Download pdf - Criacao de canarios

Transcript
Page 1: Criacao de canarios

Edição do CENTENÁRIO DO 3C

Page 2: Criacao de canarios

A. Carlos De Jorge

Canários de Porte

FRISADO PARISIENSE

Frisado do Norte

Fife Fancy

YORKSHIRE

Gloster

BORDER

Tel.:(21) 98753-6906São Gonçalo/RJ

[email protected]

Page 3: Criacao de canarios

APRESENTAÇÃO (edição original)

O objetivo desta publicação é levar ao conhecimentodo criador iniciante informações básicas para o ingresso nacanaricultura, evitando por esta forma, experiências ou tratosinadequados que por certo levarão ao insucesso e,conseqüentemente, ao abandono do salutar esporte de criarcanários.

Os Clubes de criadores de modo geral publicam emsuas revistas orientações e informações de cunho técnicode grande utilidade para o aprimoramento dosconhecimentos daqueles que se dedicam à canaricultura.Ocorre, entretanto, que essas publicações ficam, muitasvezes, restritas aos sócios e visitantes das exposições quese realizam anualmente e giram na órbita das localidadesonde os Clubes estão sediados. Essa limitação impede, porsua vez, que conhecimentos de grande valia cheguem amuitos que necessitam de literatura específica, orientadorae simples, nos vários recantos deste País onde se criamcanários.

Assim pensando, o CENTRO DE CRIADORES DECANÁRIOS resolveu formar uma coletânea de matériasjulgadas importantes, extraídas de várias revistas deSociedades de criadores e divulgá-las GRATUITAMENTE.Trata-se de uma publicação despretenciosa que no entantoesperamos possa ajudar muitos criadores iniciantes quepretendam praticar este salutar e encantador “hobby”.

SERAFIM RIBEIRO DA SILVA

Presidente

Page 4: Criacao de canarios

FICHA TÉCNICAREVISTA

Criação de Canários para PrincipiantesCAPA

Fachada do prédio do 3C - Foto de Wilson LaroccaFOTOS DE CANÁRIOS

Fotos gentilmente cedidas por Antonio Carlos Lemo - Diretor de Canários de Porte da FOB.Canários dos seguintes criadores: Branco - Maxi Canaril, Vermelho - Elio Trevisan, Ágata - Maria

Francesa B. Colombo, Hoso Japonês - Odelaon Geisler, Scotch Fancy - Canaril Lemes, Münchener -Criadouro Pinheirinho, Lizard - Tito Rio, Border - Pedro A. Junges, Norwich - Villa Verde, Yorkshire -Paulo Cesar Freitas da Silva, Lancashire - Marcelo Antonio Ribeiro, Gloster - Carlos E. Roloff, Topete

Alemão - Canaril J.A., Frisado do Norte - Criadouro Impactum e Frisado Parisiense - Amir Pinto.EDITORA.Simas

REVISÃOJosé Luís de Castro SilvaDIREITOS AUTORAIS

© Centro de Criadores de Canários - 2015Transcrição autorizada, em todo ou em parte, desde que citada a fonte.

IMPRESSÃOCopyGraph - Rua 7 de Setembro,204 - Centro - Monte Azul Paulista - SP

TIRAGEM1000 exemplares

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

3C - Centro de Criadores de Canários - Rua General Belegard 138 - E.Novo - RIO- CEP 20710-003Tel: (0xx21)2581-3649 Site: www.3C.org.br E-Mail: [email protected]

CENTRO DE CRIADORES DE CANÁRIOSFundado em 15 de agosto de 1915

Sede própria com Exposição permanente

CONSELHO DELIBERATIVOBIÊNIO: 2015 e 2016

PRESIDENTE :Luiz Carlos Garcia

VICE-PRESIDENTE :Jorge Luís Bastos Casado

SECRETÁRIOJosé Pereira da Silva

MEMBROS EFETIVOS: 1 - José Luis de Castro Silva 2 - Adelino C. Pena 3 - Luiz de Souza Tavares 4 - Luiz Antônio Vieira Santos 5 - Mílvio Bertin 6 - José Ribamar 7 - Jairo Godoy 8 - Eduardo Globa 9 - Carlos de Assis Guimarâes10 - Diego Wanderley

DIRETORIABIÊNIO: 2014 e 2015

PRESIDENTEWilson Larocca

VICE-PRESIDENTEJoaquim Moreira Alves

DIRETOR TESOUREIRORaul de Mello Senra Netto

DIRETOR SECRETÁRIOAntônio C. De Jorge

DIRETOR TÉCNICOMarcos Vinicius Ribeiro da Silva

DIRETOR CANÁRIO DE CORDalmo Almeida Gimenes

DIRETOR CANÁRIO DE PORTEMarcelo Azevedo Pereira

DIRETOR DE PATRIMÔNIONilson G. Carvalho Filho

DIRETOR DE INFORMÁTICAPedro Luiz A. do Rego

Page 5: Criacao de canarios

Fale conosco !

INTRODUÇÃO........................................................... 6ORNITOLOGIA.......................................................... 7INICIANDO A CRIAÇÃO ........................................... 9ESOLHA DA COR .................................................... 10LOCAL...................................................................... 13PLANEJAMENTO DOS CASAIS ............................ 14EQUIPANDO O CRIADOURO ................................ 17CONSTITUIÇÃO DO PLANTEL ............................. 20PROCRIAÇÃO ......................................................... 21ALIMENTAÇÃO ...................................................... 25CORTE DE UNHAS ................................................ 29ALIMENTOS........................................................... 30TABELA DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS ............ 32DIAGNOSE DE DOENÇAS ..................................... 33DOENÇAS E TRATAMENTO .................................. 34

O Que Deve Ser Feito e Como Fazer

Para Ter Sucesso Na Criação de Canários?

SUMÁRIO

Page 6: Criacao de canarios

6 - Criação de Canários

INTRODUÇÃOOs objetivos da criação de canários podem ser:

1 – Diletantismo ou lazer (“hobby”);2 – Terapia ocupacional;3 – Ganhar concursos;4 – Interesse científico;5 – Criação de novas raças ou mutações;6 – Melhoramento das espécies;7 – Interesse financeiro;8 – Interação social;9 – Outros.

Quaisquer que sejam os objetivos, o início será sempre o mesmo – aprender acriar. Só depois é que se poderá pensar na consecução dos objetivos pretendidos.A proposta desta publicação é exatamente esta – ensinar os conceitos básicos,regras e procedimentos, orientando os interessados a dar os primeiros passos nacriação de canários.Como só se aprende a fazer, fazendo, a criação de canários ensejará muitasoportunidades para praticar esses ensinamentos e evidenciará a necessidade deaprofundar os conhecimentos, mediante pesquisas e estudos complementares.Convém esclarecer que não existe obstáculo legal quanto à criação do canáriodoméstico e que a matéria é regulada pela Instrução Normativa nº03/2011, de 1ºde abril de 2011, do IBAMA.Quanto à questão de manter os canários aprisionados em gaiolas, por muitosconsiderado como maldade, saibam todos que libertá-los é que seria uma tremendamaldade, pois não encontrariam alimentos, não resistiriam às intempéries e muitomenos saberiam se proteger dos predadores, não conseguindo sobreviver, istoporque há séculos que o mesmo é criado em cativeiro, tendo sofrido váriasmodificações através dos anos, inclusive em seu código genético, que, hoje, émuito diferente do pássaro silvestre de origem. Tanto é verdade que até muitoscanários já não criam seus filhotes.A contrapartida do esforço e dedicação empregados na criação de canários é aalegria de vê-los saudáveis, cantando e as emoções da reprodução, com onascimento e crescimento de filhotes e para alguns, a felicidade de ver seus pássarospremiados em concursos e ter canários campeões.Aqueles que desejarem participar de concursos e exposições deverão filiar-se aalgum clube de criadores de canários e identificar seus pássaros com anéis daFOB – Federação Ornitológica do Brasil, fornecidos pelo clube.

Page 7: Criacao de canarios

Criação de Canários - 7

CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICAReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: AvesOrdem: PasseriformesFamília: FringillidaeGênero: SerinusEspécie: Serinus Canaria

O canário doméstico (Serinuscanaria), também conhecido comocanário-do-reino ou, popularmente,canário belga é um pequeno pássarocanoro, conirrostro (bico cônico),membro da família Fringillidae, ordemPasseriformes. É originário do canárioselvagem (foto) dos Açores (ilha daMadeira e ilhas Canárias), daí o seunome que em latim significa “dos cães”,porque os romanos encontraram nessasilhas muitos cães selvagens. O nomecanário-do-reino foi dado em oposiçãoao canário-da-terra, pois os canáriosdaqui eram levados por piratas enavegadores como presentes aos reiseuropeus.

