CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA
SOUZA - ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
CURSO TÉCNICO EM CONTABILIDADE
SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO
VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA
UMA EMPRESA DE CALÇADOS
ADRIELE CRISTINA GUARSONI
ANIQUETI ALVES DE SOUSA
GRACY KELY DE OLIVEIRA LOUREIRO
JANAINA ÉLITI DOS SANTOS CORTIZ
Palmital
2013
ADRIELE CRISTINA GUARSONI
ANIQUETI ALVES DE SOUSA
GRACY KELY DE OLIVEIRA LOUREIRO
JANAINA ÉLITI DOS SANTOS CORTIZ
SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO
VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA
UMA EMPRESA DE CALÇADOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à ETEC Prof. Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Contabilidade. Orientador: José Marcelino Calegari
Palmital
2013
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA
SOUZA - ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
CURSO TÉCNICO EM CONTABILIDADE
SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO
VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA
UMA EMPRESA DE CALÇADOS
ADRIELE CRISTINA GUARSONI
ANIQUETI ALVES DE SOUSA
GRACY KELY DE OLIVEIRA LOUREIRO
JANAINA ÉLITI DOS SANTOS CORTIZ
APROVADO EM ____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________________________ JOSÉ MARCELINO CALEGARI – ORIENTADOR
______________________________________________________ CLEISON FARIA COUTINHO – EXAMINADOR
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho à Deus pelo esplendor da vida, presente em todas as atividades; Ao Professor José Marcelino Calegari, pela imensa paciência e atenção a todos os momentos que precisamos, por ter nos orientado com tamanha clareza. Às nossas famílias, e amigos de sala por não permitir que desistíssemos desta caminhada, agradecemos também pelo apoio, compreensão, carinho e paciência durante todo este curso.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos às manifestações de carinho e apreço, recebidas de todos
os colegas da ETEC Prof. Mário Antonio Verza, os quais foram nossa maior
fonte de luz inspiradora e de apoio para o sucesso deste trabalho.
Nosso muito obrigado também ao nosso orientador, o Professor José
Marcelino Calegari, pelo auxílio seguro e oportuno durante todo o processo de
orientação deste trabalho, pois aliado à sua experiência profissional e
intelectual, todas as dicas e instruções e sua incrível e inigualável paciência
foram imprescindíveis para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.
Também agradecemos aos professores Cleison Coutinho e Roberto
Gabriel Ronqui pelas dicas e orientação desde o Projeto do Trabalho de
Conclusão de Curso.
Enfim, a todos, o nosso grande muito obrigado!
EPÍGRAFE
Ninguém é tão grande que não possa aprender,
nem tão pequeno que não possa ensinar.
(Esopo)
RESUMO Para melhor esclarecer o assunto, pretende-se colocar, neste tema, as vantagens e desvantagens entre os sistemas de arrecadação Simples Nacional e Lucro Presumido. Comparando os dois regimes tributários, onde estão sendo apresentados os conceitos, cálculos, formas de imposto, contribuições e apurações, com objetivo de mostrar as empresas de comercio varejista a importância de um planejamento tributário, visto que, qualquer empresa busca mais benefícios e a diminuição de gastos com tributos, para que assim possa apresentar seus produtos e serviços de forma compatível no mercado. A conclusão do estudo apresenta uma grande diferença entre os sistemas de arrecadação, mostrando que o Simples Nacional é a melhor opção para a empresa estudada em questão.
Palavras-chave: Simples Nacional, Lucro Presumido, Vantagens, Desvantagens, Comércio Varejista, Contabilidade.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO DO LUCRO SOBRE A
RECEITA BRUTA
TABELA 2 – VALORES DE FATURAMENTO EM 2012
TABELA 3 – VALOR DO SIMPLES NACIONAL ANUAL
TABELA 4 – CALCULO DOS IMPOSTOS DO LUCRO PRESUMIDO - PIS E
COFINS
TABELA 5 – CÁLCULO DOS IMPOSTOS LUCRO PRESUMIDO – CSLL
TABELA 6 – CÁLCULO DOS IMPOSTOS LUCRO PRESUMIDO – IRPJ
TABELA 7 – VALORES REFERENCIAIS DE COMPRA
TABELA 8 – CÁLCULO DO ICMS
TABELA 9 – CÁLCULO GERAL DOS IMPOSTOS
TABELA 10 – DIFERENÇA ENTRE SIMPLES NACIONAL E LUCRO
PRESUMIDO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................... 9
1.1 OBJETIVOS........................................................................................ 9
1.2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS............................................ 10
2. SIMPLES NACIONAL........................................................................... 11
2.1 UMA ABORDAGEM HISTÓRICA SOBRE O SURGIMENTO DO SIMPLES
NACIONAL...........................................................................................................
11
2.2 SIMPLES FEDERAL X LEI COMPLEMENTAR 9317/96............................ 13
2.3. SIMPLES NACIONAL............................................................................ 13
2.3.1. LEI COMPLEMENTAR 123/2006......................................................... 14
2.3.2. LEI COMPLEMENTAR 139/2011.............................................................. 15
3. LUCRO PRESUMIDO........................................................................... 18
3.1 LUCRO PRESUMIDO 18
3.2 PERCENTUAIS DO LUCRO PRESUMIDO PARA O IRPJ................. 19
3.3. PERCENTUAIS DO LUCRO PRESUMIDO PARA O CSLL............... 20
3.4 PERCENTUAIS DO LUCRO PRESUMIDO PARA O PIS E A
COFINS.....................................................................................................
