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Auditor Fiscal do Trabalho

Direito do Trabalho – Parte 1

Prof. Rogério Renzetti

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Direito do Trabalho

Professor Rogério Renzetti

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Edital

DIREITO DO TRABALHO: Princípios e fontes do direito do trabalho. Direitos constitucionais dos trabalhadores (artigo 7º da Constituição Federal de 1988). Relação de trabalho e relação de emprego. Requisitos e distinção. Relações de trabalho lato sensu (trabalho autônomo, eventu-al, temporário e avulso). Sujeitos do contrato de trabalho stricto sensu. Empregado e emprega-dor (conceito e caracterização). Poderes do empregador no contrato de trabalho. Grupo econô-mico. Sucessão de empregadores. Responsabilidade solidária. Contrato individual de trabalho. Conceito, classificação e características. Alteração do contrato de trabalho. Alteração unilateral e bilateral. O jus variandi. Suspensão e interrupção do contrato de trabalho. Caracterização e distinção. Rescisão do contrato de trabalho. Justa causa. Rescisão indireta. Dispensa arbitrária. Culpa recíproca. Indenização. Aviso prévio. Estabilidade e garantias provisórias de emprego. Formas de estabilidade. Despedida e reintegração de empregado estável. Duração do trabalho. Jornada de trabalho. Períodos de descanso. Intervalo para repouso e alimentação. Descanso semanal remunerado. Trabalho noturno e trabalho extraordinário. Sistema de compensação de horas. Salário mínimo. Irredutibilidade e garantia. Férias. Direito a férias e sua duração. Con-cessão e época das férias. Remuneração e abono de férias. Salário e remuneração. Conceito e distinções. Composição do salário. Modalidades de salário. Formas e meios de pagamento do salário. 13º salário. Equiparação salarial. Princípio da igualdade de salário. Desvio de função. FGTS. Prescrição e decadência. Proteção ao trabalho da mulher. Estabilidade da gestante. Li-cença maternidade. Direito coletivo do trabalho. Convenção nº 87 da OIT (liberdade sindical). Organização sindical. Conceito de categoria. Categoria diferenciada. Convenções e acordos co-letivos de trabalho. Direito de greve e serviços essenciais. Comissões de conciliação prévia. Re-núncia e transação. Trabalho Doméstico. Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho.

CARGO: Auditor Fiscal do Trabalho

BANCA: Cespe

Bibliografia Recomendada

1. Direito do Trabalho para Concursos – Editora Método (3ª edição, 2016) – Rogério Renzetti.

2. CLT-LTR – 2016 (46ª edição).

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Direito do Trabalho

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO

IN DUBIO PRO MISERO

Art. 59 CLT. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em núme-ro não excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

DA NORMA MAIS FAVORÁVEL

Art. 620 CLT. As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.

Súmula nº 202 do TST

Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença norma-tiva, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.

Atenção

O problema surge quando duas normas apresentam uma parte mais favorável e outra menos favorável ao trabalhor.

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CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA

Súmula nº 51 do TST

I – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.

PRINCÍPIO DA IMPERATIVIDADE

PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DOS DIREITOS

Súmula 51 II TST. Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empre-gado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro

Súmula nº 276 do TST. O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo compro-vação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego.

PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO

Súmula nº 212 do TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.

PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE

Art. 9º CLT. Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA

Art. 468 CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuí-zos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE SALARIAL

Art. 7º CF/1988. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à me-lhoria de sua condição social.

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

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FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

FONTES MATERIAIS

FONTES FORMAIS

FONTES FORMAIS AUTÔNOMAS

Esclarecendo!

OBS: REGULAMENTO EMPRESARIAL?

FONTES FORMAIS HETERÔNOMAS

Fique Atento!

OBS:

1.

2.

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TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO

Art. 8º CLT. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

A CCP foi criada com o advento da Lei 9.958/00, que incluiu na CLT os arts. 625-A a 625-H.

Objetivo: desafogar o grande número de ações trabalhistas ajuizadas diariamente no Judiciário Trabalhista.

Finalidade: Solução de conflitos – extrajudicial (autocomposição).

Art. 625-A CLT. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representantes dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.

Parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical.

COMPOSIÇÃO

Empresa = CLT = Paritária = Min. 2 Máx.10

Mandato=1ano(1recondução).

Fique Atento!

SINDICATO?

Art. 625-B CLT. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas:

I – a metade de seus membros será indicada pelo empregador e a outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato da categoria profissional;

II – haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares;

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III – o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondu-ção.

Os membros da CCP gozam de estabilidade?

R:

Estabilidade representante dos..................

Início: registro, posse ou eleição?

Art. 625-B § 1º CLT. É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Co-missão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.

§ 2º O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa, afastan-do-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo com-putado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade.

Atenção

Suspensão ou Interrupção?

Passagem OBRIGATÓRIA?

Art. 625-D CLT. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.

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Art. 625-D § 1º CLT. A demanda será formulada por escrito ou reduzida a termo por qualquer dos membros da Comissão, sendo entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados.

§ 2º Não prosperando a conciliação, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista.

§ 3º Em caso de motivo relevante que impossibilite a observância do procedimento previsto no caput deste artigo, será a circunstância declarada na petição inicial da ação intentada perante a Justiça do Trabalho.

§ 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissão de empresa e Co-missão sindical, o interessado optará por uma delas para submeter a sua demanda, sendo com-petente aquela que primeiro conhecer do pedido.

Art. 625-E CLT. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu preposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às partes.

Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberató-ria geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.

Será executado onde??

Atenção

Art. 877 A CLT. É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.

Tome Nota!

Logo...

Art. 625-F CLT. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de dez dias para a realização da ses-são de tentativa de conciliação a partir da provocação do interessado.

Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão, será fornecida, no último dia do prazo, a declaração a que se refere o § 2ºdo Art. 625-D.

Art. 625-G CLT. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Concilia-ção Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no Art. 625-F.

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DIREITOS CONSTITUCIONAIS

lEGISLAÇÃO

Art. 7º CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III – fundo de garantia do tempo de serviço;

IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessi-dades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, ves-tuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmen-te, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro sema-nais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou con-venção coletiva de trabalho;

XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

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XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos ter-mos da lei;

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segu-rança;

XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XXIV – aposentadoria;

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do tra-balhador portador de deficiência;

XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profis-sionais respectivos;

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qual-quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Art. 7º § único CF. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obri-gações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013).

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RENÚNCIA E TRANSAÇÃO

As normas trabalhistas são de ordem pública, ou seja, indisponíveis. As partes não podem sim-plesmente dispor de tais normas.

→ REGRA:

Exemplificando:

A RENÚNCIA consiste em um ato unilateral de despojamento de um direito certo.

Legislação

Art. 9º CLT. Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

A TRANSAÇÃO corresponde a um ato bilateral, mediante concessões recíprocas, sobre um di-reito duvidoso, com vistas a finalizar ou a evitar um litígio.

Art. 764 da CLT: Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.

Defendemos, contudo, que a transação na seara laboral, em razão da natureza cogente de suas normas e da hipossuficiência econômica do empregado, para que possa ser considerada válida, deve ser submetida ao crivo do Poder Judiciário Trabalhista.

Fique Atento!

A transação celebrada entre os titulares de uma relação de trabalho deve ser sempre homolo-gada pelo Juízo Trabalhista.

A única possibilidade de transação individual extrajudicial prevista no ordenamento jurídico está no art. 625-E da CLT, que dispõe sobre a Comissão de Conciliação Prévia (CCP). Nesta hi-pótese o empregado, individualmente, transaciona diretamente com o seu empregador suas verbas trabalhistas.

Doutrina!

Programa de Demissão Voluntário (PDV)

São raríssimos os casos de renúncia de direito na seara trabalhista.

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Exemplificando:

Pedido de transferência para outra cidade, feito pelo dirigente sindical.

Art. 543, § 1º da CLT. O empregado perderá o mandato se a transferência for por ele solicitada ou voluntariamente aceita.

