Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física
ANA PAULA XAVIER LADEIRA
COMPARAÇÃO DA POSIÇÃO DA BOLA (TOSS) DURANTE O PRIMEIRO E SEGUNDO SAQUE DO TÊNIS DE CAMPO
São Paulo 2012
ANA PAULA XAVIER LADEIRA
COMPARAÇÃO DA POSIÇÃO DA BOLA (TOSS) DURANTE O PRIMEIRO E SEGUNDO SAQUE DO TÊNIS DE CAMPO
Dissertação a ser submetida ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação Física na Área de Fenômeno Esportivo.
Orientador: Prof. Dr. Ulysses Fernandes Ervilha.
São Paulo 2012
Ladeira, Ana Paula Xavier
L154c Comparação da posição da bola (toss) durante o primeiro e o segundo saque do tênis de campo / Ana Paula Xavier Ladeira. - São Paulo, 2012.
52 f. : il. ; 30 cm.
Orientador: Ulysses Fernandes Ervilha. Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,
2012. 1. Educação física. 2. Tênis (Jogo). I. Ervilha, Ulysses Fernandes. II.
Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto
Sensu em Educação Física. III. Título
CDD 22 – 796.342
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu
Bibliotecário: Ricardo de Lima - CRB 8/7464
ANA PAULA XAVIER LADEIRA
COMPARAÇÃO DA POSIÇÃO DA BOLA (TOSS) DURANTE O PRIMEIRO E SEGUNDO SAQUE DO TÊNIS DE CAMPO
Dissertação a ser submetida ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação Física na Área de Fenômeno Esportivo.
Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________ Prof. Dr. Ulysses Fernandes Ervilha (orientador)
__________________________________________________________
Prof. Dr. Luis Mochizuki
__________________________________________________________ Prof. Dr. Semaan El Razi Neto
São Paulo 2012
À toda e qualquer pessoa que venha ler ou se beneficiar com os frutos deste estudo; À todos os que em sua máxima amizade e companheirismo auxiliaram-me na realização; À tudo e todos que me fizeram ter forças nessa jornada; Aos que são meu eterno porto seguro: Ana Lúcia, Eduardo, Carlos e Lucio.
AGRADECIMENTOS
Nada é tão sincero e profundo como a gratidão àqueles que nos auxiliam nas
nossas jornadas. E esta carece de muitos agradecimentos, por isso, agradeço:
Primeiramente, à Universidade Presbiteriana Mackenzie que, na figura do
Professor Ronê Paiano, me incentivou, compreendeu e fez o possível para que eu
cumprisse esta jornada sem prejuízos no trabalho.
Ao Professor Ulysses Fernandes Ervilha que me desorientou e orientou ao
mesmo tempo, confiando e acreditando em mim, mesmo sem me conhecer antes da
orientação deste estudo.
Ao Professor Ludgero Braga Neto que contribuiu muito mais do que eu
imaginava e esperava, disponibilizando espaços, materiais, pessoal, conhecimento e
alegria. Enfim, foi peça fundamental na realização do trabalho.
Aos Professores Semaan El Razi Neto e Ludgero Braga Neto por participarem
da banca de qualificação e contribuírem com o amadurecimento do projeto.
Ao Professor Luis Mochizuki, pelo auxilio no primeiro piloto na quadra de tênis
da Universidade São Judas Tadeu e por aceitar participar da banca de defesa.
À amiga Kamila Santos Ressureição que, nas madrugadas, via Facebook e
Twitter, fez tudo se tornar alegre e divertido.
Ao amigo Igor Roberto Dias, com suas contribuições mais diversas possíveis,
como ler o trabalho, dar sugestões na metodologia e, até mesmo, uma aula de tênis.
Ao amigo Elias de França que, literalmente, foi “pau para toda obra”.
Independentemente do dia e hora, sempre me ajudou a montar toda a parafernália
da coleta.
Ao amigo Fábio Moreira de Araújo que também se equilibrou na escada ao
preparar o espaço para a coleta.
À amiga Professora Sônia Cavalcanti Corrêa que auxiliou muito nas dúvidas
com o método e na motivação para continuar quando tudo parecia impossível.
Aos amigos de trabalho na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Luciene
Giovanello, Jacqueline Nicodemos, Valdir Reis, Cláudia Araújo e Liliane Batista, por
me aguentarem, cuidarem, entenderem, escutarem...
À amiga Rosangela Guimarães Romano, sempre preocupada e disposta a
ajudar, na espera do meu grito de socorro.
Ao Israel Cortez que, em pouco tempo de trabalho juntos, fez o possível e
impossível para que nosso flash funcionasse.
Ao pessoal da academia Slice Tennis. Todos, sem exceção, me ajudaram
muito: Bruno, Tião, professores dos treinos físicos e técnicos, meninas da recepção,
pessoal do restaurante...
Aos responsáveis pelo treinamento do Instituto de Tênis, desenvolvido na
academia Slice Tennis, representados aqui na pessoa do Luís Fabiano, por
acreditarem no projeto e participarem dele.
Aos tenistas que participaram da pesquisa, por sacar, sacar de novo e sacar
mais uma vez, para atingirmos nosso objetivo. Vocês foram sensacionais.
Aos meninos do almoxarifado do Laboratório de Biomecânica da Universidade
São Judas Tadeu pela ajuda, sempre com bom humor e alegria.
Aos meus amigos de turma do mestrado: Douglas Cossote, Osmar Junior,
Luciana Giannocoro, Carla Giuliano, Daniel Maldonado, Daniel Bocchini, Daniel
Rodriguez, Walter Krause e Catarina Barboza, pelas contribuições e
companheirismo nesta jornada.
À Professora Maria Luiza de Jesus Miranda, pela possibilidade de ter sido sua
aluna e pela bela coordenação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Educação Física.
À Professora Graciele Massoli Rodrigues que, além de ter sido minha
professora durante a graduação na Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi minha
professora nesta jornada, me auxiliando e compreendendo em todos os momentos.
Ao Professor Aylton Figueira Junior, que durante a disciplina foi fundamental
para muito do meu amadurecimento pessoal e profissional.
À Professora Cláudia Borim, pelos tão sonhados conhecimentos estatísticos,
almejados há muito tempo.
Aos companheiros de coleta de dados Frank Suzuki e Fernando Fernandes.
Aprendi muito montando o setup e coletando os dados do Tae Kwon Do com vocês.
Aos funcionários da secretaria do programa de Pós-Graduação, pela
constante acolhida e esclarecimentos.
Ao Alaor Salarini, por aceitar o trabalho maluco de criar uma estrutura que
chegasse aos quatro metros de altura e à Marina Salarini, sua esposa, por permitir
essa loucura em sua casa.
À Vanessa Salarini, por deixar que eu importunasse seus pais e pela eterna
amizade neste período.
Aos novos amigos Bruna Marques, Alessandra Barreto e Mesaque Correia,
pelas conversas, ajudas e almoços.
Ao amigo Professor Érico Chagas Caperuto, por tudo: ajuda, desabafo,
torcida, bagunça etc.
Ao meu irmão, Carlos Eduardo Xavier, por sempre e sempre e sempre me
fazer rir quando eu queria chorar e me fazer rir ainda mais quando eu queria
continuar chorando.
Aos meus pais, pelo eterno incentivo financeiro, afetivo e espiritual. Não tenho
palavras para agradecer tudo o que vocês fizeram e ainda fazem por mim.
Ao meu marido, Lucio Gustavo Ladeira, e nosso cachorro, Dijon. O primeiro,
por aguentar o estresse, a bagunça, a ausência, me apoiar e incentivar. O segundo,
por aliviar isso tudo ao sempre me esperar para fazer bagunça ou dormir no meu pé
enquanto eu estudava.
Aos meus queridos anjos da guarda!
Cada pessoa mencionada deixou uma marca durante esta minha jornada e,
como toda marca, estarão gravados em mim eternamente. Não sou mais a Ana
Paula de antes, sou a Ana Paula com um pouquinho de cada um de vocês.
Obrigada!
Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.
