Transcript
Page 1: DESPERTAR ESPERANÇA >>> · tenho muitas fraquezas humanas, muitas misérias humanas. (...) Mas Ele abaixa-Se e serve-Se de nós, de ti e de mim, para sermos o seu amor e a sua compaixão

< > «Só quem sabe ser feliz pode contribuir para a felicidade.» - André Gide

Exortação Apostolica do Santo Padre Francisco

GAUDETE ET EXSULTATE (20)

O culto que mais Lhe agrada104. Poder-se-ia pensar que damos glória a Deus só com o culto e a oração, ou ape-nas observando algumas normas éticas (é verdade que o primado pertence à relação com Deus), mas esquecemos que o critério de avaliação da nossa vida é, antes de mais nada, o que fizemos pelos outros. A oração é preciosa, se alimenta uma doação diária de amor. O nosso culto agrada a Deus, quando levamos lá os propósitos de viver com generosidade. [...]105. Pela mesma razão, o melhor modo para discernir se o nosso caminho de oração é autêntico será ver em que medida a nossa vida se vai transformando à luz da mi-sericórdia. Com efeito, «a misericórdia não é apenas o agir do Pai, mas torna-se o critério para individuar quem são os seus verda-deiros filhos». É «a arquitrave que suporta a vida da Igreja». [...] «Antes de tudo, temos de dizer que a misericórdia é a plenitude da justiça e a manifestação mais luminosa da verdade de Deus». A misericórdia «é a chave do Céu».106. Lembro a questão que se colocava São Tomás de Aquino ao interrogar-se quais são as nossas ações maiores, quais são as obras exteriores que manifestam melhor o nosso amor a Deus. Responde sem hesitar que, mais do que os atos de culto, são as obras de misericórdia para com o próximo: «não praticamos o culto a Deus com sacri-fícios e com ofertas exteriores para proveito d’Ele, mas para benefício nosso e do próx-imo: de facto Ele não precisa dos nossos sacrifícios, mas quer que Lhos ofereçamos para nossa devoção e para utilidade do próximo. Por isso a misericórdia, pela qual socorremos as carências alheias, ao favore-cer mais diretamente a utilidade do próximo, é o sacrifício que mais Lhe agrada».

107. Quem deseja verdadeiramente dar glória a Deus com a sua vida, quem real-mente se quer santificar para que a sua existência glorifique o Santo, é chamado a obstinar-se, gastar-se e cansar-se procuran-do viver as obras de misericórdia. Muito bem o entendera Santa Teresa de Calcutá: «sim, tenho muitas fraquezas humanas, muitas misérias humanas. (...) Mas Ele abaixa-Se e serve-Se de nós, de ti e de mim, para sermos o seu amor e a sua compaixão no mundo, apesar dos nossos pecados, apesar das nossas misérias e defeitos. Ele depende de nós para amar o mundo e demonstrar-lhe o muito que o ama. Se nos ocuparmos demasiado de nós mesmos, não teremos tempo para os outros».108. O consumismo hedonista pode-nos enganar, porque, na obsessão de diver-tir-nos, acabamos por estar excessivamente concentrados em nós mesmos, nos nossos direitos e na exacerbação de ter tempo livre para gozar a vida. Será difícil que nos com-prometamos e dediquemos energias a dar uma mão a quem está mal, se não cultivar-mos uma certa austeridade, se não lutar-mos contra esta febre que a sociedade de consumo nos impõe para nos vender coisas, acabando por nos transformar em pobres insatisfeitos que tudo querem ter e provar. [...] No meio deste turbilhão atual, volta a ressoar o Evangelho para nos oferecer uma vida diferente, mais saudável e mais feliz.109. A força do testemunho dos santos consiste em viver as bem-aventuranças e a regra de comportamento do juízo final. [...]Recomendo vivamente que se leia, com fre-quência, estes grandes textos bíblicos, que sejam recordados, que se reze com eles, que se procure encarná-los. Far-nos-ão bem, tornar-nos-ão genuinamente felizes.

