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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – GOVERNANÇA

CORPORATIVA

PATRÍCIA ALVES MOREIRA

PLANO DE GESTÃO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL: UMA FERRAMENTA DE

GOVERNANÇA VOLTADA À SUSTENTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES

PÚBLICAS FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR

SÃO PAULO

2016

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PATRÍCIA ALVES MOREIRA

PLANO DE GESTÃO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL: UMA FERRAMENTA DE

GOVERNANÇA VOLTADA À SUSTENTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES

PÚBLICAS FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em

Administração – Governança Corporativa do Centro Universitário das

Faculdades Metropolitanas Unidas como requisito para a obtenção do

título de Mestre em Administração (com ênfase profissional em

Governança Corporativa).

Orientador: Prof. Dr. Celso Machado Júnior

SÃO PAULO

2016

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Moreira, Patrícia Alves.

PLANO DE GESTÃO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL: UMA

FERRAMENTA DE GOVERNANÇA VOLTADA À SUSTENTABILIDADE

NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR / Patrícia

Alves Moreira – São Paulo:

P.A.Moreira, 2016.

135 f.

Orientador: Prof. Dr. Celso Machado Junior

Dissertação (Mestrado) - Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas

Unidas - FMU, Mestrado Profissional em Administração – Governança

Corporativa, São Paulo, BR-SP, 2016.

1. Governança Corporativa. 2. Sustentabilidade Ambiental. 3. Administração

Pública. 4. Instituições Federais de Ensino Superior. 5. Plano de Gestão de Logística

Sustentável. I. Machado Junior, Celso, orient. II. Título

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PATRÍCIA ALVES MOREIRA

PLANO DE GESTÃO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL: UMA FERRAMENTA DE

GOVERNANÇA VOLTADA À SUSTENTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES

PÚBLICAS FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR

Data de Aprovação: ___ de__________de 2016.

Banca Examinadora:

_________________________________________________________________

Presidente: Prof. Dr. – Orientador Celso Machado Júnior. Centro Universitário Faculdades

Metropolitanas Unidas – FMU.

________________________________________________________________

Membro Externo: Prof. Dra. Isabel Cristina dos Santos. Universidade Municipal de São Caetano do

Sul – USCS.

________________________________________________________________

Membro interno: Prof. Dra. Daielly Melina Nassif Mantovani Ribeiro. Centro Universitário

Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU.

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Dedico este trabalho aos meus pais, Sebastião e Maria, pelo amor e pelo que sou,

e ao meu afilhado Fabrício que, no auge dos seus dois anos de vida, faz doce até os momentos

de incerteza, contribuindo com sua ternura em nossa crença em um futuro melhor.

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AGRADECIMENTOS

Ao orientador Professor Dr. Celso Machado Júnior, pela dedicação, pelas preciosas revisões,

indicações dos melhores caminhos e pela confiança no desenvolvimento dessa dissertação.

Aos demais membros da banca, Professoras Dra. Isabel Cristina dos Santos e Dra. Daielly

Melina Nassif Mantovani Ribeiro que, com suas valiosas contribuições, colaboram com o

crescimento, amadurecimento e relevância deste trabalho.

Ao Professor Dr. Alessandro Marco Rosini, Coordenador do Programa de Pós-graduação em

Administração no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - PPGA/FMU,

pelo carinho e atenção disponibilizados a todos os mestrandos do Programa.

A todos os professores do Programa, cada um em sua especialidade, que em muito

contribuíram para a formação do conhecimento aqui empregado. Em especial ao Professor Dr.

Ângelo Palmisano, que orientou os primeiros passos deste trabalho.

A todos os colegas e amigos, pela troca de conhecimentos, pelas produções científicas

conjuntas, pelos incentivos nos momentos difíceis e pelos ótimos momentos de descontração.

A todos os funcionários do Programa, pelo atendimento de ótima qualidade, em especial à

Adriana Martins Brancalion, pela dedicação e carinho no período em que esteve secretariando

o Programa.

Às Universidades Federais que publicaram seus Planos de Gestão de Logística Sustentáveis,

permitindo a realização deste trabalho.

A minha família, pelo apoio e compreensão de todas às minhas ausências em certos

momentos, para que fosse possível a conclusão deste trabalho. Em especial, ao meu namorado

e melhor amigo, Evandro Jacob Brito, pelo incentivo inicial para que eu percorresse esse meu

objetivo de mestrado.

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RESUMO

A sustentabilidade ambiental na Administração Pública é um campo que exige constante

renovação de conhecimento. Possuindo como diretriz a dinâmica inserção e revogação de

normas e legislação, a governança empregada para manutenção de instituições sustentáveis no

serviço público é cada vez mais exigida. E quando se tratam de instituições federais de ensino

superior - IFES a cobrança é ainda maior. No campo da educação, mais que formação,

também se exige dessas instituições, a prática, o exemplo. Nesse contexto, o presente estudo

objetivou analisar como os Planos de Gestão de Logística Sustentável - PLS contribuem para

a sustentabilidade nas Instituições Públicas Federais de Ensino Superior. Para o alcance desse

objetivo, foi necessária a identificação das Universidades Públicas Federais de Ensino

Superior que possuem seus PLS publicados; a análise da completude dos Planos das IFES

quanto à legislação específica que os regem; um comparativo quanto às práticas sustentáveis

realizadas entre as IFES nos três temas selecionados: Energia Elétrica, Água e Esgoto e;

Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos; a identificação de afinidades entre as práticas das IFES,

recomendadas por legislação específica e as recomendadas pelo Código de Melhores Práticas

de Governança Corporativa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - CMP-IBGC

e; por fim, o estabelecimento de proposições a partir da teoria estudada frente aos resultados

obtidos das análises. Para a fundamentação teórica do presente estudo, foi utilizado o conceito

de Governança Corporativa possível e adaptável a qualquer tipo de instituição, sustentado por

Muritiba e Muritiba (2015). E somam-se ainda aos fundamentos teóricos, o princípio de

Governança intitulado Responsabilidade Corporativa, no qual se encontra a sustentabilidade

ambiental, segundo o IBGC. O delineamento do estudo enquadra-se na categoria de pesquisa

bibliográfica, seguida de pesquisa documental, que se utilizou do método de estudo

exploratório com abordagem predominantemente qualitativa, por meio da metodologia de

análise de conteúdo. A fonte de dados utilizada pela pesquisa foram os documentos

publicados nas páginas eletrônicas das Universidades, intitulados Planos de Gestão de

Logística Sustentável, que obrigatórios por lei desde 2012, possuem as práticas sustentáveis

que essas instituições praticam ou assumem praticar. O estudo propõe um indicador para

verificação de não atendimento às práticas sustentáveis, o Índice de Não-Atendimento - INA.

E a análise dos dados indicou que do universo das IFES com estrutura de Universidade, 37%

publicaram seus PLS e, apesar da minoria, tendo em vista que passados 4 anos de imposição

legal, os Planos publicados, mesmo que não completamente (INA Geral de 39%), atendem em

cerca de 61% as relevantes práticas previstas no arcabouço legal acerca dos temas estudados

que, frente às recomendações de governança, se refletem como práticas de sustentabilidade

ambiental e, partindo de instituições de ensino, contribuem também como formadores de

opinião, disseminando por meio da educação ambiental, a cultura sustentável na sociedade. A

presente pesquisa possui potencial para proporcionar as Instituições Federais de Ensino

Superior informações que as auxiliem a desenvolver o Plano de Gestão de Logística

Sustentável. Adicionalmente proporciona a academia melhor entendimento da gestão de

Instituições Federais de Ensino Superior.

Palavras-Chave: Governança Corporativa. Sustentabilidade Ambiental. Administração

Pública. Instituições Federais de Ensino Superior. Plano de Gestão de Logística Sustentável.

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ABSTRACT

The environmental sustainability on public administration is a field that needs constant

renewal of knowledge. The governance is used to keep the institutions each more sustainable,

issue each more charged mainly when talks about the higher education. In the education area,

is required more than the formation, is required the example. And in this concept, the present

study has as objective to analyze how the Sustainable Logistics Management Plans - PLS

contribute to the public higher education schools. To reach this objective, was necessary:

identify which federal universities publishes the PLSs, analyze their plans according to the

specific legislation, compare one each other with the subject sustainability actions in three

choosed themes: Energy, Water and sewage and Selective collect; identify affinities between

the universities practices, recommended by specific legislations and by the Best Practices of

Corporative Governance Code - CMP-IBGC and, to finish, to establish some propositions

about the theory studied and the results collected. To the theoretical foundation, was used the

concept of Corporative Governance, able to be adopted in any kind of institution, sustained by

Muritiba and Muritiba (2015), summed to the principle of governance called Corporate

Responsibility, where is founded the environmental sustainability. This work fits into the

category bibliographic research, followed by a documental research, using exploratory study,

with, in the majority cases, using the qualitative approach. The data was extracted from the

universities websites; the public universities are obligated by the law, since 2012, to publish

their practices. This study proposes an indicator to verify the noncompliance of this practice,

called INA. And by the analyzes was known that, 37% of universities publish their PLS still

not completely (INA – Noncompliance Index – of 39%) , and, even been a minority, 61%

attend the relevant practices as studied and recommended; remembering that, according to

themes studied, it reflect on the practices of environmental sustainability and, started by the

institutions of education, it contribute to the opinion leaders, spreading by environmental

education, the sustainability culture on the society.

Keywords: Governance. Environmental Sustainability. Public Administration. Universities

Public. Sustainable Logistics Management Plan.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Publicação de PLS das Universidades Públicas Federais - UPF por Região..... 67

Tabela 2 – Perfil das Universidades Públicas Federais - UPFs que publicaram

PLS.......................................................................................................................................

70

Tabela 3 – Cursos nas UPFs com o tema "sustentabilidade" no título................................ 73

Tabela 4 – Não Atendimento das Práticas Sustentáveis pelas UPFs com cursos no tema

"sustentabilidade".................................................................................................................

75

Tabela 5 – Índice de Não Atendimento pelas UPFs das Práticas Sustentáveis exigidas na

norma para o tema Energia Elétrica.....................................................................................

77

Tabela 6 – Índice de Não Atendimento pelas UPFs das Práticas Sustentáveis exigidas na

norma para o tema Água e Esgoto.......................................................................................

80

Tabela 7 – Índice de Não Atendimento pelas UPFs das Práticas Sustentáveis para o tema

Coleta Seletiva e Gestão de resíduos....................................................................................

83

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – As melhores práticas de sustentabilidade segundo o Código de Melhores

Práticas do IBGC.................................................................................................................

37

Quadro 2 - A evolução legislativa sobre a Sustentabilidade na Administração Pública

Federal..................................................................................................................................

41

Quadro 3 - Boas práticas de sustentabilidade sugeridas pela IN nº. 10/2012...................... 43

Quadro 4 – Estudos dos temas minimamente sugeridos pela legislação do PLS................ 46

Quadro 5 – As principais teorias sobre o tema sustentabilidade nas IFES.......................... 58

Quadro 6 – IFES com ações externas de conscientização para o não desperdício da água. 86

Quadro 7 - IFES com preocupações específicas na questão da destinação sustentável dos

resíduos................................................................................................................................

87

Quadro 8 - IFES com medidas não-previstas na norma sobre busca de outras fontes

renováveis de energia...........................................................................................................

90

Quadro 9 – IFES com medidas não-previstas na norma sobre Educação Ambiental

(Sensibilização e Orientação) .............................................................................................

92

Quadro 10 – IFES com medidas não-previstas na norma sobre Educação Ambiental

(Treinamento para Coletores) .............................................................................................

93

Quadro 11 – Síntese das Práticas Sustentáveis segundo IBGC........................................... 94

Quadro 12 – Síntese das Melhores Práticas Sustentáveis de GC sob o enfoque

sustentável IBGC x Legislação Federal ..............................................................................

96

Quadro 13 – Proposições advindas da pesquisa................................................................... 115

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Inter-relacionamento entre elementos da Governança Pública...............................16

Figura 2 – A Sustentabilidade na Governança Corporativa das IFES.....................................21

Figura 3 – Modelo de Governança Corporativa Universal......................................................28

Figura 4 – Sistema de Governança em Órgãos e Entidades da Administração Pública...........31

Figura 5 – Pirâmide de Responsabilidade Corporativa.............................................................37

Figura 6 – A Energia no processo produtivo............................................................................53

Figura 7 - Diagrama de representação da intersecção sobre o estudo das IFES.......................64

Figura 8 - Esquema de etapas da pesquisa................................................................................69

Figura 9 - Percentual de UPFs com PLS publicados por Região do País.................................71

Figura 10 – Panorama das Publicações dos PLS pelas Universidades Públicas Federais........72

Figura 11 – Cursos com o tema "sustentabilidade" nas UPF que publicaram PLS..................78

Figura 12 – Regiões com Maiores Índices de Não-Atendimento - INA em Energia Elétrica..83

Figura 13 – Regiões com Maiores Índices de Não-Atendimento - INA em Água e Esgoto....86

Figura 14 – Regiões com Maiores Índices de Não-Atendimento - INA em Coleta Seletiva e

Gestão de Resíduos...................................................................................................................88

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A3P – Agenda Ambiental na Administração Pública

AG – Alunos da Graduação - Total de alunos regularmente matriculados na graduação

AGTI – Alunos da Graduação em Tempo Integral - Total de alunos da graduação em tempo

Integral

APF – Administração Pública Federal

APG – Alunos da Pós-Graduação -Total de alunos na pós-graduação stricto sensu, incluindo-

se alunos de mestrado e de doutorado

APGTI – Alunos da Pós-Graduação em Tempo Integral - Total de alunos da pós-graduação

em tempo integral

Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo

CF/88 – Constituição Federal Brasileira de 1988

CI – Conceito Institucional

CGDC – Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade

CGU – Controladoria Geral da União

CISAP – Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública

CMP-IBGC – Código de Melhores Práticas do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CVM – Comissão de Valores Imobiliários

DNS – Desenvolvimento Nacional Sustentável

e - MEC – Sistema Eletrônico do Ministério da Educação

FNMA – Fundo Nacional do Meio Ambiente

GC – Governança Corporativa

GP – Governança Pública

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

IFES – Instituição Pública Federal de Ensino Superior

IGC – Índice Geral de Cursos

IN – Instrução Normativa

INA – Índice de Não-Atendimento

INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

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LOA – Lei Orçamentária Anual

MEC – Ministério da Educação

MPOG – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

NGP – Nova Gestão Pública

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

ONU – Organização das Nações Unidas

PEG – Programa de Eficiência do Gasto Público

PES – Projeto Esplanada Sustentável

PLS – Plano de Gestão de Logística Sustentável

PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental

PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente

Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

RC – Responsabilidade Corporativa

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SNUC – Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza

TCU – Tribunal de Contas da União

UFABC – Fundação Universidade Federal do ABC

UFC – Universidade Federal do Ceará

UFCSPA – Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido

UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul

UFG – Universidade Federal de Goiás

UFGD – Fundação Universidade Federal da Grande Dourados

UFMA – Universidade Federal do Maranhão

UFMS – Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

UFOPA – Universidade Federal do Oeste do Pará

UFPA – Universidade Federal do Pará

UFPB – Universidade Federal da Paraíba

UFRA – Universidade Federal Rural da Amazônia

UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

UFRR – Universidade Federal de Roraima

UFS – Universidade Federal de Sergipe

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

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UFSJ – Universidade Federal de São João Del Rei

UFSM – Universidade Federal de Santa Maria

UFT – Fundação Universidade Federal do Tocantins

UFVJM – Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri

UNIFAL – Universidade Federal de Alfenas

UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo

UPF – Universidade Pública Federal

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 15

1.1. Justificativa e Questão de Pesquisa .............................................................................. 19

1.2. Objetivos da Pesquisa ................................................................................................... 21

1.2.1. Objetivo Geral .............................................................................................................. 22

1.2.2. Objetivos Específicos ................................................................................................... 22

1.3. Delimitação do Estudo .................................................................................................. 23

1.4. Estrutura do trabalho ..................................................................................................... 24

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 25

2.1. Governança Corporativa ............................................................................................... 25

2.2. Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa ........................................... 39

2.3. A Sustentabilidade na Administração Pública .............................................................. 42

2.3.1. Os Planos de Gestão de Logística Sustentável dos Órgãos Públicos Federais ............. 45

2.3.2. Energia .......................................................................................................................... 51

2.3.3. Água .............................................................................................................................. 54

2.3.4. Coleta de Resíduos ....................................................................................................... 57

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................. 65

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ............................................................................... 70

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO ......................................................................................... 101

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 114

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 121

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1 INTRODUÇÃO

A sustentabilidade implica que as instituições, de forma geral, sejam responsáveis

junto ao meio ambiente. É não descartar nele nada que vai prejudicá-lo e dele não retirar o

que não pode ser renovado por ele mesmo, ou utilizar os recursos de forma a garantir a sua

existência para as futuras gerações, como é descrita a sustentabilidade em 1972, na

Declaração de Estocolmo, bem como em 1987 no Relatório de Brundtland.

Segundo Luiz et al. (2013), não se trata somente de cumprir a lei, mas avança para a

maneira em que o indivíduo se vê perante a sua participação em uma sociedade sustentável.

Para os autores, as pessoas devem possuir atitudes como a redução do desperdício de recursos

naturais e a preocupação com a produção e descarte adequado do lixo. Este contexto é

apontado pelos autores como exemplos de que a sustentabilidade, não se trata de obrigação

estatal unicamente, mas sim primordialmente intrínseca a cada ser humano. E sendo as

pessoas partes integrantes de organizações, suas políticas, diretrizes e práticas corporativas

podem e devem ser vinculadas às atitudes do dia-a-dia de forma contínua, e incorporadas à

cultura, e às atividades corriqueiras dos funcionários (LUIZ et al., 2013).

Estudos de Dahlsrud (2008) e Teixeira et al., (2016) apontam que o mundo

corporativo enfrenta dificuldades quanto ao entendimento e a prática de ações de

sustentabilidade. Para os autores apesar da existência de capacidades adaptativas indicando,

por vezes, desejos genuínos de assumir processos de mudança, muitas organizações ainda

travam na identificação e inserção estratégica da sustentabilidade como principal foco em

suas atividades. Assim, as principais dúvidas e incertezas refletem sobre quais as melhores

práticas e como aplicá-las. Além disso, a sustentabilidade, tanto nas organizações como na

sociedade em geral, é uma questão cultural, devendo ser um lema de vida, que exige pessoas

realmente envolvidas e engajadas no tema para aplicá-lo.

No intuito de minimizar essas dificuldades das organizações com relação à

incorporação da sustentabilidade em suas premissas, a Governança Corporativa tem se

destacado, tendo como um de seus princípios gerais a Responsabilidade Corporativa. Segundo

o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2009) são princípios básicos de

Governança Corporativa: a Transparência (desejo de informar); a Equidade (tratamento justo

a todas as partes interessadas/stakeholders); a Prestação de Contas (em que os agentes

expõem suas atuações, assumindo suas consequências) e; a Responsabilidade Corporativa (na

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qual a sustentabilidade é zelada nas organizações, em seus pilares: econômico, social e

ambiental).

Na Administração Pública, a Governança, por vezes, é definida de formas diferentes

quanto aos conceitos de Governança Corporativa e Governança Pública. Enquanto a

Governança Corporativa demonstra a maneira pela qual as corporações são governadas e

administradas, a Governança Pública representa a aquisição e distribuição de poder pela

sociedade (MELLO, 2006).

A Governança Pública é definida como a proteção da inter-relação entre gestão,

controle e fiscalização, realizada por organizações governamentais e por organizações criadas

por autoridades governamentais. A Governança Publica visa à concretização dos objetivos

políticos, de forma eficiente e eficaz, bem como a comunicação aberta, e a prestação de

contas, para benefício das partes interessadas (TIMMERS, 2000).

As instituições públicas, porém, além de governadas, também são geridas, e sua

Governança Corporativa - GC ganha papel fundamental em meio a um cenário que necessita

de ações inovadoras na gestão do setor público, exigindo do Estado um “[...] perfil

inteligente-mediador-indutor, voltado para a eficiência, eficácia e efetividade, na busca

constante por excelência [...]” (PEREIRA, 2010, p. 15). Conforme representado na Figura 1.

Figura 1 - Inter-relacionamento entre elementos da Governança Pública

Fonte: Timmers, 2000.

Monken et al. (2015) revelaram que grande parte dos estudos sobre GC no setor

público analisa as questões de empresas mistas (estatais com algum capital privado) e órgãos

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reguladores. Tal enfoque está associado ao fato de ser mais comum se pensar em GC em

instituições que possuam algum tipo de capital investido em bolsa. Em um estudo

bibliográfico do período de 2004 a 2014, os autores constataram que a produção científica do

período aborda questões sobre GC principalmente quanto “[...] aos níveis diferenciados de

governança corporativa e do novo mercado pela Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA

[...]” (MONKEN et al., 2015, p. 64).

Essa lacuna de pesquisas brasileiras sobre governança no setor público foi reforçada

pelos estudos bibliométricos realizados por Peixe et al. (2016) na busca por produção

científica entre os anos de 2005 a 2015 com os termos "governança" e "accountability no

serviço público", nas bases de dados Scopus, Science Direct e Portal de Periódicos CAPES.

Os autores concluíram que, no decorrer dos 10 anos estudados, dentre 355 artigos encontrados

com a temática de GC em geral, apenas 86 deles, parcela de 24% tratavam do setor público

em específico, e destes somente 12, parcela de 3% eram nacionais, revelando que a pesquisa

sobre o referido tema é escassa no país, merecendo maior destaque.

Assim, como a aplicação da GC pode ser adaptada à estrutura e realidade de qualquer

tipo de organização, segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC

(IBGC, 2009), seus princípios, tais como a transparência, equidade, prestação de contas

(accountability) e responsabilidade corporativa podem e devem ser aplicados aos órgãos

governamentais, inclusive estendidos de acordo com o arcabouço legal. As práticas de GC nos

diversos níveis de atividades devem ser adotadas e adaptadas à estrutura e realidade dessas

organizações, buscando a melhor forma de fazê-lo dentro de seus limites de ação (SILVEIRA,

2016). Para o autor, novas pesquisas brasileiras no tema podem contribuir com o melhor

conhecimento e aplicação dessa relevante ferramenta.

É nesse contexto que a presente pesquisa pretende colaborar com parte do

preenchimento dessa lacuna de estudos no Brasil, analisando em um dos princípios estruturais

da Governança Corporativa – GC, que é o princípio da Responsabilidade Corporativa, como

se dá a sustentabilidade, no âmbito da Administração Pública Federal - APF, mais

precisamente nas Instituições Públicas Federais de Ensino Superior - IFES, por meio da

análise de seus Planos de Gestão de Logística Sustentável – PLS.

A Constituição Federal Brasileira de 1988 (CF, 1988), em seu segundo capítulo, artigo

sexto, assegura como primeiro Direito Social a Educação. Neste contexto, se destaca a

importância na garantia desse direito por meio das IFES, tendo como obrigação do Estado

Democrático o fornecimento de condições, estrutura e acesso da sociedade à educação. Esse

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fato se eleva nessas instituições principalmente por essa categoria ser diretamente assegurada

pelo Governo Federal, sem intermediários. Vale destacar que a Constituição prega o

estabelecimento de uma sociedade com oportunidades igualitárias, se fazendo necessário o

atendimento à oferta de educação de qualidade em todos os níveis de formação.

O Ensino Superior no setor público federal, segundo dados do Ministério da Educação

– MEC, obteve um acréscimo de aproximadamente 23% no número de Instituições Públicas

Federais de Ensino Superior – IFES no período de 2004 a 2014, passando de 87 IFESs para

107 (INEP/MEC, 2016). Essa expansão demanda ações e condições necessárias para que se

exerça a qualidade do ensino, que é consequência associada a uma administração responsável,

que possibilite a extensão de programas à comunidade e ao meio afetados pelas IFES

(ALKMIM et al., 2015). E a governança corporativa, se instituída nessas organizações

públicas, permitiria a implementação de ações de melhoria, como separação de conflito de

interesses, a conduta ética, a transparência na utilização dos recursos, o melhor acesso e

controle por parte da sociedade em relação aos objetivos e estratégias para alcançá-los,

aumentando o valor em termos de reconhecimento de serviços prestados, podendo refletir

positivamente no desempenho dessas instituições (SILVEIRA, 2016).

Adicionalmente, segundo Machado Filho (2006), as IFES necessitam ser melhor

entendidas e estudadas também face ao importante papel que desempenham na sociedade ao

oferecerem um serviço essencial de responsabilidade social e um arcabouço de implicações à

sociedade moderna.

Em estudo realizado por Tauchen e Brandli (2006) destacam-se a existência de duas

correntes teóricas principais quanto ao papel das IFES no desenvolvimento sustentável: uma

delas defende a inclusão na formação de seus discentes de disciplinas relacionadas à questão

ambiental, formando profissionais conscientes; e a outra defende que as IFESs devem

implantar Sistema de Gestão Sustentável em seus campi para que se torne exemplo prático

para a sociedade em geral.

Fouto (2002) também já havia estudado a respeito dessa temática e apontado como

modelo ideal de intervenção das IFESs na sustentabilidade a inclusão de quatro dimensões: i)

a inserção da questão ambiental na formação dos discentes; ii) a procura por soluções

sustentáveis à sociedade; iii) a inserção da sustentabilidade nos campi das IFESs, sendo caso

empírico daquilo que prega e; iv) a coordenação e comunicação entre as dimensões anteriores.

Essas são as dimensões que as IFESs devem praticar para se tornarem instituições realmente

responsáveis segundo os autores.

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As Instituições de Ensino Superior pelo mundo têm adotado a questão sustentável em

suas diretrizes educacionais e de governança. Algumas dessas Instituições inclusive possuem

certificação na ISO 14001 – norma que trata da Gestão Sustentável Organizacional – condição

esta da Universidade da Organização das Nações Unidas, no Japão e, da Universidade de

Mãlardalen, na Suécia. Vale destacar que, na Europa, pratica-se a execução de um projeto em

diversas universidades chamado Projeto Ecocampus, segundo o qual as universidades devem:

contribuir para a ética sustentável; incentivar transportes sustentáveis dentro do campus;

promover o bem estar, saúde e segurança; reduzir desperdícios; implantar e aprimorar

atividades ambientais curriculares; monitorar o consumo de água e energia e; incentivar a

participação da comunidade em ações sustentáveis (BLEWITT, 2001; DELGADO; VÉLEZ,

2005; RIBEIRO et al., 2005; TAUCHEN; BRANDLI, 2006).

No Brasil, estudos sobre a sustentabilidade nas Instituições de Ensino Superior têm

demonstrado que a maior parte das iniciativas para uma "universidade sustentável" recai sobre

a grade curricular e a pesquisa ambiental nessas Instituições (MARCOMIN; SILVA, 2009;

BEZERRA et al., 2011; D’AVILA et al. 2014). Ainda há a ausência de políticas públicas

integradoras de educação e práticas de sustentabilidade. As práticas sustentáveis são vistas

como inovação para o setor público, a exigência de critérios de sustentabilidade ambiental,

ética e social, apesar de vistos como importante e viável pelos atores dessas instituições, ainda

são de difícil mensuração quanto aos seus benefícios. Isso contribui para a dificuldade de

atendimento das instituições públicas às exigências de sustentabilidade. A análise em Planos

Resumidos de Gestão Ambiental de algumas universidades comprovou que elas devem se

organizar para que possam melhorar o grau de sustentabilidade. Estes estudos propõem que as

Instituições Brasileiras de Ensino Superior implantem melhorias para que se tornem realmente

Universidades Sustentáveis (MARCOMIN; SILVA, 2009; BEZERRA et al., 2011; D’AVILA

et al. 2014).

Sendo assim, frente ao contexto e às lacunas apresentadas, bem como sugestões de

novas pesquisas, emana a justificativa e a questão de pesquisa do presente estudo.

1.1. Justificativa e Questão de Pesquisa

O presente estudo, que se apóia nos Princípios de Governança Corporativa e de

Sustentabilidade, identifica a Responsabilidade Corporativa como um elemento de intersecção

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dessas áreas de conhecimento. Essa convergência se posicionará como um dos elementos de

sustentação da investigação. Além disso, o estudo possibilitará também a ampliação do debate

a respeito do tema, pois não tem o propósito de encerrar-se em si, mas de trazer à atualidade a

complexidade do tema sustentabilidade. E, ao se identificar como o tema sustentabilidade

vem sendo tratado por instituições públicas frente à realidade e aos meios em que atuam, o

cidadão será beneficiado com mais informação acerca do assunto, podendo ampliar seu poder

de fiscalização social (LINCZUK, 2012).

É relevante destacar que as IFES, assim como toda a Administração Pública Federal,

atuando de forma direta, autárquica ou fundacional, além das empresas estatais dependentes,

possuem critérios, práticas e diretrizes gerais a serem seguidos para a promoção do

Desenvolvimento Nacional Sustentável - DNS, regrados pelo Decreto Federal nº. 7.746/2012,

e Instrução Normativa - IN nº. 10/2012, nos quais o Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão – MPOG/SLTI instituiu os Planos de Gestão de Logística Sustentável – PLS que,

segundo a própria IN, são:

[...] ferramentas de planejamento com objetivos e responsabilidades definidas,

ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento e avaliação, que

permite ao órgão ou entidade estabelecer práticas de sustentabilidade e

racionalização de gastos e processos na Administração Pública (MPOG/SLTI, 2012,

p. 2).

Dessa forma, a preocupação e prática da Sustentabilidade nas Instituições Públicas

Federais de Ensino Superior - IFES é compulsória por obrigação legal. Assim as IFESs

devem praticar a sustentabilidade e emitir documento contendo a descrição das ações que

realizam e realizarão, a fim de contribuírem com o Desenvolvimento Nacional Sustentável –

DNS. Além da elaboração do Plano de Gestão de Logística Sustentável – PLS, segundo a IN

nº. 10/2012, os Órgãos também devem divulgá-los publicamente, o que permite uma análise

documental de como os PLS contribuem para a sustentabilidade nas IFES.

Tendo em vista que uma das responsabilidades das instituições de ensino,

principalmente em nível de mestrado e doutorado, é a de desenvolver a capacidade nos

indivíduos de produzir conhecimento e torná-lo acessível à sociedade (BOTOMÉ et al.,

2002). Soma-se ainda à relevância da presente pesquisa, a recomendação de Luiz et al. (2013)

que, ao pesquisarem sobre a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) e as práticas

de sustentabilidade em um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, localizado no

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Estado de Santa Catarina, sugeriram como futuros estudos, pesquisas desta natureza em outras

instituições públicas a fim de verificar as práticas sustentáveis utilizadas por elas.

Assim, justifica-se o estudo pretendido, pois, além de resultar em um serviço à

sociedade, proporcionará uma abertura para novos meios de investigação em um campo

repleto de questões relevantes a serem abordadas.