José Saramago
RESUMO
O toss é um dos componentes mais importantes do saque. O objetivo deste estudo é
verificar diferenças entre o lançar a bola (toss) nos eixos mediolateral, vertical e
anteroposterior da posição da bola, tanto do primeiro quanto do segundo saque, nos
instantes: perda do contato com a mão do praticante; altura máxima atingida;
contato com as cordas da raquete; contato com as cordas da raquete na posição
escolhida pelo indivíduo como a melhor posição da bola para ser atingida. A amostra
foi constituída de sete tenistas competitivos, com média de idade de 15 (1,1) anos
de idade e que praticam a modalidade, em média, há 6,7 (3,5) anos. As imagens da
realização dos saques foram capturadas por duas câmeras (30 Hz). Foram
realizadas séries de saques consecutivos, do primeiro e do segundo, até que fosse
atingida a marca de 15 saques no centro da área de saque, simulando o saque no
corpo do adversário. A digitalização dos saques foi realizada através do software
Dvideow. Para análise dos dados, foi realizado o teste t pareado, com nível de
significância de 0,05 através do software estatístico Statistical Package for Social
Science – versão 17.0. Na situação contato da bola com as cordas da raquete, ao se
comparar a posição da bola no eixo anteroposterior, os valores do primeiro saque
apresentaram-se significantemente (t=2,57; p=0,04) maiores do que os valores do
segundo saque. Na situação considerada como ideal para o contato das cordas da
raquete, ao se comparar a posição da bola no eixo mediolateral, os valores do
primeiro saque apresentaram-se significantemente (t=2,57; p=0,04) maiores do que
os valores do segundo saque. Pode-se concluir que, no instante do impacto com as
cordas da raquete, a posição da bola é a mesma, tanto em condições reais de
saque, quanto em condições ideais. Ao golpear a bola, esta se encontra mais a
frente do atleta no primeiro saque, se comparado ao segundo. Ao posicionar a bola
onde ela idealmente deveria estar no instante de contato com as cordas da raquete,
atletas jovens a posicionam mais próxima ao corpo, no eixo mediolateral, para
realizar o segundo saque. Contudo, isto não ocorre quando o saque é efetivamente
realizado. Em todas as condições estudadas, a posição da bola no eixo vertical
apresentou menor variabilidade.
Palavras-chave: Toss; Primeiro Saque; Segundo Saque; Tênis de Campo.
ABSTRACT
The toss is one of the most important components of the tennis serve. The aim of this
study was to investigate differences between the throw the ball (toss) in the
mediolateral, vertical and anteroposterior position of the ball, both the first and the
second serve, in the instants: loss of contact with the practitioner's hand; maximum
height, contact with the strings of the racket; contact with the strings of the racket into
position by the individual as the best position of the ball to be hit. The subjetcs was
consisted of seven players competitive, with a mean age of 15 (1,1) years old and
who practice the sport for an average of 6.7 (3.5) years. The images of the
completion were captured by two cameras (30 Hz). Were conducted series of
consecutive drafts, the first and second serve until it reached the mark of 15 serves in
the center of the server area, simulating the serve in the opponent's body. The
digitization of looting was done by the software Dvideow. Data analysis was
performed paired t test, with significance level of 0.05 using the software Statistical
Package for Social Sciences – version 17.0. In situation of the contact the ball with
the racket strings, by comparing the position of the ball on the anteroposterior axis,
the values of the first service showed up significantly (t = 2.57, p = 0.04) higher than
the values of the second serve. In the situation considered ideal for the contact of
racket strings, when comparing the position of the ball on the mediolateral axis, the
values of the first service showed up significantly (t = 2.57, p = 0.04) higher than the
values of the second serve. It can be concluded that at the moment of impact with the
strings of the racket, the ball position is the same, both in real conditions of service,
as in ideal conditions. When striking the ball, it is more in front of the athlete in the
first serve, compared to the second. By positioning the ball where it should ideally be
in instant contact with the strings of the racket, young athletes position it closest to
the body, the mediolateral axis, to perform the second serve. However, this doesn't
occur when the service is actually performed. In all conditions studied, the position of
the ball on the vertical axis showed less variability.
Keywords: Toss; First Serve; Second Serve, Tennis Field.
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Alvos possíveis dentro da área de recepção de saque. ............................ 20
Figura 2 - Posicionamento das câmeras na quadra em relação ao indivíduo. .......... 28
Figura 3 - Modelo de calibrador, com 20 pontos de referência conhecidos. ............. 29
Figura 4 - Instrumento elaborado para o indivíduo demonstrar qual a melhor posição
da bola ao ser atingida pelas cordas da raquete. ...................................................... 31
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Caracterização da amostra. ..................................................................... 33
Tabela 2 - Dados antropométricos da amostra. ........................................................ 34
Tabela 3 - Quantidade de saques para atingir a meta. ............................................. 35
Tabela 4 - Posição da bola, em metros, nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral ao perder o contato com a mão do praticante. ..................................... 36
Tabela 5 - Posição da bola, em metros, nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral ao atingir sua máxima altura durante o arremesso do saque (toss). .... 37
Tabela 6 - Posição da bola, em metros, nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral no instante anterior ao contato com as cordas da raquete do praticante.
.................................................................................................................................. 38
Tabela 7- Posição da bola, em metros, nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral no instante anterior ao contato com as cordas da raquete do praticante
considerada como ideal. ........................................................................................... 39
Tabela 8 - Coeficiente de variabilidade (%). .............................................................. 40
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14
2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 16
2.1. Objetivo geral ............................................................................................... 16
2.2. Objetivos específicos ................................................................................... 16
3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 17
3.1. O praticante de tênis .................................................................................... 17
3.2. O jogo tênis de campo ................................................................................. 18
3.3. Saque do tênis ............................................................................................. 19
3.4. Primeiro saque versus segundo saque ........................................................ 21
3.5. Biomecânica do saque ................................................................................. 22
3.5.1. Cinemática do saque ............................................................................. 22
3.5.2. Eletromiografia do saque ....................................................................... 23
3.6. Estudos sobre o toss .................................................................................... 24
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 26
4.1. População e amostra ................................................................................... 26
4.1.1. Critérios de inclusão .............................................................................. 26
4.1.2. Critérios de exclusão ............................................................................. 27
4.2. Instrumentação ............................................................................................ 27
4.3. Procedimentos ............................................................................................. 30
4.4. Análise estatística ........................................................................................ 31
5. RESULTADOS .................................................................................................. 32
5.1. Caracterização da amostra .......................................................................... 32
5.2. Número de saques ....................................................................................... 34
5.3. Posição da bola nos eixos mediolateral, vertical e anteroposterior .............. 35
5.4. Variabilidade ................................................................................................ 39
6. DISCUSSÃO ...................................................................................................... 41
7. CONCLUSÃO .................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 45
ANEXOS ................................................................................................................... 48
ANEXO A - Parecer Do COEP .............................................................................. 48
APÊNDICES ............................................................................................................. 49
APÊNDICE A - TCLE Pais ou Responsáveis ........................................................ 49
APÊNDICE B – TCLE Instituição ........................................................................... 51
14
1. INTRODUÇÃO
O tênis é considerado o esporte mais popular entre os esportes com raquete.
Cada vez mais cresce o número de praticantes (GUEDES et al., 2010) e a
divulgação nas mídias. Como resultado, inúmeros estudos nas diversas áreas do
conhecimento, tais como biomecânica, fisiologia, controle motor e psicologia, são
produzidos para melhorar o desempenho dos atletas e dos implementos (raquete,
bola etc.), assim, fornecendo auxílio aos técnicos e preparadores físicos.
Por se tratar de um esporte sem duração determinada, o atleta deve estar
preparado fisicamente para manter alto desempenho, independentemente da
duração da partida. Portanto, é preciso conhecer os movimentos do tenista para
otimizar sua atuação durante o jogo.
Uma das formas de se conhecer a mecânica dos movimentos do praticante
de tênis é através dos conhecimentos biomecânicos, utilizando-se suas
metodologias, como a dinamometria, cinemetria e eletromiografia. Apesar da
importância econômica desta modalidade esportiva, poucos laboratórios de
biomecânica se dedicam a estudá-lo.
Knudson (2007) defende a utilização dos métodos biomecânicos na melhoria
das habilidades esportivas, como a melhoria do saque no tênis, declarando a
necessidade dos técnicos e profissionais envolvidos demonstrarem interesse em
integrar os conhecimentos e experiências específicas do tênis aos princípios
biomecânicos.
Cabe à análise biomecânica proporcionar aos técnicos, professores de
Educação Física e à equipe multidisciplinar que acompanha o praticante (que pode
ser desde um praticante por lazer até um atleta de alto rendimento), conhecimentos
científicos que se tornam base para uma intervenção fundamentada e consciente.
No tênis, o saque é definido como o golpe que dá início ao ponto. No primeiro
saque, a bola é lançada ao ar (toss) e golpeada com força e efeito, quase sempre
em direção ao lado mais fraco ou para o corpo do adversário. Por outro lado, no
segundo saque, a principal característica é o seu efeito, pois objetiva-se menor risco
de erros (SILVA, 2007).
15
Reid, Whiteside e Elliott (2011) afirmam que as instruções para a realização
do saque foram historicamente centradas na redução da variação do toss,
resultando num toss estável, independentemente do local no qual a bola irá cair ou
do tipo de saque. Ou seja, a ideia que se criou é a de que o praticante deve realizar
diferentes saques a partir do mesmo toss.
