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Novo projeto de iluminação para a Paulista. Pág. 3

CLICK PAULISTA

Visões da Paulista daqui a 40 anos, na opinião de arquitetos e urbanistas, em entrevistas exclusivas.

O melhor da Avenida Paulista em 1 ClickBoletim semanal da Associação Paulista Viva - Ano 1 / Dezembro / nº 1

Paulista

O melhor da arte, da cultura e muitos outros passeios na região. Pág. 8-10

ROTEIRO

Moradores contam como é viver na Paulista. Pág. 11

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Seccional da Polícia Civil - Centro. A solenidade foi rea-lizada durante almoço do Rotary Club Avenida Paulista.

Além das homenagens, a Associação Paulista Viva entregou ao Cel. Cerqueira 20 mil folhetos com dicas de segurança, para serem distribuídos para a popula-ção. O Colégio Dante Alighieri e o Condomínio Con-junto Nacional patrocinaram a confecção dos folhetos.

EDITORIAL A partir de hoje, 14 de dezembro, passamos publicar semanalmente o Boletim Click Paulista. Proposta antiga da Associação Paulista Viva, Click Paulista nasceu para apresentar as novidades do maior símbolo de São Paulo.

Nesta primeira edição, Click Paulista viaja para o passado e o futuro da Avenida. Como será a Paulista em 2050? Ar-quitetos fazem exercícios criativos para projetá-la em 2050.

Como é viver na Paulista? Click Paulista entrevistou pessoas que moram há muitos anos na Avenida e não a trocam por nada.

Você terá ainda o roteiro de teatro, cinema e exposi-ções da região.

Aproveite! Mande sua contribuição!

NOTÍCIAS

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Na última sexta-feira, dia 10, a Associação Paulista Viva completou 14 anos de dedicação à Avenida Pau-lista. Como parte das comemorações, a instituição homenageou com o Diploma de Amigo da Paulista o Cel. Renato Cerqueira Campos, comandante do Poli-ciamento do CPA-M1, o Cel. Nevoral Alves Bucheroni, subprefeito da Sé, e o Dr. Aldo Galiano Jr., delegado

Paulista Viva comemora 14 anos e presta homenagem

BOLETIM CLICK PAULISTABoletim Informativo Eletrônico Semanal da Associação Paulista VivaPublisher: Carlos Alberto SilvaJornalista Responsável e Editora: Maria Consolação da Silva

Expediente Subeditor e Direção de Arte: Ricardo ChacháReportagem: Ana JimenezEditoração gráfica: Marcos Koizumi / Bruno BocchinoDepartamento Comercial: Megahub Marketing Digital – Tel: (11)3405 0135R. Prof. Carlos de Carvalho, 164 – 1º andar - CEP:04531-080 – São Paulo - SP

Associação Paulista Viva apoia V Encontro de Networking da Paulista Na terça-feira, 29/11, o V Encontro de Networking da Pau-lista provou, mais uma vez, ser uma ferramenta importante para profissionais de diversas áreas. O projeto, que já está em sua quinta edição, reuniu mais de 100 executivos, em-presários, profissionais liberais e estudantes universitários.

Para Marly Lemos, diretora da Associação Paulista Viva, a oportunidade de interagir e trocar experiências é extre-

mamente importante no mercado de trabalho. “Encontros como este proporcionam surgimento de novos negócios, con-tatos, parcerias e oportunidades de trabalho”, afirma Marly.

O V Encontro de Networking da Paulista reuniu pro-fissionais da área de seguros, psicologia, educação, marketing, negócios e outros. As próximas reuniões acontecerão no início de 2011.

Cel. Nevoral Bucheroni , sub-prefeito da Sé recebe diploma de amigo da Paulista.Dr. Aldo Galiano Jr., delegado seccional da Polícia Civil – Centro recebe diploma de amigo da Paulista.

FUTURO, PASSADO e PRESENTE

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Fachada do MASP recebeprimeira intervenção artística

de sua história

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chate-aubriand (Masp) inovou e tirou a obra de arte de dentro das salas. Quem passa pela Avenida Pau-lista, na altura do Parque Trianon, depara-se com um céu de nuvens bordadas em ponto cruz e com a imagem de uma agulha gigante. Desde a segunda semana de novembro (15/11), Regina Silveira ocu-pa a fachada do Masp com a instalação intitulada “Tramazul”. Na obra, adesivos de vinil azul foram colados sobre os vidros das quatro faces do pré-dio, ocupando uma área de 2.300m2.

