses trabalhos? Voce falou do
cartão postal, mas (PAUSA FORÇADA)
P.Cd: É tudo assim oh, você ta entendendo? Sai assim do nada, eu já to pensando aqui no cartão
postal mas eu já to pensando no jogo (?14’05) ai eu preciso de todo material que você vê ai na
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escola, cartolina, sabe, é, é... jogo, dado, as perguntas, os questionamentos, de acordo com a
matéria que for dada, entendeu?
PesqC: E ai, é... esse conteúdo ele é conduzido pelo o que? Pelo livro didático?
P.Cd: Pelo livro didático e pelas aulas. Que ai sim, eles podem ter embasamento teórico ou não,
certo?
PesqC: Sim. Aquela experiência que você falou da feira orgânica, que você trabalha orgânica com
eles, como é que foi isso?
P.Cd: Não, como é que vai ser, que não foi ainda, é uma coisa que eu já estou, na minha mente. Voce
ta sabendo que tem uma semana de orgânica na UFES?
PesqC: Na UFES não.
P.Cd: não ta sabendo?
PesqC: Não to sabendo.
P.Cd: Eu deixei os folhetos na secretaria.
PesqC: Não vi. Depois eu olho lá.
P.Cd: Tá. Porque, eu, como eu te falei, todo sábado realmente tem a feira de orgânica lá na (15’09) .
Eu e minha mãe já tem mais ou menos uns sete ou oito anos que agente ta praticamente mudando
nosso hábito alimentar, mais por causa mesmo de problema de rinite né e tal e ela mudou por
questão de idade né, diabete, essas coisas assim né, agente ta, “Ta na hora de mudar? Chega?”
PesqC: Depois não da mais tempo né.
P.Cd: não, não tem como. Já era pra ter acontecido, agente sabe que a economia do país ela não
proporciona por uma questão agressiva né, que poderia fornecer poderia, mas enfim, é... mudança de
hábitos né, e ai nessa feira de orgânica agente acabou fazendo muita amizade, com os próprios
feirantes, né, então ano retrasado ela foi numa excursão, do pessoal, todos que estavam lá, são os
feirantes né, donos das barraquinha e cada um deles recebe um certificado né, importante e a cada
ano, de ano em ano, tem que ter esse encontro, essa reunião, pra que eles façam uma certificação,
você deve saber disso melhor do que eu, e ai ela foi, porque? Porque como eles tiveram mais uma
conquista de grupos, eles acabaram convidando os próprios clientes, ai começaram a fazer um agro
turismo, entendeu? Foi legal, é uma forma de você interagir a comunidade que vai lá comprar, “Oh, a
minha fazenda, minha horta” e ai tiraram foto, foi gente de todos os lugares, o legal foi isso, foi
criança, foi jovem, foi adolescente, foi vó, vô, tio, vários (PAUSA FORÇADA)
PesqC: E tem nome esse projeto?
P.Cd: Projeto Chão vivo (16:54) é esse que eu to te falando. Ai, é, seria ate bom você entrar na
internet pra você pegar o contato e são eles que organizam esses eventos, eventos simples, não é
nada glamoroso entendeu? (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Tem alguma coisa relacionada diretamente com a escola? Da escola (PAUSA FORÇADA)
P.Cd: Não, não, não, não. É uma questão particular minha, isso que eu to falando, mas eu gosto
muito de pegar esse pessoal “Ah o que que eles podem me oferecer de material?” Ate mesmo pra
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escola entendeu, pra eu desenvolver com os alunos. Isso ai agente tem que fazer também porque se
não se agente depender do geral, você entendeu né?
PesqC: Não acontece.
P.Cd: Não acontece. E tem que acontecer né.
PesqC: Pois é, mas quais que você acha que são os maiores desafios assim pra fazer isso acontecer?
P.Cd: O maior desafio ainda é, você diz em relação (PAUSA FORÇADA)
PesqC: Em relação a trabalhar, é... esses projetos na escola.
P.Cd: Ainda é a valorização do professor. Porque quando você valoriza, quando você ve isso na lei,
isso te da uma margem de interpretação muito grande, por exemplo, é... “Ah eu vou pra minha
formação” né, “O que é que ta dando lá?” “Não sei” né, de repente não é a mesma coisa, as pessoas
não tem a mesma visão que você, entendeu? Eu já, eu já percebi que eu to ate mais adiantada do
que muitos colegas, entendeu? Infelizmente, né, não é de falar mas, porque? Porque eu sempre me
mantenho, por isso que eu to te falando, esse link que eu tenho por fora, essa rede de conhecimento
que eu tenho por fora, isso me da uma abertura muito grande na hora de eu planejar, na hora de eu
questionar, na hora de eu pensar “Não, mas eu não quero esse aluno” Eu não quero um aluno que
fique só copiando e dizendo amem pra mim o tempo todo, entendeu, eu não quero, eu quero que ele
saiba o que é que ele vai fazer da vida dele quando ele sair ali fora, entendeu? Não aquela coisa
mecanizada “Ah não joga lixo no chão não” sabe aquela coisa? Porque a educação de ciências já
acabou há muito tempo, aquela, sabe aquela coisinha de plantar feijãozinho “Ah vamos ver a
fotossíntese”, hoje é educação ambiental, não era nem pra existir mais esse negócio de ciências sabe,
a lei já ta ai há muito tempo e os eventos de educação que os meus colegas participam, que eu
participo, Espirito Santo tá muito atrasado, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas já ta na frente há muito
tempo.
PesqC: Em termos de educação ambiental?
P.Cd: E isso que eu faço aqui, já é o terceiro, já publiquei o terceiro trabalho num, num periódico de
educação lá de Minas Gerais. Toda vez que eu mando o artigo pra la o pessoal gosta. Gente que é
que é isso? A Silvana falou “Outro? De novo?” Um atrás do outro.
PesqC: Depois eu quero ver.
P.Cd: Porque eu sou professora leitora, não julgo, quando você é leitora você questiona, entendeu?
Você, você busca, você quer mais, e ai, mas ai você precisa fazer isso com muita cautela, porque às
vezes agente não pode (?20’13) sem ser estrela, porque não gosto nem de aparecer, entendeu?
Porque tem gente que gosta, você sabe disso e não é meu objetivo, o meu objetivo é ver os alunos
melhores do que isso, é o que eu quero porque você só vai ter uma sociedade melhor PesqC, se você
proporcionar uma boa educação pra esses meninos. E é complicado. Eu vejo que o ponto crucial é
esse. Questão de baixo salário, isso ai é muito importante, entendeu? Professor que ta precisando de
uma carreira mais sólida, mais consistente, mais aberta a pesquisa, sabe? Quantos trabalhos eu
poderia ta fazendo em parceria com nutricionista, você ou outro da UFS, ou, você ta entendendo? Não
existe essa defesa.
PesqC: Não existe dentro da escola?
P.Cd: Ou por parte ate das universidades, precisou de vir você, la do Rio de Janeiro.
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PesqC: Pois é, não tem nenhuma parceria de um projeto daqui com a UVV ou com a UFES?
P.Cd: não, não, não, não. Ta entendendo? Eu acho que deveria, eu acho assim, foi ótimo você ter
vindo sabe, porque mostra que agora tem uma nova visão, sabe? E isso é muito importante.
PesqC: Você acha, você já viu acontecendo ou acha que é possivel acontecer projetos que casem
alimentação ambiental em alimentação alimentar?
P.Cd: Nossa, inclusive ate tem um artigo la em casa sobre educação ambiental, eu vou achar ele.
Voce vai embora quando?
PesqC: Sexta.
P.Cd: Eu acho que ate sext-feira eu acho pra você. Eu tenho um artigo científico, artigo científico
mesmo, de educação ambiental com educação alimentar, isso é, isso é, não tem como não existir.
PesqC: Você acha que dentro da realidade da escola isso funciona? Você já viu funcionar?
P.Cd: Agente tem que fazer, não, eu nunca vi acontecer. Do lugar que eu vim era uma coisa, assim
tudo que você quiser você pode fazer, desde que você estude, pesquise e planeje. Acabou. O resto é
só ação e sem intervir o tempo todo.
PesqC: Que potencialidade que você vê pra esse tipo de atividade casar? Que potencialidades que
você ve trabalhando alimentação alimentar e educação ambiental em conjunto?
P.Cd: Como assim potencializar?
PesqC: É, o que você acha que isso pode trazer, proporcionar? Além do que agente já tem (PAUSA
FORÇADA)
P.Cd: Ah sim, eu quero, um aluno, um, um P.Cddão crítico e consciente. Independente, porque
muitos alunos pensam assim “Ah mas eu não gosto de ciências”, essa cultura ainda existe. “Ah, eu
não gosto de ciências, eu não vou ser professor, eu não vou ser biólogo, eu não vou ser
farmacêutico” mas antes de tudo, é o que eu ensino pra eles, você tem que ser um P.Cddão, você
vive no ambiente, você precisa desse ambiente, ta entendendo? Então sempre, não é como eu falei
pra você, esse negócio de ficar decorando ação “Ah não joga lixo, não faz isso” critico, porque que eu
não posso jogar o lixo no chão? Porque que eu não posso desmatar? Ta entendendo? Os problemas
ambientais estão ai, ta atrelado a isso. Então é pesquisa.
PesqC: Você acha que é possível fazer alguma relação disso com a merenda escolar?
P.Cd: o tempo todo né, o tempo todo. Baseado em projeto não tem nem como não fazer.
PesqC: E qual seria o papel das merendeiras nesse processo?
P.Cd: Elas poderiam ser mediadores né? Junto comigo. Já pensou uma delas fazendo palestra, sabe?
Dando um, uma oficina, sabe? Para os pais, pras mães, como assim, a importância do alimento, com
o financeiro. Nossa ia ser fantástico.
PesqC: Você já viu isso acontecer alguma vez? Já viu alguém propor isso?
P.Cd: não, eu que to falando. Às vezes, igual eu falei pra você, às vezes me surge umas ideias assim,
e eu fico analisando isso “Nossa mas que legal, eu poderia fazer isso” porque existe projetos que a
escola oferece né, olha ai. E elas estão ai, poderiam ser convidadas por nutricionistas, uma oficina
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“Oh, como agente deve preparar bem os alimentos, a questão da higiene, claro primeiro aquela
questão clássica né, importante, depois que você entra pra parte funcional da coisa, organiza e tal, eu
acho isso fantástico, ver você casar o, é como eu digo, casar o científico com o popular.
PesqC: O que eu tinha pra perguntar era isso, eu queria dizer se você tem mais alguma coisa pra
dizer e se você pode resumir isso tudo em uma frase, o que que você diria?
P.Cd: Educação é tudo. É tudo. Entendeu. É tudo mesmo, porque a educação é que vai proporcionar
ao indivíduo conhecimento, né, a, a investigação que ele quer fazer e o convite dele com tudo que ta
relacionado à educação. Não tem como, e ai agente tem que ver, que eu não to falando só de uma
educação formal que é dada em uma escola, né, é educação de família, é educação do meio em que
ele convive né, do ambiente em aberto, em outras estâncias e a escola ela vem complementar a
lacuna, mais nada. Essa frase é repetitiva, mas eu acho que ela muitas vezes ela não é bem
interpretada, né, porque o pai, a mãe, o professor, todos que estão na sociedade, se realmente
levassem a sério o processo educacional como um todo, muita coisa estaria diferente.
P.Ro - Macapá
PesqB: É... então professor P.Ro, agora, você é professor de ciências mas agora você trabalha aqui
no é... (PAUSA FORÇADA)
P.Ro: No laboratório de informática.
PesqB: Na parte de informática.
P.Ro: Pois é, é... quando eu vim pra cá pra escola na verdade, eu vim como professor de, olha só
como é antiga a história, eu vim como professor de técnicas agrícolas, lembra que tinha?
PesqB: Ah, ta.
P.Ro: Na, na, na parte diversificada que tinha, era o lar, técnicas comerciais né, e ai eu vim pra cá pra
escola como professor de técnicas agrícolas.
PesqB: Nessa escola?
P.Ro: Aqui, nessa escola. Isso foi pelos anos de 1993 né, faz um tempinho, desde essa época eu já to
aqui na escola. Então, como a disciplina ela pedia isso agente desenvolvia esse trabalho de, de horta
comunitária aqui na escola, mas ai com todas as mudanças na questão do próprio, do próprio
currículo, essas disciplinas elas foram descartadas, elas foram, elas praticamente desapareceram né,
e... de lá pra cá, olha só como o tempo, assim, quando essa disciplina ela saiu do, do, do, da grade
curricular, praticamente esse trabalho ele também desapareceu aqui da nossa escola e ai só veio
assim, reaparecer agora, ressurgir, a partir do momento que entrou um outro projeto chamado de
Mais Educação né, só que o Mais Educação ela já ta implantado, ele ta sendo executado aqui na
nossa escola já há três anos, e assim, ele é um projeto do governo federal onde a secretaria vem, ela
estrutura o projeto na escola e a escola desenvolve. Basicamente da forma como agente imaginava
que seria o projeto não foi, ate porque as pessoas que, assim você tem o coordenador do projeto em
que, esse projeto na verdade ele tem que fazer parte da escola e agente sempre brigou por conta
disso porque parece assim que foi uma coisa que era de um outro mundo dentro de um ambiente que
não era propicio, imagina só, ele, o que que aconteceu de lá pra cá, esses três anos pra cá,
praticamente nada, praticamente nada, agente ajudou a, a implementar ai a horta, o espaço né é o
mesmo, ta, e ai compraram os insumos, ferramentas, todo material pra implantar, agente não
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conseguiu, eu acho que muito pouco agente, que colheu o negócio, umas folhas de couve porque, a
coisa não fluía, agente via o tempo passar, as crianças vinham pra cá, desperdício de dinheiro público,
e isso foi tão assim, grave e eles viram, desculpe a expressão, “a cagada” que eles fizeram, que eles
tiraram o projeto, desde o ano passado que não tem mais a horta comunitária, eles trocaram por uma
outra, uma outra ação, eu não sei se foi a historinha do (?3’30) ai que entrou, quando na verdade, foi
questão de gerenciamento mesmo pro projeto dar certo porque agente tem visto em outras escolas
que, a experiência boa mesmo, mas da forma como ela tem que ser feita, porque o que que agente
sempre pensou em relação a esse projeto, que o fato de você ta trabalhando desde as series que nós
temos aqui, as series iniciais ate a oitava serie, meu Deus do céu, que caminho melhor que agente
quer pra ta trabalhando com terra? Pra ta trabalhando com meio ambiente? Pra ta trabalhando com
assuntos sobre a questão da, de uma alimentação saudável? Cara, agente tem um mundo de coisas
pra trabalhar, não é? Assuntos que poderiam ser abordados desde o primeiro ano ate a oitava série e
com um espaço bom aqui atrás com os insumos que nos permite tudo, tudo, tudo, tudo. (PAUSA
LONGA) É claro que, agente não culpa só a secretaria porque nós estamos aqui, mas muito das vezes
você fica muito polido naquilo que você pode fazer, né. Então agente fica muito limitado nessa
história e mesmo eu já não, não sendo, eu não, não sendo professor, já dá, já fico aqui mais no
laboratório né, desenvolvo uma outra atividade, mas o que agente percebe é assim que, poxa vida
dava pra fazer a coisa acontecer, dava pra fazer, com tudo na (?5’00) com tudo na mão, com espaço,
com dinheiro, sem (?5’03), tudo, tudo, tudo. A coisa já parte da própria secretaria porque a partir do
momento em que os monitores são servidos pela secretaria ela tem que primar por alguém que tenha
o mínimo de, de, de capaP.Cdde pra desenvolver esse trabalho e não é só trazer porque, você, você
vai trazer uma pessoa que ela vai ter que lidar com crianças, né, além de lidar com a terra ela tem
que tar sabendo socializar aquele conhecimento que ela tem, é dessa forma, mas não era isso que
acontecia, as crianças simplesmente vinham pra cá, capinavam, plantavam, não dava certo, criou-se
um negocio de um matagal ai atrás, fizeram um depósito aqui, esse depósito foi arrombado, foi
levado material.
PesqB: Entendi.
P.Ro: CONCLUSÃO, nada, nada foi feito, tirou-se a historinha da horta e já, la na frente já se criou
uma outra ação que é (?6’07) esqueceu a historinha, acabou. (PAUSA LONGA) Essa, esse é o resumo
da obra, dessa história da horta aqui na escola.
PesqB: Entendi. É... quando o senhor veio como técnico agrícola aqui pra escola, é... porque que o
senhor escolheu essa profissão? Essa, esse tipo de, essa área de trabalho?
P.Ro: Pois é, olha essa é uma história, uma outra história assim muito louca, porque, na época
quando eu terminei o meu segundo grau, e agente tinha pouca opção pra estudar pra fora né, agente
não tinha por exemplo, eu na época não tinha condição de ta... fazendo uma faculdade por exemplo
Belém, que tinha que ter um custo muito alto, e ai, pinta uma história engraçada, o governo do, do,
do território, do estado, ele firma convenio com a, com a Universidade Rural, e lá, é, formou-se um
núcleo aqui, que aqui funcionava um campus avançado (PAUSA FORÇADA)
PesqB: Universidade Rural de Belém?
P.Ro: Do Rio de Janeiro, é. Universidade Rural. Lembra do Projeto Rondon, aquele negocio todo?
PesqB: Sim.
P.Ro: Pois é, então o que que aconteceu, como eu estudava... aqui na, no colégio CA, que tinha, tinha
o, o curso, curso básico de agropecuária, ele era a nível de segundo grau e agente já saia como
técnico né, então por conta dessa situação toda funcionava um, um, um campus avançado aqui da
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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e ai agente fez, ai, por conta desses convênios, foi,
trouxeram as provas do vestibular de lá, na época ne, e ai basicamente, toda turma que fazia
agropecuária nessa época fez o negócio do vestibular e ai eu PASSEI, fui cursar Licenciatura em
Ciências Agrícolas no Rio de Janeiro. Quando eu voltei, ai aquela história de novo do, de ta correndo
atrás do emprego ai eu acabei assinando um contrato com a prefeitura e ai foi assim que aconteceu
toda essa história, e, levado pelas situações, porque, começou assim, eu jamais me imaginava
professor nessa história toda né, um camarada que, com uma timidez exacerbada que não abria a
boca na sala de aula e hoje eu não, não sei fazer outra coisa se não ta em uma escola, em uma sala
de aula, mas, tudo bem que eu não sou tão velho assim né nessa área, mas eu vejo assim, muita
dificuldade sabe PesqB e dificuldade que as próprias pessoas criam porque agente vê que é possível
tu fazer um trabalho assim de qualidade sem tu tar descabelando, acho que o importante é você ter
um compromisso mesmo, querer fazer, porque agente vê, com pouquíssimas coisas, algumas
experiências que funcionam e ai você olha pra trás ou então olha pro lado que você tem um espaço
ali onde tem tudo e a coisa não anda, então, é... eu, eu me sinto aqui, nessa nossa escola, eu não
digo um pouco, mas muito frustrado por causa disso, onde é que eu to ajudando as nossas crianças
se nesse ambiente que agente, você já observou assim, a estrutura da escola, o que que agente tem
aqui, tem escola, escolas com muito menos proporcionam um, um trabalho de qualidade e esse
trabalho de qualidade reflete na aprendizagem das crianças né e aqui agente não consegue andar,
agente ta se arrastando pra tentar fazer com que as nossas crianças possam aprender e entra todas
as questões ai que eu to te falando, desses projetos que vem pra escola que era pra escola ta
abraçando, com uma forma de ta contribuindo nessa aprendizagem e a coisa não anda, é desse jeito.
PesqB: Quando começou a horta então, quando o senhor chegou aqui na escola, é... como era? Como
você trabalhava a horta? Você trabalhava com os alunos? Como que funcionava?
P.Ro: Pois é, porque, porque era assim, é... técnicas agrícolas ela era uma disciplina então, assim, a
oitava serie toda, ela tem técnicas agrícolas dias de quinta feira, então essas crianças elas vinham no
contra turno, todas as turmas, assim de quinta a oitava, de quinta a oitava as turmas da tarde elas
vinham no contra turno e agente desenvolvia o trabalho ai, como se fosse, como se fosse hoje agora
a própria educação física, é uma, era uma disciplina, ela tinha uma carga horária de duas aulas
semanais, então toda semana essas crianças estavam aqui nesse espaço.
PesqB: E o que que o senhor ensinava?
P.Ro: Pois é, é, assim, você tinha, você tinha todo uma grade curricular né, pra trabalhar, tipo as
hortaliças ta, a questão do clima, o plantio, as variedades, tudo isso tinha dentro de uma, uma grade
que era pré-estabeleP.Cd pela secretaria agente tinha que desenvolver além de, de pegar toda essa
teoria e colocar na prática pras crianças, então era feito dessa forma.
PesqB: E... quais alimentos o senhor plantava aqui?
P.Ro: Pois é, ai, agente conseguiu além do couve, né, porque assim, pro nosso clima agente tinha
uma certa dificuldade, mas o importante é que agente conseguia, tipo assim, fazer todo o processo,
ou seja, desde a preparação desse pequeno espaço ne, e plantar couve, plantar o próprio maxixe,
quiabo, que a terra nos permitia isso né, e essa criança ela adorava esse espaço, ela plantava, ela
acompanhava o crescimento e agente fazia a colheita desses produtos, porque o interessante é que a
criança possa tar observando todo esse processo né, e ai, assim, o pouco que eu, trabalhei o que, de
93 até, acho que ate 96, ate 98, porque ai a, com a mudança da grade, essas disciplinas elas saíram
da grade curricular, né, do currículo, praticamente desapareceram, ai eu comecei já, de professor de
técnicas agrícolas, como eu tinha o posto, comecei a ministrar as aulas de ciências, ai todo, todo o
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pessoal que trabalhava nessa área de técnicas agrícolas migrou pra ministrar as aulas de ciências de
quinta a oitava.
PesqB: E quando o senhor passou pra ser professor de ciências ainda existia a horta? Ou já tinha
acabado?
P.Ro: Não porque, tipo assim, porque assim, praticamente agente foi (PAUSA LONGA) quando agente
já migrou pra quinta a oitava, o espaço já não tinha, já não tinha como agente ta acompanhando
mais esses espaços, né.
PesqB: Porque tem que manter né?
P.Ro: É porque ai você tem, porque assim, eu teria que ta de manha e atarde na escola, pra ta
acompanhando esse processo e ai que era a dificuldade porque por conta da carga horária, esse
negócio todo, muitas turmas, isso acabou dificultando né, todo esse acompanhamento e a
manutenção do próprio espaço né, porque você tem que ta com as crianças ali, então tem que olhar
esse negócio todo. E ai esse processo foi (?13’52) acabou. E eu fiquei assim, demais contente quando
o pessoal “Olha, vamos escolher a horta comunitária” porque era assim PesqB, dentro do, do, das
ações do Mais Educação é a escola que escolhe, né.
PesqB: Hum, tá, quais são as atividades que vão ser (PASUA FORÇADA)
P.Ro: Quais são as atividades de acordo com a característica e a particularidade de cada escola, o que
que cabe naquele espaço e ai agente escolheu a horta por conta dessa história de antigamente que
agente viu que a coisa funcionava. E ai agente deu com os burro n’água né, porque a coisa não fluiu.
PesqB: Quando tava funcionando bem, os alimentos que eram produzidos eram utilizados pra que?
P.Ro: Agente, agente, esse material sempre foi pra merenda, sempre usava na (PAUSA FORÇADA)
PesqB: Ah, usava na merenda.
P.Ro: Era, sempre foi pra merenda. Exatamente por conta dessa, dessa possibilidade, da
oportunidade que agente tinha de trabalhar essa teoria com a prática e ta fazendo com que a criança
percebesse a importância desses alimentos, né, sempre nessa direção, né, alguns poucos,
pouquíssimas vezes que essas crianças, algumas levavam o cheiro verde, alguma coisa pra casa, mas
todo produto que era colhido aqui era pra merenda, dessa forma, que geralmente é dessa, dessa
maneira que funciona ne, geralmente é assim.
PesqB: E, é, nessa época que começou o Mais Educação, é... começou um projeto também que era
de meio ambiente, não era? Educação Ambiental?
P.Ro: Olha, aqui na escola assim, a parte, a parte de meio ambiente sempre foi o nosso, (PAUSA
LONGA) como diria o meu pai, a nossa espinha de garganta porque agente nunca conseguiu
implementar o projeto como ele deveria ser né, por causa de “n” problemas, mas, é... (PAUSA
LONGA) as pouquíssimas ações que agente geralmente desenvolve elas são ações estanques e são
ações pontuais, por exemplo, que você trabalha com determinado, um determinado grupo de
atividades na semana do meio ambiente, na semana da água, mas não como projeto assim, um
projeto sistematizado né, então sempre foi dessa forma, de lá pra cá, sempre foi assim, algumas
vezes PesqB, quando, a nossa escola ela é muito procurada nessa questão assim de, de alguns alunos
de faculdade veem fazer estágio e depois do estagio desenvolver esses projetos, então quando, por
incrível que pareça, quando esses projetos eles são realizados, geralmente são os alunos de fora que
vem fazer, olha só, eu considero isso sendo um absurdo, porque nós temos aqui as disciplinas de
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geografia, de ciências, claro que com essa, essa questão da interdisciplinaridade, tudo ta ligado a
tudo, então não da pra “Não só o professor de ciências vai trabalhar meio ambiente” não é mais
dessa forma, mas mesmo assim.
PesqB: O senhor acha que funciona essa iniciativa de transdisciplinalidade na escola?
P.Ro: Só funciona, só funciona, porque é como eu to te falando, o grande problema PesqB na escola,
é esse, de o professor, ele achar que só o professor de língua portuguesa que tem que trabalhar
questão da produção de texto, questão de redação com o aluno, né, não é dessa forma, essa
responsabilidade não cabe somente ao professor de língua portuguesa. Pra se ter um exemplo,
agente vai falar de outra coisa, agora em novembro, nós temos a prova do SAEB, essa prova vai tar
avaliando os alunos de, de, de quarta serie que estão concluindo né e os alunos de oitava serie, aqui
no caso da nossa escola, e na verdade, o trabalho que a escola faz, por bem ou mal, ele vai ser
colocado em cheque tá, por conta de duas disciplinas que é matemática e língua portuguesa e na
verdade, toda a escola deveria ta mobilizada pra fazer com que esses alunos tivessem condições reais
de fazer uma ótima prova, mas não é assim que funciona, o professor de matemática e de língua
portuguesa, que, principalmente de língua portuguesa que ta desesperada ai por conta dessa prova, e
a escola nada, quer dizer, é só língua portuguesa que cabe esse fardo? E um fardo muito pesado.
Quando a escola era que tinha que ta envolvida, não, não só nesse momento da prova, mas em todo
o processo de aprendizagem dessa criança, desse aluno, pra que quando chegasse essa época de
prova não tivesse “ooh, vamos preparar nossos alunos” caramba, quando a aluno entra na escola
esse processo já se inicia, na verdade esse processo começa la na casa, la na família não é, esse
processo de aprendizagem.
(INTERRUPÇÃO)
P.Ro: PesqB onde foi que nós paramos?
PesqB: Nós estávamos falando da questão da inter, da transdisciplinaridade.
P.Ro: Pois é, então, eai, agente tem essa dificuldade, porque o professor ele ainda ve a questão da
aprendizagem assim, de forma fragmentada né, não é mais isso, pra você ter uma ideia, essas
provas, desde a provinha Brasil, né, passando pelo SAEB, o próprio ENEM, elas estão dentro dessa
metodologia, e agente entra em um debate aqui que é assim, eu digo nós porque eu me incluo
porque eu sou professor dessa escola, nós estamos vendendo um produto cuja validade esta venP.Cd,
e o que que significa isso? Nós estamos, é... trabalhando com as nossas crianças de uma forma, ou
trabalhando as nossas crianças pra um tempo que não existe mais, o tempo da, da memorização,
onde essas metodologias nos ensinos iniciais, na própria quinta a oitava, na fase de alfabetização que
não leva a criança a refletir, a pensar, a questionar, onde você vê no quadro, você chega lá na sala,
tem um monte de continha de mais, de menos, tem todas as famílias, tá, a criança memoriza essa
historinha, ai quando chega uma prova dessa aqui “Prova do aluno”, eu vou te mostrar. Que ai, você,
a criança ta vendo o desenho, “Voce tem uma bola, então onde está escrito a palavra bola?” ai aqui
ele acertou ne, então veja, olha, aqui ta tudo certo. Tudo certinho. E ai, a criança ela não consegue
desenvolver um troço desse aqui, mas porque? Porque ela foi levada a um processo de memorização,
ela não reflete. E essa ta sendo a grande dificuldade, essa ta sendo a grande dificuldade. Quando vem
uma prova de matemática, agora é no final do ano. (PAUSA LONGA) “João tem 10 petecas, perdeu 3,
depois ele ganhou mais 5” A criança não consegue extrair os dados daquele problema, mas é culpa da
criança? Não, porque o professor ele só ensinou a técnica, ele não levou a criança a refletir sobre de
que forma ele vai aplicar aquilo e em que momento e quando, essas crianças vem pra cá, trabalho
com as crianças de primeiro, na verdade do primeiro ao quarto ano na parte da manha, então tem
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algumas atividades que lavam esse raciocínio, as crianças, “Professor, essa continha aqui é de mais?
Ou é de Menos?” (PAUSA LONGA)
PesqB: Que é isso que é aprender né. (risos)
P.Ro: Eai? Agora vou te contar das experiências daqui, não sei se tem a ver.
PesqB: Mas assim, quando que o senhor passou a ser professor aqui, do, de informática?
P.Ro: 1999, eu acho.
PesqB: Então como professor de ciências o senhor ficou pouco tempo?
P.Ro: Fiquei, fiquei pouco tempo.
PesqB: Tipo um ano, dois anos?
P.Ro: Mais ou menos isso porque, quando, quando eu assinei as turmas de ciências, e ai eu fui
(INTERRUPÇÃO). Quando eu assinei as turmas de ciências, que foi atarde e anoite e ai o diretor me
convidou pra participar do projeto de elaboração da implantação do LIED, eu disse “Caraca muleque”
isso era uma experiência nova, né, nem tinha computador em casa, legal. E ai agente começou a
elaborar o projeto, ta participando de curso, isso em 1997, eu já, já era professor de ciências. Ai foi,
foi, foi, fazendo as duas coisas ao mesmo tempo né, trabalhando na questão da elaboração de
projeto, o que eles chamavam de, de projeto de adesão, então, assim, pra escola participar do
Proinfo, tinha que ter um projeto de adesão, é como se fosse assim “Qual a proposta de vocês pra
implantação desse laboratório?” Então agente teve, que ta vasculhando livro, que era uma coisa nova
pra gente, né, ai nós elaboramos o projeto, esse projeto foi aprovado, agente ficou fazendo curso de,
de aperfeiçoamento, capacitação, esse negócio todo, os computadores chegaram em 2003, (?5’12)
PesqB: Nossa.
P.Ro: Eles foram chegar em 2003. Aqui agente já ta praticamente na terceira versão dessa historinha,
esses daqui são a terceira versão, os novos né.
PesqB: nossa.
P.Ro: Os cinco que chegaram, eu nem sei se, acho que ainda tem os estabilizadores, esses aqui são
segunda versão, esses aqui são terceira. Entao (PAUSA FORÇADA)
PesqB: Legal. É... eu to assim, pensando assim nessa historia que o senhor me contou, de quando a...
questão agrícola era uma disciplina, técnicas agrícolas e depois passou a não existir mais né e ai veio
o Mais Educação com uma nova proposta da horta, é... comparando assim essas épocas, o senhor
acha que a melhor forma pra trabalhar essa questão da agricultura, do plantio, do alimento com os
alunos seria uma disciplina isolada, ou seria de outra forma?
P.Ro: Olha, é, porque assim, é muito complicado de você falar, comparar em épocas porque eu, eu
vejo PesqB que assim depende muito do compromisso de cada um, eu não vou te dizer que nessa
época agente não tinha problema, os mesmos problemas que agente enfrentou agora, agente tinha, e
eu te digo que agente tinha
(INTERRUPÇÃO - P.Ro: Bom dia gente, podem ficar a vontade tá, não vão olhando a bagunça mas é,
desse jeito mesmo tá, depois piora. Meu nome é P.Ro, to só dando uma entrevista aqui pra PesqB
daqui a pouco, Danilo já conhece a historinha ai, pode ficar à vontade.)
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P.Ro: Porque que eu vou te dizer assim que é complicado, é... quando, quando eu comecei na historia
das técnicas agrícolas, eu fui trabalhar num município la, um município chamado Porto Grande, que
foi a primeira, foi a minha primeira experiência, quando eu sai lá da Universidade Rural, eu passei seis
meses perambulando tentando conseguir algum emprego e ai me jogaram pra la, ai eu fui pra la e era
uma escola e agente desenvolvia esse trabalho, claro que é como você ta falando, era uma disciplina,
era uma disciplina, mas o trabalho ele fluía, e ele tinha, ele tinha uma, uma, eu digo que era uma
vantagem porque a escola ela ficava em uma comunidade agrícola, olha só, puxa vida é, tudo era
propício porque as crianças já trabalhavam e agente entrava só com a, porque uma coisa é a pratica
ali do agricultor, e agente entrava com a teoria e socializava esse conhecimento com essas crianças e
a coisa fluía. Na diferença daqui, tá, tudo bem, não tem nem, pode ate ter um filho de agricultor aqui
por natureza 8’20 mas agente também fazia essa, essa, transformava essa, essa teoria que agente
trabalhava na sala, né, pra cá pra nossa prática. Eu trabalho também com teoria, agora, se eu for, eu
te digo assim que eu não vejo diferença nessa, nessa questão de transformar a agricultura em
disciplina, não da mais, não da mais pra fazer isso, talvez se você fizer esse trabalho com
compromisso e responsabilidade a coisa flui, a coisa flui, porque? E com essa vontade de você, de tar
toda a escola integrada nesse mesmo projeto, porque se não, vem aquela coisa “Não é... o professor
que ta falando de meio ambiente é só o professor de biologia, é só o professor de ciências” ta, show
de bola, então, me responda como é que fica quando o professor de geografia tiver falando sobre,
sobre a questão de, de produtos, de mercado (9’22) porque que ele não pode falar sobre isso? Porque
se não agente recai nessa história da memorização, de você não levar o seu aluno a ta refletindo
sobre essas questões e hoje você liga a televisão e ta tudo la, o teu, o teu, a tua informação ta la, o
professor tem que pegar aquela informação, trazer pra sala de aula e construir esse conhecimento,
então, eu não vejo mais hoje, como saída pra gente discutir meio ambiente, discutir sobre a questão
da educação sexual, discutir sobre agricultura como disciplina, não tem mais, agente não pode mais
voltar nesse tempo, exatamente por conta dessa história. Ou todo mundo trabalha de forma a fazer
com que esses, essas informações elas possam ta na cabeça do aluno sendo transformada em
conhecimento ou então agente voltar pra uma época que não existe mais e que eu vejo assim que foi
um negocio complicado, hoje agente ta, agente não pode mais ta trabalhando com esse
conhecimento fragmentado, não da mais gente, não tem como, ai pode “Ah mas poh então tem que
ser generalista?” Tá a questão, você pode ta ate, você pode ta falando de muita coisa e a criança não
aprender nada. Eu vejo que, se você faz com responsabilidade e leva essa criança a refletir ai é outra
coisa, o caminho é esse, mas trazer “Ah vamos trabalhar, tem a disciplina meio ambiente” não tem
como gente, isso não dá, isso não, pra essa nossa época não funciona, não funciona mais, porque o
professor ele vai sempre achar que, professor de Língua Portuguesa vai achar que é só professor de
biologia, é... só, de novo, entra só o professor de biologia, caramba, e eu como professor de
matemática quando eu to trabalhando a questão da estatística? Por que que eu não posso tar
abordando? Professor de língua portuguesa, porque que ele não pode tar pedindo pro aluno ta
emitindo sua opinião através de um texto? Porque eu que não posso falar? Eu tenho que sempre
deixar pro outro? E ai eu não vou tar me eximindo desse processo? Então eu vejo dessa forma.
PesqB: É. Só pra finalizar então, é... você pode me dizer nas suas palavras qual é a importância de,
de trabalhar a questão agrícola da horta na escola hoje?
P.Ro: Olha, assim, nesse, no momento em que nós estamos a questão da qualidade de vida ela passa
pela alimentação, então isso pra mim é fundamental você trabalhar com as crianças esse conceito,
porque quando você trabalha essa questão da alimentação saudável e ai vem carregado uma serie de
questões ali, principalmente em relação à questão do meio ambiente, porque ta relacionado, veja só,
uma coisa ela ta ligada a outra, não é, ta ligada a outra, a tua qualidade de vida através da
alimentação ela vai depender também como você vai trabalhando essa questão do meio ambiente,
porque uma coisa, é como eu to te dizendo, uma coisa ela ta ligada a outra e você não pode ta
48
trabalhando de uma forma a, a, a agricultura na escola e se esquecer de como é que deve ser
trabalhado também a questão ambiental, e, principalmente nas escolas em que você tem as, as
crianças das series iniciais, olha só, porque você já começa a ta trabalhando um tipo de visão né, em
que vai, essa criança ela vai passar por todo o processo, ela vai passar oito anos nessa escola ta, com
esse trabalho, se for um trabalho sério e responsável, um trabalho sedimentado e eu tenho certeza
que vai ser um adulto que vai, com todas as, com todas as, as firmezas ta desenvolvendo esse
trabalho, defendendo uma ideia e colocando, mais do que isso, colocando em prática porque ela
vivenciou essa experiência, então isso é fundamental que se trate na escola, que se, que se trate
desse assunto e que se implemente de verdade nas escolas, não tem outra saída, a saída é a escola.
É desse jeito.
PesqB: Muito obrigada.
49
APÊNDICE B
TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE 1994 E 2008.