A análise da reprodutibilidade da posição da bola pode demonstrar se o atleta
realiza os ajustes corretos ao segurá-la e lançá-la para o saque. Assim, o jogador
terá maiores chances de êxito na disputa do ponto se os parâmetros do saque forem
reproduzidos constantemente, ou seja, terá maiores chances de marcar ponto com o
saque e terá um desempenho melhor, já que o jogo se inicia a partir do saque e
aquele que dominar a técnica de sacar terá, potencialmente, vantagem no jogo.
Desta forma, este estudo poderá contribuir com a evolução dos
procedimentos para análise e interpretação do movimento específico, uma vez que
proporcionará o aumento da gama de conhecimentos sobre ele e sobre como
interpretá-lo, uma vez que, nesta área (lançamento da bola, ou toss), são quase
inexistentes, proporcionando aos técnicos, professores de Educação Física e equipe
multidisciplinar de intervenção, o auxílio na resolução dos problemas mecânicos do
praticante desta modalidade esportiva.
16
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Verificar a variabilidade do lançar a bola, durante a execução do primeiro e do
segundo saque, de praticantes de forma competitiva de tênis de campo, com idade
entre 14 e 17 anos.
2.2. Objetivos específicos
Descrever nos eixos mediolateral, vertical e anteroposterior a posição da bola,
tanto do primeiro quanto do segundo saque, nos instantes:
perda do contato com a mão do praticante;
altura máxima atingida;
contato com as cordas da raquete;
contato com as cordas da raquete na posição escolhida pelo indivíduo
como a melhor posição da bola para ser atingida (bola parada).
Verificar a variabilidade nos eixos mediolateral, vertical e anteroposterior da
posição da bola, tanto do primeiro quanto do segundo saque, nos instantes:
perda do contato com a mão do praticante;
altura máxima atingida;
contato com as cordas da raquete;
contato com as cordas da raquete na posição escolhida pelo indivíduo
como a melhor posição da bola para ser atingida (bola parada).
Verificar se existem diferenças entre as varáveis analisadas nos dois tipos de
saque estudados.
17
3. REVISÃO DE LITERATURA
Na área esportiva, os avanços científicos e tecnológicos se fizeram eficientes
no desenvolvimento de materiais que aperfeiçoam o desempenho de atletas, como
calçados específicos para corridas longas, em que sua eficácia pode ser verificada
no conforto proporcionado ao corredor. Por vezes, é possível afirmar que o material
utilizado pelo atleta é tão avançado que este fator pode definir as posições do pódio.
Claro que não apenas materiais e acessórios fazem um campeão. É nesse
momento que a inovação científica e tecnológica volta-se para a melhoria no
desempenho das capacidades físicas e habilidades motoras através de
especificações de treinamentos para cada tipo de esporte, ou ainda, para cada
indivíduo, pois cada atleta pode responder de maneira fisiológica ou
biomecanicamente diferente aos estímulos dados, facilitando seu progresso e
evitando lesões (OKAZAKI et al., 2012).
A análise cinemática seria o registro espaço-temporal do movimento, sem se
preocupar com as forças que dele fazem parte. E, para que seja possível realizar
essa descrição detalhada do movimento, é necessário que ele seja realizado o mais
próximo possível da condição real (OKAZAKI et al., 2012). Sendo uma
responsabilidade dos técnicos e treinadores, requer uma demanda de tempo que
poderá ser maior ou menor de acordo com o nível de experiência de cada atleta
(ELLIOTT; REID, 2008).
3.1. O praticante de tênis
Como o tênis é uma modalidade em crescimento, isso aumenta a
possibilidade de descoberta de grandes talentos. Mesmo assim, a carência de
pesquisas voltadas para o aperfeiçoamento no processo de aprendizagem e,
também, para melhorias no desempenho dos atletas fica evidente (PACHARONI;
MASSA, 2012).
18
A capacidade de elaborar e aplicar um plano de treinamento de forma
sistemática, para melhor desenvolvimento das capacidades inerentes à modalidade,
é um exemplo de utilização dos saberes necessários de um profissional, pois
indivíduos que conquistam resultados em um determinado momento podem não
perpetuar seu desempenho durante toda sua carreira, principalmente, quando
comparado a indivíduos da mesma faixa etária, mas com momento de maturação
diferente.
As análises dos jogadores e golpes realizados em cada partida podem auxiliar
os técnicos, fornecendo parâmetros para prescrição de cargas de treinamento e da
necessidade de refinamento de alguma habilidade específica (VRETAROS, 2004).
Conhecer o desempenho técnico, tático e físico de atletas, através da
quantificação dos parâmetros e variáveis relacionadas, é essencial para o
planejamento dos treinos e para as tomadas de decisões durante os jogos, uma vez
que aproxima o treino da prática desses atletas (OKAZAKI et al., 2012).
Pergunta-se muito em que grau de especificidade deve ser realizado o
treinamento de jovens atletas, pois os mesmos não são adultos em miniatura, sendo
inviável a aplicação das mesmas cargas de treinos empregadas no método adulto.
Mas também, um trabalho generalista demais não traria resultados esperados,
podendo, assim, ser aplicado um método que intermediasse a formação geral de
capacidades físicas dos esportes em geral e as de uma modalidade específica
(SIMÕES et al., 2011).
Deve-se ter em mente que o treinamento de atletas de tênis de 13 a 16 anos
é realizado de forma a desenvolver as principais qualidades físico-desportivas, em
geral, podendo, algumas delas, não serem trabalhadas com a frequência desejada.
3.2. O jogo tênis de campo
Sem duração determinada, o jogo do tênis de campo inicia com o saque e
permite que os praticantes rebatam a bola, sucessivamente, até que ocorra alguma
das situações com ela: parar antes da rede, quicar fora dos limites da quadra ou
mais de uma vez no solo.
19
Para que o jogo aconteça, são necessárias algumas habilidades específicas
descritas abaixo, de acordo com Silva (2007):
Forehand: depois do saque, é o golpe mais potente e serve para trocas de
bola no fundo da quadra, realizado pelo lado dominante do jogador.
Backhand: semelhante ao forehand, porém realizado do lado não dominante
do jogador.
Voleios forehand e backhand: são golpes que rebatem a bola no ar,
realizados junto à rede, com o objetivo de não dar tempo para o adversário se
recuperar.
Smash: movimento semelhante ao saque, pois a bola é golpeada acima da
cabeça.
Saque: golpe que inicia o ponto, no qual a bola é lançada (toss) e rebatida.
Devolução do saque: são utilizados os golpes de direita e esquerda, com
algumas adaptações devido à potência e colocação dos saques.
3.3. Saque do tênis
O saque pode ser desferido em três localizações dentro da área de recepção
de saque: aberto, fechado ou em direção ao corpo do adversário. Na Figura 1, pode-
se observar o praticante sacando e suas respectivas possibilidades de escolha de
alvo: próximo à área T (fechado), próximo à linha lateral da quadra (aberto) ou entre
as duas áreas (no corpo).
20
Figura 1 - Alvos possíveis dentro da área de recepção de saque.
Sendo o golpe que inicia o ponto, o saque é dividido em fases, as quais não
são consenso na literatura. Neste trabalho, optou-se por apresentar as fases
descritas por Braga Neto ([20__]a):
Posição inicial: pés afastados na largura dos ombros, visando maior
estabilidade; pé da frente posicionado de forma a proporcionar apoio para o
deslocamento do corpo para frente durante o balanço; pé de trás paralelo à
linha de base, fornecendo o apoio ao corpo para trás durante o balanço.
Pêndulo e toss: o ombro rotaciona para trás durante o toss, o cotovelo é
estendido para levantar a bola, evitando que ela seja lançada para trás; a bola
é posicionada na ponta dos dedos, para maior precisão no toss; realização do
balanço.
“W”: mão de realização do lançamento e ponta da raquete apontados para
cima; flexão dos joelhos, com o braço afastado do tronco; lançamento da bola
no ponto ideal.
“Laçada”: início da rotação do tronco para frente; movimento da laçada e
extensão dos joelhos.
Contato: membro superior, que está em posse da raquete, é estendido; perda
do contato com o solo (fase aérea); visualização do ponto de contato.
21
Terminação: movimento de pronação do antebraço e flexão do punho;
aterrissagem com o pé esquerdo totalmente dentro da quadra.
O saque pode ser realizado com alguns tipos de efeito, descritos abaixo de
acordo com Silva (2007):
Flat: com pouco efeito (giro); mais chapado.
Slice: proporciona rotação da bola para trás; a raquete atinge a bola de cima
para baixo.
Topspin: proporciona rotação da bola para frente e realiza uma trajetória em
arco; a raquete golpeia a bola de baixo para cima.
3.4. Primeiro saque versus segundo saque
O saque é definido como o golpe que dá início ao ponto. A bola é lançada ao
ar e golpeada com força e efeito, quase sempre em direção ao lado mais fraco ou
para o corpo do adversário, quando é realizado o primeiro saque. Quando é
realizado o segundo saque, a principal característica é o seu efeito, pois objetiva-se
que a bola passe por cima da rede (SILVA, 2007).
