UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Faculdade de Artes e Letras
Centro Comunitário Paroquial da Ramada
Relatório de Estágio Curricular
Tiago João Freire Esteves
Relatório de Estágio Para Obtenção do Grau de Mestre em
Design Multimédia (2º ciclo de estudos)
Orientadora: Prof. Doutora Catarina Moura Supervisor de Estágio: Dra. Ana d´Avillez
Covilhã, Outubro de 2012
iii
Agradecimentos
Para que este trabalho pudesse ser concluído da melhor forma, houve um longo caminho que
teve que ser percorrido, quer de investigação, quer de desenvolvimento, apenas possível
devido não só ao esforço e empenho pessoal, mas também à presença e ajuda de várias
pessoas, a quem eu gostaria de expressar o meu agradecimento.
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à Prof. Doutora Catarina Moura pela sua dedicação e
orientação durante a realização deste relatório de Estágio.
Quero agradecer também à Doutora Ana d´Avillez pela oportunidade de estagiar na
instituição que dirige, pelo apoio dado ao longo do estágio, pela partilha de conhecimentos e
pela confiança depositada em mim e no meu trabalho, tentando sempre encontrar
alternativas e soluções para todos os problemas que foram surgindo ao longo do percurso.
Gostaria igualmente de agradecer aos meus grandes amigos Bruno Mateus, Carla Cardoso,
Filipe Martins e Sérgio Marques pelos momentos de boa companhia, diversão e por estarem
sempre ao meu lado, por me apoiarem e me ajudarem nos momentos mais difíceis, bem como
pelo incentivo e pela disponibilidade.
Quero agradecer à Marta Jacinto, sem a qual nada disto teria sido possível. Por toda ajuda,
apoio e preocupação, um grande obrigado.
À Cristina Reis, por toda ajuda e pela seriedade das suas opiniões. Pelas correcções e pela
total disponibilidade para tudo o que precisei ao longo de todo este tempo.
Ao meu irmão e à Jennifer Matos, pela sua compreensão, ajuda e paciência para me aturar
nos momentos mais difíceis.
Não menos importantes são os meus pais, avós e padrinhos, que me proporcionaram a
necessária formação obtida até agora, estando sempre ao meu lado para me apoiarem e
incentivarem cada vez mais para crescer enquanto pessoa. A eles o meu eterno amor.
A todos aqueles que me ajudaram, aqui fica igualmente o meu agradecimento.
MUITO OBRIGADO.
v
Resumo
O presente relatório aborda o trabalho desenvolvido durante a realização de um Estágio
Curricular no âmbito do mestrado em Design Multimédia da Universidade da Beira Interior, no
Centro Comunitário Paroquial da Ramada, em Odivelas.
O primeiro capítulo apresenta o conceito de identidade corporativa, a sua concepção e
estrutura, como também a dicotomia existente entre identidade e imagem, abordando por
fim a importância do papel no designer na criação e manutenção dessa identidade.
O segundo capítulo é dedicado ao estágio. Faz-se uma apresentação do mesmo, definindo os
objectivos que para ele foram traçados e revelando de que modo foi organizado, estruturado
e planificado.
Apresentam-se igualmente, com detalhe, todos os projectos realizados, tanto ao nível da sua
motivação como da sua concretização.
Palavras-chave
Centro Comunitário Paroquial da Ramada, Imagem Corporativa, Joomla, Design Gráfico, Web
Design.
vii
Abstract
This report presents the work done in the Parish Community Centre of Ramada in Odivelas. It
was carried out in order to obtain a Master´s degree in Design Multimedia at the University of
Beira Interior.
The first part introduces the notion of corporate identity. In addition, not only shows its
conception and structure but it also displays the difference between identity and image,
focusing on the designer’s role as a creator of a corporate identity programme.
The second chapter describes the internship and the different projects it entailed, as well as
its objectives and importance.
The different projects are described in detail.
Keywords
Parish Community Centre of Ramada, Institutional image, Joomla, Graphic design, Web
design.
ix
Índice
Agradecimentos iii
Resumo e Palavras-Chave v
Abstract & Keywords vii
Índice xix
Lista de Figuras Xi
Lista de Tabelas Xiii
Lista de Acrónimos Xv
Introdução 1
Capítulo 1. Desenhar uma identidade 5
1.1 Conceito 5
1.2 Gestão 7
1.3 Identidade e imagem 8
1.4 Concretização 10
1.4.1 Organização e responsabilidade 10
1.4.2 Estratégia e desenvolvimento 10
1.5 O papel do designer 13
Capítulo 2. Estágio 15
2.1 Apresentação do Estágio 15
2.1.1 Importância 15
2.1.2 Objetivos 15
2.2 A Instituição 16
2.3 Planificação 19
2.3.1 Etapas 22
Capítulo 3. Projetos Realizados 23
3.1 Web Design 23
3.1.1 Plataformas 23
3.1.2 Layout 25
3.2 Cartaz 27
3.3 Desdobrável 32
3.4 Flyer 33
3.5 Rótulos 37
x
3.6 Cartões de Identificação 40
Conclusão 43
Bibliografia 45
Anexos 47
Anexo 1- Propostas de Website (esquiços) 47
Anexo 2- CD, Site/assets 48
xi
Lista de Figuras
FIGURA 1: ORGANOGRAMA DO CCPR 18
FIGURA 2: ORGANIGRAMA DE ACTIVIDADE REALIZADAS POR MÊS 21
FIGURA 3: ÁREA DE PLATAFORMA JOOMLA. 24
FIGURA 4: LAYOUT" DO CCPR 27
FIGURA 5: CARTAZ DE NATAL 28
FIGURA 6: CARTAZ ‘CANTA E ENCANTA’ 29
FIGURA 7: CARTAZ ‘AETL’ 31
FIGURA 8: CARTAZ ‘TERAPIA DA FALA, TERAPIA OCUPACIONAL, PSICOMOTRICIDADE’ 32
FIGURA 9: DESDOBRÁVEL DESTINADO À PROMOÇÃO DA ANGARIAÇÃO DE FUNDOS PARA O
FUTURO PÓLO SOCIAL DE SANTA TERESINHA 33
FIGURA 10: FLYER DE NATAL CCPR. 34
FIGURA 11: FLYER DE NATAL CCPR IMPRESSO. 35
FIGURA 12: FLYER ‘ENCONTRO DE VOLUNTÁRIOS’ 35
FIGURA 13: FLYER ‘TERAPIA DA FALA, TERAPIA OCUPACIONAL, PSICOMOTRICIDADE’ 36
FIGURA 14: FLYER ‘AJUDAS TÉCNICAS’ 37
FIGURA 15: RÓTULO ‘BISCOITO DE LIMÃO’ 39
FIGURA 16: RÓTULO ‘BISCOITO DE LICOR DE CAFÉ’ 39
FIGURA 17: RÓTULO ‘BISCOITO VINHO DO PORTO E AMÊNDOA’ 40
FIGURA 18: RÓTULO ‘BISCOITO SANTA TERESINHA’ 40
FIGURA 19: CARTÃO DE IDENTIFICAÇÃO. 41
xv
Lista de Acrónimos
AETL Atividade Educativas de Tempos Livres
ATL Atividade de Tempos Livres
CCPR Centro Cumunitário Paroquial da Ramada
CD Compact Disc
CMS Content Management System
HTML HyperText Markup Language
HTTP Hypertext Transfer Protocol
IIS Internet Information Server
MySQL Structured Query Language
PHP Personal Home Page
UBI Universidade da Beira Interior
1
Introdução
O presente relatório é resultado do Estágio Curricular realizado entre 31 de outubro de 2011 e
13 de fevereiro de 2012 no Centro Comunitário Paroquial da Ramada (CCPR), situado na
freguesia da Ramada, conselho de Odivelas.
O CCPR funciona desde março de 1998. Tem como principal objetivo erradicar a pobreza e
promover a inclusão social, tanto na área da educação como na área da promoção humana e
da saúde, intervindo junto das crianças, dos jovens, dos idosos e dos deficientes. O estágio
decorreu nas instalações do CCPR, com o objetivo de modernizar alguns elementos, já
existentes, da identidade visual e de criar outros novos, como foi o exemplo do Website.
É necessário compreender que esta identidade de que falamos não pode ser entendida
simplesmente como o conjunto de sinais gráficos criados para a representar, embora estes
desempenhem também um papel importante. Antes da identidade física ou visual surgir, é
preciso reflectir sobre as características psicológicas que pretendemos ver associadas à marca
em função dos seus atributos funcionais, das expectativas dos consumidores e das
perspectivas futuras da empresa. Depois de definidas as duas vertentes, física e psicológica, a
identidade da marca será uma só, e em cada parte remete e espelha a outra face (Ruão,
2006:58).
