DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA – D F C
AUTORES: José Walney Neves e-mail: [email protected] Julio Delarmelina Filho
e-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
A Demonstração do Fluxo de Caixa, é uma das demonstrações que não são obrigatórias por lei, como: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, porém é de grande importância para fins internos da empresa. A Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC, que na realidade deveria ser DFD (Demonstração do Fluxo Disponível ), uma vez que a demonstração é na realidade, de caixa e bancos, indica as origens das entradas de dinheiro em caixa, assim como, as aplicações das saídas de caixa em um determinado período e demonstra também o resultado financeiro. A DFC, assim como a Demonstração do Resultado do Exercício, está contida no balanço patrimonial, e aparece de forma estática, pois só mostra o saldo inicial e o saldo final do disponível no período. As razões que contribuíram para o saldo final aumentar ou diminuir, a DFC irá esclarecer. Podemos citar como exemplo, um saldo de caixa:
Saldo inicial ................. R$ 1.800,00 Saldo final .................. R$ 2.300,00 Resultado.................... R$ 500,00
Quais os eventos financeiros que ocorreram para que chegasse a este resultado? O por quê de uma empresa que teve prejuízo no período e ao mesmo tempo teve aumento do saldo disponível e em outra situação em que a empresa teve lucro no período e seu saldo de caixa diminuído. A DFC tem importância relevante também, para auxiliar o gestor financeiro nas projeções de fluxos de caixa, e reduzindo as margens de discrepância em projeções futuras, tomando como base as projeções anteriores, auxiliando no planejamento financeiro.
Segundo Marion – “ A DFC propicia ao gerente financeiro a elaboração de melhor planejamento financeiro, pois numa economia tipicamente inflacionária, não é aconselhável excesso de caixa, mas o estritamente necessário para fazer face aos seus compromissos “.
Entende-se que, deixando o dinheiro parado ele deixa de render juros, e a DFC contribui para determinar o momento certo para aplicá-lo quando for o caso, ou recorrer a empréstimos ou outras fontes para cobrir insuficiência de fundos.
ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa poderá ser demonstrado de 02 ( duas ) formas: 1ª ) Tendo em mãos a ficha da conta caixa ou o razão contábil do caixa e bancos, para a identificar as operações individualmente, de forma ordenada e por natureza no período; 2ª ) Na ausência das fichas de caixa ou razões, pode-se utilizar uma técnica prática que é a elaboração da DFC.
Dentre as diversas transações que afetam o caixa, podemos destacar: A ) Transações que aumentam o disponível
- Integralização de capital em dinheiro - Empréstimos
- Vendas de ativo permanente - Vendas a vista ou recebimento de duplicatas e - Outras receitas de juros, dividendos, indenizações, etc.
B ) Transações que diminuem o disponível - Pagamento a fornecedores ( à vista ou duplicatas ), - pagamento de dividendos a acionistas,
- Aquisição de ativo permanente, - Pagamentos de outras despesas/custos, etc.
As transações que não afetam o caixa são: - Depreciação, amortização exaustão, PCLD, reavaliação, e equivalência patrimonial.
A DFC: Relaciona o conjunto de ingressos e desembolsos financeiros de empresa em determinado período. Procura-se analisar todo deslocamento de cada unidade monetária dentro da empresa. Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/glossario.htm
A Demonstração de Fluxo de Caixa é uma ferramenta de apoio a tomada de decisões, constituídas com base nas informações contidas no Fluxo de Caixa Realizado. Atendendo dessa forma a interesses de usuários internos e externos, informando-lhes a capacidade de disponibilidade financeira em determinado período.
A seguir temos um exemplo, extraído parcialmente de MARION, p.397, como elaborar uma DFC.
BALAÇOS PATRIMONIAIS ATIVO 31/12/2004 31/12/2005 CIRCULANTE 650.000 800.000
Disponível 200.000 250.000 Conta a Receber 450.000 550.000
PERMANENTE Imobilizado 4.800.000 4.200.000 Valor Original 6.000.000 6.600.000 (-)Depr. Acumul. 1.200.000 2.400.000
TOTAL 5.450.000 5.000.000PASSIVO CAPITAIS TERCEIROS 3.500.000 3.300.00
Passivo Circulante Fornecedores 500.000 600.000 Exigível a Longo Prazo 3.000.000 2.700.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.950.000 1.700.000 Capital 1.000.000 1.000.000 Lucros Acumulados 950.000 700.000 TOTAL 5.450.000 5.000.00
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS P/PERÍODO DE 2005 Receita 5.650.000(-) Custo do Serviço 3.600.000 (-) Depreciações 1.200.000 Lucro Bruto 850.000 (-) Desp. Operacionais 900.000 Prejuízo do Exercício 50.000
A meta a ser atingida pela DFC é explicar a variação de $ 50, ou seja, de $ 200 para $ 250.
