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Dilogo, mediao e prticas restaurativas
Cultura de Paz
Marcelo Pelizzoli Sandro Sayo (orgs.)
Carrazzone, .De!oni, .".Dourado, #.M.D.
$aldino, %.&a'aala, M."opes, #.M.Maleiros, .Meirelles, C.Monteiro, .*liveira, %. +.Silveira, M.%.$.odescini, .-.alena, #.C.asconcelos, C..
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Dedicamos esta obra a Mrcia Gama ( /011)e ao Espao Famlia
Para alm do certo e do errado, existe um lugar. Somente ali nos encontraremos (R. Tagore)
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Conselho Editorial e ficha catalogrfica
ditora da 2%P
3eci4e, /01/
Pelizzoli, Marcelo " (org.)
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Sumrio
Apresentao (Reitor Ansio Brasileiro)
Introduo (Marcelo Pelizzoli)
1 - Introduo Comunicao o !iolenta (C!) - re"le#$es so%re "undamentos e m&todoMarcelo ' Pelizzoli
- *esacelerar o raciocnio e a raciocinao para uma con+ersa produti+a - Antonio Carlos !alena
, - ntre+ista de mediao. re"le#o so%re a comunicao e o con"lito / An0ela 'opes
- Mediao. um instrumento para a construo da cultura de paz / dna Mal2eiros 3 !er4nicaCarrazzone 3 Marlene 5a6a2ala
7 - Mediao coleti+a. uma construo luz dos direitos 2umanos / !ald8nia Brito
9 - A cultura de paz na met:dica do direito e na pratica da mediao de con"litos / Carlos duardo!asconcelos
;5
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#P3S+#67*
is aKui mais uma importante produo do Lcleo de Ci8ncia e Cultura de Paz da @P e
da Comisso de *ireitos Numanos *om Nelder C>mara O com satis"ao Kue "ao a apresentao
deste tra%al2o Kue entre outras coisas +em ressaltar a import>ncia de o%ras dessa natureza no
apro"undamento da discusso so%re a Paz e os *ireitos Numanos to necess=rios em nosso meio
ma uni+ersidade pL%lica de Kualidade democr=tica e re"erenciada pelo compromisso
social passa necessariamente pelo desen+ol+imento de uma Cultura de Paz o 2= conKuista no
campo acad8mico sea na inter"ace cient"ica "ilos:"ica ou tecnol:0ica Kue no sea ao mesmo
tempo uma %usca por ustia e %em-estar pela Kual se e#clui pri+il&0ios Kue poderiam atender
apenas a um ou outro setor da sociedade A uni+ersidade & uma construo 2ist:rica da 2umanidade
Kue nos situa so%re a necess=ria promoo da +ida e dos elementos Kue a di0ni"icam os Kuais
repousam so% ideais de ustia socioam%iental respeito s di"erenas e de recusa a KualKuer "ormade +iol8ncia preconceito opresso ou a+iltamento dos 2omens mul2eres sociedades e cultura
A @P +em por di"erentes meios internalizando os +alores da Cultura de Paz e dos
*ireitos Numanos em suas ati+idades seam elas de ensino pesKuisa ou e#tenso sta colet>nea
or0anizada pelos pro"essores Marcelo Pelizzoli e ?andro ?aJo +em contri%uir ainda mais com o
"ortalecimento da uni+ersidade no Kue tan0e "ormao 2umana e produo do con2ecimento
pautadas na re"le#i+idade trans"ormadora alin2ada necessidade do desen+ol+imento 2umano e
social com +istas &tica responsa%ilidade socioam%iental e solidariedade daKuilo Kuea"irmamos ser uma +ida di0na ?auda$es aos or0anizadores desta colet>nea para%&ns aos 0rupos
da Cultura de Paz e da Comisso de *ireitos Numanos pelo incans=+el tra%al2o Kue +8m
desen+ol+endo spero Kue num "uturo no muito distante possamos entender e corpori"icar com
+i0or as pala+ras de amor de *om Nelder e possamos en"im nos or0ul2armos de nossas a$es e
realiza$es
#n8sio -rasileiro(Reitor da @P)
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9ntroduo
sta & uma o%ra especial dentro do esprito ino+ador das concep$es de di=lo0o produti+o
mediao de con"litos e ustia A multiplicidade de +ozes Kue aKui assomam con+er0e para ol2ares
essenciais - restaurati+os - e Kue contemplam o entrosamento entre teoria e pr=tica o meioacad8mico no poucas +ezes corre-se o risco iminente da a%strao do distanciamento das pr=ticas
e"eti+as das comunidades e dos interesses de mel2oria das pessoas e dos seus FmundosG "oco de
nosso li+ro al&m de unir teoria e pr=ticas e#itosas perse0ue modos de lidar com os con"litos e com
a +iol8ncia os mais otimizados partindo do entendimento pro"undo de moti+os relacionais
conte#tos inter-2umanos instrumentos de comunicao e resultados deseados ou poss+eis para o
caso o caso aKui li0a-se ao >m%ito mais importante da +ida social. os +nculos e con"litos o
poucos so os am%ientes 2ostis e con"lituosos Kue construmos ao lon0o dos modelos de rela$esecon4micas polticas culturais a"eti+as sim%:licas osso mundo & to con"lituoso Kuanto os
con"litos ne0ati+os e o%st=culos relacionais Kue carre0amos conosco e Kue retroalimentamos em
nossas institui$es N= uma ur08ncia social em pauta da Kual depende o am%iente +ital de nossas
cidades e esta ur08ncia diz do res0ate das dvidas sociais e da +iol8ncia Kue atra+essam as
estruturas e institui$es de nossa sociedade (em especial aKuelas pautadas apenas pelo capital
produti+idade a todo custo e pelo lucro) malo0ro ou a +iolao de partes de nossa sociedade
atin0em a toda ela ine+ita+elmenteQ e no ser= a so%recar0a em cima do *ireito e da
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emos Kuest$es 0ra+es a en"rentar em nosso modelo sociocultural tais como. como & nossa
comunicao (+iolenta ou construti+a) Como so tratados (ou esKuecidos) +tima e a0ressor no
sistema udicial Sual o papel das comunidades na resoluo de con"litos Instauramos um ol2ar
inclusi+o ou e#cludente diante das camadas sociais Conse0uimos "azer +aler os direitos %=sicos
para todos ou 2= al0uns Kue so direitos demais e outros de menos / Fdireitos 2umanos apenas para2umanos direitos TG sta Lltima "rase & uma re+eladora estupidez e i0nor>ncia crassa Kuanto ao
car=ter social da +ida das implica$es sist8micas da partil2a e da eKuanimidade e da "alta delas do
apart#eidsocial e da +iol8ncia estrutural e sim%:lica a+assaladora Kue recai so%re todos / mas em
especial so%re os Kue consentimos Kue +i+am na car8ncia e mais 0ritante ainda de nossa in">ncia e
u+entude / de educao crtica de cultura de saLde (mais Kue 2ospitais e dro0as) de di+erso
Kuando no de um po decente
sta o%ra & um peKueno 0rito neste tempo de crise e de0enerao de +alores e de amoresKue aponta para solu$es e"eti+as mesmo Kue pontuais e est= sensi%ilizada com o Kue acontece
socialmente e ir= determinar nossas +idas a cada dia Kue +ir= A +iol8ncia tanto Kuanto os +alores
(tais como solidariedade ou+ir o outro respeito senso crtico para a +iol8ncia estrutural ustia
social di=lo0o e outros) & al0o sist8mico Kue soprarmos ao +ento & o Kue +ai se espal2ar e aos
poucos culti+ar *a cultura do medo e da indi"erena cultura de paz
leitor +er= nesta colet>nea contri%ui$es di+ersi"icadas Kue se0uem um traado s
primeiros tr8s arti0os "ocam o modelo de comunicao e lin0ua0em apontando como criar um
di=lo0o aut8ntico sa%er ou+ir e manter con+ersa$es produti+as o%eti+as emp=ticas e como lidar
com con"litos a partir de modelos consa0rados para o caso s Kuatro arti0os se0uintes "ocam a
mediao de con"litos teorias e pr=ticas Kue conduzem uma mediao lLcida e produti+a %em
como discuss$es em torno da ustia e do direito para este ponto s dois arti0os se0uintes tratam
diretamente so%re o uso da m%ito escolar de +iol8ncia e no >m%ito do
udici=rio para a =rea da in">ncia e da u+entude - o caso aKui relatado de Porto Ale0re & o mais
a+anado e e#emplar do pas emos o prazer de contar com 0randes especialistas nacionais / %em
como a contri%uio de autores de Portu0al e @rana / para o tema da mediao e da restaurao
em prol de uma e"eti+a resoluo de con"litos partindo em especial do di=lo0o real emos depois a
contri%uio de Ana *ourado da%brin$&Save t#e '#ildren com seu importantssimo tra%al2o em
prol das crianas em relao aos modelos de assist8ncia e aportes socioeducati+os Por "im dois
arti0os Kue trazem uma +iso mais "ilos:"ica e &tico-pessoal do u da su%eti+idade e da relao
com o outro
sta & a Kuinta o%ra nesta lin2a editorial de cultura de paz e direitos 2umanos @az parte de
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1 9ntroduo : Comunicao +o iolenta (C+) 5
re4le;m%ito da ustia / +isto
Kue por e#emplo tornou-se uma das %ases "undamentais das Pr=ticas Restaurati+as
Comunicar-se & nada menos Kue o =pice do "ato da +ida esta%elecer-se como relao ?omos seres
num mundo +ital sist8mico onde os indi+duos encontram sentido apenas em relao relacionados desde
seu corpo e alma a ponto de no se poder identi"icar um indi+duo de modo isolado a no ser por uma
operao arti"icial al como nosso corpo & entendido como or0anismo conunto de mem%ros :r0os
tecidos c&lulas mol&culas e ener0ia tal como construmos identidade apenas e desde sempre como "amlia
parentalidade socia%ilidade e cultura assim mostra-se o todo da comunicao em nossa +ida A
comunicao como lin0ua0em de+e ser entendida primeiramente como dimenso ontol:0ica (essencial
constituti+a) e no apenas instrumento para o ser 2umano entrar em contato com outrem por meio da "ala
Comunicao & o "ato de e#ercer a +ida sist8mica e tal como a lin0ua0em constitui o Kue somos a cada
momento a nossa 2ist:ria as narrati+as mem:rias "eitos son2os ideais te#tos discursos en"im si0nos
?omos seres de si0ni"icao desde Kuando um nosso ancestral smio emitia sons em cima de uma =r+ore
para a+isar ao 0rupo so%re um animal predador at& c2e0ar s idiossincrasias in"orm=ticas em Kue um sueito
torna-se um blog ou um ap8ndice de si0nos multi"acetados e de multimeios ?omos seres da identidade
0rupo e tam%&m da alteridade da estran2eza SualKuer teoria ou m&todo Kue i0nore o "ato da identidade
interdependente "amiliar comunit=ria ecossist8mica em Kue podemos o%ser+ar a dimenso dos +nculos
0re0=rios e a"eti+os ou ainda Kue i0nore o *eseo ou Kue i0nore a alteridade e a estran2eza da +ida / o "ato
da +ida como con"lito Kue nos comp$em e Kue o somos - est= "adada super"icialidade Al0umas em nome
da mat&ria e do materialismo outras em nome do idealismo al0umas em nome de uma natureza 2umana
e0osta outras em nome de uma natureza 2umana %oa
A C! ser= apresentada %re+emente por n:s em aspectos "ilos:"ico-comunicacionais rele+antes e ao
mesmo tempo como "erramenta metodol:0ica o entanto de+emos ad+ertir Kue se al0u&m entende a
mesma como uma "iloso"ia a Kual 0ra+ita em um corpo especulati+o como centro e Kue e#i0e 0randes
estudos e discuss$es l:0icas no entrou de "ato no esprito desta +iso-ao *e i0ual modo se al0u&m
1 P2* P:s-doutor em Bio&tica Pro"essor de Resoluo de Con"litos C! e Pr=ticas Restaurati+as no M em*ireitos Numanos e na specializao em *ireitos Numanos da @P e nos cursos da AMA Pro" do M em?aLde Coleti+a da @P @ormado em Constela$es @amiliares / Nellin0er Institut 666 curadores com %r
http://www.curadores.com.br/http://www.curadores.com.br/7/21/2019 Dialogo, mediao e justia restaurativa
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pensa Kue entender= do assunto e o dominar= a partir de um esKuema met:dico "eito receita de %olo ou
manual de instru$es estar= com uma "orma +azia nas mos A intuio (conteLdo) sem conceitos carece de
"ormasQ os conceitos sem a intuio sem o rec2eio so +azios Xantianamente *e tal modo Kue para entrar
no mundo da compreenso e da lin0ua0em seu sentido inter-2umano pro"undo %em e#presso na pala+ra
di!logo & preciso aceder ao ser-no-mundo aos +alores comunit=rios "undamentais Kue nos constituem como