Jurisprudência

Súmula nº 276 do TST. AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.

O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego.

RELAÇÃO DE TRABALHO & RELAÇÃO DE EMPREGO

RELAÇÃO DE EMPREGO – REQUISITOS CARACTERIZADORES

→ TRABALHO PRESTADO POR PESSOA FÍSICA

→ PESSOALIDADE

→ NÃO EVENTUALIDADE

→ ONEROSIDADE

→ SUBORDINAÇÃO

→ ALTERIDADE

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Art. 3º CLT. Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não even-tual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

ELEMENTOS NÃO ESSSENCIAIS

1. Local da prestação de serviços;

2. Profissionalidade

3. Exclusividade

Art. 6º CLT. Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o exe-cutado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.

Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, con-trole e supervisão do trabalho alheio.

Art. 3º § único CLT. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalha-dor, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito.

Súmula nº 12 do TST

CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram pre-sunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".

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Art. 29 CLT. A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de quarenta e oito horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.

§ 1º As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta.

§ 3º A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste artigo acarretará a lavratura do auto de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a falta de anota-ção ao órgão competente, para o fim de instaurar o processo de anotação.

§ 4º É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social.

§ 5º O descumprimento do disposto no § 4º deste artigo submeterá o empregador ao paga-mento de multa prevista no art. 52 deste Capítulo.

Art. 30 CLT. Os acidentes do trabalho serão obrigatoriamente anotados, pelo Juízo competente na carteira profissional do acidentado.

Prescrição e CTPS

Art. 11 CLT. O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve:

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Art. 442-A CLT. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego com-provação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade.

OBSERVAÇÃO:

A CLT não se aplica aos seguintes empregados: (art. 7º, CLT)

→ Empregado doméstico (LC 150/2015)

→ Empregado rural (Lei 5.889/73)

→ Funcionário público (estatutário)

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MODALIDADES ESPECIAIS DE TRABALHO

→ TRABALHO AUTÔNOMO

Não há subordinação jurídica entre o trabalhador e o tomador.

O prestador de serviços desenvolve o serviço ou obra contratada, de forma autônoma, com profissionalidade e habitualidade, atuando por conta e risco próprio, assumindo o risco da ati-vidade desenvolvida.

→ TRABALHO EVENTUAL

TRABALHO EVENTUAL tem a ver com a necessidade ocasional da atividade do trabalhador para o empreendimento.

Nesta hipótese, em regra, não há fixação do trabalhador a um único tomador, e a natureza do trabalho corresponde a eventos ocasionais, certos, determinados e de curta duração.

→ TRABALHO AVULSO

Com a intermediação do sindicato ou do Órgão de Gestão de Mão de Obra (OGMO), o trabalha-dor avulso presta serviços a diversos tomadores, sem se fixar especificamente a nenhum deles.

O trabalhador avulso é comumente encontrado no setor portuário.

→ TRABALHO VOLUNTÁRIO

Não há o requisito da ONEROSIDADE.

Aplica-se a Lei nº 9.608/1998 (Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências).

→ ESTAGIÁRIO

A finalidade do estágio é complementar a formação do estudante por meio de atividades prá-ticas.

O contrato de estágio possui todos os requisitos caracterizadores da relação de emprego, pois nele há pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação. Entretanto, o legislador excluiu o estagiário da proteção celetista.

Art. 15 da Lei 11.788/2008:

A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de empre-go do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.

§ 1º A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade de que trata este artigo ficará impedida de receber estagiários por 2 (dois) anos, contados da data da decisão definitiva do processo administrativo correspondente.

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OJ nº 366 da SDI-I do TST

ESTAGIÁRIO. DESVIRTUAMENTO DO CON-TRATO DE ESTÁGIO. RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA ou INDIRETA. PERÍODO POSTERIOR À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. IMPOSSIBILIDADE (DJ 20, 21 e 23.05.2008).

Ainda que desvirtuada a finalidade do contrato de estágio celebrado na vigência da Constitui-ção Federal de 1988, é inviável o reconhecimento do vínculo empregatício com ente da Admi-nistração Pública direta ou indireta, por força do art. 37, II, da CF/1988, bem como o deferimen-to de indenização pecuniária, exceto em relação às parcelas previstas na Súmula nº 363 do TST, se requeridas.

Súmula nº 363 do TST

CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.

→ COOPERATIVA

As pessoas se reúnem em torno de um objetivo comum, onde você encontra: autonomia, auto-gestão coletiva e independência.

Art. 442 § único CLT. Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços da-quela.

→ RESIDÊNCIA MÉDICA

Não gera vínculo de emprego. O objetivo da residência é a formação profissional. Dar ao resi-dente um conteúdo programático não visto em sala de aula.

A natureza jurídica de uma residência é de uma pós-graduação.

→ TRABALHO PRISIONAL

Não vai gerar vínculo empregatício. O único objetivo é a ressocialização do preso.

Neste sentido, veja o previsto na Lei de Execuções Penais (LEP) 7.210/1984:

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finali-dade educativa e produtiva.

§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

→ CABO ELEITORAL

A lei eleitoral nº 9.504/1997 veda expressamente a possibilidade de vínculo empregatício.

Art. 100. A contratação de pessoal para prestação de serviços nas campanhas eleitorais não gera vínculo empregatício com o candidato ou partido contratantes.

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SUJEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO

Art. 3º CLT. Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

Paragrafo único CLT. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de tra-balhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

EMPREGADOR

Art. 2º CLT. Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

Art. 2º § 1º CLT. Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras institui-ções sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

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GRUPO ECONÔMICO

Art. 2º § 2º CLT. Sempre que uma ou mais empresas, tendo embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra constituindo grupo in-dustrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

Jurisprudência

Súmula nº 129 do TST

CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.

Súmula nº 93 do TST

BANCÁRIO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Integra a remuneração do bancário a vantagem pecuniária por ele auferida na colocação ou na venda de papéis ou valores mobiliários de empresas pertencentes ao mesmo grupo econômi-co, se exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o consentimento, tácito ou expresso, do banco empregador.

Súmula nº 205 do TST

GRUPO ECONÔMICO. EXECUÇÃO. SOLIDARIEDADE (cancelada) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação proces-sual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução.

SUCESSÃO DE EMPREGADOR

Art. 10 CLT. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.

Art. 448 CLT. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.

REQUISITOS:

→ transferência do negócio para outro titular.

→ continuidade da relação de emprego.

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Jurisprudência

OJ 261 SDI-I TST. BANCOS. SUCESSÃO TRABALHISTA (inserida em 27.09.2002)

As obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para o banco sucedido, são de responsabilidade do sucessor, uma vez que a este foram trans-feridos os ativos, as agências, os direitos e deveres contratuais, caracterizando típica sucessão trabalhista.

OJ 92 SDI-I TST. DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS. RESPONSABILIDADE TRABALHISTA (inse-rida em 30.05.1997)

Em caso de criação de novo município, por desmembramento, cada uma das novas entidades responsabiliza-se pelos direitos trabalhistas do empregado no período em que figurarem como real empregador.

Súmula nº 430 do TST

Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausência de con-curso público, quando celebrado originalmente com ente da Administração Pública Indireta, continua a existir após a sua privatização.

Fique atento!

Art. 141 Lei 11.105/2005. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo:

II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho.

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PODERES DO EMPREGADOR

Art. 2º CLT. Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

Atenção! Poderes ABSOLUTOS?

Direito de resistência do empregado = jus resistentiae.

→ PODER DE ORGANIZAÇÃO

Consiste na distribuição de tarefas aos empregados, fixação da jornada, uso de uniformes, cra-chás, etc.

Através desse poder poderá o empregador expedir ORDENS GERAIS, por meio do regulamento empresarial (PODER REGULAMENTAR).

Súmula nº 51 do TST

I – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.

→ PODER DE CONTROLE

O empregador fiscaliza as tarefas executadas, verifica o cumprimento da jornada de trabalho, fiscaliza e protege o seu patrimônio etc.