O primeiro saque, por existir a possibilidade de realizar o segundo, acaba
sendo mais potente. O segundo, por sua vez, necessita de maior precisão e, por
isso, acaba sendo menos potente (OKAZAKI et al., 2012).
Ivancevic et al. (2008) descreveram a mecânica do saque de Roger Federer
como modelo para sua análise, dividindo-o em: toss, salto e smash (cortada). No
toss, ele lança a bola com o braço esquerdo e levanta o direito enquanto flexiona os
joelhos, preparando para o salto. No salto, ele vai para cima e para frente. Nesse
exato momento, a raquete está atrás do corpo, o ombro roda para o contato com a
bola e os pés se unem no ar. Por fim, no smash, ele termina o movimento no ar e
retorna ao solo.
Pensando na quantidade de saques realizados numa partida, Vretaros (2004),
ao analisar oito jogos de simples, da categoria juvenil do 33º Torneio Banana Bowl,
ocorrido no ano de 2003, verificou que foram realizados uma média de 82 saques
22
por jogo, no masculino, enquanto no feminino foram realizados 80, sendo, em
ambos, o terceiro golpe mais realizado durante os jogos.
Por outro lado, Johnson e McHugh (2006) analisaram 616 jogos, de 22
jogadores profissionais masculinos, durante os grandes torneios de 2003 (French
Open, Wimbledon e US Open), e verificaram que o primeiro saque foi a habilidade
mais realizada, tendo o primeiro saqe, aproximadamente, o dobro de realizações em
relação ao segundo.
3.5. Biomecânica do saque
3.5.1. Cinemática do saque
Especificamente sobre o saque, inúmeros são os estudos que buscam
entender e melhorar seus elementos e movimentos, uma vez que ele é uma
habilidade complexa que requer precisão e consistência no controle de inúmeras
articulações por todo o corpo (KNUDSON, 2008). Estudos como o de Elliott (2010),
que ilustra as fases do saque e demonstra, em cada uma delas, de que forma os
estudos biomecânicos contribuem para melhorar o desempenho, evidenciam quais
os pontos chave para aperfeiçoar a atuação em campo.
O tipo de padrão de sequência de realização dos movimentos para a
execução do saque, como sendo iniciado de articulações proximais para distais e da
necessidade de realização de uma preparação física voltada ao desenvolvimento de
força, flexibilidade e minimização de lesões, também já foi objeto de estudo
(MARSHALL; ELLIOTT, 2000).
Através da análise cinemática da realização de saques em relação à
velocidade da cabeça da raquete de jogadores universitários, Tanabe e Ito (2007)
verificaram que a rotação interna do ombro e a flexão do punho representam o maior
movimento entre as articulações envolvidas com o saque, que é transmitido para a
cabeça da raquete. Já os movimentos de pronação e supinação do antebraço foram
23
responsáveis pela variação da velocidade da cabeça da raquete, determinando um
saque lento ou rápido.
Bahamonde (2000) buscou descrever as mudanças do momento angular na
execução do saque de jovens estudantes através da cinemetria, dividindo-o em duas
fases e o descrevendo nos eixos eixos anteroposterior, vertical e mediolateral,
respectivamente.
A pressão plantar durante o primeiro saque foi verificada por Girard, Micallef e
Millet (2010) em diferentes superfícies, já que o esporte possibilita essa diversidade.
Os autores também perceberam que as características dos parâmetros de pressão
se ajustam de acordo com o tipo de piso.
Os tipos de rotação do ombro foram objeto de estudo de Bonnefoy-Mazure et
al. (2010) que, por meio da cinemetria, analisaram jogadores de elite e perceberam
que o movimento da rotação do ombro mais indicado seria na sequência
anteroposterior, mediolateral e vertical, por minimizar as chances de lesão.
Outras características ligadas ao saque, como aerodinâmica da bola
(COOKE, 2000) e a semelhança do tênis com o handebol nas características
elásticas e inerciais (IVANCEVIC et al., 2008), também foram analisadas.
3.5.2. Eletromiografia do saque
As ativações eletromiográficas dos músculos (deltóide anterior, deltóide
posterior, infraespinhoso, trapézio medial, grande dorsal, serrátil anterior e peitoral
maior) foram analisadas nas técnicas de execução abreviada (sem a realização do
movimento de pêndulo do membro superior para trás) e tradicional do saque. O
único músculo que apresentou diferença significante entre as duas técnicas foi o
infraespinhoso (SEELEY et al., 2008).
Na mesma linha do estudo das ativações musculares, Chow, Shim e Lim
(2003) e Chow, Park e Tillman (2009) verificaram que os músculos inferiores do
tronco estão envolvidos na realização do saque, evidenciando a importância em se
trabalhar exercícios de força e reabilitação. E, pelo fato dos músculos lombares
24
realizarem contração excêntrica, exercícios que estimulem esse tipo de contração
devem ser incluídos no programa de condicionamento físico.
A ativação eletromiográfica dos músculos trapézio, peitoral maior, deltóide
anterior, deltóide posterior, bíceps e redondo maior foram comparadas na realização
do saque de praticantes e não praticantes de tênis. Os indivíduos não praticantes
demonstraram maior ativação muscular no trapézio. Os praticantes demonstraram
maior ativação no peitoral maior, deltóide posterior, bíceps e redondo maior. Com o
deltóide anterior, a ativação foi semelhante (MAHN; BERZIN; BUZINELLI, 1998).
O tamanho da bola, em relação à ativação elétrica dos músculos
(BLACKWELL; KNUDSON, 2007), e o padrão de ativação muscular, de acordo com
a rotação da bola durante o saque (COUTINHO et al., 2006), foram analisados no
intuito de contribuir com o avanço da modalidade.
3.6. Estudos sobre o toss
É importante lembrar que o saque sofre interferências de acordo com o tipo
de piso. Com isso, o toss também sofre essa influência. Devido a maior restituição
do atrito nas quadras de saibro, a bola perde menos altura ao quicar na quadra e,
nesse caso, o saque é realizado com mais giro para cima. Dessa forma, ela chegará
fora da zona de conforto do recebedor.
O tipo de efeito também provoca variação no tipo de toss. Por exemplo, um
saque com efeito flat possui seu toss mais a frente do indivíduo e um saque com
efeito kick possui um toss mais próximo do indivíduo.
Para Braga Neto ([20__]b; c), o toss é um dos componentes mais importantes
do saque. É um dos poucos momentos no tênis em que o próprio praticante tem o
domínio e, caso não lance a bola no ponto ideal, terá que reajustar o corpo para
golpeá-la. O autor sugere segurar a bola para o toss com a ponta dos dedos e a
extensão do membro superior, dessa forma, o toss será mais preciso e não correrá o
risco de lançar a bola para trás.
São quase inexistentes as pesquisas que analisam o toss. Nos poucos
trabalhos encontrados, este movimento acaba sendo uma pequena parte, como o
25
caso de Reid, Whiteside e Elliott (2010), que verificaram a eficácia de realizar o
primeiro saque, decompondo-o em duas tarefas (realizando primeiro o toss e depois
o restante do movimento) ou realizado o movimento como um todo. Ao realizar o
toss separadamente, a velocidade vertical da bola aumentou significantemente,
contudo, os demais movimentos, como a velocidade da raquete, foram afetados.
Reid, Whiteside e Elliott (2011) afirmam que as instruções para a realização
do saque foram historicamente centradas na redução da variação do toss,
resultando num toss estável, independentemente do local no qual a bola irá cair ou
do tipo de saque. A visão dos técnicos era a de que o praticante deveria realizar
diferentes saques a partir do mesmo toss. Por isso, buscaram verificar os efeitos no
toss ao lançar a bola nos três possíveis alvos na área de recepção do saque (no
corpo, aberto ou fechado), para o primeiro e segundo saque.
Seis jogadores destros, do sexo masculino, com idade entre 18 e 24 anos,
foram filmados por 22 câmeras (de 250 Hz) enquanto realizavam os saques. Foram
realizados 39 e 36 saques para atingir a meta de três saques dentro de cada uma
das três áreas solicitadas, respectivamente para o primeiro e o segundo saque.
No primeiro saque, foram encontradas diferenças significantes na condição
da posição lateral da bola, no impacto com as cordas da raquete, em que o saque
fechado foi diferente do aberto e no corpo. No segundo saque, não foram
encontradas diferenças significantes para nenhuma das variáveis analisadas.
No estudo realizado por Chiang, Chiang e Chen (2006), quatro jogadores de
elite, destros e do sexo masculino, realizaram o primeiro e o segundo saque,
também com um alvo determinado. Foi verificado que a bola, em sua máxima altura
durante o toss, era lançada para frente e para a esquerda. No momento anterior ao
impacto, foi verificada uma diferença significante entre o primeiro e o segundo
saque, sendo que no primeiro, a bola estava significantemente mais a frente que no
segundo.