20
3.5 PERCENTUAIS DO LUCRO PRESUMIDO PARA O ICMS................ 20
4. HISTÓRIA DO COMÉRCIO VAREJISTA NO BRASIL........................ 21
4.1. HISTÓRIA DO COMÉRCIO ELETRÔNICO.................................................. 22
5. ESTUDO DE CASO.............................................................................. 24
5.1.SISTEMA DE ARRECADAÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL...................... 24
5.2.SISTEMA DE ARRECADAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO...................... 25
5.3. COMPARATIVO ENTRE O SIMPLES NACIONAL E O LUCRO
PRESUMIDO.......................................................................................................
27
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 28
7. REFERÊNCIAS..................................................................................... 29
9
1. INTRODUÇÃO
O tema aqui a ser discernido, irá abordar a melhor forma de tributação em
uma empresa criada pelo do grupo que opera no comércio varejista de calçados.
E tendo como escolha para este trabalho as duas sistemáticas de tributação,
sendo a primeira, o Simples Nacional e a segunda, o Lucro Presumido, que são
atualmente dois métodos muito usados pelos contabilistas e administradores de
empresas.
Cada uma dessas sistemáticas apresenta seus pontos negativos e positivos,
e dentro deste trabalho o grupo tentará apresentar entre eles o mais eficaz ou
lucrativo.
Para o desenvolvimento do trabalho, será utilizado um exemplo prático de
uma empresa fictícia criada pelas integrantes do grupo, com receitas e despesas
aproximadas da realidade de uma empresa do grupo varejista de calçados. Vale
ressaltar que, como o objetivo maior do grupo está focado apenas nas receitas e
despesas, não será abordado neste trabalho, o aspecto trabalhista das empresas,
com seus encargos e demais especificações.
É de extrema importância se saber distinguir qual a melhor forma de
tributação para as empresas, principalmente as que estão iniciando suas atividades,
pois desta forma, poderiam ser economizados e até, eventualmente evitados,
grandes problemas com o recolhimento de certos imposto indevidos, sejam junto à
Receita Federal do Brasil no âmbito federal, ou mesmo para a Secretaria da
Fazenda de São Paulo no âmbito estadual.
1.1 .OBJETIVOS
Constitui objetivo geral deste trabalho, demonstrar a melhor forma de
tributação para uma empresa do ramo varejista de calçados.
Constituem objetivos específicos:
a) Demonstrar os pontos negativos e positivos do Simples Nacional;
b) Demonstrar os pontos negativos e positivos do Lucro Presumido;
c) Utilizando os pontos, será feita uma comparação entre o Simples Nacional
com o Lucro Presumido, através de um exemplo prático composto de cálculos de
impostos com números criados com base no varejo.
10
1.2 .PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a realização do trabalho, serão utilizados os procedimentos:
levantamento histórico de dados e legislação, comparativo entre as duas
sistemáticas de tributação e ainda, um estudo de caso a partir de uma empresa
criada pelas integrantes do grupo.
Os principais métodos de pesquisa serão a análise de conteúdo teórico,
bibliográfico e de normas legislativas e a pesquisa de mercado para se verificar a
situação e valores de empresas do ramo varejista de calçados no município de
Palmital-SP, com o foco principal em elucidar a melhor forma de opção tributária
para uma empresa deste ramo.
11
2. SIMPLES NACIONAL
2.1. UMA ABORDAGEM HISTÓRICA SOBRE O SURGIMENTO DO SIMPLES
NACIONAL
As primeiras ideias sobre a criação de um sistema simplificado de tributação
surgiram durante o processo de elaboração da Constituição Federal em 1988 e, mais
especificamente, o Artigo 179, estabelece que:
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
Este artigo visa a simplificação ou eliminação de algumas obrigações
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, para as microempresas e
empresas de pequeno porte com o intuito de incentivar o desenvolvimento desses
tipos de empresas.
A Constituição Federal, ainda complementa no Artigo 146, Inciso III, Alínea d,
que a Lei Complementar definirá o tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e empresas de pequeno porte, incluindo-se regimes especiais ou
simplificados no que se diz respeito ao ICMS (Artigo 155, Inciso II) e quanto ao INSS
(Artigo 195, Inciso I).
Em 1996 a Lei nº 9317, cria o Simples Federal, que foi um sistema
simplificado de recolhimento de tributos e contribuições federais, o qual os Estados
preferiram não se aderir, instituindo regimes próprios de tributação, que resultou em
28 tratamentos tributários diferentes no Brasil. Sendo assim, foram poucos municípios
que se aderiram ao Simples Federal.
Como não estava havendo o favorecimento e a simplificação dos tributos e
obrigações, o SEBRAE, junto a representantes de entidades ligadas às
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, iniciou um movimento para
uniformizar as normas e ampliar os benefícios,
O resultado deste movimento foi a aprovação, em 19 de dezembro de 2003, a
Emenda Constitucional 42, alterando o artigo 146 da Constituição Federal, exigindo lei
12
complementar que estabelecesse normas nacionais uniformes sobre o tratamento
tributário dessas empresas e que estabelecesse um regime nacional único de
arrecadação para incorporar os tributos Federais, Estaduais e Municipais devidos por
ME’s e EPP’s. Assim, segundo o SEBRAE 2007, foram exigidas, assim, as seguintes
características:
Ser opcional para o contribuinte;
Permitir condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
Unificar e centralizar o recolhimento dos tributos, com distribuição imediata
da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados, sem
qualquer retenção ou condicionamento;
Possibilitar o compartilhamento, pelos entes federados, da arrecadação, da
fiscalização e cobrança, quando adotado o cadastro único de contribuinte.