seres sociais
Suando li o c2amado de curso so%re Comunicao o-!iolenta e ti+e a oportunidade de "az8-lo
com seu criador Mars2all Rosen%er0 em EE, eu tin2a a ideia de uma metodolo0ia al0o dentro de uma &tica
comunicati+a con+encional ou mesmo utilitarista norte-americana ministrada por um sueito alin2ado ar de
%onzin2oQ por outro lado poderia ser um son2ador das pom%as de paz Kuia +estido de %ranco com uma
aura espiritual no%re Mas para min2a surpresa encontrei um sueito "orte asserti+o com uma e#presso
Kuase irada em al0uns momentosQ e Kue por +ezes toma+a nas mos al0uns %onecos de animais como 0ira"as
con"rontadas com lo%os e ensina+a as pessoas a "alarem como seres 2umanos de +erdade e Kue ol2a+a de
modo penetrante e "amiliar @oi uma aula de comunicao de simplicidade asserti+idade con"ronto de
a"etos e dores em o0o ou ocultas "ormas corretas e diretas de se dizer o Kue se Kuer e desea de si e dos
outros *o mesmo modo no era apenas uma aula mas um modo de acessar uma inteli08ncia relacional em
"orma de lin0ua0em Kue toca +irtudes "undamentais da +ida social e dos 0rupos FCaiu mais uma +ez a
"ic2aG
Mais do Kue KualKuer outra coisa a C! & a tomada de consci8ncia de nossas necessidades nossa
2umanidade nossa capacidade de cone#o e nossa capacidade de comunicao para al&m de KualKuer
lin0ua0em re%uscada ou especula$es 0ramaticais e l:0icas I0ualmente col2e sua "ora no de umconstructo arti"icial utilitarista Kue +em sanar al0o mas sim das +ontades prementes de entendimento
relao e superao de con"litos Kue 2a%ita em todo ser 2umano sal+o casos patol:0icos ou sociopatias
empoderadas de modo incontorn=+el
O esta consci8ncia com roupa0em de teoria e de pr=tica Kue a0ora de modo reducionista e li+re
tra0o tona alertando Kue o Kue +ale so os processos +i+os pois as pala+ras so arremedo tateante do Kue
ocorre no encontro 2umano sempre Fm-parG momento Lnico airs ou 0raa 2umana instante em Kue
"ulcros de +ida plena podem se a%rir ou passar desaperce%idos
1 > (#to 9 5 * su?eito) @uem somos nAs se no um ponto em con?untos in4initos de uma teia de
interdependBncia, vulnera!ilidade e responsa!ilidade
Suando o sueito per0unta por si mesmo encontra apenas elementos os Kuais une num conunto e
Kue de "ato no pode ser pensado separadamente le %usca compor sua identidade no meio desta
multiplicidade por&m & a%solutamente imposs+el encontrar-se como um o%eto de"in+elQ ele precisaria
apontar tudo aKuilo Kue no & ele mesmo para ento restar o Kue & ele mesmo m 0eral nos de"inimos por
nomes os Kuais so dados dentro de um 0rupo ou si0ni"icam al0o ou = e#istem ou esto dentro de uma rata-se de uma e#posio mais pr:pria da Kuesto das rela*es e con+litos em Kue insiro outros elementos al&m da
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ln0ua e cultura ou mesmo produzem al0um som ou si0no o entanto mesmo sem sa%er %em Kuem se & o
sueito Fsa%eG de coisas Kue so necess=rias e importantes para sua +ida
*i0o isto pois Kuando ol2amos a "undo os camin2os (mtodos) ou concep$es em torno das
rela*es e con+litos e o Kue a C! traz nos +emos a re"letir so%re Kuem somos e o Kue %uscamosQ FKuem
somosG no & uma ess8ncia meta"sica racional ideal e pronta ou um "also e0o idealizado mas como nos
relacionamos como nos a"etamos e atin0imos outrem / %em como nosso am%iente +i+o este sentido ca%e
%em a per0unta so%re Kual o 0rau de consci8ncia Kue possumos a cada momento em Kue +i+emos o mundo-
rela$es *e i0ual modo se 2= con"litos Fl= "oraG de al0um modo eles tem a +er comi0o e me atin0em se
entro em con"litos ne0ati+os preciso ol2ar sistemicamente e +er em pro"undidade a parte Kue me ca%eQ
mesmo aKuilo Kue nome ca%e na medida em Kue acontece passa a "azer parte do Kue me ca%e de min2a
2istoriaQ e assim preciso lidar com eles resol+8-los de al0um modo dentro e "ora de mim
AKui podemos trazer a ener0ia da interdepend8ncia e da +iso sist8mica ?e mudo al0o em mim
mudo al0o no mundo mesmo Kue sea pouco FSuando me mo+o o mundo sai um pouKuin2o do lu0arG diz
o cancioneiro pernam%ucano *e outro modo trata-se do Kue c2amo de circulao do pat#os. a +ida social &
re0ida por trocas de coisas e de ener0ias de climas emocionais de estados mentais de d+idas e direitos
num +erdadeiro o0o sist8mico com al0umas re0ras e com muita comple#idade e possi%ilidades em a%ertoQ
circula entre n:s essencialmente amor e :dio li0ao e repulso @undamentalmente a circulao da
a"eti+idade (e os +=rios n+eis em Kue ela ocorre como amizade compan2eirismo se#o amor sentimentos
"ilantropia luta e outros) & a Fli0aG ou a ener0ia %=sica Kue interconecta os sueitos al pode ser dito pela
noo "sica de campo ou ainda com a noo %iol:0ica de campos mr+icos ou mesmo a ideia depaisagem
mentalou mandala em Kue atuamos,
ncurtando os termos pensar os con"litos e#i0e inda0ar como o meu Fser no mundoG tem se
e#ercido o Kue me ca%e diante da +ida con"liti+a Kue en+ol+e a mim e a meus pr:#imosQ como ten2o
"erramentas para lidar com eles como me preparei emocionalmente para lidar com eles como posso audar
outrem a lidar com eles I0ualmente entender Kue lidamos com um campo de rela$es comple#o delicado
con"liti+o "r=0il mas Kue ao mesmo tempo +isa ao eKuil%rio satis"ao resoluoQ campo este em Kue
?ueito e %eto (ou u e utro) so pro"undamente codependentes numa teia +i+a Kue nos ultrapassa +em
antes de n:s (tempo 2ist:ria antepassados tradio) e +ai al&m de n:s ("uturo no+as 0era$es) Com isto
colocamos em causa a ideia de sueito como e0o controlador dominador sen2or de si independente do Kueocorre com outrem pretensamente consistente e isento de m=scaras e "ra0ilidades supostamente imortal e
inatin0+el "ora do sistema ou do o0o da +ida do amor(dor) e da morte
Portanto "ocar a ustia em termos opositi+os simples de Fculpados U inocentesG pode ser um
m&todo e ol2ar %astante arcaico e +iolentoQ pode ser uma "orma de apoiar sutilmente a teoria do Fol2o por
ol2o dente por denteGQ pode ser um modo reducionista de positi+ar (positi+ismo) a comple#idade 2umana
Furidi"icandoG do0maticamente os con"litos 2umanos e as rela$es sociais (ou ainda 2omo0eneizando as
disparidades)Q pode ser a reproduo de um dos maiores esKuemas mentais +iciados e esKuizo"r8nicos do
ocidente. o Bem contra o Mal tout court assim a"irmar o modo de proeo da ?om%ra so%re os, !ide Pelizzoli E1E Ca%e aKui entre outros autores +er o pensamento de Marcel Mauss na Kuesto da eoria do
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di"erentes +ulner=+eis loucos prostitutas e#cludos e con08neres
A C! se arrisca a usar a pala+ra compaixopara "alar de nossa natureza 2umana %asilar / portanto
relacional / no sentido daKuilo Kue mais nos toca. o so"rimento e a %usca da "elicidade 7 *este modo no se
trata de Fter pena de al0u&mG - o Kue em 0eral oculta nossa dor tanto Kuanto a 2umanidade do outro e nos
colocando num estatuto acima dele o se trata de ser F%onzin2oGQ no se trata ainda de ser reli0ioso ou de
ceder sempre de apiedar-se propriamente e de ser sempre emoti+o rata-se de entender e sentir
pro"undamente Kue estamos no mundo da +ulnera%ilidade e Kue todos Kueremos ser "elizes todos "azemos
muitas coisas %oas e ruins em nome disso Por +ezes somos le+ados pela ignornciade nossos +alores e
anseios mais pro"undos m 0eral estes anseios t8m a +er com a des0astada pala+ra amor; Kueremos
"erozmente ser amados Kueremos amar ser Lteis realizar a socia%ilidade nem Kue sea direcionada
%asicamente a "amiliares e ami0os Suando este processo relacional & a"etado3"erido / +isto Kue no somos
apenas um sueito racional material o%etal "rio e calculista / e ocorre o Kue c2amamos de +iol8ncia min2a
ou de outrem ento n:s so"remos m tempos de desa0re0ao e crise do sueito (altos ndices de depresso
estresse suicdio ansiedade tristeza cr4nica "adi0a emocional traumas de +=rias ordens consumo enorme
de psico"=rmacos etc) mais do Kue nunca precisamos e Kueremos a todo custo nos conectar com a nossa
natureza a"eti+a cuidadora de +alores 2umanos tais como amizade 0enerosidade solidariedade apoio e
outras Mas por +ezes erramos o camin2o e aca%amos por tomar +ias Kue aumentam o so"rimento e Kue
+iolentam Por e#emplo. depend8ncia de dro0as e uso a%usi+o de =lcool +in0anas consumismo
desen"reado FesportesG +iolentos adic$es de todo tipo culto narcisista da ima0em culto do poder e do
din2eiro "ama e sucesso a todo custo9
omar consci8ncia estar presente e culti+ar o >m%ito da compai#o remete a esta cone#o com+alores os mais importantes de nossa +ida social e da nossa natureza ontol:0ica relacional Pontualmente se
ol2o o outro a partir do >n0ulo da +ulnera%ilidade em comum por mais Kue ele e#i%a "ora e +iol8ncia
consi0o ter uma compreenso mais pro"unda das cone#$es %em como tomar posio mais asserti+a nos
con"litos;Posso por e#emplo ancorar em mim uma paisa0em mental propcia relao o Kue "a+orece
ener0eticamente os momentos de encontro e paci"icao de con"litos-c# bin du enn ic# bin ic#
Por "im este contorno inicial apresentado +ale "undamentalmente para Kue nos demos conta no
con"lito do Kue ocorre conosco e com o outroQ de Kual comple#idade 2umana se trata Kuando +emos de+ato
um sueito o Kue ocorre Kuando estou diante de al0o Kue & mais do Kue um o%eto capturado por meu ol2are0oico
/ > (#to 99 5 * *utro) # tica como Eualidade relacional, comunicao e no5violBncia
FPor Kue entramos em atrito Por Kue nos desentendemos Por Kue %ri0amos G ste & um modelo
!ide Pelizzoli EED cap 117 anto para Arist:teles Kuanto para os Budas escapar do so"rimento e %uscar a "elicidade & a moti+ao %=sica dos
seres 2umanos compondo a %ase Lltima de todo proeto toda meta todo es"oro9 C" Pelizzoli E11 cap ; !ide Rosen%er0 EE, cap 1
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de "rase Kue utilizo nos cursos de resoluo de con"litos interpondo depois da per0unta um dose 0rande de
sil8ncio e de ol2o no ol2o com os mem%ros do 0rupo Mais do Kue constran0edor este sil8ncio e ol2ar t8m a
capacidade de despertar tons inaud+eis por tr=s das con+ersas Kue acontecero no decorrer de um tra%al2o
Kue tem uma caracterstica psicossocial importante. acessar al0uns o%st=culos / emocionais a"eti+os ou
relacionais / Kue todos n:s Kueremos superar em prol de nossas necessidades de %om relacionamento com a
+ida Para al&m da +iso de culpa de um o"ensor ou de +itimizao de uma +tima o Kue se procura & a
superao das condi$es de condicionamento ao Fmodelo de"esa-ataKueG ou Fmodelo do lo%oG como diz
Rosen%er0 para ento acessar a escuta"undamental e as pala+ras positi+as 0eradoras - como pede a erapia
Comunit=ria reconstruindo com 2onestidade al0umas causas e e"eitos psicossociais de +iol8ncia
o >m%ito da re0ulao social seria como acessar a uma &tica "undamental entendida para al&m dos
moralismos "ormais le0islati+os normati+os reli0iosos Otica +em de et#os e diz da morada de como
2a%itamos um espao-am%iente portanto sempre relacional Otica entendo aKui como capacidade de
rela$es concertadas e consertadas com a +ida capacidade para lidar com con"litos de modo positi+o
ntendida assim a C! & uma tica e uma tica pr!tica em Kue de+emos - sem ne0ar +alores e
responsa%ilidades - nos colocar para al&m do %em e do mal al&m da moral dicot4mica is porKue uma das
"rases essenciais e Kue resume muito desta +iso diz. FPara al&m do certo e do errado e#iste um lu0ar.