Art. 373-A CLT. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos traba-lhistas, é vedado:

VI – proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.

→ PODER DISCIPLINAR

Como sabemos, o empregado está SUBORDINADO às ordens dadas pelo empregador. Se ocor-rer a desobediência ou o descumprimento às ordens impostas, poderá o “E” aplicar as seguin-tes penalidades:

1. advertência verbal ou escrita.

2. suspensão disciplinar, de no máximo, 30 dias.

3. demissão por justa causa.

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EMPREGADO DOMÉSTICO

→ CLT/1943 – Art. 7º

→ Lei 5.859/1972

→ 1988 (art. 7° § único)

→ EC 72/2013

→ LC 150/2015

Art. 19 LC 150/2015. Observadas as peculiaridades do trabalho doméstico, a ele também se aplicam as Leis nº 605, de 5 de janeiro de 1949, no 4.090, de 13 de julho de 1962, no 4.749, de 12 de agosto de 1965, e no 7.418, de 16 de dezembro de 1985, e, subsidiariamente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

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Art. 1º LC 150/2015. Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.

Art. 1º § único. É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de tra-balho doméstico, de acordo com a Convenção no 182, de 1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481, de 12 de junho de 2008.

Tome Nota!

→ Anotação na CTPS:

→ Prazo:

→ Requisitos:

Legislação

Art. 9º. A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, contra reci-bo, pelo empregado ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e, quando for o caso, os con-tratos previstos nos incisos I e II do art. 4º.

Art. 42. É de responsabilidade do empregador o arquivamento de documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias, enquanto essas não prescreverem.

Art. 2º A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observado o disposto nesta Lei.

§ 1º A remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) supe-rior ao valor da hora normal.

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Art. 12. É obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo.

Art. 74 § 2º CLT. Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso.

Art. 2º § 4º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário e instituído regime de compensação de horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, se o excesso de horas de um dia for compensado em outro dia.

§ 5º No regime de compensação previsto no § 4º:

I – será devido o pagamento, como horas extraordinárias, na forma do § 1º, das primeiras 40 (quarenta) horas mensais excedentes ao horário normal de trabalho;

II – das 40 (quarenta) horas referidas no inciso I, poderão ser deduzidas, sem o correspondente pagamento, as horas não trabalhadas, em função de redução do horário normal de trabalho ou de dia útil não trabalhado, durante o mês;

III – o saldo de horas que excederem as 40 (quarenta) primeiras horas mensais de que trata o inciso I, com a dedução prevista no inciso II, quando for o caso, será compensado no período máximo de 1 (um) ano.

Art. 59 § 2º CLT. Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminui-ção em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.

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§ 6º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do § 5º, o empregado fará jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data de rescisão.

§ 8º O trabalho não compensado prestado em domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.

Art. 4º CLT. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposi-ção do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

Fique atento!

Art. 2º § 7º. Os intervalos previstos nesta Lei, o tempo de repouso, as horas não trabalhadas, os feriados e os domingos livres em que o empregado que mora no local de trabalho nele permaneça não serão computados como horário de trabalho.

Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

§ 1º A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os paga-mentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão consi-derados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decre-to-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e o art. 9º da Lei no 605, de 5 de janeiro de 1949.

Súmula nº 444 do TST

É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de des-canso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na déci-ma primeira e décima segunda horas.

Art. 14. Considera-se noturno, para os efeitos desta Lei, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.

§ 1º A hora de trabalho noturno terá duração de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

§ 2º A remuneração do trabalho noturno deve ter acréscimo de, no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna.

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Art. 11. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observado o art. 2º.

§ 1º O acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem será condicionado à pré-via existência de acordo escrito entre as partes.

§ 2º A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal.

§ 3º O disposto no § 2º deste artigo poderá ser, mediante acordo, convertido em acréscimo no banco de horas, a ser utilizado a critério do empregado.

Art. 3º Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda 25 (vin-te e cinco) horas semanais.

§ 1º O salário a ser pago ao empregado sob regime de tempo parcial será proporcional a sua jornada, em relação ao empregado que cumpre, nas mesmas funções, tempo integral.

§ 2º A duração normal do trabalho do empregado em regime de tempo parcial poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 1 (uma) hora diária, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, aplicando-se-lhe, ainda, o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 2º, com o limite máximo de 6 (seis) horas diárias.

Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.

§ 1º Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser desmem-brado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.

Essas regras são aplicadas às jornadas superiores a 6 horas diárias. Para as demais jornadas, vale a regra prevista na CLT.

Art. 15. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho deve haver período mínimo de 11 (onze) horas conse-cutivas para descanso.

Art. 19. Observadas as peculiaridades do trabalho doméstico, a ele também se aplicam as Leis nº 605, de 5 de janeiro de 1949, no 4.090, de 13 de julho de 1962, no 4.749, de 12 de agosto de 1965, e no 7.418, de 16 de dezembro de 1985, e, subsidiariamente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

Art. 17. O empregado doméstico terá direito a férias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias, salvo o disposto no § 3º do art. 3º, com acréscimo de, pelo menos, um terço do salário normal, após cada período de 12 (doze) meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família.

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§ 1º Na cessação do contrato de trabalho, o empregado, desde que não tenha sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, na propor-ção de um doze avos por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.

§ 2º O período de férias poderá, a critério do empregador, ser fracionado em até 2 (dois) perío-dos, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos.

§ 3º É facultado ao empregado doméstico converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspon-dentes.

§ 4º O abono de férias deverá ser requerido até 30 (trinta) dias antes do término do período aquisitivo.

§ 5º É lícito ao empregado que reside no local de trabalho nele permanecer durante as férias.

§ 6º As férias serão concedidas pelo empregador nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

Art. 4º É facultada a contratação, por prazo determinado, do empregado doméstico:

I – mediante contrato de experiência;

II – para atender necessidades familiares de natureza transitória e para substituição temporária de empregado doméstico com contrato de trabalho interrompido ou suspenso.

Parágrafo único. No caso do inciso II deste artigo, a duração do contrato de trabalho é limitada ao término do evento que motivou a contratação, obedecido o limite máximo de 2 (dois) anos.

Art. 5º O contrato de experiência não poderá exceder 90 (noventa) dias.

§ 1º O contrato de experiência poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, desde que a soma dos 2 (dois) períodos não ultrapasse 90 (noventa) dias.

§ 2º O contrato de experiência que, havendo continuidade do serviço, não for prorrogado após o decurso de seu prazo previamente estabelecido ou que ultrapassar o período de 90 (noventa) dias passará a vigorar como contrato de trabalho por prazo indeterminado.

Art. 6º Durante a vigência dos contratos previstos nos incisos I e II do art. 4º, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado é obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, metade da remuneração a que teria direito até o termo do contrato.

Art. 7º Durante a vigência dos contratos previstos nos incisos I e II do art. 4º, o empregado não poderá se desligar do contrato sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem.

Parágrafo único. A indenização não poderá exceder aquela a que teria direito o empregado em idênticas condições.

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Art. 8º. Durante a vigência dos contratos previstos nos incisos I e II do art. 4º, não será exigido aviso prévio.

Fique Ligado!

Art. 481 CLT. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do di-reito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeter-minado.

Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por forne-cimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem.

§ 1º É facultado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado em caso de adian-tamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário.

§ 2º Poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quan-do essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes.

Art. 462 § 1º CLT. Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.

Art. 19 § único. A obrigação prevista no art. 4º da Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, poderá ser substituída, a critério do empregador, pela concessão, mediante recibo, dos valores para a aqui-sição das passagens necessárias ao custeio das despesas decorrentes do deslocamento residência--trabalho e vice-versa.

Art. 25. A empregada doméstica gestante tem direito a licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário, nos termos da Seção V do Capítulo III do Título III da Con-solidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943.

Parágrafo único. A confirmação do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das Dispo-sições Constitucionais Transitórias.