Em 14 de dezembro de 2006, foi instituída a Lei Complementar 123, que criou
o Estatuto Nacional de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte e que
implantou o Sistema Integrado de Recolhimento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES NACIONAL, sendo depois
alterada pela Lei Complementar 127 de 14 de agosto de 2007. Dentro dessa lei, os
benefícios não tributários vigoram desde 15 de dezembro de 2006 e o Simples
Nacional (enquadrado nos benefícios tributários) vigora desde 1º de julho de 2007.
A Lei Geral instituiu benefícios trabalhistas e administrativos, como estabelece
nos Artigos 51 e 70:
Art. 51. As microempresas e as empresas de pequeno porte são dispensadas: I - da afixação de Quadro de Trabalho em suas dependências; II - da anotação das férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de registro; III - de empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem; IV - da posse do livro intitulado "Inspeção do Trabalho"; e V - de comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de férias coletivas. Art. 70.As microempresas e empresas de pequeno porte são desobrigadas da realização de reuniões e assembleias em qualquer das situações previstas na legislação civil, as quais serão substituídas por deliberação representativa do primeiro número inteiro superior à metade do capital social.
Conforme argumenta o SEBRAE/PR 2011, a Lei Geral vem, periodicamente,
tendo alterações com o objetivo de melhorá-la, o que é favorável às empresas.
13
Sendo assim, em 10 de novembro de 2011, foi instituída a Lei Complementar 139,
incluindo novidades no empreendedorismo.
2.2. SIMPLES FEDERAL X LEI COMPLEMENTAR 9317/96
Com a Lei 9317/96, no período de 1º de janeiro de 1997 a 30 de junho de
2007, vigorou o chamado Simples Federal ou Simples, um sistema diferenciado e
simplificado, favorecendo as microempresas e as empresas de pequeno porte.
A tributação do Simples Federal durou dez anos, com sua forma simplificada
de apuração de impostos, sem nunca ter passado por nenhuma atualização.
Em 1º de julho de 2007, o Simples Federal, foi extinto, sendo substituído
pelo Simples Nacional ou “Super Simples” (Lei Complementar 123/2006), uma
norma mais ampla que a anterior, pois, a nova Lei, além de tratar da apuração de
tributos de forma simplificada, também trata de questões trabalhistas, civis,
empresariais, e de acesso ao crédito e ao mercado, que está no Estatuto Nacional
de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
2.3. SIMPLES NACIONAL
Em 14 de dezembro de 2006, foi instituída a Lei Geral, que se conhece por
Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (Lei
Complementar 123/2006), e esta já passou por quatro alterações (Leis
Complementares 127/2007, 128/2008, 133/2009 e 139/2011). A Lei Geral teve
sempre como objetivo principal o desenvolvimento e a competitividade das micro e
pequenas empresas brasileiras, para gerar empregos, melhor distribuição da renda,
inclusão social, diminuir a informalidade e fortalecer a economia.
A Lei Geral instituiu o Simples Nacional para reduzir a carga tributária,
simplificar os cálculos e recolhimentos, desburocratizar e incentivar a inovação.
Nos aspectos tributários da Lei Geral está o Simples Nacional, que permite a
apuração e o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação (o
DAS), dos tributos e contribuições elencados no Art. 13 da Lei Complementar
123/2006:
14
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; VI - Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar; VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS; VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.
Nos aspectos não tributários da Lei Geral estão a inscrição (ou abertura) e a
baixa das micro e pequenas empresas. Todas as informações para abertura de uma
empresa serão disponibilizadas de uma só vez, para que o empresário saiba como
formalizar seu negócio. O Microempreendedor Individual poderá fazer a inscrição,
alteração e baixa sem qualquer custo. As empresas inativas há mais de três anos
têm sua baixa feita automaticamente, e, assim, os débitos são assumidos pelos
sócios como pessoas físicas.
2.3.1. Lei Complementar 123/2006
A desigualdade existente entre as micro, pequenas e grandes empresas foi
por muito tempo desconsiderada, dificultando o crescimento das empresas menores,
que cumpriam as mesmas obrigações das grandes empresas. Mas, no Brasil, as
micro e pequenas empresas têm um grande potencial econômico, representando
99,2% do total, o que levou a gerar preocupação com este tipo de problema.
Este é um dos motivos que fez com que se criasse a Lei Geral da Micro e
Pequena Empresa, Lei Complementar nº 123/2006, que reconhece e faz a diferença
na desigualdade das grandes e médias empresas, dando amplas oportunidades de
crescimento.
Esta lei, como já foi citado anteriormente, é a que instituiu o Simples Nacional
e suas disposições constitucionais. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2008, p. 06), essa lei “impulsiona o
15
raciocínio empreendedor, remetendo-se ao conceito e necessidade de diminuição
dos entraves que possivelmente impactam negativamente no crescimento
econômico.”.
Esta lei cria oportunidades para as ME’s e EPP’s se organizarem melhor e
venderem mais, visando lucro e geração de empregos, estimula a desoneração e
desburocratização na abertura, no funcionamento e no fechamento de empresas,
para, assim, isentar e simplificar vários trâmites. No artigo 48, inc. II, desta lei diz que
é permitida a subcontratação de ME’s e EPP’s por empresas de maior porte.
