CÓDIGO DE ÉTICA DA POLICIA MILITAR DO ESTADO DE MATO
GROSSO DO SUL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
DAS GENERALIDADES
Art. 1º - O Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Mato
Grosso do Sul – CEDM – tem por finalidade definir, especificar e classificar as
transgressões disciplinares estabelecendo normas relativas às sanções disciplinares,
conceitos individuais, recursos disciplinares e recompensas.
Art. 2º - A camaradagem torna-se indispensável à formação e ao convívio da
família militar estadual, cumprindo existir as melhores relações sociais entre esses
profissionais.
Art. 3º - Para efeito deste Código, todas as Organizações Policiais Militares e
Bombeiros militares, como Quartel do Comando Geral, comandos de policiamento,
diretorias, estabelecimentos, repartições, escolas, campos de instrução, centros de
formação e aperfeiçoamento, unidades operacionais e outras serão denominadas
“OPM”.
Parágrafo único. Para efeito deste Código, são denominados comandantes
todos os comandantes, diretores ou chefes das organizações militares estaduais.
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
Art. 4º - A hierarquia e a disciplina constituem a base das instituições militares
do Estado de Mato Grosso do sul.
§ 1°- A hierarquia é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da
estrutura das Instituições Militares Estaduais.
§ 2°- A disciplina militar é a exteriorização da ética profissional dos militares
do Estado e manifesta-se pelo exato cumprimento de deveres, em todos os escalões e
em todos os graus da hierarquia, quanto aos seguintes aspectos:
I – pronta obediência às ordens legais;
II – observância às prescrições regulamentares;
III – emprego de toda a capacidade em benefício do serviço;
IV – correção de atitudes;
V – colaboração espontânea com a disciplina coletiva e com a efetividade dos
resultados pretendidos pelas instituições militares estaduais.
Art. 5° - O princípio de subordinação rege todos os graus da hierarquia militar,
em conformidade com o Estatuto dos Militares do Estado de Mato Grosso do Sul.
Parágrafo Único: A precedência hierárquica entre os militares estaduais se
estabelece básica e primordialmente pela subordinação funcional.
CAPÍTULO III
DOS PRINCÍPIOS ÉTICOS
Art. 6º - O sentimento do dever militar, a honra e a correção de atitudes impõe
conduta moral e profissional irrepreensíveis a todos integrantes das instituições
militares estaduais, os quais devem observar os seguintes princípios da ética militar:
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade
profissional;
II - observar os princípios da administração pública, no exercício das
atribuições que lhe couberem em decorrência do cargo;
III- respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV - cumprir e fazer cumprir as leis, códigos, resoluções, instruções e ordens
das autoridades competentes;
V - ser justo e imparcial na apreciação e avaliação dos atos praticados por
integrantes das instituições militares estaduais.
VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e também pelo dos
subordinados tendo em vista o cumprimento da missão comum;
VII - praticar a camaradagem e desenvolver o espírito de cooperação;
VIII - ser discreto e cortês em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem
escrita e falada, além de observar a boa educação;
IX - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de assuntos internos das
instituições militares ou de matéria sigilosa;
X - cumprir seus deveres de cidadão;
XI - proceder de maneira ilibada na vida pública e particular;
XII - observar as normas da boa educação;
XIII - garantir assistência moral e material à família ou contribuir para ela;
XIX – preservar e praticar, mesmo fora do serviço ou na inatividade, os
preceitos da ética militar;
XX - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades
pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XXI - zelar pelo bom nome das instituições militares estaduais e de cada um
dos seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética militar.
XXII – abster-se mesmo na inatividade do uso das designações hierárquicas:
a) Em atividades liberais, comerciais ou industriais;
b) Para discutir ou provocar discussão pela imprensa a respeito de assuntos
institucionais;
c) No exercício de cargo de natureza civil, na iniciativa privada;
d) Em atividades religiosas;
e) Em circunstâncias prejudiciais à imagem das Instituições Militares
Estaduais.
CAPÍTULO IV
DA ESFERA DA AÇÃO DO REGULAMENTO DISCIPLINAR E COMPETÊNCIA
PARA A SUA APLICAÇÃO
Art. 7º - Estão sujeitos a este Código de Ética os militares estaduais da ativa e
inativos.
§ 1º - Os alunos de órgãos específicos de formação de policiais militares
também estão sujeitos aos regulamentos, normas e prescrições das unidades escolas que
estejam matriculados, sendo que aquelas alterações disciplinares não deverão constar
nos assentamentos funcionais após a formação.
§ 2º - Os Coronéis nomeados juízes dos Tribunais de Justiça Militar Estadual,
na forma prevista no parágrafo 3º do art. 125 da Constituição Federal, são regidos por
legislação específica.