Conforme o cenário apresentado, a questão de pesquisa a ser respondida pela presente

investigação é: Como os Planos de Gestão de Logística Sustentável – PLS contribuem para a

sustentabilidade nas Instituições Públicas Federais de Ensino Superior?

Frente à relevância da pesquisa e da questão levantada, este estudo estabelece os

seguintes objetivos.

1.2. Objetivos da Pesquisa

Com a finalidade de contextualizar os objetivos desta pesquisa, inicialmente se

apresenta na Figura 2 os principais conceitos dentre os contextos a serem abordados pelo

presente estudo.

Figura 2 – A Sustentabilidade na Governança Corporativa das IFES.

Fonte: Elaborado pela autora.

Sustentabilidade

Governança Corporativa -

GC

IFES

PLS

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Na Figura 2, é possível observar que as áreas de conhecimento da Governança

Corporativa e da Sustentabilidade se posicionam como alicerces para a pesquisa, que analisará

a aplicação desses conceitos nas Instituições Públicas Federais de Ensino Superior, por meio

da análise de seus PLS. Como já destacado, a Responsabilidade Corporativa se apresenta

como elemento que tangencia a GC e a Sustentabilidade, também se posicionando como

importante elemento a sustentar este estudo.

Na seqüência, apresentam-se os objetivos geral e específicos da pesquisa.

1.2.1. Objetivo Geral

Conforme os propósitos pretendidos, o objetivo geral deste estudo é: analisar como os

Planos de Gestão de Logística Sustentável – PLS contribuem para a sustentabilidade nas

Instituições Públicas Federais de Ensino Superior. Vale destacar que o atendimento ao PLS

pode possibilitar o atendimento de demandas da Governança Corporativa no que diz respeito

à Sustentabilidade, presente entre as melhores práticas como um de seus princípios

fundamentais.

Para o atendimento do objetivo geral apresentado, serão alcançados os objetivos

específicos, que são apresentados na seqüência.

1.2.2. Objetivos Específicos

Para suportar o atendimento ao objetivo geral, esta pesquisa se apoiará nos seguintes

objetivos específicos:

- Identificar as Universidades Públicas Federais de Ensino Superior que possuem

seus Planos de Gestão de Logística Sustentável - PLS publicados e

disponibilizados pela Internet;

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- Analisar a completude dos Planos das IFESs quanto à legislação específica que

os regem nos temas selecionados, estabelecendo um comparativo entre as

IFESs;

- Obter as principais práticas sustentáveis realizadas entre as IFESs que

ultrapassem o estabelecido na norma;

- Identificar a existência de afinidades entre as práticas das Universidades,

recomendadas por legislação específica e as recomendadas pelo Código de

Melhores Práticas de Governança Corporativa do Instituto Brasileiro de

Governança Corporativa - CMP-IBGC;

- Sugerir um quadro de proposições sobre a sustentabilidade das IFESs a partir

da discussão da literatura em análise aos resultados obtidos na pesquisa.

Vale destacar que as IFES estudadas serão as que possuem estrutura organizacional de

Universidade e que tiveram seus PLS publicados até a data de corte da presente pesquisa,

junho/2016, conforme melhor especificado na delimitação do estudo.

1.3. Delimitação do Estudo

Foram selecionadas somente as Universidades Públicas Federais de Ensino Superior

ativas perante o Ministério da Educação - MEC. Dessa forma, delimitou-se o estudo voltado

para as estruturas organizacionais de Universidades, excluindo os Institutos Federais de

Ensino Superior, Centros Técnicos e demais Instituições Federais de Ensino Superior. Esta

limitação possui o intuito de nivelar a análise dos Planos de Logística em estruturas

semelhantes. Pois, apesar da vigência da Lei nº. 11.892/2008 de equiparação desses Órgãos às

Universidades Federais, ainda permaneceram algumas características próprias dessas

instituições no que tange à estrutura e à gestão. Características estas que dificultariam a

uniformização de análise do estudo pretendido e impossibilitariam um estudo mais

aprofundado sobre os PLS nas Universidades Públicas Federais de Ensino Superior.

As delimitações, porém, não interferem na qualidade da pesquisa por tratar-se de uma

abordagem principalmente qualitativa do tema, em que os recortes a serem realizados

permitirão uma análise mais próxima e aprofundada da questão.

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1.4. Estrutura do trabalho

Este trabalho encontra-se segmentado em seis capítulos e referências; estruturados da

seguinte forma:

Introdução: justifica o estudo, contextualiza e apresenta os conceitos a serem

estudados, os objetivos norteadores, as delimitações e a estrutura do trabalho.

Fundamentação Teórica: embasa teoricamente a literatura que sustenta o estudo.

Partindo de um panorama geral, trazendo conceitos e definições sobre os principais temas da

pesquisa, iniciando-se por uma análise do tema Governança Corporativa - GC e suas

principais teorias; abordando então o Código de Melhores Práticas de GC. Em seguida,

analisando a GC no Setor Público e; confrontando novos conceitos em torno do tema, como a

Nova Gestão Pública (NGP). Feito esse panorama sobre o conceito da Governança, é

realizada uma análise à inserção do conceito da Sustentabilidade, como Princípio Básico de

Governança e; o enfoque da sustentabilidade na Administração Pública Brasileira, abrangendo

o Plano de Gestão de Logística Sustentável nas IFESs e os principais conceitos do eixo

ambiental discutidos no Plano.

Procedimentos Metodológicos: descreve como e quais os métodos e instrumentos

utilizados para obtenção dos dados empíricos da pesquisa, que será voltada a analisar os

Planos de Gestão de Logística Sustentável – PLS como contribuição para a sustentabilidade

nas IFESs.

Apresentação dos dados: relatando o que foi encontrado em relação ao levantamento

realizado e quais os resultados frente aos objetivos de pesquisa.

Discussão e Análise: proporcionando a ligação dos dados encontrados frente à teoria

estudada e o que revelam os estudos à luz da interpretação realizada.

Considerações Finais: expõe as conclusões sobre cada um dos objetivos pretendidos,

as contribuições obtidas, as proposições acerca dos estudos realizados, as limitações

encontradas e, as sugestões para futuras pesquisas no tema.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para fundamentar a presente pesquisa será apresentada, neste capítulo, uma revisão da

literatura quanto aos principais conceitos e contextualização abordados.

Os pilares fundamentais do estudo: governança e sustentabilidade, sob seu princípio

básico da Responsabilidade Corporativa serão conceituados e, posteriormente,

contextualizados frente à Administração Pública Federal – APF, meio no qual estão inseridas

as Instituições Públicas Federais de Ensino Superior – IFES, campo de análise da pesquisa.

Outros fatores a serem destacados neste capítulo são os levantamentos dos principais

itens do eixo sustentável trazidos pelo PLS e, o arcabouço legal quanto ao objeto de estudo: os

Planos de Gestão de Logística Sustentáveis. E por meio dessa conceituação e

contextualização, será possível fundamentar cientificamente a pesquisa pretendida e os

procedimentos metodológicos a serem descritos no capítulo seguinte.

2.1. Governança Corporativa

A origem da palavra Governança, segundo Silva (1998), é advinda do grego

gubernare juntamente com o sufixo -ança, sinônimo da palavra governo, e que têm como

significado a ideia de conciliar interesses de todos os envolvidos a serem atingidos, dando

unidade aos trabalhos.

Para Dorset e Baker (1979) a melhor definição do termo governança seria o exercício

do poder de governar, a autoridade, a forma de controlar e administrar.

Pereira (2010) busca a origem do termo governança no Banco Mundial e nas agências

multilaterais do início da década de 1990, quando estes se referiam ao desempenho gerencial

e administrativo em seus estudos e relatórios.

O Banco Mundial também é referência para Mello e Slomski (2010), quando sugeria,

entre o final dos anos 80 e início dos 90, a “boa governança” como a gestão pública do Estado

de Direito com responsabilidade organizacional, transparência no processo de tomada de

decisões e acesso às informações.

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O Tribunal de Contas da União – TCU define governança, porém voltada ao setor

público, como

[...]um conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática

para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão, com vistas à condução de

políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade (BRASIL,

TCU, 2014, p. 7).

Para Rossetto et al. (2011), governança é um termo utilizado por diferentes áreas do

conhecimento e, por este motivo, pode apresentar diferenças no sentido em que é abordado. A

literatura científica reconhece a origem do conceito em análises sobre o mundo empresarial,

introduzido por Ronald Coase em 1937, quando publicou um artigo intitulado “The nature of

the firm” que, apesar do foco na origem da firma e transações econômicas, trouxe importante

contribuição para o início do entendimento sobre governança, pois, despertou o interesse

também pelos custos de transação e pela relação entre proprietário e gestor. As ideias de

Coase deram força ao movimento inicial sobre governança, levando anos para que os teóricos

observassem além da parcela econômica, sua contribuição também na existência de outros

parâmetros, como hierarquias, regras, normas, convenções, crenças, tradições e rotinas, que

exerciam influência para além da economia, como também sobre a estruturação, tecnologia e

a eficiência das organizações (PAULILLO; NEVES, 2016).

E, apesar de não amplamente debatido e aproveitado à época, o uso do conceito

ressurgiu nos anos 70, quando o termo governança passou a designar “dispositivos para

conduzir coordenações eficazes” (protocolos, redes e hierarquias internas), bem como, referia-

se aos contratos e aplicação de normas (ROSSETTO et al., 2011, p. 15). Posteriormente, o

termo passaria a representar ainda o campo do poder das organizações em sua essencialidade

estratégica.

O termo governança pode ser percebido como uma instância institucional de exercício

de poder, onde sua prática incide sobre os seguintes processos: definição de estratégia;

implementação de condições para a gestão; estabelecimento de consensos sociais e

planejamento para o futuro (ROSSETTO et al., 2011).

Já o conceito de Governança Corporativa passou a ser difundido devido às frequentes

mudanças relativas ao mercado de capitais advindos da globalização, tais como: processos de

fusões, privatizações, aquisições e fundos de pensões, inicialmente nos Estados Unidos.

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Desde então orientados, principalmente, pela Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico - OCDE, os países foram desenvolvendo regras para proteger os

interesses dos investidores, baseados em códigos que buscassem alinhar os interesses de

acionistas (proprietários) e gestores (ALMEIDA M. et al., 2010).

O Comitê sobre Aspectos Financeiros da Governança Corporativa resumiu o termo em

“o sistema pelo qual as empresas são dirigidas e controladas” (CADBURY COMMITTEE,

1992, p. 5). E ainda, a OCDE (2004, p. 3) valida essa definição como “o sistema pelo qual as

sociedades do setor público e privado são dirigidas e controladas”.

Hodger et al. (1996) define Governança Corporativa como um conjunto de

procedimentos para a tomada de decisão no intuito de direcionamento global da organização,

de modo a obter o melhor desempenho e controle, satisfazendo a prestação de contas aos

envolvidos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2009, p. 19),

Governança Corporativa – GC é “[...] o sistema pelo qual as organizações são dirigidas,

monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de

Administração, Diretoria e órgãos de controle [...]”.

E a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, instituição brasileira que disciplina o

mercado de capitais e a atuação de seus agentes, define em sua cartilha lançada em 2002, que

a Governança Corporativa é “[...] um conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o

desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como

investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital [...]” (CVM, 2002, p. 1).

Para Muritiba e Muritiba (2015, p. 21.), existem quatro dimensões que se apresentam

em todos os tipos de organizações, são elas: “Propriedade; Stakeholders e Responsabilidade

Socioambiental; Conselho de Administração e outros representantes e; Equipe de Alto-

executivos”, conforme mostrado na Figura 3. Esse modelo, segundo os autores, pode ser

adaptado à realidade de cada organização, citando como exemplo as Organizações Públicas,

nas quais o governo pode ser considerado o principal acionista ou a sociedade como principal

financiadora, e o governo como agente gestor dos interesses da sociedade, definindo então, a

“estrutura de propriedade” daquela organização. Para Marques (2007, p. 13), a “[...]

Governança Corporativa é um conjunto de regras que visam minimizar os problemas de

agência [...]”.

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Figura 3 - Modelo de Governança Corporativa Universal

Fonte: Muritiba; Muritiba (2015, p. 21).

A Teoria da Agência, aliás, é uma das principais teorias norteadoras do tema

Governança Corporativa. Diferentemente do que estabelece a Teoria dos Stakeholders, onde

haveria sempre a busca pelo interesse coletivo e isso minimizaria qualquer surgimento de

conflitos de interesses, a Teoria da Agência consiste em um estudo do conflito entre a

propriedade (principal) e a gestão (agente), presumindo sempre, que seja em maior ou menor

parcela, sempre haverá algum tipo de conflito que deva ser controlado. Dessa forma,

considera-se que existe um problema de agência na situação em que partes cooperantes têm

objetivos diferentes e divisão do trabalho (JENSEN; MECKLING, 1976; ROSS, 1973).

Basicamente é definido como o conflito entre o direcionamento desejado pelo

proprietário/acionista/investidor e os atos de gestão realizados pelos presidentes/diretores/alto

executivos. E essa Teoria busca a solução desse conflito nas formas de negociação (contrato)

entre as partes (EISENHARDT, 1989).

Slomski (2000), afirma haver a possibilidade de abordar as entidades públicas sob a

perspectiva da Teoria da Agência, pois estabelece uma relação entre o Estado e seu conjunto

de contratos, nos quais o gestor público é o agente e o principal é o cidadão, suportando três

condições recorrentes:

- O agente possuir várias possibilidades de comportamentos;

- O agente realizar ações que afetam a ambos;

- E o principal dificilmente observa essas ações do agente, o que exige uma

assimetria informacional (SLOMSKI, 2000, p. 9).

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Para o autor, havendo a assimetria informacional entre as duas partes, o objetivo seria

verificar se o agente (gestor público) decide corretamente pelo interesse do principal

(cidadão). Essa é uma das formas de aplicabilidade da Teoria da Agência e, por conseguinte,

da GC no setor público, reforçando as afirmações de vários autores como Slomski (2000),

IBGC (2009) e Muritiba e Muritiba (2015), de que as práticas de Governança Corporativa

podem ser adaptadas à estrutura e realidade de qualquer tipo de organização.

Dessa forma, da Teoria da Agência, foi apropriada pela Administração Pública, a

necessidade de controle dos agentes (cargos políticos e gestores públicos) para que se possam

realizar os interesses do proprietário (cidadãos), evitando conflitos que resultem em

corrupção, vantagens pessoais, e demais condutas observadas na área, além de instituir

princípios de conduta que favoreçam esses controles, casos estes em que a Governança

Corporativa em instituições públicas age em favor da sociedade (ARAÚJO, 2000).

Assim, o estudo da Governança Corporativa nas Universidades Públicas Federais de

Ensino Superior complementa as publicações existentes até hoje e, traz consigo o debate de

conceitos e ideias, desde a concepção da Administração Pública Federal - APF até a aplicação

das mais modernas formas de pensamento evolutivo do modo de governança corporativa no

setor público. Setor este que vem sofrendo grandes impactos e mudanças em suas formas de

conduta em busca dos resultados esperados pela sociedade (SLOMSKI, 2000).

A burocracia é um dos itens que podem ser citados nesse sentido, pois, normas e

regulamentos pré-estabelecidos ligados por: comunicações escritas, ações, procedimentos,

comprovação e documentação adequados, sempre caracterizaram a sistemática divisão de

trabalho no setor público, na pretensão de alcançar os objetivos atingidos (PEREIRA, 2010).

A burocracia, porém, tem evoluído com o passar o tempo, e esse modelo de organização tem

se tornado cada vez mais dinâmico. Não se trata apenas de burocracia organizacional, como

forma de estrutura rígida de subordinações, mas sim de novos meios de se estruturar as

organizações públicas de modo a buscar melhores resultados por meio das políticas públicas,

pois, como define Pereira (2010, p. 12),

[...] as mudanças de paradigmas no campo tecnológico, econômico, político e

socioambiental estão refletindo fortemente na noção de serviço público no mundo

contemporâneo [...] constatando-se que a evolução do modelo de Estado ao longo

dos últimos séculos é resultado da necessidade de se adequar às mudanças

econômicas, políticas, sociais, culturais e ambientais [...].

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A administração pública no Brasil atualmente se estrutura em: administração direta e

indireta da União, estados, Distrito Federal, municípios, autarquias, fundações, empresas

públicas, sociedades de economia mista e demais órgãos das esferas citadas. E a essa

atividade concreta, no intuito de garantir os interesses coletivos, é que se dá a função

administrativa do Estado (PEREIRA, 2010).

Esse processo de transformação estrutural de dimensões tecnológicas, econômicas,

culturais e institucionais oferecem oportunidades, porém, com elas, alguns perigos, tais como

a crise das instituições políticas às quais cabe gerenciar a transição. E quando os instrumentos

de governança das instituições políticas e institucionais encontram-se insuficientes ou

inadequados, causam, por vezes, uma crise de governança política, pública e corporativa nas

instituições (GUTERRES, et al., 2005).

Assim, é na evolução dos conceitos de administração pública e de função

administrativa do Estado, que a Governança Corporativa, antes somente aplicada no setor

privado, veio ganhando força e sendo, aos poucos, inserida no setor público.

Isso se deve, em grande parte, à Constituição Federal de 1988, que marca o Estado

Democrático de Direito, incentivando a soberania popular, voltada à governança participativa

da sociedade nessa nova cidadania, é que se chama de controle social, no qual a sociedade

passou então a participar da gestão pública por meio da observação bem próxima dos atos

realizados e tornados públicos, de forma a intervir na definição de diretrizes, na avaliação da

conduta dos agentes públicos e na gestão das políticas públicas. Na verdade, “[...] o controle

social exercido pela sociedade, tem a administração pública como tutora [...]” (PEREIRA,

2010, p. 75).

Nesse aspecto, a Figura 4 auxilia na visualização desse sistema de Governança em

Órgãos e Entidades da Administração Pública, que, segundo o Tribunal de Contas da União –

TCU (2014), esse sistema demonstra como os diversos atores se posicionam, interagem e

procedem para a obtenção das boas práticas de governança. São representadas na Figura 04 as

estruturas e instâncias, processos, instrumentos, comunicação e comportamento das pessoas,

de forma direta ou indireta na avaliação, direcionamento e monitoramento da organização.

Destacando-se, entre as instâncias (sejam internas ou externas, diretas ou de apoio) de

Governança, os seguintes Órgãos: Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União;

auditorias independentes e o controle social organizado; conselhos de administração ou

equivalentes e, na falta desses, a alta administração; a ouvidoria, a auditoria interna, o

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conselho fiscal, as comissões e os comitês; além de estarem estrategicamente presentes e

significativamente também influenciando a Governança, a administração executiva, a gestão

tática e a gestão operacional.

Figura 04 – Sistema de Governança em Órgãos e Entidades da Administração Pública.

Fonte: Brasil/TCU (2014, p.42).

Dessa forma, devido a esse comprometimento com a sociedade em geral, o debate

sobre a Governança Corporativa nas Instituições Públicas, assim como nas privadas, baseia-se

em transparência e ética, mas diferencia-se quanto aos interessados que, no caso das privadas,

são os investidores e, no caso das públicas, é própria sociedade em geral. Conforme ressalta

Pereira (2010, p. 87), em nenhum dos casos, “[...] não podem ser desconsiderados os aspectos

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que envolvem a maneira como é feita a gestão das organizações, como identificam e tratam

seus stakeholders, e como e em que base são estabelecidas as parcerias [...]”

A chegada do conceito de Governança Corporativa à Administração Pública Federal -

APF, segundo Pereira (2010, p. 109), deve-se à análise de que,

[...] em que pese a governança corporativa ter surgido nas empresas de capital

aberto, a literatura evidencia que as boas práticas de governança também podem ser

aplicadas em qualquer tipo de administração que tenha por objetivo o sucesso do

empreendimento.

As atribuições administrativas na APF e, internamente, nas diversas instituições que a

compõem, são distribuídas pelos vários órgãos e setores de sua hierarquia, criando-se uma

relação de coordenação e subordinação entre eles, de modo a descongestionar e descentralizar

o alto volume de atribuições, adequando e racionalizando seus desempenhos. Dessa forma,

ficam instituídas a desconcentração (subordinação, hierarquia) e a descentralização

(repartição das competências entre as partes) (ROSSETTO et al., 2011). E é dessa maneira

que vem se desenvolvendo, em novas formas de abordagem à Gestão Pública, o termo

governança corporativa no setor público, principalmente no que é chamada de Nova Gestão

Pública.

Segundo De Paula (2005), a Nova Gestão Pública – NGP ou Nova Administração

Pública (ou ainda New Public Management) surgiu e ganhou força entre os anos 70 e 80, da

necessidade, principalmente do Reino Unido e dos Estados Unidos, em aplicar os

conhecimentos administrativos e gerenciais existentes no setor privado para o setor público.

Segundo a autora, a NGP surge no intuito de unir o conhecimento e as técnicas gerenciais

utilizadas nas empresas particulares à democratização do Estado, com maior participação

social.

Para Dal Bianco et al. (2014), em meados do ano de 1995, o Brasil passa a contar com

uma reforma significativa do Estado, buscando maior eficiência na Gestão Pública,

principalmente no que tange ao atendimento ao cidadão.

Mas ao realizar uma análise desde a Constituição Federal de 1988, Abrucio (2007) já

destaca três grandes conjuntos de mudanças para a Administração Pública Brasileira, como o

que chama de democratização do Estado. Segundo o autor, fortalecida pelo controle externo

realizado pelo Ministério Público, aliado aos princípios da legalidade e da publicidade; a

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descentralização, passando do até então autoritarismo para maior participação dos cidadãos e

suas localidades, é fruto da execução de políticas públicas e; a “profissionalização da

burocracia” é o que vem ocorrendo desde a seleção “meritocrática e universal” do concurso

público, até mesmo a capacitação da alta gestão dos Órgãos Públicos.

Esse impulso na Administração Pública, no entanto, apesar dos ganhos obtidos, não

foi executado exatamente como se definia na Carta Magna, haja vista alguns problemas

encontrados em sua execução, como a democratização vista como a necessidade de

“repartição” dos Estados em muitos Municípios e em diversos níveis de governo, dificultando

a obtenção de resultados das políticas públicas e; a profissionalização que se esperava do

serviço público pelos “servidores do público”, passou na realidade, a aumentar o

corporativismo estatal, por meio de legislações excessivamente burocráticas e benefícios

abundantes aos servidores (ABRUCIO, 2007, p.12).

Ainda segundo Abrucio (2007), esses problemas, somados à crise Estatal de 1990,

resultaram em medidas presidenciais, à época, que enfraqueceram setores essenciais para a

população, além de prejudicar a execução de importantes políticas públicas e imputar ao

servidor e à máquina pública a causa de todos os fracassos governamentais do período. A

partir de 1993, porém, estudos foram realizados no intuito de diagnosticar e buscar soluções,

que passaram a ser implementadas no ano seguinte, por meio da criação do Ministério da

Administração e Reforma do Estado, que buscou aprendizado nas experiências internacionais

da administração pública mundial quanto à Nova Gestão Pública. Foram implementadas

medidas como: o aperfeiçoamento dos serviços públicos prestados, por meio de uma reforma

gerencial e reorganização administrativa do governo federal, estabelecendo carreiras de

Estado; aprovação de Emendas constitucionais, agregando à Administração Pública o

princípio da eficiência ao direito administrativo, culminando, posteriormente, melhoria do

planejamento do setor público, passando a se programar e realizar suas políticas de acordo

com um Plano Diretor e programação orçamentária, priorizando políticas públicas e

exercendo um papel estratégico de organização Estatal (ABRUCIO, 2007).

No geral, a NGP pode ser descrita como a tentativa de transição de uma administração

pública burocrática para uma gestão pública mais democrática, pressupondo a participação de

cidadãos defendendo seus ideais, com possíveis conflitos e incertezas, urgindo a necessidade

de técnicas e profissionalismo da Administração Pública, diferindo do antigo modelo

centralizador e autoritário, no qual as forças políticas prevaleciam em detrimento da qualidade

técnica da prestação dos serviços à sociedade (DA COSTA et al., 2001).

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É relevante ressaltar que a Administração Pública conta com peculiaridades restritivas,

como o orçamento, as políticas de pessoal engessadas, os processos gerenciais muitas vezes

inflexíveis, além de fortes influências políticas, sejam internas e/ou externas, que se

constituem de fatores críticos a serem levados em consideração ao se procurar transitar de

uma administração burocrática para um modelo voltado ao atendimento ao cidadão e,

principalmente à preocupação ambiental da Administração Pública para com o meio (GOMES

et al., 2008).

Dal Bianco et al. (2014), porém, observam discrepância entre os princípios

norteadores da NGP - em que o cidadão é o foco da teoria e deve ter seus interesses

preservados - e os princípios norteadores da administração de empresas no mercado privado,

onde a meta principal é o lucro, sendo o cidadão somente um comprador /potencial gerador de

recursos financeiros às empresas. E justamente esse ponto leva à discussão quanto a

Governança Corporativa, haja vista tratar-se do modo como as organizações são dirigidas e

controladas, independente de pertencer ao setor público ou privado, como já debatido.

A possível contradição entre a utilização na NGP de técnicas gerenciais do mercado

privado pode ser explicada pela Teoria da Agência, segundo a qual existem os

proprietários/principais (donos dos recursos) e os agentes (gestores responsáveis por

administrar esses recursos). Ambos pretendem maximizar seus ganhos e diminuir suas perdas.

Porém, nem sempre os meios de maximização levam ao ganho para ambos e, a figura do

agente, como gestor em contato direto com os recursos, sempre terá mais informações que o

principal e essa assimetria de conhecimento dificulta o controle e monitoramento do agente

pelo principal, causando o chamado Conflito de Agência (JENSEN MECKLING, 1976).

Na Administração Pública, a tentativa de minimizar essa assimetria de conhecimento é

realizada por diversos mecanismos: regulação, fiscalização, controles e principalmente a

transparência na divulgação de informações, haja vista, nessa relação, o cidadão ser

considerado o principal (dono do recurso) enquanto os gestores são considerados os agentes e,

por esse motivo, devem prestar contas aos cidadãos quanto aos seus atos governamentais (DE

PAULA, 2005).

A Governança Corporativa tem evoluído as metas das organizações, passando de

puramente voltada ao lucro ou retorno financeiro, para contemplar também a qualidade, a

ética e seu comprometimento com todos os interessados (pessoas físicas, jurídicas, interna e

externamente), com o meio ambiente e com todos os fatores que as influenciam e que por eles

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são influenciadas (MACHADO FILHO, 2002), o que, como visto, tem sido o foco também da

NGP no decorrer dos anos.

Segundo Da Fonseca e Bursztyn (2009), a Governança é estratégica na implementação

de políticas ambientais e de desenvolvimento. Uma boa governança seria capaz de aumentar a

eficiência e a legitimidade na elaboração e na operação dessas políticas.

Em meio a esse grande contexto de Governança que a Sustentabilidade surge como um

relevante fator de preocupação ambiental nas organizações. Um dos princípios de Governança

Corporativa é justamente a Responsabilidade Corporativa, que segundo o IBGC (2009, p. 19),

estabelece que “[...] os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das

organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e

ambiental na definição dos negócios e operações [...]”.

Dessa forma, evidencia-se que esse princípio adiciona à GC o dever de zelar pela

continuidade da organização, por meio da diretriz de sustentabilidade em seus negócios e

operações. Esse princípio embasa em valores éticos e legais as decisões de negócios

realizadas pelas organizações, respeitando pessoas, comunidades e meio ambiente. Isso

demonstra, mais uma vez, a proximidade da GC e de suas ramificações, como a

sustentabilidade inserida na responsabilidade corporativa, às necessidades da Administração

Pública, tendo em vista que lhes são intrínsecos os deveres para com a sociedade em geral,

tendo o ser humano como elemento central na execução das políticas públicas (NEVES et al.,

2002).

Segundo Borger (2001), o surgimento do conceito teórico de responsabilidade

corporativa é datado de 1950, nos Estados Unidos e na Europa, com a atenção dos

pesquisadores voltada às empresas e as suas considerações e atitudes perante possíveis atos

negativos advindos de suas atividades, seja na forma ambiental, do trabalho, econômico e

ético. Muito desse aspecto foi trazido pelo momento vivido, em que a sociedade à época

passava a enxergar a importância dos interesses e desejos humanos nas relações, inclusive do

consumismo e, por conseguinte, o seu impacto nas organizações. Foi quando os gestores

passaram a realizar atos sociais, no intuito de minimizar os danos e beneficiar a comunidade

envolvida, mostrando aos interessados que essas organizações se preocupavam com o aspecto

social em suas atitudes.

E com o passar do tempo, as organizações foram se adaptando conforme as mudanças

de ambiente, mercado e, sobretudo, tecnologias, que proporcionam, principalmente, agilidade

em um grande fluxo de informações e bem como a interligação entre interesses, segmentos e

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nações, que transformam qualquer atividade empresarial atualmente exercida em impactos

(sejam positivos ou negativos) na sociedade em geral. Não há mais restrição entre o que é de

interesse internamente às organizações e o que interessa à sociedade, pois elas passaram a

possuir obrigações quanto à contribuição ativa de soluções no meio que operam, como por

exemplo, de ordem de econômica, com a geração de empregos e qualidade de trabalho e

recompensa, ou de ordem ambiental, com a preservação dos recursos naturais de que se

utiliza, e assim também em diversos outros aspectos (BORGER, 2001).

O Instituto Ethos (2016) – organização não-governamental voltada a assessorar

empresas quanto suas responsabilidades sociais no Brasil - define a responsabilidade

corporativa como sendo a mais fundamental característica ética que deve estar presente nas

relações das organizações com seus diversos públicos, desenvolvendo conjuntamente pessoas

e meio ambiente, engajando nessas relações todos os possíveis interessados, na construção de

uma sociedade sustentável e justa.

Portanto, a Responsabilidade Corporativa representa a inserção e cobrança,

principalmente, da ética e da sustentabilidade, em todos os seus pilares, na Administração.

Para uma organização socialmente responsável não se trata de opção, mas de

preocupação contínua com os recursos e possíveis danos ambientais, sociais e econômicos

sobre as quais exercem influência e são influenciadas. Como exemplo disso, a Organização

deve estar comprometida com a promoção de ações junto à comunidade; se relacionar bem

com seus empregados; possuir como premissa o bem-estar do meio ambiente; e etc.,

igualitariamente como se preocupa com o lucro e o desempenho econômico da Organização

(LUIZ et al., 2013).

Segundo Cortez et al. (2014), foi a partir dos anos 90 que a Responsabilidade

Corporativa passou a ser considerada realmente relevante para o mundo dos negócios. Dessa

década em diante é que órgãos internacionais como o Banco Mundial, a Organização das

Nações Unidas - ONU e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico -

OCDE passaram a estabelecer diretrizes internacionais para promover o tema. O autor destaca

ainda que, nos dias atuais, é consenso de que os fatores socioambientais são cruciais e

determinantes de sucesso ou de fracasso das organizações. Mas que um dos impasses

enfrentados pelos gestores quanto a colocar em prática a Sustentabilidade por essas

organizações é o fato não conhecerem claramente o conceito e quais as práticas poderiam ser

inseridas em meio às atividades corporativas.