CANÁRIO

AVESAs aves constituem uma classe de seresvivos vertebrados, bípedes, ovíparos,endotérmicos, ou seja, a energia usadapara a regulação térmica é interna,caracterizados principalmente porpossuírem penas, asas, bico córneo eossos pneumáticos.Os ossos pneumáticos não são maciços,e apesar disso são muito resistentes, poispossuem uma estrutura de trabéculas(pequenas traves) em seu interior.O sistema respiratório possue sacosaéreos que tem a função de diminuir adensidade do animal, facilitando o voo.Diferentes dos mamíferos, as aves comonão possuem bexiga, ao ingeriremlíquidos, estes são depositados nointestino, chegando aos rins, onde sãofiltrados, formando uma substânciachamada urato que é depositada nasfezes. O urato é a parte esbranquiçadaque se observa nas fezes das aves.A fecundação na ave é interna.Enquanto a fêmea geralmente tem umúnico ovário, situado no lado esquerdo,que produz óvulos, o macho semprepossui dois testículos e liberaespermatozoides. A incubação do ovoé externa, até o momento da eclosãoNote que todos os pássaros são aves,mas nem todas as aves são pássaros.Os pássaros estão incluídos na ordemPasseriformes, com maior número deespécies dentro do grupo das aves. Fonte: Wikipedia - a enciclopédia livre

ORNITOLOGIA

Page 8: Criacao de canarios

8 - Criação de Canários

Linha clara sem fatorLinha ino sem fator

[email protected] - Tel.: (21) 2269-2163

Dalmo GimenesLinha Clara sem Fator & Albinos

Resultados:* Campeão Linha Clara s/Fator - ACCN 2011* Tetra Campeão Linha Clara s/Fator – 3C* Aberto de Taubaté 2011:

– 1°Campeão Branco 90 pts– 1°Campeão Branco Dominante 90 pts– 1°Campeão Amarelo Nevado 91 pts– 1°Lugar Amarelo Marfim Intenso– 1°Lugar Albino

Contatos:Telefone: (21) 2281-2363Celular: (21) 96434-6445Rádio: 83*11106E-mail: [email protected]

Evoluindo o Plantel a Cada Temporada

Anéis:ACCN - LA 544

3C - CA 544

Page 9: Criacao de canarios

Criação de Canários - 9

INICIANDO A CRIAÇÃO

Antes de começar uma criação de canários é necessário decidir sobre as seguintesquestões:

Raça e cor do canário;Local;Gaiolas e acessórios;Constituição do plantel;Onde adquirir.

Escolha da raça

Os canários atualmente estão classificados em:• Canários de cor (com ou sem fator vermelho);• Canários de porte (posição, forma, desenho, com topete e frisados);• Canários de canto (Harzer, Malinois e Timbrado Espanhol).

É desejável que o iniciante visite uma exposição de canários onde possaobservar e ouvir (no caso dos canários de canto) todas as variedades.Aqueles que optarem por canários de porte deverão especializar-se em umadeterminada raça. Da mesma forma, os que se dedicarem à criação de canáriosde cor, deverão especializar-se em canários de uma série, seja da linha clara(lipocrômicos) ou da linha escura (melânicos).

Os canários de fator vermelho exigem utilização de intensificador de cor(cantaxantina) durante a muda, sejam da linha clara ou da linha escura, inclusive oscanários vermelhos de porte.

Tanto os canários de cor quanto os de porte e de canto possuemcaracterísticas próprias, definidas oficialmente por um padrão, que deverão serobservadas e melhoradas.

Com relação aos canários de canto é necessário que o criador seja dotadode ouvido absoluto, isto é, seja capaz de distinguir as qualidades e defeitos canorosdos pássaros, porque estes canários são avaliados pelas notas ou conjuntos desons musicais que emitem. Também é necessário selecionar apenas uma raça paracriar, conforme a preferência do canto, sabendo-se que, no Brasil, só existecampeonatos para os canários da raça Harzer, conhecidos também peladenominação de canários de canto clássico.

Page 10: Criacao de canarios

10 - Criação de Canários

tura que se distribui sobre o lipocromo.Bico, pés e unhas escuros.Além dos melânicos clássicos, existemas mutações: pastel, opalino, feo (inomelânico), acetinado, asa cinza, topá-zio, eumo, ônix, cobalto e jaspe.Classificam-se de acordo com a varie-dade (conforme lipocromo de fundo) emverde ou amarelo, azul ou prateado ecobre ou vermelho e quanto ao tipo (na-tureza e grau de pigmentação) em oxi-dados, os possuidores de estrias escu-ras largas e contínuas (verde, azul, co-bre, canela) e diluídos onde as estriassão mais claras, finas e interrompidas(ágata e isabelino).

CATEGORIAS:Tanto os lipocrômicos quanto os melâ-nicos subdividem-se, de acordo com odepósito de lipocromo nas penas, emtrês categorias:– Intenso (o lipocromo cobre toda asuperfície da pena estendendo-se atéa extremidade);– Nevado (o lipocromo não atinge obordo das penas deixando uma faixabranca) e– Mosaico (o lipocromo atua somen-te em algumas regiões: – no macho,máscara facial, peito, encontro dasasas, e uropígio, diferenciando-se dasfêmeas, dimorfismo sexual, estas, semmáscara, com marcações apenas nouropígio, peito e risco nos olhos).

Escolha da cor

Os canários de cor dividem-se em doisgrupos: LIPOCRÔMICOS (linha cla-ra) e MELÂNICOS (linha escura).

Lipocrômicos – tem a sub-plumagembranca e a cor das penas isenta de pig-mentos preto ou marrom e classificam-se de acordo com a variedade (cor defundo), em Branco Dominante (inibiçãodo lipocromo, com traços visíveis naspenas das asas); Branco Recessivo (ini-bição total do lipocromo) chamado ape-nas de Branco; Amarelo; Vermelho;existindo também uma mutação de olhovermelho denominada Ino, nas mesmasvariedades de cor, outra Marfim (lipo-cromo diluído) e a mais recente muta-ção, o canário vermelho de bico ver-melho, ocorrida no Brasil, reconhecidacom a denominação de Urucum.A seleção é feita em função de: pureza(qualidade do lipocromo); intensidade(quantidade depositada nas penas) euniformidade (distribuição da cor nopássaro).Não são admitidas manchas melânicasna plumagem. Bicos pés e unhas tam-bém devem ser totalmente claros.

Melânicos – tem a sub-plumagem pig-mentada e são caracterizados pelo de-senho formado de estrias escuras (eu-melaninas negras e/ou marrons e feo-melanina canela) na cabeça, dorso eflancos/peito, além do manto ou envol-

Page 11: Criacao de canarios

Criação de Canários - 11

CANÁRIOS DE COR (alguns)

CANÁRIOS DE PORTE (vários)

BRANCO VERMELHO ÁGATA

Desenho

Hoso MünchenerScotch

Postura

YorkshireNorwich

Forma

Border

Lizard

Page 12: Criacao de canarios

12 - Criação de Canários

Canários Frisados

F. Parisiense

Além dos canários de porte que aparecem nas fotos, também são reconhe-cidos oficialmente o Bossu Belga, Gibber Italicus, Bernois, Fife Fancy, Crest,Raça Espanhola, Fiorino, Frisado do Sul, Frisado Suiço, Padovano, GibbosoEspanhol, Frisado Gigante Italiano, Mehringer, Melado Tinerfenho, LlarguetEspanhol, Irish Fancy, Rheinländer e Arlequim Português.

F. do Norte

Lancashire Topete Alemão

Canários de Topete

Gloster

Page 13: Criacao de canarios

Criação de Canários - 13

LOCAL

Para começar, com apenas um casal, basta ter um lugar em que se possa penduraruma gaiola. O local deve ser claro, arejado, livre de vapores, fumaça, insetos,protegido contra frio, calor, ventos e predadores.Se pretende instalar um criadouro (canaril), o ideal é que o local seja destinadoexclusivamente à criação; bem iluminado, voltado para o nascente e arejado, comjanelas amplas, guarnecidas com telas de malha fina, para evitar mosquitos e pro-vido de um tanque com água canalizada.Cômodos escuros, úmidos, frios ou com correntes de ar são sinônimos de insu-cesso.O piso deve ser liso e as paredes de azulejos para facilitar a limpeza. Caso nãotenha boa iluminação natural, deverá ser instalado um temporizador para controlara iluminação artificial. Se a ventilação for precária, será necessário instalar exauto-res. Em regiões frias e locais excessivamente quentes, deve haver uma preocupa-ção com a climatização do ambiente.O tamanho do criadouro é função da quantidade de pássaros que serão alojados,sendo determinado empiricamente pela fórmula P=V.5, onde P=pássaros eV=volume em m3. Então, V=P/5. Assim sendo, por exemplo, para 150 (cento ecinquenta) pássaros o quarto deverá ter 2mx5m com 3m de pé direito.Deve haver previsão de espaço para acomodar os futuros filhotes, preferivelmen-te em local separado, equipado com voadeiras que comportem até 12 canárioscada. Também é aconselhável dispor de mais dois locais isolados, um para qua-rentena de pássaros adquiridos e outro para pássaros doentes, provido de “gaiolaenfermaria” (gaiola com aquecimento).Alimentos e utensílios devem ser armazenados preferencialmente em ambientecontíguo.Como sol e banho são fundamentais para a saúde dos pássaros (15 a 30 minutosde sol por semana são suficientes), o ideal é que o sol entre no quarto e atinja asgaiolas, dispensando o deslocamento destas para outro local. Deixe sempre umaparte da gaiola com sombra para que o canário possa refugiar-se do sol.No caso da construção de um criadouro, convém consultar um especialista parafazer o projeto o qual, além dos itens acima mencionados, deve contemplar lava-pés, tanque para lavagem de grades e ante-sala para visitantes.