Art. 8º - As disposições deste Código aplicam-se aos militares estaduais da
inatividade quando, ainda que no meio civil, se conduzam, inclusive por manifestações
através da imprensa, de modo a prejudicar os princípios da hierarquia, da disciplina, do
respeito e do decoro da classe militar.
Art.9º - A competência para aplicar as prescrições contidas neste código é
conferida ao cargo, não ao grau hierárquico e são competentes para aplicá-las:
I - O governador do estado, secretário de estado de segurança pública e o
comandante geral a todos os integrantes das suas respectivas instituições
militares;
II - O subcomandante geral aos que estiverem sob suas ordens;
III - O corregedor a todos integrantes das instituições militares estaduais,
exceto o comandante geral e o subcomandante geral;
IV - O chefe do EMG, ajudante geral, os comandantes de grandes comandos
operacionais, diretores de órgãos de direção setorial e os coordenadores aos
que servirem sob suas ordens;
V - Chefes de seção e de assessorias, cujos cargos sejam privativos de oficiais
superiores, aos que servirem sob suas ordens;
VI - Comandante de Batalhão, comandante de regimento, comandante de
companhia independente, comandante de esquadrão independente e os seus
respectivos subcomandantes aos que estiverem sob suas ordens;
VII - Os demais chefes de seção, até o nível de companhia independente,
inclusive, comandantes de unidades incorporadas e de companhias e pelotões
destacados, aos que estiverem sob suas ordens.
§ 1º - A competência conferida aos chefes de seção e de assessorias deve-se
limitar às exigências relacionadas às atividades inerentes ao serviço de suas repartições.
§ 2º - Toda decisão de arquivamento de sindicâncias ou de qualquer peça de
investigação sobre transgressão disciplinar, fica obrigatoriamente sujeita a reexame,
pelo corregedor; e se ela for proferida pelo comandante das instituições militares do
Estado de Mato Grosso do Sul, deverá ser submetida ao Secretário de Estado da
Segurança Pública.
Art.10 - Todo militar estadual que tiver conhecimento de ato contrário à
disciplinar contra si ou contra terceiros, deve comunicar disciplinarmente o fato, no
prazo de cinco dias úteis, por escrito, ao seu comandante imediato.
§ 1º - A comunicação disciplinar deve ser clara, concisa e precisa; conter os
dados capazes de identificar às pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data e a hora da
ocorrência e caracterizar as circunstâncias que a envolveram, sem tecer comentários ou
opiniões pessoais.
§ 2º - O comandante não tendo competência legal para solucionar a
comunicação disciplinar deve encaminhá-la a autoridade competente no prazo de um
dia útil.
§ 3º - O comandante sendo autoridade competente para solucionar a
comunicação disciplinar deve instaurar de imediato o procedimento administrativo
adequado.
§ 4º - O militar estadual que proceder a comunicação disciplinar contra a
autoridade, a qual estiver subordinado deve ser afastado da sua linha de subordinação
direta, até a apuração dos fatos, permanecendo na localidade onde serve, salvo a
existência de fatos que contraindiquem a sua permanência na mesma.
Art.11 - O prazo para conclusão da apuração de transgressão disciplinar (ATD)
é de trinta dias úteis, a contar da data do termo de recebimento.
Art.12 - A autoridade competente tem cinco dias úteis para solucionar o auto
de transgressão disciplinar (ATD), devendo aplicar sanção, acatar as justificativas ou
reconhecer a presença de excludentes de infração ou sanção, de acordo com este
Código.
Art. 13 - As transgressões disciplinares envolvendo militares de mais de uma
Organização Militar Estadual devem ser apuradas exclusivamente pela corregedoria.
TÍTULO II
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO V
DA ESPECIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES
Art. 14 -Transgressão disciplinar é toda ofensa concreta aos princípios da ética
e aos deveres inerentes às atividades dos militares estaduais em sua manifestação
elementar e simples, objetivamente especificada na parte especial deste Código,
distinguindo-se da infração penal, considerada violação dos bens juridicamente
tutelados pelo Código Penal Militar ou comum.
CAPÍTULO VI
DO JULGAMENTO DAS TRANSGRESSÕES
Art. 15 - O julgamento de transgressão deve ser precedido de exame e de
análise que considerem:
I - os antecedentes do transgressor;
II - as causas que a determinaram;
III - a natureza dos fatos ou atos que a envolveram;
IV - as conseqüências que dela possam advir.
Art. 16 - No julgamento de transgressão podem ser levantadas as causas que a
justifiquem.