Além dos benefícios, a Lei Complementar 123/2006, confere ao poder
público, municipal ou estadual, a faculdade de favorecer as Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte por meio de legislação própria, editando normas que
demonstrem tratamento diferenciado e simplificado (artigo 47).
Mas em 2011, a Lei Complementar 139/2011 fez mudanças nesta anterior,
sendo algumas delas: alterações importantes para o Microempreendedor Individual
(MEI); mudança no prazo de efetuar baixas de microempresas e empresas de
pequeno porte; aumento da possibilidade de exclusão do Simples Nacional;
alterações na análise de omissões de receita; aumento de receita bruta para maior
possibilidade de enquadramento no Simples; mudança dos cálculos da tabela
constante no Anexo V da LC 123/2006; entre outras.
2.3.2. Lei Complementar 139/2011
O Simples Nacional é uma forma de arrecadação unificada, opcional às
empresas que se enquadram ao regime. E, com esta lei, continua da mesma
maneira, pagando-se seis tributos do governo federal, o ICMS dos Estados e o ISS
dos Municípios em uma única guia de recolhimento, o DAS (Documento de
Arrecadação Simples).
No início de 2012, vigoraram mudanças para as empresas enquadradas ao
Simples Nacional, tanto nas burocracias quanto nos valores.
Segundo o SEBRAE/PR 2011, a partir de 1º de janeiro de 2012, entraram em
funcionamento os novos limites de receita bruta anual, que são:
ME: até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais);
16
EPP: superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou
inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais);
MEI: até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).
Vale ressaltar que, para o MEI, os valores devidos para a Previdência Social,
ICMS e ISS, continuam sem alterações, pois são calculados por valores fixos, não
passando pela variação do faturamento mensal.
As Empresas de Pequeno Porte que exportam mercadorias poderão obter
receita com exportação até o valor de R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos
mil reais), sem risco de prejuízo à sua opção pelo Simples Nacional e seu
enquadramento como EPP.
As EPP’s que excederem o limite de receita bruta superior a 20%, serão
excluídas a partir do próximo mês subsequente, mas se excederem inferior a 20%,
poderão ser excluídas no próximo ano-calendário.
Quando uma empresa vai iniciar atividade é preciso calcular o valor do limite
da receita bruta anual, tanto para o mercado interno quanto para exportação de
mercadorias, devendo ser proporcionais, e funciona da seguinte forma:
Pega-se o valor de R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) e
divide por 12, que é igual a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), depois multiplica-se
pelo número de meses entre o início da atividade e o final do respectivo ano-
calendário.
Por exemplo, se uma empresa inicia sua atividade em 15/08/2012, ficaria
assim: R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) X 5 meses (agosto a dezembro) = R$
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). Então, esta empresa terá limites
proporcionais de receita bruta anual, em 2012, de R$ 1.500.000,00 (um milhão e
quinhentos mil reais), no mercado interno e de exportação.
Mas, se acontecer de ultrapassar qualquer um dos limites proporcionais, ela
estará excluída do Simples Nacional a partir do início da atividade (15/08/2012), no
caso de exceder os limites proporcionais acima de 20%, ou a partir do próximo ano-
calendário (01/01/2013), no caso de exceder os limites proporcionais iguais ou
abaixo de 20% [Neste caso, seria baseado no valor de R$ 1.800.000,00 (um milhão
e oitocentos mil reais)].
Portanto, empresários que estão iniciando sua atividade empresarial, devem
ficar atentos aos limites proporcionais de receita bruta anual, pois se houver
17
possibilidade de ultrapassar mais de 20% dos limites, o melhor a fazer é escolher
outro regime para pagar seus impostos (Lucro Presumido ou Lucro Real).
Quanto às alíquotas, houve alterações impostas pela Lei 139/2011, então,
como as faixas de receitas foram reajustadas em 50%, o efeito será de diminuição
na carga tributária. E também há mais uma nova vantagem, sendo permitido o
parcelamento dos débitos apurados no Simples Nacional em até 60 meses.
E em termos finais, quanto às alterações da Lei Complementar 139/2011, em
relação ao Simples Nacional, destaca-se:
INTIMAÇÃO ELETRÔNICA: Que implica na aceitação de sistema de
comunicação eletrônica, disponibilizado no Portal do Simples Nacional, sendo para
cientificar o sujeito de avisos em geral. E este não se aplica ao MEI.
COMPENSAÇÃO: A Lei conferiu ao CGSN a regulamentação para
compensar e restituir valores do Simples Nacional, recolhidos indevidamente ou em
montante superior ao devido, com juros obtidos pela aplicação do SELIC.
LIVRO CAIXA: Esta alteração consta na Resolução CGSN nº 94/2011,
mostrando que o Livro Caixa deve conter termos de abertura e encerramento, ser
assinado pelo representante legal da empresa e pelo responsável contábil
legalmente habilitado.
E, em relação ao MEI, destaca-se:
INADIMPLÊNCIA: A inadimplência da Contribuição para a Seguridade Social
referente à pessoa do empresário, sendo contribuinte individual, não dá direito a
receber benefícios previdenciários respectivos a competências em atraso.
CONTRATAÇÃO DE EMPREGADO: Poderá ser contratado outro empregado
para casos de afastamento legal do único empregado do MEI, por prazo
determinado, até que terminem as condições do afastamento.