APÊNDICE C
DADOS EXTRAÍDOS DOS ARTIGOS SOBRE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE
1994 E 2010.
Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade ESTADOÁrea de
conhecimento
D
Alexandre
Bulsing
Hernández
Sonia Maria
Blauth de
Slavutzky
2005
Avaliação da dieta em Escolas
Municipais de Porto Alegre
com relação ao consumo de
sacorese/2004
UFRGS RS Odontologia
P
Celma de
Cássia Rocha
Melo
Nora Beatriz
Presno
Amodeo
2006
Análise da alimentação escolar
do município de são joão
evangelista-mg
CENTRO
UNIVERSITÁRI
O DE
CARATINGA
MGEconomia
domestica
2 1997
D
Celso
Azevedo de
Carvalho
Gino
Giacomini
Filho
2000
Comunicação, educação &
nutrição: parceria pela
qualidade de vida.
UNIVERSIDADE
METODISTA DE
SÃO PAULO
SP Comunicação
1 1998
DDenise Ivete
Reis
Rafael Carlos
Vélez Benito1997
Modelagem de um problema de
dieta para otimização da
merenda escolar
UNIV. REG.DO
NOROESTE DO
ESTADO DO RS
RS
Dietética /
Matemática
aplicada2 2000
D
Diego
Augusto da
Rosa Pretto
Sonia Maria
Blauth de
Slavutzky
2003
Análise da alimentação escolar
institucional do ano de 2002 da
rede municipal de ensino de
Porto Alegre quanto a adição
de açúcar.
UFRGS RS Odontologia
1 2002
D
Edlene
Pimentel
Santos
José Arlindo
Soares1998
A política de assistência ao
estudante em alagoas:
subsídios para uma
interpretação da política de
alimentação escolar
UNIV FEDERAL
DA
PARAÍBA/JOÃO
PESSOA
PB Serviço Social
1 2003
DHayda
Josiane Alves
Maria Cristina
Faber Boog2007
Práticas e representações
sobre alimentação e saúde
entre fruticultores
UNICAMP SP Enfermagem
2 2004
DLíliam Magda
Campo Costa
Luiz Botelho
de
Albuquerque
2004
O programa nacional de
alimentação escolar (PNAE) na
perspectiva dos usuários: um
estudo de caso.
UFC CE multidisciplinar
3 2005
DLuiz Antonio
Staub Mafra
Renato Sergio
Jamil Maluf2004
O município da gestão de
políticas locais de segurança
alimentar e nutricional.
UFRRJ RJ
Economias
Agrária e dos
Recursos
Naturais 2 2006
P
Marcia
Cristina
Stolarski.
Walter
Tadahiro
Shima
2005
Caminhos da alimentação
escolar no brasil: análise de
uma política pública no período
de 2003-2004
UFPR PR 0
1 2007
D
Maria de
Lourdes
Marques
Camargo.
Rovigati
Danilo Alyrio2008
Contratação de serviços em
alimentação escolar:
Terceirização um novo
conceito de gestão de merenda
UFRRJ RJCiências Sociais
Aplicadas
3 2008
DMaria Elena
TurpinWalter Belik 2008
A Alimentação Escolar como
Vetor de Desenvolvimento
Local e Garantia de Segurança
Alimentar e Nutricional.
UNICAMP SP Economia
18
D
Maria
Euzimar
Berenice
Rego silva
Jose
Willington
Germano
2002
Caminhos de descentralização
e da participação em educação:
o exercício do poder local.
UFRN RNCiências Sociais
Aplicadas
Tipo Autor Orientador Ano Título UniversidadeÁrea de
conhecimento
D
Maria
Aparecida
Ferrão
Claudino.
Regiane
Aparecida
Cardoso De
Paula
2006
Políticas públicas de
alimentação escolar: uma
análise com enfoque no
município de são josé dos
campos.
UniSãoMarcos SP Interdisciplinar
D
Olívia de
Souza
Sant'Anna
Bruno
Lazzarotti
Diniz Costa
2008
Gestão Descentralizada do
Programa Nacional de
Alimentação Escolar: análise
comparativa em municípios
mineiros
FUNDAÇÃO
JOÃO
PINHEIRO
MGAdministração
Pública
D
Rodrigo
Pinheiro De
Toledo
Vianna
Mauro José
Andrade
Tereso
1997
O Programa de Merenda
Escolar: Subsídios para o
Planejamento do Programa em
Campinas.
UNICAMP SP
Engenharia
Agrícola, eng
alim, extensão
rural
DSonia Regina
Pompermaier
Maria Do
Carmo
Marcondes
Brandão Rolim
2000Alimentação escolar: um
estudo sobre a racionalidadeUFPR PR Sociologia
D
Vivian Braga
de Oliveira
Mielniczuk
Maria Jose
Teixeira
Carneiro
2005
Gosto ou necessidade? Os
significados da alimentação
escolar no município do Rio de
Janeiro
UFRRJ RJ Antropologia
0 1 2 3
1997
1998
2000
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Tip
oAutor Orientador Ano Título Universidade Estado Área
DAdriana Maria Leite de
Macedo
Carlos Eduardo Aguilera
Campos2005
A trajetória da alimentação escolar
como instrumento da política de
alimentação e nutrição no Brasil
UFRJ RJSAÚDE
COLETIVA
1 1994
D Aline Romero Queiroz Sophia Cornbluth Szarfarc 2007
Prevalência de anemia e fatores
associados em ingressantes no
ensino fundamental de escolas
públicas do município de São
Bernardo do Campo, estado de São
Paulo.
USP SPSAÚDE
COLETIVA
1 1998
D
Bianca Assunção Iuliano
Ana Maria Dianezi
Gambardella
2008
Atividades para promoção de
alimentação saudável em escolas
de ensino fundamental do
município de Guarulhos – SP
USP SPSAÚDE
COLETIVA
2 2002
T
Carlos Augusto Fernandes
Oliveira
Pedro Manuel Leal
Germano
1994
Aflatoxina M1 em leite em pó
distribuido pelo programa de
alimentacao escolar do municipio
de São Paulo-SP Brasil: utilização
do ensaio por enzimas imuno-
adsorvidas "elisa"
USP SPSAÚDE
COLETIVA
2 2003
D
Célia da Silva
Pedro Manuel Leal
Germano
2002
Merenda Escolar: Levantamento
das condições higiênico-sanitários
dos locais de preparação e dos
manipuladores em escolas da Rede
Estadual de Ensino de São Paulo,
SP
USP SPSAÚDE
COLETIVA
1 2004
T
Dixis Figueroa Pedraza Pedro Israel Cabral de Lira
2005
Anemia em Crianças e o Programa
de Alimentação Escolar no
Contexto da Segurança Alimentar e
Nutricional no Brasil.
UFPE PESAÚDE
COLETIVA
3 2005
T
Fatima Machado Chaves. Jussara Cruz de Brito
2004
Vidas Negras que se Esvaem:
experiências de saúde das
funcionárias escolares em situação
de trabalho
FIOCRUZ RJSAÚDE
COLETIVA
1 2006
D
Lilian Kaercher Alves
Heloisa Maria Mendonça
De Morais
2005 Avaliação do Programa Nacional de
Alimentação Escolar no Município
de Camaragibe-PE
UFPE PESAÚDE
COLETIVA
1 2007
T
Maria Angélica dos Santos
Spinelli. Ana Maria Canesqui
1998 Alimentação escolar: da
centralização à descentralização
UNICAMP SPSAÚDE
COLETIVA1 2008
D
Maria Aparecida Ferrão
Claudino
Regiane Aparecida
Cardoso De Paula
2006
Políticas públicas de alimentação
escolar: uma análise com enfoque
no município de são josé dos
campos
UniSãoMarcos SPSAÚDE
COLETIVA
13
T
Marta Neves Campanelli
Marçal Vieira.
Maria Das Graças Carvalho
Ferriani
2002
Estudo da representação simbólica
do Programa de Alimentação
Escolar.
USP SPSAÚDE
COLETIVA
T
Olívia Maria Ferreira
Pereira. Ana Luiza D'Ávila Viana
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Programa de alimentação escolar:
o rio de janeiro em questão - limites
e perspectivas.
UERJ RJSAÚDE
COLETIVA
D
Osvaldinete Lopes de
Oliveira. Edson Mamoru Tamaki 2003
Impacto da merenda escolar no
estado nutricional de pré-escolares
de duas escolas do município de
Campo Grande - MS UFMS MS
SAÚDE
COLETIVA
7 por 14
0 1 2 3
1994
1998
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade Estado Áreauniversidade
frequencia
D
Adelina
Severina da
Silva
Andrade
Regina
Tereza
Cestari de
Oliveira
2002
A Produção da Merenda Escolar
no Brasil: a descentralização
como política de gestão (1993-
2000)
UFMS MS EDUCAÇÃO 1
Alessandra
Brandão
Teixeira
Alzira Lobo
De Arruda
Campos
2007
O programa de merenda escolar
em Linhares (Espírito Santo,
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MarcosSP EDUCAÇÃO 1
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Assuncao
De Maria
Ribeiro
Fialho.
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Merenda escolar no brasil: a
ilustracao das relacoes
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UNB DF EDUCAÇÃO 1
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O Programa Nacional de
Alimentação Escolar: Uma
Análise da Implementação da
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Fundação
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Federal De
Mato Grosso
Do Sul MS
EDUCAÇÃO 1
1997 1
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Victoria
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A prática do nutricionista em
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UFRJ RJ EDUCAÇÃO 2
2001 1
D Ester De
Queiros
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Maria Brant
Ribeiro
Machado
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A dimensão educativa do
trabalho das merendeiras:
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elaborado pelo instituto de
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UFRJ RJ EDUCAÇÃO
2002 2
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reflexão das relações governo e
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UFRGS RS EDUCAÇÃO
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Jose
Arimatea
Barros
Bezerra
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Lourdes
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7 por 14
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1993
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2001
2002
2005
2006
2007
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A merenda escolar e sua relação
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Quatro - MG
USP SP NUTRIÇÃO 2000
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Rodolpho
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Educação nutricional
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conhecimentos e práticas de
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UNESP SP NUTRIÇÃO 2002
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Edmea Tenuta Martins.
Denise
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enriquecimento da merenda
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USP SP NUTRIÇÃO 2003
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Voorpostel
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Percepções de professores e
funcionários de escola rural
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UNICAMP SP NUTRIÇÃO 2004
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DCristina Simões De
Carvalho Tomasetti
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Avaliação do programa de
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de londrina/PR
UEL PR NUTRIÇÃO 2005
1
D
Elisangela da CunhaAnete Araujo
De Sousa2007
A alimentação orgânica e as
ações educativas na escola:
diagnóstico para a educação em
saúde e nutrição
UFSC SC NUTRIÇÃO 2006
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Flavia Damaceno Mira
Sandra Maria
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2007
Capacitação de professores em
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Bahia: alcances e limitações.
UFBA BA NUTRIÇÃO
2007 5
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Francine Sobral
Vera Mariza
Henriques De
Miranda Costa
2008
Programa nacional de
alimentação escolar:
sistematização, importância e
presença no município de monte
alto-SP
UNESP SP NUTRIÇÃO
2008 2
T
Gilma Lucazechi
Sturion
Maria Antonia
Martins
Galeazzi
2002
Programa de alimentação
escolar: avaliação do
desempenho em dez municípios
brasileiros
UNICAMP SP NUTRIÇÃO
19
D
Gisele Kuhlmann
Duarte
Maria do
Carmo Fontes
de Oliveira;
Paulo Roberto
Cecon; Rita de
Cássia Lanes
Ribeiro;
Ângela Maria
Campos
Santana
2007
Segurança alimentar em
unidades de alimentação e
nutrição escolares: aspectos
higiênico-sanitários e produção
de resíduos orgânicos
UFV MG NUTRIÇÃO
Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade Área
D
Janisse De OliveiraFranco Maria
Lajolo1997
O papel da merenda na
alimentação diária dos
ingressantes no primeiro grau
das Escolas Municipais de São
USP SP NUTRIÇÃO
D
Lívia Gussoni Basile.Thais Borges
Cesar2003
Adequação nutricional das
refeições do Programa de
Alimentação Escolar em
unidades municipais de ensino
de Araraquara, SP
UNESP SP NUTRIÇÃO
D
Marta Neves C. Marçal
Vieira
Maria Das
Graças
Bonfim
Carvalho
1997
A prática do programa de
alimentação escolar mediante a
percepção dos usuários.
USP SP NUTRIÇÃO
DMichele Sanches
Marina Vieira
Da Silva2003
Hortaliças: consumo e
preferências de escolaresUSP SP NUTRIÇÃO
D
Nataly Lopes Viana
Conceição
Angelina dos
Santos
Pereira; Maria
do Carmo
Fontes de
Oliveira; Silvia
Eloiza Priore;
Sylvia do
Carmo Castro
Franceschini
2007
Análise da aceitabilidade,
consumo da alimentação escolar
e estado nutricional de escolares
no município de Viçosa - MG.
UFV MG NUTRIÇÃO
D
Patrícia Martins
Fernandez
Denise
Oliveira e Silva2005
Noções conceituais e práticas
educativas em alimentação e
nutrição dos professores de 1ª a
4ª séries do Distrito Federal.
UNB DF NUTRIÇÃO
D Telma Brandão
Maria
Aparecida
Azevedo
Pereira da
Silva
2000
Avaliação da aceitação e
preferências de cardápios do
programa de merenda escolar em
escolas municipais de ensino
fundamental da cidade de
Campinas.
UNICAMP SP NUTRIÇÃO
D
Vanessa Messias
Muniz
Alice Teles de
Carvalho2006
Avaliação dos Fatores
Envolvidos na Aceitabilidade do
Programa de Alimentação
Escolar no Município de João
Pessoa: um estudo piloto
UFPB PB NUTRIÇÃO
7 por 14
0 1 2 3 4 5
1997
2000
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Tip
oAutor Orientador Ano Título Universidade Estado Área
DAdriana Maria Leite de
Macedo
Carlos Eduardo Aguilera
Campos2005
A trajetória da alimentação escolar
como instrumento da política de
alimentação e nutrição no Brasil
UFRJ RJSAÚDE
COLETIVA
1 1994
D Aline Romero Queiroz Sophia Cornbluth Szarfarc 2007
Prevalência de anemia e fatores
associados em ingressantes no
ensino fundamental de escolas
públicas do município de São
Bernardo do Campo, estado de São
Paulo.
USP SPSAÚDE
COLETIVA
1 1998
D
Bianca Assunção Iuliano
Ana Maria Dianezi
Gambardella
2008
Atividades para promoção de
alimentação saudável em escolas
de ensino fundamental do
município de Guarulhos – SP
USP SPSAÚDE
COLETIVA
2 2002
T
Carlos Augusto Fernandes
Oliveira
Pedro Manuel Leal
Germano
1994
Aflatoxina M1 em leite em pó
distribuido pelo programa de
alimentacao escolar do municipio
de São Paulo-SP Brasil: utilização
do ensaio por enzimas imuno-
adsorvidas "elisa"
USP SPSAÚDE
COLETIVA
2 2003
D
Célia da Silva
Pedro Manuel Leal
Germano
2002
Merenda Escolar: Levantamento
das condições higiênico-sanitários
dos locais de preparação e dos
manipuladores em escolas da Rede
Estadual de Ensino de São Paulo,
SP
USP SPSAÚDE
COLETIVA
1 2004
T
Dixis Figueroa Pedraza Pedro Israel Cabral de Lira
2005
Anemia em Crianças e o Programa
de Alimentação Escolar no
Contexto da Segurança Alimentar e
Nutricional no Brasil.
UFPE PESAÚDE
COLETIVA
3 2005
T
Fatima Machado Chaves. Jussara Cruz de Brito
2004
Vidas Negras que se Esvaem:
experiências de saúde das
funcionárias escolares em situação
de trabalho
FIOCRUZ RJSAÚDE
COLETIVA
1 2006
D
Lilian Kaercher Alves
Heloisa Maria Mendonça
De Morais
2005 Avaliação do Programa Nacional de
Alimentação Escolar no Município
de Camaragibe-PE
UFPE PESAÚDE
COLETIVA
1 2007
T
Maria Angélica dos Santos
Spinelli. Ana Maria Canesqui
1998 Alimentação escolar: da
centralização à descentralização
UNICAMP SPSAÚDE
COLETIVA1 2008
D
Maria Aparecida Ferrão
Claudino
Regiane Aparecida
Cardoso De Paula
2006
Políticas públicas de alimentação
escolar: uma análise com enfoque
no município de são josé dos
campos
UniSãoMarcos SPSAÚDE
COLETIVA
13
T
Marta Neves Campanelli
Marçal Vieira.
Maria Das Graças Carvalho
Ferriani
2002
Estudo da representação simbólica
do Programa de Alimentação
Escolar.
USP SPSAÚDE
COLETIVA
T
Olívia Maria Ferreira
Pereira. Ana Luiza D'Ávila Viana
2003
Programa de alimentação escolar:
o rio de janeiro em questão - limites
e perspectivas.
UERJ RJSAÚDE
COLETIVA
D
Osvaldinete Lopes de
Oliveira. Edson Mamoru Tamaki 2003
Impacto da merenda escolar no
estado nutricional de pré-escolares
de duas escolas do município de
Campo Grande - MS UFMS MS
SAÚDE
COLETIVA
7 por 14
0 1 2 3
1994
1998
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
AUTORES ANO PERIÓDICO TÍTULO PALAVRAS CHAVE CLAS ABR INSTR TIPO DE
ESTUDO SUJEITOS ESCOLAS IDADE OBJETIVO CONCLUSÃO RECOMENDAÇÕES
Abreu, M. 1995 Em Aberto
Alimentação escolar: combate à desnutrição e ao fracasso escolar ou direito da criança e ato pedagógico?
PDF T
Referências bibliográficas
Teórico
Tecer algumas considerações sobrea(s) política(s) de alimentação escolar em desenvolvimento na escola pública brasileira.
A merenda só pode deixar de ser "comidapara carente" se as políticas públicas de alimentação escolar, reconhecendo a situação de pobreza e miséria da maioria dos alunas da escola brasileira, garantirem o fornecimento de mais de uma refeição diária, sendo uma delas administrada quando a criança entra na escola. Mas isso ainda não é suficiente. Integrada às atividades pedagógicas daescola, a merenda precisa ser pensada em suas relações simbólicas com a pobreza.
Implementar mudanças nas política públicas de alimentação escolar, descentralização do programa da FAE, cria condições não só para a melhoria da qualidade nutricional da merenda, através da incorporação de alimentos in natura e da garantia de uma dieta mais variada, mas também para a discussão do papel pedagógico das refeições fornecidas aos alunos no ambiente institucional da escola.
*
ANDRADE FF, FERRO VC; SILVA, VG da; FALCÃO MC
2004Higiene alimentar, v.18, n124, p.43-49,
Merenda escolar: municipalização e atribuições do nutricionista
Alimentação escolar, nutrição da criança, saúde escolar e programa de nutrição
PDF Piracicaba
SP L
Observação direta na escola / análise composição / aceitação
quali-quantitativo
alunos e merendeiras
1 pública estadual
O objetivo do estudo foi verificar a implantação e o funcionamento do Programa de Municipalização da Merenda Escolar, em uma escola pública da região de Piracicaba, São Paulo e discutir as atribuições e atividades do nutricionista nos processos.(AU)
A base do problema nutricional brasileiro está na insuficiência calórica, que afeta de forma acentuada as populações urbanas, agravando-se com a densidade populacional das cidades. Desenvolveu-se o processo de institucionalização dos programas de alimentação escolar, englobando os diferentes níveis administrativos que assumiram a operacionalização dos programas de suplementação alimentar. Atualmente, ele existe na forma municipalizada, onde as prefeituras que aderiram
Arruda, Elcia Esnarriaga de. Almeida, Camila Moreira
2005Intermeio (UFMS), Campo Grande
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Educação. Programa nacional de Alimentação Escolar. Circulação de mercadorias. Produção de mercadorias.
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1954/ 2004
Identificar as necessidades que determinam a implementação de um programa em resposta à fome, em uma sociedade produtora de mercadorias.
A análise dos dados apontou que o PNAE, assim como os programas de alimentação escolar que o precederam consistiram, em uma excelente oportunidade de comercio nacional ou internacional.
BASILE, L. G. ; CÉSAR, T. B 2006 Nutrire (SBAN)
Insuficiência de cálcio e ferro na merenda escolar em unidades municipais de ensino fundamental
Adequação nutricional. Cálcio. Ferro. Zinco. Vitamina C. Alimentação escolar.
RESUM/
Araraquara
SP L
amostras em duplicata das refeições distribuídas na educação infantil e fundamental deste município.
Quantitativo
29 Pré - Escolas municipais e 6 escolas do Ensino Fundamental.
5a11a2 meses
2002
Avaliar os teores de cálcio, ferro, zinco e vitamina c da merenda escolar.
A merenda continha quantidade insuficiente de cálcio em 45% das pré escolas e 67% do ensino fundamental. Em ferro, 38% das PE e 50% do fundamental.
Há necessidade de melhorar a qualidade nutricional da merenda, principalmente no tocante do conteúdo de cálcio e ferro, visando reduzir a prevalência de deficiência destes micronutrientes entre os pré- escolares e escolares beneficiados pelo PAE.
Belaciano, M.I.; Moura, D.O.; Silva, A.C.P. 1995 Em Aberto
Direito e garantia à merenda escolar
Merenda escolar. Programa de Controle de Qualidade. Núcleo de Controle de Qualidade. PNAE
Impres Trevisão bibliográfica
Teórico
Apresentar a proposta do PNAE e orientar quanto ao seu funcionamento abordando as principais perguntas e respostas sobre o programa
*
LOCAL PERÍODO
BELIK, Walter ; CHAIM, Núria Abrahão 2009
Revista de Nutrição da PUCCAMP
O Programa Nacional de Alimentação Escolar e a gestão municipal: Eficiência, controle social e desenvolvimento local.
Programas e Políticas de Nutrição e AlimentaçãoAlimentação EscolarAdministração Pública/método
670 prefeituras brasileiras
N
Questionários do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar
Quantitativo
Gestão municipal do PNAE
670 prefeituras - 2004a
2005
Avaliar o perfil da gestão pública municipal do Programa Nacional de Alimentação Escolar de 670 prefeituras inscritas no Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, entre os anos de 2004 e 2005.
A execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar assume características próprias em cada município brasileiro. Identificar o perfil da administração pública, assim como as características das prefeituras que se destacaram no Prêmio, permite a implantação de ações que melhorem a execução do Programa.
*
BELIK, Walter ; Souza, Luciana R. 2009
Planejamento e Políticas Publicas
Algumas reflexões sobre os programas de alimentação escolar na América Latina
Programa de Alimentação Escolar; América Latina; Desenvolvimento local;Educação.
IMPRES
América Latina
T
Referências bibliográficas
Teórico
Demonstrar a abrangência dos programas de alimentação escolar na América Latina e suas possibilidades enquanto instrumentos de melhoria na educação de crianças e Adolescente.
Em termos de resultados, demonstramos que osPAEs promovem ampliação da frequência escolar, mas efeitos nutricionais precisam ainda ser melhor investigados. No que se refere à dinamização local, podemos perceber que os municípios que fizeram localmente as compras para a merenda escolarconseguiram ampliar a renda da sua população e dinamizaram o comércio regional.
BEZERRA, J. A. B. 1998Cadernos da pós-graduação em educação
Aspectos Históricos da Alimentação Escolar no Brasil
Fome, fracasso escolar, Programa de Merenda Escolar, Campanha Nacional de Alimentação Escolar; Lei do Alimento para a paz.
IMPRES T
Referências Bibliográficas
TeóricoAnalisar o surgimento da Campanha Nacional de Alimentação Escolar.
Institucionalização da política de alimentação escolar no Brasil.
BEZERRA, J. A. B. 2006Educação em Debate (CESA/UFC)
Regionalização de cardápios, fortalecimento de economias locais e participação da população na gestão da merenda.
Políticas públicas de alimentação e nutrição. Merenda Escolar. Regionalização de cardápios.
IMPRES
CE L
Revisão documental e entrevistas
Analítico
25 alunos do 5º Ano do EF, 8 mães de alunos, 4 merendeiras, 4 diretoras de escola e 10 professoras.
Estudar o Programa Nacional de Alimentação Escolar para verificar até que ponto se tem atingido os objetivos postos pela Lei nº. 8.913/94, que regulamentou os termos e as condições de descentralização da merenda.
São constatados avanços significativos na gestão descentralizada da merenda. Verificam - se sérios problemas relacionados ao propósito de regionalização dos cardápios, ao objetivo de revitalização da economia dos municípios de pequeno e médio porte e à proposta de participação da população no controle e na fiscalização da merenda no plano local, conforme determinações legais.
Bezerra, José Arimatea Barros 2009 Rev. Bras.
Educ.
Alimentação e escola: significados e implicações curriculares da merenda escolar
- PDF Fortaleza
CE L
Observação sistemática, entrevistas, questionário
Diretora, 7 professores, 3 merendeiras, alunos II ciclo
Uma escola estadual de Ensino Fundamental
Elaborar um quadro conjuntural maisamplo da temática, levantar dados do contexto, analisar conceitual e contextualmente os dados coletados, buscando identificar os significados da merenda escolar em suas representações e práticas,manifestos no contexto da escola tomada como espaço de estudo.
A expectativa de uma alimentação melhor acompanha a expectativa de um lugar melhor (a escola) do que suas casas e que pode fazê-los melhorar de vida. Além disso, comida envolve um conjunto de características que extrapolam o aspecto físico, biológico: ela implica prazer, gosto, rituais de recusa ou rejeição, de aproximação das pessoas,de distinção social.
Bittencourt, Jaqueline Marcela Villafuerte 2008 Políticas
Educativas
A Emergência Do Direito À Alimentação Escolar
Alimentação escolar; Direito à alimentação escolar; Direito à educação; Merenda escolar
IMPRES T
Referências bibliográficas
Enfoque teórico PNAE
Buscar (re)construir a idéia de emergência do Direito à Alimentação Escolar.
Verifica-se que o Programa de Alimentação Escolar é um Programa constitucionalmente delineado. Como tal serve para efetivação de um direito social de terceira geração.
Rever os objetivos do Programa, assim como verificar, de modo sistemático, as práticas de implementação da política, ou seja, de que modo e em que medida os agentes da política reinterpretam as diretrizes e procedimentos previamente concebidos.
*
Bleil, Rozane Aparecida Toso. Salay, Elisabete. Silva, Marina Vieira da
2009Segurança Alimentar e Nutricional,
Adesão ao Programa de Alimentação Escolar por Alunos de Instituições Públicas de Ensino no Município de Toledo, PR.
alimentação escolar, consumo de alimentos, adolescente.
IMPRES Toledo P
R L
Questionário socioeconômico/ avaliação antropométrica (P/E)/ entrevista individual/ freq. consumo merenda
Quantitativo/ transversal
167 ESCOLARES
4 escolas públicas 2004
Conhecer a adesão dos alunos ao PNAE, assim como os fatores que podem interferir no consumo dos alimentos oferecidos
Na opinião da maioria dos alunos, as condições de distribuição da alimentação escolar, com exceção da temperatura do alimento, são adequadas. Entretanto alguns aspectos podem ser melhorados a fim de contribuir para maior adesão ao programa, em especial aqueles que promovem mudanças no tipo de alimento oferecido e no local para realização destas refeições.
Adequar o cardápio às preferências dos alunos, construção de refeitórios adequados à alimentação na escola, implementação do sistema self-service.
Boog, Maria Cristina Faber 2010 Rev. Nutr.
Programa de educação nutricional em escola de ensino fundamental de zona rural.
Educação alimentar e nutricional. Educação em saúde. Ensino fundamental e médio. Tecnologia educacional.
Município do Circuito das frutas/ zona rural
SP L
Intervenção problematizadora
Qualitativo e quantitativo
155 alunos da pré - escola a 7ª série
Uma unidade de ensino da zona rural.
2006
Apresentar métodos e tecnologias de intervenção em educação alimentar e nutricional, criados com base em diagnóstico realizado no âmbito de escola e comunidade, tendo como pressuposto teórico a relação homem/ambiente, mediada pelo trabalho.
Os resultados demonstraram a possibilidade de realizar um programa de incentivo ao consumo de alimentos produzidos na região.Esses resultados possibilitaram a criação de tecnologia educacional específica para um programa de educação alimentar e nutricional nessa escola. Houve grande interesse dos alunos pelas atividades realizadas porque elas refletiam o seu próprio cotidiano e valorizavam o trabalho, a história, a identidade cultural e a autoestima das famílias de fruticultores. A fruta foi ressignificada enquanto
Burlandy, Luciene and Anjos, Luiz Antonio dos 2007 Cad. Saúde
Pública
Acesso à alimentação escolar e estado nutricional de escolares no Nordeste e Sudeste do Brasil, 1997
Alimentação Escolar; Estado Nutricional; Programas de Nutrição
Região Nordeste e Sudeste do Brasil
N
Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV): idade, gênero, frequência na escola, oferta de refeição gratuita, renda familiar, peso e estatura.
Quantitativo/ transversal
1177 crianças 7 a 10 1996
a 97
Analisar de forma comparativa as informações sobre a oferta da refeição gratuita nas escolas das regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, e o estado nutricional de crianças de 7 a 10 anos.
A oferta da refeição gratuita nas escolas do período estudado, em termos de focalização de grupos prioritários foi inadequada quanto aos critérios geográficos, econômicos e biológicos.
*
Campos AKC, Cardonha AMS, Pinheiro LBG, Ferreira NR, Azevedo PRM, Stamford TLM
2009 Food control
Assessment of personal hygiene and practices of food handlers in municipal public schools of Natal, Brazil
School food, personal hygiene, food hygiene
IMPRES Natal R
N L
Questionário fechado e analise microbiológica das mãos dos manipuladores
Quantitativo / transversal
Manipuladores
27 escolas municipais - - -
Analisar as práticas de higiene dos manipuladores de alimentos em escolas municipais de Natal (RN).
As escolas estudadas não possuem condições adequadas de higiene.
CARDOSO, R. C. V. ; ALMEIDA, Rogéria Comastri de Castr ; GUIMARÃES, Alaíse Gil ; GOES, J. A. W. ; SILVA, S. A. ; SANTANA, A. A. C. ; HUTTNER, L. B. ; VIDAL JUNIOR, P. O. ; FIGUEIREDO, K. V. N. A. .
2007Revista do Instituto Adolfo Lutz
Qualidade da água utilizada em escolas atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em Salvador-BA
água potável, qualidade da água, alimentação escolar, higiene de alimentos
PDF Salvador
BA L
Análise da água: microbiológica; origem e tratamento
Quantitativo/ transversal
Água49 escolas municipais e 34 estaduais
-10 meses
2006
Avaliar a qualidade da água utilizada em escolas atendidas pelo PNAE, em Salvador.
Os resultados obtidos indicam a existência de riscos de contaminação, por meio da água utilizada e ainda, apontam fragilidades no âmbito da implementação do PNAE, o que sugere a necessidade de maior controle, em função da vulnerabilidade das crianças beneficiadas pelo Programa.
Necessidade de medidas corretivas e do monitoramento da qualidade da água, como uma das ações a ser desenvolvida na perspectiva de proteção à população de crianças beneficiadas por esse Programa.
Cardoso, Ryzia de Cassia Vieira et al. 2010 Rev. Nutr.
Programa nacional de alimentação escolar: há segurança na produção de alimentos em escolas de Salvador (Bahia)?
Alimentação escolar. Higiene dos alimentos. Produção de alimentos. Segurança alimentar e nutricional.
PDF Salvador
BA L
Formulários elaborados com base na Resolução de Diretoria Colegiada nº. 216/04 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde
Transversal
97 escolas estaduais e 139 municipais
maio a dez
2005
Avaliar a segurança da produção de alimentos em escolas atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar, em Salvador (BA).
Verificou-se elevado nível de não conformidade quanto ao atendimento dos requisitos sanitários vigentes, o que evidencia falhas na segurança da produção da alimentação escolar. Os resultados indicam a necessidade de adoção de medidas corretivas com vistas a reduzir riscos à saúde das crianças assistidas e aumentar a eficiência do Programa Nacional de Alimentação Escolar, no município de Salvador (BA)
O estudo indica a necessidade de medidas de intervenção que possam promover e assegurar a qualidade do serviço prestado, com vistas a proteger a saúde das crianças assistidas e cumprir os objetivos do Programa.
Carvalho, Alice Teles de. Muniz, Vanessa Messias. Gomes, Josiane Fernandes . Samico, Isabella.
2008 Interface (Botucatu)
Programa de alimentação escolar no município de João Pessoa – PB, Brasil: as merendeiras em foco
Alimentação escolar; Merendeiras; Hábitos saudáveis; Promoção da Saúde
IMPRES
João Pessoa
PB L Grupo
focal Qualitativa41 merendeiras
41 escolas municipais -
3 meses
2005
Avaliar a percepção das merendeiras acerca da produção e distribuição da alimentação escolar e seu papel neste contexto.
Evidenciou-se estreita relação de afeto entre merendeiras e escolares e valorização da oferta de alimentação de qualidade e com boa aceitação. Foram observadas ausência de treinamentos sistemáticos e fragilidade no uso da alimentação escolar na incorporação de hábitos alimentares saudáveis.
Inclusão das merendeiras na utilização da alimentação escolar como espaço permanente de aprendizado; maior suporte técnico e psicológico para estas profissionais.
*
Ceccim, R.B. 1995 Em Aberto
A merenda escolar na virada do século – agenciamento pedagógico da cidadania.
PDF T
Referências bibliográficas
Teórico Livros e artigos - - - -
Pensar a merenda diante das transformações deste final de século e destacar o lugar da educação como dispositivo da escola para o agenciamento de modos de vida, sociedade, singularidade e solidariedade.
A merenda escolar estará apontando, no campo setorial da criança e do adolescente, as concepções de políticas públicas. Como espaço pedagógico na escola, voltar-se-á ao incremento das responsabilidades educacionais diante da afirmação de modos da cidadania criadores e ativos.
Utilizar a merenda escolar como instrumento pedagógico ao proporcionar modalidades individuais, coletivos e institucionais de ação social e cultural e na subjetividade dos cidadãos.
*
Chaves, Lorena Gonçalves et al. 2009 Rev. Nutr.
O programa nacional de alimentação escolar como promotor de hábitos alimentares regionais
Alimentação escolar. Hábitos alimentares. Políticas públicas. Programas e políticas de nutrição e alimentação.
2950 municípios brasileiros
NAmostra de 370 cardápios
Transversal qualitativo não experimental
Escolas do Ensino Fundamental
2007
Analisar a utilização de alimentos e preparações regionais nos cardápios da alimentação escolar do ensino público brasileiro, bem como sua freqüência e sua elaboração por nutricionistas.
Dos cardápios analisados, 63% a 87,8% foram elaborados por nutricionista. Entre as regiões, destaca-se a Sul, já que 86,5% dos cardápios contemplam pelo menos uma preparação regional no período de uma semana, enquanto na região Norte esse percentual cai para 38%. A região Norte apresentou menor relação entre o número de cardápios elaborados por nutricionista e número de preparações regionais, enquanto que a região Sul apresentou maior relação.
É necessário que os responsáveis pelo Programa incentivem e contemplem as preparações típicas ao hábito alimentar de cada região no cardápio da alimentação escolar e reforcem os meios de fiscalização desta prática.
Chaves, Maria das Graças Afonso Miranda. Marques, Maria Helena. Dalpra, Jorge Olivio. Rodrigues, Paula Afonso. Carvalho, Matheus Furtado de. Carvalho, Rodrigo Furtado de
2008 HU Revista (UFJF)
Estudo da relação entre a alimentação escolar e a obesidade
alimentação escolarobesidadeantropometriaestudantes
IMPRES
Juiz de Fora
MG L
Avaliação antropométrica (peso, estatura) e questionário
Quantitativo/ transversal
480 escolares - 4 a18 - -
Analisar a distribuição da obesidade e sobrepeso em escolares e sua associação com variáveis ambientais.
Essa pesquisa possibilitou melhor caracterização da população em estudo, podendo instituir a priorização e racionalização de uso de tempo e recursos financeiros públicos, comprovando-se a necessidade de investir na educação alimentar e em estratégias de prevenção de saúde dos escolares, para que bons hábitos virem rotina.
Faz-se necessário o desenvolvimento de medidas de prevenção e controle do excesso de peso neste grupo etário através da instituição escolar, com orientação e elaboração de uma dieta equilibrada, mas também através dos país ou responsáveis pelas crianças, por influenciarem diretamente nos hábitos de vida.
Coelho, Ana Iris Mendes et al 1999 Rev. Nutr.
Programa 5S's adaptado ao gerenciamento da alimentação escolar no contexto da descentralização
programa 5S's; alimentação escolar; gerenciamento de programa
IMPRES Viçosa M
G L
Checklist, Programa 5S's, palestras, treinamento dos manipuladores e cartazes
Qualitativa/ pesquisa ação
12 manipuladores e aprox. 1950 escolares
3 escolas estaduais -
2 a 11m
1995 a 1997
Relatar a experiência da utilização do programa 5S's para auxiliar no gerenciamento da alimentação escolar.
O programa 5S's adaptado foi uma ferramenta eficaz no processo de gerenciamento da alimentação escolar e pode ser aplicada em outras escolas, respeitando suas particularidades.
Buscar métodos eficientes para garantir o êxito na área do gerenciamento do programa de alimentação escolar descentralizado.
COSTA, E. Q. 2001
Caderno de Currículo e Ensino, NUTES/UFRJ
A Dimensão Educativa do Trabalho das Merendeiras
Merendeiras; formação profissional, treinamento, educação.
IMPRES T
revisão bibliográfica
Teórico
Contemplar o conjunto de espaços educativos que se apresentam o cotidiano da merendeira e reconher a influência que as políticas sociais e econômicas exercem na produção diária da existência, contribuindo para relativizar o papel dos cursos de treinamento na formação desse profissional.
COSTA, E. Q. ; LIMA, E. S. ; RIBEIRO, V. M. B 2002
História, Ciências, Saúde - Manguinhos
O treinamento de merendeiras: análise do material instrucional do Instituto Annes Dias - Rio de Janeiro (1956-94)
Treinamento de merendeiras, educação e trabalho, história da nutrição, política de merenda escolar.