Se, para a consagrada artista plástica gaúcha, in-tervir em grandes marcos da arquitetura mundial é algo recorrente (ela já levou sua obra a locais como o Palácio de Cristal do Reina Sofía, em Madri), a intervenção no Masp é um feito inédito.

Desde sua inauguração, em 1968, a fachada do museu nunca foi usada como uma “tela em branco” por nenhum artista. Regina de-monstrou sua alegria em ser a escolhida para a estreia: “no meu percurso, eu fiz diversos trabalhos em arquiteturas especiais, em outros países, mas claro que fazer esse trabalho no Brasil tem um significado especial. É um prédio pelo qual tenho muito carinho, admiro as características do edifício e o trabalho que Lina Bo Bardi desenvolveu. Tudo foi inspirador para esta intervenção”.

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Tramazul, obra da artista plástica Regina Silveira, feita com adesivos de vinil, cobre a fachada do MASP.

Paulista terá iluminação mais forteMudança é reivindicação antiga da Paulista Viva. Projeto prevê postes mais baixos

e uso de lâmpadas mais eficientes

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Calçadas reformadas e novas lixeiras dão, desde 2009, um aspecto renovado à Avenida Paulista. A reforma da via mais famosa da cidade, porém, não contemplou um dos piores pontos de seu urbanis-mo: a iluminação. Tidas como fracas e inadequadas

por urbanistas, as lâmpadas instaladas na via são o novo alvo da prefeitura. Há cerca de um mês, a SP Urbanismo aprovou na Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) o estudo apresentado pelo Ilume (Departamento da iluminação públi-ca da Prefeitura). A expectativa é que a instalação comece no início de 2011. “Na Paulista, o objetivo é proporcionar uma ilu-minação mais contínua e eficiente ao longo de toda a avenida”, diz Regina Monteiro, diretora da SP Urbanismo.

As alterações são reivindicações antigas da Associação Paulista Viva. Há quase nove anos a entidade pede mais ilumina-ção, especialmente nas calçadas. “Hoje a luz só chega à avenida. As calçadas são escuras, o que favorece a sensação de insegu-rança”, declara Antônio Carlos Franchini Ribeiro, presidente da entidade. De acordo com a Paulista Viva, a falta de segurança na avenida é o principal ponto das reclamações recebidas. Para melhorar a luminosidade das calçadas, o projeto prevê a dimi-nuição da altura dos postes em cinco metros e a substituição das atuais lâmpadas de sódio, alaranjadas, por outras de vapor me-tálico, de coloração branca, com índice de iluminância mais alto.

A mudança na Avenida Paulista deve ser o piloto de um projeto mais ambicioso da prefeitura, que pretende definir um plano dire-tor para a iluminação e para a paisagem de toda a cidade. Segun-do Regina Monteiro, o primeiro passo será fazer um diagnóstico da situação atual, mapeando as luzes de ruas e avenidas. A partir desse levantamento, serão estabelecidas as diretrizes para o ta-manho dos postes e a intensidade da luz. “A ideia é organizar a iluminação e hierarquizar as referências da cidade”, afirma Regina.

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Cláudia Borges Shimabukuro e Letícia Mariotto, especia-listas em Lighting Design, adoram o movimento da Avenida Paulista e montaram seu escritório em uma de suas traves-sas. Para elas e incontáveis outros paulistanos apaixonados pela avenida, ela é o cartão postal de São Paulo e deve con-tinuar a sê-lo. Assim, é preciso torná-la viva durante todo o dia e à noite, razão pela qual um bom projeto de iluminação é imprescindível, aumentando o movimento e a segurança no local, incentivando também empreendimentos voltados para usos de lazer e comerciais.

Embora já existam pares de combinações que funcionam, como cinema e restaurantes, a via deverá ser, por si própria, uma atração: tanto a calçada, como o conjunto arquitetônico e o leito carroçável.

Cláudia e Letícia idealizam uma Avenida Paulista sem obs-táculos visuais − como os postes altos no canteiro central −para o ano de 2050. Ao invés de mobiliário urbano disposto de modo esparso nas calçadas, pensam em conjuntos de equi- pamentos urbanos com a mesma aparência, integrados a uma faixa de vegetação entre o passeio e a rua.

Arquitetos mostram seu olhar noturno e diurno sobre a Avenida Paulista daqui a 40 anos e propõem mudanças. Quer como centro financeiro, quer como corredor e/ ou zona de passagem, o cartão postal da cidade merece continuar a sê-lo.2050

PAULISTA

É fundamental trazer a ar-quitetura para a escala humana, conferir identidade ao mobiliário urbano e unificá-lo para eliminar ruído na paisagem urbana.