A singularidade identitária é diferenciadora por excelência (Costa, 2006), pois uma identidade
gera uma imagem. Tanto o Marketing como os estudos organizacionais têm sido profícuos na
adopção do conceito de identidade e na sua aplicação ao universo industrial e comercial,
vendo-a como reflexo das características centrais, distintivas e duradouras que as instituições
emprestam às suas marcas, produtos e serviços. A identidade de uma organização será,
portanto, o que os seus membros nela percebam de essencial, ou seja, aquilo que a torna
distinta de qualquer outra, manifestando o seu passado e assegurando o seu futuro. “Tratar-
se-ia de um conjunto de características únicas de cada organização, que orientam toda a sua
actuação no mercado, e que devem reflectir preocupações de construção de imagem
externa” (Ruão, 2006: 52-53).
Embora a identidade corporativa se manifeste essencialmente através de nomes, logótipos,
símbolos, cores e rituais, é um conceito muito mais abrangente, que está relacionado com a
cultura e o comportamento da organização, exprimindo o seu propósito a longo-prazo (Olins,
1989), reflectindo a sua razão de ser, os seus valores e a sua forma de agir. A identidade é,
assim, a manifestação tangível da sua personalidade, a qual se deve projectar em tudo aquilo
que a organização faz, os seus produtos, edifícios, materiais de comunicação e acções. Ou
2
seja, todos os aspectos da expressão visual da organização, bem como o seu comportamento,
podem ser utilizados para exprimir os seus valores e para definir as suas relações com os seus
diversos públicos, devendo, por tal, ser geridos com coerência.
Metodologia
A metodologia adoptada para a realização deste relatório partiu de uma revisão bibliográfica
e de uma análise retrospectiva do trabalho realizado, de modo a reunir ferramentas teóricas
relevantes para aplicar a esta reflexão.
Esta metodologia vê-se reflectida na organização final do trabalho apresentado, que parte da
exploração de um conjunto de conceitos-chave, avançando com a sua aplicação no contexto
do Estágio.
Objectivos
Tendo como objectivo geral a aquisição de conhecimentos que só a prática em contexto
laboral pode proporcionar-nos, bem como a possibilidade de aplicar as ferramentas adquiridas
ao longo da formação de 1º e 2º ciclos em Design Multimédia, o Estágio Curricular no Centro
Comunitário Paroquial da Ramada foi igualmente orientado e estruturado em função de um
conjunto de objectivos mais específicos, a saber:
1. Execução do Website da instituição, usando para o efeito a plataforma open source
‘Joomla’;
2. Realização de três cartazes: um sobre canta e encanta, outro sobre a Terapia da Fala,
Terapia Ocupacional, Psicomotricidade e outro para o AETL1;
3. Realização de um flyer digital / animado e de um cartaz de Natal;
4. Criação de três flyers informativos: um sobre a terapia da fala, outro sobre as ajudas
técnicas e outro para os voluntários do Centro;
5. Elaboração de um desdobrável informativo, destinado à angariação de fundos para a
construção do novo Pólo Social da Santa Teresinha;
6. Criação de rótulos para biscoitos;
7. Criação de cartões de identificação para os funcionários.
1 AETL: Atividades Educativas de Tempos Livres
3
É nosso propósito mostrar como foram concretizados distintos suportes gráficos e como essa
concretização se harmonizou com os princípios definidos pelo Centro Comunitário Paroquial
da Ramada, contribuindo para reforçar a sua identidade, a sua imagem e o modo como se
comunica aos seus distintos públicos-alvo.
5
Capítulo 1. Desenhar uma identidade
1.1 Conceito
A noção de identidade organizacional surge do trabalho desenvolvido por Albert e Whetten,
em 1985, na Universidade de Illinois, Estados Unidos da América (EUA). Na perspectiva destes
autores, a identidade é uma questão auto-reflexiva que desponta do interior da instituição,
captando as suas características centrais, distintivas e duradouras.
Resumem o conceito em três pontos: (1) a identidade da organização é o que é percebido
pelos seus membros como essencial para esta; (2) é o que a torna distinta de outras (pelo
menos aos olhos dos seus trabalhadores); (3) e é o que é percebido pelos seus membros como
a característica que mantém e desenvolve a ligação entre o presente e o passado da
organização (e presumivelmente o seu futuro).
Tratar-se-ia, pois, de um esquema de classificação criado pelas organizações, à semelhança
do que acontece com os indivíduos, que lhes permitiria decidir quem são, localizando- se elas
próprias nesse esquema (Ruão, 2006:52).
Os teóricos de Marketing têm procurado chamar atenção para a importância do conceito de
identidade das organizações, na sua relação com as audiências externas. Tal como Margulies
(1977), consideram que o papel da identidade para qualquer empresa é, sobretudo, o de “se
identificar aos seus públicos: a comunidade, os consumidores, os funcionários, a imprensa, os
accionistas presentes e potenciais, os analistas e os investidores” (Idem: 52,53). A identidade
reflecte um conjunto de características únicas de cada organização, que não só orientam toda
a sua actuação no mercado, como devem traduzir todo o tipo de preocupações com a
construção de uma imagem externa.
Todavia, nos últimos anos a atenção começou a centrar-se na divisão entre uma identidade
interna e externa, chegando-se à conclusão de que uma compreensão aprofundada do
fenómeno da identidade exige a abertura do conceito à interacção das visões informadas de
públicos externos e internos (van Riel, 1995; Fombrun, 1996; Christensen e Askgaard, 2001).
A identidade é composta por um conjunto de representações simbólicas das organizações, não
deixando de ser influenciada (conscientemente ou não) pelo “outro”: organizações
concorrentes, consumidores, mass media, órgãos do Governo ou membros da comunidade
local. “Pelo que a identidade de uma organização será sempre o resultado de um fluxo de
6
informações, cognições e emoções que orientam para o seu interior, mas com origem em
diferentes entidades” (Ruão, 2006: 53).
Sem a dicotomia interno – externo, a conceptualização da identidade organizacional seria
sempre limitada. Actualmente, as empresas buscam um maior envolvimento dos públicos
externos nas suas actividades, dando a entender que estes fazem parte da sua empresa
(Idem, Ibidem). A Publicidade considera as audiências internas como públicos cada vez mais
importantes para as suas mensagens. De facto, os funcionários das empresas podem ser
simultaneamente membros, consumidores ou elementos da comunidade local – e, dependendo
doa papéis adoptados, influenciarão a organização de forma diferente.
O fenómeno de identidade deve ser equacionado sem restrições de fronteiras, ainda que isso
não seja impeditivo de se encontrar um centro de responsabilidades no momento da definição
da ideologia que preside à instituição. Os membros da organização são elementos
fundamentais na definição desta identidade, especialmente os gestores de topo, ideólogos da
organização a partir de dados concretos (e emocionais) que encontram na cultura interna, na
filosofia adoptada, nos comportamentos dos trabalhadores e no seu relacionamento com o
exterior, com propósitos de identificação, motivação e lealdade.
Após descobertas as características consideradas centrais à actividade da organização,
capazes de alcançar a diferenciação e consistência no tempo, então estas deverão ser
comunicadas aos diferentes públicos (internos e externos) numa tentativa de definir o
posicionamento. É pela comunicação e comportamento que os membros da organização
tornam pública e buscam a aceitação da sua identidade colectiva (Idem: 54).
Segundo Olins (1989), referido por Ruão como um dos grandes pioneiros do conceito de
identidade corporativa, “cada organização é única, e a sua identidade deve emergir das
raízes da própria organização, da sua personalidade, das sua forças e fraquezas” (Olins apud
Ruão, Ibidem).
Tentando aclarar essas dimensões singularizadoras da organização, Ind (1990) terá definido a
identidade como “o conjunto (...) da sua história, suas crenças e filosofias, natureza da sua
tecnologia, suas propriedades, pessoas (envolvidas), personalidade de seus lideres, seus
valores éticos, culturais, e suas estratégias.” (Ind apud Ruão, Ibidem)
Partindo do pressuposto que o objeto da marca engloba a organização ampliada a todas as
actividades que a relacionam com os seus diferentes públicos, então o conceito de identidade
corporativa refere-se ao conjunto de sinais que a organização utiliza para se diferenciar a si
própria, às suas divisões, produtos e serviços. A identidade corporativa manifesta-se através
de nomes, logótipos, símbolos, cores e rituais, mas é um conceito muito mais abrangente,
7
relacionado com a cultura e comportamento.
O processo de desenvolvimento da marca envolve muito mais do que a publicidade. Chegou o
momento das empresas alavancarem a marca através de toda a organização. O indivíduo pós-
moderno exige que a marca cumpra as suas promessas em cada interacção, quer seja através
dos seus produtos e serviços, colaboradores, identidade ou comunicação. Uma marca
coerente nestas quatro áreas alcançará a confiança e a lealdade do seu cliente, o que
permitirá o estabelecimento de relações lucrativas entre marca e pessoas (Morel, Preysler &
Nystron, 2002:10).
