Contabilidade Geral e Avançada para Auditor da Receita Federal Teoria e exercícios comentados
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa – Aula 13
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Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 2
CPC 28 – PROPRIEDADES PARA INVESTIMENTO ................................................................. 3
PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO SEGUNDO A INTERPRETAÇÃO TÉCNICA N. 10 DO CPC..... 5
RECONHECIMENTO DE UMA PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO ......................................... 6
MENSURAÇÃO NO RECONHECIMENTO ............................................................................... 7
MENSURAÇÃO APÓS O RECONHECIMENTO INICIAL ............................................................. 8
MÉTODO DO VALOR JUSTO .............................................................................................. 8
MÉTODO DO CUSTO ...................................................................................................... 10
TRANSFERÊNCIA ........................................................................................................... 10
ALIENAÇÃO .................................................................................................................. 10
DIVULGAÇÃO ................................................................................................................ 11
CPC 31 - ATIVO NÃO CIRCULANTE MANTIDO PARA VENDA E OPERAÇÃO DESCONTINUADA.... 12
OBJETIVO .................................................................................................................... 12
ALCANCE ..................................................................................................................... 12
CLASSIFICAÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE COMO MANTIDO PARA VENDA ....................... 15
MENSURAÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE CLASSIFICADO COMO MANTIDO PARA VENDA .... 17
APRESENTAÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE CLASSIFICADO COMO MANTIDO PARA VENDA.. 22
APRESENTAÇÃO DE OPERAÇÕES DESCONTINUADAS NA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO .... 24
DIVULGAÇÕES ADICIONAIS ........................................................................................... 25
CAPÍTULO 06 – CPC 06 – ARRENDAMENTO MERCANTIL (R1) .............................................. 27
INTRODUÇÃO: .............................................................................................................. 27
OBJETIVO .................................................................................................................... 28
ALCANCE ..................................................................................................................... 28
ALCANCE ..................................................................................................................... 28
DEFINIÇÕES ................................................................................................................. 29
CLASSIFICAÇÃO DO ARRENDAMENTO MERCANTIL ............................................................ 33
ARRENDAMENTO MERCANTIL NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO ARRENDATÁRIO .......... 37
ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO ....................................................................... 37
RECONHECIMENTO INICIAL ............................................................................................ 37
MENSURAÇÃO SUBSEQÜENTE ......................................................................................... 39
TRANSAÇÃO DE VENDA E LEASEBACK ............................................................................. 45
QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................................. 47
QUESTÕES COMENTADAS NEST AULA ............................................................................. 68
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ..................................................... 76
AULA 13: 26. TRATAMENTO DE OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO
MERCANTIL. 27. ATIVO NÃO CIRCULANTE MANTIDO PARA VENDA, OPERAÇÃO DESCONTINUADA E PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO,
CONCEITOS E TRATAMENTO CONTÁBIL.
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INTRODUÇÃO
Olá, meus amigos. Como estão?!
Hoje, continuaremos nosso curso de Contabilidade para Receita Federal.
Abordaremos temas interessantíssimos, a saber, arrendamento mercantil, ativos mantidos para venda e propriedade para investimento.
Estamos à disposição para responder as dúvidas que surjam.
Nossos e-mails são:
Quaisquer dúvidas, por favor, enviem aos dois e-mails, para que ambos possamos ter ciência do que está se passando no curso.
Tá ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?!
Veremos os seguintes assuntos:
Aula Conteúdo
Aula 12 26. Tratamento de operações de arrendamento mercantil. 27. Ativo não circulante mantido para venda, operação descontinuada e
propriedade para investimento, conceitos e tratamento contábil.
Forte abraço!
Gabriel Rabelo/Luciano Rosa.
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CPC 28 – PROPRIEDADES PARA INVESTIMENTO
Falaremos, a seguir, sobre o seguinte tópico do concurso de Auditor Fiscal da
Receita Federal do Brasil:
27. Ativo Não Circulante Mantido para Venda, Operação Descontinuada e
Propriedade para Investimento, conceitos e tratamento contábil.
Trataremos do conceito de propriedade para investimento, bem como sobre o
tratamento contábil dispensado a este tipo de ativo.
O primeiro aspecto a se salientar é que o tema veio insculpido no Pronunciamento Técnico n. 28 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
Estudaremos os aspectos mais importantes para concursos, que é o que nos interessa.
Alguns conceitos importantes são definidos pela norma. Senão vejamos:
- Valor contábil é o montante pelo qual um ativo é reconhecido no
balanço patrimonial.
Assim, um ativo que esteja reconhecido no balanço pelo valor de R$ 100.000,00, deduzido de uma provisão para ajuste ao valor de mercado de R$
20.000,00, terá valor contábil de R$ 80.000,00.
- Propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício – ou parte de edifício – ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário
em arrendamento financeiro) para auferir aluguel ou para valorização do
capital ou para ambas, e não para:
(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas; ou
(b) venda no curso ordinário do negócio.
Portanto, este é, indubitavelmente, um dos pontos mais importantes para nossa prova, saber discernir uma propriedade para investimento.
O CPC a define como aquela que é mantida para auferir aluguel ou para
valorização (ou ambas), contanto que não sejam utilizadas para finalidades administrativas e nem sejam vendidas como curso ordinário do negócio.
Outro aspecto que merece destaque é o fato de que a propriedade para
investimento não necessita ser juridicamente da entidade que está reportando
as demonstrações contábeis. Pode, também, ser de um arrendatário, no caso
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de arrendamento mercantil financeiro (cuidado: arrendamento operacional, em
regra, não!). Trata-se, aqui, da primazia da essência sobre a forma, tão propalada nos estudos da contabilidade.
Caso a propriedade seja mantida para uso na produção ou para fornecimento
de bens ou serviços, ou, ainda, para finalidades administrativas, recebe o nome de propriedade ocupada pelo proprietário.
O grande diferencial, portanto, entre a propriedade mantida para investimento
e a propriedade ocupada pelo proprietário é a classificação. Enquanto a primeira é contabilizada dentro do ativo não circulante – investimentos, a segunda é
classificada no ativo não circulante – imobilizado (regendo-se eminentemente pelo CPC 27). Ademais, aquela gera fluxos de caixas altamente independentes
dos outros ativos da sociedade, por deles não depender. Por seu turno, a propriedade ocupada pelo proprietário gera fluxos de caixas mais dependentes,
por estarem trabalhando em harmonia dentro da entidade.
Alguns exemplos de propriedade para investimento enunciados pelo CPC são
(item 08):
(a) terrenos mantidos para valorização de capital a longo prazo e não para venda a curto prazo no curso ordinário dos negócios;
(b) terrenos mantidos para futuro uso correntemente indeterminado (se a entidade não tiver determinado que usará o terreno como propriedade ocupada
pelo proprietário ou para venda a curto prazo no curso ordinário do negócio, o terreno é considerado como mantido para valorização do capital);
(c) edifício que seja propriedade da entidade (ou mantido pela entidade em arrendamento financeiro) e que seja arrendado sob um ou mais arrendamentos
operacionais; (d) edifício que esteja desocupado, mas mantido para ser arrendado sob um ou
mais arrendamentos operacionais;
(e) propriedade que esteja sendo construída ou desenvolvida para futura utilização como propriedade para investimento.
Ao revés, não são consideradas propriedades para investimento, ainda segundo
a norma (item 09):
(a) propriedade destinada à venda no decurso ordinário das atividades ou em vias de construção ou desenvolvimento para tal venda, como, por exemplo,
propriedade adquirida exclusivamente com vista à alienação subsequente no futuro próximo ou para desenvolvimento e revenda;
(b) propriedade em construção ou desenvolvimento por conta de terceiros; (c) propriedade ocupada pelo proprietário (como explicamos acima), incluindo
(entre outras coisas) propriedade mantida para uso futuro como propriedade ocupada pelo proprietário, propriedade mantida para desenvolvimento futuro e
uso subsequente como propriedade ocupada pelo proprietário, propriedade
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ocupada por empregados (paguem ou não aluguéis a taxas de mercado)
e propriedade ocupada pelo proprietário no aguardo de alienação; (d) propriedade que é arrendada a outra entidade sob arrendamento financeiro.
Outro trecho importante do Pronunciamento é o destacado a seguir:
10. Algumas propriedades compreendem uma parte que é mantida para obter rendimentos ou para valorização de capital e outra parte que é mantida para
uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas. Se essas partes puderem ser vendidas separadamente (ou
arrendadas separadamente sob arrendamento financeiro), a entidade contabiliza as partes separadamente. Se as partes não puderem ser vendidas
separadamente, a propriedade só é propriedade para investimento se uma parte insignificante for mantida para uso na produção ou fornecimento de bens
ou serviços ou para finalidades administrativas.
Em síntese, a propriedade que seja utilizada concomitantemente para valorização e para uso nas atividades da entidade deverá ser assim analisada:
PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO SEGUNDO A INTERPRETAÇÃO
TÉCNICA N. 10 DO CPC
Nos termos da Interpretação Técnica n. 10 do CPC:
44. Os ativos imobilizados são itens tangíveis que:
(a) são detidos para uso na produção ou no fornecimento de mercadorias ou
serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e (b) é esperado que sejam usados durante mais de um período.
45. A propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício – ou
parte de edifício – ou ambos) mantida (pelo dono ou pelo arrendatário em
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arrendamento financeiro) para obter rendas ou para valorização do capital ou
para ambas, e não para:
(a) uso na produção ou no fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas; ou
(b) venda no curso ordinário do negócio.
Assim, a norma traz importante distinção entre o que vem a ser a propriedade para investimento e o que vem a ser ativo imobilizado.
Atente-se, agora, a um aspecto interessante e importante. A menção da
palavra “aluguel” no item 44 (a) e a menção da expressão “para obter rendas” no item 45 se diferenciam basicamente no seguinte: no ativo imobilizado, a
figura do aluguel só pode existir quando estiver vinculado a ativo complementar na produção ou no fornecimento de bens ou serviços.
Exemplifique-se. Uma fazenda pode ter residências alugadas a seus funcionários, uma extratora de minerais pode construir residências no meio da
floresta também para alugar a seus funcionários, etc. Nesse caso, os ativos alugados são, na verdade, parte do imobilizado necessário ao atingimento da
atividade-fim da entidade.
Ainda, nos termos da Interpretação Técnica:
47. Se houver investimento para obter renda por meio de aluguel, em que este é o objetivo final, no qual o imóvel é um investimento em si mesmo, e não o complemento de outro investimento, aí se tem a caracterização não do ativo
imobilizado, mas sim de propriedade para investimento. A propriedade para investimento, ao contrário do ativo alugado classificado no imobilizado, tem um
fluxo de caixa específico e independente, ou seja, ele é o ativo principal gerador de benefícios econômicos, e não um acessório a outros ativos geradores desses
benefícios.
RECONHECIMENTO DE UMA PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
16. A propriedade para investimento deve ser reconhecida como ativo quando, e apenas quando:
(a) for provável que os benefícios econômicos futuros associados à propriedade para investimento fluirão para a entidade; e
(b) o custo da propriedade para investimento possa ser mensurado
confiavelmente.
Assim, se a entidade adquire uma propriedade para investimento no valor de R$ 100.000,00, deverá contabilizá-la por este valor.
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Todavia, gastos que se fizerem ulteriormente na propriedade, como custos para
mantê-la, tais como serviços diários, mão-de-obra, bens consumidos na propriedade, pequenas peças, reparos e manutenção, são reconhecidos na
demonstração do resultado do exercício, como despesa, não devendo ser ativados.
Agora, imagine-se que as paredes da propriedade comecem a ruir, tendo a
entidade de substituí-las. Estima-se que o valor da perda seja de R$ 20.000,00 e que as paredes novas custem R$ 15.000,00. O procedimento correto,
segundo o item que transcrevemos a seguir do CPC, é dar baixa no valor que sofreu perda (R$ 20.000,00), ativando o valor de R$ 15.000,00.
Desconsiderando-se, assim, qualquer outro lançamento, teremos que o ativo
ficará avaliado por R$ 100.000,00 – R$ 20.000,00 + R$ 15.000,00 = R$ 95.000,00.
19. Partes de propriedades para investimento podem ter sido adquiridas por substituição. Por exemplo, as paredes interiores podem ser substituições das paredes originais. Segundo o princípio do reconhecimento, a entidade
reconhece no valor contábil de propriedade para investimento o custo da parte de substituição da propriedade para investimento existente no momento em
que o custo é incorrido se os critérios de reconhecimento forem cumpridos. O valor contábil das partes que são substituídas é baixado de acordo com as
disposições de baixa deste Pronunciamento.
MENSURAÇÃO NO RECONHECIMENTO
A propriedade para investimento deve ser inicialmente mensurada pelo seu custo. Os custos de transação devem ser incluídos na mensuração
inicial (CPC 28, item 20).
O custo de uma propriedade para investimento comprada compreende
o seu preço de compra e qualquer dispêndio diretamente atribuível. Os dispêndios diretamente atribuíveis incluem, por exemplo, as remunerações
profissionais de serviços legais, impostos de transferência de propriedade e outros custos de transação (CPC 28, item 21).
24. Se o pagamento de uma propriedade para investimento for a prazo, o seu custo é o equivalente ao valor à vista. A diferença entre esta quantia e os
pagamentos totais é reconhecida como despesa financeira durante o período do
crédito.
Exemplifiquemos.
Uma propriedade para investimento é adquirida pelo montante de R$
100.000,00, para pagamento em 4 parcelas mensais de R$ 30.000,00 (R$
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5.000,00 de juros por parcela – considerando juros simples). Ignore qualquer
outro tipo de custo. Como contabilizar?
D – Propriedade para investimento (ANC – investimento) 100.000,00 D – Encargos financeiros a transcorrer (Ret. do passivo) 20.000,00
C – Financiamentos a pagar (Passivo) 120.000,00
Com a quitação de cada uma das parcelas, lançamos:
D – Financiamentos a pagar (Passivo) 30.000,00 C – Caixa (Ativo) 30.000,00
D – Despesas com encargos financeiros (Resultado) 5.000,00
C – Encargos financeiros a transcorrer 5.000,00
MENSURAÇÃO APÓS O RECONHECIMENTO INICIAL
Dissemos que, inicialmente, a propriedade para investimento é avaliado pelo custo, como manda o princípio do registro pelo valor original. Todavia, o custo
histórico pode sofrer variações subsequentes.
Assim, a entidade deve adotar, para mensurações posteriores, ou o método do valor justo ou o método do custo, utilizando-se, assim, dessa política
contábil para todas as suas propriedades para investimento.
Repetimos. As propriedades mantidas para investimento, após o registro inicial pelo custo, podem ser avaliadas pelo valor justo ou pelo custo.
Se forem pelo valor justo, não há depreciação. Pelo custo, são depreciadas
normalmente.
Políticas contábeis são os princípios, as bases, as convenções, as regras e as
práticas específicas aplicados pela entidade na elaboração e na apresentação de demonstrações contábeis.
Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes
interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem
uma transação compulsória. O valor justo pode, grosso modo, ser também conhecido como valor de mercado.
MÉTODO DO VALOR JUSTO
33. Após o reconhecimento inicial, a entidade que escolhe o método do valor justo deve mensurar todas as suas propriedades para investimento pelo valor
justo, exceto nos casos descritos no item 53.
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O valor justo da propriedade para investimento deve refletir as condições de mercado à data do período de reporte. O período de reporte é aquele a que as
demonstrações contábeis da entidade se refere.
O ganho ou a perda proveniente de alteração no valor justo de propriedade para investimento deve ser reconhecido no resultado do período em que ocorra
(item 35).
Assim, imagine-se uma propriedade para investimento adquirida pelo valor de R$ 100.000,00. Um ano após, seu valor justo é avaliado em R$ 90.000,00.
Houve uma variação a valor justo no valor de R$ 10.000,00. O lançamento é o que se segue:
D – Despesa com ajuste a valor justo 10.000,00
C – Ajuste a valor justo 10.000,00
53. Há presunção refutável de que a entidade pode confiavelmente determinar o valor justo de propriedade para investimento em uma base contínua. Porém,
em casos excepcionais, quando a entidade adquire pela primeira vez uma propriedade para investimento (ou quando a propriedade existente se torne
pela primeira vez propriedade para investimento na sequência da conclusão da construção ou do desenvolvimento, ou após a alteração de uso), há clara
evidência de que o valor justo da propriedade para investimento não é determinável com confiabilidade em uma base contínua. Isso ocorre quando, e
apenas quando, são pouco frequentes transações de mercado comparáveis e quando não estão disponíveis estimativas alternativas confiáveis de valor justo
(por exemplo, com base em projeções de fluxos de caixa descontados). Se a entidade conclui que o valor justo de uma propriedade para investimento em
construção não é determinável com confiabilidade, mas é esperado que o valor justo da propriedade seja determinável com confiabilidade quando a construção
for concluída, a propriedade para investimento em construção deve ser
mensurada ao custo até que seu valor justo se torne confiavelmente mensurável ou a construção seja concluída (o que ocorrer primeiro). Se a
entidade conclui que o valor justo de uma propriedade para investimento (outra que não uma propriedade para investimento em construção) não é
confiavelmente determinável, a entidade mensura essa propriedade para investimento usando o método do custo do Pronunciamento Técnico CPC 27 –
Ativo Imobilizado. O valor residual da propriedade para investimento deve ser assumido como sendo zero. A entidade deve aplicar o Pronunciamento Técnico
CPC 27 até a alienação da propriedade para investimento.