Valores que irão compor a DFC:
• ENTRADAS:RECEITA: A empresa vendeu $ 5.650.000
Para construção da DFC iremos considerar que a empresa efetuou todas vendas a prazo. Logo, o valor que irá compor a entrada na DFC, será: Saldo Inicial Dupl. a rec. + Vendas a prazo – Saldo final Dupl. a Receber, ou seja, 450 + 5.650 – 550 = $ 5.500 TOTAL DAS ENTRADAS: $ 5.500
• SAÍDAS:CUSTO DOS SERVIÇOS: 3.600.000
Na DFC será: 500 + 3.600 – 600 = 3.500 IMOBILIZADO: Variou de $ 6.000 para 6.600
Na DFC será: 6.600 – 6.000 = 600 FINANCIAMENTO: Variou de $ 3.000 para 2.700
Na DFC será: 3.000 – 2.700 = 300 DESPESAS OPERACIONAIS: $ 900
Na DFC será: 900, considerando que a empresa não tinha dívidas ref. a essa conta. DIVIDENDOS: $ 200
Na DFC será: 200, considerando que a empresa não tinha dívidas ref. a essa conta. TOTAL DAS SAÍDAS: 5.500
ESTRUTURAÇÃO DA DEMONTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
Saldo em 31/12/2004 200.000
+ Entradas Receita recebida em 2005 5.550.000
Valor Acumulado 5.750.000
(-) Saídas Pagamentos a Fornecedores 3.500.000 Compras de novos imobilizados 600.000 Amortização de financiamentos 300.000 Pag. Despesas Operacionais 900.000 Pag. a Dividendos 200.000 5.500.000
Saldo em 31/12/2005 250.000
COMPARAÇÃO DO FLUXO ECONÔMICO COM O FINANCEIRO:
Itens Fluxo Econômico (DRE)
Fluxo Financeiro (DFC)
Variação
Receita (-) Custo Serv. (-) Depreciação
5.650 (3.600) (1.200)
5.550 (recebida) 3.500 (pago)
-0-
100 (100) 1.200
Lucro Bruto 850 2.050 1.200 (-) Desp. Operac. (900) (900) -0- Result. Parcial (50) 1.150 1.200 Novos Invest. Imobilizado Amort. Financ. Exig.L.P. Outros Pag. Dividendos
-0- -0- -0-
(600) (300) (200)
(600) (300) (200)
Resultado Final (50) 50 100
CONCLUSÃO: Buscamos mostrar nesse trabalho uma ferramenta capaz de tratar de um modo específico um dos ativos mais importantes de uma entidade, que é o disponível, pois é ele que supre as necessidades diárias de uma empresa, contribuindo dessa forma para a continuidade da entidade.
BIBLIOGRAFIA: PORTAL DA CONTABILIDADE, Glossário. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/glossario.htm>. Acesso em: 08 março. 2006. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial: 8ª ed. São Paulo: Atlas, 1998.
PADOVEZE, Clóvis Luís.. Contabilidade empresarial: um enfoque em sistemas de informação contábil. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1997.
PERGUNTAS: 1 - A Demonstração do Fluxo de Caixa explica as variações.
( a ) No caixa. ( b ) No banco. x ( c ) No Disponível. ( d ) Nas Aplicações Financeiras.
2 - Normalmente, o item que afeta o Caixa destacado na DLPA é: ( a ) Saldo Inicial de Lucros Acumulados. ( b ) Destinação do Lucro para Reservas. ( c ) Reservas para Contingências.
x ( d ) Dividendos.
3 - Qual a finalidade da Demonstração do Fluxo de Caixa? Resp.: A DFC é uma demonstração que pode auxiliar o administrador a ter informações da entidade voltada para o aspecto financeiro, de forma a permitir que ele visualize melhor as entradas e saídas de recursos.
4 - Quais as formas de elaborar a DFC ? R : Através das fichas de caixa e das demonstrações financeiras.
5 - As transações que afetam o caixa aumentando o saldo são: ( a ) Pagamento de duplicatas ( b ) Depreciação de imóveis ( c ) Depreciação de máquinas e equipamentos
x ( d ) Recebimento de vendas a vista ( e ) Recebimento de vendas a prazo
6 - Cite 3 transações que não afetam o caixa ( disponível) 1 - Depreciação, amortização e exaustão 2 – PCLD 3 – Reavaliação
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