Para Olins (1989), a identidade corporativa é ainda mais englobante. Apresenta-a como
expressão do propósito de longo prazo da organização, reflectindo a sua razão de ser, os seus
valores e a sua forma de pensar. A identidade é, assim, a manifestação tangível da sua
personalidade, a qual se deve projetar em tudo aquilo que a organização faz, os seus
produtos, edifícios, materiais de comunicação e a forma como a organização de comporta.
Neste sentido, todos os aspetos da expressão visual da organização, bem como o seu
comportamento, podem ser utilizados para exprimir os seus valores e para definir as suas
relações com os seus diversos públicos, devendo ser geridos com coerência (Lencastre, 2007:
217).
1.2 Gestão
Para Upshaw (1995), a identidade de uma organização é a configuração do seu ADN,
determinante na estratégia que dita como esta se deve posicionar, quais as características da
sua personalidade e todos os seus elementos tangíveis e intangíveis, como o nome, o logótipo,
entre outros. Ao fortificar a sua identidade, a organização estará a fortificar também o seu
valor percebido, evitando que seja destruído por forças externas, no mercado. No entanto, as
marcas, especialmente as corporativas, não costumam nascer com uma proposta precisa das
necessidades de formalização da sua identidade (Garcia, 2005: 120).
Um dos principais problemas na gestão da identidade organizacional advém do facto de,
muitas vezes, a questão da identidade só se colocar quando é necessário preparar algum
programa de comunicação para divulgação de produtos ou posicionamento, e não como um
ponto de partida, como advoga a maior parte dos teóricos.
Uma das maiores dificuldades com que a identidade se confronta é o facto de, em geral, ser
confundida com as suas ferramentas, sejam elas o nome, o grafismo, o design, a embalagem,
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a publicidade, o patrocínio, a notoriedade ou até a avaliação financeira. Acresce a ausência
constante de estratégias para o seu desenvolvimento, pois os gestores, pressionados para
atingirem objectivos a curto prazo, vêem-se muitas vezes incapazes de implementar
estratégias que só dariam resultados a longo prazo (Ruão, 2006: 61).
Autores como Aaker (1991) e Kapferer (1991) indicam a monitorização da identidade como
solução para uma melhor compreensão e desenvolvimento das estratégias organizacionais.
Segundo Kepferer, as fontes de identidade, as que fazem a sua especificidade, são a melhor
via de acesso à compreensão do que a organização é. Nesse sentido, devem estudar-se os
produtos (ou serviços) disponibilizados, o nome, o logótipo, o país de origem, a produção
publicitária, conduzindo assim a uma Semiologia da emissão, numa tentativa de encontrar o
desígnio na origem desta produção de objectos, produtos e símbolos.
Este autor aconselha a realização de auditorias de identidade centradas nos componentes que
isolou como as suas fontes de identificação: (1) factores físicos e funcionais; (2) factores
visuais ou de design; (3) factores simbólicos; e (4) factores contextuais. No seu todo, estes
factores permitem estabelecer a proposta de valor que é feita aos diversos públicos.
1.3 Identidade e Imagem
Ao contrário do que o nome parece indicar, a imagem corporativa não se refere ao design ou
a imagens gráficas, mas antes à imagem mental que o público faz de uma empresa ou
organização (Costa, 2004). Efectivamente, trata-se do registo público dos atributos
identificatórios e, idealmente, identitários da organização. É a interpretação, espontânea ou
intencional, feita pela sociedade acerca da organização. Consequentemente, a imagem
corporativa refere-se a uma análise feita pelo público em resultado de todos os dados que lhe
chegam sobre determinada entidade, podendo dar azo a diferentes interpretações ou
imagens.
Zimmermann (1993) corrobora esta perspectiva, afirmando que a imagem corporativa engloba
e transcende a imagem gráfica. O conceito subjacente ao posicionamento da imagem
corporativa consiste na consideração de que qualquer aspecto tangível, visível e
inclusivamente intangível de uma instituição, pode ser entendido como uma representação,
como um modo e meio pelo qual se manifesta o seu ser, a sua identidade.
É necessário compreender que esta identidade de que falamos não pode ser entendida
simplesmente como o conjunto de sinais gráficos criados para a representar, embora estes
desempenhem também um papel importante. Antes da identidade física ou visual surgir, é
preciso reflectir sobre as características psicológicas que pretendemos ver associadas à
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instituição em função dos seus atributos funcionais, das expectativas dos consumidores e das
perspectivas futuras. Depois de definidas as duas vertentes, física e psicológica, a identidade
será uma só, e em cada parte remeterá e espelhará a outra face (Ruão, 2006: 58).
A imagem associada a uma organização, seja esta de que tipo for, é uma representação
mental que o indivíduo faz a seu respeito como reflexo do seu meio, práticas, cultura e
comunicação. Ou seja, relaciona-se com um conjunto de representações, tanto emotivas
como racionais, que um indivíduo ou grupo de indivíduos associam a determinada instituição
(Ruão, 2006: 89). “A imagem supõe então um processo de conceptualização por parte do
receptor, que metaboliza o conjunto de inputs transmitidos pela a empresa. E como em todo
o processo de conceptualização (...), o receptor contribui decisivamente para o resultado
final” (Idem: 90).
Assim, é possível verificar uma distinção entre o que a organização pretende projectar dela
própria, em conformidade com a sua identidade e missão – imagem pretendida ou projectada
– e a imagem que os públicos formarão dela, a partir dos contactos que com ela desenvolvem,
e que confrontarão com os seus próprios valores, preconceitos e outros factores psicológicos
internos – que se designa por imagem percebida. “A imagem percebida será sempre diferente
da pretendida, por mais rigoroso que seja o processo de projecção desenvolvido pela
comunicação de marketing, pois há sempre factores de distorção, como: a concorrência, a
informação veiculada pelos media, as experiências anteriores, a opinião dos grupos de
referência, e muito mais” (Idem, Ibidem).
É fundamental que exista coerência entre as diversas formas e mecanismos de comunicação
usados, comercial ou institucionalmente. A imagem a transmitir deve ser construída de uma
forma global, em função da imagem que se pretende instaurar, o que não invalida a
necessidade de segmentar públicos para permitir distintas operacionalizações dos objectivos
genéricos de imagem.
Ainda assim, a imagem não é tudo. Pode ser extraordinária, mas tem de cumprir com a sua
promessa, trabalhando para diminuir o gap de percepção, ou seja, a diferença existente entre
a realidade e o modo como ela é percepcionada (Marketeer, 2010: 32).
10
1.4 Concretização
Qualquer organização, instituição ou empresa quer transmitir uma boa imagem. Nesse
sentido, a conceção e concretização sólidas de uma identidade corporativa são a melhor
maneira de o conseguir. A construção de uma identidade é um trabalho minucioso, exigindo
constância e coerência entre todas as suas vertentes.
1.4.1 Organização e Responsabilidades
Existem dois aspetos importantíssimos na relação entre a organização e a sua identidade
corporativa. O primeiro refere-se à organização em si mesma e o segundo ao modo como se
organiza internamente a sua identidade. Não é difícil deduzir que o primeiro influencia
significativamente o segundo.
A construção da identidade de uma organização deve ter em consideração os seguintes
aspetos, que definem o carácter da entidade em causa:
Entidade privada ou estatal;
Gestão centralizada ou descentralizada;
Produtos ou serviços;
Mercado local, nacional ou internacional.
A responsabilidade pela criação e gestão de uma identidade corporativa é da direcção, a
quem cabe delegar a sua execução a pessoas ou departamentos (como o de Comunicação, o
de Marketing ou de Relações Públicas), dependendo das dimensões da organização.
1.4.2 Estratégia e desenvolvimento
A estratégia de comunicação interna e externa faz a ponte entre os objetivos da instituição e
os do projecto existente para a constituição e gestão da sua identidade.
No desenvolvimento de um programa de identidade corporativa, todos os procedimentos
devem ser discutidos pelos profissionais envolvidos no processo, embora nalguns casos a sua
contribuição possa limitar-se simplesmente à aplicação de regras definidas em função da
estratégia de comunicação adoptada.
O desenvolvimento de uma identidade é um processo contínuo, pois evolui com a própria
instituição. O processo passa por cinco fases distintas: (1) orientação, (2) criação da imagem
gráfica, (3) elaboração de um manual de estilo, (4) introdução e (5) aplicação e controlo.
11
1ª Fase – A Orientação
Nesta fase, deve examinar-se exaustivamente o comportamento da empresa com todos os
grupos que estarão à frente do projeto. A direção e o departamento de comunicação
elaboram um plano para o desenvolvimento do programa de identidade corporativa. Este
inclui os objetivos, a estratégia de desenvolvimento, a planificação e o orçamento dos custos
previstos no desenvolvimento do mesmo. Durante esta fase é necessária a ajuda de pessoal
externo à empresa.