Art. 17 - São causas de justificação:
I - ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no interesse do
serviço ou da ordem pública;
II - ter cometido a transgressão em legítima defesa, própria ou de outrem;
III - ter sido cometida a transgressão em obediência à ordem superior, desde
que manifestamente comprovada;
IV - ter sido cometida a transgressão pelo uso imperativo de meios violentos, a
fim de compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever, no caso
de perigo, necessidade urgente, calamidade pública, manutenção da ordem e da
disciplina;
V- ter havido motivo de força maior, plenamente comprovado e justificado;
VI - nos casos de ignorância, plenamente comprovada, desde que não atente
contra os sentimentos normais de patriotismo, humanidade e probidade;
Parágrafo único. Não deve haver punição quando reconhecida qualquer causa
de justificação ou sendo constatada a inexistência da ampla defesa e contraditório.
CAPÍTULO VII
CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES
Art. 18- A transgressão da disciplina deve ser classificada, desde que não haja
causas de justificação, em:
I – leve;
II - média;
III - grave.
IV - gravíssima
TÍTULO III
DAS PUNIÇÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO VIII
DA GRADAÇÃO E EXECUÇÃO DAS PUNIÇÕES
Art. 19- A punição disciplinar objetiva o fortalecimento da disciplina.
Parágrafo único. A punição deve ter em vista o benefício educativo ao punido e
à coletividade a que ele pertence.
Art. 20 - As punições disciplinares a que estão sujeitos os militares estaduais,
segundo a classificação resultante do julgamento da transgressão, são as seguintes, em
ordem de gravidade crescente:
I - repreensão;
II - prestação de serviço;
III - suspensão das atividades militares;
IV – demissão, licenciamento ou exclusão a bem da disciplina.
Art. 21 - A repreensão consiste em uma censura formal ao punido, devendo ser
publicada em Boletim, e registrado em seus assentamentos funcionais.
Parágrafo único. Deve ser punido com a pena de repreensão, o militar estadual
que praticar transgressão disciplinar de natureza leve.
Art. 22 - A prestação de serviço consiste na atribuição ao militar estadual de
tarefa profissional, a critério do comandante da unidade, fora de sua jornada habitual,
correspondente a um turno de serviço semanal, que não exceda a oito horas, sem
remuneração extra.
§ 1º O cumprimento da prestação de serviço deve ser no mínimo vinte e quatro
horas após a última escala de serviço e seu término deve ocorrer no mínimo doze horas
antes da sua próxima assunção de serviço.
§ 2º O cumprimento da punição disciplinar, por militar estadual afastado do
serviço, deve ocorrer após a sua apresentação, pronto na OPM.
§ 3º Deve ser punido com a pena de prestação de serviço, o militar estadual que
praticar transgressão disciplinar de natureza média.
Art. 23- A suspensão das atividades militares consiste em uma interrupção
temporária do exercício de cargo, encargo ou função, não podendo exceder a dez dias,
observado o seguinte:
I – Os dias de suspensão não serão remunerados;
II – A pena disciplinar de suspensão das atividades militares não deve trazer
prejuízo previdenciário, tampouco influenciar na contagem do tempo de efetivo serviço.
Parágrafo único. A aplicação da pena de suspensão das atividades militares
deve obedecer aos seguintes critérios: de um a cinco dias para o militar estadual que
praticar transgressão disciplinar de natureza grave e de seis a dez dias, para o militar
estadual que praticar transgressão de natureza gravíssima, devendo ser observado as
prescrições do parágrafo único do art. 47.
Art. 24 - A demissão, a exclusão a bem da disciplina e o licenciamento, consistem
no afastamento ex-ofício do militar estadual das fileiras da corporação, conforme
prescrito no Estatuto dos Policiais Militares e normas específicas.
§ 1º O militar estadual que praticar transgressão disciplinar de natureza
gravíssima, independente do conceito no qual esteja classificado, deve ser
automaticamente classificado no conceito E, sendo submetido às regras do art. 47.
§ 2º Existindo absolvição no conselho deve ser registrado, para fins de
classificação de conceito a pena disciplinar de suspensão das atividades.
Art. 25 - O licenciamento a bem da disciplina, além da regra prevista no art.
24, deve também ser aplicado, mediante análise da ficha de alterações do militar, por
iniciativa do comandante, ou por ordem das autoridades relacionadas nos incisos I, II,
III e IV do artigo 9º quando:
1) a transgressão afeta o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor
policial militar e o decoro, e, como repressão imediata, assim se torna absolutamente
necessária à disciplina;
2) no conceito E se verifica a impossibilidade de melhoria de comportamento,
como está prescrito neste Código;
3) houver condenação por crime militar, excluídos os culposos;
4) houver prática de crime comum, apurado em inquérito, excluídos os
culposos.