Page 14: Criacao de canarios

14 - Criação de Canários

PLANEJAMENTO DOS CASAIS

A genética permite a previsão dos resultados de acasalamentos de canários, favo-recendo o canaricultor no planejamento científico de seu plantel.O canário possui nove pares de macro-cromossomas, formados por muitos genesou fatores, com as características de cada indivíduo. Num par de cromossomaexistem dois zigotos referentes à cor. Quando iguais o pássaro é homozigoto equando diferentes heterozigoto. Existe sempre um fator dominante e outro recessivo.A cor do fator recessivo só se exterioriza nos exemplares homozigotos.São fatores dominantes:

O intenso que domina o nevado e o mosaico;O mosaico em relação ao nevado;O amarelo quanto ao branco recessivo;O branco dominante que inibe o amarelo e o branco recessivo.

Há casos em que o gene da cor se localiza no cromossoma sexual e a transmissãoda cor é sexo-ligada, sendo possível a determinação do sexo do filhote pela suacor.Aplicando as Leis de Mendel, é possível saber previamente quais serão as coresdos filhotes de determinado casal, assim como fazer a escolha dos pares queformarão um casal, para se conseguir determinada cor de canário.Na genética das aves, os machos possuem dois cromossomas sexuais de igualtamanho, designados pelas letras XX e as fêmeas só possuem um cromossoma Xe outro menor ou inexistente Y, sendo portanto as fêmeas que determinam o sexodos filhotes. Assim, num acasalamento o resultado será teoricamente de 50%machos e 50% fêmeas, conforme o seguinte esquema:

(Macho) XX XY (Fêmea)

XX XX XY XY (Macho) (Macho) (Fêmea) (Fêmea)

Existem heranças genéticas que são ligadas ao sexo e outras não, denominadas deautossômicas, onde cada ave possui um par de cada cromossoma não sexual,responsável pela coloração das penas.No caso de herança ligada ao sexo, as mutações conhecidas presentes nocromossoma sexual estão relacionadas ao fator “X” que não é compartilhado pelofator “Y”. Assim a cor marrom, chamada de canela, é um fator sexo-ligado. En-tão, sabendo que “NO” é negro oxidado e “nO” é ausência de negro oxidado oucanela, teremos: (Macho canela) XnO/XnO XNO/Y (Fêmea normal)

XNO/XnO XNO/XnO XnO/Y XnO/YTodos os machos serão normais portadores de canela (XNO/XnO) e todas asfêmeas serão canelas (XnO/Y).

Page 15: Criacao de canarios

Criação de Canários - 15

ACASALAMENTOSRECOMENDADOS (canários de cor)A recomendação primordial é a de nun-ca acasalar canários lipocromos (linhaclara) com melânicos (linha escura).Outras recomendações são a deacasalar:1- intenso com nevado;2- mosaico com mosaico;3- marfim com marfim;4- diluído com diluído;5- recessivo c/ portador de recessivo;6- fator vermelho c/ fator vermelho;7- oxidado com oxidado.Mutações ligadas ao sexo:Canela, Isabel, Marfim, Pastel,Acetinado e Asas-cinza.Acetinados devem ser acasalados comCanelas e Isabelinos.Pasteis acasalam-se, dentro das varie-dades e tipos, com melânicos clássicos.Asas-cinza acasalam-se com Asas-cin-za, Verde Pastel, Azul Pastel ou CobrePastel.Procure acasalar da seguinte forma: Macho Puro X Fêmea Normal Macho Puro X Fêmea PuraMacho Portador X Fêmea Pura

GLOSSÁRIO:Normal: exemplares melânicosclássico.Puro: exemplar que apresenta a mu-tação.Portador: exemplar melânico clás-sico possuindo geneticamente a mu-tação recessiva.

Mutações autossômicas:Feo, Opalino, Topázio, Eumo, Onix eCobalto.Feos devem ser acasalados com Ca-nela, Verde, Azul ou Cobre.Opalinos com Opalinos ou, de prefe-rência, com melânicos clássicos porta-dores de Opalino, respeitando semprea variedade, tipo e categoria dos exem-plares.Os Topázios, Eumos, Onix e Cobaltosão acasalados com seus pares ou comos melânicos clássicos, excetuando-seos Isabelinos. Pratica-se também oacasalamento de Onix com Opalino.

Acasalam-se estas mutações do seguin-te modo: Macho Puro X Fêmea Normal Macho Puro X Fêmea Portadora Macho Puro X Fêmea Pura Macho Portador X Fêmea Pura Macho Normal X Fêmea PuraQuanto a mutação Urucum sugere-se oacasalamento sempre com portadores,para evitar problemas neurológicos.

Não é aconselhável acasalar PORTA-DOR x PORTADOR e PORTADORx NORMAL, pois não será possívelidentificar os filhotes normais que sejamportadores.Nas mutações autossômicas machos efêmeas podem ser portadores, enquantoque nas mutações ligadas ao sexo só osmacho podem ser portadores, as fê-meas não.

Page 16: Criacao de canarios

Rua Rosa e Silva, n° 153 - Grajaú - RJ - Tel: (21) 2288-1167

Criador Revelação 3C em 2014

Canário de Cor:• Branco, Branco Dominante,• Amarelo Intenso e Nevado,• Amarelo Mosaico, Amarelo Marfim Mosaico (Linha de Macho e Linha de Fêmea),• Lutino Mosaico, Lutino Marfim Mosaico (Linha de Macho e Linha de Fêmea),• Ágata Amarelo Mosaico, Ágata Amarelo Marfim Mosaico,• Ágata Topázio Amarelo Mosaico, Ágata Topázio Amarelo Marfim Mosaico,• Vermelho Intenso e Nevado.

E-Mail: [email protected]: (21) 2425-1138Celular: (21) 98624-4172

Page 17: Criacao de canarios

Criação de Canários - 17

GaiolasA gaiola ideal para a criação de caná-rios deve ser de arame, do tipo voadeira,para canários de porte grande e do tipoArgentina para canários de cor, cantoou de porte pequeno, com divisória cen-tral removível, laterais removíveis (de-sejável), grade de piso também remo-vível, bandeja, duas portas, comedourose bebedouros externos e poleiros demadeira ou plástico em número sufici-ente (no mínimo 2 por gaiola).É perfeitamente possível criar com qual-quer outro tipo de gaiola, mas o criadorirá descobrindo, pouco a pouco, a ne-cessidade de se adequar a um modeloideal.A padronização é outro elemento fun-damental, pois o que serve em uma servena outra. Assim pode-se facilitar o cor-te de papel para forrar a bandeja sem apreocupação de tamanhos diferentes.Dispor de comedouros, bebedouros,grades e poleiros em duplicata, tambémfacilita a troca para a limpeza.Ao comprar as gaiolas, verifique se osarames não estão tortos, se não exis-tem varetas soltas (sem solda) e arestasvivas que possam causar escoriações.O trilho (calha) da divisória deve estarfixado nesta e não na gaiola, para evitaro acúmulo de excrementos. Prefira asgaiolas com portas de mola em detri-mento às do tipo guilhotina e confira sesão suficientemente largas, para passarbanheiras e ninhos.Mais tarde será necessário adquirir al-gumas gaiolas individuais (tipo Exposi-ção), de modo a permitir o preparo deexemplares para concurso e, eventual-mente, para separar algum pássaro por

qualquer outra razão: doença, briga,debicagem, observação, etc.Considerando que a gaiola de cria idealdeve possuir 6 suportes externos paracomedouros/bebedouros, recomenda-se usar um para areia, outro para mis-tura de sementes e o terceiro como be-bedouro, igualmente de cada lado dadivisória, isto evita que se percam pás-saros, inadvertidamente, por sede oufome, quando se esquece uma divisóriacentral.Comedouros e bebedourosComedouros e bebedouros internosnão são recomendados, por razões dehigiene devido à facilidade de contami-nação. Prefira os do tipo externo, deplástico, em forma de meia lua, com aparte superior destacável, para permitirboa limpeza interna.Existem comedouros de maior capaci-dade e mais econômicos. São do tipocaixa com afunilamento interno(Alpistex) que dispensam a necessida-de de soprar as sementes.Os melhores bebedouros são asgarrafinhas de bico com esfera, vendi-dos para hamster. Possuem maior ca-pacidade e são higiênicos. Melhor ain-da são os sistemas de bebedouros au-tomáticos que dispensam os cuidadosdiários de limpeza e garantem o supri-mento permanente de água fresca e lim-pa para qualquer número de pássaros,durante todo o tempo.Tigelas de louça ou PVC são utilizadaspara oferecer a farinhada, diariamente.BanheirasBanheiras de plástico são apropriadaspara o banho. A frequência dos banhosdepende da temperatura ambiente e das