Uma parte importante do plano é o inventário de todas as atividades da organização. É
fundamental o estudo desse mesmo material, pois é necessária clareza e coesão para que
este funcione de forma eficiente. Uma vez aprovado o plano, é nomeado um grupo de
trabalho, cuja hierarquia e dimensão dependerá do tamanho da própria instituição.
Uma das primeiras tarefas deste grupo de trabalho é a elaborar um programa de necessidades
baseado nos objetivos da identidade corporativa. Aos designers ser-lhes-ão mais tarde dadas
as especificações (briefing) baseadas nesse mesmo programa, que também servirá para
analisar os resultados durante o processo de desenvolvimento do mesmo. Este trabalho pode
ser dividido em sete grupos:
1. Necessidades históricas (elementos referentes ao passado e à continuidade da
instituição);
2. Necessidades organizativas (elementos referentes à estrutura e tipo de organização);
3. Necessidades comunicacionais (elementos referentes à estratégia de comunicação
interna e externa);
4. Necessidades económicas (elementos referentes ao orçamento e ao tempo
disponível);
5. Necessidades de qualidade (elementos referentes à imagem atual);
6. Necessidades técnicas (elementos referentes à normalização, estandardização e
meios a usar);
7. Necessidades sociais (elementos referentes à cultura da organização).
Só depois de elaborar este programa é que o grupo de trabalho pode decidir que outros
profissionais externos se devem envolver na elaboração do mesmo.
O desenvolvimento de uma identidade corporativa é um assunto a ser tratado a longo prazo,
pelo que - idealmente - tanto os designers como quaisquer outros profissionais externos
devem permanecer disponíveis durante um longo período de tempo, uma vez que poderá ser
necessário fazer modificações e/ou ajustes ao inicialmente planeado.
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2ª Fase - A criação da imagem gráfica
Nesta fase, o designer desenvolve os elementos visuais e as respectivas normas de aplicação,
em colaboração com o grupo de trabalho e com quaisquer outros profissionais externos
envolvidos no processo. O briefing dado ao designer deve ser completo e detalhado,
fornecendo uma ampla visão da organização, dos seus objectivos, da estratégia de
comunicação em curso (se for o caso) e de como deseja construir ou comunicar a sua
identidade.
A elaboração da imagem gráfica é constituída por várias etapas, ao longo das quais o designer
vai apresentando as suas propostas, as quais são analisadas em grupo e refeitas, se
necessário. Quando se considera que a imagem gráfica e os seus distintos elementos estão
concluídos, são analisados pela direção.
3ª Fase – A elaboração do manual de estilo
A elaboração de um manual de estilo é fundamental, pois este desempenha um papel
indispensável na introdução e na aplicação dos elementos que trabalham interna e
externamente a identidade gráfica concebida. Este manual incluirá o conjunto de normas de
aplicação de todos os elementos concebidos, permitindo coerência em todas as suas
aplicações. O manual é elaborado pelo designer e deve ser um livro com aspeto atrativo,
capaz de traduzir a imagem da organização.
4ª Fase - A Introdução
A fase da introdução começa quando se concluem os elementos básicos, quando já está
estabelecida imagem gráfica e também já se formularam as normas de aplicação e
organização.
Uma introdução ordenada depende tanto da comunicação interna como do manual ou outros
guias.
Para o grupo de trabalho, esta é a fase mais atarefada; as preocupações estão centradas no
controlo do orçamento, na planificação e na coordenação. Os resultados obtidos devem ser
discutidos regularmente por todos os elementos do grupo.
5ª Fase - A Aplicação e o Controlo
Esta última fase pertence ao processo de desenvolvimento. O programa de identidade
corporativa já está definitivamente instalado na instituição. O grupo de trabalho dissolve-se,
apesar de continuar a existir um grupo que vai exercendo o controlo e intervindo sempre que
necessário.
13
1.5 O papel do designer
O designer desempenha um papel fundamental na elaboração de um programa de identidade
corporativa, pois é ele o responsável pela criação da identidade visual da empresa.
O seu trabalho consiste na criação de um sistema capaz de estabelecer relações de
significado e de influência recíproca em que, por exemplo, interagem a retórica (a forma
como a identidade é comunicada) e a semântica (a percepção dessa identidade) (Chaves e
Belluccia, 2003). Assim, a imagem gráfica de um conceito ou objeto pode assumir diferentes
estilos (rigoroso, realista, simples, irregular, expressivo, sintético, etc.) e, com eles,
condicionar o conteúdo semântico.
Chaves e Belluccia (2003) consideram que a cultura gráfica é composta por uma rede
complexa de géneros e linguagens heterogéneos próprios da comunicação humana. Pensam
que um projeto de identidade gráfica de qualidade é aquele que consegue selecionar a
linguagem ou as linguagens adequadas a cada caso e interpretá-las com domínio absoluto dos
seus princípios.
O trabalho do designer deve ser elaborado estrategicamente em função do briefing que lhe
for entregue, pois quando o projeto de identidade gráfica ou visual é desenvolvido,
implementado e gerido corretamente, possibilita que o público-alvo se aproprie dos valores
corporativos corretos.
Ao longo do 2º capítulo, é nosso objectivo mostrar como foram concretizados distintos
suportes gráficos e como essa concretização se harmonizou com os princípios definidos pelo
Centro Comunitário Paroquial da Ramada, contribuindo para reforçar a sua identidade, a sua
imagem e o modo como se comunica aos seus distintos públicos-alvo.
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Capítulo 2. Estágio
2.1 Apresentação do Estágio
O presente relatório é resultado do Estágio Curricular realizado entre 31 de outubro de 2011 e
13 de fevereiro de 2012 no Centro Comunitário Paroquial da Ramada (CCPR), situado na
freguesia da Ramada, conselho de Odivelas.
O CCPR funciona desde março de 1998. Tem como principal objetivo erradicar a pobreza e
promover a inclusão social, tanto na área da educação como na área da promoção humana e
da saúde, intervindo junto das crianças, dos jovens, dos idosos e dos deficientes.
O estágio decorreu nas instalações do CCPR, com o objetivo de modernizar alguns elementos,
já existentes, da sua identidade visual e de criar outros novos, caso, por exemplo, do
Website.
O planeamento dos trabalhos a realizar foi proposto pela supervisora do estágio no local, Dra.
Ana d´Avillez, juntamente com o presidente da direção, o Pároco Arsénio José Fernandes
Isidoro. Todos os projetos realizados no âmbito do estágio pertencem à área de Design
Multimédia, destacando-se os trabalhos de Web Design e de identidade visual. Sendo o cliente
a própria instituição, o nosso trabalho enquadrou-se no âmbito de uma estratégia de reforço
da comunicação interna do CCPR.
2.1.1 Motivação
A opção pela realização de um estágio curricular resultou da possibilidade de inserção numa
atmosfera laboral e pelo contacto direto com o mercado de trabalho, sendo desde logo uma
experiência enriquecedora a nível curricular, pessoal e profissional. A oportunidade de
desenvolver trabalhos em contexto real é fundamental para um estudante de mestrado,
devido à sua iminente e desejável inserção no mercado laboral.
A escolha da instituição de acolhimento do estágio deu-se após tomar conhecimento, através
de familiares, de que o CCPR estava à procura de alguém para elaborar o seu Website.
Cumprida essa expectativa, o envolvimento com a instituição cresceu e permitiu uma
colaboração extensível à elaboração de outros suportes de divulgação. Se, por um lado, esse
aspecto pode retirar especificidade ao objecto deste relatório, por outro, em termos de
evolução pessoal e profissional, todos os trabalhos realizados contribuíram amplamente para
a nossa aprendizagem e evolução. Também por isso, optámos por não destacar um projecto,
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incluindo-os a todos. Do mais pequeno ao mais significativo, todos eles fizeram parte do
percurso e de um contributo importante para a instituição em causa.
2.1.2 Objectivos
Tendo como objectivo geral a aquisição de conhecimentos que só a prática em contexto
laboral pode proporcionar-nos, bem como a possibilidade de aplicar as ferramentas adquiridas
ao longo da formação de 1º e 2º ciclos em Design Multimédia, o Estágio Curricular no Centro
Comunitário Paroquial da Ramada foi igualmente orientado e estruturado em função de um
conjunto de objectivos mais específicos, a saber:
1. Execução do Website da instituição, usando para o efeito a plataforma open source
‘Joomla’;
2. Realização de três cartazes: um sobre canta e encanta, outro sobre a Terapia da Fala,
Terapia Ocupacional, Psicomotricidade e outro para o AETL;
3. Realização de um flyer digital / animado e de um cartaz de Natal;
4. Criação de três flyers informativos: um sobre a terapia da fala, outro sobre as ajudas
técnicas e outro para os voluntários do Centro;
5. Elaboração de um desdobrável informativo, destinado à angariação de fundos para a
construção do novo Pólo Social da Santa Teresinha;
6. Criação de rótulos para biscoitos;
7. Criação de cartões de identificação para os funcionários.
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2.2 A Instituição
O Centro Comunitário Paroquial da Ramada é uma instituição particular de Solidariedade
Social (IPSS) que funciona desde março de 1998 sob a direção do Pároco Arsénio José
Fernandes Isidoro.