somente ali nos encontraremosGD
*e i0ual modo "alar em &tica remete Kuesto da alteridade Alteridade & a caracterstica de al0o ou
al0u&m ser outro de "ato permanecer na di"erenaQ ou sea ele no se do%ra identidade ao Mesmo
domesticao ao "amiliar ao 0ueto1E er em mente este Fprincpio de realidadeG & essencial para uma das
tare"as mais importantes da +ida. aceitar a +ida como ela se mani"estou o outro com seu ser pr:prio Para aC! d=-se um acontecimento salutar Kuando aceitamos outrem como tal. ocorre al0o dentro dele e dentro
de mimQ por e#emplo ocorre um sutil despertar de compai#o ou ainda ocorre um +islum%re de Kue a +ida
tem al0o de adeKuado mesmo diante da inadeKuao 2= %eleza 2= al0o maior Kue nos supera e Kue para
al&m de nossa normose "orada 2= possi%ilidade de amar e de ser amado N= um aspecto curati+o na
aceitao de outrem como tal Isto no si0ni"ica Kue necessariamente eu precise aceitar o ato "eito ou certos
comportamentos dele mas sim aceit=-lo como pessoa Kue tem um lu0ar no mundo Para a Cultura de Paz
como diz o con2ecido mestre %rasileiro 'ama Padma ?amten trata-se de Fdar nascimento socialG a al0u&mQ
"az8-lo nascer para +oc8 e para um 0rupo ol2ando-o +erdadeiramenteQ nos casos de crianas e adolescentesespecialmente em con"litos com a lei e em desa0re0ao "amiliar isto & a%solutamente necess=rio e %=sico
para KualKuer recomposio e medida social educati+a
Para a C! +i+er em comum & +i+er na %ase de rela$es e con"litos tanto Kuanto para a Otica da
Alteridade / uma das "ontes Kue inspiram min2as o%ras11u sea no temos uma i0ualdade na %ase mesmo
Kue ten2amos muitas coisas semel2antes e necessidades em comum Na%itamos um mundo de muitas
"ormas da %iodi+ersidade do mLltiplo das muitas "aces ln0uas se#ualidades Ao "undo de tudo 2= tempoe
mudana insuper=+eis. nada permanece i0ual Portanto a Kuesto no & como e+itar a mudana a di+erena
D 5ris2namurti apud Rosen%er0 EE,1E C" Pelizzoli EED cap 11 e E11 cap
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mas como lidar %em com ela
o discurso da C! "ala-se de con"litos negativose de con"litos positivos para e#pressar aKueles
Kue 0eram mais dor m=0oas estra0o siner0ia ne0ati+a etc ou os Kue 0eram siner0ia positi+a mudanas
criati+as reno+a$es e no+os est=0ios de relao ou comunicao / e assim reparao e al0uma a"eti+idade
A tare"a da C! & audar a entender os con"litos ne0ati+os atuar em suas causas (atuar at& certo ponto pois
muitas Kuest$es ultrapassam sua es"era como Kuest$es econ4micas ou psicol:0icas mais 0ra+es) e
promo+er as estrat&0ias positi+as resoluti+as e de relacionamentos saud=+eis por meio do encontro e da
comunicao sem %loKueios como +eremos *e al0um modo trata-se de recuperar a capacidade para o
di=lo0o curando a sua incapacidade como diria Hadamer
'omunicao como relao vital
?o%re o aspecto comunicacional perce%e-se Kue muitos estudiosos da =rea se restrin0em a
dimens$es 0ramaticais an=lise de discursos lin0ustica e pesKuisas do 08nero muitas +ezes sem uma an=lise
pra0m=tica / sem implica$es em termos de +iol8ncia e paci"icao por e#emplo e o aspecto resoluti+o da
comunicao Por outro lado a populao em 0eral no ol2a criticamente e lucidamente para o modelo de
comunicao utilizado tanto Kue so"re de manipula$es de todo tipo +ia discursos e mdias ?e os
acad8micos Kuase no se de%ruam so%re dimens$es resoluti+as e &tico-pr=ticas da lin0ua0em mais Kue
instrumento de tra%al2o e pesKuisa se a populao presta pouco ateno ao modelo (pouco resoluti+o) de
comunicao utilizado como dar-se conta de Kue a lin0ua0em & nosso medium como diz Hadamer e Kue a
comunicao & a %ase da +ida social dos con"litos e das suas resolu$es Por outro lado muitos te#tos na=rea de resoluo de con"litos %uscam cada +ez mais esta dimenso da comunicao e do discurso mesmo
Kue por +ezes tomem isso numa dimenso instrumental e no ontol:0ica - "undante da socia%ilidade e &tica
Comunicao no & apenas o0o de si0nos e si0ni"icantes no & apenas "alar escre+er e sinalizar no & um
mero instrumento no & um corpo de estudos ou umaideologia no & um o0o 0ramatical e de licos mas
lin0ua0em +ital e como tal am%iente3meio da +ida 2umana como socia%ilidade Para a C! in"elizmente
rece%emos ou construmos um tipo de comunicao 0rotesca pouco transparente pouco conectada com o
Kue nos a"eta e o Kue a"eta o outro1 O preciso ur0entemente cuidar disso
/a no0viol1ncia
m termos 0erais a no-+iol8ncia & uma tradio te:rica e pr=tica muito lon0a Kue tem em Hand2i
um de seus nomes consa0rados A C! inspira-se "iloso"icamente nesta tradio aurindo tam%&m outros
sa%eres de modelos comunicacionais de paz tanto Kuanto do sa%er da psicolo0ia social e de 0rupos Para
entend8-la & preciso Kuestionar e alar0ar o conceito de +iol8ncia no sentido de tir=-lo do >m%ito
e#tremamente reduzido da +iol8ncia criminal Fdo %andido e do assassinatoG e pens=-lo sistemicamente
dentro de campos sociais con"liti+os dentro de necessidades "eridas dentro de perdas de di0nidade e da
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2umil2ao dentro da produo de F%odes e#piat:riosG sociais dentro da +iol8ncia estrutural e seu
apart#eidsocial A +anta0em da C! & Kue 2aurindo +alores necessidades emo$es e pedidos essenciais
Kue os seres 2umanos t8m para +i+er al&m de necessidades materiais ela "az-se essencial em KualKuer
>m%ito social e mesmo em conte#tos de crise e desestruturao - pois todo sueito Kuer ser entendido
respeitado Kuer al0o de al0u&m e precisa pedir tem +ulnera%ilidades depende dos outros Kuer al0um tipo
de lao social e assim por diante A "iloso"ia da no-+iol8ncia aponta ustamente para estes +alores "undantes
do social e mostra Kue a +iol8ncia no "az parte deles (o con"lito positi+o sim) 1, m deseKuil%rio social
(por e#emplo um assassinato ou um dano moral causado a al0u&m) tende sempre a um no+o eKuil%rio sea
ele pela reproduo de no+a dor (casti0o +in0ana etc na economia das trocas de danos) ou ainda pela
produo de reparao restaurao re0enerao de laos responsa%ilizao de o"ensores reconciliao
pedido de desculpas arrependimento con"rontao com a comunidade e autoridade e outros meios mais
positi+os A "iloso"ia da no-+iol8ncia tem portanto um sentido realista e no pede necessariamente Kue nos
amemos mas Kue e+itemos al0o Kue sempre tememos e Kueremos e+itar. a +iol8ncia a +iolao de outrem a
Kual em 0eral re+er%era pelo tempo e pelo espao "amiliar e social1 desa"io & o como"azer isto
Kue ocorre & Kue a C! como outras +is$es resoluti+as "oca em um momento-c2a+e nos
encontros e con"litos. a capacidade o modo e os e"eitos do di=lo0o
F > (#to 999 5 # intersu!?etividade) 9ntroduo ao dilogo real
O comum ou+ir pessoas relatarem Kue Fti+eram um di=lo0oG Kuando na +erdade ti+eram um em%ate
sem troca ou compartil2amento realQ ou ento +i+enciaram um con"lito ne0ati+o 0erador de e"eitosentr:picos e relatam Kue "oi uma Fcon+ersa ruimG A pala+ra di!logo como tantas outras do nosso rico
+oca%ul=rio so"reu despontencializao e des+ios *i=lo0o deri+a da pala+ra logosQ seu sentido primeiro &
dizer "alar Ao mesmo tempo sa%e-se Kue Kuem diz al0o Kuer produzir um si0ni"icado Kuer dar a entender
al0o mundo ou seu modo de +er o mundo a outrem A lin0ua0em e a dentro o "alar encontra seu sentido
primeiro e Lltimo em dizer al0o a al0u&mQ al0u&m est= sempre no "undo em re"er8ncia o Kue pode incluir a
n:s mesmos enKuanto somos partes e personalidades em uma Lnica pessoa Cantar sinalizar 0esticular "azer
poesia "azer caretas e#pressar com o corpo (o corpo & uma das maiores +erdades da e#presso o Kue menos
sa%e mentir T) emitir um suspiro %u"ar pular danar "azer sil8ncio diante de al0o ol2ar "ec2ar os ol2os0ritar c2orar rir +estir-se de tal modo usar tais cores encol2er-se emperti0ar-se cur+ar-se empinar-se etc
?o al0umas das "ormas de ser lin0ua0em si0ni"icao num mundo de si0ni"icados e rela$es entre seres A
partcula diatem o sentido de atra+essar passar a %ola cruzar para o outro lado interpenetrar Compreendida
deste modo no se de+eria usar a e#presso Fdi=lo0oG Kuando no 2ou+e esta troca real de sentidos com
uma +ia de encontro di=lo0o tem um poder 2umanizador pois est= calcado na escuta e cone#o com
outremQ toca inclusi+e em al0o da ordem da cura da participao no coleti+o m2sterium coniunctionis,to
%em e#presso nos m2t#ose 2ist:rias das tradi$es em suas +idas comunit=rias
Suais so os pilares do di=lo0o para Kue sea di=lo0o A escuta apergunta e o Kue est= pressuposto1, C" Muller EE;
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nestes "atores. a presena A escuta & a capacidade tal+ez a mais importante para nossos dias de con"litos
ne0ati+os o & estar com os ou+idos a%ertos mas colocar-se com corpo e mente na dimenso ou no campo
o Kual se necessita instaurar para 2a+er a circulao a troca o dia Para termos uma ideia da peculiaridade
deste "ato aponto aKui o Kue pode impedir de al0um modo a real presena acompan2ada da escuta se0undo
Rosen%er0.