Parágrafo único. O licenciamento a bem da disciplina pode ser aplicado às
praças sem estabilidade assegurada em virtude de condenação por crime militar ou
prática de crime comum, de natureza culposa, a critério das autoridades relacionadas
nos incisos I, II, III e IV do artigo 9º.
CAPÍTULO IX
DAS NORMAS PARA APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DAS PUNIÇÕES
Art. 26 - A aplicação da punição disciplinar compreende descrição sumária,
clara e precisa dos fatos, as circunstâncias que determinam a transgressão, o
enquadramento da punição e a decorrente publicação em Boletim da OPM.
§ 1º - O enquadramento é a caracterização da transgressão acrescida de outros
pormenores relacionados com o conceito do transgressor.
§ 2º - No enquadramento são necessariamente mencionados:
a) a transgressão cometida, em termos precisos e sintéticos e a especificação
em que a mesma incida pelos números constantes na parte especial deste código, não
devem ser emitidos comentários deprimentes ou ofensivos, sendo, porém permitidos os
ensinamentos decorrentes, desde que não contenham alusões pessoais;
b) os artigos e as causas de justificação;
c) a classificação da transgressão;
d) a punição disciplinar imposta;
e) o dia do cumprimento da prestação de serviço se for o caso;
f) a classificação do conceito do militar estadual em que permaneça ou
ingresse;
h) a determinação para posterior cumprimento da prestação de serviço, se o
punido estiver baixado, afastado do serviço ou à disposição de outra autoridade.
§ 3º - A publicação em boletim é o ato administrativo que formaliza a
aplicação da punição ou a sua justificação.
§ 4º - Constatado causa de justificação, no enquadramento e na publicação em
boletim, deve-se mencionar a justificação da falta, em lugar da punição disciplinar
imposta.
Art.27- A aplicação da punição disciplinar deve ser feita com justiça,
serenidade e imparcialidade, para que o punido fique consciente e convicto de que a
mesma se inspira no cumprimento exclusivo do dever.
Art. 28- A publicação da punição disciplinar imposta a oficial ou aspirante-a-
oficial, em princípio, deve ser feita em boletim reservado, podendo ser em boletim
ostensivo, se as circunstâncias ou a natureza da transgressão assim o recomendarem.
Art. 29- A aplicação da punição disciplinar deve obedecer às seguintes normas:
I - por uma única transgressão não deve ser aplicada mais de uma punição;
II - a punição disciplinar não exime o punido da responsabilidade civil que lhe
couber;
III - a ocorrência de mais de uma transgressão, com conexão entre si ou não,
aplica-se a punição correspondente a de maior gravidade.
§ 1º - No concurso de crime e transgressão disciplinar, a transgressão
disciplinar é apreciada para efeito de punição, quando da absolvição,
arquivamento ou da rejeição da denúncia.
Art. 30 - A pena disciplinar de suspensão das atividades militares deve ser
exclusivamente, aplicada pelas autoridades do item I, II, III, IV, V e VI do art. 9º.
Parágrafo Único. A pena disciplinar de suspensão igual ou superior a seis dias
compete somente às autoridades dos itens I, II, III e IV do art. 9º, aplicá-la.
Art. 31- Nenhum militar estadual deve ser interrogado ou punido em estado de
embriaguez ou sob a ação de psicotrópicos.
Art. 32- O início do cumprimento da punição disciplinar deve ocorrer com a
publicação do Boletim da Instituição.
Art. 33- A autoridade que necessitar punir seu subordinado, à disposição ou a
serviço de outra autoridade, deve a ela requisitar a apresentação do punido para a
aplicação da punição.
Art. 34 - A interrupção da licença especial, de licença para tratar de interesse
particular ou de licença para tratamento de saúde de pessoa da família, para
cumprimento de punição disciplinar, somente deve ocorrer se autorizada pelas
autoridades referidas nos incisos I, II e III do art. 9º.
Art. 35- As punições disciplinares, de que trata este Código, devem ser
aplicadas de acordo com as prescrições nele estabelecidas.
§ 1º - As punições disciplinares que cada autoridade referida no art. 9º pode
aplicar são:
I - Demissão e exclusão a bem da disciplina – aplicáveis nos casos previstos,
no art. 69.
II - Licenciamento a bem da disciplina - conforme as regras do art. 29.
III - Suspensão das atividades militares, aplicada pelas autoridades dos itens I,
II, III, IV, V e VI.
IV - Prestação de serviço e repreensão, aplicada por todas as autoridades do art.
9º.
§ 2º - Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com
ação disciplinar sobre o transgressor, tiverem conhecimento da transgressão, à de nível
mais elevado compete punir, salvo se entender que a punição está dentro dos limites de
competência da do menor nível, caso em que esta deve comunicar ao superior a sanção
disciplinar que aplicou.