2018| 27.08 a 02.09AnoXV|nº 707|boletim inter-paroquial

Areias STS| Avidos e Lagoa VNF

Pe. Manuel António 963 283 [email protected]

iparóquiaDESPERTAR ESPERANÇA

“Tu tens palavras de vida eterna”“Tu as les paroles de l avie éternelle”“You have words of eternal life”“Du hast Worte des ewigen Lebens”

26 de AgostoXXI Domingo Comuma hora de escolher

>>>A fé não se adquire de uma vez para sempre. As tribos de Israel

devem redizer o seu consentimento à Aliança concluída antigamente no Sinai. Os discípulos de Jesus

devem testemunhar os sinais feitos por Jesus mas eles também devem renovar a sua fé nas suas palavras.

Hoje tu és acolhido pelo Senhor na sua casa. Uma vez mais, respondes

ao seu chamamento. Mas para que a tua presença aqui não seja rotina, sabe, à maneira de Pedro, renovar

a tua fé no Senhor, a fim de lhe dar fidelidade cada dia.

Page 2: DESPERTAR ESPERANÇA >>> · tenho muitas fraquezas humanas, muitas misérias humanas. (...) Mas Ele abaixa-Se e serve-Se de nós, de ti e de mim, para sermos o seu amor e a sua compaixão

< > «Só quem sabe ser feliz pode contribuir para a felicidade.» - André Gide

quinta-feira, 30 de agosto de 2018 Martírio de São João Batista19:00 – Eucaristia Irmãos da Confraria SCJesus e SSSacra-mento Avidos

Alberto Quintas Ferreira e filho - esposa AN. Domingos Sousa Marques - esposa Intenções de Leonor Carneiro José Carlos Dinis da Silva e avós - tio Fer-nando

Olinda de Sousa Moreira - CSBMCarreira

sábado, 01 de setembro de 2018 XXII Domingo Comum18:30 – Eucaristia Dominical VespertinaGuilherme da Silva Dias e pai - mãe João Fernando, João Silva, Branca dos Remédios

Joaquim Lobo - pessoa amiga José Ferreira Silva, Júlia Dias e Júlia Fernan-da - filha

Maria de Lurdes Rebelo Silva e marido - filhos

domingo, 02 de setembro de 2018 XXII Domingo Comum09:30 – Eucaristia DominicalAlbertina Oliveira Fernandes Figueira e famí-lia - marido

Avelino Augusto Alves Gil e sogros - esposa Familiares de Celina Justino da Silva, esposa e sogros - filhos Marcelina Azevedo Sampaio, pais, irmãos e cunhada - família

Zulmira Martins Correia, marido e filho - filhos

17:00 – Matrimónio e BatismoMarco Araújo e Vera CastroGuilherme Araújo

Limpeza da Igreja de AvidosPedimos ao lugar de Tojeda, Serufe, Caste-lãos e Esqueiro para se organizar e vir fazer a limpeza da Igreja durante o mês de setem-bro. A Igreja é a nossa primeira casa!

Atendimento ParoquialDurante o mês de agosto e setembro não se realiza o atendimento paroquial. Em caso de necessidade, fale na sacristia ou ligue com o Pároco a fim de marcar uma hora de aten-dimento: Pe. Manuel António 963283615, [email protected]

Escola de Ministério Arciprestal e de MúsicaEstão abertas as inscrições para o próximo ano lectivo 2018/2019, na Escola de Minis-térios do Arciprestado. A oferta lectiva da Escola de Ministérios do Arciprestado tem como objectivo fornecer aos seus alunos as competências necessárias para o exercício dos vários ministérios litúrgicos, nomeada-mente o ministério de salmista, de organista e de director coral, bem como Leitores, Acó-litos”. As inscrições (presenciais) decorrem entre 08 e 30 de Setembro, e o ano lectivo arranca dia 01 de Outubro. As inscrições para o próximo ano lectivo 2018/2019 na Escola de Música da Fun-dação já se encontram abertas. A oferta lectiva da Escola passa pelo curso básico e geral de música litúrgica, pela iniciação musical para crianças e ainda pela iniciação/aperfeiçoamento musical para adultos. As inscrições deverão realizar-se até dia 15 de Setembro, via e-mail: [email protected].