RELAÇÃO DE EMPREGADO: Quem utiliza serviços do MEI, precisa agir com
cuidado, pois poderá ficar sujeito a todas as obrigações trabalhistas, tributárias e
previdenciárias, e, também, se for empregador doméstico, não poderá contratar o
MEI.
18
3. LUCRO PRESUMIDO
3.1. LUCRO PRESUMIDO
O lucro presumido é uma forma de tributação simplificada para a
determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda (IRPJ) e da contribuição
social sobre o lucro líquido (CSLL) das pessoas jurídicas.
O lucro presumido é utilizado para “presumir”, a partir do valor das receitas
em cada atividade, o lucro da pessoa jurídica. Em termos gerais o lucro presumido é
um lucro fixado a partir de percentuais padrões aplicados sobre a receita operacional
bruta. Para se obter o resultado da base de cálculo, somam-se todas as receitas
auxiliares (receitas financeiras, alugueis, entre outros valores). Por não se tratar de
um lucro contábil efetivo, mas sim uma aproximação fiscal onde se determina um
“lucro presumido”.
Embora não seja um regime obrigatório, o Lucro Presumido é bastante
difundido devido a sua simplicidade e, principalmente, por questões de estratégia
tributária, pois pode representar economia tributária, sobretudo nas empresas
altamente lucrativas. Portanto, se não houver impedimento, pode ser uma boa
ferramenta de planejamento tributário.
A opção pelo regime de tributação com base no Lucro Presumido será
manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido
correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário. A saída
do sistema de tributação pelo lucro presumido pode ocorrer anualmente por opção
ou, obrigatoriamente, quando a pessoa jurídica deixar de se enquadrar nas
condições para permanecer no sistema.
O imposto de renda devido, apurado trimestralmente, será pago em quota
única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de
apuração. À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três
quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses
subsequentes ao de encerramento do período de apuração a que corresponder.
É importante ressaltar que, caso a pessoa jurídica opte por recolher o IRPJ e
a CSLL de forma parcelada em três vezes, haverá a incidência da Taxa SELIC
(Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) na segunda e na terceira parcelas.
19
3.2.PERCENTUAIS DO LUCRO PRESUMIDO PARA O IRPJ
Para exemplificar e demonstrar como se calcula a base do calculo do Imposto
de Renda há uma tabela prática, a qual será reproduzida abaixo:
TABELA 1 - PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO DO LUCRO
SOBRE A RECEITA BRUTA
Espécies de atividades Percentuais sobre a receita
Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6%
· Venda de mercadorias ou produtos · Transporte de cargas · Atividades imobiliárias · Serviços hospitalares · Atividade Rural · Industrialização com materiais fornecidos pela pessoa que encomendou · Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços)
8 %
· Serviços de transporte (exceto o de cargas) · Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano
16%
· Serviços profissionais (médicos, dentistas, advogados, contadores, auditores, engenheiros, consultores, economistas). · Intermediação de negócios · Administração, locação ou cessão de bens móveis e imóveis ou de direito; · Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra · Serviços em geral, para os quais não haja previsão de percentual específico;
32%
No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectiva percentual.
1,6 a 32%
FONTE: http://www.portaltributario.com.br/guia/lucro_presumido_irpj.html. Acesso em 02-04-2013.
A tabela acima demonstra os percentuais a serem aplicados para se obter a
base do calculo do Imposto de Renda.
É conveniente ressaltar que, caso a base de cálculo trimestral do IRPJ seja
superior a R$60.000,00 (sessenta mil reais) haverá a incidência de um adicional de
10% (dez por cento) sobre o valor excedido, sendo o resultante dos 10% adicionado
ao IRPJ devido.
20
3.3. PERCENTUAIS DO LUCRO PRESUMIDO PARA A CSLL
Para se calcular a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), deve-se
aplicar o percentual correspondente a 12% da receita bruta nas atividades do
comércio, indústria, serviços hospitalares para se obter a base de cálculo. Já para as
atividades de prestação de serviços em geral, o percentual será de 32% para se
obter a base de cálculo. No tópico 5.2 deste trabalho serão exemplificados com
valores estes cálculos. Após a aplicação destes percentuais, deverão ser somados
os valores para se obter a base de cálculo, caso a entidade tenha mais de um tipo
de atividade, e do total da base de cálculo será aplicado o percentual de 9% que é a
alíquota da CSLL para o lucro presumido.
3.4. PERCENTUAIS DO LUCRO PRESUMIDO PARA O PIS E A COFINS
Para a obtenção desses valores devidos é preciso apurar e recolher as
contribuições mensalmente, pois se trata de um regime cumulativo, sendo suas
receitas aplicadas sobre o percentual de 0,65% que é a alíquota para PIS e 3% que
é a alíquota para COFINS, onde no tópico 5.2 será apresentado o calculo desse
imposto.
3.5. PERCENTUAIS DO LUCRO PRESUMIDO PARA A ICMS.
Para o calculo de ICMS neste trabalho, foi usada a alíquota de 18%. Alíquota
base usada no estado de São Paulo, prevista no Artigo 51, Inciso I do RICMS-SP
para uma empresa comercial varejista de calçados.
21
4. HISTÓRIA DO COMÉRCIO VAREJISTA NO BRASIL
A história do comércio varejista no Brasil acompanha os principais momentos
da formação econômica e social do país. O comércio propriamente dito nasce com
as formações populacionais nas primeiras vilas litorâneas, orientada quase que
totalmente para a exportação, tendo como principal mercadoria o açúcar.
