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Cartas Cartas ApostólicasApostólicasou Católicasou Católicas

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IntroduçãoIntroduçãoApós as epístolas paulinas, o Segundo Após as epístolas paulinas, o Segundo Testamento tem sete epístolas conhecidas Testamento tem sete epístolas conhecidas como como apostólicasapostólicas ou ou católicas (católicas (termo grego termo grego ““katholikóskatholikós““)), isto é, , isto é, universaisuniversais. . O primeiro destes nomes vem do fato de O primeiro destes nomes vem do fato de elas terem sido escritas por apóstolos, e o elas terem sido escritas por apóstolos, e o segundo porque elas não foram dirigidas a segundo porque elas não foram dirigidas a determinada comunidade, como é o caso determinada comunidade, como é o caso das epístolas paulinas, e nem a pastores, das epístolas paulinas, e nem a pastores, como as duas dirigidas a Timóteo e a como as duas dirigidas a Timóteo e a endereçada a Tito, mas para as endereçada a Tito, mas para as comunidades em geral.comunidades em geral.

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PRIMEIRA, PRIMEIRA, SEGUNDA E SEGUNDA E TERCEIRA TERCEIRA CARTAS DE CARTAS DE JOÃOJOÃO

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As cartas de João (fim As cartas de João (fim do séc. I) dirigem-se do séc. I) dirigem-se às comunidades às comunidades cristãs da Ásia Menor cristãs da Ásia Menor que passavam por que passavam por séria crise provocada séria crise provocada por tendências por tendências gnósticas que faziam gnósticas que faziam uma interpretação uma interpretação espiritualista do espiritualista do Evangelho.Evangelho.

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Nelas apareceram também divisões nas comunidades: grupos religiosos diferentes, cristãos e não cristãos, sobretudo gnósticos. As cartas reagiram fortemente contra isto e elaboraram uma síntese da mensagem cristã.

Há muitas semelhanças entre as Cartas e o Evangelho de João, mas há uma mudança de foco: os “judeus”, que eram os adversários principais do 4o Evangelho estão ausentes e a atenção se concentra nos enganadores que se separaram da comunidade, chamados “anticristos”.

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Alguns temas comunsHá muitas semelhanças. Vejamos apenas alguns traços do “discurso de despedida” Há muitas semelhanças. Vejamos apenas alguns traços do “discurso de despedida” de Jesus em João presentes em 1Jo:de Jesus em João presentes em 1Jo:

O Pai ama aquele que crê (Jo 14,21;1Jo 4,16) O Pai ama aquele que crê (Jo 14,21;1Jo 4,16) Permanecer em Deus (Jo 15,4; 1Jo 3,24)Permanecer em Deus (Jo 15,4; 1Jo 3,24) O dom do Espírito (Jo 14,16-17; 1Jo 4,13)O dom do Espírito (Jo 14,16-17; 1Jo 4,13) O testemunho do Espírito que é a Verdade (Jo 15,26; 1 Jo 5,6)O testemunho do Espírito que é a Verdade (Jo 15,26; 1 Jo 5,6) Perdão dos pecados (Jo 15,3; 1Jo 1,9)Perdão dos pecados (Jo 15,3; 1Jo 1,9) A “justiça” (Jo 16,10; 1Jo 2,29)A “justiça” (Jo 16,10; 1Jo 2,29) A vida eterna (Jo 17,3; 1Jo 5,20-21) A vida eterna (Jo 17,3; 1Jo 5,20-21) Amar a Deus é cumprir os mandamentos (Jo 15,10; 1 Jo 5,2)Amar a Deus é cumprir os mandamentos (Jo 15,10; 1 Jo 5,2) O mundo não conheceu a Deus (Jo 16,3; 1Jo 3,1)O mundo não conheceu a Deus (Jo 16,3; 1Jo 3,1) Rejeitar o comportamento do mundo (Jo 15,18-19; 1Jo 2,15)Rejeitar o comportamento do mundo (Jo 15,18-19; 1Jo 2,15)

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Algumas diferençasAlgumas diferenças

O Prólogo de João enfatiza a encarnação do Verbo. O O Prólogo de João enfatiza a encarnação do Verbo. O Prólogo de 1 Jo fala da Prólogo de 1 Jo fala da palavrapalavra (mensagem) de vida, que (mensagem) de vida, que foi vista, ouvida e tocada – a trajetória humana de Jesusfoi vista, ouvida e tocada – a trajetória humana de Jesus

