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Page 1: DESAFIANDO A GLOBALIZAÇÃO CORPORATIVA COCA-COLACoca-Cola. A maior planta de engarrafamento da Coca-Cola na Índia foi “temporariamente” fecha-da e a luta para mantê-la fechada

• Desde 22 de abril de 2002, residentes dePlachimada, Kerala, estão em vigília—24 horaspor dia, sete dias por semana—ao lado de foradas portas da planta de engarrafamento de águada Coca-Cola em seu vilarejo. A panchayat(autoridade administrativa do vilarejo) negou alicença de operação e engarrafamento para aCoca-Cola. A maior planta de engarrafamento daCoca-Cola na Índia foi “temporariamente” fecha-da e a luta para mantê-la fechada continua.

• Residentes locais em Mehdiganj, próximo àcidade sagrada de Varanasi, também estão lid-erando uma luta contra a Coca-Cola e mais demil pessoas fizeram um protesto em junho de2004. Em 2003, manifestantes locais foram rece-bidos nas portas da fábrica da Coca-Cola porcerca de 200 policiais, enviados para “proteger”a planta industrial, que somaram-se a 50 segu-ranças particulares armados. Isso não foi umamera ameaça; os manifestantes foram agredidos.

• Na planta de engarrafamento da Coca-Cola emKala Dera, perto de Jaipur, Rajasthan, as per-furações no solo geraram falta de água em maisde 50 vilarejos. Mais de duas mil pessoas mar-charam em protesto contra as práticas da Coca-Cola em agosto de 2004.

• No vilarejo de Kudu, distrito de Thane,Maharashtra, moradores são forçados a viajargrandes distâncias à procura de água, que secouem suas comunidades devido às operações deengarrafamenro da Coca-Cola. A empresa con-struiu um sistema de encanamento para trans-

DESTRUINDO VIDAS,MEIOS DE SOBREVIVÊNCIA

E COMUNIDADES

IMPOSSÍVEL PENSAR, IMPOSSÍVEL BEBER!

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portar água de um rio para sua planta industrial.Os ativistas que se opõem ao transporte de água—e às próprias instalações da Coca-Cola—sãoregularmente hostilizados pela polícia.

• Percebendo uma tendência, mais de sete milpessoas—a maioria mulheres—se uniram emSivaganga, Tamil Nadu, para protestar contra umprojeto de uma fábrica da Coca-Cola em seuvilarejo. Os moradores estão preocupados, ecom razão, que a operação conjunta entre aCoca-Cola e uma indústria de açúcar na regiãotrará escassez de água e contaminação.

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• direitos das comunidades aos recursosnaturais;

• direitos das comunidades a uma vida livre detóxicos e violência;

• direitos das comunidades marginalizadas auma vida sem sobrecarga de trabalho;

• direitos dos trabalhadores a organizarem-selivremente;

• direitos à água como um direito humanofundamental.

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DESAFIANDO A GLOBALIZAÇÃOCORPORATIVA

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balhadores rurais.

A água e a terra são centrais para a agricultura emais de 70% dos indianos vivem de alguma ativi-dade relacionada à agricultura. A escassez de águae a poluição do solo e da água originados pelaCoca-Cola resultaram diretamente na quebra dascolheitas—levando milhares de pessoas na Índia àPERDA de sua SOBREVIVÊNCIA. Mais da metadeda população da Índia vive abaixo da linha dapobreza e impedir a atividade agrícola é umaquestão de VIDA e MORTE para muitos no país.Ironicamente, as comunidades mais impactadaspelas operações de engarrafamento da Coca-Colanão têm sequer condições de comprar os produtosda empresa.

A poluição indiscriminada da fonte de água subter-rânea feita pela Coca-Cola é um grande problemade longo prazo. É extremamente difícil, senão

Colômbia—Cola assassina!A principal engarrafadora da Coca-Cola naAmérica Latina, Panamco, está sendo processadanos Estados Unidos por ter contratado paramil-itares de direita para matar e intimidar líderessindicais na Colômbia. Líderes sindicais e organi-zadores da SINALTRAINAL têm sido submetidos aum ciclo de violência macabro, iniciado pelasforças paramilitares colombianas com a cumplici-dade da subsidiária da Coca-Cola.

Desde 1989, oito líderes sindicais das plantas deengarrafamento da Coca-Cola foram assassinadospor forças paramilitares, sendo que alguns ataquesocorreram dentro dos próprios portões da fábrica.Trabalhadores também relataram intimidaçõescom ameaças de violência, seqüestros, tortura edetenções ilegais por membros das forças paramil-itares trabalhando com a conivência ou em colab-oração com a gerência da empresa.

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impossível, limpar as fontes de água subterrâneasatravés da tecnologia, e as futuras gerações estãoagora sujeitas a consumir água poluída – por corte-sia da Coca-Cola. A alternativa é instalar o encana-mento de água tratada em suas casas e pagar peloconsumo, o que a maioria das pessoas NÃO TEMCONDIÇÕES de fazer.

A distribuição de lixo tóxico como fertilizante paraagricultores nas proximidades das plantas deengarrafamento criou um PESADELO PARA ASAÚDE PÚBLICA. As conseqüências de longoprazo da exposição ao lixo tóxico ainda não sãoconhecidas e o pior ainda está por vir.

w w w . I n d i a R e s o u r c e . o r g

A LUTA DA BASE MILHARES de pessoas em toda a Índia estãoprotestando contra as operações da Coca-Cola nopaís. Liderado principalmente pelas mulheres,pelas Adivasis (populações indígenas), pelas Daltis(castas mais baixas), por trabalhadores em agricul-tura e fazendeiros, um expressivo movimento debase surgiu na Índia para que a Coca-Cola sejaresponsabilizada pelos seus crimes no pais einternacionalmente. A campanha está crescendo evencendo batalhas extremamente importantes nabusca por justiça.

CONTRA OS CRIMESUm PADRÃO de ABUSO emergiu em operaçõesde engarrafamento de Coca-Cola na Índia.

A Coca-Cola é culpada por:• Causar severas faltas de água em comu-

nidades por toda a Índia;• Poluir a água subterrânea e o solo nos

arredores das suas plantas de engarrafamento;• Distribuir seu lixo tóxico como “fertilizante”

aos agricultores;• Vender refrigerantes misturados com pestici-

das na Índia—em alguns casos, em quanti-dades mais de 30 vezes superiores aospadrões aceitos na União Européia.

DA HUMANIDADEComunidades próximas das plantas de engarrafa-mento estão enfrentando severas dificuldades. Amaioria dos membros das populações atingidaspelas práticas indiscriminadas da Coca-Cola sãotambém algumas das comunidades mais margin-alizadas da Índia—populações indígenas, castasmais baixas, trabalhadores de baixa renda e tra-