Letícia Mariotto e Cláudia Borges Shimabukuro, sócias da Lit Arquitetura de Iluminação

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Para a humanização da iluminação, elas pro-põem um redesenho das luminárias com OLEDs − organic light emitting diodes, que possuem moléculas de carbono em sua composição −, finíssimas placas de iluminação que, segundo pesquisas na área, em breve poderão assumir qualquer formato e tamanho, além de alcançarem total transparência. Com o emprego da mesma tecnologia, as arquitetas querem dar um baliza-mento ao piso do calçamento, criando regiões ou pontos com iluminação especial para hierarquizar a arquitetura da avenida, indicando os edifícios de valor histórico, cultural e/ ou arquitetônico.

A tecnologia OLED, que Cláudia e Letícia co-nheceram mais a fundo na Light+Building 2010 − Feira Internacional Bienal de Iluminação, Tec-nologia e Arquitetura, realizada em Frankfurt −, também dá vazão a outras ideias. Entre elas, transformar alguns edifícios da Paulista em insta-lações de arte noturnas, com suas fachadas de vidro cobertas por OLEDs, formando desenhos que serão vistos somente à noite.

A iluminação deve servir à arquitetura e ser coerente com a sua linguagem, desde o conjunto urbano dos edifícios ao mobiliá- rio e outros equipamentos, sejam eles ban-cas de jornal, orelhões, cestos de lixo, entra- das do metrô, pontos de ônibus, etc.

Protótipo de OLED flexível

O OLHAR NOTURNO

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Ibes pos sentima, uteripte hem in hebatudet non visse, co-tilne quidit, nossus menter unimus atiam diis eortem aurei con-fenatqua virio moltua erituastra recre tus? Nossenarit? Ur aus ves hucis, urivis ausses nimuler issentratu sere comanultur. Lus con terfin hocula quameniti, cononsuam cris factus, crem ta vis perrarici scri publinpris, dent. Itam ocupio consulem audees-esim actuser uopemn;

Fautus bonsus fuemusq uodinatemus visi, coenit, consimpo-pos vis dientertus, consus terortemum menatua des remen-telut atquem caectuis aut vid sent arei patum se ingulis sed condac re tam in niris atimus vo, con ac inatus idi sus, nost? Imus, sum vivitatiam hocuteres in telibem iptea vicaturmuler issentratu sere comanterfin hocula quamenito.

A avenida tem vocação para o uso mis-to. Não se pode pensá-la apenas para o comércio. Precisa de mais lazer durante todo o dia para continuar viva. Estamos fazendo um projeto com estudantes de arquitetura para valorizar a região.

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Na simulação apresentada, uma finíssima película de OLEDs transparentes foi aplicada sobre o concreto e funciona como uma fotocélula, absorvendo luz so-lar durante o dia e emitindo luz durante a noite, cri-ando mosaicos diversos ou qualquer tipo de imagem ou texto. A programação da iluminação noturna pode seguir um calendário de eventos da avenida, exibindo imagens, texturas, frases ou cores de acordo com o evento em destaque. Um outro controle mais sofisti-

Simulação de iluminação com películas de OLED sobre a fachada do edifício da TV Gazeta e no piso da calçada. Acompanhando essa proposta, a vegetação também recebe iluminação de destaque.

cado permitiria que a iluminação interagisse com o movimento dos pedestres.

Até 2050, a consolidação dessa tecnologia tornará sua aplicação mais barata e acessível, e toda a avenida será uma atração noturna permanente, com painéis de luz mutantes, luminárias centrais vanguardistas e edifí-cios referenciais sempre destacados à noite, de forma diferente do que acontece de dia.

O QUE É UM OLED?

O OLED, diodo orgânico emissor de luz (Organic Light-Emitting Diode, em inglês) é uma tecnologia criada pelaKodak em 1980. O diodo é composto por moléculas de car-bono que emitem luz ao receberem uma carga elétrica. A vantagem é que, ao contrário dos diodos tradicionais, essas moléculas podem ser diretamente aplicadas sobre a super-fície de uma tela, usando um método de impressão, com emissão de luz difusa e homogênea por toda a superfície. É uma tecnologia extremamente eficiente. Pode ser muito fino, flexível e até transparente.

Na feira de iluminação Light+Building, que ocorreu em abril deste ano em Frankfurt, Cláudia e Letícia já puderam ver o OLED em alguns produtos. Suas possibilidades e limites ainda não são conhecidos.