A entidade que escolhe avaliar uma propriedade para investimento a valor justo
deve fazê-lo, havendo presunção de que este valor é possível de ser determinado. Algumas vezes, contudo, não poderemos determina-lo facilmente.
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Nestas hipóteses, manteremos o ativo mensurado pelo custo até que o valor
justo possa ser estimado.
MÉTODO DO CUSTO
56. Após o reconhecimento inicial, a entidade que escolher o método do custo deve mensurar todas as suas propriedades para investimento de acordo com os requisitos do Pronunciamento Técnico CPC 27 para esse método, exceto aquelas
que satisfaçam os critérios de classificação como mantidas para venda (ou que estejam incluídas em grupo para alienação que esteja classificado como
mantido para venda) de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada. As propriedades
para investimento que satisfaçam os critérios de classificação como mantidas para venda (ou que estejam incluídas em um grupo para alienação que esteja
classificado como mantido para venda) devem ser mensuradas de acordo com
esse Pronunciamento.
TRANSFERÊNCIA
Uma propriedade para investimento pode vir a se tornar uma propriedade
utilizada pelo proprietário e vice-versa. As transferências para ou de propriedades para investimento devem ser feitas quando, e apenas quando,
houver alteração de uso, evidenciada pelo seguinte:
(a) início de ocupação pelo proprietário, para transferência de propriedade para investimento para propriedade ocupada pelo proprietário;
(b) início de desenvolvimento com objetivo de venda, para transferência de propriedade para investimento para estoque;
(c) fim de ocupação pelo proprietário, para transferência de propriedade ocupada pelo proprietário para propriedade para investimento;
(d) começo de arrendamento operacional para outra entidade, para
transferência de estoques para propriedade para investimento.
ALIENAÇÃO
A propriedade para investimento deve ser baixada (eliminada do balanço patrimonial) na alienação ou quando a propriedade para investimento for
permanentemente retirada de uso e nenhum benefício econômico for esperado da sua alienação (item 66).
A alienação de propriedade para investimento pode ser alcançada pela venda ou
pela celebração de arrendamento financeiro.
Ganhos ou perdas provenientes da retirada ou alienação de propriedades para investimento devem ser determinados como a diferença entre os valores
líquidos da alienação e o valor contábil do ativo e devem ser reconhecidos no
resultado.
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Segundo a norma:
70. O montante a ser recebido com a alienação de uma propriedade para investimento é inicialmente reconhecido pelo valor justo. Em particular, se o pagamento de uma propriedade para investimento for diferido, a
contraprestação recebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço à vista. A diferença entre a quantia nominal da contraprestação e o equivalente
ao preço a dinheiro é reconhecida como receita de juros de acordo com o
Pronunciamento Técnico CPC 30 – Receitas usando o método do juro efetivo.
DIVULGAÇÃO
A entidade deve divulgar se avalia as suas propriedades para investimento pelo valor justo ou pelo valor de custo.
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CPC 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada
Objetivo
Texto do CPC 31:
1. O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer a contabilização de ativos não circulantes mantidos para venda (colocados à venda) e a
apresentação e a divulgação de operações descontinuadas. Em particular, o Pronunciamento exige que os ativos que satisfazem aos critérios de
classificação como mantidos para venda sejam:
(a) mensurados pelo menor entre o valor contábil até então registrado e o valor justo menos as despesas de venda, e que a depreciação ou a amortização
desses ativos cesse; (b) apresentados separadamente no balanço patrimonial e que os resultados
das operações descontinuadas sejam apresentados separadamente na
demonstração do resultado.
Comentário:
Vamos destacar os seguintes pontos:
1) Os ativos não circulantes mantidos para venda devem ser mensurados pelo
menor entre o valor contábil e o valor justo menos as despesas de vendas. 2) Não devem ser depreciados ou amortizados.
3) devem ser apresentados separadamente no balanço patrimonial . 4) Os resultados das operações descontinuadas devem ser apresentados
separadamente na DRE.
Veremos esses pontos com maiores detalhes adiante.
Alcance
Os requisitos de classificação e de apresentação deste Pronunciamento Técnico aplicam-se a todos os ativos não circulantes reconhecidos e a todos os
grupos de ativos mantidos para venda da entidade.
Os requisitos de mensuração deste Pronunciamento aplicam-se a todos os
ativos não circulantes reconhecidos e aos grupos de ativos mantidos para venda, com exceção dos ativos listados no item 5, que devem continuar a ser
mensurados de acordo com os pronunciamentos específicos aplicáveis.
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Os ativos classificados como não circulantes não devem ser reclassificados para ativos circulantes enquanto não satisfizerem aos critérios de classificação como
mantidos para venda.
Por vezes, a entidade coloca à venda um grupo de ativos, possivelmente com alguns passivos diretamente associados, em conjunto numa única transação.
Um grupo de ativos mantido para venda pode ser um grupo de unidades geradoras de caixa, uma única unidade geradora de caixa ou parte de uma
unidade geradora de caixa
As regras de mensuração deste Pronunciamento não se aplicam aos ativos listados a seguir, os quais são abrangidos pelos Pronunciamentos Técnicos
indicados, seja como ativos individuais, seja como parte de grupo de ativos mantido para venda:
(a) imposto de renda diferido ativo (Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos sobre o Lucro);
(b) ativos provenientes de benefícios a empregados (Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados);
(c) ativos financeiros no alcance do Pronunciamento Técnico CPC 38 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração;
(d) ativos não circulantes que sejam contabilizados de acordo com o valor justo nos termos do Pronunciamento Técnico CPC 28 - Propriedade para
Investimento; (e) ativos não circulantes que sejam mensurados pelo valor justo menos as
despesas estimadas no ponto de venda, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola;
(f) direitos contratuais de acordo com contratos de seguro tal como definido no Pronunciamento Técnico CPC 11 - Contratos de Seguro.
5A. A classificação, a apresentação e a mensuração requeridas neste Pronunciamento Técnico aplicáveis a ativo não circulante (ou grupo de ativos)
classificado como mantido para venda também se aplicam a ativo não circulante (ou grupo de ativos) que seja classificado como destinado a ser distribuído aos
sócios na sua condição deproprietários (mantido para distribuição aos proprietários).
Definições:
Unidade geradora de caixa é o menor grupo identificável de ativos que gera fluxos de entrada de caixa e que seja amplamente independente dos fluxos de
entrada de caixa de outros ativos ou grupos de ativos.
Componente de uma entidade é a operação e o fluxo de caixa que podem ser claramente distinguidos, operacionalmente e para fins de demonstrações
contábeis, do resto da entidade.
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Despesa de venda é a despesa incremental diretamente atribuível à alienação
de ativo ou grupo de ativos mantido para venda, excluindo despesa financeira e tributo sobre o lucro.
Ativo circulante é o ativo que satisfaz a qualquer um dos seguintes critérios:
(a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou
consumido no curso normal do ciclo operacional da entidade; (b) é mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
(c) espera-se que seja realizado no período de até doze meses após a data do balanço; ou
(d) é caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou seu uso tenha limitações para a liquidação de passivo durante, pelo menos, doze meses após
a data do balanço.
Operação descontinuada é o componente da entidade que tenha sido
alienado ou esteja classificado como mantido para venda e:
(a) representa uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações;
(b) é parte integrante de um único plano coordenado para vender uma importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações; ou
(c) é uma controlada adquirida exclusivamente com o objetivo de revenda.
Grupo de ativos mantido para venda (colocado à venda) é um grupo de ativos a ser alienado, por venda ou de outra forma, em conjunto como um
grupo de ativos em uma só transação, e passivos diretamente associados a esses ativos que serão transferidos na transação. O grupo de ativos inclui ágio
por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) adquirido em combinação de negócios se o grupo de ativos for uma unidade geradora de caixa à qual tenha
sido alocado ágio (goodwill) de acordo com os requisitos dos itens 77 a 83 do
Pronunciamento Técnico CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos ou se for uma operação dentro dessa unidade geradora de caixa.
Valor justo é o montante pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo
liquidado, entre partes independentes com conhecimento do negócio e interesse em realizá-lo, em transação em que não há favorecidos.
Compromisso firme de compra é um acordo com uma parte não relacionada,
vinculando ambas as partes e geralmente com vínculo jurídico, que
(a) especifica todos os termos significativos, incluindo o preço e o cronograma da transação, e
(b) inclui uma penalidade por não desempenho, que é suficientemente grande para tornar o desempenho altamente provável.
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Altamente provável significa mais provável que simplesmente provável.
Ativo não circulante é um ativo que não satisfaz à definição de ativo circulante.
Provável é o que tem mais chance de ocorrer do que de não ocorrer.
Montante recuperável é o valor mais alto entre o valor justo de um ativo
menos as despesas de venda e o seu valor de uso.
Valor de uso é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados que se espera que surjam do uso contínuo de um ativo e da sua disposição ao final da
sua vida útil.
Classificação de ativo não circulante como mantido para venda
6. A entidade deve classificar um ativo não circulante como mantido para venda se o seu valor contábil vai ser recuperado, principalmente, por meio de
transação de venda em vez do uso contínuo.
7. Para que esse seja o caso, o ativo ou o grupo de ativos mantido para venda deve estar disponível para venda imediata em suas condições atuais,
sujeito apenas aos termos que sejam habituais e costumeiros para venda de tais ativos mantidos para venda. Com isso, a sua venda deve ser altamente
provável.
8. Para que a venda seja altamente provável, o nível hierárquico de
gestão apropriado deve estar comprometido com o plano de venda do ativo, e deve ter sido iniciado um programa firme para localizar um
comprador e concluir o plano. Além disso, o ativo mantido para venda deve ser efetivamente colocado à venda por preço que seja razoável em relação ao
seu valor justo corrente. Ainda, deve-se esperar que a venda se qualifique como concluída em até um ano a partir da data da classificação, com exceção
do que é permitido pelo item 9, e as ações necessárias para concluir o plano devem indicar que é improvável que possa haver alterações significativas no
plano ou que o plano possa ser abandonado.
9. Acontecimentos ou circunstâncias podem estender o período de conclusão da venda para além de um ano. A extensão do período durante o qual se exige que
a venda seja concluída não impede que o ativo seja classificado como mantido para venda se o atraso for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora
do controle da entidade e se houver evidência suficiente de que a entidade
continua comprometida com o seu plano de venda do ativo. Esse é o caso
quando os critérios do Apêndice B forem satisfeitos.
Comentário:
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Para classificar um ativo não circulante como mantido para venda, é necessário
que o ativo esteja disponível para venda imediata, e que esta seja altamente provável.
Para que a venda seja altamente provável, a alta direção da empresa deve
estar comprometida com o plano de venda no ativo. Espera-se que a venda esteja concluída no prazo de um ano a partir da data da classificação.
O prazo de um ano pode ser estendido, sem alterar a classificação de ativo
mantido para a venda, se o atraso foi causado por acontecimento ou circunstância fora do controle da entidade.
12A. O ativo não circulante (ou grupo de ativos) é classificado como mantido para distribuição aos sócios quando a entidade está comprometida para
distribuir esse ativo (ou grupo de ativos) aos proprietários. Para isso é necessário que os ativos estejam disponíveis para imediata distribuição na sua
condição atual e que a distribuição seja altamente provável. Para essa
distribuição ser altamente provável, ações para completar a distribuição devem já ter sido iniciadas e deve estar presente a expectativa de serem completadas
dentro de um ano a partir da classificação. Ações requeridas para completar a distribuição devem indicar não ser provável que mudanças significativas na
distribuição sejam feitas ou que a distribuição virá a não ser feita. A probabilidade da aprovação dos sócios (se requerida legal ou estatutariamente)
deve ser considerada como fator na verificação de ser a distribuição classificável
como altamente provável.
Comentário:
Os Ativos mantidos para distribuição aos sócios seguem as mesmas regras dos ativos mantidos para venda. Vamos em frente...
Ativo não circulante a ser baixado
A entidade não deve classificar como mantido para venda o ativo não circulante ou o grupo de ativos destinado a ser baixado. Isso se deve ao fato de o seu
valor contábil ser recuperado principalmente por meio do uso contínuo.
Contudo, se o grupo de ativos classificado como mantido para venda que será baixado for uma operação descontinuada, a entidade deve apresentar os
resultados como um montante único na Demonstração do Resultado, e deve evidenciar os fluxos de caixa líquidos do ativo mantido para venda como
operações descontinuadas, na data na qual ele deixar de ser usado.
Os ativos não circulantes a serem baixados incluem ativos que devem ser usados até o final da sua vida econômica e ativos não circulantes que devem
ser fechados em vez de vendidos.
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A entidade não deve contabilizar o ativo não circulante que tenha sido
temporariamente retirado de serviço como se tivesse sido baixado.
Mensuração de ativo não circulante classificado como mantido para venda
15. A entidade deve mensurar o ativo ou o grupo de ativos não circulantes classificado como mantido para venda pelo menor entre o seu valor contábil
e o valor justo menos as despesas de venda.
15A. A entidade deve mensurar o ativo não circulante (ou grupo de ativos) mantido para distribuição aos sócios pelo menor entre seu valor contábil e seu
valor justo diminuído das despesas de distribuição(*). (*) Despesas de distribuição são as despesas incrementais diretamente atribuíveis à distribuição,
excluídos as financeiras e os tributos sobre o lucro.
Comentário:
Os ativos não circulante são avaliados pelo valor original, menos a depreciação,
amortização ou exaustão acumulada. Além disso, devem ser submetidos ao
Teste de Recuperabilidade.
No Teste de recuperabilidade, comparamos o valor recuperável com o valor contábil.
O valor recuperável é o maior entre o valor de uso e o valor líquido de venda.
Mas, no caso de ativo não circulante mantido para venda, o valor do ativo será
recuperável apenas através da venda, e não mais do uso.
Assim, o ativo nesta situação deve ser avaliado pelo valor contábil ou pelo valor justo menos as despesas de vendas, dos dois o menor. Repare que é idêntico
ao procedimento para o teste de recuperabilidade, com o abandono do valor de uso.
A entidade deve reconhecer a perda por redução ao valor recuperável relativamente a qualquer redução inicial ou posterior do ativo ou do grupo de
ativo mantido para venda ao valor justo menos as despesas de venda.
A entidade deve também reconhecer o ganho para qualquer aumento posterior no valor justo menos as despesas de venda de um ativo, limitado à perda por
redução ao valor recuperável acumulada que tenha sido reconhecida.
25. A entidade não deve depreciar (ou amortizar) o ativo não circulante enquanto estiver classificado como mantido para venda ou enquanto fizer parte de grupo de ativos classificado como mantido para venda. Os juros e os
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outros gastos atribuíveis aos passivos de grupo de ativos classificado como
mantido para venda devem continuar a ser reconhecidos.
Comentário:
Esta é uma importante alteração na mensuração dos ativos não circulantes
mantidos para venda. A depreciação ou amortização de tais ativos deve cessar.
ALTERAÇÃO EM PLANO DE VENDA
26. Se a entidade tiver classificado um ativo como mantido para venda, mas os critérios dos itens 7 a 9 já não estiverem mais satisfeitos, a entidade deve
deixar de classificar o ativo como mantido para venda.
27. A entidade deve mensurar o ativo não circulante que deixa de ser
classificado como mantido para venda (ou deixa de ser incluído em grupo de ativos classificado como mantido para venda) pelo valor mais baixo entre:
(a) o seu valor contábil antes de o ativo ou o grupo de ativos ser classificado
como mantido para venda, ajustado por qualquer depreciação, amortização ou reavaliação (se permitida legalmente) que teria sido reconhecida se o ativo ou o
grupo de ativos não estivesse classificado como mantido para venda; e
(b) o seu montante recuperável à data da decisão posterior de não vender.
Comentário:
Se o ativo mantido para venda não atende mais aos critérios para classificação (ou seja, que o ativo esteja disponível para venda, que a venda seja altamente
provável no prazo de um ano, que o nível hierárquico esteja comprometido com a venda), a entidade deve retirar o ativo dessa classificação.
Nesse caso, o ativo que deixar de ser contabilizado como mantido para a venda deve ser avaliado pelo menor valor entre o valor justo ou o valor contábil,
ajustado pela depreciação ou amortização que teria sido reconhecida se o ativo não fosse classificado como mantido para a venda.