A instituição tem como missão a erradicação da pobreza e a promoção da inclusão social,
tanto na área da educação como na área da promoção humana e da saúde, intervindo junto
das crianças, dos jovens, dos idosos e dos deficientes, e apoiando diariamente cerca de 540
utentes.
A estrutura organizacional desta instituição é composto por: Presidente, Conselho Fiscal,
Diretora Geral, Diretora Adjunta, 75 funcionários e 13 Voluntários.
A instituição intervém em diferentes áreas:
- Na Infância: Creche, Jardim de Infância, ATL, Apoio ao Estudo, Centro de
Acolhimento Temporário.
- Na Terceira Idade: Centro de Dia, Serviços de Apoio Domiciliário, Apoio Domiciliário
Integrado.
- Na Intervenção Comunitária: Refeitório Social para famílias em situação de
carência extrema, Loja Solidariedade, Fisioterapia, Ajudas Técnicas.
- Nos Projetos de Intervenção: Fisioterapia, Centro Atividade Ocupacionais para
Deficientes.
Em termos organizacionais, o Centro é uma instituição caracterizada por um ambiente de
trabalho informal, mas responsável, pautado por um notório e constante espírito de
entreajuda, sentindo-se que todos os colaboradores trabalham em conjunto, remando numa
mesma direcção. A estrutura de trabalho desta instituição é considerada aberta, transversal e
horizontal.
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2.3 Planificação
O Estágio iniciou-se no dia 31 de outubro de 2011 e terminou no dia 13 de fevereiro de 2012,
tendo uma duração total de um pouco mais de três meses e decorrendo nas instalações do
Centro Comunitário Paroquial da Ramada. O plano de Estágio foi definido e apresentado no
primeiro dia pela supervisora local do mesmo, Dra. Ana d´Avillez, contando igualmente com a
intervenção da Dra. Susana Borges e da Dra. Sílvia Esteves.
Os projetos a elaborar foram quase todos propostos pela Dra. Ana d´Avillez. No início de cada
projeto, tinha sempre lugar uma reunião para definir as linhas de execução, expectativas e
objectivos a cumprir. Do mesmo modo, a finalização do trabalho implicava nova reunião, útil
para a discussão de possíveis ajustes e correcções de eventuais falhas detectadas.
Todos os trabalhos que foram desenvolvidos tiveram igual importância, foram elaborados com
interesse e rigor, e contribuíram para um bom enriquecimento pessoal e evolução
profissional.
Data
Tema
Participantes
31/10/2011
Início do estágio e apresentação das actividades a desenvolver
Dra. Ana d´ Avillez Dra. Cristina Gabriel
09/11/2011
Reunião sobre a elaboração do Postal de Natal
Dra. Ana d´ Avillez
14/11/2011
Reunião sobre a apresentação de propostas para o Postal de Natal
Dra. Ana d´ Avillez
22/11/2011
Reunião sobre a elaboração do Flyer Voluntariado
Dra. Ana d´ Avillez Dra. Sílvia Esteves
29/11/2011
Reunião sobre o cartaz de Natal
Dra. Sílvia Esteves
07/12/2011
Reunião sobre um novo cartaz “Canta e Encanta”
Dra. Ana d´ Avillez
15/12/2011
Reunião sobre um novo cartaz AETL
Dra. Andreia Nunes
20/12/2011
Reunião sobre o Website para o CCPR
Dra. Ana d´ Avillez Dra. Cristina Gabriel Pároco Arsénio
03/01/2012
Apresentação das propostas para o Website
Dra. Ana d´ Avillez Dra. Susana Borges Dra. Cristina Gabriel
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05/01/2012
Reunião sobre o Desdobrável Dra. Ana d´ Avillez
11/01/2012
Reunião sobre um novo cartaz de Terapia da Fala
Dr.ª Ana d´ Avillez
31/01/2012
Reunião sobre Flyer de Terapia da Fala
Dr.ª Ana d´ Avillez
02/02/2012
Reunião sobre Flyer de ajudas técnicas
Dr.ª Ana d´ Avillez
13/02/2012
Entrega de todos os projectos em CD e ponto de situação do Estágio.
Dr.ª Ana d´ Avillez
Tabela 1: Descrição das reuniões realizadas durante o estágio.
Durante os três meses de Estágio, foi definido um percurso e uma estratégia temporal capaz
de permitir alcançar todos os objetivos e realizar todo os projetos previstos, de modo
eficiente e eficaz.
Durante as duas primeiras semanas de Estágio foram realizadas pesquisas sobre plataformas e
linguagem de programação, passando pela realização de tutoriais. Desta fase concluiu-se que
o Joomla seria o melhor sistema de gestão a adotar na página Web. A aplicação Joomla é um
programa bastante complexo, exigindo um grande investimento de tempo e dedicação para
alcançar total domínio da plataforma. Embora o tempo definido para o Estágio não fosse
suficiente para alcançar esse domínio em termos absolutos, consideramos que o esforço
realizado e os resultados obtidos são satisfatórios.
A pesquisa necessária para realizar o Website e a reunião de informação e imagens a incluir e
disponibilizar na sua versão final foram conciliadas com a realização dos restantes projectos,
nomeadamente o cartaz, os flyers, o desdobrável, os rótulos e os cartões pessoais para os
funcionários da instituição. O objectivo de todos estes suportes, tanto individualmente, mas
sobretudo no seu conjunto, era espelhar mais adequadamente a identidade corporativa da
instituição e melhorar a sua imagem na promoção de eventos, produtos ou serviços que o
CCPR disponibiliza.
A Figura 1 apresenta o organigrama do Estágio e das actividades desenvolvidas.
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2.3.1 Etapas
A primeira etapa do Estágio (que na verdade, devido ao seu carácter exigente, acompanharia
o estágio até ao fim, exigindo conciliação com os restantes projectos) foi dedicada ao
desenvolvimento de um Website. O principal objetivo deste projeto consistia em criar o
layout de raiz, através de desenhos físicos que, posteriormente, foram transportados para o
computador e colocados em forma digital. O CCPR não possuía uma página Web, mas estava
consciente da sua importância para a divulgação da instituição.
A etapa seguinte passou pela criação de quatro cartazes: “cartaz de natal”, “cartaz de
AETL”, “cartaz Canta e Encanta” e “cartaz de Terapia da Fala, Terapia Ocupacional e
Psicomotricidade”. O objectivo destes suportes foi divulgar eventos, produtos e serviços
disponibilizados pelo Centro.
Num terceiro momento, foi igualmente proposta a elaboração de quatro flyers, destinados a
reforçar os cartazes nos seus objectivos específicos de divulgação.
A quarta etapa do Estágio passa pela elaboração de um desdobrável destinado a angariar
fundos para a construção do futuro Pólo Social de Santa Teresinha. Este projeto visa continuar
a ajudar pessoas portadoras de doenças. Para a divulgação desta iniciativa, foi necessário
estruturar um plano de divulgação e pensar na melhor forma (literalmente) de passar a
mensagem e respectivo conceito.
De seguida, o trabalho centrou-se no desenvolvimento de rótulos para biscoitos, capazes não
só de criar uma imagem apelativa, mas também de informar o comprador sobre o produto e
seus distintos componentes. A confecção dos biscoitos foi uma tarefa dos funcionários e dos
utentes do CCPR, tendo como finalidade angariar fundos para a instituição.
A sexta e última etapa é definida pela elaboração de cartões de identificação destinados aos
funcionários da instituição, tendo por objetivo identificar pessoa e função desempenhada.
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Capítulo 3. Projetos Realizados
3.1 Web Design
Na primeira reunião com a Dra. Ana d´Avillez foram feitas algumas sugestões e colocadas
algumas restrições a ter em consideração na realização da página Web. O aspecto mais
importante que daí ressaltou foi a necessidade de elaborar o Website tendo em consideração
que futuras atualizações pudessem ser feitas de forma fácil, sem requerer a presença de
pessoas especializadas, como um designer ou um programador.
A realização do Website implicou um exaustivo trabalho de pesquisa sobre as plataformas
open source2 existentes que mais se ajustassem às necessidades futuras da instituição. São
muitas as plataformas actualmente disponíveis: Wordpress, Joomla, Drupal, Mambo, Novable
Type, Blogger, Modx, entre outras. Concluímos que as que melhor se ajustariam à
especificidade deste projecto seriam: Wordpress, Joomla e Drupal.