CLÁUDIA BORGES SHIMABUKUROArquiteta e Urbanista formada pela FAUUSP, trabalha com ilumina-ção desde 1997. De 1999 a 2005, foi coordenadora de projetos em um dos maiores de escritórios de iluminação do Brasil. De 2005 a 2007, trabalhou na EMURB − Empresa Municipal de Urbanização na Direto-ria de Meio Ambiente e Paisagem Urbana − em projetos urbanísticos envolvendo iluminação pública. Paralelamente, continuou desenvol-vendo outros projetos de iluminação.

LETÍCIA MARIOTTOArquiteta formada pela FAU Mackenzie em 1997, mesmo ano do curso especialização no CISA − Centro Internazionale di Studi di Architettura − sobre Andrea Palladio, na Itália. De 2001 a 2004, foi coordenadora em um dos maiores escritórios de iluminação do Brasil. Desde 2004 cria projetos de iluminação independentes.

LIT ARQUITETURA DE ILUMINAÇÃONasceu de um sonho de Cláudia e Letícia, concretizado em 2007. Atualmente já tem um parceiro internacional em Dubai, a Studio Lite.

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2050O OLHAR DIURNO

Alessandro Sbampato, sócio da Oficina AR Arquitetura e professor na FIAM/FAAM

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PAULISTA Arquitetos mostram seu olhar noturno e diurno sobre a Avenida Paulista daqui a 40 anos e propõem mudanças. Quer como centro financeiro, quer como corredor e/ ou zona de passagem, o cartão postal da cidade merece continuar a sê-lo.

É impossível dissociar prognósticos sobre a Avenida Pau-lista de uma visão sobre toda a cidade. Eis a opinião do ar-quiteto e urbanista Alessandro Sbampato. Daqui a 40 anos, ele crê que a cidade continuará em seu regime de crescimen-to atual − com tendência de equilíbrio −, mais voltado para o adensamento das zonas centrais. Não à toa, estão muito em voga discussões sobre recuperação de edifícios antigos para os mesmos usos que os originaram, ação repaginada pelas grandes incorporadas com o nome de retrofit.

De qualquer forma, o que muda é a infraestrutura, e não o entorno imediato dos edifícios. Para que se respeite e se preserve a vocação de cada local, é preciso melhorar e adequar sua infraestrutura urbana ao adensamento que ocorre na região. O deslocamento artificial do eixo finan-ceiro da Avenida Paulista para a Berrini foi um exemplo de ação artificial, ruim para a cidade. O adensamento não se torna um câncer, um inchaço urbano, porque foi planejado em conjunto com o funcionamento harmônico dos sistemas urbanos: transporte, iluminação, destinação de resíduos sólidos e líquidos, mobiliário urbano, espaços livres como praças e parques, etc. Adensamento não é essencialmente ruim, mas intensifica conflitos.

Para que se respeite e se preserve a vocação de cada local, é preciso melhorar e adequar sua infraestrutura urbana ao adensamento que ocorre na região.

Sob essa ótica, Alessandro pontua que a Pau-lista de 2050 deve ter restaurado o seu perfil de centro financeiro aglutinador de negócios. Os deslocamentos, quando ocorrem, devem estar acompanhados de soluções para a reocupação das áreas “abandonadas”, cuja densidade diminui. Hoje, a avenida ganhou um novo e significativo público que começa a se apropriar do seu espa-ço, até então desconhecido: os trabalhadores de call-centers. Com a migração de muitos bancos para a Berrini, foi essa a população que evitou a obsolescência da Paulista. São eles que vivenciam novos comportamentos coletivos nesse espaço altamente qualificado, exercendo novas formas de cidadania e formação pessoal: afinal, um ambiente bem conservado estimula a continuidade de sua con-servação. O uso conserva.

A esse público ávido por participar de espaços qualificados deve se juntar o usuário “antigo” que migrou para outras ave-nidas, além dos atuais moradores. Para isso, são essenciais os usos residencial, comercial e de lazer no mesmo espaço: cada um atrai e complementa os demais.

Alessandro estima que o adensamento da região da Paulis-ta não acontecerá no topo do espigão, mas sim nas encostas, ou seja, nas travessas e ruas paralelas. Na avenida, provavel-mente, ocorrerão demolições, pois o retrofit em edifícios com potencial limitado para ampliação vertical pode exigir produ-tos novos, não arquitetura adaptada para novas tecnologias.

A grande mudança arquitetônica, portanto, englobará de-terminados trechos dos Jardins e de Cerqueira César, onde quadras inteiras podem dar lugar a prédios que eventual-mente tenderão a atingir a mesma altura daqueles presen-tes na avenida, formando um platô de coberturas de edifí-cios, conectadas por praças suspensas com vegetação.

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A Paulista de 2050 deve ter res-taurado o seu perfil de centro finan-ceiro aglutinador de negócios.