28. A entidade deve incluir qualquer ajuste exigido no valor contábil de ativo não circulante que deixe de ser classificado como mantido para venda no
resultado (*) de operações em continuidade no período em que os critérios dos itens 7 a 9 já não estiverem mais satisfeitos. A entidade deve apresentar esse
ajuste na mesma linha da demonstração do resultado usado para apresentar o ganho ou a perda, se houver, reconhecida de acordo com o item 37. (*) A não
ser que o ativo seja um imobilizado ou um intangível que tenha sido reavaliado (se permitido legalmente) antes da classificação como mantido para venda,
quando o ajuste deve ser tratado como acréscimo ou decréscimo da
reavaliação.
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Comentário:
Se o ativo não circulante deixar de ser classificado como mantido para venda, qualquer ajuste necessário no seu valor contábil deve ser incluído no resultado
de operações em continuidade.
Com relação à reavaliação:
A Lei nº 11.638/07 eliminou a possibilidade de reavaliação espontânea de bens.
Assim, os saldos existentes nas reservas de reavaliação constituídas antes da vigência dessa Lei, inclusive as reavaliações reflexas de controladas e coligadas,
devem:
(a) ser mantidos até sua efetiva realização; ou
(b) ser estornados até o término do exercício social de 2008.
As empresas que optaram em manter a reavaliação até a sua efetiva realização devem proceder da seguinte forma:
1) A perda de recuperabilidade deve afetar primeiro o valor da reserva de
reavaliação; no que exceder, irá afetar o resultado. 2) A reversão de perda anterior de recuperabilidade deve recompor o valor do
ativo, contra resultado; o que exceder, irá recompor o valor da reserva de reavaliação.
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO 30. A entidade deve apresentar e divulgar informação que permita aos usuários
das demonstrações contábeis avaliarem os efeitos financeiros das
operações descontinuadas e das baixas de ativos não circulantes mantidos para venda.
Comentário:
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações úteis para os
seus usuários. No caso das operações descontinuadas e das baixas de ativo não circulante, a entidade deve divulgar informações sobre o impacto de tais
medidas no Resultado e na geração de caixa.
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APRESENTAÇÃO DE OPERAÇÃO DESCONTINUADA
31. Um componente da entidade compreende operações e fluxos de caixa que podem ser claramente distinguidos, operacionalmente e para fins de divulgação
nas demonstrações contábeis, do resto da entidade. Em outras palavras, um componente da entidade terá sido uma unidade geradora de caixa ou um grupo
de unidades geradoras de caixa enquanto mantido em uso.
32. Uma operação descontinuada é um componente da entidade que foi baixado ou está classificado como mantido para venda e
(a) representa uma importante linha separada de negócios ou área geográfica
de operações; (b) é parte integrante de um único plano coordenado para venda de uma
importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações; ou
(c) é uma controlada adquirida exclusivamente com o objetivo da revenda.
Comentário:
Devemos entender a diferença entra “ativo não circulante mantido para venda”
e “operações descontinuadas”.
No primeiro caso, a empresa pode alienar alguns ativos e substituir por outros novos. Não afeta a sua operação. Por exemplo, uma transportadora decide
vender, digamos, 20 caminhões que serão substituídos por veículos novos. Nesse caso, trata-se se ativo não circulante mantido para venda.
No caso das operações descontinuadas, a empresa decide vender uma
importante linha separada de negócios ou área geográfica de operações.
Por exemplo, uma transportadora decide não operar mais na região Norte. Por
conta dessa decisão, coloca 20 caminhões à venda, os quais não serão substituídos. Nesse caso, há uma operação descontinuada.
33. A entidade deve evidenciar: (a) um montante único na demonstração do resultadocompreendendo:
(i) o resultado total após o imposto de renda das operações descontinuadas; e
(ii) os ganhos ou as perdas após o imposto de renda reconhecidos na mensuração pelo valor justo menos as despesas de venda ou na baixa de ativos
ou de grupo de ativos(s) mantidos para venda que constituam a operação descontinuada.
(b) análise da quantia única referida na alínea (a) com:
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(i) as receitas, as despesas e o resultado antes dos tributos das operações descontinuadas;
(ii) as despesas com os tributos sobre o lucro relacionadas conforme exigido pelo item 81(h) do Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos sobre o Lucro;
(iii) os ganhos ou as perdas reconhecidas na mensuração pelo valor justo menos as despesas de venda ou na alienação de ativos ou de grupo de ativos
mantidos para venda que constitua a operação descontinuada; e (iv) as despesas de imposto de renda relacionadas conforme exigido pelo item
81(h) do Pronunciamento Técnico CPC 32 - Tributos sobre o Lucro.
A análise pode ser apresentada nas notas explicativas ou na demonstração do resultado. Se for na demonstração do resultado, deve ser apresentada em
seção identificada e que esteja relacionada com as operações descontinuadas, isto é, separadamente das operações em continuidade. A análise não é exigida
para grupos de ativos mantidos para venda que sejam controladas recém-adquiridas que satisfaçam aos critérios de classificação como destinadas à
venda no momento da aquisição (ver item 11).
(c) os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às atividades operacionais, de
investimento e de financiamento das operações descontinuadas. Essas evidenciações podem ser apresentadas nas notas explicativas ou nos quadros
das demonstrações contábeis. Essas evidenciações não são exigidas para grupos de ativos mantidos para venda que sejam controladas recém-adquiridas
que satisfaçam aos critérios de classificação como destinadas à venda no momento da aquisição (ver item 11);
(d) o montante do resultado das operações continuadas e o das operações
descontinuadas atribuível aos acionistas controladores. Essa evidenciação pode ser apresentada alternativamente em notas explicativas que tratam do
resultado.
Comentário:
Vejamos agora as diferenças contábeis entre os ativos não circulantes mantidos para a venda e as operações descontinuadas.
Os resultados do período de uma operação descontinuada são apresentados
numa única linha na demonstração do resultado, separadamente das receitas de despesas operacionais continuadas, no final da demonstração. Nessa mesma
linha deve estar também somado o resultado líquido do tributo na operação de vendas. Todos os detalhes relativos a essa linha devem ser explicitados
preferencialmente em nota explicativa.
A entidade deve divulgar os fluxos de caixa líquidos das atividades operacionais, de investimento e de financiamento das operações descontinuadas.
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A entidade deve ajustar os períodos anteriores apresentados nas
demonstrações contábeis, demonstrando o resultado das operações que tenham sido descontinuadas à data do balanço do último período apresentado.
36. Se a entidade deixar de classificar um componente da entidade como mantido para venda, os resultados das operações do componente
anteriormente apresentado em operações descontinuadas, de acordo com os itens 33 a 35, devem ser reclassificados e incluídos no resultado das operações
em continuidade em todos os períodos apresentados. Os montantes relativos a períodos anteriores devem ser descritos como tendo sido novamente
apresentados.
37. Qualquer ganho ou perda relativa à remensuração de ativo não circulante classificado como mantido para venda que não satisfaça à definição de
operação descontinuada deve ser incluído nos resultados das operações em
continuidade
Comentário:
Os resultados dos componentes da entidade mantidos para venda que deixarem
essa classificação devem ser incluídos novamente no resultado das operações em continuidade em todos os períodos apresentados.
Apresentação de ativo não circulante classificado como mantido para
venda
38. A entidade deve apresentar o ativo não circulante classificado como mantido para venda separadamente dos outros ativos no balanço patrimonial. Os passivos de grupo de ativos classificado como mantido para venda devem
ser apresentados separadamente dos outros passivos no balanço patrimonial. Esses ativos e passivos não devem ser compensados nem apresentados em um
único montante. As principais classes de ativos e passivos classificados como
mantidos para venda devem ser divulgadas separadamente no balanço patrimonial ou nas notas explicativas, exceto conforme permitido pelo item 39.
A entidade deve apresentar separadamente qualquer receita ou despesa
acumulada reconhecida diretamente no patrimônio líquido (outros resultados abrangentes) relacionada a um ativo não circulante ou a um grupo de ativos
classificado como mantido para venda.
40. A entidade não deve reclassificar ou reapresentar montantes divulgados de ativos não circulantes ou de ativos e passivos de grupos de ativos classificados
como mantidos para venda nos balanços de períodos anteriores para refletir a
classificação no balanço do último período apresentado.
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Comentário:
Os pontos principais são:
1) O ativo não circulante mantido para venda deve ser apresentado
separadamente dos outros ativos no balanço patrimonial. 2) Os passivos de grupo de ativos classificado como mantido para venda
também devem ser apresentados separadamente. 3) Esses ativos e passivos não devem ser compensados nem apresentados
em um único montante. 4) Quaisquer valores reconhecidos (contabilizados) diretamente no
Patrimônio Líquido (outros resultados abrangentes) relacionados a um ativo não circulante ou a um grupo de ativos classificado como mantido
para venda deve ser demonstrado separadamente no balanço patrimonial.
Vamos a um exemplo, para ilustrar melhor a apresentação dos ativos não
circulantes mantidos para venda:
Suponha que uma empresa decida vender parte de seus ativos (e passivos relacionados), cujos valores contábeis, após a classificação como mantidos para
venda sejam os seguintes:
Imobilizado 10.000
Ativo Financeiro 2.500
Passivos - 5.500
Valor contábil líquido do grupo de ativos 7.000
Vamos supor, também, que do valor do Ativo Financeiro, $1.000 tenha sido
reconhecido (contabilizado) no Patrimônio Líquido, em outros resultados abrangentes.
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A apresentação destes valores no balanço patrimonial fica assim:
ATIVO
PASSIVO E PL Ativos Circulantes X Passivo Circulantes X
Ativos não circulantes
mantidos para venda 12.500
Passivos diretamente associados a ativos não circulantes classificados para vendas 5.500
Ativo não circulante X Passivo Não circulantes X
Realizável a longo prazo X
Investimento X Patrimônio Líquido X
Imobilizado X Capital Social X
Intangível X Reservas de Capital X
Ajustes de Avaliação Patrimonial X
Reservas de Lucro X
Valores reconhecidos em outros resultados abrangentes relacionados a ativos não circulantes mantidos para
venda 1.000
Ações em tesouraria X
TOTAL DO ATIVO X TOTAL DO PASSIVO E PL X
Observação: exemplo baseado no “Manual de Contabilidade Societária”, de Sérgio de Iudícibus e outros, 1ª edição, Editora Atlas.
Apresentação de operações descontinuadas na demonstração do
resultado
O item 33 do Pronunciamento exige que a entidade divulgue um valor único na
demonstração do resultado para operações descontinuadas com uma análise nas notas explicativas ou em uma seção da demonstração do resultado das
operações em continuidade. O exemplo abaixo ilustra como esses requisitos podem ser cumpridos.
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Exemplo: GRUPO XYZ – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X2 (ilustrando a classificação de despesas por função)
(Em milhares de $) 20X2 20X1
Operações em continuidade
Receita
X X
Custo dos produtos vendidos (X) (X)
Lucro bruto X X
Outras receitas X X
Despesas de distribuição (X) (X)
Despesas administrativas (X) (X)
Outras despesas (X) (X)
Participação no lucro de coligadas X X
Lucro antes das despesas financeiras X X
Despesas financeiras (X) (X)
Lucro antes dos tributos X X
Despesa de imposto de renda e
contribuição social
(X) (X)
Lucro do período proveniente de
operações em continuidade
X X
Operações descontinuadas
Lucro do período proveniente de
operações descontinuadas (a)
X X
Lucro líquido do período X X
Divulgações adicionais
41. A entidade deve divulgar a seguinte informação nas notas explicativas do período em que o ativo não circulante tenha sido classificado como mantido
para venda ou vendido:
(a) descrição do ativo (ou grupo de ativos) não circulante; (b) descrição dos fatos e das circunstâncias da venda, ou que conduziram à
alienação esperada, forma e cronograma esperados para essa alienação; (c) ganho ou perda reconhecido(a) de acordo com os itens 20 a 22 e, se não for
apresentado(a) separadamente na demonstração do resultado, a linha na demonstração do resultado que inclui esse ganho ou perda;
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(d) se aplicável, segmento em que o ativo não circulante ou o grupo de ativos
mantido para venda está apresentado de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 22 - Informações por Segmento.
42. Caso se aplique o item 26 ou o item 29, a entidade deve divulgar, no período da decisão de alterar o plano de venda do ativo não circulante mantido
para venda, a descrição dos fatos e das circunstâncias que levaram à decisão e o efeito dessa decisão nos resultados das operações para esse período e
qualquer período anterior apresentado.
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Capítulo 06 – CPC 06 – Arrendamento Mercantil (R1)
Introdução:
As operações de arrendamento mercantil dividem-se em “Operacionais” e “Financeiras” (veremos adiante as diferenças entre elas).
Nas operações de arrendamento mercantil financeiro (também chamada de
leasing financeiro), uma empresa “aluga” um determinado bem, pagando várias prestações e com a opção de compra do bem ao final do contrato, geralmente
por um valor pequeno.
Por exemplo: Leasing de um veículo, com valor de R$ 30.000, a ser pago em 60 prestações de R$ 520, e com opção de compra ao final do contrato por R$
2.000.
Este tipo de operação era contabilizado, na arrendatária, apenas quando do
efetivo pagamento de cada parcela:
D – Despesa de leasing 520 C – Banco 520
Isto porque o fisco (IR) aceitava que o valor das prestações fosse abatido do
imposto de renda.
Ocorre que, na verdade, este tipo de operação é uma compra parcelada do bem. Portanto, pela aplicação do Princípio de Primazia da Essência sobre a
Forma, deveria ser contabilizado da seguinte maneira:
D – Veículo 30.000
D – Juros a transcorrer 3.200 C – Leasing a pagar 33.200 {( 520 x 60) + 2000}
Com as alterações na contabilidade, o lançamento contábil do arrendamento
mercantil financeiro passa a ser realizado da forma mais correta tecnicamente.
E sem produzir efeitos fiscais, pois, no LALUR, as empresas podem continuar abatendo as prestações quando do efetivo pagamento, como se fazia
anteriormente.
Este Pronunciamento não é difícil, mas tem muitas particularidades e minúcias. Vamos estudar os pontos mais importantes, e que tem maior chance de cair.
Não é viável estudar todo o pronunciamento em detalhes, o custo/benefício não compensa.
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Assim, para os pontos mais importantes, vamos ver o texto do Pronunciamento
e explicação detalhada; para alguns outros pontos, apenas o texto do pronunciamento; e as minúcias ou pontos muito específicos ficarão de fora.
O pronunciamento completo pode ser encontrado no site do CPC:
www.cpc.org.br
Após estas breves considerações, vamos começar:
Objetivo
1. O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer, para arrendatários e arrendadores, políticas contábeis e divulgações apropriadas a aplicar em relação
a arrendamentos mercantis.
Alcance
2. Este Pronunciamento deve ser aplicado na contabilização de todas as operações de arrendamento mercantil (leasing) que não sejam:
(a) arrendamentos mercantis para explorar ou usar minérios, petróleo, gás
natural e recursos similares não regeneráveis; e (b) acordos de licenciamento para itens tais como fitas cinematográficas,
registros de vídeo, peças de teatro, manuscritos, patentes e direitos autorais (copyrights).
Este Pronunciamento, entretanto, não deve ser aplicado como base de mensuração para:
(a) propriedade detida por arrendatário que seja contabilizada como propriedade de investimento (ver Pronunciamento Técnico CPC 28 –
Propriedade para Investimento); (b) propriedade de investimento fornecida pelos arrendadores sob a forma de
arrendamentos mercantis operacionais (ver Pronunciamento Técnico CPC 28); (c) ativos biológicos detidos por arrendatários sob a forma de arrendamentos
mercantis financeiros (ver Pronunciamento Técnico CPC 29 – Ativo Biológico e
Produto Agrícola); ou (d) ativos biológicos fornecidos por arrendadores sob a forma de
arrendamentos mercantis operacionais (ver Pronunciamento Técnico CPC 29);
COMENTÁRIO:
Esse pronunciamento não deve ser aplicado para ativos contabilizados como
investimentos, ativos biológicos ou ativos mantidos para venda.
Alcance
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3. Este Pronunciamento aplica-se a acordos que transfiram o direito de usar ativos mesmo que existam serviços substanciais relativos ao funcionamento ou
à manutenção de tais ativos prestados pelos arrendadores. Este pronunciamento não se aplica a acordos que sejam contratos de serviço
que não transfiram o direito de usar os ativos de uma parte contratante para a
outra.
Definições
Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados especificados:
Arrendamento mercantil é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário em troca de um pagamento ou série de pagamentos o direito de
usar um ativo por um período de tempo acordado.
Arrendamento mercantil financeiro é aquele em que há transferência
substancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo. O título de propriedade pode ou não vir a ser transferido.
Arrendamento mercantil operacional é um arrendamento mercantil
diferente de um arrendamento mercantil financeiro.
COMENTÁRIO:
O critério acima, para diferenciar arrendamento mercantil financeiro do
arrendamento mercantil operacional, é muito importante. Vamos reforçar: No arrendamento financeiro, os riscos e benefícios inerentes a um ativo
são transferidos. No operacional, não são.