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Fique Atento!

Artigos 31 a 35 – Do Simples Doméstico

Art. 34. O Simples Doméstico assegurará o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes valores:

IV – 8% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS;

Art. 22. O empregador doméstico depositará a importância de 3,2% (três inteiros e dois décimos por cento) sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada empregado, destinada ao paga-mento da indenização compensatória da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa do em-pregador, não se aplicando ao empregado doméstico o disposto nos §§ 1º a 3º do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.

§ 1º Nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, de término do contrato de trabalho por prazo determinado, de aposentadoria e de falecimento do empregado doméstico, os valo-res previstos no caput serão movimentados pelo empregador.

§ 2º Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores previstos no caput será movimentada pelo empregado, enquanto a outra metade será movimentada pelo empregador.

Art. 26. O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao benefício do se-guro-desemprego, na forma da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no valor de 1 (um) salário--mínimo, por período máximo de 3 (três) meses, de forma contínua ou alternada.

Art. 28. Para se habilitar ao benefício do seguro-desemprego, o trabalhador doméstico deverá apresentar ao órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego:

I – Carteira de Trabalho e Previdência Social, na qual deverão constar a anotação do contrato de trabalho doméstico e a data de dispensa, de modo a comprovar o vínculo empregatício, como empregado doméstico, durante pelo menos 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e quatro) meses;

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II – termo de rescisão do contrato de trabalho;

III – declaração de que não está em gozo de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto auxílio-acidente e pensão por morte; e

IV – declaração de que não possui renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manu-tenção e de sua família.

Art. 29. O seguro-desemprego deverá ser requerido de 7 (sete) a 90 (noventa) dias contados da data de dispensa.

Art. 26 § 2º O benefício do seguro-desemprego será cancelado, sem prejuízo das demais sanções cíveis e penais cabíveis:

I – pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;

II – por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;

III – por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-desem-prego; ou

IV – por morte do segurado.

Art. 23. Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindi--lo deverá avisar a outra de sua intenção.

§ 1º O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias ao empregado que conte com até 1 (um) ano de serviço para o mesmo empregador.

§ 2º Ao aviso prévio previsto neste artigo, devido ao empregado, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado para o mesmo empregador, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.

§ 3º A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período ao seu tempo de serviço.

§ 4º A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.

§ 5º O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado.

Art. 24. O horário normal de trabalho do empregado durante o aviso prévio, quando a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral.

Parágrafo único. É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas no caput deste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 7 (sete) dias corridos, na hipótese dos §§ 1º e 2º do art. 23.

Art. 27. Considera-se justa causa para os efeitos desta Lei:

I – submissão a maus tratos de idoso, de enfermo, de pessoa com deficiência ou de criança sob cuidado direto ou indireto do empregado;

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IX – abandono de emprego, assim considerada a ausência injustificada ao serviço por, pelo menos, 30 (trinta) dias corridos;

Art. 27 § único. O contrato de trabalho poderá ser rescindido por culpa do empregador quando:

VII – o empregador praticar qualquer das formas de violência doméstica ou familiar contra mulheres de que trata o art. 5º da Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006.

No Capítulo V da LC nº 150/2015, que trata das Disposições Finais, encontramos duas inova-ções legislativas importantes, que não podem passar despercebidas por nós.

A primeira diz respeito à fiscalização/verificação pelo Auditor Fiscal do Trabalho, no âmbito do domicílio do empregador, do cumprimento das normas que regem o trabalho doméstico. Esta fiscalização será realizada com acompanhamento do empregador ou de alguém de sua família; sua natureza será orientadora e deverá ser observado, em regra, o critério da dupla visita para lavratura de auto de infração.

Art. 11-A Lei 10.593/2002. A verificação, pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, do cumprimento das nor-mas que regem o trabalho do empregado doméstico, no âmbito do domicílio do empregador, de-penderá de agendamento e de entendimento prévios entre a fiscalização e o empregador. (Incluído pela Lei Complementar nº 150, de 2015)

§ 1º A fiscalização deverá ter natureza prioritariamente orientadora. (Incluído pela Lei Comple-mentar nº 150, de 2015)

§ 2º Será observado o critério de dupla visita para lavratura de auto de infração, salvo quando for constatada infração por falta de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização. (Incluído pela Lei Complementar nº 150, de 2015)

§ 3º Durante a inspeção do trabalho referida no caput, o Auditor-Fiscal do Trabalho far-se-á acompanhar pelo empregador ou por alguém de sua família por este designado. (Incluído pela Lei Complementar nº 150, de 2015)

A segunda novidade é que foi revogado o inciso I do artigo 3º da Lei nº 8.009/1990, que dis-punha sobre a penhorabilidade do bem de família em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias.

Portanto, a partir da LC nº 150/2015, o bem de família não poderá mais ser penhorado para pagamento de dívidas de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias.

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CONTRATO DE TRABALHO

A UNIÃO de duas ou mais vontades faz nascer o CONTRATO.

CONCEITO LEGAL

Art. 442 CLT. Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à rela-ção de emprego.

Tome Nota!

Natureza jurídica:

ELEMENTOS ESSENCIAIS

A validade do negócio jurídico requer:

→ Agente capaz;

→ Objeto lícito;

→ Forma prescrita ou não defesa em lei.

AGENTE CAPAZ

Art. 7º CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

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Em relação ao “E” ante a falta de norma, a capacidade trabalhista coincide com a capacidade civil.

O “E” deverá ter, no mínimo 18 anos para que possa admitir “e”. Contudo, aplica-se as hipóte-ses de emancipação civil.

OBJETO LÍCITO

O objeto do contrato não pode ser contrário à lei, aos bons costumes e à moral.

Jurisprudência!

OJ199 SDI-I TST. É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade ine-rente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de vali-dade para a formação do ato jurídico.

Importante!

TRABALHO ILÍCITO

X

TRABALHO PROIBIDO

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FORMA

Art. 444 CLT. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.

CARACTERIZAÇÃO

→ DE DIREITO PRIVADO

→ INFORMAL

→ BILATERAL ou SINALAGMÁTICO

→ INTUITU PERSONAE

→ COMUTATIVO

→ CONSENSUAL

→ DE TRATO SUCESSIVO

→ ONEROSO

CLASSIFICAÇÃO

O contrato individual de trabalho poderá ser acordado:

Tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e Por prazo determinado ou indeterminado.

Art. 447 CLT. Na falta de acordo ou prova sobre condições essencial ao contrato verbal, esta se pre-sume existente, como se tivessem estatuído os interessados na conformidade dos preceitos jurídi-cos adequados à sua legitimidade.

Art. 456 CLT. A prova do contrato individual de trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira de trabalho e previdência social ou instrumentos escrito e suprida por todos os meios per-mitidos em direito.

PRAZO INDETERMINADO

Súmula nº 212 do TST

O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.

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PRAZO DETERMINADO

Art. 443 § 1º CLT. Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.

REQUISITOS DE VALIDADE

→ Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo.

→ Atividades empresariais de caráter transitório.

→ Contrato de experiência.

PRAZO

O contrato por prazo determinado não poderá ser estipulado por período superior a 2 anos.

O contrato de experiência não poderá exceder de 90 dias.

PRORROGAÇÃO

Art. 451 CLT. O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar sem determinação de prazo.

CONTRATOS SUCESSIVOS

Art. 452 CLT. Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos.

____________ 6 MESES ____________

ESTABILIDADE

Súmula 244 TST

III – A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alí-nea "b", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.

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Súmula 378 TST

III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91.

TÉRMINO DO CONTRATO

EXTINÇÃO ANTECIPADA

Art. 479 CLT. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, des-pedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.

Fique atento!

Art. 14 Dec. 99.684/1990. No caso de contrato a termo, a rescisão antecipada, sem justa causa ou com culpa recíproca, equipara-se às hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º do art. 9º, respectivamente, sem prejuízo do disposto no art. 479 da CLT.