1Jo atribui a Deus qualidades que o evangelho confere a 1Jo atribui a Deus qualidades que o evangelho confere a Jesus. Ex: Deus é Luz (1Jo 1,5; Jo 8,12;9,5) / Deus dá o Jesus. Ex: Deus é Luz (1Jo 1,5; Jo 8,12;9,5) / Deus dá o mandamento do amor mútuo (1Jo 4,21; 2Jo; Jo 13,34)mandamento do amor mútuo (1Jo 4,21; 2Jo; Jo 13,34)

Não aparece o termo Paráclito, mas sempre Espírito. Em Não aparece o termo Paráclito, mas sempre Espírito. Em 1Jo 2,1 Jesus é o Paráclito1Jo 2,1 Jesus é o Paráclito

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As 7 Igrejas da Ásia Menor no final do séc I, As 7 Igrejas da Ásia Menor no final do séc I, destinatárias do Apocalipse destinatárias do Apocalipse

O Apocalipse é dirigido às O Apocalipse é dirigido às “sete Igrejas da Ásia” (1,3;2-“sete Igrejas da Ásia” (1,3;2-3). São sete comunidades 3). São sete comunidades cristãs dessa província, cuja cristãs dessa província, cuja metrópole é Éfeso. Por causa metrópole é Éfeso. Por causa do número sete, que indica do número sete, que indica plenitude, e do caráter plenitude, e do caráter simbólico da linguagem desse simbólico da linguagem desse livro, supõe-se que seja livro, supõe-se que seja dirigido a toda a Igreja. As dirigido a toda a Igreja. As Igrejas da Ásia, destinatárias Igrejas da Ásia, destinatárias das Cartas, são todas aquelas das Cartas, são todas aquelas situadas nessa mesma situadas nessa mesma Província.Província.

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As Igrejas da Ásia Menor no final do séc IAs Igrejas da Ásia Menor no final do séc I

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Contexto Histórico: Expansão Contexto Histórico: Expansão das comunidades no final do das comunidades no final do

séc. I séc. I Contato dos cristãos da Ásia Contato dos cristãos da Ásia Menor com tendências Menor com tendências helenizantes e gnósticas:helenizantes e gnósticas:

Convicção de que o mundo Convicção de que o mundo material é fruto da degradação de material é fruto da degradação de um ser divino.um ser divino.

Dualismo entre o mundo material Dualismo entre o mundo material e o mundo espiritual. e o mundo espiritual.

Os seres que vivem aprisionados Os seres que vivem aprisionados no corpo nesse mundo decaíram no corpo nesse mundo decaíram do ser divino.do ser divino.

Os Gnósticos menosprezam a Os Gnósticos menosprezam a matéria e a carne e superestimam matéria e a carne e superestimam o espírito. A matéria é má, o espírito. A matéria é má, radicalmente oposta ao espírito e radicalmente oposta ao espírito e um impedimento para a salvaçãoum impedimento para a salvação

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Recusa do Deus Único, pois na Recusa do Deus Único, pois na visão dualista, Deus não poderia visão dualista, Deus não poderia ter criado um mundo onde existe ter criado um mundo onde existe o mal. Por isso tem que haver o mal. Por isso tem que haver dois princípios criadores: um para dois princípios criadores: um para o bem e outro para o mal o bem e outro para o mal (dualismo cósmico).(dualismo cósmico).

Expectativa de um ou vários Expectativa de um ou vários redentores cuja tarefa não é a de redentores cuja tarefa não é a de salvar, mas a de iluminar os salvar, mas a de iluminar os gnósticos na descoberta de sua gnósticos na descoberta de sua identidade divina.identidade divina.

A salvação é conseguida pela A salvação é conseguida pela evolução a um estágio superior evolução a um estágio superior de conhecimento que libera o de conhecimento que libera o espírito-alma da prisão desse espírito-alma da prisão desse corpo e o eleva à Plenitude.corpo e o eleva à Plenitude.

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PRIMEIRA CARTAPRIMEIRA CARTA

O O DINAMISMDINAMISMO DA FÉ E O DA FÉ E DO AMORDO AMOR

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3 CHAVES DE LEITURA DE 13 CHAVES DE LEITURA DE 1aa JoJo

1)1) A cristologia (questão central)A cristologia (questão central)

A personagem principal de 1 Jo é Jesus Cristo A personagem principal de 1 Jo é Jesus Cristo (o Jesus Histórico). (o Jesus Histórico).