*ar consel2os (Fcreio Kue de+erias Como & Kue noG)
ratar de animar o outro (Fisto no & nada +ou contar o Kue me ocorreuG)
entar instruir
ratar de consolar (Fno & culpa suaQ "izestes o poss+elG)
Contar al0uma 2ist:ria parecida
*es+iar a Kuesto (Fanda anima-te Isso no & nadaG)
Compadecer-se (Fo2T CoitadoG)
Interro0ar (FKuando comeou issoG)
*ar e#plica$es
Corri0ir o outro (Fno isto no ocorreu assimG)17
ma mediao nos moldes urdicos Kue con2ecemos no udici=rio do pas e mais ainda uma
conciliao em 0eral no contemplam um di=lo0o a%erto e reparati+o como prop$em por e#emplo os
crculos restaurati+os e a
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pouco e#plorado apesar de Kue o uso de +isualiza$es positi+as ou da +iso de rede e inseparati+idade da
psicolo0ia (%udista por e#emplo) ou da realidade do poder do pensamento so%re as a$es o
su0estionamento a ateno "ocada o e"eito place%o etc so cada +ez mais estudados e le+ados a s&rio Isto
retoma a#iomas anti0os de Kue ao mudar al0o em mim mudo al0o no mundoQ ou ainda Fsea a mudana
Kue +oc8 Kuer +er no mundoG (Hand2i)Q FKuem ol2a para "ora son2a Kuem ol2a para dentro acordaG ( (#to 9 5 Caminos de 9ntersu!?etividade) * esEuema simpli4icado da C+
1; C" Nellin0er EE;1 C" Pelizzoli EED cap 11 e Pelizzoli E1E (%) A +ale t% +er o conceito de Corpo de *or de cXardt olle no
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#pressando #onestamente como eu estou
sem Kuei#a ou crtica
Acol2endo com empatia como o outro est=
sem Kuei#a ou crtica*-S3#6HS1 #pressando #onestamentea ao concreta
Kue eu estou o%ser+ando (+endo ou+indo
lem%rando ima0inando) Kue est=
contri%uindo ou no para meu %em-estar
1 Acol2endo com empatia a ao concreta
Kue o outro est= o%ser+ando (+endo ou+indo
lem%rando ima0inando) Kue est=
contri%uindo ou no para o %em-estar dele
a pr=tica.
-- dizer o Kue o%ser+o sem ul0ar sem
"azer in"er8ncias sem relacionar com
outra situaoQ
-- no 0eneralizarQ-- usar sempre
a pr=tica.
-- ou+ir atentamente sem ul0ar sem "azer
in"er8ncias sem relacionar com outra
situaoQ
-- aclarar por meio de per0untas pontos Kueno compreendeu %em
S+9M+*S #pressando #onestamentecomo euestou
me sentindo com relao ao Kue o%ser+o
Acol2endo com empatiacomo o outroest=
se sentindo com relao ao Kue o%ser+a
a pr=tica.
-- usar a e#presso Feu me sintoG
-- relacionar meu sentimento s min2as
pr:prias e#pectati+as e no ao do
outro
a pr=tica.
-- usar a e#presso F+oc8 se senteG
-- audar a relacionar o sentimento do outro
s e#pectati+as dele e no min2a ao
+CSS9D#DS, #pressando #onestamentea ener0ia +ital
na "orma de necessidades +alores deseos
e#pectati+as ou pensamentos Kue esto
criando meus sentimentos
, Acol2endo com empatiaa ener0ia +ital na
"orma de necessidades +alores deseos
e#pectati+as ou pensamentos Kue esto
criando os sentimentos do outro
a pr=tica.
-- nomear com clareza min2as pr:prias
necessidades sentimentos +alores
e#pectati+as etc
a pr=tica.
- con"irmar com o outro sua +erdadeira
necessidade sentimento +alores
e#pectati+as etcDM#+D#S #pressando #onestamente, sem
imposio o Kue eu 0ostaria de rece%er do
outro Kue mel2oraria a min2a +ida
Acol2endo com empatia sem in"erir
imposio o Kue o outro0ostaria de rece%er
de mim Kue mel2oraria a sua +ida
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a pr=tica.
- usar pala+ras e#press$es e 0estual de
solicitao nunca de comando coao
ou imposio (eu 0ostaria KueQ +oc8
poderia)
a pr=tica.
- acol2er com interesse e con"irmar a
solicitao (+oc8 0ostaria Kue euQ +oc8
est= me pedindo para)
(@onte. Rosen%er0 EE,)
o aspecto mais pra0m=tico propomos ol2ar a C! como um so+tear %astante aprimorado no
Kual as possi%ilidades de rudos inter"er8ncias tra+amentos e +rus so muito menores pois trata-se de um
Fso+tearli+reG transparente e %asilar Kue aponta para "ontes mais ela%oradas de tradi$es comunit=rias e
de 0rupo no Kue t8m de e#cel8ncia comunicacional m nossas sociedades mais ainda naKuelas mais
desestruturadas em termos sociais como no Brasil adotamos amplamente al0uns pro0ramas ou
inteli0i%ilidades (so+tear) Kue carre0am em si muitos F+rus e ca+alos de troiaG (%atal2a) sempre prontos a
com%ater o outro ou sea so pro0ramas Kue rodam na %ase da "ora coao estrat&0ias de poder mentiras
en0ana$es "alsas promessas sorrisos amarelos pu#adas de tapete o"ensas diminuio do outro peram
ainda pelo anti0o Si vis pacem, para bellum peram na l:0ica do ataKue-de"esa sendo Kue & neste conte#to
Kue se entende a "rase Fa mel2or de"esa & o ataKueG ou ainda FKuem no %ate apan2aGQ ou ainda Fno le+ar
desa"oro pra casaG e assim por diante a medida em Kue entro num conte#to enriecido ou numa paisa0em
mental tomada como s:lida e imut=+el sou tomado por aKuele >m%ito de lin0ua0em a "im de inserir-me
num mundo ter identidade a medida em Kue o padro de comunicao & +iolento aca%a-se por adotar a
+iol8ncia como "uncionalidade dotando-a aos poucos de certa normalidade (da a normose) assim
passamos a +er o Kue consideramos como sendo de "ato Fo mundoG F& assimG Fno mudaG
FO importante ressaltar Kue a C! no & uma t&cnica Kue ir= le+ar as pessoas a "azer o Kue
Kueremos ou a aceitar nossos posicionamentosQ o o%eti+o de conse0uir das pessoas o Kue se desea de+e ser
totalmente a%andonado pois o real o%eti+o da C! & paci"icar as rela$es e encontrar uma "orma de atender
s necessidades de todos os en+ol+idos na relao \A cooperao 0enuna & inspirada Kuando os
participantes con"iam Kue seus pr:prios +alores e necessidades sero atendidos\ G1D
so+tearC! mapeia as +iola$es e o%st=culos da comunicao e por conse0uinte da %oa clara
2onesta delicada e "actual relao com o outro e ensina os passos "ormais para uma troca de paradi0mas ou
como diz Ve2r uma troca de lentes A per0unta a0ora &. se eu troco as lentes e o outro no trocou como "ica
Kue a C! ensina & Kue mesmo Kue o outro no troKue as possi%ilidades positi+as ainda so +i0entes
com o uso da comunicao correta pois ela tem capacidade construti+a e de lem%rar ao outro no e#erccio
+alores "undamentais Kue mant&m a %oa relao e o Kue 0arante a ateno a escuta e as necessidades em
o0o u sea Kuando o outro perce%e min2a disposio de e+itar entrar na paisa0em contaminada e ao
mesmo tempo o o"erecimento de uma paisa0em construti+a e cuidadosa & muito pro+=+el Kue se possaFrodar este pro0ramaG e col2er seus %ene"cios deseado em 0eral por todos os Kue entram num di=lo0o ou
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no o0o comunicacional A isto acrescente-se Kue as pessoas em Kue pese a "ora e contaminao da +ontade
de poder e0ocentrismo estrat&0ias e ret:ricas maKuia+&licas t8m em %oa conta elementos como a
transpar8ncia a considerao o respeito o ser ou+ido a a%ertura ao a"eto o "undo todas Kuerem ser
amadas ou+idas e precisam do outro da comunidade Precisam de sentido social e sim%:lico em suas +idas
A C! c2ama este ponto de Fa%ertura para a compai#oG em Kue pese a m= compreenso deste termo no
ocidente no sentido de pena "raKueza %ondade mole ou sea como perda de seu sentido de intercone#o
%=sica +ida
Basicamente como podemos +er no Kuadro acima esta +iso e m&todo pre0a o sa%er ou+ir e o sa%er
"alar como me e#presso e como rece%o o Kue & e#pressado por outrem em termos dos Kuatro passos.
FSuais as a$es concretas Kue estamos observandoKue esto a"etando nosso %em-estarQ Como nossentimos
em relao ao Kue estamos o%ser+andoQ Suais as necessidades, valores, dese4os, etc., Kue esto criando
nossos sentimentosQ Suais as a$es concretas Kue estamos demandando de modo a enriKuecer nossas
+idasGE
Como citamos antes uma das "rases resumo da C! & tomada de 5ris2namurti (Fpara al&m do certo
e do errado e#iste um lu0ar. somente ali nos encontraremosG) e pode mel2or ser destrinc2ada assim.