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Nesse processo, a construção sustentável e conceitos como green buildings deixarão de ser discurso para se insti-tucionalizarem, tornando as edificações mais do que autos-suficientes em energia: serão geradoras, cujo excedente − a exemplo da Alemanha, onde a energia obtida por meio de placas fotovoltaicas de uma residência ultrapassa o seu con-sumo e é comercializada − poderá ser vendido para o Estado.

Em 2050, os carros ainda circularão na Paulista. Os ôni-bus, porém, cederão lugar ao VLT (Veículo Leve sobre Tril-hos), compatível com a escala do pedestre e destinado ao tráfego local e a um percurso quase turístico, reservando-se ao metrô (uma vez ampliada a sua malha) o transporte de massa. Os rebaixamentos da avenida ocorreriam em peque-nos trechos de interesse histórico e/ ou de grande circu-lação de pedestres, como a área da Praça Oswaldo Cruz, contígua ao Shopping Paulista, a conexão entre o MASP e o Parque do Trianon e a junção da avenida com a Rua da Consolação, onde a linha 4 do metrô já terá otimizado a uti-lização de espaços públicos e privados atualmente ociosos.

O toque final, na visão de Alessandro, ficará por conta do transporte aéreo. Ele lembra que, já em 1910, em Par-is, Santos Dumont estacionava seu balão manobrável no alto, jogando os lastros na varanda de seu apartamento, para, em seguida, desembarcar diretamente na residência. Transportada para 2050, essa ideia ganharia nova roupa-

gem, mas seu acesso estaria restrito ao mercado do luxo. Atualmente, a concepção mais próxima disso são edifícios residenciais com elevadores para automóveis que desem-bocam diretamente em cada apartamento, um exagero que demonstra ainda o valor equivocado do carro na vida da cidade. O isolamento que essa comodidade traria seria minimizado pelas praças suspensas conectando os edifícios comerciais e residenciais, novos espaços de convívio social.

Tudo isso mostra que estruturas urbanas complexas como a cidade de São Paulo requerem soluções não me-nos complexas − contudo, possíveis e planejáveis − para referenciais como a Avenida Paulista.

ALESSANDRO SBAMPATOArquiteto e Urbanista formado pela FAUUSP em 1996, é especialista em Gestão Ambiental, e integrante do Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz da Sub-prefeitura Santana/Tucuruvi. Em 2003, com seu colega de profissão Roberto Godoy, fundou a Oficina AR, voltada para arquitetura, habita-ção de interesse social, design gráfico e mobiliário. É professor no cur-so de Arquitetura e Urbanismo da FIAM/FAAM, e também pesquisa sobre a territorialidade dos espaços urbanos de uso coletivo.

Croqui mostrando as conexões entre os altos edifícios que, na visão de Alessandro, provavelmente serão construídos nas encostas da Paulista. As conexões são praças que estimulam o convívio entre os moradores e usuários dos prédios.

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Arte e Vida em Eros OggiEspaço Cultural Citi - Av. Paulista, 1.111 - térreoO artista italiano naturalizado brasileiro expõe 26 óleos, feitos entre 1996 e 2010. Seg. a sexta, das 9h às 19h / Sáb., dom. e feriados, das 10h às 17h - Até 14/01 - Gratuito.

As Construções de BrasíliaGaleria de Arte do SESI - Centro Cultural FIESPFotografias do acervo do Instituto Moreira Salles e uma seleção de obras de artistas que retratam a cidade. Seg., 11h às 20h / Ter. a sáb., 10h às 20h / Dom., 10h às 19h - Até 30/01 - Gratuito.

Carlos Oswald, O Resgate de Um MestreCaixa Cultural - Galeria Vitrine da Paulista Av. Paulista, 2073 - térreoRetrospectiva com 70 obras, entre paisagens, retratos e imagens religiosas. Terça a sábado, das 9h às 21h / Domingos e feria-dos, das 10h às 21h - Até 20/02 - Gratuito.

Exposição CinemagnéticoCineSESC - Rua Augusta, 2075Figuras imantadas espalhadas pelas paredes permitem que o público interaja com cenas clássicas do cinema mundial. Seg. a sexta, das 14h às 21h - Até 31/12 - Gratuito.

Galáxia HaroldoCasa das Rosas - Avenida Paulista, 37Documentário que acompanha a exposição permanente dos móveis e objetos que compunham o escritório do poeta Haroldo de Campos. Ter. a sex., 10h às 21h / Sáb., dom. e feriados, 10h às 18h - Gratuito.