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Carroll (1979), no intuito de descrever e esclarecer essas práticas, dividiu a

Responsabilidade Corporativa em dimensões, conforme demonstrado na Figura 5.

Figura 5 – Pirâmide de Responsabilidade Corporativa.

Fonte: Carroll (1979), tradução livre.

Carroll (1979) defende que os gestores das organizações devem estar cientes que uma

organização será considerada responsável sócio-corporativamente se, em suas atividades,

englobar o atendimento de todos os compromissos para com a sociedade, começando pela

base da existência de qualquer empresa, ser rentável, ou seja, economicamente responsável.

Subindo na pirâmide, o próximo passo é que a organização seja legalmente responsável,

cumprindo as legislações e normas existentes. No patamar seguinte, que a empresa seja

eticamente responsável, que faça sempre o que é correto e justo, evitando e minimizando atos

que prejudiquem os stakeholders. E por fim, no topo da pirâmide, que a organização tenha

responsabilidades filantrópicas ou discricionárias, ou seja, que as organizações sejam cidadãs,

realizando ações esperadas pela sociedade, no intuito de proporcionar a ela melhor qualidade

de vida, mesmo ações que não constem como obrigação legal. Doze anos depois, o mesmo

autor salienta ainda que essas dimensões são dinâmicas, que elas se complementam entre si,

mesmo que muitas vezes existam conflitos entre elas, especialmente entre a dimensão

econômica e as demais (CARROLL, 1991).

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Dahlsrud (2008) também apresentou dimensões da Responsabilidade Corporativa. O

autor a dividiu em cinco dimensões, a partir de frases que definiam os conceitos: Dimensão

Ambiental – relação empresa e meio ambiente, com a frase “preocupações ambientais nas

operações de negócios”; Dimensão Social – relação empresa e sociedade, com a frase

“considerar escopo completo do impacto sobre as comunidades”; Dimensão Econômica –

aspectos socioeconômicos e financeiros da responsabilidade corporativa nas operações de

negócios, com a frase “contribuir para o desenvolvimento econômico”; Dimensão Stakeholder

– relação da empresa com as pessoas envolvidas/interessadas, com a frase “como as

organizações interagem com os empregados, fornecedores, clientes e comunidades”; e por

fim, a quinta e última, Dimensão Voluntária – ações que a empresa realiza mesmo sem estar

determinado em lei, com a frase “baseado em valores éticos”. Para Cortez (2014), as

dimensões de Carroll (1979; 1991) e de Dahlsrud (2008) foram incorporadas em norma

internacional por meio da ISO 26000, que define responsabilidade corporativa como a

vontade da organização em agregar questões socioambientais a suas atividades, se

responsabilizando pelas conseqüências de suas decisões perante o meio ambiente e a

sociedade, em todas as suas interações.

Depreende-se, portanto, que a Responsabilidade Corporativa pode ser descrita em

diversas dimensões, porém, todas elas, de alguma forma, envolvem pessoas e meio no qual a

organização se encontra. Dentre elas, a dimensão ligada diretamente no presente estudo, à

primeira vista, pode se tratar da dimensão ambiental, devido aos temas selecionados de

relação com o meio ambiente, porém, como visto e afirmado pelos teóricos, todas elas estão

de alguma forma interligadas e, a dimensão ambiental se afetada pode alterar as demais

dimensões, envolvendo cada um dos valores da responsabilidade corporativa.

Segundo Almeida et al. (2015), uma atuação socialmente responsável de uma

organização, além de relevante para os vários stakeholders, também é influenciada por

aspectos do ambiente institucional em que se encontra. Os autores ressaltam que um dos

fatores determinantes à responsabilidade corporativa de uma organização é a forma pela qual

ela divulga os relatórios a respeito de sustentabilidade. Essa disponibilização de informações,

quando realizada em organizações de controle governamental, demonstra quais as políticas

corporativas em que estão envolvidas, expondo ao público, no caso, o “proprietário”

(cidadão/sociedade), como o capital “investido” está sendo aplicado, e principalmente, o

quanto a organização é responsável de maneira socioambiental, proporcionando assim maior

confiança da comunidade em seus gestores (agentes). Por esse motivo, as organizações

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públicas estão cada vez mais engajadas não apenas em realizar ações responsáveis, mas

também em divulgá-las cada vez mais ao público em geral.

Esse aspecto da responsabilidade corporativa em um ambiente de governança desafia

as organizações públicas a realizarem práticas concretas voltadas a políticas públicas, que

envolvam diretamente o cidadão como parte responsável quanto aos impactos sociais e

ambientais decorrentes de suas operações (ALMEIDA et al., 2015).

No que tange a dimensão ambiental da Responsabilidade Corporativa como princípio

básico de Governança, a Sustentabilidade é tema fundamental em qualquer Instituição, sendo

encontrada inclusive em instituições de ensino (CORTEZ et al., 2014; MAC LENNAN et al.,

2016). Dessa forma, como os Códigos de Melhores Práticas de Governança Corporativa -

CMP realçam o tema sustentabilidade como uma prática essencial para organizações de boa

governança, um estudo nesse tipo de documento pode revelar se o que é aplicável na

sustentabilidade para a GC também é aplicável às práticas inseridas no PLS.

A seguir, serão conceituados os Códigos de Melhores Práticas de Governança

Corporativa e o que eles estabelecem sobre a sustentabilidade nas Organizações de boa

governança.

2.2. Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa

Os Códigos de Melhores Práticas de Governança Corporativa – CMPGC são

documentos que reúnem práticas de boa governança dentre as mais praticadas no mercado

que, caso sejam seguidas pelas organizações, apresentam grande chance de estruturação

correta dessas organizações no que diz respeito às suas estruturas de propriedade, direção e

controle. As boas práticas de GC são ações voltadas principalmente à Alta Administração das

Organizações, no intuito principal de separação de propriedade, gestão e controle

(AGUILERA; CAZURRA, 2009).

Aguilera e Cazurra (2009) realizaram estudos a respeito dos Códigos de Boa

Governança ao redor do mundo. Segundo os autores, os códigos de boa governança foram

inspirados pelo Código Cadbury, criado no Reino Unido em 1992. A propagação de códigos

de boa governança pelo mundo foi pressionada por entidades internacionais, como o Banco

Mundial e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, que

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destacavam que o atendimento aos códigos de boas práticas de governança ajudaria os países

a crescerem e se desenvolverem.

Em análise aos códigos de boas práticas de governança corporativa, notam-se que, em

comum entre os códigos, os princípios apresentam um conteúdo normativo e, há sempre um

senso de igualdade a ser preservado, quanto aos interesses de todos os stakeholders

envolvidos. A exemplo dos códigos de boas práticas de governança internacionalmente

disseminados, como o da OCDE em 2004, pelo menos três princípios básicos se relacionam

com a ideia de justiça distributiva: transparência, equidade e responsabilidade, cujos preceitos

foram seguidos por códigos de boas práticas de governança também no Brasil, pelo Instituto

Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC. A aceitação dos princípios de governança

pelas organizações indica conformidade a padrões de conduta legitimamente aceitos, fazendo

da boa governança corporativa um ciclo virtuoso. Isso porque as normas dominantes não são

ditadas simplesmente por aspectos relacionados à eficiência da gestão das corporações, mas

sim à governança corporativa estratégica dessas instituições (ROSSONI; DA SILVA, 2010).

Em um estudo sobre a aplicação dos princípios de GC ao setor público, Marques

(2007) revelou que códigos de boas práticas de GC têm servido de referência para autoridades

governamentais inglesas, ao perceberem que o setor público tem inúmeras responsabilidades

junto a seus stakeholders, principalmente quanto aos resultados de seus Altos Executivos,

como também a interação ao meio ambiente que circunda essa sociedade.

Para Silva (2007), a Lei norte-americana Sarbanes-Oxley – SOX, de 2002, também

pode ser considerada um Código de Melhores Práticas em GC, já que foi instituída para

assegurar que boas práticas de governança seriam adotadas pelas empresas, logo após grandes

escândalos corporativos norte-americanos. Segundo os estudos da autora, as empresas que se

utilizavam de normas e diretrizes de boas práticas de GC apresentaram melhores resultados de

controle e monitoramento preventivo a problemas de governança e governabilidade do que as

que não apresentavam essas práticas.

No Brasil, alguns órgãos emitiram normas ou códigos de boas práticas de governança

corporativa. Dentre eles destacam-se a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, instituição

brasileira que disciplina o mercado de capitais e a atuação de seus agentes, com sua Cartilha

de Recomendações de Boas Práticas de GC, lançada em 2002. O Tribunal de Contas da União

– TCU com seu Referencial Básico de GC, lançada primeira versão em 2013 e revisada em

2014, como também o livro de 10 passos para a boa governança, de 2014, baseando-se,

segundo declarado no próprio documento, nos princípios defendidos pelo Instituto Brasileiro

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de Governança Corporativa – IBGC que, em 2009 lançou o seu Código de Melhores Práticas

em GC, versionando-o e/ou complementando-o em 2015.

Assim, o Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC – CMP-

IBGC foi escolhido para compor os estudos devido tratar-se de referência para o TCU e,

portanto, servindo de base para a GC na administração pública, além de conter regras de

separação de propriedade, direção e controle do Alto Escalão, como também os requisitos

sustentáveis de Governança Corporativa que se espera de qualquer tipo de instituição.

O Quadro 1 apresenta quais são, para o IBGC, os requisitos sustentáveis que as

instituições de boa governança devem apresentar em suas ações.

Esse levantamento contribuirá para o atendimento ao objetivo geral da pesquisa,

realizando-se uma análise entre os requisitos esperados de uma ferramenta de GC quanto à

sustentabilidade e, os itens encontrados nos PLS das IFESs, contribuindo ao final, para o

entendimento de como os PLS contribuem para a Sustentabilidade nessas instituições.

Quadro 1 – As melhores práticas de sustentabilidade segundo o CMP-IBGC

Melhores Práticas de Governança Corporativa sob o enfoque sustentável segundo o Código do IBGC

(2009)

p. 19

Os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando à sua

longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos

negócios e operações.

p. 29 Toda organização deve ter uma Alta Administração, sem perder de vista as demais partes

interessadas, seu objeto social e sua sustentabilidade no longo prazo.

p. 31

Cabe a Alta Administração orientar o processo de definição das ferramentas e os indicadores

de gestão, de modo a vincular os temas da sustentabilidade às escolhas estratégicas e refleti-

los nos relatórios periódicos.

p. 31 A postura sustentável deverá ser disseminada ao longo de toda a cadeia produtiva, por meio

de mecanismos formais.

p. 43

Várias atividades da Alta Administração, que demandam muito tempo – nem sempre

disponível nas reuniões –, podem ser exercidas com mais profundidade por comitês

específicos. Dentre os comitês que podem ser formados está o de Sustentabilidade, entre

outros.

p. 55

Como resultado de uma política clara de comunicação e de relacionamento com as partes

interessadas, a organização deve divulgar, ao menos em seu website, de forma completa,

objetiva, tempestiva e igualitária, relatórios periódicos informando sobre todos os aspectos

de sua atividade empresarial, inclusive os de ordem socioambiental, operações com partes

relacionadas, custos das atividades políticas e filantrópicas, além das demais informações

exigidas por lei. Esses relatórios devem conter ainda um detalhamento do modelo de gestão e

de governança, em todos os seus aspectos.

p. 55

As organizações devem reconhecer as tendências internacionais e as exigências da

sociedade. Por isto, devem preparar os relatórios periódicos de acordo com padrões

internacionalmente aceitos, que incluam aspectos econômico-financeiros, sociais, ambientais

e de Governança Corporativa. Esta postura permite que a sociedade em geral possa conhecer

os compromissos, políticas, indicadores e princípios de ordem ética das organizações.

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p. 66

Além do respeito às leis do país, toda organização deve ter um Código de Conduta que

comprometa administradores e funcionários. O documento deve ser elaborado de acordo com

os princípios e políticas da Instituição e conter também responsabilidades sociais e

ambientais.

p. 69

Como forma de materializar o princípio de transparência, a organização deve formalizar uma

política de divulgação de informações. Essa política deve contemplar a divulgação de

informações além das exigidas por lei ou regulamento. A premissa é que a divulgação seja

completa, objetiva, tempestiva e igualitária. É recomendável que a organização disponibilize

ao menos um relatório anual, incluindo ações socioambientais.

p. 70

A política institucional deve deixar claro que a promoção e o financiamento de projetos

filantrópicos, culturais, sociais e ambientais devem apresentar uma relação com o negócio da

organização ou contribuir, de forma facilmente identificável, para o seu valor.

Fonte: Elaborado pela autora, com base do Código de Melhores Práticas de GC do IBGC (2009).

Como visto, a sustentabilidade deve estar presente nas organizações que prezam pela

boa governança. E na Administração Pública Federal não é diferente. A Sustentabilidade é um

tema que deve estar presente também em instituições públicas (BEZERRA et al. 2011). A

seguir, é realizado um panorama da sustentabilidade na Administração Pública.

2.3. A Sustentabilidade na Administração Pública

A sustentabilidade na Administração Pública foi se desenvolvendo na medida do

surgimento das primeiras preocupações ambientais brasileiras, que datam dos anos 80. O

relatório “Nosso futuro em comum”, de 1987 e a Conferência das Nações Unidas sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, ECO-92, no Rio de Janeiro, foram o início do que se

conhece no país a respeito de sustentabilidade.

Sachs (1993) acredita que nações sustentáveis devem se basear em algumas premissas,

tais como: a disponibilidade de recursos para as gerações futuras; a promoção da equidade

social e; a diminuição da pobreza, fazendo com que os povos e seus governos insiram como

meio de vida a sustentabilidade em suas ações.

E foi a partir desses fatos históricos e da exigência cada vez mais comum de órgãos

internacionais, que o Governo brasileiro passou a inserir, de forma ainda modesta, a

sustentabilidade em suas metas. Isso pode ser visto na participação junto à conferência

chamada de Agenda 21, programa que visava à sustentabilidade global no século XXI, propõe

a junção de três grandes eixos da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. E em 2012,

o Brasil foi sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável,

chamada de Rio+20, com o Governo Federal reiterando os compromissos da ECO-92 e

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definindo novas estratégias de abordagem do tema sustentabilidade entre as nações

(KOYAMA, 2014).

Ressalta-se que o conceito da sustentabilidade sob três eixos principais advém dos

estudos de Elkington (1994), que criou o termo para representar a necessária expansão do

modelo de negócios tradicional para um novo modelo que considerasse a performance

ambiental e social da organização. O chamado tripé da sustentabilidade, triple bottom line, ou

os três “p” da sustentabilidade - People, Planet, Profit - corresponde aos resultados de uma

organização medidos em termos sociais, ambientais e econômicos. Sendo o People o

tratamento às pessoas envolvidas na organização; o Planet a preocupação com o planeta e

seus recursos naturais e; Profit o lucro ou o resultado positivo de uma organização

(ELKINGTON, 1994).

Já na Legislação que rege a Administração Pública Brasileira, a Sustentabilidade

Ambiental iniciou seus passos em ações de 1980, com a Lei nº 6.803/1980, em que o Governo

passou a definir formas de controle da poluição, emissão de licenças e incentivos a empresas

sustentáveis. Apesar de constar regramentos legais desde 1930, como os Códigos da

Mineração, das Águas, de Pesca, e Florestal, a efetivação da inserção da sustentabilidade na

APF, porém, foi reforçada com a Lei nº 6.938/1981, que instituiu os ideais norteadores do que

se aplica hoje no país, como a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA. Nessa política

foram instituídos o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA - responsável pela

melhoria e proteção do meio ambiente e, o Conselho Nacional do Meio Ambiente -

CONAMA, responsável por assessorar, estudar e propor diretrizes para política de meio

ambiente e recursos naturais, além de deliberar sobre as resoluções regulamentadoras. A

Constituição Federal Brasileira de 1988 inseriu o meio ambiente como direito de todos e

permitiu, a partir de então, que os órgãos responsáveis cobrassem respeito a esse meio

(PANTANI, 2010).

Para Koyama (2014), com o tempo, a inserção da preocupação ambiental, econômica e

social na Carta Magna, trouxe consigo reflexos à legislação voltada à sustentabilidade no país,

principalmente sobre as obrigações instituídas ao setor público.

Dessa forma, as inserções de sustentabilidade na legislação podem ser vistas no

Quadro 2, que demonstra a evolução da sustentabilidade na APF por meio das normas e

legislações correlatas, desde 1989, com a criação do IBAMA, até 2012, com o Decreto nº.

7.746/2012 que estabelece critérios, práticas e diretrizes para a promoção do

Desenvolvimento Nacional Sustentável, e a Instrução Normativa nº. 10/2012 do MPOG/SLTI,

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que institui os Planos de Logística Sustentável – PLS, objeto do presente estudo, que

estabelecem temas centrais mínimos, critérios e indicadores, determinam uma forma de

divulgação padronizada de informações sobre ações e metas de sustentabilidade na

Administração Pública Federal.

Quadro 2 – A evolução legislativa sobre a Sustentabilidade na Administração Pública Federal

Legislação Assunto

Lei nº. 7.735/1989 Cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –

IBAMA

Lei nº. 7.797/1989 Cria o Fundo Nacional de Meio Ambiente

Lei nº. 9605/1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades

lesivas ao meio ambiente

Lei nº. 9.795/1999 Discorre sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação

Ambiental

Lei nº. 9.985/2000 Regulamenta a questão sustentável trazida pela Constituição, instituindo no país o

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC

Decreto nº.

5.940/2006

Determina a separação de resíduos recicláveis descartados de órgãos e entidades da

Administração Pública Federal em benefício de associações e cooperativas de

catadores de material reciclável

Lei nº. 12.349/2010,

(em alteração à Lei nº.

8.666/1993)

Inseriu nos princípios da Lei de Licitações a promoção do Desenvolvimento Nacional

Sustentável – DNS

IN MPOG/SLTI nº.

01/2010 Regulamenta os critérios sustentáveis de aquisições e contratações no serviço público

Decreto nº.

7.478/2011

Criou a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade - CGDC, com

o objetivo de formular políticas e medidas específicas destinadas à racionalização do

uso dos recursos públicos e aperfeiçoar a gestão pública

Portaria

Interministerial nº.

244/2012

Institui o Projeto Esplanada Sustentável – PES, com os objetivos de promover a

sustentabilidade ambiental, econômica e social na Administração Pública Federal –

APF, integrando iniciativas como: o Programa de Eficiência do Gasto Público – PEG,

o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - Procel, a Agenda

Ambiental na Administração Pública - A3P e, a Coleta Seletiva Solidária

Decreto nº.

7.746/2012

Estabelece critérios, práticas e diretrizes para a promoção do Desenvolvimento

Nacional Sustentável, criando a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na

Administração Pública – CISAP, e institui os Planos de Logística Sustentável – PLS

IN MPOG/SLTI nº.

10/2012

Institui um modelo e metodologia em orientação aos órgãos públicos federais, na

elaboração de seus PLS, que por meio de temas centrais mínimos, critérios e

indicadores, determina uma forma de divulgação padronizada de informações sobre

ações e metas de RSC na Administração Pública Federal.

Fonte: Elaborado pela autora.

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45

O que se depreende ao se observar o Quadro 2, quanto à evolução da legislação

brasileira a respeito de sustentabilidade e, por conseguinte, as preocupações sustentáveis

voltadas ao setor público é que, como preceitua Machado (2003), as mudanças observadas na

legislação brasileira, quanto à sustentabilidade orientam as ações do Estado ao princípio de

Governança denominado Responsabilidade Corporativa. Para o autor, o arcabouço legal

impõe, por meio de atribuições não somente aos governos, mas sim à sociedade, de forma

ampla, a responsabilidade pela promoção de uma atitude nova frente aos recursos naturais e

problemas ambientais. Nota-se que para o Governo as soluções sustentáveis propostas passam

de uma conotação apenas de proteção ao meio para, cada vez mais, abordar mudanças

necessárias à gestão como principal operador de um país sustentável.

Esse arcabouço legal trouxe, mais recentemente, regras elaboração e divulgação de

Planos de Gestão de Logística Sustentável para os órgãos públicos federais. A seguir, serão

apresentadas as características desses Planos.

2.3.1. Os Planos de Gestão de Logística Sustentável dos Órgãos Públicos Federais

Como visto, o Decreto nº. 7.746/2012, normatizado pela IN nº. 10/2012 estabelece

critérios, práticas e diretrizes para a promoção do Desenvolvimento Nacional Sustentável,

instituindo os Planos de Gestão Logística Sustentável – PLS, para orientação aos órgãos

públicos federais, por meio de temas centrais mínimos, critérios e indicadores, determina uma

forma de divulgação padronizada de informações sobre ações e metas de sustentabilidade na

Administração Pública Federal - APF.

Antes de se realizar uma análise direta aos PLS das IFESs, é necessário pontuar a

importância da logística e logística sustentável para a APF.

Segundo Koyama (2014), a logística adquiriu posição estratégica nas organizações,

exercendo atribuição crucial em suas operações. Podem ser determinantes nos suprimentos,

controle de fluxos, distribuição e no pós-venda ou pós-consumo (logística reversa). Esta

última, a chamada de logística reversa é para o Governo um tipo de ferramenta de

desenvolvimento econômico e social, viabilizando a devida coleta e restituição dos resíduos

ao setor de origem, para reaproveitamento, outros ciclos produtivos, ou outra destinação final

ambientalmente adequada.

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Nesse sentido, as novas legislações, principalmente o Decreto e a IN sobre o PLS,

mostram-se cruciais para a mudança de paradigma nos órgãos públicos, exigindo novos

comportamentos e atitudes de acordo com os novos padrões sociais, econômicos e ambientais

e, divulgando amplamente à sociedade em geral quais as ações de sustentabilidade que cada

órgão está realizando (TEIXEIRA; AZEVEDO, 2013).

Para Teixeira e Azevedo (2013), todos os tipos de controle exercidos quanto à

verificação ao cumprimento da legislação existente são essenciais para que os planos se

efetivem. O controle social exercido pelo povo em geral, por meio de manifestações,

participações em audiências públicas e conselhos, ou mesmo denúncias são fundamentais,

mas necessitam ser validadas pelo controle jurisdicional, que depende dos órgãos julgadores.

Essa relação burocrática da APF, segundo os autores, necessita avançar para que se tenha

efetividade na aplicação das legislações nacionais. Órgãos como a Controladoria Geral da

União – CGU, Tribunal de Contas da União – TCU e o Ministério Público Federal – MPF

deveriam avançar no intuito da cobrança e fiscalização sobre os critérios de sustentabilidade,

transformando-os não apenas em Política Governamental, mas em compromisso das

organizações públicas junto aos seus proprietários e stakeholders (TEIXEIRA; AZEVEDO,

2013).

Borges et al. (2015) salientam, porém, que está mais recorrente a aplicação de medidas

coercitivas no intuito de coibir ilegalidades.

Nesse sentido, o Plano de Gestão de Logística Sustentável – PLS elenca sete temas

para os quais, minimamente, os órgãos públicos federais deverão realizar práticas de

sustentabilidade e responsabilidade corporativa, conforme demonstrado no Quadro 3.

Quadro 3 – Boas práticas de sustentabilidade sugeridas pela IN nº. 10/2012.

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Fonte: Brasil, Instrução Normativa MPOG/SLTI nº. 10/2012.

Nota-se, em observância ao Quadro 3, que as boas práticas sugeridas pela Instrução

Normativa se encontram subdivididas em sete temas principais: material de consumo; energia

elétrica; água e esgoto; coleta seletiva; qualidade de vida no ambiente de trabalho; compras e

contratações sustentáveis e; deslocamento de pessoal. Ressalta-se, porém, que apesar de

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definir a abrangência mínima em ações em torno desses temas, a norma não se restringe a

eles, cabendo às IFES, ao elaborar seus PLS, incluir todas as práticas de sustentabilidade em

seus três eixos: ambiental, econômica e social, que a instituição já realiza e/ou pretende

realizar.

Em cada grande tema de sustentabilidade proposto, são definidas as ações

propriamente ditas que devem ser realizadas pelas Instituições quanto a esse tema, que somam

60 ações de melhores práticas em sustentabilidade, abrangendo em seu enfoque principal no

eixo ambiental e na racionalização na gestão dos recursos (economicidade).

Outro fator relevante presente na norma de elaboração do PLS é a obrigatoriedade de

prever em seu conteúdo “ações de divulgação, conscientização e capacitação” (BRASIL, IN

MPOG/SLTI nº. 10/2012, p.3). Esse item é fator de crucial relevância, pois, conforme

afirmam Teixeira e Azevedo (2013), a divulgação e transparência nas ações realizadas é o que

possibilita o controle social quanto ao que está sendo realizado e a eventual cobrança e

participação da sociedade quanto às decisões de governança sob o enfoque da sustentabilidade

em todos os seus eixos nas Instituições.

Os temas do PLS e a sustentabilidade estão intrinsecamente ligados, conforme

demonstrado no Quadro 4, onde é possível observar que as ações de Governança quanto à

Sustentabilidade, segunda a literatura científica, estão cada vez mais interligadas e, juntas

promovem instituições sustentáveis. Para os sete temas, minimamente obrigatórios, presentes

aos PLS das IFESs, existem pesquisas que os fundamentam e os relacionam aos conceitos

estudados.

Quadro 4 – Estudos dos temas minimamente sugeridos pela legislação do PLS.

Temas minimamente

sugeridos ao PLS (IN nº

10/2012)

Autor Estudos

Consumo de materiais

sustentáveis (LEAL,2009, p. 6)

Organizações sustentáveis devem alterar suas

formas gerenciais, mitigando impactos ambientais

de suas atividades e promovendo redução do

consumo de matéria-prima, de água, de energia e

de recursos naturais ao longo do ciclo de vida de

seus produtos e/ou serviços.

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Temas minimamente

sugeridos ao PLS (IN nº

10/2012)

Autor Estudos

Energia (DA SILVA, 2007,

p. 9)

O desafio brasileiro é se aproveitar de suas

vantagens comparativas (recursos energéticos,

biodiversidade, multiculturalismo, energias

renováveis), subordinando o crescimento da

economia à satisfação das necessidades básicas da

população.

Água e Esgoto (MACHADO, 2012,

p. 20)

A água é um bem público de uso comum e fonte

estratégica de desenvolvimento. Dessa forma, a

adequada governança dos recursos hídricos assume

papel de fundamental importância para as políticas

públicas.

Coleta Seletiva e Gestão

de Resíduos (DIAS, 2002, p. 12)

O gerenciamento de resíduos sólidos deve integrar

diferentes opções de coleta e tratamento de

resíduos, minimizando a produção de resíduos na

origem e no menor aterramento possível. Para isso,

o enfoque multidisciplinar da governança, tornam-

se um marco dessa concepção, conferindo-lhe o

caráter de sustentabilidade.

Qualidade de Vida no

ambiente de trabalho

(LINS;

WAJNBERG, 2007,

p. 10)

É com boas práticas de governança corporativa

que os interesses de todos são preservados. E uma

organização é sustentável quando valoriza a sua

interdependência com todos, sejam internos,

colaboradores, atores externos, fornecedores ou

clientes.

Compras e contratações

sustentáveis

(CRUZ;

GLASENAPP,2014,

p.20; BETIOL et al.,

2012, p. 24)

A base da sustentabilidade na Governança das

instituições são seus eixos ambiental, social e

econômico. O poder público deve transformar em

sustentáveis os padrões de produção, compra e

consumo, não apenas em suas organizações

diretas, mas também fomentar isso por todo o

mercado.

Deslocamento de Pessoal (AZEVEDO, 2008,

p. 13)

O transporte sustentável envolve diretamente o

bem-estar econômico e social, a saúde humana, e o

meio ambiente. A governança deve integrar esses

requisitos visando o equilíbrio do ecossistema e a

continuidade das gerações, inserindo no

deslocamento das pessoas, a sustentabilidade.

Fonte: Elaborado pela autora.

Conforme é possível observar, todos os temas indicados pela legislação específica dos

PLS têm literatura científica que o relaciona com a sustentabilidade em algum de seus eixos.

Porém, três deles se destacam devido sua ligação mais direta com o eixo ambiental da

sustentabilidade: a Energia Elétrica; a Água e Esgoto e; a Coleta Seletiva e Gestão de

Resíduos. Esses três temas guardam relação também com a questão de vivência em uma

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Universidade, tendo em vista que além de essenciais para o seu funcionamento, são temas

recorrentes de interesse dessas instituições (D'AVILA, 2016), que podem, conforme visto,

adicionar mais do que o papel de ensinar e propagar conhecimento, mas também agregar

como exemplo prático e transformador cultural na sociedade (LIMA; KHAN, 2011). Por esse

motivo, esses três temas do eixo ambiental da sustentabilidade foram os temas selecionados

para o presente estudo. E, em seguida, serão conceituados e contextualizados cada um deles.

2.3.2. Energia

Segundo Bucussi (2007), de origem grega, a palavra energia representa trabalho. Na

ciência, energia é a capacidade de produzir um trabalho ou realizar uma ação por meio da

relação de duas grandezas de sistemas físicos: força/movimento e momento. Assim, é uma

propriedade que expressa as alterações ocorridas nos sistemas devido aos processos de

transferência e transformação por meio de interações.

As fontes, de acordo com Bucussi (2007), mais difundidas de energia são: por meio do

movimento das águas e do ar; do calor produzido por reações químicas ou nucleares e; por

meio da luz solar. E a finalidade, na maioria das vezes, é a sua transformação em energia

elétrica.

Além de produzida, a energia deverá ser armazenada e transportada, para que então

esteja disponível para o consumo. No entanto, o consumo de energia pela sociedade é alto, o

que ocasiona problemas de ordem ambiental, social, econômica e geopolítica. É por esse

motivo que a energia necessita ser tratada de modo sustentável desde sua produção, até seu

armazenamento, transporte e consumo (BUCUSSI, 2007; GOLDEMBERG; LUCON, 2007).

Simas (2012) realizou um estudo sobre a relação da energia com o desenvolvimento

sustentável. O estudo revelou que as questões ambientais e as mudanças climáticas negativas

têm levado diversos países ao desenvolvimento e incentivo de novas tecnologias com energias

renováveis para abastecimento da matriz elétrica. Essas novas tecnologias, quando

comparadas às tecnologias tradicionais, tem trazido benefícios não somente ambientais, como

também sociais e econômicos. Contribuem, dessa forma, para o desenvolvimento sustentável

desses países.