Texto do Pronunciamento
Arrendamento mercantil não cancelável é um arrendamento mercantil que é cancelável apenas:
(a) após a ocorrência de alguma contingência remota;
(b) com a permissão do arrendador; (c) se o arrendatário contratar um novo arrendamento mercantil para o mesmo
ativo ou para um ativo equivalente com o mesmo arrendador; ou (d) após o pagamento pelo arrendatário de uma quantia adicional tal que, no
início do arrendamento mercantil, a continuação do arrendamento mercantil seja razoavelmente certa.
Início do arrendamento mercantil é a mais antiga entre a data do acordo de
arrendamento mercantil e a data de um compromisso assumido pelas partes quanto às principais disposições do arrendamento mercantil. Nessa data:
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(a) um arrendamento mercantil é classificado como arrendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil operacional; e
(b) no caso de arrendamento mercantil financeiro, as quantias a reconhecer no começo do prazo do arrendamento mercantil são determinadas.
Começo do prazo do arrendamento mercantil é a data a partir da qual o
arrendatário passa a poder exercer o seu direito de usar o ativo arrendado. É a data do reconhecimento inicial do arrendamento mercantil (i.e. o
reconhecimento dos ativos, passivos, receita ou despesas resultantes do arrendamento mercantil, conforme for apropriado).
Prazo do arrendamento mercantil é o período não cancelável pelo qual o
arrendatário contratou o arrendamento mercantil do ativo juntamente com quaisquer prazos adicionais pelos quais o arrendatário tem a opção de continuar
a arrendar o ativo, com ou sem pagamento adicional, quando no início do arrendamento mercantil for razoavelmente certo que o arrendatário exercerá a
opção.
Pagamentos mínimos do arrendamento mercantil são os pagamentos
durante o prazo do arrendamento mercantil que o arrendatário faça, ou que lhe possam ser exigidos que faça, excluindo pagamento contingente, custos
relativos a serviços e impostos a serem pagos pelo arrendador e a ele serem reembolsados, juntamente com:
(a) para arrendatário, quaisquer quantias garantidas pelo arrendatário ou por
parte relacionada a ele; ou (b) para arrendador, qualquer valor residual garantido ao arrendador:
(i) pelo arrendatário; (ii) por parte relacionada com o arrendatário; ou
(iii) por terceiro não relacionado com o arrendador que seja financeiramente capaz de dar cumprimento às obrigações segundo a garantia.
Contudo, se o arrendatário tiver a opção de comprar o ativo por um preço que se espera seja suficientemente mais baixo do que o valor justo na data em que
a opção se torne exercível, para que, no início do arrendamento mercantil, seja razoavelmente certo que a opção será exercida, os pagamentos mínimos do
arrendamento mercantil compreendem os pagamentos mínimos a pagar durante o prazo do arrendamento mercantil até à data esperada do exercício
dessa opção de compra e o pagamento necessário para exercê-la.
Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes
entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem transação compulsória.
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Vida econômica é:
(a) o período durante o qual se espera que um ativo seja economicamente utilizável por um ou mais usuários; ou
(b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que um ou mais usuários esperam obter do ativo.
Vida útil é o período remanescente estimado, a partir do começo do prazo do
arrendamento mercantil, sem limitação pelo prazo do arrendamento mercantil, durante o qual se espera que os benefícios econômicos incorporados no ativo
sejam consumidos pela entidade.
Valor residual garantido é:
(a) para um arrendatário, a parte do valor residual que seja garantida por ele ou por parte a ele relacionada (sendo o valor da garantia o valor máximo que
possa, em qualquer caso, tornar-se pagável); e
(b) para um arrendador, a parte do valor residual que seja garantida pelo arrendatário ou por terceiro não relacionado com o arrendador que seja
financeiramente capaz de satisfazer as obrigações cobertas pela garantia.
Valor residual não garantido é a parte do valor residual do ativo arrendado, cuja realização pelo arrendador não esteja assegurada ou esteja unicamente
garantida por uma parte relacionada com o arrendador.
COMENTÁRIO:
Valor residual não garantido refere-se a cláusulas específicas do contrato de
arrendamento. Supondo que o valor residual seja 2.000,00, podemos ter a seguinte situação: Se o arrentadário não comprar o bem, deverá pagar,
digamos, 500,00 reais (Valor residual garantido). Se comprar, irá pagar 2000
reais (portanto, 1500 reais é o valor residual não garantido). A finalidade do valor residual garantido é cobrir os gastos que o arrendador terá para arrendar
novamente o bem. No caso de um veículo, por exemplo, pode ser necessário realizar algum conserto, antes de arrendá-lo novamente. O valor residual
garantido é um pagamento que deverá ser feito obrigatoriamente pelo arrendatário, previsto no contrato. O valor residual não garantido ocorre
quando o arrendatário escolhe se vai ou não adquirir o bem, ao final do contrato.
Custos diretos iniciais são custos incrementais que são diretamente atribuíveis à negociação e estruturação de um arrendamento mercantil, exceto
os custos incorridos pelos arrendadores fabricantes ou comerciantes.
Investimento bruto no arrendamento mercantil é a soma:
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(a) dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber pelo arrendador segundo um arrendamento mercantil financeiro; e
(b) de qualquer valor residual não garantido atribuído ao arrendador.
Investimento líquido no arrendamento mercantil é o investimento bruto no arrendamento mercantil descontado à taxa de juros implícita no
arrendamento mercantil.
Receita financeira não realizada é a diferença entre:
(a) o investimento bruto no arrendamento mercantil; e (b) o investimento líquido no arrendamento mercantil.
Taxa de juros implícita no arrendamento mercantil é a taxa de desconto
que, no início do arrendamento mercantil, faz com que o valor presente agregado: a) dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil; e b) do
valor residual não garantido seja igual à soma (i) do valor justo do ativo
arrendado e (ii) de quaisquer custos diretos iniciais do arrendador.
COMENTÁRIO:
Vamos explicar melhor as definições acima, detalhando a seguinte operação:
Arrendamento mercantil financeiro de uma máquina, com valor a vista de 50.000 e despesas de instalações (por conta do arrendador) de 2.000, pelo
prazo de 8 anos. Será paga em 8 prestações anuais, de 9.000 reais e com valor residual não garantido de 8.544.
Investimento Bruto no Arrendamento Mercantil: 8 x 9000 = 72.000 + 8.544 =
80.544
Taxa de juros implícita no arrendamento mercantil:
Pagamentos mínimos + valor residual = valor justo do ativo + custos iniciais
(8 prestações x R$ 9.000) + 8.544 = 50.000 + 2000
A taxa que iguala a equação acima é de 10% ao ano (veja tabela abaixo.)
Investimento líquido no arrendamento mercantil = 52.000 Receita financeira não realizada: 80.544 – 52.000 = 28.544
Ano Valor Inicial Valor inicial +
Juros Pagamento Valor Final
1 52.000 57.200 9.000 48.200
2 48.200 53.020 9.000 44.020
3 44.020 48.422 9.000 39.422
4 39.422 43.364 9.000 34.364
5 34.364 37.801 9.000 28.801
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6 28.801 31.681 9.000 22.681
7 22.681 24.949 9.000 15.949
8 15.949 17.544 9.000 8.544
Como se percebe, após o pagamento das prestações, sobra o valor residual de 8.544.
Taxa de juros incremental de financiamento do arrendatário é a taxa de juros que o arrendatário teria de pagar num arrendamento mercantil
semelhante ou, se isso não for determinável, a taxa em que, no início do arrendamento mercantil, o arrendatário incorreria ao pedir emprestado por
prazo semelhante, e com segurança semelhante, os fundos necessários para
comprar o ativo.
Pagamento contingente é a parcela dos pagamentos do arrendamento mercantil que não seja de quantia fixada, e sim baseada na quantia futura de
um fator que se altera sem ser pela passagem do tempo (por exemplo, percentual de vendas futuras, quantidade de uso futuro, índices de preços
futuros, taxas futuras de juros do mercado).
5. Um acordo ou compromisso de arrendamento mercantil pode incluir uma disposição para ajustar os pagamentos do arrendamento mercantil devido a
alterações do custo de construção ou aquisição da propriedade arrendada ou devido a alterações em outra mensuração de custo ou valor, tais como níveis
gerais de preços, ou nos custos de financiamento do arrendamento mercantil por parte do arrendador, durante o período entre o início do arrendamento
mercantil e o começo do prazo do arrendamento mercantil. Para as finalidades
deste Pronunciamento, se isso ocorrer, o efeito de tais alterações deve ser
considerado como tendo ocorrido no início do arrendamento mercantil.
COMENTÁRIO:
A situação acima ocorre quando, entre o fechamento do contrato de arrendamento e o início da execução do contrato, os custos envolvidos
aumentam. Nesse caso, as alterações são consideradas como tendo ocorrido no início do contrato.
6. A definição de arrendamento mercantil inclui contratos para o aluguel de ativo que contenha condição dando ao arrendatário a opção de adquirir o ativo
após o cumprimento das condições acordadas. Esses contratos são por vezes
conhecidos por contratos de aluguel-compra.
Classificação do arrendamento mercantil
7. A classificação de arrendamentos mercantis adotada neste Pronunciamento baseia-se na extensão em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de
ativo arrendado permanecem no arrendador ou no arrendatário. Os riscos
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incluem as possibilidades de perdas devidas à capacidade ociosa ou
obsolescência tecnológica e de variações no retorno em função de alterações nas condições econômicas. Os benefícios podem ser representados pela
expectativa de funcionamento lucrativo durante a vida econômica do ativo e de ganhos derivados de aumentos de valor ou de realização do valor residual.
8. Um arrendamento mercantil é classificado como financeiro se ele transferir
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade. Um arrendamento mercantil é classificado como operacional se ele não transferir
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade.
COMENTÁRIO:
Os itens 7 e 8 são muito importantes. Se os riscos e benefícios do ativo
ficam com o arrendatário, será arrendamento mercantil financeiro. Se os riscos e benefícios ficam com o arrendador, será arrendamento mercantil
operacional.
9. Dado que a transação entre o arrendador e o arrendatário se baseia em um acordo de arrendamento mercantil entre eles, é apropriado usar definições
consistentes. A aplicação dessas definições em diferentes circunstâncias do arrendador e do arrendatário pode ocasionar situação em que o mesmo
arrendamento mercantil seja classificado diferentemente por ambos. Por exemplo, esse pode ser o caso se o arrendador se beneficiar de uma garantia
de valor residual proporcionada por uma parte não relacionada ao arrendatário.
COMENTÁRIO:
Devemos lembrar que o mesmo contrato de arrendamento pode gerar
classificações diferentes, no arrendatário e no arrendador, devido a circunstâncias diferentes para cada um.
10. A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil operacional depende da essência da transação e não da forma do contrato. Exemplos de situações
que individualmente ou em conjunto levariam normalmente a que um arrendamento mercantil fosse classificado como arrendamento mercantil
financeiro são:
(a) o arrendamento mercantil transfere a propriedade do ativo para o arrendatário no fim do prazo do arrendamento mercantil;
(b) o arrendatário tem a opção de comprar o ativo por um preço que se espera seja suficientemente mais baixo do que o valor justo à data em que
a opção se torne exercível de forma que, no início do arrendamento mercantil, seja razoavelmente certo que a opção será exercida;
(c) o prazo do arrendamento mercantil refere-se à maior parte da vida
econômica do ativo mesmo que a propriedade não seja transferida;
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(d) no início do arrendamento mercantil, o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil totaliza pelo menos substancialmente
todo o valor justo do ativo arrendado; e (e) os ativos arrendados são de natureza especializada de tal forma que
apenas o arrendatário pode usá-los sem grandes modificações.
COMENTÁRIO:
Memorize os 5 itens acima. Não são difíceis, e uma questão pode não
mencionar se o arrendamento é operacional ou financeiro, mas indicar uma ou mais das características acima. Por exemplo: “A Cia ABC contratou o
arrendamento de uma máquina construída especialmente para ser usada nas suas operações” (Arrendamento financeiro – item “e” acima).
“Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual segundo a tabela
da Revista 4 Rodas do final do contrato”. Supondo que a tabela da Revista 4
Rodas represente o valor justo do veículo, será arrendamento operacional (Não atende o item b).
“Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual de 500 reais”.
Nesse caso, teremos arrendamento financeiro, pois o valor residual é mais baixo que o valor justo (nenhum veículo com dois anos de uso custa apenas
500 reais).
Bem, já é notória a importância deste item, não é? Assim, vamos repetir resumidamente as condições para um arrendamento ser classificado como
financeiro:
1) Transfere a propriedade ao final do contrato; 2) Valor residual mais baixo que o valor justo
3) O prazo do arrendamento refere-se à maior parte da vida útil do ativo
4) O valor presente dos pagamentos totaliza substancialmente o todo o valor justo do ativo
5) O ativo arrendado é de tal forma especializado, que apenas o arrendatário pode usá-lo sem grandes modificações.
11. Os indicadores de situações que individualmente ou em combinação também podem levar a que um arrendamento mercantil seja classificado como
arrendamento mercantil financeiro são:
(a) se o arrendatário puder cancelar o arrendamento mercantil, as perdas do arrendador associadas ao cancelamento são suportadas pelo arrendatário;
(b) os ganhos ou as perdas da flutuação no valor justo do valor residual são atribuídos ao arrendatário (por exemplo, na forma de abatimento que equalize
a maior parte do valor da venda no fim do arrendamento mercantil); e
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(c) o arrendatário tem a capacidade de continuar o arrendamento mercantil por um período adicional com pagamentos que sejam substancialmente inferiores
ao valor de mercado.
COMENTÁRIO:
Mais três indícios de que o arrendamento é financeiro.
Resumidamente:
1) Se o arrendatário puder cancelar o arrendamento, deve suportar as perdas
do arrendador; 2) Os ganhos ou perdas na flutuação do valor justo do valor residual são do
arrendatário; 3) O arrendatário pode continuar com o arrendamento, com pagamentos
substancialmente inferiores ao valor de mercado.
12. Os exemplos e indicadores enunciados nos itens 10 e 11 nem sempre são conclusivos. Se for claro com base em outras características que o
arrendamento mercantil não transfere substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade, o arrendamento mercantil é classificado
como operacional. Isso pode acontecer se, por exemplo, a propriedade do ativo se transferir ao final do arrendamento mercantil mediante um pagamento
variável igual ao valor justo no momento, ou se há pagamentos contingentes, como resultado dos quais o arrendatário não tem substancialmente todos os
riscos e benefícios.
COMENTÁRIO:
Voltamos ao principal e mais conclusivo critério para definir um arrendamento
como operacional ou financeiro: se o arrendamento transfere ou não os
riscos e benefícios inerentes à propriedade. Se existir um ou mais indícios descritos nos itens 10 e 11, mas ficar claro que não há transferência de riscos e
benefícios, o arrendamento será classificado como operacional.
13. A classificação do arrendamento mercantil é feita no início do arrendamento mercantil.
Se em qualquer momento o arrendatário e o arrendador concordarem em modificar as disposições do arrendamento mercantil, de tal maneira que
resultasse numa classificação diferente do arrendamento mercantil, o acordo revisto é considerado como um novo acordo durante o seu prazo.
Contudo, as alterações nas estimativas (por exemplo, alterações nas estimativas relativas à vida econômica ou ao valor residual da propriedade
arrendada) ou as alterações nas circunstâncias (por exemplo, descumprimento por parte do arrendatário) não originam uma nova classificação de um
arrendamento mercantil para fins contábeis.
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COMENTÁRIO:
Vamos supor que uma determinada empresa faça um arrendamento
operacional. Durante a vigência do arrendamento, as partes concordam em alterá-lo para arrendamento financeiro. Nesse caso, o antigo arrendamento
operacional passa a ser considerado um novo arrendamento, agora financeiro, para fins contábeis. Naturalmente, a contabilização deve ser alterada, para ficar
adequada a um arrendamento financeiro.
As alterações nas estimativas ou nas circunstâncias não alteram a classificação contábil.
Arrendamento mercantil nas demonstrações contábeis do arrendatário
Arrendamento mercantil financeiro
Reconhecimento Inicial
20. No começo do prazo de arrendamento mercantil, os arrendatários devem reconhecer, em contas específicas, os arrendamentos mercantis financeiros
como ativos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao valor justo da propriedade arrendada ou, se inferior, ao valor presente dos pagamentos
mínimos do arrendamento mercantil, cada um determinado no início do
arrendamento mercantil.
COMENTÁRIO:
No reconhecimento inicial, usamos o valor justo, que é o valor de mercado do
ativo. Mas se o valor presente dos pagamentos for inferior, usamos o valor presente. EX: Arrendamento mercantil de um veículo, com valor justo de
20.000, o qual será pago em 4 prestações anuais de 6.000, sem valor residual.
Se a taxa de juros for de 7% ao ano, o valor presente das prestações será de 20.323. Como o valor justo (20.000) é menor, o ativo ficará registrado por
20.000.