§ 3º - Quando a autoridade, ao julgar transgressão, concluir que a punição a
aplicar está além do limite máximo que lhe é autorizado, cabe à mesma solicitar à
autoridade superior, com a ação disciplinar sobre o transgressor, a aplicação da punição
devida.
§ 4º - Aos militares estaduais inativos aplica-se apenas às punições
disciplinares previstas no item IV do art. 20, exceto quando designados e convocados,
face à peculiaridade, estão sujeitos às mesmas regras dos militares da ativa.
CAPÍTULO X
DA MODIFICAÇÃO NA APLICAÇÃO DAS PUNIÇÕES
Art. 36 - A modificação da aplicação de punição disciplinar pode ser realizada
pela autoridade que a aplicou ou por outra, superior e competente, quando tiver
conhecimento de fatos que recomendem tal procedimento.
Parágrafo único. As modificações da aplicação de punição são:
a) anulação;
b) atenuação;
c) agravação.
Art. 37 - A anulação de punição consiste em tornar sem efeito a aplicação da
mesma.
§ 1º - Deve ser concedida quando for comprovado ter ocorrido injustiça ou
ilegalidade na sua aplicação.
§ 2º - Far-se-á em obediência aos prazos seguintes:
a) em qualquer tempo e em qualquer circunstância, pelas autoridades
especificadas nos incisos I e II, III do art. 9º;
b) no prazo de sessenta dias, pelas demais autoridades.
Art. 38 - A anulação da punição disciplinar deve eliminar toda e qualquer
anotação e/ou registro nas alterações do militar estadual relativos à sua aplicação.
Art. 39 - A autoridade que tomar conhecimento de comprovada ilegalidade ou
injustiça na aplicação de punição disciplinar e não tenha competência para anulá-la ou
não disponha dos prazos referidos no § 2º do art. 37, deve propor a sua anulação à
autoridade competente, fundamentadamente.
Art. 40 - A atenuação de punição disciplinar consiste na transformação da
punição proposta ou aplicada em uma menos rigorosa, se assim o exigir o interesse da
disciplina e da ação educativa do punido.
Art. 41 - A agravação de punição disciplinar consiste na transformação da
punição proposta ou aplicada em uma mais rigorosa, se assim o exigir o interesse da
disciplina e da ação educativa do punido.
Art. 42 - São competentes para anular, atenuar e agravar as punições
disciplinares impostas, por si ou por seus subordinados, as autoridades discriminadas no
art. 9º, devendo esta decisão ser justificada em Boletim.
TÍTULO IV
DO CONCEITO DO MILITAR ESTADUAL
CAPÍTULO XI
DA CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO E MELHORIA DO CONCEITO
Art. 43 - O conceito do militar estadual espelha o seu procedimento civil e
militar sob o ponto de vista disciplinar.
§ 1º - A classificação, reclassificação e a melhoria do conceito são da
competência do comandante-geral e dos comandantes de OPM, obedecido ao disposto
neste capítulo e necessariamente publicado em boletim.
§ 2º - Ao ser incluído nas Instituições Militares Estaduais, o militar deve ser
classificado no conceito “C”.
Art. 44 - O conceito do militar estadual deve ser classificado em:
I - Conceito A: quando, no período de oito anos de efetivo serviço, não tenha
sofrido qualquer punição disciplinar.
II - Conceito B: quando no período de quatro anos de efetivo serviço tenha sido
punido com até duas repreensões.
III - Conceito C: quando no período de dois anos de efetivo serviço tenha sido
punido com até duas suspensões das atividades militares.
IV - Conceito D: quando no período de um ano de efetivo serviço tenha sido
punido com duas suspensões das atividades militares ou, ainda, quando no
período de dois anos tenha sido punido com mais de duas suspensões das
atividades militares.
V - Conceito E: quando no período de um ano de efetivo serviço tenha sido
punido com mais de duas suspensões das atividades militares.
Art. 45 - A contagem de tempo para melhoria do conceito, que é automática,
decorrido os prazos estabelecidos no art. 44, começa a partir da data de publicação da
punição em boletim.
Art. 46 - Para efeito de classificação, reclassificação e melhoria de conceito,
tão-somente de que trata este capítulo:
I - duas repreensões equivalem a uma prestação de serviço;
II - quatro repreensões equivalem a uma suspensão das atividades militares;
III - duas prestações de serviço equivalem a uma suspensão das atividades
militares.
Art. 47 - O militar estadual que ingressar no conceito E deve ser submetido ao
conselho de disciplina ou de justificação para fins de análise de sua idoneidade moral,
assiduidade, pontualidade, eficiência e adaptabilidade ao serviço público, requisitos
exigidos para a investidura do cargo público.