Com o crescimento das comunidades e diante de novas necessidades houve
uma adequação do comércio que, entre tantas mudanças, incorporou novas formas
de efetuar o atendimento à clientela.
Com a Revolução Industrial, a partir do século XIX, e o crescimento das
cidades, as diferentes necessidades da população, a adequação das indústrias para
a produção de produtos mais específicos e os diferentes tipos de lojas ampliando a
disputa pelo consumidor estabeleceram um ciclo que possibilitou ao comércio
exercer suas funções de equalização e distribuição dos bens de consumo.
No inicio do século XX, se destacavam alguns imigrantes que aplicavam seu
pequeno capital na fabricação de produtos que antes eram importados.
O processo de modernização foi acompanhado pela crescente urbanização.
Em função do grande aumento da população e da carência de alimentos que ainda
eram em sua grande maioria, importados, foram instaladas as primeiras feiras livres,
estruturas de distribuição que permitiam o acesso mais barato aos gêneros de
primeira necessidade.
Foi nessa época o surgimento do Mappin, a primeira grande loja de
departamentos de São Paulo, e o processo de expansão das Casas
Pernambucanas, que era especializada na venda de tecidos, fundada no ano de
1908 e contando, no final da década de 1920, com mais de 200 lojas espalhadas
pelo Brasil.
Na virada da década de 1940 aconteceu a sofisticação do comércio varejista,
com surgimento em São Paulo da Sears, loja de departamentos que dispunha de
lanchonete e estacionamento; e em meados desta década surgem lojas
especializadas em roupas que começam a se utilizar de vitrines para exposição de
seus produtos.
O primeiro Shopping Center do Brasil foi o Iguatemi instalado em São Paulo
no ano de 1966. Após o primeiro shopping ser construído, esse setor teve um
22
aumento que equivalia a o dobro de seu tamanho a cada cinco anos. No inicio
existiam muitas dificuldades como o baixo volume de vendas na época onde muitos
de seus investidores desistiam de seus empreendimentos, pois não havia um
retorno tão rápido e vendiam suas cotas a valores baixíssimos.
Atualmente o comércio varejista tem uma importância muito grande no
cenário econômico brasileiro, pois cada vez vem sendo mais destacada e
reconhecida. É o maior gerador de empregos formais no País, assim exibe um
numero expressivo de crescimento e constante modernização.
4.1. HISTÓRIA DO COMÉRCIO ELETRÔNICO
Começaram a aparecer produtos eletrônicos no Brasil a partir do século XX,
através de um projeto chamado Arpanet dos Estados Unidos em 1969, durante a
Guerra Fria, que gerou a rede mundial de computadores, ou mais conhecida por
Internet. Com o termino da Guerra não era mais segredo esse projeto e assim com o
advento do World Wide Web, a rede foi enriquecida, pois o conteúdo ganhou cores,
imagens, sons e vídeos.
O comércio eletrônico surgiu com intuito de complementar o processo de
vendas e eliminar intermediários da cadeia de suprimento, com objetivo de auxiliar
na globalização da economia.
A tendência desse comércio é crescer a cada dia, pois a Internet nunca
deixara de evoluir, o comércio em geral, atualmente está na rede.
Os tipos mais comuns são de comércio eletrônico são:
1) B2B – BUSSINES-TO-BUSSINES: É a negociação eletrônica entre
empresas. Muito comum, é a modalidade que mais movimenta importâncias
monetárias. Em 2005, segundo a Revista InfoEXAME, foram movimentados 67
bilhões de dólares no mercado eletrônico brasileiro.
2) B2C – BUSSINES-TO-CONSUMERS: Negociação Eletrônica entre
empresas e consumidores. Esta modalidade representa a virtualização da compra e
venda. A diferença é que as pessoas escolhem e pagam os produtos pela internet.
23
Podemos citar exemplos de B2C com o site www.americanas.com,
www.submarino.com.br, etc.
3) C2B – CONSUMERS-TO-BUSSINES: Negociação eletrônica entre
consumidores e empresas. É o reverso do B2C, também chamado de leilão reverso.
Acontece quando consumidores vendem para empresas. Esta modalidade começa a
crescer no mercado eletrônico, pois uma empresa que deseja adquirir um produto
anuncia na rede a intenção de compra. Os consumidores, que por sua vez, possuem
o que a empresa quer, disponibilizam os produtos e as empresas fazem a oferta, até
o momento onde a negociação é efetivada.
4) C2C – CONSUMER-TO-CONSUMER: Negociação eletrônica entre
consumidores. Esta modalidade é muito comum, efetua muitas negociações, mas de
valores pequenos. O exemplo mais conhecido no Brasil desta modalidade é o site
www.mercadolivre.com.br.
24
5. ESTUDO DE CASO
Com o objetivo de analisar e interpretar as formas de realização de tributação
que melhor se adequam a uma empresa de comercio varejista, visto que uma
mesma empresa terá suas informações aplicadas no Sistema Simples Nacional e
pelo Sistema do Lucro Presumido.
Vale lembrar que a empresa apresentada como comercio varejista de
calçados, é uma Instituição fictícia, criada apenas para a elaboração deste trabalho.
A fim de obter maiores informações sobre o caso, foi criado em base de empresas
reais deste mesmo segmento, uma receita anual bruta de R$ 251.120,00 (Duzentos
e cinquenta e um mil e cento e vinte reais), e com ano base em 2012, onde os
tributos e cálculos incidentes sobre a folha de pagamento não estão sendo
considerados.