Com as fontes renováveis de energia em crescimento, se faz necessária a inserção de

políticas públicas para que se transforme em produção energética de larga escala, de modo a

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contribuir com o desenvolvimento econômico, bem como a vencer barreiras de ordem técnica,

econômica, social e ambiental. Em seu favor, as chamadas fontes de energia limpa possuem

as incontestáveis mudanças climáticas no planeta, tendo como uma das causas principais a

emissão de gases do efeito estufa e, para isso, a atual contribuição do setor energético baseado

em combustão. O uso de energia limpa, além da redução de emissão desses gases nocivos ao

meio ambiente, possui outros benefícios socioeconômicos como a inovação,

desenvolvimentos locais, regionais e industriais, além da geração de empregos (SIMAS,

2012).

Estudos indicam que a chamada economia verde ou o desenvolvimento sustentável,

nele inclusa a energia limpa, não deve ser apenas pontual e mercadológico, mas

necessariamente público no sentido amplo, por meio de políticas que garantam direitos a

todos e mantenham as funções ecossistêmicas interligadas, de modo a um enfoque sustentável

assumido pelo Estado (SAWYER, 2011; GOLDEMBERG; LUCON, 2007). Além disso,

devem se basear em ações simples que não absorvam tantos custos, porém sem a preocupação

pura e simples pela economia financeira, mas também, e principalmente, pelo benefício

trazido e o legado deixado como educação ambiental às pessoas (DE ALMEIDA et al., 2016).

Segundo Frischtack (2011), a energia limpa é realizada quando as atividades de

produção e o uso eficiente desse item estão direcionados às energias renováveis.

No Brasil, apesar de grande potencial para o direcionamento de uma economia de

baixo carbono, com utilizações de soluções energéticas como: a solar, a eólica, a nuclear, os

projetos de fronteiras hidrelétricas, a biomassa, etc., esses itens ainda não ganharam escala e

necessitam ser apoiados de formas estruturais mais contundentes pelo Estado, de acordo com

o potencial de cada região do país (VICHI; MANSOR, 2009). É o caso da Região Sul do país

que, apesar de ocorrer iniciativas isoladas, merecia um maior engajamento do Poder Público,

pois possui potencial para eficiência enérgica obtida por meio de fonte hídrica, haja vista o

exemplo de Itaipu (DEL BIANCO et al., 2016). Já em energia solar, a Região Nordeste leva

vantagem devido sua incidência maior de raios solares. (PEREIRA et al., 2006; DA SILVA;

DE SOUZA, 2016).

Para a conquista da sustentabilidade em energia é necessário transitar pelas áreas da

economia, eficiência e inovação, incentivando a utilização em escala de novas fontes,

avançando significativamente em um plano nacional, buscando unir esforços aos avanços

globais, objetivando as novas soluções. Para isso, o Estado deve intervir de modo a configurar

um novo paradigma de energia limpa, tanto no âmbito público, das universidades e centros de

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pesquisa, como na esfera privada e, principalmente empresarial. Assim, é necessária a

ampliação dos programas de eficiência energética, tanto nas pesquisas e difusão de novos

estudos, apoiados nas Universidades Federais, que possuem avançados recursos para isso,

como também nos processos produtivos, nos produtos e no seu uso racional e eficiente da

energia (FRISCHTACK, 2011; MORSOLETTO, 2016).

A sustentabilidade energética, segundo Bermann (2003), deve levar em consideração

que, em qualquer processo de produção, como o representado na Figura 6, não há a entrada de

uma fonte inesgotável de matéria prima e energia e, não há em uma saída, um depósito

infinito para comportar os resíduos e os produtos, que com o passar do tempo, também se

transformarão em resíduos. Os processos de produção, por maior que sejam, estarão sempre

inseridos em um processo maior, o do planeta. E nele, as fontes não são inesgotáveis, pelo

contrário, são fontes que devem ser preservadas pois estão prestes a se esgotarem. Assim

também é o caso dos resíduos produzidos nesse processo, que não terão depósitos infinitos de

armazenamento, devendo ser reutilizados, para a própria geração de energia que faça com que

as matérias advindas diretamente da natureza sejam preservadas (BERMANN, 2003). A

Figura 6 apresenta a energia no processo produtivo segundo Bermann (2003) ao lado da

adaptação da autora do ciclo de energia à realidade das IFESs.

Figura 6 – A energia no processo produtivo adaptada à realidade das IFESs.

Fonte: Bermann (2003) e adaptação da autora à realidade das IFESs.

Meio Ambiente

(Stakeholders/Sociedade)

Recursos Naturais

Matérias

Primas Energia

IFES

Resíduos Inovações/

Descobertas

- Ensino

- Pesquisa

- Extensão

Redução

Reutilização

Reciclagem

(Novas destinações)

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Dessa forma, a energia se mostra como um item básico a se verificar na

sustentabilidade de uma instituição, haja vista seu necessário consumo para suprir as

necessidades básicas da sociedade. Não haverá um país sustentável sem que se pense e

pratique uma energia sustentável, desde sua origem, produção, armazenagem e consumo (DA

SILVA, 2007).

A energia, requisito de essencialidade da sociedade atual, conforme demonstrado,

advém, por vezes, por meio de outro recurso essencial à sociedade, a água (SAWYER, 2011).

A água, porém, não se trata apenas de um meio de produção de energia, mas sim de

um recurso natural que se encontra cada vez mais escasso, apesar de ser fonte estratégica de

desenvolvimento sustentável para qualquer nação (MACHADO, 2012). A seguir, é destacada

a relevância da água como item de sustentabilidade nas instituições.

2.3.3. Água

A água é item determinante à vida, utilizada para diversas finalidades e usos, sendo

recurso natural de duração imprevisível no espaço e no tempo, e podendo se apresentar como

um recurso material ou energético de forma renovável, degradável e reciclável

(CHRISTOFIDIS, 2003).

Christofidis (2003, p. 372) subdivide a água em grau de prioridade de utilização:

“água para comer” – na produção dos alimentos; “água para beber” – manutenção de vida,

necessidade básica fisiológica do corpo humano e; “água para possibilidade de vida” - valor

intrínseco para manutenção dos ecossistemas. Dentre esses graus de utilização, a água pode

ainda ser caracterizada em três principais usos consuntivos (captadas de mananciais):

consumo doméstico (9,9%); industrial/empresarial (19,8%) e; utilização na produção de

alimentos (70,2%). Dessa forma, a gestão da água torna-se essencial para todos os seus usos,

evitando diminuição de oferta desse recurso e evitando ainda poluição e redução de sua

qualidade.

A gestão estratégica da água exige das organizações, para que possam continuar

contando sempre com esse recurso, que preservem e respeitem as necessidades dos

ecossistemas, agindo de forma sustentável em seu consumo. Quantidade e qualidade devem

ser preservadas para que não sejam atingidas pela inadequada ação do homem, protegendo-se

e preservando-se a vegetação e o solo para a obtenção de sua forma natural, além de limitar

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usos e prioridades para sua manutenção nas instituições (CHRISTOFIDIS, 2003; MIRANDA;

TEIXEIRA, 2004).

Rodrigues et. al. (2016) consideram o consumo consciente da água nas organizações

como decisivo para uma gestão eficiente dos recursos hídricos do planeta. Para os autores, o

reuso de recursos hídricos, a diminuição do consumo e a inovação em novas tecnologias de

captação e utilização da água são itens que necessitam serem cada vez mais estudados para

que possam proporcionar a sustentabilidade ambiental do país.

A produção e/ou prestação de serviços pelas organizações devem ser cada vez mais

sustentáveis e conscientes, sem ou com a menor degradação possível, utilizando-se de

métodos considerados “limpos” e reduzindo o consumo de recursos naturais como a água. O

desenvolvimento sustentável requer nova lógica de produção e consumo. E para isso, a

economia de recursos naturais pelas organizações torna-se item crucial na perspectiva

ecológica em um mundo mais sustentável para as gerações futuras (RODRIGUES et. al.,

2016).

Rodrigues et. al. (2016) realizaram estudos a respeito de tecnologias para solucionar a

questão da escassez da água. Destacaram as seguintes tecnologias: a dessalinização – que é a

retirada dos sais encontrados na água marinha, transformando água salgada em doce/potável,

revelando-se como um método caro e por isso pouco utilizado por organizações; a

despoluição de rios – com a maior contribuição de políticas públicas no assunto, com a

contribuição, porém, das organizações no que tange ao tratamento dos resíduos por elas

produzidos e o devido descarte nos efluentes; condensação de ar em água – seja por meio de

resfriamento do ar ou de processo químico, também se mostrando caro e de pouco retorno em

relação à quantidade de água obtida; aproveitamento da água da chuva – captando e

armazenando e, por vezes, filtrando a água para uma nova destinação, tecnologia essa a mais

utilizada, principalmente na indústria e; extração de águas de geleiras – tecnologia ainda não

utilizada mas com potencial caso seja necessário, aproveitando-se do aquecimento global e o

derretimento cada vez maior das geleiras, para armazená-la e transportá-la até o local de

utilização, que também poderá se mostrar uma solução cara. Essas tecnologias apresentadas

trazem possibilidades para a questão da escassez hídrica, porém, as organizações devem

verificar os métodos que melhor se adéquam às suas possibilidades.

Em uma pesquisa sobre a reutilização da água em lavanderias industriais, Souza et al.

(2016) constatou que o reuso da água e o tratamento de efluentes reduziu custos, além dos

benefícios ambientais trazidos. Os resultados da pesquisa mostraram que houve diminuição

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da carga poluidora com o processo de reuso da água, com consequente redução de custos. Ao

se utilizarem de aplicação de tecnologias inofensivas ao meio ambiente, as empresas

demonstraram crescimento de resultados financeiros, devido à redução dos custos com a

compra de água limpa. Além disso, contaram ainda com os benefícios trazidos com a

divulgação dessas práticas, que passaram a ser parâmetros de boas práticas no setor, além de

se tornarem, perante a sociedade, em organizações sustentáveis, beneficiando também a

imagem dessas organizações.

Gontijo (2016), em um estudo regional sobre a sustentabilidade da água em uma

comunidade rural de Minas Gerais, constatou que o sistema de água e esgoto se relaciona

diretamente com o meio ambiente, especialmente o hídrico. Os usuários necessitam explorar a

água como recurso enquanto o ambiente é impactado com essa exploração.

A poluição da água e seu consumo inadequado trazem riscos à saúde humana, além da

escassez hídrica. As alterações ambientais de consumo de recursos naturais sem critérios

aumentam o risco de doenças, prejudicando a qualidade de vida das pessoas. As empresas,

indústrias e instituições em geral tem contribuição direta nessa relação. Responsáveis por

grande parte da utilização da água disponível para consumo, as organizações, nelas inclusas as

IFES, possuem o dever ético de contribuírem para a preservação do meio e de seus recursos

naturais, como a água (MORAES; MORAES, 2015; GONTIJO, 2016).

Buscando estudar como esse dever de preservação da água enquanto recurso natural

essencial e escasso é realizado por uma instituição pública de ensino, Mota et al. (2015)

investigaram como se dá o sistema sustentável de aproveitamento de água pluvial em uma

escola pública de Belo Horizonte. Os autores constataram que o investimento aplicado possui

um prazo de retorno de três anos, semelhante aos resultados encontrados por Estender e

Pinheiro (2016) sobre o retorno do investimento do reuso da água em indústrias. Assim,

apesar das dificuldades encontradas, como o baixo índice pluviométrico da região e, um

reservatório pequeno para a autossuficiência da instituição, os benefícios são compensatórios,

pois permitem a redução do consumo de água potável fornecida por concessionária,

impactando diretamente na redução de custos com esse item (após o prazo de retorno do

investimento), como também se apresenta como exemplo para outras instituições de ensino,

além de fomentar a educação ambiental de forma prática, com o envolvimento de toda a

comunidade acadêmica e sociedade local.

Respeitadas as proporções em que as diferentes instituições fazem uso da água e a

representatividade que a água possui para a atividade e funcionamento em cada uma delas,

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entre lavanderias, indústrias e IFESs, tais exemplos demonstram que o papel do Estado quanto

ao desenvolvimento sustentável pode ser de fomento e incentivo, mas também de modelo

prático agindo de forma sustentável em suas próprias instituições.

O Estado, além da obrigação legal que possui em fomentar o desenvolvimento

sustentável, possui também o dever de concretizar a sustentabilidade por meio de suas

instituições. E tratando-se então de instituições de ensino, verdadeiros centros de difusão do

conhecimento, torna-se ainda maior o dever de transmitir ações e exemplos à sociedade, por

meio de suas práticas cotidianas. Nesse contexto, em relação ao eixo ambiental da

sustentabilidade, a preservação de recursos naturais, como a água, evidencia a necessidade de

concretização de algo desenvolvido há anos no campo teórico e de grandes acordos

internacionais, porém com dificuldades de materialização pelas próprias instituições públicas

(KRUGER et al., 2011).

Esse diferencial das IFES para outras organizações, por meio também da

conscientização para além de seus muros, é reforçado se analisados os estudos de Junior et al.

(2013) no qual, apesar da maioria das empresas privadas estudadas possuírem algum tipo de

conscientização sobre o uso sustentável da água e tratamento de seus efluentes (69%),

nenhuma das empresas estudadas apresentaram algum tipo de conscientização ao público

externo, que as cerca, somente de forma interna.

Em se tratando de preservação do meio ambiente, além da redução do consumo da

água devido sua escassez e, da busca por substituição de energia degradante pela chamada

energia limpa, as instituições devem também voltar suas atenções ao descarte dos resíduos

que produz. A coleta adequada de resíduos é um desafio no Brasil, que deve buscar

incessantemente, por meio dos mecanismos de coleta, tratamento, reutilização, reciclagem e

destinação final, impactar o menos negativamente possível no meio ambiente (FERRARI et

al., 2016).

E esse é o terceiro tema escolhido para a análise no presente estudo, dentre os temas

de que trata o Plano de Gestão de Logística Sustentável, sob o eixo ambiental que será

abordado a seguir: a coleta de resíduos.

2.3.4. Coleta de Resíduos

Para um levantamento sobre a literatura científica de coleta de resíduos, necessário de

faz a definição do que são os resíduos.

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58

O termo resíduo foi definido em 1973, por Bond e Straub (1973, p. 4) como “[...] todo

material sólido putrescível, combustível, não combustível, rejeitado pela atividade industrial,

comercial, agrícola e da comunidade [...]”. Porém, os autores excluem dessa definição os

materiais sólidos dissolvidos no esgoto doméstico ou em resíduos industriais aquosos.

Já a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, por meio de sua NBR nº.

10004/2004, define resíduos sólidos como “[...] resíduos nos estados sólido e semissólido, que

resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços e de varrição[...]” (ABNT, 2004, p. 5), incluindo na definição da norma, os resíduos

provenientes de sistemas de tratamento de água, os gerados em equipamentos e instalações de

controle de poluição e, os líquidos com características inviáveis de lançamento na rede

pública de esgotos ou que necessitem de soluções inviáveis, seja técnica ou economicamente

(ABNT, 2004).

Mais recentemente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº.

12.305/2010 definiu resíduos sólidos como:

[...] material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas

em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está

obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos

em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na

rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica

ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível [...]

(BRASIL, 2010, p. 1).

Como citado, de forma simplificada, resíduo é o material (em diversos estados) que

será descartado após a utilização para a qual possuía determinada finalidade e já não o possui

mais, também chamado de rejeitos.

Dessa forma, o tratamento para a destinação adequada desses resíduos é item

fundamental para sustentabilidade ambiental. Pois o desgaste do meio ambiente proveniente

do descarte inadequado de resíduos está diretamente relacionado à destruição do planeta e à

degradação da saúde pública (BUERGER, 2016).

Outro fator que auxilia no entendimento e pode encorajar e levar as organizações ao

maior engajamento no tema é o reconhecimento população, da gestão adequada de resíduos

como essencial na redução do impacto negativo no meio ambiente, como apontado por Da

Silva (2016), em estudo no qual demonstrou que a grande maioria das pessoas (96%) de uma

empresa consideram importante o engajamento de sua organização no tema.

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Nesse sentido, corporativamente, segundo Barbieri (1997), a busca contínua da

redução de resíduos, efluentes e emissões prejudiciais ao meio ambiente pelas organizações,

advinda de suas operações, é uma diretriz determinante para sua atuação responsável. Para o

autor, essas devem ser iniciativas voluntárias que devem ir além do comprometimento legal

de cumprimento à legislação ambiental. E se instituições privadas já devem ter essa busca

pela redução de resíduos e conseqüente preservação do meio como parte intrínseca de suas

atividades, as instituições públicas ganham ainda mais importância nesse papel. Elas devem

ser o modelo das práticas que incentivam, fazendo com que a política ambiental brasileira

tenha como referência as próprias instituições governadas pelo Estado.

E quando se trata de instituição pública de ensino superior, estudos comprovam que a

gestão integrada de resíduos é essencial, pois essas instituições produzem não apenas os

resíduos cotidianos do consumo diário das pessoas transeuntes dos campi, como também os

resíduos advindos da concretização prática do ensino, como nos casos dos resíduos advindos

dos laboratórios, sejam químicos, biológicos, eletrônicos, ou mesmo os advindos dos

hospitais universitários, no caso das universidades que os possuir em sua estrutura.

Portanto, a necessidade de efetivo gerenciamento de resíduos em universidades e

instituições de ensino e pesquisa torna-se ainda mais relevante em relação ao tipo de resíduo

que essas instituições produzem. Devido à variedade e peculiaridade dos rejeitos produzidos,

em grandes quantidades, quando se leva em consideração o número de discentes atendidos,

torna esse gerenciamento de resíduos em algo que deve estar presente e devidamente

instituído nas rotinas da IFES (IMBROSI et al., 2006).

Assim, a coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos que apresentem

potencial de causar efeitos indesejáveis à saúde e ao meio ambiente devem compor a política

institucional dessas universidades.

Os resíduos podem ser recuperados e reutilizados em algum processo interno da

mesma instituição ou, contribuir para um processo externo, em outra organização. Mas

mesmo que não sejam reaproveitáveis, esses resíduos devem ser monitorados de perto pelas

universidades até que cheguem à sua destinação final. As Instituições Federais de Ensino

Superior – IFES, como instituições responsáveis pela formação de cidadãos sustentáveis são,

portanto, organizações reconhecidamente importantes como agentes de promoção da

sustentabilidade e, devem incorporar esse papel de forma explícita em suas práticas, normas

de conduta e planos diretivos institucionais (FERRARI et al., 2016; OLIVEIRA et al., 2016;

WERNER, 2014; AMARAL et al., 2001).

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O tratamento adequado de resíduos, presente como um dos temas a serem atendidos,

segundo a norma federal, pelos órgãos públicos, neles incluídas as IFES, apresentam respaldo

científico.

Estudo realizados por Ferrari et al. (2016) com o objetivo de identificar os desafios à

gestão de resíduos sólidos em instituições públicas de ensino superior resultaram em dois

principais desafios encontrados: as definições de responsabilidades sobre os custos de

implantar e monitorar a coleta seletiva e; a falta de mecanismos de correção efetiva de

problemas quando essa gestão de resíduos é realizada por terceiros prestadores de serviço.

Apesar da importância de campanhas contínuas de sensibilização e conscientização

quanto à educação ambiental interna, não há mecanismos eficientes de controle e sanção para

corrigir efetivamente os problemas de destinação incorreta quando não se acompanha a etapa

externa de destinação final de descarte. Portanto, é possível realizar esse controle

internamente, mas passando os muros da universidade, não há meios de continuar a

fiscalização, cabendo aos órgãos públicos competentes, o monitoramento deste ponto em

diante. Dessa forma, destacam como itens fundamentais para gestão da coleta de resíduos

interna, a eficiência e a integração: na definição de responsabilidades, atividades, prazos,

regras e instruções divulgadas e de fácil entendimento para todos os usuários; ferramentas de

controle operacional e; um sistema de monitoramento com indicadores e medidas de correção

quando necessário (FERRARI et al., 2016).

Oliveira et al. (2016) realizaram pesquisa quanto à Sustentabilidade na administração

da Educação Superior, com o objetivo de analisar a perspectiva da sustentabilidade em Planos

de Desenvolvimento Institucional - PDI e as ações educativas desenvolvidas pelas IFES no

âmbito interno e externo das comunidades. Os autores concluíram que, a maioria das IFES

possui explicitada em seu Plano Diretor a preocupação ambiental, incluindo o descarte

adequado de resíduos. Mas a pesquisa não se aprofundou quanto às praticas ou não da

realização do que foi planejado.

Quanto às ações educativas realizadas no âmbito das comunidades interna e externa

das IFESs, verificaram que buscam trabalhar os conceitos de sustentabilidade tanto teórico

como prático, com uma proximidade entre as comunidades. Porém, notaram que os planos

quanto às práticas das universidades no contexto da sustentabilidade quanto ao descarte de

resíduos podem variar de acordo com o tamanho, ambiente local, capacidade para

cooperações e parcerias, disponibilidade de orçamento, objetivos e escopos de projetos

sustentáveis. Mas revelaram que ainda assim, a educação ambiental por meio de

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conscientização dos públicos, seja interno ou externo, é essencial para a prática sustentável,

não apenas quanto ao descarte de resíduos, como para qualquer ação nesse âmbito

(OLIVEIRA et al., 2016).

Nesse sentido, uma universidade limpa e sustentável, com o devido gerenciamento

integrado de resíduos passa necessariamente pela conscientização e capacitação de todos os

envolvidos na operacionalização dos resíduos, desde sua geração até a destinação final, e isso

inclui os terceirizados, quando a operação for realizada por empresas particulares contratadas,

foi o que revelaram os estudos de Werner (2014), sobre o gerenciamento de resíduos

perigosos em uma universidade federal do país.

Amaral et al. (2001) em um estudo com o objetivo de reduzir as quantidades de

resíduos produzidos nos laboratórios de ensino de graduação do Instituto de Química de uma

universidade federal, verificaram que a capacitação de seus estudantes para a redução da

geração de resíduos bem como seu devido descarte impactou positivamente no

comportamento desses estudantes. Eles demonstram entusiasmo por estarem contribuindo

para a redução de danos ao meio ambiente. O estudo envolveu o desenvolvimento de um

programa de computador que disponibilizava informações detalhadas sobre os tipos de

resíduo e suas devidas destinações. O grupo responsável pela pesquisa relata que acredita na

consciência dos egressos dessa universidade como futuros profissionais que evitarão a

poluição do ambiente, realizando o devido descarte de resíduos.

Dessa forma, não só a coleta, bem como o devido tratamento aos resíduos produzidos

nas universidades passam a integrar a importância da sustentabilidade ambiental nas IFES.

Nesse sentido, se inclui a preocupação especial com o lixo eletrônico gerado, tendo em vista

que, estudos realizados por Ricardo et al. (2016) relevaram que as pessoas costumam guardar

esse tipo de material em casa quando não sabem como descartá-lo, ou o mais grave,

simplesmente descartam sem a observação do tratamento adequado. Nesse ponto, as IFES

também podem interferir, tornando-se pontos de coleta para o devido tratamento posterior. E

para Carvalho et al., 2016 disseminar bons hábitos do correto descarte de modo a reverter os

danos da tecnologia é dever dessas instituições que, por vezes, incentivam pesquisas e

criações no ramo.

Assim, como visto, o uso responsável da energia e da água, bem como, a coleta

seletiva e gestão adequada de resíduos, itens obrigatórios constantes dos Planos de Gestão de

Logística Sustentável, conforme literatura pesquisada, tendem a auxiliar na concretização de

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universidades sustentáveis. Isso instiga ainda mais a se pesquisar a contribuição desses Planos

para a sustentabilidade das IFES.

Segundo estudos de Da Silva et al. (2013), a premissa é que se encontrem ações

semelhantes entre as IFES, pois um processo chamado isomorfismo, que se dá por meio de

pressões político-sociais, exigência legal e condições semelhantes pode levar organizações a

comportamentos semelhantes.

Além dessa teoria, o tema já foi abordado de algumas formas a respeito. A seguir, no

Quadro 5 é possível observar a síntese que resume as principais teorias a respeito do tema

sustentabilidade nas IFES.

Quadro 5 - Principais teorias a respeito do tema sustentabilidade nas IFES.

Teoria(s) Autor(es)

Um dos princípios básicos de Governança Corporativa é a

Responsabilidade Corporativa (na qual a sustentabilidade é zelada nas

organizações, em seus pilares: econômico, social e ambiental).

IBGC, 2009.

As mudanças observadas na legislação brasileira quanto à

sustentabilidade orientam as ações do Estado ao princípio de

Governança denominado Responsabilidade Corporativa.

Machado, 2003.

As práticas de Governança Corporativa podem ser adaptadas à estrutura

e realidade de qualquer tipo de organização.

Slomski, 2000; IBGC,

2009; Muritiba; Muritiba,

2015.

A Governança Corporativa ganha papel fundamental em meio a um

cenário que necessita de ações inovadoras na gestão do setor público. Pereira, 2010.

As práticas sustentáveis são vistas como inovação para o setor público.

Marcomin; Silva, 2009;

Bezerra et al., 2011;

D’Avila et al. 2014.

A Governança é estratégica na implementação de políticas ambientais e

de desenvolvimento.

Da Fonseca; Bursztyn,

2009.

Um dos fatores determinantes à responsabilidade corporativa de uma

organização é a forma pela qual ela divulga os relatórios a respeito de

sustentabilidade.

Almeida et al., 2015.

A Sustentabilidade é tema fundamental em qualquer Instituição. Cortez et al., 2014.

A Sustentabilidade é um tema que deve estar presente também em

instituições públicas. Bezerra et al. 2011.

Os códigos de boas práticas de GC têm servido de referência para

autoridades governamentais. Marques, 2007.

O Estado dever concretizar a sustentabilidade por meio de suas

instituições, principalmente instituições de ensino, centros de difusão do

conhecimento, que devem dar exemplo em suas práticas cotidianas.

Kruger et al., 2011.

O papel das IFES no desenvolvimento sustentável inclui a formação de

seus discentes na questão ambiental; e um Sistema de Gestão

Sustentável em operação em seus campi.

Tauchen; Brandli, 2006;

Fouto, 2002.

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As universidades devem contribuir para a ética sustentável; reduzir

desperdícios; implantar e aprimorar atividades ambientais curriculares;

monitorar o consumo de água e energia e; incentivar a participação da

comunidade em ações sustentáveis.

Blewitt, 2001; Delgado;

Vélez, 2005; Ribeiro et al.,

2005; Tauchen; Brandli,

2006.

A logística reversa é para o Governo um tipo de ferramenta de

desenvolvimento econômico e social e, ambientalmente adequada. Koyama, 2014.

A energia limpa deve ser um enfoque sustentável assumido pelo Estado. Sawyer, 2011;

Goldemberg; Lucon, 2007.

Para a conquista da sustentabilidade em energia é necessário transitar

pelas áreas da economia, eficiência e inovação. Frischtack, 2011.

A energia se mostra item básico a se verificar na sustentabilidade de

uma instituição. Da Silva, 2007.

O consumo de energia pela sociedade é alto, o que ocasiona problemas

de ordem ambiental, social, econômica e geopolítica.

Bucussi, 2007;

Goldemberg; Lucon, 2007.

A sustentabilidade ambiental do país passará necessariamente por

estudos de reuso, diminuição do consumo e inovação quanto aos

recursos hídricos.

Rodrigues et. al., 2016.

A gestão estratégica da água nas organizações exige gestão sustentável

em seu consumo.

Christofidis, 2003;

Miranda; Teixeira, 2004.

O reuso da água e o tratamento de efluentes reduz custos e proporciona

benefícios de imagem à instituição, além dos benefícios ambientais. Souza et al., 2016.

A preservação da água por uma instituição pública de ensino permite a

redução do consumo de água potável fornecida por concessionária,

reduzindo custos e fomentando a educação ambiental de forma prática.

Mota et al., 2015.

O tratamento para a destinação adequada de resíduos é item

fundamental para sustentabilidade ambiental. Buerger, 2016.

A busca contínua da redução de resíduos, efluentes e emissões

prejudiciais ao meio ambiente pelas organizações, advinda de suas

operações, é um princípio diretivo determinante para sua atuação

responsável.

Barbieri, 1997.

A coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos que

apresentem potencial de causar efeitos indesejáveis à saúde e ao meio

ambiente devem compor a política institucional de universidades.

Ferrari et al., 2016;

Oliveira et al., 2016;

Werner, 2014; Amaral et

al., 2001

Os planos de descarte de resíduos das universidades variam de acordo

com o tamanho, ambiente local, capacidade para cooperações e

parcerias, disponibilidade de orçamento, objetivos e escopos de projetos

sustentáveis.

Oliveira et al., 2016.

A educação ambiental por meio de conscientização dos públicos, seja

interno ou externo, é essencial para a prática sustentável, não apenas

quanto ao descarte de resíduos, como para qualquer ação no âmbito

sustentável.

Werner, 2014.

Nas universidades, a capacitação de seus estudantes para a redução da

geração de resíduos e o seu devido descarte impacta positivamente no

comportamento desses estudantes.

Amaral et al., 2001.

Fonte: Elaborado pela autora.

Da teoria estudada, portanto, representada na Figura 7, depreende-se que a presente

pesquisa se apropria principalmente da intersecção entre os três pilares centrais nos quais

estão inseridas as IFES: a sustentabilidade ambiental, que urge como uma premissa básica

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para que haja condições futuras às próximas gerações; as boas práticas sustentáveis em GC,

como visto, recomendadas a todos os tipos de instituições e; os Planos de Gestão de Logística

Sustentável - PLS, mais que obrigatórios, documentos que possibilitam à instituição pública

informar a seus stakeholders as práticas sustentáveis que realiza, tornando-se exemplo prático

do que disseminam e transformando a cultura da sociedade que a cerca.

Figura 7 - Diagrama de representação da intersecção sobre o estudo das IFES.

Fonte: Elaborado pela autora

Apresentadas, portanto, as regras de elaboração e conteúdo dos Planos de Gestão

Logística Sustentável das IFES. Vistas as sínteses das principais teorias que sustentam o

assunto e, destacada a importância do tema para a sociedade, bem como ponto de intersecção

a ser estudado, a próxima etapa da presente pesquisa é a definição dos procedimentos

metodológicos a serem seguidos para se chegar ao objetivo requerido.

Estudo das

IFES

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos utilizados para o atendimento

do objetivo geral da pesquisa de analisar como os PLSs contribuem para a sustentabilidade

das IFESs.

As etapas que compõem este capítulo detalham a estratégia de pesquisa empregada.

Nelas são descritas a escolha das técnicas de investigação, o método, a abordagem, a seleção

da amostra a ser utilizada, bem como os procedimentos de coleta dos dados.

Para a concretização dos objetivos de pesquisa, foi realizada uma abordagem

predominantemente qualitativa que, segundo Godoy (1995), é uma abordagem de pesquisa na

qual o meio natural é a fonte de dados, ou seja, analisa o mundo real em seu próprio ambiente.