26
4. MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo possui natureza quantitativa e descritiva. Quantitativa, pois
utiliza como base a medição numérica para estabelecer os padrões das variáveis.
Descritiva, pois as observa, registra e analisa, sem que haja a manipulação dos
fenômenos, para que seja possível verificar, com precisão, a frequência com que ele
ocorre e sua relação com outros fenômenos.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
São Judas Tadeu, sob o protocolo 98/11 (ANEXO A).
4.1. População e amostra
A população do presente estudo foi composta por praticantes de tênis de
campo, com idade entre 14 e 17 anos, de ambos os sexos. Fizeram parte da
amostra sete indivíduos que praticam a modalidade com objetivo de competição,
numa academia de tênis da cidade de Santana de Parnaíba – SP.
Para que os indivíduos participassem da pesquisa, foi necessária a
autorização dos pais ou responsáveis, através da leitura e assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) de participação em pesquisa, que pode
ser visto no Apêndice A.
4.1.1. Critérios de inclusão
O critério utilizado para a inclusão dos indivíduos na amostra foi que o sujeito
praticasse a modalidade há pelo menos três anos, com, no mínimo, nove horas de
treinos semanais.
27
4.1.2. Critérios de exclusão
Para a exclusão da amostra, foram utilizados os seguintes critérios: indivíduos
sinistros, que possuíssem problemas locomotores, físicos, ou de outra natureza que
os impedissem de realizar o movimento do saque em condições ótimas, ou ainda,
que sentissem dor durante a coleta de dados.
4.2. Instrumentação
Os indivíduos trajaram uma roupa justa, preta para facilitar o contraste e a
visualização da bola, e receberam uma marcação específica na articulação
metatarso-falangeana do pé esquerdo (oposto ao da empunhadura da raquete),
constituída de um papel reflexivo, da marca 3M, de 3 cm de largura.
Para a filmagem, foram utilizadas duas câmeras de vídeo digital (JVC) com
capacidade de 30 Hz, apoiadas em tripés, entre 9 e 12 metros de distância dos
indivíduos e colocada a uma altura que permitiu a captura da imagem do corpo todo,
mais a bola e a raquete durante todo o movimento de saque. Entre as câmeras e o
indivíduo foi formado um ângulo de 90º. A disposição das câmeras em relação ao
indivíduo pode ser vista na Figura 2.
28
Figura 2 - Posicionamento das câmeras na quadra em relação ao indivíduo.
Para a calibração da câmera foi utilizado um sistema constituído de marcas
esféricas de 30 mm de diâmetro, fixadas em quatro fios de prumo, que foram
acoplados em hastes de madeira de 4 metros de altura. As coordenadas
anteroposterior, vertical e mediolateral das marcas foram conhecidas e medidas em
relação a um ponto estabelecido. O modelo de calibração pode ser visto na Figura 3.
Após a calibração e digitalização das imagens, o ponto de referência (0,00)
utilizado para análise dos valores foi a marca fixada na articulação metatarso-
falangeana do pé esquerdo de cada praticante, ou seja, um ponto no próprio corpo,
normalizando as medidas.
29
Figura 3 - Modelo de calibrador, com 20 pontos de referência conhecidos.
Os parâmetros de calibração foram utilizados para a reconstrução
tridimensional das marcas. As imagens capturadas, tanto do calibrador quanto dos
indivíduos realizando os saques, foram transferidas para o computador, utilizando-se
a placa Pinnacle de captura e edição de vídeos.
O programa de computador, que permite a calibração do sistema, captura
automática dos pontos, reconstruções tridimensionais das coordenadas e
armazenamento destes dados, foi descrito por Figueroa, Leite e Barros (2003) e é
denominado de “Dvídeow”. A entrada para o sistema de captura dos dados é uma
sequência de imagens (vídeo em formato AVI ou sequência de bitmaps), o tamanho
da imagem capturada pela câmera digital é de 720 x 480 pixels em formato NTSC e
a frequência de quadros será de 60 Hz, obtida pelo desentrelaçamento dos quadros,
possível através do software.
30
4.3. Procedimentos
Primeiramente, foi realizado o contato com uma academia de tênis, nesse
momento foi informado o teor da pesquisa e colhida a assinatura do TCLE da
Instituição (Apêndice B).
No dia da coleta, os praticantes foram informados sobre o objetivo da
pesquisa, instrumentados com a roupa preta, a marca reflexiva e realizaram o
primeiro e o segundo saque, respectivamente, até completarem 15 saques de cada
tipo no centro da área de saque, simulando o saque no corpo do adversário.
Ao sacar, o tenista escolhe o local pela sua preferência e facilidade em
direcionar a bola num determinado alvo ou por conhecer a dificuldade do adversário
em devolver a bola. Para não prejudicar ou favorecer os indivíduos, optou-se pelo
saque no corpo e, por isso, foi considerado válido o saque que estivesse dentro da
área alvo, demonstrada na Figura 2.
Foi realizado, previamente, um aquecimento e as pausas para descanso
ocorreram a cada 20 saques corridos, ou quando solicitados pelo praticante. O
indivíduo utilizou sua própria raquete durante a realização do estudo.
Ao término, foi solicitado aos participantes que demonstrassem qual a melhor
posição da bola nos eixos anteroposterior, vertical e mediolateral para ser
atingida pelas cordas da raquete, através da utilização de um instrumento
elaborado pelos pesquisadores (tubo de PVC e uma linha com um pedaço de
velcro) para fixar a bola na posição indicada pelos indivíduos (FIGURA 4).
31
Figura 4 - Instrumento elaborado para o indivíduo demonstrar qual a melhor posição
da bola ao ser atingida pelas cordas da raquete.
4.4. Análise estatística
Os dados estão apresentados como média e desvio padrão da média. Foi
realizado o teste de coeficiente de variabilidade e, também, o teste t pareado para
verificar diferenças entre o primeiro e segundo saque nas variáveis anteroposterior,
vertical e mediolateral, nas condições:
perda do contato com a mão do praticante;
altura máxima atingida;
contato com as cordas da raquete;
contato com as cordas da raquete na posição escolhida pelo indivíduo como a
melhor posição da bola para ser atingida (bola parada).
Para tanto, foi utilizado o software estatístico Statistical Package for Social
Science (SPSS) – Versão 17.0.
32
5. RESULTADOS
Para melhor compreensão, os resultados encontrados foram dispostos a
seguir de acordo com a caracterização da amostra, descrição dos eixos
mediolateral, vertical e anteroposterior da posição da bola, tanto do primeiro quanto
do segundo saque, nos instantes: perda do contato com a mão do praticante (Mão),
altura máxima atingida (Bola), contato com as cordas da raquete (Raquete) e
situação na qual os indivíduos manipularam a posição da bola para o contato com as
cordas da raquete da forma que acreditavam ser a melhor nos três eixos (Bola
Parada).
5.1. Caracterização da amostra
Na Tabela 1, são apresentadas as seguintes características da amostra:
classe, tensão da raquete utilizada durante os saques, tempo total de prática na
modalidade tênis de campo e horas diárias e semanais de treino.
33
Tabela 1 - Caracterização da amostra.
Sujeito Classe Tensão da
raquete (lb)
Tempo de
prática
(anos)
Horas de
treino diário
Horas de
treino
semanal
1 3 51 9 5 25
2 3 60 8 5 25
3 5 55 3 4 10
4 5 55 5 3 9
5 4 50 3 3 15
6 4 57 13 3 15
7 3 55 6 4 20
Média - 54,7 6,7 3,8 17
Desvio-padrão - 3,4 3,5 0,9 6,5
Na Tabela 2, a amostra é caracterizada quanto ao seu perfil antropométrico,
ou seja, idade, peso, estatura e altura com raquete (aferida na posição com o
membro superior direito elevado acima da cabeça, segurando a raquete na mesma
empunhadura realizada para o saque, considerando a cabeça da raquete como o
ponto mais elevado do conjunto atleta-raquete).
34
Tabela 2 - Dados antropométricos da amostra.
Sujeito Idade (anos)
Massa
corporal
(kg)
Estatura (cm)
Altura com
raquete
(cm)
1 16 62 166 267
2 16 62 167,5 261
3 14 79 185 280
4 15 57 165 260
5 14 88 191 290
6 17 70 173 267
7 16 64 166 258
Média 15,4 68,8 173,3 269
Desvio-padrão 1,1 11,0 10,4 11,8
5.2. Número de saques
O número de saques realizados por cada sujeito para atingir a meta de 15
saques dentro da área estipulada, simulando o saque no corpo do adversário, pode
ser visualizado na Tabela 3. Observou-se que o número de primeiro saque é 48%
maior do que o de segundo saque para se atingir a meta de acerto de 15 saques.