CatequistasConvoco os catequistas para uma reunião na próxima sexta-feira, dia 31 de Agosto, às 21:00h no Centro Social Paroquial de Avidos. Agenda: Programa Pastoral Dioce-sano 2018/2019, organização dos anos de catequese, eleição do coordenador e vice, considerações para a participação dos pais nos três primeiros anos, inicio voluntário da inter-paroquialidade da catequese e organi-zação, Paróquia de Santa Maria de Abade de Vermoim, outros assuntos.

Uma injustiça social de Jesus?«Estes últimos trabalharam só uma hora, e no entanto tratou-os como nós, que supor-támos o peso do dia e do calor» (Mateus 20,12). A parábola evoca, como muitas vezes acontece na pregação de Jesus, a concretude de uma situação social amarga-mente constante na história da humanidade. A palavra de Cristo não é nem etérea nem aérea, plantando-se antes solidamente no terreno da existência humana. O desempre-go e a precariedade são preocupações de sempre. Como é sabido, na praça do mer-cado, a principal da cidade, estacionavam os jornaleiros, à espera de que um proprie-tário de terras ou mediador os levasse para trabalhar ao dia.Sabemos o desenvolvimento da parábo-la, narrada apenas por Mateus (20, 1-16), retalhada na subdivisão do dia segundo o “relógio” do tempo. Começa-se com a auro-ra, que é a última parte da noite e a primeira do dia, continua-se com a “hora terça”, ou seja, às nove, passa-se para a “sexta” (meio-dia) e para a “nona” (três da tarde), chegan-do-se à “hora décima primeira”, na prática as cinco da tarde, no umbral do entardecer e da noite. O pagamento combinado é de um denário de prata, a unidade monetária romana que representava o salário jornaleiro de um operário e o custo médio de um dia, como se diz na parábola do bom samaritano (Lucas 10, 35). O “denarius” tinha a efígie do imperador: explica-se assim a cena do tributo a César narrada nos Evangelhos (Mateus 22, 19).Estritamente falando, aquele patrão que paga a todos um denário, reservando-o inclusive a quem trabalhou uma só hora da tarde, age, por um lado, corretamente, na base do contrato “separado” estipulado com cada um; mas por outro lado não é certa-mente um modelo de justiça nas relações industriais. Qual é, então, o sentido da parábola, tendo em mente que não pode ser orientado para a injustiça social? A lição é de índole religiosa e existencial. O proprietá-rio da vinha abre caminho a Deus, que não lesa a justiça (o contrato era justo), mas nas suas relações com a humanidade introduz

a superioridade do amor, cuja generosida-de vai para além da rígida norma do que é devido.A humanidade é, com efeito, constituída por pessoas diferentes quanto às qualidades e dons recebidos: desde quem tem cinco talentos àquele que só tem um, para usar ainda uma imagem monetária de outra conhecida parábola de Jesus. Há a pessoa simples que tem poucas capacidades, e quem, ao contrário, se destaca por dons extraordinários; há quem seja doente e frá-gil, e quem tenha uma saúde de ferro e seja um portento de força; há quem tem uma modesta dotação intelectual e quem é um génio; há a pessoa frágil, que cai em erros e pecados, e há o justo capaz de resistir firmemente às tentações; há quem pertence a uma nação evoluída e privilegiada (Jesus podia pensar nos judeus, «os primeiros»), e quem tenha nascido numa região deprimida e num povo miserável e de escassas dispo-nibilidades culturais e sociais (os «pagãos», os «últimos»).O importante, diz Jesus, é que se entre no campo da vida com pleno compromisso pessoal. Deus, na sua recompensa final, não adota o rígido critério que se funda nos resultados, mas escolhe a via do amor, que premeia inclusive quem avança trazendo nas suas mãos um pequeno fruto do seu modesto mas real trabalho. A verdadeira imparcialidade é a do amor que coloca ao mesmo nível que recebeu muito e quem pouco teve da vida mas que se consagrou autenticamente à sua vocação, ainda que simples. Card. Gianfranco Ravasi


Recommended