Suando conse0uimos acessar o campo (instante e espao) em Kue perce%emos a realidade da +ulnera%ilidade
2umana e sua %ase na socia%ilidade3a"eti+idade3pat#os campo em Kue nos assemel2amos e li0amos &
somente nele Kue podemos encontrar um outro ser 2umano e"eti+amente como tal Podemos at& esta%elecer
rela$es utilit=rias o%etais do FIssoG como diz Bu%erQ mas ainda no conse0uiremos ver tocar ou sentir
entrar napresena,no Kue si0ni"ica o encontro O por isso Kue para esta tradio em Kue se insere a C! o
encontro & salutar & curati+o & elucidati+o & uma +erdade para al&m das raz$es +is+eis e dos ar0umentose0oicamente e dolorosamente centrados
'oment!rio direto a partir do es$uema da '56
este esKuema ou Kuadro apresentado precisamos compreender Kue & importante 2a+er em uma das
partes en+ol+idas ao menos - ou ento num terceiro um mediador por e#emplo - a disposio pr&+ia
necess=ria para o "uncionamento sist8mico de circulao da relao ou sea da cone#o Suando os
indi+duos = +8m por demais contaminados com suas dores seu Fcorpo de dorG suas "rustra$es e suasmarcas mentais as Kuais re+elam um 0rau perdido de inteli08ncia emocional consci8ncia emocional e ento
comportamento &tico se assim & torna-se mais di"cil acessar as necessidades en+ol+idas e a resoluti%ilidade
a Kue o con"lito tenderia
Perce%a Kue no Kuadro so duas colunas a do u e a do u pois preciso ol2ar para mim mesmo o
Kue est= ocorrendo comi0o Kuando o outro me atin0e o Kue estou "alando como estou rea0indo / ou sea
como est= o 0rau de reati+idade e Kualidade da resposta em mim - e se 2= uma %oa capacidade min2a de
cuidar de mim Kuando sou atin0ido ou no Reao aKui & di"erente de resposta e responsa%ilidade pois
rea0e-se em 0eral dentro da paisa0em +iolenta de modo autom=ticoQ "alta um dela2 ou sea espao atraso
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desacelerao para perce%er Kue al0o dentro de mim se mo+e (emovere/ emoo) e Kue & a parte Kue mais
contri%ui para o a0ra+amento do con"lito Resposta consciente & di"erente de reao autom=tica este
sentido o sa%er popular tem al0uns dizeres importantes Kue o denotam. Fconte at& 1EG (ou at& 1EE as +ezes
& mel2or)Q FrespireG Ftome um copo de =0uaGQ F+= dar uma +oltaG Fsenta um poucoG Fmuda de assuntoG
Fdei#a dissoG etc ] importante perce%er Kue no "undo sa%emos al0o do porKu8 de no nos entendermos ou
como podemos nos entender
primeiropassodeste Fm&todoG & sa%er observar ou sea sa%er "alar "azer o%ser+a$es corretas
"ruto de um sa%er +er a situao de modo mais amplo e tam%&m as necessidades Kue esto por tr=s das "alas
nossas e de outrem Costumo dizer Kue esta & a porta de entrada principal do encontro pois se errarmos a
todo o resto comea a "icar preudicado este sentido de+e-se di"erenciar entre Fuzos de "atoG (e# F+oc8
c2e0ou mais tarde ontem em casaG)Q ou ainda Fuzos de +alorG (e#. Fpara mim & importante Kue 2aa tal e
tal coisaGQ Fisto +ale para mimG etc)Q de 4u"os moralistas Kue catalo0am o outro ou sua ao (e#. F+oc8 &e0ostaG) s uzos moralistas "azem parte de uma estrat&0ia comunicati+a tr=0ica e en0anada de
e#presso de necessidades e emo$es do sueito Kue o utiliza Como o%st=culos neste passo podemos citar.
0eneralizar um comportamento de al0u&mQ rotular de KualKuer modoQ ironizarQ diminuir e su%estimar a
posio ou necessidades do outroQ o"ender e #in0arQ 0ritar e ameaar +er%al e "isicamenteQ "azer medo ao
outroQ "alar de modo 0rosseiro e com estupidezQ no dei#ar o outro "alarQ e+itar e usar de indi"erena
recusando a escuta - para citar os principais o%st=culos
F
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in+erdicas pois em al0um momento no & assimQ e al&m do mais tra0icamente (em especial com as
crianas) re"oram e criam um pacto de identidade do comportamento de al0u&m dando mar0em para Kue
ele aa assim pois no & estimulado em seus comportamento otimizados u sea eu rea"irmo Kue ele no
tem capacidade para "azer al0o di"erente e mel2or e ele assina em%ai#o e inclusi+e de"ende-ataca por este
modo
segundo passo proposto pela C! & o mais delicado em +ista de Kue nossa cultura no nos
ensinou a ter transpar8ncia com nossas emo$es e sentimentos pois cremos em 0eral Kue & sinal de "raKueza
t8-los ou e#press=-los como o medo e a rai+a nossos compan2eiros mais encarnados A situao se
con"i0ura ainda pior para muitas pessoas pois no c2e0am a ter consci1nciada sua +ida emocional aKuilo
Kue ocorre com seu corpo emo*es e +ala (o trio insepar=+el pelo Kual tra%al2o as possi%ilidades de
resoluo de con"litos inspiradas na C! nas Constela$es @amiliares e na psicolo0ia %udista ,) Portanto
Kuando rece%em uma "ala a0ressi+a ou interpretam uma situao de modo meramente ne0ati+o e Kue
consideram Kue no & certa o "azem s ce0as i0norando Kue so os pressupostos Kue se tem / a sua pr:pria
+ida emocional e a 0erao de preconcep$es so%re o outro e so%re o mundo / o 0rande mote da reao
+iolenta
mais di"cil para al0uns em contato com essa metodolo0ia & aceitar Kue o outro no o
respons!vel pela min#a vida emocional ou sea ele pode ser o estmulo de meu so"rimento Kuando ele
comete al0o 0ra+e contra mim ou meus pr:#imos mas nunca & o respons=+el pelo modo como reao
emocionalmente s situa$es de con"litos ne0ati+os perdas e assemel2ados
este sentido a C! estimula os comunicantes a e#pressarem al0o de seus sentimentos en+ol+idosnum con"lito mas alertando Kue se tome a responsa%ilidade em termos de +ida interna emocional para si em
relao ao con"lito Por e#emplo em +ez de culpar o outro pela min2a +ida emocional dizendo F+oc8 me "az
in"eliz ou F+oc8 & o culpado pela min2a dorG ou Feu me sinto "rustrado porKue voc1 no +eio me +erG
precisamos dizer Fme d:i o Kue +oc8 "ez e no consi0o lidar %em com istoG ou Fme sinto in"eliz porKue
ten2o a e#pectati+a de +i+er %em com +oc8 e isto no tem acontecidoGQ ou Fme sinto "rustrado porKue esperei
+oc8 naKuela noite e "iKuei s:G Kue parecem detal2es so na +erdade muito importantes pois trazem
2onestidade responsabilidadepelos pr:prios sentimentos sem no entanto dei#ar de pedir al0o a outrem ou
con"ront=-lo se a0iu de modo danoso?e por um lado a e#presso dos sentimentos en+ol+idos num con"lito aponta para a e#posio e
+ulnera%ilidade 2umana de todos n:s por outro lado demonstra um tipo de cora0em de e#presso e
transpar8ncia Kue "altam a muitas pessoas *e "ato & preciso e#ercer uma %oa dose de cora0em para iniciar
um processo de comunicao desse tipo em meio ao modelo +iciado uma "orma tam%&m de desa"iar a n:s
mesmos para al&m de nossos medos A +anta0em para a pessoa Kue usa este modelo & Kue comea a criar
um 0rau maior de con"iana unto a seus pr:#imos ou em seus 0rupos e a0ora no tem mais tanto a
necessidade de esconder certas coisas Pode operar com mais transpar8ncia dizendo no Kuando precisa
dizer no e dizendosimKuando Kuer de "ato dizer sim com o di"erencial de Kue sa%e ou+ir os sentimentos
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seus e do outro
"ato de a C! ter posto como essencial a Kuesto dos sentimentos en+ol+idos no con"lito
representa um 0an2o de consci8ncia na KuestoQ as pessoas %ri0am %asicamente moti+adas por emo$es
ne0ati+as em 0eral c2e0ando at& a escra+izar-se pelas mesmas (tendo o medo e a rai+a como "undos
prementes) Noe sa%emos Kue somos %astante 0uiados pelos condicionamentos e Fdisparos emocionaisG de
nosso c&re%ro FreptilianoGQ temos dimens$es %astante primiti+as e som%rias Kue so partes de nossa natureza
'idar %em com elas & apontado como a mais importante das inteli08ncias
terceiro passo Para a C! os sentimentos esto colados s necessidades u sea temos muitas
necessidades %=sicas materiais sociais e todas elas em maior ou menor 0rau esto li0adas possi%ilidade de
satis"ao sendo Kue o mecanismo principal Kue as re0ula so os sentimentos mais do Kue a razo ?e
nossas necessidades importantes so ne0adas podemos "acilmente "icar com medo rai+a tristeza
"rustrados ma0oados irritados e tomados por emo$es ne0ati+as ?a%emos todos de nossas necessidades
%=sicas como alimentao moradia +estimenta etc *e+emos lem%rar tam%&m o Kuanto outras necessidades
imateriais so muito importantes tais como. escol2er nossos pr:prios ideais o%eti+os e +alores comemorar
a criao da +ida e os ideais alcanados cele%rar as perdas dos Kueridos dos ideais Narmonia Beleza
Inspirao Paz Inte0ridade Autenticidade Criati+idade Prop:sito !alia Interdepend8ncia Aceitao
A"eto Amor Apoio Apreciao Comunidade Compreenso Con"iana Considerao mpatia
Pro#imidade Respeito ?e0urana emocional ?inceridade ranKuilidade
Suando usamos uma comunicao +iolenta no construti+a estamos "erindo necessidades e
sentimentos do outro e criando pro%lemas para n:s mesmosQ estamos l2e ne0ando aKuilo Kue deseamospara n:s e Kue & condio %=sica para o entendimento Mesmo Kue eu no possa satis"azer um deseo ou
necessidade do outro ou por e#emplo ele se c2oKue com o meu no sendo poss+el "azer um meio termo
ceder de+o ainda mais usar o di=lo0o pois estarei dando ao outro +alores e necessidades importantes os
Kuais no so propriamente o o%eto em o0o mas contam como +imos muitas +ezes %ri0amos em torno
do sentimento "erido ou a 2umil2ao causada e coisas semel2antes menos do Kue pela perda ou ne0ao de
al0o do mundo material a comunicao preciso entender Kue as e#press$es ne0ati+as ou ameaadoras do
outro esto coladas s necessidades no satis"eitas de toda ordem Preciso por conse0uinte contat=-las
atra+&s da a%ertura do di=lo0o real
Como 9ltimo passo temos o pedido ou demanda Kue Kueremos pedir aos demais Kue &
importante para n:s o primeiro ponto aKui & sa%er di"erenciar entrepedidoe exig1ncia A se0unda traz em
0eral em si elementos de +iol8ncia de 2umil2ao indi"erena de no escuta de no participao
#i08ncia & ordem mandato pela Kual se usa o modo imperati+o como em "rases %em con2ecidas. F+oc8
de+e "azer isto ou aKuiloQ eu estou mandandoQ +oc8 & o%ri0ado aG Podemos at& conse0uir o Kue
Kueremos desse modo por&m a C! a+isa Kue o custo pode ser muito altoQ podemos lo0o em se0uida ser
%oicotados 0erar clima de inse0urana rece%er Fo trocoG criar insta%ilidade emocional estresse "alta de
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transpar8ncia cultura do medo e coisas do 08nero
Suando al0u&m e#i0e de imediato conse0uir o Kue Kuer custa do respeito ou considerao aos
outros a custa dos tr8s primeiros passos apresentados as possi%ilidades de conse0uir so %em menores pois
ele 0era um "oco de +iola$es Kue +o em tese ser respondidas de modo semel2ante ou de modo ainda pior
rata-se de sa%er pedir o Kue se Kuer sem rodeios sem des+ios mostrando aKuilo Kue & importante
na relao ou na comunicaoQ de i0ual modo aclarar por meio de per0untas con"irma$es o Kue o outro
Kuer Por +ezes ele no acessa de "ato outros elementos Kue ele mesmo precisa os Kuais esto colados ao
"oco da discusso necessidades como as citadas acima de ordem imaterial e social I0ualmente pedir reKuer
i0ual considerao de interesses os meus e os de outrem7
rata-se de solicitar antes Kue mandarQ al0umas ln0uas sa%em disso Kuando dizem Kuando pedem.