35
Tabela 3 - Quantidade de saques para atingir a meta.
Sujeito Total de 1º Saque Total de 2º Saque Total geral de
saques
1 39 28 67
2 33 25 58
3 80 44 124
4 75 46 121
5 45 36 81
6 52 30 82
7 67 54 121
Média 55,86* 37,57 93,43
Desvio-padrão 18,32 10,74 27,97
* Valor significantemente maior do que o obtido no segundo saque (t=4,4; p‹0,01).
5.3. Posição da bola nos eixos mediolateral, vertical e anteroposterior
A posição da bola nos eixos anteroposterior, vertical e mediolateral para cada
situação: perda do contato com a mão do praticante, altura máxima atingida, contato
com as cordas da raquete e bola parada, pode ser visualizada, respectivamente, nas
Tabelas 4, 5, 6 e 7.
O ponto de referência (0,00) do sistema de calibração das imagens utilizado
foi a marca fixada na articulação metatarso-falangeana do pé esquerdo de cada
praticante, sendo o pé oposto ao lado da empunhadura da raquete. Os valores são
apresentados como média e desvio-padrão da média para cada indivíduo, bem
como o valor médio referente aos sete sujeitos.
A descrição da bola nos eixos, ao perder o contato com a mão do praticante,
tanto na realização do primeiro quanto do segundo saque para cada indivíduo, é
apresentada na Tabela 4.
36
Tabela 4 - Posição da bola, em metros, nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral ao perder o contato com a mão do praticante.
Sujeito Saque Anteroposterior Vertical Mediolateral
1 1 0,13 (0,03) 1,79 (0,05) 0,22 (0,08)
2 0,11 (0,02) 1,78 (0,03) 0,25 (0,08)
2 1 0,33 (0,03) 1,85 (0,04) 0,14 (0,05)
2 0,29 (0,04) 1,87 (0,04) 0,14 (0,07)
3 1 0,45 (0,02) 1,81 (0,07) 0,06 (0,05)
2 0,45 (0,04) 1,86 (0,07) 0,03 (0,03)
4 1 0,02 (0,02) 1,71 (0,04) 0,31 (0,11)
2 0,03 (0,02) 1,71 (0,11) 0,25 (0,12)
5 1 0,33 (0,03) 2,09 (0,05) 0,39 (0,17)
2 0,31 (0,04) 2,06 (0,03) 0,36 (0,12)
6 1 0,20 (0,08) 1,71 (0,05) 0,24 (0,05)
2 0,22 (0,06) 1,69 (0,04) 0,26 (0,04)
7 1 0,07 (0,04) 1,67 (0,05) 0,23 (0,05)
2 0,03 (0,02) 1,68 (0,04) 0,27 (0,05)
Média (DP) 1 0,22 (0,15) 1,80 (0,14) 0,23 (0,11)
2 0,20 (0,16) 1,81 (0,13) 0,22 (0,11)
Na Tabela 5, a posição da bola é descrita nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral em sua máxima altura durante o arremesso do saque (toss), para cada
indivíduo, no primeiro e segundo saque.
37
Tabela 5 - Posição da bola, em metros, nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral ao atingir sua máxima altura durante o arremesso do saque (toss).
Sujeito Saque Anteroposterior Vertical Mediolateral
1 1 0,31 (0,05) 3,01 (0,04) 0,07 (0,05)
2 0,24 (0,07) 3,03 (0,04) 0,08 (0,06)
2 1 0,44 (0,07) 3,05 (0,06) 0,10 (0,05)
2 0,38 (0,04) 3,03 (0,04) 0,10 (0,06)
3 1 0,31 (0,05) 3,02 (0,07) 0,40 (0,09)
2 0,25 (0,06) 3,05 (0,05) 0,34 (0,07)
4 1 0,31 (0,05) 3,44 (0,06) 0,13 (0,10)
2 0,25 (0,05) 3,42 (0,07) 0,10 (0,08)
5 1 0,54 (0,05) 3,30 (0,05) 0,14 (0,09)
2 0,52 (0,08) 3,32 (0,04) 0,14 (0,11)
6 1 0,11 (0,10) 3,13 (0,04) 0,17 (0,07)
2 0,18 (0,09) 3,14 (0,07) 0,16 (0,07)
7 1 0,22 (0,09) 3,35 (0,07) 0,07 (0,04)
2 0,17 (0,07) 3,28 (0,07) 0,08 (0,06)
Média (DP) 1 0,32 (0,14) 3,19 (0,17) 0,15 (0,11)
2 0,28 (0,12) 3,18 (0,16) 0,14 (0,09)
Na Tabela 6, a posição da bola é descrita nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral no instante (quadro) anterior ao ser atingida pelas cordas da raquete do
praticante. Foram encontradas diferenças significantes quando comparados o
primeiro e o segundo saque no eixo anteroposterior (t=3,16; p=0,02) nessa
condição.
38
Tabela 6 - Posição da bola, em metros, nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral no instante anterior ao contato com as cordas da raquete do
praticante.
Sujeito Saque Anteroposterior Vertical Mediolateral
1 1 0,43 (0,07) 2,52 (0,07) 0,10 (0,06)
2 0,29 (0,09) 2,56 (0,07) 0,09 (0,08)
2 1 0,53 (0,07) 2,57 (0,05) 0,21 (0,09)
2 0,46 (0,07) 2,55 (0,05) 0,22 (0,08)
3 1 0,24 (0,07) 2,72 (0,03) 0,59 (0,13)
2 0,14 (0,09) 2,75 (0,04) 0,54 (0,09)
4 1 0,55 (0,09) 2,40 (0,05) 0,19 (0,14)
2 0,45 (0,08) 2,42 (0,06) 0,22 (0,12)
5 1 0,66 (0,06) 2,71 (0,03) 0,30 (0,19)
2 0,62 (0,12) 2,71 (0,03) 0,36 (0,20)
6 1 0,13 (0,10) 2,53 (0,05) 0,43 (0,11)
2 0,17 (0,12) 2,55 (0,05) 0,47 (0,11)
7 1 0,37 (0,14) 2,44 (0,04) 0,16 (0,11)
2 0,30 (0,12) 2,44 (0,04) 0,15 (0,12)
Média (DP) 1 0,42 (0,18)* 2,56 (0,12) 0,28 (0,17)
2 0,35 (0,17) 2,57 (0,12) 0,29 (0,17)
* Valor significantemente maior do que o obtido no segundo saque (t=3,16; p=0,02).
Na Tabela 7, a posição da bola, em metros, é descrita nos eixos
anteroposterior, vertical e mediolateral no instante anterior ao ser atingida pelas
cordas da raquete do praticante na condição bola parada, ou seja, na situação em
que o indivíduo acredita ser a melhor posição da bola para ser atingida pelas cordas
da raquete. Ao se comparar a posição da bola no eixo mediolateral, os valores do
primeiro saque apresentaram-se significantemente (t=2,57; p=0,04) maiores do que
os valores do segundo saque.
39
Tabela 7- Posição da bola, em metros, nos eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral no instante anterior ao contato com as cordas da raquete do
praticante considerada como ideal.
Sujeito Saque Anteroposterior Vertical Mediolateral
1 1 0,62 (0,13) 2,45 (0,02) 0,34 (0,03)
2 0,52 (0,03) 2,44 (0,01) 0,33 (0,03)
2 1 0,54 (0,00) 2,77 (0,02) 0,51 (0,01)
2 0,27 (0,11) 2,74 (0,08) 0,47 (0,04)
3 1 0,23 (0,16) 2,59 (0,01) 0,17 (0,11)
2 0,31 (0,01) 2,57 (0,01) 0,05 (0,03)
4 1 0,47 (0,08) 2,45 (0,05) 0,20 (0,04)
2 0,37 (0,03) 2,27 (0,12) 0,13 (0,04)
5 1 0,63 (0,19) 2,84 (0,13) 0,58 (0,04)
2 0,81 (0,09) 2,81 (0,01) 0,33 (0,05)
6 1 0,51 (0,09) 2,57 (0,03) 0,08 (0,04)
2 0,31 (0,07) 2,40 (0,01) 0,04 (0,03)
7 1 0,48 (0,08) 2,33 (0,02) 0,17 (0,08)
2 0,43 (0,04) 2,34 (0,01) 0,14 (0,03)
Média (DP) 1 0,50 (0,13) 2,57 (0,18) 0,29 (0,19)*
2 0,43 (0,19) 2,51 (0,20) 0,21 (0,16)
* Valor significantemente maior do que o obtido no segundo saque (t=2,57; p=0,04)
5.4. Variabilidade
O cálculo do coeficiente de variabilidade, expresso pela razão entre o desvio-
padrão e a média, com o resultado multiplicado por 100, fornece os valores em
porcentagem (VIEIRA, 1980), conforme pode ser visualizado na Tabela 8,
apresentada para cada eixo nas quatro situações: mão, bola, raquete e bola parada,
na qual não foram encontradas diferenças significantes.