Parágrafo único. A ausência dos requisitos previstos no caput implica a
agravação da punição do militar estadual que motivou seu ingresso no conceito E para a
prevista no IV do art. 20.
TÍTULO V
DOS DIREITOS E RECOMPENSAS
CAPÍTULO XII
DA APRESENTAÇÃO DE RECURSOS
Art. 48- Interpor, na esfera administrativa, recurso disciplinar é direito do
militar que se sentir prejudicado, ofendido ou injustiçado por qualquer ato ou decisão
administrativa.
Art. 49- Da decisão que aplicar sanção disciplinar cabe recurso à autoridade
imediatamente superior, no prazo de cinco dias úteis da publicação em boletim.
§ 1º As punições disciplinares aplicadas pelas autoridades do item VII do art.
9º, a autoridade competente para analisar o recurso é o comandante da unidade.
§ 2º Da decisão do recurso cabe novo recurso ao corregedor no prazo de cinco
dias úteis.
§ 3º No impedimento do corregedor, o recurso é analisado por autoridade
imediatamente superior.
§ 4º A decisão dos recursos deve ocorrer em dez dias úteis.
Art.50 - O recurso disciplinar, encaminhado por intermédio da autoridade que
aplicou a sanção, por meio de petição ou parte, contendo os seguintes requisitos:
I - exposição do fato e do direito;
II - as razões do pedido de reforma da decisão;
III - ser feita individualmente;
IV - tratar de caso específico;
V - cingir-se aos fatos que o motivaram.
Parágrafo único. Recebido o recurso disciplinar, a autoridade que aplicou a
sanção pode reconsiderar a sua decisão, no prazo de cinco dias úteis, se entender
procedente o pedido, e, caso contrário, deve encaminhá-lo ao destinatário, no prazo
de dois dias úteis, instruído com os argumentos e documentação necessários.
Art. 51 - O recurso disciplinar que contrarie o prescrito no art. 50 é considerado
prejudicado pela autoridade a quem foi destinado, cabendo a esta mandar arquivá-lo e
publicar sua decisão em Boletim, fundamentadamente.
Art. 52 - A análise do recurso, feita pela autoridade competente, deve-se
restringir apenas ao pedido do punido, não podendo utilizar-se deste instrumento para o
agravamento da pena disciplinar.
CAPÍTULO XIII
DA REABILITAÇÃO
Art. 53 - A reabilitação de punição disciplinar é o direito concedido ao militar
estadual de ter cancelada a averbação de punições e outras notas a ela relacionadas, em
suas alterações.
Art. 54- A reabilitação deve ser conferida ao militar estadual automaticamente,
após decorridos dez anos de efetivo serviço sem nenhuma punição disciplinar, a contar
da data da publicação da última transgressão.
Parágrafo único. Não estão sujeitos às regras do caput os militares estaduais
punidos por terem praticado transgressões disciplinares atentatórias ao sentimento do
dever, à honra pessoal, ao pundonor militar ou ao decoro da classe.
CAPÍTULO XIV
DAS RECOMPENSAS
Art. 55 - A recompensa constitui reconhecimento dos bons serviços prestados
por militares estaduais.
Art. 56 - Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são
recompensas militares estaduais:
I - o elogio;
II - as dispensas do serviço;
III - a dispensa da revista do recolher e do pernoite, nos centros de formação,
para alunos dos cursos de formação.
Art. 57 - O elogio pode ser individual ou coletivo.
§ 1º - O elogio individual, que coloca em relevo as qualidades morais e
profissionais, somente pode ser formulado a policiais militares que se hajam destacado
do resto da coletividade no desempenho de ato de serviço ou ação meritória; os aspectos
principais que devem ser abordados são os referentes ao caráter, à coragem e
desprendimento, à inteligência, à conduta civil e militar, às culturas profissional e geral,
à capacidade como instrutor, à capacidade como comandante e como administrador e à
capacidade física.
§ 2º - Deve-se registrar nos assentamentos dos militares estaduais, apenas os
elogios individuais obtidos no desempenho de funções próprias às Instituições Militares
Estaduais concedidos por autoridades com atribuição para fazê-lo.
§ 3º - O elogio coletivo visa reconhecer e ressaltar grupo de militares estaduais
ou fração de tropa ao cumprir, destacadamente, determinada missão.
Art. 58 - As dispensas do serviço como recompensas, podem ser:
I - dispensa total do serviço, que isenta de todos os trabalhos da OPM,
inclusive os de instrução;
II - dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos que devem
ser especificados na concessão.