Histórias de Mapas, Piratas e TesourosItaú Cultural - Avenida Paulista, 149 - ParaísoTesouros da fotografia lationamericana atual, reunindo 22 artistas que usam novas e velhas tecnologias. Seg. a sex., 9h às 20h / Sáb., dom. e feriados, 11h às 20h - Até 19/12 - Gratuito.

Lugares, Estranhos e Quietos - Win WendersMASP - Av. Paulista, 1.578A sensibilidade do cineasta alemão está evidenciada nes-sa mostra de 23 fotografias tiradas durante suas viagens, nos últimos dez anos. Ter., qua., sex. a dom. e feriados das 11h às 18h; quinta das 11h às 20h. R$ 15,00. Grátis às terças - Até 16/01.

O Egito sob o Olhar de NapoleãoItaú Cultural - Avenida Paulista, 149 - Paraíso Reunião dos 21 volumes da obra Description de L’Egypte, estudo decorrente da campanha de Napoleão no país. Seg. a sex., 9h às 20h / Sáb., dom. e feriados, 11h às 20h - Até 19/12 - Gratuito.

Poetas Malditos: a “Musa Praguejadora” de Gregório de MatosCasa das Rosas - Avenida Paulista, 37Seleção de publicações de e sobre Gregório de Matos, pertencentes ao Acervo Haroldo de Campos, revela o in-teresse permanente de Haroldo na obra do poeta baiano.Ter. a sex., 10h às 21h / Sáb., dom. e feriados, 10h às 18h - Até 19/12 - Gratuito.

Se Não Neste Tempo - Pintura AlemãContemporânea: 1989-2010 MASP - Av. Paulista, 1.578Coletiva com 83 obras de 26 artistas, organizada exclusiva-mente para o MASP, com nomes como Thomas Scheibitz e Werner Tübke. Ter., qua., sex. a dom. e feriados das 11h às 18h; quinta das 11h às 20h. R$ 15,00. Grátis às terças - Até 09/01.

Imagem de colunas egípcias (colorida no século XIX) mostra a entrada de palácio na Ilha de Philae, conquistada por Napoleão

O cartão postal da cidade e suas imediações formam um cor-redor cultural de fácil acesso, tanto de metrô como de ônibus. Casa das Rosas, Itaú Cultural, os teatros do Sesi, do Hotel Renais-sance e da Gazeta, cinemas de uma extremidade à outra da ave-nida, lojas, bares, restaurantes, cafés e livrarias. Impossível resistir a essa profusão de atrações.

Esta semana é a última oportunidade para uma visita a im-portantes exposições: fotografia e o Egito, no Itaú Cultural, e o poeta Gregório de Matos, na Casa das Rosas. O tempo agradável é um convite para conhecê-las. Reservar alguns minutos para uma caminhada na avenida, apreciando a bela decoração de Natal, é um passeio mágico. Aproveite!

ARTE

Fonte: www.istoe.com.br/reportagens/109163_O+EGITO+DE+NAPOLEAO+BONAPARTE

ROTEIRO Imagens de esfinges e pirâmides visitam a Paulista, que também recebe fotografias do cineasta Wim Wenders. No palco, textos de Clarice Lispector e, nas telas, o retorno de Coppola com o aguardado “Tetro”

LITERATURACASA DAS ROSAS - Avenida Paulista, 37Sarau Poetas da Casa das RosasSarau mensal, tendo como curadora Maria Alice Vasconcelos, com a participação de alunos e ex-alunos dos cursos da Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. Domingo, 19/12, às 15h. Gratuito.

Sarau Chama Poética - 6 anosO sarau comemora 6 anos e homenageia o poeta responsável pela criação do pro-jeto, Antônio Lázaro de Almeida Prado. Domingo, 19/12, às 18h. Gratuito.

Projeto Revista Cultural - com os BabilaquesSarau com música que homenageia Clarice Lispector. Sexta, 17/12, às 20h. Gratuito.

BIBLIOTECASCasa das Rosas - Biblioteca Circulante - Av. Paulista, 37Especializada em literatura e poesia, tem um acervo de 2,5 mil títulos. Informe-se sobre como se associar. Tel: (11) 3285.6986 / 3288.9447 ou [email protected].

FIESP - Biblioteca Jurídica - Av. Paulista, 1313 - 5º andarMais de 4 mil livros, para consulta nas dependências da biblioteca. Atendimento das 8h30 às 17h. Mais informações: (11) 3549-4396.