O texto não trata da Encarnação, mas da O texto não trata da Encarnação, mas da confissão de que em Jesus Deus se revela a confissão de que em Jesus Deus se revela a nós, isto é, não se diz que Deus vem no nós, isto é, não se diz que Deus vem no homem, mas que a partir desse homem homem, mas que a partir desse homem podemos ver Deus.podemos ver Deus.

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Em Jesus, esse homem concreto, Em Jesus, esse homem concreto, Deus se manifesta, se torna visível.Deus se manifesta, se torna visível.

Jesus é um ser humano como nós, Jesus é um ser humano como nós, mas é o Filho de Deus. Quem vê isso mas é o Filho de Deus. Quem vê isso recebe a comunhão com Deus.recebe a comunhão com Deus.

Os adversários negam a origem Os adversários negam a origem divina de Jesus e recusam-se a divina de Jesus e recusam-se a confessar que Jesus tem Deus por confessar que Jesus tem Deus por Pai. Pai.

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“… porque a vida se manifestou, e nós a vimos; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se manifestou a nós; o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos…”

(1,2-3)

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2)2) O O AntidocetismoAntidocetismo

A tendência gnóstica se manifesta na Comunidade do Discípulo Amado na A tendência gnóstica se manifesta na Comunidade do Discípulo Amado na forma de uma heresia chamada forma de uma heresia chamada Docetismo.Docetismo.

Os docetas afirmam que se Jesus era Deus, seu corpo real só podia ser Os docetas afirmam que se Jesus era Deus, seu corpo real só podia ser astral, celeste. Seu corpo humano era astral, celeste. Seu corpo humano era aparente. aparente. Em grego, aparência = Em grego, aparência = dokesis dokesis Docetistas = aqueles que acreditam que o corpo humano de Docetistas = aqueles que acreditam que o corpo humano de Cristo era só aparente. Jesus era uma espécie de divindade fantasiada de Cristo era só aparente. Jesus era uma espécie de divindade fantasiada de homem. Assim, Cristo era verdadeiro Deus mas não um verdadeiro homem.homem. Assim, Cristo era verdadeiro Deus mas não um verdadeiro homem.

Os docetas esvaziam a realidade histórica de Jesus e negam a Os docetas esvaziam a realidade histórica de Jesus e negam a Encarnação. Para eles, o anúncio de Deus feito homem e morto na Cruz Encarnação. Para eles, o anúncio de Deus feito homem e morto na Cruz era escandaloso.era escandaloso.

Se o filho de Deus tinha uma condição humana aparente, Se o filho de Deus tinha uma condição humana aparente, des-historizada,des-historizada, se ele não assumiu nossa se ele não assumiu nossa carnecarne,, então a então a carnecarne humana não foi salva. Em humana não foi salva. Em resposta aos docetas, Santo Irineu afirma que resposta aos docetas, Santo Irineu afirma que a carne é o gonzo (o eixo) da a carne é o gonzo (o eixo) da salvaçãosalvação. O Concílio de Nicéia (325 d.C.), com Irineu, afirma que . O Concílio de Nicéia (325 d.C.), com Irineu, afirma que Jesus é Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homemverdadeiro Deus e verdadeiro homem. .

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““ Todo espírito que Todo espírito que reconhece que Jesus reconhece que Jesus Cristo veio na carne é Cristo veio na carne é de Deus; todo espírito de Deus; todo espírito que não reconhece que não reconhece Jesus não é de Deus” Jesus não é de Deus” (1Jo 4,1-3)(1Jo 4,1-3)

“ “ Porque muitos Porque muitos sedutores que não sedutores que não reconhecem Jesus reconhecem Jesus como Messias como Messias encarnado espalham-se encarnado espalham-se pelo mundo” (2Jo 7)pelo mundo” (2Jo 7)

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3)3) AntropologiaAntropologia

O cristão, desde já, é filho de Deus, nasceu O cristão, desde já, é filho de Deus, nasceu de Deus (3,1-2) e nisso se baseia seu amor de Deus (3,1-2) e nisso se baseia seu amor aos outros filhos de Deus (5,1). Na medida aos outros filhos de Deus (5,1). Na medida em que vive a filiação divina e permanece em que vive a filiação divina e permanece em Deus pode até se tornar incapaz de em Deus pode até se tornar incapaz de pecar (3,1; 5,18), embora na realidade todo pecar (3,1; 5,18), embora na realidade todo ser humano seja pecador (1,8-10)ser humano seja pecador (1,8-10)

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“Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é” (3,1-2).