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Art. 9º § 1º No caso de despedida sem justa causa, ainda que indireta, o empregador depositará na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho atua-lizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros, não sendo permitida, para este fim a dedução dos saques ocorridos.

Súmula nº 125 do TST

O art. 479 da CLT aplica-se ao trabalhador optante pelo FGTS admitido mediante contrato por prazo determinado, nos termos do art. 30, § 3º, do Decreto nº 59.820, de 20.12.1966.

Art. 480 CLT. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem.

§ 1º A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições.

Fique Ligado!

Art. 481 CLT. Aos contratos por prazo determinado que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.

SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO

Art. 472 § 2º CLT. Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação.

ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Art. 444 CLT. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contra-tos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.

Tome Nota!

1.

2.

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Art. 468 CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, preju-ízos ao empregado, sob pena de nulidade da clausula infringente desta garantia.

ALTERAÇÃO DAS CONDIÇÕES

→ O AUMENTO do salário.

→ A DIMINUIÇÃO da jornada são alterações BENÉFICAS.

→ A supressão do trabalho NOTURNO, INSALUBRE, PERIGOSO.

→ “Jus variandi”

OJ.159 SDI-I TST. Diante da inexistência de previsão expressa em contrato ou em instrumento normativo, a alteração de data de pagamento pelo empregador não viola o art. 468, desde que observado o parágrafo único, do art. 459, ambos da CLT.

Art. 468 § único CLT. Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança.

Atenção!Súmula 372 I TST

I – Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o em-pregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira.

ALTERAÇÃO DE FUNÇÃO

PROMOÇÃO

REBAIXAMENTO

APROVEITAMENTO

REVERSÃO AO CARGO ANTERIOR

READAPTAÇÃO

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ALTERAÇÃO DO LOCAL DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Art. 469. CLT. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para locali-dade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.

TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS

Art. 469 §1º Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que exerçam car-gos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transfe-rência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.

Fique Ligado!

Súmula nº 43 do TST

TRANSFERÊNCIA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.

Fique atento!

Art. 659 CLT. Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além das que lhes forem confe-ridos neste Título e das decorrentes de seu cargo, as seguintes atribuições:

IX – conceder medida liminar, até decisão final do processo em reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos parágrafos do Art. 469 desta Conso-lidação.

Art. 469 § 2º CLT. É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que tra-balhar o empregado.

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ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

Art. 469 § 3º CLT. Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cen-to) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.

Jurisprudência!

OJ113 SDI-I TST. O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência provisória.

DESPESAS COM TRANSFERÊNCIA

Art. 470 CLT. As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador.

TRANSFERÊNCIA VEDADA

Art. 543 CLT. O empregado eleito para o cargo de administração sindical ou representação profissio-nal, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.

§ 1º O empregado perderá o mandato se a transferência for por ele solicitada ou voluntariamente aceita.

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SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO

INTERRUPÇÃO – HIPÓTESES

Art. 473 CLT. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:

I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descenden-te, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica;

II – até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;

III – por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;

IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada;

V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei res-pectiva.

III – por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;

IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada;

V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei res-pectiva.

VI – no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).

VII – nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.

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VIII – pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.

IX – pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.

X – até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira;

XI – por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.

→ Licença paternidade – 5 dias (art. 10, II, §1º ADCT).

→ Acidente de trabalho ou doença – primeiros 15 dias.

→ Repouso Semanal Remunerado.

→ Feriados.

→ Férias.

OBS: Casos controvertidos:

→ LICENÇA MATERNIDADE

→ ABORTO NÃO CRIMINOSO

Art. 320 § 3º CLT. Não serão descontadas, no decurso de nove dias, faltas verificadas por motivo de gala ou de luto em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.

Fique Ligado!

Art. 488 CLT. O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do sa-lário integral.

RETORNO AO TRABALHO

Afastada a causa interruptiva, cabe ao “e” reapresentar-se de imediato ao “E”, nada justifica prolongar essa situação além do estritamente necessário.

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SUSPENSÃO – HIPÓTESES

Art. 472 CLT. O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar ou de ou-tro encargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte do empregador.

Art. 472 § 1º CLT. Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado.

MANDATO SINDICAL

Art. 543 § 2º CLT. Considera-se de licença não remunerada, salvo assentimento da empresa ou cláusula contratual, o tempo em que o empregado se ausentar do trabalho no desempenho das funções a que se refere este artigo.

SUSPENSÃO DISCIPLINAR

Art. 474 CLT. A suspensão do empregado por mais de trinta dias consecutivos importa a rescisão injusta do contrato de trabalho.

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SUSPENSÃO PARA INQUÉRITO

Art. 494 CLT. O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito em que se verifique a procedência da acusação.

Parágrafo único. A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão final do processo.

SÚMULA 269 DO TST

O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo contrato de trabalho sus-penso, não se computando o tempo de serviço desse período, salvo se permanecer a subordi-nação jurídica inerente à relação de emprego.

Art. 7º Lei 7.783/89. Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.

AUXÍLIO DOENÇA

Art. 59 Lei 8.213/91. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Art. 476 CLT. Em caso de seguro-doença ou auxílio-enfermidade, o empregado é considerado em licença não remunerado durante o prazo desse benefício.

PRISÃO DO EMPREGADO

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Legislação

Art. 482 CLT. Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:

d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

Art. 475 CLT. O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de traba-lho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício.

Súmula 217 STF. Tem direito de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa do empregador, o aposentado que recupera a capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a con-tar da aposentadoria, que se torna definitiva após esse prazo.

Súmula 160 TST. Cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após 5 (cinco) anos, o traba-lhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei.

SUSPENSÃO PARA CURSO

Art. 476-A CLT. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o disposto no Art. 471 desta Consolidação.

Afastamento por até 6 meses – Lei Maria da Penha. (Lei 11.340/06).

Art. 9º § 2º. O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica:

II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.

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Súmula nº 440 do TST

Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou de assistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença acidentário ou de aposentadoria por invalidez.

Art. 15 Lei 8.036/90. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.

§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afas-tamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.

RETORNO AO TRABALHO

Súmula nº 32 do TST

Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer.

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Art. 471 CLT. Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa.

TERCEIRIZAÇÃO

Súmula nº 331 do TST

I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo dire-tamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário.

II – A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional.

III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a res-ponsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

V – Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

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DURAÇÃO DO TRABALHO

Tome Nota!

Limitação de JORNADA (art. 7º XIII CF)

_____ diárias e ______semanais.

Art. 4º CLT. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposi-ção do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

CLT – FLEXIBILIZA

1. Tempo de espera do motorista;

2. Sobreaviso

3. Prontidão

Art. 235-C § 8º CLT. São considerados tempo de espera as horas em que o motorista profissional empregado ficar aguardando carga ou descarga do veículo nas dependências do embarcador ou do destinatário e o período gasto com a fiscalização da mercadoria transportada em barreiras fiscais ou alfandegárias, não sendo computados como jornada de trabalho e nem como horas extraordi-nárias.

§ 9º As horas relativas ao tempo de espera serão indenizadas na proporção de 30% (trinta por cento) do salário-hora normal.

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Jurisprudência!

Súmula nº 429 do TST. Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários.

Art. 74 § 2º CLT. Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso.

HORAS IN ITINERE

Art. 58 § 2º CLT. O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retor-no, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.

Jurisprudência!

→INCOMPATIBILIDADE de horários.

→INSUFICIÊNCIA do transporte público.

→Transporte público PARCIAL.

Súmula nº 320 do TST. O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por transporte regular, não afasta o direito à percepção das horas "in itinere".

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Súmula 90 V TST. Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de traba-lho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.

Art. 58 § 3º CLT. Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo emprega-do, bem como a forma e a natureza da remuneração.

SOBREAVISO X PRONTIDÃO

Art. 244 § 2º CLT. Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua pró-pria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobreaviso" será, no máximo, de 24 horas. As horas de "sobreaviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 do salário normal.

Súmula nº 428 do TST

I – O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao emprega-do, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.