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PororocaMezanino do Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso – Av. Paulista, 1313. A peça aborda o impacto que a pororoca, “onda destruidora” no dialeto indí-gena, causa entre os ribeirinhos do Mearim, mesclando o real e o imaginário em cenas leves e outras que discutem desde o incesto e a exploração sexual até a falta de assistência médico-hospitalar. Qui. a sáb., 20h30 / Dom. às 19h30 - 16 a 19/12. Gratuito (não recomendado para menores de 18 anos). 50 lugares. Informações: (11) 3146-7405 .

HellTeatro do SESI - Av. Paulista, 1313. Hell, uma garota rica, fútil e arrogante, despreza a natureza, e seu credo se re-sume à beleza e ao consumo, até que surge o amor, num trágico envolvimento com um jovem tão rico e tão imerso no desespero quanto ela. Sex. a dom., às 17h e às 20h - 17 a 19/12. R$ 10,00 e R$ 5,00 a meia. 456 lugares. Gratuito às quintas e sextas. Informações: (11) 3146-7405 /7406.

Simplesmente Eu, Clarice LispectorTeatro Renaissance - Alameda Santos, 2233O monólogo dirigido, adaptado e interpretado por Beth Goulart, mostra o caminho percorrido por Clarice Lispector rumo ao amor, ao seu universo e às suas dúvidas e contradições. Baseia-se em trechos de depoimentos, entrevis-tas, correspondências e dos livros Perto do Coração Selvagem, O Livro dos Prazeres, além de alguns contos. Sex. às 21h30, sáb. às 21h e dom. às 19h. Até 19/12. R$ 50,00 a R$ 60,00 (não recomendado para menores de 12 anos). 466 lugares. Informações: (11) 2122-4241.

TEATRO e CINEMAROTEIRO

Ajude a preservar a Avenida Paulista, o cartão postal de São Paulo!

Projete uma boa imagem da sua empre-sa para mais de 20.000 contatos!

LIGUE: 3405-0135.

FILMES BELAS ARTESTel: 3258-4092

BRISTOLTel: 3289-0509

CINESESCTel: 3087-0500

LIVRARIA CULTURATel: 3085-3696

PAULISTA CINEMARK

Tel: 3142-9242

PAULISTAPLAYARTETel: 5053-6934

RESERVACULTURALTel: 3087-3529

UNIBANCOTel: 3288-6780

AbutresSala 3

14h30 / 16h30 18h30 / 20h30

Sala 213h45 / 17h35

21h35

Sala 314h40 / 17h00 19h20 / 21h40

Acácio Sala 614h / 19h40

Amor Por AcasoSala 6

14h / 16h / 18h / 20h / 23h59

Sala 710h50 / 15h30

20h10

Antes que o Mundo Acabe Sala 114h

A Desconhecida Sala 312h

A Falta que me Faz Sala 615h40 / 21h30

A Origem Sala 521h

A Rede SocialSala 1

14h / 16h2019h / 21h20

Sala 413h30 13h45 16h15 / 16h

18h30 / 18h45 21h15 / 23h45

Sala 417h05 / 19h25

21h40

Sala 114h / 16h30 19h / 21h30

Sala 513h00 / 15h40 18h30 / 21h15

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Sala 215h30 / 17h30

Sala 414h50 / 17h05 19h25 / 21h40

A Sétima AlmaSala 7

13h05 / 17h40 22h25

A Suprema Felicidade Sala 516h40

As Crônicas de Nárnia : A Viagem do Peregrino da Alvorada

Sala 114h / 14h40

16h20 / 17h00 18h40 / 19h20

21h40

Sala 1 e 310h15 / 13h

14h45 / 15h35 18h15 / 19h25 21h / 23h35

00h05

Dois Irmãos Sala 216h30

Enterrado Vivo

Sala 7 13h / 15h 17h / 19h

23h

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1

Sala Villa-Lobos19h30 / 21h50

Sala 2 20h10

Sala 216h50 / 19h10

21h30

Sala 2 e 411h10 / 12h

14h10 / 15h10 17h20 / 18h20 20h30 / 21h30

23h40

José & Pilar Sala 617h20

Sala 219h30

Sala 514h00 / 16h30 19h00 / 21h30

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FILMES BELAS ARTESTel: 3258-4092