Fe +oudraitG (eu 0ostaria)Q Fcan i 2a+eG (posso (ter) al0o)Q Fme 0ustariaG ?a%emos %em o Kuando
certas pala+ras so importantes tais como. por "a+or o%ri0ado eu te a0radeo como +oc8 se sente com
isto +oc8 concorda como +oc8 +8 isto eu 0ostaria Kue o Kue +oc8 necessita
Breve concluso
A C! & uma "iloso"ia pr=tica um m&todo e um modo de +er as rela$es 2umanas Kue tem como
+eculo principal a %oa comunicao e como inspirao a socia%ilidade^compai#o %=sica Kue orienta a +ida
2umana^social para sua realizao e satis"ao #pandiu-se pelo mundo nestes E anos de e#ist8ncia sendo
usada em +=rios setores e lu0ares e destaca-se como modelo para as metodolo0ias de resoluo de con"litos
mediao e di=lo0o como nos crculos restaurati+os a pr=tica trata-se de uma mudana di"cil pois e#i0eem muitos casos reaprender a comunicar-se mudar as lentes ou mudar de paradi0ma dei#ando oso+tear
+iolento por um pro0rama no-+iolento As possi%ilidades de conse0uir o Kue se Kuer al&m de no "azer
inimi0os e de se sair %em usando de maior transpar8ncia conse0uir entender o Kue o outro Kuer um pouco
mais de seu mundo perce%er a si mesmo no con"lito e no di=lo0o perce%er o outro en"im estas
possi%ilidades relacionais-comunicacionais so muito maiores Kuando se usa um modelo como o da C! do
Kue Kuando no se utiliza nen2um ?e assim "or temos uma "erramenta resoluti+a muito poderosa para usar
em >m%itos de 0rupo "amlia crculos encontros resoluo de con"litos reparao de danos mediao
conciliao con+ersa$es col:Kuios e assemel2ados Ca%e dizer ainda Kue em termos de tra%al2o no campodos *ireitos Numanos este modelo resoluti+o & "undamental e mostra-se promissorQ & uma "iloso"ia pr=tica
%em "undamentada e um m&todo amplamente testado Kue +em se e#pandindo aos poucos no pas9
Bibliografia
BY?-ZA? C [ PRAI? 5aJ 5o corao da esperana : guia de pr!ticas circulares Porto
Ale0re. < do stado do Rio Hrande do ?ul E11
7 N= +=rios aspectos da C! Kue no poderemos entrar aKui por "alta de espao Por e#emplo. o uso protetor da"oraQ o erro das compara$es o poder da empatia a e#presso plena da rai+a como li%erar a n:s mesmos eaconsel2ar os demais e outros !ea Rosen%er0 EE9
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HAMA M=rcia 'omunicao construtiva(te#to in&dito no pu%licado)
N''IHR Bert 'on+lito e Pa" : uma resposta ?P. Cultri# EE;
M''R
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/ Desacelerar o racioc8nio e a raciocinao para uma conversa produtiva
#ntonio Carlos alena;
Por isso a linguagem tambm nosso ponto de partida, nosso instrumento
cognitivo e nosso problema7. (Num%erto Maturana e @rancisco !arela A `r+ore
do Con2ecimento p ,)
A proposta "undamental deste arti0o ou captulo & de"ender uma maior
pro#imidade ou +inculao da e#presso +er%al e das proposi$es normati+as com a
conti0uidade da e#peri8ncia sensorial *escer a Fescada de in"er8nciaG (Ar0Jris e ?c2on
1D; 1D;1DD9) do a%strato para o concreto ou sea desconsiderar a +alidaoautom=tica ou intest=+el das a%stra$es ou das +is$es de mundo intest=+eis nas
con+ersas mesmo Kue 2aa a autoridade da tradio das comunidades pro"issionais como
0arantia de se0urana uma +ez "eita esta pro#imidade ou +inculao colocar a pr=tica
das comunidades pro"issionais aos testes tendo a lin0ua0em como instrumento e
simultaneamente como o%eto da in+esti0ao stes testes no se resumem apenas a
atender aos ri0ores dos usos adeKuados das re0ras de l:0ica mas so%retudo de+em
analisar as re0ras Kue esto operando e inspirando o processo ou a din>mica da
raciocinao ste te#to trata da de"esa de uma pr=tica artstica em "a+or da con+ersao
produti+a
#ntes de tudo, um artista da re4le;o
ra%al2o predominantemente como um consultor secundariamente como um
pro"essor uni+ersit=rio e ultimamente sou autor de li+ros Por 0osto e por maior
ocupao proporcional do tempo em tra%al2o sou um artista da con+ersao produti+a desa"io de KualKuer artista & traduzir para os outros uma a%strao uma +iso comple#a
;
Consultor autor de +=rios li+ros na =rea de di=lo0o produti+o teoria da ao 0rupos eor0aniza$es @undador da empresa alena I #ssociados 666+alencaeassociadoscom%r
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do mundo com uma lin0ua0em cont0ua ao sens+el capaz de alcanar e desempen2ar
%em duas "un$es. (a) emocionar o outro conectando-o com sua mem:ria a0rad=+el ou
sua "antasia e deseos latentes de al0um tipo de "elicidade e (%) descre+er ou realizar de
modo ino+ador sin0ular e est&tico sua atuao no mundo
@ao mediao de con+ersas produti+as em eKuipes e comunidades de pr=tica
tendo em mente Kuatro o%eti+os essenciais no meu tra%al2o de modo a audar as pessoas
a. (a) desacelerarem sua raciocinao (o processo comple#o de 0erao do raciocnio)
sem preudicar o ritmo o estilo a "orma e so%retudo a li%erdade de construo li+re do
pensamentoQ (%) identi"icarem e re"letirem so%re a or0anizao e a estrutura do
pensamento e da ar0umentaoQ (c) (e uma +ez alcanado %). sa%erem como analisar e
escol2er um modelo de ao uma +ez Kue se recon2eam inseridas e mantendo
intera$es com os outros naKuela estrutura e por Lltimo (d) sentirem-se in"ormadas eli+remente comprometidas com a construo dos sentidos e das deli%era$es da
comunidade de pr=tica
en2o de"endido uma tese um tanto contradit:ria em relao maioria dos te#tos
no mercado. s: podemos pensar se acionarmos nossas aptid$es de esta%elecer
relacionamentos conceituais sist8micos u sea a raciocinao o processo de raciocinar
& por natureza uma din>mica sist8mica cua or0anizao se d= por a"irma$es
(e#pans$es) e ne0a$es (depress$es) com%inadas Crianas com menos de cinco anos
esto aptas a construir estas or0aniza$es lin0usticas e#primindo pensamentos
comple#os tanto em F"ormaG Kuanto em conteLdo Com re"er8ncia s F"ormasG
dependendo da arKuitetura das or0aniza$es sur0em as estruturas ar0umentati+as nas
modalidades dos arKu&tipos sist8micos A"irma$es duplas duplas ne0a$es a"irma$es
se0uidas de duplas ne0a$es entre outras re+elam e For0anizamG as or0aniza$es
tipi"icando as estruturas ar0umentati+as sist8micas Muito %em. ento o Kue dizer Kuando
uma maioria a%soluta de pensadores inclusi+e eu mesmo a"irmamos Kue as pessoas no
pensam sistemicamente Isto aponta menos para o processo de or0anizao do raciocnio
e mais para a "alta de consci8ncia das estruturas sist8micas (no sa%emos Kue no
sa%emos) em Kue pese a or0anizao do pensamento ser sist8mica Assim Kuando
medeio as con+ersas as pontua$es se do tam%&m em cinco dire$es ou com cinco
prop:sitos. (a) como est= "luindo o processo do raciocnio (%) como est= or0anizado o
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pensamento e Kual a estrutura arKuetpica latente (c) para onde aponta o pensamento
di0amos o conteLdo ou sentido construdo e (d) diante da or0anizao e estrutura
re+eladas o Kue se pode "azer e "inalmente (e) para onde desea conduzir a con+ersa
%oco 4lutuante ou desacelerao da 4ala e da raciocinao
Num%erto Maturana e @rancisco !arela (EE1) de"endem Kue Kuando sur0iu a
re"le#o esta deu ori0em lin0ua0em e depois as condutas lin0usticas passaram a ser
o%eto da coordenao comportamental lin0ustica e de modo recorrente e recursi+o a
re"le#o passou a ampliar o escopo e a comple#idade da lin0ua0em da mesma maneira
Kue as a$es no meio passaram a o%etos das coordena$es comportamentais C2ris
Ar0Jris (1D;E 1D) e C2ris Ar0Jris e outros (1D7) dizem Kue a lin0ua0em & a anela dao%ser+ao (cient"ica) da ao
m min2a e#peri8ncia de mais de ,7 anos tra%al2ando com eKuipes e com
comunidades de pr=tica pro"issional constatei o predomnio das pessoas de%atendo mais
do Kue con+ersando dando mais opini$es atri%ui$es e comandos unilaterais de ao do
Kue in"ormando e por isso ou+indo menos do Kue a"irmam in+esti0ando menos do Kue
asse0uram concordando menos do Kue tentam persuadir ou esperar se0uidores de suas
teses empre0o da e#presso +er%al ou conceitual tende a uma escalada crescente e
ascendente de a%stra$es As pessoas usam termos ou conceitos Kue perdem sua
especi"icidade so%retudo com respeito a sua li0ao concreta com dados sens+eis de
modo Kue so usadas e#press$es ou construdos raciocnios cada +ez mais Funi+ersaisG
s +ezes escondendo at& mesmo um suposto sentido cultural aparentemente mais
concreto ?e0undo Caio Prado
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Kue "alar e asse0urar +erdades m ponto no entanto de+e ser cuidadosamente tratado.
Kuando com%inamos dois ou mais conceitos eles tendem a se modi"icar mediados dois a
dois por uma terceira a%strao nesta perspecti+a de+emos distin0uir a "luidi"icao
dos conceitos (5onder ' 1D1) Kue identi"ica as rela$es no processo de trans"ormao
conceitual da relati+izao ou con+eni8ncia dos conceitos pelas Kuais a pessoa diz o Kue
l2e interessa em cada conte#to Suando uma pessoa se ar+ora no direito de no ser
interrompida para testes de suas a%stra$es estamos na pr=tica concreta de +olta aos
princpios da proteo unilateral
outro te#to (!alena E1) de"endo Kue o termo di!logo "ica %em nesta tese
FCostuma-se considerar Kue Kuando as pessoas intera0em "alam umas com as outras
esto em Fdi=lo0oG si0ni"icado %=sico popular tradicional deste termo & col:Kuio
interao +er%al ou troca de ideias entre duas ou mais pessoas O um termo usado at&mesmo para ta0arelice "alat:rio me#erico e outras de"orma$es como uma pala+ra
0en&rica de "uno sem>ntica Kuase uni+ersal ada mais poderia ser to eKui+ocado e
criar tantos pro%lemas o entanto nestes Lltimos E anos 2= uma tend8ncia idealizada
um tanto inocente de tratar o di=lo0o com e#pectati+as Kuase per"eitas de transpar8ncia
sinceridade cuidado e escuta emp=tica entre outras compet8ncias ele+adas para as
pessoas en+ol+idas na interao +er%al esta lin2a idealizada esto Zilliam Isaacs
(1DDD) 'inda linor e Hlenna Herard (1DD) e so%retudo *a+id Bo2m (EE7) o mais
e#pressi+o deles sses autores de"endem e especi"icam as condi$es operati+as para Kue
o F%omG di=lo0o ocorra
A tese central de *a+id Bo2m para o di=lo0o como um processo ideal de
interao +er%al & a de Kue as pessoas so competentes para se manterem "ocadas em
duas "un$es primordiais. (a) identi"icar as teses e pressupostos de cada parte en+ol+ida
no di=lo0o e (%) perce%er as semel2anas e os padr$es recorrentes e recursi+os dos
pensamentos de todos enKuanto dialo0am ssas duas "un$es percorreriam todo Fo
processo do pensamento (de modo a) mudar o modo como ele acontece coleti+amenteG (p
,) Pessoalmente no e#perimento e nem perce%o isto em min2a +ida pro"issional
Portanto no recon2eo esta capacidade de disciplina e de ateno das pessoas nas
con+ersas Perce%o muito pelo contr=rio "alta "oco para ou+ir com iseno o outro
Creio Kue no "omos educados para tal compet8ncia e no nos inclinamos a
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desen+ol+er e +i+enciar as ele+adas +irtudes Kue *a+id Bo2m elenca em sua auspiciosa
tese Al&m do mais do ponto de +ista do aprendizado da ci+ilidade no +eo uma
preocupao +erdadeira com a educao re"le#i+a Somos o $ue +a"emos, no o $ue
discursamos osso modelo educati+o & ine"icaz entre outras raz$es porKue &
discursi+o unilateral e autorit=rio Por "im ainda na perspecti+a da educao considero
mais "=cil ensinar uma pessoa a desacelerar e a re"letir so%re seu pensamento nas cinco
dimens$es de pontua$es Kue indiKuei anteriormente do Kue a "icar "ocada num "lu#o
li+re de pressupostos comple#os produzindo simultaneamente no pr:prio curso do
processo da con+ersa as com%ina$es l:0icas e#austi+as entre todas as ar0umenta$es
enKuanto elas ocorrem a min2a e#peri8ncia tem sido mais "=cil interromper o "lu#o do
pensamento das pessoas identi"icando os pressupostos enKuanto esto sendo e#pressos e
e#plicit=-los or0aniz=-los estrutur=-los e ento test=-los di=lo0o proposto por *a+id Bo2m le+a em conta al0umas condi$es %=sicas.