3.1.1 Plataformas
Wordpress
Wordpress é uma plataforma de código aberto desenvolvida inicialmente para a criação de
blogs, combinando usabilidade e estética.
Esta plataforma contém um sistema de gestão de conteúdos permitindo, de uma maneira
simples e robusta, criar e fazer a necessária manutenção de todo o conteúdo de um site.
O Wordpress é desenvolvido em PHP3 e suportado por uma base de dados feita em MySQL4,
permitindo criar e organizar categorias e arquivos temporais.
Como é explicado no site oficial do Wordpress, “…apesar de ser grátis, tem um valor
inestimável…”, expressão que transcreve a essência desta plataforma.
Joomla
Joomla é um dos mundos mais populares da Internet, com plataformas CMS5 (Content
Management System) de open source e orientado à comunidade a partir do CMS Mambo.
2 De código aberto, ou seja, acessível sem restrição ao nível dos direitos de autor. 3 PHP: Personal Home Page 4 MySQL: Structured Query Language
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A programação de Joomla é desenvolvida em PHP e pode ser aberta e orientada no servidor
Web Apache6 ou IIS7, com base de dados MySQL. Com o desenvolvimento do PHP, a tecnologia
encontra-se em crescente expansão, sendo um bom indicador do interesse que desperta
perante a grande parte dos programadores Web na criação dinâmica de páginas (Serrão &
Marques, 2004).
A aplicação Joomla é um sistema de coordenação de conteúdos que nos permite criar e gerir
os conteúdos do Website sem necessitarmos de um programador ou de trabalhar com
programação para poder manusear os conteúdos da página. É uma aplicação livre e aberta, de
fácil orientação, que se pode modificar conforme as necessidades.
Com a inovação do Joomla, os utilizadores só necessitam ter a área de login, criação, edição
e publicação de conteúdos, pois esses recursos já existem e estão pré-programados para
serem utilizados. O Joomla é a única plataforma de código aberto orientada e programada de
forma controlada, com idioma e extensões disponíveis na Internet através de download dos
módulos e componentes, tal como templates, que são responsáveis pelo aspecto visual do
site. Em suma, o Joomla é como um “esqueleto” de Website com meios básicos, bem como
manutenção e administração simples via Web.
Figura 3: Área de Plataforma Joomla.
5 CMS: Sistema de Gestão de Conteúdos. 6 Web Apache: O servidor Apache HTTP é um servidor de rede, em que está ligado com o coração da World Wide Web. 7 IIS: Internet Information Server (serviços de Informação da Internet).
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Drupal
Drupal é uma plataforma open source de criação e gestão de conteúdos de páginas online,
desenvolvida para construção de blogs e Websites dinâmicos.
O código do Drupal é desenvolvido em linguagem PHP, tornando-o independente de sistemas
operacionais. Necessita de um servidor Apache HTTP8 compatível com PHP e de uma base de
dados em MySQL para guardar toda a informação do site.
Uma das vantagens presentes nesta plataforma é a sua versatilidade e adaptação aos extras
inseridos; todos eles são compatíveis entre versões diferentes, podendo ser usados
continuamente. Por outro lado, o desenvolvimento do Website é 100% personalizável,
podendo ser adaptado através de alterações no código base do mesmo. No entanto, requer
um bom conhecimento de programação e desenvolvimento Web.
3.1.2 Layout
A pesquisa realizada sobre as plataformas existentes e disponíveis on-line que melhor se
ajustassem aos requisitos apresentados levou-nos a concluir, pesadas as vantagens e as
desvantagens das opções analisadas, que o Joomla seria a melhor opção para realizar a página
do Centro Comunitário Paroquial da Ramada.
“O Joomla é sem dúvida uma plataforma muito útil nos dias de hoje, pois
permite a criação e manutenção de páginas Web, de uma forma muito
simples, e rápida, abstraindo o seu criador de toda a pesada carga de
código HTML, que normalmente seria necessária para construir um Website.
A sua forma de criar e gerir conteúdos é muito simples, fornecendo ao
utilizador um interface muito idêntico a um qualquer processador de texto,
com a possibilidade de integrar uma imensa panóplia de objetos
multimédia, provenientes de ficheiros criados pelo utilizador ou através de
outro qualquer recurso Web” (Raposo, s/d).
A plataforma Joomla é gratuita e reúne já uma enorme comunidade de utilizadores, aspecto
benéfico na medida em que, devido ao espírito de funcionamento destas comunidades on-
line, são mais pessoas a quem recorrer para pedir ajuda face a qualquer problema.
Possui também a possibilidade de adicionar extensões, que podem ser módulos, componentes
ou plugin's, enriquecendo o Website e tornando-o mais apelativo para se visitar. As nossas
opções a este nível (da adição de extensões) contribuíram para que a página ficasse ainda
8 HTTP: Hypertext Transfer Protocol
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mais dinâmica, facilitando também o método de edição com a ajuda das extensões Fox
Contact, para criar formulários com suporte em envio de e-mail; Widgetkit, para adicionar
galeria de imagens; e também Menu Accordeon CK, para criar menus e outras possibilidades.
Definida e preparada a plataforma a ser utilizada, passou-se para a fase da criação do
layout9, através de esboços e do software “Artisteer 3”.10
A primeira preocupação no design do layout da página Web do Centro Comunitário Paroquial
da Ramada foi conseguir criar uma imagem capaz de reflectir a identidade da instituição e
demonstrar coerência com aspectos já existentes da sua imagem.
O layout foi trabalhado a dois níveis: um primeiro, que contempla o cabeçalho, onde estão
colocados os menus de informação, bem como um banner11 com slideshow12; e um segundo,
englobando o corpo da página, incluindo o principal menu de conteúdos.
Após a proposta inicialmente esboçada ser aceite, passou-se à elaboração do design do
layout, através do software “Artisteer 3”. O design proposto foi aprovado, implicando apenas
ligeiras alterações no menu superior.
Com a estrutura do layout já elaborada, passou-se para a fase de recolha fotográfica das
diversas respostas sociais: Infância, Juventude, Idosos, Deficiência e entre outros serviços,
seguindo para a execução de tratamento e recorte de imagens fotográficas no Adobe
Photoshop, iniciando o “banner” com “slideshow” 1000 x 400 px no programa Adobe Flash.
Por último, passou-se à fase de programação da Página Web em Joomla.
9 Layout: área de espaço de design da pagina Web. 10 O Software Artisteer 3 é um programa de Webdesign que cria modelos de Websites sem termos a necessidade de aprender outros programas, tais com Dreamweaver, Photoshop, CSS, HTML ou outras tecnologias. 11 “banner”: É uma área publicitária da internet que permite ver imagens em sequência e de forma automática 12 “slideshow”: Permite ver todas as imagens uma de cada vez de um álbum, em sequência e de forma automática.
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Figura 4: Layout" do CCPR
3.2 Cartaz
Ao criarmos um cartaz é importante saber para quem será dirigido, mesmo que o público-alvo
pertença às classes A ou B. O cartaz é um meio de divulgação de um determinado produto ou
de uma propaganda e para se realizar necessitamos de informações desse mesmo produto e
de saber muito bem a que tipo de público se destina.
Na construção do cartaz devemos ter em atenção a quantidade de texto incluída, imagem,
cor e a organização do espaço, isto é, um cartaz não deve conter demasiado texto, a imagem
tem de transmitir a ideia correta do que se pretende publicitar, a cor deve permitir realçar as
formas e, por fim, a organização de espaço deve facilitar uma leitura fácil e clara da
mensagem. O cartaz ideal é aquele que pode ser entendido de imediato (Cesar, 2006).
Ao mesmo tempo que desenvolvíamos a página Web do CCPR, foi-nos proposta a realização de
quatro cartazes: “cartaz de natal”, “cartaz de AETL”, “cartaz Canta e Encanta” e “cartaz de
Terapia da Fala”.
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Cartaz de Natal
O Cartaz de Natal teve como objetivo divulgar a “Festa de Natal 2011”, que iria realizar-se no
CCPR. Foi solicitada a realização do cartaz em formato A3, com o objetivo de transmitir o
espírito natalício. Em seguida, estruturou-se o trabalho em duas partes: uma, superior, onde
se insere o local e data da festa; e outra, na parte inferior, referente ao programa da festa.
O cartaz foi elaborado no programa Adobe Illustrator, um editor de imagem mais indicado
para vectorização de imagem. O cartaz foi construído com uma linguagem limpa, destinada a
transmitir a mensagem com um espirito natalício, intenção reforçada com o uso de bolas de
árvores de natal. Optámos por utilizar a cor vermelha e a cor azul, o vermelho devido a ser
uma cor atrativa e ajustada à época natalícia, e o azul devido à imagem corporativa da
instituição. O tipo de letra utilizado para este trabalho foi “FuturaStd”, para um melhor
enquadramento e uma melhor visualização.