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PAULISTA CINEMARK

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MacheteSala 4

14h10 / 16h10 / 19h10

Medos Privados em Lugares Públicos

Sala 514h20

MegamenteSala 3

12:40 / 14:40 16:40 /18:40

Sala 1 e 610h30 / 12h40 12h50 / 15h

17h15 / 17h30 19h50 / 21h55

Meu Mundo em PerigoSala 4

14h30 / 16h30 20h40

Minha Terra, África Sala 315h10

Muita Calma Nessa Hora Sala 622h10 / 00h20

O Ciúme Mora ao Lado Sala 423h

Sala 423h55

O Garoto de LiverpoolSala 2

14h10 / 16:10 18h10 / 23h00

Senna Sala 218h40

Sessão Noitão Sala 623h50

Skyline - A Invasão

Sala 513h30 / 15h30 17h30 / 19h30

23h30

Socialisme Sala 3

13h10 / 17h10 19h10 / 21h10

TetroSala 1

14h10 / 16h35 19h / 21h30

Sala 116h30 / 19h

Tropa de Elite 2 Sala 214h

Sala 116h50 / 19h10

21h30

Sala 317h10 / 19h30

21h50

Você vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos

Sala 220h40 / 22h40

Sala 320h40 / 22h40

Sala 213h00 / 15h50

19h40

Sala 215h20 / 17h30

21h50

Sala 213h / 15h50

19h40

Sala 214h / 16h

18h / 20h / 22h

CINEMAROTEIRO

Os horários e os dias das sessões estão sujeitos a alterações. Entre em contato com os cinemas antes de escolher o filme e a sessão.

Ajude a preservar a Avenida Paulista, o cartão postal de São Paulo!

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PERFIL QUEM SÃO OS MORADORES DA PAULISTA?

Conheça as histórias de ilustres personagens que permanecem na Avenida depois do horário comercial

Ugo Rossini, imigrante italiano que escolheu a Paulista como moradia desde a década de 60.

Foto

: Ana

Luiz

a Jim

enez

William Restom, 89, tem saúde invejável e mora na avenida há 47 anos.

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: Ana

Luiz

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anos no Brasil, Rosini já teve três endereços diferentes na cidade, todos na avenida mais importante da capital. “O clima da região da Paulista é o melhor em São Paulo”, explica. Do alto de seu apartamento no 22° andar, Ugo se orgulha de ter uma vista privilegiada. “Sempre optei por prédios com uma bela vista da cidade.”

Outro morador célebre do Saint-Honoré é o advogado aposentado William Reston. Com 89 anos e morador do edifí-cio há 47 anos, William conta que sempre gostou de morar em um dos endereços mais importantes da cidade. “Aqui na Avenida Paulista tem tudo muito perto e há facilidade de acesso para todos os lugares.”

A cada ano que passa o número de prédios residenciais na Avenida Paulista diminui. Segun-do dados da Associação Paulista Viva, cinco mil pessoas residem em um dos endereços comer-ciais mais valorizados de São Paulo. A Paulista é um lugar em que as diferenças convivem todos os dias, e seus moradores refletem esta diver-sidade. Não importa se acabaram de chegar ou se construíram uma vida em um só endereço, esses vizinhos anônimos dividem o mesmo sen-timento de amor por uma das avenidas mais famosas do Brasil.

História do Saint-Honoré Projetado pelo empresário João Artacho Jura-do (1907 – 1983) no início dos anos 1960, o Edifício Saint Honoré faz parte da ocupação de prédios altos que se instalaram na Paulista neste período. De arquitetura modernista, o Saint Honoré tem al-guns dos moradores mais antigos da Paulista.

Ugo Rosini se orgulha de ter sido um dos pri-meiros a se mudar para o prédio. Italiano da cida- de de Merate, Ugo veio para o Brasil em 1960, quando foi transferido pela empresa Pirelli. “Escolhi desde os meus primeiros dias em São Paulo morar na Paulista”, conta. Há mais de 50

Olhar Estrangeiro Não são só os paulistanos que se encantam com a nossa querida avenida. Natural de Manaus, no Amazonas, a designere professora universitária Lilian Schreiner não escolheria outro endereço na capital, e desde que se mudou para São Paulo, em julho de 2009, tinha o desejo de ser vizinha do MASP e do Parque Trianon. “Adoro morar na Avenida Pau-lista, é a realização de um sonho residir no coração financeiro e cultural de São Paulo”, conta entusiasmada.

Segundo Lilian, a Avenida Paulista fica ainda mais bonita e agitada no final do ano. “A decoração de Natal aumenta o mo-vimento por aqui, acho super divertido e animado ver tantos carros indo e vindo e tantas pessoas na rua tirando fotos da decoração de Natal.” Além disso, Lilian conta que a facilidade do endereço comercial, como várias estações de metrô, co-mércio bastante desenvolvido e intensas atividades culturais, compensam os ruídos de carros e buzinas durante a noite.

Aqui na Avenida Paulista tem tudo muito perto e há facilidade de acesso para todos os lugares.

Escolhi, desde os meus pri-meiros dias em São Paulo, morar na Paulista.

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