EQUIPANDO O CRIADOURO

Page 18: Criacao de canarios

18 - Criação de Canários

fases da criação, sendo muito comumpropiciá-lo a partir do 10° dia de cho-co, para facilitar o nascimento dos fi-lhotes, caso a umidade relativa do arseja baixa,NinhosOs ninhos utilizados poderão ser de ara-me ou de plásticos, no formato de cuia,devendo ser revestidos de flanela, fel-tro, carpete, papel machê ou com forrode barbante, feitos de crochê.Há ninheiras externas que são fixadasàs portas das gaiolas, liberando espaçono interior da gaiola e facilitanto o aces-so ao ninho, pelo tratador.Ao colocar os ninhos nas gaiolas, con-vém pulverizá-los com algum inseticidaem pó a base de carbaril a 5%, paraevitar a infestação de piolhos.Aniagem de juta, comprada a metro, ouproveniente de sacos, estes previamentelavados e fervidos, cortada em peda-ços de 10x10cm, devem ser presos nasgaiolas para que as fêmeas retirem osfios para a confecção dos ninhos. Amar-re também fios de barbante na gaiolapara distrair a fêmea, evitando destaforma que arranque penas do macho oudos filhotes, material mais macio quecostuma ser usado na terminação dotrabalho de tecelagem do ninho.Convém adquirir também alguns ovosde plástico (indez), de cor azul, que se-rão utilizados para substituição dos ori-ginais, durante a postura da canária.Outros acessóriosInclua na lista tesoura ou cortador deunhas, anilhas, escova de dente macia,palitos de plástico ou seringa para ali-mentar os filhotes e medicamentos,constituindo sua farmácia especializada.SuportesPara pendurar as gaiolas use estantesou cabides apropriados que são maishigiênicos, por manter as gaiolas afas-

tadas da parede.Água canalizadaA instalação de um sistema automáticode fornecimento de água é a soluçãopara que os pássaros tenham sempreuma boa água ao seu dispor, inclusivesem contaminação e, o que é melhor,liberando tempo do canaricultor paracuidar deles.A peça principal do sistema é o bicoautomático. Existem vários modelos,baseados em dois princípios: vedaçãopor pressão (mola) e vedação por gra-vidade (esfera ou êmbolo).Mas, será que o canário vai se acostu-mar? Não tenha receio. Se a ponta dobico ficar dentro da gaiola, certamenteo bicho curioso como é irá bicar e en-contrará água. Vai beber e até tomarbanho. Mas, se ficar do lado de fora dagaiola, afastado da grade, mesmo queno lugar do bebedouro convencional,será mais difícil o canário descobrirágua.O bico pode ficar atrás, na lateral, noteto ou na frente da gaiola, porém pró-ximo ao poleiro e numa altura confortá-vel para o pássaro alcançar. Pode serfixado na gaiola, no cabide ou na estan-te. É preferível a instalação do bico atrásda gaiola e preso no cabide, deixandoa gaiola totalmente livre para movimen-tação, inclusive, estando na parte detrás, o expediente de puxar a bandejada gaiola ligeiramente para frente, pre-vine que um inevitável gotejamento mo-lhe o papel da gaiola.Recomenda-se a instalação de um pe-queno reservatório de água para alimen-tar o sistema. É melhor usar uma talhade barro com uma pequena boia, liga-da à rede de água do prédio. No casode eventual falta de água no prédio, oreservatório garantirá o suprimento dosistema e sendo de barro a água estará

Page 19: Criacao de canarios

Criação de Canários - 19

sempre fresca.A rede de distribuição pode serconstruída em tubos de PVC ou mon-tada em mangueiras de plástico preto,jamais de plástico transparente, devidoà formação de limo nas paredes inter-nas do tubo. São fáceis de instalar e deboa durabilidade. A instalação em tu-bos de PVC é mais adequada paragrandes criadouros, enquanto que a ins-talação com mangueiras dá trabalho,mas é muito mais simples de fazer e estáao alcance de qualquer criador.Faça o planejamento da rede de distri-buição, destinando um ramal para cadaconjunto de gaiolas. A linha principaldeve descer verticalmente num dos la-dos da bateria de gaiolas e as ramifica-ções secundárias devem correr na ho-rizontal, na parte de trás ou sobre asgaiolas, uma em cada nível. Destas ra-mificações é que saem os bicos ou as

mangueirinhas para cada bico, um porgaiola individual, dois para gaiolas comuma divisória ou três para gaiolas debigamia. Todas as ramificações secun-dárias devem ter um registro outorneirinha para regular a pressão daágua (< 5,5 psi).A ramificação ou derivação, na instala-ção com tubo PVC é feita com “T” dePVC. De modo similar, na instalaçãocom mangueiras, usa-se pequeno “t” deplástico, fornecido pelo fabricante dobico ou o empregado no esguicho dolimpador de para-brisas dos veículos,vendido nas concessionárias de auto-móveis. Terminada a instalação, abra a agua,retire o ar da tubulação, verifique o fun-cionamento dos bicos e corrija os va-zamentos se houver. Agora, descanse.Trocar água dos passarinhos, nuncamais!

Page 20: Criacao de canarios

20 - Criação de Canários

CONSTITUIÇÃO DO PLANTELEsta é sem dúvida alguma, a etapa crucial de todo o processo podendo represen-tar o sucesso ou o completo fracasso. Não basta gostar. E preciso humildade econtar com a participação efetiva de algum criador experiente.Associar-se a um clube ornitológico e solicitar a ajuda do diretor técnico pode serum bom princípio.O número ideal de casais para iniciar uma criação é de no mínimo 4 (quatro) e nomáximo 10 (dez).Ao escolher os exemplares é importante observar os seguintes itens:• Qualidade do exemplar (cor, forma, tamanho e outras características da raçaou da variedade), sabendo-se que canários ruins dificilmente produzirão bonsexemplares e que campeões raramente produzem campeões;• Vivacidade do exemplar a ser adquirido. Pássaros quietos ou com as penaseriçadas (embolados) denotam problemas;• Conferir os dados do anel, principalmente do ano de criação (melhor do últimoano);• Pegar o pássaro na mão e verificar o sexo e seu estado de saúde (cor dabarriga, presença de cistos de plumagem e fezes na cloaca), rejeitando os quetenham barriga inchada ou com manchas escuras e veias aparentes, cistos no cor-po, sejam excessivamente gordos ou muito magros (com a quilha do peito feitofacão), plumagem sem vida e sexo indefinido;• Levar o pássaro ao ouvido e tentar detectar ruídos na respiração (os acometi-dos de ácaros e outros problemas respiratórios geralmente chiam), ver também sefica ofegante (se o corpo ou cauda balança acompanhando a respiração) quandoparado no poleiro o que também indica problemas respiratórios;• Observar o papel da gaiola e verificar a distribuição das fezes (se espalhada ouconcentrada) e consistência (se diarreica ou normal). Pássaros que permanecemmuito tempo parados (concentração de fezes num ponto da gaiola) é indício deque não estão saudáveis;• Observar quanto a existência de penas na gaiola e canhões de pena no pássaro,verificando se já terminou a muda.Onde adquirirAconselhamos iniciar sua criação, fazendo a aquisição de seus canários nas Expo-sições promovidas pelas associações de criadores, local onde a oferta é maior,tendo oportunidade de examinar melhor os espécimens, por estarem em gaiolasindividuais e poder comparar os canários, inclusive confrontando-os com os me-lhores (canários premiados no concurso), além de dispor de orientação isenta deinteresse financeiro.

Page 21: Criacao de canarios

Criação de Canários - 21

PROCRIAÇÃO

Em nosso pais o período mais propício para a reprodução se estende de JULHOa DEZEMBRO, com variações de até 2 meses, dependendo do regime de luz.Ao formar os casais certifique-se de que o macho esteja cantando vigorosamentee de que a fêmea esteja “pronta”. Ambos baterão as asas sem saírem do poleiro.Isto evitará posturas de ovos estéreis. Coloca-se o casal na gaiola, separadoscom a divisória e observa-se o comportamento por 2 ou 3 dias. Amarre fios debarbante na gaiola. A fêmea estando “pronta”, começará a puxar os fios e a movi-mentar-se intensamente. Retire a divisória, coloque o ninho e um pedaço de aniagem.A fêmea deverá iniciar a fazer o ninho. Se não demonstrar interesse nem pelomaterial e nem pelo ninho, provavelmente não está preparada para criação. Aguardemais um pouco ou forme outro casal. Quando estiverem trocando “beijinhos”através da grade, ou quando a fêmea abaixar, pedindo a gala do macho, ai sim,podemos juntar o casal. As brigas não são raras e se frequentes é melhor separá-los colocando a divisória. Alguns casais não se adaptam definitivamente, sendonecessário a troca de um dos dois.As bigamias e poligamias são procedimentos não aconselhados aos que iniciam nacanaricultura.PosturaGeralmente, a ovoposição acontece de 5 a 10 dias após o acasalamento, quandoos parceiros estão prontos. Também, pode ocorrer mesmo que o macho estejainapto e neste caso, ao se verificar os ovos quanto à fertilização, por volta do 7o

dia, obviamente estarão claros.Como regra geral as fêmeas põem 3 a 4 ovos, em média, por postura, em diassucessivos, sendo comum saltar um dia para o último ovo que normalmente é maisazulado. Os ovos são postos em torno das 7 (sete) horas da manhã. A medida queos ovos são postos devem ser retirados e substituidos por “ovos indez” (ovos deplástico), devendo serem recolocados ao final da postura. Um pequeno recipientede plástico, louça ou até mesmo uma banheira contendo sementes, ou algodão,servirá para acondicionar os ovos recolhidos e que devem ser virados diariamen-te, evitando-se que a gema precipite. A finalidade de tal procedimento é simples-mente a de permitir que a eclosão ocorra simultaneamente, evitando discrepânciasde desenvolvimento entre os filhotes. Geralmente, os nascidos por último morremde fome, pois estão em desvantagem na disputa pela alimentação.Incubação (Choco)O período de incubação dura 13 dias, podendo ocorrer variações de 1 ou 2 dias,dependendo da fase lunar. Os ovos são incubados exclusivamente pelas fêmeas,que deixam o ninho por breves períodos com a finalidade de alimentarem-se oupara defecar. Alguns machos costumam substituí-las nesse espaço de tempo.Verificar se os ovos estão com embrião sendo gerado é tarefa simples, porémrequer muito cuidado, bastando olhar os ovos contra a luz. Utilizar uma pequenalanterna ou uma caixa dotada de lâmpada no seu interior e furo suficiente parareceber o ovo para inspeção. Verifica-se por transparência o conteúdo do ovo,sendo a avaliação mais fácil a partir de 5 dias. Os opacos ou escuros estão comembrião (“cheios”).Nos dias quentes e secos colocar banheira para a fêmea tomar banho. A umidadeé fundamental para favorecer a eclosão, nos 3 últimos dias de choco.