Nesse tipo de abordagem, o pesquisador possui contato com o ambiente estudado de modo a

analisar o fenômeno como ele realmente ocorre em seu próprio contexto e, dessa forma,

interpretar os dados obtidos sobre esse fenômeno. Neste sentido, esta pesquisa analisa o

fenômeno de como o PLS contribui para a Sustentabilidade da IFES, recorrendo, para tanto, à

própria documentação divulgada pelas instituições.

O tipo de pesquisa utilizado foi o descritivo que, segundo Severino (2007) é o que

mais se adéqua para esta investigação em função da relação entre as variáveis estudadas e da

contemporaneidade do tema. Vale destacar que o arcabouço Legal que trata o tema do

presente estudo é de 2012. Assim, em função do que se pretende analisar, bem como da

jovialidade deste contexto e das características da pesquisa, a utilização do tipo de pesquisa

descritivo mostra-se o mais indicado.

A pesquisa descritiva, porém, foi precedida de uma pesquisa bibliográfica que,

segundo Severino (2007) é a pesquisa realizada a partir de registros de outros pesquisadores,

contribuindo com estudos analíticos em torno dos temas estudados, além de tornarem-se

fontes diversas disponíveis que agregam valor ao trabalho. Vale destacar que esta pesquisa

bibliográfica está apresentada no capítulo 2 deste estudo.

Neste ponto, foi realizada uma análise da literatura sobre a inserção da

sustentabilidade na responsabilidade corporativa que, por sua vez, está inserida na

Governança Corporativa das IFESs que possuem uma legislação específica a seguir sobre

como publicar seus dados sustentáveis. Assim, foi analisada a legislação específica de

elaboração e publicação do PLS. Durante a análise da norma, dos sete temas recomendados,

foram selecionados três, por estarem relacionados diretamente com a sustentabilidade

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ambiental, quais sejam: a energia elétrica; a água e esgoto e; a coleta seletiva e gestão de

resíduos. E então analisada a literatura a respeito dos temas selecionados.

De posse das análises das teorias e da legislação, partiu-se para a delimitação da

amostra. Em consulta à página eletrônica do MEC, o pesquisador verificou quais as IFESs

ativas no país, e na sequencia se transportou os dados obtidos para uma planilha em Excel.

Após essa etapa, também na mesma página eletrônica, analisou quantas dessas instituições

possuem a estrutura organizacional de Universidade. Com esses dados, foi feito um estudo

quanto às Instituições por região geográfica, o orçamento disponível para essas Universidades

e o número de discentes que elas possuem matriculados, além de seu tempo em atividade

(anos) e se possuem cursos com o termo "sustentabilidade" no título.

Os dados obtidos foram analisados e discutidos no intuito de mostrar graficamente o

perfil dessas instituições, possibilitando um panorama completo do contexto de pesquisa. As

informações extraídas foram analisadas e apresentadas por meio de indicadores e gráficos

demonstrativos. A análise por região geográfica agregou à pesquisa mais uma variável que

permitiu identificar a existência de diferenças decorrentes da Região em que o PLS é

elaborado.

Assim, a coleta de dados empíricos foi obtida de forma documental, que segundo

Godoy (1995) representa uma tratativa de coleta que traz inovação e relevantes contribuições

para determinadas pesquisas. A coleta de dados diretamente de documentos fornece confiança

nos dados coletados, sendo considerada uma forma legítima e bastante rica de fonte de

pesquisa. Para o autor, a análise de documentos primários, que ainda não tenham sido tratados

ou que serão reexaminados na procura por novas interpretações, associadas ao modo

investigativo do tipo de pesquisa realizada, permite identificar com clareza a forma e o motivo

pelo qual os fenômenos acontecem.

Portanto, os documentos da presente pesquisa foram coletados por meio de consultas

aos sítios eletrônicos oficiais do Governo Federal (Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão e das páginas eletrônicas das IFESs), obtendo-se o denominado Plano de Gestão de

Logística Sustentável - PLS das IFESs com estrutura de Universidade de cada região do país.

Coletados os documentos que contém os dados a serem analisados, prosseguindo com

o desenvolvimento da abordagem qualitativa da pesquisa, foi realizada a análise de

documental dos PLS, por meio de análise de conteúdo.

Nesse sentido, a análise de conteúdo atende ao objetivo geral de pesquisa, pois,

conforme afirma Bardin (1977), é uma metodologia de tratamento e análise de informações.

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Segundo a autora, a análise de conteúdo pode ser aplicada a qualquer tipo de

comunicação que deverá ser decifrada por meio de técnicas, avaliando até mesmo o que está

por detrás do que se encontra explicitado. Desta forma, a análise de conteúdo se posiciona

como uma busca para identificar o significado, as características, estruturas e modelos aos

quais o conteúdo analisado está atrelado, o que permite a inferência sobre o conhecimento

produzido.

Ainda para Bardin (1977), a análise de conteúdo requer três fases principais: pré-

análise, exploração do material e tratamento dos resultados. A pré-análise é um primeiro

contato com os documentos a serem analisados, sua escolha e organização do material.

Embasado em referenciais teóricos, e definidos os procedimentos a serem seguidos, o

pesquisador poderá seguir para a segunda fase, explorar o material. A exploração é o

seguimento das etapas pré-definidas, realizando a relação entre as teorias e dos dados. Na

terceira fase, tratamento dos resultados e interpretação, a partir dos resultados ainda brutos, o

pesquisador lhes dará significado e validade perante sua questão de pesquisa. Os resultados

serão então interpretados de modo a se constituírem padrões, tendências ou relações, além das

descritas e explicitadas nos documentos (BARDIN, 1977).

Essa análise do conteúdo dos PLSs publicados pelas Universidades foi realizada

primeiramente sobre completude desses planos quanto à legislação específica que os regem.

Nessa etapa foram identificadas as condicionantes resultantes do Decreto Federal nº

7746/2012, e da Instrução Normativa IN – nº 10/2012 que determinam a elaboração do PLS

se contempladas pelas instituições.

Dessa forma, os dados coletados foram tabulados em planilha do Excel e, comparados

lado a lado, com o quadro dos itens de boas práticas de sustentabilidade sugeridas

minimamente pela Instrução Normativa - IN nº. 10/2012. Para essa verificação foi sugerido

um indicador de aferição, o Índice de Não-Atendimento - INA quanto às práticas exigidas

pela norma em relação aos temas selecionados. Outros confrontos também foram estudados,

como a análise do conteúdo de medidas específicas de maior recorrência entre as IFESs e a

análise do conteúdo de medidas não-previstas na norma de maior recorrência entre as IFESs.

Assim, as práticas quanto aos temas escolhidos foram codificadas, e as informações

tabuladas em Planilha Excel, de modo a se visualizar como se dava o atendimento das práticas

sustentáveis pelas diversas Universidades estudadas, considerando cada região do país.

Após a conclusão deste banco de dados, a etapa seguinte da pesquisa foi de identificar

dentre as práticas realizadas pelas IFESs, a existência de afinidades com as práticas

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sustentáveis recomendadas pelo Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – CMP-IBGC. Para esta etapa da pesquisa

foram localizados no CMP-IBGC todas as práticas sugeridas as quais propõem os termos

"sustentabilidade" e "ambiental", resultando nas práticas de sustentabilidade ambiental

sugeridas pelo IBGC. Então, foi realizada a comparação, no intuito de verificar a

compatibilidade do que é exigido e executado pelas IFESs segundo a legislação federal e o

que é recomendado como boas práticas ambientalmente sustentáveis pelo IBGC.

Dessa forma, concluídas essas etapas de pesquisa, frente à apreciação e discussão de

cada uma delas em relação à literatura, foi possível analisar como os Planos de Gestão de

Logística Sustentável – PLS contribuem para a sustentabilidade das Instituições Públicas

Federais de Ensino Superior, resultando, inclusive em nove proposições identificadas por

meio dos resultados obtidos na pesquisa.

Dessa forma, foi concluído o estudo e proposta a indicação de pesquisas futuras no

tema estudado.

Na Figura 8 é possível observar todo o esquema de etapas da pesquisa empreendidos

neste estudo. A Figura 8 possibilita a visualização de todas as etapas realizadas neste estudo,

materializando-se assim como um roteiro que pode ser utilizado em outras pesquisas que

apresentem objetivos semelhantes aos propostos nesta investigação. Após a Figura se inicia o

capitulo que apresenta os dados da pesquisa.

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Figura 8 - Esquema de etapas da pesquisa.

Fonte: Elaborado pela autora.

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4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Este capítulo apresenta os dados obtidos quanto à pesquisa realizada nos Planos de

Gestão de Logística Sustentável - PLSs das IFESs, de modo a possibilitar o atendimento dos

objetivos geral e específicos, de acordo com os procedimentos metodológicos descritos no

capítulo anterior.

Segundo a legislação estudada, os relatórios de sustentabilidade intitulados Planos de

Gestão de Logística Sustentável - PLS devem ser publicados por todos os órgãos públicos

federais, incluindo, portanto, as Instituições Públicas Federais de Ensino Superior - IFES,

dentre elas, no caso da amostra da presente pesquisa, as Universidades Públicas Federais -

UPF. Conforme o propósito do estudo, foram levantados os dados por meio de pesquisa

documental. A primeira parte deste capítulo apresenta os dados quanto ao perfil das

Universidades que publicaram seus PLSs. Tais dados de composição de perfil foram obtidos

por meio de consulta aos sítios eletrônicos do Ministério da Educação - MEC, legislação

federal aplicada, bem como em consulta aos Relatórios de Gestão publicados anualmente por

essas IFESs em seus sítios eletrônicos.

Em seguida, são apresentados os dados obtidos da análise dos PLSs publicados pelas

IFESs, objetivando, então, o atendimento dos demais propósitos do estudo. Essa análise foi

subdividida em etapas e temas. Para cada um dos três temas selecionados, quais sejam:

Energia Elétrica; Água e Esgoto e; Coleta e Gestão de Resíduos, foram colhidos os dados

referentes a cada uma das vinte e três práticas sustentáveis recomendadas pela legislação

específica, Instrução Normativa - IN nº. 10/2012. Na etapa seguinte, foram levantadas as

Melhores Práticas de Governança Corporativa segundo o Código do Instituto Brasileiro de

Governança Corporativa - CMP-IBGC/2009 dentre as quais, selecionadas somente as que

continham em sua descrição a preocupação direta quanto à sustentabilidade ambiental e,

então, realizado um comparativo entre as práticas das IFESs nos temas selecionados quanto às

onze práticas relacionadas diretamente à sustentabilidade ambiental propostas pelo IBGC.

Iniciando pelo perfil das IFESs, a Tabela 1 apresenta a quantidade de Universidades

Públicas Federais - UPF que publicaram (encontradas pela presente pesquisa até junho/2016)

os seus PLSs em seus sítios eletrônicos oficiais.

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Tabela 1 - Publicação de PLS das Universidades Públicas Federais - UPF por Região

Região Brasileira Quantidade de UPF

Nordeste 6

Norte 5

Sudeste 5

Sul 4

Centro-Oeste 3

Total 23

Fonte: Dados da pesquisa.

A Tabela 1 mostra que a maioria das UPFs que publicaram seu PLS são as sediadas na

Região Nordeste do Brasil, 6 das 23 UPF que publicaram. Em seguida, empatadas com 5 UPF

em cada uma, estão as regiões Norte e Sudeste brasileiro. Logo após está a Região Sul, com 4

e, por último a Região Centro-Oeste, com 3 UPFs que publicaram seus PLSs.

Durante a coleta dos dados foi constatado que mais duas Universidades apresentaram

documentos em seus sítios eletrônicos como sendo seus PLSs, a Universidade Federal de

Brasília e a Universidade Federal de Viçosa. Porém, nos dois casos, tratavam-se apenas de

documentos de intenção de realização do Plano e não o PLS em si. Por esse motivo, tais dados

foram descartados da pesquisa.

Na Figura 9 são apresentados os percentuais representativos de cada uma das regiões

brasileiras em relação às UPF com PLS publicados.

Figura 9 - Percentual de UPFs com PLS publicados por Região do País.

Fonte: Dados da pesquisa.

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A Figura 9 mostra que 26% das Universidades que publicaram seus Planos de Gestão

de Logística Sustentável estão na Região Nordeste, o dobro da última região, Centro-Oeste

que conta com apenas 13% das UPF que publicaram seus PLS.

Na Figura 10 é possível observar um panorama geral quanto às publicações dos PLSs

pelas Universidades.

Figura 10 - Panorama das Publicações dos PLS pelas Universidades Públicas Federais.

Fonte: Dados da pesquisa.

O panorama apresentado pela Figura 9 mostra que, das 107 Instituições Públicas

Federais de Ensino Superior ativas no país - IFESs, 63 possuem estrutura organizacional de

Universidades - UPF, o que representa 59% das IFESs, amostragem selecionada para o

estudo. Dessas 63 UPFs, 37% (23) publicaram os PLSs em seus sítios eletrônicos, até

junho/2016, conforme levantamento de dados da presente pesquisa e, a maioria, que compõe

os outros 63% (40) das UPFs, não publicaram seus Planos de Gestão de Logística Sustentável.

O que informa a não aderência de 63% das Universidades à legislação vigente quanto à

obrigatoriedade de publicação dos referidos planos.

No entanto, como o foco da pesquisa está na análise dos PLSs publicados pelas UPFs,

foi realizado um levantamento dos perfis dessas 23 UPFs que tiveram seus PLSs publicados

nos respectivos sítios eletrônicos oficiais.

Nesta etapa inicial, foram levantados por meio da Lei Orçamentária Anual - LOA do

ano corrente, Lei Federal nº. 13.255/2016, em seu anexo de Volume V, o valor do orçamento

disponível para as despesas e manutenção geral das Universidades.

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73

Ademais, para que fosse possível a apresentação de um perfil mais completo quanto a

essas UPFs, foi obtida também a quantidade de seus discentes matriculados. Para esse

levantamento, foram consultados os intitulados Relatórios de Gestão das Universidades, peça

obrigatória da prestação de contas anual de todos os órgãos públicos federais mediante

legislação específica, publicados também em seus sítios eletrônicos oficiais. Para tal dado

foram somados os índices de "total de alunos regularmente matriculados na graduação - AG”;

“total de alunos na pós-graduação stricto sensu, incluindo-se alunos de mestrado e de

doutorado APG"; "total de alunos da graduação em tempo Integral - AGTI" e; "total de alunos

da pós-graduação em tempo integral - APGTI". Tais índices foram escolhidos por estarem

presentes em todos os Relatórios e utilizarem a mesma fórmula para cálculo em todas as

UPFs, conforme obrigatoriedade pelos Órgãos de Controle da União, representado assim,

dados confiáveis. Porém, como tratam-se de relatórios anuais de prestação de contas

publicados no fim do exercício, sobre o exercício anterior ao vigente, esses dados foram

publicados nos Relatórios de 2015 e, portanto, pertencem ao exercício de 2014.

Além do valor de orçamento e da quantidade de discentes matriculados, para a

formação de um perfil mais abrangente quanto às UPFs estudadas, outros dados foram

levantados. Foram obtidos por meio de consulta ao sítio eletrônico oficial do MEC, o "e-

MEC" os seguintes dados: a quantidade de cursos oferecidos na Graduação que possuam

"sustentabilidade" como tema no título; a quantidade de cursos oferecidos na Pós-Graduação

que possuam "sustentabilidade" como tema no título; o Conceito Institucional - CI; o Índice

Geral de Cursos - IGC; o ano de criação da Universidade (publicação da Lei) e; o tempo em

atividade dessas universidades (anos). Assim, foi possível a obtenção de um panorama mais

detalhado sobre o perfil das Universidades que publicaram seus PLSs.

Na Tabela 2 são apresentados os dados obtidos que, analisados em conjunto,

constroem os perfis das UPFs que publicaram seus PLSs.

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74

Tabela 2 - Perfil das Universidades Públicas Federais - UPF que publicaram PLS

Regiões

do

Brasil

Universidades Públicas Federais que

publicaram PLS

Orçamento das

IFES segundo Lei

Orçamentária

Anual - LOA/2016

(R$)

Alunos

Matricu-

lados

Cursos

Oferecidos na

Graduação

com

"sustentabilid

ade" no título

Cursos Oferecidos

na Pós-Graduação

com

"sustentabilidade"

no título

Conceito

Institucio

-nal - CI

Índice

Geral de

Cursos -

IGC

Ano de

Criação

(Publica-

ção da

Lei)

Tempo

em

Ativida-

de (anos)

Norte

Universidade Federal do Pará - UFPA 1.077.113.013,00 36.751 0 1 4 4 1957 59

Fundação Universidade Federal do

Tocantins - UFT 316.481.200,00 17.962 0 3 3 3 2000 16

Universidade Federal de Roraima - UFRR 193.030.906,00 12.953 0 0 3 3 1985 31

Universidade Federal do Oeste do Pará -

UFOPA 175.914.106,00 5.765 0 1 0 3 2009 7

Universidade Federal Rural da Amazônia

- UFRA 170.198.574,00 13.376 0 0 3 3 1945 71

Nordeste

Universidade Federal do Ceará - UFC 1.359.628.724,00 27.489 0 3 0 4 1954 62

Universidade Federal da Paraíba - UFPB 1.320.150.611,00 44.730 0 0 4 4 1955 61

Universidade Federal de Sergipe - UFS 579.517.093,00 30.472 0 0 3 4 1967 49

Universidade Federal do Maranhão -

UFMA 620.919.980,00 32.766 0 0 4 3 1969 47

Universidade Federal do Recôncavo da

Bahia - UFRB 218.524.283,00 19.961 1 0 0 3 2005 11

Universidade Federal Rural do Semi-

Árido - UFERSA 262.454.895,00 8.181 0 0 4 4 1967 49

Sul

Fundação Universidade Federal de

Ciências da Saúde de Porto Alegre -

UFCSPA

120.169.538,00 9.225 0 0 0 4 1961 55

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Universidade Federal de Santa Catarina -

UFSC 1.239.355.324,00 32.757 0 1 4 5 1960 56

Universidade Federal de Santa Maria -

UFSM 982.653.588,00 43.444 2 0 3 4 1960 56

Universidade Federal da Fronteira Sul -

UFFS 225.874.538,00 7.542 0 0 0 4 2009 7

Sudeste

Fundação Universidade Federal do ABC -

UFABC 248.902.517,00 13.244 0 0 4 5 2005 11

Universidade Federal de Alfenas -

UNIFAL 186.641.623,00 11.838 0 0 0 4 1915 101

Universidade Federal de São João Del Rei

- UFSJ 287.955.034,00 20.886 0 0 4 4 1986 30

Universidade Federal de São Paulo -

UNIFESP 835.364.602,00 17.418 0 1 0 5 1938 78

Universidade Federal do Vale do

Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM 216.955.931,00 14.471 0 0 3 4 1953 63

Centro-

Oeste

Fundação Universidade Federal da

Grande Dourados - UFGD 188.067.317,00 13.171 0 0 3 4 2005 11

Fundação Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul - UFMS 607.820.138,00 17.892 0 3 3 4 1979 37

Universidade Federal de Goiás - UFG 1.019.444.218,00 22.563 0 0 4 4 1960 56

TOTAL 12.453.137.753,00 474.857 3 13 - - -

MÉDIA 541.440.772 20.646 0 1 2 4 - 45

Fonte: Dados da pesquisa.

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A Tabela 2 mostra o perfil das UPFs que publicaram seus PLSs. É possível verificar

que, são Universidades que estão em atividade, em média, há cerca de 45 anos, variando de 7

a 101 anos em atividade, e possuem em média mais de 20 mil alunos matriculados, em

relação a uma listagem que possui por mínimo 5.765 alunos e máximo 44.730 alunos

matriculados. Além disso, os dados orçamentários revelam que em média essas Universidades

movimentam mais R$541 mil reais cada uma, chegando a um montante, somando-se seus

orçamentos, em quase R$ 12,5 milhões de reais. Isso representa cerca de 40% de todo o

recurso orçamentário destinado à Educação Superior Pública Federal no Brasil em 2016, que

ultrapassa a casa dos R$30,8 milhões de reais, cerca de 31% de todo o recurso do Ministério

da Educação no ano, que fica em torno dos R$99,7 milhões, segundo Lei Orçamentária Anual

de 2016.

Mas não apenas de valores é medida a relevância do estudo e da representatividade das

UPFs estudadas. Além disso, ainda na Tabela 2, foram levantados dois indicadores de

qualidade quanto às Universidades, como o Índice Geral de Cursos - IGC que, segundo o

MEC é construído com base numa média ponderada das notas dos cursos de graduação e pós-

graduação de cada instituição e sintetiza a qualidade de todos os cursos de graduação,

mestrado e doutorado da mesma instituição de ensino (MEC, 2016). E também o índice de

Conceito Institucional que, segundo o MEC é uma avaliação externa que considera além dos

IGC, elementos detectados em visita in loco de uma comissão externa avaliadora, bem como a

nota da comissão própria de avaliação interna de cada Universidade (MEC, 2016).

Dessa forma, os dados quanto à qualidade de ensino medida por esses dois indicadores

são observados na Tabela 2. O IGC, que é medido em escala de 1 a 5, segunda a qual 1 e 2

são considerados insatisfatórios e 3 regular, ficou, em média nas UPF que publicaram os PLS,

em torno de 4, considerado muito satisfatório. O mesmo ocorre no outro indicador, chamado

Conceito Institucional - CI, que considera avaliações mais profundas e inclusive com olhar

externo à instituição, no qual a média das UPFs estudadas também foi de 4, considerada muito

satisfatória na escala de 1 a 5. Para o cálculo dessa última média foram desconsideradas

aquelas que não possuem tal conceito na consulta realizada no sítio eletrônico do MEC, pois

se fossem consideradas com valor igual a 0 (zero), a média ficaria em 2, mas não refletiria, a

realidade.

Os dados desses dois indicadores mostram que, em média, as UPFs que publicaram

seus PLSs estão com a qualidade de ensino (utilizado como parâmetro somente esses dois

indicadores) considerada muito satisfatória, ficando a um ponto do conceito máximo.

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Além dos índices de qualidade das IFESs calculados pelo Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP, órgão vinculado ao MEC, outro parâmetro que

pode ser visto na Tabela 2 é o levantamento quanto à quantidade de cursos com o tema

"sustentabilidade" no título. Esse parâmetro foi levantado no intuito de agregar à análise de

perfil das IFESs estudadas a sua preocupação e integração do tema sustentabilidade não

somente em suas ações propostas no PLS como também na sua missão na formação de

cidadãos sustentáveis.

Na Tabela 3 é apresentado o número de cursos com o tema sustentabilidade descrito

no título que as UPFs com PLSs publicados apresentaram, segundo dados da consulta

avançada no "e-MEC". Nota-se que, em relação aos resultados apresentados na Tabela 1, as

regiões brasileiras nas quais as IFESs mais publicaram os PLSs também são as que mais

possuem cursos com o tema “sustentabilidade” no título.

Tabela 3 - Cursos nas UPFs com o tema "sustentabilidade" no título

Cursos Norte Nordeste Sul Sudeste Centro-

Oeste Total

Cursos Graduação 0 1 2 0 0 3

Cursos Pós-Graduação 5 3 1 1 3 13

Total 5 4 3 1 3 16

% por Região -

Graduação 0% 33% 67% 0% 0% 100%

% por Região - Pós

Graduação 38% 23% 8% 8% 23% 100%

Fonte: Dados da pesquisa.

Por meio dos dados consultados, obteve-se que, cerca de 39%, 9 das 23 UPF, possuem

algum tipo de curso, seja na Graduação e/ou na Pós-Graduação, com o tema

"sustentabilidade" no título desses cursos. Na Tabela 3 observa-se que, cerca de 67% dos

cursos de graduação com essa característica são mantidos pelas Universidades da região Sul

do Brasil, enquanto os outros 33% estão na região Nordeste. Já em se tratando de cursos de

Pós-Graduação, a maioria, 38% estão concentrados na região Norte, seguidos pelo empate

entre as regiões Nordeste e Centro-Oeste com 23% cada e, por último, empatadas as regiões

Sul e Sudeste com 8% cada.

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A distribuição dos cursos por níveis de escolaridade e por região do país é apresentada

na Figura 11. É possível observar que, apesar da concentração do maior número de cursos (5)

na região Norte, a sua composição é constituída somente de Cursos de nível Pós-Graduação.

Enquanto na região Sul, que ocupa a penúltima posição na quantidade geral de cursos (3),

passa a ser a primeira em se tratando de Cursos de nível Graduação, com 67% (2) dos (3)

cursos de sustentabilidade nesse nível de escolaridade.

Figura 11 - Cursos com o tema "sustentabilidade" nas UPFs que publicaram PLS.

Fonte: Dados da pesquisa.

A Tabela 4 mostra que, apesar da relevância em possuir cursos de Graduação e Pós

diretamente ligados ao tema sustentabilidade, não foi possível refletir a positividade desse

dado na sustentabilidade relatada como praticada efetivamente nessas Universidades. Das

IFESs estudadas, as que possuem maior número de cursos sobre sustentabilidade em seus

programas de graduação, quais sejam a Universidade Federal de Santa Maria - UFSM e a

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB, apresentaram um percentual de não

atendimento à legislação cerca de 48% e 57% respectivamente. A UFSM não atendeu à 11

das 23 práticas exigidas pela Instrução Normativa, enquanto a UFRB não atendeu à 13 dessas

práticas, sendo esta última, das nove Universidades que possuem cursos de sustentabilidade, a

que menos atendeu à legislação vigente. Em relação as IFESs estudadas com sustentabilidade

em seus programas de Pós-Graduação, o resultado não foi diferente, as UPFs com maior

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número de cursos nesse nível de escolaridade, 3 cursos em cada, quais sejam a Fundação

Universidade Federal do Tocantins - UFT, Universidade Federal do Ceará - UFC e Fundação

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS apresentaram alto percentual de não

atendimento às práticas exigidas pela legislação, segundo seus PLSs. A UFT obteve um não

atendimento em cerca de 52% das práticas sustentáveis, seguida por cerca de 48% do não

atendimento pela UFC e cerca de 43% da UFMS. Além disso, o percentual geral de não

atendimento dessas IFESs que possuem cursos em sustentabilidade ultrapassam cerca dos

39% em 7 das 9 IFES, o que revela cerca de 78% das IFES estudadas com cursos diretos em

sustentabilidade não atendem a todas as 23 práticas exigidas pela norma legal.

Tabela 4 - Não Atendimento das Práticas Sustentáveis pelas UPF com cursos no tema

"sustentabilidade"

Norte Nordeste Sul Sudeste

Centro-

Oeste

Práticas exigidas pela

norma (23) UFPA UFT UFOPA UFC UFRB UFSC UFSM UNIFESP UFMS

Não atende Energia Elétrica

(11) 5 6 8 7 8 5 6 2 4

Não atende Água e Esgoto

(9) 2 6 1 4 4 3 4 1 5

Não atende Coleta Gestão

Resíduos (3) 0 0 0 0 1 1 1 0 1

Total - Não atendidas 7 12 9 11 13 9 11 3 10

% Geral de Não

Atendimento 30% 52% 39% 48% 57% 39% 48% 13% 43%

Fonte: Dados da pesquisa.

A partir desse perfil traçado, conforme previsto nos procedimentos metodológicos,

foram levantados, de acordo com os PLSs analisados, os dados ao atendimento ou não das

UPFs estudadas quanto às práticas sustentáveis exigidas pela Instrução Normativa - IN. Esse

levantamento será mostrado de forma subdividida por região e nos temas selecionados para o

estudo, quais sejam: Energia Elétrica; Água e Esgoto e; Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos.

Primeiramente, quanto à análise à Instrução Normativa - IN nº. 10/2012, obteve-se

que, foram estabelecidas, nos temas selecionados (Energia elétrica; Água e Esgoto e; Coleta

Seletiva e Gestão de Resíduos), 23 medidas sustentáveis, sendo 11 medidas no tema Energia

Elétrica, representado entre os temas estudados, 48% da concentração de medidas, seguidas

de 9 medidas no tema Água e Esgoto, parcela de 39% da concentração de medidas e, por fim,

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3 medidas no tema Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos, concentração dos 13% restantes

entre os temas selecionados.

Em seguida, por se tratar de norma legal e, entendendo-se portanto, de cunho

obrigatório às Instituições Públicas Federais, não apenas a publicação, mas também o

atendimento minimamente das práticas sustentáveis exigidas no anexo da IN, foram

verificadas em cada um dos PLS de cada uma das Universidades que os publicaram quais as

práticas realizadas de acordo com o exigido e, levantadas ainda, quais as práticas sustentáveis

realizadas nos temas selecionados além das previstas na exigência legal direta.

Ainda devido a essa obrigatoriedade de cumprimento à legislação, foi dado o destaque

e realizados os levantamentos dos dados em torno do não-atendimento às práticas

sustentáveis. Essa decisão do pesquisador deu-se em razão da relevância e impacto ambiental

do descumprimento que, muito além de demonstrar um simples não atendimento a uma

legislação, põe em cheque à preservação ambiental por parte das Instituições e impacta em

toda a Comunidade que os cerca, nos temas selecionados.

Ressalta-se, porém, que uma limitação no estudo é que foram consideradas medidas

sustentáveis realizadas apenas aquelas encontradas nos PLSs publicados, o que não permite

assumir que as IFESs não possam realizar alguma medida sem que tenham incluído esta ação

em seus Planos analisados. Assim, não foram consideradas as medidas que as IFESs possam

realizar sem constar em seus PLSs.

São apresentadas a seguir três tabelas referentes a cada um dos temas selecionados

para o presente estudo. Na Tabela 5 estão os dados sobre o não-atendimento às práticas

sustentáveis em energia elétrica, na Tabela 6 sobre o tema água e esgoto e na Tabela 7 sobre o

tema Coleta Seletiva e Gestão de resíduos.