II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equi-valente, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de des-canso.

Art. 244 § 3º CLT. Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências da estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal.

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EMPREGADOS EXCLUÍDOS DO CONTROLE DE JORNADA

Art. 62 CLT. Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:

I – os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados;

II – os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.

Parágrafo único. O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (qua-renta por cento).

Súmula nº 287 do TST. A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de agência é regida pelo art. 224, § 2º, da CLT. Quanto ao gerente-geral de agência bancária, presume-se o exercício de encargo de gestão, aplicando-se-lhe o art. 62 da CLT.

MOTORISTA

A CLT foi alterada para prever a jornada diária de trabalho do motorista profissional (art. 235-A ao 235-G – Lei 13.103/2015) de 8 (oito) horas, admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias ou, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas extraordinárias.

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Por essa razão o art. 62, I da CLT tornou-se INCOMPATÍVEL para esses profissionais.

REGIME DE TEMPO PARCIAL

Art. 58-A CLT. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais.

§ 1º O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.

OJ 358 SDI-I TST.

I – Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitu-cional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.

II – Na Administração Pública direta, autárquica e fundacional não é válida remuneração de empregado público inferior ao salário mínimo, ainda que cumpra jornada de trabalho reduzida. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.

Art. 58-A § 2º CLT. Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita me-diante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.

Art. 59 § 4º CLT. Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras.

Art. 143 (abono pecuniário) § 3º CLT. O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo parcial.

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO

Art. 7º XIV CF. jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de reveza-mento, salvo negociação coletiva.

Súmula nº 423 do TST. Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de re-vezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

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TRABALHO NOTURNO

Art. 7º CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Art. 73 CLT. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remu-neração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste art., o trabalho executado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte.

Tome Conta!

→HORÁRIOS MISTOS

Atenção!Súmula nº 60 do TST

I – O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos.

II – Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.

Súmula nº 265 do TST. A tra-nsferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno.

RURAL – LEI 5.889/73

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VARIAÇÕES DE HORÁRIO

Art. 58 § 1º CLT. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.

Súmula nº 366 do TST

Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).

Súmula nº 449 do TST

A partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.

HORAS EXTRAORDINÁRIAS

Art. 7º XVI CF. remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;

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FORMAS DE PRORROGAÇÃO

Art. 59 CLT. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em nú-mero não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou me-diante contrato coletivo de trabalho.

§ 1º Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a impor-tância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.

FORÇA MAIOR

Art. 61 CLT. Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.

§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à autoridade competente em matéria de trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem pre-juízo dessa comunicação.

SERVIÇOS INADIÁVEIS

→ Jornada limitada a 12 horas diárias

→ Independe de acordo ou convenção coletiva

→ Remuneração: HN + 50%

→ Comunicação do MTE no prazo de 10 dias

RECUPERAÇÃO DE HORAS

Art. 61 § 3º CLT. Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recu-peração do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.

ATIVIDADES INSALUBRES

Art. 60 CLT. Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo “Da Segurança e da Medicina do Trabalho”, ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, pro-cederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.

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COMPENSAÇÃO

Súmula nº 85 do TST

I – A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acor-do coletivo ou convenção coletiva.

II – O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário.

III – O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.

IV – A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário.

V – As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modali-dade “banco de horas”, que somente pode ser instituído por negociação coletiva.

VI – Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipu-lado em norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade compe-tente, na forma do art. 60 da CLT.

BANCO DE HORAS

Art. 59 § 2º CLT. Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminui-ção em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.

§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.

Súmula nº 291 do TST. A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.

SEMANA ESPANHOLA

OJ 323 SDI I TST. É válido o sistema de compensação de horário quando a jornada adotada é a denominada "semana espanhola", que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em outra, não violando os arts. 59, § 2º, da CLT e 7º, XIII, da CF/88 o seu ajuste mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

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JORNADA 12 X 36

Súmula nº 444 do TST

É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de des-canso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na déci-ma primeira e décima segunda horas.

PRORROGAÇÃO DA JORNADA DO MENOR

Art. 413 CLT. É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:

I – até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro, de modo a ser observado o limite máximo de 44 (quarenta e quatro) horas semanais ou outro inferior legalmente fixado;

II – excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com acrés-cimo salarial de pelo menos 50% (cinquenta por cento) sobre a hora normal e desde que o tra-balho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.

DESCANSOS TRABALHISTAS

INTRAJORNADA

Art. 71 CLT. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 1º Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.

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Esclarecendo!

1.

2.

3.

Art. 71 § 3º CLT. O limite mínimo de 1 (uma) hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho quando, ouvida a Secretaria de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.

Fique atento!

Art. 71 § 5º CLT. O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele esta-belecido no § 1º poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo cole-tivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de cada viagem.

Súmula nº 437 do TST

INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) – Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

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I – Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intra-jornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o paga-mento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.

II – É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supres-são ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.

III – Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.

Art. 71 § 4º CLT. Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.

INTERVALOS ESPECIAIS

Estes intervalos estão INSERIDOS na jornada de trabalho, como se o empregado estivesseTRA-BALHANDO.

Art. 72 CLT. Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da duração normal de trabalho.

Súmula nº 346 do TST. Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT, equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90 (noventa) de tra-balho consecutivo.

Súmula nº 438 do TST

INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DO EMPREGADO. AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA – Res. 185/2012, DEJT divulga-do em 25, 26 e 27.09.2012

O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara frigorífica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT.

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Art. 253 CLT. Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vin-te) minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.

Art. 298 CLT. Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de trabalho, será obrigatória uma pausa de 15 (quinze) minutos para repouso, a qual será computada na duração normal de trabalho efetivo.

Art. 396 CLT. Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um.

Art. 384 CLT. Em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho.

Súmula nº 118 do TST

JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, repre-sentam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acresci-dos ao final da jornada.

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INTERJORNADAS

Art. 66 CLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas con-secutivas para descanso.

Súmula 110 TST. No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso sema-nal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.

Importante!

OJ 355 SDI1 TST. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.

FÉRIAS

Art. 7º CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

Art. 129 CLT. Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem preju-ízo da remuneração.

Exemplificando!

Férias = remuneração + 1/3

Remuneração R$ 1.200,00

1/3 = R$ 400,00

TOTAL DE FÉRIAS: R$ 1.600,00

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PERÍODO AQUISITIVO

Art. 130 CLT. Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empre-gado terá direito a férias, na seguinte proporção:

I – 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;

II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;

III – 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;

IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) fal-tas.

Art. 130-A CLT. Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:

I – dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas;

II – dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas;

III – quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze horas, até vinte horas;

IV – doze dias, para a duração do trabalho semanal superior a dez horas, até quinze horas;

V – dez dias, para a duração do trabalho semanal superior a cinco horas, até dez horas;

VI – oito dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a cinco horas.

+ 7 FALTAS INJUSTIFICADAS TERÁ O PERÍODO DE FÉRIAS REDUZIDO PELA METADE.

PERDA DAS FÉRIAS

1. Paralisação da empresa por + 30 dias;

2. Gozo de licença remunerada por + 30 dias;

3. Saída do emprego sem nova admissão em 60 dias;

4. Recebimento de benefício previdenciário por mais de 6 meses, embora descontínuos.

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PERÍODO CONCESSIVO

Art. 134 CLT. As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

→ Fracionamento permitido:

§ 1º Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos.

→ Vedação ao fracionamento:

§ 2º Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinquenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.

Art. 136 CLT. A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empre-gador.

§ 1º Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.

§ 2º O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.

Art. 137 CLT. Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empre-gador pagará em dobro a respectiva remuneração.

§ 1º Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o emprega-do poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.

§ 2º A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, de-vida ao empregado até que seja cumprida.

Jurisprudência!

Súmula nº 81 do TST

FÉRIAS (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Os dias de férias gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados em do-bro.

Art. 138 CLT. Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.

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FÉRIAS COLETIVAS

Art. 139 CLT. Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.