40
Tabela 8 - Coeficiente de variabilidade (%).
Sujeito Saque MÃO BOLA RAQUETE BOLA PARADA
Z Y X Z Y X Z Y X Z Y X
1 1 26 3 37 16 1 81 17 3 56 20 1 10
2 21 2 32 31 1 74 30 3 86 5 1 10
2 1 10 2 40 16 2 53 12 2 43 1 1 2
2 14 2 52 11 1 62 15 2 36 42 3 8
3 1 5 4 76 16 2 24 28 1 21 71 0 67
2 8 4 115 25 1 19 67 1 18 4 0 74
4 1 66 2 37 17 2 78 17 2 71 17 2 21
2 75 7 46 20 2 74 18 2 53 8 5 27
5 1 10 2 43 10 2 62 9 1 61 30 5 7
2 12 2 33 15 1 80 20 1 54 12 1 16
6 1 39 3 20 85 1 44 78 2 25 17 1 52
2 28 2 17 52 2 44 67 2 23 22 0 85
7 1 55 3 20 42 2 64 38 1 68 17 1 46
2 50 2 19 44 2 82 40 2 80 9 0 24
Média 1 30 3 42 29 2 60 33 2 50 20 2 32
2 23 1 26 21 1 21 23 1 23 18 2 28
Legenda: Z = eixo anteroposterior; Y = eixo vertical; X = eixo médiolateral.
41
6. DISCUSSÃO
São escassos os estudos na área da biomecânica que buscaram analisar,
descrever e auxiliar na melhoria do lançar a bola (toss). Em pesquisa bibliográfica
realizada em bases de dados (Medline\Pubmed; Ebsco – SportDiscus), apenas três
artigos continham análises referentes à esta parte importante do saque do tênis de
campo.
No presente estudo, foi realizada a comparação da posição da bola (nas três
dimensões) ao perder contato com a mão do atleta, em sua máxima altura, bem
como no instante em que entra em contato com as cordas da raquete. Também foi
comparada a posição da bola estabelecida pelo atleta como ideal e a posição obtida
durante saques efetivamente realizados.
Foi solicitada aos voluntários a realização de 15 saques corretos dentro da
área de saque, desferindo a bola na direção do corpo do adversário. Para tanto, em
média, foram necessários 55 saques (primeiro) e 37 saques (segundo), o que
representa 48% a mais de primeiro saque em relação ao segundo. Fato que se
assemelha ao do estudo de Johnson e McHugh (2006), no qual, mesmo em situação
real de jogo, o primeiro saque obteve, aproximadamente, o dobro de realizações em
relação ao segundo.
Vretaros (2004) verificou em jogos juvenis que o saque foi o terceiro golpe
mais realizado, num total de 80 saques, valor muito próximo ao verificado no
presente estudo, no qual, foram realizados 93 saques, mostrando que a metodologia
empregada aproximou-se nesse parâmetro a situação de jogo.
Silva (2007) e Okasaki et al. (2012) argumentam que o primeiro saque é
realizado em maior número e com maior potência devido à possibilidade de se ter o
segundo saque no caso de erro do primeiro. O segundo saque tende a ser
executado com maior precisão e, portanto, menor potência, uma vez que, se houver
erro, o ponto será dado ao adversário.
Em relação à posição da bola ao perder o contato com a mão do executante,
não foram encontradas diferenças significantes para os eixos anteroposterior,
vertical e mediolateral entre os dois saques analisados, mostrando que os atletas,
mesmo sendo infanto-juvenis, já desenvolveram parâmetros motores com alta
reprodutibilidade para esta tarefa. Reid, Whiteside e Elliott (2011) afirmam que as
42
instruções dos técnicos para a realização do toss sempre visam à redução de sua
variação, ou seja, o atleta deve realizar o mesmo toss, independentemente do tipo
de saque que irá realizar.
Ao perder contato com a mão, a bola, no eixo anteroposterior, está localizada,
aproximadamente, a 0,20 m para frente do praticante. No eixo vertical, a bola foi
lançada, aproximadamente, a 1,80 m de altura, o que na maioria dos casos
aconteceu com o membro superior estendido acima da linha do ombro. No eixo
mediolateral, a bola perdeu o contato com a mão do praticante cerca de 0,20 m para
a esquerda do indivíduo. Como não houve diferenças significantes entre o primeiro e
o segundo saque, estes valores representam o toss da bola em ambas as situações,
primeiro e segundo saque.
Na segunda posição analisada, em que a bola está em sua máxima altura
durante o arremesso (toss), ela se encontra, respectivamente, a 0,30 m para
frente, a 3,19 m acima e a 0,15 m para a esquerda do indivíduo, tanto para o
primeiro quanto para o segundo saque, o que demonstra mais uma vez que o toss
foi realizado da mesma forma, independentemente do saque a ser produzido (REID;
WHITESIDE; ELLIOTT, 2011). Estes resultados corroboram com os encontrados por
Chiang, Chiang e Chen (2006), no qual a bola, em sua máxima altura, também era
lançada para frente e para a esquerda.
Para o terceiro momento analisado, que antecede o contato da bola com as
cordas da raquete, foi verificada diferença significante entre os saques (primeiro e
segundo) no eixo anteroposterior, ou seja, no primeiro saque a bola foi atingida a
0,07 m mais para frente do executante do que no segundo saque. No eixo vertical e
mediolateral a bola foi atingida, respectivamente, a 2,56 m de altura e a 0,30 m para
a esquerda do atleta.
Esta diferença para o eixo anteroposterior vai ao encontro do resultado obtido
por Chiang, Chiang e Chen (2006), que também verificaram que, no momento
anterior ao impacto, no primeiro saque, a bola estava significantemente mais para
frente do que no segundo.
Ao simular a melhor posição para atingir a bola, em sua altura, distância
anteroposterior e vertical, os participantes a posicionaram 0,45 m para frente e a 2,5
m de altura, independentemente do saque realizado, primeiro ou segundo. Contudo,
houve diferença significante de aproximadamente 0,08 m no eixo mediolateral,
sendo a bola posicionada mais para a esquerda no primeiro saque.
43
Ao se comparar a posição da bola, no primeiro e no segundo saque, no
instante anterior ao contato com as cordas da raquete, nas situações real e
considerada como ideal pelo praticante, os eixos anteroposterior, vertical e
mediolateral não apresentaram diferenças significantes, indicando que o movimento
realizado é próximo ao idealizado. Contudo, na situação real, a bola é projetada
mais para frente ao se realizar o primeiro saque, se comparado à realização do
segundo.
Comparando-se a posição da bola no primeiro e segundo saque, na situação
considerada real pelo praticante, observou-se que no primeiro saque, a bola deveria
estar posicionada mais para a esquerda. E, na situação considerada como ideal, a
bola foi posicionada, pelos praticantes, sempre mais próxima ao corpo para a
realização do primeiro saque, em comparação ao segundo.
Os tenistas apresentaram boa relação entre o que fazem e o que acreditam
que devem fazer, contudo, as diferenças encontradas mostram que, embora a
instrução dada fosse para a realização de um toss sem variação, existem diferenças
entre o toss realizado no primeiro e segundo saque.
Estas diferenças mostram que os indivíduos da amostra acreditam que, no
primeiro saque, precisam atingir a bola mais a esquerda, mas, na verdade, atingem
a bola mais a frente. Possivelmente, a bola é lançada mais a frente, permitindo
maior tempo de movimento rotacional da raquete (laçada) e, consequentemente,
maior velocidade linear da raquete no momento do contato da bola com as cordas.
Esta é apenas uma suposição, uma vez que a velocidade da raquete não foi medida.
Outro fator importante foi a baixa variabilidade em todas as situações do
eixo vertical, em alguns casos, próxima a 0%, mostrando que os indivíduos
conseguem, independentemente do tipo de saque, fazer com que a bola perca
contato com a mão, atinja a altura máxima e entre em contato com as cordas da
raquete com alta reprodutibilidade.
Por outro lado, nos eixos anteroposterior e mediolateral, mesmo não tendo
apresentado diferenças significantes entre os saques, apresentaram alto percentual
de variabilidade. Embora a altura seja sempre a mesma, o indivíduo não consegue
ter o mesmo domínio do movimento ao lançar a bola mais próxima ou mais longe do
seu corpo e mais a sua direita ou esquerda. Necessitando de estudos com o objetivo
de entender quais ajustes corporais são realizados para que essa variação ocorra.
44
7. CONCLUSÃO
A metodologia empregada permitiu descrever e comparar a posição da bola,
nas três dimensões espaciais, durante o primeiro e o segundo saque do tênis de
campo.