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Esclarecendo alguns termos joaninosEsclarecendo alguns termos joaninos Carne:Carne: refere-se ao ser humano em sua temporalidade, refere-se ao ser humano em sua temporalidade,

fragilidade, precariedade, exterioridade, com suas fragilidade, precariedade, exterioridade, com suas possibilidades e seus limites (possibilidades e seus limites (sarxsarx). Chamar o ser ). Chamar o ser humano de carne não significa opô-lo a Deus, mas dizer humano de carne não significa opô-lo a Deus, mas dizer que na sua finitude ele não é como Deus. A cobiça da que na sua finitude ele não é como Deus. A cobiça da carne significa que o ser humano pode desejar ser como carne significa que o ser humano pode desejar ser como Deus e passar dos limites de sua condição de criatura. Deus e passar dos limites de sua condição de criatura.

Mundo: Mundo: pode ser a humanidade como destinatária do pode ser a humanidade como destinatária do amor de Deus (Jo 3,16) ou o lugar onde se manifesta a amor de Deus (Jo 3,16) ou o lugar onde se manifesta a dominação de potências hostis à soberania divina, que dominação de potências hostis à soberania divina, que se fecham a Deus e a Cristo (Jo 1,10; 1 Jo 2,16). A se fecham a Deus e a Cristo (Jo 1,10; 1 Jo 2,16). A exortação a não amar o mundo levou a muitos mal-exortação a não amar o mundo levou a muitos mal-entendidos. João não quer dizer que o mundo é mau e entendidos. João não quer dizer que o mundo é mau e deve ser desprezado. Não amar o mundo significa que deve ser desprezado. Não amar o mundo significa que não se deve compactuar com as forças inimigas de Deus não se deve compactuar com as forças inimigas de Deus presentes e atuantes na história.presentes e atuantes na história.

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Justiça:Justiça: justiça se opõe ao pecado. O pecado justiça se opõe ao pecado. O pecado é obra do diabo. Assim, se alguém pratica a é obra do diabo. Assim, se alguém pratica a justiça, esse nasceu de Deus. O conteúdo da justiça, esse nasceu de Deus. O conteúdo da justiça é o mandamento do amor (3,10). justiça é o mandamento do amor (3,10). Praticar a justiça é agir como Jesus (3,7). Praticar a justiça é agir como Jesus (3,7).

Injustiça: Injustiça: no contexto da referência ao no contexto da referência ao pecado esse termo não indica a falta de pecado esse termo não indica a falta de justiça entre os seres humanos como uma justiça entre os seres humanos como uma falta entre outras. Na Escritura significa a falta entre outras. Na Escritura significa a hostilidade radical contra Deus que leva a hostilidade radical contra Deus que leva a todos os pecados (iniquidade). É a oposição à todos os pecados (iniquidade). É a oposição à verdade que leva à incredulidade.verdade que leva à incredulidade.

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Estrutura da CartaEstrutura da CartaTrata-se de uma meditação apaixonada Trata-se de uma meditação apaixonada sobre a autenticidade cristã, expressa sobre a autenticidade cristã, expressa em termos de amor e de fé.em termos de amor e de fé.

Divide-se em três partes que, de modo Divide-se em três partes que, de modo cada vez mais aprofundado, cada vez mais aprofundado, desenvolvem o tema de fundo de João: desenvolvem o tema de fundo de João: conhecer os critérios da verdadeira conhecer os critérios da verdadeira comunhão de Deus com o ser humano.comunhão de Deus com o ser humano.

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EsquemaEsquema1,1-4 Prólogo = Um anúncio autêntico1,1-4 Prólogo = Um anúncio autêntico1,5-2,28 Primeira Parte = A comunhão 1,5-2,28 Primeira Parte = A comunhão com Deus: Caminhar na luzcom Deus: Caminhar na luz2,29-4,6 Segunda Parte = A comunhão 2,29-4,6 Segunda Parte = A comunhão com Deus: Viver como filhos de Deuscom Deus: Viver como filhos de Deus

4,7-5,13 A comunhão com Deus: Viver 4,7-5,13 A comunhão com Deus: Viver de fé e de amorde fé e de amor

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Prólogo - Um anúncio autêntico Prólogo - Um anúncio autêntico (1,1-4)(1,1-4)

Explica o ponto de partida e a Explica o ponto de partida e a intenção da carta, introduzindo o intenção da carta, introduzindo o leitor diretamente no coração da leitor diretamente no coração da comunidade cristã, que vive na comunidade cristã, que vive na própria experiência as dificuldades própria experiência as dificuldades em relação à fé em Cristo.em relação à fé em Cristo.