§ 1º As férias poderão ser gozadas em dois períodos anuais, desde que nenhum deles seja infe-rior a 10 dias corridos.

§ 2º Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 dias, as datas de início e fim das férias, preci-sando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida.

§ 3º Em igual prazo o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos sindicatos repre-sentativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a fixação de aviso nos locais de trabalho

Art. 140 CLT. Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo.

Art. 141 CLT. Quando o número de empregados contemplados com as férias coletivas for superior a 300 (trezentos), a empresa poderá promover, mediante carimbo, anotações de que trata o art. 135, § 1º.

Art. 142 CLT. O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão.

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ABONO PECUNIÁRIO

Art. 143 CLT. É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver di-reito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.

§ 1º O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.

§ 2º Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos empregados sob o regime de tempo parcial.

PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO DE FÉRIAS

Art. 145 CLT. O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.

Súmula nº 450 do TST

É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.

CONCESSÃO DE FÉRIAS

Art. 135 CLT. A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo.

§ 1º O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão.

§ 2º A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados.

EFEITOS DA CESSAÇÃO DO CT

Art. 146 CLT. Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido.

§ único. Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.

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Esclarecendo!

Despedida imotivada

Despedida indireta

Pedido de demissão

Férias vencidas simples ou dobradas + proporcionais acrescidas de 1/3.

Súmula nº 171 do TST

Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de traba-lho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT).

Súmula nº 261 do TST. O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias proporcionais.

Esclarecendo!

→ Demissão sem justa causa ou pedido de demissão = Férias integrais + Férias proporcionais.

→ Demissão por justa causa = só faz jus as Férias integrais, aquela que já completou o período aquisitivo.

→ Culpa recíproca = Férias integrais + Férias Proporcionais (metade).

Súmula nº 14 do TST

Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empre-gado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salá-rio e das férias proporcionais.

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PRESCRIÇÃO

Art. 149 CLT. A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da res-pectiva remuneração e contada do termino do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho.

REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

SALÁRIO

É toda CONTRAPRESTAÇÃO ou VANTAGEM em PECÚNIA ou em UTILIDADE devida e paga direta-mente pelo empregador ao empregado em virtude do contrato de trabalho.

Pagamento DIRETO feito pelo “E” ao “e”.

Pode ser FIXO (contraprestação garantida e invariável).

Pode ser VARIÁVEL (submetido a uma condição, produção).

O SALÁRIO é devido pela execução do trabalho, bem como pelo TEMPO À DISPOSIÇÃO do “E”, INTERRUPÇÃO.

REMUNERAÇÃO

É a soma do pagamento DIRETO com o pagamento INDIRETO (terceiro).

Ex: GORJETAS.

Art. 457 CLT. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empre-gado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas con-tas a qualquer título, e destinada à distribuição aos empregados.

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REMUNERAÇÃO = SALÁRIO + GORJETA

Art. 29 § 1º CLT. As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta.

Súmula nº 354 do TST. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou ofereci-das espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

Horas extras

Aviso prévio

Repouso semanal remunerado

Adicional noturno

Parcelas calculadas somente sobre o salário.

SALÁRIO IN NATURA

UMA DAS CARACTERÍSTICAS DO SALÁRIO É A POSSIBILIDADE DE SUA NATUREZA COMPOSTA, OU SEJA, PARTE EM DINHEIRO E PARTE EM UTILIDADES (IN NATURA). SENDO, NO ENTANTO, OBRIGATÓRIO QUE PELO MENOS 30% SEJA EM DINHEIRO.

CARACETRÍSITCAS

→ HABITUALIDADE no fornecimento.

O fornecimento da utilidade pelo “E” tem que ser habitual, ou seja, tem que se repetir ao longo do tempo, de modo a gerar no “e” a expectativa do seu recebimento.

→ Ser BENÉFICO ao “e”.

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A caput do art. 458 da CLT veda expressamente o pagamento do “e” por meio de bebidas alco-ólicas ou drogas nocivas.

→ Fornecida PELOS serviços prestados.

→ A LEI não excluir a natureza salarial (art. 458, §2º).

Art. 458 CLT. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.

Fique Atento!

A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual.

Ferramentas de trabalho, carro, celular, computadores, entre outros, quando indispensáveis à realização do trabalho, não constituem salário-utilidade, ainda que permaneçam com o “e” nas férias, feriados e finais de semana.

Súmula nº 367 do TST

I – A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares.

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II – O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.

Art. 458 § 2º CLT. Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:

I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;

II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valo-res relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;

III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público;

IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro--saúde;

V – seguros de vida e de acidentes pessoais;

VI – previdência privada.

VII – (VETADO)

VIII – o valor correspondente ao vale-cultura.

Habitualidade

Por força do contrato de trabalho ou costumes.

SALÁRIO

Súmula nº 241 do TST. O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais.

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OJ 123 SDI I TST. BANCÁRIOS. AJUDA ALIMENTAÇÃO (inserida em 20.04.1998)

A ajuda alimentação prevista em norma coletiva em decorrência de prestação de horas extras tem natureza indenizatória e, por isso, não integra o salário do empregado bancário.

OJ133 SDI-I TST. A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação ao trabalhador, instituído pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito legal.

OJ 413 SDI.I TST

A pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à verba “auxílio-alimentação” ou a adesão posterior do empregador ao Programa de Alimentação do Trabalhador — PAT — não altera a natureza salarial da parcela, instituída anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, já percebiam o benefício, a teor das Súmulas nºs 51, I, e 241 do TST.

Súmula nº 247 do TST

A parcela paga aos bancários sob a denominação "quebra de caixa" possui natureza salarial, integrando o salário do prestador de serviços, para todos os efeitos legais.

ELEMENTOS DO SALÁRIO

Art. 457 § 1º CLT. Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comis-sões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador.

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→ COMISSÕES e PERCENTAGENS

“e” que recebe comissões ou percentagens possui remuneração VARIÁVEL.

Mesmo nos meses em que não houver VENDA, o SALÁRIO MÍNIMO ou PISO DA CATEGORIA deverá ser pago.

Art. 7º VII CF. garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

Fique Atento!

Comissionista PURO – “e” que recebe exclusivamente, por COMISSÃO.

Comissionista MISTO – “e” recebe parte do salário em comissão e outra salário fixo

Art. 466 CLT. O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem.

§ 1º Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento das percenta-gens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação.

§ 2º A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e percenta-gens devidas na forma estabelecida por este artigo.

→ GRATIFICAÇÕES

Contraprestação paga pelos serviços prestados em certas condições como GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. Ex: um GERENTE.

Súmula nº 372 do TST

I – Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira.

→ ABONOS

Não confunda esse abono com o abono pecuniário de FÉRIAS (natureza INDENIZATÓRIA).

Esse ABONO tem natureza SALARIAL.

ABONO é uma verba salarial decorrente da mera LIBERALIDADE do “E”, que faz o pagamento de um PLUS salarial para o “e”.

→ DIÁRIAS PARA VIAGEM

Em regra sua natureza é INDENIZATÓRIA. Entretanto se as diárias ultrapassarem a 50% do salá-rio do “e” terá natureza SALARIAL.

Art. 457 § 2º CLT. Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedem de cinquenta por centro do salário percebido pelo empregado.

Súmula nº 101 do TST. Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos indenizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50% (cinquenta por cento) do salário do empregado, enquan-to perdurarem as viagens.

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→ AJUDA DE CUSTO

Parcela de natureza INDENIZATÓRIA destinada a reembolsar as despesas do “e” oriundas de sua transferência para local diverso.

Art. 470 CLT. As despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador.

Jurisprudência!

Súmula nº 91 do TST

SALÁRIO COMPLESSIVO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador.

ADICIONAIS SALARIAIS

Os adicionais (que serão vistos) são pagos em razão de trabalho prestado em situações PREJU-DICIAIS à saúde ou que prejudiquem o convívio SOCIAL.