Nesse caso, a contabilização inicial seria:
D – Veículos 20.000
D – Juros a transcorrer 4.000 C – Arrendamento mercantil a pagar (Passivo) 24.000
Se a taxa for de 12% ao ano, o valor presente dos pagamentos é de R$ 18.224.
Como o valor presente dos pagamentos é menor que o valor justo, a contabilização inicial ficaria assim:
D – Veículos 18.224
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D – Juros a transcorrer 5.776
C – Arrendamento mercantil a pagar (Passivo) 24.000
RECONHECIMENTO INICIAL: O MENOR ENTRE 1) valor justo da propriedade arrendada, OU
2) valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil
A taxa de desconto a ser utilizada no cálculo do valor presente dos pagamentos é a taxa de juros implícita no arrendamento mercantil, se for praticável determinar essa taxa; se não for, deve ser usada a taxa incremental de
financiamento do arrendatário. Quaisquer custos diretos iniciais do arrendatário
são adicionados à quantia reconhecida como ativo.
COMENTÁRIO:
Taxa de juros implícita no arrendamento mercantil é a taxa de desconto
que, no início do arrendamento mercantil, faz com que o valor presente agregado: a) dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil; e b) do
valor residual não garantido seja igual à soma (i) do valor justo do ativo arrendado e (ii) de quaisquer custos diretos iniciais do arrendador.
Taxa de juros incremental de financiamento do arrendatário é a taxa de
juros que o arrendatário teria de pagar num arrendamento mercantil semelhante ou, se isso não for determinável, a taxa em que, no início do
arrendamento mercantil, o arrendatário incorreria ao pedir emprestado por prazo semelhante, e com segurança semelhante, os fundos necessários para
comprar o ativo.
21. As transações e outros eventos são contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade financeira e não meramente com a sua forma
legal.
23. Não é adequado que os passivos originados da contabilização de ativos arrendados sejam apresentados nas demonstrações contábeis como dedução
dos ativos arrendados. Se os passivos forem apresentados no balanço patrimonial classificados como passivos correntes e não correntes, a mesma
classificação deve ser feita para os passivos do arrendamento mercantil.
24. Custos diretos iniciais são freqüentemente incorridos em relação às atividades específicas de arrendamento mercantil. Tais custos, como os de
negociação e os de garantia de acordos de arrendamento mercantil, se identificados como diretamente atribuíveis às atividades executadas pelo
arrendatário, são adicionados ao ativo.
COMENTÁRIO:
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Item 21: reforça a necessidade de usar o princípio da primazia da essência sobre a forma.
Item 22: Os passivos não devem ser apresentados como dedução do ativo. Se o
balanço patrimonial dividir a classificação do passivo em corrente e não corrente, os passivos do arrendamento mercantil seguem a mesma divisão. (No
Brasil, a classificação é entre Passivo Circulante e Passivo Não Circulante).
Item 23: Custos diretos iniciais são adicionados ao ativo.
Mensuração subseqüente
25. Os pagamentos mínimos do arrendamento mercantil devem ser segregados entre encargo financeiro e redução do passivo em aberto. O encargo financeiro deve ser imputado a cada período durante o prazo do
arrendamento mercantil de forma a produzir uma taxa de juros periódica
constante sobre o saldo remanescente do passivo. Os pagamentos contingentes devem ser contabilizados como despesa nos períodos em que são
incorridos.
26. Na prática, ao imputar o encargo financeiro aos períodos durante o prazo do arrendamento mercantil, o arrendatário pode usar alguma forma de
aproximação para simplificar os cálculos.
27. Um arrendamento mercantil financeiro dá origem a uma despesa de depreciação relativa a ativos depreciáveis, assim como uma despesa
financeira para cada período contábil.
A política de depreciação para os ativos arrendados depreciáveis deve ser consistente com a dos demais ativos depreciáveis e a depreciação reconhecida
deve ser calculada de acordo com as regras aplicáveis aos ativos imobilizados
(e com as relativas à amortização dos ativos intangíveis quando pertinente).
Se não houver certeza razoável de que o arrendatário virá a obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o ativo deve ser
totalmente depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da sua vida útil, o que for menor.
28. O valor depreciável de ativo arrendado deve ser alocado a cada período
contábil durante o período de uso esperado em base sistemática consistente com a política de depreciação que o arrendatário adote para os ativos
depreciáveis de que seja proprietário. Se houver certeza razoável de que o arrendatário virá a obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento
mercantil, o período de uso esperado é a vida útil do ativo; caso contrário, o ativo é depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da sua vida
útil, dos dois o menor.
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29. Raramente a soma da despesa de depreciação do ativo e da despesa
financeira do período é igual ao pagamento da prestação do arrendamento mercantil durante o período, sendo, por isso, inadequado simplesmente
reconhecer os pagamentos da prestação do arrendamento mercantil como despesa. Por conseguinte, é improvável que o ativo e o passivo relacionado
sejam de valor igual após o começo do prazo do arrendamento mercantil.
30. Para determinar se um ativo arrendado está desvalorizado, a entidade deve aplicar o Pronunciamento Técnico CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de
Ativos.
COMENTÁRIOS:
Vamos ver os conceitos acima aplicados a uma questão:
A Cia ABC fabrica computadores, os quais são vendidos ou arrendados. A vida útil estimada dos aparelhos é de 4 anos, sendo que após tal prazo o
equipamento se reduziria a sucata. Em 31/12/X1, a Cia ABC arrendou um computador para a Empresa KLS. Considere as seguintes características da
operação:
a) Prazo do contrato de arrendamento: 3 anos b) Valor de venda à vista do equipamento arrendado: $ 20.000
c) Custo do equipamento: $ 15.000 d) O contrato de arrendamento prevê três pagamentos anuais de $ 8.000,
vencendo o primeiro 12 meses após o início do contrato e) Valor residual, caso a Empresa KLS decida comprar o equipamento: $ 140
f) Taxa de juros implícita: 10 % ao ano. g) A Empresa KLS tem a intenção de adquirir o equipamento ao final do
contrato de arrendamento.
Após a contabilização do contrato, em 31/12/X1:
1) O ativo imobilizado da Empresa KLS irá: ( desconsidere centavos)
a) aumentar $ 24.000
b) permanecer inalterado c) diminuir $ 4.140
d) aumentar $20.000 e) aumentar $20.140
2) O passivo circulante da Empresa KLS irá :
a) aumentar $ 24.000
b) aumentar $ 8.140
c) aumentar $ 8.000
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d) aumentar $ 6.667
e) aumentar $ 6.000
3) O passivo não circulante da Empresa KLS irá :
a) aumentar $ 13.333 b) aumentar $ 13.860
c) aumentar $ 14.000 d) aumentar $ 16.000
e) aumentar $ 16.140
Comentários
Ano Principal Juros 10% Subtotal Pagamento Saldo 1 20000 2000 22000 8000 14000
2 14000 1400 15400 8000 7400
3 7400 740 8140 8000 140
Esta forma de cálculo deve ser usada no caso de arrendamentos financeiros, conforme o item 25 do pronunciamento:
“O encargo financeiro deve ser imputado a cada período durante o prazo do arrendamento mercantil de forma a produzir uma taxa de juros periódica
constante sobre o saldo remanescente do passivo”.
Repare que a taxa de juros fica constante (10% sobre o saldo devedor), mas o
valor dos juros vai diminuindo, pois a taxa constante incide sobre um saldo cada vez menor.
Isso para os arrendamentos financeiros. No caso de arrendamento operacional,
a despesa é reconhecida numa base linear, como veremos adiante.
Contabilização:
D – Equipamento arrendado (imobilizado) 20.000
C – Financiamento por arrendamento financeiro (PC) 8.000 D – Encargos financeiros a transcorrer (Retificadora PC) 2.000
C – Financiamento por arrendamento financeiro (PNC) 16.140 D – Encargos financeiros a transcorrer (Retificadora PNC) 2.140
Respostas das questões:
1) O ativo imobilizado da Empresa KLS irá:
D – Equipamento arrendado (imobilizado) 20.000
Aumentar 20.000
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Gabarito D.
2) O passivo circulante da Empresa KLS irá :
C – Financiamento por arrendamento financeiro (PC) 8.000
D – Encargos financeiros a transcorrer (Retificadora PC) 2.000
Aumentar 8000 – 2000 = 6.000
Gabarito E.
3) O passivo não circulante da Empresa KLS irá :
C – Financiamento por arrendamento financeiro (PNC) 16.140
D – Encargos financeiros a transcorrer (Retificadora PNC) 2.140
Aumentar 16.140 – 2.140 = 14.000
Gabarito C.
Após um ano, em 31/12/X2, a Empresa KLS efetua o pagamento da primeira
prestação. Considerando todos os lançamentos contábeis referente à operação
de arrendamento, indique a alternativa correta:
4) O valor do Ativo irá:
a) diminuir $ 13.000 b) diminuir $ 8.000
c) permanecer inalterado d) diminuir $ 8.800
e) diminuir $ 7.000
5) O resultado do período irá :
a) diminuir $ 13.000 b) diminuir $ 8.000
c) permanecer inalterado
d) diminuir $ 8.800 e) diminuir $ 7.000
6) O Passivo Circulante irá :
a) diminuir $ 8.800
b) diminuir $ 8.000 c) diminuir $ 6.600
d) aumentar $ 600
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e) aumentar $ 8.000
7) O Passivo não circulante irá :
a) diminuir $ 8.800
b) diminuir $ 8.000 c) diminuir $ 6.600
d) aumentar $ 600 e) aumentar $ 8.000
Comentários
Pelo pagamento
D – Financiamento por arrendamento financeiro(PC) 8.000
C – Disponibilidades (AC) 8.000
Pelo decurso do tempo
D – Financiamento por arrendamento financeiro (PNC) 8.000
C – Financiamento por arrendamento financeiro (PC) 8.000
Obs: Já se passou um ano. A primeira prestação foi paga. Agora, os dados do segundo ano:
ano principal juros 10% subtotal pagamento Saldo
1 20000 2000 22000 8000 14000 2 14000 1400 15400 8000 7400
3 7400 740 8140 8000 140
Passam para o curto prazo. E a segunda prestação passa também para o
circulante. (Os lançamentos com histórico “pelo decurso do tempo” referem-se a este fato, valores que estavam no longo prazo e passam para o curto prazo.)
Pelo reconhecimento da despesa financeira
D – Despesa financeira (resultado) 2.000
C – Encargos financeiros a transcorrer. (retificadora PC) 2.000
Pelo decurso do tempo
D – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora PC) 1.400 C – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora PNC) 1.400
Pela depreciação
D – Despesa de depreciação (resultado) 5.000
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C – Depreciação acumulada ( retificadora Imobilizado) 5.000
Respostas:
4) O valor do Ativo irá:
C – Disponibilidades (AC) 8.000
C – Depreciação acumulada ( retificadora Imobilizado) 5.000
a) diminuir $ 13.000
Gabarito A.
5) O resultado do período irá :
D – Despesa financeira (resultado) 2.000
D – Despesa de depreciação (resultado) 5.000
e) diminuir $ 7.000
Gabarito E.
OBS: De acordo com o item 27 do pronunciamento:
27. Um arrendamento mercantil financeiro dá origem a uma despesa de depreciação relativa a ativos depreciáveis, assim como uma despesa financeira
para cada período contábil.
Aí estão as duas despesas. E porque depreciamos em 4 anos e não em 3, que é
o prazo do arrendamento?
28. O valor depreciável de ativo arrendado é alocado a cada período contábil durante o período de uso esperado em base sistemática consistente com a política de depreciação que o arrendatário adote para os ativos depreciáveis de
que seja proprietário. Se houver certeza razoável de que o arrendatário virá a obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil,
o período de uso esperado é a vida útil do ativo; caso contrário, o ativo é depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da sua
vida útil, dos dois o menor.
A empresa pretende adquirir o computador, portanto deve depreciá-lo pelo prazo normal, e não pelo prazo do arrendamento.
6) O Passivo Circulante irá :
D – Financiamento por arrendamento financeiro(PC) 8.000
C – Financiamento por arrendamento financeiro(PC) 8.000
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C – Encargos financeiros a transcorrer. (retificadora PC) 2.000
D – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora PC) 1.400
d) aumentar $ 600
Gabarito D.
7) O Passivo não circulante irá:
D – Financiamento por arrendamento financeiro(PNC) 8.000 C – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora PNC) 1.400
c) diminuir $ 6.600
Gabarito C.
Transação de venda e leaseback
58. Uma transação de venda e leaseback (retroarrendamento pelo vendedor junto ao comprador) envolve a venda de um ativo e o concomitante arrendamento mercantil do mesmo ativo pelo comprador ao vendedor. O
pagamento do arrendamento mercantil e o preço de venda são geralmente interdependentes por serem negociados como um pacote. O tratamento
contábil de uma transação de venda e leaseback depende do tipo de arrendamento mercantil envolvido.
59. Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento mercantil financeiro, qualquer excesso de receita de venda obtido acima
do valor contábil não deve ser imediatamente reconhecido como receita por um vendedor-arrendatário. Em vez disso, tal valor deve ser diferido e
amortizado durante o prazo do arrendamento mercantil.
60. Se o leaseback for um arrendamento mercantil financeiro, a transação é um meio pelo qual o arrendador financia o arrendatário, com o ativo como garantia.
Por essa razão, não é apropriado considerar como receita um excesso de vendas obtido sobre o valor contábil. Tal excesso é diferido e amortizado
durante o prazo do arrendamento mercantil.
61. Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento mercantil operacional, e se for claro que a transação é estabelecida pelo
valor justo, qualquer lucro ou prejuízo deve ser imediatamente
reconhecido.
COMENTÁRIO:
Neste ponto, o Pronunciamento detalha várias diferentes situações, envolvendo
a operação de leaseback, se a operação foi realizada ao valor justo e se o lucro
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da operação deve ser diferido ou reconhecido de imediato. Por ser um assunto
muito específico e complexo, e tendo em vista que as bancas não estão cobrando tais detalhes, não vamos incluí-los nesta aula.
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QUESTÕES COMENTADAS
1. (CESPE/ABIN/Oficial de Inteligência/2010) Julgue o item a seguir, relativo ao reconhecimento e à mensuração de contas patrimoniais.
A determinação do custo inicial do direito de uso de uma propriedade, para
investimento obtido por meio de um arrendamento financeiro, deve ser feita pelo menor entre o valor justo do direito de uso sobre a propriedade e o valor
dos pagamentos mínimos do arrendamento.
Comentários
O item está incorreto. Segundo o CPC 28:
25. O custo inicial do interesse em propriedade mantido em arrendamento e classificado como propriedade para investimento deve ser o estabelecido para
arrendamento financeiro no item 20 do Pronunciamento Técnico CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil, isto é, o ativo deve ser reconhecido pelo
menor entre o valor justo da propriedade e o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento. Montante equivalente deve ser reconhecido como
passivo de acordo com o mesmo item.
Portanto, a comparação se dá com o valor presente dos pagamentos mínimos e
não com o valor nominal, como propôs o item.
Gabarito Errado.
2. (CESPE/Analista/MPU/2010) A propriedade para investimento deve ser mensurada, inicialmente, pelo valor médio de mercado, que é seu valor justo
na ocasião.
Comentários
Inicialmente, a propriedade para investimento é avaliado pelo custo, como manda o princípio do registro pelo valor original. Todavia, o custo histórico pode
sofrer variações subsequentes.
Assim, a entidade deve adotar, para mensurações posteriores, ou o método do valor justo ou o método do custo, utilizando-se, assim, dessa política contábil
para todas as suas propriedades para investimento.
Gabarito Errado.
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3. (Autores) Considera-se propriedade para investimento a propriedade (o
terreno ou edifício) mantida, pelo proprietário ou pelo arrendatário em arrendamento financeiro, para:
a) auferir aluguel ou para valorização do capital ou para ambas;
b) uso na produção; c) uso no fornecimento de bens ou serviços;
d) uso para finalidades administrativas; e) venda no curso ordinário do negócio.
Comentários
Propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício – ou
parte de edifício – ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário em arrendamento financeiro) para auferir aluguel ou para valorização do
capital ou para ambas, e não para:
(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades
administrativas; ou (b) venda no curso ordinário do negócio.
Gabarito, portanto, letra a.
Gabarito A.
4. Considere a situação a seguir para responder a questão de n. 4.
A sociedade KLS adquiriu uma propriedade para no valor de R$ 250.000,00. A
propriedade será utilizada para valorização do capital.
O pagamento pela propriedade se dará em 60 dias, em parcela única, pelo valor de R$ 280.000,00 (juros simples mensais).
A empresa incorreu também em custos de transferência da propriedade no
montante de R$ 20.000,00, pagos à vista, no ato da compra.
O valor justo da propriedade monta a R$ 230.000,00.