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Tabela 5 - Índice de Não Atendimento pelas IFES das Práticas Sustentáveis exigidas na norma para o tema Energia Elétrica

Medidas da IN no tema Energia Elétrica NÃO atendimento pelas IFES às medidas sustentáveis exigidas pela IN em Energia Elétrica

Total

INA %

(X/23) Norte

INA

%

(X/5)

Nordeste

INA

%

(X/6)

Sul

INA

%

(X/4)

Sudeste

INA

%

(X/5)

Centro

-Oeste

INA

%

(X/3)

1 Monitorar o consumo de energia; 3 13% 1 20% 1 17% 0 0% 1 20% 0 0%

2 Promover campanhas de conscientização; 2 9% 1 20% 0 0% 1 25% 0 0% 0 0%

3 Desligar luzes e monitores ao se ausentar do ambiente; 16 70% 4 80% 5 83% 3 75% 2 40% 2 67%

4 Fechar as portas e janelas quando ligar o ar condicionado; 18 78% 4 80% 3 50% 4 100% 4 80% 3 100%

5 Aproveitar as condições naturais do ambiente de trabalho –

ventilação, iluminação natural; 6 26% 1 20% 3 50% 0 0% 2 40% 0 0%

6 Desligar alguns elevadores nos horários de menor

movimento; 20 87% 4 80% 5 83% 4 100% 4 80% 3 100%

7 Revisar o contrato visando à racionalização em razão da

real demanda de energia elétrica do órgão ou entidade; 11 48% 2 40% 3 50% 3 75% 3 60% 0 0%

8

Dar preferência, quando da substituição, a aparelhos de ar-

condicionado mais modernos e eficientes, visando reduzir o

consumo de energia;

6 26% 1 20% 2 33% 1 25% 1 20% 1 33%

9

Minimizar o consumo de energia reativa excedente e/ou

demanda reativa excedente, visando reduzir a quantidade de

reatores ou adquirindo um banco de capacitores;

16 70% 2 40% 5 83% 3 75% 4 80% 2 67%

10 Utilizar, quando possível, sensores de presença em locais de

trânsito de pessoas; 13 57% 3 60% 4 67% 1 25% 3 60% 2 67%

11

Reduzir a quantidade de lâmpadas, estabelecendo um

padrão por m² e estudando a viabilidade de se trocar as

calhas embutidas por calhas "invertidas".

13 57% 3 60% 3 50% 3 75% 3 60% 1 33%

Fonte: Dados da Pesquisa.

Legenda

Não-atendimento de 0-25%

Não-atendimento de 26-50%

Não-atendimento de 51-75%

Não-atendimento de 76-100%

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Na Tabela 5, conforme mostrado na legenda, os dados foram destacados por

tonalidades de cinza. A escala de cores obedecida indica que quanto maior o percentual de

não-atendimento mais escura é a tonalidade. As medidas sustentáveis exigidas pela norma

mostradas na Tabela 5, e numeradas do 1 a 11, dedicam-se ao tema Energia Elétrica.

Das 11 medidas exigidas, mais da metade (55%) encontram-se com Índice de Não-

Atendimento - INA igual ou superior a 57%. A medida de maior INA pelas IFES no tema é a

medida de número 6 - "Desligar alguns elevadores nos horários de menor movimento", para a

qual o INA ficou em cerca de 87% - das 23 IFESs estudadas, 20 não mencionaram em seus

PLSs o cumprimento dessa medida. A segunda medida de maior INA trata-se de uma medida

sustentável simples e de presunção rotineira, a medida de número 4 - "Fechar as portas e

janelas quando ligar o ar condicionado". Apesar de simples, rotineira e aparentemente sem

custo de implementação, a medida obteve INA de 78%, revelando que apenas cinco das 23

IFESs a realizam. Na posição 3 de medida menos atendida no tema energia elétrica estão

empatadas as medidas de número 3 - "Desligar luzes e monitores ao se ausentar do ambiente"

e a de número 9 - "Minimizar o consumo de energia reativa excedente e/ou demanda reativa

excedente, visando reduzir a quantidade de reatores ou adquirindo um banco de capacitores"

ambas com INA em cerca de 70%. Em quarto e último lugar, das medidas que possuem INA

acima dos 50% estão empatadas as medidas de número 10 - "Utilizar, quando possível,

sensores de presença em locais de trânsito de pessoas" e a de número 11 - "Reduzir a

quantidade de lâmpadas, estabelecendo um padrão por m² e estudando a viabilidade de se

trocar as calhas embutidas por calhas "invertidas"”, ambas com INA em torno de 57%.

Em relação às Regiões Brasileiras de maior INA no tema energia elétrica, obtém-se na

Tabela 5 que as IFESs da Região Sul do país são as que possuem um percentual maior de não-

atendimento. Nessa Região, duas medidas não são atendidas por nenhuma IFESs que publicou

seu PLS, são as medidas de número 6 - "Desligar alguns elevadores nos horários de menor

movimento" e a medida de número 4 - "Fechar as portas e janelas quando ligar o ar

condicionado", ambas com INA de 100% na Região.

Na Figura 11 é apresentada a distribuição de maiores INAs das IFESs por região do

país no tema energia elétrica.

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Figura 12 - Regiões com Maiores Índices de Não-Atendimento - INA em Energia Elétrica.

Fonte: Dados da Pesquisa.

É possível verificar na Figura 11 que, após a Região Sul, que lidera os maiores Índices

de Não-Atendimento - INA, a Região Nordeste aparece como a segunda no ranking, seguida

pelas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste. Para a composição desse ranking foram somados

os percentuais de cada uma das regiões, já que o número bruto por região de não-atendimento

às medidas não refletiria a realidade tendo em vista que a quantidade de IFESs em cada região

não é a mesma. Dessa forma, o ranking encontra-se embasado nos percentuais do próprio

índice que é calculado da forma demonstrada a seguir.

Utilizando-se o mesmo tipo de índice, são apresentados na Tabela 6 os dados

referentes ao tema Água e Esgoto. Nesse tema, são exigidas pela norma 9 medidas

sustentáveis, continuando a numeração anterior, a numeração sobre este tema parte da medida

12 até a medida 20.

INA = Nº de IFES estudadas que descumpriram a medida por região x 100

(%) Quantidade de IFES da região com PLS publicado

Índic

e d

e N

ão A

tend

imen

to -

IN

A

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84

Tabela 6 - Índice de Não Atendimento pelas IFES das Práticas Sustentáveis exigidas na norma para o tema Água e Esgoto

Medidas da IN no tema Água e Esgoto NÃO atendimento pelas IFES às medidas sustentáveis exigidas pela IN em Água e Esgoto

TOTAL

INA

%

(X/23)

Norte

INA

%

(X/5)

Nordeste

INA

%

(X/6)

Sul

INA

%

(X/4)

Sudeste

INA

%

(X/5)

Centro

-Oeste

INA

%

(X/3)

12

Realizar levantamento e monitorar, periodicamente, a

situação das instalações hidráulicas e propor alterações

necessárias para redução do consumo;

5 22% 1 20% 1 17% 1 25% 0 0% 2 67%

13 Monitorar o uso da água; 4 17% 1 20% 1 17% 1 25% 1 20% 0 0%

14 Promover campanhas de conscientização para o não

desperdício da água; 3 13% 0 0% 1 17% 2 50% 0 0% 0 0%

15 Dar preferência a sistema de medição individualizado

de consumo de água; 10 43% 2 40% 1 17% 3 75% 3 60% 1 33%

16 Dar preferência a sistema de reuso de água e de

tratamento dos efluentes gerados; 9 39% 0 0% 5 83% 1 25% 1 20% 2 67%

17 Analisar a viabilidade do aproveitamento da água de

chuva, poços artesianos; 2 9% 0 0% 1 17% 0 0% 1 20% 0 0%

18

Criar rotinas acerca da periodicidade de irrigação de

jardins, de forma a estipular períodos padronizados para

esta atividade em cada época do ano;

19 83% 5 100

% 4 67% 4

100

% 3 60% 3 100%

19 Dar preferência ao uso de descargas e torneiras mais

eficientes; 4 17% 0 0% 1 17% 2 50% 1 20% 0 0%

20 Dar preferência à lavagem ecológica. 18 78% 4 80% 5 83% 4 100

% 2 40% 3 100%

Fonte: Dados da Pesquisa. Legenda

Não-atendimento de 0-25%

Não-atendimento de 26-50%

Não-atendimento de 51-75%

Não-atendimento de 76-100%

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85

Na Tabela 6, conforme mostrado na legenda e igualmente ao tema anterior, os dados

foram destacados por tonalidades de cinza. A escala de cores obedecida indica que quanto

maior o percentual de não-atendimento mais escura é a tonalidade. As medidas sustentáveis

exigidas pela norma mostradas na Tabela 6, enumeradas do 12 a 20, dedicam-se ao tema

Água e Esgoto.

Do somatório geral, observa-se que, das nove medidas exigidas, duas (22%)

encontram-se com Índice de Não-Atendimento - INA igual ou superior a 78%. A medida de

maior INA pelas IFESs no tema é a medida de número 18 - "Criar rotinas acerca da

periodicidade de irrigação de jardins, de forma a estipular períodos padronizados para esta

atividade em cada época do ano", para a qual o INA ficou em cerca de 83% - das 23 IFES

estudadas, 19 não mencionaram em seus PLS o cumprimento dessa medida. A segunda

medida de maior INA é a medida de número 20 - "Dar preferência à lavagem ecológica".

Apesar de medidas simples, e como ocorreu com o tema anterior, aparentemente sem custo de

implementação, as medidas de maior INA sendo as menos atendidas pelas IFESs. Na terceira

posição de medida menos atendida no tema água e esgoto encontra-se a medida de número 15

- "Dar preferência a sistema de medição individualizado de consumo de água", apresentado

INA de 43%, seguida da medida de número 16 - "Dar preferência a sistema de reuso de água

e de tratamento dos efluentes gerados" com INA de 39%. Esta última, apesar de tratar-se de

menos da metade das IFESs que incidem em seu descumprimento, representa relevante

prática sustentável uma vez que o reuso da água e tratamento de efluentes podem colaborar

com as demais práticas, como as de maior INA, reutilizando a água, desde que devidamente

tratada para reuso na irrigação de jardins e em lavagens ecológicas, possibilitando o

cumprimento das medidas de número 18 e 20, além de outros meios sustentáveis de aplicação.

Em relação as Regiões Brasileiras de maior INA, obtém-se na Tabela 6 que, mais uma

vez, agora no tema água e esgoto, as IFESs da Região Sul do país são também as que

possuem um percentual maior de não-atendimento. Nessa Região, duas medidas não são

atendidas por nenhuma IFES que publicou seu PLS, são as medidas de número 18 - "Criar

rotinas acerca da periodicidade de irrigação de jardins, de forma a estipular períodos

padronizados para esta atividade em cada época do ano" e a medida de número 20 - "Dar

preferência à lavagem ecológica", ambas com INA de 100% na Região. Ademais, essas duas

práticas sustentáveis também apresentação INA de 100% nas Região Centro-Oeste e INA de

100% e 80% respectivamente, na Região Norte do país.

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86

Na Figura 13 é apresentada a distribuição de maiores INAs das IFESs por região do

país no tema água e esgoto.

Figura 13 - Regiões com Maiores Índices de Não-Atendimento - INA em Água e Esgoto.

Fonte: Dados da Pesquisa.

É possível verificar na Figura 13 que, após a Região Sul, que lidera os maiores Índices

de Não-Atendimento - INA, a Região Centro-Oeste aparece como a segunda no ranking,

seguida pelas regiões Nordeste, Norte e Sudeste, respectivamente. Para a composição desse

ranking foram somados os percentuais de cada uma das regiões, conforme especificado no

primeiro tema.

Assim como nos dois temas anteriores, na Tabela 6, conforme mostrado na legenda, os

dados foram destacados por tonalidades de cinza, no qual quanto maior o percentual de não-

atendimento mais escura é a tonalidade. As medidas sustentáveis exigidas pela norma

mostradas na Tabela 7, enumeradas do 21 a 23, dedicam-se ao último dos três temas

estudados: Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos.

Do somatório geral, observa-se que, das 3 medidas exigidas, a de maior INA é a

medida de número 23 - "Implantar a coleta seletiva solidária nos termos do Decreto nº 5.940

de 25 de outubro de 2006, ou outra legislação que a substituir", porém, ressalta-se que,

mesmo os maiores valores totais de INA (26%) obtidos nesse último tema, são

significativamente menores que os encontrados nos temas anteriores - maior INA de 87% em

Energia Elétrica e de 83% para o tema Água e Esgoto.

Índic

e d

e N

ão A

tend

imen

to -

IN

A

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87

Tabela 7 - Índice de Não Atendimento pelas IFES das Práticas Sustentáveis para o tema Coleta Seletiva e Gestão de resíduos

Medidas da IN no tema Coleta Seletiva e Gestão de

resíduos

NÃO atendimento pelas IFES às medidas sustentáveis exigidas pela IN em Coleta Seletiva e Gestão

de resíduos

Total

INA

%

(X/23)

Norte

INA

%

(X/5)

Nordeste

INA

%

(X/6)

Sul

INA

%

(X/4)

Sudeste

INA

%

(X/5)

Centro

-Oeste

INA

%

(X/3)

21

Promover a implantação da coleta seletiva observada a

Resolução do CONAMA nº275 de 25 de abril de 2001, ou

outra legislação que a substituir;

0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%

22

Promover a destinação sustentável dos resíduos coletados; 2 9% 0 20% 2 33% 0 0% 0 0% 0 0%

23

Implantar a coleta seletiva solidária nos termos do Decreto

nº 5.940 de 25 de outubro de 2006, ou outra legislação que

a substituir.

6 26% 0 0% 1 17% 3 75% 1 20% 1 33%

Fonte: Dados da Pesquisa. Legenda

Não-atendimento de 0-25%

Não-atendimento de 26-50%

Não-atendimento de 51-75%

Não-atendimento de 76-100%

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Dessa forma, Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos é o tema sustentável que as IFESs

menos deixam de atender, é o tema de maior aceitação e cumprimento das práticas

sustentáveis pelas IFESs estudadas.

Em relação as Regiões Brasileiras de maior INA no tema, obtém-se na Tabela 7 que,

pela terceira vez, as IFESs da Região Sul do país são também as que possuem um percentual

maior de não-atendimento. Nessa Região, a medida de número 23 - "Implantar a coleta

seletiva solidária nos termos do Decreto nº 5.940 de 25 de outubro de 2006, ou outra

legislação que a substituir", conta com INA de 75%, o maior índice do tema em todas as

regiões. Os demais INAs de todas as outras práticas sustentáveis no tema chegam a, no

máximo, 33%.

Na Figura 14 é apresentada a distribuição de maiores INAs das IFESs por região do

país no tema Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos.

Figura 14 - Regiões com Maiores Índices de Não-Atendimento - INA em Coleta

Seletiva e Gestão de Resíduos.

Fonte: Dados da Pesquisa.

É possível verificar na Figura 14 que, após a Região Sul, campeã no ranking de não-

atendimento de todos os três temas estudados, liderando os maiores Índices de Não-

Atendimento - INA, é seguida pela Região Nordeste que aparece como a segunda no ranking,

acompanhada então pela terceira posição a Região Centro-Oeste e, por fim, empatadas em

quarto lugar, no ranking de não-atendimento, as regiões Norte e Sudeste. Para a composição

Índic

e d

e N

ão A

tend

imen

to -

IN

A

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89

desse ranking foram somados os percentuais de cada uma das regiões, conforme especificado

no primeiro tema.

De todos os temas, até o momento, restaram mostradas as medidas sustentáveis menos

praticadas e, portanto, com os maiores INAs por Região do país. Porém, dentro dessas

medidas exigidas na norma, existem algumas que são tratadas de forma mais específica e

possuem certa frequência entre as IFESs. Elas aparecem nos temas "Água e Esgoto" e "Coleta

Seletiva e Gestão adequada de Resíduos".

No tema "Água e Esgoto", a medida exigida em tais condições é a de número 14 -

"Promover campanhas de conscientização para o não desperdício da água". Na norma, não

existe a distinção de que as campanhas sejam realizadas especificamente dentro das

dependências das IFESs, mas como a norma busca a sustentabilidade dos órgãos públicos,

esse poderia ser o entendimento por elas, de apenas realizar campanhas em suas dependências

para o seu público interno. Porém, os dados da pesquisa mostram que boa parte das IFESs

estudadas praticam ações além de seus muros, se preocupando em propagar a conscientização

do tema para toda a sociedade que a cerca.

O Quadro 6 apresenta as ações externas de conscientização para o não desperdício da

água que as IFESs praticam segundo declaram em seus PLSs. São oito o número de IFESs

que possuem ações que se encaixam na medida 14, isso representa que quase a metade (40%)

das IFESs que atendem a essa medida praticam alguma ação visando a sociedade ao redor, e

não apenas as pessoas de circulação interna da comunidade acadêmica.

No tema "Coleta Seletiva e Gestão adequada de Resíduos", a medida que se destaca

como tratada de forma específica e com relevante percentual entre as IFESs (86%) é a de

número 22 - "Promover a destinação sustentável dos resíduos coletados". Na norma, não há

maiores detalhamentos para essa prática sustentável, porém, os dados mostram que boa parte

das IFESs (18) especificam preocupações especiais de destinação. Os quatro subitens que

aparecem com destinação especial em maior frequência são: resíduos de laboratórios; prática

dos 3R (Reduzir, Reutilizar e Reciclar); sistema de compostagem e; resíduos de material

eletrônico (pilhas e baterias). As medidas específicas quanto ao tema encontram-se

apresentadas no Quadro 7, enquanto o Quadro 6 apresenta especificamente a medida 14

"Promover campanhas de conscientização para o não desperdício da água".

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90

Quadro 6 - IFES com ações externas de conscientização para o não desperdício da água

IFES

Medida 14 - "Promover campanhas de conscientização para o não

desperdício da água"

(Práticas com Ações Externas às IFES)

Norte

UFPA

Criação do Prêmio Camilo Viana aberto ao público em geral, com objetivo de

estimular e premiar iniciativas de utilização sustentável de recursos ambientais,

visando a redução de consumo e uso racional de: papel, água, energia, combustível,

uso de transportes alternativos e demais insumos.

UFT Campanha educacional constante: educar a população em geral quanto à importância

da sustentabilidade quanto à água

UFRR -

UFOPA -

UFRA -

Nordeste

UFC Educação ambiental em escolas públicas, com foco na discussão sobre a poluição de

recursos hídricos, biodiversidade local e gestão de resíduos.

UFPB -

UFS -

UFMA Conscientização dos servidores, colaboradores e da comunidade no entorno quanto à

importância da implantação de medidas de sustentabilidade quanto à água

UFRB -

UFERSA -

Sul

UFCSPA

Atividades educativas relacionadas à reciclagem e à preservação do meio ambiente,

também quanto à água, realizadas em escolas da rede pública estadual, no município

de Porto Alegre: Feiras de Saúde - Pet Saúde

UFSC -

UFSM -

UFFS -

Sudeste

UFABC Incentivo à pesquisa e projetos de extensão á sociedade do entorno da UFABC sobre

conscientização da importância da água e seu uso racional.

UNIFAL

Projeto ECOAR: campanhas de conscientização pela distribuição de panfletos e

cartazes que incentivem o uso consciente de água e energia elétrica. Além de levar

ideias e práticas de sustentabilidade para fora da UNIFAL, por meio de revitalização

e arborização das praças para fins de replicação e desenvolvimento de parcerias

interinstitucionais.

UFSJ -

UNIFESP -

UFVJM -

Centro-

Oeste

UFGD Estimulação do desenvolvimento de projetos de extensão à sociedade no entorno

voltados para a busca de soluções adequadas ao tema

UFMS -

UFG -

Total das IFES que realizam ações externas quanto à medida 14 da IN 8

% que realizam ações externas em relação às IFES com PLS que atendem à medida

14 da IN 40%

Fonte: Dados da pesquisa.

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91

Quadro 7 - IFES que registraram nos PLSs preocupações específicas na questão da destinação sustentável dos resíduos.

Medida 22 - "Promover a destinação sustentável dos resíduos coletados"

IFES

Práticas com Tratamento especial

para os resíduos dos laboratórios

Citação sobre a Prática dos 3R -

Reduzir, Reutilizar e Reciclar (Ou

5R, acrescentando Repensar e

Recusar)

Utilizando-se do sistema de

compostagem

Destina para material

eletrônico (pilhas e

baterias)

UFPA Gestão de resíduos sólidos e

perigosos (laboratórios e hospitais).

Plano Pedagógico 3R – reduzir,

reutilizar e reciclar. - -

UFT Reduzir resíduos tóxicos nos

laboratórios - -

Coletores de pilhas e baterias

promovendo a destinação

sustentável de lixo eletrônico.

UFRR

Depósitos apropriados e contratação

de empresa para o descarte de

resíduos de laboratório (químicos).

Redução, Reprocessamento e

Reciclagem dos resíduos após a sua

adequada destinação.

Aproveitar os resíduos orgânicos

como fertilizante num processo de

compostagem rápida.

-

UFOPA

Normas para tratamento e descarte

de resíduos dos laboratórios

(químicos e infectocontagiosos).

Repensar, reduzir, reaproveitar e

reciclar equipamentos eletrônicos,

com o uso inteligente da tecnologia.

Criar unidades de compostagem

para os resíduos orgânicos.

Sistema de Logística Reversa para

os resíduos como pilhas, baterias e

eletroeletrônicos.

UFRA

Aquisição de pilhas recarregáveis

e destinação sustentável de

baterias, pilhas.

UFC

Gerenciamento dos resíduos

laboratoriais originados em

atividades de ensino, pesquisa e

extensão.

Redução, reutilização e reciclagem

dos diversos tipos de resíduos

gerados nas unidades da UFC - 3R.

Aproveitamento de resíduos como

composto orgânico no cultivo e

jardinagem.

UFS

Logística reversa para materiais de

senso comum: pilhas, baterias,

lâmpadas, etc.

UFERSA Instituir Comissão Interna de

Controle de Resíduos Químicos

UFCSPA Normatizar rótulos de resíduos e

reagentes em todos os laboratórios.

UFSC

Valorizar a compostagem de

resíduos orgânicos já em prática.

Logística reversa para pilhas,

baterias e lâmpadas.

UFFS

Coleta de resíduos contaminados e

regulamento interno dos resíduos

dos Laboratórios.

Campanha “virtual” 5R: Reduzir e

Repensar o uso, Reutilizar e Reciclar;

recusar quando prejudiciais ao meio.

Separar o lixo orgânico produzido

e fazer a compostagem

termofílica.

Entrega de material eletrônico sem

uso para empresa de destinação

e/ou reciclagem.

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92

UFABC

Nos laboratórios úmidos, separação,

tratamento e descarte de efluentes

por empresa contratada.

Sistema para a reciclagem da

matéria orgânica resultante do

restaurante universitário

Colher e entregar de pilhas e

baterias à gestão especializada no

correto destino.

UNIFAL

Construção de laboratório de

tratamento e recuperação de

resíduos químicos.

Coleta e correto destino de pilhas,

baterias e medicamentos nos

campi.

UNIFESP

Campanha de conscientização de

alunos, docentes, técnicos (educação

ambiental abordando os 5R’s)

Compostagem de resíduos dos

restaurantes como adubo para as

plantações e jardins.

Destinação correta para lixo

eletroeletrônico, pilhas e baterias.

UFVJM

Implantar o galpão definitivo de

armazenamento temporário do

material advindo dos laboratórios.

UFGD Elaboração de diagnóstico de

resíduos gerados em laboratórios.

Aproveitamento de resíduos

orgânicos, como poda de árvores,

para compostagem.

Logística de reversão para pilhas,

baterias, lâmpadas, etc.

UFMS

Contratação de empresa para a

coleta e correto destino de resíduos

químicos e biológicos dos

laboratórios.

UFG

Construção do laboratório de

análises e tratamento de resíduos e

produtos químicos.

Reutilização, reciclagem e a

recuperação ambientalmente segura

dos resíduos da Universidade.

Separação e correto destino dos

inservíveis tecnológicos como

pilhas e, baterias.

Total das IFES que realizam tratamento

especial para resíduos de laboratórios 14

Total das IFES com

citação sobre a Prática

dos 3R (ou 5R)

7 Total das IFES com

sistema de compostagem 8

Total das IFES com

preocupação especial

com pilhas e baterias)

11

% que realizam tratamento especial para

resíduos de laboratórios 67%

% com citação sobre a

Prática dos 3R (Ou 5R) 33%

% utilizando-se do sistema

de compostagem 38%

% com preocupação

especial em pilhas e

baterias

52%

Fonte: Dados da pesquisa.

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93

Até este ponto do estudo, observaram-se os dados quanto às práticas sustentáveis

exigidas pela norma e sua não-aderência pelas IFESs estudadas. Dessa relação foram

calculados os Índices de Não-Atendimento - INA sobre cada região do Brasil. E então foram

mostrados os dados sobre as medidas exigidas pela norma que, quando atendidas pela IFES,

aparece com preocupações especiais em determinados subitens.

Da análise do conteúdo publicado nos PLSs, porém, constataram-se que outras

práticas sustentáveis são realizadas pelas IFESs mesmo sem constarem como exigência

normativa. Dentre essas demais práticas, algumas chamam a atenção devido ao percentual

com que aparecem como realizadas.

As práticas acentuadas pelas IFESs por medidas sustentáveis não-previstas na norma

surgem em dois temas dos três estudados, no tema - "Energia Elétrica" e no tema - "Coleta

Seletiva e Gestão adequada de Resíduos". No tema energia elétrica, o item de maior

percentual dentre as práticas sustentáveis realizadas e não-exigidas é o que o autor intitulou

como "Busca por outras fontes renováveis de energia". No Quadro 8 são mostrados os dados

sobre o que as IFESs consideram em relação a esse item. Nota-se que, no levantamento desses

dados não foram segregados os estudos de viabilidade em relação ao já funcionamento dessa

geração de energia requerida, pois, em análise do conteúdo relatado pelas IFESs não restou

clara essa segregação, por esse motivo analisou-se como "busca por".

Observa-se ainda que, o Quadro 8 revela um número expressivo de IFESs (16) que

declaram desenvolver estudos ou já viabilizam a "Busca por outras fontes renováveis de

energia". Isso denota que, apesar da norma não impor tal medida, a grande maioria (70%) das

23 IFESs que publicaram seus PLSs buscam fonte de energia diversa da tradicional

contratação de energia elétrica por meio de operadoras regulatórias de mercado. Se analisado

por região do país, a Região Norte possui 100% de suas universidades que publicaram PLSs

na busca por outras fontes renováveis de energia, seguida da Região Sul, com 75%, Região

Centro-Oeste com 67%, então a Região Sudeste com 60% e, por último a Região Nordeste

com 50% cada.

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94

Quadro 8 - IFES que relataram medidas não-previstas na norma sobre a busca de outras fontes renováveis de energia

Região IFES Prática Não-Prevista no tema "Energia Elétrica":

Busca por outras fontes renováveis de energia

% de IFES

por Região

Norte

UFPA Instalação de células fotovoltaicas para geração de energia elétrica

100%

UFT Sistemas alternativos de geração de energia “Parque Solar”

UFRR Geração de energia alternativa nos 3 campi para a iluminação de prédios, jardins, praças e vias públicas

UFOPA Energia solar para o aquecimento de águas, geração de energia elétrica pelo uso de painéis de células foto-voltaicas.

UFRA Fontes alternativas de energia (solar, eólica, biomassa).

Nordeste

UFC Projetos que utilizem energias renováveis

50%

UFPB Viabilidade de fontes alternativas de energia (solar, termoelétrica e eólica)

UFS Construção de usina fotovoltaica e de cogeração, como alternativa energética da instituição

UFMA -

UFRB -

UFERSA -

Sul

UFCSPA Uso de fontes alternativas de energia (solar, termoelétrica), com sistema de aquecimento com painéis solares

75% UFSC Construção de usina fotovoltaica e de cogeração, como alternativas para autonomia energética da instituição

UFSM -

UFFS Tecnologias fotovoltaicas para cogeração de energia elétrica e painéis de aquecimento de água para uso em chuveiros.

Sudeste

UFABC Geradores a gás natural e outras formas de energia competitivas econômica e ambientalmente como a energia solar tanto

fotovoltaica quanto térmica

60% UNIFAL Placas de captação de energia solar nos vestiários das quadras esportivas

UFSJ Identificação de cargas especiais e possíveis fontes alternativas de energia.

UNIFESP -

UFVJM -

Centro-

Oeste

UFGD -

67% UFMS Placas para aquecimento solar nos projetos que utilizam água quente.

UFG Construção de usina fotovoltaica e de cogeração energética da instituição.

Total das IFES que realizam a medida não-prevista 16

% das IFES que realizam a medida não-prevista 70%

Fonte: Dados da pesquisa.

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95

Outro fator relevante apresentado no Quadro 8 é a questão da "preferência" das IFESs

pela fonte de energia solar, seja para geração por meio de células fotovoltáicas ou térmicas. A

fonte de energia está presente expressamente nos PLSs de 13 das 16 IFESs (81%) que

realizam a "Busca por outras fontes renováveis de energia". A preferência por esse tipo de

fonte de energia dentre as que buscam por fontes alternativas é maior (100%) nas regiões Sul

e Centro-Oeste, seguida da Região Norte com 80% e, empatadas em último as regiões

Nordeste e Sudeste, com 67% de preferência por energia solar cada.

Outras práticas acentuadas pelas IFESs por medidas sustentáveis não-previstas na

norma, agora no tema "Coleta Seletiva e Gestão adequada de Resíduos", são o que o autor

intitulou como "Educação Ambiental (Sensibilização e Orientação)" e "Treinamento para

Coletores".

No que diz respeito ao primeiro item, sobre a educação ambiental no tema, no Quadro

9 são mostrados os dados da pesquisa, revelando que a grande maioria das IFESs (96%)

realizam a medida e, apenas uma IFES - a Universidade Federal de Santa Maria, na Região

Sul do Brasil - não aderiu voluntariamente a essa medida não-exigida legalmente. Nas demais

regiões brasileiras, 100% das IFESs com PLSs realizam algum tipo de ação que se encaixa na

questão da educação ambiental, seja por sensibilização e/ou por orientação em relação ao

tema "Coleta Seletiva e Gestão adequada de Resíduos".

Ainda nesse tema, outra prática sustentável não-prevista e realizada em massa pelas

IFESs é o que o autor codificou como "Treinamento para Coletores". Esse item, como pode-

se observar no Quadro 10, é praticado pela maioria (83%) das IFESs estudadas. E o ranking

das que praticam a medida assemelha-se ao de fontes renováveis de energia. Em primeiro

lugar, com 100% das IFESs, está a Região Norte, seguida de 75% da Região Sul, então

aparece a Região Centro-Oeste com 67% e, por fim, empatadas as regiões Nordeste e Sudeste

com 50% cada.

Esses dados revelam que, quando se trata de coleta seletiva e gestão de resíduos

percebe-se a preocupação das IFESs com relação a quem vai manipular diretamente esse

material, pois nesses casos, mesmo que a comunidade acadêmica realize a segregação no

momento do descarte do lixo ou resíduo, o processo sustentável não obteria sucesso se o

recolhimento e encaminhamento desse material não fossem realizados de forma adequada.

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Quadro 9 - IFES que relataram medidas não-previstas na norma sobre "Educação Ambiental (Sensibilização e Orientação)"

Região IFES Prática Não-Prevista no tema "Coleta Seletiva e Gestão adequada de Resíduos":

Educação Ambiental (Sensibilização e Orientação)

% de IFES que praticam a medida

por Região

Norte

UFPA Reuniões com os setores da UFPA, para realizar ações de sensibilização sobre a coleta seletiva.

100%

UFT Campanhas educacionais: Difundir informações quanto à segregação do lixo reciclável.