Page 22: Criacao de canarios

22 - Criação de Canários

Eclosão.Completado o tempo de incubação (13dias), os filhotes começam a nascer: umapós o outro ou todos ao mesmo tem-po. É comum que o nascimento ocorraà noite e pela manhã já se encontremtodos os filhotes no ninho.Se alguns ovos cheios não eclodirem,faça o teste de vitalidade do embrião.Para tal, basta colocá-los num recipi-ente com água morna e observar quan-to à flutuação e movimentos. Ovos comembriões vivos flutuam e exibem peque-nos movimentos enquanto aqueles comembriões mortos flutuam de lado, ou nãovêm à tona, e ficam inertes.Ficando um ou mais ovos no ninho semeclodir, deixe-os no ninho, pois os mes-mos servirão de proteção e apoio aospequenos filhotes, facilitando o recebi-mento dos alimentos.Nasceram!Ponha a disposição dos pais alimentosfáceis de serem comidos, como verdu-ras, pão ou bolo, maçã, ovo cozido etc.

AnilhamentoO anilhamento é o método mais práticopara manter-se o registro de qualquerave. O anel, ou anilha, quando do tipoinviolável e de diâmetro compatível como pássaro, garante a legitimidade da suacriação em cativeiro. Faça seu contro-le, anotando os dados do casal e maistarde os do filhotes;As anilhas, agora, são de cor, confor-me o ano, e possuem as seguintes in-formações:

A anilha deve ser colocada entre 5 e 9dias, observando os seguintes cuidados:

(Ilustração: Dennis Avon & Tony Tilford dolivro Coloured Canaries - G.B.R.Walker)

Verifique nos dias seguintes se as ani-lhas continuam nas patas dos filhotes. Afêmea, ao limpar o ninho, costuma jo-gar fora as anilhas, às vezes junto comos filhotes. Volte a colocar as anilhas sóquando os filhotes estiverem defecan-do na borda do ninho ou troque os fi-lhotes de ninho por outros maiores quea canária não consiga carregar.

1. Passam-se os 3dedos dianteiros. Cer-tifique-se que não ficoualgum de fora;

2. faz-se avançar aanilha, dobrando-se odedo posterior de en-contro ao tarso (per-na);

3. prossegue-secom a anilha, até quese consiga liberar odedo trazeiro, ficandoa anilha na perna.

Alimentação dos filhotesNo primeiro dia de vida os filhotes ali-mentam-se da gema do ovo que foi ab-sorvida ao nascer. Só necessitam deágua. A partir do segundo dia, o cria-dor deve ajudar a fêmea a tratar dosfilhotes que estejam com o papo vazio,principalmente no fim do dia, evitandoque os mesmos passem a noite sem ali-mento, podendo amanhecer mortos.Para dar a papinha no bico use um pa-lito de madeira ou uma haste de plásti-co de mexer café. Faça o filhote abrir o

Page 23: Criacao de canarios

Criação de Canários - 23

bico batendo na borda do ninho oucatucando-o gentilmente no biquinho.Nos casos em que as fêmeas não ali-mentam os filhotes, devemos alimentá-los, 4 ou mais vezes por dia, com papade farinhas apropriadas ou de fubá comfarinha láctea e flocos de cereais dis-solvidos em água. No início, a papa deveser mais líquida, depois mais consisten-te. Afaste a fêmea e retire o ninho comcuidado. Com o movimento do ninhoos filhotes levantam a cabeça e abremo bico naturalmente. Nos primeiros dias,você poderá encontrar alguma dificul-dade em alimentar os filhotes, porqueeles não param de balançar a cabeça,mas depois irá adquirir prática e os fi-lhotes também começarão a se firmarmelhor, facilitando o processo. Quan-do não querem abrir o bico para co-mer, as vezes uma gotinha de água faz omilagre. Lembre-se que só deve inter-vir para tentar salvar um filhote quandoos pais não o alimentam.Ao dar a papinha, forneça também águano palito principalmente ao terminar arefeição. Use um palito e vasilha de papadiferente para cada ninhada, evitando apossibilidade de contaminação. Cuida-do também para não contaminar os fi-lhotes ou a papa com as mãos.Logo após encherem o papo os filhotescostumam evacuar. Observe as fezesque devem ser consistentes e en-capsuladas numa bolsa. Se estiverem lí-quidas, molhando o ninho ou não pu-derem ser removidas facilmente é sinalde diarréia. Se prestar atenção, veráque a fêmea come as fezes dos filhotespara limpar o ninho, havendo uma con-taminação geral, no caso de qualquerdoença intestinal. Ponha uma gotinha deremédio para diarréia no palito ou napapa, administrando diretamente nobico do canarinho enfermo, por trêsdias, no mínimo.Observe também a barriga dos filhotes,um pontinho preto ou um grão amarelosão sinais de doença grave, que mata

Separação dos filhotesAos 21 dias os filhotes começam a dei-xar o ninho. A saida prematura é inde-sejável e representa algum tipo de pro-blema.Quando a fêmea recomeça a fazer o ni-nho para a próxima postura, costumaexpulsar os filhotes do ninho, sendo con-veniente separá-los com a grade divi-sória. Sugerimos que o macho fique coma fêmea, até terminar a postura. Os fi-lhotes serão alimentados através da gra-de.Quando os filhotes estiverem comendosozinhos é chegada a hora da separa-ção. Geralmente, ocorre entre 28 e 35dias. Devem ser colocados em umavoadeira, para exercitarem-se.

MudaA partir de 49 dias e até 4 meses deidade observa-se a troca de penas dosfilhotes, o que se repetirá só no ano se-guinte, após o término do período de

os filhotes em menos de uma semana. Amedicação recomendada é a base deantibióticos misturada na papa. O usode probiótico (lactobacilus) na papaevita e também cura a doença do pon-tinho preto (proventriculite).A quantidade de alimento varia confor-me a fome do filhote, Observe o papopara ver se está bem alimentado ou não.O papo parece até que vai estourar, masnão precisa se preocupar, pois é um fatonormal. As vezes, irá notar que o papofica com bolhas de ar, isto também nãoé problema, desaparecerão conforme oalimento for sendo absorvido.Quando for alimentar o filhote pela últi-ma vez no dia, esta alimentacão deveser mais reforçada, pois o filhote irá pas-sar o longo período noturno sem co-mer.Sempre após fornecer alimentos aos fi-lhotes verifique se suas narinas e bicosestão limpos para evitar que a comidaresseque, obstruindo as narinas.

Page 24: Criacao de canarios

24 - Criação de Canários

reprodução.Durante esta fase, redobram-se os cui-dados com a alimentação. Sol e banheirafazem bem. Cuidado com a debicagem,vício de uns arrancarem penas de ou-tros. Separe imediatamente as vítimas etente identificar os agressores, para tam-bém serem isolados. Suplementosaminoácidos corrigem este mal. À me-dida que os sexos forem sendo identifi-cados, convém separá-los.

TABELA DE ANILHAMENTO PARA 2015Diâmetro Canários2,7 Hoso Japonês, Fife Fancy, Raça Espanhola, Gibber Italicus, Irish Fancy,

Rheinländer e Híbridos de Pintassilgos;3,0 Canários de Canto, Canários de Cor, Bossu Belga, Scotch Fancy,

Münchener, Fiorino, Giboso Espanhol, Gloster, Topete Alemão, Lizard,Mehringer, Arlequim Português, Bernois, Frisado do Sul, Frisado do Norte,Frisado Suiço, MeladoTinerfenho e LLarguet Espanhol;

3,2 Border, Yorkshire, Lancashire, Norwich, Crested/Crest Bred, FrisadoParisiense e Padovano;

3,5 Frisado Gigante Italiano.

Cores dos aneisAté 2007 - Alumínio, com dígitos pretos.De 2008 em diante - anodizado a cores, comdígitos brancos, conforme tabela abaixo: Azul Viole- Laran- Azul Ver- Preto Verde claro ta ja escuro melho

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

2008 2015 2016 2017 2018 2019 2020

LIMPEZAA higienização de poleiros, grades, bandeja e do próprio cômodo, deve ser exe-cutada periodicamente a fim de evitar o surgimento e a propagação de doenças.Recomendamos o uso de vapor, cloro ou outro desinfetante bactericida e fungicida.Para evitar ou combater piolhos use inseticida a base de carbaril 5%.É fundamental a prevenção de doenças e do desenvolvimento de ácaros, piolhosdo tipo “vermelhinhos” e insetos dentro do criadouro.Recomendamos a quarentena para todo e qualquer pássaro recém adquirido, é amelhor maneira de se evitar problemas futuros, devendo ser pulverizado com in-seticida em pó a base de carbaril e ficar em observação, pelo menos durante 30dias, antes de ser introduzido no plantel.