Assinale a opção que apresenta a contabilização correta da propriedade no momento da aquisição.
a) D – Propriedade para investimento (ANC – Invest.) 250.000
D – Encargos fin. a transcorrer (Red. Passivo) 30.000
C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000 b) D – Propriedade para investimento (ANC – Invest.) 270.000
D – Encargos fin. a transcorrer (Red. Passivo) 30.000
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C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000
C – Caixa (Ativo) 20.000
c) D – Propriedade para uso do propr. (ANC – Imob.) 270.000 D – Encargos fin. a transcorrer (Red. Passivo) 30.000
C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000 C – Caixa (Ativo) 20.000
d) D – Propriedade para uso do propr. (ANC – Imob.) 280.000
C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000
e) D – Propriedade para investimento (ANC – Invest.) 230.000 D – Custo das transações (ANC – Invest.) 20.000
D – Encargos fin. a transcorrer (Red. Passivo) 30.000 C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000
Comentários
Propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício – ou parte de edifício – ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário
em arrendamento financeiro) para auferir aluguel ou para valorização do capital ou para ambas, e não para:
(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades
administrativas; ou (b) venda no curso ordinário do negócio.
Trata-se, pois, de propriedade para investimento.
A propriedade para investimento deve ser inicialmente mensurada pelo
seu custo. Os custos de transação devem ser incluídos na mensuração
inicial (CPC 28, item 20).
O custo de uma propriedade para investimento comprada compreende o seu preço de compra e qualquer dispêndio diretamente atribuível. Os
dispêndios diretamente atribuíveis incluem, por exemplo, as remunerações profissionais de serviços legais, impostos de transferência de propriedade e
outros custos de transação (CPC 28, item 21).
Portanto, o custo foi de R$ 250.000,00.
O CPC reza que:
24. Se o pagamento de uma propriedade para investimento for a prazo, o seu custo é o equivalente ao valor à vista. A diferença entre esta quantia e os
pagamentos totais é reconhecida como despesa financeira durante o período do
crédito.
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Portanto, o pagamento será a prazo, mas o valor reconhecido é líquido de juros. O valor dos juros ficará evidenciado como conta redutora do passivo, sendo
transferido para o resultado pelo regime de competência.
A contabilização correta, portanto, é a seguinte:
D – Propriedade para investimento (ANC – Invest.) 270.000 D – Encargos fin. a transcorrer (Red. Passivo) 30.000
C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000 C – Caixa (Ativo) 20.000
Gabarito B.
5. (CESGRANRIO/Petrobras/Contador Jr./2010) A Companhia Cacife S/A, de
capital fechado, possui ativo não circulante que pretende distribuir por seus acionistas. Nesse contexto, admita que
• O ativo não circulante foi classificado como mantido para distribuição aos
sócios; • As ações requeridas para tal distribuição, já iniciadas, indicam que ela é
considerada como altamente provável; • Os sócios já aprovaram a distribuição.
Nessas condições, a expectativa do prazo para a distribuição ser completada,
contada da data da respectiva classificação, é de:
(A) ½ ano.
(B) 1 ano. (C) 1 ano e ½.
(D) 2 anos. (E) mais de 2 anos.
Comentário:
Conforme o Pronunciamento CPC 31 - ATIVO NÃO CIRCULANTE MANTIDO
PARA VENDA E OPERAÇÃO DESCONTINUADA:
12A. O ativo não circulante (ou grupo de ativos) é classificado como mantido para distribuição aos sócios quando a entidade está comprometida para distribuir esse ativo (ou grupo de ativos) aos proprietários. Para isso é
necessário que os ativos estejam disponíveis para imediata distribuição na sua
condição atual e que a distribuição seja altamente provável. Para essa distribuição ser altamente provável, ações para completar a distribuição devem
já ter sido iniciadas e deve estar presente a expectativa de serem completadas dentro de um ano a partir da classificação. Ações requeridas para completar a
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distribuição devem indicar não ser provável que mudanças significativas na
distribuição sejam feitas ou que a distribuição virá a não ser feita. A probabilidade da aprovação dos sócios (se requerida legal ou estatutariamente)
deve ser considerada como fator na verificação de ser a distribuição classificável
como altamente provável.
Portanto, gabarito letra B - 1 ano.
Mas vamos a algumas explicações adicionais. Antes das mudanças na contabilidade, quando uma empresa tinha, digamos, quatro fábricas e decidia
vender uma delas, a decisão de vender não gerava nenhuma contabilização. O público externo (fornecedores, clientes, acionistas, credores, etc) só tomava
conhecimento da alienação depois do fato consumado.
Mas a decisão de vender ativos pode influenciar a tomada de decisão dos usuários externos. Por isso, quando a empresa decide alienar uma linha de
produção ou uma unidade geradora de caixa (uma parte do seu negócio), deve
reclassificá-lo como Ativo Não Circulante mantido para venda.
Muito bem. Reclassifica, e daí? O que muda?
Bom, entre outras coisas, o ativo reclassificado como Ativo Não Circulante Mantido para venda deixa de ser depreciado, ainda que continue sendo usado
na produção.
E é aí que mora o perigo.
Suponha que uma determinada empresa esteja apurando prejuízo e os administradores estão loucos para mostrar lucro, para receber seus bônus e
para que a empresa continue tendo crédito na praça.
Que tal pegar os imobilizados de maior valor, classificar como “Mantidos para
Venda” e parar de depreciá-los? Olha que coisa boa, a empresa continua usando o imobilizado, mas deixa de reconhecer a depreciação. Isso pode
melhorar bastante o resultado da empresa.
Para evitar essa manipulação contábil, há algumas condições:
1) A venda deve ser altamente provável. 2) Para que a venda seja considerada altamente provável, as seguintes
condições devem ser observadas:
2.1) O nível hierárquico de gestão apropriado deve estar comprometido com o plano de venda do ativo, e deve ter sido iniciado um programa firme para
localizar um comprador e concluir o plano.
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Ou seja, quem manda na empresa decidiu vender e está correndo atrás, para
efetivar a venda.
2.2) Além disso, o ativo mantido para venda deve ser efetivamente colocado à venda por preço que seja razoável em relação ao seu valor justo corrente.
Ainda, deve-se esperar que a venda se qualifique como concluída em até um ano a partir da data da classificação.
2.3) As ações necessárias para concluir o plano devem indicar que é improvável
que possa haver alterações significativas no plano ou que o plano possa ser abandonado.
(OBS: essas ações para concluir o plano são as atividades que a empresa está
fazendo para viabilizar a venda. Assim, se uma empresa de transporte decide vender, digamos, 20 caminhões, uma ação necessária é a revisão da parte
mecânica e funilaria dos veículos, para facilitar a venda).
O que foi dito acima também se aplica aos ativos que serão distribuídos aos
sócios, como participação nos lucros ou como devolução do capital.
O ativo não circulante (ou grupo de ativos) é classificado como mantido para distribuição aos sócios quando a entidade está comprometida para distribuir
esse ativo (ou grupo de ativos) aos proprietários. Para isso é necessário que os ativos estejam disponíveis para imediata distribuição na sua condição atual e
que a distribuição seja altamente provável.
Muito bem. A empresa reclassificou os ativos como mantidos para venda, parou de depreciá-los e não fez mais nada.
Nesse caso, após um ano, se ficar evidente que os ativos não serão alienados,
devem voltar para a classificação original (saem de mantidos para venda) e
devem ser depreciados. Ou seja, a empresa reconhece (contabiliza) de uma só vez a depreciação que deixou de contabilizar enquanto o ativo estava
classificado como mantido para venda.
Os ativos que serão distribuídos aos sócios seguem as mesmas regras acima.
Gabarito B.
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6. Os ativos não circulantes mantidos para a venda
A) devem ser depreciados ou amortizados conforme a vida útil do ativo.
B) devem ser mensurados pelo menor entre o valor contábil e o valor de uso. C) devem ser classificados no grupo “Investimentos” no balanço patrimonial.
D) podem ser classificados no Ativo Não circulante – Realizável a Longo Prazo E) devem ser classificados no Ativo Circulante
Comentário:
Os ativos não circulantes mantidos para a venda devem ser mensurados pelo
menor entre o valor contábil e o valor justo menos as despesas de vendas, e não devem ser depreciados ou amortizados.
Além disso, devem ser apresentados separadamente no balanço patrimonial, no
Ativo Circulante.
Gabarito E
7. A empresa KLS apresentou as seguintes informações para um equipamento, em dez/X1:
Valor original: 100.000
Depreciação acumulada: 40.000 Valor líquido de vendas: 52.000
Valor de uso: 65.000
A empresa classificou o equipamento como Ativo Não Circulante mantido para
Venda. Anote a alternativa correta:
a) O equipamento será avaliado por R$ 60.000. b) O equipamento será avaliado por R$ 52.000
c) O equipamento será avaliado por R$ 65.000 d) O equipamento será classificado em Investimento
e) O equipamento será classificado no Ativo Realizável a Longo Prazo
Comentário:
Os ativos não circulantes mantidos para venda devem ser classificados no Ativo Circulante. Assim, podemos eliminar as alternativas D e E.
O ativo não circulante mantido para venda deve ser avaliado pelo valor contábil
ou pelo valor líquido de vendas, dos dois o menor. Não devemos usar o valor de
uso, uma vez que o ativo deverá ser vendido em até um ano.
Assim, temos:
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Valor original: 100.000 Depreciação acumulada: (40.000)
Valor contábil 60.000 Valor líquido de vendas: 52.000
Como o valor líquido de venda é menor, o ativo ficara avaliado por R$ 52.000.
Gabarito B.
8. Um ativo não circulante mantido para venda:
A) deve ser depreciado e submetido ao teste de recuperabilidade
B) deve ser depreciado, mas não deve ser submetido ao teste de recuperabilidade.
C) não deve ser depreciado, mas deve ser submetido ao teste de recuperabilidade.
D) não deve ser depreciado e nem submetido ao teste de recuperabilidade. E) deve ser depreciado pelo prazo em que se estima que ocorrerá a venda e
deve ser submetido ao teste de recuperabilidade.
Comentário:
O ativo não circulante mantido para venda não deve ser depreciado, mas deve ser submetido ao teste de recuperabilidade.
Gabarito C
9. (Inédita) Indique a alternativa correta
A) A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil operacional depende exclusivamente da
forma como o contrato foi efetuado. B) Quando os ativos arrendados são de natureza especializada de tal forma que
apenas o arrendatário pode usá-los sem grandes modificações, o arrendamento será considerado operacional.
C) Se a propriedade do ativo se transferir ao final do arrendamento mercantil
mediante um pagamento variável igual ao valor justo no momento, o arrendamento será considerado financeiro.
D) Caso o arrendatário tenha a opção de comprar o ativo por um preço que se espera seja suficientemente mais baixo do que o valor justo à data em que a
opção se torne exercível de forma que, no início do arrendamento mercantil, seja razoavelmente certo que a opção será exercida, o arrendamento será
considerado financeiro.
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E) O arrendamento será considerado operacional quando o prazo do
arrendamento refere-se à maior parte da vida econômica do ativo, mesmo que a propriedade não seja transferida;
Comentários
Alternativa A – INCORRETA: Conforme o Pronunciamento, item 10. A
classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil operacional depende da essência da
transação e não da forma do contrato.
Alternativa B – INCORRETA: neste caso, o arrendamento será considerado financeiro.
Alternativa C - INCORRETA: Se o pagamento ao final do contrato for pelo valor
justo, será arrendamento operacional.
Alternativa D – CORRETA. Cópia do item 10, letra b do Pronunciamento.
Alternativa E – INCORRETA. Neste caso, o arrendamento será considerado
financeiro.
Gabarito D.
10. (FCC) A Cia. ABC efetuou uma operação de arrendamento mercantil de um
veículo a ser utilizado em suas atividades operacionais. O valor a ser pago no arrendamento é superior ao valor de aquisição do veículo à vista e o valor
residual do arrendamento corresponde a apenas 1% do valor da operação.
Conseqüentemente, o valor do veículo
(A) não deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia, por se tratar de bem arrendado cuja propriedade é da empresa arrendadora.
(B) deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia, mas somente à medida que as prestações do arrendamento estejam sendo pagas.
(C) não deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia, mas o valor da dívida junto à empresa arrendadora deve ser reconhecido integralmente em
conta de Passivo Exigível. (D) não deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia e o valor da
prestação do arrendamento deve ser contabilizada como despesa. (E) deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia e deve ser
depreciado de acordo com a perspectiva de sua vida útil, pois a operação é similar a uma compra financiada.
Comentários
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Como o valor residual do arrendamento é irrisório, trata-se de arrendamento
financeiro. Nesse caso, o valor do veículo deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia e deve ser depreciado de acordo com a perspectiva
de sua vida útil.
As letras A, C e D ficam descartadas de plano, pois afirmam que o veículo não deve ser registrado no ativo imobilizado. Quando à letra B, está errada ao
afirmar que deve ser registrado no imobilizado, mas somente à medida que as prestações do arrendamento estejam sendo pagas.
Gabarito E.
11. (FGV – 2008) Segundo a Resolução CFC 921/01, se determinada empresa
mercantil firmar contrato de arrendamento mercantil, na qualidade de arrendatária, com a característica de valor residual significativamente inferior
ao valor de mercado do bem na data da opção, o bem arrendado deverá ficar avaliado e evidenciado em seu patrimônio:
(A) pelo valor do bem, no ativo permanente imobilizado.
(B) pelo valor das contraprestações mais o valor residual, no ativo circulante ou realizável a longo prazo.
(C) como zero, pois não deve ser reconhecido como patrimônio da arrendatária. (D) pelo valor das contraprestações, no passivo circulante ou exigível a longo
prazo. (E) pelo valor residual, como conta redutora do passivo circulante ou exigível a
longo prazo.
Comentários
Trata-se de arrendamento mercantil financeiro, pois o valor residual é
significativamente menor que o valor justo. Portanto, o bem arrendado deve ser contabilizado no ativo imobilizado.
Gabarito A.
12 – (CVM 08 NCE) Uma companhia celebrou um contrato de arrendamento financeiro em 31 de dezembro de 20X0, associado a um equipamento. O
contrato estabeleceu:
(1) uma contraprestação anual de R$ 25.000, com vencimento no
final de cada ano; (2) um valor residual garantido (opção de compra) de R$ 8.000;
(3) um período de 5 anos, que equivale a vida útil do ativo; e (4) uma taxa de juros de 10% ao ano.
O valor presente líquido desse contrato representa R$ 99.737.
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Com base no tratamento contábil da IAS 17, as despesas incorridas com
depreciação e juros no exercício de 20X2 são, aproximadamente:
(A) R$ 18.954 e R$ 9.477; (B) R$ 19.947 e R$ 6.818;
(C) R$ 18.954 e R$ 7.925; (D) R$ 19.947 e R$ 8.471;
(E) R$ 19.947 e R$ 9.477.
Comentários
Nesta questão de arrendamento, para a depreciação foram indicados dois valores, que se repetem entre as alternativas. Por outro lado, para juros, só há
um valor repetido. Assim, dentro da lógica de resolver o mais rápido possível,
vamos calcular primeiro os juros.
Valor contrato (em 31/12/20X0): 99.737 x taxa de juros 10% 9.973
(=) valor total ano 1 109.710 (-) pagamento final ano 1 (25.000)
Valor contrato inicio ano 2 84,710 X taxa juros 10% 8.471 – juros exercício 20X2
Gabarito Letra D
Vamos calcular também a depreciação:
99737 / 5 = 19.947,40 LETRA D.
A tabela completa, com os pagamentos e os juros, ficaria assim:
Ano Valor inicial Juros Subtotal Pagamento Valor final
1 99.737 9.974 109.711 25.000 84.711 2 84.711 8.471 93.182 25.000 68.182
3 68.182 6.818 75.000 25.000 50.000 4 50.000 5.000 55.000 25.000 30.000
5 30.000 3.000 33.000 25.000 8.000
A contabilização:
D – equipamento arrendado 99.737
D – Encargos financ. a transcorrer (PC) 9974 C – Arrendamento a pagar (PC) 25.000
D – Encargos financ. a transcorrer (PELP) 23.289
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C – Arrendamento a pagar (PELP) 108000
Já houve uma questão semelhante, no concurso do ICMS RJ:
13. (ICMS – RJ – FGV) Em consonância à Resolução CFC 921/01, determine o
valor do Passivo Circulante da Cia. Arrendatária a ser apurado logo após o reconhecimento contábil do contrato de arrendamento mercantil firmado entre
ela e a entidade arrendadora, segundo o qual a arrendatária se obriga a pagar 5 prestações anuais e iguais no valor unitário de R$ 8.500,00, mais o valor da
opção de compra no montante de R$ 190,76 ao final do quinto ano, juntamente com a última prestação anual; e a arrendadora se obriga a entregar, nesse ato,
o bem arrendado (um veículo que será utilizado para arrendatária em suas atividades operacionais normais).