UFRR Campanha de educação ambiental destinada à comunidade universitária.

UFOPA Educação Ambiental: comunicação a cerca das rotinas de funcionamento da coleta, horários, armazenagem.

UFRA Sensibilizar por meio de divulgação da Coleta Seletiva na Universidade.

Nordeste

UFC Cartazes e folhetos explicativos sobre o funcionamento da coleta, freqüências, armazenagem e destinação.

100%

UFPB Campanha publicitária para sensibilizar: cartazes e panfletos em locais de grande fluxo de pessoas.

UFS Treinamento por unidades de sustentabilidade e por estudantes.

UFMA Campanhas de sensibilização e conscientização à comunidade acadêmica sobre descarte adequado e coleta seletiva.

UFRB Capacitação dos servidores em sustentabilidade na Coleta Seletiva, nas Redes Sociais, folder, faixas e adesivos.

UFERSA Campanhas semestrais para orientar e sensibilizar a comunidade sobre a importância da coleta seletiva de resíduos.

Sul

UFCSPA Campanha continuada de orientação de alunos, técnicos e servidores sobre lixeiras orgânicas e recicláveis.

75% UFSC Plataforma virtual/site para divulgar o sistema de resíduos sólidos e propiciar sua interação com a comunidade.

UFSM -

UFFS Campanha para Redução do Consumo de Recursos Naturais, diminuindo os resíduos produzidos.

Sudeste

UFABC Banners para orientar o descarte focando a questão econômica, social, ambiental, aspectos legais e exigências atuais, assim como

cartilhas explicativas sobre o correto descarte.

100%

UNIFAL Campanhas de conscientização sobre a coleta seletiva junto às unidades acadêmicas e administrativas, terceirizados e visitantes.

UFSJ Difusão do conhecimento da importância na adequação do uso e descarte de materiais.

UNIFESP Aplicação contínua de treinamentos para o correto gerenciamento de resíduos por todo fluxo de geração.

UFVJM Conscientizar a comunidade acadêmica à respeito da coleta seletiva solidária por meio de palestras de sensibilização para o

consumo sustentável.

Centro-

Oeste

UFGD Realizar campanhas para promover a destinação sustentável dos resíduos produzidos.

100% UFMS Campanha de conscientização para a segregação e redução de geração de resíduos sólidos.

UFG Capacitação para toda comunidade: elaboração de cartilha e banners informativos para orientações.

Total das IFES que realizam a medida não-prevista 22

% das IFES que realizam a medida não-prevista 96%

Fonte: Dados da pesquisa.

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97

Quadro 10 - IFES que relataram medidas não-previstas na norma sobre "Treinamento para Coletores"

Região IFES Prática Não-Prevista no tema "Coleta Seletiva e Gestão adequada de Resíduos":

Treinamento para Coletores

% de IFES que praticam a

medida por Região

Norte

UFPA Capacitação para os funcionários da empresa terceirizada de limpeza.

100%

UFT Instruir a empresa de limpeza e conservação.

UFRR Orientação aos coletores de limpeza interna dos prédios e colaboradores da coleta externa para destinação.

UFOPA Treinamentos necessários para os funcionários responsáveis pela coleta de resíduos e limpeza.

UFRA Orientar servidores, docentes, discentes e terceirizados acerca da importância da segregação do lixo reciclável.

Nordeste

UFC Realizar treinamento dos funcionários responsáveis pela coleta.

83%

UFPB Palestras de capacitação dos agentes de limpeza sobre coleta seletiva.

UFS Educar funcionários, contratados e estudantes para reduzir e descartar corretamente os resíduos.

UFMA Projeto de Educação Ambiental: realização de cursos de capacitação aos agentes de limpeza e de vigilância.

UFRB Treinamento para os prestadores de serviço de limpeza e conservação predial com periodicidade trimestral.

UFERSA

Sul

UFCSPA Implementar campanha continuada de orientação de funcionários terceirizados sobre descarte do lixo após recolhimento das lixeiras.

50% UFSC

UFSM

UFFS Treinamento para os terceirizados sobre separação do lixo e uso consciente da água.

Sudeste

UFABC Palestras com os funcionários terceirizados responsáveis pela coleta dos resíduos para separação correta.

100% UNIFAL

Capacitar os funcionários terceirizados responsáveis pela limpeza e torná-los multiplicadores com a finalidade de garantir o sucesso

da coleta seletiva.

UFSJ Capacitar a comunidade acadêmica acerca do tema Coleta Seletiva, incluindo coletores terceirizados.

UNIFESP Treinamento de 100% dos terceirizados que atuam na área de limpeza

UFVJM Treinamento do pessoal terceirizado e servidores.

Centro-

Oeste

UFGD Treinamento dos funcionários que praticam a execução da coleta e destinação adequada dos resíduos

produzidos na instituição 67%

UFMS

UFG Capacitar os coletores para o manuseio correto dos resíduos

Total das IFES que realizam a medida não-prevista 19

% das IFES que realizam a medida não-prevista 83%

Fonte: Dados da pesquisa.

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Além da obtenção dos dados quanto aos perfis das IFESs, ao (des)cumprimento destas

em relação às medidas propostas pela norma e à prática de algumas medidas sustentáveis não-

previstas na norma, mas repetidamente presentes nos PLSs da maioria das IFESs. Outro ponto

levantado foram os dados a respeito de práticas sustentáveis recomendadas pelo Instituto

Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC em seu Código de Melhores Práticas - CMP-

IBGC e a análise se essas recomendações guardam alguma relação com o que realizam as

IFESs de acordo com a legislação específica que rege a elaboração e publicação do PLS.

O CMP-IBGC, segundo informações do sítio eletrônico do IBGC, teve sua primeira

versão lançada em 1999, porém elaborada e atualizada nos moldes atuais em 2009, sua quarta

edição. Atualmente, em 2015 foi reeditado, mas não foram alterados os itens de

sustentabilidade ambiental ora estudados, portanto, mantidos os dados da versão 2009.

A busca pelos termos "sustentabilidade" e "ambiental" no CMP-IBGC retornou 10

itens contendo as melhores práticas "ambientalmente sustentáveis" de Governança

Corporativa - GC que o IBGC recomenda a qualquer tipo de organização. O Quadro 11

sintetiza as práticas recomendadas relacionadas ao tema.

Quadro 11 - Síntese das Práticas Sustentáveis segundo IBGC

Item CMP-IBGC

1 p. 19. Incorporação de considerações sociais e ambientais na definição dos

negócios e operações.

2 p. 29. Alta Administração com vista as demais partes interessadas, objeto social e sustentabilidade

no longo prazo.

3 p. 31. Vinculação dos temas da sustentabilidade às escolhas estratégicas e refleti-los nos relatórios

periódicos.

4 p. 31. Postura sustentável disseminada ao longo de toda a cadeia produtiva, por meio de

mecanismos formais.

5 p. 43. Comitês específicos para tomada de decisões, inclusive o de Sustentabilidade, entre outros.

6 p. 55. Divulgação, ao menos em seu website, de forma completa, objetiva, tempestiva e igualitária,

relatórios periódicos incluindo dados de ordem socioambiental.

7 p. 55. Reconhecimento de tendências internacionais e exigências da sociedade na preparação de

relatórios periódicos incluindo aspectos sociais, ambientais e de Governança Corporativa.

8 p. 66. Respeito às leis do país e Código de Conduta de acordo com os princípios e políticas da

Instituição, incluindo responsabilidades sociais e ambientais.

9

p. 69. Formalização de política de divulgação completa, objetiva, tempestiva e igualitária de

informações, contemplando além de informações exigidas por lei ou regulamento, também ações

socioambientais.

10 p. 70. Política institucional de projetos sociais e ambientais que guardem relação com o negócio da

organização ou contribuam, de forma facilmente identificável, para o seu valor.

Fonte: Dados da pesquisa extraídos do CMP-IBGC.

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99

No Quadro 11 nota-se que há uma preocupação precípua não apenas com a inserção da

sustentabilidade na estratégia organizacional e em suas operações, como também na

divulgação das informações a respeito. Das 10 práticas sustentáveis, 9 ou 90% estão

diretamente ligadas à inserção de diretrizes sustentáveis e disponibilização de informações às

partes interessadas, por meio de elaboração de relatórios e formalização de políticas no tema.

Quanto à relação dessas práticas sustentáveis com as práticas exigidas na norma

específica de elaboração e divulgação do PLS das IFESs, esse dado sobre a importância que

se dá à transparência na incorporação e publicação das informações a respeito das medidas

sustentáveis adotadas é um ponto que denota a afinidade entre as recomendações da norma e

do IBGC. A norma, ao tornar obrigatória a elaboração e publicação do Plano de Gestão

Logística Sustentável aos órgãos públicos, incluindo as IFESs, impõe ao cumprimento por

essas instituições, de todos os itens, incluindo até mesmo o item 5, que indica a criação de

comitê específico para tomada de decisões também no tema sustentabilidade, sobre o qual a

norma exige uma Comissão Gestora do Plano de Gestão de Logística Sustentável com a

atribuição de elaborar, monitorar, avaliar e revisar o PLS.

No Quadro 12 foi realizado um levantamento de cada uma das práticas sugeridas pelo

IBGC em relação ao que determina a Legislação Federal específica do tema PLS. Ao se

comparar lado a lado as praticas do Código do IBGC com a Instrução Normativa - IN nº.

10/2012 e Decreto nº. 7.746/2012, observa-se que, para cada uma das dez melhores práticas

do Instituto há um ponto da legislação que a estabelece como obrigatoriedade às Instituições

Públicas Federais.

Dessa forma, os dados do Quadro 12 mostram que, a sustentabilidade ambiental

inserida nas melhores práticas de Governança Corporativa, sugeridas para as organizações em

geral pelo IBGC, também são aplicáveis às IFESs e, encontradas de forma mais específica na

legislação federal recentemente (2012) por meio do estabelecimento da elaboração, execução

e divulgação do Plano de Gestão de Logística Sustentável, os PLS aqui estudados.

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Quadro 12 - Síntese das Melhores Práticas de GC sob o enfoque sustentável

IBGC x Legislação Federal.

Item CMP-IBGC Legislação Federal

1

p. 19. Incorporação de considerações sociais

e ambientais na definição dos negócios e

operações.

IN - Art. 3º O PLS com objetivos e responsabilidades

definidas, ações, metas, monitoramento e avaliação

permite ao órgão ou entidade estabelecer práticas de

sustentabilidade e racionalização de gastos e processos.

2

p. 29. Alta Administração com vista as

demais partes interessadas, objeto social e

sustentabilidade no longo prazo.

Decreto - Art. 16. A administração pública federal

deverá elaborar e implementar Planos de Gestão de

Logística Sustentável, no prazo estipulado pela

Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação.

3

p. 31. Vinculação dos temas da

sustentabilidade às escolhas estratégicas e

refleti-los nos relatórios periódicos.

Decreto - Art. 2º. A administração pública federal

poderá adquirir bens e contratar serviços e obras

considerando critérios e práticas de sustentabilidade

objetivamente definidos.

4

p. 31. Postura sustentável disseminada ao

longo de toda a cadeia produtiva, por meio de

mecanismos formais.

IN - Art. 10. As iniciativas de capacitação afetas ao

tema sustentabilidade deverão ser incluídas no Plano

Anual de Capacitação das unidades integrantes da

administração pública federal.

5

p. 43. Comitês específicos para tomada de

decisões, inclusive o de Sustentabilidade,

entre outros.

IN - Art. 6. § 2º A Comissão Gestora do Plano de

Gestão de Logística Sustentável terá a atribuição de

elaborar, monitorar, avaliar e revisar o PLS.

6

p. 55. Divulgação, ao menos em seu website,

de forma completa, objetiva, tempestiva e

igualitária, relatórios periódicos incluindo

dados de ordem socioambiental.

IN -Art. 12. Os PLS deverão ser elaborados e

publicados no site dos respectivos órgãos ou entidades.

7

p. 55. Reconhecimento de tendências

internacionais e exigências da sociedade na

preparação de relatórios periódicos incluindo

aspectos sociais, ambientais e de Governança

Corporativa.

IN - Art. 2º. III - práticas de sustentabilidade: ações que

tenham como objetivo a construção de um novo modelo

de cultura institucional visando a inserção de critérios

de sustentabilidade nas atividades da Administração

Pública.

8

p. 66. Respeito às leis do país e Código de

Conduta de acordo com os princípios e

políticas da Instituição, incluindo

responsabilidades sociais e ambientais.

IN - Art. 1º. Ficam instituídas as regras para elaboração

dos Planos de Gestão de Logística Sustentável - PLS, na

Administração Pública Federal, conforme determina a

alínea “b” do inciso I do art. 11 do Decreto nº 7.746, de

5 de junho de 2012.

9

p. 69. Formalização de política de divulgação

completa, objetiva, tempestiva e igualitária de

informações, contemplando além de

informações exigidas por lei ou regulamento,

também ações socioambientais.

IN - Art. 13. Os resultados alcançados a partir da

implantação das ações definidas no PLS deverão ser

publicados no site dos respectivos órgãos ou entidades,

apresentando as metas alcançadas e os resultados

medidos pelos indicadores.

10

p. 70. Política institucional de projetos sociais

e ambientais que guardem relação com o

negócio da organização ou contribuam, de

forma facilmente identificável, para o seu

valor.

IN - Art. 11. As seguintes iniciativas poderão ser

observadas na elaboração dos PLS: I – Programa de

Eficiência do Gasto Público - PEG; II – Programa

Nacional de Conservação de Energia Elétrica - Procel;

III – Agenda Ambiental na Administração Pública -

A3P; IV – Coleta Seletiva Solidária; V – Projeto

Esplanada Sustentável – PES e; VI – Contratações

Públicas Sustentáveis - CPS.

Fonte: Dados da pesquisa, extraídos e sintetizados pelo autor do CMP-IBGC/2009, da IN nº. 10/2012 e do

Decreto nº 7.746/ 2012.

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101

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta uma análise dos dados obtidos e apresentados no capítulo

anterior à luz da discussão teórica levantada no segundo capítulo do presente estudo. Vale

destacar, que na sequência a apresentação dos dados realizada no capítulo anterior se

procedeu analise dos mesmos. No entanto, é neste capitulo que se esgota a análise dos dados

frente ao constructo teórico elaborado. A análise e discussão dos dados, frente à teoria

existente, visa o atendimento dos objetivos da pesquisa de analisar como essa ferramenta de

governança, que são os Planos de Gestão de Logística Sustentável - PLS contribuem para a

sustentabilidade das IFESs. Ao final de um bloco de discussão dos dados como referencial

teórico, apresenta-se a reflexão decorrente da discussão que, ao final, compõe o quadro de

proposições sobre a sustentabilidade para as IFESs.

5.1 Perfil das IFESs

Na primeira etapa da pesquisa foi realizada uma análise prévia sobre os dados quanto

ao perfil das IFESs estudadas. Essa análise revela que a minoria das Universidades Públicas

Federais de Ensino Superior - UPFs, 23 das 63 ativas no país (apenas 37%) publicaram seus

PLSs, o que corrobora e, de certa forma, atualiza a pesquisa de Dahlsrud (2008), segundo o

qual dúvidas e incertezas sobre as melhores práticas sustentáveis e como devam ser aplicadas

pelas organizações justificam as dificuldades quanto ao entendimento e cumprimento de ações

sustentáveis incorporadas ao dia-a-dia das organizações. O que, segundo o autor, demanda

maior engajamento das pessoas no tema, de forma gradativa. Outro fator que agrega nesse

sentido é o de que as UPFs que publicaram seus PLSs estão em média há 45 anos em

atividade. Assim, observou-se que:

A incorporação da cultura sustentável exige conhecimento, tempo e engajamento.

Na questão referente à utilização de recursos financeiros para sustentabilidade, os

dados da pesquisa indicam que as UPFs que publicaram seus PLSs representam, somando-se

seus orçamentos, cerca de 40% de todo o recurso orçamentário destinado à Educação Superior

Pública Federal no Brasil em 2016, quase R$ 12,5 milhões de reais. Porém, estudos indicam

que a chamada economia verde ou o desenvolvimento sustentável, não deve ser apenas

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pontual e mercadológico, mas necessariamente de caráter público no sentido amplo, por meio

de políticas que garantam direitos a todos, e mantenham as funções ecossistêmicas

interligadas, sugerindo um enfoque sustentável assumido pelo Estado (SAWYER, 2011;

GOLDEMBERG; LUCON, 2007).

Assim, foram levantados, junto ao sítio eletrônico do MEC, o e-MEC, dados a respeito

da qualidade de ensino dessas IFESs. E a pesquisa revela que as UPFs estudadas possuem em

média índices de qualidade em torno de 4, em escalas de 1 a 5, tanto no Índice Geral de

Cursos - IGC quanto no Conceito Institucional - CI, indicadores calculados pelo Instituto

Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP, órgão vinculado ao Ministério da

Educação - MEC. Neste ponto, a pesquisa guarda conformidade com os estudos de Lima e

Khan (2011), os quais encontraram relação positiva da qualidade do ensino superior com o

desenvolvimento sustentável.

Além disso, em cerca de 39% das UPFs com PLS publicado existe algum tipo de

curso, seja na Graduação e/ou na Pós-Graduação, levando o tema "sustentabilidade" no título,

o que atende às principais teorias quanto ao papel das IFESs no desenvolvimento sustentável.

Segundo estudos de Tauchen e Brandli (2006) as principais correntes teóricas defendem a

inclusão na formação de seus discentes de disciplinas relacionadas à questão ambiental,

formando profissionais conscientes; e que as IFESs devem implantar Sistema de Gestão

Sustentável em seus campi para que se torne exemplo prático para a sociedade em geral.

Porém, apesar de mais estudos a respeito, como o de Fouto (2002), apontando como

modelo ideal de intervenção das IFESs na sustentabilidade a inserção da questão ambiental na

formação dos discentes, os dados obtidos, não evidenciaram ligação positiva das IFESs que

possuem cursos em sustentabilidade com o atendimento às práticas sustentáveis exigidas na

norma estudada. Pelo contrário, a maioria das UPFs com cursos de sustentabilidade em suas

grades, seja na graduação ou pós-graduação, 78% não atendem às práticas sustentáveis

exigidas na norma em sua totalidade, apresentando Índices de Não-Atendimento - INA acima

dos 39%. Essa análise, inclusive, contrapõe também as conclusões de Lima e Khan (2011)

relacionadas à sustentabilidade na formação dos estudantes de nível superior como meio de

impulsionar diretamente o desenvolvimento sustentável dessas instituições de ensino. Ao

menos no setor público, dentre as IFESs estudadas, o resultado não revela essa tendência.

Assim, entende-se que:

Oferta de cursos em sustentabilidade não faz das instituições organizações mais sustentáveis.

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Seguindo os procedimentos metodológicos propostos no presente estudo, foram

analisados os conteúdos dos PLSs das UPFs em três temas selecionados: "Energia Elétrica";

"Água e Esgoto" e; "Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos". Foram estudadas as UPFs por

região e por práticas sustentáveis (não) atendidas.

Devido ao entendimento do autor quanto à obrigatoriedade de cumprimento à

legislação, foram calculados os Índices de Não-Atendimento - INA, em razão da relevância e

impacto ambiental do descumprimento legal que prejudica a preservação ambiental por parte

das Instituições e impacta em toda a Comunidade que os cerca.

5.2 Não atendimento das IFESs no tema Energia Elétrica

No primeiro tema, Energia Elétrica, a pesquisa revela que, das 11 medidas exigidas,

mais da metade (55%) encontram-se com INA igual ou superior a 57%. A maioria das IFESs

não atendem sequer a metade das práticas sustentáveis propostas no tema. Os dados revelam

que, na questão da sustentabilidade energética, conforme concluem os estudos de Frischtack

(2011), o Governo deve não apenas impor, mas também cobrar e controlar a intervenção de

novos paradigmas e atitudes das Universidades Federais quanto aos programas de eficiência

energética, tanto nas pesquisas e difusão de novos estudos como também, em seus processos e

no seu uso racional e eficiente da energia. Assim, além da exigência legal, a pesquisa revela e

reforça a necessidade de um controle quanto ao atendimento dessas medidas sustentáveis,

resultando no consumo efetivamente mais consciente de energia pelas UPFs.

A medida de maior INA pelas IFESs no tema energia é a medida de número 6 -

"Desligar alguns elevadores nos horários de menor movimento", para a qual o INA ficou em

cerca de 87% - das 23 IFESs estudadas, 20 não mencionaram em seus PLSs o cumprimento

dessa medida. Uma medida aparentemente simples, sem custos financeiros envolvidos e que,

segundo estudos realizados por Morsoletto (2016) em um condomínio de 2 blocos com 12

pavimentos cada, o uso de seis elevadores, três em cada bloco, é responsável, anualmente, por

cerca de 11,53% do consumo de energia elétrica do condomínio. Isso denota que, se fosse

praticada a medida de desligamento de alguns elevadores em horários de menor movimento,

percentuais consideráveis de economia energética e, consequentemente, financeira, poderiam

ser revertidos para as IFESs. Há de se considerar, porém, a possibilidade de as IFES não

possuírem prédios acima de 3 andares, o que desobriga a existência de elevadores.

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Outras medidas no tema com ranking de INA acima dos 50% foram: medida de

número 4 - "Fechar as portas e janelas quando ligar o ar condicionado", com INA de 78%;

empatadas na posição 3 as medidas de número 3 - "Desligar luzes e monitores ao se ausentar

do ambiente" e a de número 9 - "Minimizar o consumo de energia reativa excedente e/ou

demanda reativa excedente, visando reduzir a quantidade de reatores ou adquirindo um banco

de capacitores" ambas com INA em cerca de 70% e; em quarto e último lugar, empatadas as

medidas de número 10 - "Utilizar, quando possível, sensores de presença em locais de trânsito

de pessoas" e a de número 11 - "Reduzir a quantidade de lâmpadas, estabelecendo um padrão

por m² e estudando a viabilidade de se trocar as calhas embutidas por calhas "invertidas",

ambas com INA em torno de 57%.

Dessas medidas com INA acima de 50%, as que mais chamam a atenção são as

medidas de números 4 e 3, com INA respectivamente de 78% e 70%. Medidas que não

requerem nenhum tipo de contratação ou aquisição, não envolvem recursos financeiros e, por

meio de conscientização, poderiam ser facilmente exercidas pelas próprias pessoas nos

ambientes das IFESs. Fechar portas e janelas quando ligar o ar-condicionado e desligar luzes

e monitores quando não em uso são medidas rotineiras e de questão habitual, cultural,

conforme conclui Luiz et al. (2013) em seus estudos que, sustentabilidade não se trata de

obrigação estatal unicamente, mas sim uma ação intrínseca a cada ser humano. E sendo as

pessoas partes integrantes de organizações, suas políticas e práticas devem ser vinculadas às

atitudes do dia-a-dia de forma contínua, e incorporadas à cultura, e às atividades corriqueiras

dos funcionários.

Estudos recentes realizados por De Almeida et al. (2016) sobre eficiência energética

referente à iluminação de salas de aula em um Instituto de Ensino Superior em Campo

Grande, Mato-Grosso do Sul, revelaram que, apesar de os gastos financeiros serem os

primeiros pontos em que as Instituições de Ensino Superior - IES se preocupam, não deve ser

o único e exclusivo parâmetro a ser considerado. Para os autores, a economia financeira é

consequência da eficiência energética conquistada, ao menos na questão da iluminação das

salas, por meio da educação ambiental. Outro fator que pode ser considerado é a questão da

iluminação ser considerada como item de segurança em se tratando de atividades acadêmicas

noturnas nessas instituições.

Educar para que se apaguem as luzes quando não utilizado o ambiente atende a duas

finalidades: a finalidade da economia energética e financeira. E os estudos concluíram, no

caso específico, uma economia relevante para a IES nos gastos financeiros mensais com essa

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medida associada a outras variáveis; e atinge à outra finalidade que é o aumento da

consciência ambiental desses alunos, que levam essa formação a outras pessoas, como pais,

filhos, vizinhos realizando o papel educador e propagador de conhecimento da IES pela

sociedade. Portanto, uma medida simples por meio da qual pode-se obter considerável

economia de consumo de energia, financeira e social a curto ou médio prazo (DE ALMEIDA

et al.; 2016), o que leva a considerar que:

Políticas sustentáveis devem estar ligadas às atividades corriqueiras do dia-a-dia.

Em relação às Regiões Brasileiras de maior INA no tema energia elétrica, as IFESs da

Região Sul do país são as que possuem um percentual maior de não-atendimento. Para Del

Bianco et al. (2016), isso se deve ao fato de que a Região Sul necessita de maior engajamento

do Poder Público para que possa crescer de forma sustentável e sustentada, incluindo o fator

eficiência energética, para o qual a referida Região tem um grande potencial.

5.3 Não atendimento das IFESs no tema Água e Esgoto

Quanto ao segundo tema estudado, "Água e Esgoto", são encontradas nove medidas na

norma. Do somatório geral, das nove medidas exigidas, duas (22%) encontram-se com Índice

de Não-Atendimento - INA igual ou superior a 78%.

A medida de maior INA pelas IFESs, 83%, no tema é a medida de número 18 - "Criar

rotinas acerca da periodicidade de irrigação de jardins, de forma a estipular períodos

padronizados para esta atividade em cada época do ano. A segunda medida de maior INA,

78%%, é a medida de número 20 - "Dar preferência à lavagem ecológica". Apesar de medidas

simples, e como ocorreu com o tema anterior, aparentemente sem custo de implementação,

são as medidas de maior INA sendo as menos atendidas pelas IFESs.

Na terceira posição de medida menos atendida no tema água e esgoto encontra-se a

medida de número 15 - “Dar preferência a sistema de medição individualizado de consumo de

água", apresentado INA de 43%, seguida da medida de número 16 - "Dar preferência a

sistema de reuso de água e de tratamento dos efluentes gerados" com INA de 39%. Esta

última, apesar de tratar-se de menos da metade das IFESs que incidem em seu

descumprimento, representa relevante prática sustentável uma vez que o reuso da água, o

aproveitamento de águas de chuva e o tratamento de efluentes podem colaborar com as

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demais práticas, como as de maior INA, reutilizando a água, desde que devidamente tratada,

para a irrigação de jardins e em lavagens ecológicas, possibilitando o cumprimento das

medidas de número 18 e 20, além de outros meios sustentáveis de aplicação.

Os altos percentuais revelados na presente pesquisa do não-atendimento quanto ao

reuso da água nas IFES estudadas apresentam-se muito próximos dos resultados encontrados

na pesquisa de Moraes e Moraes (2015), em estudo realizado Universidade Federal

Fluminense, no qual calculou-se que 46% da água, que atualmente é despejada diretamente na

rede de esgoto, poderia ser reutilizada. E ainda que, em um único laboratório da Escola de

Engenharia da Universidade, o volume total de água economizado pode chegar a quase 3

(três) mil litros mensais se a técnica de reuso da água fosse utilizada nesse ambiente.

Estender e Pinheiro (2016) também realizaram estudos a respeito do reuso da água,

porém na indústria. Os autores apuraram índices de economia semelhantes: a economia

financeira em média com a redução da utilização de água potável, substituindo-a quando

possível por água de reuso chega aos 44%. Segundo os autores, o reuso praticado na indústria

possui custos menores até mesmo se comparado à compra de água de reuso das Companhias

de Saneamento. O estudo efetuado na Região Metropolitana de São Paulo avaliou em

aproximadamente R$ 1,80 o preço por metro cúbico no mercado, enquanto o custo interno

fica em torno de R$ 0,80 o metro cúbico, sem contar, neste caso, que haja outros custos de

transporte e disposição final, não computados no valor do não computados no valor do m³.

Em relação as Regiões Brasileiras, as IFESs de maior INA na presente pesquisa, mais

uma vez, agora no tema água e esgoto, estão na Região Sul do país.

Dessa forma, a semelhança de resultados entre as pesquisas denota que a questão da

redução no consumo da água e seu melhor aproveitamento ainda é um campo que merece

maior atenção no país, seja em qualquer ramo de atividade. O que permite inferir que:

O uso adequado e o reaproveitamento da água merecem maior atenção.

5.4 Não atendimento das IFESs no tema Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos

No terceiro e último tema "Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos", das 3 medidas

exigidas, a de maior INA é a medida de número 23 - "Implantar a coleta seletiva solidária nos

termos do Decreto nº 5.940 de 25 de outubro de 2006, ou outra legislação que a substituir",

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porém, ressalta-se que, mesmo os maiores valores totais de INA (26%) obtidos nesse último

tema, são significativamente menores que os encontrados nos temas anteriores - maior INA de

87% em Energia Elétrica e de 83% para o tema Água e Esgoto. Dessa forma, Coleta Seletiva

e Gestão de Resíduos é o tema sustentável que as IFESs menos deixam de atender, é o tema

de maior aceitação e cumprimento das práticas sustentáveis pelas IFESs estudadas.

Dentre as Regiões Brasileiras de maior INA no tema, pela terceira vez, as IFESs da

Região Sul do país são também as que possuem um percentual maior de não-atendimento.

Essa maior adesão das IFESs em geral pelo terceiro tema pode encontrar justificativa

na pesquisa realizada por Da Silva (2016) que, em análise às práticas sustentáveis de uma

empresa em Campina Grande, na Paraíba, revelou que a coleta seletiva e a gestão de resíduos

são considerados temas relevantes, e de grande impacto ao meio ambiente por cerca de 96%

das respondentes. De acordo com o autor, as práticas no tema, além de contribuírem para a

sustentabilidade ambiental, possibilitam gradativamente uma maior inclusão social e geração

de renda para setores mais carentes.

Observa-se que o tema Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos passa a obter maior

engajamento a partir de 2006, com a publicação do Decreto nº 5940/2006, que estabeleceu, há

dez anos, a obrigatoriedade da separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e

entidades. O Decreto inclusive é citado na medida 23 da IN nº. 10/2012.

Para Da Silva (2016), a responsabilidade socioambiental frente à reciclagem

impulsiona a inclusão social pois, possibilita melhores condições e convivência entre

catadores, cooperativas e empresas, beneficiando o meio ambiente, mudando hábitos,

possibilitando trabalho e renda e, por fim, desenvolvendo políticas empresariais mais

sustentáveis.

Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos são as iniciativas mais praticadas pelas IFESs.

5.5 Medidas sustentáveis atendidas de forma específica

Outro fator importante apontado pelos dados obtidos na presente pesquisa é que,

dentre as medidas exigidas na norma, existem algumas que são tratadas de forma mais

específica e possuem certa frequência entre as IFESs. Elas aparecem nos temas "Água e

Esgoto" e "Coleta Seletiva e Gestão adequada de Resíduos".