No instante do impacto com as cordas da raquete, a posição da bola é a
mesma, tanto em condições reais de saque, quanto em condições ideais (quando a
bola é elevada e mantida na posição desejada).
Ao golpear a bola, esta se encontra mais a frente do atleta no primeiro saque,
se comparado ao segundo. Ao posicionar a bola onde ela idealmente deveria estar
no instante de contato com as cordas da raquete, atletas jovens a posicionam mais
próxima ao corpo, no eixo mediolateral, para realizar o segundo saque. Contudo, isto
não ocorre quando o saque é efetivamente realizado.
Em todas as condições estudadas, a posição da bola no eixo vertical
apresentou menor variabilidade.
45
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OKAZAKI, V. H. A.; DASCAL, J. B.; OKASAKI, F. H. A.; TEIXEIRA, L. A. Ciência e tecnologia aplicada à melhoria do desempenho esportivo. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v.11, n.1, p.143-157, 2012. PACHARONI, R,; MASSA, M. Processo de formação de tenistas talentosos. Motriz, v.18, n.2, p.253-261, 2012. REID, M.; WHITESIDE, D.; ELLIOTT, B. Effect of skill decomposition on racket and ball kinematics of the elite junior tennis serve. Sports Biomechanics, v.9, n.4, p.296-303, 2010. REID, M.; WHITESIDE, D.; ELLIOTT, B. Serving to different locations: set-up, toss, and racket kinematics of the professional tennis serve. Sports Biomechanics, v.10, n.4, p.407-414, 2011. SEELEY, M. K.; UHL, T. L.; MCCRORY, J.; MCGINN, P.; BEN KIBLER, W.; SHAPIRO, R. A comparision of muscle activations during traditional and abbreviated tennis serves. Sports Biomechanics, v.7, n.2, p. 248-259, 2008. SILVA, S. Tênis. São Paulo: Odysseus Editora, 2007. CAPITULO SIMÕES, D. P.; BALBINOTTI, M. A. A.; SALDANHA, R. P.; BARBOSA, M. L. L.; BALBINOTTI, C. A. A. O treinamento físico-desportivo de tenistas de 13 a 16 anos. Um estudo comparativo entre sexos. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), ano 16, n.160, 2011. TANABE, S.; ITO, A. A three-dimensional analysis of the contributions of upper limb joint movements to horizontal racket head velocity at ball impact during tennis serving. Sports Biomechanics, v.6, n.3, p. 418-433, 2007. VIEIRA, S. Medidas de dispersão para uma amostra. In: ______. Introdução à bioestatística. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1980. Cap. 5, p.35-44. VRETAROS, A. Análise das ações motoras no tênis de campo competitivo. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), ano 10, n. 73, 2004.
48
ANEXOS
ANEXO A - Parecer Do COEP
49
APÊNDICES
APÊNDICE A - TCLE Pais ou Responsáveis
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PAIS ou RESPONSÁVEIS pelo Sujeito de Pesquisa
Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa “ANÁLISE DA REPRODUTIBILIDADE DO LANÇAR A BOLA NO SAQUE DO TÊNIS” que se propõe a avaliar a reprodutibilidade do lançar a bola na realização do saque de praticantes de tênis de campo em idade entre 13 e 17 anos. Os dados para o estudo serão coletados na própria quadra de treino dos praticantes. O instrumento de analise será aplicado pelo pesquisador responsável e tanto os instrumentos de coleta de dados quanto o contato interpessoal oferecem riscos mínimos aos participantes. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao pesquisador responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas, e terá o direito de retirar a permissão para participar do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das informações coletadas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o pesquisador responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Este estudo consiste em realizar saques do primeiro (flat) e segundo serviço (slice) até que se atinjam 15 saques de cada simulando acertar o corpo do adversário, haverá intervalo para repouso sempre que você solicitar ou a cada 15 saques realizados. Os movimentos serão gravados por 2 câmeras filmadoras dispostas em locais estratégicos da quadra. Será fornecida a você roupa preta para que marcadores reflexivos (papel reflexivo) dispostos nas articulações do ombro, cotovelo, punho, quadril, joelho e tornozelo fiquem em contraste para melhor registro da imagem. Você utilizará sua própria raquete para execução dos saques. O interesse do estudo é medir a trajetória da bola durante o arremesso (Ball toss), bem como a repetitibilidade e reprodutibilidade deste movimento. Ou seja, pretendemos medir quanto você varia o arremesso da bola entre um saque e outro. Estas informações serão organizadas e apresentadas a técnicos e professores de tênis, fornecendo assim suporte para o aprimoramento deste gesto esportivo. Apesar de o estudo apresentar risco mínimo aos participantes, poderá haver fadiga muscular resultando em desconforto ou dor muscular tardia. Você será orientado a realizar alongamentos específicos antes e após a pesquisa. Se for necessário, você será atendido gratuitamente na clínica de fisioterapia da Universidade São Judas Tadeu ou no local.
50
Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu através do telefone (11) 2799-1665. Desde já agradecemos a sua colaboração. Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram esclarecidas pelo pesquisador responsável. Estou ciente que a participação é voluntária, e que, a qualquer momento tenho o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e de retirar a permissão para participar da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo. Nome do Responsável pelo sujeito de Pesquisa: ____________________________ Assinatura do responsável pelo sujeito de pesquisa: _________________________ Declaro que expliquei ao responsável pelo sujeito de pesquisa os procedimentos a serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas. São Paulo, _____ de ______________________ de __________. _______________________________ ___________________________________ Ana Paula Xavier Ladeira Prof. Dr. Ulysses Fernandes Ervilha Pesquisadora Responsável Orientador [email protected] Universidade São Judas Tadeu
Rua Taquari, 546 – Mooca, São Paulo [email protected]
51
APÊNDICE B – TCLE Instituição
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO INSTITUIÇÃO
Gostaríamos de convidar a sua Instituição a participar do projeto de pesquisa “ANÁLISE DA REPRODUTIBILIDADE DO LANÇAR A BOLA NO SAQUE DO TÊNIS” que se propõe avaliar a reprodutibilidade do lançar a bola na realização do saque de praticantes de tênis de campo em idade entre 13 e 17 anos. Os dados para o estudo serão coletados na própria quadra de treino da Instituição. O instrumento de analise será aplicado pelo pesquisador responsável e tanto os instrumentos de coleta de dados quanto o contato interpessoal oferecem riscos mínimos aos participantes. Em qualquer etapa do estudo os participantes e a Instituição terão acesso ao pesquisador responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas, e terão o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das informações coletadas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o pesquisador responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Este estudo consiste em realizar saques do primeiro (flat) e segundo serviço (slice) até que se atinjam 15 saques de cada simulando acertar o corpo do adversário, haverá intervalo para repouso sempre que o participante solicitar ou a cada 15 saques realizados. Os movimentos serão gravados por 2 câmeras filmadoras dispostas em locais estratégicos da quadra. Será fornecida a roupa preta para que marcadores reflexivos (papel reflexivo) dispostos nas articulações do ombro, cotovelo, punho, quadril, joelho e tornozelo fiquem em contraste para melhor registro da imagem. O praticante utilizará sua própria raquete para execução dos saques. O interesse do estudo é medir a trajetória da bola durante o arremesso (Ball toss), bem como a repetitibilidade e reprodutibilidade deste movimento. Ou seja, pretendemos medir quanto o praticante varia o arremesso da bola entre um saque e outro. Estas informações serão organizadas e apresentadas a técnicos e professores de tênis, fornecendo assim suporte para o aprimoramento deste gesto esportivo. Apesar de o estudo apresentar risco mínimo aos participantes, poderá haver fadiga muscular resultando em desconforto ou dor muscular tardia. O voluntário será orientado a realizar alongamentos específicos antes e após a pesquisa. Se necessário, será atendido gratuitamente na clínica de fisioterapia da Universidade São Judas Tadeu ou no local. Assim, considerando-se o exposto, solicitamos o consentimento desta Instituição para o contato com os sujeitos de pesquisa, bem como a liberação do espaço para realização da pesquisa.
52
Caso a Instituição tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu através do telefone (11) 2799-1665. Desde já agradecemos a sua colaboração. Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram esclarecidas pelo pesquisador responsável. Estou ciente que a participação da Instituição e dos sujeitos de pesquisa é voluntária, e que, a qualquer momento ambos tem o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e de retirar-se da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo. Nome do representante legal da Instituição: ________________________________ Assinatura do representante legal da Instituição: ____________________________ Declaro que expliquei ao responsável pela Instituição os procedimentos a serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas. São Paulo, _____ de ______________________ de __________. _______________________________ ___________________________________ Ana Paula Xavier Ladeira Prof. Dr. Ulysses Fernandes Ervilha Pesquisadora Responsável Orientador [email protected] Universidade São Judas Tadeu
Rua Taquari, 546 – Mooca, São Paulo [email protected]