Sabe-se que:
* O contrato foi firmado em 31/12/2008; * A primeira prestação venceu em 31/12/2009 e todas as demais prestações
vencem no dia 31 de dezembro dos anos subseqüentes; * O valor de mercado do bem arrendado, à vista, é R$ 30.000,00;
* A taxa de juros implícita no contrato é 13% ao ano. * O Balanço Patrimonial da Cia. Arrendatária apurado em 31/12/2008
imediatamente antes de o contrato em tela ter sido reconhecido contabilmente é o seguinte:
Ativo Circulante 20.000,00
Realizável a Longo Prazo 30.000,00 Ativo Permanente 50.000,00
Passivo Circulante 15.000,00 Exigível a Longo Prazo 25.000,00
Patrimônio Líquido 60.000,00
a) R$ 3.900,00
b) R$ 8.500,00 c) R$ 15.000,00
d) R$ 19.600,00 e) R$ 23.500,00
Comentários
Conforme a Resolução CFC 921/01:
“10.2.2.1.4 - O encargo financeiro deve ser apropriado no resultado em função
do prazo de vencimento das contraprestações pelo critério pro rata dia, mediante a utilização do método exponencial, observada a competência.”
Segue abaixo o cálculo.
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Ano Valor inicial Juros Subtotal Pagamento Valor final
1 30.000,00 3.900,00 33.900,00 8.500,00 25.400,00
2 25.400,00 3.302,00 28.702,00 8.500,00 20.202,00 3 20.202,00 2.626,26 22.828,26 8.500,00 14.328,26
4 14.328,26 1.862,67 16.190,93 8.500,00 7.690,93 5 7.690,93 999,82 8.690,76 8.500,00 190,76
Contabilização no reconhecimento do contrato:
D – Veículo arrendado 30.000
D – Encargos financ. a transcorrer 3.900 C – Arrendamento a pagar (PC) 8.500
D – Encargos financ. a transcorrer (PELP) 8.790,76 C – Arrendamento a pagar (PELP) 34.190,76
Elaboramos a tabela completa, acima, para fins didáticos, mas o cálculo que a FGV queria era bem mais simples:
Valor do bem 30.000,00
(x) taxa anual juros 13% 3.900,00 Valor da prestação ano 1 8.500,00
Aumento do passivo circulante : 8500 – 3900 = 4600
Passivo circulante inicial 15000 + 4600 = 19.600
Gabarito D.
14 - (CVM 08 – NCE) A IAS 17 relaciona algumas situações que podem conduzir a que uma transação de arrendamento mercantil seja classificada
como financeira. A situação que está mais identificada com outras modalidades de arrendamento é:
(A) o arrendamento transfere a posse do ativo ao arrendatário no fim do prazo
do contrato; (B) o arrendatário possui a opção de comprar o ativo por um preço que se
espera ser equivalente a seu valor justo na data em que a opção seja exercida; (C) o prazo do arrendamento abrange a maior parte da vida econômica do
ativo, mesmo que o título de propriedade não seja transferido; (D) no início do arrendamento o valor dos pagamentos mínimos ajustados do
contrato atinge, pelo menos substancialmente, todo o valor justo do ativo
arrendado; (E) o ativo arrendado é de tal natureza especializada que apenas o arrendatário
pode usá-lo sem que sejam efetuadas grandes modificações.
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Comentários
Outra questão pedindo a identificação dos critérios para classificar um arrendamento mercantil como financeiro ou operacional. No caso, pede-se a
situação que caracteriza um arrendamento operacional.
A) Alternativa INCORRETA. Se transfere a posse do ativo ao arrendatário, trata-se de arrendamento financeiro
B) Alternativa CORRETA. Se a opção de compra do ativo for pelo valor justo,
então o arrendamento é operacional.
C) Alternativa INCORRETA. Quando o prazo do arrendamento abrange a maior parte da vida econômica do ativo, mesmo que o título de propriedade não seja
transferido, trata-se de arrendamento financeiro.
D) Alternativa INCORRETA. Este também é um critério para classificar o
arrendamento como financeiro
E) Alternativa INCORRETA. Esta é a característica dos arrendamentos financeiros mais fácil para guardar. O ativo é especializado e só pode ser usado
pelo arrendatário, sem grandes modificações.
Gabarito B.
15. TCE GO 2009 – FCC . A empresa KKK adquiriu um veículo financiado que
será pago em 30 prestações mensais de R$ 2.000,00 cada. O valor do veículo à vista (valor presente) é de R$ 45.000,00. De acordo com a Lei no 11.638/07, a
empresa deve reconhecer no momento da aquisição, em reais, um
(A) ativo de 45.000,00. (B) passivo financeiro de 15.000,00.
(C) passivo de 45.000,00 e uma despesa financeira de 15.000,00. (D) ativo de 45.000,00 e uma despesa financeira de 15.000,00.
(E) ativo de 60.000,00 e uma receita financeira de 15.000,00.
Comentários
A contabilização na aquisição é:
D – Ativo imobilizado (ativo) 45.000
D - Juros a apropriar.(retificadora do passivo) 15.000 C – Arrendamento a pagar (passivo) 60.000
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Portanto, a alternativa correta é a letra A.
Gabarito A.
16. (ICMS SC 2010 – FEPESE) Quanto ao leaseback (retroarrendamento pelo vendedor junto ao comprador), pode-se afirmar:
a. ( ) Uma transação de venda e leaseback envolve a venda de um ativo e o
concomitante arrendamento mercantil do mesmo ativo pelo comprador ao vendedor. O pagamento do arrendamento mercantil e o preço de venda são
geralmente interdependentes, por serem negociados como um pacote. O tratamento contábil de uma transação de venda e leaseback independe do tipo
de arrendamento mercantil envolvido.
b. ( ) Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento mercantil financeiro, qualquer excesso de receita de venda obtido acima do
valor contábil deve ser imediatamente reconhecido como receita, por um vendedor-arrendatário. Tal valor não deve ser diferido e amortizado durante o
prazo do arrendamento mercantil. c. ( ) Uma transação de venda e leaseback (retroarrendamento pelo vendedor
junto ao comprador) envolve a venda de um ativo e o concomitante arrendamento mercantil do mesmo ativo pelo comprador ao vendedor. O
pagamento do arrendamento mercantil e o preço de venda são geralmente interdependentes por serem negociados como um pacote. O tratamento
contábil de uma transação de venda e leaseback depende do tipo de arrendamento mercantil envolvido.
d. ( ) Se o leaseback for um arrendamento mercantil financeiro, a transação é um meio pelo qual o arrendador financia o arrendatário, com o ativo como
garantia. Por essa razão, é apropriado considerar como receita um excesso de
vendas obtido sobre o valor contábil. Contudo, esse excesso não é diferido e amortizado durante o prazo do arrendamento mercantil.
e. ( ) Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento mercantil operacional ou financeiro, e se a transação for estabelecida pelo valor
justo, qualquer lucro ou prejuízo advindo dessa operação não pode ser imediatamente reconhecido.
Comentários:
Conforme o pronunciamento CPC 06(R1) – Operações de Arrendamento
Mercantil:
58. Uma transação de venda e leaseback (retroarrendamento pelo vendedor junto ao comprador) envolve a venda de um ativo e o concomitante
arrendamento mercantil do mesmo ativo pelo comprador ao vendedor. O
pagamento do arrendamento mercantil e o preço de venda são geralmente interdependentes por serem negociados como um pacote. O tratamento
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contábil de uma transação de venda e leaseback depende do tipo de
arrendamento mercantil envolvido.
Alternativa Correta: C, que é cópia fiel do item acima. Vamos ver os erros nas demais alternativas:
A) A afirmação “O tratamento contábil de uma transação de venda e leaseback
independe do tipo de arrendamento mercantil envolvido.”
Alternativa errada, o correto é “depende”.
B) Alternativa ERRADA, o correto é:
59. Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento mercantil financeiro, qualquer excesso de receita de venda obtido acima do
valor contábil não deve ser imediatamente reconhecido como receita por um
vendedor arrendatário. Em vez disso, tal valor deve ser diferido e amortizado durante o prazo do arrendamento mercantil.
C) Alternativa CORRETA.
D) Alternativa ERRADA. O correto é:
60. Se o leaseback for um arrendamento mercantil financeiro, a transação é um
meio pelo qual o arrendador financia o arrendatário, com o ativo como garantia. Por essa razão, não é apropriado considerar como receita um excedente do
preço de venda obtido sobre o valor contábil. Tal excedente deve ser diferido e amortizado durante o prazo do arrendamento mercantil.
E) Alternativa ERRADA. O correto é:
61. Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento mercantil operacional, e se estiver claro que a transação é estabelecida pelo
valor justo, qualquer lucro ou prejuízo deve ser imediatamente reconhecido.
Gabarito C.
17. (EXAME DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA PARA REGISTRO NO CADASTRO
NACIONAL DE AUDITORES INDEPENDENTES (CNAI) do CFC – 2010) De acordo com a NBC T 10.2 – Operações de Arrendamento Mercantil, assinale a opção
que apresenta uma informação NÃO condizente com as regras de mensuração subsequente de arrendamentos mercantis financeiros.
a) Os pagamentos mínimos do arrendamento mercantil devem ser segregados entre encargo financeiro e redução do passivo em aberto. O encargo financeiro
deve ser imputado a cada período durante o prazo do arrendamento mercantil
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de forma a produzir uma taxa de juros periódica constante sobre o saldo
remanescente do passivo. Os pagamentos contingentes devem ser contabilizados como despesa nos períodos em que são incorridos.
b) Um arrendamento mercantil financeiro dá origem a uma despesa de depreciação relativa a ativos depreciáveis, assim como uma despesa financeira
para cada período contábil. A política de depreciação para os ativos arrendados depreciáveis deve ser consistente com a dos demais ativos depreciáveis e a
depreciação reconhecida deve ser calculada de acordo com as regras aplicáveis aos ativos imobilizados (e com as relativas à amortização dos ativos intangíveis
quando pertinente). Se não houver certeza razoável de que o arrendatário virá a obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o ativo deve
ser totalmente depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da sua vida útil, o que for menor.
c) O valor depreciável de ativo arrendado é alocado a cada período contábil durante o período de uso esperado em base sistemática consistente com a
política de depreciação que o arrendatário adote para os ativos depreciáveis de
que seja proprietário. Se houver certeza razoável de que o arrendatário virá a obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o período de
uso esperado é a vida útil do ativo; caso contrário, o ativo é depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da sua vida útil, dos dois o maior.
d) A soma da despesa de depreciação do ativo e da despesa financeira do período é raramente igual ao pagamento da prestação do arrendamento
mercantil durante o período, sendo, por isso, inadequado simplesmente reconhecer os pagamentos da prestação do arrendamento mercantil como
despesa. Por conseguinte, é improvável que o ativo e o passivo relacionado sejam de valor igual após o começo do prazo do arrendamento mercantil.
Comentários
A alternativa C está incorreta. Confira abaixo o item 28 do Pronunciamento CPC
06 – Arrendamento Mercantil:
28. O valor depreciável de ativo arrendado deve ser alocado a cada período contábil durante o período de uso esperado em base sistemática consistente
com a política de depreciação que o arrendatário adote para os ativos depreciáveis de que seja proprietário. Se houver certeza razoável de que o
arrendatário virá a obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o período de uso esperado é a vida útil do ativo; caso contrário, o
ativo deve ser depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da
sua vida útil, dos dois o menor.
Gabarito Letra C.
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18. (FCC/SEFAZ-RO/ICMS/2010) Uma empresa adquiriu um veículo por
arrendamento mercantil financeiro que será pago em 48 prestações mensais de R$ 1.000,00 cada. O valor presente das prestações é de R$ 30.673,00 e a taxa
de juros compostos implícita no arrendamento mercantil é de 2% ao mês. No momento da aquisição, a empresa deve reconhecer, em reais,
A) um ativo de 30.673,00 e uma despesa financeira de 613,46.
B) um ativo de 30.673,00. C) um passivo de 48.000,00.
D) um ativo de 48.000,00 e uma receita financeira de 17.327,00. E) um ativo de 30.673,00 e uma despesa financeira de 17.327,00.
Comentários
Versa a questão sobre arrendamento. Inicialmente, cumpre dizer que o
arrendamento pode ser operacional ou financeiro, basicamente.
Um arrendamento mercantil é classificado como financeiro se ele transferir
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade. Um arrendamento mercantil é classificado como operacional se ele não transferir
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade.
A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil operacional depende da essência da
transação e não da forma do contrato.
Passemos a analisar a nossa questão.
Este tipo de questão está sendo repetido em várias provas da FCC. Precisamos saber apenas a contabilização inicial do arrendamento mercantil financeiro para
encontrar a resposta:
Contabilização inicial do arrendamento mercantil financeiro: D – Veículo (ativo imobilizado) 30.673 D – Encargos financeiros a transcorrer (retificadora passivo) 17.327
C – Arrendamento financeiro a pagar (passivo) 48.000
A despesa financeira é reconhecida por competência, pró rata temporis. Assim, descartamos as alternativas a e e. Descartamos também a alternativa d, não
há reconhecimento de receita no arrendatário.
Quanto à alternativa c, o valor do passivo reconhecido inicialmente é de 48.000 – 17.327 = 30.673.
A conta Encargos financeiros a transcorrer fica no passivo, retificando o valor de
48.000.
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Gabarito B.
19. (FCC/TRF 1ª/Analista Judiciário/2011) Uma operação de arrendamento
mercantil efetuada no prazo de cinco anos, na qual identifica-se a transferência substancial dos riscos e benefícios inerentes ao bem objeto do contrato, cuja
propriedade será transferida ao arrendatário no final do contrato, deverá ser registrada
(A) no Realizável de Longo Prazo.
(B) em conta de Ajustes Patrimoniais. (C) como item do Ativo Diferido.
(D) em conta do Imobilizado.
(E) como uma Despesa Diferida.
Comentários:
A questão refere-se à contabilização do arrendamento mercantil.
As operações de arrendamento mercantil dividem-se em “operacionais” e “financeiras”.
O Arrendamento Mercantil Operacional é um genuíno aluguel de um bem ou
equipamento. Já o Arrendamento Mercantil Financeiro é, em essência, uma “venda com financiamento”, e como tal deve ser tratada.
A principal característica que diferencia os dois tipos de arrendamento refere-se
à transferência dos riscos e benefícios.
Confira o texto do Pronunciamento CPC 06 (R1) – Operação de Arrendamento
Mercantil:
Arrendamento mercantil financeiro é aquele em que há transferência substancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade de um ativo. O título de propriedade pode ou não vir a ser transferido.
Arrendamento mercantil operacional é um arrendamento mercantil
diferente de um arrendamento mercantil financeiro.
A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil
financeiro ou arrendamento mercantil operacional depende da essência da transação e não da forma do contrato. O Pronunciamento CPC 06 lista algumas
características que identificam um arrendamento mercantil financeiro:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM ARRENDAMENTO FINANCEIRO
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1) Transfere-se a propriedade ao final do contrato; 2) Valor residual mais baixo que o valor justo;
3) O prazo do arrendamento refere-se à maior parte da vida útil do ativo 4) O valor presente dos pagamentos totaliza substancialmente o todo o valor
justo do ativo; 5) O ativo arrendado é de tal forma especializado, que apenas o arrendatário
pode usá-lo sem grandes modificações.
Como a questão menciona que houve a transferência substancial dos riscos e
benefícios inerentes ao bem objeto do contrato, identificamos na operação um arrendamento mercantil financeiro. Mas vamos demonstrar a contabilização dos
dois tipos de arrendamento.
Arrendamento mercantil operacional – Contabilização no arrendatário.
A contabilização, neste tipo de arrendamento, é feita apenas pela utilização do
bem, por competência.
Exemplo: Um empresa contratou, em 01.01.X1, um arrendamento mercantil operacional de uma máquina, para pagamento em 60 parcelas de R$ 5.000,00,
a ser efetivado no dia 5 do mês seguinte.
Contabilização na contratação: Nenhuma
Contabilização no dia 31.01.X1:
D – Despesa arrendamento operacional (resultado) R$ 5.000,00 C – Arrendamento operacional a pagar (passivo) R$ 5.000,00
No dia 05.02.X1 (pelo pagamento):
D - Arrendamento operacional a pagar (passivo) R$ 5.000,00
C - Caixa/bancos R$ 5.000,00
Arrendamento mercantil financeiro – Contabilização no arrendatário.
Nas operações de arrendamento mercantil financeiro (também chamada de
leasing financeiro), uma empresa “aluga” um determinado bem, pagando várias prestações e com a opção de compra do bem ao final do contrato, geralmente
por um valor pequeno.
Por exemplo: Leasing de um veículo, com valor de R$ 30.000, a ser pago em 60
prestações de R$ 520, e com opção de compra ao final do contrato por R$ 2.000.
Este tipo de operação é uma compra parcelada do bem. Portanto, pela aplicação
do princípio de primazia da essência sobre a forma, deveria ser contabilizado da seguinte maneira:
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D – Veículo (Ativo Imobilizado) R$ 30.000 D – Juros a transcorrer (Retificadora do Passivo) R$ 3.200 C – Leasing a pagar (Passivo) R$ 3.200 [(520 x 60) + 2000]
Chegamos, assim, ao gabarito da questão. A operação deverá ser registrada
em conta do ativo imobilizado.