PÁSSAROS DOENTESOs pássaros doentes devem ser isolados imediatamente. As gaiolas devem serlavadas e desinfetadas (de preferência com vapor). Observe os sintomas e pro-cure diagnosticar a doença. Um remédio universal contra as doenças dos pás-saros é o CALOR. O pássaro doente deve ser colocado numa caixa de madeira,pequena, com uma placa de vidro na parte da frente. Esta “gaiola enfermaria”pode ser aquecida, utilizando-se uma lâmpada ou uma resistência elétrica. Umatemperatura de 30-35 graus C é a indicada nos primeiros 3 dias, baixando-sedepois gradualmente. Mas, só o calor não cura, procure orientação de um vete-rinário.

Page 25: Criacao de canarios

Criação de Canários - 25

INTRODUÇÃOA alimentação dos canários e outras

aves criadas ou mantidas em cativeirofoi sempre um problema difícil a desa-fiar a argúcia dos criadores, devido prin-cipalmente à delicadeza de seu apare-lho digestivo que em menos de uma hora,ingere, digere e excreta os alimentoscomidos.

Na criação do canário domésticoque tem tido enorme desenvolvimento,o problema se afigura ainda mais com-plexo, devido à diversidade de aptidõesque se exigem de cada classe: coloridode plumagem ou maciez de voz.

Cada criador tem seu método de ali-mentação, uns criando com muito su-cesso, outros com menos. Na tentativade buscar as causas de sucesso ou fra-casso, é que nos propusemos a escre-ver este artigo, investigando o assuntoà luz de conhecimentos mais recentessobre alimentação de aves em geral,baseada principalmente em pesquisaslevadas a efeito em estabelecimentoscientíficos, ao exemplo da América doNorte.

CONCEITOSEm liberdade os pássaros se alimen-

tam de sementes diversas, principalmen-te das miúdas, mais ricas em proteínase óleos, larvas, insetos e vermes, quelhes proporcionam proteína animal e fru-tas ou folhas ricas em matérias nutriti-vas, que lhes completam as exigênciasalimentares.

No cativeiro o canário se adaptafacilmente a um regime alimentar que vaido alpiste e água até aos mais sofistica-dos, imaginados pela sagacidade e de-sejo de acertar dos criadores.

Ao examinarmos o conjunto dos ali-mentos dados aos canários, verificamosque é possível enquadrar tudo dentrode um regime mais simples, sem os pe-rigos das misturas fermentáveis, com-pletando-se com uma nova fórmula bemestudada o conjunto de alimentos queo pássaro busca na natureza e em har-monia com os alimentos que o criadordá aos pássaros em cativeiro.

Os alimentos são ingeridos com a fi-nalidade de suprir as necessidades or-gânicas. Servem para produzir energiae calor, mantendo vivas as forças quesão utilizadas para possibilitar a repro-dução da espécie.

As diversas partes componentes doorganismo dos pássaros estão em cons-tante renovação, para compensar o per-manente desgaste devido à incessanteatividade de destruição e reconstituiçãodas matérias que formam parte do servivente. Sem entrarmos em maioresdetalhes, que nos levariam fora do temaa que nos propomos no presente tra-balho, diremos somente que os princí-pios básicos que constituem os tecidose órgãos dos seres vivos são: proteí-nas, gorduras e hidratos de carbono.Estas matérias orgânicas não constitu-

ALIMENTAÇÃO

Page 26: Criacao de canarios

26 - Criação de Canários

em por si só matéria viva, mas somentequando metabolizadas pelo organismodo pássaro, segundo sua necessidade ecombinadas com alguns minerais: clo-ro, fosfato, magnésio, ferro, etc.

Hoje, sem a mentalidade empírica deoutras épocas, sabemos que o espéci-me para ser sadio precisa de: proteí-nas, vitaminas, hidratos de carbono,minerais e gorduras. Cada um desseselementos é de vital importância para opássaro e contribui para um perfeitoestado de saúde, proporcionando umalonga vida à ave.

Nem todos os alimentos são indis-pensáveis aos pássaros; por conseguintediríamos que os mesmos devem serclassificados em dois grupos: alimentosessenciais e complementares. No pri-meiro grupo estão: verduras, vitaminas,minerais, hidratos de carbono, proteí-nas e gordura. No segundo grupo figu-ram os alimentos complementares e di-ríamos que os mesmos são “gulosei-mas”, embora alguns deles funcionemcomo laxantes, depurativos e desinto-xicantes.

Baseados no grupo de alimentos es-senciais, diríamos que cada elemento aliinserido contribui com percentual vitalpara existência do pássaro, como ve-remos a seguir:

HIDRATOS DE CARBONOTambém chamados de carboidratos,

açúcares, etc. São assimilados pelo or-ganismo do pássaro e contribuem comofonte de calor e energia.

GORDURASSubstâncias que depois de ingeridas

sofrem um processo bioquímico bastan-te complicado, passando à corrente san-guínea e atingindo o organismo, vindo aacumular-se em certos tecidos. Tem umpotencial calórico equivalente a duasvezes o dos hidratos de carbono e, porconseguinte são a principal fonte deenergia e calor.

PROTEÍNASAs proteínas cumprem no organis-

mo função de produzir energia e calor esão vitais para a constituição do tecidoorgânico.

Obs.: Os três elementos acima sãoencontrados em percentuais variadosnas sementes, razão pela qual deixare-mos de nos reportar quanto às suas fon-tes, visto que no final do trabalho dare-mos uma mistura, a qual, a nosso ver, éa mais ideal encontrada em nossas pes-quisas.

VERDURASAs verduras são verdadeiros susten-

táculos de todos os seres vivos, vistoque suas partes verdes contêm ferroorgânico, sem o qual nenhum ser desangue quente poderia sobreviver. Arazão é simples, este elemento transpor-ta o oxigênio que alimenta o calor docorpo, a circulação sanguínea e os pro-cessos vitais que dele dependem. Po-rém devemos observar com muita aten-ção quando ministramos verduras aospássaros, para que as folhas estejamverdes e bem frescas, jamais usando

Page 27: Criacao de canarios

Criação de Canários - 27

folhas amarelas e pálidas as quais sãodesprovidas de vitaminas assimiláveispelos pássaros e que certamente cau-sariam à ave distúrbios digestivos e en-dócrinos, que acarretariam transtor-nos à saúde do pássaro.

AS VITAMINASAo tratarmos desse elemento, sere-

mos obrigados a nos ater a maioresdetalhes, pois se trata de elemento dosmais complexos e que muita celeumavem causando aos criadores, sendo queseu uso por parte de alguns é realizadosem um mínimo de critério e sabe-se defonte segura que algumas vitaminas,dadas em demasia, deixarão de propor-cionar ao pássaro qualquer benefício.Pelo contrário, lhe causarão danos àsvezes irreparáveis.

As vitaminas são substâncias ou fa-tores químicos sem os quais não seriapossível a vida. São produtos naturaisque se formam em circunstâncias quasedesconhecidas, tanto que sua naturezaquímica, as propriedades físicas e ativi-dades são pouco observadas. As vita-minas são responsáveis por funçõesbem definidas e na falta delas há umdesenvolvimento irregular do pássaro.

CLASSIFICAÇÃODAS VITAMINASAs vitaminas de interesse aos pás-

saros classificam-se em: A/B/C/D/E/H,sendo que as do grupo B são encontra-das aglutinadas na forma de complexoB. Cada uma das vitaminas citadas temfunção específica na sobrevivência dos

pássaros, razão pela qual nos reporta-remos a cada uma delas.

01 — Vitamina A — Essencial parao desenvolvimento e crescimento dopássaro. Tem o poder de atuar junto aosórgãos de audição da ave, fazendo comque mantenha um perfeito equilíbrio eforma ereta ao agarrar-se aos poleiros.É também conhecida como boa coad-juvante para uma boa visão do pássa-ro.

01-1— Fontes de Vitamina A — Elaencontra-se em todas as folhas verdes,na casca da maçã, cenoura, laranja,milho amarelo, gema de ovo, leite e óleode fígado de bacalhau.

01-2 — Sua falta ocasiona: retar-damento no crescimento, enfraqueci-mento, falta de equilíbrio, problemasrespiratórios e oftalmológicos.

02 — Vitamina B/Complexo B —Essencial para o sistema nervoso. Pre-vine doenças do fígado, rins e coração.

02-1 — Fontes de Vitamina B —Quando nos referimos à palavra fonte,queremos deixar bem claro tratar-se defontes naturais, pois é sobejamente co-nhecido o fato de que nas farmáciase drogarias existe a sintetização quími-ca deste elemento, na forma do com-plexo vitamínico B. Fontes naturais: le-vedura de cerveja, trigo, cascas dassementes, leite, verduras, gema de ovo,carne e tomate.

02-2 — Sua falta ocasiona: namaioria das vezes produz transtornosdigestivos, paralisia dos membros, sen-

Page 28: Criacao de canarios

28 - Criação de Canários

do que os transtornos de origem diges-tiva se manifestam quase sempre pordiarreias acompanhadas da falta de ape-tite e debilidade geral do pássaro.

03 — Vitamina C — Essencial parao organismo para preveni-lo das enfer-midades infecciosas, principalmente doaparelho respiratório.