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“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida - porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa” (1,1-4).

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Primeira Parte - A comunhão com Primeira Parte - A comunhão com Deus: Caminhar na luz (1,5-2,28)Deus: Caminhar na luz (1,5-2,28)

1,5-2,2 Caminhar na luz1,5-2,2 Caminhar na luz Deus é luz e nele não há trevas (1,5)Deus é luz e nele não há trevas (1,5) Quem está na luz se reconhece pecador (1,6-10)Quem está na luz se reconhece pecador (1,6-10) Cristo, vencedor do pecado (2,1-2)Cristo, vencedor do pecado (2,1-2)

2,3-11 Observar os mandamentos: AMAR2,3-11 Observar os mandamentos: AMAR A autêntica experiência de Deus (2,3-6)A autêntica experiência de Deus (2,3-6) Amor: síntese de todos os mandamentos (2,7-8)Amor: síntese de todos os mandamentos (2,7-8) Ódio e amor (2,9-11)Ódio e amor (2,9-11)

2,12-28 Proclamar a própria FÉ2,12-28 Proclamar a própria FÉ A vitória dos crentes (2,12-14)A vitória dos crentes (2,12-14) Os crentes e o mundo (2,15-17)Os crentes e o mundo (2,15-17) A última hora e os anticristos (2,18-21)A última hora e os anticristos (2,18-21) A fé, sinal dos verdadeiros crentes (2,22-25)A fé, sinal dos verdadeiros crentes (2,22-25) Permanecer firmes na verdadeira fé (2,26-28)Permanecer firmes na verdadeira fé (2,26-28)

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“Eis a mensagem que ouvimos dele e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há treva alguma. Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade. Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, Deus aí está, fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade” (1,5-9).

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Deus é LuzDeus é LuzA imagem da luz, pela qual Jesus se designa A imagem da luz, pela qual Jesus se designa no evangelho como portador da verdade (Jo no evangelho como portador da verdade (Jo 8,12), na Carta aplica-se a Deus, fonte da 8,12), na Carta aplica-se a Deus, fonte da revelação e por isso mesmo de toda santidade revelação e por isso mesmo de toda santidade cristã. Falar de luz a propósito da divindade cristã. Falar de luz a propósito da divindade era comum no pensamento religioso daquela era comum no pensamento religioso daquela época. Mas o misticismo pagão buscava época. Mas o misticismo pagão buscava aproximar-se do reino da luz pela iluminação aproximar-se do reino da luz pela iluminação interior, o êxtase ou a iniciação ritual, interior, o êxtase ou a iniciação ritual, enquanto João afirma que o cristão anda na luz enquanto João afirma que o cristão anda na luz porque Deus é isento de trevas.porque Deus é isento de trevas.

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Segunda Parte - A comunhão com Deus: Segunda Parte - A comunhão com Deus: Viver como filhos de Deus (2,29-4,6)Viver como filhos de Deus (2,29-4,6)

2,29-3,10 Justiça, sim; pecado não2,29-3,10 Justiça, sim; pecado não Somos filhos de Deus (2,29-3,3)Somos filhos de Deus (2,29-3,3) Quem é nascido de Deus não peca (3,4-10)Quem é nascido de Deus não peca (3,4-10)

3,11-24 O imperativo cristão: AMA teu irmão3,11-24 O imperativo cristão: AMA teu irmão Quem não ama está na morte (3,11-18)Quem não ama está na morte (3,11-18) Quem crê e ama confia em Deus (3,19-24)Quem crê e ama confia em Deus (3,19-24)

4,1-6 A FÉ em Cristo: sinal do Espírito de Deus 4,1-6 A FÉ em Cristo: sinal do Espírito de Deus

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“Pois esta é a mensagem que tendes ouvido desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não façamos como Caim, que era do Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as do seu irmão, justas. Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia. Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino. Nisto temos conhecido o amor: Jesus deu sua vida por nós. Também nós devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos” (3,11-16).