São chamados de SALÁRIO-CONDIÇÃO, paga-se o adicional ENQUANTO o “e” estiver em CON-DIÇÃO PREJUDICIAL. Cessada a condição GRAVOSA, CESSA o adicional.

ADICIONAL DE HORA EXTRAORDINÁRIA

Duração normal – 8h diárias e 44h semanais.

Ultrapassado esse período, terá incidência o ADICIONAL de HORA EXTRAORDINÁRIA.

Art. 7º XVI CF. remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;

Súmula nº 291 do TST

A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitua-lidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização corres-pondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.

ADICIONAL NOTURNO

O trabalho prestado no período NOTURNO será remunerado em valor superior ao trabalho diurno.

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Esse adicional pago com HABITUALDADE, INTEGRA o salário do “e”.

“e” URBANO – 22h às 5h – 20% (52 min e 30 seg.)

“e” RURAL – PECUÁRIA – 20h às 4h (25%)

AGRICULTURA – 21h às 5h (25%)

1h – 60 min

Súmula nº 265 do TST

A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno.

ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

Art. 469 § 3º CLT. Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obriga25%do a um pagamento suplementar, nunca inferior a (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

1. Inflamáveis

2. Explosivos

3. energia elétrica

4. segurança

5. motocicleta

6. radiação

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Art. 192 CLT. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância esta-belecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, se-gundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

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PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS

Obrigatória?

Art. 7º CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

Jurisprudência!

Súmula nº 451 do TST

Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou norma regulamen-tar que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual antecipada, é devido o pagamento da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex-empregado concorreu para os resultados positivos da empresa.

SALÁRIO-FAMÍLIA

Art. 7º XII CF. salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

Salário?

Dois requisitos:

1. Trabalhador de baixa renda.

2. Filhos menores de 14 anos, ou inválidos de qualquer idade.

PRINCÍPIOS DE PROTEÇÃO AO SALÁRIO

→ Princípio da irredutibilidade salarial

Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

→Princípio da intangibilidade

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PAGAMENTO SALARIAL

Art. 459 CLT. O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.

§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.

Art. 460 CLT. Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante.

Art. 465 CLT. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por depósito em conta bancária, observado o disposto no artigo anterior.

Art. 463 CLT. A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País.

Paragrafo único. O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera--se como não feito.

Art. 464 CLT. O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.

Paragrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho.

TRUCK SYSTEM

Art. 462 § 2º CLT. É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos em-pregados ou serviços destinados a proporcionar-lhes prestações in natura exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços.

§ 3º Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não manti-dos pela empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequa-das, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefícios dos empregados.

SALÁRIO MÍNIMO

Art. 76 CLT. Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo emprega-dor a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de ser-viço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.

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A CF/88 acrescentou algumas necessidades que o salário mínimo deverá suprir.

Art. 7º IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas neces-sidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestu-ário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

Art. 78 CLT. Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal.

Paragrafo único. Quando o salário mínimo mensal do empregado à comissão ou que tenha di-reito à percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário mínimo, vedado qualquer desconto em mês subsequente a título de compensação.

OJ 358 SDI I TST. SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA REDUZIDA. EMPREGADO. SERVIDOR PÚBLICO

I – Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitu-cional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.

II – Na Administração Pública direta, autárquica e fundacional não é válida remuneração de empregado público inferior ao salário mínimo, ainda que cumpra jornada de trabalho reduzida. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.

GRATIFICAÇÃO NATALINA

Surgiu pelos costumes de alguns empregadores.

Foi chamada de 13º salário com o advento da CF e elevada a categoria de direito social do trabalhador.

Lei 4.090/62 (surgimento, criação)

Lei 4.749/65 (alterou a lei 4.090)

Art. 7º CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social

VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

Art. 1º Lei 4.090/62. No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a que fizer jus.

§ 2º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral para os efeitos do parágrafo anterior.

A gratificação será proporcional:

1. “e” dispensado sem justa causa

2. pedido de demissão

3. culpa recíproca

4. término do contato a prazo

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Justa causa?

Súmula nº 157 do TST. A gratificação instituída pela Lei nº 4.090, de 13.07.1962, é devida na resilição contratual de iniciativa do empregado.

Art. 1º lei 4.749/65. A gratificação salarial instituída pela Lei número 4.090, de 13 de julho de 1962, será paga pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano, compensada a importância que, a título de adiantamento, o empregado houver recebido na forma do artigo seguinte.

Art. 2º. Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adian-tamento da gratificação referida no artigo precedente, de uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior.

§ 1º O empregador não estará obrigado a pagar o adiantamento, no mesmo mês, a todos os seus empregados.

§ 2º O adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado, sempre que este o requerer no mês de janeiro do correspondente ano.

EQUIPARAÇÃO SALARIAL

Art. 7º CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

BIZU!

PARAGONADO: É O REQUERENTE DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL.

PARADIGMA: É A PESSOA QUE SERVIRÁ DE MODELO.

Art. 461 CLT. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empre-gador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.

§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtivi-dade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.

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REQUISITOS CUMULATIVOS

→ Função idêntica (pouco importa a denominação dos cargos).

→ Trabalho de igual valor (igual produtividade e com a mesma perfeição técnica).

→ Mesmo empregador.

→ Mesma localidade (corresponde ao mesmo município ou municípios distintos que perten-çam a mesma região metropolitana).

→ Tempo na função não superior a 2 anos (não na empresa).

Doutrina!

→ Simultaneidade (requisito doutrinário) – Pouco importa que no momento da reclamação ambos continuem na mesma empresa, desde que a equiparação se refira a uma situação preté-rita. É preciso que tenham trabalhados juntos.

FATOS IMPEDITIVOS A EQUIPARAÇÃO

Art. 461 § 2º CLT. Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizados em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento.

Jurisprudência!

S. 06 I TST. Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal or-ganizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente.

Súmula nº 127 do TST

QUADRO DE CARREIRA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Quadro de pessoal organizado em carreira, aprovado pelo órgão competente, excluída a hipótese de equiparação salarial, não obsta reclamação fundada em preterição, enquadramento ou reclassificação.

OJ 418 SDI I TST. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. APROVAÇÃO POR INSTRUMENTO COLETIVO. AUSÊNCIA DE ALTERNÂNCIA DE CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO POR AN-TIGUIDADE E MERECIMENTO. (DEJT divulgado em 12, 13 e 16.04.2012)

Não constitui óbice à equiparação salarial a existência de plano de cargos e salários que, referenda-do por norma coletiva, prevê critério de promoção apenas por merecimento ou antiguidade, não atendendo, portanto, o requisito de alternância dos critérios, previsto no art. 461, § 2º, da CLT.

Art. 461 § 4º CLT. O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestado pelo órgão competente da Previdência Social, não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.

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OJ 297 SDI I TST. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. SERVIDOR PÚBLICO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA E FUNDACIONAL. ART. 37, XIII, DA CF/1988 (DJ 11.08.2003)

O art. 37, inciso XIII, da CF/1988, veda a equiparação de qualquer natureza para o efeito de remuneração do pessoal do serviço público, sendo juridicamente impossível a aplicação da nor-ma infraconstitucional prevista no art. 461 da CLT quando se pleiteia equiparação salarial entre servidores públicos, independentemente de terem sido contratados pela CLT.

Súmula nº 455 do TST

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. ART. 37, XIII, DA CF/1988. POSSI-BILIDADE. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 353 da SBDI-1 com nova redação) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014

À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação prevista no art. 37, XIII, da CF/1988, pois, ao admitir empregados sob o regime da CLT, equipara-se a empregador privado, conforme disposto no art. 173, § 1º, II, da CF/1988.

Art. 460 CLT. Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante.

Súmula nº 159 do TST

SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 112 da SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I – Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído.

II – Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do antecessor.

DESCONTOS NOS SALÁRIOS

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Art. 462 CLT. Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de Lei ou de contrato coletivo.

§ 1º Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibili-dade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.

OJ 251 SDI-I TST. É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as recomendações previstas em instrumento coletivo.


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