PDF Rio de Janeiro
RJ L
Boletins instrucionais do Instituto de Nutrição Annes Dias
Revisão documental
- - - - -
Analisar a concepção educacional do treinamento de merendeiras nos anos de 1956 a 1994, a partir de 17 boletins instrucionais produzidos pelo Instituto de Nutrição Annes Dias, no município do Rio de Janeiro.
Ficou evidenciado que o treinamento teve como foco a dimensão técnica do trabalho das merendeiras e a recorrência dos temas de higiene e organização do serviço. A discussão sobre a formação das merendeiras passa pela definição de que trabalhadora se quer formar, o que antecede a preocupação com as competências (saberes e habilidades) que devem desenvolver.
Isso significa entender que o papel das merendeiras no coletivo escolar deve ser redimensionado de modo a possibilitar a sua integração à equipe educativa nas atividades promotoras de saúde, o que implica rever os conteúdos dos cursos de treinamento a que freqüentemente elas são submetidas.
Costa, Ester de Queirós. Ribeiro, Victoria Maria Brant.Ribeiro, Eliana Claudia de Otero
2001 Rev. Nutr.
Programa de alimentação escolar: espaço de aprendizagem e produção de conhecimento
alimentação escolar; educação em nutrição; aprendizagem em serviço.
emires T
Referências bibliográficas
Teórico PNAE
Apontar as possibilidades que podem ser utilizadas pelo nutricionista responsável pelo PNAE para desenvolver atividades educativas em nutrição visando a promoção da saúde da comunidade escolar.
Considerar todas as atividades escolares como educativas favoreceria a integração de todos os funcionários, escolares e familiares que atuam nesse ambiente, incluindo merendeiras e nutricionistas. Promover oportunidades para discutir as condições de saúde no local de trabalho contribuiria para a produção de conhecimentos e para o desenvolvimento de práticas educativas contínuas.
Utilizar o PNAE como espaço para desenvolver atividades de promoção da saúde, produção de conhecimento e de aprendizagem na escola; desenvolver o potencial do nutricionista como educador em nutrição.
COSTA, J. N. ; TABAI, K. C. . 2007 Oikos (Viçosa
Condições higiênico-sanitárias:avaliação das unidades de produção de alimentos de escolas da rede municipal de ensino fundamental de Urandi - Bahia.
Alimentação Escolar; condições higienico-sanitárias; boas práticas de fabricação
IMPRES Urandi B
A LLista de verificação de BPF
Estudo exploratório, descritivo observacional
13 manipuladores
7 municipais4 meses
2005 a 2006
Verificar as condições higiênico-sanitárias das 7 escolas através do levantamento dessas condições no serviço de alimentação das cozinhas escolares
As condições higienico-sanitárias das escolas analisadas foram consideradas insatisfatórias.
Necessidade de implantação e intensificação de medidas de controle, de forma a atender ás etapas que envolvem todo o processamento do alimentos.
CUNHA, Elisângela da ; SOUZA, A. A. ; N.M.V, M. 2010 Ciência &
Saúde Coletiva,
A ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA E AS AÇÕES EDUCATIVAS NA ESCOLA: DIAGNÓSTICO PARA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E NUTRIÇÃO
Alimentação escolar, Educação em saúde e nutrição, Ações educativas, Alimentação orgânica, Pesquisa qualitativa, Grupos focais
PDF Florianópolis
SC L
Entrevista semi-estruturada/ grupo focal e revisão documental
Qualitativo
Gerente da Alimentação Escolar, nutricionista, diretora, professores (7) e alunos (20)
1 estadual 1ªa 7ª série
5 meses
2006
Contribuir com elementos para avaliação do Projeto Sabor Saber e ainda incorporar uma discussão sobre saúde, alimentação escolar e alimentação orgânica, avaliando o engajamento de participantes da escola.
Concluiu-se que a utilização do alimento orgânico ainda não integra o projeto pedagógico desta escola; no entanto, os professores refletiram sobre a necessidade do desenvolvimento de ações de educação em saúde, alimentação orgânica e nutrição com a comunidade escolar.
Relevância da implementação de ações de educação em saúde em nutrição, aproveitando-se o contexto de utilização do alimento orgânico na escola.
Danelon Maria Angélica Schievano, Danelon Mariana Schievano , Silva Marina Vieira da
2008Segurança alimentar e nutricional
Alcance das metas nutricionais do programa “Escola de Tempo Integral”
cardápios, composição nutricional, período integral, Programa Nacional de Alimentação Escolar
IMPRES
Piracicaba
SP L
Roteiros de observação, pesagem direta dos alimentos
Quantitativo/ transversal
3 escolas de tempo integral -
6 meses
2006
Avaliar a composição nutricional das refeições que integram os cardápios oferecidos em duas das três escolas integrantes do programa "Escola de Tempo Integral" em Piracicaba (SP).
São necessários ajustes dos cardápios, elegendo, entre as prioridades, o alcance da meta do programa, com vistas ao pleno atendimento das demandas de energia e nutrientes dos alunos, durante a jornada ampliada de permanência na unidade de ensino.
Diferenciar as porções da alimentação oferecida aos escolares, tendo por base as necessidades nutricionais, que são reconhecidamente distintas para crianças e adolescentes.
Danelon Maria Angélica Schievano, Danelon Mariana Schievano, Silva Marina Vieira da
2006Segurança alimentar e nutricional
Serviços de alimentação destinados ao público escolar: análise da convivência do Programa de Alimentação Escolar e das cantinas
cantinas escolares, educação nutricional, Programa Nacional de Alimentação Escolar
IMPRES T
Referências bibliográficas
Revisão bibliográfica
Documentos, livros, artigos, teses e dissertações
Descrever alguns aspectos dos serviços de alimentação no âmbito escolar, a saber, o PNAE e as cantinas escolares, e analisar a coexistência desses serviços e sua influência no comportamento alimentar dos alunos.
O PNAE necessita de constantes reavaliações a fim de atender as preferências dos escolares e elevar a adesão ao programa. As cantinas escolares interferem na adesão dos alunos e podem representar uma forte limitação à educação nutricional, por comercializarem alimentos com alta densidade energética.
Reavaliar constantemente certos aspectos do PNAE, como exemplo: preparação dos cardápios, horários e estrutura de distribuição das refeições; aos gestores cabe a elaboração de portarias que regulamentem o funcionamento de cantinas; desenvolver programas de educação nutricional que envolvam alunos e familiares para a consolidação de hábitos alimentares saudáveis.
DANELON, M. S. ; SILVA, M. V. 2008
Segurança Alimentar e Nutricional,
Preferências alimentares no ambiente escolar.
cantinas escolares, alimentação escolar, preferências alimentares, Programa Nacional de Alimentação Escolar
PDF Campinas
SP L
Entrevistas estruturadas sobre consumo alimentar e avaliação antropométrica (peso/altura)
Quanti-qualitativo
324 escolares 6 públicas 6 a14
3 meses
2004
Identificar as preferências alimentares de crianças e adolescentes no ambiente escolar, analisando a influência do convívio do PNAE e das cantinas sobre o comportamento alimentar dos estudantes.
A adesão à cantina foi mais freqüente entre as meninas e entre os alunos com maiores rendimentos. Quanto à convivência dos serviços escolares, observou-se tanto uma relação de complementaridade quanto de substituição da merenda escolar em relação aos alimentos comercializados na cantina.
Evidenciou-se a necessidade de orientação, para que os alunos optem de forma consciente pelos alimentos disponíveis nas escolas. A regulamentação do comércio de alimentos pelas cantinas para que ofereçam opções mais saudáveis para o lanche escolar.
Davanço GM, Taddei JAC, Gaglianone CP, Colugnati FAB
2004Rev Paul Ped. 2004; 22(2):95-101
Hábitos alimentares de escolares (1as e 2 as séries) durante a merenda escolar em escolas públicas de São Paulo, SP
Hábitos alimentares, alimentação escolar, criança, educação nutricional
PDF Vila Mariana
SP L
Questionário, avaliação antropométrica e observação direta da alimentação dos alunos
Regressão logística
630 escolares
8 ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS
7 a 10 2000
Estudar o hábito alimentar de crianças e seus determinantes durante a merenda escolar, visando conhecer e intervir na formação de hábitos alimentares.
Menos de um quarto de escolares apresentaram hábitos alimentares saudáveis no horário da merenda escolar, mesmo quando utilizados critérios pouco rigorosos.
É necessário promover hábitos alimentares saudáveis como os programas de educação nutricional.
Domene, Semíramis Martins Álvares, Pereira, Thalita Cremonesi and Arrivillaga, Rye Katsurayama de
2008 Rev. Nutr.
Estimativa da disponibilidade de zinco em refeições com preparações padronizadas da alimentação escolar do município de Campinas.
Ácido fítico; Alimentação escolar; Criança; Zinco.
IMPRES
Campinas
SP L
Cálculo dietético das preparações
Quantitativo/transversal
11 preparações
- 7a14 - -
Avaliar razões molares fitato:Zn e fitatoxCa:Zn/MJ de preparações para escolares entre 7 e 14 anos
A aplicação das razões molares para avaliação dos cardápios na alimentação escolar indica que a disponibilidade do zinco pode estar comprometida, o que pode ser revertido com o aumento da frequência de alimentos fonte, como as carnes.
Sugere- se que as refeições a serem empregadas no Programa de Alimentaçâo Escolar sejam anteriormente submetidas a comparações com as novas recomendações nutricionais, para que o objetivo do PNAE seja efetivado.
Domene, Semíramis Martins Álvares. 2008 Psicol. USP
A escola como ambiente de promoção da saúde e educação nutricional
Comportamento alimentar, Pobreza, Desnutrição, Alimentação escolar.
PDF T
Referências bibliográficas
Literário
Abordar e discutir os seguintes temas: 1. o nutricionista e sua atuação como técnico na área de alimentação escolar; e2. o educador, que tem a oferecer contribuição relevante para a consecução dos objetivos de uma política de alimentação escolar consistente
A escola, por princípio, é o ambiente ideal para a promoção da educação. Contudo, a análise do cenário atual mostra que promover “educação alimentar e nutricional” exige a compreensão de limites como o ní- nível de envolvimento dos alunos, a qualificação do professor, a qualificação do nutricionista e a qualidade da refeição servida na escola.
No que se refere a medidas que fomentem a escola como ambiente de promoção da saúde e de educação alimentar e nutricional, propõe-se:1. A revisão de cardápios;2. O aperfeiçoamento da aplicação da política nacional de alimenta alimentação escolar nos municípios, papel dos nutricionistas e gestores locais;3. Medidas de estímulo ao professor para sua atuação como mediador da educação alimentar; eventualmente, o emprego das Horas de Trabalho Pedagógico
Draibe SM. 1998 Cadernos de Pesquisa, 36
Descentralização das políticas sociais: o que ensinam as experiências recentes da merenda escolar, do dinheiro na escola e da TV Escola.
PDF T
Pesquisa Descentralização de Programas do MEC
Literário
Examinar, em que medida, o aumento da equidade, reconfiguração federativa e melhorados padrões de eficácia tem sido adequadamente atendida pelo processo de descentralização
As escolas ganharam autonomia e as prefeituras também, geração ao PME Os estudos de campo mostraram carências importantes de medidas de capacitação adequada às funções descentralizadas. O movimento de descentralização, apoiado na municipalização e autonomização das escolas vem produzindo esvaziamento das funções estaduais no sistema educacional.
Façanha SHF, Ferreira NDL, Monte ALS, Pontes AR
2002 Hig Aliment; 16 (100): 54-8
Avaliação da garantia da qualidade higiênico-sanitária do Programa de Alimentação Escolar da cidade de Sobral - CE
Alimentação EscolarISO 9000
PDF Sobral CE L
Treinamento, análise microbiológica da merenda e inspeções sanitárias.
Quantitativo
10 escolas escolas públicas
JULHO A DEZ
2001
Realizar a capacitação em Boas Práticas de Manipulação (BPM) para as merendeiras do Município de Sobral - CE, depois foram coletadas amostras da merenda em 10 das 18 escolas públicas da Cidade de Sobral, para a realização das análises microbiológicas e por último foram realizadas as inspeções sanitárias por inspetores da Vigilância Sanitária do Município. Constatou-se que existem escolas na Cidade de Sobral que servem merenda imprópria para o
Constatou-se que existem escolas na Cidade de Sobral que servem merenda imprópria para o consumo humano, porém existem escolas na mesma cidade que servem a merenda com um padrão de qualidade higiênico-sanitária aceitável
Sugere-se que hajam esforços para que seja exigido que todas as escolas sirvam a merenda dentro de um padrão desejável, para que a mesma não comprometa a saúde das crianças beneficiadas pelo programa
FLAVIO, E. F. ; BARCELOS, M. F. P. 2004
tecnológica, Santa Cruz do sul
Composição química e aceitabilidade dos cardápios oferecidos na merenda escolar de uma escola pública de Lavras - MG
Composição química, merenda escolar, aceitabilidade.
IMPRES Lavras M
G L
59 Amostras da merenda escolar/ questionários
Analítico 598 alunos 1 escola estadual
agosto a dezembro
2001
Avaliar a composição química e aceitabilidade da merenda escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental de uma escola estadual de Lavras e verificar se as mesmas atendiam as metas de recomendações nutricionais propostas pelo PNAE.
No presente estudo as metas do PNAE, quanto ao suprimento parcial das necessidades nutricionais, não foram totalmente atingidas em relação as adequações protéica,calórica e para a maioria dos minerais, ficando abaixo da média proposta. Quanto a análise sensorial todas as preparações alimentícias oferecidas na merenda escolar apresentaram valores determinados pelo PNAE
Flávio, Eliete Fernandes et al 2008 Ciênc. agrotec.
Avaliação da alimentação escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental das escolas municipais de Lavras, MG
Composição química; necessidades nutricionais; PNAE; criança; adolescente.
IMPRES Lavras M
G L
Análise de composição química
Quantitativo/ transversal
16 escolas municipais de ensino fundamental
2004
Avaliar se a alimentação escolar atende aos 15% das necessidades nutricionais dos alunos
Das 17 escolas todas atenderam as necessidades de proteína e ferro, 15 não atenderam as de energia e cálcio, 14 não atenderam as de zinco e apenas 3 atenderam a de magnésio. Conclui-se que a meta de fornecer 15% das NN na alimentação escolar não foi totalmente atingida, pois a maioria das adequações ficou fora da faixa recomendada pelo PNAE.
Flávio, Eliete Fernandes, Barcelos, Maria de Fátima Píccolo, Lima, Andrelisa Lina de
2004 Ciênc. agrotec.,
Avaliação Química E Aceitação Da Merenda Escolar De Uma Escola Estadual De Lavras–Mg
Avaliação química, merenda escolar, aceitação
PDF Lavras MG L
Pesagem e análise química dos alimentos; questionário de preferências e adesão
Quanti-qualitativo/ transversal
598 escolares
1 Escola estadual
5 meses
2001
Analisar numa escola estadual de Lavras (MG) a composição química e realizar a pesquisa de aceitação sobre a merenda escolar, verificando se as mesmas atendiam às metas de recomendações nutricionais propostas pelo PNAE.
As merendas não atenderam totalmente as metas propostas pelo PNAE quando ao conteúdo protéico, valor calórico e teor de alguns minerais; a aceitação da merenda mostrou-se satisfatória no aspecto sensorial e os cardápios que tinham como ingrediente básico o arroz apresentaram melhores índices de aceitação.
É necessário um acompanhamento efetivo deprofissionais da área de alimentação e nutrição a cada semestre letivo nas escolas conveniadas com o PNAE, objetivando realizar as adequações pertinentes quanto ao planejamento de cardápios, buscando, assim, a adequação deles no tocante às necessidades nutricionais do público-alvo da merenda escolar.
Fortuna JL. 2002 Hig Aliment.
Aspectos higiênico-sanitário no preparo de carne bovina servida em refeições escolares de instituições escolares municipais e estaduais, no Estado do Rio de Janeiro.
Carne bovina. Bacteriologia; higiene; merenda escolar
IMPRES
Tanguá, Itaboraí São Gonçalo
RJ L
Análise microbiológica de carnes, mãos dos manipuladores, utensílios e água.
Quantitativo
110 amostras. 22 cada (carne crua, cozida, mãos, faca e água)
4 escolas. 2 municipais, 2 estaduais
Avaliar as condições higiêncio-sanitárias na preparação de carne bovina servida em refeições escolares em instituições municipais e estaduais através de análises microbiológicas.
As condições higiênico-sanitárias da preparação de carne na merenda escolar é satisfatória, assim como dos utensílios da cozinha, dos manipuladores e da água de abastecimento.
Faz-se necessário fornecer subsídios para que todos os profissionais da área de produção e manipulação de alimentos em cozinhas industriais sejam informados dos principais fatores de risco de contaminação dos alimentos e reconheçam a importância da higiene na preparação desses alimentos.
Gabriel CG, Santos MV, Vasconcelos FA.
2008;8:299-308.
Rev Bras Saude Matern Infant
Avaliação de um programa para promoção de hábitos alimentares saudáveis em escolares de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
Alimentação escolar, Sobrepeso, Obesidade, Intervenção nutricional, Hábitos alimentares
PDF Florianópolis
SC L
Questionário de consumo alimentar e av. antrop
Estudo de intervenção não controlado
162 escolares
Uma escola pública e uma da rede privada
fev a julho
2004
Relatar os resultados de um programa de intervenção nutricional visando à promoção de hábitos alimentares saudáveis em escolares do ensino fundamental.
Verificou-se aumento da freqüência de algumas atitudes e práticas alimentares mais saudáveis. O tempo entre a conclusão do programa e a realização do segundo exame antropométrico pode não ter sido suficiente para provocar mudanças no índice de massa corporal. Essa experiência pode ser aplicada em outras instituições e, para sua maior efetividade, deve contar com a participação da comunidade escolar (especialmente pais e professores).
Gabriel, Cristine Garcia et al. 2010 Rev. Nutr.
Cantinas escolares de Florianópolis: existência e produtos comercializados após a instituição da Lei de Regulamentação.
Cantina escolar. Lei das cantinas. Alimentação escolar
PDF Florianópolis
SC L
Questionário estruturado
Estudo de corte transversal
117 escolas
junho a julho
2006
Realizar um diagnóstico da existência das cantinas em Florianópolis, verificando os alimentos e bebidas comercializados, após a instituição da Lei Estadual de Regulamentação das Cantinas.
Itens proibidos pela Lei foram fortemente reduzidos ou retirados de comercialização, porém alimentos considerados inadequados continuam sendo comercializados em muitas escolas. A fiscalização desses estabelecimentos é necessária, juntamente com ações educativas destinadas aos proprietários das cantinas, escolares, pais e professores.
ressalta-se que a fiscalização das cantinas escolares é necessária, juntamente com as ações educativas e estratégias direcionadas aos responsáveis pelas cantinas, visando qualificar o fornecimento de alimentos e, consequentemente, os hábitos alimentares.
Considera-se oportuno enfatizar que proprietários de cantinas escolares precisam ser capacitados e preparados para trabalhar com alimentação escolar, de modo que essas ações possibilitem
Gabriel, Cristine Garcia et al. 2009
Arch. Latinoamericano. Nutr.
First Law regulating school canteens in Brazil: evaluation after seven years of implementation
cantina da escola, estratégias, hábitos alimentares
Blumenau, Chapecó, Criciúma, Jaguará do Sul, Joaçaba, Joinville, Florianópolis e Lages
SC L
Questionário estruturado
Estudo transversal
266 ESCOLAS PÚBLICAS E 79 PRIVADAS
JULHO A ABRIL
2007 2008
Analisar a existência e o funcionamento de cantinas escolares em oito municípios-chave, no estado de SC, e para determinar se os alimentos e bebidas vendidos pela estabelecimentos conformes à legislação pertinente contida na Lei n º 12.061/2001 (8).
A maioria das cantinas não vendem lanches fritos, refrigerantes, pipocas industrializados, balas, pirulitos e gomas de mascar e salgadinhos industrializados embalados. O itens que foram menos propensos a cumprir com a lei foram os sucos.
A inspeção desses estabelecimentos é necessário, juntamente com ações educativas visando a proprietários das cantinas, bem como as próprias escolas. Treinamento para o proprietários de cantina pode constituir uma estratégia que garanta a viabilidade econômica desses estabelecimentos e a possibilidade de eles serem transformando em lugares de promoção da saúde.
GALEAZZI, M. A. M. ; CHAIM, N. A 1995 Em Aberto,
CAMPINAS,
Diagnóstico do Sistema de Alimentação do Escolar Em Campinas
PDF Campinas
SP L
Revisão documental
Teórico/ Revisão documental
160 MIL ALUNOS MATRICULADOS NA rede pública de ensino.
44 ESCOLAS MUNICIPAIS E 160 ESTADUAIS.
-
2° SEMESTRE
1995
"Realizar o diagnóstico do sistema de alimentação do escolar em Campinas" (criado)
Verificamos que a utilização de produtos excedentes da Ceasa complementaria quase todos os requisitos exigidos em nutrientes e energia (com exceção do cálcio). Notamos que é viável a introdução destes produtos no cardápio desde que ocorra um planejamento para a implementação do Sistema de Alimentação Escolar em Campinas.
-
GALEAZZI, M. A. M. ; VIANNA, R. T. P. ; ZABOTTO, Claudia B
1995 EM ABERTO, CAMPINAS
Aplicação das Recomendações da Fundação de Assistência Ao Estudante Na Gestão do Programa de Alimentação Escolar - O Caso de Campinas
PDF Campinas
SP L
Revisão documental
Teórico/ Revisão documental
-
5 ESCOLAS MUNICIPAIS E 32 ESTADUAIS
- - 1994
Discutir como viabilizar as ações recomendadas pela Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) que devem permear o gerenciamento local do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) após sua descentralização, visando à elevação dos níveis de alimentação e nutrição para melhoria do rendimento escolar.
As recomendações sugeridas pela Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) vêm imbuídas de um forte caráter gerencial, que caso sejam levadas a frente, o município tem grande chance de alcançar a eficácia.
A atuação conjunta do Conselho Municipal de Alimentação Escolar e dos Núcleos de Controle de Qualidade tem papel fundamental na otimização dos recursos com garantia de qualidade na refeição dos escolares. A importância da incorporação dos pequenos produtores e comerciantes ao programa e a necessidade do esforço de várias instâncias do poder público municipal para criar mecanismos que viabilizem sua participação nas licitações públicas.
Giordani, Rubia at al 2010 Espaço Amerindio
Políticas públicas em contextos escolares indígenas: repensando a alimentação escolar
Guarani; pesquisa qualitativa em nutrição; escola indígena; antropologia nutricional.
PDFIlha da Cotinha
PR L
Observação sistemática, entrevistas não-estruturadas e avaliação do consumo
Qualitativa/ Etnográfico
19 alunos e uma professora
Escola Indígena de Ensino Fundamental Incompleto Bilíngüe
Objetivo de desenvolver e aplicar instrumentos metodológicos adequados para um melhor conhecimento das circunstâncias nas quais o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é executado em contextos de populações indígenas.
Apesar da alimentação escolar diferir da alimentação consumida em casa e apresentar antagonismos em relação aos aspectos cosmológicos do grupo, de forma geral há boa aceitação das crianças naalimentação servida na escola. Existem ainda algumas semelhanças nos produtos habitualmente consumidos em ambos os lugares dado que e alimentação mbya, atualmente depende de produtos não produzidos na aldeia. Por fim, cabe destacar o esforço da comunidade e da
o desenvolvimento de estudos queproduzam um conhecimento sobre a realidade sócio-cultural e as circunstâncias históricas em que se insere a ação pública, com o objetivo de subsidiar e informar esta última; e, a participação da comunidade indígena na concepção e desenvolvimento dessa política, promovendo processos de discussão e negociação entre a comunidade e os poderes públicos.
GODOY, Leandro Cesar de et al. 2010
Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]
Análise sensorial de caldos e canjas elaborados com farinha de carcaças de peixe defumadas: aplicação na merenda escolar.
resíduo de pescado; sustentabilidade; combate à fome; nutrição humana.
PDF Maringá
PR L Análise
sensorial
Analítico: sensorial e estatístico
40 provadores
O trabalho avaliou a aceitação de caldos e canjas elaborados com farinhas aromatizadas desenvolvidas a partir de carcaças de peixes defumadas.
Os caldos e as canjas elaborados a partir das farinhas aromatizadas foram bem aceitos pelos consumidores. Independente da espécie utilizada, a farinha aromatizada pode ser empregada no enriquecimento de produtos para o consumo humano. Esses produtos podem ser aplicados na merenda escolar, contribuindo na nutrição das crianças. Além disso, tal uso daria um destino nobre aos resíduos que podem causar sérios impactos se descartados no meio ambiente.
Goés, JAW; Fortunato, DMN; Veloso, IS; Santos, JM
2001 Higiene Alimentar
Capacitação dos manipuladores de alimentos e qualidade da alimentação servida
Manipulação de Alimentos/recursos humanosHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos
PDF Trevisão bibliográfica
Faz uma reflexäo sobre a segurança alimentar e a qualidade dos alimentos, dando ênfase à importância da capacitaçäo e educaçäo em serviço dos manipuladores de alimentos, para a qualidade da alimentaçäo servida.(AU)
Goldschmitdt, Patricia; Granada, Graziele 2010 Alim. Nutr.
Biodisponibilidade de ferro na merenda escolar
Biodisponibilidade; ferro; merenda escolar
PDF Rio Pardo
RS L
Análise da composição
pesquisa transversal observacionale descritiva de natureza qualiquantitativa
Instituto de Educação Estadual
7 A 14 set 2008
Estimar a biodisponibilidade do ferroingerido durante o período escolar, no Instituto Estadual de Educação Ernesto Alves, da cidade de Rio Pardo-RS, seguindo a determinação doPrograma Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
Os resultados deste estudo mostram, em 59% dos dias, valores insuficientes cientes de ferro total biodisponível,ingeridos durante o período escolar, devido asquantidades baixas de vitamina C (91% dos dias), e elevadas de Cálcio (32% dos dias).
HERNÁNDEZ, Alexandre Builsing ; SLAVUTZKY, S. M. B. ; PADILHA, Dalva Maria Pereira
2008
Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre
Avaliação do consumo da merenda escolar em escolas municipais de Porto Alegre
Alimentação escolar, Promoção da saúde, Prevenção de doenças, Nutrição de grupos de risco
PDF Porto Alegre
SC L Recordató
rio 24h
Quantitativo/ transversal
1398 escolares
4 escolas municipais - - 2004
Descrever os componentes da dieta dos alunos do Segundo e Terceiro Ciclos de quatro Escolas Municipais de Porto Alegre, verificar se a merenda escolar fornecida pela instituição é consumida pelos estudantes e, também, verificar se a existência de cantina nas escolas modifica o consumo desta merenda.
Os dados da pesquisa evidenciaram a importância do problema, visto que a baixa procura pela alimentação oferecida pela escola aliada ao consumo exagerado de produtos açucarados e nutricionalmente pobres, além de representar o desperdício de recursos públicos, constitui um risco para a saúde dos alunos.
-
Lázaro, Cristiane Pinheiro, Valença, Ana Maria Gondim and Chiappini, Claudete Corrêa de Jesus
1999 Rev. Nutr.
Estudo preliminar do potencial cariogênico de preparações doces da merenda escolar através do pH da saliva
alimentação escolar; cariogênicos; saliva; concentração de íons de hidrogênio.
IMPRES Niterói R
J L
Questionário de frequência alimentar/pH da saliva
Quantitativo
52 crianças eutróficas
7 a 10 anos
2 meses
1997
Determinar a curva de pH da saliva após o consumo de preparações doces, relacionar as variáveis teor de glicídeos e pH, discutir o uso de preparações doces na merenda.
Nenhuma das curvas de pH atingiu valores críticos para o surgimento de cáries, após a ingestão das preparações. Preparações doces pastosas possuem maior potencial cario gênico do que as líquidas e gelatinosas.
Eliminar do cardápio mensal preparações doces com alta adesividade (pastosas) contribuindo para a prevenção de cáries.
LEAL, V. S. et al.
2008 v. 7, n. 1, p. 50-57, jan./fev.
Rev. Nutr. Brasil, Rio de Janeiro
Das modificações temporais das políticas de alimentação e nutrição no Brasil à perpetuação do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
políticas públicas, segurança alimentar e nutricional, alimentação escolar.
RESUM T
Dados bibliográficos
Teórico
Propõe-se a perpassar algumas das políticas eprogramas sociais no Brasil, em particular aqueles que proporcionaram ou ainda proporcionam benefícios à população, atravésdas oportunidades de acesso à alimentação e educação, tornando possível a melhoria de vida dos excluídos.
Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil devidoàs condições desfavoráveis nos indicadores sociais da população, com uma profunda desigualdade social, as pesquisas apontam para um maior índice de insegurança alimentar (PNAD-2004).
O Programa Nacional de Alimentação Escolar(PNAE) deve ser visto como um direito dos escolares, sendo importante atender na sua plenitude às normas estabelecidas pelo mesmo, respeitando os hábitos alimentares, estimulando a produção de alimentos locais que fazem parte, na maioria das vezes, da cultura alimentar dos benefi beneficiários, garantir uma produção de alimentos dentro dos padrões de higiene, armazenamento e distribuição adequados e a interação da escola
MAESTRO, V. ; SILVA, M. V 2004
Cadernos de Debate (UNICAMP), Campinas
A participação dos alimentos industrializados na dieta de alunos de escolas públicas brasileiras
Alimentação escolar, alimento industrializado, consumo alimentar, preferência alimentar
PDF Piedade
SP L
Recordatório 24h/questionário socioeconomico
Quantitativo
508 escolares 25 estaduais 6 a 18 - -
Conhecer a participação relativa dos alimentos industrializados na dieta, o (s) local (is) de consumo e o responsável pela preparação, assim como a proporção da renda familiar gasta em alimentação.
É de fundamental importância que os pais participem das escolhas alimentares de seus filhos, permanecendo atentos ao consumo indiscriminado de alimentos industrializados que além de oferecer risco para a obesidade, podem colaborar para o comprometimento do valor nutritivo da dieta se foram acompanhados pela redução do consumo de alimentos in natura, como hortaliças e frutas.
A reorientação dos gastos com alimentação pode ser uma das ações educativas para a mudança de hábitos alimentares dos escolares e suas famílias, com vistas à melhoria tanto do aspecto qualitativo como quantitativo da dieta.
MAFRA, L. A. S 2002 Cpda Textos
Relações de poder no processo de descentralização do Programa de Alimentação Escolar
Descentralização de programas sociais. Programa de Alimentação Escolar, Ações alternativas
IMPRES
Zona da Mata
MG L
Dados bibliográficos
teórico
Busca refletir sobre a natureza do poder existente na correlação de forças e interesses entre uma organização de agricultores familiares e a administração municipal diante do processo de descentralização do PAE num município da Zona da Mata mineira.
Para os agricultores familiares há uma série de obstáculos para conseguir fornecer seus produtos à alimentação escolar, como a relação local de poder, diferenciação nos conhecimentos do funcionamento do programa ou também, pela própria dificuldade dos agricultores em lidar com a burocracia.
É importante dissiminar informações e capacitar agentes locais na gestão da alimentação escolar
Magalhães, Angélica Margarete. Chaves, Roselene de Queiroz. Silva, Tânia Nunes da
2009Revista de Economia a Agronegócio
Viabilidade Da Introdução Do Mel NaMerenda Escolar: Oportunidade EDesafio Para O Agronegócio Apícola
Apicultura, alimentação escolar, teste de aceitabilidade, SistemaAgroalimentar Local (SIAL).
IMPRES
Sentinela do Sul
RS L
Análise de valor nutricional/ teste de aceitabilidade
Quantitativo 91 alunos 9 municipais
Avaliar a viabilidade da introdução do mel na merenda escolar
A aceitação do mel é menor do que da geléia e maior do que a do melado. O custo da preparação com mel é 18% maior do q o recurso repassado pelo FNDE.
É necessário estimular o aumento do consumo a médio prazo, criando uma cultura de consumo nas refeições diárias das famílias. Dessa maneira, o incremento da aceitabilidade pelas crianças do ensino fundamental será uma consequência.
Marchioni DM e Zacarelli EM
1998 ??
Revista higiene alimentar, 12, 13-18
Avaliação da temperatura em refeições transportadas de um programa de alimentação escolar
Alimentação EscolarManipulação de Alimentos/métodos
Um município da Grande São Paulo
SP L
Avaliação da temperatura dos alimentos
Quantitativo/ qualitativo
41 ESCOLAS 4 a 7
Avaliar a temperatura dos alimentos e preparaçöes de um Programa com estas características em um município da Grande Säo Paulo, atendendo crianças na faixa etária de 4 a 7 anos.
No recebimento da merenda transportada, os alimentos tiveram temperatura inadequada em 40 por cento dos casos, numa proporçäo de 28 por cento para alimentos quentes e 100 por cento nos alimentos frios. Durante a distribuiçäo, a temperatura das preparaçöes quentes manteve-se inadequada em 34 por cento dos casos e em 100 por cento nas preparaçöes frias. Recomenda-se o treinamento das merendeiras para melhor uso do balcäo térmico e a aplicaçäo do método HACCP nas fases de
Martins R de CB, Medeiros MAT de, Ragonha GM, Olbi JH, Segatti MEP, Osele MR.
2004 Saúde em Revista
Aceitabilidade da alimentação escolar no ensino público fundamental.
Merenda escolar, suplementação alimentar, políticas de nutrição e alimentação, serviços de alimentação - segurança alimentar.
PDF Piracicaba
SP L
Indicadores de aceitação e rejeição (resto/ingestão)/ % de adesão
Quantitativo/transversal
480 escolares do Ensino Fundamental
12 públicas fev 2002 Avaliar a aceitabilidade da alimentação escolar.
A adesão é baixa, sob a alegação de não gostar da merenda. A aceitabilidade de algumas preparações é alta, mas em média é regular.
Para aumentar a aceitação e a segurança alimentar dos escolares é necessário incorporar ao ensino atividades educativas relacionadas à nutrição e saúde, prover infra-estrutura que garanta condições adequadas para a produção e distribuição das refeições e aumentar a variação dos cardápios.
Mascarenhas, Jean Márcia Oliveira. Santos, Juliana Cantalino dos
2006
Sitientibus. Revista da Universidade Estadual de Feira de Santana
Avaliação Da Composição Nutricional DosCardápios E Custos Da Alimentação EscolarDa Rede Municipal De Conceição Do Jacuípe/Ba
Alimentação escolar; Composição nutricional; Avaliaçãodos custos.
IMPRES
Conceição de Jacuípe
BA L
Avaliação do teor de proteínas e calorias por tabela de composição de alimentos, CUSTO
Quantitativo
2064 estudantes
23 escolas municipais
4 a 10 anos
6 meses
2002
Analisar o valor nutricional (calorias e proteínas) e o custo da alimentação escolar.
Os cardápios elaborados não atendem as recomendações nutricionais do PNAE. Os recursos repassados às escolas eram menores do que o necessário para atender a estas necessidades.
Torna-se necessário aumentar os recursos para a melhoria da condição nutricional de crianças e de adolescentes, para atingir o objetivo do governo brasileiro em erradicar a fome.
Monlevade JAC. 1995. p.124-8.
Em aberto
Técnico em alimentação escolar: um novo profissional para a educação básica.
IMPRES T
Dados bibliográficos
Teórico
Este texto pretende dar alguma atenção e levantar algumas questões sobre o tema da alimentação escolar e da trabalhadorasemidoméstica, desprofissionalizada que modernamente tem assumido o papel de "encher a barriga" de trinta milhões de criançase adolescentes e, por conseqüência, viabilizar o processo de aprendizagem que seria o objetivo central da escola.
Os caminhos podem ser distintos, mas o propósito comum é dar nova qualidade ao trabalho destes educadores, valorizá-los como profissionais e contribuir para a construção de uma nova qualidadeda escola pública, universal e democrática, ameaçada na sua essência pelos modismos da terceirização dos serviços e pela pseudosimplificação e racionalização dos procedimentos administrativos. Da reflexão dos sujeitos educadores sairão pistas de verdadeiraqualificação de nossa escola pública e de seus
MOYSES, M.A.A., COLLARES, C.A.L. 1995 Em Aberto
Aprofundando a discussão das relações entre desnutrição, fracasso escolar e merenda.
PDF TRevisão de literatura
Teórico
Discutir as relações entre desnutrição, fracasso escolar e merenda a partir de alguns marcos da história da alimentação escolar.
O enfoque que tem sido dado às discussões sobre o programa de merenda apenas cria o campo necessário para que prosperem propostas como essas. Ao aceitarmos, em nossos debates, a direçãoe os limites impostos pelas falas oficiais sobre a merenda, abdicamos de nosso direito de subverter a situação posta, de definirmos, nós mesmos, nossos rumos e limites.
Muniz, Vanessa Messias and Carvalho, Alice Teles de
2007 Rev. Nutr.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar em um município do estado da Paraíba: um estudo sob o olhar dos beneficiários do Programa
Alimentação escolar; avaliação PNAE; avaliação de programas sociais; estudantes
IMPRES
João Pessoa
PB L
Questionário com perguntas abertas e fechadas
Quantitativo
240 alunos da quarta série
10 municipais 2005
Analisar a adesão e a aceitação da alimentação escolar e seus determinantes sob o ponto de vista dos beneficiários do PNAE
A inadequação ao hábito alimentar e ao sabor forma os principais motivos para não aderir e aceitar a alimentação, respectivamente.
A adequação do cardápio aos hábitos alimentares e a essencialidade do programa para reduzir a evasão escolar, devem ser mais investigados.
MURA JDP. 2007Rev. Nutr Profis, n 12, p. 28-34, mar/abr
Possibilidades e desafios da alimentação escolar na área pública
DOC TDados bibliográficos
Teórico
Entender a escola enquanto espaço físico, social e cultural, e definir a questão de segurança alimentar nutricional da alimentação escolar, dentro desse espaço.