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O amor em obras e verdadeO amor em obras e verdadeEsta expressão joanina indica dois aspectos Esta expressão joanina indica dois aspectos essenciais do amor: para ser autêntico, deve essenciais do amor: para ser autêntico, deve traduzir-se em atos concretos; mas só será traduzir-se em atos concretos; mas só será verdadeiramente cristão se prolongar na vida verdadeiramente cristão se prolongar na vida concreta da pessoa o amor de Deus concreta da pessoa o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo (3,16). Tal amor é manifestado em Jesus Cristo (3,16). Tal amor é portanto a própria expressão da fé e da portanto a própria expressão da fé e da verdade no ser humano (2Jo 1-2). Amar assim verdade no ser humano (2Jo 1-2). Amar assim é ser da verdade (3,19).é ser da verdade (3,19).

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A comunhão com Deus: Viver de FÉ e de A comunhão com Deus: Viver de FÉ e de AMORAMOR

(4,7-5,13)(4,7-5,13) 4,7-21 Na fonte do AMOR4,7-21 Na fonte do AMOR

Deus é amor (4,7-10)Deus é amor (4,7-10) Quem ama vive em Deus (4,11-16)Quem ama vive em Deus (4,11-16) Quem ama não teme (4,17-21)Quem ama não teme (4,17-21)

5,1-13 Na fonte da FÉ5,1-13 Na fonte da FÉ A vitória do cristão (5,1-5)A vitória do cristão (5,1-5) O testemunho de Deus (5,6-9)O testemunho de Deus (5,6-9) Quem crê no Filho tem a vida (5,10-16)Quem crê no Filho tem a vida (5,10-16)

5,14-21 Exortação final que resume a carta5,14-21 Exortação final que resume a carta

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“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados. Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito”. (4,7-12)

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Deus é AmorDeus é AmorAo dizer que Deus é Amor (4,8.16), o autor não Ao dizer que Deus é Amor (4,8.16), o autor não pretende dar uma definição abstrata do ser pretende dar uma definição abstrata do ser divino, mas afirmar que Deus se revelou em seu divino, mas afirmar que Deus se revelou em seu Filho como o Deus que ama (4,9-11). Esse amor Filho como o Deus que ama (4,9-11). Esse amor que se manifestou na história da salvação revela que se manifestou na história da salvação revela ao mesmo tempo o amor do Pai por seu Filho ao mesmo tempo o amor do Pai por seu Filho (cf. Jo 3,35;5,20;10,17;15,9;17,26). Para João (cf. Jo 3,35;5,20;10,17;15,9;17,26). Para João todo amor vem de Deus (4,7) e reflete entre nós todo amor vem de Deus (4,7) e reflete entre nós a própria vida da Trindade. Graças à fé, os a própria vida da Trindade. Graças à fé, os cristãos conhecem esse amor de Deus que se cristãos conhecem esse amor de Deus que se manifestou a nós (3,16).manifestou a nós (3,16).

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(1) A comunhão (1) A comunhão com Deus: com Deus:

Caminhar na LuzCaminhar na Luz

(2) A comunhão (2) A comunhão com Deus: viver com Deus: viver como filhos de como filhos de

DeusDeus

(3) A comunhão (3) A comunhão com Deus: Viver com Deus: Viver de fé e de amorde fé e de amor

Caminhar na LuzCaminhar na Luz Justiça sim; Justiça sim; pecado nãopecado não

Na fonte do Na fonte do AMORAMOR

Observar os Observar os mandamentos: mandamentos:

AMARAMAR

O imperativo O imperativo cristão: AMA teu cristão: AMA teu

irmãoirmãoNa fonte da FÉNa fonte da FÉ

Proclamar a Proclamar a própria FÉprópria FÉ

A FÉ em Cristo: A FÉ em Cristo: sinal do Espírito sinal do Espírito

de Deusde Deus

Exortação que Exortação que resume a cartaresume a carta

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SEGUNDA CARTASEGUNDA CARTA

AMAR NAAMAR NAVERDADEVERDADE

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Chave de Leitura: o contextoChave de Leitura: o contextoOs destinatários são comunidades da Ásia menor Os destinatários são comunidades da Ásia menor distantes do centro. A divisão ainda não chegou até distantes do centro. A divisão ainda não chegou até lá, mas os pregadores “avançados” (separatistas) lá, mas os pregadores “avançados” (separatistas) estão a caminho (10-11).estão a caminho (10-11).