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No tema "Água e Esgoto", a medida exigida na norma, mas tratada com

especificidades pelas IFESs é a de número 14 - "Promover campanhas de conscientização

para o não desperdício da água". Na norma não existe a distinção sobre como as campanhas

devam ser realizadas também no entorno das IFESs, por isso, atenderiam à medida se a

praticassem apenas para seu público interno. Apesar disso, os dados da pesquisa mostram que

boa parte das IFESs estudadas praticam ações além de seus muros, se preocupando em

propagar a conscientização do tema para toda a sociedade que a cerca.

Das IFESs que atendem à medida 14, 40% delas praticam alguma ação de

conscientização sobre o consumo adequado da água visando a sociedade ao redor e não

apenas as pessoas de circulação interna da comunidade acadêmica. Essa parcela considerável

de IFESs que adotam práticas externas de conscientização sugere o que pode ser o principal

diferencial entre as IFESs e as empresas em geral, pois na pesquisa de Machado Junior et al.

(2013), sobre as práticas sustentáveis de empresas com e sem a certificação NBR ISO 14001,

os resultados revelaram que, em ambos os tipos de empresas estudadas, existe a

conscientização sobre o consumo da água apenas internamente, a seus funcionários. Os dados

de pesquisa dos autores revelam que a grande maioria (69%) das 649 empresas analisadas no

estudo, independente de certificação, realizam a prática sustentável de conscientização,

porém, diferentemente das Instituições Federais Ensino Superior, o fazem de forma interna,

somente a seus funcionários, não havendo nessas empresas ações voltadas à sociedade no

entorno.

Esse diferencial de conscientização externa entre IFESs e empresas em geral tende ao

que concluíram os estudos de Alkmim et al. (2015), segundo os quais, as Instituições de

Ensino agregam o dever, além dos demais em qualidade de ensino e pesquisa, o de estender

além de sua gestão responsável, programas voltados à comunidade em geral e ao meio

ambiente afetados por elas, levando a crer que:

Conscientização sobre o consumo de água deve se estender aos stakeholders das Instituições.

No tema "Coleta Seletiva e Gestão adequada de Resíduos", a medida que se destaca

como tratada de forma específica e com relevante percentual entre as IFESs (86%) é a de

número 22 - "Promover a destinação sustentável dos resíduos coletados". Na norma também

não há maiores detalhamentos para essa prática sustentável, mas boa parte das IFESs

especificam preocupações especiais de destinação. Os quatro subitens que aparecem com

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destinação especial em maior frequência são: resíduos de laboratórios; resíduos de material

eletrônico (pilhas e baterias); sistema de compostagem e; prática dos 3R (ou 5R). Dentre eles,

o tratamento especial para resíduos de laboratórios é o subitem mais comumente praticado

entre as IFESs, com 67%, seguido pelo subitem de tratamento especial aos resíduos

eletrônicos, como pilhas e baterias, com 52% das IFESs mencionando essa prática. O sistema

de compostagem é praticado por 38% e, a prática dos 3R (ou 5R) é realizada por 33% das

IFESs estudadas.

Os maiores percentuais encontrados na preocupação das IFESs com a destinação

especial de resíduos de laboratórios encontram motivação em estudos realizados em

laboratórios universitários por Imbrosi et al. (2006), segundo os quais, à época, 61% dos

laboratórios lançavam seus resíduos na pia ou lata de lixo, sem o adequado tratamento e,

portanto, sem o controle efetivo do volume de resíduo químico gerado pelo laboratório.

Outro ponto fundamental a ser considerado na avaliação dos dados da pesquisa de

Imbrosi et al. (2006) é que os laboratórios apresentam grande diversidade de tipos de resíduos

gerados, sejam químicos, de solventes orgânicos, ácidos, sais, bases, óxidos, metais, tintas e

outros, ainda que não mensurados ou classificados. Segundo os autores, os resíduos merecem

considerações mais cuidadosas, tendo em vista o grande número de laboratórios em atividade

nas universidades do país.

Portanto, o fato de atualmente 67% das IFESs estudadas dedicarem atenção especial a

esse resíduo laboratorial, pode indicar, nos próximos dez anos ou menos, uma significativa

mudança nesse cenário, apresentando uma gestão mais efetiva de resíduos laboratoriais, se

tornando, assim, uma medida sustentável inserida e consolidada entre as Universidades.

Já os dados revelados quanto à preocupação especial da maioria das IFESs (52%)

também com a destinação de resíduos advindos de material eletrônico como pilhas e baterias,

mostram a importância da chamada logística reversa que, segundo Ricardo et al. (2016)

consiste em agregar valor a um bem após a finalização de sua vida útil, reintegrando-o ao

ciclo produtivo. Seus estudos revelaram que cerca de 66% das pessoas entrevistadas

costumam deixar aparelhos eletrônicos, pilhas e baterias usados e inservíveis guardados em

um local em casa ao invés de darem um novo destino adequado a eles, 27% doam ou levam

até algum local que recolha esse tipo de resíduo gratuitamente, e somente 7% vende para

locais que compram esse tipo de material.

O fato das IFESs se preocuparem com esse tipo de resíduo, chamado de lixo

eletrônico, sendo pontos de coleta desse material para posterior reinserção no ciclo produtivo,

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seja por meio de doação a cooperativas, venda a postos específicos de transformação, ou

mesmo, terceirizando sua correta destinação, denota que as Universidades tem (e sabem

disso) um papel importante nesse assunto, como todas as organizações públicas, a de difundir

bons hábitos entre a sociedade, no caso do correto descarte e, de investir em formas de

reverter os danos da tecnologia, muitas vezes criada e/ou incentivada por essa instituições, em

parâmetros sustentáveis ao meio ambiente, como defende Carvalho et al., (2016). Desse

modo, os dados obtidos permitem afirmar que:

Tratamento de resíduos laboratoriais e reversão de lixo tecnológico devem ser intrínsecos às

atividades das Instituições de Ensino.

5.6 Medidas sustentáveis praticadas além da norma

Até este ponto foram analisados e discutidos os dados de pesquisa referentes às

medidas exigidas pela norma que, quando atendidas pelas IFESs, aparecem com preocupações

especiais em determinados subitens. Porém, da análise do conteúdo publicado nos PLSs,

constataram-se que outras práticas sustentáveis são realizadas pelas IFESs mesmo sem

constarem como exigência normativa.

O principal item de grande percentual praticado pelas IFESs sem constar de exigência

específica na norma, dentro do tema energia elétrica, é o que se intitulou na presente pesquisa

como "Busca por outras fontes renováveis de energia". No levantamento desses dados, porém,

não foram segregados o que são estudos de viabilidade em relação ao já está em atividade

sobre essa prática, pois, em análise do conteúdo relatado pelas IFESs não restou clara essa

segregação, por esse motivo analisou-se como "busca por".

Um número expressivo de IFESs, a grande maioria (70%) declaram a "Busca por

outras fontes renováveis de energia". Isso denota que, apesar da norma não impor tal medida,

as IFESs que publicaram seus PLSs buscam fontes de energia diversas da tradicional

contratação de energia elétrica por meio de operadoras regulatórias de mercado.

Outro fator relevante revelado na pesquisa é a "preferência" das IFESs pela fonte de

energia solar, seja para geração por meio de células fotovoltáicas ou térmicas. A fonte de

energia está presente expressamente nos PLSs de 81% das IFESs que realizam a "Busca por

outras fontes renováveis de energia".

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Tal manifestação por busca de fontes alternativas de energia, principalmente a energia

solar, guarda similitude com o que foi estudado por Vichi e Mansor (2009), segundo os quais

o Brasil tem grande potencial energético neste tipo de fonte, tendo em vista os dados da

pesquisa que mostram os valores médios anuais de insolação entre 1800 kWh/m²/ano e 1950

kWh/m²/ano, inferiores somente aos encontrados nas regiões desérticas das Américas do Sul e

do Norte, Oriente Médio, Austrália, China e norte da África.

Em relação às regiões brasileiras, a presente pesquisa revela que, a preferência por

esse tipo de fonte de energia dentre as que buscam por fontes alternativas é maior nas regiões

Sul e Centro-Oeste, com 100% cada, seguidas da Região Norte com 80% e, empatadas em

último as regiões Nordeste e Sudeste, com 67% de preferência por energia solar cada. Esse

dado, porém, surpreende pois, estudos nos últimos dez anos revelam que a Região Nordeste,

em que o menor percentual de IFESs indica preferência pela energia solar, é justamente a

região de maior disponibilidade energética para radiação solar, com potencial de 5,9kWh/m²,

seguida da Região Centro-Oeste com 5,7kWh/m², então a Região Sudeste com 5,6kWh/m², a

região Norte com 5,5kWh/m² e, por último a Região Sul com 5,2kWh/m², sendo esta última,

de menor incidência do sol, justamente a primeira região a ter 100% de suas IFESs estudadas

que buscam por fontes alternativas de energia com preferência pela energia solar. A Região

Nordeste, inclusive, permanece em primeiro lugar na incidência solar mesmo considerando a

variação energética durante o ano (PEREIRA et al., 2006; DA SILVA; DE SOUZA, 2016),

com esse resultado, pode-se afirmar que:

A busca por outras fontes de energia, principalmente a solar, possui reconhecido potencial.

Outras práticas acentuadas pelas IFESs por medidas sustentáveis não-previstas na

norma, agora no tema "Coleta Seletiva e Gestão adequada de Resíduos", são o que o autor

intitulou como "Educação Ambiental (Sensibilização e Orientação)" e "Treinamento para

Coletores". Vale ressaltar que, mesmo este último ser considerado um subitem da Educação

Ambiental, mas pelo fato de possuir público específico, foram levantados seus dados

separadamente.

A pesquisa revela que, quanto ao primeiro subitem da Educação Ambiental, a

sensibilização e orientação no tema de coleta seletiva e gestão de resíduos, a grande maioria

das IFESs (96%) realizam a medida - apenas uma, a UFSM, na Região Sul do Brasil - não

aderiu voluntariamente a essa medida não-exigida legalmente. Nas demais regiões brasileiras,

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100% das IFESs com PLS realizam algum tipo de ação que se encaixa na questão da

sensibilização e/ou orientação no tema.

Em se tratando do outro subitem em Educação Ambiental, codificado como

"Treinamento para Coletores", a pesquisa revela que é praticado também pela maioria (83%)

das IFESs estudadas. E no ranking das que praticam a medida aparece em primeiro lugar, com

100% das IFESs, as regiões Norte e Sudeste, seguidas da Região Nordeste com 83%, da

Região Centro-Oeste com 67% e, por fim, a Região Sul, com 50%. Nota-se que a Região Sul,

que menos atendeu às práticas sustentáveis exigidas na norma também aparece em último

quando se trata em exercer a Educação Ambiental. Isso denota que, afastadas as demais

variáveis, para as IFESs, a Educação Ambiental pode contribuir para a inserção da cultura

sustentável.

Observa-se também que, a busca em massa das IFESs pela Educação ambiental, seja

conscientização, sensibilização em geral ou mesmo treinamento específico, guarda

consonância com estudos de Da Silva et al. (2013), segundo os quais, por serem semelhantes,

as IFESs devam realizar esse mesmo tipo de ação.

A prática da educação ambiental pelas IFESs de forma semelhante, segundo Da Silva

et al. (2013), pode ser devido a similitude de ambiente entre elas, que induz as organizações,

principalmente do poder público, a se parecerem com outras de mesmas condições, podendo

ser resultado de pressões político-sociais ou mesmo exigência legal. No caso da educação

ambiental, não é exigida especificamente como prática sustentável na Instrução Normativa

estudada na presente pesquisa, mas trata-se de tema central de uma Política Nacional de

Educação Ambiental, Lei nº. 9.795/1999 a qual deve ser seguida por todas as IFESs. Infere-se

que por isso, a prática da Educação Ambiental apareça fortemente mesmo em temas que não o

exigiam. Assim, considera-se que:

A Educação Ambiental pode contribuir para a inserção da cultura sustentável nas instituições.

5.7 Medidas de sustentáveis no âmbito da Governança Corporativa

Outro ponto levantado foram os dados a respeito de práticas sustentáveis

recomendadas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC em seu Código de

Melhores Práticas - CMP-IBGC e a análise se essas recomendações guardam alguma relação

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com o que realizam as IFESs de acordo com a legislação específica que rege a elaboração e

publicação do PLS.

A busca pelos termos "sustentabilidade" e "ambiental" no CMP-IBGC retornou dez

itens contendo as melhores práticas "ambientalmente sustentáveis" de Governança

Corporativa - GC que o IBGC recomenda a qualquer tipo de organização. E para cada um dos

itens do Código, havia na legislação do PLS, uma prática similar, considerando a Instrução

Normativa que o regulamentou - IN nº. 10/2012 e o Decreto que o instituiu, Decreto nº 7.746/

2012. Dessa forma, a sustentabilidade ambiental inserida nas melhores práticas de

Governança Corporativa, sugeridas pelo IBGC, também são aplicáveis às IFESs e,

encontradas de forma mais específica na legislação federal recentemente (2012) por meio do

estabelecimento da elaboração, execução e divulgação do Plano de Gestão de Logística

Sustentável, os PLS aqui estudados.

O resultado encontrado quanto ao atendimento pelas IFESs por meio de seus PLS às

práticas de sustentabilidade ambiental de governança corporativa reforça os resultados das

diversas pesquisas que apontam a governança corporativa como imprescindível e aplicável a

qualquer tipo de organização, incluindo as públicas (SANTOS, 2016; MURITIBA;

MURITIBA, 2015; TCU, 2013; IBGC, 2009).

Além disso, o resultado revelado na presente pesquisa no que tange ao cumprimento

de práticas de governança corporativa apresenta, também, convergência com os estudos de

Mac Lennan et al. (2016) que, ao pesquisar as práticas de responsabilidade corporativa nas

Instituições de Ensino Superior privadas - IES, com e sem fins lucrativos, chegou ao resultado

de que a maioria dessas IESs praticam algum tipo de ação nesse sentido. Mas que as IESs

com fins lucrativos são as que realmente incorporam essa responsabilidade em sua estratégia.

Os autores consideram, porém, que seriam instituições de ensino responsáveis

corporativamente se excedessem às imposições legais, o que não ocorreu naquele estudo, mas

ocorre por vezes com algumas práticas sustentáveis nas Instituições Federais estudadas, como

por exemplo revelaram os dados a respeito da grande busca dessas Instituições por fontes

alternativas de energia.

Dessa forma, obtidos, apresentados e discutidos os dados da presente pesquisa com o

que se encontra na teoria estudada, o estudo resultou em algumas conclusões, proposições e

considerações finais indicadas no próximo capítulo.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo apresenta as considerações finais do autor a respeito dos objetivos geral e

específicos, as conclusões e proposições obtidas das análises realizadas sobre os dados

advindos do estudo e, as indicações sobre possíveis continuidades que poderão surgir no meio

acadêmico como futuras pesquisas no tema.

Objetivando o entendimento e contribuição em como se dá a sustentabilidade nas

Instituições Públicas Federais de Ensino Superior - IFES nas cinco regiões do Brasil,

analisando para isso os Planos de Gestão de Logística Sustentável - PLS por elas publicados,

considerados ferramentas de Governança no que tange à responsabilidade corporativa dessas

instituições, a presente pesquisa focou em três temas centrais de sustentabilidade ambiental

dentre os estabelecidos pela legislação específica: Energia Elétrica; Água e Esgoto e; Coleta

Seletiva e Gestão de Resíduos.

O arcabouço teórico pesquisado indicou que o PLS, ferramenta de planejamento e

execução em sustentabilidade, é parte integrante da responsabilidade corporativa das IFESs e,

portanto, integram as boas práticas de Governança Corporativa no que tange à

responsabilidade ambiental dessas instituições. Tendo por base que, por serem públicas, essas

IFESs devem seguir legislação vigente a respeito da publicação de suas informações

corporativas a todas as partes interessadas, cidadãos brasileiros em geral, foi levantado e

analisado também todo o arcabouço legal e normativo instituído a respeito do tema.

A partir da teoria e da legislação estudadas concluindo acerca da possibilidade de

aplicação da GC nas instituições públicas, principalmente em seu eixo de responsabilidade

corporativa ambiental, passou-se ao desafio de identificar dentre todas as IFESs, quais as

Universidades Públicas Federais - UPF em atividade no país, e o perfil das que cumpriam o

dever de publicação dos PLS aos stakeholders.

O primeiro objetivo específico apresentado na pesquisa foi justamente o de identificar

as Universidades Públicas Federais de Ensino Superior que possuem seus Planos de Gestão de

Logística Sustentável - PLS publicados e disponibilizados pela Internet. Os resultados

mostraram que apenas 37% das UPFs publicaram seus PLSs em seus sítios eletrônicos

oficiais. Vale destacar que esta pesquisa buscou PLS dentre as 63 IFESs com estrutura de

UPF consideradas ativas pelo MEC, segundo sítio eletrônico de pesquisa avançada daquele

Ministério (e-MEC). A busca foi realizada somente nos domínios considerados oficiais dessas

instituições (terminados em ".edu.br") e foi executada até o mês de junho/2016.

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A identificação dessas IFESs possibilitou a formação de um perfil das instituições que

cumpriram com o dever de elaboração e publicação de seus planos sustentáveis. O resultado

foi de que se tratam de Universidades em atividade, em média, há cerca de 45 anos, possuem

em média mais de 20 mil alunos matriculados cada uma, movimentam em média mais de

R$541 mil reais cada uma, somando-se seus orçamentos em quase R$ 12,5 milhões de reais,

cerca de 40% de todo o recurso orçamentário destinado à Educação Superior Pública Federal

no Brasil em 2016. São em média, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas –

INEP (Órgão vinculado ao MEC), instituições com qualidade de ensino considerada muito

satisfatória, nota 4 numa escala de 1 a 5, entre os indicadores intitulados Índice Geral de

Cursos - IGC e Conceito Institucional - CI, ficando a um ponto do conceito máximo de

qualidade segundo esses indicadores. E, apesar de possuírem cursos de Graduação e Pós

diretamente ligados ao tema sustentabilidade, não foi possível refletir a positividade desse

dado na sustentabilidade relatada como praticada efetivamente nessas Universidades, pois

cerca de 78% das IFESs estudadas que possuem maior número de cursos sobre

sustentabilidade em seus programas de graduação e pós foram justamente as IFESs que

apresentaram os maiores percentuais de não atendimento às práticas exigidas pela legislação,

segundo seus PLS.

Dessa forma, concluiu-se que as IFESs que publicam seus PLS são instituições com

certo tempo em atividade, um alto número de alunos matriculados, com orçamento

considerável e qualidade de ensino muito satisfatória, com cursos de sustentabilidade em seus

programas de graduação e pós-graduação, sendo que este último resultado não revela

positividade em relação ao atendimento dessas IFESs às práticas sustentáveis exigidas na

norma.

Em relação às regiões brasileiras, a maioria das IFESs com PLS publicados encontra-

se na Região Nordeste, com 26% e a minoria do Centro-Oeste, com 13%, revelando que a

Região Nordeste possui maior comprometimento com a divulgação de sua responsabilidade

ambiental a seus stakeholders.

O segundo objetivo específico, porém, buscou investigar mais a fundo quanto à

completude dos PLSs publicados pelas IFESs em relação às práticas exigidas na legislação

específica que os regem. Para o resultado desse objetivo, primeiramente foi analisada a

Instrução Normativa - IN nº. 10/2012, segundo a qual, foram estabelecidas, nos temas

selecionados (Energia elétrica; Água e Esgoto e; Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos), 23

medidas sustentáveis, sendo 48% concentradas no tema Energia Elétrica, 39% concentradas

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no tema Água e Esgoto e, por fim, 11% concentradas no tema Coleta Seletiva e Gestão de

Resíduos. A partir de tal análise conclui-se que a norma, dentre os temas selecionados,

estabelece uma concentração maior em energia elétrica, visando economia e eficiência.

Ademais, esse objetivo foi analisado por meio do cálculo de um índice proposto pela

pesquisa, o Índice de Não-Atendimento - INA, por meio da verificação do conteúdo publicado

nos PLS. O estudo quanto à negativa de atendimento às práticas ocorreu devido ao

entendimento do autor quanto à obrigatoriedade de cumprimento à legislação, em razão da

relevância e impacto negativo do descumprimento legal, que prejudica a preservação

ambiental por parte das Instituições e impacta em toda a Comunidade que os cerca.

Assim, o estudo concluiu que, dentre os três temas estudados, o de maior INA,

portanto menos atendido pelas IFESs, é justamente o tema de maior concentração de medidas

sustentáveis pela norma, Energia Elétrica. O tema obteve um INA geral de 49%, seguidos de

39% em Água e Esgoto e 13% em Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos. O que indica que a

publicação de norma e legislação no tema não é suficiente para a geração de economia e

eficiência energética, sendo necessárias também o acompanhamento por medidas de controle

e as devidas intervenções do governo que façam necessárias para o cumprimento das práticas

sustentáveis pelas IFESs.

Ainda em relação ao primeiro tema, o estudo indicou que medidas simples e

corriqueiras, sem custos adicionais, como o de desligar alguns elevadores em horários de

menor movimento; o fechamento de portas e janelas quando ligado o ar-condicionado e; o

desligamento de luzes e monitores quando se ausentar do ambiente, foram as medidas de

maior INA, chegando aos 87% de IFESs que não as atendem. Isso denota a importância da

inclusão da sustentabilidade na cultura das instituições, pois não se trata de falta de recursos

para ser mais sustentáveis, e sim de uma cultura sustentável nas atitudes das pessoas que ali

convivem.

No segundo tema, as principais práticas de maior INA entre as IFESs remetem ao

reuso da água, como: o tratamento de efluentes, a irrigação de jardins e a lavagem ecológica.

O estudo concluiu que, apesar de exigir algum investimento, o tratamento da água para sua

reutilização pode proporcionar, além da economia financeira após curto período de retorno,

uma redução no gasto desnecessário de água potável em cerca de 44% em cada IFES,

denotando a urgência de um melhor aproveitamento pelas IFESs deste recurso natural tão

necessário e cada vez mais escasso no mundo.

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Já no terceiro e último tema, as medidas sustentáveis relacionadas à Coleta Seletiva e

Gestão de Resíduos são as que possuem o menor INA dentre os temas estudados. Esse é o

tema sustentável que as IFESs menos deixam de atender, o de maior aceitação e cumprimento

de suas práticas sustentáveis. Apesar de representar a menor concentração de medidas

sustentáveis da norma, o tema traz à tona, além da questão ambiental, principalmente a

questão social pois, no que determina a legislação sobre a coleta seletiva solidária, impõe às

instituições que possibilitem a aproximação de catadores, coletores e cooperativas de

reciclagem nesse processo, o que pode influenciar positivamente na inclusão social e geração

de renda da comunidade no entorno dessas IFESs.

Foram analisadas ainda, dentre os temas selecionados, as práticas sustentáveis

realizadas pelas IFESs de maneira mais específica, das quais se destacaram as campanhas

externas de conscientização para o não desperdício da água e a destinação especial de

resíduos advindos de laboratórios e lixo eletrônico. Esses estudos indicam que esse

comportamento difere as IFESs de outras instituições, pois a preocupação com o entorno

mostra-se presente mesmo sem que seja uma medida específica na norma, revelando que as

IFESs possuem uma consciência quanto sua responsabilidade socioambiental maior de

propagação do conhecimento em se tratando de instituições de ensino. O mesmo pode-se

concluir quanto à destinação especial dos resíduos de laboratórios e lixo eletrônico, tendo em

vista que revela a consciência das IFESs em relação a melhor destinar o que resulta de seu

processo de ensino e da tecnologia por vezes ali mesmo criada e/ou incentivada.

O terceiro objetivo da pesquisa, visando a análise das principais práticas sustentáveis

realizadas pelas IFESs que ultrapassam o estabelecido na norma, foi obtido pela análise de

conteúdo dos PLSs, destacando-se entre as diversas medidas sustentáveis encontradas além

das estabelecidas em norma, as que mais se repetiam entre as IFESs. Essa análise indicou

duas medidas que se destacaram nos temas Energia Elétrica e Coleta Seletiva e Gestão de

Resíduos. Os itens foram, no primeiro tema, o que o autor chamou de "busca por outras fontes

renováveis de energia" e, no segundo tema, a "Educação Ambiental", sendo este último

subdivido em "Sensibilização e Orientação" geral sobre o tema da Coleta e Gestão de

Resíduos e "Treinamento para Coletores" especificando o público alvo.

A obtenção de um número expressivo de IFESs, 70%, buscando por outras fontes

renováveis de energia indica que elas procuram por alternativas à tradicional contratação de

energia elétrica por meio de operadoras regulatórias de mercado. Já a "preferência" das IFESs

pela fonte de energia solar, 81%, indica que conhecem o potencial desse tipo de energia no

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país. Porém, um dado relevante dos estudos indicou que a Região Sul, com 100% de suas

IFESs estudadas buscando por fontes alternativas de energia com preferência pela energia

solar é justamente a de menor incidência de sol durante o ano, e a Região Nordeste, em que o

menor percentual de IFESs indica preferência pela energia solar, é justamente a região de

maior disponibilidade energética para radiação solar. Isso denota a necessidade de maior

conhecimento a respeito do tema para que sua prática traga ainda maiores benefícios que os

encontrados atualmente entre as IFESs.

No que diz respeito à "Educação Ambiental", a pesquisa concluiu que 96% das IFESs

praticam o primeiro subitem, chamado de "Sensibilização e Orientação" enquanto 83%

realizam o segundo subitem, o chamado "Treinamento para Coletores". Esses resultados

indicam que a Educação Ambiental já e uma realidade entre as IFESs e que, apesar de constar

em outras legislações além das estudadas, vem sendo "padronizadas" cada vez mais entre

essas instituições, sendo realizadas de maneira semelhante entre elas, seja por estarem

inseridas em um conjunto de condições ambientais similares ou sofrerem pressões político-

sociais semelhantes, além de mostrar ser uma prática considerada intrínseca às suas atividades

de ensino, a preocupação real com o meio ambiente.

No quarto objetivo específico, para identificar as afinidades entre as práticas

sustentáveis que realizam as IFESs de acordo com a legislação específica que rege a

elaboração e publicação do PLSs e as recomendadas pelo Instituto Brasileiro de Governança

Corporativa - IBGC em seu Código de Melhores Práticas - CMP-IBGC foram realizadas

busca pelos termos "sustentabilidade" e "ambiental" no CMP-IBGC, que retornou 10 itens

contendo as melhores práticas "ambientalmente sustentáveis" de Governança Corporativa -

GC que o IBGC recomenda à qualquer tipo de organização.

Assim, para cada um dos itens do Código, havia na legislação do PLS, uma prática

similar, considerando a Instrução Normativa que o regulamentou - IN nº. 10/2012 e o Decreto

que o instituiu, Decreto nº 7.746/ 2012, indicando, portanto, que a sustentabilidade ambiental

inserida nas melhores práticas de Governança Corporativa, sugeridas pelo IBGC, também são

aplicáveis às IFESs e, encontradas de forma mais específica na legislação federal, bem como

praticas por essas instituições.

Para o alcance do quinto e último objetivo específico de sugerir um quadro de

proposições sobre a sustentabilidades das IFESs a partir da discussão da literatura em análise

aos resultados obtidos na pesquisa, o Quadro 13 apresenta um resumo das proposições

sugeridas ao longo da discussão realizada.

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Quadro 13 - Proposições advindas da pesquisa

A incorporação da cultura sustentável exige conhecimento, tempo e engajamento.

Oferta de cursos em sustentabilidade não faz das instituições de ensino organizações mais sustentáveis.

Políticas sustentáveis devem estar ligadas às atividades corriqueiras do dia-a-dia.

O uso adequado e o reaproveitamento da água merecem maior atenção das instituições.

Coleta Seletiva e Gestão de Resíduos possuem relevantes desdobramentos à sociedade.

Conscientização sobre o consumo de água deve se estender a todos os stakeholders das Instituições.

Tratamento de resíduos laboratoriais e reversão de lixo tecnológico devem ser intrínsecos às atividades das

Instituições de Ensino.

A busca por outras fontes de energia, principalmente a solar, possui reconhecido potencial no país.

A Educação Ambiental pode contribuir para a inserção da cultura sustentável nas instituições.

A práticas em sustentabilidade ambiental sugeridas pelo Código de Melhores Práticas em Governança

Corporativa do IBGC são aplicáveis às Instituições Públicas Federais de Ensino.

Fonte: Elaborado pela autora.

Portanto, apesar de apenas 37% das Universidades Públicas Federais de Ensino

Superior publicarem seus PLSs, a análise desses documentos evidenciou que as IFESs

possuem boas práticas de governança corporativa no que tange à sustentabilidade, revelando-

se, em alguns parâmetros, mais sustentável corporativamente que outros tipos de

organizações, sejam Instituições de Ensino Privadas ou mesmo empresas de variados ramos

de atividade.

Assim, dos estudos realizados, em resposta ao objetivo de pesquisa, em como os PLSs

contribuem para a sustentabilidade das IFESs, obtém-se que esses Planos cumprem um

relevante papel nessa contribuição. A pesquisa mostrou que a legislação que instituiu os PLSs

absorveu em seu conteúdo boas práticas de governança em sustentabilidade ambiental,

tornando-os ferramenta de governança nessas instituições. Isso tem resultado, conforme

constatado por meio da análise, em IFESs mais sustentáveis, e pré-dispostas ao cumprimento

de metas no intuito de se tornarem modelos práticos frente ao que já intuitivamente propõem

aos seus discentes: que a educação ambiental resulte em rotina real na cultura de preservação

do meio para as atuais e as novas gerações.

Além disso, o estudo possibilitou um modelo de avaliação de cumprimento à

legislação que rege o Plano de Gestão de Logística Sustentável.

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Dessa forma, apesar da limitação do estudo de ter pesquisado somente IFESs com

estrutura de Universidade, e sem meios para a comprovação efetiva de que são realmente

realizadas as práticas relatadas nos PLSs dessas IFESs, contribuiu para denotar que, ao menos

no que relatam, as Universidades Públicas Federais desenvolvem importante papel na

sustentabilidade do país e possuem potencial para transformar tanto a cultura institucional

quanto local, se verdadeiramente engajadas no tema.

Assim, sugere-se para futuras pesquisas que sejam realizados estudos a respeito do

efetivo cumprimento de todas as ações mencionadas nos PLSs das IFESs e quais as medidas

governamentais de controle são realizadas a respeito. Outro estudo que pode partir da presente

pesquisa é a continuidade do levantamento, incluindo os demais tipos de IFESs, realizando

um comparativo entre elas, ou mesmo com práticas realizadas por IFESs do exterior. Ou

ainda o levantamento sobre a motivação de atendimento das práticas da norma estudada e a

existência de outras normas semelhantes em outras esferas do Poder Público (Estadual,

Municipal). Outro fator a se considerar em futuras pesquisas é o fato de a Região Sul,

conhecida pela sua formação por imigrantes europeus e reconhecido desenvolvimento, estar

em primeiro lugar em não atendimento às práticas sustentáveis estudadas.

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