Gabarito D.
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QUESTÕES COMENTADAS NEST AULA
1. (CESPE/ABIN/Oficial de Inteligência/2010) Julgue o item a seguir, relativo ao reconhecimento e à mensuração de contas patrimoniais.
A determinação do custo inicial do direito de uso de uma propriedade, para
investimento obtido por meio de um arrendamento financeiro, deve ser feita pelo menor entre o valor justo do direito de uso sobre a propriedade e o valor
dos pagamentos mínimos 2. (CESPE/Analista/MPU/2010) A propriedade para investimento deve ser
mensurada, inicialmente, pelo valor médio de mercado, que é seu valor justo na ocasião.
3. (Autores) Considera-se propriedade para investimento a propriedade (o
terreno ou edifício) mantida, pelo proprietário ou pelo arrendatário em
arrendamento financeiro, para:
a) auferir aluguel ou para valorização do capital ou para ambas; b) uso na produção;
c) uso no fornecimento de bens ou serviços; d) uso para finalidades administrativas;
e) venda no curso ordinário do negócio.
4. Considere a situação a seguir para responder a questão de n. 4.
A sociedade KLS adquiriu uma propriedade para no valor de R$ 250.000,00. A propriedade será utilizada para valorização do capital.
O pagamento pela propriedade se dará em 60 dias, em parcela única, pelo valor
de R$ 280.000,00 (juros simples mensais).
A empresa incorreu também em custos de transferência da propriedade no
montante de R$ 20.000,00, pagos à vista, no ato da compra.
O valor justo da propriedade monta a R$ 230.000,00.
Assinale a opção que apresenta a contabilização correta da propriedade no momento da aquisição.
a) D – Propriedade para investimento (ANC – Invest.) 250.000
D – Encargos fin. a transcorrer (Red. Passivo) 30.000 C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000
b) D – Propriedade para investimento (ANC – Invest.) 270.000 D – Encargos fin. a transcorrer (Red. Passivo) 30.000
C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000
C – Caixa (Ativo) 20.000
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c) D – Propriedade para uso do propr. (ANC – Imob.) 270.000 D – Encargos fin. a transcorrer (Red. Passivo) 30.000
C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000 C – Caixa (Ativo) 20.000
d) D – Propriedade para uso do propr. (ANC – Imob.) 280.000
C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000
e) D – Propriedade para investimento (ANC – Invest.) 230.000 D – Custo das transações (ANC – Invest.) 20.000
D – Encargos fin. a transcorrer (Red. Passivo) 30.000 C – Financiamentos a pagar (Passivo) 280.000
5. (CESGRANRIO/Petrobras/Contador Jr./2010) A Companhia Cacife S/A, de
capital fechado, possui ativo não circulante que pretende distribuir por seus
acionistas. Nesse contexto, admita que
• O ativo não circulante foi classificado como mantido para distribuição aos sócios;
• As ações requeridas para tal distribuição, já iniciadas, indicam que ela é considerada como altamente provável;
• Os sócios já aprovaram a distribuição.
Nessas condições, a expectativa do prazo para a distribuição ser completada, contada da data da respectiva classificação, é de:
(A) ½ ano.
(B) 1 ano. (C) 1 ano e ½.
(D) 2 anos.
(E) mais de 2 anos.
6. Os ativos não circulantes mantidos para a venda
F) devem ser depreciados ou amortizados conforme a vida útil do ativo. G) devem ser mensurados pelo menor entre o valor contábil e o valor de uso.
H) devem ser classificados no grupo “Investimentos” no balanço patrimonial. I) podem ser classificados no Ativo Não circulante – Realizável a Longo Prazo
J) devem ser classificados no Ativo Circulante
7. A empresa KLS apresentou as seguintes informações para um equipamento, em dez/X1:
Valor original: 100.000
Depreciação acumulada: 40.000
Valor líquido de vendas: 52.000
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Valor de uso: 65.000
A empresa classificou o equipamento como Ativo Não Circulante mantido para
Venda. Anote a alternativa correta:
a) O equipamento será avaliado por R$ 60.000. b) O equipamento será avaliado por R$ 52.000
c) O equipamento será avaliado por R$ 65.000 d) O equipamento será classificado em Investimento
e) O equipamento será classificado no Ativo Realizável a Longo Prazo
8. Um ativo não circulante mantido para venda:
A) deve ser depreciado e submetido ao teste de recuperabilidade B) deve ser depreciado, mas não deve ser submetido ao teste de
recuperabilidade.
C) não deve ser depreciado, mas deve ser submetido ao teste de recuperabilidade.
D) não deve ser depreciado e nem submetido ao teste de recuperabilidade. E) deve ser depreciado pelo prazo em que se estima que ocorrerá a venda e
deve ser submetido ao teste de recuperabilidade.
9. (Inédita) Indique a alternativa correta
A) A classificação de um arrendamento mercantil como arrendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil operacional depende exclusivamente da
forma como o contrato foi efetuado. B) Quando os ativos arrendados são de natureza especializada de tal forma que
apenas o arrendatário pode usá-los sem grandes modificações, o arrendamento será considerado operacional.
C) Se a propriedade do ativo se transferir ao final do arrendamento mercantil
mediante um pagamento variável igual ao valor justo no momento, o arrendamento será considerado financeiro.
D) Caso o arrendatário tenha a opção de comprar o ativo por um preço que se espera seja suficientemente mais baixo do que o valor justo à data em que a
opção se torne exercível de forma que, no início do arrendamento mercantil, seja razoavelmente certo que a opção será exercida, o arrendamento será
considerado financeiro. E) O arrendamento será considerado operacional quando o prazo do
arrendamento refere-se à maior parte da vida econômica do ativo, mesmo que a propriedade não seja transferida;
10. (FCC) A Cia. ABC efetuou uma operação de arrendamento mercantil de um
veículo a ser utilizado em suas atividades operacionais. O valor a ser pago no arrendamento é superior ao valor de aquisição do veículo à vista e o valor
residual do arrendamento corresponde a apenas 1% do valor da operação.
Conseqüentemente, o valor do veículo
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(A) não deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia, por se tratar de bem arrendado cuja propriedade é da empresa arrendadora.
(B) deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia, mas somente à medida que as prestações do arrendamento estejam sendo pagas.
(C) não deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia, mas o valor da dívida junto à empresa arrendadora deve ser reconhecido integralmente em
conta de Passivo Exigível. (D) não deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia e o valor da
prestação do arrendamento deve ser contabilizada como despesa. (E) deve ser registrado no ativo imobilizado da companhia e deve ser
depreciado de acordo com a perspectiva de sua vida útil, pois a operação é similar a uma compra financiada.
11. (FGV – 2008) Segundo a Resolução CFC 921/01, se determinada empresa
mercantil firmar contrato de arrendamento mercantil, na qualidade de arrendatária, com a característica de valor residual significativamente inferior
ao valor de mercado do bem na data da opção, o bem arrendado deverá ficar avaliado e evidenciado em seu patrimônio:
(A) pelo valor do bem, no ativo permanente imobilizado.
(B) pelo valor das contraprestações mais o valor residual, no ativo circulante ou realizável a longo prazo.
(C) como zero, pois não deve ser reconhecido como patrimônio da arrendatária. (D) pelo valor das contraprestações, no passivo circulante ou exigível a longo
prazo. (E) pelo valor residual, como conta redutora do passivo circulante ou exigível a
longo prazo.
12 – (CVM 08 NCE) Uma companhia celebrou um contrato de arrendamento financeiro em 31 de dezembro de 20X0, associado a um equipamento. O
contrato estabeleceu:
(1) uma contraprestação anual de R$ 25.000, com vencimento no final de cada ano;
(2) um valor residual garantido (opção de compra) de R$ 8.000; (3) um período de 5 anos, que equivale a vida útil do ativo; e
(4) uma taxa de juros de 10% ao ano. O valor presente líquido desse contrato representa R$ 99.737.
Com base no tratamento contábil da IAS 17, as despesas incorridas com depreciação e juros no exercício de 20X2 são, aproximadamente:
(A) R$ 18.954 e R$ 9.477;
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(B) R$ 19.947 e R$ 6.818;
(C) R$ 18.954 e R$ 7.925; (D) R$ 19.947 e R$ 8.471;
(E) R$ 19.947 e R$ 9.477.
13. (ICMS – RJ – FGV) Em consonância à Resolução CFC 921/01, determine o valor do Passivo Circulante da Cia. Arrendatária a ser apurado logo após o
reconhecimento contábil do contrato de arrendamento mercantil firmado entre ela e a entidade arrendadora, segundo o qual a arrendatária se obriga a pagar
5 prestações anuais e iguais no valor unitário de R$ 8.500,00, mais o valor da opção de compra no montante de R$ 190,76 ao final do quinto ano, juntamente
com a última prestação anual; e a arrendadora se obriga a entregar, nesse ato, o bem arrendado (um veículo que será utilizado para arrendatária em suas
atividades operacionais normais).
Sabe-se que:
* O contrato foi firmado em 31/12/2008;
* A primeira prestação venceu em 31/12/2009 e todas as demais prestações vencem no dia 31 de dezembro dos anos subseqüentes;
* O valor de mercado do bem arrendado, à vista, é R$ 30.000,00; * A taxa de juros implícita no contrato é 13% ao ano.
* O Balanço Patrimonial da Cia. Arrendatária apurado em 31/12/2008 imediatamente antes de o contrato em tela ter sido reconhecido contabilmente
é o seguinte:
Ativo Circulante 20.000,00 Realizável a Longo Prazo 30.000,00
Ativo Permanente 50.000,00 Passivo Circulante 15.000,00
Exigível a Longo Prazo 25.000,00
Patrimônio Líquido 60.000,00
a) R$ 3.900,00 b) R$ 8.500,00
c) R$ 15.000,00 d) R$ 19.600,00
e) R$ 23.500,00
14 - (CVM 08 – NCE) A IAS 17 relaciona algumas situações que podem conduzir a que uma transação de arrendamento mercantil seja classificada
como financeira. A situação que está mais identificada com outras modalidades de arrendamento é:
(A) o arrendamento transfere a posse do ativo ao arrendatário no fim do prazo
do contrato;
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(B) o arrendatário possui a opção de comprar o ativo por um preço que se
espera ser equivalente a seu valor justo na data em que a opção seja exercida; (C) o prazo do arrendamento abrange a maior parte da vida econômica do
ativo, mesmo que o título de propriedade não seja transferido; (D) no início do arrendamento o valor dos pagamentos mínimos ajustados do
contrato atinge, pelo menos substancialmente, todo o valor justo do ativo arrendado;
(E) o ativo arrendado é de tal natureza especializada que apenas o arrendatário pode usá-lo sem que sejam efetuadas grandes modificações.
15. TCE GO 2009 – FCC . A empresa KKK adquiriu um veículo financiado que
será pago em 30 prestações mensais de R$ 2.000,00 cada. O valor do veículo à vista (valor presente) é de R$ 45.000,00. De acordo com a Lei no 11.638/07, a
empresa deve reconhecer no momento da aquisição, em reais, um
(A) ativo de 45.000,00.
(B) passivo financeiro de 15.000,00. (C) passivo de 45.000,00 e uma despesa financeira de 15.000,00.
(D) ativo de 45.000,00 e uma despesa financeira de 15.000,00. (E) ativo de 60.000,00 e uma receita financeira de 15.000,00.
16. (ICMS SC 2010 – FEPESE) Quanto ao leaseback (retroarrendamento pelo
vendedor junto ao comprador), pode-se afirmar:
a. ( ) Uma transação de venda e leaseback envolve a venda de um ativo e o concomitante arrendamento mercantil do mesmo ativo pelo comprador ao
vendedor. O pagamento do arrendamento mercantil e o preço de venda são geralmente interdependentes, por serem negociados como um pacote. O
tratamento contábil de uma transação de venda e leaseback independe do tipo de arrendamento mercantil envolvido.
b. ( ) Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento
mercantil financeiro, qualquer excesso de receita de venda obtido acima do valor contábil deve ser imediatamente reconhecido como receita, por um
vendedor-arrendatário. Tal valor não deve ser diferido e amortizado durante o prazo do arrendamento mercantil.
c. ( ) Uma transação de venda e leaseback (retroarrendamento pelo vendedor junto ao comprador) envolve a venda de um ativo e o concomitante
arrendamento mercantil do mesmo ativo pelo comprador ao vendedor. O pagamento do arrendamento mercantil e o preço de venda são geralmente
interdependentes por serem negociados como um pacote. O tratamento contábil de uma transação de venda e leaseback depende do tipo de
arrendamento mercantil envolvido. d. ( ) Se o leaseback for um arrendamento mercantil financeiro, a transação é
um meio pelo qual o arrendador financia o arrendatário, com o ativo como garantia. Por essa razão, é apropriado considerar como receita um excesso de
vendas obtido sobre o valor contábil. Contudo, esse excesso não é diferido e
amortizado durante o prazo do arrendamento mercantil.
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e. ( ) Se uma transação de venda e leaseback resultar em arrendamento
mercantil operacional ou financeiro, e se a transação for estabelecida pelo valor justo, qualquer lucro ou prejuízo advindo dessa operação não pode ser
imediatamente reconhecido.
17. (EXAME DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA PARA REGISTRO NO CADASTRO NACIONAL DE AUDITORES INDEPENDENTES (CNAI) do CFC – 2010) De acordo
com a NBC T 10.2 – Operações de Arrendamento Mercantil, assinale a opção que apresenta uma informação NÃO condizente com as regras de mensuração
subsequente de arrendamentos mercantis financeiros.
a) Os pagamentos mínimos do arrendamento mercantil devem ser segregados entre encargo financeiro e redução do passivo em aberto. O encargo financeiro
deve ser imputado a cada período durante o prazo do arrendamento mercantil de forma a produzir uma taxa de juros periódica constante sobre o saldo
remanescente do passivo. Os pagamentos contingentes devem ser
contabilizados como despesa nos períodos em que são incorridos. b) Um arrendamento mercantil financeiro dá origem a uma despesa de
depreciação relativa a ativos depreciáveis, assim como uma despesa financeira para cada período contábil. A política de depreciação para os ativos arrendados
depreciáveis deve ser consistente com a dos demais ativos depreciáveis e a depreciação reconhecida deve ser calculada de acordo com as regras aplicáveis
aos ativos imobilizados (e com as relativas à amortização dos ativos intangíveis quando pertinente). Se não houver certeza razoável de que o arrendatário virá
a obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o ativo deve ser totalmente depreciado durante o prazo do arrendamento mercantil ou da
sua vida útil, o que for menor. c) O valor depreciável de ativo arrendado é alocado a cada período contábil
durante o período de uso esperado em base sistemática consistente com a política de depreciação que o arrendatário adote para os ativos depreciáveis de
que seja proprietário. Se houver certeza razoável de que o arrendatário virá a
obter a propriedade no fim do prazo do arrendamento mercantil, o período de uso esperado é a vida útil do ativo; caso contrário, o ativo é depreciado durante
o prazo do arrendamento mercantil ou da sua vida útil, dos dois o maior. d) A soma da despesa de depreciação do ativo e da despesa financeira do
período é raramente igual ao pagamento da prestação do arrendamento mercantil durante o período, sendo, por isso, inadequado simplesmente
reconhecer os pagamentos da prestação do arrendamento mercantil como despesa. Por conseguinte, é improvável que o ativo e o passivo relacionado
sejam de valor igual após o começo do prazo do arrendamento mercantil.
18. (FCC/SEFAZ-RO/ICMS/2010) Uma empresa adquiriu um veículo por arrendamento mercantil financeiro que será pago em 48 prestações mensais de
R$ 1.000,00 cada. O valor presente das prestações é de R$ 30.673,00 e a taxa de juros compostos implícita no arrendamento mercantil é de 2% ao mês. No
momento da aquisição, a empresa deve reconhecer, em reais,
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A) um ativo de 30.673,00 e uma despesa financeira de 613,46.
B) um ativo de 30.673,00. C) um passivo de 48.000,00.
D) um ativo de 48.000,00 e uma receita financeira de 17.327,00. E) um ativo de 30.673,00 e uma despesa financeira de 17.327,00.
19. (FCC/TRF 1ª/Analista Judiciário/2011) Uma operação de arrendamento
mercantil efetuada no prazo de cinco anos, na qual identifica-se a transferência substancial dos riscos e benefícios inerentes ao bem objeto do contrato, cuja
propriedade será transferida ao arrendatário no final do contrato, deverá ser registrada
(A) no Realizável de Longo Prazo.
(B) em conta de Ajustes Patrimoniais. (C) como item do Ativo Diferido.
(D) em conta do Imobilizado.
(E) como uma Despesa Diferida.
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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA
QUESTÃO GABARITO
1 E
2 E
3 A
4 B
5 B
6 E
7 B
8 C
9 D
10 E
11 A
12 D
13 D
14 B
15 A
16 C
17 C
18 B
19 D