Eles negam que o homem Jesus seja o Messias Eles negam que o homem Jesus seja o Messias enviado por Deus e descartam o mandamento do enviado por Deus e descartam o mandamento do amor mútuo, rompendo assim a comunhão com Deus. amor mútuo, rompendo assim a comunhão com Deus.

O Ancião escreve a essas Igrejas alertando-as sobre o O Ancião escreve a essas Igrejas alertando-as sobre o perigo. Enfatiza o mandamento do amor (5-6) e perigo. Enfatiza o mandamento do amor (5-6) e condena os mentirosos, chamados de anticristos, que condena os mentirosos, chamados de anticristos, que negam que Jesus veio na carne (7). Instrui a negam que Jesus veio na carne (7). Instrui a comunidade – Senhora eleita e seus filhos – a não comunidade – Senhora eleita e seus filhos – a não recebê-los em casa (casa-igreja) (10).recebê-los em casa (casa-igreja) (10).

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EsquemaEsquema1-3 Saudação e 1-3 Saudação e augúrio inicialaugúrio inicial

4-6 Exortação ao amor 4-6 Exortação ao amor mútuomútuo

7-11 Alerta contra os 7-11 Alerta contra os anticristosanticristos

12-13 Conclusão e 12-13 Conclusão e saudação finalsaudação final

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“Muito me alegrei por ter achado entre teus filhos alguns que andam na verdade, conforme o mandamento que temos recebido do Pai. E agora rogo-te, Senhora, não como quem te escreve um novo mandamento, mas sim o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Nisto consiste o amor: que vivamos segundo seus mandamentos. É este o mandamento que tendes ouvido desde o princípio, e segundo o qual deveis viver.” (4-6)

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TERCEIRA CARTATERCEIRA CARTA

REALIZAR REALIZAR O BEM O BEM

NANAVERDADEVERDADE

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Chave de Leitura: o contextoChave de Leitura: o contextoO Ancião com certeza é o responsável pelas comunidades O Ancião com certeza é o responsável pelas comunidades da Ásia Menor e encontra oposição de Diótrefes, bispo de da Ásia Menor e encontra oposição de Diótrefes, bispo de uma Igreja local que se mostra autoritário. uma Igreja local que se mostra autoritário. O Ancião enviou alguns missionários itinerantes, mas O Ancião enviou alguns missionários itinerantes, mas Diótrefes não lhes permitiu acesso à comunidade. Agora Diótrefes não lhes permitiu acesso à comunidade. Agora os reenvia, pedindo ajuda a Gaio, cristão exemplar da os reenvia, pedindo ajuda a Gaio, cristão exemplar da comunidade e seu amigo.comunidade e seu amigo.Demétrio, portador da carta, provavelmente é o líder do Demétrio, portador da carta, provavelmente é o líder do grupo missionário.grupo missionário.Alude a temas teológicos importantes: Alude a temas teológicos importantes: cristão é aquele que caminha na verdade;cristão é aquele que caminha na verdade; há uma profunda relação entre revelação e conduta honesta de há uma profunda relação entre revelação e conduta honesta de

vida;vida; fazer o bem na verdade é viver em comunhão com Deus e ser fazer o bem na verdade é viver em comunhão com Deus e ser

seus colaboradores.seus colaboradores.

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EsquemaEsquema

1-2 Breve saudação1-2 Breve saudação

3-8 Hospitalidade é 3-8 Hospitalidade é obra de fé. Elogio a obra de fé. Elogio a GaioGaio

9-11 É um mal não ser 9-11 É um mal não ser hospitaleiro. Crítica a hospitaleiro. Crítica a DiótrefesDiótrefes

12 Elogio a Demétrio12 Elogio a Demétrio

13-15 Conclusão13-15 Conclusão

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“Alegrei-me muito com a vinda dos irmãos e com o testemunho que deram da tua verdade, de como andas na verdade. Não tenho maior alegria do que ouvir dizer que os meus filhos caminham na verdade. Caríssimo, fazes obras de fé em tudo o que realizas para os teus irmãos, mesmo para os irmãos estrangeiros. Estes, perante a comunidade, deram testemunho do teu amor. Farás bem em provê-los para a sua viagem, de um modo digno de Deus. Pois por amor do seu nome partiram, sem nada receber dos pagãos. Devemos, portanto, receber a tais homens, para cooperar com eles pela verdade.” (3-8)