§ 1º - A dispensa total do serviço é concedida pelo prazo máximo de oito dias e
não deve ultrapassar o total de dezesseis dias, no decorrer do ano civil; esta dispensa
não invalida o direito a férias.
§ 2º - A dispensa total do serviço, para ser gozada fora da sede, fica
subordinada às mesmas regras de concessão de férias.
§ 3º - A dispensa total de serviço é regulada por período de vinte e quatro
horas.
Art. 59 - As dispensas da revista do recolher e de pernoitar no quartel podem
ser incluídas numa mesma concessão; não justificam a ausência do serviço para o qual o
aluno está ou for escalado nem da instrução a que deva comparecer.
Art. 60 - São competentes, para conceder as recompensas de que tratam este
Capítulo, as autoridades especificadas no artigo 9º deste Código.
Art. 61 - São competentes para anular, restringir ou ampliar as recompensas
concedidas por si ou por seus subordinados as autoridades especificadas no artigo 9º,
devendo essa decisão ser justificada em Boletim.
TÍTULO VI
PARTE ESPECIAL
RELAÇÃO DE TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO XV
Art. 62 – São transgressões disciplinares de natureza gravíssima:
I – praticar ato atentatório à dignidade da pessoa ou que ofenda os
princípios da cidadania e dos direitos humanos, devidamente comprovado em
procedimento apuratório;
II – concorrer para o desprestígio da respectiva Instituição Militar Estadual,
por meio da prática de crime doloso devidamente comprovado em procedimento
apuratório, que, por sua natureza, amplitude e repercussão, afete gravemente a
credibilidade e a imagem dos militares;
III – faltar, publicamente, com o decoro pessoal, dando causa a grave
escândalo que comprometa a honra pessoal e o decoro da classe;
IV - abandono do cargo, função ou das atividades militares, sem causa
justificada, por mais de dez dias consecutivos;
V - ausência ao serviço, sem causa justificada, por mais de 20 dias, não
consecutivos, no período de um ano;
VI - receber propinas, comissões ou vantagens de qualquer espécie, em razão
do cargo ou função;
VII - valer-se do cargo com o fim, ostensivo ou velado, para obter proveito de
natureza político-partidária, para si ou terceiros.
VIII - praticar a usura em qualquer de suas formas;
IX - provocar a paralisação, total ou parcial, do serviço policial, ou dela
participar;
Art. 63 - São transgressões disciplinares de natureza grave
I – exercer coação ou assediar pessoas com as quais mantenha relações
funcionais;
II – ofender ou dispensar tratamento desrespeitoso, vexatório ou humilhante a
qualquer pessoa;
III – apresentar-se com sinais de embriaguez alcoólica ou sob efeito de outra
substância entorpecente, estando em serviço, fardado, ou em situação que cause
escândalo ou que ponha em perigo a segurança própria ou alheia;
IV– praticar ato violento, em situação que não caracterize infração penal;
V – divulgar ou contribuir para a divulgação de assunto de caráter sigiloso de
que tenha conhecimento em razão do cargo ou função;
VI – utilizar-se de recursos humanos ou logísticos do Estado ou sob sua
responsabilidade para satisfazer a interesses pessoais ou de terceiros;
VII – exercer, em caráter privado, quando no serviço ativo, diretamente ou por
interposta pessoa, atividade ou serviço cuja fiscalização caiba à Polícia Militar ou ao
Corpo de Bombeiros Militar ou que se desenvolva em local sujeito à sua atuação;
VIII – maltratar ou permitir que se maltrate o preso ou a pessoa apreendida
sob sua custódia ou deixar de tomar providências para garantir sua integridade física;
IX – referir-se de modo depreciativo a outro militar, a autoridade e a ato da
administração pública;
X – autorizar, promover ou tomar parte em manifestação ilícita contra ato
de superior hierárquico ou contrária à disciplina militar;
XI– agir de maneira parcial ou injusta quando da apreciação e avaliação de
atos, no exercício de sua competência, causando prejuízo ou restringindo direito de
qualquer pessoa;
XII – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, com
prejuízo a atividade administrativa ou operacional;
XIII – negar publicidade a ato oficial;
XIV – induzir ou instigar alguém a prestar declaração falsa em procedimento
penal, civil ou administrativo ou ameaçá-lo para que o faça;
XV – fazer uso do posto ou da graduação para obter ou permitir que
terceiros obtenham vantagem pecuniária indevida;
XVI – faltar ao serviço, com prejuízo na atividade administrativa ou
operacional.