O cardápio deverá ajustar-se à alimentação da família, conforme a disponibilidade de alimentos e preferências regionais. As famílias devem ser orientadas sobre as práticas para uma alimentação saudável. As refeições devem incluir, no mínimo, o desjejum, o almoço e o jantar. A merenda escolar deverá adequar-se aos hábitos regionais, devendo-se ser evitado r o uso e a utilização de alimentos isentos de valor nutricional.
OCHSENHOFER, K.; QUINTELLA, L. C. M.; SILVA, E. C.; NASCIMENTO, A.; P. B.; RUGA, G. M. N. A.; PHILIPPI, S. T.; SZARFARC, S. C.
2006Nutrire Ver. Soc. Bras. Aliment. Nutr.
O papel da escola na formação da escolha alimentar: merenda escolar ou cantina?
Adolescentes, merenda escolar, cantina, comportamento alimentar, televisão.
IMPRES Barueri S
P L Questionário
Quantitativo
384 alunos de 7ª e 8ª séries
1 escola pública
março/ período diurno
2004
Identificar a preferencia de adolescentes pelos alimentos comercializados pela cantina ou distribuídos pelo PNAE.
A maioria (81,5%) dos alunos compram alimentos da cantina, entre doces, salgados, salgadinhos e refrigerantes. Não consomem a merenda por não gostarem ou não terem fome ou vontade.
Torna-se relevante analisar os motivos de rejeição da merenda, já que uma alimentação inadequada nessa idade pode levar a uma diminuição do aproveitamento do aluno. Necessário a atuação de profissionais capacitados, visando incentivar o consumo da merenda, por meio de educação nutricional.
Oliveira, José Eduardo 2007 Est Avanç 21 (60)
Educação e direito à alimentação
Alimentação, Nutrição, Segurança alimentar e nutricional, Direito à alimentação, Educação alimentar e nutricional.
PDF TDados bibliográficos
Teórico
Situar alguns dos nossos problemas alimentares e nutricionais, da segurança alimentar, da educação e do direito à alimentação.
Reafirma que a educação precisa ser considerada o fator fundamental para a boa alimentação, e que a segurança alimentar e nutricional é, ao lado da educação, outro fator muito importante para garantir o direito a essa alimentação. Conscientes disso, vamos nos unir e enfrentar o desafio de vencer a má alimentação e garantir uma alimentação balanceada e saudável para todas as pessoas.
Há que disponibilizar com a educação a possibilidade de uma boa alimentação necessária para todos, de uma maneira estável (não sujeita a flutuações sazonais, econômicas ou geopolíticas), autônoma (em que cada região possa garantir, ao menos, sua cesta básica típica), sustentável (preservando-se os recursos naturais para que as gerações vindouras também possam ter acesso a alimentos balanceados e saudáveis) e eqüitativa, garantindo-se a todos, sem discriminação, um
Ometto, Ana Maria Holland; Sturion, Gilma Lucazechi; Silva, Marina Vieira da; Furtuoso, Maria Cristina Ortiz; Pipitone, Maria Angélica Penatti
2003Nutrire Ver. Soc. Bras. Aliment. Nutr.
Programa nacional de alimentação escolar: principais componentes dos custos e seus determinantes
Programas de nutrição; alimentação escolar; Nutrição em saúde pública
1378 municípios brasileiros
N Questionário
Quantitativo set 1997
Identificar elementos que pudessem explicar as diferenças entre os municípios no tocante aos gastos realizados COM O PNAE.
Os resultados, com base em dados obtidos em setembro de 1997, evidenciaram que o dispêndio per capita médio com o programa é R$0,32, sendo que quase 90 por cento desse valor destina-se ao pagamento de gêneros alimentícios (R$0,20) e funcionários (0,09). Objetivando
Paulillo, Luiz Fernando. Almeida, Luiz Manoel de. 2005
Rev. Segurança alimentar e nutricional, Campinas
Rede de segurança alimentar e agricultura familiar: a merenda escolar como instrumento de desenvolvimento local
Políticas de alimentação, programa de suplementação alimentar, alimentação escolar, merenda escolar
IMPRES
Bebedouro
SP L
Relato de experiência
Teórico 2002 a2004
Mostrar como mecanismos públicos participativos e organizações locais podem promover o desenvolvimento rural local com possibilidades de inclusão social (neste caso pequenos citricultores e trabalhadores rurais), com a cristalização de uma rede de capital social.
"A formação de uma rede de capital social; vinculada a produção de laranja e distribuição de suco na merenda escolar de um município citrícola do estado de São Paulo mostrou que é possível concretizar um estágio de Segurança Alimentar local que abrange valores nutricionais dos alimentos auteridade de produtos, saúde das pessoas, solidariedade a produtores agrícolas e trabalhadores rurais margilizados em um complexo agroindustrial..."
"os processo de reestruturação agroalimentar no Brasil não devem ser vistos simplesmente como a adaptações flexíveis a problemas globais. As localidades os especificam, porque regem de forma diferenciada e podem influencia-los."
Pedraza, Dixis Figueroa. Andrade, Sônia Lucia Lucena Sousa de. Monteiro, Jailma Santos. Lima, Pedro Israel Cabral de
2007
Revista Brasileira em Promoção da Saúde (UNIFOR),
Avaliação do programa de alimentação escolar municipal de Olinda-Pernambuco.
Alimentação escolar; Programa e políticas de nutrição e alimentação
IMPRES Olinda P
E L quetionários
Quantitativo
estudantes; merendeiras
32 escolas públicas 2002
Diagnosticar a situação do Programa de Alimentação Escolar Municipal.
"O trabalho pode ser considerado uma experiência bem sucedida na avaliaçào de programas descentralizados de alimentação escolarno Brasil", podendo ser adaptado a outros municípios.Capacidade de Processamento de Merenda regular (área da cozinha, refeitório e equipamentos classificados como piores). Falta de preparo das merendeiras. Necessidade de atividades complementares. Pais de alunos desempregados ou empregos de baixos salários e famílias numerosas. Boa aceitação da merenda.
Qualificação profissional em função de novas recomendações nutricionais. Considerar a alimentação escolar como um direito e a merenda como melhor veículo de Educação Alimentar e Nutricional. Capacitar merendeiras. Formar CAEs como espaço de participação popular. Incorporar conhecimentos de nutrição e higiene de alimentos no currículo escolar. Construir cantinas para vender produtos nutritivos e de baixo custo. Implantar horta nas escolas. Vincular escola a
Pinho, Sandra Reis 1995 Em Aberto
Merenda Escolar e Setor de Nutrição da Prefeitura de Porto Alegre/RS
Merenda Escolar, Nutrição, Prefeitura PDF Porto
AlegreRS L
Relatório de experiência
Teórico
Refletir sobre a importância da merenda escolar e a nova visão que as pessoas estão adquirindo em relação a este tema.
Além de participar sistematicamente de reuniões com a direção, com a técnica em nutrição e funcionários da cozinha, o profissional nutricionista também participa da ministração de palestras a pais, alunos e professores, a pedido da escola. são realizados, anualmente, encontros cujos objetivos vão além da qualificação técnica específica exigida para ocargo, considerando-se também o estabelecimento de relações que venham a tornar o trabalho mais prazeroso.
É necessário uma assessoria qualificada, através de visitas periódicas às escolas e de seminários, encontros, palestras, cursos muitos dos quais desenvolvidos pelos próprios funcionários do setor.
PIPITONE, M. A. P 1999 Salusvita
Notas sobre a alimentação escolar como objeto de pesquisa
Programas de NutriçãoAlimentação EscolarPesquisa/métodos -BrasilTranstornos NutricionaisTranstornos de AprendizagemNecessidades Nutricionais
IMPRES T
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Apresentar dados sobre o enfoque das pesquisas relacionadas com o tema da alimentação escolar no Brasil e em outros países.
A administração do programa de alimentação escolar pode estar tecnicamente preparada para estabelecer novas e proveitosas relações com o setor privado, buscando a oferta de bens e serviços, que possam incorporar mais dinamismo, melhor aplicação dos recursos públicos e maior satisfaçlão do consumidor final, que neste caso é o aluno do 1º grau.
ESTAS NOVAS PARCERIAS DO SETOR PÚBLICO COM O PRIVADO DEVEM OCORRER SOBRE A DEFINIÇÃO TRANSPARENTE E OBJETIVA DE CRITÉRIOS QUE OBEDEÇAM, NÃO SOMENTE AS LEIS DO MERCADO, COMO TAMBÉM OS CRITÉRIOS DE PROBIDADE E JUSTIÇA SOCIAL COMPATÍVEIS COM O USO DOS RECURSOS PÚBLICOS.
PIPITONE, M. A. P 1998Cadernos de Nutrição (São Paulo)
Os arquivos brasileiros de nutrição e a trajetória de criação e consolidação da campanha nacional de alimentação escolar no Brasil.
Arquivos Brasileiros de Nutrição; Campanha Nacional de Merenda Escolar; merenda escolar, escola e educadores.
IMPRES T
Análise de documentos da ABN
Qualitativo
documentos sobre a Campanha Nacional de Alimentação Escolar
Contribuir com a difusão de conhecimentos seguros da ciência da nutrição para a formação de nutricionistas. Ampliar os resultados dos trabalhos e dos estudos realizados.
Observação do avanço técnico e cientifico conseguido pelo setor de nutrição e políticas empreendidas pelos médicos ligados a Josué de Castro. O avanço consiste no reconhecimento por parte do Estado, dos problemas nutricionais da população.
PIPITONE, M. A. P. ; GANDINI, R. P. C. . 2001
Saúde em Revista (UNIMEP)
Programa de Alimentação Escolar: um estudo sobre descentralização, escola e educadores
Merenda Escolar; descentralização; educação e saúde.
IMPRES
municípios paulistas
SP L
análise de documentos, questionários e entrevistas
Quati-quali, análise documental
dirigentes municipais, assistentes técnicos
Identificar e problematizar o papel da escola e educadores no PNAE feitos pelos órgãos propositores desses planos e pelos intelectuais que publicam suas idéias sobre o tema. Coletar também informações sobre a descentralização do programa.
Questiona a descentralização do programa, comparando o Brasil com o Chile, onde o programa foi implementado pelo governo federal. No Brasil, a co-participação de três esferas de governo cria dificuldades.
A função da merenda é suplementar a necessidade de nutrientes durante a jornada escolar da educação básica. Todavia não deve ser excluída ou hipertrofiada. Interdependência entre o programa e problemas nutricionais verificadas entre os escolares.
Pipitone, Maria Angélica Penatti et al 2003 Rev. Nutr.
Atuação dos conselhos municipais de alimentação escolar na gestão do programa nacional de alimentação escolar
alimentação escolar; conselho municipal de alimentação escolar; participação comunitária; programas e políticas de nutrição e alimentação
PDF1368 municípios
- N
questionários (envio por correio)
Quantitativo
1368 municípios
1997 a 1998
Avaliar a atuação dos CAEs. Verificar as funções efetivamente exercidas pelos CAEs nas deferentes regiões e identificar fatores associados ao exercício dessas funções.
Atribuição principal do CAE é a fiscalização da aplicação de recursos (76,90%), seguida pelo acompanhamento do programa nas unidades escolares(63,45%). Ë menor a participação do CAE na elaboração de cardápios (50,41%0 e na programação, execução e avaliação de atendimento (38,90%). A descentralização e a participação são práticas intrinsecamente vinculadas e auto-reforçadas.
Realização de atividades que contribuam para o aumento da participação do CAE na programação, execução e avaliação para os municípios do Norte e Nordeste e nos de menor tamanho. Realização de atividades que estimulem o aumento da participação do CAE na elaboração do cardápio nos municípios do SUL. Realização de novos estudos e ques estes incorporem entrevistas aos membros do CAE e análise de documentos.
PISTORE, A.R. E GLINSKIB, J. M. L. N. 2006
Higiene alimentar 20, 146/17-20 (2006?)
Avaliação dos conhecimentos higienicos sanitários dos manipuladores de merenda escolar. Fundamento para treinamento continuo e adequado
Capacitação em ServiçoBoas Práticas de ManipulaçãoAlimentação EscolarManipulação de Alimentos -Higiene dos Alimentos
PDF Videira SC L Questioná
rio
Funcionários da rede municipal que servem merenda escolar
11 ESCOLAS MUNICIPAIS
Para avaliar os conhecimentos higiênico-sanitários e propor alternativas na capacitação dos manipuladores de merenda escolar.
pode-se afirmar que os manipuladores de merenda escolar detêm conhecimentos na maioria dos assuntos abordados, porém possuem deficiências de instrução em alguns aspectos. Além disso, os manipuladores consideram que os conhecimentos já adquiridos em treinamento são pouco aplicados na rotina de trabalho, tendo pouca ou nenhuma contribuição na adoção de boas práticas de manipulação de alimentos. Este fato decorre da falta ou inadequação de instalações e/ou, ainda, da falta de hábito dos manipuladores
Considerando o exposto, há necessidade de condições adequadas (instalações, equipamentos, utensílios e implementos) nos serviços de alimentação dos estabelecimentos escolares e capacitação dos manipuladores de merenda escolar, que proporcione a aprendizagem efetiva e a aplicação dos conhecimentos teóricos nas atividades de manipulação de alimentos.(AU)
PRETTO, D. A. R. ; SLAVUTZKY, S. M. B. . 2004
Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre,
Quantidade de açúcar nos alimentos comprados pela rede municipal de ensino de Porto Alegre para o preparo de merendas escolares em 2002
alimentação escolar, dieta cariogênica, sacarose
IMPRES
Porto Alegre
RS L
Análise de documentos, análise de alimentos e nutrientes nos rótulos
Quantitativo
rótulos de alimentos, análise nutricional
91 escolas municipais 2002
Determinar a quantidade de sacarose nos alimentos comprados pela rede municipal de Porto Alegre, utilizados na alimentação escolar
Os alimentos analisados podem ser prejudiciais à saúde dos escolares por serem nutricionalmente fracos e pela presença exagerada de sacarose
Esses alimentos devem ser excluídos dos cardápios da alimentação escolar.
Queiroz, Aline Romero ; Szarfarc, Sophia Cornbluth ; Marchioni, Dirce Maria Lobo
2008
Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr.,
A fortificação das farinhas de trigo e de milho no fornecimento de ferro para a merenda escolar
Escolares.Saúde escolar. Consumo de alimentos.Ferro biodisponível.
IMPRES
São Bernardo do Campo
SP L
avaliação (da composição nutricional) de cardápios semanais
Quantitativo 2005
Quantificar o ferro total e biodisponível veiculado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar no município de São Bernardo do Campo e discuti-lo diante da perspectiva gerada pela fortificação de farinhas com ferro em relação à deficiência do mineral.
Atende a recomendação de fornecimento de 15% de energia e nutrientes (PNAE).Oferece quantidade superior à recomendação de ferro (1,5 mg). Fortificação de farinha de trigo e milho significou aumento de 22% no ferro biodisponível na merenda. Importância da merenda no controle e prevenção da deficiência de ferro. Importância da fortificação de farinhas.
Política pública de fortificação de farinhas de trigo e de milho que a atendem ao objetivo de diminuir a prevalência de anemia.
Rezende, CHA; Costa-Cruz, JM; Gennari-Cardoso, M
1997 Rev Panam Salud Publica
Enteroparasitoses em manipuladores de alimentos de escolas públicas de Uberlândia (MG), Brasil
PDF Uberlândia
MG L Exame de
fezes
Estudo prospectivo
264 indivíduos 57 escolas
De 20 a 66 anos
set/ abr/set
1989/ 1990/
Delinear o perfil das enteroparasitoses entre os manipuladores de alimento das escolas públicas de primeiro grau da área urbana do município de Uberlândia, com acompanhamento prospectivo e registro de possíveis mudanças do referido perfil após tratamento específico.
Entre as 264 pessoas estudadas, 67 (25%) contratadas para exercer a função de cantineira, e 197 (75%) para as funções de servente, serviçal e zelador, todas manipulavam alimentos por ocasião do preparo das refeições para os alunos. Todos indivíduos demonstraram conhecimento sobre transmissão de parasitoses. A ocorrência de parasitas intestinais foi de 17% (45 casos), 10% (27 casos) e 10% (27 casos) para C1, C2 e C3, respectivamente.
Recomendamos a implantação de vigilância epidemiológica através do exame parasitológico periódico, tratamento específico e treinamento sobre manejo higiênico de alimentos e higiene pessoal para todos os manipuladores de alimentos.
Rocha C 2009 Development Policy Review
Developments in National Policies for Food and Nutrition Security in Brazil
Brasil, transferência condicional de renda, programas, agricultura familiar, segurança alimentar e nutricional, a gestão participativa, a merenda escolar programas de política socia
PDF T
Dados bibliográficos e estatísticos
Revisão bibliográfica
Publicações científicas e documentos sobre politicas públicas referentes a segurança alimentar e nutricional
2003 a 2008
Este artigo examina provas de avaliação em dois dos mais importantes recentes iniciativas nas políticas do Brasil para a segurança alimentar e nutrição (condicional transferências de dinheiro através de Bolsa Família e de apoio à agricultura familiar através do Programa de Alimentos )
Rosa, Monique Silveira et al 2008 Rev. Nutr.
Monitoramento de tempo e temperatura de distribuição de preparações à base de carne em escolas municipais de Natal (RN), Brasil
Alimentação escolar; Carne; Higiene dos alimentos.
PDF Natal RN L
Termometro Digital (aferição de temperatura de preparações à base de carne)
Quantitativo
escolas municipais
Monitorar o tempo e a temperatura de distribuição de preparações à base de carne servidas em escolas municipais de Natal-RN.
Adequação da temperatura de cocção (100%) e inadequação da temperatura de distribuiçãp (100%). Necessidade de adoção de boas práticas.
Adoção de boas práticas. Maior atenção ao fornecimento da Alimentação Escolar. Presença responsável técnico qualificado para supervisão e orientação periódica das atividades das UANs. Locais adequados para a distribuição de alimentos. Aquisição de equipamentos que mantenham a temperatura correta da alimentação.
Salay, Elisabete; Ferreira de Carvalho, José 1995
Arch. Latinoamericano. Nutr.
Avaliacâo do programa de merenda escolar do Minicipio de Campinas, Brasil
Suplementação alimentar, alimentação escolar, educação alimentar e nutricional
RESUM
Campinas
SP L
Avaliação da composição dos alimentos
Estudo Comparativo
1237 CRIANÇAS
6 ESCOLAS -(Pré escola)
Determinar as adequaçôes calórica e proteíca, diagnosticar a modalidade operativa e as dificuldades operacionais do Programa de Merenda Escolar na cidade de Campinas do Brasil.
Os valores de adequação das escolas nâo + estatísticamente (Ó=0.05) que a eficácia e/ou impactos do programa em Campinas poderiam estar sendo entravados pela falta de de recursos e por diferentes distorçôes operacionais. Dentre estas destacam-se as elevadas quantidades de alimentos preparados e nâo servidos as crianças, o tipo de alimento utilizado, a ineficiência dos controles administrativos, a baixa frequência de supervisâo de recursos humanos, a pequena produçâo de hortas escolares e a inexistência de controle de a qualidade
Santana Nadja G., Almeida Rogeria C.C. ,Ferreira Jeane S., Almeida Paulo F.
2009 Food control
Microbiological quality and safety of meals served to children and adoption of good manufacturing practices in public school catering in Brazil
Merenda escolar Segurança alimentar Boas práticas de fabrica
PDF Salvador
BA L
Checklist de boas práticas e avalição microbiológica
15 escolas públicas
agosto/dezembro
2002/ 2003
O objetivo desta investigação foi avaliar a segurança alimentar dos serviços utilizados para preparar a livre merenda escolar em Salvador, Brasil, e adotar boas práticas de fabricação (BPF), a fim de assegurar uma fornecimento seguro de alimentos para os alunos.
Em geral os resultados obtidos por inspeção visual (checklist) mostraram que após a adoção de uma melhoria GMP, particularmente em práticas empregado higiene e segurança alimentar em cantinas foi alcançado. A qualidade microbiologia também mostrou uma melhora, ou seja, os valores da APC, coliformes e estafilococos diminuiu em amostras de alimentos e nas mãos manipuladores de alimentos ".
Santos, Leonor Maria Pacheco et al. 2007 Cad. Saúde
Pública
Avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e combate à fome no período 1995-2002: 4 - Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Segurança Alimentar; Estudantes; Avaliação de Programas e Projetos de Saúde
PDF Bahia BA L
Pesquisa documental/ Entrevistas / Questionários (visitas às escolas)/ Inquérito domiciliar
Qualitativo/ Estudo de Caso (45 municípios)
gestores/ escolares escolas 1995 -
2002
Avaliar o PNAE no período de 1995 a 2002, buscando reconhecer obstáculos e oportunidades que incidem sobre a implementação descentralizada de um programa com tais características.
Boa aceitabilidade da alimentação - "resultado esperado frente à situação de pobreza."Irregularidade na oferta diária às escolas. Quanto à estrutura observou-se avanço na formalização do módulo de municipalização e CAEs foram criados. Quanto ao processo destaque para o fato de os CAEs estarem em funcionamento; para a centralização das decisões e para insuficiência de infra-estrutura de gestão. Quanto a resultados destaque para a significativa cobertura, a focalizaçào deixa a desejar, boa aceitabilidade; irregularidade da oferta.
Schmitz BAS, Recine E, Cardoso GT, Silva JRM, Amorim NFA, Bernardon R, Rodrigues MLCF.
2008;24:312-22
Cad. Saúde Pública
A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e donos de cantina escolar.
Epidemiologia Nutricional; Alimentação Escolar; Educação alimentar e nutricional e cursos de capacitação
PDFDistrito Federal
DF L
EAN, questionário
Estudo analítico
51 EDUCADORES DO Ensino Fundamental ( 1ª a 4ª) E 41 DONOS DE CANTINAS
10 ESCOLAS PÚBLICAS E 10 PARTICULARES
4 MESES
2006
Apresentar os resultados da avaliação feita sobre a metodologia utilizada na capacitação de 2006, com os educadores e donos de cantina escolar.
A estratégia de promoção da alimentação saudávelno ambiente escolar apresentada neste artigo propiciou a ampliação dos conhecimentos da maioria dos participantes, que demonstraram estar sensibilizados quanto ao seu papel de multiplicadores das informações obtidas. Entre os donos de cantina escolar verificou-se a existência de maiores barreiras e dificuldades para a implementação da cantina saudável, apesar dos mesmos terem demonstrado grande interesse e conscientização diante da proposta.
Observa-se a necessidade de estudos de prosseguimento, visando a avaliar o impacto das ações educativas promovidas por esses atores no processo de promoção de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar
Silochi, R.M. ; TABAI, K. C. ; Zambiazi, R.C 2005
Faz Ciência, Francisco Beltrão
Qualidade higiênico-sanitária da alimentação escolar no município de Francisco Beltrão - PR
PDFFrancisco Beltrão
PR L
checklist / questionário
quantitativo
SILVA C da A 1995Est Avanç 1995; 9 (23): 87 – 107
De Vargas e Itamar: politicas e programas de alimentação e nutrição
PDF TDados bibliográficos
Teórico
Avaliar a eficiência com que o Pronan se desenvolveu no período em que esteve em plena atividade (1975-1989), tanto em conjunto quanto em cada um dos componentes.
Em conclusão, depois de mais de 20 anos de experiência, o Pronan, com um investimento equivalente a mais de US$ 8 bilhões e a distribuição de mais de sete milhões de toneladas de alimentos básicos e formulados, não chegou a afirmar-se como política nacional eficiente no combate à desnutriçã
Silva C, Germano MIS, Germano PML. 2000 Hig Aliment.
Avaliação das condições higiênico-sanitárias da merenda escolar.
Alimentação EscolarHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos
IMPRES
São Paulo
SP L
observação das condições higiênico-sanitárias (armazenamento, processamento e distribuição) e termometro digital
quantitativo
não se aplica (refeições)
10 escolas estaduais
Pesquisar as condições do controle de qualidade e do fornecimento da merenda às unidades escolares, bem como analisar as condições sanitárias da produção e distribuição em algumas escolas da rede estadual de ensino na cidade de São Paulo.
A merenda escolar distribuida na Unidades visitadas não se encontrava em boas condições do ponto de vista higiênico-sanitário. Deficiência de recursos humanos (trinamento e supervisão) e utilização de alimentos suspeitos, manipulação inadequada e dificuldade de controle de pragas.
Silva C, Germano MIS, Germano PML. 2003 Hig Aliment.
Conhecimento dos manipuladores da merenda escolar em escolas da rede estadual de ensino em São Paulo-SP.
IMPRES
São Paulo
SP L
questionário semi-estruturado/ entrevistas individuais
quantitativo
manipuladores de alimentos
24 escolas (1a a 8a serie)
Avaliar o conhecimento dos manipuladores de alimentos
Os manipuladores da merenda escolar não apresentavam conhecimentos necessários para a prevenção das ETAs e os cursos e treinamentos destinados a estas pessoas não têm enfocado a questão da transmissão e prevenção das ETAs - necessário repensar seus objetivos e estratégias empregadas a fim de promover conhecimento e mudanças de atitude.
Silva Neto, José Moreira et al. 2010 Rev Eletronica
de Cienc Adm
Avaliação de variáveis restritivas à qualidade na execução do programa nacional de alimentação escolar com inserção à gestão estratégica de recursos públicos
Conselhos Municipais de Educação. Conselho de acompanhamento e controle social. Participação da socirdade civil. Descentralização. Municipalização da educação.
PDF T
Resumo de 355 referências publicadas no País, correspondentesà produção de ercade 266 autores.
Analítico1996 a 2002
Analisar o eixo temático proposto.Elaboração deum breve balanço sobre a produção teórico-conceitual e teórico-empírica que versasobre os Conselhos na área de Educação no Brasil, circunscrita àquele período, enfocando-se, especialmente, as referências que tomam por objeto central ou secundário, os Conselhos Municipais de Educação (CMEs) e os Conselhosde Acompanhamento e Controle Social(CACSs), levando-se em consideração três segmentos deste último
Não se notou a presença de estudos voltadospara estes dois últimos Programas Federais, havendo,em exclusivo, uma baixa concentração de trabalhos na esfera unicamente dos Conselhos do FUNDEF. Preponderam referências individuais, cuja produção científica, majoritariamente, é originária da Região Sudeste do País, sendo recorrente a preocupação sobre a problemática da participação da sociedade local nos Conselhos.
Urge a necessidade de se melhor compreender a natureza e o funcionamento desses Conselhos, tomando-os objetos de um universo quantitativa e qualitativamente mais amplo de investigações, visando, sobretudo, à intervenção social.
SILVA, M. V. 1996Cadernos de Nutrição (São Paulo)
A trajetória do Programa de Merenda Escolar (1954-1994) e o estado nutricional de crianças brasileiras
IMPRES T
revisão bibliográfica
teórico
SILVA, M. V. 1995Archivos Latinoamericanos de Nutrición,
Contribuição do programa de merenda escolar - ciclo básico - para as recomendações nutricionais de escolares da cidade de Piracicaba
Alimentação EscolarNecessidades NutricionaisSuplementação Alimentar -Programas de NutriçãoQualidade dos AlimentosAvaliação de Programas e Projetos de SaúdeBrasil
IMPRES
Piracicaba
SP L
pesagem de alimentos em 5 dias
quantitativo escolares 7 escolas 7 e 8
anos
Avaliar a contribuição da merenda em relação às recomendações diárias de energia e nutrientes para o grupo, identificando os alimentos que compõem a merenda e sua qualidade nutricional.
As refeições aprensentam insatisfatória variedade de hortaliças e ausência total de frutas;valor energético das refeições inferior ao fixado pelo Programa; fornecimento de proteínas supera recomendações nutricionais; razoável atendimento de vitaminas A, B1, B2, niacina e baixa de vitamina C; contribuição média de cálcio (35%); fornecimento médio de 16,3%.
Corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda; programas devem ser baseados em diagnósticos prévios de consumo alimentar da família; maior quantidade de alimentos que contribuam para elevar teor energético; incluir frutas cítricas e maior variação de hortaliças.
SILVA, M. V. 1995 Alimentação Nutrição
Merenda escolar no Brasil e seu público alvo.
Alimentação Escolar recursos humanos Capacitação Profissional Manipulação de Alimentos Higiene dos Alimentos Lavagem de Mãos Contaminação de Alimentos
IMPRES T
revisão bibliográfica
revisão
artigos cntíficos, documentos
1950 a 1990
Contribuir para a análise da trajetória do Programa de merenda no Brasil, durante os 40 anos de sua existência e do estado nutricional da população beneficiária do programa
O PNAE atende de 60 a 70% da população alvo com uma distribuição anual média de 140 mil toneladas de alimentos.
Visando o aumento da eficácia, sugere-se medidas como aderência aos programas de saúde, maior cobertura nas regiões mais pobres e rurais.
SILVA, M. V. 1995 Alimentação Nutrição,
Programa de alimentação na escola de tempo integral: a experiência dos centros integrados de educação pública - CIEP's
Alimentação escolar, consumo de alimentos, nutrição saúde infantil
PDF Americana
SP L Entrevista
s
Quntitativo/ qualitativo
4 ESCOLAS
O consumo alimentar revelou-se deficiente em energia, evidenciando o problema relativo á quantidade de alimentos ingeridos e não à qualidade. Expressivo consumo de vitamina C e a menor adequação em relação à niacina. O consumo alimentar nos CIEPS constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares.
Os escolares e seus pais devem ser orientados para que as refereições em casa tenham a melhor qualidade possível, dentro das limitações impostas pelo seu reduzido rendimento.
SILVA, M. V. ; STURION, G. L. ; OMETTO, A. M. H. ; PIPITONE, M. A. P. ; FURTUOSO, M. C. O.
2002 Nutrire, São Paulo,
Estado nutricional de escolares e seu acesso a programas sociais em dez municípios brasileiros
Estado NutricionalAlimentação EscolarSuplementação AlimentarProgramas de Nutrição -Antropometria/métodos
IMPRES N
Avaliação antropométrica (peso/altura); questionário socioeconomico
Quantitativo
1339 escolares 20 estaduais 7 a 14
Descrever o estado nutricional de uma amostra (n = 1339) de alunos da rede pública de ensino e analisa informações relativas ao acesso dos mesmos e ou respectivas famílias aos programas públicos.
Os resultados evidenciaram que existem programas, como é o caso da merenda escolar, cujo processo de municipalização parece ter contribuído para a maior freqüência de distribuição de refeições, no âmbito das unidades de ensino públicas e filantrópicas.
A elevada prevalência de desnutrição crônica entre os escolares pertencentes aos municípios mais pobres, revela a necessidade de intervenções de reconhecida eficácia, que deverão ser implementadas em curtísismo prazo para que contribuam para a prevenção desse distúrbio. Especificamente, quanto ao acesso a renda, seria interessante que os dirigentes, responsáveis pela formulação de políticas públicas, destinassem maior
*
Silva, Marina V. da. 1995 Cad. Saúde Pública
Avaliação da adequação nutricional dos alimentos consumidos em um Centro Integrado de Educação Pública (CIEP)
Alimentação Escolar; Consumo Alimentar; Recomendações Nutricionais; Adequação Nutricional
IMPRES
Americana
SP L
Recordatório 24 horas, repetido em 3 dias da semana
Quantitativo
442 crianças 7a15
novembro de 1992
Avaliar a adequação nutricional dos alimentos consumidos em um CIEP
Consumo alimentar a partir de 8 anos é insuficiente para atender as necessidades energéticas. Elevado aporte de proteínas. Consumo de ferro satisfatório.
Realização de diagnósticos prévios do estado nutricional da população alvo e de consumo alimentar doméstico. Desenvolvimento de estudos para conhecer reais motivos que condicionam o baixo consumo de alimentos, principalmente entre os escolares mais velhos.
Silva, Marina Vieira da 1998 Cad. Saúde Pública
Alimentaçäo na escola como forma de atender às recomendaçöes nutricionais de alunos dos Centros Integrados de Educaçäo Pública (CIEPS)
Alimentação escolar, avaliação nutricional, consumo de alimentos
IMPRES
Americana
SP L
Registro de Consumo alimentar durante 3 dias com informações coletadas junto aos pais. Entrevista com mãe ou responsável na escola.
Quantitativo
244 crianças 4 CIEPs 7 a 13
Contribuir para a análise do consumo alimentar de escolares matriculados nos CIEPs de Americana/SP. E avaliar a adequação do consumo diários de calorias e nutrientes conforme faixa etária; análise do consumo de alimentos na escola e no domicílio e associação entre renda familiar e consumo de energia e nutrientes.
As refeições servidas pelos CIEPs constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares. Com "pouca despesa adicional"é possivel corrigir deficiências do cardápio. Deficiência de consumo de energia (não alcançam os 70% no CIEP) e alto consumo de proteína.
Correção de falhas no conteúdo nutricional do cardápio escolar. "Os escolares e seus pais devem ser orientados para que as refeições em casa tenham a melhor qualidade possível, dentro das limitações impostas pelo seu baixo rendimento."
Silva, Marina Vieira da 2000 Alimentação e nutrição
Alimentos consumidos pelos alunos de escolas de tempo integral
Alimentação escolar, consumo de alimentos, qualidade nutricional, segurança alimentar
IMPRES
Americana
SP L
Registro de Consumo alimentar durante 3 dias com informações coletadas junto aos pais
Quantitativo 244 alunos 4 CIEPs 7 a 13
Analisar o consumo alimentar e a qualidade da dieta de escolares matriculados nos CIEPs de Americana/SP
As refeições servidas pelos CIEPs constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares. O IQN > 1,0 para a maioria dos nutrientes, indicando boa qualidade da dieta. O IQN para escolares com mais de 13 anos mostrou consumo de ferro inadequado.
Correção de falhas no conteúdo nutricional do cardápio escolar. Orientação aos escolares e aos pais quanto a não substituição de refeições com alimentos como feijão por lanches.
Silva, Marina Vieira da 1996 Rev Nutr PUCCAMP
Contribuiçäo da merenda escolar para o aporte de energia e nutrientes de escolares do ciclo básico
Alimentação escolar, avaliação de programas e projetos de saude, programas de nutrição
IMPRES
Piracicaba
SP L
Método de pesagem dos alimentos
Quantitativo/ qualitativo
7 ESCOLAS ESTADUAIS
7 a 8 anos
Avaliou-se a contribuiçäo da merenda oferecida aos escolares do ciclo básico da Rede Oficial de Ensino, em relaçäo às recomendaçöes diárias de energia e nutrientes.
Os resultados mostram que a merenda oferecida aos escolares contribui com aproximadamente 30 por cento do total diário recomendado de energia e com 100 por cento das recomendaçöes diárias de proteínas para o grupo de escolares de 7 e 8 anos de idade.Verificou-se que a merenda contribui, em média, com 16,3 por cento do total diário recomendado para o ferro. Resultados do estudo mostram a necessidade de corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda, que constitui suplemento de real importância na alimentaçäo
Silva, Marina Vieira da; Pipitone, Maria Angélica Penatti
1994 Rev. Bras. Saúde Escolar
Administraçäo de programas de merenda escolar
Alimentação escolar, nutrição, hábitos alimentares, saúde escolar, merenda escolar
IMPRES
Rio de Janeiro
RJ L
Revisão bibliográfica
Teórico 1992
Expor conteúdos referentes às mudanças na operacionalização do programa de merenda escolar.
No curso foi possível abordar aspectos relacionados aos beneficiários do programa.
Novas reuniões para discutir outros aspectos administrativos, eonômicos, sanitários, entre outros.
Silva, Marina Vieira da; Pipitone, Maria Angélica Penatti
1994 Rev. Bras. Saúde Escolar
Cantinas escolares e merenda escolar: convivência possível?
cantina escolar, alimentação escolar, hábitos alimentares, nutrição infantil, merenda escolar, saúde escolar
IMPRES
Piracicaba
SP L Questioná
rios Quanti-quali
diretores, 2 professores de ciências biologia por escola, merendeiras, alunos, pais
7 escolas 1993
Avaliar a influência da comercialização de alimentos no interior dos estabelecimentos deensino, nas práticas alimentares das crianças durante o período escolar e nas atividades de educação nutricional desenvolvidos na escola.
A coexistência da cantina e programa merenda escolar é bem aceita por diretores, professores, alunos e pais, como: alternativa a merenda, fonte de renda para a escolae refeição rápida ´para professores.
Estabelecimento de critérios e ou pré-requisitos para instalação e funcionamento das cantinas e o fornecimento de alimentos mais nutritivos. Inclusão no currículo de discussões que envolvem o tema. E o aprimoramento do programa.
SILVA, MV da, STURIOUN, G.L. 2000
Bol. Soc. Bras. Cie. Alim., Campinas, v.34, n.1, p 1-11 jan/jun
Workshop: O programa de alimentação escolar no Brasil
Programa de Alimentação Escolar, Alimentação institucional, gestão de serviços e políticas de alimentação
PDF Ribeirão Preto
SP L
Entrevistas e observação participante
Qualitativa
101 Alunos ( principalmente os da 4ª série), as famílias, os profissionais da educação e da saúde que trabalham diretamente com esses escolares.
2 ESCOLAS MUNICIPAIS
Avaliar a dieta dos alunos e estabelecer um confronto entre duas realidades
Pode-se dizer que os alunos do sexo feminino escolhem melhor os alimentos, no entanto uma dieta regular não significa uma situação segura. Como ponto positivo, destaca-se a alteração do cardápio da merenda escolar.
Em ambas as unidades foram iniciados programas de implantação de hortas escolares, sendo ministradas aulas teóricas e práticas aos alunos, pelos professores envolvidos no projeto
Silva,C., Germano, M. I. S., & Germano,P. M. L. 2000
Higiene Alimentar, 71 (14), 24–31
Avaliação das Condições Higiênico-Sanitárias da Merenda Escolar
Alimentação EscolarHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos
PDF SP L Observaç
ão diretaEstudo de campo
10 escolas estaduais
Avaliar 10 escolas pertencentes ao sistema estadual de ensino, em Säo Paulo, responsáveis por 5.000 refeiçöes/dia, o controle de qualidade dos alimentos fornecidos às unidades, as condiçöes higiênico-sanitárias de armazenamento, o processamento e a distribuiçäo de alimentos aos alunos.