Figura 5: Cartaz de Natal
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Cartaz ‘Canta e Encanta’
O projeto “Canta e Encanta”, que consiste na divulgação de aulas de canto e de guitarra, foi
organizado pelo CCPR em parceria com a Câmara Municipal de Odivelas. Destina-se a um
público-alvo específico, constituído por pessoas com mais de 55 anos, residentes nas
freguesias da Ramada e/ou de Odivelas. O objetivo deste cartaz é promover o convívio entre
pessoas com idade superior a 55 anos e, ao mesmo tempo, proporcionar-lhes aulas de canto e
de guitarra.
Um vez mais, o cartaz foi executado no programa Adobe Illustrator, desta vez em formato
A4, com uma linguagem clara, objectiva e alusiva.
O fundo branco do cartaz remete para a árvore do logótipo do CCPR; os pássaros ilustrados
vão ao encontro do tema abordado (“Canta e Encanta”). A cor azul é apropriada à imagem da
instituição. O tipo de letra utilizado foi “Merge Light”, por se considerar que favorece a
legibilidade ao mesmo tempo que garante aos conteúdos uma boa estética.
Figura 6: Cartaz ‘Canta e Encanta’
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Cartaz ‘AETL’
O AETL (Atividades Educativas de Tempos livres) é uma das respostas sociais do CCPR, dirigida
a crianças e jovens com idades compreendidas entre os 9 e os 15 anos, procurando envolvê-
los nas mais variadas atividades durante os períodos livres das responsabilidades escolares.
Desenvolve-se através de diferentes modelos de intervenção, nomeadamente no
acompanhamento das práticas de atividades lúdico pedagógicas específicas e atividades de
apoio à família.
O cartaz elaborado teve como objetivo divulgar o serviço prestado pelo CCPR no espaço
jovem (AETL), bem como as diferentes ofertas curriculares, onde se insere o Apoio Escolar, a
Alimentação, as Atividades Lúdicas e Pedagógicas, os Projetos de Responsabilidade Social, a
Equipa Multidisciplinar, as Atividades Extra Curriculares e as Ações de Formação Infantil e
Parental.
O design do cartaz, pensado para formato A4, foi executado no Adobe Illustrator, mantendo a
abordagem limpa (clean) dos cartazes anteriores, de modo a reforçar a coerência entre os
distintos suportes. As cores utilizadas vão ao encontro da instituição. O amarelo foi escolhido
devido ao logótipo do AETL e também pelo facto de ser uma cor atrativa, dinâmica e
envolvente; o azul foi novamente usado devido à imagem do CCPR. O tipo de letra utilizado
para este trabalho foi “MyriadPro e Oval Single”, justificado pela clareza que empresta ao
resultado final.
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Figura 7: Cartaz ‘AETL’
Cartaz ‘Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Psicomotricidade’
Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Psicomotricidade é um serviço prestado à comunidade
pelo CCPR, em parceria com a empresa Latitudes (Cooperativa de Apoio Psicológico e
Psicopedagógico).
O briefing relativo a este cartaz definia que deveria ser elaborado em formato A4 e traçava
como objectivo cativar os vários públicos-alvo destas instituições (crianças, jovens ou adultos)
para usufruir daquele serviço, apresentando ainda uma informação adicional sobre o preçário
de avaliações e sessões.
Uma vez mais, a concretização do cartaz fez-se no programa Adobe Illustrator, adoptando
uma linguagem clara, objetiva e alusiva. O tema “Manchete” apresentado no cartaz tem
como objetivo cativar o público, tanto pela estrutura do design de balão de fala, como pela
cor utilizada, atraente e relacionada como os logótipos.
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Figura 8: Cartaz ‘Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Psicomotricidade’
3.3 Desdobrável
"Design Gráfico não é só um belo desenho. Design Gráfico é um belo desenho, com um sentido e uma
tarefa a cumprir." (Melo)
A elaboração de um desdobrável no âmbito do Estágio teve como objetivo angariar fundos
para a construção de um futuro Pólo Social de Santa Teresinha, que visa continuar a ajudar
pessoas portadoras de doenças e a criar novos espaços para responder às necessidades das
pessoas residentes em Odivelas e arredores.
O propósito e necessidade de impacto deste projecto tornou necessário estruturar um plano
de divulgação do mesmo. A Dra. Ana d´Avillez começou por realizar uma reunião na qual
foram propostas algumas ideias de angariação de fundos para o projeto, tais como: (1)
divulgação do easypay na página do CCPR, permitindo que cada Contribuinte possa ajudar
com uma pequena contribuição, seja com um donativo regular ou pontual; (2) criação de um
desdobrável.
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O desdobrável foi elaborado com as medidas 45 x 15 cm e dobrado em 3 partes que mediam
15x15 cm cada. A capa inicial trabalha a ideia da janela, colocando um quadrado com o
contorno branco 8x8 cm ao centro, para que as pessoas que contribuírem para esta causa
tenham a ideia de que estão a “ver” crescer o projeto, espreitando pela janela e sentindo-se
partícipes do que se passa para além dela. Foi colocado um outro quadrado com 7 x 7 cm, de
cor amarela, e ainda o contorno do edifício que virá a ser o Pólo Social da Santa Teresinha.
No interior do desdobrável podem encontrar-se imagens em 3D do Pólo Social da Santa
Teresinha, toda a informação sobre as diferentes áreas sociais onde vão atuar e um
formulário para as pessoas preencherem de modo a poderem ajudar na construção do mesmo.
Figura 9: Desdobrável destinado à promoção da angariação de fundos para o futuro Pólo Social de Santa Teresinha
3.4 Flyer
Flyer é um termo inglês que corresponde ao que também designamos por folheto ou panfleto
e que tem como objetivo anunciar ou promover eventos, produtos ou serviços.
No desenvolvimento de um flyer, podemos investir toda a nossa criatividade enquanto
designers, pois isso reforça o propósito de cativar as pessoas para o tipo de evento, produto
ou serviço anunciados/divulgados.
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Também existe o flyer electrónico, destinado à Internet, podendo circular através de e-mail
ou ser colocado em Websites e redes sociais.
Flyer de Natal
Um dos projetos a desenvolver no âmbito do Estágio no CCPR passou pela concepção de um
flyer com dimensões 20 x 10 cm, que pudesse ser simultaneamente impresso e digital,
podendo neste último caso incluir uma animação.
A liberdade de composição gráfica foi limitada pela necessidade de manter a linguagem do
logótipo do Pólo Social de Santa Teresinha, representado por três bolas de cores diferentes
(amarelo, azul e roxo), procurando assim mostrar a diferença física e psicológica entre
pessoas portadoras de deficiência e outras sem qualquer problema.
Destinado a divulgar no decorrer da época natalícia de 2011, este flyer teve como objetivo
não a promoção mas a vontade de desejar um feliz Natal aos utentes e amigos do CCPR.
O projecto foi executado no Adobe Illustrator e posteriormente animado no Adobe Flash.
Sendo um dos principais problemas do CCPR a contenção de despesas relativas a materiais
impressos, foi necessário optar pela utilização de cores neutras, para que a impressão não
excedesse os limites orçamentais definidos pela instituição.
Figura 10: Flyer de Natal CCPR.
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Figura 11: Flyer de Natal impresso.
Flyer ‘Encontro de Voluntários’
Uns dos trabalhos a elaborar foi um flyer para o Encontro de Voluntários da Vigararia Loures /
Odivelas, sobre o qual a Dr.ª. Sílvia Esteves forneceu toda a informação para a criação do
mesmo. O flyer está em formato 17 x 7 cm, composto pelo logótipo da Vigararia Loures, e
com a respectiva informação, data e local. Também apresenta uma pequena imagem de “três
mãos”, que alude à solidariedade. Por fim, cita uma frase de Madre Teresa de Calcutá “ o
que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor” (fig11).
Este projeto foi realizado no programa Adobe Illustrator.
Figura 12: Flyer ‘Encontro de Voluntários’
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Flyer ‘Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Psicomotricidade’
Noutra reunião realizada com a Dr.ª Ana d´Avillez e com a Dr.ª Alexandra Carvalho, foi-me
solicitado a elaboração de um cartaz informativo sobre os serviços: Terapia da Fala, Terapia
Ocupacional, Psicomotricidade e de um flyer, acerca do mesmo. O propósito do flyer era
cativar o público, sejam crianças, jovens ou adultos a usufruir daquele serviço, apresentando
ainda uma informação adicional sobre o preçário de avaliações e sessões.
A construção do flyer foi realizada no programa Adobe Illustrator, por 9,6 x 21,1cm, com uma
linguagem clara, objetiva e alusiva. O tema “Manchete” apresentado no flyer tem como
objetivo cativar o público, seja pela estrutura do design de balão de fala, quer pela cor
apresentada que é bastante atrativa e pelo facto de ser a cor referente aos logótipos (fig.12).