5.1.SISTEMA DE ARRECADAÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL.
Nesta sistemática o recolhimento mensal é centralizado por um documento
único de arrecadação (DAS) dos tributos. Para se obter o cálculo do Simples
Nacional, será a somatória da Receita Anual Bruta da Empresa dos últimos 12
(doze) meses.
A tabela 2 abaixo demonstra o valor de faturamento mensal e anual para uma
empresa fictícia a ser utilizada como modelo-base.
Tabela 2 – Valores de faturamento em 2012
Faturamento Mensal – Ano 2012
Mês Rendimento
Janeiro R$ 23.000,00
Fevereiro R$ 14.590,00
Março R$ 18.900,00
Abril R$ 22.000,00
Maio R$ 19.350,00
Junho R$ 18.000,00
Julho R$ 24.510,00
Agosto R$ 22.600,00
Setembro R$ 19.870,00
Outubro R$ 25.000,00
Novembro R$ 17.300,00
Dezembro R$ 26.000,00
Total Faturamento Anual R$ 251.120,00
FONTE: Elaborada pelas autoras
25
No período de 01 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2012, a receita bruta foi de
R$ 251.120,00 (Duzentos e cinquenta e um mil, cento e vinte reais) e a alíquota do
DAS de acordo com a tabela de Arrecadação dos tributos do Anexo I da Lei
Complementar Nº 123 de 14 de Dezembro de 2006, atualizada pela Lei
Complementar Nº 139/2011 será de 5,47% da Receita Bruta, sendo o total de
Simples Nacional de R$ 13.736,26 (treze mil, setecentos e trinta e seis reais e vinte
e seis centavos).
Tabela 3 – Valor do Simples Nacional Anual
IMPOSTO PELO SIMPLES NACIONAL
Faturamento anual Bruto Alíquota Simples Nacional
R$ 251.120,00 5.47% R$ 13.736,26
FONTE: Elaborada pelas autoras, tendo como base o Anexo I da Lei 139/2011. 5.2.SISTEMA DE ARRECADAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO
Para calculo do Lucro Presumido usam-se os seguintes impostos e
respectivas alíquotas: PIS (0,65), COFINS (3%), IRPJ (8% e 15%), CSLL (12% e
9%) e ICMS (18%).
Tendo como base a tabela 1 do tópico anterior, serão realizados os cálculos
do PIS, da COFINS, da CSLL e do IRPJ para o ano de 2012.
Tabela 4 - Calculo dos Impostos do Lucro Presumido - PIS e COFINS
Imposto Alíquota Valor Bruto Anual Valor Imposto
PIS 0,65% R$ 251.120,00 R$ 1.632,28
COFINS 3% R$ 251.120,00 R$ 7.533,60
FONTE: Elaborada pelas autoras
Tabela 5 - Calculo dos Impostos do Lucro Presumido CSLL Imposto Calculo do Imposto
CSLL
R$ 251.120,00 x 12% = R$ 30.134,40 x9% R$ 2.712,09
FONTE: Elaborada pelas autoras
26
Tabela 6 - Calculo dos Impostos do Lucro Presumido IRPJ Imposto Calculo do Imposto
IRPJ
R$ 251.120,00 x 8% = R$ 20.089,60 x15% R$ 3.013,44
FONTE: Elaborada pelas autoras
Para que se possa calcular o ICMS, é imprescindível a criação também de
uma tabela com valores referenciais de compra, no intuito de se calcular os créditos
do ICMS sobre as compras.
Tabela 7 – Valores referenciais de compra
Valor de Compra – Ano 2012
Mês Valor
Janeiro R$ 12.000,00
Fevereiro R$ 9.000,00
Março R$ 7.500,00
Abril R$ 12.000,00
Maio R$ 8.490,00
Junho R$ 10.000,00
Julho R$ 15.510,00
Agosto R$ 11.400,00
Setembro R$ 9.870,00
Outubro R$ 5.000,00
Novembro R$ 7.300,00
Dezembro R$ 6.000,00
Total Faturamento Anual R$ 114.070,00
FONTE: Elaborada pelas autoras
Tabela 8 – Cálculo do ICMS
Calculo do ICMS
Descrição Valor Alíquota/ICMS Total
Valor da Receita R$ 251.120,00 18% R$ 45.201,60
Valor da Compra R$ 114.070,00 18% R$ 20.532,60
Valor do ICMS: R$ 24.669,00
FONTE: Elaborada pelas autoras
27
Tabela 9 – Calculo Geral dos Impostos Imposto Alíquota Valor Bruto Anual Valor Imposto
PIS 0,65% R$ 251.120,00 R$ 1.632,28
COFINS 3% R$ 251.120,00 R$ 7.533,60
CSLL 12 % e 9% R$ 251.120,00 R$ 2.712,09
IRPJ 8% e 15% R$ 251.120,00 R$ 3.013,44
ICMS 18% R$ 24.669,00
TOTAL ANUAL R$ 39.560,41
FONTE: Elaborada pelas autoras 5.3. COMPARATIVO ENTRE O SIMPLES NACIONAL E O LUCRO PRESUMIDO
O total de imposto pelo sistema de arrecadação Simples Nacional
corresponde R$ 13.736,26 (Treze mil setecentos e trinta e seis reais e vinte e seis
centavos), e pelo sistema de arrecadação Lucro Presumido corresponde a R$
39.560,41 (Trinta e nove mil, quinhentos e sessenta reais e quarenta e um
centavos). Analisando-se, a diferença entre o total dos dois sistemas é de R$
25.824,15 (Vinte e cinco mil, oitocentos e vinte e quatro reais e quinze centavos).