A merenda era preparada nas cozinhas das próprias unidades. Em 70 por cento das unidades näo havia proteçäo adequada contra insetos e roedores e em 90 por cento a higiene dos equipamentos e das nstalaçöes näo era realizada de maneira satisfatória. Em 80 por cento das unidades os manipuladores, usando o mesmo uniforme, executavam outras tarefas como retirada de lixo, limpeza de sanitários e dependências da unidade. Em 20 por cento das escolas havia produtos perecíveis sem data de
Sobral, Francine, Costa, Vera Mariza H. de Miranda 2008
Alimentos e Nutrição, Araraquara(UNESP)
Programa Nacional de Alimentação Escolar: sistematização e importância.
Programa Nacional de Alimentaçãoe Nutrição; merenda escolar; programas e políticasde alimentação e nutrição; políticas públicas; políticas sociais.
IMPRES T
Dados bibliográficos
Teórico
Contextualizar o PNAE como Politica Pública de Alimentação e Nutrição no conjunto das políticas sociais e caracterizar sua estrutura, funcionalidade e relevância para escolares
A questão da nutrição e do desenvolvimento de bons hábitos alimentares deve ser encarada não só sob seu aspecto de cadencia, mas também quanto aos acessos e aos hábitos inadequados. O ato de comer deve ser visto como algo além da simples oferta de alimentos para o corpo, constituindo também em estímulo ao convívio, que compreende desde a escolha e preparação dos alimentos até o consumo. Os alimentos envolvem significados sociais, culturais, emocionais e comportamentais que devem ser considerados
Sobral, Nilza Aparecida Tu ler; Chaves, Sandra 2010 Rev. Nutr.
Proposta metodológica para avaliação de formação em alimentação saudável
Avaliação de programas. Educação alimentar e nutricional. Estudos de avaliação.
PDF Salvador
BA L
EAN, questionário e entrevistas
Qualitativo
Professores, gestores e merendeiras.
Descrever a construção e verificar a aplicabilidade de um método para avaliação de processos de formação nesta área.
Dentro do contexto do "proescolar", observou-se que um dos maiores êxitos do programa parece ter sido quanto ao diálogo e respeito mútuo estabelecido entre os atores sociais participantes. As merendeiras se sentiram valorizadas por receberem, juntamente com professores e gestores, capacitação ampla, não voltada apenas para o "fazer a comida". Professores e gestores parecem ter ampliado seu reconhecimento sobre o trabalho das merendeiras e sobre a relevância de investir mais em alimentação e nutrição tanto no plano pedagógico quanto
Considera-se importante retornar os resultados para serem debatidos com os atores do processo com a finalidade de aperfeiçoar os programas subsequentes de forma mais participativa.
SOUZA, Donaldo Bello de and VASCONCELOS, Maria Celi Chaves.
2006Ensaio: aval.pol.públ.Educ.
Os Conselhos Municipais de Educação no Brasil: um balanço das referências nacionais (1996-2002)
Conselhos Municipais deEducação. Conselhos de acompanhamento e controle social. Participação da sociedadecivil. Descentralização. Municipalizaçãoda educação.
PDF T
Resumode 355 referências publicadas no País, correspondentesà produção de cerca de 266 autores.
Analítico
Elaborar um breve balanço sobre a produção teórico-conceitual e teórico-empírica que versasobre os Conselhos na área de Educação no Brasil, circunscrita àquele período, enfocando-se, especialmente, as referências que tomam por objeto central ou secundário, os Conselhos Municipais de Educação (CMEs) e os Conselhosde Acompanhamento e Controle Social (CACSs), levando-se em consideração três segmentos deste último tipo de Conselho: do
Cabe, inicialmente, destacar o fato de que não se notou a presença de estudos voltados para estes dois últimos Programas Federais, havendo, em exclusivo, uma baixa concentração de trabalhos na esfera unicamente dos Conselhos do FUNDEF. Preponderamreferências individuais, cuja produção científica, majoritariamente, é originária da Região Sudestedo País, sendo recorrente a preocupação sobre a problemática da participação da sociedade local nos Conselhos.
Urge a necessidade de se melhor compreender a natureza e o funcionamento desses Conselhos, tornandoos objetos de um universo quantitativa e qualitativamente mais amplo de investigações,visando, sobretudo, à intervenção social.
Spinelli, Maria Angélica dos Santos and Canesqui, Ana Maria
2004 Rev. Nutr.
Descentralização do Programa de Alimentação Escolar em Cuiabá: 1993-1996
pesquisa de avaliação; programa de alimentação escolar; descentralização; alimentação escolar
PDF Cuiabá MS L
Dados secundários/ entrevistas não estruturadas/ questionários/ redações
Quali-quantitativo/ Estudo de Caso tipo exploratório
ex-coordenadores e coordenadores; técnicos de ógãos centrais, supervisorese diretores; alunos da 4a série
1993 a 1996
Avaliar o processo de implementação do Programa descentralizado (municipalizado) de alimentação escolar em Cuiabá - MS, entre 1993 e 1996.
A descentralização ocorrida no município foi mista, resultando em fragmentação do programa quanto ao atendimento às redes de ensino (estadual e municipal). A cobertura da clientela foi ampla. Hu ve problema na qualidade, no controle e supervisão da limentação.
Spinelli, Maria Angélica dos Santos and Canesqui, Ana Maria
2002 Rev. Nutr.
Programa de alimentação escolar no estado de Mato Grosso: da centralização à descentralização (1979 - 1995)
alimentação escolar; programas e políticas de nutrição e alimentação ; centralização ; descentralização
PDF Mato Grosso
MT R
Dados secundários/ entrevistas
Quantitativo
agentes institucionais PNAE
1979 a 1995
Reconstituir e analisar o padrão de intervenção da política governamental estadual de alimentação escolar no Mato Grosso de 1979 a 1995.
Acúmulo de experiência e de aprendizagem institucional e as adesões das gestões estaduais de governo foram condições favoráveis ao avanço do processo descentralizador. Os períodos marcados pelo modelo centralizado mostraram muitas distorções.
Para a descentralização e redesenho do estado federativo e criação de bases mais cooperativas, devem ser resolvidos problemas como reordenamento das disparidades governamentais e equacionamento das disparidades inter e intra-regionais, que afetam as políticas sociais em geral.
Sturion, Gilma Lucazechi et al. 2005 Rev. Nutr.
Fatores condicionantes da adesão dos alunos ao Programa de Alimentação Escolar no Brasil
alimentação escolar; estudantes; política pública; programa de alimentação e nutrição
10 municípios/ 5 regiões
N
Visita e formulário para registro de dados antropométricos/ Questionários
Quantitativo
2. 678 escolares 7a14 1997
Verificar o nível de adesão dos alunos ao PNAE e identificar as principais variáveis que afetam.
Baixa adesão ao Programa de Alimentação escolar que assume na prática um caráter focalizado - beneficia escolares comprometidos nutricionalmente e pertencentes a familias de menores rendimentos e escolaridade. Forte associação entre faixa etária e adesão (maior entre os mais novos); diferença de ênero (maior entre os meninos); forte correlação entre baixo peso e adesão ao programa; correlação renda familiar e adesão; correlação negativa entre escolaridade da mãe e adesão; correlaçào negativa
Reformulação do programa para adequá-lo às caracteríticas dos beneficiários. Tenção àsdiferenças entre os gêneros.
TEO, C. R. P. A.; CORRÊA, E. N.; GALLINA, L. S., FRANSOZI, C.
2009 Nutrire, 34(3)
Programa nacional de alimentação escolar: adesão, aceitação e condições de distribuição de alimentação na escola
Alimentação escolar.Educação em saúde. Promoção da saúde.Serviços de saúde escolar.
RESUM
Chapecó
SC L
Instrumentoconstituído por duas questões fechadas e uma escala hedônica facial de três pontos daptadade Anzaldúa-Morales (1994)
Quantitativa
686 escolares
21 escolas públicas, sendo 9 estaduais e 12 municipais.
5 a 16 anos
Agosto a novembro
2007
O objetivo dessa investigação foiconhecer a aceitação e a adesão dos escolaresao Programa, identificando quais aspectos dascondições de distribuição de alimentaçãorepresentam potenciais determinantes da sua eficácia.
A adesão e a aceitação da alimentação oferecida pelo PNAE nas escolas avaliadas foram baixas, comprometendo a eficácia do Programa. Sugere-se que a maior adesão ao PNAE constatada nas escolas municipais possa estar relacionada, entre outros fatores, às condições de distribuição mais favoráveis observadas nestas unidades. Nesse sentido, destacam-se: maior presença de refeitórios, sistema de autosserviço, tipo de utensílios utilizados, escalas de turmas e monitoramento das refeições, menor
Dada a relevância do PNAE entre as políticas públicas de promoção da segurança alimentar e nutricional, e tendo em vista a vulnerabilidade do público a que se destina, considera-se fundamental o planejamento de ações de intervenção, subsidiadas pelas pesquisas na área, que visem à melhoria dos índices de efi cácia do Programa.
Teo, Carla Rosane Paz Arruda; Sabedot, Francielli Regina Boroski; Schafer, Elisângela
2010 Rev Espaço para a Saúde
Merendeiras como agentes de educação em saúde da comunidade escolar: potencialidades e limites
Alimentação EscolarEducação em SaúdePromoção da Saúde
PDF Chapecó
SC
L Entrevistas
Estudo exploratório de abordagem quantitativa
25 merendeiras
Este estudo objetivou conhecer o potencial das merendeiras para a educação em saúde e os entraves para a realização desse potencial.
Os resultados deste estudo indicam queo potencial das merendeiras para a educaçãoem saúde permanece inexplorado e que elasnão chegam sequer a perceber essa possibilidade. A julgar pelo espaço de participação que lhes é aberto na escola, os demais atores da comunidade escolar também não reconhecem esse potencial. Algumas condições observadas na realidade da escola representam entraves à possibilidade de as merendeiras assumirem um papel de educadoras em saúde, como a sua baixa
As merendeiras, ao residirem nacomunidade de entorno, podem vir a sedesenvolver como agentes de saúde dacomunidade escolar, sendo premente, paratanto, que as políticas públicas de educação esaúde confiram visibilidade a essas trabalhadoras.
Torres SAM. Miranda AS, Silva VA Toledo SC, Silva MA, Rocha JF.
2006Higiene Alimentar, 20 143: 33-36
Treinamento de manipuladores de alimentos: merendeiras
Alimentação EscolarCapacitação em ServiçoManipulação de AlimentosHigiene dos Alimentos
PDF Guiricema
MG L
Treinamento,Questionários
Técnicas de instrução
100 % das merendeiras
Rede municipal de ensino
Feve - reiro
2003
Com o objetivo de capacitar os manipuladores de alimentos, em escolas, proporcionando-lhes qualificação, foi realizado um treinamento das merendeiras da rede municipal de ensino.
Constatou-se que as merendeiras detinham a maior parte do conhecimento, porém apresentavam resistência em segui-lo.
A realização de treinamentos periódicos, visando a correta adoção e manutenção das boas práticas no ambiente de trabalho, torna-se necessária, como forma de reciclagem constante para que as mesmas possam desempenhar suas funções no ambiente escolar e domiciliar.(AU)
TRICHES, Rozane Marcia and SCHNEIDER, Sergio 2010
Saude e Sociedade [on line]
Alimentação escolar e agricultura familiar: reconectando o consumo à produção
Alimentação escolar; Segurançaalimentar; Saúde pública; Agricultura familiar.
Vale do Rio dos Sinos e Paranhana
RS L
Dados bibliográficos, documentos oficiais e legislações para contextualizar opanorama alimentar e as políticas públicas relativasà Segurança Alimentar e
qualitativa
13 produtores e 5 mediadores),consumidores (7 pais de alunos, 8 diretores e9 merendeiras) e gestores (11 gestores e 4 gestoreS/ consumidores).
Aborda a relação entre consumo, produção e políticas públicas alimentares a partir do Programa de Alimentação Escolar (PAE) brasileiro, buscando entender como ocorre a consolidação de sistemas diferenciados de produção e consumo de alimentos.
Conclui-se que o Programa de AlimentaçãoEscolar, além das potencialidades suprarreferidas,tem um grande potencial no que diz respeito àreunião de debates, até aqui feitos separadamente,sobre os problemas associados à produção e aodesenvolvimento rural e aqueles associados ao consumo e à saúde pública, abrindo uma ampla agenda de estudos e investigações.
Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo e Tereso, Mauro José Andrade
1997Revista Cadernos e Debates
Análise do Programa de Merenda Escolar em Campinas
merenda escolar, planejamento alimentar; política pública
PDF Campinas
SP L
Revisão documental
Revisão documental/ Artigo de opinião
-
Analisar o programa de alimentação ao escolar em Campinas, relacionando as metas da política de descentralização de 1993, do Governo Federal, com a efetiva operacionalização da merenda, a fim de contribuir com os tomadores de decisão do programa apresentando alternativas para um ganho de qualidade do serviço prestado aos escolares.
O cardápio da merenda servida nas escolas não atende, nem diária, nem semanalmente, as recomendações nutricionais de energia e proteína estipuladas por lei, muito menos de micronutrientes. Em Campinas, destacam-se como problemas básicos do programa os recursos financeiros, a burocracia e a infra-estrutura, tanto física quanto humana. Além disso, o programa mostra-se incapaz de atingir a meta de ser uma atividade que envolva a participação da sociedade, como pode-se perceber pela não reunião do Conselho de Merenda
A descentralização do PNAE pode ser potencializada, se planejada em conjunto entre várias áreas de atuação do poder público, como Abastecimento, Saúde, Promoção Social e Cultura, Esporte e Turismo, junto com a população alvo, a fim de ampliar o exercício dos direitos e autonomia da gestão municipal, com maior controle dos recursos públicos.
Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo. Tereso, Mauro José Andrade
2000 Rev. Nutr.
O programa de merenda escolar de Campinas: análise do alcance e limitações do abastecimento regional
alimentação escolar; abastecimento de alimentos ; política de alimentos
PDF Campinas
SP L
Revisão bibliográfica
teórico - analise de dadosda Secretaria Estadual de Agricultura
" ...avaliar as condições de cumprimento da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Merenda Escolar que recomenda o abastecimento local do Programa, de acordo com a politica de descentralização do Governo Federal."
"Em campinas, o aproveitamento dos recursos do município e região, o abastecimento municipal de maneira integrada com os programas institucionais, a efetiva implementação de cardápios variados de acordo com a regionalidade, apontam para um quadro bastante favorável de melhora de qualidade do programa de merenda."
1- analisar tanto a estrutura operacional do programa como os aspectos legais que envolvem as compras publicas, buscando-se elaborar novos mecanismos que aproveitem as potencialidades do município como sua própria rede de abastecimento; 2- integração dos elementos existentes no município, tais como produtores locais, comercio e industria
Vieira CRN, Silva RR, Martino HSD, Chavasco JK.
2005 Hig Aliment.
Qualidade microbiológica da merenda escolar servida nas escolas estaduais de Poços de Caldas, MG.
Alimentação EscolarCarne/microbiologiaManipulação de AlimentosContaminação de Alimento
IMPRES
Poços de Caldas
MG L
análises microbiológicas de carne ôin naturaö e pratos prontos à base de carne, servidos na merenda escola.
Analítico 9 escolas da rede estadual
Realizar análises microbiológicas de carne ôin naturaö e pratos prontos à base de carne, servidos na merenda escolar de nove escolas da rede estadual em Poços de Caldas, MG e, análises microbiológicas de superfícies e mãos de manipuladores da merenda escolar.
Os resultados confirmam a importância da cocção em temperatura e tempo adequado como um dos meios para minimizar o problema de contaminação dos alimentos. As mãos de funcionários e as superfícies de manipulação de cinco escolas se mostraram contaminadas por coliformes e Staphylococcus coagulase positiva, revelando precariedade na higiene pessoal e de utensílios. Quanto à infraestrutura das cantinas, observou-se também em algumas delas uma adaptação de espaço pré existente, dificultando um
Sugere-se capacitação técnica para os responsáveis, treinamento às merendeiras e melhorias na infraestrutura das cantinas investigadas.(AU)
Vieira, Marta Neves Campanelli Marçal. Ferriani, Maria Graças Carvalho. Gomes, Romeu. Santos, Graziela VieiraBassan dos. Marchi, Eliana Maria Mattar
2008Segurança Alimentar e Nutricional,
Gestão de um Programa de Alimentação Escolarem um Município Paulista
políticas de alimentação, programa de suplementação alimentar, alimentação escolar, merenda escolar
PDF Ribeirão Preto
SP L
entrevistas semi-estruturada, observação participante e análise documental/ Análise documental
qualitativo
escolares da 4ª série, familias, profissionais da educação e saúde que trabalham diretamente com esses escolares. Profissionais do nivel central - planejamento, execução e supervisão
2 escolas municipais
1996 a 2007
Caracterizar o modelo de gestão deste programa, durante o período de 1996 a 2007.
"...a pratica do programa configura-se como um processo de trabalho fragmentado, onde diferentes atores sociais contribuem com atividades especificas. O que se constata como dificuldade esta pratica relaciona-se a aspectos administrativos do Programa…"
1- revisão dos objetivos do programa, promovendo a discussão que inclua a participação a participação popular articulada as políticas de alimentação inseridas nos setores de Saúde e Bem-Estar. 2- desenvolvimento de documentos que oriente uma gestão de qualidade e programas de educação nutricional, assim como legislação que estabelece critérios técnicos para elaboração de cardápio, aquisição de gêneros, prestação de contas e controle social
APÊNDICE B
TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE 1994 E
2008.
Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade ESTADOÁrea de
conhecimento
D
Alexandre
Bulsing
Hernández
Sonia Maria
Blauth de
Slavutzky
2005
Avaliação da dieta em Escolas
Municipais de Porto Alegre
com relação ao consumo de
sacorese/2004
UFRGS RS Odontologia
P
Celma de
Cássia Rocha
Melo
Nora Beatriz
Presno
Amodeo
2006
Análise da alimentação escolar
do município de são joão
evangelista-mg
CENTRO
UNIVERSITÁRI
O DE
CARATINGA
MGEconomia
domestica
2 1997
D
Celso
Azevedo de
Carvalho
Gino
Giacomini
Filho
2000
Comunicação, educação &
nutrição: parceria pela
qualidade de vida.
UNIVERSIDADE
METODISTA DE
SÃO PAULO
SP Comunicação
1 1998
DDenise Ivete
Reis
Rafael Carlos
Vélez Benito1997
Modelagem de um problema de
dieta para otimização da
merenda escolar
UNIV. REG.DO
NOROESTE DO
ESTADO DO RS
RS
Dietética /
Matemática
aplicada2 2000
D
Diego
Augusto da
Rosa Pretto
Sonia Maria
Blauth de
Slavutzky
2003
Análise da alimentação escolar
institucional do ano de 2002 da
rede municipal de ensino de
Porto Alegre quanto a adição
de açúcar.
UFRGS RS Odontologia
1 2002
D
Edlene
Pimentel
Santos
José Arlindo
Soares1998
A política de assistência ao
estudante em alagoas:
subsídios para uma
interpretação da política de
alimentação escolar
UNIV FEDERAL
DA
PARAÍBA/JOÃO
PESSOA
PB Serviço Social
1 2003
DHayda
Josiane Alves
Maria Cristina
Faber Boog2007
Práticas e representações
sobre alimentação e saúde
entre fruticultores
UNICAMP SP Enfermagem
2 2004
DLíliam Magda
Campo Costa
Luiz Botelho
de
Albuquerque
2004
O programa nacional de
alimentação escolar (PNAE) na
perspectiva dos usuários: um
estudo de caso.
UFC CE multidisciplinar
3 2005
DLuiz Antonio
Staub Mafra
Renato Sergio
Jamil Maluf2004
O município da gestão de
políticas locais de segurança
alimentar e nutricional.
UFRRJ RJ
Economias
Agrária e dos
Recursos
Naturais 2 2006
P
Marcia
Cristina
Stolarski.
Walter
Tadahiro
Shima
2005
Caminhos da alimentação
escolar no brasil: análise de
uma política pública no período
de 2003-2004
UFPR PR 0
1 2007
D
Maria de
Lourdes
Marques
Camargo.
Rovigati
Danilo Alyrio2008
Contratação de serviços em
alimentação escolar:
Terceirização um novo
conceito de gestão de merenda
UFRRJ RJCiências Sociais
Aplicadas
3 2008
DMaria Elena
TurpinWalter Belik 2008
A Alimentação Escolar como
Vetor de Desenvolvimento
Local e Garantia de Segurança
Alimentar e Nutricional.
UNICAMP SP Economia
18
D
Maria
Euzimar
Berenice
Rego silva
Jose
Willington
Germano
2002
Caminhos de descentralização
e da participação em educação:
o exercício do poder local.
UFRN RNCiências Sociais
Aplicadas
Tipo Autor Orientador Ano Título UniversidadeÁrea de
conhecimento
D
Maria
Aparecida
Ferrão
Claudino.
Regiane
Aparecida
Cardoso De
Paula
2006
Políticas públicas de
alimentação escolar: uma
análise com enfoque no
município de são josé dos
campos.
UniSãoMarcos SP Interdisciplinar
D
Olívia de
Souza
Sant'Anna
Bruno
Lazzarotti
Diniz Costa
2008
Gestão Descentralizada do
Programa Nacional de
Alimentação Escolar: análise
comparativa em municípios
mineiros
FUNDAÇÃO
JOÃO
PINHEIRO
MGAdministração
Pública
D
Rodrigo
Pinheiro De
Toledo
Vianna
Mauro José
Andrade
Tereso
1997
O Programa de Merenda
Escolar: Subsídios para o
Planejamento do Programa em
Campinas.
UNICAMP SP
Engenharia
Agrícola, eng
alim, extensão
rural
DSonia Regina
Pompermaier
Maria Do
Carmo
Marcondes
Brandão Rolim
2000Alimentação escolar: um
estudo sobre a racionalidadeUFPR PR Sociologia
D
Vivian Braga
de Oliveira
Mielniczuk
Maria Jose
Teixeira
Carneiro
2005
Gosto ou necessidade? Os
significados da alimentação
escolar no município do Rio de
Janeiro
UFRRJ RJ Antropologia
0 1 2 3
1997
1998
2000
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Tip
oAutor Orientador Ano Título Universidade Estado Área
DAdriana Maria Leite de
Macedo
Carlos Eduardo Aguilera
Campos2005
A trajetória da alimentação escolar
como instrumento da política de
alimentação e nutrição no Brasil
UFRJ RJSAÚDE
COLETIVA
1 1994
D Aline Romero Queiroz Sophia Cornbluth Szarfarc 2007
Prevalência de anemia e fatores
associados em ingressantes no
ensino fundamental de escolas
públicas do município de São
Bernardo do Campo, estado de São
Paulo.
USP SPSAÚDE
COLETIVA
1 1998
D
Bianca Assunção Iuliano
Ana Maria Dianezi
Gambardella
2008
Atividades para promoção de
alimentação saudável em escolas
de ensino fundamental do
município de Guarulhos – SP
USP SPSAÚDE
COLETIVA
2 2002
T
Carlos Augusto Fernandes
Oliveira
Pedro Manuel Leal
Germano
1994
Aflatoxina M1 em leite em pó
distribuido pelo programa de
alimentacao escolar do municipio
de São Paulo-SP Brasil: utilização
do ensaio por enzimas imuno-
adsorvidas "elisa"
USP SPSAÚDE
COLETIVA
2 2003
D
Célia da Silva
Pedro Manuel Leal
Germano
2002
Merenda Escolar: Levantamento
das condições higiênico-sanitários
dos locais de preparação e dos
manipuladores em escolas da Rede
Estadual de Ensino de São Paulo,
SP
USP SPSAÚDE
COLETIVA
1 2004
T
Dixis Figueroa Pedraza Pedro Israel Cabral de Lira
2005
Anemia em Crianças e o Programa
de Alimentação Escolar no
Contexto da Segurança Alimentar e
Nutricional no Brasil.
UFPE PESAÚDE
COLETIVA
3 2005
T
Fatima Machado Chaves. Jussara Cruz de Brito
2004
Vidas Negras que se Esvaem:
experiências de saúde das
funcionárias escolares em situação
de trabalho
FIOCRUZ RJSAÚDE
COLETIVA
1 2006
D
Lilian Kaercher Alves
Heloisa Maria Mendonça
De Morais
2005 Avaliação do Programa Nacional de
Alimentação Escolar no Município
de Camaragibe-PE
UFPE PESAÚDE
COLETIVA
1 2007
T
Maria Angélica dos Santos
Spinelli. Ana Maria Canesqui
1998 Alimentação escolar: da
centralização à descentralização
UNICAMP SPSAÚDE
COLETIVA1 2008
D
Maria Aparecida Ferrão
Claudino
Regiane Aparecida
Cardoso De Paula
2006
Políticas públicas de alimentação
escolar: uma análise com enfoque
no município de são josé dos
campos
UniSãoMarcos SPSAÚDE
COLETIVA
13
T
Marta Neves Campanelli
Marçal Vieira.
Maria Das Graças Carvalho
Ferriani
2002
Estudo da representação simbólica
do Programa de Alimentação
Escolar.
USP SPSAÚDE
COLETIVA
T
Olívia Maria Ferreira
Pereira. Ana Luiza D'Ávila Viana
2003
Programa de alimentação escolar:
o rio de janeiro em questão - limites
e perspectivas.
UERJ RJSAÚDE
COLETIVA
D
Osvaldinete Lopes de
Oliveira. Edson Mamoru Tamaki 2003
Impacto da merenda escolar no
estado nutricional de pré-escolares
de duas escolas do município de
Campo Grande - MS UFMS MS
SAÚDE
COLETIVA
7 por 14
0 1 2 3
1994
1998
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade Estado Áreauniversidade
frequencia
D
Adelina
Severina da
Silva
Andrade
Regina
Tereza
Cestari de
Oliveira
2002
A Produção da Merenda Escolar
no Brasil: a descentralização
como política de gestão (1993-
2000)
UFMS MS EDUCAÇÃO 1
Alessandra
Brandão
Teixeira
Alzira Lobo
De Arruda
Campos
2007
O programa de merenda escolar
em Linhares (Espírito Santo,
Brasil)
Univ São
MarcosSP EDUCAÇÃO 1
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Ribeiro
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Merenda escolar no brasil: a
ilustracao das relacoes
conflituosas de uma politica
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UNB DF EDUCAÇÃO 1
1993 1
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Moreira de
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O Programa Nacional de
Alimentação Escolar: Uma
Análise da Implementação da
Merenda Escolar nas Escolas
Municipais e Estaduais do
Município de Campo Grande nos
anos de 2000 a 2003
Fundação
Universidade
Federal De
Mato Grosso
Do Sul MS
EDUCAÇÃO 1
1997 1
DEmilia
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Victoria
Maria Brant
Ribeiro
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A prática do nutricionista em
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janeiro: um espaço-tempo
educativo.
UFRJ RJ EDUCAÇÃO 2
2001 1
D Ester De
Queiros
Costa.
Victoria
Maria Brant
Ribeiro
Machado
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A dimensão educativa do
trabalho das merendeiras:
análise do material instrucional
elaborado pelo instituto de
nutrição annes dias
UFRJ RJ EDUCAÇÃO
2002 2
D
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Marcela
Villafuerte
Bittencourt.
Nalú
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Programa de Alimentação
Escolar no Município de Guaíba.
UFRGS RS EDUCAÇÃO 2
2005 3
DJorge Miguel
Bonatto
Umann
Nalú
Farenzena
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O controle social e público da
gestão financeira da educação
através dos conselhos
municipais em triunfo / rs: uma
reflexão das relações governo e
sociedade.
UFRGS RS EDUCAÇÃO
2006 1
T
Jose
Arimatea
Barros
Bezerra
Maria De
Lourdes
Peixoto
Brandão
2002Comer na escola - significados e
implicações. UFC CE
EDUCAÇÃO 1
2007 2
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Juliana
Aparecida
Marinho
Aldred
Ramacciotti.
Celso Luiz
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Conti
2006 A gestão educacional no
município de Araraquara: a
questão dos conselhos UFSCar SP
EDUCAÇÃO 1
2008 1
D Maria Angelica Pipitoni.
Raquel
Pereira
Chainho
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Programa de alimentação
escolar: um estudo sobre
descentralização, escola e
educadores.
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D
Rosana
Maria
Nogueira.
Jose Roberto
Rus Perez
2005
O programa nacional de
alimentação escolar como uma
política pública: o caso de
Campinas/SP
UNICAMP SP EDUCAÇÃO
7 por 14
0 1 2 3
1993
1997
2001
2002
2005
2006
2007
2008
Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade Estado Área
DAna Cristina Medeiros
Moreira
Petra Sanchez
Sanchez2006
Educação Nutricional na
Educação Infantil: O papel da
Escola na formação dos hábitos
alimentares das crianças,
considerando a problemática da
obesidade Infantil.
UNIVERSIDADE
PRESBITERIANA
MACKENZIE
SP NUTRIÇÃO 1997
2
DAna Maria Mancilha
Silva
Mauro
Fisberg2004
A merenda escolar e sua relação
com o consumo alimentar e o
diagnóstico nutricional de pré-
escolares da cidade de Passa
Quatro - MG
USP SP NUTRIÇÃO 2000
3
DAndréia Cristina De
Almeida Silva.
Rodolpho
Telarolli Júnior2008
Educação nutricional
institucionalizada:
conhecimentos e práticas de
agentes educacionais e
professoras de ensino infantil de
0 a 3 anos.
UNESP SP NUTRIÇÃO 2002
1
DBeatriz Aparecida
Edmea Tenuta Martins.
Denise
Cavallini
Cyrillo
2000
Avaliação do programa de
enriquecimento da merenda
escolar servida na resde estadual
de ensino de São Paulo.
USP SP NUTRIÇÃO 2003
2
DCristiane Ramos
Voorpostel
Maria Cristina
Faber Boog2007
Percepções de professores e
funcionários de escola rural
sobre a alimentação.
UNICAMP SP NUTRIÇÃO 2004
1
DCristina Simões De
Carvalho Tomasetti
Marcelo De
Sousa
Tavares
2000
Avaliação do programa de
alimentação escolar no município
de londrina/PR
UEL PR NUTRIÇÃO 2005
1
D
Elisangela da CunhaAnete Araujo
De Sousa2007
A alimentação orgânica e as
ações educativas na escola:
diagnóstico para a educação em
saúde e nutrição
UFSC SC NUTRIÇÃO 2006
2
D
Flavia Damaceno Mira
Sandra Maria
Chaves Dos
Santos
2007
Capacitação de professores em
alimentação saudável na rede
municipal de ensino de Mutuípe,
Bahia: alcances e limitações.
UFBA BA NUTRIÇÃO
2007 5
D
Francine Sobral
Vera Mariza
Henriques De
Miranda Costa
2008
Programa nacional de
alimentação escolar:
sistematização, importância e
presença no município de monte
alto-SP
UNESP SP NUTRIÇÃO
2008 2
T
Gilma Lucazechi
Sturion
Maria Antonia
Martins
Galeazzi
2002
Programa de alimentação
escolar: avaliação do
desempenho em dez municípios
brasileiros
UNICAMP SP NUTRIÇÃO
19
D
Gisele Kuhlmann
Duarte
Maria do
Carmo Fontes
de Oliveira;
Paulo Roberto
Cecon; Rita de
Cássia Lanes
Ribeiro;
Ângela Maria
Campos
Santana
2007
Segurança alimentar em
unidades de alimentação e
nutrição escolares: aspectos
higiênico-sanitários e produção
de resíduos orgânicos
UFV MG NUTRIÇÃO
Tipo Autor Orientador Ano Título Universidade Área
D
Janisse De OliveiraFranco Maria
Lajolo1997
O papel da merenda na
alimentação diária dos
ingressantes no primeiro grau
das Escolas Municipais de São
USP SP NUTRIÇÃO
D
Lívia Gussoni Basile.Thais Borges
Cesar2003
Adequação nutricional das
refeições do Programa de
Alimentação Escolar em
unidades municipais de ensino
de Araraquara, SP
UNESP SP NUTRIÇÃO
D
Marta Neves C. Marçal
Vieira
Maria Das
Graças
Bonfim
Carvalho
1997
A prática do programa de
alimentação escolar mediante a
percepção dos usuários.
USP SP NUTRIÇÃO
DMichele Sanches
Marina Vieira
Da Silva2003
Hortaliças: consumo e
preferências de escolaresUSP SP NUTRIÇÃO
D
Nataly Lopes Viana
Conceição
Angelina dos
Santos
Pereira; Maria
do Carmo
Fontes de
Oliveira; Silvia
Eloiza Priore;
Sylvia do
Carmo Castro
Franceschini
2007
Análise da aceitabilidade,
consumo da alimentação escolar
e estado nutricional de escolares
no município de Viçosa - MG.
UFV MG NUTRIÇÃO
D
Patrícia Martins
Fernandez
Denise
Oliveira e Silva2005
Noções conceituais e práticas
educativas em alimentação e
nutrição dos professores de 1ª a
4ª séries do Distrito Federal.
UNB DF NUTRIÇÃO
D Telma Brandão
Maria
Aparecida
Azevedo
Pereira da
Silva
2000
Avaliação da aceitação e
preferências de cardápios do
programa de merenda escolar em
escolas municipais de ensino
fundamental da cidade de
Campinas.
UNICAMP SP NUTRIÇÃO
D
Vanessa Messias
Muniz
Alice Teles de
Carvalho2006
Avaliação dos Fatores
Envolvidos na Aceitabilidade do
Programa de Alimentação
Escolar no Município de João
Pessoa: um estudo piloto
UFPB PB NUTRIÇÃO
7 por 14
0 1 2 3 4 5
1997
2000
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Tip
oAutor Orientador Ano Título Universidade Estado Área
DAdriana Maria Leite de
Macedo
Carlos Eduardo Aguilera
Campos2005
A trajetória da alimentação escolar
como instrumento da política de
alimentação e nutrição no Brasil
UFRJ RJSAÚDE
COLETIVA
1 1994
D Aline Romero Queiroz Sophia Cornbluth Szarfarc 2007
Prevalência de anemia e fatores
associados em ingressantes no
ensino fundamental de escolas
públicas do município de São
Bernardo do Campo, estado de São
Paulo.
USP SPSAÚDE
COLETIVA
1 1998
D
Bianca Assunção Iuliano
Ana Maria Dianezi
Gambardella
2008
Atividades para promoção de
alimentação saudável em escolas
de ensino fundamental do
município de Guarulhos – SP
USP SPSAÚDE
COLETIVA
2 2002
T
Carlos Augusto Fernandes
Oliveira
Pedro Manuel Leal
Germano
1994
Aflatoxina M1 em leite em pó
distribuido pelo programa de
alimentacao escolar do municipio
de São Paulo-SP Brasil: utilização
do ensaio por enzimas imuno-
adsorvidas "elisa"
USP SPSAÚDE
COLETIVA
2 2003
D
Célia da Silva
Pedro Manuel Leal
Germano
2002
Merenda Escolar: Levantamento
das condições higiênico-sanitários
dos locais de preparação e dos
manipuladores em escolas da Rede
Estadual de Ensino de São Paulo,
SP
USP SPSAÚDE
COLETIVA
1 2004
T
Dixis Figueroa Pedraza Pedro Israel Cabral de Lira
2005
Anemia em Crianças e o Programa
de Alimentação Escolar no
Contexto da Segurança Alimentar e
Nutricional no Brasil.
UFPE PESAÚDE
COLETIVA
3 2005
T
Fatima Machado Chaves. Jussara Cruz de Brito
2004
Vidas Negras que se Esvaem:
experiências de saúde das
funcionárias escolares em situação
de trabalho
FIOCRUZ RJSAÚDE
COLETIVA
1 2006
D
Lilian Kaercher Alves
Heloisa Maria Mendonça
De Morais
2005 Avaliação do Programa Nacional de
Alimentação Escolar no Município
de Camaragibe-PE
UFPE PESAÚDE
COLETIVA
1 2007
T
Maria Angélica dos Santos
Spinelli. Ana Maria Canesqui
1998 Alimentação escolar: da
centralização à descentralização
UNICAMP SPSAÚDE
COLETIVA1 2008
D
Maria Aparecida Ferrão
Claudino
Regiane Aparecida
Cardoso De Paula
2006
Políticas públicas de alimentação
escolar: uma análise com enfoque
no município de são josé dos
campos
UniSãoMarcos SPSAÚDE
COLETIVA
13
T
Marta Neves Campanelli
Marçal Vieira.
Maria Das Graças Carvalho
Ferriani
2002
Estudo da representação simbólica
do Programa de Alimentação
Escolar.
USP SPSAÚDE
COLETIVA
T
Olívia Maria Ferreira
Pereira. Ana Luiza D'Ávila Viana
2003
Programa de alimentação escolar:
o rio de janeiro em questão - limites
e perspectivas.
UERJ RJSAÚDE
COLETIVA
D
Osvaldinete Lopes de
Oliveira. Edson Mamoru Tamaki 2003
Impacto da merenda escolar no
estado nutricional de pré-escolares
de duas escolas do município de
Campo Grande - MS UFMS MS
SAÚDE
COLETIVA
7 por 14
0 1 2 3
1994
1998
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
APÊNDICE C
DADOS EXTRAÍDOS DOS ARTIGOS SOBRE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE
1994 E 2010.
AUTORES ANO PERIÓDICO TÍTULO PALAVRAS CHAVE CLAS ABR INSTR TIPO DE
ESTUDO SUJEITOS ESCOLAS IDADE OBJETIVO CONCLUSÃO RECOMENDAÇÕES
Abreu, M. 1995 Em Aberto
Alimentação escolar: combate à desnutrição e ao fracasso escolar ou direito da criança e ato pedagógico?
PDF T
Referências bibliográficas
Teórico
Tecer algumas considerações sobrea(s) política(s) de alimentação escolar em desenvolvimento na escola pública brasileira.