03-1 — Fontes de Vitamina C —Encontra-se em todas as frutas frescase principalmente nas cítricas (laranja, li-mão, cidra, etc.).

03-2 —Sua falta ocasiona: doençasinfecciosas em geral, falta de defesapara enfermidades do aparelho respi-ratório, debilidade e pode provocar oescorbuto.

04 — Vitamina D — Também co-nhecida como vitamina do sol. Contri-bui para a boa formação dos ossos,combate o raquitismo e atua como prin-cipal item da formação óssea dos filho-tes na fase do crescimento.

04-1 — Fontes de vitamina D —Ela é encontrada em estado natural noóleo de fígado de bacalhau, gema deovo, frutas, leite e verduras.

04:2 — Sua falta ocasiona: má for-mação óssea, raquitismo e um dos pio-res males que assolam os criadouros, ocanibalismo.

05 — Vitamina E — Esta vitaminaé o principal fator de reprodução, poispossui indispensáveis fatores à procria-ção, sendo, portanto insubstituível paraque haja uma boa fecundação dos ovosna época da criação.

Obs.: — Ao ministrarmos essa vita-mina aos pássaros devemos fazê-lo commuito critério, pois é sabidamente com-provado que seu excesso produz o efei-to inverso, ou seja, pode tornar o pás-saro estéril.

05-1 — Fontes de Vitamina E —Uma das principais fontes de vitaminaE é o óleo de germe de trigo. Tambémsão boas fontes, o leite, gema de ovo everduras.

05-2 — Sua falta ocasiona: baixa fe-cundidade de ovos. Dependendo de suafalta o pássaro torna-se estéril. Diría-mos que esta é a vitamina antiestéril.

06 — Vitamina H — Essencial aoorganismo. É através dela que são com-batidos os males que atacam a pele, ouseja, as dermatoses.

06-1— Fontes de vitamina H — Asprincipais fontes dessa vitamina são: to-mates, óleo de fígado de bacalhau, re-polho.

06-2 — Sua falta ocasiona — A fal-ta desta vitamina faz com que todo oorganismo fique indefeso aos problemasdermatológicos.

MINERAISComo último tópico dos alimentos

essências, nos reportaremos aos mine-rais, nos atendo somente àqueles demaior importância para os pássaros,porque atuam sobre o metabolismo esão indispensáveis às funções biológi-cas, segundo a idade de cada pássaro.

CÁLCIOÉ indispensável para a formação e

Page 29: Criacao de canarios

Criação de Canários - 29

reforço do esqueleto, como tambémpara melhor eficiência do aparelho re-produtor, especialmente o ovário da fê-mea. Encontra-se em estado natural noosso moído, na farinha de ostra e emgeral em todos os ossos de peixe.

CLORETO DE SÓDIOMantém a propriedade física do san-

gue, a ponto de possibilitar aos glóbu-los vermelhos sua função de portado-res do oxigênio e de permitir a dupladecomposição mediante a qual o orga-nismo separa os sais de potássio (prin-cipal mineral contido nas substânciasvegetais).

IODETO DE SÓDIO EPOTÁSSIOInfluem favoravelmente sobre o apa-

relho muscular dos pássaros, já que acarência de iodo produz entre outrosmales, rigidez dos músculos e debilida-de de muitos embriões que, alcançan-do o completo desenvolvimento, mor-rem no ovo, porque não conseguemromper a casca. Já se notou que os pás-saros criados em alguns países ou cer-tas regiões perto do mar, que tomamágua rica em iodo e potássio e são ali-mentados com comida iodada, não es-tão expostos a estas anormalidades.

POTÁSSIO, SÓDIO,FERRO, MAGNÉSIOSão indispensáveis à vida e aos pro-

cessos de crescimento dos pássaros. Osossos dos animais, compreendidos ospássaros, são formados de fosfato decálcio. As verduras e as sementes são

ricas em fosfato de potássio, porém umgrande número de processos fisiológi-cos requer também a presença de só-dio, ferro e magnésio. A carência de fer-ro se manifesta com estados anêmicos,debilidade, enfraquecimento e talvezmortalidade por anemia.

SULFURETOSSão elementos que constituem a al-

bumina utilizada pelos tecidos do orga-nismo durante o período de crescimen-to e reprodução. Consequentementedevemos ministrar, além do complexode que já falamos, ovo cozido, ondevamos encontrá-lo em abundância, tan-to quanto na farinha de peixe.

COBRE E COBALTOSão minerais que atuam como cata-

lizadores no organismo dos pássaros.

CORTE DE UNHASFaça o corte da unha onde indicado, nafigura abaixo, pelo traço de número 3,evitando atingir a veia, demarcada comos traços de número 1 e 2. Caso hajasangramento, cauterize com um palitode fósforo em brasa.

Page 30: Criacao de canarios

30 - Criação de Canários

Mistura de SementesAlpiste _________________ 50%Colza __________________ 10%Niger __________________ 10%Nabão _________________ 10%Aveia __________________ 10%Linhaça ________________ 10%

Além das sementes, a chamada “farinhada” é um complemento nutricionalimportante, especialmente na época da reprodução. Atualmente, já existem nocomércio farinhadas e rações balanceadas prontas, de excelente qualidade, pró-prias para canários, porém ainda há que prefira preparar a sua. Eis uma fórmula:

Ração BalanceadaGerme de trigo ___________ 500 gFarelo de trigo ___________ 500 gAveia descascada e triturada _ 500 gFubá (branco) ___________ 500 g

2 colheres de sopa de sal e 2 colheres de sopa (10g) de Aminomix.Servir esta ração na proporção de 3 colheres de sopa para cada ovo

cozido passado na peneira. Dois meses antes da fase de reprodução, juntar àração 3 gotas de óleo de fígado de bacalhau não emulsionado, para cada ovo aser misturado à ração.

RAÇÃO EXTRUSADAComo o canário escolhe os grãos que come, por melhor que seja a mistura

não há fórmula de balanceamento que resista, porém atualmente existem raçõesextrusadas, corretamente balanceadas para atender as necessidades nutricionaisdos canários e outros pássaros, em cada fase da vida: muda, repouso e reprodução.

Estas rações substituem por completo o uso de sementes, sendorecomendada uma transição gradativa de um para outro regime alimentar. Não sedeve abolir totalmente as sementes, pois o canário precisa saber partir sementespara sobreviver, no caso de participação em exposições ou mudança de criadouro,onde só exista sementes para se alimentar.

ALIMENTOS

Os canários são pássaros granívoros e, evidentemente, os grãos devem sera base de sua alimentação. As sementes mais utilizadas são: alpiste, nabão, aveia,colza, linhaça e niger, fornecidas em misturas, basicamente na seguinte proporção:

Page 31: Criacao de canarios

Criação de Canários - 31

TABELA DE CALORIAS (Em 100g de alimentos)Alpiste 212Niger 65Aveia sem casca 250Espinafre 36Brócolis 42Alface 20Toucinho 907Gema de ovo 535Cânhamo 190Colza 50Girassol 200Chicórea 22Escarola 13Painço 240Linhaça 80Banana 91

A necessidade de calorias dum organismo vivo varia segundo o habitat, aestação do ano, a idade e a atividade desenvolvida. Nos meses frios a quantidadede calorias aumenta e também nos jovens em fase de crescimento. Uma fêmea nochoco tem menor necessidade de calorias, que deve ser reduzida, o mesmo diga-se para os exemplares não utilizados na reprodução nos meses quentes. Osalimentos verdes, ricos em água, apresentam menos calorias do que outrassubstâncias de que os pássaros se nutrem. O aumento ou a diminuição das raçõesdos vários alimentos, segundo os casos e situações, permitem uma adequadaalimentação em condições ambientais e da atividade dos pássaros.

TABELA DE NÍVEIS NUTRICIONAISSEMENTE PROTEÍNA% CARBOIDRATOS% LIPÍDEOS %

Alpiste 16,6 49,0 6,4Colza 19,6 18,0 45,0Aveia 11,3 68,4 8,7Níger 23,0 17,0 40,0Nabão 20,7 5,7 40,2Linhaça 24,2 25,0 36,5Perila 22,6 10,6 43,2Cânhamo 8,2 21,8 2,5

SUPLEMENTOSPara intensificar as cores, os canários com

fator vermelho devem receber, durante a muda,cantaxantina, incorporada à farinhada, na pro-porção de 5 gramas para cada quilo. Para osamarelos usar luteína e para todos espirulina (2gpara 1kg farinhada).

Não deixe faltar à sua ave um comedorcom areia lavada, com farinha de ostra ou decasca de ovo torrada, argila e carvão vegetalativado. Como os canários não possuem den-tes precisam da areia para digerir os alimentos.

Lembre-se que o mais importante nu-triente a ser fornecido é a água, que deve sersempre limpa e fresca e não pode faltar, pois ocanário não resiste mais que um dia sem água.

Page 32: Criacao de canarios

32 - Criação de Canários

TABELA DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS

QUANDO O QUE COMO

Ao ínício e térmi-no do período dereprodução (JUNe JAN)

Limpeza e desinfecção do criadouro, inclusivepedilúvio, com Farmasept Plus - superfícies mo-lhadas:1 ml/1litro de água; secas: 1 ml/2 litros.Isolar pássaros doentes.