XVII _ participar da gerência ou administração de empresa, qualquer que seja
a sua natureza;
XVIII – Não comparecer à Junta de Inspeção de Saúde - JIS
Art. 64 - São transgressões disciplinares de natureza média:
I – executar atividades particulares durante o serviço;
II – demonstrar desídia no desempenho das funções, caracterizada por
fato que revele desempenho insuficiente, desconhecimento da missão, afastamento
injustificado do local ou procedimento contrário às normas legais, regulamentares
e a documentos normativos, administrativos ou operacionais;
III – deixar de cumprir ordem legal ou atribuir a outrem, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de atividade que lhe competir;
IV – assumir compromisso em nome da Instituições Militares Estaduais ou
representá-la indevidamente;
V – usar indevidamente prerrogativa inerente a integrante das Instituições
Militares Estaduais;
VI – descumprir norma técnica de utilização e manuseio de armamento ou
equipamento;
VII – faltar com a verdade, na condição de testemunha, ou omitir fato do
qual tenha conhecimento, assegurado o exercício constitucional da ampla defesa;
VIII – deixar de providenciar medida contra irregularidade de que venha a
tomar conhecimento ou esquivar-se de tonar providências a respeito de ocorrência
no âmbito de suas atribuições;
IX – utilizar-se do anonimato ou envolver indevidamente o nome de outrem
para esquivar-se de responsabilidade;
X – danificar ou inutilizar, por uso indevido, negligência, imprudência ou
imperícia, bem da administração pública de que tenha posse ou seja detentor;
XI – deixar de observar preceito legal referente a tratamento, sinais de
respeito e honras militares, definidos em normas especificas;
XII – contribuir para a desarmonia entre os integrantes das
respectivas Instituições Militares Estaduais, por meio da divulgação de notícia,
comentário ou comunicação infundados;
XIII – manter indevidamente em seu poder bem de terceiro ou
da Fazenda Pública;
XIV – maltratar ou não ter o devido cuidado com os bens semoventes das
Instituições Militares Estaduais;
XV – deixar de observar prazos regulamentares;
XVI – comparecer fardado a manifestação ou reunião de caráter político-
partidário, exceto a serviço;
XVII – recusar-se a identificar-se quando justificadamente solicitado;
XVIII – não portar etiqueta de identificação quando em serviço, salvo se
previamente autorizado, em operações policiais específicas;
XIX – participar, o militar da ativa, de firma comercial ou de empresa
industrial de qualquer natureza, ou nelas exercer função ou emprego remunerado.
XX – dormir em serviço, com prejuízo na atividade administrativa ou
operacional.
XXI - faltar ao serviço, sem prejuízo na atividade administrativa ou
operacional.
Art. 65 – São transgressões disciplinares de natureza leve:
I – chegar injustificadamente atrasado para qualquer ato de
serviço de que deva participar;
II – deixar de observar norma específica de apresentação
pessoal definida em regulamentação própria;
III – deixar de observar princípios de boa educação e
correção de atitudes;
IV – entrar ou tentar entrar em repartição ou acessar ou
tentar acessar qualquer sistema informatizado, de dados ou de
proteção, para o qual não esteja autorizado;
V – retardar injustificadamente o cumprimento de ordem ou o
exercício de atribuição;
VI – fumar em local onde esta prática seja legalmente vedada;
VII – permutar serviço sem permissão da autoridade
competente.
VIII - dormir em serviço, sem prejuízo na atividade administrativa ou
operacional.
VIV - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, sem
prejuízo a atividade administrativa ou operacional.
Art. 66 - Contados da data em que foi praticada a transgressão disciplinar, a
ação disciplinar prescreve em:
I - cento e vinte dias, se transgressão leve;
II - um ano, se transgressão média;
III- dois anos, se transgressão grave.
TÍTULO XVI
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 67 - A classificação do conceito deve obedecer ao previsto neste código, a
partir da sua vigência.
Art. 68 - Ficam definidas as seguintes regras de aplicação dos dispositivos deste
Código, a partir de sua vigência:
I – o militar que possuir registro de detenção em sua ficha funcional deve ser
considerado punição disciplinar de prestação de serviço;
II – o militar que possuir registro de prisão em sua ficha funcional deve ser
considerado suspensão da atividade militar;
III – as punições aplicadas anteriormente à vigência deste Código devem ser
consideradas para fins de antecedentes e outros efeitos inseridos em legislação
específica;
VI – aplicam-se aos procedimentos administrativo-disciplinares em
andamento as disposições deste Código, aproveitando-se os atos já concluídos.
TÍTULO XVII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 69 - Os julgamentos a que forem submetidos os militares estaduais,
perante Conselho de Justificação ou Conselho de Disciplina, serão conduzidos segundo
normas próprias ao funcionamento dos referidos Conselhos.
Art. 70 - O Comandante-Geral baixará instruções complementares necessárias
à interpretação, orientação e aplicação deste Código às circunstâncias e casos não
previstos no mesmo.