A merenda só pode deixar de ser "comidapara carente" se as políticas públicas de alimentação escolar, reconhecendo a situação de pobreza e miséria da maioria dos alunas da escola brasileira, garantirem o fornecimento de mais de uma refeição diária, sendo uma delas administrada quando a criança entra na escola. Mas isso ainda não é suficiente. Integrada às atividades pedagógicas daescola, a merenda precisa ser pensada em suas relações simbólicas com a pobreza.
Implementar mudanças nas política públicas de alimentação escolar, descentralização do programa da FAE, cria condições não só para a melhoria da qualidade nutricional da merenda, através da incorporação de alimentos in natura e da garantia de uma dieta mais variada, mas também para a discussão do papel pedagógico das refeições fornecidas aos alunos no ambiente institucional da escola.
*
ANDRADE FF, FERRO VC; SILVA, VG da; FALCÃO MC
2004Higiene alimentar, v.18, n124, p.43-49,
Merenda escolar: municipalização e atribuições do nutricionista
Alimentação escolar, nutrição da criança, saúde escolar e programa de nutrição
PDF Piracicaba
SP L
Observação direta na escola / análise composição / aceitação
quali-quantitativo
alunos e merendeiras
1 pública estadual
O objetivo do estudo foi verificar a implantação e o funcionamento do Programa de Municipalização da Merenda Escolar, em uma escola pública da região de Piracicaba, São Paulo e discutir as atribuições e atividades do nutricionista nos processos.(AU)
A base do problema nutricional brasileiro está na insuficiência calórica, que afeta de forma acentuada as populações urbanas, agravando-se com a densidade populacional das cidades. Desenvolveu-se o processo de institucionalização dos programas de alimentação escolar, englobando os diferentes níveis administrativos que assumiram a operacionalização dos programas de suplementação alimentar. Atualmente, ele existe na forma municipalizada, onde as prefeituras que aderiram
Arruda, Elcia Esnarriaga de. Almeida, Camila Moreira
2005Intermeio (UFMS), Campo Grande
A Mercantilização do Programa Nacional de Merenda Escolar.
Educação. Programa nacional de Alimentação Escolar. Circulação de mercadorias. Produção de mercadorias.
PDF T
Referências bibliográficas
Análise documental
Programa Nacional de Alimentação Escolar.
50 anos
1954/ 2004
Identificar as necessidades que determinam a implementação de um programa em resposta à fome, em uma sociedade produtora de mercadorias.
A análise dos dados apontou que o PNAE, assim como os programas de alimentação escolar que o precederam consistiram, em uma excelente oportunidade de comercio nacional ou internacional.
BASILE, L. G. ; CÉSAR, T. B 2006 Nutrire (SBAN)
Insuficiência de cálcio e ferro na merenda escolar em unidades municipais de ensino fundamental
Adequação nutricional. Cálcio. Ferro. Zinco. Vitamina C. Alimentação escolar.
RESUM/
Araraquara
SP L
amostras em duplicata das refeições distribuídas na educação infantil e fundamental deste município.
Quantitativo
29 Pré - Escolas municipais e 6 escolas do Ensino Fundamental.
5a11a2 meses
2002
Avaliar os teores de cálcio, ferro, zinco e vitamina c da merenda escolar.
A merenda continha quantidade insuficiente de cálcio em 45% das pré escolas e 67% do ensino fundamental. Em ferro, 38% das PE e 50% do fundamental.
Há necessidade de melhorar a qualidade nutricional da merenda, principalmente no tocante do conteúdo de cálcio e ferro, visando reduzir a prevalência de deficiência destes micronutrientes entre os pré- escolares e escolares beneficiados pelo PAE.
Belaciano, M.I.; Moura, D.O.; Silva, A.C.P. 1995 Em Aberto
Direito e garantia à merenda escolar
Merenda escolar. Programa de Controle de Qualidade. Núcleo de Controle de Qualidade. PNAE
Impres Trevisão bibliográfica
Teórico
Apresentar a proposta do PNAE e orientar quanto ao seu funcionamento abordando as principais perguntas e respostas sobre o programa
*
LOCAL PERÍODO
BELIK, Walter ; CHAIM, Núria Abrahão 2009
Revista de Nutrição da PUCCAMP
O Programa Nacional de Alimentação Escolar e a gestão municipal: Eficiência, controle social e desenvolvimento local.
Programas e Políticas de Nutrição e AlimentaçãoAlimentação EscolarAdministração Pública/método
670 prefeituras brasileiras
N
Questionários do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar
Quantitativo
Gestão municipal do PNAE
670 prefeituras - 2004a
2005
Avaliar o perfil da gestão pública municipal do Programa Nacional de Alimentação Escolar de 670 prefeituras inscritas no Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, entre os anos de 2004 e 2005.
A execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar assume características próprias em cada município brasileiro. Identificar o perfil da administração pública, assim como as características das prefeituras que se destacaram no Prêmio, permite a implantação de ações que melhorem a execução do Programa.
*
BELIK, Walter ; Souza, Luciana R. 2009
Planejamento e Políticas Publicas
Algumas reflexões sobre os programas de alimentação escolar na América Latina
Programa de Alimentação Escolar; América Latina; Desenvolvimento local;Educação.
IMPRES
América Latina
T
Referências bibliográficas
Teórico
Demonstrar a abrangência dos programas de alimentação escolar na América Latina e suas possibilidades enquanto instrumentos de melhoria na educação de crianças e Adolescente.
Em termos de resultados, demonstramos que osPAEs promovem ampliação da frequência escolar, mas efeitos nutricionais precisam ainda ser melhor investigados. No que se refere à dinamização local, podemos perceber que os municípios que fizeram localmente as compras para a merenda escolarconseguiram ampliar a renda da sua população e dinamizaram o comércio regional.
BEZERRA, J. A. B. 1998Cadernos da pós-graduação em educação
Aspectos Históricos da Alimentação Escolar no Brasil
Fome, fracasso escolar, Programa de Merenda Escolar, Campanha Nacional de Alimentação Escolar; Lei do Alimento para a paz.
IMPRES T
Referências Bibliográficas
TeóricoAnalisar o surgimento da Campanha Nacional de Alimentação Escolar.
Institucionalização da política de alimentação escolar no Brasil.
BEZERRA, J. A. B. 2006Educação em Debate (CESA/UFC)
Regionalização de cardápios, fortalecimento de economias locais e participação da população na gestão da merenda.
Políticas públicas de alimentação e nutrição. Merenda Escolar. Regionalização de cardápios.
IMPRES
CE L
Revisão documental e entrevistas
Analítico
25 alunos do 5º Ano do EF, 8 mães de alunos, 4 merendeiras, 4 diretoras de escola e 10 professoras.
Estudar o Programa Nacional de Alimentação Escolar para verificar até que ponto se tem atingido os objetivos postos pela Lei nº. 8.913/94, que regulamentou os termos e as condições de descentralização da merenda.
São constatados avanços significativos na gestão descentralizada da merenda. Verificam - se sérios problemas relacionados ao propósito de regionalização dos cardápios, ao objetivo de revitalização da economia dos municípios de pequeno e médio porte e à proposta de participação da população no controle e na fiscalização da merenda no plano local, conforme determinações legais.
Bezerra, José Arimatea Barros 2009 Rev. Bras.
Educ.
Alimentação e escola: significados e implicações curriculares da merenda escolar
- PDF Fortaleza
CE L
Observação sistemática, entrevistas, questionário
Diretora, 7 professores, 3 merendeiras, alunos II ciclo
Uma escola estadual de Ensino Fundamental
Elaborar um quadro conjuntural maisamplo da temática, levantar dados do contexto, analisar conceitual e contextualmente os dados coletados, buscando identificar os significados da merenda escolar em suas representações e práticas,manifestos no contexto da escola tomada como espaço de estudo.
A expectativa de uma alimentação melhor acompanha a expectativa de um lugar melhor (a escola) do que suas casas e que pode fazê-los melhorar de vida. Além disso, comida envolve um conjunto de características que extrapolam o aspecto físico, biológico: ela implica prazer, gosto, rituais de recusa ou rejeição, de aproximação das pessoas,de distinção social.
Bittencourt, Jaqueline Marcela Villafuerte 2008 Políticas
Educativas
A Emergência Do Direito À Alimentação Escolar
Alimentação escolar; Direito à alimentação escolar; Direito à educação; Merenda escolar
IMPRES T
Referências bibliográficas
Enfoque teórico PNAE
Buscar (re)construir a idéia de emergência do Direito à Alimentação Escolar.
Verifica-se que o Programa de Alimentação Escolar é um Programa constitucionalmente delineado. Como tal serve para efetivação de um direito social de terceira geração.
Rever os objetivos do Programa, assim como verificar, de modo sistemático, as práticas de implementação da política, ou seja, de que modo e em que medida os agentes da política reinterpretam as diretrizes e procedimentos previamente concebidos.
*
Bleil, Rozane Aparecida Toso. Salay, Elisabete. Silva, Marina Vieira da
2009Segurança Alimentar e Nutricional,
Adesão ao Programa de Alimentação Escolar por Alunos de Instituições Públicas de Ensino no Município de Toledo, PR.
alimentação escolar, consumo de alimentos, adolescente.
IMPRES Toledo P
R L
Questionário socioeconômico/ avaliação antropométrica (P/E)/ entrevista individual/ freq. consumo merenda
Quantitativo/ transversal
167 ESCOLARES
4 escolas públicas 2004
Conhecer a adesão dos alunos ao PNAE, assim como os fatores que podem interferir no consumo dos alimentos oferecidos
Na opinião da maioria dos alunos, as condições de distribuição da alimentação escolar, com exceção da temperatura do alimento, são adequadas. Entretanto alguns aspectos podem ser melhorados a fim de contribuir para maior adesão ao programa, em especial aqueles que promovem mudanças no tipo de alimento oferecido e no local para realização destas refeições.
Adequar o cardápio às preferências dos alunos, construção de refeitórios adequados à alimentação na escola, implementação do sistema self-service.
Boog, Maria Cristina Faber 2010 Rev. Nutr.
Programa de educação nutricional em escola de ensino fundamental de zona rural.
Educação alimentar e nutricional. Educação em saúde. Ensino fundamental e médio. Tecnologia educacional.
Município do Circuito das frutas/ zona rural
SP L
Intervenção problematizadora
Qualitativo e quantitativo
155 alunos da pré - escola a 7ª série
Uma unidade de ensino da zona rural.
2006
Apresentar métodos e tecnologias de intervenção em educação alimentar e nutricional, criados com base em diagnóstico realizado no âmbito de escola e comunidade, tendo como pressuposto teórico a relação homem/ambiente, mediada pelo trabalho.
Os resultados demonstraram a possibilidade de realizar um programa de incentivo ao consumo de alimentos produzidos na região.Esses resultados possibilitaram a criação de tecnologia educacional específica para um programa de educação alimentar e nutricional nessa escola. Houve grande interesse dos alunos pelas atividades realizadas porque elas refletiam o seu próprio cotidiano e valorizavam o trabalho, a história, a identidade cultural e a autoestima das famílias de fruticultores. A fruta foi ressignificada enquanto
Burlandy, Luciene and Anjos, Luiz Antonio dos 2007 Cad. Saúde
Pública
Acesso à alimentação escolar e estado nutricional de escolares no Nordeste e Sudeste do Brasil, 1997
Alimentação Escolar; Estado Nutricional; Programas de Nutrição
Região Nordeste e Sudeste do Brasil
N
Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV): idade, gênero, frequência na escola, oferta de refeição gratuita, renda familiar, peso e estatura.
Quantitativo/ transversal
1177 crianças 7 a 10 1996
a 97
Analisar de forma comparativa as informações sobre a oferta da refeição gratuita nas escolas das regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, e o estado nutricional de crianças de 7 a 10 anos.
A oferta da refeição gratuita nas escolas do período estudado, em termos de focalização de grupos prioritários foi inadequada quanto aos critérios geográficos, econômicos e biológicos.
*
Campos AKC, Cardonha AMS, Pinheiro LBG, Ferreira NR, Azevedo PRM, Stamford TLM
2009 Food control
Assessment of personal hygiene and practices of food handlers in municipal public schools of Natal, Brazil
School food, personal hygiene, food hygiene
IMPRES Natal R
N L
Questionário fechado e analise microbiológica das mãos dos manipuladores
Quantitativo / transversal
Manipuladores
27 escolas municipais - - -
Analisar as práticas de higiene dos manipuladores de alimentos em escolas municipais de Natal (RN).
As escolas estudadas não possuem condições adequadas de higiene.
CARDOSO, R. C. V. ; ALMEIDA, Rogéria Comastri de Castr ; GUIMARÃES, Alaíse Gil ; GOES, J. A. W. ; SILVA, S. A. ; SANTANA, A. A. C. ; HUTTNER, L. B. ; VIDAL JUNIOR, P. O. ; FIGUEIREDO, K. V. N. A. .
2007Revista do Instituto Adolfo Lutz
Qualidade da água utilizada em escolas atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em Salvador-BA
água potável, qualidade da água, alimentação escolar, higiene de alimentos
PDF Salvador
BA L
Análise da água: microbiológica; origem e tratamento
Quantitativo/ transversal
Água49 escolas municipais e 34 estaduais
-10 meses
2006
Avaliar a qualidade da água utilizada em escolas atendidas pelo PNAE, em Salvador.
Os resultados obtidos indicam a existência de riscos de contaminação, por meio da água utilizada e ainda, apontam fragilidades no âmbito da implementação do PNAE, o que sugere a necessidade de maior controle, em função da vulnerabilidade das crianças beneficiadas pelo Programa.
Necessidade de medidas corretivas e do monitoramento da qualidade da água, como uma das ações a ser desenvolvida na perspectiva de proteção à população de crianças beneficiadas por esse Programa.
Cardoso, Ryzia de Cassia Vieira et al. 2010 Rev. Nutr.
Programa nacional de alimentação escolar: há segurança na produção de alimentos em escolas de Salvador (Bahia)?
Alimentação escolar. Higiene dos alimentos. Produção de alimentos. Segurança alimentar e nutricional.
PDF Salvador
BA L
Formulários elaborados com base na Resolução de Diretoria Colegiada nº. 216/04 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde
Transversal
97 escolas estaduais e 139 municipais
maio a dez
2005
Avaliar a segurança da produção de alimentos em escolas atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar, em Salvador (BA).
Verificou-se elevado nível de não conformidade quanto ao atendimento dos requisitos sanitários vigentes, o que evidencia falhas na segurança da produção da alimentação escolar. Os resultados indicam a necessidade de adoção de medidas corretivas com vistas a reduzir riscos à saúde das crianças assistidas e aumentar a eficiência do Programa Nacional de Alimentação Escolar, no município de Salvador (BA)
O estudo indica a necessidade de medidas de intervenção que possam promover e assegurar a qualidade do serviço prestado, com vistas a proteger a saúde das crianças assistidas e cumprir os objetivos do Programa.
Carvalho, Alice Teles de. Muniz, Vanessa Messias. Gomes, Josiane Fernandes . Samico, Isabella.
2008 Interface (Botucatu)
Programa de alimentação escolar no município de João Pessoa – PB, Brasil: as merendeiras em foco
Alimentação escolar; Merendeiras; Hábitos saudáveis; Promoção da Saúde
IMPRES
João Pessoa
PB L Grupo
focal Qualitativa41 merendeiras
41 escolas municipais -
3 meses
2005
Avaliar a percepção das merendeiras acerca da produção e distribuição da alimentação escolar e seu papel neste contexto.
Evidenciou-se estreita relação de afeto entre merendeiras e escolares e valorização da oferta de alimentação de qualidade e com boa aceitação. Foram observadas ausência de treinamentos sistemáticos e fragilidade no uso da alimentação escolar na incorporação de hábitos alimentares saudáveis.
Inclusão das merendeiras na utilização da alimentação escolar como espaço permanente de aprendizado; maior suporte técnico e psicológico para estas profissionais.
*
Ceccim, R.B. 1995 Em Aberto
A merenda escolar na virada do século – agenciamento pedagógico da cidadania.
PDF T
Referências bibliográficas
Teórico Livros e artigos - - - -
Pensar a merenda diante das transformações deste final de século e destacar o lugar da educação como dispositivo da escola para o agenciamento de modos de vida, sociedade, singularidade e solidariedade.
A merenda escolar estará apontando, no campo setorial da criança e do adolescente, as concepções de políticas públicas. Como espaço pedagógico na escola, voltar-se-á ao incremento das responsabilidades educacionais diante da afirmação de modos da cidadania criadores e ativos.
Utilizar a merenda escolar como instrumento pedagógico ao proporcionar modalidades individuais, coletivos e institucionais de ação social e cultural e na subjetividade dos cidadãos.
*
Chaves, Lorena Gonçalves et al. 2009 Rev. Nutr.
O programa nacional de alimentação escolar como promotor de hábitos alimentares regionais
Alimentação escolar. Hábitos alimentares. Políticas públicas. Programas e políticas de nutrição e alimentação.
2950 municípios brasileiros
NAmostra de 370 cardápios
Transversal qualitativo não experimental
Escolas do Ensino Fundamental
2007
Analisar a utilização de alimentos e preparações regionais nos cardápios da alimentação escolar do ensino público brasileiro, bem como sua freqüência e sua elaboração por nutricionistas.
Dos cardápios analisados, 63% a 87,8% foram elaborados por nutricionista. Entre as regiões, destaca-se a Sul, já que 86,5% dos cardápios contemplam pelo menos uma preparação regional no período de uma semana, enquanto na região Norte esse percentual cai para 38%. A região Norte apresentou menor relação entre o número de cardápios elaborados por nutricionista e número de preparações regionais, enquanto que a região Sul apresentou maior relação.
É necessário que os responsáveis pelo Programa incentivem e contemplem as preparações típicas ao hábito alimentar de cada região no cardápio da alimentação escolar e reforcem os meios de fiscalização desta prática.
Chaves, Maria das Graças Afonso Miranda. Marques, Maria Helena. Dalpra, Jorge Olivio. Rodrigues, Paula Afonso. Carvalho, Matheus Furtado de. Carvalho, Rodrigo Furtado de
2008 HU Revista (UFJF)
Estudo da relação entre a alimentação escolar e a obesidade
alimentação escolarobesidadeantropometriaestudantes
IMPRES
Juiz de Fora
MG L
Avaliação antropométrica (peso, estatura) e questionário
Quantitativo/ transversal
480 escolares - 4 a18 - -
Analisar a distribuição da obesidade e sobrepeso em escolares e sua associação com variáveis ambientais.
Essa pesquisa possibilitou melhor caracterização da população em estudo, podendo instituir a priorização e racionalização de uso de tempo e recursos financeiros públicos, comprovando-se a necessidade de investir na educação alimentar e em estratégias de prevenção de saúde dos escolares, para que bons hábitos virem rotina.
Faz-se necessário o desenvolvimento de medidas de prevenção e controle do excesso de peso neste grupo etário através da instituição escolar, com orientação e elaboração de uma dieta equilibrada, mas também através dos país ou responsáveis pelas crianças, por influenciarem diretamente nos hábitos de vida.
Coelho, Ana Iris Mendes et al 1999 Rev. Nutr.
Programa 5S's adaptado ao gerenciamento da alimentação escolar no contexto da descentralização
programa 5S's; alimentação escolar; gerenciamento de programa
IMPRES Viçosa M
G L
Checklist, Programa 5S's, palestras, treinamento dos manipuladores e cartazes
Qualitativa/ pesquisa ação
12 manipuladores e aprox. 1950 escolares
3 escolas estaduais -
2 a 11m
1995 a 1997
Relatar a experiência da utilização do programa 5S's para auxiliar no gerenciamento da alimentação escolar.
O programa 5S's adaptado foi uma ferramenta eficaz no processo de gerenciamento da alimentação escolar e pode ser aplicada em outras escolas, respeitando suas particularidades.
Buscar métodos eficientes para garantir o êxito na área do gerenciamento do programa de alimentação escolar descentralizado.
COSTA, E. Q. 2001
Caderno de Currículo e Ensino, NUTES/UFRJ
A Dimensão Educativa do Trabalho das Merendeiras
Merendeiras; formação profissional, treinamento, educação.
IMPRES T
revisão bibliográfica
Teórico
Contemplar o conjunto de espaços educativos que se apresentam o cotidiano da merendeira e reconher a influência que as políticas sociais e econômicas exercem na produção diária da existência, contribuindo para relativizar o papel dos cursos de treinamento na formação desse profissional.
COSTA, E. Q. ; LIMA, E. S. ; RIBEIRO, V. M. B 2002
História, Ciências, Saúde - Manguinhos
O treinamento de merendeiras: análise do material instrucional do Instituto Annes Dias - Rio de Janeiro (1956-94)
Treinamento de merendeiras, educação e trabalho, história da nutrição, política de merenda escolar.
PDF Rio de Janeiro
RJ L
Boletins instrucionais do Instituto de Nutrição Annes Dias
Revisão documental
- - - - -
Analisar a concepção educacional do treinamento de merendeiras nos anos de 1956 a 1994, a partir de 17 boletins instrucionais produzidos pelo Instituto de Nutrição Annes Dias, no município do Rio de Janeiro.
Ficou evidenciado que o treinamento teve como foco a dimensão técnica do trabalho das merendeiras e a recorrência dos temas de higiene e organização do serviço. A discussão sobre a formação das merendeiras passa pela definição de que trabalhadora se quer formar, o que antecede a preocupação com as competências (saberes e habilidades) que devem desenvolver.
Isso significa entender que o papel das merendeiras no coletivo escolar deve ser redimensionado de modo a possibilitar a sua integração à equipe educativa nas atividades promotoras de saúde, o que implica rever os conteúdos dos cursos de treinamento a que freqüentemente elas são submetidas.
Costa, Ester de Queirós. Ribeiro, Victoria Maria Brant.Ribeiro, Eliana Claudia de Otero
2001 Rev. Nutr.
Programa de alimentação escolar: espaço de aprendizagem e produção de conhecimento
alimentação escolar; educação em nutrição; aprendizagem em serviço.
emires T
Referências bibliográficas
Teórico PNAE
Apontar as possibilidades que podem ser utilizadas pelo nutricionista responsável pelo PNAE para desenvolver atividades educativas em nutrição visando a promoção da saúde da comunidade escolar.
Considerar todas as atividades escolares como educativas favoreceria a integração de todos os funcionários, escolares e familiares que atuam nesse ambiente, incluindo merendeiras e nutricionistas. Promover oportunidades para discutir as condições de saúde no local de trabalho contribuiria para a produção de conhecimentos e para o desenvolvimento de práticas educativas contínuas.
Utilizar o PNAE como espaço para desenvolver atividades de promoção da saúde, produção de conhecimento e de aprendizagem na escola; desenvolver o potencial do nutricionista como educador em nutrição.
COSTA, J. N. ; TABAI, K. C. . 2007 Oikos (Viçosa
Condições higiênico-sanitárias:avaliação das unidades de produção de alimentos de escolas da rede municipal de ensino fundamental de Urandi - Bahia.
Alimentação Escolar; condições higienico-sanitárias; boas práticas de fabricação
IMPRES Urandi B
A LLista de verificação de BPF
Estudo exploratório, descritivo observacional
13 manipuladores
7 municipais4 meses
2005 a 2006
Verificar as condições higiênico-sanitárias das 7 escolas através do levantamento dessas condições no serviço de alimentação das cozinhas escolares
As condições higienico-sanitárias das escolas analisadas foram consideradas insatisfatórias.
Necessidade de implantação e intensificação de medidas de controle, de forma a atender ás etapas que envolvem todo o processamento do alimentos.
CUNHA, Elisângela da ; SOUZA, A. A. ; N.M.V, M. 2010 Ciência &
Saúde Coletiva,
A ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA E AS AÇÕES EDUCATIVAS NA ESCOLA: DIAGNÓSTICO PARA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE E NUTRIÇÃO
Alimentação escolar, Educação em saúde e nutrição, Ações educativas, Alimentação orgânica, Pesquisa qualitativa, Grupos focais
PDF Florianópolis
SC L
Entrevista semi-estruturada/ grupo focal e revisão documental
Qualitativo
Gerente da Alimentação Escolar, nutricionista, diretora, professores (7) e alunos (20)
1 estadual 1ªa 7ª série
5 meses
2006
Contribuir com elementos para avaliação do Projeto Sabor Saber e ainda incorporar uma discussão sobre saúde, alimentação escolar e alimentação orgânica, avaliando o engajamento de participantes da escola.
Concluiu-se que a utilização do alimento orgânico ainda não integra o projeto pedagógico desta escola; no entanto, os professores refletiram sobre a necessidade do desenvolvimento de ações de educação em saúde, alimentação orgânica e nutrição com a comunidade escolar.
Relevância da implementação de ações de educação em saúde em nutrição, aproveitando-se o contexto de utilização do alimento orgânico na escola.
Danelon Maria Angélica Schievano, Danelon Mariana Schievano , Silva Marina Vieira da
2008Segurança alimentar e nutricional
Alcance das metas nutricionais do programa “Escola de Tempo Integral”
cardápios, composição nutricional, período integral, Programa Nacional de Alimentação Escolar
IMPRES
Piracicaba
SP L
Roteiros de observação, pesagem direta dos alimentos
Quantitativo/ transversal
3 escolas de tempo integral -
6 meses
2006
Avaliar a composição nutricional das refeições que integram os cardápios oferecidos em duas das três escolas integrantes do programa "Escola de Tempo Integral" em Piracicaba (SP).
São necessários ajustes dos cardápios, elegendo, entre as prioridades, o alcance da meta do programa, com vistas ao pleno atendimento das demandas de energia e nutrientes dos alunos, durante a jornada ampliada de permanência na unidade de ensino.
Diferenciar as porções da alimentação oferecida aos escolares, tendo por base as necessidades nutricionais, que são reconhecidamente distintas para crianças e adolescentes.
Danelon Maria Angélica Schievano, Danelon Mariana Schievano, Silva Marina Vieira da
2006Segurança alimentar e nutricional
Serviços de alimentação destinados ao público escolar: análise da convivência do Programa de Alimentação Escolar e das cantinas
cantinas escolares, educação nutricional, Programa Nacional de Alimentação Escolar
IMPRES T
Referências bibliográficas
Revisão bibliográfica
Documentos, livros, artigos, teses e dissertações
Descrever alguns aspectos dos serviços de alimentação no âmbito escolar, a saber, o PNAE e as cantinas escolares, e analisar a coexistência desses serviços e sua influência no comportamento alimentar dos alunos.
O PNAE necessita de constantes reavaliações a fim de atender as preferências dos escolares e elevar a adesão ao programa. As cantinas escolares interferem na adesão dos alunos e podem representar uma forte limitação à educação nutricional, por comercializarem alimentos com alta densidade energética.
Reavaliar constantemente certos aspectos do PNAE, como exemplo: preparação dos cardápios, horários e estrutura de distribuição das refeições; aos gestores cabe a elaboração de portarias que regulamentem o funcionamento de cantinas; desenvolver programas de educação nutricional que envolvam alunos e familiares para a consolidação de hábitos alimentares saudáveis.
DANELON, M. S. ; SILVA, M. V. 2008
Segurança Alimentar e Nutricional,
Preferências alimentares no ambiente escolar.
cantinas escolares, alimentação escolar, preferências alimentares, Programa Nacional de Alimentação Escolar
PDF Campinas
SP L
Entrevistas estruturadas sobre consumo alimentar e avaliação antropométrica (peso/altura)
Quanti-qualitativo
324 escolares 6 públicas 6 a14
3 meses
2004
Identificar as preferências alimentares de crianças e adolescentes no ambiente escolar, analisando a influência do convívio do PNAE e das cantinas sobre o comportamento alimentar dos estudantes.
A adesão à cantina foi mais freqüente entre as meninas e entre os alunos com maiores rendimentos. Quanto à convivência dos serviços escolares, observou-se tanto uma relação de complementaridade quanto de substituição da merenda escolar em relação aos alimentos comercializados na cantina.
Evidenciou-se a necessidade de orientação, para que os alunos optem de forma consciente pelos alimentos disponíveis nas escolas. A regulamentação do comércio de alimentos pelas cantinas para que ofereçam opções mais saudáveis para o lanche escolar.
Davanço GM, Taddei JAC, Gaglianone CP, Colugnati FAB
2004Rev Paul Ped. 2004; 22(2):95-101
Hábitos alimentares de escolares (1as e 2 as séries) durante a merenda escolar em escolas públicas de São Paulo, SP
Hábitos alimentares, alimentação escolar, criança, educação nutricional
PDF Vila Mariana
SP L
Questionário, avaliação antropométrica e observação direta da alimentação dos alunos
Regressão logística
630 escolares
8 ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS
7 a 10 2000
Estudar o hábito alimentar de crianças e seus determinantes durante a merenda escolar, visando conhecer e intervir na formação de hábitos alimentares.
Menos de um quarto de escolares apresentaram hábitos alimentares saudáveis no horário da merenda escolar, mesmo quando utilizados critérios pouco rigorosos.
É necessário promover hábitos alimentares saudáveis como os programas de educação nutricional.
Domene, Semíramis Martins Álvares, Pereira, Thalita Cremonesi and Arrivillaga, Rye Katsurayama de
2008 Rev. Nutr.
Estimativa da disponibilidade de zinco em refeições com preparações padronizadas da alimentação escolar do município de Campinas.
Ácido fítico; Alimentação escolar; Criança; Zinco.
IMPRES
Campinas
SP L
Cálculo dietético das preparações
Quantitativo/transversal
11 preparações
- 7a14 - -
Avaliar razões molares fitato:Zn e fitatoxCa:Zn/MJ de preparações para escolares entre 7 e 14 anos
A aplicação das razões molares para avaliação dos cardápios na alimentação escolar indica que a disponibilidade do zinco pode estar comprometida, o que pode ser revertido com o aumento da frequência de alimentos fonte, como as carnes.
Sugere- se que as refeições a serem empregadas no Programa de Alimentaçâo Escolar sejam anteriormente submetidas a comparações com as novas recomendações nutricionais, para que o objetivo do PNAE seja efetivado.
Domene, Semíramis Martins Álvares. 2008 Psicol. USP
A escola como ambiente de promoção da saúde e educação nutricional
Comportamento alimentar, Pobreza, Desnutrição, Alimentação escolar.
PDF T
Referências bibliográficas
Literário
Abordar e discutir os seguintes temas: 1. o nutricionista e sua atuação como técnico na área de alimentação escolar; e2. o educador, que tem a oferecer contribuição relevante para a consecução dos objetivos de uma política de alimentação escolar consistente
A escola, por princípio, é o ambiente ideal para a promoção da educação. Contudo, a análise do cenário atual mostra que promover “educação alimentar e nutricional” exige a compreensão de limites como o ní- nível de envolvimento dos alunos, a qualificação do professor, a qualificação do nutricionista e a qualidade da refeição servida na escola.
No que se refere a medidas que fomentem a escola como ambiente de promoção da saúde e de educação alimentar e nutricional, propõe-se:1. A revisão de cardápios;2. O aperfeiçoamento da aplicação da política nacional de alimenta alimentação escolar nos municípios, papel dos nutricionistas e gestores locais;3. Medidas de estímulo ao professor para sua atuação como mediador da educação alimentar; eventualmente, o emprego das Horas de Trabalho Pedagógico
Draibe SM. 1998 Cadernos de Pesquisa, 36
Descentralização das políticas sociais: o que ensinam as experiências recentes da merenda escolar, do dinheiro na escola e da TV Escola.
PDF T
Pesquisa Descentralização de Programas do MEC
Literário
Examinar, em que medida, o aumento da equidade, reconfiguração federativa e melhorados padrões de eficácia tem sido adequadamente atendida pelo processo de descentralização
As escolas ganharam autonomia e as prefeituras também, geração ao PME Os estudos de campo mostraram carências importantes de medidas de capacitação adequada às funções descentralizadas. O movimento de descentralização, apoiado na municipalização e autonomização das escolas vem produzindo esvaziamento das funções estaduais no sistema educacional.
Façanha SHF, Ferreira NDL, Monte ALS, Pontes AR
2002 Hig Aliment; 16 (100): 54-8
Avaliação da garantia da qualidade higiênico-sanitária do Programa de Alimentação Escolar da cidade de Sobral - CE
Alimentação EscolarISO 9000
PDF Sobral CE L
Treinamento, análise microbiológica da merenda e inspeções sanitárias.
Quantitativo
10 escolas escolas públicas
JULHO A DEZ
2001
Realizar a capacitação em Boas Práticas de Manipulação (BPM) para as merendeiras do Município de Sobral - CE, depois foram coletadas amostras da merenda em 10 das 18 escolas públicas da Cidade de Sobral, para a realização das análises microbiológicas e por último foram realizadas as inspeções sanitárias por inspetores da Vigilância Sanitária do Município. Constatou-se que existem escolas na Cidade de Sobral que servem merenda imprópria para o
Constatou-se que existem escolas na Cidade de Sobral que servem merenda imprópria para o consumo humano, porém existem escolas na mesma cidade que servem a merenda com um padrão de qualidade higiênico-sanitária aceitável
Sugere-se que hajam esforços para que seja exigido que todas as escolas sirvam a merenda dentro de um padrão desejável, para que a mesma não comprometa a saúde das crianças beneficiadas pelo programa
FLAVIO, E. F. ; BARCELOS, M. F. P. 2004
tecnológica, Santa Cruz do sul
Composição química e aceitabilidade dos cardápios oferecidos na merenda escolar de uma escola pública de Lavras - MG
Composição química, merenda escolar, aceitabilidade.
IMPRES Lavras M
G L
59 Amostras da merenda escolar/ questionários
Analítico 598 alunos 1 escola estadual
agosto a dezembro
2001
Avaliar a composição química e aceitabilidade da merenda escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental de uma escola estadual de Lavras e verificar se as mesmas atendiam as metas de recomendações nutricionais propostas pelo PNAE.
No presente estudo as metas do PNAE, quanto ao suprimento parcial das necessidades nutricionais, não foram totalmente atingidas em relação as adequações protéica,calórica e para a maioria dos minerais, ficando abaixo da média proposta. Quanto a análise sensorial todas as preparações alimentícias oferecidas na merenda escolar apresentaram valores determinados pelo PNAE
Flávio, Eliete Fernandes et al 2008 Ciênc. agrotec.
Avaliação da alimentação escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental das escolas municipais de Lavras, MG
Composição química; necessidades nutricionais; PNAE; criança; adolescente.
IMPRES Lavras M
G L
Análise de composição química
Quantitativo/ transversal
16 escolas municipais de ensino fundamental
2004
Avaliar se a alimentação escolar atende aos 15% das necessidades nutricionais dos alunos
Das 17 escolas todas atenderam as necessidades de proteína e ferro, 15 não atenderam as de energia e cálcio, 14 não atenderam as de zinco e apenas 3 atenderam a de magnésio. Conclui-se que a meta de fornecer 15% das NN na alimentação escolar não foi totalmente atingida, pois a maioria das adequações ficou fora da faixa recomendada pelo PNAE.
Flávio, Eliete Fernandes, Barcelos, Maria de Fátima Píccolo, Lima, Andrelisa Lina de
2004 Ciênc. agrotec.,
Avaliação Química E Aceitação Da Merenda Escolar De Uma Escola Estadual De Lavras–Mg
Avaliação química, merenda escolar, aceitação
PDF Lavras MG L
Pesagem e análise química dos alimentos; questionário de preferências e adesão
Quanti-qualitativo/ transversal
598 escolares
1 Escola estadual
5 meses
2001
Analisar numa escola estadual de Lavras (MG) a composição química e realizar a pesquisa de aceitação sobre a merenda escolar, verificando se as mesmas atendiam às metas de recomendações nutricionais propostas pelo PNAE.
As merendas não atenderam totalmente as metas propostas pelo PNAE quando ao conteúdo protéico, valor calórico e teor de alguns minerais; a aceitação da merenda mostrou-se satisfatória no aspecto sensorial e os cardápios que tinham como ingrediente básico o arroz apresentaram melhores índices de aceitação.
É necessário um acompanhamento efetivo deprofissionais da área de alimentação e nutrição a cada semestre letivo nas escolas conveniadas com o PNAE, objetivando realizar as adequações pertinentes quanto ao planejamento de cardápios, buscando, assim, a adequação deles no tocante às necessidades nutricionais do público-alvo da merenda escolar.
Fortuna JL. 2002 Hig Aliment.
Aspectos higiênico-sanitário no preparo de carne bovina servida em refeições escolares de instituições escolares municipais e estaduais, no Estado do Rio de Janeiro.
Carne bovina. Bacteriologia; higiene; merenda escolar
IMPRES
Tanguá, Itaboraí São Gonçalo
RJ L
Análise microbiológica de carnes, mãos dos manipuladores, utensílios e água.
Quantitativo
110 amostras. 22 cada (carne crua, cozida, mãos, faca e água)
4 escolas. 2 municipais, 2 estaduais
Avaliar as condições higiêncio-sanitárias na preparação de carne bovina servida em refeições escolares em instituições municipais e estaduais através de análises microbiológicas.
As condições higiênico-sanitárias da preparação de carne na merenda escolar é satisfatória, assim como dos utensílios da cozinha, dos manipuladores e da água de abastecimento.
Faz-se necessário fornecer subsídios para que todos os profissionais da área de produção e manipulação de alimentos em cozinhas industriais sejam informados dos principais fatores de risco de contaminação dos alimentos e reconheçam a importância da higiene na preparação desses alimentos.
Gabriel CG, Santos MV, Vasconcelos FA.
2008;8:299-308.
Rev Bras Saude Matern Infant
Avaliação de um programa para promoção de hábitos alimentares saudáveis em escolares de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
Alimentação escolar, Sobrepeso, Obesidade, Intervenção nutricional, Hábitos alimentares
PDF Florianópolis
SC L
Questionário de consumo alimentar e av. antrop
Estudo de intervenção não controlado
162 escolares
Uma escola pública e uma da rede privada
fev a julho
2004
Relatar os resultados de um programa de intervenção nutricional visando à promoção de hábitos alimentares saudáveis em escolares do ensino fundamental.
Verificou-se aumento da freqüência de algumas atitudes e práticas alimentares mais saudáveis. O tempo entre a conclusão do programa e a realização do segundo exame antropométrico pode não ter sido suficiente para provocar mudanças no índice de massa corporal. Essa experiência pode ser aplicada em outras instituições e, para sua maior efetividade, deve contar com a participação da comunidade escolar (especialmente pais e professores).