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ABERTURA 1ABERTURA 1Professamos Professamos a Féa Fé repetidamente, mas, muitas vezes, não repetidamente, mas, muitas vezes, não vivemos uma vivemos uma fé descorporalizada. fé descorporalizada. Na verdade, as heresias Na verdade, as heresias continuam latentes no ar que respiramos. No século I os continuam latentes no ar que respiramos. No século I os cristãos são tentados a anunciarem o Cristo Deus cristãos são tentados a anunciarem o Cristo Deus esquecendo-se de que ele é um homem real, de carne e esquecendo-se de que ele é um homem real, de carne e osso. Esta tendência doceta está presente em nossa osso. Esta tendência doceta está presente em nossa prática, quando buscamos o miraculoso e o espetacular em prática, quando buscamos o miraculoso e o espetacular em um Cristo todo divino, desconectado da realidade humana. um Cristo todo divino, desconectado da realidade humana. Falamos com entusiasmo de seus milagres, do poder de Falamos com entusiasmo de seus milagres, do poder de curar e expulsar demônios, mas não nos comprometemos curar e expulsar demônios, mas não nos comprometemos com a construção da fraternidade na história. O que com a construção da fraternidade na história. O que fazemos, na prática é, diante do fazemos, na prática é, diante do Reino de DeusReino de Deus, escolher , escolher Jesus só Deus, sem Reino. Jesus só Deus, sem Reino. Muitas vezes somos cristãos Muitas vezes somos cristãos com roupagem de místicos, mas alienados, que não com roupagem de místicos, mas alienados, que não queremos nos encarnar nas misérias da história. Como os queremos nos encarnar nas misérias da história. Como os docetas, na prática, negamos a humanidade sofredora do docetas, na prática, negamos a humanidade sofredora do Senhor.Senhor.

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ABERTURA 2ABERTURA 2Uma religiosidade típica de nossos tempos é a Uma religiosidade típica de nossos tempos é a Nova Era, Nova Era, que que vê Deus totalmente imanente nas criaturas. A pessoa vê Deus totalmente imanente nas criaturas. A pessoa pode evoluir gradativamente na divindade, mediante pode evoluir gradativamente na divindade, mediante progressiva progressiva iniciação gnósticainiciação gnóstica do estado de consciênciado estado de consciência, , pois sua alma imortal conserva as qualidades divinas. Para pois sua alma imortal conserva as qualidades divinas. Para voltar à divindade, da qual caiu, só precisa trabalhar para voltar à divindade, da qual caiu, só precisa trabalhar para desenvolver seu estado de consciência e atingir a desenvolver seu estado de consciência e atingir a consciência cósmica que se identifica com o divino. consciência cósmica que se identifica com o divino. Consequentemente, na religião da Nova Era não há lugar Consequentemente, na religião da Nova Era não há lugar para um Deus Pessoal, nem para a Graça, nem para a para um Deus Pessoal, nem para a Graça, nem para a Revelação. Não há como conceber Deus como Revelação. Não há como conceber Deus como alteridade alteridade comunicativacomunicativa, e nem que Deus Pai envie seu Filho para , e nem que Deus Pai envie seu Filho para assumir nossa história, pois dá-se uma fusão da criatura assumir nossa história, pois dá-se uma fusão da criatura com um divino impessoalcom um divino impessoal. . Também não há lugar para a Também não há lugar para a comunidade eclesial, para normas éticas universais ou para comunidade eclesial, para normas éticas universais ou para qualquer tipo de compromisso. Cada um faz aquilo que qualquer tipo de compromisso. Cada um faz aquilo que achar melhor para chegar à divindade.achar melhor para chegar à divindade.

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ABERTURA 3ABERTURA 3Em nossa vida de comunidade há muita Em nossa vida de comunidade há muita gratuidade e serviço. Mas não podemos gratuidade e serviço. Mas não podemos negar que há também muita falta de diálogo, negar que há também muita falta de diálogo, autoritarismo, falta de acolhida. Quantas autoritarismo, falta de acolhida. Quantas vezes topamos com líderes comunitários vezes topamos com líderes comunitários que são “donos da comunidade”, “donos da que são “donos da comunidade”, “donos da verdade”!. Quantas vezes falta amor verdade”!. Quantas vezes falta amor concreto em nossas comunidades, falta concreto em nossas comunidades, falta perdão, falta escuta…perdão, falta escuta…

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BibliografiaBibliografiaBROWN, R. BROWN, R. Introdução ao Novo TestamentoIntrodução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004.. São Paulo: Paulinas, 2004.

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Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002. Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002.

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