Figura 13: Flyer ‘Terapia da Fala, Terapia Ocupacional, Psicomotricidade’
Flyer ‘Ajudas Técnicas’
As ajudas técnicas são produtos de apoio que estão disponíveis para prevenir, aliviar ou
neutralizar um determinado impedimento, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida
dos utentes e famílias, de modo a retardar ou evitar a institucionalização.
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A criação do flyer foi feita no programa Adobe Illustrator. O flyer apresenta medidas 9,6 x
21,1cm, com uma linguagem limpa, objectiva e alusiva.
O flyer está constituído por diversos pontos: uma pequena introdução das Ajudas Técnicas
propostas, o material disponível, o horário de funcionamento e a área geografia de
intervenção. O objetivo é de cativar o público, seja pela estrutura do design, quer pela cor
usada, relativa ao logótipo (fig.13).
Figura 14: Flyer ‘Ajudas Técnicas’
3.5 Rótulos
O rótulo é uma forma de comunicar entre os produtos e os consumidores, os quais têm as
informações sobre o produto em si, nome, marca, fabricante, ingredientes e prazos de
validade entre outros, apresentado uma grande importância para o consumidor.
É sempre importante as informações serem claras e objetivas, para poderem serem utilizadas
e orientadas para uma boa escolha do produto pelo consumidor. Os rótulos tem como objetivo
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fazer com que a população se sinta orientada e, ao mesmo tempo, despertar nela o interesse
pela procura de uma escolha mais saudável dos produtos.
A elaboração destes rótulos foi motivada pela confecção de biscoitos no CCPR, feitos pelas
funcionárias da cozinha com participação dos idosos. Esta causa tinha como finalidade
angariar fundos para o centro.
Foram elaborados alguns tipos de biscoitos com ingredientes diferentes: Biscoitos de Limão,
Biscoitos de Licor de Café, Biscoitos de Vinho do Porto e Amêndoa e, também, os biscoitos de
Santa Teresinha. A ideia seria criar rótulos com a informação de cada biscoito, ingredientes e
data.
Iniciou-se a criação dos rótulos no programa Adobe Illustrator. Os rótulos apresentam
medidas de 3 x 4 cm, com uma linguagem limpa, objetiva e alusiva. Cada rótulo apresenta
dois versos, a parte frontal contem a imagem corporativa da empresa e o respetivo nome dos
biscoitos. A parte dorsal refere-se aos ingredientes e a data de confecção dos mesmos.
Cada rótulo apresenta uma cor diferente. Em relação aos biscoitos de limão (fig.14), optámos
por utilizar tons verdes, cor que proporciona a sensação da natureza do campo, devido a ser a
cor mais adequada ao produto “limão”. No que diz respeito aos biscoitos de licor de Café
(Fig.15), optámos pelos tons castanhos, devido a ser a cor que melhor se adapta ao produto
“licor de Café”. Nos rótulos dos biscoitos de Vinho do Porto e Amêndoa (fig.16), elegemos as
cores, cor-de-vinho e o bêge, pois são essas as mais apropriadas à identificação do vinho e da
amêndoa.
A Santa Teresinha é uma das santas mais conhecidas na Igreja Católica, mais conhecida como
Santa Teresinha do Menino Jesus, com características referentes à espiritualidade,
proclamada como principal padroeira das missões e, principalmente, por ser uma santa ligada
à caridade.
O projeto do Pólo Social Santa Teresinha usufrui desse nome por diversos motivos. Foi um
nome escolhido pelo Pároco Arsénio Fernandes Isidro presidente do CCPR por ser a sua santa
de devoção, porque no ano da sua candidatura, decorria o ano designado por ano de Santa
Teresinha e por último, porque já existia a creche Santa Teresinha. Assim sendo, foram
realizados os rótulos para os biscoitos de Santa Teresinha (fig.17), estes biscoitos tinham
como finalidade de angariar fundos para o projeto do Pólo Social Santa Teresinha.
Realizou-se uma reunião com a Dr.ª Sílvia Esteves para discutir o projeto a realizar, tendo
como objetivo os rótulos para estes. A parte frontal do rótulo apresenta o logótipo do CCPR e
os desenhos que o mesmo apresenta relacionam-se todos com a Santa.
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A roseira com as suas respetivas flores está relacionada com o braçado de rosas pelo qual a
Santa é representada nas imagens pesquisadas na Web, tal como a aurélia “correspondida
pela cor amarela” que envolve o logótipo. Por fim, utilizei a cor castanha, devido devido ao
facto de ser a cor que representa o manto que a Santa usava. A parte dorsal do rótulo,
contém os ingredientes utilizados nos biscoitos e a data da sua confeção. Os rótulos foram
elaborados no programa Adobe Illustrator, com medidas de 7x6,5 cm.
Biscoitos de Limão
Biscoitos de Limão
Figura 15: Rótulo ‘Biscoito de Limão’
Biscoitos de Licorde Café
Biscoitos de Licorde Café
Figura 16: Rótulo ‘Biscoito de Licor de Café’
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Biscoitos de Vinhodo Porto e Amêndoa
Biscoitos de Vinhodo Porto e Amêndoa
Figura 17: Rótulo ‘Biscoito Vinho do Porto e Amêndoa’
Figura 18: Rótulo ‘Biscoito Santa Teresinha’
3.6 Cartões de Identificação
Os cartões realizados para o CCPR tinham como principal objetivo identificar cada funcionário
para uma melhor gestão e organização do centro.
O cartão de identificação tem como propósito identificar o empregador e a sua função na
empresa em que trabalha, evitando que pessoas estranhas pratiquem atos que prejudiquem a
empresa ou atos contra os seus empregadores. Não existe nenhum padrão, mas deverá utilizar
um modelo específico de acordo com as necessidades da instituição, colocando os dados dos
seus empregadores, tal como, o nome, o logótipo da empresa, o nome do funcionário e a sua
função correspondente e eventualmente uma foto do empregado.
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Um dos grandes problemas do centro na realização deste projeto foi a contenção de despesas.
Consequentemente, foi necessário imprimir os cartões de identificação com cores neutras. Os
cartões apresentam medidas 8,5 x 5,5 cm e foram realizados com uma linguagem clara e
objetiva, contendo o logótipo do CCPR, o nome de cada funcionário e a sua respetiva função.
A cor utilizada foi um azul num tom bastante claro, pois o azul é também a cor que
representa o logótipo do CCPR.
Figura 19: Cartão de Identificação.
Maria João
Diretora Ajunta
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Conclusão
O Centro Comunitário Paroquial da Ramada (CCPR) revelou-se uma instituição com um
ambiente muito bom para um estagiário poder por em prática os seus conhecimentos.
Inicialmente, a perspectiva de realizar Estágio Curricular no CCPR foi fonte de alguma
angústia e desmotivação, pois este não era o Estágio ambicionado. Como qualquer estudante
de Design Multimédia, à partida seria sempre considerado preferível estagiar numa empresa
do ramo. No entanto, ao mergulhar nos projetos propostos pela instituição, rapidamente essa
motivação renasceu.
Ao longo de todo o processo, foram solicitados diversos tipos de trabalhos, desde a criação de
cartazes e flyers, à construção do Website do Centro. Este último foi, sem dúvida, o desafio
mais ambicioso e também a fonte de maior satisfação final, pois implicou pesquisa e traduziu-
se num notório crescimento pessoal e profissional.
O balanço final feito desta experiência conclui que se revelou enriquecedora e estimulante
aos mais diversos níveis, pois tanto a instituição, como o ambiente humano que a envolve e os
projectos nela e para ela desenvolvidos foram fonte de constante evolução.
A reduzida duração do Estágio e as características do Centro Comunitário Paroquial da
Ramada não permitiriam desenvolver projectos mais ambiciosos, mas considerando que se
tratou de uma primeira experiência no mercado laboral, foi positivo poder aplicar os
conhecimentos adquiridos ao longo do 1º e 2º ciclos em Design Multimédia, não só tem termos
de concepção e execução dos distintos materiais, mas também ao nível de um necessário
ajuste à imagem corporativa existente e aos públicos-alvo internos e externos.
Foi igualmente gratificante a sensação de que o trabalho realizado deixou um contributo
efectivo para a melhoria da gestão de comunicação realizada pelo CCPR, pois o Estágio
permitiu para ajudar a renovar a imagem da instituição, criando suportes de divulgação mais
apelativos e uma maior noção de coesão gráfica entre os vários materiais produzidos. O
principal desses contributos foi, sem dúvida, o Website, na medida em que, não sendo
datado, continuará a ser a plataforma de maior visibilidade do CCPR, reforçando o seu vínculo
à comunidade e dando-lhe um rosto nesse universo em expansão que é a Internet.
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