Gabriel, Cristine Garcia et al. 2010 Rev. Nutr.
Cantinas escolares de Florianópolis: existência e produtos comercializados após a instituição da Lei de Regulamentação.
Cantina escolar. Lei das cantinas. Alimentação escolar
PDF Florianópolis
SC L
Questionário estruturado
Estudo de corte transversal
117 escolas
junho a julho
2006
Realizar um diagnóstico da existência das cantinas em Florianópolis, verificando os alimentos e bebidas comercializados, após a instituição da Lei Estadual de Regulamentação das Cantinas.
Itens proibidos pela Lei foram fortemente reduzidos ou retirados de comercialização, porém alimentos considerados inadequados continuam sendo comercializados em muitas escolas. A fiscalização desses estabelecimentos é necessária, juntamente com ações educativas destinadas aos proprietários das cantinas, escolares, pais e professores.
ressalta-se que a fiscalização das cantinas escolares é necessária, juntamente com as ações educativas e estratégias direcionadas aos responsáveis pelas cantinas, visando qualificar o fornecimento de alimentos e, consequentemente, os hábitos alimentares.
Considera-se oportuno enfatizar que proprietários de cantinas escolares precisam ser capacitados e preparados para trabalhar com alimentação escolar, de modo que essas ações possibilitem
Gabriel, Cristine Garcia et al. 2009
Arch. Latinoamericano. Nutr.
First Law regulating school canteens in Brazil: evaluation after seven years of implementation
cantina da escola, estratégias, hábitos alimentares
Blumenau, Chapecó, Criciúma, Jaguará do Sul, Joaçaba, Joinville, Florianópolis e Lages
SC L
Questionário estruturado
Estudo transversal
266 ESCOLAS PÚBLICAS E 79 PRIVADAS
JULHO A ABRIL
2007 2008
Analisar a existência e o funcionamento de cantinas escolares em oito municípios-chave, no estado de SC, e para determinar se os alimentos e bebidas vendidos pela estabelecimentos conformes à legislação pertinente contida na Lei n º 12.061/2001 (8).
A maioria das cantinas não vendem lanches fritos, refrigerantes, pipocas industrializados, balas, pirulitos e gomas de mascar e salgadinhos industrializados embalados. O itens que foram menos propensos a cumprir com a lei foram os sucos.
A inspeção desses estabelecimentos é necessário, juntamente com ações educativas visando a proprietários das cantinas, bem como as próprias escolas. Treinamento para o proprietários de cantina pode constituir uma estratégia que garanta a viabilidade econômica desses estabelecimentos e a possibilidade de eles serem transformando em lugares de promoção da saúde.
GALEAZZI, M. A. M. ; CHAIM, N. A 1995 Em Aberto,
CAMPINAS,
Diagnóstico do Sistema de Alimentação do Escolar Em Campinas
PDF Campinas
SP L
Revisão documental
Teórico/ Revisão documental
160 MIL ALUNOS MATRICULADOS NA rede pública de ensino.
44 ESCOLAS MUNICIPAIS E 160 ESTADUAIS.
-
2° SEMESTRE
1995
"Realizar o diagnóstico do sistema de alimentação do escolar em Campinas" (criado)
Verificamos que a utilização de produtos excedentes da Ceasa complementaria quase todos os requisitos exigidos em nutrientes e energia (com exceção do cálcio). Notamos que é viável a introdução destes produtos no cardápio desde que ocorra um planejamento para a implementação do Sistema de Alimentação Escolar em Campinas.
-
GALEAZZI, M. A. M. ; VIANNA, R. T. P. ; ZABOTTO, Claudia B
1995 EM ABERTO, CAMPINAS
Aplicação das Recomendações da Fundação de Assistência Ao Estudante Na Gestão do Programa de Alimentação Escolar - O Caso de Campinas
PDF Campinas
SP L
Revisão documental
Teórico/ Revisão documental
-
5 ESCOLAS MUNICIPAIS E 32 ESTADUAIS
- - 1994
Discutir como viabilizar as ações recomendadas pela Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) que devem permear o gerenciamento local do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) após sua descentralização, visando à elevação dos níveis de alimentação e nutrição para melhoria do rendimento escolar.
As recomendações sugeridas pela Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) vêm imbuídas de um forte caráter gerencial, que caso sejam levadas a frente, o município tem grande chance de alcançar a eficácia.
A atuação conjunta do Conselho Municipal de Alimentação Escolar e dos Núcleos de Controle de Qualidade tem papel fundamental na otimização dos recursos com garantia de qualidade na refeição dos escolares. A importância da incorporação dos pequenos produtores e comerciantes ao programa e a necessidade do esforço de várias instâncias do poder público municipal para criar mecanismos que viabilizem sua participação nas licitações públicas.
Giordani, Rubia at al 2010 Espaço Amerindio
Políticas públicas em contextos escolares indígenas: repensando a alimentação escolar
Guarani; pesquisa qualitativa em nutrição; escola indígena; antropologia nutricional.
PDFIlha da Cotinha
PR L
Observação sistemática, entrevistas não-estruturadas e avaliação do consumo
Qualitativa/ Etnográfico
19 alunos e uma professora
Escola Indígena de Ensino Fundamental Incompleto Bilíngüe
Objetivo de desenvolver e aplicar instrumentos metodológicos adequados para um melhor conhecimento das circunstâncias nas quais o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é executado em contextos de populações indígenas.
Apesar da alimentação escolar diferir da alimentação consumida em casa e apresentar antagonismos em relação aos aspectos cosmológicos do grupo, de forma geral há boa aceitação das crianças naalimentação servida na escola. Existem ainda algumas semelhanças nos produtos habitualmente consumidos em ambos os lugares dado que e alimentação mbya, atualmente depende de produtos não produzidos na aldeia. Por fim, cabe destacar o esforço da comunidade e da
o desenvolvimento de estudos queproduzam um conhecimento sobre a realidade sócio-cultural e as circunstâncias históricas em que se insere a ação pública, com o objetivo de subsidiar e informar esta última; e, a participação da comunidade indígena na concepção e desenvolvimento dessa política, promovendo processos de discussão e negociação entre a comunidade e os poderes públicos.
GODOY, Leandro Cesar de et al. 2010
Ciênc. Tecnol. Aliment. [online]
Análise sensorial de caldos e canjas elaborados com farinha de carcaças de peixe defumadas: aplicação na merenda escolar.
resíduo de pescado; sustentabilidade; combate à fome; nutrição humana.
PDF Maringá
PR L Análise
sensorial
Analítico: sensorial e estatístico
40 provadores
O trabalho avaliou a aceitação de caldos e canjas elaborados com farinhas aromatizadas desenvolvidas a partir de carcaças de peixes defumadas.
Os caldos e as canjas elaborados a partir das farinhas aromatizadas foram bem aceitos pelos consumidores. Independente da espécie utilizada, a farinha aromatizada pode ser empregada no enriquecimento de produtos para o consumo humano. Esses produtos podem ser aplicados na merenda escolar, contribuindo na nutrição das crianças. Além disso, tal uso daria um destino nobre aos resíduos que podem causar sérios impactos se descartados no meio ambiente.
Goés, JAW; Fortunato, DMN; Veloso, IS; Santos, JM
2001 Higiene Alimentar
Capacitação dos manipuladores de alimentos e qualidade da alimentação servida
Manipulação de Alimentos/recursos humanosHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos
PDF Trevisão bibliográfica
Faz uma reflexäo sobre a segurança alimentar e a qualidade dos alimentos, dando ênfase à importância da capacitaçäo e educaçäo em serviço dos manipuladores de alimentos, para a qualidade da alimentaçäo servida.(AU)
Goldschmitdt, Patricia; Granada, Graziele 2010 Alim. Nutr.
Biodisponibilidade de ferro na merenda escolar
Biodisponibilidade; ferro; merenda escolar
PDF Rio Pardo
RS L
Análise da composição
pesquisa transversal observacionale descritiva de natureza qualiquantitativa
Instituto de Educação Estadual
7 A 14 set 2008
Estimar a biodisponibilidade do ferroingerido durante o período escolar, no Instituto Estadual de Educação Ernesto Alves, da cidade de Rio Pardo-RS, seguindo a determinação doPrograma Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)
Os resultados deste estudo mostram, em 59% dos dias, valores insuficientes cientes de ferro total biodisponível,ingeridos durante o período escolar, devido asquantidades baixas de vitamina C (91% dos dias), e elevadas de Cálcio (32% dos dias).
HERNÁNDEZ, Alexandre Builsing ; SLAVUTZKY, S. M. B. ; PADILHA, Dalva Maria Pereira
2008
Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre
Avaliação do consumo da merenda escolar em escolas municipais de Porto Alegre
Alimentação escolar, Promoção da saúde, Prevenção de doenças, Nutrição de grupos de risco
PDF Porto Alegre
SC L Recordató
rio 24h
Quantitativo/ transversal
1398 escolares
4 escolas municipais - - 2004
Descrever os componentes da dieta dos alunos do Segundo e Terceiro Ciclos de quatro Escolas Municipais de Porto Alegre, verificar se a merenda escolar fornecida pela instituição é consumida pelos estudantes e, também, verificar se a existência de cantina nas escolas modifica o consumo desta merenda.
Os dados da pesquisa evidenciaram a importância do problema, visto que a baixa procura pela alimentação oferecida pela escola aliada ao consumo exagerado de produtos açucarados e nutricionalmente pobres, além de representar o desperdício de recursos públicos, constitui um risco para a saúde dos alunos.
-
Lázaro, Cristiane Pinheiro, Valença, Ana Maria Gondim and Chiappini, Claudete Corrêa de Jesus
1999 Rev. Nutr.
Estudo preliminar do potencial cariogênico de preparações doces da merenda escolar através do pH da saliva
alimentação escolar; cariogênicos; saliva; concentração de íons de hidrogênio.
IMPRES Niterói R
J L
Questionário de frequência alimentar/pH da saliva
Quantitativo
52 crianças eutróficas
7 a 10 anos
2 meses
1997
Determinar a curva de pH da saliva após o consumo de preparações doces, relacionar as variáveis teor de glicídeos e pH, discutir o uso de preparações doces na merenda.
Nenhuma das curvas de pH atingiu valores críticos para o surgimento de cáries, após a ingestão das preparações. Preparações doces pastosas possuem maior potencial cario gênico do que as líquidas e gelatinosas.
Eliminar do cardápio mensal preparações doces com alta adesividade (pastosas) contribuindo para a prevenção de cáries.
LEAL, V. S. et al.
2008 v. 7, n. 1, p. 50-57, jan./fev.
Rev. Nutr. Brasil, Rio de Janeiro
Das modificações temporais das políticas de alimentação e nutrição no Brasil à perpetuação do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
políticas públicas, segurança alimentar e nutricional, alimentação escolar.
RESUM T
Dados bibliográficos
Teórico
Propõe-se a perpassar algumas das políticas eprogramas sociais no Brasil, em particular aqueles que proporcionaram ou ainda proporcionam benefícios à população, atravésdas oportunidades de acesso à alimentação e educação, tornando possível a melhoria de vida dos excluídos.
Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil devidoàs condições desfavoráveis nos indicadores sociais da população, com uma profunda desigualdade social, as pesquisas apontam para um maior índice de insegurança alimentar (PNAD-2004).
O Programa Nacional de Alimentação Escolar(PNAE) deve ser visto como um direito dos escolares, sendo importante atender na sua plenitude às normas estabelecidas pelo mesmo, respeitando os hábitos alimentares, estimulando a produção de alimentos locais que fazem parte, na maioria das vezes, da cultura alimentar dos benefi beneficiários, garantir uma produção de alimentos dentro dos padrões de higiene, armazenamento e distribuição adequados e a interação da escola
MAESTRO, V. ; SILVA, M. V 2004
Cadernos de Debate (UNICAMP), Campinas
A participação dos alimentos industrializados na dieta de alunos de escolas públicas brasileiras
Alimentação escolar, alimento industrializado, consumo alimentar, preferência alimentar
PDF Piedade
SP L
Recordatório 24h/questionário socioeconomico
Quantitativo
508 escolares 25 estaduais 6 a 18 - -
Conhecer a participação relativa dos alimentos industrializados na dieta, o (s) local (is) de consumo e o responsável pela preparação, assim como a proporção da renda familiar gasta em alimentação.
É de fundamental importância que os pais participem das escolhas alimentares de seus filhos, permanecendo atentos ao consumo indiscriminado de alimentos industrializados que além de oferecer risco para a obesidade, podem colaborar para o comprometimento do valor nutritivo da dieta se foram acompanhados pela redução do consumo de alimentos in natura, como hortaliças e frutas.
A reorientação dos gastos com alimentação pode ser uma das ações educativas para a mudança de hábitos alimentares dos escolares e suas famílias, com vistas à melhoria tanto do aspecto qualitativo como quantitativo da dieta.
MAFRA, L. A. S 2002 Cpda Textos
Relações de poder no processo de descentralização do Programa de Alimentação Escolar
Descentralização de programas sociais. Programa de Alimentação Escolar, Ações alternativas
IMPRES
Zona da Mata
MG L
Dados bibliográficos
teórico
Busca refletir sobre a natureza do poder existente na correlação de forças e interesses entre uma organização de agricultores familiares e a administração municipal diante do processo de descentralização do PAE num município da Zona da Mata mineira.
Para os agricultores familiares há uma série de obstáculos para conseguir fornecer seus produtos à alimentação escolar, como a relação local de poder, diferenciação nos conhecimentos do funcionamento do programa ou também, pela própria dificuldade dos agricultores em lidar com a burocracia.
É importante dissiminar informações e capacitar agentes locais na gestão da alimentação escolar
Magalhães, Angélica Margarete. Chaves, Roselene de Queiroz. Silva, Tânia Nunes da
2009Revista de Economia a Agronegócio
Viabilidade Da Introdução Do Mel NaMerenda Escolar: Oportunidade EDesafio Para O Agronegócio Apícola
Apicultura, alimentação escolar, teste de aceitabilidade, SistemaAgroalimentar Local (SIAL).
IMPRES
Sentinela do Sul
RS L
Análise de valor nutricional/ teste de aceitabilidade
Quantitativo 91 alunos 9 municipais
Avaliar a viabilidade da introdução do mel na merenda escolar
A aceitação do mel é menor do que da geléia e maior do que a do melado. O custo da preparação com mel é 18% maior do q o recurso repassado pelo FNDE.
É necessário estimular o aumento do consumo a médio prazo, criando uma cultura de consumo nas refeições diárias das famílias. Dessa maneira, o incremento da aceitabilidade pelas crianças do ensino fundamental será uma consequência.
Marchioni DM e Zacarelli EM
1998 ??
Revista higiene alimentar, 12, 13-18
Avaliação da temperatura em refeições transportadas de um programa de alimentação escolar
Alimentação EscolarManipulação de Alimentos/métodos
Um município da Grande São Paulo
SP L
Avaliação da temperatura dos alimentos
Quantitativo/ qualitativo
41 ESCOLAS 4 a 7
Avaliar a temperatura dos alimentos e preparaçöes de um Programa com estas características em um município da Grande Säo Paulo, atendendo crianças na faixa etária de 4 a 7 anos.
No recebimento da merenda transportada, os alimentos tiveram temperatura inadequada em 40 por cento dos casos, numa proporçäo de 28 por cento para alimentos quentes e 100 por cento nos alimentos frios. Durante a distribuiçäo, a temperatura das preparaçöes quentes manteve-se inadequada em 34 por cento dos casos e em 100 por cento nas preparaçöes frias. Recomenda-se o treinamento das merendeiras para melhor uso do balcäo térmico e a aplicaçäo do método HACCP nas fases de
Martins R de CB, Medeiros MAT de, Ragonha GM, Olbi JH, Segatti MEP, Osele MR.
2004 Saúde em Revista
Aceitabilidade da alimentação escolar no ensino público fundamental.
Merenda escolar, suplementação alimentar, políticas de nutrição e alimentação, serviços de alimentação - segurança alimentar.
PDF Piracicaba
SP L
Indicadores de aceitação e rejeição (resto/ingestão)/ % de adesão
Quantitativo/transversal
480 escolares do Ensino Fundamental
12 públicas fev 2002 Avaliar a aceitabilidade da alimentação escolar.
A adesão é baixa, sob a alegação de não gostar da merenda. A aceitabilidade de algumas preparações é alta, mas em média é regular.
Para aumentar a aceitação e a segurança alimentar dos escolares é necessário incorporar ao ensino atividades educativas relacionadas à nutrição e saúde, prover infra-estrutura que garanta condições adequadas para a produção e distribuição das refeições e aumentar a variação dos cardápios.
Mascarenhas, Jean Márcia Oliveira. Santos, Juliana Cantalino dos
2006
Sitientibus. Revista da Universidade Estadual de Feira de Santana
Avaliação Da Composição Nutricional DosCardápios E Custos Da Alimentação EscolarDa Rede Municipal De Conceição Do Jacuípe/Ba
Alimentação escolar; Composição nutricional; Avaliaçãodos custos.
IMPRES
Conceição de Jacuípe
BA L
Avaliação do teor de proteínas e calorias por tabela de composição de alimentos, CUSTO
Quantitativo
2064 estudantes
23 escolas municipais
4 a 10 anos
6 meses
2002
Analisar o valor nutricional (calorias e proteínas) e o custo da alimentação escolar.
Os cardápios elaborados não atendem as recomendações nutricionais do PNAE. Os recursos repassados às escolas eram menores do que o necessário para atender a estas necessidades.
Torna-se necessário aumentar os recursos para a melhoria da condição nutricional de crianças e de adolescentes, para atingir o objetivo do governo brasileiro em erradicar a fome.
Monlevade JAC. 1995. p.124-8.
Em aberto
Técnico em alimentação escolar: um novo profissional para a educação básica.
IMPRES T
Dados bibliográficos
Teórico
Este texto pretende dar alguma atenção e levantar algumas questões sobre o tema da alimentação escolar e da trabalhadorasemidoméstica, desprofissionalizada que modernamente tem assumido o papel de "encher a barriga" de trinta milhões de criançase adolescentes e, por conseqüência, viabilizar o processo de aprendizagem que seria o objetivo central da escola.
Os caminhos podem ser distintos, mas o propósito comum é dar nova qualidade ao trabalho destes educadores, valorizá-los como profissionais e contribuir para a construção de uma nova qualidadeda escola pública, universal e democrática, ameaçada na sua essência pelos modismos da terceirização dos serviços e pela pseudosimplificação e racionalização dos procedimentos administrativos. Da reflexão dos sujeitos educadores sairão pistas de verdadeiraqualificação de nossa escola pública e de seus
MOYSES, M.A.A., COLLARES, C.A.L. 1995 Em Aberto
Aprofundando a discussão das relações entre desnutrição, fracasso escolar e merenda.
PDF TRevisão de literatura
Teórico
Discutir as relações entre desnutrição, fracasso escolar e merenda a partir de alguns marcos da história da alimentação escolar.
O enfoque que tem sido dado às discussões sobre o programa de merenda apenas cria o campo necessário para que prosperem propostas como essas. Ao aceitarmos, em nossos debates, a direçãoe os limites impostos pelas falas oficiais sobre a merenda, abdicamos de nosso direito de subverter a situação posta, de definirmos, nós mesmos, nossos rumos e limites.
Muniz, Vanessa Messias and Carvalho, Alice Teles de
2007 Rev. Nutr.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar em um município do estado da Paraíba: um estudo sob o olhar dos beneficiários do Programa
Alimentação escolar; avaliação PNAE; avaliação de programas sociais; estudantes
IMPRES
João Pessoa
PB L
Questionário com perguntas abertas e fechadas
Quantitativo
240 alunos da quarta série
10 municipais 2005
Analisar a adesão e a aceitação da alimentação escolar e seus determinantes sob o ponto de vista dos beneficiários do PNAE
A inadequação ao hábito alimentar e ao sabor forma os principais motivos para não aderir e aceitar a alimentação, respectivamente.
A adequação do cardápio aos hábitos alimentares e a essencialidade do programa para reduzir a evasão escolar, devem ser mais investigados.
MURA JDP. 2007Rev. Nutr Profis, n 12, p. 28-34, mar/abr
Possibilidades e desafios da alimentação escolar na área pública
DOC TDados bibliográficos
Teórico
Entender a escola enquanto espaço físico, social e cultural, e definir a questão de segurança alimentar nutricional da alimentação escolar, dentro desse espaço.
O cardápio deverá ajustar-se à alimentação da família, conforme a disponibilidade de alimentos e preferências regionais. As famílias devem ser orientadas sobre as práticas para uma alimentação saudável. As refeições devem incluir, no mínimo, o desjejum, o almoço e o jantar. A merenda escolar deverá adequar-se aos hábitos regionais, devendo-se ser evitado r o uso e a utilização de alimentos isentos de valor nutricional.
OCHSENHOFER, K.; QUINTELLA, L. C. M.; SILVA, E. C.; NASCIMENTO, A.; P. B.; RUGA, G. M. N. A.; PHILIPPI, S. T.; SZARFARC, S. C.
2006Nutrire Ver. Soc. Bras. Aliment. Nutr.
O papel da escola na formação da escolha alimentar: merenda escolar ou cantina?
Adolescentes, merenda escolar, cantina, comportamento alimentar, televisão.
IMPRES Barueri S
P L Questionário
Quantitativo
384 alunos de 7ª e 8ª séries
1 escola pública
março/ período diurno
2004
Identificar a preferencia de adolescentes pelos alimentos comercializados pela cantina ou distribuídos pelo PNAE.
A maioria (81,5%) dos alunos compram alimentos da cantina, entre doces, salgados, salgadinhos e refrigerantes. Não consomem a merenda por não gostarem ou não terem fome ou vontade.
Torna-se relevante analisar os motivos de rejeição da merenda, já que uma alimentação inadequada nessa idade pode levar a uma diminuição do aproveitamento do aluno. Necessário a atuação de profissionais capacitados, visando incentivar o consumo da merenda, por meio de educação nutricional.
Oliveira, José Eduardo 2007 Est Avanç 21 (60)
Educação e direito à alimentação
Alimentação, Nutrição, Segurança alimentar e nutricional, Direito à alimentação, Educação alimentar e nutricional.
PDF TDados bibliográficos
Teórico
Situar alguns dos nossos problemas alimentares e nutricionais, da segurança alimentar, da educação e do direito à alimentação.
Reafirma que a educação precisa ser considerada o fator fundamental para a boa alimentação, e que a segurança alimentar e nutricional é, ao lado da educação, outro fator muito importante para garantir o direito a essa alimentação. Conscientes disso, vamos nos unir e enfrentar o desafio de vencer a má alimentação e garantir uma alimentação balanceada e saudável para todas as pessoas.
Há que disponibilizar com a educação a possibilidade de uma boa alimentação necessária para todos, de uma maneira estável (não sujeita a flutuações sazonais, econômicas ou geopolíticas), autônoma (em que cada região possa garantir, ao menos, sua cesta básica típica), sustentável (preservando-se os recursos naturais para que as gerações vindouras também possam ter acesso a alimentos balanceados e saudáveis) e eqüitativa, garantindo-se a todos, sem discriminação, um
Ometto, Ana Maria Holland; Sturion, Gilma Lucazechi; Silva, Marina Vieira da; Furtuoso, Maria Cristina Ortiz; Pipitone, Maria Angélica Penatti
2003Nutrire Ver. Soc. Bras. Aliment. Nutr.
Programa nacional de alimentação escolar: principais componentes dos custos e seus determinantes
Programas de nutrição; alimentação escolar; Nutrição em saúde pública
1378 municípios brasileiros
N Questionário
Quantitativo set 1997
Identificar elementos que pudessem explicar as diferenças entre os municípios no tocante aos gastos realizados COM O PNAE.
Os resultados, com base em dados obtidos em setembro de 1997, evidenciaram que o dispêndio per capita médio com o programa é R$0,32, sendo que quase 90 por cento desse valor destina-se ao pagamento de gêneros alimentícios (R$0,20) e funcionários (0,09). Objetivando
Paulillo, Luiz Fernando. Almeida, Luiz Manoel de. 2005
Rev. Segurança alimentar e nutricional, Campinas
Rede de segurança alimentar e agricultura familiar: a merenda escolar como instrumento de desenvolvimento local
Políticas de alimentação, programa de suplementação alimentar, alimentação escolar, merenda escolar
IMPRES
Bebedouro
SP L
Relato de experiência
Teórico 2002 a2004
Mostrar como mecanismos públicos participativos e organizações locais podem promover o desenvolvimento rural local com possibilidades de inclusão social (neste caso pequenos citricultores e trabalhadores rurais), com a cristalização de uma rede de capital social.
"A formação de uma rede de capital social; vinculada a produção de laranja e distribuição de suco na merenda escolar de um município citrícola do estado de São Paulo mostrou que é possível concretizar um estágio de Segurança Alimentar local que abrange valores nutricionais dos alimentos auteridade de produtos, saúde das pessoas, solidariedade a produtores agrícolas e trabalhadores rurais margilizados em um complexo agroindustrial..."
"os processo de reestruturação agroalimentar no Brasil não devem ser vistos simplesmente como a adaptações flexíveis a problemas globais. As localidades os especificam, porque regem de forma diferenciada e podem influencia-los."
Pedraza, Dixis Figueroa. Andrade, Sônia Lucia Lucena Sousa de. Monteiro, Jailma Santos. Lima, Pedro Israel Cabral de
2007
Revista Brasileira em Promoção da Saúde (UNIFOR),
Avaliação do programa de alimentação escolar municipal de Olinda-Pernambuco.
Alimentação escolar; Programa e políticas de nutrição e alimentação
IMPRES Olinda P
E L quetionários
Quantitativo
estudantes; merendeiras
32 escolas públicas 2002
Diagnosticar a situação do Programa de Alimentação Escolar Municipal.
"O trabalho pode ser considerado uma experiência bem sucedida na avaliaçào de programas descentralizados de alimentação escolarno Brasil", podendo ser adaptado a outros municípios.Capacidade de Processamento de Merenda regular (área da cozinha, refeitório e equipamentos classificados como piores). Falta de preparo das merendeiras. Necessidade de atividades complementares. Pais de alunos desempregados ou empregos de baixos salários e famílias numerosas. Boa aceitação da merenda.
Qualificação profissional em função de novas recomendações nutricionais. Considerar a alimentação escolar como um direito e a merenda como melhor veículo de Educação Alimentar e Nutricional. Capacitar merendeiras. Formar CAEs como espaço de participação popular. Incorporar conhecimentos de nutrição e higiene de alimentos no currículo escolar. Construir cantinas para vender produtos nutritivos e de baixo custo. Implantar horta nas escolas. Vincular escola a
Pinho, Sandra Reis 1995 Em Aberto
Merenda Escolar e Setor de Nutrição da Prefeitura de Porto Alegre/RS
Merenda Escolar, Nutrição, Prefeitura PDF Porto
AlegreRS L
Relatório de experiência
Teórico
Refletir sobre a importância da merenda escolar e a nova visão que as pessoas estão adquirindo em relação a este tema.
Além de participar sistematicamente de reuniões com a direção, com a técnica em nutrição e funcionários da cozinha, o profissional nutricionista também participa da ministração de palestras a pais, alunos e professores, a pedido da escola. são realizados, anualmente, encontros cujos objetivos vão além da qualificação técnica específica exigida para ocargo, considerando-se também o estabelecimento de relações que venham a tornar o trabalho mais prazeroso.
É necessário uma assessoria qualificada, através de visitas periódicas às escolas e de seminários, encontros, palestras, cursos muitos dos quais desenvolvidos pelos próprios funcionários do setor.
PIPITONE, M. A. P 1999 Salusvita
Notas sobre a alimentação escolar como objeto de pesquisa
Programas de NutriçãoAlimentação EscolarPesquisa/métodos -BrasilTranstornos NutricionaisTranstornos de AprendizagemNecessidades Nutricionais
IMPRES T
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Apresentar dados sobre o enfoque das pesquisas relacionadas com o tema da alimentação escolar no Brasil e em outros países.
A administração do programa de alimentação escolar pode estar tecnicamente preparada para estabelecer novas e proveitosas relações com o setor privado, buscando a oferta de bens e serviços, que possam incorporar mais dinamismo, melhor aplicação dos recursos públicos e maior satisfaçlão do consumidor final, que neste caso é o aluno do 1º grau.
ESTAS NOVAS PARCERIAS DO SETOR PÚBLICO COM O PRIVADO DEVEM OCORRER SOBRE A DEFINIÇÃO TRANSPARENTE E OBJETIVA DE CRITÉRIOS QUE OBEDEÇAM, NÃO SOMENTE AS LEIS DO MERCADO, COMO TAMBÉM OS CRITÉRIOS DE PROBIDADE E JUSTIÇA SOCIAL COMPATÍVEIS COM O USO DOS RECURSOS PÚBLICOS.
PIPITONE, M. A. P 1998Cadernos de Nutrição (São Paulo)
Os arquivos brasileiros de nutrição e a trajetória de criação e consolidação da campanha nacional de alimentação escolar no Brasil.
Arquivos Brasileiros de Nutrição; Campanha Nacional de Merenda Escolar; merenda escolar, escola e educadores.
IMPRES T
Análise de documentos da ABN
Qualitativo
documentos sobre a Campanha Nacional de Alimentação Escolar
Contribuir com a difusão de conhecimentos seguros da ciência da nutrição para a formação de nutricionistas. Ampliar os resultados dos trabalhos e dos estudos realizados.
Observação do avanço técnico e cientifico conseguido pelo setor de nutrição e políticas empreendidas pelos médicos ligados a Josué de Castro. O avanço consiste no reconhecimento por parte do Estado, dos problemas nutricionais da população.
PIPITONE, M. A. P. ; GANDINI, R. P. C. . 2001
Saúde em Revista (UNIMEP)
Programa de Alimentação Escolar: um estudo sobre descentralização, escola e educadores
Merenda Escolar; descentralização; educação e saúde.
IMPRES
municípios paulistas
SP L
análise de documentos, questionários e entrevistas
Quati-quali, análise documental
dirigentes municipais, assistentes técnicos
Identificar e problematizar o papel da escola e educadores no PNAE feitos pelos órgãos propositores desses planos e pelos intelectuais que publicam suas idéias sobre o tema. Coletar também informações sobre a descentralização do programa.
Questiona a descentralização do programa, comparando o Brasil com o Chile, onde o programa foi implementado pelo governo federal. No Brasil, a co-participação de três esferas de governo cria dificuldades.
A função da merenda é suplementar a necessidade de nutrientes durante a jornada escolar da educação básica. Todavia não deve ser excluída ou hipertrofiada. Interdependência entre o programa e problemas nutricionais verificadas entre os escolares.
Pipitone, Maria Angélica Penatti et al 2003 Rev. Nutr.
Atuação dos conselhos municipais de alimentação escolar na gestão do programa nacional de alimentação escolar
alimentação escolar; conselho municipal de alimentação escolar; participação comunitária; programas e políticas de nutrição e alimentação
PDF1368 municípios
- N
questionários (envio por correio)
Quantitativo
1368 municípios
1997 a 1998
Avaliar a atuação dos CAEs. Verificar as funções efetivamente exercidas pelos CAEs nas deferentes regiões e identificar fatores associados ao exercício dessas funções.
Atribuição principal do CAE é a fiscalização da aplicação de recursos (76,90%), seguida pelo acompanhamento do programa nas unidades escolares(63,45%). Ë menor a participação do CAE na elaboração de cardápios (50,41%0 e na programação, execução e avaliação de atendimento (38,90%). A descentralização e a participação são práticas intrinsecamente vinculadas e auto-reforçadas.
Realização de atividades que contribuam para o aumento da participação do CAE na programação, execução e avaliação para os municípios do Norte e Nordeste e nos de menor tamanho. Realização de atividades que estimulem o aumento da participação do CAE na elaboração do cardápio nos municípios do SUL. Realização de novos estudos e ques estes incorporem entrevistas aos membros do CAE e análise de documentos.
PISTORE, A.R. E GLINSKIB, J. M. L. N. 2006
Higiene alimentar 20, 146/17-20 (2006?)
Avaliação dos conhecimentos higienicos sanitários dos manipuladores de merenda escolar. Fundamento para treinamento continuo e adequado
Capacitação em ServiçoBoas Práticas de ManipulaçãoAlimentação EscolarManipulação de Alimentos -Higiene dos Alimentos
PDF Videira SC L Questioná
rio
Funcionários da rede municipal que servem merenda escolar
11 ESCOLAS MUNICIPAIS
Para avaliar os conhecimentos higiênico-sanitários e propor alternativas na capacitação dos manipuladores de merenda escolar.
pode-se afirmar que os manipuladores de merenda escolar detêm conhecimentos na maioria dos assuntos abordados, porém possuem deficiências de instrução em alguns aspectos. Além disso, os manipuladores consideram que os conhecimentos já adquiridos em treinamento são pouco aplicados na rotina de trabalho, tendo pouca ou nenhuma contribuição na adoção de boas práticas de manipulação de alimentos. Este fato decorre da falta ou inadequação de instalações e/ou, ainda, da falta de hábito dos manipuladores
Considerando o exposto, há necessidade de condições adequadas (instalações, equipamentos, utensílios e implementos) nos serviços de alimentação dos estabelecimentos escolares e capacitação dos manipuladores de merenda escolar, que proporcione a aprendizagem efetiva e a aplicação dos conhecimentos teóricos nas atividades de manipulação de alimentos.(AU)
PRETTO, D. A. R. ; SLAVUTZKY, S. M. B. . 2004
Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre,
Quantidade de açúcar nos alimentos comprados pela rede municipal de ensino de Porto Alegre para o preparo de merendas escolares em 2002
alimentação escolar, dieta cariogênica, sacarose
IMPRES
Porto Alegre
RS L
Análise de documentos, análise de alimentos e nutrientes nos rótulos
Quantitativo
rótulos de alimentos, análise nutricional
91 escolas municipais 2002
Determinar a quantidade de sacarose nos alimentos comprados pela rede municipal de Porto Alegre, utilizados na alimentação escolar
Os alimentos analisados podem ser prejudiciais à saúde dos escolares por serem nutricionalmente fracos e pela presença exagerada de sacarose
Esses alimentos devem ser excluídos dos cardápios da alimentação escolar.
Queiroz, Aline Romero ; Szarfarc, Sophia Cornbluth ; Marchioni, Dirce Maria Lobo
2008
Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr.,
A fortificação das farinhas de trigo e de milho no fornecimento de ferro para a merenda escolar
Escolares.Saúde escolar. Consumo de alimentos.Ferro biodisponível.
IMPRES
São Bernardo do Campo
SP L
avaliação (da composição nutricional) de cardápios semanais
Quantitativo 2005
Quantificar o ferro total e biodisponível veiculado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar no município de São Bernardo do Campo e discuti-lo diante da perspectiva gerada pela fortificação de farinhas com ferro em relação à deficiência do mineral.
Atende a recomendação de fornecimento de 15% de energia e nutrientes (PNAE).Oferece quantidade superior à recomendação de ferro (1,5 mg). Fortificação de farinha de trigo e milho significou aumento de 22% no ferro biodisponível na merenda. Importância da merenda no controle e prevenção da deficiência de ferro. Importância da fortificação de farinhas.
Política pública de fortificação de farinhas de trigo e de milho que a atendem ao objetivo de diminuir a prevalência de anemia.
Rezende, CHA; Costa-Cruz, JM; Gennari-Cardoso, M
1997 Rev Panam Salud Publica
Enteroparasitoses em manipuladores de alimentos de escolas públicas de Uberlândia (MG), Brasil
PDF Uberlândia
MG L Exame de
fezes
Estudo prospectivo
264 indivíduos 57 escolas
De 20 a 66 anos
set/ abr/set
1989/ 1990/
Delinear o perfil das enteroparasitoses entre os manipuladores de alimento das escolas públicas de primeiro grau da área urbana do município de Uberlândia, com acompanhamento prospectivo e registro de possíveis mudanças do referido perfil após tratamento específico.
Entre as 264 pessoas estudadas, 67 (25%) contratadas para exercer a função de cantineira, e 197 (75%) para as funções de servente, serviçal e zelador, todas manipulavam alimentos por ocasião do preparo das refeições para os alunos. Todos indivíduos demonstraram conhecimento sobre transmissão de parasitoses. A ocorrência de parasitas intestinais foi de 17% (45 casos), 10% (27 casos) e 10% (27 casos) para C1, C2 e C3, respectivamente.
Recomendamos a implantação de vigilância epidemiológica através do exame parasitológico periódico, tratamento específico e treinamento sobre manejo higiênico de alimentos e higiene pessoal para todos os manipuladores de alimentos.
Rocha C 2009 Development Policy Review
Developments in National Policies for Food and Nutrition Security in Brazil
Brasil, transferência condicional de renda, programas, agricultura familiar, segurança alimentar e nutricional, a gestão participativa, a merenda escolar programas de política socia
PDF T
Dados bibliográficos e estatísticos
Revisão bibliográfica
Publicações científicas e documentos sobre politicas públicas referentes a segurança alimentar e nutricional
2003 a 2008
Este artigo examina provas de avaliação em dois dos mais importantes recentes iniciativas nas políticas do Brasil para a segurança alimentar e nutrição (condicional transferências de dinheiro através de Bolsa Família e de apoio à agricultura familiar através do Programa de Alimentos )
Rosa, Monique Silveira et al 2008 Rev. Nutr.
Monitoramento de tempo e temperatura de distribuição de preparações à base de carne em escolas municipais de Natal (RN), Brasil
Alimentação escolar; Carne; Higiene dos alimentos.
PDF Natal RN L
Termometro Digital (aferição de temperatura de preparações à base de carne)
Quantitativo
escolas municipais
Monitorar o tempo e a temperatura de distribuição de preparações à base de carne servidas em escolas municipais de Natal-RN.
Adequação da temperatura de cocção (100%) e inadequação da temperatura de distribuiçãp (100%). Necessidade de adoção de boas práticas.