(a) taman2o do 0rupo (%) "reKu8ncia de sess$es sistem=ticas (c) "orma de or0anizar os
encontros (d) esclarecimentos das normas para manuteno da natureza da interao (e)
descarte de a0endas e decis$es (") presena inicial de um "acilitador A proposta & to
arti"icial (e no entanto to ideal e auspiciosaT) Kue KualKuer 0rupo de pessoas pode
passar a dialo0ar se se0uir tr8s ou Kuatro princpios normati+os na interao lin0ustica
en2o "eito e#peri8ncias com pessoas de %oa +ontade Kue passam a dialo0ar com cinco
minutos de pr=tica desses princpios Mas Kuando +oltam para seus am%ientes
con+encionais passam a ser condicionadas por outros conte#tos e intera$es nos Kuais
predominam os ape0os as de"esas r0idas de teorias e a co%rana da tradio ou da
cultura onde +i+em u sea s: conse0uem dialo0ar num la%orat:rio Precisamos de al0o
Kue se aprenda e se acione na +ida pr=tica no cotidiano com os semel2antes
*a+id Bo2m de"ende treze condi$es FideaisG para o processo do Fdi=lo0oG ser
%em sucedido Min2a tese & Kue pensar assim e#i0indo condi$es de sucesso & pensar de
modo redundante tautol:0ico porKue essas condi$es FideaisG esto distantes das
compet8ncias e das 2a%ilidades das pessoas na pr=tica con+ersacional corriKueira em
praticamente todos os am%ientes ?a%emos Kue muitos outros lin0uistas e "il:so"os
indicam di"erentes condi$es operati+as ou ideais para a emer08ncia do Fdi=lo0oG
(Hrice (1D9D-1DD) Austin (1D9) ?earle (1D9DEEbEE%) Na%ermas (in Ar0Jris
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1D) !o0t (1DDEED) *ucrot (1D;) etc A per0unta essencial &. para acontecer o
di=lo0o o Kue +em antes as condi$es operati+as Kue o 0arantam ou o pr:prio "en4meno
do di=lo0o para poder asse0urar o aprendizado a emer08ncia e a manuteno daKuelas
compet8ncias m outro te#to (!alena E1) demonstrei a mesma preocupao. Fm
min2a e#peri8ncia de educador re"le#i+o acol2o o pressuposto de Kue a e#peri8ncia
pro0ressi+a incremental sea ela aditando +irtudes ou cumulando +cios 0era com o
tempo no somente as compet8ncias e os resultados correlatos e e#pandidos mas
simultaneamente as condi$es estruturais os F2=%itosG Kue condicionam sua
manuteno no "uturo ento +oltamos Kuesto do m&rito e temos de nos posicionar
para a escol2a. o Kue e como se de+e ensinar Mas insisto no consi0o a"astar a
per0unta. o Kue +em antes ento condio operati+a ou resultado deseadoG Ainda no
mesmo te#to arremato (!alena E1). FConcordo Kue o di=lo0o proposto por *a+idBo2m ser+e para temas a%stratos descon2ecidos ou misteriosos com sua "uno le0tima
e Ltil de produzir o pensamento di+er0ente ?er+e tam%&m para uso dos apai#onados de
KualKuer natureza Kue compartil2em uma crena comum e e#perimentem o 8#tase da
%oa comunicao ste "lu#o criati+o aditi+o apreciati+o en+ol+ente co-inspirado
cuidadoso & um deseo de toda pessoa Kue con+ersa e tem o mnimo de percepo Kue a
lin0ua0em tanto nos li%erta Kuanto nos aprisiona Como "alar da morte sem o di=lo0o
Como "alar de amor e cuidado sem o di=lo0o @ora do padro do di=lo0o di0amos no
padro de disputa de teses so%re o Kue acontece depois da morte ou do Kue trata o amor a
con+ersa "ica desa0rad=+el %urra tensa s&ria demais e inLtil os amantes do Kue
precisam al&m do di=lo0o Pessoalmente opino Kue os amantes amam no di=lo0o mas
Kuem sa%e tal+ez o Kue Kueiram mesmo & sil8ncioG
# Conversao produtiva = um meio termo
pr:prio *a+id Bo2m admite Kue o di=lo0o no ocorre em am%ientes
or0anizacionais Kue & meu am%iente pro"issional por e#cel8ncia (*a+id Bo2m EE7).
Fsse & um dos pro%lemas nos 0rupos de di=lo0o realizados em empresas ?er= Kue os
2omens de ne0:cios al0uma +ez desistiro da ideia de Kue esto l= principalmente para
o%ter lucros ?e puderem "azer isso 2a+er= uma trans"ormao real na 2umanidadeG (p
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71) AKui 2= uma atri%uio de concentrao ou e#clusi+idade de moti+os "inanceiros
Kue impedem o di=lo0o Certamente 2= outras raz$es a +erdade nas empresas esto
presentes outras "inalidades sociot&cnicas (com ou sem a preocupao com o lucro)
so%retudo porKue as pessoas esto reunidas para de"inir situa$es ele0er crit&rios
decidir e %uscar o%eti+os e#pressos ou t=citos inclusi+e o de 0an2ar din2eiro Suanto ao
%em da 2umanidade todos o Kueremos
en2o proposto a ideia de uma escala ou contnuo em Kue num e#tremo estaria o
de%ate e no outro o di=lo0o A con+ersao produti+a estaria em um meio termo m
ponto intermedi=rio em Kue no dependesse de condi$es ideais de sucesso Kue tal+ez
impliKuem ou e#iam mudanas radicais na natureza das pessoas em sua cultura e em seu
estilo de interao +er%al (o Kue em teoria de sistemas seria uma mudana de estado)
mas Kue tam%&m no ocorresse so% o calor dos ape0os e disputas emocionais das pessoasma proposta intermedi=ria Kue permitisse uma interao +er%al com li%erdade
espontaneidade transpar8ncia uma con+ersa capaz de ser su%metida aos testes de
+alidade no somente dos enunciados e conteLdos mas tam%&m da or0anizao e
estrutura ar0umentati+as desa"io seria como ensinar (praticando e#ercitando com) s
pessoas um modelo de interao +er%al na Kual 2aa sistematicamente os testes (a) dos
crit&rios Kue a+aliem os m&ritos ou utilidades das proposi$es estrat&0icas com distino
daKuelas +oltadas para os meios e daKuelas +oltadas para os "ins de modo a se alcanar
os o%eti+os razo pelas Kuais as pessoas con+ersam e decidem untasQ (%) da
or0anizao do pensamentoQ (c) da estrutura arKuetpica e (d) da "inalidade do telos das
proposi$es *esen+ol+endo la%orat:rios de con+ersao produti+a (C2ris Ar0Jris e
*onald ?c2on 1D; 1D; Ar0Jris 1D 1D7 !alena EE; EED E11 E1) %usco a
in+esti0ao e a an=lise dessas Kuatro dimens$es a partir dos testes das teorias-em-uso
dos en+ol+idos na con+ersa ra isto posto "ica claro Kue no posso como um artista de
mediao a%dicar de crit&rios pra0m=ticos para a emer08ncia e a manuteno de uma
con+ersao produti+a
o te#to = citado (!alena E1) de"endi as se0uintes teses para usti"icar o uso
da con+ersao produti+a nas eKuipes e or0aniza$es com as Kuais tra%al2o.
Fnaturalmente as pessoas no so disciplinadas e "ocadas no di=lo0o
elas t8m poucas oportunidades e condi$es de aprenderem as compet8ncias
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citadas por Bo2m
para KualKuer aprendiz & mais "=cil interromper o "lu#o con+ersacional
e testar os pressupostos do Kue o contr=rio
ou sea o%ser+ar com%inar e analisar di+ersos pressupostos em pleno "lu#o
li+reG
Acrescento ainda. a con+ersao produti+a promo+e direta e constantemente a
tese do pensamento coleti+oQ o e#erccio sistem=tico desse tipo de con+ersao
desen+ol+e a capacidade essencial de pensar e "alar com transpar8ncia e de modo
e#austi+oQ para se raciocinar %em e sistemicamente ela & uma "erramenta da re"le#o dos
pensamentos e das a$es portanto dos crit&rios das decis$es por a$es e"icazesQ pelo
"ormato das pontua$es 2= uma articulao entre as +=rias disciplinas da aprendiza0em
nas or0aniza$es o entanto de"endo insistentemente a ideia de Kue para com%inar
todos esses %ene"cios da con+ersao produti+a ten2o por suposio a presena de uma
condio crtica raramente encontrada nas pessoas Kue aKui torno e#pressa. para al&m da
capacidade de estarem alertas ou concentradas para poderem atuar %em so%re os
"en4menos e arte"atos e#ternos sua consci8ncia (nas opera$es Kue e#i0em destreza.
di0itar danar rodar pratos c2ineses) as pessoas precisam aprender a estar atentas para
perce%er "amiliarizar-se controlar e atuar so%re os "en4menos internos da consci8ncialas precisam sa%er meditar tema de Kue no +ou poder tratar neste arti0o
2ma matriz comparativa entre de!ate, conversao produtiva e dilogo
la%orei noutro te#to (!alena E1) uma matriz comparati+a entre de%ate
con+ersa produti+a e di=lo0o #clu da matriz as caractersticas das con+ersas
improduti+as Fmarcadas por polidez e#cessi+a ou diplomacia social discrio e#a0erada
ou omisso irrespons=+el inLria ou calLnia manipulao e ocultao de inten$es
o%edi8ncias dissimuladas ou con+enientes entre outras mani"esta$es las podem estar
presentes e Kuando esto no so mais con+ersas s&rias transparentesG
is a matriz ori0inal.