Durante a muda(SET/MAI)

Às vesperas dasExposições

(ABR e JUN)

Protejer contraparasitas e

hidratar pássaros

Antes doacasalamento

(JUN)

No período dereprodução(JUL a DEZ)

Após a muda(JAN e JUN)

Exames parasito-lógico e bacterio-lógico de fezes

Ivomec PourOn ou Front-Line - Uma gota(agulha de insulina) na pele da nuca do canário.Hidrafort- 1 dia antes, no dia do torneio e 1 diaapós o torneio.

Ao fazer os casais(JUL)

Após os examesde fezes

VITAMINA E, em pó - 2 g / kg ração ou 2g / 1 litrode água por 7+7 dias, com intervalo de 7 dias.

COCCIDIOSE - Coccinon1g/50ml água - 20 diasou Baycox 3 gotas /50ml por 3/ 5 não/ +3 dias.OUTROS - Consulte o veterinário.

Pulverizar pássaros, gaiolas e utensílios, inclusiveninhos, com suspensão de Kill Red ou Neocidem pó (Carbaril 5%) - 10g / 5 litros de água.

Aminozol na água, 5 gotas/40 ml -15/15 dias ouAminomix na ração, 10g/kg - sempre.Vitaminas (A, D3 e H).

Ao retornar dasExposições e ao

adquirir pássaros

Eliminar parasi-tas e evitar

contaminar oplantel

Fontes: Revista do 3C de 2012 , bulas dos medicamentos e artigo de Stella Maris Benez.

Coletar amostras de fezes separadamente de ma-chos, fêmeas e filhotes, em horários diferentes.No máximo 12 aves de um grupo de 40 aves (30%).

Fertilidade

Medicação

Profilaxia

Vitaminas e saisminerais

Alimentaçãoadequada

Ivomec PourOn - aplicar em aves adquiridas enas outras re-aplicar se decorridos mais de 28 dias.QUARENTENA - observar por 10 a 21 dias, afas-tando e medicando aves doentes.

Prevenirinfestação

piolhos

Ração com maior teor de proteínas e mais rica emsais minerais e vitaminas (A, D3 e Biotina).Verduras, maçã, ovo cozido, bolo, pão etc.Papa para filhotes, no bico, 3 vezes ao dia.

Page 33: Criacao de canarios

Criação de Canários - 33

DIA

RR

ÉIA

A d

iarr

éia

é um

dos

sin

tom

as m

ais

com

uns

devá

rias

enf

erm

idad

e qu

e at

acam

o a

pare

lho

dige

stiv

o. A

s ca

usas

são

var

iada

s e

as v

ezes

um

diag

nóst

ico

prec

iso

só é

pos

síve

l at

ravé

s de

exam

es d

e la

bora

tóri

o. A

lém

de

trat

ar a

cau

saco

nvém

adi

cion

ar s

oro

fisi

ológ

ico

na á

gua,

para

com

bate

r um

a po

ssív

el d

esid

rata

ção.

CO

LIB

AC

ILO

SE

O

O

CA

ND

IDÍA

SE

CO

CC

IDIO

SE

OU

TO

XO

PL

AS

MO

SE

SA

LM

ON

EL

OS

E

SIM SIM

SIM SIM

AS

PE

RG

IL

OS

E

O

Pro

cu

re o

rien

tação

SIM

sang

ue n

as f

ezes

?

Fez

es l

íqui

das

e vô

mit

os o

um

ovim

ento

s co

m a

lín

gua?

Feze

s es

bran

quiç

adas

, mai

sfr

eque

nte

nos

filh

otes

?

Feze

s am

arel

adas

e g

ran-

de c

onsu

mo

de á

gua?

Res

pira

ção

acel

erad

a?

O

O

Res

pir

ação

an

orm

alT

odo

e qu

alqu

er p

robl

ema

resp

irat

ório

apr

esen

ta c

omo

sin

tom

a ca

ract

erís

tico

a

difi

culd

ade

de

res

pira

r. E

ste

pro

cess

o d

e d

iag

no

se v

aiaj

ud

á-lo

a

enco

ntr

ar

aspr

ováv

eis

caus

as.

M

arcos

Mar

ch -

Revis

ta 3

C 1

995

AE

RO

SSA

CU

LIT

E

Apr

esen

ta c

orri

men

to n

asal

e/ou

ocu

lar

e/ou

tos

se?

PN

EU

MO

NIA

CO

RIS

A

AS

MA

Pro

cu

re o

rien

tação

VA

RÍO

LA

/B

OU

BA

DO

EN

ÇA

RE

SP

IRA

RIA

CR

ÔN

ICA

Pro

cu

re o

rien

tação

SIM SIM SIM SIM

SIM SIM SIM

O c

orpo

e c

auda

bal

ança

mac

ompa

nhan

do a

res

pira

-

Ap

rese

nta

u

ma

mem

bra

na

bran

ca a

o re

dor

do b

ico?

ruíd

os n

a re

spir

ação

?

O

O

O

ON

ÃO

Olh

os e

ntre

aber

tos,

pen

aser

içad

as (

febr

e) e

chi

ados

?

O

Res

pira

ção

é se

mpr

e ru

idos

ae

a av

e es

tá s

empr

e ca

nsad

a?

espi

rros

par

ecen

do q

ue-

rer

expe

lir

algo

?

O

A f

alta

de

higi

ene

é a

res-

pons

ável

por

gra

nde

núm

ero

de d

oenç

as q

ue a

ting

em o

sca

nári

os.

Man

tenh

a o

cana

ril

lim

po e

are

jado

par

a te

r um

plan

tel

saud

ável

MA

IS F

ÁC

IL P

RE

VE

NIR

!

DIA

GN

OSE

DE

DO

EN

ÇA

S

Page 34: Criacao de canarios

34 - Criação de Canários

(Publicado em 2007 na Revista ACCN e atualizado anualmente.)DOENÇAS & TRATAMENTOS

Pingar uma gota napele da nuca. Sus-pender banho e ver-duras por 2 dias.

Respiração difícil. Corpo e caudabalançam no rítmo da respiração.Mancha roxa na barriga.

Aero-saculite ouDoença Respirató-

ria

Sede, muita fome, emagrecimento,movimentos trôpegos, diarréia, san-gue e cálcio nas fezes, fezes bran-cas na cloaca, secreção pelo bico.

a) 10 gotas/50ml (3/2 não/+3 dias).b) 1g p/50g - 20dias.c) 3 gotas/50ml.

Coccidiose

1 gota no bebedou-ro de 5ml, durante 10dias.

Enrofloxacina (Bytril) ouNorfloxacina (Biflox).

Diarréia branca, gosma no ninho,fezes endurecidas tampando acloaca. Artrite nas pernas e asas.

Patas inchadas, dedos ou articula-ções inflamados. Feridas nas patas.

Bytril eNebacetin (humano) ouCrema 6A (veterinário).

Estafilocose ouestreptococcus

Ronqueira, chiados, respiração si-bilante. Acesso asmático, tosse ouespirros com expectoração.

Hyalozina 2000 UTR,Anforicin B ou Tylan (tilosina).

Espirra expelindo substâncias ama-reladas. Narinas obstruídas, bicoaberto, piado rouco ou sem som.

Lincomicina ouEnrofloxacina (Bytril).

1 gota no bico ou 2gotas no bebedourode 50ml, por 7 dias.

a) NeoSulmetina oub) Coccinon ouc) Baycox

SINTOMAS DOENÇAS REMÉDIOS DOSAGENS

Salmonelose ouColibacilose

1 gota no bico por10dias e uso local dapomada até curar.

Nebulização, de12mim, 3x ao dia,por 15 dias ou mais.

Aspergilose ouMicoplasmose

Ivermectina (IvomecPour on).

Ácaros nas viasrespiratórias

2 gotas no bebedou-ro de 50ml durante7 dias.

Candidíase

a) Pingar uma gotana pele da nuca.Suspender banho everduras por 2 dias.b) Passar nos pésdurante 5 dias.

a) Ivermectina (IvomecPour on);b) Pomada Helmerich,Emulsão de Benzoato deBenzila ou GlicerinaFenicada.

Sarna (Ácaros)Pés com franjas esbranquiçadas naparte de baixo, lateral e ponta dosdedos.

Pata inchada com ponto negro naparte inferior do dedo trazeiro (coximplantar).

a) Norfloxacina;b) Omcilon - A “M” (cre-me).

Pododermatitenecrótica

a)1 gota / 50ml, por15 dias;b) Aplicar 2x dia.Não tentar extrair oponto preto.

Sacudidas ao evacuar. Fezesamarelas ou esverdeadas. Ventreinchado e vermelho.

Eliminar sementes gordu-rosas e ovo. Dar sulfatode ferro e chicoria.

Enterite10 gramas p/ 250mlde água.

Filhote de ninho com ponto pretona barriga.

Amoxicilina c/ clavulana-to de potássio (Clavulin)

Uma pitada napapinha por10 diasProventriculite

Lesão no globo ocular do filhoteque ainda não abriu os olhos, comexsudato caseoso (puz).

Amoxicilina c/ clavula-nato de potássio - sus-pensão oral (Clavulin).

Dar na papinha.Não espremer, nemfurar.

Estafilocose

Não consegue partir sementes du-ras. Passa a língua (bico) nas gra-des como se estivesse limpando asmesmas. Limpa constantemente obico no poleiro. Sementes ficam gru-dadas no bico ou na plumagem.

Nistatina ouCetoconazol.

Page 35: Criacao de canarios
Page 36: Criacao de canarios