Adoção de boas práticas. Maior atenção ao fornecimento da Alimentação Escolar. Presença responsável técnico qualificado para supervisão e orientação periódica das atividades das UANs. Locais adequados para a distribuição de alimentos. Aquisição de equipamentos que mantenham a temperatura correta da alimentação.
Salay, Elisabete; Ferreira de Carvalho, José 1995
Arch. Latinoamericano. Nutr.
Avaliacâo do programa de merenda escolar do Minicipio de Campinas, Brasil
Suplementação alimentar, alimentação escolar, educação alimentar e nutricional
RESUM
Campinas
SP L
Avaliação da composição dos alimentos
Estudo Comparativo
1237 CRIANÇAS
6 ESCOLAS -(Pré escola)
Determinar as adequaçôes calórica e proteíca, diagnosticar a modalidade operativa e as dificuldades operacionais do Programa de Merenda Escolar na cidade de Campinas do Brasil.
Os valores de adequação das escolas nâo + estatísticamente (Ó=0.05) que a eficácia e/ou impactos do programa em Campinas poderiam estar sendo entravados pela falta de de recursos e por diferentes distorçôes operacionais. Dentre estas destacam-se as elevadas quantidades de alimentos preparados e nâo servidos as crianças, o tipo de alimento utilizado, a ineficiência dos controles administrativos, a baixa frequência de supervisâo de recursos humanos, a pequena produçâo de hortas escolares e a inexistência de controle de a qualidade
Santana Nadja G., Almeida Rogeria C.C. ,Ferreira Jeane S., Almeida Paulo F.
2009 Food control
Microbiological quality and safety of meals served to children and adoption of good manufacturing practices in public school catering in Brazil
Merenda escolar Segurança alimentar Boas práticas de fabrica
PDF Salvador
BA L
Checklist de boas práticas e avalição microbiológica
15 escolas públicas
agosto/dezembro
2002/ 2003
O objetivo desta investigação foi avaliar a segurança alimentar dos serviços utilizados para preparar a livre merenda escolar em Salvador, Brasil, e adotar boas práticas de fabricação (BPF), a fim de assegurar uma fornecimento seguro de alimentos para os alunos.
Em geral os resultados obtidos por inspeção visual (checklist) mostraram que após a adoção de uma melhoria GMP, particularmente em práticas empregado higiene e segurança alimentar em cantinas foi alcançado. A qualidade microbiologia também mostrou uma melhora, ou seja, os valores da APC, coliformes e estafilococos diminuiu em amostras de alimentos e nas mãos manipuladores de alimentos ".
Santos, Leonor Maria Pacheco et al. 2007 Cad. Saúde
Pública
Avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e combate à fome no período 1995-2002: 4 - Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Segurança Alimentar; Estudantes; Avaliação de Programas e Projetos de Saúde
PDF Bahia BA L
Pesquisa documental/ Entrevistas / Questionários (visitas às escolas)/ Inquérito domiciliar
Qualitativo/ Estudo de Caso (45 municípios)
gestores/ escolares escolas 1995 -
2002
Avaliar o PNAE no período de 1995 a 2002, buscando reconhecer obstáculos e oportunidades que incidem sobre a implementação descentralizada de um programa com tais características.
Boa aceitabilidade da alimentação - "resultado esperado frente à situação de pobreza."Irregularidade na oferta diária às escolas. Quanto à estrutura observou-se avanço na formalização do módulo de municipalização e CAEs foram criados. Quanto ao processo destaque para o fato de os CAEs estarem em funcionamento; para a centralização das decisões e para insuficiência de infra-estrutura de gestão. Quanto a resultados destaque para a significativa cobertura, a focalizaçào deixa a desejar, boa aceitabilidade; irregularidade da oferta.
Schmitz BAS, Recine E, Cardoso GT, Silva JRM, Amorim NFA, Bernardon R, Rodrigues MLCF.
2008;24:312-22
Cad. Saúde Pública
A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e donos de cantina escolar.
Epidemiologia Nutricional; Alimentação Escolar; Educação alimentar e nutricional e cursos de capacitação
PDFDistrito Federal
DF L
EAN, questionário
Estudo analítico
51 EDUCADORES DO Ensino Fundamental ( 1ª a 4ª) E 41 DONOS DE CANTINAS
10 ESCOLAS PÚBLICAS E 10 PARTICULARES
4 MESES
2006
Apresentar os resultados da avaliação feita sobre a metodologia utilizada na capacitação de 2006, com os educadores e donos de cantina escolar.
A estratégia de promoção da alimentação saudávelno ambiente escolar apresentada neste artigo propiciou a ampliação dos conhecimentos da maioria dos participantes, que demonstraram estar sensibilizados quanto ao seu papel de multiplicadores das informações obtidas. Entre os donos de cantina escolar verificou-se a existência de maiores barreiras e dificuldades para a implementação da cantina saudável, apesar dos mesmos terem demonstrado grande interesse e conscientização diante da proposta.
Observa-se a necessidade de estudos de prosseguimento, visando a avaliar o impacto das ações educativas promovidas por esses atores no processo de promoção de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar
Silochi, R.M. ; TABAI, K. C. ; Zambiazi, R.C 2005
Faz Ciência, Francisco Beltrão
Qualidade higiênico-sanitária da alimentação escolar no município de Francisco Beltrão - PR
PDFFrancisco Beltrão
PR L
checklist / questionário
quantitativo
SILVA C da A 1995Est Avanç 1995; 9 (23): 87 – 107
De Vargas e Itamar: politicas e programas de alimentação e nutrição
PDF TDados bibliográficos
Teórico
Avaliar a eficiência com que o Pronan se desenvolveu no período em que esteve em plena atividade (1975-1989), tanto em conjunto quanto em cada um dos componentes.
Em conclusão, depois de mais de 20 anos de experiência, o Pronan, com um investimento equivalente a mais de US$ 8 bilhões e a distribuição de mais de sete milhões de toneladas de alimentos básicos e formulados, não chegou a afirmar-se como política nacional eficiente no combate à desnutriçã
Silva C, Germano MIS, Germano PML. 2000 Hig Aliment.
Avaliação das condições higiênico-sanitárias da merenda escolar.
Alimentação EscolarHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos
IMPRES
São Paulo
SP L
observação das condições higiênico-sanitárias (armazenamento, processamento e distribuição) e termometro digital
quantitativo
não se aplica (refeições)
10 escolas estaduais
Pesquisar as condições do controle de qualidade e do fornecimento da merenda às unidades escolares, bem como analisar as condições sanitárias da produção e distribuição em algumas escolas da rede estadual de ensino na cidade de São Paulo.
A merenda escolar distribuida na Unidades visitadas não se encontrava em boas condições do ponto de vista higiênico-sanitário. Deficiência de recursos humanos (trinamento e supervisão) e utilização de alimentos suspeitos, manipulação inadequada e dificuldade de controle de pragas.
Silva C, Germano MIS, Germano PML. 2003 Hig Aliment.
Conhecimento dos manipuladores da merenda escolar em escolas da rede estadual de ensino em São Paulo-SP.
IMPRES
São Paulo
SP L
questionário semi-estruturado/ entrevistas individuais
quantitativo
manipuladores de alimentos
24 escolas (1a a 8a serie)
Avaliar o conhecimento dos manipuladores de alimentos
Os manipuladores da merenda escolar não apresentavam conhecimentos necessários para a prevenção das ETAs e os cursos e treinamentos destinados a estas pessoas não têm enfocado a questão da transmissão e prevenção das ETAs - necessário repensar seus objetivos e estratégias empregadas a fim de promover conhecimento e mudanças de atitude.
Silva Neto, José Moreira et al. 2010 Rev Eletronica
de Cienc Adm
Avaliação de variáveis restritivas à qualidade na execução do programa nacional de alimentação escolar com inserção à gestão estratégica de recursos públicos
Conselhos Municipais de Educação. Conselho de acompanhamento e controle social. Participação da socirdade civil. Descentralização. Municipalização da educação.
PDF T
Resumo de 355 referências publicadas no País, correspondentesà produção de ercade 266 autores.
Analítico1996 a 2002
Analisar o eixo temático proposto.Elaboração deum breve balanço sobre a produção teórico-conceitual e teórico-empírica que versasobre os Conselhos na área de Educação no Brasil, circunscrita àquele período, enfocando-se, especialmente, as referências que tomam por objeto central ou secundário, os Conselhos Municipais de Educação (CMEs) e os Conselhosde Acompanhamento e Controle Social(CACSs), levando-se em consideração três segmentos deste último
Não se notou a presença de estudos voltadospara estes dois últimos Programas Federais, havendo,em exclusivo, uma baixa concentração de trabalhos na esfera unicamente dos Conselhos do FUNDEF. Preponderam referências individuais, cuja produção científica, majoritariamente, é originária da Região Sudeste do País, sendo recorrente a preocupação sobre a problemática da participação da sociedade local nos Conselhos.
Urge a necessidade de se melhor compreender a natureza e o funcionamento desses Conselhos, tomando-os objetos de um universo quantitativa e qualitativamente mais amplo de investigações, visando, sobretudo, à intervenção social.
SILVA, M. V. 1996Cadernos de Nutrição (São Paulo)
A trajetória do Programa de Merenda Escolar (1954-1994) e o estado nutricional de crianças brasileiras
IMPRES T
revisão bibliográfica
teórico
SILVA, M. V. 1995Archivos Latinoamericanos de Nutrición,
Contribuição do programa de merenda escolar - ciclo básico - para as recomendações nutricionais de escolares da cidade de Piracicaba
Alimentação EscolarNecessidades NutricionaisSuplementação Alimentar -Programas de NutriçãoQualidade dos AlimentosAvaliação de Programas e Projetos de SaúdeBrasil
IMPRES
Piracicaba
SP L
pesagem de alimentos em 5 dias
quantitativo escolares 7 escolas 7 e 8
anos
Avaliar a contribuição da merenda em relação às recomendações diárias de energia e nutrientes para o grupo, identificando os alimentos que compõem a merenda e sua qualidade nutricional.
As refeições aprensentam insatisfatória variedade de hortaliças e ausência total de frutas;valor energético das refeições inferior ao fixado pelo Programa; fornecimento de proteínas supera recomendações nutricionais; razoável atendimento de vitaminas A, B1, B2, niacina e baixa de vitamina C; contribuição média de cálcio (35%); fornecimento médio de 16,3%.
Corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda; programas devem ser baseados em diagnósticos prévios de consumo alimentar da família; maior quantidade de alimentos que contribuam para elevar teor energético; incluir frutas cítricas e maior variação de hortaliças.
SILVA, M. V. 1995 Alimentação Nutrição
Merenda escolar no Brasil e seu público alvo.
Alimentação Escolar recursos humanos Capacitação Profissional Manipulação de Alimentos Higiene dos Alimentos Lavagem de Mãos Contaminação de Alimentos
IMPRES T
revisão bibliográfica
revisão
artigos cntíficos, documentos
1950 a 1990
Contribuir para a análise da trajetória do Programa de merenda no Brasil, durante os 40 anos de sua existência e do estado nutricional da população beneficiária do programa
O PNAE atende de 60 a 70% da população alvo com uma distribuição anual média de 140 mil toneladas de alimentos.
Visando o aumento da eficácia, sugere-se medidas como aderência aos programas de saúde, maior cobertura nas regiões mais pobres e rurais.
SILVA, M. V. 1995 Alimentação Nutrição,
Programa de alimentação na escola de tempo integral: a experiência dos centros integrados de educação pública - CIEP's
Alimentação escolar, consumo de alimentos, nutrição saúde infantil
PDF Americana
SP L Entrevista
s
Quntitativo/ qualitativo
4 ESCOLAS
O consumo alimentar revelou-se deficiente em energia, evidenciando o problema relativo á quantidade de alimentos ingeridos e não à qualidade. Expressivo consumo de vitamina C e a menor adequação em relação à niacina. O consumo alimentar nos CIEPS constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares.
Os escolares e seus pais devem ser orientados para que as refereições em casa tenham a melhor qualidade possível, dentro das limitações impostas pelo seu reduzido rendimento.
SILVA, M. V. ; STURION, G. L. ; OMETTO, A. M. H. ; PIPITONE, M. A. P. ; FURTUOSO, M. C. O.
2002 Nutrire, São Paulo,
Estado nutricional de escolares e seu acesso a programas sociais em dez municípios brasileiros
Estado NutricionalAlimentação EscolarSuplementação AlimentarProgramas de Nutrição -Antropometria/métodos
IMPRES N
Avaliação antropométrica (peso/altura); questionário socioeconomico
Quantitativo
1339 escolares 20 estaduais 7 a 14
Descrever o estado nutricional de uma amostra (n = 1339) de alunos da rede pública de ensino e analisa informações relativas ao acesso dos mesmos e ou respectivas famílias aos programas públicos.
Os resultados evidenciaram que existem programas, como é o caso da merenda escolar, cujo processo de municipalização parece ter contribuído para a maior freqüência de distribuição de refeições, no âmbito das unidades de ensino públicas e filantrópicas.
A elevada prevalência de desnutrição crônica entre os escolares pertencentes aos municípios mais pobres, revela a necessidade de intervenções de reconhecida eficácia, que deverão ser implementadas em curtísismo prazo para que contribuam para a prevenção desse distúrbio. Especificamente, quanto ao acesso a renda, seria interessante que os dirigentes, responsáveis pela formulação de políticas públicas, destinassem maior
*
Silva, Marina V. da. 1995 Cad. Saúde Pública
Avaliação da adequação nutricional dos alimentos consumidos em um Centro Integrado de Educação Pública (CIEP)
Alimentação Escolar; Consumo Alimentar; Recomendações Nutricionais; Adequação Nutricional
IMPRES
Americana
SP L
Recordatório 24 horas, repetido em 3 dias da semana
Quantitativo
442 crianças 7a15
novembro de 1992
Avaliar a adequação nutricional dos alimentos consumidos em um CIEP
Consumo alimentar a partir de 8 anos é insuficiente para atender as necessidades energéticas. Elevado aporte de proteínas. Consumo de ferro satisfatório.
Realização de diagnósticos prévios do estado nutricional da população alvo e de consumo alimentar doméstico. Desenvolvimento de estudos para conhecer reais motivos que condicionam o baixo consumo de alimentos, principalmente entre os escolares mais velhos.
Silva, Marina Vieira da 1998 Cad. Saúde Pública
Alimentaçäo na escola como forma de atender às recomendaçöes nutricionais de alunos dos Centros Integrados de Educaçäo Pública (CIEPS)
Alimentação escolar, avaliação nutricional, consumo de alimentos
IMPRES
Americana
SP L
Registro de Consumo alimentar durante 3 dias com informações coletadas junto aos pais. Entrevista com mãe ou responsável na escola.
Quantitativo
244 crianças 4 CIEPs 7 a 13
Contribuir para a análise do consumo alimentar de escolares matriculados nos CIEPs de Americana/SP. E avaliar a adequação do consumo diários de calorias e nutrientes conforme faixa etária; análise do consumo de alimentos na escola e no domicílio e associação entre renda familiar e consumo de energia e nutrientes.
As refeições servidas pelos CIEPs constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares. Com "pouca despesa adicional"é possivel corrigir deficiências do cardápio. Deficiência de consumo de energia (não alcançam os 70% no CIEP) e alto consumo de proteína.
Correção de falhas no conteúdo nutricional do cardápio escolar. "Os escolares e seus pais devem ser orientados para que as refeições em casa tenham a melhor qualidade possível, dentro das limitações impostas pelo seu baixo rendimento."
Silva, Marina Vieira da 2000 Alimentação e nutrição
Alimentos consumidos pelos alunos de escolas de tempo integral
Alimentação escolar, consumo de alimentos, qualidade nutricional, segurança alimentar
IMPRES
Americana
SP L
Registro de Consumo alimentar durante 3 dias com informações coletadas junto aos pais
Quantitativo 244 alunos 4 CIEPs 7 a 13
Analisar o consumo alimentar e a qualidade da dieta de escolares matriculados nos CIEPs de Americana/SP
As refeições servidas pelos CIEPs constituem parte fundamental do consumo alimentar dos escolares. O IQN > 1,0 para a maioria dos nutrientes, indicando boa qualidade da dieta. O IQN para escolares com mais de 13 anos mostrou consumo de ferro inadequado.
Correção de falhas no conteúdo nutricional do cardápio escolar. Orientação aos escolares e aos pais quanto a não substituição de refeições com alimentos como feijão por lanches.
Silva, Marina Vieira da 1996 Rev Nutr PUCCAMP
Contribuiçäo da merenda escolar para o aporte de energia e nutrientes de escolares do ciclo básico
Alimentação escolar, avaliação de programas e projetos de saude, programas de nutrição
IMPRES
Piracicaba
SP L
Método de pesagem dos alimentos
Quantitativo/ qualitativo
7 ESCOLAS ESTADUAIS
7 a 8 anos
Avaliou-se a contribuiçäo da merenda oferecida aos escolares do ciclo básico da Rede Oficial de Ensino, em relaçäo às recomendaçöes diárias de energia e nutrientes.
Os resultados mostram que a merenda oferecida aos escolares contribui com aproximadamente 30 por cento do total diário recomendado de energia e com 100 por cento das recomendaçöes diárias de proteínas para o grupo de escolares de 7 e 8 anos de idade.Verificou-se que a merenda contribui, em média, com 16,3 por cento do total diário recomendado para o ferro. Resultados do estudo mostram a necessidade de corrigir falhas no conteúdo nutricional da merenda, que constitui suplemento de real importância na alimentaçäo
Silva, Marina Vieira da; Pipitone, Maria Angélica Penatti
1994 Rev. Bras. Saúde Escolar
Administraçäo de programas de merenda escolar
Alimentação escolar, nutrição, hábitos alimentares, saúde escolar, merenda escolar
IMPRES
Rio de Janeiro
RJ L
Revisão bibliográfica
Teórico 1992
Expor conteúdos referentes às mudanças na operacionalização do programa de merenda escolar.
No curso foi possível abordar aspectos relacionados aos beneficiários do programa.
Novas reuniões para discutir outros aspectos administrativos, eonômicos, sanitários, entre outros.
Silva, Marina Vieira da; Pipitone, Maria Angélica Penatti
1994 Rev. Bras. Saúde Escolar
Cantinas escolares e merenda escolar: convivência possível?
cantina escolar, alimentação escolar, hábitos alimentares, nutrição infantil, merenda escolar, saúde escolar
IMPRES
Piracicaba
SP L Questioná
rios Quanti-quali
diretores, 2 professores de ciências biologia por escola, merendeiras, alunos, pais
7 escolas 1993
Avaliar a influência da comercialização de alimentos no interior dos estabelecimentos deensino, nas práticas alimentares das crianças durante o período escolar e nas atividades de educação nutricional desenvolvidos na escola.
A coexistência da cantina e programa merenda escolar é bem aceita por diretores, professores, alunos e pais, como: alternativa a merenda, fonte de renda para a escolae refeição rápida ´para professores.
Estabelecimento de critérios e ou pré-requisitos para instalação e funcionamento das cantinas e o fornecimento de alimentos mais nutritivos. Inclusão no currículo de discussões que envolvem o tema. E o aprimoramento do programa.
SILVA, MV da, STURIOUN, G.L. 2000
Bol. Soc. Bras. Cie. Alim., Campinas, v.34, n.1, p 1-11 jan/jun
Workshop: O programa de alimentação escolar no Brasil
Programa de Alimentação Escolar, Alimentação institucional, gestão de serviços e políticas de alimentação
PDF Ribeirão Preto
SP L
Entrevistas e observação participante
Qualitativa
101 Alunos ( principalmente os da 4ª série), as famílias, os profissionais da educação e da saúde que trabalham diretamente com esses escolares.
2 ESCOLAS MUNICIPAIS
Avaliar a dieta dos alunos e estabelecer um confronto entre duas realidades
Pode-se dizer que os alunos do sexo feminino escolhem melhor os alimentos, no entanto uma dieta regular não significa uma situação segura. Como ponto positivo, destaca-se a alteração do cardápio da merenda escolar.
Em ambas as unidades foram iniciados programas de implantação de hortas escolares, sendo ministradas aulas teóricas e práticas aos alunos, pelos professores envolvidos no projeto
Silva,C., Germano, M. I. S., & Germano,P. M. L. 2000
Higiene Alimentar, 71 (14), 24–31
Avaliação das Condições Higiênico-Sanitárias da Merenda Escolar
Alimentação EscolarHigiene dos AlimentosQualidade dos Alimentos
PDF SP L Observaç
ão diretaEstudo de campo
10 escolas estaduais
Avaliar 10 escolas pertencentes ao sistema estadual de ensino, em Säo Paulo, responsáveis por 5.000 refeiçöes/dia, o controle de qualidade dos alimentos fornecidos às unidades, as condiçöes higiênico-sanitárias de armazenamento, o processamento e a distribuiçäo de alimentos aos alunos.
A merenda era preparada nas cozinhas das próprias unidades. Em 70 por cento das unidades näo havia proteçäo adequada contra insetos e roedores e em 90 por cento a higiene dos equipamentos e das nstalaçöes näo era realizada de maneira satisfatória. Em 80 por cento das unidades os manipuladores, usando o mesmo uniforme, executavam outras tarefas como retirada de lixo, limpeza de sanitários e dependências da unidade. Em 20 por cento das escolas havia produtos perecíveis sem data de
Sobral, Francine, Costa, Vera Mariza H. de Miranda 2008
Alimentos e Nutrição, Araraquara(UNESP)
Programa Nacional de Alimentação Escolar: sistematização e importância.
Programa Nacional de Alimentaçãoe Nutrição; merenda escolar; programas e políticasde alimentação e nutrição; políticas públicas; políticas sociais.
IMPRES T
Dados bibliográficos
Teórico
Contextualizar o PNAE como Politica Pública de Alimentação e Nutrição no conjunto das políticas sociais e caracterizar sua estrutura, funcionalidade e relevância para escolares
A questão da nutrição e do desenvolvimento de bons hábitos alimentares deve ser encarada não só sob seu aspecto de cadencia, mas também quanto aos acessos e aos hábitos inadequados. O ato de comer deve ser visto como algo além da simples oferta de alimentos para o corpo, constituindo também em estímulo ao convívio, que compreende desde a escolha e preparação dos alimentos até o consumo. Os alimentos envolvem significados sociais, culturais, emocionais e comportamentais que devem ser considerados
Sobral, Nilza Aparecida Tu ler; Chaves, Sandra 2010 Rev. Nutr.
Proposta metodológica para avaliação de formação em alimentação saudável
Avaliação de programas. Educação alimentar e nutricional. Estudos de avaliação.
PDF Salvador
BA L
EAN, questionário e entrevistas
Qualitativo
Professores, gestores e merendeiras.
Descrever a construção e verificar a aplicabilidade de um método para avaliação de processos de formação nesta área.
Dentro do contexto do "proescolar", observou-se que um dos maiores êxitos do programa parece ter sido quanto ao diálogo e respeito mútuo estabelecido entre os atores sociais participantes. As merendeiras se sentiram valorizadas por receberem, juntamente com professores e gestores, capacitação ampla, não voltada apenas para o "fazer a comida". Professores e gestores parecem ter ampliado seu reconhecimento sobre o trabalho das merendeiras e sobre a relevância de investir mais em alimentação e nutrição tanto no plano pedagógico quanto
Considera-se importante retornar os resultados para serem debatidos com os atores do processo com a finalidade de aperfeiçoar os programas subsequentes de forma mais participativa.
SOUZA, Donaldo Bello de and VASCONCELOS, Maria Celi Chaves.
2006Ensaio: aval.pol.públ.Educ.
Os Conselhos Municipais de Educação no Brasil: um balanço das referências nacionais (1996-2002)
Conselhos Municipais deEducação. Conselhos de acompanhamento e controle social. Participação da sociedadecivil. Descentralização. Municipalizaçãoda educação.
PDF T
Resumode 355 referências publicadas no País, correspondentesà produção de cerca de 266 autores.
Analítico
Elaborar um breve balanço sobre a produção teórico-conceitual e teórico-empírica que versasobre os Conselhos na área de Educação no Brasil, circunscrita àquele período, enfocando-se, especialmente, as referências que tomam por objeto central ou secundário, os Conselhos Municipais de Educação (CMEs) e os Conselhosde Acompanhamento e Controle Social (CACSs), levando-se em consideração três segmentos deste último tipo de Conselho: do
Cabe, inicialmente, destacar o fato de que não se notou a presença de estudos voltados para estes dois últimos Programas Federais, havendo, em exclusivo, uma baixa concentração de trabalhos na esfera unicamente dos Conselhos do FUNDEF. Preponderamreferências individuais, cuja produção científica, majoritariamente, é originária da Região Sudestedo País, sendo recorrente a preocupação sobre a problemática da participação da sociedade local nos Conselhos.
Urge a necessidade de se melhor compreender a natureza e o funcionamento desses Conselhos, tornandoos objetos de um universo quantitativa e qualitativamente mais amplo de investigações,visando, sobretudo, à intervenção social.
Spinelli, Maria Angélica dos Santos and Canesqui, Ana Maria
2004 Rev. Nutr.
Descentralização do Programa de Alimentação Escolar em Cuiabá: 1993-1996
pesquisa de avaliação; programa de alimentação escolar; descentralização; alimentação escolar
PDF Cuiabá MS L
Dados secundários/ entrevistas não estruturadas/ questionários/ redações
Quali-quantitativo/ Estudo de Caso tipo exploratório
ex-coordenadores e coordenadores; técnicos de ógãos centrais, supervisorese diretores; alunos da 4a série
1993 a 1996
Avaliar o processo de implementação do Programa descentralizado (municipalizado) de alimentação escolar em Cuiabá - MS, entre 1993 e 1996.
A descentralização ocorrida no município foi mista, resultando em fragmentação do programa quanto ao atendimento às redes de ensino (estadual e municipal). A cobertura da clientela foi ampla. Hu ve problema na qualidade, no controle e supervisão da limentação.
Spinelli, Maria Angélica dos Santos and Canesqui, Ana Maria
2002 Rev. Nutr.
Programa de alimentação escolar no estado de Mato Grosso: da centralização à descentralização (1979 - 1995)
alimentação escolar; programas e políticas de nutrição e alimentação ; centralização ; descentralização
PDF Mato Grosso
MT R
Dados secundários/ entrevistas
Quantitativo
agentes institucionais PNAE
1979 a 1995
Reconstituir e analisar o padrão de intervenção da política governamental estadual de alimentação escolar no Mato Grosso de 1979 a 1995.
Acúmulo de experiência e de aprendizagem institucional e as adesões das gestões estaduais de governo foram condições favoráveis ao avanço do processo descentralizador. Os períodos marcados pelo modelo centralizado mostraram muitas distorções.
Para a descentralização e redesenho do estado federativo e criação de bases mais cooperativas, devem ser resolvidos problemas como reordenamento das disparidades governamentais e equacionamento das disparidades inter e intra-regionais, que afetam as políticas sociais em geral.
Sturion, Gilma Lucazechi et al. 2005 Rev. Nutr.
Fatores condicionantes da adesão dos alunos ao Programa de Alimentação Escolar no Brasil
alimentação escolar; estudantes; política pública; programa de alimentação e nutrição
10 municípios/ 5 regiões
N
Visita e formulário para registro de dados antropométricos/ Questionários
Quantitativo
2. 678 escolares 7a14 1997
Verificar o nível de adesão dos alunos ao PNAE e identificar as principais variáveis que afetam.
Baixa adesão ao Programa de Alimentação escolar que assume na prática um caráter focalizado - beneficia escolares comprometidos nutricionalmente e pertencentes a familias de menores rendimentos e escolaridade. Forte associação entre faixa etária e adesão (maior entre os mais novos); diferença de ênero (maior entre os meninos); forte correlação entre baixo peso e adesão ao programa; correlação renda familiar e adesão; correlação negativa entre escolaridade da mãe e adesão; correlaçào negativa
Reformulação do programa para adequá-lo às caracteríticas dos beneficiários. Tenção àsdiferenças entre os gêneros.
TEO, C. R. P. A.; CORRÊA, E. N.; GALLINA, L. S., FRANSOZI, C.
2009 Nutrire, 34(3)
Programa nacional de alimentação escolar: adesão, aceitação e condições de distribuição de alimentação na escola
Alimentação escolar.Educação em saúde. Promoção da saúde.Serviços de saúde escolar.
RESUM
Chapecó
SC L
Instrumentoconstituído por duas questões fechadas e uma escala hedônica facial de três pontos daptadade Anzaldúa-Morales (1994)
Quantitativa
686 escolares
21 escolas públicas, sendo 9 estaduais e 12 municipais.
5 a 16 anos
Agosto a novembro
2007
O objetivo dessa investigação foiconhecer a aceitação e a adesão dos escolaresao Programa, identificando quais aspectos dascondições de distribuição de alimentaçãorepresentam potenciais determinantes da sua eficácia.
A adesão e a aceitação da alimentação oferecida pelo PNAE nas escolas avaliadas foram baixas, comprometendo a eficácia do Programa. Sugere-se que a maior adesão ao PNAE constatada nas escolas municipais possa estar relacionada, entre outros fatores, às condições de distribuição mais favoráveis observadas nestas unidades. Nesse sentido, destacam-se: maior presença de refeitórios, sistema de autosserviço, tipo de utensílios utilizados, escalas de turmas e monitoramento das refeições, menor
Dada a relevância do PNAE entre as políticas públicas de promoção da segurança alimentar e nutricional, e tendo em vista a vulnerabilidade do público a que se destina, considera-se fundamental o planejamento de ações de intervenção, subsidiadas pelas pesquisas na área, que visem à melhoria dos índices de efi cácia do Programa.
Teo, Carla Rosane Paz Arruda; Sabedot, Francielli Regina Boroski; Schafer, Elisângela
2010 Rev Espaço para a Saúde
Merendeiras como agentes de educação em saúde da comunidade escolar: potencialidades e limites
Alimentação EscolarEducação em SaúdePromoção da Saúde
PDF Chapecó
SC
L Entrevistas
Estudo exploratório de abordagem quantitativa
25 merendeiras
Este estudo objetivou conhecer o potencial das merendeiras para a educação em saúde e os entraves para a realização desse potencial.
Os resultados deste estudo indicam queo potencial das merendeiras para a educaçãoem saúde permanece inexplorado e que elasnão chegam sequer a perceber essa possibilidade. A julgar pelo espaço de participação que lhes é aberto na escola, os demais atores da comunidade escolar também não reconhecem esse potencial. Algumas condições observadas na realidade da escola representam entraves à possibilidade de as merendeiras assumirem um papel de educadoras em saúde, como a sua baixa
As merendeiras, ao residirem nacomunidade de entorno, podem vir a sedesenvolver como agentes de saúde dacomunidade escolar, sendo premente, paratanto, que as políticas públicas de educação esaúde confiram visibilidade a essas trabalhadoras.
Torres SAM. Miranda AS, Silva VA Toledo SC, Silva MA, Rocha JF.
2006Higiene Alimentar, 20 143: 33-36
Treinamento de manipuladores de alimentos: merendeiras
Alimentação EscolarCapacitação em ServiçoManipulação de AlimentosHigiene dos Alimentos
PDF Guiricema
MG L
Treinamento,Questionários
Técnicas de instrução
100 % das merendeiras
Rede municipal de ensino
Feve - reiro
2003
Com o objetivo de capacitar os manipuladores de alimentos, em escolas, proporcionando-lhes qualificação, foi realizado um treinamento das merendeiras da rede municipal de ensino.
Constatou-se que as merendeiras detinham a maior parte do conhecimento, porém apresentavam resistência em segui-lo.
A realização de treinamentos periódicos, visando a correta adoção e manutenção das boas práticas no ambiente de trabalho, torna-se necessária, como forma de reciclagem constante para que as mesmas possam desempenhar suas funções no ambiente escolar e domiciliar.(AU)
TRICHES, Rozane Marcia and SCHNEIDER, Sergio 2010
Saude e Sociedade [on line]
Alimentação escolar e agricultura familiar: reconectando o consumo à produção
Alimentação escolar; Segurançaalimentar; Saúde pública; Agricultura familiar.
Vale do Rio dos Sinos e Paranhana
RS L
Dados bibliográficos, documentos oficiais e legislações para contextualizar opanorama alimentar e as políticas públicas relativasà Segurança Alimentar e
qualitativa
13 produtores e 5 mediadores),consumidores (7 pais de alunos, 8 diretores e9 merendeiras) e gestores (11 gestores e 4 gestoreS/ consumidores).
Aborda a relação entre consumo, produção e políticas públicas alimentares a partir do Programa de Alimentação Escolar (PAE) brasileiro, buscando entender como ocorre a consolidação de sistemas diferenciados de produção e consumo de alimentos.
Conclui-se que o Programa de AlimentaçãoEscolar, além das potencialidades suprarreferidas,tem um grande potencial no que diz respeito àreunião de debates, até aqui feitos separadamente,sobre os problemas associados à produção e aodesenvolvimento rural e aqueles associados ao consumo e à saúde pública, abrindo uma ampla agenda de estudos e investigações.
Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo e Tereso, Mauro José Andrade
1997Revista Cadernos e Debates
Análise do Programa de Merenda Escolar em Campinas
merenda escolar, planejamento alimentar; política pública
PDF Campinas
SP L
Revisão documental
Revisão documental/ Artigo de opinião
-
Analisar o programa de alimentação ao escolar em Campinas, relacionando as metas da política de descentralização de 1993, do Governo Federal, com a efetiva operacionalização da merenda, a fim de contribuir com os tomadores de decisão do programa apresentando alternativas para um ganho de qualidade do serviço prestado aos escolares.
O cardápio da merenda servida nas escolas não atende, nem diária, nem semanalmente, as recomendações nutricionais de energia e proteína estipuladas por lei, muito menos de micronutrientes. Em Campinas, destacam-se como problemas básicos do programa os recursos financeiros, a burocracia e a infra-estrutura, tanto física quanto humana. Além disso, o programa mostra-se incapaz de atingir a meta de ser uma atividade que envolva a participação da sociedade, como pode-se perceber pela não reunião do Conselho de Merenda
A descentralização do PNAE pode ser potencializada, se planejada em conjunto entre várias áreas de atuação do poder público, como Abastecimento, Saúde, Promoção Social e Cultura, Esporte e Turismo, junto com a população alvo, a fim de ampliar o exercício dos direitos e autonomia da gestão municipal, com maior controle dos recursos públicos.
Vianna, Rodrigo Pinheiro de Toledo. Tereso, Mauro José Andrade
2000 Rev. Nutr.
O programa de merenda escolar de Campinas: análise do alcance e limitações do abastecimento regional
alimentação escolar; abastecimento de alimentos ; política de alimentos
PDF Campinas
SP L
Revisão bibliográfica
teórico - analise de dadosda Secretaria Estadual de Agricultura
" ...avaliar as condições de cumprimento da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Merenda Escolar que recomenda o abastecimento local do Programa, de acordo com a politica de descentralização do Governo Federal."
"Em campinas, o aproveitamento dos recursos do município e região, o abastecimento municipal de maneira integrada com os programas institucionais, a efetiva implementação de cardápios variados de acordo com a regionalidade, apontam para um quadro bastante favorável de melhora de qualidade do programa de merenda."
1- analisar tanto a estrutura operacional do programa como os aspectos legais que envolvem as compras publicas, buscando-se elaborar novos mecanismos que aproveitem as potencialidades do município como sua própria rede de abastecimento; 2- integração dos elementos existentes no município, tais como produtores locais, comercio e industria
Vieira CRN, Silva RR, Martino HSD, Chavasco JK.
2005 Hig Aliment.
Qualidade microbiológica da merenda escolar servida nas escolas estaduais de Poços de Caldas, MG.
Alimentação EscolarCarne/microbiologiaManipulação de AlimentosContaminação de Alimento
IMPRES
Poços de Caldas
MG L
análises microbiológicas de carne ôin naturaö e pratos prontos à base de carne, servidos na merenda escola.
Analítico 9 escolas da rede estadual
Realizar análises microbiológicas de carne ôin naturaö e pratos prontos à base de carne, servidos na merenda escolar de nove escolas da rede estadual em Poços de Caldas, MG e, análises microbiológicas de superfícies e mãos de manipuladores da merenda escolar.
Os resultados confirmam a importância da cocção em temperatura e tempo adequado como um dos meios para minimizar o problema de contaminação dos alimentos. As mãos de funcionários e as superfícies de manipulação de cinco escolas se mostraram contaminadas por coliformes e Staphylococcus coagulase positiva, revelando precariedade na higiene pessoal e de utensílios. Quanto à infraestrutura das cantinas, observou-se também em algumas delas uma adaptação de espaço pré existente, dificultando um
Sugere-se capacitação técnica para os responsáveis, treinamento às merendeiras e melhorias na infraestrutura das cantinas investigadas.(AU)
Vieira, Marta Neves Campanelli Marçal. Ferriani, Maria Graças Carvalho. Gomes, Romeu. Santos, Graziela VieiraBassan dos. Marchi, Eliana Maria Mattar
2008Segurança Alimentar e Nutricional,
Gestão de um Programa de Alimentação Escolarem um Município Paulista
políticas de alimentação, programa de suplementação alimentar, alimentação escolar, merenda escolar
PDF Ribeirão Preto
SP L
entrevistas semi-estruturada, observação participante e análise documental/ Análise documental
qualitativo
escolares da 4ª série, familias, profissionais da educação e saúde que trabalham diretamente com esses escolares. Profissionais do nivel central - planejamento, execução e supervisão
2 escolas municipais
1996 a 2007
Caracterizar o modelo de gestão deste programa, durante o período de 1996 a 2007.
"...a pratica do programa configura-se como um processo de trabalho fragmentado, onde diferentes atores sociais contribuem com atividades especificas. O que se constata como dificuldade esta pratica relaciona-se a aspectos administrativos do Programa…"
1- revisão dos objetivos do programa, promovendo a discussão que inclua a participação a participação popular articulada as políticas de alimentação inseridas nos setores de Saúde e Bem-Estar. 2- desenvolvimento de documentos que oriente uma gestão de qualidade e programas de educação nutricional, assim como legislação que estabelece critérios técnicos para elaboração de cardápio, aquisição de gêneros, prestação de contas e controle social