De!ate Conversao Produtiva DilogoMon:lo0os alternados e Mon:lo0os interrompidos e Mon:lo0os ou+idos sem
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sem escuta (todos
disputam o espao e
"alam o m=#imo Kue
podem)
testados (todos admitem
parar e re"letir com tempo
delimitado para realizar os
testes dos enunciados e dos
crit&rios)
interrupo (todos "alam o
Kuanto precisam e sem 2a+er
os testes imediatos dos
enunciados ou crit&rios)
Predomnio da discusso
dos pressupostos e teses
(ad+ocacia intensa e
ape0o aos pressupostos e
teses sem permitir
(autode"esa) as
condi$es de testes)
Predomnio do teste dos
pressupostos e teses
(suspenso dos pressupostos
at& seu teste +alidao ou
no e acordo posterior do
entendimento)
Predomnio da escuta atenta
e recepti+a de todos os
pressupostos e teses
(suspenso dos pressupostos
pr:prios e escuta
incondicional dos
pressupostos dos outros)*isputa de m&ritos ou
crit&rios (cada parte usa
de crit&rios e3ou
usti"icati+as para de"esa
de suas teses)
este dos m&ritos ou
crit&rios (todos admitem
analisar testar e apro+ar os
crit&rios pr&-esta%elecidos
para ul0amento dos
enunciados)
Acol2imento incondicional
dos m&ritos e crit&rios (todos
"alam li+remente e usti"icam
li+remente seus enunciados
com seus crit&rios li+res)
so de atri%ui$es com
ou sem e+id8ncia
(atri%ui$es podem ser
realizadas tanto para as
ideias Kuanto para as
pessoas)
so de atri%ui$es com teste
das e+id8ncias (todas as
atri%ui$es precisam ser
demonstradas com
e+id8ncias e +alidadas
pu%licamente)
so de atri%ui$es com ou
sem e+id8ncias (todos "alam
li+remente e usti"icam
li+remente suas atri%ui$es)
@lu#o li+re de emo$es e
sentimentos atrelados (as
pessoas tendem a se
in"lamar e e#primirintensamente suas
emo$es e sentimentos)
Interrupo e teste da
proced8ncia +eracidade
le0itimidade e ustia de
sentimentos e emo$es (aspessoas precisam admitir
Kue o sentimento & natural
mas a sua le0itimidade e
ustia de+em ser al+o de
@lu#o li+re de emo$es e
sentimento atrelados (as
pessoas tendem a e#primir
com calma e comsinceridade suas emo$es e
sentimentos e esperam ser
acol2idas
incondicionalmente)
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teste)#ist8ncia de pauta e
prop:sitos (cada um tem
seu prop:sito pessoal e
Kuer imp4-lo aosdemais)
#ist8ncia de pauta e
prop:sitos (de"ine-se
pre+iamente uma pauta de
interesse ne0ociada portodos)
Ine#ist8ncia de pauta e
prop:sitos (no 2= pauta
pr&+ia)
Predomina a persuaso
(cada um Kuer Kue o
outro se con+ena e o
si0a)
Predomina o entendimento
(todos admitem o teste
pL%lico de +alidade dos
enunciados a ser+io da
criao do sentido e do teste
da si0ni"icao)
Predomina a e#pressi+idade
(cada um e#ercita a li%erdade
de e#primir o Kue sente e
pensa)
m situa$es de con"litotendem a predominar a
autoridade e a "ora
(Kuem pode mais ou
sa%e mais ou tem mais
ret:rica le+a +anta0em)
m situa$es de con"lito"az-se teste dos enunciados e
das emo$es e sentimentos
(as partes admitem
desacelerar o processo de
raciocinao e "ala para
permitir o teste de ustia
dos enunciados emo$es e
sentimentos)
m situa$es de con"litode+e-se acionar as pessoas
Kue esto Fde "oraG (usar as
pessoas do 0rupo Kue no
esto en+ol+idas diretamente
no con"lito para es"riar o
processo)
?u%trao corte e
reeio dos
pressupostos dos outros
(ad+ocacia unilateral
para cortar ou e+itar ao
m=#imo a in"lu8ncia dos
pressupostos dos outros)
este apreciati+o e ao
mesmo tempo apoio
e#presso dos pressupostos
dos outros (acol2er e apoiar
os pressupostos dos outros
enKuanto esto sendo
e#pressos testados ereconstrudos sem reeio)
Adio e#panso e apoio
aos pressupostos dos outros
(estender de modo
apreciati+o todos os
pressupostos at& Kue eles
atinam suas potencialidades)
#presso tende a no
ser sempre s&ria
coerente e +erdadeira (a
tend8ncia & usar
#presso s&ria coerente e
+erdadeira (todos os
enunciados e toda emoo e
sentimento podem estar
#presso s&ria espont>nea
coerente e +erdadeira (todos
com inteira li%erdade para
"alar com transpar8ncia
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mecanismos indiretos de
controle so%re os outros
e de autode"esa)
sueitos a testes) naturalidade consist8ncia
interna e e#presso de
sentimentos e emo$es)*isputar +alores e
crenas pessoais (cadaum Kuer persuadir os
outros da import>ncia e
2ierarKuia de seus
+alores e crenas)
estar +alores e crenas
pessoais (todo e KualKuer+alor e crena de+e ser
su%metido a testes de
ori0em le0itimidade
adeKuao e ustia)
Compartil2ar +alores e
crenas pessoais (as pessoasde+em se sentir li+res para
e#primir sem censuras seus
+alores e crenas)
star atento para no
testar o encadeamento
l:0ico (as partes Kuerem
FconduzirG e FcontrolarG
o processo e o
encadeamento l:0icos
em de"esa de seus
interesses)
star atento e testar o
encadeamento (as pessoas
admitem a%rir-se para testar
o encadeamento l:0ico
interrompendo e
a+eri0uando cada
pressuposto tese ou
enunciado)
star atento ao
encadeamento dos
pensamentos pr:prios e dos
outros (as pessoas de+em
"icar atentas s cone#$es Kue
acontecem entre os
pensamentos as sensa$es
corporais e as emo$es
dando ateno ao processo
real do pensamento e
ordem em Kue ele acontecesem interromper o processo e
a e#presso)
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enunciados) enunciados +=lidos) necessidade distoG
Ao comparar na matriz as tr8s condi$es operati+as da interao +er%al +8-se
claramente Kue cada uma delas e#i0e ou demanda certas compet8ncias comunicati+as
entre as partes en+ol+idas ?e num e#tremo as pessoas no permitem Kue os outros as
interrompam com sua atitude ad+ocatcia (ou tentam e+itar isso) para e#ercer seu controle
unilateral so%re o destino e o encadeamento l:0ico dos ar0umentos no outro e#tremo as
pessoas se controlam (ou no) e e#ercem uma escuta apreciati+a incondicional e se
permitem no interromper os outros atentas s cone#$es entre pensamentos sentimentos
emo$es e e#press$es corporais dei#ando Kue num momento crtico descon2ecido
inesperado mesmo emera uma si0ni"icao comum porKue esto deli%eradas e em%usca de um controle %ilateral e#tremamente sua+e e espont>neo nas con+ersa$es
o meio termo a con+ersao produti+a con+oca a uma "orma de interao +er%al
com uma medida e estilo Kue permitam simultaneamente a e#presso e o teste de
pressupostos enunciados e emo$es com um controle %ilateral da situao %em mais
pra0m=tico nem sempre sua+e e espont>neo ra%al2ando com eKuipes e or0aniza$es
procuro praticar a con+ersa produti+a em e#erccios pra0m=ticos de e#presso arti"icial
dos postos e pressupostos (Ftendo por postos e com os se0uintes pressupostos
a"irmoG (su0iro propon2o recomendo ordeno) Ao "alarem assim de modo
e#tremamente arti"icial as pessoas o"erecem s outras seu pensamento e#presso
detal2ado ordenado e transparente nas inten$es A outra pode pedir um teste de um
pressuposto isolado uma e+id8ncia mal descrita uma usti"icati+a incorreta ou pode
pedir um teste de uma com%inao de pressupostos e encadeamentos teste & pL%lico
diante de uma comunidade en+ol+ida e interessada na situao Kue em conunto produz
re"le#i+amente a construo do sentido da si0ni"icao e do encadeamento
ar0umentati+o A con+ersa se torna produti+a
Com o desen+ol+imento dos la%orat:rios Kuando as pessoas aprendem e
dominam este processo elas esto mais aptas e se0uras para os testes dos implcitos para
a in+esti0ao e a escuta das necessidades mais pro"undas de si mesmas e das outras e
aprendem tam%&m a desen+ol+er na pr=tica da con+ersao transparente e apreciati+a
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uma empatia e um cuidado com as car8ncias e as necessidades no re+eladas
e#pressamente pelos outros As pessoas aprendem a no%re arte da superao das
condi$es de erro no ar0umento e na ao (am%i0uidades inconsist8ncias parado#os
incompati%ilidades etc) entre outros e#erccios Ao praticar aprendem e ao aprender
+oltam a praticar mel2or Assim se "az a pr=tica e o desen+ol+imento da con+ersao
produti+a *epois de dominar esse processo as sess$es de di=lo0o se tornam mais
"act+eis Kuando necess=rias a depender da situao e do tema em tratamento
en2o ima0inado ainda em "ase pro+is:ria de construo uma tipolo0ia dos
discursos classi"icando-os em Kuatro 0randes tipos a partir de dois ei#os.
ape0o3desape0o das teses e ori0em ou "inalidade indi+idual3coleti+a das teses
Kuadrante Fdesape0o das teses e ori0em3"inalidade indi+idualG tende a produzir discursos
de proteo com uma conduo unilateral sutil e %usca a proteo das ima0ensQ oKuadrante do Fape0o das teses e ori0em3"inalidade indi+idualG tende a produzir discursos
de competiti+idade com a conduo unilateral e#pressa e %usca certeza maestria ou
carismaQ o Kuadrante Fape0o das teses com ori0em3"inalidade coleti+aG tende a produzir
os discursos ideol:0icos mitol:0icos ut:picos sociais com o controle unilateral da
tradio e %usca a esta%ilidadeQ "inalmente o Kuadrante do Fdesape0o das teses com a
ori0em3"inalidade coleti+aG tende a produzir o discurso a0n:stico ou "undado no teste e
na reconstruo sistem=tica com a conduo %ilateral test=+el e re"le#i+a Busca
con2ecer o Kue no se con2ece sa%endo Kue no se sa%e tudo o Kue se desea
* 4ormato das cl8nicas como conversao produtiva
*esde 1D;D procuro meios de acionar os princpios te:ricos de C2ris Ar0Jris e
*onald ?c2on em e#erccios t&cnicas e m&todos apropriados outros te#tos (!alena
EE; EED E11) descre+o os "undamentos te:ricos e metodol:0icos da Mediao /
M&todo da In+esti0ao Apreciati+a da Ao-na-ao entre eles as Clnicas de
*esempen2o da Ao sta proposta & um meio educati+o de constituir concretamente
uma comunidade de interao e aprendizado re"le#i+o entre pro"issionais de uma mesma
eKuipe or0anizao ou comunidade +irtual A interao nessas comunidades se d= a
partir do dia0n:stico ou sea da an=lise e do teste criterioso da pr=tica %em ou mal
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sucedida de seus mem%ros se0uida de um planeamento coleti+o de atuao naKuela
situao
m dos pressupostos em de"esa dos m&ritos de uma Clnica de *esempen2o da
Ao & Kue toda ao 2umana possui um desempen2o associado intrnseco tam%&m
c2amado de Ftalento artsticoG Assim todos os 0estores e lderes possuem e re+elam
al0um 0rau de talento artstico em suas a$es nas eKuipes e or0aniza$es in"luenciando
na Kualidade dos resultados daKuele determinado am%iente o%eti+o central de uma
Clnica de *esempen2o de Ao & colocar em o%ser+ao e an=lise cient"ica a ao de
pro"issionais de uma comunidade (lin0ustica e3ou pro"issional) atra+&s de
procedimentos de in+esti0ao apreciati+a an=lise e decorrente aprendiza0em tendo por
o%eto os padr$es concretos da pr=tica das respecti+as comunidades
m termos de "ases ou procedimentos podemos seKuenciar estes passos. (a)pedido de auda e descrio da situao. o participante +olunt=rio descre+e seu dilema e
as condi$es como as perce%e da situao considerada Fpro%lem=ticaG em
apro#imadamente E minutos de duraoQ (%) in+esti0ao apreciati+a. os demais
participantes "azem in+esti0a$es apreciati+as sem incluso de teses ou sea o clinicado
& respeitado em sua inteira li%erdade de percepo e reao situao sta "ase demora
entre E e E minutos e "ica concentrada na 0erao apreciati+a de in"orma$esQ (c)
apresentao de uma ou mais de uma estrutura arKuetpica Kue como "acilitador
apresento com %ase na narrati+a e nas estruturas de ar0umentao do clinicado e dos
demais participantesQ (d) teste da estrutura. o participante inicialmente e os demais
posteriormente +alidam ou no os arKu&tipos apresentados Caso seam ne0ados &
poss+el construir outros arKu&tipos na ocasioQ (e) recon2ecimento dos pontos ce0os ou