Em razão disto, o planejamento tributário mostra de forma clara que entre os
dois sistemas de arrecadação o Simples Nacional torna-se mais lucrativo e
vantajoso para a empresa aqui estudada.
Tabela 10 – Diferença entre Simples Nacional e Lucro Presumido
DIFERENÇA SIMPLES NACIONAL X LUCRO PRESUMIDO
REGIME DE APURAÇÃO TOTAL APURADO
LUCRO PRESUMIDO R$ 39.560,41
SIMPLES NACIONAL R$ 13.736,26
ECONOMIA R$ 25.824,15
FONTE: Elaborada pelas autoras
28
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ideia aqui disposta neste trabalho foi à importância da melhor forma de
tributação para uma empresa independente de seu ramo.
A forma de tributação deve ser escolhida e levar como ponto chave a sua
escolha: a lucratividade, a eficácia, possíveis problemas em seus cálculos, também
devem ser avaliados; muitas vezes, verifica-se que o método mesmo sendo o mais
fácil nem sempre é o melhor.
O Simples Nacional vem como uma forte opção, pois no estudo de caso com
os exemplos práticos, após uma comparação, consegue-se averiguar que sua
lucratividade comparada com o total de tributos calculados na forma Lucro
Presumido obtém-se uma grande diferença financeiramente analisando.
A economia em valores, não pode ser a única a ser considerada, pois trata-se
de um trabalho e o estudo de caso aqui demostrado e seus valores são fictícios e
por isso, em um caso real, as variáveis relativas à folha de pagamento também
devem ser consideradas. Em um caso verídico devem ser estudadas todas as
possibilidades de recolhimento de tributos e observado o histórico e os balanços
patrimoniais da empresa em questão.
O objetivo deste trabalho, acredita-se que foi alcançado com aptidão e êxito,
pois conseguiu-se demonstrar aqui as diferenças práticas e teóricas dos dois modos
de tributação.
Obtendo cada um sua particularidade, foram descritos seus pontos fortes e
fracos, suas alíquotas e porcentagens, estudando-se o comércio varejista e como se
encontra atualmente no mercado e em nossa região.
O trabalho vem de grande ajuda para empresas do comercio varejista que
estão se iniciando ou pretendem mudar a sua forma de tributação, servindo como
embasamento teórico e prático de futuros estudos ou complementos acerca dos
temas Simples Nacional e Lucro Presumido.
29
REFERÊNCIAS
Alíquotas do ICMS no Estado de São Paulo. Disponível em: http://info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=sefaz_tributaria:vtribut. Acesso em 26/03/2013. BRAGA, Edilane Bello Gripp. FREITAS, Lucieni Bello. MOURA, Rafael Matos. ALMEIDA, Fernanda Matos de Moura. Análise da Aplicabilidade da Lei Complementar 123/2006 nas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte da Região do Caparaó-ES. Trabalho apresentado no VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia em Caparaó-ES. Disponível em: http://www.aedb.br/seget/artigos11/34414375.pdf. Acesso em 24/03/2013. DUARTE, Roberto Dias.Simples Nacional – Alterações da Lei Complementar nº 139/2011. Publicado em 30/03/2012. Disponível em http://www.robertodiasduarte.com.br/index.php/simples-nacional-alteracoes-da-lei-complementar-no-1392011/. Acesso em 21/03/2013. FIGUEIREDO, Iria Luppi. Histórico do Comércio Eletrônico. Disponível em: http://www.oficinadanet.com.br/artigo/1718/historico_do_comercio_eletronico, acesso em 26/03/2013. Lei Complementar Nº 123 de 14 de dezembro de 2006. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LeisComplementares/2006/leicp123.htm, acesso em 16/04/2013. Lei Complementar Nº 139 de 10 de novembro de 2011.Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LeisComplementares/2011/leicp139.htm,acesso em 16/04/2013. Observatório da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Disponível em:http://www.leigeral.com.br/portal/main.jsp?lumPageId=FF8081812658D379012665B59AC01CE8, acesso em 23/03/2013. SANTOS, Edinalva Oliveira dos. Histórico do Comércio Eletrônico. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA9iEAK/comercio-eletronico, acesso em 26/03/2013.
30
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas – FENACON. SIMPLES NACIONAL. Publicado em 21/01/2008. Disponível em: http://www.apet.org.br/simplesnacional/ApostilaFenacon.pdf, acesso em 21/03/2013. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná – SEBRAE/PR. SIMPLES NACIONAL. O que muda a partir de 2012, alterações da Lei Complementar 139/2011. Disponível em: http://www.fazenda.df.gov.br/arquivos/pdf/pmf_alteracoes_2012.pdf. Acesso em 21/03/2013. VAROTTO, Luís Fernando. Ponto de Vista História do Varejo. Disponível em: http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/4224.pdf, acesso em 10/03/2013.
31
ANEXO A - ANEXO I DA LEI COMPLEMENTAR Nº123, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2006 (vigência: 01/01/2012)
(Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011)
Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Comércio
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%
De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%
De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%
De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23 % 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32 % 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42 % 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51 % 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61 % 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%